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<p>CONCEITOS BASICOS</p><p>Gabriela Queirós Amorim</p><p>MODALIDADES</p><p>Parasita Oblíquo: Um parasita que depende</p><p>obrigatoriamente do hospedeiro para sobreviver</p><p>e completar seu ciclo de vida. Exemplo:</p><p>Plasmodium (Malaria).</p><p>Parasita Facultativo: Pode sobreviver tanto em</p><p>um ambiente livre quanto parasitando um</p><p>hospedeiro.</p><p>Parasita Acidental: Parasita um hospedeiro que</p><p>não é seu alvo natural, de forma acidental.</p><p>Exemplo: larvas de moscas que ocasionalmente</p><p>parasitam humanos.</p><p>Ectoparasita: Vive na superfície do corpo do</p><p>hospedeiro, como pulgas e carrapatos.</p><p>Endoparasita: Vive dentro do corpo do</p><p>hospedeiro, como vermes intestinais ou</p><p>protozoários no sangue.</p><p>Parasita Monoxeno: Completa seu ciclo de vida</p><p>em apenas um tipo de hospedeiro. Ex: Enterobius</p><p>vermicularis (oxiuríase).</p><p>Parasita Heteroxeno: Requer mais de um</p><p>hospedeiro para completar seu ciclo de vida.</p><p>Exemplo: Plasmodium (precisa do mosquito e do</p><p>humano para completar seu ciclo).</p><p>Parasita Temporário: Só se associa ao</p><p>hospedeiro em certos períodos do ciclo de vida</p><p>ou para se alimentar. Exemplo: mosquitos que se</p><p>alimentam de sangue.</p><p>Parasita Permanente: Vive continuamente em</p><p>seu hospedeiro por longos períodos ou por toda a</p><p>sua vida. Exemplo: vermes intestinais como a</p><p>tênia.</p><p>RELAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO</p><p>Mecanismos de Evasão do Parasita:</p><p>Mudança antigênica: Certos parasitas, como</p><p>Plasmodium, podem alterar suas proteínas de</p><p>superfície para evitar o reconhecimento pelo</p><p>sistema imune.</p><p>Inibição da resposta imunológica: Parasitas como</p><p>Toxoplasma gondii podem suprimir ou modular a</p><p>resposta imunológica do hospedeiro, permitindo que</p><p>sobrevivam por longos períodos.</p><p>Camuflagem molecular: revestem-se com</p><p>moléculas do próprio hospedeiro, evitando assim a</p><p>detecção pelo sistema imune.</p><p>Resposta Imunológica do Hospedeiro:</p><p>Imunidade inata: Primeira linha de defesa do</p><p>hospedeiro, que envolve barreiras físicas, células</p><p>fagocíticas (como macrófagos), e proteínas</p><p>antimicrobianas.</p><p>Imunidade adaptativa: Inclui a resposta mediada</p><p>por linfócitos T e B, produção de anticorpos e a</p><p>memória imunológica, que pode fornecer proteção a</p><p>longo prazo</p><p>Reações Patológicas:</p><p>Destruição de tecidos: Parasitas podem destruir</p><p>células e tecidos no intestino.</p><p>Obstrução de órgãos: Parasitas como vermes</p><p>intestinais podem causar obstrução mecânica nos</p><p>intestinos ou vasos sanguíneos.</p><p>Produção de toxinas: Alguns parasitas liberam</p><p>substâncias tóxicas que afetam o metabolismo e a</p><p>saúde do hospedeiro.</p><p>NOMENCLATURA</p><p>Regras estabelecidas pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica</p><p>Nomenclatura binomial: O nome científico de uma espécie é composto por dois termos:</p><p>Gênero: O primeiro termo, com a primeira letra maiúscula, que identifica o grupo geral ao qual o organismo</p><p>pertence.</p><p>Espécie: O segundo termo, sempre em minúsculas, que identifica a espécie específica dentro daquele</p><p>gênero.</p><p>Hierarquia taxonômica: Os organismos são classificados em um sistema hierárquico de categorias, que</p><p>inclui:</p><p>Reino > Filo > Classe > Ordem > Família > Gênero > Espécie</p><p>PROTOZOOLOGIA</p><p>O QUE É?</p><p>É o estudo dos protozoários, organismos</p><p>unicelulares e eucariontes que pertencem</p><p>ao reino Protista. Eles são encontrados em</p><p>uma variedade de ambientes, como água</p><p>doce, salgada, e em ambientes terrestres</p><p>úmidos. Muitos protozoários são parasitas</p><p>e podem causar doenças em humanos e</p><p>outros animais.</p><p>Gabriela Queirós Amorim</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Baseada principalmente nos modos de</p><p>locomoção e algumas características</p><p>estruturais. Os grupos principais são:</p><p>Sarcodina (Ameboides):</p><p>Locomoção por pseudópodes, expansões</p><p>temporárias do citoplasma.</p><p>Exemplo: Entamoeba histolytica (causa a</p><p>amebíase).</p><p>Mastigophora (Flagelados):</p><p>Locomoção por flagelos, estruturas longas</p><p>e finas.</p><p>Exemplo: Trypanosoma cruzi (causa a</p><p>doença de Chagas).</p><p>Ciliophora (Ciliados):</p><p>Locomoção por cílios, pequenos</p><p>filamentos que cobrem parte ou toda a</p><p>célula.</p><p>Exemplo: Paramecium.</p><p>Sporozoa (Apicomplexa):</p><p>Não possuem estruturas de locomoção em</p><p>sua fase adulta. São parasitas</p><p>obrigatórios.</p><p>Exemplo: Plasmodium (causa a malária) e</p><p>Toxoplasma Gondii (causa toxoplasmose)</p><p>REPRODUÇÃO</p><p>Os protozoários se reproduzem por meios</p><p>assexuados e, em alguns casos, sexuados:</p><p>Assexuada:</p><p>A reprodução mais comum é por</p><p>fissão binária, onde a célula se divide</p><p>em duas células-filhas idênticas.</p><p>Algumas espécies também utilizam</p><p>fissão múltipla (esquizogonia), onde</p><p>o núcleo se divide várias vezes antes</p><p>de o citoplasma ser distribuído.</p><p>Sexuada:</p><p>Ocorre por conjugação, onde dois</p><p>indivíduos trocam material genético</p><p>antes de se separarem e se</p><p>dividirem. Isso é comum em alguns</p><p>ciliados.</p><p>Alguns protozoários, como os</p><p>Apicomplexa, apresentam ciclos</p><p>sexuais complexos, como a</p><p>esporogonia.