Prévia do material em texto
<p>“DAS MODALIDADES DE APOSENTADORIAS E AUXÍLIOS EM ESPÉCIE”</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A aposentadoria e suas particularidades encontram-se demasiadamente em voga, pois, em</p><p>virtude do atual cenário político-social brasileiro e da crescente necessidade de adaptação da</p><p>previdência social a esse novo contexto, há grande preocupação doutrinária com a saúde financeira da</p><p>previdência. Contudo, tal preocupação não pode se sobrepor aos direitos e anseios da sociedade,</p><p>principalmente das pessoas menos favorecidas, que necessitam de amparo social.</p><p>A previdência social exerce papel de extrema relevância na sociedade ao assegurar aos</p><p>beneficiários e aos seus dependentes o recebimento de pecúnia que garanta a continuidade de sua</p><p>subsistência quando do acometimento de infortúnios. Entender a previdência social e o contexto</p><p>histórico de seu surgimento no Brasil auxilia no entendimento dos demais fatores que serão aqui</p><p>tratados, bem como na interpretação legislativa extensiva que se faz necessária para compreender de</p><p>maneira efetiva o intuito do legislador ao elaborar o artigo 45 da lei 8.213/91. Além da interpretação</p><p>exigida, existem algumas diretrizes ou princípios do ordenamento jurídico pátrio que garantem o melhor</p><p>entendimento da norma e que são aptos a justificar e a fundamentar a aplicação correta da lei.</p><p>1. ALTERAÇÕES DE BENEFÍCIOS COM A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20 DE 15/12/1998</p><p>A Reforma da Previdência representa o que Luís Eduardo Afonso, professor da FEA-</p><p>USP, considera ser a maior mudança no sistema previdenciário brasileiro nos últimos 50 anos.</p><p>A estimativa do governo federal é que, com todas as mudanças, a reforma deva gerar uma</p><p>economia de R$ 855,6 bilhões aos cofres públicos em dez anos.</p><p>Agora, homens podem se aposentar se tiverem 65 anos ou mais, e as mulheres a partir</p><p>de 62 anos. A necessidade do tempo mínimo de contribuição também se manteve, sendo</p><p>exigidos 15 anos para mulheres e homens que começaram a contribuir antes da reforma da</p><p>Previdência, e de 20 anos para homens que iniciaram as contribuições depois da reforma. Para</p><p>o setor público, o tempo mínimo de contribuição é de 25 anos.</p><p>Antes, o segurado podia se aposentar por idade, que exigia 60 anos para as mulheres</p><p>e 65 anos para homens, além de 15 anos de contribuição.</p><p>Outra opção era a aposentadoria por tempo de contribuição, em que eram exigidos 30</p><p>anos de contribuição para mulheres e 35 anos de contribuição para homens, sem idade mínima,</p><p>mas com desconto do fator previdenciário, um índice que reduzia a aposentadoria de quem se</p><p>aposentava muito cedo. Também existia a fórmula 85/95 progressiva, que dava a</p><p>aposentadoria por tempo de contribuição sem o desconto do fator previdenciário ao atingir</p><p>determinada pontuação ao somar idade e tempo de contribuição.</p><p>Roberto de Carvalho Santos, presidente do Instituto de Estudos Previdenciários</p><p>(Ieprev), afirma que outra mudança relevante com a reforma foi o cálculo para definir o valor</p><p>do benefício.</p><p>Agora, o benefício é de 60% da média salarial de todos os salários de contribuição</p><p>desde julho 1994 para quem cumpre os 15 ou 20 anos de contribuição, com possibilidade de</p><p>adição de dois pontos percentuais por ano de contribuição. Uma mulher que com 25 anos de</p><p>contribuição, por exemplo, terá direito a 80% da média salarial.</p><p>Santos afirma que, em geral, os valores dos benefícios caíram devido à mudança no</p><p>cálculo. “Hoje, para ter o valor do benefício integral, uma mulher precisa de 35 anos de</p><p>contribuição e o homem, 40 anos de contribuição”.