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<p>História da Arte</p><p>Coordenação Pedagógica – IPEMIG</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3</p><p>1.1 HISTÓRIA DA ARTE: DA PRÉ-HISTÓRIA À ARTE CONTEMPORÂNEA .............. ....... 5</p><p>1.1 A PRÉ-HISTÓRIA ........................................................................................................... 5</p><p>1.2 A ARTE EGÍPCIA ........................................................................................................... 7</p><p>1.3 A ARTE GREGA ............................................................................................................ 8</p><p>1.4 A ARTE ROMANA ........................................................................................................ 12</p><p>1.5 A ARTE BIZANTINA ..................................................................................................... 12</p><p>1.6 A ARTE ISLÂMICA ....................................................................................................... 14</p><p>1.7 A ARTE ROMÂNICA .................................................................................................... 16</p><p>1.8 A ARTE GÓTICA .......................................................................................................... 17</p><p>1.9 A ARTE NO RENASCIMENTO ................................................ .................................... 19</p><p>1.10 A ARTE NO MANEIRISMO .......................................................................................... 22</p><p>1.11 A ARTE BARROCA .................................................................. .................................... 22</p><p>1.12 A ARTE CONTEMPRÂNEA .............................................. ........................................... 23</p><p>2. SEMANA DE ARTE MODERNA NO BRASIL 1922 ................................ ............................. 26</p><p>3. FILOSOFIA DA ARTE .............................................................................. .............................. 32</p><p>4. SOCIOLOGIA DA ARTE ....................................................................... ................................. 35</p><p>5. ANTROPOLOGIA DA ARTE .................................................................... .............................. 37</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS E CONSULTADAS ............ ......................... 39</p><p>AVALIAÇÃO .............................................................................................................................. 41</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Tratando-se de um curso EAD – Ensino à distância os alunos que ingressam</p><p>nesta especialização podem escolher a melhor forma para estudar e se preparar.</p><p>O que gostaríamos de colocar é que quanto mais capacitado estiver o professor,</p><p>melhor poderá desempenhar as suas funções e, também, mais preparado estará</p><p>para enfrentar o mercado de trabalho na área da educação.</p><p>Este curso é composto por quatro apostilas sendo que esta primeira apostila</p><p>contempla assuntos que julgamos iniciais para desenvolver uma melhor</p><p>capacitação do professor. Trazemos questões sobre a História da Arte,</p><p>perpassando por diversos movimentos artísticos desde a antiguidade até a</p><p>contemporaneidade. Tratamos da Semana de Arte Moderna de 1922 no Brasil,</p><p>bem como o olhar da Filosofia, da Sociologia e da Antropologia sobre a Arte.</p><p>A segunda apostila aborda os assuntos referentes à linguagem das artes</p><p>plásticas em aulas de arte. Como a arte e os multimeios, como recursos</p><p>audiovisuais são aplicáveis ao ensino de Arte. Trabalhamos com a História e a</p><p>aplicabilidade do</p><p>Folclore brasileiro em aulas de Arte. Trazemos para este caderno da Apostila a</p><p>História da Fotografia, bem como suas linguagens e trabalhamos com o conceito</p><p>e a finalidade da Midiologia.</p><p>Na terceira apostila tratamos do ser humano e a Arte, seus encontros e</p><p>desencontros. Trazemos a conceituação de Estética e a Teoria da Arte.</p><p>Trabalhamos com a leitura e produção de sentido nas artes visuais, bem como</p><p>a natureza e a percepção das cores.</p><p>Na quarta apostila tratamos efetivamente da Arte e a Educação, como se dão</p><p>seus pressupostos. Descrevemos a percepção visual. Tratamos dos</p><p>Parâmetros Curriculares Nacionais e a Educação Artística, a formação do aluno</p><p>e a contribuição da Educação artística para isso. Trabalhamos com a didática no</p><p>ensino de Arte.</p><p>Nós lhes desejamos uma boa leitura e bons estudos.</p><p>1. HISTÓRIA DA ARTE: DA PRÉ-HISTÓRIA À ARTE CONTEMPORÂNEA</p><p>A história da arte é muito vasta. No decorrer de milênios o homem produziu todo</p><p>o tipo de arte. Nesta apostila apresentaremos alguns pontos da evolução das</p><p>expressões artísticas, a constituição e a variação das formas, dos estilos, e dos</p><p>conceitos transmitidos historicamente, apresentando-os numa linha temporal,</p><p>apenas para ficar mais didático.</p><p>1.1 A PRÉ-HISTÓRIA</p><p>Segundo Martins, Imbroisi (2005, s/p) um dos períodos mais fascinantes da</p><p>história humana é a Pré-História. Esse período não foi registrado por nenhum</p><p>documento escrito, pois é exatamente a época anterior à escrita. Tudo o que</p><p>sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de</p><p>antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que</p><p>reconstituíram a cultura do homem.</p><p>- Divisão da Pré-História:</p><p>Paleolítico: a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada</p><p>é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo</p><p>como a via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual</p><p>sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era</p><p>realizada por caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do</p><p>qual se procurava interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do</p><p>Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua</p><p>imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o</p><p>representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas</p><p>rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste</p><p>período era nômade. Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também</p><p>trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a</p><p>ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça</p><p>surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e</p><p>grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf. (...)</p><p>Neolítico: ainda de acordo com Martins, Imbroisi (2005, s/p) a fixação do homem</p><p>da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de</p><p>manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o desenvolvimento das</p><p>primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem do</p><p>Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e</p><p>construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do</p><p>mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao</p><p>trabalho com metais. Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo</p><p>na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os</p><p>sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi</p><p>substituído pela abstração e racionalização. Como consequência surge um estilo</p><p>simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que</p><p>reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as</p><p>representações da vida coletiva.</p><p>Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que</p><p>revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto,</p><p>também esculturas de metal. Desse período temos</p><p>dos padrões de belo</p><p>que cada sociedade adota ou rejeita; finalmente, a produção do objeto estético</p><p>encerra objetivos, almeja fins, e, nessa perspectiva, não pode deixar de ser</p><p>olhado também como produto social, mesmo quando esses objetivos e esses</p><p>fins pareçam ser apenas do íntimo do seu produtor. (INFOPÉDIA, s/d, s/p)</p><p>5. ANTROPOLOGIA DA ARTE</p><p>Conforme Gadelha (2009, s/p) nem todas as sociedades partilham de</p><p>uma mesma noção de arte. Uma discussão infindável dentro da antropologia</p><p>da arte corresponde exatamente em saber o que elencar como arte. Para</p><p>entender um objeto como artístico, Marcel Mauss pressupõe a arte como uma</p><p>busca pelo belo, pautada em noções de ritmo, equilíbrio e contraste,</p><p>resgatando da filosofia clássica a ideia da estética como uma ciência da</p><p>sensível. Mas a visão da arte sujeita ao belo não faz mais sentido visto que a</p><p>própria arte contemporânea não se submete a tal sujeição. O surrealismo, o</p><p>cubismo e o expressionismo há tempos desconstruíram noções de ritmo e</p><p>equilíbrio. E a arte conceitual veio nos livrar dos vícios da fruição estética,</p><p>mostrando que o conceito prevalece sobre a forma e o movimento.</p><p>Para Lévi-Strauss, “uma obra de arte signo do objeto e não uma</p><p>reprodução literal; manifesta algo que não estava imediatamente dado à</p><p>percepção que temos do objeto e que é sua estrutura, porque a característica</p><p>específica da linguagem da arte é que existe sempre uma homologia muito</p><p>profunda entre a estrutura do significado e a estrutura do significante (…) ao</p><p>significar o objeto o artista consegue elaborar uma estrutura de significação</p><p>que mantém uma relação com a estrutura mesma do objeto”. Mas, afinal, o</p><p>que L vi-Strauss denomina estrutura?</p><p>Segundo o autor, para que um fenômeno possa ser considerado como</p><p>estrutural, ele deve atender a quatro pontos básicos. Primeiro, deve ser de</p><p>caráter sistemático, ou seja, um modelo no qual qualquer modificação acarrete</p><p>transformações gerais. Segundo, cada modelo deve pertencer a um grupo de</p><p>transformação de modo que cada transformação corresponda a um modelo da</p><p>mesma família. Terceiro, de acordo com essas duas primeiras propriedades, o</p><p>modelo deve permitir uma previsibilidade sobre si mesmo. Finalmente, o modelo</p><p>deve ser construído de forma a explicar todos os fatos observados.</p><p>Para Lévi-Strauss, a estrutura é de cunho inconsciente e os sujeitos</p><p>nativos da mesma não possuem conhecimento sobre o todo funcionamento dela.</p><p>Caberia ao pesquisador decifrar a estrutura que existe por trás dos modelos em</p><p>que vivem os sujeitos. O autor, assim, como os pensadores evolucionistas, os</p><p>quais ele tanto criticou está preocupado em saber como age a mente humana,</p><p>em conhecer quais seriam os “germes elementares” do pensamento. Nessa</p><p>busca, as relações sociais passíveis de serem enquadradas como modelos, os</p><p>quais são sempre de caráter abstrato, constituiriam as variantes que permitiram</p><p>chegar a invariante (a estrutura).