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<p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>1</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>2</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>ÍNDICE</p><p>1. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 03</p><p>2. BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE 05</p><p>3. FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE 06</p><p>4. FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 10</p><p>5. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE 16</p><p>6. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) E AÇÃO</p><p>DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC) 26</p><p>7. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL</p><p>(ADPF)</p><p>38</p><p>8. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO</p><p>(ADO)</p><p>44</p><p>9. CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO NO ÂMBITO ESTADUAL</p><p>(REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE) 50</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>3</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>1. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO</p><p>A supremacia da Constituição é um princípio fundamental do direito</p><p>constitucional que assegura a primazia do texto constitucional sobre todas as</p><p>demais normas do ordenamento jurídico e pode ser compreendida sob dois</p><p>aspectos: material e formal.</p><p> Material: o conteúdo das constituições possui supremacia em relação ao</p><p>conteúdo das leis, pois estabelecem a estrutura do Estado e a organização dos</p><p>poderes, vez que trazem os fundamentos do Estado de Direito. É dizer, o</p><p>aspecto material contém os princípios e valores fundamentais que orientam</p><p>todo o ordenamento jurídico e a atuação dos poderes constituídos.</p><p> Formal: independentemente do conteúdo, as normas constitucionais são</p><p>hierarquicamente superiores em relação a todas as demais espécies</p><p>normativas, que apenas serão válidas se estiverem em consonância com a</p><p>norma constitucional. A supremacia formal está diretamente relacionada à</p><p>ideia de rigidez da constituição.</p><p>No Brasil adota-se a supremacia formal da constituição, de modo que</p><p>independentemente do seu conteúdo, a norma constitucional é hierarquicamente</p><p>superior e servirá de parâmetro de controle de constitucionalidade para as</p><p>espécies normativas infraconstitucionais.</p><p>Há uma presunção relativa (juris tantum) de que todas as normas são</p><p>constitucionais, de modo que deve ser garantida a imperatividade de toda norma</p><p>jurídica até que sobrevenha a declaração de sua inconstitucionalidade.</p><p>E é por isso que no âmbito do controle de constitucionalidade, quando o Poder</p><p>Judiciário for provocado e houver dúvidas sobre a constitucionalidade da lei,</p><p>deve-se optar pela manutenção de sua validade.</p><p>Por seu turno, em havendo espécies normativas que admitam mais de uma</p><p>interpretação (polissêmicas ou plurissignificativas), deve-se dar preferência para a</p><p>interpretação que mais se compatibilize com o conteúdo da Constituição.</p><p>Trata-se de técnica para manutenção das normas denominada</p><p>INTERPRETAÇÃO CONFORME.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>4</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>1) CEBRASPE (CESPE) - 2013 - Notário e Registrador (TJ RR)</p><p>Considerando que a existência do escalonamento normativo é pressuposto</p><p>necessário para a supremacia constitucional, pois, ocupando a Constituição</p><p>o ápice da hierarquia do sistema normativo, é nela que o legislador</p><p>encontrará a forma de elaboração legislativa e o seu conteúdo, assinale a</p><p>opção correta.</p><p>A) No caso de normas polissêmicas ou plurissignificativas, deve dar-se</p><p>preferência à interpretação que lhes dê sentido em conformidade com a</p><p>Constituição.</p><p>B) Para garantir a autoridade das decisões proferidas em sede de ação direta</p><p>de inconstitucionalidade, o STF admite a utilização de reclamação, que pode</p><p>ser ajuizada por qualquer terceiro interessado.</p><p>C) Declarada a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal em</p><p>ação declaratória de constitucionalidade, há a possibilidade de nova análise</p><p>contestatória da matéria, sob a alegação da existência de novos argumentos que</p><p>ensejariam uma nova interpretação com vistas à sua inconstitucionalidade.</p><p>D) O controle concentrado de constitucionalidade não permite que o STF</p><p>assuma a função de legislador negativo, em face do princípio da separação dos</p><p>poderes.</p><p>E) A declaração de inconstitucionalidade por via de exceção tem efeito erga</p><p>omnes.</p><p>2) CEBRASPE (CESPE) - 2019 - Auditor-Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RS)</p><p>Julgue os itens a seguir, acerca da supremacia da Constituição Federal de</p><p>1988 (CF) e do controle de constitucionalidade.</p><p>I O sistema de controle de constitucionalidade adotado no Brasil é o misto: as</p><p>leis federais, além de realizar exame sobre a inconstitucionalidade tanto</p><p>material quanto formal das normas, ficam sob o controle político do Congresso</p><p>Nacional, e as estaduais e municipais, sob o controle jurisdicional.</p><p>II O controle de constitucionalidade está ligado à supremacia da CF sobre todas</p><p>as leis e normas jurídicas.</p><p>III A supremacia material deriva do fato de a CF organizar e distribuir as</p><p>formas de competências, hierarquizando-as. Já a supremacia formal apoia-se</p><p>na ideia da rigidez constitucional.</p><p>IV Sob o prisma constitucional, o governo federal, os governos dos estados da</p><p>Federação, os dos municípios e o do Distrito Federal são soberanos, pois estão</p><p>investidos de poderes e competências governamentais absolutas.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>5</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Estão certos apenas os itens</p><p>A) I e II.</p><p>B) I e IV.</p><p>C) II e III.</p><p>D) I, III e IV.</p><p>E) II, III e IV.</p><p>2. BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>O bloco de constitucionalidade é justamente o conceito de parâmetro do controle</p><p>de constitucionalidade. Em outras palavras, são as normas em face das quais os</p><p>atos normativos infraconstitucionais devem se compatibilizar, sob pena de serem</p><p>declarados inconstitucionais.</p><p>O bloco de constitucionalidade pode ser considerado em sentido estrito ou em</p><p>sentido amplo.</p><p> Estrito: compreende a totalidade de normas constitucionais, expressas ou</p><p>implícitas, que compõem a chamada constituição formal.</p><p> Amplo: para além das normas formalmente constitucionais, o bloco de</p><p>constitucionalidade em sentido amplo abrange as normas apenas</p><p>materialmente constitucionais que, embora situadas fora da constituição</p><p>formal, veiculem matérias de direitos humanos e sejam aptas a desenvolver a</p><p>eficácia dos postulados e dos preceitos inscritos na Lei Fundamental.</p><p>Dito de outro modo, há normas constitucionais que, embora não expressamente</p><p>incluídas no texto da Constituição, podem servir como paradigma para o</p><p>exercício de controle de constitucionalidade.</p><p>No Brasil, o conceito de bloco de constitucionalidade é amplo e abrange normas</p><p>que não são formalmente constitucionais, como os tratados e convenções sobre</p><p>direitos humanos ratificados pelo Brasil e que tenham sido aprovados pelo</p><p>mesmo quórum das emendas à Constituição, conforme prevê o art. 5º, § 3º, da</p><p>CF.</p><p>Art. 5º (...)</p><p>§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos</p><p>humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso</p><p>Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos</p><p>respectivos membros, serão equivalentes às emendas</p><p>constitucionais.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>6</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>A norma inconstitucional, por seu turno, possui natureza de ato nulo, pois se</p><p>trata de vício insanável capaz de macular a norma desde a sua origem, sendo</p><p>declaratória a decisão judicial que reconhece a inconstitucionalidade.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>3) CEBRASPE (CESPE) – 2021 - Delegado de Polícia Federal</p><p>A respeito do controle de constitucionalidade no sistema constitucional</p><p>brasileiro, julgue o item subsequente.</p><p>Conforme o conceito de bloco de constitucionalidade, há normas</p><p>constitucionais não expressamente incluídas no texto da CF que podem servir</p><p>como paradigma para o exercício de controle de constitucionalidade.</p><p>C) Certo</p><p>E) Errado</p><p>3. FORMAS DE INCONSTITUCIONALIDADE</p><p>Para se apurar eventual inconstitucionalidade é preciso verificar</p><p>(total ou parcial) de texto:</p><p>essa técnica é utilizada quando o Poder Judiciário declara a inconstitucionalidade</p><p>de um dispositivo legal, podendo ser total ou parcial. Dito de outro modo, o texto</p><p>impugnado é expurgado do ordenamento jurídico, sendo excluída a redação</p><p>integral da norma, ou parcial, esta última atingindo expressões ou palavras</p><p>isoladas.</p><p>Interpretação conforme a Constituição: técnica hermenêutica utilizada para</p><p>garantir que a aplicação das normas infraconstitucionais esteja em plena</p><p>harmonia com os preceitos e valores constitucionais. Esta técnica busca evitar que</p><p>dispositivos legais sejam considerados inconstitucionais, promovendo uma</p><p>leitura que compatibilize a norma com a Constituição.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>36</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>A aplicação deste princípio pode impor um dado sentido em detrimento dos</p><p>demais, o que implica na escolha de uma interpretação específica entre várias</p><p>possíveis para um dispositivo legal, privilegiando aquela que esteja em</p><p>consonância com a Constituição. Quando uma norma admite mais de uma</p><p>interpretação, o intérprete deve optar por aquela que melhor se alinhe aos</p><p>valores e princípios constitucionais, mesmo que isso signifique preterir outras</p><p>interpretações que também seriam possíveis no contexto da norma</p><p>infraconstitucional.</p><p>Além de impor uma interpretação que se harmonize com a Constituição, este</p><p>princípio também serve para excluir interpretações que conflitem com o texto</p><p>constitucional. Caso uma norma possa ser entendida de modo que viole</p><p>princípios ou direitos constitucionais, essa interpretação deve ser afastada. É</p><p>quando a norma é declarada inconstitucional em relação a determinadas</p><p>situações ou pessoas e constitucional em relação a outras. Em outros termos, a</p><p>redução não ocorre no texto, e sim na abrangência da norma. Aqui também pode</p><p>ser chamada de declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de</p><p>texto.</p><p>Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade: a</p><p>inconstitucionalidade é reconhecida, mas, excepcionalmente, o Poder Judiciário</p><p>decide não pronunciar a nulidade imediata do dispositivo. Em vez disso, concede</p><p>um prazo para que o legislador corrija o vício, permitindo que a norma continue</p><p>em vigor temporariamente para evitar um vácuo jurídico ou consequências mais</p><p>graves.</p><p>Em outras palavras, entende-se que a imediata nulidade de uma norma causaria</p><p>um grande impacto ou descontinuidade, de modo que se pode utilizar essa</p><p>técnica para permitir ao legislador ajustar a legislação. Isso proporciona uma</p><p>transição suave e protege interesses maiores da sociedade ou do Estado. Trata-se</p><p>da norma “ainda constitucional”.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>11) 2013 - Defensor Público do Estado de Roraima</p><p>Assinale a opção correta com relação ao controle de constitucionalidade no</p><p>sistema brasileiro.</p><p>A) A competência do Senado Federal para suspender a execução de lei ou ato</p><p>normativo declarado inconstitucional incidentalmente pelo STF é aplicável às</p><p>leis federais e não se estende às leis ou atos normativos estaduais ou</p><p>municipais, que são de competência dos respectivos poderes legislativos.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>37</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>B) O STF reconhece a legitimidade das entidades sindicais de composição</p><p>heterogênea para o ajuizamento de ADI.</p><p>C) A Mesa do Congresso Nacional possui legitimidade ativa universal para o</p><p>ajuizamento de ADI, razão pela qual não necessita demonstrar a denominada</p><p>pertinência temática.</p><p>D) Em regra, a concessão de medida liminar na ADI possui efeitos</p><p>repristinatórios, de modo que a suspensão da eficácia da lei impugnada na ação</p><p>implicará o retorno provisório da vigência e eficácia da lei por ela revogada,</p><p>até o efetivo julgamento de mérito da ação.</p><p>E) O Poder Legislativo pode exercer o controle preventivo de</p><p>constitucionalidade, mas não o controle repressivo, por ter sido adotado no</p><p>Brasil o denominado controle judiciário ou jurídico, segundo o qual o Poder</p><p>Judiciário detém exclusividade quanto à aferição da compatibilidade da lei ou</p><p>do ato com a CF.</p><p>12) CEBRASPE (CESPE) - 2012 - Defensor Público do Estado de Sergipe</p><p>Com base no que determina a CF, no que dispõe a legislação pertinente e no</p><p>entendimento do STF, assinale a opção correta a respeito das ações de</p><p>controle concentrado de constitucionalidade.</p><p>A) O presidente da República possui legitimidade universal, podendo ajuizar,</p><p>no STF, ação direta de inconstitucionalidade, ainda que contra ato normativo</p><p>municipal, sem a necessidade de demonstração de pertinência temática.</p><p>B) O partido político com representação na Câmara dos Deputados possui</p><p>legitimidade universal, podendo ajuizar, no STF, ação direta de</p><p>inconstitucionalidade contra emenda constitucional, sem a necessidade de</p><p>demonstração de pertinência temática.</p><p>C) Governador de estado possui legitimidade universal, podendo ajuizar, no</p><p>STF, ação declaratória de constitucionalidade de ato normativo estadual, sem</p><p>a necessidade de demonstração de pertinência temática.</p><p>D) O procurador-geral da República possui legitimidade universal, podendo</p><p>ajuizar, no STF, arguição de descumprimento de preceito fundamental contra</p><p>ato normativo federal, mesmo havendo outros meios eficazes de sanar a</p><p>controvérsia constitucional, desde que comprove pertinência temática.