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<p>Indaial – 2021</p><p>Educacionais</p><p>Prof.ª Monica Maria Baruffi</p><p>2a Edição</p><p>Políticas</p><p>Elaboração:</p><p>Prof.ª Monica Maria Baruffi</p><p>Copyright © UNIASSELVI 2021</p><p>Revisão, Diagramação e Produção:</p><p>Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI</p><p>Impresso por:</p><p>B295p</p><p>Baruffi, Mônica Maria</p><p>Políticas educacionais. / Mônica Maria Baruffi – Indaial: UNIASSELVI,</p><p>2021.</p><p>235 p.; il.</p><p>ISBN 978-65-5663-741-9</p><p>ISBN Digital 978-65-5663-742-6</p><p>1. Sistema educacional brasileiro. - Brasil. II. Centro Universitário</p><p>Leonardo da Vinci.</p><p>CDD 370</p><p>Caro acadêmico, diante das inúmeras mudanças que estão ocorrendo no plano</p><p>político-econômico mundial e simultaneamente em nosso país, faz-se necessária</p><p>reformulação das leis que regem, particularmente, o sistema educacional brasileiro.</p><p>Assim, é necessário que enquanto profissionais da educação e futuros professores,</p><p>realizemos estudo e reflexão das políticas governamentais.</p><p>Neste livro de estudos, você, acadêmico, reconhecerá as mudanças ocorridas</p><p>até o momento na Educação Brasileira, a partir dos documentos que regem o sistema</p><p>educacional brasileiro. Partimos da Constituição Brasileira, seguida pela Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação, ambos importantes no processo político educacional brasileiro.</p><p>Com a perpetração destes dois documentos basilares busca-se a construção de outros</p><p>documentos que serão elencados no transcorrer das unidades deste livro, demonstrando</p><p>as mudanças que ocorreram e que ocorrem no cenário federal, estadual e municipal,</p><p>influenciando nos programas e nas políticas públicas relacionadas à Educação, nosso</p><p>foco de estudo.</p><p>Trataremos neste livro as seguintes temáticas: na primeira unidade, trataremos</p><p>das Políticas Públicas na educação, Constituição Federal e sua influência na Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da educação; reconheceremos o histórico da LDB/1996 e sua</p><p>influência na estrutura educacional em todas as esferas governamentais.</p><p>Na segunda unidade apresentaremos a comunicação existente entre</p><p>globalização e as políticas públicas; falaremos sobre as instituições formadoras do</p><p>sistema educacional brasileiro, a nova Base Nacional Comum Curricular e a organização</p><p>e gestão escolar coletiva.</p><p>Na terceira unidade trataremos da identidade da escola, a organização e gestão</p><p>frente às políticas públicas; identificaremos as competências do professor na escola e</p><p>da equipe gestora; reconheceremos as áreas de atuação dos membros da escola e os</p><p>instrumentos da estruturação política educacional na instituição escolar.</p><p>Caro acadêmico, este livro tem a finalidade de auxiliar você em sua formação e</p><p>auxiliar na discussão das temáticas referentes às políticas públicas na área educacional.</p><p>Acreditamos que você poderá reconhecer no transcorrer da leitura a importância das</p><p>políticas educacionais para sua formação.</p><p>Ótimo estudo!</p><p>Prof a. Monica Maria Baruffi</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e</p><p>dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes</p><p>completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você</p><p>acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar</p><p>essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só</p><p>aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.</p><p>GIO</p><p>QR CODE</p><p>Olá, eu sou a Gio!</p><p>No livro didático, você encontrará blocos com informações</p><p>adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento</p><p>acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender</p><p>melhor o que são essas informações adicionais e por que você</p><p>poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações</p><p>durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais</p><p>e outras fontes de conhecimento que complementam o</p><p>assunto estudado em questão.</p><p>Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos</p><p>os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.</p><p>A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um</p><p>novo visual – com um formato mais prático, que cabe na</p><p>bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada</p><p>também digital, em que você pode acompanhar os recursos</p><p>adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo</p><p>deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura</p><p>interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no</p><p>texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que</p><p>também contribui para diminuir a extração de árvores para</p><p>produção de folhas de papel, por exemplo.</p><p>Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,</p><p>apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,</p><p>acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com</p><p>versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.</p><p>Preparamos também um novo layout. Diante disso, você</p><p>verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses</p><p>ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos</p><p>nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,</p><p>para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os</p><p>seus estudos com um material atualizado e de qualidade.</p><p>ENADE</p><p>LEMBRETE</p><p>Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma</p><p>disciplina e com ela um novo conhecimento.</p><p>Com o objetivo de enriquecer seu conheci-</p><p>mento, construímos, além do livro que está em</p><p>suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,</p><p>por meio dela você terá contato com o vídeo</p><p>da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-</p><p>res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de</p><p>auxiliar seu crescimento.</p><p>Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que</p><p>preparamos para seu estudo.</p><p>Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!</p><p>Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um</p><p>dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de</p><p>educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar</p><p>do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem</p><p>avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo</p><p>para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,</p><p>acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1 - AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO ...................................................... 1</p><p>TÓPICO 1 - POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL ....................................3</p><p>1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3</p><p>2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS? ...................................................................................3</p><p>2.1 COMO SE FAZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS? ..................................................................................7</p><p>2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO ................................................................................ 11</p><p>3 LIGAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE DIRETRIZES E</p><p>BASES DA EDUCAÇÃO ..................................................................................................... 29</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 33</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 34</p><p>TÓPICO 2 - A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996 .............................. 39</p><p>1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 39</p><p>2 COMO SITUAR-SE SOBRE A LDB .................................................................................... 39</p><p>3 A LDB E SUA ESTRUTURAÇÃO ........................................................................................ 44</p><p>4 BREVE ANÁLISE DOS TÍTULOS DA LDB ......................................................................... 45</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................</p><p>Acesso em: 19 set. 2016.</p><p>Caro acadêmico, ao tratarmos do assunto alfabetização e letramento,</p><p>indagamos: o que é alfabetização e letramento? São sinônimos?</p><p>Vamos refletir sobre isso, pois é de extrema importância buscarmos esse</p><p>entendimento. Quando falamos em alfabetização e letramento, estamos tratando do que</p><p>nos é apresentado no PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.</p><p>24</p><p>FIGURA 2 – CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO</p><p>FONTE: <http://pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/alfabetizaao-e-letramento-pnaic>.</p><p>Acesso em: 25 jul. 2016.</p><p>Podemos perceber que o alfabetizar e letrar se confundem, estão interligados,</p><p>de acordo com Magda Soares (1998, p. 47): “Alfabetizar e letrar são duas ações distintas,</p><p>mas são inseparáveis, ao contrário, o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a</p><p>ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o</p><p>indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo alfabetizado e letrado”.</p><p>Letramento:</p><p>• conjunto de conhecimentos,</p><p>atitudes e capacidades neces-</p><p>sários para usar a escrita em</p><p>práticas sociais</p><p>Alfabetização:</p><p>• Domínio do sistema alfa-</p><p>bético-ortográfico;</p><p>• relação entre pauta sono-</p><p>ra e as letras</p><p>O slide da figura anterior e os demais que o compõe, são de Camila Ribeiro,</p><p>pedagoga da Prefeitura Municipal de Araucária, e se encontram na íntegra</p><p>no link: <https://bit.ly/3vYR8QZ>.</p><p>DICAS</p><p>Com este entendimento sobre alfabetização e letramento, podemos perceber que</p><p>todo educando necessita dos profissionais da educação comprometidos e que o Estado dê</p><p>a estes profissionais condições de aprimoramento e entendimento.</p><p>No que diz respeito ao inciso “V – acesso aos níveis mais elevados do ensino,</p><p>da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”; e ao inciso</p><p>“VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando”</p><p>(BRASIL, 1988); observamos que a cada indivíduo é dado o direito de participar ou</p><p>acessar a universidade, a pesquisa, que muito se fala na atualidade, como uma das</p><p>25</p><p>necessidades mais presentes na esfera educacional e das criações artísticas. Conforme</p><p>Abrão (2016, p. 1091-1092): “[...] tal direito será conferido àqueles que demonstram</p><p>capacidade de acordo com os mecanismos de aferição que lhes forem impostos”.</p><p>Já o inciso VI, apresentado anteriormente, denota que o Estado tem o dever</p><p>de criar ações que atendam à igualdade de condições para o acesso e permanência</p><p>do educando na escola, “oferecendo a ele o ensino noturno regular adequado as suas</p><p>condições, já que, normalmente, os cursos noturnos são procurados por pessoas com</p><p>mais idade, as quais trabalham durante o dia e necessitam estudar à noite” (ABRÃO,</p><p>2016, p. 1092).</p><p>E, por último, o inciso VII, que trata do “atendimento ao educando, em todas</p><p>as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material</p><p>didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”. Este inciso trata</p><p>do que anteriormente comentamos, de nada adianta mantermos os educandos em sala</p><p>de aula, lhes dando o direito à matrícula, gratuidade do ensino, se não lhes são dadas</p><p>condições físicas e pedagógicas para tanto. Como assim? Da seguinte forma, conforme</p><p>nos prescreve Abrão (2016, p. 1092):</p><p>Esse preceito constitucional é de suma importância, pois não basta</p><p>garantir o direito ao ensino público gratuito, porque por si só ele não</p><p>se efetiva. São necessários programas suplementares para que seja</p><p>possível manter um estudante na escola. Diante da miserabilidade de</p><p>parcela significativa da população brasileira, os programas de oferta</p><p>de material escolar, transporte, saúde e alimentação não podem se</p><p>dissociar do direito à educação, porque se de outra forma ocorresse,</p><p>este último não se realizaria.</p><p>A autora ainda nos apresenta de maneira bem clara:</p><p>Um aluno com fome não consegue assimilar as lições de seu profes-</p><p>sor, sem saúde, não consegue estudar, sem transporte não chega à</p><p>escola e sem material não acompanha a lição. Desse modo, para que</p><p>o ensino seja ministrado, não basta o princípio da igualdade de con-</p><p>dições ao acesso e permanência na escola, o Estado deverá ser cha-</p><p>mado a dar condições concretas e efetivas para viabilizar esse prin-</p><p>cípio. Para tanto, o constituinte atribui ao estado o dever de promover</p><p>ações, e, todas as etapas da educação básica, para garantir de forma</p><p>suplementar o material didático-escolar, o transporte, a alimentação</p><p>e a assistência à saúde dos educandos. Mas deixemos bem claro que</p><p>a atuação do Estado, por meio de programas para promoção dessas</p><p>ações, é suplementar, pois deverá atingir somente os educandos que</p><p>não tenham condições de se autossustentar (ABRÃO, 2016, p. 1092).</p><p>Nas próximas unidades trataremos dos programas que o Estado promove para</p><p>auxiliar no desenvolvimento e melhoria da vida educacional dos educandos.</p><p>Caro acadêmico, parece um pouco cansativo este processo de estudo, mas</p><p>saiba que é necessário para sua formação, enquanto profissional da educação. Desta</p><p>forma, vamos dar continuidade, agora apresentando outro artigo.</p><p>26</p><p>Art. 209 – O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes</p><p>condições” (BRASIL, 1988):</p><p>I- cumprimento das normas gerais da educação nacional: as</p><p>escolas privadas poderão exercer o ensino, mas deverão seguir</p><p>as regras previstas nos documentos oficiais como a LDB – Lei</p><p>de Diretrizes e Bases da Educação, o PNE – Plano Nacional de</p><p>Educação, dentre outros documentos relacionados à educação.</p><p>II- autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público:</p><p>quanto ao direito de abertura de escolas privadas, cabe e é dado</p><p>o direito ao Poder Público de sancionar, liberar, autorizar a aber-</p><p>tura destas instituições privadas e verificar se elas atendem ao</p><p>que é prerrogativa de melhoria na qualidade educacional dos</p><p>educandos. Cabe também ao Poder Público realizar avaliações,</p><p>em que ele “poderá revogar a autorização caso verifique que ati-</p><p>tudes contrárias ao interesse social, como ensino de baixa quali-</p><p>dade e preços de mensalidades extorsivos, estão sendo pratica-</p><p>dos” (ABRÃO, 2016, p. 1095).</p><p>O artigo 210, trata de uma temática de extrema importância, que assim se apre-</p><p>senta: “Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de manei-</p><p>ra a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e ar-</p><p>tísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988). Este artigo demonstra um respeito e</p><p>cuidado com relação ao pluralismo cultural. Conforme Abrão (2016, p. 1095), “o pluralis-</p><p>mo representa hoje uma necessidade, pois a história nos mostrou a tragicidade das ten-</p><p>tativas de uniformização e hegemonização culturais, raciais, ideológicas, religiosas etc.”</p><p>Cabe ressaltar ainda que na formulação deste artigo se observa o cuidado e</p><p>abertura para considerar o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, pois a</p><p>escola é um espaço de democracia, a qual de forma alguma poderá deixar de respeitar</p><p>as diferenças culturais aí existentes e reconhecer as diferenças regionais e sociais exis-</p><p>tentes neste nosso imenso país.</p><p>FIGURA 3 – PLURALISMO CULTURAL</p><p>FONTE: <http://twixar.me/9YYm>. Acesso em: 10 jul. 2021.</p><p>27</p><p>Segundo Abrão (2016, p. 1095), “[...] constitui um dos objetivos fundamentais</p><p>da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceito de</p><p>origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Entendemos</p><p>que a escola é um ambiente próprio para a efetividade e o respeito a esses preceitos”.</p><p>Continuando, sobre os artigos relativos à educação, apresentamos o “Art. 211</p><p>– A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime</p><p>de colaboração seus sistemas de ensino” (BRASIL, 1988).</p><p>Observe, acadêmico, que este artigo trata da competência de cada membro</p><p>federado no sistema educacional.</p><p>Ao falar sobre competência é necessário esclarecer que o Brasil é um</p><p>Estado Federal e o constituinte, no art. 1°, configurou sua formação</p><p>da seguinte maneira: União, Estados-membros, Distrito Federal</p><p>e Municípios. As características</p><p>essenciais de um Estado federal</p><p>são: os Estados-membros possuem autonomia para autogovernar-</p><p>se, há uma descentralização legislativa, administrativa e política</p><p>e esses Estados participam do governo central por meio de seus</p><p>representantes no Congresso Nacional. A proposta do constituinte</p><p>de 1988 foi pela tentativa da maior descentralização de decisões,</p><p>fortalecendo os Estados e os Municípios. Desse modo ficou a União</p><p>com a elaboração de normas gerais, sempre levando em consideração</p><p>a realidade local (ABRÃO, 2016, p. 1097).</p><p>Desta forma, o artigo 211, como declara Abrão (2016, p. 1097), “[...] deve ser</p><p>interpretado em consonância com o disposto no art. 23 da Carta Magna, que prevê a</p><p>fixação de normas para cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios,</p><p>com vistas ao equilíbrio do desenvolvimento e ao bem-estar em âmbito nacional”.</p><p>Com isso podemos perceber que a pluralidade cultural e regional é respeitada no</p><p>desenvolvimento e construção de uma estrutura organizacional adequada à realidade</p><p>local.</p><p>Assim, à União fica a responsabilidade de auxiliar financeiramente, organizar o</p><p>sistema federal de ensino, buscar meios para a obtenção de ensino de qualidade através</p><p>de seus programas e de uma Base Nacional de Ensino.</p><p>Aos municípios fica a priorização do ensino fundamental e da educação infantil</p><p>com qualidade. Esta temática será melhor desenvolvida nas próximas unidades deste</p><p>caderno. Já os Estados e o Distrito Federal priorizarão o ensino fundamental e médio.</p><p>O Artigo 212 traz as questões relativas ao financeiro, ficando assim sua leitura:</p><p>“A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante</p><p>de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino” (BRASIL, 1988).</p><p>28</p><p>Ao tratarmos deste artigo, podemos nos ater ao que ocorre em nossos estados</p><p>e municípios. Como profissional da educação e como cidadão, podemos observar se</p><p>os recursos públicos estão sendo realmente aplicados na esfera educacional. Cabe a</p><p>cada membro formador da sociedade buscar informações relativas a esta aplicação,</p><p>pois é de extrema necessidade ter as condições necessárias para o funcionamento e</p><p>desenvolvimento dos trabalhos pedagógicos na escola.</p><p>É importante observar que esta matéria está regulamentada pela Lei de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação. Vejamos o artigo 213:</p><p>Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas,</p><p>podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,</p><p>definidas em lei que:</p><p>I- comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes</p><p>financeiros em educação;</p><p>II- assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola</p><p>comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no</p><p>caso de encerramento de suas atividades.</p><p>Parágrafo 1° Os recursos de que trata este artigo poderão ser</p><p>destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio,</p><p>na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,</p><p>quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na</p><p>localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado</p><p>a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.</p><p>Parágrafo 2° As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo</p><p>e fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por</p><p>instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber</p><p>apoio financeiro do Poder Público (BRASIL, 1988, grifo nosso).</p><p>Os dois parágrafos tratam de ações relativas ao financeiro. No parágrafo</p><p>primeiro, cabe ao Poder Público realizar investimentos prioritariamente em sua rede de</p><p>ensino, mas poderá conceder bolsas de estudo para os ensinos fundamental e médio</p><p>aos alunos que comprovarem falta de recursos.</p><p>O parágrafo segundo trata de uma regra não obrigatória, pois o Poder Público</p><p>poderá apoiar ações relativas a atividades universitárias de pesquisa, de extensão e de</p><p>estímulo e fomento à inovação. Tudo isso dependerá de verbas orçamentárias.</p><p>Por último, trataremos do artigo 214, que busca estabelecer o plano nacional de</p><p>educação, o qual será melhor analisado nas próximas unidades.</p><p>Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação,</p><p>de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema</p><p>nacional de educação em regime de colaboração e definir</p><p>diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação</p><p>para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino</p><p>em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de</p><p>ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas</p><p>federativas que conduzam a:</p><p>29</p><p>I- erradicação do analfabetismo;</p><p>II- universalização do atendimento escolar;</p><p>III- melhoria da qualidade de ensino;</p><p>IV- formação para o trabalho;</p><p>V- promoção humanística, científica e tecnológica do País;</p><p>VI- estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em</p><p>educação como proporção do produto interno bruto (BRASIL,</p><p>1988, grifo nosso).</p><p>Com estes dados podemos perceber que o Plano Nacional de Educação tem como</p><p>base buscar solucionar e, se assim não for possível, diminuir as diferenças e o pessimismo</p><p>existente com as questões educacionais. É determinante que todos os profissionais da</p><p>educação tenham conhecimento deste documento, participem de sua elaboração, que</p><p>ocorre a cada dez anos, e verifiquem se os objetivos já propostos foram ou estão sendo</p><p>conquistados. Participar é uma das palavras-chave para cada um de nós, profissionais</p><p>da educação.</p><p>Caro acadêmico, frente ao exposto, nos artigos relativos à Educação, vamos</p><p>retomar o artigo 212, que fala sobre a aplicação de percentuais na educação fundamental,</p><p>no que diz respeito ao município. Relativo a isso, você, enquanto cidadão e profissional</p><p>da educação, que está em busca de novos conhecimentos, busca saber se realmente é</p><p>realizada essa aplicação de recursos na esfera educacional de seu município ou estado?</p><p>Você acha necessário esse acompanhamento?</p><p>Daremos continuidade a nossos estudos e trataremos de outro fator que é</p><p>determinante no processo de legislar. Até o momento, nos deparamos com o que são as</p><p>Políticas Públicas e a influência da Constituição Federal na Educação com a apresentação</p><p>dos artigos 205 até o 214, que tratam diretamente das questões educacionais.</p><p>Formular leis que tragam propostas flexíveis e auxiliem na estruturação de todos os</p><p>níveis de ensino de um país, como o Brasil, não é algo tão fácil, mas observa-se que os</p><p>documentos criados, pautados na ética, na ordem e no desenvolvimento educacional,</p><p>retratam que muito já se caminhou e muito ainda é necessário construir com a educação</p><p>nacional. Por isso, trataremos agora de algo significativo e que nos faz pensar.</p><p>3 LIGAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE</p><p>DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO</p><p>Como vimos, a Constituição Federal é a Carta Magna de nosso país, e é a</p><p>partir deste documento que nós, da educação, necessitamos buscar alimento para a</p><p>construção de outro documento que podemos considerar a Carta Magna da Educação</p><p>brasileira.</p><p>30</p><p>Estamos falando da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, documento</p><p>que pode ser considerado a “bússola da educação escolar”, conforme apresentado no</p><p>prefácio do livro LDB fácil, pela professora Maria do Socorro Santos Uchoa Carneiro</p><p>(CARNEIRO, 2015, p. 17).</p><p>Podemos determinar que a Constituição Federal foi e é a raiz de sustentação de</p><p>todo o programa educacional de nosso país. A Constituição Federal delineia a forma</p><p>democrática de governo.</p><p>A Constituição é o fundamento do direito à medida que, de seu cumprimento,</p><p>deriva o exercício da autonomia legítima e consentida. Não menos importante é</p><p>compreender que, ao institucionalizar a soberania popular, o texto constitucional traduz</p><p>o estado da cultura política da nação (CARNEIRO, 2015). Enquanto na educação, as</p><p>constituições brasileiras construíram através de caminhadas árduas, uma aproximação</p><p>entre “direitos políticos e direitos sociais”</p><p>(CARNEIRO, 2015, p. 38).</p><p>Para tanto, conforme Carneiro (2015, p. 38), “a inclusão da Educação como</p><p>direito fundamental de todo cidadão contribuiu para sinalizar na perspectiva da</p><p>construção de uma escola de padrão básico, vazada em um modelo organizacional</p><p>de objetivos convergentes, logo estruturado à luz de marcos normativos comuns”.</p><p>Observa-se que para chegar ao patamar em que nos encontramos na atualidade</p><p>a caminhada foi árdua e passamos por diversos momentos históricos, na construção de</p><p>várias constituições brasileiras.</p><p>Assim, podemos determinar de forma resumida as constituições que já tivemos</p><p>em nosso país. Estas constituições foram oito, assim apresentadas, conforme Carneiro</p><p>(2015, p. 39):</p><p>A primeira Constituição do país data de 1824. De então até agora, o</p><p>Brasil teve oito constituições, a saber: a de 1824, a de 1891, a de 1934,</p><p>a de 1937, a de 1946, a de 1967, a de 1969 e a de 1988. Destas, apenas</p><p>as de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram votadas por representantes</p><p>populares com delegação constituinte. A última dessas Constituições,</p><p>a de 1988, contou com uma robusta participação da comunidade</p><p>nacional, mediante a mobilização de amplos segmentos da sociedade</p><p>civil. Culminância deste movimento cívico foram os atos públicos que</p><p>cimentaram a criação do Plenário Nacional Pró-Participação Nacional</p><p>Popular na Constituinte. Neste cenário, a defesa da escola pública e</p><p>de uma educação de qualidade ganhou relevância ímpar no conjunto</p><p>da sociedade brasileira [...].</p><p>Diante deste cenário, vamos apresentar a você, acadêmico, um quadro resumido</p><p>das constituições que já tivemos em nosso país e qual a ligação de cada uma com a</p><p>educação. Fique atento às situações e interesses envolvendo cada momento histórico</p><p>da construção das constituições!</p><p>31</p><p>QUADRO 2 – CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS</p><p>CONSTITUIÇÃO/ANO FATORES DETERMINANTES</p><p>Constituição</p><p>Imperial/1824</p><p>Incorporou a iniciativa de implantação de colégios e universidades ao</p><p>conjunto de direitos civis e políticos, além de fixar a gratuidade do ensi-</p><p>no primário. O processo gerencial ficou aos cuidados da Coroa e, quatro</p><p>anos mais tarde, instalam-se as Câmaras Municipais que ficam com a</p><p>responsabilidade de inspecionar as escolas primárias.</p><p>Ato</p><p>Institucional/1834</p><p>A declaração do Ato Institucional criou as Assembleias Legislativas Provinciais,</p><p>cabendo-lhes a atribuição de legislar sobre instrução pública. Ocorre aqui a</p><p>elitização do ensino, pois a maioria das escolas secundárias abrigava-se em</p><p>mãos de particulares, o que por si só representava uma elitização da escola,</p><p>dado que somente famílias de posse poderiam custear os estudos de seus</p><p>filhos. A escola que se queria buscava a tradição da educação aristocrática,</p><p>totalmente voltada para os frequentadores da corte e, portanto, para os</p><p>destinatários do Ensino Superior, em detrimento dos demais níveis de ensino.</p><p>Constituição</p><p>Republicana/1891</p><p>Trouxe mudanças significativas na educação. Ao Congresso Nacional foi</p><p>atribuída a prerrogativa legal exclusiva de legislar sobre o ensino supe-</p><p>rior. Ainda poderia criar escolar secundárias e superiores nos estados,</p><p>além de responder pela instrução secundária do Distrito federal. Aos es-</p><p>tados cabia legislar sobre o ensino primário e secundário, implantar e</p><p>manter escolas primárias, secundárias e superiores.</p><p>Constituição /1934</p><p>Coube a União federal a tarefa de fixar as Diretrizes e Bases da Educação</p><p>Nacional. Criou também, o Conselho Nacional de Educação, e os estados</p><p>e o Distrito Federal ganharam autonomia para organizar seus sistemas de</p><p>ensino e, ainda instalar Conselhos estaduais de Educação com idênticas</p><p>funções das do Conselho nacional, evidentemente, dentro do âmbito de</p><p>suas jurisdições. A União recebeu a tarefa de institucionalizar e elaborar o</p><p>Plano Nacional de Educação, com dois eixos fundamentais: organização</p><p>do ensino nos diferentes níveis e áreas especializadas e a realização da</p><p>ação supletiva com os estados, seja subsidiando com estudos e ava-</p><p>liações técnicas, seja aportando recursos financeiros complementares.</p><p>Constituição/1946</p><p>No clima da afirmação democrática que invadiu o mundo no âmbito do</p><p>pós-guerra, buscou-se um eixo representado por um conjunto de valores</p><p>transcendentais que tinham, na liberdade, na defesa da dignidade humana</p><p>e na solidariedade internacional, os dormentes de sustentação. Proclama</p><p>a educação como um direito de todos. Nesta Carta de 1946, prescreveu</p><p>uma organização equilibrada do sistema educacional brasileiro, mediante</p><p>um formato administrativo e pedagógico descentralizado, sem que a União</p><p>abdicasse da responsabilidade de apresentar as linhas mestras de organi-</p><p>zação da educação nacional. Neste documento há muito das ideias e do</p><p>espírito do Manifestos dos Pioneiros da educação Nova de 1932. Foi a partir</p><p>desta percepção que o Ministério da Educação de então, Clemente Maria-</p><p>ni, oficializou comissão de educadores para propor uma reforma geral da</p><p>educação nacional. Aqui, a origem da lei 4.024/61, nosso primeira LDB, so-</p><p>mente aprovada pelo Congresso Nacional depois de uma longa gestação de</p><p>11 anos. Ainda neste momento, o Ministério da educação e Cultura passa a</p><p>exercer as atribuições de Poder político Federal em matéria de Educação.</p><p>32</p><p>Constituição /1967</p><p>Foi pautada sob a inspiração da ideologia da segurança nacional. O ensi-</p><p>no particular recebeu amplo apoio e fortalecimento. Ocorreu a ampliação</p><p>da obrigatoriedade de ensino fundamental de sete até 14 anos, aparen-</p><p>temente grande conquista, pois conflitava com outro preceito que per-</p><p>mitia o trabalho de crianças com 12 anos. Nisto, contrastava coma Carta</p><p>de 1946 que estabelecia os 14 anos de idade como idade mínima para o</p><p>trabalho de menores. Retirava-se a obrigatoriedade de percentuais do</p><p>orçamento destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino.</p><p>Constituição/1969</p><p>Preservou-se todos os ângulos da constituição anterior. Os recursos</p><p>orçamentários vinculados ao ensino ficaram restritos aos municípios</p><p>que se obrigavam a aplicar, pelo menos, 20% da receita tributária no</p><p>ensino médio. O lado mais obscuro deste texto foi relativo às atividades</p><p>docentes. A escola passou a ser palco de vigilância permanente dos</p><p>agentes políticos do estado. Neste período, editaram-se vários Atos</p><p>Institucionais que eram acionados, com muita frequência, contra a</p><p>liberdade docente.</p><p>Constituição/1988</p><p>Esta constituição significou a reconquista da cidadania sem medo. Nela,</p><p>a educação ganhou lugar de altíssima relevância. O país inteiro desper-</p><p>tou para esta causa comum. As emedas populares calçaram a ideia de</p><p>educação como direito de todos (direito social) e, portanto, deveria ser</p><p>universal, gratuita, democrática, comunitária e de elevado padrão de</p><p>qualidade. Em síntese, transformadora da realidade. Aqui as universida-</p><p>des passaram a gozar de autonomia didático-científica administrativa e</p><p>de gestão financeira e patrimonial, e a obedecer ao princípio de indisso-</p><p>ciabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.</p><p>FONTE: Carneiro (2015, p. 29-33)</p><p>Observe, acadêmico, que a caminhada de nossa Constituição e da educação</p><p>brasileira foi pautada por momentos históricos e fez com que pudéssemos determinar</p><p>as necessidades do momento e das muitas mudanças que ainda estamos buscando</p><p>dentro da Educação.</p><p>Essa busca vem ao encontro das necessidades, valores, desejos e anseios</p><p>da população, que hoje participa ativamente de forma democrática das atividades e</p><p>propostas apresentadas.</p><p>Nossa LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – está inserida em</p><p>nossa Carta Magna, a Constituição Federal. Por este motivo o interesse e a</p><p>necessidade de reconhecermos este documento como de extrema importância em nossas</p><p>vidas profissionais. Tanto a Constituição como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>estão inseridas em nosso cotidiano.</p><p>33</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• Em muitos momentos as políticas públicas nos passam despercebidas, mas elas</p><p>encontram-se dentro da história da humanidade. Podemos relatar também forte</p><p>influência na Grécia</p><p>Antiga, onde a palavra política tem seu berço, onde filósofos</p><p>como Aristóteles e Platão foram os precursores desta ciência.</p><p>• “Políticas Públicas são ações geradas na esfera do Estado e que têm como</p><p>objetivo atingir a sociedade como um todo ou partes dela” (SANTOS, 2014, p. 5).</p><p>• As políticas públicas terão eficácia a partir do momento que os cidadãos</p><p>compreenderem como ocorre a criação dessas políticas (ações, programas) nas</p><p>esferas federais, estaduais e, principalmente, nas que estão bem próximas de</p><p>cada um de nós, e que estão sendo desenvolvidas – as municipais. Estas ações</p><p>também ocorrem dentro e fora de nossas residências, e somos nós também</p><p>responsáveis pela sua aplicabilidade, transparência e eficácia.</p><p>• As Políticas Públicas são de “responsabilidade do Estado, com base em organismos</p><p>políticos e entidades da sociedade civil se estabelece um processo de tomada</p><p>de decisões que derivam nas normatizações do país, ou seja, nossa Legislação”</p><p>(MARINHO, 2006, p. 1).</p><p>• As políticas públicas retratam não só questões acerca da economia, mas do</p><p>envolvimento de diversos segmentos, contendo condições e possibilidades</p><p>de desenvolver mecanismos que auxiliem no crescimento e qualidade de vida</p><p>da população.</p><p>• “A Constituição de um Estado Democrático é a cartilha na qual os cidadãos</p><p>apreendem os fundamentos e a proteção de seus direitos, a disciplina da atuação</p><p>e dos limites do Poder Estatal e a função social da comunidade” (MACHADO;</p><p>CUNHA, 2016, p. 23).</p><p>• No artigo 206 da Constituição Federal, ressalta-se a garantia do ensino, a qualidade,</p><p>a igualdade quanto ao acesso e permanência na escola, a liberdade de aprender,</p><p>o pluralismo de ideias, gratuidade do ensino público, a gestão e valorização dos</p><p>profissionais da educação (BRASIL, 1988).</p><p>• As universidades gozam de autonomia didático-pedagógica, administrativa e de</p><p>gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios de indissociabilidade</p><p>entre ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1988).</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>34</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Ao detectarmos problemas sociais, os governantes e a sociedade civil organizada</p><p>buscam encontrar meios, as chamadas Políticas Públicas para o desenvolvimento</p><p>de programas e ações que diminuam a situação encontrada. Desta forma, analise as</p><p>sentenças:</p><p>I- Políticas Públicas são utilizadas somente no que diz respeito às questões econômicas</p><p>de um país em desenvolvimento.</p><p>II- Políticas Públicas são ações que envolvem diversos segmentos da sociedade e</p><p>auxiliam na qualidade de vida da população e aplicada pelos governantes.</p><p>III- Políticas Públicas são movimentos relativos a partidos políticos que compreendem</p><p>sua posição de promotores da verdade.</p><p>IV- Políticas Públicas são ações que envolvem tanto a economia de um país com o</p><p>envolvimento da sociedade organizada e aplicada pelos governantes.</p><p>Assim, assinale a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) F – V – F – V.</p><p>b) ( ) V – V – F – F.</p><p>c) ( ) F – V – F – F.</p><p>d) ( ) V – F – F – V.</p><p>e) ( ) F – V – V – F.</p><p>2 (ENADE, 2011) Com o advento da República, a discussão sobre a questão educacional</p><p>torna-se pauta significativa nas esferas dos Poderes Executivo e Legislativo, tanto</p><p>no âmbito Federal quanto no Estadual. Já na Primeira República, a expansão da</p><p>demanda social se propaga com o movimento da escola novista; no período getulista,</p><p>encontram-se as reformas de Francisco Campos e Gustavo Capanema; no momento</p><p>de crítica e balanço do pós-1946, ocorre a promulgação da primeira Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional, em 1961. É somente com a Constituição de 1988, no</p><p>entanto, que os brasileiros têm assegurada a educação de forma universal, como um</p><p>direito de todos, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa no que se refere</p><p>a sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O</p><p>artigo 208 do texto constitucional prevê como dever do Estado a oferta da educação</p><p>tanto a crianças como àqueles que não tiveram acesso ao ensino em idade própria à</p><p>escolarização cabida.</p><p>Nesse contexto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.</p><p>35</p><p>A relação entre educação e cidadania se estabelece na busca da universalização da educação</p><p>como uma das condições necessárias para a consolidação da democracia no Brasil.</p><p>PORQUE</p><p>Por meio da atuação de seus representantes nos Poderes Executivos e Legislativo, no</p><p>decorrer do século XX, passou a ser garantido no Brasil o direito de acesso à educação,</p><p>inclusive aos jovens e adultos que já estavam fora da idade escolar.</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2011/PEDAGOGIA.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2021.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As duas são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da</p><p>primeira.</p><p>b) ( ) As duas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa</p><p>correta da primeira.</p><p>c) ( ) A primeira é uma proposição verdadeira, e a segunda, falsa.</p><p>d) ( ) A primeira é uma proposição falsa, e a segunda, verdadeira.</p><p>e) ( ) Tanto a primeira quanto a segunda asserção são proposições falsas.</p><p>3 (ENADE 2017) As políticas educacionais estão dentro do marco da reforma do Estado</p><p>e, consideradas na ótica do caráter instrumental, subordinadas a lógica econômica,</p><p>tendo em vista a necessidade de adequar os países às exigências postas pela</p><p>globalização e incluí-los na nova ordem econômica mundial. Nesse sentido, as políticas</p><p>educacionais brasileiras, como políticas consentidas pelo governo em relação às</p><p>exigências dos organismos internacionais, têm colocado em destaque quatro eixos:</p><p>gestão, equidade e qualidade, financiamento e aperfeiçoamento docente. Em torno</p><p>de cada eixo desenharam-se programas.</p><p>MAUÉS, O. Os organismos internacionais e as políticas</p><p>educacionais do Brasil. In: GONÇALVES, L.A.O. Currículo</p><p>e políticas públicas. Belo Horizonte: Autentica, 2003</p><p>(Adaptado). Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/</p><p>areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/</p><p>enade/provas-e-gabaritos. Acesso em: 8 mar. 2021.</p><p>No que tange aos programas relacionados aos eixos das políticas educacionais, avalie</p><p>as afirmações a seguir:</p><p>I- No eixo de gestão encontram-se os programas: autonomia escolar e participação</p><p>local; melhoria dos sistemas de informações e gestão; e participação dos pais,</p><p>governos e comunidades locais.</p><p>II- No eixo equidade e qualidade encontram-se os programas: reforma curricular;</p><p>determinação positiva para grupos vulneráveis; e extensão da jornada escolar ou</p><p>aumento de horas de aula.</p><p>36</p><p>III- No eixo de financiamento encontram-se os programas: prestação de contas</p><p>à sociedade; distribuição de recursos atrelados aos resultados das avaliações</p><p>sistêmicas; e destinação de recursos para instituições privadas.</p><p>IV- No eixo de aperfeiçoamento docente encontram-se os programas: melhoria de</p><p>inovação pedagógica; descentralização administrativa e pedagógica; e programa</p><p>nacional para professores leigos.</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2017/37_PEDAGORIA_LICENCIATURA_BAIXA.</p><p>pdf>. Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>É CORRETO o que se afirma em:</p><p>a) ( ) I e II.</p><p>b) ( ) I e IV.</p><p>c) ( ) III e IV.</p><p>d) ( ) I, II e III.</p><p>e) ( ) II, III e IV.</p><p>4 Cada país possui suas leis, as quais regem o sistema governamental. Em nosso</p><p>país possuímos a Constituição que é reconhecida como a carta magna de um país</p><p>democrático. Dessa forma, podemos definir a palavra Constituição como:</p><p>I- Modelo que determina aos cidadãos reconhecerem os fundamentos e proteção de</p><p>seus direitos e deveres.</p><p>II- Documento que determina os deveres que cada cidadão deverá seguir em toda sua</p><p>vida sem poder criticar sobre as leis.</p><p>III- Documento que determina ao cidadão reconhecer o que cabe à Família e ao Estado</p><p>e a função social da comunidade.</p><p>IV- Modelo que demonstra as leis determinantes para que o país possa seguir um</p><p>caminho de maneira democrática e pacífica.</p><p>Agora, assinale a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – V – V.</p><p>b) (</p><p>) F – V – V – F.</p><p>c) ( ) F – F – V – F.</p><p>d) ( ) V – F – V – F.</p><p>e) ( ) F – V – F – F.</p><p>5 (ENADE, 2014) A Lei n° 12.796, de 4 de abril de 2013, alterou a Lei n° 9.394, de 20</p><p>de dezembro de 1996. Uma das alterações tornou obrigatória a Educação Básica</p><p>para a população com idade entre 4 e 17 anos de idade. Essa alteração decorre</p><p>da Emenda Constitucional n° 59, de 11 de novembro de 2009, a qual garante que</p><p>a medida deverá ser implantada progressivamente até 2016. Diante disso, são</p><p>necessárias ações, no interior da escola, que levem os profissionais à compreensão</p><p>37</p><p>mais aprofundada do teor desses dispositivos legais, de modo que a implementação</p><p>dessa política esteja articulada à melhoria da qualidade da educação pública. Com</p><p>relação às novas demandas da Educação Básica, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- A Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade compreende</p><p>as etapas de pré-escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Os currículos da</p><p>Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base</p><p>nacional comum e parte diversificada.</p><p>II- A Educação Básica compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o</p><p>Ensino Médio. A Educação Infantil de 4 a 5 anos de idade é obrigatória para o acesso</p><p>ao Ensino Fundamental.</p><p>III- A Educação Infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até</p><p>5 anos de idade, contemplando os aspectos físico, psicológico, intelectual e social.</p><p>IV- dever dos pais efetivar, na escola, a matrícula da criança com 4 anos de idade,</p><p>cabendo à escola realizar o acompanhamento e o registro do desenvolvimento das</p><p>crianças.</p><p>FONTE: <https://www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-</p><p>concurso/questao/632126>. Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>É CORRETO o que se afirma em:</p><p>a) ( ) II, apenas.</p><p>b) ( ) II e III.</p><p>c) ( ) II e IV.</p><p>d) ( ) I, III e IV.</p><p>6 Na introdução do livro sobre a Constituição Brasileira há a seguinte citação: "Nós,</p><p>representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte,</p><p>para instalar um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos</p><p>sociais e individuais, da liberdade, da segurança, do bem-estar, do desenvolvimento,</p><p>da igualdade e da justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista</p><p>e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e</p><p>internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos sob a proteção</p><p>de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil" (MACHADO,</p><p>2016, p. 1). Cada país possui suas leis, as quais regem o sistema governamental. Em</p><p>nosso país, possuímos a Constituição que é reconhecida como a Carta Magna de</p><p>um país democrático, conforme a citação apresentada. Sobre a palavra Constituição,</p><p>classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:</p><p>FONTE: MACHADO, A. C. da C. (Org.); CUNHA, A. C. F. da</p><p>(Coord.). Constituição Federal Interpretada: artigo por artigo,</p><p>parágrafo por parágrafo. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2016.</p><p>38</p><p>(   ) Modelo que favorece aos cidadãos reconhecerem os fundamentos e a proteção de</p><p>seus direitos e deveres.</p><p>(   ) Documento que determina os deveres que cada cidadão deverá seguir em toda</p><p>sua vida, sem poder criticar sobre as leis.</p><p>(   ) Documento que favorece ao cidadão reconhecer o que cabe à família e ao Estado</p><p>e a função social da comunidade.</p><p>(   ) Modelo que demonstra as leis determinantes para que o país possa seguir um</p><p>caminho de maneira democrática e pacífica.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:</p><p>a) ( ) V – F – V – V.</p><p>b) ( ) F – F – V – V.</p><p>c) ( ) V – F – V – F.</p><p>d) ( ) F – V – F – F.</p><p>7 No artigo 206 da Constituição Federal, encontramos os princípios de como o ensino</p><p>será ministrado. Dentre eles, temos a "liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e</p><p>divulgar o pensamento, a arte e o saber" (BRASIL, 1988). Com isso, observamos a</p><p>necessidade de compreender o que cada palavra ali inserida significa.</p><p>FONTE: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da</p><p>República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:</p><p>Centro Gráfico, 1988.</p><p>Assim sendo, disserte sobre os seguintes tópicos:</p><p>• O que a “liberdade de aprender” significa para o contexto educacional.</p><p>• O pesquisar na educação leva o profissional a um aperfeiçoamento científico</p><p>e prático no processo de ensinar e aprender.</p><p>8 Em Políticas Públicas, as ações devem ser realizadas pelos governantes, mas</p><p>precisamos perceber que, para elas existirem, é necessária sua elaboração, e, para</p><p>isso, devemos seguir algumas etapas. Estas etapas levam as políticas públicas a se</p><p>constituírem como meios de resolver problemas advindos do espaço comunitário,</p><p>municipal, estadual e nacional. Assim, disserte sobre os seguintes tópicos:</p><p>• Etapas são necessárias para a elaboração de uma política pública.</p><p>• Participação nas etapas de elaboração das políticas públicas.</p><p>• Meios que podem ser utilizados para acompanhar a execução das políticas públicas.</p><p>39</p><p>A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO</p><p>DE 1996</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Após a leitura do Tópico 1, podemos dar continuidade a nossos estudos, pois</p><p>estamos aptos a compreender como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação foi</p><p>elaborada e de onde partiu sua fundamentação.</p><p>Veremos também, neste Tópico 2, a relação que a LDB possui com o Sistema</p><p>Educacional, suas mediações e a necessidade de sua presença neste sistema.</p><p>Cabe ressaltar que serão tratadas temáticas voltadas à organização da LDB nas</p><p>esferas Federal, Estadual e Municipal, chegando à instituição escolar.</p><p>Esta caminhada retrata o que você, acadêmico, busca em sua formação</p><p>profissional, o conhecimento, o reconhecimento e a capacidade de utilização destes</p><p>documentos em sua construção profissional e pessoal.</p><p>Então, vamos continuar nosso processo de construção e, por que não dizer, de</p><p>reconstrução do conhecimento relativo às leis que regem a Educação brasileira!</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 2 -</p><p>2 COMO SITUAR-SE SOBRE A LDB</p><p>Inicialmente, vamos nos reportar ao quadro que foi apresentado a você referente</p><p>às constituições no que diz respeito à educação (Quadro 2). Nesse quadro visualizamos</p><p>que o caminho foi construído a partir de diversos interesses, incialmente voltados à</p><p>corte imperial, logo depois, passados longos anos e o Brasil ter sofrido diversos fatos</p><p>históricos, buscou levar a educação a todos como um direito através da elaboração de</p><p>leis que pudessem abarcar essas necessidades.</p><p>Devemos ter bem claro, caro acadêmico, que este movimento, que ainda ocorre</p><p>e se faz necessário, não foi fácil, pois todo movimento relacionado à construção de novas</p><p>regras leva, em muitos momentos, ao embate, em que a maneira de pensar de um não</p><p>condiz com a forma de pensar do outro, criando inúmeras possibilidades de conflitos</p><p>que devem ser ao final levados a um denominador comum. Como afirma Carneiro (2015,</p><p>p. 27), “as disposições normativas do país no campo educacional são heterogêneas e</p><p>nem sempre harmônicas e congruentes”.</p><p>40</p><p>Congruente; congruência: Harmonia duma coisa com o fim a que se destina;</p><p>coerência (FERREIRA, 2001, p. 186).</p><p>NOTA</p><p>Assim, podemos determinar que a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação –</p><p>está inserida, como relatado anteriormente, na Constituição Federal. Conforme Carneiro</p><p>(2015, p. 27):</p><p>A Lei da Educação deve trazer certeza e ordem de um lado e, de outro,</p><p>deve ser mediadora entre imposições da estabilidade e as exigências</p><p>da evolução social. Mas deve, sobretudo, ser um roteiro seguro de</p><p>conceitos, caminhos, condutas e conclusões sob a inspiração da</p><p>constituição.</p><p>Observe que a LDB também possui sua caminhada histórica, e vamos nos ater</p><p>a ela neste momento.</p><p>A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi a Lei n°</p><p>4.024, de 20 de dezembro de 1961, foi difícil sua elaboração, pois foi deixada correr de</p><p>maneira frouxa, sem acompanhamento de perto. Como afirma Carneiro (2015, p. 35-36):</p><p>Entre a chegada do texto à Câmara Federal, em outubro de 1948,</p><p>e o início dos debates</p><p>sobre o texto, em maio de 1957, decorreram</p><p>oito anos e meio. Daí, até a aprovação, em 20 de dezembro de 1961,</p><p>mais quatro anos e sete meses! Ou seja, entre encaminhamento, as</p><p>discussões e a aprovação do texto, passaram-se treze anos.</p><p>Observa-se que neste caminho, muitos foram os embates, chegando o texto</p><p>a ser aprovado no ano de 1961, um marco histórico para a Educação Brasileira, pois os</p><p>eixos principais deste documento relatavam:</p><p>i) Dos Fins da Educação</p><p>ii) Do Direito à Educação</p><p>iii) Da Liberdade de Ensino</p><p>iv) Da Administração do Ensino</p><p>v) Dos Sistemas de Ensino</p><p>vi) Da Educação de Grau Primário</p><p>vii) Da Assistência Social escolar</p><p>viii) Dos Recursos para a Educação (CARNEIRO, 2015, p. 36).</p><p>Com estes eixos, podemos perceber que a Educação Brasileira passa a ter um</p><p>movimento linear em sua estruturação.</p><p>41</p><p>Após este movimento, já no ano de 1971, surge a nossa segunda Lei de</p><p>Diretrizes e Bases, a Lei 5.692/71, a qual recebeu o nome oficial de Lei da</p><p>Reforma do Ensino de 1° e 2° Graus, conforme Carneiro (2015, p. 36), caracterizada</p><p>com uma gestação lenta e que também foi vista como um processo atípico, “em função</p><p>do contexto político em que foi gestada: período de governo discricionário com as</p><p>liberdades civis estranguladas”.</p><p>A terceira LDB foi a Lei 9.394/1996. Esta lei também teve sua construção</p><p>complicada, pois possui em sua base a passagem de vários governos e, conforme</p><p>Carneiro (2015, p. 37), “[...] marcados por fortes contradições ideológicas, sua tramitação</p><p>foi longa, conflitiva, intensa, detalhista e ambientada em contextos de correlações de</p><p>forças ora emancipatórias, ora paralisantes”.</p><p>O início da construção deste novo documento aconteceu em 1988, mas perpassou</p><p>por três governos, a saber: José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.