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<p>ANÁLISE DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA E.M.E.F ACRE NO MUNICIPIO DE GRANDE.</p><p>Thayuana da Luz Lima1</p><p>Maria de Lurdes F. Mendes 2</p><p>RESUMO</p><p>O presente trabalho pretende demonstrar a importância da administração escolar como ferramenta primordial para qualidade de ensino tanto almejada pelo governo federal assim como para comunidade escolar em todos os âmbitos. No entanto, essa administração passa por perspectivas regulamentadoras, segundo a Constituição Federal de 1988 em seu art.206 e a LDB por meio do art. 3º, inciso VIII. Para a concretização do presente trabalho, utiliza-se como método a pesquisa, partindo-se de uma analise geral sobre gestão escolar democrática na E.M.E.F. Acre Porto Grande, verificando-se por fim o papel do gestor no bom desempenho da escola em todos os seus aspectos tanto administrativo quanto pedagógico. A presente pesquisa apresenta as características de uma pesquisa básica, pois poderá gerar novos conhecimentos, porém sem uma aplicação prática imediata; e exploratória, pois já explicita problema e hipótese. Adota-se a técnica de pesquisa bibliográfica e documental, utilizando a legislação vigente, normas, doutrinas, jurisprudências atinentes ao tema.</p><p>Palavras chaves: gestão escolar democrática, autonomia, participação, democracia.</p><p>ABSTRACT</p><p>The present work aims to demonstrate the importance of school administration as a primary tool for teaching quality so desired by the federal government as well as the school community at all levels. However, this administration goes through regulatory perspectives, according to the Federal Constitution of 1988 in its art.206 and LDB through art. 3, item VIII. For the realization of this work, is used as the research method, starting from a general analysis on democratic school management in EMEF Acre, verifying finally the manager's role in the success of the school in all its aspects both administratively and pedagogical. This research presents the characteristics of a basic research may generate new knowledge, but without immediate practical application; and exploratory, as already explicit problem and hypothesis. Adopts the technique of bibliographic and documentary research using the prevailing laws, rules, doctrines, jurisprudence relating to the theme.</p><p>1 Acadêmica concluinte do curso de posgraduação em gestão escolar da Faculdade Dom Alberto. E-mail: thayuanalima@hotmail.com</p><p>2 Professora do Curso de pos graduação da Faculdade Dom Alberto .E-mail:</p><p>1. INTRODUÇÃO:</p><p>O propósito desta analise é compreender quão importante é para a escola que a gestão aconteça em âmbito coletivo e conheça as diferentes maneiras em que a comunidade pode participar da gestão escolar. E, para compreender melhor este trabalho, se faz necessário ter um conhecimento mais apurado sobre democracia e o que envolve o sentido democrático no processo gestor da escola.</p><p>Vivemos numa época de importantes transformações na educação brasileira e de necessárias investigações, reflexões e pesquisas nas diversas áreas da administração escolar. Tornando-se assim cada vez mais necessário o despertar da consciência no processo de democratização das escolas pública no Amapá, pois inúmeros serão os desafios enfrentados no contexto das transformações e dos acontecimentos do mundo atual, que acabam afetando a educação escolar de varias maneiras.</p><p>A escolha dessa temática justificou-se mediante trabalho realizado durante o processo acadêmico onde surgiu o interesse em discutir sobre o processo de gestão democrática, sobre quais os métodos que estão sendo aplicados para o exercício desta modalidade, quais as dificuldades encontradas em sua prática, perceber quais atitudes devem ser tomadas para que se estabeleça uma gestão de qualidade haja vista que, a educação tem por finalidade desenvolver, em cada individuo toda a “perfeição” de que seja capaz de considerar que o gestor consciente de suas funções e responsabilidade, mais compatíveis com os interesses, das necessidades e dos valores, peculiares relacionados à ação de planejar o trabalho dos docentes, ao tomar suas decisões, estará sempre agindo consciente de suas funções.</p><p>O tema apresentado nesse trabalho foi organizado em quatro capítulos sendo eles: 1. Diretrizes das politicas educacionais brasileiras, 2. Gestão escolar e seus significados, 3. Marco legal da gestão democrática nas escolas, 4. Métodos e analises dos dados coletados.</p><p>1. AS DIRETRIZES PARA AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS</p><p>Atualmente, não há no mundo pais que não garanta, em sua legislação, o acesso de seus cidadãos à educação básica, reconhecendo a educação escolar como elemento essencial para a cidadania.</p><p>Vários são os documentos de caráter internacional, assinados por países integrantes da Organização das Nações Unidas, que reconhecem e garantem o direito dos cidadãos à educação. Entre eles, destacam-se a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, a Convenção Relativa a Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino, de 1960, e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966. Mais recentemente, encontrasse o documento assinado na Conferencia Mundial de Educação para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia.</p><p>A Conferência teve a participação de 155 governos de diferentes países e, como patrocinadores e financiadores, quatro organismos internacionais: a Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF); o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); e o Banco Mundial (BID).</p><p>Para que um direito social seja legalmente reconhecido e preciso que esteja inscrito em lei de caráter nacional.</p><p>A legislação estabelece os direitos, os deveres, as proibições, as possibilidades e os limites de atuação, enfim, regras. Tudo isso possui enorme impacto no cotidiano das pessoas, mesmo que nem sempre elas estejam conscientes de todas as suas implicações e consequências. Bobbio (1992, p. 79-80) explica</p><p>A existência de um direito, seja em sentido forte ou fraco, implica sempre a existência de um sistema normativo, onde por ‘existência’ deve entender-se tanto o mero fator exterior de um direito histórico ou vigente quanto o reconhecimento de um conjunto de normas como guia da própria ação. A figura do direito tem como correlato a figura da obrigação.</p><p>Declarar um direito e muito significativo, pois traduz o reconhecimento legal do mesmo como prioritário para a execução das politicas sociais.</p><p>A declaração e a garantia de um direito tornam-se imprescindíveis no caso de países, como o Brasil, com forte tradição elitista. Disso resulta a cobrança da sociedade quando esse direito não e respeitado.</p><p>O Brasil, por exemplo, reconhece o Ensino Fundamental como um direito desde 1934 e o reconhece como direito publico subjetivo desde 1988. Ele e obrigatório gratuito e quem não teve acesso a essa etapa da escolaridade em idade própria pode recorrer à justiça e exigir sua vaga. Em 1967, o Ensino Fundamental, antigo primário, passou de quatro para oito anos obrigatórios.</p><p>Neste sentido, qualquer cidadão, jovem, adulto ou idoso tem esse direito e pode exigi-lo, a qualquer momento, perante as autoridades competentes. Assim, esse “jogo” entre direito e dever implica aos interessados, quando na falta desse atendimento, acionar a justiça, a fim de fazer respeitar um direito legalmente protegido.</p><p>A Constituição aciona a própria sociedade civil como espaço de controle democrático do próprio Estado, a fim de que nenhum cidadão fique sem o benefício da educação escolar.</p><p>O direito a educação garante ao cidadão tornar-se capaz de se apossar de padrões cognitivos e formativos, por meio dos quais tem maiores possibilidades de participar dos destinos de sua sociedade e colaborar na sua transformação (SHIROMA, 2002).</p><p>O direito a educação e uma oportunidade de crescimento do cidadão, um caminho de opções diferenciadas e uma chave de crescente estima sobre si mesmo (BOBBIO, 1992).</p><p>Também e preciso considerar que o direito a educação decorre de dimensões estruturais coexistentes</p><p>de recursos didát./pedag</p><p>3º</p><p>Conduta periódica planejamento</p><p>4º</p><p>Gerenciamento de recursos financeiro</p><p>4º</p><p>Disponibilidade de recursosdidát./pedag</p><p>5º</p><p>Baixo índice de reprovação</p><p>5º</p><p>Relacionamento Inter. positivo</p><p>6º</p><p>Baixo índice de evasão</p><p>6º</p><p>Baixo índice de evasão</p><p>7º</p><p>Resultados nas av.internas</p><p>7º</p><p>Resultados nas av. externas</p><p>8º</p><p>Resultados nas av. externas</p><p>8º</p><p>Resultados nas av. internas</p><p>Fonte: As autoras</p><p>Analisando os quadros observamos que mesmo com a discordância do mais e menos importante benefício para a Instituição escolar, os respondentes equiparam suas opiniões quando se fala no baixo índice de evasão e concordam parcialmente, em sétimo e oitavo lugar, com os resultados satisfatórios nas avaliações internas e externas.</p><p>Contudo na opinião dos funcionários a quantidade de fatores que eles salientam dificultar esse processo é bem maior, entre eles, a participação da família, profissionais que não refletem sobre suas ações, as mudanças feitas pelos governantes na forma de conduzir a escola, resistência às inovações, relacionamento interpessoal ruim, falta de recursos financeiros, divergência de opiniões, falta de funcionários que gera uma sobrecarga e, consequentemente, falta de tempo para a participação.</p><p>Em relação ao papel que cada um exerce junto à escola, as respostas foram distintas, porém de acordo com cada segmento. Para os professores esse papel se restringe mais a sala de aula, foi colocado por uma das professoras: “procuro participar efetivamente de todos os eventos disponibilizados para a melhoria do ensino”. Pôde-se observar com essa e com outras colocações que para os docentes a principal função é promover um ensino de qualidade, visando uma formação integral do aluno e preparando-o para o mercado de trabalho, além da contribuição para construir uma escola cidadã. Libâneo (2008) salienta que o professor competente é aquele com capacidades para produzir recursos cognitivos, capacidades procedimentais, técnicas, relacionais, para desenvolver o seu trabalho e explicitar formas de aprendizagens para seus alunos. O autor salienta ainda que:</p><p>(</p><p>Um professor será mais competente quanto mais souber imaginar, refletir, articular as condições que possibilitem aos alunos aprender melhor e de forma mais duradoura, - a desenvolver suas estruturas cognitivas e seus recursos de pensar e agir – de modo a se constituírem como sujeitos pensantes e críticos, ou seja, competentes. (LIBÂNEO, 2008, p. 86)</p><p>)</p><p>De acordo com a supervisora e com a diretora, esse papel está ligado mais a motivação dos funcionários em geral, para a realização de um bom trabalho e de lidar com os desafios enfrentados por toda a escola.</p><p>Quando questionados sobre o papel que exercem junto a escola os alunos colocaram que respeitar as regras da escola e estudar muito são os papeis primordiais de qualquer aluno. De acordo com Libâneo (2008) a participação dos pais na gestão e organização da escola é uma exigência que corresponde às novas formas de relações entre sociedade, trabalho e escola, que interferem na descentralização, na autonomia e, sobretudo na responsabilidade. Já os pais ressaltaram que a sua principal função é estar presente, participando em tudo que são convocados.</p><p>Ao final, foi perguntado aos respondentes se eles consideravam que a sua participação influenciava na qualidade do ensino oferecido pela escola, todos eles consideram que sim e afirmam ajudar nesse processo, um dos participantes colocou a seguinte questão: “somos responsáveis e protagonistas na educação. Temos o dever de proporcionar suporte para todos que convivem na Escola Municipal Acre.” Outro completa: “através de mim os alunos obtém novos conhecimentos e este processo deve ser realizado com clareza e qualidade.”</p><p>4.2 ANÁLISES DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA MUNICÍPAL ACRE NO MUNICÍPIO DE PORTO GRANDE: LIMITES E POSSIBILIDADES</p><p>A presente pesquisa trouxe uma série de questões sobre a gestão escolar. Antes de avaliar o desdobramento mais amplo destes achados, vale ressaltar os limites do trabalho.</p><p>Em primeiro lugar, não é possível dizer que a escola Acre é cem por cento democrática. Valeria a pena, portanto, elogiar o trabalho desenvolvido dentro da escola e parabenizar o corpo docente e discente da instituição por abraçar uma árdua tarefa. Além disso, o enfoque do estudo foi à gestão democrática desse estabelecimento de ensino e em nenhum momento partiu-se da hipótese de que ela resolveria todos os problemas da escola - ao contrário, mostrou-se que a gestão escolar é limitada pela qualidade da gestão da rede. O papel dos professores, em termos de capacitação e estrutura de incentivos, continua sendo uma peça-chave para melhoria do desempenho dos alunos, assim como a autonomia financeira e o apoio da secretaria de educação aos gestores dessa modalidade de gestão.