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<p>GESTÃO DE ROTINAS</p><p>TRABALHISTAS NO eSOCIAL</p><p>AULA 1</p><p>Profª Rubiane Bakalarczyk Matoso</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Na aula de hoje, falaremos sobre o Sistema de Escrituração Digital das</p><p>Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), sistema</p><p>idealizado pelo Governo Federal com o intuito de substituir uma gama de</p><p>declarações que atenderá as necessidades de diversos órgãos fiscalizadores,</p><p>como a Receita Federal, o Ministério da Economia, a Caixa Econômica Federal</p><p>e a Justiça do Trabalho.</p><p>Assim, nesta primeira aula, estudaremos os conceitos do eSocial, seus</p><p>objetivos e obrigatoriedade, os princípios aplicados ao eSocial, legislação,</p><p>mudanças em declarações e formulários, cronograma de implantação e</p><p>documentação técnica.</p><p>Bom estudo!</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,</p><p>Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) foi idealizado com o objetivo de</p><p>diminuir a sonegação de tributos e desburocratizar a prestação das</p><p>informações relativas a eventos trabalhistas, previdenciários e fiscais geradas</p><p>pelas empresas.</p><p>O novo sistema substituirá diversas declarações, como Cadastro Geral</p><p>de Empregados e Desempregados (CAGED), Relação Anual de Informações</p><p>Sociais (RAIS), Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à</p><p>Previdência Social (GFIP), Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), Perfil</p><p>Profissiográfico Previdenciário (PPP), Manual Normativo de Arquivos Digitais</p><p>(MANAD), entre tantos outros.</p><p>Diante dessa afirmativa, surge o seguinte questionamento: a substituição</p><p>das declarações será realizada de forma imediata, respeitando o cronograma</p><p>de implantação do eSocial?</p><p>3</p><p>TEMA 1 – CONCEITO, OBJETIVOS, OBRIGATORIEDADE E PRINCÍPIOS</p><p>APLICADOS AO eSOCIAL</p><p>1.1 Conceito e objetivos</p><p>O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,</p><p>Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) é um projeto do Governo Federal</p><p>criado por meio do Decreto n. 8.373/2014. Surgiu como um braço do Sistema</p><p>Público de Escrituração Digital, conhecido como SPED. O SPED é composto</p><p>por vários módulos, entre eles: EFD-Contribuições, EFD-Reinf, NF-e, CT-e,</p><p>entre outros.1</p><p>A principal finalidade do novo sistema é unificar o envio das informações</p><p>trabalhistas, fiscais e previdenciárias. Não se trata de uma nova obrigação</p><p>acessória, mas, sim, de uma nova forma de cumprimento das obrigações já</p><p>existentes.</p><p>O novo sistema não muda as legislações trabalhista e previdenciária,</p><p>apenas estabelece uma nova forma de cumprimento das obrigações</p><p>acessórias e vincula o cumprimento dos prazos legais pelo</p><p>empregador/contribuinte.</p><p>O art. 2º do Decreto n. 8.373/2014 nos traz de forma clara e objetiva o</p><p>conceito, a finalidade e a estrutura do eSocial. Vejamos:</p><p>Art. 2º O eSocial é o instrumento de unificação da prestação das</p><p>informações referentes à escrituração das obrigações fiscais,</p><p>previdenciárias e trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua</p><p>transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo</p><p>ambiente nacional composto por:</p><p>I - escrituração digital, contendo informações fiscais, previdenciárias e</p><p>trabalhistas;</p><p>II - aplicação para preenchimento, geração, transmissão, recepção,</p><p>validação e distribuição da escrituração; e</p><p>III - repositório nacional, contendo o armazenamento da escrituração.</p><p>As informações enviadas pelas empresas por meio do portal ficarão</p><p>centralizadas em um ambiente virtual único, ao qual os órgãos envolvidos no</p><p>projeto (Caixa Econômica, Ministério da Economia, Previdência Social, Receita</p><p>Federal) poderão ter acesso de forma rápida. Assim, além da apuração dos</p><p>tributos e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), as informações</p><p>1 Você poderá acessar o site <http://sped.rfb.gov.br/> e conferir todo o conteúdo referente ao</p><p>SPED.</p><p>4</p><p>serão utilizadas para fiscalizar o cumprimento das legislações trabalhista e</p><p>previdenciária.</p><p>Cumpre aqui dizer que o eSocial não é um novo programa (software),</p><p>trata-se de um leiaute com base no qual as empresas poderão elaborar seu</p><p>próprio sistema ou, então, adquirir um sistema de folha de pagamento</p><p>adaptado de acordo com as orientações do leiaute.</p><p>O objetivo principal do governo é simplificar o cumprimento das</p><p>obrigações acessórias. Assim, as empresas deixarão de preencher os vários</p><p>formulários e declarações (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e</p><p>Informações à Previdência Social, o SEFIP, além de CAGED, RAIS etc.) para</p><p>enviar apenas os arquivos do eSocial.</p><p>1.2 Obrigatoriedade</p><p>Estão obrigados a utilizar o eSocial os empregadores pessoas físicas e</p><p>jurídicas, inclusive os órgãos públicos de administração direta, indireta,</p><p>autarquias e fundações. Incluem-se nessa obrigação até mesmo as empresas</p><p>sem empregados, MEIs, cooperativas, segurados especiais (produtor rural e</p><p>pescador rural) e pequenos produtores rurais.