</p><p>E) A entidade de classe de âmbito regional possui legitimidade especial,</p><p>podendo ajuizar, no STF, ação declaratória de constitucionalidade contra ato</p><p>normativo estadual, desde que comprove pertinência temática.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>38</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>13) CEBRASPE (CESPE) - 2021 - Delegado de Polícia Federal</p><p>A respeito do controle de constitucionalidade no sistema constitucional</p><p>brasileiro, julgue o item subsequente.</p><p>Para o efeito do conhecimento da reclamação constitucional, o STF admite o</p><p>uso da teoria da transcendência dos motivos determinantes das ações julgadas</p><p>em sede de controle concentrado.</p><p>C</p><p>E</p><p>14) FGV - 2023 - Consultor Legislativo Especial (ALEMA)/Direito Constitucional</p><p>Um legitimado ingressou com ação direta de inconstitucionalidade contra a</p><p>Lei nº X, do Estado Alfa, argumentando com a sua total incompatibilidade</p><p>em relação à Constituição da República. Esse diploma normativo exigiu o</p><p>preenchimento de certos requisitos, pela generalidade dos beneficiários,</p><p>para a fruição de determinado benefício. Ao julgar o caso, o Supremo</p><p>Tribunal Federal considerou que os requisitos previstos, apesar de serem</p><p>compatíveis com a ordem constitucional, não poderiam ser exigidos de uma</p><p>classe de beneficiários em potencial. Essa decisão teria eficácia contra todos</p><p>e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à</p><p>Administração Pública federal, estadual e municipal.</p><p>Considerando a técnica de decisão adotada, é correto afirmar que o Tribunal</p><p>realizou uma</p><p>A) declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, que tem</p><p>base legal.</p><p>B) interpretação conforme à Constituição, que tem base jurisprudencial, não</p><p>legal.</p><p>C) restrição de sentido, com redução textual parcial, que tem base</p><p>jurisprudencial e legal.</p><p>D) declaração de constitucionalidade parcial, com redução de sentido, que tem</p><p>base legal.</p><p>E) declaração de nulidade parcial, com limitação de significantes, que tem base</p><p>legal.</p><p>7. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL</p><p>(ADPF)</p><p>A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) é uma ação</p><p>de controle concentrado de constitucionalidade cujo objetivo é evitar ou reparar</p><p>lesão a preceitos fundamentais resultantes de atos do Poder Público.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>39</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>A ADPF está prevista no artigo 102, § 1º, da Constituição Federal e</p><p>regulamentada pela Lei nº 9.882/1999, que estabelece suas hipóteses de</p><p>cabimento, o procedimento e os legitimados para propor a ação.</p><p>Lei 9.882/99:</p><p>Art. 1º. A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição</p><p>Federal</p><p>será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá</p><p>por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental,</p><p>resultante de ato do Poder Público.</p><p>Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de</p><p>preceito fundamental:</p><p>I - quando for relevante o fundamento da controvérsia</p><p>constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou</p><p>municipal, incluídos os anteriores à Constituição;</p><p>A ADPF é um instrumento de controle abstrato e direto de constitucionalidade,</p><p>voltado para a proteção de preceitos fundamentais da CF. Possui natureza</p><p>subsidiária, ou seja, só é cabível quando não houver outro meio eficaz para</p><p>sanar a lesão.</p><p>Subsidiariedade</p><p>A subsidiariedade da ADPF é um princípio essencial que estabelece que este</p><p>instrumento só deve ser utilizado quando não houver outro meio eficaz para</p><p>sanar a lesão a preceitos fundamentais. Essa característica busca evitar a</p><p>sobreposição de ações e garantir a eficiência do sistema de controle de</p><p>constitucionalidade.</p><p>O princípio da subsidiariedade da ADPF está previsto no artigo 4º, §1º, da Lei nº</p><p>9.882/99, que regulamenta a ação. Segundo essa disposição, a ADPF não será</p><p>admitida quando houver qualquer outro meio eficaz capaz de sanar a lesão ao</p><p>preceito fundamental:</p><p>§ 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito</p><p>fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar</p><p>a lesividade.</p><p>Na prática, a subsidiariedade implica que, antes de propor uma ADPF, deve-se</p><p>verificar se outros mecanismos de controle concentrado (ou mesmo difuso) de</p><p>constitucionalidade poderiam resolver a questão de maneira adequada. Alguns</p><p>desses mecanismos incluem a ADI, ADC, ADO, etc.</p><p>Para a aplicação da subsidiariedade, deve-se considerar:</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>40</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p> Existência de outro meio: deve ser verificado se existe outro instrumento</p><p>jurídico disponível.</p><p> Eficácia do outro meio: não basta a mera existência de outro meio; ele deve ser</p><p>efetivo para sanar a lesão.</p><p> Adequação e efetividade: o outro meio deve ser adequado e efetivo para</p><p>resolver a controvérsia de maneira ampla e definitiva.</p><p>É possível ADPF que tenha como objeto lei municipal ou ato infralegal?</p><p>SIM.</p><p>Em razão do princípio da subsidiariedade, tendo em vista que a ADI é cabível</p><p>em face de lei estadual e federal e a ADC é cabível apenas em face de lei federal,</p><p>a ADPF pode ser manejada para realizar controle abstrato de constitucionalidade</p><p>de lei municipal ou de ato infralegal (decreto regulamentador), desde que haja</p><p>ofensa direta ao texto constitucional (ADPF n° 33/PA, Rel.: Min. Gilmar Mendes,</p><p>Pleno, j. em 7.12.2005).</p><p>Todavia, tratando-se de decreto autônomo, ele será impugnável via ADI (ADI n°</p><p>3.731 MC/PI, Rel.: Min. Cezar Peluso, Pleno, j. em 29.8.2007).</p><p>ATENÇÃO: apesar de exigir o requisito da subsidiariedade, a ADPF não serve</p><p>como sucedâneo recursal ou ação rescisória, de modo que o fim almejado pela</p><p>ação não pode consistir na reversão de um precedente fixado pelo STJ, ainda que</p><p>pelo rito dos recursos repetitivos (2ª AgRg na ADPF n° 427/DF, Rel.: Min. André</p><p>Mendonça, Pleno, j. em 21 a 28.10.2022).</p><p>Norma pré-constitucional pode ser objeto de ADPF?</p><p>SIM. Ainda segundo o princípio da subsidiariedade, é possível que ADPF verse</p><p>sobre norma anterior à CF. Isso porque a ADI deve ter como objeto lei ou ato</p><p>normativo federal, estadual ou distrital editado na vigência da CF/88. Portanto,</p><p>se a norma for anterior à CF, o único meio de realizar o seu controle abstrato de</p><p>constitucionalidade é pela ADPF.</p><p>ADPF autônoma x ADPF incidental</p><p>A ADPF autônoma pode ser preventiva (evitar lesão) ou repressiva (reparar</p><p>lesão) e tem por finalidade evitar ou reparar lesão a preceito fundamental</p><p>resultante de ato do Poder Público, sendo prescindível (dispensável) a</p><p>demonstração de controvérsia judicial relevante (art. 1°, caput, Lei n°</p><p>9.882/1999).</p><p>A ADPF incidental será cabível quando for relevante o fundamento da</p><p>controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>41</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>municipal, incluídos os anteriores à CF, contestados em face de preceito</p><p>fundamental, encontrando previsão no art. 1°, § Único, I, Lei n° 9.882/99 e</p><p>pressupondo, portanto, a existência de um conflito intersubjetivo.</p><p>Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de</p><p>preceito fundamental:</p><p>I - quando for relevante o fundamento da controvérsia</p><p>constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou</p><p>municipal, incluídos os anteriores à Constituição;</p><p>Legitimados</p><p>Os legitimados para propor a ADPF são os mesmos previstos para a ADI e para</p><p>a ADC.</p><p>Procedimento</p><p>A petição inicial deverá conter a indicação do preceito fundamental que se</p><p>considera violado; a indicação do ato questionado; a prova da violação do</p><p>preceito fundamental; o pedido, com suas especificações; se for o caso, a</p><p>comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação</p><p>do preceito fundamental que se considera violado (art. 3º da Lei 9.882/99).</p><p>A petição inicial pode ser indeferida de forma liminar quando não for o caso de</p><p>argüição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos</p><p>requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta (art. 4º da Lei 9.882/99).</p><p>Fungibilidade</p><p>Admite-se a aplicação da fungibilidade entre ADI e ADPF quando coexistirem</p><p>todos os requisitos de admissibilidade. Todavia, essa possibilidade é afastada</p><p>quando se verifica a ocorrência de erro grosseiro:</p><p>ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO</p><p>FUNDAMENTAL – IMPROPRIEDADE – “ERRO</p><p>GROSSEIRO” – ADMISSÃO COMO AÇÃO DIRETA DE</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE – IMPOSSIBILIDADE.</p><p>Inadmitida a arguição de descumprimento de preceito</p><p>fundamental ante “erro grosseiro” na escolha do</p><p>instrumento, considerado o artigo 4º, § 1º, da Lei nº</p><p>9.882/99, descabe recebê-la como ação direta de</p><p>inconstitucionalidade. (ADPF n° 314-AgR, Rel.: Min. Marco</p><p>Aurélio, Pleno, j. em 11.12.2014)</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>42</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Casos concretos em que a ADPF foi utilizada pelo STF:</p><p>O STF tem utilizado a ADPF como uma ferramenta importante para a proteção</p><p>dos direitos fundamentais e para a garantia da supremacia constitucional. A</p><p>Corte tem consolidado o entendimento de que a ADPF pode ser utilizada em</p><p>situações em que outros instrumentos não são eficazes, reforçando seu caráter</p><p>subsidiário.</p><p>ADPF 54: tratou da possibilidade de interrupção da gravidez de fetos</p><p>anencéfalos, decidindo pela procedência do pedido e reconhecendo o direito das</p><p>gestantes de interromper a gravidez nesses casos.</p><p>ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica,</p><p>surgindo absolutamente neutro quanto às religiões.</p><p>Considerações. FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA</p><p>GRAVIDEZ – MULHER – LIBERDADE SEXUAL E</p><p>REPRODUTIVA – SAÚDE – DIGNIDADE –</p><p>AUTODETERMINAÇÃO – DIREITOS FUNDAMENTAIS –</p><p>CRIME – INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional</p><p>interpretação de a interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser</p><p>conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do</p><p>Código Penal. (ADPF 54, Relator(a): MARCO AURÉLIO,</p><p>Tribunal Pleno, julgado em 12-04-2012, ACÓRDÃO</p><p>ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-04-2013 PUBLIC 30-04-</p><p>2013 RTJ VOL-00226-01 PP-00011)</p><p>ADPF 347: reconheceu o estado de coisas inconstitucional no sistema prisional</p><p>brasileiro, destacando a necessidade de medidas urgentes para garantir os</p><p>direitos fundamentais dos presos.</p><p>TESES:</p><p>1. Há um estado de coisas inconstitucional no sistema carcerário</p><p>brasileiro, responsável pela violação massiva de direitos</p><p>fundamentais dos presos. Tal estado de coisas demanda a atuação</p><p>cooperativa das diversas autoridades, instituições e comunidade</p><p>para a construção de uma solução satisfatória.</p><p>2. Diante disso, União, Estados e Distrito Federal, em conjunto</p><p>com o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do</p><p>Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), deverão elaborar</p><p>planos</p><p>a serem submetidos à homologação do Supremo Tribunal</p><p>Federal, nos prazos e observadas as diretrizes e finalidades</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>43</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>expostas no presente voto, especialmente voltados para o controle</p><p>da superlotação carcerária, da má qualidade das vagas existentes</p><p>e da entrada e saída dos presos.</p><p>3. O CNJ realizará estudo e regulará a criação de número de varas</p><p>de execução penal proporcional ao número de varas criminais e ao</p><p>quantitativo de presos. (ADPF 347, Relator(a): MARCO</p><p>AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: LUÍS ROBERTO</p><p>BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 04-10-2023,</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 18-12-2023</p><p>PUBLIC 19-12-2023)</p><p>Portanto, a ADPF é um instrumento crucial no sistema de controle de</p><p>constitucionalidade brasileiro, voltado para a proteção de preceitos</p><p>fundamentais e para a garantia da supremacia da Constituição. Seu caráter</p><p>subsidiário assegura que ela seja utilizada apenas quando outros meios não</p><p>forem eficazes, evitando a duplicidade de ações e garantindo uma atuação mais</p><p>eficiente do STF na defesa dos direitos fundamentais.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>15) CEBRASPE (CESPE) - 2024 - Delegado de Polícia (PC PE)</p><p>A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)</p><p>A) pode ser liminarmente indeferida pelo relator, se sua petição inicial for</p><p>inepta.</p><p>B) pode ser proposta por entidade voltada à defesa de direitos difusos e</p><p>coletivos, desde que constituída há mais de um ano.</p><p>C) deve ter sua petição inicial acompanhada de certidão autêntica do ato</p><p>normativo impugnado.</p><p>D) é cabível, independentemente da existência de outra via processual</p><p>adequada para impugnar ato normativo, no campo do controle concentrado de</p><p>constitucionalidade.</p><p>E) dispensa intervenção do Procurador-Geral da República, se atacar norma</p><p>infralegal.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>44</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>16) CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Defensor Público do Estado de Rondônia</p><p>De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no que se</p><p>refere à arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), é</p><p>A) cabível a fungibilidade entre ADI e ADPF em caso de erro grosseiro</p><p>insuscetível de aproveitamento.</p><p>B) incabível ADPF contra decreto regulamentador de lei do qual se depreenda</p><p>controvérsia constitucional suscitada em abstrato e que ofenda diretamente a</p><p>CF.</p><p>C) cabível ADPF para questionar fundamento adotado pelo Superior Tribunal</p><p>de Justiça no exercício de sua competência relativa à uniformização da</p><p>legislação federal, em caso de julgamento sob o rito dos recursos repetitivos.