</p><p>1.2 REGRA DE TRANSIÇÃO</p><p>As pessoas que já estavam no mercado de trabalho quando a reforma foi aprovada</p><p>entraram na chamada regra de transição, com requisitos específicos para se aposentar. “Elas</p><p>são baseadas em critérios como tempo de contribuição, pontos, idade mínima ou um pedágio</p><p>de 50% ou até 100% da média, dependendo do caso”, diz Adriane Bramante, presidente do</p><p>IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário).</p><p>Na prática, as pessoas que estavam há dois anos da aposentadoria foram as mais</p><p>afetadas. “Agora elas precisam trabalhar mais 9, 10, até 12 anos para alcançar uma das regras</p><p>de transição”, afirma.</p><p>O professor da USP também considera que “têm muitas regras de transição que</p><p>aumentaram durante a tramitação, algumas ficaram até sobrepostas, e ficou complicado até</p><p>para operacionalizar e implementar isso na concessão de benefícios”.</p><p>Segundo Santos, a população que busca se aposentar a partir de 2020 viu um aumento</p><p>na fila de solicitações de benefício. Para ele, essa alta pode estar ligada “ao receio de uma</p><p>nova reforma, ou de perder benefícios, então, quem tem direito adquirido está pedindo sem</p><p>fazer estudo, ou tentar contribuir mais”.</p><p>1. DOCUMENTOS SOLICITADOS PELA PREVIDENCIA SOCIAL</p><p>É necessário reunir documentos de vínculo trabalhista, documentos pessoais, extratos</p><p>previdenciários sobre tempo de contribuição e quaisquer outros elementos que comprovem que o</p><p>segurado cumpriu todos os requisitos e documentos para concessão do benefício, exemplo: carteira</p><p>de trabalho, carnês de contribuição – se é o segurado quem paga diretamente o INSS, PIS/PASEP</p><p>certidão de tempo de contribuição, RG, CPF e comprovante de endereço, etc.</p><p>Na eventualidade de requerer aposentadorias específicas, como aposentadoria para pessoa</p><p>com deficiência, trabalhador rural, especial, é necessário ainda coletar os documentos referentes às</p><p>especificidades perseguidas como: Laudos médicos, exames, receituários; Formulários para</p><p>trabalhador rural ou pescador artesanal; Documentação rural (declarações de imposto de renda, notas</p><p>fiscais, documentos de cooperativa, etc.); PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário; Contratos de</p><p>serviço; Cópia de processo trabalhista, para prova de vínculo, etc.</p><p>Nunca é demais, portanto, enfatizar a importância da organização e preservação de</p><p>documentos do trabalhador para fins previdenciários. A instrução normativa número 77 de 2015 do</p><p>INSS, elenca alguns exemplos de documentação viável com a mesma força de prova que a Carteira</p><p>de Trabalho</p><p>2. TIPOS DE APOSENTADORIA</p><p>APOSENTADORIA POR IDADE - Com a Reforma da Previdência 2019, para garantir o direito à essa</p><p>aposentadoria, a idade mínima exigida para o homem permanece a mesma, ou seja, 65 anos. Já no</p><p>caso da mulher, serão exigidos 62 anos. O período de carência também muda. Segundo a nova regra,</p><p>será 15 anos para mulheres e 20 anos para homens. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL -</p><p>A aposentadoria por idade rural é dedicada aos trabalhadores rurais que exerçam suas atividades em</p><p>regime de economia familiar e sem empregados permanentes. Eles também podem ser chamados de</p><p>segurados especiais. A idade mínima exigida é de 55 anos para mulheres e 60 para homens. Ainda, a</p><p>carência necessária é de 15 anos. A comprovação do tempo rural sofreu alterações em 2019. Para</p><p>quem trabalhou/trabalhar até antes de 2023, será necessário uma auto declaração homologada no</p><p>Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma</p><p>Agrária (Pronater). Após 1º de janeiro de 2023, a comprovação da condição e do exercício será</p><p>realizada por meio do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). O