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<p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3</p><p>2 DIFERENÇA ENTRE RISCO E PERIGO .............................................................. 4</p><p>3 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO . 6</p><p>3.1 Equipamentos de proteção ................................................................................... 8</p><p>3.1.1 Equipamentos de proteção coletiva - EPC ............................................... 10</p><p>3.1.2 Equipamentos de proteção individual - EPI .............................................. 10</p><p>3.1.3 Listagem com equipamentos de proteção individual ................................ 12</p><p>3.1.4 Vantagens e desvantagens do uso do EPI ............................................... 12</p><p>3.1.5 Responsabilidades no uso dos equipamentos ......................................... 13</p><p>3.2 Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e</p><p>biológicos 14</p><p>3.2.1 Agentes Físicos ........................................................................................ 15</p><p>3.2.2 Agentes Químicos .................................................................................... 16</p><p>3.2.3 Agentes biológicos ................................................................................... 17</p><p>3.2.4 Análise 18</p><p>3.2.5 Prevenção ................................................................................................ 19</p><p>3.3 Edificações .......................................................................................................... 20</p><p>3.3.1 Shaft 21</p><p>3.3.2 Problemas em shafts ................................................................................ 24</p><p>3.4 Sinalização .......................................................................................................... 25</p><p>3.4.1 Rotulagem dos produtos químicos ........................................................... 27</p><p>3.5 Trabalho em altura .............................................................................................. 28</p><p>3.5.1 Procedimento operacional e permissão de trabalho ................................. 29</p><p>3.5.2 Permissão de Trabalho (PT) .................................................................... 29</p><p>3.5.3 Emergência e salvamento ........................................................................ 31</p><p>3.5.4 Capacitação e treinamento ....................................................................... 31</p><p>3.6 Eletricidade ......................................................................................................... 32</p><p>3.6.1 Riscos elétricos ........................................................................................ 33</p><p>3.6.2 Regulamentação ...................................................................................... 35</p><p>3.6.3 Medidas de controle ................................................................................. 40</p><p>4 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ........................................................................ 41</p><p>4.1 Segurança na operação de máquinas e equipamentos ...................................... 41</p><p>4.2 Caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques ........................................... 47</p><p>4.3 Risco grave e iminente........................................................................................ 49</p><p>4.4 Fornos 51</p><p>4.4.1 Agentes ambientais .................................................................................. 52</p><p>4.4.2 Local de instalação e medidas de proteção ............................................. 52</p><p>5 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS ...................................................... 53</p><p>5.1 Contato permanente x Exposição permanente ................................................... 54</p><p>5.2 Mineração ........................................................................................................... 55</p><p>5.3 Riscos na atividade de mineração ...................................................................... 57</p><p>6 TRABALHO RURAL ........................................................................................... 60</p><p>6.1 Responsabilidades do empregador .................................................................... 61</p><p>6.2 Responsabilidades dos trabalhadores ................................................................ 62</p><p>6.3 Direitos dos trabalhadores .................................................................................. 63</p><p>6.4 Segurança no trabalho em máquinas, equipamentos e implementos ................. 64</p><p>6.5 Capacitação e treinamento ................................................................................. 64</p><p>7 ESPAÇOS CONFINADOS .................................................................................. 65</p><p>7.1 Profissionais ........................................................................................................ 67</p><p>7.2 Ventilação ........................................................................................................... 69</p><p>8 EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS . 69</p><p>8.1 Equipamentos de proteção ................................................................................. 71</p><p>8.2 Gerenciamento dos riscos .................................................................................. 71</p><p>8.3 Segurança e saúde no trabalho .......................................................................... 72</p><p>8.4 Treinamento ........................................................................................................ 73</p><p>9 REFERÊNCIA BILIOGRÁFICA ........................................................................... 75</p><p>9.1 Referência complementar ................................................................................... 79</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno,</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um</p><p>aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é</p><p>que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a</p><p>resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas</p><p>poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em</p><p>tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa</p><p>disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das</p><p>avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora</p><p>que lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>4</p><p>2 DIFERENÇA ENTRE RISCO E PERIGO</p><p>Geralmente, confundimos risco com perigo, ambos são termos utilizados</p><p>comumente em nosso cotidiano, mas, na área de segurança do trabalho, eles</p><p>possuem definições técnicas diferentes. Com essa confusão de uso dos termos,</p><p>algumas pessoas podem até pensar que eles são sinônimos, mas, ao analisar seus</p><p>significados, pode-se constatar que, na verdade, eles são relacionados, mas, não</p><p>possuem o mesmo significado.</p><p>A palavra perigo, se originou do latim, periculum, pode ser considerado como</p><p>uma ameaça aos demais, um acontecimento ou evento em que pode ocorrer algo</p><p>prejudicial (DICIO, 2022). A Norma Regulamentadora n.º 10 (NR 10), conceitua perigo</p><p>como “uma situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física,</p><p>ou danos à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle” (BRASIL, 1978,</p><p>documento online).</p><p>O risco ao contrário do perigo, apresenta a incerteza sobre um evento futuro,</p><p>segundo dicionário, risco significa a “probabilidade ou possibilidade do perigo” (DICIO,</p><p>2022), a NR 10 no que lhe concerne, define risco como,</p><p>polietileno reticulado (XLPE), com cobertura, para</p><p>instalações fixas.</p><p>ABNT NBR 7288:2018</p><p>Cabos de potência com</p><p>isolação sólida extrudada de</p><p>cloreto de polivinila (PVC) ou</p><p>polietileno (PE) para tensões</p><p>de 1 kV a 6 kV –</p><p>Especificação.</p><p>Esta Norma estabelece os requisitos para cabos de potência</p><p>unipolares, multipolares ou multiplexados, isolados com cloreto de</p><p>polivinila (PVC) ou polietileno (PE), com cobertura, para instalações</p><p>fixas, instalados conforme a ABNT NBR 5410 ou a ABNT NBR</p><p>14039.</p><p>37</p><p>ABNT NBR 8182:2011</p><p>Cabos de potência</p><p>multiplexados</p><p>autossustentados com</p><p>isolação extrudada de PE ou</p><p>XLPE, para tensões até 0,6/1</p><p>kV — Requisitos de</p><p>desempenho.</p><p>Esta Norma estabelece os requisitos para a aceitação e/ou</p><p>recebimento de cabos de potência multiplexados autossustentados,</p><p>isolados com polietileno termoplástico (PE) ou polietileno termofixo</p><p>(XLPE). Estes cabos são utilizados em circuitos de alimentação e/ou</p><p>distribuição de energia elétrica, em tensões de até 0,6/1 kV, em</p><p>instalações aéreas fixadas em postes ou fachadas.</p><p>ABNT NBR 13248:2014</p><p>Cabos de potência e</p><p>condutores isolados sem</p><p>cobertura, não halogenados</p><p>e com baixa emissão de</p><p>fumaça, para tensões até 1</p><p>kV - Requisitos de</p><p>desempenho</p><p>Esta Norma especifica os requisitos de desempenho exigíveis para</p><p>cabos de potência e condutores isolados sem cobertura, não</p><p>halogenados e com baixa emissão de fumaça, para instalações</p><p>fixas, para tensões até 1 kV.</p><p>ABNT NBR 13418:2022</p><p>Cabos resistentes ao fogo</p><p>para instalações de</p><p>segurança - Requisitos de</p><p>desempenho</p><p>Esta Norma especifica os requisitos de desempenho de resistência</p><p>ao fogo para cabos de potência até 0,6/1 kV, controle e</p><p>instrumentação, para instalações fixas de segurança, nas quais é</p><p>requerida a manutenção da integridade das linhas elétricas em</p><p>condições de incêndio, conforme a ABNT NBR 5410. Esta Norma</p><p>prevê duas classes de resistência ao fogo, a CR2 e a CR3.</p><p>ABNT NBR NM 247-3:2002</p><p>Cabos isolados com</p><p>policloreto de vinila (PVC)</p><p>para tensões nominais até</p><p>450/750 V, inclusive.</p><p>Parte 3: Condutores isolado</p><p>(sem cobertura) para</p><p>instalações fixas (IEC 60227-</p><p>3, MOD)</p><p>Esta Norma detalha as especificações particulares para condutores</p><p>isolados com policloreto de vinila (PVC), sem cobertura, para</p><p>instalações fixas e para tensões nominais até 450/750 V, inclusive.</p><p>ABNT NBR 5410:2004</p><p>Instalações elétricas de</p><p>baixa tensão.</p><p>Esta Norma estabelece as condições a que devem satisfazer as</p><p>instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança</p><p>de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a</p><p>conservação dos bens.</p><p>38</p><p>ABNT NBR 5419:2015</p><p>Proteção contra descargas</p><p>atmosféricas.</p><p>Parte 1: Princípios gerais. Estabelece os requisitos para a</p><p>determinação de proteção contra descargas atmosféricas.</p><p>Parte 2: Gerenciamento de risco. Estabelece os requisitos para</p><p>análise de risco em uma estrutura devido às descargas atmosféricas</p><p>para a terra.</p><p>Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. Estabelece os</p><p>requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por</p><p>meio de um SPDA - Sistema de Proteção contra Descargas</p><p>Atmosféricas - e para proteção de seres vivos contra lesões</p><p>causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um</p><p>SPDA.</p><p>Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.</p><p>Fornece informações para o projeto, instalação, inspeção,</p><p>manutenção e ensaio de sistemas de proteção elétricos e eletrônicos</p><p>(Medidas de Proteção contra Surtos ─ MPS) para reduzir o risco de</p><p>danos permanentes internos à estrutura devido aos impulsos</p><p>eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP).</p><p>ABNT NBR 13534:2008</p><p>Instalações elétricas de</p><p>baixa tensão – Requisitos</p><p>específicos para instalação</p><p>em estabelecimentos</p><p>assistenciais de saúde.</p><p>Aplica-se o disposto na ABNT NBR 5410, com as seguintes</p><p>exceções: Adicionar: Os requisitos específicos desta Norma</p><p>aplicam-se a instalações elétricas em estabelecimentos</p><p>assistenciais de saúde, visando garantir a segurança dos pacientes</p><p>e dos profissionais de saúde. NOTA 1 Quando a utilização de um</p><p>local médico for alterada, em particular com a introdução de</p><p>procedimentos mais complexos, deve-se adequar a instalação</p><p>elétrica existente à alteração promovida, de acordo com os</p><p>requisitos desta Norma. Essa é uma questão ainda mais crítica se</p><p>envolver procedimentos intracardíacos e de sustentação de vida de</p><p>pacientes. NOTA 2 Quando aplicável, esta Norma pode ser utilizada</p><p>em clínicas veterinárias. Nota 3 Esta Norma não se aplica a</p><p>equipamentos eletromédicos. Para equipamentos eletromédicos,</p><p>ver série de normas ABNT NBR IEC 60601.</p><p>ABNT NBR 13570:2021</p><p>Instalações elétricas em</p><p>locais de afluência de público</p><p>— Requisitos específicos.</p><p>Esta Norma estabelece os requisitos específicos para as instalações</p><p>elétricas em locais de afluência de público, a fim de garantir o seu</p><p>funcionamento adequado, a segurança de pessoas e de animais</p><p>domésticos e a conservação dos bens.</p><p>39</p><p>ABNT NBR 14639:2014</p><p>Armazenamento de líquidos</p><p>inflamáveis e combustíveis</p><p>— Posto revendedor veicular</p><p>(serviços) e ponto de</p><p>abastecimento —</p><p>Instalações elétricas.</p><p>Esta Norma estabelece os princípios gerais e requisitos adicionais</p><p>necessários para instalações de materiais e equipamentos elétricos,</p><p>incluindo os de automação e de telecomunicação, utilizados em</p><p>posto revendedor veicular e ponto de abastecimento interno de</p><p>combustíveis líquidos.</p><p>ABNT NBR 14039:2001</p><p>Instalações elétricas de</p><p>média tensão de 1,0 kV a</p><p>36,2 kV</p><p>Esta Norma estabelece um sistema para o projeto e execução de</p><p>instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0</p><p>kV a 36,2 kV, à frequência industrial, de modo a garantir segurança</p><p>e continuidade de serviço.</p><p>Fonte: Adaptado de ABNT, 2022.</p><p>Além das NBRs elaboradas pela ABNT, o Ministério do Trabalho elaborou em</p><p>1978 a NR 10 inicialmente com o título “Instalações e Serviços de Eletricidade”, após</p><p>passar por atualizações, atualmente seu título é “Segurança em Instalações e</p><p>Serviços em Eletricidade”. Ela possui embasamento jurídico, com sua fundamentação</p><p>legal, ordinária e específica, do artigo 179 ao 181 da CLT. Assim, ela estabelece os</p><p>requisitos que objetivam as medidas de controle e prevenção para garantir a</p><p>segurança e saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em nas</p><p>instalações e serviços com eletricidade (MAURICIO, 2021).</p><p>A norma visa a proteção dos empregados que trabalham com serviços de</p><p>eletricidade em suas diversas etapas, incluindo a elaboração de projetos, execução,</p><p>operação, manutenção, reforma e ampliação, além disso, sua proteção se estende</p><p>aos usuários e terceiros, seja em quaisquer uma das fases, seja de geração,</p><p>transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, estabelecendo que as</p><p>medidas de controle básicas em todas as instalações elétricas, devem ser adotadas</p><p>medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais,</p><p>mediante técnicas de análise de risco, para garantir a segurança e a saúde no trabalho</p><p>(BRASIL, 1978).</p><p>Os trabalhos realizados em atividades elétricas ou instalações devem ser</p><p>efetuados por profissional qualificado, submetidos a exame de saúde compatível com</p><p>as atividades a serem desenvolvidas conforme a NR 7.</p><p>As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da</p><p>empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do</p><p>40</p><p>trabalho. Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem estar</p><p>aptos a prestar os primeiros socorros a acidentados, bem como efetuar, se</p><p>necessário, o resgate de acidentados.</p><p>3.6.3 Medidas de controle</p><p>Em todas as intervenções realizadas nas instalações elétricas, deve-se adotar</p><p>medidas preventivas de controle do risco elétrico e outros riscos</p><p>que podem surgir.</p><p>Estas medidas devem ser integradas às iniciativas realizadas na empresa para</p><p>preservação da segurança, saúde e do meio ambiente do trabalho (BRASIL, 1978).</p><p>No controle do risco elétrico, podem ser adotadas um conjunto de ações</p><p>coordenadas, sequenciadas e controladas, com o intuito de garantir a ausência de</p><p>tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, no período de intervenção e sob</p><p>controle dos trabalhadores envolvidos, conforme o que é previsto na NR 10. Esse</p><p>conjunto de ações é chamado de desenergização, mas, as instalações elétricas são</p><p>somente consideradas desenergizadas mediante alguns procedimentos apropriados,</p><p>entre eles, temos:</p><p>•Seccionamento: promove a descontinuidade elétrica total, com devido</p><p>afastamento entre um circuito ou dispositivo e outro, obtido mediante o acionamento</p><p>de um interruptor, ou outro dispositivo adequado;</p><p>• Impedimento de reenergização: em termos práticos, corresponde a aplicação</p><p>de travamentos mecânicos, por fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de</p><p>travamento ou por meio de sistemas informatizados equivalentes, esse procedimento</p><p>impede a reenergização do circuito ou equipamento, assegurando o trabalhador no</p><p>controle do seccionamento;</p><p>• Constatação da ausência de tensão: corresponde a verificação da ausência</p><p>de tensão em condutores do circuito elétrico;</p><p>• Sinalização de impedimento de reenergização: corresponde a adoção de uma</p><p>sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e identificação da razão</p><p>de desenergização e informações do responsável;</p><p>• Aterramento: tem como principal função, evitar acidentes ocasionados pela</p><p>energização acidental da rede, propiciando rápida atuação do sistema automático de</p><p>41</p><p>seccionamento ou proteção. Além disso, protege os trabalhadores contra descargas</p><p>atmosféricas.</p><p>Esses são apenas alguns métodos de proteção que foram abordados de forma</p><p>sucinta, portanto, antes da realizar um projeto é indispensável a verificação junto às</p><p>normas aqui apresentadas.</p><p>4 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS</p><p>A operação de máquinas e equipamentos pode oferecer risco de acidentes aos</p><p>trabalhadores, como cortes, perfurações, queimaduras, choques, etc. Para eliminar</p><p>esses riscos, é necessária a implantação de métodos de proteção nas máquinas e</p><p>equipamentos para garantir a segurança da operação.</p><p>A NR 12 trata especificamente da proteção dos trabalhadores em relação a</p><p>máquinas e equipamentos. Essa norma e seus anexos estabelecem os princípios e</p><p>as medidas de proteção que devem ser adotadas para a prevenção de acidentes.</p><p>4.1 Segurança na operação de máquinas e equipamentos</p><p>A operação de máquinas e equipamentos pode oferecer risco de acidentes aos</p><p>trabalhadores. Tais acidentes podem ocorrer em dois pontos: na operação realizada</p><p>pelo operador (corte, dobra, moldagem, prensagem, entre outros) ou nos sistemas de</p><p>transmissão de energia para os elementos da máquina realizarem a operação</p><p>(correias, volantes, acoplamentos, roldanas, polias, correntes e engrenagens).</p><p>Além dos riscos mecânicos, existem outros riscos adicionais. Segundo Mattos</p><p>e Másculo (2019), os riscos podem ser classificados da seguinte forma:</p><p>• Perigo mecânico: esmagamento, decepamento, choque, corte por</p><p>cisalhamento, perfuração, entre outros;</p><p>• Perigo elétrico: choque elétrico por contato ou aproximação;</p><p>• Perigo térmico: queimaduras por alta tensão, chamas ou explosões;</p><p>• Perigos provocados pelo ruído: degeneração permanente da audição,</p><p>zumbidos, fadiga, diminuição na capacidade de concentração, etc.;</p><p>42</p><p>• Perigos provocados pelas vibrações: perturbações vasculares e neurológicas,</p><p>entre outras;</p><p>• Perigos provocados pelas radiações: radiofrequências e micro-ondas,</p><p>radiações ionizantes ou não ionizantes, infravermelhos, ultravioleta, luz visível, raios-</p><p>X e gama, etc.;</p><p>• Perigos provocados por materiais e substâncias: inalação de fluidos, gases e</p><p>névoas com efeito nocivo ao trabalhador, perigo de incêndio e explosão, etc.;</p><p>• Perigos provocados pelo desrespeito aos princípios ergonômicos: posturas</p><p>defeituosas, esforços excessivos ou repetitivos, distúrbios psíquicos, estresse, entre</p><p>outros.