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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Definição das diferentes formas de tributação das atividades comerciais e seus impactos</p><p>contábeis.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Compreender o conceito e a importância das diferentes formas de tributação das atividades</p><p>comerciais para o cálculo correto margem de lucro da empresa e decisões acerca de seu</p><p>funcionamento.</p><p>PREPARAÇÃO</p><p>Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos recursos computacionais, com acesso</p><p>a planilhas eletrônicas (Excel) e calculadora, visando efetuar o cálculo das questões.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Definir o conceito de tributo e base de cálculo</p><p>MÓDULO 2</p><p>Descrever os tributos federais</p><p>MÓDULO 3</p><p>Descrever os tributos estaduais, municipais e Simples Nacional</p><p>MÓDULO 4</p><p>Aplicar a contabilização correta dos tributos</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A tributação de uma empresa afeta as suas demonstrações contábeis e o seu resultado</p><p>financeiro. É fundamental para a tomada de decisão que a empresa conheça as suas formas</p><p>de tributação.</p><p>Para compreender como uma empresa é tributada, você precisará conhecer os diferentes tipos</p><p>de tributos, tanto federais como estaduais e municipais, bem como os tratamentos contábeis</p><p>para esses tributos e os possíveis créditos por eles gerados.</p><p>Os principais tributos que serão estudados neste conteúdo são: o Imposto de Renda e a</p><p>Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (competência federal), o Imposto sobre Circulação</p><p>de Mercadorias (competência estadual) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza</p><p>(competência municipal).</p><p>MÓDULO 1</p><p> Definir o conceito de tributo e base de cálculo</p><p>CONCEITO DE TRIBUTO</p><p>Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas precisam pagar tributos, taxas, impostos e</p><p>contribuições.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>O conceito de tributo está regulado no artigo terceiro da Lei 5.172/1996 (Código Tributário</p><p>Nacional), que o define como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor</p><p>nela se possa exprimir, que não constitua de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante</p><p>atividade administrativa plenamente vinculada”. Ou seja, o tributo é caracterizado como “toda</p><p>prestação pecuniária compulsória” que o poder público estabelece.</p><p>Como já mencionado no parágrafo anterior, existem três modalidades tributárias principais</p><p>desde a promulgação da Constituição de 1988: os impostos, as taxas e as contribuições.</p><p>IMPOSTO</p><p>O imposto é o mais comum dos três e é caracterizado por um percentual cobrado pelo Estado</p><p>sobre a renda, o patrimônio, bens de consumo ou serviços. Esse imposto pode ser direto,</p><p>quando cobrado diretamente do contribuinte (como o Imposto de Renda ou o Imposto de</p><p>Transmissão de Bens Imobiliários, por exemplo), ou indireto, quando é embutido no valor do</p><p>bem ou do serviço que está sendo comprado ou consumido (o Imposto sobre Circulação de</p><p>Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo).</p><p>TAXAS</p><p>Já as taxas são diferentes dos impostos, pois é necessário que estejam vinculadas à prestação</p><p>de um serviço público específico, como é o caso da taxa de emissão de um passaporte ou a</p><p>taxa de coleta de lixo.</p><p>Em muitos casos, nenhuma taxa é devida pelo contribuinte se ele não utiliza o serviço público</p><p>específico em questão. Por exemplo, se um contribuinte não possui um veículo, então, não</p><p>precisa pagar a taxa de licenciamento anual, ou se um contribuinte não possui um passaporte,</p><p>não precisou pagar a taxa de emissão de um passaporte.</p><p>CONTRIBUIÇÕES</p><p>As contribuições, por sua vez, são utilizadas de forma não sistemática pelo governo. Por</p><p>exemplo, embora a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido tenha a palavra “contribuição”</p><p>em seu nome, muitos autores a definem como imposto, pois as contribuições, assim como as</p><p>taxas, normalmente são relativas a um serviço específico do governo (contribuições de</p><p>melhoria) ou a um propósito específico (como a contribuição do PIS/Pasep).</p><p>Antes de você conhecer os entes tributários brasileiros, vamos falar sobre dois conceitos muito</p><p>importantes para a correta apuração de impostos.</p><p>O primeiro conceito é a base de cálculo. A maioria dos impostos e contribuições são</p><p>calculados como percentual sobre um valor, que é a base de cálculo. Por exemplo, a base de</p><p>cálculo do Imposto de Renda simplificado é 80% da renda auferida pela pessoa física. Ou seja,</p><p>os 100% da renda menos um desconto de 20%. Portanto, a base de cálculo leva em</p><p>consideração possíveis deduções na sua composição. Cada imposto possui uma base de</p><p>cálculo diferente e, portanto, possuem apurações diferentes.</p><p></p><p>O segundo é o fato gerador, ele que faz nascer a obrigação tributária.</p><p>Por exemplo, aferir renda é o fato gerador do Imposto de Renda.</p><p>Uma operação de câmbio é um dos fatos geradores do Imposto sobre Operações Financeiras,</p><p>e assim em diante.</p><p>Prestar atenção ao fato gerador é importante por dois motivos: primeiro ele gera (como diz o</p><p>próprio nome) a obrigação de se pagar o tributo. Em segundo lugar, normalmente as</p><p>legislações tributárias dão um prazo para a realização do pagamento do tributo, e este,</p><p>normalmente, é contado a partir do fato gerador. Por exemplo, o vencimento para o pagamento</p><p>de um imposto pode ser de 20 dias corridos após o último dia do mês em que ocorreu o fato</p><p>gerador. Então, se o fato gerador ocorreu em 12 de março, o pagamento do tributo deverá ser</p><p>recolhido até 20 de abril.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>ENTES TRIBUTÁRIOS</p><p>No Brasil, os entes tributários são os que possuem a competência para cobrar impostos, taxas</p><p>e contribuições. Essas competências são estabelecidas de modo que certos impostos, taxas e</p><p>contribuições sejam exclusivos de certos entes.</p><p> EXEMPLO</p><p>Nos EUA existe a figura do Imposto de Renda Federal, assim como no Brasil, mas também há</p><p>os Impostos de Renda Estaduais e, em alguns locais, o Imposto de Renda Municipal. No Brasil,</p><p>isso seria ilegal, pois a competência para a cobrança de Imposto de Renda é apenas do ente</p><p>federativo, ou seja, da União (governo federal), e, portanto, estados e municípios não poderiam</p><p>instituir algum tipo de imposto cuja base de cálculo seja a renda.</p><p>Os entes tributários, conforme já foi dito, possuem competências próprias de tributação,</p><p>descritas na Seção III da Constituição para a União; na Seção IV para os estados e Distrito</p><p>Federal; e na Seção V para os municípios. De todos os tributos, as contribuições de melhoria,</p><p>taxas e contribuições para o seu regime próprio de previdência são de competência de todos</p><p>os três entes.