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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS MARINARA ELAINE SAYURE CABRAL DE MORAIS OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO eSOCIAL NAS ROTINAS TRABALHISTAS NATAL/RN 2020 MARINARA ELAINE SAYURE CABRAL DE MORAIS OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO eSOCIAL NAS ROTINAS TRABALHISTAS Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientadora: Prof.ª Dra. Adriana Isabel Backes Steppan NATAL/RN 2020 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/440 Morais, Marinara Elaine Sayure Cabral de. Os impactos da implantação do eSocial nas rotinas trabalhistas / Marinara Elaine Sayure Cabral de Morais. - 2020. 49f.: il. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, 2020. Orientadora: Profa. Dra. Adriana Isabel Backes Steppan. 1. Contabilidade - Monografia. 2. Rotinas trabalhistas - Monografia. 3. ESocial - Monografia. 4. Escrituração digital - Monografia. 5. Departamento pessoal - Monografia. I. Steppan, Adriana Isabel Backes. II. Título. RN/UF/CCSA CDU 657:331.104 MARINARA ELAINE SAYURE CABRAL DE MORAIS OS IMPACTOS DA IMPLANTAÇÃO DO eSOCIAL NAS ROTINAS TRABALHISTAS Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: Natal/RN, 30 de Novembro de 2020. BANCA EXAMINADORA DA MONOGRAFIA: _____________________________________________________________ Prof.ª Dra. Adriana Isabel Backes Steppan Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Orientadora _____________________________________________________________ Prof. Dr. Luis Manuel Esteves da Rocha Vieira Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro da Banca _____________________________________________________________ Prof.ª Ms. Daniele da Rocha Carvalho Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Membro da Banca A Deus, por sempre me dar forças para seguir em frente independente das circunstâncias. Sem Ele eu nada seria! Dedico este trabalho a Eliane e Cynthia, pelo incentivo e apoio nessa jornada. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ser a minha fortaleza e por me guiar em todas as minhas conquistas! A minha família por todo o apoio e incentivo, e principalmente a minha mãe, por ser o meu maior exemplo de esforço e responsabilidade. Aos meus amigos incríveis, por sempre torcer e acreditar no meu potencial. A minha orientadora Prof.ª Dra. Adriana Isabel, pelo conhecimento compartilhado, companheirismo, paciência e por todas as contribuições para o desenvolvimento desse trabalho. Agradeço as experiências da Condados e da 11ª Vara do Trabalho do TRT-21 que contribuíram para o meu crescimento profissional. Em especial a Marcela, que me ensinou tanto e com quem atualmente divido os desafios trabalhistas que influenciaram o tema deste trabalho. Aos meus amigos de turma, por todas as alegrias e desafios que passamos juntos. E especialmente a Jalis, Jéssica e Edly, pelo conhecimento e experiências compartilhadas, e apoio nessa formação. A todos que torceram e contribuíram direta ou indiretamente para minha formação. “Informações geram confiança”. Mike Murdock RESUMO O eSocial foi instituído através do Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Desde outubro de 2015 está em funcionamento o Módulo Empregador Doméstico do eSocial, para os empregadores domésticos (pessoa física). Após vários adiamentos para o início da obrigação, em 2018 começou a ser implantada por meio de faseamento, de acordo com a classificação das empresas. O eSocial é uma plataforma que foi projetada pelo Governo Federal com o intuito dos empregadores enviarem informações relacionadas aos seus trabalhadores, consolidando-as em um único portal. Essa pesquisa tem o objetivo de demonstrar como a implantação do eSocial impacta na diminuição da prestação de informações trabalhistas. Para realização do estudo, foi feita uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, através de pesquisa documental. A coleta de dados foi realizada através do site do portal do eSocial, nas legislações trabalhistas e demais sites. Foram verificadas as 15 obrigações acessórias e trabalhistas, bem como o seu funcionamento, para entender o objetivo do eSocial que se propõe a substituí-las. Quanto aos resultados, estes apontam as mudanças da forma da entrega dessas obrigações, e constata-se o impacto significativo na diminuição do fluxo de trabalho e de volume bastante expressivo de informações prestadas repetidamente, melhorando as rotinas trabalhistas e mostrando que o processo se torna mais eficiente, gerando mais produtividade menor recurso empregado. Palavras-chave: eSocial. Rotinas Trabalhistas. Escrituração Digital. Obrigação Acessória. Departamento Pessoal. ABSTRACT eSocial was established through Decree nº. 8.373, of December 11, 2014. Since October 2015, the eSocial Home Employer Module has been in operation for domestic employers (individuals). After several postponements to the beginning of the obligation, in 2018 it began to be implemented through phasing, according to the classification of the companies. eSocial is a platform that was designed by the Federal Government in order for employers to send information related to their workers, consolidating them in a single portal. This research aims to demonstrate how the implementation of eSocial impacts the decrease in the provision of labor information. To carry out the study, a descriptive research was carried out, with a qualitative approach, through documentary research. Data collection was carried out through the eSocial website, labor laws and other websites. The 15 ancillary and labor obligations were verified, as well as their functioning, for the purpose of the eSocial that proposes to replace them. As for the results, these point out as changes in the way of delivery of these obligations, and there is a significant impact on the decrease in the work flow and in a very significant volume of information provided repeatedly, improving as labor routines and showing that the process becomes more efficient, generating more productivity less resource. Keywords: eSocial. Labor Routines. Digital Bookkeeping. Accessory Obligation. Personal Department. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Cronograma do eSocial por fases ............................................................................ 21 Figura 2 – Protocolo da RAIS Ano Base 2019 ......................................................................... 25 Figura 3 – Aplicativo da CTPS Digital ....................................................................................28 Figura 4 – Totalização de IRRF de uma empresa exemplo no Portal do eSocial .................... 31 Figura 5 - Classificação das informações em grupos ............................................................... 36 Figura 6 - Informações das obrigações trabalhistas e acessórias antes do eSocial ................... 38 Figura 7 - Comunicação dos empregadores ao Governo das obrigações trabalhistas de forma unificada após implantação do eSocial ..................................................................................... 39 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Grupos do eSocial .................................................................................................. 18 Quadro 2 – Tabela de Eventos do eSocial ................................................................................ 19 Quadro 3 – Cronograma de Obrigatoriedade da Transmissão de Eventos para o eSocial ....... 21 Quadro 4 - Resumo dos tipos de relatórios .............................................................................. 32 Quadro 5 - Quantidade de Informações por Obrigação ............................................................ 36 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAT Comunicação de Acidente do Trabalho CD Comunicação de Dispensa CEF Caixa Econômica Federal CLT Consolidação das Leis do Trabalho CNIS Cadastro Nacional de Informações Sociais CTPS Carteira de Trabalho e Previdência Social DARF Documento de Arrecadação de Receitas Federais DCTFWeb Declaração de Débitos e créditos tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos DIRF Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte EFD – Reinf Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais eSocial Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social GPS Guia da Previdência Social GRF Guia de Recolhimento do FGTS GRFGTS Guia de Recolhimento do FGTS GRRF Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS INSS Instituto Nacional do Seguro Social IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte LRE Livro de Registro de Empregados MANAD Manual Normativo de Arquivos Digitais MEI Microempreendedor individual MPS Ministério da Previdência Social MTE Ministério do Trabalho e Emprego PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS Programa Integração Social PPP Perfil Profissiográfico Previdenciário QHT Quadro de Horário de Trabalho RAIS Relação Anual de Informações Sociais RFB Secretaria da Receita Federal do Brasil SEFIP Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social SPED Sistema Público de Escrituração Digital SST Saúde e Segurança do Trabalhador SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA .................................................................. 14 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 15 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 15 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 15 1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 17 2.1 SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS, PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS - eSocial ............................................................. 17 2.1.1 Conceito e funcionalidade .......................................................................................... 17 2.1.2 Eventos e Faseamento do eSocial .............................................................................. 