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Prévia do material em texto

Autores: Prof. Gustavo Nascimento
 Profa. Leila Dutra Rodrigues
Colaboradores: Profa. Ana Paula de Andrade Trubbianelli
 Prof. Livaldo dos Santos
 Prof. Luís Gustavo Dias da Silva
Desenvolvimento de 
Recursos Humanos
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Professor conteudista: Gustavo Nascimento
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Paulista (1998), pós‑graduação em Administração de Recursos 
Humanos pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (2000). É mestre na Universidade São Marcos – na área de 
administração, comunicação e educação. Professor na Universidade Paulista, ministra aulas na modalidade a distância 
e presencial nos cursos tecnológicos, de graduação e de pós‑graduação. Além disso, realiza trabalhos de consultoria na 
área de recursos humanos há 15 anos.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
N78a Nascimento, Gustavo 
Desenvolvimento de Recursos Humanos / Gustavo Nascimento, 
Leila Dutra Rodrigues. – São Paulo: Editora Sol, 2019.
224 p., il.
Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2‑121/19, ISSN 1517‑9230. 
1. Recrutamento de pessoal. 2. Ambiente organizacional. 3. 
Remuneração. I. Rodrigues, Leila Dutra. II. Título.
CDU 658.3
A‑XVIIU502.51 – 19
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Andréia Gomes
 Sueli Brianezi Carvalho
 Amanda Casale
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Sumário
Desenvolvimento de Recursos Humanos
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 A IMPORTÂNCIA DA TEORIA ADMINISTRATIVA EM RECURSOS HUMANOS ..............................9
1.1 O moral e a atitude .............................................................................................................................. 22
1.2 Liderança .................................................................................................................................................. 23
1.3 Comunicações ........................................................................................................................................ 24
1.4 Organização informal ......................................................................................................................... 25
1.5 Dinâmica de grupo .............................................................................................................................. 25
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DO SURGIMENTO DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS .................. 26
2.1 A importância estratégica da Gestão de Recursos Humanos ............................................ 29
Unidade II
3 RECRUTAMENTO DE PESSOAL .................................................................................................................... 35
3.1 O processo de seleção ......................................................................................................................... 36
3.2 Admissão do empregado ................................................................................................................... 37
3.3 Regularização do registro do empregado .................................................................................. 38
3.4 Livros obrigatórios a serem mantidos na empresa ................................................................. 40
3.5 Outras exigências legais .................................................................................................................... 41
3.6 Da penalidade por falta de registro .............................................................................................. 43
3.7 Modelos da documentação a ser preenchida pela empresa .............................................. 44
4 REMUNERAÇÃO ............................................................................................................................................... 52
4.1 Formatos para o pagamento de salários .................................................................................... 54
4.2 Valor da hora extra .............................................................................................................................. 54
4.3 Salários adicionais ................................................................................................................................ 55
4.4 Salário‑maternidade e salário‑família......................................................................................... 56
4.5 13º salário ................................................................................................................................................ 57
4.6 Férias .......................................................................................................................................................... 57
4.7 Remuneração e abono de férias .................................................................................................... 59
4.8 Faltas justificadas ................................................................................................................................. 60
4.9 Rescisão do Contrato de Trabalho ................................................................................................. 60
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Unidade III
5 ENCARGOS TRABALHISTAS ......................................................................................................................... 75
5.1 Fundamentação legal para incidência dos encargos trabalhistas .................................... 75
6 CONSIDERAÇÕES PARA O CÁLCULO DA FOLHA DE PAGAMENTO ............................................... 77
6.1 Descontos realizados na folha de pagamento ......................................................................... 84
6.2 Procedimento de integração das horas extras no valor do 
descanso semanal remunerado .............................................................................................................. 87
6.3 Valores que não compõem a remuneração ............................................................................... 90
6.4 Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT ....................................................................92
6.5 Cronograma das obrigações trabalhistas e previdenciárias ................................................ 93
Unidade IV
7 ASPECTOS IMPORTANTES NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL .....................................................102
7.1 Conceitos de organização – por que organizar? ...................................................................102
7.2 Clima organizacional ........................................................................................................................114
7.3 A mulher no mercado de trabalho ..............................................................................................127
7.4 Trabalho infantil ..................................................................................................................................129
7.5 Planejamento de pessoal.................................................................................................................131
8 NOVA VISÃO DOS SISTEMAS: RH TRANSFORMADO EM CENTRO DE LUCRO .......................136
8.1 Como a área de RH pode se transformar em centro de lucro? .......................................136
8.2 O Balanced Scorecard (BSC) em recursos humanos ............................................................138
8.3 Formação de grupos de trabalho em equipe ..........................................................................142
8.4 Recursos humanos estratégico .....................................................................................................147
8.5 Quando usar parceiros em recursos humanos .......................................................................152
8.6 O papel essencial do gestor de recursos humanos ...............................................................156
8.7 A função de treinamento e desenvolvimento nas organizações ....................................176
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APRESENTAÇÃO
Para compreender o desenvolvimento da área Recursos Humanos, faz‐se necessário revisitar os 
fatos históricos que possibilitaram o surgimento da Administração como ciência. Isso porque Recursos 
Humanos é uma das áreas da Administração que possui relevância ímpar na criação da estratégia do 
desenvolvimento da organização.
O presente livro‑texto abordará temas de suma e indiscutível importância, tais como os 
fundamentos da teoria de recursos humanos, as bases da liderança no contexto organizacional, o 
surgimento da área de recursos humanos nas empresas, a comunicação dentro da gestão, o processo 
de recrutamento e seleção de pessoal, a administração de funcionários e os direitos trabalhistas nas 
empresas, entre outros.
Será estudada a importância da teoria administrativa para os recursos humanos, a relação das 
experiências realizadas no século XIX com a área e como essa evoluiu. Compreenderemos ainda o caráter 
estratégico dos recursos humanos e sua relação com aspectos jurídicos e sociais. Por fim, veremos de 
forma mais ampla como as empresas captam recursos humanos, isto é, como se dá o recrutamento, a 
seleção e o crescimento profissional dos colaboradores.
Os resultados compartilhados neste livro‑texto são um primeiro passo para estimular as pessoas a se 
envolverem em um organizado e interativo processo de descoberta sobre o impacto da área de recursos 
humanos no desenvolvimento socioeconômico do país nos próximos anos.
Objetivos da disciplina
Possibilitar ao aluno a compreensão do contexto organizacional, isto é, no âmbito da 
administração; em que momento a área de recursos humanos ganhou a relevância que 
possui nos dias atuais; como se dá a gestão de recursos humanos; destacar sua importância 
estratégica e sua relação com os aspectos jurídicos e sociais; viabilizar o entendimento de 
como as empresas captam recursos humanos, ou seja, como atuam o recrutamento e a seleção 
dos colaboradores.
INTRODUÇÃO
No contexto atual da formação dos profissionais, observa‑se cada vez mais a importância do exercício 
de atividades que possam fazê‑los vivenciar a relevância da área de recursos humanos, trazendo a eles 
experiências diversas que contribuam para o desenvolvimento de sua carreira.
Junto a esse objetivo, busca‑se também a constante conscientização do indivíduo, de modo que ele 
se consolide como cidadão atuante em meio à sociedade e ao ambiente em que vive.
Para compreender o contexto organizacional, ou seja, os recursos físicos, financeiros e humanos que 
uma empresa administra com o objetivo de maximizar rentabilidade e/ou produtividade com o mínimo 
de custo é imprescindível o estudo dos pormenores da área de recursos humanos. 
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Após anos de estudo e pesquisa a respeito dos interesses visados pelos trabalhadores dentro da 
organização, hoje se sabe que há uma linha tênue separando a teoria, que apresenta foco conceitual, 
da prática, que se realiza por meio da ação, sendo esta última a grande fonte de aprendizado por parte 
dos grupos de indivíduos.
Assim, ao invés de esperarem apenas a transmissão dos ensinamentos por parte de seus gestores 
ou colegas de trabalho, percebe‑se a iniciativa dos trabalhadores em vivenciar as atividades de maneira 
mais plena, criando, por vezes, eles próprios, os meios para tornar tal desejo viável. Além disso, vale 
ressaltar que a evolução das organizações é muito importante para o desenvolvimento socioeconômico 
de um país.
Desde o início deste século, uma geração de líderes está construindo um novo modelo, cuja base 
parece ser a maneira como atuamos diante da crescente diversidade no mundo do trabalho.
 É relevante entender, ainda, o que cada funcionário valoriza de fato e considera primordial em sua 
vida, compreender o que faz com que mude de empresa com maior ou menor velocidade, buscando o 
real sentido do trabalho para esses sujeitos.
Nos países que compõem o BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China –, considerados os mais emergentes 
do mundo, os funcionários ativos parecem estimular o crescimento econômico, que hoje é o maior 
de todos os tempos. Porém, qual é exatamente o impacto desses trabalhadores na cultura? Como eles 
exercem seu papel evolutivo e de que maneira cooperam para construir a cultura atual? O que pode ser 
feito para apoiar e otimizar essa evolução?
As questões aqui abordadas serão respondidas levando‑se em conta o desenvolvimento da área de 
recursos humanos no Brasil do ponto de vista socioeconômico, visando abranger os fatores considerados 
fundamentais para os funcionários criarem vínculos com as organizações.
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Unidade I
1 A IMPORTÂNCIA DA TEORIA ADMINISTRATIVA EM RECURSOS HUMANOS
Maximiano (2000) esclarece que no início da Revolução Industrial as práticas administrativas 
eram rudimentares, sendo necessário o desenvolvimento de um corpo organizado de 
conhecimentos para otimizar a produção. Esse cenário mostrou‑se ideal para a criação de uma 
nova ciência‑disciplina. Assim, foi que as grandes fábricas da época, preocupadas com a eficiência 
dos processos existentes, ou com a criação de novos processos que possibilitassem o aumento 
da eficiência, chamaram a atenção de estudiosos, que acabaram lançando as bases da ciência 
econômica e da teoria da administração.
Nesse sentido, faz‑se importante conhecer o conceito de Administração:
Administração é fazer coisas por meio de pessoas, objetivando o máximo de rentabilidade/
produtividade com o mínimo de custo possível.
Atente para as palavras em destaque. Perceba que o enfoque são as pessoas, pois essas se mostram 
o elemento fundamental da organização.
Para memorizarmos esse conceito,consideremos a experiência conduzida por Robert Owen, 
na Escócia, em 1800. Ele adquiriu uma fábrica de produtos têxteis na cidade de Glasgow e 
nela trabalhavam aproximadamente 2 mil pessoas. Dentre elas, havia 500 crianças de até 
cinco anos de idade. Tomado por um sentimento paternalista, Owen iniciou uma experiência 
tendo como base a crença de que o ser humano era produto do meio e, portanto, poderia ser 
aperfeiçoado se melhores condições lhe fossem oferecidas. Dessa forma, Owen deu moradia a 
seus trabalhadores, educação gratuita para as crianças e proibiu que estas trabalhassem com 
idade inferior a dez anos. Owen também reduziu a jornada de trabalho de 14 para 12 horas 
(MAXIMIANO, 2000).
Com sua experiência, Robert Owen evidenciou que era possível motivar os trabalhadores dentro de 
um sistema totalmente humanista. O impacto de sua experiência na produtividade foi significativamente 
positivo e a qualidade do fio de algodão produzido em sua fábrica melhorou continuamente, o que 
gerou maiores lucros.
Assim, mesmo que a administração se dedique a cuidar dos recursos físicos, financeiros e humanos, 
foi possível perceber que os recursos humanos eram importantíssimos na área, o que justifica a existência 
de um campo de estudo dedicado somente a eles.