</p><p>Diante deste quadro, muitos anos foram necessários para sua construção</p><p>e desconstrução, pois com as mudanças de governo, mudavam-se as formas de</p><p>compreender as políticas públicas envolvendo a educação.</p><p>A discussão e tramitação da Lei 9.394/1996 no Congresso Nacional</p><p>prolongaram-se, [...], pois passou por várias relatorias, teve vários</p><p>substitutivos, ziguezagueou da Câmara para o Senado e vice-versa</p><p>em ritmo de fluxo legislativo variado, submetida a movimentações</p><p>burocráticas e de técnica legislativa que traduziam, com esforços</p><p>ora explícitos, ora camuflados, um percurso tortuoso de conflitos</p><p>ideológicos e de interesses contraditórios (CARNEIRO, 2015, p. 38).</p><p>Observa-se que os interesses aqui envolvidos estavam voltados para uma “visão</p><p>agudamente desigual dos mecanismos de controle social, a partir dos espaços de governo</p><p>e das escalas de comando dos protagonistas e atores do palco educacional, sobretudo</p><p>daqueles posicionados na ponta do sistema: a escola” (CARNEIRO, 2015, p. 38).</p><p>Com isso, a construção desta nova Lei foi determinante no que diz</p><p>respeito à busca do diálogo, pois “há de se reconhecer que o tempo</p><p>ensinou o que ainda não se aprendera com o tempo: a estratégia</p><p>das Conciliações abertas, na feliz expressão do sociólogo e deputado</p><p>federal Florestan Fernandes” (CARNEIRO, 2015, p. 38).</p><p>Diante do exposto, podemos determinar que todos os embates ficaram focados</p><p>diretamente em três blocos apresentados pelo professor Moaci Alves Carneiro, integrante</p><p>da equipe que auxiliou na elaboração do texto final da LDB. Ficaram assim elencados:</p><p>42</p><p>QUADRO 3 – ETAPAS DE ESTUDO DA FORMAÇÃO DA LDB 9.394/96</p><p>BLOCO UM</p><p>• O direito à educação e o dever de educar.</p><p>• Definição de educação e respectivos fins, princípios, níveis escolares e focos.</p><p>• Público e privado na oferta de educação.</p><p>• Formas de organização da educação escolar e, sobretudo, da educação básica.</p><p>• Níveis e distribuição de responsabilidades entre União, estados, DF e municípios.</p><p>• Financiamento da educação.</p><p>• Funcionalidades e limites do ensino privado.</p><p>• Formação de professores e extensão do conceito de trabalhadores da educação para todos</p><p>os “atores escolares”.</p><p>• Gestão democrática da escola.</p><p>BLOCO DOIS</p><p>• Educação escolar: compreensão, organização e oferta.</p><p>• Diretrizes e Parâmetros Curriculares para a educação básica.</p><p>• Componentes estruturantes da universidade, funções e sistemas de articulação.</p><p>• Modalidades de articulação entre os vários níveis de ensino.</p><p>• Estrutura e Funcionamento dos Sistemas de Ensino.</p><p>• Saberes formais e não formais dentro dos currículos em operação.</p><p>• Educação escolar para a diversidade e manejos de políticas educacionais para a inclusão</p><p>social.</p><p>• Organização das modalidades de ensino, com destaque para a Educação de Jovens e Adultos,</p><p>Educação Especial, Educação Profissional e Educação Indígena.</p><p>BLOCO TRÊS</p><p>• Oferta de educação escolar e regime de colaboração.</p><p>• Formas de organização, estrutura e funcionamento de todos os níveis e modalidades de</p><p>ensino.</p><p>• “Refaces” da Educação Superior, novas tipologias de curso e indissociabilidade das funções de</p><p>ensino, pesquisa e extensão.</p><p>• Educação Profissional e Mercado de Trabalho.</p><p>• Reestruturação do esquema de cursos de formação de professores.</p><p>• Reposicionamento do estado em relação à rede Federal de Instituições de Ensino Técnico.</p><p>• Criação de Universidades especializadas por campo de saber.</p><p>• Credenciamento de instituições de Educação a Distância.</p><p>• Sistema Nacional de Avaliação.</p><p>FONTE: Carneiro (2015, p. 39-40)</p><p>Com o que foi apresentado, podemos destacar que os avanços ocorreram</p><p>e estamos colhendo na atualidade alguns destes frutos.</p><p>A Lei n° 9.394 é aprovada pelo plenário do Senado Federal, em 8 de fevereiro de</p><p>1996, conforme Carneiro (2015 p. 41-42), “[...] retornando, em sucessivo, à Câmara</p><p>dos Deputados. Ali, o Substitutivo originário do Senado recebe outro relator, incorpora</p><p>emendas e é, afinal, aprovado sem vetos, assumindo a forma da Lei n° 9.394/1996”.</p><p>43</p><p>A Lei n° 9.934/96 pode ser encontrada em sua escola ou no site do Ministério</p><p>da Educação: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view</p><p>=article&id=12907:legislacoes& catid=70:legislacoes</p><p>DICAS</p><p>Carneiro (2015, p. 42) afirma que ao texto atualizado da LDB, atribui-se quatro</p><p>comprovações referentes à educação e sua aplicabilidade, assim apresentadas por ele:</p><p>I- A educação é um campo estratégico de lutas políticas entre</p><p>forças de permanência e forças da mudança. Para as primeiras,</p><p>a educação é um ‘produto’, para as segundas um ‘processo’.</p><p>II- O ambiente político que hospedou as longas, detalhadas,</p><p>conflitivas e contraditórias agendas de debate político, no</p><p>âmbito do processo de elaboração da atual LDB, foi marcado</p><p>por esforços continuados de desqualificar o Fórum Nacional em</p><p>Defesa da Escola Pública na LDB e, ainda, de elidir o esforço do</p><p>Bloco Parlamentar em Defesa da Educação Pública, formado e</p><p>consolidado ao longo da Constituinte.</p><p>III- A inversão dos mecanismos de controle político, com a prevalência</p><p>da vontade onipotente do Executivo sobre o Legislativo, deslocou</p><p>os focos relacionais entre Educação/Estado/Sociedade/Economia/</p><p>Cultura.</p><p>IV- A mobilização da sociedade civil organizada constitui empuxe</p><p>fundamental para remover tentativas de descaminhos do estado</p><p>e de desvios do Poder Político. No caso em tela, os veementes</p><p>protestos de entidades e atores do campo educacional, as</p><p>manifestações dirigidas ao Parlamento Nacional e ao MEC, os</p><p>encontros locais, regionais e nacionais – com destaque para</p><p>o I Congresso Nacional em Defesa da Escola Pública (julho/</p><p>agosto de 1996, em Belo Horizonte, reunindo mais de cinco</p><p>mil participantes) e, ainda, o trabalho incansável e vigilante do</p><p>Fórum junto ao Congresso Nacional, com o apoio da imprensa,</p><p>foram fatores decisivos para assegurar o caminho de avanços</p><p>desejados. Pode-se dizer que este conjunto de forças e iniciativas</p><p>de mobilização política contribuiu significativamente para conter</p><p>o alargamento de deformações no texto em curso legislativo e,</p><p>assim, para desenhar um campo normativo-educacional mais</p><p>consentâneo com a realidade democrática do país.</p><p>Estas comprovações denotam que a caminhada para termos hoje a Lei</p><p>de</p><p>Diretrizes e Bases da Educação n° 9.394/96 não foi algo fácil, ocorreram forças que sentiam</p><p>a necessidade de determinar o que, como e qual leitura deveria ser feita sobre este</p><p>documento.</p><p>44</p><p>Com relação aos blocos apresentados anteriormente, podemos determinar que</p><p>esta LDB trouxe avanços significativos em vários momentos de sua escrita. Os avanços</p><p>estão apresentados na defesa da escola pública, na defesa ao profissional da educação, na</p><p>maneira como o Estado organiza e oferece a Educação Superior, dentre outros. Com isso,</p><p>podemos determinar que a LDB é e está em constante transformação.</p><p>Caro acadêmico, para algumas pessoas, o que vimos até o momento pode ser</p><p>determinado como algo dispensável, mas não o é, pois estes movimentos históricos</p><p>vivenciados na construção tanto da Constituição como da Lei de Diretrizes e Bases</p><p>devem ser vistos como “radiografias vivas dos antagonismos da sociedade brasileira</p><p>e, sobretudo, como expressões de significações do passado e de matéria-prima para</p><p>ressignificações no futuro, dentro de uma visão reinterpretada de novas possibilidades</p><p>do Brasil como sociedade democrática” (CARNEIRO, 2015, p. 43).</p><p>Com isso podemos determinar que se necessita a cada momento redescobrir</p><p>o que há de essencial dentro dos meios políticos e sociais, para assim reconstruirmos</p><p>nossa história e modificar, se necessário, os caminhos na fortificação de leis mais</p><p>flexíveis para a melhor condução da Educação no Brasil.</p><p>3 A LDB E SUA ESTRUTURAÇÃO</p><p>Caro acadêmico, diante do exposto até o momento, podemos determinar que</p><p>a Lei de Diretrizes e Bases da Educação também possui uma estruturação, e possui,</p><p>conforme Santos (2012 p. 30), “um status diferenciado”.</p><p>Esse status caracteriza a LDB como “a maior de todas as políticas públicas</p><p>regulatórias, pois sua estrutura define as relações, os acordos e os conflitos que podem se</p><p>desenrolar no âmbito da educação brasileira” (SANTOS, 2012, p. 30).</p><p>Ao tratarmos da estruturação da LDB, nos deparamos com um documento que</p><p>passou e passa por modificações nos artigos, sendo estes modificados por diversos motivos.</p><p>Quanto à estruturação do documento, podemos assim determiná-la: possui nove</p><p>títulos, 92 artigos, além de cinco capítulos, tendo o capítulo II cinco seções.</p><p>Assim, apresenta-se:</p><p>Título I – Da educação</p><p>Título II – Dos princípios e fins da educação nacional</p><p>Título III – Do direito à educação e do dever de educar</p><p>Título IV – Da organização da educação nacional</p><p>Título V – Dos níveis e das modalidades de educação e ensino</p><p>Capítulo I – Da composição dos níveis escolares</p><p>Capítulo II – Da Educação Básica</p><p>45</p><p>Seção I – Das disposições gerais</p><p>Seção II – Da Educação Infantil</p><p>Seção III – Do Ensino Fundamental</p><p>Seção IV – Do Ensino Médio</p><p>Seção IV-A – Da educação profissional técnica de nível médio</p><p>Seção V – Da educação de jovens e adultos</p><p>Capítulo III – Da educação profissional e tecnológica</p><p>Capítulo IV – Da educação superior</p><p>Capítulo V – Da educação especial</p><p>Título VI – Dos profissionais da educação</p><p>Título VII – Dos recursos financeiros</p><p>Título VIII – Das disposições gerais</p><p>Título IX – Das disposições transitórias</p><p>Com esta exposição podemos compreender o que antes Carneiro (2015)</p><p>nos apresentou em suas considerações sobre a construção da LDB. Possuímos um</p><p>documento com largas possibilidades de mudanças sociais e políticas públicas que</p><p>auxiliam na caminhada política educacional brasileira.</p><p>Tanto a Constituição Federal como a LDB estão interligadas, dando, assim,</p><p>condições de mesclar sua estruturação e alinhamentos. Para que você tenha maiores</p><p>conhecimentos sobre a LDB na íntegra, solicitamos que busque nas páginas do Portal</p><p>do Ministério da Educação esse documento, ou no link: http:// www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/Leis/L9394.htm.</p><p>4 BREVE ANÁLISE DOS TÍTULOS DA LDB</p><p>Faremos, agora, em algumas páginas a análise de cada título da LDB, para</p><p>sua melhor compreensão e análise:</p><p>Título I</p><p>Da Educação</p><p>Art. 1° A educação abrange os processos formativos que se</p><p>desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,</p><p>nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e</p><p>organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.</p><p>§ 1° Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,</p><p>predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.</p><p>§2° A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à</p><p>prática social (BRASIL, 1996, grifo do original).</p><p>Podemos observar que este artigo não trata somente da educação formal, mas da</p><p>que ocorre também fora das universidades e das escolas (informal), como nos espaços da</p><p>família, no trabalho, nas organizações sociais, nas associações, nos sindicatos, entre outros.</p><p>46</p><p>Ainda neste artigo, no § 2°, quando trata da vinculação ao mundo do trabalho</p><p>e a prática social, a educação passa a ser vista através de quatro conceitos estruturantes,</p><p>assim apresentados por Carneiro (2015, p. 52, grifos do original):</p><p>a) Prática social: atividade socialmente produzida, ao mesmo</p><p>tempo, produtora de existência social. Significa, também, soma</p><p>de processos históricos determinados pelas ações humanas.</p><p>b) Mundo do trabalho: ambiente de construção de sobrevivência,</p><p>mas também de transformação social.</p><p>c) Movimentos sociais: esforços organizados de construção</p><p>de espaços alternativos de organização coletiva com vistas à</p><p>emancipação das coletividades.</p><p>d) Manifestações culturais: expressões da cultura enquanto</p><p>conceito antropológico. Reporta o mundo que o homem cria</p><p>através de sua intervenção sobre a natureza, ou seja, através de</p><p>seu trabalho. Neste sentido, não há cultura superior a outra, há,</p><p>isto sim, culturas diferentes.</p><p>Estes conceitos retratam o que nós, educadores, das mais diversas áreas</p><p>necessitamos saber, e distinguir o que significa o mundo do trabalho de mercado do</p><p>trabalho.</p><p>De acordo com Carneiro (2015, p. 52), o mundo do trabalho é “o campo por excelência</p><p>da realização humana e da construção coletiva da cidadania com qualidade de vida”. Com</p><p>relação ao mercado de trabalho, o mesmo autor afirma que: “é lugar da empregabilidade,</p><p>dos pontos fixos de ocupação e, portanto, da profissionalidade. Embora diferentes, estes</p><p>conceitos se completam em uma visão unificadora de desenvolvimento e formação”.</p><p>Ainda em relação a este parágrafo, podemos determinar que a escola é o espaço</p><p>que assegura a entrada do sujeito na vida intelectual, o auxiliando na construção de</p><p>seus conhecimentos de forma sistematizada, conforme Carneiro (2015, p. 53):</p><p>[...] ela abre os caminhos de todos e de cada um para uma relação</p><p>criativa com o saber produzido pelo ser humano trabalhador. Ora se</p><p>é verdade que o sujeito aprendente apropria-se de uma parte do</p><p>patrimônio cultural humano, é também verdade que a conexão entre</p><p>sujeito e saber – entre educação escolar e vida – se dá pelo trabalho.</p><p>Por isso, pode-se dizer, em um certo sentido, que o primeiro princípio</p><p>do saber é o trabalho, fonte de prática social.</p><p>Título II</p><p>Dos Princípios e Fins da Educação Nacional</p><p>Art. 2° A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos</p><p>princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem</p><p>por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo</p><p>para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho</p><p>(BRASIL, 1996).</p><p>Observamos que a Constituição Federal possui escrita similar ao apresentado</p><p>no Artigo 2°. Encontramos, nesse artigo, as responsabilidades relativas ao Estado e às</p><p>famílias no que se refere à Educação.</p><p>47</p><p>Ao Estado cabe se organizar ou se balizar de maneira legal frente à educação,</p><p>observando o que segue na Constituição Federal nos artigos 208 a 214 já apresentados</p><p>anteriormente. Além do que apresenta a LDB (Lei n° 9.349/96) e o Estatuto da Criança</p><p>e do Adolescente, Capítulo IV (Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer)</p><p>(Lei n° 8.069/90) (CARNEIRO, 2015).</p><p>Quanto à finalidade da educação, ela se apresenta em três momentos: a</p><p>obtenção do pleno desenvolvimento do educando, dando ao indivíduo dentro</p><p>de sua aprendizagem</p><p>um desenvolvimento suave e progressivo. Preparação para</p><p>o exercício da cidadania: desenvolver o conceito de cidadania de maneira global,</p><p>observando que esta construção é gradativa, necessita de observância. Qualificação</p><p>para o trabalho: a escola necessita se organizar de maneira a repassar ao educando</p><p>uma relação educação-trabalho, voltada para tornar o trabalho altamente produtivo e</p><p>que o conhecimento construído possa auxiliar no desenvolvimento do educando.</p><p>Art. 3° O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:</p><p>I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;</p><p>II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o</p><p>pensamento, a arte e o saber;</p><p>III- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito</p><p>à liberdade e apreço à tolerância;</p><p>V- coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;</p><p>VI- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;</p><p>VII- valorização do profissional da educação escolar;</p><p>VIII- gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da</p><p>legislação dos sistemas de ensino;</p><p>IX- garantia de padrão de qualidade;</p><p>X- valorização da experiência extraescolar;</p><p>XI- vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas</p><p>sociais; XII - consideração com a diversidade étnico-racial</p><p>(Incluído pela Lei n° 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996).</p><p>Nesse artigo temos 12 princípios, os quais devem nortear o ensino</p><p>brasileiro. Sabemos que muitos desses princípios ainda estão em construção no que diz</p><p>respeito a sua prática diária, mas denotam avanços ocorridos em nossa sociedade e na</p><p>implementação dos direitos e garantias de qualidade e valorização dos profissionais da</p><p>educação escolar, desenvolvimento de concepções pedagógicas e sua aceitação, além</p><p>das questões relativas à diversidade étnico-racial.</p><p>Título III</p><p>Do Direito à Educação e do Dever de Educar</p><p>Este título é formado por quatro artigos, art. 4°, 5°, 6° e 7° que tratam dos deveres</p><p>e responsabilidades do Estado e da sociedade civil, no que tange à educação escolar.</p><p>Podemos perceber que o artigo 4° sofreu mudanças através da Lei 12.796/2013, que</p><p>amplia os níveis de educação escolar básica como gratuita e obrigatória, sendo assim</p><p>delineados: Educação Infantil da Pré-escola, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.</p><p>48</p><p>Você, acadêmico, já deve ter observado em sua escola, ou com seus familiares</p><p>que possuem crianças em idade escolar, a mudança ocorrida no que diz respeito a</p><p>matrículas. A partir de agora, os pais devem matricular seus filhos na Educação Infantil, a</p><p>partir dos quatro anos, levando-os para a pré-escola. Cabe ressaltar que esta mudança</p><p>ocorreu pelo fato de que anteriormente aos pais era obrigatória a matrícula a partir dos</p><p>seis anos, sendo que a única forma de educação obrigatória era o Ensino Fundamental.</p><p>Assim, a Pré-escola integra a Educação Infantil, a qual representa a primeira</p><p>etapa da Educação Básica.</p><p>Conforme Carneiro (2015, p. 92): “A Educação Infantil tem como finalidade</p><p>o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos de idade, com foco em</p><p>quatro dimensões: A – desenvolvimento físico; B – desenvolvimento psicológico; C –</p><p>desenvolvimento intelectual e D – desenvolvimento social”.</p><p>Com relação ao Ensino Fundamental, pode-se afirmar que é uma sequência do</p><p>que já foi iniciado na Educação Infantil, dando ênfase em:</p><p>seu desenvolvimento da capacidade de aprendizagem; aprofundamento</p><p>no processo de alfabetização; compreendimento nas esferas cultural,</p><p>social, natural, educacional, político e econômico, aproximando-se</p><p>também das tecnologias, das artes, da cultura e dos valores em que</p><p>a sociedade se fundamenta. Observa-se, também, a necessidade do</p><p>fortalecimento dos vínculos familiares, a observância em relação à</p><p>solidariedade humana (CARNEIRO, 2015, p. 97).</p><p>Esta etapa da Educação Fundamental possui duração de nove anos obrigatórios</p><p>e gratuitos, assim organizados: Anos Iniciais (formado por cinco anos); Anos Finais</p><p>(formado por quatro anos).</p><p>O Ensino Médio passou por diversas mudanças, você, acadêmico,</p><p>pode observar no Portal do MEC as diversas alterações, sendo</p><p>que na atualidade este nível de ensino passa a ser como “oferta</p><p>obrigatória universal e gratuita” (CARNEIRO, 2015, p. 103). Com esta</p><p>dita universalização do Ensino Médio gratuito, ele passa a aliar três níveis</p><p>de alcance. São eles, conforme Carneiro (2015, p. 103, grifos do original):</p><p>Social, porque eleva o padrão de escolaridade do cidadão brasileiro,</p><p>aprimorando os níveis de compreensão política em geral; cultural,</p><p>porque ressitua as pessoas no contexto das diversas linguagens</p><p>atuais, ampliando as chances de multiplicar os espaços dialógicos e</p><p>interacionistas e, por fim, econômico, porque qualifica o trabalhador,</p><p>ensejando uma relação profissional mais adequada com as</p><p>transformações produtivas e com a TECNOCIÊNCIA.</p><p>Cabe salientar que a organização do Ensino Médio tem como foco, conforme</p><p>o art. 26, da Res. n° 4/2010-CNE, apresentado por Carneiro (2015, p. 105):</p><p>a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos assimilados</p><p>no Ensino Fundamental.</p><p>b) A preparação básica para a cidadania e o trabalho.</p><p>49</p><p>c) O desenvolvimento do aluno como pessoa humana.</p><p>d) A formação ética e estética do aluno associada ao desenvolvimento da</p><p>autonomia intelectual e do pensamento crítico.</p><p>e) A compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos da</p><p>produção contemporânea.</p><p>f) A aquisição de competências e habilidades para continuar</p><p>aprendendo ao longo da vida.</p><p>Cabe aqui uma reflexão: frente a estas finalidades podemos nos ater ao que</p><p>realmente está sendo realizado em nossas escolas. Em sua visão, o Ensino Médio possui</p><p>estas ações ou fins em nosso cotidiano pedagógico? Estamos realizando estes</p><p>movimentos para chegarmos a estes fins?</p><p>Cabe ressaltar, também, a presença do “III - atendimento educacional</p><p>especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do</p><p>desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os</p><p>níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; [...]”</p><p>(Redação dada pela Lei n° 12.796, de 2013) (BRASIL, 2013). Este atendimento educacional</p><p>especializado necessita de uma organização, a qual assim pode ser determinada,</p><p>conforme Carneiro (2015, p. 122):</p><p>i) Matrícula dos alunos preferencialmente nas escolas regulares e</p><p>nas classes comuns;</p><p>ii) Professores devidamente capacitados e especializados;</p><p>iii) Flexibilizações e adaptações curriculares com foco no significado</p><p>prático e instrumental dos conteúdos essenciais;</p><p>iv) Metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados;</p><p>v) Processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos</p><p>alunos que apresentam necessidades educacionais especiais;</p><p>vi) Projeto pedagógico permeável à diferença e à diversidade;</p><p>vii) Serviços de apoio pedagógico especializado para complementação</p><p>ou suplementação curricular, utilizando equipamentos e materiais</p><p>específicos;</p><p>viii) Rede de apoio interinstitucional que envolva equipes</p><p>multidisciplinares a serem acionadas sempre que necessário</p><p>para o sucesso do aluno em seu processo de aprendizagem.</p><p>Caro acadêmico, você poderá se perguntar: como ocorre esta educação</p><p>inclusiva e qual é a sua fundamentação?</p><p>O fundamento da educação inclusiva, segundo a Declaração de Salamanca, é: “[...]</p><p>que todas as crianças, sempre que possível, devem aprender juntas, independentemente</p><p>de suas dificuldades e diferenças. A inclusão educativa é um movimento da sociedade</p><p>planetária com três décadas de história, enraizada no respeito intransigente aos direitos</p><p>humanos” (BRASIL, 1994, p. 1). Ouve-se muito falar em educação inclusiva, assim,</p><p>salientamos que o Brasil é um país que buscou alinhar seus parâmetros de conduta</p><p>que implicam em ações e atitudes de todos os profissionais, sejam da esfera Federal,</p><p>Estadual ou Municipal, incluindo os profissionais das escolas.</p><p>50</p><p>• Aprender é uma ação humana em cuja centralidade está o aluno.</p><p>• Adaptar o conteúdo escolar é ação do próprio</p><p>aluno no âmbito</p><p>do processo de autorregulação.</p><p>• Modular a assimilação dos conhecimentos é processo</p><p>dependente das limitações e possibilidades do aluno.</p><p>• Reconhecer e valorizar as diferenças é o primeiro passo para a</p><p>escola comum recriar suas práticas pedagógicas.</p><p>• Trabalhar com uma gama variada de atividades é o grande</p><p>desafio do professor da educação especial.</p><p>• Aferir programas no campo da aprendizagem e, não, conferir</p><p>quantidade de conteúdos programáticos aprendidos, é a forma</p><p>adequada de proceder à avaliação dos alunos com deficiência.</p><p>Com relação aos sujeitos da Educação Especial, a LDB possui seu olhar para</p><p>o atendimento educacional especializado a três grupos, que são: os alunos com</p><p>deficiência, os alunos com transtornos globais do desenvolvimento e os alunos com</p><p>altas habilidades.</p><p>Estas questões estudaremos com maior profundidade em livros como o de</p><p>Libras.</p><p>NOTA</p><p>Dando sequência aos estudos, vamos ao próximo título.</p><p>Título IV</p><p>Da Organização da Educação Nacional</p><p>Este título vai do art. 8° ao 20, que trata da organização da educação nacional,</p><p>apresentando as competências de cada nível da federação, sendo eles: União, Estados,</p><p>Distrito Federal e Municípios. Ressalta-se que neste momento da organização da</p><p>educação nacional todos os segmentos devem buscar um trabalho de colaboração que</p><p>auxilie na aplicação das políticas públicas.</p><p>Cada esfera possui suas responsabilidades, assim aferidas na LDB – Lei n° 9.349</p><p>(BRASIL, 1996, grifo do original):</p><p>Art. 9° A União incumbir-se-á de: (Regulamento)</p><p>I- elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os</p><p>Estados, o Distrito Federal e os Municípios;</p><p>II- organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais</p><p>do sistema federal de ensino e o dos Territórios;</p><p>III- prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito</p><p>Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus</p><p>sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade</p><p>obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;</p><p>51</p><p>IV- estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal</p><p>e os Municípios, competências e diretrizes para a educação</p><p>infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão</p><p>os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar</p><p>formação básica comum;</p><p>IV- A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito</p><p>Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos para</p><p>identificação, cadastramento e atendimento, na educação</p><p>básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades</p><p>ou superdotação; (Incluído pela Lei n° 13.234, de 2015)</p><p>V- coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;</p><p>VI- assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar</p><p>no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com</p><p>os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a</p><p>melhoria da qualidade do ensino;</p><p>VII- baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;</p><p>VIII- assegurar processo nacional de avaliação das instituições de</p><p>educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem</p><p>responsabilidade sobre este nível de ensino;</p><p>IX- autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,</p><p>respectivamente, os cursos das instituições de educação</p><p>superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.</p><p>(Vide Lei n° 10.870, de 2004)</p><p>§ 1° Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de</p><p>Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade</p><p>permanente, criado por lei.</p><p>§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá</p><p>acesso a todos os dados e informações necessários de todos os</p><p>estabelecimentos e órgãos educacionais.</p><p>§ 3° As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas</p><p>aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições</p><p>de educação superior.</p><p>Tomamos a liberdade de apresentar na íntegra este documento, pois denota a</p><p>importância de sabermos qual a responsabilidade de cada esfera federativa no que diz</p><p>respeito à Educação.</p><p>Observamos no Artigo 9°, que compete à União, a sistematização e análise dos</p><p>dados oriundos de todas as redes de ensino. Caro acadêmico, você já ouviu falar sobre o</p><p>Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e o Sinaes (Sistema Nacional</p><p>de Avaliação da Educação Superior)? Pois bem, trataremos deles mais adiante, mas</p><p>podemos dizer que eles são mecanismos que a União utiliza para a sistematização e</p><p>análise de dados educacionais. Os artigos a seguir tratam da incumbência dos Estados,</p><p>Distrito Federal e Municípios (BRASIL, 1996).</p><p>Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:</p><p>I- organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais</p><p>dos seus sistemas de ensino;</p><p>II- definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do</p><p>ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição</p><p>proporcional das responsabilidades, de acordo com a população</p><p>a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada</p><p>uma dessas esferas do Poder Público;</p><p>52</p><p>III- elaborar e executar políticas e planos educacionais, em</p><p>consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação,</p><p>integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;</p><p>IV- autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,</p><p>respectivamente, os cursos das instituições de educação</p><p>superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;</p><p>V- baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;</p><p>VI- assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o</p><p>ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto</p><p>no art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei n° 12.061, de 2009).</p><p>VII- assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual</p><p>(Incluído pela Lei n° 10.709, de 31.7.2003).</p><p>Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências</p><p>referentes aos Estados e aos Municípios.</p><p>Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:</p><p>I- organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais</p><p>dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos</p><p>educacionais da União e dos Estados;</p><p>II- exercer ação redistributiva em relação as suas escolas;</p><p>III- baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;</p><p>IV- autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu</p><p>sistema de ensino;</p><p>V- oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com</p><p>prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros</p><p>níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente</p><p>as necessidades de sua área de competência e com recursos</p><p>acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição</p><p>Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.</p><p>VI- assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal</p><p>(Incluído pela Lei n° 10.709, de 31.7.2003).</p><p>Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar</p><p>ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único</p><p>de educação básica.</p><p>Conforme Santos (2012, p. 36), “também vale destacar que a redação da LDB</p><p>aponta claramente para uma integração entre os sistemas de ensino municipal e</p><p>estadual, coisa que ainda está muito longe de acontecer”.</p><p>Observe, acadêmico, que tanto estados como municípios possuem autonomia</p><p>de baixar normas complementares, desde que estas não arranhem os princípios gerais</p><p>apresentados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.</p><p>Já o Artigo 12 tem como funcionalidade apresentar as atribuições dos</p><p>estabelecimentos de ensino (BRASIL, 1996):</p><p>Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as</p><p>normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a</p><p>incumbência de:</p><p>I- elaborar e executar sua proposta pedagógica;</p><p>II- administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;</p><p>III- assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula</p><p>estabelecidas;</p><p>IV- velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;</p><p>V- prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;</p><p>53</p><p>VI- articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos</p><p>de integração da sociedade com</p><p>a escola;</p><p>VII- informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o</p><p>rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua</p><p>proposta pedagógica;</p><p>VII- informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos,</p><p>e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência</p><p>e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da</p><p>proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei n°</p><p>12.013, de 2009);</p><p>VIII- notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente</p><p>da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público</p><p>a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas</p><p>acima de cinquenta por cento do percentual permitido em lei</p><p>(Incluído pela Lei n° 10.287, de 2001).</p><p>Percebemos quais são as incumbências do estabelecimento educacional em</p><p>relação ao seu funcionamento. Cabendo observância no cumprimento das horas-aula,</p><p>dos dias letivos. Observa-se, também, a presença da sociedade civil no que diz respeito</p><p>ao número elevado de faltas do educando, tendo a escola a responsabilidade de acionar</p><p>o Conselho Tutelar. Podemos, ainda, ousar em dizer que todo o artigo busca a gestão</p><p>compartilhada, sendo a responsabilidade participada entre Estado, escola e a sociedade</p><p>civil. Cabe ressaltar também as incumbências do profissional da educação, que estão</p><p>assim alinhadas na LDB:</p><p>Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:</p><p>I- participar da elaboração da proposta pedagógica do</p><p>estabelecimento de ensino;</p><p>II- elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta</p><p>pedagógica do estabelecimento de ensino;</p><p>III- zelar pela aprendizagem dos alunos;</p><p>IV- estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor</p><p>rendimento;</p><p>V- ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de</p><p>participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento,</p><p>à avaliação e ao desenvolvimento profissional;</p><p>VI- colaborar com as atividades de articulação da escola com as</p><p>famílias e a comunidade.</p><p>Observamos nesse artigo que os profissionais da educação são chamados a se</p><p>posicionar como profissionais da educação, e não como meros coadjuvantes do sistema</p><p>educacional. Sabemos das lacunas existentes dentro do sistema educacional, principalmente,</p><p>no que tange à valorização do professor, mas necessitamos buscar meios para que este</p><p>quadro se modifique. Para isso, necessitamos fazer o que você está realizando agora, a busca</p><p>do conhecimento das leis, de nossos deveres e de nossos direitos neste processo.</p><p>Visto isso, vamos utilizar as palavras de Santos (2012, p. 38), que se refere aos</p><p>demais artigos deste título IV:</p><p>No que alude aos sistemas de ensino, os arts. 14 e 15 atribuem-lhes a</p><p>responsabilidade de promover a gestão democrática do público, além</p><p>de assegurar autonomia administrativa e pedagógica às unidades</p><p>que os compõem.</p><p>54</p><p>Os arts. 16, 17 e 18 definem a área de abrangência de cada sistema</p><p>de ensino. A esse respeito, cabe observar que, curiosamente, as</p><p>instituições de educação infantil mantidas pela iniciativa privada</p><p>integram os sistemas municipais de ensino, ainda que sua autonomia</p><p>didático-administrativa e financeira seja preservada. Já os arts. 19</p><p>e 20 regulamentam as definições de instituição pública (art.19) e</p><p>privada (art.20) de ensino.</p><p>Partiremos agora para o título que se refere aos níveis e modalidades de</p><p>Educação e Ensino.</p><p>Título V</p><p>Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino</p><p>Capítulo I</p><p>Da Composição dos Níveis Escolares</p><p>Art. 21. A educação escolar compõe-se de:</p><p>I- educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino</p><p>médio;</p><p>II- educação superior” (BRASIL, 1996).</p><p>Na sua estrutura educacional, a educação escolar possui esta organização:</p><p>• Creche: três anos de duração. Destinado às crianças de 0 a 3</p><p>anos.</p><p>• Pré-escola: dois anos de duração. Para crianças de 4 a 5 anos.</p><p>• Ensino Fundamental: nove anos de duração. Para crianças de 6 a</p><p>14 anos.</p><p>• Ensino Médio: mínimo de três anos de duração. Destinado a</p><p>alunos de 15 a 17 anos (CARNEIRO, 2015, p. 142).</p><p>De acordo com Carneiro (2015, p. 142):</p><p>Quando as etapas e fases de aprendizagem circulam fora da previsão</p><p>de idades regulares, assumem configurações diversas, de ensino não</p><p>regular, voltada para o perfil de alunos que fogem à norma, como é o</p><p>caso, entre outros, de estudantes com atraso de matrícula e/ou no</p><p>percurso escolar, de jovens e adultos sem escolarização ou com esta</p><p>incompleta. Para estas outras situações, há previsão na LDB (art. 24,</p><p>Inc. V, alínea b e art. 37 e 38), e, desdobramento, na Res. CNE/CEB</p><p>4/2010, art. 21, parágrafo único).</p><p>Do artigo 22 ao 60 vamos mostrar quais as habilidades que o profissional da</p><p>educação deve possuir. O título V é o mais extenso, e que possui elevado número de</p><p>ações, que enquanto profissional da educação ou futuro profissional da educação,</p><p>necessita estar atento. Assim, podemos apresentar sua composição:</p><p>Capítulo II – da Educação Básica. Que se subdivide em:</p><p>55</p><p>Seção I – Das Disposições Gerais (art. 22 ao art. 28).</p><p>Seção II – Da Educação Infantil (art. 29 ao art. 31).</p><p>Seção III – Do Ensino Fundamental (art. 32 ao art. 34)</p><p>Seção IV – Do Ensino Médio, incluindo a seção IV-a – Da Educação</p><p>Profissional Técnica de Nível Médio (art. 35 ao art. 36 – D).</p><p>Seção V – Da Educação de Jovens e Adultos (art. 37 e 38).</p><p>O Capítulo I já referimos anteriormente, definindo assim os níveis de ensino, suas</p><p>funcionalidades, sua hierarquização, a qual se apresenta também na Constituição Federal.</p><p>Sabemos que há muito ainda para ser desenvolvido e discutido frente à</p><p>Educação Básica, para chegar à universalização da Educação.</p><p>Universalização: tornar comum (FERREIRA, 2001, p. 736).</p><p>NOTA</p><p>Já o Capítulo II, traz a Educação Básica como foco, trazendo a ideia de que</p><p>a Educação Básica não está somente focada na preparação para o Ensino Superior,</p><p>mas sim, sendo vista como etapa fundamental na formação humana de cada cidadão.</p><p>Abarca também a Educação Infantil até o Ensino Médio, define as regras referentes ao</p><p>Ensino Religioso e a estruturação do Ensino Médio. Os elementos aqui apresentados</p><p>“encontram-se na LDB de maneira ampla e flexível [...] resta às escolas e aos sistemas</p><p>de ensino a tarefa de definir o que seria ‘humano’, para só então utilizar a educação</p><p>básica como modelo de formação humana” (SANTOS, 2012, p. 41). No que diz respeito à</p><p>ideia de cidadania, ainda nos apresenta Santos (2012, p. 41):</p><p>[...] embora a educação básica seja concebida como elemento</p><p>indispensável para a formação da cidadania, se não houver uma</p><p>definição de cidadania, um conceito como esse cai no vazio das</p><p>definições, carecendo da clareza necessária para expressar uma</p><p>diretriz de formação humana, tal como a pretendida nessa visão de</p><p>educação básica.</p><p>Ainda em relação às regras referentes ao ensino religioso, que se apresentam</p><p>no art. 33 da LDB, encontramos muitas controvérsias. Conforme Santos (2012, p. 42):</p><p>Essa controvérsia é enfrentada na LDB da seguinte maneira: o ensino</p><p>religioso deve ser oferecido obrigatoriamente nas escolas, mas sua</p><p>matrícula é facultativa ao aluno. Para evitar problemas relativos</p><p>aos proselitismos e/ou à intolerância religiosa, a saída tentada, no</p><p>âmbito da LDB, foi de que o conteúdo dessa matéria fosse definido</p><p>a partir de associações civis (nos sistemas de ensino), composta por</p><p>56</p><p>representantes das diversas confissões e denominações religiosas.</p><p>Aparentemente, isso garantiria uma solução democrática no que</p><p>compete às decisões tomadas pelos representantes dos credos,</p><p>na escolha de conteúdo do ensino religioso, mas, na realidade, isso</p><p>trouxe – e continua trazendo – tanta controvérsia que, na prática,</p><p>essa é uma questão indefinida.</p><p>No que diz respeito ao Ensino Médio, e como já vimos anteriormente, a LDB</p><p>expõe que o tempo de duração desse ensino é de três anos, compondo assim a etapa</p><p>final da educação básica. Vejamos o art. 36, no que tange ao currículo (BRASIL, 1996):</p><p>I- destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do</p><p>significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico</p><p>de transformação</p><p>69</p><p>AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 71</p><p>TÓPICO 3 - A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS</p><p>POLÍTICAS EDUCACIONAIS ............................................................................75</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................75</p><p>2 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – HISTÓRICO ............................................................75</p><p>3 O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2011 – 2020) .......................................................79</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 84</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................87</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 88</p><p>REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 91</p><p>UNIDADE 2 — POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS ................ 93</p><p>TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS ....................95</p><p>1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................95</p><p>2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS .........95</p><p>3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL ................ 101</p><p>4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL ..................................................................................... 104</p><p>5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO ..................................................... 110</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................... 144</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................145</p><p>TÓPICO 2 - AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL</p><p>BRASILEIRO ....................................................................................................149</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................149</p><p>2 PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO ..........149</p><p>3 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NACIONAL ...........................................................152</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................156</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 157</p><p>TÓPICO 3 - A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA .......................................159</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................159</p><p>2 CONCEITUANDO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO .................................................................159</p><p>3 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA ........................................................................162</p><p>4 OBJETIVOS DA ESCOLA E AS PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ....................163</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................166</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................169</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................170</p><p>REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 173</p><p>UNIDADE 3 — A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS ............... 177</p><p>TÓPICO 1 — A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS .................. 179</p><p>1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 179</p><p>2 A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: LUGAR DE APRENDIZAGEM ........................................... 179</p><p>2.1 PAPEL DO GESTOR ESCOLAR ........................................................................................................182</p><p>2.2 PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ..................................................................................183</p><p>2.3 PAPEL DO PEDAGOGO ....................................................................................................................185</p><p>2.4 PAPEL DO ALUNO .............................................................................................................................186</p><p>2.5 COLABORADORES ............................................................................................................................186</p><p>3 A GESTÃO PARTICIPATIVA E A CULTURA ORGANIZACIONAL NA ESCOLA .................187</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 191</p><p>AUTOATIVIDADE ................................................................................................................192</p><p>TÓPICO 2 - A APRENDIZAGEM E AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO</p><p>E DA GESTÃO ESCOLAR .................................................................................195</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................195</p><p>2 AS FUNÇÕES ESSENCIAIS NO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DE GESTÃO ESCOLAR ........195</p><p>3 ORGANIZAÇÃO E DESEMPENHO DO CURRÍCULO ....................................................... 200</p><p>4 A FORMAÇÃO CONTINUADA ..........................................................................................201</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................... 208</p><p>AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 209</p><p>TÓPICO 3 - A GESTÃO PARTICIPATIVA CONTINUANDO A CONSTRUÇÃO E</p><p>PLANEJAMENTO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA ....................................213</p><p>1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................213</p><p>2 OS MECANISMOS DA ESTRUTURAÇÃO POLÍTICA EDUCACIONAL NA ESCOLA .........213</p><p>2.1 CONSELHOS ESCOLARES ...............................................................................................................214</p><p>2.2 GRÊMIOS ESTUDANTIS ...................................................................................................................214</p><p>2.3 APPs – ASSOCIAÇÃO DE PAIS E PROFESSORES ..................................................................... 215</p><p>2.4 A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA E DA APRENDIZAGEM ..................................... 216</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................219</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 225</p><p>AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 226</p><p>REFERÊNCIAS ....................................................................................................................231</p><p>1</p><p>UNIDADE 1 -</p><p>AS POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>NA EDUCAÇÃO</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• conhecer aspectos relacionados ao conceito de políticas públicas e sua</p><p>funcionalidade;</p><p>• entender o que é a Constituição Federal e sua influência na Lei de Diretrizes e Bases</p><p>da Educação;</p><p>• reconhecer o histórico da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação;</p><p>da sociedade e da cultura; a língua portuguesa</p><p>como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e</p><p>exercício da cidadania;</p><p>II- adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a</p><p>iniciativa dos estudantes;</p><p>III- será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina</p><p>obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda,</p><p>em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.</p><p>IV- serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas</p><p>obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela</p><p>Lei n° 11.684, de 2008)</p><p>No que diz respeito à seção IV-A, encontramos a Educação Profissional Técnica</p><p>de Nível Médio (art. 35 ao art. 36-D). Estes artigos retratam como será desenvolvida esta</p><p>educação profissional técnica (BRASIL, 1996):</p><p>I- integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino</p><p>fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o</p><p>aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma</p><p>instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada</p><p>aluno; (Incluído pela Lei n° 11.741, de 2008)</p><p>II- concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já</p><p>o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada</p><p>curso, e podendo ocorrer: (Incluído pela Lei n° 11.741, de 2008)</p><p>a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades</p><p>educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei n° 11.741, de 2008)</p><p>b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as</p><p>oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei n°</p><p>11.741, de 2008)</p><p>c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios</p><p>de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao</p><p>desenvolvimento de projeto pedagógico unificado (Incluído pela</p><p>Lei n° 11.741, de 2008).</p><p>Com relação à titulação, a LDB assim determina para a Educação Profissional</p><p>Técnica de Nível Médio:</p><p>57</p><p>Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de</p><p>nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão</p><p>ao prosseguimento de estudos na educação superior. (Incluído pela</p><p>Lei n° 11.741, de 2008).</p><p>Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de</p><p>nível médio, nas formas articulada concomitante e subsequente,</p><p>quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade,</p><p>possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o</p><p>trabalho após a conclusão, com aproveitamento de cada etapa que</p><p>caracterize uma qualificação para o trabalho (Incluído pela Lei n°</p><p>11.741, de 2008) (BRASIL, 1996).</p><p>Por último, na Seção V – Da Educação de Jovens e Adultos, em seu artigo 37 diz que:</p><p>“Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram</p><p>acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”</p><p>(BRASIL, 1996).</p><p>Com este artigo podemos determinar que grande parte das matrículas do EJA</p><p>se encontram na rede pública, e o EJA tem a função de viabilizar e estimular o acesso</p><p>destes educandos à educação de qualidade e mediante ações integradoras.</p><p>Outro fator a ser observado diz respeito ao art. 38, relativo à avaliação destes</p><p>indivíduos. Que assim prescreve:</p><p>Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos,</p><p>que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao</p><p>prosseguimento de estudos em caráter regular.</p><p>§ 1° Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:</p><p>I- no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de</p><p>quinze anos;</p><p>II- no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito</p><p>anos.</p><p>§ 2° Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por</p><p>meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.</p><p>No que cabe ao Capítulo III – Da Educação Profissional e Tecnológica, esta possui</p><p>quatro artigos (art. 39 ao art. 42), que trazem em sua fundamentação os conceitos de</p><p>educação profissional e de tecnologia, além da articulação com a educação regular.</p><p>O Capítulo IV – Da Educação Superior, compõe-se de 15 artigos (art. 43 ao</p><p>57). A educação superior é vista como o “segmento que fecha o arco da composição</p><p>da educação formal e da oferta de ensino institucional sequenciado, de acordo com</p><p>a legislação educacional do país” (CARNEIRO, 2015, p. 500). Nesse capítulo, o ensino</p><p>superior se desdobra em cursos e programas, presentes no Artigo 44, sendo estes</p><p>estruturados com o ensino, pesquisa e extensão.</p><p>Já os Artigos 45 e 46 trazem a quem compete à docência desse ensino, além</p><p>das questões relativas à autorização e reconhecimento dos cursos.</p><p>58</p><p>Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino</p><p>superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou</p><p>especialização.</p><p>Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o</p><p>credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos</p><p>limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular</p><p>de avaliação.