19 2.2 OBRIGAÇÕES FISCAIS, PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS QUE SERÃO SUBSTITUÍDAS PELO eSocial .............................................................................................. 22 2.2.1 GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social . 22 2.2.2 CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados ................................ 24 2.2.3 RAIS - Relação Anual de Informações Sociais ........................................................ 24 2.2.4 LRE - Livro de Registro de Empregados ................................................................. 26 2.2.5 CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho ........................................................ 27 2.2.6 CD - Comunicação de Dispensa ................................................................................. 27 2.2.7 CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social ................................................ 27 2.2.8 PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário ............................................................ 28 2.2.9 DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte .................................... 29 2.2.10 DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ........................... 29 2.2.11 QHT – Quadro de Horário de Trabalho .................................................................. 29 2.2.12 MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais .............................................. 30 2.2.13 Folha de pagamento .................................................................................................... 30 2.2.14 GRF – Guia de Recolhimento do FGTS ................................................................... 31 2.2.15 GPS – Guia da Previdência Social ............................................................................ 32 2.2.16 Resumo das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas ........................... 32 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 34 3.1 METÓDO DA PESQUISA .......................................................................................... 34 3.2 TECNICA DE COLETA DE DADOS ......................................................................... 34 4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISES ....................................................... 36 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 42 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43 APÊNDICE A - INFORMAÇÕES REQUERIDAS NAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E GERADAS NOS RELATÓRIOS ...................................................... 46 14 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA Nos últimos anos aconteceram mudanças relevantes para a Contabilidade, a prática contábil vem sofrendo alterações graduais em seu ambiente, passando de técnicas de escrituração manuais a atividades tecnológicas, com o objetivo das informações contábeis se apresentarem de forma fácil e imediata. A evolução da tecnologia impacta diretamente na maneira que os negócios funcionam, pois os sistemas informatizados auxiliam aprimorando tarefas, controlando processos, reduzindo custos, espaços físicos e aumentando a produtividade. Não é diferente no mercado contábil, pois à medida que diminui as atividades operacionaisde escriturações, obrigações fiscais que demandam bastante tempo, e elas passam a ser otimizadas com a ajuda de sistemas informatizados, consequentemente, contribui para que o profissional atue principalmente nos processos de tomada de decisão das entidades através de análises, estimando valores, situações, atuando mais de forma gerencial do que operacional. A partir desses sistemas, o governo obtém informações necessárias para identificar se as obrigações estão sendo cumpridas, com mais transparência, pois é a partir dos dados contábeis que são extraídos dos sistemas de fiscalização, que ele obtém suas receitas. Juntamente com as evoluções na tecnologia, e na contabilidade, e com o intuito de padronizar os dados fiscais dos contribuintes enviados ao Governo, foi criado o projeto do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que consiste na informatização e na modernização do cumprimento das obrigações acessórias, para que o fisco recepcione as informações, facilitando o acesso para varreduras e cruzamento de informações a fim de combater à sonegação. Um dos objetivos principais do SPED é estabelecer transmissão única de distintas obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores. Ele é composto por alguns módulos que possui essa mesma finalidade, dentre eles está o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), um projeto também apelidado 15 por Sped-Trabalhista que envolve a entrega de todas as obrigações trabalhistas, bem como reúne todas as informações no decorrer dos contratos dos trabalhadores. O eSocial foi instituído através do Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Desde outubro de 2015 está em funcionamento o Módulo Empregador Doméstico do eSocial, para os empregadores domésticos (pessoa física), “para viabilizar a determinação dada pelo texto da Lei Complementar 150, publicada no dia 02/06/2015, que instituiu o SIMPLES DOMÉSTICO”. (eSocial, 2019). Após vários adiamentos para o início da obrigação, em 2018 começou a ser implantada por meio de faseamento, de acordo com a classificação das empresas. Em virtude da implantação do eSocial, faz-se necessário adequação aos novos procedimentos nas empresas, prazos legais, pois o projeto unifica os dados em uma plataforma, em substituição de diversas declarações sociais, previdenciárias e trabalhistas. Diante desse contexto, o presente trabalho apresenta a seguinte problemática: A implantação do eSocial impacta na diminuição da prestação de informações trabalhistas? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral O objetivo geral do trabalho é demonstrar como a implantação do eSocial impacta na diminuição da prestação de informações trabalhistas. 1.2.2 Objetivos Específicos A fim de alcançar o objetivo geral proposto, são elencados os seguintes objetivos específicos: a) Identificar as obrigações acessórias trabalhistas; b) Apresentar as informações requeridas nas obrigações e nos relatórios; c) Identificar a qualidade ou abrangência da informação, a partir da substituição das obrigações acessórias em relação ao eSocial. 16 1.3 JUSTIFICATIVA O eSocial tem o objetivo principal de estabelecer uma forma única de prestação de informações dos trabalhadores ao governo, em substituição da entrega de 15 obrigações geradas pelas empresas brasileiras. Segundo Brasil (2014) “O eSocial é o instrumento de unificação da prestação das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição”. É necessário avaliar as mudanças necessárias dos procedimentos do profissional contábil e das empresas, verificando os impactos nas rotinas trabalhistas e o investimento necessário para adaptação aos novos sistemas e exigências. O presente trabalho faz-se importante por ser um projeto que está atualmente em fase de implantação, onde o governo e demais usuários necessitam de informações com o intuito de resolver problemáticas, definir decisões e estratégias gerenciais com base nas informações que o eSocial pode apresentar. Diante disso, surge a necessidade da pesquisa de verificar se a implantação do eSocial trará benefícios e qualidade da informação perante o cenário de avanços tecnológicos e o desenvolvimento da profissão contábil. 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS, PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS - eSocial 2.1.1 Conceito e funcionalidade No Brasil, toda pessoa física ou jurídica que pagar rendimentos trabalhistas deve enviar ao Governo obrigações acessórias fiscais, previdenciárias e trabalhistas. O governo vem informatizando o envio dessas informações, e com o objetivo de centralizá-las em um único portal, foi instituído o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) através do Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014. O eSocial é uma plataforma que tem o intuito dos empregadores enviarem informações relacionadas aos seus trabalhadores. Essa plataforma, conforme o eSocial (2019) “é um novo sistema de registro, elaborado pelo Governo Federal, para facilitar a administração de informações relativas aos trabalhadores”. As obrigações acessórias que são registradas em papel ou de forma digital em sistemas do governo, serão enviadas ao eSocial, com o intuito de consolidar as informações enviadas para as seguintes entidades: Ministério da Previdência Social (MPS), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Caixa Econômica Federal (CEF) e Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). A transmissão eletrônica ao eSocial eliminará a redundância nas informações de diversas declarações com informações repetidas entre si, já que a proposta é substituí-las. É um processo de desburocratização onde serão padronizadas as informações, os prazos de envio, garantindo o cumprimento da legislação, onde as empresas, os empregados e o governo serão beneficiados. O eSocial rege-se pelos seguintes princípios, conforme estabelecido no art. 3º do Decreto nº 8.373/2014: I - viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; II - racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações; III - eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas; 18 IV - aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias; e V - conferir tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte. (BRASIL, 2014) Os princípios definem as regras primordiais do sistema, por exemplo, o 5º item refere- se às microempresas (ME’s) e empresas de pequeno porte (EPP’s) que ingressam no eSocial após as empresas maiores, para obter mais tempo para adaptação ao sistema, assim conferindo tratamento diferenciado. Segundo Rezende, Silva e Gabriel (2017, p. 12) “o eSocial terá um repositório de dados centralizado, onde cada ente do governo buscará as informações