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<p>Direitos Fundamentais em Espécie (Art. 5º)</p><p>1. Introdução</p><p>O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 apresenta um rol de direitos fundamentais,</p><p>porém não limita a existência de outros direitos fundamentais não mencionados no</p><p>dispositivo. A dignidade da pessoa humana, estabelecida no art. 1º, III, da CF/88, é vista</p><p>como um super-princípio, fundamental para a interpretação e aplicação dos demais direitos.</p><p>Esse princípio exige que os direitos, como vida e liberdade, sejam interpretados em</p><p>consonância com a dignidade humana.</p><p>2. Direito à Vida</p><p>O direito à vida é central e deve ser compreendido em dois aspectos:</p><p>a) Direito à vida em si mesma: Garantia de existência biológica.</p><p>b) Direito à vida digna: Condições mínimas para uma vida com dignidade.</p><p>A Constituição não define explicitamente quando a vida começa, resultando em diferentes</p><p>posições, como:</p><p>● Concepção: Vida inicia com a fecundação.</p><p>● Nidação: Vida começa com a fixação do zigoto no útero.</p><p>● Sistema Nervoso Central: Vida inicia com o desenvolvimento do sistema nervoso</p><p>central.</p><p>● Viabilidade: Vida inicia quando o feto pode sobreviver fora do útero.</p><p>Na seara penal, o direito à vida é protegido contra homicídio e aborto. A Constituição</p><p>permite algumas exceções, como:</p><p>● Pena de Morte: Em casos de guerra declarada.</p><p>● Legítima Defesa: Para proteger a própria vida.</p><p>● Aborto: Em situações específicas, como risco para a vida da mãe ou casos de</p><p>estupro.</p><p>● Eutanásia: Considerada em contextos específicos, como estados vegetativos.</p><p>3. Direito à Integridade Física</p><p>A integridade física é protegida pelo direito à vida e inclui a proibição de tortura e</p><p>tratamentos desumanos (art. 5º, III e XLIII). A Lei nº 9.455/97 define tortura como o ato de</p><p>infligir sofrimento físico ou mental para obter informações, punir ou intimidar.</p><p>Além disso, a Lei de Anistia (Lei nº 6.683/79) foi considerada compatível com a Constituição</p><p>pelo STF, mas a Corte Interamericana de Direitos Humanos questionou sua compatibilidade</p><p>com obrigações internacionais, afirmando que a lei não pode impedir a investigação e</p><p>punição de torturas.</p><p>Quanto à disposição do próprio corpo, a Constituição permite a doação de órgãos e tecidos</p><p>em vida, desde que sejam condições específicas atendidas. A doação após a morte</p><p>também é regulamentada, exigindo autorização dos familiares e confirmação da morte</p><p>encefálica por dois médicos.</p><p>4. Direito à Liberdade</p><p>O que é Liberdade?</p><p>A liberdade é considerada por muitos filósofos, como Kant, como o maior direito do ser</p><p>humano. Para Kant, a liberdade é a capacidade de fazer suas próprias escolhas com base</p><p>na razão. No direito, a liberdade é protegida pelas leis que definem o que é permitido e o</p><p>que não é. Isso ajuda a garantir que as pessoas possam agir livremente, desde que não</p><p>prejudiquem os outros.</p><p>Duas Visões de Liberdade</p><p>Isaiah Berlin, em seu ensaio "Dois Conceitos de Liberdade", e Benjamin Constant, em "A</p><p>Liberdade dos Antigos Comparada à dos Modernos", falam sobre duas formas de liberdade:</p><p>1. Liberdade Negativa: Essa visão, defendida por filósofos como Hobbes e Locke, vê</p><p>a liberdade como a ausência de restrições. Ou seja, a liberdade é garantida quando</p><p>o Estado não interfere nas ações das pessoas, desde que não prejudique os outros.</p><p>O papel do Estado aqui é criar leis que protejam as liberdades individuais e</p><p>mantenham a ordem.