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<p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>Exercícios de Intertextualidade 2</p><p>1. (UFPEL) Leia com atenção a seguinte passagem, retirada do livro "Para entender o texto -</p><p>leitura e redação", de Platão & Fiorin, Editora Ática.</p><p>“Com muita frequência um texto retoma passagens de outro. Quando um texto de caráter</p><p>científico cita outros textos, isso é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e em</p><p>nota indica-se o autor e o livro donde se extraiu a citação.</p><p>Num texto literário, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta ou romancista</p><p>não indica o autor e a obra donde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor</p><p>compartilhe com ele um mesmo conjunto de informações a respeito das obras que compõem um</p><p>determinado universo cultural. Os dados a respeito dos textos literários, mitológicos, históricos</p><p>são necessários, muitas vezes, para a compreensão global de um texto.</p><p>A essa citação de um texto por outro, a esse diálogo entre textos dá-se o nome de</p><p>intertextualidade.</p><p>(...)”</p><p>Um texto cita outra com, basicamente, duas finalidades distintas:</p><p>a) Para reafirmar alguns dos sentidos do texto citado;</p><p>b) Para inverter, contestar e deformar alguns dos sentidos do texto citado; para “polemizar com</p><p>ele".</p><p>Com base nisso, observe os três textos a seguir:</p><p>Texto 1</p><p>Pescador tão entretido</p><p>numa pedra ao sol,</p><p>esperando o peixe ferido</p><p>pelo teu anzol,</p><p>há um fio do céu descido</p><p>sobre o teu coração:</p><p>de longe estás sendo ferido</p><p>por outra mão.</p><p>(MEIRELES, Cecília. "Flor de poemas". 3ª edição - Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1972. p.162)</p><p>Texto 2</p><p>"tô descendo a serra</p><p>cego pela serração*</p><p>salvo pela imagem</p><p>pela imaginação</p><p>de uma bailarina no asfalto</p><p>fazendo curvas sobre patins</p><p>tô descendo a serra</p><p>cego pela neblina</p><p>você nem imagina</p><p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>como tem curvas esta estrada</p><p>ela parece uma serpente morta</p><p>às portas do paraíso</p><p>o inferno ficou para trás</p><p>com as luzes lá em cima</p><p>o céu não seria rima</p><p>nem seria solução"</p><p>* (sic)</p><p>(Engenheiros do Hawaii)</p><p>Texto 3</p><p>Relacionando o fragmento extraído de Platão & Fiorin, o seu conhecimento e os textos</p><p>apresentados, podemos afirmar que:</p><p>a) No texto 3, não se evidencia intertextualidade, pois ela ocorre somente entre textos</p><p>literários.</p><p>b) Nos textos 1 e 2, evidencia-se intertextualidade: esses textos remetem, respectivamente, a</p><p>"No meio do caminho" e "Confidência de Itabirano", de Drummond.</p><p>c) No texto 1, evidencia-se intertextualidade: ele remete a "No meio do caminho", de</p><p>Drummond.</p><p>d) Nos textos 2 e 3, evidencia-se intertextualidade: esses textos remetem, respectivamente, a</p><p>"Poema de sete faces" e "No meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade.</p><p>e) No texto 2, evidencia-se intertextualidade: ele remete a "Confidência de Itabirano", de</p><p>Drummond.</p><p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>Texto para as questões 2 e 3.</p><p>2. (UFF) Identifique o texto que circula em nossa cultura e que serve de base à intertextualidade</p><p>com a charge.</p><p>3. (UFF - Adaptada)</p><p>a) Nomeie dois elementos da linguagem não-verbal que sejam exemplos dessa intertextualidade.</p><p>b) Retire dois elementos da linguagem verbal que também sejam exemplos dessa</p><p>intertextualidade.</p><p>4. (UNICAMP)</p><p>Lavoisier</p><p>Na poesia,</p><p>natureza variável</p><p>das palavras,</p><p>nada se perde</p><p>ou cria,</p><p>tudo se transforma:</p><p>cada poema,</p><p>no seu perfil</p><p>incerto</p><p>e calígrafo,</p><p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>já sonha</p><p>outra forma.</p><p>O princípio enunciado por Lavoisier, na Química, diz que “na natureza nada se cria, nada se</p><p>perde, tudo se transforma”.</p><p>a) O que teria levado Carlos de Oliveira a dar a esse poema o título de “Lavoisier”?</p><p>b) Como podem ser interpretados seus versos finais (“cada poema / no seu perfil / incerto / e</p><p>calígrafo, / já sonha / outra forma.”)?</p><p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>Exercícios de Intertextualidade 1</p><p>Língua</p><p>Esta língua é como um elástico</p><p>que espicharam pelo mundo.</p><p>No início era tensa,</p><p>de tão clássica.</p><p>Com o tempo, se foi amaciando,</p><p>foi-se tornando romântica,</p><p>incorporando os termos nativos</p><p>e amolecendo nas folhas de bananeira</p><p>as expressões mais sisudas.</p><p>Um elástico que já não se pode</p><p>mais trocar, de tão usado;</p><p>nem se arrebenta mais, de tão forte.</p><p>Um elástico assim como é a vida</p><p>que nunca volta ao ponto de partida.</p><p>GILBERTO MENDONÇA TELES</p><p>Hora aberta: poemas reunidos. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília: INL, 1986.</p><p>1. (UERJ) A terceira estrofe do poema Língua faz referência a uma importante transformação na</p><p>expressão literária da língua portuguesa no Brasil. Identifique o movimento artístico que se</p><p>relaciona diretamente com essa transformação, situando-o cronologicamente. Em seguida,</p><p>transcreva um trecho que comprove essa transformação e explique-o.</p><p>2. (ITA) Língua (fragmento)</p><p>Gosto de sentir a minha língua roçar</p><p>A língua de Luís de Camões</p><p>Gosto de ser e de estar</p><p>E quero me dedicar</p><p>A criar confusões de prosódia</p><p>E uma profusão de paródias</p><p>Que encurtem dores</p><p>E furtem cores como camaleões</p><p>Gosto do Pessoa na pessoa</p><p>Da rosa no Rosa</p><p>E sei que a poesia está para a prosa</p><p>Assim como o amor está para a amizade</p><p>E quem há de negar que esta lhe é superior?</p><p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>E deixa os portugais morrerem à míngua</p><p>“Minha pátria é minha língua”</p><p>Fala, Mangueira!</p><p>Flor do Lácio, Sambódromo</p><p>Lusamérica, latim em pó.</p><p>O que quer</p><p>O que pode</p><p>Esta língua?</p><p>(...)</p><p>(Caetano Veloso)</p><p>No texto, Caetano Veloso fala de “paródias”. Em qual das alternativas abaixo o segundo texto</p><p>NÃO parodia o primeiro?</p><p>a) Penso, logo existo. / Penso, logo desisto.</p><p>b) Quem vê cara não vê coração. / Quem vê cara não vê Aids.</p><p>c) Nunca deixe para amanhã o que pode fazer hoje. / Nunca deixe para amanhã o que pode</p><p>fazer depois de amanhã.</p><p>d) Em terra de cego, quem tem um olho é rei. / Em terra de cego, quem tem um olho não abre</p><p>cinema.</p><p>e) Antes só do que mal acompanhado. / Antes mal acompanhado do que só.</p><p>3. (ENEM)</p><p>O anúncio publicitário está intimamente ligado ao ideário de consumo quando sua função é</p><p>vender um produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos linguísticos e extralinguísticos</p><p>para divulgar a atração “Noites do Terror”, de um parque de diversões. O entendimento da</p><p>propaganda requer do leitor</p><p>a) A identificação com o público-alvo a que se destina o anúncio.</p><p>b) A avaliação da imagem como uma sátira às atrações de terror.</p><p>c) A atenção para a imagem da parte do corpo humano selecionada aleatoriamente.</p><p>d) O reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um dito popular.</p><p>e) A percepção do sentido literal da expressão “noites do terror”, equivalente à expressão</p><p>“noites de terror”.</p><p>Este conteúdo pertence ao Descomplica. É vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente</p><p>da tecnologia para com a leitura está em evidência, no entanto, dentro do cenário brasileiro,</p><p>não há essa perspectiva, uma vez que o acesso à internet é limitado.</p><p>3. A</p><p>Entende-se, pelo texto, que o autor quis aprofundar a ideia de que a mulher garante diversos espaços na</p><p>sociedade contemporânea, não somente “a cozinha”, como em tempos remotos.</p><p>4. C</p><p>A polifonia se vê presente no texto através da diversidade cultural brasileira. Ademais, é possível perceber</p><p>que o Brasil se tornou um país com grande capacidade cultural, através do texto, fato que contempla a</p><p>alternativa C.</p><p>5. D</p><p>Quando o autor afirma a existência de ideias ou conceitos para desconstruir a hipótese dos "acasos</p><p>felizes", ele está determinando uma relação, ainda que conjuntural, de antonímia, ou seja, de oposição</p><p>clara entre os sentidos dos termos. (comentário banca UERJ)</p><p>6. E</p><p>O cartunista utilizou a onomatopeia “tim-tim”, som que se refere ao bater de copos, para aprofundar a</p><p>ideia de que o capital financeiro seria utilizado para a saúde, no primeiro quadrinho. No entanto, a</p><p>ambiguidade da palavra “saúde” se dá pelo fato dos investimentos não irem à área da saúde (como</p><p>hospitais, por exemplo), mas sim ao ato de saudar um momento.</p><p>7. D</p><p>A polissemia existente na palavra “sujo” faz referência ao estado físico (sujeira) ou à forma que o</p><p>personagem utiliza de sua força para lutar. Assim como é visto nos dois últimos quadrinhos, o caráter</p><p>polissêmico é desvinculado ao entender a resposta do chamativo.</p><p>8. C</p><p>O caráter ambíguo ocorre ao passo que há a dificuldade em ser entendido se o termo “primeiro” é numeral</p><p>ou advérbio na questão, uma vez que poderia fazer referência ao monarca D. Pedro I ou a uma pessoa</p><p>qualquer chamada Pedro.</p><p>9. D</p><p>A única alternativa que não carrega ambiguidade é a d, uma vez que em –a- pode haver o entendimento</p><p>de que ainda não custou o valor; -b- pode gerar a ambiguidade de que os pais rejeitam todos os bebês,</p><p>menos os de proveta, ou que eles rejeitam os bebês de proveta em menor quantidade; -c- pode dar ao</p><p>10</p><p>Português</p><p>entendimento que coisas antigas são uma forma de divertimento também ou apesar de; por fim, -e- pode</p><p>trazer ao entendimento de que o sangue é do público, como também o apetite.</p><p>10. C</p><p>Na charge, como se trata de um protesto, infere-se que os manifestantes usam o termo “sistema” no</p><p>sentido de “sistema sociopolítico”, enquanto o funcionário que se dirige a eles emprega o mesmo termo,</p><p>mas vincula-o ao sentido de “sistema informático”. A exploração dessa ambiguidade possibilita a</p><p>construção de um sentido específico para o texto. (Comentário da banca UERJ)</p><p>1</p><p>Português</p><p>Fenômenos linguísticos: marcadores de pressuposição, polifonia</p><p>Teoria</p><p>Marcadores de pressuposição</p><p>Pressuposição vem de pressuposto, algo que está implícito. Dessa forma, como a expressão já indica, os</p><p>marcadores são elementos que reforçam uma pressuposição e permitem o entendimento de informações</p><p>secundárias, não explícitas nos enunciados. Observe o trecho abaixo da música “Não sou mais disso” de Zeca</p><p>Pagodinho:</p><p>Eu deixei de ser pé-de-cana</p><p>Eu deixei de ser vagabundo</p><p>Aumentei minha fé em Cristo</p><p>Sou bem quisto por todo mundo.</p><p>Os elementos destacados são marcadores de pressuposição, pois está implícito que se hoje ele deixou de</p><p>ser pé-de-cana e vagabundo é porque um dia ele já foi.</p><p>Observe os exemplos a seguir: “Pedro está muito legal hoje”.</p><p>Podemos deduzir, a partir do advérbio “hoje”, que Pedro não costuma estar legal sempre.</p><p>As pessoas que se exercitam ficam menos doentes.</p><p>O emprego do relativo “que”, introduzindo a oração subordinada restritiva, deixa implícita a ideia de que</p><p>existem pessoas que não se exercitam.