</p><p>Existem diversos métodos de proteção que podem ser projetados para</p><p>minimizar os riscos das máquinas e equipamentos. Esses métodos devem ser</p><p>projetados de forma que permitam que a operação e manutenção sejam realizadas</p><p>sem a necessidade de retirar as proteções. Para garantir a eficácia de tais métodos,</p><p>Mattos e Másculo (2019), afirmam que, esses devem obedecer aos requisitos a seguir:</p><p>• Prevenir o contato: as proteções devem projetadas para eliminar a</p><p>possibilidade de risco, evitando que o trabalhador ou suas vestimentas entrem em</p><p>contato com a máquina;</p><p>• Ter alta durabilidade: as proteções devem ser feitas com materiais</p><p>adequados, estar fixadas às máquinas e só podem ser retiradas por pessoas</p><p>autorizadas;</p><p>• Proteger de contato com objetos estranhos: a proteção deve garantir que</p><p>nenhum objeto entre em contato com as partes móveis da máquina;</p><p>• Não criar situações de perigo: as proteções não devem ter extremidades ou</p><p>arestas cortantes nem pontos de esmagamento ou agarramento entre as partes da</p><p>proteção e da máquina;</p><p>• Não interferir no trabalho: as proteções não podem atrapalhar o serviço do</p><p>operador, pois isso as torna inutilizáveis.</p><p>As proteções podem ser classificadas como barreira ou anteparos de proteção,</p><p>dispositivos de segurança, isolamento ou separação pela distância de segurança e</p><p>mecanismos auxiliares de proteção. As barreiras de anteparos podem ser proteções</p><p>43</p><p>móveis, fixas, ajustáveis, com intertravamento ou com intertravamento e dispositivos</p><p>de bloqueio.</p><p>• A proteção fixa está sempre na posição para a qual foi projetada, e não</p><p>depende de qualquer parte móvel para desempenhar seu papel. Enquadram-se nessa</p><p>categoria, a proteção por enclausuramento da máquina e a proteção por distância;</p><p>• A proteção móvel é fixada à máquina e pode ser aberta com a ajuda de</p><p>ferramentas. São exemplos: as proteções acionadas por energia, a proteção com</p><p>autofechamento e a proteção de comando;</p><p>• A proteção ajustável é uma proteção que permite a regulagem de parte do</p><p>sistema de proteção conforme o tamanho do material que está em processo;</p><p>• A proteção de intertravamento não permite que a máquina opere caso a</p><p>proteção esteja aberta ou tenha sido retirada;</p><p>• A proteção com intertravamento e dispositivos de bloqueio não permite que a</p><p>máquina volte a operar até que o dispositivo de proteção esteja fechado e travado.</p><p>A Figura 6 a seguir, apresenta exemplos de proteção fixa e móvel e de um</p><p>sistema de acionamento bimanual.</p><p>Figura 7 - Proteção fixa/móvel e sistema de acionamento bimanual</p><p>a) Proteção fixa; b) Proteção móvel; c) Sistema de controle bimanual.</p><p>Fonte: Silva, 2021.</p><p>44</p><p>Além dessas medidas, existem os sensores de posição, dispositivos que param</p><p>o trabalho das máquinas quando detectam que o trabalhador está em uma zona de</p><p>risco. São dispositivos dessa categoria: o fotoelétrico, o de presença por rádio</p><p>frequência e o de sensor eletromecânico.</p><p>A NR 12 estabelece que máquinas e equipamentos devem ser dotados de</p><p>dispositivos de acionamento de parada (BRASIL, 1978). Tais dispositivos, devem</p><p>permitir o acionamento pelo usuário ou terceiro em caso de emergência. Eles não</p><p>podem estar localizados na zona de risco da máquina. Entre os dispositivos de parada,</p><p>estão:</p><p>• Controle de segurança por impacto;</p><p>• Barras de pressão;</p><p>• Dispositivo de segurança tipo vareta de desengate;</p><p>• Cabos de segurança;</p><p>• Controles bimanuais;</p><p>• Controles, tipo porta.</p><p>As proteções por isolamento ou separação pela distância de segurança são</p><p>projetadas para manter as partes perigosas das máquinas fora do alcance do</p><p>trabalhador. Neste caso, podem ser utilizadas proteções como, os métodos de</p><p>alimentação de máquina automática ou semiautomática,</p><p>a extração de</p><p>produtos/peças automática ou semiautomática e os robôs.</p><p>Outros mecanismos de proteção podem ser utilizados para tornar máquinas e</p><p>equipamentos seguros. Esses dispositivos dão ao trabalhador uma margem a mais</p><p>de segurança se utilizados corretamente. Entre eles estão, as placas de advertência,</p><p>as ferramentas manuais (alicates, chaves, pinças, etc.), o escudo, as alavancas de</p><p>empurrão ou o bloqueio de máquinas.</p><p>ATENÇÃO</p><p>As proteções para máquinas e equipamentos não precisam ser utilizadas separadamente. Pelo</p><p>contrário, muitas vezes é a combinação de vários dispositivos de proteção a melhor alternativa para</p><p>eliminar os riscos. Vale lembrar que a participação do trabalhador durante o projeto e a implementação</p><p>dos sistemas de segurança ajuda a garantir que os dispositivos de proteção sejam corretamente</p><p>utilizados. Além disso, deve haver treinamentos, procedimentos de trabalho seguros, inspeções e</p><p>outras formas de garantir que as proteções estão sendo corretamente utilizadas.</p><p>45</p><p>Sabemos que a NR 12 trata especificamente da proteção dos trabalhadores em</p><p>relação a máquinas e equipamentos. Com seus anexos, estabelecem os princípios e</p><p>as medidas técnicas de proteção para a prevenção de acidentes e doenças do</p><p>trabalho nas fases de projeto e para a utilização de máquinas e equipamentos de</p><p>todos os tipos, tanto novas quanto usadas.</p><p>A fase de utilização vai desde o transporte até a desativação da máquina ou</p><p>equipamento. Segundo a NR 12, as instalações e arranjos físicos devem manter os</p><p>requisitos a seguir:</p><p>• Áreas de instalação e circulação devem ser demarcadas e desobstruídas;</p><p>• Áreas de circulação e armazenamento de materiais em torno das máquinas</p><p>devem ser projetadas de modo que o trabalhador possa operar com segurança;</p><p>• Deve haver distância adequada entre máquinas para operações, limpeza e</p><p>abastecimento;</p><p>• Os pisos devem ser adequados (limpos, nivelados e resistentes a cargas);</p><p>• As ferramentas devem estar em lugares específicos;</p><p>• As instalações e os dispositivos elétricos devem concordar com a NR 10;</p><p>• As instalações, as carcaças, os invólucros, as blindagens ou as partes</p><p>condutoras de máquinas e equipamentos devem estar aterradas para poderem ficar</p><p>sob tensão.</p><p>Além das medidas de proteção mencionadas até aqui, é necessário a adoção</p><p>de manutenções regulares das máquinas e equipamentos, conforme orientações dos</p><p>fabricantes. A inspeção, o reparo, a limpeza, o ajuste, a manutenção e as outras</p><p>intervenções necessárias, devem ser executadas por profissionais capacitados.</p><p>Também devem ser adotadas medidas de controle de riscos adicionais provenientes</p><p>da emissão de agentes químicos, físicos e biológicos oriundos de máquinas e</p><p>equipamentos (BRASIL, 1978).</p><p>As máquinas, os equipamentos e suas instalações devem ter sinalizações de</p><p>segurança dos riscos e instruções de operação segura. As sinalizações, como é</p><p>mostrado na Figura 7, devem ser visíveis, legíveis, em língua portuguesa e expostas</p><p>no equipamento. Podem ser utilizadas cores, símbolos, sinais sonoros e luminosos.</p><p>46</p><p>Além disso, todas as máquinas e equipamentos devem ter manual de instrução,</p><p>fornecido pelo fabricante, com indicação dos riscos em todas as fases de operação.</p><p>Figura 8 - Sinalização visual.</p><p>Fonte: Silva, 2021.</p><p>Procedimentos de trabalho e segurança devem ser elaborados para máquinas</p><p>e equipamentos com as indicações de riscos. Além disso, os operadores desses</p><p>devem passar por capacitações, referente aos procedimentos a serem realizados nas</p><p>máquinas e equipamentos. Segundo Camisassa, “a capacitação para operação</p><p>segura de máquinas deve abranger as etapas teórica e prática, a fim de proporcionar</p><p>a competência adequada do operador para trabalho seguro (CAMISASSA, 2022, p.</p><p>300). Ainda segundo o autor, as capacitações devem ser realizadas presencialmente</p><p>em virtude da ausência de autorização na norma para realização na modalidade à</p><p>distância ou semipresencial.</p><p>Observe na NR 12 que, conforme alínea “c” do subitem 12.16.3, para as</p><p>máquinas em geral, a norma não determina a carga horária mínima do treinamento.</p><p>Esta deve ser determinada pelo próprio empregador com base na complexidade da</p><p>máquina a ser operada e nas demais intervenções a serem realizadas, como</p><p>manutenções, reparos, limpezas e ajustes, de tal forma que permita aos trabalhadores</p><p>executarem suas atividades com segurança (BRASIL, 1978).</p><p>47</p><p>Mediante modificações nas máquinas e equipamentos, os operadores devem</p><p>passar por uma nova capacitação, denominada pela NR 12 de “capacitação de</p><p>reciclagem”. Essa deve atender as necessidades da situação que motivou as</p><p>alterações, sendo esta capacitação com carga horária mínima também definida pelo</p><p>empregador, e ser realizada durante a jornada de trabalho.</p><p>Cabe destacar a capacitação de reciclagem da NR 12, é chamada pela NR 01</p><p>de treinamento eventual, ambas as normas determinam como situação motivadora</p><p>destes treinamentos, as mudanças nos procedimentos, condições ou operações de</p><p>trabalho que impliquem em alterações nos riscos. A NR 01, entretanto, acrescenta</p><p>duas situações motivadoras para realização do treinamento eventual, quais sejam:</p><p>•Ocorrência de acidente grave ou fatal;</p><p>•Retorno do trabalhador após afastamentos superiores a 180 dias.</p><p>4.2 Caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques</p><p>Considerado como um dos principais símbolos da primeira revolução industrial,</p><p>as caldeiras a vapor, são equipamentos para produção e acumulação de vapor sob</p><p>pressão superior à pressão atmosférica, usando qualquer fonte de energia. Os vasos</p><p>de pressão, são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa,</p><p>diferente da pressão atmosférica. Já as tubulações são os conjuntos de linhas</p><p>destinadas ao transporte de fluidos entre equipamentos de uma mesma unidade de</p><p>uma empresa dotada de caldeiras ou vasos de pressão (CAMISASSA, 2022).</p><p>Tanto as caldeiras quanto os vasos de pressão são equipamentos de grande</p><p>utilidade em diversos processos industriais. No entanto, por sua operação sob</p><p>pressão, e no caso das caldeiras, também sob calor, podem ser causas de graves</p><p>acidentes, motivo pelo qual seu projeto, instalação, operação e manutenção devem</p><p>observar rígidos procedimentos de segurança. A operação desses equipamentos</p><p>também exige a instalação de diversos dispositivos de segurança e controle, a</p><p>manutenção de registros e documentações atualizadas, profissionais qualificados nas</p><p>diversas intervenções e a realização de várias inspeções.</p><p>Segundo Camisassa (2022), atualmente existem vários códigos de projeto de</p><p>caldeiras, vasos de pressão e tubulações, reconhecidos nacional e</p><p>48</p><p>internacionalmente, como o código American Society of Mechanical Engineers</p><p>(ASME), American National Standards Institute (ANSI), e Japanese Industrial</p><p>Standards (JIS). Várias exigências constantes na NR 13 têm fundamentação técnica</p><p>baseada nos códigos ASME e ANSI.</p><p>Um dos parâmetros a ser observado durante a vida útil das caldeiras, vasos de</p><p>pressão, tanques e tubulações é a integridade estrutural desses equipamentos, em</p><p>razão do processo de degradação sofrido por seus componentes ao longo de sua vida</p><p>útil. Falhas estruturais podem ocorrer também por erros de projeto, inobservância das</p><p>especificações técnicas na fase de fabricação, ou condições de operação e</p><p>manutenção inadequadas.</p><p>Por esses motivos, a NR 13 estabelece os requisitos mínimos que o</p><p>empregador deve adotar nos procedimentos de gestão da integridade estrutural</p><p>destes equipamentos durante todo o seu ciclo de vida, de forma planejada e</p><p>controlada, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores e, claro,</p><p>também a proteção das edificações onde estão instalados para garantir a continuidade</p><p>do negócio, uma vez que, acidentes com estes equipamentos têm potencial destruidor</p><p>devastador.</p><p>É destacado por Camisassa (2022), que a avaliação da integridade</p><p>estrutural,</p><p>não apenas auxilia em uma operação segura, mas também, é utilizada como</p><p>parâmetro de projeção da vida remanescente e eventuais reparos para alcançá-la. No</p><p>caso de caldeiras, um dos mecanismos que podem comprometer a integridade</p><p>estrutural é a falta de tratamento ou o tratamento inadequado da água utilizada para</p><p>geração do vapor, que pode provocar oxidação e incrustações nas paredes internas,</p><p>diminuindo sua espessura e, consequentemente, alterando ou excedendo os limites</p><p>originais de projeto.</p><p>Outros fatores como fadiga, processos de soldagem inadequados e até mesmo</p><p>mecanismos combinados (corrosão-fadiga), também podem comprometer a</p><p>integridade estrutural. Na NR 13 não contém disposições sobre o projeto ou</p><p>características construtivas de caldeiras, vasos de pressão ou tubulações, sendo</p><p>apenas exigido que sejam atendidas as especificações contidas nos códigos de</p><p>projeto pertinentes.</p><p>A referida norma, encarregou ao Profissional Habilitado (PH), a realização de</p><p>tarefas específicas relativas às caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques. O</p><p>49</p><p>profissional habilitado é a referência técnica da qual deve se valer o proprietário da</p><p>caldeira ou do vaso de pressão, pois, na maioria das vezes, este último, carece de</p><p>competência técnica e legal para a tomada de decisões relativas a esses</p><p>equipamentos. O fato de se ter um PH, já pode ser considerado um princípio de</p><p>prevenção contra acidentes que possam acontecer.</p><p>O PH, conforme o subitem 13.3.2 da NR 13, é aquele que possui competência</p><p>legal para exercer a profissão de engenheiro nas atividades relacionadas a projeto de</p><p>construção, acompanhamento da operação e da manutenção, inspeção e supervisão</p><p>de inspeção de caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques metálicos de</p><p>armazenamento, conforme a regulamentação profissional vigente no País. Essa</p><p>regulamentação é dada pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia</p><p>(CONFEA), através da Decisão Normativa 029/1988.</p><p>A NR 13 traz diversas medidas de segurança quanto a instalação, manutenção,</p><p>funcionamento, dentre outros aspectos, visto que o trabalho com as caldeiras, vasos</p><p>de pressão, tubulações e tanques, é um trabalho de grande risco, não apenas para</p><p>quem os opera, mas também para todos os colaboradores que trabalhem dentro da</p><p>organização.</p><p>4.3 Risco grave e iminente</p><p>Segundo o subitem 3.2.1 da NR 3 – Embargo e Interdição –, considera-se risco</p><p>grave e iminente (RGI) toda condição ou situação de trabalho que possa causar</p><p>acidente ou doença com lesão grave ao trabalhador (BRASIL, 1978).</p><p>Neste sentido, de acordo com Camisassa (2022), será considerada condição</p><p>de Risco Grave e Iminente (RGI), a não observância de qualquer item disposto na NR</p><p>13 que coloque em risco a saúde e segurança do trabalhador, assim, a caldeira, vaso</p><p>de pressão, tanque ou tubulação deverá ser interditada. A atual redação da NR 13</p><p>estabelece a seguinte lista não exaustiva de situações que caracterizam risco grave e</p><p>iminente:</p><p>• Operação de equipamentos abrangidos pela norma sem dispositivos de</p><p>segurança ajustados com pressão de abertura igual ou inferior à Pressão Máxima de</p><p>Trabalho Admissível (PMTA), no caso de vasos de pressão, o dispositivo de</p><p>50</p><p>segurança pode ser nele instalado diretamente ou no sistema que o inclui,</p><p>considerados os requisitos do código de projeto relativos a aberturas escalonadas e</p><p>tolerâncias de calibração; já tubulações ou sistemas de tubulação devem possuir</p><p>dispositivos de segurança conforme os critérios do código de projeto utilizado, ou em</p><p>atendimento às recomendações de estudo de análises de cenários de falhas;</p><p>• Atraso na inspeção de segurança periódica de caldeiras;</p><p>• Bloqueio de dispositivos de segurança de caldeiras, vasos de pressão e</p><p>tubulações, sem a devida justificativa técnica baseada em códigos, normas ou</p><p>procedimentos formais de operação do equipamento;</p><p>• Ausência de dispositivo operacional de controle do nível de água de caldeira;</p><p>• Operação de equipamento enquadrado na norma com deterioração atestada</p><p>por meio de recomendação de sua retirada de operação constante de parecer</p><p>conclusivo em relatório de inspeção de segurança, de acordo com seu respectivo</p><p>código de projeto ou de adequação ao uso;</p><p>• Operação de caldeira por trabalhador que não atenda aos requisitos</p><p>estabelecidos no Anexo 1 da norma, ou que não esteja sob supervisão,</p><p>acompanhamento ou assistência específica de operador qualificado.</p><p>Em 1 de julho de 2022, foi publicada uma nova redação da NR 13, através da</p><p>Portaria n.º 1.846, com início de vigência em 1º de novembro de 2022. Essa nova</p><p>regulamentação traz algumas modificações para norma, como a forma em que seus</p><p>anexos devem ser dispostos (Tabela 2).</p><p>Tabela 2 - Forma que a NR 13 deve estar disposta.</p><p>Fonte: NR 13, 2022.</p><p>Em seu art. 3º, é estabelecido um prazo de quatro anos após sua publicação</p><p>para que essa seja aplicada. Além desse prazo, a nova redação estabelece prazo</p><p>para cumprimento de determinações contidas na norma acerca da fabricação dos</p><p>51</p><p>equipamentos, assim como pontos que devem ser verificados na inspeção de</p><p>tubulações fabricadas a partir de 2 de maio de 2014.</p><p>A nova redação mantém o objetivo da norma, com o estabelecimento dos</p><p>requisitos mínimos para gestão de integridade dos equipamentos mencionados, com</p><p>aspectos desde sua instalação até a manutenção, sempre visionando a segurança e</p><p>saúde dos trabalhadores.</p><p>4.4 Fornos</p><p>Os fornos são encontrados nas mais diversas atividades econômicas como</p><p>fundições, indústria automotiva e aeroespacial, indústrias metalúrgicas e siderúrgicas,</p><p>indústria da cerâmica (produção de materiais refratários, revestimentos, louça</p><p>sanitária, isoladores elétricos de porcelana) e várias outras atividades que requeiram</p><p>tratamentos térmicos ou termoquímicos de endurecimento. O principal objetivo dos</p><p>fornos é o fornecimento de calor gerado a partir de diversas fontes, sendo</p><p>basicamente classificados em fornos elétricos e a combustão, como mostra a figura a</p><p>seguir:</p><p>Figura 9 - Tipos de fornos de acordo com a fonte geradora de calor.</p><p>Fonte: Camisassa, 2022.</p><p>52</p><p>As altas temperaturas de operação dos fornos tornam esses equipamentos</p><p>fontes de vários acidentes que vão desde queimaduras (que ocorrem, por exemplo,</p><p>nas fundições, em razão dos respingos do material fundido), até explosões.</p><p>4.4.1 Agentes ambientais</p><p>Os principais agentes ambientais gerados pela utilização de fornos são agentes</p><p>físicos e químicos, já mencionados anteriormente.</p><p>Como medida de proteção contra o calor, a NR 14, determina que:</p><p>14.3.1 Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos</p><p>solidamente, revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante</p><p>não ultrapasse os limites de exposição ocupacional estabelecidos pela NR15</p><p>[...] (BRASIL, 1978, documento online).</p><p>O termo “calor radiante”, corresponde a quantidade de calor que é transferida</p><p>sem suporte material algum, ou seja, a energia radiante passa pelo ar e aquece a</p><p>superfície que será atingida. A NR 14 trata dos fornos para quaisquer fins e também</p><p>determina a instalação de sistemas de proteção específicos quando forem utilizados</p><p>combustíveis gasosos ou líquidos.</p><p>4.4.2 Local de instalação e medidas de proteção</p><p>Os fornos devem ser instalados em locais adequados, oferecendo o máximo</p><p>de segurança e conforto aos trabalhadores, para evitar acúmulo de gases nocivos e</p><p>altas temperaturas em áreas vizinhas. As escadas e plataformas dos fornos devem</p><p>ser feitas de modo a garantir aos trabalhadores a execução segura de suas tarefas</p><p>(BRASIL, 1978).</p><p>Pensando nos riscos ocasionados pelos fornos que utilizam combustíveis</p><p>gasosos ou líquidos, a NR 14 determina que esses devem possuir sistemas de</p><p>proteção, para não ser ocasionada quaisquer explosões, em decorrência de falhas de</p><p>aquecimento ou no acionamento do queimador e, para os casos em que se houver</p><p>chamas, essas sejam contidas.