Prévia do material em texto
<p>Inserir Título Aqui</p><p>Inserir Título Aqui</p><p>O Ambiente e as</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof.ª Me. Verena Emmanuelle Soares Ferreira</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof. Me. Claudio Brites</p><p>Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:</p><p>• Introdução;</p><p>• Acidente de Trabalho;</p><p>• Influência das Doenças do Trabalho na</p><p>Produtividade e Bem-estar do Trabalhador;</p><p>• Doenças Relacionadas</p><p>ao Trabalho no Meio Rural.</p><p>Fonte: Getty Im</p><p>ages</p><p>Objetivos</p><p>• Reconhecer os principais agravos relacionados ao trabalho;</p><p>• Entender a relação entre agentes ambientais (físicos, químicos e biológicos) e doenças</p><p>do trabalho;</p><p>• Identificar principais agravos na indústria e no meio rural;</p><p>• Compreender a importância dos aspectos epidemiológicos para as ações de prevenção e</p><p>promoção à saúde do trabalhador.</p><p>Caro Aluno(a)!</p><p>Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-</p><p>timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material</p><p>trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.</p><p>Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você</p><p>poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns</p><p>dias e determinar como o seu “momento do estudo”.</p><p>No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões</p><p>de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e</p><p>auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de</p><p>discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de</p><p>propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de</p><p>troca de ideias e aprendizagem.</p><p>Bons Estudos!</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>Contextualização</p><p>Esta Unidade tem a finalidade de partilhar com o estudante informações sobre os</p><p>principais agravos relacionados ao trabalho. Trabalhadores apresentam doenças e aci-</p><p>dentes muitas vezes decorrentes do trabalho que executam e dos ambientes a que estão</p><p>expostos em função desses trabalhos. Dessa forma, o perfil de adoecimento dos traba-</p><p>lhadores depende diretamente da influência do ambiente de trabalho como um determi-</p><p>nante ou condicionante do processo de saúde-doença.</p><p>A detecção de agravos relacionados ao trabalho não constitui uma atividade recente,</p><p>mas a implementação de novas condutas de saúde e segurança são imprescindíveis para</p><p>a qualidade de vida do trabalhador.</p><p>Ressalta-se que o universo de agravos relacionados ao trabalho é muito extenso. Com</p><p>isso, espera-se que os alunos sejam fortalecidos ao se qualificarem e se aproximarem da</p><p>temática, para que tenham subsídios para uma abordagem mais direcionada aos traba-</p><p>lhadores, entendendo a importância do acompanhamento cotidiano do ambiente de tra-</p><p>balho para a intervenção nos ambientes de risco para prevenção de agravos relaciona-</p><p>dos ao trabalho e assumindo um papel fundamental no cenário da saúde do trabalhador.</p><p>Para iniciarmos esta unidade, convidamos você a refletir acerca das consequências</p><p>de um ambiente de trabalho sem as devidas orientações de saúde e segurança. Veja um</p><p>documentário denominado Sucata de Plástico no endereço a seguir:</p><p>Sucata de Plástico: https://youtu.be/teUY_QMuYMo.</p><p>6</p><p>7</p><p>Introdução</p><p>Os agentes ambientais são agentes existentes nos ambientes de trabalho que, em fun-</p><p>ção de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de</p><p>causar danos à saúde do trabalhador. Dessa forma, necessita-se que sejam eliminados,</p><p>minimizados ou neutralizados e constantemente monitorados.</p><p>Esses agentes ambientais podem ser classificados como:</p><p>I. Agentes físicos: classificados como as diversas formas de energia a que pos-</p><p>sam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões</p><p>anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ioni-</p><p>zantes, bem como o infrassom e o ultrassom;</p><p>II. Agentes químicos: classificados como as substâncias, compostos ou produ-</p><p>tos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de</p><p>poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da</p><p>atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo</p><p>através da pele ou por ingestão;</p><p>III. Agentes biológicos: classificados como os microrganismos que podem con-</p><p>taminar os trabalhadores, como as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, pro-</p><p>tozoários, vírus, entre outros.</p><p>De acordo com a Norma Regulamentadora n.º 9, que trata Programa de Prevenção</p><p>de Riscos Ambientais publicada pela Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978:</p><p>9.5.1. Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agen-</p><p>tes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de traba-</p><p>lho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tem-</p><p>po de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.