de que precisar, com segurança e consistência”. As fiscalizações acontecem com o auditor-fiscal indo diretamente a empresa para verificar o cumprimento da legislação trabalhista. Após a implantação do eSocial, essa demanda reduzirá de maneira significativa, pois os ficais irão verificar no portal as informações necessárias para a fiscalização, e comparecendo a empresa somente para demandas que necessitem ser presenciais. Além disso, muitas informações passarão a ser transmitidas mais rapidamente para a plataforma, onde os órgãos do Governo terão uma gestão da informação mais eficaz. A obrigatoriedade de utilização desse sistema para os empregadores vem sendo realizada de formagradativa, pois os que deixarem de prestar as informações no prazo fixado ou que as apresentar com incorreções ou omissões, ficarão sujeitos às penalidades previstas na legislação específica. Por esse motivo, a transmissão dos eventos foi estabelecida em grupos de acordo com a classificação e porte econômico das empresas e sua implantação por fases. Quadro 1 – Grupos do eSocial Grupo 1 Empresas com faturamento superior a R$78 milhões em 2016 Grupo 2 Empresas com faturamento inferior a R$78 milhões em 2016, exceto as optantes pelo SIMPLES Grupo 3 Empresas optantes pelo SIMPLES (na condição de optante em 1º de julho de 2018 e as constituídas após essa data), MEI, empregadores pessoas físicas (exceto domésticos), entidades sem fins lucrativos Grupo 4 Entes públicos e as organizações internacionais Fonte: Adaptado do Cronograma de Implantação do Portal do eSocial (2020) 19 2.1.2 Eventos e Faseamento do eSocial Os eventos do eSocial são classificados nos seguintes grupos: eventos iniciais, eventos de tabelas, eventos não-periódicos, eventos periódicos e eventos totalizadores. Os eventos estão incluídos dentro das fases, estabelecidas no cronograma de implantação, como dispõe na Portaria Conjunta nº 76/2020. Os eventos iniciais referem-se às informações gerais da empresa, como CNPJ, Nome e Razão Social, classificação tributária, natureza jurídica, se houve opção pelo registro eletrônico de empregados, entre outros dados básicos da empresa. Os eventos de tabelas são complementares dos eventos iniciais e precedem os eventos periódicos e não-periódicos, pois as tabelas dão suportem as informações que irão ser recebidas posteriormente no ambiente. Os eventos não-periódicos, não são habituais, pois são acontecimentos que não tem data prevista para ocorrer, exemplos desses eventos são: admissões, férias, alterações contratuais, entre outros. Por outro lado, os eventos periódicos são os acontecimentos de rotina mensal, como a emissão da folha de pagamento, que ocorre todos os meses. Os eventos totalizadores não são uma obrigação do contribuinte, são retornos recepcionados no ambiente nacional do eSocial após as validações dos eventos de remuneração (periódicos), por exemplo, a totalização das contribuições sociais por empregado, por empresa, do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), trazendo os valores de Guia da Previdência Social (GPS) e Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), referente aos impostos, respectivamente. No faseamento do eSocial, as informações são enviadas por formato XML, e cada evento do eSocial é identificado pela letra “S” ficando nesse formato “S-XXXX”. Quadro 2 – Tabela de Eventos do eSocial Eventos Iniciais S-1000 – Informações do Empregador/Contribuinte/Órgão Público Eventos de Tabelas S-1005 – Tabela de Estabelecimentos, Obras ou Unidades de Órgãos Públicos S-1010 – Tabela de Rubricas S-1020 – Tabela de Lotações Tributárias S-1030 – Tabela de Cargos/Empregos Públicos S-1035 – Tabela de Carreiras Públicas S-1040 – Tabela de Funções/Cargos em Comissão S-1050 – Tabela de Horários/Turnos de Trabalho S-1060 – Tabela de Ambientes de Trabalho (Será enviado na fase 5/SST). S-1070 – Tabela de Processos Administrativos/Judiciais S-1080 – Tabela de Operadores Portuários 20 Eventos Não- Periódicos S-2190 – Admissão de Trabalhador – Registro Preliminar S-2200 – Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador S-2205 – Alteração de Dados Cadastrais do Trabalhador S-2206 – Alteração de Contrato de Trabalho S-2210 – Comunicação de Acidente de Trabalho (Evento de SST) S-2220 – Monitoramento da Saúde do Trabalhador (Evento de SST) S-2221 – Exame Toxicológico do Motorista Profissional (Evento de SST) S-2230 – Afastamento Temporário S-2240 – Condições Ambientais do Trabalho – Fatores de Risco (Evento de SST) S-2245 – Treinamentos, Capacitações, Exercícios Simulados e Outras Anotações (Evento de SST) S-2250 – Aviso Prévio S-2260 – Convocação para Trabalho Intermitente S-2298 – Reintegração S-2299 – Desligamento S-2300 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Início S-2306 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Alteração Contratual S-2399 – Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário – Término S-2400 – Cadastro de Benefícios Previdenciários – RPPS S-3000 – Exclusão de eventos Eventos Periódicos S-1200 – Remuneração de trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previd. Social S-1202 – Remuneração de servidor vinculado a Regime Próprio de Previd. Social S-1207 – Benefícios previdenciários – RPPS S-1210 – Pagamentos de Rendimentos do Trabalho S-1250 – Aquisição de Produção Rural S-1260 – Comercialização da Produção Rural Pessoa Física S-1270 – Contratação de Trabalhadores Avulsos Não Portuários S-1280 – Informações Complementares aos Eventos Periódicos S-1295 – Solicitação de Totalização para Pagamento em Contingência S-1298 – Reabertura dos Eventos Periódicos S-1299 – Fechamento dos Eventos Periódicos S-1300 – Contribuição Sindical Patronal Eventos Totalizadores S-5001 – Informações das contribuições sociais por trabalhador S-5002 – Imposto de Renda Retido na Fonte S-5003 – Informações do FGTS por Trabalhador S-5011 – Informações das contribuições sociais consolidadas por contribuinte S-5012 – Informações do IRRF consolidadas por contribuinte S-5013 – Informações do FGTS consolidadas por contribuinte Fonte: Adaptado do Manual do Usuário WEB GERAL (2019) Esses eventos devem ser enviados, seguindo uma ordem lógica, conforme designado no cronograma conforme a Portaria Conjunta nº 76/2020, pois não é possível enviar um afastamento, uma alteração de salário, se inicialmente não foi enviado o evento de admissão do trabalhador. Por esse motivo, foi construído um programa de implantação desses dados, que também pode visualizado pelo fluxograma indicado no Manual de do Usuário WEB GERAL, a ordem da transmissão desses eventos que começa na carga dos eventos iniciais com as informações do empregador, em seguida os eventos de tabelas de cargos, rubricas, horários, 21 estabelecimentos, entre outros, passando para os dados dos trabalhadores e os vínculos com as empresas, com esses dados já é possível validar os eventos não periódicos e periódicos, logo após, os dados de segurança e saúde do trabalhador como evidencia a imagem abaixo: Figura 1 – Cronograma do eSocial por fases Fonte: Elaborado pela autora (2020) O cronograma do eSocial já foi alterado diversas vezes, para atender a recepção dos dados, e de acordo com Portaria Conjunta nº 76, de 22 de Outubro de 2020, encontra-se nas seguintes definições: Quadro 3 – Cronograma de Obrigatoriedade da Transmissão de Eventos para o eSocial GRUPO 1 Eventos de tabela, não periódicos e periódicos, EFD-Reinf e DCTFWeb A DEFINIR Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 08/06/2021 Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador GRUPO 2 Eventos de tabela, não periódicos e periódicos, EFD-Reinf e DCTFWeb (empresas com Faturamento > que R$ 4.800.000 em 2017) A DEFINIR DCTFWeb (empresas com Faturamento < que R$ 4.800.000 em 2017) A DEFINIR Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 08/09/2021 Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador GRUPO 3 Eventos de tabela, não periódicos 01/05/2021 Eventos periódicos A DEFINIR EFD-Reinf e DCTFWeb 22 A DEFINIR Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 10/01/2022 Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador GRUPO 4 08/07/2021 Eventos de tabela 08/11/2021 Eventos não periódicos 08/04/2022 Eventos periódicos 11/07/2022 Eventos de SST - Saúde e Segurança do Trabalhador LEGENDA: Eventos já implantados Fonte: Adaptado do Cronograma de Implantação do Portal do eSocial (2020) Esses eventos ainda podem ser alterados conforme necessidade da simplificação do eSocial, para que as empresastenham condições de alterar os processos internos e transmitir os eventos de forma correta e tempestiva, e para que a plataforma receba com segurança os dados. 2.2 OBRIGAÇÕES FISCAIS, PREVIDENCIÁRIAS E TRABALHISTAS QUE SERÃO SUBSTITUÍDAS PELO eSocial As obrigações acessórias serão substituídas gradativamente, eliminando as informações periódicas enviadas para diversas plataformas e órgãos do governo e unificando as informações no Portal do eSocial. Abaixo segue a descrição das obrigações. 