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<p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>1</p><p>TH2</p><p>ECTOSCOPIA</p><p>- Primeira etapa do exame físico</p><p>- Observação</p><p>- Usar os sentidos</p><p>- Avaliação crânio-caudal</p><p>- Ambiente: iluminado, silencioso, confortável e temperatura agradável</p><p>Etapas</p><p>1. Estado geral do paciente (impressão): bom, regular ou ruim</p><p>2. Orientação</p><p>- Consciente, orientado no tempo e no espaço, colaborativo com o exame.</p><p>- Acordado, ativo, reativo (bebês).</p><p>3. Postura: posição adotada pelo paciente</p><p>• Ativa: assumida espontaneamente (boa postura/má postura)</p><p>• Passiva: impossibilidade do paciente mudar de posição sem auxílio de outra</p><p>pessoa</p><p>• Antálgica: adotada para alívio de dor</p><p>4. Higiene pessoal/olfato</p><p>• Hálito do paciente</p><p>• Odor de secreções</p><p>5. Dependência</p><p>• Sozinho</p><p>• Acompanhado</p><p>• Cadeira de rodas</p><p>• Muletas ou bengalas</p><p>6. Fala e linguagem: dificuldade de comunicação</p><p>7. Peso e altura: medido em centímetros com paciente descalço e em posição ereta</p><p>Biotipo:</p><p>• Brevilíneo: membros curtos, tórax alargado, estatura baixa</p><p>• Longilíneo: tórax afilado e achatado, membros longos e musculatura delgada</p><p>• Normolíneo: desenvolvimento do corpo, musculatura e do panículo adiposo</p><p>harmônicos</p><p>8. Fácies: expressão fisionômica do paciente</p><p>- Fácies normais ou atípicas</p><p>- Fácies típicas</p><p>9. Pele</p><p>→ Coloração:</p><p>• Normocorado</p><p>• Palidez – atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele.</p><p>• Vermelhidão / eritrose – significa exagero da coloração rósea da</p><p>pele e indica aumento da quantidade de sangue na rede</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>2</p><p>vascular cutânea, decorrente de vasodilatação ou aumento do</p><p>sangue.</p><p>• Cianose: cor azulada (leve, moderada, intensa) – deve ser</p><p>pesquisada no rosto (ao redor dos lábios, ponta do nariz, lobos</p><p>das orelhas) e extremidades das mãos e dos pés.</p><p>• Icterícia – consiste na coloração amarelada da pele, mucosas</p><p>visíveis e esclerótica e é resultante de acúmulo de bilirrubina no</p><p>sangue.</p><p>• Albinismo – coloração branco-leitosa da pele em decorrência de</p><p>uma síntese defeituosa da melanina.</p><p>• Bronzeado</p><p>→ Continuidade / integridade: a perda dessas características ocorre em erosão, na</p><p>ulceração ou na fissura.</p><p>→ Umidade: avaliada por meio da sensação tátil.</p><p>• Umidade normal</p><p>• Pele seca</p><p>• Umidade aumentada</p><p>→ Espessura: avaliada por meio do pinçamento de uma dobra cutânea usando-se o</p><p>polegar e o indicador. Não engloba o tecido subcutâneo. Deve ser feita em várias e</p><p>diferentes regiões, tais como antebraço, tórax e abdome.</p><p>• Normal (indivíduos hígidos)</p><p>• Pele atrófica (idosos)</p><p>• Pele hipertrófica / espessa (indivíduos que trabalham expostos</p><p>ao sol)</p><p>→ Turgor: é avaliado pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que</p><p>engloba o tecido subcutâneo.</p><p>• Normal (sensação de pele suculenta)</p><p>• Diminuído (sensação de pele murcha)</p><p>→ Elasticidade e mobilidade: elasticidade é a propriedade do tegumento cutâneo se</p><p>estender quando tracionado; mobilidade refere-se a sua capacidade de se movimentar</p><p>sobre os planos profundos subjacentes.</p><p>Para avaliar a elasticidade, pinça-se uma prega cutânea com o polegar e o indicador,</p><p>fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se solta a pele. Para a pesquisa da</p><p>mobilidade: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer</p><p>examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as</p><p>estruturas subjacentes (ossos, articulações).