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<p>DIREITO FINANCEIRO</p><p>UNINASSAU 2024.1</p><p>PARTE I</p><p>Prof. Dr. Júlio Ponte 9.9995.0303</p><p>PARA QUE SERVE O ESTUDO DE</p><p>DIREITO FINANCEIRO?</p><p>QUAL SUA RELEVÂNCIA?</p><p>ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO</p><p>O Estado tem o dever de satisfazer necessidades públicas, por</p><p>meio da entrega de bens (habitações populares, medicamentos</p><p>etc.) e/ou por meio da prestação de serviços públicos (por</p><p>exemplo, educação, saúde etc.).</p><p>É fácil perceber que a entrega de bens e/ou por meio da</p><p>prestação de serviços públicos tem um custo, o que exige a</p><p>realização de gastos (despesas públicas).</p><p>As despesas públicas (ou gastos públicos) são</p><p>gerenciadas por meio de um orçamento público.</p><p>Acaso a receita pública arrecadada (ingresso de</p><p>dinheiro nos cofres públicos) não seja suficiente para</p><p>custear os gastos públicos, o Estado poderá obter</p><p>empréstimos públicos (também chamados de</p><p>créditos públicos), para atingir o equilíbrio entre</p><p>receita e despesa pública.</p><p>A atividade financeira do Estado (termo</p><p>na acepção ampla, englobando a União,</p><p>os Estados-membros, o Distrito Federal e</p><p>os Municípios) corresponde à conduta</p><p>ESTATAL DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS E</p><p>DE REALIZAÇÃO DE DESPESAS.</p><p>O Direito Financeiro, que sempre ficou "em</p><p>segundo plano" até pouco tempo atrás,</p><p>ressurgiu agora com toda força e vigor, pois,</p><p>assuntos como "pedaladas fiscais", teto de</p><p>gastos, orçamento público têm permeado os</p><p>debates políticos e são temas frequentes em</p><p>todos os noticiários.</p><p>Direito Financeiro é um direito autônomo, não</p><p>podendo ser considerado um apêndice de outros</p><p>ramos, como, por exemplo, o Direito Tributário ou</p><p>o Direito Administrativo.</p><p>O Direito Tributário estuda apenas com uma parte</p><p>dessas receitas, especificamente a receita</p><p>tributária.</p><p>O Direito Tributário "se apropriou" de um</p><p>específico elemento do Direito Financeiro, que é a</p><p>receita tributária, e, ao criar institutos e princípios</p><p>próprios, acabou "descolando“ esse elemento</p><p>(receita tributária) do Direito Financeiro,</p><p>ganhando, assim, autonomia, dando surgimento</p><p>ao que conhecemos como Direito Tributário.</p><p>Enquanto o direito tributário fica sendo o ramo do</p><p>direito positivo cujas normas tratam especialmente</p><p>dos tributos, seja de forma direta ou indireta;</p><p>O direito financeiro fica sendo o ramo do direito</p><p>positivo cujas normas disciplinam a atividade</p><p>financeira estatal, o que envolve desde as normas</p><p>sobre arrecadação até normas sobre a despesa</p><p>pública.</p><p>Considere o texto abaixo:</p><p>“Enquanto o Direito Y tem por objeto os planos do nascimento,</p><p>existência e extinção dos tributos, o Direito Z, ao dispor sobre o</p><p>orçamento público, regula a destinação das receitas tributárias para o</p><p>provimento dos cofres públicos por meio da lei orçamentária”.</p><p>Assim, é correto dizer que os Direitos Y e Z correspondem,</p><p>respectivamente, aos Direitos:</p><p>A Constitucional e Trabalhista.</p><p>B Constitucional e Penal.</p><p>C Processual e Financeiro.</p><p>D Tributário e Financeiro.</p><p>O direito financeiro compreende a despesa, a dívida e o</p><p>orçamento públicos, mas não a receita pública, que é</p><p>objeto do direito tributário.</p><p>Certo</p><p>Errado</p><p>A atividade financeira do Estado obedece a regras específicas contidas em</p><p>diferentes instrumentos normativos. A respeito dessas regras, é correto afirmar</p><p>que</p><p>A estão previstas na Constituição Federal, em leis complementares, em leis</p><p>ordinárias, em normativos infraconstitucionais e em recomendações dos</p><p>tribunais de contas</p><p>B estão previstas apenas na Constituição Federal, que traz o conjunto suficiente</p><p>de regras aplicáveis à atividade financeira do Estado.</p><p>C estão previstas apenas em leis complementares, dada a natureza geral dessas</p><p>regras.