2.2.1 GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social A Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP) é uma obrigação mensal introduzida pela Lei nº 9.528/97 que deve ser transmitida até o dia 7 do mês subsequente que tornou devida remuneração ao trabalhador e/ou é necessária informação à Previdência Social. Ela inclui os dados da empresa, do vínculo empregatício dos funcionários, remuneração, exposição a agentes nocivos (riscos ambientais do trabalho), afastamentos (doença, licença maternidade), desligamentos, valores de recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras informações. O Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social (SEFIP), é o arquivo que consolida as informações necessárias para gerar a GFIP e transmiti- 23 la pela internet por meio da Conectividade Social, que é um canal de relacionamento da CEF que recebe a transmissão do arquivo SEFIP por meio de Certificado digital, e após, mantêm os arquivos em meio eletrônico e/ou papel. Mesmo que não haja recolhimento de FGTS ou inexista informação a previdência, é necessário enviar o arquivo assinalando a opção de ausência de fato gerador (informando que a competência é sem movimento). A GFIP alimenta dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), isso assegura direitos trabalhistas aos segurados. As entidades podem utilizar a base de dados para garantir benefícios, recursos, estudar situações por meio de informações. E foi consultando a base de dados do CNIS, que o governo fez a análise dos pedidos de um auxílio financeiro emergencial na pandemia em 2020 a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. Conforme a Lei nº 13.982/2020 “Os órgãos federais disponibilizarão as informações necessárias à verificação dos requisitos para concessão do auxílio emergencial, constantes das bases de dados de que sejam detentores.” (BRASIL, 2020). A substituição da GFIP se dará pela integração das informações do eSocial e da Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf) que é um dos módulos do SPED, e a junção das duas escriturações consolidará a Declaração de Débitos e créditos tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb) gerando um DARF (Manual do Usuário WEB GERAL, 2019). A DCTFWeb informa as contribuições previdenciárias feitas a terceiros, e seu envio deve ser “apresentada mensalmente, até o dia 15 (quinze) do mês seguinte ao da ocorrência dos fatos geradores” (IN RFB nº 1787, 2018). A declaração irá substituir a GFIP em relação às informações previdenciárias e em relação as informações de FGTS. A declaração já está sendo utilizada pelas entidades empresariais do Grupo 1, e pelas entidades do Grupo 2 que tiveram faturamento em 2017 maior do que R$ 4.800.000,00. As demais entidades aguardam definição dos prazos de entrega. Entretanto, a Circular da Caixa nº 865/2019 definiu para as entidades “a. Utilizar a GRF emitida pelo SEFIP por prazo indeterminado; b. Utilizar a GRRF para recolhimento rescisório nos desligamentos de contratos de trabalho, por prazo indeterminado”. Neste caso, as empresas já obrigadas a DCTFWeb devem continuar enviando a SEFIP em razão dos recolhimentos de FGTS. 24 2.2.2 CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), e foi instituído pela lei nº 4.923 de 23 de Dezembro de 1965, que serve como mecanismo de controle de admissões e desligamentos de empregados das empresas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme menciona o parágrafo 1º da lei “as empresas que dispensarem ou admitirem empregados ficam obrigadas a fazer a respectiva comunicação às Delegacias Regionais do Trabalho, mensalmente, até o dia sete do mês subsequente ou como estabelecido em regulamento” (BRASIL, 1965). O CAGED serve como instrumento de fiscalização, gerando informações, estatísticas de admissões e desligamentos mensalmente, serve também como base de informações para o programa do Seguro Desemprego, onde se podem extrair dados sobre a escassez de mão de obra em um determinado período, sobre índices de rotatividade de pessoal, análise sobre um grupo de ocupação, obter estatísticas por meio da relação entre a função, escolaridade, entre outras análises. Segundo Rezende, Silva e Gabriel (2017, p. 143) “é também com essas informações que o Governo Federal elabora estatísticas para criar políticas de emprego e salário, bem como pesquisas e estudos sobre o mercado de trabalho”. A partir de 1º de janeiro de 2020, conforme o artigo 1º da Portaria nº 1.127 de 14 de Outubro de 2019, prevê que as empresas que já são obrigadas a enviar admissões e desligamentos ao eSocial estão desobrigadas de enviar o CAGED (grupos 1, 2 e 3). Segundo (Brasil, 2019) as informações de admissão terão prazo de envio até o dia imediatamente anterior ao do início das atividades do trabalhador, nos casos de extinção do vínculo até o décimo dia, e das transferências de entrada e de saída, reintegração, salário de contratação e último salário do empregado até o dia 15 (quinze) do mês seguinte em que ocorrer o fato gerador. 2.2.3 RAIS - Relação Anual de Informações Sociais A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) foi instituída pelo Decreto nº 76.900/1975 e seu art. 1º informa que a RAIS deve “ser preenchida pelas empresas, contendo elementos destinados a suprir as necessidades de controle, estatística e informações das entidades governamentais da área social”, ou seja, ela tem os objetivos de identificar os 25 trabalhadores com direito ao recebimento do Abono Salarial, serve como base de dados para estudos técnicos. As empresas que não contratam empregados no ano, declaram no ano subsequente a RAIS Negativa onde são fornecidos somente os dados cadastrais do estabelecimento. Já as empresas que tiveram vínculos trabalhistas, declaram a RAIS Positiva, com as informações dos trabalhadores, e todas as remunerações mensais e 13º salário recebidos no ano. O artigo 2º da Portaria nº 1.127 de 14 de Outubro de 2019, prevê a substituição da RAIS, pelo eSocial a partir da RAIS ano-base 2019 declarada em 2020. As empresas dos grupos 1 e 2 do eSocial estão desobrigadas a declarar a RAIS, as demais empresas (grupos 3 e 4) permanecem declarando a RAIS. Figura 2 – Protocolo da RAIS Ano Base 2019 Fonte: Protocolo da RAIS de uma Empresa Exemplo (2020). A RAIS ano base 2019, na sua entrega gera um recibo diferente dos anos anteriores, pois já inclui a informação da obrigatoriedade da RAIS, e das empresas que já transmitiram as informações pelo eSocial. 26 2.2.4 LRE - Livro de Registro de Empregados O Livro de Registro de Empregados (LRE) é um documento da empresa referente às informações de seus funcionários e é utilizado na contratação do empregado com a inclusão das suas informações cadastrais, sendo atualizado conforme as alterações que ocorrer no decurso do contrato. Contém também as informações dos dependentes dos empregados, para garantir direitos como salário família e dedução da base de cálculo do IRRF na folha de pagamento. O registro pode ser feito por meio físico através de livros ou fichas e por meio eletrônico.O conteúdo dos registros contém informações obrigatórias previstas no art. 41 da CLT “além da qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, deverão ser anotados todos os dados relativos à sua admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador” (BRASIL, 1943). O livro deve estar sempre disponível e atualizado para inspeções trabalhistas. Com o advento do eSocial, o livro registro de empregados passou a ser substituído pelo registro eletrônico dos trabalhadores, onde os empregadores devem fazer a opção por ele. A portaria prevê no art. 4º que “para a utilização de sistema de registro eletrônico de empregados previsto no art. 41 da CLT é obrigatório o uso do eSocial, vedados outros meios de registro.” (BRASIL, 2019). Dessa forma, todas as informações contidas no livro que só poderiam ser acessadas fisicamente em uma auditoria, agora serão consultadas através do portal do eSocial. A opção pelo registro eletrônico de empregados deve ser feita pelo envio do evento S- 1000 (Informações do Empregador/Contribuinte/Órgão Público) no indicativo do registro eletrônico de empregados. E tem um prazo de até um ano da publicação da Portaria nº 1.195, de 30 de outubro de 2019 para realizar a opção. A admissão deve ser enviada pelos eventos S-2190 (Admissão de Trabalhador - Registro Preliminar) que acontece quando não tiver as informações completas referentes ao evento S-2200 (Cadastramento Inicial e Admissão/Ingresso de Trabalhador). O prazo para esse registro da admissão é de um dia antes do início da prestação do serviço (Manual do Usuário WEB GERAL, 2019). 27 2.2.5 CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é o documento que registra acidentes de trabalho mesmo que não haja afastamento das atividades, que são enviadas ao INSS com o objetivo de gerar informações e armazenar em um banco de dados, a fim de gerar benefícios previdenciários ao segurado. A CAT deve ser enviada pelas empresas “até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente”. (BRASIL, 1991). No momento, as transmissões da CAT ainda não foram substituídas, e devem ser enviadas ao eSocial através do evento S-2210 (Comunicação de Acidente de Trabalho). 2.2.6 CD - Comunicação de Dispensa A Comunicação de Dispensa (CD) é um documento emitido através da ferramenta Empregador Web no Portal Mais Emprego informando a dispensa do trabalhador para fins de recebimento do benefício seguro-desemprego. Com o eSocial, sempre que houver a rescisão de contrato, a dispensa precisa ser enviada para o eSocial através do evento S-2250 (Aviso Prévio) com até 10 dias da comunicação do aviso. Se o aviso for na modalidade indenizada, não enviará o evento S-2250, pois essa informação irá constar apenas no evento de desligamento (S-2299). 2.2.7 CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento para as pessoas que prestam algum tipo de serviço, onde contém a vida funcional do trabalhador. A CTPS Digital existe desde 2017, mas a Portaria nº 1.195, de 30 de outubro de 2019 institui as anotações da CTPS de forma eletrônica, exceto para as empresas que ainda não estão no eSocial, e precisarão anotar nas carteiras físicas. A partir dessa portaria os empregados podem acompanhar as anotações pelo aplicativo. Mesmo a CTPS física não sendo mais necessária para a maioria das contratações, é importante guardá-la, pois é um documento para comprovar seu tempo de trabalho anterior. 