</p><p>Não podemos esquecer de mencionar que o empregador/contribuinte</p><p>que estiver sem movimentação na folha de pagamento deverá apresentar</p><p>declaração sem movimento. Ou seja, conforme orientações trazidas pelo</p><p>Manual de Orientação do eSocial (MOS):</p><p>Todo aquele que contratar prestador de serviço pessoa física e</p><p>possua alguma obrigação trabalhista, previdenciária ou tributária, em</p><p>função dessa relação jurídica de trabalho, inclusive se tiver natureza</p><p>administrativa, conforme a legislação pertinente, está obrigado a</p><p>enviar informações decorrentes desse fato por meio do eSocial.</p><p>A obrigação para os mencionados anteriormente está prevista no art. 2º,</p><p>parágrafo1º, do Decreto n. 8.373/2014:</p><p>Art. 2º [...]</p><p>§1º A prestação das informações ao eSocial substituirá, na forma</p><p>disciplinada pelos órgãos ou entidades partícipes, a obrigação de</p><p>entrega das mesmas informações em outros formulários e</p><p>declarações a que estão sujeitos:</p><p>I - o empregador, inclusive o doméstico, a empresa e os que forem a</p><p>eles equiparados em lei;</p><p>II - o segurado especial, inclusive em relação a trabalhadores que lhe</p><p>prestem serviço;</p><p>III - as pessoas jurídicas de direito público da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios; e</p><p>5</p><p>IV - as demais pessoas jurídicas e físicas que pagarem ou creditarem</p><p>por si rendimentos sobre os quais tenha incidido retenção do Imposto</p><p>sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF, ainda que em um único mês</p><p>do ano-calendário.</p><p>O decreto também prevê que para as microempresas e empresas de</p><p>pequeno porte, regulamentadas pela Lei Complementar n. 123/2006, bem</p><p>como o microempreendedor individual, prestarão as informações ao eSocial em</p><p>sistema simplificado compatível com as especialidades de cada empresa.</p><p>Cumpre ressaltar que para o empregador doméstico as informações são</p><p>realizadas por meio de um módulo simplificado e desenvolvido especialmente</p><p>para essa categoria. Ou seja, o empregador doméstico não precisa de um</p><p>sistema de folha de pagamento para gerar as informações, e o preenchimento</p><p>e o envio dos dados se dá diretamente pelo site do eSocial. No Portal do</p><p>eSocial, encontramos todas as informações pertinentes ao módulo simplificado</p><p>para o empregador doméstico:</p><p>Fonte: Portal do eSocial.</p><p>O acesso às empresas se dará por meio do certificado digital e, para o</p><p>empregador doméstico, o microempreendedor individual e o segurado especial</p><p>o acesso será realizado pelo módulo simplificado, com senha e código de</p><p>acesso, conforme tela a seguir:</p><p>6</p><p>Fonte: Portal do eSocial.</p><p>1.3 Princípios aplicados ao eSocial</p><p>Assim como toda obrigação acessória, o eSocial rege-se pelos princípios</p><p>elencados em seu decreto regulamentador, vejamos:</p><p>Art. 3º O eSocial rege-se pelos seguintes princípios:</p><p>I - viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;</p><p>II - racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações;</p><p>III - eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas</p><p>físicas e jurídicas;</p><p>IV - aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho,</p><p>previdenciárias e tributárias; e</p><p>V - conferir tratamento diferenciado às microempresas e empresas de</p><p>pequeno porte. (Decreto n. 8.373/2014)</p><p>Ao analisar os princípios anteriormente elencados, podemos dizer que</p><p>para o trabalhador alguns direitos serão garantidos de imediato, já que haverá</p><p>necessidade de envio das informações observando a legislação vigente para</p><p>cada evento trabalhista.</p><p>Podemos citar aqui, como exemplo, o trabalhador que realiza horas</p><p>extras e o seu empregador que não paga o Descanso Semanal Remunerado</p><p>(DSR). Nesse caso, preencher o eSocial sem a incidência do reflexo sinalizará</p><p>a irregularidade praticada, permitindo, assim, a fiscalização imediata da</p><p>empresa.</p><p>7</p><p>Cumpre dizer que o ato fiscalizador poderá abranger os últimos cinco</p><p>anos, incluindo assim vários eventos trabalhistas não praticados pela empresa.</p><p>Para as instituições e empresas que não estão atentas às obrigações</p><p>trabalhistas e contam com a ineficiência dos órgãos fiscalizadores, a</p><p>implantação do eSocial acarretará mudanças drásticas em seu modelo de</p><p>gestão, e a cada arquivo enviado serão gerados os seus passivos trabalhista,</p><p>fiscal e previdenciário.</p><p>Já para o Governo Federal, a implantação do novo sistema permitirá um</p><p>melhor controle das empresas, inclusive quanto aos recolhimentos das</p><p>contribuições e demais tributos gerados pelos eventos, permitindo, assim, uma</p><p>fiscalização mais efetiva.</p><p>TEMA 2 – LEGISLAÇÃO, VIGÊNCIA E AS MUDANÇAS NAS OBRIGAÇÕES</p><p>ACESSÓRIAS</p><p>Como vimos no tópico anterior, o Sistema de Escrituração Digital das</p><p>Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) foi criado por meio</p><p>do Decreto n. 8.373/2014. Inicialmente essa legislação instituiu o Comitê</p><p>Diretivo do eSocial e o Comitê Gestor do eSocial. Até a publicação do Decreto</p><p>n. 10.087/2019 esses órgãos eram os responsáveis pela elaboração do</p><p>sistema e pela edição das regras aplicáveis, além de por novos manuais e</p><p>versões dos leiautes, alterações do cronograma de implantação, entre outros.</p><p>A partir do Decreto n. 10.087/2019 passou a ser de responsabilidade da</p><p>Caixa Econômica Federal, do Instituto Nacional do Seguro Social, da</p><p>Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Previdência Social e</p><p>do Ministério do Trabalho e Emprego a regulamentação do sistema. Esses</p><p>órgãos hoje compõem o Comitê Gestor do eSocial.