</p><p>Importante: Existem marcas linguísticas que ajudam a identificar a pressuposição:</p><p>• Verbos que indicam mudança, permanência, continuidade, como: “começar”, “deixar de”, “continuar”,</p><p>“conseguir”, entre outros.</p><p>• Relativo introduzindo orações subordinadas adjetivas restritivas.</p><p>• Advérbios e locuções adverbiais como: “hoje”, “agora”, “depois de”, “felizmente”, “finalmente”, entre</p><p>outros.</p><p>2</p><p>Português</p><p>Polifonia</p><p>A polifonia é a presença de mais de uma voz no texto. Toda construção textual possui um emissor, ainda que,</p><p>em alguns gêneros textuais – como a dissertação argumentativa – esse emissor esteja mais distante, ele</p><p>está presente. No entanto, em alguns casos, esse emissor “abre espaço” para outras vozes no texto.</p><p>Em textos narrativos, com diálogos, a polifonia é mais fácil de ser identificada. Porém, quando colocamos</p><p>uma citação na nossa redação, por exemplo, também temos um exemplo de polifonia. Veja os exemplos a</p><p>seguir:</p><p>Texto I</p><p>“Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos e</p><p>não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua</p><p>decisão: a postura de empresários e anunciantes em relação à publicidade para crianças é uma das faces</p><p>mais perversas de uma sociedade que se despe de valores éticos em nome do estímulo ao consumo. Reverter</p><p>esse quadro sem ferir a liberdade de expressão – eis a missão de um país que se diz democrático.”</p><p>(Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/and8220publicidade-infantil-em-questao-no-brasiland8221</p><p>-veja-uma-redacao-nota-1000-sobre-o-tema-de-redacao-do-enem-2014/45J/)</p><p>Neste trecho de uma redação exemplar sobre o tema “Publicidade infantil em questão no Brasil”, notamos a</p><p>polifonia a partir da presença do enunciador (autor do texto) e de uma citação de Machado de Assis.</p><p>TEXTO II</p><p>(Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL579986-5598,00-</p><p>GOVERNO+LANCA+NOVAS+IMAGENS+PARA+EMBALAGENS+DE+CIGARRO.html)</p><p>Nessa campanha governamental, é possível notar duas vozes: a do Ministério da Saúde e a do emissor da</p><p>mensagem.</p><p>https://descomplica.com.br/artigo/and8220publicidade-infantil-em-questao-no-brasiland8221-veja-uma-redacao-nota-1000-sobre-o-tema-de-redacao-do-enem-2014/45J/</p><p>https://descomplica.com.br/artigo/and8220publicidade-infantil-em-questao-no-brasiland8221-veja-uma-redacao-nota-1000-sobre-o-tema-de-redacao-do-enem-2014/45J/</p><p>3</p><p>Português</p><p>TEXTO III</p><p>O pai compra um robô detector de mentiras que dá tapas nas pessoas quando mentem. Decide testá-lo no</p><p>jantar.</p><p>- Filho, onde esteve hoje?</p><p>- Na escola, pai.</p><p>O robô dá um tapa no filho.</p><p>- Ok, vi um DVD na casa do Zé!</p><p>- Que DVD?</p><p>- Toy Story.</p><p>O robô dá outro tapa no filho.</p><p>- Ok, era pornô – choraminga o filho.</p><p>- O que? Quando tinha a tua idade nem sabia o que era filme pornô! – diz o pai.</p><p>O robô dá um tapa no pai.</p><p>A mãe ri:</p><p>- Kkkkk! Só podia ser seu filho mesmo!</p><p>O robô dá um tapa na mãe.</p><p>Silêncio total.</p><p>(Disponível em: https://www.pinterest.pt/pin/442900944605177555/)</p><p>Na piada acima, é possível perceber que há a voz do narrador, a voz do pai, da mãe e do filho, configurando,</p><p>assim, um texto polifônico.</p><p>https://www.pinterest.pt/pin/442900944605177555/</p><p>4</p><p>Português</p><p>Exercícios</p><p>1. Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente no ato de</p><p>fala produzido. O pressuposto é indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, pois decorre,</p><p>necessariamente, de um marcador lingüístico, diferentemente de outros implícitos (os subentendidos),</p><p>que dependem do contexto, da situação de comunicação.</p><p>(FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In: Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006. p. 36-37. (Adaptado).)</p><p>Observe este exemplo: “João parou de fumar”.</p><p>Nesse enunciado, é a presença da expressão “parar de” que instaura o pressuposto de que João fumava</p><p>antes.</p><p>Leia, agora, estas manchetes:</p><p>1. Petrobrás é vítima de novos furtos.</p><p>(O tempo, Belo Horizonte, 8 mar. 2008.)</p><p>2. Dengue vira risco de epidemia em BH</p><p>(Estado de Minas,</p><p>Belo Horizonte, 9 abr. 2008.)</p><p>Com base nas informações dadas acima e considerando essas duas manchetes de jornal, indique quais</p><p>são os pressupostos que delas se depreendem.</p><p>a) Entende-se que a Petrobrás já havia sido furtada (na primeira manchete), enquanto na segunda é</p><p>possível entender que antes a dengue não era um risco de epidemia.</p><p>b) Na primeira manchete é possível entender que é a primeira vez que a Petrobrás corre risco de furto,</p><p>enquanto na segunda manchete a “dengue” volta a se tornar risco.</p><p>c) Entende-se, pela primeira manchete, que a Petrobrás é furtada pela primeira vez, enquanto na</p><p>segunda manchete é possível perceber que a dengue já se tornou uma epidemia.</p><p>d) Entende-se que a Petrobrás já havia sido furtada (na primeira manchete), enquanto na segunda</p><p>manchete entende-se que há uma probabilidade da dengue se tornar epidemia.</p><p>2. (Enem) Brasil</p><p>O Zé Pereira chegou de caravela</p><p>E preguntou pro guarani da mata virgem</p><p>– Sois cristão?</p><p>– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte</p><p>Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!</p><p>Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!</p><p>O negro zonzo saído da fornalha</p><p>Tomou a palavra e respondeu</p><p>– Sim pela graça de Deus</p><p>Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!</p><p>E fizeram o Carnaval</p><p>(Oswald de Andrade)</p><p>5</p><p>Português</p><p>A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do:</p><p>a) poeta e do colonizador apenas.</p><p>b) colonizador e do negro apenas.</p><p>c) negro e do índio apenas.</p><p>d) colonizador, do poeta e do negro apenas.</p><p>e) poeta, do colonizador, do índio e do negro.</p><p>3. (Unifesp) Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?</p><p>Uma organização não-governamental holandesa está propondo um desafio que muitos poderão</p><p>considerar impossível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o</p><p>grau de felicidade dos usuários longe da rede social.</p><p>O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológicos realizados pelo próprio Facebook. A</p><p>diferença neste caso é que o teste é completamente voluntário.</p><p>Ironicamente, para poder participar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar um</p><p>contador na rede social.</p><p>Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade dos participantes no 33º dia, no 66º e</p><p>no último dia da abstinência.</p><p>Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam em média 17 minutos por dia na rede</p><p>social. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, que poderiam ser</p><p>utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.</p><p>(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)</p><p>De acordo com os pressupostos da campanha holandesa, o usuário do Facebook:</p><p>a) Supera as suas barreiras emocionais na rede social e garante uma existência com mais felicidade.</p><p>b) Vivencia experiências únicas na rede social e a tem como forma de ser mais equilibrado</p><p>emocionalmente.</p><p>c) Gasta tempo na rede social e deixa de se dedicar a momentos mais significativos em sua vida.</p><p>d) Emprega o seu tempo na rede social para trabalhar a emoção e entender melhor suas questões de</p><p>vida.</p><p>e) Dedica um tempo exíguo à rede social e tem pouca motivação para atividades mais realizadoras.</p><p>4. No poema “Sentimento do mundo”, que abre o livro homônimo de Carlos Drummond de Andrade, dizem</p><p>os versos iniciais:</p><p>Tenho apenas duas mãos</p><p>e o sentimento do mundo,</p><p>Considerando esses versos no contexto da obra a que pertencem, responda ao que se pede: Que desejo</p><p>do poeta fica pressuposto no verso “Tenho duas mãos”?</p><p>a) Entende-se que os males do mundo são maiores do que ele pode carregar.</p><p>b) É possível perceber que “as duas mãos” são capazes de enfrentar o “sentimento do mundo”.</p><p>c) O termo “apenas” reforça a simplicidade em lidar com as grandes batalhas da vida.</p><p>d) É compreendido que o “sentimento do mundo” é menor do que a capacidade do “ser”.</p><p>6</p><p>Português</p><p>5. Na coluna “De zero a dez”, de Rubem Tavares, publicada na revista Business Travell, 34, no primeiro</p><p>semestre de 2000, p. 13, encontram-se, entre outras, as seguintes notas, parcialmente adaptadas:</p><p>“Para os lunáticos que insistem em soltar balões de grande porte, causando incêndios e sérios riscos</p><p>à segurança dos voos: segundo o Controle de Tráfego Aéreo, em 1998 foram registradas 99 ocorrências</p><p>em Guarulhos. Em todo o ano passado foram registradas 33 ocorrências e, neste ano, só no período de</p><p>janeiro a abril, já foram 31. As autoridades deveriam enquadrar os responsáveis por crime inafiançável</p><p>e trancafiá-los em presídios por longos anos.”.</p><p>“Não seria o caso de a Prefeitura pagar por cada nova pichação feita na cidade? É claro que sim. Se</p><p>todos entrassem com uma ação simultaneamente, com certeza o prefeito encontraria novas</p><p>atribuições para a Guarda Municipal. Vide sugestão na nota anterior que também poderia ser aplicada</p><p>nestes casos.”</p><p>Qual é a conclusão implícita na sequência “neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31”, que</p><p>se encontra na primeira nota?</p><p>a) Compreende-se que aumentou o número de acidentes com balão e que, provavelmente, haverá</p><p>mais.</p><p>b) Entende-se que houve um decréscimo no número de acidentes no período de janeiro a abril.</p><p>c) É possível construir a ideia de que o número de acidentes é referente ao ano todo.</p><p>d) Pode-se entender que os números de acidentes foram maiores do que os anos anteriores.</p><p>e) Pode-se entender que não haverá mais acidentes de balões.</p><p>7</p><p>Português</p><p>6. (UERJ)</p><p>Apesar de enunciado em primeira pessoa, o texto inclui, implícita ou explicitamente, outras vozes.</p><p>Um exemplo da presença explícita da fala de outro personagem no texto é:</p><p>a) Que horror, Matilda. (l. 8)</p><p>b) A tecnologia de um país que, afinal, deu ao mundo a Revolução Industrial. (l. 10)</p><p>c) tem que matar esses vagabundos. (l. 25)</p><p>d) Lá ninguém usa casimira. (l. 31)</p><p>8</p><p>Português</p><p>7. (UERJ)</p><p>O personagem parece julgar quase todos que o rodeiam, mas não se exime de julgar também a si</p><p>mesmo. Um julgamento autocrítico de Isaías Caminha está melhor ilustrado no seguinte trecho:</p><p>a) Confesso que os leio, que os estudo, (l. 10)</p><p>b) Mas não é a ambição literária que me move (l. 11-12)</p><p>c) Entretanto, quantas dores, quantas angústias! (l. 17)</p><p>d) Imagino como um escritor hábil não saberia dizer o que eu senti (l. 37)</p><p>9</p><p>Português</p><p>8. (UERJ)</p><p>Claro, ao abrirmos a possibilidade de que vida extraterrestre inteligente exista, (l. 22)</p><p>No fragmento acima, o vocábulo claro projeta uma opinião do autor do texto sobre o que vai ser dito</p><p>em seguida.</p><p>Outro exemplo em que a palavra ou expressão sublinhada cumpre função semelhante é:</p><p>a) Desde então, ideias sobre a pluralidade dos mundos têm ocupado (l. 4)</p><p>b) Por mais de 40 anos, cientistas vasculham os céus (l. 28)</p><p>c) Infelizmente, até agora nada foi encontrado. (l. 29)</p><p>d) Nesse caso, quão diferentes seriam dos deuses (l. 38)</p><p>10</p><p>Português</p><p>9. Trabalhe, trabalhe, trabalhe.