28 Figura 3 – Aplicativo da CTPS Digital Fonte: DATAPREV (2020) A Lei da Liberdade Econômica (Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019) incluiu o § 6º no artigo 74 da CLT, onde “a comunicação pelo trabalhador do número de inscrição no CPF ao empregador equivale à apresentação da CTPS em meio digital, dispensado o empregador da emissão de recibo”. É necessário somente o número do CPF para cadastrar as informações do empregado na CTPS Digital, visto que, as demais informações que eram registradas na CTPS física, serão registradas na CTPS Digital de forma eletrônica através das informações do eSocial. O § 7º artigo 74 da CLT, inclusa pela Lei da Liberdade Econômica fala que “os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da CTPS em meio digital equivalem às anotações a que se refere esta Lei”. Os dados do CNIS, era atualizado mensalmente na CTPS Digital e com o eSocial as informações passam a ser em tempo real. 2.2.8 PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento em formato de formulário que trata das condições de trabalho do empregado e os riscos que ele estava exposto. Também é um documento imprescindível para a solicitação da aposentadoria especial, visto que é garantida pela lei àqueles que exerceram atividade profissional 29 submetido a condições que são nocivas à saúde. Conforme (Brasil, 1991) “A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador”. Posteriormente o PPP se integrará ao eSocial passando a ser eletrônico, então é necessário uma adequação para as empresas enviem os eventos de SST no tempo correto. As empresas enviarão ao eSocial vários eventos da área de segurança do trabalho, compondo o histórico laboral do trabalhador, e deste modo, o PPP passará a ser eletrônico sendo composto por essas informações. 2.2.9 DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte A Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (DIRF) é realizada pela fonte pagadora, uma obrigação tributária acessória devida por todas as pessoas jurídicas, informando os rendimentos tributáveis, as retenções de Contribuições Sociais, o valor do imposto retido na fonte, e o código por classificação de retenção. Ainda não há definição para a substituição dessa obrigação. 2.2.10 DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) é uma obrigação para que a RFB obtenha das informações para o lançamento do crédito tributário com emissão de guias de recolhimento e controle de parcelamentos, compensações, saldos devedores ou credores do empregador. Com as informações da EFD-Reinf e do eSocial, as escriturações consolidará a DCTFWeb, que terá a emissão de um único DARF contendo todos os débitos do mesmo contribuinte, considerando todos os estabelecimentos e consolidando pela matriz da empresa. 2.2.11 QHT – Quadro de Horário de Trabalho O Quadro de Horário de Trabalho (QHT) conforme o art. 74 da CLT definia que o quadro deveria estar organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho e 30 afixado em lugar bem visível, e relacionar os horários, caso ele não fosse único na entidade. Mas o artigo foi revogado pela Lei da Liberdade Econômica (Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019), e o horário de trabalho será anotado em registro de empregados, ou seja, será substituído pelas informações enviadas na admissão. Para que esses arquivos sejam validados, o evento S-1050 referente a tabela de horários, já deve estar previamente cadastrados no portal. 2.2.12 MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais O Manual Normativo de Arquivos Digitais (MANAD) é um arquivo exigido pela fiscalização da Receita Federal com as informações fiscais, contábeis, patrimoniais, da folha de pagamento e de seus trabalhadores, que não tem prazo de entrega fixo, sendo estipulado pelo Auditor Fiscal quando ocorrer fiscalização. Algumas informações do MANAD foram substituídas pelo SPED Contábil, restando às informações de folha de pagamento. A obrigaçãoserá substituída, pois as informações relativas aos empregados já estão no eSocial, porém não há previsão para a substituição. 2.2.13 Folha de pagamento A folha de pagamento são os registros de remuneração dos empregados de uma empresa. Não existe modelo padrão, mas deve conter além da identificação, cargo, salários, proventos, descontos, valor da contribuição previdenciária descontada, valor de FGTS e IRRF, informações de afastamentos e a incidência de impostos. As empresas são obrigadas: I - preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. (BRASIL, 1999). Com o eSocial, a contabilização das informações deve ser do primeiro ao último dia do mês. Ao término da emissão da folha de pagamento, devem ser realizados a transmissão 31 dos eventos de remuneração, pagamento e fechamento ao eSocial, onde é possível verificar a totalização dos valores dos impostos referente a folha. Figura 4 – Totalização de IRRF de uma empresa exemplo no Portal do eSocial Fonte: Manual do Usuário WEB GERAL (2019) Dessa forma, os órgãos terão acesso de forma online no portal, sem precisar solicitar as empresas documentos para fiscalizar. 2.2.14 GRF – Guia de Recolhimento do FGTS Todas as empresas que tem obrigação ao recolhimento de FGTS de seus funcionários devem repassar as informações financeiras deles referente ao FGTS e à Previdência Social por meio da SEFIP, nela é gerado a Guia de Recolhimento do FGTS (GRF) que deve ser emitida e recolhida até o 7º dia do mês seguinte da competência de remuneração. Nos casos da rescisão do contrato de trabalho, em que é devido FGTS rescisório, deve haver o recolhimento através da Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS (GRRF) gerado no portal empregador da Conectividade Social. Com a vigência do eSocial as guias de recolhimento do FGTS (GRF e a GRRF) serão substituídas pela Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 32 (GRFGTS) e serão geradas com base nas informações unificadas prestadas pelo empregador através do eSocial. No momento, a substituição foi adiada pela Circular Caixa nº 865, de 23 de julho de 2019, por prazo indeterminado, permanecendo a geração das guias por meio do SEFIP. 2.2.15 GPS – Guia da Previdência Social Da mesma forma que é emitida a GRF, acontece com a GPS que é o recolhimento das contribuições sociais a ser utilizado pelos contribuintes. A GPS é gerada por meio da SEFIP, devendo ser emitida até o 7º dia, e recolhida até o 20º dia útil do mês seguinte da competência de remuneração. Com a instituição do eSocial a GPS será gradativamente substituída pelo DARF emitido pela DCTFWeb, com a totalização dos saldos a partir do eSocial e da EFD-Reinf. O DARF já está sendo utilizado pelas empresas do Grupo 1, e pelas entidades que tiveram faturamento em 2017 maior do que R$ 4.800.000,00 do Grupo 2, as demais empresas aguardam definição dos prazos de substituição. 2.2.16 Resumo das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas No cenário antes da implantação do eSocial temos o resumo das 15 obrigações e de suas principais funções: Quadro 4 - Resumo dos tipos de relatórios TIPO DE RELATÓRIO O QUE É PARA QUE SERVE GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social Obrigação emitida através da SEFIP que contém os dados da empresa, do vínculo empregatício dos funcionários, enviadas a Previdência Social e é responsável por gerar as guias (GPS e GRF). CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Declaração das empresas nas admissões e desligamentos de empregados das empresas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), RAIS Relação Anual de Informações Sociais. Obrigação que identifica os trabalhadores com direito ao recebimento do Abono Salarial, e também serve como base de dados para estudos técnicos. 33 LRE O Livro de Registro de Empregados. Livro da empresa que contém às informações de seus funcionários e é utilizado na contratação do empregado com a inclusão das suas informações cadastrais, sendo atualizado conforme as alterações que ocorrer no decurso do contrato CAT A Comunicação de Acidente de Trabalho. Documento que registra acidentes de trabalho, que são enviadas ao INSS com o objetivo de gerar informações e armazenar em um banco de dados, a fim de gerar benefícios previdenciários ao segurado. CD A Comunicação de Dispensa emitida nas rescisões de contrato. Documento emitido através da ferramenta Empregador Web no Portal Mais Emprego informando a dispensa do trabalhador para fins de recebimento do benefício seguro- desemprego. CTPS A Carteira de Trabalho e Previdência Social dos empregados. Documento para as pessoas que prestam algum tipo de serviço, onde contém a vida funcional do trabalhador. PPP Documento em formato de formulário que trata das condições de trabalho do empregado e os riscos que ele estava exposto. Documento produzido pelo empregador sobre o histórico laboral do empregado, utilizado como meio de prova para solicitação da aposentadoria especial e demais benefícios a Previdência Social. DIRF Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte. Declaração realizada pela PJ fonte pagadora, informando os rendimentos tributáveis, as retenções de Contribuições Sociais, o valor do imposto retido na fonte. DCTF Obrigação que declara Débitos e Créditos Tributários Federais da empresa. A partir dessa obrigação a RFB obtém as informações para o lançamento do crédito tributário com emissão de guias de recolhimento. QHT Quadro de Horário de Trabalho. Contém no quadro o horário de trabalho de todos os empregados, de grupos ou departamentos. MANAD Arquivo digital solicitado em fiscalizações trabalhistas. Arquivo exigido em fiscalizações que contém as informações fiscais, contábeis, patrimoniais, da folha de pagamento e dos empregados. FOLHA DE PAGAMENTO Documento que compõe os registros de remuneração dos empregados da empresa. Demonstra os registros financeiros mensais dos empregados como: remuneração, proventos e descontos, benefícios, incidência de impostos, etc. GRF É a guia de recolhimento do FGTS dos empregados. Totaliza os valores dos recolhimentos mensais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço devida pelas empresas. GPS É a guia de recolhimento das contribuições previdenciárias. Totaliza os valores dos recolhimentos mensais das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas ou pessoas físicas. Fonte: Elaborado pela autora (2020) 34 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 METÓDO DA PESQUISA A metodologia identifica os procedimentos da coleta de dados para ser apresentada na pesquisa. A tipologia de pesquisa para o desenvolvimento do trabalho foi classificada da seguinte forma: Quanto aos objetivos da pesquisa, caracteriza-se como descritiva, pois tem a intenção principal de observar o fenômeno e descrevê-lo. Segundo Gil (2002, p.42): As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. E conforme Beuren (2006, p. 81) descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos. Quanto aos procedimentos se enquadra como pesquisadocumental, pois “vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa” (GIL, 2002, p.42). No que se refere à abordagem do problema, o enfoque é qualitativo, pois o estudo visa coletar informações e descrever características sobre o tema, onde não irá utilizar dados estatísticos. 