</p><p>D são decorrência das práticas reiteradas da Administração Pública ao longo dos</p><p>anos, não se apresentando de forma sistemática em nenhum instrumento</p><p>jurídico.</p><p>É compreendido como o ramo do Direito Público que</p><p>estuda a disciplina jurídica das receitas e despesas</p><p>públicas:</p><p>A Direito Civil.</p><p>B Direito Tributário.</p><p>C Direito Financeiro.</p><p>D Direito Econômico.</p><p>E Direito Empresarial.</p><p>No que se refere à atividade financeira do Estado, analise os itens a seguir</p><p>e, ao final, assinale a alternativa correta:</p><p>I – O estudo do Direito Financeiro perpassa pela análise do fenômeno</p><p>financeiro, tomado esse no sentido de observar gradativamente a razão da</p><p>obtenção de ingresso de recursos nos cofres públicos.</p><p>II – A finalidade principal do Estado é a realização do bem individual.</p><p>III – O Estado visa à satisfação das necessidades públicas.</p><p>A Apenas o item I é verdadeiro.</p><p>B Apenas o item II é verdadeiro.</p><p>C Apenas o item III é verdadeiro.</p><p>D Apenas os itens I e III são verdadeiros.</p><p>E Todos os itens são verdadeiros.</p><p>O Direito Financeiro, como direito autônomo, possui um</p><p>sistema próprio de normas, por exemplo, o art. 24, inciso I, da</p><p>CF/88 prescreve que compete à União, aos Estados-membros</p><p>e ao Distrito Federal legislar CONCORRENTEMENTE sobre</p><p>Direito Financeiro.</p><p>Também o capítulo II do Título VI da CF/88, artigos 163 até</p><p>169, que trata, especificamente, de finanças públicas.</p><p>NA COMPETÊNCIA CONCORRENTE OS MUNICÍPIOS ESTÃO</p><p>EXCLUÍDOS.</p><p>O QUE É</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>CONCORRENTE?</p><p>COMPETÊNCIA CONCORRENTE</p><p>1) Competência que se exerce simultaneamente sobre a mesma</p><p>matéria por mais de uma autoridade ou órgão.</p><p>2) No âmbito da competência concorrente entre leis, deve-se observar</p><p>o princípio da hierarquia das normas, onde a legislação federal tem</p><p>primazia sobre a estadual e municipal e, a estadual sobre a</p><p>municipal.</p><p>3) A competência da União será limitada a estabelecer normas gerais.</p><p>Os Estados e o DF terão competência suplementar. No caso de</p><p>ausência de lei federal, a competência legislativa dos Estados e do DF</p><p>será plena.</p><p>São 4 elementos fundamentais sobre a atividade</p><p>financeira do Estado, quais sejam,</p><p>(i) orçamento público</p><p>(ii) crédito público</p><p>(iii) receitas públicas e</p><p>(iv) despesas públicas.</p><p>QUE É ORÇAMENTO PÚBLICO?</p><p>O orçamento público é uma lei que programa a vida</p><p>financeira do Estado, em atenção aos interesses</p><p>públicos da sociedade.</p><p>QUE É ORÇAMENTO PÚBLICO?</p><p>Portanto, orçamento público é a lei que autoriza os gastos</p><p>que o Governo PODE realizar durante um determinado</p><p>período de tempo, descrevendo as ações e respectivas</p><p>despesas que o Poder Público pode realizar (por exemplo,</p><p>construção de escolas, hospitais, pagamento de salários</p><p>etc.), com a simultânea previsão dos ingressos de recursos</p><p>(receitas) necessários para realizá-las.</p><p>A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E AS ESPÉCIES DE LEIS</p><p>SOBRE DIREITO FINANCEIRO:</p><p>SE LEI ORDINÁRIA;</p><p>SE LEI COMPLEMENTAR OU</p><p>MEDIDA PROVISÓRIA</p><p>CF/88: Art. 163. Lei complementar disporá sobre:</p><p>I - finanças públicas;</p><p>II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,</p><p>fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;</p><p>III - concessão de garantias pelas entidades públicas;</p><p>IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;</p><p>V - fiscalização financeira da administração pública direta e</p><p>indireta;</p><p>CF/88: Art. 163. Lei complementar disporá sobre:</p><p>VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de</p><p>crédito da União, resguardadas as características e condições</p><p>operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional;</p><p>VIII - sustentabilidade da dívida, especificando...