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<p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 Aspectos gerais da disciplina.</p><p>2.2 Diretrizes das atividades a serem desenvolvidas (trabalhos, prova, etc)</p><p>2.3 Bibliografia utilizada.</p><p>SUMÁRIO</p><p>2.4 Previsão Constitucional da competência da Justiça Militar da União e dos</p><p>Estados.</p><p>2.5 Competência cível da Justiça Militar Estadual.</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>Objeto de Estudo</p><p>Decreto-Lei nº 1.001, de 21/10/1969 – Código Penal Militar.</p><p>Carga Horária</p><p>30 H/A – 15 encontros 2H/A</p><p>Avaliações</p><p>01 prova / 07 pontos</p><p>01 trabalho / 03 pontos</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Bibliografia</p><p>● ASSIS, Edmar Pinto. As alterações trazidas pela Lei nº 13.491/2017 e a competência da Justiça Militar.</p><p>Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/61548/as-alteracoes-trazidas-pela-lei-n-13-491-2017-e-a-competencia-</p><p>da-justica-militar>.</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba: Juruá, 2018;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal Militar. 5. ed. São Paulo:</p><p>Juspodivm, 2021.</p><p>● FOUREAUX, Rodrigo. Justiça Militar: aspectos gerais e controvertidos. São Paulo: Fiuza, 2012.</p><p>● FOUREAUX, Rodrigo. A Lei 13.491/17 e a ampliação da competência da Justiça Militar. Disponível em:</p><p><https://jus.com.br/artigos/61251>.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>● LOPES JUNIOR, Aury. Lei 13.491/2017 fez muito mais do que retirar os militares do tribunal do júri.</p><p>Disponível em: <www.conjur.com.br>.</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Bibliografia</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo: Editora Forense,</p><p>2020.</p><p>● OLIVEIRA, Maurício José de. Crime Militar: da prisão em flagrante à audiência de custódia - teoria &</p><p>prática. Belo Horizonte: Diplomata Livros Jurídicos e Literários, 2016.</p><p>● OLIVEIRA, Maurício José de. Comentários ao Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas</p><p>Gerais – CEDM: Lei n. 14.310, de 19 de junho de 2002. 3 ed. Belo Horizonte: Diplomata, 2017.</p><p>● OLIVEIRA, Maurício José de. A Lei nº 13.491/17 e seus reflexos na atividade de Polícia Judiciária</p><p>Militar. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/61360/a-lei-n-13-491-17-e-seus-reflexos-na-</p><p>atividade-de-policia-judiciaria-militar>.</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Conceito</p><p>-É o conjunto de normas jurídicas que têm por objeto a</p><p>determinação de infrações penais e suas medidas</p><p>coercitivas. Visa garantir os bens juridicamente tutelados,</p><p>mormente a regularidade de ação das forças militares, bem</p><p>como proteger a ordem jurídica militar, fomentando as</p><p>missões precípuas atribuídas às Forças Armadas e às</p><p>Forças Auxiliares. (Cícero Robson Coimbra Neves e Marcello</p><p>Streifinger, Apontamentos de Direito Penal Militar, vol. 1,</p><p>p.33).</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Suporte Constitucional</p><p>-A legislação constitucional aborda o crime militar em diversos</p><p>pontos:</p><p>Art. 5°, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou</p><p>por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária</p><p>competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime</p><p>propriamente militar(Art. 18 CPPM), definidos em lei;</p><p>(BRASIL, 1988).</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>PREVISÃO CONSTITUCIONAL DA</p><p>COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR</p><p>DA UNIÃO E DOS ESTADOS</p><p>JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO</p><p>Artigo 124 CF:</p><p>À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares</p><p>definidos em lei.</p><p>JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO</p><p>Quando a CF/88, em seu artigo 124, trata da competência da Justiça</p><p>Militar da União, em momento algum se refere a pessoa do acusado,</p><p>utilizando o termo “crimes militares definidos em lei”.</p><p>JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO</p><p>Por isso é que, a Justiça Militar da União pode julgar tanto</p><p>militares, quanto civis.</p><p>JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO</p><p>O artigo 124, que trata da Justiça Militar da União, deixa claro que a</p><p>JMU possui uma única competência, de natureza exclusivamente</p><p>criminal, para julgar os crimes militares definidos em lei.</p><p>JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL</p><p>Artigo 125 [...]</p><p>§ 4° Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares</p><p>dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais</p><p>contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri</p><p>quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre</p><p>a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.</p><p>JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL</p><p>Artigo 125 [...]</p><p>§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar,</p><p>singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as</p><p>ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao</p><p>Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar</p><p>e julgar os demais crimes militares. (BRASIL, 1988)</p><p>JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL</p><p>A Justiça Militar Estadual também possui uma competência cível</p><p>(ações judiciais contra atos disciplinares militares), cuja</p><p>competência inexiste na Justiça Militar da União.</p><p>JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL</p><p>Além disso, a CF/88 ressalva a competência do júri quando a</p><p>vítima for civil, ou seja, em crime doloso contra a vida praticado</p><p>por militar estadual contra civil a competência será do Tribunal do</p><p>Júri estadual, mesmo estando o militar em serviço.</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>Artigo:</p><p>Competência Jurisdicional</p><p>(páginas 10 e 11)</p><p>acesso em:</p><p>http://www.tjmmg.jus.br/images/revista-estudo-</p><p>informacoes/pdf/REI_42-final-web.pdf</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>http://www.tjmmg.jus.br/images/revista-estudo-informacoes/pdf/REI_42-final-web.pdf</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal</p><p>Militar. 5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 Equiparação a militar da ativa (art. 12 e 13 do CPM).</p><p>2.2 Crime militar versus transgressão disciplinar – Inexistência de bis in idem -</p><p>art. 19 do CPM.</p><p>2.3 Conceito de superior (art. 24, CPM).</p><p>SUMÁRIO</p><p>2.4 Elementos não constitutivos do crime – art. 47 do CPM.</p><p>2.5 Crimes militares em tempo de paz – Interpretação do art. 9º do</p><p>CPM com as alterações trazidas pela Lei nº13.491/2017 em face dos</p><p>crimes militares praticados por militares estaduais;</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>PARTE GERAL</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração</p><p>militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da</p><p>aplicação da lei penal militar.</p><p>Em razão deste artigo, os militares “Reconvocados” devem ser enquadrados</p><p>em todos os dispositivos que estabelecem normas penais voltadas para</p><p>militares da ativa, em especial a constante no Art.9º, inciso II do CPM.</p><p>EQUIPARAÇÃO A MILITAR DA ATIVA</p><p>LEI Nº 5.301, de 16 de Outubro de 1969: Contém o estatuto do Militares do Estado de</p><p>Minas Gerais.</p><p>Art. 3º – No decorrer de sua carreira pode o militar encontrar-se na ativa, na reserva</p><p>ou na situação de reformado.</p><p>§ 1º – Militar da ativa é o que, ingressando na carreira policial-militar, faz dela</p><p>profissão, até ser transferido para a reserva, reformado ou excluído. (Oficial</p><p>ou excitam a ação.</p><p>5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes</p><p>considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial.</p><p>MOTIM</p><p>Ordem recebida de superior - Art. 24 CPM</p><p>“O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual</p><p>posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei</p><p>penal militar.”</p><p>MOTIM</p><p>CONCEITO DE ORDEM</p><p>Assis, 2013, p. 342 cita Renato Astroza Herrera, lembrado por José da Silva</p><p>Loureiro Neto (1993:131), o qual define ordem: "é a expressão da vontade</p><p>do superior dirigida a um ou mais inferiores determinados para que</p><p>cumpram com uma prestação ou abstenção no interesse do serviço".</p><p>MOTIM</p><p>No mesmo sentido Assis, 2013, p. 342 apresentou requisitos da ordem nos</p><p>seguintes termos:</p><p>Imperativa – deve importar numa exigência para o inferior, por isso não são</p><p>ordens os conselhos, exortações e advertências;</p><p>Pessoal – significa que deve ser dirigida a um ou mais inferiores</p><p>determinados; as de caráter geral não são ordens dessa natureza e seu não</p><p>cumprimento constitui transgressão disciplinar;</p><p>Concreta – ou seja, pura e simples, pois seu cumprimento não deve estar</p><p>sujeito à apreciação do subordinado.”</p><p>MOTIM</p><p>Passemos a verificar os incisos do Artigo 149 do CPM</p><p>I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;</p><p>Num primeiro ponto temos a ação contrária a ordem recebida de superior-</p><p>Modalidade comissiva e plurissubjetiva.</p><p>Num segundo ponto – Dá-se a negativa do cumprimento da ordem superior –</p><p>Modalidade omissiva e plurissubjetiva.</p><p>A negativa pode ser expressa (anúncio de que não cumprirá o que fora determinado)</p><p>ou tácita (silente e imóvel em face da obrigação de fazer algo)</p><p>Ordem pode ser escrita, verbal, gestual, pictórica, desde que consiga transmitir o</p><p>comando do superior aos subordinados.</p><p>MOTIM</p><p>II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou</p><p>praticando violência;</p><p>Neste caso o interventor (superior) tenta resgatar a normalidade, quando</p><p>os autores já praticam a ilegalidade, mas não é acatado.</p><p>III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou</p><p>violência, em comum, contra superior;</p><p>Neste caso os militares, de forma conjunta, simplesmente não acatam a</p><p>ordem ou irão manifestar a resistência através da oposição ou agindo com</p><p>violência.</p><p>MOTIM</p><p>IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou</p><p>dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou</p><p>viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de</p><p>transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a</p><p>ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina militar</p><p>A ocupação total do local sujeito à administração militar, com presença</p><p>coletiva de autores com o fim de contrariar a ordem de superior ou afrontar a</p><p>ordem ou a disciplina já configura o crime de motim.</p><p>REVOLTA</p><p>Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:</p><p>(…)</p><p>Revolta</p><p>Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:</p><p>Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os</p><p>cabeças.</p><p>*Dois ou mais Agentes devem estar armados</p><p>*Conceito amplo de arma</p><p>REVOLTA</p><p>GREVE DOS POLICIAIS MILITARES</p><p>Proibido aos militares a sindicalização e a greve CRFB/88 art. 142, §3°, IV e art. 42, §1°:</p><p>“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais</p><p>permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente</p><p>da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer</p><p>destes, da lei e da ordem.</p><p>§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser</p><p>fixadas em lei, as seguintes disposições: IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (BRASIL, 1988)</p><p>Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na</p><p>hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.</p><p>§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as</p><p>disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as</p><p>matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos</p><p>governadores.”(BRASIL, 1988)</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>ART.150 ORGANIZAÇÃO DE GRUPO PARA A PRÁTICA DE VIOLÊNCIA</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar da ativa(crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>ORGANIZAÇÃO DE GRUPO PARA A PRÁTICA DE VIOLÊNCIA</p><p>Verifica-se que o tipo não dispõe que a consumação ocorrerá com a simples</p><p>reunião para fins de prática de algum modo de violência, mas a reunião de</p><p>militares praticando violência, ou seja, trata-se de crime material e não formal.</p><p>Não existe um especial fim de agir que seria a prática da violência, mas, sim,</p><p>que essa ocorra para a consumação do delito. Não se demanda, para a</p><p>concretização do delito, a permanência ou estabilidade do grupo, bastando que</p><p>seus integrantes, uma só vez reunidos, cometam atos de violência.</p><p>Lei 9.299 de 1996 revogou a alínea f do Inc. II do Art. 9 º do CPM.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>OMISSÃO DE LEALDADE MILITAR</p><p>ART. 151 – OMISSÃO DE LEALDADE MILITAR</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>OMISSÃO DE LEALDADE MILITAR</p><p>Crime Omissivo</p><p>Primeira parte. Militar ciente da preparação nada faz.</p><p>Segunda Parte. Militar estando presente ao ato criminoso de preparação</p><p>deixa de impedi-lo.</p><p>Delator Cumpridor de deveres militares</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>CONSPIRAÇÃO</p><p>ART. 152 – CONSPIRAÇÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CONSPIRAÇÃO</p><p>Concertar: pactuar, ajustar, combinar.</p><p>Atos preparatórios. O legislador está, neste artigo, reprimindo.</p><p>Consumação. Ocorre com a efetiva combinação, independentemente da prática</p><p>do crime de motim.</p><p>Infração permanente. Não se admitindo a tentativa.</p><p>Isenção de pena. Será concedida para aquele militar que denunciar antes da</p><p>execução e quando ainda era possível evitar as consequências.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>CONSPIRAÇÃO</p><p>ART. 154 – ALICIAÇÃO PARA MOTIM OU REVOLTA</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar ou Civil (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>ALICIAÇÃO PARA MOTIM OU REVOLTA</p><p>ALICIAR é: atrair, seduzir, envolver, convencer o militar a praticar um</p><p>dos crimes previstos no Capítulo I do Título II do CPM (“Do Motim e</p><p>da Revolta”).</p><p>1 – Motim</p><p>2 – Revolta</p><p>3 – Org de Grupo para a prática de violência</p><p>4 – Omissão de lealdade</p><p>5 – Conspiração</p><p>ALICIAÇÃO PARA MOTIM OU REVOLTA</p><p>OBS 1: Discute-se, na doutrina, se a geração da idéia (induzimento) se enquadra na aliciação ou no</p><p>incitamento. Cícero Neves se posiciona por ser caso de aliciação.</p><p>OBS 2: Note-se que a exigência típica não recai sobre o convencimento de dois ou mais militares, mas</p><p>apenas de um. Dessa forma, ainda que o sujeito ativo interaja apenas com um militar, independentemente</p><p>da adesão posterior de outro(s), estaria caracterizado o delito.</p><p>Consumação para Cícero: o delito se consuma quando o receptor do chamamento para os delitos do</p><p>capítulo de motim e revolta</p><p>(militar) se deixa seduzir e concorda com o autor.</p><p>Com efeito, o verbo nuclear, “aliciar”, exige que haja a anuência do destinatário do convite, não bastando</p><p>que seja proposta meramente propalada, quando poderá ocorrer a forma tentada. Caso o legislador</p><p>desejasse antecipar mais ainda a tutela penal, utilizaria, em vez de “aliciar”, outro verbo nuclear que</p><p>dispensasse a anuência do interlocutor, formando expressões como “convidar militar” ou “sugerir a militar”.</p><p>ALICIAÇÃO PARA MOTIM OU REVOLTA</p><p>Consumação para Célio Lobão: a consumação do delito se dá no momento em que o</p><p>convite idôneo, viável, com seriedade de propósito, é conhecido por dois ou mais</p><p>militares ou, na omissão diante do motim ou da revolta, somente por um militar,</p><p>independentemente de aceitação, recusa, oposição ou indiferença”</p><p>Tipicidade indireta: para se ter a completa compreensão da tipicidade deste delito,</p><p>deve-se verificar o inciso I do art. 9º do CPM.</p><p>Em caso do cometimento por civil (na esfera federal) ou por inativo, a complementação</p><p>deve ser buscada nas alíneas do inciso III do mesmo artigo, lembrando que deve o</p><p>agente, nesse caso, querer atentar contra a própria Instituição Militar.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>INCITAMENTO</p><p>INCITAR significa “impelir, mover, instigar” ou “estimular (alguém) [a realizar algo];</p><p>instigar, impelir, encorajar”, empurrar à prática que caracterize desobediência,</p><p>indisciplina ou crime militar.</p><p>Para Cícero, NÃO está abarcada, pela conduta do incitamento, o induzimento, a</p><p>geração da ideia. Para ele é necessário que a ideia seja preexistente, sendo reforçada,</p><p>encorajada pelo agente (Enio Luiz Rossetto acompanha esse entendimento).</p><p>Este crime abrange, entretanto, a indisciplina e a desobediência, do que se depreende</p><p>que o legislador quis aqui tutelar o incitamento não só de atitudes que caracterizem</p><p>crime castrense, como também de infrações administrativas disciplinares de</p><p>desobediência e de indisciplina que não chegarem a configurar crime, mas cuja</p><p>instigação, sim, é de tutela penal militar</p><p>INCITAMENTO</p><p>OBS 1: No CP comum há tipo penal similar ao art.155 do CPM, ele está previsto no</p><p>Título IX, que trata Dos Crimes Contra a Paz Pública. Além deste crime do CP, há outros</p><p>específicos.</p><p>OBS 2: Enquanto a ALICIAÇÃO refere-se exclusivamente aos crimes de Motim ou</p><p>Revolta, o incitamento está ligado a qualquer ato de desobediência, indisciplina ou a</p><p>qualquer crime militar.</p><p>OBS 3: PRÁTICA DE CRIME MILITAR: Com a lei 13.49/17 possibilitou-se que crimes</p><p>não previstos no CPM também sejam considerados crimes militares. Diante disso, surge</p><p>a seguinte questão: é possível que uma pessoa responda pelo crime do art. 155 do</p><p>CPM por haver incitado à prática de um crime previsto fora do CPM?</p><p>INCITAMENTO</p><p>OBS 4: O cidadão civil poderá praticar este crime, desde que, seja contra as</p><p>Forças Armadas. Se praticar contra uma IME, poderá ser enquadrado no art.286</p><p>do CP (podendo-se discutir sobre a incidência do art. 286 no caso de incitação a</p><p>crimes militares). O inativo também poderá cometê-lo, inclusive no âmbito nas</p><p>IME.