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<p>Centro Universitário Nobre</p><p>UNIFAN</p><p>BEATRIZ PORTUGAL KRUSCHEWSKY</p><p>GEOVANNA REIS ALMEIDA</p><p>MARIA CLARA PATRIOTA LIMA</p><p>NOEMÍ ABREU DE SOUZA</p><p>RAFAELA CARVALHO ARAUJO</p><p>Análise do filme “A ilha do medo”</p><p>Feira de Santana-BA</p><p>2024</p><p>1</p><p>BEATRIZ PORTUGAL KRUSCHEWSKY</p><p>GEOVANNA REIS ALMEIDA</p><p>MARIA CLARA PATRIOTA LIMA</p><p>NOEMI ABREU DE SOUZA</p><p>RAFAELA CARVALHO ARAUJO</p><p>Análise do filme “A ilha do medo”</p><p>Trabalho realizado seguindo as exigências</p><p>da disciplina de Matriz do Pensamento</p><p>Cognitivista da turma do 5° semestre de</p><p>psicologia.</p><p>Orientador: Bruna Pinheiro</p><p>Feira de Santana-BA</p><p>2024</p><p>2</p><p>1. Contextualização</p><p>No filme o personagem Andrew Laeddis se encontra a dois anos internado em um</p><p>hospital psiquiátrico, o que o levou a desenvolver uma realidade própria. Para o público,</p><p>a obra apresenta a perspectiva de Laeddis, que se revela como um delegado federal</p><p>denominado Teddy. No entanto, ele não aceita que na verdade está participando de uma</p><p>forma de tratamento na qual todos os indivíduos do hospital psiquiátrico atuam na</p><p>realidade construída por Laeddis, visando romper o ciclo repetitivo em que ele se</p><p>encontra. Nessa perspectiva, a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) surge como</p><p>uma abordagem terapêutica relevante para o caso de Andrew (Teddy).</p><p>A TCC é um sistema de psicoterapia fundamentado na teoria que sugere que a maneira</p><p>como uma pessoa organiza suas experiências influencia suas emoções e condutas</p><p>(Dattilio & Freeman, 1998). Segundo essa teoria, as emoções não são moldadas pelas</p><p>situações em si, mas pela interpretação que a pessoa faz delas. Assim, os transtornos</p><p>psicológicos surgem de uma forma distorcida ou disfuncional de enxergar os eventos,</p><p>afetando, consequentemente, os sentimentos e os comportamentos (Beck, Rush, Shaw</p><p>& Emery, 1997). Com isso, a TCC procura reconhecer esses padrões de pensamento</p><p>disfuncionais que impactam as emoções e os comportamentos da pessoa. Ao alterar</p><p>esses padrões, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem como objetivo gerar</p><p>transformações duradouras no bem-estar emocional e nas condutas problemáticas do</p><p>paciente. As suas principais características são, a reestruturação das cognições, a</p><p>exposição gradual a estímulos e o desenvolvimento de habilidades (American</p><p>Psychological Association, 2017; Beck, 2013).</p><p>De acordo com Beck (1997), o tratamento fundamenta-se em três componentes</p><p>essenciais: pensamentos automáticos, crenças (intermediárias e centrais)e</p><p>comportamentos. A TCC se destaca pela a colaboração do terapeuta e paciente na</p><p>identificação de distorções cognitivas, substituindo-as por pensamentos mais</p><p>eficazes, além de alterar comportamentos problemáticos por meio de intervenções</p><p>práticas, como as técnicas de exposição e reestruturação cognitiva.</p><p>No caso de Teddy, a terapia pode auxiliá-lo na identificação e confronto de suas crenças</p><p>distorcidas acerca de si mesmo e do mundo, promovendo substituições por</p><p>interpretações mais realistas e adaptativas (Beck, 2013). Ademais, a exposição gradual</p><p>a situações que despertam seu trauma pode ajudar a diminuir a ansiedade e favorecer</p><p>uma percepção mais precisa do seu entorno (Foa & Kozak, 1986).