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<p>CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS</p><p>COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL</p><p>VOLUME ÚNICO</p><p>COMUM</p><p>CAS</p><p>IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR</p><p>MINISTÉRIO DA DEFESA</p><p>COMANDO DA AERONÁUTICA</p><p>ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA</p><p>CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS</p><p>VOLUME ÚNICO</p><p>Apostila da Disciplina Comunicação e Comportamento</p><p>Interpessoal do Curso de Aperfeiçoamento de Graduados – CAS.</p><p>Edições:</p><p>1a Edição: TEN PSC RICELI – 2019</p><p>2a Edição: TEN PSC RICELI – 2020</p><p>3a Edição: TEN PSC RICELI – 2021</p><p>Revisor(es) Pedagógico(s):</p><p>2T PED ÉRICA – 2023</p><p>Revisor(es) de Diagramação:</p><p>2S SML FABIO – 2023</p><p>GUARATINGUETÁ - SP</p><p>2023</p><p>1ºTEN PSC RICELLI</p><p>SUMÁRIO</p><p>APRESENTAÇÃO........................................................................................................................7</p><p>CAPÍTULO 1 - ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO...............................................12</p><p>TÓPICO 1.1 - PROCESSO DE COMUNICAÇÃO................................................................12</p><p>TÓPICO 1.2 - PROCESSO DE COMUNICAÇÃO DE DUAS VIAS...................................14</p><p>TÓPICO 1.3 - PROBLEMAS POTENCIAIS DE COMUNICAÇÃO DE DUAS VIAS......16</p><p>TÓPICO 1.4 - FILTRAGEM NA COMUNICAÇÃO.............................................................18</p><p>TÓPICO 1.5 - PERCEPÇÃO DE CADA PESSOA.................................................................19</p><p>TÓPICO 1.6 - BARREIRAS PSICOLÓGICAS......................................................................21</p><p>TÓPICO 1.7 - MEIOS DE COMUNICAÇÕES.......................................................................22</p><p>TÓPICO 1.8 - DOCUMENTOS ESCRITOS E MEIOS ELETRÔNICOS...........................27</p><p>TÓPICO 1.9 - CARACTERÍSTICAS DA BOA COMUNICAÇÃO.....................................28</p><p>TÓPICO 1.10 - IMPORTÂNCIA DE SABER OUVIR...........................................................30</p><p>CAPÍTULO 2 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL....................................................34</p><p>TÓPICO 2.1 - BREVE HISTÓRICO SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS...........34</p><p>TÓPICO 2.2 - POR QUE FORMAMOS RELACIONAMENTOS?.....................................35</p><p>TÓPICO 2.3 - COMO DESENVOLVER E MANTER RELACIONAMENTOS?..............38</p><p>TÓPICO 2.4 - DIFERENÇAS INDIVIDUAIS.........................................................................40</p><p>TÓPICO 2.5 - TIPOS DE COMPORTAMENTOS NAS RELAÇÕES.................................42</p><p>CAPÍTULO 3 - JANELA DE JOHARI E RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS GRUPOS</p><p>.......................................................................................................................................................55</p><p>TÓPICO 3.1 - AUTORREVELAÇÃO E JANELA DE JOHARI..........................................55</p><p>TÓPICO 3.2 - RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS GRUPOS...........................................59</p><p>TÓPICO 3.3 - COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL............................................................63</p><p>TÓPICO 3.4 - COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL...............................................68</p><p>TÓPICO 3.5 - TERMOS TÉCNICOS DE CADA PROFISSÃO...........................................70</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................75</p><p>REFERÊNCIAS...........................................................................................................................76</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 77 / / 7878</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Prezado(a) Aluno(a), parabéns por sua matrícula neste Curso de Aperfeiçoamento de</p><p>Sargentos (CAS). Trata-se de um grande momento em sua carreira.</p><p>Possivelmente, você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta</p><p>apostila. Entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo</p><p>para exercer as atribuições de um graduado em sua posição hierárquica, em que serão exigidos</p><p>conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por</p><p>militares mais modernos.</p><p>Recomenda-se que estude atentamente todo o conteúdo disponibilizado, até mesmo</p><p>aquele de que já tenha conhecimento. Isso contribuirá para que se aproprie, de foma mais efetiva,</p><p>dos assuntos tratados.</p><p>É importante destacar que você será o protagonista na construção de sua aprendizagem;</p><p>desse modo, é necessário que desenvolva uma rotina de estudo e mantenha-se atento às etapas do</p><p>curso.</p><p>Segue uma sugestão de roteiro para seus estudos.</p><p>1) Registre suas observações iniciais sobre o texto destacando os pontos mais relevantes.</p><p>2) Identifique de 3 a 5 palavras-chave e faça breves anotações sobre cada uma delas.</p><p>3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos similares (Quais</p><p>correlações e associações você pode fazer com relação ao texto?). Faça breves anotações,</p><p>infográficos ou desenhos.</p><p>4) Experimente decompor o texto em tópicos acrescidos de um breve comentário. Após ter feito</p><p>essa decomposição, faça um resumo, reconstruindo o texto com suas próprias palavras a partir</p><p>dos tópicos.</p><p>5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum de discussão com os pares no AVA.</p><p>Você poderá construir um “mapa mental” sobre o assunto estudado.</p><p>6) Faça uso do material complementar disponível na Biblioteca Virtual no AVA.</p><p>Votos de sucesso em seus estudos!</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 99 / / 7878</p><p>ESTRUTURA DA DISCIPLINA</p><p>A disciplina “Comunicação e Comportamento Interpessoal”, pertencente ao Campo</p><p>Técnico Especializado e à área das Ciências Sociais Aplicadas, tem como objetivos específicos:</p><p>a) caracterizar a comunicação, os seus meios e a importância do saber ouvir (Cn);</p><p>b) identificar a boa comunicação, a filtragem e as percepções das pessoas no processo de</p><p>comunicação (Cp);</p><p>c) identificar as principais características da comunicação no ambiente de trabalho (Cn);</p><p>d) compreender os tipos de comportamentos voltados ao relacionamento interpessoal</p><p>(Cp);</p><p>e) identificar as características do relacionamento interpessoal e do ser humano como ser</p><p>social (Cn); e</p><p>f) descrever a autorrevelação, a janela de JOHARI e as formas de relacionamento</p><p>interpessoal nos grupos (Cn).</p><p>Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de</p><p>34 (trinta e quatro) tempos para instrução e 04 (quatro) para avaliação, distribuídos em 03 (três)</p><p>unidades didáticas:</p><p>1) comunicação interpessoal;</p><p>2) comunicação no ambiente de trabalho; e</p><p>3) relacionamento interpessoal, autorrevelação e a janela de JOHARI.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>1010 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>A Unidade 1 está estruturada da seguinte forma:</p><p>1. COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL</p><p>Objetivos específicos da Unidade 1:</p><p>a) caracterizar a comunicação, os seus meios e a importância do saber ouvir (Cn); e</p><p>b) identificar a boa comunicação, a filtragem e as percepções das pessoas no processo de</p><p>comunicação (Cp).</p><p>SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS</p><p>1. AS ESPECIFICIDADES</p><p>DA COMUNICAÇÃO E</p><p>O “SABER OUVIR”</p><p>a) Apontar os princípios do processo de comunicação (Cn);</p><p>b) enumerar os meios de comunicação (Cn); e</p><p>c) distinguir a importância do saber ouvir no contexto pessoal e</p><p>fora desse contexto (Cp).</p><p>2. A BOA</p><p>COMUNICAÇÃO</p><p>a) Destacar a filtragem na comunicação (Cn);</p><p>b) caracterizar as percepções de cada pessoa no processo de</p><p>comunicação (Cn); e</p><p>c) descrever as características da boa comunicação (Cp).</p><p>A Unidade 2 está assim estruturada:</p><p>2. COMUNICAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO</p><p>Objetivos específicos da Unidade 2:</p><p>a) identificar as principais características da comunicação no ambiente de trabalho (Cn).</p><p>perguntas, nos quais voluntários</p><p>se candidataram para responder em troca de ter mais informações sobre a própria personalidade.</p><p>Vamos então estudar um pouco mais aprofundado os quatro tipos de comportamentos</p><p>citados acima.</p><p>O tipo de comportamento agressivo é apresentado por pessoas que têm necessidade de</p><p>dominar o outro. As pessoas com esse comportamento geralmente são indivíduos rudes,</p><p>procuram intimidar as pessoas e impor suas ideias. Essas pessoas agem diariamente com</p><p>desrespeito, não admitem opiniões contrárias às delas, são intolerantes e gostam de depreciar os</p><p>companheiros. No ambiente de trabalho, não suportam ouvir opiniões de outros (principalmente</p><p>de subordinados), não ouvem e são extremamente arrogantes. Rotineiramente, têm expressões</p><p>faciais “carrancudas” e vivem nervosos.</p><p>As pessoas que possuem esse tipo de comportamento têm suas relações desgastadas,</p><p>apresentando gastos de energia altíssimos; a relação envolvida aqui é de “poder”, dominar o</p><p>outro é de fato o mais importante. No entanto, esses indivíduos são tomados inconscientemente</p><p>por uma sensação de insegurança e complexo de inferioridade; ser o detentor do “poder” traz a</p><p>falsa sensação de que tudo está sob controle.</p><p>1 Disponível em https://www.nature.com/natumbehav</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 4343 / / 7878</p><p>O tipo de comportamento passivo-agressivo é apresentado por pessoas com</p><p>comportamentos mistos; são indivíduos que procuram, a todo custo, se autoafirmar, são</p><p>extremamente manipuladores, influenciam pessoas a realizar seus desejos “fazendo-se de vítima”</p><p>em diversas situações. Essas pessoas possuem humor sarcástico, irritante, realizam no ambiente</p><p>de trabalho “brincadeiras” de mau gosto, causando constrangimento individual ou grupal. Nas</p><p>relações informais, têm a tendência de fazer chantagens emocionais para conquistar o que deseja.</p><p>Geralmente são pessoas depressivas. O comportamento passivo-agressivo é um traço de</p><p>personalidade que se manifesta como uma resistência difusa em satisfazer expectativas de</p><p>relações interpessoais ou que envolvem a execução de tarefas, o que é caracterizado por ações</p><p>negativas indiretas e oposição oculta.</p><p>Pode-se manifestar principalmente na forma de vitimização, procrastinação, teimosia,</p><p>ressentimento, azedume, ou ainda na forma de falhas repetidas/deliberadas para retardar ou</p><p>impedir a concretização de pedidos ou tarefas pelos quais a pessoa é responsável.</p><p>O livro "Living with the Passive-Aggressive Man" enumera alguns comportamentos que</p><p>sinalizam o comportamento passivo-agressivo (WETZLER, 1992):</p><p>• ambiguidade ou discurso enigmático como forma de imprimir um sentimento de</p><p>insegurança nos outros;</p><p>• atrasos e esquecimentos constantes, que operam como um modo de obter controle ou de</p><p>punição;</p><p>• medo de competição;</p><p>• medo de dependência;</p><p>• medo de intimidade, que se expressa como manifestação de raiva. A desconfiança</p><p>impede o passivo-agressivo de tornar-se íntimo de alguém;</p><p>• camuflagem na forma de confusão planejada;</p><p>• justificativas para falhas em trabalhos em equipe;</p><p>• má-vontade deliberada;</p><p>• procrastinação;</p><p>• mau humor ostensivo como forma de desanimar as pessoas ao redor em pedir coisas; e</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>4444 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>• respostas vitimizadoras: em vez de reconhecer as próprias fraquezas, tende a culpar os</p><p>outros.</p><p>Consegue identificar algumas dessas características em seu setor de</p><p>trabalho? Com certeza você já se deparou com diversas situações que o</p><p>fizeram pensar sobre qual o melhor comportamento a adotar. Espero que</p><p>agora você utilize as informações aprendidas nesses momentos.</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o</p><p>que foi visto.</p><p>O comportamento passivo-agressivo pode surgir como mecanismo de defesa por parte da</p><p>criança em ambientes familiares nos quais não é muito seguro expressar frustração ou raiva.</p><p>Quando bloqueada a expressão honesta dos sentimentos, a psique em formação da criança</p><p>engendra formas de reprimir e canalizar a agressão valendo-se de formas indiretas.</p><p>Crianças que reprimem profundamente sua agressividade podem nunca superar tal</p><p>comportamento. Tornam-se incapazes de desenvolver estratégias para se expressar, tornam-se</p><p>adultos que, debaixo de uma postura doce e frágil, ecoam intenções vingativas. Martin Kantor1</p><p>sugere três tipos de problemas que contribuem para a constituição de estratégias passivo-</p><p>agressivas nos indivíduos: conflitos sobre dependência, controle e competição.</p><p>O indivíduo de comportamento passivo tem como característica principal o não querer</p><p>desagradar. Esse indivíduo apresenta dificuldades em dizer NÃO. No ambiente de trabalho,</p><p>mesmo com o tempo escasso, a pessoa, sempre que acionada por algum colega ou chefe, adquirir</p><p>1 Martin Kantor, MD, é um psiquiatra treinado em Havard que tem trabalhado em consultório particular em</p><p>Boston e Nova York e atuou como professor clínico assistente de psiquiatria na Mount Sinai Medical School.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 4545 / / 7878</p><p>tarefas extras por não saber dizer não. Essas pessoas temem conflitos, procuram, a todo custo,</p><p>fugir de diálogos que causam discussões.</p><p>O indivíduo com característica de personalidade passiva geralmente é confuso e sempre</p><p>coloca em posição de vítima nas situações de conflito ao seu redor.</p><p>Até o momento, observamos comportamentos que trazem prejuízos em suas relações; a</p><p>partir de agora, vamos nos atentar à característica de personalidade mais saudável para as</p><p>relações interpessoais e institucionais: o assertivo.</p><p>As pessoas com comportamentos assertivos geralmente são líderes, sempre estão</p><p>prontos a ouvir sugestões, são bons negociadores, são pessoas diretas e que apresentam empatia</p><p>com relação às situações do dia a dia e prezam pela honestidade. Em cargos de chefia, têm voz</p><p>firme, porém sabem ser descontraídos e expressam ideias e sentimentos positivos.</p><p>Segundo W. Shelton e S. Burton, indivíduos com características assertivas permitem que</p><p>as pessoas expressem suas necessidades, seus pensamentos e seus sentimentos de forma honesta,</p><p>sem violar os direitos dos outros.</p><p>A empatia também é ponto marcante nos assertivos, é o sentimento de colocar-se na visão</p><p>do outro, com valores dele, tendo em si capacidade de compreender sentimentos e emoções,</p><p>procurando experimentar, de forma objetiva e racional, o que sente o outro.</p><p>Os autores citam alguns passos importantes para se ter empatia frente a um cargo de</p><p>chefia:</p><p>➢ explore o interesse, saiba ouvir;</p><p>➢ explore o contato visual e facial;</p><p>➢ compartilhe informações;</p><p>➢ adote postura de receptividade;</p><p>➢ respeite e dedique-se ao outro;</p><p>➢ tome cuidado com as diferenças individuais; e</p><p>➢ tenha cuidado com o abuso do poder.</p><p>Uma pessoa assertiva tem mais aptidão em se comunicar, além de expressar mais</p><p>confiança e segurança para aqueles ao seu redor.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>4646 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>A assertividade é uma característica</p><p>importante para pessoas que desejam se destacar no</p><p>ambiente de trabalho, no entanto desenvolver essa habilidade pode ser um grande desafio. A</p><p>assertividade muitas vezes pode ser confundida com agressividade ou enfrentamento. Isso,</p><p>porém, está longe do significado real da palavra.</p><p>É importante refletir que ser uma pessoa assertiva não é abrir mão de direitos, desejos e</p><p>objetivos. No entanto, ser assertivo também não significa falar tudo o que quiser sem pensar e</p><p>nem deixar de contribuir com outras pessoas. Uma pessoa assertiva manifesta segurança ao agir,</p><p>comporta-se de maneira firme e clara, apontando resolução e decisão em suas palavras.</p><p>Há quem equipare a assertividade com a agressividade, no entanto elas são coisas muito</p><p>diferentes. A agressividade, por exemplo, não é construtiva, ela deixa de lado as necessidades</p><p>das outras pessoas. Já a assertividade busca uma solução harmônica para as situações de conflito.</p><p>Ser uma pessoa assertiva significa ser capaz de encontrar soluções sem anular seus desejos e suas</p><p>necessidades.</p><p>A assertividade é uma característica da personalidade, ou seja, é uma forma de agir</p><p>perante determinadas situações. Trata-se de uma postura pacífica, sem ser passiva.</p><p>Por exemplo: imagine que, em uma situação de conflito, uma pessoa poderá ter diversas</p><p>posturas diferentes para resolvê-lo. O exemplo a seguir ilustra uma situação bastante corriqueira.</p><p>Vejamos como os tipos de comportamento poderiam ser aplicados.