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IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 2 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Tudo que fazemos na vida, seja no âmbito pessoal ou profissional, requer a interação entre os indivíduos. Isso porque, vivemos em sociedade e se tornaria inviável o fato de vivermos isoladamente, sem que necessitássemos manter contato com os outros. Segundo Tourinho (1982), para que as relações interpessoais sejam estabelecidas dentro de uma organização, faz-se necessário a existência de um contato entre aqueles que nela trabalham, uma percepção entre e sobre os indivíduos. A partir do momento em que percebemos o outro, não apenas em suas características físicas, mas também em seus processos mais íntimos, passamos a nos relacionar com ele de forma positiva ou negativa, baseados em preceitos éticos ou não. O estabelecimento de um contato com o outro indivíduo torna-se então, uma questão de fundamental importância no âmbito das relações interpessoais, isto por que o estabelecimento de um contato empobrecido favorecerá a permanência de relações também empobrecidas e fracas , fato que pode acarretar em emissões de comportamentos antiéticos e hostis para com os outros; enquanto que bons contatos desencadearão, na grande maioria das vezes, relações baseadas em mútuo respeito e cordialidade entre os funcionários. Ainda segundo o autor, dentro de uma organização, as relações estabelecidas entre os funcionários devem ser mediadas da melhor forma possível. Boas relações trazem à tona, maior motivação, melhor produtividade e, consequentemente, um ambiente de trabalho favorável. Francis apud Tourinho (1982), presidente da General Foods, expressa de forma bastante clara e realista essa ideia. Ele nos diz que: “O problema da produtividade individual é principalmente um problema de Relações Humanas”. Os relacionamentos estabelecidos e concretizados dentro das organizações podem assumir diferentes formas e ser classificados da seguinte maneira: • Relacionamento Vertical para cima; • Relacionamento Horizontal; e • Relacionamento Vertical para baixo. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 3 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Segundo Moscovici (2001), o relacionamento vertical para cima, é compreendido através das relações entre os clientes internos e seus superiores, os quais podem apresentar-se de formas variadas, dentre elas, como uma pessoa generosa ou autoritária, um indivíduo afetuoso ou intolerante e assim por diante. O relacionamento horizontal é compreendido através de um mesmo padrão hierárquico, ou seja, é a interação entre os funcionários da empresa, os chamados “colegas de trabalho”. Os tipos mais comuns são: o complexado, o fraterno, o presunçoso, o falador e o amargurado. E por fim, o relacionamento Vertical para baixo, o qual compreende as relações interpessoais estabelecidas com os subordinados, os quais frequentemente se apresentam como relapsos, bajuladores, revoltados, incapazes ou atenciosos. A partir do exposto, torna-se importante ressaltar que em qualquer tipo de relação interpessoal estabelecida com outros indivíduos, a humanização é uma questão de vital importância, isto é, o respeito, a empatia, a cordialidade, a solidariedade, a mútua ajuda entre os indivíduos que compõem o corpo técnico da organização, fazem-se necessários para que essas relações sejam consolidadas e fortalecidas com caráter positivo, tornando assim o ambiente de trabalho, um local não mais de discussões, mas sim um ambiente pacífico e tranquilo, onde os funcionários possam estabelecer laços de afetuosidade, fraternidade e principalmente onde, os comportamentos éticos sejam uma constante. Segundo Moscovici (2000), ao introduzir-se na organização, o indivíduo está cheio de esperanças, tudo é novidade, o interesse pelo trabalho é grande. No início, a pessoa faz planos, sonha com formas de se realizar, idealizando uma carreira invejável, todavia, aos poucos, com o convívio adentro da mesma, vai conhecendo uma realidade diferente, observando que será mais difícil do que imaginou concretizar seus sonhos. As relações interpessoais começam a se corroer, as outras pessoas designam dificuldades, as chefias começam a mostrar seu lado não apoiador como pareciam nos primeiros contatos, ao apresentar-lhe o serviço a ser executado. Desta forma, começam a surgir os obstáculos, atravessando o indivíduo uma fase de perplexidade e insegurança, sem entender as comunicações, as linguagens IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 4 