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<p>Gestão de áreas</p><p>degradadas</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Profa. Ms. Bianca Mayumi Silva Kida</p><p>Revisão Textual:</p><p>Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos</p><p>O Solo</p><p>5</p><p>• Introdução</p><p>• Formação dos solos</p><p>• Propriedades do solo</p><p>• Sistemas de classificação de solos</p><p>• Aplicações dos conhecimentos de estudos do solo em Recuperação de</p><p>Áreas Degradadas (RAD)</p><p>Os objetivos desta unidade são:</p><p>· Apresentar o estudo do solo de forma que o aluno tenha conhecimento para</p><p>embasar os estudos e projetos de recuperação de áreas degradadas;</p><p>· Ampliar a visão do aluno quanto à complexidade do solo, composição, estrutura e</p><p>importância em se conhecer as suas características para os projetos de recuperação</p><p>de áreas degradadas;</p><p>· Introduzir as características do solo, tais como a sua composição, formação e estrutura;</p><p>· Relacionar o estudo do solo com a multidisciplinaridade dos projetos de</p><p>Recuperação de Áreas Degradadas;</p><p>· Apresentar, de forma geral, a dinâmica do solo, para instigar o aluno a buscar</p><p>mais informações sobre o assunto em questão.</p><p>Olá, caro(a) aluno(a)!</p><p>Nesta unidade, veremos as características do solo quanto à sua formação, composição e</p><p>estrutura e, assim, as suas características físicas, químicas e biológicas.</p><p>Esse é um assunto complexo e que exigirá empenho e atenção, pois o conhecimento</p><p>da dinâmica do solo é essencial para a aplicação em um projeto de Recuperação de Áreas</p><p>Degradadas, e permite que o projeto seja desenvolvido de forma segura e com menos custos.</p><p>Portanto, os conhecimentos básicos se tornam indispensáveis para um projeto multidisciplinar</p><p>como o de gestão de áreas degradadas.</p><p>Não deixe de explorar os outros materiais, pesquise e busque saber mais, pois esse assunto</p><p>é muito importante para as próximas unidades.</p><p>Bons estudos!</p><p>O Solo</p><p>6</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Contextualização</p><p>Com base nos estudos que estamos acompanhando, a degradação dos solos é um</p><p>problema recorrente e crítico na sociedade atual, e a sua recuperação é um processo lento,</p><p>que exige empenho e dedicação daqueles que dele participam, assim como investimentos de</p><p>tempo e dinheiro.</p><p>Ao analisar os fatores de degradação dos solos, podemos perceber que esse problema</p><p>atinge não só o solo em si, mas gera consequências drásticas no clima, perda de diversidade</p><p>biológica e produtividade, por exemplo. Assim, nota-se que o solo não é um sistema isolado,</p><p>e que qualquer alteração pode gerar grandes mudanças na dinâmica dos ecossistemas e</p><p>dos organismos.</p><p>Visto que o solo representa tal importância para a preservação ambiental, o seu conhecimento</p><p>detalhado é essencial para que haja a preservação, assim como a remediação de forma eficaz</p><p>e correta.</p><p>Em vista disso, a gestão de áreas degradadas é complexa e exige a colaboração de especialistas</p><p>das mais diversas áreas a fim de garantir a integridade dos solos. Logo, conhecimentos sobre a</p><p>formação, composição, estrutura e dinâmica do solo são necessários para os profissionais que</p><p>contribuem para um projeto de recuperação de áreas degradadas, tornando-o um profissional</p><p>preparado para colaborar e discutir com as mais diversas áreas de atuação que têm o mesmo</p><p>objetivo de restabelecer um solo degradado e torná-lo produtivo novamente.</p><p>Vamos pensar sobre algumas questões antes de iniciar a unidade: como os solos são</p><p>formados? O que compõe um solo? Toda degradação causa o mesmo efeito, independente do</p><p>tipo de solo? Todo processo de recuperação é igual, independente do solo?</p><p>7</p><p>Introdução</p><p>O solo é definido como uma camada fina logo acima das rochas e é constituído por vários</p><p>tipos de minerais que se formaram com o intemperismo. Seus principais compostos são</p><p>minerais (areia, argila e minerais), matéria orgânica (fertilidade do solo), água (dissolução dos</p><p>nutrientes) e ar (trocas gasosas).</p><p>Glossário</p><p>Intemperismo: alterações físicas e químicas a que estão sujeitas as rochas</p><p>na superfície da Terra. Esse fenômeno é de grande importância para a</p><p>formação e constante mudança no relevo terrestre, junto com a erosão,</p><p>além de ser muito importante na formação dos solos.