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<p>EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS</p><p>UNIDADE 1 - CONTEXTUALIZANDO SOCIAL,</p><p>HISTO� RICA E POLITICAMENTE A EDUCAÇA� O</p><p>DE JOVENS E ADULTOS: PRINCI�PIOS GERAIS E</p><p>PERFIL DO ALUNO, SUBJETIVIDADES E</p><p>IDENTIDADES</p><p>Autoria: Maria da Glória Feitosa Freitas - Revisão técnica: Dafne Fonseca Alarcon</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 1/27</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 2/27</p><p>Introdução</p><p>Vamos começar esta unidade abordando um ponto inicial que é a explicitação dos temas tratados na disciplina</p><p>Educação de Jovens e Adultos (EJA), apresentando o programa e os objetivos de aprendizagem. Em seguida,</p><p>outros temas signi�icativos serão focados e estarão relacionados aos per�is dos alunos EJA e suas identidades</p><p>e subjetividades, que acabam por transparecer nas práticas educativas, para posteriormente fazer parte da</p><p>contextualização no âmbito social, histórico e polı́tico da EJA.</p><p>Para isso, serão propostas algumas re�lexões: quais as questões signi�icativas aos pro�issionais que educam</p><p>jovens e adultos? Qual o signi�icado de conhecer o per�il de um aluno da EJA, com a intenção de solucionar</p><p>problemas nas práticas educativas, como a infantilização, considerando ainda fatores como o mundo do</p><p>trabalho em que está inserido o estudante? Como você contextualizaria, sob a ótica social, histórica e polı́tica,</p><p>a Educação de Jovens e Adultos no Brasil?</p><p>Ao longo das re�lexões serão esclarecidos determinismos sociais, históricos e polı́ticos, produtores do</p><p>adiamento dos mais empobrecidos, na EJA. Será possı́vel entender a relevância dos marcos legais e das</p><p>polı́ticas públicas para o acesso e permanência de jovens, adultos e, inclusive, idosos.</p><p>Por �im, você aprenderá a usar elementos sociais, históricos e polı́ticos nas suas argumentações, explicando</p><p>as atuais práticas da EJA.</p><p>Vamos lá? Acompanhe esta unidade com atenção!</p><p>Bons estudos!</p><p>1.1 Princípios gerais da disciplina Educação de Jovens e</p><p>Adultos</p><p>Ao longo destes estudos sobre a Educação de Jovens e Adultos, serão explicitados os movimentos de</p><p>alfabetização do Brasil, com foco na EJA, sob perspectivas diversas e esclarecedoras. Você conhecerá o autor</p><p>Paulo Freire e sua obra, além de outros importantes autores que abordam a questão da educação e temas</p><p>relacionados aos estudantes da EJA.</p><p>Um desa�io nesta disciplina é aprofundar os estudos sobre as fases da vida dos que necessitam obter</p><p>conhecimentos fora da idade regular, esclarecendo sobre como esses jovens, adultos e idosos se desenvolvem</p><p>e aprendem.</p><p>Ao longo de suas leituras, será possı́vel alcançar análises mais consistentes sobre as práticas pedagógicas</p><p>mais exitosas. Um dos focos são as famosas campanhas de alfabetização popular, memoráveis ações de</p><p>alfabetização de jovens e adultos, no decorrer da história da educação brasileira.</p><p>1.1.1 Apresentando o programa da disciplina Educação de Jovens e Adultos</p><p>O programa da disciplina Educação de Jovens e Adultos vai rea�irmar a ideia de que a �inalidade maior da EJA é</p><p>a inclusão de todos os brasileiros que, por algum motivo, não conseguiram concluir seus estudos no tempo</p><p>regular de escolarização (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Esse programa da disciplina de Educação de Jovens e Adultos não despreza a busca de soluções apontadas</p><p>pelos especialistas dessa área para superar problemas relacionados ao acesso (chegada a uma sala da EJA) e</p><p>permanência (estratégias de manter esses estudantes jovens e adultos), com experiências exitosas aos</p><p>estudantes da EJA (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 3/27</p><p>#PraCegoVer: na imagem, há três idosos sentados em �ila, um atrás do outro. São duas mulheres ocupando as</p><p>carteiras da frente e um homem mais ao fundo, estão todos com caneta na mão e de cabeça baixa, fazendo</p><p>anotações e com os olhos �ixos no papel.</p><p>O acesso e a permanência dos jovens e adultos na escola são direitos garantidos por marcos legais, a partir da</p><p>redemocratização do nosso paı́s. Ainda que as condições de trabalho sejam exaustivas, os jovens e adultos</p><p>insistem em sonhar com a e�icácia de seus estudos.</p><p>Por isso, ler sobre pesquisas feitas sobre a realidade atual da educação de jovens e adultos, tomar</p><p>conhecimento de experiências de sucesso ou conhecer diversas práticas produtoras de fracasso escolar serão</p><p>bené�icas para que o futuro educador tenha uma noção a respeito do que acontece nas práticas de ensino</p><p>voltadas para jovens e adultos (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Você entenderá sobre a importância das experiências inovadoras de alfabetização popular. A obra do autor</p><p>brasileiro Paulo Freire é célebre em teorizações sobre a educação dialógica, em que educador e educandos</p><p>estabelecem relações que envolvem constantes e necessárias conversas, sem autoritarismo.</p><p>Você conhecerá históricos projetos e programas de alfabetização, voltados aos jovens e adultos da educação</p><p>brasileira, além de re�letir sobre lutas populares. Outro ponto a ser estudado são as contemporâneas</p><p>descobertas sobre o letramento de jovens e adultos, ou seja, os modos de introdução de adultos nas práticas</p><p>de leitura e escrita.</p><p>Figura 1 - Inclusão é a �inalidade da EJA</p><p>Fonte: Photographee.eu, Mediapool, 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 4/27</p><p>O programa desta disciplina levanta importantes questões sobre a EJA, que produzem re�lexões sobre a</p><p>realidade de sala de aula e sobre como ela pode ser melhorada para se tornar cada vez mais criativa, produtiva</p><p>e que possa operar e�icazes experiencias educacionais, enterrando pesadas memórias anteriores de evasão e</p><p>fracasso escolar do público EJA.</p><p>1.1.2 Objetivos de aprendizagem e as atividades da disciplina</p><p>A partir de agora, você entenderá cada um dos objetivos de aprendizagem e as atividades decorrentes desses</p><p>objetivos nesta disciplina, sendo possı́vel ainda re�letir sobre as conexões entre eles. No seu conjunto, os</p><p>objetivos con�iguram uma salutar necessidade de obter sólidos entendimentos sobre práticas educativas, para</p><p>conduzir ações que resultem em sucesso nas aprendizagens. Veja quais são esses objetivos.</p><p>VOCÊ QUER LER?</p><p>O artigo “Evasão e permanência dos estudantes da Educação de Jovens e adultos (EJA)</p><p>no contexto escolar de Parintins-Amazonas: desa�ios e perspectivas</p><p>(https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf )” traz resultados</p><p>de uma pesquisa de campo sobre evasão escolar, permanência de estudantes da EJA,</p><p>razões do ingresso, desistência, com resultados de entrevistas com alunos e</p><p>professores.</p><p>As dificuldades demandam ações a fim de superá-las. Existem caminhos alternativos para não excluir</p><p>alunos da EJA com dificuldades para aprender.</p><p>Tais análises devem aproveitar as inovadoras e inclusivas metodologias para experiências educativas</p><p>vitoriosas na EJA. Com o conhecimento das metodologias mais eficazes será possível fazer boas</p><p>experiências educativas, pois elas podem facilitar a obtenção dos conteúdos, o que garante</p><p>aprendizagens sólidas e a permanência de estudantes trabalhadores nas escolas.</p><p>•</p><p>•</p><p>Compreender as di�iculdades enfrentadas pelos alunos da EJA</p><p>Analisar possibilidades metodológicas para a aplicação e desenvolvimento dos conteúdos</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 5/27</p><p>https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf</p><p>https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf</p><p>https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf</p><p>Acesso em: 2 abr. 2020.</p><p>BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Brası́lia: Senado Federal, 2017. Disponı́vel em:</p><p>(https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf)https://w</p><p>ww2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf</p><p>(https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf). Acesso</p><p>em: 23 abr. 2020.</p><p>COSTA, M. V. Currı́culo e pedagogia em tempo de proliferação da diferença. In: ENDIPE, 14., 2008, Porto Alegre.</p><p>Anais [...]. Porto Alegre: Edipucrs, 2008. Disponı́vel em: https://www.ufsm.br/unidades-</p><p>universitarias/ce/wp-content/uploads/sites/373/2019/04/CurriculoePedagogiaemTemposCOSTA.pdf</p><p>(https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ce/wp-</p><p>content/uploads/sites/373/2019/04/CurriculoePedagogiaemTemposCOSTA.pdf). Acesso em: 23 abr. 2020.</p><p>FEITOSA, S. Método Paulo Freire: princı́pios e práticas de uma concepção popular de educação. São Paulo:</p><p>FE-USP, 1999.</p><p>FLEURY, M. T. L. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas Brasileiras. Revista de</p><p>Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 3, 2000.</p><p>FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.</p><p>FREITAS, M. G. F. Paulo Freire e a leitura do mundo. In: BES, P. et al. Alfabetização e letramento. 1. ed. Porto</p><p>Alegre: SAGAH, 2018, v. 1, p. 20-35.</p><p>GADOTTI, M. Diversidade cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal, 1992.</p><p>GERMANO, J. W. Lendo e aprendendo: a campanha de pé no chão. Natal: Palumbo, 2010.</p><p>GOMES, N. L. Educação e diversidade étnico-cultural. In: BRASIL. Diversidade na Educação: re�lexões e</p><p>experiências. Brası́lia: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2003. p. 70-76.