</p><p>Constituem um sub-reino muito grande dentro</p><p>do reino animal, onde alguns são parasitos e</p><p>outros não.</p><p>São unicelulares</p><p>São eucariotos (membrana nuclear e</p><p>organelas definidas)</p><p>Reprodução pode ser sexual e assexual</p><p>Tem formas de resistência –</p><p>encistamento</p><p>Microscópicos – tamanho em micra</p><p>ALIMENTAÇÃO</p><p>Os protozoários podem ser heterotróficos</p><p>(se alimentam de matéria orgânica). Podem</p><p>consumir bactérias, algas, outros</p><p>protozoários ou substâncias orgânicas</p><p>dissolvidas. Há dois processos principais de</p><p>alimentação:</p><p>Fagocitose: Protozoários, como as</p><p>amebas, englobam partículas de</p><p>alimento com pseudópodes.</p><p>Osmotrofia: Absorção de nutrientes</p><p>dissolvidos diretamente através da</p><p>membrana celular. Isso é comum em</p><p>protozoários parasitas, como</p><p>Plasmodium (causador da malária) e</p><p>Toxoplasma gondii (causador da</p><p>toxoplasmose), que absorvem</p><p>nutrientes do hospedeiro.</p><p>Os protozoários que possuem cílios e</p><p>flagelos utilizam essas estruturas tanto</p><p>para locomoção quanto para alimentação.</p><p>Autotróficos (raro entre protozoários):</p><p>Alguns protozoários possuem cloroplastos</p><p>e podem realizar fotossíntese, produzem</p><p>seu próprio alimento utilizando a luz solar e</p><p>dióxido de carbono, assim como as plantas.</p><p>LOCOMOÇÃO</p><p>A locomoção dos protozoários é um dos</p><p>principais critérios de sua classificação:</p><p>Pseudópodes: Extensões citoplasmáticas</p><p>temporárias usadas por ameboides</p><p>(Sarcodina).</p><p>Flagelos: Estruturas longas e finas que</p><p>funcionam como "caudas" para os</p><p>flagelados (Mastigophora).</p><p>Cílios: Pequenas estruturas parecidas com</p><p>"pelos" que cobrem o corpo dos ciliados</p><p>(Ciliophora) e auxiliam tanto na locomoção</p><p>quanto na alimentação.</p><p>Deslizamento: Muitos Sporozoa</p><p>(Apicomplexa) não possuem estruturas de</p><p>locomoção, mas se movem por</p><p>deslizamento, principalmente em</p><p>superfícies de tecidos ou células</p><p>hospedeiras.</p><p>RESPIRAÇÃO</p><p>Os protozoários realizam respiração</p><p>celular por difusão simples. Nos</p><p>ambientes aeróbios, eles utilizam oxigênio</p><p>para oxidar moléculas orgânicas e gerar</p><p>energia (respiração aeróbica). Em</p><p>ambientes sem oxigênio, alguns</p><p>protozoários realizam fermentação,</p><p>gerando energia de forma anaeróbica.</p><p>ª</p><p>Carlos Chagas</p><p>Realizou a primeira</p><p>descrição da doença</p><p>em 1909</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>Tripanossomíase americana</p><p>DOENÇA DE CHAGAS</p><p>Fezes do barbeiro: Após a picada, o</p><p>inseto deposita suas fezes na pele do</p><p>hospedeiro vertebrado, que ao coçar o</p><p>local forma uma lesão por onde o</p><p>parasita penetra.</p><p>1.</p><p>Transfusão sanguínea: Hoje existe um</p><p>maior controle para não ocorrer uma</p><p>transfusão com sangue contaminado,</p><p>portanto os casos são mais raros.</p><p>2.</p><p>Via Oral: Amamentação ou alimentos</p><p>contaminados, como por exemplo açai</p><p>ou caldo de cana. Nesse caso na</p><p>maioria das vezes o barbeiro é</p><p>triturado junto com o alimento levando</p><p>a contaminação.</p><p>3.</p><p>Transplantes4.</p><p>Congênita: De mãe para filho, através</p><p>da gravidez por meio da placenta,</p><p>durante a gestação ou no parto.</p><p>5.</p><p>Gabriela Queirós Amorim</p><p>Agente etiológico: Trypanosoma Cruzi (Protozoário flagelado)</p><p>Hospedeiro vertebrado: Mamíferos</p><p>Hospedeiro Invertebrado (VETOR) : Inseto Barbeiro</p><p>(Especies: Triatoma é a principal que transmite, Rhodnius, Pansthongylos)</p><p>Doença da América latina que afeta principalmente populações carentes</p><p>FORMAS</p><p>O Trypanosoma cruzi envolve múltiplas</p><p>formas que se desenvolvem em</p><p>hospedeiros vertebrados e</p><p>invertebrados</p><p>Tripomastigota:</p><p>Forma infectante</p><p>tanto para o barbeiro quanto para o</p><p>hospedeiro vertebrado</p><p>Grande mobilidade</p><p>Possui uma grande membrana ondulante</p><p>Formato alongado fusiforme com corpo</p><p>em forma de “C” ou “S”</p><p>Núcleo semi-central, cinetoplasto na</p><p>porção posterior do corpo</p><p>Nao se divide</p><p>Epimastigota:</p><p>Alongado fusiforme</p><p>Moveis</p><p>núcleo semi-central, cinetoplasto</p><p>localizado na porção anterior ao núcleo</p><p>Pequena membrana ondulante</p><p>Reproduz dentro do barbeiro</p><p>Não é infectante</p><p>Amastigota:</p><p>Esférica</p><p>Pouca ou nenhuma mobilidade</p><p>Fica no interior das células humanas</p><p>Formam aglomerados no interior das</p><p>células, recebendo a denominação de</p><p>“ninho de amastigotas”</p><p>Reproduz dentro da celula</p><p>Geralmente é observada no tecido do</p><p>hospedeiro</p><p>No inseto vetor, o parasita assume a</p><p>forma epimastigota, que se</p><p>multiplica no intestino do barbeiro.</p><p>Ao passar para o trato digestivo do</p><p>inseto, ele se transforma na forma</p><p>tripomastigota metacíclica, que é a</p><p>forma infectante.</p><p>1.</p><p>Quando o vetor se alimenta de</p><p>sangue, as tripomastigotas são</p><p>liberadas nas fezes e podem penetrar</p><p>no organismo do hospedeiro</p><p>vertebrado. Uma vez no hospedeiro,</p><p>as tripomastigotas invadem as</p><p>células, onde se transformam em</p><p>amastigotas intracelulares.</p><p>2.