</p><p>O chefe de Maria solicitou que cobrisse um turno em um horário para o qual ela não teria</p><p>disponibilidade. Os horários de trabalho foram previamente combinados e não previam turnos</p><p>nesse período de tempo. Maria pode:</p><p>• Aceitar o turno, comprometendo suas outras responsabilidades (comportamento</p><p>passivo).</p><p>• Informar o chefe que não poderá cobrir o turno, devido a outras responsabilidades.</p><p>Reforçar que os horários combinados não previam esse tipo de modificações e oferecer</p><p>soluções (comportamento assertivo).</p><p>• Aceitar o turno, se for possível reorganizar seus outros compromissos. Deixar claro</p><p>que está cancelando compromissos e que nem sempre essa ação será possível. Requisitar</p><p>que, em situações futuras, seja avisado com maior antecedência (comportamento</p><p>assertivo).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 4747 / / 7878</p><p>• Recusar-se a cobrir o turno e ficar nervoso, reclamando com o chefe pela quebra de</p><p>acordo (comportamento agressivo).</p><p>Ao lidar com situações problemas, a assertividade assegura que seus interesses sejam</p><p>protegidos, sem precisar da agressividade como recurso.</p><p>Refletindo sobre o exemplo exposto, notamos que, enquanto uma pessoa passiva coloca-</p><p>se em uma situação difícil aceitando um turno que não pode cobrir, uma pessoa assertiva</p><p>expressa, de maneira clara e decisiva, que não poderá cumprir o horário; enquanto uma pessoa</p><p>agressiva acaba perdendo a razão pela forma como age.</p><p>A assertiva resolve a situação de maneira pacífica e construtiva. Ser uma pessoa assertiva,</p><p>portanto, é apontar suas necessidades e desejos de maneira clara, decisiva e respeitosa. É</p><p>solucionar conflitos de maneira construtiva para todos, sem abrir mão de sua posição.</p><p>Pensando que a assertividade é um comportamento e uma característica de personalidade,</p><p>podemos refletir na possibilidade de apresentar meios para que se consiga desenvolvê-la nas</p><p>nossas relações pessoais ou de trabalho.</p><p>Uma pessoa assertiva se sente confortável com a rua rotina. Isso ocorre porque, ao expor</p><p>suas necessidades de maneira clara, ela desvia situações indesejáveis ou estressantes.</p><p>E quais as características de uma pessoa assertiva? Vamos observar algumas!</p><p>• Respeito: entende o limite dos seus direitos e não passa por cima de outras pessoas para</p><p>assegurá-los.</p><p>• Sinceridade: tem a comunicação sincera, clara e firme.</p><p>• Autoestima: gosta de si e não está disposta a expor-se a situações não desejadas,</p><p>principalmente quando estas podem ser evitadas.</p><p>• Conhecimento de si: sabe de seus desejos e seus direitos.</p><p>• Confiança: fala o que pensa e sabe fazê-lo com firmeza e bom senso.</p><p>• Inteligência emocional: controla suas emoções e não fica desestabilizada</p><p>emocionalmente com facilidade.</p><p>• Sabe estabelecer limites: em vários situações, tanto na vida profissional como na</p><p>pessoal, a assertividade é essencial para definir e manter limites e regras.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>4848 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>• Boa comunicação: tem a comunicação clara e direta, característica sempre presente na</p><p>assertividade.</p><p>E agora que já compreende as características dos tipos de comportamento,</p><p>em qual deles você se encaixa? Vejamos algumas dicas sobre o</p><p>comportamento assertivo.</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o</p><p>que foi visto.</p><p>Agora nos atentaremos em fornecer algumas dicas para que você consiga obter um</p><p>comportamento assertivo em suas relações, pensando que o comportamento é algo que pode ser</p><p>moldado.</p><p>Sobre a situação: primeiramente é preciso se inteirar sobre o que está acontecendo,</p><p>quem são os envolvidos na situação e quais serão as repercussões.</p><p>Escuta ativa: todos os envolvidos devem ter oportunidade de serem ouvidos e de serem</p><p>compreendidos. É importante demonstrar que os entendeu. Isso pode ser feito através de falas</p><p>como “deixe-me ver se entendi: você quer dizer que se sentiu x quando eu fiz y?”.</p><p>Seus sentimentos: é importante expor necessidades e desejos quanto àquela situação.</p><p>Comunicação adequada: é necessário analisar a si mesmo, perguntar se o seu tom de</p><p>voz está adequado, se você está usando palavras rudes e se está, de fato, falando o que pensa.</p><p>Intenção da sua fala: o que você pretende comunicar? Aquilo que você está falando é</p><p>eficiente para ilustrar suas necessidades?</p><p>Consequências das suas palavras: é bom evitar falas negativas que façam com que as</p><p>pessoas se sintam tristes, com raiva ou atacadas.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 4949 / / 7878</p><p>Linguagem corporal: você está usando gestos agressivos, como apontar o dedo ou</p><p>cruzar os braços? E quanto a gestos passivos, como evitar contato visual ou ocultar o rosto?</p><p>Exposição clara de comportamentos e situações: por exemplo, em vez de dizer “você é</p><p>irresponsável”, prefira “você agiu de maneira irresponsável quando deixou de me avisar sobre o</p><p>atraso”.</p><p>Análise da reação do outro: pergunte-se se aquela atitude se deve ao estilo da fala ou à</p><p>personalidade da outra pessoa.</p><p>Expressão de seu desconforto: se estiver falando sobre algo que faz com que você se</p><p>sinta mal, informe sobre o seu desconforto.</p><p>A assertividade assegura relacionamentos mais saudáveis, melhores habilidades de</p><p>resolução de conflitos e maior clareza de comunicação.</p><p>O comportamento assertivo pode ser compreendido como a harmonia entre o</p><p>comportamento passivo (ceder sempre e anular-se) e o comportamento agressivo (não ceder</p><p>nunca e anular o outro). Por essa razão, para ser assertivo, é preciso ouvir de maneira ativa e</p><p>analisar as necessidades dos outros. A partir disso, é possível encontrar soluções que sejam</p><p>adequadas para todas as partes. Desenvolver esse comportamento é extremamente importante em</p><p>um ambiente</p><p>institucional. Bons lideres possuem essa característica.</p><p>No exemplo apresentado sobre um turno no trabalho que não poderá ser coberto,</p><p>podemos citar algumas soluções construtivas. Veja.</p><p>• Solicitar que, no futuro, mudanças de horário sejam manifestadas com antecedência.</p><p>• Explicar que, como mudanças não estavam previstas no acordo inicial, você possui</p><p>outros compromissos.</p><p>• Expressar sua opinião com respeito, demonstrando empatia. Por exemplo: “Entendo que</p><p>seja uma situação excepcional, no entanto tenho outros compromissos que me impedem</p><p>de cobrir esse turno”.</p><p>Qual a importância de desenvolver características de pessoas assertivas para a vida</p><p>pessoal e profissional? Desenvolver comportamentos assertivos contribui positivamente para</p><p>relações interpessoais mais saudáveis na vida pessoal e profissional, além do que, pessoas</p><p>assertivas, em geral, são mais felizes. Isso acontece porque evitam colocar-se em situações</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>5050 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>estressantes e indesejadas. Ter uma boa comunicação e garantir o respeito dos seus limites</p><p>pessoais é maravilhoso para a rotina.</p><p>No âmbito profissional, a assertividade é especialmente importante. Se pensarmos em</p><p>todos os bons profissionais que conhecemos, haverá neles certamente comportamentos de</p><p>assertividade. Ela é extremamente importante para pessoas que buscam alavancar a carreira, isso</p><p>porque a clareza da sua comunicação é capaz de abrir muitas portas e traz muita confiança pela</p><p>firmeza de suas ideias e pelas boas decisões tomadas. A impressão que essas pessoas transmitem</p><p>é de profissionalismo, competência e pulso firme.</p><p>Apresentaremos mais sugestões de comportamentos assertivos para auxiliá-lo nessa busca</p><p>de bons relacionamentos interpessoais.</p><p>Exercite a empatia: procure compreender os sentimentos, os motivos para agir e os</p><p>pensamentos das outras pessoas.</p><p>Escute ativamente: busque escutar e compreender o que é falado para você, assim será</p><p>possível ajudar a pessoa a se comunicar de maneira mais clara.</p><p>Module o tom de voz: analise constantemente o tom de voz que você está usando. Ele</p><p>deve ser brando, mas firme.</p><p>Seja claro: nunca invente desculpas ou fale de maneira confusa para evitar conflitos. Seja</p><p>conciso e sincero sobre seus limites e suas necessidades.</p><p>Conheça-se melhor: procure se conhecer através dos feedbacks daqueles ao seu redor,</p><p>porque é impossível comunicar seus limites e seus desejos se você não os conhecer.</p><p>Observe o comportamento de pessoas assertivas: aprenda observando quem faz isso há</p><p>mais tempo.</p><p>Caso você tenha identificado que é uma pessoa com comportamento passivo e deseja se</p><p>tornar assertivo, os autores fornecem algumas dicas para você. Veja.</p><p>Seja flexível: não tenha medo de mudar de opinião ou se expor às novas situações.</p><p>Aprenda a dizer não: não é proibido dizer não. Você não precisa aceitar fazer tudo que</p><p>lhe é solicitado.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 5151 / / 7878</p><p>Conheça seus limites: pessoas com padrões de comportamentos passivos normalmente</p><p>têm dificuldades em reconhecer seus limites. Analise de quais pontos, valores e desejos você não</p><p>está disposto a abrir mão.</p><p>Treine a comunicação: solicite a uma pessoa de confiança que o ajude a simular</p><p>situações de conflito para trabalhar sua capacidade de comunicação.</p><p>Não ceda a insistências: se comunicar um limite e a outra pessoa insistir, responda algo</p><p>do tipo: “Como eu já expliquei, não será possível.” Se necessário, reforce: “Eu gostaria que você</p><p>compreendesse a minha decisão.”.</p><p>Desenvolva confiança: passar de um padrão passivo para um assertivo pode dar muito</p><p>trabalho! É importante trabalhar sua confiança e sua autoestima para que os comportamentos</p><p>assertivos fluam de maneira mais espontânea.</p><p>Entenda que seus desejos também são importantes: saber que as soluções encontradas</p><p>devem ser benéficas para todos os envolvidos, inclusive para você, é um passo importantíssimo</p><p>para se tornar mais assertivo.</p><p>Você também pode fazer solicitações: pessoas passivas costumam não pedir ajuda ou</p><p>favores, mesmo quando necessitam deles. Lembre-se de que você também pode fazer</p><p>solicitações para as outras pessoas (e que elas podem aceitar ou não).</p><p>Se você observou que apresenta mais comportamentos agressivos, vamos auxiliá-lo a se</p><p>tornar mais assertivos em suas relações com estas dicas. Veja.</p><p>Escutar mais: compreenda os desejos e os limites das outras pessoas além de pontuar</p><p>somente os seus.</p><p>Ser assertivo não significa abrir mão dos seus direitos: é possível assegurar uma</p><p>solução que se ajuste a seus desejos sem agir de maneira agressiva.</p><p>Atentar para o tom de voz e a linguagem corporal: talvez seu comportamento</p><p>assertivo esteja sendo percebido como agressivo em virtude do tom de voz utilizado, ou até</p><p>mesmo da linguagem corporal. Procure analisar como você se comporta em situações de conflito</p><p>e diminua os comportamentos que podem ser atenuados ou corrigidos.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>5252 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Estar disposto a ceder: ceder não significa abrir mão dos seus limites. Quase sempre é</p><p>possível encontrar um equilíbrio e fazer concessões diferentes para solucionar conflitos de</p><p>maneira construtiva para ambas as partes.</p><p>Substituir afirmações e acusações: em vez de dizer “você me irrita”, prefira algo como</p><p>“quando você faz tal coisa, sinto-me irritado”. Perceba que você não está deixando de comunicar</p><p>seus sentimentos, mas está fazendo isso de maneira mais acessível e construtiva.</p><p>Comportar-se de forma assertiva é encontrar uma saída para conflitos de maneira</p><p>equilibrada, eficiente e construtiva. Isso deve ser feito sem abrir mão dos seus limites, seus</p><p>direitos e seus desejos.</p><p>Obviamente, pessoas diferentes passaram por suas próprias experiências e aprenderam</p><p>seus comportamentos de maneira diferente. Portanto, essas dicas podem não se aplicar a todas as</p><p>pessoas. Passar por um processo de autoavaliação e autoconhecimento é essencial para garantir</p><p>que você se torne uma pessoa mais assertiva, o que parece ser uma tarefa complicada. Isso</p><p>ocorre porque, no nosso meio social, o comportamento mais estimulado e elogiado é o passivo,</p><p>ou seja, você anula os seus desejos em favor dos desejos do outro. A dificuldade em dizer não é</p><p>elogiado e recompensado pela sociedade. Para alguns indivíduos, a passividade acaba sendo o</p><p>caminho mais fácil, que garante a falta de conflitos. No entanto, a anulação constante dos seus</p><p>limites pode levá-lo a quadros de estresse, ansiedade e até mesmo adoecimento.</p><p>Veja isso!</p><p>Veja isso! Vídeo: Personalidade Disponível</p><p>https://www.youtube.com/watch?</p><p>v=ZVSTxSnKUzU</p><p>Aprender a ser assertivo, no começo, pode ser muito difícil. No entanto, essa é uma</p><p>habilidade extremamente necessária para aqueles que pretendem alcançar sucesso nos</p><p>relacionamentos e no ambiente de trabalho.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 5353 / / 7878</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir</p><p>o</p><p>que foi visto.</p><p>Agora, que tal</p><p>uma pausa?</p><p>Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora</p><p>de fazer uma pausa.</p><p>Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem</p><p>parte do estudo.</p><p>Está na hora de</p><p>resumir!</p><p>A partir de suas anotações, reconstrua, com suas</p><p>palavras, todo o estudo em um ou dois parágrafos,</p><p>ou, se referir, elabore um mapa mental ou um</p><p>infográfico sobre o texto.</p><p>Exercícios para Aprendizagem do</p><p>Capítulo</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>5454 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Chegamos a mais uma série de exercícios para aprofundarmos nosso</p><p>conhecimento sobre o assunto visto até agora. Dedique-se e os resolva da</p><p>melhor maneira que você puder. Posso contar com sua dedicação?</p><p>1. Estudamos, pelo material, que, durante nossa vida, desenvolvemos relacionamentos e</p><p>buscamos mantê-los. Assim, pudemos observar os 10 estágios da evolução do</p><p>relacionamento descritos por Mark Knapp. Foram apresentado esses estágios desde seu</p><p>ponto mais alto até a queda. Você seria capaz de citar alguns desses estágios?</p><p>2. O “espírito de corpo” é algo extremamente importante para a instituição militar. Para</p><p>Schutz, esse termo se refere a algumas necessidades. Você consegue identificar, após a</p><p>leitura do texto, quais foram as necessidades citadas?</p><p>3. Um funcionário de uma empresa tem algumas características que apresenta todos os dias</p><p>em seu trabalho, como irritar as outras pessoas e fazer brincadeiras de mau gosto.</p><p>Percebe-se que ele é uma pessoa que está sempre querendo se autoafirmar. Você</p><p>consegue dizer qual o tipo de comportamento desse funcionário?</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 5555 / / 7878</p><p>CAPÍTULO 3 - JANELA DE JOHARI E RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS GRUPOS</p><p>TÓPICO 3.1 - AUTORREVELAÇÃO E JANELA DE JOHARI</p><p>Você saberia explicar o conceito de autorrevelação? Como primeira resposta, de acordo</p><p>com Adler e Towne (1996), autorrevelação “é o processo de revelar deliberadamente</p><p>informações sobre si mesmo, que são significativas e que não seriam do conhecimento de outros</p><p>em circunstâncias normais”. No entanto, para que realmente exista uma autorrevelação, deve-se</p><p>apresentar três características distintas:</p><p>➢ ser deliberado;</p><p>➢ ser significativo; e</p><p>➢ ser desconhecido de outras pessoas.</p><p>Ressalta-se que nem todas as autorrevelações possuem a mesma importância. Em razão</p><p>disso, os psicólogos Altman e Taylor1 (1973) estudaram duas formas pelas quais a revelação</p><p>pode ser mais ou menos ampla ou profunda.</p><p>No modelo apresentado por esses autores, existem duas abrangências: a primeira abrange</p><p>a informação oferecida, ou seja, os vários assuntos discutidos; a segunda diz respeito à</p><p>profundidade da informação oferecida, à mudança do nível de mensagens para assuntos mais</p><p>pessoais.</p><p>Assim, um relacionamento pode ser definido como casual ou íntimo dependendo da</p><p>amplitude e da profundidade da informação partilhada. Segundo os autores do modelo, o</p><p>desenvolvimento de um relacionamento é como uma sequência da periferia para o centro, um</p><p>processo que leva algum tempo.</p><p>Joseph Luft e Harry Ingham2 elaboraram um modelo que denominaram Janela de</p><p>Johari, um modelo conceitual que analisa como o indivíduo ou o grupo de indivíduos elabora</p><p>informações. Os autores observaram como a eficácia individual ou a grupal pode ser avaliada de</p><p>acordo com as tendências de processamento da informação e de suas consequências sobre o</p><p>desempenho.</p><p>1 Mais sobre SPT Social Penetration Theory em: https://pt.qwerty.wiki/Social penetration theory.</p><p>2 Mais informações em: https://en.wikipedia.org/wiki/Johari window.