</p><p>D) incabível ADPF para revisar decisões judiciais, valendo-se da ação como</p><p>sucedâneo recursal.</p><p>E) incabível ADPF para impugnar conjunto de decisões judiciais consideradas</p><p>lesivas a preceitos fundamentais.</p><p>17) CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Advogado da União</p><p>De acordo com o entendimento do STF, o questionamento quanto à</p><p>compatibilidade de lei federal editada em 1970 com a CF, em razão de ter</p><p>sido verificada potencial ofensa à isonomia constitucional entre</p><p>trabalhadores urbanos e rurais, é cabível mediante</p><p>A) ação direta de inconstitucionalidade, sendo prescindível a demonstração de</p><p>controvérsia judicial relevante.</p><p>B) arguição de descumprimento de preceito fundamental autônoma, sendo</p><p>prescindível a demonstração de controvérsia judicial relevante.</p><p>C) exclusivamente controle incidental de constitucionalidade, por se tratar de</p><p>norma pré-constitucional.</p><p>D) ação direta de inconstitucionalidade, sendo imprescindível a demonstração</p><p>de controvérsia judicial relevante.</p><p>E) arguição de descumprimento de preceito fundamental incidental, sendo</p><p>imprescindível a demonstração de controvérsia judicial relevante.</p><p>8. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO)</p><p>Conceito</p><p>A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) é um mecanismo do</p><p>controle concentrado de constitucionalidade que visa assegurar a efetividade das</p><p>normas constitucionais. É utilizada quando há omissão por parte dos órgãos ou</p><p>entes do poder público em regulamentar ou implementar preceitos</p><p>constitucionais que demandam ação normativa ou administrativa específica.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>45</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Quando se diz que a ADO é utilizada para suprir omissão, é porque se está diante</p><p>de uma norma constitucional de eficácia LIMITADA, segundo a doutrina</p><p>clássica de José Afonso da Silva que classifica as normas constitucionais da</p><p>seguinte forma:</p><p> Eficácia plena: são aquelas que, desde a promulgação da CF, são</p><p>completamente aplicáveis e produzem todos os seus efeitos. Não necessitam de</p><p>regulamentação adicional para serem efetivas, sendo autoexecutáveis e</p><p>possuem aplicabilidade direta e imediata.</p><p> Eficácia contida: são aquelas que são plenamente aplicáveis desde a</p><p>promulgação da CF, mas cujo alcance pode ser restringido pelo legislador</p><p>infraconstitucional. São autoexecutáveis, produzem efeitos imediatos, mas</p><p>admitem limitações futuras por meio de lei ou de outros atos normativos.</p><p> Eficácia limitada: são aquelas que, apesar de estarem formalmente incluídas no</p><p>texto constitucional, não produzem efeitos plenos imediatamente (eficácia</p><p>mediata). Necessitam de regulamentação infraconstitucional para serem</p><p>plenamente aplicáveis. Sua eficácia depende da atuação do legislador para</p><p>serem efetivadas e possuem caráter programático ou de princípio.</p><p>Nesse sentido, a ADO é uma ferramenta essencial para assegurar que os preceitos</p><p>constitucionais de eficácia limitada sejam efetivados, combatendo a inércia</p><p>normativa e administrativa dos órgãos e entidades públicas. Sua utilização</p><p>reforça a supremacia da Constituição e a efetividade dos direitos fundamentais</p><p>nela previstos.</p><p>A ADO é um instrumento judicial utilizado para impugnar a inércia de</p><p>autoridades públicas em editar normas regulamentadoras ou tomar medidas</p><p>necessárias para a execução de preceitos constitucionais e está prevista no art.</p><p>103, §2º, da CF:</p><p>§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida</p><p>para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao</p><p>Poder competente para a adoção das providências necessárias e,</p><p>em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em</p><p>trinta dias.</p><p>Legitimidade</p><p>Os legitimados para propor a ADO são os mesmos da ADI e da ADC indicados</p><p>no artigo 103 da CF.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>46</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Competência</p><p>A competência para julgar a ADO é do STF quando o parâmetro constitucional</p><p>violado for norma da CF, mas pode haver criação de ADO por constituições</p><p>estaduais que tenha como parâmetro norma dos respectivos diplomas.</p><p>Procedimento</p><p>A ação é proposta por um dos legitimados mencionados no artigo 103 da CF; o</p><p>STF verifica os requisitos de admissibilidade da ação; o órgão ou autoridade</p><p>omissa é notificado para prestar informações em um prazo determinado; o</p><p>Procurador-Geral da República é ouvido sobre a matéria; o STF decide sobre a</p><p>existência ou não da omissão inconstitucional.</p><p>Efeitos da Decisão</p><p>Reconhecimento da omissão: Se o STF reconhecer a omissão inconstitucional,</p><p>declara a inconstitucionalidade por omissão e fixa um prazo para que o órgão</p><p>competente tome as medidas necessárias.</p><p>Comunicação ao Poder Competente: A decisão é comunicada ao Poder</p><p>competente para que adote as providências necessárias.</p><p>Prazos: O STF pode, em determinados casos, fixar prazos para o cumprimento</p><p>da decisão, instando o órgão responsável a suprir a omissão.</p><p>Outros Efeitos: Em algumas situações, o STF pode determinar medidas</p><p>provisórias para assegurar a efetividade do preceito constitucional até que a</p><p>omissão seja suprida, como a aplicação de determinada lei enquanto não for</p><p>sanada a omissão.</p><p>Cautelar</p><p>A medida cautelar pode consistir em determinação para suspender a aplicação</p><p>da lei ou do ato normativo impugnado, se a omissão for parcial, ou para</p><p>suspender a tramitação de processos judiciais</p><p>ou administrativos, ou outra</p><p>providência a ser determinada pelo tribunal:</p><p>Lei 9.868/99</p><p>Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da</p><p>matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus</p><p>membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida</p><p>cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis</p><p>pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no</p><p>prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>47</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>§ 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da</p><p>aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de</p><p>omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou</p><p>de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência</p><p>a ser fixada pelo Tribunal.</p><p>Exemplos da jurisprudência</p><p>A ADO tem sido utilizada em diversos casos para garantir a efetividade dos</p><p>direitos constitucionais. Um exemplo é a ADO 26, em que o STF reconheceu a</p><p>omissão legislativa quanto à criminalização da homofobia e transfobia,</p><p>equiparando tais condutas aos crimes de racismo até que o Congresso Nacional</p><p>legisle sobre o tema.</p><p>I - Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional</p><p>destinada a implementar os mandados de criminalização definidos</p><p>nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as</p><p>condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que</p><p>envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de</p><p>gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo,</p><p>compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por</p><p>identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos</p><p>primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716, de</p><p>08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio</p><p>doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe</p><p>(Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);</p><p>II - A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança</p><p>nem restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa,</p><p>qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos</p><p>fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos</p><p>muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras,</p><p>entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar,</p><p>livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro</p><p>meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo</p><p>com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim</p><p>o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica,</p><p>podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto</p><p>e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou</p><p>privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais</p><p>manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas</p><p>aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>48</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual</p><p>ou de sua identidade de gênero;</p><p>III - O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social,</p><p>projeta-se para além de aspectos estritamente biológicos ou</p><p>fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma</p><p>construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de</p><p>justificar a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à</p><p>dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade,</p><p>da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem</p><p>grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento</p><p>que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social,</p><p>são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de</p><p>marginais do ordenamento jurídico, expostos, em consequência de</p><p>odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta</p><p>e lesiva situação de exclusão do sistema geral de proteção do</p><p>direito. (ADO 26, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal</p><p>Pleno, julgado em 13-06-2019, PROCESSO ELETRÔNICO</p><p>DJe-243 DIVULG 05-10-2020 PUBLIC 06-10-2020)</p><p>Diferença entre ADI por Omissão e Mandado de Injunção</p><p>A ADO visa verificar a ausência de normas regulamentadoras ou de medidas</p><p>administrativas necessárias para garantir a efetividade de preceitos</p><p>constitucionais. Trata-se de um controle abstrato de constitucionalidade e a</p><p>decisão prolatada no bojo da ADO tem eficácia erga omnes, ex tunc e vinculante.</p><p>Obrigação de suprir a omissão: O STF pode determinar um prazo para que o</p><p>legislador ou administrador adote as medidas necessárias para suprir a omissão.</p><p>Efeitos concretos do Mandado de Injunção: O Mandado de Injunção (MI) é um</p><p>instrumento utilizado para garantir o exercício de direitos, liberdades ou</p><p>prerrogativas constitucionais quando a falta de norma regulamentadora torne</p><p>inviável seu exercício. Foca em situações concretas onde a omissão legislativa</p><p>impede o exercício de direitos específicos.</p><p>A decisão tem efeitos apenas interpartes, para o impetrante e a autoridade coatora,</p><p>não se estendendo a terceiros.</p><p>O tribunal pode estabelecer normas ou procedimentos provisórios para permitir</p><p>o exercício do direito afetado pela omissão legislativa, até que o legislador</p><p>competente edite a norma necessária.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>49</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Concretude: A decisão visa resolver de imediato o problema concreto do</p><p>impetrante, sem a generalidade que caracteriza a ADI por omissão.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>18) FGV - 2014 - Auditor do Estado (CGE MA)</p><p>O Procurador-Geral da República promove Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade por omissão cujo pedido vem a ser julgado</p><p>procedente, à unanimidade, pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>Constatada que a omissão está relacionada a órgão administrativo, este será</p><p>cientificado para adotar as medidas necessárias ao suprimento da omissão em</p><p>A) dez dias.</p><p>B) quinze dias.</p><p>C) vinte dias.</p><p>D) trinta dias.</p><p>E) quarenta dias.</p><p>19) FGV - 2014 - Nacional Unificado (OAB)/XIV Exame</p><p>No que tange às disposições legais regulamentadoras da ação direta de</p><p>inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade por omissão e</p><p>da ação declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.</p><p>A) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão</p><p>poderá consistir na suspensão de procedimentos administrativos.</p><p>B) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de</p><p>inconstitucionalidade por omissão não admite desistência. Em razão da</p><p>presunção de constitucionalidade do ordenamento jurídico, a legislação</p><p>específica da ação declaratória de constitucionalidade admite desistência.</p><p>C) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de</p><p>constitucionalidade e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem</p><p>ao caráter ambivalente destas ações, será uma delas extinta sem resolução do</p><p>mérito por litispendência e a outra terá julgamento de mérito.</p><p>D) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão</p><p>somente, a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de</p><p>ação rescisória.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>50</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>20) CEBRASPE (CESPE) - 2002 - Analista Judiciário (TRT 6ª</p><p>Região)/Judiciária/"Sem Especialidade"</p><p>Acerca do controle de constitucionalidade de leis e atos normativos em vigor</p><p>no direito brasileiro, julgue o item abaixo.</p><p>Na ação direta de inconstitucionalidade por omissão perante o Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF), o descumprimento do dever de legislar por parte de</p><p>Poder Legislativo estadual não é passível de controle.</p><p>C</p><p>E</p><p>21) CEBRASPE (CESPE) - 2024 - Analista (APEX)/Aquisições e Jurídico/Perfil 1</p><p>Conforme a jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal (STF), a ação</p><p>direta de inconstitucionalidade por omissão, utilizada quando verificada</p><p>inércia do legislador, deve ter como parâmetro de controle a(s) norma(s)</p><p>constitucional(is) de eficácia</p><p>I plena.</p><p>II contida.</p><p>III limitada.</p><p>Assinale a opção correta.</p><p>A) Apenas o item I está certo.</p><p>B) Apenas o item II está certo.</p><p>C) Apenas o item III está certo.</p><p>D) Todos os itens estão certos.