</p><p>Mas não se esqueça: vírgulas significam pausas.</p><p>(Revista Língua Portuguesa, n.º 36, outubro de 2008, p. 30.)</p><p>A publicidade utiliza recursos e elementos linguísticos e extralinguísticos para propagar sua mensagem.</p><p>O autor do texto publicitário acima, para construir seu sentido, baseia-se</p><p>a) na possibilidade de confundir o leitor quanto à sua rotina.</p><p>b) na criação de dúvida quanto à quantidade de trabalho.</p><p>c) na certeza de surpreender o leitor com efeitos de humor.</p><p>d) no duplo sentido da palavra pausas: pausa na escrita e pausa no trabalho.</p><p>e) no objetivo de irritar o leitor no que se refere à sua rotina de trabalho diária.</p><p>10.</p><p>A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro digital</p><p>no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das tecnologias</p><p>de</p><p>comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se</p><p>que o advento do livro digital no Brasil</p><p>a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que</p><p>eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual.</p><p>b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém, esbarra na insuficiência do</p><p>acesso à internet por meio da telefonia celular, ainda deficiente no país.</p><p>c) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com</p><p>os produtos digitais gratuitamente distribuídos pela internet.</p><p>d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração</p><p>ascaracterísticas de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.</p><p>e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características</p><p>do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas.</p><p>11</p><p>Português</p><p>Gabarito</p><p>1. A</p><p>Na primeira manchete, é possível depreender o pressuposto de que a Petrobrás já havia sido vítima de</p><p>furtos anteriormente. Na segunda, o pressuposto é de que, antes, não havia risco de epidemia de dengue</p><p>em Belo Horizonte.</p><p>2. E</p><p>A voz poeta é denunciada pelo discurso indireto “O Zé Pereira chegou de caravela/E preguntou pro</p><p>guarani da mata virgem”, que logo em seguida ´se rompe e dá lugar ao discurso direto e há um diálogo</p><p>que, por inferência, entende-se que as vozes são do colonizador e do índio; por último, há a voz do negro</p><p>indicada tanto pela voz do poema quanto pela voz do próprio negro por meio do discurso direto.</p><p>3. C</p><p>“Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam em média 17 minutos por dia na rede</p><p>social. Em 99 dias sem acesso, a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, que poderiam ser</p><p>utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.</p><p>4. A</p><p>O advérbio “apenas” sugere a limitação de recursos do eu-lírico para agir em relação ao “seu sentimento</p><p>do mundo”, pressupondo, assim, que o seu sentimento de enfrentar os males do mundo é maior do que</p><p>os recursos que possui para isso.</p><p>5. A</p><p>Podemos concluir, a partir da construção, que houve um aumento significativo de acidentes com balão</p><p>e que, provavelmente, haverá mais.</p><p>6. C</p><p>Na carta que escreve, o personagem lembra uma frase característica do pai de sua esposa, destinatária</p><p>da carta: “tem que matar esses vagabundos”. Essa frase explicita a fala de outro personagem no texto.</p><p>7. D</p><p>Ao imaginar como um escritor habilidoso sabe dizer melhor o que ele sentiu, o personagem deixa</p><p>implícito que não se considera um escritor tão talentoso quanto gostaria, deixando claro seu julgamento</p><p>autocrítico.</p><p>8. C</p><p>Modalizadores são palavras ou expressões que projetam um ponto de vista do enunciador acerca do que</p><p>está sendo enunciado, revelando diferentes intenções comunicativas. Com o uso de "infelizmente", por</p><p>exemplo, fica clara a expectativa do autor de que fosse encontrado sinal de vida extraterrena, assim</p><p>como a frustração dessa expectativa.</p><p>9. D</p><p>A ambiguidade do termo “vírgula”, empregado no anúncio publicitário, reflete em uma ambiguidade</p><p>gerada no campo linguístico e extralinguístico, uma vez que ela representa as pausas entre palavras e</p><p>orações, além de representar a necessidade de pausas ao longo da vida profissional.</p><p>10. B</p><p>Segundo a interpretação dos dois textos, pode ser pressuposto que a distribuição da internet sem fio</p><p>(das conexões, de modo geral) não é ampla para todo cenário nacional. Assim, é entendido que as</p><p>regiões sudeste e sul garantem melhor estabilidade da utilização virtual, tornando difícil o acesso à leitura.</p><p>e por escrito.</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>Material de apoio do Extensivo</p><p>Literatura</p><p>Professor: Diogo Mendes</p><p>4. (ENEM) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com</p><p>passagens lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse</p><p>fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:</p><p>TEXTO 1</p><p>Quando nasci, um anjo torto</p><p>Desses que vivem na sombra</p><p>Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida”</p><p>ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.</p><p>TEXTO 2</p><p>Quando nasci veio um anjo safado</p><p>O chato dum querubim</p><p>E decretou que eu tava predestinado</p><p>A ser errado assim</p><p>Já de saída a minha estrada entortou</p><p>Mas vou até o fim.</p><p>BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.</p><p>TEXTO 3</p><p>Quando nasci um anjo esbelto</p><p>Desses que tocam trombeta, anunciou:</p><p>Vai carregar bandeira.</p><p>Carga muito pesada pra mulher</p><p>Essa espécie ainda envergonhada.</p><p>PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986</p><p>Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de</p><p>Andrade por:</p><p>a) Reiteração de imagens</p><p>b) Oposição de ideias</p><p>c) Falta de criatividade</p><p>d) Negação dos versos</p><p>e) Ausência de recursos</p><p>1</p><p>Português</p><p>Conjunções (valores das subordinativas, Papeis Argumentativos e</p><p>Polissemia)</p><p>Resumo</p><p>Vamos analisar, agora, os tipos de conjunções subordinativas e as relações semânticas que elas ajudam a</p><p>estabelecer.</p><p>I. Integrantes: Não estabelecem relação semântica entre as orações. São elas: que, se.</p><p>Ex.: Joana queria muito que Pedro viajasse.</p><p>II. Causais: Introduzem enunciado que indica causa do fato apresentado na oração principal. São elas: porque,</p><p>porquanto, pois, como (em início de oração), já que, visto que, uma vez que, etc.</p><p>Ex.: Visto que comeu tanto, passou mal.</p><p>III. Comparativas: Introduzem enunciado que traz um dos termos de uma comparação. São elas: como, que</p><p>nem, (do) que, qual, quanto, etc.</p><p>Ex.: Praia é bom como piscina.</p><p>IV. Concessivas: Introduzem um fato que poderia inviabilizar o evento apresentado na oração principal, mas</p><p>não o faz. São elas: embora, ainda que, mesmo que, por mais que, apesar de que, etc.</p><p>Ex.: Embora esteja chovendo, vou à praia.</p><p>V. Condicionais: Introduzem enunciado que indica condição necessária para que o fato declarado na oração</p><p>principal se realize. São elas: se, caso, contanto que, a menos que, a não ser que, salvo se, etc.</p><p>Ex.: Vou caminhar, a menos que não esteja chovendo.</p><p>VI. Conformativas: Introduzem enunciado em relação ao qual o fato apresentado na oração principal está em</p><p>conformidade, exprimem um modelo. São elas: conforme, segundo, como, consoante.</p><p>Ex.: A viagem ocorreu conforme planejamos.</p><p>VII: Consecutivas: Introduzem enunciado que indica a consequência do fato apresentado na oração principal.</p><p>São elas: de maneira que, de modo que, de forma que, que (combinada com “tal”, “tanto”, “tão”), etc.</p><p>Ex.: Comeu tanto que passou mal.</p><p>VIII: Finais: Introduzem enunciado que expressa a finalidade do fato apresentado na oração principal. São</p><p>elas: a fim de, para, etc.</p><p>Ex.: Vou dormi para acordar cedo amanhã.</p><p>2</p><p>Português</p><p>IX: Proporcionais: Introduzem enunciado que expressa em que proporção ocorreu o fato apresentado na</p><p>oração principal. São elas: à medida que, ao passo que, à proporção que, quanto mais, quanto menos, etc.</p><p>Ex.: Quanto mais andava mais cansado ficava.</p><p>X: Temporais: Iniciam enunciado que exprime o tempo de realização do fato da oração principal. São elas:</p><p>enquanto, logo que, quando, antes que, até que, assim que, desde que, etc.</p><p>Ex.: Desde que foi morar fora, não o vi mais.</p><p>Os conectivos ou operadores argumentativos são palavras ou expressões responsáveis pela ligação, pela</p><p>coesão de duas orações e servem para acentuar, introduzir, diminuir valores em determinadas sentenças.</p><p>Dessa forma, para estabelecer essa ligação, eles podem indicar: causa, consequência, conclusão, oposição</p><p>ou ressalva, soma de ideias, objetivo ou finalidade, entre outros. Por isso, existem diversos tipos de</p><p>operadores que proporcionam diferentes sentidos aos textos e eles são importantes porque garantem a</p><p>coesão dos textos.</p><p>Principais operadores argumentativos:</p><p>Operadores que somam argumentos: e, também, ainda, não só… mas também, além de…, além disso…, aliás.</p><p>Exemplo: Além de ser muito inteligente, é ótimo professor.</p><p>Operadores que indicam conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois, consequentemente.</p><p>Exemplo: João tira notas baixas e trata mal os professores, portanto não é um bom aluno.</p><p>Operadores que indicam comparação entre elementos a fim de uma conclusão: ...que, menos… que, tão…</p><p>como.</p><p>Exemplo: Vamos colocar Luisa no lugar de Joana, uma é tão competente quanto à outra.</p><p>Operadores que indicam causa/explicação: porque, que, já que, pois, por causa de…</p><p>Exemplo: Estou triste, pois não fui bem na prova.</p><p>Operadores que indicam oposição (adversidade e concessão): mas, porém, contudo, todavia, no entanto,</p><p>embora, ainda que, posto que, apesar de…</p><p>Exemplo: Gabriel fez um bom trabalho, mas não foi aprovado.</p><p>Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado: até, mesmo, até mesmo, inclusive, pelo</p><p>menos, no mínimo.</p><p>Exemplo: João era muito ambicioso; queria ser, no mínimo, o presidente da empresa onde trabalha.</p><p>Operadores que indicam uma relação de condição entre um antecedente e um consequente: se, caso.</p><p>Exemplo: Se você não for ao médico, não melhorará.</p><p>Operadores que indicam uma relação de tempo: quando, assim que, logo que, no momento em que…</p><p>Exemplo: Assim que você chegar, me ligue!</p><p>Operadores que indicam finalidade/objetivo: para, para que, a fim de…</p><p>Exemplo: Eu estudo a fim de passar no vestibular.</p><p>Além disso, cabe ressaltar algumas diferenças semânticas em relação às conjunções.</p><p>3</p><p>Português</p><p>1- A oração subordinada adverbial e a oração coordenada adversativa mantêm uma relação de oposição entre</p><p>duas ideias. Entretanto, apesar da semelhança, elas apresentam diferenças entre si. Enquanto a primeira</p><p>apresenta a ideia menos importante da oposição, a coordenada apresenta a ideia mais importante. Veja:</p><p>O trabalho consome a pessoa por completo, mas a dignifica.</p><p>O trabalho dignifica a pessoa, mas a consome por completo.</p><p>2- Algumas conjunções podem, no discurso, assumir diversos significados de acordo com a relação que</p><p>estabelecem entre as orações. A conjunção ‘e’, por exemplo, não possui apenas o valor aditivo, mas também:</p><p>Valor adversativo: Tanto tenho aprendido e não sei nada.