</p><p>53</p><p>Além disso, os fornos devem dispor de chaminé, para que os gases gerados</p><p>no período de funcionamento desse, tenham um canal de escape. A chaminé deve</p><p>ser dimensionada visando a quantidade de gases que passará por ela, conforme é</p><p>estabelecido pelas normas técnicas oficiais acerca da poluição do ar.</p><p>5 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS</p><p>Em capítulos anteriores, o termo insalubridade foi mencionado de forma</p><p>sucinta, mas, ficou claro que é uma situação que coloca a saúde do trabalhador em</p><p>risco, afetada até que a insalubridade seja eliminada. A periculosidade expõe a vida</p><p>do trabalhador ao risco, podendo, repentinamente, atingi-lo de forma violenta,</p><p>levando-o à incapacidade, invalidez permanente ou até mesmo à morte.</p><p>Sobre a história da periculosidade, Camisassa aponta que:</p><p>O adicional de periculosidade surgiu no Brasil com a publicação da Lei 2.573,</p><p>de 15 de agosto de 1955. Essa lei instituiu salário adicional para os</p><p>trabalhadores que exerciam atividades em contato permanente com</p><p>inflamáveis. Dezoito anos depois, foi publicada a Lei 5.880, de 24 de maio de</p><p>1973, estendendo o direito ao adicional para os trabalhadores que exerciam</p><p>atividades em contato permanente com explosivos (CAMISASSA, 2022, p.</p><p>423).</p><p>Com a publicação da Lei 6.514/1977, que alterou o Capítulo V do Título II da</p><p>CLT relativo à segurança e medicina do trabalho, essas atividades foram incluídas</p><p>textualmente como perigosas no art. 193 da CLT. Posteriormente foram incluídas</p><p>como perigosas, neste mesmo artigo, as atividades com energia elétrica, roubos ou</p><p>outras espécies de violência física e aquelas de trabalhador em motocicleta.</p><p>A NR 16 regulamenta o art. 193 da CLT, que lista as atividades consideradas</p><p>perigosas para fins de percepção do adicional de periculosidade:</p><p>Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da</p><p>regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas</p><p>que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado</p><p>em virtude de exposição permanente do trabalhador a:</p><p>I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;</p><p>II – roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais</p><p>de segurança pessoal ou patrimonial [...]</p><p>§ 4.º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em</p><p>motocicleta (BRASIL, 1943, documento online).</p><p>54</p><p>Os incisos I e II do art. 193 estabelecem quais atividades em que o risco</p><p>acentuado é presumido. O § 4.º desse artigo, incluído pela Lei 12.997/2014, também</p><p>inseriu no rol de atividades perigosas as atividades de trabalhadores em motocicletas.</p><p>É de ressaltar que, apesar de existirem outras atividades que apresentem risco</p><p>acentuado, por exemplo, atividades na construção civil, elas não ensejam o</p><p>pagamento do adicional de periculosidade, simplesmente por falta de previsão legal.</p><p>Deve-se salientar ainda que o art. 191 da CLT, estabelece que a insalubridade</p><p>pode ser eliminada com a adoção de medidas coletivas, ou "neutralizada" com o uso</p><p>de EPI. No entanto, tal entendimento não cabe no caso da periculosidade. Sendo</p><p>assim, mesmo adotadas todas as medidas de segurança, por exemplo, em um posto</p><p>de abastecimento de combustível, a periculosidade será caracterizada, uma vez que</p><p>ela é inerente à atividade, além de ser considerada de risco acentuado pelos quadros</p><p>da NR16.</p><p>Saiba mais!</p><p>O risco acentuado, é a probabilidade aumentada da ocorrência de evento que possa</p><p>causar dano. Ao regulamentar o art. 193 da CLT, a NR 16 enumerou taxativamente as</p><p>atividades em condição potencial de risco acentuado e nos casos aplicáveis, as respectivas</p><p>áreas de risco. A norma determina ainda que todas as áreas de risco devem ser delimitadas,</p><p>sob a responsabilidade do empregador.</p><p>5.1 Contato permanente x Exposição permanente</p><p>A partitura anterior do art. 193 da CLT, estabelecia que as atividades ou</p><p>operações perigosas eram aquelas que implicassem contato permanente com</p><p>inflamáveis ou com explosivos em condições de risco acentuado. Já a atual redação</p><p>do respectivo artigo, estabelece como atividades ou operações perigosas aquelas que</p><p>tenham risco acentuado decorrente de exposição permanente a inflamáveis,</p><p>explosivos, energia elétrica ou roubos, entre outras espécies de violência física nas</p><p>atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (BRASIL, 1978).</p><p>O significado da palavra contato é mais limitado que a palavra exposição.</p><p>Enquanto a antiga redação aponta para toque ou tateio das substâncias ou agentes</p><p>físicos periculosos, enquanto a nova redação amplia as situações perigosas para</p><p>55</p><p>possível sujeição ao contato ou às consequências de impactos por acidentes</p><p>desencadeados pelos agentes químicos, físicos e também aos fatores qualificados</p><p>jurídicos normativamente como periculosos.</p><p>Camisassa (2022), destaca que, a CLT e a NR 16 não dispõem de uma</p><p>definição para o termo “exposição permanente”, mas que existe uma jurisprudência</p><p>sumulada do TST que traz um entendimento ampliado, o qual é destacado adiante.</p><p>SÚMULA 364 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,</p><p>PERMANENTE E INTERMITENTE.</p><p>I – Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto</p><p>permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco.</p><p>Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o</p><p>fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.</p><p>Assim, o direito à percepção do adicional de periculosidade não ocorrerá nos</p><p>casos em que a exposição for eventual, sendo essa, caracterizada tanto pela</p><p>exposição fortuita ou habitual. No caso em que a exposição não seja caracterizada</p><p>como eventual, será provavelmente enquadrada como permanente ou intermitente,</p><p>sendo, nesse caso, devido o adicional.</p><p>O adicional de periculosidade, diferente da insalubridade, não possui graus de</p><p>periculosidade, esse corresponde a uma única porcentagem de 30% sobre o salário,</p><p>sem considerar os acréscimos por gratificações, prêmios, ou até mesmo,</p><p>participações nos lucros da empresa.</p><p>5.2 Mineração</p><p>Segundo Camisassa (2022), mineração é a atividade dedicada à pesquisa,</p><p>exploração, extração e beneficiamento de minerais existentes nas rochas e/ou nos</p><p>solos. Dependendo do mineral a ser extraído, a atividade poderá ser realizada a céu</p><p>aberto ou no subsolo. A maioria da extração mineral brasileira é feita a céu aberto,</p><p>sendo pequena a quantidade de minas subterrâneas.</p><p>Conforme Decreto 6.481, de 12.06.2008, que trata da proibição das piores</p><p>formas de trabalho infantil, a atividade em escavações, subterrâneos, pedreiras,</p><p>56</p><p>garimpos, minas em subsolo e a céu aberto é proibida aos menores de 18 anos, salvo</p><p>nas hipóteses previstas no próprio Decreto.</p><p>A segurança dos trabalhadores no setor de mineração é regida pela NR 22,</p><p>uma das primeiras NRs publicadas em 1978. Em 1999, a redação original foi alterada</p><p>com a inclusão de novas medidas de prevenção de acidentes, com destaque para:</p><p>• Inclusão do direito de recusa dos trabalhadores em exercer atividades em</p><p>condições de risco para sua segurança e saúde ou de terceiros;</p><p>• Obrigatoriedade de elaboração do PGR;</p><p>• Obrigatoriedade de constituição da CIPA da mineração (CIPAMIN);</p><p>• Obrigatoriedade de utilização de processos umidificados nas operações de</p><p>perfuração ou corte, a fim de evitar a dispersão da poeira no ambiente de trabalho,</p><p>para prevenção da silicose;</p><p>• Obrigatoriedade de fornecimento ao trabalhador do subsolo de alimentação</p><p>compatível com o trabalho, sob a orientação de nutricionista, na forma da legislação</p><p>vigente.</p><p>Desde sua criação, a norma passou por 12 alterações/atualizações, resultantes</p><p>de negociações com a tripartite, algumas modificações foram pequenas, como em</p><p>2011, onde foram alterados itens relacionados aos transportadores contínuos. Em</p><p>2018 e 2019, a referida norma passou por</p><p>duas modificações em decorrência de dos</p><p>rompimentos de barragens que ocorreram no Estado de Minas Gerais, em 2018 as</p><p>alterações foram voltadas às barragens de rejeitos, já em 2019, as alterações foram</p><p>referentes as áreas de vivência.</p><p>O objetivo da NR 22 é de estabelecer parâmetros para melhorar as condições</p><p>de trabalho do setor mineral, no intuito de reduzir a incidência de doenças e acidentes</p><p>do trabalho. A norma dispõe sobre os preceitos a serem observados na organização</p><p>e no ambiente de trabalho, para tornar compatíveis o planejamento e o</p><p>desenvolvimento da atividade minerária com a busca permanente da segurança e</p><p>saúde dos trabalhadores (BRASIL, 1978).</p><p>Em específico, a referida norma se aplica na mineração subterrânea,</p><p>mineração a céu aberto e garimpos, no que lhe couber. Além disso, a norma se aplica</p><p>em algumas atividades correlatas à exploração mineral, como o beneficiamento, e a</p><p>pesquisa mineral.</p><p>57</p><p>A pesquisa mineral, é a fase anterior à exploração e corresponde à execução</p><p>dos trabalhos necessários à definição da jazida, sua avaliação e determinação da</p><p>exequibilidade do seu aproveitamento econômico.</p><p>Toda mina, garimpo e atividades de beneficiamento e pesquisa mineral devem</p><p>estar sob supervisão técnica de profissional legalmente habilitado, que deve registrar</p><p>todas as atividades realizadas por ele em um livro ou fichas próprias, as quais devem</p><p>permanecer no estabelecimento à disposição da fiscalização.</p><p>5.3 Riscos na atividade de mineração</p><p>Os riscos das atividades da mineração dependem de várias condições, como</p><p>tipo de mineral a ser extraído (granito, ferro, manganês, mármore, talco), formação</p><p>geológica do mineral e da rocha encaixante, presença de gases, presença de água,</p><p>condições estruturais da mina, equipamentos utilizados (mecanização), entre outros.</p><p>De acordo com Camisassa,</p><p>A mineração subterrânea oferece maiores riscos aos trabalhadores do que a</p><p>mineração a céu aberto, principalmente pelo fato de a mina de subsolo ser</p><p>um local confinado sujeito a explosões e incêndios e em muitos casos possuir</p><p>sistemas precários de iluminação e ventilação, além de diversas condições</p><p>insalubres, como umidade devido a locais encharcados (CAMISASSA, 2022,</p><p>p. 572).</p><p>Entre os riscos existentes na atividade minerária, podemos ressaltar os riscos</p><p>químicos, devido aos agentes químicos como sílica livre cristalizada, entre outros</p><p>agentes que ficam dispersos no ar, seja em forma de poeira ou fumos metálicos, além</p><p>disso, temos os gases, presentes principalmente em minas de cartão e potássio,</p><p>propiciando o risco de explosões e incêndios.</p><p>Na atividade minerária também constam riscos físicos, com as radiações</p><p>ionizantes e não ionizantes, além do calor, os ruídos e vibrações. Por ser um trabalho</p><p>com condições de higiene precários, esta passa a estar sujeito aos fungos e bactérias,</p><p>que correspondem aos riscos biológicos.</p><p>Além dos riscos já mencionados, os trabalhadores ficam completamente</p><p>expostos aos riscos de acidentes, como a queda de chocos, desmoronamentos,</p><p>queda de altura, etc., por último, os riscos ergonômicos, em decorrência das</p><p>condições de trabalho que exigem posturas extremas, devido aos pequenos espaços</p><p>58</p><p>de passagem nos locais de mineração. Geralmente, nestes ambientes, trabalhadores</p><p>exercem ritmos de trabalho e jornadas excessivas, colocando em risco, além da saúde</p><p>física, a saúde mental.</p><p>Em virtude dos riscos em que os trabalhadores estão expostos nas atividades</p><p>em subsolo, a CLT estabelece cuidado especial para estes.</p><p>Art. 293. A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas</p><p>no subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis)</p><p>semanais.</p><p>Art. 294. O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local do</p><p>trabalho e vice-versa será computado para o efeito de pagamento do salário.</p><p>Art. 295. A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser elevada</p><p>até 8 (oito) horas diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais, mediante acordo</p><p>escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho,</p><p>sujeita essa prorrogação à prévia licença da autoridade competente em</p><p>matéria de higiene do trabalho.</p><p>Parágrafo único. A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser</p><p>inferior a 6 (seis) horas diárias, por determinação da autoridade de que trata</p><p>esse artigo, tendo em vista condições locais de insalubridade e os métodos e</p><p>processos do trabalho adotado.</p><p>Art. 298. Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será</p><p>obrigatória uma pausa de 15 (quinze) minutos para repouso, a qual será</p><p>computada na duração normal de trabalho efetivo.</p><p>Art. 301. Trabalho permitido a homens: O trabalho no subsolo somente será</p><p>permitido a homens, com idade compreendida entre 21 (vinte e um) e 50</p><p>(cinquenta) anos [...] (BRASIL, 1943, documento online).</p><p>Como já mencionado, a exigência do PGR foi incluída na NR 22 em 1999, este</p><p>deve contemplar ações para que os riscos existentes nas diversas fases da atividade</p><p>minerária sejam controlados ou eliminados. O programa também deve abranger os</p><p>aspectos relacionados a avaliação dos riscos, visando a segurança e saúde dos</p><p>trabalhadores, indicando as medidas de eliminação, controle ou redução dos riscos</p><p>identificados e o cronograma de sua implantação.</p><p>Obrigações e direitos dos trabalhadores</p><p>Conforme está disposto nos itens 22.4 e 22.5 da NR 22, cabe aos trabalhadores</p><p>o zelo pela própria segurança e saúde ou de terceiros, que possam ser afetados por</p><p>suas ações ou omissões no trabalho. Estando este sujeito a colaborar com a empresa</p><p>ou permissionário de lavra garimpeira no cumprimento das disposições legais e</p><p>regulamentares, inclusive as normas internas. Em decorrência da identificação de</p><p>riscos, é direito do trabalhador a interrupção de suas tarefas, de imediato (BRASIL,</p><p>1978).</p><p>59</p><p>O trabalhador também tem como obrigação, a realização de comunicados</p><p>quanto aos riscos identificados, visando sua segurança e dos colegas de trabalho. O</p><p>comunicado deve ser feito de imediato aos superiores hierárquicos. Assim também, o</p><p>trabalhador tem o direito de ser comunicado, mediante a identificação de riscos, por</p><p>parte de seus supervisores.</p><p>Máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações</p><p>Todos os equipamentos, maquinários, instalações elétricas e auxiliares, devem</p><p>ser projetados, montados, operados e mantidos conforme as normas técnicas</p><p>vigentes e as instruções dos fabricantes, as melhorias que for necessário realizar,</p><p>devem ser feitos por profissional habilitado.</p><p>Máquinas, equipamentos, sistemas e demais instalações que funcionem</p><p>automaticamente devem conter dispositivos de fácil acesso, que interrompam seu</p><p>funcionamento quando necessário. As máquinas e sistemas de comando automático,</p><p>uma vez paralisados, somente podem voltar a funcionar com prévia sinalização</p><p>sonora de advertência. As máquinas e equipamentos de grande porte devem possuir</p><p>sinal sonoro que indique o início de sua operação e inversão de seu sentido de</p><p>deslocamento.</p><p>Segundo Camisassa (2022), nas operações de início de furos com marteletes</p><p>pneumáticos deve ser usado dispositivo adequado para firmar a haste, sendo vedada</p><p>a utilização exclusiva das mãos.</p><p>As instalações, máquinas e equipamentos, em locais com possibilidade de</p><p>ocorrência de atmosfera explosiva, devem ser à prova de explosão, observando as</p><p>especificações constantes na norma ABNT NBR IEC 60079-0 – Atmosferas</p><p>explosivas Parte 0: Equipamentos – Requisitos gerais.</p><p>A NR 22 estabelece critérios diferenciados daqueles previstos na NR 5 para a</p><p>constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na</p><p>Mineração (CIPAMIN). Tais critérios possibilitam os trabalhadores a se organizarem</p><p>de forma autônoma no local do trabalho, assumindo seu papel e responsabilidades no</p><p>controle dos riscos existentes nos ambientes de trabalho (BRASIL, 1978).</p><p>A CIPAMIN quebra o princípio</p><p>da paridade consagrada na NR 5, uma vez que,</p><p>apenas o presidente e seu suplente serão nomeados pelo empregador, sendo os</p><p>demais membros eleitos pelos trabalhadores. Essa é uma diferença importante no</p><p>60</p><p>tocante à CIPA das empresas urbanas: na CIPAMIN há apenas dois únicos</p><p>representantes do empregador, o presidente da Comissão e seu suplente. Ou seja,</p><p>na CIPAMIN não há paridade entre os representantes do empregador e dos</p><p>empregados.</p><p>A NR 22 também amplia o número de Comissões, uma vez que, todas as</p><p>empresas de mineração ou Permissionários de Lavra Garimpeira com 15, ou mais</p><p>empregados deverão organizar e manter em regular funcionamento uma Comissão</p><p>Interna de Prevenção de Acidentes na mineração (CIPAMIN). No caso das empresas</p><p>enquadradas no Quadro I da NR 5, a quantidade mínima para constituição da CIPA é</p><p>de 20 empregados.</p><p>Treinamento</p><p>A empresa ou Permissionário de Lavra Garimpeira possuem a</p><p>responsabilidade de treinar, qualificar e fornecer aos trabalhadores informações,</p><p>instruções e reciclagem necessárias para preservação da sua segurança e saúde,</p><p>levando-se em consideração o grau de risco e as operações.</p><p>A NR 22, também dispõe sobre o treinamento admissional para os</p><p>trabalhadores que desenvolverão atividades no setor de mineração, bem como</p><p>daqueles transferidos da superfície para o subsolo ou vice-versa. Esse treinamento</p><p>deve ser composto por:</p><p>•Treinamento introdutório geral;</p><p>•Treinamento específico na função;</p><p>•Treinamento específico com reciclagem;</p><p>•Orientação em serviço.</p><p>6 TRABALHO RURAL</p><p>Amparados pela NR 31, os trabalhadores rurais são regidos pela lei própria, a</p><p>Lei 5.889/1973, que dispõe em seu art. 1º que:</p><p>Art. 1° As relações de trabalho rural serão reguladas por esta Lei e, no que</p><p>com ela não colidirem, pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho,</p><p>61</p><p>aprovada pelo Decreto-lei n.º 5.452, de 01/05/1943 (BRASIL, 1973,</p><p>documento online).</p><p>Portanto, a CLT também regulamenta o trabalho rural, mas, de forma</p><p>subsidiária, no que não colidir com o disposto na Lei 5.889/1973.</p><p>A NR 31, no que lhe concerne, passou por profunda modificação para atender</p><p>adequadamente as atuais demandas vindas do setor rural, visando a proteção de</p><p>todos os trabalhadores. Além de seu texto geral, a norma possui dois anexos, destinas</p><p>aos meios de acesso a máquinas, equipamentos e implementos, e sobre quadros e</p><p>figuras auxiliares.</p><p>A referida norma pode ser aplicada em algumas atividades em específico,</p><p>tendo sido estas verificadas as formas de relação de trabalho e emprego, assim como</p><p>o local em que são realizadas, entre as atividades estão a agricultura, pecuária,</p><p>silvicultura, exploração florestal, a aquicultura e todas as atividades relacionadas com</p><p>as áreas mencionadas. Além dessas, a NR 31 se aplica às atividades de exploração</p><p>industrial desenvolvidas nos estabelecimentos rurais.</p><p>Em sua obra, Camisassa (2022), menciona que muitas dúvidas surgem quanto</p><p>ao enquadramento de determinadas atividades como trabalho rural como, por</p><p>exemplo, as atividades de armazenamento de grãos, essas não estão sob o escopo</p><p>da NR 31, independente se o armazenamento é realizado em área rural ou urbana,</p><p>pois não se enquadram como atividades agro econômicas, nem em hipóteses de</p><p>exploração industrial, conforme disposto no Decreto 10.854/2021.</p><p>6.1 Responsabilidades do empregador</p><p>Cabe ao empregador do setor rural ou equiparado, cumprir e fazer cumprir as</p><p>disposições legais e regulamentares quanto a segurança e saúde no trabalho rural,</p><p>para garantir aos trabalhadores rurais condições de trabalho adequadas, higiene e</p><p>conforto.