único acréscimo trazido</p><p>pela Nova Previdência é a respeito da possibilidade de prorrogação do prazo para cadastramento dos</p><p>trabalhadores rurais no CNIS (que, em regra, vai até 01/01/2023), até o momento em que já tenham</p><p>sido cadastrados no mínimo 50% desses trabalhadores. APOSENTADORIA POR IDADE MISTA - A</p><p>Nova Previdência não trata especificamente desse assunto. Dessa forma, em princípio, deverão ser</p><p>aplicadas as novas regras da aposentadoria por idade urbana. Após a Reforma da Previdência,</p><p>o cálculo do valor da aposentadoria por idade vai utilizar 60% do salário de benefício mais 2% para</p><p>cada ano que ultrapassar 20 anos de contribuição, no caso dos homens, e que ultrapassar 15 anos, no</p><p>caso das mulheres. APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA</p><p>- A aposentadoria da</p><p>pessoa com deficiência é um benefício devido ao cidadão com deficiência física, mental, intelectual ou</p><p>sensorial. Esse benefício pode ser de dois tipos: por idade ou por tempo de contribuição. No caso de</p><p>aposentadoria por idade, o segurado precisa comprovar no mínimo de 180 meses (15 anos)</p><p>trabalhados na condição de pessoa com deficiência, além da idade mínima de 60 anos, se homem, ou</p><p>55 anos, se mulher. No caso do tempo de contribuição, o período de trabalho exigido vai variar de</p><p>acordo com o grau de deficiência (se grave, médio ou leve). O texto da Reforma da Previdência não</p><p>traz mudanças nos requisitos desse benefício. POSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO -</p><p>A aposentadoria por tempo de contribuição é um benefício previdenciário devido ao segurado que</p><p>atingiu o tempo necessário de contribuições à Previdência Social. Para esse benefício, não é exigida</p><p>idade mínima. Os requisitos exigidos são 35 anos de contribuição para homens e 30 anos de</p><p>contribuição para mulheres.</p><p>O segurado precisa apenas ficar atento a esse benefício no que se refere à incidência do fator</p><p>previdenciário. Ou seja, o valor da aposentadoria poderá ser reduzido. Quanto menor a idade, menor</p><p>poderá ser o valor. Esse benefício é o único dos tipos de aposentadoria que deixou de existir após a</p><p>Reforma da Previdência. Contudo, isso apenas valerá para os trabalhadores que se filiarem</p><p>(começarem a contribuir) ao INSS após a aprovação do texto. Os outros segurados poderão ser</p><p>enquadrados nas chamadas “regras de transição”. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -</p><p>A aposentadoria por invalidez poderá ser concedida àqueles que não possuem mais condições de</p><p>exercer nenhum tipo de atividade remunerada, seja por causa de uma doença ou devido a sequelas de</p><p>algum acidente. A incapacidade precisa ser comprovada por documentos médicos e é avaliada por um</p><p>perito da Previdência Social. Os requisitos para esse benefício são: incapacidade total e permanente,</p><p>qualidade de segurado e carência de no mínimo de 12 meses (exceto para casos de acidentes de</p><p>qualquer natureza e para alguns tipos de doenças graves). Esse benefício não terá alterações nos</p><p>requisitos após a Reforma da Previdência. APOSENTADORIA ESPECIAL - A aposentadoria</p><p>especial é um benefício previdenciário concedido ao trabalhador que atua em uma função e ambiente</p><p>de trabalho onde esteja exposto a agentes nocivos, apresentando, assim, riscos à sua saúde. Com a</p><p>nova lei previdenciária passou a ser exigida uma idade mínima também para esse benefício. Desse</p><p>modo, passarão a ser exigidos 60 anos de idade (para quem a lei exigir 25 anos de atividade especial),</p><p>58 anos de idade (para quem a lei exigir 20 anos atividade especial) e 55 anos de idade (para quem a</p><p>lei exigir 15 anos de atividade especial). Ainda, foi criada uma regra de transição (para quem já é</p><p>segurado da Previdência Social), implantando um sistema de pontos em que serão somados a idade e</p><p>o tempo de contribuição do segurado. Aqui, há duas mudanças muito importantes. O enquadramento</p><p>profissional e a periculosidade ainda estão em debate. No texto original havia a retirada dessa opção.