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>5656 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>A Janela de Johari foi descrita em quatro partes, chamadas também de células, quadrantes</p><p>ou regiões. Na representação gráfica dessas quatro regiões da Janela de Johari, procura-se</p><p>retratar a interação de duas fontes de informação: a da própria pessoa e a dos outros. É</p><p>delimitada em duas grandes áreas: o que a pessoa conhece de si mesma e o que não conhece</p><p>(compondo duas regiões da Janela de Johari); o que os outros conhecem dela e o que não</p><p>conhecem (compondo as duas outras regiões da Janela de Johari). Esse modelo pode ser aplicado</p><p>tanto a pessoas como a grupos e por isso se tornou tão popular nos estudos sobre o</p><p>relacionamento interpessoal nas organizações.</p><p>O modelo da Janela de Johari parte do princípio de que cada um de nós tem (ou pode ter)</p><p>quatro imagens distintas (Figura 7). Estas são a imagem aberta, a cega, a secreta e a</p><p>desconhecida.</p><p>FIGURA 7 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA JANELA DE JOHARI</p><p>Mais informações em: https://en.wikipedia.org/wiki/Johari window.</p><p>Viu como essas informações podem ser utilizadas no cotidiano de suas</p><p>atribuições? Obter conhecimento é sempre um bom caminho. Então vamos</p><p>lá!</p><p> Imagem aberta: você sabe quem é e os outros sabem quem você é.</p><p> Imagem cega: você não sabe quem é, mas os outros sabem quem você é.</p><p> Imagem secreta: você sabe quem é, mas os outros não sabem quem você é.</p><p> Imagem desconhecida: nem você nem os outros sabem quem você é.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FONTE: O AUTOR (2019).</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 5757 / / 7878</p><p>Veja isso!</p><p>Veja isso! Vídeo: A Janela de Johari e o</p><p>Processo de Avaliação 360 graus, disponível</p><p>https://www.youtube.com/watch?</p><p>v=cwzYUxAqTlw</p><p>As quatro regiões da Janela de Johari estão descritas mais detalhadamente a seguir.</p><p>A imagem aberta é aquela que revelamos plenamente, ou seja, sabemos quem somos, e</p><p>todos sabem isso também. É como um retrato em que nos identificamos imediatamente e todos</p><p>são capazes de nos identificar. Demonstra as informações de que tanto você quanto a outra</p><p>pessoa estão conscientes.</p><p>Já a imagem cega é aquele lado que apresentamos, desconhecido por nós mesmos, mas</p><p>facilmente percebido pelos outros. E é por meio dos feedbacks que temos consciência desse lado</p><p>“cego”.</p><p>A imagem secreta é de difícil clareza, seja em razão de buscarmos escondê-la</p><p>(propositadamente), seja pela dificuldade que apresenta para ser reconhecida por nós mesmos</p><p>(por dificuldade pessoal). São informações que conhecemos por completo ou em parte, mas que</p><p>não revelamos para os outros.</p><p>A imagem desconhecida é a mais enigmática de todas. Nem nós nem os outros têm</p><p>acesso a ela dentro dos padrões convencionais de comunicação interpessoal. Normalmente é</p><p>aquela imagem que envolve nossas potencialidades e todo o nosso subconsciente.</p><p>Pensando que a nossa capacidade de comunicação surge da facilidade que oferecemos</p><p>para a “decodificação” da nossa imagem, compreende-se que, quanto mais aberta for a nossa</p><p>imagem, mais interação teremos em nosso meio.</p><p>Cabe lembrar que padrões estabelecidos pela sociedade (conceitos) definirão a</p><p>decodificação das imagens, ou seja, a imagem aberta será tão mais aberta quanto mais estiver</p><p>moldada dentro de tais conceitos. Por exemplo: o homem culto – e que sabe que é culto – só será</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>5858 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>visto como culto se os outros tiverem o mesmo conceito de cultura que ele. E essa</p><p>regra se aplica</p><p>em todas as circunstâncias.</p><p>Importante ter em mente que o tamanho de nossas janelas muda diariamente, dependendo</p><p>das circunstancias e das relações. Assim, entendemos que a comunicação ocorre de várias formas</p><p>quando envolve relacionamento interpessoal.</p><p>Chegamos à conclusão de que um relacionamento é tanto melhor quanto maior for a</p><p>janela aberta, pois as situações de mal-entendidos e as constrangedoras são menores. É possível</p><p>aumentar essa área aberta com diálogos e feedbacks criando encontros ou reuniões estruturadas</p><p>nas quais possamos levar elementos da nossa área secreta para a área aberta e ouvir dos demais o</p><p>que está na área cega, trazendo tudo para a área aberta.</p><p>Assim, colocamo-nos na avaliação de 360 graus, na qual nós nos autoavaliamos e somos</p><p>avaliados por gestores, amigos, subordinados e pares. Importante lembrar que esse movimento</p><p>deverá ser realizado com todos, ou seja, ora nós avaliamos, ora somos avaliados.</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o</p><p>que foi visto.</p><p>Agora, que tal</p><p>uma pausa?</p><p>Parabéns por ter avançado até aqui! Está na</p><p>hora de fazer uma pausa.</p><p>Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem</p><p>parte do estudo.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 5959 / / 7878</p><p>TÓPICO 3.2 - RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS GRUPOS</p><p>Até o momento, tratamos um pouco sobre a Janela de Johari com foco</p><p>individual. No texto a seguir, trataremos as relações interpessoais com</p><p>foco nos grupos. Está preparado para mais uma reflexão?</p><p>Você já refletiu sobre as características dos grupos aos quais pertence, ou seja, grupos de</p><p>amizades, grupos de trabalhos, grupos de estudos? Tomemos como conceito de grupo o conjunto</p><p>de duas ou mais pessoas que trabalham juntas regularmente com intenção de atingir um ou mais</p><p>objetivos comuns. Num verdadeiro grupo, os membros são mutualmente dependentes e</p><p>interagem para atingir as metas comuns num período determinado de tempo. Os grupos são bons</p><p>tanto para as organizações quanto para seus membros. Lavitt, por exemplo, destaca estes</p><p>benefícios potenciais:</p><p>➢ são bons para as pessoas;</p><p>➢ podem melhorar a criatividade;</p><p>➢ algumas vezes, tomam melhores decisões;</p><p>➢ podem aumentar o comprometimento com as decisões;</p><p>➢ têm controle sobre seus próprios membros; e</p><p>➢ ajudam a compensar os efeitos de tamanho de grandes organizações.</p><p>Os grupos podem ter um impacto substancial sobre as atitudes e os comportamentos de</p><p>seus membros. As expectativas do grupo quanto à forma pela qual os membros deveriam</p><p>trabalhar, por exemplo, são reconhecidas como potenciais influências no comportamento no</p><p>trabalho. Embora essa influência possa ser negativa, podendo levar até a um baixo desempenho,</p><p>também há um importante lado positivo. Sob as condições certas, os grupos podem melhorar o</p><p>desempenho da tarefa e a satisfação dos seus membros no emprego. Em seu trabalho, por</p><p>exemplo, você acha que as características do grupo influenciam suas atitudes e seu</p><p>comportamento?</p><p>Os membros do grupo comunicam atitudes e compartilham expectativas uns com os</p><p>outros por meio da interação, levando a efeito tarefas de</p><p>➢ desenvolvimento;</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>6060 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>➢ manutenção;</p><p>➢ crescimento; e</p><p>➢ coesão.</p><p>Assim, a interação refere-se às modificações de comportamento que se dão quando duas</p><p>ou mais pessoas se encontram e entram em contato.</p><p>Os indivíduos influem sobre os outros mediante o emprego de</p><p>➢ linguagem;</p><p>➢ símbolos;</p><p>➢ gestos; e</p><p>➢ postura.</p><p>Eles são sistemas sociais com muitas oportunidades de relacionamento interpessoal.</p><p>Talvez a função mais clara dos grupos seja a capacidade de satisfazer as necessidades dos seus</p><p>membros.</p><p>Os grupos são fontes de segurança potencial para os indivíduos, pois fornecem auxílio</p><p>direto no trabalho e no aconselhamento técnico, além da possibilidade de fornecer apoio</p><p>emocional em épocas de crise ou pressão. Os grupos também fornecem algo com que os</p><p>membros se identificam e oferecem saídas para satisfazer as necessidades de alto nível por meio</p><p>do desenvolvimento central em atividades e liderança do grupo.</p><p>Os grupos, dependendo de algumas características que veremos a seguir, podem ser</p><p>classificados em formais ou informais.</p><p>Em um grupo formal, o chefe é responsável pelo desempenho e pelas realizações gerais</p><p>do grupo, mas esse desempenho só será possível se os membros estiverem motivados a dar o</p><p>melhor de si e a compartilhar o trabalho necessário.</p><p>Os grupos formais podem ser de natureza permanente ou temporária. Os grupos de</p><p>trabalhos permanentes geralmente aparecem nos organogramas da organização como</p><p>departamentos, divisões ou equipes, dentre outras possibilidades. Eles continuam existindo até</p><p>que se decida reestruturar ou reprojetar a organização.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 6161 / / 7878</p><p>Os grupos de trabalho temporários, por outro lado, são criados para solucionar um</p><p>problema específico ou realizar uma tarefa definida. Eles são dissolvidos depois de a meta ter</p><p>sido atingida.</p><p>Os grupos informais não são oficiais e surgem sem ter sido formalmente criados para</p><p>servir a um propósito organizacional. As origens desses grupos são espontâneas e pessoais, com</p><p>base principalmente nas relações interpessoais. Uma função importante desse grupo é ajudar as</p><p>pessoas a realizarem seu trabalho. O grupo oferece uma rede de relacionamento interpessoal que</p><p>tem o potencial de “acelerar” o fluxo de trabalho ou “obter favores” que, às vezes, os sistemas</p><p>formais não conseguem fornecer. Ele também ajuda as pessoas a satisfazerem necessidades</p><p>frustradas ou deixadas em suspenso nas atribuições do trabalho formal do grupo. Ele pode</p><p>fornecer aos seus membros satisfação social, segurança e o senso de pertencer.</p><p>As possibilidades de grupo são amplas e ricas, resultando em um trabalho árduo listar e</p><p>definir exatamente cada modalidade. Uma das razões disso é o fato de que muitas modalidades</p><p>de grupo se entrelaçam ou se complementam.</p><p>Pichon-Riviére (1998) propôs uma representação gráfica para melhor elucidar o processo</p><p>grupal. O autor elaborou uma escala (esquema do cone invertido) que investiga as manifestações</p><p>de conduta identificadas nos grupos. Funciona como uma referência para identificar o</p><p>desenvolvimento do grupo e suas formas de interação.</p><p>Nessa escala, os papéis assumidos são utilizados por Pichon-Riviére (1998) como</p><p>indicadores (ou vetores) da análise do processo grupal, como descritos a seguir.</p><p>1. Pertença: o primeiro vetor diz respeito à sensação de fazer parte do grupo, reconhecer</p><p>sua própria importância para a realização da tarefa. Pode ser reconhecida pela presença</p><p>constante, pelo respeito aos compromissos assumidos e pela efetiva participação nas atividades.</p><p>Há um maior grau de identificação e integração grupal, os integrantes percebem que o projeto</p><p>lhes pertence, tornam-se protagonistas deixando de ser espectadores.</p><p>2. Cooperação: contribuição de cada um para o alcance da tarefa. Essa cooperação</p><p>ocorre sobre a base de um interjogo de papéis diferenciados, e o interjogo da verticalidade e da</p><p>horizontalidade tem os seguintes</p><p>papéis:</p><p>➢ porta-voz: expressa os desejos latentes dos parceiros;</p><p>➢ líder: detentor dos aspectos positivos;</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>6262 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>➢ bode expiatório: detentor dos aspectos negativos; e</p><p>➢ sabotador: resistente à mudança.</p><p>Esses papéis, segundo o autor, são funcionais e rotativos, fato que torna saudável o</p><p>crescimento do grupo. O porta-voz tem um papel crucial nos grupos. Ele é o membro que, em</p><p>determinado momento, denuncia o que ocorre no grupo, como as fantasias que norteiam as</p><p>ansiedades e necessidades de todos. O porta-voz fala pelo grupo e nele se conjuga o que o autor</p><p>chama de verticalidade e horizontalidade grupal. A verticalidade é aquilo que se expõe da</p><p>história pessoal do sujeito, e horizontalidade é o processo atual que acontece no aqui e no agora,</p><p>na totalidade dos membros.</p><p>Outro aspecto importante é o princípio de complementaridade. Ele deve conduzir o</p><p>interjogo de papéis no grupo, permitindo que sejam funcionais e operativos. Quando aparece a</p><p>suplementaridade, o grupo é invadido por uma situação de competição que esteriliza a tarefa.</p><p>3. Pertinência: é a capacidade do grupo em manter-se atento na tarefa, quebrando os</p><p>estereótipos, redistribuindo as ansiedades e os papéis, e ultrapassando a resistência à mudança.</p><p>4. Comunicação: leva em conta não só o conteúdo mas também “o como e o quem” da</p><p>mensagem. Se surgir em oposições, pode-se iniciar um conflito.</p><p>5. Aprendizagem: compõe a soma de informações que os membros do grupo possuem</p><p>criando algo além da quantidade. O grupo e cada participante tornam-se capazes de desenvolver,</p><p>criativamente, condutas e projetos alternativos para a superação das dificuldades presentes no</p><p>cotidiano de todos os membros.</p><p>6. Tele: termo definido por Moreno (psicodrama) que assinala como se encontra a</p><p>disposição positiva ou negativa presente ao se trabalhar com um dos membros do grupo, o que</p><p>configurará o clima. É algo de “pele” (Berstein, in Thofehrn).</p><p>Pichon Rivière deu um salto qualitativo e, partindo de uma teoria intrapsíquica,</p><p>estabeleceu bases de uma teoria social que vê o indivíduo como o resultado de sua relação</p><p>dialética indivíduo – “objetos”.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 6363 / / 7878</p><p>TÓPICO 3.3 - COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL</p><p>Que diferença faz para a comunicação se as pessoas estiverem em espaços</p><p>informais ou em espaços sociais formais quando trocam conhecimentos?</p><p>Aparentemente nenhuma.</p><p>Se você estiver pensando essa obviedade, vou problematizar: será que, nos</p><p>espaços formais (como uma instituição militar), as pessoas usam</p><p>linguagem do mesmo modo que usam em ambientes informais? E as</p><p>informações que trocam são as mesmas pelas quais se interessam num</p><p>ambiente informal? E os meios que utilizam? Será que são os mesmos?</p><p>Pois é! Penso que não! E não sendo, entendo que o espaço ou ambiente em</p><p>que a troca de informações acontece envolve outros elementos e motivos.</p><p>Na instituição em que você trabalha há murais, não há? Pelo menos um deve haver. Para</p><p>que servem os murais? Para comunicar, é óbvio. Os murais são meios de comunicação pelos</p><p>quais as pessoas se relacionam umas com as outras, mesmo não estando cara a cara. Nos murais</p><p>de sua instituição, as mensagens são endereçadas a pessoas específicas? Às vezes sim, se o mural</p><p>tiver esse objetivo; muitas pessoas fazem uso da geladeira de casa. Você faz isso? Deixa recados</p><p>para seus familiares em algum lugar da casa?</p><p>Parece que os murais da instituição não têm esse objetivo. Pelo menos não todos. Claro</p><p>que as informações do mural não são para pessoas específicas, mas elas são colocadas nele por</p><p>alguém. Mas são informações sobre essas pessoas que mantêm o mural que são divulgadas nele?</p><p>Normalmente não, não é? Então, o mural é um meio de comunicação usado na/pela instituição, e</p><p>não por indivíduos para transmitir informações à comunidade militar, e não a pessoas</p><p>específicas. Veja que, mesmo que sejam pessoas que coloquem informações no mural para que</p><p>outras pessoas tomem conhecimento delas, as informações não são de pessoa para pessoas. São</p><p>da instituição à comunidade militar. As pessoas estão envolvidas pelo processo de troca de</p><p>informações, mas não são o começo nem o fim dele. O mural não é meio de comunicação das</p><p>pessoas, mas é um instrumento institucional da base militar.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>6464 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Se pensarmos na instituição militar, existem meios nos quais as comunicações ocorrem,</p><p>como avisos em paradas diárias, boletins internos e externos, documentos realizados através de</p><p>sistemas específicos como Intraer/Sigadaer.</p><p>Os militares se comunicam por meio de comportamentos específicos, como o</p><p>cumprimento por meio de “continências” e palavras formais “Sim, senhor! Sim, senhora!”.</p><p>Existem inúmeros regulamentos militares que indicam como o militar deve se comportar e até</p><p>como se vestir, ou seja, meios de comunicação padronizados por regulamentos e cerimoniais.</p><p>Você conseguiu perceber a diferença? Ainda não? Então pense: no boletim interno da</p><p>FAB, é possível informar qualquer coisa, com qualquer linguagem, sobre qualquer assunto?</p><p>Não! As informações contidas dizem respeito a assuntos da FAB (trabalhos realizados por</p><p>militares, publicações, escalas, entre muitos outros). Então, as informações a serem publicadas</p><p>no boletim da FAB são de interesse da instituição militar, na qual as pessoas assumem certas</p><p>posições: superiores hierárquicos, subordinados militares e civis (que trabalham na organização)</p><p>e dependentes de militares. São os sujeitos ou atores da FAB.