</p><p>Os solos apresentam diversas funções estruturais, como suporte físico dos ecossistemas, e</p><p>constitui diversas funcionalidades ecológicas, como a produção biológica e a regulação do ciclo</p><p>hidrológico de superfície. Além disso, constituem um importante meio fixador de carbono e</p><p>depurador de efluentes, minimizando possíveis impactos ambientais (Tavares, 2008), embora</p><p>essa sua capacidade esteja diminuindo devido a inúmeros fatores de degradação.</p><p>Dias e Griffith (1998) definem a qualidade de um solo como a sua capacidade de manter o</p><p>crescimento vegetal, o que inclui fatores como conteúdo de matéria orgânica, profundidade,</p><p>capacidade de retenção de água, taxa de infiltração, capacidade tampão de pH, disponibilidade</p><p>de nutrientes, entre outros fatores essenciais para o sucesso biológico vegetal dos solos e para</p><p>manter a sua integridade de forma geral.</p><p>A formação dos solos ou a gênese dos solos decorre de processos físicos, químicos e</p><p>biológicos que transformam os materiais de origem e recebe o nome de pedogênese, palavra</p><p>de origem grega que significa criação ou formação dos solos.</p><p>8</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Formação dos solos</p><p>Ao estudar os fatores ambientais que condicionam a formação dos solos, Jenny (1941) postulou</p><p>que a formação dos solos ocorre em função de cinco fatores principais: clima, organismos,</p><p>relevo, material de origem e tempo. A seguir falaremos um pouco mais sobre eles.</p><p>O clima é um dos fatores que mais exerce influência na formação dos solos, pois este</p><p>condiciona os fluxos de energia e matéria necessários para os processos intempéricos e</p><p>pedogenéticos que ocorrem na formação dos solos. Os fatores do clima que influenciam sobre</p><p>o solo são: radiação solar, pluviosidade e pressão atmosférica.</p><p>Você sabia?</p><p>Os solos de regiões onde o clima apresenta temperaturas</p><p>médias mais elevadas e alta pluviosidade tendem a ter maior</p><p>evolução pedogenética em comparação com os solos de</p><p>regiões onde o clima apresenta baixa umidade, pois quanto</p><p>maior a quantidade de água, mais completo é o processo</p><p>de intemperismo, seja ele físico ou químico.</p><p>Os organismos vivos também têm grande importância na formação dos solos, principalmente</p><p>pelos processos de adição de compostos orgânicos. São representados pela micro e macro fauna</p><p>e micro e macro flora, além do homem, e são responsáveis pelos processos de complexação</p><p>de compostos químicos, além do metabolismo desses organismos atuarem sobre as condições</p><p>químicas da fase edáfica, ou seja, conjuntos de organismos que dependem diretamente do</p><p>solo e colaboram para a decomposição e mineralização da matéria orgânica, assim como na</p><p>reciclagem de nutrientes e na composição do ar do solo (Oliveira et al, 1992).</p><p>Já o relevo é considerado um fator de controle, pois sua ação se reflete sobre a dinâmica da</p><p>água, tanto no sentido de infiltração e percolação dentro do perfil de solo quanto no controle</p><p>da erosão. Está intimamente relacionado com a composição do solo e, de forma pontual,</p><p>o relevo também exerce forte influência no clima, atuando sobre a temperatura e regime</p><p>pluviométrico de uma determinada região (Tavares, 2008).</p><p>Já o material de origem é o material intemperizado, de natureza mineral ou orgânica que</p><p>deu origem aos solos por processos pedogenéticos. Este é responsável por determinar a</p><p>morfologia dos solos, a partir da textura, a cor e os constituintes minerais de um solo, que</p><p>veremos com mais detalhes adiante.</p><p>O tempo, no sentido de duração cronológica, também pode atuar na formação dos solos,</p><p>uma vez que este atua em conjunto com os demais fatores, e por ser um processo lento, é um</p><p>fator passivo essencial para a formação dos solos.</p><p>Portanto, o processo de formação dos solos é uma ação integrada de todos os fatores</p><p>supramencionados, que devem ser considerados de uma forma relacionada e são responsáveis</p><p>pela diferenciação dos solos, assim como seus horizontes, que apresentam características</p><p>morfológicas distintas,</p><p>das quais falaremos a seguir. É muito importante que esses processos</p><p>sejam entendidos, pois, ao entender a dinâmica do solo, o processo de Recuperação de Áreas</p><p>Degradadas se torna mais completo e efetivo.