</p><p>“As relações sociais são a matéria prima empregada para a construção de</p><p>modelos que tornam manifesta a estrutura social”. Para o estruturalismo, os</p><p>modelos podem ser conscientes ou inconscientes, conforme o nível onde</p><p>funcionem, sendo que “os modelos conscientes estão entre os mais pobres que</p><p>existem, por causa de sua função que é a 'de perpetuar as crenças e os usos. ”</p><p>Apesar de todos os modelos poderem ser mutáveis as transformações nos</p><p>mesmos não acarretam qualquer modificação na estrutura. Como já citado</p><p>anteriormente, a estrutura é sempre invariável. (GADELHA, 2009, s/p)</p><p>Ainda segundo Gadelha (2009, s/p) no estruturalismo, “a arte um guia, um</p><p>meio de instrução, quase que de aprendizagem da realidade ambiente. ” A arte</p><p>supõe, nesse sentido, ao mesmo tempo um saber e uma reflexão. Assim os</p><p>objetos artísticos estão envoltos em modelos, modos de significação. O</p><p>antropólogo francês estava preocupado em demonstrar que a estética, enquanto</p><p>capacidade de atribuir valores a matéria, é uma comum a todos os grupos</p><p>humanos e que nenhum desses grupos seria mais ou menos evoluído do que</p><p>outro no que tange a tal capacidade.</p><p>Além disso, a arte seria um excelente objeto de estudo para antropologia</p><p>estrutural uma vez que tal capacidade seria permeada por modos de</p><p>significação que variam de uma cultura para outra. Em épocas que as Ciências</p><p>Sociais faziam vista grossa para as análises estéticas, Lévi-Strauss radicaliza</p><p>a etnoestética maussiana, a qual foi o primeiro segmento de pensamento</p><p>antropológico a defender os estudos da arte nas sociedades tribais. Contudo,</p><p>para o autor haveria uma diferenciação da arte ocidental frente à dita arte</p><p>“primitiva”. Enquanto a primeira privilegia a representação, a segunda, ao</p><p>invés, de reproduzir modelos age como um sistema de signos que tem a</p><p>função de comunicar. Haveria ainda outro elemento de diferenciação, o qual</p><p>repousaria no fato da recepção do objeto de arte ocidental ser mais</p><p>individualizada enquanto nas sociedades “primitivas”, seus objetos artísticos</p><p>são esperados pelo grupo social segundo códigos e valores culturalmente</p><p>compartilhados. (GADELHA, 2009, s/p)</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS E CONSULTADAS</p><p>ALENCAR, Valéria Peixoto de. A arte na Grécia antiga. Disponível em</p><p><http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u10.jhtm> Acesso em: 08.09.2010.</p><p>BAUDELAIRE, Charles. O pintor da vida moderna. Trad. Tereza Cruz.</p><p>Lisboa: Vigo. 1993</p><p>BAUMGART, Fritz. Breve história da arte. Trad. Marcos Holler. São Paulo:</p><p>Martins Fontes, 1994.</p><p>CORREA, Jane. A arte romana. Disponível em</p><p><http://pt.shvoong.com/humanities/arts/983917-arte-romana/> Acesso em:</p><p>08.09.2010.</p><p>GADELHA, Juliano. Antropologia estética. Disponível</p><p>em</p><p><http://julianogadelha.tumblr.com/post/711050964/antropologia-estetica-juliano-</p><p>gadelha-especial> Acesso em: 10.10.2010.</p><p>IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte. Porto Alegre: Artmed, 2003.</p><p>INFOPÉDIA. Arte. Sociologia. Disponível em <http://www.infopedia.pt/$a rte-</p><p>(sociologia) > Acesso em: 10.10.2010.</p><p>MARTINS, Simone R., IMBROISI, Margaret H. Arte Pré-Histórica. Disponível</p><p>em <http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm> Acesso em:</p><p>08.09.2010.</p><p>MARTINS, Simone R., IMBROISI, Margaret H. Arte Bizantina.</p><p>Disponível em <http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm> Acesso</p><p>em: 08.09.2010.</p><p>MARTINS, Simone R., IMBROISI, Margaret H. Renascimento. Disponível em</p><p><http://www.historiadaarte.com.br/linha_do_tempo.htm> Acesso em:</p><p>08.09.2010.</p><p>NEWBERY, Elizabeth. Como e por que se faz arte Coleção Por</p><p>Dentro da Arte: São Paulo: Editora Ática, 2003.</p><p>PERRENOUD, Philippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e</p><p>formação – perspectivas Sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1993.</p><p>REBOUÇAS, Fernando. Maneirismo. Disponível em</p><p><http://www.infoescola.com/artes/maneirismo/> Acesso em: 08.09.2010.</p><p>SANTANA, Ana Lucia. Arte islâmica. Disponível</p><p>em <http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica/> Acesso em: 08.09.2010.</p><p>SANTANA, Ana Lucia. Arte Contemporânea. Disponível</p><p>em <http://www.infoescola.com/artes/arte-contemporanea/> Acesso em:</p><p>08.09.2010.</p><p>SANT‟ ANA, Cl udio. A arte românica. Disponível</p><p>em <http://claudiosantana.mus.br/artes/171-romanica.html> Acesso em:</p><p>08.09.2010.</p><p>SENDAY, Bia. Semana de arte moderna. Disponível</p><p>em <http://www.artigonal.com/literatura-artigos/semana-de-arte-moderna-</p><p>1983586.html></p><p>Acesso em: 10.09.2010.</p><p>SOUSA, Rainer. A arte egípcia. Disponível em</p><p><http://www.brasilescola.com/historiag/arte-egipcia.htm> Acesso em:</p><p>08.09.2010.</p><p>SOUSA, Rainer. A Barroca. Disponível em</p><p><http://www.brasilescola.com/historiag/barroco.htm></p><p>Acesso em: 08.09.2010.</p><p>TASCA, Eduardo Vicente. A arte gótica. Disponível em <http://www.sul-</p><p>sc.com.br/afolha/pag/artes/gotica.htm> Acesso em: 08.09.2010.</p><p>VACCARI, Ulisses Razzante. Por uma reflexão sobre o nascimento da Filosofia</p><p>da Arte. In: Revista Filosofia. N. 17, 2009. Disponível</p><p>em <http://conhecimentopratico.uol.com.br/filosofia/ideologia-</p><p>sabedoria/17/artigo134537- 1.asp> Acesso em: 10.09.2010.</p><p>VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,</p><p>2000.</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>1) O naturalismo na arte é a característica principal do período denominado</p><p>de:</p><p>a) Paleolítico.</p><p>b) Neolítico.</p><p>c) Barroco.</p><p>d) Maneirismo.</p><p>2) Ícone do desenvolvimento artístico utilizavam mármore e cerâmica, com</p><p>o qual faziam esculturas.</p><p>a) Egípcios.</p><p>b) Gregos.</p><p>c) Romanos.</p><p>d) Contemporâneos.</p><p>3) A pintura nas catedrais e igrejas, atravessadas da luminosidade dos</p><p>vitrais, fazem parte da arte:</p><p>a) Românica.</p><p>b) Barroca;</p><p>c) Islâmica.</p><p>d) Gótica.</p><p>4) Estilo artístico surgido na Europa no século XVI, cujo</p><p>movimento revisava a visão clássica e naturalista da arte. Manifestou-</p><p>se na pintura, escultura e arquitetura italiana, espalhando-se por toda</p><p>Europa e colônias da América e Oriente.</p><p>a) Maneirismo.</p><p>b) Renascimento.</p><p>c) Cubismo.</p><p>d) Nenhuma das alternativas.</p><p>5) Mário de Andrade, com suas conferências, leituras de poemas e</p><p>publicações em jornais foi uma das personalidades mais ativas da (o):</p><p>a) Semana de arte moderna de 1922.</p><p>b) Literatura brasileira.</p><p>c) Literatura romântica.</p><p>d) Parnasianismo.</p><p>6) Sobre a semana de Arte moderna no Brasil – 1922, leia atentamente</p><p>as afirmativas abaixo e assinale a opção correta:</p><p>I- A grande paralisação de operários, em 1907, a Revolta dos 18 do Forte</p><p>de Copacabana, o Tenentismo, em 1922, somados aos ecos da Primeira</p><p>Guerra Mundial (1914-1918), evidenciaram o esgotamento da estrutura de</p><p>poder no primeiro quarto deste século no Brasil.</p><p>II- Para Senday (2010, s/p) nos primeiros anos do século XX, inicia-se em</p><p>São Paulo o processo de industrialização do país.</p><p>III- Junto com a estrutura sociopolítica, esgotara-se a arte que ela</p><p>sustentava, de modo que, concomitante àqueles acontecimentos, os próprios</p><p>artistas denunciavam a crise da cultura e da arte brasileira e a necessidade</p><p>de sua transformação.</p><p>a) Estão corretas as afirmativas I e II</p><p>b ) Estão corretas as afirmativas I e III</p><p>c) Estão corretas as afirmativas II e III</p><p>d) Todas as afirmativas estão corretas</p><p>7) Para Senday (2010, s/p) de acordo com o catálogo da mostra, participavam</p><p>da Semana de Arte Moderna os seguintes artistas, EXCETO:</p><p>a) Anita Malfatti,</p><p>b )Di Cavalcanti,</p><p>c) Zina Aita,</p><p>d) Aldemir Martins</p><p>8) No que diz respeito a sociologia da arte, marque (V) para as</p><p>alternativas verdadeiras e (F) para as falsas:</p><p>( ) a criação de objetos tendo em vista a experiência estética existe</p><p>em todos os conjuntos de homens (entendidos como “culturas”,</p><p>como “povos”, como “sociedades”(...).</p><p>( ) a criação artística possui desta forma, uma vertente coletiva,</p><p>experimentada por uma comunidade, e uma vertente individual, o</p><p>conjunto se sensações de cada homem per si.</p><p>( ) o artista não é um produtor social, como a sua arte é um produto social.</p><p>( ) o desejo de dar forma, de usar da sensibilidade estética própria para</p><p>criar, é o aspecto fundamental da faceta individual da arte: é-se artista,</p><p>intimamente, para além da envolvente.</p><p>a) F, V, V, F</p><p>b) V, V, F, V</p><p>c) V, F, F, F</p><p>d) F, V, V, V</p><p>9) Conforme Gadelha (2009, s/p) nem todas as sociedades partilham de</p><p>uma mesma noção de arte. Uma discussão infindável dentro da antropologia</p><p>da arte corresponde exatamente em saber o que elencar como arte. Para</p><p>entender um objeto como artístico, Marcel Mauss pressupõe a arte como uma</p><p>busca pelo:</p><p>a) belo,</p><p>b) reconhecimento</p><p>c) Ideal</p><p>d) n.r.a</p><p>10) De acordo com Vaccari (2009, s/p) ao abrirmos um manual de filosofia,</p><p>muitas vezes, nos deparamos com o termo filosofia da arte e nem sempre</p><p>sabemos exatamente a que se refere essa linha de pensamento que, de uma</p><p>forma ou de outra, pertence filosofia. O termo “filosofia da arte” muitas vezes</p><p>confundido com o termo:</p><p>a) “Estética”</p><p>b) “Beleza”</p><p>c) “Perfeição”</p><p>d) n.r.a</p><p>as construções</p><p>denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas</p><p>verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era</p><p>colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era</p><p>monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo</p><p>em sentido vertical. O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser</p><p>considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a História registra. Ele</p><p>apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos regulares, que</p><p>sustentam traves horizontais rodeando outros dois círculos interiores. No centro</p><p>do último está um bloco semelhante a um altar. O conjunto está orientado para</p><p>o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de</p><p>que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando que as pedras</p><p>eram colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa.</p><p>(MARTINS, IMBROISI, 2005, s/p)</p><p>As Cavernas: segundo Martins, Imbroisi (2005, s/p) antes de pintar as</p><p>Paredes da caverna, o homem fazia ornamentos corporais, como colares, e,</p><p>depois magníficas estatuetas, como as famosas “Vênus”. Existem várias</p><p>cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura rupestre, algumas delas são:</p><p>Caverna de Altamira, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos a</p><p>14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua</p><p>autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902. Caverna de Lascaux,</p><p>França, suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta,</p><p>por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Caverna de</p><p>Chauvet, França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de</p><p>rinocerontes peludos e animais diversos, descoberta em 1994. Gruta de</p><p>Rodésia, África, com mais de 40.000 anos. Parque Nacional Serra da Capivara</p><p>- Sudeste do Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São</p><p>Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. Nessa</p><p>região encontra-se uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria</p><p>com pinturas e gravuras rupestres. (MARTINS, IMBROISI, 2005, s/p)</p><p>1.2 A ARTE EGÍPCIA</p><p>De acordo com Sousa (s/d, s/p) no Antigo Egito, a ideia de que o</p><p>desenvolvimento das artes constituía um campo autônomo de sua cultura</p><p>não corresponde ao espaço ocupado por esse tipo de prática. Assim como</p><p>em tantos outros aspectos de sua vida, os egípcios estabeleciam uma forte</p><p>aproximação de suas manifestações artísticas para com a esfera religiosa.</p><p>Dessa forma, são várias as ocasiões em que percebermos que a arte dessa</p><p>civilização esteve envolta por alguma concepção espiritual.</p><p>A temática mortuária era de grande presença. A crença na vida após a morte</p><p>motivava os egípcios a construírem tumbas, estatuetas, vasos e mastabas que</p><p>representavam sua concepção do além-vida. As primeiras tumbas egípcias</p><p>buscavam realizar uma reprodução fiel da residência de suas principais</p><p>autoridades. Em contrapartida, as pessoas sem grande projeção eram</p><p>enterradas em construções mais simples que, em certa medida, indicava o</p><p>prestígio social do indivíduo. O processo de centralização política e a divinização</p><p>da figura do faraó tiveram grande importância para a construção das primeiras</p><p>pirâmides. Essas construções, que estabelecem um importante marco na</p><p>arquitetura egípcia, têm como as principais representantes as três pirâmides do</p><p>deserto de Gizé, construídas pelos faraós Queóps, Quéfren e Miquerinos.</p><p>Próxima a essas construções, também pode se destacar a existência da famosa</p><p>esfinge do faraó Quéfren.</p><p>Tendo funções para fora do simples deleite estético, a arte dos povos egípcios</p><p>era bastante padronizada e não valorizava o aprimoramento técnico ou o</p><p>desenvolvimento de um estilo autoral. Geralmente, as pinturas e baixos-relevos</p><p>apresentavam uma mesma representação do corpo, em que o indivíduo tinha</p><p>seu tronco colocado de frente e os demais membros desenhados de perfil. No</p><p>estudo da arte, essa concepção ficou conhecida como a lei do frontalidade.</p><p>(SOUSA, s/d, s/p)</p><p>Ainda de acordo com Sousa (s/d, s/p) ao longo do Novo Império (1580 – 1085</p><p>a. C.), passados os vários momentos de instabilidade da civilização egípcia,</p><p>observamos a elaboração de novas e belas construções. Nessa fase,</p><p>destacamos a construção dos templos de Luxor e Carnac, ambos dedicados à</p><p>adoração do deus Amon. No campo da arte funerária, também podemos</p><p>salientar o Templo da rainha Hatshepsut e a tumba do jovem faraó Tutancâmon,</p><p>localizado no Vale dos Reis.</p><p>A escultura egípcia, ao longo de seu desenvolvimento, encontrou características</p><p>bastante peculiares. Apesar de apresentar grande rigidez na maioria de suas</p><p>obras, percebemos que as estátuas egípcias conseguiam revelar riquíssimas</p><p>informações de caráter étnico, social e profissional de seus representados. No</p><p>governo de Amenófis IV temos uma fase bastante distinta em que a rigidez da</p><p>escultura é substituída por impressões de movimento.</p><p>Passado o governo de Tutancâmon, a arte egípcia passou a ganhar forte e clara</p><p>conotação política. As construções, esculturas e pinturas passaram a servir de</p><p>espaço para o registro dos grandes feitos empreendido pelos faraós. Ao fim do</p><p>Império, a civilização egípcia foi alvo de sucessivas invasões estrangeiras. Com</p><p>isso, a hibridação com a perspectiva estética de outros povos acabou</p><p>desestabilizando a presença de uma arte típica desse povo. (SOUSA, s/d, s/p)</p><p>1.3 A ARTE GREGA</p><p>Conforme Alencar (s/d, s/p) as artes plásticas na Grécia antiga tinham,</p><p>basicamente, duas funções: decorar a arquitetura e pedir ou agradecer aos</p><p>deuses.</p><p>O artesão era aquele que executava um trabalho, buscando a perfeição, o</p><p>conhecimento. Segundo esse conceito, a “arte” era uma habilidade que poderia</p><p>ser aprendida e aperfeiçoada. (...) muitas esculturas tinham finalidade</p><p>meramente religiosas. Não eram vistas como obras de arte. Os relevos eram</p><p>utilizados para decorar templos e altares com o objetivo de narrar mitos. O</p><p>mesmo valia para as ânforas (jarras ou vasos), que poderiam trazer em suas</p><p>pinturas cenas mitológicas ou do cotidiano. Os romanos, ao dominarem o</p><p>Império construído por Alexandre o Grande, absorveram a cultura helênica</p><p>(grega). Assim, muito do que sabemos hoje sobre a arte grega chegou até nós</p><p>por meio dos objetos produzidos (e copiados) pelos romanos. Isso quer dizer</p><p>que dependemos muito da arqueologia para entender essas sociedades e</p><p>culturas tidas como berço de nossa civilização. A música se perdeu, não existem</p><p>registros. A poesia chegou até nós graças às peças de teatro. Segundo alguns</p><p>estudiosos só sobreviveram 10% ou menos do que efetivamente foi produzido.</p><p>Também conseguiram resistir ao tempo os textos narrativos considerados os</p><p>mais antigos da civilização ocidental, em forma de versos, que são os poemas</p><p>épicos atribuídos a Homero: a Ilíada e a Odisseia.</p><p>Outro ícone do desenvolvimento artístico grego são os inúmeros vestígios</p><p>de mármore e cerâmica, com o qual se faziam esculturas. Chama-se de arcaico</p><p>o período em que os gregos começaram a desenvolver técnicas sob a influência</p><p>e contato com as ideias das civilizações mais antigas do Egito e do Oriente.</p><p>Durante essa fase, os escultores gregos desenvolveram a representação da</p><p>figura humana, tornando-a mais realista. Iniciou-se a preocupação com os</p><p>detalhes do corpo e das vestimentas. Assim como faziam os egípcios,</p><p>desenvolveram a representação de jovens kouroi, fazendo estátuas para pedir</p><p>ou agradecer. Mas é possível notar no kouros, masculino, o início da definição</p><p>dos músculos, as pernas separadas e um esboço de movimento. Essas</p><p>características levariam às regras de representação na Grécia clássica.</p><p>(ALENCAR, s/d, s/p)</p><p>Período Clássico: para Alencar (s/d, s/p) é nesse momento em que as esculturas</p><p>chegam ao ápice do naturalismo. Alguns</p><p>escultores passam a ser reconhecidos</p><p>pelo seu trabalho e assinam suas obras, como Fídias e Policleto. Este último</p><p>chegou a escrever regras de representação da figura humana.</p><p>Período helenístico: Helenístico é um adjetivo moderno utilizado para descrever</p><p>o período que vai da morte de Alexandre (323 a. C.) à conquista final do mundo</p><p>helênico por Roma (30 a. C.). As mudanças nas concepções artísticas no</p><p>período, em relação aos precedentes, são evidentes na representação da figura</p><p>humana. A habilidade técnica e os ideais de beleza estabelecidos são aplicadas</p><p>à representação de figuras que sugerem movimento, por vezes quase teatrais,</p><p>que toma o lugar da serenidade formal.</p><p>Em Laocoonte e seus filhos, conjunto de esculturas que representam uma lenda</p><p>da época da Guerra de Tróia, podem-se observar os esforços de representar o</p><p>corpo de maneira realista e a dramaticidade na ação, reforçadas pela presença</p><p>das serpentes, nos detalhes da roupa e na sensação de sofrimento transmitida</p><p>pela obra. Todo esse desenvolvimento da habilidade para representar a figura</p><p>humana fez o ideal de beleza construído pelos gregos perdurar até nossos dias.</p><p>São apenas os artistas modernos, as vanguardas europeias no início do século</p><p>20 que irão contestar esse padrão, 2.500 anos depois.</p><p>Mitologia: ao escutarmos a palavra mitologia, quase automaticamente a</p><p>associamos palavra “grega”. De fato, a mitologia grega ganhou destaque sobre</p><p>a mitologia de vários outros povos pela própria influência que a civilização e o</p><p>pensamento grego exerceram sobre o mundo, em particular sobre o Ocidente.</p><p>Para se ter uma ideia dessa influência, basta lembrar que a filosofia e a</p><p>matemática, por exemplo, são “invenções” gregas. Da mesma maneira, a</p><p>maioria das palavras que dão nome às ciências tem origem grega: física,</p><p>geografia, biologia, zoologia, história, etc. Também vêm do grego as palavras</p><p>que designam os relacionamentos dos seres humanos entre si e em sociedade.</p><p>É o caso de palavras essenciais, como ética, política e democracia. Se</p><p>conseguimos compreender a importância da herança grega para nossa</p><p>civilização contemporânea - que está cerca de 3000 anos distante dela - não é</p><p>difícil imaginar a influência que os gregos exerceram nas civilizações que lhes</p><p>eram mais próximas em termos temporais. É o caso dos romanos, por exemplo,</p><p>que dominaram a Grécia política e militarmente. No entanto, culturalmente,</p><p>adaptaram-se aos modelos gregos.</p><p>Mas podemos ir mais além. Se o fim do Império Romano do Ocidente, em 476</p><p>d. C., representa o fim da influência greco-romana nos padrões culturais do</p><p>mundo ocidental, que passou a ser modelado pelo cristianismo, por outro lado,</p><p>a cultura e a mitologia greco-romana são retomadas ao fim da Idade Média no</p><p>período que ficou conhecido como Renascimento, bem como no século 18,</p><p>quando se desenvolve um movimento cultural conhecido como Neoclassicismo.</p><p>(ALENCAR, s/d, s/p)</p><p>Por outro lado, afirma Alencar (s/d, s/p) é importante deixar claro que a mitologia</p><p>grega ou greco-romana, em suas origens mais remotas está ligada a uma visão</p><p>de mundo de caráter religioso. Ao contrário, à medida que avançamos no tempo</p><p>em direção aos nossos dias, a mitologia vai se esvaziando do significado</p><p>religioso e ganhando, principalmente, um caráter artístico. Em outras palavras,</p><p>no século 15, ao retratar uma deusa greco-romana como Vênus, o pintor</p><p>Botticelli não a encarava como uma entidade religiosa, mas como um ideal</p><p>estético de beleza.