</p><p>OBS 5: O crime pode ser cometido pelas redes sociais, pois, somente nos casos</p><p>do Parágrafo Único exige-se estar-se em lugar sujeito à administração militar.</p><p>INCITAMENTO</p><p>Consumação: Da mesma forma que na aliciação, Cícero Neves sustenta que o</p><p>delito de incitamento se consuma com a concordância do receptor (militar) da</p><p>mensagem que caracteriza o incitamento, a instigação para a prática de atitudes</p><p>de indisciplina, desobediência ou crime militar. Da mesma forma, não é</p><p>necessário que o militar pratique qualquer conduta, pois a mera aceitação já</p><p>perturba a disciplina e consuma o presente delito. A prática de conduta afim por</p><p>parte daquele que foi instigado é mero exaurimento (Enio Luiz Rossetto</p><p>acompanha esse entendimento).</p><p>INCITAMENTO</p><p>Célio Lobão, da mesma forma que ocorre com a “aliciação” tem posicionamento</p><p>diverso, para ele a consumação do delito é alcançada quando a mensagem</p><p>chega ao conhecimento do incitado, independentemente de sua reação, seja de</p><p>aprovação ou reprovação</p><p>Tentativa: é possível quando o autor envia mensagem ao militar alvo e ela é</p><p>interceptada, ou por qualquer outro motivo não chega ao destinatário (por</p><p>exemplo no caso de mensagem enviada por escrito).</p><p>Para aqueles que entendem ser necessário que o destinário seja efetivamente</p><p>incitado, também seria tentado caso a mensagem não surta o efeito de excitar a</p><p>ideia preexistente.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>CPM CP</p><p>Apologia de fato criminoso ou do seu</p><p>autor</p><p>Art.156 Fazer apologia de fato que a lei</p><p>militar considera crime, ou do autor do</p><p>mesmo, em lugar sujeito à administração</p><p>militar.</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano.</p><p>Apologia de crime ou criminoso</p><p>Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia</p><p>de fato criminoso ou de autor de crime:</p><p>Pena - detenção, de três a seis meses, ou</p><p>multa.</p><p>APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR</p><p>OBS 1: Fazer apologia é louvar, elogiar, enaltecer, exaltar etc.</p><p>OBS 2: O cidadão civil poderá cometer este crime, desde que, atente contra</p><p>uma das Forças Armadas. Se for praticado contra uma IME poderá, o cidadão</p><p>civil, responder pelo crime do art.287 do CP.</p><p>Caso a apologia seja de fato descrito como crime na legislação penal comum,</p><p>poderá se configurar o já mencionado delito do art. 287 do Código Penal</p><p>comum, na condição de crime militar, ou não, conforme a apologia tenha sido</p><p>praticada nos termos do art. 9º do CPM, ou não.</p><p>É cabível, também, a mesma discussão mencionada no estudo do crime de</p><p>incitação, pois, com a Lei 13.491/17 ampliou-se o rol de crimes considerados</p><p>militares, logo, adotando-se essa interpretação, poder-se-ia enquadrar no</p><p>art.156, mesmo a apologia a crimes previstos somente na Lei Penal comum.</p><p>APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR</p><p>O elemento espacial “em lugar sujeito à administração militar” é exigido para</p><p>as duas modalidades, ou seja, o enaltecimento do fato considerado crime</p><p>militar ou de seu autor, para se configurarem delito, hão de ser em espaço sob</p><p>a Administração Militar; fora desse limite, o delito será o 287 do CP comum.</p><p>Caso a apologia seja de fato considerado contravenção penal, não configurará</p><p>nem o art. 156 do Código Penal Militar e nem o art. 287 do Código Penal</p><p>comum.</p><p>APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR</p><p>OBS 3: Referindo-se a lei a apologia a foto criminoso, entende parcela da doutrina que o</p><p>delito elogiado deve ser passado (se futuro, haverá incitação ao crime). Neste sentido,</p><p>temos a lição de Fragoso.</p><p>HUNGRIA, no entanto, discorda: "Em se tratando de apologia de fato criminoso (que</p><p>outra coisa não quer dizer senão crime, como deixa claro, aliás, a rubrica lateral do</p><p>artigo), pouco importa que o mesmo seja considerado in concreto ou in abstracto, como</p><p>episódio já ocorrido ou acontecimento futuro. A lei não distingue, nem podia distinguir. O</p><p>alarma coletivo tanto pode ser provocado pela possibilidade de que o crime seja repetido</p><p>por outrem, quanto, como é óbvio, pela possibilidade de que alguém tenha a iniciativa de</p><p>praticá-lo.</p><p>APOLOGIA DE FATO CRIMINOSO OU DO SEU AUTOR</p><p>OBS 4: É controvertida a necessidade da existência de sentença condenatória irrecorrível</p><p>contra o autor do crime elogiado. Para CELSO DELMANTO: "A apologia que este tipo</p><p>penal incrimina, em sua última parte, é somente a de autor de crime que assim tenha</p><p>sido considerado por decisão condenatória passada em julgado). Portanto, a apologia de</p><p>acusado de crime, ou seja, de pessoa que ainda não tenha sido condenada</p><p>definitivamente, será atípica”. Já para HUNGRIA e Fragoso, tal circunstância NÃO deve</p><p>ser exigida.</p><p>Cícero Neves argumenta que o CPM fala em autor de fato que a lei penal militar</p><p>considera crime, logo, em não sendo específico em exigir “autor de crime” não seria</p><p>necessário haver trânsito em julgado contra esse indivíduo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA</p><p>MILITAR</p><p>ART. 157 – VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar subordinado (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e, secundariamente, o superior atingido.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>REQUISITOS</p><p>Conceito de superior Art. 24 do CPM.</p><p>Conhecer a qualidade de superior Art 47, I do CPM.</p><p>Estamos falando da violência física: tapas, empurrões, rasgar roupas,</p><p>chutes, etc.</p><p>Tem que haver contato físico direto ou através de instrumentos.</p><p>Crime preterdoloso, ausência de dolo no resultado. Art. 159 CPM.</p><p>REQUISITOS</p><p>QUESTÃO</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 158 – VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e, secundariamente, o militar atingido.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>REQUISITOS</p><p>Oficial de Dia: É o representante do Comandante das Unidades das Forças</p><p>Amadas e Policias Militares.</p><p>Oficial De Serviço: Qualquer função militar conferida a Oficial.</p><p>Oficial De Quarto: É a parcela do dia em que desenvolve-se o turno de</p><p>segurança do oficial.</p><p>REQUISITOS</p><p>Sentinela: Militar que guarda determinado local, com ou sem armas, em posto</p><p>fixo ou móvel.</p><p>Vigia: Exerce uma função de proteção, entretanto em uma situação. Ex:</p><p>vigilância de detidos ou pessoas.</p><p>Plantão: Compõe a vigilância das subunidades incorporadas a uma Unidade.</p><p>REQUISITOS</p><p>.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Figura preterdolosa: Art. 159 do CPM. Neste caso vê-se que o</p><p>autor não queria o resultado (dolo direto) nem assumiu o risco</p><p>de produzi-lo (dolo eventual) para que houvesse o resultado</p><p>morte ou lesão corporal. Há dolo na investida e não no</p><p>resultado.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 160 - DESRESPEITO A SUPERIOR</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade militar e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar, secundariamente o superior</p><p>desrespeitado.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Desrespeitar significa faltar ao respeito, perturbar, praticar um gesto de</p><p>indelicadeza. Podemos dizer que desrespeito é a falta de consideração pelo</p><p>superior hierárquico, fato que, no meio civil seria considerado falta de educação</p><p>para com o chefe, no meio militar há a preocupação em preservar a hierarquia e a</p><p>disciplina.</p><p>⚫Art. 47 CPM</p><p>⚫Art. 24 CPM</p><p>CRIME MILITAR</p><p>⚫Desrespeito a comandante, oficial·general ou oficial de serviço – Pena</p><p>aumentada da metade.</p><p>⚫Requisito objetivo da presença de outro militar.</p><p>Ex: Militar que bate a porta da Seção onde se encontra o Superior.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 298 – DESACATO A SUPERIOR</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar</p><p>Sujeito ativo: O militar subordinado (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar e, secundariamente, o superior desacatado.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Desacatar é o ato de menosprezo, ultraje, insulto, ofensa ao superior</p><p>hierárquico. A condição de funcionário público (servidor público, civil ou</p><p>militar) no exercício de suas funções, é fundamental para a caracterização</p><p>do crime de desacato.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Desrespeito Art. 160 Desacato Art. 298</p><p>Na presença de outro militar. Não precisa estar na presença de outro</p><p>militar.</p><p>Crime contra a Autoridade ou Disciplina</p><p>Militares</p><p>Crime contra a administração militar.</p><p>Falta de educação, desconsideração,</p><p>indiferença, etc.</p><p>Procura deprimir a autoridade ou</p><p>ofender a dignidade e o decoro.</p><p>Ex: gestos, caricaturas, rir (zombar) do</p><p>superior, etc.</p><p>Ex: chamar o superior de muxiba,</p><p>frouxo, burro, fraco, incompetente, etc.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 161 - DESRESPEITO A SÍMBOLO NACIONAL</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade militar e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Ultrajar significa faltar ao respeito, ofender.</p><p>⚫ Diante de Tropa / Local sujeito a Adm. Militar.</p><p>⚫ Lei 5.700 de 1º de setembro de 1971, símbolos nacionais: Bandeira</p><p>Nacional, Hino Nacional, Armas Nacionais(Brasão), Selo Nacional.</p><p>Ex: Militar que no interior do quartel cospe na bandeira.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 162 – DESPOJAMENTO DESPREZÍVEL</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade militar e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Despojar significa despir-se, desvestir-se.</p><p>⚫Uniforme: Farda</p><p>⚫Condecoração Militar: Medalha</p><p>⚫Insígnia: No Brasil, a hierarquia é a base da organização Militar, compondo a</p><p>cadeia de comando a ser seguida por seus integrantes. Na estrutura</p><p>hierárquica dessas corporações, os diversos níveis são representados por</p><p>insígnias, usadas sobrepostas aos uniformes.</p><p>⚫Distintivo. Emblemas referentes aos cursos.</p><p>⚫Fato praticado diante da tropa ou em público. Pena aumentada.</p><p>Ex: Militar que arranca as passadeiras e as jogam no solo.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 163 – RECUSA DE OBEDIÊNCIA</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar subordinado (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e, secundariamente, o superior atingido.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Recusar significa negar expressamente a obedecer ordem de superior</p><p>hierárquico.</p><p>Ordem: imperativa (exigência), pessoal (não tem caráter geral) concreta</p><p>(não sujeita a apreciação, ordem pura e simples) e legal.</p><p>A ordem emanada deve ser inerente a assunto de serviço ou dever imposto</p><p>em lei, regulamento ou instrução.</p><p>Ex: O Ten ordena o soldado a confeccionar um B.O e este se recusa.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 196 – DESCUMPRIMENTO DE MISSÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço Militar e o dever Militar.</p><p>Sujeito ativo: O Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: dolo e culpa.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Missão: Ordem(encargo) recebida de superior hierárquico, relativa a</p><p>matéria de serviço e diversa de sua atividade rotineira.</p><p>É crime omissivo, que não se confunde com o abandono de serviço antes de</p><p>terminá-lo porque, embora a missão não deixe de ser serviço, trata-se de</p><p>incumbência de maior relevância, na qual o sujeito ativo deveria representar seu</p><p>superior hierárquico, levando documentação encomendada, executando encargo</p><p>específico e coisas do gênero.</p><p>Ex:deixar de realizar a apuração determinada na Portaria de Sindicância, IPM</p><p>etc.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 301 – DESOBEDIÊNCIA</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar e, secundariamente, o Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Trata-se de uma ordem recebida pelo militar na condição de particular, não</p><p>havendo relação com o exercício de suas funções.</p><p>Aqui o militar recebe uma ordem que poderia ser destinada a um civil.</p><p>Ex.: ordem para submeter-se a uma busca pessoal, ordem para franquear a</p><p>entrada em sua residência para cumprimento de mandado de busca e</p><p>apreensão, etc.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Recusa de Obediência (Art. 163) Descumprimento de Missão (Art. 196) Desobediência (Art. 301)</p><p>Crime Propriamente Militar Crime Propriamente Militar Crime Impropriamente Militar</p><p>A ordem deve ser legal e referir-se</p><p>a assunto de serviço, ou dever</p><p>imposto em lei regulamento ou</p><p>instrução.</p><p>A missão confiada está ligada ao</p><p>serviço ou às funções do militar.</p><p>Não se trata de sua missão rotineira.</p><p>Basta que a ordem seja legal.</p><p>O agente recebe a ordem</p><p>como se fosse um particular.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Recusa de Obediência (Art. 163) Descumprimento de Missão (Art. 196) Desobediência (Art. 301)</p><p>Somente pode ser cometido pelo</p><p>inferior.</p><p>Somente pode ser cometido pelo</p><p>inferior.</p><p>Pode ser cometido por</p><p>qualquer pessoa, inclusive,</p><p>por um superior ou um civil</p><p>(na esfera federal).</p><p>Crime contra a autoridade ou</p><p>disciplina militares.</p><p>Crime contra o serviço ou o dever</p><p>militar.</p><p>Crime contra a</p><p>administração militar.</p><p>Só admite a forma dolosa. Admite a forma dolosa e a culposa. Só admite a forma dolosa.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Recusa de Obediência (Art. 163) Descumprimento de Missão (Art. 196) Desobediência (Art. 301)</p><p>O agente recusa expressamente,</p><p>por palavras ou gestos, a aceitar a</p><p>ordem recebida.</p><p>O agente recebe a missão, todavia, não</p><p>a cumpre, dolosamente ou</p><p>culposamente.</p><p>O agente não cumpre a</p><p>ordem recebida.</p><p>Ex: o superior determina que o</p><p>inferior confeccione o Boletim de</p><p>Ocorrência. O inferior afirma que</p><p>não vai fazer, pois, não é função</p><p>dele redigir o BO.</p><p>Ex: o sargento que é designado para ser</p><p>encarregado de uma sindicância recebe</p><p>a portaria e os autos na Unidade,</p><p>porém, não realiza nenhuma diligência,</p><p>descumprindo a missão.</p><p>Ex: durante uma blitz o PM</p><p>fiscalizador determina que o</p><p>militar, condutor de um</p><p>veículo entregue-lhe os</p><p>documentos para a devida</p><p>conferência e este não o</p><p>entrega.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 164 – OPOSIÇÃO A ORDEM DE SENTINELA</p><p>Bem jurídico tutelado: A disciplina militar e a segurança da Unidade</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa, inclusive o Superior (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar / Sentinela</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Sentinela é o militar legalmente encarregado de guardar, com ou sem armas,</p><p>determinado lugar sob administração militar. Cabendo salientar que o mesmo</p><p>age em nome do seu Comandante de Unidade, motivo pelo qual, inclusive o</p><p>Superior poderá ser autor do referido crime.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Delitos subsidiários. Se houver violência contra a sentinela, configura o crime</p><p>previsto no art. 158 do CPM (Violência contra militar de serviço), se a oposição</p><p>for mediante violência ou grave ameaça configura o crime previsto no Art. 177 do</p><p>CPM (Resistência mediante ameaça ou violência) e se houver desacato,</p><p>configura-se o crime previsto no art. 299 do CPM ( Desacato a militar).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Em sendo quartel da PM ou BM, será crime comum de desobediência (art. 330,</p><p>CP), se o sujeito ativo for civil ou militar das forças armadas.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 166 – PUBLICAÇÃO OU CRÍTICA INDEVIDA</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Publicar é tornar público, dar conhecimento, podendo ser pessoalmente ou</p><p>mesmo pela internet, rádio, televisão etc. Acrescenta-se que a publicação deve</p><p>ocorrer sem licença da autoridade competente.</p><p>Criticar significa falar mal, desdenhar etc.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Na modalidade publicar, pouco importa se as pessoas tomaram conhecimento</p><p>do ato ou documento oficial, consumando o delito no momento da publicação.</p><p>Por outro lado, para se aperfeiçoar criminalmente a crítica indevida, esta tem</p><p>que ser pública e os destinatários precisam conhecê-la (ouvi-la).</p><p>Como tipo só se processa na forma dolosa, se o militar publicar acidentalmente</p><p>o documento oficial, sua conduta não sofre a reprimenda penal, podendo</p><p>responder administrativamente.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 171 – USO INDEVIDO POR MILITAR DE UNIFORME, DISTINTIVO OU INSÍGNIA</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Uniforme: Fardamento composto pela roupa, cobertura, calçados,</p><p>equipamentos e acessórios.</p><p>Insígnia: Símbolo que sobrepõe o uniforme e é indicativo de arma, posto,</p><p>graduação e quadro.</p><p>Distintivo: Símbolo que sobrepõe o uniforme indicativo de curso ou função.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Indevidamente: abrange os inativos – Súmula 57/STF.: “militar inativo não tem</p><p>direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou regulamento”. Obs:</p><p>art. 25, §§ 1º e 2º - EMEMG.</p><p>Basta o simples uso, pouco importando o motivo, mesmo que por brincadeira.