</p><p>O Comitê Gestor tem divulgado as alterações diretamente no Portal do</p><p>eSocial, incluindo resoluções, notas técnicas, notas de documentação e</p><p>evolutiva e notas orientativas sem que tais normas tenham sido publicadas no</p><p>Diário Oficial e, portanto, o acesso frequente ao portal do eSocial se faz</p><p>necessário para o acompanhamento das novidades.</p><p>8</p><p>Fonte: Portal do eSocial.</p><p>Além das legislações pertinentes ao sistema, o portal traz de forma</p><p>compilada as legislações trabalhistas, previdenciárias e tributárias para um fácil</p><p>acesso.</p><p>Cumpre ressaltar que os órgãos que compõem o Comitê Gestor terão</p><p>acesso compartilhado a todas as informações que integram o ambiente</p><p>nacional do eSocial e farão uso delas respeitando o limite de suas</p><p>competências e atribuições, não podendo transferir as informações a terceiros</p><p>e nem as divulgar.</p><p>TEMA 3 – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO</p><p>O cronograma de implantação do Sistema de Escrituração Digital das</p><p>Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), desde a sua</p><p>divulgação, passou por diversas alterações. A última alteração foi proposta pela</p><p>Portaria n. 1.419/2019, que trouxe as novas datas de obrigatoriedade para</p><p>empresas, empregadores pessoas físicas e órgãos públicos.</p><p>Os primeiros eventos foram transmitidos pelo eSocial em 8 de janeiro de</p><p>2018, sendo que as informações prestadas naquele momento tiveram caráter</p><p>9</p><p>declaratório, constituindo instrumento hábil e suficiente para a cobrança de</p><p>tributos e encargos trabalhistas.</p><p>A implantação do sistema tem sido realizada em fases e, inicialmente, as</p><p>empresas e demais obrigados foram divididos em quatro grupos para o envio</p><p>das informações.</p><p>A Portaria n. 1.419/2019 não apenas divulgou o novo cronograma de</p><p>envio dos eventos, mas também desmembrou o Grupo 4 em outros dois grupos</p><p>(5 e 6). Além disso, a portaria estabeleceu o escalonamento para o envio dos</p><p>eventos periódicos para as empresas do Grupo 3, que levará em consideração</p><p>o último dígito do CNPJ básico para a definição das datas. Vejamos as</p><p>alterações propostas pela portaria e o novo cronograma:</p><p>GRUPO 1 - Empresas com faturamento anual superior a R$ 78</p><p>milhões:</p><p>Fase 1: 08/01/2018 - Apenas informações relativas às empresas, ou</p><p>seja, cadastros do empregador e tabelas</p><p>Fase 2: Março/2018 - Nesta fase, empresas passam a ser obrigadas</p><p>a enviar informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos com</p><p>as empresas (eventos não periódicos), como admissões,</p><p>afastamentos e desligamentos</p><p>Fase 3: Maio/2018 - Torna-se obrigatório o envio das folhas de</p><p>pagamento</p><p>Fase 4: Agosto/2018 - Substituição da GFIP para recolhimento de</p><p>Contribuições Previdenciárias</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS</p><p>(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019)</p><p>Fase 5: 08/09/2020 - Na última fase, deverão ser enviados os dados</p><p>de segurança e saúde no trabalho (SST)</p><p>GRUPO 2 - entidades empresariais com faturamento no ano de</p><p>2016 de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões) e que não</p><p>sejam optantes pelo Simples Nacional:</p><p>Fase 1: 16/07/2018 - Apenas informações relativas às empresas, ou</p><p>seja, cadastros do empregador e tabelas</p><p>Fase 2: 10/10/2018 - Nesta fase, empresas passam a ser obrigadas a</p><p>enviar informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos com</p><p>as empresas (eventos não periódicos), como admissões,</p><p>afastamentos e desligamentos</p><p>Fase 3: 10/01/2019 - Torna-se obrigatório o envio das folhas de</p><p>pagamento (de todo o mês de janeiro/2019)</p><p>Fase 4: Abril/2019 - Substituição da GFIP para recolhimento de</p><p>Contribuições Previdenciárias - empresas com faturamento superior a</p><p>R$4,8 milhões</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento de</p><p>Contribuições Previdenciárias - Demais obrigados, exceto órgãos</p><p>públicos e organismos internacionais bem como empresas</p><p>constituídas após o ano-calendário 2017, independentemente do</p><p>faturamento (ver Instrução Normativa RFB nº 1906, de 14 de agosto</p><p>de 2019).</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS</p><p>(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019)</p><p>Fase 5: 08/01/2021 - Na última fase, deverão ser enviados os dados</p><p>de segurança e saúde no trabalho (SST)</p><p>10</p><p>GRUPO 3 - empregadores optantes pelo Simples Nacional,</p><p>empregadores pessoa física (exceto doméstico), produtor rural</p><p>PF e entidades sem fins lucrativos:</p><p>Fase 1: 10/01/2019 - Apenas informações relativas aos órgãos e às</p><p>pessoas físicas, ou seja, cadastros dos empregadores e tabelas</p><p>Fase 2: 10/04/2019 - Nesta fase, os entes passam a ser obrigadas a</p><p>enviar informações relativas aos servidores e seus vínculos com os</p><p>órgãos (eventos não periódicos), e as pessoas físicas quanto aos</p><p>seus empregados. Ex: admissões, afastamentos e desligamentos</p><p>Fase 3: Escalonamento pelo último dígito do CNPJ base - Torna-se</p><p>obrigatório o envio das folhas de pagamento:</p><p>08/09/2020 - CNPJ básico com final 0, 1, 2 ou 3</p><p>08/10/2020 - CNPJ básico com final 4, 5, 6 ou 7</p><p>09/11/2020 - CNPJ básico com final 8, 9 e pessoas físicas</p><p>Fase 4: (Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento de</p><p>Contribuições Previdenciárias (Instrução Normativa específica, a ser</p><p>publicada)</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS</p><p>(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019)</p><p>Fase 5: 08/07/2021 - Na última fase, deverão ser enviados os dados</p><p>de segurança e saúde no trabalho (SST)</p><p>GRUPO 4 - órgãos públicos do âmbito federal e organizações</p><p>internacionais:</p><p>Fase 1: 08/09/2020 - Apenas informações relativas aos órgãos, ou</p><p>seja, cadastros dos empregadores</p><p>e tabelas (exceto o evento S-1010</p><p>- Tabela de Rubricas)</p><p>Fase 2: 09/11/2020 - Nesta fase, os entes passam a ser obrigadas a</p><p>enviar informações relativas aos servidores e seus vínculos com os</p><p>órgãos (eventos não periódicos), e as pessoas físicas quanto aos</p><p>seus empregados. Ex: admissões, afastamentos e desligamentos.