3.2 TECNICA DE COLETA DE DADOS A abrangência desse estudo baseia-se em analisar o processo de geração de dados trabalhistas, previdenciários e tributários de todas as empresas (públicas e privadas). Em um primeiro momento, foi investigado a temática e grande parte das informações foram coletados através do site do portal do eSocial. Os dados iniciais para compreensão da pesquisa também foram obtidos com pesquisa nas legislações trabalhistas e demais sites, para identificar como aconteceria a implantação do eSocial. Pois é necessário compreender etapas 35 relevantes como: (i) classificação de grupos de empresas, (ii) eventos, (iii) fases, para a condução deste estudo. Posteriormente, foram verificadas as 15 obrigações acessórias e trabalhistas, bem como o seu funcionamento e os relatórios gerados, para entender o objetivo do eSocial que se propõe a substituí-las. Após isso, foram extraídas as informações requeridas e que compõe cada relatório. Foi construído um quadro geral dessas informações, e desse quadro foi sintetizado em duas novas informações: a primeira é um quadro com o quantitativo de informações por obrigação, e a segunda é uma ilustração classificando as informações em grupos menores para facilitar o entendimento. Portanto, a estratégia da coleta desses dados teve a finalidade de realizar uma análise qualitativa, comparando as rotinas trabalhistas hoje, e como ficará após a completa implantação do eSocial. 36 4 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISES Como apresentado na literatura, cada uma das obrigações trabalhistas tem seus objetivos e a obrigatoriedade de apresentação a diferentes órgãos. Com a implantação do eSocial, busca-se a simplificação da prestação de informações das obrigações de forma unificada em um portal. Neste contexto, como resultados desta pesquisa tem-se identificadas as obrigações acessórias trabalhistas, como também, as informações requeridas nas referidas obrigações e relatórios e, por fim, a análise da qualidade ou abrangência da informação, a partir da substituição das obrigações acessórias em relação ao eSocial. No que se refere às obrigações acessórias e trabalhistas que serão substituídas pelo eSocial, o presente estudo identificou 15 relatórios diferentes com um volume de informações que são requeridas em cada um que variam de 11 a 58 e que em sua totalidade representam 513 informações, volume bastante expressivo de informações. Contudo, ao se analisar o tipo de informação, observa-se no quadro abaixo, como também, de forma complementar no quadro disposto no Apêndice A, uma quantidade relativamente alta de informações que se apresenta repetida entre os relatórios. Neste contexto, fazendo uma reflexão com enfoque em indicadores de produtividade, é possível inferir que há uma demanda de tempo mal aproveitada que não se traduz em melhorias da qualidade de informação relacionada aos processos trabalhistas. Com a reorganização das informações requeridas das empresas, é possível com menor recurso empregado, gerar um desempenho maior do que já se tem atualmente, visto que os diferentes órgãos terão acesso mais rápido e mais prático da informação desejada. Quadro 5 - Quantidade de Informações por Obrigação TIPOS DE RELATÓRIOS QUANTIDADE DE INFORMAÇÕES REQUERIDAS GFIP 58 CAGED 46 RAIS 56 LRE 39 CAT 51 CD 23 CTPS 16 PPP 41 DIRF 49 37 DCTF 35 QHT 11 MANAD 32 FOLHA DE PAGAMENTO 22 GRF 20 GPS 14 TOTAL: 15 TOTAL: 513 Fonte: Elaborado pela autora (2020) No que diz respeito aos tipos de informações que são requeridas em cada relatório, os dados do estudo revelam uma classificação em quatro grandes grupos: “DADOS DA EMPRESA” os quais se referem aos dados do empregador; “DADOS PESSOAIS DO EMPREGADO”; “DADOS CONTRATUAIS” os quais abrangem todos os dados do empregado desde a admissão, todas as alterações até a demissão e “DADOS ESPECÍFICOS DE CADA RELATÓRIO” os quais se relacionam com informações individuais de cada obrigação. (ver apêndice A) e figura 5. Figura 5 - Classificação das informações em grupos Fonte: Elaborado pela autora (2020) Uma vez identificada cada obrigação acessória e as informações necessárias para o seu propósito, o presente trabalho tem como objetivo analisar a abrangência e qualidade da informação, a partir da substituição das obrigações acessórias em relação ao eSocial. Para tanto, é necessário conhecer o fluxo da informação, bem como, a sua periodicidade. 38 As empresas devem enviar as informações a diferentes entidades (INSS, MTE, CEF e RFB) e no que se refere à periodicidade, verificou-se que o envio dos eventos pode ocorrer mensalmente, anualmente ou ainda de forma eventual (quando existir um fato gerador para que ela ocorra). Desta forma, buscando compreender como funciona a transmissão dessas obrigações de forma geral, este estudo mostra, através da figura abaixo, quais os grupos de informações necessárias para envio das obrigações trabalhistas, e a periodicidade de sua apresentação antes do eSocial. Figura 6 - Informações das obrigações trabalhistas e acessórias antes do eSocial Fonte: Elaborado pela autora (2020) Com as informações acima dispostas, é possível perceber que existem obrigações que solicitam os mesmos dados (informações da empresa, dados pessoais do empregado, dados contratuais) para diferentes relatórios e entidades. Por exemplo, mensalmente são informados dados dos empregados repetidos para 4 relatórios diferentes. Com o eSocial implantado, esses 39 dados do empregado já estarão no portal, sendo necessário a alimentação somente de dados específicos. Esses dados que se repetem várias vezes durante os meses, trazem custos e consomem um tempo desnecessário para a mesma informação. Porém, o projeto do eSocial objetiva solucionar esse problema, visto que, um de seus princípios é “eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas” (BRASIL, 2014). No que se refere à implantação do eSocial, a empresa irá enviar as informações por fases. As informações empresariais, as tabelas, as informações pessoais dos empregados serão cadastradas uma única vez no portal e o empregado será identificado por uma matrícula. Após isso, o sistema estará apto a receber cada evento que for acontecendo com o funcionário, não sendo necessário enviar novamente informações pessoais, ou de seus vínculos como acontece nas obrigações. O histórico de todos os eventos laborais compõe a estrutura das 15 obrigações trabalhistas, podendo ser acessadas no portal com informações centralizadas. A figura abaixo apresenta a simplificação da prestação de informações das obrigações, reduzindo a necessidade de informar dados repetidos: Figura 7 - Comunicação dos empregadores ao Governo das obrigações trabalhistas de forma unificada após implantação do eSocial Fonte: Elaborado pela autora (2020) Com o intuito de comparar as obrigações requeridas atualmente, evidenciada na figura 6, com a proposta da substituição das obrigações acessórias em relação ao eSocial (figura 7) é 40 possível fazer algumas inferências no que diz respeito a qualidade da informação e sua abrangência. Conforme CPC (2019), características qualitativas da informação contábil “torna as informações úteis mais úteis”. Com relação à abrangência, foi observada que as substituições das obrigações se darão pela integração das informaçõesao eSocial. Irá alcançar todas as informações necessárias, porém reunidas em um único portal, ampliando a qualidade da informação. O controle dos eventos é percebido com a padronização do envio dos eventos por fases, que seguem uma ordem lógica dos fatos, trazendo confiabilidade, pois há um alinhamento nos procedimentos, evitando erros e simplificando processos. Segundo o Portal do eSocial (2019) “com a substituição da entrega de diversas obrigações por apenas uma operação, totalmente padronizada, as empresas diminuirão gastos e tempo dedicados atualmente para à execução dessas tarefas”. Outro ponto que merece destaque é a tempestividade, definido pelo CPC (2019) como “disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. De modo geral, quanto mais antiga a informação, menos útil ela é”. Ou seja, a tempestividade ocorre com as informações enviadas de forma padronizadas e unificadas, sendo possível diminuir tempo e custo com o envio das informações repetidas desnecessariamente. Dessa forma, o benefício da informação se torna maior do que produzi- la. As empresas terão a necessidade de se adaptar ao novo sistema, porém, terão o benefício da diminuição de arquivos de diversas obrigações, diminuindo o volume de informações e consequentemente o custo de guardar um número de arquivos maior. Conforme o Portal do eSocial: O eSocial traz, para o formato digital, informações que hoje ainda podem ser registradas em meios ultrapassados e até frágeis, como em livros de papel. Tais dados, que ainda hoje devem ser guardados por longo período de tempo, em até 30 anos, passarão a ser armazenados em um ambiente público, seguro e sem custos para as empresas. (eSocial, 2019). As entidades terão um acesso mais rápido e prático às informações, podendo fazer controles, cruzamentos de informações, trabalhando com mais eficiência. Conforme Brasil (2014) “os integrantes do Comitê Gestor terão acesso compartilhado às informações que integram o ambiente nacional do eSocial”. 