</p><p>9</p><p>Portanto, os solos constituem sistemas físicos que apresentam três fases distintas: uma fase</p><p>sólida, composta de material mineral e orgânico; uma fase líquida, que se refere à água do solo</p><p>ou solução do solo; e uma fase gasosa, que compõe o ar do solo (Tavares, 2008).</p><p>A fase sólida formada de matéria inorgânica e orgânica é chamada de matriz do solo.</p><p>A porção mineral do solo é constituída de partículas de dimensões variadas chamadas de</p><p>frações granulométricas, resultantes da desagregação e da decomposição das rochas que</p><p>deram origem ao solo. Essas partículas inorgânicas possuem natureza mineralógica diversa,</p><p>e dependendo da resistência ao intemperismo, são encontradas em maiores ou menores</p><p>proporções. Já a matéria orgânica tem sua origem, principalmente, no acúmulo dos</p><p>resíduos vegetais em diferentes estágios de decomposição. A decomposição desses resíduos</p><p>depende de alguns fatores, como natureza dos compostos orgânicos, condições climáticas,</p><p>aeração e drenagem dos solos, e organismos vivos para que haja a formação de material</p><p>humificado (ácidos húmicos, fúlvicos, hêmicos) e turfoso. Quanto à sua composição, os solos</p><p>são basicamente formados por areia, argila e silte (Tavares, 2008).</p><p>O arranjo tridimensional da matriz do solo resultante das diferentes frações granulométricas</p><p>gera os espaços porosos, que em função de suas dimensões são chamados de micro e</p><p>macroporosidade, ocupados pela água e/ou ar (Figura 1). O componente líquido, que é a</p><p>água ou solução do solo, contém gases e sais solúveis em dissolução, cuja concentração e</p><p>composição química, em um mesmo solo, variam com as estações do ano, presença ou tipo</p><p>de vegetação e organismos (Kiehl, 1979).</p><p>Figura 1 – Porosidade do solo</p><p>Você já reparou que quando se observa um solo, este é formado por diferentes camadas</p><p>com características distintas? Segundo Tavares (2008), perfil do solo é a</p><p>Seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se até</p><p>o contato lítico ou rocha intemperizada, mostrando uma série</p><p>de subseções dispostas paralelamente à superfície do terreno,</p><p>chamadas de horizontes pedogenéticos que possuem atributos</p><p>morfológicos resultantes dos efeitos combinados dos processos</p><p>de formação do solo.</p><p>10</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Portanto, os horizontes ou camadas são definidos com uma seção horizontal e paralela ao</p><p>perfil do solo, individualizadas de acordo com as variações morfológicas (cor, estrutura, textura,</p><p>consistência). As camadas, então, são divididas nas seguintes denominações (Figura 2):</p><p>Figura 2 – Perfil do solo com características dos horizontes</p><p>O</p><p>Horizonte ou camada orgânica superficial, constituída</p><p>por resíduos vegetais e substâncias húmicas acumuladas</p><p>na superfície;</p><p>A</p><p>Horizonte mineral superficial onde ocorre grande atividade</p><p>biológica e grande quantidade de matéria orgânica,</p><p>conferindo a essa camada uma coloração escurecida;</p><p>B</p><p>Horizonte de maior desenvolvimento pedogenético com</p><p>maior concentração de compostos de ferro e argilo-minerais</p><p>e menor quantidade de matéria orgânica;</p><p>C</p><p>Horizonte mineral com material inconsolidado, ou seja, pouco</p><p>afetado por processos pedogenéticos e com características</p><p>morfológicas herdadas do material de origem;</p><p>R Camada mineral de material consolidado, constituído pela</p><p>rocha-mãe que deu origem ao solo.</p><p>11</p><p>Propriedades do solo</p><p>Cor</p><p>O solo pode ser considerado uma mistura de partículas minerais e orgânicas que parcialmente</p><p>absorvem e dispersam a luz incidente. A cor apresenta grande importância na caracterização</p><p>e diferenciação do solo pela facilidade na sua identificação. A cor constitui um atributo que é</p><p>referência obrigatória para a descrição morfológica dos perfis de solo nos vários sistemas de</p><p>classificação (Barrón; Torrent, 1986). Além de ser um atributo de fácil percepção, a cor se</p><p>relaciona com a maioria das características mineralógicas, físicas e químicas do solo, permitindo</p><p>estabelecer inferências a respeito da natureza constitutiva do solo ou sobre as condições químicas</p><p>as quais os constituintes estiveram ou ainda estão submetidos (Tavares, 2008).