Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>FUNDAMENTOS</p><p>DE FINANÇAS</p><p>Iverson Barreto Manfrinato</p><p>Introdução a finanças</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Distinguir entre finanças empresariais, finanças pessoais e finanças</p><p>públicas.</p><p> Explicar o papel das finanças nas organizações privadas.</p><p> Descrever a estrutura financeira de uma empresa.</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo, você verá como as finanças empresariais são importantes</p><p>para o desenvolvimento de qualquer organização. Em nossas atividades</p><p>empresariais ou pessoais, necessitamos de recursos financeiros para</p><p>a conclusão de transações, como aquisição de materiais, compra de</p><p>equipamentos e abastecimento de veículos.</p><p>Uma organização empresarial tem como objetivo principal o lucro</p><p>— resultado da subtração de receitas e despesas —; para atingi-lo, é</p><p>necessário planejamento e controle das ações. Sendo assim, o profissional</p><p>da área financeira deve ter informações precisas para tomar a decisão de</p><p>como conduzir a organização.</p><p>1 Finanças empresariais, pessoais e públicas</p><p>Estudar fi nanças não é tão complicado quanto parece, sendo assim, leia todo o</p><p>capítulo visualizando situações cotidianas, quer sejam pessoais ou empresariais,</p><p>para notar que muitos dos termos que serão abordados são conhecidos por</p><p>você. Cada um será nomeado para que você possa entender cada vez mais os</p><p>conceitos fi nanceiros.</p><p>Imagine a seguinte situação: você contraiu dívidas ao longo de sua jornada</p><p>e tem dinheiro para quitar apenas uma delas. Qual conta deverá ser paga?</p><p>Quais são os números que devem ser olhados para que possa ser tomada</p><p>a melhor decisão? Geralmente, deve-se escolher a dívida que tem os juros</p><p>mais altos, pois, assim, não se corre o risco de o valor da dívida aumentar</p><p>exponencialmente.</p><p>Engana-se quem pensa que a área financeira é apenas um setor ou departa-</p><p>mento de uma empresa, pelo contrário, ela atua diretamente nas diversas áreas</p><p>da organização. Dessa forma, é importante que você saiba como funcionam</p><p>todos os departamentos da empresa, gerando, assim, valor para a sua vida</p><p>profissional e como consequência você conseguirá administrar a sua vida</p><p>pessoal, sempre levando em consideração o cenário mais adequado para cada</p><p>situação. O controle financeiro auxilia os gestores a verificar as decisões de</p><p>investimentos, controlar seus gastos, abrir novas filiais ou desenvolver novos</p><p>produtos ou serviços.</p><p>Finanças empresariais</p><p>A constituição de uma empresa exige um agrupamento de recursos fi nanceiros</p><p>que podem vir das mais variadas fontes: acionistas que investem o seu capital,</p><p>fornecedores que fi nanciam as atividades da empresa por meio da venda</p><p>dos estoques de seus produtos, de agentes fi nanceiros, como os bancos, que</p><p>fi nanciam parte do capital para os sócios, possibilitando o início da atividade</p><p>empresarial.</p><p>De acordo com Gitman (2010), à luz dos princípios financeiros, o principal</p><p>objetivo do administrador deve ser aumentar a riqueza dos acionistas. Dessa</p><p>forma, o administrador financeiro deverá levar em consideração o risco de</p><p>cada decisão e o seu impacto futuro. Para que uma operação financeira possa</p><p>ser considerada viável, o retorno sobre o investimento sempre deverá ser maior</p><p>do que a taxa praticada pelo mercado.</p><p>As atividades financeiras estão diretamente ligadas às áreas de economia,</p><p>contabilidade, produção, recursos humanos, entre outras. Dessa forma, o gestor</p><p>financeiro deve avaliar cada opção antes de realizar a decisão final, sabendo</p><p>que isso pode perpetuar ou finalizar as operações empresariais.</p><p>As finanças permeiam toda a organização de negócios, proporcionando dire-</p><p>trizes tanto para as decisões estratégicas quanto para as decisões diárias da</p><p>empresa e coletando informações para controle e feedback sobre as decisões</p><p>financeiras (CORNETT; ADAIR JUNIOR; NOFSINGER, 2013, p. 8).