</p><p>A comunicação institucional acontece entre pessoas, porém, quando elas estão em</p><p>exercício de seus papéis institucionais, formam um público.</p><p>O que você descobriu, então, sobre a diferença proposta aqui entre comunicação</p><p>interpessoal e comunicação institucional?</p><p>Bem, a comunicação interpessoal pode ser imediata ou mediada, enquanto que a</p><p>comunicação institucional tende a ser mediada por meios de comunicação (mídias). Sim, porque</p><p>as instituições não são pessoas e por isso não se comunicam como pessoas. No caso da</p><p>instituição militar, os meios podem ser avisos na parada diária, boletim interno e externo,</p><p>memorandos, e-mails e portarias. Superiores hierárquicos, subordinados, professores militares e</p><p>civis, soldados são pessoas a serviço da instituição. Outra diferença é que a comunicação</p><p>interpessoal acontece entre pessoas específicas, enquanto a institucional envolve pessoas que</p><p>representam cargos e funções, acontece entre a institucional e o público com a qual ela se</p><p>relaciona, bem como entre instituições.</p><p>Isso é fácil de perceber: quando a FAB tem informações novas, transmite à comunidade</p><p>militar, mas não a outras pessoas, nem à sociedade inteira, a não ser em casos particulares, o que</p><p>não será problematizado aqui.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 6565 / / 7878</p><p>Uma outra diferença é que a comunicação interpessoal é de domínio privado enquanto a</p><p>institucional é tanto de domínio privado como de domínio público, conforme a própria</p><p>instituição. E, por fim, a última diferença é que a comunicação interpessoal</p><p>é informal enquanto</p><p>a comunicação institucional é formal.</p><p>Embora existam essas diferenças, é bom deixar claro que há uma semelhança</p><p>fundamental entre os dois tipos de comunicação: ambos são relações sociais que colocam as</p><p>pessoas em interação no próprio ato da troca de informações. Com isso, percebe-se que as</p><p>linguagens e os meios de comunicação são muito importantes na vida social, seja para a</p><p>instituição, seja para as pessoas.</p><p>Se você prestar atenção, parece que, em todas as instituições militares, os assuntos mais</p><p>importantes são os mesmos: disciplina, hierarquia e ordem. Contudo, percebemos que os tipos de</p><p>comunicação variam de acordo com o ambiente no qual ela ocorre, ou seja, de maneira formal ou</p><p>informal.</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o</p><p>que foi visto.</p><p>Veja isso!</p><p>Assista ao vídeo!</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=XKq0JHGFJc8</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>6666 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>COMUNICAÇÃO NO TRABALHO</p><p>Neste tópico estudaremos um pouco sobre a comunicação no trabalho.</p><p>Como é a comunicação na era da informação? Vejamos a seguir!</p><p>Na era em que se encontra o mundo dos negócios, a comunicação é basicamente o</p><p>processo de troca de informações. Esse processo é fundamental na vida de uma organização,</p><p>porque nenhum indivíduo pode gerar sozinho todas as informações necessárias para a tomada de</p><p>decisão.</p><p>A comunicação é um processo mediante o qual duas ou mais pessoas se entendem. O</p><p>objetivo básico da comunicação é influenciar o ouvinte/receptor, o outro, o ambiente, até a si</p><p>próprio.</p><p>Muitos profissionais de organizações se preocupam em fazer reuniões ou concluir</p><p>programas sem se preocupar com o fator mais essencial, que é fazer com que a mensagem seja</p><p>percebida de maneira correta.</p><p>As organizações não podem existir sem comunicação. Se não houver comunicação, os</p><p>empregados não sabem aquilo que os colegas estão realizando, a gerência não recebe as</p><p>informações necessárias e os supervisores não podem dar instrução. A coordenação do trabalho é</p><p>impossível e a organização entrará em colapso por falta dela.</p><p>A comunicação organizacional pode ser considerada um processo dinâmico por meio do</p><p>qual as organizações se relacionam com o meio ambiente e por meio do qual as subpastas da</p><p>organização se comunicam entre si. Por conseguinte, a comunicação organizacional pode ser</p><p>vista como um fluxo de mensagens dentro de uma rede de relações interdependentes.</p><p>Quando a comunicação é eficaz, ela tende a incentivar melhor o desempenho e a</p><p>satisfação no trabalho. As pessoas compreendem suas tarefas, sentindo-se mais envolvidas com</p><p>elas. Em alguns casos, elas até sacrificam alguns privilégios adquiridos ao longo do tempo,</p><p>porque compreendem que o sacrifício é necessário.</p><p>À medida que as organizações crescem, as comunicações se distanciam cada vez mais.</p><p>Assim, os canais da comunicação inibem o fluxo de informação entre os diversos níveis da</p><p>organização. A vantagem é impedir que os funcionários do nível mais alto se atolem no excesso</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 6767 / / 7878</p><p>de informações, e a desvantagem é algumas vezes impedir que esses funcionários de nível mais</p><p>alto recebam informações que deveriam receber.</p><p>No que se refere à estrutura de autoridade, pode-se verificar que as diferenças de status e</p><p>de poder ajudam a determinar quem irá comunicar-se com quem. O conteúdo e a exatidão da</p><p>comunicação também serão afetados pelas diferenças de autoridade.</p><p>Nas organizações, a comunicação apresenta várias formas e vários aspectos. Pode ser</p><p>verbal (oral e escrita) e não verbal. As mensagens nas organizações viajam em quatro direções:</p><p>para cima, para baixo, na horizontal e na diagonal.</p><p>A comunicação descendente é do superior para o subordinado. Ela envolve relatórios</p><p>administrativos, manuais de políticas e de procedimentos, jornais internos da empresa, cartas e</p><p>circulares aos empregados, relatórios escritos sobre desempenho, manuais de empregados, etc.</p><p>Já a comunicação ascendente é a que ocorre do subordinado para o superior. Envolve</p><p>memorandos escritos, relatórios, reuniões grupais planejadas, conversas informais com o</p><p>superior. Apresenta um propósito informativo, auxiliando na tomada de decisões. As empresas</p><p>desenvolvem muitos programas e políticas para facilitar a comunicação da base para o topo, tais</p><p>como:</p><p>➢ as políticas de portas abertas, nas quais qualquer empregado pode receber a atenção da</p><p>alta administração;</p><p>➢ os programas de treinamento, que avaliam vários aspectos da empresa e procuram trazer</p><p>os problemas à tona;</p><p>➢ os programas de reclamações e outras formas de comunicação, que levam problemas e/ou</p><p>demandas dos funcionários para a alta administração;</p><p>➢ a comunicação horizontal, que faz a troca de mensagem entre funcionários do mesmo</p><p>nível organizacional, na forma oral ou escrita; e</p><p>➢ a comunicação diagonal, que diz respeito à transmissão de mensagens de níveis</p><p>organizacionais mais altos ou mais baixos, em diferentes departamentos, buscando</p><p>dinamismo no tocante às direções de comunicação.</p><p>A comunicação vai além de um instrumento de divulgação de informações, pois</p><p>compartilha a missão, a visão e os valores organizacionais. Por essas e outras é que as empresas</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>6868 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>e instituições têm buscado profissionais competentes na comunicação, pois, quando estratégica e</p><p>eficaz, ela permite a criação de um ambiente participativo que favorece a gestão dos processos de</p><p>mudanças de uma organização.</p><p>TÓPICO 3.4 - COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL</p><p>Para iniciar nossa conversa, convido-o a refletir sobre comportamento</p><p>organizacional. Qual seu conhecimento sobre esse tema?</p><p>Tomemos como primeira resposta que o comportamento organizacional é o estudo e a</p><p>aplicação do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações. É uma</p><p>ferramenta humana para o benefício do homem. Ele se aplica amplamente ao comportamento das</p><p>pessoas em todos os âmbitos, tais como negócios, governo, escolas e organizações de serviços.</p><p>Onde quer que estejam as organizações, existirá sempre a necessidade de compreender o</p><p>comportamento organizacional.</p><p>O elemento-chave do comportamento organizacional são as pessoas, a estrutura, a</p><p>tecnologia e o ambiente no qual a organização opera. Quando as pessoas se juntam numa</p><p>organização para atingirem um objetivo, alguma espécie de estrutura é requerida. Elas usam</p><p>tecnologia para ajudar a fazer um trabalho, dessa forma existe uma interação entre pessoas,</p><p>estrutura e tecnologia. Além disso, esses elementos são influenciados pelo ambiente externo, e</p><p>eles o influenciam também. Cada um desses quatro elementos do comportamento organizacional</p><p>será resumidamente considerado.</p><p>ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO</p><p>➢ Pessoas: representam o sistema social interno da organização. O termo refere-se a</p><p>indivíduos ou a grupos. Estes são dinâmicos, se formam, mudam e se dissolvem. A</p><p>organização humana hoje não é a mesma de ontem, ou a do dia anterior. As pessoas são</p><p>seres que estão vivendo, pensando, sentindo e trabalhando na organização para atingirem</p><p>seus objetivos.</p><p>➢ Estrutura: define os relacionamentos formais das pessoas dentro das organizações.</p><p>Diferentes cargos são necessários para se realizarem todas as atividades de uma</p><p>organização. Exemplo: administradores e empregados, contadores e trabalhadores da</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 6969 / / 7878</p><p>linha de produção. Essas pessoas podem estar relacionadas através de alguma estrutura</p><p>para que seu trabalho seja efetivamente coordenado. Por meio deles, podem surgir a</p><p>cooperação, a negociação e o processo decisório.</p><p>➢ Tecnologia: oferece recursos com os quais as pessoas trabalham e afetam as tarefas que</p><p>elas desempenham. O grande benefício da tecnologia é que ela permite às pessoas</p><p>fazerem mais e melhor o trabalho, mas também restringe as pessoas de várias maneiras.</p><p>Do mesmo modo que há custos, há também benefícios.</p><p>➢ Ambiente: todas as organizações operam dentro de um ambiente externo. Nenhuma</p><p>organização existe sozinha. Ela é parte de um sistema maior que contém muitos outros</p><p>elementos, tais como governo, família e outras organizações. Todos se influenciam</p><p>mutuamente, num sistema complexo que cria um contexto para um grupo de pessoas. As</p><p>organizações individualmente (uma fábrica, uma escola) não podem escapar de ser</p><p>influenciadas por esse ambiente externo, o qual influencia as atitudes das pessoas, afeta</p><p>as condições de trabalho e promove competições por recursos e poder, por isso deve ser</p><p>levado em conta no estudo do comportamento humano nas organizações.</p><p>O interesse sobre as pessoas no trabalho foi despertado por Frederick W. Taylor nos</p><p>Estados Unidos no começo de 1900. Ele é frequentemente chamado “o pai da administração</p><p>científica”, e as modificações que trouxe para essa área desbravaram o caminho para o</p><p>desenvolvimento posterior do comportamento e a produtividade para os trabalhadores da</p><p>indústria. Ele assinalou que, assim como existe uma melhor máquina para o trabalho, também</p><p>existem maneiras melhores de as pessoas executarem suas atividades. Com certeza, o objetivo</p><p>ainda era a eficiência técnica, mas, pelo menos, a administração foi despertada para a</p><p>importância de um de seus recursos negligenciados até então.</p><p>Nos anos de 1940 e 1950, alguns grandes projetos de pesquisa foram observados em</p><p>numerosas organizações. Como os resultados dessas pesquisas começaram a se infiltrar nas</p><p>comunidades empresariais e acadêmicas, foram estimulados novos interesses quanto ao</p><p>comportamento das pessoas no trabalho. A “idade das relações humanas” havia começado.</p><p>A nova ênfase sobre as pessoas no trabalho foi o resultado das tendências que foram</p><p>desenvolvidas por um longo período de tempo. Isso ajudou a equiparar os valores humanos aos</p><p>demais valores no trabalho. Infelizmente as relações humanas cresceram tão depressa que não</p><p>foram bem compreendidas e desenvolveu-se uma certa superficialidade a esse respeito. Alguns</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>7070 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>praticantes começaram a enfatizar a ideia de “Seja bom com as pessoas” enquanto sutilmente</p><p>tentavam manipular os empregados.</p><p>O termo “relações humanas” gradativamente perdeu seu valor, e o novo termo que surgiu</p><p>para descrevê-lo foi “comportamento organizacional”. Este então integra as ciências</p><p>comportamentais com as organizações formais. Elas devem ter pessoas trabalhando no sentido</p><p>dos objetivos que a organização deve ter; dessa forma é desejável tratar os dois como uma</p><p>unidade integrada, assim como o comportamento organizacional faz.</p><p>TÓPICO 3.5 - TERMOS TÉCNICOS DE CADA PROFISSÃO</p><p>Em seu ambiente de trabalho, utilizam-se termos específicos? Se sim, você imagina o</p><p>motivo? A especialização do trabalho usualmente facilita a comunicação dentro de grupos</p><p>semelhantes (funcionários de um mesmo grupo de trabalho provavelmente compartilham do</p><p>mesmo jargão), enquanto a comunicação entre grupos diferentes provavelmente será inibida.</p><p>Um aspecto diferente que percebemos nas comunicações são os termos utilizados em</p><p>diferentes profissões, ou seja, há aspectos e linguagens que definem conceitos e ideias</p><p>específicas de cada profissão. A psicologia, por exemplo, utiliza a palavra anamnese para se</p><p>referir a um levantamento de informações no histórico de vida de um paciente. Para os leigos,</p><p>essa linguagem específica surge como uma barreira na comunicação, proporcionando um</p><p>distanciamento entre as partes. No entanto, os jargões servem como meios de proteção perante</p><p>uma crítica ou uma competição. No meio profissional, as linguagens específicas são</p><p>extremamente eficientes, permitindo que ideias e conteúdos possam ser expressos de maneira</p><p>mais abreviada.</p><p>Portanto, a linguagem técnica apoia o raciocínio de Lorde Kelvin: quando você consegue</p><p>medir o que está sendo dito e expressá-lo em números, você sabe algo sobre o assunto; mas,</p><p>quando não consegue medir, quando não consegue expressar-se em números, seu conhecimento</p><p>é pequeno e insatisfatório: pode ser o começo de um conhecimento, mas não avançou ainda, nos</p><p>seus pensamentos, para o estágio científico.</p><p>O domínio dos termos técnicos da especialidade é indispensável a qualquer profissional</p><p>de bom nível, pois mostra, ao usar uma linguagem específica, que conhece o significado do que</p><p>está sendo dito. Porém, para os não especialistas, que não a dominam, essa linguagem torna-se</p><p>para eles inadequada, confusa e imprecisa.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 7171 / / 7878</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o</p><p>que foi visto.</p><p>Agora, que tal</p><p>uma pausa?</p><p>Parabéns por ter avançado até aqui! Está na</p><p>hora de fazer uma pausa.</p><p>Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem</p><p>parte do estudo.</p><p>Preparado para responder mais alguns exercícios de aprendizagem? É</p><p>bom relembrar que a “decoreba” não é um método eficaz de estudo,</p><p>portanto verifique sua compreensão sobre o conteúdo.</p><p>Não deixe de realizar os exercícios de aprendizagem sobre este capítulo,</p><p>tudo bem?</p><p>1. Você consegue identificar quais os 4 elementos do comportamento organizacional, após a</p><p>leitura do material?</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>7272 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>4. 2. Você acredita que a comunicação eficaz melhora as relações interpessoais nas</p><p>organizações? Justifique sua resposta.</p><p>3. Ao refletir sobre o trabalho em grupo, você observou se há ou não benefícios para as</p><p>organizações e para seus os membros? Para Lavitt existem alguns benefícios, quais seriam eles?</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 7373 / / 7878</p><p>Para “fechar com chave de ouro”, ponha em prática os tópicos, seguintes.</p><p>Roteirize o</p><p>seu estudo!</p><p>- Quais suas observações iniciais acerca do texto?</p><p>Identifique algumas palavras-chave e faça breves</p><p>anotações sobre elas. Faça uma breve descrição do</p><p>texto. Quais</p><p>correlações e associações você pode</p><p>fazer em relação a ele? Compare-o a outras leituras</p><p>que você já tenha realizado. Faça breves anotações,</p><p>infográficos ou desenhos.</p><p>- Experimente decompor o texto em tópicos. Anote</p><p>cada tópico acrescido de um breve comentário.</p><p>Após isso, faça um resumo, reconstruindo o texto,</p><p>com suas próprias palavras, a partir dos tópicos.</p><p>Avalie todas as suas anotações de forma reflexiva.</p><p>Há algo que você possa melhorar?</p><p>- Tente explicar seu resumo para alguém, prepare</p><p>uma aula com 3 a 5 slides, ou faça um “mapa</p><p>mental” sobre o assunto estudado. Faça uma</p><p>“busca” na Internet por algum texto, infográfico ou</p><p>vídeo que esteja relacionado com o assunto e que</p><p>possa ser acrescentado ao seu material de estudo.