</p><p>08/03/2021 - Devem ser informados os dados relativas à Tabela de</p><p>Rubricas.</p><p>Fase 3: 10/05/2021 - Torna-se obrigatório o envio das folhas de</p><p>pagamento</p><p>Fase 4: (Resolução específica a ser publicada) - Substituição da</p><p>GFIP para recolhimento de Contribuições Previdenciárias</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS</p><p>(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019)</p><p>Fase 5: 10/01/2022 - Na última fase, deverão ser enviados os dados</p><p>de segurança e saúde no trabalho (SST)</p><p>Grupo 5 - Entes públicos de âmbito estadual e o Distrito Federal</p><p>Fase 1: (Cronograma a ser estabelecido em ato específico) - Apenas</p><p>informações relativas aos órgãos, ou seja, cadastros dos</p><p>empregadores e tabelas (exceto o evento S-1010 - Tabela de</p><p>Rubricas)</p><p>Fase 2: (Cronograma a ser estabelecido em ato específico) - Nesta</p><p>fase, os entes passam a ser obrigadas a enviar informações relativas</p><p>aos servidores e seus vínculos com os órgãos (eventos não</p><p>periódicos), e as pessoas físicas quanto aos seus empregados. Ex.:</p><p>admissões, afastamentos e desligamentos.</p><p>Fase 3: (Cronograma a ser estabelecido em ato específico) - Torna-</p><p>se obrigatório o envio das folhas de pagamento</p><p>Fase 4: (Resolução específica a ser publicada) - Substituição da</p><p>GFIP para recolhimento de Contribuições Previdenciárias</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS</p><p>(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019)</p><p>Fase 5: 08/07/2022 - Na última fase, deverão ser enviados os dados</p><p>de segurança e saúde no trabalho (SST)</p><p>Grupo 6 - Entes públicos de âmbito municipal, as comissões</p><p>polinacionais e os consórcios públicos</p><p>Fase 1: (Cronograma a ser estabelecido em ato específico) - Apenas</p><p>informações relativas aos órgãos, ou seja, cadastros dos</p><p>11</p><p>empregadores e tabelas (exceto o evento S-1010 - Tabela de</p><p>Rubricas)</p><p>Fase 2: (Cronograma a ser estabelecido em ato específico) - Nesta</p><p>fase, os entes passam a ser obrigadas a enviar informações relativas</p><p>aos servidores e seus vínculos com os órgãos (eventos não</p><p>periódicos), e as pessoas físicas quanto aos seus empregados. Ex.:</p><p>admissões, afastamentos e desligamentos.</p><p>Fase 3: (Cronograma a ser estabelecido em ato específico) - Torna-</p><p>se obrigatório o envio das folhas de pagamento</p><p>Fase 4: (Resolução específica a ser publicada) - Substituição da</p><p>GFIP para recolhimento de Contribuições Previdenciárias</p><p>(Data a definir) - Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS</p><p>(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019)</p><p>Fase 5: 09/01/2023 - Na última fase, deverão ser enviados os dados</p><p>de segurança e saúde no trabalho (SST)</p><p>Fonte: Portaria nº 1.419, da Secretaria Especial de Previdência e</p><p>Trabalho, de 23/12/2019</p><p>De uma forma resumida, podemos elencar os eventos a ser enviados</p><p>em cada fase do eSocial:</p><p>• 1ª Fase: eventos constantes da tabela S-1000 a S-1080 exceto os</p><p>eventos S-1060. De acordo com o manual, não existe uma</p><p>obrigatoriedade ou a necessidade de envio de todas as tabelas no</p><p>primeiro dia do prazo. Assim que a obrigatoriedade se inicia, o</p><p>empregador possui três meses para o envio das tabelas e pode enviá-</p><p>las ao longo desse período;</p><p>• 2º Fase: envio dos eventos não periódicos S-2190 a S-2400. São os</p><p>eventos de admissões, afastamentos, término de contrato, entre outros.</p><p>Somente serão enviados na medida de suas ocorrências;</p><p>• 3º Fase: envio dos eventos periódicos S-1200 a S-1300 que dizem</p><p>respeito aos eventos mensais de folha de pagamento;</p><p>• 4ª Fase: eventos relativos à segurança e à saúde do trabalhador</p><p>denominados como eventos SST.</p><p>TEMA 4 – SUBSTITUIÇÃO DA GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E DE</p><p>INFORMAÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL (GFIP) E OUTRAS DECLARAÇÕES E</p><p>FORMULÁRIOS</p><p>Um dos principais papéis do Sistema de Escrituração Digital das</p><p>Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), como já</p><p>mencionamos, é a simplificação do envio de informações. Com isso, o sistema</p><p>passará a substituir diversas obrigações acessórias, como o Guia de</p><p>Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP), o</p><p>12</p><p>Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a Relação Anual</p><p>de Informações Sociais (RAIS), a Declaração do Imposto de Renda Retido na</p><p>Fonte (DIRF), o Livro de Registro, entre outros.