</p><p>TRIBUTO ‒ CONCEITO E ESPÉCIES</p><p>COMPETÊNCIAS DOS ENTES TRIBUTÁRIOS</p><p>Os impostos da competência da União são, juntamente com seus fatos geradores:</p><p>Imposto de Importação (II), que tem como fato gerador a entrada de produtos do exterior</p><p>em território nacional;</p><p>Imposto de Exportação (IE), que tem como fato gerador a saída de produtos nacionais do</p><p>território nacional;</p><p>Imposto de Renda (IR), que tem como fato gerador a aferição de renda por pessoa física</p><p>(IRPF) ou a existência de lucro na Pessoa Jurídica (IRPJ);</p><p>Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que tem como fato gerador a produção de</p><p>bens industrializados;</p><p>Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que tem como fato gerador operações</p><p>financeiras específicas;</p><p>Imposto Territorial Rural (ITR), que tem como fato gerador a propriedade de imóvel fora</p><p>do perímetro urbano;</p><p>Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que, embora tenha previsão legal, ainda não foi</p><p>regulamentado;</p><p>Contribuições (como CSLL, PIS/PASEP, COFINS, CIDE, etc.), cada uma com seus fatos</p><p>geradores específicos.</p><p>Os impostos da competência dos estados e Distrito Federal são:</p><p>Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem como fato gerador</p><p>a circulação (ou seja, a venda) de produtos em geral dentro do território nacional, da</p><p>importação de produtos do exterior e de serviços específicos;</p><p>Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que tem como fato gerador a</p><p>transmissão de bens por falecimento ou por doação;</p><p>Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que tem como fato gerador</p><p>a propriedade de veículos automotores.</p><p>Os impostos</p><p>da competência dos municípios são:</p><p>Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que tem como fato gerador a propriedade de</p><p>imóvel dentro do perímetro urbano;</p><p>Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que tem como fato gerador a compra</p><p>e venda de bens imóveis.</p><p>Imposto sobre Serviços (ISS), que tem como fato gerador a prestação de serviços que</p><p>não estão enquadrados no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);</p><p>CRÍTICAS AO MODELO DE REPARTIÇÃO DE</p><p>COMPETÊNCIAS BRASILEIRO</p><p>Uma grande crítica que é feita a esse modelo de repartição de competências é o fato de que a</p><p>repartição dessas competências foi realizada em 1988, quando o cenário econômico era muito</p><p>diferente do atual.</p><p>O setor de serviços cresceu muito no século XXI e a competência dessa tributação é de</p><p>exclusividade dos municípios, gerando grande aumento de arrecadação, concentrado nos</p><p>grandes municípios das regiões Sul e Sudeste, enquanto o setor de serviço de pequenos</p><p>municípios e de municípios do interior acabaram não sendo beneficiados.</p><p>Além disso, o Código Tributário Brasileiro é muito complexo, com regulamentações</p><p>contraditórias entre os entes e intraentes. Um exemplo é cada município possuir sua própria</p><p>legislação sobre como tributar serviços, ou cada estado possuir legislação sobre como tributar</p><p>o ICMS.</p><p>Nos últimos anos, vêm crescendo a pressão para uma reforma tributária que simplifique a</p><p>tributação, a legislação e os recursos gastos para fazer a aferição dos impostos. Tal ganho</p><p>também poderia resultar numa simplificação da fiscalização pelos entes públicos.</p><p>Embora muitas propostas tenham sido ventiladas, até o momento não existe nenhuma que</p><p>unificasse o apoio no Congresso Nacional. Consequentemente, este tema focará apenas em</p><p>analisar os atuais tributos sem entrar em detalhes sobre possíveis modificações.</p><p>Para finalizar esta seção, é preciso entender que, na operação de uma empresa, muitos</p><p>impostos podem ser devidos ao mesmo tempo. Por exemplo, uma empresa ao vender um</p><p>produto, paga o ICMS, porém, caso possua lucro, também paga o IRPJ e a CSLL, além do</p><p>PIS/Confins e outros impostos, como IPVA e IPTU. Portanto, a empresa deve estar sempre</p><p>atenta ao pagamento desses impostos, a fim de não se envolver em problemas com o fisco.</p><p>Esse trabalho para as empresas de pequeno porte e as microempresas foi facilitado com a</p><p>implementação do Simples Nacional, que permite haver o recolhimento de diferentes tipos de</p><p>impostos em uma única guia. Você vai se aprofundar nos conhecimentos do Simples Nacional</p><p>no Módulo 3.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. SOBRE AS AFIRMAÇÕES ABAIXO, ASSINALE A AFIRMAÇÃO</p><p>INCORRETA:</p><p>A) Os tributos são definidos como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo</p><p>valor nela se possa exprimir, que não constitua de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante</p><p>atividade administrativa plenamente vinculada.</p><p>B) No Brasil, existem três tipos de tributos: os impostos, as taxas e as contribuições.</p><p>C) O ICMS é um tipo de tributo que se enquadra como contribuição.</p><p>D) As taxas são diferentes dos impostos porque são vinculadas à prestação de serviço de um</p><p>ente público.</p><p>E) Os impostos são normalmente calculados a partir de uma porcentagem aplicada sobre uma</p><p>base de cálculo.</p><p>2. SOBRE O IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS), PODEMOS DIZER QUE:</p><p>A) O Imposto sobre Serviços tem como fato gerador a circulação de mercadorias.</p><p>B) O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente federal.</p><p>C) O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente estadual.</p><p>D) O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente municipal.</p><p>E) Embora tenha o nome de “Imposto” o “Imposto sobre Serviços”, mais conhecido como ISS,</p><p>se caracteriza como uma taxa do ente municipal.</p><p>GABARITO</p><p>1. Sobre as afirmações abaixo, assinale a afirmação incorreta:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>De acordo com o artigo terceiro da Lei 5.172/1996, os tributos são definidos como toda</p><p>prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não</p><p>constitua de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa plenamente</p><p>vinculada. No Brasil, existem três tipos de tributos: os impostos, as taxas e as contribuições. O</p><p>ICMS é um imposto de competência do ente estadual e, portanto, não se enquadra como</p><p>contribuição. As taxas são diferentes dos impostos porque são vinculadas a uma prestação de</p><p>serviço de um ente público. Os impostos são normalmente calculados a partir de uma</p><p>porcentagem aplicada sobre uma base de cálculo.