</p><p>Mas os resultados alcançados não são triviais, a E.M.E.F ACRE é uma das primeiras escolas dentre todas do município de Macapá a implantar o modelo oficial de gestão democrática. Foi uma pesquisa qualidade que visa analisar o nível de satisfação dentre os envolvidos nesse processo. Os achados dialogam com a literatura nacional, por meio de boas evidências empíricas, aprofundadas em pesquisa de campo que procurou rastrear mais profundamente a vida escolar. As descobertas de cunho satisfatório para a comunidade escolar da instituição em questão não devem simplesmente ser generalizadas, mas elas trazem fortes evidências de que isso melhorou a vida escolar dos educandos deste município, nessa escola. Ademais, o mais importante do trabalho é aperfeiçoar o modelo de gestão hoje pela pesquisa educacional, que foca o tema da gestão democrática, e quando o fazem, não tratam dos mecanismos que produzem as causas relacionadas ao desempenho escolar.</p><p>Nesse sentido a Escola Municipal Acre articulou em seu âmbito meio para que fosse implantado a gestão escolar democrática, para com isso criar a tão sonhada autonomia que ainda provoca divergências entre os envolvidos nesse contexto, principalmente quando se trata dos recursos financeiros, no que tange aos repasses da secretaria municipal de educação deste município.</p><p>Ao longo deste processo de eleição verificamos através das entrevistas a satisfação da comunidade escolar como um todo quando se trata da democracia dentro do ambiente escolar, para isso realizamos entrevista com o presidente da comissão de organização da eleição e quando foi questionado sobre a realização do processo, relatou com propriedade todos os cursos que se deu sobre a eleição democrática na escola Acre.</p><p>Quando ao relato do Prof. Francisco Dantas tratou dos aspectos legais da eleição onde o mesmo coloca com propriedade que o processo foi feito bem democrático através de reunião com todos os membros da escola, esses nomes foram enviados a prefeitura e que o prefeito baixou uma portaria de número 08 nomeado a legalidade da comissão eleitoral. Na opinião do professor Francisco a escola é da comunidade e não do prefeito ou do diretor. Gestão democrática é muito ampla não está só no âmbito escolar e que a participação dos pais é muito importante, a escola cresce com isso.</p><p>Em se tratando dos aspectos pedagógicos da instituição conversamos com a Prof.�� Antônia Nunes responsável técnica pela equipe pedagógica da instituição e quanto questionada sobre gestão democrática no âmbito da escola pública nos relatou todos os ranços e avanços que perpassa a parte pedagógica da escola, segundo a coordenadora não dá parse falar em gestão democrática sem perpassar por esses dois conceitos muito importantes. A própria LDBEN em seu art.12 trata do principio da autonomia. Penso que autonomia significa a possibilidade da escola se tornar o centro das decisões, traçar suas metas, buscar novos caminhos e possibilitar a tomada de decisões de forma coletiva com base no PPP e seu Regimento Escolar. Embora tenhamos que ter em mente que existem vários tipos de autonomia como: administrativa, jurídica e financeira. Diria que o gargalo/entrave está na chamada autonomia financeiro,</p><p>pelo fato de que na rede municipal de ensino não haver ainda uma política de descentralização de recursos e que muitas vezes somos impedidos de determinadas realizações em função de uma burocracia, continuando a coordenadora diz que infelizmente ainda estamos engatinhando quando o assunto é gestão democrática e seus mecanismos de participação como conselho escolar, conselho de classe, associação de pais e mestres, grêmio estudantil, além de outros colegiados. O que posso declarar é que o conselho mais atuante é o Conselho Fiscal em virtude dos recursos federais que são designados diretamente para a escola.</p><p>Além disso, temos o entendimento da atual gestora Adriana Lima de todo o processo democrático desde 2013, sendo o seu segundo mandato em 2014, reafirmando assim que tanto o corpo docente, discente, funcionários e pais de alunos aprovam por unanimidade essa gestão com 351 votos sim e 15 não para um segundo mandato, na fala da diretora todo professor deveria ser diretor, pois enquanto diretor nós temos toda dimensão do processo educativo e ainda se torna mais interessante quando vem de uma gestão democrática; afirma que existe os entraves com a mantenedora, pois a visão de educação da mantenedora é político no que diverge totalmente da gestão democrática, afirma ainda do descaso da mantenedora em relação as obrigações com a escola, a perseguição, os desmandos ocorre dentro os dois últimos anos pois a escola como um todo bate de frente com a mantenedora respondendo a política de imposição e opressão as decisões tomadas pela comunidade escolar.</p><p>Daí ser fundamental relembrar os principais fatores encontrados como produtores de uma melhor gestão escolar. Em primeiro lugar, a qualidade do corpo de gestores, em especial do diretor, faz diferença. Desse modo, não será possível aperfeiçoar o gerenciamento escolar pela mera repetição de técnicas adotadas em casos bem-sucedidos, visto que a formação e a capacitação da direção escolar podem potencializar ou neutralizar tais instrumentos.</p><p>A formação e a capacitação devem ser voltadas para a construção de um tipo de liderança, que na escola estudada mostrou-se mais adequado tendo as características da visão sistêmica da gestão escolar. A estas qualificações devem ser adicionadas duas outras: a capacidade de atuar em prol de um bom clima escolar e a absorção das avaliações externas pelo processo educacional desta escola.</p><p>Tais fatores positivos demarcaram bem as diferenças entre a escola estudada e as outras com politicas educacionais diferenciadas e o mesmo ocorreria se fosse feita uma pesquisa em todas as escolas publicas com outros tipos de gestão. Outros aspectos, no entanto, também afetam os resultados dessa unidade escolar em geral. Entre os que mais chamaram a atenção, pode ser citada a divergência entre secretaria de educação e escola, quando se trata da autonomia financeira de recursos oriundos da semed; como cita o Art. 9º - Os diretores e vice-diretores de escola eleitos na forma disposta nesta Lei deverão cumprir fielmente o Plano Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, no entanto o Projeto Político Pedagógico: (PPP): um importante instrumento que norteia a escola em todos os seus âmbitos, no entanto, deve ser construídos com a participação dos professores, alunos, funcionários, gestores e pais.</p><p>Consolida-se num documento que detalha diretriz e ações do processo educativo a ser desenvolvidas na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar (LIBÂNEO, 2008, p.151).</p><p>A qualidade de ensino depende de todos que fazem parte desse sistema, independente da área ou setor que trabalha, ou de serem os responsáveis pelos educandos. Libâneo (2008, p.72) ressalta que:</p><p>A garantia da qualidade social implica, portanto, a crença na possibilidade de educar a todos como condição para igualdade e inclusão social, um trabalho escolar integrado e articulado, com a participação coletiva na elaboração e desenvolvimento do projeto pedagógico e do currículo, atuação competente dos professores nos conteúdos e na metodologia de ensino, implicando a relevância social desses conteúdos, a obtenção de bons resultados escolares que evidenciam o trabalho da escola e dos professores.</p><p>O autor afirma ainda que a participação seja mais uma forma de alcançar os objetivos da escola democraticamente, ou seja, a qualidade de ensino.</p><p>Vale ressaltar que para se construir uma escola de qualidade é de fundamental importância à participação de todos os que fazem parte do sistema escolar. Escola e comunidade buscando obter essa qualidade e atendendo os interesses de todos. No entanto, não é essa unidade que se observa quando tratamos de política partidária e indicação de diretores, percebemos que essa pratica permite a transformação da escola em espaço instrumentalizado de práticas autoritárias, evidenciando forte ingerência do Estado ou Município. Essa lógica elimina qualquer candidato que se opuser à força do prefeito ou governador.</p><p>As eleições escolares, tanto para os cargos de dirigentes como para compor os colegiados, são canais de participação e de aprendizado político da gestão democrática, compreendida como construção da cidadania, de luta política, que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislumbra a transformação das relações sociais autoritárias da sociedade. (BORDIGON, G.; GRACINDO, R.V. Gestão da educação, 2004, P.147).</p><p>Com isso surgem os problemas de gestão de infraestrutura, onde somente os recursos federais podem ser articulados pelos membros da escola e comunidade o que não são suficientes para um bom desenvolvimento dessa gestão, observou-se também a delimitação do número de alunos para que numa instituição possa ocorrer eleição como cita o. Art. 14º - As eleições para a escolha de diretor e vice-diretor acontecerão somente para escolas acima de 300 (trezentos) alunos, prejudicando assim a implantação da gestão democrática nas outras unidades de ensino deste município.</p><p>Nesse sentido é preciso rever esses artigos da lei que não correspondem aos princípios de autonomia que a escola precisa, pois quando falamos em autonomia, logo nos vem a ideia de independência, de liberdade; logo pensamos na possibilidade de fazermos aquilo que queremos ser o melhor para nós, num determinado momento. Apresentaremos à autonomia da unidade escolar, às formas de autonomia e às suas dimensões na instituição educativa.</p><p>Segundo Veiga (1998, p.16 -19) existe quatro dimensões consideradas básicas para o bom funcionamento de uma instituição educativa e que, devem ser relacionadas e articuladas entre si:</p><p>Autonomia administrativa – consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos.</p><p>Autonomia jurídica – diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e orientações escolares em consonância com as legislações educacionais, como, por exemplo, matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau e outros.</p><p>Autonomia financeira – refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar à instituição educativa condições de funcionamento efetivo.</p><p>Autonomia pedagógica – consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa. Está estreitamente ligada à identidade, à função social, à clientela, à organização curricular, à avaliação, bem como aos resultados e, portanto, à essência do projeto político pedagógico da escola.</p><p>Observa-se a importância de se compreender as dimensões da autonomia e o quanto elas estão articuladas entre si. Essa ênfase na autonomia da unidade escolar não é aleatória. Está pautada na crença de que cada escola tem suas especificidades e, como tal, requer projetos e ações pensadas e elaboradas no seu interior pelos segmentos que a compõem.</p><p>O resultado da pesquisa permite-nos sugerir que a escola precisa redimensionar sua prática, portanto, é imperativo pautar sua atuação numa Gestão descentralizadora na qual as ações coletivas estejam contempladas num Projeto Pedagógico, contudo, não</p><p>se deve perder de vista que o mesmo é um objeto de estudo permanente e flexível. Como diz Gadotti (1998, p. 16) "(...) não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo (...). O projeto pedagógico da escola é, assim, sempre um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola".</p><p>4.3 ANÁLISE DA FUNÇÃO DO DIRETOR ESCOLAR NA PERPECTIVA DEMOCRÁTICA NA E.M.E.F. ACRE.</p><p>A comunidade escolar é caracterizada por todos aqueles que trabalham e convivem no espaço da escola diariamente: pedagogos, professores, funcionários, estudantes, pais ou responsáveis. E o diretor é a pessoa encarregada de conduzir o grupo a realizar seu trabalho de forma coletiva, incentivando e promovendo ações que possibilitem o diálogo e o respeito às diferenças, por meio dessas atitudes, cria-se condições propícias ao processo de ensino- aprendizagem.</p><p>Nesse sentido, é preciso que a comunidade escolar esteja atenta às ações promovidas pelo diretor para verificar se estão estimulando o processo de gestão democrática. Pois, caso isso não ocorra, a gestão pode se tornar personalizada e com base em iniciativas pessoais, o que caracteriza uma gestão do tipo centralizadora.</p><p>É nessa perspectiva que resgatamos aqui a importância dos trabalhadores em educação ampliarem sempre que possível a sua participação nos diversos espaços que sejam criados, pois a busca coletiva pela ampliação efetiva da autonomia da escola estará, ao mesmo tempo, criando as condições para a melhoria da qualidade do ensino ofertado à comunidade escolar.