</p><p>Por exemplo, as cores marrom, vermelha ou amarela dos perfis dos solos bem drenados</p><p>são resultados da presença de óxidos de ferro, em maior ou menor intensidade, ou expressa</p><p>a combinação desses minerais presentes no material constitutivo dos solos, e essa informação</p><p>permite estimar a quantidade desses óxidos no solo, assim como outras informações sobre as</p><p>propriedades do solo (Figura 3) (Cornell; Schwertmann, 1996).</p><p>Figura 3 – Diferentes cores do solo em diferentes camadas</p><p>Fonte: marianaideiasforadacaixa.files.wordpress.com</p><p>12</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Textura</p><p>O solo é constituído de partículas minerais de diferentes tamanhos. A textura, então, consiste</p><p>na proporção relativa das frações granulométricas existentes em um solo, ou seja, o quanto se</p><p>tem de areia, silte e argila em uma amostra de solo, classificando o solo quanto à proporção</p><p>desses componentes, o que determina, então, um solo argiloso, quando este apresenta uma</p><p>maior proporção de argila; um solo arenoso, com grandes quantidades de areia; um solo</p><p>siltoso, com altas concentrações de silte; e assim por diante.</p><p>A textura é um dos atributos físicos mais importantes do solo, pois possui a capacidade de</p><p>influenciar na maioria dos atributos e propriedades físicas e químicas de um solo, e assim no</p><p>comportamento do solo a partir da associação com teores de matéria orgânica e composição</p><p>mineralógica, uma vez que este sofre poucas alterações ao longo do tempo, salvo quando há</p><p>interferências antrópicas (Tavares, 2008).</p><p>De um modo geral, solos arenosos são considerados mais leves para o preparo de solo,</p><p>apresentam baixa capacidade de retenção de água, são bem drenados e apresentam elevada</p><p>susceptibilidade à erosão (Figura 4). Já os argilosos, apresentam propriedades opostas, pois</p><p>são considerados mais pesados para o preparo de solo, apresentam elevada retenção de água</p><p>e baixa susceptibilidade à erosão (Figura 5). E os solos siltosos são formados principalmente</p><p>por silte, e este é um pó semelhante à argila, no entanto não apresenta uma coesão apreciável,</p><p>tornando os solos siltosos sujeitos à erosão e desagregação natural, o que requer cuidado e</p><p>manutenção constante desse tipo de solo (Figura 6).</p><p>Figura 4 – Solo arenoso</p><p>Fonte: Nair Helena de C. Arriel</p><p>Figura 5 – Solo argiloso</p><p>Fonte: ARSantos</p><p>Figura 6 – Solo siltoso</p><p>Fonte: cprm.gov.br</p><p>13</p><p>Cerosidade</p><p>A cerosidade (Figura 7) é uma característica</p><p>morfológica que é usada como critério diagnóstico</p><p>para caracterizar um mecanismo de formação</p><p>de solos conhecido como eluviação-iluviação,</p><p>que constitui na translocação de material coloidal</p><p>suspenso de um horizonte a outro. Esse processo</p><p>confere às unidades estruturais um brilho ceroso,</p><p>justificando o nome de cerosidade, e se apresenta</p><p>tanto mais evidente quanto mais intenso for o</p><p>processo de translocação de material coloidal</p><p>revestindo as estruturas ou partículas.</p><p>Porosidade</p><p>A definição da porosidade total é dada pela proporção percentual de poros em relação</p><p>ao volume de solo. As proporções de micro e macroporos definem a microporosidade e</p><p>macroporosidade, causadas pela interação da matriz sólida e das fases líquida e gasosa do</p><p>solo, o que compreende a formação desses poros. O conhecimento das proporções de</p><p>micro e macroporosidade de um solo são de fundamental relevância para a compreensão do</p><p>comportamento físico-hídrico do solo e as suas condições edáficas para o desenvolvimento</p><p>ideal dos vegetais (Tavares, 2008).</p><p>Densidade do solo</p><p>A densidade do solo considera a relação entre a massa e o volume real, considerando os</p><p>volumes da matriz sólida e da porosidade total. Em outras palavras, é a densidade de uma</p><p>amostra de solo onde se preserva a estrutura e a porosidade real do solo (Tavares, 2008).</p><p>A</p><p>densidade do solo constitui um atributo significativamente instável, dependente do grau</p><p>de compactação e de desestruturação causado pelo manejo do solo relacionado ao sistema de</p><p>cultivo empregado (Kiehl, 1979).