</p><p>No entanto, é importante destacar outros riscos, como os agentes ergonômicos e</p><p>mecânicos (acidentes), citados a seguir:</p><p>I. Agentes ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nas características</p><p>psicológicas e fisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando</p><p>sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, rit-</p><p>mo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de</p><p>trabalho etc.;</p><p>II. Agentes mecânicos ou de acidentes: qualquer fator ou circunstância que</p><p>coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade</p><p>e seu bem-estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as má-</p><p>quinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão,</p><p>arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado etc.</p><p>Em maio de 1999, o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) decidiu</p><p>adotar a relação que estava sendo elaborada pelo Ministério da Saúde, publicando-a,</p><p>no momento, como Anexo II do Decreto n.º 3048/99. No mesmo ano, o Ministério da</p><p>Saúde publicou a mesma lista sob o título de Lista de Doenças Relacionadas ao Tra-</p><p>balho, que se deu pela Portaria n.º 1339/99.</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>Do ponto de vista conceitual, preferiu-se trabalhar com a compreensão ampla de</p><p>“doenças relacionadas com o trabalho”, o que permitiu a superação da confusa de-</p><p>nominação ou – talvez – da sutil diferença entre doenças profissionais e doenças do</p><p>trabalho, presentes na conceituação legal (Lei n.º 8213/91). Consequentemente, foram</p><p>incluídas nas listas pelo menos três categorias, que, segundo a classificação proposta por</p><p>Schilling (1984), abrangem:</p><p>• Grupo I: Doenças que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas “doenças</p><p>profissionais” e pelas intoxicações profissionais agudas;</p><p>• Grupo II: Doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo,</p><p>mas não necessário, exemplificadas por todas as doenças “comuns”, mais frequente</p><p>ou mais precoce em determinados grupos ocupacionais, sendo que o nexo causal</p><p>é de natureza eminentemente epidemiológica. As neoplasias em determinados gru-</p><p>pos ocupacionais ou profissões constitui um exemplo típico;</p><p>• Grupo III: Doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente,</p><p>ou agravador de doença já estabelecida ou preexistente, ou seja, concausa,</p><p>tipificadas pelas doenças alérgicas da pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais,</p><p>em determinados grupos ocupacionais ou profissão.</p><p>Desde 2004, o Ministério da Saúde tornou obrigatória a notificação compulsória de</p><p>agravos relacionados ao trabalho. As portarias que tratam dos agravos desses agravos,</p><p>que estão em vigor, são Portaria n.º 204/2016 e Portaria n.º 205/2016. São agra-</p><p>vos de notificação compulsória, para efeitos dessas portarias: (I) Acidente de Trabalho</p><p>Fatal; (II) Acidentes de Trabalho Grave; (III) Acidentes do Trabalho em Crianças e Ado-</p><p>lescentes; (IV) Acidente com Exposição a Material Biológico; (V) Intoxicações</p><p>Exóge-</p><p>nas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados);</p><p>(VI) Dermatoses Ocupacionais; (VII) Lesões por Esforços Repetitivos (LER)/Distúrbios</p><p>Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT); (VIII) Pneumoconioses; (IX) Perda</p><p>Auditiva Induzida por Ruído – PAIR; (X) Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho;</p><p>e (XI) Câncer Relacionado ao Trabalho.</p><p>Acidente de Trabalho</p><p>Fórum Acidentes do Trabalho, acesse o link: https://bit.ly/4aRC1LS.</p><p>O acidente de trabalho (AT) configura como um importante problema de saúde pública</p><p>devido à sua elevada incidência e seu grande impacto na morbimortalidade da população.</p><p>A Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, em seu Art. 19, define o conceito de AT como:</p><p>Aquele que ocorre durante o exercício do trabalho, que provoca lesão</p><p>corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução</p><p>permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Conside-</p><p>rando igualmente os agravos ocorridos no percurso da residência do</p><p>trabalhador até seu local de trabalho e vice-versa.</p><p>8</p><p>9</p><p>De acordo com o Ministério da Fazenda, entre 2012 e 2016, foram registrados</p><p>3,5 milhões de casos de acidente de trabalho em 26 estados e no Distrito Federal.</p><p>Esses casos resultaram na morte de 13.363 pessoas e geraram um custo de R$22,171</p><p>bilhões para os cofres públicos, com gastos da Previdência Social, como auxílio-do-</p><p>ença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente para pessoas</p><p>que ficaram com sequelas. Nos últimos cinco anos, 450 mil pessoas sofreram fraturas</p><p>enquanto trabalhavam.</p><p>O que muda com a Lei n.º 13.467, de 13 de julho de 2017, que altera a CLT?</p><p>Com a divulgação da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo IBGE em</p><p>parceria com o Ministério da Saúde, pode-se verificar uma discrepância entre os dados</p><p>relacionados a acidentes de trabalho dessa pesquisa e aqueles registrados na base de</p><p>dados do Ministério da Previdência Social. Nesse primeiro boletim, o objetivo foi anali-</p><p>sar dados da PNS comparados com os dados de registros no AEPS (Anuário Estatístico</p><p>da Previdência Social) de 2013. A comparação mostrou que a PNS aponta números</p><p>de quase 7 vezes os da previdência, sendo que há maior variação entre as unidades da</p><p>Federação da região Norte e Nordeste.