</p><p>• Elasticidade normal (indivíduos hígidos), aumentada ou</p><p>diminuída (idosos).</p><p>• Mobilidade normal, diminuída / ausente ou aumentada (idosos).</p><p>→ Textura: é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea.</p><p>• Textura normal</p><p>• Pele lisa ou fina</p><p>• Pele áspera</p><p>• Pele enrugada</p><p>→ Sensibilidade: dolorosa, tátil, térmica.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>3</p><p>→ Temperatura: avaliada através da palpação com a face dorsal das mãos ou dos</p><p>dedos, comparando-se com o lado homologo cada segmento examinado.</p><p>• Normal</p><p>• Aumentada</p><p>• Diminuída</p><p>→ Perfusão capilar: Pressionar a polpa do polegar de encontro ao esterno durante</p><p>alguns segundos, com o objetivo de expulsar o sangue que flui naquela área. Retirar o</p><p>dedo rapidamente e observar o local que esteve comprimido. Em condições normais, o</p><p>tempo necessário para que seja recuperada a cor rósea, indicadora de retorno do fluxo</p><p>sanguíneo, é menos de um segundo.</p><p>• Preservada</p><p>• Diminuída</p><p>→ Presença de lesões elementares: modificações do tegmento cutâneo determinadas</p><p>por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do</p><p>metabolismo ou por defeito de formação.</p><p>1. Manchas ou máculas: alterações da cor da pele</p><p>Hipocrômicas: diminuição parcial da melanina (branco nácar).</p><p>Hipercrômicas: mancha escura causada pelo aumento da melanina.</p><p>Eritematosas: cor vermelha da pele devido à vasodilatação.</p><p>2. Formações sólidas</p><p>Resultam de processos inflamatórios ou tumorais, podendo acometer a</p><p>derme, a epiderme e o tecido subcutâneo. Formação de lesões sólidas e</p><p>palpáveis.</p><p>- Pápula: formação sólida, palpável, circunscrita e de 0,5 a 1 cm (mais</p><p>superficial).</p><p>- Nódulo: massa sólida, circunscrita e palpável, maior que 1 cm. Muitas</p><p>vezes mais palpável que visível (mais profundo).</p><p>- Vegetação: formação sólida com aspecto de couve-flor, geralmente com</p><p>superfície crostosa.</p><p>3. Formações císticas</p><p>Lesões que contém líquido em seu interior, que pode ser soro, sangue ou</p><p>pus.</p><p>* De líquido incolor:</p><p>- Vesícula: menor que 1cm de diâmetro, geralmente ocorre em</p><p>agrupamento.</p><p>- Bolha: maior que 1cm de diâmetro. Pode assumir grandes proporções</p><p>pelo tegumento.</p><p>* De líquido purulento:</p><p>- Pústula: contém pus e mede até 1cm de diâmetro.</p><p>- Abscesso: contém pus e mede mais que 1cm de diâmetro.</p><p>4. Alterações de espessura</p><p>- Liquenificação: espessamento devido ao aumento da epiderme.</p><p>Acentuação de sulcos e elevações na pele formando um quadriculado em</p><p>rede ou malhas bem definidas.</p><p>- Cicatriz: aumento ou diminuição da espessura da pele, permanente.</p><p>Lesão geralmente lisa, podendo ser elevada ou deprimida.</p><p>5. Perdas teciduais</p><p>Resultam da destruição ou eliminação de tecidos cutâneos. Podem</p><p>envolver epiderme, derme, subcutâneo, músculos e estruturas mais</p><p>profundas.</p><p>- Ulceração: perda de pele mais profunda, involui com cicatriz, produzida</p><p>por trauma ou necrose tecidual.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>4</p><p>- Fissura: perda linear da epiderme ou derme em torno de orifícios naturais</p><p>do corpo ou nas áreas de dobras e pregas da pele.</p><p>- Crosta: resulta do ressecamento de serosidade, pus ou sangue na pele.</p><p>10. Mucosas</p><p>Facilmente examináveis a olho nu: conjuntivas oculares; mucosas labiobucal, lingual e</p><p>gengival. Nota: no caso das mucosas bucais, solicitar ao paciente que abra a boca e</p><p>ponha a língua para fora.