</p><p>Indicar uma consequência/conclusão: Embarco amanhã, e venho lhe dizer adeus.</p><p>Expressar uma finalidade: Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.</p><p>Valor consecutivo: Estou sonhando, e não quero que me acordem.</p><p>Introduz uma expressão enfática: Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu.</p><p>Valor semântico da conjunção ‘’se’’:</p><p>Valor condicional: Se você estudar, conseguirá seu intento.</p><p>Valor causal: Se você sabia que era proibido, por que entrou lá?</p><p>Valor concessivo: Se não ofendeu a todos, ainda assim insultou os mais velhos.</p><p>Valor temporal: Se fala, irrita a todos.</p><p>Valor semântico da conjunção “como”:</p><p>Valor aditivo: Não apenas é dedicado, como inteligente.</p><p>Valor comparativo: Simples e rápido como um passe de mágica.</p><p>Valor conformativo: Faço o trabalho como o regulamento prescreve.</p><p>Valor causal: Como estava chovendo, não fui ao trabalho.</p><p>3- A conjunção alternativa “ou” pode ser empregada tanto com valor de inclusão quanto de exclusão.</p><p>Maria pode-se casar com João ou Antônio.</p><p>As plantas são prejudicadas pelo frio ou pelo calor excessivo.</p><p>No primeiro item, a conjunção “ou” tem valor de exclusão, pois se João se casar com Maria, Antônio ficará</p><p>excluído do processo, ou vice e versa. Enquanto no segundo item, a conjunção “ou” tem</p><p>valor de inclusão,</p><p>pois tanto o frio, quanto o calor excessivo prejudicam as plantas e a ocorrência de um não impede a do outro.</p><p>4</p><p>Português</p><p>Exercícios</p><p>1. O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma forte marcação</p><p>no meio campo e tentar lançamentos para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros.</p><p>Mesmo com mais posse de bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área</p><p>alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área.</p><p>No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após cruzamento da direita de Ibson, a zaga</p><p>alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou</p><p>por cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou para o fundo</p><p>da rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.</p><p>Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).</p><p>O texto, que narra uma parte do jogo final do Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009,</p><p>contém vários conectivos, sendo que</p><p>a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de</p><p>cabeça.</p><p>b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções possíveis para serem</p><p>aplicadas no jogo.</p><p>c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos observados no jogo em ordem</p><p>cronológica de ocorrência.</p><p>d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com mais posse de bola”, ter dificuldade não é algo</p><p>naturalmente esperado.</p><p>e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do Flamengo motivaram o</p><p>Botafogo a fazer um bloqueio.</p><p>2. Mas eu o exasperava tanto QUE se tornara doloroso, para mim, ser o objeto do ódio daquele homem</p><p>QUE de certo modo eu amava." Há no período duas orações que se iniciam com o conectivo QUE. A</p><p>primeira dá ideia de:</p><p>a) condição</p><p>b) consequência</p><p>c) concessão</p><p>d) causa</p><p>e) tempo</p><p>3. Labaredas nas trevas Fragmentos do diário secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski</p><p>20 DE JULHO [1912]</p><p>Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-me,</p><p>prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra pessoa,</p><p>escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. […] Dificilmente encontro alguém, agora, que</p><p>saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo dele. Para os jovens escritores que estão surgindo</p><p>ele simplesmente não existe.”</p><p>5</p><p>Português</p><p>20 DE DEZEMBRO [1919]</p><p>Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo da</p><p>língua inglesa. Já se passaram dezenove anos desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E</p><p>parece que outros também não. The London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de</p><p>publicação de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo.</p><p>FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento).</p><p>Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao</p><p>empregar o enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se</p><p>estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de</p><p>a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e</p><p>a outra, a consequência.</p><p>b) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é</p><p>relatado nas partes em questão.</p><p>c) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou</p><p>depende de circunstâncias apresentadas na outra.</p><p>d) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma</p><p>orientação argumentativa distinta e oposta à outra.</p><p>e) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por</p><p>exemplo, para uma ação e a outra, o desfecho da mesma.</p><p>4. Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula “como” expressa</p><p>uma ideia de:</p><p>a) comparação</p><p>b) causa</p><p>c) explicação</p><p>d) conclusão</p><p>e) proporção</p><p>5. Releia-se o que escreve Beccaria:</p><p>“Contudo, se o roubo é comumente o crime da miséria e da aflição, se esse crime apenas é praticado</p><p>por essa classe de homens infelizes, para os quais o direito de propriedade (direito terrível e talvez</p><p>desnecessário) apenas deixou a vida como único bem, […….] as penas em dinheiro contribuirão tão-</p><p>somente para aumentar os roubos, fazendo crescer o número de mendigos, tirando o pão a uma</p><p>família inocente para dá-lo a rico talvez criminoso.” (parágrafo 5)</p><p>A palavra ou locução que, usada no espaço entre colchetes deixado no período, fortalece a conexão</p><p>lógica entre as orações adverbiais condicionais e o que ele afirma a seguir é:</p><p>a) inclusive.</p><p>b) além disso.</p><p>c) então.</p><p>d) por outro lado.</p><p>e) mesmo.</p><p>6</p><p>Português</p><p>6. Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam</p><p>para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão</p><p>enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o</p><p>vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar</p><p>a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não</p><p>outras, mas essas apenas.</p><p>LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.</p><p>A autora emprega por duas vezes o conectivo “mas” no fragmento apresentado. Observando aspectos</p><p>da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas:</p><p>a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.</p><p>b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.</p><p>c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.</p><p>d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.</p><p>e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.</p><p>7.</p><p>Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br. Acesso em: 21 set. 2011. (Foto: Reprodução)</p><p>Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a)</p><p>a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.</p><p>b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.</p><p>c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos.</p><p>d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”.</p><p>e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações.</p><p>7</p><p>Português</p><p>8. O mundo é grande</p><p>O mundo é grande e cabe</p><p>Nesta janela sobre o mar.</p><p>O mar é grande e cabe</p><p>Na cama e no colchão de amar.</p><p>O amor é grande e cabe</p><p>No breve espaço de beijar.</p><p>ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1983.</p><p>Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e</p><p>expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases.</p><p>Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:</p><p>a) oposição</p><p>b) comparação</p><p>c) conclusão</p><p>d) alternância</p><p>e) finalidade</p><p>9.</p><p>"rendendo a verdadeira substância da coisa em si, seja ela aço polido ou carne palpitante". (l. 12-13)</p><p>O emprego do conectivo grifado, no contexto, explica-se porque:</p><p>a) revela ideias excludentes entre si</p><p>b) expressa fatos em sequência cronológica</p><p>c) representa acontecimentos em simultaneidade</p><p>d) enfatiza a existência de mais de uma alternativa</p><p>8</p><p>Português</p><p>10. – “Deboísta” é quem é adepto da filosofia do “ser de boa” – explica Carlos Abelardo, 19 anos, estudante</p><p>de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Goiás e criador, ao lado da namorada, Laryssa de</p><p>Freitas, da página no Facebook “Deboísmo”. – É aquela pessoa que não se deixa levar por problemas</p><p>bestas, que, mesmo discordando de alguém, não parte para a agressão. É a pessoa calma, que escolhe</p><p>o lutar em vez de brigar. Segundo Abelardo, o movimento é apartidário, mas político. E sobre a escolha</p><p>do símbolo, que é uma preguiça, ele diz que a calmaria natural do animal passa uma sensação</p><p>automática de “ficar de boas”. – É o animal mais de boa – diz.</p><p>Adaptado de: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/</p><p>conhecadeboismo-nova-filosofia-de-boas-da-internet-17392121. Acesso em 02 abr. 2016</p><p>O emprego de “mas” em “o movimento é apartidário, mas político” (linhas 09 e 10) permite afirmar que</p><p>a) aderir a essa filosofia de vida implica não pertencer a partido político algum.</p><p>b) participar das manifestações políticas do país faz parte das ações apoiadas pelo movimento.</p><p>c) ser apartidário não significa eximir-se do envolvimento com a política.</p><p>d) não se envolver com partidos políticos é uma forma de negar a política.</p><p>e) discordar dos partidos políticos é uma das características do “Deboísmo”.</p><p>9</p><p>Português</p><p>Gabarito</p><p>1. D</p><p>Comentário: Comentário: A conjunção concessiva introduz um fato que deveria impedir outro, mas não o</p><p>faz. Dessa forma, notamos que ter mais posse de bola não impede que o time enfrente dificuldades.</p><p>2. B</p><p>Comentário: A conjunção “que” está introduzindo a oração que exprime a consequência do fato expresso</p><p>pela oração principal.</p><p>3. B</p><p>Comentário: A expressão em questão demonstra o tempo decorrido entre os fatos.</p><p>4. A</p><p>Comentário: A conjunção “como” introduz uma comparação entre os elementos.</p><p>5. C</p><p>Comentário: A conjunção “então” indica uma conclusão lógica entre as ideias apresentadas.</p><p>6. E</p><p>Comentário: O conectivo “mas” assume funções distintas em suas duas ocorrências: na primeira, como</p><p>indicador de oposição (“O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento</p><p>batendo...”);. na segunda, assume caráter de adição (“Ela plantara as sementes que tinha na mão, não</p><p>outras, mas essas apenas”).</p><p>7. A</p><p>Comentário: que gera o efeito de humor nessa charge é a quebra de expectativa introduzida por uma</p><p>conjunção coordenativa adversativa “mas”. No início do texto, o leitor se depara com o conceito negativo</p><p>da preguiça, como mãe de todos os vícios, e, de repente, é pego de surpresa pela sua aceitabilidade,</p><p>devido ao respeito que a maternidade impõe aos seus filhos</p><p>8. A</p><p>Comentário: A conjunção assume o valor de opositor, inclusive, pode ser, sem prejuízo de sentido,</p><p>substituída por “mas”.