</p><p>2. Sobre o Imposto sobre Serviços (ISS), podemos dizer que:</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>O Imposto sobre Serviços, como diz o próprio nome, é um imposto e não uma taxa, pois não</p><p>está vinculado à prestação de um serviço pelo ente público municipal. Ele é de competência do</p><p>ente municipal e seu fato gerador não é a circulação de mercadorias (esse é o fato gerador do</p><p>ICMS) e sim a prestação de serviços.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Descrever os tributos federais</p><p>TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA FEDERAL –</p><p>TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>IMPOSTOS MAIS COMUNS: IR, CSLL E</p><p>PIS/COFINS</p><p>IMPOSTO DE RENDA</p><p>O Imposto de Renda, devido tanto pelas pessoas jurídicas, quanto pelas físicas, é um dos</p><p>impostos mais conhecidos.</p><p>O IRPF é devido por todas as pessoas físicas que aferiram renda tributável além do limite de</p><p>isenção.</p><p>Por via de regra, toda renda é tributável a não ser renda de natureza indenizatória ou outros</p><p>tipos de renda tais como bolsas de estudo, poupança, dividendos etc. Caso a pessoa seja</p><p>empregada e tenha um contracheque, o imposto já é calculado automaticamente e o valor</p><p>deduzido do seu pagamento, caso contrário deverá emitir uma Guia do Carnê-Leão para o seu</p><p>pagamento.</p><p>No início de cada ano é feita a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) e,</p><p>portanto, os valores da renda daquela pessoa de todo ano anterior (o ano-calendários) são</p><p>juntados, incluindo as deduções legais.</p><p>Assim é feita a base de cálculo do imposto para se verificar se a pessoa recolheu imposto a</p><p>maior ou a menor. Caso a pessoa tenha recolhido imposto, a maior é feita a devolução do</p><p>imposto de renda, caso o imposto tenha sido recolhido, a menor a pessoa deverá realizar o</p><p>pagamento da diferença entre eles.</p><p>IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA</p><p>No caso de pessoas jurídicas, o Imposto de Renda é normalmente chamado de IRPJ (Imposto</p><p>de Renda de Pessoas Jurídicas). Existem três principais formas de se apurar o IRPJ: Simples,</p><p>Lucro Presumido e Lucro Real.</p><p>Primeiramente, vamos falar do Lucro Presumido.</p><p>Nesse caso, é aplicado uma alíquota para compor a base de cálculo diretamente sobre o valor</p><p>da receita da empresa. Em regra geral, o setor de serviços tem uma alíquota de base de</p><p>cálculo de 32%, enquanto os outros setores têm uma alíquota de 8%.</p><p> EXEMPLO</p><p>No caso de uma empresa que faturou R$5.000.000,00 em um ano, ela pagaria IRPJ apenas</p><p>sobre uma base de cálculo de R$1.600.000,00, se fosse do setor de serviços, ou em cima de</p><p>R$400.000,00 se fosse de outros setores, como comércio.</p><p>Já no Lucro Real, a empresa teria que calcular o seu lucro líquido real (de acordo as regras</p><p>estabelecidas pela Receita Federal) e pagar o imposto sobre esse valor. Uma vantagem</p><p>tributária para o cálculo via Lucro Real ocorre para empresas que possuem margem de lucro</p><p>menor do que o arbitrado pelo Lucro Presumido.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Outra vantagem da tributação via Lucro Real é a possibilidade de compensar prejuízos. Por</p><p>exemplo, se uma empresa teve prejuízo de R$1.000.000,00 no ano 1 e lucro de R$800.000,00</p><p>no ano 2, ela não vai pagar IRPJ no ano 1 (pois não teve lucro, teve prejuízo) e nem no ano 2</p><p>(pois ela teve um prejuízo acumulado de R$200.000,00 nos dois anos).</p><p>Tanto no Lucro Real quanto no Lucro Presumido a alíquota do IRPJ é de 15% sobre a base</p><p>de cálculo, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceda R$20.000,00 no mês.</p><p>Tendo em vista que o valor de R$20.000,00 é bem pequeno para empresas de grande e médio</p><p>porte, é comum dizer que a alíquota IRPJ para fins práticos é de 25%.</p><p>VAMOS CALCULAR ENTÃO: UMA EMPRESA DO</p><p>SETOR DE SERVIÇOS TEVE RECEITA BRUTA DE</p><p>R$8.000.000,00 E LUCRO DE R$3.500.000,00.</p><p>QUANTO ELA PAGARIA DE IR E DE CSLL SE</p><p>ELES FOSSEM APURADOS VIA LUCRO</p><p>PRESUMIDO? E VIA LUCRO REAL? QUAL SERIA</p><p>O MAIS VANTAJOSO?</p><p>RESPOSTA</p><p>Nesse caso, você deve calcular assim:</p><p>Lucro Presumido: 32% x R$8.000.000,00 = R$2.560.000,00 => R$2.560.000,00 x</p><p>34% = R$870.400,00 devidos de IRPJ mais CSLL.</p><p>Lucro real: R$3.500.000,00 x 34% = R$1.190.000,00 devidos de IRPJ mais CSLL.</p><p>Nota-se, portanto, que para fins de IRPJ é mais favorável que a empresa se enquadre no</p><p>Lucro Presumido.</p><p>Nem todas as empresas, porém, podem optar pelo lucro presumido, apenas empresas com</p><p>receita menor do que R$78.000.000, não financeiras (como bancos, corretoras, seguradoras</p><p>etc.), não podem receber lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior e não</p><p>podem usufruir de benefícios fiscais.</p><p>CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO</p><p>LÍQUIDO</p><p>A Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) é muitas vezes agrupada junto com o</p><p>Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ), tendo em vista que ambos possuem como</p><p>javascript:void(0)</p><p>base de cálculo o lucro da empresa.</p><p>Assim como o IRPJ, a CSLL tem três formas de apuração: Simples, Lucro Presumido e Lucro</p><p>Real. A regulamentação é a mesma do IRPJ, e a alíquota é de 9%. Por isso, é comum dizer</p><p>que o imposto sobre o lucro das empresas é de 34% (9% da CSLL e 25% do IRPJ).</p><p>Portanto, analisando o mesmo exemplo da seção anterior: uma empresa do setor de serviços</p><p>teve receita bruta de R$8.000.000,00 e lucro de R$3.500.000,00.</p><p>Nota-se, portanto, que mesmo considerando-se a CSLL é mais favorável a empresa se</p><p>enquadrar no Lucro Presumido, o mesmo caso de quando se considerou apenas o IR.</p><p>Nesse caso, você deve calcular assim:</p><p>Lucro Presumido: 32% x R$8.000.000,00 = R$2.560.000,00 => R$2.560.000,00 x</p><p>34% = R$870.400,00 devidos de IRPJ mais CSLL.</p><p>Lucro real: R$3.500.000,00 x 25% = R$1.190.000,00 devidos de IRPJ mais CSLL.</p><p>PIS/COFINS</p><p>As contribuições PIS e Cofins, embora tenham objetivos diferentes (um é para o pagamento do</p><p>PIS, e a outra para a Seguridade Social) são normalmente tratadas juntas, pois possuem os</p><p>mesmos fatos geradores e as mesmas bases de cálculo.</p><p>O PIS/COFINS possui duas formas de apuração: cumulativo e não cumulativo. As empresas</p><p>enquadradas no regime de Lucro Presumido ou no Simples Nacional fazem a apuração por</p><p>meio do regime cumulativo e as enquadradas no Lucro Real fazem via regime não cumulativo.</p><p>A diferença se dá nas alíquotas e na forma de se chegar à base de cálculo.</p><p>No regime cumulativo, o cálculo é bem simples: aplica-se a alíquota de 3,65% (3% a título de</p><p>Cofins e 0,65% a título de PIS) sobre a receita bruta da empresa, que seria a base de cálculo</p><p>nesse regime cumulativo. Já no regime não cumulativo, o valor é de 9,25% (7,6% a título de</p><p>Cofins e 1,65% a título de PIS), mas exclui-se do valor final do imposto os créditos obtidos nas</p><p>compras de produtos ou serviços.