</p><p>HANASHIRO, D. M. M.; CARVALHO, S. G. Diversidade cultural: panorama atual e re�lexões para a realidade</p><p>brasileira. REAd, Porto Alegre, v. 11, n. 5, p. 1-21, set./out., 2005.</p><p>HISTO� RIA da Educação no Brasil. [S. l.: s. n.], 2014. 1 vı́deo (20 min). Publicado pelo canal UNIVESP.</p><p>Disponı́vel em: (https://www.youtube.com/watch?</p><p>reload=9&v=s_3Gmoodpl4)https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>(https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4). Acesso em: 30 abr. 2020.</p><p>MARTINS, E. C. Ideias e tendências educativas no cenário escolar. Onde estamos, para onde vamos? Revista</p><p>Lusófona de Educação, p. 71-90, 2006.</p><p>NEVES, K. L. S.; MARTINS, K. S. B. S. Evasão e permanência dos estudantes da educação de jovens e adultos</p><p>(EJA) no contexto escolar de Parintins-Amazonas: desa�ios e perspectivas. In: CONGRESSO NACIONAL DE</p><p>EDUCAÇA� O. 13., Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUCPR, 2017. Disponı́vel</p><p>em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf</p><p>(https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf). Acesso em: 20 abr. 2020.</p><p>SANTOME� , J. T. Currículo escolar e justiça social: o cavalo de troia da educação. Porto Alegre: Penso, 2013.</p><p>SAVIANI, D. Polı́tica educacional brasileira: limites e perspectivas. Revista de Educação, Campinas, n. 24, p.</p><p>7-16, jun. 2008.</p><p>SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, T. T. (org.). Identidade e diferença: a</p><p>perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2000.</p><p>SILVA, K. C. Introdução à psicopedagogia. Curitiba, InterSaberes, 2012.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 26/27</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf</p><p>http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf</p><p>https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf</p><p>https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf</p><p>https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf</p><p>https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf</p><p>https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ce/wp-content/uploads/sites/373/2019/04/CurriculoePedagogiaemTemposCOSTA.pdf</p><p>https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ce/wp-content/uploads/sites/373/2019/04/CurriculoePedagogiaemTemposCOSTA.pdf</p><p>https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ce/wp-content/uploads/sites/373/2019/04/CurriculoePedagogiaemTemposCOSTA.pdf</p><p>https://www.ufsm.br/unidades-universitarias/ce/wp-content/uploads/sites/373/2019/04/CurriculoePedagogiaemTemposCOSTA.pdf</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf</p><p>https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/24634_13578.pdf</p><p>SIQUEIRA, A. R.; GUIDOTTI, V. Educação de jovens e adultos. Porto Alegre: SAGAH, 2017.</p><p>UNIC RIO. Centro de Informação Das Nações Unidas para o Brasil. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.</p><p>Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030. Rio de Janeiro: UNIC Rio, 2015. Disponı́vel em:</p><p>(https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-</p><p>br.pdf)https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf</p><p>(https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf). Acesso em: 30 abr. 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 27/27</p><p>https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf</p><p>https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf</p><p>https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf</p><p>https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf</p><p>E� preciso ponderar as teorizações contidas nas referências bibliogra�ias produzidas sobre o tema</p><p>da EJA. Analisando as teorias, autores clássicos e atuais, associando-os às realidades</p><p>educacionais a serem mudadas. O conhecimento da bibliogra�ia atualizada é fundamental aos</p><p>futuros educadores, percebendo as nuances que diferenciam ou aproximam autores como Paulo</p><p>Freire e aqueles que se alimentaram dessa fonte e se aprofundaram em outros temas. E� de suma</p><p>importância, ler os diversos enfoques, discuti-los, discordar ou concordar, quali�icando-se para ter</p><p>clareza e embasar muito bem as práticas educativas futuras, caso vivencie alguma experiência na</p><p>EJA.</p><p>A aptidão para educar jovens e adultos vai sendo construída devagar. Leituras sobre pesquisas feitas</p><p>nas realidades atuais de educação de jovens e adultos, tomar conhecimento de experiências de</p><p>sucesso ou de práticas produtoras de fracasso escolar, são benéficas para que o futuro professor</p><p>compreenda o que vem acontecendo no ensino (BASEGIO; MEDEIROS, 2012). No entanto, existem</p><p>suscetibilidades, modos de agir, escolhas feitas pelo próprio educador, além de mudanças ocorridas ao</p><p>longo da experiência, que demandam mais esforço que a simples leitura de um livro e algumas teorias.</p><p>É imprescindível aliar as práticas educativas à realidade social e profissional dos estudantes da EJA,</p><p>considerando que os alunos jovens e adultos chegam à escola ansiosos por aprendizagens que possam</p><p>incluí-los e fazê-los ascender em lugares profissionais ainda não alcançados, mudando suas vidas</p><p>pessoais, profissionais e financeiras. Além de buscarem alternativas criativas e inovadoras para as suas</p><p>comunidades.</p><p>É preciso incluir, sempre, os empobrecidos, capacitando-os, respeitando seus direitos sociais,</p><p>pertencimentos étnicos, diferenças culturais, religiosas e de gênero. Os estudantes da EJA devem ser</p><p>reconhecidos nas suas capacidades e habilidades subjetivas de aprendizagem e necessitam vivenciar</p><p>atividades educativas voltadas para ações de cidadania, apropriadas aos que contam com a educação</p><p>para melhorar a performance no trabalho e inovar em um mundo repleto de conectividade, desafiante</p><p>e provocador de exclusões aos jovens e adultos mais empobrecidos.</p><p>Como cada sujeito está inserido dentro de sua própria história pessoal, familiar, cultural, étnica,</p><p>religiosa, entre outros aspectos significativos e subjetivos, muitas vezes as pessoas possuem</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Analisar a bibliogra�ia produzida sobre o tema</p><p>Desenvolver condições de formação docente apta para promover um ensino de qualidade</p><p>Desenvolver práticas cidadãs e inovadoras</p><p>Analisar caminhos para a inclusão</p><p>Formar para a alteridade</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 6/27</p><p>Com tudo isso, �ica a expectativa de diversas, bené�icas e importantes descobertas sobre a EJA, anunciadas</p><p>com os sete objetivos de aprendizagem, bem como o encontro com as escritas de autores dessa área, desde o</p><p>idealizador Paulo Freire aos contemporâneos pesquisadores da área.</p><p>1.1.3 Apresentando os autores e os textos, identificando as questões relativas</p><p>à Educação de Jovens e Adultos</p><p>Os autores e os textos a serem trabalhados, no decorrer das unidades, levam em conta os mais signi�icativos e</p><p>atualizados temas da EJA, subsidiando, com qualidade, as identi�icações das questões relativas à Educação de</p><p>Jovens e Adultos. Comportando demandas e necessidades diferenciadas, demandando novas formas de educar,</p><p>baseadas no diálogo, na participação ativa e criativa dos educandos.</p><p>O esperado é que você conheça, ao longo de suas leituras, famosos e contemporâneos autores, além dos</p><p>marcos legais mais relevantes e construı́dos desde a promulgação da atual Constituição Federal de 1988, tendo</p><p>ricas oportunidades de diálogo com as temáticas usuais da EJA. Nessas temáticas da EJA estão as</p><p>contribuições de Paulo Freire (responsável por muitas mudanças relativas à Alfabetização), teóricos sobre</p><p>formação docente (Antonio Nóvoa, Antoni Zabala, entre outros), Magda Soares (estudou a diferença entre</p><p>letramento e alfabetização), Malcolm Knowles (construtor da Andragogia), entre outros.</p><p>dificuldades para aceitar os outros e suas alteridades. O educador na EJA precisa aceitar e respeitar os</p><p>seus alunos, nos seus direitos de serem diferentes. A realidade da EJA comporta demandas e</p><p>necessidades diferenciadas, o que requer novas formas de educar, baseadas no diálogo, na</p><p>participação ativa e criativa dos educandos.</p><p>VAMOS PRATICAR?</p><p>Re�lita e escreva suas ideias: como o educador da EJA pode co</p><p>positivamente para o processo de ensino e aprendizagem e como pode pre</p><p>o estudante ao desconsiderar o fato de que ele trabalha durante o dia e fre</p><p>a escola à noite?</p><p>1.2 Identidades e subjetividades na Educação de Jovens e</p><p>Adultos</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 7/27</p><p>E� importante estudar, compreender e respeitar as múltiplas identidades e subjetividades dos educandos jovens</p><p>e adultos, conhecendo melhor o per�il do público da EJA, ajustando as práticas educativas aos sujeitos das</p><p>aprendizagens.</p><p>1.2.1 Identidades na Educação de Jovens e Adultos</p><p>Estudar as identidades dos educandos jovens e adultos permite o conhecimento do per�il desse público</p><p>estudantil, compreendendo quais seriam as identidades dos estudantes, na EJA, desses sujeitos que atrasaram</p><p>as suas escolaridades e vivem no nosso excludente paı́s, com enfrentamentos históricos às identidades</p><p>formadoras do nosso povo, que são os descentes das matrizes africana e indı́gena, con�igurando considerável</p><p>parte do povo brasileiro e dos que procuram as escolas tardiamente. Eles vivem na periferia ou no campo e,</p><p>em sua maioria, são pretos ou pardos, como apontam as estatı́sticas sobre alfabetismo no Brasil.</p><p>E� inegável que coabitamos no mesmo sistema social injusto, onde “coexistem grupos de maioria e de minoria.