</p><p>Sendo assim, podemos compreender que administrar as finanças empre-</p><p>sariais é um processo que exige comprometimento de todos os envolvidos,</p><p>quer sejam investidores ou colaboradores. A empresa é uma pessoa jurídica</p><p>Introdução a finanças2</p><p>e, como tal, precisa de dinheiro para que possa cumprir com as suas obriga-</p><p>ções de curto, médio e longo prazo. Isso ocorre em grandes empresas, mas,</p><p>no Brasil, a maioria das empresas é de pequeno e médio porte, fazendo com</p><p>que as finanças da empresa e as finanças pessoais acabem sendo ministradas</p><p>como uma conta única, sem distinção da pessoa física e da pessoa jurídica.</p><p>A administração das finanças empresariais aborda duas grandes áreas: ad-</p><p>ministração do capital de giro e orçamento de capital:</p><p>Administração do capital de giro está relacionada aos itens da conta</p><p>de curto prazo da empresa, ao pagamento de fornecedores, aos estoques, à</p><p>avaliação das vendas a prazo e à obtenção de recursos financeiros.</p><p>Orçamento de capital está relacionado aos itens de longo prazo, à aplica-</p><p>ção dos recursos da empresa que serão comprometidos por longos períodos</p><p>de tempo, por meio da avaliação de propostas, e a verificação das taxas de</p><p>retorno dos projetos avaliados.</p><p>Finanças pessoais</p><p>Administrar a vida fi nanceira pessoal é uma tarefa que exige muita disciplina,</p><p>assim como nas fi nanças empresariais, pois durante a nossa vida tomamos</p><p>decisões fi nanceiras que determinam a forma como as fi nanças serão compro-</p><p>metidas, como a aquisição de um bem, o investimento em ações de grandes</p><p>empresas, o pagamento de contas, entre outros.</p><p>Independentemente de quanto você tem para investir, o conhecimento de fi-</p><p>nanças pode ajudá-lo a decidir em que tipo de investimento financeiro investir</p><p>seu dinheiro, quanto deve ser investido e como os recursos investidos devem</p><p>ser distribuídos entre os diferentes investimentos (GITMAN, 2010, p. 2).</p><p>Infelizmente, muitas pessoas não se preocupam com o futuro, depositam</p><p>as suas economias em um único investimento, que pode ser um mau negócio</p><p>e fazer com que a pessoa perca todo o seu dinheiro, mas também existe o</p><p>contrário, a pessoa consegue o retorno esperado, tendo uma folga financeira.</p><p>Por meio de ações estratégicas, no intuito de formar o patrimônio pessoal</p><p>ou familiar, cada vez mais estão sendo difundidas técnicas que podem garantir</p><p>a estabilidade econômica e financeira, de forma mais flexível, e as finanças</p><p>pessoais podem se adequar à necessidade e à realidade das pessoas. O pla-</p><p>nejamento financeiro pessoal possibilita uma garantia de qualidade de vida.</p><p>Diferentemente das empresas que utilizam recursos de terceiros para</p><p>financiar os seus ativos, quanto mais dinheiro emprestado de instituições</p><p>3Introdução a finanças</p><p>financeiras, maior é o risco de a pessoa ir à falência. Dessa forma, faz-se</p><p>necessária a educação financeira para que esta possa auxiliar a pessoa na</p><p>tomada de decisões.</p><p>As finanças pessoais estudam o impacto das decisões financeiras na vida</p><p>pessoal ou da família, o levantamento das necessidades, o planejamento finan-</p><p>ceiro, a criação do orçamento familiar, com o objetivo de auxiliar no controle</p><p>dos gastos, e a aquisição dos bens ou serviços que satisfaçam a necessidade</p><p>do indivíduo ou do grupo.</p><p>Conforme Pires (2006), o objetivo das finanças pessoais é garantir que o</p><p>indivíduo ou a família tenha recursos para obter sustento sem a necessidade</p><p>de financiamento de recursos de terceiros, como os bancos, alcançar as metas</p><p>estabelecidas, satisfazendo as necessidades de acordo com o poder de compra,</p><p>e aumentar o patrimônio, diminuindo a necessidade de trabalho para terceiros.</p><p>Finanças públicas</p><p>Para que um governo, municipal, estadual ou federal, possa se manter, é</p><p>necessária a utilização de recursos fi nanceiros oriundos do recebimento de</p><p>impostos, multas, ações, entre outros.