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Unidade I
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Figura 1
No entanto, para melhor compreensão dos elementos que influenciam o desenvolvimento dos 
recursos humanos, é necessário que se tenha conhecimento da escola das relações humanas. Nesse 
sentido, um dos eventos mais importantes na história do enfoque comportamental na administração 
é o chamado experimento de Hawthorne. Nesse experimento, ficou evidenciado que o grupo de 
pessoas tem fundamental importância sobre o desempenho dos indivíduos, o que deu a partida para os 
estudos sistemáticos sobre a organização informal. No entanto, não era esse o objetivo do experimento. 
Pretendia‑se explicar a influência do ambiente de trabalho sobre a produtividade dos trabalhadores 
(MAXIMIANO, 2000).
O experimento, realizado entre 1927 e 1933, foi orientado pelo professor Elton Mayo, da Universidade 
de Harvard, e deu origem à chamada escola de relações humanas. Ela é assim chamada porque 
demonstrou que entre os fatores mais importantes para o desempenho individual estão as relações com 
os colegas e os administradores.
O aluno pode, neste momento, imaginar que isso seja óbvio. No entanto, considere que essa descoberta 
deu‑se no ano de 1933, período em que as ideias predominantes pertenciam à escola científica.
Devemos fixar que, segundo o enfoque comportamental, a empresa deve ser percebida como sistema 
social. Nesse sistema, devem ser considerados as pessoas, os sentimentos, os interesses e as motivações. 
Ou seja, as pessoas levam para o ambiente de trabalho todos os seus interesses, que afetam positiva ou 
negativamente seu desempenho.
Cabe ainda ao aluno perceber a diferença entre as teorias das organizações ao longo dos tempos, tal 
como evidencia o quadro a seguir:
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Quadro 1 – Diferença entre as teorias das organizações
Teoria Clássica Teoria das Relações
Trata a organização como uma máquina Trata a organização como um grupo de pessoas
Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas
Inspirada em sistemas de engenharia Inspirada em sistemas de psicologia
Autoridade centralizada Delegação plena de autoridade
Linhas claras de autoridade Autonomia do empregado
Especialização e competência técnica Confiança e abertura
Acentuada divisão do trabalho Ênfase nas relações humanas entre as pessoas
Confiança nas regras e nos regulamentos Confiança nas pessoas
Clara separação entre linha e staff Dinâmica grupal e interpessoal
Fonte: <http://www.lidernato.com.br/teoria‑das‑relacoes‑humanas‑teoria‑classica‑x‑teoria‑das‑relacoes.html> 
Acesso em: 15 abr. 2012.
Compreender o sistema social, também chamado organização informal da empresa, é um dos 
dois objetivos principais do enfoque comportamental na administração moderna. O outro objetivo 
importante é compreender os mecanismos que individualizam e influenciam o comportamento das 
pessoas. Assim, mostra‑se fundamental perceber que as pessoas apresentam sentimentos de amizade 
e hostilidade, cooperação e competição, formam grupos com seus colegas de trabalho e criam regras 
para a convivência. Logo, levam para a empresa praticamente todos os seus interesses como pessoas e 
membros de famílias ou grupos externos.
Reconheçamos, portanto, que toda organização é um sistema formado por grupos formais e 
informais (MAXIMIANO, 2000). O enfoque técnico enxerga apenas os grupos formais, criados pela 
administração para atender às necessidades de trabalho, tais como: divisões, gerências, departamentos, 
equipes de produção, unidades de trabalho. O enfoque comportamental permite enxergar e reconhecer 
a importância dos grupos informais para o desempenho da organização.
Também se mostra importante perceber com são formados os grupos informais. Eles surgem pela:
• convivência e proximidade física das pessoas;
• necessidade de relacionamento social;
• existência de interesses comuns, compartilhamento de valores ou similaridade de características 
pessoais.
É possível perceber a formação desses grupos em qualquer departamento da empresa.
Maximiano (2000) informa que os grupos informais desempenham quatro funções ou papéis 
principais dentro das organizações. Para ilustrar as funções, observe o quadro a seguir.
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Quadro 2 – Funções dos grupos informais
Realização de 
objetivos comuns
Uma pessoa se junta a outras porque é incapaz de realizar sozinha algum objetivo.
Os grupos são instrumentos para a realização de objetivos individuais coincidentes.
Valorização das pessoas Convivência social, bem‑estar psicológico, reconhecimento, estima e identidade social são necessidades que os grupos atendem.
Proteção dos integrantes Os grupos protegem seus integrantes e multiplicam a força do indivíduo.
Definição de padrões 
de desempenho
O desempenho dos indivíduos, frequentemente, é determinado pelos colegas de grupo, 
não por padrões técnicos.
Fonte: Maximiano, 2000.
Uma vez identificadas as funções principais, vamos agora compreender cada uma delas.
A realização de objetivos comuns ocorre quando as pessoas se reúnem e decidem agir 
coordenadamente para realizá‑los. Às vezes, o interesse em realizar o objetivo é tão forte que sobrepuja 
outros tipos de interesse ou filiação. Nesse ponto, a organização deve tomar muito cuidado, pois o grupo 
informal pode priorizar interesses particulares em detrimento dos interesses organizacionais. Todavia, se 
o consenso vier ao encontro dos objetivos da organização – e esse é o propósito do desenvolvimento de 
recursos humanos –, será significativamente positivo.
A valorização das pessoas se dá pela convivência social e faz com que as organizações não sejam 
sistemas mecânicos e burocráticos. Importante ponderar que, do ponto de vista organizacional, sistemas 
mecânicos e burocráticos seriam até interessantes, pois possibilitaria dimensionar a capacidade de 
produção real da organização. Porém, como mencionado anteriormente, as pessoas têm sentimentos e 
interesses pessoais que nem sempre estarão em conformidade com as pretensões da empresa.
É nesse sentido que as necessidades de reconhecimento e estima são atendidas por meio da ligação 
do indivíduo com esses grupos. Os grupos informais também atendem à necessidade de filiação a outras 
pessoase, desse modo, possibilitam ao indivíduo obter uma identidade social.
Outra função é a proteção dos integrantes, que se mostra muito relevante para os indivíduos 
que se sentem ameaçados e querem se proteger ou, ainda, para aqueles que pretendem preservar ou 
conquistar posições. Estes percebem uma identidade de interesses entre si e tendem a agregar‑se para 
colocar esses interesses em prática. Essa função dos grupos informais é facilmente visível nas torcidas 
organizadas ou mesmo nos grupos de vizinhos que se reúnem para formar condomínios.
A definição dos padrões de desempenho é um dos papéis mais importantes dos grupos informais 
do ponto de vista da administração. Isso porque essa função possibilita definir o desempenho e o 
comportamento dos grupos formais de trabalho.
Nesse sentido, vale a pena relembrar que o experimento de Hawthorne mostrou que o desempenho 
das pessoas é definido não pela administração, mas pelos grupos dos quais elas fazem parte. A título 
de exemplo, considere o funcionário que decide trabalhar mais depressa e produzir mais, contudo, os 
colegas o pressionam para andar mais devagar.
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Isso faz com que percebamos que, para o desenvolvimento efetivo dos recursos humanos, devemos 
atentar às pessoas e seus comportamentos como indivíduos e membros de grupos nas organizações. 
Com esse objetivo, devemos estudar:
• a percepção;
• as aptidões;
• as atitudes;
• a personalidade;
• a inteligência;
• as variáveis biográficas.
Embora seja impraticável estabelecer com precisão os limites entre esses comportamentos, não se pode 
negar que essas características influenciam‑se mutuamente. Maximiano (2000) afirma que a interdependência 
entre essas características tem a personalidade como ideia central. Observe a figura a seguir:
Atitudes
Aptidões
Inteligência
Personalidade
Percepção Biografia
Figura 2
Na explanação de cada uma das características, Maximiano (2000) explica que percepção é o processo 
de selecionar, organizar e interpretar os estímulos (eventos, informações, objetos, outras pessoas) que o 
ambiente oferece.
A interpretação é uma decodificação que empresta significado e valor ao estímulo. O autor expõe 
ainda que a percepção é também definida como o produto da interação entre o estímulo e o observador 
e, nessa interação, o estímulo influencia o observador e é por ele influenciado. Logo, a percepção é uma 
interpretação singular da situação ou estímulo.
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Cada observador representa a realidade a sua maneira. A representação pode ser muito diferente 
da realidade, segundo a interpretação de outro observador (LUTHANS, 1977). Ilustra‑se esse ponto 
com as frases a seguir, comuns no dia a dia e que indicam as diferenças de percepção que ocorrem 
nas relações humanas:
• “Não é bem assim.”
• “Não foi isso o que eu quis dizer.”
• “Você não me entendeu direito.”
• “Eu vejo o problema de outra maneira.”
Em todas as instâncias da vida, é importante o entendimento da percepção. Nas organizações, ela 
afeta inúmeros aspectos do comportamento das pessoas. Por esse motivo, trata‑se de uma competência 
gerencial, que contribui para a criação de um clima organizacional saudável.
Você provavelmente já ouviu falar em “olhos de ver e ouvidos de ouvir” e “o pior cego é aquele que 
não quer ver”. Essas antigas expressões transmitem a ideia de que não se percebem todos os estímulos 
recebidos. O olho, por exemplo, é capaz de registrar imagens e detalhes com a mesma precisão da 
câmera de vídeo. No entanto, o observador nem sempre enxerga tudo o que vê. O autor Maximiano 
(2000) explica que dois fenômenos básicos explicam essa diferença entre a realidade observada e a 
realidade percebida: seleção e adaptação.
Percepção seletiva é o fato de que, da grande variedade de estímulos que o ambiente oferece, 
apenas uma pequena parte prende a atenção do observador. A compreensão desse fenômeno é de 
fundamental importância para os administradores e todas as pessoas que trabalham em organizações. 
A percepção seletiva faz com que se vejam apenas algumas características em outras pessoas.
Às vezes, são percebidas aquelas características físicas ou comportamentais mais evidentes, como idade, 
altura, etnia, aparência da vestimenta ou estado emocional aparente. A incapacidade de ver o todo pode levar 
a julgamentos apressados ou a conclusões incorretas a respeito de quem está sendo observado. A percepção 
seletiva, assim, pode distorcer a apreciação que as pessoas fazem umas das outras nas organizações.
Outro tipo de percepção existente é a percepção sensitiva, que ocorre quando a pessoa fica 
exposta ao mesmo estímulo por um longo período. A consequência que pode decorrer dessa exposição 
prolongada é a redução da sensibilidade.
Na prática, podemos demonstrar como esse tipo de percepção se apresenta ao citar o senso de 
urgência que determinados indivíduos possuem para a realização de alguns afazeres. Quando esses 
indivíduos passam a pedir frequentemente que todas as tarefas sejam executadas com rapidez e 
prioridade, com o passar do tempo a sensibilidade desses colaboradores para com a urgência das tarefas 
tende a se reduzir. Dessa forma, é possível afirmar que a percepção sensitiva é necessária, por exemplo, 
para a real compreensão do nível de desempenho na empresa.
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DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS
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Nesse ponto, surge a questão: como se explica que o mesmo estímulo seja interpretado de maneira 
diferente por diferentes observadores? Os principais fatores que contribuem para as diferenças e 
a variedade na maneira como as pessoas selecionam, organizam e interpretam os estímulos são 
ponderados a seguir.