</p><p>A expressão “cumprir e fazer cumprir”, expressa que o empregador rural ou</p><p>equiparado, não somente deve cumprir a legislação, mas também, exigir que os</p><p>trabalhadores e terceiros também a cumpram ao adentrarem no estabelecimento</p><p>rural. Isso inclui a efetivação das medidas de prevenção e proteção.</p><p>62</p><p>Cabe ao empregador rural, a adoção dos procedimentos necessários, mediante</p><p>a ocorrência de acidentes e doenças de trabalho, incluindo a análise das respectivas</p><p>causas, com o intuito de evitar que novos acidentes e/ou adoecimentos aconteçam.</p><p>Camisassa (2022), destaca que, a análise de acidentes e doenças de trabalho no meio</p><p>rural, deve ser feita independente da atividade ou porte do estabelecimento rural.</p><p>Acidentes do trabalho são eventos multifatoriais ou multicausais e por este motivo a</p><p>análise correspondente deve alcançar os aspectos organizacionais e outros fatores</p><p>latentes, determinantes e “invisíveis”, muito além dos fatores visíveis e imediatos que</p><p>possam ter contribuído ou interferido na sua ocorrência.</p><p>Além das responsabilidades aqui mencionadas, estão dispostas na NR 31</p><p>outras responsabilidades que cabem ao empregador ou equiparado no trabalho rural,</p><p>como o seu papel diante do PGR que no setor rural é adotado o Programa de</p><p>Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural (PGRTR).</p><p>A NR 31 não especifica o profissional que deve elaborar o PGRTR, mas</p><p>dependendo a complexidade das atividades rurais, é importante contar com uma</p><p>equipe multidisciplinar na elaboração deste programa. Este deve ser elaborado e</p><p>implementado por ações de segurança e saúde que visem a prevenção dos acidentes</p><p>e doenças decorrentes do trabalho nas atividades rurais, contemplando todos os</p><p>riscos que os trabalhadores estejam expostos, sejam eles, químicos, físicos,</p><p>biológicos, acidentes e até mesmo aqueles relacionados aos fatores ergonômicos.</p><p>Quanto ao cuidado com a saúde dos trabalhadores, a NR 31 não estabelece</p><p>como responsabilidade do empregador, a elaboração de um documento contendo o</p><p>Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), mas, isso não</p><p>dispensa a responsabilidade de manter a vigilância da saúde de seus empregados.</p><p>Assim, o empregador rural ou equiparado deve planejar e executar ações de</p><p>preservação da saúde ocupacional dos trabalhadores, as quais devem ser baseadas</p><p>na identificação dos perigos e necessidades peculiares das atividades rurais.</p><p>6.2 Responsabilidades dos trabalhadores</p><p>Os trabalhadores, possuem a responsabilidade de cumprir com todas as</p><p>determinações sobre as formas seguras de desenvolver suas atividades, em especial</p><p>63</p><p>as ordens de serviço emitidas para este fim. Apesar de esta ser a única referência na</p><p>NR 31 relativa às ordens de serviço, devemos nos lembrar que se trata de documento</p><p>escrito, específico e auditável, emitido pelo empregador, devendo conter, no mínimo,</p><p>a descrição do serviço, a data, o local, nome e a função dos trabalhadores e dos</p><p>responsáveis pelo serviço e por sua emissão e os procedimentos de trabalho e</p><p>segurança.</p><p>Os trabalhadores também devem adotar as medidas de prevenção e proteção</p><p>determinadas pelo empregador, conforme a NR 31, sob pena de constituir ato faltoso</p><p>a recusa injustificada. Segundo Camisassa (2022), as recusas injustificadas</p><p>reiteradas, por exemplo, de uso de EPI ou de se submeter a exames médicos, podem</p><p>levar até à demissão por justa causa, conforme art. 482 da CLT, alínea “h”, por se</p><p>tratarem de ato de indisciplina ou insubordinação.</p><p>Cabe aos trabalhadores a conservação das áreas de vivência, sendo estes</p><p>responsáveis por preservarem as condições oferecidas e o cumprimento de todas as</p><p>orientações recebidas quanto aos procedimentos seguros de operação, alimentação,</p><p>abastecimento, limpeza, manutenção, inspeção, transporte, desativação, desmonte e</p><p>descarte das ferramentas, máquinas e equipamentos.</p><p>Assim como é disposto para o trabalhador de outros setores, mediante</p><p>identificação de alguma máquina ou equipamento danificado, este deve comunicar ao</p><p>seu superior imediatamente, para que este seja substituído, visando a segurança do</p><p>trabalhador.</p><p>6.3 Direitos dos trabalhadores</p><p>Um dos principais direitos do trabalhador rural é ter um ambiente de trabalho</p><p>seguro e saudável. Este grupo de trabalhadores é representado pela</p><p>Comissão</p><p>Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR), os quais fazem um</p><p>intermédio entre empregador e trabalhadores.</p><p>As medidas de prevenção que serão adotadas pelo empregador ou equiparado,</p><p>devem ser previamente passadas a CIPATR, que repassará aos trabalhadores, pois,</p><p>estes devem ser consultados quanto aos métodos a serem adotados.</p><p>64</p><p>Outro direito do trabalhador rural, é o chamado “direito de recusa”, que</p><p>corresponde ao direito de interromper as atividades, mediante a identificação de risco</p><p>grave e iminente para sua vida e saúde. Caso comprovada pelo empregador a</p><p>situação de grave e iminente risco, a volta dos trabalhadores à atividade somente</p><p>poderá ser exigida após a adoção das medidas corretivas para eliminar o risco grave</p><p>e iminente.</p><p>6.4 Segurança no trabalho em máquinas, equipamentos e implementos</p><p>Muitas são as máquinas utilizadas no meio rural, como derriçadeiras,</p><p>adubadoras, colhedoras, forrageiras, motosserras, etc. A NR 31 estabelece algumas</p><p>disposições quanto ao assunto, essas disposições devem integrar as máquinas,</p><p>equipamentos e implementos desde a fabricação, não podendo ser considerados os</p><p>itens opcionais para quaisquer fins.</p><p>Camisassa (2022) ressalta que, as máquinas, equipamentos e implementos</p><p>devem ser utilizados segundo as especificações técnicas do fabricante e dentro dos</p><p>limites operacionais e restrições por ele indicados, e operados por trabalhadores</p><p>capacitados, qualificados ou habilitados para tais funções.</p><p>A NR 12 que trata sobre a segurança no trabalho com máquinas e</p><p>equipamentos, não se aplica a NR 31, mas, vários requisitos constantes na NR 31</p><p>voltado pra essa área, são semelhantes aos dispostos na NR 12, como por exemplo,</p><p>aquelas relativas aos dispositivos de partida, acionamento e parada, sistemas de</p><p>segurança e manutenção. Portanto, cabe verificação junto a norma antes de iniciar o</p><p>trabalho com quaisquer equipamentos.</p><p>6.5 Capacitação e treinamento</p><p>Como já visto em todas as áreas apresentadas até aqui, o trabalho rural</p><p>também exige a realização de capacitações e treinamentos, os quais devem ser</p><p>promovidos pelo empregador ou equiparado.</p><p>Mediante contratação do trabalhador, antes de dar início em suas funções, este</p><p>deve passar por um treinamento inicial, o mesmo acontece em caso de mudança de</p><p>65</p><p>função. O outro tipo de treinamento existente é o periódico, também conhecido como</p><p>reciclagem, o qual deve acontece conforme estabelecido pela NR 31, quando este</p><p>não for estabelecido, deve ocorrer em prazo definido pelo PGRTR.</p><p>Quanto a modalidade do treinamento, a NR 31 determina que:</p><p>31.2.6.9 Os treinamentos ou capacitações podem ser ministrados nas</p><p>modalidades presencial, semipresencial ou de ensino a distância, desde que</p><p>atendidos os requisitos operacionais, administrativos, tecnológicos e de</p><p>estruturação pedagógica previstos no Anexo II da Norma Regulamentadora</p><p>n.º 1 - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais</p><p>(BRASIL, 2005, documento online).</p><p>A capacitação dos trabalhadores é algo abrangente em relação à transmissão</p><p>de conhecimento, pois além do treinamento, podem ser inclusos, estágio prático,</p><p>prática profissional supervisionada, orientação em serviço, exercícios simulados e</p><p>habilitação para operação de veículos, embarcações, máquinas ou equipamentos.</p><p>A NR 31 também estabelece quanto aos treinamentos que, os empregadores</p><p>devem emitir certificados aos trabalhadores, com registro da carga horária do</p><p>treinamento e uma cópia deste certificado deve ser arquivada juntamente aos demais</p><p>documentos do trabalhador.</p><p>7 ESPAÇOS CONFINADOS</p><p>Definido pela NR 33, como qualquer área não projetada para ocupação</p><p>humana, com meios limitados de entrada e saída, e considerado como ambiente de</p><p>atmosfera perigosa, os espaços confinados, são encontrados em diversas atividades</p><p>econômicas. Camisassa (2022) completa que nestes espaços a ventilação existente</p><p>é insuficiente para remoção de agentes contaminantes, podendo estes espaços,</p><p>existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. O termo “atmosfera perigosa”</p><p>conforme estabelece a referida norma, é ao ter a presença de contaminantes com</p><p>potencial de causar danos à saúde do trabalhador ou o ambiente considerado como</p><p>atmosfera explosiva. (BRASIL, 2022).</p><p>Atualmente respaldado pela NR 33, com o título “Segurança e saúde no</p><p>trabalho em espaços confinados”, até 2005, não existia uma norma em específico</p><p>destinada aos espaços confinados, o que existiam eram várias normas setoriais que</p><p>estabeleciam medidas de segurança para reduzir os riscos de acidentes nestes locais,</p><p>66</p><p>como, por exemplo, as NR 29 e 30, que estabeleciam medidas de segurança nos</p><p>trabalhos de limpeza e manutenção dos espaços confinados existentes nos portos e</p><p>embarcações.</p><p>A diversidade nos espaços confinados existentes e o elevado números de</p><p>acidentes de trabalho registrados nestes ambientes, que de acordo com Camisassa</p><p>(2022), em muitas vezes eram caracterizados como “morte em série”, levaram à</p><p>decisão de se criar uma norma que abordasse o tema de modo detalhado e</p><p>estruturado, então em 2006 foi publicada a NR 33.</p><p>Em junho de 2022, foi publicada a portaria n.º 1.690, para aprovação da nova</p><p>redação da NR 33. Essa publicação determinou que a interpretação da norma deve</p><p>ser conforme disposto na Tabela 3, a seguir:</p><p>Tabela 3 - Interpretação NR 33.</p><p>Fonte: Brasil, 2022.</p><p>Com a publicação desta nova portaria, as portarias 202/2006 e 1.407/2012,</p><p>foram revogadas, além disso, através do art. 3º foi estabelecido o prazo de 5 anos</p><p>para entrada em vigor do subitem 33.5.13.3.1, que estabelece que: “A exigência</p><p>prevista no subitem 33.5.13.3 não se aplica a espaços confinados já existentes em</p><p>vias públicas, exceto quando ocorrer a substituição da tampa de acesso” (BRASIL,</p><p>2022, documento online).</p><p>Para esclarecimento, o subitem 33.5.13.3 estabelece que:</p><p>33.5.13.3 Em locais com exposição a agentes agressivos ou circulação de</p><p>pessoas, veículos ou equipamentos, a sinalização permanente deve ser</p><p>indelével, de forma a garantir que não seja danificada ou retirada. (BRASIL,</p><p>2022, documento online).</p><p>A norma visa garantir permanentemente a segurança e a saúde de</p><p>trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nos espaços confinados,</p><p>identificando estes espaços existentes nos estabelecimentos. Além disso, a norma</p><p>67</p><p>estabelece os requisitos mínimos para reconhecimento, avaliação, monitoramento e</p><p>o controle dos riscos existentes nos espaços.</p><p>É importante esclarecer que a NR 33 não identifica, nem classifica espaços</p><p>confinados, a norma estabelece os requisitos para caracterização dos espaços</p><p>confinados, os critérios para gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de</p><p>prevenção (BRASIL, 2022).</p><p>As medidas de proteção garantem a entrada, o trabalho e a saída segura dos</p><p>espaços confinados. Os riscos existentes nesses espaços são muitas vezes invisíveis,</p><p>por exemplo, atmosferas explosivas, daí a importância do seu reconhecimento,</p><p>avaliação, monitoramento e controle. Além do que é estabelecido na NR 33, também</p><p>devem ser levados em considerados os itens estabelecidos pela NR 01.</p><p>7.1 Profissionais</p><p>Os trabalhadores que exercem atividades em espaços confinados estão</p><p>sujeitos a diversos acidentes, dentre os quais destacam-se: intoxicação, incêndio,</p><p>explosão, afogamento, engolfamento, soterramento, quedas de altura, entre inúmeros</p><p>outros. Com isso, a norma estabelece quais são os profissionais que podem estar</p><p>envolvidos nestes trabalhos e suas respectivas atribuições dispostas a seguir.</p><p>• Responsável técnico: é o profissional habilitado responsável pela identificação</p><p>e elaboração do cadastro dos espaços confinados, pela adaptação do modelo da</p><p>Permissão de Entrada e Trabalho (PET), elaboração de procedimentos de segurança</p><p>quanto ao espaço confinado, a indicação dos equipamentos para trabalho em espaços</p><p>confinados, elaboração do plano de resgate e pela coordenação e capacitação dos</p><p>trabalhadores e equipe de emergência e salvamento;</p><p>• Supervisor de entrada: é o profissional capacitado para operar a permissão</p><p>de entrada com a responsabilidade de preencher e assinar a PET, além disso, cabe a</p><p>esse profissional, a execução de testes e a checagem dos equipamentos antes do</p><p>uso, a implementação dos procedimentos da PET, assegurar que os serviços de</p><p>emergência e salvamento estejam de prontidão e as formas de acionamento ao</p><p>resgate estejam operantes, e que o vigia esteja operante durante os trabalhos</p><p>68</p><p>realizados, o encerramento da PET ao finalizar os serviços, e quando necessário, é</p><p>este profissional que realiza o cancelamento dos procedimentos de entrada e trabalho;</p><p>• Vigia: é o profissional que permite controla a entrada das pessoas nos</p><p>espaços confinados, permitindo apenas a entrada de pessoas autorizadas, dessa</p><p>forma, este profissional consegue controlar a quantidade de trabalhadores,</p><p>assegurando que ao término da atividade todos os trabalhadores saiam do espaço,</p><p>caso necessário, o vigia aciona a equipe de resgate. Além disso, ele fica sempre</p><p>atento aos sinais de perigo, que caso existam, ele ordena o abandono do espaço e</p><p>realiza a comunicação ao supervisor mediante a identificação de qualquer evento não</p><p>previsto ou estanho à operação de vigilância;</p><p>• Trabalhadores autorizados: estes profissionais são os que trabalham</p><p>diretamente nos espaços confinados, devendo estes cumprir as orientações recebidas</p><p>em treinamentos e os procedimentos previstos na PET, eles devem fazer o uso correto</p><p>dos equipamentos fornecidos pela organização e no caso de situações de risco,</p><p>devem comunicar ao vigia ou supervisor imediatamente;</p><p>• Equipe de emergência e salvamento: também chamada de equipe de resgate,</p><p>é a equipe destinada a assegurar que as medidas de salvamento e primeiros socorrer</p><p>esteja operante e nos casos de emergência, cabe a essa equipe executar o resgate.</p><p>Além disso, a equipe deve participar de exercício de simulado anual de salvamento</p><p>que contemple os possíveis cenários de acidentes em espaços confinados, segundo</p><p>o que é previsto no plano de resgate.</p><p>A PET, mencionada anteriormente, corresponde ao documento de autorização</p><p>para entrada e execução dos serviços em espaço confinado. Conforme a NR 33, este</p><p>documento deve conter a identificação do espaço confinado, o objetivo da entrada,</p><p>todos os perigos identificados e as devidas medidas de controle, a avaliação</p><p>quantitativa da atmosfera, relação de todos os profissionais envolvidos no trabalho,</p><p>A autorização deve ser apresentada em duas vias, sendo uma entregue ao</p><p>supervisor de entrada e a outra ao vigia. No caso da PET emitida por meio digital,</p><p>essa deve estar acessível de forma permanente ao vigia, no período de execução da</p><p>atividade e deve ser adotado procedimento de certificação de assinatura conforme</p><p>disposto na NR 01.</p><p>69</p><p>7.2 Ventilação</p><p>Como já mencionado anteriormente, em espaços confinados, a ventilação</p><p>existente é deficiente e às vezes até mesmo inexistente, potencializando os riscos</p><p>existentes. Com isso, a norma estabelece que:</p><p>33.5.16.2 [...] a) o sistema de ventilação deve ser selecionado e</p><p>dimensionado de acordo com as características dos espaços confinados,</p><p>observando as recomendações previstas em normas técnicas nacionais ou,</p><p>de forma complementar, as normas internacionais aplicáveis, a fim de garantir</p><p>a renovação do ar; e b) as condições térmicas devem observar o disposto no</p><p>Anexo III da NR-09 (BRASIL, 2022, documento online).</p><p>De acordo com Camisassa (2022), os sistemas de ventilação mecânica são a</p><p>medida mais eficiente para controlar atmosferas perigosas em virtude da presença de</p><p>gases e vapores tóxicos e inflamáveis e deficiência de oxigênio. Além de renovar o ar,</p><p>esses sistemas auxiliam no controle do calor e da umidade no interior dos espaços</p><p>confinados.</p><p>Em seu subitem 33.5.16.3, a NR 33 estabelece que “é proibida a ventilação</p><p>com oxigênio puro” em um espaço confinado, visto que tal procedimento aumenta o</p><p>risco de explosão.</p><p>8 EMPRESAS DE ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS</p><p>A carne é um dos principais produtos do agronegócio brasileiro no cenário</p><p>internacional, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais de carne bovina,</p><p>suína e de frango. Entretanto, enquanto as empresas recebem prêmios de alta</p><p>produtividade e qualidade da carne, a margem do adoecimento dos milhares de</p><p>trabalhadores nestas empresas continua a subir.</p><p>Os trabalhadores deste setor, realizam jornadas excessivas e muitas das vezes</p><p>não usufruem de pausas para descanso e não possuem condições ergonômicas</p><p>adequadas, entre os riscos neste ambiente estão os movimentos repetitivos, estresse,</p><p>fadiga, ausência de manutenção de posturas, entre outros, que vem contribuindo ao</p><p>elevado índice de adoecimento e acidentes de trabalho. Também não são raros os</p><p>casos de afastamento com incapacidade permanente para o trabalho. Tais situações</p><p>70</p><p>são encontradas nas empresas dos mais variáveis níveis tecnológicos, que vão desde</p><p>aquelas que abatem animais em condições sanitárias precárias até as que atendem</p><p>ao mercado internacional (CAMISASSA, 2022).</p><p>Em razão desse cenário adverso, bem como pela complexidade e abrangência</p><p>do setor econômico envolvido, o processo de criação da NR 36 foi longo, iniciando-se</p><p>em 2011, sendo sua primeira redação publicada em 2013. Como norma setorial,</p><p>ganharam destaque os riscos específicos do setor, quais sejam, físicos, químicos,</p><p>biológicos, riscos de acidentes e riscos relacionados a fatores ergonômicos.</p><p>De acordo com Camisassa (2022), é oportuno ressaltar que importantes</p><p>conquistas começaram a ser alcançadas com a publicação da NR 36, entre elas, a</p><p>organização temporal, ou seja, obrigatoriedade de introdução de rodízios e pausas</p><p>para descanso, bem como a exigência de alternância de posturas, possibilitando que</p><p>o trabalhador exerça atividades que demandem diferentes exigências físico-motoras,</p><p>para evitar posturas estáticas e movimentos excessivamente repetitivos.</p><p>O principal objetivo da NR 36 é estabelecer requisitos mínimos para realização</p><p>da avaliação, controle e monitoramento dos riscos presentes nas atividades da</p><p>indústria de abate e processamento de carnes e derivados, de forma a garantir</p><p>permanentemente a segurança, saúde e qualidade de vida no trabalho (BRASIL,</p><p>2013).</p><p>A norma abrange as empresas que realizam o abate e também aquelas que</p><p>trabalham apenas com o processo da carne, já abatida, e seus derivados, portanto,</p><p>os trabalhadores de ambos os setores, são amparados pela norma sem distinção.</p><p>O primeiro ponto abordado pela norma é referente aos postos de trabalho, visto</p><p>que este é um trabalho realizado na maioria do tempo em pé, visando questões</p><p>ergonômicas, a norma estabelece que sempre que possível, o trabalhador deve alterar</p><p>a posição de pé com a posição sentada, sendo responsabilidade do empregador,</p><p>planejar o ambiente para que este seja adaptado para favorecer a alternância das</p><p>posições conforme é estabelecido pela referida norma.</p><p>71</p><p>8.1 Equipamentos de proteção</p><p>Diante dos riscos apresentados neste setor, é comum a utilização de EPIs</p><p>como capacete com óculos e/ou protetor auditivo. Conforme rege a NR 06, os EPIs</p><p>devem ser compatíveis entre si, confortáveis, não trazendo riscos adicionais. Além</p><p>dos mencionados, é indicado o uso de meias, luvas e vestimentas específicas para</p><p>este setor, sendo obrigatória a troca diária e higienização da vestimenta.