</p><p>[…] a arrecadação dos tributos decorre de uma manifestação do poder de</p><p>império do Estado, impondo obrigações pecuniárias à sociedade, retirando-</p><p>-lhe parte da riqueza produzida, com vista a realizar a atividade financeira</p><p>(MATIAS-PEREIRA, 2017, p. 111).</p><p>Assim como nas finanças empresariais e nas pessoais, é necessário caixa</p><p>para manter</p><p>as suas operações funcionando. A forma como o governo recebe</p><p>esse dinheiro vem da aplicação de impostos.</p><p>Observa-se que um elevado nível de atividade econômica poderá gerar uma</p><p>base extensa para a aplicação de qualquer categoria de impostos: impostos</p><p>sobre a renda, impostos sobre a venda de mercadorias e serviços e impostos</p><p>sobre o patrimônio (MATIAS-PEREIRA, 2017, p. 112).</p><p>Ao receber esses recursos, o governo devolve uma parte para que possam</p><p>ser feitos investimentos para o desenvolvimento da sociedade, ofertando à</p><p>população serviços públicos. Dessa forma, o Estado consegue, de certa forma,</p><p>regular a economia e promover uma redistribuição da renda para a população.</p><p>Introdução a finanças4</p><p>No caso do Brasil, as finanças públicas são regulamentadas pela Lei n.º</p><p>4.320/64 e pela Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei da Responsabilidade</p><p>Fiscal), definindo a forma como os governos federal, estadual, distrital e</p><p>municipal devem atuar no que tange ao planejamento das receitas e despesas</p><p>na elaboração do orçamento.</p><p>Para arrecadar o dinheiro necessário à despesa pública, assinala Baleeiro, os</p><p>governos utilizam, ao longo do tempo, os seguintes meios universais: realizam</p><p>extorsões sobre outros povos ou deles recebem doações voluntárias; recolhem</p><p>rendas produzidas pelos bens e empresas do Estado; exigem coativamente</p><p>tributos ou penalidades; tomam ou forçam empréstimos; e fabricam dinheiro</p><p>(MATIAS-PEREIRA, 2017, p. 127).</p><p>Sendo assim, o Estado deve agir com responsabilidade na condução de seus</p><p>recursos, promovendo o funcionamento de serviços essenciais para atender às</p><p>demandas da população e garantir o recebimento de recursos financeiros para</p><p>atender a essas demandas, por meio da política de arrecadação de tributos.</p><p>2 Papel das finanças nas organizações privadas</p><p>Nas grandes empresas, normalmente, os proprietários não estão envolvidos na</p><p>tomada de decisões, sendo assim, o administrador fi nanceiro tem o papel de</p><p>representar o interesse dos sócios. Cabe a esse profi ssional organizar, captar e</p><p>investir os recursos de uma empresa, analisando os demonstrativos contábeis,</p><p>acompanhando o volume do estoque e o fl uxo de caixa.</p><p>A evolução das finanças exige que o administrador tenha uma necessidade</p><p>maior de conhecer toda a empresa, gerenciando os recursos, a fim de perpetuar</p><p>a sua existência e atuação no ramo.</p><p>Em suma, a administração financeira tem demonstrado ao longo do tempo</p><p>notável evolução conceitual e prática. De uma posição menos ambiciosa, em</p><p>que se distinguia um posicionamento mais descritivo dos fenômenos finan-</p><p>ceiros, a área financeira tem apresentado no mundo contemporâneo uma</p><p>postura mais questionadora e reveladora em relação ao comportamento do</p><p>mercado em geral e ao processo de tomada de decisões empresariais (ASSAF</p><p>NETO; LIMA, 2011, p. 11).</p><p>Dessa forma, Assaf Neto e Lima (2011) destacam que a função primordial</p><p>da administração financeira está na relação entre financiamento e investimen-</p><p>5Introdução a finanças</p><p>tos de capital, levando em consideração risco e retorno. Para os autores, as</p><p>principais funções da administração financeira são as seguintes:</p><p> Planejamento financeiro: verifica as necessidades de crescimento da</p><p>organização e identifica potenciais problemas no futuro, estabelecendo</p><p>uma maior rentabilidade para o negócio.