</p><p>Na verdade, mesmo em termos de Antiguidade, é muito difícil fazer</p><p>uma separação entre mitologia e arte. A arte da Grécia antiga, por exemplo,</p><p>trata essencialmente de temas mitológicos. E foi através da arte que</p><p>tomamos contato com a mitologia grega: além de uma grande quantidade de</p><p>templos (arquitetura), de esculturas, baixo-relevo e pinturas, a literatura grega</p><p>é a principal fonte que temos dessa mitologia. Essas três obras podem ser</p><p>consideradas as fontes básicas para o conhecimento da mitologia grega. A</p><p>Teogonia narra a origem dos deuses (Theos, em grego, significa deus). Já a</p><p>Ilíada e a Odisseia tratam de aventuras de heróis, respectivamente Aquiles e</p><p>Odisseu, embora a participação dos deuses em ambas as narrativas sejam</p><p>fundamentais. No entanto, além delas existem ainda muitas outras obras</p><p>antigas que têm como personagens entidades mitológicas - sejam deuses,</p><p>semideuses ou heróis. Entre elas, merecem destaque as tragédias (obras</p><p>teatrais) de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, pois através delas conseguimos</p><p>perceber com maior facilidade o significado simbólico que os mitos têm para</p><p>a própria existência humana. Por meio delas, talvez se evidencie mais o</p><p>significado que os mitos têm em termos psicológicos, que acabaram</p><p>levando psiquiatras como Sigmund Freud e Carl Jung a analisar o significado</p><p>dos mitos. (ALENCAR, s/d, s/p)</p><p>Ainda de acordo com Alencar (s/d, s/p) o teatro na Grécia Antiga</p><p>surgiu a partir de manifestações a Dioniso, deus do vinho, da vegetação, do</p><p>êxtase e das metamorfoses. Pouco a pouco, os rituais dionisíacos foram se</p><p>modificando e se transformando em tragédias e comédias. Dioniso se</p><p>tornou, assim, o deus do teatro. Atenas é considerada a terra natal do teatro</p><p>antigo, e, sendo assim, também do teatro ocidental. “Fazer teatro”</p><p>significava respeitar e seguir o culto a Dionísio. O período entre os séculos</p><p>VI a. C. e V a. C. conhecido como o “Século de Ouro”. Foi durante esse</p><p>intervalo de tempo que a cultura grega atingiu seu auge. Atenas tornou-se</p><p>o centro dessas manifestações culturais e reuniu autores de toda a Grécia,</p><p>cujos textos eram apresentados em festas de veneração a Dioniso. O teatro</p><p>grego pode ser dividido em três partes: tragédia, comédia antiga e comédia</p><p>nova. (ALENCAR, s/d, s/p)</p><p>1.4 A ARTE ROMANA</p><p>Para Correa (s/d, s/p) a Arte Romana foi influenciada pela cultura grega</p><p>e pela etrusca. Os gregos buscavam um ideal de beleza, mas os etruscos eram</p><p>mais realistas, e suas construções voltavam-se para o popular. O uso da</p><p>abóbada e de arcos foi seu grande legado. O senso de realismo e a busca do</p><p>imediato levaram os romanos a realizações arquitetônicas e urbanísticas</p><p>inéditas, como as estradas pavimentadas, as termas e os anfiteatros.</p><p>As construções exibiam grandeza material, força, energia e caráter. Os</p><p>templos mais conhecidos são o de Júpiter, o de Saturno, o da Concórdia e o</p><p>de César, o Panteão, de planta circular, coberto por uma grande cúpula aberta</p><p>no centro, por onde penetrava a luz do sol. As basílicas tinham planta</p><p>retangular, mas só depois do advento do cristianismo passaram a ter um</p><p>caráter religioso. Antes eram usadas para reuniões de caráter político e</p><p>comercial.</p><p>As termas, centro social dos romanos eram constituídas de ginásio,</p><p>piscina, pórticos e jardins. As mais famosas são as de Caracala. Muito afeitos a</p><p>divertimentos os romanos gostavam de teatros, circo, lutas, corridas de cavalos,</p><p>bigas, peças teatrais, espetáculos com animais, escravos e gladiadores. Os mais</p><p>famosos são o teatro de Marcelus, o Circus Maximus e o Coliseu, um grande</p><p>anfiteatro ornamentado com arcos, colunas e esculturas que podia abrigar</p><p>40.000 pessoas. Os romanos também usavam colunas e arcos triunfais, para</p><p>homenagear seus grandes generais. (CORREA, s/d, s/p)</p><p>1.5 A ARTE BIZANTINA</p><p>Para Martins, Imbroisi (s/d, s/p) o cristianismo não foi a única preocupação</p><p>para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do</p><p>século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino</p><p>a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois</p><p>batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de</p><p>misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos</p><p>Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã -</p><p>Arte Bizantina. Graças a sua</p><p>localização (Constantinopla) a arte bizantina</p><p>sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns</p><p>elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como</p><p>na cor.</p><p>A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas</p><p>funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores. O</p><p>regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e</p><p>espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-</p><p>lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde</p><p>esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.</p><p>(MARTINS, IMBROISI, s/d, s/p)</p><p>O mosaico, segundo Martins, Imbroisi (s/d, s/p) é expressão máxima da arte</p><p>bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas</p><p>instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários</p><p>imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos</p><p>mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem</p><p>convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas</p><p>são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a</p><p>perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado</p><p>devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro.</p><p>A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas</p><p>eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas</p><p>cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados. A</p><p>Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores</p><p>triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles</p><p>e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos</p><p>plenos.Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por</p><p>associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto.</p><p>Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com</p><p>mosaicos e o chão de mármore polido. Toda essa atração por decoração aliada</p><p>a prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária que lembrava de imediato</p><p>o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e consequentemente a escultura</p><p>não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos</p><p>relevos acoplados à decoração.</p><p>A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI durante o reinado do</p><p>Imperador Justiniano. Porém, logo se sucedeu um período de crise chamado de</p><p>Iconoclastia.Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao</p><p>conflito entre os imperadores e o clero. A arte bizantina não se extinguiu em</p><p>1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI,</p><p>a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu</p><p>dentro da arte bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais</p><p>do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos. (MARTINS,</p><p>IMBROISI, s/d, s/p)</p><p>1.6 A ARTE ISLÂMICA</p><p>Para Santana (2007, s/p) a arte islâmica engloba a literatura, a música, a dança,</p><p>o teatro e as artes visuais de uma ampla população do Oriente Médio que adotou</p><p>o Islamismo. Nela percebe-se a influência das civilizações pré-islâmicas, dos</p><p>povos conquistados e de dinastias ligadas à questão religiosa. Por todos os</p><p>domínios islâmicos difundiu-se uma produção artística marcada pelas ideias</p><p>religiosas, imateriais – os conceitos de infinito, eternidade, menosprezo da vida</p><p>material, desejo de transcendência – e pelas concepções do Profeta. Esta arte</p><p>bebe diretamente na fonte do Alcorão, nela justificando suas opções, rejeições</p><p>e direções escolhidas.</p><p>As artes visuais islâmicas estão geralmente desprovidas de expressões</p><p>figurativas, constituídas em grande parte por elementos geométricos e</p><p>arabescos – esmerados entrelaçamentos de figuras geométricas, folhas,</p><p>plantas, homens e animais, elaborados à maneira árabe. Mas também é possível</p><p>encontrar diversas expressões de imagens animais e humanas, que prevalecem</p><p>especialmente em contextos profanos. O que o Alcorão condena, na verdade, é</p><p>o culto de imagens. A partir do século IX, porém, tem início uma fase de censura</p><p>das formas figuradas, atribuída por alguns pesquisadores à influência de judeus</p><p>convertidos ao islamismo. A pintura islâmica é expressa por meio de afrescos e</p><p>miniaturas. Infelizmente, poucas pinturas sobreviveram ao tempo em bom</p><p>estado. Elas eram em geral empregadas na decoração das paredes dos palácios</p><p>ou de edifícios públicos. Seus temas abrangiam episódios de caça e do cotidiano</p><p>da corte. O estilo era análogo ao da pintura helênica, mas sofria também</p><p>influências da Índia, da cultura bizantina e também da chinesa. (SANTANA,</p><p>2007, s/p)</p><p>1.7 A ARTE ROMÂNICA</p><p>Para Sant‟ Ana (2009, s/p) com o Cristianismo a arte se voltou para a</p><p>valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os</p><p>aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de</p><p>Deus proposto pelo cristianismo é chamada de teocentrismo (teos = Deus).</p><p>Deus é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A Igreja como</p><p>representante de Deus na Terra tinha poderes ilimitados. Com o passar dos</p><p>anos, os artesãos da corte de Carlos Magno levaram os artistas a superarem o</p><p>estilo ornamental da época das invasões bárbaras e redescobrirem a tradição</p><p>cultural e artística do mundo greco-romano. Na arquitetura esse fato foi decisivo,</p><p>pois levou, mais tarde, à criação de um novo etilo para a edificação,</p><p>principalmente das igrejas, que recebeu a denominação de Românico.</p><p>A arte românica desenvolveu-se desde o século XI até o início do século XIII,</p><p>período caracterizado pela crise do sistema feudal. No entanto, a Igreja ainda</p><p>conservava grande poder e influência, determinando à produção cultural e</p><p>artística desse período, cuja representação típica são as basílicas. As</p><p>características mais significativas da arquitetura românica são a utilização da</p><p>abóbada, dos pilares maciços que as sustentam e das paredes espessas com</p><p>aberturas estreitas usadas como janelas. As abóbadas das igrejas eram de dois</p><p>tipos: a abóbada de berço e a abóbada de arestas.