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<p>1</p><p>CAPRINOCULTURA</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>A caprinocultura, envolve a criação de cabras para a produção de carne e leite, e desempenha</p><p>um papel relevante em muitas regiões do mundo, especialmente em áreas de clima semiárido e</p><p>árido. No Brasil, essa atividade é predominante no Nordeste, que abriga aproximadamente 90%</p><p>do rebanho nacional, refletindo tanto as condições climáticas favoráveis quanto a importância</p><p>socioeconômica para as comunidades rurais. Este trabalho busca explorar os diferentes aspectos</p><p>da caprinocultura, incluindo os sistemas de produção, as instalações adequadas, o manejo, e as</p><p>oportunidades de mercado.</p><p>Os objetivos deste trabalho são analisar os principais sistemas de produção utilizados na</p><p>caprinocultura, identificando as suas características, vantagens e desafios. Além disso, visa</p><p>discutir as práticas de manejo nutricional, reprodutivo e sanitário que contribuem para a eficiência</p><p>e sustentabilidade da produção de cabras. Também serão abordadas as principais raças uilizadas</p><p>e as oportunidades de mercado para produtos derivados de caprinos.</p><p>A estrutura do trabalho está organizada em seções que abordam inicialmente o panorama geral</p><p>do agronegócio da caprinocultura. Em seguida, são discutidos os sistemas de produção, bem</p><p>como as instalações necessárias para cada tipo de sistema. O trabalho avança para tratar dos</p><p>aspectos de manejo (cria, nutricional, reprodutivo e sanitário) e encerra com uma análise sobre a</p><p>cadeia produtiva, suas oportunidades de mercado e as conclusões gerais sobre o tema.</p><p>2. PANORAMA DO AGRONEGÓCIO</p><p>A caprinocultura, envolve a criação de cabras para a produção de carne e leite, é uma atividade</p><p>importante em muitas regiões do mundo, especialmente em países de clima semiárido e árido. No</p><p>Brasil, a produção de caprinos é especialmente relevante no Nordeste, onde se concentra</p><p>aproximadamente 90% do rebanho nacional, devido às características climáticas e ao papel</p><p>socioeconômico que essa atividade desempenha nas comunidades rurais. A criação de caprinos</p><p>é uma importante fonte de renda e segurança alimentar para pequenos produtores, além de</p><p>contribuir para a preservação de raças locais e da biodiversidade (SEBRAE, 2023).</p><p>A Produção Mundial de carne de cabra é significativa em países como China, Índia, Paquistão,</p><p>Nigéria e Bangladesh. No caso do leite de cabra o destaque é para a Índia, Sudão, Paquistão, e</p><p>Bangladesh como os principais produtores. O Brasil é o 21º produtor mundial de caprinos, e</p><p>possui um rebanho de aproximadamente 10 milhões de caprinos concentrados em sua maioria no</p><p>Nordeste, especialmente nos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba. A produção de</p><p>2</p><p>carne de cabra no Brasil é predominantemente voltada para o mercado interno e a produção de</p><p>leite é consumida in natura ou utilizada para a fabricação de queijos artesanais e outros derivados</p><p>(FAO, 2022).</p><p>As exportações brasileiras de carne e leite de cabra ainda são limitadas. A carne de cabra</p><p>brasileira enfrenta desafios relacionados à competitividade em mercados internacionais, como o</p><p>custo de produção e a falta de infraestrutura para o abate e processamento em grande escala. Já</p><p>o leite de cabra possui um mercado potencial de exportação, especialmente na produção de</p><p>queijos finos, mas ainda enfrenta barreiras regulatórias e logísticas.</p><p>O consumo de carne e leite de cabra é mais popular em áreas rurais e comunidades tradicionais.</p><p>No entanto, há um crescente interesse em áreas urbanas, principalmente entre consumidores</p><p>preocupados com saúde e bem-estar, já que o leite de cabra é considerado uma opção saudável</p><p>devido ao seu baixo teor de gordura e facilidade de digestão em comparação ao leite de vaca</p><p>(LUCENA, 2018).</p><p>Os desafios da caprinocultura no Brasil incluem a falta de infraestrutura adequada para o</p><p>processamento da carne, necessidade de melhorar a qualidade e padronização dos produtos,</p><p>dificuldade na adoção de tecnologias modernas e acesso limitado a crédito e incentivos para</p><p>pequenos produtores. No entanto, o setor apresenta oportunidades, como o potencial de</p><p>crescimento de produtos derivados de cabra em mercados de nicho, como leite e queijos finos e</p><p>queijos gourmet, alinhamento com políticas de desenvolvimento rural sustentável para um</p><p>marketing diferenciado, e expansão das exportações para mercados emergentes que valorizam</p><p>produtos naturais e sustentáveis (MAGALHÃES, 2018).</p><p>3. SISTEMAS DE PRODUÇÃO</p><p>Os sistemas de produção de caprinos para carne e leite são descritos por Oliveira et al (2011), e</p><p>podem ser classificados em três principais categorias: extensivo, semi-intensivo e intensivo e a</p><p>escolha do sistema depende da realidade de cada propriedade ou região. Cada um deles possui</p><p>características específicas em relação ao manejo, alimentação, infraestrutura e nível de</p><p>tecnificação, e o que diferencia um sistema do outro basicamente é a forma de exploração dos</p><p>recursos disponíveis e o grau de utilização de tecnologia.</p><p>3.1 SISTEMA EXTENSIVO</p><p>O sistema extensivo é o mais simples, rústico e de menor custo, comum em regiões áridas ou</p><p>semiáridas. Os caprinos são criados em áreas de pastagens naturais, geralmente de forma solta,</p><p>com pouca ou nenhuma suplementação alimentar, dependendo totalmente da fertilidade natural</p><p>do solo, das condições climáticas e da produção sazonal das pastagens. Normalmente são</p><p>3</p><p>criados animais de menor exigência nutricional. Possui como característica baixo custo de</p><p>manutenção, pouca intervenção humana, e baixa produtividade. As instalações são mínimas e as</p><p>práticas de manejo sanitário são raramente utilizadas. Recomendado para animais mestiços e</p><p>pouco exigentes, ou para as matrizes secas.</p><p>3.2 SISTEMA SEMI-INTENSIVO</p><p>O sistema semi-intensivo combina o uso de pastagens naturais com pastagens cultivadas e inclui</p><p>suplementação alimentar, como forragens, concentrados e resíduos agrícolas, para suprir as</p><p>necessidades nutricionais dos animais. Exige um nível intermediário de investimento em</p><p>infraestrutura e manejo, buscando aumentar a produtividade e a qualidade de carne e leite.</p><p>Envolve a construção de cercas, abrigos e bebedouros, além de práticas regulares de manejo</p><p>sanitário, como vacinação e vermifugação, para manter a saúde dos animais e minimizar perdas.</p><p>O objetivo principal é otimizar a produção, aumentar a eficiência e a rentabilidade, aproveitando</p><p>recursos disponíveis de forma mais equilibrada entre o manejo tradicional e a adoção de</p><p>tecnologias modernas.</p><p>3.3 SISTEMA INTENSIVO</p><p>No sistema intensivo de criação de caprinos, os animais são mantidos em regime de</p><p>confinamento com alimentação rigorosamente controlada e balanceada, incluindo ração, silagem</p><p>e feno. Este modelo apresenta um alto nível de tecnificação, com grande investimento em</p><p>infraestrutura, como instalações modernas e equipamentos avançados, além de manejo</p><p>especializado.</p><p>A produtividade e a eficiência são elevadas, com o principal objetivo sendo a produção comercial</p><p>em larga escala, voltada para mercados urbanos ou até mesmo para exportação. O sistema</p><p>busca maximizar a produtividade por animal ou a produção por área, utilizando ao máximo os</p><p>recursos tecnológicos disponíveis.</p><p>Esse modelo também requer uma maior demanda de mão de obra para garantir o manejo</p><p>adequado e a manutenção das instalações. É recomendado para a engorda de cabritos para</p><p>abate e para a recria de cabritas, visando uma produção otimizada e de alta qualidade.</p><p>4. INSTALAÇÕES</p><p>De acordo com Oliveira et al. (2011), instalações e equipamentos adequados são fundamentais</p><p>para garantir um manejo eficiente no sistema de produção. Eles devem oferecer proteção contra</p><p>variações climáticas, ser de custo adequado e exigir pouca manutenção. Além disso, precisam</p><p>4</p><p>ser de fácil limpeza e desinfecção, além de proporcionar segurança para animais e trabalhadores,</p><p>ajudando a minimizar o estresse, prevenir doenças, proteger o rebanho contra furtos e</p><p>predadores, e otimizar a utilização da mão de obra. Assim, na criação de caprinos, são</p><p>necessárias as seguintes instalações</p><p>e equipamentos:</p><p>4.1 CENTRO DE MANEJO</p><p>É o local destinado a facilitar diversas atividades de manejo, como pesagem, vermifugação,</p><p>vacinação, banhos sarnicidas, casqueamento, tosquia, corte de cauda, apartação, entre outras.</p><p>Recomenda-se uma área de 1 m² por animal adulto.</p><p>O espaço deve ser coberto, ter um piso de terra batida ou cimento, e contar com boa drenagem.</p><p>Geralmente, é composto por:</p><p> CURRAIS: Áreas destinadas a manter os animais antes e depois dos procedimentos.</p><p> SERINGA: Espaço com formato afunilado que direciona os animais para entrarem, um a</p><p>um, no brete.