</p><p> Controle financeiro: verificação e acompanhamento das finanças da</p><p>empresa, propondo soluções de correção quando inconsistências forem</p><p>encontradas.</p><p> Administração de ativos: procura as melhores formas de investimento</p><p>do capital, gerenciando também as entradas e saídas de caixa ligadas</p><p>diretamente ao capital de giro.</p><p> Administração de passivos: decisões de financiamento, observando</p><p>a proporcionalidade de capital próprio ou de terceiros, reduzindo os</p><p>riscos financeiros.</p><p>Como você deve ter percebido, a administração financeira e a contabilidade</p><p>devem caminhar juntas, completando as partes que faltam para cada uma delas.</p><p>Enquanto a contabilidade trabalha com o regime de competência, a adminis-</p><p>tração utiliza o regime de caixa para a apuração do resultado. Sendo assim, a</p><p>má interpretação dessas informações pode causar sérios problemas na empresa.</p><p>Conforme Assaf Neto e Lima (2011), o administrador financeiro precisa</p><p>trabalhar com as decisões de investimento e de financiamento e a destinação</p><p>do lucro obtido no final do período.</p><p>As decisões de investimento estão diretamente ligadas ao que se fazer com</p><p>os recursos da empresa. Dependendo do modelo de negócios há necessidade de</p><p>investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, investimento</p><p>em imobilizado ou até mesmo investimentos financeiros. Deve ser analisado</p><p>também o risco ao realizar essas decisões. O administrador financeiro deve</p><p>sempre acompanhar as taxas do mercado para verificar se está tomando a</p><p>decisão correta, dessa forma, é calculada a taxa interna de retorno (TIR),</p><p>verificando a viabilidade do investimento ou não.</p><p>As decisões de financiamento são aquelas voltadas para a captação de</p><p>recursos do ativo, um exemplo é a construção de uma nova unidade de negócios,</p><p>sendo assim, é necessária a utilização de recursos dos sócios e de terceiros</p><p>para que se possa viabilizar o projeto. Em finanças pessoais, podemos utilizar</p><p>o exemplo da compra de uma TV; como a pessoa não tem dinheiro para a</p><p>aquisição do bem, ela decide financiar um valor junto à empresa de crédito,</p><p>devolvendo, posteriormente, o dinheiro emprestado acrescido de uma taxa</p><p>Introdução a finanças6</p><p>de juros combinada. Nesse caso, também deve ser levado em consideração</p><p>o risco. Caso a empresa não consiga cumprir com os pagamentos, ela pode</p><p>sofrer punições.</p><p>Ao final do exercício social há a destinação do lucro, a empresa apura o</p><p>seu resultado, considerando a perda (prejuízo) ou o ganho (lucro), o lucro pode</p><p>ser destinado aos sócios, sempre observando as decisões de financiamento da</p><p>empresa, pois, havendo lucro, o capital pode ser reinvestido na empresa sem</p><p>a necessidade de captação de recursos de terceiros.</p><p>Fatores determinantes para o desenvolvimento</p><p>financeiro empresarial</p><p>Ao iniciar um negócio é necessário que os responsáveis compreendam que</p><p>farão parte de um sistema econômico, com elementos interdependes que</p><p>podem afetar o comportamento fi nanceiro da organização.</p><p>Sendo assim, o gestor deve escolher o que oferecerá ao público (bens,</p><p>serviços) e o volume dessas operações, como ele produzirá os bens ou prestará</p><p>o serviço ao seu público e quem será o público-alvo. Esses são os chamados</p><p>fatores internos e externos do ambiente.</p><p>Fatores internos representam o movimento dentro da empresa, as pessoas,</p><p>o equipamento, as informações, a matéria-prima, a cultura organizacional,</p><p>etc. A alteração em alguns desses fatores pode impactar de forma negativa</p><p>ou positiva.</p><p>Fatores externos são representados por bancos, governo, clientes e con-</p><p>corrência. Qualquer alteração nesses fatores pode levar a empresa ao seu</p><p>encerramento. Ao aumentar o número de concorrentes de um determinado</p><p>serviço, o impacto é negativo, pois a demanda pela procura sofrerá reduções.