</p><p>9. D</p><p>Comentário: “O conectivo “ou” em "seja ele aço polido ou carne palpitante" não determina a escolha de</p><p>uma alternativa em detrimento de uma outra, por exclusão ou eliminação; ao contrário, ressalta, nesse</p><p>caso, a possibilidade de ocorrência das duas alternativas.” (Comentário Uerj)</p><p>10. C</p><p>Comentário: O “mas” mostra, nessa situação, que é possível ser um movimento político mesmo que não</p><p>tenha partido, o que, muitas vezes, é duvidado.</p><p>1</p><p>Português</p><p>Fenômenos linguísticos: intertextualidade</p><p>Resumo</p><p>A intertextualidade é um fenômeno linguístico, no qual há influência de um texto sobre outro que o toma como</p><p>modelo ou ponto de partida. É importante ressaltar que essa referenciação é feita de modo implícito, ou seja,</p><p>não há indicação do autor e da obra original, pois pressupõe que o leitor compartilhe um mesmo conjunto de</p><p>informações a respeito de obras que compõe determinado universo cultural. Os dados utilizados podem ser</p><p>de textos literários, mitológicos, históricos e culturais.</p><p>Veja abaixo um exemplo de intertextualidade:</p><p>O exemplo acima apresente duas figuras de diferentes finalidades: a primeira é um cartaz de propaganda de</p><p>um filme e o segundo, uma propaganda de um mercado chamado Hortifruti.</p><p>Logo, possuem finalidades diferentes. Além disso, é possível identificar uma intertextualidade entre as</p><p>imagens, porque há elementos semelhantes nos dois textos, por exemplo, a imagem do sapato (um vermelho</p><p>e o outro verde), o jogo de palavras entre “diabo” e “quiabo”.</p><p>É importante destacar, também, que a intertextualidade pode ser encontrada de diferentes formas. Entre elas,</p><p>as mais importantes são: a paráfrase, a paródia e a citação. Vamos ver cada uma delas?</p><p>Paráfrase</p><p>A paráfrase constitui em uma reescritura textual que ratifica, positivamente, a ideologia do texto original.</p><p>Significa dizer o mesmo que foi dito anteriormente, a partir de outras palavras.</p><p>Observe os exemplos a seguir.</p><p>2</p><p>Português</p><p>Nova Canção do Exílio</p><p>Um sabiá</p><p>na palmeira, longe.</p><p>Estas aves cantam</p><p>um outro canto.</p><p>O céu cintila</p><p>sobre flores úmidas.</p><p>Vozes na mata,</p><p>e o maior amor.</p><p>Só, na noite,</p><p>seria feliz:</p><p>um sabiá,</p><p>na palmeira, longe.</p><p>Onde é tudo belo</p><p>e fantástico,</p><p>só, na noite,</p><p>seria feliz.</p><p>(Um sabiá,</p><p>na palmeira, longe.)</p><p>Ainda um grito de vida e voltar</p><p>para onde é tudo belo</p><p>e fantástico:</p><p>a palmeira, o sabiá,</p><p>o longe.</p><p>Carlos Drummond de Andrade</p><p>Canção do exílio</p><p>Minha terra tem palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá;</p><p>As aves, que aqui gorjeiam,</p><p>Não gorjeiam como lá.</p><p>Nosso céu tem mais estrelas,</p><p>Nossas várzeas têm mais flores,</p><p>Nossos bosques têm mais vida,</p><p>Nossa vida mais amores.</p><p>Em cismar, sozinho, à noite,</p><p>Mais prazer encontro eu lá;</p><p>Minha terra tem palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá.</p><p>Minha terra tem primores,</p><p>Que tais não encontro eu cá;</p><p>Em cismar — sozinho, à noite —</p><p>Mais prazer encontro eu lá;</p><p>Minha terra tem palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá.</p><p>Não permita Deus que eu morra,</p><p>Sem que eu volte para lá;</p><p>Sem que desfrute os primores</p><p>Que não encontro por cá;</p><p>Sem qu'inda aviste as palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá.</p><p>Gonçalves Dias</p><p>Você reconhece alguma semelhança entre os dois textos? Carlos Drummond de Andrade optou pela paráfrase,</p><p>isto é, o tipo de intertextualidade na qual retoma-se a ideia inicial e reproduz-se partes do texto original com</p><p>outras palavras. Quando o cara é gênio não tem medo, faz paráfrase.</p><p>Paródia</p><p>A paródia, diferentemente da paráfrase, consiste em um tipo de intertextualidade em que se subverte ou</p><p>distorce a ideologia do texto original, normalmente com objetivo irônico. Observe o texto abaixo:</p><p>Canção do exílio</p><p>Minha terra tem macieiras da Califórnia</p><p>onde cantam gaturamos de Veneza.</p><p>Os poetas da minha terra</p><p>são pretos que vivem em torres de ametista,</p><p>os sargentos do exército são monistas, cubistas,</p><p>os filósofos são polacos vendendo a prestações.</p><p>A gente não pode dormir</p><p>3</p><p>Português</p><p>com os oradores e os pernilongos.</p><p>Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.</p><p>Eu morro sufocado</p><p>em terra estrangeira.</p><p>Nossas flores são mais bonitas</p><p>nossas frutas mais gostosas</p><p>mas custam cem mil réis a dúzia.</p><p>Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade</p><p>e ouvir um sabiá com certidão de idade!</p><p>Murilo Mendes</p><p>O texto acima também faz referência à “Canção do exílio” de Gonçalves Dias, mas Murilo Mendes, poeta</p><p>modernista, alterou o sentido do texto original, deu um tom mais crítico à poesia e colocou uma pitada de</p><p>ironia. Essas são características de uma paródia, que nada mais é que a intertextualidade das diferenças.</p><p>Citação</p><p>De acordo com o dicionário Caldas Aulete, a citação “é uma frase ou passagem de obra escrita, reproduzida</p><p>geralmente com indicação do autor original, como complementação, exemplo, ilustração, reforço ou</p><p>abonação daquilo que quer dizer”. Assim, pode-se perceber que a citação</p><p>é uma intertextualidade que ocorre</p><p>quando um autor transcreve um trecho de um texto de outro autor no próprio texto. Geralmente, a citação é</p><p>marcada pelo uso de aspas duplas. Observe o texto abaixo:</p><p>4</p><p>Português</p><p>Exercícios</p><p>1.</p><p>Ao observarmos as imagens 1 e 2, percebemos uma relação dialógica entre elas, pois</p><p>a) as duas enfocam o ato de se autorretratar, porém, por meio de diferentes recursos tecnológicos.</p><p>b) a imagem 2 retoma a 1 no intuito de satirizar a ação de se retratar em uma tela.</p><p>c) a imagem 2 estabelece com a 1 uma relação de paráfrase através de uma representação irônica.</p><p>d) as duas estabelecem uma relação de intertextualidade explícita, já que a imagem 1 é a fonte</p><p>explícita da 2.</p><p>e) a imagem 2 é uma paródia, uma vez que se apropria da 1 para se opor a ela.</p><p>2. Mar português</p><p>Ó mar salgado, quanto do teu sal</p><p>São lágrimas de Portugal!</p><p>Por te cruzarmos, quantas mães choraram,</p><p>Quantos filhos em vão rezaram!</p><p>Quantas noivas ficaram por casar</p><p>Para que fosses nosso, ó mar!</p><p>Valeu a pena? Tudo vale a pena</p><p>Se a alma não é pequena.</p><p>Quem quer passar além do Bojador</p><p>Tem que passar além da dor.</p><p>Deus ao mar o perigo e o abismo deu,</p><p>Mas nele é que espelhou o céu.</p><p>PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia</p><p>Poética. Organização Walmir Ayala. Rio de Janeiro:</p><p>Nova Fronteira, 2014. p. 15.</p><p>5</p><p>Português</p><p>O sentido da tirinha é construído a partir da relação que estabelece com os famosos versos de</p><p>Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena” (linhas 7-8). O modo como esses dois</p><p>textos se relacionam é chamado de</p><p>a) paráfrase</p><p>b) linearidade</p><p>c) metalinguagem</p><p>d) intencionalidade</p><p>e) intertextualidade</p><p>3.</p><p>Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122), Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São</p><p>Paulo</p><p>Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto</p><p>frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em</p><p>todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente,</p><p>como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.</p><p>(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)</p><p>O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos</p><p>em:</p><p>a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de</p><p>Moraes)</p><p>b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito</p><p>em cima.” (João Cabral de Melo Neto)</p><p>c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em</p><p>arquivos.” (Ferreira Gullar)</p><p>d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos</p><p>os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)</p><p>e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/</p><p>tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e</p><p>aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)</p><p>6</p><p>Português</p><p>4. Ideologia</p><p>Meu partido</p><p>É um coração partido</p><p>E as ilusões estão todas perdidas</p><p>Os meus sonhos foram todos vendidos</p><p>Tão barato que eu nem acredito</p><p>Eu nem acredito</p><p>Que aquele garoto que ia mudar o mundo</p><p>(Mudar o mundo)</p><p>Frequenta agora as festas do "Grand</p><p>Monde"</p><p>Meus heróis morreram de overdose</p><p>Meus inimigos estão no poder</p><p>Ideologia</p><p>Eu quero uma pra viver</p><p>Ideologia</p><p>Eu quero uma pra viver</p><p>(...)</p><p>(Cazuza e Roberto Frejat - 1988)</p><p>E as ilusões estão todas perdidas (v. 3)</p><p>Esse verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado “Ilusões perdidas”, de Honoré de Balzac.</p><p>Tal procedimento constitui o que se chama de:</p><p>a) metáfora</p><p>b) pertinência</p><p>c) pressuposição</p><p>d) intertextualidade</p><p>e) metonímia</p><p>5.</p><p>O mercado publicitário tem implementado, sobretudo após o advento da informática, práticas de</p><p>linguagem bastante inovadoras. O texto se utiliza de duas modalidades de formas linguísticas, mais</p><p>especificamente de uma linguagem verbal e outra não verbal. Logo, considerando que o público-alvo</p><p>da campanha tenha o conhecimento de mundo necessário para a compreensão do texto publicitário,</p><p>conclui-se que seu objetivo basilar é</p><p>a) provocar um questionamento sobre a necessidade de uma dieta mais saudável.</p><p>b) fazer, indiretamente, a propaganda de um filme em cartaz nos cinemas.</p><p>c) combater o consumo desenfreado de alimentos com teor calórico muito alto.</p><p>d) influenciar a conduta do leitor através de um apelo visual e da intertextualidade.</p><p>e) democratizar o consumo de legumes entre a as classes sociais mais carentes.</p><p>7</p><p>Português</p><p>6. Texto 1</p><p>Ideologia: eu quero uma pra votar!</p><p>Rafael Sirangelo Belmonte de Abreu.</p><p>A cada dois anos, a sociedade brasileira depara com um grande dilema: o voto. Os movimentos que</p><p>começam a tomar forma no seio da política partidária dão conta de que neste ano a inglória tarefa de</p><p>escolher um representante não será diferente daquilo que tem sido nas últimas eleições. Uma</p><p>verdadeira salada de siglas agrupa-se de forma aleatória, criando coligações não convencionais que</p><p>aproximam históricos desafetos ou opõem tradicionais aliados. As eleições deste ano, em razão do</p><p>ambiente regional em que se realizam, aprofundam esse esdrúxulo quadro.</p><p>Volta e meia, surgem partidos novos, “nem de direita nem de esquerda”, que, ao invés de trazerem</p><p>alento à sociedade, apenas escancaram a falta de ideologia, a ausência do confronto de ideias, enfim,</p><p>o abismo representativo que nos assola. Juntam-se todos à turma dos “em cima do muro”, aliás, dos</p><p>“em cima de cargos”, pois o muro, que se saiba, caiu 9 ainda na década de 80. Nem de longe se</p><p>vislumbram tomadas de posição sobre temas críticos, como o tamanho do Estado, por exemplo. Enfim,</p><p>qual a medida de liberdade que queremos para a nossa vida? […].