</p><p>9. CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO NO ÂMBITO ESTADUAL</p><p>(REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE)</p><p>Conceito</p><p>A representação de inconstitucionalidade é um mecanismo de controle</p><p>concentrado de constitucionalidade no âmbito estadual, similar à ADI no plano</p><p>federal. Destina-se a verificar a compatibilidade de leis ou atos normativos</p><p>estaduais e municipais com a Constituição Estadual.</p><p>Competência</p><p>A competência para julgar a representação de inconstitucionalidade é do</p><p>Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Cada Estado possui regras específicas</p><p>em sua Constituição e legislação estadual regulando o processo e julgamento</p><p>dessas representações.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>51</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Legitimidade</p><p>A Constituição estadual é quem estabelece quem são os legitimados ativos para</p><p>a propositura da ação, podendo instituir outros legitimados que não se</p><p>encontram listados no rol do art. 103 da CF. Portanto, não há que se falar em</p><p>aplicação do princípio da simetria quanto à definição dos legitimados ativos em</p><p>sede de representação de inconstitucionalidade.</p><p>Todavia, atenção para um detalhe: a CF veda que a atribuição da legitimidade</p><p>ativa seja restrita a um único órgão, nos termos do art. 125, §2º</p><p>Art. 125 (...)</p><p>§2º Cabe aos Estados a instituição de representação de</p><p>inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou</p><p>municipais em face da Constituição Estadual, vedada a</p><p>atribuição da legitimação para agir a um único órgão.</p><p>Parâmetro</p><p>O parâmetro para a análise de constitucionalidade é a própria Constituição</p><p>Estadual. A representação de inconstitucionalidade verifica a conformidade das</p><p>leis ou atos normativos estaduais ou municipais com a Constituição do Estado.</p><p>Objeto</p><p>O objeto da representação de inconstitucionalidade pode ser: leis ou atos</p><p>normativos estaduais; leis ou atos normativos municipais que contrariem a</p><p>Constituição Estadual; Emendas à Constituição Estadual.</p><p>Procedimento</p><p>A representação é proposta pelos legitimados ao Tribunal de Justiça do Estado;</p><p>o Tribunal verifica se a representação cumpre os requisitos formais e se o</p><p>legitimado tem competência para propor a ação; podem ser solicitadas</p><p>informações ao autor do ato normativo questionado, bem como parecer do</p><p>Ministério Público estadual; o Tribunal de Justiça decide sobre a</p><p>constitucionalidade do ato normativo impugnado, com efeitos erga omnes,</p><p>vinculante e, em regra, ex tunc.</p><p>O controle normativo abstrato no âmbito estadual, por meio da representação de</p><p>inconstitucionalidade, assegura a compatibilidade das leis e atos normativos com</p><p>a Constituição Estadual, fortalecendo o Estado de Direito e a proteção dos</p><p>direitos fundamentais no âmbito estadual.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>52</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>RESPOSTAS:</p><p>1) A</p><p>2) C</p><p>3) C</p><p>4) E</p><p>5) B</p><p>6) A</p><p>7) C</p><p>8) C</p><p>9) A</p><p>10) C</p><p>11) D</p><p>12) B</p><p>13) E</p><p>14) A</p><p>15) A</p><p>16) D</p><p>17) B</p><p>18) D</p><p>19) A</p><p>20) E</p><p>21) C</p><p>o antagonismo</p><p>entre condutas omissivas e comissivas dos poderes públicos e as normas</p><p>constitucionais.</p><p>Quanto ao tipo de conduta:</p><p> Inconstitucionalidade por ação: decorre de conduta comissiva, ou seja,</p><p>quando o Poder Público pratica algum ato incompatível com a Constituição;</p><p> Inconstitucionalidade por omissão: decorre de conduta omissiva, de modo</p><p>que o Poder Público deveria agir e se manteve inerte, seja ao não editar uma</p><p>norma legislativa, seja ao não tomar medidas executivas necessárias a tornar</p><p>plenamente aplicáveis as normas constitucionais;</p><p> Inconstitucionalidade por vício de decoro parlamentar: entendimento do</p><p>Supremo Tribunal Federal na ADI 4.887/DF em que restou consignado o</p><p>vício pela presença de ingerência indevida na manifestação de vontade do</p><p>parlamentar, maculando o conceito de representatividade.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>7</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>(...) 4. O vício que corrompe a vontade do parlamentar</p><p>ofende o devido processo constituinte reformador ou</p><p>legislativo contrariando o princípio democrático e a</p><p>moralidade administrativa. 5. Quebra do decoro</p><p>parlamentar pela conduta ilegítima de malversação do uso</p><p>da prerrogativa do voto pelo parlamentar configura crise</p><p>de representação. 6. No caso, o número alegado de votos</p><p>comprados não se comprova suficiente para comprometer o</p><p>resultado das votações ocorridas na aprovação das emendas</p><p>constitucionais n. 41/2003 e n. 47/2005. Respeitado o rígido</p><p>quórum exigido pela Constituição da República. Precedentes.</p><p>Ação direta de inconstitucionalidade julgada em parte</p><p>prejudicada, e na outra parte, improcedente. (ADI 4887,</p><p>Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 11-</p><p>11-2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-279 DIVULG 24-</p><p>11-2020 PUBLIC 25-11-2020)</p><p>Estado de coisas inconstitucional: o termo ficou conhecido no Brasil quando do</p><p>julgamento da ADPF 347/DF, em que o STF determinou diversas providências</p><p>estruturais relativas ao sistema penitenciário com o objetivo de suprimir a</p><p>violação massiva de direitos fundamentais dos presos.</p><p>(...) 2. Há duas ordens de razões para a intervenção do STF na</p><p>matéria. Em primeiro lugar, compete ao Tribunal zelar pela</p><p>observância dos direitos fundamentais previstos na Constituição,</p><p>sobretudo quando se trata de grupo vulnerável, altamente</p><p>estigmatizado e desprovido de representação política (art. 5º,</p><p>XLVII, XLVIII e XLIX, CF). Além disso, o descontrole do sistema</p><p>prisional produz grave impacto sobre a segurança pública, tendo</p><p>sido responsável pela formação e expansão de organizações</p><p>criminosas que operam de dentro do cárcere e afetam a população</p><p>de modo geral (arts. 1º, 5º e 144, CF). III. Características dos</p><p>processos estruturais 3. Os processos estruturais têm por</p><p>objeto uma falha crônica no funcionamento das</p><p>instituições estatais, que causa ou perpetua a violação a</p><p>direitos fundamentais. A sua solução geralmente envolve a</p><p>necessidade de reformulação de políticas públicas. 4. Tais</p><p>processos comportam solução bifásica, dialógica e flexível,</p><p>envolvendo: uma primeira etapa, de reconhecimento do</p><p>estado de desconformidade constitucional e dos fins a</p><p>serem buscados; e uma segunda etapa, de detalhamento das</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>8</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>medidas, homologação e monitoramento da execução da</p><p>decisão. 5. A promoção do diálogo interinstitucional e social</p><p>legitima a intervenção judicial em matéria de política pública,</p><p>incorporando a participação dos demais Poderes, de especialistas</p><p>e da comunidade na construção da solução, em atenção às</p><p>distintas capacidades institucionais de cada um. IV.</p><p>Reconhecimento do estado de coisas inconstitucional 6. O</p><p>estado de desconformidade constitucional do sistema carcerário</p><p>brasileiro expressa-se por meio: (i) da superlotação e da má-</p><p>qualidade das vagas existentes, marcadas pelo déficit no</p><p>fornecimento de bens e serviços essenciais que integram o mínimo</p><p>existencial (Eixo 1); (ii) das entradas de novos presos no sistema</p><p>de forma indevida e desproporcional, envolvendo autores</p><p>primários e delitos de baixa periculosidade, que apenas</p><p>contribuem para o agravamento da criminalidade (Eixo 2); e (iii)</p><p>da permanência dos presos por tempo superior àquele previsto na</p><p>condenação ou em regime mais gravoso do que o devido (Eixo 3).</p><p>Tal situação compromete a capacidade do sistema de cumprir seus</p><p>fins de ressocialização dos presos e de garantia da segurança</p><p>pública. (...) Pedido julgado parcialmente procedente. Tese: “1.</p><p>Há um estado de coisas inconstitucional no sistema</p><p>carcerário brasileiro, responsável pela violação massiva de</p><p>direitos fundamentais dos presos. Tal estado de coisas</p><p>demanda a atuação cooperativa das diversas autoridades,</p><p>instituições e comunidade para a construção de uma</p><p>solução satisfatória. 2. Diante disso, União, Estados e Distrito</p><p>Federal, em conjunto com o Departamento de Monitoramento e</p><p>Fiscalização do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ),</p><p>deverão elaborar planos a serem submetidos à homologação do</p><p>Supremo Tribunal Federal, nos prazos e observadas as diretrizes</p><p>e finalidades expostas no presente voto, devendo tais planos ser</p><p>especialmente voltados para o controle da superlotação carcerária,</p><p>da má qualidade das vagas existentes e da entrada e saída dos</p><p>presos. 3. O CNJ realizará estudo e regulará a criação de número</p><p>de varas de execução proporcional ao número de varas criminais</p><p>e ao quantitativo de presos”. (ADPF 347, Relator(a): MARCO</p><p>AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: LUÍS ROBERTO</p><p>BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 04-10-2023,</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 18-12-2023</p><p>PUBLIC 19-12-2023)</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>9</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Quanto à norma constitucional violada</p><p> Inconstitucionalidade formal (nomodinâmica): decorre de violação ao próprio</p><p>processo legislativo e pode ocorrer quando a norma for emanada de</p><p>autoridade incompetente, quando a lei for elaborada em desacordo com as</p><p>regras de procedimento, ou ainda quando não observar requisitos</p><p>constitucionalmente previstos, como a relevância e urgência das medidas</p><p>provisórias;</p><p> Inconstitucionalidade material (ou nomoestática): quando o próprio conteúdo</p><p>da norma ofende a constituição, afrontando o princípio da unidade do</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>Quanto à extensão</p><p>A inconstitucionalidade pode ser total, que atinge o ato normativo na</p><p>integralidade, não restando quaisquer partes a serem aplicadas, ou parcial,</p><p>quando apenas parte da lei afronta a constituição.</p><p>Quanto ao momento</p><p> Inconstitucionalidade originária: ocorre quando a norma infraconstitucional é</p><p>posterior à norma-parâmetro ofendida. Em outras palavras, o ato normativo</p><p>já possui um vício de origem, desde o seu nascimento.</p><p> Inconstitucionalidade superveniente: ocorre quando a norma</p><p>infraconstitucional é anterior à norma-parâmetro ofendida. Dito de outro</p><p>modo, ela nasce constitucional, mas se torna incompatível com o novo</p><p>parâmetro.</p><p>Para o STF não existe inconstitucionalidade superveniente. Isso porque essa</p><p>relação é chamada de não recepção, independentemente de a mudança do</p><p>parâmetro decorrer do surgimento de uma nova constituição ou de simples</p><p>emenda à constituição.</p><p> Inconstitucionalidade progressiva: a norma é “ainda constitucional”, ou seja,</p><p>estará de acordo com o parâmetro de constitucionalidade enquanto perdurar</p><p>a situação imperfeita. Nessas situações, o tribunal poderá fazer um apelo ao</p><p>legislador para realizar as modificações necessárias. Essa técnica foi adotada</p><p>pelo STF no RE 607642, que fixou a seguinte tese no Tema 337:</p><p>Não obstante as Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 estejam em</p><p>processo de inconstitucionalização, é ainda constitucional o</p><p>modelo legal de coexistência dos regimes cumulativo e não</p><p>cumulativo, na apuração do PIS/Cofins das empresas prestadoras</p><p>de serviços.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>10</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>4. FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>Quanto ao momento pode ser preventivo</p><p>ou repressivo.</p><p>Preventivo (ou atípico): é o controle exercido sobre as leis ou atos normativos em</p><p>processo de formação.</p><p>Pode ser exercido pelo Poder Legislativo, por intermédio de suas comissões de</p><p>constituição e justiça; pelo Poder Executivo, quando o Chefe do Poder opõe veto</p><p>jurídico a projeto de lei considerado inconstitucional (art. 66, §1º, da CF); e,</p><p>excepcionalmente, pelo Poder Judiciário, nos casos de mandado de segurança</p><p>impetrado por parlamentar quando violadas as regras do processo legislativo.</p><p>Atenção à essa última hipótese: o parlamentar, e apenas ele, tem direito público</p><p>subjetivo à observância do devido processo legislativo constitucional e por isso,</p><p>apenas ele tem legitimidade para a impetração do writ. A legitimidade é restrita</p><p>aos membros do órgão legislativo perante o qual esteja em curso o projeto de lei,</p><p>não sendo possível a extensão a outros parlamentares.</p><p>CONSTITUCIONAL. PODER LEGISLATIVO: ATOS:</p><p>CONTROLE JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA.</p><p>PARLAMENTARES. I. - O Supremo Tribunal Federal</p><p>admite a legitimidade do parlamentar - e somente do</p><p>parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a</p><p>finalidade de coibir atos praticados no processo de</p><p>aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis</p><p>com disposições constitucionais que disciplinam o</p><p>processo legislativo. II. - Precedentes do STF: MS 20.257/DF,</p><p>Ministro Moreira Alves (leading case) (RTJ 99/1031); MS</p><p>20.452/DF, Ministro Aldir Passarinho (RTJ 116/47); MS</p><p>21.642/DF, Ministro Celso de Mello (RDA 191/200); MS</p><p>24.645/DF, Ministro Celso de Mello, "D.J." de 15.9.2003; MS</p><p>24.593/DF, Ministro Maurício Corrêa, "D.J." de 08.8.2003; MS</p><p>24.576/DF, Ministra Ellen Gracie, "D.J." de 12.9.2003; MS</p><p>24.356/DF, Ministro Carlos Velloso, "D.J." de 12.9.2003. III. -</p><p>Agravo não provido. (MS 24667 AgR, Relator(a): CARLOS</p><p>VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 04-12-2003, DJ 23-04-</p><p>2004 PP-00038 EMENT VOL-02148-04 PP-00714)</p><p>Importante destacar que a perda do mandato pelo impetrante acarretará a</p><p>extinção do mandado de segurança por ausência superveniente de legitimidade</p><p>ativa ad causam, conforme já decidido pelo STF:</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>11</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>(...) Impetração Oferecida Por Senador da República à época.