</p><p>3</p><p>2. Levantamento das possíveis problemáticas</p><p>Andrew é um ex -combatente da segunda guerra mundial que participou da libertação</p><p>do campo de concentração de Dachau, tendo vivenciado muitas cenas de morte e</p><p>violência que acabou lhe trazendo traumas recorrendo então a bebida. Após a guerra</p><p>acabar e deixar o exército, ele ingressa na carreira policial, tornando-se um delegado</p><p>de polícia.</p><p>O motivo pelo qual Andrew Laeddis foi internado no hospital psiquiátrico é devido ao</p><p>fato de ter assassinado a sua esposa Dolores Chanal que era diagnosticada com</p><p>depressão maníaca suicida, após ao chegar em casa descobrir que a mesma havia</p><p>tirado a vida de seus três filhos. Os relacionamentos do personagem principal da</p><p>trama são complexos e os seus sentimentos de culpa e impotência quanto a tragédia</p><p>de sua família são um gatilho constante para seus sintomas.</p><p>Teddy apresenta uma série de sinais e sintomas que nos levam a crer que o mesmo</p><p>pode estar lidando com uma forma grave de esquizofrenia. De acordo com o DSM-5</p><p>é possível analisar como principais sintomas:</p><p>Alucinação visual e auditiva: Teddy frequentemente vê sua esposa e filhos falecidos,</p><p>sugerindo uma desconexão com a realidade. Um exemplo disso é a cena em que ele</p><p>vê sua esposa, Dolores, e conversa com a mesma.</p><p>Delírios: Teddy apresenta crenças falsas e irracionais como a crença de que há uma</p><p>conspiração envolvendo os médicos e o governo. Uma cena que exemplifica isso é</p><p>quando ele acredita que os médicos estão realizando experimentos nos pacientes e</p><p>que há uma grande trama envolvendo a ilha. O mesmo acredita fielmente que ele</p><p>está sendo manipulado, mesmo quando a realidade mostra o contrário.</p><p>Comportamento desorganizado: Ao longo da trama, o personagem principal</p><p>demonstra comportamentos desorganizados, sendo visível em diversas cenas. Por</p><p>exemplo, quando ele está em uma sala de interrogatório e começa agir de forma</p><p>agressiva e agitada, mostrando a dificuldade do mesmo em manter um</p><p>comportamento controlado e coerente.</p><p>Pensamentos desorganizados: No filme, Teddy apresenta bastante um raciocínio</p><p>confuso e desordenado. Em diversas conversas, ele se distrai do assunto principal,</p><p>demonstrando uma dificuldade em manter um pensamento lógico.</p><p>Desconfianças e paranoias: Teddy está constantemente desconfiado das pessoas ao</p><p>4</p><p>seu redor, suspeitando por exemplo que há uma grande conspiração envolvendo a</p><p>equipe do hospital e não acredita nas explicações que são dadas sobre o assunto.</p><p>Sendo evidenciado em diversas cenas, especialmente quando ele começa a acreditar</p><p>que está sendo manipulado e vigiado por todos na ilha.</p><p>O principal sintoma apresentado no filme é a alucinação tanto visual quanto auditiva</p><p>de Teddy, relacionado a sua esposa. Esses episódios moldam grande parte de sua</p><p>realidade, e é em torno delas que a trama se desenvolve. Elas fornecem a ele uma</p><p>fuga psicológica de seus traumas e também serve como um mecanismo de defesa</p><p>contra a dor ao se lembrar dos eventos reais de sua vida.</p><p>3. Aporte Teórico</p><p>Diante do exposto, pode ser identificado algumas distorções cognitivas que são</p><p>formas distorcidas da realidade. Os Pensamentos Automáticos que Teddy apresenta</p><p>são negativos e distorcidos em alguns momentos. Por causa do que viveu e</p><p>experienciou na Segunda Guerra Mundial, ele é constantemente atormentado por</p><p>essas recordações traumáticas além de se convencer de que não consegue lidar com</p><p>a perda de sua esposa. Seus raciocínios recaem sobre conceitos como a rotulação</p><p>"Eu sou um fracasso", "Nada do que eu faça pode alterar o que ocorreu" ; a leitura</p><p>mental “Pensam que eu estou louco” e a personalização “Sinto que toda a culpa pelo</p><p>que acontece é minha. Preciso entender o que está acontecendo” (Beck, 2013).