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 172 – USO INDEVIDO POR MILITAR DE UNIFORME, DISTINTIVO OU</p><p>INSÍGNIA MILITAR POR QUALQUER PESSOA</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Civil ou Militar (crime militar impróprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Em âmbito estadual, trata-se de Contravenção Penal:</p><p>Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não</p><p>exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego</p><p>seja regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 175 – VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e, secundariamente, o inferior atingido</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Aqui o legislador está protegendo não a autoridade, mas a disciplina militar,</p><p>pois, não somenos relevante é o respeito à integridade física do subordinado</p><p>que deve ser observado pelo superior, sob pena de se romper com a harmonia</p><p>entre os militares.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Art. 175 (…)Resultado mais grave</p><p>Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também</p><p>aplicada a pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando fôr o caso,</p><p>ao disposto no art. 159. (BRASIL, 1969a)</p><p>Há concurso formal da violência contra inferior com a lesão corporal ou</p><p>homicídio.</p><p>Impõe-se o cúmulo material afastando-se a exasperação (art. 79, CPM) caso</p><p>resulte lesão corporal ou morte do sujeito passivo mediato (o inferior).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 176 – OFENSA AVILTANTE A INFERIOR</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e, secundariamente, o inferior atingido</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Ato aviltante é aquele que desvaloriza, subjuga a vítima.</p><p>Exemplos: dar um tapa no rosto do recruta na frente da tropa; mandar o</p><p>inferior ficar na posição de apoio (posição de flexão de braço) e pisar em suas</p><p>costas ou cabeça.</p><p>A ofensa aviltante, que se constituiria em injúria real (CPM, art. 217) é aqui</p><p>apenada com mais severidade, em função da tutela necessária à civilidade,</p><p>parte da Educação Militar e de interesse vital para a disciplina consciente. mas</p><p>difere-se por ser a vítima somente o inferior.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Art. 176. (...)</p><p>Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior.</p><p>Há concurso formal da violência contra inferior com a lesão corporal ou</p><p>homicídio.</p><p>Impõe-se o cúmulo material afastando-se a exasperação (art. 79, CPM) caso</p><p>resulte lesão corporal ou morte do sujeito passivo mediato (o inferior).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 178 – FUGA DE PRESO OU INTERNADO</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar</p><p>Sujeito ativo: Civil ou Militar (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Preso de qualquer natureza.</p><p>Quanto aos modos: com ou sem violência contra a pessoa ou coisa.</p><p>Quanto aos meios empregados: mão armada, ou por mais de uma pessoa,</p><p>mediante arrombamento e pelo guardião do próprio preso.</p><p>Art. 179 do CPM - modalidade Culposa</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>Artigo:</p><p>Breves distinções e semelhanças entre os crimes de recusa</p><p>de obediência, desobediência e descumprimento de missão</p><p>Acesso em:</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>https://www.observatoriodajusticamilitar.info/single-post/2019/03/17/Breves-distin%C3%A7%C3%B5es-e-</p><p>semelhan%C3%A7as-entre-os-crimes-de-recusa-de-obedi%C3%AAncia-desobedi%C3%AAncia-e-</p><p>descumprimento-de-miss%C3%A3o</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson</p><p>Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal Militar.</p><p>5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER</p><p>MILITAR</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>CRIME MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO</p><p>MILITAR E O DEVER MILITAR</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO MILITAR E O DEVER MILITAR</p><p>ART. 187 AO 192 – DESERÇÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar da Ativa (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>REQUISITOS</p><p>Desertar significa abandonar, ausentar-se, afastar-se de forma</p><p>injustificada da Unidade em que serve ou lugar em que deve permanecer.</p><p>Espécies:</p><p>a) Deserção propriamente dita – art. 187, caput.</p><p>b) Deserção assimilada – art. 188, incisos I ao IV.</p><p>c) Deserção especial – art. 190.</p><p>d) Deserção por evasão ou fuga – art. 192, caput.</p><p>REQUISITOS</p><p>Prazo de graça - Exaure-se a deserção somente 8 dias após ausentar-se o</p><p>militar, antes deste período não se consuma o delito.</p><p>Contagem do prazo - Art. 451, §1° do CPPM: “A contagem dos dias de</p><p>ausência, para efeito da lavratura, iniciar-se-á à zero hora do dia seguinte</p><p>àquele em que for verificada a falta injustificada do militar”.</p><p>Prescrição – Art. 125 c/c Art. 132 do CPM. 45/60 anos Oficial/Praça</p><p>REQUISITOS</p><p>Consumação - Considera-se consumada a deserção prevista no nono dia de</p><p>ausência do militar, sem licença, da unidade em que serve ou do lugar em</p><p>que deve permanecer.</p><p>Tentativa - não admite. A tentativa será apenas uma infração administrativa</p><p>(art. 13, XX, CEDM).</p><p>Oficial – Pena Agravada</p><p>REQUISITOS</p><p>Militar que faltou a um turno de serviço de 15:00h às 23:00h do dia 02/05:</p><p>02/05 (dia do serviço) + 9 (número fixo) = 11/05 (dia da consumação) 2 + 9 = 11</p><p>Para fins da utilização da tabela e fórmula acima, a “data da falta” será o dia do</p><p>termino do serviço na deserção propriamente dita; a data em que o militar</p><p>deveria se apresentar na Unidade na deserção assimilada e a “data da fuga”</p><p>na deserção por evasão ou fuga.</p><p>Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º deste artigo,</p><p>regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,</p><p>verificando-se:</p><p>I - em trinta anos, se a pena é de morte;</p><p>II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;</p><p>III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede</p><p>a doze;</p><p>IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a</p><p>oito;</p><p>V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a</p><p>quatro;</p><p>VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo</p><p>superior, não excede a dois;</p><p>VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.</p><p>PRESCRIÇÃO NO CRIME DE DESERÇÃO</p><p>Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição,</p><p>esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta</p><p>e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta.</p><p>PRESCRIÇÃO NO CRIME DE DESERÇÃO</p><p>REQUISITOS</p><p>REQUISITOS</p><p>Trânsito – Número de dias concedido ao militar que se desloca de um local</p><p>para o outro, geralmente em razão de transferência.</p><p>Na PMMG previsto no art. 112 do Estatuto dos Militares do Estado de Minas</p><p>Gerais (EMEMG):</p><p>Art. 112. Os militares que tenham de afastar-se, em caráter definitivo, da</p><p>guarnição em que servem, por motivo de transferência de Unidade,</p><p>classificação, adição ou comissão de caráter permanente, terão direito aos</p><p>seguintes períodos de trânsito e instalação: (...) (MINAS GERAIS, 1969).</p><p>REQUISITOS</p><p>Licença – Autorização para afastamento total do serviço, em caráter</p><p>temporário, concedida ao militar.</p><p>Na PMMG estão previstas no Estatuto dos Militares do Estado de Minas</p><p>Gerais, para: I - tratamento da própria saúde; II - tratar de interesse particular;</p><p>III - por motivo de doença em pessoa da família além destas as licenças</p><p>maternidade e paternidade estão conferidas na constituição. (MINAS GERAIS,</p><p>1969).</p><p>REQUISITOS</p><p>Agregação – é a situação temporária, durante a qual fica o militar afastado da</p><p>atividade (MINAS GERAIS, 1969).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 191 – CONCERTO PARA DESERÇÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar da Ativa (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Consumação - Inciso “I” na preparação-ajuste (não admite tentativa).</p><p>Inciso “II” após a ausência dos militares, por período superior a 8 dias, da Unidade</p><p>em que servem ou deveriam permanecer.</p><p>Crime plurissubjetivo – 2 ou mais agentes para a configuração.</p><p>Exaurimento – Preparação à deserção (constitui crime autônomo). Ocorrendo o</p><p>resultado objetivo da preparação (deserção concreta - é qualificadora).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 192 – DESERÇÃO POR EVASÃO OU FUGA</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar da Ativa (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>REQUISITOS</p><p>Evadir – Significa fugir, escapar.</p><p>Consumação - Após o oitavo dia da evasão.</p><p>Tentativa – É admitida tendo em vista que o crime é material.</p><p>Dolo específico - Na segunda modalidade consistente evitar a prisão em</p><p>flagrante.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 193 – FAVORECIMENTO A DESERTOR</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime militar impróprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Dar asilo - Significa conferir proteção ou abrigo.</p><p>Tomá-lo a seu serviço – Significa dar trabalho, permanente ou temporário,</p><p>proporcionando meios de subsistência ao desertor.</p><p>Proporcionar ou facilitar transporte – Significa conseguir ou tornar fácil a</p><p>locomoção do deserto.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Por meio de ocultação - conseguir local ou criar condições para o desertor se</p><p>ocultar.</p><p>Dolo - Direto ( sabendo), Indireto (tendo razão para saber).</p><p>Escusa absolutória (imunidade absoluta): nos mesmos termos do</p><p>favorecimento pessoal (art. 350, § 2.º, CPM), não é punido o Agente quando for</p><p>ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do delinquente.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 194 – OMISSÃO DE OFICIAL</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar Oficial (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Deixar de proceder - Significa não tomar providência.</p><p>Trata-se de uma modalidade específica de Condescendência Criminosa.</p><p>Dolo - Direto ( sabendo), Indireto (devendo saber).</p><p>Tentativa - Não se admite pois o delito é unissubsistente, praticado num só ato.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 195 – ABANDONO DE POSTO</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço Militar e o dever Militar.</p><p>Sujeito ativo: O Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: dolo.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>O tipo prevê duas condutas: 1º) o abandono de posto ou lugar de serviço</p><p>2º) o abandono do serviço.</p><p>Tutela-se o serviço militar e a segurança que se espera da presença do militar</p><p>no seu local de serviço, sendo que o crime se consuma com a simples</p><p>probabilidade de dano ao estabelecimento ou aos serviços militares,</p><p>decorrentes da ausência voluntária daquele que abandonou o posto (ex:</p><p>sentinela), local de serviço (ex: área de responsabilidade</p><p>de uma viatura) ou</p><p>serviço (vigilância/acompanhamento feita pelos agentes de investigação em</p><p>alvo específico) que lhe cumpria antes de terminá-lo.</p><p>Delito instantâneo.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 202 – EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Embriagar-se – intoxicar o corpo com álcool ou substância de efeito análogo,</p><p>provocando perda da consciência ou alteração de sentido.</p><p>Embriaguez se relaciona a qualquer substância (álcool, cocaína, entorpecentes,</p><p>alucinógenos...).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>O tipo prevê duas condutas:</p><p>1º) O Militar encontra-se em serviço e, nessa qualidade embriaga-se.</p><p>2°) O Militar apresenta-se embriagado para prestar serviço.</p><p>Obs: é necessário que o sujeito ativo tenha ciência de que entraria de serviço.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Consumação - Considera-se consumado o delito no momento em que atinge o</p><p>estado de embriaguez.</p><p>Tentativa - não admite. A tentativa será apenas uma infração administrativa do</p><p>CEDM.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Art. 13, VI, CEDM – Apresentar-se com sinais de embriaguez alcoólica ou sob</p><p>efeito de outra substância entorpecente, estando em serviço, fardado, ou</p><p>em situação que cause escândalo ou que ponha em perigo a segurança própria</p><p>ou alheia.</p><p>O militar deve estar (concomitantes ou não):</p><p>1) em serviço; 2) fardado, mesmo que de folga; 3) qualquer situação (mesmo</p><p>que de folga e em trajes civis) que cause escândalo, não necessitando de</p><p>grande repercussão; 4) situação que coloque em perigo o transgressor ou</p><p>qualquer outra pessoa (militar ou civil).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Constatação – Normalmente por profissionais de saúde.</p><p>Exame clínico - Independe de autorização do autor do crime por depender</p><p>somente de observação médica.</p><p>Exame de dosagem – Depende de autorização do autor.</p><p>Prova testemunhal - STM já decidiu que basta a testemunhal.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Na legislação comum é contravenção penal (art. 62 da Lei das contravenções</p><p>penais).</p><p>Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que</p><p>cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia:</p><p>Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil</p><p>réis a dois contos de réis.</p><p>Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa</p><p>de custódia e tratamento. (BRASIL, 1941).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 203 – DORMIR EM SERVIÇO</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço militar e o dever militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio)</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>O militar tem o dever de utilizar todos os meios possíveis para evitar que</p><p>adormeça e quando esses meios se apresentem deficientes, cumpre participar</p><p>ao superior hierárquico a fim de que sejam adotadas providências cabíveis.</p><p>Crime de perigo abstrato. Não necessita que ocorra dano algum no local de</p><p>serviço, requer a situação de estar o militar na circunstância de vigia ou cuidado</p><p>de algum tipo de bem militar, ou outra situação prevista no CPM.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Consumação - quando o autor adormece (não importa o tempo de duração).</p><p>Transgressão disciplinar (art. 13, XV, CEDM): basta dormir, mesmo que em um</p><p>estado leve de sono e não sendo exigido o dolo. A transgressão é uma conduta</p><p>muito mais ampla do que o crime militar, bastando que o militar esteja em</p><p>qualquer situação de serviço.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ART. 204 – EXERCÍCIO DE COMÉRCIO POR OFICIAL</p><p>Bem jurídico tutelado: O serviço Militar e o dever Militar.</p><p>Sujeito ativo: O Militar Oficial da Ativa (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: dolo.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>A razão histórica da tipificação desta conduta como ilícita está</p><p>relacionada ao dever de lealdade e dedicação única ao serviço militar por</p><p>parte do Oficial em situação de atividade, sendo este o sujeito ativo deste</p><p>crime, sendo chamado pela doutrina como crime de mão própria, pois</p><p>exige a qualidade de Oficial da ativa como seu autor.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>COMERCIAR</p><p>Compra e venda reiterada com a finalidade de lucro. A Lei penal não</p><p>conceituou o “ato de comércio”, conforme a técnica do Direito Comercial,</p><p>sendo inclusive a visão da Suprema Corte. Ex: oficial que compra e vende</p><p>carros.</p><p>SOCIEDADE COMERCIAL</p><p>Com o novo Código Civil abandona-se os atos de comércio e inaugura-se</p><p>a teoria da empresa. Extingui-se a Sociedade Comercial e aparece a</p><p>Empresa.</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>Artigo:</p><p>DORMIR EM SERVIÇO: CRIME MILITAR OU</p><p>TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR?</p><p>Acesso em:</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/delitodosono.pdf</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal Militar.</p><p>5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>CRIME MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>CPM</p><p>Violação de domicílio</p><p>Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou</p><p>contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa</p><p>alheia ou em suas dependências:</p><p>Pena - detenção, até três meses.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>ART. 226 - VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO</p><p>Bem jurídico tutelado: A liberdade individual.</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: O morador, hóspede, quem exerce o trabalho.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL:</p><p>A CF, em seu art. 5º, XI, diz que “a casa é o asilo inviolável do</p><p>indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do</p><p>morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para</p><p>prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.”</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>O tipo prevê duas condutas:</p><p>Entrada/permanência: pode ser clandestina (às escondidas),</p><p>astuciosa (fraude), ostensiva.</p><p>Contrariedade do morador: pode se dar por gestos, palavras, atos,</p><p>escrito e até silêncio (quem cala não consente).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>A quem cabe o dissentimento?</p><p>a) Relação de família:</p><p>- Igualdade (ex: marido e mulher): prevalece o dissentimento.</p><p>- Subordinação (ex: pai e filho): prevalece que detiver o poder familiar.</p><p>b) Outras situações:</p><p>- Igualdade (ex: república): o dissentimento de um prevalece sobre o</p><p>consentimento dos outros.</p><p>- Vínculo empregatício: prevalece a vontade do empregador.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>Conceito de casa: §§ 4º e 5 º.</p><p>Conceito de dependências: complemento da moradia (o que estiver no</p><p>interior do cercado).</p><p>Causas de exclusão de ilicitude: § 3º e art 5º, XI, CRFB.</p><p>Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive o proprietário-locatário.