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais usadas nas organizações, revelando um fato cercante sobre sua vontade de trabalhar bem, de fazer coisas novas, de tomar iniciativa e obter sucesso. Assim, o indivíduo percebe a complexidade conflitiva e frustrante da vida na organização, diminuindo seu entusiasmo inicial. Isto tudo ocorre, em virtude da qualidade de vida na organização atual deixar muito a desejar. Nas organizações sociais é usado um modelo burocrático, onde o que predomina é o controle sobre as pessoas. O programa de recompensa é o estimulador, o encorajador da competição nas relações interpessoais, propiciando o comportamento de só “olhar para cima” e “parecer o melhor”, no sentido de tentar ocupar uma posição de destaque. ... surge a dúvida: permanecer ou sair da organização? Como em qualquer relação intrapessoal, este é um período de grande tensão, insatisfação e ansiedade, podendo ser acompanhado de insônias, distúrbios gastrointestinais, entre outros sofrimentos psicossomáticos... (MOSCOVICI, 2000, p.4) Agora, depende do indivíduo que presenciar este tipo de situação, decidir qual deverá ser sua postura a partir dos acontecimentos ocorridos, caso deseje continuar na empresa, se irá se acomodar e obedecer aos padrões que regem o funcionamento interno, ou, se irá seguir as regras do jogo (incluindo as menos nobres), a fim de alcançar sucesso pessoal e fazer carreira, mesmo que isto lhe custe a abdicação de certos valores. O meio de obter carreira envolve uma fase de tensão até a decisão. À distância entre as duas opções abarca atitudes e valores, algo além da capacitação profissional. Desta forma, aproveitar a oportunidade, ou criar a oportunidade depende mais de atributos pessoais do que de fatores externos. Então, será necessário saber reconhecer uma oportunidade, para agir no momento certo com atributos da personalidade e da dinâmica pessoal. Segundo Moscovici (2000), a vida no trabalho é considerada composta de cinco fases: Choque da realidade (20-25 anos) Socialização e crescimento (26-35 anos) Crise do meio da carreira (36-45 anos) Aceitação (46-55 anos) Pré- aposentadoria (56-65 anos) IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 5 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Cada fase possui uma faixa etária da vida do indivíduo, desde 20-25 anos até o final da carreira 65-70 anos. Estas etapas mostradas acima divulgam como o indivíduo vive nas organizações em relação a satisfação, o que será descrito a seguir: de 20- 25 anos o indivíduo deverá estar vivendo a fase do choque da realidade, estando completamente insatisfeito com seu cargo e com a organização, se aguentar esta fase, persistindo em continuar na mesma empresa passará para a fase... dos 26-35 anos, onde ele está em fase de socialização e crescimento, começandoa se adaptar as dificuldades e encontrando saída para os conflitos interpessoais, estando muito satisfeito com o cargo e com a organização, afinal começou a se ajustar. Todavia, surge a fase de crise do meio da carreira de 36-45 anos, momento em que o indivíduo também se encontra em crise na vida pessoal, posto que vários fatores biológicos, psicológicos, sociais e situacionais convergem para um estado de insatisfação difusa. É um período difícil, de reconhecimento forçado, da inevitável diminuição da capacidade física, perda da juventude (ou chegada da velhice), maior preocupação com a saúde. Isto tudo propicia uma insuficiente satisfação com o cargo e com a organização. Ainda segundo a autora, posteriormente, surge a fase da aceitação, de 46-55 anos, onde o profissional começa a aceitar as mudanças que ocorreram em sua vida, reiniciando a sintonia com o cargo ocupado e com a organização da qual faz parte. Desta forma, o indivíduo poderá atingir a pré-aposentadoria entre 56- 65 anos, muito insatisfeito com a organização e, cheio de satisfação com o cargo ocupado todos estes anos de sua vida profissional. Após os dados descritos, observa-se que na maioria das fases, o indivíduo está insatisfeito com a organização e isto se dá, pelo fato dela se preocupar mais com o aumento da produtividade, esquecendo de propiciar qualidade de vida aos trabalhadores. A velocidade do avanço tecnológico geralmente não acompanha a qualidade de vida. A competição está cada vez mais acirrada, é preciso vencer, é preciso ter sucesso, ficar sempre à frente dos outros, em direção ao topo. Nesta corrida contra o tempo, e contra os outros, o indivíduo vai exigindo cada vez mais de si, chegando a comprometer sua saúde e sua produtividade A ansiedade que acompanha este estado de esforço poderá levar a uma