</p><p>O Ministério da Saúde classifica o Acidente de Trabalho em:</p><p>• Acidente de Trabalho Fatal: é o óbito que ocorre no ambiente de trabalho ou no</p><p>percurso de ida ou volta ao trabalho ou durante o exercício do trabalho (quando</p><p>o trabalhador estiver realizando atividades relacionadas à sua função, ou a serviço</p><p>do empregador ou representando os interesses do mesmo). O óbito pode ocorrer</p><p>imediatamente após o acidente ou posteriormente, em ambiente hospitalar ou não,</p><p>desde que a causa básica, intermediária ou imediata da morte seja decorrente do</p><p>acidente de trabalho;</p><p>Setores mais perigosos, responsáveis pelo maior número de acidentes: http://bit.ly/2GvYS2B.</p><p>• Acidentes de Trabalho Grave: é o acidente que ocorre no ambiente de trabalho ou</p><p>no percurso de ida ou volta ao trabalho ou durante o exercício do trabalho (quando</p><p>o trabalhador estiver realizando atividades relacionadas à sua função, ou a serviço</p><p>do empregador ou representando os interesses do mesmo), ocasionando lesão que</p><p>resulte em internação hospitalar; incapacidade para as ocupações habituais por</p><p>mais de 30 dias, incapacidade permanente para o trabalho, queimaduras graves,</p><p>politraumatismo, fraturas, amputações, esmagamentos, luxações, traumatismo crâ-</p><p>nio encefálico; desmaio (perda de consciência) provocado por asfixia, choque elé-</p><p>trico ou outra causa externa; qualquer outra lesão, levando à hipotermia, doença</p><p>induzida pelo calor ou inconsciência, requerendo ressuscitação; aceleração de parto</p><p>ou aborto decorrente do acidente;</p><p>• Acidentes do Trabalho em Crianças e Adolescentes: é o acidente de trabalho</p><p>que, independentemente da sua gravidade, acontece com indivíduos menores de</p><p>18 anos, na data de sua ocorrência.</p><p>Acidente de Trajeto – Entenda as Considerações da CLT: https://bit.ly/4b0IWCx.</p><p>9</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>Acidentes de Trabalho com Exposição a Material Biológico</p><p>Definidos como acidentes de trabalho envolvendo exposição direta ou indireta do</p><p>trabalhador a material biológico – fluidos orgânicos, humanos ou de animais, que são</p><p>potencialmente infectantes (secreções sexuais, líquor cefalorraquidiano e líquidos peri-</p><p>toneal, pleural, sinovial, pericárdico e amniótico; escarro, suor, lágrima, urina, vômitos,</p><p>fezes, secreção nasal; saliva e fluidos animais).</p><p>A assistência ao trabalhador deve ocorrer imediatamente após o acidente e, inicial-</p><p>mente, basear-se em uma adequada anamnese do acidentado, identificação da fonte do</p><p>material biológico (quando for o caso), análise do risco, notificação do acidente e orien-</p><p>tação de manejo e medidas de cuidado com o local exposto.</p><p>As exposições ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados são</p><p>um sério risco aos profissionais em seus locais de trabalho. Estudos desenvolvidos nessa</p><p>área mostram que os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos correspon-</p><p>dem às exposições mais frequentemente relatadas (BRASIL, 2011).</p><p>Os ferimentos com agulhas e material perfurocortantes, em geral, são considerados</p><p>extremamente perigosos por serem potencialmente capazes de transmitir patógenos</p><p>diversos, sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o da hepatite B e o da hepa-</p><p>tite C os agentes infecciosos mais comumente envolvidos (BRASIL, 2011).</p><p>Intoxicações Exógenas (por Substâncias Químicas,</p><p>Incluindo Agrotóxicos, Gases Tóxicos e Metais Pesados)</p><p>Intoxicação exógena é o conjunto de efeitos nocivos representados por mani-</p><p>festações clínicas ou laboratoriais que revelam o desequilíbrio orgânico produzido</p><p>pela interação de um ou mais agentes tóxicos com o sistema biológico. Os agentes</p><p>tóxicos são substâncias químicas, quase sempre de origem antropogênica, capaz de</p><p>causar dano a um sistema biológico, alterando uma ou mais funções, podendo pro-</p><p>vocar a morte (sob certas condições de exposição). De modo geral, a intensidade da</p><p>ação do agente tóxico será proporcional à concentração e ao tempo de exposição</p><p>(BRASIL, 2017).</p><p>Os complexos eventos envolvidos na intoxicação, desde a exposição às substâncias</p><p>químicas até o aparecimento de sinais e sintomas, podem ser desdobrados, para fins de</p><p>operacionalização da vigilância em saúde, em quatro fases descritas, tradicionalmente,</p><p>como as fases da intoxicação: fase de exposição, fase toxicocinética, fase toxicodinâmi-</p><p>ca e fase clínica. A compreensão dessas fases permite definir melhor as abordagens do</p><p>ponto de vista de vigilância em saúde, assistência, prevenção e promoção da saúde das</p><p>populações expostas e intoxicadas por substâncias químicas.</p><p>10</p><p>11</p><p>Dermatoses Ocupacionais</p><p>É toda alteração das mucosas, pele e seus anexos, que seja direta ou indiretamente</p><p>causada, condicionada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade ocupa-</p><p>cional ou no ambiente de trabalho (BRASIL, 2006c).