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<p>ASSISTÊNCIA</p><p>TÉCNICA E</p><p>EXTENSÃO RURAL</p><p>Eliziane Silva Vieira</p><p>Metodologia de extensão</p><p>rural: individuais,</p><p>grupais e de massa</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Identificar métodos de diagnósticos, formais e participativos.</p><p> Demonstrar as potencialidades e os limites da difusão de tecnologias.</p><p> Construir formas de planejamento, monitoramento e avaliação de</p><p>projetos.</p><p>Introdução</p><p>Neste capítulo, você conhecerá as metodologias desenvolvidas para</p><p>se atender às necessidades do produtor rural, e como este passou de</p><p>agente passivo a ativo nos serviços de extensão rural, colaborando com</p><p>a análise e a solução de diferentes ocorrências no processo produtivo.</p><p>Você entenderá como a difusão de tecnologia nem sempre ocorre da</p><p>forma desejada, pois diferentes fatores influenciam o seu sucesso ou</p><p>fracasso, além de perceber como o extensionista é parte essencial na</p><p>transmissão de tecnologias.</p><p>Nesta leitura, será possível compreender como o planejamento, o</p><p>monitoramento e a avaliação dos projetos de extensão rural são de ex-</p><p>trema importância para o desempenho da gestão da produção agrícola</p><p>pelo próprio produtor rural.</p><p>Metodologias de diagnósticos rurais</p><p>Os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no Brasil foram,</p><p>por muitos anos, praticados baseados em métodos difusionistas produtivistas,</p><p>onde o produtor rural era persuadido a integrar novas tecnologias e novas</p><p>práticas. O conhecimento do produtor rural era desconsiderado, e as inovações</p><p>eram transmitidas de forma vertical, com viés tecnicista (OLIVEIRA, 2015).</p><p>Para obter informações acerca da propriedade rural e dos processos agrí-</p><p>colas, eram utilizados diagnósticos formais. Esses diagnósticos eram longos e</p><p>pouco confiáveis questionários que não estimulavam a participação do produtor</p><p>rural (GUIMARÃES; LOURENÇO; LOURENÇO, 2007).</p><p>A partir da década de 1980, um novo viés de serviços de extensão rural</p><p>começa a ser construído em oposição aos métodos difusionistas produtivistas.</p><p>Novos conceitos de desenvolvimento agrícola, do papel do produtor e de outros</p><p>profissionais da cadeia produtiva, e do papel do extensionista são criados.</p><p>Uma nova forma de atuação da ATER, buscando a participação do produtor</p><p>rural de forma horizontal e interativa, vai se consolidando.</p><p>O Diagnóstico Rural Rápido foi uma das primeiras ferramentas nessa fase</p><p>de transição de metodologias da extensão rural. O Diagnóstico permitia que</p><p>o extensionista obtivesse informações sobre a comunidade rural, de maneira</p><p>econômica e eficiente, sendo menos exploradora que os métodos difusionistas</p><p>produtivistas (CHAMBERS, 1992).</p><p>Na sequência, a partir desse novo movimento de ação, a participação do</p><p>produtor rural passa a ocorrer em todas as fases do processo, desde a iden-</p><p>tificação de problemas ao desenvolvimento de soluções. O uso de soluções</p><p>tecnológicas deve promover a melhoria da qualidade de vida do produtor rural e</p><p>não somente ao aumento da produtividade. Nessa vertente, novas metodologias</p><p>de serviço de ATER foram criadas para desenvolver conhecimentos baseados</p><p>nas competências dos atores envolvidos em cada parte do processo produtivo.</p><p>Metodologias participativas, que permitem a reflexão, a compreensão da</p><p>realidade e a busca de soluções compatíveis com os diferentes ambientes de</p><p>agricultores familiares, fazem parte do novo viés da extensão rural. Essas</p><p>metodologias são baseadas em intervenções sociais, onde o extensionista</p><p>através do diálogo fomenta a autonomia dos produtores rurais.</p><p>As metodologias participativas devem ser aplicadas considerando cada</p><p>realidade observada. A ferramenta utilizada deve levar em consideração a área</p><p>a ser estudada, a mão de obra e os materiais disponíveis e, principalmente, a</p><p>que público serão destinadas as informações.