</p><p>→ Coloração:</p><p>• Normocoradas (róseo-avermelhada): decorrente da rica rede</p><p>vascular.</p><p>• Hipercoradas (acentuação da cor normal): traduzem aumento de</p><p>hemácias naquela área, como ocorre nas inflamações.</p><p>• Descoradas (diminuição ou perda da cor róseo-avermelhada):</p><p>Pode fazer uma avaliação quantitativa por meio de cruzes. Ex.:</p><p>mucosas descordas (+) significam uma leve diminuição da cor</p><p>normal, enquanto mucosas descoradas (+ + + +) indicam o</p><p>desaparecimento da coloração rósea.</p><p>• Cianose (mucosas azuladas)</p><p>• Icterícia (mucosas amareladas). Mais fácil detectar: mucosa</p><p>conjuntival e freio da língua.</p><p>• Leucoplasia: áreas esbranquiçadas por espessamento do</p><p>epitélio ou diminuição da vascularização da lamina própria.</p><p>→ Umidade:</p><p>• Umidade normal: apresentam discreto brilho traduzindo um bom</p><p>estado de hidratação.</p><p>• Mucosas secas: perdem o brilho, lábios e língua pardacentos;</p><p>na maioria das vezes, indicam desidratação.</p><p>→ Existência de lesões</p><p>11. Fâneros</p><p>- Cabelos: avaliar:</p><p>• Tipo de implantação: na mulher é mais baixa e formam uma</p><p>linha de implantação característica; no homem é mais alta e</p><p>existem as “entradas” laterais.</p><p>• Distribuição: é uniforme, e quando aparecem áreas desprovidas</p><p>de pelos,</p><p>são denominadas alopecia. Uma alteração comum é a</p><p>calvície.</p><p>• Quantidade: varia de acordo com o indivíduo; com o avançar da</p><p>idade, vão se tornando mais escassos.</p><p>• Coloração: varia com a etnia e genética; cores básicas:</p><p>castanho, preto, louro e ruivo.</p><p>• Brilho, espessura, consistência: muitas vezes os cabelos podem</p><p>perder o brilho e ficar quebradiços e secos.</p><p>- Pelos: Até a puberdade são finos, escassos e de cor castanho-clara. Após a</p><p>puberdade, ocorrem variações: no homem aparece barba, pelos nos troncos e os</p><p>pelos pubianos tomam a forma de losango; na mulher os pelos pubianos se implantam</p><p>na forma de triangulo de vértice voltado para baixo.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>5</p><p>Avaliar:</p><p>• Brilho, espessura, consistência e comprimento: também podem</p><p>tornar-se secos, quebradiços e sem brilho.</p><p>• Distribuição: o tempo de aparecimento da pilosidade adulta pode</p><p>ser precoce ou com atraso.</p><p>• Quantidade: podem ocorrer alterações como hirsutismo</p><p>(aumento exagerado de pelos sexuais masculinos, na mulher) e</p><p>hipertricose (aumento exagerado de pelos terminais, sexuais e</p><p>bissexuais ou não sexuais).</p><p>- Unhas: avaliar:</p><p>• Forma / configuração</p><p>• Tipo de implantação: o normal é formar um ângulo menor que</p><p>160º, apresentando uma curvatura lateral nítida.</p><p>• Espessura: normal, aumentada ou diminuída.</p><p>• Superfície: lisa ou irregular.</p><p>• Consistência: firme (normal) ou diminuída.</p><p>• Brilho: brilhante (normal) ou sem brilho.</p><p>• Coloração: róseo-avermelhada (normal), pálidas ou cianóticas.</p><p>• Alterações:</p><p>- Leuconíquias: ocorrência de manchas brancas.</p><p>- Unhas de Plummer: parcialmente descoladas.</p><p>- Distróficas: espessadas, rugosas e de formar irregular.</p><p>- Coiloníquia: unha em colher; estado distrófico; a placa ungueal</p><p>torna-se fina e desenvolve-se uma depressão.</p><p>- Paroníquias: presença de micoses nas regiões que rodeiam as</p><p>unhas.</p><p>- Onicofagia: roer unhas.