41 De forma geral, a mudança da forma da entrega dessas obrigações, evidencia o impacto significativo na diminuição do fluxo de trabalho e de informações prestadas repetidamente, melhorando as rotinas trabalhistas e mostrando que o processa se torna mais eficiente, gerando mais produtividade aplicando um recurso menor. 42 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho abordou os impactos da implantação do eSocial da prestação de informações trabalhistas. Para alcançar o objetivo proposto neste trabalho, buscou-se analisar os procedimentos trabalhistas e suas obrigações, evidenciando as mudanças no processo de implantação do novo sistema. A partir da análise das obrigações acessórias trabalhistas, como também, as informações requeridas nas referidas obrigações e relatórios, foi possível constatar um volume bastante expressivo de informações que se apresentam repetidamente entre os relatórios. Sendo verificado que com a reorganização da prestação das informações propostas pelo programa, com menor recurso empregado, ao deixar de existir as 15 obrigações, se consegue chegar ao mesmo objetivo da abrangência da informação gerando um desempenho maior do que já se tem atualmente, pois os dados estarão disponíveis em um único portal. O eSocial irá gerar uma mudança na cultura, com adaptação de rotinas internas, mudança de procedimentos, que requer que as informações sejam prestadas mais rapidamente, cumprindo prazos e trazendo o benefício de uma expressiva simplificação dos dados, redução de tempo e custos. As informações que constarão no portal servirão como base para programas, estratégias, planejamento e trará mais eficiência nas fiscalizações trabalhistas. O objetivo geral do trabalho foi alcançado, pois foi evidenciado o impacto significativo na diminuição do fluxo de trabalho e de informações prestadas repetidamente, trazendo um processo mais eficiente para as empresas. O avanço da tecnologia contribui com a profissão contábil, diminuindo um fluxo de trabalho de escrituração, e possibilitando o profissional atuar de forma mais gerencial. Como indicação para pesquisas futuras, após a implantação do eSocial, parece oportuno verificar o tempo despendido para realizar as obrigações acessórias em comparação com o sistema em funcionamento completamente tendo como enfoque o impacto nos indicadores de produtividade. 43 REFERÊNCIAS BEUREN, Ilse Maria.org. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRASIL. Decreto nº 3.048, de 06 de Maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 15 out. 2020. ______. Decreto-Lei nº 5.452 de 1º de Maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Rio de Janeiro, RJ,1 de maio de 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em: 28 out. 2020. ______. Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014. Institui o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial e dá outras providências. Brasília, DF, 11 dez. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8373.htm>. Acesso em: 11 nov. 2020. ______. Decreto nº 76.900, de 23 de dezembro de 1975. Institui a Relação Anual de Informações Sociais – RAIS e dá outras providências. Brasília, DF, 23 dez. 1975. 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Institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica; estabelece garantias de livre mercado; altera as Leis nos 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 11.598, de 3 de dezembro de 2007, 12.682, de 9 de julho de 2012, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 10.522, de 19 de julho de 2002, 8.934, de 18 de novembro 1994, o Decreto-Lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946 e a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto- Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943; revoga a Lei Delegada nº 4, de 26 de setembro de 1962, a Lei nº 11.887, de 24 de dezembro de 2008, e dispositivos do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966; e dá outras providências. Brasília, DF, 20 set. 2019. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13874.htm>.Acesso em: 11 nov. 2020. ______. Lei nº 13.982 de 02 de Abril de 2020. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para dispor sobre parâmetros adicionais de caracterização da situação de vulnerabilidade social para fins de elegibilidade ao benefício de prestação continuada (BPC), e estabelece medidas excepcionais de proteção social a serem adotadas durante o período de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19) responsável pelo surto de 2019, a que se refere a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Brasília, DF, 02 abr. 2020. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l13982.htm>. Acesso em: 10 nov. 2020. ______. Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Portaria Conjunta nº 76 de 22 de Outubro de 2020. Dispõe sobre o cronograma de implantação do Sistema Simplificado de Escrituração Digital das Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais (eSocial). Diário Oficial da União. 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São Paulo: Erica, 2017. 46 APÊNDICE A - INFORMAÇÕES REQUERIDAS NAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E GERADAS NOS RELATÓRIOS INFORMAÇÕES REQUERIDAS NAS OBRIGAÇÕES E GERADAS NOS RELATÓRIOS CTPS QHT GPS Nome Empresarial do Empregador CNPJ Empregador Versão da SEFIP CNPJ Empregador Nome Empresarial do Empregador Versão da Tabela INSS Endereço Empresarial Endereço Empresarial Data da Emissão Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Hora da Emissão Cargo Número de Ordem dos Empregados Nome Empresarial do Empregador CBO Nome dos empregados Endereço Empresarial Data de Admissão Função Telefone Empresarial Data de Demissão Número e série da CTPS Código de Pagamento Matrícula Horários de entrada, intervalo e saída Competência Remuneração Contratual Descanso semanal CNPJ Empregador Forma de Pagamento Espaço para Visto do Fiscal Valor do INSS Prazo contratual (se houver) Valor Outras Entidades Alterações Salariais Valor de Atualização Monetária / Juros / Multa Alteração de Função Valor Arrecadado Anotações de férias Registro de Contribuições Sindicais LRE PPP DCTF Nome Empresarial do Empregador CNPJ Empregador CNPJ Empregador CNPJ Empregador Nome Empresarial do Empregador Mês/Ano Endereço Empresarial Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Nome Empresarial do Empregador Nome do empregado Nome do empregado Endereço Empresarial CPF BR/PDH Telefone / e-mail Empresarial RG Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Nome do Representante da PJ Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Data de nascimento CPF do Representante da PJ Número e série da CTPS Sexo Endereço do Representante da PJ Data de nascimento Número e série da CTPS Telefone / e-mail do Representante da PJ Título de Eleitor Data de Admissão Nome do Responsável pelo Preenchimento Naturalidade Regime de Revezamento de Trabalho CPF do Responsável pelo Preenchimento Nacionalidade Data do Registro da CAT CRC do Responsável pelo Preenchimento Estado civil Número da CAT Telefone / e-mail do Responsável Sexo Período de Trabalho Débitos/Créditos * Raça/cor Setor CNPJ do Estabelecimento Grau de instrução Cargo Código Receita Endereço do Trabalhador Função Períodos de Apuração Nome da Mãe CBO Débitos Apurados Nome do Pai Código Ocorrência da GFIP Créditos Vinculados Nome e dados cadastrais dos dependentes Descrição das Atividades do Trabalhador Saldos a Pagar Data de Admissão Período de Exposição a Fatores de Risco Período Inicial Data de Opção pelo FGTS Tipo de Exposição a Fatores de Risco Período Final Prazo contratual (se houver) Fator de Risco Marcação: Se é declaração Retificadora Matrícula Tipo de Risco Nº do Recibo de entrega da DCTF a retificada Remuneração Contratual Intensidade / Concentração do agente ( ) PJ inativa no mês da declaração Domicílio Bancário Técnica Utilizada ( ) PJ optante pelo Simples Nacional Foma de Pagamento EPC Eficaz (S/N) Qualificação da Pessoa Jurídica Horário de Trabalho EPI Eficaz (S/N) Forma de Tributação do Lucro Jornada de Trabalho Nº do Certificado de Aprovação do MTE para EPI ( ) PJ levantou balanço/balancete de suspensão no mês Cargo Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados ( ) PJ com débitos de SCP a serem declarados CBO Registro Profissional no Conselho de Classe do Responsável pelos Registros ( ) PJ optante pela CPRB Tipo de Deficiência (se houver) Nome do Profissional Legalmente Habilitado Situação da PJ no mês da declaração 47 Registro de Contribuições Sindicais Data do Exame Opções referentes à lei Lei nº 12.973/2014 Alterações Salariais Tipo do Exame para o ano-calendário de 2014 Alteração de Função Natureza do Exame Critério de Reconhecimento das Variações Anotações de férias Exame (R/S) Monetárias dos Direitos de Crédito e das Registro de Contribuições Sindicais Indicação de Resultados Obrigações do Contribuinte, em Funcão da Acidente do trabalho e doenças profissionais Data de Emissão do PPP Taxa de Câmbio Data de Demissão Nome do Representante da Empresa Regime de Apuraçãoda Contribuição para o Nº do PIS/PASEP/NIS do Representante PIS/Pasep e/ou da Cofins Carimbo e Assinatura do Representante CAGED CAT RAIS Nome Empresarial do Autorizado Emitente da CAT Nome Empresarial do Empregador CNPJ do Autorizado Tipo de CAT CNPJ Empregador Endereço do Autorizado Nome Empresarial do Empregador Informações de Encerramento das Atividades Responsável CNPJ Empregador Exerceu atividade no ano-base (S/N) Telefone / e-mail do Responsável Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Endereço de Trabalho Nome Empresarial do Empregador Endereço Empresarial Endereço Empresarial CNPJ Empregador Telefone / e-mail Empresarial Telefone / e-mail Empresarial Endereço Empresarial Nome do empregado Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) 1ª Declaração (S/N) Nome da Mãe Natureza Jurídica do Estabelecimento Porte do Estabelecimento Data de nascimento Número de Proprietários Encerra Atividades (S/N) Sexo Data-Base dos Empregados Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Estado civil Porte do