</p><p>Dois grandes grupos de fatores podem ser enumerados como condicionadores de</p><p>dermatoses ocupacionais:</p><p>• Causas indiretas ou fatores predisponentes;</p><p>• Causas diretas, que são constituídas por agentes biológicos, físicos, químicos, exis-</p><p>tentes no meio ambiente e que atua riam diretamente sobre o tegumento, quer cau-</p><p>sando, quer agravando dermatose preexistente (BIRMINGHAM, 1998). Os agentes</p><p>biológicos, físicos e químicos podem causar dermatoses ocupacionais ou funcionar</p><p>como fatores desencadeantes, concorrentes ou agravantes. Os agentes biológicos</p><p>mais comuns são: bactérias, fungos, leveduras, vírus e insetos.</p><p>Dentre os agentes físicos, os principais são: radiações não ionizantes, calor, frio, ele-</p><p>tricidade. E quanto aos agentes químicos, os principais são:</p><p>• Irritantes: cimento, solventes, óleos de corte, detergentes, ácidos e álcalis;</p><p>• Alérgenos: aditivos da borracha, níquel, cromo e cobalto como contaminantes do</p><p>cimento,</p><p>intenso, em média de 85 dB, por um período continu-</p><p>ado de oito horas por dia, circunstâncias em que ocorrem alterações estruturais na parte</p><p>interna do ouvido.</p><p>O trabalhador portador de Pair, além dos sintomas auditivos frequentes que são: per-</p><p>da auditiva, dificuldade de compreensão de fala, zumbido e intolerância a sons intensos,</p><p>também pode apresentar outras queixas como cefaleia, problemas digestivos, tontura e</p><p>irritabilidade, entre outros.</p><p>A importância de estudos sobre a Pair, utilizando o método epidemiológico, segundo</p><p>Morata e Lemasters (2001), traz mais confiabilidade aos resultados obtidos e permite a</p><p>reprodução desses mesmos estudos.</p><p>Quando o ruído é muito intenso e a exposição se dá de forma súbita, pode ocorrer o</p><p>trauma acústico, que pode provocar lesões temporárias ou definitivas em diversas estru-</p><p>turas do ouvido.</p><p>Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é a mu-</p><p>dança transitória de limiar, que se caracteriza por uma diminuição da acuidade auditiva,</p><p>mas esta é uma situação que após um período de afastamento da origem do ruído, pode</p><p>retornar ao normal.</p><p>14</p><p>15</p><p>A Norma Regulamentadora n.º 15 estabelece os limites de exposição a ruído contínuo e o limite de</p><p>tolerância para ruído do tipo impacto será de 130 dB. Nos intervalos entre os picos, o ruído existente</p><p>deverá ser avaliado como ruído contínuo.</p><p>As medidas preventivas da Pair estão diretamente relacionadas ao controle do ruído, podendo as ações</p><p>ser adotadas em três etapas: a partir da exposição na fonte, na trajetória e no indivíduo.</p><p>Além dessas, podemos citar outras medidas de caráter organizacional, como a redução de jornada,</p><p>estabelecimento de pausas e mudança de função.</p><p>A avaliação audiológica, também conhecida como audiometria, se realizada periodicamente, é um óti-</p><p>mo procedimento que contribui para o acompanhamento da progressão da perda auditiva, pois assim</p><p>como vários outros problemas de saúde, quanto mais cedo for diagnosticado melhor poderá ser o tra-</p><p>tamento, com maiores chances de recuperação.</p><p>A velocidade da progressão da perda auditiva determinará a eficácia das medidas de proteção tomadas</p><p>e a necessidade da aplicação de outras.</p><p>Apesar de não serem previstos pela legislação, os efeitos extra-auditivos também devem ser conside-</p><p>rados nessa avaliação.</p><p>Lembrando que os danos podem variar de acordo com a intensidade e com o tempo de exposição, além</p><p>da sensibilidade individual.</p><p>Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho</p><p>Segundo estimativa da OMS, os transtornos mentais menores acometem cerca de</p><p>30% dos trabalhadores ocupados, e os transtornos mentais graves, cerca de 5 a 10%.</p><p>A definição de disfunções e incapacidades causadas pelos transtornos mentais e do com-</p><p>portamento, relacionados ou não com o trabalho, é bem difícil. Os indicadores e parâ-</p><p>metros propostos pela Associação Médica Americana (AMA) organizam a disfunção ou</p><p>deficiência causadas pelos transtornos mentais e do comportamento em quatro áreas:</p><p>• Limitações em atividades da vida diária: que incluem atividades como autocuida-</p><p>do, higiene pessoal, comunicação, deambulação, viagens, repouso e sono, atividades</p><p>sexuais e exercícios de atividades sociais e recreacionais. O que é avaliado não é sim-</p><p>plesmente o número de atividades que estão restritas ou prejudicadas, mas o conjunto</p><p>de restrições ou limitações que, eventualmente, afetam o indivíduo como um todo;</p><p>• Exercício de funções sociais: refere-se à capacidade do indivíduo de interagir</p><p>apropriadamente e comunicar-se eficientemente com outras pessoas. Inclui a ca-</p><p>pacidade de conviver com outros, tais como membros de sua família, amigos, vizi-</p><p>nhos, atendentes e balconistas no comércio, zeladores de prédios, motoristas de táxi</p><p>ou ônibus, colegas de trabalho, supervisores ou supervisionados, sem alterações,</p><p>agressões ou sem o isolamento do indivíduo em relação ao mundo que o cerca;</p><p>• Concentração, persistência e ritmo: também denominados capacidade de com-</p><p>pletar ou levar a cabo tarefas. Esses indicadores ou parâmetros referem-se à capa-</p><p>cidade de manter a atenção focalizada o tempo suficiente para permitir a realização</p><p>cabal, em tempo adequado, de tarefas comumente encontradas no lar, na escola ou</p><p>nos locais de trabalho. Essas capacidades