</p><p>8.2 Gerenciamento dos riscos</p><p>Segundo a NR 36, cabe ao empregador colocar em prática toda abordagem</p><p>planejada, estruturada e global de prevenção, através do gerenciamento dos fatores</p><p>de risco em Segurança e Saúde no Trabalho, usando de meios técnicos,</p><p>organizacionais e administrativos, para assegurar o bem-estar dos trabalhadores e</p><p>garantir que</p><p>os ambientes e condições de trabalho sejam seguros e saudáveis</p><p>(BRASIL, 2013).</p><p>Por sua abrangência e importância, o gerenciamento de riscos é uma resolução</p><p>que cabe a alta administração, claro que não é permitido que esses tomem decisões</p><p>sem o consentimento da CIPA ou do SESMT da empresa. Portanto, as ações de</p><p>prevenção devem ser integradas às atividades de gestão e à dinâmica da produção.</p><p>A norma determina ainda que devem ser consideradas a competência e a</p><p>experiência dos trabalhadores e de um representante indicado pelo sindicato da</p><p>categoria preponderante, a fim de aperfeiçoar de maneira contínua os níveis de</p><p>proteção e desempenho no campo da segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2013).</p><p>A avaliação dos riscos vista a introdução de medidas de prevenção para sua</p><p>eliminação ou redução, como para determinação se as medidas previstas ou</p><p>existentes são adequadas, conseguindo minimizar o impacto dos riscos à segurança</p><p>e saúde dos trabalhadores. A norma não especifica quanto as técnicas ou os critérios</p><p>que devem ser abordados na avaliação de riscos, sendo assim, cabe a empresa definir</p><p>as metodologias que vão ser adotadas na avaliação, incluindo os parâmetros e</p><p>critérios necessários na tomada de decisão (CAMISASSA, 2022).</p><p>72</p><p>8.3 Segurança e saúde no trabalho</p><p>Conforme estabelece a NR 36, as ações em SST deve compreender todos os</p><p>riscos à segurança e saúde, além disso, a norma estabelece o mínimo quanto aos</p><p>riscos que devem ser abordados, como os riscos mecânicos, riscos de acidentes, os</p><p>riscos existentes no trabalho e os riscos relacionados aos fatores econômicos</p><p>(BRASIL, 2013).</p><p>A norma também estabelece uma ordem de prioridade para implementação das</p><p>medidas preventivas e de proteção, como a eliminação dos fatores de risco, a</p><p>minimização e o controle dos fatores de risco, adotando medidas coletivas, técnicas,</p><p>administrativas e organizacionais, além do uso dos EPIs.</p><p>Um ponto importante que se deve observar é que a última atualização da NR</p><p>36 foi no ano de 2018, em seu subitem 36.12, a norma menciona quanto aos</p><p>Programas de Prevenção dos Riscos Ambientes (PPRA), mas estes programas foram</p><p>extintos com a atualização da NR 09 pela portaria n.º 6.735/2020, que entrou em vigor</p><p>em janeiro de 2022, substituído pelo Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR),</p><p>com o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que alcançará todos os riscos</p><p>ocupacionais.</p><p>Em 2021, foi publicado pelo Ministério do Trabalho e Previdência uma Análise</p><p>de Impacto Regulatório (AIR) referente à NR 36, este documento visa o</p><p>aprimoramento da qualidade regulatória no Brasil, através de um processo sistemático</p><p>de análise com base em evidências. No prefácio dessa AIR é mencionado sobre as</p><p>atualizações das NRs 1 e 9, as quais trouxeram a necessidade de harmonização e</p><p>atualização da NR 36, face à estruturação prevista na Portaria SIT n.º 787 de 2018, e</p><p>aos novos conteúdos das normas, tidas como normas gerais e estruturantes para</p><p>aplicabilidade das demais normas.</p><p>Portanto, o processo desta AIR vem contribuir para que a revisão do texto</p><p>normativo da NR 36 atenda aos procedimentos para a elaboração e revisão</p><p>de normas regulamentadoras relacionadas à segurança e saúde no trabalho</p><p>e às condições gerais de trabalho, descritas na metodologia de</p><p>regulamentação adotada pela Portaria SEPRT n.º 6.399, de 31 de maio de</p><p>2021, e pelo Decreto n° 10.411, de 30 de junho de 2020 (BRASIL, 2021,</p><p>documento online).</p><p>73</p><p>Até o momento de conclusão desta obra, não fora publicado quaisquer</p><p>alterações quanto a NR 36, portanto fica o alerta aos profissionais que necessitarem</p><p>utilizar a NR 36, que estes a verifiquem juntamente às NRs 1 e 9, para garantir que</p><p>seu trabalho esteja seguro conforme as recomendações normativas.</p><p>Cabe aqui destacar que o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional</p><p>(PCMSO), também mencionado no subitem 36.12, está ativo com redação na NR 07,</p><p>a qual passou por atualização no ano de 2022. Portanto, quanto aos pontos</p><p>mencionados na NR 36, cabe verificação junto a NR 07.</p><p>8.4 Treinamento</p><p>Todos os trabalhadores devem receber informações sobre os riscos</p><p>relacionados ao trabalho, suas causas potenciais, efeitos sobre a saúde e medidas de</p><p>prevenção. Portanto, os trabalhadores devem estar treinados e suficientemente</p><p>informados sobre:</p><p>• Os métodos e procedimentos de trabalho;</p><p>• O uso correto e os riscos associados à utilização de equipamentos e</p><p>ferramentas;</p><p>• As variações posturais e operações manuais que ajudem a prevenir a</p><p>sobrecarga osteo muscular e reduzir a fadiga, especificadas na Análise Ergonômica</p><p>do Trabalho;</p><p>• Os riscos existentes e as medidas de controle;</p><p>• O uso de EPI e suas limitações;</p><p>• As ações de emergência.</p><p>Além do exposto anteriormente e quando aplicável, os trabalhadores que</p><p>exercem atividades de limpeza e desinfecção de materiais, equipamentos e locais de</p><p>trabalho devem receber informações sobre os eventuais fatores de risco dessas</p><p>atividades, em especial:</p><p>• Agentes ambientais, físicos, químicos, biológicos;</p><p>• Riscos de queda;</p><p>• Riscos biomecânicos;</p><p>74</p><p>• Riscos gerados por máquinas e seus componentes;</p><p>• Uso de equipamentos e ferramentas.</p><p>Em todas as etapas dos processos de trabalhos com animais que antecedem</p><p>o serviço de inspeção sanitária, devem ser disponibilizadas aos trabalhadores</p><p>informações quanto as formas corretas e os locais adequados de aproximação,</p><p>contato e imobilização, quanto as formas de higienização, tanto pessoal quanto do</p><p>ambiente e as precauções quanto as doenças transmissíveis.</p><p>Além disso, como forma de conscientizar os superiores hierárquicos cuja</p><p>atividade influencie diretamente na linha de produção operacional, a norma determina</p><p>que eles sejam informados quanto aos eventuais riscos existentes, as possíveis</p><p>consequências dos riscos para os trabalhadores, a importância da gestão dos</p><p>problemas e os meios de comunicação adotados pela empresa na relação</p><p>empregado-empregador (BRASIL, 2013).</p><p>75</p><p>9 REFERÊNCIA BILIOGRÁFICA</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410:2004 –</p><p>Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Brasil, 2004.</p><p>BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Controle de Riscos: Prevenção de Acidentes no</p><p>Ambiente Ocupacional. Editora Saraiva, 2014.</p><p>BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P.; SOARES, S. P. S. Equipamentos de</p><p>Segurança. Editora Saraiva, 2014.</p><p>CAMISASSA, M. Q. Segurança e Saúde no Trabalho: NRs 1 a 37 comentadas e</p><p>descomplicadas. 8. Ed. Rio de Janeiro: Método, 2022.</p><p>CARDELLA, B. Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, 2ª edição. Grupo</p><p>GEN, 2016.</p><p>GÓES, M. B. A importância e aplicabilidade da sinalização de segurança. Brasil,</p><p>2020.</p><p>GOMES, P. C. R.; ÁVILA, L. S. Prevenção e controle de riscos em máquinas,</p><p>equipamentos e instalações. Brasil, 2011.</p><p>MATTOS, U.; MÁSCULO, F. (orgs.) Higiene e segurança do trabalho. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier Editora LTDA, 2011.</p><p>MAURÍCIO, D. O Papel das NRs na Construção Civil. 2021, Trabalho de Conclusão</p><p>de Curso (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade</p><p>do Sul de Santa Catarina. Florianópolis, 2021.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. 31.7 - Quantidade de acidentes do</p><p>trabalho, por situação de registro e motivo, segundo o Setor de Atividade Econômica</p><p>– 2020. Anuário de Acidentes de Trabalho (AEAT). Brasil, 2022. Disponível em:</p><p>encurtador.com.br/lKRS1. Acesso em: 09 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. 57.3 - Quantidade de acidentes do</p><p>trabalho, por situação do registro e motivo, segundo os 200 códigos da Classificação</p><p>Internacional de Doenças - CID-10 mais incidentes, no Brasil – 2020. Anuário</p><p>Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT). Brasil, 2021. Disponível em:</p><p>encurtador.com.br/tOY68. Acesso em: 05 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 01</p><p>(NR 01) – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Brasil, 1978.</p><p>“capacidade de uma grandeza</p><p>com potencial para causar lesões ou danos à saúde das pessoas” (BRASIL, 1978,</p><p>documento online).</p><p>Um exemplo bem claro referente à diferença de risco e perigo no ambiente</p><p>laboral, é a situação de duas pessoas se cruzando em um oceano, a primeira pessoa</p><p>está em um navio, já a segunda pessoa, em um barco a remo. O principal perigo no</p><p>mar, com a profundidade e grandes ondas, é o mesmo para ambos, mas, o risco é</p><p>maior para a segunda pessoa, ou seja, a probabilidade de ocorrer algum dano à</p><p>segunda pessoa, é maior. Dessa definição, é possível estabelecer a seguinte fórmula:</p><p>𝑅 = 𝑃. 𝐸</p><p>Onde:</p><p>R = Risco.</p><p>P = Perigo.</p><p>E = Exposição.</p><p>5</p><p>Realizar a classificação dos riscos, é uma tarefa difícil, visionando que</p><p>diariamente surgem novos eventos, novos tipos de trabalho, novas situações, que</p><p>tornam as classificações cada vez mais complexas de se avaliar, isso faz com que a</p><p>segurança do trabalho crie tecnologias de prevenção precisas (CAMISASSA, 2022).</p><p>Originado em diversas atividades laborais exercidas pelo trabalhador, mais</p><p>comum em atividades insalubres, em que a natureza, condição ou métodos de</p><p>trabalho implicam algum prejuízo à sua integridade física e psíquica, os riscos</p><p>ocupacionais estão presentes diariamente na vida do trabalhador.</p><p>O estabelecimento das medidas de prevenção, deve ser realizado mediante</p><p>uma minuciosa análise de diversos aspectos, para assim, obter excelência nos</p><p>resultados de segurança, não sendo um empecilho para as atividades de produção,</p><p>as medidas de segurança cumprem sua parte para aumentar a competitividade entre</p><p>empresas, visto que, o trabalhador acidentado, ou a utilização de equipamentos</p><p>obsoletos, afetam diretamente a qualidade e quantidade da produção.</p><p>O avanço tecnológico beneficiou nitidamente o setor industrial, com novos e</p><p>melhores equipamentos, máquinas e ferramentas, assim como, nas alterações de</p><p>metodologia nos processos laborais, o que contribuiu para o aumento da produção</p><p>em atendimento às necessidades do mercado.</p><p>Os programas de prevenção de acidentes, foram importantes neste processo</p><p>de mudança, visto que, o início dos programas é com a análise minuciosa dos riscos,</p><p>onde são identificados os maquinários e equipamentos obsoletos, que levam ao maior</p><p>custo no segmento, em decorrência dos afastamentos temporários ou até mesmo</p><p>permanentes, indenizações, contratações extras, entre outras consequências dos</p><p>acidentes, e assim é estabelecido um ambiente adequado para que trabalhadores</p><p>possam realizar suas atividades, atendendo aos requisitos mínimos de segurança.</p><p>Os acidentes registrados no setor industrial são diversos, sendo de lesões</p><p>superficiais, transtornos e infelizmente, até mutilações de membros, principalmente</p><p>mãos e braços, em razão de estarem próximos das áreas de riscos de máquinas e</p><p>equipamentos com movimentações. As principais causas podem ser pelos seguintes</p><p>motivos:</p><p>• Desatenção nos procedimentos de segurança ou na ausência destes;</p><p>• Desorganização no ambiente laboral ou organização equivocada;</p><p>6</p><p>• Distração, estresse ou monotonia no processo laboral;</p><p>• Desconhecimento de riscos oriundos da atividade realizada;</p><p>• Falta de experiência por parte do empregado, com a máquina e equipamento</p><p>usado;</p><p>• Ausência de dispositivos de segurança nas máquinas.</p><p>Além do principal risco com os membros superiores, podem ocorrer outros tipos</p><p>de acidentes, como, decepamentos, esmagamentos, choques elétricos, etc., devido à</p><p>ausência de proteção das partes vivas dos maquinários. É por isso que se faz</p><p>necessário a análise dos riscos e suas medidas de prevenção, devendo-se avaliar</p><p>todo o cenário desfavorável, que possa ocasionar acidentes na operação dos</p><p>equipamentos e maquinários.</p><p>As normas regulamentadoras disponibilizam orientações para a área de</p><p>segurança do trabalho com o intuito de preservar e promover a integridade física dos</p><p>trabalhadores e evitar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. São de</p><p>observância obrigatória por todas as organizações e servem como referência para o</p><p>desenvolvimento das atividades laborais com segurança.</p><p>3 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO</p><p>Desde muito tempo, o ser humano busca transformar o ambiente natural, no</p><p>intuito de uma melhora na qualidade de vida. A construção de todos os tipos de</p><p>edificações, estradas, túneis, pontes, barragens, hidrelétricas, são exemplos dessas</p><p>alterações realizadas pela indústria da construção civil, com o principal foco em</p><p>atender às necessidades humanas.</p><p>Segundo Peinado (2019), em decorrência dessas alterações, o setor da</p><p>construção civil é responsável por gerar milhares de empregos, o que o leva a ter uma</p><p>significativa participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Mas, toda essa</p><p>grandeza, é acompanhada de um elevado índice de acidentes e doenças</p><p>ocupacionais.</p><p>Conforme análise junto ao Anuário Estatístico da Previdência Social, no ano de</p><p>2020, o setor da construção correspondeu a 21,98% dos acidentes ocorridos no</p><p>referido ano na área industrial, já no ano de 2018, o índice foi de 26,76% e em 2019</p><p>7</p><p>foi de 20,40%. Já em comparação a quantidade total de acidentes, o ramo da</p><p>construção corresponde a 5,90%, o que é uma grande queda comparado ao ano de</p><p>2017, que apresentou 19,18% diante o total de acidentes. (BRASIL, 2022).</p><p>Muitas são as características que influenciam a ocorrência dos acidentes na</p><p>indústria da construção, entre elas, Peinado (2019), destaca alguns pontos</p><p>apresentados a seguir:</p><p>• Na etapa de projeto da edificação, é comum a ausência do setor, para</p><p>identificação de soluções projetuais, que tragam maior segurança na execução;</p><p>• Ausência de intervenção na fase de elaboração de projetos, visando medidas</p><p>preventivas antecipadas frente aos riscos que os funcionários são submetidos ao</p><p>realizar suas atividades;</p><p>• Alta rotatividade da mão de obra;</p><p>• Mudanças na natureza do serviço conforme a fase da obra;</p><p>• Efeitos do clima e a adoção de horas extras para compensar em partes esses</p><p>efeitos.</p><p>Com a visão de implementar medidas de controle e sistemas preventivos de</p><p>segurança, nos processos, condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da</p><p>construção, a NR 18, estabelece diretrizes de ordem administrativa, planejamento e</p><p>de organização. Essa é considerada uma norma setorial, por ser voltada para uma</p><p>atividade econômica específica, a indústria da construção. De acordo com Camisassa</p><p>(2022), entre as principais causas dos acidentes deste setor, estão a queda de altura,</p><p>o soterramento e o choque elétrico.</p><p>Diante de todos os índices apresentados quanto aos acidentes registrados, é</p><p>nítido que as disposições básicas da NR 18 não são cumpridas. A referida norma</p><p>conta com um texto geral e dois anexos com assuntos específicos, o primeiro, voltado</p><p>a carga horária, periculosidade e conteúdo programático, já o segundo, é voltado para</p><p>cabos de aço e de fibra sintética (BRASIL, 1978).</p><p>A última redação da NR 18, que entrou em vigor em janeiro de 2022, estabelece</p><p>obrigatoriedade quanto a elaboração e implementação do Programa de</p><p>Gerenciamento de Riscos (PGR), em canteiros de obra, contemplando os riscos</p><p>ocupacionais e as devidas medidas de prevenção. Assim, como tudo que rege as</p><p>NRs, este programa deve ser elaborado por um profissional que tenha habilitação</p><p>8</p><p>legal. A norma completa as exigências previstas na NR 01 quanto ao PGR, e</p><p>acrescenta alguns documentos ao projeto, sendo eles: projeto da área de vivência do</p><p>canteiro e de eventual frente de trabalho, projeto elétrico das instalações temporárias,</p><p>projeto dos sistemas de proteção coletiva, projeto dos sistemas de proteção individual</p><p>contra quedas, e a relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) com suas</p><p>especificações técnicas (BRASIL, 1978).</p><p>A norma é considerada extensa, pois abrange detalhes quanto execução de</p><p>um</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf. Acesso em: 05 ago. 2022.</p><p>76</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 03</p><p>(NR 03) – Embargo e Interdição. Brasil, 1978. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-03_atualizada_2019.pdf. Acesso em: 05 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 05</p><p>(NR 05) – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Brasil, 1978. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-05-atualizada-2021-1-1.pdf. Acesso em: 06 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 06</p><p>(NR 06) – Equipamentos de Proteção Individual – EPI. Brasil, 1978. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-06-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 08 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 08</p><p>(NR 08) – Edificações. Brasil, 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-</p><p>previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-</p><p>trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-08-</p><p>atualizada-2022.pdf. Acesso em: 07 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 09</p><p>(NR 09) – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos,</p><p>Químicos e Biológicos. Brasil, 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-</p><p>previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-</p><p>trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-09-</p><p>atualizada-2021-com-anexos-vibra-e-calor.pdf. Acesso em: 12 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 10</p><p>(NR 10) – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Brasil, 1978a.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-10.pdf. Acesso em: 06 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 12</p><p>(NR 12) – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Brasil, 1978.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-12-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 07 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 14</p><p>(NR 14) – Fornos. Brasil, 1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-</p><p>previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-</p><p>trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-14-</p><p>atualizada-2022.pdf. Acesso em: 14 ago. 2022.</p><p>77</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 15</p><p>(NR 15) – Atividades e Operações Insalubres. Brasil, 1978. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 06 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 16</p><p>(NR 16) – Atividades e Operações Perigosas. Brasil, 1978. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-16-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 06 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 18</p><p>(NR 18) – Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção. Brasil, 1978.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-18-atualizada-2020-1.pdf. Acesso em: 05 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 22</p><p>(NR 22) – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. Brasil, 1978. Disponível</p><p>em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-22-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 06 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 26</p><p>(NR 26) – Sinalização de Segurança. Brasil, 1978. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-26-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 07 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 29</p><p>(NR 29) – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.</p><p>Brasil, 1997. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-</p><p>br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-</p><p>saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-29-atualizada-2022.pdf. Acesso em:</p><p>05 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 31</p><p>(NR 31) – Sinalização de Segurança. Brasil, 2005. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-26-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 07 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 30</p><p>(NR 30) – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. Brasil, 2022. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-30-atualizada-2021.pdf. Acesso em: 12 ago. 2022.</p><p>78</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 35</p><p>(NR 35) – Trabalho em Altura. Brasil, 2012. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nr-35.pdf. Acesso em: 12 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Norma Regulamentadora n.º 36</p><p>(NR 36) – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento</p><p>de Carnes e Derivados. Brasil, 2013. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-</p><p>previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-</p><p>trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-</p><p>36.pdf. Acesso em: 13 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Portaria n.º 1.846, de 1º de julho de</p><p>2022. Aprova a nova redação da Norma Regulamentadora n.º 13 – Caldeiras, Vasois</p><p>de Pressão, Tubulações e Tanques Metálicos de Armazenamento. Brasil, 2022.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-</p><p>portarias/2022/portaria-ndeg-1-846-nova-nr-13.pdf. Acesso em: 14 ago. 2022.</p><p>MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA. Portaria n.º 1.690, de 15 de junho</p><p>de 2022. Aprova a Nova Redação da Norma Regulamentadora n.º 33 (NR 33) –</p><p>Segurança e saúde no trabalho em espaços confinados. Brasil, 2022. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-</p><p>especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-</p><p>regulamentadoras/nova-nr-33.pdf. Acesso em: 09 ago. 2022.</p><p>MORAES, M. V. G. Doenças ocupacionais – agentes: físico, químico, biológico,</p><p>ergonômico. 2. ed. São Paulo: Érica, 2014.</p><p>PEINADO. H. S. (org.) Segurança e Saúde do Trabalho na Indústria da</p><p>Construção</p><p>Civil. São Carlos: Editora Scienza, 2019.</p><p>PERIGO. In: Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2022. Disponível em:</p><p>https://www.dicio.com.br/perigo/. Acesso em: 19 ago. 2022.</p><p>RISCO. In: Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2022. Disponível em:</p><p>https://www.dicio.com.br/risco/. Acesso em: 19 ago. 2022.</p><p>RUBENS, M. A. Higiene Ocupacional: Gases e Vapores. 2019. Trabalho de</p><p>Conclusão de Curso (Bacharel em Engenharia Química) – Universidade Federal de</p><p>Uberlândia. Uberlândia, 2019.</p><p>SILVA, J. F. Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. São Paulo:</p><p>SAGAH. 2021.</p><p>79</p><p>9.1 Referência complementar</p><p>CROWL, D. A. Segurança de Processos Químicos, 3ª edição. Grupo GEN, 2014.</p><p>MONTEIRO, A. L.; BERTAGNI, Roberto. Acidentes do trabalho e doenças</p><p>ocupacionais. Editora Saraiva, 2020.</p><p>ROJAS, P. R. A. Técnico em segurança do trabalho. Grupo A, 2015.</p><p>canteiro de obra, contemplando até mesmo os casos em que se é necessário a</p><p>instalação de alojamentos. Para segurança de todos os envolvidos, é ressaltando a</p><p>forma que as instalações elétricas provisórias devem ser realizadas, para evitar</p><p>quaisquer acidentes com eletricidade.</p><p>A partir do subitem 18.7, são estabelecidas as recomendações acerca de cada</p><p>etapa das obras, desde a demolição, escavação, fundação, até a construção de</p><p>telhados e coberturas, além disso, é abordado quanto a acessibilidade por meio de</p><p>escadas, rampas e passarelas, sendo obrigatório a instalação de escada ou rampa</p><p>para transposição de pisos que tenham diferença de nível maior que 40 cm, para</p><p>circulação dos trabalhadores.</p><p>Um ponto importante que cabe ser ressaltado, são as medidas de prevenção</p><p>contra quedas, pois, as quedas de altura estão entre os altos índices de acidentes.</p><p>Para redução desse índice, a norma estabelece obrigatoriedade quanto a instalação</p><p>de proteção coletiva, diante o risco de queda dos trabalhadores, ou materiais e objetos</p><p>(BRASIL, 1978).</p><p>Assim como em todas as situações que envolvem riscos, é sugerido que antes</p><p>de iniciar qualquer operação ou obra, que as normas sejam consultadas e executadas</p><p>corretamente, para que índices como os que foram aqui relatados, tenham grande</p><p>redução, preservando assim, a saúde e vida de todos os trabalhadores.</p><p>3.1 Equipamentos de proteção</p><p>Desde os tempos antigos já se utilizavam de equipamentos de proteção, ao</p><p>decorrer dos séculos, o homem notou a necessidade de se proteger diante dos riscos</p><p>9</p><p>exposto e mesmo na primitividade dos tempos antigos, o homem desenvolveu</p><p>instrumentos manuais que ofereciam conforto e segurança à sua integridade física.</p><p>A busca por proteção, é algo natural do homem, realizada por meio de</p><p>invenções, seja com vestimentas, ou com instrumentos confeccionados de pedra</p><p>lascada, para caças, ou defesa de seu habitat. A evolução desses equipamentos não</p><p>parou e não existe previsão de parar, visto que, como mencionado, a cada dia surge</p><p>um novo tipo de risco, o que se faz necessário, a elaboração de equipamentos que</p><p>garantam a atuação dos trabalhadores em seus ambientes laborais, sem que a</p><p>segurança destes seja comprometida.</p><p>Diante de tantas ocorrências, o poder público constatou a necessidade da</p><p>criação de uma norma que assegurasse o trabalhador em seu ambiente laboral, e</p><p>assim, foi aprovado o Decreto-Lei n.º 5.452, de 1 de maio de 1943, conhecido</p><p>atualmente como Consolidação das Leis do Trabalho ou CLT. Em seu art. 166,</p><p>determina que:</p><p>Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,</p><p>equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado</p><p>de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral</p><p>não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à</p><p>saúde dos empregados (BRASIL, 1943, documento online).</p><p>Com esse artigo, passou a se ter um cuidado maior com os equipamentos de</p><p>segurança, que com o passar do tempo, foi ganhando forma, foram criados</p><p>equipamentos específicos para cada área de atividade. Os equipamentos de proteção</p><p>são divididos em Equipamentos de Proteção Individual – EPI, e Equipamentos de</p><p>Proteção Coletiva – EPC.</p><p>Cabe ressaltar que a utilização destes equipamentos não devem ser a primeira</p><p>opção ao se falar sobre segurança do trabalhador, independente da situação, este</p><p>deve ser um último passo no processo de segurança no trabalho, isso porque</p><p>primeiramente, é feita a determinação de risco, os quais o trabalhador deve ser</p><p>protegido. A avaliação de riscos é que vai determinar a potencialidade de danos ao</p><p>trabalhador e aqui se definem as medidas de proteção, seja com adaptação de</p><p>equipamentos, reformas no ambiente, enfim, medidas que visam proteger o</p><p>trabalhador, caso não seja possível conter os riscos constatados, então é definido qual</p><p>tipo de equipamento é adequado diante do risco.</p><p>10</p><p>3.1.1 Equipamentos de proteção coletiva - EPC</p><p>Esses equipamentos correspondem aos sistemas de contenção que visam</p><p>minimizar ou eliminar a exposição de trabalhadores aos fatores de riscos presentes</p><p>no ambiente de trabalho. Os EPCs, apesar de o próprio nome dizer “equipamentos”,</p><p>eles não se limitam apenas aos equipamentos, nele também é englobado medidas de</p><p>prevenção simples, como ventilação do ambiente, por exaustores e condicionadores</p><p>de ar, placas sinalizadoras, pisos antiderrapantes, corrimãos e extintores de incêndio.</p><p>Existem algumas exigências as quais os EPCs devem se submeter, como a</p><p>limpeza, lubrificação e manutenção frequente, conforme demanda cada equipamento,</p><p>além disso, sua adoção deve ser conforme o risco exposto e sua fabricação deve ser</p><p>realizada com materiais resistentes a impactos, corrosão, desgastes, entre outros</p><p>fatores que venham reduzir sua eficácia.</p><p>De acordo com Silva (2021), o projeto e a implantação dos EPCs, devem seguir</p><p>uma estrutura hierárquica, conforme é disposto a seguir:</p><p>• Medidas que eliminam ou reduzem agentes prejudiciais à saúde;</p><p>• Medidas que diminuem a liberação ou disseminação desses agentes no</p><p>ambiente de trabalho;</p><p>• Medidas que reduzem o nível ou a concentração desses agentes no ambiente</p><p>de trabalho.</p><p>Quando não há viabilidade técnica para adoção de medidas de controle de</p><p>proteção coletiva, enquanto estiverem em desenvolvimento e implementação ou de</p><p>forma complementar, ou emergencial, serão adotadas outras medidas, os EPIs.</p><p>3.1.2 Equipamentos de proteção individual - EPI</p><p>Ao longo do tempo, com as novas ocorrências de acidentes e riscos</p><p>constatados, o Ministério do Trabalho e Emprego, MTE, criou a Portaria n.º 3.214, de</p><p>8 de junho de 1978, que com outras normas, criou a NR 06, para regulamentação de</p><p>maneira clara e precisa, dos equipamentos de proteção individual, que abrange todos</p><p>11</p><p>os dispositivos utilizados pelo trabalhador no intuito de se proteger do risco de</p><p>acidentes e das doenças ocupacionais.</p><p>A adoção dos EPIs não pode ser realizada de forma aleatória, sem critérios</p><p>técnicos. A relação desses equipamentos está disposta na NR 06, que deve ser</p><p>consultada pelo profissional em segurança do trabalho, nela estão dispostos diversos</p><p>itens em sua classificação, onde todos os critérios de escolha devem ser observados,</p><p>como o tipo e grau de risco, sua eficácia, a atividade exercida, dentre outros critérios</p><p>que podem ser analisados e favorecem a proteção do empregado.</p><p>Para controle de equipamentos dispostos na norma, foi inicialmente criada a</p><p>Comissão Tripartite, pela Portaria SIT n.º 11, de 17 de maio de 2002, essa tinha o</p><p>intuito de avaliar as solicitações tanto de inclusão, como de exclusão de equipamento</p><p>no Anexo I, além disso, a comissão definia quais os equipamentos estariam sujeitos</p><p>a restauração e higienização. A comissão foi substituída em 2008, pela Comissão</p><p>Nacional Tripartite, CNT, através da Portaria SIT n.º 59, de 19 de junho de 2008, que</p><p>além de avaliar as diretrizes de EPI, tinham entre seus objetivos, o acompanhamento</p><p>do Programa de Avaliação da Conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual</p><p>no âmbito do SINMETRO, observar e se necessário, sugerir adequações sobre a</p><p>harmonização dos regulamentos técnicos com as normas aplicáveis, a elaboração de</p><p>propostas para aperfeiçoar a atualizar a NR 06, entre outros objetivos.</p><p>Desde sua criação em 1978, a NR 06 passou por 20 alterações/atualizações, a</p><p>última ocorreu no ano de 2018, onde foram incluídos apenas dois itens. No ano de</p><p>2001, é que a norma passou por um amplo processo de revisão, tanto estrutural</p><p>quanto de seu conteúdo.</p><p>Em seu subitem 6.1, a NR 06 estabelece que todos os equipamentos</p><p>destinados à proteção individual, antes da comercialização, devem passar por</p><p>certificação de aprovação, expedida pelo órgão nacional competente em matéria de</p><p>segurança e saúde no trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. A</p><p>certificação de aprovação</p><p>– CA, tem como principal objetivo, a garantia da qualidade</p><p>dos equipamentos de proteção, por inúmeros testes, que indicam o grau de proteção,</p><p>a durabilidade e o conforto do produto (BRASIL, 1978).</p><p>12</p><p>3.1.3 Listagem com equipamentos de proteção individual</p><p>A NR 06 dispõe o Anexo I, o qual é uma listagem com equipamentos de</p><p>proteção individual, onde estes são classificados conforme as partes do corpo que</p><p>serão protegidas pelo equipamento. A seguir é apresentado os tipos de EPI</p><p>recomendados na NR 06, sem suas especificações.</p><p>• Cabeça: capacete, capuz ou balaclava;</p><p>• Olhos e Face: óculos, protetor facial, máscara de solda;</p><p>• Audição: protetor auditivo;</p><p>• Respiração: respirador purificador de ar não motorizado ou motorizado,</p><p>respirador de adução de ar do tipo linha de ar comprimido, entre outros respiradores;</p><p>• Tronco: vestimentas, colete à prova de balas;</p><p>• Membros superiores: luvas, creme protetor, manga, braçadeira, dedeira;</p><p>• Membros inferiores: calçado, meia, perneira, calça;</p><p>• Corpo inteiro: macacão, vestimenta específicas para corpo inteiro;</p><p>• Contra quedas: cinturão de segurança com dispositivo trava-queda, cinturão</p><p>de segurança com talabarte.</p><p>3.1.4 Vantagens e desvantagens do uso do EPI</p><p>Apesar de sua importância, o uso do EPI tem suas limitações, mesmo que seja</p><p>um equipamento moderno, ou ainda, por mais que um trabalhador esteja treinado em</p><p>sua utilização, ele não acaba com os riscos inerentes de suas atividades, sua função</p><p>é de proteger o trabalhador de sofrer algum dano maior, ao ser exposto a um</p><p>determinado risco. A seguir são apresentados dois exemplos, com a mesma situação,</p><p>mas, com medidas de proteção diferentes.</p><p>Exemplo 01: Considere uma agência bancária, mediante um assalto com troca</p><p>de tiros, o vigilante tem sua integridade física protegida através de um colete à prova</p><p>de balas, sendo de fato um EPI, mas, um de seus colegas de trabalho e um cliente,</p><p>foram alvejados gravemente.</p><p>Exemplo 02: Considere novamente uma agência, mas aqui, a tentativa de</p><p>assalto foi impedida e os responsáveis foram presos, pois, a invasão foi fracassada</p><p>13</p><p>em virtude do detector de metais da porta giratória, que mediante detecção dos</p><p>metais, a porta travou, impedindo a passagem dos mesmos, além disso, um botão</p><p>antipânico foi acionado para alarmar a segurança privada externa da empresa e do</p><p>suporte de monitoramento que imediatamente acionou a polícia, e nesta situação,</p><p>ninguém se feriu.</p><p>Com esses exemplos, é possível constatar que, a utilização do EPI pelo</p><p>vigilante, não evitou o risco, nem mesmo o protegeu complemente, pois, ele poderia</p><p>ter sido alvejado gravemente em membros não protegidos pelo colete, portanto,</p><p>primeiramente, é necessário tomar medidas de segurança para conter o risco, como</p><p>no segundo exemplo, benéfico para proteção de todos.</p><p>O principal foco destes exemplos é a gestão de segurança voltada a proteção</p><p>do patrimônio, e para ilustrar até onde um EPI realmente protege, como mencionado</p><p>no início deste item, vão ter situações em que a eliminação do risco não será possível,</p><p>portanto, o uso do EPI se torna indispensável, para que a probabilidade de lesões ou</p><p>perturbações funcionais sérias sejam reduzidos.</p><p>3.1.5 Responsabilidades no uso dos equipamentos</p><p>A adoção e utilização dos equipamentos de proteção individual, trazem</p><p>responsabilidades tanto para o empregador quanto ao empregado, o subitem 6.6.1 da</p><p>NR 06, apresenta as responsabilidades do empregador, além do que consta na CLT.</p><p>Entre as responsabilidades do empregador, temos a adoção dos equipamentos</p><p>adequados ao risco em que seus colaboradores vão estar expostos, exigir que os</p><p>equipamentos sejam usados adequadamente, com orientações e treinamentos para</p><p>os trabalhadores, além disso, estes devem ser orientados quanto a forma correta de</p><p>guardar e conservar os equipamentos, prolongando seu tempo de vida útil, os</p><p>equipamentos fornecidos somente podem ser aqueles aprovados pelo órgão nacional</p><p>competente, e nos caso de equipamentos danificados ou extraviados, o empregador</p><p>deve realizar a substituição imediatamente, no caso de irregularidades, o MTE deve</p><p>ser comunicado, e por último, todos os equipamentos fornecidos ao trabalhador,</p><p>devem ser registrados.</p><p>14</p><p>O empregado no que lhe concerne também possui suas responsabilidades</p><p>definidas pela norma, como a utilização dos equipamentos deve acontecer apenas</p><p>para sua finalidade destinada, a guarda e conservação dos equipamentos, ao verificar</p><p>que o equipamento sofreu alguma alteração, estando impróprio para uso, o</p><p>empregador deve ser comunicado e o empregado, deve cumprir todas as</p><p>determinações aplicadas pelo empregador quanto ao uso adequado dos</p><p>equipamentos.</p><p>O fabricante nacional ou importador também tem suas responsabilidades</p><p>impostas em norma, este deve ser cadastrado juntamente ao órgão nacional</p><p>competente em segurança e saúde do trabalho, ter o CA sempre atualizado, se</p><p>responsabilizar pela manutenção da qualidade do EPI, comercializar apenas EPIs</p><p>portadores de CA, o fabricante que realizar alterações em dados cadastrais, deve</p><p>comunicar ao órgão nacional competente, o EPI fabricado deve ter o número do seu</p><p>lote de fabricação, quando for necessário o EPI deve ser avaliado conforme o</p><p>SINMETRO, além disso, cabe ao fabricante fornecer informações quanto a limpeza e</p><p>higienização adequada para cada um de seus equipamentos fabricados, nos casos</p><p>em que se é necessário, o fabricante deverá realizar devidas adaptações aos</p><p>equipamentos para pessoas com deficiência (BRASIL, 1978).</p><p>3.2 Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos,</p><p>químicos e biológicos</p><p>As doenças ocupacionais são adquiridas através da exposição dos</p><p>trabalhadores aos agentes ambientais, físicos, químicos e biológicos, em situações</p><p>acima do limite de tolerância, conforme é determinado pela NR 15. Geralmente, os</p><p>trabalhadores identificam essas doenças após estarem expostos frequentemente aos</p><p>agentes por muitos anos, mas, também existem os casos em que as doenças se</p><p>manifestam após o trabalhador já não ter mais contato com o agente causador.</p><p>Alguns fatores influenciam no desenvolvimento da doença ocupacional, como</p><p>o tempo de exposição ao agente, a concentração dos agentes no ambiente laboral e</p><p>as características específicas de cada agente ambiental, os quais contribuem para</p><p>15</p><p>potencializar a agressividade do agente ao trabalhador, porém, a suscetibilidade</p><p>individual determina o aparecimento ou agravamento das doenças ocupacionais.</p><p>Segundo dados da Secretaria da Previdência da Economia, no Brasil, os</p><p>maiores índices de doenças ocupacionais são as Lesões por Esforços Repetitivos</p><p>(LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), elas</p><p>representam mais de 50% dos afastamentos dos trabalhadores (BRASIL, 2022).</p><p>Com esses dados é evidente a importância de se conhecer os limites de</p><p>tolerância dos agentes ambientais, os quais os trabalhadores são expostos, pois,</p><p>estão relacionados diretamente ao desencadeamento de doenças ocupacionais. A NR</p><p>15, define limite de tolerância como “a concentração ou intensidade máxima, ou</p><p>mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não</p><p>causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral” (BRASIL, 1978,</p><p>documento online).</p><p>Como já mencionado, muitos são os fatores que desencadeiam as doenças</p><p>ocupacionais, e para que estes sejam identificados, a NR 09 traz importantes pontos</p><p>que devem ser considerados nesta avaliação, além disso, a referida norma estabelece</p><p>requisitos a serem cumpridos desde a avaliação preliminar até as medidas de</p><p>prevenção (BRASIL, 1978).</p><p>3.2.1 Agentes Físicos</p><p>Consideram-se como agentes físicos, os fatores ambientais de natureza física,</p><p>em outras palavras, são formas de energia liberadas pelos equipamentos e pelas</p><p>condições dos processos, os quais o trabalhador</p><p>está exposto. Esses agentes</p><p>conseguem modificar as características físicas do meio ambiente, como a existência</p><p>de um tear em uma sala de tecelagem, este equipamento introduz um risco no</p><p>ambiente, visto que gera ruídos, ondas sonoras capazes de alterar a pressão acústica</p><p>no ambiente, o que incide sobre os ouvidos dos trabalhadores.</p><p>Para determinação do que é ou não um risco físico, Rodrigues (2011),</p><p>menciona que os riscos se caracterizam por:</p><p>• Exigir um meio de transmissão, geralmente se utiliza do ar para propagarem</p><p>sua nocividade;</p><p>16</p><p>• Agir sobre pessoas, mesmo que estas não tenham contato direto com a fonte</p><p>do risco;</p><p>• Causar, em geral, lesões crônicas, mediatas.