</p><p>2. Liberdade Positiva: Diferente da liberdade negativa, essa visão foca na</p><p>participação ativa na vida pública e na formação da vontade coletiva. Na</p><p>antiguidade, por exemplo, ser um cidadão grego significava participar das</p><p>discussões na ágora. Rousseau também falava sobre isso em seu "Contrato Social".</p><p>Para um sistema democrático funcionar bem, é importante equilibrar essas duas formas de</p><p>liberdade. O filósofo Jürgen Habermas acredita que ambas são essenciais e que uma não</p><p>pode existir sem a outra.</p><p>Liberdade na Constituição Brasileira</p><p>A Constituição de 1988 garante um amplo conjunto de liberdades. Algumas delas incluem:</p><p>1. Liberdade de Ação: Nenhuma pessoa pode ser privada de sua liberdade sem uma</p><p>lei que a autorize (Art. 5º, II). A lei deve ser criada pelo Congresso Nacional, com</p><p>exceção de casos especiais em que o Poder Executivo pode criar leis, mas sempre</p><p>com a aprovação do Congresso.</p><p>2. Liberdade de Manifestação de Pensamento e Expressão: As pessoas têm o</p><p>direito de expressar suas opiniões e ideias, seja por palavras, gestos ou outras</p><p>formas. No entanto, essa liberdade não é absoluta e não inclui ações que violem os</p><p>direitos de outras pessoas, como discurso de ódio ou apologia a crimes. O direito de</p><p>resposta também é garantido para quem for ofendido (Art. 5º, IV e V).</p><p>3. Liberdade de Consciência e Crença:</p><p>○ Liberdade de Consciência: É o direito de ter suas próprias ideias e opiniões</p><p>sem que o Estado interfira. Se alguém tiver objeções baseadas em</p><p>convicções pessoais, pode pedir para ser dispensado de cumprir certas</p><p>obrigações, conforme definido por lei (Art. 5º, VIII).</p><p>○ Liberdade de Crença: Inclui o direito de escolher e praticar qualquer religião</p><p>ou não praticar nenhuma. A Constituição assegura que o Estado é laico e</p><p>deve respeitar todas as religiões, garantindo a igualdade de culto e a</p><p>imunidade de impostos para templos religiosos (Art. 150, VI, b). No entanto,</p><p>essa liberdade não pode ser usada para justificar práticas ilegais.</p><p>Questões Específicas Relacionadas à Liberdade de Crença:</p><p>1. Ensino Religioso: O ensino religioso nas escolas públicas deve ser facultativo e</p><p>não confessional. Isso significa que deve ser oferecido de forma neutra e inclusiva,</p><p>respeitando todas as crenças (Art. 210 § 1º da CR/88).</p><p>2. Feriados Religiosos: A lei pode criar feriados religiosos e culturais, mas sempre</p><p>respeitando a diversidade (Art. 215 § 2º da CR/88).</p><p>3. Transfusão de Sangue e Testemunhas de Jeová: Se um paciente não puder</p><p>tomar uma decisão consciente e precisa de uma transfusão de sangue, ela deve ser</p><p>feita, mesmo que o paciente pertença a uma religião que a proíba. Se o paciente</p><p>está consciente e recusa, sua escolha deve ser respeitada.</p><p>4. Participação em Datas Religiosas: O STF decidiu que, em casos de conflito entre</p><p>datas religiosas e compromissos como o ENEM, deve-se buscar uma solução que</p><p>respeite a liberdade religiosa sem comprometer o direito à educação</p><p>3.4. Liberdade de Locomoção</p><p>A liberdade de locomoção é o direito de ir, vir e permanecer em qualquer lugar. É protegido</p><p>pelo habeas corpus (art. 5º, LXVIII, da CR/88). No entanto, esse direito não é absoluto e</p><p>pode sofrer restrições, especialmente para controlar o tráfego e durante situações</p><p>excepcionais, como o Estado de Sítio (art. 139, I, II, da CR/88). Além disso, as leis podem</p><p>estabelecer limitações desde que sejam razoáveis e não arbitrárias.</p><p>A liberdade de locomoção abrange:</p><p>● Direito de acesso e ingresso no território nacional.