ou habilidades podem ser avaliadas por</p><p>qualquer pessoa, principalmente se for familiarizada com o desempenho anterior,</p><p>15</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>basal ou histórico do indivíduo. Eventualmente, a opinião de profissionais psicólo-</p><p>gos ou psiquiatras, com bases mais objetivas, poderá ajudar na avaliação;</p><p>• Deterioração ou descompensação no trabalho: refere-se a falhas repetidas na</p><p>adaptação a circunstâncias estressantes. Frente a situações ou circunstâncias mais</p><p>estressantes ou de demanda mais elevada, os indivíduos saem, desaparecem ou</p><p>manifestam exacerbações dos sinais e sintomas de seu transtorno mental ou com-</p><p>portamental. Em outras palavras, descompensam e têm dificuldade de manter as</p><p>atividades da vida diária, o exercício de funções sociais e a capacidade de completar</p><p>ou levar a cabo tarefas. Aqui, situações de estresse, comuns em ambientes de traba-</p><p>lho, podem incluir o atendimento de clientes, a tomada de decisões, a programação</p><p>de tarefas, a interação com supervisores e colegas.</p><p>Lista de transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho, de acordo com</p><p>a Portaria/MS n.° 1.339/1999.</p><p>A prevenção dos transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho</p><p>baseia-se nos procedimentos de vigilância dos agravos à saúde e dos ambientes e das</p><p>condições de trabalho. Utilizam conhecimentos médico-clínicos, epidemiológicos, de</p><p>higiene ocupacional, toxicologia, ergonomia, psicologia, entre outras disciplinas, va-</p><p>lorizando a percepção dos trabalhadores sobre seu trabalho e a saúde. Baseia-se nas</p><p>normas técnicas e regulamentos vigentes, envolvendo:</p><p>• Reconhecimento prévio das atividades e locais de trabalho onde existam substân-</p><p>cias químicas, agentes físicos e/ou biológicos e os fatores de risco decorrentes da</p><p>organização do trabalho potencialmente causadores de doença;</p><p>• Identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da ex-</p><p>posição aos fatores de risco identificados;</p><p>• Identificação e proposição de medidas que devem ser adotadas para a eliminação</p><p>ou o controle da exposição aos fatores de risco e para proteção dos trabalhadores;</p><p>• Educação e informação aos trabalhadores e empregadores.</p><p>Câncer relacionado ao trabalho</p><p>As concentrações de substâncias cancerígenas, em geral, são maiores nos locais</p><p>de trabalho do que em outros ambientes extralaborais. Segundo as estimativas da</p><p>Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 440 mil pessoas</p><p>morreram no mundo em 2005 como consequência da exposição a substâncias pe-</p><p>rigosas no trabalho. Mais de 70% dessa cifra, ou seja, aproximadamente 315 mil</p><p>pessoas morreram de câncer relacionado ao trabalho. Uma proporção significativa</p><p>dos casos de câncer decorrente do trabalho teve como causa a exposição ao amianto</p><p>(OIT, 2009; EUROGIP, 2010).</p><p>O primeiro relato associando câncer à ocupação foi descrito por Percival Pott, em</p><p>1775, relacionando câncer de escroto em limpadores de chaminé como decorrente da</p><p>16</p><p>17</p><p>exposição à fuligem. Todavia, o modelo experimental da carcinogenicidade da fuligem</p><p>só foi demonstrado em 1920, ou seja, 150 anos depois da primeira observação epide-</p><p>miológica (OIT, 2009).</p><p>A associação de câncer com causas ocupacionais tem sido demonstrada por meio</p><p>de estudos epidemiológicos. A partir de 1965, com a criação da IARC pela Organiza-</p><p>ção Mundial da Saúde (OMS), ficou a cargo dessa Agência o consenso internacional</p><p>para o reconhecimento do caráter cancerígeno das substâncias, agentes ou outras</p><p>formas de exposição. No que tange à exposição ocupacional, o papel da IARC tem</p><p>sido fundamental no sentido de reconhecer os ambientes complexos e as múltiplas</p><p>exposições que ocorrem no ambiente de trabalho e que não permitem a identificação</p><p>de agentes isolados.</p><p>No Brasil, a legislação específica do Ministério do Trabalho e Emprego reconhece</p><p>como agentes cancerígenos apenas cinco substâncias: benzeno, 4-aminodifenil, benzidina,</p><p>beta-naftilamina e 4-nitrodifenil. Porém, agentes reconhecidamente cancerígenos, como</p><p>radiação ionizante, amianto e a sílica estão entre as que possuem exposições toleradas.</p><p>Benzeno é um hidrocarboneto aromático encontrado no estado líquido incolor, liposso-</p><p>lúvel, volátil, inflamável, de odor característico. A exposição ao benzeno pode causar in-</p><p>toxicação aguda e crônica. O benzeno é um agente mielotóxico regular, leucemogênico e</p><p>cancerígeno até mesmo em doses inferiores a 1ppm. Uma das doenças que o benzeno e</p><p>seus homólogos tóxicos podem provocar é a leucemia.</p><p>Dessa forma, adota-se no país a concepção de “níveis seguros” para a exposição</p><p>ocupacional a maior parte dos cancerígenos, o que conflita com o atual conhecimento</p><p>científico sobre carcinogênese, que não reconhece limites seguros para a exposição do</p><p>trabalhador aos agentes cancerígenos (BRASIL, 2012).</p><p>Anexo XI – Norma Regulamentadora Nº 15.</p><p>Quanto à forma de utilização das substâncias químicas, importantes compostos can-</p><p>cerígenos encontram-se entre os metais pesados, os agrotóxicos, os solventes, formal-</p><p>deído e as poeiras. Existem diferentes formas de classificação para o mesmo agente.