</p><p>Entre os tipos de agentes caracterizados como agentes físicos, temos o ruído,</p><p>vibrações, interações térmicas, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões</p><p>normais, infrassom, ultrassom, entre muitos outros.</p><p>Por fazer parte do espectro eletromagnético, a luz visível é aqui também</p><p>entendida como uma forma de risco físico. Já a legislação prefere colocar a iluminação</p><p>inadequada como um exemplo de risco de acidente, por entender que ela interfere na</p><p>visibilidade e, assim, pode levar à ocorrência de acidentes típicos. É importante</p><p>ressaltar que a gravidade e a existência dos riscos deste tipo, dependem de sua</p><p>concentração no local de trabalho, por exemplo, uma fonte de ruídos, pode não se</p><p>constituir em um problema e por vezes é a solução contra inconvenientes como a</p><p>monotonia, mas pode vir a se constituir em uma fonte geradora de uma surdez</p><p>progressiva, e até mesmo de uma surdez instantânea, no caso de um ruído de impacto</p><p>que perfure o tímpano, tudo depende da intensidade e demais características físicas</p><p>do ruído por ela gerado.</p><p>3.2.2 Agentes Químicos</p><p>Entende-se por agentes químicos, os aerodispersoides, gases e vapores. Os</p><p>aerodispersoides, são uma dispersão de partículas sólidas ou líquidas no ar,</p><p>classificados como poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras, mantendo-se em</p><p>suspensão no ar.</p><p>Inicialmente, os agentes contaminam o ambiente de trabalho, causando</p><p>desconforto, ao penetrarem no organismo humano, seja pela pele, ou pelos aparelhos,</p><p>respiratório, ou digestório, reduzem a eficiência e produtividade do trabalhador,</p><p>podendo apresentar doenças que levam a incapacitação e até mesmo a morte</p><p>(RODRIGUES, 2011).</p><p>Por serem de tamanhos insignificantes e massa extremamente reduzida, nem</p><p>mesmo a gravidade consegue provocar sua deposição imediata. Assim, os</p><p>17</p><p>aerodispersoides podem levar muito tempo para se sedimentarem, por essa razão, é</p><p>considerado um risco a saúde do trabalhador.</p><p>De acordo com Rubens (2019), os gases e vapores são substâncias com a</p><p>mesma forma no ar, o que os levam a se misturarem perfeitamente a ele, sendo que,</p><p>o vapor se refere à matéria no estado gasoso em equilíbrio com o seu líquido ou sólido</p><p>correspondente. Ao aumentar sua pressão ou diminuir sua temperatura, são dadas</p><p>condições aos vapores para voltarem a ser líquidos. Os dois fatores separadamente</p><p>ou em conjunto podem causar o efeito desejado, já no caso dos gases, para serem</p><p>liquefeitos, deve simultaneamente se diminuir a temperatura e aumentar a pressão.</p><p>Um exemplo prático de agentes químicos, é o uso de tintas com base em</p><p>chumbo, na realização do trabalho, uma simples inalação do produto pode ocasionar</p><p>doenças como o saturnismo. Assim como os agentes físicos, os químicos também</p><p>podem atingir pessoas que não tenham contato direto com a fonte de risco,</p><p>geralmente, ocasionam lesões mediatas. Mas, com os agentes químicos, não se tem</p><p>necessariamente a existência de um meio para sua propagação, pois, algumas</p><p>substâncias são nocivas através do contato direto.</p><p>As características do progresso tecnológico elevam a importância deste tipo de</p><p>risco, já que cada vez mais os processos industriais lançam cada vez mais</p><p>substâncias tóxicas e muitas delas não se tem conhecimento adequado quanto aos</p><p>riscos envolvidos pelo seu manuseio.</p><p>3.2.3 Agentes biológicos</p><p>Correspondem aos agentes formados por microrganismos geneticamente</p><p>alterados ou não, culturas de células, parasitas, toxinas e os príons. São introduzidos</p><p>nos processos, mediante integração de microrganismos no processo produtivo, como</p><p>o uso de vírus, bacilos, bactérias, entre outros, sendo potencialmente nocivos aos eres</p><p>humanos.</p><p>De acordo com Rubens (2019), além de introdução no processo de produção,</p><p>esses agentes podem se infiltrar no ambiente laboral em decorrência das deficiências</p><p>na higienização no ambiente, o que pode levar ao aparecimento de animais</p><p>18</p><p>transmissores de doenças, como ratos, mosquitos ou animais peçonhentos, o que</p><p>consequentemente adoecerá os trabalhadores.</p><p>Podemos evidenciar como um caso de contaminação por agente biológico, a</p><p>pandemia do COVID – 19, vivenciada por todo o mundo, onde em alguns períodos foi</p><p>necessário encerrar todas as atividades dentro das organizações, com o intuito de</p><p>conter a contaminação, visto que, o vírus era contraído com facilidade pelas vias</p><p>respiratórias. Essa situação, em específico, é um exemplo de uma contaminação</p><p>grave, pois é um vírus que pode levar a morte da pessoa contaminada.</p><p>É destacado por Rodrigues, que os riscos biológicos são presentes com maior</p><p>frequência “nos setores da indústria farmacêutica e de alimentos, nas unidades de</p><p>prestação dos serviços hospitalares, laboratórios de análises clínicas, centrais de</p><p>tratamento de dejetos e até em algumas atividades agroindustriais” (RODRIGUES,</p><p>2011, p. 39). Além disso, o desenvolvimento da biotecnologia pode levar esse risco a</p><p>ser ainda mais frequente.</p><p>3.2.4 Análise</p><p>Para facilitar a identificação das exposições ocupacionais, a NR 09 dispõe em</p><p>seu subitem 9.3.1 uma lista de fatores que devem ser levados em consideração, sendo</p><p>eles:</p><p>9.3.1 [...] a) descrição das atividades; b) identificação do agente e formas de</p><p>exposição; c) possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às</p><p>exposições identificadas; d) fatores determinantes da exposição; e) medidas</p><p>de prevenção já existentes; e f) identificação dos grupos de trabalhadores</p><p>expostos (BRASIL, 1978, documento online).</p><p>Inicialmente, deve ser feita uma análise preliminar das atividades laborais, no</p><p>caso de já se ter informações acerca dos agentes físicos, químicos e biológicos, eles</p><p>também devem ser analisados. Assim, é definido quais medidas de prevenção são</p><p>adequadas para cada caso. Nas situações em que a análise preliminar não consegue</p><p>identificar os riscos, é preciso realizar a avaliação quantitativa, para que seja</p><p>comprovado o controle da exposição ocupacional, aos respectivos agentes</p><p>detectados, com essa análise é possível dimensionar a exposição que cada grupo de</p><p>trabalhador aos agentes e com ela auxiliar na análise das medidas de prevenção.</p><p>19</p><p>Diferente da análise preliminar, na avaliação quantitativa, a exposição</p><p>ocupacional deve ser representada com abrangência aos aspectos organizacionais e</p><p>as condições ambientais em que o trabalhador está envolvido, na realização de suas</p><p>atividades. Ao concluir a análise, esta deve ser incorporada ao inventário de riscos do</p><p>PGR.</p><p>3.2.5 Prevenção</p><p>No processo de análise/avaliação, como já mencionado, são decididas as</p><p>medidas de prevenção e controle das exposições ocupacionais aos agentes, físicos,</p><p>químicos e biológicos, estas medidas estão dispostas nos anexos da NR 09, além</p><p>disso, cabe ressaltar que, elas devem ser aplicadas visando eliminar ou controlar as</p><p>referidas exposições e devem estar conforme o PGR adotado na organização.</p><p>Temos conhecimento de que a NR 15 e seus anexos, dispõem de limites de</p><p>tolerância, portanto, ela é utilizada como base em um controle de exposições, na</p><p>ausência destes, a NR 09 em seu subitem 9.6.1.1 determina que:</p><p>Na ausência de limites de tolerância previstos na NR-15 e seus anexos</p><p>devem ser utilizados como referência para adoção</p><p>de medidas de prevenção</p><p>aqueles previstos pela American Conference of Governmental Industrial</p><p>Higyenists (ACGIH) (BRASIL, 1978, documento online).</p><p>Além dos limites de tolerância dispostos na NR 15, a NR 09 dispõe de dois</p><p>anexos, em que, o primeiro é referente a vibração, onde são estabelecidos os</p><p>requisitos para avaliação da exposição as Vibrações em Mãos e Braços (VMB) e</p><p>Vibrações de Corpo Inteiro (VCI), eles são usados mediante identificação de vibrações</p><p>no PGR, conforme previsto na NR 01. Já o outro anexo é referente ao calor, que assim</p><p>como as vibrações, estabelece requisitos para avaliação de exposição ocupacional ao</p><p>calor, quando este for identificado no PGR conforme previsto na NR 01.</p><p>Portanto, mediante a elaboração de um plano de controle de riscos, é</p><p>indispensável a consulta na NR 09 e/ou NR 15, conforme os riscos identificados no</p><p>ambiente ocupacional.</p><p>20</p><p>3.3 Edificações</p><p>Ao falar em construção, é impossível não falar sobre as edificações. É uma</p><p>área que passou por avanço tecnológico nos últimos tempos, mas, todo esse avanço</p><p>não reduziu o péssimo desempenho do setor no que diz respeito a segurança e saúde</p><p>no trabalho, como foi apresentado no início do capítulo.</p><p>A NR 8 com o título “Edificações”, estabelece requisitos para garantir a</p><p>segurança e o conforto aos trabalhadores da área. Nela são determinados requisitos</p><p>como, a altura do piso ao teto, como o espaço de circulação deve permanecer, as</p><p>medidas de segurança em pisos escorregadios, e nos casos de andares acima do</p><p>solo, a norma estabelece recomendações quanto a proteção contra quedas. Mas, a</p><p>maioria dessas regulamentações, são complementadas por outras normas</p><p>específicas, como, por exemplo, a questão de proteção contra quedas, em seu</p><p>subitem 8.3.2.5, a NR 8 dispõe que:</p><p>8.3.2.5 Os andares acima do solo devem dispor de proteção contra queda de</p><p>pessoas ou objetos, de acordo com a legislação municipal e as normas</p><p>técnicas oficiais, atendidas as condições de segurança e conforto (BRASIL,</p><p>1978, documento online).</p><p>Neste caso, a norma depende da legislação municipal e a normas técnicas</p><p>oficiais, além de ser complementada pela NR 35 destinada ao trabalho em altura. É</p><p>importante ressaltar que, as legislações municipais apresentam variações entre</p><p>municípios e estados, portanto, ao iniciar uma obra, não somente as regulamentações</p><p>nacionais quanto à segurança devem ser verificadas, mas também, as regências</p><p>municipais e estaduais.</p><p>Normalmente se ouve de profissionais do ramo da construção civil, em</p><p>específico, no setor de edificações, que chega a ser impossível a implementação de</p><p>um programa voltado a segurança e saúde no trabalho, visto a complexidade. Os</p><p>índices de acidentes no setor, podem ter diversas motivações, como a demanda no</p><p>setor imobiliário é alta, gerando muitos empregos, mas, infelizmente não se</p><p>conseguem profissionais qualificados, o que muitas vezes, faz com que sejam</p><p>contratados profissionais despreparados para a função.</p><p>Segundo Gomes e Ávila (2011), quanto a aplicação de segurança e saúde no</p><p>trabalho dentro das empresas da área da construção civil, as empresas argumentam</p><p>21</p><p>ser difícil realizar as devidas medidas preventivas e a fiscalização, em decorrência das</p><p>instalações de produção serem de caráter temporário, visto que ao finalizar a obra as</p><p>instalações de produção são encerradas. Além disso, tem as questões de que em</p><p>cada obra, existe um tipo de peculiaridade, a alta rotatividade de mão de obra,</p><p>inclusive terceirizadas e a falta de especialistas em segurança do trabalho nas</p><p>empresas, para manterem os ambientes seguros.</p><p>Mas essas são questões comuns no assunto segurança no trabalho, que já são</p><p>discutidas por anos, que, na prática, infelizmente é cada vez mais difícil de se resolver.</p><p>O ponto que queremos chegar neste capítulo é um ponto não tanto discutido ao se</p><p>falar em Engenharia de Segurança do Trabalho, sendo a prevenção e o controle de</p><p>risco, após a conclusão das edificações.</p><p>Toda obra em um determinado tempo vai necessitar de determinadas</p><p>manutenções, mesmo que estas demorem ocorrer, com o tempo será necessário um</p><p>reparo seja ele estrutural, elétrico, hidráulico ou sanitário. Para manter a segurança</p><p>dessas manutenções, no momento de elaboração de um projeto é preciso pensar em</p><p>estratégias para facilitar essas manutenções.</p><p>3.3.1 Shaft</p><p>Muitas são as possíveis patologias em uma edificação, entre elas temos as</p><p>infiltrações, problemas elétricos, que cabem uma manutenção nas instalações.</p><p>Pensando nisso, ao projetar uma edificação, é ideal a instalação de shaft,</p><p>popularmente conhecido como duto, geralmente projetados com aberturas verticais</p><p>para passagem de tubulações, muito comum nas instalações hidrossanitárias.</p><p>Mas o shaft não se limita apenas nas instalações hidrossanitárias, pois, podem</p><p>ser usados como uma forma de ventilação, esgoto, passagem de água fria e quente,</p><p>e também servem para as eletrocalhas. A utilização dos shafts para passagem de</p><p>instalações elétricas, deve ser projetada cuidadosamente, conforme as normas de</p><p>proteção contra incêndio. Por possuírem aberturas na laje para passagem de</p><p>tubulações, estes devem ser vedados adequadamente, caso contrário, em caso de</p><p>incêndio, as chamas se propagam verticalmente com facilidade (PAIXÃO, 2022).</p><p>22</p><p>Além dos tipos de uso já mencionados, os shafts também podem conceder</p><p>acesso a válvulas redutoras ou de manutenção de pressão, misturadores, válvulas de</p><p>sinalização ou controle de sistemas de combate ao incêndio e até mesmo os</p><p>medidores de consumo de água ou de gás.</p><p>Portanto, podem ser considerados como uma medida de prevenção e controle</p><p>de riscos, por exemplo, no caso de um cano hidráulico estourar em uma grande</p><p>edificação, tendo uma válvula de manutenção em um shaft, é possível fechá-la</p><p>rapidamente para então conter o vazamento, assim, reduzindo os possíveis prejuízos.</p><p>Em resumo, o shaft é um vão interno, construído nas edificações, geralmente,</p><p>são implantados em cozinhas ou nos banheiros, conforme é mostrado na Figura 1,</p><p>com aberturas ou são revestidos com painéis de gesso acartonado como mostra a</p><p>Figura 2, por ser um material com maior resistência a água, mas, é um material que</p><p>quebra com facilidade. Como no exemplo do parágrafo anterior, no caso de um cano</p><p>estourar, com este vão na edificação, é mais fácil realizar a troca do cano, sem que</p><p>seja necessário a quebra de paredes e todo o constrangimento que isso envolve,</p><p>como a quebra de paredes erradas, entre outras situações (CAMISASSA, 2022).</p><p>Figura 1 - Planta baixa de banheiro, indicando a instalação do shaft.</p><p>Fonte: ew7.com.br/</p><p>23</p><p>Figura 2 - Shaft já instalado.</p><p>Fonte: vivadecora.com.br/</p><p>Ao projetar um shaft é importante a realização de um dimensionamento</p><p>detalhado em todas as instalações, tanto em planta, quanto em vista, para que o shaft</p><p>esteja em posição adequada em relação às tubulações verticais, com o espaço</p><p>suficiente para sua passagem de todos os tubos. Dessa maneira, um bom projeto</p><p>considera a fixação dos tubos e a forma em que vão ficar dispostos, além de dedicar</p><p>um espaço para instalação dos dispositivos, deve-se deixar um espaço para o acesso</p><p>aos dispositivos, para inspeções e manutenções, como é mostrado na Figura 3, a</p><p>seguir (CAMISASSA, 2022).</p><p>Figura 3 - Shaft de esgoto e ventilação.</p><p>Fonte: fotos.habitissimo.com.br/</p><p>24</p><p>3.3.2 Problemas em shafts</p><p>Mediante a construção de shafts, é comum ver erros na furação da laje, como</p><p>é ilustrado na Figura 4, para passagem da tubulação, como a realização de furos na</p><p>posição errada, que precisam ser refeitos, neste momento é preciso atenção para</p><p>vedação das aberturas feitas erradas. Também pode acontecer do próprio shaft ter</p><p>sido construído na posição ou com dimensionamento errado, nessa situação,</p><p>mediante erros na construção de paredes, a única solução é a destruição da parede</p><p>e refazê-la</p><p>corretamente.</p><p>Figura 4 - Furo errado em laje para instalação de shaft.</p><p>Fonte: ew7.com.br/</p><p>Para o dimensionamento correto do shaft, é necessário conhecer sua natureza,</p><p>se será para ventilação ou passagem de tubulações, e qual será a demanda que este</p><p>deverá atender. Por exemplo, para edificações residenciais, as dimensões diferem</p><p>para instalações industriais. Por isso, é importante que antes de projetar um shaft,</p><p>sejam realizados cálculos precisos quanto a dimensão da tubulação, quantos tubos</p><p>vão passar, e quais suas bitolas, para então, dimensionar o tamanho e posição dos</p><p>furos de um shaft (CAMISASSA, 2022).</p><p>25</p><p>Também é comum se deparar com a ausência de vedação das lajes na</p><p>passagem das tubulações. Para se ter uma vedação eficaz e, ao mesmo tempo,</p><p>econômica, é importante que o projeto da edificação apresente a posição correta dos</p><p>furos das lajes. É preciso que a tubulação passe junto ao furo, para reduzir o uso de</p><p>massa na vedação da laje, também é importante a utilização de um suporte, para</p><p>evitar que a tubulação caia.</p><p>Para os casos de shafts expostos aos riscos de incêndio, é utilizada uma massa</p><p>especial na vedação, já nos casos em que, essa exposição é baixa, pode ser usado</p><p>uma massa de concreto na vedação, com a atenção, para que esta seja preparada</p><p>com qualidade conforme as recomendações do fabricante. Entretanto, o mais indicado</p><p>para essa vedação é o poliuretano expandido, visto que possui fácil remoção, caso</p><p>seja necessária uma manutenção futura, evitando o “quebra-quebra”.</p><p>3.4 Sinalização</p><p>Já mencionado em capítulos anteriores, a sinalização tem um importante papel</p><p>na área de segurança do trabalho, uma vez que estimula e desenvolve a atenção do</p><p>trabalhador para os riscos a que está exposto. Segundo Góes (2020), a sinalização</p><p>apresenta a localização de equipamentos protetores e outras informações</p><p>imprescindíveis para segurança no ambiente.</p><p>Regida pela NR 26, a sinalização abrange cores, identificações e rotulagens de</p><p>produtos químicos e também das fichas com dados de segurança que devem ser</p><p>elaboradas pelo fabricante ou fornecedor nacional desses produtos (BRASIL, 1978).</p><p>As cores de segurança, foram determinadas para indicar e advertir quanto aos</p><p>riscos existentes no ambiente de trabalho. Responsáveis por identificarem</p><p>equipamentos de segurança, tubulações empregadas para condução de líquidos e</p><p>gases, além disso, também delimitam áreas. A antiga redação da NR 26 estabelecia</p><p>uma listagem de cores a serem usadas, mas com a nova redação, apenas remete ao</p><p>cumprimento das normas técnicas oficiais relativas à matéria.</p><p>O subitem 26.2 da referida norma, regulamenta o art. 197 da CLT, o qual</p><p>determina que os materiais e as substâncias empregados, manipulados ou</p><p>transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, estes</p><p>26</p><p>devem ser rótulos com um quadro de informações quanto a sua composição, símbolo</p><p>de perigo correspondente, conforme padronização internacional e conter as instruções</p><p>de socorro imediato.</p><p>Assim, a norma dispõe quanto a obrigatoriedade do uso do Globally</p><p>Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals (GHS), traduzido</p><p>para o português, Sistema Globalmente Harmonizado para Classificação e Rotulagem</p><p>de Produtos Químicos (SGH), ou também conhecido como Sistema Globalmente</p><p>Harmonizado.</p><p>O SGH, corresponde a um sistema com objetivo de padronização mundial para</p><p>classificação, rotulagem e fichas de dados de segurança de produtos químicos com o</p><p>uso de símbolos de fácil compreensão. É um sistema que visa a gestão segura dos</p><p>produtos, garantindo maior proteção à saúde humana e ao meio ambiente durante</p><p>seu manuseio, transporte e utilização final.</p><p>A expressão “produto químico” é usada em sentido amplo para designar</p><p>substâncias, produtos, misturas, preparados ou quaisquer outros termos</p><p>adotados nos sistemas existentes.</p><p>A padronização do SGH se baseia na definição de perigos ocasionados pelos</p><p>produtos químicos, na criação dos processos de classificação que utilizem dados</p><p>disponíveis sobre produtos químicos comparados a critérios de perigo já definidos e</p><p>na comunicação acerca do perigo em rótulos e nas Fichas de Informação de</p><p>Segurança para Produtos Químicos (FISQ) (CAMISASSA, 2022).