</p><p>Sendo assim, o administrador financeiro precisa estar constantemente</p><p>informado sobre as movimentações de mercado, avaliando o impacto de cada</p><p>uma de suas decisões, para que possa tomar decisões estratégicas que não</p><p>coloquem em risco o futuro da organização.</p><p>3 Estrutura financeira de uma empresa</p><p>Controladoria e controller</p><p>A controladoria é responsável pelo processo de gestão da empresa no que se</p><p>refere ao controle de informações. Atuando de forma estratégica, possibilita</p><p>7Introdução a finanças</p><p>a coordenação da gestão econômica da empresa. A Figura 1 descreve os</p><p>objetivos da controladoria na gestão da empresa.</p><p>Figura 1. Objetivo da controladoria.</p><p>Fonte: Adaptada de Luz (2014).</p><p>Presidência</p><p>Diretoria</p><p>adm./financeira</p><p>Controladoria</p><p>Responsável pelo sistema de</p><p>informações gerenciais</p><p>Que possibilita o controle gerencial</p><p>Eventos</p><p>desempenho</p><p>Eficiência</p><p>Eficácia</p><p>Atributos que asseguram</p><p>a criação de valor</p><p>Função da</p><p>controladoria</p><p>Resultado Comunicação</p><p>Diretoria</p><p>comercial</p><p>Diretoria de</p><p>produção</p><p>O profissional da controladoria deve cuidar da gestão empresarial, au-</p><p>xiliando o administrador financeiro por meio das informações de avaliação</p><p>e controle de resultados, para que possam estar em conformidade com o</p><p>planejamento das metas. Conforme Carota (2019), esse profissional é capaz de:</p><p> organizar e reportar dados e informações relevantes para os tomadores</p><p>de decisão;</p><p> manter permanentemente o monitoramento sobre os controles das</p><p>diversas atividades e do desempenho de outros departamentos;</p><p> exercer uma força de influência capaz de influir nas decisões dos ges-</p><p>tores da entidade.</p><p>Introdução a finanças8</p><p>O profissional da área é o controller, responsável pela análise e interpretação</p><p>de informações financeiras ou operacionais, assegurando que os recursos</p><p>estejam sendo aplicados de forma responsável nos diversos setores.</p><p>A atuação do controller deve ser feita tendo como elemento condutor dois</p><p>perfis de liderança: o uso da influência e da persuasão. O controller não deve</p><p>ter uma atitude impositiva, autocrática ou ditatorial, sob pena de comprometer</p><p>o ambiente interno (PADOVEZE, 2012a, p. 28).</p><p>Para a atuação na área é necessário mais do que a graduação, o perfil</p><p>exigido pelas empresas é uma pessoa que esteja em constante aprendizado,</p><p>e, além dos conceitos contábeis, deve conhecer outras áreas como marketing,</p><p>economia, logística, produção, etc.</p><p>Por conta do grande número de atividades da empresa, é necessário um</p><p>sistema de informação que possa dar suporte às operações, por meio do acom-</p><p>panhamento e do desenvolvimento das atividades, gerando informação para</p><p>os gestores da empresa tomarem decisões assertivas.</p><p>[…] o conhecimento da empresa como um todo e o conjunto dos planos de</p><p>ação, associados ao conhecimento científico da administração econômica,</p><p>permitem ao profissional de controladoria exercer um papel influenciador</p><p>(PADOVEZE, 2003, p. 36).</p><p>A controladoria está estruturada em duas grandes áreas (PADOVEZE,</p><p>2012b):</p><p>1. Área contábil e fiscal — responde pelas ações societárias, pela guarda</p><p>de ativos e pelos demonstrativos contábeis.</p><p>2. Área de planejamento e controle — responde pelo orçamento, pela</p><p>projeção e simulação de crescimento, pelos custos e pelo acompanha-</p><p>mento do negócio.</p><p>Papel da tesouraria</p><p>A tesouraria é o coração fi nanceiro de uma empresa, pois a grande maioria dos</p><p>recursos fi nanceiros é gerenciada por ela, assegurando que a empresa possa</p><p>cumprir com os seus objetivos fi nanceiros e criar novos negócios.</p><p>9Introdução a finanças</p><p>Entendemos que a função de tesouraria ou de finanças é uma atividade de</p><p>linha e operacional, que basicamente tem como função o suprimento de re-</p><p>cursos para as demais atividades desenvolvidas internamente na companhia,</p><p>atividade que, como as demais, deve ser avaliada pela controladoria […]</p><p>(PADOVEZE, 2016, p. 21).