</p><p>12. Tecido subcutâneo:</p><p>• Distribuição varia com idade</p><p>• Quantidade</p><p>• Edema (localização, consistência, intensidade)</p><p>13. Linfonodos</p><p>O exame consiste em inspeção e palpação. A palpação é realizada com as polpas</p><p>digitais e a face ventral dos dedos médio, indicador e polegar.</p><p>Características analisadas:</p><p>• Localização: o reconhecimento do linfonodo alterado permite ao</p><p>médico deduzir as áreas ou órgãos afetados.</p><p>• Tamanho ou volume: característica analisada por meio da</p><p>estimativa do diâmetro do linfonodo. Normalmente, variam de</p><p>0,5 a 2,5 cm de diâmetro. Normalmente são individualizados,</p><p>móveis e indolores.</p><p>• Coalescência: é a junção de dois ou mais linfonodos, formando</p><p>uma massa de limites imprecisos.</p><p>• Consistência: o linfonodo pode estar amolecido ou endurecido,</p><p>com flutuação ou não.</p><p>• Mobilidade: com a palpação, procura-se deslocar o linfonodo, o</p><p>qual pode ser móvel ou estar aderido aos planos profundos.</p><p>• Sensibilidade: doloroso ou não.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>6</p><p>• Alteração da pele: observar a existência de sinais flogísticos</p><p>(edema, calor, rubor e dor) e a presença de fistulização,</p><p>descrevendo o tipo de secreção que flui por ela.</p><p>Principais linfonodos para avaliar:</p><p>• Occipitais: nuca</p><p>• Pré-auriculares: frente da orelha</p><p>• Retroauriculares: atrás da orelha</p><p>• Submandibulares: mandíbula</p><p>• Submentonianos: ponta do queiro</p><p>• Cervicais superficiais e profundos: frente e atrás do músculo</p><p>esternocleidomastódeo</p><p>Nota: o cervical posterior é mais facilmente palpável com o</p><p>examinador posicionado atrás do paciente.</p><p>• Supra claviculares: em cima da clavícula</p><p>• Infraclaviculares: embaixo da clavícula</p><p>• Trocleares: cotovelo</p><p>• Axilares: axilas</p><p>• Inguinais: virilha</p><p>• Poplíteos: atrás do joelho</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Referências:</p><p>PORTO, C.C. Semiologia Médica. 7ᵃ ed., 2013.</p><p>LÓPEZ, M.; LAURENTYS-MEDEIROS, J. Semiologia Médica – As bases do</p><p>diagnóstico clínico. 5ᵃ ed., 2004.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>7</p><p>TH3</p><p>FREQUÊNCIA DE PULSO ARTERIAL</p><p>1. Localizar artéria radial (medial ao processo estilóide do rádio).</p><p>2. Palpar com dedos indicador e médio.</p><p>3. Contar as pulsações durante 1 minuto.</p><p>4. Anotar o resultado em ppm (pulsações por minuto).</p><p>PRESSÃO ARTERIAL</p><p> Métodos de determinação</p><p>- Diretos/invasivos: cateter</p><p>- Indiretos/não invasivos: esfigmomanômetria</p><p> Componentes do aparelho</p><p>Manômetro:</p><p>- Mercúrio: mais confiável</p><p>- Aneróide: recalibrações frequentes</p><p>Pera para insuflação e válvula.</p><p>Conjunto manguito-bolsa pneumática.</p><p>Componentes do estetoscópio: hastes, corpo, diafragma, campânula.</p><p> Método auscultatório</p><p>Quando a pressão do manguito for suficiente para fechar a artéria durante parte do</p><p>ciclo da pressão arterial, poderá ser ouvido um som a cada pulsação (sons de</p><p>Korotkoff), que são provocados pela ejeção de sangue pelo vaso parcialmente ocluído.</p><p>O jato de sangue desencadeia vibrações ouvidas pelo estetoscópio.