</p><p>Os grupos de maioria são os grupos cujos membros historicamente obtiveram vantagens em termos de</p><p>recursos econômicos e de poder em relação aos outros” (FLEURY, 2000, p. 20). A identidade de cada aluno da</p><p>EJA é histórica, social e politicamente construı́da, resultante de seus pertencimentos, nesse grande caldeirão</p><p>brasileiro de diversidades étnico-culturais.</p><p>#PraCegoVer: a imagem mostra um estudante em uma sala de aula, ele é o foco da foto, é um jovem negro,</p><p>está com camiseta azul e os braços cruzados. Há um livro aberto sobre a carteira na sua frente e duas carteiras</p><p>vazias atrás.</p><p>Re�letindo sobre as temáticas de identidades dos estudantes trabalhadores habitantes das comunidades</p><p>empobrecidas nos campos e nas cidades, não é possı́vel deixar de considerá-los em seus pertencimentos</p><p>socialmente excluı́dos. E� desejável e cabı́vel que os educadores de jovens e adultos levem em conta os direitos</p><p>de seus alunos, e que estes sejam reconhecidos nas suas diferenças, identidades e pertencimentos étnico-</p><p>raciais, no paı́s marcado pela presença de muitos povos africanos, construı́do por seus descendentes,</p><p>juntamente com os excluı́dos povos indı́genas (BRASIL, 2004).</p><p>Figura 2 - Maioria dos alfabetizandos adultos são pretos ou pardos no Brasil</p><p>Fonte: Sean Locke Photography, Mediapool, 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 8/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>O povo brasileiro, na sua maioria populacional, inclusive os alunos que tardaram a chegar na escola e buscam</p><p>o formato educacional apropriado aos jovens e adultos, são fruto de matrizes como a indı́gena e a afro-</p><p>brasileira, entre outras. Embora um e�iciente discurso tenha incutido nas mentes uma tradição histórica</p><p>assimilacionista,</p><p>que abole as diferenças inúmeras contidas em tais matrizes, e apesar do processo</p><p>hegemônico de integração social, anulando as nossas dessemelhanças, as identidades que transparecem nas</p><p>ações dos alunos da EJA não são homogêneas, e nem existem possibilidades de apagá-las (BANDEIRA, 2003).</p><p>Nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Educação de Jovens e Adultos, a�irma-se que é necessário</p><p>respeitar a proporcionalidade, dispondo e alocando adequadamente os componentes curriculares, levando em</p><p>conta as mais signi�icativas e singulares necessidades da EJA, respeitando espaços e tempos para que as</p><p>práticas pedagógicas garantam aos estudantes a identidade formativa comum com relação aos demais</p><p>participantes, das outras modalidades da escolarização básica (BRASIL, 2000).</p><p>Isso revela a dimensão histórica da exclusão. Mas assegura aos estudantes trabalhadores uma identidade</p><p>formativa comum a qualquer estudante brasileiro, mesmo diante de suas diferenças e identidades. Estudantes</p><p>trabalhadores da EJA devem ser respeitados nos seus anseios por educação, com suas diferenças regionais</p><p>incluı́das no currı́culo. Suas variações linguı́sticas precisam ser consideradas como movimentos comuns e</p><p>naturais de nossa lı́ngua portuguesa no Brasil, com múltiplas in�luências de outras diferentes lı́nguas, além de</p><p>elementos históricos e culturais. Estudantes da EJA devem ser tratados com condições idênticas às condições</p><p>de todos os outros, respeitados nas diferenças e identidades étnicas, de gênero, religiosas ou condições</p><p>econômicas.</p><p>Nas interações sociais e culturais, é visı́vel como se deu o processo de produção de identidades e de</p><p>diferenças na história de vida de cada aluno da EJA. Cada um com seu modo particular, exigindo do educador e</p><p>de cada aluno da EJA um profundo respeito às múltiplas identidades, entendendo como surgem, se expressam</p><p>e são perpetuadas as identidades culturais, na diversidade brasileira que os alunos carregam ao chegar nas</p><p>salas de aula.</p><p>Assim, cada aluno da EJA apresenta sua própria diversidade biológica, como um produto da natureza. Já a</p><p>diversidade cultural, produtora de distintas identidades, não é assim inata, não podendo ser quali�icada como</p><p>um ponto de origem. Sendo mais apropriado denominá-la como um ponto derradeiro de um processo</p><p>administrado por operações de diferenciação (SILVA, 2000).</p><p>Isso signi�ica que o aluno de EJA não nasce diferente de um outro jovem, geneticamente. Ele vai construindo</p><p>sua identidade, demandando que cada escola valorize a diferença na condução pedagógica e curricular, com a</p><p>“obrigação de ir além das benevolentes declarações de boa vontade para com a diferença. Ela tem que colocar</p><p>no seu centro uma teoria que permita não simplesmente reconhecer e celebrar a diferença e a identidade, mas</p><p>questioná-las” (SILVA, 2000, p. 100).</p><p>O educador de EJA deve primar e optar por práticas pedagógicas, sociais e polı́ticas, chamando a atenção para</p><p>as diferenças. Nossas múltiplas diferenças deverão ser percebidas como parte de nossas vivências. Isso</p><p>implica em deixar de vê-las como algo excêntrico, ou como desvio ou algo que represente desvantagem</p><p>(GOMES, 2003).</p><p>Ter um educador que compreenda o seu papel social e histórico, implica em oportunidades, para os</p><p>estudantes da EJA, de serem respeitados nas diversidades, identidades e direitos, com as melhores e mais</p><p>apropriadas polı́ticas públicas educacionais e práticas educativas possı́veis. Somos todos possuidores de</p><p>diferenciadas identidades.</p><p>Isso revela o despropósito de molestar jovens e adultos, que levam o dia todo trabalhando arduamente,</p><p>desanimando-os nos seus sonhos de escolaridade e de futuros mais dignos, com práticas educativas que</p><p>exigem a renúncia de suas identidades, historicamente construı́das, tratando-os com preconceitos.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 9/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>#PraCegoVer: a �igura apresenta um grupo de pessoas abraçadas, formando uma corrente, um apoiando o</p><p>braço sobre o que está ao seu lado. Estão todos sorrindo bastante, demonstram amena convivência, apesar de</p><p>suas diferentes identidades. São três homens e três mulheres, ao fundo há uma parede cinza.</p><p>E� ine�icaz a busca por dominar ou tentar anular as identidades. Os educadores, humanamente contraditórios,</p><p>agem de forma equivocada ao atacarem justo aquilo que é tão intrı́nseco aos alunos, por exemplo, o modo de</p><p>manter os cachos no cabelo e pentear, uma tatuagem com algum ı́cone importante para o jovem, uma letra tão</p><p>indecifrável ou marcas fortes ao escrever no caderno, gargalhadas altas demais, gı́rias que dizem muito sobre</p><p>seus sentimentos e sua comunidade.</p><p>Da mesma forma, os modos de falar que remetem às suas origens migrantes, e tantas outras marcas</p><p>identitárias. E muitas vezes acontecem alguns esbarrões duros, que ferem as suscetibilidades, e colocam os</p><p>alunos da EJA diante da dor de certos discursos dos educadores. Assim, �ica um pesar, diante de algumas</p><p>práticas educativas, protagonizadas pelos docentes da EJA, em que discursos enfatizam preconceitos e</p><p>estereótipos, são determinadas falas inoportunas que em nada ajudam aos jovens e adultos da EJA, os quais</p><p>veem suas diferenças virarem cruéis desigualdades. Nem todas as diferenças dos mais empobrecidos</p><p>signi�icam inferioridade (BANDEIRA, 2003).</p><p>E� importante a busca por uma forma de não perceber as diferenças nas suas essências, mas entende-las nas</p><p>suas elaborações na história, procurar apontar e discutir as identidades em seu semblante construı́do</p><p>historicamente, construı́do nas determinações polı́ticas do poder, dentro das sociedades e das culturas</p><p>(COSTA, 2008).</p><p>As identidades dos alunos da EJA são construções históricas que devem ser respeitadas. As DCN para a</p><p>Educação e Jovens e Adultos recomendam uma preocupação com a identidade própria da EJA, com princı́pios</p><p>de equidade, diferença e construção de modelo pedagógico próprio (BRASIL, 2000). A equidade implica em</p><p>acesso de qualidade, respeito as diferenças e identidades étnico-raciais e de gênero.</p><p>As identidades dos estudantes, na EJA, devem ser vistas a partir da “idade, história pessoal e corporativa,</p><p>formação educacional, função e personalidade. Inclui, também, estilo de vida, preferência sexual, origem</p><p>geográ�ica”. Devem ser vistos, nas suas dimensões primárias, ou seja, nas diferenças humanas imutáveis, tais</p><p>Figura 3 - Múltiplas identidades</p><p>Fonte: PeopleImages, Mediapool, 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 10/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>como “idade, etnia, gênero, raça, orientação sexual e habilidades fı́sicas; e diferenças secundárias mutáveis:</p><p>como formação educacional, localização geográ�ica e experiência de trabalho” (HANASHIRO; CARVALHO,</p><p>2005, p. 4).</p><p>Pluralismo cultural, como pode ser visto em todo o território nacional, não pode ser entendido como práticas</p><p>ecléticas, ou como insistem algumas pessoas em transformar manifestações culturais diversi�icadas em um</p><p>conjunto descon�igurado de retalhos culturais. O educador da EJA, lidando com tantas diversidades étnico-</p><p>culturais deve dialogar bem com todas as culturas (GADOTTI, 1992).</p><p>As identidades, na escola e na EJA, acertadamente, produzem “mais expurgo da norma do que identidades</p><p>encaixadas na ordem” (COSTA, 2008 p. 492). Assim, é possı́vel dizer que no lugar dos educandos da EJA irem</p><p>se adequando as normas, o que acontece é que eles vão cultivando as suas identidades, permanecendo</p><p>‘estranhos’ aos olhos de alguns educadores, e negam a posição de virarem ‘normais’, como demandam alguns</p><p>educadores que insistem em admitir suas diferenças.