</p><p>A substituição acontecerá gradativamente e cada órgão possui a</p><p>competência legal para determinar o momento dessa substituição, que deverá</p><p>ser publicada por meio de ato normativo específico da autoridade competente a</p><p>ser expedido de acordo com a oportunidade e a conveniência administrativa.</p><p>As informações prestadas na forma estabelecida pelo Manual de</p><p>Orientação do eSocial (MOS) e as encaminhadas por meio da EFD-Reinf</p><p>substituirão as informações constantes do GFIP, conforme disposto no</p><p>parágrafo 3º do art. 2º do Decreto n. 8.373/2014.</p><p>A expectativa é que o eSocial substitua, pelos menos, 15 obrigações</p><p>acessórias, sendo elas:</p><p>• Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social</p><p>(GFIP);</p><p>• Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para</p><p>controlar as admissões e demissões de empregados sob o regime da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (Lei n. 5.452/1943);</p><p>• Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);</p><p>• Livro de Registro de Empregados (LRE);</p><p>• Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT);</p><p>• Comunicação de Dispensa (CD);</p><p>• Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);</p><p>• Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP);</p><p>• Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF);</p><p>• Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF);</p><p>• Quadro de Horário de Trabalho (QHT);</p><p>• Manual Normativo de Arquivos Digitais (MANAD);</p><p>• Folha de pagamento;</p><p>• Guia de Recolhimento do FGTS (GRF);</p><p>• Guia da Previdência Social (GPS).</p><p>As primeiras substituições publicadas pelo Secretário Especial de</p><p>Previdência e Trabalho diziam respeito a RAIS, CAGED, Livro de Registro de</p><p>Empregados e Carteira de Trabalho. Vejamos:</p><p>13</p><p>• Substituição do CAGED: o CAGED, Cadastro Geral de Empregados e</p><p>Desempregados, era informado pela empresa nos casos de admissões</p><p>e dispensas. A partir de janeiro de 2020 as empresas dos grupos 1,2 e</p><p>3, ou seja, as empresas ou pessoas físicas equiparadas a empresas,</p><p>deixaram de informar o CAGED e passaram a informar apenas o</p><p>eSocial. O CAGED importará da base de dados do eSocial as seguintes</p><p>informações:</p><p>o data da admissão e número de inscrição do trabalhador no Cadastro</p><p>de Pessoas Físicas (CPF), que deverão ser prestados até o dia</p><p>imediatamente anterior ao do início das atividades do trabalhador;</p><p>o salário de contratação, que deverá ser enviado até o dia 15 (quinze)</p><p>do mês seguinte em que ocorrer a admissão;</p><p>o data da extinção do vínculo empregatício e motivo da rescisão do</p><p>contrato de trabalho, que deverão ser prestados:</p><p> até o décimo dia, contado da data da extinção do vínculo, nas</p><p>hipóteses previstas nos incisos I, I-A, II, IX e X do art. 20 da Lei n.</p><p>8.036/1990;</p><p> até o dia 15 (quinze) do mês seguinte em que ocorrer a extinção do</p><p>vínculo, nos demais casos.</p><p>o último salário do empregado, que deverá ser prestado até o dia 15</p><p>(quinze) do mês seguinte em que ocorrer a alteração salarial;</p><p>o transferência de entrada e transferência de saída, que deverão ser</p><p>prestadas até o dia 15 (quinze) do mês seguinte a ocorrência;</p><p>o reintegração, que deverá ser prestada até o dia 15 (quinze) do mês</p><p>seguinte à ocorrência.</p><p>Ou seja, sempre que um dos eventos anteriores acontecer, a empresa</p><p>deverá informar ao eSocial dentro dos prazos estabelecidos pelo sistema para</p><p>cumprimento das obrigações acessórias que utilizarão esses e outros dados da</p><p>empresa e dos trabalhadores.</p><p>Essas</p><p>alterações foram propostas pela Portaria n. 1.127/2019.</p><p>• Substituição da RAIS: de acordo com a Portaria n. 1.127/2019, a RAIS,</p><p>Relação Anual de Informações Sociais, passa a ser cumprida por meio</p><p>do eSocial a partir do ano base de 2019, pelas empresas obrigadas à</p><p>transmissão das seguintes informações de seus trabalhadores ao</p><p>eSocial, referentes a todo o ano base:</p><p>14</p><p>o data da admissão, data de nascimento e CPF do trabalhador, que</p><p>deverão ser prestados até o dia imediatamente anterior ao do início</p><p>das atividades do empregado, salvo informações relativas aos</p><p>servidores da administração pública direta, indireta ou fundacional,</p><p>das esferas federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, não</p><p>regidos pela CLT, as quais deverão ser enviadas até o dia 15 (quinze)</p><p>do mês seguinte ao do início de suas atividades;</p><p>o data e motivo da rescisão de contrato, bem como os valores das</p><p>verbas rescisórias devidas;</p><p>o valores de parcelas integrantes e não integrantes das remunerações</p><p>mensais dos trabalhadores, com a correspondente discriminação e</p><p>individualização dos valores, que deverão ser prestadas até o dia 15</p><p>(quinze) do mês seguinte ao vencido.</p><p>É importante mencionar que as substituições anteriormente trazidas são</p><p>de aplicação imediata para as empresas que já estão transmitindo as</p><p>informações por meio do eSocial; as demais somente estarão obrigadas a</p><p>partir do momento que passarem a informar, de modo obrigatório, nos termos</p><p>do cronograma, a base de dados do eSocial.</p><p>• Livro de Registro de Empregados: a substituição do Livro de Registro</p><p>foi regulamentada pela Portaria n. 1.195/2019. Os empregadores</p><p>poderão fazer a opção no eSocial para a utilização do Livro de Registro</p><p>Eletrônico, ou seja, a utilização eletrônica não é obrigatória.