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>Invasão de casa desabitada = conduta atípica. O bem jurídico tutelado pelo</p><p>crime é a tranquilidade doméstica e não a propriedade.</p><p>Boleia de caminhão - entendimento majoritário: não se enquadra no conceito</p><p>de casa, é veículo automotor.</p><p>Balcão de bar – orientação Institucional: se enquadra no conceito de casa (§</p><p>4º, III).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>FORMAS QUALIFICADAS:</p><p>- A primeira delas ocorre quando o crime é cometido “durante o repouso</p><p>noturno”, que corresponde ao período de ausência de luz solar e que a casa</p><p>fica mais desprotegida.</p><p>Aumenta-se a pena, também, quando houver “emprego de violência”, ou</p><p>seja, de força física contra a pessoa ou coisa, ou “de arma”, não bastando,</p><p>nesse caso, o simples porte, ou, mediante arrombamento, ou ainda, “por</p><p>duas ou mais pessoas”.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>AGRAVAÇÃO DE PENA:</p><p>- Se o fato é cometido por militar em serviço ou por funcionário público civil,</p><p>fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades prescritas</p><p>em lei, ou com abuso de poder.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>Hipótese Ordem Judicial Durante o dia Durante a noite Fundamentação</p><p>Autorização</p><p>do morador</p><p>Não Sim Sim Art. 5º, XI, da CF</p><p>Flagrante de</p><p>Delito</p><p>Não Sim Sim Art. 5º, XI, da CF</p><p>Desastre Não Sim Sim Art. 5º, XI, da CF</p><p>Prestar</p><p>socorro</p><p>Não Sim Sim Art. 5º, XI, da CF</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>Hipótese Ordem</p><p>Judicial</p><p>Durante o dia Durante a noite Fundamentação</p><p>Desapropriação Não Sim Não Art. 7º, Decreto-</p><p>Lei 3.365/41</p><p>Fiscalização de doenças</p><p>transmitidas por mosquito</p><p>Não Sim Não Art. 1º,Prf. 1º da</p><p>Lei nº 13.301/16</p><p>Lei de Locações Sim Sim Não Art. 23, IX, da Lei</p><p>8.245/91</p><p>Reparação, construção</p><p>ou limpeza da casa ou</p><p>muro</p><p>Sim Sim Não Art. 1313, I, do</p><p>Código Civil</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>Hipótese Ordem</p><p>Judicial</p><p>Durante o dia Durante a noite Fundamentação</p><p>Desapropriação Não Sim Não Art. 7º, Decreto-</p><p>Lei 3.365/421</p><p>Fiscalização de doenças</p><p>transmitidas por mosquito</p><p>Não Sim Não Art. 1º,Prf. 1º da</p><p>Lei nº 13.301/16</p><p>Lei de Locações Sim Sim Não Art. 23, IX, da Lei</p><p>8.245/91</p><p>Reparação, construção</p><p>ou limpeza da casa ou</p><p>muro</p><p>Sim Sim Não Art. 1313, I, do</p><p>Código Civil</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>Hipótese Ordem</p><p>Judicial</p><p>Durante</p><p>o dia</p><p>Durante</p><p>a noite</p><p>Fundamentação</p><p>Buscas a objetos próprios ou cachorros</p><p>que estejam na casa de terceiros</p><p>Sim Sim Não Art. 1313, I, do</p><p>Código Civil</p><p>Reparação de esgotos, goteiras, poços,</p><p>etc.</p><p>Sim Sim Não Art. 1º,Prf. 1º da</p><p>Lei nº 13.301/16</p><p>Busca e apreensão de natureza</p><p>administrativa (ex: Fisco) cível ou</p><p>criminal</p><p>Sim Sim Não Art. 5º, XI, da CF</p><p>Realização de diligências em</p><p>investigações</p><p>Sim Sim Não Art. 5º, XI, da CF</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>ART. 230 – VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL</p><p>Bem jurídico tutelado: Intimidade e Liberdade Individual</p><p>Sujeito ativo: Militar ou Civil (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Qualquer pessoa.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE</p><p>CONCEITO DE REVELAR:</p><p>É deixar ver, contar, expor algo.</p><p>CONSIDERAÇÕES:</p><p>➢Revelar segredo (basta que uma pessoa tome conhecimento do segredo);</p><p>➢Sem justa causa (injusta, ilícita);</p><p>➢Que o agente tenha ciência em razão de função ou profissão exercida em lugar</p><p>sujeito à administração militar;</p><p>➢Esta revelação possa resultar dano a outrem (não é necessário causar o dano</p><p>basta a Potencialidade).</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>STF:</p><p>Recurso extraordinário representativo da controvérsia.</p><p>Repercussão geral. Inviolabilidade de domicílio – art. 5º, XI, da CF</p><p>Acesso em:</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10924027</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal Militar.</p><p>5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal</p><p>Militar. 5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>CRIME MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A</p><p>ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 299 – DESACATO A MILITAR</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar e, secundariamente, o militar</p><p>desacatado.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa inclusive o superior hierárquico.</p><p>No caso da vítima ser policial miltar o crime será comum e de competência da</p><p>justiça comum. Art 331 do CP.</p><p>Tem que ser em decorrência de suas funções.</p><p>Tem que afetar a dignidade ou o decoro ou procurando deprimir-lhe a</p><p>autoridade.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>CPM</p><p>Peculato</p><p>Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse</p><p>ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:</p><p>Pena - reclusão, de três a quinze anos.</p><p>§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da apropriação ou desvio é de valor superior a vinte vêzes o</p><p>salário mínimo.</p><p>Peculato-furto</p><p>§ 2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou detenção do dinheiro, valor ou bem, o</p><p>subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe</p><p>proporciona a qualidade de militar ou de funcionário.</p><p>Peculato culposo</p><p>§ 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem subtraia ou desvie o dinheiro, valor ou</p><p>bem, ou dele se aproprie:</p><p>Pena - detenção, de três meses a um ano.</p><p>Extinção ou minoração da pena</p><p>§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença irrecorrível, extingue a</p><p>punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 303 – PECULATO</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: O Funcionário Público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e eventualmente o particular.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime pode ser doloso ou culposo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Formas de peculato</p><p>a) Peculato Apropriação: Art. 303, caput, 1ª parte</p><p>b) Peculato Desvio: Art. 303, caput, 2ª parte</p><p>c) Peculato Furto: Art. 303, § 2º</p><p>d) Peculato Culposo: Art. 303, § 3º (obs: tem que existir nexo causal entre a</p><p>conduta descuidada do militar e a subtração ou desvio do bem).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Extinção ou minoração da pena: No peculato culposo a reparação do dano</p><p>pode extinguir ou minorar a pena (ver § 4º).</p><p>O mesmo não se aplica ao peculato doloso, cujo ressarcimento pode apenas</p><p>atenuar a pena (atenuante genérico - art. 72, III, CPM).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>O bem objeto do crime de peculato deve ser público ou, se particular, este</p><p>deve estar sob a guarda da Administração Militar (ex: objeto apreendido no</p><p>BO; cedido por empréstimo à Administração Militar, etc).</p><p>Caso contrário configurará um crime contra o patrimônio (ex: militar que</p><p>subtrai uma barra de chocolate em um supermercado durante atendimento de</p><p>ocorrência no local = furto).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 304 – PECULATO MEDIANTE APROVEITAMENTO DE ERRO</p><p>DE OUTREM</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: O Funcionário Público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: A Instituição Militar e eventualmente o particular.</p><p>Aspecto subjetivo: Dolo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>- Conhecido como peculato-estelionato.</p><p>- O erro deve ser espontâneo, se o militar provocar o erro será o crime de</p><p>estelionato (art.251,CPM).</p><p>- O erro, que é da essência do tipo penal em estudo, pode versar sobre a</p><p>coisa que é entregue ao funcionário; sobre pessoa a quem se faz a entrega; e</p><p>sobre a obrigação que dá origem à entrega.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 305 – CONCUSSÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário Público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar e, secundariamente, a pessoa</p><p>extorquida.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>O Autor irá exigir a vantagem indevida em razão da função. Exigir é intimar,</p><p>impor como obrigação, podendo ser a referida ação ostensiva ou velada.</p><p>Trata-se de um crime formal, não sendo necessário o recebimento da</p><p>vantagem, sendo consumado no momento da exigência, bem como não se</p><p>admitindo a tentativa.</p><p>A pessoa que entrega a vantagem indevida não comete crime algum, pois</p><p>estava sob coação moral irresistível.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>“EXIGIR VANTAGEM INDEVIDA”</p><p>A doutrina discute a respeito da necessidade dessa vantagem ser</p><p>necessariamente econômica ou não.</p><p>Referindo-se a lei, porém, a qualquer vantagem e não sendo a concussão</p><p>crime patrimonial, entendemos que a vantagem pode ser expressa por</p><p>dinheiro ou qualquer outra utilidade, seja ou não de ordem patrimonial,</p><p>proporcionando um lucro ou proveito.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo: Apelação Criminal n.5.354/04</p><p>(Feito n. 37.547/04, 4 a Auditoria, j. em 26-10-2006, rel. Juiz Cel. PM Clovis Santinon):</p><p>“Policiais militares, ao realizar abordagem de condutor de motocicleta, constatam</p><p>várias transgressões à legislação de trânsito, tais como: falta de habilitação,</p><p>inexistência de documentos do veículo, ausência de capacete pelos usuários.</p><p>Exigência de vantagem indevida em razão da função pública para liberação do civil,</p><p>comprovada por convincentes declarações da vítima e testemunhas a alicerçar o farto</p><p>conjunto probatório, capaz de embasar a condenação por delito tipificado no artigo 305</p><p>do CPM”.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>CPM</p><p>Corrupção passiva</p><p>Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou</p><p>antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal</p><p>vantagem:</p><p>Pena - reclusão, de dois a oito anos.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o</p><p>agente retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever</p><p>funcional.</p><p>Diminuição de pena</p><p>§ 2º Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com infração de dever</p><p>funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:</p><p>Pena - detenção, de três meses a um ano.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 308 – CORRUPÇÃO PASSIVA</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário Público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>1. Nexo com a função: tem que ter nexo com a função – se não tiver será</p><p>art. 251 (estelionato).</p><p>2. E se o militar “solicitar” vantagem indevida? Segundo entendimento do</p><p>TJMMG, a solicitação por parte de um militar é uma exigência velada,</p><p>amoldando sua conduta ao art. 305 do CPM.</p><p>3. Corrupção passiva privilegiada (§ 2º): quando o militar atende a um</p><p>mero pedido, sem receber qualquer vantagem. Difere da prevaricação (art.</p><p>319), pois, aqui não há interesse ou sentimento pessoal.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Classifica a doutrina como corrupção própria a solicitação, recebimento</p><p>ou aceitação de promessa de vantagem indevida para a prática de ato</p><p>ilícito, contrário aos deveres funcionais, bem como de corrupção</p><p>imprópria, quando a prática se refere a ato lícito, inerente aos deveres</p><p>impostos pelo cargo ou função.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>CORRUPÇÃO PASSIVA SEM CORRUPÇÃO ATIVA</p><p>A corrupção ativa demanda o oferecimento ou a promessa de vantagem</p><p>indevida para que o funcionário faça ou deixe de fazer algo. Logo, a pessoa</p><p>que fornece a vantagem indevida pode estar preparando o funcionário para</p><p>que, um dia, dele necessitando, solicite algo, mas nada pretenda no</p><p>momento da entrega do mimo. Ou, ainda, pode presentear o funcionário,</p><p>após ter este realizado um ato de ofício. Cuida-se de corrupção passiva do</p><p>mesmo modo, pois fere a moralidade administrativa, sem que se possa</p><p>sustentar (por ausência de elementos típicos) a ocorrência da corrupção</p><p>ativa.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>CORRUPÇÃO ATIVA /PASSIVA</p><p>Graduado que, na condição de Sargenteante, privilegia Soldado com escala</p><p>de serviço mais amena, recebendo em troca um aparelho de telefone celular,</p><p>incidindo nas penas do art. 308 do CPM (corrupção passiva). De outra parte,</p><p>o Soldado que deu o telefone está incurso nas penas do art. 309 do mesmo</p><p>Diploma Sancionador, pela prática de corrupção ativa. Aflora-se patente a</p><p>prescrição da pretensão punitiva, em relação ao segundo denunciado.</p><p>Recursos improvidos. Decisão uniforme.</p><p>(STM - Apelfo: 49310 PE 2003.01.049310-7, Relator: HENRIQUE MARINI E</p><p>SOUZA, Data de Julgamento: 22/06/2004, Data de Publicação: Data da</p><p>Publicação: 25/08/2004 Vol: Veículo:).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>CPM</p><p>Corrupção ativa</p><p>Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a prática,</p><p>omissão ou retardamento de ato funcional:</p><p>Pena - reclusão, até oito anos.</p><p>Aumento de pena</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada de um têrço, se, em razão da</p><p>vantagem, dádiva ou promessa, é retardado ou omitido o ato, ou praticado com</p><p>infração de dever funcional.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 309 – CORRUPÇÃO ATIVA</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>1. Quando ocorre o crime? Se um civil oferecer dinheiro ao militar estadual</p><p>será crime comum. Se oferecer para militar das Forças Armadas, será crime</p><p>militar.</p><p>2. Sujeito ativo: qualquer pessoa que dá, oferece ou promete dinheiro ou</p><p>vantagem indevida. O servidor público, também pode ser sujeito ativo, desde</p><p>que esteja agindo como particular e despido de sua qualidade funcional</p><p>3. Observações:</p><p>- Existe corrupção ativa sem que ocorra a passiva? Sim, nas condutas de dar</p><p>e oferecer.</p><p>- E vive-versa? Não, corrupção passiva é crime de mão dupla, para que haja</p><p>um corrompido é necessário um corruptor.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>O atual tipo penal militar tem redação mais ampla, pois prevê, além da figura</p><p>do oferecer e prometer, também a figura do dar, não só vantagem indevida,</p><p>mas também dinheiro, expressões estas que não constam da lei penal</p><p>comum.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 311 – FALSIDADE DOCUMENTAL (MATERIAL)</p><p>Bem jurídico tutelado: Administração Militar</p><p>Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Neste tipo penal falsificar está empregado no sentido de criar, constar aquilo</p><p>que não existe. A criação pode ser total ou parcial. Alterar significa modificar o</p><p>que já existe, para provar o que não é verdade. Condição,</p><p>prejuízo para a</p><p>administração ou serviço militar.</p><p>A falsificação tem que ser idônea a iludir terceiro. Se é grosseira, perceptível à</p><p>primeira vista, inexiste o delito. Pode haver estelionato (art. 251).</p><p>Falsifica-se a materialidade gráfica, visível do documento (ex.: assinatura, foto,</p><p>modifica a estrutura do documento).</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>CPM</p><p>Falsidade ideológica</p><p>Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia</p><p>constar, ou nêle inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser</p><p>escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sôbre fato</p><p>jurìdicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço</p><p>militar:</p><p>Pena - reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos,</p><p>se o documento é particular.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 312 – FALSIDADE IDEOLÓGICA</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário público, salvo, na modalidade fazer inserir que pode</p><p>ser qualquer pessoa (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Na falsidade ideológica, o documento é autêntico em seus requisitos extrínsecos</p><p>(em sua forma), e emana realmente da pessoa que nele figura como seu autor ou</p><p>signatário, mas seu conteúdo é falso. Ou seja, o documento é verdadeiro quanto à</p><p>forma, mas falso quanto à ideia nele existente. É por isso que se diz “falsidade</p><p>ideológica”.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 319 – PREVARICAÇÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Interesse ou sentimento pessoal: amizade ou inimizade. Obs: não há pedido, exigência ou</p><p>oferta anterior.</p><p>Formas:</p><p>a) omissiva: “retardar ou deixar de praticar”;</p><p>b) comissiva: “praticá-lo contra expressa disposição de lei”.</p><p>“Ato de ofício”: tem que ser no âmbito de atribuição do militar.</p><p>“Indevidamente”: tem que haver lei que obrigue o praticar</p><p>Crime doloso: se for por culpa poderá ser ato de improbidade administrativa ( art. 11, Lei</p><p>8429/92) ou art. 322 conforme o caso.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 322 – CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime pode ser doloso ou culposo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>É crime que só pode ser cometido pelo superior hierárquico em relação ao seu</p><p>subordinado infrator. O superior nesse caso tem competência para punir o</p><p>subordinado (ex.: comandante da Companhia em relação aos integrantes de sua</p><p>subunidade). Já quando o superior não tem competência para punir o</p><p>subordinado, deve informar imediatamente à autoridade competente para a</p><p>punição, sob pena de cometer o crime do art. 322.</p><p>Formas:</p><p>a) dolosa (“indulgência”): tolerância, brandura, clemência;</p><p>b) culposa (“negligência”): é o desleixo, descuido, desatenção, preguiça.