</p><p>Nesse sentido, uma escola autônoma age com curiosidade, ousadia, diálogo com as diversidades culturais,</p><p>com respeito as identidades e as mais diversas concepções e opiniões, mesmo que divergentes, em uma</p><p>atmosfera de constante diálogo.</p><p>1.2.2 Subjetividades na Educação de Jovens e Adultos</p><p>A subjetividade na EJA traz a discussão do respeito ao outro e suas diferenças, sem impor ao outro a condição</p><p>de igual, buscando reconhecimento e respeito às alteridades. E alteridade é aquilo que o outro é e representa</p><p>nas suas convivências sociais, isso signi�ica dizer que cada pessoa carrega suas singulares diferenças,</p><p>expressas no jeito de cada um ser, nos seus modos únicos de representar o mundo, que são pertencentes a</p><p>cada professor da EJA ou de quaisquer outras pessoas, como os seus colegas de sala de aula.</p><p>A respeito das relações com múltiplas alteridades e subjetividades presentes na sala de aula da EJA, costuma</p><p>acontecer das subjetividades dos jovens serem postas como responsáveis pelos altos ı́ndices de evasão. São</p><p>julgados como jovens de subjetividades indisciplinadas, sem compromissos, entre tantos outros discursos</p><p>que impõem sobre eles todas as responsabilidades pelo insucesso na modalidade de ensino da EJA (ALMEIDA;</p><p>SILVA, 2015).</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>A EJA, nas suas práticas, clama pela inexistência de discriminações às identidades,</p><p>opondo-se a misoginia (preconceito contra a mulher), homofobia (preconceito</p><p>contra homossexuais), intolerância religiosa (não aceitar as outras religiões</p><p>distintas da sua), racismo, entre outros preconceitos.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 11/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>A subjetividade adulta costuma ser vista, pelos depoimentos dos educadores, como aquela subjetividade não</p><p>ideal ao espaço da Educação de Jovens e Adultos. Correntemente a�irmam que os jovens e adultos possuem</p><p>limitações cognitivas e chegam até a a�irmar isso de um modo pejorativo, com palavras inapropriadas.</p><p>Uma mais apurada pesquisa poderá mostrar, que o estudante trabalhador da EJA é um sujeito que está</p><p>interessado em obter novos conhecimentos, bastante interessado em ter êxito escolar em consequência do</p><p>mercado de trabalho. Educadores narram que o idoso, inserido na EJA, “constitui-se como a subjetividade que,</p><p>afastada por longo perı́odo do contexto escolar, possivelmente devido ao trabalho, retorna com o intuito de</p><p>adquirir novos conhecimentos, embora com acentuadas limitações cognitivas” (ALMEIDA; SILVA, 2015, p. 14).</p><p>Em decorrência de olhares tão estigmatizados, ao delimitar de forma tão incisiva as subjetividades discentes</p><p>da EJA, os educadores da EJA fornecem subsı́dios para eternizar o processo discriminatório que está inserido</p><p>na educação brasileira desde os seus primeiros dias (ALMEIDA; SILVA, 2015).</p><p>O quarto objetivo da Agenda 2030, proposta pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), trata da</p><p>universalização de uma escola inclusiva, oferecendo, portanto, uma educação que não seja excludente para</p><p>nenhum estudante. O que requer práticas equitativas, que, naturalmente, não diferenciam as mais distintas</p><p>subjetividades e sempre prezam pela qualidade (UNIC RIO, 2015).</p><p>Por isso, é essencial a abertura de diferentes oportunidades de aprendizagem para todos, em todas as fases das</p><p>vidas, em todos os paı́ses, por mais subjetivamente diferentes que sejam. Esse compromisso entre as nações</p><p>visa garantir a escolaridade dos mais vulneráveis, dos que ainda não foram atendidos nas suas expectativas e</p><p>necessidades subjetivas de escolaridade. Estejam nas grandes cidades ou nas zonas rurais (UNIC RIO, 2015).</p><p>As subjetividades estão vinculadas às diferenças, portanto, aos direitos dos estudantes da EJA serem</p><p>diferentes. Viva a diferença e os diferentes! As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação e Jovens e</p><p>Adultos tocam nos temas da diferença, da identi�icação e do reconhecimento da alteridade presente e</p><p>intrı́nseca aos jovens e adultos, nos seus processos formativos. Cabendo às experiências de EJA a valorização</p><p>do mérito de cada estudante e o desenvolvimento dos conhecimentos e valores de todos (BRASIL, 2000).</p><p>Como lidar com as subjetividades, as alteridades e as diferenças dentro das experiências educativas de EJA?</p><p>Fazendo das aulas um espaço comunitário participativo e aberto às múltiplas subjetividades. A escola</p><p>apropriada para �lorescer as subjetividades é aquela que não impede a participação e a autonomia, re�letindo</p><p>continuamente sobre as atitudes autoritárias e contraditórias, diante das subjetividades dos sujeitos</p><p>aprendizes.</p><p>O educador da EJA, ao lidar com as subjetividades, pode focar na realidade social e na cultura em que seus</p><p>alunos estão inseridos. Cada um deles sendo entendido e aceito na sua diferença, em uma convivência pacı́�ica</p><p>entre as mais diversas culturas e subjetividades, convivendo com respeito e nas mesmas condições.</p><p>Assim, a educação dos jovens e adultos deve montar suas diretrizes preocupando-se com as subjetividades de</p><p>seus estudantes e com uma atitude multicultural, pluralista, aberta às heterogeneidades, aliando aceitação,</p><p>respeito às subjetividades e distintas culturas de cada aluno, portanto, uma educação democrática.</p><p>Isso signi�ica que o educador da EJA é aquele que precisa estar aberto e disponı́vel para operar no</p><p>estabelecimento da equidade e do respeito mútuo, na superação de múltiplos preconceitos, especialmente,</p><p>aqueles relacionados às questões étnicas, de raça e pobreza (GADOTTI, 1992).</p><p>E� necessário apontar um erro recorrente de algumas experiências do sistema público de ensino brasileiro que</p><p>é a homogeneização dos estudantes, considerada como “um dos maiores problemas encontrados pelos alunos</p><p>de cursos noturnos e, principalmente, por aqueles que frequentam as aulas na modalidade de EJA” (BASEGIO;</p><p>MEDEIROS, 2012, p. 83).</p><p>Eles não são reconhecidos nas suas singulares histórias de trabalhadores, com muitas histórias de fracasso ou</p><p>evasão escolar para narrar. Alguns educadores implicam justamente com aquilo que os estudantes, jovens e</p><p>adultos, possuem como marcas de subjetividades. Essas práticas de homogeneização lançam fora elementos</p><p>essenciais, desconhecem a diferenciação entre um aluno que faz seu curso no turno diurno e aquele aluno</p><p>trabalhador, da EJA, e suas necessidades distintas.</p><p>Algo bastante intrı́nseco ao aluno da EJA são suas subjetivas motivações para estudar. Entre os elementos que</p><p>diferenciam alunos trabalhadores, cursando seus estudos à noite, na EJA, pode ser considerado o fato de que</p><p>possivelmente “eles visualizem na escola e na escolarização a possibilidade de encontrarem uma melhor</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 12/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>colocação no mercado de trabalho” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 84).</p><p>A escola é uma instituição igualitária e reprodutora da desigualdade, com respeito às diferenças e atitudes</p><p>discriminatórias ao mesmo tempo, “instituição que proclama a aprendizagem crı́tica e criativa, mas usa</p><p>métodos memorı́sticos e meios verbais; instituição democrática, mas que usa hábitos autoritários que</p><p>limitam a participação” (MARTINS, 2006, p. 79). Isso levanta problemas com relação ao respeito às</p><p>subjetividades dos alunos EJA.</p><p>As DCN para a EJA não relegam as situações, per�is e faixas etárias dos sujeitos. Pautada pelos “princı́pios de</p><p>equidade, diferença e proporcionalidade na apropriação e contextualização das diretrizes curriculares</p><p>nacionais e na proposição de um modelo pedagógico próprio” (BRASIL, 2000, p. 1).</p><p>A equidade representa, nas DCN para a EJA, aquela distribuição peculiar dos componentes curriculares com o</p><p>�im de oferecer um patamar igualitário de formação e restituir a igualdade de</p><p>direitos e de oportunidades</p><p>diante do direito à educação (BRASIL, 2000).</p><p>Os choques com as subjetividades são, ao mesmo tempo com uma cultura em particular e com as</p><p>manifestações subjetivas desses estudantes trabalhadores, por parte de alguns educadores da EJA, que se</p><p>voltam contra as culturas populares e as marcas subjetivas de seus alunos jovens, adultos e idosos.</p><p>Na EJA, existe uma necessidade de repensar constantemente a relação entre o eu e o outro (entre as</p><p>subjetividades e as alteridades), pautado no respeito e aceitação mútuos. Isso representa o “encantamento da</p><p>discussão sobre diversidade. Ao considerarmos o outro, o diferente, não deixamos de focar a atenção sobre o</p><p>nosso grupo, a nossa história, o nosso povo. Ou seja, falamos o tempo inteiro em semelhanças e diferenças”</p><p>(GOMES, 2003, p. 72).</p><p>A cultura popular tradicional, com suas inúmeras manifestações culturais, é, conforme pensava Paulo Freire, a</p><p>tomada de consciência sobre a realidade nacional, com a �inalidade de produzir transformações e “criar novas</p><p>formas de relações sociais e polı́ticas; signi�ica consciência de direitos, possibilidade de criar novos direitos e</p><p>capacidade de defendê-los contra o autoritarismo, a violência (simbólica ou não) e o arbı́trio” (GADOTTI,</p><p>1992, p. 37).</p><p>Em resumo, as di�iculdades e os acertos ao lidar com as identidades, alteridades e subjetividades, tão distintas</p><p>nas salas de aula da EJA, podem produzir ótimos encontros, produtores de saberes diversos, como é a cultura</p><p>e a história brasileira. Assim, a formação dos educadores da EJA deve produzir esses encontros com a</p><p>VAMOS PRATICAR?