</p><p> Sons de Korotkoff</p><p>Fase I: surgimento dos primeiros sons – pequena intensidade e alta frequência</p><p>Fase II: sons suaves e prolongados – podem ser inaudíveis (hiato auscultatório)</p><p>Fase III: sons mais intensos e nítidos – hiato auscultatório</p><p>Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados</p><p>Fase V: desaparecimento dos sons</p><p>Aferição da pressão arterial</p><p>1) Lavar as mãos</p><p>2) Explicar o procedimento (não dói, mas pode incomodar)</p><p>3) Entrevista (não fumou, bebeu álcool ou café, alimentou nos últimos 30 minutos;</p><p>não está com dor; não fez atividade física; não está com a bexiga cheia)</p><p>4) Localizar artéria braquial por palpação</p><p>5) Colocar manguito na altura da artéria braquial</p><p>6) Manter o braço do paciente na altura do coração</p><p>7) Palpar o pulso radial</p><p>8) Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso para estimação da pressão</p><p>sistólica</p><p>9) Desinsuflar rapidamente e aguardar 30 segundos</p><p>10) Colocar o estetoscópio no pescoço</p><p>11) Inflar de 30 a 40mmHg acima do valor estimado da pressão sistólica</p><p>12) Desinsuflar devagarinho até encontrar o I som de Korotkoff (o valor é a</p><p>pressão sistólica)</p><p>13) Continuar desinsuflar até parar de ouvir som (o valor é a pressão diastólica)</p><p>14) Desinsuflar rapidamente depois do último som</p><p>15) Esperar 2 minutos para nova medida</p><p>Resposta: 120/80 mmHg; posição do paciente; tamanho do manguito e o braço que foi</p><p>feito a mensuração. Obs.: Não existem valores ímpares.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>8</p><p>TH4</p><p>EXAME INICIAL DO APARELHO CARDIOVASCULAR</p><p> EXAME DOS PULSOS</p><p>PULSO RADIAL</p><p>→ Técnica: A artéria radial situa-se entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos</p><p>flexores. Para palpá-la, empregam-se as polpas dos dedos indicador e médio,</p><p>variando a força de compressão até obter-se impulso máximo. O polegar fixa-se</p><p>delicadamente no dorso do punho do paciente. A mão do paciente deve repousar no</p><p>leito.</p><p>→ Características avaliadas:</p><p> Estado da parede arterial: em condições normais, a parede é lisa, sem</p><p>tortuosidades e se deprime facilmente.</p><p>- Uma parede vascular endurecida, irregular e tortuosa é sinal de</p><p>arteriosclerose.</p><p> Frequência: é necessário contar o número de pulsações durante um minuto</p><p>inteiro, comparando-se com o número de batimentos cardíacos.</p><p>- Normal: 60-10 bmp</p><p>- Taquicardia: > 100 bmp</p><p>- Bradicardia: < 60 bpm</p><p> Ritmo: é dado pela sequencia das pulsações.</p><p>- Ritmo regular: pulsações em intervalos iguais.</p><p>- Rimo irregular: pulsações em intervalor variáveis; indica alteração do ritmo</p><p>cardíaco (arritmia), que pode ser fisiológica ou patológica.</p><p> Amplitude ou magnitude: é avaliada pela sensação captada em cada pulsação</p><p>e está relacionada com o grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu</p><p>esvaziamento durante a diástole. O pulso pode ser classificado em amplo,</p><p>mediano e pequeno.</p><p> Tensão ou dureza: avaliada pela compressão progressiva da artéria.</p><p>- Pulso mole: a pressão necessária para interromper as pulsações é pequena.</p><p>- Pulso duro: se a interrupção da onda sanguínea exigir forte pressão.</p><p>- Pulso de tensão mediana: situação</p><p>intermediária.</p><p> Tipos de onda: onda de pulso normal, em martelo d’água, pulso pequeno</p><p>(parvus), pulso filiforme, pulso alternante, pulso paradoxal.</p><p> Comparação com o lado homólogo: averigua-se a igualdade ou a desigualdade</p><p>dos pulsos radiais palpando simultaneamente as duas artérias radiais.</p><p>PULSOS PERIFÉRICOS</p><p>Esse exame tem por finalidade analisar comparativamente artérias homólogas no que</p><p>se refere à presença ou ausência de pulso e à amplitude da onda pulsátil, além da</p><p>avaliação do estado da parede vascular.</p><p>1. Carotídeo</p><p>- Entre músculo esternocleidomastóideo e traqueia.</p><p>- O médico fica de frente para o paciente, que deve estar de pé ou sentado.