</p><p>O Diagnóstico Rural Participativo (DRP) é uma das ferramentas das novas</p><p>metodologias participativas e é usado para traçar planos estratégicos voltados</p><p>para o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais. Os produtores</p><p>rurais têm poder na análise, no planejamento e durante a execução dos processos</p><p>produtivos. Os princípios básicos de um DRP são:</p><p>Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa2</p><p> respeitar a sabedoria e a cultura do povo;</p><p> analisar e entender as diferentes percepções;</p><p> escutar toda a comunidade;</p><p> visualização de resultados;</p><p> triangulação - diferentes pontos de vista de um fenômeno;</p><p> ignorância ótima - restringir a coleta de dado; e</p><p> análise e apresentação para a comunidade.</p><p>Para a aplicação desses princípios básicos do DRP, diferentes técnicas são</p><p>utilizadas: diagramas, mapas e croquis, calendários sazonais, diagrama de</p><p>Venn, ranking, árvore de problemas e causas, entrevistas semiestruturadas.</p><p>O uso dessas técnicas, no entanto, não garante a participação do produtor</p><p>rural na resolução dos problemas identificados em suas unidades agrícolas.</p><p>É necessário a atuação do extensionista como agente transformador, através</p><p>da comunicação e da facilitação, para integrar o produtor rural como par-</p><p>ceiro de planejamento (GUIMARÃES; LOURENÇO; LOURENÇO, 2007;</p><p>VERDEJO, 2006).</p><p>Participação do produtor rural</p><p>A participação do produtor rural como ator nos processos decisórios deve</p><p>sempre ser bem analisada. As metodologias participativas muitas vezes não</p><p>garantem que sua participação seja interativa, sendo em muitos casos uma</p><p>participação funcional. Há diferentes níveis de participação (Quadro 1), que</p><p>produzem a ideia de que o produtor rural tem uma atuação ativa, enquanto</p><p>na verdade já existe uma ideia preconcebida sem considerar os anseios reais</p><p>da comunidade rural (GUIMARÃES; LOURENÇO; LOURENÇO, 2007).</p><p>3Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa</p><p>Fonte: Adaptado de Guimarães, Lourenço e Lourenço (2007).</p><p>Passiva</p><p>O produtor rural participa sendo</p><p>informado do que irá acontecer.</p><p>Não há consulta ou diálogo.</p><p>Fonte de informação</p><p>O produtor rural participa</p><p>respondendo questionários. Não há</p><p>retorno de dados ou resultados.</p><p>Consulta</p><p>O produtor rural é consultado por</p><p>agentes que definem as soluções</p><p>baseados na consulta realizada.</p><p>Participação por</p><p>incentivos materiais</p><p>O produtor rural participa</p><p>fornecendo recursos.</p><p>Participação funcional</p><p>O produtor rural participa formando</p><p>grupos que atendam a objetivos</p><p>predeterminados de um projeto</p><p>elaborado por agentes externos.</p><p>Participação interativa</p><p>O produtor rural participa de forma</p><p>interativa, atuando de forma ativa</p><p>nos processos de planejamento.</p><p>Automobilização</p><p>O produtor rural toma a iniciativa</p><p>para mudar os processos produtivos.</p><p>Quadro 1. Diferentes níveis de participação do produtor rural na análise, no planejamen-</p><p>to e na ação no processo produtivo</p><p>O desenvolvimento rural sustentável ocorre quando a comunidade rural</p><p>participa efetivamente da construção do planejamento produtivo, considerando</p><p>as necessidades sociais e ambientais da realidade local.</p><p>Difusão de tecnologias através da extensão</p><p>rural</p><p>A difusão de tecnologias no meio rural ocorreu, durante toda a história da</p><p>extensão rural, predominantemente devido à relação entre o extensionista e</p><p>o produtor rural. Em boa parte de sua história, a extensão rural era custeada</p><p>pelo estado. O resultado da adoção de tecnologias era medido pelo uso de</p><p>insumos ou pelos resultados produtivos, sem que houvesse despesas por parte</p><p>Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa4</p><p>do produtor rural pelo recebimento de informações. No entanto quando a</p><p>inovação proposta fracassava, o extensionista não era responsabilizado. Muitas</p><p>tecnologias incorporadas aos processos rurais foram malsucedidas por falta</p><p>de comprometimento do extensionistas na transferência de conhecimento</p><p>(DERETI, 2009).</p><p>Entre as décadas de 1960 e 1970 foram observados três fatores preponde-</p><p>rantes no insucesso da difusão de tecnologia: a ignorância, a impotência e a</p><p>não disposição. A ignorância e a impotência têm relação com o baixo nível de</p><p>escolaridade</p><p>de grande parte do público alvo, e consequentemente com baixa</p><p>renda e reduzido poder de compra. A aquisição de tecnologias de alto custo</p><p>se torna restritiva em situações como esta. Uma pequena parte de produtores</p><p>rurais possuem um nível de escolaridade mais elevado, são capitalizados e</p><p>detêm informações que potencializam a implementação de novas tecnologias.