 Lembrete
Os interesses, as experiências pessoais, as motivações e as expectativas 
são fatores que moldam a forma como percebemos os estímulos que nos 
chegam.
 Saiba mais
Uma visão mais ampla acerca das motivações pode ser obtida a partir 
da leitura do segundo capítulo do livro indicado a seguir:
VECCHIO, R. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Cangage 
Learning, 2008.
Você, aluno, já se percebeu prestando atenção em carros iguais ao seu na rua, ou em pessoas que 
estão vestidas como você? Esses são exemplos de como certos fatores pessoais aguçam a percepção. 
Entre eles, estão as atitudes, as motivações, os interesses, as experiências e as expectativas.
Outro ponto a considerar: já observou que, em seu grupo social, há colegas tímidos e extrovertidos? 
E que, quando algum sugere a participação do grupo, os extrovertidos percebem uma oportunidade e 
os tímidos comportam‑se como se isso fosse uma ameaça?
Mais um exemplo: ler jornais na mesa de trabalho pode ser percebido como atividade extremamente 
importante para alguns. Para outros, pode parecer perda de tempo.
As necessidades, satisfeitas ou insatisfeitas, determinam a importância e o significado dos estímulos. 
Esse princípio é facilmente exemplificado pela fome. A pessoa faminta e a pessoa saciada veem a 
comida de forma diferente. Pessoas inseguras veem o sucesso e o potencial alheio como ameaças. O 
comportamento de certos chefes, que não delegam porque não confiam nos subordinados, pode ser 
explicado dessa forma.
Experiência, aprendizagem e conhecimento definem o significado dos estímulos. Entre na sala de 
aula de uma disciplina completamente estranha e você achará difícil entender o conteúdo, ou perceberá 
uma grande novidade naquilo que para outros é trivial. Já se percebeu falando a todo omomento de 
algum conceito que acabou de adquirir?
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A pessoa que recebeu alguma espécie de incentivo por determinado comportamento tenderá a 
percebê‑lo como favorável. É a experiência funcionando mais uma vez. Os fatores pessoais ampliam, 
anulam e distorcem os estímulos. Na história da administração, são famosas certas decisões influenciadas 
pela percepção. Os tomadores dessas decisões não tiveram os “olhos de ver” para perceber a oportunidade 
que se apresentava (MAXIMIANO, 2000).
Em meados dos anos 1970, uma equipe de pesquisadores da Xerox desenvolveu um computador 
pessoal que tinha um sistema operacional como interface gráfica do usuário. A diretoria não acreditou 
que aquele produto tivesse algum futuro. Steve Jobs, fundador da Apple, convidado para visitar o 
laboratório da empresa, imediatamente reconheceu o futuro naquela máquina. A Xerox cedeu‑lhe o 
programa, que se transformaria na base do Macintosh.
Quando surgiram os relógios digitais, os fabricantes suíços de relógios mecânicos não se interessaram pela 
novidade, julgando que o mesmo ocorreria com os consumidores. Diretores da Seiko e da Texas Instruments, no 
entanto, resolveram investir na nova tecnologia, cuja disseminação quase destruiu a indústria suíça tradicional. 
Os suíços somente se salvaram quando, com muito atraso, decidiram seguir a tendência.
Percebam, alunos, que o desenvolvimento de recursos humanos encontra diversos pontos que devem 
ser considerados e que estão além do treinamento.
Vale, neste momento do estudo, retornarmos à experiência de Hawthorne, agora com a intenção de 
melhor compreender a importância da percepção.1
Os principais pesquisadores da escola das relações humanas que ganharam relevância a partir 
da experiência de Hawthorne foram Elton Mayo (1880/1947), Kurt Lewin (1890/1947), John Dewey 
(1859/1952), Morris Viteles (1898/1996) e George C. Homans (1910/1989).
Os objetivos fundamentais da experiência eram:
1. A necessidade de humanizar e democratizar a administração, libertando‑a dos conceitos rígidos e 
mecanicistas da teoria clássica e adequando‑a aos novos padrões de vida do povo americano.
2. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a sociologia.
3. Incorporar as ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da psicologia dinâmica de Kurt 
Lewin no sentido de humanizar a administração.
Os estudos foram realizados por Elton George Mayo na Western Eletric Company, uma companhia 
que fabricava equipamentos para empresas telefônicas, localizada em Hawthorne, distrito de Chicago 
(EUA), no período de 1927 a 1932. A empresa se caracterizava pela preocupação com o bem‑estar de 
seus funcionários, proporcionando um clima sadio de relações industriais. Durante mais de 20 anos, não 
se constatara nenhuma greve ou manifestação. Um diagnóstico preliminar nos diria que o moral na 
companhia era alto e os funcionários confiavam na competência de seus administradores.
1 No endereço: <http://br.librosintinta.in/biblioteca/ver‑pdf/www.professorcezar.adm.br/Textos/Teoria%2520das%
2520relacoes%2520humanas.pdf.htx>. Acesso em: 5 maio 2012.
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A empresa contava com cerca de 40 mil empregados, e as experiências realizadas visaram detectar 
de que modo fatores ambientais – como a iluminação do ambiente de trabalho – influenciavam a 
produtividade dos trabalhadores.
As experiências foram realizadas por um comitê constituído por três membros da empresa pesquisada 
e quatro representantes da Escola de Administração de Empresas de Harvard.
A pesquisa foi iniciada para determinar uma possível relação entre a intensidade da iluminação do 
ambiente de trabalho e a eficiência dos trabalhadores, medida pelos níveis de produção alcançados. Essa 
experiência, que se tornaria famosa, foi coordenada por Elton Mayo, e logo se estendeu ao estudo da 
fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal e do efeito das condições físicas de trabalho 
sobre a produtividade dos empregados.
Entretanto, a tentativa foi frustrada, pois os pesquisadores não conseguiram provar a existência de 
qualquer relação simples entre a intensidade de iluminação e o ritmo de produção. Então, reduziu‑se 
a iluminação na sala experimental, esperando uma queda na produção. No entanto, o resultado foi 
oposto, a produção aumentou.
Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência eram prejudicados por variáveis de natureza 
psicológica. Tentaram eliminar ou neutralizar o fator psicológico, então estranho e impertinente, razão pela 
qual a experiência prolongou‑se até 1932, quando foi suspensa em razão da crise econômica de 1929.
Os estudos básicos efetuados por Mayo e seu grupo tiveram quatro fases:
• os estudos da iluminação;
• sala de provas de montagem de relés;
• programa de entrevista;
• sala de observações da montagem de terminais. 
Na primeira fase da experiência, foram escolhidos dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho 
e, em condições idênticas, um grupo trabalhava sobre intensidade de luz variável enquanto o outro tinha 
controle de luz constante. Pretendiam conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários, 
os observadores não encontraram correlação direta entre ambas variáveis, mas verificaram, desapontados, 
a existência de uma variável difícil de ser isolada, denominada fator psicológico: os operários se julgavam 
na obrigação de produzir mais quando a intensidade de iluminação aumentava e o contrário quando 
diminuía. Comprovou‑se a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico: a eficiência de 
seus operários é afetada por condições psicológicas. Reconhecendo o fator psicológico como influência 
negativa, os pesquisadores queriam eliminar da pesquisa por considerá‑lo inoportuno. 
A segunda fase da experiência contou com a participação da equipe de Harvard, que teve início 
em 1927 e foi chamada de sala de provas de montagem de relés. Sua finalidade era realizar um estudo 
da fadiga no trabalho e dos efeitos gerados por mudanças de horários ou introdução de intervalos de 
descanso no período de trabalho.
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Para isso, foram selecionadas seis mulheres (cinco montadoras e uma fornecedora de material) que 
trabalhavam no departamento de montagem de relés de telefone, já que nesse departamento haviam 
sido constatadas ligeiras modificações nos ritmos de produção de peças.
A função das funcionárias era colocar bobinas, armaduras, molas de contato e isolantes elétricos 
numa base mantida por quatro parafusos. Sua medida de produção era de cinco relés em 6 minutos, e 
o trabalho era realizado de forma contínua.
A ênfase dada pelos pesquisadores estava em manter o ritmo de produção, controlando com maior 
exatidão algumas condições físicas, como temperatura, umidade da sala, duração do sono na noite 
anterior, alimentos ingeridos etc. Para isso, eles acreditavam que seria necessário isolar a influência do 
fator psicológico, e isso só seria possível com a colaboração das funcionárias, que não deveriam alterar 
seu ritmo de produção.
Quadro 3 – Dados da pesquisa de Elton Mayo
Período Duração (semanas) Condições experimentais
1 2 Foi registrada a produção de cada operária ainda no seu local original de serviço, sem que soubessem. Estabeleceu‑se a capacidade produtiva por operária de 2.400 unidades por semana.
2 5 Para verificar o efeito da mudança de local de trabalho, o grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo as condiçõese o horário de trabalho habituais e medindo‑se a produção.
3 8
Fez‑se uma modificação no sistema de pagamento, no qual as moças eram pagas por tarefa em 
grupo, ou seja, seus esforços repercutiam de forma direta no seu trabalho. Houve um aumento de 
produção.
4 5
Marca o início da introdução de mudança direta no trabalho. Introduziu‑se um intervalo de cinco 
minutos de descanso no meio da manhã e outro igual no meio da tarde. Houve aumento da 
produção.
5 4 Os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos cada. Houve aumento da produção.
6 4 Deram‑se três intervalos de cinco minutos na manhã e outros três à tarde. A produção não aumentou, e as moças reclamaram da quebra de ritmo.
7 11 Passou‑se novamente a dois intervalos de dez minutos, um pela manhã e outro pela tarde, servindo um lanche leve em um deles. Aumento de produção.
8 7 Com as mesmas condições do período anterior, o grupo experimental passou a trabalhar somente até as 16:30 horas. Houve um acentuado aumento de produção.
9 4 Horário de saída transferido para as 16:00. Produção inalterada.
10 12 Retorno do horário de saída para as 17:00. Aumento considerável da produção. 
11 9 Alteração do período de trabalho semanal: a semana de trabalho passou a ser de cinco dias (de segunda a sexta‑feira). A produção diária continuou a subir.
12 12
Voltou‑se às mesmas condições do 3º período, tirando‑se todos os benefícios dados durante a 
experiência. Verificou‑se que a produção diária e semanal atingiu um índice jamais alcançado 
anteriormente: 3 mil unidades semanais por mulher.
Fonte: Disponível em: <http://dc180.4shared.com/doc/Br40kFFT/preview.html>. Acesso em: 5 maio 2012.
Foi possível apurar que:
• As mulheres afirmaram gostar de trabalhar na sala de provas, porque era divertido e a supervisão 
branda lhes permitia trabalhar com mais liberdade e menor ansiedade.
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• Havia um ambiente amistoso e sem pressões, a conversa era permitida, aumentando a satisfação 
no trabalho.
• Não havia temor ao supervisor.
• Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As mulheres faziam amizades entre si, 
e essas amizades estendiam‑se para fora do trabalho. Elas passaram a se preocupar umas com as 
outras. Tornaram‑se uma equipe.
• O grupo desenvolveu liderança e objetivos comuns.
A partir dessas constatações, o estudo partiu para um programa de entrevistas com todos os funcionários 
da empresa, anualmente. O objetivo era desvendar os motivos que levavam os funcionários a adotar posturas 
tão diferentes nos seus departamentos e na sala de provas, ou seja, a percepção de cada um deles.
A partir dessa fase, as pesquisas passaram a ter um enfoque nas relações humanas e não mais na 
parte científica. A maioria dos supervisores foi incluída no programa como entrevistadores.