</p><p>Portanto, se uma empresa possui faturamento (receita) de R$1.000.000,00 e fez compras de</p><p>produtos e serviços que somaram R$300.000,00, gerando créditos de PIS/Cofins, o cálculo</p><p>seria feito da seguinte maneira:</p><p>Regime cumulativo: 3,65% x R$1.000.000,00 = R$36.500,00</p><p>Regime não cumulativo: 9,25% x R$1.000.000,00 – 9,25% x R$300.000,00 = 9,25% x</p><p>R$700.000,00 = R$64.750,00.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>OUTROS IMPOSTOS FEDERAIS: II, IE, IPI E</p><p>ITR</p><p>IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO</p><p>O Imposto de Importação é de competência exclusiva da União, e o fato gerador é a entrada de</p><p>mercadoria estrangeira em solo brasileiro. Como o Brasil faz parte do Mercosul, essa tarifa é</p><p>determinada por meio de um documento chamado Tarifa Externa Comum (TEC), que pode ser</p><p>consultado no site da Receita Federal. A base de cálculo desse imposto é o valor aduaneiro da</p><p>mercadoria.</p><p>Um passo importante para a empresa que importa produtos de origem estrangeira é que ela</p><p>deve habilitar-se para operar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex),</p><p>procedimento regido pela Instrução Normativa RFB n. 1.603/2015.</p><p>IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO</p><p>Assim como o imposto de importação, o de exportação é de competência exclusiva da União, e</p><p>o fato gerador é a saída de entrada de mercadoria nacional de solo brasileiro. A base de cálculo</p><p>do imposto é definida no artigo 2º do Decreto-lei n. 1.578, de 1977:</p><p>ART. 2º A BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO É O</p><p>PREÇO NORMAL QUE O PRODUTO, OU SEU SIMILAR,</p><p>ALCANÇARIA, AO TEMPO DA EXPORTAÇÃO, EM UMA</p><p>VENDA EM CONDIÇÕES DE LIVRE CONCORRÊNCIA</p><p>NO MERCADO INTERNACIONAL, OBSERVADAS AS</p><p>NORMAS EXPEDIDAS PELO PODER EXECUTIVO,</p><p>MEDIANTE ATO DA CAMEX ‒ CÂMARA DE COMÉRCIO</p><p>EXTERIOR. (REDAÇÃO DADA PELA MEDIDA</p><p>PROVISÓRIA Nº 2.158-35, DE 2001)</p><p>§ 1º ‒ O PREÇO À VISTA DO PRODUTO, FOB OU</p><p>POSTO NA FRONTEIRA, É INDICATIVO DO PREÇO</p><p>NORMAL.</p><p>De acordo com a Receita Federal, a determinação do valor em reais da base de cálculo do</p><p>imposto, deve ser utilizada a taxa de câmbio disponível no Sisbacen, transação PTAX800,</p><p>javascript:void(0)</p><p>opção 5, relativa ao dia útil imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador do</p><p>imposto.</p><p>SISBACEN</p><p>O Sisbacen (Sistema de Informação do Banco Central) é o sistema eletrônico utilizado</p><p>pelo Banco Central do Brasil com a finalidade de catalogar e centralizar todas as</p><p>informações financeiras nacionais.</p><p>Por via de regra, a alíquota do Imposto de Exportação é de 30%, mas o governo federal pode</p><p>decidir aumentá-la ou reduzi-la de acordo com sua política externa e/ou cambial. Ressalta-se,</p><p>porém, que a alíquota do Imposto de Exportação nunca poderá ser superior a 150%.</p><p>IMPOSTO SOBRE PRODUTOS</p><p>INDUSTRIALIZADOS</p><p>O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incide nas seguintes etapas da produção:</p><p>transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento (ou recondicionamento), ou</p><p>renovação (ou recondicionamento).</p><p>Não são consideradas atividades industriais, para fins de IPI:</p><p>O preparo de produtos alimentares em restaurantes, bares, cozinhas para alimento aos</p><p>funcionários etc.;</p><p>O preparo de refrigerantes em restaurantes, bares e estabelecimentos similares;</p><p>Artesanato;</p><p>Confecção de vestuário na residência do preparador ou em oficina;</p><p>Manipulação farmacêutica, mediante receita médica;</p><p>Moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista;</p><p>Construção civil;</p><p>Montagem de óculos, mediante receita médica;</p><p>Cestas de Natal e semelhantes;</p><p>O conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados;</p><p>O reparo de produtos com defeito de fabricação;</p><p>A restauração de sacos usados;</p><p>Mistura de tintas para o consumidor final.</p><p>Além disso, são imunes do IPI:</p><p>Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;</p><p>Produtos industrializados destinados à exportação;</p><p>Ouro enquanto ativo financeiro;</p><p>Energia elétrica.</p><p>O fato gerador do IPI é a saída do produto de estabelecimento industrial ou a chegada ao Brasil</p><p>de produtos de procedência estrangeira, com a base de cálculo sendo o total da operação e a</p><p>alíquota sendo definida para o produto conforme consta na Tabela de Incidência do IPI (TIPI).</p><p>Pesquise sempre a última versão da Tabela TIPI na Internet, que, constantemente, é</p><p>atualizada.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Indústrias e fábricas localizadas na Zona Franca de Manaus possuem redução ou isenção do</p><p>IPI em certos produtos, sendo necessária a consulta à legislação correspondente.</p><p>O IPI também pode ser encarado como um imposto utilizado como regulador pelo governo</p><p>federal, que pode aumentar o IPI de produtos aos quais queira desestimular a compra, ou</p><p>reduzir o tributo a fim de incentivar o consumo.</p><p>IMPOSTO TERRITORIAL RURAL</p><p>O fato gerador do Imposto Territorial Rural (ITR) é definido como o domínio útil ou a posse do</p><p>imóvel, localizado fora do perímetro urbano do município.</p><p>A alíquota vai depender do tamanho e da utilização da propriedade. À diferença do IPTU, no</p><p>qual o valor das propriedades é arbitrado pelo município, o ITR é de responsabilidade</p><p>do</p><p>proprietário, que deve lançar os valores das terras de sua propriedade.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A BASE DE CÁLCULO DA CSLL, DEVIDA PELAS PESSOAS JURÍDICAS</p><p>DO SETOR DO COMÉRCIO OPTANTES PELO LUCRO PRESUMIDO</p><p>CORRESPONDE A 12% DA RECEITA BRUTA NAS ATIVIDADES</p><p>COMERCIAIS. CONSIDERANDO UMA EMPRESA DO LUCRO PRESUMIDO</p><p>DO SETOR DE COMÉRCIO TEVE UMA RECEITA ANUAL DE R$2.500.000,00</p><p>QUANTO ESSA EMPRESA PAGOU DE IRPJ/CSLL NESSE ANO?</p><p>CONSIDERE UMA ALÍQUOTA DO IRPJ DE 25% E BASE DE CÁLCULO DE</p><p>8%.</p><p>A) R$62.500,00</p><p>B) R$77.000,00</p><p>C) R$200.000,00</p><p>D) R$625.000,00</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>E) R$850.000,00</p><p>2. UMA EMPRESA DO LUCRO PRESUMIDO DO SETOR DE COMÉRCIO</p><p>TEVE UMA RECEITA ANUAL DE R$2.500.000,00. QUANTO ESSA</p><p>EMPRESA COMERCIAL PAGOU DE CONTRIBUIÇÕES PIS/COFINS NESSE</p><p>ANO?</p><p>A) R$16.250,00</p><p>B) R$75.000,00</p><p>C) R$85.000,00</p><p>D) R$91.250,00</p><p>E) R$231.250,00</p><p>GABARITO</p><p>1. A base de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas do setor do comércio</p><p>optantes pelo lucro presumido corresponde a 12% da receita bruta nas atividades</p><p>comerciais. Considerando uma empresa do Lucro Presumido do setor de comércio teve</p><p>uma receita anual de R$2.500.000,00 quanto essa empresa pagou de IRPJ/CSLL nesse</p><p>ano? Considere uma alíquota do IRPJ de 25% e base de cálculo de 8%.