</p><p>- É sentido pela polpa do polegar esquerdo que afasta a borda anterior do músculo</p><p>esternocleidomastóideo ao mesmo tempo em que procura as pulsações</p><p>perceptíveis um pouco mais profundamente.</p><p>- As polpas dos dedos médio e indicador fixam-se sobre as vértebras cervicais</p><p>mais inferiores.</p><p>- Para o lado esquerdo, usa-se a mão direita.</p><p>2. Braquial</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>9</p><p>- O examinador deve ficar de pé do lado que estiver sendo palpado, mantendo-se</p><p>o paciente em decúbito dorsal ou sentado.</p><p>- Para o direito: com a mão direita o examinador sustenta a mão direita do paciente</p><p>ao mesmo tempo em que o braço é levantado e mantido em leve flexão. A mão</p><p>esquerda do examinador abarca a parte média do braço imediatamente abaixo do</p><p>músculo deltoide. O polegar funciona como ponto de fixação, enquanto as pontas</p><p>dos dedos médio e indicador se insinuam por baixo do bíceps até encontrarem a</p><p>artéria braquial.</p><p>3. Femoral</p><p>- É palpado na região inguinal, logo abaixo do ligamento inguinal.</p><p>- Paciente em decúbito dorsal e o examinador sentado ou de pé, ao seu lado.</p><p>- Usam-se as polpas dos dedos indicador, médio e anular.</p><p>- A mão que palpa repousa na raiz da coxa.</p><p>4. Poplíteo</p><p>- É difícil de ser detectado.</p><p>- Primeira técnica: Paciente posiciona-se em decúbito dorsal com o joelho</p><p>ligeiramente fletido; com a perna relaxada, posicionam-se as polpas digitais das</p><p>duas mãos na linha média por trás do joelho e realiza-se uma compressão</p><p>profunda para dentro da fossa poplítea.</p><p>- Segunda técnica: Paciente em decúbito ventral com a perna semifletida para</p><p>palpação do pulso direito. O examinador posiciona-se do lado direito, segurando</p><p>com a mão esquerda a perna do paciente. Enquanto o polegar de sua mão direita</p><p>se aprofunda no oco poplíteo para a palpação da artéria, a pinça é fechada pelos</p><p>outros dedos que se fixam na face anterior da coxa. Os dedos da mão esquerda</p><p>encurvam-se por trás e ligeiramente abaixo do maléolo medial do tornozelo.</p><p>5. Tibial posterior</p><p>- Localiza-se imediatamente</p><p>atrás do maléolo medial.</p><p>- As pulsações são</p><p>percebidas pelas polpas</p><p>digitais do indicador, médio e</p><p>anular.</p><p>6. Pedioso</p><p>- Para o direito: o</p><p>examinador usa a mão</p><p>esquerda, fixando o polegar</p><p>na planta do pé, enquanto as</p><p>polpas dos dedos indicador,</p><p>médio e anular procuram no</p><p>dorso do pé a artéria ali</p><p>situada.</p><p>PULSO VENOSO</p><p> Pulso jugular</p><p>As pulsações</p><p>observadas na base do</p><p>pescoço são chamadas</p><p>de pulso venoso e dependem de modificações de volume que ocorrem nas</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>10</p><p>veias jugulares externas durante o ciclo cardíaco. A proximidade da veia</p><p>jugular ao átrio direito possibilita avaliar variações de pressão desta câmera</p><p>durante o ciclo cardíaco. Desse modo, o pulso venoso reflete a dinâmica do</p><p>coração direito.</p><p>Semiotécnica: Para o exame do pulso venoso, o paciente deve permanecer</p><p>deitado em uma posição que propicie máximas pulsações venosas. As pulsações</p><p>são procuradas na parte mais inferior do pescoço; às vezes, são mais notadas</p><p>entre as 2 inserções do músculo esternocleidomastóideo.</p><p>Distinção das pulsações venosas e arteriais:</p><p>1. O pulso venoso tem aspecto ondulante, enquanto o pulso carotídeo é</p><p>constituído de uma única onda que lhe confere aspecto pulsátil.</p><p>2. O pulso venoso é mais visível que palpável, enquanto o pulso carotídeo é mais</p><p>palpável que visível.