</p><p>Entretanto, até uma nova lei sair, esse direito ainda vale para vigilantes, guardas e outras profissões.</p><p>E o tempo especial trabalhado após a reforma não poderá mais ser convertido em tempo comum</p><p>(ficando garantida a conversão de tempo especial em comum para períodos trabalhados antes da</p><p>aprovação da Nova Previdência).</p><p>AUXÍLIO-DOENÇA E ACIDENTES DE TRABALHO -</p><p>Em se tratando de afastamento, seja por doença ou acidente, a empresa paga os 15 primeiros dias d</p><p>ese afastamento e, a partir do 16º dia, o mesmo é custeado pelo INSS. SALÁRIO-FAMÍLIA - O art. 81</p><p>do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 dispõe que o salário-família será devido mensalmente ao</p><p>segurado empregado (urbano ou rural), exceto o doméstico, e ao trabalhador avulso, que possua baixa</p><p>renda, na proporção do respectivo número de filhos (legítimos, legitimados, ilegítimos e adotivos),</p><p>equiparados até 14 anos de idade, ou inválidos (de qualquer idade).</p><p>O pagamento das quotas deverá ser efetuado conforme tabela divulgada pela Previdência</p><p>Social em quantidade equivalente ao número de filhos menores de 14 anos ou inválidos.</p><p>AUXILIO ACIDENTE - Previsto no artigo 86 da Lei 8.213/91, o auxílio-acidente é benefício</p><p>previdenciário de cunho indenizatório, sendo devido ao segurado acidentado, quando, após a</p><p>consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que</p><p>impliquem redução da capacidade para a atividade laborativa habitual. Este benefício não possui</p><p>caráter substitutivo da renda proveniente do trabalho, pois é recebido pelo segurado cumulativamente</p><p>com o salário. PENSÃO POR MORTE - Com amparo legal no artigo 74 e seguintes da Lei 8.213/91,</p><p>a pensão por morte é benefício previdenciário concedido aos dependentes do segurado que falecer,</p><p>aposentado ou não. Trata-se de prestação continuada, substituidora da remuneração que o segurado</p><p>falecido recebia em vida. A pensão por morte poderá ser concedida provisoriamente em caso de morte</p><p>presumida do segurado, assim declarada pela autoridade judicial competente depois de seis meses de</p><p>ausência, conforme artigo 78 da Lei 8.213/91. AUXILIO RECLUSÃO - O auxílio-reclusão é o benefício</p><p>devido aos dependentes do segurado da Previdência Social que vier a ser preso.</p><p>Até a edição da medida provisória nº 871/2019, tanto os dependentes de presos em regime</p><p>fechado como em regime semi-aberto possuíam direito ao benefício. Com a entrada em vigor da MP,</p><p>o artigo 80 da Lei 8.213/91 passou a prever expressamente que somente os dependentes do recolhido</p><p>à prisão em regime fechado terão direito.</p><p>REFERENCIAS BIBLIOGRÁFIAS</p><p>Disponível em: https://saberalei.com.br/como-dar-entrada-na-aposentadoria/. Acessado em:</p><p>Disponível em: https://www.carboneraetomazini.com.br/blog/aposentadoria-o-que-e-e-quais-sao-os-</p><p>tipos-existentes-no-inss/. Acessado em:</p><p>Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/dois-anos-depois-saiba-quais-foram-os-efeitos-</p><p>da-reforma-da-previdencia/. Acessado em:</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.sitesa.com.br/contabil/conteudo_trabalhista/procedimentos/p_trabalhista/f12.html.</p><p>Acessado em:</p><p>Disponível em: https://previdenciarista.com/blog/auxilio-</p><p>acidente/?gclid=CjwKCAjwkMeUBhBuEiwA4hpqEOG2yTed4oSDrtJLbSG62ngg4ClrwbUqAK1xqUQc</p><p>EcMjV3OXgME0lRoCLw8QAvD_BwE. Acessado em:</p>