</p><p>Legitimidade ativa atrelada ao mandato. Mandamus prejudicado</p><p>pelo escoamento da duração do mandato. Impossibilidade Jurídica</p><p>De Transplante De Resultado De Votação De Quesito.</p><p>Julgamento De Mérito. Senado Federal. Mandado De Segurança</p><p>prejudicado. 1. Por extensão do entendimento (consolidado nesta</p><p>Suprema Corte) que reconhece legitimidade ativa ao parlamentar</p><p>para discutir ato praticado no contexto do devido processo</p><p>legislativo do qual toma parte, encontrava-se presente, à época das</p><p>impetrações, a legitimidade ativa de Senadores à presente</p><p>hipótese, deduzida no contexto da votação final do impeachment.</p><p>2. Nada obstante, a legitimidade ativa do parlamentar,</p><p>ainda quando presente à data da impetração, está atrelada</p><p>ao prazo da legislatura, de modo que, escoada a duração</p><p>do mandato, opera-se sua perda superveniente, e o writ</p><p>resulta prejudicado. No caso concreto, o ex-Senador da</p><p>República Álvaro Fernandes Dias não se reelegeu nas eleições de</p><p>2022. (...) 7. Mandado de segurança prejudicado ou, se assim não</p><p>se entender, não conhecido pelos fundamentos outros alinhavados</p><p>acima. (MS 34379, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno,</p><p>julgado em 25-09-2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n</p><p>DIVULG 05-10-2023 PUBLIC 06-10-2023)</p><p>Cumpre ressaltar, no ponto, que a perda superveniente de</p><p>titularidade do mandato legislativo tem efeito</p><p>desqualificador da legitimidade ativa do congressista que,</p><p>apoiado nessa específica condição político-jurídica,</p><p>ajuizou ação de mandado de segurança com o objetivo de</p><p>questionar a validade jurídica de determinado</p><p>procedimento que ambas as Casas do Congresso Nacional</p><p>têm adotado em matéria de apreciação de medidas</p><p>provisórias. É que a atualidade do exercício do mandato</p><p>parlamentar configura, nesse contexto, situação legitimante e</p><p>necessária, tanto para a instauração, quanto para o</p><p>prosseguimento da causa perante o Supremo Tribunal Federal.</p><p>Inexistente, originariamente, essa situação, ou, como se registra</p><p>no caso, configurada a ausência de tal condição, em virtude da</p><p>perda superveniente do mandato parlamentar no Congresso</p><p>Nacional, impõe-se a declaração de extinção do processo de</p><p>mandado de segurança, porque ausente a legitimidade ativa “ad</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>12</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>causam” do ora impetrante, que não mais ostenta a condição de</p><p>membro de qualquer das Casas do Congresso Nacional (MS</p><p>27971, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Julgamento:</p><p>01/07/2011, Publicação: 09/08/2011).</p><p>Repressivo (ou típico): aqui o objeto do controle são as leis e atos normativos já</p><p>promulgados. Em outras palavras, realiza-se após a conclusão do processo</p><p>legislativo.</p><p>Se a ação de controle for protocolada antes da publicação da lei objeto do</p><p>controle, mas ocorrer a publicação supervenientemente, antes do julgamento da</p><p>causa, há interesse de agir?</p><p>SIM.</p><p>1. AÇÃO. Condição. Interesse processual, ou de agir.</p><p>Caracterização. Ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>Propositura antes da publicação oficial da Emenda Constitucional</p><p>nº 45/2004. Publicação superveniente, antes do julgamento da</p><p>causa. Suficiência. Carência da ação não configurada. Preliminar</p><p>repelida. Inteligência do art. 267, VI, do CPC. Devendo as</p><p>condições da ação coexistir à data da sentença, considera-</p><p>se presente o interesse processual, ou de agir, em ação</p><p>direta de inconstitucionalidade de Emenda Constitucional</p><p>que só foi publicada, oficialmente, no curso do processo,</p><p>mas antes da sentença. (...) (ADI 3367, Relator(a): CEZAR</p><p>PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 13-04-2005, DJ 17-03-</p><p>2006 PP-00004 EMENT VOL-02225-01 PP-00182</p><p>REPUBLICAÇÃO: DJ 22-09-2006 PP-00029)</p><p>O controle repressivo pode ser exercido pelo Poder Legislativo (Congresso</p><p>Nacional) quando exerce sua prerrogativa de sustar os atos do Presidente da</p><p>República que exorbitem os limites da delegação legislativa ou do poder</p><p>regulamentar. Todavia, essa competência não pode ser estendida aos</p><p>parlamentos estaduais ou municipais, conforme já decidiu o STF:</p><p>AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.</p><p>CONSTITUCIONAL. INC. IV DO ART. 11 DA</p><p>CONSTITUIÇÃO DE GOIÁS, ALTERADO PELA EMENDA</p><p>CONSTITUCIONAL N. 46/2010. ATRIBUIÇÃO À</p><p>ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE GOIÁS PARA SUSTAR</p><p>ATOS NORMATIVOS DO PODER EXECUTIVO OU DOS</p><p>TRIBUNAIS DE CONTAS. AFRONTA AO INC. V DO ART.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>13</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>49, AO ART. 71 E AO ART. 75 DA CONSTITUIÇÃO DA</p><p>REPÚBLICA. INOBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA</p><p>SIMETRIA E DA SEPARAÇÃO DOS PODERES.</p><p>PRECEDENTES. AÇÃO DIRETA DE</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE.</p><p>1. Sustação de atos normativos do Poder Executivo em desacordo</p><p>com a lei, que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de</p><p>delegação legislativa: norma que altera o sistema federativo</p><p>estabelecido pela Constituição da República. É inconstitucional a</p><p>ampliação da competência da Assembleia Legislativa para sustar</p><p>atos do Poder Executivo em desacordo com a lei ( inc. V do art. 49</p><p>da Constituição). 2. Sustação de atos do Tribunal de Contas</p><p>estadual em desacordo com lei: inobservância das garantias de</p><p>independência, autonomia funcional, administrativa e financeira.</p><p>Impossibilidade de ingerência da Assembleia Legislativa na</p><p>atuação do Tribunal de Contas estadual. 3. Ação Direta julgada</p><p>procedente para declarar a inconstitucionalidade do inc. IV do art.</p><p>11 da Constituição de Goiás, com a alteração da Emenda</p><p>Constitucional n. 46, de 9.9.2010. (ADI 5290, Relator(a):</p><p>CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 20-11-2019,</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO DJe-270 DIVULG 06-12-2019</p><p>PUBLIC 09-12-2019)</p><p>O Poder Legislativo pode, ainda, exercer o controle repressivo de</p><p>constitucionalidade ao rejeitar as medidas provisórias que não</p><p>cumpram com os</p><p>requisitos de relevância e urgência; que tenham conteúdo incompatível com a</p><p>CF; ou por terem sido reeditadas na mesma sessão legislativa em que foram</p><p>rejeitadas ou que tenham perdido a eficácia por decurso de prazo.</p><p>O Chefe do Poder Executivo também pode exercer o controle repressivo de</p><p>constitucionalidade negando cumprimento a leis e atos normativos que</p><p>considere inconstitucionais, devendo fazê-lo por escrito e de forma</p><p>fundamentada.</p><p>Os Tribunais de Contas podem exercer controle de constitucionalidade?</p><p>SIM, mas apenas de forma incidental, afastando leis inconstitucionais no caso</p><p>concreto.</p><p>Apesar de a Súmula 347 do STF definir que os Tribunais de Contas podem, no</p><p>exercício de suas atribuições, apreciarem a constitucionalidade das leis e dos atos</p><p>do Poder Público, o próprio STF já decidiu que este controle deve ocorrer</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>14</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>incidenter tantum, ou seja, em um caso concreto, e não em face da norma</p><p>abstratamente:</p><p>5. Súmula 347 do Supremo Tribunal Federal: compatibilidade</p><p>com a ordem constitucional de 1988: o verbete confere aos</p><p>Tribunais de Contas – caso imprescindível para o exercício</p><p>do controle externo – a possibilidade de afastar (incidenter</p><p>tantum) normas cuja aplicação no caso expressaria um</p><p>resultado inconstitucional (seja por violação patente a</p><p>dispositivo da Constituição ou por contrariedade à</p><p>jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a</p><p>matéria). Inteligência do enunciado, à luz de seu precedente</p><p>representativo (RMS 8.372/CE, Rel. Min. Pedro Chaves, Pleno,</p><p>julgado em 11.12.1961). 6. Reafirmação da jurisprudência do</p><p>Supremo Tribunal Federal quanto à inviabilidade de realização de</p><p>controle abstrato de constitucionalidade por parte de Tribunal de</p><p>Contas (MS 35.410, MS 35.490, MS 35.494, MS 35.498, MS</p><p>35.500, MS 35.812, MS 35.824, MS 35.836, todos de Relatoria</p><p>do Eminente Ministro Alexandre De Moraes, Tribunal Pleno, e</p><p>publicados no DJe 5.5.2021). (MS 25888 AgR, Relator(a):</p><p>GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 22-08-2023,</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 08-09-2023</p><p>PUBLIC 11-09-2023)</p><p>Portanto, apesar de o principal protagonista no controle repressivo ser o Poder</p><p>Judiciário, é possível que os Poderes Legislativo e Executivo também sejam atores</p><p>deste tipo de controle típico.</p><p>Quanto à finalidade.</p><p> Controle concreto (ou incidental): aqui o objetivo do processo não é a</p><p>declaração de inconstitucionalidade da norma, mas o bem da vida almejado</p><p>pela parte que, por sua vez, precisa de uma análise prévia acerca da</p><p>constitucionalidade de determinado ato normativo. Dito de outro modo, antes</p><p>de julgar o pedido o juiz deve, de forma incidental, analisar a compatibilidade</p><p>entre a norma impositiva da obrigação questionada e o parâmetro de</p><p>constitucionalidade. A análise da constitucionalidade é incidental e não o</p><p>pedido da demanda e pode ser exercida de ofício pelo juiz da causa.</p><p>No controle difuso, a declaração de inconstitucionalidade integra a ratio</p><p>decidendi, ou seja, os fundamentos da decisão, e não a parte dispositiva. Por</p><p>esse motivo é que a coisa julgada formada está limitada ao que foi pedido e</p><p>decidido, não atingindo a norma declara (in)constitucional.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>15</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p> Controle abstrato: diferentemente do controle concreto, aqui o objeto do</p><p>controle é a norma propriamente dita. Trata-se de processo objetivo (sem</p><p>partes formais), cujo objetivo é declarar a inconstitucionalidade ou a</p><p>constitucionalidade do ato normativo. A análise da constitucionalidade é o</p><p>próprio pedido da demanda.</p><p>Tanto no controle concreto quanto no abstrato os efeitos da declaração são, EM</p><p>REGRA, ex tunc, ou seja, retroativos.</p><p>Quanto à competência.</p><p> Controle difuso (ou aberto): pode ser exercido por qualquer juiz ou tribunal,</p><p>desde a primeira instância até o STF, gerando efeitos apenas às partes do</p><p>processo (inter partes).</p><p> Controle concentrado (ou reservado): é atribuído a um tribunal</p><p>especificamente. No âmbito federal é atribuição do STF e no âmbito estadual</p><p>aos Tribunais de Justiça, gerando efeitos para todos (erga omnes).</p><p>OBS: tanto no controle difuso quanto no concentrado é necessário observar a</p><p>cláusula de reserva de plenário (CF/88, art. 97), que determina a necessidade de</p><p>formação de maioria absoluta dos votos dos membros da Corte para que os</p><p>tribunais possam declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos do</p><p>Poder Público. Tal cláusula se destina exclusivamente aos tribunais, não</p><p>aplicando às hipóteses de controle difuso exercido por juízes de 1ª instância.</p><p>CF, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus</p><p>membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os</p><p>tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo</p><p>do Poder Público.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>4) CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Analista (CNMP)/Apoio Jurídico/Direito</p><p>À luz da vigente Constituição Federal (CF), julgue o item a seguir, a respeito</p><p>dos direitos políticos, dos partidos políticos e do Poder Judiciário.</p><p>Caso o Congresso Nacional aprove e o presidente da República sancione lei</p><p>que, após ser publicada, tenha a sua constitucionalidade questionada no curso</p><p>de processo que tramite no TRF da 1.ª Região, esse tribunal não poderá declarar</p><p>a inconstitucionalidade da citada lei, sob pena de usurpação da competência</p><p>do STF.</p><p>C) Certo</p><p>E) Errado</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>16</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>5) CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Promotor de Justiça (MPE BA)</p><p>No tocante à arguição incidental da inconstitucionalidade, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>A) proteção à coisa julgada atinge, via de regra, a declaração incidental de</p><p>inconstitucionalidade de norma.</p><p>B) No controle incidental de constitucionalidade, o juízo pode reconhecer de</p><p>ofício a inconstitucionalidade.</p><p>C) Na arguição incidental de inconstitucionalidade, a decisão judicial que a</p><p>acatar deve registrar esse fato no dispositivo.</p><p>D) Na declaração incidental de inconstitucionalidade, os efeitos, para as partes,</p><p>são ex nunc.</p><p>E) Ao receber do Supremo Tribunal Federal (STF) comunicação de julgamento</p><p>incidental de inconstitucionalidade, o Senado Federal está obrigado a editar</p><p>resolução, suspendendo nacionalmente a eficácia da norma.</p><p>5. CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>O controle difuso de constitucionalidade é um dos mecanismos pelo qual se</p><p>verifica a compatibilidade de normas infraconstitucionais com a Constituição</p><p>Federal. Este controle é denominado "difuso" porque pode ser exercido por</p><p>qualquer juiz ou tribunal no curso de um processo judicial ordinário.</p><p>Origem: O controle difuso foi inspirado no sistema americano, onde foi</p><p>introduzido no famoso caso Marbury vs. Madison (1803). No Brasil, este modelo</p><p>foi adotado pela Constituição de 1891.</p><p>Competência: Qualquer juiz ou tribunal pode declarar a inconstitucionalidade</p><p>de uma lei ou ato normativo no caso concreto que está sendo julgado, de forma</p><p>incidental. Ou seja, a inconstitucionalidade está na causa de pedir, pois o pedido</p><p>principal não é a declaração de inconstitucionalidade</p><p>Efeitos: A declaração de inconstitucionalidade tem efeitos inter partes, ou seja,</p><p>seus efeitos limitam-se às partes envolvidas no processo. Isso significa que a</p><p>declaração de inconstitucionalidade não invalida a norma para todos, mas</p><p>apenas para aqueles que participaram do caso específico.