</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>No caso de uma empresa comercial, a base de cálculo do IRPJ é de 8% e a base de cálculo da</p><p>CSLL de 12%. Sendo assim, calcula-se 2.500.000 x 8% = 200.000,00 x 25% = 50.000 e</p><p>2.500.000 x 12% = 300.000 x 9% = 27.000.</p><p>Total de IRPJ e CSLL = 50.000 + 27.000 = 77.000</p><p>2. Uma empresa do Lucro Presumido do setor de comércio teve uma receita anual de</p><p>R$2.500.000,00. Quanto essa empresa comercial pagou de contribuições PIS/Cofins</p><p>nesse ano?</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>Como a empresa está enquadrada no Lucro Presumido, a PIS/COFINS é cumulativa, de modo</p><p>que a alíquota do PIS é de 0,65% e a da Cofins é de 3%, com a base de cálculo sendo a</p><p>receita da empresa, que é R$2.500.000,00. Portanto, o valor devido de PIS/Cofins é de 3,65%</p><p>x R$2.500.000,00 = R$91.250,00.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Descrever os tributos estaduais, municipais e Simples Nacional</p><p>IMPOSTOS ESTADUAIS: ICMS, IPVA E</p><p>ITCMD</p><p>IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE</p><p>MERCADORIAS E SERVIÇOS</p><p>O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, mais conhecido como ICMS, é um</p><p>imposto de competência estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e sobre</p><p>serviços específicos. O ICMS está previsto na Constituição e regulamentado na Lei Kandir (LC</p><p>87/1996, alteradas posteriormente pelas Leis Complementares 92/1997, 99/1999 e 102/2000).</p><p>O fato gerador do ICMS é a comercialização de bens no interior do país ou na importação</p><p>desses bens para o território nacional. Conforme já mencionado no primeiro módulo, esse</p><p>imposto é indireto, pois o valor do imposto vem embutido no valor do produto. Até o ano de</p><p>2019, o valor do ICMS era repartido entre o estado do comprador e o estado do vendedor,</p><p>passando então a ser recolhido apenas no estado do comprador do produto.</p><p>Portanto, se um consumidor do estado de Pernambuco comprar um produto do estado de São</p><p>Paulo, o ICMS será recolhido em Pernambuco.</p><p>Por causa disso, e também do fato que cada estado possuir a sua regulamentação legal, esse</p><p>é o imposto mais complexo de cálculo. Com as vendas via Internet ficou cada vez mais comum</p><p>a prática de vender para diferentes estados, o que faz com que uma empresa tenha que, em</p><p>caso extremo, recolher o ICMS em todos as 27 unidades da federação, cada uma com suas</p><p>regras e alíquotas específicas.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Essas alíquotas interestaduais variam entre 7% e 12%, mas as estaduais variam entre 17% e</p><p>20% (no caso do Rio de Janeiro, estado com o maior ICMS do Brasil). Essa diferença entre as</p><p>alíquotas, chamado de Difal (diferencial de alíquotas) é recolhida no estado de destino, a fim de</p><p>manter a igualdade tributária.</p><p>Além da comercialização de bens e mercadorias, também pagam ICMS o fornecimento de</p><p>energia elétrica, transportes intermunicipais, serviços de telecomunicação e serviços prestados</p><p>no exterior.</p><p>Normalmente, os tributos são calculados “por fora”, mas o ICMS é calculado “por</p><p>dentro”, ou seja, considera-se o valor do imposto na sua base de cálculo.</p><p>Vejamos um exemplo a seguir:</p><p> EXEMPLO</p><p>Suponhamos que há uma empresa comercial, em um estado com alíquota do ICMS de 18%,</p><p>que realizou uma venda com as seguintes características:</p><p>Valor de compra dos produtos vendidos na Nota Fiscal = R$2.000,00</p><p>Valor do IPI = R$300,00</p><p>Valor da margem da empresa = R$500,00</p><p>Total da Nota Fiscal = R$2.800,00</p><p>Tendo em vista que a alíquota do imposto é de 18%, devemos dividir o valor da Nota Fiscal por</p><p>0,82 (100% - 18%) antes de aplicar a alíquota:</p><p>R$2.800,00/0,82 = R$3.414,63</p><p>R$3.414,63 x 18% = R$614,63</p><p>Portanto, o valor do ICMS a pagar seria de R$614,63. Note que a diferença entre R$3.414,63 e</p><p>o valor de R$2.800,00 é justamente o valor de R$614,63, e por isso esse tipo de cálculo é</p><p>chamado de “por dentro”. Note ainda que, nesse caso, a alíquota real foi de 21,95%, que é a</p><p>razão entre o imposto de R$614,63 e o valor original da Nota Fiscal. Caso o imposto fosse “por</p><p>fora”, o valor do ICMS seria de R$2.800,00 x 18% = R$504,00, e o valor da Nota Fiscal seria de</p><p>R$2.800,00 + R$504,00 = R$3.304,00 em vez de R$3.414,63.</p><p>O ICMS também funciona por meio do sistema de créditos, no qual a empresa poderá</p><p>descontar o ICMS pago anteriormente para evitar o chamado “efeito cascata”. No exemplo</p><p>anterior, a empresa comprou R$2.000,00 de produtos, gerando um crédito de 18% do ICMS</p><p>que já foi pago anteriormente, de modo que a empresa deverá pagar o valor de:</p><p>R$614,63 – (R$2.000,00 x 18%) = R$614,63 – R$360,00 = R$254,63.</p><p>Por fim, devemos falar da Substituição Tributária (ST). Esse é o regime pelo qual a</p><p>responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou prestações de serviços é</p><p>atribuída do contribuinte substituído ao contribuinte substituto. Ou seja, a obrigação de um</p><p>contribuinte que deveria recolher o ICMS é transferida a outro contribuinte. Essa legislação</p><p>varia de estado para estado e não nos aprofundaremos nela.</p><p>Para finalizar esta seção, vejamos um último exemplo ilustrativo:</p><p> EXEMPLO</p><p>Uma empresa de São Paulo vende uma mercadoria para o Rio de Janeiro e, nesse caso, a</p><p>alíquota interestadual é de 12%, a alíquota de São Paulo é de 18% e a alíquota do Rio de</p><p>Janeiro é de 20%. Ela pagou R$10.000,00 pelo produto. Logo em seguida ela revendeu o</p><p>produto por R$15.000,00 (sem incluir nesse valor o ICMS) para o consumidor final no próprio</p><p>Rio de Janeiro. Qual é o valor de ICMS que a empresa pagará nessas operações?</p><p>Como a empresa comprou de São Paulo para o Rio de Janeiro, a empresa fluminense terá de</p><p>pagar o DIFAL de 20% - 12% = 8% para o Rio de Janeiro, e poderá utilizar os 12% como</p><p>crédito de ICMS. Ou seja:</p><p>• DIFAL = 8% x R$10.000,00 = R$800,00</p><p>• Crédito do ICMS = 12% x R$10.000,00 = R$1.200,00</p><p>A venda final no valor de R$15.000,00 e o ICMS a pagar seria de:</p><p>15.000/0,80 = R$18.750,00 – R$15.000,00 = R$3.750,00.</p><p>Porém, como ela tem créditos de ICMS no valor de R$1.200,00, pagará o valor de R$3.750,00</p><p>– R$1.200,00 = R$2.550,00.</p><p>IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE</p><p>VEÍCULOS AUTOMOTORES</p><p>O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores é também um imposto de</p><p>competência estadual e incide sobre a propriedade de veículos automotores (fato gerador).