</p><p>Planeje uma palestra para educadores da EJA de uma escola localizada e</p><p>comunidade na periferia, atendendo alunos de diversas identidades. O tem</p><p>semelhantes ou diferentes, todos os alunos da EJA devem ser tratados com</p><p>direitos de acesso e permanência em sala de aula.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 13/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>diversidade e com a aceitação das inúmeras diferenças, sem vê-las como desigualdades, amparando o desejo</p><p>de aprender de um aluno da EJA.</p><p>1.3 Construindo um perfil do aluno da Educação de Jovens e</p><p>Adultos</p><p>Para você conhecer melhor o aluno da EJA é necessário os esclarecimentos sobre quem são esses jovens e</p><p>adultos que buscam escolaridade, em tempos distintos da chegada das crianças às escolas.</p><p>1.3.1 O aluno da Educação de Jovens e Adultos: construindo um perfil</p><p>Conhecendo o per�il do educando dos cursos noturnos, reconhece-se a percepção de que o estudante é um</p><p>trabalhador, com descompasso entre a série cursada e sua faixa etária, com uma famı́lia para sustentar, com</p><p>histórias dolorosas de reprovação, evasão e fracasso escolar. Educandos da EJA são sujeitos que possuem suas</p><p>expectativas imediatistas com relação a sua presença na escola, consideram que a escolarização poderá</p><p>ampliar suas rendas ou alcançarem posições superiores no mercado de trabalho (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>O conhecimento da realidade dos estudantes deve embasar as escolhas dos conteúdos, voltados as suas vidas</p><p>pro�issionais, focados na autonomia de cada um e no autodesenvolvimento de seus próprios conhecimentos.</p><p>Atentando para as contradições existentes no interior da sociedade e para o per�il de um estudante trabalhador,</p><p>inserido na estrutura social produtiva (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Então, é necessário o engajamento do educador da EJA. Não é possı́vel agir com ingenuidade e abolir a</p><p>verdadeira face da educação enquanto fenômeno social, aliado do crescimento capitalista, regulador dos</p><p>�luxos de mão de obra, quali�icando-a e adestrando-a com os devidos valores e normas, do gosto das classes</p><p>hegemônicas para operar no controle social da classe trabalhadora. Nesse per�il, o estudante trabalhador, é</p><p>afetado pelas táticas de valorização do capital e de controle social praticadas pelas classes dominantes</p><p>(BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Por tudo isso, o per�il do aluno da EJA condiciona as práticas educativas e a obtenção do conhecimento, as</p><p>escolhas metodológicas que levam em conta sua realidade, focando no mundo do trabalho e nas relações</p><p>con�lituosas entre sua classe social e a dos poderosos chefes. Trabalho que deve ser realizado criticamente,</p><p>para que cada educador da EJA contribua para não operar a favor da reprodução social e da danosa</p><p>cristalização da posição de submissão de cada educando da EJA, no interior do espectro social (BASEGIO;</p><p>MEDEIROS, 2012).</p><p>Conhecer o per�il do estudante trabalhador deve servir para problematizar a situação atual, tendo em vista</p><p>mudanças signi�icativas na vida desse educando, procurando colocar os conteúdos a serviço de suas</p><p>necessidades. E que esses conteúdos sirvam como incentivo para agenciar uma mudança, não só na condição</p><p>dele de sujeito oprimido, mas ir além, e envolver transformações também na própria estrutura das relações</p><p>sociais (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) assegura que a educação de jovens e adultos deve ser oferecida, no nı́vel de</p><p>conclusão do ensino fundamental aos jovens, maiores de quinze anos, e no nı́vel de conclusão do ensino</p><p>médio, para adultos maiores de dezoito anos. E esclarece que o planejamento da oferta de educação escolar</p><p>regular para jovens e adultos, deve levar em conta, nitidamente as caracterı́sticas e modalidades mais</p><p>apropriadas a esses jovens, adultos e idosos, avalizando aos estudantes trabalhadores as possibilidades justas</p><p>de acesso e permanência em sala de aula (BRASIL, 2017).</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 14/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>#PraCegoVer: a imagem está focada nas mãos de três estudantes. Cada um deles está segurando uma caneta e</p><p>todos estão com as mãos apoiadas em livros e cadernos sobre a mesa que compartilham.</p><p>A LDB determina que os sistemas de ensino devem oferecer ensino gratuito aos jovens e adultos “que não</p><p>puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as</p><p>caracterı́sticas do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames” (BRASIL,</p><p>2017, p. 31).</p><p>As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, em conformidade com o 4º artigo</p><p>da LDB e com o dever do Estado com a educação pública, exigem “acesso público e gratuito aos ensinos</p><p>fundamental e médio para todos os que não os concluı́ram na idade própria” (BRASIL, 2017, p. 9), garantindo o</p><p>ensino noturno regular apropriado às condições e per�is dos alunos da EJA.</p><p>Cabe ao Poder Público a implementação de polı́ticas públicas efetivas para garantir o acesso e a permanência</p><p>na escola. E, ainda, consistentes e necessárias articulações com a educação pro�issional (BRASIL, 2017). Por</p><p>�im, esse jovem ou adulto trabalhador deve receber do Poder Público o devido acesso ao direito constitucional</p><p>de educação básica.</p><p>1.3.2 Problemas da Educação de Jovens e Adultos</p><p>Compreendendo os problemas da Educação de Jovens e Adultos, como infantilização, o mundo do trabalho e o</p><p>trabalhador estudante, será possı́vel, ao educador da EJA, realizar uma ação educativa e�icaz e produtiva.</p><p>O fato é que o aluno trabalhador precisou, bem cedo, ser incorporado ao processo produtivo, e com isso</p><p>conseguiu diminuir o arrocho salarial atribuı́do às famı́lias trabalhadoras no Brasil e a�iança uma oferta</p><p>copiosa e barata de mão de obra para as empresas brasileiras (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>E� necessário não camu�lar a cisão tão visı́vel entre esse estudante trabalhador e os alunos dos cursos diurnos.</p><p>Signi�ica dizer que esse sujeito vive cotidianamente dois tipos de socialização, sendo essas duas</p><p>socializações, concomitantes, mais educativas que os</p><p>próprios conteúdos oferecidos pela escola.</p><p>Figura 4 - Estudantes buscam oportunidades para aprender na vida adulta</p><p>Fonte: Syda Productions, Mediapool, 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 15/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Lamentavelmente, existem experiências educativas na EJA que operam e seguem mantendo os educandos em</p><p>suas posições dentro do espectro social e produtivo (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>A socialização do mundo do trabalho con�igura a primeira socialização do aluno-trabalhador. Lá no seu local</p><p>de trabalho, o trabalhador-estudante faz tarefas e desenvolve aprendizados que excedem aqueles que</p><p>correspondem, simplesmente, ao de suas funções pro�issionais” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>#PraCegoVer: na imagem, há uma mulher com a cabeça abaixada, suas mãos estão sobre a mesa e apoiando</p><p>sua cabeça, está aparentemente cansada. Na sua mesa há um notebook, vários papéis, um copo de água e um</p><p>de café, além de uma xı́cara de café.</p><p>Entre esses aprendizados estão o respeito à hierarquia, as estratégias para se manter no trabalho e organizar</p><p>atitudes que possam ser agradáveis ao seu empregador. Existe uma exigência que esse trabalhador</p><p>desempenhe as suas funções a contento, até mesmo para não perder seu posto de trabalho.</p><p>Já a segunda socialização vivenciada pelo trabalhador-estudante acontece na escola, demandando que se</p><p>quali�ique para operações como cálculos, re�lexões e planejamentos. Estabelece-se um grande abismo entre a</p><p>vida desse estudante da EJA e a sua permanência na escola, com um número extensivo de disciplinas</p><p>ministradas, com conteúdos planejados de modo equivocado, incapazes de oferecer novo signi�icado para os</p><p>anseios desse jovem ou adulto trabalhador. Os encaminhamentos pedagógicos seguem para um caminho</p><p>oposto às expectativas imediatas de avanço em suas condições empregatı́cias e �inanceiras (BASEGIO;</p><p>MEDEIROS, 2012).</p><p>Os conteúdos falham, ocorrendo a infantilização diante da “homogeneização promovida pelas escolas e pelo</p><p>sistema que em geral, atende ao trabalhador-estudante da mesma forma que atende aos alunos de outros</p><p>turnos e da modalidade de ensino regular” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 86).</p><p>Figura 5 - O estudante trabalhador da EJA chega à escola após longa jornada de trabalho</p><p>Fonte: PeopleImages, Mediapool, 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 16/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>O cenário de infantilização e de desprezo do exercı́cio pro�issional dos estudantes trabalhadores, na EJA, pode</p><p>ampliar as possibilidades de fracasso e evasão escolar, ou seja, faz com que eles retrocedam e abandonem a</p><p>escola por não identi�icarem um real atendimento a suas expectativas. Os estudantes da EJA sofrem para</p><p>conseguir concluir seus cursos, nos casos exitosos isso se faz a duras penas (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Você pode imaginar o que signi�ica não concluir um curso para esses trabalhadores estudantes, que chegaram</p><p>às escolas com grandes esperanças de melhoria na vida pro�issional, pessoal e familiar e são impedidos de</p><p>concluir diante do fato do ensino dessa modalidade de ensino, a EJA, ser gerido de um modo equivocado</p><p>(BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Esses trabalhadores estudantes tomam a decisão de abandonar as salas de aulas, engolindo um discurso</p><p>preconceituoso, presente dentro da escola, que veicula uma falsa verdade ou mentiras que parecem verdades:</p><p>as saı́das dos estudantes trabalhadores são frutos de suas di�iculdades de aprendizagem pessoais, subjetivas e</p><p>não dos vácuos, dentro das instituições de ensino da EJA, entre as necessidades deles e o que oferecem as</p><p>experiências educativas.