</p><p>Contudo, se a norma declarada inconstitucional for de reprodução obrigatória, a</p><p>decisão pode ser levada ao Supremo Tribunal Federal via Recurso</p><p>Extraordinário, cujas decisões podem ter efeitos mais amplos, conforme</p><p>entendimento da Corte.</p><p>Procedimento</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>17</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>A inconstitucionalidade pode ser suscitada por qualquer das partes no processo</p><p>judicial, de forma incidental, como causa de pedir.</p><p>O juiz ou tribunal analisa a compatibilidade da norma impugnada com a</p><p>Constituição</p><p>e pode declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade, de modo</p><p>que a norma será inaplicável apenas naquele caso concreto.</p><p>O controle incidental de constitucionalidade pode ser realizado no âmbito de</p><p>qualquer ação judicial, sob qualquer procedimento, inclusive no mandado de</p><p>segurança, obedecido o rito da Lei 12.016/2009.</p><p>Todavia, também no mandado de segurança a inconstitucionalidade deve</p><p>aparecer de forma incidental, ou seja, não pode se confundir com o pedido do</p><p>writ. Nesse sentido, o STF afirmou não ser o MS sucedâneo (substituto) da ação</p><p>direta:</p><p>Súmula 266/STF - Não cabe mandado de segurança contra lei em</p><p>tese.</p><p>Comparação com o controle concentrado: diferentemente do controle</p><p>concentrado, onde a inconstitucionalidade é declarada necessariamente por um</p><p>tribunal e a eficácia da decisão é erga omnes (para todos) e vinculante, no controle</p><p>difuso essa competência é distribuída entre todos os órgãos judiciais e sua</p><p>decisão tem eficácia apenas para o caso concreto.</p><p>O controle difuso de constitucionalidade desempenha um papel crucial na</p><p>manutenção da supremacia da Constituição, permitindo que a compatibilidade</p><p>das normas seja constantemente verificada por todos os órgãos judiciais,</p><p>garantindo, assim, uma proteção ampla e descentralizada dos direitos</p><p>constitucionais.</p><p>Dito de outro modo, o controle difuso de constitucionalidade visa assegurar que</p><p>todas as normas infraconstitucionais estejam em conformidade com a</p><p>Constituição Federal, garantindo que qualquer lei ou ato normativo que viole a</p><p>Constituição possa ser declarado inconstitucional no curso de um processo</p><p>judicial, protegendo assim os direitos fundamentais.</p><p>O objeto do controle difuso de constitucionalidade é a lei ou ato normativo que</p><p>contraria a Constituição Federal (ou Estadual, a depender do caso). Esse controle</p><p>pode ser aplicado a qualquer norma infraconstitucional, incluindo leis federais,</p><p>estaduais, municipais e atos administrativos.</p><p>Diferença entre efeitos ex nunc e ex tunc</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>18</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p> Efeitos ex nunc: significa "a partir de agora" em latim. Quando uma decisão</p><p>tem efeitos ex nunc, ela produz efeitos apenas a partir do momento em que é</p><p>proferida, sem retroagir ao passado.</p><p>Aplicação: Este tipo de efeito é comumente utilizado para evitar insegurança</p><p>jurídica, pois as situações anteriores à decisão são preservadas e as normas ou</p><p>atos apenas deixam de ter eficácia para o futuro. Tem aplicabilidade na</p><p>concessão de medidas cautelares em controle de constitucionalidade.</p><p> Efeitos ex tunc: significa "desde então" em latim. Quando uma decisão tem</p><p>efeitos ex tunc, ela retroage ao momento da edição da norma ou ato</p><p>impugnado, tornando-o nulo desde a sua origem.</p><p>Aplicação: Este efeito é a regra no controle de constitucionalidade e é utilizado</p><p>para invalidar todos os atos praticados com base na norma ou ato declarado</p><p>inconstitucional, corrigindo assim eventuais prejuízos causados desde a sua</p><p>edição.</p><p>No controle difuso (ou concreto) de constitucionalidade, a regra geral é que a</p><p>decisão tem efeitos ex tunc. Ou seja, a norma ou ato declarado inconstitucional é</p><p>considerado nulo desde a sua edição, como se nunca tivesse existido. Isso</p><p>significa que todos os atos praticados com base na norma inconstitucional são</p><p>igualmente considerados nulos.</p><p>Possibilidade de Modulação dos Efeitos</p><p>Embora a regra geral seja a aplicação de efeitos ex tunc, existe a possibilidade de</p><p>modulação dos efeitos da decisão. A modulação é um instrumento utilizado</p><p>pelos tribunais para ajustar os efeitos temporais das decisões de</p><p>inconstitucionalidade, de modo a preservar a segurança jurídica e evitar</p><p>prejuízos sociais e econômicos.</p><p>A modulação dos efeitos está prevista no art. 27 da Lei nº 9.868/1999, que dispõe</p><p>sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação</p><p>declaratória de constitucionalidade:</p><p>Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato</p><p>normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de</p><p>excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal,</p><p>por maioria de dois terços de seus membros, restringir os</p><p>efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a</p><p>partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha</p><p>a ser fixado.</p><p>Exemplos de Modulação: o tribunal pode decidir que a declaração de</p><p>inconstitucionalidade produzirá efeitos apenas a partir da decisão, preservando</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>19</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>os atos praticados anteriormente, ou pode fixar um outro momento para o início</p><p>dos efeitos, como o trânsito em julgado da decisão:</p><p>(...) 3. Modulação dos efeitos da decisão, para que tenha</p><p>eficácia a partir da data de publicação da respectiva ata de</p><p>julgamento, estando ressalvados (1) os processos</p><p>administrativos e as ações judiciais pendentes de conclusão até a</p><p>referida data e (2) os fatos geradores anteriores à mesma data em</p><p>relação aos quais não tenha havido pagamento. (ADI 4411 ED,</p><p>Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:</p><p>ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 13-04-</p><p>2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 06-06-</p><p>2023 PUBLIC 07-06-2023 REPUBLICAÇÃO: DJe-s/n</p><p>DIVULG 02-08-2023 PUBLIC 03-08-2023)</p><p>A modulação dos efeitos das decisões em controle de constitucionalidade é uma</p><p>medida importante para equilibrar a aplicação da justiça constitucional com a</p><p>necessidade de garantir a estabilidade das relações jurídicas. Dito de outro modo,</p><p>a possibilidade de modulação permite que o Poder Judiciário ajuste os efeitos das</p><p>suas decisões de forma a evitar que a declaração de inconstitucionalidade cause</p><p>um impacto negativo desproporcional sobre a sociedade.</p><p>Importante: a modulação dos efeitos exige quórum de 2/3 dos membros do</p><p>tribunal.</p><p>Cláusula de Reserva de Plenário</p><p> Definição: A cláusula de reserva de plenário (full bench clause), está prevista</p><p>no art. 97 da CF/88. Este dispositivo estabelece que somente pelo voto da</p><p>maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão</p><p>especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato</p><p>normativo do Poder Público.</p><p>Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus</p><p>membros ou dos membros do respectivo órgão especial</p><p>poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de</p><p>lei ou ato normativo do Poder Público.</p><p>A cláusula de reserva de plenário tem como principal finalidade conferir maior</p><p>segurança jurídica e evitar decisões contraditórias, exigindo um quórum</p><p>qualificado para a declaração de inconstitucionalidade de normas.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>20</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>É dizer, a cláusula de reserva de plenário é uma proteção contra a instabilidade</p><p>das decisões judiciais, pois a exigência de maioria absoluta dos membros ou do</p><p>órgão especial assegura que a inconstitucionalidade de uma norma não seja</p><p>declarada de forma isolada.</p><p>Súmula Vinculante 10 do STF: Viola a cláusula de reserva de</p><p>plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal</p><p>que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de</p><p>lei ou ato normativo do poder público, afasta a sua incidência, no</p><p>todo ou em parte.</p><p>Observações: a cláusula de reserva de plenário apenas se aplica na declaração</p><p>de INCONSTITUCIONALIDADE, de modo que não é exigível em relação a</p><p>decisões que reconhecem a CONSTITUCIONALIDADE da norma, inclusive</p><p>quando se utiliza a técnica da interpretação conforme a Constituição.</p><p>(...) 7. Inaplicável a reserva de plenário aos casos de</p><p>interpretação conforme a Constituição porque não se trata</p><p>de juízo de conflito ou inadequação de lei ou ato normativo</p><p>em face de norma constitucional, mas sim de técnica</p><p>decisória que, com o intuito de evitar a proclamação de</p><p>inconstitucionalidade (ARE 1379582, Relator(a): Min. ROSA</p><p>WEBER, Julgamento: 16/05/2022, Publicação: 20/05/2022).</p><p>Nesse sentido, a cláusula de reserva de plenário é um mecanismo</p><p>essencial para</p><p>a estabilidade e a segurança do sistema jurídico brasileiro. Ela assegura que a</p><p>declaração de inconstitucionalidade de normas seja feita de maneira ponderada</p><p>e representativa, preservando a coerência e a uniformidade das decisões</p><p>judiciais.</p><p>A cláusula de reserva de plenário não se aplica às turmas recursais de juizados</p><p>especiais.</p><p>Isso porque, ainda que seja órgão recursal e colegiado, as Turmas de Juizados</p><p>não podem ser consideradas como “tribunais”.</p><p>Assim, as Turmas de Juizados poderão declarar incidentalmente a</p><p>inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ou afastar a sua incidência no</p><p>todo ou em parte sem que isso signifique violação à cláusula de reserva de</p><p>plenário.</p><p>A regra da chamada cláusula de plenário para a declaração de</p><p>inconstitucionalidade (art. 97, da CF) não se aplica, deveras, às</p><p>turmas recursais de Juizado Especial. (...) (RE 453744 AgR/RJ)</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>21</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Quando a norma for pré-constitucional, ou seja, editada antes da CF/88, também</p><p>não há obrigatoriedade de observância da cláusula de reserva de plenário,</p><p>tendo em vista que as normas anteriores se submetem tão somente ao juízo de</p><p>recepção pela nova ordem constitucional, conforme entendimento do STF:</p><p>Ementa: Agravo regimental no recurso extraordinário com</p><p>agravo. Empréstimo compulsório. Lei 4.156/62. Matéria</p><p>infraconstitucional. Arguição de ausência de motivação da</p><p>decisão. Ofensa reflexa. Alegação de violação da cláusula de</p><p>reserva de plenário (artigo 97 da constituição federal).</p><p>Inocorrência. Norma erigida sob a égide da constituição anterior.</p><p>Recepção da lei por órgão fracionário. (...) 2. A cláusula de</p><p>reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos</p><p>textos normativos erigidos sob a égide da atual</p><p>Constituição. 3. As normas editadas quando da vigência</p><p>das Constituições anteriores se submetem somente ao juízo</p><p>de recepção ou não pela atual ordem constitucional, o que</p><p>pode ser realizado por órgão fracionário dos Tribunais sem</p><p>que se tenha por violado o art. 97 da CF. Precedentes: AI-</p><p>AgR 582.280, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ</p><p>6.11.2006 e AI 831.166-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar</p><p>Mendes, Dje de 29.4.2011. 3. Agravo regimental desprovido.</p><p>(ARE 705316 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL)</p><p>Por sua vez, é possível o controle de constitucionalidade de normas pré-</p><p>constitucionais, desde que seja utilizado como parâmetro a Constituição vigente</p><p>à época de sua edição.</p><p>Suspensão da Execução de Lei pelo Senado - Art. 52, X da Constituição Federal</p><p> Definição: A suspensão da execução de lei pelo Senado Federal está prevista</p><p>no art. 52, X, da CF/88. Este dispositivo autoriza o Senado a suspender a</p><p>execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional pelo STF em</p><p>controle difuso de constitucionalidade.</p><p>Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:</p><p>(...)</p><p>X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei</p><p>declarada inconstitucional por decisão definitiva do</p><p>Supremo Tribunal Federal;</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>22</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Finalidade: A suspensão da execução de lei pelo Senado tem a finalidade de</p><p>conferir eficácia geral à declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF</p><p>em sede de controle difuso. Dessa forma, a norma ou ato declarado</p><p>inconstitucional pelo STF em um caso concreto pode ser suspenso em sua</p><p>totalidade ou parcialmente, garantindo uniformidade e segurança jurídica.</p><p>Procedimento: O STF, em controle difuso, declara a inconstitucionalidade</p><p>incidental de uma lei ou ato normativo no curso de um processo judicial e</p><p>comunica a decisão ao Senado Federal, que passa analisar e pode, mediante a</p><p>edição de resolução, suspender a execução da lei ou ato normativo declarado</p><p>inconstitucional.</p><p>Eficácia: A suspensão pelo Senado confere eficácia erga omnes (para todos),</p><p>aplicando-se a todos os casos semelhantes.</p><p>Aplicabilidade: A suspensão de execução pelo Senado aplica-se principalmente</p><p>ao controle difuso de constitucionalidade. Neste tipo de controle, a decisão de</p><p>inconstitucionalidade tem efeito inter partes (apenas entre as partes do processo).</p><p>A intervenção do Senado transforma esse efeito em erga omnes, estendendo os</p><p>efeitos da decisão a todos. Já no controle concentrado (exercido em ADIs, ADCs,</p><p>ADPFs), a decisão do STF tem efeito vinculante e erga omnes, não necessitando de</p><p>suspensão pelo Senado.</p><p>A intervenção do Senado no controle difuso de constitucionalidade é uma forma</p><p>de harmonizar o efeito limitado das decisões do STF, conferindo eficácia geral às</p><p>decisões de inconstitucionalidade.</p><p>A suspensão da execução de leis pelo Senado Federal, conforme previsto no art.</p><p>52, X da CF/88, desempenha um papel crucial na efetivação das decisões de</p><p>inconstitucionalidade proferidas em controle difuso. Ao transformar o efeito inter</p><p>partes em erga omnes, o Senado assegura a uniformidade e a segurança jurídica,</p><p>contribuindo para a estabilidade da ordem jurídica e a proteção dos direitos</p><p>fundamentais.