</p><p>Texto 2</p><p>A intertextualidade é um elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura e</p><p>estabelece relação entre dois ou mais textos. Portanto, podemos afirmar que há intertextualidade entre</p><p>os textos 1 e 2. A frase do texto que exemplifica a intertextualidade com a charge é:</p><p>a) A cada dois anos, a sociedade brasileira depara com um grande dilema: o voto.</p><p>b) Os movimentos que começam a tomar forma no seio da política partidária dão conta de que neste</p><p>ano a inglória tarefa de escolher um representante não será diferente daquilo que tem sido nas</p><p>últimas eleições.</p><p>c) Enfim, qual a medida de liberdade que queremos para a nossa vida?</p><p>d) Volta e meia, surgem partidos novos, “nem de direita nem de esquerda”, que, ao invés de trazerem</p><p>alento à sociedade, apenas escancaram a falta de ideologia, a ausência do confronto de ideias,</p><p>enfim, o abismo representativo que nos assola.</p><p>e) Nem de longe se vislumbram tomadas de posição sobre temas críticos, como o tamanho do</p><p>Estado, por exemplo.</p><p>8</p><p>Português</p><p>7.</p><p>O texto acima é uma publicidade da empresa de cosméticos “O Boticário”, cuja construção retoma o</p><p>conhecido conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho”. Esse processo é chamado de</p><p>a) alusão, uma vez que o texto fonte foi retomado para construir uma crítica baseada na ironia.</p><p>b) paráfrase, pois reproduzem-se as ideias do texto fonte, mas com outras palavras.</p><p>c) paródia, já que o texfo fonte é reproduzido parcialmente.</p><p>d) hibridismo, porque houve a subversão do texto fonte.</p><p>e) intertextualidade, porque retomou-se um texto já existente e conhecido para se construir novo</p><p>sentido.</p><p>8. Para responder à questão, considere a tela Guernica, de Pablo Picasso (figura 1), pintada em protesto</p><p>ao bombardeio a cidade espanhola de mesmo nome, e a imagem criada pelo cartunista argentino,</p><p>Quino (figura 2).</p><p>Figura 1</p><p>Figura 2</p><p>9</p><p>Português</p><p>Na cena</p><p>criada por Quino, está presente a intertextualidade, pois</p><p>a) O humor surge em consequência da falta de dedicação e de empenho da faxineira no momento de</p><p>realizar as tarefas da casa.</p><p>b) A dona da casa é uma pessoa que aprecia pintura e possui várias obras de artistas cubistas em</p><p>sua residência.</p><p>c) As alterações realizadas pela faxineira na pintura de Picasso mantiveram a ideia original da</p><p>proposta pelo pintor para Guernica.</p><p>d) O cartunista reproduz a famosa pintura de Picasso, inserindo-a em um novo contexto que é a sala</p><p>em desordem de uma residência.</p><p>e) A faxineira irrita-se com a sujeita deixada pelos adolescentes da casa os quais frequentemente</p><p>realizam festas para os amigos.</p><p>9.</p><p>No texto, empregam-se, de modo mais evidente, dois recursos de intertextualidade: um, o próprio autor</p><p>o torna explícito; o outro encontra-se em um dos trechos citados abaixo. Indique-o.</p><p>a) “E você, bêbado.”</p><p>b) “Você é um horror!”</p><p>c) ”Ilusão sua: amanhã, de ressaca, vai olhar no espelho e ver o alcoólatra machista de sempre.”</p><p>d) “Vai repetir o porre até perder os amigos, o emprego, a família e o autorrespeito.”</p><p>e) “Perco a piada, mas não perco a ferroada!”</p><p>10</p><p>Português</p><p>10. Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a</p><p>mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de Novembro de 1869,</p><p>quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por</p><p>outras palavras.</p><p>— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o</p><p>motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas,</p><p>disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa…” Confessei que sim, e então ela continuou a botar as</p><p>cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que</p><p>não era verdade…</p><p>A Cartomante (Machado de Assis)</p><p>A intertextualidade é um recurso criativo utilizado na produção do texto. No conto, Machado de Assis</p><p>dialoga com o clássico “Hamlet” de Shakespeare com o fito de:</p><p>a) Revelar a ambiguidade própria da obra machadiana em Hamlet de William Shakespeare.</p><p>b) Ironizar o culto ao cientificismo da sociedade burguesa.</p><p>c) Reafirmar a crença no conhecimento científico para explicar as situações da vida humana.</p><p>d) Discutir o conhecimento científico e o conhecimento místico na sociedade burguesa do século XX.</p><p>e) Reconhecer a importância da espiritualidade na formação da sociedade burguesa do século XIX.</p><p>11</p><p>Português</p><p>Gabarito</p><p>1. A</p><p>Enquanto a primeira imagem apresenta Frida Khalo se autorretratando na pintura, a segunda imagem</p><p>apresenta a artista se autorretratando por meio de uma foto denominada “selfie”. Assim, embora de</p><p>maneiras distintas, as duas imagens apresentam o ato de autorretratar, porém, é importante destacar o</p><p>fenômeno linguístico da intertextualidade visto que há relação entre as duas imagens.</p><p>2. E</p><p>A intertextualidade pode ocorrer entre textos de gêneros diferentes. Nesse caso, os textos estão</p><p>relacionados pelo famoso verso de Fernando Pessoa. Esse fenômeno é um recurso em que um texto faz</p><p>menção a outro, prévio, adotando elementos que identifiquem tais referências. É importante destacar,</p><p>também, que a paráfras é um tipo de intertextualidade, mas, nesse caso, não há reescrita de enunciado</p><p>por meio do emprego de sinônimos.</p><p>3. B</p><p>No quadro “Operários”, de Tarsila do Amaral, a linguagem extralinguística sugere que a diversidade do</p><p>indivíduo é desconsiderada pelo conceito de igualdade de condição de trabalho e, consequentemente,</p><p>desconsiderada na vida. A mesma sugestão ocorre nos versos de João Cabral de Melo Neto, pois na fala</p><p>do protagonista fica clara a dissolução do caráter individual dos nordestinos no trabalho de lavrar a terra.</p><p>4. D</p><p>O autor se apropriou do título do romance de Balzac para construir a ideia do desencantamento em</p><p>relação às expectativas de mudança. Trata-se de uma intertextualidade clara, já que faz alude a outro</p><p>texto, sem produzir o afastamento crítico ou irônico (que caracterizaria a paródia).</p><p>5. D</p><p>A imagem apresentada é uma batata com acessórios de pirata, além de apresentar o nome “batatas do</p><p>caribe”, faz uma alusão ao filme da Disney chamado “Piratas do Caribe. É estabelecido, portanto, uma</p><p>relação entre dois textos que ocorre por meio da intertextualidade entre a propaganda e o filme. Nesse</p><p>sentido, o objetivo da publicidade é chamar atenção do leitor a partir de uma tentativa de convencimento</p><p>a partir do apelo visiaul e da intertextualidade.</p><p>6. D</p><p>No período compreendido entre as referências 6 e 8, fica clara a ideia da morte de uma ideologia tal qual</p><p>ocorre no texto II.</p><p>7. E</p><p>A publicidade da empresa “O Boticário” é composta por uma intertextualidade, visto que temos um texto</p><p>(propaganda) que retoma outro texto (Conto da Chapeuzinho Vermelho) para construir o seu próprio</p><p>sentido.</p><p>8. D</p><p>A charge de Quino mostra uma mulher que mostra para a faxineira uma sala bagunçada e suja. A</p><p>empregada faz o serviço perfeitamente, pois, na imagem seguinte, não se encontra mais nenhuma</p><p>bagunça. A quebra de expectativa da cena ocorre porque há também a arrumação do quadro cubista de</p><p>Picasso que apresentava também uma desordem.</p><p>12</p><p>Português</p><p>9. E</p><p>A intertextualidade fica clara em “Perco a piada, mas não perco a ferroada”, que revisita o dito popular</p><p>“Perco o amigo, mas não perco a piada!”</p><p>10. B</p><p>A intertextualidade é utilizada como recurso expressivo para enfatizar a ironia e a incredulidade de Camilo</p><p>para com história da bela Rita, que contava-lhe sobre sua visita à cartomante.</p><p>1</p><p>Português</p><p>Fenômenos linguísticos: polissemia e ambiguidade</p><p>Resumo</p><p>Polissemia</p><p>A polissemia consiste na pluralidade significativa de uma mesma palavra. Nesse sentido, um mesmo</p><p>vocábulo pode assumir várias significações, dependendo do contexto em que está. É importante destacar que</p><p>mesmo que haja uma alteração no significado, não ocorre mudança na classe gramatical.</p><p>Além disso, pode haver confusão entre uma palavra polissêmica e um homônimo perfeito. O fenômeno da</p><p>homonímia ocorre quando palavras possuem a mesma pronúncia e, muitas vezes, a mesma grafia), mas</p><p>significados diferentes. Nesse caso, a forma de diferenciá-los é identificar se há mudança na classe</p><p>gramatical, se houver, será um homônimo. Veja os exemplos abaixo:</p><p>1. Por favor, leve isso para ela.</p><p>2. O peso da mochila dela é leve.</p><p>O primeiro vocábulo é um verbo e o segundo, um adjetivo. Assim, classifica-se o vocábulo “leve” como um</p><p>caso de homonímia e não de polissemia.</p><p>Ambiguidade</p><p>A ambiguidade trata-se da duplicidade de</p><p>sentidos que pode haver em uma palavra, uma</p><p>expressão, uma frase ou até mesmo em um texto</p><p>inteiro. Abaixo, por exemplo, a ambiguidade</p><p>encontra-se na dupla interpretação do vocábulo</p><p>“vendo” referente aos verbos “ver” e “vender”.</p><p>Esse fenômeno pode ser provocado pode vários fatores. Entre eles:</p><p>• Mau uso do pronome: João e Maria vão desquitar-se.</p><p>(Um do outro ou de seus cônjuges?)</p><p>• Má colocação de palavras: A professora deixou a turma empolgada.</p><p>(Ela ou a turma?)</p><p>• Inversão sintática: Venceram os vascaínos os flamenguistas.</p><p>(Quem perdeu?)</p><p>• Polissemia: O xadrex está na moda.</p><p>(O jogo ou a roupa?)</p><p>Ademais, em relação ao aspecto semântico, a ambiguidade também</p><p>pode ser usada propositalmente com valor expressivo e criativo em</p><p>textos publicitários para persuadir o interlocutor.</p><p>2</p><p>Português</p><p>Exercícios</p><p>1.</p><p>O sentido da charge se contrói a partir da ambiguidade de determinado termo. O termo em questão é:</p><p>a) Fora</p><p>b) Agora</p><p>c) Sistema</p><p>d) protestar</p><p>e) ar</p><p>2.</p><p>O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e</p><p>recursos</p><p>linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à</p><p>a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que</p><p>pretende veicular.</p><p>b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.</p><p>c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da</p><p>população rica.</p><p>d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.</p><p>e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da</p><p>família.</p><p>3</p><p>Português</p><p>3.</p><p>Para criticar a possível aprovação de um novo imposto pelos deputados, o cartunista adotou como</p><p>estratégias:</p><p>a) traços caricaturais e eufemismo.</p><p>b) paradoxo e repetição de palavras.</p><p>c) metonímia e círculo vicioso.</p><p>d) preterição e prosopopeia.</p><p>e) polissemia das palavras e onomatopeia.</p><p>4.</p><p>Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/campanhas. Acesso em: 12 set. 2017.</p><p>No anúncio, o slogan “É nessa fase que você fica mais forte”</p><p>a) relaciona a ideia de força à vulnerabilidade dos adolescentes para caracterizá-los como os</p><p>principais alvos das doenças.</p><p>b) explicita o interlocutor com a finalidade de compartilhar com os jovens a responsabilidade pelo</p><p>sucesso da campanha.</p><p>c) recorre à linguagem informal para divulgar uma política pública de saúde para a camada mais</p><p>jovem da sociedade.</p><p>d) utiliza a ambiguidade do termo ‘fase’ para associar a faixa etária do público-alvo ao contexto do</p><p>videogame.</p><p>e) busca persuadir o interlocutor a aderir à campanha de jogos e ao campeonato de video-game</p><p>cujo tema é relacionado à saúde.