O programa foi bem aceito tanto pelos operários quanto pelos supervisores, já que os operários 
tinham a possibilidade de falar o que sentiam a respeito da organização como um todo, e os supervisores 
poderiam conhecer os problemas e anseios que afligiam seus subordinados.
O resultado do início do programa foi sentido imediatamente: a produtividade dos operários 
aumentou e a supervisão melhorou. A melhoria dos resultados foi atribuída a um sentimento de 
importância desencadeado pelo programa. No caso dos supervisores, o conhecimento dos interesses 
dos operários foi o responsável pelas sensíveis mudanças no modo de supervisão.
As entrevistas, inicialmente, tinham duração de meia hora e eram pautadas em perguntas 
preestabelecidas. Com o decorrer do tempo, percebeu‑se que, além de muito curtas, elas não possibilitavam 
que os operários falassem de todos os seus problemas, aflições e medos. A partir daí, o processo passou 
a ser mais longo e caracterizado como uma conversa informal entre supervisor e operário.
Fica evidente que havia detalhes que incomodavam de maneira excessiva algumas pessoas, o que acabava 
por interferir no ambiente de trabalho. Um exemplo foi relatado por um dos funcionários: seu supervisor tinha 
uma aparência física muito semelhante à de seu padrasto, e isso o fazia sentir‑se pressionado frente ao homem.
A conclusão do programa de entrevistas constatou que os fatores psicológicos alteravam de maneira 
significativa o comportamento dos funcionários. Ao mesmo tempo, o programa possibilitou que os 
funcionários mostrassem à direção quais suas angústias mais frequentes; a partir daí, elas poderiam ser 
estudadas e seus efeitos minimizados.
A principal descoberta dos pesquisadores nessa fase foi a existência dos chamados grupos informais, 
formados pelos operários nos periféricos da empresa para zelar pelo seu bem‑estar. A formação de um 
grupo informal refletia‑se na produção controlada.
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Por meio dessa organização informal, os operários mantinham‑se unidos por certa lealdade ente si. 
Porém, os pesquisadores notaram que, muitas vezes, o operário pretendia também ser leal à empresa. 
Essa lealdade, dividida entre o grupo e a companhia, poderia trazer certo conflito, tensão, inquietação 
e provável descontentamento. Para estudar esse fenômeno, os pesquisadores desenvolveram a quarta 
fase da experiência.
Escolheu‑se um grupo experimental – nove operadores, nove soldadores e dois inspetores, todos 
da montagem de terminais para estações telefônicas, que passaram a trabalhar em uma sala especial 
com idênticas condições de trabalho do departamento. Havia um observador dentro da sala e um 
entrevistador que ficava do lado de fora e entrevistava esporadicamente os operários. Essa experiência 
durou de novembro de 1931 a maio de 1932 e visava analisar a organização informal dos operários.
O sistema de pagamento era baseado na produção do grupo, havendo um salário/hora com base 
em inúmeros fatores e um salário mínimo horário, para o caso de interrupções na produção. Os salários 
somente poderiam ser elevados se a produção total aumentasse.
Assim que se familiarizou com o grupo experimental, o observador pôde constatar que os operários 
dentro da sala usavam uma porção de artimanhas: logo que montavam o que julgavam ser a sua 
produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Relatavam sua produção de forma tal que a produção 
em excesso de um dia pudesse ser somente acusada num dia deficitário, como também solicitavam 
pagamento por excesso de produção.
Verificou‑se que esses operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e 
solidariedade grupal. O grupo desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes, considerando delator 
o membro que prejudicasse algum companheiro e pressionando os mais rápidos para “estabilizarem” 
sua produção, através de punições simbólicas. Essa quarta fase permitiu o estudo das relações entre a 
organização informal dos empregados e a organização formal da fábrica.
As principais conclusões foram:
• o nível de produção é resultante da integração social e não da capacidade física ou fisiológica 
do empregado. É a capacidade social do trabalhador que estabelece seu nível de competência e de 
eficiência. Quanto mais integrado socialmente no grupo de trabalho, tanto maior a sua disposição 
de produzir;
• o comportamento social dos empregados se apoia totalmente no grupo. Os trabalhadores não 
reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros do grupo. O grupo que define a quota 
de produção e pune o indivíduo que sai das normas grupais.
• grupos informais – os pesquisadores de Hawthorne concentraram suas pesquisas sobre os aspectos 
informais da organização. A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta 
de diversos grupossociais informais. Esses grupos informais definem suas regras de comportamento, 
suas formas de recompensas ou sanções sociais, seus objetivos, sua escala de valores sociais, suas 
crenças e expectativas. Delineou‑se com essa teoria o conceito de organização informal.
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• As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre pessoas e grupos. 
Os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantêm‑se uma constante 
interação social. Relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelos contatos entre 
pessoas e grupos. Cada indivíduo é uma personalidade diferenciada que influi no comportamento 
e nas atitudes uns dos outros com quem mantém contatos. É exatamente a compreensão da 
natureza dessas relações humanas que permite ao administrador melhores resultados de seus 
subordinados.
• A importância do conteúdo do cargo. A maior especialização e, portanto, a maior fragmentação 
do trabalho não é a forma mais eficiente do trabalho. Mayo e seus colaboradores verificaram que 
a extrema especialização defendida pela Teoria Clássica não cria necessariamente a organização 
mais eficiente. Foi observado que os operários trocavam de posição para variar a monotonia, 
contrariando a política da empresa. Essas trocas eram negativas na produção, mas elevavam o 
moral do grupo.
• Ênfase nos aspectos emocionais. Os elementos emocionais não planejados e mesmo irracionais 
do comportamento humano passam a merecer atenção especial por parte de quase todas as 
grandes figuras da Teoria das Relações Humanas.
Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem passa a dominar o repertório 
administrativo: fala‑se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de 
grupo etc. Os princípios clássicos passam a ser duramente contestados. O engenheiro e o técnico cedem 
lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de 
grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo completamente diferente, pois o homo 
economicus cede lugar ao homem social. A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase 
nas pessoas.
A Teoria da Motivação procura explicar os porquês do comportamento das pessoas. Já na Teoria da 
Administração Científica, a motivação era entendida apenas pela busca do dinheiro e das recompensas 
salariais e materiais do trabalho.
A experiência de Hawthorne veio demonstrar que o pagamento, ou recompensa salarial, 
não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador. Elton Mayo e sua equipe passaram a 
chamar a atenção para o fato de que o homem é motivado por recompensas sociais, simbólicas, 
e não materiais. A compreensão da motivação do comportamento exige o conhecimento das 
necessidades humanas.
 Observação
Com a experiência de Hawthorne, Elton Mayo mostrou que o salário 
não é o único elemento na satisfação do colaborador, ou seja, a pessoa é 
motivada também por recompensas sociais e simbólicas. No entanto, faz‑se 
necessário conhecer os fatores que impactam nas necessidades humanas.
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A Teoria das Relações Humanas constatou a existência de certas necessidades humanas fundamentais:
a) necessidades fisiológicas – são as chamadas necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a 
sobrevivência do indivíduo. Exigem satisfação periódica e cíclica. As principais são as de alimentação, 
sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e de segurança física contra os perigos. A experiência de 
Hawthorne revelou que a Western Eletric desenvolvia uma política com relação ao seu pessoal que atendia 
plenamente às necessidades mais básicas dos empregados. Uma vez satisfeitas essas necessidades, elas 
passaram a não mais influenciar o comportamento deles. Desse modo, o comportamento passou a ser 
motivado por outras necessidades mais complexas: as necessidades psicológicas.
b) necessidades psicológicas – são necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas 
no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. As 
necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude.
c) necessidade de autorrealização – são produto da educação e da cultura e assim, como as 
necessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem vai procurando 
gradativamente maiores satisfações e estabelecendo metas cada vez maiores. A necessidade de 
autorrealização é a síntese de todas as outras necessidades. É o impulso de cada um realizar seu 
próprio potencial, de estar em contínuo autodesenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
A partir da Teoria das Relações Humanas, todo o acervo de teorias psicológicas acerca da motivação 
humana passou a ser aplicado dentro da empresa. Verificou‑se que todo comportamento humano é a 
tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento, visando à satisfação de 
uma ou mais necessidades.
 Saiba mais
Assista ao filme Tempos Modernos de Charles Chaplin, que retrata com 
clareza e bom humor as relações trabalhistas no passado.
1.1 O moral e a atitude
Segundo o dicionário Houaiss, moral significa “disposição de espírito para agir com maior ou 
menor vigor diante de circunstâncias difíceis”.
A literatura sobre o moral teve início com a Teoria das Relações Humanas. Trata‑se de um conceito 
abstrato, intangível, porém perfeitamente perceptível. É uma decorrência do estado motivacional, uma 
atitude mental provocada pela satisfação ou não das necessidades dos indivíduos.
O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identificação, aceitação fácil, 
entusiasmo e impulso em relação ao trabalho, em geral paralelamente a uma diminuição dos problemas 
de supervisão e de disciplina.
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1.2 Liderança
A Teoria Clássica não se preocupou virtualmente com a liderança e suas implicações. Com a Teoria 
das Relações Humanas, passou‑se a constatar a enorme influência da liderança informal sobre o 
comportamento das pessoas. A experiência de Hawthorne teve o mérito – entre outros – de demonstrar 
a existência de líderes informais que encarnavam as normas e expectativas do grupo e mantinham 
estrito controle sobre seu comportamento, ajudando os operários a atuarem como um grupo social 
coeso e integrado.
Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da 
comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos. Constitui um dos temas 
administrativos mais pesquisados e estudados nos últimos 50 anos.
As teorias sobre a liderança podem ser classificadas em três grandes grupos:
• teorias de traços de personalidade;
• teorias sobre estilos de liderança;
• teorias situacionais da liderança.
Teoria de traços de personalidade
É a mais antiga teoria a respeito da liderança. Um traço é uma qualidade ou característica da personalidade. 
Segundo essa teoria, o líder é aquele que possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem 
das demais pessoas por meio dos quais pode influenciar o comportamento das demais pessoas. A teoria 
dos traços parte do pressuposto de que certos indivíduos possuem uma combinação especial de traços de 
personalidade que podem ser definidos e utilizados para identificar futuros líderes potenciais.
Os traços mais comumente apontados foram:
a) físicos: energia, aparência e peso.
b) intelectuais: adaptabilidade, agressividade,entusiasmo e autoconfiança.
c) sociais: cooperação, habilidades interpessoais e habilidade administrativa.
d) relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa.
Teoria sobre estilos de liderança
Teoria que estuda a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação a seus 
subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder orienta sua conduta. Refere‑se àquilo que faz, o seu 
estilo de comportamento para liderar.
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Há três estilos de liderança: autoritária, democrática e liberal.
Autoritária: a ênfase é centrada no líder. Ele fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo, 
determina providências e técnicas para execução das tarefas.
Democrática: a ênfase é no líder e nos subordinados. As diretrizes são debatidas e decididas pelo 
grupo, estimulado e assistido pelo líder. O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para 
atingir o alvo.
Liberal: ênfase nos subordinados. Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, 
com participação mínima do líder.
Teoria situacional da liderança
Teoria que procura explicar a liderança dentro de um contexto bem mais amplo do que as teorias 
anteriormente apresentadas. Parte do princípio de que não existe um único estilo ou característica de 
liderança válida para toda e qualquer situação. Cada situação requer um tipo de liderança diferente para 
alcançar a eficácia dos subordinados.