</p><p>Ou seja, a tesouraria é responsável pelo caixa da empresa, as contas a</p><p>pagar e receber, estas devem ser registradas independentemente do tipo de</p><p>software, pois auxiliam no controle do volume de dinheiro da empresa. A</p><p>Figura 2 apresenta a estrutura da tesouraria na atividade financeira da empresa.</p><p>Figura 2. Estrutura da tesouraria ou atividade de finanças.</p><p>Fonte: Adaptada de Padoveze (2012a).</p><p>Finanças</p><p>Planejamento</p><p>• Planejamento financeiro de</p><p>longo prazo</p><p>• Banco interno</p><p>• Captação de recursos</p><p>• Financiamentos</p><p>• Debêntures</p><p>• Acionistas</p><p>• Planejamento de controle</p><p>financeiro de curto prazo</p><p>• Contas a receber</p><p>• Contas a pagar</p><p>• Contas cambiais</p><p>• Administração de</p><p>excedentes de caixa</p><p>• Gestão de risco financeiro</p><p>Operação</p><p>Sistema de informação</p><p>de tesouraria</p><p>A tesouraria é responsável por controlar as finanças da empresa. Ge-</p><p>ralmente, ao ocorrer uma fraude, esta não passa pela tesouraria, pois essa</p><p>diferença financeira seria percebida (HOJI, 2017). Cabe ao profissional manter</p><p>um controle rigoroso das operações e movimentações financeiras da empresa.</p><p>Cada empresa pode ter um controle interno de suas movimentações e dos</p><p>registros de operações. A adoção de manuais e práticas facilita a consulta,</p><p>diminuindo os riscos de erros que possam ser causados por informações</p><p>desencontradas.</p><p>Introdução a finanças10</p><p>ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>CAROTA, J. C. Gestão da controladoria: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas</p><p>Bastos, 2019.</p><p>CORNETT, M. M.; ADAIR JUNIOR, T. A.; NOFSINGER, J. Finanças. Porto Alegre: AMGH,</p><p>2013. (Série A).</p><p>GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice</p><p>Hall, 2010.</p><p>HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada,</p><p>estratégias financeiras, orçamento empresarial. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>LUZ, E. E. Controladoria corporativa. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014.</p><p>MATIAS-PEREIRA, J. Finanças públicas: a política orçamentária no Brasil. 7. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2017.</p><p>PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial. Curitiba: IESDE Brasil S. A., 2012a.</p><p>PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica aplicada: conceito, estrutura e sistema de</p><p>informações. São Paulo: Cengage Learning, 2016.</p><p>PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação.</p><p>São Paulo: Thomson, 2003.</p><p>PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação.</p><p>3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012b.</p><p>PIRES, V. Finanças pessoais: fundamentos e dicas. Piracicaba: Equilíbrio, 2006.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>BRASIL. Lei complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças</p><p>públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências..</p><p>Brasília, DF: Presidência da República, [2018]. Disponível em: http://www.planalto.gov.</p><p>br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm. Acesso em: 8 jun. 2020.</p><p>BRASIL. Lei n.º 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro</p><p>para elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos</p><p>Municípios e do Distrito Federal. Brasília, DF: Presidência da República, [1982]. Dispo-</p><p>nível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm. Acesso em: 8 jun. 2020.</p><p>11Introdução a finanças</p><p>Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-</p><p>cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a</p><p>rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de</p><p>local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade</p><p>sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.</p><p>Introdução a finanças12</p>

Mais conteúdos dessa disciplina