</p><p>4</p><p>Português</p><p>5. Leia o texto e a charge de Alberto Montt para responder à questão.</p><p>Charles Baudelaire, poeta do século XIX, é autor do livro As Flores do Mal. Nele, seus poemas abordam</p><p>temas que questionam as convenções morais da sociedade francesa, sendo, por isso, tachado como</p><p>obsceno, como um insulto aos bons costumes da época. A partir dele, originaram-se na França os</p><p>chamados “poetas malditos”.</p><p>O título da charge retoma o título da obra de Baudelaire, As Flores do Mal. O autor, para construir o</p><p>humor em seu texto, utiliza-se de</p><p>a) metalinguagem, na representação das flores, que recitam versos compostos pelo poeta ao</p><p>próprio Baudelaire.</p><p>b) saudosismo, nas falas das flores, pois elas representam costumes morais inerentes à sociedade</p><p>francesa do século XIX.</p><p>c) metáfora, na representação do poeta como flores que apenas dizem verdades, indiferentes às</p><p>regras morais da sociedade.</p><p>d) polissemia do substantivo “flores”, uma vez que podem se referir às próprias flores representadas</p><p>na charge ou aos desejos moralmente rejeitados pelo poeta.</p><p>e) ambiguidade na locução adjetiva “do mal”, pois, no título original, a locução representa a temática</p><p>dos poemas, mas, na charge, representa o conteúdo dos conselhos das flores.</p><p>6. Pra onde vai essa estrada?</p><p>— Sô Augusto, pra onde vai essa estrada?</p><p>O senhor Augusto:</p><p>— Eu moro aqui há 30 anos, ela nunca foi pra parte nenhuma, não.</p><p>— Sô Augusto, eu estou dizendo se a gente for andando aonde a gente vai?</p><p>O senhor Augusto:</p><p>— Vai sair até nas Oropas, se o mar der vau.</p><p>Vocabulário</p><p>Vau: Lugar do rio ou outra porção de água onde esta é pouco funda e, por isso, pode ser transposta a</p><p>pé ou a cavalo.</p><p>MAGALHÃES, L. L. A.; MACHADO, R. H. A. (Org.). Perdizes, suas histórias, sua gente, seu folclore. Perdizes: Prefeitura</p><p>Municipal, 2005.</p><p>5</p><p>Português</p><p>As anedotas são narrativas, reais ou inventadas, estruturadas com a finalidade de provocar o riso. O</p><p>recurso expressivo que configura esse texto como uma anedota é o(a)</p><p>a) uso repetitivo da negação.</p><p>b) grafia do termo “Oropas”.</p><p>c) ambiguidade do verbo “ir”.</p><p>d) ironia das duas perguntas.</p><p>e) emprego de palavras coloquiais.</p><p>7. As frases abaixo apresentam ambiguidade, ou dupla leitura, exceto uma. Assinale-a:</p><p>a) Paternidade: o desafio para os pais que cuidam dos filhos sozinhos.</p><p>b) Ciencias sem Fronteiras: verbas para estudantes atrasadas.</p><p>c) Dilma afirma que Petrobras é maior que seus problemas.</p><p>d) Mesmo sem revogar dogmas, Papa vira alvo dos conservadores.</p><p>e) Deputados insatisfeitos passaram a criticar abertamente erros do governo.</p><p>8.</p><p>(TIRAS ARMANDINHO. 7 de agosto de 2015. Disponível em: https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos_stream/)</p><p>A tira é um gênero que apresenta linguagem verbal e não verbal e, geralmente, propõe uma reflexão por</p><p>meio do humor. No plano verbal, o humor da tira:</p><p>a) tem como foco principal a imagem do carro para ilustrar a situação econômica do pai do</p><p>personagem.</p><p>b) baseia-se na polissemia do termo “crise”, ora relacionado à situação econômica, ora a uma fase da</p><p>vida.</p><p>c) baseia-se na linguagem não verbal, que apresenta dois amigos assustados com o tamanho do</p><p>carro.</p><p>d) está centrado na hipérbole, observada na fala do personagem Armandinho, quando usa a palavra</p><p>“gigante”.</p><p>e) está centrado nos elementos pertecentes à linguagem verbal atrelada aos elementos não-verbais</p><p>presentes na tirinha.</p><p>6</p><p>Português</p><p>9. Texto I</p><p>Criatividade em publicidade: teorias e reflexões</p><p>Resumo: O presente artigo aborda uma questão</p><p>primordial na publicidade: a criatividade. Apesar de</p><p>aclamada pelos departamentos de Criação das</p><p>agências, devemos ter a consciência de que nem todo</p><p>anúncio é, de fato, criativo. A partir do resgate teórico,</p><p>no qual os Conceitos são tratados à luz da publicidade,</p><p>busca-se estabelecer a compreensão dos temas. Para</p><p>elucidar tais questões, é analisada uma campanha</p><p>impressa da marca XXXX. As reflexões apontam que a</p><p>publicidade criativa é essencialmente simples e</p><p>apresenta uma releitura do cotidiano.</p><p>Depexe, S D. Travessias: Pesquisas em Educação, Cultura, Linguagem e</p><p>Artes, n. 2, 2008.</p><p>Os dois textos apresentados versam sobre o tema criatividade. O Texto I é um resumo de caráter</p><p>científico e o Texto II, uma homenagem promovida por um site de publicidade. De que maneira o Texto</p><p>II exemplifica o conceito de criatividade em publicidade apresentado no Texto I?</p><p>a) Fazendo menção ao difícil trabalho das mães em criar seus filhos.</p><p>b) Promovendo uma leitura simplista do papel materno em seu trabalho de criar os filhos.</p><p>c) Explorando a polissemia do termo “criação”.</p><p>d) Recorrendo a uma estrutura linguística simples.</p><p>e) Utilizando recursos gráficos diversificados.</p><p>10.</p><p>Em termos verbais, o humor da tira é construído a partir da polissemia presente na palavra</p><p>a) engenheiro</p><p>b) resolvido</p><p>c) cadeira</p><p>d) grande</p><p>e) subir</p><p>7</p><p>Português</p><p>Gabarito</p><p>1. C</p><p>Na charge, como se trata de um protesto, pode-se inferir que os manifestantes usam o termo “sistema”</p><p>no sentido de “sistema sociopolítico”, ao passo que o funcionário que se dirige a eles utiliza o mesmo</p><p>termo, mas vinculado ao sentido de “sistema informático”. A ambiguidade possibilita a construção de um</p><p>sentido específico para o texto.</p><p>2. A</p><p>A palavra “rede social” da charge é polissêmica, pois apresenta mais de um sentido, podendo ser uma</p><p>referência ao mundo virtual; no contexto da charge, a palavra “rede” também faz referência a um balanço</p><p>utilizado por várias pessoas, como ainda, apresenta, a partir do humor, uma crítica social àqueles que não</p><p>possuem boas condições financeiras.</p><p>3. E</p><p>No primeiro quadrinho, o termo “saúde” se refere ao órgão público destinado às políticas públicas que</p><p>cuidam da saúde dos cidadãos; “tim-tim por tim-tim” é uma expressão popular que significa “detalhes”.</p><p>Já no segundo quadrinho, “saúde” é utilizado para indicar uma celebração e “tim-tim’ significa o tintilar de</p><p>taças brindando. Polissemia e onomatopeia são responsáveis pelo efeito de humor causado na tirinha.</p><p>4. D</p><p>No anúncio, vemos uma estética bastante próxima à do videogame,</p><p>com vírgus digitais e corações,</p><p>imagens típicas dos jogos. Tendo em vista que o anúncio destina-se aos jovens de 9 a 14, é possível</p><p>identificar uma ambiguidade no termo “fase”: refere-se tanto à “fase da vida”, isto é, faixa etária, quanto a</p><p>uma fase no jogo de videogame</p><p>5. E</p><p>Na charge, vemos uma ambiguidade da expressão “do mal”, já que, a princípio, ela se relacionaria ao título</p><p>de sua famosa obra “flores do mal”, em que o poema trata de temas que vão contra a moral</p><p>convencionada de sua época. No entanto, ao analisarmos a charge como um todo, vemos que “do mal”</p><p>faz referência a uma característica dos conselhos das flores, que são maldosas.</p><p>6. C</p><p>O humor instalado no diálogo entre Sô Augusto e seu interlocutor resulta da polissemia do verbo “ir”.</p><p>Enquanto este usa o termo com o sentido de determinar a direção da estrada, o primeiro entende-o como</p><p>ação de deslocar-se de um ponto para outro. A ambiguidade resulta em mais de uma interpretação de</p><p>significado para o mesmo termo.</p><p>7. D</p><p>As demais alternativas possuem ambiguidade, respectivamente, no adjetivo “sozinhos” que pode se</p><p>referir tanto aos “pais” quanto aos “filhos”; no adjetivo “atrasadas” pode se referir tanto às “estudantes”</p><p>quanto às “verbas”; no pronome possessivo “seu” pode se referir tanto à “Petrobrás” quanto à “Dilma” e,</p><p>na última alternativa, há ambiguidade uma vez que a locução adjetiva “do governo” pode ser associada a</p><p>“erros” e a “deputados”.</p><p>8</p><p>Português</p><p>8. B</p><p>O humor da tira está relacionado aos significados da palavra crise: relacionada à situação econômica,</p><p>seria uma falha comprar um carro “gigante”, de acordo com o personagem Armandinho. No entanto,</p><p>considerando a “crise da meia-idade”, a compra do carro seria uma maneira de o pai de seu colega lidar</p><p>melhor com a própria autoestima.</p><p>9. C</p><p>Os dois textos falam sobre criatividade, entretanto, o texto II apresenta uma particularidade “13 de maio</p><p>– Dia das Mães”. Esse fator nos faz pensar sobre as possibilidades de significado da palavra “criação” e</p><p>nos leva a outra possível interpretação: “criação” também está relacionada à criação de um filho. Portanto,</p><p>o gabarito é letra C, pois a polissemia é um fenômeno linguístico que consiste na multiplicidade de</p><p>significados que podem ser assumidos por uma palavra.</p><p>10. D</p><p>A tirinha de Mafalta apresenta um jogo com os possíveis significados do adjetivo “grande”, que pode</p><p>apresentar tanto a característica de respeitabilidade de uma pessoa quanto se referir a sua estatura</p><p>elevada.</p><p>1</p><p>Português</p><p>Análise do texto e Fenômenos linguísticos</p><p>Resumo</p><p>Ambiguidade e Polissemia</p><p>A ambiguidade acontece quando ocorre um duplo sentido na frase. Por exemplo, “O computador tornou-se</p><p>um aliado do homem, mas esse nem sempre realiza todas as suas tarefas.” (as palavras "esse" e "suas"</p><p>podem referir-se tanto a "computador" quanto a "homem")</p><p>A polissemia é a pluralidade significativa de um mesmo significante, isto é, a capacidade que o próprio</p><p>vocábulo possui de assumir várias significações, somente definidas dentro de um determinado contexto. Por</p><p>exemplo:</p><p>“No meio do caminho tinha uma pedra” (Carlos Drummond de Andrade)</p><p>PEDRA = fragmento mineral ou problema, contratempo.</p><p>Intertextualidade</p><p>É a influência de um texto sobre outro que o toma como modelo ou ponto de partida; utilização de uma</p><p>multiplicidade de textos ou de partes de textos preexistentes de um ou mais autores, de que resulta a</p><p>elaboração de um novo texto literário. Por exemplo, as propagandas da Hortifruti que utilizam nomes de filmes,</p><p>ou trechos de música para elaborarem a publicidade da empresa.</p><p>2</p><p>Português</p><p>Marcadores de pressuposição</p><p>Pressuposição vem de pressuposto, algo que está implícito. Dessa forma, como a expressão já indica, os</p><p>marcadores são elementos que reforçam uma pressuposição e permitem o entendimento de informações</p><p>secundárias, não explícitas nos enunciados.</p><p>Observe o trecho abaixo da música “Não sou mais disso” de Zeca Pagodinho:</p><p>Eu deixei de ser pé-de-cana</p><p>Eu deixei de ser vagabundo</p><p>Aumentei minha fé em Cristo</p><p>Sou bem quisto por todo mundo.</p><p>Os elementos destacados são marcadores de pressuposição, pois está implícito que se hoje ele deixou de</p><p>ser pé-de-cana e vagabundo é porque um dia ele já foi.</p><p>Polifonia</p><p>O fenômeno de várias vozes em um mesmo texto é a polifonia, pois pode-se ter mais de um enunciador</p><p>falando. Por exemplo, em dissertações quando é inserida a fala de outra pessoa, esse argumento de</p><p>autoridade deve vir entre aspas, pois é a voz de outro que está falando no seu texto.