</p><p>Consistência</p><p>A consistência ocorre por atuação das forças de adesão e coesão entre as partículas do solo,</p><p>que variam com o grau de umidade do solo. A avaliação da consistência do solo é importante</p><p>na descrição dos perfis de solo, indicando as condições adequadas de manejo do solo, assim</p><p>como a vulnerabilidade à erosão e movimento de massa (Tavares, 2008).</p><p>Figura 7 – Superfície alisada e lustrosa, caracterizada</p><p>pela cerosidade</p><p>Fonte: agencia.cnptia.embrapa.br</p><p>14</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Retenção de água no solo</p><p>A retenção de água está ligada à capacidade do solo em reter a água, podendo ser</p><p>influenciada principalmente pela textura e estrutura do solo. O solo com matéria orgânica</p><p>apresenta elevada capacidade de retenção de água. Solos compactados retêm água com mais</p><p>energia, com baixa drenagem e em menor quantidade que solos com estrutura natural.</p><p>Para o entendimento do desenvolvimento das plantas nos solos, é necessário compreender</p><p>alguns conceitos de retenção de água nos solos, como Capacidade de Campo (CC), Ponto de</p><p>Murcha Permanente (PM) e Água Disponível (AD). A capacidade de campo é a quantidade</p><p>de água retida pelo solo após a drenagem ter ocorrido ou cessado em um solo previamente</p><p>saturado por chuva ou irrigação. O ponto de murcha permanente é o ponto em que a água</p><p>está retida com elevada energia que a planta não consegue absorver e perde sua turgidez, ou</p><p>seja, murcha. E a água disponível é a água retida entre a capacidade de campo e ponto de</p><p>murchamento (Tavares, 2008).</p><p>A determinação da retenção de água no solo é importante para a irrigação e na determinação</p><p>da lâmina de água, uma vez que solos com baixa retenção de água vão necessitar de uma lâmina</p><p>maior de água ou irrigações mais frequentes que solos com alta retenção de água. Nesta figura</p><p>podemos observar a diferença da retenção de água e infiltração de um solo compactado para</p><p>um solo descompactado, indicando a diferença de volume de água necessário para que haja a</p><p>infiltração de água no solo (Figura 8):</p><p>Figura 8 – Esquema da capacidade de infiltração e retenção de água de um solo descompactado e compactado</p><p>Fonte: bibocaambiental.blogspot.com.br</p><p>15</p><p>Componentes minerais dos solos</p><p>A composição mineralógica do solo constitui um atributo fundamental que influencia a</p><p>maioria dos fenômenos físicos e químicos que ocorrem no solo. Sendo assim, a composição</p><p>mineralógica do solo possibilita o entendimento da evolução pedogenética e da morfologia,</p><p>uma vez que os minerais são indicadores dos processos de intemperismo e pedogênese que</p><p>atuam para a formação das paisagens atuais (Coelho; Vidal-Torrado, 2003).</p><p>Compreendendo vários minerais, os óxidos de Fe constituem minerais secundários de</p><p>grande importância na formação pedogenética dos solos tropicais (Pombo et al, 1982).</p><p>Mesmo em concentrações baixas no solo, os óxidos de Fe podem influenciar, de forma</p><p>significativa, muitas propriedades e atributos físico-químicos dos solos. Esses minerais</p><p>têm alto poder de pigmentação, influenciando na coloração dos solos. Típicas dos solos</p><p>brasileiros, as cores vermelhas, amareladas e intermediárias se devem principalmente à</p><p>presença desses minerais (Tavares, 2008).</p><p>A goethita, um mineral de óxido de ferro, ocorre em quase todos os tipos de solos e</p><p>regiões climáticas e é responsável pela cor amarelada dos solos. Em solos avermelhados, a</p><p>goethita, normalmente, encontra-se associada à hematita, que é o segundo óxido de ferro</p><p>mais abundante nos solos. Portanto, podemos considerar que a cor do solo constitui um</p><p>indicador importante da constituição mineralógica desses solos (Fontes, 2002).</p><p>Outros minerais secundários de grande importância são os óxidos de alumínio, como a gibsita</p><p>(Al2O3 . 3H2O), cuja ocorrência natural nos solos reflete processos de intensa intemperização,</p><p>originando solos ácidos, formados em clima quente e úmido com alta precipitação e boa</p><p>drenagem. (Tavares, 2008).</p><p>Componentes orgânicos dos solos</p><p>São aqueles constituídos por materiais orgânicos, originários de resíduos vegetais em</p><p>diferentes estágios de decomposição, fragmentos de carvão, substâncias húmicas, biomassa</p><p>meso e microbiana, entre outros compostos orgânicos naturalmente presentes no solo,</p><p>associados ao material mineral em proporções variáveis (Tavares, 2008).