</p><p>As crenças intermediárias consistem em suposições, normas e posturas que os</p><p>indivíduos formam ao longo de suas vidas (Beck, 2011; Clark, Beck & Alford,</p><p>1999).Em suas crenças intermediárias, o personagem apresenta uma visão distorcida</p><p>sobre o mundo e a si mesmo como um indivíduo. É algo perceptível, que podemos</p><p>notar quando ele demonstra sentir culpa ou paranoia. Esses sentimentos o levam a</p><p>ter comportamentos evitativos, se encontrando na defensiva.</p><p>As crenças nucleares são definições centrais do indivíduo que estão enraizadas nas</p><p>suas percepções sobre si mesmo e ao outro impactando a maneira que ele lida com</p><p>o mundo. Para (Cunha,2008) essas crenças são definidas em três</p><p>categorias:Desamor,desvalor e desamparo. No caso de Teddy essas crenças</p><p>nucleares dizem respeito ao que ele acredita sobre si mesmo, moldando a visão que</p><p>possui de si próprio e na forma em que ele vai agir. No seu núcleo de dificuldade, ele</p><p>demonstra acreditar fielmente sobre sua própria falta de valor e grande falta de</p><p>capacidade no controle de sua vida.</p><p>5</p><p>DIAGRAMA DE CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA - ADULTO E ADOLESCENTE</p><p>Dados relevantes da história:</p><p>Experiências traumáticas na Segunda Guerra Mundial,</p><p>perda da esposa, desconfiança e paranoia.</p><p>Crenças Centrais: Desamor, desvalor e desamparo</p><p>Crenças-Regra: “Eu preciso descobrir quem matou a minha esposa.”</p><p>Estratégias Compensatórias ou de Manutenção de Crenças:</p><p>Fugir da realidade criando outra como forma de negação dos seus traumas.</p><p>Situação 1</p><p>Teddy lidando com o que viveu na</p><p>Segunda Guerra</p><p>Situação 2</p><p>Teddy lidando com a morte da esposa e</p><p>filhos</p><p>Pensamento Automático</p><p>“Sou uma pessoa ruim e violenta pois</p><p>matei muitas pessoas na guerra’’</p><p>Pensamento Automático</p><p>“A morte dos meus filhos e de Dolores é</p><p>de minha responsabilidade, pois não</p><p>busquei ajuda para ela”</p><p>Significado do PA</p><p>Rotulação</p><p>Significado do PA</p><p>Personalização</p><p>Emoção</p><p>Medo e tristeza</p><p>Emoção</p><p>Culpa, tristeza e dor</p><p>Comportamento</p><p>Evitação</p><p>Comportamento</p><p>Isolamento</p><p>6</p><p>Referências:</p><p>American Psychiatric Association. (2014). AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION</p><p>DSM-5 ®</p><p>American Psychological Association. (2017). Diretrizes de prática clínica para o</p><p>tratamento do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em adultos.</p><p>Beck, J. S. (2013). Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática (2a</p><p>ed.).Artmed.</p><p>Beck, A.T., Rush, A.J., Shaw, B.F. & Emery, G. (1997). Terapia cognitiva da</p><p>depressão. Porto Alegre: Artes Médicas.</p><p>Clark, D. A., Beck, A. T., & Alford, B. A. (1999). Fundamentos científicos da teoria e</p><p>terapia cognitiva da depressão</p><p>Cunha, J. A. (2003). Terapia cognitivo-comportamental: Teoria e prática. Artmed.</p><p>Dattilio, F. M. & Freeman, A. (1998). Introdução à terapia cognitiva. Em A. Freeman &</p><p>F. M. Dattilio (Orgs.), Compreendendo a terapia cognitiva</p><p>Foa, E. B., & Kozak, M. J. (1986). Emotional processing of fear: Exposure to</p><p>corrective information.</p>

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