</p><p>CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo</p><p>estabelecerão:</p><p>(...)</p><p>§ 9º Cabe à lei complementar:</p><p>I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a</p><p>elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de</p><p>diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;</p><p>II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da</p><p>administração direta e indireta bem como condições para a</p><p>instituição e funcionamento de fundos.</p><p>CF- Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo</p><p>estabelecerão:</p><p>I - o plano plurianual;</p><p>II - as diretrizes orçamentárias;</p><p>III - os orçamentos anuais.</p><p>PRINCIPAIS LEIS</p><p>A Lei Federal nº 4.320/64, que estabelece normas gerais de direito</p><p>financeiro.</p><p>A Lei Complementar nº 101/2001 – Lei de Responsabilidade Fiscal</p><p>são as principais Leis Complementares .</p><p>Esta última estipula uma série de regras voltadas à</p><p>responsabilidade na gestão do dinheiro público, ou seja, impõe um</p><p>severo rigor na administração do dinheiro público.</p><p>CF/88: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente</p><p>da República poderá adotar medidas provisórias, com força</p><p>de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso</p><p>Nacional.</p><p>§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:</p><p>I - relativa a:</p><p>(...)</p><p>d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e</p><p>créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no</p><p>art. 167, § 3º;</p><p>(...)</p><p>III - reservada a lei complementar;</p><p>Art. 167...</p><p>§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente</p><p>será admitida para atender a despesas</p><p>imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de</p><p>guerra, comoção interna ou calamidade pública,</p><p>observado o disposto no art. 62.</p><p>PORTANTO, MÁXIMA ATENÇÃO À EXCEÇÃO :</p><p>EM REGRA, Medida Provisória não pode ser utilizada para criar ou</p><p>para modificar a Lei do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes</p><p>Orçamentárias (LDO) e especialmente a Lei Orçamentária Anual</p><p>(LOA).</p><p>MAS, EXCEPCIONALMENTE, poderá ser utilizada se e somente se for</p><p>para a criação de créditos extraordinários.</p><p>OS CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS correspondem aos valores</p><p>descritos na lei orçamentária que são destinados à atender a</p><p>despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,</p><p>comoção interna ou calamidade pública.</p><p>OS CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS ADICIONAIS são os valores que a</p><p>Administração Pública pode adicionar ao seu orçamento original,</p><p>são classificados em:</p><p>Lei Federal nº 4.320/64: Art. 41. Os créditos adicionais classificam-</p><p>se em:</p><p>I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;</p><p>II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja</p><p>dotação orçamentária específica;</p><p>III - EXTRAORDINÁRIOS, os destinados a despesas urgentes e</p><p>imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade</p><p>pública.</p><p>A LEI ORÇAMENTÁRIA É IMPOSITIVA</p><p>OU</p><p>AUTORIZATIVA?</p><p>QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO?</p><p>De acordo com a corrente doutrinária majoritariamente</p><p>adotada no Brasil, o orçamento público é lei meramente</p><p>formal, uma vez que tão somente prevê as receitas públicas</p><p>(ingressos) e autoriza os gastos (despesas).</p><p>Nesse sentido, o orçamento tem forma de lei ("nasce" como</p><p>lei, logo, é lei no sentido formal), mas não tem conteúdo</p><p>próprio de lei (logo, apesar de ser lei no sentido formal, não</p><p>é lei no sentido material), pois NÃO VEICULA DIREITOS</p><p>SUBJETIVOS DE FORMA GERAL E ABSTRATA.</p><p>Como a lei do orçamento público não vincula direitos subjetivos</p><p>de forma geral e abstrata (como o faz uma lei em sentido</p><p>material), uma instituição de caridade não tem como postular em</p><p>juízo, por exemplo, a concessão de um auxílio financeiro</p><p>autorizado no orçamento.