</p><p> BRETES: Estruturas utilizadas para conter os animais durante práticas de manejo, como</p><p>apartação, venda, desmama, pesagem e tratamentos. As dimensões adequadas são</p><p>fundamentais para garantir segurança e eficiência no trabalho, com largura superior de 35</p><p>a 50 cm, inferior de 25 a 35 cm, altura de 80 a 85 cm e comprimento de 5 a 11 m. O brete</p><p>deve ter laterais de tábuas horizontais, sem espaço entre elas para evitar ferimentos, e um</p><p>espaçamento entre o solo e a primeira tábua para facilitar a limpeza.</p><p>4.2 APRISCO</p><p>O aprisco é uma instalação destinada a abrigar os animais durante a noite ou confiná-los,</p><p>protegendo-os de predadores. Dependendo do tempo de permanência, deve dispor de cochos</p><p>para ração, sal mineralizado e bebedouros. Deve ser construído em terreno firme, com boa</p><p>drenagem e declividade entre 2% e 5%, facilitando o acesso às pastagens, o monitoramento dos</p><p>animais, o fornecimento de água e a limpeza diária.</p><p>A instalação deve ter áreas cobertas e descobertas, permitindo exercícios e banho de sol (solário).</p><p>O eixo longitudinal deve ser orientado de nascente a poente, para evitar a entrada direta de raios</p><p>solares. A parede voltada para os ventos dominantes deve ser fechada para impedir correntes de</p><p>ar excessivas. O telhado pode ser feito de diversos materiais (telha de barro, bambu, cobertura</p><p>vegetal), priorizando o conforto térmico e considerando os custos.</p><p>Existem diferentes tipos de apriscos, classificados de acordo com o tipo de piso utilizado. As</p><p>principais categorias são:</p><p>5</p><p> CHÃO BATIDO: É o tipo mais simples e econômico, adequado para áreas onde o controle</p><p>da umidade não é um problema. O piso é composto por terra batida, oferecendo um custo</p><p>reduzido e fácil manutenção, o terreno deve ser firme e ter boa drenagem. A altura do pé</p><p>direito deve ser de aproximadamente 2 a 2,5 metros.</p><p> PISO RIPADO E SUSPENSO: É mais adequado para regiões com excesso de umidade,</p><p>pois mantém os animais distantes do solo e das fezes, facilitando a limpeza. A altura</p><p>mínima entre o piso e o chão deve ser de 1,5 m. Geralmente feito de madeira, o piso é</p><p>composto por ripas com 5 a 7 cm de largura, 1,5 a 3 cm de espessura, e espaçamento de</p><p>2 cm entre elas. Espaçamentos menores podem acumular fezes, enquanto maiores podem</p><p>causar problemas de aprumos. Para animais recém-nascidos, é recomendável incluir</p><p>algumas baias forradas com palha para evitar que prendam as patas.</p><p> PISO DE CONCRETO: Possui alto custo, entretanto, é frequentemente utilizado em baias</p><p>de exposição devido à sua durabilidade e facilidade de manutenção. Para garantir conforto</p><p>aos animais, o piso deve ser coberto com material absorvente, como serragem, maravalha</p><p>ou feno velho, que serve como cama e ajuda a controlar a umidade e o odor. Além disso, é</p><p>importante que o piso de concreto seja projetado com uma leve inclinação para facilitar a</p><p>drenagem e evitar o acúmulo de água.</p><p>4.3 SALA DE ORDENHA</p><p>O local de ordenha deve estar próximo ao aprisco, ser fácil de higienizar, e oferecer conforto para</p><p>os animais e o ordenhador, além de garantir a qualidade do leite. A escolha do tipo de sala de</p><p>ordenha varia conforme o orçamento e o projeto, desde instalações simples para até 60 animais</p><p>até salas sofisticadas com ordenhadeira mecânica. A plataforma de ordenha deve estar entre 70</p><p>e 90 cm do piso e pode ser construída com materiais disponíveis, como madeira ou alvenaria.</p><p>Inclui rampas para a subida e descida dos animais, cochos para ração, instrumentos de</p><p>contenção e materiais de higienização do úbere e do ordenhador. Em casos de ordenha</p><p>mecânica, a plataforma é adaptada com os aparelhos ou equipamentos da ordenhadeira</p><p>necessários.</p><p>4.4 INSTALAÇÕES ESPECÍFICAS PARA REPRODUTORES</p><p>A instalação dos reprodutores requer atenção especial. É importante considerar a direção dos</p><p>ventos predominantes para evitar que o cheiro dos machos alcance o rebanho de fêmeas e seja</p><p>assimilado pelo leite e o contamine. Recomenda-se um espaço de 3 m² por animal e uma</p><p>distância de pelo menos 100 metros das áreas frequentadas pelas fêmeas.</p><p>4.5 CURRAL DE PARIÇÃO</p><p>6</p><p>É uma área destinada às fêmeas em final de gestação, chamada curral de parição, piquete de</p><p>parição ou piquete maternidade. Esse espaço deve estar próximo às principais instalações da</p><p>propriedade para facilitar o monitoramento, permitindo um acompanhamento mais eficiente das</p><p>fêmeas e dos partos. O local deve oferecer conforto e proteção, com acesso facilitado para os</p><p>cuidados pós-parto e interação com os filhotes, garantindo um ambiente seguro e apropriado para</p><p>o nascimento e a recuperação das fêmeas.</p><p>4.6 ÁREA PARA ISOLAMENTO DE ANIMAIS (QUARENTENÁRIO)</p><p>Consiste em baias ou pequenos piquetes situados a cerca de 50 metros das outras instalações,</p><p>destinados a isolar animais suspeitos ou portadores de doenças contagiosas. Essa área também</p><p>é utilizada para observar os animais que serão integrados ao rebanho, que devem permanecer</p><p>em quarentena por cerca de 40 dias.</p><p>4.7 INFRAESTRUTURAS COMPLEMENTARES</p><p> COMEDOUROS, CREEPERS E MANJEDOURAS</p><p>São estruturas essenciais para o manejo dos animais e podem ser construídas com materiais</p><p>diversos como madeira, concreto pré-moldado, tambores de plástico cortados e pneus. Os</p><p>cochos devem estar próximos ao local de descanso do rebanho, oferecendo bem-estar e</p><p>mantendo a qualidade do alimento. Podem ser construídos com 20 a 30 cm de comprimento por</p><p>animal, com o fundo a 20 cm de altura do piso. O creep feeding é um tipo de cocho privativo,</p><p>cercado para permitir apenas a entrada das crias, podendo ser uma baia, gaiola ou piquete,</p><p>construído com madeira, tela de arame ou grades de ferro, permitindo a visão da mãe. As</p><p>manjedouras são estruturas projetadas para fornecer volumosos inteiros como feno, capim verde</p><p>e palha. Elas devem ser posicionadas acima da cabeça dos animais e ter espaço suficiente para</p><p>que o focinho alcance o alimento.</p><p> BEBEDOUROS</p><p>Os bebedouros são dimensionados com base no número de animais e no consumo diário de</p><p>água, que é de aproximadamente 3 a 5 litros por animal. Devem ser posicionados de forma que</p><p>permitam fácil vistoria e limpeza, próximos à área de descanso dos animais, mas não tão perto</p><p>dos cochos de sal mineral. É importante garantir que a área ao redor do bebedouro tenha um</p><p>calçamento adequado e uma declividade apropriada para facilitar o escoamento da água.</p><p> SALEIROS</p><p>É necessário ter uma superfície lisa para facilitar a limpeza e estar protegidos da umidade. As</p><p>dimensões ideais são 20 cm de profundidade, 30 cm de largura e até 2 metros de comprimento,</p><p>7</p><p>com uma elevação do solo de 20 a 30 cm. Pneus e tambores plásticos são frequentemente</p><p>utilizados para essa finalidade.</p><p> PEDILÚVIOS</p><p>O pedilúvio tem a função de desinfetar os cascos dos animais e deve ser instalado na entrada e</p><p>saída de centros de manejo ou apriscos para garantir que os animais passem por ele. Deve ter 2</p><p>metros de comprimento e 10-12 cm de profundidade, com a largura igual à da porteira. A solução</p><p>no pedilúvio deve ter pelo menos 7 cm de altura para garantir que os cascos fiquem totalmente</p><p>submersos. Pode-se utilizar soluções de formol a 10%, sulfato de cobre a 10% ou cal virgem. A</p><p>cal virgem diluída em água é um desinfetante econômico, mas deve ser manuseada com cuidado</p><p>para evitar queimaduras.</p><p>4.8 CERCAS</p><p>Um dos principais desafios financeiros é o investimento necessário na construção de cercas. Os</p><p>principais tipos são:</p><p> CERCA DE ARAME</p><p>LISO OU FARPADO: Utiliza-se cercas com 1,5 m de altura,</p><p>composta por 8 ou 9 fios, e mourões feitos de madeira resistente ou eucalipto tratado. Os</p><p>mourões devem ser espaçados a cada 10 metros, e balancins (travas de arame ou</p><p>madeira) devem ser instalados a cada 2 metros.</p><p> CERCA ELÉTRICA: Custa de quatro a cinco vezes menos que cercas convencionais, mas</p><p>sua principal limitação é o contato dos fios com a vegetação, que reduz a carga elétrica e</p><p>pode comprometer a eficiência na contenção dos animais. Portanto, é necessário</p><p>monitorar a vegetação ao redor da cerca. A cerca elétrica pode ser configurada com 4 fios,</p><p>espaçados a 0,25 m entre si, alternando entre eletrificados e não eletrificados, para</p><p>garantir que o animal entre em contato com o fio eletrificado ao tentar passar.</p><p>Também são empregadas cercas vivas, de tela (campestre), de madeira (varas) ou similares. Em</p><p>sistemas focados na produção de pele, evita-se o uso de arame farpado. O custo varia conforme</p><p>o tipo e a disponibilidade dos materiais.</p><p>4.9 ESTERQUEIRA</p><p>A esterqueira pode ser construída em alvenaria ou com terra batida. Deve ser de fácil acesso</p><p>para os tratadores, mas de difícil acesso para os animais, cercada e localizada a pelo menos 50</p><p>m das outras instalações. Essa distância ajuda a prevenir odores, a presença de moscas e a</p><p>contaminação das pastagens.</p><p>4.10 DEPÓSITO DE RAÇÃO</p><p>8</p><p>É a estrutura destinada ao armazenamento de ração, feno, sal mineral e outros alimentos. Deve</p><p>ser localizada em um local arejado, com fácil acesso para os veículos de abastecimento e</p><p>próximo ao Centro de Manejo. Os alimentos devem ser armazenados em estrados de madeira</p><p>para evitar contato direto com o chão e a umidade.