</p><p>Com isso, não é incomum que a própria escola, que recebe os estudantes trabalhadores da EJA, operem por</p><p>excluı́-los, pelos seus modos singulares de falar e devido a conceitos preestabelecidos sobre os mais</p><p>empobrecidos brasileiros que chegam à escola querendo aprender, mas que enfrentam desa�ios imensos e</p><p>situações adversas e, assim, acabam sendo vistos como alunos-problemas (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Não deveriam anular os sonhos dos estudantes trabalhadores! Não precisariam criar metas educativas</p><p>condicionadas a resolver as defasagens de aprendizagens imputadas somente aos educandos, e nenhuma falha</p><p>aos educadores da EJA. Esses educadores da EJA precisam criar interesses, fora do fato de ‘diagnosticar’ que</p><p>seus alunos, jovens e adultos, não conseguem aprender. Assim, não deveriam mostrar escassos interesses na</p><p>aprendizagem dos estudantes trabalhadores e nas devidas inter-relações.</p><p>A meta da EJA não pode ser �incada na perspectiva de homogeneizar as diferenças, “fazer igual para todos</p><p>levando em conta elementos, hoje superados, como escalas de desenvolvimento que serviam para comparar</p><p>padrões de comportamento, aprendizagem e para uniformizar as diferenças” (SILVA, 2012, p. 24)</p><p>CASO</p><p>Uma vitoriosa campanha conhecida como “De pé no chão também se aprende a ler”</p><p>realizou muitas ações escolares e culturais, no Rio Grande do Norte. A formação de</p><p>professores não foi esquecida, ocorreu apoio às literaturas, artes e culturas populares,</p><p>com o fomento do Centro de Formação de Professores, do Teatro do Povo, da Galeria</p><p>de Arte e de praças de esportes. Aconteceram exposições de artes plásticas e foi</p><p>criado um Museu de Arte Popular, além da formação de cıŕculos de leitura, encontros</p><p>culturais e estıḿulos aos grupos de danças folclóricas, próprios da cultura tradicional</p><p>popular nordestina. Todos participavam e aprendiam com mais facilidade, convivendo</p><p>com suas manifestações culturais. Essas atividades evidenciavam que a cultura do</p><p>alfabetizando contribui na sua apropriação da leitura e escrita (GERMANO, 2010).</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 17/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Imputar aos estudantes trabalhadores que deixam as suas escolas, renunciando aos seus sonhos de</p><p>escolaridade, oferecendo-lhes no lugar de sucesso escolar, discursos que os colocam como únicos culpados</p><p>por fracassos escolares, presentes nas falas de alguns educadores de EJA, é justo? Não é justo e nem ético!</p><p>A resposta certa seria que todo educador da EJA, deveria assumir “a responsabilidade em relação à diminuição</p><p>dos problemas de aprendizagem nas escolas e, consequentemente, à redução dos altos ı́ndices de fracasso</p><p>escolar.” (SILVA, 2012, p. 24).</p><p>O que ainda acontece na EJA é que no cotidiano dos alunos trabalhadores, o discurso produziu suas saı́das da</p><p>escola: fracasso escolar e evasão escolar. “Todavia, é importante que a escola torne seus conteúdos</p><p>signi�icativos, criando nesses educandos o desejo de conhecê-los de forma mais aprofundada, o que isso só</p><p>será possı́vel por meio da problematização da realidade desses indivı́duos” (SILVA, 2012, p. 87). Isso implica</p><p>a valorização das vivências dos estudantes trabalhadores, jovens e adultos, além de não promover sua</p><p>infantilização.</p><p>Como você pode perceber, até aqui foi esclarecido que no per�il do aluno da EJA deve evitar-se a infantilização</p><p>e a separação das experiências educativas na EJA, do mundo do trabalho e do cotidiano do trabalhador</p><p>estudante, atrapalhando-os no sonho de estudar.</p><p>VAMOS PRATICAR?</p><p>Re�lita a respeito das inadequadas e monótonas aulas, na Educação de J</p><p>Adultos, provocadoras de sonos nos alunos. Reúna ideias sobre como moti</p><p>aprender e como repensar as atividades para resolver o cenário preocup</p><p>evasão e fracasso de jovens e adultos.</p><p>1.4 Educação de Jovens e Adultos sob o prisma social,</p><p>histórico e político</p><p>E� importante ressaltar que a EJA se con�igura como uma modalidade de ensino e funciona como um</p><p>privilegiado espaço para inserção de jovens</p><p>e adultos na educação, os quais tiveram seus anseios sacri�icados,</p><p>por razões profundas e socialmente explicáveis, movidas por falhas em ultrapassadas polı́ticas públicas de</p><p>educação brasileira até as últimas décadas do século XX.</p><p>1.4.1 Educação de Jovens e Adultos sob o ponto de vista social</p><p>Os alunos da EJA precisam ser vistos como sujeitos desejantes em avançar nas escolaridades. Em detrimento</p><p>de suas necessidades e empenhos, existem empecilhos que precisam ser compreendidos pela perspectiva</p><p>social. Não é apenas a “questão �inanceira que afasta os alunos da escola. Existe uma série de fatores que</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 18/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>contribuem para esse processo de exclusão escolar. Entre esses fatores estão os altos ı́ndices de reprovação no</p><p>ensino regular” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 34).</p><p>A EJA proporciona o atendimento dos anseios de jovens e adultos por educação. Atendendo suas demandas</p><p>por soluções, diante de experiências anteriores fracassadas. No aspecto social, dessas conquistas, abre-se a</p><p>oportunidade de valorizar os alunos, colaborando no resgate de sua autoestima, na abertura de novas</p><p>perspectivas de vida e de inclusão social. “A premissa do ensino em qualquer de suas modalidades é a</p><p>construção do conhecimento, das competências e das habilidades que são imprescindı́veis ao</p><p>desenvolvimento integral dos indivı́duos” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 48).</p><p>Uma necessária iniciativa é trabalhar para sanar os temores de estudantes da EJA, incentivando-os a</p><p>acreditarem e a terem sucesso escolar, para que não voltem a ter experiências escolares que os obriguem a</p><p>abandonar a escola ou vivenciar reprovações, é preciso fazer valer o esforço de cada um desses estudantes</p><p>trabalhadores da EJA. Depois de uma longa jornada de trabalho será necessário que as horas noturnas na</p><p>escolha sejam favoráveis. A dura vivência de qualquer exclusão, faz toda a diferença, por isso é necessário</p><p>disponibilizar meios adequados para resgatar esses sujeitos desejosos de aprender. Animá-los, diante de suas</p><p>desesperanças, apoiando-os em todas as suas di�iculdades de aprendizagem (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>E� de utilidade social observar e sanar as di�iculdades para entender os conhecimentos, adequando-os às</p><p>realidades vivenciadas pelos alunos nas suas vidas comunitárias, pro�issionais e de trabalho. A EJA não pode</p><p>ser omissa já que, deve assumir “uma responsabilidade muito grande e importante dentro do contexto social</p><p>brasileiro, pois sua missão é resgatar os estudantes que retornam receosos e amedrontados em consequência</p><p>das experiências anteriores que os alijaram da escola” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 48).</p><p>Esses jovens e adultos trabalhadores carregam em suas lembranças dolorosas experiências anteriores de</p><p>exclusão, em dose dupla, “primeiro pela sociedade e depois pela escola, que não soube �ixá-los no contexto</p><p>escolar. Esse fato, por si só, já é perverso e lamentável, uma vez que o objetivo da escola é justamente o</p><p>oposto: a integração e a inclusão.” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 49).</p><p>Você pode indagar quem seriam os bene�iciados com polı́ticas públicas e�icientes para a EJA, e a resposta é: ter</p><p>cidadãos com bons nı́veis educativos geram benefı́cios que vão além dos benefı́cios individuais, gerando</p><p>benefı́cios à coletividade. São benefı́cios sociais “como uma melhor integração social, comportamentos</p><p>cı́vicos mais responsáveis e solidários, um clima social de maior satisfação e bem-estar, um ambiente social e</p><p>cultural muito mais atrativo e estimulante” (SANTOME� , 2013, p. 107).</p><p>Além desses benefı́cios sociais, é necessário entender que os bons cidadãos conseguem promover o progresso</p><p>cientı́�ico e social que bene�icia a comunidade, já que todos os campos do conhecimento costumam ser</p><p>bene�iciados com cidadãos cultos, apoiados em suas capacitações e estimulados para conhecer novos saberes</p><p>e especializações (SANTOME� , 2013).</p><p>Re�letir sobre o alcance de jovens e adultos da EJA amplia os conhecimentos que são levados para dentro da</p><p>sala de aula. E� um benefı́cio social promover essa abertura mental provocando e despertando “cada pessoa a</p><p>seguir aprendendo ao longo de toda sua vida. Obviamente, isto também é motor de benefı́cios econômicos;</p><p>mas é um erro contemplar a educação exclusivamente sob ópticas mercantilistas, ou seja, como capital</p><p>cultural” (SANTOME� , 2013, p. 107).