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 7575 / / 7878</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Prezado Aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com sucesso,</p><p>Parabéns! Esperamos que, em todos esses momentos em que estivemos juntos, você tenha</p><p>aproveitado e aprendido muito.</p><p>Durante nosso estudo, realizamos leituras, aprendemos conceitos, verificamos novos</p><p>procedimentos. Fizemos anotações, resumos, exercícios, elaboramos roteiros de estudo e</p><p>dialogamos bastante. Não foi mesmo?</p><p>Nesta disciplina, estudamos o processo de comunicação e a sua importância para as</p><p>relações interpessoais e institucionais. Estudamos os meios de comunicação na instituição e os</p><p>tipos de comunicação nas relações institucionais. Mostramos os canais para se desenvolver o</p><p>saber ouvir e os mecanismos para a obtenção de um bom feedback. Fizemos um estudo sobre as</p><p>filtragens na comunicação, sobre as percepções de cada pessoa e sobre as barreiras psicológicas</p><p>que as distorcem. Analisamos a Janela de Johari, que nos ajudou a indicar áreas de nossos</p><p>comportamentos. Entendemos como essas áreas influenciam a nossa percepção de mundo e</p><p>como as utilizamos nos relacionamentos. Vimos como funcionam as relações interpessoais em</p><p>grupo e como elas podem ser positivas no ambiente de trabalho. Estudamos também os tipos de</p><p>comportamentos que podem influenciar as relações interpessoais e institucionais.</p><p>Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos. Não importa o nome que</p><p>damos; o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!</p><p>Com as saudações da Equipe do Berço dos Especialistas, sucesso em sua Missão!</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>7676 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ADLER, R. B.; TOWNE, N. Comunicação interpessoal. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.</p><p>ALBUQUERQUE, E J. B.; PUENTE-PALACIOS, K. E. Grupos e equipes de trabalho nas</p><p>organizações. In: ZANELLI, J. C; BORGES-ANDRADE, J. E.; On teams. Chicago:</p><p>IrwinProfessional Publishing, 1996.</p><p>ALTMAN, I.; TAYLOR, D. A. Social penetration: the development of interpesonal</p><p>relationships. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1973.</p><p>BERLO, David Kenneth. O processo da comunicação. 9. ed. São Paulo: MartinsFontes, 1999.</p><p>BERSTEIN, Serge. A cultura política. In RIOUX & SIRINELLI Org. 5 pág. ...Lcs Gênérations,</p><p>Vingrieme siêclc. RCI&QUOT;C (I’histoire, 11.022, Abril 1989).</p><p>DAVIS, K. Comportamento humano no trabalho. Tradução de Eunice Laçava Kwasnicka.</p><p>São Paulo: Pioneira, 1996.</p><p>DAVIS, K.; NEWSTROM, J. W. Comportamento Humano no Trabalho: uma abordagem</p><p>psicológica. 2 ed., São Paulo, Editora Pioneira, 1998.</p><p>DEL PRETTE, Almir. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em</p><p>grupo/ Almir Del Prette, Zilda A. P. Del Prette. 11.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.</p><p>FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo Dicionário de Língua Portuguesa. 1ed. Rio</p><p>de Janeiro: nova Fronteira.1986.</p><p>GOBSON, IVANCEVITCH E DONELLY, Organizações: comportamento, Estrutura,</p><p>Processos. São Paulo, Atlas, 1981.</p><p>GROSS, M. Dicas práticas de comunicação: boas ideias para os relacionamentos e os negócios.</p><p>1ª Ed. São Paulo: Trevisan Editora, 2014, ebook.</p><p>HUGUENIN, P. R. M. A comunicação interna no ambiente organizacional. 2012. 47 p.</p><p>Monografia. Universidade Candido Mendes, 2012.</p><p>KEITH. D. NEWSTROM. J. W. Comportamento Humano do Trabalho: uma abordagem</p><p>organizacional. São Paulo, Pioneira, 2001.</p><p>KUNSCH, Margarida Maria Krolling. Relações Públicas e Excelência em comunicação.</p><p>disponível em: http://www.portal-rp.com.br/biblioteca virtual/relações públicas/conceituais.</p><p>Html.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 7777 / / 7878</p><p>LACOMBE, F. J. M. Comportamento Organizacional Fácil. 1 ed., São paulo: Editora Saraiva,</p><p>2017.</p><p>LACOME , F.J.M. Comportamento Organizacional. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>LEME, Maria Isabel da Silva. psicologia: reflexão e critica, 2004, 17 (3) pp 367-380.</p><p>Universidade de São Paulo.</p><p>LOURENÇO, V. A. Gerenciamento das Comunicações em Projetos de Software: o seu</p><p>problema da efetividade das comunicações. 2011. 179 p. Dissertação de Mestrado. Centro de</p><p>Informática da Universidade Federal de Pernambuco, 2011.</p><p>MAILHIOT, G. B. Dinâmica e gênese dos grupos. 3. ed. 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Comunicação face a face: o papel da liderança com o público interno. Disponível</p><p>em: http://bhpress.com.br/comunicacao-face-a-face-o-papel-da-lideranca/. Acesso em 12 fev.</p><p>2020.</p><p>SCHERMERHORN, J. R. Fundamentos de Comportamento Organizacional. Porto Alegre,</p><p>Bookman, 1999.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>7878 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>SHELTON N. e BRUTON S. Assertiveness Skills. Editora: American Media Inc. Edição : New</p><p>edition (1 de junho de 1996).</p><p>SOUZA, A. R.; FERREIRA, V. C. P. Introdução à administração: uma iniciação ao mundo</p><p>das organizações. 5. ed. Rio de Janeiro: Pontal, 2002.</p><p>STONER, J. A. F, FREEMAN, R. E. Administração. Tradução Alves Calado. 5. ed. Rio de</p><p>Janeiro: 1999.</p><p>TEIXEIRA, J. E. C. A motivação dos colaboradores nas organizações. 2015. Disponível em:</p><p>http://peritocontador.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Jorge-Ed%C3%Adsio-de-Castro-</p><p>Ferreira-A-Motiva%C3%A7%C3%A3o-dos-Colaboradores-nas-Organiza</p><p>%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: 12 fev. 2020.</p><p>THIBAUT, J.W., KELLEY, H. H. The social psychology of groups. Oxford, England : John</p><p>Wiley. 1959.</p><p>WETZLER, S. Living with the passive-aggressive man. Editora: Simon & Schuster, 1992.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>CAPÍTULO 1 - ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO</p><p>TÓPICO 1.1 - PROCESSO</p><p>DE COMUNICAÇÃO</p><p>TÓPICO 1.2 - PROCESSO DE COMUNICAÇÃO DE DUAS VIAS</p><p>TÓPICO 1.3 - PROBLEMAS POTENCIAIS DE COMUNICAÇÃO DE DUAS VIAS</p><p>TÓPICO 1.4 - FILTRAGEM NA COMUNICAÇÃO</p><p>TÓPICO 1.5 - PERCEPÇÃO DE CADA PESSOA</p><p>TÓPICO 1.6 - BARREIRAS PSICOLÓGICAS</p><p>TÓPICO 1.7 - MEIOS DE COMUNICAÇÕES</p><p>TÓPICO 1.8 - DOCUMENTOS ESCRITOS E MEIOS ELETRÔNICOS</p><p>TÓPICO 1.9 - CARACTERÍSTICAS DA BOA COMUNICAÇÃO</p><p>TÓPICO 1.10 - IMPORTÂNCIA DE SABER OUVIR</p><p>CAPÍTULO 2 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL</p><p>TÓPICO 2.1 - BREVE HISTÓRICO SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS</p><p>TÓPICO 2.2 - POR QUE FORMAMOS RELACIONAMENTOS?</p><p>TÓPICO 2.3 - COMO DESENVOLVER E MANTER RELACIONAMENTOS?</p><p>TÓPICO 2.4 - DIFERENÇAS INDIVIDUAIS</p><p>TÓPICO 2.5 - TIPOS DE COMPORTAMENTOS NAS RELAÇÕES</p><p>CAPÍTULO 3 - JANELA DE JOHARI E RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS GRUPOS</p><p>TÓPICO 3.1 - AUTORREVELAÇÃO E JANELA DE JOHARI</p><p>TÓPICO 3.2 - RELAÇÕES INTERPESSOAIS NOS GRUPOS</p><p>TÓPICO 3.3 - COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL</p><p>TÓPICO 3.4 - COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL</p><p>TÓPICO 3.5 - TERMOS TÉCNICOS DE CADA PROFISSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS</p><p>1. O AMBIENTE DE</p><p>TRABALHO E O</p><p>COMUNICAR-SE</p><p>a) Caracterizar o uso de termos técnicos nas profissões (Cn);</p><p>b) enumerar os meios de comunicação (Cn); e</p><p>c) identificar a comunicação institucional (Cn).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 1111 / / 7878</p><p>Por fim, a Unidade 3 está estruturada da seguinte forma:</p><p>3. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL, AUTORREVELAÇÃO E JANELA DE</p><p>JOHARI</p><p>Objetivos específicos da Unidade 3:</p><p>a) compreender os tipos de comportamentos voltados ao relacionamento interpessoal (Cp);</p><p>b) identificar as características do relacionamento interpessoal e as do ser humano como ser</p><p>social (Cn); e</p><p>c) descrever a autorrevelação, a janela de JOHARI e as formas de relacionamento interpessoal</p><p>nos grupos (Cn).</p><p>SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS</p><p>1. RELACIONAMENTO</p><p>INTERPESSOAL E O SER</p><p>SOCIAL</p><p>a) Descrever as características principais do histórico das relações</p><p>interpessoais (Cn);</p><p>b) identificar as características na formação de relacionamentos</p><p>(Cn);</p><p>c) apontar o ser humano como ser social (Cn); e</p><p>d) identificar as formas de desenvolver e manter relacionamentos</p><p>(Cn).</p><p>2. TIPOS DE</p><p>COMPORTAMENTOS</p><p>a) Apontar os tipos de comportamentos voltados ao</p><p>relacionamento interpessoal (Cn); e</p><p>b) distinguir os tipos de comportamentos no contexto das relações</p><p>interpessoais (Cp).</p><p>3. A</p><p>AUTORREVELAÇÃO E A</p><p>JANELA DE JOHARI E</p><p>AS RELAÇÕES</p><p>INTERPESSOAIS NOS</p><p>GRUPOS</p><p>a) Conceituar a autorrevelação e a janela de JOHARI nos</p><p>relacionamentos (Cn); e</p><p>b) apontar as características das relações interpessoais nos grupos</p><p>(Cn).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>1212 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>CAPÍTULO 1 - ESPECIFICIDADES DA COMUNICAÇÃO</p><p>Olá! Ao longo da leitura, você observará algumas estratégias as quais</p><p>utilizamos para facilitar a sua compreensão. Queremos que nosso contato</p><p>seja proveitoso, agradável e que essa fase da sua vida seja lembrada pelo</p><p>sucesso alcançado por meio de seu esforço e sua dedicação. Passaremos</p><p>algumas horas juntos e, a todo momento, dialogaremos sobre assuntos</p><p>com os quais você convive diariamente. É importante destacar que você</p><p>será o “ator” na construção da própria aprendizagem, por isso leia e</p><p>responda a todos os questionamentos e respeite os marcadores, pois a</p><p>metodologia utilizada na confecção do material busca minimizar dúvidas,</p><p>produzir reflexões e desenvolver a sua aprendizagem e as habilidades</p><p>necessárias. Compreender, interpretar, analisar e avaliar são pontos</p><p>importantes para o seu aprendizado. Esperamos que nossa convivência</p><p>contribua ainda mais para o seu aperfeiçoamento e para a construção das</p><p>habilidades necessárias para seu sucesso profissional.</p><p>TÓPICO 1.1 - PROCESSO DE COMUNICAÇÃO</p><p>Iniciaremos nossa conversa tentando responder à pergunta: O que é a</p><p>comunicação? Vamos descobrir juntos?</p><p>Uma primeira resposta nos diz que a comunicação é a transferência de informação e</p><p>compreensão de uma pessoa para a outra. É uma forma de atingir os outros com ideias, fatos,</p><p>pensamentos, sentimentos e valores. Ela é uma ponte do sentido entre as pessoas, de tal forma</p><p>que elas podem compartilhar aquilo que sentem e sabem. A comunicação é um processo ou a</p><p>sucessão de fenômenos ligados à troca de mensagens.</p><p>Durante a comunicação são transmitimos conteúdos intelectuais e/ou emocionais; esses</p><p>conteúdos ocorrem simultaneamente durante a mensagem. Um aspecto importante da</p><p>comunicação é que ela sempre envolve, no mínimo, duas pessoas: aquela que emite a mensagem</p><p>(emissor) e aquela que recebe a mensagem (receptor) (Figura 1).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 1313 / / 7878</p><p>Além do emissor e do receptor, existem outros elementos que compõem a comunicação,</p><p>os quais estão descritos a seguir.</p><p>• Emissor (fonte): é o indivíduo ou grupo que emite a mensagem com ideias, informações,</p><p>necessidades ou desejos e o propósito de comunicá-los a uma pessoa ou grupo de pessoas</p><p>(BERLO, 1999).</p><p>• Codificação: significa formular o conteúdo por meio de símbolos (palavras, gestos, etc.)</p><p>e selecionar o veículo mais adequado para a transmissão da informação. O emissor</p><p>precisa tentar estabelecer um significado “mútuo” (BERLO, 1999; OLIVEIRA, 2005).</p><p>• Mensagem: é a forma física na qual o emissor codifica a informação com o objetivo de</p><p>transmiti-la a alguém. A mensagem pode ter qualquer forma que possa ser captada e</p><p>compreendida por um ou mais sentidos do receptor (OLIVEIRA, 2005).</p><p>• Canal: é o meio de transmissão de uma pessoa a outra (a voz, o papel, os meios</p><p>eletrônicos). O canal deve ser adequado à mensagem, para que a comunicação seja</p><p>eficiente e eficaz (STONER e FREEMAN,1999; OLIVEIRA, 2005).</p><p>• Receptor: é a pessoa ou grupo a quem se destina a mensagem, logo ele é o alvo da</p><p>comunicação. Se a mensagem não chegar ao receptor ou este não a compreender, a</p><p>comunicação não acontece (BERLO, 1999).</p><p>• Decodificação: ocorre quando a mensagem chega e os símbolos utilizados na codificação</p><p>são traduzidos em informações e sentimentos que são significativos para o destinatário. O</p><p>receptor deve perceber a mensagem e em seguida interpretá-la. Em geral, quanto mais a</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FONTE: O AUTOR (2020).</p><p>FIGURA 1 - PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ENTRE EMISSOR E RECEPTOR</p><p>1414 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>decodificação do receptor se aproxima da mensagem pretendida pelo emissor mais eficaz</p><p>será a comunicação (SOUZA e FERREIRA,1999; OLIVEIRA, 2005).</p><p>E como estão nossos estudos até aqui? Vamos em frente!!</p><p>Vimos até aqui alguns aspectos da comunicação e os elementos que a compõem. Na</p><p>sequência, daremos continuidade ao estudo da comunicação em seus diferentes aspectos e a</p><p>influência destes no comportamento interpessoal.</p><p>TÓPICO 1.2 - PROCESSO DE COMUNICAÇÃO DE DUAS VIAS</p><p>O processo de comunicação de duas vias é o método pelo qual o emissor atinge o</p><p>receptor com a mensagem obtendo seu feedback (LOURENÇO, 2011). Esse processo requer oito</p><p>etapas, independentemente se há fala de ambas ou de apenas uma das partes envolvidas na</p><p>comunicação, ou ainda se esta se dá por sinais ou por qualquer outro meio.</p><p>As etapas do processo de comunicação de duas vias são (DAVIS, 1996) estas:</p><p>• Primeira etapa: consiste em elaborar uma ideia que o emissor deseja transmitir.</p><p>• Segunda etapa: trata-se de codificar a ideia; nessa etapa, o emissor determina o método</p><p>de transmissão para que as palavras e os símbolos possam ser organizados de modo</p><p>adequado ao tipo de transmissão.</p><p>• Terceira etapa: consiste na transmissão da mensagem elaborada por meio do método</p><p>escolhido, seja este um documento, o telefone ou mesmo uma visita pessoal. Os</p><p>emissores também escolhem certos canais e tentam manter a comunicação livre de</p><p>barreiras e de interferências, de tal forma que as mensagens tenham a oportunidade de</p><p>atingir seus receptores e atrair atenções.</p><p>• Quarta etapa: caracteriza-se pelo recebimento da mensagem. Dessa forma, a iniciativa é</p><p>transferida ao receptor, que deve estar preparado para receber a mensagem.</p><p>• Quinta etapa: caracteriza-se pela decodificação da mensagem, de forma que ela possa</p><p>ser compreendida. O emissor deseja que ela seja compreendida pelo receptor exatamente</p><p>como foi enviada.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE</p><p>PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 1515 / / 7878</p><p>• Sexta etapa: consiste em aceitar ou rejeitar a mensagem, após esta ter sido obtida e</p><p>decodificada pelos receptores. Os emissores, certamente, gostariam que os receptores</p><p>aceitassem sua comunicação da forma pretendida, para que as atividades possam se</p><p>desenvolver como planejadas. Entretanto, a aceitação é uma questão de escolha e grau, de</p><p>modo que o receptor tenha um considerável controle sobre se vai adotar toda a mensagem</p><p>ou apenas parte dela. Alguns fatores que afetam a decisão de aceitação refletem as</p><p>percepções de exatidão da mensagem e da autoridade do emissor e as implicações</p><p>comportamentais para o receptor.</p><p>• Sétima etapa: é o uso da informação pelo receptor. Este pode descartá-la, guardá-la para</p><p>o futuro ou tomar qualquer outra decisão quanto ao que fazer com a informação adquirida</p><p>no processo de comunicação. Esta é uma etapa crucial da ação, e o receptor tem amplo</p><p>controle sobre o que fazer.</p><p>• Oitava etapa: ocorre quando o receptor toma conhecimento da mensagem e responde ao</p><p>emissor; nesse momento ocorre então o feedback.. Nessa etapa, a curva de comunicação</p><p>torna-se completa, pois existe um fluxo na mensagem entre o emissor e o receptor, e</p><p>vice-versa.</p><p>• A comunicação de duas vias se completa e se concretiza apenas por meio do feedback.</p><p>Para facilitar a compreensão do processo, podemos compará-lo a uma partida de tênis, a</p><p>qual só é possível ocorrer adequadamente se a bola lançada por um dos jogadores for</p><p>rebatida pelo outro jogador no lado oposto da quadra. Esse ato de rebater a bola de tênis</p><p>seria o feedback na comunicação de duas vias. Nesta, o emissor envia a mensagem e o</p><p>receptor a devolve ao emissor. O resultado é o desenvolvimento da situação, o que</p><p>facilita o ajustamento e a adequação das respostas anteriores do receptor (DAVIS;</p><p>NEWSTRON, 2001).