</p><p>As restrições para a exposição a substâncias químicas baseadas no conhecimento da</p><p>toxicidade potencial ou da carcinogenicidade são bastante recentes.</p><p>Nuvem de Veneno: https://youtu.be/jZ1QUAxFaxs.</p><p>A IARC adota como metodologia, para elaborar suas publicações, a constituição de</p><p>grupos de especialistas internacionais para produzir consensos do estado da arte das pes-</p><p>quisas. Os consensos são divulgados através de monografias temáticas, servem de refe-</p><p>rência para as recomendações da OMS e adotam como classificação quatro grupos (IARC</p><p>– Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, 2010), conforme descritos a seguir:</p><p>• Grupo 1: O agente (mistura) é cancerígeno para humanos;</p><p>17</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>• Grupo 2: O agente é provavelmente cancerígeno para humanos (2A) ou possivel-</p><p>mente cancerígeno para humanos (2B);</p><p>• Grupo 3: O agente não é classificável como cancerígeno;</p><p>• Grupo 4: O agente (mistura) é provavelmente não cancerígeno para humanos.</p><p>Influência das Doenças do Trabalho na</p><p>Produtividade e Bem-estar do Trabalhador</p><p>A saúde e o bem-estar do trabalhador influenciam diretamente na sua produtividade.</p><p>Para Martinez e Paraguay (2003), a satisfação no trabalho tem sido definida de diferentes</p><p>maneiras, dependendo do referencial teórico adotado. As conceituações mais frequentes</p><p>referem-se à satisfação no trabalho como sinônimo de motivação, como atitude ou como</p><p>estado emocional positivo, havendo, ainda, os que consideram satisfação e insatisfação</p><p>como fenômenos distintos, opostos.</p><p>No entanto, o comprometimento do empregador com a saúde do trabalhador e na</p><p>prevenção de riscos gera uma resposta positiva, além de proporcionar um ambiente no</p><p>qual os trabalhadores executam suas tarefas com mais satisfação. Aumentando o nível</p><p>de produtividade das equipes, reduzindo o número de adoecimentos, como a depressão,</p><p>a ansiedade e o estresse.</p><p>É necessário mudar o paradigma de que a saúde do trabalhador seja apenas um gasto</p><p>desnecessário ou desperdício de dinheiro, visualizando que o investimento que gera</p><p>retorno está diretamente relacionado com a motivação e o bem-estar das pessoas, bem</p><p>como com os resultados da organização.</p><p>Investir em segurança do trabalho deve estar para além de uma obrigação im-</p><p>posta pela lei. Quando, de fato, o empregador se preocupa e aposta na área de</p><p>saúde e segurança, os resultados alcançados podem ser significativamente melhores.</p><p>A melhor alternativa é envolver toda a equipe e fazer com que as regras sirvam para</p><p>motivar a satisfação e o bem-estar.</p><p>Cuidar da saúde do trabalhador é um desafio para o empregador e a sociedade.</p><p>Muitos são os desafios que precisam ser superados, por exemplo, o envelhecimento da</p><p>população. As ações tomadas devem ser preventivas, evitando o surgimento de proble-</p><p>mas futuros.</p><p>Atuar no campo da Saúde do Trabalhador demanda abandonar o conforto das certe-</p><p>zas das causas e construir argumentos na imprevisibilidade da realidade (LIEBER, 2008).</p><p>Suscita dificuldades, porque a complexidade do objeto não permite ser “engessado” em</p><p>rotinas e atitudes técnicas padronizadas. Pelo contrário, exige criatividade, pesquisa e</p><p>envolvimento social direto e permanente (RIBEIRO, 2013).</p><p>18</p><p>19</p><p>Doenças Relacionadas</p><p>ao Trabalho no Meio Rural</p><p>No âmbito rural o direito brasileiro regulou a atividade do trabalhador, inicialmente</p><p>pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, e pelo Decreto nº 73.626, de 12 de fevereiro</p><p>de 1974. Mais tarde, em 1988, a Constituição Federal, no seu art. 7º equipara em di-</p><p>reitos o trabalhador rural ao urbano. O meio onde o trabalhador exerce suas atividades</p><p>pode apresentar riscos à sua integridade física e psicológica (CERVI, 2015).</p><p>A agropecuária é um dos ramos mais crescentes no Brasil. Porém, o uso indiscri-</p><p>minado de algumas substâncias, a carga horária excessiva e as precárias condições de</p><p>trabalho vêm favorecendo o surgimento de algumas doenças relacionadas ao mesmo,</p><p>assim como a incidência de acidentes de trabalho.</p><p>No Brasil, a prática da atividade laboral rural é exercida principalmente por homens,</p><p>porém, a presença das mulheres também está presente nesse meio, sendo que elas</p><p>exercem, além das atividades na lavoura ou plantio, as atividades domésticas e, ainda, a</p><p>educação dos filhos (LIMA; BONOW; BARTH, 2014).</p><p>Levantamentos da Organização Mundial de Saúde apontam a atividade agrícola</p><p>como uma das mais perigosas em relação à saúde e segurança do trabalhador. Estu-</p><p>dos diversos têm confirmado o caráter insalubre das atividades rurais, demonstran-</p><p>do o aumento no número de acidentes, lesões e doenças de toda ordem (ALVES;</p><p>GUIMARÃES, 2012).</p><p>Segundo Laurell e Noriega (1989), os riscos, fatores de risco e danos à saúde dos tra-</p><p>balhadores devem ser compreendidos como expressão das tecnologias utilizadas, da orga-</p><p>nização e da divisão do trabalho, da intervenção dos trabalhadores nos locais de trabalho,</p><p>da ação de técnicos e instituições relacionados à questão e do arcabouço jurídico vigente.