Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

<p>Capítulo 12 – O papel da psicologia da saúde nos cenários de atendimento à saúde.</p><p>Um evento acontecido há 30 anos traz reflexões acerca do porquê algumas pessoas buscam um tratamento e outras não e como elas interagem com o sistema de saúde. O caso em questão foi de Bruce, que levou uma bolada no olho e estava relutando em ir ao centro de saúde, os amigos insistiram e o levaram para a emergência e logo após foi encaminhado ao centro cirúrgico. Um cirurgião qualificado suturou uma ruptura em seu globo ocular e salvou sua visão. Para que essas razões sejam explicadas o foco da intervenção será a secundária, ou seja, de ações delineadas para prevenir doenças ou ferimentos para ações que visam a identificar e tratar a doença no começo de seu curso. Os nossos contatos com os profissionais e o sistema de saúde podem ser breves ou mais longos, dependendo do curso da patologia do paciente. Este capítulo explora o papel da psicologia da saúde nas relações entre pacientes e o sistema de saúde. Os fatores sociais e psicológicos têm impacto direto e indireto nessas relações. relações. Em primeiro lugar, esses fatores influenciam muito quando e como as pessoas começam a aceitar que estão doentes. Em segundo, a confiança das pessoas nos profissionais da saúde influencia sua satisfação com o tratamento e o quanto respondem a ele. Em terceiro, o nível e a qualidade da comunicação entre pacientes e profissionais da saúde têm uma influência indireta em quase todos os aspectos do atendimento de saúde, incluindo como os pacientes decidem quando precisam de atenção médica, por que, às vezes, as pessoas ignoram sintomas e por que elas, às vezes, seguem com cuidado as instruções do profissional, mas não em outras ocasiões. Como resultado de nossa maior compreensão dessas influências psicossociais, um número significativamente crescente de psicólogos hoje trabalha em cenários de tratamento geral de saúde, e os currículos das faculdades de medicina contemplam um foco maior nas ciências sociais e do comportamento (IOM, 2006). Além disso, um número crescente de hospitais também encoraja o uso de atendimento cooperativo, no qual médicos, psicólogos e outros profissionais da saúde juntam suas forças para melhorar o atendimento ao paciente de forma harmoniosa (Daw, 2001a).</p><p>Reconhecendo e interpretando sintomas</p><p>Como e quando decidimos que estamos doentes? Os critérios que as pessoas usam para reconhecer e interpretar sintomas variam imensamente. Todavia, certos fatores psicossociais amplos desempenham um papel importante nesse processo.</p><p>Foco atencional, neuroticismo e saúde autoavaliada</p><p>O foco atencional influencia nossa percepção dos sintomas físicos (van Laarhoven et al., 2010). Se tivermos um forte foco interno sobre nossos corpos, emoções e bem-estar geral, teremos mais probabilidade de detectar sintomas e de relatá-los mais rapidamente do que se possuirmos um foco mais externo. Pessoas isoladas do ponto de vista social, que estão cansadas de seu trabalho e moram sozinhas têm mais propensão a desenvolver foco interno, enquanto aquelas com vidas mais ativas estão sujeitas a mais distrações que afastam suas mentes dos próprios problemas. Alguns fatores situacionais momentâneos têm impacto substancial no fato de o sintoma ser percebido ou não. As pessoas tendem a ser mais conscientes de sensações físicas quando estão aborrecidas do que quando estão profundamente envolvidas em uma tarefa. Os indivíduos sensibilizadores são pessoas que lidam com problemas de saúde e outros eventos adversos examinando seus corpos e o ambiente em busca de informações. Em contrapartida, os indivíduos repressores são pessoas que lidam com problemas de saúde e outros eventos adversos ignorando ou se afastando de informações estressantes. O foco atencional enfatiza o papel importante que os fatores pessoais desempenham na percepção de sintomas e na utilização do atendimento de saúde.</p><p>Representações da doença</p><p>A visão pessoal da saúde e da doença, chamada de representação da doença, também afeta a saúde pelo menos de duas maneiras: influenciando o comportamento preventivo do indivíduo e afetando a maneira como ele reage ao surgimento de sintomas. Pesquisadores estudaram vários componentes da maneira como as pessoas representam as doenças. Cada componente em si pode afetar substancialmente a motivação para buscar cuidado médico. Elas subdividem-se em:</p><p>1 – Identidade da doença: seu rótulo e sintomas;</p><p>2 – Causas: atribuir os sintomas a fatores externos, como infecções ou ferimentos, ou a fatores internos, como predisposição genética;</p><p>3 – Curso: a duração e velocidade do desenvolvimento da doença;</p><p>4 – Consequências: o impacto físico, social e econômico da doença.