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 324 – INOBSERVÂNCIA DE LEI, REGULAMENTO OU INSTRUÇÃO</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime pode ser doloso ou culposo.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Exige uma norma complementadora (Lei, Regulamento ou Instrução). Existem</p><p>algumas críticas a este delito, por ser uma tipo penal muito aberto ao prever que a</p><p>inobservância de (qualquer) lei, regulamento ou instrução poderia ser enquadrar</p><p>no crime.</p><p>Contudo, somente ocorrerá o crime em tela quando a norma complementadora</p><p>não trouxer a previsão de pena para o seu descumprimento.</p><p>É necessário que o fato atente contra a administração ou serviço militar (cause</p><p>prejuízo). Ex: o ordenador de despesas do quartel compra materiais para a</p><p>construção da sauna da Unidade, sem realizar a licitação.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>ART. 326 – VIOLAÇÃO DE SIGILO PROFISSIONAL</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Funcionário público (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO MILITAR</p><p>Revelar:</p><p>Divulgar, propalar.</p><p>Facilitar a revelação:</p><p>Dar condições para que outra pessoa venha a divulgar.</p><p>Exemplos:</p><p>Escrivão de IPM que divulga dados sigilosos. Instrutor do CFS que divulga</p><p>questões de prova.</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>STM:</p><p>STM - Justiça Militar condena acusados de corrupção em mais de</p><p>600 registros de embarcações em Capitania dos Portos</p><p>Acesso em:</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>https://www.stm.jus.br/informacao/agencia-de-noticias/item/9963-justica-militar-</p><p>condena-cinco-acusados-de-corrupcao-em-registro-de-embarcacoes-na-</p><p>capitania-dos-portos-de-sao-paulo</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal Militar.</p><p>5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 Dos crimes contra a Administração da Justiça Militar</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>CRIME MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A</p><p>ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR</p><p>ART. 343 – DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA</p><p>Bem jurídico tutelado: A Administração Militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar ou Civil (crime militar impróprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar e o militar caluniado.</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR</p><p>⚫O crime imputado tem que ser sujeito a jurisdição militar.</p><p>⚫Certeza de falsidade da afirmação.</p><p>⚫Instauração de IPM ou Processo Judicial Militar.</p><p>⚫Fim especial de agir – Favorecer interesse próprio ou alheio</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>Artigo:</p><p>A situação jurídica do oficial da reserva não</p><p>remunerada: status de civil, a quem a lei concedeu</p><p>uma patente militar?</p><p>acesso em:</p><p>https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/44731/a-</p><p>situacao-juridica-do-oficial-da-reserva-nao-remunerada-status-</p><p>de-civil-a-quem-a-lei-concedeu-uma-patente-militar</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal Militar.</p><p>5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>não cita</p><p>idade/60 anos praça)</p><p>§ 2º – Militar da reserva é o que, tendo prestado serviço na ativa, passa à situação de</p><p>inatividade. (Limite de até 65 anos/QOS 70 anos)</p><p>§ 3º – Reformado é o militar desobrigado definitivamente do serviço.</p><p>EQUIPARAÇÃO A MILITAR DA ATIVA</p><p>Reconvocado: EMEMG: Art.136, § 2º – O militar da reserva remunerada poderá</p><p>ser designado para o serviço ativo, em caráter transitório e mediante aceitação</p><p>voluntária, a juízo do Governador do Estado, para atender a necessidade</p><p>especial relacionada com as atividades da Polícia Militar do Estado de Minas</p><p>Gerais – PMMG -, segundo dispuser regulamentação específica. (Parágrafo com</p><p>redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 50, de 13/1/1998.) [...]</p><p>§ 15 – Em caso de grave perturbação da ordem pública, de situação de</p><p>emergência ou de estado de calamidade pública, o militar da reserva</p><p>remunerada poderá ser convocado compulsoriamente, por ato do Comandante-</p><p>Geral, para o serviço ativo em sua respectiva instituição militar, nos termos de</p><p>regulamentação específica. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei</p><p>Complementar nº 153, de 2/4/2020).</p><p>EQUIPARAÇÃO A MILITAR DA ATIVA</p><p>CPM</p><p>Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as</p><p>responsabilidades e prerrogativas do pôsto ou graduação, para o efeito</p><p>da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra êle é praticado</p><p>crime militar.</p><p>EQUIPARAÇÃO A MILITAR DA ATIVA</p><p>CPPM</p><p>Art. 73. O acusado que fôr oficial ou graduado não perderá, embora sujeito à</p><p>disciplina judiciária, as prerrogativas do pôsto ou graduação. Se prêso ou</p><p>compelido a apresentar-se em juízo, por ordem da autoridade judiciária, será</p><p>acompanhado por militar de hierarquia superior a sua.</p><p>Parágrafo único. Em se tratando de praça que não tiver graduação, será</p><p>escoltada por graduado ou por praça mais antiga.</p><p>EQUIPARAÇÃO A MILITAR DA ATIVA</p><p>RESERVA NÃO REMUNERADA: Pessoa que já integrou uma</p><p>Corporação militar, porém não pertence mais a ela por motivos</p><p>específicos (pedido de baixa, exoneração, exclusão ou término da</p><p>convocação).</p><p>É considerado Civil para toda e qualquer hipótese de aplicação do</p><p>direito penal militar.</p><p>Poderá responder eventualmente perante a Justiça Militar por fato</p><p>praticado quando ainda era militar (tempo do crime).</p><p>MILITAR DA RESERVA OU REFORMADO</p><p>Art. 22, CPM: É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código,</p><p>qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às</p><p>forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeito à disciplina</p><p>militar</p><p>CR/ 88 CR/ 88</p><p>Art. 42 Os membros das Polícias Militares</p><p>e Corpos de Bombeiros Militares,</p><p>instituições organizadas com base na</p><p>hierarquia e disciplina, são militares dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Territórios. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 18, de 1998)</p><p>Art. 144. [...]</p><p>§ 6º As polícias militares e corpos de</p><p>bombeiros militares, forças auxiliares e</p><p>reserva do Exército, subordinam-se,</p><p>juntamente com as polícias civis, aos</p><p>Governadores dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Territórios.</p><p>PESSOA CONSIDERADA MILITAR</p><p>ENTENDIMENTO DE CÍCERO NEVES: Em alguns casos o tipo penal na Parte</p><p>Especial restringe a sujeição ativa a ponto de excluir o inativo. Assim o caso dos</p><p>crimes que possuam a palavra “militar” grafada no tipo penal, como a deserção do art.</p><p>187 do CPM, que por interpretação do art. 22 do CPM, refere-se apenas ao militar da</p><p>ativa, podendo apenas o inativo figurar como sujeito ativo nos casos de concurso de</p><p>pessoas (art. 53, § 1o, do CPM), ou quando equiparado a militar da ativa (art. 12 do</p><p>CPM). Também se afiguram nesse caso os crimes que possuam a palavra</p><p>“comandante”, como o caso do crime de omissão de socorro (art. 201 do CPM), já que</p><p>o inativo não pode estar no desempenho de comando.</p><p>PESSOA CONSIDERADA MILITAR</p><p>Infrações disciplinares</p><p>Art. 19. CPM. Êste Código não compreende as infrações dos regulamentos</p><p>disciplinares</p><p>CRIME MILITAR X TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR</p><p>CONCEITO DE SUPERIOR PARA O CPM</p><p>CONCEITO DE SUPERIOR PARA O CPM</p><p>CONCEITO DE SUPERIOR PARA O CPM</p><p>Art. 24 do CPM: O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre</p><p>outro de igual posto ou graduação, considera-se superior para efeito da</p><p>aplicação da lei penal militar.</p><p>CONCEITO DE SUPERIOR PARA O CPM</p><p>O CPM adota duas espécies de superioridade para fins de aplicação da lei penal</p><p>militar, a hierárquica (vertical) e a funcional (horizontal):</p><p>- VERTICAL: É a que decorre da subordinação da escala hierárquica entre os</p><p>diversos postos e graduações: Sgt é superior ao Sd etc.</p><p>- HORIZONTAL: Ocorre quando os envolvidos estão no mesmo posto ou</p><p>graduação, porém a função exercida por um deles, na relação específica de</p><p>trabalho, lhe confere autoridade sobre o outro.</p><p>CONCEITO DE SUPERIOR PARA O CPM</p><p>Ex: Dois Tenentes trabalham em uma mesma Companhia. Um deles é</p><p>designado formalmente como Comandante desta Cia. O Cmt de Cia, neste</p><p>caso, será considerado SUPERIOR ao outro Tenente para fins de direito</p><p>penal militar, ainda que, nas normas administrativas seja mais moderno.</p><p>CONCEITO DE SUPERIOR PARA O CPM</p><p>ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME</p><p>Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:</p><p>I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;</p><p>II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou</p><p>de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em</p><p>repulsa a agressão.</p><p>Ex: Desacato a Superior (Art. 298 CPM) X Desacato a Militar (Art. 299 CPM)</p><p>– prevalece o segundo delito se o infrator não sabia da condição de superior</p><p>do militar desacatado.</p><p>ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME</p><p>Crime Militar é aquele que o CPM diz que é – enumera no art. 9º.</p><p>- Prevalece a definição ratione legis em razão da CRFB art. 5°, LXI, 124 e 125, §</p><p>4°, prevê crimes militares e propriamente militares definidos em lei.</p><p>- Apesar da explicitação constitucional não há nenhuma definição de crime</p><p>militar quer seja na CRFB/88, quer seja na legislação penal castrense (CPM ou</p><p>CPPM).</p><p>- (ASSIS, 2013, p. 44) define: “Crime Militar – é toda violação acentuada ao</p><p>dever militar e aos valores das instituições militares.”</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Conceito Jurídico de Crime</p><p>➢Formal: Crime é toda conduta que colide com a lei vigente num Estado.</p><p>➢Material: Crime é toda conduta que viola os bens juridicamente tutelados</p><p>numa sociedade.</p><p>➢ Analítico: Crime é todo fato típico, antijurídico/ilícito e culpável.</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>Teoria Bipartida: “crime” é fato típico + fato antijurídico</p><p>Teoria Tripartida: “crime” é fato típico + fato antijurídico + agente culpável</p><p>http://www.novabrasilfm.com.br/ao-vivo/audio.php</p><p>Crime Militar = Crime + Art. 9º CPM + Art. 124 e 125 da CF (Competência)</p><p>DIREITO PENAL MILITAR</p><p>FATO TÍPICO</p><p>a) Conduta dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva.</p><p>b) Resultado.</p><p>c) Nexo de causalidade.</p><p>d) Tipicidade.</p><p>AUSÊNCIA DE CONDUTA</p><p>Se o agente não atua dolosa ou culposamente, não há ação. Isso pode ocorrer</p><p>nos casos de :</p><p>Ex: Uma pessoa que está sendo arrastada pelo vento esbarra fortemente em</p><p>outra, causando-lhe lesões corporais. Não podemos imputar-lhe, a título de dolo</p><p>ou culpa, o resultado causado. Força irresistível proveniente da natureza (caso</p><p>fortuito).</p><p>Ex: Agente é jogado de encontro a outras pessoas por terceiros causando lesões</p><p>corporais. Força irresistível proveniente de terceiro (força maior).</p><p>AUSÊNCIA DE CONDUTA</p><p>Ex: Ao colocar o fio do aparelho de som em uma tomada, alguém recebe uma</p><p>descarga elétrica e, num efeito reflexo, movimenta seu corpo e atinge outra</p><p>pessoa, causando-lhe lesões. Movimentos Reflexos.</p><p>Ex: Agente coloca a sua mão sobre a mão de terceiro e aciona o gatilho de uma</p><p>arma, vindo o disparo a atingir determinada pessoa. Coação Física.</p><p>RESULTADO</p><p>CRIME IMPOSSÍVEL</p><p>Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta</p><p>impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime,</p><p>nenhuma pena é</p><p>aplicável.</p><p>Ex.1: Sd “A” tenta disparar contra Sgt “B”, utilizando uma arma sem percussor. Nesse caso, a</p><p>falta de percussor impede o seu funcionamento da arma de fogo(ABSOLUTA INEFICÁCIA DO</p><p>MEIO). Ex.2: Sgt “A”, durante cumprimento de MBA, avista um cachorro deitado na porta da</p><p>casa e desfere um tiro contra o animal, que já se encontrava morto no local. (ABSOLUTA</p><p>IMPROPRIEDADE DO OBJETO.)</p><p>NEXO CAUSAL</p><p>Relação de causa e efeito entre a conduta e o resultado. Somente poderá</p><p>responder por determinado resultado aquela pessoa que, de forma dolosa ou</p><p>culposa, lhe tenha dado causa.</p><p>NEXO CAUSAL</p><p>CPM</p><p>Relação de causalidade</p><p>Art. 29. [...] § 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui</p><p>a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores,</p><p>imputam-se, entretanto, a quem os praticou.</p><p>Ex.: “A” é baleado por “B”, porém, durante o socorro, a ambulância capota e mata “B”</p><p>esmagado. Nesse caso, “A” não pode ser responsabilizado pela morte de “B”, mas</p><p>responderá pela tentativa.</p><p>Causalidade ADEQUADA: O art. 29 do CPM acolheu,</p><p>também, excepcionalmente, a teoria da causalidade</p><p>adequada (§ 1.º).</p><p>NEXO CAUSAL</p><p>CPM</p><p>Relação de causalidade</p><p>Art. 29. [...] § 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia</p><p>agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação</p><p>de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a</p><p>responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior,</p><p>criou o risco de sua superveniência.</p><p>A omissão do policial militar poderá, em várias circunstâncias, significar a</p><p>autoria, com base na omissão penalmente relevante, de crime comissivo, e não</p><p>simplesmente em prevaricação, comprovando-se o sentimento pessoal.</p><p>TIPICIDADE</p><p>É subsunção perfeita da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato</p><p>previsto na lei Penal. Essa adequação deve ser perfeita pois caso contrário o</p><p>fato será considerado atípico.</p><p>RESUMO</p><p>FATO TÍPICO</p><p>CONDUTA RESULTADO NEXO DE CAUSALIDADE TIPICIDADE</p><p>Ação (fazer) ou omissão</p><p>(deixar de fazer) humana.</p><p>Pode ser excluída quando</p><p>existe a coação física</p><p>irresistível, caso fortuito ou</p><p>força maior (ausência de dolo</p><p>ou de culpa).</p><p>Modificação exterior</p><p>provocada pela conduta ou</p><p>que fira a legislação.</p><p>Art. 29 CPM/69. Teoria da</p><p>Equivalência dos antecedentes</p><p>causais</p><p>(conditio sine qua non).</p><p>Ajuste da conduta ao tipo</p><p>penal. Perfeita adequação da</p><p>conduta ao(s) verbo(s)</p><p>descrito(s) no núcleo do tipo</p><p>penal.</p><p>CONSUMAÇÃO E TENTATIVA</p><p>TENTATIVA ABANDONADA</p><p>CPM:</p><p>Desistência voluntária e arrependimento eficaz</p><p>Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede</p><p>que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.</p><p>TENTATIVA ABANDONADA</p><p>DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA</p><p>Ocorre quando o agente interrompe o processo executório, voluntariamente,</p><p>impedindo a consumação do crime. Neste caso, não há o esgotamento do</p><p>processo executório, ou seja, a tentativa é IMPERFEITA.</p><p>ARREPENDIMENTO EFICAZ</p><p>Ocorre após a prática de toda a execução, quando o agente pratica nova</p><p>ação, com o objetivo de impedir a produção do resultado. Neste caso, há o</p><p>esgotamento do processo executório, ou seja, a tentativa é PERFEITA.</p><p>ARREPENDIMENTO POSTERIOR</p><p>ITER CRIMINIS</p><p>CRIME MILITAR</p><p>EXCLUDENTES DE ILICITUDE</p><p>EXCLUDENTES DE ILICITUDE</p><p>O Conceito de Licitude é encontrado através do critério da exclusão. Assim, será</p><p>lícita a conduta, quando o agente agir amparado por uma excludente de ilicitude.</p><p>Excluída a ilicitude não haverá crime.</p><p>As Causas Excludentes da Ilicitude são a Legítima Defesa, o Estado de</p><p>Necessidade, o Estrito Cumprimento do Dever Legal e o Exercício Regular do</p><p>Direito e estão previstas no artigo 23 do CP e Artigo 42 do CPM.</p><p>EXCLUDENTES DE ILICITUDE</p><p>CP CPM</p><p>Exclusão de ilicitude</p><p>Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:</p><p>I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº</p><p>7.209, de 11.7.1984)</p><p>II - em legítima defesa;</p><p>III - em estrito cumprimento de dever legal ou no</p><p>exercício regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209,</p><p>de 11.7.1984).</p><p>Excesso punível</p><p>Parágrafo único - O agente, em qualquer das</p><p>hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso</p><p>doloso ou culposo.(Incluído pela Lei nº 7.209, de</p><p>11.7.1984)</p><p>Exclusão de crime</p><p>Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:</p><p>I - em estado de necessidade;</p><p>II - em legítima defesa;</p><p>III - em estrito cumprimento do dever legal;</p><p>IV - em exercício regular de direito.</p><p>Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o</p><p>comandante de navio, aeronave ou praça de guerra,</p><p>na iminência de perigo ou grave calamidade, compele</p><p>os subalternos, por meios violentos, a executar</p><p>serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade</p><p>ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a</p><p>rendição, a revolta ou o saque.</p><p>ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>PONDERAÇÃO DE VALORES ENTRE BENS JURÍDICOS: O CPM adotou a</p><p>teoria diferenciadora enquanto o CP comum adotou a teoria unitária.</p><p>DIFERENCIADORA: Diferencia o estado de necessidade justificante do</p><p>exculpante.</p><p>EXCULPANTE: O bem jurídico sacrificado é de IGUAL ou MAIOR valor que o</p><p>preservado. Exclui a culpabilidade.</p><p>JUSTIFICANTE: O bem jurídico sacrificado é de menor valor que o preservado.</p><p>Exclui a ilicitude</p><p>ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>Requisitos:</p><p>➢ O perigo deve ser atual e inevitável. Se houver possibilidade de fuga pelo</p><p>agente, o estado de necessidade fica prejudicado.</p><p>➢ O perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio.</p><p>➢ A situação de perigo não pode ter sido causada voluntariamente pelo agente.</p><p>Não se pode haver intencionalidade na provocação do perigo.</p><p>➢ Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo. Quem exerce atividade</p><p>tipicamente perigosa, não pode alegar estado de necessidade.