</p><p>A redação do art. 2º estabelece prazos diferenciados para cada grupo</p><p>de informações. Vejamos:</p><p>Art. 2º Compõem o registro de empregados os dados relativos à</p><p>admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, férias,</p><p>acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção do</p><p>trabalhador que deverão ser informados nos seguintes prazos:</p><p>I - até o dia anterior ao início das atividades do trabalhador:</p><p>a) número no Cadastro de Pessoa Física - CPF;</p><p>b) data de nascimento;</p><p>c) data de admissão;</p><p>d) matrícula do empregado;</p><p>e) categoria do trabalhador;</p><p>f) natureza da atividade (urbano/rural);</p><p>g) código da Classificação Brasileira de Ocupações - CBO;</p><p>h) valor do salário contratual; e</p><p>i) tipo de contrato de trabalho em relação ao seu prazo, com a</p><p>indicação do término quando se tratar de contrato por prazo</p><p>determinado.</p><p>II - até o dia 15 (quinze) do mês subsequente ao mês em que o</p><p>empregado foi admitido:</p><p>15</p><p>a) nome completo, sexo, grau de instrução, endereço e</p><p>nacionalidade;</p><p>b) descrição do cargo e/ou função;</p><p>c) descrição do salário variável, quando for o caso;</p><p>d) nome e dados cadastrais dos dependentes;</p><p>e) horário de trabalho ou informação de enquadramento no art. 62 da</p><p>CLT;</p><p>f) local de trabalho e identificação do estabelecimento/empresa onde</p><p>ocorre a prestação de serviço;</p><p>g) informação de empregado com deficiência ou reabilitado,</p><p>devidamente constatado em exame médico, assim como se está</p><p>sendo computado na cota de pessoa com deficiência;</p><p>h) indicação do empregador para o qual a contratação de aprendiz</p><p>por entidade sem fins lucrativos está sendo computada no</p><p>cumprimento da respectiva cota;</p><p>i) identificação do alvará judicial em caso de contratação de</p><p>trabalhadores com idade inferior à legalmente permitida;</p><p>j) data de opção do empregado pelo Fundo de Garantia do Tempo de</p><p>Serviço - FGTS, nos casos de admissão anterior a 1º de outubro de</p><p>2015 para empregados domésticos ou anterior a 5 de outubro de</p><p>1988 para os demais empregados; e</p><p>k) informação relativa a registro sob ação fiscal ou por força de</p><p>decisão judicial, quando for o caso.</p><p>III - até o dia 15 (quinze) do mês seguinte ao da ocorrência:</p><p>a) alterações cadastrais e contratuais de que tratam as alíneas "e" a</p><p>"i" do inciso I e as alíneas "a" a "i" do inciso II;</p><p>b) gozo de férias;</p><p>c) afastamento por acidente ou doença relacionada ao trabalho, com</p><p>duração não superior a 15 (quinze) dias;</p><p>d) afastamentos temporários descritos no Anexo desta Portaria;</p><p>e) dados de desligamento cujo motivo não gera direito ao saque do</p><p>FGTS;</p><p>f) informações relativas ao monitoramento da saúde do trabalhador;</p><p>g) informações relativas às condições ambientais de trabalho;</p><p>h) transferência de empregados entre empresas do mesmo grupo</p><p>econômico, consórcio, ou por motivo de sucessão, fusão,</p><p>incorporação ou cisão de empresas; e</p><p>i) reintegração ao emprego.</p><p>IV - no 16º (décimo sexto) dia do afastamento:</p><p>a) por acidente ou doença relacionados ou não ao trabalho, com</p><p>duração superior a 15 (quinze) dias; e</p><p>b) por acidente ou doença relacionados ou não ao trabalho, com</p><p>qualquer duração, que ocorrerem dentro do prazo de 60 (sessenta)</p><p>dias pela mesma doença e tiverem em sua totalidade duração</p><p>superior a 15 (quinze) dias.</p><p>V - de imediato:</p><p>a) o acidente de trabalho ou doença profissional que resulte morte; e</p><p>b) afastamento por acidente ou doença relacionados ou não ao</p><p>trabalho, com qualquer duração, quando ocorrer dentro do prazo de</p><p>60 (sessenta) dias do retorno de afastamento anterior pela mesma</p><p>doença, que tenha gerado recebimento de auxílio-doença.</p><p>VI - até o primeiro dia útil seguinte ao da sua ocorrência, o acidente</p><p>de trabalho que não resulte morte, ou a doença profissional.</p><p>VII - até o 10º (décimo) dia seguinte ao da sua ocorrência, os dados</p><p>de desligamento cujo motivo gera direito a saque do FGTS (Portaria</p><p>n. 1.195/2019, grifos nossos).</p><p>É importante mencionar que o Livro de Registro Eletrônico é opcional,</p><p>a empresa não está obrigada a utilizá-lo. Se a opção for pela não utilização, os</p><p>16</p><p>livros físicos e fichas de registros deverão ser adaptados ao novo modelo</p><p>estabelecido pela portaria.</p><p>• Carteira de Trabalho Digital: as alterações na CLT ocorreram por meio</p><p>da Lei n. 13.874/2019, a chamada Lei da Liberdade Econômica. Sua</p><p>regulamentação foi realizada por meio da Portaria n. 1.065/2019 e da</p><p>Portaria n. 1.195/2019. Tais portarias regulamentam a forma de</p><p>anotação e informações da Carteira de Trabalho e Previdência Social</p><p>(CTPS) por meio digital.</p><p>Para os novos contratos firmados a partir de 24/09/2019, o empregador</p><p>não precisa mais exigir a Carteira de Trabalho física. Agora, a apresentação do</p><p>CPF pelo trabalhador ao empregado equivale a apresentação da CTPS.</p><p>As anotações anteriores à vigência da nova regra deverão ser</p><p>realizadas no documento físico do trabalhador; somente as anotações a partir</p><p>de 24/09/2019 estarão disponíveis no ambiente digital.</p><p>O trabalhador terá acesso aos dados no prazo de 48 horas a partir da</p><p>anotação, que deverá ser realizada no prazo de 05 (cinco) dias. A consulta</p><p>será realizada por meio de um aplicativo ou, ainda, pelo site do governo.