</p><p>Podemos considerar que os riscos e danos que podem acometer o trabalhador agro-</p><p>pecuário são:</p><p>• Acidentes com ferramentas manuais, com máquinas e implementos agrícolas ou</p><p>provocados por animais, ocasionando lesões traumáticas de diferentes graus de</p><p>intensidade. Entre os agricultores, esses são os acidentes de trabalho mais comu-</p><p>mente notificados, seja por meio dos sistemas oficiais de informação em saúde, seja</p><p>pela empresa;</p><p>• Acidentes com animais peçonhentos cuja relação com o trabalho quase nunca é es-</p><p>tabelecida, embora sejam bastante comuns. Ofidismo, aracneísmo, escorpionismo</p><p>são os mais comuns. Acontecem ainda com taturanas, abelhas, vespas, marimbon-</p><p>dos etc.;</p><p>• Exposição a agentes infecciosos e parasitários endêmicos que provocam doenças</p><p>como a esquistossomose, a malária etc.;</p><p>19</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>• Exposição à radiação não ionizante (solar) por longos períodos, sem observar as</p><p>pausas e as reposições calórica e hídrica necessárias, desencadeia uma série de</p><p>problemas de saúde, tais como cãibras, síncopes, exaustão por calor, envelheci-</p><p>mento precoce e câncer de pele;</p><p>• Exposição ao ruído e à vibração que estão presentes no uso de motosserras, colhe-</p><p>deiras, tratores etc. O ruído provoca perda lenta e progressiva da audição, fadiga,</p><p>irritabilidade, aumento da pressão arterial, distúrbios do sono etc. Já a exposição à</p><p>vibração ocasiona desconforto geral, dor lombar, degeneração dos discos interver-</p><p>tebrais, a “doença dos dedos brancos” etc.;</p><p>• Exposição a partículas de grãos armazenados, ácaros, pólen, detritos de origem</p><p>animal, componentes de células de bactérias e fungos provocam um problema de</p><p>saúde muito comum em trabalhadores rurais, e pouco</p><p>reconhecido e registrado</p><p>como tal. São as doenças respiratórias, com destaque para a asma ocupacional e</p><p>as pneumonites por hipersensibilização;</p><p>• A divisão e o ritmo intenso de trabalho com a cobrança de produtividade, jornada</p><p>de trabalho prolongada, ausência de pausas, entre outros aspectos da organização</p><p>do trabalho, condição particularmente observada em trabalhadores rurais assala-</p><p>riados (como, por exemplo, colheita de cana, flores, café etc.) têm ocasionado o</p><p>surgimento de LER/Dort;</p><p>• Exposição a fertilizantes, que podem causar intoxicações graves e mortais. As in-</p><p>toxicações registradas têm sido consideradas acidentais, envolvendo produtos do</p><p>grupo dos fosfatos, sais de potássio e nitratos. As intoxicações por fosfatos se ca-</p><p>racterizam por hipocalcemia, enquanto as causadas por sais de potássio provocam</p><p>ulceração da mucosa gástrica, hemorragia, perfuração intestinal etc. Os nitratos,</p><p>uma vez no organismo, transformam-se – por meio de uma série de reações meta-</p><p>bólicas – em nitrosaminas, que são substâncias cancerígenas;</p><p>• Exposição a agrotóxicos.</p><p>A essas situações de risco para a saúde do trabalhador se somam condições que afe-</p><p>tam o conjunto dos trabalhadores brasileiros como baixos salários, condições sanitárias</p><p>inadequadas, carência alimentar, deficiência dos serviços de saúde, entre outras.</p><p>20</p><p>21</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Vídeos</p><p>Documentário Linha de Corte</p><p>https://youtu.be/Iy7MWg3Llq8</p><p>Leitura</p><p>Ministério da Saúde atualiza lista de doenças relacionadas ao trabalho após 24 anos</p><p>Acesse este link e conheça, através do Portal do Ministério da Saúde, a lista atualizada</p><p>das doenças relacionadas ao trabalho.</p><p>https://bit.ly/3Ur4ja8</p><p>Transtorno Mental relacionado ao trabalho</p><p>Para obter mais informações sobre os transtornos mentais relacionados ao trabalho,</p><p>acesse o link abaixo e aproveite para observar se você ou alguém próximo de você já</p><p>apresentou algum dos sinais ou sintomas citados na matéria.</p><p>https://bit.ly/3Qd56ZI</p><p>Modelo de análise e prevenção de acidente de trabalho – MAPA</p><p>ALMEIDA, Ildeberto Muniz. Modelo de análise e prevenção de acidente de trabalho –</p><p>MAPA. Ildeberto Muniz Almeida e Rodolfo A. G. Vilela; Alessandro J. Nunes da Silva</p><p>[et al.], (colab.). – Piracicaba: CEREST, 2010. 52 p.</p><p>http://bit.ly/2GtxWAk</p><p>21</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>Referências</p><p>ALVES, R. A.; GUIMARÃES, M. C. De que sofrem os trabalhadores rurais? Análise dos</p><p>principais motivos de acidentes e adoecimentos nas atividades rurais. Informe Gepec,</p><p>Toledo, v. 16, n. 2, p. 39-56, jul./dez. 2012</p><p>BIRMINGHAM, D. J. Overview: occupational skin diseases. In: STELLMAN, J. M.</p><p>(Ed.). Encyclopaedia of occupational health and safety. 4th ed. Geneva: International</p><p>Labour Office, 1998. p. 12.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde dos trabalhadores expostos ao</p><p>chumbo metálico. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Câncer relacionado ao trabalho: leucemia mielóide</p><p>aguda-síndrome mielodisplásica decorrente da exposição ao benzeno. Brasília: Editora</p><p>do Ministério da Saúde, 2006b.