</p><p>As amastigotas intracelulares se</p><p>replicam por divisão binária e após</p><p>romperem as células hospedeiras,</p><p>podem se transformar em</p><p>tripomastigotas sanguíneas,</p><p>circulando no sangue e reiniciando o</p><p>ciclo.</p><p>3.</p><p>EPIMASTIGOTA TRIPOMASTIGOTA</p><p>METACÍCLICA</p><p>CICLO</p><p>AMASTIGOTA TRIPOMASTIGOTA</p><p>SANGUINEA</p><p>SINTOMAS</p><p>A doença de Chagas tem duas fases</p><p>clínicas, a aguda e a crônica, e o período</p><p>de incubação varia de acordo com a forma</p><p>de transmissão:</p><p>Fase aguda</p><p>Dura de 2 a 8 semanas após a</p><p>infecção.</p><p>SINTOMAS: Sinal de romana, febre,</p><p>chagoma, fraqueza intensa, dores</p><p>musculares, dificuldade respiratória</p><p>Fase crônica</p><p>Se a pessoa não receber tratamento na</p><p>fase aguda, pode desenvolver a fase</p><p>crônica que vai durar por anos, durante</p><p>toda a vida do hospedeiro.</p><p>SINTOMAS: problemas cardíacos (20%) e</p><p>digestivos (10%) ou assintomatica (70%).</p><p>Motivo por ter duas fases sintomaticas da</p><p>doença:</p><p>Na fase aguda da Doença de Chagas, o</p><p>corpo infectado tem muitos protozoários</p><p>no sangue, portanto com sintomas muito</p><p>mais aparentes. Com o tempo, o sistema</p><p>imunológico começa a produzir</p><p>anticorpos que reduzem bastante a</p><p>quantidade desses parasitas, mas eles</p><p>não desaparecem completamente.</p><p>Passando assim para a fase crônica,</p><p>nessa os protozoários geralmente estão</p><p>presentes em números muito menores,</p><p>escondidos dentro de células musculares,</p><p>como as do coração e intestino, na forma</p><p>de amastigotas (intracelulares e</p><p>"protegidos"). Nessa fase, os sintomas</p><p>são leves ou até ausentes por anos, mas,</p><p>em alguns casos, os parasitas podem</p><p>causar sérios problemas cardíacos e</p><p>digestivos com o tempo.</p><p>EPIDEMIOLOGIA</p><p>No Brasil, a maior parte dos casos de</p><p>doença de Chagas ocorre na região Norte.</p><p>A transmissão da doença de Chagas pode</p><p>ocorrer de forma vetorial, oral,</p><p>transfusional, transplantar, vertical (ou</p><p>congênita) e acidental.</p><p>A doença de Chagas é considerada pela</p><p>Organização Mundial da Saúde como uma das</p><p>doenças tropicais mais negligenciadas,</p><p>afetando principalmente populações</p><p>vulneráveis da América Latina. Calcula-se que</p><p>entre 6 a 7 milhões de pessoas estejam</p><p>contaminadas pelo Trypanosoma cruzi nas</p><p>Américas, com aproximadamente 1 milhão de</p><p>casos registrados no Brasil, e ocorrências</p><p>esporádicas ocorrendo em outros continentes,</p><p>devido à migração de pessoas infectadas.</p><p>A espécie de barbeiro mais importante na</p><p>transmissão da doença no Brasil é o</p><p>Triatoma infestans, que foi certificado</p><p>como controlado em todo o território</p><p>nacional em junho de 2006.</p><p>A doença de Chagas pode ser identificada</p><p>e tratada em uma Unidade Básica de</p><p>Saúde.</p><p>PROFILAXIA E CONTROLE</p><p>1. Controle do barbeiro:</p><p>Uso de inseticidas em áreas endêmicas</p><p>para eliminar o vetor.</p><p>Melhoria nas condições habitacionais</p><p>(casas de alvenaria, evitar paredes de</p><p>barro ou telhados de palha, onde o</p><p>barbeiro se esconde).</p><p>Telagem de portas e janelas e uso de</p><p>mosquiteiros.</p><p>2. Triagem de sangue e órgãos:</p><p>Testagem rigorosa de sangue e órgãos</p><p>doados para evitar a transmissão por</p><p>transfusão ou transplante.</p><p>3. Higiene alimentar:</p><p>Consumir alimentos higienizados e evitar</p><p>produtos não pasteurizados,</p><p>especialmente em áreas de risco, pois</p><p>alimentos podem ser contaminados com</p><p>fezes de barbeiros.</p><p>4. Educação em saúde:</p><p>Campanhas de conscientização sobre a</p><p>doença e as formas de transmissão,</p><p>especialmente em áreas rurais.</p><p>5. Prevenção da transmissão congênita:</p><p>Triagem de mulheres grávidas em áreas</p><p>endêmicas para identificar e tratar</p><p>precocemente a infecção.</p><p>TRATAMENTO</p><p>medicamentos antiparasitários: Benznidazol e</p><p>Nifurtimox, que são mais eficazes na fase aguda ou</p><p>em estágios iniciais da doença. Na fase crônica, o</p><p>foco é no controle dos sintomas e das</p><p>complicações, como insuficiência cardíaca,</p><p>arritmias, e problemas digestivos, com</p><p>acompanhamento médico contínuo.</p><p>Gênero Leishmania</p><p>LEISHMANIOSE</p><p>Agente etiológico : Leishmania spp. (Protozoário</p><p>flagelado)</p><p>Hospedeiro definitivo : Flebotomíneos (mosquitos-palha)</p><p>Hospedeiro intermediário : Mamíferos (incluindo</p><p>humanos)</p><p>Filo : Euglenozoa</p><p>Classe : Kinetoplastea</p><p>Ordem : Trypanosomatida</p><p>Família : Trypanosomatidae</p><p>Reservatórios : Cães, roedores, raposas, entre outros</p><p>mamíferos</p><p>Doença global que afeta a sociedade em áreas tropicais e</p><p>subtropicais, com maior impacto em regiões endêmicas.</p><p>Acomete tanto a pele quanto órgãos internos, com maior risco</p><p>em indivíduos imunossuprimidos.</p><p>Descoberta, principais pesquisadores e</p><p>contribuições:</p><p>A leishmaniose foi descrita pela primeira vez no final</p><p>do século XIX. O parasitologista britânico William</p><p>Boog Leishman e o médico escocês Charles</p><p>Donovan identificaram, de forma independente, o</p><p>parasita causador da leishmaniose visceral,</p><p>conhecido posteriormente como Leishmania</p><p>donovani. Desde então, foram descobertas várias</p><p>outras espécies do gênero Leishmania, responsáveis</p><p>por diferentes formas da doença.