</p><p>● Direito de saída do território nacional.</p><p>● Direito de permanência no território nacional.</p><p>● Direito de deslocamento dentro do território nacional.</p><p>Esse direito se aplica a brasileiros e estrangeiros, embora estes últimos possam ter</p><p>restrições em tempo de guerra e quanto à permanência e entrada no país.</p><p>3.5. Liberdade de Profissão</p><p>A Constituição (art. 5º, XIII) garante a livre escolha da profissão, mas esta está sujeita às</p><p>qualificações previstas na Legislação Federal (art. 22, XVI, parte final). Isso significa que,</p><p>embora todos tenham o direito de escolher sua profissão, é necessário cumprir certos</p><p>requisitos legais.</p><p>3.6. Liberdade de Reunião</p><p>A liberdade de reunião é a capacidade de se reunir para discutir e compartilhar opiniões e</p><p>objetivos comuns. Ela está conectada à liberdade de expressão e à democracia. Para ser</p><p>considerada uma reunião protegida constitucionalmente, deve cumprir certos requisitos:</p><p>● Elemento subjetivo: Deve ser um grupo de pessoas; não pode ser uma reunião</p><p>individual.</p><p>● Elemento formal: Deve haver alguma coordenação e planejamento. Não é um</p><p>ajuntamento espontâneo.</p><p>● Elemento teleológico: Deve haver um objetivo comum, como político, religioso, ou</p><p>cultural.</p><p>● Elemento temporal: Deve ser</p><p>transitória e ter uma previsão de início e término.</p><p>● Elemento objetivo: A reunião deve ser pacífica, sem armas, e não deve ameaçar a</p><p>segurança.</p><p>● Elemento espacial: Pode ocorrer tanto em espaços públicos quanto privados, mas</p><p>deve haver um local definido.</p><p>A Constituição exige que haja um aviso prévio às autoridades para garantir a segurança,</p><p>mas não uma autorização prévia.</p><p>3.7. Liberdade de Associação</p><p>A liberdade de associação permite que indivíduos se juntem para atingir objetivos comuns,</p><p>desde que sejam lícitos. Inclui:</p><p>● Não obrigatoriedade: Ninguém é forçado a se associar ou permanecer em uma</p><p>associação.</p><p>● Fins lícitos: As associações devem ter objetivos legais.</p><p>● Proibição de associações paramilitares: São proibidas associações com esse</p><p>caráter.</p><p>A associação deve ser estável e organizada, mas não precisa ser formalmente registrada</p><p>para ter proteção constitucional. A criação de uma associação não depende da autorização</p><p>do Poder Público, mas pode ser dissolvida judicialmente se violar a lei.</p><p>Associados podem ser representados judicialmente e as decisões sobre demandas podem</p><p>ser tomadas em assembleias gerais, conforme os estatutos da associação.</p><p>4. Direito à Igualdade</p><p>O direito à igualdade é um princípio constitucional que visa garantir tratamento justo e não</p><p>discriminatório para todos. No Brasil, ele está consagrado em diversos artigos da</p><p>Constituição:</p><p>● Art. 3º, III e IV: Promove a redução das desigualdades sociais e regionais.</p><p>● Art. 5º, caput: Garante a igualdade de todos perante a lei.</p><p>● Art. 5º, I: Afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza.</p><p>● Art. 7º, XXX e XXXI: Estabelece direitos trabalhistas e garante igualdade entre</p><p>homens e mulheres.</p><p>● Arts. 170, 193, 196 e 205: Trata de aspectos econômicos, sociais e educacionais</p><p>relacionados à igualdade.</p><p>Evolução do Conceito de Igualdade:</p><p>● Igualdade Formal: Focava em tratar todos da mesma forma, sem privilégios ou</p><p>discriminação.</p><p>● Igualdade Material: Busca promover justiça social, garantindo condições para</p><p>reduzir desigualdades.</p><p>Igualdade na Lei vs. Igualdade Perante a Lei:</p><p>● Igualdade na Lei: Refere-se às normas que o legislador cria.