</p><p> É possível observar que uma das limitações da difusão de tecnologia</p><p>ocorre devido à desigualdade no acesso à informação, na infraestrutura</p><p>física e no transporte que muitas vezes são precários em determinadas</p><p>localidades. Ainda podemos citar que a deficiência de interação entre</p><p>centros de pesquisa, setor público e setor privado também é um fator</p><p>limitante da divulgação das inovações tecnológicas para o público rural.</p><p> Além das limitações citadas anteriormente, as condições burocráticas</p><p>impostas pelo governo com as quais o produtor rural precisa lidar na</p><p>busca da implementação das tecnologias e na abertura de empresas. A</p><p>extensão rural, na sua forma institucional, ainda apresenta deficiências</p><p>que comprometem o sucesso do serviço (FERREIRA; RUFFONI;</p><p>CARVALHO, 2017).</p><p>A difusão de tecnologia tem papel fundamental na produção agrícola. É</p><p>primordial que a extensão rural atue como serviço de difusão de tecnologia de</p><p>forma eficaz, para que os produtores rurais de baixo poder capital consigam</p><p>acompanhar o desenvolvimento agrícola. Também é necessário que existam</p><p>medidas de suporte através de órgãos governamentais, como convênios e</p><p>financiamentos.</p><p>Com a criação da Política Nacional da Assistência Técnica e Extensão</p><p>Rural, a difusão de tecnologias, principalmente a pequenos produtores com</p><p>menor poder capital, foi facilitada pelos novos métodos de transferência de</p><p>conhecimento dialógicos. Ainda assim, é necessário que o processo de trans-</p><p>ferência de tecnologias baseie-se no modelo com ações consistentes, com</p><p>5Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa</p><p>metodologias flexíveis, avaliações constantes de impacto de implementação</p><p>e atualizações das tendências tecnológicas (DERETI, 2009).</p><p>A transferência de tecnologia deve preencher a desinformação através de</p><p>programas planejados a fim de que informem os direitos e deveres de cada</p><p>parte, tanto para o produtor rural quanto para o próprio extensionista e de-</p><p>mais profissionais envolvidos no processo produtivo. Os programas a serem</p><p>adotados devem ser claros sobre a tecnologia possivelmente implementada,</p><p>informando o que ela é, como funciona, sua finalidade, os resultados esperados</p><p>com sua implementação, e qual o benefício que ela alcança após sua adoção.</p><p>Além da parte informativa sobre a própria tecnologia, o programa planejado</p><p>deve apresentar uma análise financeira informando o potencial de uso de</p><p>determinada tecnologia e quais as vantagens e desvantagens nas esferas social</p><p>e ambiental (DERETI, 2009).</p><p>Um exemplo de programa que contribui com a transferência de tecnologia</p><p>é o programa de Assistência Técnica e Gestão (ATeG) do SENAR. Esse pro-</p><p>grama estabelece um modelo de assistência técnica continuada à produtores</p><p>rurais, realizando ações nas áreas econômica, social e ambiental, visando ao</p><p>crescimento produtivo, o fortalecimento familiar e da comunidade rural. A</p><p>metodologia utilizada pela ATeG segue cinco etapas: Diagnóstico produtivo</p><p>individualizado; Planejamento estratégico; Adequação tecnológica; Capa-</p><p>citação profissional complementar e Avaliação sistemática de resultados.</p><p>Esse modelo de metodologia possibilita planejar os ajustes necessários que a</p><p>unidade agrícola necessita.</p><p>Conheça o programa ATeG do SENAR no link a seguir.</p><p>https://qrgo.page.link/VQxag</p><p>Planejamento, monitoramento e avaliação</p><p>Planejar um modelo de serviço de extensão rural baseia-se em descrever</p><p>um conjunto de ações que deverão ser executadas com objetivos, período</p><p>e público predefi nidos. O planejamento consiste em avaliar as alternativas</p><p>Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa6</p><p>e consequências das ações a serem implementadas, de forma que todos os</p><p>envolvidos entendam a sua importância. Também é necessário analisar a via-</p><p>bilidade técnica e operacional para executar tais ações (SANTANA, [201–?]).</p><p>O planejamento, para ocorrer de forma a atender os requisitos preestabe-</p><p>lecidos, deve seguir as seguintes etapas:</p><p>1. diagnóstico da realidade;</p><p>2. elaboração do plano de trabalho; e</p><p>3. execução e avaliação dos resultados.