</p><p>A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu</p><p>tamanho. Trata-se de um estilo essencialmente clerical. A igreja tornou-se a</p><p>única fonte de encomendas de trabalhos artísticos depois do enfraquecimento</p><p>da vida da corte. Durante a Idade Média havia muitas peregrinações e, com</p><p>isso, várias igrejas foram construídas ao longo dos caminhos como o de</p><p>Santiago de Compostela.</p><p>Numa época em que poucas pessoas sabiam ler e escrever, a Igreja recorre à</p><p>pintura e à escultura para narrar as histórias bíblicas ou comunicar valores</p><p>religiosos aos fiéis. Um lugar muito usado para isso eram os portais, na entrada</p><p>do templo. No portal, o lugar mais utilizado eram os tímpanos (área semicircular</p><p>que fica abaixo da abóbada no vão superior da porta). Diferente do resto da</p><p>Europa, a arte românica na Itália não apresenta formas pesadas, duras e</p><p>primitivas. Por estarem mais próximos dos exemplos das arquiteturas grega e</p><p>romana, os construtores italianos deram às igrejas um ar mais leve e delicado.</p><p>Os construtores erguiam a igreja, o campanário e o batistério como edifícios</p><p>separados.</p><p>A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo nas grandes decorações</p><p>murais, através da técnica do afresco. Os pintores românicos não são, a rigor,</p><p>criadores de telas de pequenas proporções, mas verdadeiros muralistas. Estão</p><p>ligadas às formas arquitetônicas e aos temas bíblicos. A deformação e o</p><p>colorismo são as principais características. A deformação colocava sempre os</p><p>valores religiosos nas representações. Cristo era sempre maior que as outras</p><p>imagens que o cerca. Os olhos são grandes e</p><p>abertos. As proporções são</p><p>intencionadamente exageradas. O colorismo é a utilização de cores chapadas,</p><p>sem a preocupação com meios-tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a</p><p>menor intenção de imitar a natureza. (SANT‟ ANA, 2009, s/p)</p><p>1.8 A ARTE GÓTICA</p><p>De acordo com Tasca (s/d, s/p) dos anos de 1200 a 1400, a pintura europeia</p><p>pode ser caracterizada por laboriosa libertação de duas influências dominadoras</p><p>- a dos mosaicos e ícones bizantinos, muito convencionais e rígidos, e das</p><p>miniaturas, isto é, as ilustrações feitas à mão dos livros medievais, como</p><p>sabemos igualmente confeccionadas à mão. A arquitetura gótica retirou às</p><p>paredes a função de sustentação que desempenhavam na arquitetura românica.</p><p>Não poderia ser, portanto, uma arquitetura favorável ao desenvolvimento da</p><p>pintura mural. Não oferecia aos pintores as superfícies proporcionadas pelos</p><p>arquitetos românicos. Por outro lado, no interior das catedrais e igrejas góticas,</p><p>dificilmente as cores de um quadro ou de um afresco poderiam resistir ao intenso</p><p>e feérico esplendor dos vitrais, sob constantes mutações luminosas e coloridas,</p><p>conforme a direção dos raios solares.</p><p>A aplicação da pintura, nas catedrais e igrejas, atravessadas da</p><p>luminosidade dos vitrais, faz-se a rigor apenas para realçar partes e elementos</p><p>da arquitetura. As nervuras dos arcos cruzados, por exemplo, são às vezes</p><p>pintadas de dourado sobre o fundo azul da superfície das abóbodas. Também</p><p>recebiam coloridos adequados os capitéis e mesmo as estátuas. A realidade é</p><p>que nos dois primeiros séculos góticos a pintura não pode ser considerada</p><p>existente nos monumentos religiosos. Onde iremos encontrá-la, a partir do</p><p>século XIII, será nos monumentos civis, residências senhoriais, palácios e</p><p>castelos, cuja arquitetura oferece maiores superfícies. Mas aí passa a sofrer a</p><p>concorrência dos tapetes na decoração mural. A tapeçaria desenvolveu-se nos</p><p>séculos góticos. Além de sua beleza própria, resultante do material e da técnica,</p><p>o tapete oferecia outras vantagens sobre o afresco, que havia sido a decoração</p><p>pictórica românica. Servia para diminuir a umidade dos muros no inverno, sendo</p><p>mais facilmente transportável, de castelo a castelo, nas constantes andanças</p><p>das cortes e senhores. (TASCA, s/d, s/p)</p><p>Ainda conforme Tasca (s/d, s/p) as grandes salas dos palácios e castelos</p><p>recebiam, porém, ao lado dos tapetes, decorações murais. Muitas</p><p>desapareceram por obra do tempo ou em consequências de reformas e</p><p>ampliações. No velho Palácio do Louvre, em Paris, no reinado de Carlos V, havia</p><p>afrescos. No castelo dos Papas, em Avignon, existem outros, executados por</p><p>Simone Martini, inspirado artista da cidade de Siena, que encontraremos na</p><p>pintura gótica italiana.</p><p>Deve acentuar-se que estes afrescos, mesmo nos monumentos civis,</p><p>começaram a aparecer no século XIV, antes predominava a tapeçaria à medida</p><p>que a sociedade europeia começa a emergir da economia agrária e artesanal da</p><p>primeira Idade Média, para alcançar a economia manufatureira e mercantilista</p><p>da Renascença, começas também a desaparecer as formas artísticas</p><p>correspondentes, que na pintura se expressavam justamente pelos estilos</p><p>românico e bizantino. As influências bizantinas fizeram-se sentir mais no Sul e</p><p>no oriente europeu, ao passo que a das miniaturas nos países do Norte. Os</p><p>pintores nórdicos são mais minuciosos, amigos do detalhe, pouco sintéticos,</p><p>com se as suas pinturas, iguais ás ilustrações dos livros fossem para ser vistas</p><p>de perto ou cheiradas, como diria Rembrandt.</p><p>O pintor gótico do norte da Europa é assim bastante analítico e, pela</p><p>veemência do sentimento religioso ainda muito simbólico e deformador das</p><p>imagens da realidade. Mas, está voltado, gradualmente, à observação da</p><p>natureza, à representação realista do mundo, à base de sensações. Não é mais</p><p>o místico bizantino ou românico, que representa a realidade à base de</p><p>sentimentos e ideias religiosas, carregando-se de simbolismo volta a transmitir</p><p>a ilusão do espaço e do volume, aplicando a perspectiva e o claro-escuro, assim</p><p>como maior realismo na paisagem e nos movimentos do corpo humano.</p><p>Concluindo Tasca (s/d, s/p) afirma que na última fase da pintura gótica, nos</p><p>anos de 1400 a 1500 aparecem os pintores chamados pré-renascentistas,</p><p>porque anunciadores da Renascença. Distinguem-se por progressiva libertação</p><p>do convencionalismo bizantino e da minúcia oriunda das miniaturas. Os italianos</p><p>Giotto (1266-1336) e Masaccio (1401-1428) antecipam essa libertação. Na</p><p>transição da pintura gótica para a pintura renascentista, ocorre acontecimento</p><p>de enormes consequências na técnica de pintar - descobre-se ou aperfeiçoa-se</p><p>a pintura a óleo, isto é, tintas dissolvidas em óleo de linhaça. Atribui-se esta</p><p>descoberta ou aperfeiçoamento ao flamengo chamado Jan Van Eyck, autor de</p><p>obras celebradas pela precisão da análise, segurança técnica, colorido e perfeita</p><p>conservação até hoje. (TASCA, s/d, s/p)</p><p>1.9 A ARTE NO RENASCIMENTO</p><p>Para Martins, Imbroisi (s/d, s/p) o termo Renascimento é comumente</p><p>aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de</p><p>reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos</p><p>progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das</p><p>ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem</p><p>dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento.</p><p>Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o re-</p><p>nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo</p><p>de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a</p><p>valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao</p><p>sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.</p><p>Características gerais: racionalidade; dignidade do Ser Humano; rigor Científico;</p><p>ideal Humanista, reutilização das artes Greco-romana.</p><p>Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício</p><p>baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o</p><p>observador possa compreender a lei que o organiza de qualquer ponto em</p><p>que se coloque. “Já não é o edifício que possui o homem, mas este que,</p><p>aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício. ” (ZEVI)</p><p>As principais características são: Ordens Arquitetônicas; Arcos de Volta-</p><p>Perfeita; Simplicidade na construção; A escultura e a pintura se desprendem</p><p>da arquitetura e passam a ser autônomas;</p><p>Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade),</p><p>fortalezas (funções militares). (MARTINS, IMBROISI, s/d, s/p)</p><p>Ainda segundo Martins, Imbroisi (s/d, s/p) o principal arquiteto</p><p>renascentista é Brunelleschi. Um exemplo de artista completo renascentista,</p><p>pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de</p><p>Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi</p><p>como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre</p><p>eles a cúpula da catedral de Florença e a Capela Pazzi.</p><p>Principais características da pintura: perspectiva: arte de figura, no desenho ou</p><p>pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à</p><p>distância, segundo os princípios da matemática e da geometria; uso do claro-</p><p>escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de</p><p>contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos; realismo: o artista do</p><p>Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que</p><p>expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do</p><p>próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida</p><p>cientificamente, e não apenas admirada; inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo;</p><p>tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente</p><p>como detalhes</p><p>de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações</p><p>independentes; surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos</p><p>demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e,</p><p>consequentemente, pelo individualismo.</p><p>Os principais pintores foram:</p><p>Botticelli: os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a</p><p>possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para</p><p>ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas</p><p>de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo</p><p>tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus.</p><p>Obras destacadas: A Primavera e O Nascimento de Vênus.