</p><p>3. O pulso venoso torna-se mais evidente na posição horizontal, enquanto o pulso</p><p>carotídeo é percebido tanto na posição deitada quanto na sentada.</p><p>4. O pulso venoso varia com a respiração, colabando na inspiração porque, nesta</p><p>fase respiratória, há aumento da pressão negativa intratorácica com maior</p><p>afluxo de sangue para o coração direito. Tal fato não ocorre com o pulso</p><p>carotídeo.</p><p>5. O pulso venoso desaparece quando se comprimem as veias jugulares na base</p><p>do pescoço. A supressão do pulso carotídeo não é possível com essa</p><p>manobra.</p><p>Pulso carotídeo x pulso jugular</p><p> EXAME DO CORAÇÃO</p><p>- Base do coração: 2º espaço intercostal direito e</p><p>esquerdo, próximo ao esterno. É formada pelos átrios, que</p><p>se situam acima e atrás dos ventrículos.</p><p>- Átrio esquerdo: estrutura mais posterior do coração, e</p><p>por isso, não pode ser diretamente examinado.</p><p>- Átrio direito: situa-se à direita e um pouco mais</p><p>anteriormente em relação ao esquerdo. Constitui a borda</p><p>direita do coração e habitualmente não pode ser</p><p>identificado ao exame físico.</p><p>- Ventrículo direito: ocupa a maior parte da superfície</p><p>anterior do coração.</p><p>→ Só é palpado se estiver aumentado.</p><p>- Ventrículo esquerdo: situa-se atrás e a esquerda do ventrículo direito, constituindo</p><p>a margem lateral esquerda do coração.</p><p>- Ictus cordis: corresponde à ponta do ventrículo esquerdo que mantém contato direto</p><p>com o gradil costal, no nível do 5º EIE e da linha hemiclavicular, na maioria das</p><p>pessoas. Sua extensão varia em torno de 1 a 3 cm de diâmetro.</p><p>Pulso carotídeo</p><p>- É palpável</p><p>- Movimentos rápidos e</p><p>vigorosos</p><p>- Elevação brusca e descida</p><p>lenta</p><p>- Em geral apresenta apenas</p><p>uma elevação e um colapso</p><p>Pulso jugular</p><p>- Não é palpável</p><p>- Identificado à inspeção</p><p>- São observadas duas descidas</p><p>rápidas</p><p>- Movimentos lentos e ondulantes</p><p>- O pulso jugular pode ter duas ou</p><p>três elevações e dois colapsos</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>11</p><p> TÉCNICA</p><p>Paciente em decúbito dorsal e médico a direita do paciente.</p><p>1. INSPEÇÃO E PALPAÇÃO</p><p>Devem ser investigados:</p><p> Pesquisa de abaulamentos e cicatrizes</p><p>Observar a região precordial à partir de dois pontos: (1) Tangencial: examinador de pé</p><p>ao lado direito do paciente; (2) Frontal: examinador de pé junto aos pés do paciente.</p><p> Análise do ictus cordis (pode ser visível em paciente muito magro)</p><p> Pesquisa de frêmito cardiovascular</p><p>→ Ictus cordis: deve-se investigar:</p><p> Localização: varia de acordo com o biótipo do paciente.</p><p>- Mediolíneo: 4º ou 5º EIE na linha hemiclavicular</p><p>- Brevilíneo: desloca-se uns 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4º EIE</p><p>- Longilíneo: no 5º EIE, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular</p><p> Extensão: é avaliada procurando determinar quantas polpas digitais são</p><p>necessárias para cobri-lo, correlacionando com centímetros. Geralmente,</p><p>corresponde a uma ou duas polpas digitais (2 a 3 cm de diâmetro).</p><p> Intensidade: é avaliada mais pela palpação, repousando a palma da mão sobre</p><p>a região dos batimentos.</p><p> Mobilidade: primeiro marca-se o local do choque com o paciente em decúbito</p><p>dorsal; em seguida, o paciente adota decúbito lateral esquerdo e direito, e o</p><p>examinador marca o local do ictus nessas posições. Em geral, ele desloca-se 1</p><p>a 2 cm com as mudanças de posição.</p><p> Ritmo e frequência: são mais bem analisados pela ausculta.