</p><p>Esse imposto é bem comum de ser pago por empresas que possuam frota de veículos</p><p>automotores, especialmente para fins de entrega.</p><p>Juntamente com esse imposto, podem estar associadas outras taxas, como a de licenciamento</p><p>anual e a de vistoria do veículo. As regulações variam de estado para estado.</p><p>IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E</p><p>DOAÇÃO</p><p>O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, também conhecido como ITCMD, assim</p><p>como o ICMS e o IPVA também é de competência estadual. É popularmente conhecido como o</p><p>“imposto de herança”, pois o fato gerador desse imposto é a morte e a transmissão do bem aos</p><p>seus</p><p>herdeiros. Em diversos estados, inclusive, a alíquota do imposto varia com o grau de</p><p>parentesco do contribuinte.</p><p>Além disso, como diz o nome do imposto, outro fato gerador que enseja na incidência dessa</p><p>obrigação tributária é a doação, agrupada com a herança justamente por ser, em geral, um</p><p>instrumento de planejamento sucessório muito utilizado, principalmente por empresas</p><p>familiares, com a doação (ou venda por valor simbólico) de participação acionária do sucedido</p><p>a seu(s) sucessor(es).</p><p>TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA ESTADUAL –</p><p>TIPOS E CARACTERÍSTICAS</p><p>IMPOSTOS MUNICIPAIS: ISS, IPTU E ITBI</p><p>IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS</p><p>O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, também conhecido como ISSQN, ou mais</p><p>comumente chamado de Imposto sobre Serviços, ou pelo acrônimo ISS, é um imposto de</p><p>competência municipal (e do Distrito Federal), que incide, como diz o próprio nome, sobre</p><p>serviços de qualquer natureza prestados em território nacional (conforme vimos anteriormente,</p><p>os serviços prestados em território estrangeiro contribuem como ICMS de competência</p><p>municipal).</p><p>O fato gerador é, portanto, a prestação de serviços, a base de cálculo é o valor cobrado pelo</p><p>serviço prestado e a alíquota varia conforme municípios e atividades, mas, normalmente, fica</p><p>na casa de 2% a 5%. Diferentemente do ICMS, ele é calculado “por fora”.</p><p>Essa parte da lei está sendo judicializada junto ao Supremo Tribunal Federal devido ao fato que</p><p>isso criaria uma obrigação de difícil operacionalização, tendo em vista que há mais de 5.000</p><p>municípios no Brasil e o recolhimento do ISS em cada um deles seria extremamente</p><p>dispendioso para as empresas.</p><p>Para fins de exemplificação, suponhamos que uma empresa tenha prestado um serviço no</p><p>valor de R$10.000,00 e a alíquota do ISS é de 5%. Nesse caso, o ISS a recolher seria de</p><p>R$10.000,00 x 5% = R$500,00.</p><p>A Lei Complementar 175 sancionada em 23 de setembro de 2020, alterou a regra de</p><p>recolhimento do ISS, determinando que alguns serviços deverão recolher o ISS no município</p><p>do cliente e não mais no município da sede, entre eles: planos de saúde, administração de</p><p>fundos e arrendamento mercantil.</p><p>IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO</p><p>O Imposto Predial e Territorial Urbano, mais conhecido como IPTU, é cobrado dos proprietários</p><p>de imóveis urbanos pelos municípios. O fato gerador é a propriedade de imóvel em perímetro</p><p>urbano, e o imposto é de periodicidade anual.</p><p>A base de cálculo do IPTU é o valor arbitrado do imóvel pela prefeitura e a alíquota varia de</p><p>acordo com o valor da propriedade e de acordo com a legislação municipal. Por ser um imposto</p><p>que o proprietário de um imóvel repassa para o locatário, todas as empresas tendem a ser</p><p>contribuintes do IPTU, mesmo que a propriedade seja própria ou alugada.</p><p>IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO DE BENS</p><p>IMÓVEIS</p><p>O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, mais conhecido como ITBI, é cobrado dos</p><p>compradores de imóveis pelos municípios. O fato gerador é a transmissão de propriedade do</p><p>imóvel dentro do município, e o imposto é devido apenas quando o imóvel muda de</p><p>proprietário.</p><p>É importante lembrar que o ITBI só é devido em transmissão inter vivos (compra ou doação),</p><p>ou seja, se for herança ou inventário, o imposto correto é o ITCMD, imposto de competência</p><p>estadual.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>SIMPLES NACIONAL</p><p>O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de</p><p>tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte, previsto na Lei</p><p>Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Os tributos unificados no Simples Nacional</p><p>são IRPJ, CSLL, PIS/Cofins, IPI, ICMS, ISS e Contribuição Previdenciária.</p><p>Todos esses impostos são calculados e pagos em apenas uma guia. Isso facilita muito o</p><p>cálculo de tributos e o seu recolhimento por microempresas e empresas de pequeno porte, que</p><p>deixam de se preocupar com o pagamento para os diferentes entes.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Para ser considerada microempresa, é necessário que a receita anual seja inferior a</p><p>R$360.000,00. Já para ser considerada empresa de pequeno porte, deve-se ter receita anual</p><p>superior a R$360.000,00 e inferior a R$4.800.000,00. Além disso, as atividades ― listadas no</p><p>Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) ― devem ser compatíveis com o</p><p>cadastro no Simples Nacional.</p><p>A alíquotas são determinadas conforme tabela e o vencimento do pagamento é até o dia 20 do</p><p>mês subsequente ao mês do fato gerador. Para fins de impostos, considera-se a data do fato</p><p>gerado como a data da emissão da Nota Fiscal.</p><p>O MEI (Microempreendedor Individual) é um caso especial do Simples Nacional. O MEI paga</p><p>de Imposto apenas 5% do Salário Mínimo como contribuição previdenciária, mais R$5,00 de</p><p>ICMS (se for enquadrado como contribuinte do ICMS) e R$1,00 de ISS (se for enquadrado</p><p>como contribuinte do ISS).</p><p>Os requisitos para MEI são: ter receita máxima de R$81.000,00 por ano (R$6.750,00 por mês),</p><p>não ser sócio de nenhuma outra empresa, possuir no máximo um emprego registrado, e que o</p><p>CNAE da ocupação esteja entre as ocupações elegíveis para se fazer parte do MEI (por</p><p>exemplo, via de regra, serviços regulados e/ou que precisem de ensino superior para serem</p><p>prestados não podem se registrar como MEI, tais como engenheiros, advogados, médicos,</p><p>etc.).</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. UMA EMPRESA REALIZA A VENDA DE UM PRODUTO QUE ELA HAVIA</p><p>COMPRADO POR R$1.200,00. O VALOR DA NOTA FOI DE R$ 2.000,00 (JÁ</p><p>INCLUSO O VALOR DO ICMS) E NÃO HOUVE A INCIDÊNCIA DE IPI. A</p><p>ALÍQUOTA DO ICMS QUE ELA DEVE RECOLHER É DE 18%. LEVANDO EM</p><p>CONSIDERAÇÃO QUE A EMPRESA NÃO POSSUI OUTROS CRÉDITOS DE</p><p>ICMS, QUAL É O VALOR DO ICMS A SER RECOLHIDO POR ESSA</p><p>EMPRESA COMERCIAL?