</p><p>No entanto, é preciso também que os diretores tenham total clareza da importância da democratização da escola em busca da superação das relações verticais e autoritárias de poder, pois só assim, de acordo com Paro (1998, p.12), “o diretor não estará perdendo poder – já que não se pode perder o que não se tem – mas dividindo responsabilidade. E, ao acontecer isso, quem estará ganhando poder é a própria escola”.</p><p>Na perspectiva da diretora Adriana Lima ainda há um grande déficit entre a garantia constitucional de uma gestão democrática na educação e as formas com que os outros órgãos da administração educacional tentam conduzir o processo, na opinião da diretora o processo por que tramita a escola é de grande relevância, pois na medida do possível os avanços estão acontecendo e que isso vai servir para que no futuro o nosso estado e municípios possam aderir a essa evolução política nas administrações das nossas escolas, sendo que evitariam os inúmeros desmandos ocasionados por uma administração escolar imposta e contraditória aos princípios das nossas legislações.</p><p>Com o intuito de fortalecer a administração da escola ACRE a diretora menciona a importância do conselho escolar que é um mecanismo da gestão democrática que precisa ser explorado em sua plenitude, pois é um instrumento que existe e precisa ser aperfeiçoado, principalmente na característica de propiciar a participação da comunidade escolar nas reflexões sobre o trabalho pedagógico desenvolvido pela escola. Tal ampliação, caso seja realizada, caminhará em direção a uma gestão democrática verdadeira, pois estará atrelada efetivamente com os interesses da comunidade escolar.</p><p>Segundo Paro (1998, p.12), “a escola só poderá desempenhar um papel transformador se estiver junto com os interessados”, em consequência, se a escola, principalmente a pública, estiver comprometida com a comunidade que representa, e buscar realmente organizar-se para atender aos seus interesses, ela estará também colaborando para a transformação da realidade que ora vivemos, pois estará comprometida com a busca de melhoria das condições de vida da comunidade.</p><p>Propomos algumas ações essenciais a serem desenvolvidas pelo diretor ou pela equipe pedagógica no interior da escola, em busca de uma gestão verdadeiramente democrática. Em primeiro lugar, criar os vários órgãos de representação da escola, buscando um contato sério com todos eles, assim como incentivar que tenham autonomia para encaminhar suas questões; comprometer-se realmente com o projeto coletivo, evitando assim a efetivação de projetos que representem interesses individuais; trabalhar de forma coletiva, procurando democratizar as decisões e descentralizar as responsabilidades, as quais precisam ser tomadas e assumidas pelo coletivo que compõem a escola, buscando dessa forma despersonalizar o poder; a gestão deve estar vinculada àqueles que ela representa, nesse caso: pais, professores, pedagogos, servidores e alunos; garantir o direito ao debate como elemento fundamental da qualidade de ensino, assim como de construção e avanço das questões essenciais do dia a dia da escola. Uma instituição que tem medo do debate aberto, franco e democrático não pode se definir como democrática. Os educadores que não conseguem ver a riqueza do momento do debate não são educadores, pois já não acreditam na evolução e avanço por meio do embate de ideias; tornaram-se simples e meros repassadores de conteúdos, sem a clareza destes na construção de uma escola melhor e de um mundo novo; o entendimento de que a manutenção das eleições para diretores é um dos princípios fundamentais da gestão democrática também garante a ampla participação e a democracia na vida escolar, contribuindo assim para a construção da cidadania plena; ao diretor cabem ações que viabilizem a participação efetiva em todos os mecanismos de gestão democrática instituídos, caracterizando, assim, o incentivo e a viabilidade das discussões democráticas, particularmente no conselho escolar.</p><p>A escola em si não pode depender somente da vontade do diretor da escola para que o ambiente democrático se instale em todas as instâncias de participação da escola. Tal tarefa compete a todos os envolvidos no processo. Porém, tem-se a certeza de que o trabalho coletivo terá inúmeros entraves, se o diretor não estiver disposto a trabalhar coletivamente. Portanto, cabe à comunidade escolar o convencimento de que, para ser diretor, é preciso viabilizar as informações, possibilitar e incentivar o debate coletivo e, fundamentalmente, programar as decisões tomadas coletivamente.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS:</p><p>Esta analise possibilitou maior conhecimento sobre a prática da gestão democrática no seio educativo, fazendo refletir sobre como ela deve ser trabalhada, não somente na instituição em questão mais em todas as escolas do Estado do Amapá, tenho consciência de que se trata de uma legislação que se confere desde 1988 com a nossa constituição mais ainda perpassa por muitas por muitos entraves dentro dos bastidores políticos.</p><p>Nesse sentido foi esclarecido por parte de todos os segmentos escolar do que é a construção do processo de eleição de diretor fortalecendo as organizações de base para mudanças e definições e descentralização escolar que ainda são negadas pela Secretaria de Educação, fazendo com que as práticas gestoras democráticas sejam fortalecidas por vontades particulares de seus dirigentes e do sistema.</p><p>Por outro lado tivemos o intuito de provocar a reorganização do contexto para que os agentes possam definir tempo e espaço na construção de uma gestão democrática que garanta o cumprimento da função social da escola, buscando a organização da comunidade a fim de efetuar o comprometimento por parte da direção das ações escolares.</p><p>Com isso procuramos identificar como essa participação colabora para a qualidade do ensino, a analise elaborada teve suas limitações, primeiramente, porque esta engatinhando no seu processo democrático e não possui formação de colegiados, dificultando a aplicação dos questionários; em segundo, a dificuldade em obter respostas dos participantes da pesquisa, que correspondeu a menos da metade do grupo alvo.</p><p>Mesmo assim a Escola Municipal Acre busca essa participação para melhor desenvolver suas atividades e alcançar seus objetivos, para, dessa forma, formar cidadãos conscientes e capazes de interagir e interferir na sociedade em que vivem, e, principalmente, melhorar a qualidade do ensino oferecido por ela, com</p><p>a ajuda e a colaboração dos pais, alunos, professores, supervisores, diretor, auxiliares administrativos e de serviços gerais.</p><p>Porém, mesmo com essa defasagem no número de participantes foi possível perceber que a escola possibilita a formação de uma Instituição democrática, onde há a participação de representantes da comunidade escolar na elaboração de documentos referentes à organização da escola e ao processo de ensino-aprendizagem (projeto político pedagógico e regimento interno).</p><p>Foi possível também constatar o papel que cada pessoa da comunidade ou funcionário exerce junto à escola com relação a sua função, percebendo assim, os distintos papeis. A função de cada um, de acordo com os respondentes, está ligada ao setor ou área que trabalham.</p><p>Sob a perspectiva dos pais e funcionários da escola, diversos fatores podem prejudicar ou dificultar a construção de uma escola democrática.</p><p>Com todos os dados levantados nas entrevistas e com os estudos das bibliografias chegamos ao consenso que os elementos básicos da Gestão Democrática podem se apresentar de várias maneiras, na esfera escolar, os principais são: na constituição e atuação do Conselho escolar; na elaboração do Projeto Político Pedagógico, de modo coletivo e participativo; na definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; na divulgação e transparência na prestação de contas; na avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica; na eleição direta para diretor (a)</p><p>A visão de uma gestão democrática implica necessariamente que todos os envolvidos com a instituição de ensino participem da elaboração e da execução dos planejamentos da escola. A gestão democrática passa pela ótica articulada das ações para a realização conjunta das propostas e necessidades educacionais de uma determinada comunidade escolar. Assim é que:</p><p>Tal concepção é o fundamento da gestão democrática, que propõe a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas. Analisando situações, decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Desse trabalho compartilhado, orientado por uma vontade coletiva, cria-se um processo de construção de uma escola competente, compromissada com a sociedade (LUCK, 2000. P. 27).</p><p>Concluiu-se que a participação é uma forma que todos têm de expor suas ideias, vontades e opiniões sobre os problemas e decisões a serem tomadas sobre a escola, dando maiores condições à Instituição de proporcionar um ensino de qualidade e que atenda as necessidades locais, chegando ao objetivo maior do trabalho que foi identificar o modo pelo qual a participação de todos os membros da comunidade escolar contribui na melhoria da qualidade do ensino.</p><p>Enfim, com os resultados obtidos, recomenda-se o trabalho para todos aqueles que desejam pesquisar sobre a gestão escolar e sobre as influências da gestão democrática. Recomenda-se também aos funcionários e à comunidade da Escola Municipal Acre, para que percebam, ainda mais, a importância dessa participação no bom relacionamento interpessoal e no desempenho da escola em todos os níveis, administrativo, financeiro e, principalmente pedagógico, que está diretamente ligado ao processo de ensino-aprendizagem e que a escola está num caminho que servirá como referencial para as demais instituições escolares.</p><p>REFERÊNCIAS:</p><p>APPLE, Michael, BEANE, James (org.). Escolas democráticas. São Paulo: Cortez, 1997.</p><p>BARROSO, J. O estudo da autonomia da escola: da autonomia decretada à autonomia construída. In: BARROSO, J. (Org.). O estudo da escola. Porto: Porto, 1996.</p><p>BARROSO, J.; PINHAL, J. (Org.). A administração da educação: os caminhos da descentralização. Lisboa: Colibri, 1996.</p><p>BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.</p><p>BORDIGON, G.; GRACINDO, R. Gestão da educação, 2004.</p><p>BRASIL. Leis de diretrizes e base da educação – lei 9.394/96 – do Titulo V ao VIII. In.: apresentação: CURY, C.J. Leis de diretrizes e base da educação (Lei 9.394/96). – 4ª ed. – Rio de janeiro:DP&A, 2001.</p><p>BRASIL: Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC/SEC, 1998.</p><p>DOURADO, Luiz Fernandes de. (org.) Gestão escolar democrática: a perspectiva dos dirigentes escolares na rede municipal de ensino de Goiânia-GO. Goiânia: Alternativa, 2003.</p><p>GADOTTI, M. Escola cidadã. 5 ed. São Paulo: Cortez, 1999.</p><p>HORA, D. L. Gestão democrática na escola. 3 ed. Campinas, SP: Papirus, 1994.</p><p>LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. Goiânia: MF Livros,2008.</p><p>LIBÂNEO, J.C.et.al. (2003). Organização e Gestão Escolar. Goiânia. Alternativa.</p><p>LIBANEO, José Carlos. Didática. 28ª reimpressão, Editora Cortez, (Coleção Magistério. Série formação do professor); São Paulo, 2008.</p><p>LUCK, H. et. Al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio de Janeiro: DP&A. 2000</p><p>MOREIRA, Antônio F. Barbosa. Os parâmetros curriculares nacionais em questão. In.: Educação & Realidade: Tema em destaque: Currículo e política de identidade, v. 21,nº 1, p. 10-21, jan-jun, 1996.</p><p>PARO, V.H. Administração escolar: introdução critica. 15 ed. São Paulo: Cortez,2008.</p><p>RICHARDSON, Roberto Jarry (et al). Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999.</p><p>SAVIANI, Dermeval. Os saberes implicados na formação do educador. In: BICUDO, Maria A, Viggiani, SILVA JR, Celestino (orgs.). Formação do educador. São Paulo: UNESP, 1996.</p><p>SILVA, José Maria da; SILVEIRA, Emerson Sena da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.</p><p>VALERIEN, Jean. Gestão da escola fundamental: subsídios para análise e sugestão de aperfeiçoamento. 8. ed. São Paulo: Cortez; [Paris]: UNESCO; {[Brasília]: Ministério da Educação e Cultura, 2002}.</p><p>image6.jpeg</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image1.png</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.jpeg</p><p>na própria consistência do ser humano.</p><p>A racionalidade e o reconhecimento de si, que só se completa pelo concomitante reconhecimento igualitário da alteridade. Só com o desenvolvimento dessas capacidades e que a ação do homem, com o outro e sobre as coisas, torna-se humana e criativa. Portanto, o pleno desenvolvimento da pessoa não poderia se realizar sem o desenvolvimento efetivo da capacidade cognitiva, uma marca registrada do homem.