</p><p>4.11 FARMÁCIA</p><p>É o espaço destinado ao armazenamento de medicamentos, materiais de curativo e produtos de</p><p>desinfecção. Deve ser mantido livre de umidade excessiva, calor e luz solar. É recomendável ter</p><p>uma geladeira exclusiva para armazenar medicamentos e vacinas.</p><p>5. PRINCIPAIS RAÇAS</p><p>5.1 RAÇAS DE CORTE</p><p>A grande variedade de climas existentes no Brasil exige uma escolha mais específica da raça a</p><p>ser utilizada, escolhendo, para cada região, aquela que se adapta melhor às condições climáticas.</p><p>Deve ser levada em conta também a disponibilidade de animais da raça desejada nas</p><p>proximidades e do sistema de produção a ser escolhido, pois isso garante um investimento mais</p><p>bem aproveitado e retorno financeiro positivo</p><p>5.1.1. RAÇA BOER</p><p>O caprino da raça Boer é originário da África do Sul e é conhecido por suas características</p><p>excepcionais tanto para a produção de carne quanto para a produção de leite. Esta raça é</p><p>resultado do cruzamento entre caprinos de raças indígenas africanas e caprinos de raças</p><p>europeias. Os caprinos Boer são animais de grande porte, com os machos atingindo pesos entre</p><p>118 e 170 kg e as fêmeas entre 95 e 120 kg. Eles possuem uma carcaça uniforme, pelagem</p><p>branca no corpo e coloração escura na cabeça e no pescoço, como demonstrado na Figura 1.</p><p>Além disso, os caprinos Boer são reconhecidos por sua fertilidade e rusticidade. As fêmeas são</p><p>boas produtoras de leite, o que contribui para o rápido crescimento dos filhotes e baixa</p><p>mortalidade pré-desmama. A raça também é conhecida por sua carne de alta qualidade, que</p><p>possui baixo teor de gordura e colesterol, sendo macia e saborosa.</p><p>Os caprinos Boer são adaptáveis a diversas condições climáticas e sanitárias, o que facilita sua</p><p>criação em diferentes regiões do Brasil. Eles são animais de baixa manutenção, com alta</p><p>conversão alimentar e capacidade de ganho de peso diário de até 200g em regimes de</p><p>confinamento. A pele desses caprinos também tem alto valor de mercado devido à sua qualidade.</p><p>5.1.2. RAÇA SAVANA</p><p>9</p><p>O caprino da raça Savana, originário da África do Sul, é conhecido por sua notável rusticidade e</p><p>resistência a parasitas. Esta raça foi desenvolvida a partir de cruzamentos entre machos de</p><p>pelagem branca, como demonstrado na Figura 2, e pele preta e fêmeas de pelagem mista,</p><p>resultando em um padrão racial distintivo. Os caprinos Savana são animais de grande porte, com</p><p>machos que podem atingir até 130 kg. Eles possuem um pernil desenvolvido, lombo comprido e</p><p>largo, e um peito amplo e profundo com larga massa muscular.</p><p>Além disso, a raça Savana é reconhecida por sua docilidade e facilidade de manejo, o que a torna</p><p>uma escolha popular entre os criadores. Esses caprinos são altamente adaptáveis a diferentes</p><p>condições ambientais, o que facilita sua criação em regiões como o Nordeste do Brasil, onde as</p><p>condições climáticas são desafiadoras. A principal aptidão da raça Savana é a produção de carne</p><p>de alta qualidade, com um aproveitamento de até 50% da carcaça.</p><p>A capacidade reprodutiva dos caprinos Savana também é destacada, contribuindo para a</p><p>eficiência produtiva da raça. Esses animais são conhecidos por sua robustez e capacidade de</p><p>adaptação a ambientes adversos, o que os torna ideais para a criação em regiões com vegetação</p><p>escassa e altas temperaturas.</p><p>5.1.3. RAÇA ANGLO NUBIANA</p><p>O caprino da raça Anglo Nubiana é conhecido por sua dupla aptidão, sendo utilizado tanto para a</p><p>produção de leite quanto de carne. Originária do cruzamento entre cabras Nubianas do vale do</p><p>Alto Nilo, na região da Núbia (atual Sudão), e cabras comuns da Inglaterra, esta raça se destaca</p><p>por sua alta prolificidade e rusticidade. Os caprinos Anglo Nubianos são animais de porte médio a</p><p>grande, com uma estrutura firme e harmoniosa, olhos grandes e vivos, e cabeça leve e bem</p><p>conformada. Uma característica marcante são as orelhas longas e espalmadas, que se</p><p>assemelham a uma folha.</p><p>A produção de leite é uma das principais características das cabras Anglo Nubianas, com uma</p><p>média de dois a quatro litros por dia. Embora essa quantidade seja menor em comparação com</p><p>outras raças leiteiras, o leite é rico em gordura, cerca de 6%, e sólidos totais, conferindo um sabor</p><p>diferenciado aos seus derivados. Em termos de produção de carne, os cabritos Anglo Nubianos</p><p>são abatidos aos três meses, com um peso que varia de 21 a 22 kg, e a carne é conhecida por</p><p>sua qualidade.</p><p>Além disso, os caprinos Anglo Nubianos possuem uma pelagem curta e brilhante, com variadas</p><p>combinações de cores, e são altamente adaptáveis a diferentes condições climáticas, o que</p><p>facilita sua criação em diversas regiões do Brasil. A raça foi introduzida no país por volta de 1932</p><p>10</p><p>e, desde então, tem se adaptado bem ao ambiente tropical, sendo encontrada principalmente na</p><p>região Nordeste e no norte de Minas Gerais.</p><p>5.2 RAÇAS LEITEIRAS</p><p>O leite de cabra é uma opção que tem ganhado o gosto popular pouco a pouco, devido aos seus</p><p>inúmeros benefícios nutricionais e à sua digestibilidade superior em comparação ao leite de vaca.</p><p>Com esse cenário, percebemos um crescimento significativo na demanda pela produção leiteira</p><p>de caprinos. Além de ser uma excelente fonte de proteínas, vitaminas e minerais, o leite de cabra</p><p>é frequentemente recomendado para pessoas com intolerância à lactose ou alergias ao leite de</p><p>vaca. Esse aumento na popularidade tem incentivado produtores a investir em raças</p><p>especializadas na produção de leite, garantindo um produto de alta qualidade e contribuindo para</p><p>a diversificação da oferta no mercado.</p><p>5.2.1 RAÇA SAANEN</p><p>O caprino da raça Saanen, originário do vale de Saanen na Suíça, é amplamente reconhecido por</p><p>sua alta capacidade de produção leiteira. Esta raça é caracterizada por sua pelagem branca e</p><p>curta, pele rosada e olhos claros, como demonstrado na Figura 4. Os caprinos Saanen são</p><p>animais de grande porte, com machos pesando entre 70 e 100 kg e fêmeas entre 50 e 70 kg. As</p><p>orelhas são pequenas e eretas, e os úberes são bem desenvolvidos, o que contribui para a</p><p>excelente produção de leite.</p><p>A produção de leite das cabras Saanen é notável, com uma média de 3 a 4 litros por dia, podendo</p><p>chegar a 6 litros em condições ideais. O leite possui um teor de gordura de aproximadamente</p><p>3,5%, o que o torna adequado para a produção de queijos e outros derivados. Além</p><p>disso, a raça</p><p>Saanen é conhecida por sua docilidade e facilidade de manejo, características que facilitam a</p><p>criação e a ordenha.</p><p>Os caprinos Saanen são altamente adaptáveis a diferentes condições climáticas, embora prefiram</p><p>climas mais frios. No Brasil, eles se adaptaram bem, especialmente nas regiões Sudeste Sul,</p><p>onde as condições são mais favoráveis. A raça também é valorizada por sua longevidade e alta</p><p>taxa de fertilidade, com fêmeas frequentemente parindo gêmeos.</p><p>5.2.2 RAÇA TOGGENBURG</p><p>O caprino da raça Toggenburg é originário do vale de Toggenburg, na Suíça, e é uma das raças</p><p>leiteiras mais antigas e difundidas mundialmente. Esta raça foi desenvolvida a partir do</p><p>cruzamento inicial da cabra fulva de Saint-Gall com a branca de Saanen. Os caprinos</p><p>Toggenburg são conhecidos por sua pelagem de cor castanha, que pode variar de clara a cinza,</p><p>com duas faixas brancas características na cabeça, como demonstrado na Figura 5, que se</p><p>11</p><p>estendem dos chifres até a boca. Outras marcas brancas incluem manchas no interior e nas</p><p>bordas das orelhas, no focinho, na face interna dos membros e nas extremidades dos joelhos e</p><p>garrões.</p><p>Os caprinos desta raça possuem uma estrutura corporal robusta, com machos adultos pesando</p><p>entre 60 e 90 kg e fêmeas adultas entre 45 e 65 kg. A cabeça é comprida e seca, com orelhas</p><p>grandes e eretas. O pescoço é fino nas fêmeas e mais forte nos machos. A raça Toggenburg é</p><p>altamente adaptável a diferentes condições climáticas, embora prefira regiões montanhosas. No</p><p>Brasil, é recomendada para o Centro-Sul, onde se adapta bem sem perda de suas qualidades.</p><p>A produção leiteira é uma das principais características dos caprinos Toggenburg, com uma</p><p>média diária de 2 a 4 litros de leite, durante uma lactação que pode durar de 255 a 290 dias. O</p><p>leite possui um teor de gordura de aproximadamente 3,5%, sendo adequado para a produção de</p><p>queijos e outros derivados. Além disso, a raça é muito fértil, frequentemente gerando gêmeos e,</p><p>ocasionalmente, triplos ou até quadruplos. Os cabritos são fortes e crescem rapidamente, o que</p><p>contribui para a eficiência produtiva da raça.