síndrome de stress. Observando o dia a dia do indivíduo na organização percebe-se que ninguém se importa com quem é o indivíduo e sim com o que o indivíduo faz. Para Moscovici (2000, p.10), IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 6 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais “O Fazer é mais valorizado do que Ser. Geralmente a referência a uma pessoa é em relação ao que faz: “Fulano é engenheiro”. O papel organizacional passa a ser a identidade social e, isto é muito frustrante para o indivíduo, aumentando sua ansiedade, afinal se trata da perda de sua identidade. Esta valorização do fazer em detrimento do ser está ligada a concepção mecanicista da organização representada pela estrutura burocrática. A organização atual de valores mecanicistas/burocrático, recomenda um ritmo inteiramente ligado ao trabalho, reservando intervalos mínimos, sem levar em consideração as necessidades humanas de interação consigo mesmo e com os outros, e nem as necessidades de atividades espontâneas, ficando o indivíduo com pouca qualidade de vida, posto que o trabalho em excesso é tão maléfico quanto qualquer doença. Desta forma, os dias úteis, o lazer, os exercícios físicos passam a ser inúteis, ficando o indivíduo volúvel a intoxicação pelo trabalho, devido ao excesso de dedicação que pode até se transformar em patológico. Todavia, estes indivíduos muitas vezes são tidos como exemplos asserem imitados, pois trabalham exaustivamente, chegando cedo e saindo após o término do expediente. Segundo Moscovici (2000), estes males modernos, desenvolvem juntamente com o desenvolvimento industrial e tecnológico a prosperidade econômica, o conforto material, a fartura de alimentação elementos essenciais em sociedades competitivas, onde o stress é a variável constante na luta pelo sucesso, na carreira profissional e na vida pessoal. A vida dentro da Organização apresenta para o indivíduo momentos de luz e momentos sombrios. Aquilo que permanece na claridade, geralmente é o que a organização e seus componentes focalizam, acreditam e valorizam; já o lado sombrio, compreende aquilo que eles ignoram e desvalorizam (MOSCOVICI, 2000) A organização, apesar de não admitir, grande parte das vezes, acaba se entregando a sistemas de valores diferentes daqueles que são sustentados dentro do ambiente de trabalho, aceitando a competição, a mútua agressão e violência entre os IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 7 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais funcionários; utilizando-se da coerção, através de ameaças, punições e privações. Estes fatores, na realidade, apresentam-se como grandes influenciadores para a não permanência da ética no estabelecimento das relações entre os indivíduos que compõem a Organização e a partir daí, as relações podem se dar através da claridade ou da escuridão. A interação entre as pessoas dentro da organização pode também ser estudada a partir da Cultura Organizacional estabelecida por ela uma vez que, a mesma é formada por pessoas e a Cultura é caracterizada por um sistema de valores, crenças e comportamentos compartilhados, os quais orientam a forma de agir dos seus componentes. Ainda segundo a autora, cada organização estabelece e molda a sua cultura, por isso as culturas estabelecidas são diferentes umas das outras. Para Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999, p. 196), “Assim como não há duas pessoas com a mesma personalidade, não existem duas culturas organizacionais perfeitamente idênticas”. Entretanto, existem alguns aspectos em comum entre elas, como por exemplo a questão de que toda cultura organizacional é composta de três dimensões: Dimensão O que é dimensão material compreende o sistema produtivo, ou seja, a estrutura das organizações de trabalho, o ambiente físico e os recursos materiais. dimensão psicossocial ou política corresponde a estrutura funcional e de poder, isto é, a relação das pessoas entre si e as relações formais e informais mantidas. dimensão ideológica compreende a relação dos indivíduos com os valores, normas, filosofia e outros elementos afins. As organizações tendem a estabelecer e implantar a sua cultura, a partir da somatória de habilidades apresentadas (técnicas, humanas, políticas e administrativas), e das cargas psicossociais, as quais são provenientes de fatores humanos individuais, de relacionamentos grupais e das relações interpessoais mantidas. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 8 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Ao se analisar as relações interpessoais na organização, verifica-se as características culturais, posto que, as mesmas mostram o grau de formalidade e de informalidade existentes nos ambientes organizacionais, ocasionando numa maior ou menor flexibilidade nas relações (KANAANE, 1999). A cultura corporativa, como também é chamada a cultura organizacional, é capaz de fornecer respostas para vários eventos que possam vir a ocorrer dentro da empresa e um exemplo disso é que na grande maioria das vezes, oferece respostas que levam soluções para lidar com os comportamentos considerados antiéticos ou para o caso das relações interpessoais serem conduzidas de forma negativa. Para Srour (1998, p. 174), “A cultura é aprendida, transmitida e partilhada. Não decorre de uma herança biológica ou genética, porém, resulta de uma aprendizagem socialmente condicionada”. O processo de integração interna, geralmente começa quando se estabelece uma única identidade para o grupo, ou seja, quando cada conjunto e cada subcultura estabelecem uma única definição de si mesmo; a partir da caracterização dos membros do grupo, este irá tomando as suas características próprias, podendo a partir de então ser situado comorígido ou maleável, cheio de oportunidades ou competitivo e assim por diante. Segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), a cultura organizacional é dividida em grupos e para que se tenha uma dimensão e conhecimento da forma como ela funciona, faz-se necessário o conhecimento de cada grupo que a compõe. As subculturas são pequenos grupos de indivíduos que possuem um padrão especial de valores e filosofia. Para Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999, p. 197), “As subculturas são grupos de pessoas com um padrão especial de valores e filosofia...”. As subculturas são inevitáveis em qualquer organização, elas podem se dar de forma harmônica ou gerar conflitos, trazendo, neste caso alguns problemas de integração de esforços produtivos. As pessoas tendem a agrupar-se a partir de características individuais próximas, isto é, a partir do momento em que se assemelham, a facilidade é maior para que elas se tornem uma subcultura. É comum dentro das organizações, que os indivíduos estabeleçam aliança e lealdade com aqueles que lhes são mais próximos, o fato de muitas vezes existirem amigos em comum entre os funcionários, de se ter funcionários nascidos na mesma cidade, que já fizeram cursos juntos entre outros exemplos, acabam formando as culturas de origem. Essas subculturas podem apresentar-se como um impedimento para a integração com os demais. Quando falamos em Cultura Organizacional, nos IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 9 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais remetemos a alguns termos e elementos, os quais são indispensáveis para o aprofundamento do assunto, para a definição do tipo de cultura implantada e consequentemente para a forma como as relações interpessoais são estabelecidas. As Organizações são cheias de histórias e narrativas de eventos que já ocorreram, os quais podem acarretar reforço dos comportamentos existentes e enfatizar o ajustamento destes comportamentos no ambiente organizacional. Segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), talvez uma das histórias de maior importância seja a história da empresa, isso porque, grande parte das vezes, ela contém lições de atos heroicos de quem a fundou. Estes Heróis, geralmente, são pessoas intuitivas, que têm visão e fazem seu próprio tempo, porém, o inverso também é verdadeiro e, ao contrário do que se espera, eles podem apresentar-se como sendo pessoas de difícil convívio e insensíveis, nestes casos, os relacionamentos podem tornar-se negativos e comprometidos. Os Ritos e os Rituais, são elementos mais óbvios da Cultura Organizacional; o primeiro termo refere-se as atividades de natureza expressiva, elaboradas com intuito de reiterar traços característicos de uma cultura; já o segundo termo se caracteriza como sendo o sistema dos ritos. Para Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999, p. 199), “os ritos são atividades padronizadas e repetitivas usadas em épocas especiais para influenciar o comportamento e entendimento dos membros da Organização”. Geralmente, a cultura organizacional de uma empresa especifica o comportamento que seria considerado adequado para que os indivíduos se enquadrem no sistema social da Organização; estes elementos são conhecidos como regras e papéis culturais, os quais aparecem como forma de controle diário e, de certa forma, influenciam nas relações mantidas entre os funcionários. A partir destas regras, os indivíduos são recompensados