</p><p>Assim sendo, essa marca se torna universal. Ela e a condensação de uma qualidade humana que não se cristaliza, já que implica a produção de novos espaços de conhecimento, de acordo com momentos históricos específicos. E ai que o direito a educação passa a ser legalmente reconhecido e politicamente exigido.</p><p>A efetivação do direito a educação se converte em instrumento de redução das desigualdades e das discriminações e possibilitam uma aproximação pacifica entre os povos de todo o mundo.</p><p>A disseminação e a universalização da educação escolar de qualidade, como um direito da cidadania, são os pressupostos de uma cidadania universal. A educação, com isso, sinaliza a possibilidade de uma sociedade mais igual e humana.</p><p>1.1 CONCEITUAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO TERMO GESTÃO ESCOLAR.</p><p>Os termos gestão e administração têm origem latina (gerere e administrare). O primeiro termo significa governar, conduzir, dirigir. O segundo termo tem um significado mais restrito – gerir um bem, defendendo os interesses daquele que o possui – constituindo-se em uma aplicação do gerir.</p><p>De acordo com Andrade (2001), a palavra portuguesa, gestão, em seu sentido original, vem do termo latino “gestio”, que expressa à ação de dirigir, de administrar e de gerir a vida, os destinos, as capacidades das pessoas e as próprias coisas que lhes pertencem ou que delas fazem uso. Segundo o autor, uma parcela da sociedade compreende gestão como sendo umas funções burocráticas, destituídas de uma visão humanística, como ação voltada à orientação do planejamento, da distribuição de bens e da produção desses bens. É relevante perceber também que a prática administrativa não se dá de forma isolada, descontextualizada e individual, ela acontece no grupo e para o grupo, implicando decisões coletivas e organizadas.</p><p>Então gestão significa gerenciamento, administração, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade social de pessoas, a ser gerida ou administrada. O objetivo é de crescimento, estabelecido pela empresa através do esforço humano organizado, pelo grupo, com um objetivo especifico. Podendo ser privadas, sociedades de economia mista, com ou sem fins lucrativos.</p><p>Gestão é um processo organizacional da escola, onde são traçadas metas e objetivos para o bom desempenho funcional do estabelecimento escolar, pois o gestor precisa analisar um conjunto de ações para a tomada de decisões. Partindo dessa afirmação buscou-se conceituar gestão, segundo autores que tenham fundamentação teórica e referencial critico construtivo.</p><p>Assim, Heloísa Luck, (2006, p.21) afirma que: O conceito de gestão, portanto, parte do pressuposto de que o êxito de uma organização social depende da mobilização da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por uma vontade coletiva. Esta, aliás, é condição fundamental para que a educação se processe de forma efetiva no interior da escola, tendo em vista a complexidade e a importância de seus objetivos e processos.</p><p>Dessa forma a autora deixa claro que, gestão é um termo que tem de ser trabalhado no coletivo, é essencial a participação de todos para desenvolver a dinâmica de trabalho. Assim todos devem se sentir responsáveis por mudanças transformadoras na organização escolar.</p><p>1.2 CONCEPÇOES DE GESTÃO, TIPOS E CARACTERÍSTICAS.</p><p>Como se vê que a escola, historicamente construída pela humanidade, foi ampliando seu papel, acumulando tanto o papel de socializar e multiplicar os saberes científicos quanto assumindo a formação para o exercício da cidadania e a inserção dos indivíduos ao mercado de trabalho. Assim, a escola tornou-se um ambiente cujo objetivo é a formação de pessoas.</p><p>Neste sentido, segundo Libâneo (2007, p.315) “(...) seus objetivos dirigem-se para a educação e a formação de pessoas; seu processo de trabalho tem uma natureza eminente interativa”, com forte presença das relações interpessoais; o desempenho das praticas educativas implica uma ação coletiva de profissionais; o grupo de profissionais tem níveis muito semelhantes de qualificação, perdendo relevância as relações hierárquicas; os resultados do processo educativo são de natureza muito mais qualitativa que quantitativa; os alunos são ao mesmo tempo, usuários de um serviço e membros da organização escolar.</p><p>Em se tratando de formação de pessoas, a missão de cada escola torna-se mais importante quando verificamos o que diz a Lei de diretrizes e Bases da Educação no seu artigo 2º (...) “a missão de cada escola, de cada gestor, de cada professor, é promover o pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho”. E com base nos estudos existente no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas experiências levadas a efeito nos últimos anos, é possível apresentar, de forma esquemática, três das concepções de organização e gestão: a técnico-cientifica (ou funcionalista), a autogestionária e a democrático-participativa.</p><p>A concepção técnico-cientifica: reflete uma educação voltada exclusivamente para o mercado de trabalho, com influências claras do modelo de produção Taylor-fordidas, e da psicologia behaviorista. Segundo Libâneo (2007, p.327) com “poder centralizado no diretor, destacando-se as relações de subordinação, em que uns têm mais autoridade do que outros”. Neste caso, a administração é regulada por um conjunto de normas, regras, procedimentos burocráticos de controle das atividades, descuidando-se das pessoas e dos objetivos institucionais, mas enfatizando o cumprimento de tarefas. Libâneo (2007). Então podemos afirmar que este tipo de gestão baseia-se na hierarquia de cargos e funções visando a racionalização do trabalho, a eficiência dos serviços escolares. Tende a seguir princípios e métodos da administração empresarial.</p><p>A concepção de gestão autogestionária: caracteriza-se pelo poder coletivo na escola. As decisões são deliberadas a partir de assembleias e reuniões, eliminando-se todas as formas de autoridade e de poder individualizado. No dizer de Libâneo (2007, 237), a gestão autogestionária prima pela “auto-organização do grupo de pessoas da instituição, por meio de eleições e de alternância no exercício de funções. Recusa a normas e a sistemas de controle, acentuando a responsabilidade coletiva (...), com ênfase nas inter-relações, mais do que nas tarefas”.</p><p>A responsabilidade baseia-se na coletividade, ausência de direção centralizada e acentuação da participação direta e por igual de todos os membros da instituição.</p><p>A gestão democrático-participativo: se propõe a articular, pelo diretor, a proatividade e a participação dos agentes educacionais que se relacionam com ele. “Busca objetividade no trato das questões da organização e da gestão, mediante coleta de informações reais” (LIBÂNEO 2007 p. 237), de acordo com os objetivos sociopolíticos e pedagógicos da instituição. Neste sentido, o gestor acompanha e avalia sistematicamente todos os trabalhos, diagnosticando os problemas e reorientando o rumo das ações e tomadas de decisão. E, mais, neste tipo de gestão “todos dirigem e são dirigidos; todos avaliam e são avaliados”. ( LIBÂNEO 2007, p. 237).</p><p>Percebe-se que a proposta democrático-participativa busca a participação de professores, funcionários, conselhos, supervisores, representantes de pais e alunos, mediados, ou melhor, catalisado pela direção. Para que isso ocorra, há valorização do planejamento, da organização,</p><p>do processo avaliativo, das tomadas de decisões dos agentes educacionais, objetivando êxito nos objetivos específicos da escola e principalmente no processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Mesmo existindo diferentes concepções de gestão, não se pode escamotear o conteúdo cultural dos indivíduos, ou seja, não se pode negar que fatores do imaginário, da formação, da bagagem cultural não interfiram na forma dos professores ensinarem e de diretores administrarem suas escolas. Neste sentido pode afirmar, seguindo o pensamento de Libâneo (2007, p. 319):</p><p>A bagagem cultural dos indivíduos contribui para definir a cultura organizacional da organização de que fazem parte. Isto significa que as organizações – a escola, a família, a empresa, o hospital, a prisão, etc. – vão formando uma cultura própria, de modo que os valores, as crenças, os modos de agir dos indivíduos e sua subjetividade são elementos essenciais para compreender a dinâmica interna delas.</p><p>Uma visão sociocrítica propõe compreender dois aspectos interligados: de um lado, a organização como construção social envolvendo a experiência subjetiva e cultural das pessoas; de outro, essa construção não como um processo livre e voluntário, mas mediatizado pela realidade sociocultural e politica mais ampla, incluindo a influência de forças externas e internas marcadas por interesses de grupos sociais sempre contraditórios e às vezes, conflituosos.</p><p>Com isso quer se afirmar que, em muitas organizações escolares de pequenas cidades, a gestão escolar é delegada a funcionários públicos, em cargo comissionados, com forte influência de grupos dominantes ou apadrinhamentos políticos. Situação bastante desafiadora por que ao diretor compete conciliar interesse e valores pessoais, subjetividades, valores coletivos, interesses políticos, exigências comunitárias, gerenciais, e outros aspectos, harmonizando gestão pedagógica, gestão de recursos humanos e gestão administrativa, objetivando a formação integral de crianças, adolescentes e jovens, que é a missão maior da instituição escolar.</p><p>2. A AGESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E SEUS SIGNIFICADOS.</p><p>A gestão democrática no âmbito educacional é uma preocupação que vem sendo estudada desde a Constituição de 1988 com a descentralização da educação já inserida na Lei de Diretrizes e Bases dentro dos seus princípios. A gestão democrática propõe uma educação com relevante valor social já que, é a partir de uma ação coletiva que as mudanças acontecem e consequentemente qualidade de vida nos vários segmentos. Referenciada pela legislação, o processo de gestão democrática municipal pressupõe a participação social nas tomadas de decisões, na fiscalização dos recursos financeiros e nas necessidades de investimento, na execução das deliberações coletivas e nos processos de avaliação.</p><p>Na gestão democrática merecem destaque as relações humanas como uma das tarefas fundamentais. Do ponto de vista teórico as relações humanas resultam da mútua interação interindividual e coletiva, esta interação gera uma dinâmica que é uma área das ciências sociais, em particular da sociologia e da psicologia, chamada de dinâmica de grupos, esta procura aplicar métodos científicos ao estudo dos fenômenos grupais.</p><p>Gestão democrática está inteiramente ligada a uma reformulação do ensino pra que o mesmo alcance todas as pessoas, de diferentes camadas sociais, respeitando os conhecimentos prévios e a cultura de cada indivíduo.</p><p>A respeito disso, Heloisa Luck (2008, p.58) relata que: Como a escola existe para o aluno, iniciamos por analisar a questão da democratização a partir da sua vivencia na escola. Via de regra, o que se observa na escola é um ambiente em que o aluno é colocado em uma situação de passividade e de obediência a determinações de professores por entenderem o processo educacional como aquisição de conhecimentos, com esse procedimento o professor reforça o seu poder de influência sobre o aluno, com um valor em si, sem contribuir para o empoderamento deste.</p><p>Percebe-se que nesse caso o que ocorreria é a escola estar a serviço do professor não do aluno, pois se não ocorrer o seu empoderamento, não ocorreu educação e, sim domesticação.</p><p>O processo de gestão tem que ser dinâmico, dando oportunidade ao educando de expor seus pensamentos e opiniões, pois o mesmo não pode ser visto como ser passivo, mas sim como um formador de opinião, o educador precisa ser flexível para ouvir, e aprimorar as ideias dentro de seu projeto pedagógico. Entretanto o professor necessita despertar o potencial critico construtivo no seu aluno, provocando sempre uma reflexão sobre sua aprendizagem e sua importância democratização em seu meio.</p><p>O desenvolvimento de uma gestão democrática dentro do ambiente escolar requer mudanças de praticas, condutas e de interesses humanos, onde é preciso criar propostas coletivas, que seja adequada a sociedade de hoje, com suas especificidades, pois o ser humano precisa ter seus direitos preservador, para que ele seja um formador de opinião, e desempenha o seu papel na sociedade.