</p><p>● Igualdade Perante a Lei: Refere-se à aplicação justa e não discriminatória dessas</p><p>normas pelos aplicadores do direito.</p><p>Discriminação vs. Diferenciação:</p><p>● Discriminação Ilicita: É arbitrária e lesiva à igualdade.</p><p>● Diferenciação (ou discriminação lícita): Pode ser permitida se for razoável e</p><p>justificada, como em alguns cargos públicos com requisitos específicos.</p><p>Ações Afirmativas:</p><p>● Medidas que visam corrigir desigualdades históricas e promover oportunidades</p><p>iguais para grupos marginalizados.</p><p>● Exemplo: Políticas de cotas para universidades.</p><p>5. Direito à Propriedade</p><p>5.1. Conceito de Propriedade:</p><p>● A propriedade não é apenas uma relação entre um indivíduo e uma coisa, mas</p><p>também envolve o respeito e as obrigações de toda a sociedade.</p><p>● A Constituição protege a propriedade em diversos aspectos, como direitos reais,</p><p>pessoais, literários, artísticos, invenções e descobertas.</p><p>● Inclui também a proteção da herança.</p><p>5.2. Função Social da Propriedade:</p><p>● Função Social: O direito à propriedade não é absoluto e deve atender ao interesse</p><p>público. A propriedade deve ser usada de maneira que beneficie a coletividade.</p><p>● Propriedade Urbana: Deve atender ao plano diretor da cidade (art. 182, §2º).</p><p>● Propriedade Rural: Deve:</p><p>○ Aproveitamento Racional e Adequado: Uso eficiente da terra.</p><p>○ Utilização dos Recursos Naturais: Preservação do meio ambiente.</p><p>○ Relações de Trabalho: Observância das normas trabalhistas.</p><p>○ Bem-Estar dos Proprietários e Trabalhadores: Condições que favoreçam</p><p>a qualidade de vida.</p><p>6. Direito à Privacidade, Direito à Intimidade e Direito à Imagem</p><p>A Constituição Brasileira, no art. 5º, X, garante a proteção dos direitos à intimidade, vida</p><p>privada, honra e imagem das pessoas, estabelecendo que a violação desses direitos pode</p><p>levar a indenização por dano material e moral.</p><p>Direito à Honra:</p><p>● Honra Subjetiva: Refere-se ao sentimento de autoestima do indivíduo.</p><p>● Honra Objetiva: Relaciona-se com a reputação social do indivíduo.</p><p>Direito à Imagem:</p><p>● Imagem-Retrato: Protege a reprodução gráfica do indivíduo, seja total ou parcial.</p><p>● Imagem-Atributo: Protege a imagem do indivíduo no contexto dos atributos</p><p>reconhecidos socialmente.</p><p>Direito à Privacidade:</p><p>● Refere-se à proteção da esfera pessoal do indivíduo, assegurando um ambiente de</p><p>tranquilidade e proteção contra a exposição desnecessária.</p><p>● A privacidade é crucial para o desenvolvimento pessoal e a manutenção da saúde</p><p>mental, permitindo ao indivíduo uma reclusão necessária para autoavaliação e</p><p>revisão de metas.</p><p>Consentimento e Restrição do Direito à Privacidade:</p><p>● A restrição ao direito à privacidade pode ocorrer mediante consentimento do</p><p>indivíduo, embora essa restrição não possa ser total.</p><p>● O consentimento pode ser explícito ou tácito, e a questão se complica quando o</p><p>consentimento é implícito, especialmente em contextos de exposição pública.</p><p>Pessoas Públicas:</p><p>● A jurisprudência brasileira tende a considerar que pessoas públicas renunciam a</p><p>parte de sua privacidade, aceitando uma maior curiosidade pública sobre suas vidas.</p><p>● A invasão da privacidade de pessoas públicas só seria inconstitucional se não</p><p>estivesse relacionada à sua figura pública e fosse meramente sensacionalista.</p><p>Distinção entre Privacidade e Intimidade:</p><p>● Privacidade: Abrange relações pessoais, familiares e outros aspectos da vida</p><p>privada.</p><p>● Intimidade: Protege até mesmo os aspectos mais íntimos e pessoais das relações,</p><p>proporcionando um núcleo de proteção mais restrito.