</p><p>Por isso, como não realiza gastos, mas apenas os autoriza ou</p><p>prevê, não gerando direitos subjetivos, o orçamento é chamado -</p><p>atenção - de meramente autorizativo.</p><p>EXCEÇÕES:</p><p>Há algumas despesas que constam no orçamento público que o Poder</p><p>Público tem o dever de cumprir, tornando-o, nesse ponto, impositivo.</p><p>Os gastos com pessoal (salários e demais encargos) são previstos na</p><p>CF/88, nos estatutos dos funcionários públicos e até mesmo na CLT; as</p><p>transferências constitucionais obrigatórias também estão previstas na</p><p>CF/88 (arts. 157/162); os gastos com educação estão previstos no art.</p><p>212 da CF/88; e os gastos com a saúde estão previstos no art. 198, § 2o,</p><p>da CF/88 e na LC 141/2012.</p><p>Art. 198. ....</p><p>§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios</p><p>aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde</p><p>recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais</p><p>calculados sobre:</p><p>I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo</p><p>exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze</p><p>por cento;</p><p>Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito,</p><p>e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por</p><p>cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,</p><p>compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino.</p><p>§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União</p><p>aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos</p><p>Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para</p><p>efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a</p><p>transferir.</p><p>Art. 158. Pertencem aos Municípios:</p><p>II – 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do</p><p>imposto da União sobre a propriedade territorial rural,</p><p>relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na</p><p>hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III;</p><p>III - 50% (cinquenta por cento) do produto da arrecadação do</p><p>imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores</p><p>licenciados em seus territórios e, em relação a veículos aquáticos e</p><p>aéreos, cujos proprietários sejam domiciliados em seus territórios;</p><p>PORTANTO</p><p>A impositividade é exceção, pois, como regra geral, a</p><p>lei orçamentária é meramente autorizativa, e a regra</p><p>geral faz com que a doutrina brasileira majoritária</p><p>defenda que a lei do orçamento público é meramente</p><p>autorizativa.</p><p>LEI ORÇAMENTÁRIA</p><p>(ORÇAMENTO PÚBLICO)</p><p>AUTORIZATIVA IMPOSITIVA</p><p>Ação e despesa criada na própria lei</p><p>orçamentária, como, por exemplo, a</p><p>pavimentação de uma rua etc.</p><p>Não gera direito subjetivo. O Poder</p><p>Público poderá cumprir ou não a</p><p>norma, a depender da</p><p>disponibilidade orçamentária e/ou da</p><p>vontade política (discricionariedade).</p><p>Ação e despesa criada pela CF/88 ou</p><p>por lei anterior ao orçamento, como,</p><p>por exemplo, pagamento de salários e</p><p>encargos, transferências</p><p>constitucionais obrigatórias, aplicação</p><p>de valores mínimos em educação e</p><p>em saúde etc.</p><p>Gera direito subjetivo. O Poder</p><p>Público não tem qualquer margem de</p><p>discricionaridade.</p><p>O Poder Legislativo tem procurado reduzir, cada vez mais, essa</p><p>característica do orçamento autorizativo, que é a regra geral.</p><p>A EC 100/2019, por exemplo, incluiu um novo parágrafo no art. 165</p><p>da CF/88, passando a prescrever o seguinte:</p><p>§ 10. A administração tem o dever de executar as programações</p><p>orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o</p><p>propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços à</p><p>sociedade.</p><p>§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de</p><p>diretrizes orçamentárias:</p><p>I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e</p><p>legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não</p><p>impede o cancelamento necessário à abertura de créditos</p><p>adicionais;</p><p>II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica</p><p>devidamente justificados;</p><p>III - aplica-se exclusivamente às DESPESAS PRIMÁRIAS</p><p>DISCRICIONÁRIAS.