</p><p>Diante disto Luck (2008, p. 20) diz que: em linhas gerais, a lógica da gestão é orientada pelos princípios democráticos e é caracterizado pelo reconhecimento da importância da participação consciente e esclarecida das pessoas nas decisões sobre a orientação, organização e planejamento de seu trabalho e articulação das várias dimensões e dos vários desdobramentos de seu processo de implementação. ou seja, é necessária uma ação conjunta de todos os órgãos colegiados e a comunidade para desenvolver um plano de trabalho eficiente, e significativo, para atender as exigências de todos os envolvidos neste processo de democratização da gestão. Vale ressaltar que dentre muitos significados certos fatores são de relevante importância como, por exemplo:</p><p>- Autonomia</p><p>No contexto escolar, agir com autonomia não significa agir segundo a própria vontade. É um princípio que deve, necessariamente, ser desenvolvido de forma positiva por todos os profissionais da escola e pela comunidade, exigindo uma responsabilização competente, que não permita o espontaneísmo e a anarquia (LÜCK, 2005). Assim, é preciso compreender que para a resolução dos problemas é necessário buscar soluções em acordo com as normatizações e diretrizes emanadas da mantenedora e pela legislação vigente.</p><p>Para Barroso (1996, p. 17), o conceito de autonomia está relacionado à ideia de autogoverno, em que os sujeitos se regulam por regras próprias. Porém, o autor destaca que isso não é sinônimo de indivíduos independentes:</p><p>A autonomia é um conceito relacional (somos sempre autônomos de alguém ou de alguma coisa) pelo que a sua ação se exerce sempre num contexto de interdependência e num sistema de relações. A autonomia é também um conceito que exprime certo grau de relatividade: somos mais, ou menos, autônomos; podemos ser autônomos em relação a umas coisas e não o ser em relação a outras. A autonomia é, por isso, uma maneira de gerir, orientar, as diversas dependências em que os indivíduos e os grupos se encontram no seu meio biológico ou social, de acordo com as suas próprias leis.</p><p>Nas instituições escolares, o exercício da autonomia se dá pela construção de um ambiente propício à participação da comunidade escolar nas decisões locais, buscando soluções responsáveis e criativas, mediante negociações que possibilitam efetivar os objetivos educacionais. Isso significa que autonomia e participação remetem a decisões coletivas que manifestam diferentes lógicas e interesses – políticos, profissionais, pessoais e pedagógicos. Portanto, autonomia é a capacidade dos indivíduos e das organizações regerem-se mediante regras que decorrem das relações sociais acordadas entre os cidadãos.</p><p>Autonomia da escola não significa independência, mas sim interdependência. Nesse sentido, a construção de identidade pressupõe a participação de todos os atores que interagem entre si (HORA, 2002).</p><p>Assim, a efetiva</p><p>autonomia da escola, segundo Barroso (1996, p. 19) “não deve ser uniforme e decidida globalmente, mas deve ser adequada às diferentes situações existentes”.</p><p>- Participação</p><p>A participação de todos é condição essencial para a gestão democrática. Uma não é possível sem a outra. Mas o que significa participação?</p><p>A palavra participação possui diferentes significados, porém todos constituem, em sua essência, processos de aprendizagem em que se busca compartilhar ações e decisões por meio do trabalho coletivo (BRASIL, 2004).</p><p>No contexto escolar, a participação efetiva da comunidade no desenvolvimento do trabalho pedagógico pressupõe transparência nas</p><p>decisões e representatividade de todos os segmentos. Se a escola tem como um de seus principais objetivos propiciar uma educação que conduza à cidadania, deve se organizar de forma a estabelecer relações horizontais de cooperação e solidariedade entre todos os envolvidos no processo pedagógico (HORA, 2002).</p><p>É esta a compreensão de Catani e Gutierrez (2001, p. 38) sobre a relação entre a participação e a gestão escolar:</p><p>Toda e qualquer organização que implantar e desenvolver práticas de natureza participativa vive sob a constante ameaça da reconversão burocrática e autoritária dos seus melhores esforços. As razões para isso são diversas: história de vida de seus membros, supervalorização ideológica das formas tradicionais de gestão, demandas específicas difíceis de conciliar etc. De tudo isso, contudo, um ponto deve ser destacado: a participação se funda no exercício do diálogo entre as partes. Essa comunicação ocorre, em geral, entre pessoas com diferente formação e habilidades, ou seja, entre agentes dotados de distintas competências para a construção de um plano coletivo e consensual de ação. Na prática da gestão escolar, esta diferença, que em si não é original nem única, assume uma dimensão muito maior do que a grande maioria das propostas de gestão participativa e autogestão que pode ser observada.</p><p>Percebe-se, pois, a importância de as instituições educacionais garantirem espaço para que fluam a diversidade e o pluralismo de ideias, possibilitando que diferentes instâncias da comunidade reflitam e participem das decisões em prol da melhor formação possível para todos os estudantes. Alguns exemplos dessa participação se consolidam por meio da construção coletiva do projeto pedagógico, do planejamento das áreas do conhecimento, das disciplinas e conteúdos, do processo de ensino-aprendizagem, dos procedimentos de avaliação, espaços e tempos escolares, seus recursos humanos, físicos e financeiros.</p><p>Para que a participação seja realidade, são necessários meios e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior. Dentre os meios e as condições destacam-se, ainda, a importância de se garantir: infraestrutura adequada, quadro de pessoal qualificado, apoio estudantil. Outro dado importante é entender a participação como processo a ser construído coletivamente. Nessa direção, é fundamental ressaltar que a participação não se decreta não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal/legal (BRASIL, 2004, p. 15).</p><p>- Cooperação</p><p>Toda escola deve se configurar como um ambiente que propicie condições de igualdade de participação a todos, disponibilizando meios e oportunidades para que se concretize a gestão democrática.</p><p>No contexto escolar, viver e agir em cooperação implica romper com as relações de poder e autoritarismo características da escola tradicional, favorecendo o desabrochar de relações horizontais entre todos os envolvidos.</p><p>Cooperar com o próximo em prol dele próprio significa contribuir para a emancipação de todos, sempre numa atitude positiva. É importante refletir sobre isso, pois, se a escola tem como principal objetivo a formação integral de seus alunos, a cooperação entre todos aqueles que convivem na instituição deve contribuir para a emancipação social de todos. Sobre isso Apple e Beane (1997, p. 154-155) afirmaram: “[...] o significado mais poderoso da democracia não é formado pela capciosa retórica política, mas pelos detalhes da vida cotidiana”.</p><p>- Multiculturalismo</p><p>Respeitar e valorizar os saberes dos estudantes constitui um dos principais propósitos da instituição escolar, afinal a aprendizagem resulta do encontro e confronto de diferentes saberes que se manifestam nas relações sociais.</p><p>Nessa realidade, as questões do plural e do diverso, bem como das discriminações e preconceitos que deles decorrem, exigem da escola respostas que preparem as futuras gerações para lidar com sociedades cada vez mais múltiplas e desiguais.</p><p>A relação intercultural resulta da interação entre pessoas de culturas adversas, que manifestam suas diferenças por meio da linguagem, vestimenta, tradições, organização social, concepção de moral e de religião, relação com o meio ambiente etc.</p><p>O sentido de diversidade está relacionado à variedade e convivência de ideias e características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. Já cultura, do latim cultura, cultivar o solo, cuidar, é uma palavra que apresenta vários níveis de significado. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Diz respeito a crenças, comportamentos, valores e regras morais que definem determinada sociedade, as relações estabelecidas entre seus cidadãos, deste modo, constituindo a identidade de um grupo social em um território e num determinado período histórico.</p><p>A gestão escolar democrática atua na perspectiva intercultural, desenvolvendo um projeto educativo intencional que busca promover a relação entre pessoas de diferentes culturas. Isso implica efetivar uma prática pedagógica que propicie oportunidades educativas a todos, respeitando e integrando a diversidade de sujeitos. Para tanto é importante desenvolver processos educativos, metodologias e instrumentos pedagógicos que sustentem a complexidade das relações humanas pactuadas entre indivíduos e culturas diferentes (BRASIL, 2004).</p><p>2.1 FORMAS DE INGRESSO DO GESTOR NA ESCOLA.</p><p>Historicamente, diferentes formas de acesso à gestão das escolas, especificamente as públicas, foram utilizadas no sistema educacional brasileiro. Entre elas se destacam: a) diretor livremente indicado pelos poderes públicos (estados e municípios); b) diretor de carreira; c) diretor aprovado em concurso público; d) diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; e) eleição direta para diretor (BRASIL, 2004).</p><p>A escolha do diretor por indicação representa uma forma política de operação do sistema de ensino na definição da gestão escolar, à medida que traduz maior intervenção e controle do poder público na escola. Indicar política ou tecnicamente o dirigente escolar pressupõe compreender a direção da escola pública não como uma função a ser desempenhada por um especialista da carreira do magistério, mas como um cargo político de confiança do governante municipal ou estadual. A indicação reconhece a face política do cargo de diretor e está ligada às raízes patrimonialistas da formação do Estado brasileiro, que permitiram sustentar relações de troca de favores na ocupação do emprego público como lógica de seu funcionamento.</p><p>Para superar esse último quadro, parte dos educadores e administradores de sistemas de ensino tem se mostrado favorável à realização de concursos públicos para a lotação do quadro dirigente da escola, alegando que o diretor concursado não é um diletante e estaria menos submisso às variantes políticas da escola e do sistema de ensino, uma vez que o concurso público parece garantir a moralidade e a transparência necessárias na lotação de qualquer cargo público e é um bom instrumento para a seleção técnica das pessoas que estariam aptas ao cargo.</p><p>O concurso público é, portanto, apontado como alternativa para superação do clientelismo das indicações políticas, uma vez que, em função de critérios impessoais que devem presidir essa forma</p><p>de seleção, os escolhidos o são por meio dos seus próprios méritos.</p><p>A compreensão do concurso para a escolha dos dirigentes escolares pressupõe que a direção escolar é um cargo técnico, cujo ocupante desempenhará sua função permanentemente, esvaziando a face política da função dirigente, especialmente porque a capacidade de liderança não parece ser um elemento passível de ser avaliado por concurso de provas e títulos.</p><p>A autoridade e o poder controlado pela direção emergem, neste caso, do domínio técnico da função, pois o diretor nada tem a decidir sobre o que não possa resolver por meio da técnica exigida para a ocupação do cargo. Se a indicação não cabe porque vincula de forma imediata o diretor ao administrador público e ao político profissional, e se o concurso público acaba por “tecnificar” a função política do diretor escolar, então as eleições poderiam ser a solução.</p><p>Se a natureza do trabalho do diretor exigisse, em especial, o conhecimento técnico para o seu desempenho, assim como ocorre com a função do coordenador pedagógico, do docente em sua sala de aula e das demais funções técnicas da escola (serviços administrativos escolares, de limpeza e conservação, de segurança e vigilância, de atendimento aos alunos), o concurso público possivelmente seria a melhor forma de se escolher o responsável pela função. Contudo, se entendemos que o trabalho do diretor de escola é essencialmente político – com a sua face técnica é verdade, mas, antes de tudo, político –, o concurso público talvez não seria a melhor forma de seleção dos dirigentes escolares.</p><p>Existe um forte movimento, em favor da necessidade de se escolher os diretores escolares a partir de eleições diretas, que se coloca como proposição em prol da necessidade de se democratizar as funções e ações políticas escolares.</p><p>Para Dourado (2000, p. 89), as eleições para diretor escolar compõem uma “modalidade a ser problematizada e avaliada, articulada ao estabelecimento de premissas e princípios básicos, visando à democratização da escola”, e, certamente, visando à qualidade da educação. Isso significa dizer que não basta adotar as eleições como modalidade de escolha dos dirigentes escolares para garantir a prática democrática nas escolas, a melhoria da qualidade e ainda menos, para solucionar os problemas escolares.</p><p>A forma de escolha do dirigente escolar não pode reduzir-se à mera delegação de poderes ou à dimensão política do voto – diretor autoritário/democrático, mesmo porque, o voto se tornaria, nesse caso, a mera expressão numérica da participação da população, não representando os seus pensamentos e anseios, porque nem sempre aquilo que deveria ou poderia ser perguntado para o eleitor pode ser feito por meio dele.