</p><p>ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>Requisitos:</p><p>➢ Inevitabilidade da conduta. Não pode haver outro meio disponível para se</p><p>evitar o perigo.</p><p>➢ Irrazoabilidade do sacrifício. O bem sacrificado deve ser de menor valor. Ex:</p><p>patrimônio e vida.</p><p>➢ Conhecimento da situação justificante.</p><p>ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>Exemplos:</p><p>❖A destruição de um tabique de madeira do vizinho, para deter um incêndio;</p><p>❖A destruição de mercadoria de aeronave para salvar tripulantes;</p><p>❖ Invasão de domicílio para escapar de furacão ou inundação;</p><p>❖ Invasão de domicílio para escapar de assalto.</p><p>ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>O policial não poderá invocar o estado de necessidade quando o perigo for</p><p>enfrentável, em face de sua obrigação legal de enfrentar o perigo.</p><p>Um bombeiro, alegando estado de necessidade, não pode deixar de salvar pessoas</p><p>que estão num prédio em chamas. Obs: Quando o socorro às vítimas é impossível,</p><p>não se pode exigir que o bombeiro se sacrifique.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>CP CPM</p><p>Legítima defesa</p><p>Art.25 - Entende-se em legítima defesa</p><p>quem, usando moderadamente dos meios</p><p>necessários, repele injusta agressão, atual ou</p><p>iminente, a direito seu ou de outrem.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 7.209, de</p><p>11.7.1984)</p><p>Legítima defesa</p><p>Art.44. Entende-se em legítima defesa quem,</p><p>usando moderadamente dos meios</p><p>necessários, repele injusta agressão, atual ou</p><p>iminente, a direito seu ou de outrem.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Requisitos:</p><p>Agressão injusta: É a agressão que não está protegida por uma norma jurídica, ou</p><p>seja, que não fora autorizada.</p><p>Agressão atual ou iminente: Deve estar acontecendo (atual) ou prestes a acontecer</p><p>(iminente).</p><p>Proteção de direito próprio ou alheio: Se o repelente da agressão é o próprio titular do</p><p>bem jurídico atacado dá-se o nome de “legítima defesa própria”. Se o agente</p><p>protege interesses de outrem chama-se “legítima defesa de terceiros”.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Meios necessários: São aqueles suficientes e indispensáveis para o exercício eficaz</p><p>da defesa. Havendo mais de um meio disponível, o agente deve escolher aquele</p><p>que produz menor dano. Não havendo outros meios, será considerado necessário o</p><p>único disponível, devendo, contudo, ser usado com moderação.</p><p>Uso moderado: Os meios necessários</p><p>devem ser usados sem abuso, com</p><p>moderação, sem excesso. Ex: atirar num menino de 8 anos que está tentando furtar</p><p>maçãs de uma árvore num sítio é totalmente imoderado.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Legítima Defesa Putativa</p><p>Ocorre quando o agente julga erroneamente estar sob a proteção da excludente de</p><p>ilicitude. Exemplo: O policial aborda alguém que, instado a ficar parado e com as</p><p>mãos suspensas, efetua movimento brusco para retirar os documento e exibi-los</p><p>àquele.</p><p>O PM supondo que o indivíduo abordado irá sacar uma arma, efetua-lhe um disparo</p><p>para conter suposta injusta agressão.</p><p>Se provada tal circunstância, haverá Erro de Fato, previsto no Art. 36 do CPM, que</p><p>afasta a culpabilidade.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Excesso na Legítima Defesa</p><p>É a intensificação desnecessária de uma conduta inicialmente justificada.</p><p>O excesso sempre pressupõe um início de uma situação justificante. A</p><p>princípio, o agente estava agindo coberto por uma excludente de ilicitude,</p><p>mas, em seguida, a extrapola.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Tipos de Excesso:</p><p>Excesso doloso ou intencional: Afasta a caracterização da legítima</p><p>defesa. O agente responde pelo crime doloso.</p><p>Exemplo: Um policial, diante de um agressor desarmado e</p><p>embriagado, ao invés de usar a força física contra ele, desfere de</p><p>imediato tiros de revólver. Ele irá responder por homicídio doloso.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Tipos de Excesso:</p><p>Excesso Culposo: É o excesso que ocorre da inobservância do cuidado</p><p>objetivo necessário ou da escolha errada dos meios necessários.</p><p>Desclassifica o delito praticado para a modalidade culposa.</p><p>Exemplo: O PM, diante da situação fática, desfere maior número de tiros</p><p>que o necessário para conter o agressor que também o agredia com</p><p>arma de fogo.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>Observação: A possibilidade de fuga não afasta a legítima defesa. A Lei</p><p>não obriga o indivíduo a fugir e nem a tolerar o injusto. O mesmo não se</p><p>pode afirmar com relação ao Estado de Necessidade que tem, como um</p><p>dos seus requisitos, a inevitabilidade do perigo por outro meio.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA</p><p>➢ O agente tem que ter a intenção de agir em legítima defesa, caso contrário,</p><p>não incidirá o instituto.</p><p>➢ Legítima defesa recíproca – impossibilidade. Somente um agente pode</p><p>estar agindo em legítima defesa. Exceto se um estiver agindo em legítima</p><p>defesa putativa (pensou que iria ser agredido).</p><p>➢ Legítima defesa sucessiva – possibilidade – origina-se do excesso da</p><p>legítima defesa.</p><p>➢ Legítima defesa contra inimputável: possível.</p><p>LEGÍTIMA DEFESA/ESTADO DE NECESSIDADE</p><p>ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL</p><p>(art. 23,III, CP e art. 42, III, CPM): Dirigido somente ao agente público, pois é</p><p>preciso que haja um dever legal imposto ao agente. Age amparado pela lei, pelo</p><p>cumprimento da lei ou de ordem da Administração Pública.</p><p>ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL</p><p>Ex.: cumprimento de mandado de busca e apreensão; busca pessoal; prisão em</p><p>flagrante pelo policial; prisão militar de insubmisso ou desertor; uso diferenciado da</p><p>força pela polícia para prender alguém em flagrante delito ou em virtude de</p><p>mandado; o ingresso em casa alheia por agentes sanitários por questões de saúde</p><p>pública, etc.</p><p>Obs: O excesso por parte do agente, nestes casos, pode constituir um crime de</p><p>abuso de autoridade.</p><p>EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO</p><p>Art.23, III, CP, e art. 42, IV, CPM: Consiste na atuação do agente dentro dos limites</p><p>conferidos pelo ordenamento legal. O sujeito não comete crime por estar</p><p>exercitando uma prerrogativa a ele conferida pela lei.</p><p>EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO</p><p>Exemplos: Médico em uma intervenção cirúrgica (desde que haja consentimento</p><p>do paciente ou de seu representante legal); lesões esportivas, desde que</p><p>respeitadas as regras do esporte; defesa da posse de uma propriedade, Asilo</p><p>inviolável Art 5º, XI da CF, direito de greve.</p><p>EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO</p><p>Ofendículos: São aparatos visíveis destinados à defesa da propriedade ou de</p><p>qualquer outro bem jurídico. Exemplos: pontas-de-lança em portão, cacos de vidro</p><p>em cima de um muro, tela elétrica com aviso e colocada em altura razoável.</p><p>O uso dos ofendículos é lícito, desde que não coloquem em risco pessoas não</p><p>agressoras.</p><p>Tratam-se de legítima defesa ou exercício regular de direito? Pode-se dizer que sua</p><p>instalação é um exercício regular de direito, mas quando atuam, trata-se de legítima</p><p>defesa.</p><p>EXCESSO CULPOSO</p><p>Excesso culposo</p><p>Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede</p><p>culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a</p><p>título de culpa.</p><p>Excesso escusável</p><p>Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou</p><p>perturbação de ânimo, em face da situação.</p><p>CONSENTIMENTO DO OFENDIDO</p><p>O consentimento do ofendido não possui previsão legal na legislação penal, seja</p><p>comum ou militar, contudo, tem sido considerado pela doutrina e jurisprudência</p><p>como uma causa supralegal de exclusão de ilicitude e, também, de tipicidade, a</p><p>depender do tipo penal em que incidir. Comumente é utilizado pelo policial na</p><p>atividade operacional.</p><p>•Requisitos: agente com capacidade para consentir; bem disponível; consentimento</p><p>anterior à conduta do agente.</p><p>•Ex.: morador autoriza policial a adentrar em sua residência para realização de</p><p>busca domiciliar, sem estar munido de mandado judicial.</p><p>CONSENTIMENTO DO OFENDIDO</p><p>Consentimento do Ofendido no Direito Penal Militar: há divergência doutrinária</p><p>sobre sua aplicação ou não.</p><p>Para Jorge Cesar de Assis: o consentimento após a prática do ato penal, não o</p><p>desnuda, mas pode impedir a ação penal quando esta dependa de iniciativa da</p><p>vítima, o que não se aplica ao processo penal militar, em que a ação é sempre</p><p>pública.</p><p>RESUMO</p><p>RESUMO</p><p>ANTIJURÍDICO OU ILÍCITO (ART. 42 CPM/69)</p><p>Parágrafo Único. Comandante de embarcação, unidade ou aeronave de guerra, usa meios violentos para impelir</p><p>ação que se prove necessária para a evitar situação de perigo ou grave calamidade. Deve evitar o desânimo, o</p><p>terror, a desordem, a rendição, a revolta e o saque.</p><p>Assinala Jorge César de Assis que a presente excludente só se encontra no rol das situações justificantes em</p><p>tempos de guerra, no teatro de operações, mas em tempos de paz, limita-se à aeronave e embarcação, excluindo</p><p>qualquer outra hipótese.</p><p>Não há consenso sobre esse posicionamento.</p><p>Meios violentos: força física. A ofensa moral não caracteriza meios violentos</p><p>Desânimo Terror Desordem Rendição Revolta Saque</p><p>Apatia diante da</p><p>calamidade ou do perigo</p><p>Pavor generalizado que</p><p>leva à inação.</p><p>Ausência de ações</p><p>concatenadas com o fim</p><p>comum.</p><p>Entregar-se ao inimigo. Art. 149, CPM/69</p><p>Tomar para si ou para</p><p>outrem, objetos, por</p><p>meio de violência.</p><p>PRÁTICA POLICIAL</p><p>Contudo, mesmo que durante o atendimento da ocorrência esteja claro que o</p><p>autor agiu amparado por qualquer situação que exclua o crime, sendo a sua</p><p>conduta típica, deverá o militar efetuar a prisão e circunstanciar no histórico do</p><p>B.O a situação excludente.</p><p>Não estando presentes os três elementos (tipicidade, antijuridicidade e</p><p>culpabilidade) não haverá crime. Por exemplo: se um cidadão mata outro em</p><p>legítima defesa, em que pese sua conduta ser típica não será ilícita, desta</p><p>forma, não constituirá crime.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CULPABILIDADE</p><p>CULPABILIDADE</p><p>É o juízo de reprovabilidade que recaí sobre a conduta do agente,</p><p>evidenciando ser ou não possível a aplicação de pena ao autor. Isso</p><p>porque, para justificar a imposição de uma sanção não é suficiente que o</p><p>autor tenha agido típica e antijuridicamente. É preciso que a conduta seja</p><p>reprovável.</p><p>CULPABILIDADE</p><p>Requisitos da Culpabilidade:</p><p>1- Imputabilidade</p><p>2- Potencial Consciência da Ilicitude</p><p>3- Exigibilidade de Conduta Diversa</p><p>IMPUTABILIDADE</p><p>CPM</p><p>Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a capacidade</p><p>de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acôrdo com êsse entendimento,</p><p>em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado.</p><p>É a possibilidade de se atribuir</p><p>o fato típico e ilícito ao agente. É a capacidade psíquica de</p><p>culpabilidade. Para que se possa reprovar uma conduta a seu autor, é necessário que ele tenha agido</p><p>com um certo grau de capacidade que lhe haja permitido dispor de um âmbito de autodeterminação. A</p><p>imputabilidade penal, portanto, depende de dois elementos:</p><p>(1) intelectivo: é a integridade biopsíquica, consistente na perfeita saúde mental que permite ao</p><p>indivíduo o entendimento do caráter ilícito do fato; e</p><p>(2) volitivo: é o domínio da vontade, é dizer, o agente controla e comanda seus impulsos relativos à</p><p>compreensão do caráter ilícito do fato, determinando-se de acordo com esse entendimento.</p><p>MENORIDADE</p><p>Art.228 da CF: São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,</p><p>sujeitos às normas da legislação especial.</p><p>Art. 48 do CPM é claro: a imputabilidade deve ser analisada ao tempo da ação ou</p><p>da omissão. Considera-se, portanto, a prática da conduta. Qualquer alteração</p><p>posterior nela não interfere, produzindo apenas efeitos processuais. Esta</p><p>imposição constitui-se em desdobramento lógico da teoria da atividade, adotada</p><p>pelo art. 5.º do CPM no tocante ao tempo do crime.</p><p>MENORIDADE</p><p>1- Pessoa IMPUTÁVEL: Aplica-se a pena correspondente ao delito.</p><p>2- Pessoa SEMI-IMPUTÁVEL: Aplica-se a pena, devendo ser atenuada ou</p><p>substituida por internação, se necessitar de especial tratamento curativo (art.113).</p><p>De qualquer forma, a sentença é de natureza condenatória.</p><p>3- Pessoa INIMPUTÁVEL: Deverá ser absolvido e, caso revele periculosidade,</p><p>será submetido à medida de segurança (art.112). A sentença é de natureza</p><p>absolutória IMPRÓPRIA. Importante observar que se o agente for considerado</p><p>inimputável e não revelar periculosidade deverá ser absolvido, sem imposição de</p><p>qualquer medida de segurança (Laudo de exame de sanidade mental).</p><p>MENORIDADE</p><p>Art. 156 do CPM: Quando, em virtude de doença ou deficiência mental, houver</p><p>dúvida a respeito da imputabilidade penal do acusado, será ele submetido a</p><p>perícia médica.</p><p>Art. 8° Compete à Polícia judiciária militar:</p><p>[...]</p><p>d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da</p><p>insanidade mental do indiciado;</p><p>EMBRIAGUEZ</p><p>EMBRIAGUEZ</p><p>Embriaguêz é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substância</p><p>de efeitos análogos, cujos efeitos podem progredir de uma ligeira excitação inicial</p><p>até o estado de paralisia e coma.</p><p>O critério utilizado é o biopsicológico.</p><p>A lei exige a EMBRIAGUEZ ACIDENTAL, ou seja, decorrente de caso fortuito (erro)</p><p>ou força maior (coação) (fato imprevisível).</p><p>Se for COMPLETA: exclui a culpabilidade.</p><p>Se for INCOMPLETA: diminui a pena.</p><p>EMBRIAGUEZ</p><p>ACIDENTAL + COMPLETA: INIMPUTABILIDADE (Art.49 Caput)</p><p>ACIDENTAL + INCOMPLETA: DIMINUIÇÃO DA PENA (art.49, P. Único)</p><p>EMBRIAGUEZ VOLUNTÁRIA + SER MILITAR: AGRAVANTE (Art. 70, II, “c” c/c</p><p>Art.70, P. Único).</p><p>EMBRIAGUEZ PRÉ ORDENADA: AGRAVANTE TANTO PARA MILITAR QUANTO</p><p>PARA CIVIS (Art.70, II, “c” c/c Art.70, P. Único).</p><p>EMBRIAGUEZ</p><p>CRIMES AUTÔNOMOS DE EMBRIAGUÊZ:</p><p>CPM: Embriaguez em serviço: Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em</p><p>serviço, ou apresentar-se embriagado para prestá-lo: Pena - detenção, de seis</p><p>meses a dois anos.</p><p>CPM: Embriaguez ao volante: Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob</p><p>administração militar na via pública, encontrando-se em estado de embriaguez,</p><p>por bebida alcoólica, ou qualquer outro inebriante: Pena - detenção, de três meses</p><p>a um ano.</p><p>CTB: Conduzir veículo sob influência de álcool: Art. 306. Conduzir veículo</p><p>automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool</p><p>ou de outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada</p><p>pela Lei nº 12.760, de 2012) Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e</p><p>suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir</p><p>veículo automotor.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Para que o indivíduo seja culpável, ou seja, para que sua conduta possa ser</p><p>reprovada pelo direito, é necessário que se demonstre que ele podia conhecer</p><p>a proibição do fato.</p><p>O conhecimento que se exige não é o decorrente do estudo das leis e da</p><p>doutrina, mas o conhecimento “médio” exigido da cada indivíduo considerando</p><p>suas particularidades.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>O sujeito sabe o que faz, porém não conhece a norma jurídica ou não a</p><p>conhece bem e a interpreta mal. Citamos como exemplo: Policial invade</p><p>um compartimento não aberto ao Público, onde um dentista exerce a sua</p><p>profissão, pensando que tal local não compreende o termo casa do Art.</p><p>226 do CPM (Violação de Domicílio).</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Inaplicabilidade nos crimes contra o Dever Militar: o dever militar,</p><p>conforme já visto, também impede a diminuição de pena nas hipóteses de</p><p>ERRO DE DIREITO (Art. 35).</p><p>Os crimes contra o serviço militar e o dever militar estão situados no Titulo</p><p>Ill, entre os Arts. 183 até 204 do Código Penal Militar (insubmissão,</p><p>deserção, abandono de posto, exercício de comércio).</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>CPM CP</p><p>Êrro de fato</p><p>Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o</p><p>crime, supõe, por êrro plenamente escusável, a</p><p>inexistência de circunstância de fato que o</p><p>constitui ou a existência de situação de fato que</p><p>tornaria a ação legítima.</p><p>Êrro culposo</p><p>§ 1º Se o êrro deriva de culpa, a êste título</p><p>responde o agente, se o fato é punível como</p><p>crime culposo.</p><p>Êrro provocado</p><p>§ 2º Se o êrro é provocado por terceiro,</p><p>responderá êste pelo crime, a título de dolo ou</p><p>culpa, conforme o caso.</p><p>Erro sobre elementos do tipo</p><p>Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do</p><p>tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a</p><p>punição por crime culposo, se previsto em lei.</p><p>Descriminantes putativas</p><p>§ 1º - É isento de pena quem, por erro</p><p>plenamente justificado pelas circunstâncias,</p><p>supõe situação de fato que, se existisse,</p><p>tornaria a ação legítima. Não há isenção de</p><p>pena quando o erro deriva de culpa e o fato é</p><p>punível como crime culposo.</p><p>Erro determinado por terceiro</p><p>§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que</p><p>determina o erro.