</p><p>Leonardo da Vinci: ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e</p><p>sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade, mas estimula a</p><p>imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou</p><p>capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do</p><p>conhecimento humano.</p><p>Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.</p><p>Michelangelo: entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina,</p><p>no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do</p><p>Antigo Testamento. Obras destacadas: Teto da Capela Sistina e a Sagrada</p><p>Família.</p><p>Rafael: suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e</p><p>segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em</p><p>espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi</p><p>considerado grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas</p><p>e Madona da Manhã.</p><p>Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma,</p><p>esta adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de</p><p>Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam o maior</p><p>dos quais é Michelangelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI.</p><p>Principais Características: buscavam representar o homem tal como ele é na</p><p>realidade; proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade;</p><p>profundidade e perspectiva; estudo do corpo e do caráter humano.</p><p>O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas</p><p>que nacionalizaram as ideias italianas. São eles: Durer, Hans Holbein, Bosch e</p><p>Bruegel.</p><p>(MARTINS, IMBROISI, s/d, s/p).</p><p>1.10 MANEIRISMO</p><p>Conforme Rebouças (s/d, s/p) o Maneirismo foi um estilo artístico</p><p>surgido na Europa no século XVI, cujo movimento revisava a visão clássica e</p><p>naturalista da arte. Manifestou na pintura, escultura e arquitetura italiana,</p><p>espalhando-se por toda Europa e colônias da América e Oriente. Na França,</p><p>Espanha e Portugal, o maneirismo ficou expresso como um estilo italiano</p><p>quinhentista. O estilo maneirista ficou caracterizado como uma valorização</p><p>da originalidade individual, pela complexidade e artificialismo que visava</p><p>sobrepor-se através da emoção, elegância e tensão em várias feições de</p><p>expressão.</p><p>O termo “maneirismo” provêm do italiano maniera, que significa “maneira” em</p><p>português, e reflete o estilo ou a maneira de um artista efetuar a sua obra. O</p><p>conceito do termo foi definido por Giovanni Bellori e Luigi Lanzi, escritores, como</p><p>forma de arte que expressava a artificialidade e o virtuosismo.</p><p>Não houve, durante a vigência deste estilo artístico ocorrida entre a alta</p><p>renascença e o barroco, uma negação ao sentido clássico por completo e sim</p><p>uma nova forma de enxergá-la e reproduzi-la como referencial estético, em</p><p>busca de uma nova arte. Era uma época de conflito entre o tradicional e o</p><p>inovador na esfera das artes em geral. Dentre os artistas maneiristas podemos</p><p>citar Giorgio Vassari, Andrea Palladio, Giovanni da Palestrina, Giuliu Romano,</p><p>entre outros que se destacaram na pintura, escultura, arquitetura e na música.</p><p>O Maneirismo começou a declinar na Itália no fim do século XVI. (REBOUÇAS,</p><p>s/d, s/p)</p><p>1.11 A ARTE BARROCA</p><p>Para Sousa (s/d, s/p) o caráter transitório que marcou os primeiros tempos do</p><p>período moderno é alvo de um amplo estudo que se esforça em considerar as</p><p>permanências e transformações experimentadas neste período. A expansão</p><p>marítima, o Renascimento, a descoberta do Novo Mundo, as novas religiões</p><p>protestantes, a consolidação do poder monárquico integram uma gama de</p><p>acontecimentos complexos que irão reverberar nas diversas instâncias de ordem</p><p>social, política e econômica.</p><p>Na esfera artística, temos a ascensão de novos padrões estéticos que</p><p>procuravam superar todo aquele rigor proveniente dos princípios de simetria e</p><p>equilíbrio valorizados pelo Renascimento. Entre outras mudanças, percebemos</p><p>o surgimento de pinturas e esculturas marcadas por formas retorcidas e tensas.</p><p>A preocupação em reforçar o racionalismo e equilibrá-lo com as emoções perde</p><p>campo para uma arte mais emotiva e cotidiana. Foi nessa tendência que a arte</p><p>barroca ganhou espaço e passou a inaugurar um novo período na arte europeia,</p><p>que já havia experimentado dos valores estabelecidos pela renascença. Na</p><p>chamada arte barroca notamos uma preocupação menor com as formas e as</p><p>linhas utilizadas na criação de uma pintura ou escultura. A valorização das cores</p><p>e a contraposição de luzes e sombras tinham grande importância na</p><p>demonstração dos gestos e estados de espírito do homem.</p><p>Na trajetória do barroco também devemos contabilizar o papel exercido</p><p>pela Igreja, preocupada naquele momento em frear os avanços do</p><p>protestantismo e da renascença. O enfraquecimento do poder católico promoveu</p><p>a disseminação dessa arte sinuosa e dramática utilizada como meio de</p><p>reafirmação dos valores cristãos por meio de imagens que pretendiam causar</p><p>impacto semelhante ao das esculturas. Não por acaso, o barroco nasce na Itália,</p><p>centro do poder católico, e ganha igual força entre os países ibéricos.</p><p>A história e atributos de santos e mártires católicos se viam representados</p><p>com bastante frequência na pintura, nas esculturas e construções do período.</p><p>Os elementos eram dispostos de uma maneira pouco assimétrica, assumindo na</p><p>maioria das vezes uma organização diagonal. Paralelamente, podemos também</p><p>destacar um tipo de realismo que tentava captar situações cotidianas vividas por</p><p>pessoas simples, propondo um contraste à reprodução das autoridades</p><p>monárquicas que se firmavam na época. (SOUZA, s/d, d/p)</p><p>1.12 ARTE CONTEMPORÂNEA1</p><p>1 A arte contemporânea trouxe muito estilos e forma de expressão em arte.</p><p>Alguns deles são:</p><p>Modernismo, Romantismo, Realismo, Impressionismo, Expressionismo,</p><p>Cubismo, Futurismo, Pintura Metafísica, Dadaísmo, Abstracionismo</p><p>Geométrico, Abstracionismo sensível, Concretismo, Surrealismo, Cobra, Pop</p><p>Art, Op Art, Graffiti, Interferência, Instalação Art Naif.</p><p>Para Santana (s/d, s/p) a arte contemporânea é construída não mais</p><p>necessariamente com o novo e o original, como ocorria no Modernismo e nos</p><p>movimentos vanguardistas. Ela se caracteriza principalmente pela liberdade de</p><p>atuação do artista, que não tem mais compromissos institucionais que o limitem,</p><p>portanto pode exercer seu trabalho sem se preocupar em imprimir nas suas</p><p>obras um determinado cunho religioso ou político.</p><p>Esta era da história da arte nasceu em meados do século XX e se estende até</p><p>a atualidade, insinuando-se logo depois da Segunda Guerra Mundial. Este</p><p>período traz consigo novos hábitos, diferentes concepções, a industrialização</p><p>em massa, que imediatamente exerce profunda influência na pintura, nos</p><p>movimentos liter rios, no universo „fashion‟, na esfera cinematográfica, e nas</p><p>demais vertentes artísticas. Esta tendência cultural com certeza emerge das</p><p>vertiginosas transformações sociais ocorridas neste momento. Os artistas</p><p>passam a questionar a própria linguagem artística, a imagem em si, a qual</p><p>subitamente dominou o dia-a-dia do mundo contemporâneo. Em uma atitude</p><p>metalinguística, o criador se volta para a crítica de sua mesma obra e do material</p><p>de que se vale para concebê-la, o arsenal imagético ao seu alcance. (SANTANA,</p><p>s/d, s/p)</p><p>Nos anos 60, conforme Santana (s/d, /p) a matéria gerada pelos novos</p><p>artistas revela um caráter espacial, em plena era da viagem do Homem ao</p><p>espaço, ao mesmo tempo em que abusa do vinil. Nos 70 a arte se diversifica,</p><p>vários conceitos coexistem, entre eles a Op Art, que opta por uma arte</p><p>geométrica; a Pop Art, inspirada nos ídolos desta época, na natureza celebrativa</p><p>desta década – um de seus principais nomes é o do imortal Andy Warhol; o</p><p>Expressionismo Abstrato; a Arte Conceitual; o Minimalismo; a Body Art; a</p><p>Internet Street e a Art Street, a arte que se desenvolve nas ruas,</p><p>influenciada pelo grafit e pelo movimento hip-hop. É na esteira das intensas</p><p>transformações vigentes neste período que a arte contemporânea se consolida.</p><p>Ela realiza um mix de vários estilos, diversas escolas e técnicas. Não há uma</p><p>mera contraposição entre a arte figurativa e a abstrata, pois dentro de cada uma</p><p>destas categorias há inúmeras variantes. Enquanto alguns quadros se revelam</p><p>rigidamente figurativos, outros a muito custo expressam as características do</p><p>corpo de um homem, como a Marilyn Monroe concebida por Willem de Kooning,</p><p>em 1954. No seio das obras abstratas também se encontram diferentes</p><p>concepções, dos traços ativos de Jackson Pollok à geometrização das criações</p><p>de Mondrian. Outra vertente artística opta pelo caos, como a associação</p><p>aleatória de jornais, selos e outros materiais na obra Imagem como um centro</p><p>luminoso, produzida por Kurt Schwitters, em 1919.</p><p>Os artistas nunca tiveram tanta liberdade criadora, tão variados</p><p>recursos materiais em suas mãos. As possibilidades e os caminhos são</p><p>múltiplos, as inquietações mais profundas, o que permite à Arte</p><p>Contemporânea ampliar seu espectro de atuação, pois ela não trabalha</p><p>apenas com objetos concretos, mas principalmente com conceitos e atitudes.</p><p>Refletir sobre a arte é muito mais importante que a própria arte em si, que</p><p>agora já não é o objetivo final, mas sim um instrumento para que se possa</p><p>meditar sobre os novos conteúdos impressos no cotidiano pelas velozes</p><p>transformações vivenciadas no mundo atual. (SANTANA, s/d, s/p).</p><p>2. SEMANA DE ARTE MODERNA NO BRASIL - 1922</p><p>Para Senday (2010, s/p) nos primeiros anos do século XX, inicia-se em São</p><p>Paulo o processo de industrialização do país. Produziam-se, além de</p><p>manufaturados, contingentes de trabalhadores operários: homens, mulheres e</p><p>crianças, que, submetidos às condições mais aviltantes de trabalho, ocupavam</p><p>as fileiras de produção. Enquanto isso, a decadente elite do café, já deficitária,</p><p>ostentava um alto padrão de vida, sustentado pela política dos governadores,</p><p>que, para evitar a queda de preço do produto, compravam os excedentes,</p><p>socializando apenas os prejuízos. A grande paralisação de operários, em 1907,</p><p>a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, o Tenentismo, em 1922, somados</p><p>aos ecos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), evidenciaram o esgotamento</p><p>da estrutura de poder no primeiro quarto deste século no Brasil. Junto com a</p><p>estrutura sociopolítica, esgotara- se a arte que ela sustentava, de modo que,</p><p>concomitante àqueles acontecimentos, os próprios artistas denunciavam a crise</p><p>da cultura e da arte brasileira e a necessidade de sua transformação. Assim,</p><p>antes mesmo da Semana de 22, são notáveis os seguintes eventos:</p><p>1912: Oswald de Andrade volta da Europa e começa a divulgar o Futurismo, de</p><p>Marinetti, e a técnica do verso livre. Já no ano anterior fundada, com Emílio de</p><p>Meneses, o jornal humorístico O Pirralho, em que Juó Bananere (Alexandre</p><p>Marcondes Machado) parodiava português dos ítalo-paulistanos, poemas</p><p>célebres do Romantismo e do Parnasianismo;</p><p>1913: Lasar Segal realiza a primeira exposição de pintura moderna em São</p><p>Paulo.