</p><p>A partir do momento em que o diretor é escolhido pela comunidade escolar, esse critério de aferição é contemplado e muda-se radicalmente a cadeia de compromissos. Com a eleição, seu compromisso passa a ser com comunidade escolar onde a escola está inserida. Não parece que os compromissos do dirigente escolar, que aparentemente se modificam, passam a estar a serviço do interesse da educação pública.</p><p>A eleição de diretores é um momento no qual o clima eleitoral, com todas as suas divergências e lutas, invade a instituição escolar. Os envolvidos não devem se esquecer de que são educadores e manter uma disputa íntegra, caso contrário, a eleição pode transformar-se em um processo doloroso, acarretando, em certos casos, consequências no processo pedagógico.</p><p>A eleição de um diretor escolar é um processo no qual se evita o domínio da ética da convicção sobre a ética da responsabilidade, como forma de criar uma barreira para se esquivar da burocratização da política. Na escola pública, a eleição configura-se como uma ação política de cobrança de responsabilidade do Estado e do dirigente escolar, bem como do servidor público e do educador que coordena a política escolar. Portanto, a eleição do diretor é uma forma de expressão dos interesses da comunidade escolar.</p><p>Todavia, é importante destacar que a eleição direta para direção, apesar de ser um importante mecanismo no processo de gestão democrática, não é suficiente para garantir a democratização da escola, pois isso implica definir claramente os compromissos e responsabilidades da instituição, ou seja, implica pensar: para que serve a escola? Quais são as suas funções básicas? A reflexão sobre essas questões deve ser parte da ação dos diferentes segmentos da escola no processo de escolha do dirigente escolar.</p><p>A direção escolar é composta pelo diretor e vice-diretor da escola e tem uma importante função, visto que apresenta a responsabilidade de dirigir a instituição, mediante um conjunto de ações e processos caracterizados como político-pedagógicos.</p><p>Nesse contexto, é sua função coordenar o trabalho geral da escola, lidando com os conflitos e com as relações de poder, com vistas ao desenvolvimento mais qualificado do trabalho pedagógico. Podemos, portanto, considerar o diretor como o coordenador do processo político que se traduz por meio dos processos característicos da gestão da escola (HORA, 2002).</p><p>É preciso, mais uma vez, lembrar que há diferença entre gestão escolar e direção escolar. Vamos relembrar a definição de cada uma delas:</p><p>• Gestão escolar – processo mais amplo que compreende a elaboração de metas e diretrizes para a atividade escolar, bem como o seu acompanhamento e avaliação. Todos os profissionais da escola estão comprometidos no processo de gestão.</p><p>• Direção escolar – processo desenvolvido exclusivamente pelos profissionais da escola que detêm os cargos de diretor e vice-diretor. Entre as ações que caracterizam a direção da escola encontram-se aquelas que são próprias da gestão.</p><p>A função de direção tem uma natureza política, porque seu objeto é a gestão escolar, cujo conceito é um processo político. Isso significa que o diretor da escola desenvolve ações que se classificam essencialmente como políticas, pois no seu epicentro estão processos de disputa de poder. Com essa compreensão, Dourado (2000, p. 82) afirma: “A administração escolar configura-se em ato político, na medida em que requer sempre uma tomada de posição”.</p><p>A natureza política da função de diretor escolar é utilizada para se definir suas ações e responsabilidades, bem como sua substituição, ou seja, a sua escolha. É crescente a importância política dessa função. Nesse sentido, seria correto dizer que, para a condução da política escolar, temos o diretor da escola.</p><p>Saviani (1996, p. 207) também reflete sobre essa responsabilidade: “O diretor apresenta-se [...] como o responsável máximo no âmbito da unidade escolar e seu papel poderia ser definido genericamente nos seguintes termos: garantir o bom funcionamento da escola”.</p><p>2.2 APARATOS LEGAIS PARA GARANTIA DE UMA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRATICA:</p><p>A constituição federal de 1988, nossa Carta Magna, estabelece, no seu artigo 206, que a forma de gestão da educação brasileira deve ser democrática e participativa, como atesta o inciso VI do referido artigo: “gestão democrática do ensino publico, na forma da lei”. Já no artigo 3º, inciso VIII, da Lei de Diretrizes e bases da educação nacional, nº 9394/96, diz que a gestão do ensino público deve ser democrática, respeitando a forma da lei e da legislação dos sistemas de ensino. Paro (1999) chama a atenção para o fato de que a Lei também renunciou a regulamentar o principio de gestão democrática de forma mais precisa, deixando de fazer avançar importantes aspectos da gestão escolar. Atribuindo aos estados e Município a decisão sobre importantes aspectos da gestão. Contudo, houve um grande avanço em relação ao movimento de gestão democrática.</p><p>O estudo sobre gestão escolar é de extrema importância, na medida em que se deseja uma escola que atenda às atuais exigências da vida cidadão, oferecendo ainda a possibilidade de apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção social.</p><p>Dessa forma, o presente trabalho delineia a fundamentação teórica, tendo como suporte o contexto escolar,</p><p>a gestão democrática. Nesse proposto se faz uma conceituação da gestão escolar tendo como base características, fundamentos e modelos que definem o referido conceito e uma referência ao caráter evolutivo da Educação (MEC) utiliza para garantir a qualidade da gestão no espaço público escolar e o processo gestor no âmbito escolar.</p><p>Vários autores emitem discussões a respeito do assunto. Como vemos, para Gomes e Lopes (2001), a administração é a ação mediadora entre as diretrizes educativas e os sujeitos implicados no processo educacional. De acordo com estes autores foi a partir de uma abertura política e da promulgação da Constituição Federal de 1988, que a gestão educacional democrática passou a constituir um dos princípios orientadores do sistema escolar.</p><p>Bordignon e Gracindo (2002) afirmam que a gestão democrática para se constituir enquanto tal deve se apoiar num paradigma emergente que tem como característica básica uma concepção dialética da realidade.</p><p>Portanto, é necessário que seja mostrado o que se tem de melhor na educação do Amapá, a fim de que a tão falada gestão democrática na escola pública seja visível em todos os cantos do Brasil, mas de forma relevante, nesta parte norte do país. Deve-se lembrar que o Estado do Amapá tem que primar por uma educação de qualidade, ser desmembrado dos índices de um dos piores indicadores educacionais a nível nacional e de ter uma grande maioria de analfabetos.</p><p>Na Gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para o implemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Plano Político pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção coletiva e que além da formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar.</p><p>A gestão democrática da educação está vinculada aos mecanismos legais e institucionais e à coordenação de atitudes que propõem a participação social: no planejamento e elaboração de políticas educacionais; na tomada de decisões; na escolha do uso de recursos e prioridades de aquisição; na execução das resoluções colegiadas; nos períodos de avaliação da escola e da política educacional. Com a aplicação da política da universalização do ensino deve-se estabelecer como prioridade educacional a democratização do ingresso e a permanência do aluno na escola, assim como a garantia da qualidade social da educação.</p><p>As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido à interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento.</p><p>O gestor, que pratica a gestão com liderança deve buscar combinar os vários estilos como, por exemplo: estilo participativo que é uma liderança relacional que se caracteriza por uma dinâmica de relações recíprocas; estilo perceptivo/flexível que é uma liderança situacional que se caracteriza por responder a situações específicas; estilo participativo/negociador que é uma liderança consensual que se caracteriza por estar voltada a objetivos comuns, negociados; e estilo inovador: que é uma liderança prospectiva que se caracteriza por estar direcionada à oportunidade, isto é, à visão de futuro. O gestor deve saber integrar objetivo, ação e resultado, assim agrega à sua gestão colaboradores empreendedores, que procuram o bem comum de uma coletividade.</p><p>3. ANÁLISE DO MARCO LEGAL SOBRE IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA.</p><p>Partindo do princípio da gestão democrática do ensino público foi incorporado à Constituição Federal de 1988 e à legislação. Junto a outros princípios inseridos no artigo 206 do corpo constitucional, veio reforçar o caráter democrático da chamada “Constituição Cidadã”, reafirmado no período pós-ditadura.</p><p>A Constituição Federal de 1988 declara que o Brasil é um Estado Democrático de Direito que tem dentre seus fundamentos a cidadania (art.1°, II). No restante do texto constitucional, um conjunto de mecanismos necessários ao exercício dessa cidadania é instituído, destacando-se, em relação à gestão pública, o chamado direito à participação, a ser regulamentado através de lei (Art.37. §3°. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,...).</p><p>Em termos educacionais, a Constituição foi ainda mais explícita e inovou em relação aos textos anteriores ao incluir dentre seus princípios a “gestão democrática do ensino público” (art.206, VII). Estes dispositivos constitucionais abriram espaço para a institucionalização de mecanismos de participação na gestão de escolas e sistemas educacionais.</p><p>Vale ressaltar que os princípios constitucionais do ensino devem ser lidos e interpretados em sua integralidade, portanto, em termos jurídicos, a gestão democrática é tão importante para a “garantia do padrão de qualidade” quanto a “valorização dos profissionais da educação”, a “gratuidade” e o “pluralismo de idéias e concepções pedagógicas” (CF/88, art.206, incisos VII, V, IV e III, respectivamente).</p><p>A LDB (Lei n° 9.394/1996) toma para si a atribuição de regulamentar parte dos dispositivos constitucionais, reafirma o princípio da gestão democrática e delega para os sistemas de ensino específicos (nacional, estaduais e municipais) a definição das formas de exercitá-lo (LDB, art.3°, VIII, e art.14). O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069/1990), por sua vez, estabelece o direito à liberdade de opinião e expressão e de participação na vida política (art.16, II e VI); além disso, dentre os direitos especiais de crianças e adolescentes assegura “o direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias superiores” (art.53, III) e “o direito de organização e participação em entidades estudantis” (art.53, IV). Também estabelece o direito dos pais ou responsáveis de “ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais” (art.53, parágrafo único).</p><p>3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA EM ESTUDO:</p><p>A Escola Municipal Acre está localizada na Zona Urbana do município de Porto Grande, sito Avenida 08 de Agosto, nº 196, bairro Centro, a mesma fica distante cerca de 268,0 km da capital do Estado.</p><p>A referida escola foi construída juntamente com mais 11 (onze) estabelecimentos de ensino, denominados de “Grupo Escolar”, na gestão do Prefeito Alfredo Oliveira, o qual era gestor de Macapá.</p><p>O Grupo Escolar Acre, foi inaugurado em 26 de julho de 1966, para atender às crianças do então Distrito de Porto Grande, o qual pertencia ao município de Macapá.</p><p>Iniciou suas atividades com 55 (cinquenta e cinco) alunos, distribuídos em 02 (dois) turnos (matutino e vespertino). E a partir de 1974 passou a funcionar nos 03 (três) turnos.</p><p>Em 1976 obteve autorização legal para lecionar 3ª e 4ª séries, com base no parecer 15/76 – CETA – Conselho de Educação do Território do Amapá, expandindo suas atividades com seriação lógica até 8ª série, com base na Lei 5.692/71, parecer nº 14/75.</p><p>No ano de 1979, através do Decreto nº 184/79 – PMM – Prefeitura Municipal de Macapá, na gestão do Prefeito Domício Campos de Magalhães, o Grupo Escolar Acre passa a ser Escola Municipal de 1º Grau Acre.</p><p>Em 1996, já na gestão do 1º prefeito eleito Elias de Freitas Trajano, a escola foi reformada para conseguir atender um maior número de alunos.