ou punidos e dependendo da organização, a violação de regras condizentes ao comportamento ético pode acarretar em sérias consequências. A filosofia que a empresa segue, segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), conecta os aspectos relacionados com os objetivos e colaborações. Uma filosofia bem desenvolvida define as fronteiras de forma clara para todos os membros da empresa, mostrando que onde acaba o limite e o espaço de um, começa o do outro; e assim sendo, vai privilegiar o comprometimento ético nas relações estabelecidas. Os tabus organizacionais, cumprem o papel de orientar o comportamento, colocando em nítida evidencia o aspecto disciplinar da Cultura com ênfase no não- permitido. Os tabus geralmente estão ligados a questões que podem abalar o IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 10 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais comprometimento das boas relações interpessoais, em que grandes partes das vezes se ligam a questões discriminatórias que ocorrem no âmbito Organizacional. A comunicação é um elemento importantíssimo quando se dá ênfase as relações interpessoais. Sabemos que as pessoas interagem através da comunicação e por isso ela deve ser estabelecida da forma mais clara possível para que não haja mal entendidos. Ainda segundo o autor, a precisão da linguagem torna-se uma solução plausível para os crônicos problemas de comunicação. Muitas mensagens explícitas encerram outras implícitas, na maioria das vezes, discordantes, as quais exigem habilidade para fugir do conteúdo aparente e decifrar o que está contido mais profundamente no psicológico. Os valores compartilhados dentro da organização, são elementos de vital importância, pois referem-se as noções compartilhadas daquilo que os indivíduos que a compõe têm do que é importante ou acessível para o grupo a que pertencem. Dependendo da forma como esses valores são compartilhados, surgirão comportamentos moralmente aceitos ou não, pois quando eles são compartilhados de forma total entre os indivíduos, as chances de se cometer comportamentos antiéticos decai e consequentemente o clima de harmonia entre os funcionários prevalece. Os valores geram uma identidade corporativa forte e acabam melhorando o comprometimento coletivo. Todavia, essa situação pode transformar-se numa arma obscura que acaba impedindo a realização de mudanças. Quando uma cultura é fortemente estabelecida e mantida, a mudança torna- se algo de difícil aceitação. As pessoas não estão acostumadas a lidar com elas, repensar seus valores, suas crenças e atitudes e outro fator de grande influência, é que os indivíduos nem sempre estão dispostos a mudar. Não raro, isso acontece quando uma organização adquire outra e as culturas estabelecidas são fortes o suficiente para gerar contraculturas. Estas contraculturas, referem-se a grupos de pessoas que vão de encontro com a cultura que se pretende estabelecer dentro da organização. Esse tipo de comportamento, costuma ser prejudicial, uma vez que acaba impedindo a manutenção de boas relações interpessoais com os novos membros da empresa. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 11 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Para que a organização tenha um desenvolvimento saudável é importante o equilíbrio no comportamento dos integrantes da mesma, nas suas ações e reações, sendo de primordial importância tomar conhecimento primeiramente do que é comportamento por definição e posteriormente, qual sua influência nos conflitos que ocorrem dentro das organizações. Segundo Shermerhorn & Hunt & Osborn (1999), comportamento é um conjunto de operações materiais e simbólicos, entendido como um processo dialético e significativo em permanente interação, o qual, permite ao indivíduo o surgimento de novas instâncias de comportamento. Comportamento pode ainda ser definido como as reações dos indivíduos e as respostas que este apresenta a dado estímulo, sendo determinado pelo conjunto de características ambientais (adquiridas) e hereditárias (genéticas), com absorção de pressões exercidas no meio ambiente, estando constantemente em estado de adaptação aos determinantes sócio-organizacionais. Entendero comportamento na organização é vital, uma vez que, o fator humano está vinculado a toda tarefa realizada sendo um impulsionador do sistema organizacional e da sociedade como um todo. Então, ao considerar o processo de desenvolvimento organizacional, é importante desenvolver nos dirigentes e subordinados a reflexão sobre os valores, normas, padrões estabelecidos e regras presentes na organização. Este