</p><p>5.2.3. RAÇA ALPINA</p><p>O caprino da raça Alpina, também conhecido como Parda Alpina, é originário dos Alpes Suíços e</p><p>é amplamente reconhecido por sua alta capacidade de produção leiteira. Esta raça é</p><p>caracterizada por sua pelagem de cor parda, que pode variar do acinzentado ao vermelho-escuro,</p><p>com pelos curtos, finos e brilhantes, com listra negra da nuca até a cauda, e ventre negro ou</p><p>creme, como demonstrado na Figura 5. Os caprinos Alpina possuem uma estrutura corporal</p><p>robusta, com machos adultos pesando entre 80 e 90 kg e fêmeas adultas entre 60 e 80 kg. A</p><p>cabeça é comprida e fina, com um perfil semi-côncavo ou retilíneo, e as orelhas são médias e</p><p>eretas.</p><p>A produção de leite das cabras Alpina é notável, com uma média de 3 a 4 litros por dia, durante</p><p>uma lactação que pode durar até 300 dias. O leite possui um teor de gordura de</p><p>aproximadamente 3,5%, sendo adequado para a produção de queijos e outros derivados. Além</p><p>disso, a raça Alpina é conhecida por sua docilidade e facilidade de manejo, características que</p><p>facilitam a criação e a ordenha.</p><p>Os caprinos Alpina são altamente adaptáveis a diferentes condições climáticas, o que facilita sua</p><p>criação em diversas regiões do Brasil. Eles são valorizados por sua longevidade e alta taxa de</p><p>fertilidade, com fêmeas frequentemente parindo gêmeos. A raça também é conhecida por sua</p><p>rusticidade, sendo capaz de se adaptar bem a sistemas de criação extensivos e semiextensivos.</p><p>5.2.4. RAÇA MURCIANA</p><p>O caprino da raça Murciana, originário da região de Murcia, no sudeste da Espanha, é conhecido</p><p>por sua dupla aptidão, sendo utilizado tanto para a produção de leite quanto de carne. Esta raça é</p><p>12</p><p>caracterizada por sua pelagem de cor mogno a preta, com pelos curtos e finos, como</p><p>demonstrado na Figiura 6. Os caprinos Murciana possuem uma estrutura corporal robusta, com</p><p>machos pesando entre 50 e 70 kg e fêmeas entre 30 e 55 kg. As orelhas são pequenas e eretas,</p><p>e os úberes são bem desenvolvidos, o que contribui para a excelente produção de leite.</p><p>A produção de leite das cabras Murciana é notável, com uma média de 500 a 600 litros por</p><p>lactação, durante um período de 210 a 240 dias. O leite possui um teor de gordura de</p><p>aproximadamente 5,5% a 6%, sendo adequado para a produção de queijos e outros derivados.</p><p>Além disso, a raça Murciana é conhecida por sua rusticidade e capacidade de adaptação a</p><p>diferentes condições climáticas, especialmente em regiões áridas e semiáridas.</p><p>Os caprinos Murciana são altamente prolíficos, com fêmeas frequentemente parindo gêmeos.</p><p>Eles são valorizados por sua docilidade e facilidade de manejo, características que facilitam a</p><p>criação e a ordenha. A raça também é conhecida por sua capacidade de converter forragem de</p><p>baixa qualidade em leite rico e nutritivo, o que a torna ideal para sistemas de criação extensivos e</p><p>semiextensivos.</p><p>6. MANEJO DA CRIA</p><p>As práticas de manejo de caprinos desde o nascimento até a desmama são cruciais para garantir</p><p>a saúde e o desenvolvimento adequado dos animais, seja para produção de carne (corte) ou leite</p><p>(leiteiro). Logo após o nascimento, é essencial garantir que os cabritos recebam colostro nas</p><p>primeiras horas de vida. O colostro é rico em anticorpos e nutrientes, fundamentais para a</p><p>imunidade e o desenvolvimento inicial dos cabritos. A cura do umbigo deve ser realizada com</p><p>antisséptico para prevenir infecções.</p><p>Nos rebanhos de corte, os cabritos geralmente mamam diretamente na mãe, conforme</p><p>demonstrado na. Este aleitamento natural continua até que os cabritos atinjam cerca de 80 a 90</p><p>dias de idade. Durante este período, é importante monitorar o ganho de peso e a saúde dos</p><p>cabritos. A partir de 15 dias de idade, pode-se introduzir ração especial para cabritos ou volumoso</p><p>de boa qualidade, como silagem ou feno. Isso estimula o desenvolvimento do rúmen e facilita um</p><p>desmame mais eficiente. A desmama ocorre quando os cabritos estão com aproximadamente 80</p><p>a 90 dias de idade ou quando atingem um peso adequado. Este processo deve ser gradual para</p><p>minimizar o estresse.</p><p>Nos rebanhos leiteiros, o colostro também é vital nas primeiras horas de vida, e a cura do umbigo</p><p>deve ser realizada com antisséptico. O aleitamento é frequentemente feito de forma artificial,</p><p>como demonstrado na. Nos primeiros dias, os cabritos são alimentados com mamadeiras</p><p>individuais até ganharem peso e ficarem mais ativos. Posteriormente, passam para mamadeiras</p><p>coletivas. Utiliza-se leite de cabra pasteurizado ou leite em pó de vaca, evitando sucedâneos à</p><p>base de proteína de soja devido ao risco de timpanismo. A introdução de ração especial ou</p><p>13</p><p>volumoso de boa qualidade ocorre a partir de 15 dias de idade, semelhante aos caprinos de corte,</p><p>sendo crucial para o desenvolvimento do rúmen. A desmama nos rebanhos leiteiros pode ocorrer</p><p>entre 45 dias de idade ou quando os cabritos atingem cerca de 18 kg. Este processo deve ser</p><p>gradual e não deve coincidir com outros procedimentos, como a descorna.</p><p>Desde as primeiras semanas de vida, é essencial que os cabritos tenham acesso à água de</p><p>qualidade em quantidade suficiente. Mesmo durante o aleitamento, a ingestão de água é</p><p>importante para o desenvolvimento. A identificação dos animais é fundamental para o controle</p><p>zootécnico e pode ser feita por meio de placas ou tatuagem, realizada com um carimbo e pomada</p><p>antisséptica com tinta. A descorna é um procedimento importante para evitar acidentes entre os</p><p>animais e deve ser realizada entre 3 meses e 1 ano de idade.</p><p>O manejo adequado desde o nascimento até a desmama não só garante a saúde e o</p><p>desenvolvimento dos caprinos, mas também pode influenciar a qualidade do produto final, seja</p><p>carne ou leite. Por exemplo, cabritos bem manejados tendem a ter uma carne mais macia e</p><p>saborosa, enquanto cabras leiteiras bem cuidadas produzem leite de melhor qualidade e em</p><p>maior quantidade. Além disso, a vacinação e a desparasitação</p><p>regulares são fundamentais para</p><p>proteger os cabritos contra doenças comuns. A identificação dos animais, seja por meio de placas</p><p>ou tatuagem, facilita o controle zootécnico e permite um acompanhamento mais preciso da saúde</p><p>e do desenvolvimento de cada cabrito.</p><p>O manejo adequado desde o nascimento até a desmama não só garante a saúde e o bem-estar</p><p>dos cabritos, mas também influencia diretamente a produtividade futura dos animais. Cabritos</p><p>bem manejados tendem a crescer mais rápido, ter uma melhor conversão alimentar e apresentar</p><p>uma maior resistência a doenças. Isso resulta em animais mais saudáveis e produtivos, seja para</p><p>a produção de carne ou leite. Portanto, investir em práticas de manejo adequadas é essencial</p><p>para o sucesso e a sustentabilidade da criação de caprinos.</p><p>Sendo assim, práticas de manejo adequadas podem reduzir a incidência de doenças e melhorar a</p><p>longevidade dos animais, contribuindo para a sustentabilidade e a eficiência produtiva da criação.</p><p>Portanto, cada tipo de criação possui suas especificidades, mas ambos requerem cuidados</p><p>rigorosos para assegurar o bem-estar dos animais e a eficiência produtiva.</p><p>7. MANEJO NUTRICIONAL</p><p>O manejo nutricional dos caprinos é essencial para garantir a saúde, produtividade e bem-estar</p><p>desses animais. A nutrição adequada varia conforme as diferentes fases de crescimento e</p><p>produção, sendo crucial compreender os principais componentes da dieta, a importância do</p><p>balanceamento nutricional, o manejo de pastagens, a suplementação e o uso de aditivos</p><p>alimentares.</p><p>14</p><p>Durante a fase de crescimento, os caprinos necessitam de uma dieta rica em proteínas e energia</p><p>para promover o desenvolvimento muscular e ósseo. Ingredientes como feno de alta qualidade,</p><p>grãos e suplementos proteicos são essenciais. Caprinos jovens têm uma capacidade digestiva</p><p>impressionante, conseguindo extrair nutrientes de alimentos fibrosos com eficiência.</p><p>Na fase de gestação e lactação, as cabras gestantes e lactantes requerem uma dieta com maior</p><p>densidade energética e proteica para sustentar o desenvolvimento fetal e a produção de leite. A</p><p>inclusão de leguminosas, como alfafa, e grãos é recomendada. A qualidade da dieta durante a</p><p>gestação pode influenciar diretamente a saúde e o vigor dos cabritos recém-nascidos.</p><p>Caprinos adultos em manutenção necessitam de uma dieta balanceada que mantenha a condição</p><p>corporal sem excessos. Pastagens de boa qualidade e feno são suficientes, com suplementação</p><p>mínima. A capacidade dos caprinos de selecionar plantas específicas em pastagens mistas ajuda</p><p>a manter uma dieta equilibrada naturalmente.</p><p>Os principais componentes da dieta dos caprinos incluem forragens, que constituem a base da</p><p>dieta, fornecendo fibras essenciais para a digestão. Exemplos incluem feno, silagem e pastagens.</p><p>Concentrados fornecem energia e proteínas adicionais, com grãos como milho, cevada e soja</p><p>sendo comuns. Suplementos vitamínicos e minerais são cruciais para prevenir deficiências e</p><p>promover a saúde geral.