</p><p>Essas três etapas não são exclusivas, elas se comunicam em diferentes</p><p>momentos do processo de planejamento. O diagnóstico da realidade visa a</p><p>identificar os detalhes de determinada realidade, como os problemas e as po-</p><p>tencialidades existentes. A elaboração do plano de trabalho tem como objetivo</p><p>a descrição das ações passíveis de serem implementadas na realidade obser-</p><p>vada. A avaliação de resultados auxilia o ajuste do plano de trabalho quando</p><p>necessário. As avaliações devem ocorrer ao final do período determinado,</p><p>mas também é aconselhável que ocorram avaliações em períodos parciais de</p><p>cada etapa para otimizar o plano de trabalho (SANTANA, [201–?]).</p><p>O planejamento deve admitir a possibilidade de correções e melhorias</p><p>das ações visando ao bom andamento das práticas executadas. Para isso, o</p><p>processo de monitoramento e avaliação são ferramentas indispensáveis para</p><p>a manutenção da qualidade dos projetos. O monitoramento e a avaliação são</p><p>ferramentas de gerenciamento que consistem em acompanhar e analisar as</p><p>ações previamente planejadas para um projeto. Este processo auxilia na veri-</p><p>ficação de possíveis falhas nas ações desenvolvidas para o projeto e a planejar</p><p>soluções corretivas (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION, 1988;</p><p>BARBOSA, 2001).</p><p>O monitoramento deve ser contínuo, e ocorrer com periodicidade para</p><p>aprimorar os planos de trabalho e alcançar os resultados desejados. Para tal, o</p><p>monitoramento utiliza a coleta e a análise de dados e indicadores de processos</p><p>e resultados. Já a avaliação é uma análise detalhada do desenvolvimento de</p><p>determinado projeto, considerando a relevância, a eficácia, a eficiência, o im-</p><p>pacto e a sustentabilidade dele. Estes fatores, associados a possíveis perguntas</p><p>e indicadores relativos, podem fornecer informações sobre o desempenho de</p><p>um projeto. Ambos são complementares (Quadro 2).</p><p>7Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa</p><p>Fonte: Adaptado de Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural ([201–?].</p><p>Monitoramento Avaliação</p><p>Tornar os resultados do</p><p>projeto mais claros.</p><p>Analisar se os resultados esperados</p><p>foram alcançados ou não.</p><p>Conectar as atividades e seus</p><p>recursos aos objetivos.</p><p>Identificar os potenciais desvios</p><p>para alcançar os resultados.</p><p>Traduzir objetivos em indicadores</p><p>de desempenho e definir metas.</p><p>Medir o impacto e a sustentabilidade</p><p>dos resultados do projeto.</p><p>Fazer uma coleta de rotina de</p><p>indicadores, comparando os</p><p>resultados atuais com as metas.</p><p>Explorar novos resultados</p><p>não esperados.</p><p>Informar à chefia sobre o</p><p>progresso, alertando em caso</p><p>de potenciais problemas.</p><p>Fornecer lições aprendidas</p><p>oferecendo recomendações</p><p>para a melhoria.</p><p>— Possibilitar conhecer as conclusões</p><p>do projeto e elaborar planos de ação.</p><p>Quadro 2. Atividades desempenhadas no monitoramento e na avaliação</p><p>Os processos de monitoramento e avaliação podem ser executados a partir</p><p>das seguintes etapas:</p><p>1. Análise: fase de identificação das carências em extensão rural que</p><p>o projeto deverá abordar, utilizando a metodologia do marco lógico.</p><p>2. Execução: fase de entrega dos resultados do projeto, gerenciamento</p><p>dos recursos e o monitoramento do progresso para manter os gestores</p><p>informados e possibilitar a tomada de decisões.</p><p>3. Avaliação: fase onde as informações da etapa anterior são utilizadas</p><p>para a realização da avaliação e da análise do desempenho final do</p><p>projeto e de seu impacto.</p><p>Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa8</p><p>Marco lógico, também chamado de matriz de planejamento de projeto, de quadro</p><p>lógico ou matriz lógica, é uma das mais difundidas metodologias utilizadas no plane-</p><p>jamento, no monitoramento e na avaliação de programas e projetos.</p><p>Monitoramento e avaliação participativos</p><p>Diferentemente do monitoramento realizado por um agente externo (não par-</p><p>ticipativo), o monitoramento participativo tem o envolvimento da comunidade</p><p>rural, que atua na coleta, medição, registro, processamento e na transferência</p><p>de informações para o extensionista a respeito da localidade monitorada. O</p><p>produtor rural tem papel de destaque na resolução de problemas devido ao seu</p><p>conhecimento da situação local. O monitoramento participativo é construído</p><p>de forma coletiva, com processos refl exivos, troca de conhecimentos e tomada</p><p>de decisões de forma transparente.