</p><p>O conteúdo de matéria orgânica depende não só do aporte e natureza da matéria orgânica,</p><p>mas também de diversas condições ambientais, como o clima e as características físico-químicas</p><p>dos solos.</p><p>Do ponto de vista do manejo e fertilidade do solo, a matéria orgânica e os coloides</p><p>orgânicos dos solos são de imensa importância para inúmeras propriedades dos solos, como:</p><p>a estabilidade de agregados e estrutura do solo, retenção de água, reciclagem de nutrientes,</p><p>dentre outras (Tavares, 2008).</p><p>16</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Sistemas de classificação de solos</p><p>Por isso a classificação pedológica é realizada a partir da aquisição dos dados morfológicos,</p><p>físicos, químicos e mineralógicos do perfil do solo. Além disso, os aspectos ambientais, como</p><p>local do perfil, clima, vegetação, relevo, material de origem, condições hídricas e relações solo-</p><p>paisagem, também são importantes.</p><p>A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo desenvolveu um sistema de classificação dos solos</p><p>brasileiros, os quais se diferenciam quanto a características pedológicas e sua composição,</p><p>que caracterizam os diferentes solos brasileiros. Portanto, seguem as principais características</p><p>desses solos, segundo Silva et al (2005):</p><p>Argissolos</p><p>Solos bem desenvolvidos, e se diferenciam</p><p>dos latossolos por apresentar um gradiente</p><p>de textura em profundidade como</p><p>consequência de acúmulo de argila nos</p><p>horizontes superiores. Geralmente são</p><p>profundos, mas em regiões semiáridas</p><p>podem se apresentar rasos e poucos</p><p>profundos, facilitando o processo de</p><p>erosão (Figura 9).</p><p>Figura 9 – Perfil de argissolo</p><p>Fonte: Tony Jarbas F. Cunha, 2010</p><p>Cambissolos</p><p>São solos poucos desenvolvidos, com</p><p>horizontes ainda em formação, e podem</p><p>ser rasos até profundos. Diferenciam-se dos</p><p>latossolos, pois não apresentam materiais</p><p>primários em sua composição. Quanto à</p><p>sua textura, não apresentam distinção entre</p><p>os horizontes A e B, distinguindo-se, então,</p><p>dos argissolos, e têm como característica</p><p>textura de média a argilosa (Figura 10).</p><p>Figura 10 – Perfil de cambissolo</p><p>Fonte: geografia.seed.pr.gov.br</p><p>17</p><p>Latossolos</p><p>Apresentam coloração avermelhada,</p><p>alaranjada ou amarelada, são muito</p><p>profundos, porosos, de textura variável,</p><p>com argila de atividade baixa, fortemente</p><p>intemperizados, e devido a isso apresentam</p><p>uma morfologia muito uniforme ao longo</p><p>do perfil. São pobres em nutrientes e</p><p>susceptíveis ao endurecimento.</p><p>Figura 11 – Perfil de latossolo</p><p>Fonte: plantiodireto.com.br</p><p>Você sabia?</p><p>Os latossolos são os solos predominantes no Brasil e</p><p>representam cerca 300 milhões de hectares no território.</p><p>Luvissolos</p><p>Solos minerais pouco profundos, com</p><p>argila de atividade alta, com horizonte A</p><p>de consistência dura a muito dura quando</p><p>secos, seguida por um horizonte B pouco</p><p>espesso realçado pela cor vermelha,</p><p>geralmente com mudança textural</p><p>abrupta (entre o horizonte A e o B). São</p><p>solos que apresentam uma tendência</p><p>muito forte à erosão e ocorrência de forte</p><p>pedregosidade na superfície.</p><p>Figura 12 – Perfil de luvissolo</p><p>Fonte: pedologiafacil.com.br</p><p>18</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Neossolos</p><p>Solos constituídos por material mineral</p><p>ou orgânico pouco espesso, cerca de</p><p>50 cm, com pequena expressão dos</p><p>processos pedogenéticos que não</p><p>causaram uma modificação expressiva do</p><p>material de origem, seja pela resistência</p><p>ao intemperismo, seja pela composição</p><p>química ou do relevo, que podem limitar a</p><p>evolução desse tipo de solo.</p><p>Figura 13 – Perfil de neossolo litólico</p><p>Fonte: agencia.cnptia.embrapa.br</p><p>Planossolos</p><p>Solos minerais hidromórficos</p><p>ou não, com</p><p>mudança textural abrupta, sendo que o</p><p>horizonte A de textura arenosa ou média</p><p>está sobre um horizonte B de textura</p><p>argilosa. A mudança textural abrupta é de</p><p>tal forma marcante que se forma, no solo</p><p>seco, uma superfície dita de fraturamento</p><p>entre o horizonte B e o A.</p><p>Figura 14 – Perfil de planossolo</p><p>Fonte: colecaomateusrosas.com.br</p><p>19</p><p>Plintossolos</p><p>Solos minerais hidromórficos ou com</p><p>séria restrição à percolação de água.