</p><p>Expõe quadros expressionistas e é totalmente ignorado;</p><p>1914: Anita Malfatti faz sua primeira exposição de pintura não acadêmica. Uma</p><p>série de artigos sobre o Futurismo sai em O Estado de S. Paulo;</p><p>1915: Fundação da revista Orfeu, que introduz o Modernismo em Portugal.</p><p>Ronald de Carvalho, que participa da Semana, e Luís de Montalvor organizam</p><p>no Rio o primeiro número da revista;</p><p>1917: Publicação de livros de estreia de futuros participantes da Semana: Há</p><p>uma Gota de Sangue em Cada Poema, de Mario de Andrade, protesto pacifista</p><p>contra a Primeira Guerra Mundial. Cinza das Horas, de Manuel Bandeira,</p><p>“queixume de um doente desenganado”, segundo o próprio autor.</p><p>No seu livro seguinte, Carnaval (1919), aparecia o poema satírico Os</p><p>Sapos, que seria recitado na segunda noite da Semana de Arte Moderna.</p><p>Moisés e Juca Mulato, de Menotti Del Picchia. Nós, de Guilherme de Almeida,</p><p>ainda parnasiano e decadentista. A Flauta de Pã, de Cassiano Ricardo, com</p><p>sonetos parnasianos. (SENDAY, 2010, s/p)</p><p>Na música erudita, segundo Senday (2010, s/p) Villa-Lobos compõe o</p><p>balé Amazonas, incluindo elementos do folclore brasileiro, influenciado por</p><p>Stravinsky; na música popular, é gravado em disco um samba, Pelo Telefone,</p><p>de Donga. Outro evento foi a Exposição de 53 quadros de Anita Malfatti (1917),</p><p>que provocou a dura crítica “Paródia ou Mistificação? ”, de Monteiro Lobato, em</p><p>O Estado de São Paulo (20/12/1917). Segue-se o trecho da crítica: “(...) Estas</p><p>considerações são provocadas pela exposição da Sra. Anita Malfatti, onde se</p><p>notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido</p><p>das extravagâncias de Picasso e companhia. Essa artista possui talento</p><p>vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida para má</p><p>direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes (...)”. Por</p><p>conseguinte, ocorreriam nos anos posteriores, o surgimento de Victor Brecheret,</p><p>a publicação de Carnaval, de Manuel Bandeira, a exposição de Di Cavalcanti, os</p><p>artigos Mestres do Passado, em que Mario de Andrade analisa, criticamente, a</p><p>poesia parnasiana.</p><p>A Semana de Arte Moderna de 22, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de</p><p>1922 no Teatro Municipal de São Paulo, contou com a participação de escritores,</p><p>artistas plásticos, arquitetos e músicos. Seu objetivo era renovar o ambiente</p><p>artístico e cultural da cidade com “a perfeita demonstração do que há em nosso</p><p>meio: em escultura, arquitetura, música e literatura, sob o ponto de vista</p><p>rigorosamente atual”, como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de</p><p>1922. A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências</p><p>vanguardistas da Europa sem, contudo, perder o caráter nacional, era uma das</p><p>grandes aspirações que a Semana tinha em divulgar.</p><p>Esse era o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da</p><p>Independência e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil,</p><p>libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros. Seria,</p><p>então, um movimento pela independência artística do Brasil. Os jovens</p><p>modernistas da Semana negavam, antes de qualquer coisa, o academicismo nas</p><p>artes. A essa altura, estavam já influenciados esteticamente por tendências e</p><p>movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas ramificações pós-</p><p>impressionistas. Até aí, nenhuma novidade nem renovação. Mas, partindo desse</p><p>ponto, pretendiam utilizar tais modelos europeus, de forma consciente, para uma</p><p>renovação da arte nacional, preocupados em realizar uma arte nitidamente</p><p>brasileira, sem complexos de inferioridade em relação à arte produzida na</p><p>Europa. (SENDAY, 2010, s/p)</p><p>Para Senday (2010, s/p) de acordo com o catálogo da mostra, participavam da</p><p>Semana os seguintes artistas: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Zina Aita, Vicente do</p><p>Rego Monteiro, Ferrignac (Inácio da Costa Ferreira), Yan de Almeida Prado,</p><p>John Graz, Alberto Martins Ribeiro e Oswaldo Goeldi, com pinturas</p><p>e desenhos.</p><p>Marcavam presença, ainda, Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e</p><p>Wilhelm Haarberg, com esculturas; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel,</p><p>com projetos de arquitetura. Além disso, havia escritores como Mário de</p><p>Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio</p><p>Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro</p><p>Couto e Guilherme de Almeida. Na música, estiveram presentes nomes</p><p>consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso</p><p>Viana.</p><p>São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições</p><p>para a realização de tal evento. Tratava-se de uma próspera cidade, que recebia</p><p>grande número de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a</p><p>implantação de indústrias e reurbanização. Era, enfim, uma cidade favorável a</p><p>ser transformada num centro cultural da época, abrigando vários jovens artistas.</p><p>Ao contrário, o Rio de Janeiro, outro polo artístico, se achava impregnado pelas</p><p>ideias da Escola Nacional de Belas-Artes, que, por muitos anos ainda,</p><p>defenderia, com unhas e dentes, o academicismo. Claro que existiam no Rio</p><p>artistas dispostos a renovar, mas o ambiente não lhes era propício, sendo-lhes</p><p>mais fácil aderir a um movimento que partisse da capital paulista. (...) (SENDAY,</p><p>2010, s/p)</p><p>- A semana: para Senday (2010, s/p) patrocinada pela elite letrada dos</p><p>“quatrocentões paulistanos”, a Semana “foi ao mesmo tempo, o ponto de</p><p>encontro das diversas tendências modernas que desde a I Guerra se vinham</p><p>firmando em São Paulo e no Rio, e a plataforma que permitiu a consolidação de</p><p>grupos, a publicação de livros, revistas e manifestos, numa palavra, o seu</p><p>desdobrar-se em viva realidade cultural”. Ocorreu em três noites, 13, 15 e 17 de</p><p>fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Na primeira noite (13 de</p><p>fevereiro), Graça Aranha, que, como membro da Academia Brasileira de Letras,</p><p>conferia ao evento um ar de respeitabilidade, profere a conferência Emoção</p><p>Estética da Arte Moderna, ilustrada com poemas declamados por Guilherme de</p><p>Almenida e Ronald de Carvalho, acompanhados por Ernâni Braga ao piano,</p><p>executando, de Eric Satie, a paródia da Marcha Fúnebre de Chopin. Na segunda</p><p>noite (15 de fevereiro), começa com um discurso de Menotti del Picchia</p><p>sobre romancistas contemporâneos, acompanhado por leitura de poesias e</p><p>números de dança. É aplaudido. Segue-se um trecho da conferência:</p><p>“queremos lua, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos,</p><p>motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho na nossa arte. E que</p><p>o rufo do automóvel, nos trilhos de dois versos, espante da poesia o último deus</p><p>homérico, que ficou, anacronicamente, a dormir e a sonhar, na era do jazz band</p><p>e do cinema, com a flauta dos pastores da Arc dia e dos seios de Helena! ” Mas,</p><p>quando foi anunciado Oswald de Andrade, começaram as vaias e insultos na</p><p>plateia. É lido o poema, Os Sapos, de Manuel Bandeira, por Oswald de Andrade.</p><p>As vaias só param quando sobe ao palco a aclamada pianista Guiomar Novais.</p><p>Após, Mario de Andrade, sob vaia, lê poemas que constituíram o livro A Escrava</p><p>que não é Isaura, Renato de Almeida critica o Parnasianismo e Villa-Lobos entra</p><p>no palco de chinelos (pois teria um calo no pé) e guarda-chuva, indignando o</p><p>público. A terceira e última noite (17 de fevereiro) é totalmente dedicada à</p><p>música de Villa-Lobos. As vaias continuam até que a maioria pede silêncio para</p><p>ouvi-lo. Os instrumentistas tentam executar as peças incluídas no programa</p><p>apesar do barulho feito pelos espectadores e levam o recital até o fim.</p><p>O escritor Graça Aranha (1868-1931) aderiu abertamente à Semana da</p><p>Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de</p><p>Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via. Dois</p><p>grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que</p><p>pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura,</p><p>tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos,</p><p>os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram</p><p>conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas</p><p>posições até as últimas consequências. Então, numa histórica sessão da</p><p>Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados</p><p>e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um</p><p>grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o</p><p>mesmo com Graça Aranha.</p><p>Em suma, Mário de Andrade, com suas conferências, leituras de poemas</p><p>e publicações em jornais foi uma das personalidades mais ativas da Semana.</p><p>Oswald de Andrade talvez fosse um dos artistas que melhor representavam o</p><p>clima de ruptura que o evento procurava criar. Manuel Bandeira, mesmo distante,</p><p>provocou inúmeras reações de agrado e de ódio devido a seu poema Os</p><p>Sapos, que fazia uma sátira do Parnasianismo, poema esse que foi lido durante</p><p>o evento. (SENDAY, 2010, s/p)</p><p>Ainda de acordo com Senday (2010, s/p) a revista Klaxon, Mesário de Arte</p><p>Moderna, durou de maio de 1922 a fevereiro de 1923. Reunindo os modernistas</p><p>da fase heroica, não sobreviveu à divisão entre a corrente dinamista, adepta do</p><p>futurismo, da técnica, da velocidade, da experimentação de uma linguagem</p><p>nova, e a primitivista, chegada ao expressionismo e à exploração do folclore</p><p>brasileiro. Dividida entre a ânsia de modernização do Brasil e a civilização de</p><p>que nossas raízes indígenas e negras precisavam de tratamento estético</p><p>adequado, a revista, incongruente na aparência, é o fundamento de obras como</p><p>Macunaíma, Pau-Brasil, Cobra Norato, Martim Cererê, Revista de Antropofagia,</p><p>Memórias Sentimentais de João Miramar, etc. A revista Estética, dirigida por</p><p>Sérgio Buarque de Holanda e Prudente Morais Neto, foi lançada em 1924 e teve</p><p>três números fartos de material teórico. Nessa revista, a disputa era entre “arte</p><p>interessada” e “arte autônoma”.