</p><p>1° Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente</p><p>identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá</p><p>reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação</p><p>de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em</p><p>suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em</p><p>descredenciamento.</p><p>2° No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por</p><p>sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá</p><p>recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.</p><p>O Artigo 47 trata do ano letivo, na educação superior, sendo necessária a</p><p>carga horária mínima de duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, sendo excluído</p><p>o tempo reservado aos exames finais, quando forem oferecidos. Trata ainda este</p><p>artigo de questões relativas ao oferecimento de cursos de qualidade tanto no período</p><p>diurno como noturno. Elenca-se também a obrigatoriedade da frequência de alunos</p><p>e professores às aulas como mecanismo de controle institucional.</p><p>No Artigo 48, dispõe-se sobre os diplomas de curso superior reconhecido.</p><p>Estes quando registrados, terão validade nacional como comprovação da formação</p><p>recebida pelo acadêmico. Algo importante a ser ressaltado é o que se apresenta a seguir:</p><p>1° Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias</p><p>registrados, e aqueles conferidos por instituições não universitárias</p><p>serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional</p><p>de Educação.</p><p>2° Os diplomas de graduação expedidos por universidades</p><p>estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham</p><p>curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos</p><p>internacionais de reciprocidade ou equiparação.</p><p>3° Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades</p><p>estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que</p><p>possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na</p><p>mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.</p><p>O § 1° traz uma inovação, conforme trata Carneiro (2015, p. 565):</p><p>O § 1° inova ao permitir que diplomas expedidos por universidades</p><p>sejam por elas próprias registrados. Neste caso, as universidades devem</p><p>estar autorizadas a funcionar e devem estar reconhecidas legalmente.</p><p>Legislação recente permite que qualquer universidade – pública ou</p><p>privada – possa registrar diplomas de IES não universitárias. Por outro</p><p>lado, permite igualmente que os centros universitários registrem seus</p><p>próprios diplomas.</p><p>59</p><p>IES = Instituições de Educação Superior.</p><p>NOTA</p><p>Com relação ao Artigo 49, ele trata da aceitação de transferência de alunos</p><p>regulares para cursos afins, existindo vagas para tal processo.</p><p>No Artigo 50, observam-se as questões relativas à abertura de matrículas</p><p>quando houver ocorrência de vagas, mediante processo seletivo prévio conforme a lei.</p><p>O Artigo 51 delibera sobre os critérios e normas de admissão dos acadêmicos,</p><p>sendo estas instituições legalmente credenciadas. Vejamos o que diz o Artigo 52:</p><p>Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação</p><p>dos quadros profissionais de</p><p>nível superior, de pesquisa, de extensão e de</p><p>domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:</p><p>I- produção intelectual institucionalizada mediante o estudo</p><p>sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do</p><p>ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;</p><p>II- um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica</p><p>de mestrado ou doutorado;</p><p>III- um terço do corpo docente em regime de tempo integral.</p><p>Conforme Carneiro (2015, p. 573), “a missão essencial da universidade é produzir</p><p>e disseminar conhecimento, via formação profissional avançada, em diferentes áreas do</p><p>saber”. Por este motivo recebem a denominação de instituições pluridisciplinares. No que diz</p><p>respeito à formação dos profissionais, a universidade busca professores especializados em</p><p>suas variadas áreas, trabalhando assim com o conhecimento articulado assegurando,</p><p>“quanto possível, o domínio e o cultivo do saber humano” (CARNEIRO, 2015, p. 573).</p><p>Quando se lê pluridisciplinar estamos nos remetendo a uma visão que quebra</p><p>a fragmentação imposta no conhecimento curricular. Conforme Carneiro (2015, p. 574),</p><p>“a universidade pluridisciplinar é um laboratório de formação e não de conformação”.</p><p>Assim, existe movimento, transformação.</p><p>Para que as instituições sejam pluridisciplinares é necessário que elas organizem</p><p>o conhecimento sob eixos estruturantes que envolvem:</p><p>i) a estrutura de diversas áreas do conhecimento;</p><p>ii) o vínculo entre domínio do conhecimento e o respectivo processo</p><p>de aquisição;</p><p>60</p><p>iii) identificação do conteúdo globalizante de cada subárea do</p><p>conhecimento (cursos), incluindo o saber específico e as</p><p>metodologias que vão diminuir a trajetória a ser palmilhada para a</p><p>assimilação deste saber;</p><p>iv) a captação da estrutura das disciplinas [...] (CARNEIRO, 2015, p. 574).</p><p>Ainda conforme Carneiro (2015, p. 575), “é necessário compreendermos que a</p><p>espinha dorsal da organização do ensino na universidade é a construção da unidade do</p><p>conhecimento por via da multiplicidade dos saberes”.</p><p>Os Artigos 53 e 54 trazem em evidência à palavra autonomia, assegurando</p><p>às universidades suas atribuições para o funcionamento e andamento dos trabalhos</p><p>educativos, observando sua organização no âmbito de contratação de profissionais, no</p><p>seu funcionamento, contando com um estatuto jurídico especial.</p><p>O Artigo 55 trata das questões relativas ao Orçamento Geral, que compete</p><p>União sua seguridade, junto às instituições superiores mantidas por ela. O Artigo</p><p>56 assim se apresenta:</p><p>Art. 56 As instituições públicas de educação superior obedecerão</p><p>ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de</p><p>órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos</p><p>da comunidade institucional, local e regional.</p><p>Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta</p><p>por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão,</p><p>inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias</p><p>e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.</p><p>Com relação a este artigo, podemos verificar que a gestão democrática vista</p><p>como matéria de definição constitucional, conforme o art. 206, inc. VI. Observa-se</p><p>que esta gestão deve ser apresentada nos documentos que legislam cada sistema e</p><p>juntamente aos regulamentos de cada instituição.</p><p>O Artigo 57 trata das questões relativas às horas que o professor deverá realizar</p><p>na instituição pública de educação superior, sendo esta carga mínima de oito horas</p><p>semanais de aulas.</p><p>“O Capítulo V – que trata da Educação Especial, possui em sua formação três</p><p>artigos (art. 58 ao 60), que determinam a regulamentação, da definição conceitual</p><p>da educação especial enquanto modalidade de ensino presente em todos os níveis”</p><p>(SANTOS, 2012, p. 39).</p><p>Nesses artigos temos presente o que consta na Constituição Federal de 1988,</p><p>que define as formas de organização, estruturação, preferencialmente na rede regular</p><p>de ensino. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, então encontramos o desejo de</p><p>uma sociedade inclusiva.</p><p>61</p><p>Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a</p><p>modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular de</p><p>ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas</p><p>habilidades ou superdotação (Redação dada pela Lei n° 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996).</p><p>Quem são os “educandos portadores de necessidades especiais?” Conforme Carneiro</p><p>(2015, p. 610-611), assim fica delineado:</p><p>• Aluno com deficiência mental.</p><p>• Aluno com deficiência auditiva.</p><p>• Aluno com deficiência visual.</p><p>• Aluno com deficiência múltipla.</p><p>• Aluno com deficiência motora.</p><p>• Aluno com condutas típicas.</p><p>• Aluno com Síndrome de Down.</p><p>• Aluno com autismo.</p><p>• Aluno com déficit de atenção/hiperatividade.</p><p>• Aluno com transtornos do pensamento e da linguagem.</p><p>• Aluno com transtorno de personalidade.</p><p>• Aluno com dificuldade de aprendizagem.</p><p>• Aluno superdotado.</p><p>• Aluno em classes hospitalares, em centros de reabilitação ou</p><p>convalescência, em domicílio.</p><p>• Alunos oriundos de contextos culturais minoritários (indígenas,</p><p>ciganos).</p><p>• Alunos com problemas de autoconceito.</p><p>• Alunos submetidos a níveis agudos de privação cultural.</p><p>O autor ainda trata de outros registros crescentes na sociedade de alunos especiais</p><p>relativos a situações de risco e de trabalho forçado, privando a vida dos educandos como:</p><p>• Alunos filhos de pais separados.</p><p>• Alunos filhos de pais alcoólatras.</p><p>• Alunos sem pais.</p><p>• Alunos filhos de pais desempregados.</p><p>• Alunos filhos de pais encarcerados.</p><p>• Alunos dependentes de drogas.</p><p>• Alunos com problemas de subnutrição.</p><p>• Alunos/meninos de rua.</p><p>• Alunos que vivem em situação de risco.</p><p>• Alunos cujos pais vivem em trânsito/filhos de famílias circenses,</p><p>de caminhoneiros, boias-frias, agricultores em terra, de famílias</p><p>ciganas etc. (CARNEIRO, 2015, p. 45).</p><p>Frente ao exposto, podemos determinar que os educandos que necessitam de</p><p>atendimento educacional especializado precisam estar em uma escola que seja flexível</p><p>e possua uma equipe multidisciplinar capaz de realizar este apoio aos professores que</p><p>se comprometem com o ensino, favorecendo um ambiente em que a aprendizagem</p><p>seja voltada às políticas inclusivas.</p><p>62</p><p>Essa temática será mais aprofundada no Livro Didático de Estudos de</p><p>Educação Inclusiva.</p><p>NOTA</p><p>Já o Artigo 59 trata das questões relativas aos educandos que possuam</p><p>transtornos globais do desenvolvimento e as altas habilidades ou superdotação,</p><p>apresentando-lhes currículo, métodos e recursos educativos para atender suas</p><p>necessidades. A escola deverá possuir professores com especialização em nível</p><p>superior, bem como os professores regentes serem capacitados para a integração</p><p>destes educandos. Trata-se, também, do acesso igualitário aos programas sociais.</p><p>O Artigo 60 trata das questões relativas aos órgãos normativos dos sistemas</p><p>de ensino referentes à educação especial na esfera privada “sem fins lucrativos,</p><p>especializadas, e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio</p><p>técnico e financeiro pelo poder público” (BRASIL, 1996).</p><p>Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa</p><p>preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com</p><p>deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas</p><p>habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de</p><p>ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste</p><p>artigo (Redação dada pela Lei n° 12.796, de 2013) (BRASIL, 1996).</p><p>De acordo com Carneiro (2015, p. 640):</p><p>A Educação Especial no Brasil desenvolveu-se, primeiramente, em</p><p>instituições privadas sem fins lucrativos. Só depois, mercê de grandes</p><p>pressões sociais, o Estado passou a se ocupar do assunto. Neste sentido,</p><p>não se pode esquecer da grande contribuição que instituições como</p><p>as Apaes, Pestalozzi, Febiex e tantas outras ofereceram e continuam a</p><p>oferecer para o desenvolvimento da Educação Especial no Brasil.</p><p>Cabe ressaltar ainda que com a colaboração da sociedade, como confere a</p><p>Constituição Federal, em</p><p>seu Artigo 205, a lei reconhece que se necessita de órgãos</p><p>normatizadores junto ao sistema de ensino, para definirem critérios de caracterização</p><p>institucional e pedagógico, para que as instituições que tratam da educação especial</p><p>recebam o apoio técnico e financeiro do Poder Público.</p><p>Título VI</p><p>Dos Profissionais da Educação</p><p>Este título IV é composto por seis artigos, art. 61 a 67. Estes artigos buscam</p><p>definir quem são os profissionais da educação. Também é tratado de sua formação</p><p>profissional (BRASIL, 1996).</p><p>63</p><p>Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os</p><p>que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em</p><p>cursos reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei n° 12.014, de 2009)</p><p>I- professores habilitados em nível médio ou superior para a</p><p>docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e</p><p>médio; (Redação dada pela Lei n° 12.014, de 2009)</p><p>II- trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com</p><p>habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e</p><p>orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou douto-</p><p>rado nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei n° 12.014, de 2009)</p><p>III- trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso</p><p>técnico ou superior em área pedagógica ou afim (Incluído pela Lei</p><p>n° 12.014, de 2009).</p><p>Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo</p><p>a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem</p><p>como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação</p><p>básica, terá como fundamentos: (Incluído pela Lei n° 12.014, de 2009)</p><p>I- a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento</p><p>dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de</p><p>trabalho; (Incluído pela Lei n° 12.014, de 2009)</p><p>II- a associação entre teorias e práticas, mediante estágios</p><p>supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei n°</p><p>12.014, de 2009)</p><p>III- o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em</p><p>instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei n°</p><p>12.014, de 2009)</p><p>Os Artigos 61, 62, 63, 64 e 65 retratam a preocupação deste profissional da</p><p>educação, que são os professores que “ministram o ensino, e os demais, que apoiam</p><p>todo o processo de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento do aluno, além dos</p><p>vários caminhos de formação. Já o Art. 66 fixa a diferenciação existente com relação à</p><p>preparação para o magistério superior” (CARNEIRO, 2015, p. 644).</p><p>Cabe ressaltar aqui a presença da formação continuada, apresentada no Artigo</p><p>62 em seus incisos. Além do Artigo 67, que institui a valorização dos profissionais da</p><p>educação. Esta temática será apresentada na próxima unidade deste caderno.</p><p>Título VII</p><p>Dos Recursos Financeiros</p><p>Esse título é formado por nove artigos, os quais vão do art. 68 ao 77, dando</p><p>ênfase aos recursos destinados à educação.</p><p>Vamos a eles: o Artigo 68 se refere a quais são os recursos públicos a serem</p><p>investidos na educação e sua origem. No Artigo 69 trata-se da fixação dos percentuais</p><p>a serem aplicados na educação.</p><p>Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os</p><p>Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento,</p><p>ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas,</p><p>da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências</p><p>constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público.</p><p>64</p><p>Conforme Santos (2012, p. 49), a fixação destes investimentos em educação</p><p>em percentuais fixados acaba por impedir dois problemas, a dizer: “a. A desvalorização</p><p>financeira dos recursos alocados para esse fim. b. O descompromisso dos entes</p><p>federativos com suas atribuições constitucionais, no que tange ao financiamento da</p><p>educação pública”.</p><p>No Artigo 70 apresentam-se as definições sobre a finalidade das verbas e</p><p>manutenção da Educação.</p><p>O artigo 71 trata de complementar o que foi apresentado no artigo anterior.</p><p>Já os Artigos 72 e 73 se referem à divulgação publicamente dos valores</p><p>aplicados anualmente no desenvolvimento e manutenção do ensino, bem como as regras</p><p>para a prestação das contas das operações financeiras concretizadas.</p><p>O Artigo 74 trata da fixação de um valor mínimo para cada aluno da rede de</p><p>ensino, sendo este valor repassado pela União, de forma colaborativa com os Estados,</p><p>Distrito Federal e Municípios, assegurando assim um ensino de qualidade.</p><p>Este cálculo será realizado ao final de cada ano letivo pela União e será repassado</p><p>observando as questões relativas às variações regionais no custo dos produtos e nas</p><p>variadas modalidades de ensino.</p><p>Artigo 75: “A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será exercida</p><p>de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo</p><p>de qualidade de ensino” (BRASIL, 1996). Observa-se que neste artigo se busca reduzir as</p><p>desigualdades regionais relativas à educação nacional.</p><p>O Artigo 76 complementa o artigo anterior, dando a entender que existirá um</p><p>regime de colaboração entre Estados, Municípios e a União no que tange à educação.</p><p>Já o Artigo 77 trata da regulação das transferências de recursos públicos</p><p>para instituições que tratam da educação, como escolas comunitárias, confessionais ou</p><p>filantrópicas que possuam comprovação de finalidade não lucrativa além da prestação de</p><p>contas ao poder público.</p><p>Título VIII</p><p>Das Disposições Gerais</p><p>Neste título estão apresentados os artigos 78 a 86, que tratam sobre a regulação</p><p>específica relativa a questões que abarcam desde a educação indígena, educação de</p><p>jovens e adultos (EJA), chegando à educação a distância.</p><p>O artigo 78, aborda a educação indígena:</p><p>65</p><p>“Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências</p><p>federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas</p><p>integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e intercultural</p><p>aos povos indígenas [...]” (BRASIL, 1996). Este artigo da LDB vem com o conceito de</p><p>multiculturalismo, com o objetivo de assim poder trabalhar com conteúdos ligados às</p><p>culturas indígenas, respeitando sua língua e sua cultura.</p><p>O Artigo 79 trata de questões relativas à competência da União em subsidiar</p><p>os sistemas de ensino que promovam a educação intercultural, também apresentada nos</p><p>PCN, onde desenvolve o tema transversal da pluralidade cultural. No Artigo 79-B, inclui-se a</p><p>Lei 10.639/03, que cria nos calendários escolares a data relativa ao Dia da Consciência</p><p>Negra, sendo ela dia 20 de novembro.</p><p>[...] deve ser registrado, no entanto, que a noção de interculturalismo</p><p>presente nesse documento não obedece à acepção própria da</p><p>palavra, pois não enfatiza a relação entre as diversas culturas e etnias,</p><p>mas pensa nelas como identidades estanques – negro, branco,</p><p>indígena – e, alguns dos conteúdos culturais relativos a esses grupos</p><p>são incluídos de modo pontual (SANTOS, 2012, p. 52).</p><p>No Artigo 80 nos deparamos com a responsabilidade dos sistemas de ensino</p><p>relativos à Educação a Distância. Isso nos interessa muito, caro acadêmico, pois você</p><p>está realizando seus estudos numa instituição de ensino a distância.</p><p>Conforme Carneiro (2015, p. 784), “o artigo 80 determina que o Poder Público</p><p>vai não apenas incentivar o desenvolvimento de programas de Educação a Distância,</p><p>mas também programas de educação continuada, dentro do entendimento de que a</p><p>educação não é um produto, é um processo e, portanto, nunca se termina de aprender”.</p><p>O autor continua seu pensamento dizendo que:</p><p>Neste horizonte, sinaliza o CNE/CEB, na Res. 04/2010, ao definir as</p><p>Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica que:</p><p>‘[...] a organização curricular deve levar em conta as experiências</p><p>escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas</p><p>pelas relações sociais, articulando vivências e saberes dos estudantes’</p><p>(CARNEIRO, 2015, p. 784).</p><p>Com isso afirmamos que a Educação a Distância (EAD) se utiliza de espaços</p><p>virtuais para multiplicar as possibilidades de aprendizagem, conforme</p><p>Carneiro (2015, p.</p><p>785). Para que exista esta multiplicação de saberes necessitamos das TICs – Tecnologias</p><p>de Informação e Comunicação.</p><p>Os programas de Educação a Distância possuem e preveem a obrigatoriedade</p><p>de momentos presenciais em: “avaliações de estudantes; estágios obrigatórios, quando</p><p>previstos na legislação pertinente; defesa de trabalhos de conclusão de curso, quan-</p><p>do previstos na legislação pertinente; atividades relacionadas a laboratórios de ensino,</p><p>quando for o caso” (CARNEIRO, 2015, p. 776).</p><p>66</p><p>Estes programas de Educação a Distância possuem os mesmos rigores da lei</p><p>para seu funcionamento, e os níveis de qualidade dos cursos e programas oferecidos</p><p>também possuem o mesmo peso.</p><p>Observe, acadêmico, que o educando desta modalidade de ensino, como você,</p><p>possui uma maior responsabilidade, cabe a cada aluno três características, pontuadas</p><p>por Carneiro (2015, p. 777):</p><p>a) É autodiretivo, portanto, responsável pela agenda de estudos</p><p>independentes;</p><p>b) é possuidor de experiência e, por isso, seletivo no conteúdo da</p><p>aprendizagem; e, por fim,</p><p>c) é operativo, o que o ajuda no curso dos conhecimentos práticos,</p><p>ou seja, daqueles conhecimentos que respondem e correspondem</p><p>a suas necessidades imediatas.</p><p>Por este motivo, acadêmico, a importância de você participar dos fóruns,</p><p>enquetes, realizar a leitura das trilhas, ler seu Caderno de Estudos, buscar maiores</p><p>informações através das tecnologias oferecidas por sua instituição de ensino, as quais</p><p>são muitas e na maior parte das vezes são deixadas de lado. Vamos utilizá-las para</p><p>melhor desempenho de nossos trabalhos.</p><p>As instituições na modalidade a distância também podem, através da Portaria</p><p>Normativa n° 2/2007, realizar a abertura de polos, claro que com as respectivas</p><p>regulamentações, como se apresenta nesta portaria.</p><p>Cabe ressaltar que o papel do professor, neste ambiente de interatividade aberta</p><p>condiz com as palavras de Carneiro (2015, p. 785) assim apresentadas: “o papel do</p><p>professor agrega responsabilidades adicionais à medida que o aluno tende a substituir</p><p>a passividade tradicional por interações e interlocuções permanentes em torno de sua</p><p>autoformação, tendo como consequência a construção continuada do processo de</p><p>autonomia e de postura crítica”.</p><p>Já no Artigo 81, a LDB faz uma quebra, estimulando a radicalidade do pensamento</p><p>pedagógico e da prática escolar, deixando de lado aquele modelo pronto, dando ao</p><p>aluno a possibilidade de construção de seus conteúdos, tendo ele a responsabilidade</p><p>de autorreger-se.</p><p>O Artigo 82 trata de questões relativas às normas de realização do estágio,</p><p>aprovada em agosto de 2008 pelo Congresso Nacional, e sancionada pelo Presidente</p><p>da República.</p><p>Sabemos que os estágios são parte integrante do projeto pedagógico do curso</p><p>“integrando, portanto, o itinerário formativo do aluno, seu foco bipolar: desenvolvimento</p><p>de competências no campo da atividade profissional projetada e contextualização do</p><p>currículo mediante a integração teoria/prática” (CARNEIRO, 2015, p. 788).</p><p>67</p><p>Cabe ressaltar, acadêmico, que a partir do sexto módulo você realizará seus</p><p>estágios. Observe que eles são de extrema importância, dando a você a possibilidade de</p><p>vislumbrar e colocar à prova todos os ensinamentos já construídos e apreender novos.</p><p>Veja que os estágios possuem hoje uma elasticidade, pois temos na atualidade</p><p>dois tipos, que são: o estágio obrigatório e o não obrigatório, também conhecido como</p><p>estágio remunerado.</p><p>O estágio obrigatório consta no projeto do curso das instituições de ensino e</p><p>das respectivas diretrizes curriculares e o cumprimento de seus acordos legais, sendo</p><p>isso imprescindível para a obtenção do diploma e consequentemente para seu registro</p><p>profissional.</p><p>Já o estágio não obrigatório, também conhecido como estágio remunerado, é</p><p>uma atividade opcional, acrescida “à carga horária regular obrigatória ou, ainda, assume o</p><p>caráter de uma atividade de formação complementar remunerada” (CARNEIRO, 2015, p. 788).</p><p>O Artigo 83 trata do ensino militar, que continua sendo realizado e mantido por</p><p>legislação específica.</p><p>O Artigo 84 se refere aos discentes da educação superior, que poderão ser</p><p>aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa por suas instituições, exercendo funções</p><p>de monitoria. Esta monitoria, conforme Carneiro (2015, p. 794):</p><p>[...] é uma atividade desenvolvida na educação superior com quatro</p><p>objetivos assim definidos:</p><p>i) estimular o aluno a um permanente alto nível de estudo;</p><p>ii) gerar um relacionamento pedagógico elevado e produtivo entre</p><p>alunos e professores;</p><p>iii) auxiliar o professor no desenvolvimento de atividades didático-</p><p>pedagógicas;</p><p>iv) suscitar, no aluno, o interesse pela carreira docente.</p><p>Já o Artigo 85 estabelece que:</p><p>Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá</p><p>exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de</p><p>docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado</p><p>por professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os</p><p>direitos assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do</p><p>Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.</p><p>Este artigo traz à tona questões relativas ao compadrio, permanecendo no cargo</p><p>sem que tenha feito ou participado de concurso público.</p><p>68</p><p>Compadrio: relações entre compadres; proteção excessiva ou injusta</p><p>(FERREIRA, 2001, p. 176).</p><p>NOTA</p><p>O Artigo 86 trata do estabelecimento de vínculo entre as IES com o Sistema</p><p>Nacional de Ciência e Tecnologia.</p><p>Título IX</p><p>Das Disposições Transitórias</p><p>Este título é composto por seis artigos que vão do art. 87 ao art. 92. Conforme Santos</p><p>(2012, p. 54), “nele estão definidas ações legais com abrangência futura, e a partir dele, é</p><p>possível perceber que a atual LDB revoga todas as Leis de Diretrizes e Bases anteriores”.</p><p>O Artigo 87 institui a Década da Educação, que se inicia em 1997, onde se</p><p>passa a realizar diversas políticas que fomentam a melhoria da educação em nosso país.</p><p>A LDB instituiu a Década da Educação ao iniciar-se um ano após</p><p>a publicação da lei. A ideia era importante porque recolocava, mais</p><p>uma vez, a necessidade de se criarem mecanismos favoráveis à</p><p>atenção dos poderes públicos e da sociedade para a questão da</p><p>educação. A experiência tem mostrado que somente ações de rotina</p><p>são incapazes de levar a sociedade brasileira a ultrapassagem de</p><p>índices educacionais desfavoráveis, mesmo quando comparamos o</p><p>Brasil com alguns países da América Latina (CARNEIRO, 2015, p. 798).</p><p>Com estas palavras, podemos parar para refletir um pouco: será que foi conquistada</p><p>a educação universal para nossa população, conforme apresentado em artigos anteriores?</p><p>Como fechamento deste título da LDB, citamos Carneiro (2015, p. 799), o qual diz que:</p><p>A ideia não passou de uma utopia jamais realizada, exatamente</p><p>porque em educação, antes de marcar o curso dos processos, é</p><p>necessário demarcar os recursos para os procedimentos. [...]. Em</p><p>2015, exibi-los, ainda, uma enorme população analfabeta: 9% da</p><p>população brasileira! Isto sem esquecer nosso altíssimo percentual</p><p>de analfabetos funcionais.</p><p>Caro acadêmico, talvez você esteja se sentindo cansado com essa leitura, mas</p><p>é necessária para que nos sintamos instigados a modificar o quadro que se apresenta</p><p>na nossa realidade educacional.</p><p>Assim, faça a autoatividade para verificar se conseguiu adquirir mais</p><p>conhecimentos relativos à Lei de Diretrizes e Bases da Educação.</p><p>69</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – está inserida na Constituição</p><p>Federal.</p><p>• A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi a Lei n° 4.024, de 20</p><p>de dezembro de 1961, foi difícil sua elaboração, pois foi deixada correr de maneira</p><p>frouxa, sem acompanhamento de perto.</p><p>• No ano de 1971 surge a nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases, a Lei n° 5.692/71,</p><p>que recebeu o nome oficial de Lei da Reforma do Ensino de 1° e 2° Graus.</p><p>• A terceira LDB foi a Lei n° 9.394/1996.</p><p>• A LDB é vista como “a maior</p><p>de todas as políticas públicas regulatórias, pois sua</p><p>estrutura define as relações, os acordos e os conflitos que podem se desenrolar no</p><p>âmbito da educação brasileira” (SANTOS, 2012, p. 30).</p><p>• Da Educação: Art. 1° “A educação abrange os processos formativos que se</p><p>desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições</p><p>de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e</p><p>nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996).</p><p>• Deveres do Estado: este título é formado por quatro artigos, art. 4°, 5°, 6° e 7°, que</p><p>tratam dos deveres e responsabilidades do Estado e da sociedade civil no que tange</p><p>à educação escolar.</p><p>• Organização da Educação Nacional: este título vai do art. 8° ao art. 20, que trata da</p><p>organização da educação nacional, apresentando as competências de cada nível</p><p>da federação, sendo eles: União, Estados, Distrito Federal e municípios. Ressalta-se</p><p>que neste momento da organização da educação nacional, todos os segmentos,</p><p>União, Estados e Municípios devem buscar um trabalho de colaboração que auxilie</p><p>na aplicação das políticas públicas.</p><p>• Dos Profissionais da Educação: este título IV é composto por seis artigos, art. 61 a</p><p>67. Esses artigos buscam definir quem são os profissionais da educação. Também é</p><p>tratado de sua formação profissional.</p><p>• Dos Recursos Financeiros: esse título é formado por nove artigos, os quais vão do</p><p>art. 68 ao 77, dando ênfase aos recursos destinados à educação.</p><p>70</p><p>• Das Disposições Gerais: neste título estão apresentados os artigos 78 a 86, que</p><p>tratam sobre a regulação específica relativa a questões que abarcam desde a</p><p>educação indígena, educação de jovens e adultos (EJA) chegando à educação</p><p>a distância.</p><p>• O Título IX – Das Disposições Transitórias é composto por seis artigos que vão do art.</p><p>87 ao art. 92. Conforme Santos (2012, p. 54), “nele estão definidas ações legais com</p><p>abrangência futura, e a partir dele é possível perceber que a atual LDB revoga todas</p><p>as Leis de Diretrizes e Bases anteriores”.</p><p>• Das Disposições Transitórias: o Artigo 87 institui a Década da Educação que se inicia</p><p>em 1997, onde se passa a realizar diversas políticas que fomentam a melhoria da</p><p>educação em nosso país.</p><p>71</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 (ENADE, 2011) Na Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação</p><p>Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o</p><p>desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória em todos os níveis e</p><p>modalidades de ensino. De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos</p><p>na referida Política, avalie as afirmações a seguir.</p><p>I- A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção de</p><p>direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis.</p><p>II- A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos</p><p>com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/</p><p>superdotação nas escolas regulares.</p><p>III- O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e</p><p>organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para</p><p>a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas.</p><p>IV- O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções que</p><p>prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento educacional</p><p>especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, na mesma escola.</p><p>FONTE: <https://bit.ly/3zMYAzL>. Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>É CORRETO apenas o que se afirma em:</p><p>a) ( ) I e III.</p><p>b) ( ) I e IV.</p><p>c) ( ) II e IV.</p><p>d) ( ) I, II e III.</p><p>e) ( ) II, III e IV.</p><p>2 No tocante às Universidades, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu artigo</p><p>52 afirma que: “As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos</p><p>quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio</p><p>e cultivo do saber humano [...] (BRASIL, 1996). Assim, quando o artigo 52 afere o</p><p>termo “instituições pluridisciplinares de formação”, está incidindo um determinado</p><p>significado. Analise as sentenças a seguir:</p><p>FONTE: BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/2XEPYt1. Acesso em: 8 mar. 2021.</p><p>I- Refere-se à produção de conhecimento, através da formação profissional reduzida, em</p><p>somente uma área.</p><p>II- Refere-se a uma visão que vem quebrar a fragmentação imposta no conhecimento</p><p>curricular.</p><p>72</p><p>III- Refere-se à busca de conhecimentos articulados nas mais diversas áreas</p><p>assegurando o cultivo do ser humano.</p><p>IV- Podemos considerar como sendo uma universidade pluridisciplinares aquela que é</p><p>um laboratório de formação.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas.</p><p>b) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>c) ( ) As sentenças III e I estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>3 (ENADE, 2017) Historicamente, o financiamento da escola pública no Brasil tem sido</p><p>um direito conquistado com muitas lutas, especialmente para garantir o acesso e a</p><p>permanência da classe trabalhadora nessa instituição. Desde que a educação era</p><p>uma espécie de concessão do rei de Portugal aos Jesuítas até a vinculação para</p><p>a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), estabelecida pela Constituição</p><p>Federal de 1988, a história do financiamento da educação se concentra no movimento</p><p>por preservação, restabelecimento e aumento dos percentuais de vinculação.</p><p>FONTE: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da</p><p>Educação Básica. Pradime: programa de Apoio aos Dirigentes</p><p>Municipais de Educação. Brasília, 2006.</p><p>Tendo como referência a política de financiamento vigente no Brasil, analise as sentenças</p><p>a seguir:</p><p>I- Os percentuais mínimos, estabelecidos constitucionalmente, que os entes federados</p><p>devem vincular para serem aplicados na MDE são: 18% pelo governo federal, 25% por</p><p>estados e Distrito Federal e 30% por municípios.</p><p>II- Os municípios devem atuar na Educação Infantil e, com prioridade, no Ensino</p><p>Fundamental, podendo ofertar outros níveis quando estiverem atendidas, na</p><p>plenitude, as necessidades de sua área de competência.</p><p>III- A não aplicação pelo município do percentual mínimo obrigatório resultante da</p><p>receita de impostos em MDE pode acarretar a intervenção do estado, a rejeição das</p><p>contas pelo Tribunal de Contas, a impossibilidade de celebração de convênios com o</p><p>estado e a União e a perda de assistência financeira pelo estado quanto pela União.</p><p>IV- O Fundo de Manutenção e desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos</p><p>Profissionais da Educação (Fundeb), de natureza contábil, é constituído por 20% de</p><p>recursos distribuídos aos estados e seus municípios, proporcionalmente ao número</p><p>de escolas públicas existentes em cada um deles.</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2017/37_PEDAGORIA_LICENCIATURA_BAIXA.</p><p>pdf>. Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>73</p><p>É CORRETO apenas o que se afirma em:</p><p>a) ( ) I e IV.</p><p>b) ( ) II e III.</p><p>c) ( ) III e IV.</p><p>d) ( ) I, II e IV.</p><p>4 No âmbito das políticas sociais e, particularmente na educação, há de se fazer valer</p><p>o que está na Constituição de 1988, na LDB e na Lei do Plano Nacional de Educação:</p><p>o regime de colaboração. Nos capítulos da legislação que determinam as respectivas</p><p>competências em matéria de educação, se afirma e reafirma o regime de colaboração.</p><p>Considerando que convivemos e conviveremos com grande diversidade no ponto de</p><p>partida, cuja reificação manterá a desigualdade como princípio. Devemos organizar</p><p>as formas de colaboração que permitam a progressiva 'unidade da diversidade',</p><p>dentro da qual serão asseguradas as mesmas condições e oportunidades de</p><p>acesso e frequência na escola (SOUZA; GOUVEIA; TAVARES, 2013). Os autores desta</p><p>citação relativa ao Plano Nacional de Educação – PNE –, junto às políticas sociais</p><p>correspondentes à educação, delimitaram vinte metas e estratégias para o setor</p><p>no próximo decênio. Entre essas metas, temos a que se refere</p><p>à universalização do</p><p>Ensino Fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos. Sobre as</p><p>estratégias necessárias para atingirmos essa meta, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- Para alcançar este objetivo é necessário criar novas políticas públicas.</p><p>II- Deverão ser previstas estas estratégias através de lei.</p><p>III- A meta será aplicada por todos os membros federados.</p><p>IV- Realizar metas insistentes no Plano Nacional de Educação.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>FONTE: SOUZA, Â. R. de; GOUVEIA, A. B.; TAVARES, T. M.</p><p>(Orgs.). Políticas Educacionais: Conceitos e Debates. 2. ed.</p><p>Curitiba: Appris, 2013.</p><p>a) ( ) Somente a sentença IV está correta</p><p>b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas</p><p>c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.</p><p>5 Referente ao Título I da Educação, no Artigo 1°, encontram-se presentes os processos</p><p>formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,</p><p>nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da</p><p>sociedade civil e nas manifestações culturais. Observa-se aqui que este artigo trata</p><p>não somente da educação formal, mas também da informal. Quando falamos  da</p><p>vinculação do aluno no campo do trabalho, a educação passa a apresentar quatro</p><p>conceitos estruturantes. Quanto aos quatro conceitos estruturantes, indique quais</p><p>são e tenha como base as ações que competem a cada movimento.</p><p>74</p><p>6 A Lei de Diretrizes e Bases é o documento que orienta os profissionais da educação em</p><p>todas as suas ações. Em seus artigos, encontram-se os diversos atos que amparam</p><p>estes profissionais. Os Artigos 12, 13 e 14 que constam na Lei de Diretrizes e Bases</p><p>da Educação – LDB 9.394/96 – tratam dos elementos que compõem a tríade: família,</p><p>escola e comunidade. Desta maneira, disserte sobre a importância da tríade 'escola,</p><p>família e comunidade' na vida dos educandos.</p><p>75</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO</p><p>E RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Após a análise da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, podemos determinar</p><p>que esta abarca todas as ações e políticas públicas educacionais que são necessárias</p><p>ao desenvolvimento e à busca de uma educação universal. Com isso, passaremos</p><p>agora a tratar dos documentos que abarcam as metas e estratégias para auxiliar no</p><p>desenvolvimento destas ações.</p><p>Enquanto profissionais da educação necessitamos estar cientes das dificuldades,</p><p>mas também das diversas possibilidades de desenvolvimento das políticas públicas</p><p>apresentadas pelo governo federal, estadual e municipal.</p><p>Para tanto, falaremos sobre a busca pela qualidade na educação brasileira, através</p><p>do PNE – Plano Nacional de Educação, com um breve histórico, o que se avançou e o</p><p>que será necessário para a aplicabilidade deste plano para a nova década (2011-2020).</p><p>UNIDADE 1</p><p>2 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – HISTÓRICO</p><p>Acadêmico, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação podemos delinear</p><p>o interesse em modificar o quadro existente em nosso país, relativo à educação.</p><p>Esta qualificação educacional perpassa por diversas políticas públicas que</p><p>devem auxiliar o desenvolvimento e crescimento da qualidade de vida do cidadão</p><p>brasileiro, desde o início de sua vida educacional até sua vida adulta.</p><p>Relativo a isso, falaremos de um documento que pauta políticas e metas para</p><p>dez anos na educação nacional.</p><p>O Plano Nacional da Educação possui um histórico, e passa a ser visto na</p><p>primeira LDB, Lei n° 4.024/1961 como “instrumento de distribuição de recursos para os</p><p>diferentes níveis de ensino” (AZANHA, 1998, p. 110). Sucederam-se vários planos, mas, a</p><p>maioria não obteve êxito, pois, como observam Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 178):</p><p>76</p><p>Os planos que sucederam o de 1962 revelaram-se mais tentativas</p><p>frustradas do que planos efetivos de educação, uma vez que as</p><p>coordenadas de ação do setor eram obstaculizadas pela falta de</p><p>integração entre os diferentes ministérios, especialmente em razão</p><p>do fato de a educação nunca ter sido prioridade governamental, a</p><p>não ser nos discursos, e da descontinuidade administrativa que tem</p><p>caracterizado os sucessivos governos.</p><p>Os autores ainda preconizam que:</p><p>Vale salientar, todavia, que os planos até então existentes se ligavam</p><p>aos pressupostos definidos na LDB, diferentemente do ocorrido após</p><p>a promulgação da Constituição de 1988, que determina a instituição</p><p>do Plano Nacional de Educação por lei, sendo, portanto, autônomo</p><p>em relação ao que se estabelece na nova LDB (LIBÂNEO; OLIVEIRA;</p><p>TOSCHI, 2012, p. 178).</p><p>Em 1990, início do governo de Fernando Collor, realiza-se a discussão internacional</p><p>para um plano decenal para os nove países mais populosos do Terceiro Mundo. Este plano</p><p>foi uma proposta da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação –, à</p><p>Ciência e à Cultura, pelo Banco Mundial e pela UNICEF – Fundo das Nações Unidas para</p><p>Infância –, sendo que sua publicação ocorreu em 1993, mas não saiu do papel.</p><p>O Plano Decenal de Educação para Todos foi apresentado pelo governo</p><p>brasileiro em Nova Delhi, num encontro promovido pela Unicef e pelo Banco</p><p>Mundial e que reuniu os nove países mais populosos do Terceiro Mundo</p><p>– Tailândia, Brasil, México, Índia, Paquistão, Bangladesh, Egito, Nigéria e</p><p>Indonésia – que, juntos, possuem mais da metade da população mundial.</p><p>FONTE: <http://www.educabrasil.com.br/plano-decenal-de-educacao-para-todos/>.</p><p>Acesso em: 30 jul. 2016.</p><p>NOTA</p><p>Fernando Henrique Cardoso, empossado em 1995, apresentou seu Plano</p><p>Nacional de Educação “como continuidade do Plano Decenal de 1993 (art. 87, § 1°, da</p><p>Lei n° 9.394/1996)” (LIBÂNEAO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 179). Este plano foi elaborado</p><p>pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), tendo somente</p><p>alguns interlocutores.</p><p>Já em 2001, o PNE – Plano Nacional de Educação – foi aprovado pelo Congresso</p><p>Nacional, pela Lei n° 10.172, de 9 de janeiro de 2001, tendo seu encerramento no final do</p><p>ano de 2010.</p><p>77</p><p>Observa-se que este foi o primeiro Plano Nacional de Educação “submetido à</p><p>aprovação do Congresso Nacional, por exigência legal inscrita tanto na Constituição</p><p>Federal de 1988 (art. 214) como na LDB n° 9.394/1996 (art. 87, § 1°)” (LIBÂNEO; OLIVEIRA;</p><p>TOSCHI, 2012, p. 182).</p><p>Cabe salientar que, conforme apresentado no plano, os municípios, estados e</p><p>Distrito Federal deveriam elaborar seus planos decenais, onde a sociedade foi convidada</p><p>para sua elaboração, mas, vê-se que em muitos estados e municípios do país isso não</p><p>ocorreu. De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 181): “Entre as razões para</p><p>a elaboração do PNE, figurava a premência de haver um plano de Estado, ou seja, um</p><p>projeto de educação que tivesse duração e vigência independentes dos governos no</p><p>poder, garantindo a continuidade das políticas públicas para a educação”.</p><p>O Plano Nacional da Educação (2001-2010) teve quatro objetivos básicos:</p><p>a) A elevação global do nível de escolaridade da população.</p><p>b) A melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis.</p><p>c) A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao</p><p>acesso à escola pública e à permanência, com sucesso, nela.</p><p>d) A democratização da gestão de ensino público nos</p><p>estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da</p><p>participação dos profissionais da educação na elaboração do</p><p>projeto pedagógico da escola e da participação da comunidade</p><p>escolar e local em conselhos escolares e equivalentes (LIBÂNEO;</p><p>OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 183).</p><p>Caro acadêmico, este Plano Nacional de Educação, como os que já haviam sido</p><p>elaborados, necessitava de avaliação periódica, mas isso foi algo que não ocorreu</p><p>de forma eficaz, e essa avaliação deveria ter sido realizada tanto pela sociedade civil</p><p>organizada como pelo Poder Legislativo, para verificar se as metas propostas foram</p><p>alcançadas ou não.</p><p>Já nos anos 2009 e 2010, viu-se a necessidade de instituir a Conferência</p><p>Nacional de Educação – Conae, que se constitui em:</p><p>[...] um espaço democrático de construção</p><p>de acordos entre atores</p><p>sociais, que, expressando valores e posições diferenciadas sobre</p><p>os aspectos culturais, políticos, econômicos, apontam renovadas</p><p>perspectivas para a organização da educação nacional e para a</p><p>formulação do Plano Nacional de Educação 2011-2020 (CONAE,</p><p>2010a, p. 9).</p><p>Observa-se que a Conae teve participação direta na formulação também do</p><p>PNE 2011-2020.</p><p>78</p><p>O documento final da Conae você pode ver na íntegra no link: http://pne.</p><p>mec.gov.br/images/pdf/CONAE2010_doc_final.pdf.</p><p>DICAS</p><p>Entre os anos 2003 e 2006, as Políticas Educacionais empreendidas no primeiro</p><p>governo Lula apresentaram um programa para a educação intitulado “Uma Escola do</p><p>Tamanho do Brasil”.</p><p>Considerando a educação como condição para a cidadania, o</p><p>governo Lula mostrou-se determinado a reverter o processo de</p><p>municipalização predatória da escola pública, propondo marco</p><p>de solidariedade entre os entes federativos para garantir a</p><p>universalização da educação básica, na perspectiva de elevar a média</p><p>de escolaridade dos brasileiros e resgatar a qualidade do ensino em</p><p>todos os níveis (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 188).</p><p>Assim, a garantia de uma educação como direito passou a ser entendida neste</p><p>governo através de três diretrizes gerais, sendo elas: a) democratização do acesso e</p><p>garantia de permanência: b) qualidade social da educação; c) instauração do regime de</p><p>colaboração e da democratização da gestão (CONAE, 2010).</p><p>Várias metas no decorrer do primeiro mandato de Lula foram atingidas, dentre</p><p>elas a criação do</p><p>Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação</p><p>Básica. Nos anos de 2007-2010, em seu segundo mandato, o</p><p>então presidente Lula determina um Plano de Desenvolvimento</p><p>da Educação – PDE, que foi apresentado pelo então Ministro da</p><p>Educação Fernando Haddad, em abril de 2007, sendo este um plano</p><p>de Estado e não de partido ou governo (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,</p><p>2012, p. 192).</p><p>Esse plano compõe o Plano Plurianual (PPA) 2008-2011. No PPA,</p><p>previsto no art. 165 da Constituição Federal de 1988 e regulamentado</p><p>pelo Decreto n° 2.829, de 29 de outubro de 1998, são estabelecidas</p><p>as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos pelos governos</p><p>num período de quatro anos. O PPA 2008-2011 foi sancionado pelo</p><p>presidente da República por meio da Lei n° 11.653 de 7 de abril de</p><p>2008 (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 192).</p><p>Este Plano de Desenvolvimento da Educação foi organizado baseado em quatro</p><p>eixos de ação, assim determinados: 1. Educação básica; 2. Alfabetização e educação</p><p>continuada; 3. Ensino profissional e tecnológico e 4. Ensino superior.</p><p>79</p><p>De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 195), “o PDE tem de positivo</p><p>três programas que buscam enfrentar o problema qualitativo da educação básica: o</p><p>Ideb, a Provinha Brasil e o Piso do Magistério”.</p><p>Na campanha eleitoral de 2010 para a Presidência da República, foi organizada a</p><p>Carta-Compromisso Pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade, que instituições</p><p>e entidades, em número de 27, entregaram aos candidatos na intenção de “exigir</p><p>desses candidatos que afirmassem seu comprometimento com políticas públicas para</p><p>a educação” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 200).</p><p>Essa carta possui medidas a serem observadas relativas à inclusão de todas</p><p>as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola; universalização do atendimento</p><p>na demanda por creches; superação do analfabetismo; promoção da aprendizagem</p><p>para crianças, adolescentes, jovens e adultos; alfabetização das crianças até 8 anos,</p><p>até o ano de 2014; padrões mínimos de qualidade para todas as escolas, reduzindo as</p><p>desigualdades na educação e a ampliação de matrículas no ensino profissionalizante e</p><p>superior. Esta carta-compromisso sustenta ainda, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi</p><p>(2012, p. 201), que:</p><p>[...] o sistema nacional de educação deve ser estruturado sobre</p><p>três pilares: 1) a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE),</p><p>que deverá provocar a construção articulada de planos estaduais e</p><p>municipais de educação; 2) estabelecimento de regime de colaboração</p><p>legalmente constituído entre os entes federados; 3) a implementação de</p><p>Lei de responsabilidade Educacional, tal como aprovou a Conae 2010.</p><p>Após as eleições, já em 2011, toma posse a presidente Dilma Rousseff, a qual diz</p><p>que daria continuidade ao programa de educação do governo Lula (LIBÂNEO; OLIVEIRA;</p><p>TOSCHI, 2012). Assim, dá-se continuidade ao PNE (2011 – 2020), com suas implementações.</p><p>3 O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2011 – 2020)</p><p>O então Ministro da Educação, Fernando Haddad, no dia 15 de dezembro</p><p>de 2010, apresentou um projeto de lei em que se encontrava o novo PNE para</p><p>2011-2020.</p><p>Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 208), “o foco, segundo o ministro, é</p><p>a valorização do magistério e a qualidade da educação”.</p><p>Conforme a Lei n° 13.005, de 25 de junho de 2014, as metas propostas são</p><p>(BRASIL, 2014):</p><p>80</p><p>Meta 1: universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 a 5 anos, e</p><p>ampliar a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 anos.</p><p>Meta 2: universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a</p><p>população de 6 a 14 anos.</p><p>Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população</p><p>de 15 a 17 anos e elevar, até o final da década, a taxa líquida de matrículas no ensino</p><p>médio para 85%, nesta faixa etária.</p><p>Meta 4: universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento</p><p>escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e</p><p>altas habilidades ou superdotação na própria rede regular de ensino.</p><p>Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3° ano do</p><p>ensino fundamental.</p><p>Meta 6: oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas</p><p>de educação básica.</p><p>Meta 7: atingir, ao final da década, as seguintes médias nacionais para o IDEB:</p><p>IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021</p><p>Anos iniciais do ensino fundamental 4,6 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0</p><p>Anos finais do ensino fundamental 3,9 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5</p><p>Ensino médio 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2</p><p>FONTE: Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 209)</p><p>Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo</p><p>a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo, para as populações do campo, da região de</p><p>menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade</p><p>média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.</p><p>Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais</p><p>para 93,5% até 2015 e erradicar, até o final da década, o analfabetismo absoluto e</p><p>reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional até o final da década.</p><p>Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens</p><p>e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino</p><p>fundamental e no ensino médio.