</p><p>Gabriela Queirós Amorim</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>A transmissão da leishmaniose ocorre</p><p>principalmente pela picada de fêmeas de</p><p>flebotomíneos (mosquitos-palha)</p><p>infectadas, que são os vetores da doença.</p><p>Que inoculam a forma promastigota do</p><p>parasita na pele do vertebrado</p><p>hospedeiro.</p><p>A transmissão também pode ocorrer de</p><p>forma congênita , por transfusão de</p><p>sangue , ou, em casos raros, por contato</p><p>direto com feridas de lesões sistêmicas.</p><p>Fatores que influenciam a transmissão :</p><p>A transmissão é facilitada em áreas com</p><p>alta densidade de vetores e reservatórios.</p><p>Condições ambientais : O desmatamento,</p><p>a urbanização e o acúmulo de lixo</p><p>A leishmaniose visceral , a forma mais grave,</p><p>está intimamente ligada à transmissão em</p><p>áreas urbanas, principalmente por cães, que</p><p>são os principais reservatórios urbanos. Já a</p><p>leishmaniose está mais associada a</p><p>ambientes rurais e selvagens, com roedores e</p><p>outros animais</p><p>Classificação</p><p>MORFOLOGIA</p><p>Promastigota :1.</p><p>Forma : É a fase flagelada do parasita.</p><p>Localização : Presente no intestino do</p><p>flebotomíneo (mosquito-palha).</p><p>Características :</p><p>Possui um flagelo livre que facilita a</p><p>mobilidade no trato digestivo do inseto.</p><p>O cinetoplasto está localizado próximo</p><p>ao núcleo, e o flagelo se estende a partir</p><p>dessa região.</p><p>Função : As promastigotas são uma forma</p><p>infecciosa, transmitidas aos mamíferos</p><p>durante a picada do mosquito.</p><p>2. Amastigota :</p><p>Forma : É uma fase não flagelada e</p><p>intracelular, que se multiplica nos macrófagos</p><p>do hospedeiro vertebrado.</p><p>Localização : Presente dentro das células do</p><p>sistema imunológico (principalmente os</p><p>macrófagos) nos mamíferos.</p><p>Características :</p><p>Tem um formato ovóide ou arredondado</p><p>muito menor que a forma promastigota.</p><p>O flagelo é praticamente inexistente ou</p><p>muito curto, não sendo utilizado para</p><p>locomoção.</p><p>O cinetoplasto e o núcleo são bem</p><p>visíveis, sendo o cinetoplasto</p><p>característico dos tripanossomatídeos.</p><p>Função : As amastigotas se multiplicam</p><p>dentro dos macrófagos, causando a</p><p>destruição dessas células e a disseminação</p><p>da infecção nos tecidos.</p><p>Estruturas morfológicas importantes:</p><p>Flagelo : Presente na fase promastigota, é</p><p>usado para movimentação no intestino do</p><p>vetor, mas ausente na forma amastigota</p><p>intracelular. Cinetoplasto : Estrutura</p><p>contendo DNA mitocondrial, característica do</p><p>grupo dos tripanossomatídeos, fundamental</p><p>para a função energética da célula.</p><p>Membrana celular: Ambos os avanços são</p><p>envoltos por uma membrana que protege o</p><p>parasita contra respostas imunes e facilita a</p><p>invasão das células hospedeiras.</p><p>Diferença entre os dois estágios:</p><p>Promastigota : Flagelada, extracelular,</p><p>adaptada ao ambiente do mosquito.</p><p>Amastigota : Não flagelada, intracelular,</p><p>adaptada ao ambiente intracelular em</p><p>mamíferos hospedeiros.</p><p>Essas variações morfológicas permite que se</p><p>mova entre dois ambientes completamente</p><p>diferentes: o mosquito e os mamíferos</p><p>CICLO</p><p>1. Picada do Flebotomíneo Infectado</p><p>(Transmissão para o Mamífero)</p><p>O ciclo começa quando uma fêmea de</p><p>flebotomíneo (mosquito-palha) pica</p><p>mamíferos para se alimentar de sangue.</p><p>Nesse momento, ela inocula a forma</p><p>promastigota da parasita Leishmania na</p><p>pele do hospedeiro.</p><p>2. Fagocitose pelas células do sistema</p><p>imunológico</p><p>No tecido dos mamíferos, as</p><p>promastigotas são fagocitadas (engolidas)</p><p>por células do sistema imunológico,</p><p>principalmente os macrófagos .</p><p>No interior dos macrófagos, as</p><p>promastigotas perdem o flagelo e se</p><p>transformam na forma amastigota.</p><p>3. Multiplicação Intracelular (Forma</p><p>Amastigota)</p><p>As amastigotas se replicaram dentro dos</p><p>macrófagos. Elas se multiplicam por</p><p>divisão binária, até que uma célula</p><p>hospedeira (macrófago) seja destruída,</p><p>liberando as amastigotas no tecido</p><p>circundante.</p><p>Essas amastigotas podem então ser</p><p>fagocitadas por outros macrófagos,</p><p>repetindo o ciclo de infecção no</p><p>hospedeiro.</p><p>4. Novo Ciclo no Vetor (Flebotomíneo)</p><p>Quando um flebotomíneo não infectado</p><p>pica um mamífero infectado, ele contém</p><p>sangue contendo macrófagos com</p><p>amastigotas.</p><p>No intestino do mosquito, os macrófagos</p><p>se rompem, liberando as amastigotas,</p><p>que se transformam novamente em</p><p>promastigotas .</p><p>PATOGENIA E DIAGNOSTICO5. Multiplicação no Intestino do</p><p>Flebotomíneo</p><p>No interior do mosquito, as promastigotas</p><p>se multiplicam no tubo digestivo. Elas se</p><p>dividem ativamente e se transformam em</p><p>formas móveis, migrando para a parte</p><p>anterior do intestino e chegando à</p><p>probóscide (a "boca" do mosquito).</p><p>Quando o flebotomíneo pica outro</p><p>hospedeiro, as promastigotas são</p><p>inoculadas, fechando o ciclo de</p><p>transmissão.</p><p>Resumo do Ciclo:</p><p>Mosquito infectado pica ou mamíferos e</p><p>injeção promastigota.</p><p>As promastigotas invadem macrófagos e</p><p>se transformam em amastigotas.</p><p>As amastigotas se multiplicam dentro dos</p><p>macrófagos , destruindo-os.