</p><p>Logo após a realização da Semana, alguns artistas fundamentais que dela</p><p>participaram acabam voltando para a Europa (ou indo lá pela primeira vez, no</p><p>caso de Di Cavalcanti), dificultando a continuidade do processo que se iniciara.</p><p>Por outro lado, outros artistas igualmente importantes chegavam após estudos</p><p>no continente, como Tarsila do Amaral, um dos grandes pilares do Modernismo</p><p>Brasileiro.</p><p>Não resta dúvida, porém, que a Semana integrou grandes personalidades</p><p>da cultura na época e pode ser considerado importante marco do Modernismo</p><p>Brasileiro, com sua intenção nitidamente antiacadêmica e introdução do país nas</p><p>questões do século. Por fim, a própria tentativa de estabelecer uma arte</p><p>brasileira, livre da mera repetição de fórmulas europeias foi de extrema</p><p>importância para a cultura nacional e a iniciativa da Semana, uma das pioneiras</p><p>nesse sentido. (SENDAY, 2010, s/p).</p><p>3. FILOSOFIA DA ARTE</p><p>De acordo com Vaccari (2009, s/p) ao abrirmos um manual de filosofia,</p><p>muitas vezes, nos deparamos com o termo filosofia da arte e nem sempre</p><p>sabemos exatamente a que se refere essa linha de pensamento que, de uma</p><p>forma ou de outra, pertence à filosofia. Então, pergunta-se: o que significa, afinal,</p><p>filosofia da arte? Como ela surgiu? E, mais importante, como é possível pensar</p><p>a arte filosoficamente?</p><p>O termo “filosofia da arte” é muitas vezes confundido com o termo</p><p>“estética”. Muito embora alguns autores insistam em separar uma coisa da outra,</p><p>no fim, um termo e outro não deixam de designar uma e mesma coisa: a relação</p><p>do pensamento filosófico com a criação artística. Se formos investigar na história</p><p>da filosofia como surgem ambos os termos, veremos que o termo “estética”, por</p><p>exemplo, foi criado por Alexander Baumgarten (1714-1762) apenas no século</p><p>XVII, seguindo as exigências iluministas daquele século de definir e delimitar</p><p>todas</p><p>as áreas do saber humano. Pela primeira vez na história da filosofia, o</p><p>pensamento filosófico sobre a arte adquire, se não um terreno sólido, ao menos</p><p>uma denominação mais específica em meio às demais disciplinas que desde</p><p>sempre fizeram parte dos principais troncos da filosofia: a ontologia, a moral e a</p><p>política. Segundo Baumgarten, se essa experiência provocada pela obra de arte</p><p>e pela criação artística em geral deveria conquistar para si um lugar ao sol em</p><p>meio às demais disciplinas filosóficas, esse lugar deveria ser aquele da</p><p>sensação.</p><p>De fato, como a obra de arte exige sempre um contato mínimo com um</p><p>dos sentidos (por exemplo, a música com o ouvido, a pintura com a visão), o</p><p>ramo da filosofia dedicado a essa experiência deveria invariavelmente chamar-</p><p>se estética, na esteira do termo grego esthésis, que designa a sensação</p><p>sensível. Em completa oposição à lógica, conhecida como a ciência das regras</p><p>do pensamento, a estética, ao contrário, deveria ser aquela linha de</p><p>pensamento dentro da filosofia cujo objetivo era determinar as regras, não do</p><p>pensamento, mas da sensação sensível, a partir das quais se poderia definir</p><p>uma experiência estética. E muito embora seja possível dizer que desde</p><p>sempre os filósofos se ocuparam com o problema da criação artística - por</p><p>exemplo, Platão no livro X da República e Aristóteles na sua Arte Poética -</p><p>apenas no século XVII com Baumgarten essa preocupação passou a ser</p><p>sistematizada, vindo a receber essa nomeação. (VACCARI, 2009, s/p)</p><p>No que se refere à filosofia da arte, segundo Vaccari (2009, s/p) a sua definição</p><p>e datação é um pouco mais complexa, e isso por vários motivos. Entre eles, está</p><p>o de que não se tem registro de um determinado autor que tenha criado esse</p><p>termo e o tenha definido, tal como Baumgarten o fez com a estética. De fato,</p><p>embora se precise mais ou menos o mesmo século XVIII como o século de</p><p>nascimento da chamada filosofia da arte, atribui-se a esse nascimento antes</p><p>todo um movimento filosófico do que um ou outro autor. É comum dizer que a</p><p>filosofia da arte teve seu início no círculo de filósofos do chamado idealismo</p><p>alemão, que, dependendo de como o enxergue, se inicia com o grande seguidor</p><p>da filosofia kantiana, J. Gottlieb Fichte (1762- 1814) passa por Friedrich Schiller</p><p>(1759- 1805), Friedrich W. J. Schelling (1775-1854), por Friedrich Holderlin</p><p>(1770-1843) e termina no grande sistema do idealismo alemão de G. W.</p><p>Friedrich Hegel (1770-1831). Como se pode ver pelos temas tratados por todos</p><p>esses pensadores, a arte constituiria, senão o mais importante, ao menos um</p><p>dos mais relevantes temas do pensamento de cada um deles e de todo esse</p><p>movimento. E, embora não seja costume chamá-lo filósofo, não se pode</p><p>esquecer o fato de que todos esses pensadores possuíam uma ligação visceral</p><p>com a obra e a pessoa do chamado pai da língua alemã, o poeta Johann</p><p>Wolfgang von Goethe (1749-1832).</p><p>Essa ligação, não apenas com Goethe, mas de todos esses nomes entre</p><p>si e em torno de um mesmo ideal, definiu essa nova postura do pensamento</p><p>filosófico, a qual hoje se dá o nome de filosofia da arte. Esse ideal, como se</p><p>poderia ver já pelos escritos de todos eles, referia-se ao interesse preponderante</p><p>pela criação e pela obra de arte em geral e, dentro desta, pela poesia.</p><p>Se existe, assim, um elemento que permita diferenciar a estética tal como</p><p>havia sido formulada por Baumgarten da chamada filosofia da arte, ela repousa</p><p>principalmente nessa preferência pela poesia. Como se pode ver já pela principal</p><p>característica desse seleto grupo de pensadores, a poesia é o ponto forte de</p><p>quase todos eles. Não apenas Schiller, cuja obra filosófica mais conhecida,</p><p>intitula-se</p><p>Cartas sobre a educação estética do homem , mas também Holderlin são</p><p>conhecidos muitas vezes antes por sua obra poética do que pela produção</p><p>filosófica. (VACCARI, 2009, s/p)</p><p>4. SOCIOLOGIA DA ARTE</p><p>De acordo com a Infopédia (s/d, s/p) poder-se-á admitir que na origem do</p><p>fenômeno artístico se encontre a dicotomia agradável/desagradável;</p><p>entenderemos, assim, a arte como a criação de objetos cujas formas, massas,</p><p>texturas e proporções propiciam sensações estéticas agradáveis, por oposição</p><p>às criações que provoquem reações de repulsa ou de desagrado.</p><p>Não falamos, no entanto, do belo como paradigma do que deve ser</p><p>considerado arte: falamos apenas de sensações estéticas. De fato, a criação</p><p>de objetos tendo em vista a experiência estética existe em todos os conjuntos de</p><p>homens (entendidos como “culturas”, como “povos”, como “sociedades”(...).</p><p>Poder-se-á afirmar, perto da verdade, que não há homens sem experiências</p><p>estéticas. No entanto, o prazer est tico “puro” (no dizer de Bourdieu) é privilégio</p><p>dos que têm acesso às condições necessárias para o sentir (ou seja, a existência</p><p>de arte pela arte e uma educação familiar/escolar que permita a disposi ão “pura”</p><p>para a apreciação da arte, que, por sua vez, dar acesso ao prazer “puro”). Estas</p><p>condições tendem, ainda segundo este autor, a perpetuar-se num mesmo grupo</p><p>social, conforme a sua tese de reprodução social. Ainda assim, cada homem</p><p>sente o objeto, ou cria o objeto, de entre muitas outras perspectivas, numa</p><p>acepção estética e, se quisermos, artística.</p><p>A criação artística possui desta forma, uma vertente coletiva, experimentada por</p><p>uma comunidade, e uma vertente individual, o conjunto se sensações de cada</p><p>homem per si. O desejo de dar forma, de usar da sensibilidade estética própria</p><p>para criar, é o aspecto fundamental da faceta individual da arte: é-se artista,</p><p>intimamente, para além da envolvente. No entanto, o artista é membro de uma</p><p>comunidade, tem à sua disposição os materiais e as condições de criação</p><p>inerentes ao seu lugar e ao seu tempo; além disso, o artista produz não apenas</p><p>para si próprio, mas para a sua comunidade. Nesta acepção, o artista é um</p><p>produtor social, como a sua arte é um produto social. Analisemos com maior</p><p>profundidade: o Homem, produzindo objetos que têm em vista a experiência</p><p>estética (ou, de outra forma, objetos estéticos), funciona como um produtor</p><p>social, uma vez que, ainda que o não faça voluntariamente, produz para os</p><p>outros. Os outros irão experimentar os seus objetos, poderão ser por eles</p><p>tocados de variados pontos de vista (estético, econômico, funcional, político,</p><p>religioso e tantos outros). O objeto artístico assume papéis sociais tão mais</p><p>complexos e abrangentes quanto mais conhecidos e mais experimentados.</p><p>Voltando a referir Bourdieu, valerá a pena refletir no que este autor afirma</p><p>a propósito do acesso à arte (por exemplo, no que se refere ao ingresso nos</p><p>museus onde a arte está disponível): o acesso verifica-se, depende</p><p>estatisticamente do nível de instrução (isto é dizer, do número de anos passados</p><p>na escola). Por outras palavras, a arte é produtor social, sim, mas de grupos</p><p>restritos da sociedade; grupos que tendem a perpetuar-se como tal, produzindo</p><p>e gozando os resultados dessa produção quase em ciclo fechado; reproduzindo-</p><p>se socialmente, para usarmos a linguagem do autor. Por outro lado, o objeto</p><p>estético, artístico, é também um produto social: tudo o que envolve a sua</p><p>produção aponta nesse sentido. O artista não é um ser isolado, imune e</p><p>intangível; quando o objeto é produzido é para um público (real ou potencial) e</p><p>muitas vezes o artista recorre a colaboradores na execução do seu objeto; a</p><p>própria produção material do objeto, recorrendo a instrumentos e a meios</p><p>técnicos, é uma produção que está imbuída de social; o artista integra-se ou</p><p>destaca-se de “escolas” e de “estilos”, teme ou despreza a “concorrência”, mas,</p><p>inevitavelmente, não pode deixar de existir e de produzir num meio socialmente</p><p>ativo e influente; o objeto artístico é, ainda, produto social pela própria</p><p>universalidade da linguagem estética, independentemente</p>