</p><p>81</p><p>Meta 11: triplicar a matrícula em cursos técnicos de nível médio, assegurando</p><p>a qualidade da oferta.</p><p>Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a</p><p>taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.</p><p>Meta 13: elevar a qualidade da educação superior de forma consistente</p><p>e duradoura pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições</p><p>de educação superior para 75% (setenta e cinco por cento), no mínimo, do corpo</p><p>docente em efetivo exercício, sendo, do total, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.</p><p>Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação</p><p>stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.</p><p>Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados,</p><p>o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da educação básica</p><p>possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na</p><p>área de conhecimento em que atuam.</p><p>Meta 16: formar 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação</p><p>básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir</p><p>a todos formação</p><p>continuada em sua área de atuação.</p><p>Meta 17: atualizar progressivamente o piso salarial profissional nacional para</p><p>os profissionais do magistério público da educação básica de forma que o rendimento</p><p>médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade seja</p><p>equiparado ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade</p><p>equivalente.</p><p>Meta 18: implantar, no prazo de dois anos, planos de carreira para os</p><p>profissionais da educação em todos os sistemas de ensino.</p><p>Meta 19: garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados,</p><p>do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de</p><p>escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da</p><p>comunidade escolar.</p><p>Meta 20: ampliar progressivamente o investimento público em educação</p><p>até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do país.</p><p>82</p><p>Mais informações sobre as Metas do PNE 2014-2020 você encontra no link:</p><p>http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf.</p><p>DICAS</p><p>Caro acadêmico, você poderá pensar: as metas aqui propostas são excelentes,</p><p>de uma fundamentação ímpar, mas, será que até hoje alguma dessas metas foi cumprida</p><p>em sua totalidade?</p><p>Na reunião que ocorreu na Câmara dos Deputados, em Brasília, realizada no dia</p><p>7 de junho de 2016, os integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que</p><p>é formada por diversas organizações da sociedade, observaram que “nenhuma das 14</p><p>metas previstas para 2015 e 2016 no Plano Nacional de Educação (PNE) foi integralmente</p><p>cumprida”, conforme a repórter Genny Morais, em artigo publicado no site da Câmara</p><p>dos deputados (MORAIS, 2016).</p><p>Assim, afirmam que perante a avaliação realizada pelas diversas organizações</p><p>da sociedade, “o PNE não vem sendo cumprido, principalmente por causa dos cortes no</p><p>Orçamento do Governo Federal e das crises econômicas e políticas. Todos os participantes</p><p>da audiência pública concordaram que o que foi proposto até agora ainda não saiu do papel”</p><p>(MORAIS, 2016). Ainda sobre as metas, os integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à</p><p>Educação afirmam que:</p><p>Entre as metas não cumpridas até agora, algumas são consideradas mais</p><p>preocupantes pelos participantes do debate na Comissão de Educação, por impactarem</p><p>outros objetivos do PNE:</p><p>• O Sistema Nacional de Educação, que estabelece a cooperação entre</p><p>União, estados e municípios na hora de pagar a conta;</p><p>• O Custo Aluno Qualidade, que determina quais são os padrões mínimos</p><p>de qualidade que todo aluno deve ter acesso e quanto isso custa;</p><p>• O Plano de Valorização dos Profissionais da Educação, que trata</p><p>da formação e capacitação dos professores e demais profissionais</p><p>ligados aos alunos; e</p><p>• A Lei de Responsabilidade Educacional, que responsabiliza prefeitos</p><p>quando as metas de qualidade de educação não forem cumpridas.</p><p>Desses quatro itens, dois estão em debate no Ministério da Educação</p><p>e outros dois no Congresso Nacional (MORAIS, 2016, s.p.).</p><p>Frente a estas exposições, podemos determinar que as mudanças seguem</p><p>a passos lentos, e que sua possibilidade de concretização necessita também de</p><p>vontade política e que, enquanto sociedade civil organizada, participemos de todos os</p><p>movimentos que tratem das questões educacionais e demais esferas.</p><p>83</p><p>Observe o que ocorre nas redes sociais oficiais, busque informações, dialogue</p><p>com seus colegas, mantenha-se informado.</p><p>Para orientar um pouco suas buscas nas redes oficiais, deixamos o site do PNE,</p><p>pois nele você encontrará uma explanação de cada meta relativa ao Plano Nacional</p><p>de Educação de 2014 a 2024. Neste site, você, acadêmico, poderá buscar a região,</p><p>estado, mesorregião e município, buscando como cada meta está sendo desenvolvida.</p><p>Há também neste site a nota técnica de cada meta. Busque, leia, veja como seu estado</p><p>e município encontra-se dentro das metas do Plano Nacional de Educação 2014 – 2024</p><p>no seguinte link: http://www.pne.mec.gov.br.</p><p>Você será direcionado para a seguinte página:</p><p>FIGURA 4 – Site do PNE</p><p>FONTE: <http://pne.mec.gov.br/>. Acesso em: 24 fev. 2021.</p><p>Aqui você poderá navegar e terá informações primorosas sobre o PNE</p><p>2014 – 2024. Estas informações são de grande relevância para que seus conhecimentos</p><p>sejam ampliados e para que você possa ver como está seu município perante cada meta</p><p>de ação do PNE.</p><p>Esta é uma possibilidade de você visualizar o Plano Nacional de Educação</p><p>vigência 2014-2024. Acreditamos que quiçá, num futuro bem próximo, alcançaremos</p><p>algumas das metas propostas no Plano que hora temos e no que está sendo construído</p><p>para o próximo decênio.</p><p>Deixamos para você um recorte do que está expresso no documento intitulado:</p><p>Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024, Linha de Base. Disponível em:</p><p>http://twixar.me/9NYm. Acesso em: 10 jul. 2021.</p><p>DICAS</p><p>84</p><p>INTRODUÇÃO - PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – PNE</p><p>O Plano Nacional de Educação (PNE), com vigência entre 2014 e 2024, constitui</p><p>um documento que define compromissos colaborativos entre os entes federativos e</p><p>diversas instituições pelo avanço da educação brasileira. A agenda contemporânea de</p><p>políticas públicas educacionais encontra no PNE uma referência para a construção e</p><p>acompanhamento dos planos de educação estaduais e municipais, o que o caracteriza</p><p>como uma política orientadora para ações governamentais em todos os níveis federativos</p><p>e impõe ao seu acompanhamento um alto grau de complexidade.</p><p>As questões públicas que motivam o PNE podem ser vislumbradas nas desigual-</p><p>dades educacionais, na necessidade de ampliar o acesso à educação e a escolaridade mé-</p><p>dia da população, na baixa qualidade do aprendizado e nos desafios relacionados à valoriza-</p><p>ção dos profissionais da educação, à gestão democrática e ao financiamento da educação.</p><p>Diante de tais condições, o objetivo central do Plano, que pode ser apreendido</p><p>de suas diretrizes, consiste em induzir e articular os entes federados na elaboração de</p><p>políticas públicas capazes de melhorar, de forma equitativa e democrática, o acesso e a</p><p>qualidade da educação brasileira. Como sintetiza o documento do Ministério da Educação</p><p>(MEC), “Planejando a Próxima Década – Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de</p><p>Educação” (Brasil. MEC, 2014, p. 7), um plano “representa, normalmente, reação a situa-</p><p>ções de insatisfação e, portanto, volta-se na direção da promoção de mudanças a partir</p><p>de determinadas interpretações da realidade, 12 dos problemas e das suas causas, refle-</p><p>tindo valores, ideias, atitudes políticas e determinado projeto de sociedade”.</p><p>A partir do nível de problematização mais amplo expresso pelas diretrizes, que</p><p>podem ser tomadas como representativas do “consenso histórico de forças políticas</p><p>e sociais no País, que devem balizar todos os planos, desde sua elaboração até sua</p><p>avaliação final” (Brasil. MEC, 2014), o PNE se estrutura em metas e estratégias aferíveis,</p><p>o que possibilita um acompanhamento objetivo de sua execução. As metas podem</p><p>ser definidas como as demarcações concretas do que se espera alcançar em cada</p><p>dimensão da educação brasileira. As estratégias, por sua vez, descrevem os caminhos</p><p>que precisam ser construídos e percorridos por meio das políticas públicas.</p><p>As dez diretrizes do PNE são transversais e referenciam todas as metas, buscando</p><p>sintetizar consensos sobre os grandes desafios educacionais do País e podendo ser categoriza-</p><p>das em cinco grandes grupos. Também é vislumbrada uma relação mais ou menos intensa de</p><p>cada conjunto de metas com alguma diretriz em particular, o que possibilita uma classificação</p><p>das metas à luz da diretriz com a qual possui maior imbricação, como se vê no quadro a seguir.</p><p>LEITURA</p><p>COMPLEMENTAR</p><p>85</p><p>Diretrizes e metas do PNE</p><p>FONTE: Elaborado pela Dired/Inep com base na Lei n° 13.005 de 25 de junho de 2014.</p><p>Diretrizes para a superação das desigualdades educacionais</p><p>I- Erradicação do analfabetismo.</p><p>II- Universalização do atendimento escolar.</p><p>III- Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção</p><p>da</p><p>cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação.</p><p>Metas: de 1 a 5; 9; 11 e 12; 14.</p><p>Diretrizes para a promoção da qualidade educacional</p><p>IV- Melhoria da qualidade da educação.</p><p>V- Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e</p><p>éticos em que se fundamenta a sociedade.</p><p>Metas: 6 e 7; 10; 13.</p><p>Diretrizes para a valorização dos(as) profissionais da educação</p><p>IX- Valorização dos(as) profissionais da educação.</p><p>Metas: 15 a 18.</p><p>Diretrizes para a promoção da democracia e dos direitos humanos</p><p>VI- Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública.</p><p>VII- Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País.</p><p>X- Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à</p><p>sustentabilidade socioambiental.</p><p>Metas: 8 e 19.</p><p>Diretrizes para o financiamento da educação</p><p>VIII- Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação</p><p>como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento às</p><p>necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade.</p><p>Meta: 20.</p><p>A descrição contida no Quadro 1 busca associar as metas do PNE às cinco categorias</p><p>de diretrizes propostas. Esse esforço de sistematização pode recorrer a outros expedientes,</p><p>tal como classificar as metas de acordo com as responsabilidades de cada ente federativo,</p><p>pelos níveis de ensino, ou mesmo em função dos públicos prioritários. O documento “Pla-</p><p>nejando a Próxima Década – Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação”, do</p><p>MEC, reuniu as metas em quatro grupos principais, conforme seu foco de atuação:</p><p>• Metas estruturantes para a garantia do direito à educação básica com qualidade:</p><p>Meta 1, Meta 2, Meta 3, Meta 5, Meta 6, Meta 7, Meta 9, Meta 10, Meta 11.</p><p>• Metas voltadas à redução das desigualdades e à valorização da diversidade: Meta 4</p><p>e Meta 8.</p><p>86</p><p>• Metas para a valorização dos profissionais da educação: Meta 15, Meta 16, Meta 17</p><p>e Meta 18.</p><p>• Metas referentes ao ensino superior: Meta 12, Meta 13 e Meta 14.</p><p>É importante reforçar que o PNE se caracteriza como uma política pública</p><p>articuladora das diversas políticas educacionais, orientando-se pela busca da unidade</p><p>na diversidade de políticas. A realização de seu objetivo central pressupõe que as ações em</p><p>todos os níveis e modalidades de ensino sejam executadas de forma articulada pelos</p><p>entes federativos, sob pena de aprofundar desigualdades regionais em vez de superá-las.</p><p>Além disso, a realização de uma meta é requisito para a efetivação das demais e do Plano</p><p>como um todo.</p><p>O PNE tem como pressuposto que os avanços no campo educacional devem</p><p>redundar do fortalecimento das instituições (escolas, universidades, institutos de</p><p>ensino profissionalizante, secretarias de educação, entre outras) e de instâncias de</p><p>participação e controle social. Isso se materializa em suas estratégias, que demandam</p><p>ações provenientes de estados, municípios e da União, atuando de forma conjunta para</p><p>a consolidação do Sistema Nacional de Educação. De outro lado, a execução do Plano</p><p>requer a integração de suas ações com políticas públicas externas ao campo educacional,</p><p>sobretudo as da área social e econômica, no que reafirma a intersetorialidade como um</p><p>dos requisitos de seu sucesso.</p><p>FONTE: Adaptado de <http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485745/Plano+Nacional+de+Educa%-</p><p>C3%A7%C3%A3o+PNE+2014-2024++Linha+de+Base/c2dd0faa-7227-40ee-a520-12c6fc77700f?-</p><p>version=1.1>. Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>87</p><p>RESUMO DO TÓPICO 3</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• O Plano Nacional de Educação possui um histórico, e passa a ser visto na primeira</p><p>LDB, Lei n° 4.024/1961 como “instrumento de distribuição de recursos para os</p><p>diferentes níveis de ensino” (AZANHA, 1998, p. 110).</p><p>• “Os planos que sucederam o de 1962 revelaram-se mais tentativas frustradas do que</p><p>planos efetivos de educação, uma vez que as coordenadas de ação do setor eram</p><p>obstaculizadas pela falta de integração entre os diferentes ministérios” (LIBÂNEO;</p><p>OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 178).</p><p>• Em 1990, início do governo de Fernando Collor, realizou-se a discussão internacional</p><p>para um plano decenal para os nove países mais populosos do Terceiro Mundo, que</p><p>são: Tailândia, Brasil, México, Índia, Paquistão, Bangladesh, Egito, Nigéria e Indonésia.</p><p>• Com a posse de Fernando Henrique Cardoso em 1995, foi apresentado o Plano</p><p>Nacional de Educação “como continuidade do Plano Decenal de 1993 (art. 87, §</p><p>1°, da Lei n° 9.394/1996)” (LIBÂNEO, OLIVEIRA e TOSCHI, 2012, p. 179). Este plano</p><p>foi elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep),</p><p>tendo somente alguns interlocutores.</p><p>• O Plano Nacional da Educação (2001-2010) teve quatro objetivos básicos:</p><p>◦ elevação global do nível de escolaridade da população;</p><p>◦ a melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis;</p><p>◦ a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso à escola</p><p>pública e à permanência, com sucesso, nela;</p><p>◦ a democratização da gestão de ensino público nos estabelecimentos oficiais,</p><p>obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na</p><p>elaboração do projeto pedagógico da escola e da participação da comunidade</p><p>escolar e local em conselhos escolares e equivalentes.</p><p>• Entre os anos 2003 e 2006 as Políticas educacionais empreendidas no primeiro</p><p>governo Lula apresentaram um programa para a educação intitulado “Uma Escola</p><p>do Tamanho do Brasil”. Assim, a garantia de uma educação como direito, passou</p><p>a ser entendida neste governo através de três diretrizes gerais, sendo elas: a)</p><p>democratização do acesso e garantia de permanência; b) qualidade social da</p><p>educação; c) instauração do regime de colaboração e da democratização da gestão.</p><p>• O Plano Nacional de Educação possui 20 metas e estratégias, contudo, nenhuma</p><p>das 14 metas previstas para 2015 e 2016 no Plano Nacional de Educação (PNE) foi</p><p>integralmente cumprida (MORAIS, 2016).</p><p>88</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 O PNE – Plano Nacional de Educação – inclui 20 metas e estratégias traçadas para o</p><p>setor no próximo decênio. Entre essas metas, temos a que se refere a universalizar o</p><p>ensino fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos. Diante dessa</p><p>informação, podemos determinar que para chegarmos a esta meta serão necessárias</p><p>estratégias. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- Para alcançar este objetivo é necessário criar novas políticas públicas.</p><p>II- Deverão ser previstas estas estratégias através de lei.</p><p>III- A meta será aplicada por todos os membros federados.</p><p>IV- Realizar metas insistentes no Plano Nacional de Educação.</p><p>Frente a isso, assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>b) ( ) As sentenças I, II, III e IV estão corretas.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.</p><p>2 (ENADE 2017) Aprovada pela Lei n. 13.005/2014, o Plano Nacional de Educação</p><p>(PNE) para o decênio 2014-2024 constitui-se em instrumento de planejamento</p><p>governamental que cumpre uma das prescrições da Constituição Federal de 1988</p><p>(ast.165, parágrafo 4°). O PNE visa a realização de 20 metas. A essas metas são</p><p>vinculadas 253 estratégias, que devem ser cumpridas em sua vigência. Entre essas</p><p>metas, estão a meta 15 – que trata da garantia, em regime de colaboração entre</p><p>União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência</p><p>desse PNE, da política nacional de formação dos profissionais da educação – e a meta</p><p>20 – que trata da ampliação do investimento público em educação pública.</p><p>FONTE: Adaptado de <http://www.planalto.go.br>. Acesso em:</p><p>22 maio 2017.</p><p>Nesse contexto, o PNE estabelece:</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2017/37_PEDAGORIA_LICENCIATURA_BAIXA.</p><p>pdf>. Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>a) ( ) A implantação de programa de concessão de bolsas de estudos a professores</p><p>de idiomas das escolas públicas de educação básica para realizarem estudos de</p><p>imersão e a aperfeiçoamento.</p><p>b)</p><p>( ) A universalização da oferta e das matrículas em cursos de formação inicial</p><p>e continuada de profissionais que atuam na educação formal.</p><p>89</p><p>c) ( ) A implementação de programas de formação de profissionais da educação</p><p>para as escolas do campo e de comunidades indígenas e quilombolas e para a</p><p>educação especial.</p><p>d) ( ) A formação em nível superior dos profissionais da educação básica, em cursos de</p><p>licenciatura na área em que atuam.</p><p>e) ( ) A implementação de cursos e programas para assegurar formação específica em</p><p>nível médio, nas respectivas áreas de atuação, aos docentes em efetivo exercício.</p><p>3 O Plano Nacional de Educação é um documento que determina as metas que deverão ser</p><p>alcançadas no prazo de 10 anos. Estas metas estão interligadas com a Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional. Para isso, são apresentadas as seguintes diretrizes:</p><p>erradicação do analfabetismo; universalização do atendimento escolar; superação das</p><p>desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação</p><p>de todas as formas de discriminação; melhoria da qualidade da educação. Estes são</p><p>pontos difíceis de serem alcançados, constituindo-se desafio histórico para a sociedade</p><p>brasileira. Frente a isso, podemos determinar que algumas ações são necessárias para</p><p>sua efetivação. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir:</p><p>FONTE: CARNEIRO, M. A. LDB fácil: leitura crítico-</p><p>compreensiva, artigo a artigo. Petrópolis, RJ: Vozes. 23. ed.</p><p>revista e ampliada. 2015, p. 174.</p><p>I- Para a realização destes objetivos é necessária a realização de políticas públicas</p><p>que adéquem o planejamento às necessidades educacionais.</p><p>II- Para a superação das desigualdades educacionais cabe somente às esferas</p><p>superiores e principalmente à federal criar mecanismos de discriminação social.</p><p>III- Cabe à sociedade civil organizada participar ativamente de decisões relativas à</p><p>erradicação, à superação e à melhoria da educação através do acompanhamento</p><p>das políticas públicas.</p><p>IV- A responsabilidade relativa ao PNE compete ao Governo Federal, sendo sua</p><p>aplicabilidade e seu recolhimento de respostas relativas a estes pontos negativos</p><p>existentes na educação.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>b) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>c) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença IV está correta.</p><p>4 O Plano Nacional de Educação possui em sua estrutura 20 metas, as quais buscam</p><p>melhorar o desenvolvimento do sistema educacional brasileiro em todas as suas</p><p>vertentes. O PNE possui 10 anos de validade, sendo que no último ano ocorre a revisão</p><p>das metas. Esta revisão busca identificar os avanços e estagnações que ocorreram</p><p>nestes 10 anos de vigência.</p><p>90</p><p>Neste contexto, disserte sobre:</p><p>• Avanços ocorridos com o Plano Nacional de Educação.</p><p>• Caminhos para uma efetiva realização das metas inseridas no PNE.</p><p>5 O Plano Nacional de Educação possui uma caminhada histórica, a qual inicia no ano</p><p>de 1961, chegando até nossos dias. Dentro desta caminhada ocorreram muitos movi-</p><p>mentos que determinaram sua elaboração e evolução. Desta maneira, disserte sobre:</p><p>• Caminhada histórica do Plano Nacional de Educação.</p><p>• Seus percalços e vitórias realizadas até a atualidade.</p><p>91</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABRÃO, B. F.F. Capítulo III – da Educação, da Cultura e do Desporto. In: MACHADO, C.</p><p>Constituição Federal Interpretada: Artigo por artigo, parágrafo por parágrafo.</p><p>7. ed. Barueri, SP: Manole, 2016 - p. 1080-1153</p><p>ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.</p><p>AZANHA, J. M. P. Planos e políticas de educação no Brasil: alguns pontos para reflexão.</p><p>In: MENESES, J. G. C. et al. Estrutura e funcionamento da educação básica: leituras.</p><p>São Paulo: Pioneira, 1998. p. 102-123</p><p>AZEVEDO, M. L. N. de. Políticas públicas e educação: debates contemporâneos.</p><p>2008. Disponível em: http://old.periodicos.uem.br/~eduem/novapagina/?q=node/188.</p><p>Acesso em: 12 jul. 2021.</p><p>BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Plano</p><p>Nacional de Educação PNE 2014-2024: Linha de Base. – Brasília, DF: Inep, 2015.</p><p>BRASIL. Lei n° 12.796, de 4 abril de 2013. Disponível em: http://www.planalto.</p><p>gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm. Acesso em: 13 ago. 2016.</p><p>BRASIL. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área</p><p>das Necessidades Educativas Especiais. 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.</p><p>br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acessado em: 10 jul. 2021.</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,</p><p>DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação.</p><p>Disponível em: https://bit.ly/2XEPYt1. Acesso em: 8 mar. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Pradime: programa de</p><p>Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação. Brasília, 2006.</p><p>CALDAS, R. W. (Coord.). Políticas públicas: conceitos e práticas. Supervisão por</p><p>Brenner Lopes e Jefferson Ney Amaral. Belo Horizonte: Sebrae/ MG, 2008. Disponível</p><p>em: https://bit.ly/3Act1kq. Acesso em: 1° jun. 2016.</p><p>CARNEIRO, M. A. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. Petrópolis, RJ:</p><p>Vozes. 23. ed. revista e ampliada. 2015, p. 174.</p><p>CONAE. Documento Final. Coordenador-geral: Francisco das Chagas Fernandes. 2010.</p><p>Disponível em: http://pne.mec.gov.br/images/pdf/CONAE2010_doc_final.pdf. Acesso</p><p>em: 30 jul. 2016.</p><p>92</p><p>FERREIRA, A. B. de H. Miniaurélio século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 5.</p><p>ed. ver. ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.</p><p>LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHI, M. S. Educação escolar: políticas, estrutura</p><p>e organização. São Paulo: Cortez, 2012.</p><p>MACHADO, A. C. da C. (Org.).; CUNHA, A. C. F. da (Coord.). Constituição Federal</p><p>Interpretada: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 7. ed. Barueri, SP: Manole, 2016.</p><p>MARINHO, I. da C. Política educacional. InfoEscola, 2006. Disponível em: https://www.</p><p>infoescola.com/educacao/politica-educacional/. Acesso em: 26 maio 2016.</p><p>MORAIS, G. Câmara Notícias. Metas do PNE não foram cumpridas integralmente,</p><p>aponta Campanha pelo Direito à Educação. Câmara dos Deputados. 7 de junho de</p><p>2016. Disponível em: https://bit.ly/3bQrIye. Acesso em: 30 jul. 2016.</p><p>SANTOS, P. S. M. B. dos. Guia prático da política educacional no Brasil: ações,</p><p>planos, programas e impactos. São Paulo: Cengage Learning, 2012.</p><p>SOUZA, Â. R. de.; GOUVEIA, A. B..; TAVARES, T. M. (Orgs.). Políticas educacionais:</p><p>conceitos e debates. 2. ed. Curitiba: Appris, 2013.</p><p>SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Revista Sociologias, Porto</p><p>Alegre, ano 8, n. 16, p. 20-45, jul./dez. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/</p><p>soc/a/6YsWyBWZSdFgfSqDVQhc4jm/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 26 maio 2016.</p><p>93</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E</p><p>EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS</p><p>GLOBAIS</p><p>UNIDADE 2 —</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>PLANO DE ESTUDOS</p><p>A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:</p><p>• compreender a influência da globalização nas políticas públicas educacionais;</p><p>• identificar os programas desenvolvidos pelo Ministério da Educação;</p><p>• conhecer as instituições formadoras do sistema educacional brasileiro;</p><p>• reconhecer a organização e gestão escolar coletiva.</p><p>A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de</p><p>reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS</p><p>TÓPICO 2 – AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO</p><p>TÓPICO 3 – A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>94</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 2!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>95</p><p>TÓPICO 1 —</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO:</p><p>INFLUÊNCIAS GLOBAIS</p><p>UNIDADE 2</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Caro acadêmico, neste tópico trataremos de questões relativas à revolução</p><p>informacional,</p><p>• conhecer o envolvimento entre a LDB e as esferas federal, estadual e municipal;</p><p>• entender a LDB e sua organização com as políticas públicas.</p><p>A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de</p><p>reforçar o conteúdo apresentado.</p><p>TÓPICO 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL</p><p>TÓPICO 2 – A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996</p><p>TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS</p><p>POLÍTICAS EDUCACIONAIS</p><p>Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure</p><p>um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.</p><p>CHAMADA</p><p>2</p><p>CONFIRA</p><p>A TRILHA DA</p><p>UNIDADE 1!</p><p>Acesse o</p><p>QR Code abaixo:</p><p>3</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO</p><p>EDUCACIONAL</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado acadêmico! Estamos iniciando o Livro Didático de Políticas Educacionais</p><p>e queremos, neste tópico, apresentar alguns conceitos relacionados às políticas públicas</p><p>e qual o seu envolvimento com a educação. Assim, a Constituição Federal também fará</p><p>parte deste estudo, além de nossa carta magna na educação, a LDB – Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação.</p><p>Afinal, que ligação tem as políticas públicas, a Constituição Federal e a LDB para</p><p>o trabalho desenvolvido na esfera educacional? É significativa a interação entre elas e</p><p>cabe a nós, acadêmicos e futuros profissionais da educação, compreendermos esta</p><p>ligação, que determina o bom funcionamento ou não dos projetos desenvolvidos pelas</p><p>esferas federais, estaduais e municipais.</p><p>Cabe ressaltar, prezado acadêmico, que você está sendo convidado a analisar,</p><p>refletir, questionar e construir novas ideias a partir dos conhecimentos que serão</p><p>apresentados a partir deste momento.</p><p>Vamos à leitura!</p><p>TÓPICO 1 - UNIDADE 1</p><p>2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS?</p><p>Acadêmico! Se você fosse perguntado sobre o que são políticas públicas, qual</p><p>seria sua resposta? Acreditamos que, inicialmente, pararia e refletiria sobre o tema. É algo</p><p>natural do ser humano, que ao ser questionado, por alguns segundos ou minutos pare e</p><p>reflita sobre o que foi perguntado.</p><p>A esta pergunta pensamos que sua resposta possa estar relacionada a uma visão</p><p>prática do dia a dia, mas como? Existem outras formas de visualizarmos as políticas</p><p>públicas? Vejamos!</p><p>As políticas públicas possuem sua história e conceitos, conforme o Manual de</p><p>Políticas Públicas: conceitos e práticas do Sebrae, coordenado por Caldas (2008, p. 5):</p><p>A função que o Estado desempenha em nossa sociedade sofreu</p><p>inúmeras transformações ao passar do tempo. No século XVIII e XIX,</p><p>seu principal objetivo era a segurança pública e a defesa externa</p><p>4</p><p>em caso de ataque inimigo. Entretanto, com o aprofundamento</p><p>e expansão da democracia, as responsabilidades do Estado se</p><p>diversificaram. Atualmente, é comum se afirmar que a função</p><p>do Estado é promover o bem-estar da sociedade. Para tanto, ele</p><p>necessita desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em</p><p>diferentes áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente.</p><p>Assim, observa-se que o Estado passou e passa por transformações, as</p><p>quais são acompanhadas por toda a sociedade. Se antes a preocupação encontrava-</p><p>se direcionada à defesa do território, hoje, além da defesa do território nacional, as</p><p>preocupações voltam-se também para as áreas da saúde, segurança pública, educação,</p><p>meio ambiente. Mesmo que saibamos da fragilidade em muitas dessas áreas, o Estado</p><p>necessita voltar a se organizar e buscar soluções para a fortificação delas, pois a</p><p>população necessita dessas ações.</p><p>Desta forma, falar em políticas públicas para alguns é o mesmo que ser</p><p>utópico, pois elas não surtem efeitos desejáveis. Sim, vivemos uma realidade delicada</p><p>e repleta de problemas, os quais precisam ser passados a limpo. Mesmo que muitos</p><p>não acreditem, já se deixaram levar pelo descrédito da política, mesmo assim são</p><p>necessários movimentos que reformulem todo o sistema em que o Estado se encontra,</p><p>para assim determinarmos as ações e os programas para a melhoria e estabilidade das</p><p>áreas de segurança pública, saúde, educação, dentre outras.</p><p>E como afirma Oscar Wilde em uma de suas célebres frases e utilizada por</p><p>Mário Luiz Neves de Azevedo (2008, p. 9) na apresentação do livro Políticas Públicas</p><p>Contemporâneas: “Isto é utópico? Um mapa-múndi que não inclua a Utopia não é digno</p><p>de consulta”.</p><p>Neste livro didático, a utopia em sua mais elevada significação será utilizada</p><p>e levará você, acadêmico, a refletir sobre como, por que e para que são utilizadas as</p><p>políticas públicas e como elas influenciam em nosso cotidiano.</p><p>Ainda conforme Azevedo (2008, p. 18), “escrever sobre Políticas Públicas é</p><p>tratar, essencialmente, sobre projetos em construção que dependem da visão de mundo</p><p>dos seus promotores”.</p><p>Afinal, o que são essas políticas públicas? Vamos buscar respostas em nosso dia a dia.</p><p>Em cada momento de nossa vida, em nosso cotidiano, estamos envoltos</p><p>por regras que determinam nossa maneira de agir, pensar, conviver e determinam o</p><p>processo de construção econômica, política e social de um país, de nossas vidas e da</p><p>sociedade num todo.</p><p>Em muitos momentos estas políticas passam despercebidas, mas elas</p><p>encontram-se dentro da história da humanidade. Podemos relatar também forte</p><p>influência na Grécia Antiga, onde a palavra política tem seu berço, onde filósofos como</p><p>5</p><p>Aristóteles e Platão foram os precursores desta ciência. Cabe, aqui, perguntarmos:</p><p>política é uma ciência? Sim, a política é uma ciência, que “determina quais são as ciências</p><p>necessárias nas cidades, quais as que cada cidadão deve aprender” (ABBAGNANO,</p><p>2000, p. 773).</p><p>Perante o apresentado na citação, podemos perceber que as políticas são</p><p>as regras de organização e de convivência necessárias para que uma cidade, um</p><p>estado e país consigam se desenvolver e viver em harmonia, sendo os governantes os</p><p>responsáveis pelos caminhos a serem traçados para a melhoria da qualidade de vida da</p><p>população envolvida.</p><p>Ao buscarmos respostas referentes ao que é Política Pública, encontramos</p><p>diversas definições que nos remetem à organização, a estudos voltados às ações a</p><p>serem empregadas para o bem-estar da sociedade.</p><p>Como afirma Santos (2012, p. 5): “Políticas públicas são ações geradas na esfera</p><p>do Estado e que têm como objetivo atingir a sociedade como um todo ou partes dela”.</p><p>Cabe ressaltar que as políticas públicas são também de nossa responsabilidade,</p><p>enquanto cidadãos, que buscam melhoria de vida. As políticas públicas terão eficácia,</p><p>a partir do momento que os cidadãos compreendam como ocorre a criação dessas</p><p>políticas (ações, programas) nas esferas federais, estaduais e principalmente nas</p><p>que estão bem próximas de cada um de nós, e que estão sendo desenvolvidas, as</p><p>municipais. Estas ações também ocorrem dentro e fora de nossas residências, e somos</p><p>nós, também responsáveis pela sua aplicabilidade, transparência e eficácia.</p><p>Como? Eu responsável por políticas públicas? Isso não compete somente</p><p>aos governantes? Sim, compete a eles, mas também a cada cidadão, que possui a</p><p>responsabilidade de cobrar e de fazer cumprir as leis através de ações.</p><p>Fica claro que a política, segundo Santos (2012, p. 2), “[...] sempre está ligada ao</p><p>exercício do poder em sociedade, seja em nível individual, quando se trata das ações</p><p>de comando, seja em nível coletivo, quando um grupo (ou toda sociedade) exerce o</p><p>controle das relações de poder em uma sociedade”. De acordo com o mesmo autor,</p><p>podemos perceber que, independentemente do nível, seja individual ou coletivo, a</p><p>política está presente e vem acompanhada de outra palavra, que é o poder.</p><p>O poder é algo que se encontra impregnado dentro de todas as áreas de</p><p>estruturação profissional ou política. Este poder pode ser compreendido como algo</p><p>positivo ou negativo. Positivo no sentido de ser compreendido como um processo de</p><p>transformação de uma sociedade, voltada às bem feitorias, à visão de uma sociedade</p><p>em que todos possuam seus direitos e seus deveres.</p><p>6</p><p>No aspecto negativo, pode levar o detentor do poder a tornar-se</p><p>à globalização e à exclusão social ocorrida pela globalização. Trataremos,</p><p>ainda, da organização das instituições que formam o Sistema Nacional de Educação e o</p><p>que cada uma possui como responsabilidade.</p><p>É possível que você se questione sobre qual a necessidade de tratar-</p><p>mos destes temas. Afirmamos que são necessárias, pois elas estão inseridas na</p><p>LDB/96, e ela é nossa base de formulação para os anseios e objetivos a alcançar dentro</p><p>da educação.</p><p>Acadêmico, muitas vezes estamos tão ligados em nossa rotina diária que</p><p>não percebemos que estamos atrelados às leis relativas à educação. Por isso, existe</p><p>a necessidade de verificarmos como, por que e para que determinadas ações que</p><p>realizamos cotidianamente são necessárias para que se obtenha êxito no trabalho.</p><p>Obter o conhecimento é essencial para nossa formação e permanência na</p><p>educação. Então, vamos neste Tópico nos ater às Políticas Públicas na Educação,</p><p>influenciadas ou não pela globalização. Veremos quais os níveis e modalidades de</p><p>educação e ensino existentes no sistema brasileiro de educação, além dos planos,</p><p>programas e a organização e gestão escolar coletiva.</p><p>Boa leitura!</p><p>2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS EDUCACIONAIS</p><p>Acadêmico, a cada momento de nossas vidas nos deparamos com novas</p><p>tecnologias e muitas informações, as quais nos chegam de forma rápida e sem filtros</p><p>em muitas situações. Tudo isso vem acompanhado de uma palavra que se ouve muito,</p><p>a globalização.</p><p>A globalização é algo que influencia diretamente cada um de nós e muitas vezes nem</p><p>nos damos conta disso. Num processo de transformações que a sociedade contemporânea</p><p>passa, é natural obtermos intensas e variadas formas de informações, dando a cada</p><p>96</p><p>indivíduo, como sugerem Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 61), “[...] a ideia de movimentação</p><p>intensa, ou seja, de que as pessoas estão em meio a um acelerado processo de integração e</p><p>reestruturação capitalista”.</p><p>Com isso, podemos entender que a globalização existe em todos os espaços,</p><p>seja econômico, social, político e cultural, dando ênfase ao momento histórico. Assim, a</p><p>globalização para Sousa (2011, p. 4) é vista como:</p><p>[...] processo de mundialização, de acordo com o entendimento</p><p>majoritário dos autores contemporâneos, caracteriza-se pela ampla</p><p>integração econômica, política, cultural e outros entre as nações.</p><p>Contudo, a integração nos seus mais variados aspectos se destaca</p><p>pela economia, podendo ser de diversos tipos, mas nenhuma</p><p>integração econômica é melhor do que a outra. A escolha do país</p><p>pelo modelo de integração decorre de seus objetivos e do seu grau</p><p>de dependência entre as grandes potências.</p><p>Desta forma, não podemos deixar de nos questionar: como a globalização</p><p>surgiu? Ela possui uma história? Sim, a globalização possui sua história, a qual pode ser</p><p>resumida nas palavras de Sousa (2011, p. 2), que assim retrata a globalização:</p><p>A globalização remonta à origem do homem na Terra, claro que, com</p><p>outras características e com outros delineamentos. O certo é que, este</p><p>sistema vem evoluindo de acordo com as necessidades humanas e</p><p>com as exigências mundiais. O grande avanço deve-se à queda do</p><p>muro de Berlim, ao fim do socialismo, à expansão do capitalismo e</p><p>do neoliberalismo, após a Segunda Grande Guerra Mundial e com o</p><p>avanço da Comunidade Comum Europeia.</p><p>Frente aos avanços apresentados por Sousa (2011), podemos determinar que o</p><p>Brasil não escapou deste processo e estamos intimamente inseridos nesta globalização.</p><p>Mas através de quê?</p><p>Podemos determinar várias possibilidades, mas nos ateremos ao que diz Sousa</p><p>(2011, p. 3), quando afirma que a globalização vem associada ao surgimento do estado</p><p>neoliberal, o qual é originário do início do século XX, na Inglaterra.</p><p>Frente a isso, podemos determinar que o Brasil possui esta influência do</p><p>neoliberalismo, pois no governo Fernando Collor, o Estado Neoliberal passou a ser</p><p>implantado, em meados de 1990, dando a possibilidade às privatizações.</p><p>Neoliberalismo: prática econômica que não aceita a influência do estado na</p><p>economia, deixando o mercado se autorregular com total liberdade. O lucro é</p><p>o objetivo de todos nesse sistema (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 99).</p><p>NOTA</p><p>97</p><p>Começou a ocorrer no Brasil uma grande liberalização comercial,</p><p>através da diminuição de tarifas, e consequentemente o crescimento</p><p>das exportações, especialmente de produtos básicos, e ainda, o</p><p>aumento das importações, exceto para os setores de tecnologia de</p><p>ponta, porque acreditava-se que era essencial o país investir neste</p><p>setor (SOUSA, 2011, p. 3).</p><p>Nosso país, com estas mudanças, passa a receber olhares de países</p><p>economicamente mais avançados (Primeiro Mundo), como Estados Unidos, Japão e a</p><p>União Europeia, os quais têm o maior número de ações com o Banco Mundial.</p><p>Com relação ao Banco Mundial, podemos dizer que ele foi “criado a partir das</p><p>necessidades advindas após a Segunda Guerra Mundial, quando os países devastados</p><p>pela guerra sentiram a necessidade de buscar seu crescimento econômico” (SILVA;</p><p>FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 88).</p><p>O Banco Mundial faz parte da vida dos brasileiros, pois não nos são estranhas</p><p>as seguintes siglas: “FMI – Fundo Monetário Internacional, o qual permanece presente</p><p>em nossa vida econômica e o BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e</p><p>Desenvolvimento, que foram criados pelo Banco Mundial, em 1944, no estado de</p><p>New Hampshire” (BUENO; FIGUEIREDO, 2012, p. 2), com o objetivo de reconstrução e</p><p>desenvolvimento dos países do sul.</p><p>Frente a isso, e passados vários anos, o Banco Mundial possui em seus objetivos</p><p>um cuidado maior em relação às questões relativas à saúde e educação. E perceberam</p><p>que a partir da educação poder-se-á diminuir a pobreza e consequentemente a violência.</p><p>A pobreza tornou-se o elemento principal e foco de ações, e, nesta</p><p>direção, a melhor forma de reforçar o processo seria estimular a</p><p>produtividade. Diante da preocupação com a pobreza e das novas</p><p>condicionalidades traçadas, o Banco Mundial redefiniu as formas de</p><p>financiamento. Os projetos de empréstimos transformaram-se em</p><p>multiprojetos que culminaram em programas integrados, dotados de</p><p>componentes e interações complexas, organizados em áreas setoriais,</p><p>sendo a educação uma delas (BUENO; FIGUEIREDO, 2012, p. 3-4).</p><p>Qual é a importância do Banco Mundial e a globalização nas questões</p><p>relativas ao Brasil, principalmente se tratando de educação? Tudo, caro acadêmico!</p><p>Pelo fato de que diante da economia brasileira, observa-se uma crescente escalada</p><p>de violência, exclusão social, níveis elevados de analfabetismo, mesmo que se tenha</p><p>em anos anteriores conseguido alguns avanços, os quais não são suficientes para sua</p><p>erradicação. Diante destes fatores, os quais são considerados de elevada importância,</p><p>foram e é necessária a criação de políticas públicas, as quais foram mencionadas na</p><p>Unidade 1, que denotam o foco e as estratégias a serem alcançadas para dirimirmos</p><p>esses problemas.</p><p>98</p><p>Com isso, todos os países, independentemente de sua situação econômica,</p><p>buscam meios de manter sua qualidade nos setores econômico e social, e os que não</p><p>as possuem, buscam formas de sanar os problemas através de políticas públicas e de</p><p>programas que o Banco Mundial possui para auxiliar os países do Terceiro Mundo e em</p><p>desenvolvimento, no caso do Brasil, por exemplo.</p><p>As atuais políticas educacionais e organizativas devem ser</p><p>compreendidas no quadro mais amplo das transformações</p><p>econômicas, políticas, culturais e geográficas que caracterizam o</p><p>mundo contemporâneo. Com efeito, as reformas educativas executadas</p><p>em vários países do mundo europeu e americano, nos últimos vinte anos,</p><p>coincidem com a recomposição do sistema capitalista mundial, que</p><p>incentiva um processo de reestruturação global da economia regido pela</p><p>doutrina neoliberal (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 42).</p><p>Ainda, de acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 42), “[...] alguns analistas</p><p>críticos do neoliberalismo identificam três de seus traços</p><p>distintivos: mudanças nos</p><p>processos de produção associadas a avanços científicos e tecnológicos, superioridade do</p><p>livre funcionamento do mercado na regulação da economia e redução do papel do Estado”.</p><p>Caro acadêmico, observe que essas linhas apresentadas por Libâneo, Oliveira</p><p>e Toschi (2012) nos dão a ideia de que a forma econômica apresentada nos países</p><p>industrializados trata a educação com políticas de ajuste, as quais são defendidas em</p><p>âmbito mundial pelo Banco Mundial. As orientações neoliberais:</p><p>[...] postulam ser o desenvolvimento econômico, alimentado</p><p>pelo desenvolvimento técnico-científico, o fator de garantia do</p><p>desenvolvimento social. Trata-se de uma visão economicista e</p><p>tecnocrática que desconsidera as implicações sociais e humanas do</p><p>desenvolvimento econômico, gerando problemas sociais (LIBÂNEO;</p><p>OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 43).</p><p>Dentro dessa visão de Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 43), podemos</p><p>determinar que os problemas sociais estão elencados como: “desemprego, fome e</p><p>pobreza, que alargam o contingente de excluídos, ampliando as desigualdades entre</p><p>países, classes e grupos sociais”.</p><p>Essas questões não parecem familiares?</p><p>Com o que já foi apresentado, podemos então determinar que a preocupação</p><p>com o desenvolvimento técnico-científico passa a ter um novo olhar e retrata bem</p><p>as questões relativas dos governos em como ver a formação de sua população, seu</p><p>sistema educacional.</p><p>Com isso, percebemos que a preocupação relativa ao conhecimento – Educação –</p><p>foca na questão econômica, no aumento da produtividade deste sujeito.</p><p>99</p><p>Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 43), “a reforma dos sistemas</p><p>educativos torna-se prioridade, especialmente nos países em desenvolvimento, tendo</p><p>em vista o atendimento das necessidades e exigências geradas pela reorganização</p><p>produtiva no âmbito das instituições capitalistas mundiais”.</p><p>Cabe ressaltar que “somente o trabalho braçal já não é suficiente para a manutenção</p><p>da economia de um país. É preciso fazer com que esses trabalhadores passem a buscar</p><p>formação para melhorar a produtividade das indústrias, dando condições de crescimento</p><p>econômico ao país” (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 91).</p><p>Frente ao exposto, podemos determinar que a maneira de visualizar a economia e</p><p>sua aceleração nos países em desenvolvimento é, perante o Banco Mundial, perceber que:</p><p>[...] novos tempos requerem nova qualidade educativa, o que implica</p><p>em mudança nos currículos, na gestão educacional, na avaliação</p><p>dos sistemas e na profissionalização dos professores. A partir daí,</p><p>os sistemas e as políticas educacionais de cada país precisam</p><p>introduzir estratégias como descentralização, reorganização</p><p>curricular, autonomia das escolas, novas formas de gestão e direção</p><p>das escolas, novas tarefas e responsabilidades dos professores</p><p>(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 45).</p><p>Diante desta exposição, o Banco Mundial passa o recado de que quem</p><p>deseja crescer economicamente perante os demais países necessitará reestruturar</p><p>seu sistema educacional. Com isso, a educação brasileira passou a se inserir</p><p>neste contexto.</p><p>Podemos relembrar o que já estudamos na Unidade 1, quando tratamos das ações</p><p>empreendidas no governo Collor, como a participação na Conferência Mundial sobre a</p><p>Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, promoção do Banco Mundial, com a</p><p>participação de diversas organizações mundiais. Nesta conferência foram determinados</p><p>os seguintes objetivos:</p><p>Art. 1 Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem: cada pessoa –</p><p>criança, jovem ou adulto – deve estar em condições de aproveitar as oportunidades</p><p>educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.</p><p>Art. 2 Expandir o enfoque: lutar pela satisfação das necessidades básicas de</p><p>aprendizagem para todos exige mais do que a ratificação do compromisso pela</p><p>educação básica. É necessário um enfoque abrangente, capaz de ir além dos níveis</p><p>atuais de recursos, das estruturas institucionais; dos currículos e dos sistemas</p><p>convencionais de ensino, para construir sobre a base do que há de melhor nas</p><p>práticas correntes.</p><p>100</p><p>Art. 3 Universalizar o acesso à educação e promover a equidade: a educação</p><p>básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto,</p><p>é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas</p><p>efetivas para reduzir as desigualdades.</p><p>Art. 4 Concentrar a atenção na aprendizagem: a tradução das oportunidades</p><p>ampliadas de educação em desenvolvimento efetivo – para o indivíduo ou para</p><p>a sociedade – dependerá, em última instância, de, em razão dessas mesmas</p><p>oportunidades, as pessoas aprenderem de fato, ou seja, apreenderem conhecimentos</p><p>úteis, habilidades de raciocínio, aptidões e valores.</p><p>Art. 5 Ampliar os meios de e o raio de ação da Educação Básica: a diversidade,</p><p>a complexidade e o caráter mutável das necessidades básicas de aprendizagem</p><p>das crianças, jovens e adultos, exigem que se amplie e se redefina continuamente o</p><p>alcance da educação básica. [...]</p><p>Art. 6 Propiciar um ambiente adequado à aprendizagem: a aprendizagem</p><p>não ocorre em situação de isolamento. Portanto, as sociedades devem garantir a</p><p>todos os educandos assistência em nutrição, cuidados médicos e o apoio físico e</p><p>emocional essencial para que participem ativamente de sua própria educação e dela</p><p>se beneficiem.</p><p>Art. 7 Fortalecer as alianças: as autoridades responsáveis pela educação aos níveis</p><p>nacional, estadual e municipal têm a obrigação prioritária de proporcionar educação</p><p>básica para todos. Não se pode, todavia, esperar que elas supram a totalidade dos</p><p>requisitos humanos, financeiros e organizacionais necessários a esta tarefa. Novas</p><p>e crescentes articulações e alianças serão necessárias em todos os níveis: entre</p><p>todos os subsetores e formas de educação, reconhecendo o papel especial dos</p><p>professores, dos administradores e do pessoal que trabalha em educação; entre os</p><p>órgãos educacionais e demais órgãos de governo, incluindo os de planejamento,</p><p>finanças, trabalho, comunicações, e outros setores sociais; entre as organizações</p><p>governamentais e não governamentais, com o setor privado, com as comunidades</p><p>locais, com os grupos religiosos, com as famílias.</p><p>Art. 8 Desenvolver uma política contextualizada de apoio: políticas de apoio</p><p>nos setores social, cultural e econômico são necessárias à concretização da plena</p><p>provisão e utilização da educação básica para a promoção individual e social. A</p><p>educação básica para todos depende de um compromisso político e de uma vontade</p><p>política, respaldados por medidas fiscais adequadas e ratificados por reformas na</p><p>política educacional e pelo fortalecimento institucional. [...]</p><p>Art. 9 Mobilizar os recursos: para que as necessidades básicas de aprendizagem</p><p>para todos sejam satisfeitas mediante ações de alcance muito mais amplo, será</p><p>essencial mobilizar atuais e novos recursos financeiros e humanos, públicos,</p><p>privados ou voluntários. Todos os membros da sociedade têm uma contribuição a</p><p>dar, lembrando sempre que o tempo, a energia e os recursos dirigidos à educação</p><p>básica constituem, certamente, o investimento mais importante que se pode fazer</p><p>no povo e no futuro de um país. [...]</p><p>101</p><p>Art. 10 Fortalecer a solidariedade internacional: satisfazer as necessidades</p><p>básicas de aprendizagem constitui-se uma responsabilidade comum e universal</p><p>a todos os povos, e implica solidariedade internacional e relações econômicas</p><p>honestas e equitativas, a fim de corrigir as atuais disparidades econômicas. Todas</p><p>as nações têm valiosos conhecimentos e experiências a compartilhar, com vistas à</p><p>elaboração de políticas e programas educacionais eficazes. [...]</p><p>FONTE: UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das necessida-</p><p>des básicas de aprendizagem. Jomtien,1990. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/ima-</p><p>ges/0008/000862/086291por.pdf. Acesso em: 31 jul. 2016.</p><p>A partir desta Conferência, muda-se a visão de muitos governantes e busca-se a</p><p>melhoria da educação através</p><p>de reformas educativas, frente a novas realidades sociais.</p><p>3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS</p><p>EDUCATIVAS NO BRASIL</p><p>Acadêmico, desta Conferência foram retiradas orientações para a elaboração do</p><p>Plano Decenal de Educação Para Todos (documento elaborado para determinar ações</p><p>a serem realizadas dentro de um determinado período, no caso, dez anos), sendo este</p><p>documento produzido “como diretriz educacional do governo Itamar Franco em 1993”</p><p>(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 44).