A teoria situacional é mais atrativa ao gerente, uma vez que aumenta suas opções e possibilidades 
de mudar a situação para adequá‑la a um modelo de liderança ou, então, mudar o modelo de liderança 
para adequá‑lo à situação. Para essa teoria, o verdadeiro líder é aquele que é capaz de ajustar um grupo 
particular de pessoas sob condições extremamente variadas.
1.3 Comunicações
Com o desenrolar das consequências das experiências de Hawthorne e das experiências sobre 
liderança, os pesquisadores passaram a concentrar sua atenção nas oportunidades de ouvir e aprender 
em reuniões de grupo e notar os problemas das comunicações entre grupos de empresas.
Passou‑se a identificar a necessidade de elevar a competência dos administradores através 
do trato interpessoal, no sentido de adquirirem condições de enfrentar com eficiência os 
complexos problemas de comunicação, bem como de adquirir confiança e franqueza no seu 
relacionamento humano.
Nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas criou uma pressão sensível sobre a administração no 
sentido de modificar as habituais maneiras de dirigir as organizações.
O enfoque das relações humanas adquiriu certa imagem popular cujo efeito líquido foi compelir os 
administradores a:
a) assegurar a participação dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa;
b) incentivar maior franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos nas empresas.
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A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais:
• proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam conduzir‑se nas 
suas tarefas;
• proporcionar as atitudes necessárias que promovam motivação, cooperação e satisfação no cargo.
Esses dois propósitos, em conjunto, promovem um ambiente que conduz a um espírito de equipe e 
a um melhor desempenho nas tarefas.
Para a Teoria das Relações Humanas, a comunicação é importante no relacionamento entre as 
posições e no conhecimento e na explicação aos participantes inferiores das razões das orientações 
tomadas.
Redes de comunicação
Os padrões ou cadeias ou redes de comunicação têm sido extensamente pesquisados. Uma 
mensagem pode ser enviada de uma pessoa a outra dentro de várias alternativas de padrões ou canais 
de comunicação.
O estudo das redes de comunicação tentou inicialmente encontrar a melhor maneira de comunicar.
1.4 Organização informal
Existem padrões de relações na empresa que não aparecem no organograma. Encontramos 
amizades e antagonismos, indivíduos que se identificam com outros, grupos que se afastam de outros 
e uma grande variedade de relações no trabalho ou fora dele que constituem a chamada organização 
informal, que se desenvolveu a partir da interação imposta e determinada pela organização formal.
Os padrões informais de relações são extremamente diversos quanto à forma, ao conteúdo e 
à duração e nos mostram que nem sempre a organização social de uma empresa correspondente 
exatamente a seu organograma.
1.5 Dinâmica de grupo
Fundada por Kurt Lewin, a Escola da Dinâmica de grupo desenvolve uma proposição geral de que o 
comportamento, as atitudes, as crenças e os valores do indivíduo baseiam‑se firmemente nos grupos 
aos quais pertence.
Dinâmica de grupo é a soma de interesses dos componentes do grupo, que pode ser ativada por 
meio de estímulos e motivações, no sentido de maior harmonia e aumento do relacionamento.
As relações existentes entre os membros de um grupo recebem o nome de relações intrínsecas.
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O chefe deve estar atento às relações entre os componentes do grupo, procurar desenvolver o 
sentido de equipe, estimulando seus elementos ao respeito e à estima recíprocos. As reuniões periódicas, 
as palestras, as conversas informais com os componentes do grupo colaboram para que esses resultados 
sejam alcançados.
Segundo essa Escola, os grupos podem participar do processo de mudança em pelo menos três 
perspectivas diferentes, a saber:
a) O grupo como instrumento de mudança. Nessa perspectiva, o grupo aparece como fonte de 
influência sobre seus membros. Os esforços para mudar o comportamento podem encontrar 
apoio ou resistência do grupo sobre seus membros.
b) O grupo como meta de mudança. Nessa perspectiva, para mudar o comportamento de indivíduos, 
pode‑se tornar necessário mudar os padrões do grupo, seu estilo de liderança, seu ambiente 
emotivo etc. Muito embora a finalidade possa ser a mudança do comportamento de indivíduos, o 
grupo torna‑se a meta da mudança.
c) O grupo como agente de mudança. Certas mudanças de comportamento podem ser provocadas 
somente por meio de esforços organizacionais de grupos que atuem como agentes de mudança.
Uma vez compreendido que recursos humanos é um dos recursos geridos pela administração e que, 
desde o ano de 1800 com Robert Owen, a preocupação principal dos administradores se deu no sentido 
de aumentar a produtividade, podemos analisar o aspecto histórico da criação da área de recursos 
humanos.
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DO SURGIMENTO DA ÁREA DE RECURSOS 
HUMANOS
Marras (2000) explica que a área de recursos humanos surge por volta de 1903 na figura do chefe de 
pessoal, com a necessidade de registrar as horas trabalhadas, as faltas e os atrasos cometidos pelo funcionário 
para que, a partir desses registros, fosse possível desenvolver a folha de pagamento. Isto é, demonstrar 
qual era o valor devido ao funcionário e quais os descontos lhe seriam feitos e, consequentemente, 
contabilizá‑los. Assim como hoje nos é apresentado no “demonstrativo de pagamento”.
Contudo, o setor de recursos humanos da atualidade tem muito mais responsabilidade do que 
realizar os apontamentos de horas trabalhadas, as faltas e os atrasos. Atualmente, por força de lei, o 
departamento de recursos humanos deve executar inúmeras atividades, como as pré‑admissionais, as 
exigidas enquanto o colaborador pertencer ao quadro de funcionários e as atividades demissionais.
 Observação
Nos dias de hoje, a área de recursos humanos mostra‑sefundamental 
dentro da elaboração da estratégia da empresa.
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Dessa forma, mostra‑se importante compreender como se deu a evolução das atividades da área de 
recursos humanos. O quadro a seguir ilustra essa evolução.
Quadro 4 – Administração de recursos humanos – do operacional ao estratégico
Áreas de responsabilidade da função de pessoal
Chefe de pessoal Gerente de relação industrial Gerente de recursos humanos
Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 até 1999
Controle da frequência Controle da frequência Controle da frequência
Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho
Pagamentos Pagamentos Pagamentos
Admissões e demissões Admissões e demissões Admissões e demissões
Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT
Serviços gerais Serviços gerais
Medicina e higiene Medicina e higiene
Segurança patrimonial Segurança patrimonial
Segurança industrial Segurança industrial
Contencioso trabalhista Contencioso trabalhista
Cargos e salários Cargos e salários
Benefícios Benefícios
Recrutamento e seleção Recrutamento e seleção
Treinamento Treinamento
Avaliação de desempenho
Qualidade de vida
Desenvolvimento gerencial
Relações trabalhistas
Sindicalismo
Desenvolvimento organizacional
Estrutura organizacional
Fonte: Marras (2000).
Observa‑se que, até o ano de 1950, o profissional de recursos humanos era conhecido como chefe de 
pessoal e suas atividades se limitavam ao controle da frequência, a faltas ao trabalho, à elaboração da 
folha de pagamentos, a admissões e demissões e ao respeito às regras contidas na Consolidação das Leis 
de Trabalho – CLT. Importante ressaltar que a CLT é um Decreto‑lei de 1º. de maio de 1943, identificado 
como número 5.452. Ou seja, antes de 1943, o chefe de pessoal não tinha a responsabilidade de lidar 
com as regras da CLT.
De 1950 a 1970, suas atividades ganham relevância para a organização e ele passa a responder 
também por serviços gerais, medicina e higiene, segurança patrimonial, segurança industrial, contencioso 
trabalhista, cargos e salários, benefícios, recrutamento, seleção e treinamento.
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De 1970 a 1999, as atividades do chefe de pessoal passaram a incorporar avaliação de desempenho, 
qualidade de vida, desenvolvimento gerencial, relações trabalhistas, sindicalismo, desenvolvimento 
organizacional, estrutura organizacional.
Marra (2000) aponta que, em pesquisa realizada no ano de 1997 pela professora Marília Tose, 
da faculdade de Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, tendo como base a 
bibliografia acadêmica que utilizou na construção de sua dissertação de mestrado, destacaram‑se cinco 
fases na evolução do perfil profissional na área de recursos humanos.
O interessante desse estudo é que ele conseguiu caracterizar as cinco fases e suas respectivas épocas, 
como indicado a seguir.
Estratégica
De 1985 aos dias 
atuais
Administrativa
De 1965 a 1985
Tecnicista
De 1950 a 1965
Legal
De 1930 a 1950
Contábil
Antes de 1930
Figura 3
Na caracterização de cada fase, Marra (2000), referindo‑se à professora Tose, escreve que:
Na fase contábil, também chamada “pré‑histórica” por alguns autores, tinha‑se como preocupação 
a apuração dos custos da organização. Os trabalhadores eram considerados exclusivamente sob o 
enfoque contábil. Isto é, partia‑se da premissa que se comprava a mão de obra e, portanto, as receitas 
oriundas do trabalho desses colaboradores e as saídas representadas pelos salários que lhes eram pagos 
deveriam ser registradas pela contabilidade (MARRA, 2000).
A fase legal registra o surgimento da função do chefe de pessoal. Esse profissional vai preocupar‑se 
principalmente em atender os dispostos legais contidos na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, 
criadas por Getúlio Vargas. E, nesse momento, o controle efetivo da situação dos empregados, que ficava 
nas mãos dos chefes de produção, passa para o chefe de pessoal, que tinha como principal atividade 
dominar as regras e normas jurídicas impostas pela CLT (MARRA, 2000).
A fase tecnicista é a que alavanca a função de recursos humanos ao status de gerência e implanta no 
Brasil o modelo americano de gestão de pessoal. Foi nessa época que o presidente Juscelino Kubitschek 
implantou a indústria automobilística no país. Momento em que a área de RH passou a operacionalizar 
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serviços de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, 
benefícios e outros (MARRA, 2000).
A fase administrativa, denominada pela professora Tose como fase sindicalista, caracteriza as 
ações do movimento sindical. Nessa fase, o gerente de relações industriais, que executava as funções do 
pessoal, conforme demonstrado no quadro anterior, passa a chamar‑se gerente de recursos humanos 
(MARRA, 2000).
A fase estratégica, esclarece Albuquerque (apud MARRA, 2000), foi demarcada operacionalmente 
pelo início dos programas de planejamento estratégico, tomando como base as preocupações de longo 
prazo por parte do board 2 das empresas, que passou a entender que a posição gerencial de recursos 
humanos, portanto tática, era de importância relevante para o alcance das metas, reconhecendo‑a 
como diretoria, em nível estratégico nas organizações.
Uma vez compreendida a evolução da área de recursos humanos, vamos ponderar os elementos que 
a tornaram fundamentais para a estratégia da organização.
2.1 A importância estratégica da Gestão de Recursos Humanos
Como dito anteriormente, uma organização vale‑se de três tipos de recursos para a execução de 
suas atividades: materiais (equipamentos), humanos (pessoas) e monetários (capital).
Tendo como premissa maior a incumbência da administração de fazer coisas por meio das pessoas 
com o objetivo de obter o máximo de rentabilidade com o mínimo de custo possível, torna‑se imperioso 
reconhecer que as operações de recursos humanos ganham relevância imensa entre os recursos 
mencionados.
 Lembrete
Administração é realizar coisas por meio de pessoas, tendo por objetivo 
o máximo de rentabilidade com o mínimo de custo possível.
Dessa forma, devemos compreender todo o sistema de Administração de Recursos Humanos – ARH, 
que está estruturado em objetivos estratégicos, táticos e operacionais.