</p><p>Por essa razão, o feedback é essencial para uma boa comunicação; ele proporciona ao</p><p>receptor a possibilidade de devolver a pergunta ou aquilo que foi expresso pelo emissor</p><p>de forma decodificada, favorecendo a confirmação ou a negação do que foi dito.</p><p>O feedback no processo de comunicação de duas vias apresenta funções múltiplas:</p><p>➢ favorece a comunicação entre emissor e receptor;</p><p>➢ aumenta os potenciais de confiança entre emissor e receptor;</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>1616 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>➢ ajuda a reduzir ou mesmo eliminar obstáculos na comunicação;</p><p>➢ ajusta expectativas e necessidades do emissor;</p><p>➢ corrige possíveis erros do processo de comunicação, etc.</p><p>Até este momento, vimos as etapas do processo de comunicação de</p><p>duas vias e várias funções do feedback. Muitas dúvidas? Animado</p><p>para continuar? Vamos em frente!!! A seguir tomaremos</p><p>conhecimento dos problemas nesse tipo de comunicação.</p><p>TÓPICO 1.3 - PROBLEMAS POTENCIAIS DE COMUNICAÇÃO DE DUAS VIAS</p><p>Apesar dos evidentes benefícios na execução do processo de comunicação de duas vias,</p><p>vale ressaltar que esta não é exclusivamente benéfica. Ela também pode causar dificuldades.</p><p>Exemplo dessas dificuldades: duas pessoas podem discordar fortemente sobre algum tópico, mas</p><p>só perceberão isso quando estabelecerem uma comunicação de duas vias. Quando expuserem</p><p>seus diferentes pontos de vista sobre o tópico em questão, elas poderão polarizar ainda mais,</p><p>assumindo posturas com defesas mais enérgicas de suas opiniões. Não obstante, a comunicação</p><p>de duas vias, ao mesmo tempo que evidencia a dificuldade quanto à exposição dos pontos de</p><p>vistas individuais no exemplo proposto, ajuda a compreender a natureza de suas diferenças.</p><p>Outra dificuldade que pode ocorrer é a dissonância cognitiva. Ela é um conflito interno</p><p>que ocorre quando as pessoas recebem informações incompatíveis com seus próprios sistemas de</p><p>valor, suas decisões anteriores ou outras informações que possam ter (LOURENÇO, 2011). As</p><p>pessoas, por não se sentirem à vontade com a dissonância cognitiva, tentam removê-la ou reduzi-</p><p>la. Para tal, as pessoas podem tentar obter novos dados, mudar sua interpretação, reverter suas</p><p>decisões ou trocar seus valores, podendo recusar-se ainda a acreditar no comando dissonante, ou</p><p>racionalizá-lo.</p><p>A comunicação também sofre modificações devido aos filtros utilizados para elaborar o</p><p>pensamento. Esses filtros derivam de experiências anteriores, conhecimentos prévios, questões</p><p>de âmbito cultural e linguagem. Quanto maior o número de pessoas em um ambiente maior será</p><p>o número de filtragem durante o processo de comunicação, e esse fato pode causar barreiras na</p><p>comunicação.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 1717 / / 7878</p><p>Pode-se observar que, durante o processo de comunicação, ocorrem diálogos inadequados</p><p>e confusos com direito a distorções decorrentes de palavras ou escrita mal-expressas pelo</p><p>emissor. Em contrapartida o receptor precisa codificar e decodificar a mensagem, o que causa</p><p>diversas distorções. Por essa razão, é necessário eliminar, na medida do possível, fatores que</p><p>causam distorções na mensagem emitida.</p><p>Observe problemas de comunicação (ruído) na Figura 2.</p><p>FONTE: O AUTOR (2020)</p><p>Vimos anteriormente que o processo de comunicação apresenta diversas</p><p>características e também que há etapas do ato de se transmitir e receber</p><p>mensagens. Além disso, uma pergunta que se apresenta diz respeito à</p><p>filtragem na comunicação. Vejamos a seguir um pouco mais sobre isso.</p><p>Vamos fazer algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-chave</p><p>que melhor representam o que foi estudado até</p><p>aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de</p><p>um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que</p><p>foi visto.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FIGURA 2 - RUÍDO</p><p>1818 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>TÓPICO 1.4 - FILTRAGEM NA COMUNICAÇÃO</p><p>Você já passou por uma situação em que, ao transmitir uma mensagem, o receptor a</p><p>interpretou de uma maneira diferente da qual você quis passar? Nesse caso, diz-se que a</p><p>mensagem teve a sua informação distorcida, ou ainda que houve filtragem na comunicação.</p><p>Quando uma mensagem é recebida apenas em parte ou sua informação é distorcida, a</p><p>comunicação ocorre, porém há o que se chama de filtragem. Os indivíduos, em razão de suas</p><p>experiências de vida, religião, educação ou perspectivas de visão do mundo, filtram as</p><p>mensagens, interpretando-as como querem ou selecionando o que querem das suas informações.</p><p>Assim, pode-se dizer que filtrar é distorcer a informação para atender ao interesse pessoal do</p><p>emissor ou para torná-la mais aceitável ao receptor (LACOMBE, 2017).</p><p>Na Figura 3 podemos observar como ocorre esse processo na comunicação.</p><p>Além das distorções normalmente existentes em qualquer comunicação, em função das</p><p>próprias deficiências do processo, há aquelas filtragens que são comuns nas relações entre os</p><p>chefes e os seus subordinados.</p><p>A seguir encontram-se algumas razões para que as filtragens nas relações entre superiores</p><p>e seus subordinados ocorram (LACOMBE, 2017).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FONTE: O AUTOR (2020).</p><p>FIGURA 3 – PERCEPÇÃO DA REALIDADE</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO</p><p>INTERPESSOAL 1919 / / 7878</p><p>FILTRAGEM NA COMUNICAÇÃO: INFERIOR => SUPERIOR</p><p>Algumas razões:</p><p>• os subordinados querem vantagens;</p><p>• os subordinados não confiam nos superiores;</p><p>• os superiores não mostram desejo de serem informados;</p><p>• os superiores reagem emocionalmente às más notícias; e</p><p>• os subordinados são mais leais aos colegas e aos subordinados que aos superiores.</p><p>FILTRAGEM NA COMUNICAÇÃO: SUPERIOR => INFERIOR</p><p>Algumas razões:</p><p>• os superiores não percebem as necessidades dos subordinados de receberem informações</p><p>que os instruiriam e os motivariam sobre aquilo que lhes cabe;</p><p>• os superiores não dão informações aos subordinados, de forma consciente ou</p><p>inconsciente, para mantê-los menos informados e, portanto, mais dependentes;</p><p>• os superiores não confiam nos subordinados; e</p><p>• os superiores escondem informações que acreditam que poderiam desmotivar os</p><p>subordinados.</p><p>Uma boa comunicação nas relações hierárquicas é capaz de motivar muito os</p><p>subordinados. Saber como seu trabalho influencia os resultados da empresa é um fator muito</p><p>forte de motivação.</p><p>Você já passou por uma situação na qual, ao transmitir uma mensagem, o</p><p>receptor a interpretou de uma maneira diferente da qual quis passar?</p><p>TÓPICO 1.5 - PERCEPÇÃO DE CADA PESSOA</p><p>Para a psicologia, a neurociência e as ciências cognitivas, a percepção pode ser definida</p><p>como a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>2020 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>vivências passadas, ou seja, de suas memórias. Além delas, a percepção envolve também os</p><p>processos mentais e outros aspectos que podem influenciar a interpretação dos dados percebidos.</p><p>Por meio da percepção, um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para</p><p>atribuir significado ao seu meio. Em outras palavras, a percepção consiste em aquisição,</p><p>interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos.</p><p>Como os mecanismos da percepção são influenciados por vivências e capacidades</p><p>individuais, ela acaba por diferir de pessoa para pessoa, constituindo-se um dos maiores filtros</p><p>que existem. De modo geral, percebemos o que queremos perceber; vemos o que esperamos ver</p><p>e ouvimos o que esperamos ouvir.</p><p>Para ilustrarmos a individualidade do fenômeno da percepção, observe a Figura 4. O que</p><p>você vê ao observá-la? Você consegue perceber que há mais de uma imagem nela?</p><p>A ilustração (Figura 4) pode ser observada de duas formas diferentes. É possível se verem</p><p>na imagem dois idosos de frente um para o outro. Ou, ainda, dois homens sentados lateralmente,</p><p>um com um vaso sobre a cabeça e o outro tocando um instrumento musical de corda. Há, ainda</p><p>nesse segundo plano, uma moça observando o cenário através de uma porta.</p><p>Algumas pessoas conseguem observar as duas imagens na ilustração. Porém, existem</p><p>aquelas que não observam mais de uma imagem; em geral não conseguem observar a imagem de</p><p>fundo.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FONTE: O AUTOR (2020)</p><p>FIGURA 4 – PERCEPÇÃO</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 2121 / / 7878</p><p>TÓPICO 1.6 - BARREIRAS PSICOLÓGICAS</p><p>Ao longo do texto, falamos sobre alguns elementos que interferem na interpretação da</p><p>mensagem pelo receptor, como a filtragem e a percepção. Outro aspecto que também influencia</p><p>a interpretação da mensagem é a tendência, inerente a todo ser humano de fazer julgamentos,</p><p>avaliações, aprovações ou reprovações sobre qualquer mensagem emitida. Esse comportamento</p><p>ocorre dentro do quadro de referências (valores, crenças, preconceitos etc. que já temos</p><p>internamente) que carregamos em nossa história.</p><p>Para evitar essas distorções, é necessário ver o quadro de referências do interlocutor e</p><p>tentar sentir como ele é sensibilizado. A frustração, por exemplo, pode se tornar uma barreira</p><p>psicológica na vida de um indivíduo, tornando-o negativo, fazendo-o achar que nada tem</p><p>solução, ou seja, a pessoa já tem o julgamento de que nada dará certo.</p><p>De acordo com Chiavenato (2003), existem três tipos de barreiras para a comunicação:</p><p>pessoais, físicas e semânticas. Essas interferências podem limitar a compreensão.</p><p>As barreiras pessoais são aquelas que surgem das emoções humanas, dos valores ou de</p><p>maus hábitos de escuta. Ocorrem com frequência nas situações de trabalho. Exemplos:</p><p>ressentimento, mágoa, raiva, apego de alguma situação que vai influenciar a comunicação.</p><p>As barreiras físicas são interferências na comunicação que residem no ambiente no qual</p><p>se dá a informação. Exemplos: barulho, paredes estáticas, disposição de mesas etc.</p><p>As barreiras semânticas: a semântica é a ciência do significado, em contraste com a</p><p>fonética, que é a ciência dos sons. Quase toda comunicação é simbólica, isto é, efetuada por</p><p>meio de símbolos (palavras, quadros, ações) que sugerem certo significado. Exemplo: o chefe</p><p>fala para o seu subordinado: “Você está fazendo um trabalho dos diabos.”, e o subordinado não</p><p>entende o sentido da frase. Essa barreira semântica conduz à barreira emocional e bloqueia a</p><p>comunicação.</p><p>Mas como podemos superar essas barreiras?</p><p>Para superar as barreiras pessoais, físicas e semânticas, é preciso estar atento aos</p><p>símbolos de comunicação, tais como palavras, imagens, ações não verbais. Isso requer o estudo e</p><p>o uso da semântica, de modo a encorajar a compreensão.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>2222 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>A maior parte das barreiras à comunicação é superável, desde que as pessoas estejam</p><p>cientes de que essas barreiras potenciais existem e desenvolvam táticas para lidar com elas.</p><p>Você já passou por alguma situação em que não conseguiu se comunicar e</p><p>percebeu qual seria a barreira? Tente recordar de momentos como esse e</p><p>identifique as barreiras que existiam ali.</p><p>Para que a comunicação se torne mais eficaz, é necessário isto:</p><p>➢ comunicar assertivamente: a mensagem será mais bem recebida se os funcionários</p><p>explicarem suas ideias explícita e diretamente;</p><p>➢ usar canais múltiplos: a comunicação por meio de todos os canais é importante, para</p><p>que os funcionários possam ver, ouvir e sentir o que se deseja informar;</p><p>➢ usar comunicação bidirecional: o envolvimento dos receptores na conversação é</p><p>necessário: o diálogo ajuda a reduzir os mal-entendidos;</p><p>➢ exprimir-se e apoiar-se: é importante tomar cuidados com o tom de voz, os gestos, a</p><p>linguagem, o uso de pausas, etc.;</p><p>➢ compreender o receptor: a compreensão leva à empatia (habilidade de ver as coisas</p><p>como a outra pessoa: colocar-se no seu lugar). A empatia conduz à comunicação</p><p>aprimorada, porque as pessoas desejam comunicar-se quando se sentem compreendidas;</p><p>➢ dar e buscar feedbacks: procurar sempre identificar o efeito da comunicação e utilizar o</p><p>resultado da análise para aperfeiçoar o processo, estabelecendo um “círculo virtuoso” de</p><p>retorno e aperfeiçoamento.</p><p>De forma geral, podemos dizer que exprimir as ideias com clareza, evitar distrações,</p><p>respeitar o interlocutor, certificar-se de que a mensagem foi compreendida, acompanhar o</p><p>resultado e buscar retorno são os princípios da boa comunicação.</p><p>TÓPICO 1.7 - MEIOS DE COMUNICAÇÕES</p><p>Conhecer a influência sobre o processo de comunicação é extremamente importante para</p><p>que se possa obter boa comunicação nos ambientes de nosso convívio. É também importante</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO</p><p>E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 2323 / / 7878</p><p>considerar os tipos de comunicação (verbal/não verbal, explicita/implícita) e os canais de</p><p>comunicação (formais e informais).</p><p>Comunicação verbal, com o uso de palavras, pode envolve maior ou menor grau de</p><p>diálogo. É unilateral quando a comunicação acontece de cima para baixo, sem regresso do</p><p>destinatário ao emissor; ou bilateral, se a informação passa em ambos os sentidos, do superior ao</p><p>subordinado e vice-versa, formando um ciclo contínuo de mensagem – resposta.</p><p>Comunicação não verbal é a transmissão de mensagens por meios que não utilizam as</p><p>palavras. O propósito desse tipo de comunicação é exprimir os sentimentos “por trás” de uma</p><p>mensagem. Esta ocorre por vários meios, tais como: ambiente (espaço físico em que a mensagem</p><p>ocorre), atitude física (posição do corpo, postura, gestos da mão, expressões faciais) que</p><p>comunicam a atitude do emissor em relação ao receptor e/ou mensagem, apresentação pessoal</p><p>(vestuário, adornos e aparência) e outras formas implícitas de comunicação.</p><p>Comunicação explícita é a que se percebe por meio das palavras, dos símbolos. A</p><p>comunicação implícita são as implicações “captadas” pela maneira de transmitir a mensagem.</p><p>Quanto à forma de transmitir a mensagem, a comunicação pode ser oral (coloquial, mais ágil) ou</p><p>escrita (maior precisão). A escolha de uma forma ou outra dependerá do tempo, do custo e da</p><p>importância da mensagem e das preferências pessoais, das habilidades individuais e dos recursos</p><p>do emissor.</p><p>Comunicação formal é aquela enviada, transmitida e recebida por meio da hierarquia</p><p>(cadeia de comando); a comunicação informal é a mensagem que circula fora dos sistemas</p><p>convencionais.</p><p>Canais formais de comunicação são os caminhos oficiais para o envio de informações</p><p>dentro e fora da organização. São também meios de se enviar mensagens: publicações como</p><p>boletins e jornais, reuniões, memorandos escritos, correio eletrônico, quadro de avisos</p><p>tradicionais e informativos mais elevados.</p><p>Os canais informais são a rede de comunicação não oficial que complementa os canais</p><p>formais.</p><p>A chamada “rádio corredor” é o canal de comunicação mais importante, pois se refere aos</p><p>caminhos tortuosos que distorcem a informação. Esse canal de comunicação pode ser usado</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>2424 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>propositalmente para disseminar informações ao longo das linhas informais (HUGUENIN,</p><p>2012).</p><p>A “rádio corredor” é o principal meio de transmissão de boatos e pode criar sérios</p><p>problemas. Eles podem ser prejudiciais à moral e à produtividade (HUGUENIN, 2012).</p><p>A comunicação espontânea pode ocorrer no bar, perto da praça, nos corredores e no</p><p>elevador. Não se deve ter preconceito em utilizar os canais informais de comunicação, pois,</p><p>muitas vezes, é por meio deles, ou seja, da informalidade de um encontro, que é possível coletar</p><p>valiosas informações.</p><p>Encontros não programados entre superiores e subordinados podem configurar um canal</p><p>de comunicação informal eficiente e eficaz. Os superiores eficazes não restringem suas</p><p>comunicações às reuniões formais; eles coletam também informações valiosas durante encontros</p><p>casuais (CARVALHO, 2012).</p><p>Apesar do avanço das tecnologias e das redes sociais, o contato direto ainda é o melhor e</p><p>mais eficaz meio de comunicação. Existem comportamentos, voluntários ou involuntários, que</p><p>somente são vistos pelo contato direto, como, por exemplo:</p><p>➢ aparência física;</p><p>➢ gestos;</p><p>➢ contato visual;</p><p>➢ cruzamento dos braços;</p><p>➢ sorriso;</p><p>➢ postura;</p><p>➢ movimentos corporais;</p><p>➢ expressão facial; e</p><p>➢ vestimenta.