</p><p>A) Não deve ser feito recolhimento, pois os créditos de ICMS superam o valor devido do</p><p>imposto.</p><p>B) R$216,00</p><p>C) R$144,00</p><p>D) R$360,00</p><p>E) R$439,02</p><p>2. UMA EMPRESA DE SERVIÇOS PRESTOU DURANTE O ANO DE X1 UM</p><p>TOTAL DE R$5.000.000,00 EM SERVIÇOS. O CUSTO DOS SERVIÇOS</p><p>PRESTADOS FICOU EM R$3.000.000,00. SABENDO QUE A ALÍQUOTA DO</p><p>ISS É DE 5% NO MUNICÍPIO DESSA EMPRESA, CALCULE O VALOR</p><p>DEVIDO DE ISS POR ESSA EMPRESA NO ANO DE X1.</p><p>A) R$250.000,00</p><p>B) R$150.000,00</p><p>C) R$100.000,00</p><p>D) R$50.000,00</p><p>E) Não é devido o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.</p><p>GABARITO</p><p>1. Uma empresa realiza a venda de um produto que ela havia comprado por R$1.200,00.</p><p>O valor da nota foi de R$ 2.000,00 (já incluso o valor do ICMS) e não houve a incidência</p><p>de IPI. A alíquota do ICMS que ela deve recolher é de 18%. Levando em consideração que</p><p>a empresa não possui outros créditos de ICMS, qual é o valor do ICMS a ser recolhido</p><p>por essa empresa comercial?</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>Tendo em vista que o valor da nota já inclui o do ICMS, precisamos descobrir o valor da nota</p><p>sem o ICMS a partir da seguinte fórmula: X/0,82 = R$2.000,00, logo X = 0,82 x R$2.000,00 =</p><p>R$1.640,00. Portanto, o ICMS da nota é de R$2.000,00 – R$1.640,00 = R$360,00. Porém, a</p><p>empresa possuía créditos de ICMS no valor de R$1.200,00 x 18% = R$216,00. Portanto, o</p><p>ICMS a ser recolhido é de R$360,00 – R$216,00 = R$144,00.</p><p>2. Uma empresa de serviços prestou durante o ano de X1 um total de R$5.000.000,00 em</p><p>serviços. O custo dos serviços prestados ficou em R$3.000.000,00. Sabendo que a</p><p>alíquota do ISS é de 5% no município dessa empresa, calcule o valor devido de ISS por</p><p>essa empresa no ano de X1.</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, mais conhecido como Imposto sobre</p><p>Serviços ou ISS, é calculado sobre o valor bruto da despesa, portanto, o valor do imposto deve</p><p>levar em consideração como base de cálculo o valor da receita bruta de R$5.000.000,00. Sobre</p><p>esse valor, é aplicado o percentual na alíquota de 5%, totalizando R$250.000,00 de imposto</p><p>devido.</p><p>MÓDULO 4</p><p> Aplicar a contabilização correta dos tributos</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Até este momento, consideramos os aspectos financeiros dos tributos dos três tipos de entes:</p><p>federais, estaduais e municipais, tais como os fatos geradores,</p><p>as bases de cálculo e as</p><p>alíquotas. A partir de agora, iremos considerar como é realizado o tratamento contábil desses</p><p>tributos.</p><p>CONTABILIZAÇÃO DOS PASSIVOS</p><p>TRIBUTÁRIOS</p><p>De modo geral, os tributos são recolhidos com um pouco de atraso em relação ao seu fato</p><p>gerador. Por exemplo, para uma empresa optante pelo Simples Nacional, que realiza uma</p><p>venda no dia 5 de agosto, ela pagará os impostos devidos por essa venda somente no dia 20</p><p>de setembro. Portanto, no dia 5 de agosto o fato gerador deu origem à obrigação tributária, que</p><p>só será paga no dia 20 de setembro, ou seja, durante o período entre o fato gerador e o</p><p>pagamento, a empresa possui uma obrigação devida ao ente tributário.</p><p>Na contabilidade, as obrigações são contabilizadas como passivo, e, portanto, a empresa</p><p>incorreu em um passivo no dia 5 de agosto, que só será quitado em 20 de setembro, e durante</p><p>esse período tal valor constará no Balanço Patrimonial da empresa como passivo. Como o</p><p>passivo é para pagamento em curto prazo, este é categorizado como passivo circulante. Como</p><p>na contabilidade, os lançamentos são efetuados pelo sistema de partidas dobradas, há a</p><p>necessidade de uma conta para se fazer o débito. Essa conta é a de despesa, que representa</p><p>a saída de recursos da entidade.</p><p>Vamos supor a seguinte situação, a empresa presta um serviço no valor de R$1.000,00 em 5</p><p>de agosto e recolhe o imposto sobre serviços no dia 20 de setembro com a alíquota de 5%.</p><p>Portanto, a contabilidade ficaria da seguinte maneira:</p><p>5 de agosto</p><p>D – Despesa Tributária = R$50,00 (5% x R$1.000,00)</p><p>C – Tributos a Recolher = R$50,00</p><p>20 de setembro</p><p>D – Tributos a Recolher = R$50,00</p><p>C – Caixa e Equivalentes = R$50,00</p><p>Note, portanto, que após o pagamento contabilizou-se a despesa contra a conta de caixa, já</p><p>que houve a saída de recursos da entidade que estavam no caixa para o pagamento desse</p><p>imposto.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>CONTABILIZAÇÃO DE ATIVOS TRIBUTÁRIOS</p><p>Um outro ponto importante é que a empresa também pode conseguir ativos por meio de</p><p>créditos tributários. Isso é comum quando a empresa possui créditos de ICMS obtidos</p><p>mediante compras de produtos ou com pagamentos a maior de Imposto de Renda, que</p><p>acontecem quando a empresa tem prejuízo ao fim do ano, mas recolheu tributos em algum</p><p>trimestre durante o ano.</p><p>São contabilizados como ativos pela entidade, pois vão reduzir o tributo a ser pago no futuro.</p><p>São normalmente contabilizados como Ativo Circulante, pois os créditos são normalmente</p><p>utilizados em menos de 12 meses em empresas comerciais.</p><p>De acordo com o CPC 32: “Ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em</p><p>período futuro relacionado a: (a) diferenças temporárias dedutíveis; (b) compensação futura de</p><p>prejuízos fiscais não utilizados; e (c) compensação futura de créditos fiscais não utilizados”.</p><p>Ainda de acordo com o CPC 32, o ativo fiscal diferido é reconhecido no período em que surgem</p><p>as diferenças temporárias dedutíveis.</p><p> EXEMPLO</p><p>Vamos supor que no dia 2 de julho a empresa compre um produto no valor de R$1.000,00, e o</p><p>venda no dia 8 de agosto com margem de lucro de 50% sobre o valor de R$1.000,00. O ICMS</p><p>incidente foi de 18% tanto na entrada quanto na saída, e realizou o pagamento do ICMS no dia</p><p>10 de setembro. Considere que não houve a incidência de nenhum outro imposto. Qual foi o</p><p>valor de venda do produto? E quais foram os lançamentos contábeis?</p><p>A empresa quer vender o produto, sem o ICMS, a R$1.500,00. Como o ICMS é de 18%, ela</p><p>deverá pagar R$1.500,00/0,82 – R$1.500,00 = R$329,27. Porém, como a empresa tinha</p><p>crédito de ICMS no valor de R$180,00 (18% aplicado sobre o valor de compra de R$1.000,00),</p><p>o valor de venda deve ser de R$1.500,00 + R$329,27 – R$180,00 = R$1.649,27, com o valor</p><p>de R$149,27 sendo recolhido pela empresa a título de ICMS.