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Dermatoses ocupacionais. Brasília: Editora do Ministé-</p><p>rio da Saúde, 2006c.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Dor relacionada ao trabalho: lesões por esforços repeti-</p><p>tivos (LER): distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). Brasília: Editora</p><p>do Ministério da Saúde, 2012.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Exposição a materiais biológicos. Brasília: Editora do</p><p>Ministério da Saúde, 2009.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Notificação de acidentes do trabalho fatais, graves e</p><p>com crianças e adolescentes. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006e.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doen-</p><p>ças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde.</p><p>Organizado por Elizabeth Costa Dias; colaboradores Idelberto Muniz Almeida et al.</p><p>Brasília: Ministério da Saúde, 2001.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Perda auditiva induzida por ruído (PAIR). Brasília:</p><p>Editora do Ministério da Saúde, 2006d.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Pneumoconioses. Brasília: Editora do Ministério da</p><p>Saúde , 2006f.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 204, de 17 de fevereiro de 2016 – Define a</p><p>Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pú-</p><p>blica nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos</p><p>do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 18 fev. 2016a.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 205, de 17 de fevereiro de 2016 – Define a</p><p>lista nacional de doenças e agravos, na forma do anexo, a serem monitorados por meio</p><p>da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes. Diário Oficial da</p><p>União. 18 fev. 2016b.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Risco químico: atenção à saúde dos trabalhadores ex-</p><p>postos ao benzeno. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006g.</p><p>22</p><p>23</p><p>CASTORINA, J. et al. Carpal tunnel syndrome among postal machine operators.</p><p>Berkeley, CA: California Department of Health Services, 1990.</p><p>CERVI, Mauro Luiz. The injuries at work and the occupational diseases in the</p><p>rural environment and their judicial impacts. 2015. 215 f. Tese (Doutorado em</p><p>Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015.</p><p>EUROGIP. Cancers d’origine professionnelle: quelle reconnaissance en Europe?</p><p>Eurogip. France. 2010. [cited 2010 Sep 30 ]. Available from: <http://www.eurogip.fr/</p><p>fr/docs/EUROGIP_RapportRecoCancerspro_49F.pdf>.</p><p>INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (BRASIL). Diretrizes para a vigilância do</p><p>câncer relacionado ao trabalho. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da</p><p>Silva, Coordenação Geral de Ações Estratégicas, Coordenação de Prevenção e Vigilân-</p><p>cia, Área de Vigilância do Câncer relacionado ao Trabalho e ao Ambiente; Organizadora</p><p>Fátima Sueli Neto Ribeiro. Rio de Janeiro: Inca, 2012.</p><p>INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (BRASIL). Vigilância do câncer relacionado</p><p>ao trabalho e ao ambiente. Instituto Nacional de Câncer. 2. ed. Rev. atual. Rio de</p><p>Janeiro: Inca, 2010.</p><p>KIVI, P. Rheumatic disorders of the upper limbs associated with repetitive occupacional</p><p>tasks in Finland in 1975-1979. Scand. J. Rheumatology, [S.l.], v. 13, p. 101-7, 1984.</p><p>LAURELL, A. C.; NORIEGA, M. Processo de produção e saúde. São Paulo: Hucitec, 1989.</p><p>LIEBER, R. R. O princípio da precaução e a saúde no trabalho. Saúde e Sociedade,</p><p>v. 17, n. 4, p. 124-134, 2008.</p><p>LIMA, G. L.; BONOW, C. A.; BARTHV, T. Doenças relacionadas ao trabalho rural:</p><p>uma revisão de literatura. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Exten-</p><p>são. v.6, n. 2, 2014. Acesso em 02 de fevereiro de 2019. Disponível em: <http://seer.</p><p>unipampa.edu.br/index.php/siepe/article/view/8480>.</p><p>MARTINEZ, M. C.; PARAGUAY, A. I. B. B. Satisfação e saúde no trabalho: aspectos</p><p>conceituais e metodológicos. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo , v. 6, p. 59-78, dez. 2003.</p><p>Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-</p><p>-37172003000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 08/02/2024.</p><p>MENDES, R.; DIAS, E. C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista de</p><p>Saúde Pública, São Paulo, v. 25, n. 5, p. 341-349. 1991.</p><p>MENDES, René (Org.) et al. Patologia do trabalho: volume 1. 3. ed. São Paulo:</p><p>Atheneu, 2013a.</p><p>MENDES, René (Org.) et al. Patologia do trabalho: volume 2. 3. ed. São Paulo:</p><p>Atheneu, 2013b.</p><p>OFICINA INTERNACIONAL DEL TRABAJO. Normas de la OIT sobre seguridad y</p><p>salud en el trabajo: promover la seguridad y la salud en el medio ambiente de</p><p>trabajo. Ginebra: Oficina Internacional del Trabajo; 2009.</p><p>23</p><p>UNIDADE</p><p>Doenças do Trabalho</p><p>RIBEIRO, F. S. N. Metodologia progressiva e integrada de vigilância em saúde do</p><p>trabalhador. In: CORRÊA, M. J. M.; PINHEIRO, T. M. M.; MERLO, A. R. C. Vigilância</p><p>em Saúde do Trabalhador no Sistema Único de Saúde. Teorias e Práticas. Belo Horizonte :</p><p>Coopmed, 2013. 145 – 177p.</p><p>24</p>24