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Erro de Fato Art. 36 do CPM</p><p>O agente conhece a lei, se engana sobre as condições particulares do</p><p>fato. O erro de fato se dá de duas formas distintas. A primeira seria o erro de</p><p>fato propriamente dito e a segunda seria sobre o erro de circunstância de fato,</p><p>apta a legitimar a ação.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Circunstância de fato constitutiva do tipo</p><p>O sujeito equivoca-se quanto a algum elemento do plano fático, pois, ao</p><p>praticar o crime, supõe a inexistência de circunstância de fato que o constitui.</p><p>Ex: O agente subtrai a mochila de um colega de farda, supondo-a própria, por</p><p>ser idêntica à sua mochila (situação fática).</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Situação de fato legitimadora de ação</p><p>O sujeito equivoca-se entendendo agir amparado por qualquer</p><p>excludente de ilicitude, que, quando real, torna lícita (legítima) a conduta típica.</p><p>Ex: Soldado de serviço de sentinela, acreditando tratar-se de uma invasão ao</p><p>quartel, mata um civil que, fugindo de um assalto, correra em direção à área</p><p>militar em busca de abrigo.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Erro de Fato Essencial Insuperável ou Invencível (Art 36 - Caput - CPM).</p><p>Quando não pode ser evitado pela normal diligência. Exclui o “DOLO” e a</p><p>“CULPA”. O sujeito não age dolosa ou culposamente. Daí, não responder por</p><p>crime doloso ou culposo.</p><p>Exemplos:1) “A”, enfermeiro, ministra um remédio rotulado,</p><p>contudo, por engano do manipulador, tratava-se de um veneno.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Erro de Fato Essencial Superável ou Vencível (Art 36, § 1º ,do CPM – Erro</p><p>Culposo). É o erro inescusável. É o erro que pode ser evitado pela diligência</p><p>ordinária, resultando de imprudência ou negligência. Qualquer pessoa,</p><p>empregando a prudência normal exigida pela ordem jurídica, não cometeria o</p><p>erro em que inclui o sujeito. Exemplo: O Cad “A” aponta uma arma ao Cad “B”,</p><p>supondo que a arma estava descarregada. Na sequência efetua um disparo</p><p>atingindo o Militar.</p><p>POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE</p><p>Erro provocado por terceiro (Art 36, § 2º ,do CPM – Erro Culposo).</p><p>Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo</p><p>ou culpa, conforme o caso.</p><p>Exemplo: um oficial médico ordena ao enfermeiro que injete determinado</p><p>“remédio” no paciente, o que é feito prontamente. O paciente vem a falecer, eis</p><p>que, de fato, se tratava de poderoso veneno.</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>COAÇÃO IRRESISTÍVEL (Art. 38, a CPM)</p><p>Coação é o emprego de força física ou grave ameaça contra alguém, no sentido</p><p>de que faça alguma coisa ou não. Há duas espécies de Coação:</p><p>a. Coação física (Vis Absoluta)</p><p>b. Coação moral (Vis Compulsiva)</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>Coação Moral: é o emprego de grave ameaça contra alguém, no sentido de que</p><p>realize um ato ou não. Exemplo: “A” compele “B” a matar “C”, sob a ameaça de ser</p><p>morto. A liberdade moral do coagido fica limitada a escolher entre a resolução de</p><p>delinquir ou de ser vítima da ameaça do coator ou constrangedor. O CPM , nos</p><p>Crimes contra o Dever Militar (Parte Especial, Livro I, Título III do CPM), não</p><p>admite como dirimente a Coação Moral Irresistível (Art 40 CPM).</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>Efeitos da Coação moral irresistível:</p><p>O coagido (coacto) pratica um fato típico e ilícito, mas exclui-se a culpabilidade</p><p>(isenção de pena) em virtude da ausência de um de seus elementos (exigibilidade</p><p>de conduta diversa).</p><p>O coator é chamado de autor mediato, pois se serve de um agente instrumento</p><p>(coagido) para a prática de seu crime. Responderá pelo crime praticado pelo</p><p>coagido.</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>Uma ordem hierárquica pode ser de 03 espécies:</p><p>→ Ordem Legal: não há crime, estão acobertados pela excludente de ilicitude do</p><p>estrito cumprimento de dever legal.</p><p>→ Ordem Manifestamente Ilegal: existirá concurso de pessoas entre o superior</p><p>hierárquico e o subalterno (ilegalidade facilmente perceptível quanto ao seu</p><p>teor). Ex: superior manda o subordinado matar alguém.</p><p>→ Ordem NÃO manifestamente Ilegal: é a ordem ilegal, mas de aparente</p><p>legalidade (ilegalidade não perceptível, de acordo com o senso médio).</p><p>Ex: superior manda o subalterno prender alguém sem motivos legais. Somente o</p><p>superior responderá pelo crime. O subalterno ficará isento de pena, ou seja, é caso</p><p>de autoria.</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>CPM</p><p>Estado de necessidade, como excludente de culpabilidade</p><p>Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa</p><p>a quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo</p><p>certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito</p><p>alheio, ainda quando superior ao direito protegido, desde que não lhe era</p><p>razoavelmente exigível conduta diversa.</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>O Bem Jurídico sacrificado é de IGUAL ou MAIOR valor que o preservado.</p><p>Exclui a culpabilidade. Tal hipótese não é prevista no Código Penal Comum.</p><p>Ex.: num naufrágio, havendo possibilidade de salvar uma pessoa “estranha” ou</p><p>um cão-guia, o deficiente visual, provavelmente, concentra-se neste último,</p><p>pois não lhe seria exigível comportamento diverso em momento trágico e</p><p>gerador de intensa emoção.</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>APELAÇÃO N° 119-66.2013.7,01.0201 - RJ - Relatora Ministra MARIA ELIZABETH GUIMARÃES TEIXEIRA</p><p>ROCHA.</p><p>EMENTA: APELAÇÃO. ABANDONO DE POSTO. ABSOLVIÇÃO. ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE.</p><p>COMPROVAÇÃO. MOTIVO RELEVANTE. EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE.</p><p>Embora inexistam dúvidas acerca da ausência do militar do seu lugar de serviço, entendo acertada a</p><p>absolvição, por estar a conduta do réu abarcada pelo manto da excludente de culpabilidade, em face do estado</p><p>de necessidade.</p><p>Conforme alegou em interrogatório, o Sd JONAS RAFAEL DA SILVA, assim que saiu do quarto de hora, por</p><p>volta das 10h20 recebeu um telefonema de sua esposa Ana Paula, grávida, dizendo que precisava de socorro,</p><p>porque não tinha condições de se locomover sozinha para o hospital. Prontamente dirigiu-se ao Comandante</p><p>da Guarda das Palmeiras, que autorizou o militar a falar com o Contramestre, sargento Monteiro, a quem se</p><p>dirigiu e pediu autorização para falar com o Oficial de Serviço, tendo relatado ao sargento Monteiro o que</p><p>estava acontecendo. O referido sargento não chegou a autorizar o interrogando a sair, mas a falar com o</p><p>Oficial Ten Plínio. O denunciado também tomou a iniciativa de falar como o soldado Farias para que assumisse</p><p>seu lugar; procurou, igualmente, o soldado DIniz, porém o sargento Monteiro adiantou que o Oficial não</p><p>autorizaria o soldado Diniz a substituí-lo porque estava escalado para o serviço no dia seguinte.</p><p>Ao ver-se sem qualquer opção, em um domingo e sem mais ninguém a bordo, e devido ao tempo decorrido,</p><p>tomou a decisão de socorrer a esposa. Pegou um ônibus para casa, lá chegando encontrou Ana Paula</p><p>chorando e aflita com medo de perder o filho, tendo ambos se dirigido para a Casa de Saúde e Maternidade</p><p>São José, no município de Duque de Caxias/RJ, onde ela foi atendida. Após, retomou à casa e aguardou a</p><p>chegada da sogra, para, finalmente, regressar ao quartel.</p><p>EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA</p><p>CRIME MILITAR</p><p>LEI 13.491/2017</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Crime Militar é aquele que o CPM diz que é – enumera no art. 9º.</p><p>- Prevalece a definição ratione legis em razão da CRFB art. 5°, LXI, 124 e 125, §</p><p>4°, prevê crimes militares e propriamente militares definidos em lei.</p><p>- Apesar da explicitação constitucional não há nenhuma definição de crime</p><p>militar quer seja na CRFB/88, quer seja na legislação penal castrense (CPM ou</p><p>CPPM).</p><p>- (ASSIS, 2013, p. 44) define: “Crime Militar – é toda violação acentuada ao</p><p>dever militar e aos valores das instituições militares.”</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME PROPRIAMENTE MILITAR – Art. 9º, I do CPM</p><p>“Os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal</p><p>comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição</p><p>especial;”. Ex.: Art. 149 Motim e Revolta, Art.172 Uso indevido de Uniforme e Art. 183</p><p>Insubmissão, todos do CPM.</p><p>Verifica-se que são crimes previstos exclusivamente no Código Penal Militar.</p><p>Portanto, a figura típica analisará a conduta, levando-se em consideração sujeito</p><p>ativo.</p><p>CRIME PROPRIAMENTE MILITAR – Art. 9º, I do CPM</p><p>CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR – Art. 9º, II do CPM</p><p>“Os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação Penal,</p><p>quando praticados.....”. Denominam-se crimes militares impróprios os que</p><p>possuem dupla previsão, vale dizer, tanto no Código Penal Militar quanto no</p><p>Código Penal comum, ou legislação similar, com ou sem divergência de</p><p>definição.</p><p>Ou também o delito previsto somente na legislação militar, que pode ter o</p><p>civil por sujeito ativo. Ex.: Homicídio, Furto, Uso indevido de uniforme Militar,</p><p>etc.</p><p>CRIME IMPROPRIAMENTE MILITAR – Art. 9º, II e III do CPM</p><p>“Os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação Penal,</p><p>quando praticados.....”. Denominam-se crimes militares impróprios os que</p><p>possuem dupla previsão, vale dizer, tanto no Código Penal Militar quanto no</p><p>Código Penal comum, ou legislação similar, com ou sem divergência de</p><p>definição.</p><p>Ou também o delito previsto somente na legislação militar, que pode ter o</p><p>civil por sujeito ativo. Ex.: Homicídio, Furto, Uso indevido de uniforme Militar,</p><p>etc.</p><p>CRIME MILITAR E A LEI 13.491/2017</p><p>A nova competência da Justiça Militar, Lei 13.491/2017 e a alteração do</p><p>conceito de crime militar impróprio ou de tipificação indireta.</p><p>Crimes Militares por Extensão: São aqueles que estão previstos fora do</p><p>CPM, ou seja, exclusivamente na legislação penal comum, mas que se</p><p>caracterizam como de natureza militar pela tipicidade indireta construída</p><p>pela conjugação do tipo penal comum com uma das hipóteses do inciso II</p><p>do art. 9º do CPM.</p><p>CRIME MILITAR E A LEI 13.491/2017</p><p>Crimes Militares Impróprios e por Extensão</p><p>Redação original Redação dada pela Lei nº 13.491/2017</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares,</p><p>em tempo de paz:</p><p>II - os crimes previstos neste Código,</p><p>embora também o sejam com igual</p><p>definição na lei penal comum, quando</p><p>praticados:</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares,</p><p>em tempo de paz:</p><p>II - os crimes previstos neste Código e</p><p>os previstos na legislação penal, quando</p><p>praticados:</p><p>CRIME MILITAR E A LEI 13.491/2017</p><p>O que significa essa mudança?</p><p>• Antes da Lei: para se enquadrar como crime militar com base no inciso II do</p><p>art. 9º, a conduta praticada pelo agente deveria ser obrigatoriamente prevista</p><p>como crime no Código Penal Militar.</p><p>• Agora: a conduta praticada pelo agente, para ser crime militar com base no</p><p>inciso II do art. 9º, pode estar prevista no Código Penal Militar ou na</p><p>legislação penal “comum”.</p><p>CRIME MILITAR E A LEI 13.491/2017</p><p>Ex: Ten da PM contrata empresa para dar manutenção em viaturas sem licitação.</p><p>• Lei nº 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos)</p><p>Contratação direta ilegal</p><p>Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das</p><p>hipóteses previstas em lei:</p><p>Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.</p><p>• Competência</p><p>Antes: Justiça Comum Agora: Justiça Militar – Art 9º, II, “e” c/c nº 14.133/2021</p><p>(Lei de Licitações e Contratos Administrativos)</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art337e</p><p>CRIME MILITAR E A LEI 13.491/2017</p><p>Exemplos de possíveis crimes militares previstos na Legislação Penal:</p><p>Lei nº 13.869/19 (Abuso de Autoridade)</p><p>Lei nº 8.069/90 (ECA)</p><p>Lei nº 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos)</p><p>Lei nº 9.455/97 (Tortura)</p><p>Lei nº 9.605/98 (Crimes Ambientais)</p><p>Lei n. 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento)</p><p>C/C Art. 9º, II CPM</p><p>CRIME MILITAR E A LEI 13.491/2017</p><p>COMPETÊNCIA LEGISLAÇÕES ESPECIAIS</p><p>Exemplos:</p><p>• Crimes eleitorais (CF, Art. 121)</p><p>• Lavagem de Capitais (Lei nº 9.613/98, Art 2º, III)</p><p>• Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/86, Art.26 – Jus.</p><p>Fed.)</p><p>CONTRAVENÇÃO PENAL</p><p>A alteração legislativa não abrange as contravenções penais, uma vez que</p><p>o art. 9º, II, do Código Penal Militar considera militar somente os crimes</p><p>previstos no Código Penal Militar e os previstos na legislação penal, quando</p><p>praticados em uma das hipóteses previstas no inciso.</p><p>Nota-se que não houve menção às contravenções penais, mas somente aos</p><p>“crimes”.</p><p>Portanto, não é possível falar em contravenção penal militar.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>SÚMULAS SUPERADAS</p><p>• Súmula 06 STJ:</p><p>“Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o delito decorrente de</p><p>acidente de trânsito envolvendo viatura da Polícia Militar, salvo se autor e vítima</p><p>forem policiais militares em situação de atividade”.</p><p>Lei 9.503/97 - CTB</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Súmula 75 STJ:</p><p>“Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de</p><p>promover ou facilitar a fuga de preso de Estabelecimento Penal”.</p><p>Art. 351 CP X Art. 178 CPM</p><p>CRIME MILITAR</p><p>SÚMULAS SUPERADAS</p><p>• Súmula 90 STJ:</p><p>“Compete à Justiça Militar processar e julgar o policial militar pela prática de crime</p><p>militar, e à Comum pela prática do crime comum simultâneo àquele”.</p><p>Ex: Abuso de Autoridade e Lesão Corporal</p><p>CRIME MILITAR</p><p>SÚMULAS SUPERADAS</p><p>• SÚMULA 172 STJ</p><p>“Compete a justiça comum processar e julgar militar por crime de abuso de</p><p>autoridade, ainda que praticado em serviço.”</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CPM:</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:</p><p>I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei</p><p>penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo</p><p>disposição especial;</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Como o crime “só possui previsão no CPM”, não há necessidade:</p><p>✓de que o crime seja cometido por militar da ativa contra militar da ativa de que o</p><p>crime ocorra em lugar sujeito à administração militar.</p><p>✓de que o crime seja cometido por militar em serviço.</p><p>✓de que o crime seja cometido contra militar em serviço.</p><p>✓de que o crime atente contra o patrimônio ou a ordem administrativa militar.</p><p>✓Ex: Art. 149 Motim e Revolta</p><p>CRIME MILITAR</p><p>“DEFINIDOS DE MODO DIVERSO”</p><p>✓De acordo com Célio Lobão, se enquadram o Crime de Incitamento, de desacato a</p><p>militar, a desobediência, a falsificação de documento e a falsidade ideológica.</p><p>✓Para Cícero Neves não basta a diferença de uma única palavra ou acréscimo de</p><p>elemento vocabular. Se forem substancialmente iguais devem ser alocados no</p><p>inciso II e não no I. Assim, a corrupção ativa do CPM, mesmo não possuindo o</p><p>verbo “dar” deve ser entendida como prevista nos dois.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>“DEFINIDOS DE MODO DIVERSO”</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CPM:</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:</p><p>II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando</p><p>praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)</p><p>a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma</p><p>situação ou assemelhado;</p><p>CRIME MILITAR</p><p>O crime “possui previsão no CPM e na Legislação Penal”:</p><p>Militar em situação de atividade: entende-se o militar que está ainda no</p><p>serviço ativo, esteja ou não “em” ou “a” serviço, fardado ou não, e que</p><p>pratique o crime contra outro militar a mesma situação, isto é, também em</p><p>situação de atividade. Assim o militar em férias, licença, em momento de lazer</p><p>no interior do estabelecimento militar, ou fora dele no interior de seu lar,</p><p>encontra-se em situação de atividade, no serviço ativo. Essa condição inicia-</p><p>se com a incorporação e deixa de existir com a passagem do militar pra a</p><p>inatividade ou sua exclusão da instituição militar.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>O crime “possui previsão no CPM e na Legislação Penal”:</p><p>Assemelhado: o art. 21 que conceitua assemelhado foi revogado pelo</p><p>Decreto 23.303 de 1947, que revogou a alínea “b” do Decreto 23/42 (</p><p>Regulamento Disciplinar do Exército) , de modo a excluir o conceito de</p><p>assemelhado da legislação militar, e conseqüentemente, não sujeitando mais</p><p>aos funcionários civis à disciplinar militar, mas sim ao respectivo estatuto. No</p><p>âmbito federal Lei nº 8.112/90 e na seara estadual Lei nº 869/52. Ver: art. 232</p><p>EPPM.</p><p>Militar reconvocado = militar da ativa (art. 12 CPM, art. 135, § 5º, EPPM).</p><p>CRIME MILITAR</p><p>MILITAR DA ATIVA VS MILITAR DA ATIVA:</p><p>Deve ser interpretado no sentido de que será crime militar a conduta praticada</p><p>por militar da ativa contra militar da ativa, desde ambos sejam da mesma</p><p>esfera, ou seja, militar federal X militar federal ou militar estadual X militar</p><p>estadual.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>I – Autor e vítima militares das Forças Armadas (art.22) = crime militar da</p><p>competência da Justiça Militar da União.</p><p>II – Autor e vítima militares estaduais (PM e BM) = crime militar da competência</p><p>da Justiça Militar Estadual (art. 125, §4º, CF/88).