</p><p>As despesas primárias são gastos governamentais</p><p>destinados ao financiamento de atividades</p><p>relacionadas com a oferta de serviços públicos</p><p>(políticas públicas), investimentos e manutenção</p><p>da máquina administrativa (ex: pessoal,</p><p>investimento, custeio, etc). Noutros termos, as</p><p>despesas primárias são os gastos não-financeiros</p><p>do governo (serviços da dívida, juros, etc).</p><p>As despesas primárias podem ser obrigatórias ou não (discricionárias). Os</p><p>gastos obrigatórios se referem aos compromissos estabelecidos pela</p><p>própria legislação, tais como a manutenção dos direitos individuais</p><p>(aposentadoria, assistência social, seguro desemprego, etc), mínimos</p><p>constitucionais (saúde, educação, etc), salários e benefícios dos servidores</p><p>públicos e precatórios. Já as despesas discricionárias consistem nos gastos</p><p>em que o administrador possui certo poder de decidir onde o recurso será</p><p>investido.</p><p>Portanto, em suma, despesas primárias discricionárias são desembolsos</p><p>que visam financiar</p><p>atividades não financeiras do governo e que podem</p><p>ser utilizadas em áreas de livre escolha do gestor público.</p><p>No âmbito do Poder Judiciário, também tem prevalecido a</p><p>tese de que o orçamento público é meramente autorizativo,</p><p>conforme posicionamento até então unânime do STF (MS</p><p>12.343-DF, ACO 453/PR, ADI-MC 1294-4).</p><p>É possível concluir, assim, que o STF está alinhado à doutrina</p><p>majoritária no sentido de que a lei do orçamento público é</p><p>meramente autorizativa e não impositiva.</p><p>Princípios gerais</p><p>orçamentários</p><p>Alguns desse princípios estão</p><p>positivados na CF/88, outros na Lei</p><p>Federal no 4.320/64 e alguns outros</p><p>estão implícitos no ordenamento</p><p>jurídico.</p><p>O Princípio da Legalidade rege toda a atividade financeira do</p><p>Estado, pois as finanças públicas não podem ser manejadas sem</p><p>prévia autorização da lei.</p><p>Logo, é um dos princípios orçamentários mais importantes, pois</p><p>nenhum recurso público poder ser gasto (despesa), absolutamente</p><p>nenhum, sem prévia autorização legal.</p><p>A lei orçamentária ou qualquer alteração na lei orçamentária</p><p>necessariamente deve ser aprovada pelo Poder Legislativo, isto é,</p><p>por meio de lei. Lembre-se sempre que é o Poder Legislativo que</p><p>aprova, por meio de lei, o que será feito (despesa) com o</p><p>dinheiro público.</p><p>CF/88: Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a</p><p>sanção do Presidente da República, não exigida esta</p><p>para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre</p><p>todas as matérias de competência da União,</p><p>especialmente sobre:</p><p>(...)</p><p>II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,</p><p>orçamento anual, operações de crédito, dívida pública</p><p>e emissões de curso forçado;</p><p>(...).</p><p>CF/88: Art. 167. São vedados:</p><p>I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária</p><p>anual;</p><p>(...)</p><p>V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia</p><p>autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;</p><p>VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de</p><p>uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro,</p><p>sem prévia autorização legislativa;</p><p>(...)</p><p>VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos</p><p>orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou</p><p>cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos</p><p>mencionados no art. 165, § 5o;</p><p>CF/88: Art. 166. Os projetos de lei relativos ao</p><p>plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao</p><p>orçamento anual e aos créditos adicionais serão</p><p>apreciados pelas duas Casas do Congresso</p><p>Nacional, na forma do regimento comum.</p><p>(...).