</p><p>Todavia, o STF vem alterando sua jurisprudência no sentido de considerar que</p><p>a norma do art. 52, X, da CF/88, teria sofrido mutação constitucional, de modo</p><p>que determina a publicação de resolução apenas como mera medida de</p><p>publicidade da decisão.</p><p>Tendência da abstrativização do controle concreto de constitucionalidade</p><p>Definição: A tendência da abstrativização do controle concreto de</p><p>constitucionalidade refere-se ao movimento jurisprudencial e doutrinário que</p><p>busca conferir ao controle difuso (concreto) características e efeitos típicos do</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>23</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>controle abstrato. Em outras palavras, trata da superação das limitações do</p><p>controle concreto, ampliando os efeitos das decisões de inconstitucionalidade</p><p>para além das partes envolvidas no processo.</p><p>Características do movimento de abstrativização</p><p>A abstrativização do controle concreto tem como objetivo uniformizar as decisões</p><p>judiciais sobre a constitucionalidade de normas, evitando contradições e</p><p>promovendo a segurança jurídica.</p><p>Efeitos erga omnes: Amplia os efeitos das decisões de inconstitucionalidade em</p><p>controle difuso para que se apliquem a todos, e não apenas às partes envolvidas.</p><p>Caráter vinculante: Confere caráter vinculante às decisões proferidas em controle</p><p>difuso, obrigando todos os órgãos do judiciário a seguir o entendimento do</p><p>firmado.</p><p>Intervenção do Senado: Reduz a necessidade de intervenção do Senado para</p><p>suspender a execução de leis declaradas inconstitucionais pelo STF em controle</p><p>difuso, já que os efeitos erga omnes seriam conferidos diretamente pelo STF.</p><p>A tendência da abstrativização do controle concreto de constitucionalidade</p><p>representa uma evolução no sistema de controle de constitucionalidade no Brasil.</p><p>Ao conferir características e efeitos típicos do controle abstrato às decisões</p><p>proferidas em controle difuso, promove-se maior segurança jurídica,</p><p>uniformidade na aplicação das leis e efetividade das decisões judiciais. Este</p><p>movimento reflete a busca por um sistema judiciário mais eficiente e coerente,</p><p>capaz de garantir a proteção dos direitos fundamentais de maneira mais ampla e</p><p>eficaz.</p><p>COMO É COBRADO?</p><p>6) CEBRASPE (CESPE) - 2015 - Juiz Federal (TRF 5ª Região)/XIII</p><p>Desde a Constituição de 1937, adotou-se, no Brasil, a chamada cláusula de</p><p>reserva de plenário (full bench), prevista atualmente no art. 97 da CF, que</p><p>preceitua que “somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou</p><p>dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a</p><p>inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público”. A respeito</p><p>dessa cláusula, assinale a opção correta.</p><p>A) A cláusula de reserva de plenário não atinge juizados de pequenas causas e</p><p>juizados especiais, pois, segundo a configuração que lhes foi atribuída pelo</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>24</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>legislador,</p><p>esses juizados não funcionam, na esfera recursal, sob o regime de</p><p>plenário ou de órgão especial.</p><p>B) Os órgãos fracionários de tribunais podem afastar, no todo ou em parte, a</p><p>incidência de lei ou ato normativo sem obedecer à cláusula de reserva de</p><p>plenário, desde que não haja declaração expressa de inconstitucionalidade.</p><p>C) A cláusula de reserva de plenário deve ser observada nos casos em que o</p><p>tribunal conclua que determinada norma pré-constitucional não foi</p><p>recepcionada pela CF.</p><p>D) No controle difuso de normas, é possível declarar a inconstitucionalidade</p><p>de lei pré-constitucional tendo como parâmetro a Constituição vigente à época</p><p>de edição da lei, hipótese em que não será necessária a observância da cláusula</p><p>de reserva de plenário, visto não se tratar de violação à CF.</p><p>E) Conforme a cláusula de reserva de plenário, o juiz singular de primeiro grau</p><p>não pode, incidentalmente, declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato</p><p>normativo em um caso concreto, salvo se já houver precedente no mesmo</p><p>sentido do pleno ou órgão especial do tribunal ao qual o magistrado se</p><p>encontre vinculado ou do STF.</p><p>7) CEBRASPE (CESPE) - 2017 - Defensor Público Federal -</p><p>A respeito da evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, das</p><p>concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional</p><p>brasileiro, julgue o item a seguir.</p><p>Em relação ao exercício do controle de constitucionalidade pelo Poder</p><p>Judiciário, o rol de órgãos competentes para o exercício do controle abstrato é</p><p>mais restrito que o de órgãos aptos ao exercício do controle difuso.</p><p>C</p><p>E</p><p>8) CEBRASPE (CESPE) - 2022 - Analista (PGE RJ)/Processual -</p><p>Julgue o item que se segue à luz da doutrina majoritária de direito</p><p>constitucional e da jurisprudência atual e majoritária do STF.</p><p>O controle de constitucionalidade difuso pode ser realizado por qualquer juiz</p><p>ou órgão do Poder Judiciário. Ele ocorre diante de um caso concreto, no qual</p><p>se discute a declaração de inconstitucionalidade de forma incidental.</p><p>C</p><p>E</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>25</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>9) CEBRASPE (CESPE) - 2022 - Subprocurador de Contas (MPCM PA) -</p><p>A respeito do controle incidental de constitucionalidade, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>A) Não obstante certas limitações processuais inerentes a seu rito especial, é</p><p>juridicamente possível fazer-se controle incidental de constitucionalidade em</p><p>ação de mandado de segurança.</p><p>B) O controle incidental de constitucionalidade somente produz efeitos após</p><p>resolução que, provinda do Senado Federal, suspenda a eficácia da norma.</p><p>C) Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça exercer controle difuso de</p><p>constitucionalidade.</p><p>D) Somente após confirmação pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de</p><p>recurso extraordinário, produzem-se efeitos plenos do controle difuso de</p><p>constitucionalidade.</p><p>E) A decisão no controle difuso de constitucionalidade produz,</p><p>necessariamente, efeitos retroativos, isto é, ex tunc.</p><p>10) CEBRASPE (CESPE) - 2015 - Defensor Público Federal -</p><p>Quanto ao controle de constitucionalidade, julgue o item a seguir:</p><p>É possível o controle judicial difuso de constitucionalidade de normas pré-</p><p>constitucionais, desde que não se adote a atual Constituição como parâmetro.</p><p>C</p><p>E</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>26</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>6. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) E AÇÃO</p><p>DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC)</p><p>Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI): Instrumento utilizado para</p><p>questionar a compatibilidade de leis ou atos normativos federais ou estaduais</p><p>com a Constituição Federal, visando à declaração de sua inconstitucionalidade</p><p>(Art. 102, I, "a", da CF)</p><p>Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC): Mecanismo que visa confirmar</p><p>a constitucionalidade de leis ou atos normativos federais, garantindo sua</p><p>aplicabilidade e eficácia (Art. 102, I, "a" e §2º, da CF).</p><p>Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente,</p><p>a guarda da Constituição, cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo</p><p>federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de</p><p>lei ou ato normativo federal;</p><p>(...)</p><p>§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo</p><p>Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas</p><p>ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia</p><p>contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos</p><p>do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta,</p><p>nas esferas federal, estadual e municipal.</p><p>A Lei nº 9.868/1999 dispõe sobre o processo e julgamento das ADIs e ADCs</p><p>perante o STF.</p><p>Por se tratar de uma ação objetiva, ou seja, sem partes, em que o objeto da</p><p>demanda é a própria norma impugnada, não se admite a desistência das ações</p><p>de controle abstrato de constitucionalidade, nos termos do art. 5º da Lei</p><p>9.868/1999:</p><p>Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.</p><p>Legitimados ativos: a CF/88, em seu artigo 103, estabelece quem são os</p><p>legitimados ativos para propor ADIs e ADCs, que são divididos em duas</p><p>categorias principais: legitimados universais e legitimados especiais.</p><p>Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a</p><p>ação declaratória de constitucionalidade:</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>27</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>I - o Presidente da República;</p><p>II - a Mesa do Senado Federal;</p><p>III - a Mesa da Câmara dos Deputados;</p><p>IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa</p><p>do Distrito Federal;</p><p>V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;</p><p>VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;</p><p>VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;</p><p>IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito</p><p>nacional.</p><p>A perda superveniente da representação parlamentar desqualifica o partido</p><p>político para permanecer no polo ativo da ação de controle abstrato de</p><p>constitucionalidade?</p><p>NÃO.</p><p>Agravo Regimental em Ação Direta de Inconstitucionalidade. 2.</p><p>Partido político. 3. Legitimidade ativa. Aferição no momento da</p><p>sua propositura. 4. Perda superveniente de representação</p><p>parlamentar. Não desqualificação para permanecer no</p><p>pólo ativo da relação processual. 5. Objetividade e</p><p>indisponibilidade da ação. 6. Agravo provido (ADI 2618 AgR-</p><p>AgR, Relator(a): CARLOS VELLOSO, Relator(a) p/ Acórdão:</p><p>GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 12-08-2004,</p><p>DJ 31-03-2006 PP-00007 EMENT VOL-02227-01 PP-00139)</p><p>Legitimados ativos universais: são aqueles que possuem legitimidade para</p><p>propor ações de controle concentrado de constitucionalidade</p><p>independentemente de demonstrarem a pertinência temática (legitimidade</p><p>plena), ou seja, não precisam comprovar que a norma impugnada afeta</p><p>diretamente sua esfera de atuação ou interesse institucional e são os seguintes:</p><p>Presidente da República, Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos</p><p>Deputados e Procurador-Geral da República.</p><p>Legitimados ativos especiais: precisam demonstrar pertinência temática</p><p>(legitimidade condicionada) para propor ações de controle concentrado de</p><p>constitucionalidade. Isso significa que devem provar que a norma ou ato</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>28</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>normativo questionado afeta diretamente sua área de atuação ou interesse</p><p>institucional e são os seguintes: Governadores de Estado e do Distrito Federal;</p><p>Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;</p><p>Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Partidos políticos</p><p>com representação no Congresso Nacional e Confederações sindicais ou</p><p>entidades de classe de âmbito nacional.</p><p>A diferenciação entre legitimados ativos universais e especiais no controle</p><p>concentrado de constitucionalidade visa garantir que apenas atores com</p><p>representatividade e interesse legítimo possam questionar a constitucionalidade</p><p>de normas e</p><p>atos normativos. Enquanto os legitimados universais possuem uma</p><p>legitimidade ampla e incondicionada, os legitimados especiais devem</p><p>demonstrar a pertinência temática, assegurando que suas impugnações estejam</p><p>alinhadas com suas funções institucionais e interesses específicos.</p><p>Caráter ambivalente: A ADC pode ser vista como um complemento da ADI.</p><p>Enquanto a ADI atua para remover normas contrárias à CF, a ADC atua para</p><p>confirmar e assegurar a validade de normas que estão em conformidade com a</p><p>CF.</p><p>Na ADI, a decisão de procedência resulta na nulidade da norma, removendo-a</p><p>do ordenamento jurídico; já a decisão de improcedência resulta na validade da</p><p>norma, confirmando sua constitucionalidade.</p><p>Na ADC é o contrário: a decisão de procedência confirma a validade da norma,</p><p>enquanto a decisão de improcedência resulta na declaração de</p><p>inconstitucionalidade do ato normativo impugnado.</p><p>Por isso é que se afirma que a ADC é uma ADI “com sinal trocado”.</p><p>Lei 9.868/1999:</p><p>Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á</p><p>improcedente a ação direta ou procedente eventual ação</p><p>declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á</p><p>procedente a ação direta ou improcedente eventual ação</p><p>declaratória.</p><p>Parâmetro de Controle: O parâmetro para análise nas ADIs e ADCs é a</p><p>Constituição Federal. Apenas normas constitucionais podem servir de</p><p>fundamento para questionar a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo.</p><p>No âmbito estadual, por seu turno, a representação de inconstitucionalidade</p><p>toma como parâmetro de controle a Constituição do respectivo Estado da</p><p>Federação.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>29</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Objeto</p><p> ADI: lei ou ato normativo federal ou estadual que contrarie a Constituição</p><p>Federal.</p><p> ADC: apenas lei ou ato normativo federal cuja constitucionalidade esteja em</p><p>dúvida.</p><p>Perspectivas Material, Temporal e Espacial</p><p> Material: A análise da constitucionalidade foca no conteúdo da norma,</p><p>verificando sua compatibilidade com a Constituição.</p><p> Temporal: A decisão possui efeitos ex tunc (retroativos), salvo modulação pelo</p><p>STF, que pode atribuir efeitos ex nunc (a partir da decisão) por razões de</p><p>segurança jurídica ou excepcional interesse social.</p><p> Espacial: A decisão do STF tem efeito vinculante em todo o território nacional,</p><p>atingindo todos os demais órgãos do Poder Judiciário (não vincula o próprio</p><p>STF) e da administração pública direta e indireta (não vincula o Poder</p><p>Legislativo).