Já ressaltamos que os recursos humanos são um elemento fundamental para o funcionamento 
eficiente de uma empresa. Na atualidade, a maioria dos gerentes reconhece que a eficiência nessa área 
tem impacto decisivo no desempenho financeiro da empresa. O planejamento ineficaz dos recursos 
humanos pode resultar em contratações precipitadas, seguidas de despesas com altos custos decorrentes 
do pagamento de rescisões do contrato, despesas com treinamento, além de resultar na baixa motivação 
dos funcionários (GRIFFIN, 2007).
2 Board – conselho de administração.
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É importante salientar que os sistemas de remuneração mal planejados não atraem, preservam ou 
motivam bons funcionários. Outro ponto a se considerar são as práticas antiquadas de recrutamento, 
que podem expor a empresa a processos judiciais constrangedores e caros.
Na maioria das grandes empresas, é um vice‑presidente quem se reporta diretamente ao diretor‑geral, 
e muitas empresas estão elaborando planos estratégicos de recursoshumanos que serão integrados a 
outras atividades estratégicas de planejamento.
Ainda não ocorre, no Brasil, em grande escala, o fato de empresas de médio porte terem um gerente 
de recursos humanos e um departamento encarregado dessas atividades. Contudo, a responsabilidade 
pelas atividades é dividida entre o departamento de recursos humanos e os gerentes de linha.
Para caracterizar melhor essa fala, tenha em mente que o departamento de recursos humanos pode 
convocar e fazer uma triagem dos candidatos, mas a seleção final geralmente fica a cargo do gerente 
do departamento no qual o novo funcionário irá trabalhar.
Da mesma forma, o departamento de recursos humanos pode estabelecer políticas e métodos de 
avaliação de desempenho, mas a avaliação propriamente dita e o treinamento dos funcionários são 
feitos pelos seus superiores imediatos.
O reconhecimento da importância estratégica da Gestão de Recursos Humanos criou até mesmo 
uma nova terminologia que relata o compromisso das empresas com as pessoas. A expressão capital 
humano representando o investimento necessário para atrair, preservar e motivar uma força de 
trabalho eficiente.
 Resumo
A importância do estudo da área de recursos humanos para a 
administração data desde a Revolução Industrial. As organizações sempre 
estiveram preocupadas com a eficiência dos processos existentes ou em 
desenvolver novos processos que aumentassem a produtividade.
Nesse sentido, partindo da premissa de que o ser humano era produto 
do meio e, portanto, podia ser aperfeiçoado por ele, Robert Owen iniciou 
uma experiência em 1880, na Escócia. Owen ofereceu moradia, educação 
gratuita para as crianças e redução da jornada de trabalho de 14 para 12 
horas. Com essas mudanças, ele conseguiu um aumento da produtividade 
e, consequentemente, do lucro.
Por sua vez, o experimento realizado por Elton Mayo, em Chicago, na 
organização Western Eletric, possibilitou a constatação de que os colaboradores 
se sentem melhores quando a supervisão é menos rígida, pois isso resulta em 
menor ansiedade e torna o ambiente do trabalho mais divertido.
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A experiência de Mayo apurou ainda que os fatores psicológicos 
impactavam significativamente no comportamento dos colaboradores. 
O teórico evidenciou que existe na organização um grupo informal de 
colaboradores que estabelece regras próprias de conduta e, por vezes, essas 
regras são contrárias às estipuladas pela organização. Essa descoberta 
sinalizou a importância dos estudos sobre motivação e liderança.
Por fim, verificamos também como se deu o surgimento da área de 
recursos humanos, por volta de 1903 (MARRAS, 2000). Entretanto, naquela 
época o profissional da área limitava‑se ao apontamento das horas 
trabalhadas e das faltas dos colaboradores.
A nomenclatura gerente de recursos humanos surgiu somente na 
década de 1970, e a área de recursos humanos passou a integrar o board 
organizacional para participar da elaboração estratégica apenas a partir de 
1985.
 Exercícios
Questão 1. Analise a charge a seguir e reflita sobre os estilos de liderança estudados:
Fonte: <http://brokenjeff.blogspot.com>
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As afirmativas que se identificam com a personagem da charge são:
I – Liderança liberal: cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente para alcançar a 
eficácia dos subordinados.
II – Liderança democrática: as diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido 
pelo líder.
III – Liderança autocrática: é centrada no líder, que fixa as diretrizes com a mínima participação do 
grupo, determinando todas as providências, inclusive as técnicas.
IV – Liderança situacional: o líder tem uma equipe temporária, sendo que ora ele é líder, ora não é.
V – Liderança de projetos: o líder conta com profissionais especialistas e, por isso, centraliza as 
decisões para melhor conduzir os trabalhos, quando existem.
Está(ão) correta(s) apenas:
A) I e V.
B) II, IV e V.
C) III.
D) V.
E) I, II, III, IV e V.
Resposta correta: alternativa C.
Resolução do exercício
Afirmativa I – Incorreta.
Justificativa: a liderança liberal não consiste em ter para cada tipo de situação um tipo de 
liderança diferente para alcançar a eficácia dos subordinados; esse procedimento é adotado 
pela liderança situacional. Na liderança liberal, a ênfase é dada ao subordinado, havendo 
liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima, ou 
mesmo omissão completa, do líder.
Afirmativa II – Incorreta.
Justificativa: a liderança democrática confere aos subordinados liberdade completa para as decisões 
grupais ou individuais, com participação mínima do líder; porém, na charge, está clara a manifestação 
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da personagem principal em querer mandar e prevalecer como líder, intenção essa confirmada pela 2ª 
personagem da charge: “Acho que seu ego mandão está em crise existencial”.
Afirmativa III – Correta.
Justificativa: já que na charge está clara a manifestação da personagem principal em querer mandar 
e prevalecer como líder, intenção essa confirmada pela 2ª personagem da charge: “Acho que seu ego 
mandão está em crise existencial”, confirma‑se que se trata da liderança autocrática, centrada no 
líder, que fixa as diretrizes com a mínima participação do grupo, determinando todas as providências, 
inclusive as técnicas. É a forma de liderança de quem manda e quer ser obedecido, como afirma a 
personagem principal: “Não mando, logo não existo”.
Afirmativa IV – Incorreta.
Justificativa: a liderança situacional não é aquela em que o líder tem uma equipe temporária, 
sendo que ora ele é líder, ora não é. Essa situação é apresentada na charge e não caracteriza um tipo 
de liderança estudado. A liderança situacional consiste em ter para cada tipo de situação um tipo de 
liderança diferente para alcançar a eficácia dos subordinados.
Afirmativa V – Incorreta.
Na liderança de projetos, o líder conta com profissionais especialistas e multiespecialistas e, por 
isso, deve descentralizar o poder, dada a alta capacidade de tomada de decisão dos seus subordinados. 
Portanto, a afirmação de que o líder de projeto deve centralizar as decisões para melhor conduzir os 
trabalhos, quando existem, não é verdadeira.
Questão 2 (ENADE 2006, com modificações). O corte no tempo destinado à alimentação e ao 
repouso é visto pelas empresas como forma de aumentar a produtividade, com máquinas ociosas por 
menos tempo. Para o funcionário, é usado como moeda de troca. Para que o acordo seja interessante 
aos empregados, devem ser oferecidas vantagens como redução da jornada diária ou acréscimo de um 
dia de folga na escala.
A diretora do Sindicato dos Químicos do Estado de São Paulo, Célia dos Passos, afirma que a entidade 
incentiva a mudança quando há indícios de melhorias tanto na qualidade de vida dos trabalhadores 
como no desempenho das empresas.
Passos conta que, em uma fábrica de embalagens plásticas, a escala mudou de um dia de folga a 
cada seis trabalhados para dois dias de folga a cada seis trabalhados. Também houve reajuste salarial de 
cerca de 30%, além de novas contratações de funcionários.
“Nós fazemos um plebiscito com os trabalhadores dessa empresa a cada dois anos para 
a renovação da autorização do MTE e, toda vez, os funcionários optam pela intrajornada 
reduzida”, diz.
Os 45 minutos que o pintor Moisés Selerges, 44, tem para almoçar e descansarem uma fábrica 
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automotiva são considerados suficientes por ele. “A comida (da empresa) só não é melhor que a da 
minha mãe e a da minha mulher.”
A jornada de trabalho semanal do Sr. Selerges e de seus colegas é de 40 horas, mas, para ele, esse não 
é o motivo mais importante para apoiar a redução. “A fábrica é bem estruturada e dá boas condições 
para almoçarmos nos dois refeitórios que possui.”
Para administrar racionalmente e de forma orientada para resultados, em quais indicadores de 
qualidade de vida e bem‑estar dos trabalhadores o gestor se baseou para tomar suas decisões, na 
situação relatada?
I‑ Compensação justa e adequada – justiça na compensação
II‑ Fisiológico – local de trabalho
III‑ Uso e desenvolvimento de capacidades – autocontrole relativo
IV‑ Oportunidade de crescimento e segurança – perspectiva de avanço salarial
V‑ Sociológico – participação nas decisões
Analisando o texto e as afirmativas, estão corretas, somente:
A) II e V.
B) I, III e V.
C) III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V.
Resolução desta questão na plataforma.
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3 RECRUTAMENTO DE PESSOAL
O recrutamento de pessoal é uma atividade do sistema de administração de recursos humanos 
que consiste num conjunto de procedimentos com objetivo de atrair candidatos, em número, 
potencial e qualificação suficientes, para suprir as vagas existentes na organização. Tal atividade 
abastece, assim, o processo de seleção e pode ser realizada tanto internamente, ou seja, nos 
quadros existente na empresa, bem como externamente. É importante compreender como isso 
ocorre na prática.
O departamento que precisa do profissional, ou seja, que abriu a vaga, preenche um formulário que, 
na maioria das organizações, é denominado requisição de pessoal – RP. Nele, faz constar as características 
do profissional, os conhecimentos básicos necessários e outras informações complementares, por 
exemplo, idade, disponibilidade para viagens etc.
Uma vez preenchido o formulário (RP), este é submetido à chefia imediata para aprovação. Em 
seguida, é encaminhado ao departamento de recursos humanos para início do processo.
Marras (2000) ilustra a descrição feita anteriormente em termos de procedimentos de organização 
e métodos – O&M.
Emissão da RP 
pelo requisitante
Aprovação 
chefe 
imediato
Início do 
processo
Análise 
ARH
Figura 3
Como dito, o recrutamento pode dar‑se interna ou externamente. Os meios para proceder com o 
recrutamento são os apontados a seguir:
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Quadro 5 – Formas de recrutamento
Internamente Externamente
Funcionários da própria empresa Cartazes
Banco de dados interno Sindicatos
Indicações Associações
Cartazes Escolas
Universidades
Fornecedores
Clientes
Agências de emprego
Anúncios classificados
Consultorias
Headhunters
3.1 O processo de seleção
Uma vez recrutadas as pessoas que preenchem os requisitos contidos no formulário requisição de 
pessoal – RP, é necessário proceder com a seleção, ou seja, entre todos os candidatos requisitados, qual 
o mais completo para preencher a vaga. Os métodos mais utilizados são a entrevista e/ou a realização 
de testes.
Entrevista
Com a entrevista, procura‑se conhecer melhor o candidato. Por isso, pede‑se que fale sobre sua vida 
profissional, dando detalhes acerca de quantas empresas já trabalhou, quanto tempo ficou em cada uma 
delas, os motivos que o levaram a deixar a empresa ou a ser demitido da mesma. Além disso, pede‑se 
também que fale sobre sua vida familiar e social. O objetivo é perceber como se configura seu meio 
externo pessoal.