</p><p>Lançamentos contábeis</p><p>2 DE JULHO</p><p>8 DE AGOSTO</p><p>10 DE SETEMBRO</p><p>2 DE JULHO</p><p>D – Estoque = R$820,00</p><p>D – ICMS a Recuperar = R$180,00</p><p>C – Caixa e Equivalentes = R$1.000,00</p><p>8 DE AGOSTO</p><p>D – Caixa e Equivalentes = R$1.649,27</p><p>C – Receita = R$1.649,27</p><p>D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$820,00</p><p>C – Estoque R$820,00</p><p>D – Despesa com ICMS = R$329,27</p><p>C – ICMS a Recuperar = R$180,00</p><p>C – ICMS a Recolher = R$149,27</p><p>10 DE SETEMBRO</p><p>D – ICMS a Recolher = R$149,27</p><p>C – Caixa e Equivalentes = R$149,27</p><p>Note que, do ponto de vista do caixa da empresa, ela teve os seguintes lançamentos:</p><p>2 de julho: crédito de R$1.000,00</p><p>8 de agosto: débito de R$1.649,27</p><p>10 de setembro: crédito de R$149,27</p><p>Consequentemente, o valor da margem foi de (R$1.649,27 – R$149,27)/R$1.000,00 = 50%, o</p><p>que era justamente o objetivo da empresa. Porém, ao considerar o valor da majoração do</p><p>ponto de vista do consumidor, é de R$1.649,27/R$ 820,00 (o valor da nota fiscal sobre o valor</p><p>contabilizado do estoque), totalizando 101,13% de majoração. A diferença é justamente o valor</p><p>pago do ICMS, de R$329,27, aumentando o numerador em R$149,27 e diminuindo o</p><p>denominador em R$180,00.</p><p>Como seria, então, o valor do produto caso a margem de lucro da empresa não considerasse o</p><p>valor de caixa, mas o valor contabilizado no estoque, i.e., excluindo o valor do ICMS pago na</p><p>compra?</p><p>Nesse caso, a empresa teria como margem o valor de 50% x R$820,00 = R$410,00. O valor</p><p>que a empresa cobraria seria de R$1.000,00 + R$410,00 = R$1.410,00 sem o ICMS.</p><p>Considerando o ICMS, o valor seria de R$1.410,00/0,82 – R$1.410,00 = R$309,51, mas como</p><p>a empresa possui créditos de ICMS de R$180,00, o valor do ICMS a recolher seria de</p><p>R$129,51. Portanto, o valor do produto seria de R$1.539,51.</p><p>Lançamentos contábeis</p><p>2 DE JULHO</p><p>8 DE AGOSTO</p><p>10 DE SETEMBRO</p><p>2 DE JULHO</p><p>D – Estoque = R$820,00</p><p>D – ICMS a Recuperar = R$180,00</p><p>C – Caixa e Equivalentes = R$1.000,00</p><p>8 DE AGOSTO</p><p>D – Caixa e Equivalentes = R$1.539,51</p><p>C – Receita = R$1.539,51</p><p>D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$820,00</p><p>C – Estoque R$820,00</p><p>D – Despesa com ICMS = R$309,51</p><p>C – ICMS a Recuperar = R$180,00</p><p>C – ICMS a Recolher = R$129,51</p><p>10 DE SETEMBRO</p><p>D – ICMS a Recolher = R$129,51</p><p>C – Caixa e Equivalentes = R$129,51</p><p>Considerando o ponto de vista do caixa da empresa, a margem foi de (R$1.539,51 - R$</p><p>129,51)/R$1.000,00 = 41% de margem. Porém, considerando o ponto de vista do consumidor,</p><p>a margem é consideravelmente maior: R$1.539,51/R$820,00 = 87,75% de majoração.</p><p>Portanto, a empresa tem de decidir, no seu planejamento, como calcular a margem de seus</p><p>produtos, considerando ou o valor pago (i.e., considerando o valor do dispêndio de caixa), ou o</p><p>valor do bem no estoque. Essa diferença tem impacto direto na política de preços dos produtos,</p><p>como pudemos ver.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. UMA EMPRESA REALIZA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE</p><p>CONSULTORIA E COBROU O VALOR DE R$2.500,00 EM UM SERVIÇO.</p><p>SABENDO QUE O SERVIÇO CUSTOU R$1.000,00, E QUE O ISS É DE 4%,</p><p>COMO A EMPRESA DEVERÁ RECONHECER A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA</p><p>RESULTANTE?</p><p>A) Deverá reconhecer no Ativo, no valor de R$40,00.</p><p>B) Deverá reconhecer no Passivo, no valor de R$40,00.</p><p>C) Deverá reconhecer no Ativo, no valor de R$100,00.</p><p>D) Deverá reconhecer no Passivo, no valor de R$100,00.</p><p>E) Não deverá reconhecer obrigação tributária.</p><p>2. UMA EMPRESA COMERCIAL COMPRA UM PRODUTO NO VALOR DE</p><p>R$2.750,00, COM O ICMS NO VALOR DE 18%. COMO ELA DEVERÁ</p><p>CONTABILIZAR O ICMS A RECUPERAR?</p><p>A) Como Ativo Circulante no valor de R$495,00.</p><p>B) Como Ativo Não Circulante no valor de R$495,00.</p><p>C) Como Passivo Não Circulante no valor de R$495,00.</p><p>D) Como Passivo Circulante no valor de R$495,00.</p><p>E) Como Imobilizado no valor de R$495,00.</p><p>GABARITO</p><p>1. Uma empresa realiza a prestação de serviços de consultoria e cobrou o valor de</p><p>R$2.500,00 em um serviço. Sabendo que o serviço custou R$1.000,00, e que o ISS é de</p><p>4%, como a empresa deverá reconhecer a obrigação tributária resultante?</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>Como a empresa possui uma obrigação, ela deverá ser reconhecida no Passivo. O valor a ser</p><p>reconhecido no Passivo é de R$2.500,00 x 4% = R$100,00.</p><p>2. Uma empresa comercial compra um</p><p>produto no valor de R$2.750,00, com o ICMS no</p><p>valor de 18%. Como ela deverá contabilizar o ICMS a recuperar?</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>O valor do crédito de ICMS é de 18% x R$2.750,00 = R$ 495,00. Esse valor deverá ser</p><p>contabilizado pela empresa como Ativo Circulante, pois ela tem o direito de recuperar esse</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>escrita1</p><p>Realce</p><p>tributo na venda do produto, e como trata-se de uma empresa comercial, pressupõe-se que ela</p><p>efetuará a venda em curto espaço de tempo, ou seja, em até 12 meses.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Neste tema, você aprendeu sobre os principais tributos, federais, estaduais e municipais, com</p><p>foco em empresas da área comercial. Foram abordadas a decisão entre ser enquadrada no</p><p>Lucro Real ou no Presumido, bem como o tratamento contábil desses tributos, além do caso de</p><p>tributos diferidos.</p><p>Além disso, abordamos outros tipos importantes de impostos que, não necessariamente, são</p><p>comuns para empresas comerciais, tais como o Imposto sobre Produtos Industrializados ou o</p><p>Imposto sobre Serviços. Foi dada atenção especial ao Imposto sobre Circulação de</p><p>Mercadorias e Serviços, muito importante para as empresas do ramo comercial.</p><p>Os conhecimentos adquiridos nesse conteúdo ajudarão você a contabilizar corretamente</p><p>diferentes tipos de tributos e entender os impactos das decisões tributárias nos demonstrativos</p><p>financeiros das empresas.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>DECRETO-LEI Nº 1.578, DE 11 DE OUTUBRO DE 1977. Presidência da República ― Casa</p><p>Civil ― Subchefia para Assuntos Jurídicos</p><p>FABRETTI, L. C. Contabilidade Tributária. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>LUZ, E. E. Contabilidade Tributária. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014.</p><p>PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2017.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para quem quiser se aprofundar nos aspectos minuciosos dos tributos brasileiros, é</p><p>recomendável a leitura da obra Manual de Contabilidade Tributária, 9ª edição, de Paulo</p><p>Henrique Pêgas, considerada a mais completa da área.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Rodrigo de Oliveira Leite</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p>

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