</p><p>O balanceamento nutricional é vital para a saúde e produtividade dos caprinos. Uma dieta</p><p>equilibrada previne deficiências nutricionais, evitando problemas como osteoporose, anemia e</p><p>baixa imunidade. Além disso, melhora a produtividade, pois caprinos bem nutridos produzem</p><p>mais leite, têm melhor taxa de crescimento e maior eficiência reprodutiva. Animais saudáveis são</p><p>menos suscetíveis a doenças e estresse, promovendo o bem-estar geral.</p><p>O manejo adequado das pastagens é essencial para garantir a disponibilidade de forragem de</p><p>qualidade. A rotação de pastagens, alternando áreas de pastagem para evitar o superpastejo e</p><p>permitir a regeneração das plantas, é uma prática eficaz. Manter as pastagens livres de plantas</p><p>invasoras que competem por nutrientes e aplicar fertilizantes para melhorar a qualidade e a</p><p>produtividade das pastagens são medidas importantes.</p><p>A suplementação e o uso de aditivos alimentares também desempenham um papel crucial.</p><p>Suplementos proteicos são importantes em períodos de escassez de forragem de alta qualidade,</p><p>enquanto blocos minerais ou misturas minerais ajudam a suprir deficiências específicas. Aditivos</p><p>alimentares, como probióticos e prebióticos, melhoram a digestão e a saúde intestinal. Ionóforos</p><p>aumentam a eficiência alimentar e reduzem a incidência de doenças metabólicas, enquanto</p><p>antioxidantes protegem contra o estresse oxidativo e melhoram a saúde geral.</p><p>8. MANEJO REPRODUTIVO</p><p>15</p><p>O manejo reprodutivo está inserido em aspectos diversos como, por exemplo, a alimentação, o</p><p>sistema de acasalamento, as biotécnicas a serem utilizadas no processo de evolução genética, o</p><p>estabelecimento de critérios para a seleção de reprodutores e matrizes e o controle de doenças</p><p>da esfera reprodutiva. Oliveira et al. (2011), por meio do manual de criação de caprinos e ovinos,</p><p>estabelece critérios e fases importantes para um bom manejo reprodutivo nas propriedades.</p><p>8.1 PUBERDADE</p><p>A puberdade marca a entrada dos animais na vida reprodutiva e a maturidade sexual pode ser</p><p>observada sob dois aspectos:</p><p> Fisiológica (Inadequado para Cobertura): em geral, machos e fêmeas atingem a</p><p>puberdade com 4 e 5 meses, com 40 a 50% do peso vivo de sua raça ou grupo genético.</p><p>Nesse período as fêmeas podem ovular antes de apresentarem o primeiro estro clínico (cio)</p><p>e os machos apresentam a exposição do pênis, já sendo possível a cópula. Embora,</p><p>fisiologicamente, os animais possam reproduzir-se, existe o desgaste do macho e o</p><p>comprometimento da matriz, ocasionando produtos pequenos.</p><p> Zootécnica (Ideal para a Cobertura): ocorre nas fêmeas de raças puras por volta dos 7 a</p><p>8 meses de idade e nas SRD com 1 ano. O principal critério para determinar o início do</p><p>período reprodutivo é que as fêmeas tenham 60 a 70% do peso vivo adulto e os machos</p><p>entre 1,5 a 2 anos de idade.</p><p>8.2 ESCOLHA DOS REPRODUTORES E MATRIZES</p><p>A escolha correta dos machos e fêmeas é fundamental para a melhoria dos índices produtivos.</p><p>Existem alguns aspectos importantes a serem observados no momento de compra ou seleção de</p><p>animais:</p><p>Reprodutores:</p><p> Verificar se o animal apresenta padrão racial característico da raça escolhida;</p><p> Observar se os dois testículos são do mesmo tamanho;</p><p> Bolsa escrotal proporcional, testículos soltos, simétricos e com textura macia.</p><p> Verificar se o animal apresenta boa atividade sexual e boa fertilidade;</p><p> No caso de reprodutores adultos procure conhecer a descendência;</p><p> Comprar animais entre a primeira e a terceira muda dentária;</p><p> Não comprar animal que apresente qualquer tipo de defeito ou doença.</p><p>Matrizes:</p><p> Úbere simétrico, flexível, sem rachaduras e alterações anatômicas.</p><p> Verificar se a fêmea se enquadra no padrão racial da raça escolhida;</p><p> Não comprar fêmea que apresente qualquer tipo de defeito ou doença;</p><p>16</p><p> Verificar se a fêmea tem boa fertilidade e boa produção de leite, boa aptidão para criar e se</p><p>teve gestação e parto normais;</p><p> Comprar fêmeas jovens e em idade compatível para reprodução;</p><p> Recomenda-se comprar fêmeas que tenham feito no máximo, a terceira muda dentária.</p><p>8.3 DESCARTE DE REPRODUTORES E MATRIZES</p><p>Etapa essencial para garantir a sanidade do rebanho e manter o plantel com animais mais jovens,</p><p>sendo assim, mais produtivos. Além dos aspectos gerais, a seleção deverá basear-se nas</p><p>características produtivas conforme a aptidão, tais como: ganho de peso, habilidade materna,</p><p>produção de leite, persistência de lactação, teor de gordura e proteína no leite, qualidade da</p><p>carcaça, entre outros.</p><p>Reprodutores:</p><p> Ausência de um testículo e testículos pequenos;</p><p> Testículos duros ou muito moles (degeneração testicular);</p><p> Presença de hérnia;</p><p> Queixo curto (agnata);</p><p> Queixo comprido (prognata);</p><p> Baixa atividade sexual;</p><p> Animais muito velhos e com defeitos graves nos cascos.</p><p>A vida útil de um reprodutor é de 7 a 8 anos, mas ele deverá permanecer no máximo 3 a 4 anos</p><p>em um mesmo rebanho, para evitar a consanguinidade.</p><p>Matrizes:</p><p> Abortos frequentes;</p><p> Baixa fertilidade (pare pouco);</p><p> Queixo curto (agnata);</p><p> Queixo longo (prognata);</p><p> Baixa capacidade para criar;</p><p> Doenças crônicas (“mal-do-caroço”, mamite, etc.);</p><p> Úbere “perdido”.</p><p>Fêmeas são descartadas conforme critério de seleção adotado na propriedade, no entanto, a</p><p>partir dos 5 anos de idade, começam a diminuir a produção.</p><p>8.4 CICLO ESTRAL E DETECÇÃO DO ESTRO (CIO)</p><p>Estro ou cio é o período da fase reprodutiva em que a fêmea apresenta sinais de receptividade</p><p>sexual, seguida de ovulação. A duração do cio e o momento da ovulação apresentam pequenas</p><p>variações entre fêmeas da mesma espécie. Quando não ocorre a fecundação, o intervalo médio</p><p>entre os dois cios consecutivos é de 21 dias para a cabra. O cio tem duração aproximada de 30 a</p><p>17</p><p>32 horas. Na prática, em propriedades que adotam a monta controlada ou inseminação artificial,</p><p>quando for observada uma fêmea em cio pela manhã, ela deverá ser coberta ao final da tarde do</p><p>mesmo dia, e na manhã do dia seguinte. Quando observado cio na parte da tarde, deverá ser</p><p>coberta no dia seguinte pela manhã e à tarde. A correta observação do cio se constitui em uma</p><p>das mais importantes atividades dentro de um programa de controle reprodutivo.</p><p>Sinais externos de cio:</p><p> Micção constante e agitação da cauda;</p><p> Diminuição da ingestão de alimentos e da produção de leite;</p><p> Procura pelo macho;</p><p> Monta as companheiras e permite ser montada;</p><p> Vulva inchada e avermelhada;</p><p> Vagina úmida e com presença de muco transparente no início do cio, mais espesso e</p><p>ligeiramente viscoso, de coloração creme claro durante o cio e, no final do ciclo</p><p>esbranquiçado e de consistência pegajosa.</p><p>8.5 UTILIZAÇÃO DE RUFIÕES</p><p>Para melhor identificação das fêmeas em cio, aconselha-se o uso de rufiões. Rufião é um macho</p><p>inteiro com a libido comprovada, impossibilitado, por meio de processo cirúrgico, de fecundar as</p><p>fêmeas. É conveniente o uso de rufião quando se faz inseminação artificial ou em criatórios que</p><p>utilizam a monta controlada, visando à detecção do momento mais adequado para inseminar ou</p><p>cobrir. A proporção utilizada é de um rufião para 40 fêmeas, que devem ser colocados em</p><p>convivência direta. Assim, deve-se utilizar um marcador com tinta para identificar as fêmeas</p><p>montadas.</p><p>8.6 INDUÇÃO E SINCRONIZAÇÃO DO ESTRO (CIO)</p><p>Existem diferentes formas para induzir o cio em fêmeas. Os protocolos hormonais no geral</p><p>apresentam boa eficiência, porém os mais fáceis a serem realizados a campo é a indução do cio</p><p>pelo uso do “efeito macho” ou pelo programa de luz.</p><p>Efeito Macho: consiste em deixar os reprodutores afastados das fêmeas por um período de 60</p><p>dias, sem que as fêmeas os vejam, ouçam ou sintam seu odor. Após esse período, os</p><p>reprodutores ou os rufiões são introduzidos no lote. A partir do quinto dia, as fêmeas começam a</p><p>apresentar sinais de cio. Geralmente esse macho é introduzido duas semanas antes do início da</p><p>estação de monta.</p><p>Programa de Luz: consiste em fornecer luz artificial para completar o período de 16 a 18 horas</p><p>diárias de luminosidade. Lâmpadas são colocadas a 2 metros de altura em relação à cabeça das</p><p>fêmeas, por 60 dias. Após esse período, retira-se a fonte de luz artificial. As fêmeas submetidas a</p><p>esse tratamento luminoso começam a manifestar sinais de cio entre 30 a 100 dias após a</p><p>interrupção da luz artificial.</p><p>18</p><p>8.7 SISTEMAS DE ACASALAMENTO</p><p>Monta a campo: machos e fêmeas permanecem juntos, respeitando-se a proporção de um</p><p>reprodutor para 25 fêmeas.</p><p>Monta controlada: a fêmea é mantida separada e quando está no cio é levada ao reprodutor,</p><p>sendo retirada após uma única cobertura. Esse processo deve ser feito duas vezes ao dia, com</p><p>intervalo de 8 a 12h entre cada cobertura, o que aumenta a probabilidade de concepção. A</p><p>proporção ideal é de um reprodutor para 35 fêmeas, mas esse número pode ser superior (40 a</p><p>70), pois o desgaste do reprodutor é menor devendo-se restringir a 3 ou 4 coberturas/dia.