</p><p>Novo mosquito pica ou infectado e ingere</p><p>amastigotas.</p><p>No mosquito, as amastigotas se</p><p>transformam novamente em</p><p>promastigotas e se multiplicam, ficando</p><p>prontas para infectar outros mamíferos.</p><p>Patogenia</p><p>Existem três principais formas clínicas de</p><p>leishmaniose:</p><p>Leishmaniose identificada : Causa</p><p>lesões ulceradas na pele, que podem ser</p><p>únicas ou múltiplas, localizadas</p><p>principalmente nas extremidades.</p><p>1.</p><p>Leishmaniose mucocutânea</p><p>(Tegumentar) : Forma grave que derrota</p><p>as mucosas do nariz, boca e garganta,</p><p>resultando em deformidades.</p><p>2.</p><p>Leishmaniose visceral (calazar): Uma</p><p>forma mais grave, que afeta órgãos</p><p>internos, como fígado, baço e medula</p><p>óssea, causando febre prolongada, perda</p><p>de peso, anemia e aumento do fígado e do</p><p>baço (hepatomegalia e esplenomegalia).</p><p>Se não for tratado, pode ser fatal.</p><p>3.</p><p>Diagnóstico</p><p>Clínico : Baseado nos sintomas, como</p><p>lesões graves ou febre e</p><p>hepatoesplenomegalia na forma visceral.</p><p>Laboratorial : Inclui métodos diretos e</p><p>indiretos:</p><p>Exame microscópico de amostras de</p><p>pele, aspirados de medula óssea ou</p><p>linfonodos para identificação de</p><p>amastigotas.</p><p>Cultivo de promastigotas em meios</p><p>específicos.</p><p>Testes sorológicos : ELISA,</p><p>imunofluorescência, entre outros, que</p><p>detectam anticorpos.</p><p>Reação em cadeia da polimerase</p><p>(PCR) : Detecta DNA do parasita,</p><p>sendo altamente sensível.</p><p>Testes rápidos : Kits de diagnóstico para</p><p>detecção de antígenos específicos, como</p><p>o rK39 para leishmaniose visceral.</p><p>PROFILAXIA E CONTROLE</p><p>Profilaxia:</p><p>Controle do vetor:</p><p>Uso de repelentes e telas protetoras em</p><p>áreas endêmicas.</p><p>Aplicação de inseticidas em residências</p><p>e áreas de reprodução dos</p><p>flebotomíneos.</p><p>Uso de coleiras inseticidas em cães,</p><p>principais reservatórios em áreas</p><p>urbanas.</p><p>Prevenção pessoal: Evitar exposição ao</p><p>mosquito-palha, especialmente ao</p><p>amanhecer e ao entardecer, quando são</p><p>mais ativos.</p><p>Controle de reservatórios: Identificação e</p><p>tratamento de cães infectados.</p><p>Vacinas: vacinar cães contra leishmaniose é</p><p>considerada uma medida de profilaxia</p><p>importante no controle da doença. Cães são</p><p>um dos principais reservatórios do parasita</p><p>Leishmania no ambiente urbano, e a</p><p>vacinação pode ajudar a reduzir a infecção</p><p>nos animais e, consequentemente, diminuir</p><p>a transmissão para humanos.</p><p>EPIDEMIOLOGIA</p><p>A leishmaniose é uma doença endêmica</p><p>em mais de 90 países, especialmente nas</p><p>regiões tropicais, subtropicais e</p><p>mediterrâneas.</p><p>As áreas mais afetadas incluem a América</p><p>Latina, o subcontinente indiano, o Oriente</p><p>Médio e partes da África.</p><p>A transmissão está associada a fatores</p><p>ambientais, como desmatamento,</p><p>urbanização descontrolada e mudanças</p><p>climáticas, que favorecem a proliferação</p><p>dos vetores.</p><p>Reservatórios: Além de humanos, diversos</p><p>animais podem ser hospedeiros, como</p><p>cães, roedores e raposas.</p><p>Toxoplasma gondii</p><p>TOXOPLASMOSE</p><p>Agente etiológico: Toxoplasma gondii</p><p>(Protozoário apicomplexo)</p><p>Hospedeiro definitivo: Felinos (principalmente</p><p>gatos)</p><p>Hospedeiros intermediários: Mamíferos</p><p>(incluindo humanos) e aves</p><p>Filo: Apicomplexa</p><p>Classe: Sporozoa</p><p>Ordem: Eucoccididae</p><p>Família: Sarcocystidae</p><p>Doença global que afeta várias populações,</p><p>especialmente imunossuprimidos e gestantes.</p><p>ª</p><p>Descoberta, principais pesquisadores e</p><p>contribuições:</p><p>A toxoplasmose foi descoberta em 1908 por Charles</p><p>Nicolle e Louis Manceaux, que identificaram o</p><p>parasita Toxoplasma gondii em roedores na Tunísia.</p><p>Simultaneamente, o patologista Alfonso Splendore</p><p>descobriu o mesmo parasita em coelhos no Brasil.</p><p>Essas descobertas pioneiras permitiram entender</p><p>que o Toxoplasma gondii pode infectar várias</p><p>espécies, incluindo humanos e gatos, que são os</p><p>hospedeiros definitivos do parasita.</p><p>As formas infectantes que o parasito</p><p>apresenta durante o ciclo biológico são :</p><p>taquizoítos, bradizoítos e oocistos .</p><p>Gabriela Queirós Amorim</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>Ingestão de oocistos: Oocistos são</p><p>eliminados nas fezes de gatos infectados</p><p>e podem contaminar alimentos, água ou</p><p>solo. A infecção ocorre quando humanos</p><p>ou animais ingerem esses oocistos em</p><p>alimentos mal lavados ou em água</p><p>contaminada.</p><p>Consumo de carne crua ou mal cozida:</p><p>Cistos teciduais de Toxoplasma gondii</p><p>podem estar presentes em carnes de</p><p>animais infectados, especialmente carne</p><p>de porco, cordeiro e caça.</p><p>Transmissão congênita: Se uma mulher</p><p>grávida adquire a infecção pela primeira</p><p>vez durante a gestação, o parasita pode</p><p>atravessar a placenta e infectar o feto,</p><p>que pode causar malformações ou aborto.</p><p>Transfusões e transplantes: Embora</p><p>rara, a transmissão pode ocorrer por meio</p><p>de transfusões de sangue ou transplantes</p><p>de órgãos de doadores infectados.</p><p>Classificação</p><p>MORFOLOGIA</p><p>Oocisto:1.</p><p>Forma: Esférica ou ovalada, com uma</p><p>parede espessa e resistente.