</p><p>Intervenção de Terceiros</p><p>Não é admitida intervenção de terceiros em ADIs e ADCs, conforme o princípio</p><p>da concentração da causa e celeridade processual. Porém, há uma exceção</p><p>importante: o Amicus Curiae.</p><p>Lei 9.868/1999:</p><p>Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de</p><p>ação direta de inconstitucionalidade.</p><p>(...)</p><p>§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a</p><p>representatividade dos postulantes, poderá, por despacho</p><p>irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no</p><p>parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou</p><p>entidades.</p><p>A norma, portanto, permite a participação do amicus curiae (amigo da corte), que</p><p>são entidades, órgãos ou especialistas com interesse na matéria, que podem</p><p>contribuir com informações relevantes para o julgamento. O STF pode admitir a</p><p>manifestação de terceiros que representem a sociedade civil ou tenham expertise</p><p>na matéria discutida, enriquecendo o debate jurídico.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>30</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Função do Advogado-Geral da União (AGU) e da advocacia pública na ADI e</p><p>ADC</p><p>Art. 103, §3º da CF/88:</p><p>§3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a</p><p>inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,</p><p>citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá</p><p>o ato ou texto impugnado.</p><p>Lei nº 9.868/1999:</p><p>Art. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos,</p><p>sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-</p><p>Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no</p><p>prazo de quinze dias.</p><p>O Advogado-Geral da União (AGU), e a advocacia pública como um todo,</p><p>desempenha papel crucial na defesa da constitucionalidade das leis e atos</p><p>normativos questionados nas ADIs e ADCs. Sua função é garantir que a norma</p><p>ou ato impugnado seja adequadamente defendido, assegurando uma análise</p><p>completa e equilibrada por parte do Poder Judiciário.</p><p>Todavia, a função de defender o ato normativo combatido deve ser interpretada</p><p>com temperamento e não de forma literal, visto que o STF já possui entendimento</p><p>consolidado no sentido de que não há obrigatoriedade de defesa da norma</p><p>quando já houver pronunciamento do próprio tribunal no sentido da</p><p>inconstitucionalidade da tese jurídica.</p><p>A medida liminar em ADI e ADC</p><p>Em sede de ADI, a medida liminar é uma decisão provisória que pode ser</p><p>concedida no início do processo pelo STF ou pelo Tribunal de Justiça para</p><p>suspender a eficácia da norma ou do ato normativo impugnado. Essa decisão, em</p><p>regra, tem eficácia erga omnes e ex nunc, mas, se o Tribunal entender necessário,</p><p>pode modular os efeitos e conceder-lhe eficácia ex tunc (retroativa).</p><p>Em regra, caso deferida a liminar para suspender a eficácia da norma, a</p><p>legislação anterior revogada pela norma liminarmente suspensa torna-se</p><p>novamente aplicável, ocorrendo um efeito repristinatório tácito:</p><p>Lei 9.868/99:</p><p>Art. 11: (...)</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>31</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>§1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será</p><p>concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que</p><p>deva conceder-lhe eficácia retroativa.</p><p>§2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação</p><p>anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido</p><p>contrário.</p><p>Já na ADC, o deferimento da medida cautelar tem como efeito a determinação</p><p>da suspensão do julgamento dos processos envolvendo a aplicação da lei ou</p><p>do ato normativo impugnado até o julgamento definitivo da ação, que deve</p><p>ocorrer no prazo máximo de 180 dias, sob pena de a decisão liminar perder sua</p><p>eficácia e os processos voltarem a tramitar normalmente:</p><p>Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria</p><p>absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida</p><p>cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente</p><p>na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o</p><p>julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do</p><p>ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.</p><p>Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo</p><p>Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial</p><p>da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias,</p><p>devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de</p><p>cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.</p><p>É dizer, a medida liminar em sede de ADI e ADC é um instrumento fundamental</p><p>para a proteção da ordem constitucional, permitindo ao Poder Judiciário atuar</p><p>de forma preventiva contra a aplicação de normas inconstitucionais ou assegurar</p><p>a aplicação de normas constitucionais. A aplicação de critérios rigorosos e a</p><p>necessidade de decisão colegiada garantem a segurança jurídica na concessão</p><p>dessas medidas.</p><p>Lei 9.868/99:</p><p>Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da</p><p>matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus</p><p>membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida</p><p>cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis</p><p>pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no</p><p>prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>32</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>§1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação</p><p>da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão</p><p>parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de</p><p>procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a</p><p>ser fixada pelo Tribunal.</p><p>A concessão de medida liminar em ADI e ADC segue um procedimento</p><p>específico, que envolve a necessidade de intimação prévia dos órgãos ou</p><p>autoridades que editaram a norma impugnada, bem como um quórum</p><p>qualificado para sua concessão.</p><p>Qual a diferença entre repristinação e efeito repristinatório?</p><p>A repristinação é o fenômeno jurídico pelo qual uma lei ou norma anteriormente</p><p>revogada volta a vigorar em razão da revogação da lei que a havia revogado.</p><p>Exemplo: Se a Lei A revoga a Lei B, e posteriormente a Lei A é revogada pela Lei</p><p>C, a Lei B volta a vigorar automaticamente, caso se aplique o princípio da</p><p>repristinação.</p><p>No Brasil, a repristinação não é a regra geral. A Lei de Introdução às Normas do</p><p>Direito Brasileiro (LINDB) estabelece em seu artigo 2º, §3º, que a repristinação só</p><p>ocorre se houver previsão expressa nesse sentido:</p><p>§3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura</p><p>por ter a lei revogadora perdido a vigência.</p><p>O efeito repristinatório, por seu turno, ocorre quando uma decisão judicial</p><p>declara a inconstitucionalidade de uma lei, restaurando a vigência da norma</p><p>anterior que havia sido revogada por ela.</p><p>Exemplo: Se a Lei X revoga a Lei Y, e posteriormente a Lei X é declarada</p><p>inconstitucional, a Lei Y volta a vigorar devido ao efeito repristinatório da</p><p>decisão judicial.</p><p>A distinção entre repristinação e efeito repristinatório é fundamental para a</p><p>compreensão do restabelecimento de normas no ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>A repristinação, em regra, não ocorre automaticamente e depende de previsão</p><p>expressa. Por outro lado, o efeito repristinatório pode ser uma consequência da</p><p>declaração de inconstitucionalidade de uma norma, restabelecendo a vigência da</p><p>norma anterior. Esses conceitos são importantes para garantir a continuidade e a</p><p>coerência do sistema jurídico, especialmente no contexto do controle de</p><p>constitucionalidade exercido pelo Poder Judiciário.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>33</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Procedimento da medida cautelar</p><p> Intimação Prévia: caso o relator entenda que o caso é de concessão da medida</p><p>liminar, é indispensável a intimação prévia dos órgãos ou autoridades que</p><p>editaram a norma impugnada para que se manifestem a respeito da cautelar.</p><p>Em outras palavras, o relator não pode conceder a liminar antes de ouvir a</p><p>advocacia pública a respeito do ato legal impugnado.</p><p>Todavia, em caso de excepcional urgência a liminar pode ser concedida sem a</p><p>intimação prévia dos órgãos ou autoridades, mas essa medida deve ser</p><p>justificada na decisão, nos termos do §3º do art. 10 da Lei 9.868/99:</p><p>§3º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem</p><p>a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo</p><p>impugnado.</p><p> Quórum: por sua vez, caso o relator entenda que é o caso de deferir a medida</p><p>liminar, ele não pode decidir monocraticamente, pois a concessão da medida</p><p>liminar exige a maioria absoluta dos membros do colegiado.</p><p>Requisitos para Concessão da Liminar</p><p> Fumus boni iuris: Presença de indícios de plausibilidade jurídica no pedido.</p><p> Periculum in mora: Risco de dano irreparável ou de difícil reparação se a</p><p>medida não for concedida.</p><p>Decisão definitiva de mérito</p><p>O julgamento de mérito da ADI e da ADC depende da observância de dois</p><p>quóruns distintos: a sessão de julgamento deve contar com a presença de pelo</p><p>menos dois terços (2/3) dos ministros, enquanto o julgamento depende do voto</p><p>da maioria absoluta dos membros do tribunal (metade mais um):</p><p>Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a</p><p>inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será</p><p>tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.</p><p>Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a</p><p>constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou</p><p>da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem</p><p>manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação</p><p>direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de</p><p>constitucionalidade.</p><p>Erga omnes: As decisões definitivas de mérito têm efeito erga omnes, ou seja,</p><p>aplicam-se a todos indistintamente, uma vez que as ações diretas são processos</p><p>objetivos e, portanto, sem partes.</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>34</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>Caráter Vinculante: As decisões vinculam os demais órgãos do Poder Judiciário</p><p>e a administração pública direta e indireta, em todos os níveis de governo</p><p>(federal, estadual, municipal e distrital), mas não vinculam o Poder Legislativo</p><p>quanto à sua função típica de legislar (vincula com relação às funções atípicas</p><p>administrativas, fiscalizatórias e jurisdicionais).</p><p>Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes: essa teoria propõe que,</p><p>nas decisões proferidas pelo STF em ações de controle abstrato de</p><p>constitucionalidade, o efeito vinculante não se restrinja apenas ao dispositivo do</p><p>acórdão, devendo atingir também os fundamentos (motivos determinantes) que</p><p>levaram à decisão.</p><p>Todavia, essa teoria não tem prevalecido perante o STF:</p><p>EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO.</p><p>ALEGADA AFRONTA À AUTORIDADE DO DECIDIDO</p><p>NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE</p><p>1.662-7/SP. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE ENTRE O ATO</p><p>RECLAMADO E OS PARADIGMAS INVOCADOS.</p><p>TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES.</p><p>INAPLICABILIDADE. 1. À míngua de identidade material</p><p>entre os paradigmas invocados e o acórdão reclamado, não há</p><p>como divisar a alegada afronta à autoridade de decisão deste</p><p>Supremo Tribunal Federal, mormente porque a exegese</p><p>jurisprudencial conferida ao art. 102, I, “l”, da Magna Carta</p><p>rechaça o cabimento de reclamação fundada na tese da</p><p>transcendência dos motivos determinantes. Precedentes. 2.</p><p>Agravo regimental conhecido e não provido. (Rcl 22470 AgR,</p><p>Relator(a): ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 24-11-</p><p>2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-282 DIVULG 06-12-</p><p>2017 PUBLIC 07-12-2017)</p><p>Embora a teoria da transcendência dos motivos determinantes tenha sido</p><p>discutida e considerada em algumas decisões do STF, o entendimento que</p><p>prevalece é que os efeitos vinculantes das decisões em ADI e ADC se aplicam</p><p>principalmente ao dispositivo do acórdão, não aos motivos determinantes. Isso</p><p>significa que, embora os fundamentos das decisões sejam altamente influentes e</p><p>devam ser considerados pelos tribunais inferiores e pela administração pública,</p><p>eles não têm, em regra, efeito vinculante.</p><p>Modulação temporal dos efeitos da decisão: é um instrumento utilizado pelos</p><p>tribunais para ajustar os efeitos temporais da declaração de</p><p>RESUMO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE</p><p>35</p><p>www.gabaritojuridico.com.br</p><p>inconstitucionalidade. Em regra, a declaração de inconstitucionalidade produz</p><p>efeitos retroativos (ex tunc), pois o vício é de origem. Todavia, por razões de</p><p>segurança jurídica ou de excepcional interesse social é possível que o Poder</p><p>Judiciário defina que a declaração poderá ter eficácia apenas a partir do trânsito</p><p>em julgado (ex nunc) ou de momento futuro (pro futuro) definido na decisão.</p><p>Lei 9.868/99:</p><p>Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato</p><p>normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de</p><p>excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal,</p><p>por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos</p><p>daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de</p><p>seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser</p><p>fixado.</p><p>A modulação dos efeitos exige quórum de votação de dois terços (2/3) dos</p><p>membros do tribunal.</p><p>Técnicas de decisão</p><p>Lei 9.868/99</p><p>Art. 28 (...)</p><p>Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de</p><p>inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a</p><p>Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem</p><p>redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em</p><p>relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública</p><p>federal, estadual e municipal.</p><p>Declaração de inconstitucionalidade com redução</p>

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