</p><p>Inseminação artificial: A inseminação artificial em cabras é uma técnica de reprodução assistida</p><p>utilizada para melhorar a qualidade genética do rebanho. Em vez de permitir a reprodução natural,</p><p>a inseminação artificial envolve a introdução de sêmen de um macho selecionado diretamente no</p><p>trato reprodutivo da fêmea. Isso é feito para aumentar a eficiência da reprodução, introduzir</p><p>características genéticas desejáveis ou melhorar a saúde e a produção do rebanho.</p><p>8.8 ESTAÇÃO DE MONTA</p><p>A maioria dos produtores mantêm os reprodutores e matrizes juntos, com produção de crias</p><p>durante todo o ano. Entretanto, existe um sistema de manejo reprodutivo denominado estação de</p><p>monta, de fácil implantação, que consiste em manter juntos os reprodutores e as matrizes,</p><p>somente em parte do ano. Assim, a estação de monta permite programar as parições, produzir</p><p>lotes uniformes e em épocas que se tenham maiores demandas do mercado ou melhores preços,</p><p>facilita o manejo e o uso mais racional das pastagens, mantendo o baixo custo.</p><p>A estação de monta pode estar associada à monta a campo, monta controlada, inseminação</p><p>artificial, sincronização do estro e a transferência de embriões.</p><p>O ECC é uma é uma ferramenta de fácil adoção realizada visualmente ou por meio da apalpação</p><p>da região lombar do animal com o objetivo de auxiliar no manejo nutricional e reprodutivo do</p><p>rebanho. Consiste em realizar leve pressão com as mãos próximo à última costela e a vértebra</p><p>lombar, onde é possível se perceber a apófise espinhosa e transversal. (OLIVEIRA et al. 2011).</p><p>Dessa maneira, os animais são classificados conforme os níveis de deposição de gordura e de</p><p>desenvolvimento muscular, indicando a sua condição corporal. É preciso que o avaliador tenha</p><p>capacitação técnica e experiência prática para que a margem de erro seja mínima.</p><p>O ECC recomendado para um bom desempenho na estação de monta é de 2,75 a 3,25. Para</p><p>realização desse procedimento, quatro semanas antes do início da estação de monta, as matrizes</p><p>devem ser agrupadas em lotes homogêneos de acordo com o ECC. Esta separação possibilita</p><p>ajustar o manejo nutricional, de acordo com a necessidade de cada grupo. Desta forma, as</p><p>exigências nutricionais de cada lote podem ser atendidas e desperdícios evitados. A formulação</p><p>da ração das matrizes com ECC abaixo de 2,5 deve permitir ganho de peso para que atinjam a</p><p>19</p><p>condição corporal adequada. Para aumentar as taxas de ovulação e consequentemente, maiores</p><p>índices de fertilidade e prolificidade, pode ser utilizada uma suplementação energética conhecida</p><p>como Flushing. Para isso os animais devem ter acesso à boas pastagens e receber forragens de</p><p>qualidade e o concentrado fornecido na quantidade de 200 a 700 g/dia, dependendo do estado</p><p>animal (dieta rica em fibras e alto valor energético). Esse manejo pode ser mantido até 30 dias</p><p>após a concepção, visando à fixação e sobrevivência dos fetos. O resultado final da aplicação</p><p>dessa prática alimentar será o aumento no número de crias nascidas. Por outro lado, a restrição</p><p>alimentar é a ferramenta utilizada para que matrizes consideradas gordas (ECC igual ou maior</p><p>que 4) percam peso e atinjam o ECC considerado ótimo para reprodução. (OLIVEIRA et al. 2011).</p><p>9. MELHORAMENTO GENÉTICO</p><p>9.1 SISTEMAS DE CRUZAMENTOS</p><p>O uso de sistemas de cruzamento visa aumentar a produtividade em relação a qualquer uma das</p><p>raças envolvidas, buscar a complementaridade de características e até mesmo a formação de</p><p>uma nova raça. Os sistemas de cruzamentos apresentam graus de complexidade e de resultados</p><p>diferentes, porém todos eles procuram extrair ganhos em produtividade.</p><p>Os cruzamentos podem ser descritos em 3 tipos principais, segundo Bomtempo et al. (2020):</p><p> CRUZAMENTO SIMPLES OU INDUSTRIAL</p><p>Esse tipo de cruzamento ocorre entre animais de duas raças diferentes com objetivo de produção</p><p>de carne. É considerado um método prático, rápido e é o preferido pelos criadores. A heterose é</p><p>máxima no primeiro cruzamento entre raças puras, sendo os produtos desse cruzamento (F1)</p><p>denominados de mestiços ou meio sangue. Os animais mestiços (F1) são destinados</p><p>ao abate,</p><p>não sendo incorporados reprodutivamente ao rebanho. Apresentam um somatório das</p><p>características positivas das raças de seus pais, em termos de adaptabilidade e produção. Os</p><p>animais apresentam potencial genético para serem abatidos precocemente, entre 4 e 6 meses de</p><p>idade, pesando 30 a 35 kg. O ideal é que a característica de adaptabilidade venha da raça</p><p>materna e a produtividade da raça paterna.</p><p> CRUZAMENTO TRIPLO OU TRICROSS</p><p>Utilizado no sistema de produção de carne, esse tipo de cruzamento visa obter ganhos sobre a</p><p>heterose. No entanto, exige maior organização, controle e estrutura que os demais. Trabalha-se</p><p>com 3 raças distintas, cruza-se uma fêmea da Raça 1 (adaptabilidade) com um reprodutor da</p><p>Raça 2 (carne, porém com boa produção leiteira). Os machos serão abatidos e as fêmeas obtidas</p><p>(F1) deverão ser cruzadas com o reprodutor da Raça 3 (terminadora). Esse cruzamento resultará</p><p>em um animal que alcança rapidamente a idade de abate, pois a boa habilidade materna somada</p><p>à velocidade de ganho de peso, fornecida pelo pai, permite a cria (tricross), expressar o potencial</p><p>20</p><p>genético para a produção de carne. Machos e fêmeas tricross são destinados ao abate por volta</p><p>dos 3 a 4 meses, com 30 a 35 kg de peso vivo.</p><p> CRUZAMENTO CONTÍNUO OU ABSORVENTE</p><p>É utilizado tanto para a produção de carne ou leite. É a melhor opção de cruzamento quando se</p><p>deseja a substituição gradual da raça nativa ou de rebanhos SRD (Sem Raça Definida), até a</p><p>produção de animais puros. Na primeira geração, obtém-se o animal ½ sangue. Com a</p><p>continuação do uso dos machos puros da raça pretendida, a proporção de genes vai aumentando</p><p>para 3/4, 7/8, 15/16, e 31/32, os quais são considerados “puro por cruza” (PC), na 5ª geração.</p><p>Este sistema demanda alterações profundas no sistema de criação, sendo a alimentação o</p><p>principal fator limitante, podendo onerar os custos ao pequeno produtor. Nestes programas são</p><p>muito utilizadas as raças Santa Inês, Alpina, Toggerburg e Saanen.</p><p>9.2 PROGRAMAS DE MELHORAMENTO</p><p> CAPRAGENE</p><p>O Programa de Melhoramento Genético de Caprinos Leiteiros (Capragene) lançado em 2005 pela</p><p>Embrapa Caprinos e Ovinos e parceiros, tem como objetivo principal realizar avaliações genéticas</p><p>de reprodutores a partir de um banco de dados adequado e seguro (o Arquivo Zootécnico</p><p>Nacional de Caprinos Leiteiros e o Controle Leiteiro Oficial) e prover instrumentos necessários</p><p>para o melhoramento genético dos rebanhos.</p><p>A avaliação genética é uma ferramenta utilizada para estimar o valor genético dos animais,</p><p>expresso por meio da PTA, cujo principal objetivo é a identificação de animais melhoradores.</p><p>Assim, é possível a orientação aos produtores quanto as decisões de acasalamentos e descartes</p><p>dos animais em seus rebanhos. Uma maneira de conhecer o valor genético de um reprodutor,</p><p>para produção de leite, é através de teste de progênie.</p><p>O Teste de Progênie de caprinos leiteiros, implantado em 2005, consiste na avaliação de</p><p>reprodutores por meio do desempenho de suas filhas (produção de leite) e é a maneira mais</p><p>segura e eficiente de se prever, com precisão, a capacidade de transmissão de sua superioridade</p><p>ou inferioridade genética. Para tanto, a mensuração da produção de leite das filhas dos</p><p>reprodutores em teste precisa ser realizada de maneira segura e confiável por meio de um</p><p>controle leiteiro oficial.</p><p>O Controle Leiteiro Oficial de Caprinos Leiteiros vem sendo realizado desde 2006 através da</p><p>parceria da Embrapa Caprinos e Ovinos e a Caprileite/ACCOMIG, sob delegação do Ministério da</p><p>Agricultura, Pecuária e Abastecimento.</p><p>Os criadores participantes do Capragene tem a sua disposição, no Sistema de Gerenciamento de</p><p>Rebanhos (SGR), uma ferramenta de acasalamentos dirigidos que maximizam o ganho genético</p><p>21</p><p>para a(s) característica(s) selecionada(s) e minimiza a endogamia do rebanho.</p><p>O melhor benefício gerado para os criadores participantes de um programa de melhoramento são</p><p>as estimativas dos valores genéticos dos animais, expressos na forma de PTA (Capacidade</p><p>Prevista de Transmissão), que é a medida do valor genético do reprodutor.</p><p> GENECOC</p><p>GENECOC é a marca que representa um processo de inovação e o Programa de Melhoramento</p><p>Genético de Caprinos e Ovinos de Corte, da Embrapa Caprinos e Ovinos. O processo de atuação</p><p>do GENECOC é inovador, por apresentar um conjunto de características únicas: coleta, controle</p><p>e gerenciamento da informação via internet; utilização de softwares livres; avaliações genéticas e</p><p>estimativas de valores genéticos expressos como DEP; disponibilização destas DEP's online, no</p><p>próprio sistema; utilização destes valores genéticos para construção de índices de seleção;</p><p>ferramentas para controle de endogamia e indicação de acasalamentos que maximizam o ganho</p><p>genético e controlam a endogamia do rebanho; fórum de discussão, integração e treinamento de</p><p>técnicos, estudantes e criadores; banco de consultores e profissionais treinados; pesquisa de</p><p>objetivos e critérios de seleção; além de fornecer um ambiente para gerenciamento online de</p><p>programas de melhoramento de caprinos e ovinos.