</p><p>TEMA 5 – DOCUMENTOS TÉCNICOS E EVENTOS DO eSocial</p><p>A documentação técnica é composta por manuais de orientação e</p><p>manuais para os desenvolvedores dos programas, notas orientativas, leiautes,</p><p>esquemas XSD, notas de documentação evolutiva, notas técnicas.</p><p>O principal documento que orienta a utilização do sistema para os</p><p>empregadores em geral é o Manual de Orientação do eSocial (MOS), que inclui</p><p>leiautes, regras de validação e tabelas. Vejamos em mais detalhes:</p><p>• Manual do eSocial (MOS): traz as regras básicas de utilização e envio</p><p>de cada um dos eventos do eSocial;</p><p>• Leiautes do eSocial: oferecem a estrutura dos arquivos, ou seja, neles</p><p>constam os detalhes de cada campo a ser preenchido de forma</p><p>obrigatória ou não, ou seja, cada campo do programa desenvolvido deve</p><p>considerar as regras previstas nesses arquivos;</p><p>• Regras de validação: atualmente, o sistema possui mais de cem regras</p><p>de validação que deverão ser observadas pelos programadores e</p><p>empregadores. Tais regras objetivam a validação</p><p>dos dados enviados</p><p>17</p><p>pelas empresas. Um exemplo é a validação utilizada no cruzamento das</p><p>informações enviadas mensalmente pelos empregadores com as</p><p>informações existentes no banco de dados do eSocial. Se existir</p><p>qualquer incoerência, o eSocial irá reportá-la ao empregador para a</p><p>realização das devidas correções. Vejamos:</p><p>Tabela 1 – eSocial: regras de validação</p><p>Fonte: Portal do eSocial.</p><p>• Tabelas do eSocial: são as tabelas de horários, estabelecimentos,</p><p>tributos, categoria de trabalhadores, entre outras. Serão utilizadas para</p><p>alimentar os eventos enviados pela empresa. Vejamos um exemplo de</p><p>tabela:</p><p>18</p><p>Tabela 2 – Exemplo de tabela do eSocial</p><p>Todos os documentos técnicos encontram-se disponíveis no Portal do</p><p>eSocial:</p><p>19</p><p>Fonte: Portal do eSocial.</p><p>Fonte: Portal do eSocial.</p><p>5.1 Eventos do eSocial</p><p>O eSocial é composto por informações fiscais, previdenciárias e</p><p>trabalhistas que estão agrupadas em eventos. Esses eventos são informações</p><p>20</p><p>enviadas pelas empresas e estão agrupadas em tabelas, eventos não</p><p>periódicos e periódicos.</p><p>Cada evento possui um leiaute específico que não pode ser alterado</p><p>pela empresa ou por desenvolvedores de programas de folha.</p><p>Os eventos estão divididos em:</p><p>• Cadastro do empregador/órgão público e tabelas de empregador:</p><p>consistem em informações relacionadas à identificação de</p><p>empregadores pessoas física e jurídica, bem como órgão público;</p><p>inclusive suas filiais e estabelecimento, obras de construção civil</p><p>também serão informadas. Já as informações relativas às tabelas do</p><p>empregador são informações necessárias para a validação dos eventos</p><p>do eSocial, como as rubricas de folha de pagamento, informações de</p><p>processos judiciais e administrativos, lotações, cargos e funções, entre</p><p>outros. De acordo com as informações divulgadas pelo governo esses</p><p>eventos e mesmo as tabelas passarão por simplificação;</p><p>• Eventos de tabelas, validades de informações do empregador e</p><p>tabelas do empregador: esse é o primeiro grupo de informações que</p><p>deve ser enviado pelas empresas, pois são os eventos que identificarão</p><p>a empresa e incluem dados básicos quanto à sua classificação e à sua</p><p>estrutura administrativa. Tais eventos validam os eventos não periódicos</p><p>e periódicos que são enviados pelas empresas. São eventos que</p><p>complementam a base nacional de dados do eSocial. É importante frisar</p><p>que a manutenção dessas tabelas, com atualizações constantes, é</p><p>fundamental para a recepção dos eventos periódicos e não periódicos,</p><p>bem como para a adequada apuração das contribuições. É importante</p><p>também que a empresa administre corretamente a validade das</p><p>informações, pois isso impactará diretamente nos demais eventos. A</p><p>base de dados no eSocial mantém as informações das tabelas de forma</p><p>histórica, logo, não são permitidas informações conflitantes para um</p><p>mesmo período;</p><p>• Eventos não periódicos: são aqueles que não possuem uma data</p><p>estabelecida para acontecer, como admissão, demissão, alteração</p><p>salarial, exposição do trabalhador a agentes nocivos, afastamentos por</p><p>doenças, entre outros. O envio dessas informações respeitará as regras</p><p>que asseguram os diretos dos trabalhadores, como no caso da</p><p>21</p><p>admissão e do acidente de trabalho ou, ainda, que possibilitam o</p><p>recolhimento de contribuições e direitos que possuam prazos</p><p>diferenciados, como o desligamento de um trabalhador. Existem também</p><p>alguns eventos não periódicos sem prazos diferenciados (previstos em</p><p>lei), portanto, esses deverão ser enviados antes do fechamento da folha</p><p>de pagamento com o objetivo de evitar inconsistências entre a folha de</p><p>pagamento e os eventos de tabelas e aqueles não periódicos.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Neste estudo, sugiro uma discussão sobre as substituições das</p><p>declarações pelo envio das informações pelo Sistema de Escrituração Digital</p><p>das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), em especial</p><p>sobre a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) digital e seus</p><p>reflexos na relação do trabalhador e a formalização do vínculo por meio das</p><p>informações enviadas ao eSocial.