Teste
Os testes procuram identificar as aptidões do candidato e se essas se coadunam com as aptidões 
necessárias para a função a que está sendo selecionado. Normalmente, aplica‑se testes voltados para 
percepção da memória, inteligência e identificação do grau de atenção.
Em linhas gerais, os testes são:
• práticos;
• situacionais;
• psicológicos: de aptidão e de personalidade.
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Teste prático: objetiva avaliar o conhecimento específico, seja de pessoal horista (mecânicos, 
soldadores, eletricistas etc.), seja de pessoal mensalista (digitador, recepcionistas, contadores etc.).
Teste situacional: pretende expor o candidato a situações específicas da função que exercerá para 
avaliar a rapidez e a eficácia em seu desempenho.
Teste psicológico: permite avaliar características específicas do indivíduo no que se refere a aptidões 
mecânicas, mentais e visuais e ao perfil comportamental.
Uma vez selecionado, o candidato será encaminhado para submeter‑se ao exame médico admissional, 
que é realizado por um clínico geral e tem como objetivo verificar o estado de saúde geral do candidato 
e registrar seu histórico no prontuário médico da empresa. Os exames a serem feitos são os laboratoriais 
de sangue, urina e fezes, e uma radiografia do tórax.
Após a realização dos exames, se todos se mostrarem adequados, o candidato é encaminhado 
para admissão.
 Lembrete
Os candidatos devem dedicar atenção especial ao teste situacional, 
pois sua meta é expor o candidato a situações específicas da função que 
exercerá, a fim de que sejam avaliadas a rapidez e a eficácia no desempenho 
da atividade.
3.2 Admissão do empregado
Para efetivamente ser admitido, o candidato deve apresentar todos os documentos listados a seguir, 
a fim de que seja montada sua pasta‑dossiê.
a) Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. Nos termos do artigo 13 da CLT, é o documento 
obrigatório para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em 
caráter temporário.
b) Atestado de Saúde Ocupacional – ASO. Comprovante do exame médico realizado.
c) Cópia dos documentos pessoais: carteira de identidade – RG, cadastro de pessoa física – CPF, 
título de eleitor para os maiores de 18 anos, certificado de reservista ou alistamento militar, 
para brasileiros do sexo masculino na faixa etária de 18 a 45 anos, certidão de casamento, 
quando for o caso, certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos para recebimento 
de salário‑família.
d) Cópia do cartão da criança, que substituiu a carteira de vacinação para os filhos com idade 
até 7 anos.
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e) Cópia do comprovante de inscrição no PIS/Pasep.
f) Carteira Nacional de Habilitação para os empregados cuja função a ser exercida envolva a 
condução de veículos de propriedade da empresa.
g) Cópia da carteira de habilitação profissional expedida pelos Conselhos Regionais para os 
empregados que exercerem profissões regulamentadas, como OAB, Crea, Coren.
h) Cópia do registro de habilitação na Delegacia Regional do Trabalho – DRT, anotada na CTPS, para 
os que exercerem as profissões de agenciadores de propaganda, publicitários, jornalistas, atuários, 
técnicos de arquivos, radialistas, sociólogos, vigilantes bancários, secretárias executivas com curso 
superior e técnico de segurança do trabalho.
i) Cópia da carteira de identidade de estrangeiro – RNE.
j) Fotos (normalmente duas) para colar no livro de registro de empregados.
k) Em alguns casos, atestado de escolaridade.
Não é obrigatório,mas algumas empresas solicitam também o atestado de antecedentes criminais.
 Observação
As empresas não devem recusar a contratação de um profissional pelo 
fato de este ter promovido uma reclamação trabalhista anteriormente. 
Esse tipo de recusa pode levar a empresa à responder em juízo por 
danos morais.
É importante esclarecer que há, além dos documentos mencionados, algumas particularidades 
inerentes à contratação de alguns profissionais. Por exemplo, no caso de artistas, deve ser exigido 
atestado liberatório. Esse atestado é um termo expedido pelo empregador anterior declarando que o 
contrato de trabalho que mantinha com o artista que está sendo contratado foi rescindido.
Com os documentos necessários para o registro do empregado em mãos, é importante saber como 
regularizar esse registro.
3.3 Regularização do registro do empregado
Para formalizar a contratação do empregado, deve‑se proceder com a rotina exposta a seguir:
• I – preencher o livro ou a ficha de registro de empregados com os dados contidos na documentação 
entregue pelo mesmo. Proceder com o registro na carteira de trabalho, que deverá ser devolvida 
ao funcionário no prazo máximo de 48 horas;
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• II – emitir e solicitar que seja assinado pelo empregado e pela empresa o contrato de trabalho. 
Ressalta‑se que, se houver cláusulas específicas, as mesmas deverão ser também anotadas na 
carteira de trabalho;
• III – preencher a ficha de salário‑família para os filhos menores de 14 anos;
• IV – se for comum a prática de horas extras, preencher o acordo de prorrogação de horas;
• V – caso haja na empresa a prática de compensação de horas de trabalho (banco de horas), pedir 
ao funcionário que assine a anuência com o termo celebrado entre a empresa e o sindicato;
• VI – preencher a declaração de dependentes para efeitos de informe ao Imposto de 
Renda. Isso para o caso de o empregado auferir rendimentos sujeitos à retenção de 
valores na fonte;
• VII – providenciar o cartão de ponto, ou preparar a folha no livro de ponto destinada ao 
preenchimento de horário pelo empregado. Nos casos em que o trabalho executado for externo, 
providenciar controle de ponto externo;
• VIII – preencher a ficha referente ao Programa Controle Médico de Saúde Ocupacional – 
PCMSO. É nessa ficha que se registra a ocorrência dos exames médicos de rotina, bem como 
o acompanhamento do quadro clínico do empregado. O PCMSO deve incluir, entre outros, a 
realização obrigatória dos exames médicos: a) admissional; b) periódico; c) de retorno ao trabalho; 
d) de mudança de função; e) demissional;
• XIX – apurar se o empregado já figura cadastrado no Programa de Integração Social – PIS. Caso 
não esteja, providenciar o cadastro;
• X – conferir se o empregado admitido já recolheu a contribuição sindical no emprego anterior. 
Caso o recolhimento já tenha sido feito, anotar no livro ou na ficha de registro de empregados. Na 
ausência do recolhimento, haverá o desconto.
É importante salientar que a empresa tem a obrigação de informar todos os meses ao Ministério do 
Trabalho as admissões, as demissões ou transferências de empregados. A comunicação é realizada por 
intermédio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged. A seguir, explica‑se de forma 
pormenorizada como acessar esse cadastro pela internet.
Outro ponto a ser considerado é aquele que se refere à contratação de estrangeiros.
Cuidados para o registro de pessoa estrangeira
A Lei que permite a contratação de estrangeiros é a de nº 6.815. Disciplina que somente poderão ser 
contratados os estrangeiros que possuírem visto permanente ou temporário.
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No caso do estrangeiro detentor do visto permanente, não há problema conquanto o mesmo goze de 
todos os direitos garantidos aos brasileiros. No caso do visto temporário, somente poderão ser admitidos 
os estrangeiros que entrarem no Brasil na condição de artista ou desportista; cientista, professor, técnico 
ou profissional de outra categoria, sob o regime de contrato por tempo determinado ou a serviço do 
governo brasileiro.
3.4 Livros obrigatórios a serem mantidos na empresa
A empresa obrigatoriamente deve manter em suas instalações, à disposição da fiscalização do 
Ministério do Trabalho, os seguintes livros:
• livro de registro de empregados;
• livro de inspeção do trabalho;
• livro de registro de horário: cartão, livro de ponto ou registro magnético.
Livro de registro de empregados
O artigo 41 da CLT determina a obrigatoriedade de o empregador ter o registro de seus respectivos 
trabalhadores. Para isso, pode valer‑se de livros, fichas ou de sistema eletrônico. Os registros devem ser 
mantidos na empresa à disposição do fiscal do trabalho.
Nesse livro, deverão constar todos os dados relativos ao empregado, como sua admissão, férias, 
casos de acidentes e todas as circunstâncias que interessam à proteção do trabalhador.
 Lembrete
Como o registro é uma determinação legal, o empregador não poderá 
alegar em sua defesa que não registrou o empregado porque este estava 
em período de experiência, pois desde o primeiro dia na organização o 
empregado já deve estar devidamente registrado.
Livro de inspeção do trabalho
A Portaria nº 3.158, de 18 de maio de 1971, em seu artigo primeiro, faz constar: “ficam as 
empresas ou empregadores sujeitos à inspeção do trabalho obrigados a manter um livro de 
Inspeção do Trabalho....” (Livro de Inspeção do Trabalho). O parágrafo 1º, do artigo 628 da CLT, 
dispõe sobre o mesmo assunto. O parágrafo 2º, por sua vez, esclarece que, nesse livro, quando 
da visita do agente da inspeção à empresa, deverão ficar registradas a data e o horário de 
início e de término de sua inspeção, todas as irregularidades verificadas e as exigências feitas, 
com os respectivos prazos para seu atendimento, e, de modo legível, os elementos de sua 
identificação funcional.
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Livro ou relógio‑ponto
A marcação de ponto é obrigatória para empresas com mais de 10 (dez) funcionários. Consiste em 
apontar o horário de entrada, saída e o intervalo para repouso e deve ser realizada de forma mecânica 
ou eletrônica, ou ainda em forma manuscrita em livro‑ponto.
3.5 Outras exigências legais
Quadro de horário de trabalho
O quadro de horário de trabalho é obrigatório, devendo a empresa afixá‑lo em local visível. A 
Portaria do Ministério do Trabalho – MTB nº. 3.088, de 28 de abril de 1980, criou o quadro de horário 
de trabalho simplificado, que permite relacionar os empregados de uma mesma seção que cumpram a 
mesma jornada e horário.
É importante ressaltar que menores de 18 anos devem ser relacionados em quadro específico e 
apartados dos demais empregados, denominado quadro de horário de trabalho de menores.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa
Todas as empresas, públicas ou privadas, que empreguem funcionários regidos pela CLT, nos 
termos do artigo 163 de diploma legal, são obrigadas a manter uma Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes – Cipa.
O objetivo da comissão é apurar e relatar os riscos existentes no ambiente de trabalho, bem 
como solicitar medidas corretivas para eliminá‑los. Sua missão é a preservação e a integridade 
física dos empregados.
Para desempenhar essa missão, a comissão realiza campanhas de conscientização para utilização 
dos equipamentos de proteção individual e treinamentos para que todos observem as áreas de riscos 
da organização.Quando se dá o processo eleitoral, a Norma Regulamentadora número 5 – NR 5 – disciplina quais 
são as atribuições da Cipa e como é o treinamento necessário para os componentes dessa comissão, que 
é formada por funcionários.
Uma parte é indicada pela empresa e outra, em igual número de componentes, é eleita pelos próprios 
funcionários. O presidente da Cipa é uma pessoa escolhida pelo empregador. Ressalta‑se que a Cipa é 
um órgão que não está subordinado a nenhuma área ou funcionário da empresa.
O mandato da comissão será de um ano, sendo permitida uma reeleição.
Os componentes eleitos pelos funcionários para a Cipa, nos termos do artigo 10, inciso II, das 
Disposições Transitórias, ficam impedidos de serem demitidos, desde o registro de sua candidatura 
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até um ano após o final de seu mandato. Por isso é que se afirma que um participante da Cipa tem 
imunidade de dois anos.