agrupamento está associado à educação no sentido de que os indivíduos que fazem parte da organização deverão aprender a essência de suas condutas, dos comportamentos e dos processos cognitivos e emocionais envolvidos em sua ação no contexto socioprofissional. Existe um velho provérbio que diz: “As aparências enganam” , logo, é importante compreender que não se pode trabalhar com dados invisíveis, sendo necessário conhecer os aspectos aparentes e subjacentes do comportamento, e o que eles podem alterar nas ações e reações, a fim de diminuir os conflitos nos agrupamentos organizacionais. Ainda segundo o autor nos aspectos aparentes encontramos os objetivos e as missões a serem cumpridas, os recursos materiais a serem utilizados, a comunicação formal e informal utilizada, as normas explícitas e os valores declarados. Nos aspectos subjacentes temos as emoções, os sentimentos, as atitudes, o mecanismo de defesa e o inconsciente coletivo. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 12 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Destes todos citados acima, vale ressaltar a emoção, posto que, são reações automáticas. O agir impulsivamente geralmente traz resultados negativos. Então, é importante conhecer suas próprias emoções para que se tenha mais capacidade de decisão, saber lidar com a mesma para livrar-se de ansiedades e irritabilidades e, saber reconhecer as emoções nos outros, ou seja, ter empatia, a fim de conseguir reconhecer os sinais sociais que indicam do que os outros precisam ou o que querem. Segundo Fritz (1997), existem diferentes concepções do termo comportamento, ou seja, comportamento individual, comportamento grupal e comportamento organizacional. O comportamento individual retrata as reações inerentes ao indivíduo e suas condutas no contexto organizacional. O comportamento grupal refere-se a gama de reações dos indivíduos que compõem um grupo. Vale ressaltar, que as ações emergentes do comportamento grupal retratam as várias influências decorrentes da dinâmica existente, incluindo as pessoas, a interação, o sentimento, as atividades (tarefas), a comunicação e os objetivos. Entretanto, o comportamento organizacional se diferencia dos dois outros citados acima, em virtude, das manifestações emergentes no contexto das organizações, indicando os controles, o processo decisório e os esquemas técnico- administrativo assumidos num dado momento organizacional. É de grande valia ter conhecimento que, embora estes comportamentos apresentem definições distintas, são interdependentes. A estrutura comportamental produz dois tipos de comportamento, o decisório e o oscilatório. O primeiro citado anteriormente remete a movimentação de algo de um lugar para outro, enquanto o segundo remete a movimentação de um lugar para outro, retornando a posição original. Nas organizações observamos que muitas ações se movimentam de um estado real (a situação atual) para um estado deseja do (objetivos e aspirações). A ação é inicialmente gerada e, então chega ao final, uma vez que o resultado desejado é atingido, ocorrendo um comportamento decisório, ou seja, na organização as ações de cada pessoa contam e contribuem para a energia e talento da empresa toda. Grosso modo, pode-se exemplificar o comportamento decisório como o movimento de um carro de brinquedo, que ao empurrarmos para onde acabar sua força, não retorna ao local inicial. Já o comportamento oscilatório pode ser exemplificado por uma cadeira de embalo, que ao ser empurrada vai para trás, mas retorna à posição inicial. O sucesso muitas vezes é conduzido ao fracasso, e por isso, dá-se ênfase ao estudo do comportamento nas organizações, ressaltando o mesmo como uma das mais valiosas possibilidades e perspectivas para a implantação de programa de IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 13 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais qualidade. Portanto, é importante fazer o indivíduo repensar constantemente seus atos e atitudes, valores e crenças, a fim de contribuir para a ética organizacional, respeitando as regras de interesse comum e interagindo saudavelmente nas relações interpessoais. Quem nunca ouviu falar sobre as aventuras de Robson Crusoé, um navegante que ficou a ermo numa ilha deserta, cercada de água por todos os lados e sem ter para onde ir? Ao se deparar com a solidão naquele lugar, Crusoé logo sentiu uma grande dificuldade que, talvez, muitos de nós ainda não dedicamos um tempo para reflexão: a necessidade de comunicar-se com alguém. A comunicação, sem dúvida, é o centro de todo relacionamento, seja ele