</p><p>5 – Grau de controle: crenças relacionadas com a possibilidade de a doença ser prevenida, controlada e/ou curada. A chave para esses componentes é nossa percepção dos sintomas, em vez dos fatos a respeito da doença.</p><p>Estilo explanatório e transtornos psicológicos</p><p>O estilo explanatório (otimista ou pessimista) e a saúde psicológica também influem ciam a maneira como o indivíduo relata seus sintomas. Pessoas que têm uma perspectiva mais positiva sobre a vida geralmente relatam menos sintomas do que as que são mais negativistas (Scheier e Bridges, 1995). Aqueles que têm um bom estado de humor também apresentam maior saúde autorrelatada e se consideram menos vulneráveis a doenças futuras do que pessoas com mau humor (Winter et al., 2007). Dados do National Longitudinal Study of Youth indicam que a saúde autorrelatada é uma medida válida do bem-estar físico e emocional do indivíduo e tende a ser estável da adolescência até a idade adulta jovem (Fosse e Haas, 2009). Existe uma comorbidade substancial entre transtornos psicológicos e distúrbios físicos, significando que os sintomas e as condições físicas e psicológicas ocorrem de maneira simultânea. Transtornos psicológicos como a ansiedade ou a depressão podem predispor a distúrbios físicos por meio de vias biológicas, comportamentais, cognitivas e sociais.</p><p>Procurando tratamento</p><p>Variáveis sociais e demográficas, como normas culturais, idade, gênero e status socioeconômico, também influenciam o indivíduo na decisão de procurar tratamento. Os serviços de saúde, por vezes, podem ser utilizados em excesso ou subutilizados. O comportamento de demora na busca de tratamento pode resultar de não percepção de sintomas (demora na avaliação), recusa em acreditar que esteja realmente doente (demora na aceitação da doença) ou que necessite de ajuda profissional (demora comportamental), procrastinação para marcar uma consulta (demora na marcação da consulta) ou crença de que os benefícios de procurar tratamento não valem os custos (demora no tratamento). Determinadas pessoas usam os serviços de saúde quando não há necessidade real, seja por estarem fingindo a doença (simulação) ou acreditando falsamente que tenham uma doença quando isso não é verdade (hipocondria). Em outras, os sintomas corporais são uma expressão de estresse emocional.</p><p>Adesão do paciente ao tratamento</p><p>Adesão significa seguir corretamente a orientação de um profissional da saúde, o que menos de metade dos pacientes faz. A adesão ao tratamento aumenta com: percepção de controle (para aqueles que preferem ter controle), otimismo, bom humor, confiança no profissional, relacionamento forte entre paciente e profissional, regime terapêutico simples e explicado de forma clara, e apoio social.</p><p>O relacionamento entre paciente e profissional da saúde</p><p>Os elementos centrais do relacionamento entre o profissional da saúde e o paciente são a continuidade do atendimento, a comunicação e a qualidade geral das consultas. A má comunicação entre eles é comum, devido a pressões de tempo para o atendimento e porque os profissionais podem não ter boas habilidades comunicativas. Outros fatores envolvidos na má comunicação incluem as atitudes e crenças de pacientes e profissionais em relação a seus papéis, assim como diferenças de gênero, cultura e educação entre eles.</p><p>Hospitalização</p><p>Um dos problemas mais</p><p>persistentes nos hospitais é a despersonalização dos pacientes como resultado da necessidade de eficiência e de a equipe hospitalar distanciar-se emocionalmente de suas experiências diárias estressantes. A maneira como o paciente adapta-se à hospitalização depende de vários fatores, incluindo a natureza do problema de saúde que está sendo tratado, a idade, a presença de apoio emocional e o estilo cognitivo do indivíduo. Também é notório que crianças e adultos utilizam estratégias de enfrentamento menos eficazes para si mesmas do que recomendariam para um amigo que lidasse com estressores semelhantes. Por fim, conclui-se que, as intervenções psicológicas preparadas para restaurar ou aumentar o controle melhoram a adaptação à hospitalização e a procedimentos médicos estressantes. Os benefícios das informações preparatórias, do treinamento de relaxamento, da modelagem e da visualização guiada foram documentados.</p>

Mais conteúdos dessa disciplina