</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Voltamos ao questionamento inicial sobre a substituição das declarações</p><p>e obrigações acessórias pelas empresas a partir da vigência do Sistema de</p><p>Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas</p><p>(eSocial). A partir de nosso estudo, podemos concluir que a substituição das</p><p>declarações acessórias como Guia de Recolhimento do FGTS e de</p><p>Informações à Previdência Social (GFIP), Relação Anual de Informações</p><p>Sociais (RAIS) e Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) será</p><p>realizada de forma imediata a partir da vigência do eSocial?</p><p>Como vimos, a substituição das declarações ocorrerá de forma gradual e</p><p>de acordo com cada órgão competente. Cada substituição será publicada para</p><p>as empresas antes da ocorrência. Por exemplo, a substituição de RAIS,</p><p>Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Carteira de</p><p>Trabalho e Livro de Registro já ocorreram de acordo com a Portaria n.</p><p>1.127/2019 e a Portaria n. 1.195/2019.</p><p>22</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nossa aula versou sobre o Sistema de Escrituração Digital das</p><p>Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) em especial, sobre</p><p>sua criação, conceito, objetivos, cronograma de implantação, substituição das</p><p>declarações acessórias e documentação técnica que traz as diretrizes do</p><p>sistema e a sua forma de utilização.</p><p>Como vimos, as declarações acessórias estão sendo substituídas de</p><p>forma gradativa e, por isso, é importante que você busque estar atualizado e</p><p>atento ao Portal do eSocial.</p><p>23</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Comitê Diretivo do eSocial. Manual de Orientação do eSocial:</p><p>versão 2.5.01, janeiro de 2019. Disponível em:</p><p><https://portal.esocial.gov.br/manuais/mos-2-5-01.pdf>. Acesso em: 24 fev.</p><p>2019.</p><p>_____. Decreto n. 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Institui o Sistema de</p><p>Escrituração Digital das obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas -</p><p>eSocial e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo,</p><p>Brasília, DF, 12 dez. 2014. Disponível em:</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/decreto/d8373.htm>.</p><p>Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>_____. Decreto-lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União,</p><p>Poder Executivo, Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível em:</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 24</p><p>fev. 2020.</p><p>_____. Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990. Diário Oficial da União, Poder</p><p>Legislativo, Brasília, DF, 14 maio 1990. Disponível em:</p><p><http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8036consol.htm>. Acesso em: 24 fev.</p><p>2020.</p><p>_____. Lei n. 13.874, de 20 de setembro de 2019. Diário Oficial da União,</p><p>Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 set. 2019. Disponível em:</p><p><http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-13.874-de-20-de-setembro-de-2019-</p><p>217365826>. Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>_____. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.</p><p>Portaria n. 1.065, de 30 de outubro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF, 24 set. 2019. Disponível em: <http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-</p><p>1.065-de-23-de-setembro-de-2019-</p><p>217773828?inheritRedirect=true&redirect=%2Fweb%2Fguest%2Fsearch%3Fq</p><p>Search%3DPortaria%2520n%25C2%25BA%25201.065%252C%2520de%2520</p><p>23%2520de%2520setembro%2520de%25202019>. Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>_____. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.</p><p>Portaria n. 1.127, de 14 de outubro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>24</p><p>DF, 15 out. 2019. Disponível em: <http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-</p><p>1.127-de-14-de-outubro-de-2019-221811213>. Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>_____. Ministério da Economia. Secretaria Especial da previdência e Trabalho.</p><p>Portaria n. 1.195, de 30 de outubro de 2019. Diário Oficial da União, Brasília,</p><p>DF,</p><p>1º nov. 2019. Disponível em: <http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-</p><p>1.195-de-30-de-outubro-de-2019-*-224956334>. Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>_____. Resolução do Comitê Gestor do eSocial n. 2, de 30 de agosto de 2016.</p><p>Dispõe sobre o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,</p><p>Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Diário Oficial da União, Brasília, DF,</p><p>31 ago. 2016. Disponível em:</p><p><http://portal.esocial.gov.br/institucional/legislacao/resolucao-do-comite-</p><p>diretivo-do-esocial-no-2-de-30-de-agosto-de-2016-consolidada>. Acesso em:</p><p>24 fev. 2020.</p><p>_____. Resolução do Comitê Gestor do eSocial n. 5, de 2 de outubro de 2018.</p><p>Altera a Resolução CDES n. 2, de 30 de agosto de 2016, do Comitê Diretivo do</p><p>eSocial, que dispõe sobre o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações</p><p>Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Diário Oficial da União,</p><p>Brasília, DF, 5 out. 2018. Disponível em:</p><p><http://portal.esocial.gov.br/institucional/legislacao/resolucao-do-comite-</p><p>diretivo-do-esocial-no-5-de-2-de-outubro-de-2018>. Acesso em: 24 fev. 2020.</p><p>Conversa inicial</p><p>Contextualizando</p><p>Trocando ideias</p><p>Na prática</p><p>FINALIZANDO</p><p>REFERÊNCIAS</p>