</p><p>Dimensões: Geralmente, mede entre 10</p><p>a 12 micrômetros.</p><p>Estruturas internas: Contém dois</p><p>esporozoítos , que são liberados quando</p><p>o oocisto é ingerido.</p><p>Função: Forma de resistência do</p><p>parasita que pode sobreviver em</p><p>ambientes externos por longos períodos,</p><p>facilitando a transmissão.</p><p>Envolve dois tipos principais de hospedeiros:</p><p>hospedeiros definitivos (felinos) e</p><p>hospedeiros intermediários (outros</p><p>mamíferos, incluindo humanos, e aves).</p><p>1. Fase sexuada (hospedeiro definitivo :</p><p>felinos, principalmente gatos)</p><p>Infecção dos felinos: O gato se infecta</p><p>ao ingerir cistos teciduais presentes na</p><p>carne de um hospedeiro intermediário</p><p>infectado, como roedores ou aves.</p><p>2.Taquizoíto:</p><p>Forma: Alongada, forma de arco</p><p>semelhante a uma lua crescente, com</p><p>extremidades pontiagudas.</p><p>Dimensões: Mede cerca de 4 a 8 µm de</p><p>comprimento.</p><p>Estruturas internas: Possui um núcleo</p><p>central e organelas como o apicomplexo,</p><p>que contém estruturas necessárias para</p><p>a invasão celular. A membrana</p><p>plasmática é flexível, permitindo a</p><p>invasão das células do hospedeiro.</p><p>Função: Multiplicação rápida em células</p><p>do hospedeiro, causando danos</p><p>celulares e levando à disseminação da</p><p>infecção.</p><p>3.Bradizoíto:</p><p>Forma: Semelhante ao taquizoíto, mas</p><p>geralmente maior e em menor</p><p>quantidade, formando cistos.</p><p>Dimensões: Tende a ser um pouco maior</p><p>que o taquizoíto.</p><p>Estruturas: Envolve-se em uma cápsula</p><p>que forma os cistos. Os bradizoítos são</p><p>mais resistentes e podem permanecer</p><p>latentes no tecido do hospedeiro.</p><p>Função: Representa a fase de replicação</p><p>lenta, contribuindo para a persistência</p><p>da infecção.</p><p>CICLO</p><p>Desenvolvimento no intestino do gato:</p><p>Nos intestinos dos felinos, os bradizoítos</p><p>presentes nos cistos se transformam em</p><p>taquizoítos, e a fase sexuada do ciclo</p><p>começa. Ocorre reprodução sexuada no</p><p>epitélio intestinal, produzindo oocistos.</p><p>Liberação de oocistos: Esses oocistos</p><p>são excretados nas fezes dos gatos. Cada</p><p>oocisto é inicialmente não esporulado</p><p>(não infectante) e se esporula no</p><p>ambiente, tornando-se infectante após 1-</p><p>5 dias.</p><p>2. Fase assexuada (hospedeiros</p><p>intermediários : humanos, mamíferos, aves)</p><p>Liberação de esporozoítos: No intestino</p><p>do hospedeiro intermediário, os</p><p>esporozoítos são liberados dos oocistos e</p><p>invadem as células intestinais. Lá, se</p><p>transformam em taquizoítos.</p><p>Multiplicação dos taquizoítos: Os</p><p>taquizoítos se multiplicam rapidamente e</p><p>se disseminam pelo corpo, infectando</p><p>vários tecidos (músculos, cérebro, olhos,</p><p>etc.). Esta é a fase aguda da infecção.</p><p>Transformação em bradizoítos: Quando</p><p>a resposta imune do hospedeiro se</p><p>intensifica, os taquizoítos se</p><p>transformam em bradizoítos, que se</p><p>encapsulam formando cistos nos tecidos.</p><p>Esses cistos podem permanecer latentes</p><p>por muitos anos, mas podem se reativar</p><p>se o hospedeiro ficar imunossuprimido.</p><p>3. Ciclo de transmissão:</p><p>Transmissão para felinos: Quando um</p><p>gato consome um animal infectado</p><p>contendo cistos teciduais, o ciclo se</p><p>reinicia no intestino do felino.</p><p>Transmissão para humanos: (Já foi</p><p>pontuada anteriormente)</p><p>Ciclo da infecção humana</p><p>SINTOMAS</p><p>Ordem de transformação:</p><p>OOCITOS ESPOROZOÍTOS</p><p>TAQUIZOÍTOSBRADIZOÍTOS</p><p>1. Toxoplasmose em indivíduos</p><p>imunocompetentes:</p><p>Na maioria dos casos, a infecção é</p><p>assintomática.</p><p>Quando presentes, os sintomas podem</p><p>incluir: Febre leve, Cansaço e fadiga,</p><p>Dores musculares, Gânglios linfáticos</p><p>inchados (principalmente no pescoço),</p><p>Sintomas semelhantes a uma gripe ou</p><p>mononucleose.</p><p>2. Toxoplasmose congênita :</p><p>A gravidade dos sintomas depende do</p><p>estágio da gestação em que ocorre a</p><p>infecção.</p><p>Possíveis complicações para o feto</p><p>incluem: Hidrocefalia (acúmulo de líquido</p><p>no cérebro), Calcificações cerebrais,</p><p>Coriorretinite (inflamação da retina, que</p><p>pode causar cegueira), Surdez,</p><p>Malformações congênitas ou aborto</p><p>espontâneo em casos graves.</p><p>3. Toxoplasmose em imunossuprimidos</p><p>(como pacientes com HIV, em tratamento de</p><p>câncer ou transplantados):</p><p>A infecção pode se reativar devido à</p><p>queda na imunidade.</p><p>Pode levar a complicações graves, como:</p><p>Toxoplasmose cerebral (encefalite): causando</p><p>confusão mental, dores de cabeça,</p><p>convulsões, fraqueza muscular e até coma.</p><p>Coriorretinite: inflamação ocular que pode</p><p>levar à perda da visão. Pneumonia, febre alta</p><p>e dificuldade para respirar.</p><p>4. Toxoplasmose ocular:</p><p>Pode ocorrer tanto em imunocompetentes</p><p>quanto em imunossuprimidos. Sintomas</p><p>incluem visão borrada, dor ocular,</p><p>sensibilidade à luz e, em casos graves,</p><p>perda de visão.</p><p>EPIDEMIOLOGIA</p><p>Prevalência Global:</p><p>Estima-se que 30% da população mundial</p><p>esteja infectada, com taxas mais elevadas</p><p>em regiões tropicais e subtropicais, onde</p><p>o clima quente e úmido favorece a</p><p>persistência do parasita. Países como</p><p>França, Brasil e algumas áreas da África</p><p>apresentam prevalência de até 50-80%.