</p><p>O Prefeito do Município M editou Decreto por meio do qual criou um</p><p>crédito orçamentário suplementar, aumentando a despesa referente à</p><p>aquisição de medicamentos a serem utilizados nas unidades básicas de</p><p>saúde, de R$ 10.000.000,00 para R$ 20.000.000,00, já que a dotação</p><p>orçamentária originariamente prevista não foi suficiente para a</p><p>satisfação dessa despesa. Sobre a hipótese, é correto afirmar que:</p><p>A) Como se trata de recursos destinados ao serviço de saúde, o crédito</p><p>orçamentário suplementar pode ser criado por meio de Decreto.</p><p>B) O valor do crédito suplementar aberto por Decreto está dentro do</p><p>limite constitucional.</p><p>C) A Constituição Federal veda a criação de créditos suplementares.</p><p>D) É vedada a abertura de crédito suplementar sem prévia autorização</p><p>legislativa</p><p>EMENTA: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL.</p><p>CONSTITUCIONAL. DECISÕES JUDICIAIS QUE DETERMINARAM MEDIDAS</p><p>CONSTRITIVAS DE RECEITAS PÚBLICAS REPASSADAS PELO FUNDO NACIONAL DE</p><p>DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FNDE (...)</p><p>2. As decisões judiciais impugnadas, pelas quais se determinam medidas de</p><p>constrição judicial sobre recursos públicos federais transferidos pelo Fundo</p><p>Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE para a implementação do</p><p>Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE às unidades executoras próprias para</p><p>a satisfação de créditos trabalhistas, ofendem ao princípio da legalidade</p><p>orçamentária (inc. VI do art. 167 da Constituição da República), da separação dos</p><p>poderes (art. 2o da Constituição) e da continuidade da prestação dos serviços</p><p>públicos (art. 175 da Constituição). Precedentes.</p><p>(ADPF 988, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 18/10/2022,</p><p>PROCESSO ELETRÔNICO DJe-215 DIVULG 24-10-2022 PUBLIC 25-10-2022)</p><p>Objetivando cumprir suas promessas de campanha, o Presidente da República, recém</p><p>eleito, editou Medida Provisória para alterar a Lei Orçamentária Anual (LOA) da União,</p><p>objetivando criar uma nova despesa que não é imprevisível ou urgente. Sobre a hipótese,</p><p>é correto afirmar que:</p><p>A) É absolutamente vedada a edição de Medida Provisória sobre qualquer matéria relativa</p><p>à Lei Orçamentária Anual (LOA).</p><p>B) Medida Provisória pode dispor sobre matéria orçamentária somente se for utilizada</p><p>para a abertura de créditos extraordinários destinados a atender despesas imprevisíveis e</p><p>urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública;</p><p>C) Medida Provisória pode dispor sobre matéria orçamentária desde que seja utilizada</p><p>para a abertura de créditos suplementares destinados a atender despesas imprevisíveis e</p><p>urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.</p><p>D) Como a iniciativa das leis orçamentárias é privativa do Poder Executivo, não há</p><p>qualquer limitação constitucional quanto ao uso de Medida Provisória em matéria</p><p>orçamentária.</p><p>O art. 107 da Lei Federal no 4.320/64 não foi recepcionado</p><p>pela CF/88, pois afronta o Princípio da Legalidade em questão</p><p>ao estipular que o orçamento das autarquias e empresas</p><p>estatais pude ser aprovado por Decreto do Poder Executivo,</p><p>não se sujeitando, assim, à aprovação pelo</p><p>Poder Legislativo; essa aprovação de orçamento público por</p><p>decreto não é possível à luz das disposições</p><p>constitucionais em vigor.</p><p>PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE</p><p>De acordo com esse princípio, a lei orçamentária só pode conter matéria</p><p>orçamentária e nada mais.</p><p>Ele está positivado no art. 165, § 8º, da CF/88:</p><p>CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:</p><p>I - o plano plurianual;</p><p>II - as diretrizes orçamentárias;</p><p>III - os orçamentos anuais.</p><p>§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão</p><p>da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a</p><p>autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de</p><p>operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos</p><p>da lei.</p><p>Princípio da Programação</p><p>De acordo com esse princípio, as ações governamentais devem ser</p><p>programadas, isto é, planejadas.