</p><p>De maneira breve, vamos resumir as ações realizadas a partir desta Conferência,</p><p>para os demais governantes que sucederam a Collor até a atualidade. No governo de</p><p>Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998) foram escolhidas metas mais pontuais com</p><p>relação ao Plano Decenal, ficando assim elencadas:</p><p>descentralização da administração das verbas federais, elaboração do</p><p>currículo básico nacional, educação a distância, avaliação nacional</p><p>das escolas, incentivo à formação dos professores, parâmetros de</p><p>qualidade para o livro didático, entre outras. Nesta gestão houve a</p><p>elaboração e promulgação da LDB (Lei 9.349/96) e a formulação das</p><p>diretrizes curriculares, normas e resoluções do Conselho Nacional de</p><p>Educação (CNE) para o ensino superior (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,</p><p>2012, p. 44).</p><p>Em seu segundo mandato (1999-2002), FHC manteve a mesma política educacio-</p><p>nal que vinha utilizando, incluindo neste a aprovação, pelo “Congresso Nacional, do Plano</p><p>Nacional de Educação – PNE (2001-2010)” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 45).</p><p>102</p><p>Acadêmico, você se recorda do que trata o Plano Nacional de Educação? Se</p><p>não lembrar, busque na Unidade 1 esta definição.</p><p>A Emenda Constitucional n° 59, aprovada em 2009 pelo Congresso, prevê a</p><p>obrigatoriedade do ensino para a população entre 4 e 17 anos e amplia a</p><p>abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação</p><p>básica. Com a mudança na Constituição Federal, o ensino pré-escolar e médio</p><p>passam a ser obrigatórios. A meta do governo, portanto, é universalizar o</p><p>acesso. O prazo definido é 2016.</p><p>FONTE: <http://www.andi.org.br/infancia-e-juventude/legislacao/emenda-constitu-</p><p>cional-59>. Acesso em: 31 jul. 2016.</p><p>NOTA</p><p>NOTA</p><p>Dando continuidade, observamos que no governo Lula (2003-2006) foi criado</p><p>o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Este dado será melhor</p><p>abordado nas páginas seguintes, dando assim uma compreensão de onde, como e</p><p>para que é utilizado este fundo e os demais fundos criados pelo governo para auxiliar</p><p>no desenvolvimento da educação e diminuir as desigualdades relativas às questões</p><p>educacionais, refletindo nos demais espaços sociais. Em seu segundo mandato (2007-</p><p>2010), realizou mudanças na educação básica como, aumento de recursos na educação,</p><p>o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), o piso salarial dos professores e a</p><p>aprovação da Emenda Constitucional n° 59.</p><p>No governo de Dilma Rousseff, deu-se continuidade aos programas do governo</p><p>anterior e buscou-se implementá-los.</p><p>Observe, caro acadêmico, que estas ações, entre outras, estão interligadas a</p><p>ações e tendências internacionais, “sobretudo do Banco Mundial e do Fundo Monetário</p><p>Internacional (FMI)” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 44). No entanto, segundo</p><p>Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 45-46):</p><p>As políticas e diretrizes educacionais dos últimos vinte anos, com raras</p><p>exceções, não têm sido capazes de romper a tensão entre intenções</p><p>declaradas e medidas efetivas. Por um lado, estabelecem-se políticas</p><p>educativas que expressam intenções de ampliação da margem de</p><p>103</p><p>Diante do que já vimos, sobre a globalização, podemos determinar que ela</p><p>é irreversível ou chegará um momento em que os países, independentes de</p><p>suas finanças, buscarão um retrocesso? Qual é a sua opinião?</p><p>GIO</p><p>autonomia e de participação das escolas e dos professores, por outro,</p><p>verifica-se a parcimônia do governo nos investimentos, impedindo</p><p>a efetivação de medidas cada vez mais necessárias a favor, por</p><p>exemplo, dos salários, da carreira e da formação do professorado,</p><p>com a alegação de que o enxugamento do Estado requer redução</p><p>de despesas e do déficit público, o que acaba imprimindo uma lógica</p><p>contábil e economicista ao sistema de ensino.</p><p>Com isso, podemos determinar que perante o mundo, e perante a própria população,</p><p>nos deparamos com olhares desconfiados e descontentes com relação ao grau deficitário</p><p>na aplicação das políticas públicas educacionais. Podemos determinar então que, de</p><p>acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 46), “esse fato deve-se, certamente,</p><p>às características do modelo econômico adotado, de orientação economicista e</p><p>tecnocrática, em que as implicações sociais e humanas ficam em segundo plano”.</p><p>Precisamos então reordenar nossa casa, o Brasil, para assim conseguirmos retornar</p><p>ao crescimento econômico, para a obtenção de qualidade de vida. E não distante tudo</p><p>recai sobre a Educação. Este é o caminho, e a nível globalizado, todos pensam desta</p><p>maneira. A Educação é o caminho para a solução de muitos problemas mundiais e</p><p>nacionais.</p><p>Com isso, caro acadêmico, precisamos, enquanto profissionais da educação,</p><p>reconhecer diversas mudanças que ocorrem a nossa volta e estas recaem sobre nossa</p><p>maneira de proceder com os nossos alunos e a compreensão das leis e suas estratégias.</p><p>Acadêmico, o que dialogamos até aqui pode não fazer muito sentido, mas observe</p><p>que nesta perspectiva nosso país está buscando, muitas vezes por caminhos tortuosos,</p><p>diminuir as desigualdades sociais e estamos diretamente ligados à globalização. Não</p><p>podemos deixar de compreender que os acontecimentos no mundo afetam diretamente</p><p>a educação, de várias formas, sendo as principais assim pontuadas por Libâneo, Oliveira</p><p>e Toschi (2012, p. 62):</p><p>a) Exigem novo tipo de trabalhador, mais flexível e polivalente, o</p><p>que provoca certa valorização da educação formadora de novas</p><p>habilidades cognitivas e competências sociais e pessoais.</p><p>104</p><p>b) Levam o capitalismo a estabelecer, para a escola, finalidades mais</p><p>compatíveis com os interesses do mercado.</p><p>c) Modificam os objetivos e as prioridades da escola.</p><p>d) Produzem modificações nos interesses, necessidades e valores</p><p>escolares.</p><p>e) Forçam a escola a mudar suas práticas por causa do avanço</p><p>tecnológico dos meios de comunicação e da introdução da</p><p>informática.</p><p>f) Induz em alterações na atitude do professor e no trabalho</p><p>docente, uma vez que os meios de comunicação e os demais</p><p>recursos tecnológicos são muito motivadores.</p><p>Com estas intervenções, no que diz respeito aos acontecimentos que ocorrem no</p><p>mundo atual, observamos que a escola está também necessitando de reformulação, pois</p><p>a globalização está aí, adentrando nas salas de aula, em todos os espaços e um exemplo</p><p>claro são as novas tecnologias, presentes em nossas vidas e na vida de nossos alunos.</p><p>4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL</p><p>Sabendo do conceito de globalização no qual estamos inseridos, podemos</p><p>compreender que o celular é um dos instrumentos que representam essa globalização</p><p>na atualidade. São muitos os exemplos, mas tomemo-lo para definir que a revolução da</p><p>informação está em nós, em apenas um clique e estamos conectados ao mundo. Não</p><p>é fascinante?</p><p>FIGURA 1 – REVOLUÇÃO INFORMACIONAL</p><p>FONTE: <http://www.insiteconsultoria.com.br/blog-detalhe/ver/1/coleta-de-informacoes>.</p><p>Acesso em: 31 jul. 2016.</p><p>Perante o que possuímos em nossas mãos, e o que visualizamos cotidianamente,</p><p>estamos vivenciando uma revolução informacional, através da internet, que é a estrela</p><p>maior dessa revolução, e que nos dá a impressão de vivermos em uma “aldeia global”.</p><p>105</p><p>Sabemos que na atualidade podemos a qualquer momento receber informações</p><p>dos mais variados pontos do mundo, as informações circulam de maneira veloz, tendo</p><p>assim a sensação de estarmos no momento em que ocorreu determinada situação ou</p><p>fato. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 77):</p><p>A internet (a super-rede mundial de computadores) é uma das estrelas</p><p>principais, desta fase da revolução informacional, pois interliga</p><p>milhões de computadores, ou melhor, de usuários a um imenso e</p><p>crescente banco de informações, permitindo-lhes navegar pelo</p><p>mundo por meio do microcomputador. As informações disponíveis</p><p>dizem respeito a praticamente todos os temas de interesse, o que</p><p>fascina cada vez mais as pessoas.</p><p>E acrescenta que:</p><p>Com maior ou menor acesso, no entanto, as novas tecnologias da</p><p>informação e os diferentes meios de comunicação – por exemplo,</p><p>o rádio, o jornal, a revista, a televisão, o computador, o telefone, o</p><p>fax e outros – estão presentes nos espaços sociais ou incorporados</p><p>no cotidiano de vida das pessoas, de maneira a modificar hábitos,</p><p>costumes e necessidades.</p><p>Outro exemplo é o que nós estamos vivenciando, caros acadêmicos, são</p><p>as tecnologias utilizadas para nossos estudos, por exemplo, o Ambiente Virtual de</p><p>Aprendizagem (AVA), o Da Vinci Talk, onde podemos conversar e tirar dúvidas, os vídeos</p><p>da disciplina, os objetos de aprendizagem.</p><p>As informações correm por fibras ópticas, satélites etc., criando assim “redes</p><p>de informações on-line (comunicação instantânea) que conseguem juntar texto, som e</p><p>imagem” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 79).</p><p>Frente a isso, Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 79) nos apresentam</p><p>características que envolvem ainda a revolução informacional, a saber:</p><p>• Surgimento de nova linguagem comunicacional, uma vez</p><p>que circulam e se tornam comuns termos como realidade</p><p>virtual, ciberespaço, hipermídia, correio eletrônico, Orkut,</p><p>Facebook, Twitter e outros, expressando as novas realidades e</p><p>possibilidades informacionais. Já é comum também a utilização</p><p>de uma linguagem digital, sobretudo entre jovens, para expressar</p><p>sentimentos e situações de vida.</p><p>• Os diferentes mecanismos de informação digital (comunicação</p><p>instantânea), de acesso à informação, de pesquisa e de ligação</p><p>entre matérias sempre atualizadas e qualificadas.</p><p>• As novas possibilidades de entretenimento e de educação (TV</p><p>educativa, educação a distância, vídeos, softwares etc.).</p><p>• O acúmulo de informações e as infindáveis condições de</p><p>armazenamento.</p><p>106</p><p>Observe, acadêmico, que estas características denotam a necessidade de cada</p><p>indivíduo buscar seus conhecimentos para uma melhoria em sua vida profissional e</p><p>pessoal, mas também dá a abertura para a exclusão social se estas características</p><p>não forem bem desenvolvidas. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 81), a</p><p>globalização é uma palavra que “está na moda”.</p><p>No entanto, diferentemente da moda passageira, ela parece ter vindo</p><p>para ficar. Tem sido usada para designar uma gama de fatores econô-</p><p>micos, sociais, políticos e culturais que expressam o espírito e a eta-</p><p>pa de desenvolvimento do capitalismo em que o mundo se encontra</p><p>atualmente. Trata-se, portanto, de palavra de difícil conceituação,</p><p>em razão da amplitude e complexidade da realidade que tenta definir.</p><p>Cabe ressaltar que esta revolução informacional está em nosso meio e não sairá</p><p>dele, pois com a globalização está sendo construída através de materiais, de serviços,</p><p>saberes e habilidades (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012). E estas construções deter-</p><p>minam o nível de desenvolvimento e de monopolização do pensamento. Para tanto,</p><p>faz-se necessária uma verificação nas informações que circulam no espaço público,</p><p>pois estas podem, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 80), exercer “um papel</p><p>de entretenimento e doutrinação das massas”.</p><p>É isso que precisamos cuidar, pois a globalização e tecnologias são de extrema</p><p>necessidade e possuem muita importância, mas elas podem criar uma cultura de</p><p>massa empobrecida de conteúdo. A mesma revolução informacional que determina</p><p>uma evolução pode trazer elementos que tornam o indivíduo mero captador de ideias e</p><p>assim acaba sendo doutrinado por elas.</p><p>A informação das novas tecnologias “impõe o desafio de perceber as</p><p>potencialidades contraditórias e libertadoras da revolução informacional, bem como as</p><p>condições e estratégias de luta pela democratização da informação no contexto de uma</p><p>sociedade cada vez mais globalizada” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 81). Como</p><p>esta revolução informacional pode determinar mudanças na educação?</p><p>Esta pergunta é pertinente, pois conforme Galvão Filho e Miranda (2012, p. 247),</p><p>“existe uma tensão entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia (elas próprias em</p><p>mutação constante) e as condições de sua aplicação: o sistema social e educacional</p><p>e os modos de gestão devem abrir espaço à tecnologia em um determinado nível de</p><p>desempenho”.</p><p>Frente ao exposto, podemos determinar que as tecnologias na educação</p><p>possam auxiliar em uma dimensão maior, várias pessoas em suas várias faixas etárias,</p><p>organização de novas formas de ensino como a EAD – Educação a Distância –, que</p><p>determina o local, momento e desejos do educando, a utilização de ricas imagens e de</p><p>visualizações sobre qualquer temática desenvolvida; o estudo voltado competência do</p><p>acadêmico para ir em busca do conhecimento; o fácil acesso às informações, dentre</p><p>outros fatores que auxiliam o processo ensino-aprendizagem.</p><p>107</p><p>Observa-se, assim, que esta revolução informacional determina a necessidade</p><p>de a educação continuar buscando estas estratégias para tornar o sistema de ensino</p><p>cada vez mais democrático e integrativo.</p><p>Cabe ressaltar, aqui, o papel do professor nesse processo evolutivo das novas</p><p>tecnologias. Para tanto, vamos apresentar a você, acadêmico, um recorte do artigo de</p><p>Renival Vieira de Freitas e Magneide S. Santos Lima.</p><p>AS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS ATUAIS</p><p>PARA A PRÁTICA DOCENTE</p><p>[...] As novas tecnologias: desafios e suas implicações no ambiente</p><p>escolar e na prática docente.</p><p>A introdução dos recursos tecnológicos no ambiente escolar não se restringe</p><p>apenas à utilização de determinados equipamentos e produtos. Essa evolução</p><p>tecnológica e sua chegada e utilização no trabalho docente veio a contribuir na</p><p>alteração de comportamentos. A utilização desses recursos tecnológicos sem</p><p>o devido preparo do docente para a sua introdução na prática diária das escolas</p><p>veio ocorrer um choque cultural e uma resistência por parte dos docentes em sua</p><p>aplicação, ocorrendo assim, o aceleramento da crise de identidade dos professores.</p><p>Para Esteve (1999 apud ALONSO, 2008, s.p.) “a situação dos professores diante</p><p>das mudanças que ocorrem na escola é comparável a um grupo de atores que trajam</p><p>as vestimentas de determinado tempo e que, sem nenhum aviso anterior mudam-</p><p>lhes os cenários e as falas”. Quando Esteve apresenta essa mudança repentina no</p><p>cenário desse grupo de atores que precisa mudar toda sua apresentação sem um</p><p>aviso prévio e sem a devida preparação podemos verificar o que ocorreu na prática</p><p>diária do professor ao serem introduzidos nas escolas os recursos tecnológicos para</p><p>serem utilizados pelos docentes antes mesmo do sistema educacional promover</p><p>curso de aperfeiçoamento profissional para a utilização desses recursos tecnológicos</p><p>na prática pedagógica.</p><p>O professor não deixa de ter importância no desenvolvimento do seu papel</p><p>como mediador da aprendizagem devido à inserção das novas tecnologias no ambiente</p><p>escolar, mas, ao contrário, pode passar a ser o elemento principal dessa sociedade que</p><p>utiliza cada vez mais essas novas tecnologias como recurso didático promovendo o</p><p>enriquecimento da prática educativa, sendo assim, segundo Sacristán (1999, p. 89),</p><p>“a prática educativa não começa do zero: quem quiser modificá-la tem que apanhar o</p><p>processo ‘em andamento’. A inovação não é mais do que uma correção da trajetória”.</p><p>108</p><p>A renovação na prática docente pode ser constatada, não pelo uso puro e</p><p>simples desses recursos tecnológicos em seu cotidiano, mas, a partir do momento</p><p>em que esses equipamentos modifiquem de forma significativa o olhar do professor</p><p>diante de sua prática, suas concepções de educação, seus modelos de ensino-</p><p>aprendizagem. Para Sacristán (1999, p. 74) “o professor é responsável pela modelação</p><p>da prática, mas esta é a intersecção de diferentes contextos”.</p><p>Com o</p><p>aparecimento dos computadores e da internet, e sua inserção no</p><p>ambiente escolar, tornou-se possível a entrada desses novos recursos tecnológicos</p><p>na vida escolar, visto que, antes desse aparecimento era inviável a instalação de um</p><p>computador no ambiente escolar pelo seu tamanho e custo.</p><p>Segundo Kenski (2008, p. 45), “a maioria das tecnologias é utilizada</p><p>como auxiliar no processo educativo”. Não só o computador e a internet, como</p><p>outros recursos que foram introduzidos na prática do docente em sala de aula,</p><p>movimentaram a educação e provocaram novas mediações entre a abordagem do</p><p>professor, o entendimento do docente e o conhecimento veiculado.</p><p>A utilização por parte do professor no trabalho em classe de mídias e</p><p>ferramentas computacionais contribui para consolidação do processo de ensino-</p><p>aprendizagem. Esses recursos quando bem utilizados provocam a alteração dos</p><p>comportamentos de docentes e discentes, contribuindo assim para a ampliação</p><p>e maior aprofundamento do conteúdo estudado. Segundo Alava (2002, p. 65), “a</p><p>mudança provocada pelo desenvolvimento da tecnologia educacional altera de</p><p>forma profunda o modo como o aluno aprende”.</p><p>Essa mudança só será possível se o educador se apropriar de tais recursos</p><p>tecnológicos tornando-os significativos e verdadeiramente importantes, entre tantas</p><p>possibilidades, para modificação da prática pedagógica, promovendo a dinamização</p><p>do ensino e da aprendizagem, mas não basta a utilização, é necessário saber usar de</p><p>forma pedagogicamente correta a tecnologia escolhida para alcançar o sucesso no</p><p>ensino-aprendizagem. [...]</p><p>Refletindo sobre as práticas docentes</p><p>Na atualidade, nada garante o bom desempenho da prática docente se os</p><p>professores não superarem as suas crenças e se dedicarem ao fazer pedagógico</p><p>que leve o discente a experimentar outro comportamento diante dos objetos de</p><p>ensino. Essas crenças são adquiridas antes mesmo dessas pessoas se tornarem</p><p>professores, ainda como alunos. São visões pessoais, emocionais e se articulam</p><p>como um sistema hierárquico de filtragem sobre o que é verdadeiro no ensino e na</p><p>aprendizagem.</p><p>109</p><p>As convicções se fortalecem com o tempo, na medida em que as experiências</p><p>se cristalizam daquilo que tem bom êxito com frequência. Portanto, o docente,</p><p>ao assumir a docência, traz consigo elementos, onde cria algo como condição de</p><p>interferir na sua prática.</p><p>Bourdieu afirma que “os hábitos são princípios geradores de práticas distintas e</p><p>distintivas” (BOURDIEU, 2007, p. 22), logo, compreende-se que existe subentendida na</p><p>docência uma proporção silenciosa da ação pedagógica. Por vez, quando interrogam</p><p>os professores sobre por que desenvolvem sua prática dessa maneira e, por que, ao</p><p>enfrentar determinadas situações, agiram desta forma, geralmente a resposta está</p><p>relacionada às crenças daquele profissional, essa realidade segundo o autor, “constrói</p><p>o espaço social, essa realidade invisível, que não podemos mostrar nem tocar e que</p><p>organiza as práticas e as representações dos agentes” (BOURDIEU, 2007, p. 22). Por</p><p>essa razão é muito difícil modificar o conteúdo da prática pedagógica nos docentes.</p><p>A reflexão sobre o trabalho desenvolvido em sua prática diária pelos</p><p>professores possibilita a análise das convicções profissionais dos docentes. Assim,</p><p>define-se pela prática de ensino a identidade docente, construída pelos objetivos</p><p>educativos e pela autonomia profissional.</p><p>Refletindo acerca dessa questão, Sacristán (1999, p. 71) afirma que “[...] a</p><p>prática educativa não é uma ação que deriva de um conhecimento prévio, como</p><p>acontece com certas engenharias modernas, mas sim, uma atividade que gera</p><p>cultura intelectual em paralelo com sua existência [...]”. Nessa ótica, entende que</p><p>o docente, ao desenvolver sua prática, pensa, reflete sobre seu trabalho e que, ao</p><p>confrontar com os problemas da sala de aula, busca utilizar-se dos conhecimentos</p><p>adquiridos, (re) elaborando-os de forma criativa, no enfrentamento dos problemas,</p><p>que surgem na sala de aula.</p><p>Segundo Azzi (1999), o professor, na heterogeneidade de seu trabalho, está</p><p>sempre diante de situações complexas para as quais deve encontrar repostas, e</p><p>estas repetitivas ou criativas, dependem de sua capacidade e habilidade de leitura</p><p>da realidade e, também, do contexto, pois pode facilitar e/ou dificultar a sua prática.</p><p>A prática docente, conforme exposto, se constitui uma fonte de situações</p><p>complexas, na qual o docente no decorrer de sua jornada diária encontra-se face a</p><p>face com os problemas e com as dificuldades crescentes dos discentes, referentes</p><p>à apropriação e produção de conhecimento.</p><p>No decorrer da prática diária em sala de aula surgem vários problemas</p><p>que podem levar o docente a refletir acerca do ato pedagógico, fazendo com que</p><p>esses profissionais busquem alternativas para solucionar tais problemas, de modo a</p><p>responder às exigências que essa prática lhes impõe.</p><p>110</p><p>Nesse aspecto, Sacristán (1999, p. 79) afirma que “o ofício de quem</p><p>ensina consiste basicamente na disponibilidade e utilização, em determinadas</p><p>situações, de esquemas práticos para conduzir a ação”. O autor ressalta que na</p><p>jornada escolar o professor necessita estar preparado para enfrentar determinadas</p><p>situações problemáticas, as quais demandam uma tomada de decisões, aguçando o</p><p>desenvolvimento do pensamento e da ação do docente sobre sua prática.</p><p>FONTE: <http://educonse.com.br/2010/eixo_09/e9-89.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2016.</p><p>Com a leitura desse artigo podemos determinar que, na educação, a figura do</p><p>professor, independente do surgimento das novas tecnologias (NTICs), mantém-se</p><p>presente neste processo e cabe a ele estar aberto a essas novas possibilidades e utilizá-</p><p>las para o desenvolvimento de seus trabalhos.</p><p>Com isso, partiremos neste momento ao que o artigo mencionou, que é a forma como</p><p>a prática educacional passará a ser vista com as novas tecnologias. Essas práticas educativas</p><p>estão atreladas aos níveis e modalidades de educação e ensino existentes em nosso país.</p><p>5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO</p><p>Com o apresentado anteriormente, percebemos que para existir ou ser</p><p>inserido no sistema educacional, necessitamos ir ao encontro das leis que determinam</p><p>o funcionamento de sua estrutura. Para tanto, podemos perceber que o sistema</p><p>educacional possui em seu núcleo os níveis e modalidades de educação. Para melhor</p><p>compreensão, vamos determinar o que significa níveis e modalidades. Conforme</p><p>Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 361):</p><p>O termo modalidade da educação diz respeito aos diferentes modos</p><p>particulares de exercer a educação. Enquanto os níveis de educação</p><p>se referem aos diferentes graus, categorias de ensino, como infantil,</p><p>fundamental, médio, superior, a modalidade de educação implica a</p><p>forma, o modo como tais graus de ensino são desenvolvidos.</p><p>Com relação às modalidades de educação, nos deparamos com a educação</p><p>formal, informal e não formal, que de maneira breve será detalhada neste momento,</p><p>conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2011, p. 236-237):</p><p>• A educação informal, também chamada de não intencional,</p><p>refere-se às influências do meio humano, social, ecológico, físico</p><p>e cultural às quais o homem está exposto.</p><p>• A educação não formal é intencional, ocorre fora da escola, porém</p><p>é pouco estruturada e sistematizada.</p><p>• A educação formal é também intencional e ocorre ou não</p><p>em instâncias de educação escolar, apresentando objetivos</p><p>educativos explicitados. É claramente sistemática e organizada.</p><p>111</p><p>Precisamos observar que todas as modalidades de educação são</p><p>importantes, pois elas estão presentes no cotidiano das pessoas e tanto a</p><p>modalidade informal “que se refere às influências do meio natural e social sobre</p><p>o homem e interfere em sua relação com o meio social” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,</p><p>2012, p. 235), quanto a formal, “que busca ter objetivos explícitos, conteúdos, métodos</p><p>de ensino, procedimentos didáticos [...]” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 236),</p><p>são determinantes para alcançarmos os objetivos previstos</p><p>em lei.</p><p>Assim, todas as modalidades determinam sua maneira de auxiliar no</p><p>desenvolvimento da educação e nenhuma deve ser desconsiderada.</p><p>Frente ao exposto, vamos nos ater aos Artigos 205 e 206 da Constituição Federal</p><p>(BRASIL, 1988), que busca uma educação que é direito de todos e dever do Estado e da</p><p>família, além do desenvolvimento pleno do indivíduo, tornando ele apto para o exercício</p><p>da cidadania e a qualificação para o trabalho.</p><p>No Artigo 206 da Constituição, encontramos os seguintes princípios para</p><p>conquistar estes objetivos apresentados anteriormente:</p><p>I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;</p><p>II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o</p><p>pensamento, a arte e o saber;</p><p>III- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e</p><p>coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;</p><p>IV- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;</p><p>V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos,</p><p>na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente</p><p>por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006);</p><p>VI- gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII -</p><p>garantia de padrão de qualidade.</p><p>VIII- piso salarial profissional nacional para os profissionais da</p><p>educação escolar pública, nos termos de lei federal (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006).</p><p>A LDB/96, em seu título V, no que se refere aos níveis e modalidades de educação</p><p>através do Artigo 21, determina que a educação escolar se compõe de:</p><p>I- educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e</p><p>ensino médio;</p><p>II- educação superior (BRASIL, 1996).</p><p>Como podemos perceber, a educação infantil é o início do processo de educação</p><p>formal, atrelado a esta modalidade temos a educação fundamental, e o ensino médio</p><p>fechando o período da educação básica. Logo depois temos a educação superior, que</p><p>é vista como a “etapa terminal do ciclo da educação escolar” (CARNEIRO, 2015, p. 298).</p><p>112</p><p>Com isso, buscaremos determinar as finalidades de cada nível através de alguns</p><p>artigos elencados na LDB/96 e que tornam possível a execução destes níveis.</p><p>Nos Artigos 22, 23 e 24, temos as finalidades que a educação básica possui para</p><p>desenvolver os educandos; também apresentam sua organização que poderá ser em</p><p>séries anuais, períodos, ciclos, observando a idade dos grupos e sua organização. Ainda</p><p>no Artigo 24 da LDB/96 apresenta-se a organização do ensino fundamental e médio</p><p>observando regras como:</p><p>I- a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas</p><p>por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,</p><p>excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;</p><p>II- a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do</p><p>ensino fundamental, pode ser feita:</p><p>a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento,</p><p>a série ou fase anterior, na própria escola;</p><p>b) por transferência, para candidatos procedentes de outras</p><p>escolas;</p><p>c) independentemente de escolarização anterior, mediante</p><p>avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento</p><p>e experiência do candidato e permita sua inscrição na série</p><p>ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo</p><p>sistema de ensino;</p><p>III- nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série,</p><p>o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial,</p><p>desde que preservada a sequência do currículo, observadas as</p><p>normas do respectivo sistema de ensino;</p><p>IV- poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de</p><p>séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na</p><p>matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros</p><p>componentes curriculares;</p><p>V- a verificação do rendimento escolar observará os seguintes</p><p>critérios:</p><p>a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com</p><p>prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos</p><p>e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais</p><p>provas finais;</p><p>b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso</p><p>escolar;</p><p>c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante</p><p>verificação do aprendizado;</p><p>d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;</p><p>e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência</p><p>paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento</p><p>escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino</p><p>em seus regimentos;</p><p>VI- o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o</p><p>disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema</p><p>de ensino, exigida a frequência mínima de setenta e cinco por</p><p>cento do total de horas letivas para aprovação;</p><p>VII- cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares,</p><p>declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de</p><p>conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.</p><p>113</p><p>Vamos verificar do dispositivo I, que trata da carga horária mínima. Com isso,</p><p>podemos determinar que a ampliação da carga horária mínima de 720 horas para 800</p><p>horas anuais e de 180 para 200 dias letivos foi um grande avanço para nosso país, pois</p><p>conforme Carneiro (2015, p. 306), “o Brasil renuncia à incômoda posição de país que,</p><p>embora signatário do Estatuto Universal dos Direitos Humanos de 1948, exibia um dos</p><p>mais reduzidos tempos de permanência do aluno na escola”. Ainda conforme Carneiro</p><p>(2015, p. 306):</p><p>O ganho é inestimável. [...] se o sistema de ensino houver adotado</p><p>o Ensino Fundamental de nove anos, o ganho será maior, passando</p><p>para um acréscimo de 1.440 horas. Ao final do Ensino Médio terá 240</p><p>horas adicionais de estudo, o que equivale a dois meses extras de</p><p>escolaridade. Ao término dos estudos correspondentes ao ciclo da</p><p>educação básica, o aluno terá tido uma ampliação de carga horária,</p><p>entre o Fundamental e o Médio, de cerca de 1.640 horas, o equivalente</p><p>a dois anos adicionais de estudo. Um avanço espetacular da escola</p><p>básica brasileira.</p><p>No que diz respeito a essas informações, nos deparamos também com muitas</p><p>disparidades e necessidade de se avançar não só em relação ao número de horas em</p><p>que a criança se encontra na escola, mas também na sua qualidade educacional.</p><p>Para tanto, no dispositivo II, encontramos algo que busca amarrar a quantidade</p><p>de horas com a qualidade do ensino. Isto através da incumbência dada à escola de</p><p>“elaborar e executar sua proposta pedagógica”, que se encontra no Artigo 12 da LDB.</p><p>No dispositivo III, observamos a necessidade inicial de se respeitar o sistema</p><p>de ensino vigente e a escola pode aqui adotar a promoção por série, sendo que ela</p><p>deverá ser apresentada no regimento escolar. Conforme Carneiro (2015, p. 307):</p><p>A lei inova, igualmente, no tocante à questão da promoção. No caso</p><p>de a escola adotar a promoção por série, poderá ocorrer a promoção</p><p>por disciplina, assegurada a estrutura sequencial do currículo. Aqui</p><p>reside a maior dificuldade para operacionalizar a cultura da construção</p><p>curricular, porque ela própria nunca trabalhou com um projeto</p><p>pedagógico próprio, portanto, capaz de espelhar sua especificidade.</p><p>Cabe ressaltar a necessidade de os profissionais da educação buscarem maior</p><p>diálogo em suas escolas e com relação as suas disciplinas, pois com isso obteremos</p><p>um avanço significativo no que diz respeito à construção de uma organização curricular</p><p>que enalteça os interesses e necessidades dos educandos e dos próprios profissionais</p><p>da educação.</p><p>No dispositivo IV, apresenta-se a questão relativa à organização de turmas/ clas-</p><p>ses com alunos em suas séries distintas, utilizando o critério de adiantamento na matéria.</p><p>Conforme Carneiro (2015, p. 308), “[...] é uma possibilidade interessante, embora, também</p><p>de difícil operacionalização”. Isso porque possuímos poucos recursos em todos os níveis,</p><p>sejam eles materiais e tecnológicos, mas não nos falta a criatividade e a flexibilidade de</p><p>tentar modificar muitas das coisas que são apresentadas no cotidiano educacional.</p><p>114</p><p>Já o dispositivo V trata da</p><p>verificação do rendimento escolar que, conforme</p><p>Carneiro (2015, p. 309), “[...] constitui um dos mais importantes meios para aferir a adequação</p><p>do projeto político-pedagógico aos contextos individuais e sociais locais e sua decisão</p><p>de atendimento “às necessidades básicas de aprendizagem dos alunos”.</p><p>Ao tratarmos da verificação do rendimento escolar é importante observar o que</p><p>apresenta o Artigo 3° da LDB, que trata da igualdade de condições de acesso e permanência</p><p>na escola; liberdade de aprender e ensinar etc. Além desse artigo, o Artigo 12 se refere ao</p><p>cumprimento da função social da escola através de seu Projeto Pedagógico. Não nos</p><p>esquecendo do Artigo 5° e 205 da Constituição e do Artigo 2° da LDB, que tratam de</p><p>questões relativas a seu cumprimento total.</p><p>Naturalmente, os procedimentos de verificação, nos termos da</p><p>LDB, se voltam para o aluno como individualidade, uma vez que</p><p>a ideia da educação escolar é possibilitar, a cada um, seu pleno</p><p>desenvolvimento, seu preparo para o exercício da cidadania e sua</p><p>qualificação para o trabalho (Art. 2°). Tudo isto estará, de alguma</p><p>forma, radiografado no histórico escolar [...] (CARNEIRO, 2015, p. 309).</p><p>Cabe ressaltar que os critérios para realização da avaliação perpassam por dois</p><p>tipos: a qualitativa e a quantitativa. Assim, os critérios apresentados pela lei denotam</p><p>a necessidade de se adotar procedimentos pedagógicos que possuam integração</p><p>nos processos avaliativos. Pois, se buscarmos somente uma avaliação quantitativa,</p><p>estaremos fadados a abandonar o foco da avaliação que é de verificarmos o aluno em</p><p>sua totalidade, globalmente e não somente através de provas, por exemplo.</p><p>Outro fator que cabe ser salientado é o processo de aceleração de estudos, que</p><p>para Carneiro (2015, p. 310) “deve constituir componente inafastável de uma política de</p><p>correção de fluxo de todos os sistemas de ensino”. Importante ressaltar que, conforme</p><p>Carneiro (2015, p. 310):</p><p>[...] o Brasil é campeão na América Latina em alunos que, fora da</p><p>faixa etária, frequentam a escola fundamental. Esse fenômeno, que</p><p>chega a percentuais elevadíssimos em toda a matrícula, denomina-</p><p>se defasagem idade-série e é um dos fatores mais diretamente</p><p>responsáveis pela baixa qualidade do ensino.</p><p>O que fazer com esta triste realidade? A cada momento, os profissionais da</p><p>educação buscam respostas para esta mudança de realidade, muitos são os desafios</p><p>e um destes desafios encontra-se na implantação de classes de aceleração, como</p><p>afirma Carneiro (2015, p. 310), mas que não chega a fins eficazes por um dos motivos</p><p>delineados a seguir:</p><p>[...] o material usado e todo planejamento para a correção de fluxo no</p><p>Brasil é ‘concebido’ por grandes agências fornecedoras com a total</p><p>exclusão dos professores do processo de criação compartilhada.</p><p>De fato, os docentes entram no processo como meros executores.</p><p>E os resultados são os que todos conhecemos! Fica mais uma vez</p><p>comprovado que, quando o professor não participa, a escola não se</p><p>modifica (CARNEIRO, 2015, p. 310).</p><p>115</p><p>O dispositivo VI trata do controle da frequência, a qual é de extrema</p><p>importância, pois auxilia no funcionamento adequado da educação escolar e do</p><p>acompanhamento do processo de construção do processo de aprendizagem</p><p>do aluno.</p><p>A frequência é obrigatória em todas as escolas da federação brasileira,</p><p>independente da diversidade de cada região do país, perfazendo assim a necessidade</p><p>da realização de 800 horas relativas à carga horária mínima e a 200 dias letivos, já visto</p><p>anteriormente.</p><p>Assim, o controle de frequência torna-se obrigatório legalmente, conforme o Artigo</p><p>23 e 24 da LDB, e necessário pedagogicamente, sendo submetido a três condições:</p><p>• “é de responsabilidade da escola;</p><p>• deve estar disciplinado no regimento escolar;</p><p>• obedece a normas gerais de cada sistema de ensino” (CARNEIRO, 2015, p. 312).</p><p>Observamos que a frequência escolar está atrelada à escolarização obrigatória</p><p>e esta é presencial e necessita da administração dos dias e das horas letivos, realizado</p><p>através do controle de frequência, a tão conhecida “chamada”.</p><p>Esta frequência é utilizada não por acaso, mas para que seja realizada a distribuição</p><p>dos recursos pelo Fundeb, pois conforme o Artigo 9°, da Lei 11.494, que regulamenta</p><p>o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos</p><p>Profissionais da Educação – FUNDEB: “Para os fins da distribuição dos recursos de que</p><p>trata esta lei serão consideradas exclusivamente as matrículas presenciais efetivas,</p><p>conforme os dados apurados no censo escolar mais atualizado [...]” (BRASIL, 2007).</p><p>O Fundeb – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – foi criado</p><p>em novembro de 1968 e está vinculado ao Ministério da Educação – MEC.</p><p>A finalidade da autarquia é captar recursos financeiros para projetos</p><p>educacionais e de assistência ao estudante. A maior parte dos recursos do</p><p>FNDE provém do salário-educação, com o qual todas as empresas estão</p><p>sujeitas a contribuir (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 391).</p><p>NOTA</p><p>116</p><p>O dispositivo VII vem com o intuito de repassar às instituições a responsabilidade</p><p>de expedir os históricos escolares, o qual é “a radiografia do percurso curricular do aluno</p><p>e, portanto, de seu itinerário acadêmico” (CARNEIRO, 2015, p. 313).</p><p>Este documento tem o objetivo de confirmar que o aluno obteve os índices</p><p>necessários para a obtenção do diploma e que adquiriu os conhecimentos necessários</p><p>para dar continuidade a sua vida escolar.</p><p>Além do histórico escolar, a escola também pode entregar ao aluno, quando so-</p><p>licitado, uma declaração (parcial) ou total (que é o caso do diploma), para determinar até</p><p>que nível o aluno se manteve naquela instituição. De acordo com Carneiro (2015, p. 313):</p><p>[...] as instituições de ensino têm a magna responsabilidade de regis-</p><p>trar e certificar os conhecimentos do aluno, o que constitui um enor-</p><p>me desafio e uma vigilância educativa e burocrática continuada, sob</p><p>o olhar cuidadoso da direção e o acompanhamento dos professores.</p><p>Ainda sobre os níveis de ensino, destacamos que a Educação Infantil, como</p><p>se apresenta no Artigo 29 da LDB/1996, é a primeira etapa da educação básica, tendo</p><p>como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus</p><p>aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e</p><p>da comunidade (BRASIL, 1996).</p><p>Cabe aqui uma ressalva, e que Carneiro (2015, p. 353) apresenta com propriedade,</p><p>no que diz respeito à organização da educação infantil relativo à creche e pré-escola:</p><p>Creche e pré-escola não são depósitos de crianças nem hospedagem-</p><p>dia, tampouco espaços para as crianças permanecerem algumas</p><p>horas ao longo do dia, enquanto os pais realizam suas jornadas de</p><p>trabalho. Pelo contrário, são ambientes apropriados, equipados</p><p>adequadamente, potencializados no conjunto dos meios disponíveis</p><p>e, sobretudo, com pessoal docente e de apoio técnico devidamente</p><p>qualificado, portanto, com formação especializada, para trabalhar</p><p>com as crianças da faixa etária legal indicada, tendo em vista o seu</p><p>desenvolvimento integral no entrelaçamento dos aspectos físico,</p><p>psicológico, social e lúdico-cultural.</p><p>Diante do exposto e o que é apresentado no Artigo 29, determinamos as funções</p><p>que o Estado, a família e a comunidade possuem em relação às ações que devem ser</p><p>desenvolvidas e articuladas por todos na eficácia do desenvolvimento da criança na</p><p>primeira fase educacional de sua vida. Não sendo somente a escola a responsável por</p><p>este movimento.</p><p>Cabe ressaltar o que Carneiro (2015, p. 354) apresenta sobre o porquê da</p><p>importância destes três elementos para um ensino eficaz na Educação Infantil.</p><p>117</p><p>Porque estes são os contextos institucionais e sociais à disposição da</p><p>criança para o seu estruturante desenvolvimento cognitivo. É neles</p><p>que a criança aprende a pensar e aprende a aprender. É sempre con-</p><p>veniente relembrar que a inteligência se forma a partir do nascimento,</p><p>mas é, sobretudo na infância que se abrem ‘as janelas de oportunida-</p><p>des’, quando se multiplicam os estímulos e as cadeias de experiências.</p><p>Com isso, podemos determinar que a Educação Infantil é um direito fundamental</p><p>da criança e essa educação se apresenta em quatro ações que são essenciais na sua</p><p>aplicabilidade, sendo elas: condição de desenvolvimento, de formação, integração social</p><p>e de realização pessoal. Carneiro determina que “ao lado desses aspectos tão essenciais</p><p>da vida, há também argumentos de natureza econômica e social” (2015, p. 355). Cabe</p><p>salientar que a Educação Infantil será oferecida para crianças de até cinco anos de idade.</p><p>De acordo com o Artigo 30 da LDB (BRASIL, 1996), a educação infantil será</p><p>oferecida em creches para crianças de até três anos de idade, e em pré-escolas para</p><p>crianças de quatro a cinco anos de idade.</p><p>Outro fator a ser observado, caro acadêmico, é a necessidade de verificar que</p><p>muitas das ações desenvolvidas dentro da Educação Infantil ainda se apresentam de</p><p>maneira deficitária, pois o Ministério da Educação:</p><p>[...] embora tenha, desde 1974, um setor para tratar deste assunto,</p><p>na verdade, jamais desenvolveu uma política coerente e sequencial</p><p>que compatibilize as ideias, corpo técnico para cooperação com os</p><p>Estados e recursos financeiros. Ou seja, ausente dos orçamentos</p><p>públicos, a educação pré-escolar jamais ultrapassou o terreno das</p><p>intenções (CARNEIRO, 2015, p. 355).</p><p>Diante do exposto, a atual gestão do Ministério da Educação “vem buscando</p><p>resgatar a educação pré-escolar mediante uma clara definição de políticas e diretrizes</p><p>para o setor, desdobradas em: i) diretrizes gerais; ii) diretrizes pedagógicas; iii) diretrizes</p><p>para uma política de Recursos Humanos” (CARNEIRO, 2015, p. 355).</p><p>Com o passar dos anos, já em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi</p><p>apresentado aos profissionais da educação um documento intitulado Referencial Curri-</p><p>cular Nacional para a Educação Infantil, em três volumes (Introdução, Volume I e Volume</p><p>II). Nesse documento estão expressos: os objetivos, conteúdos, estratégias, formas de</p><p>avaliação e os princípios que denotam este referencial, que são assim apresentados:</p><p>• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas</p><p>suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas,</p><p>religiosas etc.;</p><p>• o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão,</p><p>pensamento, interação e comunicação infantil;</p><p>• o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando</p><p>o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à</p><p>comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à</p><p>estética;</p><p>118</p><p>• a socialização das crianças por meio de sua participação e inser-</p><p>ção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação</p><p>de espécie alguma;</p><p>• o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência</p><p>e ao desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1998, p. 13).</p><p>Dentro do apresentado podemos delinear que o legislador (governo) está</p><p>preocupado com o modo que se deve tratar o bebê e o tratamento também dado às</p><p>crianças “enquanto sujeitos de direto, o que requer instituições funcionando com espaços</p><p>adequados, equipamentos apropriados e docentes pedagógica e funcionalmente</p><p>qualificados” (CARNEIRO, 2015, p, 363).</p><p>No que diz respeito aos referenciais curriculares utilizados pelos profissionais da</p><p>Educação Infantil na elaboração de seu planejamento, devem ser levadas em consideração</p><p>três áreas, a saber: a do desenvolvimento físico e motor; b) do desenvolvimento mental</p><p>e c) do desenvolvimento socioemocional, as quais são determinantes na LDB, no Artigo</p><p>29, definindo a educação infantil como a primeira etapa da educação básica.</p><p>Ainda com relação à educação infantil, o Artigo 31 da LDB apresenta como ela é</p><p>organizada, de acordo com as seguintes regras comuns:</p><p>I- avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento</p><p>das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao</p><p>ensino fundamental;</p><p>II- carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída</p><p>por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;</p><p>III- atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para</p><p>o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;</p><p>IV- controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar,</p><p>exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total</p><p>de horas;</p><p>V- expedição de documentação que permita atestar os processos</p><p>de desenvolvimento e aprendizagem da criança (BRASIL, 1996).</p><p>Nesta etapa da Educação Infantil, a avaliação tem um âmbito de acompanha-</p><p>mento relativo ao desenvolvimento e de observação, através dos registros, e não da</p><p>forma como ocorre no Ensino Fundamental.</p><p>De acordo com Carneiro (2015, p. 366), “esta diferença ajuda a compreender a</p><p>distância que existe entre ensino e educação, ou, mais precisamente, entre crescer</p><p>interiormente e ser aprovado exteriormente. Trata-se, portanto, de um processo</p><p>essencialmente qualitativo”.</p><p>Necessitamos verificar que há muito que se fazer com relação às questões</p><p>avaliativas, pois na educação brasileira encontramos muito forte a avaliação dos</p><p>conteúdos, deixando de se observar uma “avaliação de desenvolvimento evolutivo da</p><p>aprendizagem” (CARNEIRO, 2015, p. 366).</p><p>119</p><p>Com isso, verificamos a necessidade de termos no quadro da Educação Infantil</p><p>profissionais da educação qualificados, como também outros profissionais como médicos,</p><p>psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros. Para muitos uma utopia, para outros</p><p>a necessidade urgente de organizarmos nossa educação, a qual é a base de todo o</p><p>processo educacional brasileiro.</p><p>No que diz respeito às práticas pedagógicas desenvolvidas neste nível, observa-</p><p>se que existe um alto grau de complexidade. Conforme Carneiro (2015, p. 366):</p><p>Neste ciclo escolar, exige-se do professor que tenha clareza sobre os</p><p>níveis de interseção entre as atividades (procedimentos) vinculado</p><p>ao campo dos conhecimentos sistematizados, dos saberes metodo-</p><p>logizados. Educar é uma gama de processos articulados, vinculados</p><p>à esfera do saber-ser. Tem, portanto, a ver com conformidades com-</p><p>portamentais, hábitos, relações intersubjetivas e desempenho social.</p><p>Formar, por fim, é trabalhar competências, objetivando a inserção</p><p>adequada do sujeito em atividades sociais, laborais e situacionais</p><p>precisas. Vincula-se ao campo do saber-fazer.</p><p>Frente a isso, podemos determinar que a formação do profissional que</p><p>estiver inserido na Educação Infantil é elevada, necessita de muito conhecimento e</p><p>competência em suas atividades.</p><p>Para determinar a avaliação na Educação Infantil não podemos fazê-la de forma</p><p>quantitativa, mas sim observar o desenvolvimento emocional e comportamental, através</p><p>de dimensões como: “atenção, atitudes reativas e proativas, participação, integração,</p><p>socialização, adaptação, motivação, tolerância, sentimento do outro, prontidão mental,</p><p>coordenação de movimentos, nível de linguagem e comunicação, processos de evolução</p><p>de etapas, dentre outros” (CARNEIRO, 2015, p. 369).</p><p>Assim, a Educação Infantil, no que tange à avaliação, não está preocupada</p><p>em medir ou apurar o que o aluno absorveu, mas sim trabalhar o currículo de maneira</p><p>multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, tudo isso através da ludicidade</p><p>pedagógica.</p><p>No que diz respeito ao quadro de horas, deve-se respeitar o que se encontra</p><p>na LDB, pois a Educação Infantil passa a ter uma organização e um funcionamento</p><p>submetidos às exigências regulares, com 800 (oitocentas horas mínimas anuais) e no</p><p>mínimo 200 (duzentos dias letivos).</p><p>O atendimento às crianças é definido pelo fator etário: crianças de zero a três</p><p>anos matriculadas em creches, e de quatro a cinco anos na pré-escola. Cabe ressaltar</p><p>mais uma vez que a creche e a pré-escola não são depósito de crianças, mas um</p><p>espaço que busca a formação das crianças no eixo cuidar-educar, o que determina</p><p>atenção individualizada e qualidade nas ações realizadas com a criança, buscando o</p><p>pleno desenvolvimento da criança.</p><p>120</p><p>Já</p><p>na pré-escola, a educação infantil vem com uma outra perspectiva, ancorada</p><p>é claro nos princípios elencados na Educação Infantil, mas encontra-se nesse segmento</p><p>a presença do controle de frequência da criança. Nesse segmento a frequência é de</p><p>sessenta por cento (Artigo 31, inciso IV) (BRASIL, 1996).</p><p>O controle de frequência neste caso ganha enorme importância</p><p>pelo fato de a pré-escola ter importância ímpar no processo de</p><p>alfabetização e letramento do aluno. Como etapa imediatamente</p><p>anterior ao ensino fundamental, a pré-escola é o chão da memória</p><p>da aprendizagem sistematizada e, portanto, das interconexões</p><p>‘institucionalizadas dos alunos, aproximando formação cultural</p><p>e vivências grupais e sociais dentro do processo de ler lições para</p><p>estudar, aprender e prestar contas!’ Ou seja, aqui o aluno passa a</p><p>assumir propriamente a responsabilidade das obrigações escolares</p><p>e ‘do dever de casa’. A frequência controlada visa precisamente a</p><p>evitar descontinuidades neste processo ou seu comprometimento</p><p>por interrupções indevidas (CARNEIRO, 2015, p. 371).</p><p>E por último, e tão importante quanto os demais aspectos aqui elencados, a</p><p>expedição de documentos em nível de alunos da Educação Infantil dá-se através de</p><p>registros de acompanhamento, que retratam as etapas de desenvolvimento da criança.</p><p>Já o Artigo 32 vem com a responsabilidade de informar que o Ensino</p><p>Fundamental obrigatório possui a duração de nove anos, de maneira gratuita na</p><p>escola pública, tendo seu início aos seis anos de idade, e terá por objetivo a formação</p><p>básica do cidadão, mediante (BRASIL, 1996):</p><p>I- o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como</p><p>meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;</p><p>II- a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político,</p><p>da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a</p><p>sociedade;</p><p>III- o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em</p><p>vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação</p><p>de atitudes e valores;</p><p>IV- o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de</p><p>solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se</p><p>assenta a vida social.</p><p>§ 1° É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino</p><p>fundamental em ciclos.