</p><p>As informações coletadas permitem a realização de avaliações genéticas, que são</p><p>disponibilizadas por meio de Diferenças Esperadas na Progênie (DEP's) para idade à primeira</p><p>cria, intervalo de partos, período de gestação, dias para o parto (para quem faz estação de</p><p>monta), perímetro escrotal, prolificidade, peso total das crias ao desmame, pesos e ganhos de</p><p>peso relativos às diferentes idades. Obviamente que o número de características a ser avaliado</p><p>depende do grau e intensidade de coleta de dados nas propriedades.</p><p>As DEP's geradas por estas avaliações são disponibilizadas na forma de sumários com os</p><p>melhores reprodutores e matrizes do grupo associado e também disponibilizadas individualmente</p><p>para cada rebanho, de forma online, no sistema de gerenciamento de rebanhos, para que cada</p><p>produtor possa utilizá-las nas ferramentas disponíveis à seleção.</p><p>10. MANEJO SANITÁRIO</p><p>10.1 AVALIAR O ANIMAL</p><p>Diversas doenças podem reduzir significativamente o potencial de produção dos caprinos e até</p><p>levar à morte dos animais. Muitas dessas enfermidades podem ser identificadas pelo produtor</p><p>que conhece bem o comportamento dos animais e observa atentamente o rebanho.</p><p>Os sinais de saúde são agilidade, apetite normal, pelos lisos e brilhantes, temperatura corporal</p><p>que varia entre 38,5°C a 39,5°C, fezes em formas de bolota e urina de coloração amarela e odor</p><p>forte, ruminação presente e desenvolvimento corporal compatível com a idade e a raça. E os</p><p>22</p><p>sinais de doença é a tristeza e o isolamento do rebanho, a falta ou diminuição de apetite ou, ainda</p><p>o apetite depravado como comer areia, queda de pelos ou pelos sem brilho e/ou arrepiados,</p><p>temperatura acima de 40ºC, fezes pastosas ou diarreias, urina de coloração escura, com cheiro</p><p>incomum ao usual e atraso no crescimento.</p><p>10.1.1 RECOMENDAÇÕES PARA A PREVENÇÃO DAS DOENÇAS</p><p>Seleção de animais evitando adquirir animais que apresentem apatia, sintomas de doenças ou</p><p>que não tenham sido vacinados, monitoração regular, isolamento e tratamento para os que forem</p><p>detectados com doenças, consultar um veterinário e realizar as práticas de manutenção como</p><p>corte de cascos, pedilúvio, exames clínicos e outros conforme necessário para manter a saúde do</p><p>rebanho.</p><p>10.2 DOENÇAS</p><p>10.2.1 LINFADENITE CASEOSA (MAL DO CAROÇO)</p><p>Causada por uma bactéria chamada Corynebacterium pseudotuberculosis, sendo uma das</p><p>doenças mais importantes da caprino-ovinocultura brasileira. É uma doença contagiosa</p><p>caracterizada pela formação de abscessos (caroços) nos gânglios na pele ou nos órgãos internos.</p><p>São transmitidos por meio de feridas e pequenos arranhões ou também pelas mucosas (ingestão</p><p>e respiração), que permite a entrada da bactéria na pele ou também quando esses abscessos se</p><p>rompem e o pus contamina os alimentos, a água e o solo transmitindo para os outros animais. Os</p><p>sintomas são caroços que se localizam com maior frequência no pé da orelha,</p><p>queixo, flanco ou</p><p>vazio, úbere e testículos.</p><p>Precaução: A doença pode ser transmitida para o homem, por isso quem lida com esses animais,</p><p>principalmente quando o abscesso se rompe, tem que aumentar os cuidados com a higiene</p><p>pessoal.</p><p>O caroço deve ser tratado quando os pelos começam a cair, antes que ele se rompa, evitando a</p><p>contaminação do solo, água, alimentos, instalações, etc. É tratado por meio de drenagem que</p><p>deve ser realizada em local cimentado por ser mais fácil a limpeza e desinfecção do local. Faz a</p><p>limpeza do local do corte, raspa os pelos, passa solução de iodo a 10% no caroço e corta a pele</p><p>com bisturi. Após isso retirar todo o pus com cuidado, limpar com gazes e passar iodo novamente</p><p>e isolar o animal até que a ferida esteja cicatrizada (durante 30 a 40 dias) fazendo curativo</p><p>diariamente com iodo e repelente.</p><p>O tratamento do caroço não cura a doença e sim evita a contaminação e o uso de antibióticos</p><p>não tem efeito sobre a bactéria. A forma de controle da doença pode ser feita através da compra</p><p>animais sem caroços e sem cicatrizes, inspeção do rebanho periodicamente, identificação dos</p><p>23</p><p>animais com linfadenite, entre outros. E a vacina deve ser realizada somente sob prescrição e</p><p>orientação de um médico veterinário.</p><p>10.2.2 CLOSTRIDIOSES</p><p>As clostridioses são o grupo de infecções e intoxicações, frequentemente fatais, causadas por</p><p>bactérias anaeróbias do gênero Clostridium (SMITH; SHERMAN, 1994). Tem as Clostridioses que</p><p>causam sinais nervosos como o Tétano (mal-dos-sete-dias) que tem como principal porta de</p><p>entrada para a bactéria as feridas profundas, contaminadas por fezes ou material contendo</p><p>esporos da bactéria.</p><p>E as Clostridioses que afetam o trato digestivo que é a Enterotoxemia (doença do rim polposo) é</p><p>uma bactéria que já é habitante do trato gastrintestinal que produz toxinas, porém essa toxina</p><p>aumenta gerando a doença quando há mudança brusca na alimentação (UZAL, 2004). A</p><p>disenteria dos cordeiros, que se desenvolve em decorrência de um desequilíbrio da microbiota</p><p>intestinal geralmente por causa da proliferação acelerada da bactéria no intestino, culminando</p><p>com a produção de grandes quantidades de toxinas (SMITH; SHEMANN, 1994). E a Enterite</p><p>hemorrágica que é semelhante à disenteria dos cordeiros, mas ocorre em cordeiros e cabritos</p><p>com menos de 3 semanas de idade, com maior frequência nos animais que estão mamando.</p><p>O diagnóstico diferencial é desafiador, uma vez que, para todos os tipos envolvidos, a morte</p><p>ocorre tão rapidamente que, em geral, não é possível observar sinais clínicos da doença, sendo o</p><p>primeiro sintoma visível a própria morte. Para controle e prevenção, é importante adotar medidas</p><p>adequadas de manejo, como a desinfecção da pele no local e dos instrumentos utilizados durante</p><p>procedimentos cirúrgicos ou de manejo, além de manter os animais em um ambiente limpo após</p><p>os procedimentos cirúrgicos. E a vacina deve ser em todo o rebanho, já que os animais estão</p><p>sempre em permanente contato com os agentes e com os fatores que poderão desencadear</p><p>estas enfermidades. Devem ser por via subcutânea, seguindo-se a indicação da bula, com pelo</p><p>menos duas doses com intervalo de 4 a 6 semanas entre elas.</p><p>10.2.3 ECTIMA CONTAGIOSO (BOQUEIRA)</p><p>É uma doença causada por um vírus de fácil transmissão que passa por contato direto dos</p><p>animais doentes com os sadios, sendo mais comum nos animais jovens. Os sintomas são lesões</p><p>principalmente no focinho e nos lábios que inicia com a formação de pápulas (pontos vermelhos</p><p>altos) que depois viram vesículas (bolhas pequenas com líquido semelhante à água), pústulas</p><p>(bolhas com pus) e por fim crostas (cascas), podendo atingir também o úbere.</p><p>A doença é identificada pelos sinais com as vesículas e crostas nos lábios espalhando-se de</p><p>forma rápida e como é causada por um vírus não tem tratamento, somente as feridas são</p><p>24</p><p>tratadas. Para tratar isola os animais e retira as cascas com cuidado e trata das lesões com</p><p>solução de iodo a 10%, violeta de genciana a 3%, glicerina a 5% e Permanganato de potássio a</p><p>2%. Quando tiver um grande número de animais doentes deve-se limpar e desinfetar as</p><p>instalações diariamente e separar os animais doentes do rebanho sadio.</p><p>10.2.4 RAIVA</p><p>A raiva é uma doença causada por um vírus que se fixa no sistema nervoso do animal levando a</p><p>morte. A principal forma de transmissão é através da mordida de morcegos infectados que se</p><p>alimentam de sangue, no entanto, cães e gatos raivosos também podem transmitir a doença. A</p><p>saliva é a principal fonte de contaminação, pois contém grande quantidade de vírus e do início</p><p>dos sinais até a morte pode levar até 10 dias.</p><p>Os sinais da doença em caprinos e ovinos podem variar bastante, mas geralmente o primeiro</p><p>indício é a dificuldade para caminhar, especialmente nas pernas de trás, seguida pela paralisia do</p><p>animal. Para identificar deve-se observar os sinais do animal, se ele está ficando nervoso,</p><p>agressivo, salivando, com dificuldade de beber água e sendo paralisado. Como é uma doença</p><p>mortal, sem cura a melhor prevenção é a vacinação anual do rebanho, vacinando-se todos os</p><p>animais a partir de quatro meses de idade.</p><p>10.3 MANEJO SANITÁRIO E SUAS RECOMENDAÇÕES</p><p>10.3.1 HIGIENE DAS INSTALAÇÕES</p><p>É muito importante a higiene das instalações, deve ser feita com vassoura, para retirar o lixo do</p><p>local com o auxílio de uma pá, carrinho de mão ou balde e colocar as fezes na esterqueira ou</p><p>local isolado. A esterqueira pode ser feita de alvenaria, de madeira ou sobre o chão batido</p><p>(distante de reservatório de água). Na limpeza dos bebedouros, retirar toda a água e lavar com</p><p>água e sabão, os comedouros remover toda a matéria orgânica (fezes e sobras de alimento) do</p><p>cocho e leve o lixo para a esterqueira e desinfectar instalações com creolina ou com vassoura de</p><p>fogo.