</p><p>III – Autor e vítima policial militar e bombeiro militar de corporações pertencentes</p><p>a Unidades Federativas diversas = crime militar da competência da Justiça</p><p>Militar do Estado de origem do autor.</p><p>IV – Autor integrante das Forças Armadas (fora do serviço) e vítima PM / BM</p><p>(em serviço ou fora do serviço) = crime comum.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>V – Autor integrante das Forças Armadas (em serviço ou agindo em razão da</p><p>função) e vítima PM / BM (em serviço ou fora do serviço) = crime militar federal;</p><p>VI – Autor PM / BM (fora do serviço) e vítima integrante das Forças Armadas</p><p>(fora do serviço) = crime comum;</p><p>VII – Autor PM / BM (em serviço ou agindo em razão da função) e vítima</p><p>integrante das Forças Armadas (fora do serviço) = crime militar estadual;</p><p>VIII – Autor PM / BM (em serviço ou agindo em razão da função) e vítima</p><p>integrante das Forças Armadas (em serviço ou agindo em razão da função) =</p><p>crime militar federal.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Súmula nº 78, STJ - Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de</p><p>corporação estadual, ainda</p><p>que o delito tenha sido praticado em outra Unidade</p><p>Federativa.</p><p>MARIA DA PENHA</p><p>TJ SP</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CPM:</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:</p><p>II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal,</p><p>quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)</p><p>b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à</p><p>administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou</p><p>assemelhado, ou civil;</p><p>CRIME MILITAR</p><p>LUGAR SUJEITO À ADMINISTRAÇÃO MILITAR:</p><p>Célio Lobão postula que lugar sob Administração Militar é aquele que</p><p>“pertence ao patrimônio das Forças Armadas, da Polícia Militar e do Corpo de</p><p>Bombeiros Militar ou encontra-se sob administração dessas instituições</p><p>militares, por disposição legal ou ordem igualmente legal de autoridade</p><p>competente. O local referido pode ser imóvel ou móvel, como veículo,</p><p>embarcação, aeronave etc.”</p><p>CRIME MILITAR</p><p>LUGAR SUJEITO À ADMINISTRAÇÃO MILITAR:</p><p>Cicero Neves: Na nossa compreensão [...] três critérios deveriam informar a</p><p>identificação de um lugar sob Administração Militar: fixação ou amplitude,</p><p>disponibilidade pela Administração Militar e segurança.</p><p>Assim, na ausência de definições legais, propomos que lugar sob</p><p>Administração Militar seja compreendido como aquele ambiente, senão fixo,</p><p>ao menos amplo, sobre o qual a Administração Militar exerça domínio total ou</p><p>preponderante e devidamente guarnecido com efetivo de segurança.</p><p>Ten Cel Maurício: no interior de um estabelecimento ou recinto onde a</p><p>Instituição Militar exerce, com exclusividade, a sua administração, como por</p><p>exemplo, os quarteis, bases comunitárias, hospitais militares, colégios</p><p>militares, etc.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>➢ Sedes das entidades de classe e de clubes não são locais sujeitos à Adm.</p><p>Militar, uma vez que, embora dirigidas por militares, são entidades civis.</p><p>➢ Prédios de ocupação mista (que possuem espaços ocupados por Instituições</p><p>Militares e outros por órgãos públicos civis) somente a área restrita à Instituição</p><p>Militar é considerada lugar sob a Adm Militar, já que a Instituição tem total</p><p>domínio sobre o seu funcionamento, ocupação, regras de acesso e atividades a</p><p>serem ali exercidas.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>➢ Estabelecimentos civis localizados no interior de quarteis (ex: bancos,</p><p>lanchonetes, barbearias, livrarias, etc) NÃO são considerados locais sujeitos à</p><p>Adm. Militar já que esta cedeu o seu uso ao particular.</p><p>➢ Interior de viaturas são veículos e NÃO são lugares. As Bases móveis,</p><p>entretanto, onde estiverem fixadas atuarão como um local de prestação de</p><p>serviços sob Adm Militar.</p><p>➢ Os prédios da Justiça Militar NÃO são lugares sujeitos à Adm Militar.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CPM:</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:</p><p>II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando</p><p>praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)</p><p>c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza</p><p>militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar</p><p>contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299,</p><p>de 8.8.1996)</p><p>d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da</p><p>reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;</p><p>O Crime será cometido por Militar da Ativa em serviço ou atuando em razão</p><p>da função.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>O vínculo com o serviço militar, exigido pela alínea c, ressalte-se, é interrompido</p><p>pelo abandono do posto, do lugar de serviço ou do próprio serviço, de sorte que</p><p>um crime posteriormente praticado, senão por outra alínea do inciso II, não será</p><p>crime militar pela alínea c. Nesse sentido, Célio Lobão, ao aduzir:</p><p>“Ao abandonar o posto, o militar, evidentemente, permanece em atividade, mas não em serviço, mas não no</p><p>exercício da função do cargo militar e, se comete crime, o faz como militar, sem estar de serviço. Como</p><p>exemplo, a ocorrência envolvendo integrantes de uma patrulha que, afastando-se do roteiro estabelecido,</p><p>dirigiram-se a um bar, onde cometeram crime. O Superior Tribunal Militar, acertadamente, entendeu que os</p><p>militares não estavam em serviço e considerou o fato delituoso como crime comum (Rec. Crim. n. 3.715).</p><p>Embora em atividade, no serviço ativo, os militares não estavam em serviço”.</p><p>CRIME COMETIDO APÓS O ABANDONO DE POSTO:</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Para Cícero Neves, a vinculação à ação do militar deve ser clara e inequívoca. Assim,</p><p>para se reconhecer a adesão ao serviço, não pode existir prova de que o militar tenha</p><p>atuado por um interesse comezinho, vinculado à autodefesa ou à proteção pessoal ou</p><p>patrimonial de um empregador, notadamente nos casos do exercício de atividades de</p><p>segurança estranhas à Corporação.</p><p>O Policial Militar que comete o delito na proteção do patrimônio de empresário, por</p><p>quem foi contratado, não estará atuando em razão da imposição de um dever inerente</p><p>ao cargo, mas simplesmente para manter o trabalho como segurança particular.</p><p>Tampouco haverá adesão no caso do militar do Estado que defenda sua vida. Note-se</p><p>que não há o exercício de um dever, mas a possibilidade de ação facultada pelo</p><p>Direito nos chamados tipos permissivos (legítima defesa, estado de necessidade etc.).</p><p>CRIME COMETIDO EM RAZÃO DA FUNÇÃO:</p><p>CRIME MILITAR</p><p>CPM:</p><p>Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:</p><p>II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, quando</p><p>praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017)</p><p>e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a</p><p>administração militar, ou a ordem administrativa militar;</p><p>Patrimônio sob a adm. militar: O patrimônio não precisa ser de propriedade</p><p>militar e nem mesmo precisa estar em lugar sujeito a adm. militar, é possível</p><p>que seja um bem particular que esteja sob a guarda, posse ou detenção da</p><p>Adm. Militar, como ocorre, por exemplo, no crime de peculato.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>ORDEM ADMINISTRATIVA MILITAR:</p><p>Ten Cel Maurício: Refere-se ao bom andamento do serviço militar e à imagem da</p><p>instituição.</p><p>Rodrigo Foureaux: É o exercício das atribuições legais e constitucionais de cada</p><p>Instituição, relacionadas com a sua moral, integridade, respeitabilidade, prestígio,</p><p>decoro e normal funcionamento, inerentes a toda e qualquer Instituição Militar.</p><p>Ten Cel Leonardo: Elemento autônomo de complementação à configuração de</p><p>crime militar. Abrange o Título VII: Dos crimes contra a administração militar e</p><p>outros específicos cuja configuração exige o local sujeito à administração militar.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Neste inciso temos como autores:</p><p>✓ Militar da Reserva.</p><p>✓ Militar Reformado.</p><p>✓ Civil.</p><p>Obs: Em razão da previsão do art. 125, §4º da CR/88, que determina a competência das</p><p>Justiças Militares Estaduais para processarem e julgarem somente os MILITARES DOS</p><p>ESTADOS, entende-se que os CIVIS não cometem crimes miltiares quando atentam contra</p><p>as Instituições Militares Estaduais.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Patrimônio sob a administração militar: Enquadra-se aquele que é de propriedade ou está</p><p>sob a guarda, posse ou detenção da administração militar. Ex: Militar da Reserva que</p><p>danifica uma VTR policial.</p><p>Ordem Administrativa Militar: Enquadra-se a conduta que atingir a moral, integridade,</p><p>respeitabilidade, prestígio, decoro e normal funcionamento da IME. Ex: Falsidade de</p><p>Documento para receber ajuda de custo.</p><p>:</p><p>CRIME MILITAR</p><p>:</p><p>Nem todo crime cometido por militar inativo, no interior de lugar sujeito à Adm Militar,</p><p>contra outra pessoa, será crime militar. É necessário que seja:</p><p>✓ Contra militar da ativa.</p><p>✓ Contra funcionário de Ministério militar no exercício de função.</p><p>✓ Contra funcionário da Justiça Militar no exercício de função.</p><p>Ex: Militar da reserva que desacata Militar da Ativa dentro do quartel.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>:</p><p>Ex: Militar da reserva ou reformado que descumpre ordem legal de outro</p><p>Militar que está em período de manobras.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>:</p><p>Termos Utilizados</p><p>* Prontidão: estado de</p><p>alerta em que as tropas estão prontas para operação.</p><p>* Vigilância e Observação: estado de espreita e constante vigilância.</p><p>* Exploração: reconhecimento de um terreno.</p><p>* Acampamento: estacionamento da tropa que se abriga em barracas.</p><p>* Acantonamento: estacionamento da tropa que se abriga em cobertas</p><p>existentes.</p><p>* Bivaque: estacionamento da tropa que se utiliza de cobertas naturais.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>:</p><p>CRIMES DOLOSOS X VIDA DE CIVIL</p><p>Art.9º[...]</p><p>§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e</p><p>cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do</p><p>Júri.</p><p>CRIME MILITAR</p><p>:</p><p>CRIME MILITAR</p><p>:</p><p>CRIMES CONTRA A VIDA</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>Art. 9º, § 2º - Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar das Forças</p><p>Armadas contra civil serão de competência da Justiça Militar da União, se</p><p>praticados no contexto:</p><p>I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente</p><p>da República ou pelo Ministro de Estado da Defesa. Ex: Calamidade Pública,</p><p>Construção de estradas, Etc.</p><p>II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar,</p><p>mesmo que não beligerante. Ex: Sentinela mata indivíduo que adentrou ao</p><p>Quartel, etc.</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>Art. 9º, § 2º - Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar das Forças</p><p>Armadas contra civil serão de competência da Justiça Militar da União, se praticados</p><p>no contexto:</p><p>III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da</p><p>ordem (GLO) ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o</p><p>disposto no art. 142 da CF/88 e na forma dos seguintes diplomas legais:</p><p>a) Código Brasileiro de Aeronáutica. Ex: Aeronave que não acata as ordens no</p><p>Espaço Aéreo Brasileiro</p><p>b) LC 97/99. Regulamenta o art. 142, § 1º, da CF/88 e estabelece normas gerais</p><p>para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas. Ex: Militares da</p><p>Marinha durante uma abordagem a embarcação. B4001</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>Art. 9º, § 2º - Os crimes dolosos contra a vida praticados por militar das Forças</p><p>Armadas contra civil serão de competência da Justiça Militar da União, se</p><p>praticados no contexto:</p><p>III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da</p><p>ordem (GLO) ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o</p><p>disposto no art. 142 da CF/88 e na forma dos seguintes diplomas legais:</p><p>c) Código de Processo Penal Militar. Ex: Encarregado de IPM que mata um Civil</p><p>durante cumprimento de MBA</p><p>d) Código Eleitoral. EX: Militar que mata civil durante a realização de segurança</p><p>de urnas.</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PELO JÚRI</p><p>Partindo-se da premissa de que o policial militar que cometer crime doloso</p><p>contra vida de civil será julgado pelo Tribunal do Júri, como fica a situação</p><p>se os jurados desclassificarem a infração de dolosa para culposa? Quem</p><p>seria competente para julgar: o Presidente do Tribunal do Júri ou a Justiça</p><p>Militar?</p><p>CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA PRATICADOS POR MILITARES CONTRA CIVIL</p><p>:</p><p>DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PELO JÚRI</p><p>O Supremo Tribunal Federal manifestou-se sobre o tema entendendo que a</p><p>redefinição do crime ficou restrita aos homicídios praticados por policiais</p><p>militares contra civis, permanecendo todos os demais, mesmo os</p><p>decorrentes de desclassificação do homicídio doloso pelo Tribunal do Júri,</p><p>sob a jurisdição da Justiça Militar, que é de caráter constitucional, nos</p><p>termos do art. 125, § 4º da CF/88.</p><p>Assim, uma vez desclassificado pelo Júri, deve ser remetido a Justiça Militar</p><p>Estadual.</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>Artigo:</p><p>IPM e crimes dolosos contra a vida praticados por</p><p>militares estaduais em serviço contra civis</p><p>Acesso em:</p><p>https://www.observatoriodajusticamilitar.info/single-post/ipm-e-crimes-dolosos-contra-a-vida-praticados-por-</p><p>militares-estaduais-em-servi%C3%A7o-contra-civis</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>RECOMENDAÇÃO DE LEITURA</p><p>Artigo:</p><p>Crime Militar praticado por militares inativos e por civis:</p><p>teorias monista e dualista</p><p>Acesso em:</p><p>https://blog.grancursosonline.com.br/crime-militar-praticado-por-militares-inativos-e-por-</p><p>civis-teorias-monista-e-dualista/</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>● ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. 10.ed. Curitiba:</p><p>Juruá, 2018;</p><p>● LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito penal militar. 5. ed. São Paulo: Atlas;</p><p>● NEVES Cícero Robson Coimbra, Marcello Streifinger. Manual de Direito Penal</p><p>Militar. 5. ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.</p><p>● NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado. 20.ed. São Paulo:</p><p>Editora Forense, 2020.</p><p>● LOBÃO, Celio. Comentários ao Código Penal Militar - Vol. 1 - Parte Geral - Forense.</p><p>ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR</p><p>ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS</p><p>Curso de Habilitação de Oficiais – CHO</p><p>Direito Penal Militar</p><p>NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSA HONRA.</p><p>✓ Ten Cel PM Jean Carlo</p><p>✓ Ten PM Sena</p><p>CORPO DOCENTE</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>1.1 Contextualização da aula</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 Dos Crimes contra a Autoridade ou Disciplina Militar.</p><p>3 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>4 REFERÊNCIAS</p><p>CRIME MILITAR</p><p>Dos Crimes contra a Autoridade ou</p><p>Disciplina Militar</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>Os crimes previstos neste capítulo são manifestações de insurreição de</p><p>militares contra a autoridade hierarquicamente superior, caracterizando-se</p><p>por demonstrações inequívocas de desobediência e ocupação indevida de</p><p>instalações e/ou equipamentos militares.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>MOTIM - CPM:</p><p>Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:</p><p>I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;</p><p>II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando violência;</p><p>III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em comum, contra</p><p>superior;</p><p>IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou dependência de qualquer</p><p>dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais</p><p>ou meios de transporte, para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em</p><p>detrimento da ordem ou da disciplina militar:</p><p>Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para os cabeças.</p><p>DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE OU DISCIPLINA MILITAR</p><p>ART. 149 – MOTIM/REVOLTA:</p><p>Bem jurídico tutelado: A autoridade e a disciplina militar.</p><p>Sujeito ativo: Militar (crime militar próprio).</p><p>Sujeito passivo: Instituição Militar</p><p>Aspecto subjetivo: O crime é doloso</p><p>MOTIM</p><p>OBSERVAÇÕES</p><p>Delito plurissubjetivo de concurso necessário de agentes.</p><p>Mínimo – 2 militares da ativa- art. 22 do CPM ou designados ao serviço</p><p>ativo - art. 12 do CPM (equiparado).</p><p>Não cabe, em princípio, aos militares inativos - Exceção: Possível ser</p><p>praticado em concurso do militar inativo com, pelo menos, dois militares</p><p>em serviço ativo (art. 53, §1°, segunda parte, do CPM).</p><p>MOTIM</p><p>OBSERVAÇÕES</p><p>Cumulação de penas</p><p>Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das</p><p>correspondentes à violência. (BRASIL, 1969a)</p><p>ex: Motim + Lesão</p><p>MOTIM</p><p>Cabeças – Aqueles que dirigem a ação nos crimes de autoria coletiva necessária</p><p>bem como os oficiais fictio iuris, com fundamento no princípio da hierarquia, quando</p><p>aparecem em concurso com inferiores na autoria do crime. (ASSIS, 2013, p. 155)</p><p>PREVISÃO LEGAL DOS CABEÇAS NOS CRIMES MILITARES</p><p>Previstos no art. 53, §§4° e 5° do CPM</p><p>Art. 53, §4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças</p><p>os que dirigem, provocam, instigam</p>