</p><p>§ 2° Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série</p><p>podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão</p><p>continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-</p><p>aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de</p><p>ensino.</p><p>§ 3° O ensino fundamental regular será ministrado em língua</p><p>portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de</p><p>suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.</p><p>§ 4° O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância</p><p>utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações</p><p>emergenciais.</p><p>§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente,</p><p>conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes,</p><p>tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui</p><p>121</p><p>o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção</p><p>e distribuição de material didático adequado (Incluído pela Lei n°</p><p>11.525, de 2007).</p><p>§ 6° O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema</p><p>transversal nos currículos do ensino fundamental (Incluído pela Lei</p><p>n° 12.472, de 2011).</p><p>Observa-se, neste artigo, a preocupação relativa à permanência da criança na</p><p>escola, dando a possibilidade de acrescentar mais conhecimentos para as crianças em</p><p>toda sua vida escolar. Ao realizar este movimento de passar de oito anos para nove</p><p>anos de escolaridade do Ensino Fundamental, além de ser uma conquista, existiram</p><p>efeitos relativos ao funcionamento da escola. Foram necessárias algumas reordenações</p><p>relativas à reorganização do calendário de matrículas; modificações no projeto político</p><p>pedagógico do Ensino Fundamental, trazendo também a inclusão da Educação Infantil</p><p>neste meio; busca de estudos, análise e avaliações através da participação da sociedade,</p><p>observando-se questões relativas aos recursos financeiros, materiais e humanos para</p><p>a funcionalidade deste trabalho; a busca pela participação da família na formação das</p><p>crianças em todos os níveis; a capacitação dos professores e funcionários através de</p><p>um trabalho voltado ao pedagógico e que retrate a faixa etária em questão.</p><p>Através destes mecanismos, busca-se organizar a escola em sua estrutura</p><p>pedagógica desenvolvendo uma formação comum. Cabe ressaltar, caro acadêmico,</p><p>que formação básica e formação comum não se tratam de expressões equivalentes,</p><p>conforme Carneiro (2015, p. 377):</p><p>[...] formação básica, quando se refere ao Ensino Fundamental e em</p><p>formação comum quando se refere à educação básica. [...] A ideia</p><p>de formação comum é bem mais abrangente. Enquanto a formação</p><p>básica adjunge-se ao Ensino Fundamental, portanto, ao ensino de</p><p>oferta universalmente obrigatória a todos os cidadãos brasileiros,</p><p>a ideia de formação comum pervade os três níveis de constituição</p><p>da educação básica e, desta forma, desentranhando-se dos limites</p><p>do tempo no Ensino Fundamental (nove anos), busca superar a</p><p>quantidade pela qualidade educativa.</p><p>Desta maneira, podemos perceber que formação comum e formação básica são</p><p>palavras que possuem conceitos diferenciados, mesmo que se complementem.</p><p>Quando falamos em formação comum, nos atemos ao novo documento que</p><p>baliza as aprendizagens essenciais para todos os alunos da educação básica, seja em</p><p>suas modalidades e etapas.</p><p>Estamos falando da BNCC – Base Nacional Comum Curricular, um documento</p><p>normativo – que se constitui num documento em que estão atreladas as competências e</p><p>habilidades que o aluno deverá construir em seu processo de ensino aprendizagem. Este</p><p>documento foi elaborado a partir das necessidades de uma nova visão de educação, em</p><p>que se observou a participação dos segmentos educacionais e que foi fundamentada a</p><p>partir da Constituição Federal de 1988.</p><p>122</p><p>Cabe ressaltar que este documento normativo, não nasceu de um simples</p><p>movimento, mas da necessidade frente as mudanças que a sociedade está vivenciando</p><p>de maneira frenética. Para tanto, a educação, não se distancia deste movimento,</p><p>necessitando adaptar-se à realidade mundial e nacional. Com isso, a BNCC, e está</p><p>sendo um documento que necessita ser estudado, refletido por parte dos profissionais</p><p>da educação e compreendido em sua historicidade.</p><p>Relativo à historicidade, a BNCC possui, antes de sua construção, outros</p><p>documentos que fizeram e fazem parte do embasamento para a construção da base</p><p>nacional comum curricular, a saber:</p><p>123</p><p>FI</p><p>GU</p><p>RA</p><p>2</p><p>–</p><p>CA</p><p>M</p><p>IN</p><p>H</p><p>O</p><p>D</p><p>AS</p><p>D</p><p>IR</p><p>ET</p><p>R</p><p>IZ</p><p>ES</p><p>C</p><p>U</p><p>R</p><p>RI</p><p>CU</p><p>LA</p><p>RE</p><p>S</p><p>N</p><p>AC</p><p>IO</p><p>N</p><p>A</p><p>IS</p><p>D</p><p>A</p><p>E</p><p>D</p><p>U</p><p>CA</p><p>ÇÃ</p><p>O</p><p>B</p><p>ÁS</p><p>IC</p><p>A</p><p>, E</p><p>D</p><p>U</p><p>CA</p><p>ÇÃ</p><p>O</p><p>IN</p><p>FA</p><p>N</p><p>TI</p><p>L</p><p>E</p><p>EN</p><p>SI</p><p>N</p><p>O</p><p>M</p><p>ÉD</p><p>IO</p><p>FO</p><p>N</p><p>TE</p><p>: A</p><p>a</p><p>ut</p><p>or</p><p>a</p><p>(2</p><p>02</p><p>1)</p><p>124</p><p>Podemos observar que os marcos legais que embasam a BNCC, não foram</p><p>construídos de maneira aleatória, existe um caminho ou percurso histórico político</p><p>delineado a partir das necessidades educacionais e de lutas políticas de maneira</p><p>democrática para a melhoria e efetivação destas políticas educacionais.</p><p>Esta caminhada na construção das novas Diretrizes Curriculares Nacionais, nos</p><p>levou a obtenção deste novo documento a Base Nacional Comum Curricular. Deixamos</p><p>um QR Code com o documento em sua íntegra.</p><p>Além disso, cabe ressaltar que a BNCC, entende a Base Nacional Comum Curricular</p><p>[...]como os conhecimentos, saberes e valores produzidos</p><p>culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são gerados</p><p>nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico;</p><p>no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas</p><p>atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas formas</p><p>diversas de exercício da cidadania; nos movimentos sociais (Parecer</p><p>CNE/CEB n° 07/2010, p. 31 apud BRASIL, 2016, p. 25).</p><p>Este conceito recai diretamente no que estamos verificando no Artigo 32 da</p><p>LDB. Com isso, a Base Nacional Comum Curricular</p><p>não é só mais um documento, mas</p><p>sim, uma exigência.</p><p>A Base Nacional Comum Curricular é uma exigência colocada para o sistema</p><p>educacional brasileiro pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996;</p><p>2013), pelas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (BRASIL, 2009) e</p><p>pelo Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014), e deve se constituir como um avanço</p><p>na construção da qualidade da educação.</p><p>Para o Ministério da Educação, o que deve nortear um projeto de nação</p><p>é a formação humana integral e uma educação de qualidade social.</p><p>Em consonância com seu papel de coordenar a política nacional</p><p>de Educação Básica, o MEC desencadeou um amplo processo de</p><p>discussão da Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica.</p><p>A BNCC, cuja finalidade é orientar os sistemas na elaboração de suas</p><p>propostas curriculares, tem como fundamento o direito à aprendiza-</p><p>gem e ao desenvolvimento, em conformidade com o que preceitu-</p><p>am o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Conferência Nacional de</p><p>Educação (CONAE) (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016a, p. 24).</p><p>Frente ao que reúne a BNCC, esta tem o intuito de integrar a política nacional da</p><p>Educação Básica, contribuindo para “[...] o alinhamento de outras políticas e ações, em</p><p>âmbito federal, estadual e municipal” (BRASIL, 2018, p. 8).</p><p>O documento que foi desenvolvido com a participação de diversos segmentos</p><p>da sociedade e da esfera educacional, tem a finalidade de auxiliar na superação das</p><p>fragmentações existentes junto as políticas educacionais e fortalecer a colaboração</p><p>entre as três esferas governamentais.</p><p>125</p><p>Logo, o documento prevê que os educandos tenham assegurado o</p><p>desenvolvimento de competências gerais para as três etapas da Educação Básica que</p><p>são em número de 10 (dez) a saber m conforme quadro a seguir:</p><p>FIGURA 3 – AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo</p><p>físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar</p><p>aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e</p><p>inclusiva.</p><p>2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,</p><p>incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,</p><p>para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas</p><p>e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das</p><p>diferentes áreas.</p><p>3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais,</p><p>e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.</p><p>4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras,</p><p>e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos</p><p>das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar</p><p>informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir</p><p>sentidos que levem ao entendimento mútuo.</p><p>5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação</p><p>de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais</p><p>(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,</p><p>produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na</p><p>vida pessoal e coletiva.</p><p>6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de</p><p>conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações</p><p>próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da</p><p>cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica</p><p>e responsabilidade.</p><p>7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,</p><p>negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem</p><p>e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo</p><p>responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação</p><p>ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.</p><p>8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,</p><p>compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as</p><p>dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.</p><p>126</p><p>9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-</p><p>se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com</p><p>acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus</p><p>saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer</p><p>natureza.</p><p>10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,</p><p>resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,</p><p>democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.</p><p>FONTE: Brasil (2018, p. 9-10)</p><p>Realizando a leitura destas dez competências observamos que existe uma</p><p>inter-relação e desdobramento entre elas, as quais ficam mais claras quando elencadas</p><p>em cada área com suas competências específicas.</p><p>Diante do exposto, os fundamentos pedagógicos da Base Nacional Comum</p><p>Curricular possuem como foco o desenvolvimento de competências e o compromisso</p><p>com a educação integral. Com relação ao conceito de competência, este de acordo com</p><p>o BNCC “[...] marca a discussão pedagógica e social das últimas décadas e pode ser</p><p>inferido no texto da LDB, especialmente quando se estabelecem as finalidades gerais do</p><p>Ensino Fundamental e do Ensino Médio (Artigos 32 e 35)” (BRASIL, 2018, p. 13).</p><p>Cabe ressaltar que que o enfoque dado em relação as competências vêm sendo</p><p>adotado além dos Estados e municípios, também nas avaliações internacionais da OCDE</p><p>– Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico com da UNESCO –</p><p>Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e a Cultura.</p><p>Diante do exposto, observamos que estamos inseridos em um sistema</p><p>que envolve mecanismos internacionais que aferem suas observações quanto ao</p><p>desenvolvimento do ensino e da aprendizagem através de avaliações como o Pisa -</p><p>Programa Internacional de Avaliação de Alunos, oferecendo informações sobre o</p><p>desempenho dos alunos com faixa etária de 15 anos,</p><p>[...] idade que se pressupõe o término de escolaridade básica na</p><p>maioria dos países, vinculando dados sobre seus backgrouds e suas</p><p>atitudes em relação à aprendizagem, e também aos principais fatores</p><p>que moldam sua aprendizagem, dentro e fora da escola (INEP – PISA,</p><p>2020, p. 1).</p><p>Além disso, o Brasil participa do Pisa, desde o início da pesquisa. Tendo sido sua</p><p>primeira edição realizada em 2000. O Pisa tem como objetivo avaliar três domines dos</p><p>alunos: Leitura, Matemática e Ciências. Em 2018, a preocupação esteve latente com</p><p>relação a leitura e em 2022, será com a área de matemática.</p><p>127</p><p>Se foi aguçada em você a curiosidade sobre o PISA, você pode encontrar mais</p><p>informações no site a seguir, com dados do PISA no Brasil: https://download.</p><p>inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_</p><p>basica/relatorio_brasil_no_pisa_2018.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021.</p><p>DICAS</p><p>Quanto ao compromisso com a educação integral, a BNCC prega uma educação</p><p>que enfatize fatores que viabilizem o novo cenário mundial que busca questões que</p><p>centrem no reconhecimento do educando em seu contexto histórico e cultural,</p><p>buscando comunicar-se, sendo participativo, crítico e criativo, mantendo uma visão</p><p>aberta para o mundo, sendo colaborativo, que saiba superar as dificuldades, responsável</p><p>e produtivo. Não esquecendo de saber conviver e aprender com a diversidade e as</p><p>diferenças. Observamos que se busca a partir desta educação integral a formação e</p><p>desenvolvimento humano global.</p><p>Conferimos assim que a BNCC, junto a educação integral tem o compromisso</p><p>de reconhecer que:</p><p>a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano</p><p>global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade</p><p>desse desenvolvimento, rompendo com visões</p><p>um dominador,</p><p>sem a preocupação com a qualidade de vida da população. Conforme Santos (2012, p. 2),</p><p>o termo poder é “capacidade ou propriedade de obrigar alguém a fazer alguma coisa”. O</p><p>autor ainda expõe que: “Nesse sentido, é importante ressaltar que o poder (em suas</p><p>mais variadas manifestações) pode ser exercido mediante o uso da coação e/ou da</p><p>persuasão. Em matéria de política, ambas as opções são tidas como válidas, tudo</p><p>depende de quem exerce o poder e de como opta por exercê-lo” (SANTOS, 2012, p. 2).</p><p>Diante do exposto, observa-se que a política possui várias possibilidades, dentre</p><p>elas nos deparamos com as que nos levam a construir uma sociedade com direitos</p><p>e deveres bem estruturados, ou a que nos leva a termos uma sociedade totalmente</p><p>desestruturada e mantida como refém de suas ações.</p><p>Frente a isso, as políticas públicas são as ações que determinam como, por que e</p><p>para que servirão. Elas, conforme Marinho (2006, p. 1), são de “responsabilidade do Estado,</p><p>com base em organismos políticos e entidades da sociedade civil, se estabelece um processo</p><p>de tomada de decisões que resultam nas normatizações do país, ou seja, nossa Legislação”.</p><p>Assim, as políticas públicas retratam não só questões acerca da economia, mas do</p><p>envolvimento de diversos segmentos, contendo condições e possibilidades de desenvolver</p><p>mecanismos que auxiliem no crescimento e qualidade de vida da população.</p><p>Cabe ressaltar que as políticas públicas recebem diversas definições, Souza</p><p>(2006, p. 26) as define como:</p><p>O campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, ‘colocar o</p><p>governo em ação’ e/ou analisar essa ação (variável independente)</p><p>e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas</p><p>ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas</p><p>constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem</p><p>seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que</p><p>produzirão resultados ou mudanças no mundo real.</p><p>Assim, podemos definir políticas públicas como as ações que os governantes</p><p>utilizam para realizar um governo voltado à melhoria da qualidade de vida da população,</p><p>da economia, da educação, da segurança pública, enfim, dando ao seu país, estado ou</p><p>município possibilidades de crescimento.</p><p>Tendo essas ações e programas voltados a esses segmentos, pode-se perceber</p><p>que todos, independentemente de nível econômico, terão possibilidades de crescimento</p><p>e de manutenção da qualidade de vida.</p><p>Agora surge outra pergunta: como são elaborados os programas, como se</p><p>fazem as políticas públicas?</p><p>Vamos elucidar essas dúvidas!</p><p>7</p><p>2.1 COMO SE FAZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS?</p><p>Seguindo o raciocínio, observamos que as políticas públicas são as ações,</p><p>programas desenvolvidos pelos governantes, as quais são prioridade.</p><p>[...] as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos</p><p>que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para</p><p>alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que</p><p>as ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores</p><p>de decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles</p><p>entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade, ou</p><p>seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não</p><p>pela sociedade (CALDAS, 2008, p. 5).</p><p>Independentemente das participações ou não da sociedade nas ações que</p><p>envolvem a melhoria do bem-estar da sociedade, enquanto cidadãos necessitamos nos</p><p>manter atentos e participativos nas ações que os governantes desenvolvem em nosso país,</p><p>estado e município.</p><p>Alguns poderão estar incomodados com a apresentação da última parte da</p><p>citação de Caldas (2008, p. 5): “o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo</p><p>governo e não pela sociedade”. Por que isso ocorre? O autor explica:</p><p>Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de for-</p><p>ma integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para os seus</p><p>representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes mobi-</p><p>lizam os membros do Poder Executivo, que também foram eleitos</p><p>(tais como prefeitos, governadores e inclusive o próprio Presidente</p><p>da República) para que atendam às demandas da população. As de-</p><p>mandas da sociedade são apresentadas aos dirigentes públicos por</p><p>meio de grupos organizados, no que se denomina de Sociedade Civil</p><p>Organizada (SCO), a qual inclui, conforme apontado acima, sindica-</p><p>tos, entidades de representação empresarial, associação de morado-</p><p>res, associações patronais e ONGs em geral (CALDAS, 2008, p. 5-6).</p><p>Dessa forma, nós, cidadãos, necessitamos nos organizar em nossa rua,</p><p>através de associação de bairros, para ir em busca de soluções para os problemas que</p><p>envolvem nossa comunidade. Sabemos das dificuldades financeiras que as instituições</p><p>governamentais passam, principalmente as municipais, são inúmeras.</p><p>[...] os recursos para atender a todas as demandas da sociedade e</p><p>seus diversos grupos (a SCO) são limitados ou escassos . Como con-</p><p>sequência, os bens e serviços públicos desejados pelos diversos</p><p>indivíduos se transformam em motivo de disputa. Assim, para au-</p><p>mentar as possibilidades de êxito na competição, indivíduos que têm</p><p>os mesmos objetivos tendem a se unir, formando grupos (CALDAS,</p><p>2008, p. 6).</p><p>Observe, acadêmico, que as palavras de Caldas nos remetem à ideia de</p><p>competição, embate na possibilidade de busca de resultados que deem à população</p><p>melhores condições de vida. Ainda ressalta Caldas (2008, p. 6) com relação à questão</p><p>do embate:</p><p>8</p><p>Não se deve imaginar que os conflitos e as disputas na socieda-</p><p>de sejam algo necessariamente ruim ou negativo. Os conflitos e</p><p>as disputas servem como estímulos a mudanças e melhorias na</p><p>sociedade, se ocorrerem dentro dos limites da lei e desde que não</p><p>coloquem em risco as instituições.</p><p>Com isso, podemos determinar que a organização da sociedade civil precisa</p><p>estar presente na formulação das ações que auxiliem na melhoria de todos os setores</p><p>que envolvem a sociedade.</p><p>Já sabemos que as políticas públicas são desenvolvidas a partir do interesse dos</p><p>governantes e recebidas as ideias da sociedade organizada. Outro fator a ser observado</p><p>na elaboração das políticas públicas é que nem sempre as ações desenvolvidas ou</p><p>solicitadas pela sociedade civil organizada são atendidas, e a sociedade necessita</p><p>buscar ajuda ou apoio em outros grupos organizados para que suas reivindicações</p><p>sejam aceitas. Em outro momento, pode ocorrer um embate, conforme apresentado</p><p>anteriormente por Caldas (2008), e isso não deve ser visto como um momento de</p><p>revolta, mas de busca de soluções.</p><p>Estes embates ocorrem devido ao que nos apresenta Caldas (2008, p. 6),</p><p>quando diz que: “as sociedades contemporâneas se caracterizam por sua diversidade,</p><p>tanto em termos de idade, religião, etnia, língua, renda, profissão, como de ideias,</p><p>valores, interesses e aspirações” e acabam também tendo sua maneira de pensar e agir</p><p>com relação a determinadas situações. Para alguns, ações como a melhoria da pracinha</p><p>do bairro não é condizente com os seus interesses e preferem que as melhorias sejam</p><p>realizadas em outros setores. Para que não ocorram embates mais fervorosos é preciso</p><p>o diálogo e a organização. Quem são os atores que criam essas Políticas Públicas? Qual</p><p>é a logística desse processo?</p><p>No processo de discussão, criação e execução das Políticas Públicas,</p><p>– encontramos basicamente dois tipos de atores: os ‘estatais’ (oriun-</p><p>dos do Governo ou do Estado) e os ‘privados’ (oriundos da Sociedade</p><p>Civil). Os atores estatais são aqueles que exercem funções – públicas</p><p>no Estado, tendo sido eleitos pela sociedade para um cargo por tempo</p><p>determinado (os políticos), ou atuando de forma permanente, como os</p><p>servidores públicos (que operam a burocracia) (CALDAS, 2008, p. 8).</p><p>Cada um desses atores possui uma função determinada. Os atores estatais (os</p><p>políticos) buscam no período das campanhas políticas apresentar programas e ações que</p><p>poderão vir a ser desenvolvidas, sendo que as Políticas Públicas são definidas pelo</p><p>poder legislativo.</p><p>Entretanto, as</p><p>reducionistas que</p><p>privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva.</p><p>Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da</p><p>criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os</p><p>como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada</p><p>ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas</p><p>suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço</p><p>de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na</p><p>prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito</p><p>às diferenças e diversidades (BRASIL, BNCC, 2018, p. 14).</p><p>Além disso, precisamos salientar que a educação integral, independe de sua</p><p>duração de jornada, pois este conceito está identificado na BNCC com o compromisso à</p><p>edificação propositada dos processos educativos que abarquem aprendizagens que se ajuste</p><p>com as necessidades, interesses e possibilidades dos educandos e concomitantemente</p><p>com os possíveis desafios de nossa sociedade.</p><p>Mas para que tais ações sejam realizadas, é preciso que se consiga conforme prevê</p><p>a BNCC, um pacto Interfederativo para implementação da Base Nacional Comum Curricular.</p><p>Este movimento já está ocorrendo em todos os estados e municípios da federação., em</p><p>que estes entes federados em seus sistemas e redes de ensino, como as escolas, realizem</p><p>a incorporação em seus currículos temas que envolvam a contemporaneidade, os quais</p><p>afetam a vida humana em seus espaços e em nível regional e global, utilizando-se da</p><p>transversalidade integrando temas que envolvam:</p><p>128</p><p>QUADRO 1 – A TRANSVERSALIDADE NAS TEMÁTICAS EDUCACIONAIS</p><p>FONTE: Brasil (2018, p. 19-20)</p><p>TEMAS LEI / PARECER</p><p>Direitos da criança e do adolescente Lei n° 8.069/1990</p><p>Educação para o trânsito Lei n° 9.503/1997</p><p>Educação Ambiental</p><p>Lei n° 9.795/1999, Parecer CNE/CP n°</p><p>14/2012 e Resolução CNE/CP n° 2/2012</p><p>Educação alimentar e nutricional Lei n° 11.947/2009</p><p>Educação das relações étnico-raciais e</p><p>ensino de história e cultura afro-brasileira,</p><p>africana e indígena</p><p>Leis n° 10.639/2003 e 11.645/2008,</p><p>Parecer CNE/CP n° 3/2004 e Resolução</p><p>CNE/CP n° 1/2004</p><p>Saúde, vida familiar e social, educação</p><p>para o consumo, educação financeira</p><p>e fiscal, trabalho, ciência e tecnologia e</p><p>diversidade cultural</p><p>Parecer CNE/CEB n° 11/2010 e Resolução</p><p>CNE/CEB n° 7/2010</p><p>Estes são alguns dos temas que podem ser abordados nos currículos</p><p>das escolas.</p><p>Outro ponto a ser ressaltado se constitui na estrutura da Base Nacional Comum</p><p>Curricular, em que tem o objetivo em sua estruturação de esclarecer as competências</p><p>que deverão ser desenvolvidas “[...] ao longo de toda a Educação Básica e em cada etapa</p><p>da escolaridade, como expressão dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento de</p><p>todos os estudantes” (BRASIL, BNCC, 2018, p. 23).</p><p>A composição da estrutura das competências gerais da educação básica</p><p>identifica-se pelas suas etapas m conforme quadro a seguir:</p><p>129</p><p>FIGURA 4 – ESTRUTURA DAS COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>FONTE: Brasil (2018, p. 24)</p><p>EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>COMPETÊNCIAS GERAIS</p><p>DA EDUCAÇÃO BÁSICA</p><p>ETAPAS</p><p>EDUCAÇÃO</p><p>INFANTIL</p><p>ENSINO</p><p>FUNDAMENTAL</p><p>ENSINO</p><p>MÉDIO</p><p>Direitos de</p><p>aprendizagem e</p><p>desenvolvimento</p><p>Campos de</p><p>experiências</p><p>Áreas do</p><p>conhecimento</p><p>Competências</p><p>específicas</p><p>de área</p><p>Competências</p><p>curriculares</p><p>Competências</p><p>específicas de</p><p>componente</p><p>Áreas do</p><p>conhecimento</p><p>Competências</p><p>específicas</p><p>de área</p><p>Língua</p><p>Portuguesa Matemática</p><p>Habilidades</p><p>Anos</p><p>Iniciais</p><p>Anos</p><p>Finais</p><p>HabilidadesObjetos de</p><p>conhecimento</p><p>Unidades</p><p>temáticas</p><p>Bebês</p><p>(0-1a6m)</p><p>Crianças</p><p>bem</p><p>pequenas</p><p>(1a7m -</p><p>3a11m)</p><p>Crianças</p><p>pequenas</p><p>(4a -</p><p>5a11m)</p><p>Objetivos de</p><p>aprendizagem e</p><p>desenvolvimento</p><p>130</p><p>Cada etapa possui uma continuidade, existe uma inter-relação de maneira</p><p>gradual de acordo com as faixas etárias. Podemos observar pelo quadro que a Educação</p><p>Infantil possui seus campos de experiências, os quais ao final dos 5 anos e 11 meses,</p><p>esta criança passará aos cuidados do Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais) em</p><p>que será dado continuidade ao desenvolvimento da criança, a partir do que foi visto e</p><p>somado a este as competências específicas de área, buscando trabalhar as unidades</p><p>temáticas, os objetos de conhecimento e as habilidades. Finalizada esta etapa o</p><p>educando segue para o Ensino Médio em que serão desenvolvidas suas competências</p><p>a partir do que já possui e o insere na busca pela profissionalização.</p><p>Salientamos que cada uma das etapas da Educação Básica será tratada</p><p>particularmente nas disciplinas com suas áreas afins. Desta forma, não estaremos</p><p>tratando aqui de cada uma delas, mas buscamos deixar uma visão minuciosa de como</p><p>este documento, foi produzido, seu embasamento legal e como deverá por parte dos</p><p>professores e demais profissionais da educação ser desenvolvido junto dos currículos</p><p>para abarcar os interesses de nossos educandos.</p><p>No que tange ao Artigo 32, faz-se necessário evidenciar o inciso 6°, que</p><p>trata dos símbolos nacionais e hinos. Esses possuem um valor histórico inestimável</p><p>e traduzem o sentimento que une a nação e desponta a soberania de nosso país.</p><p>Na Constituição Federativa do Brasil encontramos determinados como símbolos</p><p>nacionais oficiais: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão da República e o</p><p>Selo Nacional (BRASIL, 1988). Cabe ressaltar que a apresentação e utilização desses</p><p>símbolos são previamente regulamentadas pela Lei n° 5.700, de 1° de setembro de 1971.</p><p>Já em 2009, a Lei 12.031 passa a tornar obrigatório que as escolas públicas e privadas</p><p>do Ensino Fundamental executem o Hino Nacional Brasileiro uma vez por semana em</p><p>suas dependências.</p><p>Falando em símbolos nacionais, será que sabemos o que é patriotismo e</p><p>civismo? Será que nossas crianças compreendem a importância destas palavras e dos</p><p>símbolos? E nós? Sabemos ser patriotas? Para melhor compreensão, vamos buscar em</p><p>Carneiro (2015, p. 400) estas definições que se entrelaçam.</p><p>O patriotismo vivenciado em suas diferentes explicações é parte da</p><p>cidadania. Manifesta-se ele na valorização do país, em suas belezas</p><p>naturais e riquezas e, também, na reverência aos símbolos nacionais.</p><p>O civismo, por sua vez, é o respeito aos valores, instituições, práticas</p><p>políticas e formas de a sociedade organizar-se e funcionar. Por</p><p>extensão, patriotismo é um forte sentimento de orgulho, amor e</p><p>devoção à pátria, aos seus símbolos e ao seu patrimônio material e</p><p>imaterial. A expressão extrema de patriotismo é defender o próprio</p><p>país em situações de guerra.</p><p>Com isso, devemos enquanto profissionais da educação e como cidadãos, respeitar</p><p>os símbolos nacionais e apresentarmos às nossas crianças este respeito à Pátria Mãe,</p><p>ensinando a elas o cultivo deste sentimento de respeito, amor, tarefa que deve ser</p><p>131</p><p>compartilhada “pela escola no conjunto de suas atribuições e, particularmente, nas</p><p>formas de trabalhar o currículo, a partir de datas e comemorações cívicas” (CARNEIRO,</p><p>2015, p. 400).</p><p>Continuando nossa aquisição de conhecimentos, o Artigo 34 vem com a</p><p>responsabilidade de determinar o número de horas relativas ao efetivo trabalho em sala</p><p>de aula no Ensino Fundamental, a saber: “A jornada escolar no ensino fundamental incluirá</p><p>pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente</p><p>ampliado o período de permanência na escola” (BRASIL, 1996).</p><p>Este artigo quando trata da progressividade de ampliação do período de</p><p>permanência na escola, retrata o desejo de levar a criança do Ensino Fundamental não</p><p>somente ao desenvolvimento de seu intelecto, mas:</p><p>[...] também do físico, do cuidado com sua saúde, além do</p><p>oferecimento de oportunidades para que desfrute e produza arte,</p><p>conheça e valorize sua história e seu patrimônio cultural, tenha uma</p><p>atitude responsável diante da natureza, aprenda a respeitar os direitos</p><p>humanos e os das crianças e adolescentes, seja um cidadão criativo,</p><p>empreendedor e participante, consciente de suas responsabilidades</p><p>e direitos, capaz de ajudar o país e a humanidade a se tornarem cada</p><p>vez mais justos</p><p>e solidários, a respeitar as diferenças e a promover</p><p>a convivência pacífica e fraterna entre todos (BRASIL, 2013, p. 125).</p><p>Cabe salientar que a Educação Integral no Ensino Fundamental é desenvolvida</p><p>pelo MEC – Ministério da Educação, com os programas:</p><p>Mais Educação – “sua criação se deu a partir da Portaria Ministerial 17/2007, e</p><p>regulamentada pelo Decreto n° 7.083/2010” (CARNEIRO, 2015, p. 411).</p><p>Este programa é ofertado às escolas públicas de ensino fundamental,</p><p>e consiste no desenvolvimento de atividades de educação integral</p><p>que expandem o tempo diário de escola para o mínimo de sete horas</p><p>e que também ampliam as oportunidades educativas dos estudan-</p><p>tes. As atividades de educação integral compreendem estratégias</p><p>para o acompanhamento pedagógico diário da aprendizagem dos</p><p>estudantes quanto às linguagens, à matemática, às ciências da na-</p><p>tureza, às ciências humanas; bem como quanto ao desenvolvimento</p><p>de atividades culturais, da cultura digital, artísticas, esportivas, de</p><p>lazer e da abertura das escolas aos finais de semana (BRASIL, 2010).</p><p>Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) – este programa tem como</p><p>objetivo:</p><p>[...] apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares</p><p>inovadoras nas escolas de ensino médio, buscando garantir a</p><p>formação integral com a inserção de atividades que tornem o</p><p>currículo mais dinâmico, atendendo às expectativas dos estudantes</p><p>e às demandas da sociedade contemporânea.</p><p>132</p><p>Os projetos de redesenho curricular deverão propor atividades</p><p>integradoras, articulando as dimensões do trabalho, da ciência, da</p><p>cultura e da tecnologia, de acordo com as Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para o Ensino Médio (Resolução CEB/CNE n. 2, de 30 de</p><p>janeiro de 2012).</p><p>As ações propostas devem contemplar as diversas áreas do</p><p>conhecimento a partir de atividades propostas nos seguintes</p><p>macrocampos: Acompanhamento Pedagógico (Linguagens,</p><p>Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza); Iniciação</p><p>Científica e Pesquisa; Leitura e Letramento; Línguas Estrangeiras;</p><p>Cultura Corporal; Produção e Fruição das Artes; Comunicação,</p><p>Cultura Digital e uso de Mídias; e Participação Estudantil.</p><p>Estas ações são incorporadas gradativamente ao currículo, ampliando</p><p>o tempo na escola, na perspectiva da educação integral e, também,</p><p>a diversidade de práticas pedagógicas de modo que estas, de fato,</p><p>qualifiquem os currículos das escolas de Ensino Médio.</p><p>A adesão ao Programa Ensino Médio Inovador é realizada pelas</p><p>Secretarias de Educação Estaduais e Distrital que selecionam as</p><p>escolas de Ensino Médio que participarão do ProEMI e receberão</p><p>apoio técnico e financeiro para a elaboração e o desenvolvimento de</p><p>seus projetos de redesenho curricular (BRASIL, 2021, p. 1).</p><p>Para que esta ideia de escola em tempo integral venha a ser adotada com</p><p>profundidade e força, são necessárias muitas mudanças estruturais e pedagógicas, as quais</p><p>já estão escassas na educação realizada nas quatro horas apresentadas na lei. Para</p><p>tanto, conforme Carneiro (2015, p. 416-417):</p><p>O que ocorre, de fato, é que os custos adicionais do modelo são</p><p>recorrentes e inafastáveis. O MEC calcula a necessidade de um</p><p>investimento da ordem de R$ 3,8 bilhões para viabilizar a meta do</p><p>Plano Nacional de Educação de oferecer educação em tempo integral</p><p>em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo</p><p>menos, 25% dos alunos da Educação Básica.</p><p>Diante disso, podemos determinar que as questões financeiras esbarram</p><p>também em mais duas grandes dificuldades para a efetivação deste programa:</p><p>• A matrícula de alunos de tempo integral sem a correspondente contratação</p><p>de professores permanentes e qualificados, portanto, via concurso público, de</p><p>professores igualmente de tempo integral. A solução tem sido contratar monitores</p><p>e profissionais de formação inadequada (CARNEIRO, 2015).</p><p>• A oferta de aulas regulares em um turno e a improvisação de atividades</p><p>complementares no contraturno. Significa que temos ensino integral sem “aulas”</p><p>integradas (CARNEIRO, 2015).</p><p>Com isso, encontramos as salas de aula abarrotadas de alunos, e seus</p><p>professores sobrecarregados, desta forma não se consegue ampliar atividades</p><p>educacionais eficazes, “sob pena de um comprometimento ainda maior da escolaridade</p><p>formal” (CARNEIRO, 2015, p. 417).</p><p>133</p><p>Cabe ressaltar que a permanência da criança na escola no contraturno não deter-</p><p>mina aquisição de conhecimento ou aprimoramento de suas habilidades, pois as expe-</p><p>riências que o Brasil possui com este programa sempre denotaram grandes fragilidades.</p><p>Confunde-se escola de tempo integral com a pura extensão do tem-</p><p>po de permanência do aluno na escola. Via de regra, o que se tem</p><p>nestas tentativas é a escola funcionando regularmente em um tur-</p><p>no e, no outro, as crianças entregues a programações vazias e im-</p><p>provisadas por professores despreparados, quase sempre bolsistas</p><p>universitários que atuam como boias-frias de educação, ou seja, os</p><p>contraturnos nada mais são do que espaços com programações ex-</p><p>cludentes entre nível pedagógico, gestão institucional e perspectiva</p><p>social em projeção para os alunos. Sem dúvida, um projeto de escola</p><p>de tempo integral tem implicações políticas e sociopedagógicas que</p><p>transcendem a jornada escolar diária e a propaganda política (CAR-</p><p>NEIRO, 2015, p. 418).</p><p>Assim, podemos determinar que este programa, como o que se refere ao Ensino</p><p>Médio, é muito bom, mas sempre esbarramos com a falta de financiamentos, tanto a</p><p>nível de estrutura como pedagógicos. E cabe também ressaltar que a escola não é e</p><p>nunca será a substituta da família do aluno. Cabe a cada um, família, escola e União,</p><p>buscarem respostas a tantas fragilidades já existentes em nosso sistema educacional.</p><p>As responsabilidades precisam ser abraçadas por cada um, para podermos,</p><p>quiçá, assegurarmos uma educação de qualidade aos alunos e de respeito ao trabalhador</p><p>da educação, o professor!</p><p>E nos níveis de ensino, nos deparamos com a Seção IV que trata do Ensino</p><p>Médio. Já iniciamos algumas falas referentes a este nível, mas vamos através dos</p><p>Artigos 35 e 36 determinar a finalidade do Ensino Médio:</p><p>Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração</p><p>mínima de três anos, terá como finalidades:</p><p>I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos</p><p>no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;</p><p>II- a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,</p><p>para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se</p><p>adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou</p><p>aperfeiçoamento posteriores;</p><p>III- o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo</p><p>a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual</p><p>e do pensamento crítico;</p><p>IV- a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos</p><p>processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no</p><p>ensino de cada disciplina (BRASIL, 1996).</p><p>Com este artigo podemos observar que as finalidades do Ensino Médio estão</p><p>voltadas à preparação do jovem para as atividades voltadas ao trabalho, cidadania e ao</p><p>conhecimento técnico-científico. Podemos determinar que este Ensino Médio busca:</p><p>134</p><p>[...] educação, não o treinamento. O aluno vai-se educar a partir de</p><p>uma nova base de pensamento lógico-abstrato, com uma educação</p><p>básica reconceituada à luz da apropriação de inovações tecnológicas</p><p>e organizacionais e lastreada por um substrato de conhecimento</p><p>assegurado por uma formação básica comum e essencial (CARNEIRO,</p><p>2015, p. 421).</p><p>Assim, consegue-se uma (re)identidade na busca do conhecimento, este</p><p>caminho foi construído com a apresentação do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio,</p><p>no ano de 1998, tendo como objetivo maior “complementar ou substituir o vestibular”.</p><p>“O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem o objetivo de avaliar o desempenho do</p><p>estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão</p><p>concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores” (MINISTÉRIO DA</p><p>EDUCAÇÃO, 2016, s.p.). Ainda conforme</p><p>o MEC (2016, s.p.):</p><p>O Enem é utilizado como critério de seleção para os estudantes que</p><p>pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para</p><p>Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o</p><p>resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no</p><p>ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.</p><p>Relativo ao Artigo 35, suas finalidades estão atreladas uma a outra, pois têm-</p><p>se no Ensino Médio a continuidade dos estudos (currículo) focados em: capacidades</p><p>afetivas, cognitivas, relativas à identidade, valorização do corpo e da vida, como também</p><p>o domínio de linguagens, a construção do pensamento lógico, participação ativa no</p><p>que tange à cidadania, valorização da pluralidade cultural e patrimônio sociocultural de</p><p>nosso país, meio ambiente.</p><p>Busca-se com isso o aprimoramento do aluno como pessoa humana, pois ele</p><p>possui uma identidade, a qual está inserida nas demais que se fazem presentes na</p><p>instituição escolar. Conforme Carneiro (2015, p. 427), “a construção da identidade é um</p><p>processo longo e complexo porque está vinculada a condições sociais e materiais. O</p><p>Ensino Médio é o espaço privilegiado que o aluno encontra, certamente pela primeira vez,</p><p>para aclarar sua sociobiografia, sua história de vida, suas condições como ser de relações”.</p><p>No que tange ao Artigo 36, determina-se o currículo a ser trabalhado no Ensino</p><p>Médio, voltado para as tecnologias, o significado de ciência, das letras e das artes, as</p><p>questões relativas à transformação da sociedade e da cultura no nível histórico, a língua</p><p>portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício</p><p>de cidadania.</p><p>As disciplinas de língua estrangeira, a sociologia e a filosofia passam a ser</p><p>obrigatórias em todas as séries do ensino médio.</p><p>Já no que tange à educação superior, no Capítulo IV, os artigos que</p><p>tratam da educação superior vão do Artigo 43 ao 57. No Artigo 43 encontramos as</p><p>finalidades da educação superior, sendo elas (BRASIL, 1996):</p><p>135</p><p>I- estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito</p><p>científico e do pensamento reflexivo;</p><p>II- formar diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, aptos</p><p>para a inserção em setores profissionais e para a participação</p><p>no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua</p><p>formação contínua;</p><p>III- incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica,</p><p>visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da</p><p>criação e difusão da cultura, e, desse modo desenvolver o</p><p>entendimento do homem e do meio em que vive;</p><p>IV- promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e</p><p>técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar</p><p>o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas</p><p>de comunicação;</p><p>V- suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e</p><p>profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando</p><p>os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura</p><p>intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;</p><p>VI- estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em</p><p>particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à</p><p>comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;</p><p>VII- promover a extensão, aberta à participação da população,</p><p>visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da</p><p>criação cultural e da pesquisa científica geradas na instituição.</p><p>Cabe determinar que após a leitura das finalidades do ensino superior, encontra-</p><p>mos, conforme Carneiro (2015, p. 515), “uma lista de palavras-ação com forte conteúdo</p><p>indutor e com pertinência no campo do desenvolvimento humano”, como podemos ver:</p><p>Inciso I: estimular...</p><p>Inciso III: incentivar...</p><p>Inciso IV: promover...</p><p>Inciso V: suscitar...</p><p>Inciso VI: estimular...</p><p>Inciso VII: promover...</p><p>Segundo o Artigo 2° da LDB, “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos</p><p>princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno</p><p>desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qua-</p><p>lificação para o trabalho” (BRASIL, 1996). O que está em negrito determina que a educação</p><p>superior é a busca pela excelência do ensino, a busca pelo conhecimento mais avançado e</p><p>que determina a qualificação do estudante para o trabalho. Ainda relativo às palavras-ação:</p><p>O conjunto de palavras-ação referenciado aponta para um esforço</p><p>de canalização de elementos de racionalidade, emocionalidade e di-</p><p>retividade, no horizonte do desenvolvimento de uma estrutura inte-</p><p>lectual sistematizadora do conhecimento... [...] aqui juntam-se apti-</p><p>dões e conhecimentos sob a forma de um feixe de intencionalidades</p><p>institucionais que encontra, na universidade, sua expressão máxima</p><p>de percepções, impulsos, meios e formas de desenvolvimento, es-</p><p>tratégias de qualificação e, sobretudo, apropriação racional do saber</p><p>(CARNEIRO, 2015, p. 515).</p><p>136</p><p>Assim, fica clara a necessidade da busca da inovação dentro da esfera</p><p>universitária, como trata este artigo e os demais que se referem à educação</p><p>superior, portanto, acadêmico, sinta-se privilegiado em fazer parte dessa busca pelo</p><p>conhecimento e pela inovação de suas ideias e ideais. Para tanto, é necessário estudo,</p><p>esforço e comprometimento.</p><p>Até o momento observamos os níveis de ensino, agora trataremos de maneira</p><p>breve das modalidades de ensino, que serão apresentadas a partir das Diretrizes</p><p>Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013, p. 40-46), em recortes:</p><p>Educação de Jovens e Adultos – As atuais Diretrizes Curriculares</p><p>Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos estão expressas na Resolução CNE/</p><p>CEB n° 1/2000, fundamentada no Parecer CNE/CEB n° 11/2000, sendo que o</p><p>Parecer CNE/CEB n° 6/2010 visa instituir Diretrizes Operacionais para a Educação de</p><p>Jovens e Adultos (EJA) nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima</p><p>para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA;</p><p>e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância.</p><p>O Artigo 37 traduz os fundamentos da EJA ao atribuir ao poder público a res-</p><p>ponsabilidade de estimular e viabilizar o acesso e a permanência do trabalhador na</p><p>escola, mediante ações integradas e complementares entre si, mediante oferta de</p><p>cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na ida-</p><p>de regular, proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, considera-</p><p>das as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho,</p><p>mediante cursos e exames. Esta responsabilidade deve ser prevista pelos sistemas</p><p>educativos e por eles deve ser assumida, no âmbito da atuação de cada sistema, ob-</p><p>servado o regime de colaboração e da ação redistributiva, definidos legalmente.</p><p>Os cursos de EJA devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto</p><p>de tempo e espaço, para que seja:</p><p>I- rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo</p><p>a permitir percursos individualizados e conteúdos significativos para os jovens e</p><p>adultos;</p><p>II- provido suporte e atenção individual às diferentes necessidades dos estudantes</p><p>no processo de aprendizagem, mediante atividades diversificadas;</p><p>III- valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e</p><p>esportivas, geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;</p><p>IV- desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;</p><p>V- promovida a motivação e orientação permanente dos estudantes, visando à maior</p><p>participação nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho;</p><p>137</p><p>VI- realizada sistematicamente a formação continuada destinada especificamente aos</p><p>educadores de jovens e adultos.</p><p>Na organização curricular dessa modalidade da Educação Básica, a mesma</p><p>lei prevê que os sistemas de ensino devem oferecer cursos e exames supletivos, que</p><p>compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento</p><p>de estudos em caráter regular. Entretanto, prescreve que, preferencialmente,</p><p>os</p><p>jovens e adultos tenham a oportunidade de desenvolver a Educação Profissional</p><p>articulada com a Educação Básica (§ 3° do Artigo 37 da LDB, incluído pela Lei n°</p><p>11.741/2008).</p><p>[...] Quanto aos exames supletivos, a idade mínima para a inscrição e realização</p><p>de exames de conclusão do Ensino Fundamental é de 15 (quinze) anos completos,</p><p>e para os de conclusão do Ensino Médio é a de 18 (dezoito) anos completos. Para</p><p>a aplicação desses exames, o órgão normativo dos sistemas de educação deve</p><p>manifestar-se previamente, além de acompanhar os seus resultados. A certificação</p><p>do conhecimento e das experiências avaliados por meio de exames para verificação</p><p>de competências e habilidades é objeto de diretrizes específicas a serem emitidas</p><p>pelo órgão normativo competente, tendo em vista a complexidade, a singularidade e</p><p>a diversidade contextual dos sujeitos a que se destinam tais exames.</p><p>São exemplos desta articulação o Programa Nacional de Integração da</p><p>Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens</p><p>e Adultos – PROEJA (que articula educação profissional com o Ensino Fundamental e</p><p>o médio da EJA) e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens Educação, Qualificação</p><p>e Participação Cidadã – PROJOVEM, para jovens de 18 a 29 anos (que articula Ensino</p><p>Fundamental, qualificação profissional e ações comunitárias).</p><p>A União, pelo MEC e INEP, supletivamente e em regime de colaboração com os</p><p>Estados, Distrito Federal e Municípios, vem oferecendo exames supletivos nacionais,</p><p>mediante o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos</p><p>(ENCCEJA), autorizado pelo Parecer CNE/CEB n° 19/2005. Observa-se que, a partir</p><p>da aplicação do ENEM em 2009, este passou a substituir o ENCCEJA referente ao</p><p>Ensino Médio, passando, pois, a ser aplicado apenas o referente ao fundamental.</p><p>Tais provas são interdisciplinares e contextualizadas, percorrendo transversalmente</p><p>quatro áreas de conhecimento – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências</p><p>da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias e Matemática</p><p>e suas Tecnologias.</p><p>Educação Especial – A Educação Especial é uma modalidade de ensino</p><p>transversal a todas etapas e outras modalidades, como parte integrante da educação</p><p>regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar.</p><p>138</p><p>Os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes com deficiência,</p><p>transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, cabendo</p><p>às escolas organizar-se para seu atendimento, garantindo as condições para</p><p>uma educação de qualidade para todos, devendo considerar suas necessidades</p><p>educacionais específicas, pautando-se em princípios éticos, políticos e estéticos,</p><p>para assegurar:</p><p>I- a dignidade humana e a observância do direito de cada estudante de realizar</p><p>seus projetos e estudo, de trabalho e de inserção na vida social, com autonomia</p><p>e independência;</p><p>II- a busca da identidade própria de cada estudante, o reconhecimento e a valori-</p><p>zação das diferenças e potencialidades, o atendimento às necessidades educa-</p><p>cionais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a constituição</p><p>e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências;</p><p>III- o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de participação</p><p>social, política e econômica e sua ampliação, mediante o cumprimento de seus</p><p>deveres e o usufruto de seus direitos.</p><p>O atendimento educacional especializado (AEE), previsto pelo Decreto n°</p><p>6.571/2008, é parte integrante do processo educacional, sendo que os sistemas</p><p>de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do</p><p>desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino</p><p>regular e no atendimento educacional especializado (AEE). O objetivo deste aten-</p><p>dimento é identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar recur-</p><p>sos de acessibilidade e realizar atividades pedagógicas específicas que promovam</p><p>seu acesso ao currículo. Este atendimento não substitui a escolarização em classe</p><p>comum e é ofertado no contraturno da escolarização em salas de recursos mul-</p><p>tifuncionais da própria escola, de outra escola pública ou em centros de AEE da</p><p>rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins</p><p>lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Es-</p><p>tados, Distrito Federal ou dos Municípios.