</p><p>Nota: Em 30% das pessoas saudáveis, não se consegue detectar ictus cordis nas</p><p>posições sentada e em decúbito dorsal. Nestes casos, coloca-se o paciente em</p><p>decúbito lateral esquerdo, lembrando-se que esta posição o desloca para fora.</p><p>O ictus pode ser não palpável em obesos, idosos, mulher com mama muito grande.</p><p>→ Frêmito cardiovascular: é a sensação tátil determinada por vibrações produzidas</p><p>no coração ou nos vasos. Correspondem aos sopros. Se encontrado, deve-se</p><p>investigar: localização, situação no ciclo cardíaco e intensidade.</p><p>2. AUSCULTA</p><p>Normas:</p><p> Ambiente silencioso.</p><p> Paciente</p><p>nas posições deitada (mais habitual), sentada e em decúbito lateral</p><p>esquerdo.</p><p> Médico à direita do paciente</p><p> Instrução adequada ao paciente.</p><p> Escolha correta do receptor: deve-se efetuar toda a ausculta utilizando o</p><p>diafragma (ruídos de alta frequência).</p><p> Aplicação correta do receptor.</p><p> O receptor é colocado diretamente sobre a pele, NUNCA sobre a roupa do</p><p>paciente.</p><p> O examinador deve prestar atenção à influência da respiração sobre a</p><p>intensidade dos ruídos cardíacos.</p><p>Bloco Oligúria</p><p>Paloma Faria</p><p>12</p><p>→ Focos de ausculta</p><p> Mitral: se situa no 4º ou 5º</p><p>EIE da linha hemiclavicular e</p><p>corresponde ao ictus cordis</p><p>(ponta do coração).</p><p> Pulmonar: localiza-se no 2º</p><p>EIE junto ao esterno.</p><p> Aórtico: localiza-se no 2º EID</p><p>junto ao esterno.</p><p> Tricúspide: corresponde à</p><p>base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda.</p><p> Aórtico acessório: localiza-se no 3º EIE junto ao esterno.</p><p> BULHAS CARDÍACAS</p><p>Primeira bulha (B1)</p><p>o O principal elemento é o fechamento das valvas mitral e tricúspide, sendo que</p><p>o componente mitral antecede o tricúspide.</p><p>o Corresponde com o ictus cordis e com o pulso carotídeo.</p><p>o É de timbre mais grave, e seu tempo de duração um pouco maior que o da</p><p>segunda bulha.</p><p>o Para representa-la usamos: ��TUM”.</p><p>o Em condições normais, apresenta maior intensidade no foco mitral.</p><p>Segunda bulha (B2)</p><p>o É constituída por quatro grupos de vibrações, mas somente são audíveis as</p><p>originadas pelo fechamento das valvas aórtica e pulmonar.</p><p>o O componente aórtico é auscultado em toda região precordial, enquanto o</p><p>ruído originado na pulmonar é auscultado em uma área limitada que</p><p>corresponde ao foco pulmonar e à borda esternal esquerda.</p><p>o Normalmente, o componente aórtico precede o pulmonar.</p><p>o É ouvida depois de pequeno silencio; seu timbre é mais agudo, soa de maneira</p><p>mais seca, designado como “TÁ”.</p><p>o Em condições normais, é mais intensa nos focos pulmonar e aórtico.</p><p>o Durante a expiração: ambas as valvas se fecham sincronicamente, originando</p><p>um único ruído.</p><p>o Na inspiração, quando a sístole do ventrículo direito se prolonga ligeiramente,</p><p>em função do maior afluxo sanguíneo a este lado do coração, o componente</p><p>pulmonar se retarda por tempo suficiente para se perceberem de modo nítido</p><p>os dois componentes – é o desdobramento inspiratório ou fisiológico da</p><p>segunda bulha.</p><p>→ Ritmo do coração</p><p>- Se houver duas bulhas: ritmo binário (em 2 tempos).</p><p>- Se houver três bulhas: ritmo tríplice (em 3 tempos).</p><p>→ Frequência cardíaca</p><p>Determinada contando-se o número de batimentos durante um minuto inteiro.</p><p>Pessoas adultas: 60 a 100 batimentos por minuto, em repouso.</p><p>_____________________________________________________________________</p><p>Referências:</p><p>PORTO, C.C. Semiologia Médica. 7ᵃ ed., 2013.</p>

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