</p><p>Distribuição Geográfica:</p><p>América Latina: Altas taxas de infecção</p><p>são relatadas no Brasil, devido a fatores</p><p>ambientais favoráveis, como o clima</p><p>úmido e hábitos alimentares.</p><p>Europa: A França tem uma das maiores</p><p>prevalências, associada ao consumo de</p><p>carne mal cozida.</p><p>África: Algumas regiões têm alta</p><p>prevalência, especialmente em áreas com</p><p>menor acesso a saneamento e cuidados</p><p>médicos.</p><p>PROFILAXIA E CONTROLE</p><p>Profilaxia:</p><p>Higiene alimentar</p><p>Prevenção ao contato com oocistos:</p><p>Lavar as mãos após manusear carne</p><p>crua, lidar com solo ou fazer</p><p>jardinagem.</p><p>Usar luvas ao trabalhar com solo ou</p><p>ao limpar caixas de areia de gatos.</p><p>Evitar que gestantes ou indivíduos</p><p>imunossuprimidos lidem</p><p>diretamente com fezes de gatos.</p><p>Cuidados com gatos</p><p>Controle:</p><p>Educação e conscientização: Informar</p><p>a população sobre as formas de</p><p>prevenção, especialmente em grupos de</p><p>risco como gestantes e indivíduos</p><p>imunossuprimidos.</p><p>Controle ambiental: Implementação de</p><p>boas práticas de saneamento básico,</p><p>especialmente em áreas rurais, para</p><p>reduzir a contaminação ambiental por</p><p>fezes de gatos.</p><p>Monitoramento de doadores de órgãos</p><p>e sangue: Em casos de transplantes e</p><p>transfusões, é importante verificar o</p><p>status de infecção dos doadores para</p><p>evitar a transmissão do parasita.</p><p>TRATAMENTO</p><p>Tratamento:</p><p>Indivíduos imunocompetentes:</p><p>Geralmente, o tratamento não é</p><p>necessário, já que a maioria dos casos é</p><p>leve ou assintomática. Em infecções</p><p>sintomáticas leves, o tratamento é</p><p>indicado apenas se houver complicações.</p><p>Gravidez:</p><p>Se a infecção ocorrer durante a</p><p>gestação, o tratamento é importante</p><p>para reduzir o risco de transmissão</p><p>congênita.</p><p>Espiramicina: Indicada para gestantes</p><p>com infecção ativa, pois ajuda a reduzir</p><p>o risco de transmissão para o feto.</p><p>Pirimetamina e sulfadiazina (com ácido</p><p>folínico): Usadas no tratamento de</p><p>fetos já infectados para limitar os</p><p>danos.</p><p>Pacientes imunossuprimidos:</p><p>Pirimetamina e sulfadiazina:</p><p>Tratamento de escolha para</p><p>toxoplasmose ativa, especialmente em</p><p>casos de encefalite.</p><p>Terapia de manutenção: Pode ser</p><p>necessária em indivíduos com</p><p>imunidade comprometida para evitar a</p><p>reativação da infecção.</p><p>Os principais parasitas que causam a malária em</p><p>humanos são:</p><p>Plasmodium falciparum (forma mais grave e</p><p>potencialmente letal)</p><p>Plasmodium vivax (forma mais comum, menos</p><p>grave)</p><p>Plasmodium ovale (menos comum, similar ao</p><p>P. vivax)</p><p>Plasmodium malariae (forma rara e de curso</p><p>mais crônico)</p><p>Plasmodium knowlesi (zoonótica, encontrada</p><p>em regiões do sudeste asiático)</p><p>AGENTE ETIOLOGICO</p><p>A malária é uma das doenças mais antigas registradas na história da humanidade. Em 1880,</p><p>Charles Louis Alphonse Laveran descobriu que o parasita causador da malária residia no sangue. O</p><p>ciclo completo, envolvendo o mosquito Anopheles, foi elucidado por Ronald Ross em 1897.</p><p>Causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitida pela picada de mosquitos fêmeas do</p><p>gênero Anopheles. A OMS classifica como uma doença infecciosa febril aguda. Antigamente o</p><p>Brasil todo era endêmico em relação à malária e, hoje em dia, apenas a região norte é endêmica. O</p><p>restante do território brasileiro é uma área receptiva, há mosquitos vetores em todas as regiões do</p><p>Brasil, basta que uma única pessoa, que esteve fora e se contaminou, chegue à uma região e seja</p><p>picada por esse mosquito para que haja pequenos surtos.</p><p>Malária</p><p>Gabriela Queirós Amorim</p><p>HISTÓRIA</p><p>MORFOLOGIA</p><p>Esporozoítos: Forma infectante, alongada e</p><p>delgada, presente nas glândulas salivares do</p><p>mosquito.</p><p>Merozoítos: Forma liberada no sangue após o</p><p>desenvolvimento hepático, invade as hemácias.</p><p>Trofozoítos: Estágio intracelular no interior das</p><p>hemácias, em forma de anel.</p><p>Esquizontes: Forma madura dentro das</p><p>hemácias, que se divide e libera novos</p><p>merozoítos.</p><p>Gametócitos: Formas sexuadas, responsáveis</p><p>pela transmissão ao mosquito, com</p><p>características distintas entre os gêneros</p><p>feminino e masculino.</p><p>A malária é transmitida principalmente pela</p><p>picada de mosquitos fêmeas do gênero Anopheles</p><p>(mosquito prego), que carregam os esporozoítos</p><p>do Plasmodium em suas glândulas salivares.</p><p>Picada do mosquito: A forma mais comum.</p><p>Transfusão de sangue contaminado.</p><p>Uso de agulhas contaminadas.</p><p>Transmissão congênita (mãe para feto)</p><p>durante a gravidez.</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>CICLO</p><p>Envolve dois hospedeiros: o mosquito</p><p>Anopheles (fase sexuada) e o ser humano</p><p>(fase assexuada)</p><p>Esse ciclo de rompimento e infecção repetida</p><p>está associado aos episódios cíclicos de</p><p>febre.</p><p>P. falciparum: febre contínua ou irregular.</p><p>P. vivax e P. ovale: febre a cada 48 horas (febre</p><p>terçã).</p><p>P. malariae: febre a cada 72 horas (febre quartã).</p><p>Formação de gametócitos: Alguns</p><p>merozoítos se diferenciam em gametócitos,</p><p>que são as formas sexuais do parasita. Esses</p><p>gametócitos permanecem no sangue e</p><p>podem ser ingeridos por outro mosquito</p><p>quando ele pica a pessoa infectada,</p><p>reiniciando o ciclo no mosquito.