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<p>PRINCÍPIOS ÉTICOS: ABORTO</p><p>ANNA LUIZA SILVA COSTA</p><p>CARLA MARTINS FERNANDES</p><p>GUILHERME AUGUSTO VILELA ALVES</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA</p><p>FACULDADE DE MEDICINA</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>INTRODUÇÃO</p><p> O debate sobre o aborto é bem amplo devido as considerações sobre os</p><p>direitos das partes envolvidas, opondo, em geral, o direito à vida do feto</p><p>ao direito a autonomia da mãe.</p><p> Em um primeiro momento, o embrião nos primeiros estágios da gravidez</p><p>não possui as características necessárias para ser um sujeito portador de</p><p>direitos. Por isso, a mãe é a autonomia no início da gestação.</p><p> O aborto inseguro é uma das principais causas de mortalidade materna</p><p>em países onde existem restrições legais ao aborto.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p> No Brasil, existe políticas públicas que garantam o aborto em situações</p><p>previstas em lei, a falta de conhecimento por parte dos profissionais de</p><p>saúde resulta em recusa de atendimento, com isso as mulheres acabam</p><p>precisando recorrer ao aborto inseguro.</p><p> Embora seja um direito do médico recusar-se a realizar determinadas</p><p>práticas, a objeção de consciência não pode ser justificada eticamente.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> Para a medicina, aborto é a interrupção de gravidez entre a 20ª ou 22ª</p><p>semana de gestação e feto com peso menor que 500 gramas. Após esta</p><p>idade gestacional se fala em antecipação do parto.</p><p> No conceito jurídico-penal o aborto é definido como a conduta de</p><p>interrupção da gestação que cause morte do feto dolosamente. Além de</p><p>representar grave problema de saúde pública, o aborto envolve questões</p><p>éticas, legais, econômicas, sociais e psicológicas.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> A legislação que trata do aborto foi criada na década de 1940.</p><p> No Brasil, o aborto não é qualificado como crime quando:</p><p>- Ocorre naturalmente</p><p>- Em caso de risco de vida para a mulher causado pela gravidez</p><p>- Quando a gestação é resultante de um estupro</p><p>- Se o feto for anencefálico.</p><p> Em caso de crime, a pena prevista é de 1 a 3 anos de detenção para a</p><p>gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para o médico ou qualquer outra</p><p>pessoa que tenha ajudado.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS</p><p>E LEGAIS</p><p> Para que seja um ato</p><p>legítimo, o aborto não</p><p>deve ser uma prática</p><p>de imposição</p><p>obrigatória.</p><p> Grande parte da</p><p>discussão sobre a</p><p>realização do aborto</p><p>no Brasil está</p><p>principalmente</p><p>vinculada aos valores</p><p>religiosos.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> O argumento religioso tem impedido a discussão sobre o tema. Pois, a</p><p>dificuldade é utilizada para esconder preconceitos ou receios por</p><p>desconhecimento da lei</p><p> A principal diferença entre moral e ética é que a primeira está</p><p>relacionada às regras que cada sociedade convenciona para si; a ética</p><p>é a reflexão sobre os costumes, a busca pelos fundamentos do juízo de</p><p>valor.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> A ética da saúde envolve a vida como bem inalienável; o respeito às</p><p>determinações individuais. A questão do aborto envolve um conflito entre</p><p>direitos e deveres. Para alguns se trata do direito à vida, para outros diz</p><p>respeito ao direito da mulher sobre seu próprio corpo.</p><p> A religião pertence à ética da vida privada e não deve ser utilizada</p><p>como argumento nas questões ligadas às políticas públicas de saúde.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> A reflexão dos dilemas éticos e jurídicos a respeito do aborto ajuda,</p><p>portanto, na reorientação dos profissionais de saúde quanto à conduta</p><p>nesta hora. Fornece subsídios para a prestação adequada às mulheres</p><p>que necessitam deste tipo de atendimento e na medida do possível</p><p>longe de julgamentos pessoais.</p><p> Existem estudos que mostram haver a quebra de sigilo profissional em</p><p>situações que a mulher faz o aborto ilegal e diante de complicação</p><p>procura a assistência médica. Algumas mulheres chegam a ser</p><p>denunciadas à polícia pelos médicos assistentes</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> Tal fato constitui um ilícito grave porque contraria os princípios éticos e</p><p>legais do exercício da medicina. Pois a paciente encontra-se em situação</p><p>de vulnerabilidade.