</p><p>10.3.2 QUARENTENA</p><p>É importante ter um local na propriedade para isolar os animais recém-comprados. Esse processo</p><p>permite a avaliação e adaptação dos animais ao novo ambiente de acordo com as seguintes</p><p>etapas: isolar os animais por 4 a 5 semanas para não ter o contato direto com o rebanho da</p><p>propriedade, sendo o período para a adaptação do animal e possibilidade de uma reavaliação da</p><p>saúde, fazer o protocolo de vacinação e vermifugação e realizar testes de avaliação para</p><p>observar se tem sinais de doenças e a solicitação de um veterinário para a realização de exame</p><p>de fezes e avaliação clínica geral dos animais antes de introduzir no rebanho.</p><p>25</p><p>10.3.3 ISOLAMENTO E DESCARTE</p><p>Os animais doentes devem ser isolados para evitar contaminação do rebanho, voltando apenas</p><p>quando estiver totalmente curado. E o descarte é feito de animais com doenças crônicas,</p><p>portadores de zoonoses (doenças transmissíveis ao homem) ou improdutivos do rebanho através</p><p>do abate ou sacrifício. Sacrificar os animais que apresentam zoonoses, como Brucelose e a Raiva</p><p>e abater animais com doenças que causam grandes prejuízos econômicos ou com defeitos como</p><p>mochos (sem chifre) de nascimento ou improdutivos.</p><p>10.4 PROGRAMAS DE VACINAÇÃO</p><p>A vacinação é essencial na criação de animais, seja por exigência legal visando a prevenção ou</p><p>erradicação de doença ou para garantir a saúde dos animais. Na caprinocultura apesar de serem</p><p>utilizadas várias vacinas, segundo a Instrução Normativa n° 87 do Ministério da Agricultura,</p><p>Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estabelece as diretrizes do Programa Nacional de</p><p>Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PNSCO) não é obrigatória a prática de nenhum tipo de vacina</p><p>para os pequenos ruminantes. Porém, prevenção do rebanho traz benefícios diretos à</p><p>produtividade evitando a mortalidade de animais por diferentes doenças como a Raiva,</p><p>Linfadenite Caseosa, Ectima contagioso e a Clostridioses que são as principais.</p><p>10.4.1 CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO</p><p>Para realizar as vacinas é importante ter um calendário de vacinação, feito por um veterinário.</p><p>Para uma das principais doenças como a Linfadenite Caseosa, Clostridoses e raiva tem a</p><p>seguinte recomendação.</p><p>Para a Linfadenite</p><p>Caseosa os animais devem ser vacinados aos 3 meses de idade com reforço</p><p>em 30 dias e os adultos anualmente. Para vacinar contra Clostridoses a recomendação é com 2</p><p>meses de idade com reforço em 30 dias, adultos anualmente e as fêmeas prenhas no 4° mês. Já</p><p>para a raiva aplicar aos 4 meses de idade, reforço com 30 dias e os adultos anualmente.</p><p>Após a compra da vacina, o transporte deve ser feito dentro de uma caixa de isopor com gelo e</p><p>armazenar dentro da geladeira (temperatura de 2 a 8 graus). E antes de aplicar ler atentamente</p><p>na embalagem qual o local e a quantidade de vacina a ser aplicada.</p><p>10.5 VERMIFUGAÇÃO</p><p>Consiste na aplicação de vermífugos visando o controle da verminose no rebanho. Importante</p><p>comprar os vermífugos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)</p><p>e utilizar o mesmo medicamento durante todo o ano. Devem ser armazenados em local seco,</p><p>fresco e livre de luz solar, antes de aplicar, prender os animais que serão vermifugados no final</p><p>26</p><p>da tarde anterior e caso seja via oral não fornecer comida durante a noite para os animais. A</p><p>quantidade será calculada de acordo com o peso do animal, após vermifugar todo o rebanho</p><p>prender por 12 horas, a estratégia é realizar esse processo com 1 mês de vida e repetir com 21</p><p>dias depois.</p><p>11. CADEIA PRODUTIVA</p><p>11.1 QUALIDADE DA CARNE E DO LEITE</p><p>A carne caprina tem a quantidade de proteína bruta no músculo varia de 18 a 22%, que é similar</p><p>à da carne bovina (Ordenez, 2005). A cor exerce uma influência significativa na qualidade</p><p>sensorial da carne, sendo um dos principais fatores considerados pelos consumidores no</p><p>momento da compra variando de rosa em cabritos a vermelho escuro em animais adultos, (Costa</p><p>et al., 2011). E quanto às preferências dos consumidores, as características comuns desejadas, é</p><p>carne macia, com pouca gordura, muito músculo e preço acessível.</p><p>Já o leite de cabra, é altamente nutritivo, contendo açúcares, proteínas, gorduras, vitaminas e</p><p>sais minerais essenciais para a nutrição humana. A porcentagem média do teor de proteína é de</p><p>3,98% e 4,75% de gordura (Medeiros et al. 1997).</p><p>11.2 CADEIA PRODUTIVA</p><p>A produção de caprinos desempenha um papel fundamental na economia de diversas regiões do</p><p>Brasil, especialmente no Nordeste, onde as condições climáticas adversas limitam outras formas</p><p>de pecuária. Além de fornecer carne e leite, também produz subprodutos como couro, lã e</p><p>esterco. A cadeia produtiva envolve uma série de etapas operacionais que abrangem desde o</p><p>transporte até o manuseio do produto pelo cliente.</p><p>11.3 ETAPAS DESDE OS INSUMOS AO CONSUMIDOR</p><p>Os produtores geralmente adquirem insumos como máquinas e equipamentos, reprodutores e</p><p>matrizes, sementes e grãos e outros insumos de fornecedores como casas agropecuárias e</p><p>fábricas de ração. Depois tem a produção (cria, recria e engorda, produção de leite, carne e pele,</p><p>entre outros) e quando os animais estão prontos para o abate, eles são vendidos diretamente</p><p>para abatedouros ou frigoríficos, ou para atravessadores, que revendem os animais por um preço</p><p>maior.</p><p>Após o abate, temos a produção de leite, carne e pele. A carne é comercializada em feiras,</p><p>açougues, supermercados e restaurantes e a pele enviadas para indústria de vestuário, calçados</p><p>e artesanato. O abate clandestino é ilegal e sujeito a punições.</p><p>11.4 CERTIFICAÇÃO E RASTREABILIDADE</p><p>27</p><p>A certificação pode ser por meio de selos que garantem a qualidade, origem, e boas práticas de</p><p>produção, como o Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e</p><p>Abastecimento (MAPA). Essa certificação assegura que o produto foi inspecionado e está em</p><p>conformidade com as normas de segurança alimentar. E o programa nacional de sanidade</p><p>Caprinos e Ovinos (PNSCO) que foi instituído pelo (MAPA) através da Instrução Normativa Nº 87,</p><p>de 10 de dezembro de 2004. Tem como objetivo realizar vigilância epidemiológica e sanitária para</p><p>doenças em caprinos e ovinos.</p><p>Quanto a rastreabilidade existe dois tipos: interna e externa, a rastreabilidade interna monitora as</p><p>ações dentro da empresa, enquanto a externa acompanha as etapas dos produtos e insumos ao</p><p>longo de toda a cadeia produtiva. Para garantir uma rastreabilidade eficaz, é fundamental incluir</p><p>elementos básicos, como a identificação das propriedades, a identificação dos animais e o</p><p>registro das atividades realizadas.</p><p>No entanto, os sistemas de produção atualmente em uso, na sua maioria, ainda apresentam</p><p>baixos níveis de organização, resultando em alta informalidade na cadeia produtiva. Isso reflete-</p><p>se em baixos índices de produtividade, na qualidade inconsistente dos produtos, na irregularidade</p><p>da oferta e, principalmente, na informalidade na comercialização da produção.</p><p>12. CONCLUSÃO</p><p>Com base nos principais pontos discutidos ao longo deste trabalho, é possível concluir que a</p><p>caprinocultura desempenha um papel fundamental na economia de regiões semiáridas do Brasil,</p><p>especialmente no Nordeste. Os sistemas de produção extensivo, semi-intensivo e intensivo</p><p>apresentam diferentes níveis de tecnificação, custos e demandas de infraestrutura, permitindo</p><p>que pequenos, médios e grandes produtores escolham o modelo mais adequado às suas</p><p>condições locais. Além disso, o manejo nutricional, reprodutivo e sanitário é essencial para</p><p>garantir a saúde, a produtividade e a qualidade dos produtos caprinos, como carne e leite.</p><p>Apesar dos desafios enfrentados, como a falta de infraestrutura para o processamento da carne e</p><p>a necessidade de adoção de tecnologias modernas, a caprinocultura no Brasil possui grande</p><p>potencial de crescimento, especialmente em mercados de nicho que valorizam produtos</p><p>diferenciados, como queijos finos e gourmet. As práticas adequadas de manejo, a melhoria</p><p>genética e o aumento da produtividade são estratégias que podem elevar a competitividade do</p><p>setor tanto no mercado interno quanto no externo.</p><p>Para o futuro da caprinocultura no Brasil, recomenda-se a intensificação de políticas públicas</p><p>voltadas para o apoio aos pequenos produtores, a melhoria da infraestrutura de produção e</p><p>processamento, e a ampliação do acesso a crédito e incentivos. Além disso, a adoção de</p><p>tecnologias inovadoras, a diversificação de produtos derivados de cabra e a exploração de novos</p><p>mercados internacionais podem impulsionar ainda mais o setor, promovendo sustentabilidade e</p><p>desenvolvimento econômico para as regiões produtoras.</p>

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