pessoal, profissional, etc. Ela é a chave para o desenvolvimento de uma relação saudável com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do entender e do fazer-se entender. Em poucas palavras, a comunicação é o processo verbal ou não verbal de transmitir uma informação a uma outra pessoa de maneira que ela entenda o que está sendo expresso. A comunicação, portanto, não está limitada à fala, à linguagem oral, mas também é possível por meio de gestos, símbolos, expressões, bem como qualquer outra forma que contenha em si um significado inteligível, compreensível. A comunicação, portanto, ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem, nós fazemos entender por uma pessoa e modificamos seu comportamento. Isso é possível através da linguagem, que é a representação do pensamento por meio de sinais que permitam a comunicação e a interação entre as pessoas. Podemos encontrar pelo menos quatro níveis de comunicação: Nível quatro É uma comunicação altamente superficial, em que os indivíduos apenas se olham ou falam estritamente o necessário, limitando-se, no máximo, a um bom dia ou a uma pequena informação. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 14 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Nível três É uma comunicação ainda superficial, mas aqui as pessoas tratam-se com um mínimo de cordialidade e sorrisos. Neste nível os indivíduos ainda não saíram das suas “cascas” para tornar conhecido aos outros o que pensam e sentem, ou seja, a comunicação ainda está limitada. Nível dois Aqui os indivíduos começam a relatar suas ideias e pensamentos, o que marca o início de uma comunicação real. As pessoas estão dispostas a correr o risco de expor suas ideias e soluções próprias, mas ainda impõem barreiras para a comunicação plena, talvez como mecanismo de defesa e forma de conhecer os outros “passo a passo”. É o tão conhecido “pé atrás”, mas a comunicação neste nível abre possibilidades para o aprofundamento das relações interpessoais e dos laços de confiança, imprescindíveis na comunicação de nível um. Nível um É uma comunicação total. As pessoas estão dispostas a compartilhar seus sentimentos, ideias e pensamentos. Esta comunicação está baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja, subentende-se que neste nível de comunicação as pessoas possuem um alto grau de conhecimento e confiança umas nas outras, estabelecendo um relacionamento interpessoal pleno e baseado no diálogo como forma de solução de problemas e conflitos. A forma de comunicação humana mais utilizada é, sem dúvida, a comunicação verbal. E todo ato decomunicação envolve sempre seis componentes essenciais. São eles: EMISSOR (Enunciador ou locutor) É aquele que diz algo a alguém RECEPTOR (Enunciatário ou interlocutor) É aquele com quem o emissor se comunica MENSAGEM É tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor CÓDIGO É o conjunto de sinais convencionados socialmente que permite ao receptor compreender a mensagem (ex: a língua portuguesa e os sinais de trânsito) IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 15 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais CANAL (meio ou contato) É o meio físico que conduz a mensagem ao receptor (ex: o som e o ar) REFERENTE (contexto ou assunto) É o assunto da mensagem Todos esses elementos são indispensáveis à comunicação verbal, e podem ser assim esquematizados: Figura 1 – Elementos da comunicação Fonte: speaking vector O mais importante da atividade comunicativa, como já foi dito, é a compreensão do que se está querendo expressar e, através deste ato, podemos tornar conhecida a nossa maneira de ser, pensar e agir. Isto quer dizer que a forma como nos comunicamos denuncia quem somos na realidade. Através da maneira peculiar como cada um se comunica e pelo fato de cada indivíduo possuir um jeito próprio de ser, a comunicação tende a enfrentar algumas barreiras, as quais surgem da heterogeneidade de pensamentos, sentimentos e ideias. Mas, é preciso saber como lidar com essas barreiras, de forma que a comunicação não fique comprometida e os possíveis conflitos possam ser resolvidos da maneira mais adequada. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 16 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais A comunicação se realiza adequadamente e o seu objetivo é atingido, quando a mensagem for interpretada da mesma maneira pelo comunicador e pelo recebedor da comunicação. Quando se fazem interpretações semelhantes, cada um dos participantes transmite ao outro o seu pensamento e o seu sentimento sobre o objeto da comunicação. Isto não significa que os participantes precisem concordar totalmente com o pensamento sobre o objeto da comunicação. Podem discordar, mas, se um apreende precisamente os pensamentos do outro, a comunicação foi satisfatória. Quando a comunicação se estabelece mal ou não se estabelece entre pessoas ou entre grupos, resultam alguns fenômenos psíquicos chamados BLOQUEIOS, FILTRAGEM E RUÍDOS. RUÍDO É a interrupção da comunicação através de mecanismos externos, sons estranhos à comunicação, visualizações que comprometem a comunicação, ou mecanismos utilizados pelo locutor, que seja incompreendido pelo interlocutor. A partir do momento em que se elimina o ruído a comunicação tende a se estabelecer. BLOQUEIO É a interrupção total ou provisória da comunicação e paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução da comunicação do que a filtragem. FILTRAGEM É o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos da comunicação que erroneamente interessam aos interlocutores. Desde que surge um bloqueio, ele obriga os interlocutores a questionar suas comunicações e geralmente lhes permite reatá-las e restabelecê-las em clima mais aberto e em uma base mais autêntica. Desde que cada interlocutor, tenha tomado consciência de que neles, e entre eles, existem obstáculos às suas trocas. Em caso de filtragem, a comunicação tende a acompanhar-se de reticências e de restrições mentais, degradando-se pouco a pouco em mensagens cada vez mais ambíguas e equivocadas. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 17 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de minimizar as barreiras na comunicação: • Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das melhores maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver a habilidade não apenas de falar, mas de ouvir também. Dar a atenção completa, inclusive com os olhos e as expressões faciais. Quando concentramos nossa atenção, mostrando que não estamos apenas escutando com os ouvidos, poderemos nos identificar com o que a outra pessoa está sentindo ou experimentando. Consequentemente, a pessoa que nos fala também nos dará a atenção que desejamos quando formos nós os locutores. • É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes passamos por cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se estão preparadas para ouvirem determinadas coisas ou se aquele momento é adequado para uma conversa mais séria. É preciso boa vontade e discernimento para saber qual a melhor ocasião para que o diálogo seja eficaz. • A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar o outro terminar de dizer o que pensa, para que então se possa emitir o próprio pensamento, pode ser uma grande arma para resolver uma barreira de comunicação. Às vezes pensamos que sabemos o que o outro vai dizer e, sem vacilar, cortamos o seu momento na conversa. Somente depois descobrimos que não era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de criarmos uma barreira ainda maior. • É preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais estarmos dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer obrigado, pedir por favor... e a sorrir. Às vezes, gestos como estes desarmam mecanismos de defesa e formas de ser não muito dadas ao contato pessoal, ao diálogo e à interação. Colocando-se no lugar do outro, poderemos fazer da comunicação um importante instrumento de fortalecimento das relações interpessoais. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 18 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Se interessou pelo tema? Então veja estes meus outros materiais: IPEMIG - Relacionamento Interpessoal - Modulo 2 IPEMIG - Deficiência Auditiva e o papel do professor ALBRECHT, Karl. Inteligência social. São Paulo-SP: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as Pessoas: transformando o executivo em um excelente gestor de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995. GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a inteligência emocional. Nova York: Bantan Book, Ed. bras. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. MAIA, Antônio Carlos do Amaral, As bases evolutivas do comportamento humano. IPEMIG Pós-graduação – Relacionamento Interpessoal – Módulo 1 .................................................... Página 19 de 19 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais THIARA, Adriana, O relacionamento inter e intrapessoal, em gazetaweb.globo.com WALL, Bob. Relacionamentos no trabalho: como usar a inteligência emocional para melhorar sua eficiência com outras pessoas. São Paulo-SP: Editora Landscape, 2008.
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