</p><p>Na Gestão atual do Prefeito José Maria Bessa de Oliveira, o prédio</p><p>da Escola foi ampliado e construído 05 (cinco) salas de aula e 01 (uma) sala dos professores 01 (um) Ginásio Poliesportivo, 01 (uma) sala de informática para o ensino especial, ampliação e reforma da Secretaria Escolar, criação da biblioteca e TV Escola, a Biblioteca “Farol do saber (TELEMAR)”, a Sala de Leitura, cujo objetivo é melhorar o processo de ensino- aprendizagem.</p><p>A Escola Municipal Acre se encontra constituída por uma equipe de profissionais capacitados e comprometidos com a Educação Municipal.</p><p>A escola tem o objetivo nortear os princípios da democratização do acesso e permanência do aluno na escola, a autonomia e organização curricular, a participação da comunidade numa gestão democrática, como também a valorização dos professores e, principalmente, a promoção de estudos, visando a adequação de novos métodos e processos a fim de garantir um ensino – aprendizagem de qualidade.</p><p>A instituição escolar Acre tem como missão em pleno século XXI, estamos vivenciando inúmeros problemas familiares, econômicos, sociais, políticos e educacionais. É necessário refletirmos com urgência sobre a missão dos educadores, que é repleta de ações contraditórias sobre a educação de qualidade.</p><p>É preciso avançar na construção do conhecimento e na capacitaç��o dos profissionais, na ampliação da estrutura física da escola para que haja mudanças no processo de ensino aprendizagem.</p><p>Repensar a maneira como estão sendo feitas as atividades, ou seja, é necessário ter um olhar humano em relação ao corpo discente e docente na instituição, propor trabalhos em conjunto; realizar reuniões, dos professores por disciplinas e ano adequando e definindo objetivos, metas e estratégias de ações para serem trabalhadas nas diversas áreas de ensino em prol da melhoria e qualidade da educação escolar.</p><p>Hoje conta com 27 turmas do 1º ao 9º ano e EJA, sendo que essas turmas são dividas em três turnos, um total de 675 alunos, 33 professores e 17 funcionários (pessoal, auxiliares de serviços e administrativo), totalizando 50 funcionários em geral.</p><p>3.2 LEGISLAÇÃO VIGENTE</p><p>LEI DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NO MUNICÍPIO DE PORTO GRANDE</p><p>Porto Grande é um município localizado no sudeste do estado do Amapá. Possui uma população de 16.825 habitantes de acordo com o senso do IBGE (2010). Seus limites são Ferreira Gomes a norte e nordeste, Macapá e Santana a sudeste, Mazagão a sudoeste e Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio a noroeste, foi criado em 1° de maio de 1992.</p><p>Dentre os projetos do Plano de Desenvolvimento da Educação, vinculado ao Ministério da Educação, executado pelo INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, na Região Norte, Estado do Amapá, a Escola Pública Urbana estabelecida no Município de Porto Grande que se destacou no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), no ano de 2013 foi a Escola municipal Acre com a nota 3,4. De acordo com a diretora da escola, esse resultado é fruto do trabalho coletivo organizado na referida escola.</p><p>Em 07 de junho de 2010 foi criada a Lei nº 312/2010 que estabelece as Normas e Diretrizes para a Eleição Democrática dos Diretores das Escolas Municipais de Porto Grande e dá outras providências. No Art. 1º - Os diretores e os Vice-diretores dos estabelecimentos de ensino fundamental da rede pública municipal de Porto Grande serão escolhidos através de voto direto, para um mandato de 02 (dois) anos.</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO: o diretor e o vice-diretor eleitos poderão concorrer em nova eleição para apenas mais um mandato consecutivo, podendo voltar a candidatar-se novamente depois de decorrido o intervalo de pelos menos um mandato. Art. 2° - Poderão votar todos os professores, com exceção dos temporários, alunos acima de dezesseis anos e os servidores municipais a serviço da escola. Art. 4º - Somente poderão ser candidatos a cargo de diretor e vice-diretor de Escola Municipal, professores com Licenciatura Plena ou especialista em educação, que estejam exercendo algum cargo na referida escola, há pelo menos dois anos de efetivo exercício na escola. Art. 5º - Serão eleitos diretores e vice-diretores de escolas, aqueles candidatos que obtiverem em eleição direta, o maior número de votos. Art. 6º - Os votos recebidos pelos candidatos a diretores e vice-diretores, das pessoas aptas ao exercício do voto, serão considerados de forma universal, sendo, portanto, equitativos. Art. 7º - Os diretores e vice-diretores, eleitos na forma desta Lei, serão empossados pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura, após nomeação feita pelo Chefe do Poder Executivo Municipal.</p><p>PARÁGAFO ÚNICO: Ao diretor e o vice-diretor eleito será garantido todas as gratificações que recebia antes do pleito eleitoral, fazendo jus a uma gratificação inerente ao cargo, conforme legislação em vigor. Art. 9º - Os diretores e vice-diretores de escola eleitos na forma disposta nesta Lei deverão cumprir fielmente o Plano Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação. Art. 10º - Os diretores e vice-diretores de escola deverão abster-se da prática da política partidária, no âmbito da unidade escolar para qual foram eleitos. Art. 14º - As eleições para a escolha de diretor e vice-diretor acontecerão somente para escolas acima de 300 (trezentos) alunos. Art. 16º - O Conselho Escolar será o órgão que fiscalizará os atos da direção da escola e poderá deliberar sobre quaisquer assuntos que envolvam os interesses da comunidade escolar.</p><p>Além da Lei que institui a Eleição para escolha da Gestão Democrática foi lançado também um edital de nº 003/2014 que determinou os critérios para que os candidatos pudessem participar.</p><p>1 A Comissão Eleitoral da Escola Municipal Acre, no uso de suas atribuições, previstas na Lei 312/10 GAB-PMPG, Art. 08, convoca os membros do magistério e servidores públicos (em exercício nesta escola), alunos, pais e/ou responsáveis por alunos, neste estabelecimento de ensino, a comparecerem no dia 30 de agosto de 2014, no período de 8h às 20h, nas salas 01 e 02, situadas no térreo da Escola Acre, a fim de participarem da votação para eleição de diretor e vice-diretor da referida escola. 2 Na oportunidade, informa aos interessados a se candidatarem aos referidos cargos, deverão providenciar suas inscrições nos períodos de 07 (sete) a 11(onze) e de 14 (quatorze) a 17 (dezessete) de julho de 2014 nos horários de 08:00 às 12:00 e de 15:00 as 18:00 horas junto a Comissão Eleitoral na sala dos professores da Escola Acre. 3 Para as inscrições dos candidatos a diretor e vice-diretor da escola Acre e para o biênio de 2014 a 2016 será necessário a apresentação dos seguintes documentos:</p><p>I – Todos os documentos exigidos por lei, II – Comprovante de tempo de serviço, III – Plano de ação Pedagógica para o biênio, IV – Curriculum Vitae ou Lattes, V – Cópia do Contra-cheque atualizado. 4 Todo membro da Comunidade Escolar que faça parte de mais de um segmento terá que optar por um segmento para exercer o direito de voto, entregando esse termo preenchido até 05 (cinco) dias antes da eleição. 5 Não será permitida a participação de elemento estranho à comunidade escolar no processo eleitoral. Porto Grande 05 de julho de 2014.</p><p>3.3 REGIMENTO DO PROCESSO ELEITORAL PARA MANDATO DA FUNÇÃO DE DIRETOR ESCOLAR NA UNIDADE DE ENSINO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL – BIÊMIO 2014-2016, DE CONFORMIDADE COM A LEI Nº 312/10, ESCOLA MUNICIPAL ACRE.</p><p>De acordo com o que estabelece a Lei nº 312/10, a Comissão Eleitoral comunica que se encontram abertas nos períodos de 07 a 11 e de 14 a 17 de julho de 2014, as inscrições para o processo eletivo para mandato da função de Diretor e Vice-diretor Escolar na Escola Municipal Acre.</p><p>CAPÍTULO I</p><p>Das Inscrições de candidatos</p><p>Art. 1º - Poderão inscrever-se para participar do processo eletivo para mandato bienal da função de Diretor Escolar todos os professores certificados, conforme estabelecidos no art. 4º da Lei 312/10.</p><p>Art. 2º - As inscrições para participar do processo eletivo para o mandato da função</p><p>de Diretor Escolar nas unidades de ensino da rede pública municipal, constantes no Anexo I deste regimento serão realizadas na unidade de ensino na qual o candidato deseja concorrer.</p><p>Art. 3º - Nenhum candidato poderá concorrer, simultaneamente, em duas ou mais unidades de ensino.</p><p>CAPÍTULO II</p><p>Da Comissão Eleitoral</p><p>Art. 4º - A Comissão Eleitoral será composta por representantes paritários dos membros da comunidade escolar (professores, funcionários, pais ou responsáveis e alunos), convocada e nomeada pela Secretaria Municipal de Educação – SEMED e o Conselho Escolar da unidade de ensino, de acordo com o que estabelece a Lei nº 312;10, limitado a 05 (cinco) membros.</p><p>§ 1º - A Comissão Eleitoral da Escola Municipal Acre terá por finalidade organizar, coordenar, dirigir e fiscalizar o cumprimento do Processo Eleitoral da Escola.</p><p>§ 2º - A Comissão Eleitoral da Escola Municipal Acre elegerá em sua primeira reunião, dentre seus membros, o seu Presidente e Vice-Presidente, Primeiro e segundo Secretário.</p><p>Art. 5º - Compete à Comissão Eleitoral:</p><p>I – Publicar Edital das Eleições, com as instruções do processo eleitoral, dentro do prazo estabelecido neste regimento, divulgando-o por meio de cartazes ou por modelo usuais;</p><p>II – Elaborar e fixar em local público a alista dos candidatos certificados a participarem do processo eletivo para a função de Diretor Escolar da unidade de ensino;</p><p>III – Homologar e divulgar, as listas de votantes, afixando-as em lugar publico 48h antes da eleição;</p><p>IV – Confeccionar e rubricar as cédulas;</p><p>V – Designar e credenciar as mesas receptoras e apuradoras;</p><p>VI – Credenciar os fiscais e candidatos;</p><p>VII – Supervisionar os trabalhos da eleição e da apuração;</p><p>VIII – Receber e decidir, com base na legislação eleitoral vigente, sobre as solicitações de impugnações de candidatos;</p><p>IX – Organizar debates entre os candidatos, para que se manifestem quanto às propostas de trabalho para a sua gestão;</p><p>X – Elaborar, após a eleição, relatório geral de todo o processo, encaminhando à Secretaria Municipal de Educação – SEMED.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>Do Processo Eleitoral</p><p>DO CORPO ELEITORAL</p><p>Art. 6º - O Corpo Eleitoral competente para a escolha de Diretor Escolar é constituído pelos professores, funcionários, alunos e pais ou responsáveis de alunos de acordo com que estabelece o Art. 2º da Lei nº 312, de 07 de junho de 2010.</p><p>PARÁGRAFO PRIMEIRO – Serão considerados como eleitores, para efeito deste artigo, os pais ou responsáveis legais pelo o aluno.</p><p>PARÁGRAFO SEGUNDO – Confeccionará ou solicitará ao TER duas Urnas.</p><p>PARÁGRAFO TERCEIRO – As numerações das CHAPAS serão estabelecidas de acordo com ordem de entrega da inscrição e apresentação da documentação exigida ao candidato.</p><p>DOS VOTANTES</p><p>Art. 7º - Terão direito ao voto, conforme o que estabelece o Art. 2º da Lei 312, 04 de junho de 2010:</p><p>I – Alunos efetivamente matriculados e com frequência mínima de setenta e cinco por cento, a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, ou idade mínima de dezesseis anos;</p><p>II – Professores e funcionários lotados nas unidades de ensino;</p><p>III – Pais ou responsáveis por aluno.</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO – Serão considerados eleitores os servidores que se encontram afastados de suas atividades por motivo de:</p><p>I – Licença para tratamento de saúde;</p><p>II – Licença-Prêmio;</p><p>III – Licença-Maternidade.</p><p>Art. 8º - O voto é direto e secreto, a fim de assegurar, no processo eleitoral, a participação partidária dos segmentos que compõem o Corpo Eleitoral da Escola Municipal Acre.</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO – Não será permitido o voto por procuração.</p><p>CAPÍTULO IV</p><p>DA CAMPANHA ELEITORAL</p><p>Art. 9º - Na campanha eleitoral, que terá início após a inscrição dos certificados, será assegurada liberdade de propaganda aos candidatos e eleitores, sendo vedado, no entanto:</p><p>I – Realizar comício e utilizar aparelhagem de sonorização que atrapalhe o desenvolvimento normal e regular das aulas;</p><p>II – Transportar integrantes da comunidade escolar e/ou fazer propaganda no dia da votação;</p><p>III – Confeccionar, utilizar, distribuir, pelo candidato, com ou sem a sua autorização, camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros objetos que possam interferir no voto do eleitor;</p><p>IV – Realizar evento para promoção de candidatos, bem como promover a apresentação, remunerada ou não, de artistas, com a finalidade de animar reuniões de divulgação do projeto de gestão;</p><p>V – Promover vantagens funcionais ou ameaçar servidores no curso da divulgação do projeto de gestão;</p><p>VI – Participar como fiscal e/ou permanecer no local de votação.