</p><p>Com tudo isso, é preciso entender, sem equı́vocos, com su�iciente clareza, as verdadeiras razões sociais que</p><p>impedem os jovens e adultos de seguir com seus estudos, a�irmando a necessidade de boas polı́ticas públicas</p><p>de educação para esse público. Todos serão bene�iciados, esses sujeitos, seus familiares, o mercado de</p><p>trabalho e as comunidades em que vivem.</p><p>1.4.2 Contextualização histórica da Educação de Jovens e Adultos</p><p>E� importante entender que desde os tempos de colonização portuguesa, postergamos o oferecimento de</p><p>educação a todos. O entendimento de alguns fatos colabora para a compreensão de razões e lutas históricas</p><p>em prol da Educação de Jovens e Adultos.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 19/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Por volta de 1548, existiram os regimentos de D. João III regulamentando a educação da época, orientando</p><p>ações públicas do governador-geral do Brasil, Tomé de Souza, e dos jesuı́tas. Esses religiosos focados na</p><p>catequese recebiam verbas do rei português.</p><p>As verbas eram apenas para a manutenção dos colégios dos jesuı́tas e para as suas vestimentas, não sendo</p><p>su�iciente para construções. Relatou o padre Manuel da Nóbrega em 1552, por carta, “eles aplicavam os</p><p>recursos no colégio da Bahia ‘e nós no vestido remediamo-nos com o que ainda do reino trouxemos, porque a</p><p>mim ainda me serve a roupa com que embarquei... e no comer vivemos por esmolas’”. (SAVIANI, 2008, p. 1).</p><p>Antes e até hoje são recorrentes os casos de di�iculdades para manutenção de uma educação pública e de</p><p>qualidade para todos os jovens e adultos nas escolas brasileiras.</p><p>E o acesso era muito escasso ao conjunto da população brasileira do perı́odo colonial. Mostrando uma</p><p>tendência que percorreu grande parte da história da educação brasileira. Por ocasião da expulsão dos jesuı́tas,</p><p>em 1759, o somatório de alunos matriculados “de todas as instituições jesuı́ticas não atingia 0,1% da</p><p>população brasileira, pois delas estavam excluı́das as mulheres (50% da população), os escravos (40%), os</p><p>negros livres, os pardos, �ilhos ilegı́timos e crianças abandonadas” (SAVIANI, 2008, p. 3).</p><p>Excludente para a grande maioria da população, no século XVIII, a educação pública só foi institucionalizada</p><p>precariamente com o fato histórico da expulsão dos jesuı́tas, em nome inclusive, da recorrente caracterı́stica</p><p>da educação entre os séculos XVI e XVIII, o tom confessional, a educação voltada aos ditames da religião</p><p>católica. Saem do cenário os jesuı́tas e “instituem o privilégio do Estado em matéria de instrução, surgindo,</p><p>assim, a nossa versão da ‘educação pública estatal’. A partir dessa proposta, foi baixada a ‘Carta de Lei’, de 10</p><p>de novembro de 1772” (SAVIANI, 2008, p. 3).</p><p>E até hoje a educação pública brasileira busca desa�iar-se, dia a dia, em a�irmar os compromissos de</p><p>gratuidade, acesso universal, ensino leigo (e tolerante a todas as religiões). Já com a consolidação da</p><p>Independência do Brasil, no ano de 1822, a nova Constituição de 1824 estabeleceu o ensino primário gratuito e</p><p>para todos, só que isso não chegou a representar que todos tivessem acesso (SIQUEIRA; GUIDOTTI, 2017).</p><p>Nos tempos imperiais, por volta de 1827, surge uma lei que obrigava a criação de escolas de primeiras letras.</p><p>A singular</p><p>“lei geral sobre a instrução primária foi promulgada em 15 de outubro de 1827 e preconizava que as</p><p>escolas deveriam ensinar a ler, escrever e a utilizar as quatro operações de aritmética” (SIQUEIRA; GUIDOTTI,</p><p>2017, p. 14). E, ainda, determinava que acontecesse o ensino de noções gerais de geometria prática, gramática,</p><p>moral cristã e doutrina católica. (SIQUEIRA; GUIDOTTI, 2017).</p><p>O esforço da criação dessa lei foi em vão. Foi prometido que seriam construı́das tais escolas nas mais</p><p>populosas cidades e vilas. A lei fracassou. O ensino noturno, voltado a alfabetizar jovens e adultos já existia, já</p><p>nos tempos do Brasil Império, era possı́vel constatar o empenho do governo com a educação aos adultos.</p><p>Nesse momento histórico, tanto quanto ainda hoje, as aulas noturnas eram propostas aos trabalhadores e</p><p>procuravam oferecer estudos aos que não tiveram oportunidades ou interromperam diante de muitos fatores,</p><p>especialmente por motivo de trabalho (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Ainda no império, em 1879, a reforma Leôncio de Carvalho recomendava a obrigação de ampliarem os cursos</p><p>primários noturnos, impondo “a obrigatoriedade do ensino. Contudo, a proliferação das escolas noturnas no</p><p>Brasil surgiu de forma generalizada devido às grandes mudanças estruturais na economia e da sociedade</p><p>brasileira a partir das décadas de 1950 e 1960” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 16). Isso já em tempos</p><p>republicanos, rea�irmando uma repetição constante na história da educação de jovens e adultos trabalhadores:</p><p>adiarem os sonhos e terem negados seus anseios por melhoria das suas situações de vidas e empregos.</p><p>Em 1884, a constituição do Império recebe um ato adicional remetendo às provı́ncias a jurisdição pelo ensino</p><p>primário, o fracasso se deu já que as provı́ncias não estavam �inanceiramente e tecnicamente aprovisionadas</p><p>para agenciar a propagação do ensino, com isso, o século XIX �indou e a educação pública não foi</p><p>incrementada (SAVIANI, 2008).</p><p>Até a chegada da República, pelo decorrer de todo o perı́odo imperial o descaso continuou com os números</p><p>insigni�icantes de investimentos públicos. O menor investimento “foi o de 1844, com 1,23% para o conjunto</p><p>da educação e 0,11% para a instrução primária; e o ano de maior investimento foi o de 1888, com 2,55% para</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 20/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>a educação e 0,73% para a instrução primária e secundária” (SAVIANI, 2008, p. 4). Isso evidencia que o Brasil</p><p>chega nos tempos republicanos com muito por ser feito, com relação a educação em geral e em relação aos</p><p>estudos dos jovens e adultos trabalhadores brasileiros, principalmente, os mais empobrecidos.</p><p>São muitas histórias de fracasso. Uma dicotomia caracterizava o sistema de ensino brasileiro, produzindo dois</p><p>tipos de experiências escolares, uma delas planejada e voltada para os �ilhos dos ricos (elite) e a outra</p><p>desenhada para os �ilhos do povo. Essa dicotomia, denunciada pelo importante estudioso da educação</p><p>brasileira, Anı́sio Teixeira, na primeira metade do século XX, consolidou a tradição classista da educação</p><p>brasileira. Ou seja, uma escola melhor aos ricos e uma escola pior aos pobres (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>E� importante perceber que a propagação das escolas noturnas no Brasil apareceu com con�iguração</p><p>generalizada dadas às grandes mudanças estruturais econômicas e sociais brasileiras, no decorrer das décadas</p><p>de 1950 e 1960 (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>VOCÊ O CONHECE?</p><p>O escritor e professor Paulo Freire nasceu em Pernambuco, onde foi alfabetizado nas</p><p>sombras das mangueiras do seu quintal. E� reconhecido no mundo por suas</p><p>contribuições à Educação de Jovens e Adultos e morreu em 1997. Entre a primeira e a</p><p>segunda metade do século XX, desenvolveu o método inovador de alfabetização de</p><p>adultos.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 21/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Na década de 1980, 80% da população vivia nas cidades. Com a industrialização crescente, aparecem novos</p><p>empregos e chances de ascensão social. E isso movimentou a demanda por quali�icação, “o emprego</p><p>industrial exigia um trabalhador preparado, como também a credencial escolar exercia forte in�luência na</p><p>estrutura da hierarquia pro�issional das grandes empresas” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p. 16).</p><p>Projetos experimentais surgiram e trouxeram esperanças com experiências conduzidas em comunidades</p><p>urbanas e rurais de alfabetização de adultos. Paulo Freire ganha grande notoriedade com uma nova</p><p>metodologia de alfabetização de adultos, dialógica e exitosa. A ditadura militar rechaçou tais vitoriosas</p><p>práticas. Paulo Freire teve signi�icativo papel antes da ditadura e nos tempos da redemocratização, nas lutas</p><p>em prol da EJA, fora e dentro do Brasil, com exitosas campanhas.</p><p>Nas duas primeiras décadas do século XXI, ocorre na América Latina uma maior discussão e ampliação do</p><p>direito à educação para todos e, diante de uma história de exclusões seculares do Estado brasileiro, surgem</p><p>novas oportunidades. O sonho de acesso ao ensino superior se torna cada vez mais uma demanda dos �ilhos</p><p>dos trabalhadores, dos descendentes das matrizes formadoras do povo brasileiro, afro-brasileira e Indı́gena. “E�</p><p>desse momento (2008) a declaração �inal do Congresso Regional de Educação Superior, em Cartagena,</p><p>reconhecendo que a educação superior é um bem público social, direito humano e universal e um dever do</p><p>Estado” (FREITAS, 2018, p. 11).</p><p>Concluindo, a educação de adultos passou por percalços e descasos até a década de 1980, surgindo a nova</p><p>constituição atendendo aos direitos sonhados e transformados em realidades, em polı́ticas públicas, ao longo</p><p>das décadas seguintes, na década de 1990 e nas duas primeiras décadas do século XXI.</p><p>1.4.3 Contextualização política da Educação de Jovens e Adultos</p><p>Contextualizando a Educação de Jovens e Adultos, sob o ponto de vista polı́tico, cabe re�letir que o perı́odo</p><p>longo do regime militar (1964-1985), movimentado por intensa atmosfera de autoritarismo e desmonte do</p><p>Estado democrático de direito, aniquilando a democracia brasileira, trouxe prejuı́zos aos aspectos</p><p>relacionados à cidadania e aos desdobramentos sociais (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>VOCÊ QUER VER?