</p><p>Indivíduos não se comunicam somente por palavras mas também pelo movimento do</p><p>corpo. Fazer contato visual e se inclinar também representam abertura para ouvir o outro; assim</p><p>como cruzar os braços, por exemplo, indica posição defensiva na maioria das vezes. Estamos</p><p>tentados a tocar com frequência as pessoas com quem temos mais intimidade ou de quem</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 2525 / / 7878</p><p>gostamos mais. Todos esses comportamentos são exemplos de linguagem corporal. Quando o</p><p>meio de comunicação se dá por contato direto, além da linguagem verbal, os envolvidos no</p><p>processo experimentam também a linguagem corporal, um tipo de linguagem não verbal.</p><p>Em geral a linguagem corporal fornece informações que os outros meios não têm</p><p>condições de passar. O tom de voz também pode indicar vários sentidos na mensagem expressa.</p><p>Imagine, por exemplo, que há várias entonações que podem ser dadas à pergunta: “Quem é o</p><p>responsável?”. Algumas pesquisas indicaram que, em muitos casos, a expressão facial, a</p><p>linguagem corporal e a entonação correspondem a 90% do conteúdo da mensagem; e as palavras,</p><p>apenas a 10% (LACOMBE, 2012).</p><p>Falar sobre comunicação é sempre muito interessante, não acha? Percebe</p><p>agora como nos comunicamos de diversas maneiras? O nosso diálogo ao</p><p>longo do nosso estudo é outro exemplo disso. Não concorda?</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-chave</p><p>que melhor representam o que foi estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de</p><p>um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi</p><p>visto.</p><p>Mintzberg (1973) realizou um estudo o qual mostrou que um dirigente</p><p>(supervisor/gerente) ocupa dois terços da sua atividade profissional com “trocas verbais” com</p><p>seus chefes, seus subordinados, seus colegas de outras áreas e pessoas de fora da instituição.</p><p>Esse estudo tem se mostrado válido ainda nos dias de hoje. Assim, o uso da palavra é o</p><p>instrumento de gestão por excelência do dirigente e seu meio privilegiado de entrar em contato</p><p>com os outros para obter resultados (LACOMBE, 2012).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>2626 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Observe a Figura 5 e diga qual a sua impressão sobre ela?</p><p>FONTE: O AUTOR (2020)</p><p>Os contatos diretos ocorrem em palestras, encontros pessoais, conversas formais ou</p><p>informais, grupos de trabalho, reuniões formais periódicas, conversas no almoço, encontros</p><p>fortuitos e, até mesmo, festas e comemorações internas na empresa, na igreja ou nos clubes e nas</p><p>academias.</p><p>Segundo um estudo intitulado “O momento humano no trabalho”, publicado por Edward</p><p>Hallowell1, a maior parte dos altos executivos se comunicam com seus subordinados por meio</p><p>de correio eletrônico e correio de voz, raramente compartilham decisões por meio de contato</p><p>direto.</p><p>A sala dos chefes são distantes dos empregados, e reuniões ocorrem de portas fechadas</p><p>com a presença somente de altos executivos. São raros os momentos em que se encontram com</p><p>subordinados (estacionamento ou nos corredores da empresa), os problemas são reprimidos e</p><p>difíceis de serem resolvidos sem o contato direto.</p><p>A solução para uma comunicação positiva é simples: o contato pessoal – conversar com</p><p>contato visual, focar na pessoa com quem está sendo necessário, proporcionar ao emissor</p><p>atenção emocional, intelectual e presença física (SCARIOLI, 2017).</p><p>Conforme relatam estudos psicológicos realizados em diversos países, o contato pessoal é</p><p>fundamental desde a infância até a velhice, tanto para a eficiência do trabalho como também para</p><p>a saúde emocional das pessoas. Lugares que não estimulam o contato pessoal tendem a criar um</p><p>1</p><p>Edward McKey “ Ned” Hallowell é um psiquiatra americano especializado em Transtorno de Déficit de</p><p>Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ele é o co-autor dos livros Driven to Distraction (1994) e Delivered From</p><p>Distraction.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FIGURA 5 – COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 2727 / / 7878</p><p>ambiente artificial, frio e, por vezes, estressante. Locais assim correm o risco de perder os</p><p>melhores indivíduos (GROSS, 2013).</p><p>TÓPICO 1.8 - DOCUMENTOS ESCRITOS E MEIOS ELETRÔNICOS</p><p>Notoriamente, a comunicação vem sofrendo transformações ao longo dos anos. Um dos</p><p>fatores que tem causado grande impacto sobre a comunicação, causando mudanças nela, consiste</p><p>no uso de meios tecnológicos como veículos para exercê-la. Em razão desse fato,</p><p>acrescentaremos a questão tecnológica da comunicação para enriquecermos ainda mais as</p><p>reflexões sobre o assunto tratado nesta apostila.</p><p>Os documentos escritos (relatórios, cartas, boletins, atas de reuniões, memorandos, etc.)</p><p>proporcionam uma comunicação um tanto precisa, sendo um meio eficiente de comunicação; no</p><p>entanto eles não devem substituir, de forma alguma, o contato direto. Neste podem-se evitar</p><p>muitas distorções daquilo que se quer dizer e tem-se a possibilidade de feedback.</p><p>Os meios eletrônicos têm sido extensivamente utilizados como ferramentas de</p><p>comunicação nos mais variados tipos e tamanhos de organizações, seja do setor público seja do</p><p>privado. Um exemplo da utilização de meios eletrônicos como ferramenta de comunicação:</p><p>reuniões e outros eventos institucionais são frequentemente informados por intranet, por e-mail</p><p>ou por redes sociais.</p><p>Pode-se observar que, em reuniões, sempre existe um microcomputador com uma</p><p>impressora, ou um escâner para digitalizar informações colocadas sobre papel e gravá-las em</p><p>meio magnético. Contudo, é notável que os meios eletrônicos facilitam, e muito, o dia a dia, mas</p><p>não se pode substituir o contato direto por eles.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>FONTE: O AUTOR (2019)</p><p>FIGURA 6 – COMUNICAÇÃO ESCRITA</p><p>2828 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Que tal uma pausa para esticar as pernas e tomar uma água? Aproveite e</p><p>faça uma breve reflexão: Quais pontos positivos e negativos de uma</p><p>reunião onde a comunicação é feita por meio físico e outra onde é feita</p><p>por meio virtual?</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi</p><p>estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida</p><p>de um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o</p><p>que foi visto.</p><p>Agora, que tal</p><p>uma pausa?</p><p>Parabéns por ter avançado até aqui! Está na</p><p>hora de fazer uma pausa.</p><p>Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem</p><p>parte do estudo.</p><p>TÓPICO 1.9 - CARACTERÍSTICAS DA BOA COMUNICAÇÃO</p><p>Algumas características são determinantes para que haja uma boa comunicação. Entre</p><p>elas encontram-se estas: a capacidade de saber ouvir ao se receber uma mensagem por</p><p>comunicação verbal; a linguagem adequada, seja falada seja escrita; a objetividade; a fidelidade</p><p>ao pensamento original, entre outras.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 2929 / / 7878</p><p>A capacidade de ouvir é imprescindível para se gerar uma boa comunicação. Isso decorre</p><p>do fato de que, nessa condição, o receptor encontra-se focado em compreender a mensagem</p><p>emitida, garantindo uma interpretação mais efetiva do que o emissor deseja transmitir.</p><p>Para que isso seja posto em prática, é importante que o receptor saiba permanecer em</p><p>silêncio, dispensando toda a sua atenção ao emissor e, no momento certo, saiba resumir aquilo</p><p>que foi falado, para que não fique nenhuma dúvida do que de fato se pretendia transmitir na</p><p>mensagem.</p><p>Mas, de fato, quais as características de uma comunicação clara?</p><p>Para uma comunicação adequada, existem algumas características a serem observadas;</p><p>Objetividade</p><p>• Conhecimento do interlocutor (público-alvo); e</p><p>• compreensão do interlocutor (saber ouvir).</p><p>Linguagem adequada</p><p>• Clareza e simplicidade;</p><p>• preferência pela voz ativa;</p><p>• correção; e</p><p>• concisão.</p><p>Fidelidade ao pensamento original</p><p>• Tradução do pensamento em palavras certas; e</p><p>• eliminação da filtragem (garantia da precisão do pensamento e da captação dele pelo</p><p>receptor).</p><p>Com documentos escritos os cuidados devem ser redobrados</p><p>A comunicação por meio de documentos escritos deve ser executada da forma mais</p><p>criteriosa possível, evitando-se, dessa forma, problemas posteriores de interpretação do texto.</p><p>Para tanto, deve-se privilegiar o uso de termos claros e simples, de modo que os leitores do texto</p><p>saibam o que deve ser feito e como fazê-lo. É recomendável também evitar palavras difíceis e</p><p>frases demasiadamente rebuscadas. Além disso, deve-se dar ao texto, na medida do possível, a</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>3030 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>forma da linguagem corrente, sem torná-la, contudo, coloquial, pois esta não seria a linguagem</p><p>adequada para se utilizar em documentos.</p><p>Deve-se ter o cuidado de, após escrever o texto, submetê-lo às correções necessárias, se</p><p>for o caso, para evitar os erros gramaticais, porém sem alterar seu conteúdo básico. Para isso, é</p><p>importante ter em mão uma boa gramática e um bom dicionário para consulta em caso de</p><p>dúvidas. Eles auxiliam na ampliação do vocabulário, promovendo seu enriquecimento, sua</p><p>atualização e sua modernização.</p><p>Ser conciso também é importante para uma boa escrita, o que é alcançado procurando-se</p><p>dizer apenas o estritamente necessário. Ir direto ao assunto, sem prólogos ou epílogos.</p><p>Expressar-se com o menor número de frases ou palavras, omitindo expressões redundantes.</p><p>Quanto mais longas as frases, mais cansativa a leitura. Além disso, quem escreve deve colocar-se</p><p>no lugar do leitor, tendo-o sempre no pensamento e procurando avaliar quais seriam suas</p><p>maiores dificuldades no entendimento do assunto.</p><p>Por fim, preferencialmente, a redação do documento deve ser feita em um dia e a revisão</p><p>do texto feita em outro, quando as condicionantes de trabalho serão diferentes. É desejável</p><p>também que o texto seja submetido à leitura e à análise de outras pessoas antes de sua emissão,</p><p>pois o que está claro para quem o redigiu pode não estar para outras pessoas.</p><p>TÓPICO 1.10 - IMPORTÂNCIA DE SABER OUVIR</p><p>No tópico anterior, discorremos sobre algumas características para se chegar a uma</p><p>comunicação adequada, tendo como foco a figura do emissor. Agora abordaremos um pouco</p><p>sobre a figura do receptor, como ouvinte.</p><p>O saber ouvir é uma das melhores ferramentas para uma boa comunicação. Quando se</p><p>focaliza a atenção no emissor, demonstra-se a ele que se está disposto a ouvi-lo e a tentar</p><p>compreender, da maneira mais clara possível, sua mensagem. Dessa forma, o emissor sente-se</p><p>respeitado e confortável para expressar seu pensamento.</p><p>Você seria capaz de repetir o que as outras pessoas lhe disseram? Você já ouviu você</p><p>mesmo? Um mau ouvinte desrespeita a presença do emissor, tende a interpretar, de forma</p><p>emocional, o que ouve e, com frequência, entra em conflito com aquele que fala.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 3131 / / 7878</p><p>A verdade é que todos ouvem, mas poucos ouvem bem. Poucos aprendem a arte de</p><p>entrevistar. Entrevistar não se refere somente ao processo em que se submete a perguntas com a</p><p>finalidade de se conseguir um emprego; ela está presente em qualquer diálogo. Na família, na</p><p>escola, no trabalho, etc. deve haver entrevista. Contudo, para uma boa comunicação, deve-se</p><p>deixar o entrevistado falar livremente; não fale o tempo todo.</p><p>Disciplina e dedicação são determinantes para se tornar um bom ouvinte. E para</p><p>desenvolver esses dois fatores deve-se</p><p>• prestar atenção ao que está sendo dito e não ao que se vai responder depois;</p><p>• permitir que os outros terminem sua fala antes de responder; e</p><p>• fazer um resumo do que foi ouvido para que o interlocutor tenha oportunidade de</p><p>esclarecer sua mensagem.</p><p>Existem algumas expressões que ajudam nosso emissor a falar, como, por</p><p>exemplo:</p><p>• Você tem mais alguma coisa a dizer?</p><p>• É isso mesmo que você quis dizer? (Repetir o que foi dito).</p><p>• Você pensou bem no assunto?</p><p>• Você está certo do que pretende fazer?</p><p>Você está interessado em ajudar a outra pessoa a falar? Se a resposta dessa pergunta for</p><p>sim, você entenderá que ouvir é muito mais que apenas não falar. Você deve perceber que ouvir</p><p>significa compreender o outro, estar interessado no que está sendo dito, ajudar o outro a</p><p>comunicar-se mais livremente e favorecer o desbloqueio de inibições à comunicação.</p><p>Vamos fazer algumas</p><p>anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-chave</p><p>que melhor representam o que foi estudado até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de</p><p>um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi</p><p>visto.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>3232 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Agora, que tal uma</p><p>pausa?</p><p>Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de</p><p>fazer uma pausa.</p><p>Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte</p><p>do estudo.</p><p>Está na hora de</p><p>resumir!</p><p>A partir de suas anotações, reconstrua, com suas</p><p>palavras, todo o estudo em um ou dois parágrafos,</p><p>ou, se preferir, elabore um mapa mental ou um</p><p>infográfico sobre o texto.</p><p>Exercícios para Aprendizagem do Capítulo</p><p>Vamos resolver alguns exercícios? Dedique-se à resolução deles para</p><p>aprender cada vez mais o assunto desta disciplina. Vamos em frente!</p><p>1. A comunicação é a transferência de informação e compreensão de uma pessoa para outra. É</p><p>uma forma de atingir os outros com ideias, fatos, pensamentos, sentimentos e valores. Saberia</p><p>dizer quais os elementos que intervêm na comunicação?</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 3333 / / 7878</p><p>2. Estudamos que a comunicação sofre muitas modificações e interferências durante o seu</p><p>processo. Quais seriam essas interferências?</p><p>3. Conhecer a influência sobre o processo de comunicação é extremamente importante para que</p><p>se possa obter uma boa comunicação. Da mesma maneira, é de suma importância considerar os</p><p>tipos e os canais de comunicação. Você consegue lembrar quais são eles?</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>3434 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>CAPÍTULO 2 - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL</p><p>TÓPICO 2.1 - BREVE HISTÓRICO SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS</p><p>No texto a seguir, passaremos por estudos históricos a fim de descrever as</p><p>principais características das relações interpessoais. Você já pensou como</p><p>foi a história das relações interpessoais? Vejamos um pouco então!</p><p>Um grande período de nossa vida passamos nos relacionando com outras pessoas.</p><p>Aqueles que evitam, por alguma razão, os contatos sociais, isolando-se, apresentam maior</p><p>probabilidade de problemas psiquiátricos, tais como dependência psicoativa, alcoolismo,</p><p>depressão episódica, e sentem-se infelizes. A ausência de relações satisfatórias também podem</p><p>prejudicar efetivamente a saúde física, causando doenças, estresse crônico e tendências ao</p><p>suicídio.</p><p>Estudos sobre inteligência social, sensibilidade, empatia, desenvolvimento interpessoal,</p><p>assertividade e inteligência emocional são destaques na nossa sociedade atual.</p><p>O estudo sistemático das interações sociais teve início na psicologia com estudos sobre</p><p>desenvolvimento humano e socialização (Harzem e Miles, 1978). O interesse pelo</p><p>comportamento social tornou-se notório graças à aceitação e à divulgação dos estudos de Charles</p><p>Darwin em 1859. Suas pesquisas levaram à conclusão de que o homem é uma das espécies mais</p><p>evoluídas dos acontecimentos naturais, pois sempre aprende e adapta-se a diversas situações.</p><p>Você já passou por uma situação com a qual não estava acostumado e teve de se adaptar?</p><p>Um dos primeiros pesquisadores sobre os relacionamentos interpessoais foi Kurt Lewin1,</p><p>Segundo ele, a “produtividade de um grupo e a qualidade desses relacionamentos estão</p><p>estreitamente ligados com a competência de seus membros, mas, sobretudo, com o auxílio de</p><p>suas relações interpessoais” (MAILHIOT, 1976 apud DA COSTA, 2003).</p><p>A teoria de Schutz2 refere-se às necessidades de inclusão, de controle e de afeição e seus</p><p>estudos formaram a base do entendimento de “espírito de corpo”, algo muito falado nos meios</p><p>militares. Quantas vezes, dentro de sua carreira militar, você já deve ter escutado esse jargão?</p><p>1 Kurt Lewin era um psicólogo alemão-americano, conhecido como um dos pioneiros modernos da psicologia</p><p>social, organizacional e aplicada nos Estados Unidos.</p><p>2 William Schutz psicólogo americano, em 1958, apresentou uma teoria das relações interpessoais que chamou:</p><p>Fundamental Orientação Relações Interpessoais (FIRO).