</p><p>O monitoramento participativo aprimora a aprendizagem, a capacidade e</p><p>as habilidades dos produtores locais para gerenciar, solucionar e implementar</p><p>um projeto. O diálogo participativo serve como ferramenta, principalmente</p><p>para o levantamento de indicadores que geram informações que serão usadas</p><p>no gerenciamento de ações de melhoria dos sistemas produtivos (MUNIZ;</p><p>ANDRADE, 2016).</p><p>A avaliação participativa é uma análise dos processos de um determinado</p><p>projeto feita pelos membros do grupo de trabalho (produtores rurais, exten-</p><p>sionistas e demais profissionais da cadeia produtiva). A avaliação permite</p><p>que sejam redefinidas as ações do projeto avaliado conforme o necessário</p><p>para atender os objetivos propostos para ele (FOOD AND AGRICULTURE</p><p>ORGANIZATION, 1988).</p><p>Além de verificar e, possivelmente, corrigir os objetivos de um determinado</p><p>projeto, o monitoramento e avaliação participativos atuam também como</p><p>ferramenta educacional, onde o produtor rural aumenta a sua conscientização</p><p>e compreensão sobre variados fatores inerentes aos processos produtivos,</p><p>ampliando o seu controle sobre a sua atividade agrícola.</p><p>9Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa</p><p>AGÊNCIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL. Manual de moni-</p><p>toramento e avaliação. Brasília, DF: ANATER, [201–?]. Versão 2.0. Disponível em: http://</p><p>www.anater.org/manuais.jsp . Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>BARBOSA, R. M. Monitoramento e avaliação de projetos sociais. 200. Monografia (Espe-</p><p>cialização em Desenvolvimento Rural e Agroecologia) — Universidade Federal do</p><p>Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. Disponível em: http://www.emater.tche.br/site/</p><p>arquivos_pdf/teses/mono_ricardo_barbosa.pdf. Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>CHAMBERS, R. Rural appraisal: rapid, relaxed and participatory. London: Institute of</p><p>Development Studies, 1992. Disponível em: https://www.ids.ac.uk/files/Dp311.pdf.</p><p>Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>DERETI, R. M. Transferência e validação de tecnologias agropecuárias a partir de insti-</p><p>tuições de pesquisa. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 19, p. 29–40, 2009. Disponível:</p><p>http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/32264/1/Transferencia-e-valida-</p><p>cao-de-tecnologias-agropecuarias....pdf. Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>FERREIRA, J. L.; RUFFONI, J.; CARVALHO, A. M. Dinâmica da difusão de inovações no</p><p>contexto brasileiro. Revista Brasileira de Inovação, v. 17, n. 1, p. 175–200, 2018.</p><p>FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. Participatory monitoring and evaluation:</p><p>Handbook for training field workers. Bangkok: FAO/RAPA, 1988. Disponível em: https://</p><p>www.ircwash.org/sites/default/files/125-6890.pdf. Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>GUIMARÃES, R. R.; LOURENÇO, J. N. P.; LOURENÇO, F. S. Métodos e técnicas de diagnóstico</p><p>participativo em sistemas de uso da terra: apostila de curso. Manaus: Embrapa Amazônia</p><p>Ocidental, 2007. (Documentos, 53). Disponível em: http://www.mobilizadores.org.br/wp-</p><p>-content/uploads/2015/03/M%C3%A9todos-e-t%C3%A9cninas-de-diagn%C3%B3stico-</p><p>-participativo-em-sistemas-de-uso-da-terra.pdf. Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>MUNIZ, L. S.; ANDRADE, H. M. L. S. Construção de indicadores de avaliação para a</p><p>transição agroecológica. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, n. 30, 2016. 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Disponível em: https://www.feis.unesp.br/Home/departa-</p><p>Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa10</p><p>mentos/fitotecniatecnologiadealimentosesocioeconomia716/antoniolazarosantana/</p><p>planejamento-em-extensao-rural-2018.pdf . Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>VERDEJO, M. E. Diagnóstico rural participativo: guia prático DRP. Brasília, DF: Ministério</p><p>do Desenvolvimento Agrário, 2006. Disponível em: http://www.mda.gov.br/sitemda/</p><p>sites/sitemda/files/user_arquivos_64/Guia_DRP_Parte_1.pdf. Acesso em: 17 out. 2019.</p><p>11Metodologia de extensão rural: individuais, grupais e de massa</p>