</p><p>Modalizadores ou Indicadores Modais</p><p>Já os modalizadores são palavras ou expressões que projetam um ponto de vista do enunciador acerca do</p><p>que está sendo enunciado, revelando diferentes intenções comunicativas. Os elementos linguísticos são,</p><p>portanto, capazes de determinar a maneira como aquilo que se diz é dito. Nesse caso, passam a ser</p><p>essenciais para a correta compreensão do texto.</p><p>Por exemplo:</p><p>1. Expressões cristalizadas (é provável, é possível, é obrigatório, etc.)</p><p>2. Advérbios e locuções adverbiais (talvez, provavelmente, certamente, obrigatoriamente, etc.)</p><p>3. Determinados verbos auxiliares (dever, poder, etc.).</p><p>Relações entre termos</p><p>→ Antonímia: São palavras que possuem relação de significados opostos.</p><p>Por exemplo: bonito x feio ; bem x mal; bom x mau.</p><p>→ Sinonímia: São palavras que possuem uma relação de similaridade de significado.</p><p>Por exemplo: casa = moradia, residência, lar, etc.</p><p>→ Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que tem significados diferentes, mas possuem o</p><p>mesmo som.</p><p>3</p><p>Português</p><p>Por exemplo: gosto (substantivo) e gosto (1ª p. sing. pres. Ind – verbo gostar); cerrar (verbo) e serrar (verbo);</p><p>cedo (verbo) e cedo (advérbio).</p><p>→ Heteronímia: São palavras que designam seres da mesma classe, mas que possuem gêneros (masculino</p><p>e feminino) diferentes.</p><p>Por exemplo: homem e mulher; bode e cabra, genro e nora.</p><p>→ Paronímia: São palavras que possuem significados diferentes, mas são parecidas na pronúncia e na</p><p>escrita.</p><p>Por exemplo: deferir (atender) e diferir (divergir); descriminar (tirar a culpa) e discriminar (distinguir).</p><p>4</p><p>Português</p><p>Exercícios</p><p>1. O acervo do Museu da Língua Portuguesa é o nosso idioma, um “patrimônio imaterial” que não pode</p><p>ser, por isso, guardado e exposto em uma redoma de vidro.</p><p>Assim, o museu, dedicado à valorização e difusão da língua portuguesa, reconhecidamente importante</p><p>para a preservação de nossa identidade cultural, apresenta uma forma expositiva diferenciada das</p><p>demais instituições museológicas do país e do mundo, usando tecnologia de ponta e recursos</p><p>interativos para a apresentação de seus conteúdos.</p><p>Disponível em: www.museulinguaportuguesa.org.br. Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado).</p><p>De acordo com o texto, embora a língua portuguesa seja um “patrimônio imaterial”, pode ser exposta</p><p>em um museu. A relevância desse tipo de iniciativa está pautada no pressuposto de que</p><p>a) a língua é um importante instrumento de constituição social de seus usuários.</p><p>b) o modo de falar o português padrão deve ser divulgado ao grande público.</p><p>c) a escola precisa de parceiros na tarefa de valorização da língua portuguesa.</p><p>d) o contato do público com a norma-padrão solicita o uso de tecnologia de última geração.</p><p>e) as atividades lúdicas dos falantes com sua própria língua melhoram com o uso de recursos</p><p>tecnológicos.</p><p>2.</p><p>A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o lançamento do livro</p><p>digital no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência de acessibilidade das</p><p>tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do país. A partir da leitura dos dois</p><p>textos, infere-se que</p><p>o advento do livro digital no Brasil</p><p>a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes restritas, uma vez que</p><p>eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual.</p><p>b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém esbarra na insuficiência do</p><p>acesso à internet por telefonia celular, ainda deficiente no país.</p><p>c) fará com que os livros impressos tornem-se obsoletos, em razão da diminuição dos gastos com os</p><p>produtos digitais gratuitamente distribuídos pela internet.</p><p>d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em consideração as</p><p>características de cada região no que se refere aos hábitos de leitura e acesso à informação.</p><p>e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que as características</p><p>do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das adversidades geopolíticas.</p><p>5</p><p>Português</p><p>3. Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas oficinas dos cursos da área automotiva</p><p>fornecidos pela Prefeitura, a presença feminina tem aumentado ano a ano. De cinco mulheres</p><p>matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano nos cursos de mecânica</p><p>automotiva, eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. A presença feminina nos</p><p>cursos automotivos da Prefeitura — que são gratuitos — cresceu 1 480% nos últimos sete anos e tem</p><p>aumentado ano a ano.</p><p>Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).</p><p>Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes a sua estrutura, que possibilitam inferir o</p><p>objetivo do autor. Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado “Lugar de mulher também é na</p><p>oficina” corrobora o objetivo textual de</p><p>a) demonstrar que a situação das mulheres mudou na sociedade contemporânea.</p><p>b) defender a participação da mulher na sociedade atual.</p><p>c) comparar esse enunciado com outro: “lugar de mulher é na cozinha”.</p><p>d) criticar a presença de mulheres nas oficinas dos cursos da área automotiva.</p><p>e) distorcer o sentido da frase “lugar de mulher é na cozinha”.</p><p>4. Nestes últimos anos, a situação mudou bastante e o Brasil, normalizado, já não nos parece tão mítico,</p><p>no bem e no mal. Houve um mútuo reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de</p><p>um lado e do outro do Atlântico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das caravelas,</p><p>voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por expressões linguísticas, as telenovelas,</p><p>os romances, a poesia, a comida e as formas de tratamento brasileiros. O mesmo, embora em nível</p><p>superficial, dele excluído o plano da língua, aconteceu com a Europa, que, depois da diáspora dos anos</p><p>70, depois da inserção na cultura da bossa-nova e da música popular brasileira, da problemática</p><p>ecológica centrada na Amazônia, ou da problemática social emergente do fenômeno dos meninos de</p><p>rua, e até do álibi ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua todos os dias a descobrir, no bem</p><p>e no mal, o novo Brasil. Se, no fim do século XIX, Sílvio Romero definia a literatura brasileira como</p><p>manifestação de um país mestiço, será fácil para nós defini-la como expressão de um país polifônico:</p><p>em que já não é determinante o eixo Rio-São Paulo, mas que, em cada região, desenvolve</p><p>originalmente a sua unitária e particular tradição cultural. É esse, para nós, no início do século XXI, o</p><p>novo estilo brasileiro.</p><p>STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (adaptado).</p><p>No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua história, foi, aos poucos, construindo uma</p><p>identidade cultural e literária relativamente autônoma frente à identidade europeia, em geral, e à</p><p>portuguesa em particular. Sua análise pressupõe, de modo especial, o papel do patrimônio literário e</p><p>linguístico, que favoreceu o surgimento daquilo que ela chama de “estilo brasileiro”.</p><p>6</p><p>Português</p><p>Diante desse pressuposto, e levando em consideração o texto e as diferentes etapas de consolidação</p><p>da cultura brasileira, constata-se que:</p><p>a) o Brasil redescobriu a cultura portuguesa no século XIX, o que o fez assimilar novos gêneros</p><p>artísticos e culturais, assim como usos originais do idioma, conforme ilustra o caso do escritor</p><p>Machado de Assis.</p><p>b) a Europa reconheceu a importância da língua portuguesa no mundo, a partir da projeção que</p><p>poetas brasileiros ganharam naqueles países, a partir do século XX.</p><p>c) ocorre, no início do século XXI, promovido pela solidificação da cultura nacional, maior</p><p>reconhecimento do Brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos positivos quanto nos negativos.</p><p>d) o Brasil continua sendo, como no século XIX, uma nação culturalmente mestiça, embora a</p><p>expressão dominante seja aquela produzida no eixo Rio - São Paulo, em especial aquela ligada às</p><p>telenovelas.</p><p>e) o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma união bastante significativa entre as diversas</p><p>matrizes culturais advindas das várias regiões do país, como se pode comprovar na obra de Paulo</p><p>Coelho.</p><p>5.</p><p>O autor afirma que o processo da criação artística parte de um conceito.</p><p>No texto, o sentido dado à palavra "conceito" se opõe a:</p><p>a) subconsciente (l. 2)</p><p>b) fotos (l. 4)</p><p>c) acasos (l. 5)</p><p>d) pessoas (l. 6)</p><p>7</p><p>Português</p><p>6.</p><p>Para criticar a possível aprovação de um novo imposto pelos deputados, o cartunista adotou como</p><p>estratégias:</p><p>a) traços caricaturais e eufemismo.</p><p>b) paradoxo e repetição de palavras.</p><p>c) metonímia e círculo vicioso.</p><p>d) preterição e prosopopeia.</p><p>e) polissemia das palavras e onomatopeia.</p><p>7.</p><p>Tirinha “Hagar, o Horrível”, de Chris Browne.</p><p>O efeito humorístico da tirinha foi produzido:</p><p>a) Pela pergunta que Hagar fez a Dirk.</p><p>b) Pela resposta de Dirk a Hagar.</p><p>c) Pelo efeito sonoro provocado pela onomatopeia “POW”.</p><p>d) Pelo jogo de sentidos provocados pelo uso da palavra “sujo”, fazendo com que a palavra</p><p>assumisse um efeito polissêmico.</p><p>e) pela displicência de Hagar ao fazer o questionamento ao amigo.</p><p>8</p><p>Português</p><p>8. Leia o texto a seguir:</p><p>“Quando Milton Campos foi governador de Minas Gerais, teve como secretário o Sr. Pedro Aleixo.</p><p>Contam os mineiros que, para qualquer providência, Sua Excelência anunciava: Preciso falar com o</p><p>Pedro, primeiro.</p><p>O Dr. Milton quase foi eleito vice-presidente da República. Se tivesse chegado à presidência,</p><p>estaríamos, no mínimo, com a monarquia instaurada no Brasil, pois os brasileiros que pretendessem</p><p>realizar qualquer empreendimento teriam que falar com Pedro, primeiro.”</p><p>O texto acima trabalha com a possibilidade da ambiguidade obtida através da:</p><p>a) semelhança sonora entre numeral e adjetivo;</p><p>b) posposição do adjetivo;</p><p>c) leitura do advérbio como numeral;</p><p>d) leitura do numeral como advérbio;</p><p>e) utilização da vírgula antes do numeral.</p><p>9. Na posição em que se encontram, as palavras assinaladas nas frases abaixo geram ambiguidade,</p><p>exceto em:</p><p>a) pagar o fgts já custa r$13,3 bi, diz o consultor.</p><p>b) pais rejeitam menos crianças de proveta.</p><p>c) consigo me divertir também aprendendo coisas antigas.</p><p>d) é um equívoco imaginar que a universidade do futuro será aquela que melhor lidar com as</p><p>máquinas.</p><p>e) não se eliminará o crime com burocratas querendo satisfazer o apetite por sangue do público.</p><p>10.</p><p>O sentido da charge se constrói a partir da ambiguidade de determinado termo.</p><p>O termo em questão é:</p><p>a) fora</p><p>b) agora</p><p>c) sistema</p><p>d) protestar</p><p>9</p><p>Português</p><p>Gabarito</p><p>1. A</p><p>Apesar de ser um patrimônio imaterial, entende-se que a língua garante construções para uma sociedade.</p><p>Isso pode ser evidenciado ao passo que existe um “museu” para a mesma.</p><p>2. B</p><p>Por inferência, ou seja, por uma ideia do que pode ser vista pelos próprios textos, entende-se que o</p><p>progresso</p>

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