</p><p>7. Direito ao Sigilo de Correspondência, Comunicação Telegráfica e de Dados</p><p>O art. 5º, X da Constituição também garante a inviolabilidade do sigilo de correspondência,</p><p>comunicações telegráficas e de dados, exceto em casos de ordem judicial para investigação</p><p>criminal ou instrução processual penal.</p><p>Sigilo Absoluto vs. Exceções:</p><p>● Sigilo Absoluto: Não existe; os direitos podem ser afastados por ordem judicial.</p><p>● Exceções Legais: Envolvem situações de investigação criminal e necessidade de</p><p>preservar outros direitos fundamentais.</p><p>Gravação Clandestina:</p><p>● Feita sem o conhecimento de um dos interlocutores.</p><p>● Considerada uma violação dos direitos à privacidade e intimidade, e suas provas</p><p>são geralmente ilícitas.</p><p>Interceptação Telefônica:</p><p>● Constitucionalmente Permitida: Sob certas condições, como ordem judicial e para</p><p>fins de investigação criminal.</p><p>● Requisitos:</p><p>○ Ordem Judicial: Necessária para validade.</p><p>○ Lei Específica: Regida pela Lei nº 9.296/96.</p><p>○ Objetivo: Deve ser para investigação criminal ou instrução processual penal.</p><p>● Exceção do Sigilo Profissional: Não é permitida a interceptação da comunicação</p><p>entre o acusado e seu advogado, salvo se o advogado estiver envolvido na atividade</p><p>criminosa.</p><p>Proporcionalidade e Legítima Defesa:</p><p>● Proporcionalidade: O princípio deve ser observado para evitar abusos.</p><p>● Legítima Defesa das Liberdades Públicas: Em casos excepcionais, como</p><p>extorsão ou sequestro, gravações clandestinas podem ser permitidas se cumprirem</p><p>os princípios da dignidade e proporcionalidade.</p><p>8. A Inviolabilidade do Domicílio</p><p>O art. 5º, XI da Constituição de 1988 estabelece que o domicílio é inviolável, protegendo o</p><p>espaço físico onde o indivíduo goza de sua privacidade.</p><p>Definição de Domicílio:</p><p>● Domicílio: O termo deve ser interpretado de forma ampla, abrangendo qualquer</p><p>compartimento habitado que não seja acessível ao público e utilizado para moradia,</p><p>profissão ou atividade.</p><p>● Abrangência: Inclui não apenas residências, mas também consultórios, escritórios e</p><p>estabelecimentos comerciais ou industriais de acesso restrito ao público.</p><p>Eficácia do Direito:</p><p>● Eficácia Horizontal: O direito à inviolabilidade do domicílio se aplica tanto ao</p><p>Estado quanto a particulares, podendo ser invocado por pessoas físicas e jurídicas.</p><p>● Limitações ao Direito: Não é um direito absoluto, e a Constituição prevê exceções</p><p>específicas.</p><p>Exceções à Inviolabilidade do Domicílio:</p><p>1. Desastres: Em situações de calamidade ou necessidade urgente.</p><p>2. Prestação de Socorro: Quando necessário para a proteção de vidas.</p><p>3. Flagrante Delito: Em casos de flagrante delito, com as seguintes condições:</p><p>○ Durante o dia: A entrada é permitida sem necessidade de autorização</p><p>judicial.</p><p>○ Durante a noite: Exige-se autorização judicial.</p><p>4. Determinação Judicial: Em outros casos, a entrada deve ser autorizada por</p><p>decisão judicial.</p><p>Interpretação e Aplicação:</p><p>● Interpretação Ampliativa: A proteção ao domicílio deve ser entendida de maneira a</p><p>abranger diversos tipos de espaços privados onde se exercem atividades pessoais e</p><p>profissionais, desde que esses locais sejam de acesso restrito e utilizados para fins</p><p>privados.</p><p>Esta abordagem garante que a privacidade e a segurança dos indivíduos sejam</p><p>respeitadas, mantendo a proteção do domicílio como um pilar fundamental dos direitos</p><p>constitucionais.</p>