</p><p>Camisassa (2022), destaca que o SGH não é uma regulamentação, nem um</p><p>conjunto de normas, portanto sua observância não é obrigatória. No entanto, pela sua</p><p>importância, várias de suas recomendações já foram adotadas por inúmeros países,</p><p>entre eles o Brasil, ao incluir na redação da NR 26 a obrigatoriedade de utilização dos</p><p>critérios desse sistema para identificação dos riscos à segurança e saúde dos</p><p>trabalhadores.</p><p>27</p><p>3.4.1 Rotulagem dos produtos químicos</p><p>Segundo a NR 26, a classificação de substâncias perigosas deve ser baseada</p><p>na lista de classificação harmonizada ou com a realização de ensaios exigidos pelo</p><p>processo de classificação. Caso não haja classificação da substância perigosa na lista</p><p>nacional de classificação harmonizada, poderá ser utilizada a lista internacional. Os</p><p>aspectos relativos à classificação devem atender ao disposto na norma técnica oficial</p><p>vigente (BRASIL, 1978).</p><p>Conforme já mencionado, os produtos devem ser rótulos com as devidas</p><p>informações, entre os rótulos existem a rotulagem preventiva, que corresponde ao</p><p>conjunto de elementos com informações escritas, impressas ou gráficas, relativas a</p><p>um produto químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que</p><p>contém o produto.</p><p>A NR 26 estabelece que a rotulagem preventiva deve ter a identificação e a</p><p>composição do respectivo produto, pictogramas de perigo, palavra de advertência,</p><p>frases de perigo e precaução e informações suplementares, como os exemplos da</p><p>Figura 10.</p><p>Figura 5 - Rótulo preventivo.</p><p>Fonte: alfaabc.com.br/</p><p>28</p><p>Assim como em todos os setores, os trabalhadores que atuam com a</p><p>sinalização também devem passar por um treinamento específico para compreensão</p><p>de rotulação e ficha dos dados de segurança do produto químico. Neste treinamento</p><p>é indispensável que os trabalhadores sejam orientados quanto aos perigos, riscos,</p><p>medidas preventivas e aos procedimentos para atuação nas emergências com</p><p>produtos químicos.</p><p>3.5 Trabalho em altura</p><p>Como já mencionado no início do capítulo, a queda de altura é uma das</p><p>principais causas de graves e até fatais acidentes. Mas, a queda não é o único perigo</p><p>no trabalho em altura. Quando um trabalhador utiliza de métodos de segurança, ao</p><p>sofrer uma queda, este permanece suspenso pelo sistema de segurança, composto</p><p>pelo cinto de segurança, talabarte e a ancoragem, até que uma equipe de socorro</p><p>chegue ao local. Essa condição é denominada de suspensão inerte, apesar de ser um</p><p>método de segurança, ela não está livre de danos, pois, ela pode provocar dificuldade</p><p>respiratória, perda de consciência, tromboses e até mesmo a morte, portanto, o curto</p><p>prazo para chegada do resgate é importante.</p><p>O trabalho realizado em altura é amparado pela NR 35, que visa, estabelecer</p><p>requisitos mínimos e as medidas de proteção para realização do trabalho em altura,</p><p>desde o planejamento até a execução do trabalho (BRASIL, 2012). Assim como em</p><p>outras áreas de atuação, o trabalho em altura deve ser precedido de uma Análise de</p><p>Risco, a qual deve ser garantida pelo empregador.</p><p>De acordo com Camisassa (2022), a análise de risco corresponde ao método</p><p>sistemático de exame crítico e avaliação detalhada dos procedimentos necessários</p><p>na execução de determinada tarefa e a correspondente identificação dos potenciais</p><p>riscos, com suas causas, consequências e medidas de controle. Além disso, essa</p><p>análise possibilita a identificação e antecipação de eventos indesejáveis e possíveis</p><p>acidentes de ocorrência durante a execução de determinada atividade, possibilitando</p><p>a adoção de medidas preventivas de segurança e de saúde do trabalhador,</p><p>do</p><p>usuário, de terceiros e do meio ambiente.</p><p>29</p><p>3.5.1 Procedimento operacional e permissão de trabalho</p><p>Se trata de um documento elaborado pela empresa para realização das</p><p>atividades rotineiras de trabalho. Conforme determina o subitem 35.4.6.1 da NR 35,</p><p>este documento deve dispor no mínimo das seguintes informações:</p><p>• Diretrizes e requisitos da tarefa;</p><p>• Orientações administrativas;</p><p>• Detalhamento da tarefa;</p><p>• Medidas de controle dos riscos característicos à rotina;</p><p>• Condições impeditivas de realização da tarefa (por exemplo, condições</p><p>ambientais desfavoráveis, como citado anteriormente);</p><p>• Sistemas de proteção coletiva e individual necessários;</p><p>• Competências e responsabilidades.</p><p>3.5.2 Permissão de Trabalho (PT)</p><p>Conforme a NR 35, “a permissão de trabalho se refere ao documento escrito</p><p>contendo o conjunto de medidas de controle, visando ao desenvolvimento de trabalho</p><p>seguro, além de medidas de emergência e resgate” (BRASIL, 2012, documento</p><p>online). Assim, seu objetivo é o de autorizar o trabalho em altura, assim como</p><p>descrever e delimitar sua execução.</p><p>As atividades de trabalho em altura não rotineiras devem ser previamente</p><p>autorizadas mediante Permissão de Trabalho. Por se tratar de atividades não</p><p>habituais, não há uma exigência de um procedimento operacional. Mas o uso da PT</p><p>não exclui a realização da análise de risco, a qual pode ser realizada separadamente</p><p>ou inserida na própria PT.</p><p>A PT deve ser emitida, aprovada pelo responsável pela autorização da</p><p>permissão, disponibilizada no local de execução da atividade e, ao final, encerrada e</p><p>arquivada para permitir sua rastreabilidade.</p><p>Segundo a NR 33, uma PT deve ter os requisitos mínimos a serem atendidos</p><p>na execução dos trabalhos, as disposições e medidas estabelecidas na análise de</p><p>risco e a relação dos envolvidos e suas autorizações (BRASIL, 2012).</p><p>30</p><p>Para trabalhos em altura, a permissão tem validade limitada à duração da</p><p>atividade, sendo restrita ao turno de trabalho. Entretanto, uma mesma permissão de</p><p>trabalho pode ser revalidada pelo responsável pela aprovação nas situações em que</p><p>não ocorram mudanças nas condições estabelecidas ou na equipe de trabalho.</p><p>Em um planejamento do trabalho em altura, sempre que existir uma medida</p><p>para evitar o trabalho em altura essa deve ser priorizada, já nos casos em que isso</p><p>não é possível, é obrigatório o uso de um Sistema de Proteção Contra Quedas (SPQ).</p><p>Esse sistema deve ser projetado por um profissional habilitado, a escolha do sistema</p><p>ideal deve considerar o risco em que os trabalhadores vão estar expostos e os riscos</p><p>adicionais. Além de atender às normas técnicas nacionais ou, na sua inexistência, às</p><p>normas internacionais aplicáveis, o sistema deve possuir resistência para suportar a</p><p>força máxima prevista quando de uma queda e ter todos os seus elementos</p><p>compatíveis e submetidos a uma sistemática de inspeção.</p><p>A NR 35 estabelece requisitos os quais um sistema de proteção contra quedas</p><p>deve atender, sendo eles:</p><p>• Ser conforme a tarefa realizada;</p><p>• Sua seleção deve ser conforme a análise de risco, considerando os riscos que</p><p>o trabalhador está exposto e os riscos adicionais;</p><p>• Ser elaborado por um profissional qualificado em segurança do trabalho;</p><p>• Ser resistente para suportar uma força máxima aplicável, no caso de uma</p><p>queda;</p><p>• Todos os seus elementos devem ser submetidos a uma sistemática inspeção.</p><p>Ao selecionar este sistema, deve-se considerar o uso de um Sistema de</p><p>Proteção Coletiva Contra Quedas (SPCQ) e do Sistema de Proteção Individual Contra</p><p>Quedas (SPIQ). Este segundo deve ser adotado em situações específicas, como na</p><p>impossibilidade de uso do SPCQ, para atender situações emergentes e sempre que</p><p>o SPCQ não proteja completamente contra os riscos de queda (BRASIL, 2012).</p><p>Por estabelecer a utilização destes sistemas, a norma determina alguns pontos</p><p>específicos como no caso de se constatar defeito em algum dos sistemas, além disso,</p><p>a norma apresenta orientações quanto as inspeções que devem ser realizadas, e</p><p>quanto aos equipamentos utilizados nos sistemas de proteção.</p><p>31</p><p>3.5.3 Emergência e salvamento</p><p>“O empregador deve disponibilizar equipe de emergência e salvamento para</p><p>respostas em caso de emergências para trabalho em altura” (BRASIL, 2012,</p><p>documento online). A equipe de emergência e salvamento pode ser de uma equipe</p><p>externa ou pode ser formada pelos próprios funcionários que realizam o trabalho em</p><p>altura. Cabe ao empregador disponibilizar todos os recursos necessários para</p><p>realização dos serviços de emergência.</p><p>As equipes externas pode ser o Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento</p><p>Móvel de Urgência (SAMU), ou uma equipe privada, formada por profissionais</p><p>capacitados em emergência e salvamento.</p><p>3.5.4 Capacitação e treinamento</p><p>São considerados trabalhadores aptos ao trabalho em altura, aqueles que</p><p>tenham concluído com aprovação o treinamento teórico e prático, com carga horária</p><p>de no mínimo 8 horas, tendo em seu conteúdo programático:</p><p>• Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;</p><p>• Análise de Risco e condições impeditivas;</p><p>• Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e</p><p>controle;</p><p>• Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;</p><p>• Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção,</p><p>inspeção, conservação e limitação de uso;</p><p>• Acidentes típicos em trabalhos em altura;</p><p>• Condutas em emergências, incluindo noções de técnicas de resgate e de</p><p>primeiros socorros (esse tópico do treinamento – Condutas em emergências – tem</p><p>caráter generalista e não tem o objetivo de capacitar o trabalhador a integrar a equipe</p><p>de Emergência e Salvamento prevista na norma. Para isso, o trabalhador deverá ter</p><p>capacitação específica).</p><p>32</p><p>A norma prevê também a realização de treinamento periódico bienal com carga</p><p>horária mínima de oito horas, conforme conteúdo programático definido pelo próprio</p><p>empregador. O treinamento deve ser ministrado por instrutores com comprovada</p><p>proficiência no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em</p><p>segurança no trabalho (BRASIL, 2012).</p><p>3.6 Eletricidade</p><p>Pode-se dizer hoje, que tudo no mundo depende da energia, segundo Rocha</p><p>(2018), tudo que consegue produzir trabalho pode ser definido como energia, com</p><p>isso, a energia é responsável pelos processos de transformação, propagação e</p><p>interação que acontecem no mundo. Dentre todos os tipos de energia existentes, a</p><p>elétrica é a mais usada por nós, para conduzir e transformar uma energia primária,</p><p>nos tipos de energia que utilizamos nas residências, comércios, etc. Sendo assim, a</p><p>eletricidade pode ser considerada um tipo de energia intermediária, estando ela, entre</p><p>a fonte produtora e a aplicação final.</p><p>Todo ambiente que vai utilizar energia, precisa, realizar uma instalação elétrica.</p><p>Essa instalação é formanda por conjuntos de componentes pelos quais haverá a</p><p>circulação da corrente elétrica, o que é chamado de circuito elétrico, já o conjunto</p><p>desses circuitos é chamado de sistema elétrico. Os circuitos elétricos possuem três</p><p>elementos básicos, sendo eles: resistência elétrica, indutor e capacitor e as rotativas.</p><p>A resistência elétrica é responsável por conduzir a energia elétrica aos</p><p>equipamentos que utilizamos, portanto, ela transforma a energia elétrica, em sonora,</p><p>calorífica, luminosa, mecânica, entre outras. Já os capacitores e indutores, são os</p><p>responsáveis por armazenarem energia, criando os campos eletromagnéticos,</p><p>essenciais para máquinas elétricas estáticas, como, por exemplo, os transformadores.</p><p>Por fim, as rotativas, são os motores.</p><p>Para que os processos de transformação de energia ocorram, os equipamentos</p><p>são submetidos a diferenças de tensões elétricas, para que assim, aconteça a</p><p>circulação de corrente elétrica e a produção de potência elétrica ativa e reativa. O</p><p>conjunto</p><p>dessas potências origina a potência aparente. Portanto, para o devido</p><p>funcionamento de um equipamento, é preciso que este seja conectado por</p><p>33</p><p>condutores, em uma instalação elétrica, submetida a uma tensão elétrica, cujos</p><p>valores podem ocasionar riscos aos operadores dos equipamentos.</p><p>3.6.1 Riscos elétricos</p><p>Todas as pessoas estão sujeitas a sofrerem algum choque elétrico, o qual é um</p><p>conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, os quais se manifestam tanto</p><p>no organismo humano, quanto animal, quando este é percorrido por uma corrente</p><p>elétrica. Dependendo das condições de intensidade da corrente elétrica, que uma</p><p>pessoa ou animal for submetido, esta pode ocasionar de uma ligeira contração</p><p>superficial até mesmo uma violenta contração muscular, podendo levar a morte.</p><p>A Figura 5, demonstra uma situação, onde o ser humano é submetido a uma</p><p>tensão elétrica, em decorrência de uma falha por ausência de isolamento nos</p><p>condutores ou por contato direto com as partes vivas da instalação.</p><p>Figura 6 - Passagem da corrente elétrica sobre o corpo humano quando submetido</p><p>a uma tensão elétrica.</p><p>Fonte: Mattos e Másculo, 2011.</p><p>Segundo Mattos e Másculo (2011), a tensão elétrica de contato não pode ser</p><p>superior a 50 Volts, para ambientes residenciais, comerciais e industriais, e 25 Volts</p><p>em áreas externas, canteiros de obras, estabelecimentos pecuários, campings,</p><p>dependências interiores molhadas de uso normal, entre outros locais definidos pela</p><p>NBR 5410.</p><p>Mediante a não adoção de medidas de segurança e proteção adequadas em</p><p>instalações elétricas, o risco de vida é grande, sendo o perigo tanto para o eletricista</p><p>34</p><p>quanto para o operário. Mas o que representa o perigo é a diferença potencial em dois</p><p>elementos, na prática, a periculosidade não está no caso de uma pessoa tocar em</p><p>apenas um elemento energizado, mas sim, em dois elementos com diferentes</p><p>potenciais.</p><p>Muitos são os efeitos produzidos pela corrente elétrica no corpo humano, a</p><p>seguir são explicados os principais e mais comuns efeitos, vistos no cotidiano.</p><p>• Tetanização: corresponde a paralisia muscular, ocasionada pela corrente</p><p>elétrica em contato com os tecidos nervosos que controlam os músculos. De acordo</p><p>com Mattos e Másculo (2011):</p><p>Até certo valor, entre 6 e 14 mA em mulheres e entre 9 e 23 mA em homens,</p><p>em corrente alternada de 50 a 60 Hz, tem-se o limite de largar, que é o valor-</p><p>limite para que uma pessoa, tendo em mãos um objeto energizado, ainda</p><p>possa largá-lo. Ultrapassado este limite, a corrente provoca a contração total</p><p>do músculo, o que impede que a pessoa largue o objeto usando os músculos</p><p>voluntariamente (MATTOS; MÁSCULO, 2011, p. 148).</p><p>• Parada respiratória: ocorre durante e tetanização, mediante a paralisia dos</p><p>músculos da região peitoral, chegando essa paralisia aos pulmões, que ocasionam o</p><p>interrompimento da respiração. Com a permanência dessa corrente no corpo da</p><p>pessoa pode levar a duas consequências: a morte por asfixia ou lesões irreversíveis</p><p>nos tecidos cerebrais;</p><p>• Queimadura: acontece mediante a passagem da corrente elétrica no corpo</p><p>humano em conjunto com o desenvolvimento de calor pelo efeito Joule. Esta situação</p><p>pode ser considerada a mais intensa nos pontos de entradas e saídas da corrente, e</p><p>quanto maior tempo de permanência dela no corpo, mais grave são as consequências.</p><p>A queimadura interna pode até romper artérias, levando a pessoa a hemorragia;</p><p>• Fibrilação ventricular: essa situação acontece mediante vibração</p><p>desordenada das fibras musculares, que levam a estagnação do sangue no coração.</p><p>Naturalmente, o coração humano contrai de 60 a 100 vezes por minuto, em</p><p>decorrência dos impulsos elétricos gerados no módulo sinoatrial do coração, quando</p><p>esses impulsos se somam e sobrepõe a impulsos externos em decorrência de choque</p><p>elétrico, pode haver arritmia, levando ao coração a incapacidade de exercer sua</p><p>função vital.</p><p>35</p><p>Com essas consequências listadas, é claro, o quão grave são os riscos no uso</p><p>da eletricidade. A CLT reconhece a situação e atribui adicional salarial quanto a</p><p>periculosidade aos trabalhadores da área. Cabe ressaltar que as situações insalubres</p><p>das atividades são determinadas pela NR 15.</p><p>3.6.2 Regulamentação</p><p>No Brasil, as instalações elétricas devem ser feitas de acordo com orientações</p><p>de normas técnicas brasileiras que regem as instalações elétricas e as áreas afins,</p><p>em especial os materiais e equipamentos usados. Existem as normas dispostas no</p><p>catálogo da ABNT classificadas em grupos, na Tabela 1 a seguir, está disposto uma</p><p>listagem das normas que devem ser consultadas mediante o trabalho com instalações</p><p>elétricas.</p><p>Tabela 1 - Normas da ABNT referente as instalações elétricas.</p><p>ABNT NBR 9311:2014</p><p>Cabos elétricos isolados —</p><p>Classificação e designação.</p><p>Essa norma estabelece a classificação e designação por símbolos</p><p>que representam as partes componentes do cabo para cabos</p><p>elétricos isolados.</p><p>ABNT NBR 11301:1990</p><p>Cálculo da capacidade de</p><p>condução de corrente de</p><p>cabos isolados em regime</p><p>permanente (fator de carga</p><p>100%) – Procedimento.</p><p>Esta norma fixa as condições exigíveis para o cálculo da capacidade</p><p>de condução de corrente de cabos isolados em regime permanente,</p><p>em todas as tensões alternadas, em tensões contínuas até 5kV,</p><p>diretamente enterrados, em dutos, em canaletas ou em tubos de</p><p>aço, bem como instalados ao ar.</p><p>ABNT NBR NM 280:2011</p><p>Condutores de cabos</p><p>isolados (IEC 60228, MOD).</p><p>Esta norma especifica as seções nominais padronizadas de 0,5 mm²</p><p>a 2 000 mm², bem como o número e diâmetros dos fios e valores de</p><p>resistência elétrica para condutores de cabos elétricos e cordões</p><p>flexíveis, isolados.</p><p>ABNT NBR 6251: 2018</p><p>Cabos de potência com</p><p>isolação extrudada para</p><p>tensões de 1 kV a 35 kV -</p><p>Requisitos construtivos.</p><p>Este documento padroniza a construção dos cabos de potência</p><p>unipolares, multipolares ou multiplexados, para instalações fixas,</p><p>com isolação e cobertura extrudada, para tensões nominais de 1 kV</p><p>a 35 kV. Os materiais de isolação e cobertura são descritos nas</p><p>Tabelas 1 e 2.</p><p>36</p><p>ABNT NBR 7287:2019</p><p>Cabos de potência com isolação</p><p>extrudada de polietileno</p><p>reticulado (XLPE) para tensões</p><p>de 1 kV a 35 kV — Requisitos</p><p>de desempenho.</p><p>Esta norma especifica os requisitos para os cabos de potência, unipolares,</p><p>multipolares ou multiplexados, para instalações fixas, isolados com</p><p>polietileno reticulado (XLPE), com cobertura, para instalações fixas.</p><p>ABNT NBR 9024:2009</p><p>Cabos de potência</p><p>multiplexados</p><p>autossustentados com</p><p>isolação extrudada de XLPE</p><p>para tensões de 10 kV a 35</p><p>kV com cobertura -</p><p>Requisitos de desempenho.</p><p>Esta Norma especifica os requisitos mínimos exigíveis para cabos</p><p>de potência multiplexados autossustentados, constituídos por três</p><p>condutores fase, isolados e blindados, com cobertura, reunidos ao</p><p>redor de um elemento de sustentação.</p><p>ABNT NBR 7285:2016</p><p>Cabos de potência com</p><p>isolação extrudada de</p><p>polietileno termofixo (XLPE)</p><p>para tensão de 0,6/1 kV -</p><p>Sem cobertura - Requisitos</p><p>de desempenho.</p><p>Esta Norma especifica os requisitos para cabos de potência de um</p><p>condutor ou multiplexados, isolados com polietileno termofixo</p><p>(XLPE), sem cobertura, para instalações fixas. Estes cabos não são</p><p>resistentes à chama, podendo ser utilizados em circuitos internos de</p><p>instalações elétricas de baixa tensão somente quando observadas</p><p>as prescrições contidas na ABNT NBR 5410. São também utilizados</p><p>em linhas de distribuição de energia elétrica de concessionárias de</p><p>energia, em tensões alternadas até 0,6 /1 kV.</p><p>ABNT NBR 7287:2019</p><p>Cabos de potência com</p><p>isolação extrudada de</p><p>polietileno reticulado (XLPE)</p><p>para tensões de 1 kV a 35</p><p>kV — Requisitos de</p><p>desempenho.</p><p>Esta Norma especifica os requisitos para os cabos de potência,</p><p>unipolares, multipolares ou multiplexados, para instalações fixas,</p><p>isolados com</p>