</p><p>Fase assintomática vs. Sintomática:</p><p>Fase hepática (assintomática): O parasita se</p><p>multiplica no fígado, sem sintomas.</p><p>Fase eritrocítica (sintomática): Quando o</p><p>parasita infecta os glóbulos vermelhos,</p><p>ocorrem os sintomas da malária, como febre,</p><p>calafrios e anemia, devido à destruição das</p><p>hemácias.</p><p>PATOGENIA</p><p>1. Fase no Mosquito (Ciclo sexuado):</p><p>Infecção do mosquito: Quando um mosquito</p><p>fêmea Anopheles pica uma pessoa infectada,</p><p>ele ingere os gametócitos do Plasmodium que</p><p>estão no sangue. No intestino do mosquito, os</p><p>gametócitos se desenvolvem em gametas</p><p>(masculinos e femininos), que se fundem e</p><p>formam um zigoto.</p><p>Oocisto e esporozoítos: O zigoto atravessa a</p><p>parede do intestino do mosquito e se</p><p>transforma em oocisto. Dentro do oocisto,</p><p>formam-se os esporozoítos, que são liberados e</p><p>migram para as glândulas salivares do</p><p>mosquito.</p><p>Transmissão ao humano: Quando o mosquito</p><p>pica outra pessoa, os esporozoítos presentes</p><p>em sua saliva são injetados na corrente</p><p>sanguínea humana.</p><p>2. Fase no Humano (Ciclo assexuado):</p><p>Fase hepática (ciclo exoeritrocítico):</p><p>Infecção do fígado: Os esporozoítos</p><p>migram pelo sangue até o fígado, onde</p><p>invadem os hepatócitos (células do fígado).</p><p>Dentro dessas células, eles se multiplicam,</p><p>formando milhares de merozoítos.</p><p>Liberação de merozoítos: Após alguns dias,</p><p>os hepatócitos rompem, liberando os</p><p>merozoítos no sangue. Essa fase no fígado</p><p>é assintomática, mas essencial para o</p><p>desenvolvimento da infecção.</p><p>(Em P. vivax e P. ovale, alguns esporozoítos</p><p>podem formar hipnozoítos, que ficam</p><p>dormentes no fígado e podem causar</p><p>recaídas meses ou anos depois).</p><p>Fase sanguínea (ciclo eritrocítico):</p><p>Infecção dos glóbulos vermelhos</p><p>(hemácias): Os merozoítos invadem os</p><p>glóbulos vermelhos, onde se desenvolvem</p><p>em trofozoítos, que se alimentam da</p><p>hemoglobina e crescem.</p><p>Esquizogonia: O trofozoíto amadurece e se</p><p>divide em múltiplos merozoítos dentro da</p><p>hemácia, formando um esquizonte. Quando</p><p>a hemácia se rompe, os merozoítos são</p><p>liberados no sangue, infectando novas</p><p>hemácias.</p><p>A patogenia da malária é causada pela destruição</p><p>das hemácias e a liberação de substâncias tóxicas,</p><p>resultando nos seguintes efeitos:</p><p>Febre e calafrios: Devido à liberação massiva</p><p>de merozoítos e produtos parasitários no</p><p>sangue, que ativam a resposta imunológica.</p><p>Anemia: A destruição das hemácias e a</p><p>incapacidade do organismo de repô-las</p><p>rapidamente causam anemia.</p><p>Complicações graves:</p><p>P. falciparum pode causar malária cerebral,</p><p>uma condição letal em que parasitas</p><p>bloqueiam capilares cerebrais.</p><p>Acidose, insuficiência renal e edema</p><p>pulmonar são outras complicações.</p><p>DIAGNOSTICO</p><p>Gota espessa: Método clássico para</p><p>visualização de parasitas em sangue. Permite</p><p>identificar a presença de parasitas, mas não a</p><p>espécie.</p><p>Esfregaço sanguíneo (fino): Usado para</p><p>identificar a espécie do Plasmodium e a carga</p><p>parasitária.</p><p>Testes rápidos (RDTs): Detectam antígenos do</p><p>Plasmodium no sangue e fornecem resultados</p><p>em minutos, mas com menor sensibilidade.</p><p>PCR: Método molecular usado em casos de</p><p>difícil diagnóstico ou para confirmação de</p><p>espécies.</p><p>EPIDEMIOLOGIA</p><p>A malária é uma doença de grande impacto global,</p><p>particularmente em regiões tropicais e subtropicais.</p><p>Áreas com maior prevalência incluem:</p><p>África Subsaariana: Região com a maior carga</p><p>de malária, especialmente Plasmodium</p><p>falciparum.</p><p>Ásia e América Latina: Onde Plasmodium vivax</p><p>é mais comum.</p><p>Regiões endêmicas: São áreas com transmissão</p><p>contínua, geralmente caracterizadas por</p><p>condições ambientais favoráveis ao Anopheles,</p><p>No brasil, a região endêmica é o norte do país</p><p>Fatores de risco: Baixo acesso a medidas</p><p>preventivas, infraestrutura sanitária precária, e</p><p>falta de imunidade em populações expostas.</p><p>PROFILAXIA</p><p>a. Prevenção de picadas de mosquito:</p><p>Uso de mosquiteiros impregnados com</p><p>inseticida.</p><p>Uso de repelentes à base de DEET, permetrina</p><p>ou outros ingredientes ativos.</p><p>Uso de roupas de manga longa e evitar áreas</p><p>com alta densidade de mosquitos,</p><p>especialmente no crepúsculo e à noite.</p><p>b. Controle do mosquito:</p><p>Drenagem de áreas de água parada, onde os</p><p>mosquitos se reproduzem.</p><p>Pulverização residual interna com inseticidas.</p><p>c. Profilaxia medicamentosa:</p><p>Atovaquona-proguanil, doxiciclina ou</p><p>mefloquina são recomendados para viajantes</p><p>em áreas de risco.</p><p>Primaquina: Usada para eliminar formas</p><p>hepáticas (hipnozoítos) do P. vivax e P. ovale.</p><p>d. Vacinação:</p><p>A vacina RTS,S/AS01, aprovada para uso em</p><p>algumas regiões endêmicas, oferece proteção</p><p>parcial contra P. falciparum, sendo indicada para</p><p>crianças pequenas em áreas com alta transmissão.</p><p>Protozoologia.pdf.pdf</p><p>Doença de Chagas.pdf.pdf</p><p>leishmaniose.pdf.pdf</p><p>TOXOPLASMOSE.pdf.pdf</p>