Estabelecimento Quantidade de Acertos Número e série da CTPS Tipo de Sistema de Controle de Ponto Quantidade de PIS/PASEP Zerados Remuneração Mensal Informações da Empresa que participa do PAT Quantidade de Empregados no 1º dia do mês RG CNPJ da Entidade Sindical Patronal Beneficiária Total de Empregados no Último Dia do Mês Informado Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Valor Recolhido da Contribuição Sindical Patronal Quantidade de Declarações do Estabelecimento Processadas no Mês Endereço do Trabalhador Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Quantidade de Admissões no mês Telefone / e-mail do Trabalhador Nome do empregado Quantidade de Desligamentos no mês Cargo Data de nascimento Data do Recebimento da Obrigação CBO Raça/cor Código do Recebimento da Obrigação Tipo de Filiação à Previdência Social Pessoa com Deficiência (S/N) Quantidade de Movimentações Informar se é aposentado Nacionalidade Certificado Digital (S/N) Natureza da prestação de serviço (U/R) Sexo Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Data do acidente Grau de instrução Nome do empregado Hora do acidente Número e série da CTPS Data de nascimento Após quantas horas de trabalho? CPF Sexo Tipo de acidente Matrícula Pessoa com Deficiência (S/N) Houve afastamento? Data de Admissão Grau de instrução Último dia trabalhado Tipo de Admissão Raça/cor Local do acidente Tipo de Vínculo Tipo de Movimentação Especificação do local do acidente Menor Apendiz Grávida (S/N) CBO Município/UF do local do acidente Trabalho Parcial (S/N) Cargo Parte(s) do corpo atingida(s) Teletrabalho (S/N) Data de Admissão Agente causador do acidente Trabalho Intermitente Jornada de Trabalho Descrição da situação geradora do acidente ou doença Remuneração Contratual Remuneração Houve registro policial? Jornada de Trabalho Dia do Desligamento Houve morte? CBO Número e série da CTPS Nome da(s) testemunha(s) Cargo Aprendiz (S/N) Endereço da(s) testemunha(s) Município do Lucal de Trabalho Trabalho Parcial (S/N) Telefone / e-mail da(s) testemunha(s) Remuneração Mensal (Ano Base) Teletrabalho (S/N) Unidade de atendimento médico Quantidades de Horas Extras Mensais Trabalho Intermitente Data do atendimento médico Mês de Pagamento Adiantamento 13º Número do Exame Toxicológico Hora do atendimento médico Valor Pago referente a Adiantamento 13º Data coleta do Exame Toxicológico Houve internação? Mês de Pagamento Parcela Final 13º CNPJ Laboratório Duração provável do tratamento Valor Pago referente a Parcela Final 13º CRM/UF do Médico Responsável Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? Empregado é filiado a Sindicato (S/N) Descrição e natureza da lesão CNPJ da Entidade Sindical dos Trabalhadores 48 Beneficiária Diagnóstico provável Valor Recolhido da Contribuição Sindical dos Trabalhadores CID - 10 Motivo de Afastamento no Ano-Base Observações Médicas Adicionais Data Inicial do Afastamento Local e a data da emissão da CAT Data Final do Afastamento Total de Dias Afastados Tipo de Desligamento Data do Desligamento Valor pago de Aviso Prévio Indenizado Valor de verbas pagas na rescisão FOLHA DE PAGAMENTO CD MANAD Nome Empresarial do Empregador Nome do empregado Indicação do movimento CNPJ Empregador Nome da Mãe CNPJ Empregador Tipo de Cálculo Endereço do Trabalhador Data de inclusão ou alteração do cadastro Competência Telefone / e-mail do Trabalhador Matrícula Departamento Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS CPF Nome do empregado Número e série da CTPS Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Cargo CPF Categoria do Trabalhador conforme tabela da GFIP Tipo de Vínculo Nome Empresarial do Empregador Nome do Trabalhador CPF CNPJ Empregador Data de nascimento Data de Admissão Endereço Empresarial Data de Admissão Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Telefone / e-mail Empresarial Data de Demissão Número e série da CTPS CBO Indicador do tipo de vínculo do trabalhador Remuneração Mensal Cargo Indicativo do tipo de nomeação Rubricas de Proventos Data de Admissão Número do Ato de Nomeação Rubricas de Descontos Data de Demissão Data do ato de nomeação Valor Bruto Sexo Código da Lotação Valor Líquido Grau de instrução Descrição da Lotação Base de Cálculo INSS Data de nascimento Código da Rubrica Base de Cálculo FGTS Jornada de Trabalho Descrição da Rubrica Base de Cálculo IRRF 3 últimas remunerações Código do centro de custos Informações de Afastamentos Domicílio Bancário Código da conta analítica debitada/creditada Resumo Geral Quantidade de meses trabalhados Indicador do tipo de Folha Informação de Aviso Prévio Indenizado Período Data da realização do pagamento CBO Código de Ocorrência GFIP Cargo Quantidade de dependentes para fins de Imposto de Renda Quantidade de dependentes para fins de Salário Família Base de Cálculo para o Imposto de Renda Base de Cálculo para a Previdência Social Indicação de Provento ou Desconto * OBS: Informações do Bloco K – Referentes a Folha de Pagamento GFIP GRF/GRRF DIRF Nome Empresarial do Empregador Versão da SEFIP CNPJ Empregador CNPJ Empregador Data da Emissão Nome Empresarial do Empregador Endereço do Trabalhador Hora da Emissão Natureza do Reclamante Telefone / e-mail do Trabalhador Nome Empresarial do Empregador pagamentos a plano privado de assistência à saúde - (S/N) Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Telefone Empresarial Administrador de fundo ou clube de investimentos (S/N) Código FPAS Código FPAS Instituição financeira que efetuou pagamentos Competência Informação se a empresa é ou não optante pelo Simples decorrentes de decisão da justiça (S/N) Código de Recolhimento Base de Cálculo FGTS Pagamentos a residentes ou domiciliados no exterior (S/N) Data do FGTS Quantidade de Trabalhadores Sócio ostensivo de sociedade em conta de participação (S/N) 49 Data da Previdência Social Alíquota FGTS União detém maioria do capital social sujeito a Centralização Código de Recolhimento voto, recebe recursos do Tesouro Nacional e está Informação se a empresa é ou não optante pelo Simples ID Recolhimento obrigada a registrar a execução orcamentária no Siafi (S/N) Alíquota RAT CNPJ Empregador Declaração de Situação Especial (S/N) FAP Competência CPF do Responsável perante o CNPJ Código de Pagamento da GPS Data de Validade Declaração Retificadora (S/N) Código de Outras Entidades Valor Depósito + Contribuição Social Número do Recibo de Entrega Perc. Isenção Filantropia Valor de Encargos CPF do Responsável pela DeclaraçãoValores Pg a Cooperativas - Sem Adicional Valor Total a Recolher Nome do Responsável pela Declaração Informação exclusiva de Cooperativas de Trabalho (S/N) Código da Autenticação Mecânica Telefone / e-mail do Responsável pela Declaração Valor de Dedução Salário Família Código de Barras CPF/CNPJ do Beneficiário do Declarante Valor de Dedução Salário Maternidade Informações adicionais para GRRF: * Nome do Beneficiário do Declarante Valor de Comercialização Produção - PJ Natureza da Atividade da Empresa (CNAE) Código da Receita Valor de Comercialização Produção - PF Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Descrição do Código da Receita Valor da Receita com Eventos Desportivos / Patrocínio CPF Identificação do alimentando disponível (S/N) Informação exclusiva de Comercialização Categoria do Trabalhador Identificação do previdência complementar disponível (S/N) Produção e/ou Receita com Eventos Nome do empregado Valores de Rendimento Tributável Desportivos (S/N) Sexo Valores de Previdência Oficial Número do Processo Grau de instrução Valores de Previdência Complemetar Ano CBO Valores de Dedução de Dependentes Vara/JCJ Número e série da CTPS Valores de Pensão Alimentícia Período Início e Fim Data de Nascimento Valores de Imposto Retido Valor do INSS de Competências Anteriores Data de Admissão Valores de Previdência Privada Valor de 3º de Competências Ant. Data de Opção pelo FGTS Valores de FAPI Valor do INSS de Comercialização Produção Data da Movimentação Valores de Compensação de Imposto por decisão judicial Valor de 3º de Comercialização Produção Tipo de Movimentação Valores de Tributação com exigibilidade suspensa Valor do INSS de Receita com Eventos Desportivos / Patrocínio Tipo de Aviso Prévio Valores de Diárias e ajuda de custo Valor de Compensação Data do início do Aviso Prévio Valores de Indenização e rescisão de contrato Período Início Compensação Jornada de Trabalho (semanal) Valores de Abono Pecuniário Período Fim Compensação Código do Saque Valores de Bolsa médico-residente Número de inscrição no PIS/PASEP/NIS Trabalhador possui consignado FGTS (S/N) Valores de Lucros e dividendos pagos a partir de 1996 Nome do empregado Telefone do Trabalhador Valores pagos a titular ou sócio de microempresa Categoria do Trabalhador Tipo de Inscrição do Tomador ou empresa de pequeno porte, exceto prólabore e aluguéis Endereço do Trabalhador Número da Inscrição do Tomador Natureza dos rendimentos recebidos acumuladamente CBO Dados Bancários do Trabalhador Identificação do processo/requerimento Número e série da CTPS Data do Dissídio Identificação do advogado/escritório de advocacia Matrícula Valor FGTS do Dissídio CNPJ da operadora do plano privado de assistência à saúde Código de Ocorrência GFIP Remuneração do Mês Anterior à Rescisão Registro ANS Data de nascimento Remuneração do Mês de Rescisão Nome Empresarial da operadora do plano privado de assistência à saúde Data de Admissão Remuneração do Aviso Prévio Indenizado Identificação do Titular Data de Opção Indicativo de Pensão Alimentícia Nome do Titular Remuneração sem 13º Valor da Pensão Alimentícia CPF do titular Remuneração 13º Valor Base para Fins Rescisórios Valor pago no ano referente ao titular Remuneração Base para FGTS Instituição Consignatária Valor reembolsado ao titular Quantidade de Trabalhadores Número do Contrato Contribuições a Previdência Social dos Segurados Data da Assinatura do Contrato Contribuições a Previdência Social da Empresa Contribuições a Outras Entidades Depósitos de FGTS dos trabalhadores