</p><p>Apresentam horizonte plíntico, ou seja</p><p>com a presença do mineral plintita, dentro</p><p>dos 40 cm ou a maiores profundidades</p><p>quando subsequente a outros horizontes.</p><p>Além disso, são fortemente ácidos.</p><p>Figura 15 – Perfil de plintossolo</p><p>Fonte: colecaomateusrosas.com.br</p><p>Vertissolos</p><p>Solos que apresentam a coloração cinza</p><p>escuro, preto ou marrom, são argilosos</p><p>a muito argilosos, com elevado teor de</p><p>argilas do tipo 2:1, que se caracterizam</p><p>por provocarem expansões e contrações,</p><p>respectivamente quando úmidos e secos.</p><p>Em consequência da contração das argilas</p><p>na estação seca, a superfície desses</p><p>solos apresenta uma grande quantidade</p><p>de fendilhamentos, o que se torna uma</p><p>característica desse tipo de solo.</p><p>Figura 16 – Perfil de vertissolo</p><p>Fonte: Sebastião Calderano/Acervo da Embrapa Solos</p><p>Atenção</p><p>Pesquise mais sobre os tipos de solos. Este link traz de forma</p><p>detalhada as características dos diferentes tipos de solo:</p><p>http://www.agrolink.com.br/downloads/sistema-brasileiro-de-classificacao-dos-solos2006.pdf</p><p>20</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Aplicações dos conhecimentos de estudos do solo em</p><p>Recuperação de Áreas Degradadas (RAD)</p><p>Diante do exposto nesta unidade, todos os fatores referentes ao solo são muito importantes</p><p>e essenciais no momento de tomar decisão na hora de analisar um solo degradado. O solo é</p><p>dinâmico e varia de acordo com o clima, o relevo, o material de origem, tempo, e organismos</p><p>que habitam o local. Portanto, os danos que ocorrem são particulares de cada tipo de solo;</p><p>logo, o processo de recuperação tem que ser bem analisado e aplicado de acordo com as</p><p>necessidades do local.</p><p>Por exemplo, fatores como porosidade e densidade do solo são parâmetros que controlam as</p><p>relações volumétricas entre as fases, água e ar, e indicam as condições para o desenvolvimento</p><p>e penetração das raízes, servindo de orientação para o manejo do solo. Uma vez que os valores</p><p>de densidade do solo se encontram elevados, isso pode causar um impedimento mecânico para</p><p>o crescimento de raízes e, consequentemente, para o desenvolvimento das plantas. Além disso,</p><p>o conhecimento de física do solo pode ser usado para verificar o momento adequado em função</p><p>do teor de água para o preparo do solo, evitando, assim, a degradação da sua estrutura.</p><p>Sendo assim, essa informação se torna muito importante na seleção de espécies para</p><p>recuperação de áreas degradadas, que são específicas para cada tipo de solo e se adaptam</p><p>às condições impostas pelo solo. Uma análise detalhada de alguns fatores como espécies de</p><p>plantas, tipo de solo, tipo de relevo, clima da região se faz necessária para um projeto de RAD,</p><p>entre outras que serão discutidas na próxima unidade.</p><p>Projetos de Recuperação</p><p>A partir do tipo de degradação do solo, soluções serão analisadas a partir de um diagnóstico.</p><p>Com isso, serão tomadas as decisões adequadas para a recuperação do local, que envolve</p><p>alguns tópicos, como: a definição do momento adequado de umidade do solo ou substrato</p><p>para o preparo do plantio de mudas; a seleção de espécies vegetais para um reflorestamento;</p><p>o manejo e manutenção do solo; entre outros.</p><p>O ideal de todo esse processo seria que o uso do solo fosse sustentável, como, por</p><p>exemplo, cultivo alternado, policultura, que impedisse o uso exploratório das terras e assim</p><p>estivesse voltado à sua conservação. Isso, além de preservar o ambiente, geraria menos custos</p><p>econômicos e despenderia menos mão de obra e tempo.</p><p>21</p><p>A Geomorfologia em RAD</p><p>O estudo do solo, como já dito, é complexo e engloba diversas áreas para uma ação eficaz</p><p>de recuperação. Sendo assim, a Geomorfologia complementa os estudos pedológicos e inclui</p><p>o estudo do relevo, que “constituem os pisos sobre os quais se fixam as populações humanas</p><p>e são desenvolvidas suas atividades derivando daí valores econômicos e sociais que lhe são</p><p>atribuídos” (Marques, 2001).</p><p>Glossário</p><p>Geomorfologia: área que estuda as formas da superfície</p><p>terrestre, determinando os aspectos morfológicos, cronológicos,</p><p>genéticos e dinâmicos do relevo atual e na sua formação.