</p><p>[...] As atuais Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na</p><p>Educação Básica são as instituídas pela Resolução CNE/CEB n° 2/2001, com fundamento</p><p>no Parecer CNE/CEB 17/2001, complementadas pelas Diretrizes Operacionais para o</p><p>Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação</p><p>Especial (Resolução CNE/CEB n° 4/2009, com fundamento no Parecer CNE/CEB</p><p>n° 13/2009), para implementação do Decreto n° 6.571/2008, que dispõe sobre o</p><p>Atendimento Educacional Especializado (AEE).</p><p>Nesse sentido, os sistemas de ensino assegurarão a observância das</p><p>seguintes orientações fundamentais:</p><p>139</p><p>I- métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender</p><p>as suas necessidades;</p><p>II- formação de professores para o atendimento educacional especializado, bem</p><p>como para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas nas classes</p><p>comuns de ensino regular;</p><p>III- acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares</p><p>disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.</p><p>A LDB, no Artigo 60, prevê que os órgãos normativos dos sistemas de</p><p>ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins</p><p>lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em Educação Especial, para fins</p><p>de apoio técnico e financeiro pelo poder público e, no seu parágrafo único, estabelece</p><p>que o poder público ampliará o atendimento aos estudantes com necessidades</p><p>especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às</p><p>instituições previstas nesse artigo.</p><p>Educação Profissional e Tecnológica – A Educação Profissional e Tecno-</p><p>lógica (EPT), em conformidade com o disposto na LDB, com as alterações introdu-</p><p>zidas pela Lei n° 11.741/2008, no cumprimento dos objetivos da educação nacional,</p><p>integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do tra-</p><p>balho, da ciência e da tecnologia. Dessa forma, pode ser compreendida como uma</p><p>modalidade na medida em que possui um modo próprio de fazer educação nos níveis</p><p>da Educação Básica e Superior e em sua articulação com outras modalidades educa-</p><p>cionais: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a Distância.</p><p>A EPT na Educação Básica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e</p><p>continuada ou qualificação profissional, e nos de Educação Profissional Técnica de</p><p>nível médio ou, ainda, na Educação Superior, conforme o § 2° do Artigo 39 da LDB:</p><p>A Educação Profissional e Tecnológica abrangerá os seguintes</p><p>cursos:</p><p>I- de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;</p><p>II- de Educação Profissional Técnica de nível médio;</p><p>III- de Educação Profissional Tecnológica de graduação e pós-</p><p>graduação.</p><p>A Educação Profissional Técnica de nível médio, nos termos do Artigo 36-B da</p><p>mesma lei, é desenvolvida nas seguintes formas:</p><p>I- articulada com o Ensino Médio, sob duas formas:</p><p>II- integrada, na mesma instituição,</p><p>III- concomitante, na mesma ou em distintas instituições;</p><p>IV- subsequente, em cursos destinados a quem já tenha</p><p>concluído o Ensino Médio.</p><p>140</p><p>As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível</p><p>Técnico estão instituídas pela Resolução CNE/CEB n° 4/99, fundamentada no Parecer</p><p>CNE/CEB n° 16/99, atualmente em processo de revisão e atualização, face à experiência</p><p>acumulada e às alterações na legislação que incidiram sobre esta modalidade.</p><p>As instituições podem oferecer cursos especiais, abertos à comunidade, com</p><p>matrícula condicionada à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao</p><p>nível de</p><p>escolaridade. São formulados para o atendimento de demandas pontuais,</p><p>específicas de um determinado segmento da população ou dos setores produtivos,</p><p>com período determinado para início e encerramento da oferta, sendo, como</p><p>cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, livres de</p><p>regulamentação curricular.</p><p>No tocante aos cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na forma</p><p>integrada, o que está proposto é um curso único (matrícula única), no qual os diversos</p><p>componentes curriculares são abordados de forma que se explicitem os nexos exis-</p><p>tentes entre eles, conduzindo os estudantes à habilitação profissional técnica de nível</p><p>médio ao mesmo tempo em que concluem a última etapa da Educação Básica.</p><p>Os cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, ofertados na forma</p><p>concomitante, com dupla matrícula e dupla certificação, podem ocorrer na mesma</p><p>instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis;</p><p>em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais</p><p>disponíveis; ou em instituições de ensino distintas, mediante convênios de</p><p>intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto</p><p>pedagógico unificado. São admitidas, nos cursos de Educação Profissional Técnica</p><p>de nível médio, a organização e a estruturação em etapas que possibilitem uma</p><p>qualificação profissional intermediária.</p><p>Para Moacir Alves Carneiro, a certificação pretende valorizar a experiência</p><p>extraescolar e a abertura que a Lei dá à Educação Profissional vai desde o</p><p>reconhecimento do valor igualmente educativo do que se aprendeu na escola e no</p><p>próprio ambiente de trabalho, até a possibilidade de saídas e entradas intermediárias.</p><p>Educação Básica do campo – Nesta modalidade, a identidade da escola</p><p>do campo é definida pela sua vinculação com as questões inerentes a sua realidade,</p><p>ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória</p><p>coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade</p><p>e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas</p><p>por essas questões à qualidade social da vida coletiva no País.</p><p>141</p><p>A educação para a população rural está prevista no Artigo 28 da LDB, em</p><p>que ficam definidas, para atendimento à população rural, adaptações necessárias</p><p>às peculiaridades da vida rural e de cada região, definindo orientações para três</p><p>aspectos essenciais à organização da ação pedagógica:</p><p>I- conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e</p><p>interesses dos estudantes da zona rural;</p><p>II- organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do</p><p>ciclo agrícola e às condições climáticas;</p><p>III- adequação à natureza do trabalho na zona rural.</p><p>As propostas pedagógicas das escolas do campo devem contemplar a</p><p>diversidade do campo em todos os seus aspectos: sociais, culturais, políticos,</p><p>econômicos, de gênero, geração e etnia. Formas de organização e metodologias</p><p>pertinentes à realidade do campo devem, nesse sentido, ter acolhida. Assim, a</p><p>pedagogia da terra busca um trabalho pedagógico fundamentado no princípio da</p><p>sustentabilidade, para que se possa assegurar a preservação da vida das futuras</p><p>gerações.</p><p>Particularmente propícia para esta modalidade, destaca-se a pedagogia da</p><p>alternância (sistema dual), criada na Alemanha há cerca de 140 anos e, hoje, difundida</p><p>em inúmeros países, inclusive no Brasil, com aplicação, sobretudo, no ensino voltado</p><p>para a formação profissional e tecnológica para o meio rural. Nesta metodologia, o</p><p>estudante, durante o curso e como parte integrante dele, participa, concomitante e</p><p>alternadamente, de dois ambientes/situações de aprendizagem: o escolar e o laboral,</p><p>não se configurando o último como estágio, mas sim, como parte do currículo do</p><p>curso. Essa alternância pode ser de dias na mesma semana ou de blocos semanais</p><p>ou, mesmo, mensais ao longo do curso. Supõe uma parceria educativa, em que</p><p>ambas as partes são corresponsáveis pelo aprendizado e formação do estudante.</p><p>É bastante claro que podem predominar, num ou noutro, oportunidades diversas</p><p>de desenvolvimento de competências, com ênfases ora em conhecimentos, ora</p><p>em habilidades profissionais, ora em atitudes, emoções e valores necessários ao</p><p>adequado desempenho do estudante. Nesse sentido, os dois ambientes/situações</p><p>são intercomplementares.</p><p>Educação Escolar Indígena – A escola desta modalidade tem uma realidade</p><p>singular, inscrita em terras e cultura indígenas. Requer, portanto, pedagogia própria em</p><p>respeito à especificidade étnico-cultural de cada povo ou comunidade e formação</p><p>específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base</p><p>nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira (Artigos</p><p>5°, 9°, 10, 11 e inciso VIII do Artigo 4° da LDB).</p><p>142</p><p>Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas é reconhecida sua</p><p>condição de escolas com normas e ordenamento jurídico próprios, com ensino intercultural</p><p>e bilíngue, visando a valorização plena das culturas dos povos indígenas e a afirmação</p><p>e manutenção de sua diversidade étnica. São elementos básicos para a organização, a</p><p>estrutura e o funcionamento da escola indígena:</p><p>I- localização em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se</p><p>estendam por territórios de diversos Estados ou Municípios contíguos;</p><p>II- exclusividade de atendimento a comunidades indígenas;</p><p>III- ensino ministrado nas línguas maternas das comunidades atendidas, como uma</p><p>das formas de preservação da realidade sociolinguística de cada povo;</p><p>IV- organização escolar própria.</p><p>Na organização de escola indígena deve ser considerada a participação da</p><p>comunidade, na definição do modelo de organização e gestão, bem como:</p><p>I- suas estruturas sociais;</p><p>II- suas práticas socioculturais e religiosas;</p><p>III- suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de</p><p>ensino-aprendizagem;</p><p>IV- suas atividades econômicas;</p><p>V- a necessidade de edificação de escolas que atendam aos interesses das</p><p>comunidades indígenas;</p><p>VI- o uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto</p><p>sociocultural de cada povo indígena.</p><p>As escolas indígenas desenvolvem suas atividades de acordo com o proposto</p><p>nos respectivos projetos pedagógicos e regimentos escolares com as prerrogativas</p><p>de: organização das atividades escolares, independentes do ano civil, respeitado o</p><p>fluxo das atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas; e duração diversificada</p><p>dos períodos escolares, ajustando-a às condições e especificidades próprias de cada</p><p>comunidade.</p><p>Por sua vez, tem projeto pedagógico próprio, por escola ou por povo indígena,</p><p>tendo por base as Diretrizes Curriculares Nacionais referentes a cada etapa da Educação</p><p>Básica; as características próprias das escolas indígenas, em respeito à especificidade</p><p>étnico-cultural de cada povo ou comunidade; as realidades sociolinguísticas, em cada</p><p>situação; os conteúdos curriculares especificamente indígenas e os modos próprios</p><p>de constituição do saber e da cultura indígena; e a participação da respectiva</p><p>comunidade ou povo indígena. A formação dos professores é específica, desenvolvida</p><p>no âmbito das instituições formadoras de professores, garantindo-se aos professores</p><p>indígenas a sua formação em serviço e, quando for o caso, concomitantemente com</p><p>a sua própria escolarização.</p><p>143</p><p>Educação a Distância – A modalidade Educação a Distância caracteriza-</p><p>se pela mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem</p><p>que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação,</p><p>com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou</p><p>tempos diversos.</p><p>O credenciamento para a oferta de cursos e programas de Educação de</p><p>Jovens e Adultos, de Educação Especial e de Educação Profissional e Tecnológica de</p><p>nível médio, na modalidade a distância, compete aos sistemas estaduais de ensino,</p><p>atendidas</p><p>a regulamentação federal e as normas complementares desses sistemas.</p><p>Educação Escolar Quilombola – A Educação Escolar Quilombola é</p><p>desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura,</p><p>requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada</p><p>comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios</p><p>constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação</p><p>Básica brasileira.</p><p>[...] Não há, ainda, Diretrizes Curriculares específicas para esta modalidade.</p><p>Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, deve ser reconhecida</p><p>e valorizada sua diversidade cultural.</p><p>FONTE: Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2013, p. 40-46).</p><p>Caro acadêmico, vamos nos ater aos Programas que são desenvolvidos pelo</p><p>Ministério da Educação para que tanto os níveis de ensino e as modalidades possam ter</p><p>funcionalidade.</p><p>144</p><p>RESUMO DO TÓPICO 1</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• A globalização é o “processo de mundialização, de acordo com o entendimento</p><p>majoritário dos autores contemporâneos, caracteriza-se pela ampla integração</p><p>econômica, política, cultural e outros entre as nações” (SOUSA, 2011, p. 4).</p><p>• O Banco Mundial foi “criado a partir das necessidades advindas após a Segunda</p><p>Guerra Mundial, quando os países devastados pela guerra sentiram a necessidade</p><p>de buscar seu crescimento econômico” (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 88).</p><p>• As características da revolução informacional: o Surgimento de uma nova</p><p>linguagem comunicacional, uma vez que circulam e se tornam comuns termos</p><p>como realidade virtual, ciberespaço, hipermídia, correio eletrônico, Orkut, Facebook,</p><p>Twitter e outros, expressando as novas realidades e possibilidades informacionais.</p><p>Já é comum também a utilização de uma linguagem digital, sobretudo entre jovens,</p><p>para expressar sentimentos e situações de vida.</p><p>• Os diferentes mecanismos de informação digital (comunicação instantânea), de acesso</p><p>à informação, de pesquisa e de ligação entre matérias sempre atualizadas e qualificadas.</p><p>• As novas possibilidades de entretenimento e de educação (TV educativa, educação</p><p>a distância, vídeos, softwares etc.).</p><p>• O acúmulo de informações e as infindáveis condições de armazenamento (LIBÂNEO;</p><p>OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 79).</p><p>• “O termo modalidade da educação diz respeito aos diferentes modos particulares de</p><p>exercer a educação. Enquanto níveis de educação se referem aos diferentes graus,</p><p>categorias de ensino como infantil, fundamental, médio, superior, modalidade de</p><p>educação implica a forma, o modo como tais graus de ensino são desenvolvidos”</p><p>(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 361).</p><p>• A Base Nacional Comum Curricular é entendida como os conhecimentos, saberes</p><p>e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são</p><p>gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico;</p><p>no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades</p><p>desportivas e corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício</p><p>da cidadania; nos movimentos sociais (Parecer CNE/CEB n° 07/2010).</p><p>• As modalidades de ensino são: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial,</p><p>Educação Profissional e Tecnológica, Educação Básica do campo, Educação Escolar</p><p>Indígena, Educação a Distância e Educação Escolar Quilombola.</p><p>145</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 A Base Nacional Comum Curricular é um documento que está em construção e possui</p><p>como fundamento conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente. Este</p><p>é um dos entendimentos que se encontra no Parecer CNE/CEB n° 07/2010. Diante</p><p>do exposto, quais os demais entendimentos que podemos ter com relação à Base</p><p>Nacional Comum Curricular?</p><p>a) ( ) Entende-se a BNCC com base nos trabalhos relativos à administração pedagógica</p><p>e o envolvimento de atividades voltadas ao desenvolvimento do espaço físico da</p><p>escola.</p><p>b) ( ) Entende-se a BNCC como extensão de valores e saberes que se encontram nas</p><p>políticas públicas, através do desenvolvimento da linguagem, das atividades</p><p>desportivas e cidadania.</p><p>c) ( ) Entende-se a BNCC como base comum relativa a conteúdos predeterminados</p><p>que deverão ser desenvolvidos sem possibilidade de flexibilização, deixando o</p><p>planejamento engessado.</p><p>d) ( ) Entende-se a BNCC como documento elaborado a partir de informações relativas</p><p>a tendências pedagógicas voltadas aos interesses do sistema governamental</p><p>vigente.</p><p>e) ( ) Entende-se a BNCC como documento desenvolvido através de interesses</p><p>da classe dominante, a qual determina o que, para que e o quanto deve ser</p><p>apresentado aos educandos.</p><p>2 (ENADE, 2011) Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas</p><p>sociais que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da</p><p>extensão das redes digitais. O problema da exclusão digital se apresenta como um</p><p>dos maiores desafios dos dias de hoje, com implicações diretas e indiretas sobre os</p><p>mais variados aspectos da sociedade contemporânea.</p><p>Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a</p><p>competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a geração</p><p>de riqueza. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) proveem uma fundação</p><p>para a construção e aplicação do conhecimento nos setores públicos e privados. É</p><p>nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital, referente à falta de acesso às</p><p>vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por motivos sociais,</p><p>econômicos, políticos ou culturais.</p><p>Considerando as ideias do texto, avalie as afirmações a seguir.</p><p>146</p><p>I- Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas</p><p>públicas escolherem o público-alvo de possíveis ações de inclusão digital.</p><p>II- O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que</p><p>tiveram esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de</p><p>mobilidade social e econômica.</p><p>III- O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão</p><p>focados nas relações entre os indivíduos e, aqueles, na relação entre o indivíduo e o</p><p>conhecimento.</p><p>IV- O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente</p><p>em território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do</p><p>primeiro mundo.</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2011/PEDAGOGIA.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2021.</p><p>É CORRETO apenas o que se afirma em:</p><p>a) ( ) I e II.</p><p>b) ( ) II e IV.</p><p>c) ( ) III e IV.</p><p>d) ( ) I, II e III.</p><p>e) ( ) I, III e IV.</p><p>3 (ENADE, 2011) Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação</p><p>Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o</p><p>desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória em todos os níveis e</p><p>modalidades de ensino.</p><p>De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos na referida Política,</p><p>avalie as afirmações a seguir.</p><p>I- A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção de</p><p>direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis.</p><p>II- A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos</p><p>com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/</p><p>superdotação nas escolas regulares.</p><p>III- O atendimento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e</p><p>organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para</p><p>a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas.</p><p>IV- O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções que</p><p>prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento educacional</p><p>especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, na mesma escola.</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2011/PEDAGOGIA.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2021.</p><p>147</p><p>É CORRETO apenas o que se afirma</p><p>em:</p><p>a) ( ) I e III.</p><p>b) ( ) I e IV.</p><p>c) ( ) II e IV.</p><p>d) ( ) I, II, e III.</p><p>e) ( ) II, III e IV.</p><p>4 (ENADE 2017) Articular a escola com o mundo social, globalizado, informatizado e</p><p>comunicacional é transformar a escola num espaço dinâmico e significativo. No</p><p>mundo contemporâneo, onde as tecnologias da comunicação e informação avançam</p><p>rapidamente, a escola precisa acompanhar essa evolução.</p><p>Considerando esse texto, avalie as afirmações a seguir:</p><p>I- A aprendizagem se realiza quando novas informações são analisadas e interpretadas</p><p>a partir de conhecimentos previamente adquiridos.</p><p>II- Atribuir novos significados aos conhecimentos curriculares pode comprometer o</p><p>alcance dos conteúdos programáticos.</p><p>III- Acompanhar as tecnologias de comunicação e informação é trazer significados para</p><p>a aprendizagem de alunos que são parte de uma sociedade do conhecimento.</p><p>FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/</p><p>enade/provas/2011/PEDAGOGIA.pdf>.</p><p>Acesso em: 14 jul. 2021.</p><p>É CORRETO o que se afirma em:</p><p>a) ( ) II, apenas.</p><p>b) ( ) III, apenas.</p><p>c) ( ) I e II, apenas.</p><p>d) ( ) I e III, apenas.</p><p>e) ( ) I, II e III.</p><p>5 A Base Nacional Comum Curricular – BNCC – possui como conceitos-chave as</p><p>noções de projeto de vida e competências socioemocionais que acabam envolvendo</p><p>o protagonismo dos estudantes. Este termo, protagonismo, pode ser evidenciado</p><p>como um elemento não novo, mas que já possui uma caminhada histórica em sua</p><p>constituição. Na BNCC, o protagonismo do estudante é latente. Assim, disserte sobre</p><p>como o estudante precisa ser motivado para ser o Protagonista de sua História.</p><p>6 Leia esta citação:</p><p>[...] a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o</p><p>que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento,</p><p>rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva)</p><p>148</p><p>ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da</p><p>criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de</p><p>aprendizagem [...] (BRASIL, BNCC, 2018, p. 14)</p><p>FONTE: BRASIL. Base Nacional Comum Curricular, 2018. Disponível</p><p>em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_</p><p>EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 19 abr. 2021.</p><p>Diante desta citação retirada da Base Nacional Comum Curricular, disserte sobre os</p><p>seguintes pontos:</p><p>• Quais elementos constituem uma educação global de qualidade?</p><p>• Como a BNCC vê um sujeito de aprendizagem?</p><p>149</p><p>AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA</p><p>EDUCACIONAL BRASILEIRO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico serão tratados assuntos relativos aos programas desenvolvidos pelo</p><p>Ministério da Educação, dando assim possibilidade de crescimento e desenvolvimento</p><p>das políticas públicas na área educacional.</p><p>Além disso, trataremos da busca pela funcionalidade dos programas, a quem</p><p>compete a responsabilidade pela aplicação e participação dos programas.</p><p>Veremos a sistemática desenvolvida para que ocorra a flexibilização das políticas</p><p>públicas.</p><p>Assim, sigamos nossa leitura em busca de mais conhecimentos!</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 2 -</p><p>2 PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE</p><p>DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO</p><p>Caro acadêmico, dentro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, encontram-se</p><p>também presentes as questões relativas aos recursos financeiros para a implementação</p><p>dos programas educacionais.</p><p>Apresentaremos, de maneira breve, os programas e o que é o FNDE, com sua</p><p>funcionalidade e legalidade.</p><p>O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),</p><p>autarquia federal criada pela Lei n° 5.537, de 21 de novembro de</p><p>1968, e alterada pelo Decreto-Lei n° 872, de 15 de setembro de 1969,</p><p>é responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério</p><p>da Educação (MEC).</p><p>Para alcançar a melhoria e garantir uma educação de qualidade a</p><p>todos, em especial a educação básica da rede pública, o FNDE se</p><p>tornou o maior parceiro dos 26 estados, dos 5.565 municípios e do</p><p>Distrito Federal. Neste contexto, os repasses de dinheiro são divididos</p><p>em constitucionais, automáticos e voluntários (convênios).</p><p>Além de inovar o modelo de compras governamentais, os diversos</p><p>projetos e programas em execução – Alimentação Escolar, Livro Didático,</p><p>Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca da Escola, Transporte do Escolar,</p><p>Caminho da Escola, Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para</p><p>a Rede Escolar Pública de Educação Infantil – fazem do FNDE uma</p><p>instituição de referência na Educação Brasileira (BRASIL, 2012).</p><p>150</p><p>Para Santos (2012, p. 70) o FNDE é:</p><p>[...] um fundo que tem como principal objetivo fornecer as</p><p>condições concretas para o desenvolvimento de ações, planos e</p><p>programas destinados a subsidiar instituições e sistemas de ensino</p><p>(especialmente em despesas como as envolvidas em construção de</p><p>escolas, fornecimento de merenda escolar, entre outras). Assim, o</p><p>FNDE atua por meio de diversos programas que gerenciam parte dos</p><p>recursos desse fundo e a direciona para as respectivas demandas.</p><p>Alguns dos programas desenvolvidos por este fundo são:</p><p>• Biblioteca na Escola (PNBE): programa criado em 1997, tendo como finalidade</p><p>enviar às bibliotecas das escolas obras e materiais de apoio a atividades relativas</p><p>à educação básica. Para recebimento dessas obras é necessário realizar convênio,</p><p>pois os materiais são recebidos a partir do censo escolar realizado no ano anterior.</p><p>• Caminho da Escola: foi instituído com o objetivo de melhoria na frota de veículos</p><p>escolares, garantindo a permanência do aluno na escola da zona rural. Existe uma</p><p>parceria entre o FNDE e Inmetro, para que sejam garantidos veículos padronizados</p><p>e com segurança.</p><p>• Livro Didático (PNLD): no ensino fundamental os alunos do 1° e 2° ano recebem</p><p>livros consumíveis de alfabetização matemática e alfabetização linguística. Os alu-</p><p>nos do 6° ao 9° ano recebem livros consumíveis de língua estrangeira. No que diz</p><p>respeito ao ensino médio, envolve a distribuição de livros reutilizáveis nas discipli-</p><p>nas de matemática, história, geografia, língua portuguesa, biologia, física e química.</p><p>Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 397): “O programa Nacional do Livro</p><p>Didático em Braille atende alunos cegos que cursam o ensino fundamental em es-</p><p>colas públicas de ensino regular e escolas especializadas sem fins lucrativos”.</p><p>• Programa Um Computador por Aluno (Prouca): instituído pela Lei n° 12.249, de 14</p><p>de junho de 2010, o Prouca tem por objetivo promover a inclusão digital pedagógica e</p><p>o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de alunos e professores</p><p>das escolas públicas brasileiras, mediante a utilização de computadores portáteis</p><p>denominados laptops educacionais. O equipamento adquirido contém sistema</p><p>operacional específico e características físicas que facilitam o uso e garantem a</p><p>segurança dos estudantes e foi desenvolvido especialmente para uso no ambiente</p><p>escolar (PORTAL DO FNDE, 2012).</p><p>• Proinfância: criado em 2007, este programa tem como objetivo:</p><p>prestar assistência financeira, em caráter suplementar, ao Distrito</p><p>Federal e municípios que firmarem o termo de adesão ao plano de metas</p><p>Compromisso Todos pela Educação e elaborarem um Plano de Ações</p><p>Articuladas (PAR). Estes valores são para a construção e aquisição de</p><p>equipamentos e mobiliário para creches e pré-escolas públicas da</p><p>educação infantil (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 400).</p><p>151</p><p>• Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): para que a escola possa</p><p>receber este programa é necessária verificação do censo do ano anterior para</p><p>recebimento de recursos do PNAE. É preciso que seja criado nos municípios um</p><p>Conselho de Alimentação Escolar, o qual fiscaliza e controla o uso dos recursos.</p><p>Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 394): “O objetivo do PNAE é garantir pelo</p><p>menos uma refeição diária nos dias letivos, atender às necessidades nutricionais</p><p>dos alunos e desenvolver a formação de hábitos alimentares saudáveis [...]”.</p><p>• Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE): foi criado</p><p>em 1995, tendo</p><p>como objetivo “além de melhorar a qualidade do ensino fundamental, envolver a</p><p>comunidade escolar a fim de otimizar a aplicação dos recursos” (LIBÂNEO; OLIVEIRA;</p><p>TOSCHI, 2012, p. 395). Este programa tem como funcionalidade a transferência de</p><p>valores às escolas públicas da educação básica das redes estaduais e municipais,</p><p>onde haja mais de 20 alunos, e também para escolas de educação especial mantidas</p><p>por ONGs – Organizações Não Governamentais. Estes valores podem ser utilizados</p><p>na obtenção de:</p><p>materiais permanentes e de consumo, para manutenção e conservação</p><p>do prédio escolar, para capacitação e aperfeiçoamento de profissionais</p><p>da educação, para avaliação de aprendizagem, para implementação</p><p>de projetos pedagógicos e para desenvolvimento de atividades</p><p>educacionais diversas, que visem colaborar na melhoria do atendimento</p><p>das necessidades básicas de funcionamento das escolas (LIBÂNEO;</p><p>OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 395).</p><p>Este mesmo programa ainda contempla os programas:</p><p>O Escola Aberta foi criado em 2004, visando a oferta de oficinas, nos</p><p>fins de semana, em escolas urbanas de comunidades em situação de</p><p>risco e vulnerabilidade social. O Escola Acessível visa a adequação ar-</p><p>quitetônica (obras e reformas) nos prédios escolares para a inclusão</p><p>de alunos com necessidades educacionais especiais. O Mais Educação</p><p>visa a formação integral de crianças, adolescentes e jovens de escolas</p><p>estaduais e municipais de cidades com mais de 200 mil habitantes e</p><p>com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por</p><p>meio da ampliação do tempo e do espaço e das oportunidades educa-</p><p>tivas (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 396).</p><p>• Programa Nacional de Formação Continuada a Distância nas Ações do</p><p>FNDE (Formação pela Escola): este projeto objetiva a capacitação de todos os</p><p>profissionais da educação, técnicos e gestores públicos tanto municipais como</p><p>estaduais, além de representantes da comunidade escolar e da sociedade organizada.</p><p>Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 400): “Consiste na oferta de cursos de</p><p>capacitação, de forma que os participantes conheçam os detalhes da execução</p><p>das ações e programas do FNDE, com a concepção, as diretrizes, os principais</p><p>objetivos, os agentes envolvidos, a operacionalização, a prestação de contas e os</p><p>mecanismos de controle social”. Todos os cursos são oferecidos a distância e é</p><p>para toda a sociedade organizada. Com a utilização da Educação a Distância, mais</p><p>pessoas estão sendo atendidas.</p><p>152</p><p>Com estes programas podemos perceber que cabe a cada Estado, Município,</p><p>organizar-se para fazer parte destes programas, auxiliando e conseguindo melhorias</p><p>para seus alunos e profissionais da educação. Assim, aos governantes cabe sistematizar</p><p>seu trabalho e procurar determinar quais as políticas públicas que são necessárias a sua</p><p>realidade local ou regional.</p><p>3 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NACIONAL</p><p>O Ministério da Educação, em suas atribuições, buscou em suas políticas públicas</p><p>aperfeiçoar a profissionalização de nossos jovens, e buscando verificar seu desempenho e</p><p>das universidades, criou mecanismos que auxiliem na melhor formação do jovem brasilei-</p><p>ro. Estes mecanismos estão ligados também à questão avaliativa dos programas.</p><p>Alguns destes programas relativos à formação do estudante são:</p><p>Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Sua</p><p>criação ocorreu em 2011:</p><p>por meio da Lei 12.513/2011, com o objetivo de expandir, interiorizar</p><p>e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e</p><p>tecnológica no país. O Pronatec busca ampliar as oportunidades</p><p>educacionais e de formação profissional qualificada aos jovens,</p><p>trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de</p><p>renda (BRASIL, 2021).</p><p>Os objetivos do Pronatec são:</p><p>I- expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de</p><p>educação profissional técnica de nível médio presencial e</p><p>a distância e de cursos e programas de formação inicial e</p><p>continuada ou qualificação profissional;</p><p>II- fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da</p><p>educação profissional e tecnológica;</p><p>III- contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público,</p><p>por meio da articulação com a educação profissional;</p><p>IV- ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores, por</p><p>meio do incremento da formação e ualificação profissional;</p><p>V- estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar a oferta</p><p>de cursos de educação profissional e tecnológica.</p><p>VI- estimular a articulação entre a política de educação profissional</p><p>e tecnológica e as políticas de geração de trabalho, emprego e</p><p>renda (BRASIL, 2021).</p><p>Através de dados relativos às matrículas, nesse projeto, de 2011 a 2015 foram</p><p>realizadas 9 mil e 400 matrículas. No ano de 2016 mais 2 milhões de matrículas (MEC,</p><p>2016a). Isso significa que a busca pelo conhecimento e a profissionalização estão em</p><p>alta dentro do contexto social e econômico de nosso país.</p><p>153</p><p>Outro programa utilizado pelo Ministério da Educação no que tange à avaliação,</p><p>está relacionado aos alunos do 3° ano do Ensino Médio. Estamos falando do Enem</p><p>– Exame Nacional do Ensino Médio. Este programa foi criado em 1998, tendo como</p><p>objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim do ensino médio. Poderão participar</p><p>deste exame os alunos que estão finalizando ou que já concluíram o ensino médio em</p><p>anos anteriores.</p><p>O Enem é utilizado como critério de seleção para os estudantes que</p><p>pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para</p><p>Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o</p><p>resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no</p><p>ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular</p><p>(BRASIL, 2021).</p><p>Prouni – Programa Universidade para Todos. Este programa foi criado através</p><p>da Lei n° 11.096 de 13 de janeiro de 2005. Esta lei concede aos estudantes brasileiros que</p><p>não possuem nível superior bolsas de estudo total ou parcial, de 50%, em instituições</p><p>privadas de educação superior e de graduação.</p><p>Para que o estudante seja bolsista do Prouni, ele deverá possuir os seguintes</p><p>requisitos, conforme se apresentado pelo Ministério da Educação (BRASIL, 2021, s. p.):</p><p>• ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;</p><p>• ter cursado o ensino médio completo em escola da rede privada,</p><p>na condição de bolsista integral da própria escola;</p><p>• ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede</p><p>pública e parcialmente em escola da rede privada, na condição</p><p>de bolsista integral da própria escola privada;</p><p>• ser pessoa com deficiência;</p><p>• ser professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício</p><p>do magistério da educação básica e integrando o quadro de</p><p>pessoal permanente da instituição pública e concorrer a bolsas</p><p>exclusivamente nos cursos de licenciatura. Nesses casos não há</p><p>requisitos de renda.</p><p>Para concorrer às bolsas integrais, o candidato deve ter renda familiar</p><p>bruta mensal de até um salário-mínimo e meio por pessoa. Para as</p><p>bolsas parciais de 50%, a renda familiar bruta mensal deve ser de até</p><p>três salários-mínimos por pessoa.</p><p>Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Este programa</p><p>foi criado através da Lei n° 10.861, de abril de 2004, tendo como objetivo analisar as</p><p>instituições de Educação Superior e seus estudantes (SILVA; FERRONATO; BARUFFI,</p><p>2014, p. 169).</p><p>Ele possui uma série de instrumentos complementares: autoavalia-</p><p>ção, avaliação externa, Enade, avaliação dos cursos de graduação e</p><p>instrumentos de informação (censo e cadastro). Os resultados das</p><p>avaliações possibilitam traçar um panorama da qualidade dos cursos</p><p>e instituições de educação superior no País. Os processos avaliati-</p><p>vos são coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de</p><p>Avaliação da Educação Superior (Conaes). A operacionalização é de</p><p>responsabilidade do Inep. As informações obtidas com o Sinaes são</p><p>utilizadas pelas IES, para orientação da sua eficácia institucional e</p><p>154</p><p>efetividade acadêmica e social; pelos órgãos governamentais</p><p>para</p><p>orientar políticas públicas e pelos estudantes, pais de alunos, insti-</p><p>tuições acadêmicas e público em geral, para orientar suas decisões</p><p>quanto à realidade dos cursos e das instituições (INEP, 2011, s.p.).</p><p>Este instrumento está presente em nossa vida acadêmica, o tão famoso Enade</p><p>– Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Você já deve ter ouvido falar sobre</p><p>esse programa, ou ainda ouvirá falar, ele possui uma elevada importância para você,</p><p>acadêmico, e para a universidade em que você estuda. Veja por que é importante</p><p>participar desse programa.</p><p>O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia</p><p>o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e</p><p>concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos</p><p>em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos</p><p>selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico</p><p>escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade</p><p>máxima da avaliação é trienal para cada área do conhecimento</p><p>(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016b, s.p.).</p><p>Observe, acadêmico, que este exame é obrigatório para os alunos</p><p>selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar.</p><p>Por que colocamos o trecho em negrito? Porque quando você receber ligações,</p><p>e-mails em seu ambiente virtual leve a sério. Busque informações com o seu tutor ou</p><p>ligue para o 0800 6425000 e converse com os professores que estarão aguardando</p><p>você para sanar qualquer dúvida.</p><p>Não é invenção da instituição de ensino, é um programa federal, e possui</p><p>embasamento legal para sua realização. Assim, participe das atividades que a instituição</p><p>oferece a você para melhorar seu nível de conhecimento.</p><p>Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente: este mecanismo foi</p><p>criado através da Portaria Normativa n° 3, de 2 de março de 2011 com o objetivo de:</p><p>Art. 1° Institui, no âmbito do Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-</p><p>sas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, a Prova Nacional de Concur-</p><p>so para o Ingresso na Carreira Docente, a qual se constitui de uma</p><p>avaliação para subsidiar a admissão de docentes para a educação</p><p>básica no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios</p><p>(BRASIL, 2011, s.p.).</p><p>Cabe salientar que este instrumento poderá ser utilizado por todos os entes federados</p><p>(estados, municípios) para a avaliação dos participantes no ingresso da carreira docente.</p><p>Conforme Silva, Ferronato e Baruffi (2014, p. 170):</p><p>Muitas são as informações, [...] mas cabe salientar que para que essa</p><p>máquina chamada educação obtenha êxito, é preciso que todas as</p><p>engrenagens estejam bem encaixadas em seus objetivos e ações, as</p><p>quais buscam a qualidade da educação e qualificação do profissional</p><p>da educação.</p><p>155</p><p>Temos que observar, também, que não é só responsabilidade do profissional</p><p>da educação, mas também das esferas federal, estadual e municipal dar garantia de</p><p>um padrão de qualidade. Assim, podemos determinar que todos são responsáveis</p><p>pelo desenvolvimento de uma educação de qualidade. Cabe a cada um ter a visão, a</p><p>competência e saber fazer coletivamente seu trabalho.</p><p>Caro acadêmico, diante do que foi exposto e verificando seu conhecimento já</p><p>adquirido, vamos partir para o Tópico 3, onde veremos como, o que e para que necessitamos</p><p>de organização e gestão dentro da instituição escolar.</p><p>Isso é de extrema importância para cada um de nós, professores ou futuros</p><p>profissionais da educação, independentemente de nossa área de atuação.</p><p>156</p><p>RESUMO DO TÓPICO 2</p><p>Neste tópico, você aprendeu:</p><p>• O FNDE é “um fundo que tem como principal objetivo fornecer as condições</p><p>concretas para o desenvolvimento de ações, planos e programas destinados a</p><p>subsidiar instituições e sistemas de ensino (especialmente em despesas, como</p><p>as envolvidas em construção de escolas, fornecimento de merenda escolar, entre</p><p>outras)” (SANTOS, 2012, p. 70).</p><p>• Os programas desenvolvidos pelo FNDE são: Biblioteca na Escola (PNBE); Caminho</p><p>na Escola; Livro Didático (PNLD); Programa Um Computador por Aluno (Prouca);</p><p>Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Programa Dinheiro Direto na</p><p>Escola (PDDE); Programa Nacional de Formação Continuada a Distância nas Ações</p><p>do FNDE (Formação pela Escola).</p><p>• Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – teve sua</p><p>criação em 2011, “por meio da Lei 12.513/2011, com o objetivo de expandir, interiorizar</p><p>e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país. O</p><p>Pronatec busca ampliar as oportunidades educacionais e de formação profissional</p><p>qualificada aos jovens, trabalhadores e beneficiários de programas de transferência</p><p>de renda” (BRASIL, 2021).</p><p>• Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. Este programa foi criado em 1998,</p><p>tendo como objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim do ensino médio.</p><p>• O Prouni – Programa Universidade para Todos – é um programa foi criado através da</p><p>Lei n° 11.096 de 13 de janeiro de 2005. Esta lei concede aos estudantes brasileiros</p><p>que não possuem nível superior bolsas de estudo total ou parcial, de 50%, em</p><p>instituições privadas de educação superior e de graduação.</p><p>• O Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – é um “programa</p><p>que foi criado através da Lei n° 10.861, de abril de 2004, tendo como objetivo analisar</p><p>as instituições de Educação Superior e seus estudantes” (SILVA; FERRONATO;</p><p>BARUFFI, 2014, p. 169). Este instrumento está presente em nossa vida acadêmica, o</p><p>tão famoso Enade – Exame Nacional de Desempenho de estudantes.</p><p>157</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1 Nos programas que o Ministério da Educação desenvolve com as suas políticas</p><p>públicas encontramos o PROUNI – Programa Universidade para Todos. Este programa</p><p>concede aos estudantes bolsas de estudo total ou parcial, de 50%, para frequentar o</p><p>nível superior. Para que possa requisitar este programa o estudante precisa atender</p><p>algumas exigências. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- Ter iniciado o ensino médio em escola pública.</p><p>II- Ter cursado o ensino médio em escola pública.</p><p>III- Ter cursado o ensino médio em escola privada como bolsista integral.</p><p>IV- Ter iniciado o curso superior, estando no segundo semestre.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Somente a sentença II está correta.</p><p>b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.</p><p>e) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>2 O Sinaes – Sistema de Avaliação de Educação Superior – foi criado através da Lei n°</p><p>10.861 de abril de 2004, e possui como objetivo analisar as instituições de Educação</p><p>Superior e seus estudantes. Frente a isso, esse programa possui vários instrumentos</p><p>que o complementam. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- Análise, reformulação, desenvolvimento de questões internas.</p><p>II- Autoavaliação, avaliação externa, Enade.</p><p>III- Avaliação externa, entrevistas, banco de questões.</p><p>IV- Avaliação dos cursos de graduação e censo e cadastro.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Somente a sentença IV está correta.</p><p>b) ( ) As sentenças I e III estão corretas.</p><p>c) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>e) ( ) As sentenças I e II estão corretas.</p><p>158</p><p>3 O FNDE é “um fundo que tem como principal objetivo fornecer as condições concretas para</p><p>o desenvolvimento de ações, planos e programas destinados a subsidiar instituições e</p><p>sistemas de ensino (especialmente em despesas, como as envolvidas em construção</p><p>de escolas, fornecimento de merenda escolar, entre outras)” (SANTOS, 2012, p. 70).</p><p>FONTE: SANTOS, P. S. M. B. dos. Guia prático da política educacional</p><p>no Brasil: ações, planos, programas e impactos. São Paulo: Cengage</p><p>Learning,2012.</p><p>Diante do exposto, os programas que são desenvolvidos pelo Ministério da Educação</p><p>envolvem interesses. Sobre o exposto, analise as sentenças a seguir:</p><p>I- O desenvolvimento do sistema de ensino a nível municipal, desconsiderando os</p><p>interesses das demais esferas nacionais</p><p>de ensino.</p><p>II- Buscam estes programas considerar necessária a implementação de ações que</p><p>desenvolvam melhorias nos espaços escolares.</p><p>III- Este fundo caracteriza-se como um movimento que implementa a valorização e</p><p>cuidado com os estudantes e seus profissionais.</p><p>IV- Os interesses macro do sistema educacional nacional envolvem a participação</p><p>isolada de algumas instituições educacionais.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA:</p><p>a) ( ) Somente a sentença I está correta.</p><p>b) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.</p><p>c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.</p><p>d) ( ) Somente a sentença III está correta.</p><p>4 O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia federal criada</p><p>pela Lei n° 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada pelo Decreto-Lei n° 872,</p><p>de 15 de setembro de 1969, é responsável pela execução de políticas educacionais</p><p>do Ministério da Educação (MEC). Este fundo contempla diversos programas. Dentre</p><p>eles, temos: Livro Didático (PNLD) e Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).</p><p>Diante do exposto, disserte sobre os seguintes pontos:</p><p>• Qual o objetivo de cada programa citado?</p><p>• Qual sua funcionalidade no espaço escolar?</p><p>5 O Ministério da Educação, em suas atribuições, buscou em suas políticas públicas</p><p>aperfeiçoar a profissionalização de nossos jovens, e buscando verificar seu</p><p>desempenho e das universidades, criou mecanismos que auxiliem na melhor formação</p><p>do jovem brasileiro. Estes mecanismos estão ligados também à questão avaliativa dos</p><p>programas. Alguns destes programas são: Pronatec – Programa Nacional de Acesso</p><p>ao Ensino Técnico e Emprego – e Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. Frente ao</p><p>exposto, disserte sobre estes dois programas com seus objetivos e funcionalidades.</p><p>159</p><p>TÓPICO 3 -</p><p>A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR</p><p>COLETIVA</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Neste tópico, trataremos de algo que nos é relativamente conhecido, mas</p><p>que nos dá diversas possibilidades de respostas. Qual o conceito de organização e</p><p>gestão? Elas cabem dentro do sistema educacional? Qual é a função social da escola</p><p>pública? Quais são os objetivos da escola e as práticas de organização e gestão?</p><p>Perguntas como essas são determinantes para que cada um de nós, professores</p><p>e futuros professores, possamos nos identificar dentro da organização e gestão escolar,</p><p>independentemente de nossa área de atuação.</p><p>Não podemos acreditar que somente o diretor (gestor) é o que comanda a</p><p>escola, mas sim, todos os atores que compõem a instituição são responsáveis por esse</p><p>movimento.</p><p>Com isso, acadêmico, aguçamos sua curiosidade em perceber-se como parte</p><p>integrante desse processo institucional.</p><p>Vamos ao estudo e a seu reconhecimento!</p><p>UNIDADE 2</p><p>2 CONCEITUANDO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO</p><p>Quando falamos em educação nos deparamos com a instituição escola, a qual</p><p>é determinante em qualquer sociedade que possui como objetivo o desenvolvimento</p><p>de seu povo.</p><p>Para tanto, a escola, como qualquer empresa, necessita de elementos</p><p>formadores e de organização e gestão para assegurar seu bom funcionamento.</p><p>A organização e gestão são termos que estão associados, em sua grande maioria,</p><p>com a ideia de “administração, governo, provisão de condições de funcionamento</p><p>de determinada instituição social” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 411). Estas</p><p>instituições sociais podem ser família, empresa, escola, órgão público, entidades</p><p>sindicais, culturais, científicas, dentre outras, para que possam chegar aos objetivos</p><p>previstos. Em se falando de escola, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 411):</p><p>160</p><p>A organização e a gestão referem-se ao conjunto de normas, diretrizes,</p><p>estruturas organizacionais, ações e procedimentos que asseguram</p><p>a racionalização do uso de recursos humanos, materiais financeiros</p><p>e intelectuais, assim como a coordenação e o acompanhamento do</p><p>trabalho das pessoas.</p><p>Cabe salientar que para termos uma escola com organização e gestão</p><p>democrática, é necessário compreendermos que são necessárias escolhas tanto</p><p>nos meios, como recursos que assegurem a realização dos objetivos. Além disso, é</p><p>necessário existir um acompanhamento e coordenação que determinem à articulação</p><p>a integração de todas as atividades e das pessoas que atuam nas escolas, em prol do</p><p>alcance de seus objetivos.</p><p>Para que essas duas características mencionadas, a racionalização do uso</p><p>de recursos e coordenação e acompanhamento se efetivem, “são postas em ação as</p><p>funções específicas de planejar, organizar, dirigir e avaliar” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI,</p><p>2012, p. 412).</p><p>Ao colocarmos em ação as funções específicas daremos a esta ação o nome de</p><p>gestão, a qual é uma atividade que faz com que se coloque em ação um determinando</p><p>sistema organizacional.</p><p>Cabe salientar, ainda, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 412), que da</p><p>definição de organização e gestão são retiradas duas implicações importantes. São elas:</p><p>A primeira é que as formas de organização e gestão são sempre</p><p>meios, nunca fins, embora muitas vezes, erradamente, meios sejam</p><p>tratados como fins; os meios existem para alcançar determinados</p><p>fins que lhes são subordinados. A segunda é que, conceitualmente, a</p><p>gestão faz parte da organização, mas aparece junto com ela por duas</p><p>razões: a) a escola é uma organização em que tanto seus objetivos</p><p>e resultados quanto seus processos e meios são relacionados com a</p><p>formação humana, ganhando relevância, portanto, o fortalecimento</p><p>das relações sociais, culturais e afetivas que nela tem lugar; b) as</p><p>instituições escolares, por prevalecer nelas o elemento humano,</p><p>precisam ser democraticamente administradas, de modo que todos</p><p>os seus integrantes canalizem esforços para a realização de objetivos</p><p>educacionais, acentuando-se a necessidade da gestão participativa</p><p>e da gestão da participação.</p><p>Podemos determinar, dessa forma, que a escola, para que possa ser uma</p><p>instituição com desenvolvimento de seus objetivos, necessita de organização e gestão</p><p>democrática.</p><p>É preciso que sejam observados seus pares, seu entorno, buscar a participação</p><p>das pessoas do trabalho, como da comunidade, realizar avaliações e manter um</p><p>acompanhamento dessa participação, além de garantir a todos os alunos uma</p><p>aprendizagem de qualidade.</p><p>161</p><p>Caro acadêmico, falamos até o momento muito sobre as leis que determinam</p><p>o funcionamento do sistema de educação de nosso país. A escola é um destes</p><p>componentes que tornam possível a realização e concretização das leis, juntamente</p><p>com seus profissionais da educação.