</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 3535 / / 7878</p><p>Em geral, os autores concordam que valorizar as relações interpessoais é extremamente</p><p>positivo para os membros e para as organizações, pois melhora a sua produtividade e a sua</p><p>qualidade de vida. Faz-se fundamental entender, portanto, como esses relacionamentos surgem e</p><p>como se desenvolvem.</p><p>Neste tópico iniciamos nossos estudos com uma introdução sobre as</p><p>relações interpessoais. Anteriormente, vimos a necessidade e as</p><p>consequências que a falta dessas relações podem causar ao ser humano.</p><p>Mas quais serão os motivos pelos quais formamos relacionamentos?</p><p>Vamos ver a seguir!</p><p>TÓPICO 2.2 - POR QUE FORMAMOS RELACIONAMENTOS?</p><p>Muitos estudiosos sociais têm tentado responder a essa pergunta, e algumas hipóteses</p><p>foram levantadas. Vamos conhecê-las? Essas hipóteses estão descritas a seguir, de acordo com</p><p>Rocha, Rocha e Duran (2009).</p><p>a) ATRAÇÃO</p><p>Alguns relacionamentos iniciam por meio da atração. Isso não significa que seja apenas</p><p>fisicamente. A atração também ocorre em razão de outras características, tais como semelhança e</p><p>complementação. A semelhança diz respeito aos aspectos em que parecemos</p><p>comportamentalmente com alguém com quem nos relacionamos, e a complementação são os</p><p>aspectos, também comportamentais, que nos diferem.</p><p>Algumas vezes nos relacionamos com pessoas parecidas porque isso nos traz conforto e</p><p>libera um sentimento agradável como se estivéssemos “em casa”. No entanto, a semelhança</p><p>também pode ser causador de divergências, proporcionando repulsa se a semelhança for muito</p><p>grande, pois o que parece</p><p>ser negativo na personalidade de um será também na personalidade do</p><p>outro. Assim, dependendo do número de divergências, o relacionamento pode ficar ameaçado</p><p>(ROCHA, ROCHA E DURAN, 2009).</p><p>Os especialistas relatam que há sentimentos de aversão mais fortes por pessoas parecidas</p><p>mas ofensivas, do que por pessoas ofensivas mas diferentes. Isso porque provavelmente tais</p><p>pessoas ameaçam nossa autoestima, levando-nos a recear que possamos ser tão desagradáveis</p><p>quanto elas. A frase “os opostos se atraem” parece ir ao encontro desse comportamento descrito,</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>3636 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>pois as diferenças tendem a fortalecer os relacionamentos quando são complementares (ROCHA,</p><p>ROCHA E DURAN, 2009).</p><p>b) RECIPROCIDADE</p><p>A reciprocidade fortalece os vínculos no começo de qualquer relacionamento, afinal</p><p>somos atraídos por pessoas que gostam de nós, que nos estimulam, fato positivo para a</p><p>autoestima. Essa aproximação pode confirmar um autoconceito, por exemplo, de que somos</p><p>agradáveis.</p><p>c) COMPETÊNCIA</p><p>As pessoas talentosas tendem a ser bastante atraentes, talvez porque esperamos que elas</p><p>nos contagiem com seus dons e suas habilidades, porém essa atração ocorre quando seus defeitos</p><p>também são aparentes (demonstrando que são seres humanos falhos como qualquer pessoa).</p><p>Por outro lado, essas pessoas talentosas podem também nos constranger se suas</p><p>habilidades forem muito além do esperado, tornando as comparações evidentes demais,</p><p>deixando-nos com uma baixa autoestima.</p><p>d) REVELAÇÃO</p><p>Pessoas que compartilham informações sobre sua história de vida, por exemplo, podem</p><p>atrair pessoas para si. Essa atitude indica para algumas pessoas que somos parecidos em</p><p>experiências ou em atitudes. O ato de compartilhar informações cria a sensação de confiança e</p><p>respeito, aumentando a atração e o comprometimento do outro com relação a nós.</p><p>e) PROXIMIDADE</p><p>A proximidade ocorre com aquelas pessoas com as quais interagimos mais</p><p>frequentemente, pois passamos a conhecer suas atitudes, suas habilidades e seus defeitos por</p><p>meio da convivência. Isso nos faz desenvolver sentimentos profundos (positivos e/ou negativos)</p><p>com essas pessoas, como, por exemplo, simpatia ou rejeição.</p><p>f) INTIMIDADE</p><p>Buscamos intimidade o tempo todo, por isso os relacionamentos afetivos são essenciais</p><p>para nosso crescimento emocional. Porém, a intimidade não ocorre sempre da mesma forma; ela</p><p>apresenta algumas dimensões, que veremos adiante.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 3737 / / 7878</p><p>A intimidade tem origem no contato, na união, na associação e no conhecimento que</p><p>temos do outro, e para isso é essencial que se tenha proximidade. Rocha, Rocha e Duran (2009),</p><p>descreveram 4 dimensões da intimidade, conforme relacionado a seguir.</p><p>• A primeira é a física: o contato físico traz intimidade. Ações como abraços afetuosos,</p><p>beijos e até brigas são exemplos desse tipo de proximidade. Todos esses contatos físicos</p><p>estimulam a intimidade entre as pessoas.</p><p>• A segunda é a comunhão intelectual: obviamente, nem toda troca de ideias pode ser</p><p>considerada intimidade. Mas, quando dialogamos com outra pessoa e trocamos</p><p>importantes ideias, surge uma espécie de intimidade a ser considerada numa relação</p><p>interpessoal.</p><p>• A terceira é a emocional: refere-se a um envolvimento de sentimentos importantes:</p><p>interdependência, amplitude, profundidade e compromisso. É a intimidade que nos</p><p>valida, que nos sustenta. A intimidade emocional pode trazer validações positivas, como</p><p>criar sentimentos de “você é importante, é competente”, mas também pode causar</p><p>sentimentos de rejeição ou inferioridade, como “você é incompetente, você faz tudo</p><p>errado”.</p><p>• A quarta envolve as atividades partilhadas: realizar atividades em grupo em prol de</p><p>um objetivo são trocas que tendem a ser bastante significativas, como, por exemplo, fazer</p><p>parte de um time de futebol profissional.</p><p>Importante ressaltar que algumas pessoas possuem os quatro níveis de intimidade (física,</p><p>intelectual, emocional e atividades partilhadas), porém a maioria possui apenas uma.</p><p>g) RECOMPENSAS</p><p>Cientistas sociais relatam que os relacionamentos (pessoais e impessoais) constituem a</p><p>teoria do intercâmbio social ou da troca (THIBAUT E KELLEY, 1959). Esse modelo sugere que</p><p>muitas vezes procuramos pessoas que podem nos proporcionar recompensas – concretas ou</p><p>emocionais – que são maiores ou iguais ao nosso custo para lidar com elas. Recompensas, aqui,</p><p>são entendidas como quaisquer resultados que desejamos. Os custos são os resultados</p><p>indesejáveis. E disso tudo deriva uma fórmula simples que explicaria o intercâmbio social e o</p><p>motivo pelo qual formamos e mantemos relacionamentos (ROCHA, ROCHA E DURAN, 2009):</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>3838 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>Recompensas - Custos = Resultado</p><p>Segundo essa teoria, rotineiramente utilizamos essa fórmula para refletirmos se vale ou</p><p>não a pena nos relacionarmos com determinada pessoa. Em algum momento, você já se deparou</p><p>pensando se valeria a pena manter ou não a amizade com uma certa pessoa? Mesmo isso</p><p>parecendo algo desprezível, dá-nos a impressão de ser um raciocínio bastante adequado.</p><p>Importante ressaltar que custos e recompensas não existem isoladamente.</p><p>Vamos fazer</p><p>algumas anotações!</p><p>- Procure, no conteúdo estudado, as palavras-</p><p>chave que melhor representam o que foi estudado</p><p>até aqui.</p><p>- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de</p><p>um breve comentário.</p><p>- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que</p><p>foi visto.</p><p>Agora, que tal uma</p><p>pausa?</p><p>Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora</p><p>de fazer uma pausa.</p><p>Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem</p><p>parte do estudo.</p><p>TÓPICO 2.3 - COMO DESENVOLVER E MANTER RELACIONAMENTOS?</p><p>Até o momento, atentamo-nos em entender como e por que os</p><p>relacionamentos interpessoais se iniciam. Agora, estudaremos como se</p><p>desenvolvem e permanecem.</p><p>Mark Knapp1 dividiu em 10 estágios a evolução dos relacionamentos, desde seu ponto</p><p>mais alto até a queda. Outros estudiosos reduziram esse modelo em duas áreas, incluindo uma</p><p>terceira, chamada de manutenção relacional, que propõe manter os relacionamentos de forma</p><p>1 Mark L. Knapp é professor emérito do centenário de Jesse H. Jones e professor emérito de Distinguished</p><p>Teaching, na Universidade do Texas, em Austin. Ele é conhecido internacionalmente por sua pesquisa e por</p><p>escrever sobre comunicação não verbal e comunicação no desenvolvimento de relacionamentos.</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 3939 / / 7878</p><p>mais tranquila e satisfatória. No entanto, vamos focar nos dez estágios propostos por Knapp, os</p><p>quais foram descritos por Rocha, Rocha e Duran (2009), conforme consta a seguir.</p><p>Estágio 1: Início — o objetivo é manifestar interesse em relacionar-se com a pessoa, com</p><p>comunicação breve e seguindo fórmulas convencionais (como apertos de mão e comentários</p><p>gerais).</p><p>Estágio 2: Experimentação — o objetivo é reduzir a incerteza sobre a coragem de</p><p>aprofundar ou não nos relacionamento. Assim, as ações são voltadas a adquirir mais informações</p><p>sobre o outro. A característica principal desse estágio é o diálogo inconsequente e</p><p>descompromissado.</p><p>Estágio 3: Intensificação — o objetivo aqui é de um relacionamento mais íntimo. A</p><p>comunicação se torna mais intensa; as maneiras de tratamento, mais profundas. As “avaliações”</p><p>sobre o parceiro continuam. É nesse estágio que começam as expressões de sentimento de</p><p>comprometimento.</p><p>Estágio 4: Integração — nesse estágio, o relacionamento se aquece e as partes começam</p><p>a assumir uma identidade harmônica social. Os parceiros desenvolvem formas distintas e rituais</p><p>de se comportarem. É o momento em que juntamos algumas características de nossas antigas</p><p>personalidades e nos tornamos pessoas diferentes (isso porque nos tornamos membros daquela</p><p>unidade). O vínculo com o outro aumenta e caracteriza um senso maior de solidariedade</p><p>relacional.</p><p>Estágio 5: Vinculação — esse estágio é marcado por um momento concluente no</p><p>relacionamento. Aqui é gerado um impulso de acordo, e as partes farão gestos públicos</p><p>simbólicos para mostrar às pessoas ao redor que o relacionamento existe. Esse fato acarretará ou</p><p>não um apoio social para o relacionamento. A comprovação pública e a declaração de</p><p>exclusividade fazem com que esse período seja de reflexão no relacionamento.</p><p>Estágio 6: Diferenciação — nesse estágio é importante que as partes mantenham suas</p><p>identidades individuais. Iniciam-se, nesse estágio, algumas estratégias para alcançar privacidade.</p><p>Porém, esta não precisa ser uma etapa negativa. Basta que as partes tenham o compromisso de</p><p>proporcionar ao outro a liberdade para serem indivíduos.</p><p>Estágio 7: Redução — até este estágio, o relacionamento caminhava em um ritmo de</p><p>crescimento. Muitos relacionamentos se asseguraram assim a vida toda. Outros decaíram até se</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>4040 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>desfazerem. Este estágio é marcado por uma diminuição de interesse e compromisso das partes.</p><p>Em vez de debater uma divergência, as partes optam pelo afastamento (físico ou mental). Há</p><p>portanto, um considerável prejuízo na quantidade e na qualidade da comunicação.</p><p>Estágio 8: Estagnação — se o relacionamento permanece em redução, provavelmente</p><p>entra neste estágio. A sensação é de morbidez. Não há inovação, nem alegrias. Os pares entram</p><p>numa rotina e se comportam “como sempre se comportaram”. Essa fase pode permanecer por</p><p>muito tempo se nada for feito para melhorar o relacionamento.</p><p>Estágio 9: Rejeição — quando a fase anterior se torna completamente desagradável,</p><p>entra-se neste estágio. O futuro aqui já está definido: esse relacionamento chegará ao fim.</p><p>Observação: o desacreditar em um relacionamento é evitável. Basta que as partes</p><p>trabalhem com seus problemas de maneira a enfrentá-los, e não a evitá-los. A comunicação é</p><p>fundamental para o restabelecimento da harmonia na relação.</p><p>Estágio 10: Término — inclui diálogos resumidos sobre o que ocorreu com o</p><p>relacionamento e o impulso de rompê-lo. Dependendo dos sentimento dos envolvidos, este</p><p>estágio pode ser curto ou prolongado e sofrido.</p><p>Knapp relata que um relacionamento só pode passar por um único estágio de cada vez. O</p><p>relacionamento, em algum momento, poderá manifestar características de outros estágios, mas</p><p>sempre apresentará características dominantes de um só. Knapp argumenta que o movimento</p><p>entre os estágios é quase sempre sequencial. No geral, os relacionamentos vão desde o primeiro</p><p>estágio ao último, passo a passo, à medida que se iniciam e se deterioram, não significando que</p><p>todos passarão pelos dez estágios. Muitos iniciam os relacionamentos e se fixam em algum</p><p>estágio.</p><p>TÓPICO 2.4 - DIFERENÇAS INDIVIDUAIS</p><p>Nos tópicos anteriores, retratamos como acontecem as relações</p><p>interpessoais, a importância delas para a saúde física e mental das</p><p>pessoas, as consequências quando tais relações não acontecem, os</p><p>estágios pelos quais elas passam. Não menos importante devemos apontar</p><p>as características das diferenças individuais entre as pessoas, assunto</p><p>tratado neste tópico. Vamos iniciar?</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>EEAR EEAR CAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL 4141 / / 7878</p><p>As pessoas têm muito em comum, mas cada pessoa no mundo é também individualmente</p><p>diferente. Todas as pessoas são diferentes. Este é um fato apoiado pela ciência. A noção de</p><p>diferenças individuais vem originalmente da psicologia. Desde o dia do nascimento, cada pessoa</p><p>é única, e as experiências individuais depois do nascimento tendem a torná-las ainda mais</p><p>diferentes.</p><p>Diferenças individuais significam que a administração pode conseguir maior motivação</p><p>entre os empregados tratando-os de maneiras diferentes. Se não fosse por causa das diferenças</p><p>individuais, algum padrão ou alguma receita da maneira como lidar com empregados poderia ser</p><p>adotado, sendo assim requerido um mínimo de julgamento dali para diante. As diferenças</p><p>individuais requerem que o enfoque dos administradores a respeito dos empregados seja</p><p>individual, não estatístico. Essa crença de que cada pessoa seja diferente de todas as outras é</p><p>tipicamente chamada de Lei das Diferenças Individuais (DAVIS e NEWSTROM, 1998).</p><p>Ao observarmos ao nosso redor, conseguimos identificar pessoas com comportamentos</p><p>totalmente diferentes. Esse fato existe decorrente das diferenças individuais. Veremos, mais à</p><p>frente, alguns tipos de comportamentos existentes nas relações interpessoais.</p><p>Embora existam diferenças individuais, existem necessidades básicas que influenciam a</p><p>vida de todos os seres humanos e várias formas de classificar essas necessidades. A mais simples</p><p>delas é dividi-las em necessidades físicas básicas (necessidades primárias) e necessidades sociais</p><p>e psicológicas (necessidades secundárias).</p><p>As necessidades primárias incluem alimento, água, sexo, repouso, ar e temperatura</p><p>agradável. Essas necessidades nascem daqueles requisitos básicos da vida e são importantes para</p><p>a sobrevivência da espécie humana. São praticamente universais entre as pessoas, mas variam de</p><p>intensidade de pessoa para pessoa. As necessidades também se acham condicionadas pela prática</p><p>social.</p><p>As secundárias são mais vagas porque representam necessidades da mente e do espírito,</p><p>em lugar das necessidades orgânicas. Muitas delas desenvolvem-se na medida em que as pessoas</p><p>amadurecem (TEIXEIRA, 2015).</p><p>As necessidades secundárias estão fortemente condicionadas à experiência, variam</p><p>quanto ao tipo e à intensidade entre as pessoas. Estão sujeitas à mudança dentro de uma mesma</p><p>EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO (DEPF)</p><p>4242 / / 7878 CCAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOALAS - COMUNICAÇÃO E COMPORTAMENTO INTERPESSOAL EEAREEAR</p><p>pessoa e funcionam em grupo mais do que isoladamente. Estão frequentemente escondidas do</p><p>reconhecimento consciente. São sentimentos vagos, mas influenciam o comportamento</p><p>(TEIXEIRA, 2015).</p><p>TÓPICO 2.5 - TIPOS DE COMPORTAMENTOS NAS RELAÇÕES</p><p>Quais seriam as tentativas de classificar os tipos de comportamentos? As pessoas</p><p>tentaram classificar os tipos de comportamentos desde o tempo de Hipócrates. Assim, torna-se</p><p>evidente que o como se relacionar faz toda a diferença na vida das pessoas, em uma empresa ou</p><p>instituição. Esse tema vem alcançando espaço nos estudos atuais.</p><p>Pesquisadores da Northwestern University, nos Estados Unidos, examinaram dados de</p><p>mais de 1,5 milhão de pessoas e descobriram que existe pelo menos quatro grupos distintos de</p><p>comportamentos: agressivo, passivo-agressivo, passivo e assertivo. Publicado na revista Nature</p><p>Human Behavior1, o estudo utilizou questionários com 44 a 300</p>

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