</p><p>Segundo Araújo et al (2009), “a Geomorfologia, juntamente com a Pedologia, têm um</p><p>papel importante no diagnóstico de áreas degradadas, pois todas, ou quase todas, as atividades</p><p>que os seres humanos desenvolvem na superfície terrestre estão sob alguma forma de relevo</p><p>ou algum tipo de solo”. Portanto, o conhecimento em conjunto dessas duas áreas permite não</p><p>só diagnosticar danos ambientais, mas também utilizar esses conhecimentos no prognóstico</p><p>desses processos, assim como tornar o processo de recuperação mais efetivo, vista a extensão</p><p>de conhecimentos da área em estudo.</p><p>No estudo de formas e dos processos associados, devem ser levados em conta também</p><p>os materiais que constituem tais formas de relevo e que são trabalhados pela ação dos</p><p>processos geomorfológicos, de forma que a Geomorfologia contribui em projetos de</p><p>recuperação de áreas degradadas, através da atuação de grupos interdisciplinares, em que</p><p>o geomorfólogo possa contribuir com conhecimentos na área de relevo, solo e hidrologia</p><p>sobre o terreno onde a obra será realizada, evitando maiores custos à obra e para garantir</p><p>o sucesso do projeto.</p><p>Portanto, diante de tudo que foi visto nesta unidade, podemos embasar os estudos de</p><p>recuperação de áreas degradadas de forma específica, com dados que são importantes para</p><p>a elaboração de um projeto, que será discutido nas próximas unidades. Não se esqueça de</p><p>conferir o material complementar e as atividades.</p><p>22</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Material Complementar</p><p>Vídeos:</p><p>Conhecendo o solo. Realização da TV Paulo Freire em colaboração com o Programa</p><p>Solo na Escola/ UFPR.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=E-xUoRqi7eQ</p><p>Acesso em: 27 jul. 2015.</p><p>Livros:</p><p>AMARAL, E. F. ; SILVA, J. R. T. Pedologia: uma visão sintética. Universidade Federal do Acre. Embrapa Acre. 1995</p><p>Sites:</p><p>Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.</p><p>http://www.sbcs.org.br/?post_type=noticia_geral&p=3810</p><p>Acesso em: 27 jul. 2015.</p><p>Carta de Brasília da Conferência sobre Governança do Solo.</p><p>https://bit.ly/3KuLUAZ</p><p>Leituras:</p><p>Erosão em Áreas de Encosta com Solos Frágeis e sua Relação com a Cobertura</p><p>do Solo</p><p>https://bit.ly/3kvuZDD</p><p>23</p><p>Referências</p><p>Agência Embrapa de Informação Tecnológica. Disponível em: <http://www.agencia.</p><p>cnptia.embrapa.br/>. Acesso em: 15 jun. 2015.</p><p>Araújo, G. H. S., Almeida, J. R., Guerra, A. J. T. Gestão ambiental de áreas degradadas.</p><p>4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. 320 p.</p><p>Coelho, M. R., Vidal-Torrado, P. Caracterização e gênese de perfis plínticos</p><p>desenvolvidos de arenito do Grupo Bauru. II - Mineralogia. Revista Brasileira de Ciências</p><p>do Solo, 27: 495 – 507, 2003.</p><p>Cornell, R. M., Schwertmann, U. The iron oxides: structure, properties, reactions, occurrence</p><p>and uses. Weinheim, VCH, 1996. 573 p.</p><p>Dias, L. E., GRIFFITH, J. J. Conceituação e caracterização de áreas degradadas. In: Dias, L.</p><p>E., Mello, J. W. Recuperação de Áreas Degradadas.</p><p>SOBRADE/FINEP, Viçosa, MG., 1 – 7, 1998.</p><p>Fontes, M. P. F. Mineralogia do solo (versão resumida). Viçosa, MG, Universidade Federal</p><p>de Viçosa, 2002. Não paginado.</p><p>Jenny, H. Factors of soil formation, a system of quantitative pedology. McGraw -</p><p>Hill: New York, 1941. 281 p.</p><p>Kiehl, E. J. Manual de edafologia. São Paulo: Agronômica Ceres, 1979. 262 p.</p><p>Marques, J. S. Ciência geomorfológica. In: Geomorfologia – Uma atualização de bases</p><p>e conceitos. Guerra, A. J. T., Cunha, S. B. (orgs.). Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil,</p><p>2001. 4. ed., 24 - 50.</p><p>Oliveira, J. B., Jacomine, P. K. T., Camargo, M. N. Classes gerais de solos do Brasil: guia</p><p>auxiliar para o seu reconhecimento. Jaboticabal, SP. 2. ed., Jaboticabal, FUNEP, 1992. 201 p.</p><p>Pombo, L. C. A., Klamt, E., Kunrath, L., Gianluppi, D. I. Identificação de óxidos de ferro na fração</p><p>argila de latossolo roxo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 6, n. l, 1982, 12 - 18.</p><p>Tavares, S. R. L. 2008. Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da Ciência</p><p>do solo no contexto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de</p><p>recuperação. Rio de Janeiro: Embrapa Solo, 2008. 228 p.</p><p>24</p><p>Unidade: O Solo</p><p>Anotações</p>