</p><p>Muitos são os estudos que tratam do sistema escolar e de políticas educacionais</p><p>que possam determinar as metas a serem alcançadas dentro do sistema escolar.</p><p>Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 413):</p><p>A ideia de ter as escolas como referência para a formulação e gestão</p><p>das políticas educacionais não é nova, mas adquire importância</p><p>crescente no planejamento de reformas educacionais exigidas</p><p>pelas recentes transformações do mundo contemporâneo. Por</p><p>essa razão, as propostas curriculares, as leis e as resoluções</p><p>referem-se atualmente à prática organizacional como autonomia,</p><p>descentralização, projeto pedagógico-curricular, gestão centrada na</p><p>escola e avaliação institucional.</p><p>Diante do apresentado por Libâneo, Oliveira e Toschi, podemos definir que a</p><p>escola é um espaço organizacional de formação e aprendizagem, no qual os profis-</p><p>sionais que ali trabalham podem dar suas opiniões, realizar atividades que auxiliem no</p><p>seu desenvolvimento profissional e em seu trabalho com as crianças. O crescimento é</p><p>mútuo. É interessante observar que os profissionais que trabalham na escola realizam</p><p>ações educativas, mas nem todas com a mesma responsabilidade. Por quê? Vamos</p><p>observar o que nos dizem Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 414) através de exemplos</p><p>bem práticos:</p><p>Por exemplo, o atendimento aos pais, efetuado pela secretaria escolar,</p><p>pode ser respeitoso ou desrespeitoso, inclusivo ou excludente,</p><p>grosseiro ou atencioso; a distribuição da merenda envolve atitudes</p><p>e modos de agir das funcionárias da escola</p><p>propostas das Políticas Públicas partem do Poder</p><p>Executivo, e é esse Poder que efetivamente as coloca em prática.</p><p>Cabe aos servidores públicos (a burocracia) oferecer as informações</p><p>necessárias ao processo de tomada de decisão dos políticos, bem</p><p>como operacionalizar as Políticas Públicas definidas. Em princípio,</p><p>a burocracia é politicamente neutra, mas frequentemente age de</p><p>acordo com interesses pessoais, ajudando ou dificultando as ações</p><p>governamentais.</p><p>9</p><p>Assim, o funcionalismo público compõe um elemento essencial para o</p><p>bom desempenho das diretrizes adotadas pelo governo (CALDAS, 2008, p. 8). Os</p><p>atores privados (sociedade civil) são os que não possuem ligação direta com o setor</p><p>administrativo do Estado. São eles:</p><p>• A imprensa.</p><p>• Os centros de pesquisa.</p><p>• Os grupos de pressão, os grupos de interesse e os lobbies.</p><p>• As Associações da Sociedade Civil Organizada (SCO).</p><p>• As entidades de representação empresarial.</p><p>• Os sindicatos patronais.</p><p>• Os sindicatos de trabalhadores.</p><p>• Outras entidades representativas da Sociedade Civil Organizada – (SCO) (CALDAS,</p><p>2008, p. 9).</p><p>Além dos que foram apresentados, existem outros atores, como os que fazem</p><p>parte da área do turismo, da cultura, que também são da área privada e podem fazer</p><p>parte desse processo.</p><p>Com o que foi apresentado até o momento, sabemos quem são os atores</p><p>do processo. Cabe agora determinarmos os caminhos, os estágios ou fases que são</p><p>necessários seguir para a formulação até a execução das Políticas Públicas.</p><p>As Políticas Públicas possuem seus estágios, os quais assim se apresentam,</p><p>segundo Caldas (2008, p. 7):</p><p>• Primeira fase – Formação da Agenda (Seleção das Prioridades).</p><p>• Segunda fase – Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou Alternativas).</p><p>• Terceira fase – Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações).</p><p>• Quarta fase – Implementação (ou Execução das Ações).</p><p>• Quinta fase – Avaliação.</p><p>Cabe ressaltar que estas fases possuem uma ligação, elas estão somente</p><p>apresentadas separadamente para melhor compreensão do processo.</p><p>Com relação às fases, vamos identificá-las uma a uma e assim você, acadêmico,</p><p>compreenderá melhor esse processo de criação de novas Políticas Públicas.</p><p>Segundo Caldas (2008), a primeira fase, determinada como Formação</p><p>da Agenda, busca organizar e detectar quais são os problemas existentes na</p><p>sociedade e determinar os valores necessários para a sua elaboração. Caldas (2008, p.</p><p>10-11) defende que “tal processo envolve a emergência, o reconhecimento e a definição</p><p>das questões que serão tratadas e, como consequência, quais serão deixadas de lado”.</p><p>10</p><p>Na segunda fase, temos a Formulação de Políticas, quando ocorrem as possíveis</p><p>alternativas para solucionar os problemas alavancados.</p><p>Cabe observar que nesta fase é importante uma relação de dialogicidade</p><p>com todos os setores envolvidos, pois sabendo ouvir as partes envolvidas, no caso os</p><p>segmentos administrativos e econômicos, conseguir-se-á determinar se estas ações</p><p>são ou não possíveis de serem levadas adiante. “Outra análise importante se refere aos</p><p>riscos que cada alternativa traz, desenvolvendo uma forma de compará-las e de medir</p><p>qual é mais eficaz e eficiente para atender ao objetivo e aos interesses sociais” (CALDAS,</p><p>2008, p. 13).</p><p>Já na terceira fase temos o Processo de Tomada de Decisões, em que os</p><p>governantes junto às Políticas Públicas tomam decisões. Segundo Caldas (2008, p. 13):</p><p>[...] a fase de tomada de decisões pode ser definida como o momento</p><p>onde se escolhe alternativas de ação/intervenção em resposta aos</p><p>problemas definidos na Agenda. É o momento onde se define, por</p><p>exemplo, os recursos e o prazo temporal de ação da política. As</p><p>escolhas feitas nesse momento são expressas em leis, decretos,</p><p>normas, resoluções, dentre outros atos da administração pública.</p><p>Outro passo importante, nessa fase, é definir como se dará o processo de tomada</p><p>de decisões, ou seja, qual é o procedimento que se deve seguir antes de decidir algo. Primei-</p><p>ramente, deverá se decidir quem participará do processo, se este será aberto ou fechado.</p><p>Quando Caldas (2008) trata da participação ou não no processo de tomada de</p><p>decisões, ele está apresentando a possibilidade dos governantes de abrirem espaço</p><p>para a sociedade civil participar ou não. Se for uma participação aberta, os governantes</p><p>necessitam determinar se haverá consulta dos favorecidos.</p><p>No caso de se prever tal tipo de consulta (como, por exemplo, no Or-</p><p>çamento Participativo), é necessário estabelecer se a decisão será</p><p>ou não tomada por votação, as regras em torno da mesma, o número</p><p>de graus (direta ou indireta) que envolverá a consulta que será feita</p><p>aos eleitores etc. Essa definição é fundamental pelo fato de que dife-</p><p>rentes formas de decisão podem apresentar diferentes controladores</p><p>da Agenda e resultar em decisões diferentes (CALDAS, 2008, p. 14).</p><p>Na quarta fase temos a Implementação, na qual as ações serão realizadas, é o</p><p>momento de colocar o projeto em ação. Para isso o setor administrativo passa a executar o</p><p>projeto. Cabe salientar que durante o processo de execução do projeto podem ocorrer</p><p>mudanças drásticas, dependendo da postura do poder administrativo.</p><p>Por último, temos a fase de Avaliação, a qual deve estar em permanente ação,</p><p>desde o primeiro momento do estágio ou fases da elaboração das Políticas Públicas.</p><p>11</p><p>A avaliação, em sua estrutura, mostra aos gestores quais as ações que foram</p><p>bem desenvolvidas e as que deixaram lacunas. Dessa forma, a avaliação acaba sendo</p><p>uma ferramenta de aprendizado e dando aos administradores respostas das ações ali</p><p>empregadas.</p><p>De maneira geral, o processo de avaliação de uma política leva em</p><p>conta seus impactos e as funções cumpridas pela política. Além dis-</p><p>so, busca determinar sua relevância, analisar a eficiência, eficácia e</p><p>sustentabilidade das ações desenvolvidas, bem como servir como um</p><p>meio de aprendizado para os atores públicos (CALDAS, 2008, p. 19).</p><p>Diante do exposto, podemos perceber que as Políticas Públicas serão realmente</p><p>determinantes e eficazes se ocorrer uma boa administração política. Segundo Caldas (2008,</p><p>p. 19), ela será uma boa política se cumprir as seguintes funções:</p><p>• Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores</p><p>envolvidos.</p><p>• Constituir-se num programa factível, isto é, implementável.</p><p>• Reduzir a incerteza sobre as consequências das escolhas feitas.</p><p>• Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio</p><p>da transferência ou adiamento para outra arena, momento ou grupo.</p><p>• Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores</p><p>dominantes e interesses futuros nem predizer a evolução dos</p><p>conhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possíveis</p><p>alternativas de ação.</p><p>Você deve se perguntar: para que eu necessito saber destas questões?</p><p>A partir do momento que você inicia um processo de reconhecimento das ações que</p><p>são desenvolvidas e elaboradas pelo sistema governamental, seja ele em nível federal, esta-</p><p>dual ou municipal, você poderá compreender e dar sua parcela de participação no processo</p><p>de construção de novas ações e programas, principalmente, no que diz respeito às áreas que</p><p>são de maior importância para você, sua comunidade e com relação a sua vida profissional.</p><p>Frente ao exposto, vamos seguir nosso caminho, pois, depois de reconhecermos</p><p>o que são as Políticas Públicas, sua função e sua elaboração, passaremos a tratar de ou-</p><p>tro documento em que também foi necessária a participação dos vários segmentos da</p><p>sociedade civil organizada para sua elaboração. Estamos falando da Constituição Federal.</p><p>2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO</p><p>A Constituição Federal é a carta magna de um Estado Democrático, nela estão</p><p>contidas todas as leis que regem o sistema governamental. Conforme Machado e Cunha</p><p>(2016, p. 23), “a Constituição de um Estado Democrático é a cartilha na qual os cidadãos</p><p>apreendem os fundamentos e a proteção de seus direitos, a disciplina da atuação e dos</p><p>limites do Poder Estatal e a função social da comunidade”.</p><p>que influenciam a</p><p>educação das crianças de maneira positiva ou negativa; as reuniões</p><p>pedagógicas podem tornar-se espaço de participação das pessoas</p><p>ou de manifestações do poder pessoal do diretor.</p><p>Estes exemplos nos demonstram que a escola sendo um espaço de inúmeras</p><p>diferenças busca o que há de melhor no ser humano, seus valores, os quais são</p><p>determinantes para a realização de ações pedagógicas e significativas.</p><p>Dessa forma, podemos dizer também que a escola é um espaço formativo, que</p><p>pode fazer com que se modifique a maneira de pensar e agir das pessoas, dando a pos-</p><p>sibilidade de verificar que as práticas de gestão e organização são necessárias nesse</p><p>contexto.</p><p>162</p><p>3 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA</p><p>Em todos os momentos de nossa vida estamos diretamente ligados a diversas</p><p>situações, sejam elas em nível político, social ou pessoal. Para tanto, a sociedade busca,</p><p>diante dos mais diversos entraves, possibilidades de mobilização para organizar-se em</p><p>muitas associações ou instituições.</p><p>Com isso, a escola nos mais variados momentos históricos, passa por essas</p><p>ações e busca formar pessoas críticas, que desenvolvam seu senso crítico e agucem</p><p>sua curiosidade com o novo, com o diferente.</p><p>Por isso, a escola possui papel essencial na organização da sociedade. Ela</p><p>também é um elemento que representa a democracia, onde se desenvolvem temáticas</p><p>que auxiliam no desenvolvimento da democracia participativa.</p><p>Conforme o livro Conselhos Escolares, a escola “[...] tem como função social</p><p>formar o cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o</p><p>estudante solidário, crítico, ético e participativo” (BRASIL, 2004, p. 17).</p><p>Para que ocorra este movimento é necessário que se socialize o saber</p><p>sistematizado, o qual está historicamente acumulado, e que possa ser incorporado ao</p><p>conhecimento que o aluno já traz com ele.</p><p>Assim, “a interligação e a apropriação desses saberes pelos estudantes e pela</p><p>comunidade local, representam, certamente, um elemento decisivo para o processo de</p><p>democratização da própria sociedade” (BRASIL, 2004, p. 18).</p><p>Para Vieira e Almeida (s.d., p. 4), “a escola trabalha com o conhecimento e com o</p><p>ser humano. Por isso, é permanente seu desafio de estar em constante processo de</p><p>discussão e reelaboração de suas ações, buscando as transformações necessárias,</p><p>por meio de um currículo construído a partir do contexto histórico e social”.</p><p>Assim, podemos determinar que a escola possui espaço significativo no desen-</p><p>volvimento das ações políticas e sociais para o exercício da democratização da socieda-</p><p>de. “A escola é, assim, o espaço de realização tanto dos objetivos do sistema de ensino</p><p>quanto dos objetivos de aprendizagem” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 415).</p><p>Ainda no que diz respeito à função da escola, não lhe é atribuída a ideia de</p><p>empresa, pois conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 132), “a escola não empresa.</p><p>O aluno não é cliente da escola, mas parte dela. É sujeito que aprende, que constrói seu</p><p>saber, que direciona seu projeto de vida”. Com isso, podemos observar que a função da</p><p>escola é a formação humana.</p><p>Sabemos que vivemos em uma sociedade repleta de incentivos ao sistema</p><p>capitalista, mas a escola em detrimento desse sistema necessita, dentro de sua função,</p><p>buscar incessantemente pela cidadania, pela inclusão social, pela busca dos valores</p><p>163</p><p>morais atrelados a uma articulação de escola e mundo do trabalho. Esta função não</p><p>é algo tão fácil de conquistar, mas é necessária a busca incessante e acreditar no</p><p>“desenvolvimento de uma escola democrática com ações conjuntas e participativas</p><p>norteadas pela responsabilidade, ética e compromisso para alcançar a escola de</p><p>qualidade” (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 148).</p><p>Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 133), a escola pública possui três</p><p>pontos essenciais de sua responsabilidade. São eles:</p><p>• ser agente de mudanças, capaz de gerar conhecimentos e</p><p>desenvolver a ciência e a tecnologia;</p><p>• trabalhar a tradição e os valores nacionais ante a pressão mundial</p><p>de descaracterização da soberania das nações periféricas;</p><p>• preparar cidadãos capazes de entender o mundo, seu país, sua</p><p>realidade e de transformá-los positivamente.</p><p>Frente ao exposto, podemos perceber que a escola é um dos meios de</p><p>organização e formação do sistema educacional e que os membros formadores desse</p><p>espaço são essenciais para a formação de cidadãos críticos “que participam ativamente</p><p>das tomadas de decisão de sua vida e da sociedade, além de uma escola que busque</p><p>a preparação dos indivíduos em sua formação tecnológica, cultural e geral, onde a</p><p>ética e o desenvolvimento de suas habilidades sejam qualificadas” (SILVA; FERRONATO;</p><p>BARUFFI, 2014, p. 148).</p><p>4 OBJETIVOS DA ESCOLA E AS PRÁTICAS DE</p><p>ORGANIZAÇÃO E GESTÃO</p><p>Dentro da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases encontramos</p><p>artigos determinantes que desenvolvem a organização e a gestão escolar além de seus</p><p>objetivos, isso já vimos em tópicos anteriores. Com isso, podemos determinar pelo que</p><p>vimos até o momento, que a escola é uma instituição social que possui objetivos. Alguns</p><p>dos objetivos explícitos da escola são, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 419),</p><p>“[...] o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por</p><p>meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos,</p><p>atitudes, valores), para se tornarem cidadãos participativos na sociedade em que vivem”.</p><p>Assim, é função da escola o ensino e a aprendizagem de todos os alunos, tarefa</p><p>que fica a cargo dos professores. Essa organização escolar é necessária para melhor</p><p>desenvolvimento do trabalho dos professores. Observe, acadêmico, que existe aí, uma</p><p>interdependência entre os objetivos e função da escola, além da organização e gestão</p><p>dos trabalhos escolares.</p><p>Cabe salientar que de nada adiantará grandes mudanças no que diz respeito à or-</p><p>ganização e gestão escolar se não forem observados elementos essenciais como a aprendi-</p><p>zagem de qualidade, pois sem ela, continuaremos mantendo baixos rendimentos escolares.</p><p>164</p><p>Como conquistar a melhor aprendizagem? O que as famílias, a comunidade e</p><p>os próprios alunos esperam de uma escola? E você, acadêmico, o que espera</p><p>da escola em que irá trabalhar ou está trabalhando? Reflita.</p><p>GIO</p><p>Podemos determinar que a escola que esperamos e que os pais e comunidade</p><p>esperam seja uma que deixe seus alunos motivados para estarem nas aulas e que se</p><p>envolvam nas atividades da classe e das que ocorrem com os demais alunos.</p><p>Quanto aos professores, acreditamos que busquem um espaço em que possa</p><p>ser empregada a autonomia e que possam ser desenvolvidos trabalhos que tragam</p><p>respostas significativas tanto para alunos como para os profissionais. Um ambiente de</p><p>total reciprocidade.</p><p>Podemos concluir que a escola, para obter seus objetivos, necessita ser</p><p>organizada e administrada para a obtenção da qualidade da aprendizagem dos alunos.</p><p>Sabemos que as escolas não podem ser administradas e organizadas de</p><p>maneira igualitária, pois vivemos em um país de grandes dimensões e características</p><p>diversificadas, mas algumas características organizacionais podem ser determinantes</p><p>em todas as instituições escolares, a saber:</p><p>• professores preparados, que tenham clareza de seus objetivos e</p><p>conteúdos, que façam planos de aula, que consigam cativar seus</p><p>alunos, que utilizem metodologia e procedimentos adequados à</p><p>matéria e às condições de aprendizagem dos alunos, que façam</p><p>avaliação contínua, prestando muita atenção nas dificuldades</p><p>dos alunos;</p><p>• existência de projeto pedagógico-curricular com um plano de</p><p>trabalho bem definido, que assegure consenso mínimo entre</p><p>a direção da escola e o corpo docente acerca dos objetivos a</p><p>alcançar, dos métodos de ensino, da sistemática de avaliação, das</p><p>formas de agrupamento de alunos, das normas compartilhadas</p><p>sobre faltas de professores, do cumprimento de horário, das</p><p>atitudes com relação aos alunos e funcionários;</p><p>• bom clima de</p><p>12</p><p>Nosso país, o Brasil, possui sua Constituição, por ser um Estado Democrático, e</p><p>nessa constituição estão elencados todos os segmentos que formam a estrutura gover-</p><p>namental. A Constituição Brasileira foi promulgada em 5 de outubro de 1988 “fruto da</p><p>convocação da Assembleia Nacional Constituinte pela Emenda n° 26, de 17.11.1985, e de</p><p>sua posterior aprovação por essa mesma Assembleia (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 23).</p><p>No que diz respeito a sua organização, a Constituição da República Federativa do</p><p>Brasil de 1988 estava assim composta em sua composição original, conforme Machado</p><p>e Cunha (2016, p. 23):</p><p>[...] com 245 artigos em suas Disposições Permanentes (note-se</p><p>que inúmeros artigos são compostos de vários incisos, parágrafos</p><p>e alíneas, tais como os arts. 5°, 271, 22, 24, 155, entre outros) e 70</p><p>artigos em suas Disposições Transitórias (também com incisos e</p><p>parágrafos, a exemplo dos arts. 27 e 47).</p><p>Observa-se que a Constituição Brasileira possui, após seus 21 anos de existência,</p><p>uma nova roupagem, sendo que:</p><p>[...] foram aprovadas 62 emendas constitucionais, além de seis</p><p>emendas de revisão. [...] Enfim, a Constituição em vigor conta</p><p>agora com 250 artigos na Parte Permanente (alguns artigos ainda</p><p>acrescidos ao texto com numeração sequencial alfabética – 103-</p><p>A, 146-A etc.) e 97 artigos no Ato das Disposições Transitórias</p><p>(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 24).</p><p>Outro fator importante a ser ressaltado nesta etapa da construção da</p><p>Constituição Federal são os princípios fundamentais, que cada cidadão brasileiro</p><p>deve saber e que são a base da Constituição.</p><p>O vocábulo princípio, do latim principium, traz à mente a noção</p><p>genérica de início, começo, origem ou causa. Em sentido jurídico,</p><p>princípio é norma que expressa os valores mais altos da sociedade,</p><p>de tal forma que, integrado na ordem Constitucional, passa a orientar</p><p>todas as demais normas e regras do ordenamento jurídico que ela</p><p>baliza (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 3).</p><p>Ainda conforme Machado e Cunha (2016, p. 3), “os princípios são os fundamentos</p><p>com base nos quais serão previstas as regras que tem por finalidade fazê-los efetivos em</p><p>determinada ordem de disciplina”.</p><p>Assim, deverão ser seguidas as regras, sob “pena de, não o fazen-</p><p>do, ser considerada inconstitucional, justificando sua exclusão do ordenamento</p><p>jurídico” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 3).</p><p>Caro acadêmico, podemos observar com estes parágrafos iniciais que estamos</p><p>diante de um documento no qual se estabelece a identidade de um Estado Democrático,</p><p>que deve ser seguido, conseguindo assim manter a ordem e o progresso de um país.</p><p>13</p><p>Após este momento de reflexão, e de percebermos como cidadãos conscientes</p><p>de nossos direitos e deveres, para assim podermos realizar as cobranças de mudança</p><p>em nosso país, em todas as suas esferas, vamos continuar nossos estudos caminhando</p><p>dentro desse documento maior – que é a Constituição – e verificar que em seus títulos</p><p>há um que será nosso foco, que é o Título VIII, que se refere à Ordem Social.</p><p>Neste título encontramos oito capítulos, que são dispostos na seguinte ordem:</p><p>QUADRO 1 – DISPOSIÇÕES DO TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL</p><p>FONTE: A autora (2021).</p><p>CAPÍTULO DA ORDEM SOCIAL ARTIGOS</p><p>Capítulo I Disposições Gerais Art. 193</p><p>Capítulo II Da Segurança Social, composto pelas Seções I, II, III e IV Arts. 194 a 214</p><p>Capítulo III</p><p>Da Educação, da Cultura e do Desporto.</p><p>Composto por:</p><p>Seção I – Da Educação</p><p>Seção II – Da Cultura</p><p>Seção III – Do Desporto</p><p>Atrs. 205 a 217</p><p>Arts. 205 a 214</p><p>Arts.215 a 216</p><p>Art. 217</p><p>Capítulo IV Da Ciência, tecnologia e Inovação Arts.218 a 219</p><p>Capítulo V Da Comunicação Social Art. 220 a 224</p><p>Capítulo VI Do Meio Ambiente Art. 225</p><p>Capítulo VII Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso Arts. 226 a 230</p><p>Capítulo VIII Dos Índios Arts. 231 a 232</p><p>Observando o quadro anterior, destacamos o Capítulo III, no qual está exposto</p><p>na Seção I, o que diz respeito à Educação, nos artigos 205 a 214. Daremos maior ênfase a</p><p>esta seção, pois é a que se relaciona ao nosso trabalho, com nossas vivências enquanto</p><p>profissionais da educação.</p><p>Você, acadêmico de licenciatura, que está buscando construir sua vida profis-</p><p>sional, ou que já esteja nesta área e busca novos conhecimentos, é de suma importân-</p><p>cia perceber-se integrado nestes artigos que serão apresentados nesta unidade.</p><p>Quando tratamos da Constituição Federal nos deparamos com a Educação,</p><p>ponto crucial no desenvolvimento de um país. Se buscamos ordem e progresso</p><p>necessitamos de uma educação que esteja voltada à melhoria da qualidade de vida de</p><p>seus confederados.</p><p>Assim, iniciamos com o Artigo 205: “A educação, direito de todos e dever do</p><p>Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,</p><p>visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania</p><p>e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).</p><p>14</p><p>Observa-se, neste artigo, dois dos grandes princípios da Constituição, que são: o</p><p>direito e o dever. O direito, inicialmente, à educação para todos. Conforme Machado e</p><p>Cunha (2016, p. 1081):</p><p>Assim, podemos afirmar que foi atribuído a todo indivíduo brasileiro</p><p>uma prerrogativa legal de exigir do Estado e da família esse direito.</p><p>Ousamos afirmar ainda, que esse direito está incorporado ao patri-</p><p>mônio do indivíduo, sem possibilidade de reversão, por força da lei.</p><p>Desse modo, todos podem exigir do Estado e da família o referido di-</p><p>reito, porque o legislador incumbiu-lhes tal dever, ou seja, tal obriga-</p><p>ção refere-se à regra imposta por lei. Resumindo: o legislador cons-</p><p>tituinte incumbiu ao Estado e à família o dever de prestar educação</p><p>a todos. Caberá ao Estado a complementação da educação recebida</p><p>em casa pelas pessoas.</p><p>Cabe ressaltar que a família também é responsável diretamente pela educação</p><p>das crianças, sendo ela uma parceira do Estado nesse processo. No entanto, observam-</p><p>se ainda muitas lacunas referentes a essa situação, pois ao referir-se ao dever da família</p><p>na educação dos filhos, estes em muitos momentos transferem essa responsabilidade</p><p>somente às escolas (Estado), tornando fragilizado o processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Mesmo diante de algumas lacunas, a Constituição Federal foi e é um documento</p><p>que apresentou e apresenta grandes avanços na área educacional “e a partir daí novas</p><p>leis surgem para regulamentar os artigos constitucionais e estabelecer diretrizes para a</p><p>educação do Brasil” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1081).</p><p>Como exemplo, podemos citar a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação</p><p>(Lei n° 9.394, de 20.12.1996) e a Lei n° 10.172, que aprovou o PNE – Plano Nacional de</p><p>Educação, documentos que trataremos com mais proximidade nas próximas páginas e</p><p>unidades.</p><p>Ainda tratando das questões relacionadas ao ensino e dever deste pelo Estado</p><p>e família, vejamos o artigo 206 da Constituição (BRASIL, 1988):</p><p>Artigo 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:</p><p>I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;</p><p>II- liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o</p><p>pensamento, a arte e o saber;</p><p>III- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e</p><p>coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;</p><p>IV- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;</p><p>V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos,</p><p>na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente</p><p>por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006)</p><p>VI- gestão democrática do ensino público, na forma da lei;</p><p>VII – garantia de padrão de qualidade;</p><p>15</p><p>VIII- piso salarial profissional nacional para os profissionais da</p><p>educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006)</p><p>Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores</p><p>considerados profissionais da educação básica e sobre fixação de</p><p>prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira,</p><p>no âmbito da União, dos Estados,</p><p>do Distrito Federal e dos Municí-</p><p>pios. (Incluído pela Emenda Constitucional n° 53, de 2006).</p><p>Ressalta-se, neste artigo, caro acadêmico, que a garantia do ensino, a</p><p>qualidade, a igualdade quanto ao acesso e permanência na escola, a liberdade de</p><p>aprender, o pluralismo de ideias, gratuidade do ensino público, a gestão e valorização</p><p>dos profissionais da educação estão garantidos nesses princípios. No que diz respeito à</p><p>igualdade, Machado e Cunha (2016, p. 1082) afirmam que:</p><p>A igualdade – um dos fundamentos básicos inerentes à própria noção</p><p>de República (art., 1° da CF) e, portanto, do estado democrático de</p><p>Direito, pois não é possível falar em dignidade da pessoa humana sem</p><p>o respeito à igualdade e à liberdade – tratada neste inciso, vem a ser</p><p>a relação de paridade, ou uniformidade, a relação de igualdade entre</p><p>todas as pessoas para que possam usufruir as mesmas condições</p><p>de ensino. Afinal, quando os homens se propuseram a formar uma</p><p>república, fizeram-na desde que sob um Estado que outorgasse a</p><p>si mesmo, por intermédio de uma Constituição, instituições que</p><p>respeitassem a igualdade, vista como postulado básico à própria</p><p>formação do regime republicano.</p><p>No que diz respeito à “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar</p><p>o pensamento, a arte e o saber” (BRASIL, 1988), podemos observar que todos</p><p>possuem o direito e a liberdade de fazer o que quiserem.</p><p>A palavra liberdade, em sentido amplo, vem a ser a ausência de</p><p>constrangimento alheio, ou seja, é livre o homem que faz aquilo que</p><p>quer e não o que o outrem determine que faça. O homem, segundo</p><p>esse princípio, não deve sofrer nenhum tipo de constrangimento social</p><p>quando estiver aprendendo, ensinando, pesquisando e divulgan-</p><p>do o seu pensamento, sua arte e o seu saber (MACHADO; CUNHA,</p><p>2016, p. 1083).</p><p>É importante ressaltar que o princípio da liberdade está relacionado ao princípio</p><p>da legalidade, estabelecido no inciso II do art. 5° da CF (BRASIL, 1988):</p><p>Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes</p><p>no País a inviolabilidade do direto à vida, à liberdade, à igualdade, à</p><p>segurança e à propriedade, nos termos seguintes:</p><p>I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos</p><p>termos desta Constituição;</p><p>II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa</p><p>senão em virtude de lei; [...]</p><p>16</p><p>Cabe ressaltar que a liberdade aqui apregoada se trata de perceber que cabe ao</p><p>cidadão ser livre de realizar ou não determinadas ações sem ser coagido em qualquer</p><p>situação. Esta situação nos remete à posição do professor em sala de aula, ao ensinar é</p><p>preciso que ele tenha liberdade de pensamento:</p><p>[...] para desenvolver modelos pedagógicos os quais se adaptem</p><p>às necessidades de seus alunos, ou, até mesmo, ter liberdade para</p><p>reconhecer que muitas vezes ensinar é levar o aluno a aprender por</p><p>si só, como é o caso do professor orientador, ou maiêutico, para</p><p>relembrarmos Sócrates (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1083).</p><p>Ainda cabe ressaltar que o professor possui a responsabilidade de buscar o</p><p>conhecimento e instigar a pesquisa, conseguindo assim o aprimoramento dos trabalhos</p><p>desenvolvidos na escola com os alunos. Transformando as aulas em momentos de</p><p>criatividade, descoberta e de instigar a curiosidade do aluno. Para tanto o professor</p><p>necessita ter vontade e competência pedagógica.</p><p>Com relação ao pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas e</p><p>coexistência de instituições públicas e privadas de ensino (BRASIL, 1988),</p><p>podemos compreender que vivemos rodeados por diversas maneiras</p><p>de ver, ouvir, pensar, dando possibilidades infinitas de construirmos e</p><p>conhecermos novas culturas e elaborarmos novos pensamentos. O res-</p><p>peito às diferenças nos leva a compreender que a educação não pode</p><p>ser vista de maneira homogênea, dentro de uma sala de aula estão pre-</p><p>sentes diversas culturas, ninguém é igual a ninguém. Aí é que reside</p><p>a beleza da construção do ensino. Conforme este inciso, que trata do</p><p>pluralismo de ideias, Machado e Cunha (2016, p. 1084) afirmam que:</p><p>Os seres que formam o mundo são diversos, individuais, diferentes,</p><p>múltiplos, heterogêneos e, assim sendo, jamais poderão ser</p><p>considerados dentro de uma realidade absoluta. As pessoas</p><p>pensam de maneiras diferentes. O ensino não pode ser pautado</p><p>em ideias homogêneas, em concepções pedagógicas únicas</p><p>e absolutas, pois estaríamos diante de um empobrecimento</p><p>cultural e intelectual. Ademais, ao professor é preciso liberdade de</p><p>aprender, ensinar, pesquisar e divulgar seu pensamento para que</p><p>lhe seja possível a criação de estratégias pedagógicas as quais</p><p>se amoldem às necessidades dos alunos.</p><p>Acreditamos que você, acadêmico, tenha percebido que a presença da</p><p>liberdade leva tanto as instituições públicas como privadas a construir dentro</p><p>das escolas o respeito às ideias do outro e a noção também de igualdade. Assim,</p><p>conseguimos construir os valores de democracia social que são representados</p><p>pelo pluralismo de ideias e pelas concepções pedagógicas (MACHADO; CUNHA, 2016).</p><p>No inciso IV do art. 206, que trata da gratuidade do ensino público em</p><p>estabelecimentos oficiais, podemos compreender que o Estado está proibido de</p><p>realizar qualquer cobrança de valores relacionados à oferta da educação escolar básica.</p><p>Ressaltamos que a escola pública é uma instituição que todo e qualquer indivíduo</p><p>17</p><p>poderá se matricular independentemente de classe social, religião ou raça. Estas</p><p>instituições são mantidas pelo Poder Público “por intermédio da gestão de recursos</p><p>públicos” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1084).</p><p>As escolas públicas são escolas pagas com os impostos cobrados</p><p>da população, mas não são privadas, isto é, não visam ao lucro,</p><p>mas a atender uma demanda social. O direito ao ensino público e</p><p>gratuito não foi afastado daqueles que podem pagar pela prestação</p><p>de serviços educacionais, pois se de outra forma ocorresse seria</p><p>discriminação, mas aqueles que podem pagar pelo ensino têm</p><p>recebido uma educação de melhor qualidade, já que o Estado tem</p><p>se afastado de sua obrigação de empreender ações capazes de</p><p>ampliar tanto o oferecimento como a qualidade da educação escolar,</p><p>nos termos constitucionalmente estabelecidos (MACHADO; CUNHA,</p><p>2016, p. 1084-1085).</p><p>Caro acadêmico, vamos tratar agora de outro inciso de relevante significado a cada</p><p>um de nós, estamos falando do inciso V, que trata “da valorização dos profissionais</p><p>da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso</p><p>exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas”</p><p>(BRASIL, 1988). Conforme consta na Constituição Federal, este inciso foi modificado na</p><p>data de 19 de dezembro de 2006, através da Emenda Constitucional n° 53.</p><p>Esta nova redação, dentre outras já ocorridas, “demonstra que o legislador não</p><p>sabe como valorizar o profissional do ensino” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).</p><p>A nova redação do inciso substitui a expressão ‘profissionais do</p><p>ensino’ por ‘profissionais da educação’, que possui um sentido</p><p>mais amplo, já que não só trata do magistério, mas de todos os</p><p>profissionais de educação escolar pública. O novo texto também</p><p>prevê que a valorização se aplica aos profissionais do ensino privado,</p><p>mesmo que as garantias especificadas não os alcancem. Além</p><p>disso, pela leitura do inciso sob comento, todos esses profissionais</p><p>deverão contar com remuneração condigna aos objetivos de sua</p><p>profissão, bem como condições adequadas de trabalho (MACHADO;</p><p>CUNHA, 2016, p. 1085).</p><p>Ressalta-se, ainda, que cada estado da federação possui sua legislação relativa</p><p>aos profissionais do magistério, mas que devem ser respeitadas todas as leis previstas</p><p>na Constituição Federal.</p><p>No que tange ao inciso VI, que trata da “gestão democrática do ensino</p><p>público, na forma da lei” (BRASIL, 1988), este inciso tem o objetivo de demonstrar a cada</p><p>cidadão que o conceito de democracia implica “um processo de convivência social em que</p><p>o poder emana do povo e é por ele</p><p>exercido direta ou indiretamente em seu próprio proveito”</p><p>(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).</p><p>18</p><p>O princípio democrático é aquele que assegura aos cidadãos o ple-</p><p>no direito de participação nas tomadas de decisão, e essas noções</p><p>devem ser difundidas no ensino público e permear o cotidiano dos</p><p>educandos. A adoção desse princípio pode significar a introdução de</p><p>eleições diretas para reitores e todas as demais autoridades universi-</p><p>tárias, assim como a participação paritária de estudantes, funcioná-</p><p>rios e professores em órgãos colegiados, configurando a participação</p><p>de todos na questão educacional (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).</p><p>Cabe ressaltar ainda que, conforme apresentado anteriormente, cada estado, em</p><p>sua organização, pode apresentar em sua proposta curricular elementos que configurem</p><p>a possibilidade de existirem eleições diretas para diretor das unidades escolares, dando</p><p>assim, maior abertura democrática no espaço escolar.</p><p>Continuando nosso estudo, chegamos ao inciso VIII, que trata do “piso salarial</p><p>profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos</p><p>termos de lei federal” (BRASIL, 1988). Este inciso também foi acrescentado pela</p><p>Ementa Constitucional n° 53, de 19 de dezembro de 2006.</p><p>Este inciso tem o intuito de diminuir as desigualdades salariais dos profissionais</p><p>da educação existentes entre os estados da federação. Conforme Machado e Cunha</p><p>(2016, p. 1086), “este novo inciso, em verdade, quer assegurar o caráter nacional do piso</p><p>salarial dos profissionais da educação. Tal previsão, que pelo caráter peremptório do</p><p>texto, revela ser um princípio e demonstra uma conquista dos profissionais da educação”.</p><p>Chegamos ao parágrafo único do art. 206, no qual “a lei disporá sobre as cate-</p><p>gorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre</p><p>a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no</p><p>âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (BRASIL, 1988).</p><p>Este parágrafo foi acrescentado pela Emenda Constitucional n° 53, de 19 de</p><p>dezembro de 2006, e conforme Machado e Cunha (2016, p. 1087), “este parágrafo deve ser</p><p>regulamentado por lei federal e prevê as categorias de trabalhadores profissionais que</p><p>atuam na educação básica e a definição dos valores de seus pisos salariais e de seus</p><p>respectivos planos de carreira”.</p><p>Quando tratamos dos planos de carreira, é necessário compreender que eles</p><p>“são um instrumento de gestão que objetiva o desenvolvimento dos profissionais da</p><p>educação das instituições de ensino vinculadas ao MEC – são fundamentais para que a</p><p>atividade educacional não se torne apenas um ganho avulso ou uma tarefa ocasional”</p><p>(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).</p><p>Ainda tratando da Seção I, vamos nos ater ao artigo 207, que assim trata:</p><p>“Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-pedagógica,</p><p>administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios</p><p>de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 1988). Neste</p><p>19</p><p>artigo apresentam-se questões relativas à autonomia, palavra que denota a liberdade</p><p>de trabalho em todos os âmbitos universitários. Cabe aqui uma ressalva, antes da</p><p>Constituição de 1988, as universidades, em nosso país:</p><p>[...] surgiram por iniciativa do poder do Estado e por muito tempo</p><p>estiveram sob sua ingerência, principalmente durante a Ditadura</p><p>Militar de 1964 ao início dos anos 1970, para atender objetivos</p><p>estratégicos dos militares, o que nos faz concluir que as universidades</p><p>eram muito mais estatais que públicas, já que nesse período houve</p><p>um êxodo de profissionais do ensino por razões de perseguição</p><p>política, principalmente dos que quiseram manter autonomia de sua</p><p>cátedra (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).</p><p>Mesmo depois desse caminho percorrido pelas universidades, após a Ditadura</p><p>Militar, com a Constituição de 1988 se definiu a autonomia universitária, mas as universidades</p><p>continuam se compondo como uma extensão administrativa do poder estatal “posto que</p><p>a natureza pública dos seus serviços exige alguma forma de controle e avaliação por</p><p>parte do Estado e da sociedade mesmo que isso não signifique ingerência” (MACHADO;</p><p>CUNHA, 2016, p. 1087).</p><p>No que tange à autonomia didático-científica, administrativa e</p><p>patrimonial, Machado e Cunha (2016, p. 1087, grifos do original) afirmam que:</p><p>A autonomia didático-pedagógica de que trata o artigo vem a ser a</p><p>liberdade que as universidades devem ter de definir currículos;</p><p>abrir e fechar cursos, tanto de graduação como de pós-graduação</p><p>e de extensão; e definir suas linhas prioritárias e mecanismos de</p><p>financiamento da pesquisa, de acordo com as regras internas.</p><p>Portanto, diz respeito à possibilidade de as universidades conduzirem</p><p>sem restrições as atividades de ensino e aprendizado. Quanto à</p><p>autonomia administrativa, as universidades poderão se organizar</p><p>internamente, da maneira que melhor lhes convier, com estatutos</p><p>próprios e, também, organização de planos de carreira para o</p><p>magistério público nas universidades federais (art. 206, V, da CF),</p><p>enfim, trata-se da possibilidade de autogovernar-se. Já em relação</p><p>à autonomia de gestão financeira e patrimonial, refere-se à dotação</p><p>orçamentária e à plena liberdade de remanejamento de recursos.</p><p>A autonomia patrimonial está vinculada à ideia de constituição de</p><p>patrimônio próprio, liberdade para obtenção de rendas de vários tipos</p><p>e utilização de tais recursos da forma que convier às universidades. O</p><p>encaminhamento da autonomia universitária deve se dar com base</p><p>na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, já que esses</p><p>três itens se complementam.</p><p>Diante do exposto, podemos determinar que as universidades, mesmo</p><p>possuindo sua autonomia, devem se manter ligadas ao MEC – Ministério da Educação,</p><p>e à Constituição Federal, como também à LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação,</p><p>a qual será estudada na próxima unidade.</p><p>Mesmo possuindo autonomia, toda e qualquer autarquia pública necessita do</p><p>controle e da avaliação de seus serviços, da sociedade e do Estado.</p><p>20</p><p>Dá-se, ainda, às universidades o direito de admitir professores,</p><p>técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei, apresentado no</p><p>parágrafo 1°, o qual foi acrescentado pela Ementa Constitucional n°</p><p>11, de 30 de abril de 1996. Neste parágrafo ainda se encontra atrelado</p><p>o parágrafo 2° que prevê também a pesquisa científica e tecnológica</p><p>federais (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1088).</p><p>Caro acadêmico, você talvez venha a se questionar: para que eu preciso saber</p><p>destes artigos, parágrafos e incisos? Independentemente de sua licenciatura, necessita</p><p>sim ter o conhecimento das leis, as quais regem nosso trabalho e vida profissional.</p><p>Nada é demais. Saber das leis demonstra que estamos cada vez mais preparados para</p><p>caminhar neste espaço chamado educação.</p><p>Passaremos a tratar do artigo 208, onde se encontram os deveres que o Estado</p><p>possui com a educação escolar pública. Dedicaremos uma atenção especial a este arti-</p><p>go, pois trata de questões relativas à obrigatoriedade e gratuidade da educação básica.</p><p>Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante</p><p>a garantia de:</p><p>I- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17</p><p>(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta</p><p>gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade</p><p>própria;</p><p>II- progressiva universalização do ensino médio gratuito;</p><p>III- atendimento educacional especializado aos portadores de</p><p>deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;</p><p>IV- educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5</p><p>(cinco) anos de idade;</p><p>V- acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da</p><p>criação artística, segundo a capacidade de cada um;</p><p>VI- oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do</p><p>educando;</p><p>VII- atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,</p><p>por meio de programas suplementares de material didático escolar,</p><p>transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL,</p><p>1988).</p><p>Observa-se que nesse artigo se encontra o conteúdo relativo aos deveres do</p><p>Estado para com a população brasileira, que é de prestar educação escolar pública de</p><p>qualidade e gratuita.</p><p>Quando tratamos da educação básica estamos nos referindo ao nível de ensino</p><p>que abrange os primeiros anos de educação formal, que corresponde ao direito de</p><p>todos os brasileiros à formação comum necessária ao exercício de cidadania e a sua</p><p>qualificação para o trabalho e a continuidade de seus estudos.</p><p>Outro fator a ser ressaltado é que para existir este movimento possuímos dois</p><p>documentos principais que abarcam a educação básica, que são: a Lei de Diretrizes</p><p>e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei n° 9.394 de 20.12.1996, e o Plano Nacional</p><p>de Educação – PNE, Lei n° 10.172/2001, ambos regidos pela Constituição da República</p><p>Federativa do Brasil. Conforme Abrão (2016, p. 1089):</p><p>21</p><p>De acordo com a Classificação Internacional Normatizadora da</p><p>Educação (International Standard Classification of Education – Isced),</p><p>a educação básica inclui: (1) a educação primária, ou seja, o primeiro</p><p>estágio da educação básica, correspondente à aprendizagem básica</p><p>da leitura, da escrita e das operações matemáticas simples; e (2) o</p><p>ensino secundário inferior, isto é, o segundo estágio do processo de</p><p>escolarização, correspondente à consolidação da leitura e da escrita</p><p>e às aprendizagens básicas na área da língua materna, história e</p><p>compreensão do meio social e natural envolvente.</p><p>No que diz respeito a questões relativas ao sistema educativo brasileiro e de pa-</p><p>íses em desenvolvimento, Abrão (2016, p. 1089) apresenta que: “Alguns sistemas edu-</p><p>cativos, em particular os de países em desenvolvimento, incluem na educação básica a</p><p>educação pré-escolar e os programas de ensino de segunda oportunidade destinada à</p><p>alfabetização de adultos”. Neste caso encontramos a EJA (Educação de Jovens e Adul-</p><p>tos), programa que auxilia na alfabetização de jovens e adultos em nosso país.</p><p>Podemos ainda dizer que o Plano Nacional de Educação – PNE desenvolvido no</p><p>Brasil, contempla como educação básica a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o</p><p>Ensino Médio. Abrão (2016, p. 1089) ressalta que:</p><p>[...] a educação Infantil compreende a faixa etária de 0 a 6 anos, po-</p><p>rém, em nosso país há tratamento diferenciado entre as faixas etá-</p><p>rias de 0 a 3 anos e de 4 a 6 anos para a pré-escola; além disso as</p><p>creches deverão adotar objetivos educacionais, transformando-se</p><p>em instituições de educação, segundo as Diretrizes Curriculares Na-</p><p>cionais emanadas do Conselho Nacional de Educação. Essa determi-</p><p>nação segue a melhor pedagogia, pois é nessa idade, precisamente,</p><p>que os estímulos educativos têm maior poder de influência sobre a</p><p>formação da personalidade e o desenvolvimento da criança. Trata-se</p><p>de um tempo que não pode ser descurado ou mal orientado.</p><p>Frente ao exposto, podemos perceber que para o PNE, este tema é</p><p>sua “menina dos olhos”, pois a formação da criança ocorre desde os primeiros</p><p>momentos de sua vida, e quando entra na educação formal, os profissionais</p><p>da educação devem organizar-se determinando objetivos que auxiliem no</p><p>desenvolvimento global da criança, possibilitando uma sequência educativa</p><p>de qualidade.</p><p>Importante saber, caro acadêmico, que a Emenda Constitucional n° 59/2009</p><p>estabeleceu duas diretrizes com relação à educação básica, assim apresentadas por</p><p>Abrão (2016, p. 1089): “[...] é dever do Estado prestá-la; e é obrigatória e gratuita dos 4</p><p>(quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para</p><p>todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria”.</p><p>Cabe ressaltar que os estrangeiros, como os brasileiros, possuem o direito à</p><p>gratuidade na educação básica, que estejam na idade própria (7 a 14 anos). Os pais ou</p><p>responsáveis pelas crianças poderão exigir isso do Estado, pois a educação básica é</p><p>obrigatória, independente também da idade.</p><p>22</p><p>No que diz respeito ao inciso II, que trata da progressiva universalização do en-</p><p>sino médio gratuito, podemos determinar que este dá a possibilidade de continuidade</p><p>dos estudos de maneira gratuita aos adolescentes. Conforme Abrão (2016, p. 1090):</p><p>[...] atendendo o princípio estabelecido no art. 206, I, do texto Maior, o</p><p>qual prevê ‘a igualdade de condições ao acesso e permanência na es-</p><p>cola’. Entretanto, estabeleceu o constituinte com tal inciso que o Esta-</p><p>do não deve ficar inerte em relação ao prosseguimento do ensino dos</p><p>educandos [...] e deverá construir escolas e oferecer condições neces-</p><p>sárias para atender o maior número possível de educandos no ensino</p><p>médio, sempre considerando a realidade de cada ente federado.</p><p>Já no inciso III, se apresenta como dever do Estado o “atendimento</p><p>educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na</p><p>rede regular de ensino” (BRASIL, 1988). Ressaltamos que mesmo possuindo todos estes</p><p>direitos com as leis, cabe ao estado dar condições tanto pedagógicas como físicas para</p><p>que os profissionais da educação e as crianças a serem atendidas possuam condições</p><p>dignas de trabalho e de permanência nos espaços escolares. Independentemente de</p><p>ser escola pública ou privada, a educação precisa ser desenvolvida e as crianças muito</p><p>bem recebidas, conseguindo assim, avanços educacionais.</p><p>Conforme a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Conselho</p><p>Nacional de Educação por meio do parecer CNE/CEB n° 17/2001 e da Resolução CNE/CEB</p><p>n° 2/2001, ditou aos sistemas de ensino, seja ele privado ou público, a responsabilidade</p><p>de matricular todas as crianças com necessidades educacionais especiais.</p><p>Em seu art. 5°, essa Resolução prescreveu o conteúdo da expressão</p><p>‘educando com necessidades educacionais especiais’, como sendo</p><p>os alunos que, durante o processo educacional apresentarem:</p><p>I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no</p><p>processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento</p><p>das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a)</p><p>aquele não vinculado a uma causa orgânica específica; b) aqueles</p><p>relacionados a condições, disfunções, limitações ou deficiências; II –</p><p>dificuldades de comunicação e sinalização de linguagens e códigos</p><p>aplicáveis; III – altas habilidades/ superdotação, grande facilidade</p><p>de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos,</p><p>procedimentos e atitudes (ABRÃO, 2016, p. 1091).</p><p>O educando possui o direito de se matricular e frequentar a escola,</p><p>independentemente de ser pública ou privada, e sempre lembrando da necessidade de a escola</p><p>possuir uma estrutura adequada para o receber, e perceber que independentemente</p><p>de seu problema, é importante a sua permanência e convívio saudável na escola.</p><p>Cabe ressaltar que o entendimento, com relação ao “educando com necessidades</p><p>educacionais especiais”, como se apresenta no art. 5°, trata não só dos educandos com</p><p>dificuldades físicas ou intelectuais elevadas, mas sim, de todos que de uma maneira ou</p><p>outra possuem alguma dificuldade educativa de compreensão ou socialização.</p><p>23</p><p>O inciso IV trata da garantia de educação infantil, em creche e pré-escola,</p><p>às crianças até 5 (cinco) anos de idade, observamos que ocorreu uma nova redação,</p><p>ficando assim, apresentada nas palavras de Abrão (2016, p. 1091):</p><p>O texto deste inciso, alterado pela EC n. 53/2006, incorpora a</p><p>educação infantil como dever do Estado brasileiro. A prescrição sob</p><p>comentário, em verdade, adéqua seu texto da Lei n. 11.274/2006</p><p>– que alterou alguns dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da</p><p>Educação -, já que inclui as crianças de seis anos de idade no ensino</p><p>fundamental obrigatório com duração de nove anos.</p><p>Com relação a esse inciso, podemos perceber que as crianças que completam seis</p><p>anos no ano letivo deverão ser matriculadas no Ensino Fundamental, dando continuidade</p><p>ao processo educacional voltado à alfabetização e letramento.</p><p>FIGURA 1 – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO</p><p>FONTE: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/04/o-processo-de-alfabetizacao-</p><p>-na-historia.html>.</p>

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