</p><p>§ 1º - A direção da Escola Municipal Acre não poderá criar obstáculos ao desenvolvimento da campanha, mas deverá, contudo, zelar pela manutenção da disciplina e da ordem, bem como pela continuidade das atividades pedagógicas e administrativas e da limpeza do imóvel.</p><p>§ 2º - Será permitida a utilização de propaganda (adesivos, propostas de trabalho e de 03 (três) faixas por candidato), dentro ou fora das dependências escolares desde que não prejudique as atividades normais da escola.</p><p>§ 3º - Serão franqueadas aos candidatos, as dependências físicas da unidade de ensino para a realização de reuniões, desde que não prejudique o seu normal funcionamento.</p><p>§ 4º - As atividades da campanha se encerrarão 24 (vinte e quatro) horas antes da data fixada para as eleições</p><p>CAPÍTULO V</p><p>DAS MESAS RECEPTORAS</p><p>Art. 10º - A mesa receptora será composta de 03 (três) membros, sendo: 01 (um) Presidente, 01 (um) mesário e 01 (um) secretário, escolhidos dentre os membros do eleitorado e designados pelo Presidente da Comissão Eleitoral.</p><p>§ 1º - Não poderão integrar a Mesa Receptora, quaisquer dos candidatos, seus familiares e seus fiscais;</p><p>§ 2º - Na ausência temporária do Presidente, assume as suas funções o Mesário;</p><p>§ 3º - A votação terá início às 8:00h e encerrar-se-á às 20:00h devido a Escola possuir os três turnos.</p><p>Art. 11º - Compete à Mesa Receptora:</p><p>I – Organizar os trabalhos de votação;</p><p>II – Zelar pela ordem e regularidade do processo de votação;</p><p>III – Autenticar com suas rubricas as cédulas de votação;</p><p>IV – Solucionar imediatamente todas as dúvidas e questões que ocorrem no processo de votação;</p><p>V – Verificar antes de o eleitor exercer o direito do voto, a autenticidade dos documentos apresentados e a perfeita identificação dos votantes;</p><p>VI – Lavrar a ata de votação, anotando fielmente todas as ocorrências;</p><p>VII – Remeter, após a conclusão dos trabalhos, a documentação pertinente à seção eleitoral à Mesa Apuradora.</p><p>Art. 12º - As seções eleitorais serão instaladas em locais adequados e numa disposição que assegure a privacidade e o voto secreto do leitor.</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO – Serão instaladas em cada seção eleitoral, urnas exclusivas para recolher, separadamente, os votos:</p><p>I – dos professores e funcionários da escola;</p><p>II – dos alunos, pais ou responsáveis legais pelo aluno.</p><p>Art. 13º - Nos casos de dúvidas sobre a identificação do eleitor ou não constando o nome do votante, devidamente habilitado na lista de votação, a Mesa fará o voto “em separado” recolhendo-o em envelope especial, fazendo o devido registro em ata, para posterior apreciação da Mesa Apuradora.</p><p>CAPÍTULO VI</p><p>DA APURAÇÃO DOS VOTOS</p><p>Art. 14º - O Presidente da Comissão Eleitoral indicará 03 (três) membros da referida Comissão para constituírem a Mesa Apuradora a qual não poderá ser integrada por nenhum candidato.</p><p>Art. 15º - A apuração dos votos ocorrerá no mesmo local de votação, em sessão pública e única, pela mesa apuradora.</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO – A apuração será iniciada imediatamente após o encerramento da votação.</p><p>Art. 16º - Antes de se iniciar a apuração devem ser resolvidos, pela mesa diretora, todos os incidentes e impugnações lançados em ata, inclusive os casos de votos “em separados”, se houver.</p><p>Art. 17º - Serão nulas as cédulas que:</p><p>I – Não corresponderem ao modelo aprovado pela Comissão Eleitoral;</p><p>II – Tiverem mais de um nome assinalado;</p><p>III – Contenham expressões, palavras, frases ou sinais que possam identificar o voto;</p><p>IV – Não trouxerem o carimbo da Escola;</p><p>V</p><p>– Não estiverem autenticadas com a rubrica do presidente da mesa receptora.</p><p>PARÁGRAFO ÚNICO – A inversão ou erro de grafia não invalidará o voto, desde que seja possível a identificação do candidato.</p><p>DAS DECISÕES, CABERÁ O RECURSO PARA A COMISSÃO ELEITORAL</p><p>Art. 18º - Na escola Municipal Acre, se concorrer apenas um candidato, a eleição será plebiscitária, devendo o candidato ter a aprovação de cinquenta por cento mais um dos eleitores votantes.</p><p>§ 1º - Quando o candidato único não obtiver o percentual de votos estabelecidos neste artigo, continuará vaga a função de diretor na unidade de ensino;</p><p>§ 2º - Na hipótese citada no parágrafo anterior, a SEMED nomeará interinamente um substituto, com a certificação necessária para o exercício da função, por um período de três meses, prazo em que deve ocorrer nova eleição.</p><p>§ 3º - Ao término do prazo de nomeação, previsto no parágrafo anterior, a SEMED convocará nova eleição, onde poderão participar todos os candidatos certificados, conforme estabelecido no art. 15º da Lei nº 312 de 07 de junho de 2010.</p><p>Art. 19º - Concluída a apuração, a ata resumida dos trabalhos com a necessária e imediata divulgação dos resultados e a proclamação dos eleitos a Mesa Apuradora deverá:</p><p>I – Encaminhar, imediatamente, as atas de votação e de apuração à Comissão Eleitoral, acompanhadas de relatório;</p><p>II – Proclamados os resultados e, se for o caso, julgados os recursos impetrados, deverá o material da eleição ser arquivado na unidade de ensino;</p><p>III – A Comissão Eleitoral deverá encaminhar o resultado do processo eleitora à Secretaria Municipal de Educação – SEMED, no prazo de 05 (cinco) dias, para a homologação do resultado.</p><p>Porto Grande/AP 30 de junho de 2019</p><p>____________________________</p><p>Francisco Dantas Oliveira</p><p>Presidente da Comissão Eleitoral</p><p>4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS:</p><p>Este estudo objetivou investigar uma escola pública com uma gestão democrática e suas relações como um todo, se caracteriza como bibliográfico de cunho dialético utilizando-se de uma abordagem quantitativa e qualitativa, posto que a pesquisa envolveu-se no fenômeno social e concreto, estando em contato direto com o ambiente pesquisado, como propõe Richardson (1999), na busca de compreender, de forma minuciosa, as características da realidade apresentada pelos questionados.</p><p>De acordo com Silva e Silveira (2007) a pesquisa quantitativa é muito utilizada para identificar opiniões e preferências, sendo que os instrumentos básicos para sua realização são as aplicações de questionários, malas diretas, sondagens, internet, e outros. Já a pesquisa qualitativa é caracterizada por sua forma compreensiva, humanística e ecológica, sendo adaptadas para análise com mais complexidade.</p><p>A pesquisa de campo foi realizada em uma escola municipal localizada no município de Porto Grande por ser uma escola que adota os princípios da gestão democrática através da eleição direta de acordo com dados definidos anteriormente.</p><p>Utilizou-se como técnica de coleta de dados a aplicação de questionário estruturado com perguntas abertas a todos os envolvidos no contexto escolar, isto é, corpo docente e discente observação e entrevistas.</p><p>4.1 QUANTO AO RESULTADO DA PESQUISA IN LOCO.</p><p>Os resultados desta pesquisa foram apresentados através de quadros, do total de 10% foram entrevistados, devido ao período eleitoral da escola e uma semana de formação continuada para professores, dificultada assim encontrar os demais participantes da comunidade escolar, os quadros demostram a semelhança de pensamentos e opiniões entre os funcionários da Instituição de ensino e entre os pais de alunos e os alunos em relação à gestão escolar democrática. Com os resultados apurados foi possível perceber que a maioria das pessoas da comunidade escolar ressalta ser muito importante a gestão democrática em busca da qualidade de ensino e da melhoria da instituição de modo geral.</p><p>O quadro 1 mostra a quantidade de respondentes e suas respectivas funções dentro da escola.</p><p>Quadro 1</p><p>Função na escola</p><p>Cargo ou Função</p><p>Quantidade de respondente</p><p>Professor</p><p>10</p><p>Supervisor</p><p>1</p><p>Diretor e Adjunto</p><p>1</p><p>Auxiliar de secretaria</p><p>2</p><p>Auxiliar de serviços gerais</p><p>5</p><p>Pai de aluno</p><p>10</p><p>Aluno</p><p>10</p><p>Fonte: A autora</p><p>De acordo com os funcionários participantes, oito deles já estão na escola a mais de cinco anos, sendo que quatro deles trabalham na instituição a mais de três anos. Assim também com os pais e alunos esse tempo não é muito diferente, pois sete dos entrevistados revelam estar na escola a mais de três anos.</p><p>Contudo esse fator contribui na gestão democrática, pois já conhecem a realidade da escola há algum tempo, podendo assim, entender e participar melhor. Sendo que essa participação não se restringe somente ao ato de participar de eventos e comemorações, e sim, da escola como um todo, isto é, na construção de uma instituição realmente democrática. Gadotti (1999, P.49) salienta que:</p><p>.</p><p>(</p><p>A educação para a cidadania dá-se na participação no processo de tomada de decisão. A criação dos conselhos de escola representa uma parte desse processo. Mas eles fracassam se forem instituídos como uma medida isolada e burocrática. Eles só são eficazes num conjunto de medidas políticas que visem à participação e à democratização das decisões.</p><p>)</p><p>Essa gestão escolar democrática faz com que haja vários benefícios para escola, como o relacionamento interpessoal positivo, resultados satisfatórios nas avaliações internas e nas externas, gerenciamento de recursos financeiros federais com exceção dos oriundos da secretaria de educação, disponibilidade de recursos didáticos/ pedagógicos e conduta periódica de planejamento, benefícios são adquiridos a partir de liderança participativa. Em relação a esses benefícios foi pedido aos entrevistados que enumerassem em ordem de importância cada um deles, sendo que 1 seria para o mais importante, 2 para o segundo mais importante e assim sucessivamente, a tabela 2, 3 e 4 mostram os resultados.</p><p>Quadro 2</p><p>Importância dos benefícios da gestão democrática na opinião dos funcionários</p><p>Benefícios</p><p>1º</p><p>2º</p><p>3º</p><p>4º</p><p>5º</p><p>6º</p><p>7º</p><p>8º</p><p>Relacionamento interpessoal positivo</p><p>8</p><p>2</p><p>2</p><p>0</p><p>0</p><p>1</p><p>0</p><p>1</p><p>Resultados satisfatórios nas avaliações internas</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>1</p><p>6</p><p>0</p><p>Resultados satisfatórios nas avaliações externas</p><p>1</p><p>3</p><p>1</p><p>0</p><p>2</p><p>0</p><p>1</p><p>6</p><p>Gerenciamento dos recursos financeiros</p><p>0</p><p>0</p><p>1</p><p>6</p><p>3</p><p>4</p><p>0</p><p>0</p><p>Baixo índice de reprovação</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>5</p><p>0</p><p>3</p><p>2</p><p>2Baixo índice de evasão</p><p>0</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>1</p><p>7</p><p>1</p><p>2</p><p>Disponibilidade de recursos pedagógicos</p><p>2</p><p>2</p><p>3</p><p>2</p><p>1</p><p>1</p><p>3</p><p>0</p><p>Condução periódica de planejamento</p><p>0</p><p>4</p><p>3</p><p>2</p><p>2</p><p>0</p><p>0</p><p>3</p><p>Fonte: A autora</p><p>Quadro 3</p><p>Importância dos benefícios da gestão participativa na opinião de pais e alunos</p><p>Benefícios</p><p>1º</p><p>2º</p><p>3º</p><p>4º</p><p>5º</p><p>6º</p><p>7º</p><p>8º</p><p>Relacionamento interpessoal positivo</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>1</p><p>3</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>Resultados satisfatórios nas avaliações internas</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>3</p><p>Resultados satisfatórios nas avaliações externas</p><p>0</p><p>0</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>3</p><p>2</p><p>Gerenciamento dos recursos financeiros</p><p>2</p><p>2</p><p>0</p><p>1</p><p>0</p><p>1</p><p>2</p><p>0</p><p>Baixo índice de reprovação</p><p>3</p><p>1</p><p>2</p><p>0</p><p>0</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>Baixo índice de evasão</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>0</p><p>3</p><p>1</p><p>1</p><p>Disponibilidade de recursos pedagógicos</p><p>0</p><p>2</p><p>0</p><p>4</p><p>2</p><p>0</p><p>0</p><p>0</p><p>Condução periódica de planejamento</p><p>0</p><p>0</p><p>3</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>0</p><p>3</p><p>Fonte: As autoras</p><p>Partindo da analise dos quadros dois e três, observou-se que os funcionários como estão mais ligados nesse processo de ensino aprendizagem dentro da escola, prezam condutas e benefícios diferentes dos pais e alunos, definem em grau de importância o relacionamento interpessoal e o acompanhamento nos processos de planejamento, já os pais e alunos estão mais preocupados com o processo de aprovação dos recursos financeiros.</p><p>Quadro 4</p><p>Grau de importância dos benefícios da gestão democrática</p><p>Opinião dos funcionários</p><p>Opinião dos pais e alunos</p><p>1º</p><p>Relacionamento Inter. positivo</p><p>1º</p><p>Baixo índice de reprovação</p><p>2º</p><p>Conduta periódica planejamento</p><p>2º</p><p>Gerenciamento de recursos financeiro</p><p>3º</p><p>Disponibilidade</p>