</p><p>O vıd́eo “História da Educação no Brasil (https://www.youtube.com/watch?</p><p>reload=9&v=s_3Gmoodpl4)” apresenta o papel de Paulo Freire e sua proposta para o</p><p>ensino de jovens e adultos. Paulo Freire é um importante educador brasileiro, que</p><p>desenvolveu uma obra com alcance gigantesco, focada na educação de adultos,</p><p>contemplando aspectos da alfabetização de pessoas maduras.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 22/27</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=s_3Gmoodpl4</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>O estado democrático de direito precisou ser reconstruı́do, com muitas lutas populares. “A legitimação e o</p><p>estabelecimento da democracia como regime polı́tico do paı́s se deu efetivamente com a aprovação da nova</p><p>Constituição Federal” (BASEGIO; MEDEIROS, 2012, p.152).</p><p>Na visão de Paulo Freire, grande conhecedor da temática que envolve a Educação de Jovens e Adultos, os</p><p>estudantes trabalhadores constroem seus saberes a partir das peculiaridades dos seus mundos e das suas</p><p>palavras geradoras de conhecimentos (FREITAS, 2018).</p><p>A atividade educativa não pode ser reduzida “a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem</p><p>tampouco tornar-se simples troca das ideias a serem consumidas pelos permutantes.” (FREIRE, 1987,</p><p>p. 45). A</p><p>educação de jovens e adultos é um ato polı́tico. Não é boa escolha infantilizar os jovens e adultos, expô-los aos</p><p>enfadonhos métodos tradicionais, obrigando-os a armazenar conhecimentos, memorizando-os e testando-os</p><p>com uma prova. Os jovens e adultos não buscam essa experiência educativa tradicional.</p><p>Na Era Digital em que vivemos, as formas como lidar com a obtenção de conhecimentos demandam</p><p>metodologias mais ativas e que tratam o público da EJA como mais autonomia para aprender, livre para emitir</p><p>suas opiniões sobre a realidade, isso demanda mudanças em discursos retrógrados.</p><p>Os estudantes trabalhadores necessitam vivenciar suas ações educativas, sem metodologias baseadas em</p><p>armazenamentos obsessivos de conhecimentos, aliados às exposições que os fazem dormir, após cansativo e</p><p>longo dia de trabalho. São seus direitos sociais! Eles não podem ser expostos aos conteúdos apenas para</p><p>serem memorizados, sem re�lexões sobre suas realidades, incapazes de inseri-los nas atuais necessidades do</p><p>mundo do trabalho e oferecer maior acesso aos formatos digitais.</p><p>#PraCegoVer: estudantes adultos estudam, na biblioteca da escola, estão aprendendo por meio de</p><p>metodologias ativas, diante de computadores.</p><p>A obra de Paulo Freire traz uma concepção dialógica de educação, com incessante procura da interação entre</p><p>homem e mundo, na qual o sujeito deve ser percebido como produtor de conhecimentos (SIQUEIRA;</p><p>GUIDOTTI, 2017).</p><p>Figura 6 - Adultos da EJA precisam de capacitações digitais</p><p>Fonte: ESB Professional, Mediapool, 2020.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 23/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>A educação é uma inequı́voca alavanca para o progresso das pessoas e de suas famı́lias, incluindo ainda os</p><p>grupos em que estão vinculados, sanando muitos problemas pessoais e sociais decorrentes das di�iculdades</p><p>de acessá-la. “O homem é pensado e educado tendo como pressuposto sua cultura e sua prática social,</p><p>utilizando o diálogo como meio de socialização de ideias capazes de promover transformações na sociedade”</p><p>(SIQUEIRA; GUIDOTTI, 2017, p. 104).</p><p>A educação a ser oferecida aos jovens e adultos vai além das habilidades necessárias para escrever bem ou</p><p>competências para ser um expressivo leitor. E� muito mais do que isso. Embora oferecer uma EJA de qualidade</p><p>con�igure direitos sociais de cada estudante trabalhador, o educador precisa olhar cada aluno da EJA como</p><p>sujeitos de direitos polı́ticos e sociais. A cidadania é direito de cada um deles. Sem esquecer que educar é ato</p><p>polı́tico!</p><p>A experiência escolar faz com que os jovens e adultos, tenham as oportunidades favoráveis ao</p><p>desenvolvimento da democracia, uma vez que, sempre que um jovem ou adulto entra no mundo escolar faz</p><p>contato com muitos valores e princı́pios relativos aos fundamentos democráticos (BASEGIO; MEDEIROS,</p><p>2012).</p><p>Isso signi�ica que quando jovens, adultos ou idosos chegam à EJA entram em contato com muitas informações,</p><p>regras, além de conceitos, valores e deveres que compõem fundamentos e princı́pios democráticos, bastante</p><p>essências aos parâmetros do Estado democrático (BASEGIO; MEDEIROS, 2012).</p><p>Concluindo, os alunos da EJA são sujeitos com direitos sociais, inscritos na Constituição cidadã de 1988, com</p><p>garantias que movimentaram marcos legais para a EJA, possibilitando as transformações sonhadas</p><p>historicamente, advindas das lutas polı́ticas populares, desde a chegada dos portugueses, povos que</p><p>construı́ram o Brasil.</p><p>VAMOS PRATICAR?</p><p>Re�lita e crie um projeto educativo para ser desenvolvido em conjunto com</p><p>da EJA. O tema são os direitos sociais, contidos na Constituição Federal, n</p><p>do desenvolvimento da sociedade democrática, visando ao bem comu</p><p>pluralidade de ideias e liberdade para todos.</p><p>Conclusão</p><p>Concluı́mos a unidade na qual abordamos os princı́pios gerais da disciplina Educação de Jovens e Adultos,</p><p>apresentando o programa da disciplina, re�letindo sobre objetivos de aprendizagem, pensando em atividades</p><p>apropriadas à EJA. Em seguida re�letimos sobre per�il de aluno EJA, repensando as infantilizações e discutindo</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 24/27</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>Windows 11</p><p>Realce</p><p>o per�il do aluno trabalhador. A última etapa foi discutir as contextualizações sociais, históricas e polı́ticas da</p><p>EJA.</p><p>Nesta unidade, você teve a oportunidade de:</p><p>conhecer o programa da disciplina, com detalhadas explicações</p><p>sobre os objetivos de aprendizagem, atividades da disciplina,</p><p>identificando questões relativas à EJA. Além de apresentar temas</p><p>imprescindíveis e autores renomados da história da EJA, trazendo</p><p>contribuições valorosas para futuros educadores da EJA.</p><p>compreender as múltiplas identidades e subjetividades dos</p><p>educandos, refletindo sobre os perfis do aluno EJA para repensar</p><p>práticas de infantilização, desconectadas do público jovem, adulto</p><p>e idoso, reconhecendo que o aluno EJA é um trabalhador</p><p>estudante, que busca melhorias nas suas condições de exercício</p><p>profissional e, consequentemente, nas suas condições</p><p>socioeconômicas.</p><p>contextualizar social, histórica e politicamente a Educação de</p><p>Jovens e Adultos, explicando antigos impasses relacionados à</p><p>temas como evasão, reprovação, exclusão e fracassos vivenciados</p><p>por muitos jovens, adultos e idosos nas suas tentativas de</p><p>aprender.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Bibliografia</p><p>ALMEIDA, P. S. F.; SILVA, M. P. A constituição discursiva de subjetividades de alunos e alunas da EJA em</p><p>narrativas docentes. In: COLO� QUIO INTERNACIONAL DE PESQUISAS EM EDUCAÇA� O SUPERIOR. 3., 2015, João</p><p>Pessoa. Anais [...]. João Pessoa: UFPB, 2015. Disponı́vel</p><p>em:http://www.coipesu.com.br/upload/trabalhos/2015/11/a-constituicao-discursiva-de-subjetividades-de-</p><p>alunos-e-alunas-da-eja-em-narrativas-docentes.pdf</p><p>(http://www.coipesu.com.br/upload/trabalhos/2015/11/a-constituicao-discursiva-de-subjetividades-de-</p><p>alunos-e-alunas-da-eja-em-narrativas-docentes.pdf). Acesso em: 2 maio 2020.</p><p>BANDEIRA, M. L. Valores civilizatórios indı́genas e afro-brasileiros: saberes necessários para a formulação de</p><p>polı́ticas educacionais. In.: RAMOS, M. N. (org.). Diversidade na educação: re�lexões e experiências. Brası́lia:</p><p>Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2003.</p><p>12/08/2024, 10:14 Educação de jovens e adultos</p><p>https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=9%2fJCFhJNXBbYpFRmWd5bAQ%3d%3d&l=mBeYfQebRduHxRW1QXSddQ%3d%3d&cd… 25/27</p><p>http://www.coipesu.com.br/upload/trabalhos/2015/11/a-constituicao-discursiva-de-subjetividades-de-alunos-e-alunas-da-eja-em-narrativas-docentes.pdf</p><p>http://www.coipesu.com.br/upload/trabalhos/2015/11/a-constituicao-discursiva-de-subjetividades-de-alunos-e-alunas-da-eja-em-narrativas-docentes.pdf</p><p>http://www.coipesu.com.br/upload/trabalhos/2015/11/a-constituicao-discursiva-de-subjetividades-de-alunos-e-alunas-da-eja-em-narrativas-docentes.pdf</p><p>http://www.coipesu.com.br/upload/trabalhos/2015/11/a-constituicao-discursiva-de-subjetividades-de-alunos-e-alunas-da-eja-em-narrativas-docentes.pdf</p><p>BASEGIO, L. J; MEDEIROS, R. L. Educação de jovens e adultos: problemas e soluções. Curitiba: InterSaberes,</p><p>2012.</p><p>BRASIL. Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais</p><p>para a Educação e Jovens e Adultos. Brası́lia, 2000. Disponı́vel em:</p><p>http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf</p><p>(http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB012000.pdf). Acesso em: 23 abr. 2020.</p><p>BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o</p><p>Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brası́lia: Conselho Nacional de Educação (CNE),</p><p>2004. Disponı́vel em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf</p><p>(http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf).</p>