</p><p> Segundo o Código, em seu Art. 73 é vedado ao médico: “Revelar fato de</p><p>que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo</p><p>por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente”.</p><p> A situação específica de abortamento ilegal não se encaixa em</p><p>nenhuma dessas situações de exceção. Apenas provoca nas mulheres</p><p>um temor em procurar o serviço de saúde o mais cedo possível, para</p><p>terminar o abortamento já iniciado.</p><p>ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS</p><p> Fruto do medo, essa atitude pode agravar o quadro da paciente por</p><p>quanto a procura do serviço ocorre apenas diante das complicações,</p><p>aumentando o risco de morbimortalidade. Baseando-se nos preceitos</p><p>éticos e jurídicos, não há motivos para os profissionais de saúde temer</p><p>consequências penais, uma vez que a situação está prevista no artigo 20,</p><p>§ 1º do Código Penal, “é isento de pena quem, por erro plenamente</p><p>justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse,</p><p>tornaria a ação legítima”.</p><p>CASO RECENTE</p><p> A criança de 10 anos que engravidou após ser violentada por um tio em São</p><p>Mateus, no Espírito Santo, começou o procedimento de aborto neste</p><p>domingo, após o Tribunal de Justiça do Espírito Santo conceder a ela o direito</p><p>previsto na lei brasileira de interromper uma gravidez fruto de um estupro. Por</p><p>tratar-se de uma menina que era violentada desde os 6 anos, o caso deveria</p><p>correr em absoluto sigilo, como tantos outros no Brasil, pela preservação da</p><p>vítima e por tratar de um assunto delicado, que é o aborto, mesmo legal.</p><p> O papel do serviço de saúde é seguir o protocolo do Ministério da Saúde para</p><p>estes casos e realizar a interrupção da gravidez. Mas a repercussão obrigou o</p><p>Estado do Espírito Santo a buscar uma solução longe dali. A menina viajou</p><p>para o Recife, onde foi atendida no Centro Integrado de Saúde Amauri de</p><p>Medeiros (Cisam), que atende casos como o dela. São ao menos 40 abortos</p><p>legais por ano, segundo o doutor Olympio Moraes Filho, diretor do Cisam, e</p><p>que já cuidou de muitos casos similares, seguindo a lei.</p><p>http://www.upe.br/uh-cisam.html</p><p>CASO RECENTE</p><p> O médico Olympio Filho encarou a pressão sem temer represálias. Não é a</p><p>primeira vez que o obstetra se vê diante de um caso que gerou estardalhaço</p><p>público. Há 12 anos, ele chegou a ser excomungado pela Igreja de</p><p>Pernambuco por interromper a gravidez de uma menina de 9 anos, que</p><p>também fora estuprada pelo padrasto. Agora, sofre pressão de evangélicos</p><p>do Estado. É ele quem vai examinar o caso da criança grávida que chega do</p><p>Espírito Santo para obedecer ao procedimento e ao desejo dela. “Manter a</p><p>gravidez é um ato de tortura contra ela, é violentá-la novamente, é o Estado</p><p>praticar uma violência tão grande ou maior do que ela já sofreu”, afirma. Há,</p><p>ainda, um risco obstétrico, de hemorragia, além de pesar a ausência de</p><p>estrutura psicológica para assumir uma maternidade fruto de uma violência,</p><p>alerta. “Primeiro é preciso preservar a criança [vítima do estupro], e depois dar</p><p>o apoio psicológico para ela superar isso. O dano é muito maior se você a</p><p>obriga a manter uma gravidez”, completa.</p><p>https://www.bbc.com/portuguese/brasil-36402029</p><p>CASO RECENTE</p><p> A norma prevê que em caso de estupro o aborto pode</p><p>ser feito com até 22 semanas de gestação, ou o feto</p><p>pesar 500 gramas.</p><p> Especialistas garantem que não há restrições para</p><p>abortos quando a vida da mãe corre risco, como é o</p><p>caso da criança capixaba.</p><p>https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-aborto-legal/</p><p>REFLEXÃO</p><p> O que esta imagem representa pra você?</p><p>REFERÊNCIAS</p><p> SILVA, Henrique Pargas Gondim. Aborto e objeção de consciência: aspectos</p><p>éticos e legais. 2014.</p><p> PEREIRA, Rafael Rodrigues. A ética do aborto além da questão do</p><p>direito. ethic@-An international Journal for Moral Philosophy, v. 17, n. 1, p.</p><p>41-66, 2018.</p><p> Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2020-08-16/menina-de-10-</p><p>anos-violentada-fara-aborto-legal-sob-alarde-de-conservadores-a-porta-</p><p>do-hospital.html, acesso</p><p>em 04 de novembro de 2020 às 20:20</p><p>https://brasil.elpais.com/brasil/2020-08-16/menina-de-10-anos-violentada-fara-aborto-legal-sob-alarde-de-conservadores-a-porta-do-hospital.html</p>

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