</p><p>É da integração entre a CF/88 e essas leis que surge a necessidade de</p><p>programação (planejamento) das ações governamentais.</p><p>CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:</p><p>§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta</p><p>Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e</p><p>apreciados pelo Congresso Nacional.</p><p>PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO</p><p>De acordo com esse princípio, as despesas autorizadas na lei</p><p>orçamentária - atenção - não podem ser superiores à</p><p>previsão das receitas.</p><p>Tal princípio proíbe a realização de despesas além do</p><p>montante permitido pelo Poder Legislativo na lei</p><p>orçamentária.</p><p>LRF: Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece:</p><p>§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação</p><p>planejada e transparente, em que se previnem riscos e</p><p>corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas</p><p>públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados</p><p>entre receitas e despesas e a obediência a limites e</p><p>condições no que tange a renúncia de receita, geração de</p><p>despesas com pessoal, da seguridade social e outras,</p><p>dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito,</p><p>inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia</p><p>e inscrição em Restos a Pagar.</p><p>PRINCÍPIO DA ANUALIDADE</p><p>De acordo com esse princípio, o orçamento público é de</p><p>periodicidade anual.</p><p>O orçamento é ânuo, ou seja, ele estima as receitas e fixa</p><p>as despesas</p><p>para um exercício financeiro, que, no Brasil,</p><p>coincide com o ano civil, nos termos do art. 34 da Lei</p><p>4.320/64, segundo o qual "O exercício financeiro</p><p>coincidirá com o ano civil".</p><p>CF/88: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo</p><p>estabelecerão:</p><p>I - o plano plurianual;</p><p>II - as diretrizes orçamentárias;</p><p>III - os orçamentos anuais.</p><p>(...)</p><p>§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:</p><p>I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,</p><p>seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e</p><p>indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo</p><p>Poder Público;</p><p>PRINCÍPIO DA UNIDADE</p><p>De acordo com esse princípio, deve existir apenas um orçamento</p><p>para cada ente da federação em cada exercício financeiro (por</p><p>força do Princípio da Anualidade), conforme exigido pelo art. 2º</p><p>da Lei Federal 4.320/64:</p><p>Lei Federal 4.320/64: Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a</p><p>discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a</p><p>política econômica financeira e o programa de trabalho do</p><p>Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e</p><p>anualidade.</p><p>PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE</p><p>De acordo com esse princípio, todas as receitas e todas</p><p>as despesas governamentais devem fazer parte do</p><p>orçamento, sem qualquer exclusão.</p><p>Slide 1: DIREITO FINANCEIRO</p><p>Slide 2</p><p>Slide 3</p><p>Slide 4</p><p>Slide 5</p><p>Slide 6</p><p>Slide 7</p><p>Slide 8</p><p>Slide 9</p><p>Slide 10</p><p>Slide 11</p><p>Slide 12</p><p>Slide 13</p><p>Slide 14</p><p>Slide 15</p><p>Slide 16</p><p>Slide 17</p><p>Slide 18</p><p>Slide 19</p><p>Slide 20</p><p>Slide 21</p><p>Slide 22</p><p>Slide 23</p><p>Slide 24</p><p>Slide 25</p><p>Slide 26</p><p>Slide 27</p><p>Slide 28</p><p>Slide 29</p><p>Slide 30</p><p>Slide 31</p><p>Slide 32</p><p>Slide 33</p><p>Slide 34</p><p>Slide 35</p><p>Slide 36</p><p>Slide 37</p><p>Slide 38</p><p>Slide 39</p><p>Slide 40</p><p>Slide 41</p><p>Slide 42</p><p>Slide 43</p><p>Slide 44</p><p>Slide 45</p><p>Slide 46</p><p>Slide 47</p><p>Slide 48</p><p>Slide 49</p><p>Slide 50</p><p>Slide 51</p><p>Slide 52</p><p>Slide 53</p><p>Slide 54</p><p>Slide 55</p><p>Slide 56</p><p>Slide 57</p><p>Slide 58</p><p>Slide 59</p><p>Slide 60</p><p>Slide 61</p><p>Slide 62</p><p>Slide 63</p><p>Slide 64</p><p>Slide 65</p>

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