Vale‑transporte
A Lei nº. 7.418, de 16 de dezembro de 1985, assegurou ao empregado o direito ao vale‑transporte, ou 
seja, o ressarcimento de parte do valor gasto para deslocamento de sua residência até o local do trabalho.
No início de cada mês, o trabalhador recebe da empresa um recibo, passes, tíquetes ou fichas 
adquiridas junto às empresas de transportes coletivos. No caso da cidade de São Paulo, o vale‑transporte 
é fornecido mediante o sistema de carregamento de bilhete único. Do total fornecido em tíquetes, fichas 
ou carregamento do bilhete único, a empresa poderá descontar o limite de 6% do valor gasto com 
transporte da folha de pagamento do empregado.
Além disso, a empresa não poderá pagar o vale‑transporte diretamente ao empregado em forma 
de numerário.
Cumprimento ao acordo ou dissídio coletivo
Empresas, assim como empregados, são representadas pelos seus sindicatos. Diz‑se sindicato patronal 
aquele que defende os interesses das empresas, e sindicato dos empregados aquele que defende os 
interesses dos empregados.
Toda classe trabalhadora possui um determinado mês para reajuste de seus salários. Nessa ocasião, 
na maioria das vezes, a pretensão dos empregados não coincide com a intenção das empresas. Quando 
ocorre essa discordância entre o que a empresa propõe e o que os empregados desejam, instaura‑se o 
dissídio, ou seja, as controvérsias que serão, no primeiro momento, discutidas pelos sindicatos, patronal 
e de empregados, até chegarem a um consenso, que se aplicará a todas as empresas da categoria. Nesse 
caso, o acordo é formalizado e enviado para homologação do Tribunal Regional do Trabalho.
Quando não se alcança o acordo, as controvérsias são submetidas à Justiça do Trabalho que, se 
sentenciar uma decisão, esta valerá para toda a categoria.
É importante ressaltar que a Reforma Trabalhista trouxe algumas alterações. O Acordo Coletivo e a 
Convenção Coletiva possuem força normativa em face da própria legislação nos termos do artigo 611‑A.
O artigo 611‑A traz um rol de direitos que poderão ser negociados livremente. Por exemplo:
• pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
• banco de horas anual;
• intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a 
seis horas;
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• adesão ao Programa Seguro‑Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015.
Ao todo são quinze itens de livre negociação.
Já o artigo 611‑B ratifica o disposto na Constituição Federal, vedando a livre negociação e direitos 
constitucionais dos itens nele relacionados.
Além disso, agora é possível realizar acordos trabalhistas individuais. Ou seja, a CLT está buscando 
prestigiar a negociação direta entre empregados e empregadores. Contudo, esses acordos também 
deverão respeitar os direitos constitucionais e assegurar que o empregado não sofra nenhum prejuízo, 
uma vez que deve prevalecer o equilíbrio na relação trabalhista.
Por exemplo, o limite de jornada mensal é de 220 horas, o que equivale a 44 horas semanais ou 
8 horas diárias. Esse limite não pode ser excedido, mas pode ser compensado de forma diferente: é 
possível firmar um acordo e trabalhar 10 horas de segunda a quinta feira e sair mais cedo na sexta.
Antes, esse tipo de acordo só poderia ser coletivo, agora pode ser individual.
 Saiba mais
Veja as alterações da Reforma Trabalhista no Direito Material – 
Lei 13.467/17, e a Medida Provisória 808/2017, em:
BRASIL. Lei 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto‑Lei no 5.452, de 1º de maio de 
1943, e as Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 
1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas 
relações de trabalho. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015‑2018/2017/lei/L13467.htm>. Acesso em: 23 jan. 2018.
3.6 Da penalidade por falta de registro
O artigo 41 da CLT impõe a todas as empresas a obrigatoriedade do registro dos respectivos 
trabalhadores. Para tanto, poderá valer‑se de livro, fichas ou sistema eletrônicos. 
A punição que as empresas recebem quando deixam de registrar um funcionário é proporcional ao 
porte da companhia: maior para as de médio e grande porte.
Isso porque o projeto de lei 6787/2016 modifica a forma de cálculo de multas administrativas por 
infração trabalhista, além da falta de anotações obrigatórias, alterando o atual artigo 47 da CLT. O 
projeto ainda insere outro artigo (47‑A) à CLT, determinando nova multa, em valor elevado, para o caso 
de não registro na empresa das informações de anotações na CTPS do trabalhador.
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Com a penalização proporcional ao porte da companhia, para as firmas maiores a multa passa a ser 
de R$ 3.000,00 por empregado, acrescida de igual valor em cada reincidência, sem o benefício da dupla 
visita. Já para micro e pequenas empresas, a penalidade é fixada em R$ 800,00.
No caso de descumprimento das demais obrigações referentes ao registro do empregado, como 
anotação em livros, fichas ou sistemas eletrônicos, a multa será de R$ 600 por empregado prejudicado e 
a aplicação da multa prevista pelo art. 47 da CLT dispensa o critério da dupla visita prevista no art. 627 
da CLT, ou seja, o fiscal do Ministério do Trabalho poderá aplicar a multa no ato da primeira fiscalização.
 Observação
Os modelos de formulários apresentados a seguir objetivam familiarizar 
o aluno com cada um deles. Salientamos, no entanto, que, embora as 
informações sejam sempre as mesmas, o formato poderá ser diferente.
3.7 Modelos da documentação a ser preenchida pela empresa
Ficha de registro de empregador
Figura 4 – Ficha de registro de empregador
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Ficha do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
Figura 5 – Ficha do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged
A Lei nº. 4.923/1965 determina que as empresas registrem e comuniquem a admissão, transferência 
e demissão de seus empregados ao Ministério do Trabalho até o dia 7 seguinte à ocorrência. Para 
realizar a comunicação, a empresa deverá utilizar o site <www.mte.gov.br>, no qual encontrará o 
aplicativo Caged.
Importante registrar que a entrega do arquivo Caged fora do prazo legal sujeitará a empresa ao 
pagamento demulta de 4,2000 a 12,6000 UFIRS por empregado. O arquivo gerado deverá ser enviado 
ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE via internet ou entregue em pen drive nas Delegacias 
Regionais do Trabalho e Emprego.
O comprovante de entrega será o protocolo emitido pela internet. A empresa deverá manter 
arquivados a cópia do arquivo, o recibo de entrega e o extrato da movimentação processada pelo prazo 
de 36 meses, sendo que a data para início da contagem desse prazo é a do envio.
O extrato de movimentação processada fica disponível para impressão a partir do dia 20 de cada 
mês, no endereço eletrônico mencionado anteriormente, escolhendo a opção Caged.
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Ficha de salário‑família
Figura 6 – Ficha de salário‑família
Declaração de dependentes
Imposto de renda na fonte
Nome: RG:
Função: Matrícula:
Estado civil: Nascimento:
Figura 7 – Declaração de dependentes
Podem ser dependentes, para efeito do Imposto de Renda:
Podem ser dependentes, para efeito do imposto sobre a renda:
1 ‑ companheiro(a) com quem o contribuinte tenha filho ou viva há mais de 5 anos, ou cônjuge;
2 ‑ filho(a) ou enteado(a), até 21 anos de idade, ou, em qualquer idade, quando incapacitado física 
ou mentalmente para o trabalho;
3 ‑ filho(a) ou enteado(a), se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola 
técnica de segundo grau, até 24 anos de idade;
4 ‑ irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a), sem arrimo dos pais, de quem o contribuinte detenha 
a guarda judicial, até 21 anos, ou em qualquer idade, quando incapacitado física ou 
mentalmente para o trabalho;
5 ‑ irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a), sem arrimo dos pais, com idade de 21 anos até 24 anos, se ainda 
estiver cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau, desde 
que o contribuinte tenha detido sua guarda judicial até os 21 anos;
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6 ‑ pais, avós e bisavós que, em 2013, tenham recebido rendimentos, tributáveis ou não, até 
R$ 20.529,36;
7 ‑ menor pobre até 21 anos que o contribuinte crie e eduque e de quem detenha a guarda judicial;
8 ‑ pessoa absolutamente incapaz, da qual o contribuinte seja tutor ou curador.
Atenção:
A inclusão na declaração de um dependente que receba rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste 
anual, de qualquer valor, obriga que sejam incluídos tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual do 
declarante. No caso de dependentes comuns e declaração em separado, cada declarante pode deduzir os 
valores relativos a qualquer dos dependentes comuns, desde que nenhum deles conste simultaneamente 
na declaração do outro declarante.
É obrigatória a informação do número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) para 
dependente com dezoito anos ou mais, completados até 31 de dezembro de 2012.
Filho de pais separados:
I – o contribuinte pode considerar como dependentes os filhos que ficarem sob sua guarda, em 
cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. Nesse caso, deve oferecer à 
tributação, na sua declaração os rendimentos recebidos pelos filhos, inclusive a importância recebida do 
ex‑cônjuge a título de pensão alimentícia;
II – o filho somente pode constar como dependente na declaração daquele que detém a sua 
guarda judicial. Se o filho declarar em separado, não pode constar como dependente na declaração 
do responsável;
III – o responsável pelo pagamento da pensão alimentícia pode deduzir o valor efetivamente pago 
a este título, sendo vedada a dedução do valor correspondente ao dependente, exceto no caso de 
separação judicial ocorrida em 2013, quando podem ser deduzidos, nesse ano, os valores relativos a 
dependente e a pensão alimentícia judicial paga.
Relação homoafetiva:
O contribuinte pode incluir o companheiro, abrangendo também as relações homoafetivas, como 
dependente para efeito de dedução do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, desde que tenha vida 
em comum por mais de 5 (cinco) anos, ou por período menor se da união resultou filho (Parecer PGFN/
CAT nº 1.503/2010, de 19 de julho de 2010, aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda em 26 de 
julho de 2010); (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 35; Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, 
alterada pela Lei nº 12.469, de 26 de agosto de 2011, art. 2º e 3º; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 
1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 77, § 1º; Instrução Normativa SRF nº 15, 
de 6 de fevereiro de 2001, art. 38). 
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Dados do dependente
Nome Grau de parentesco Data de nascimento
Assumo inteira responsabilidade pela exatidão das informações contidas nesta declaração e comprometo‑me a 
comunicar qualquer alteração que venha ocorrer.
_________________________________________
Assinatura do Servidor
Figura 8
 Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto, consulte o site <www.receita.fazenda.
gov.br> e a Lei nº 9.250.
Contrato de trabalho
Assim dispõem a CLT em seu artigo 443:
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou 
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou 
indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.
§ 1º ‑ Considera‑se como de prazo determinado o contrato de trabalho 
cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços 
especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de 
previsão aproximada
§ 2º ‑ O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação 
do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório
c) de contrato de experiência.
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§ 3o Considera‑se como intermitente o contrato de trabalho no qual 
a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo 
com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, 
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de 
atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, 
regidos por legislação própria (BRASIL, 2017).
Veja que, novamente, o legislador prestigia o acordo entre as partes. Quando se fala de contrato 
tácito, a lei refere‑se ao contrato verbal, aquele em que as cláusulas foram criadas pelo exercício 
do labor.
Obviamente que, se a empresa não registra, ela será penalizada; o que a lei busca é garantir que, 
mesmo que o contrato não seja por escrito, o empregado não poderá ser penalizado, sendo garantido 
o previsto em lei.
Em relação à duração do contrato, existem agora três possibilidades:
• contrato indeterminado;
• contrato determinado;
• contrato intermitente.
O contrato indeterminado é aquele que se mantém no tempo, não há uma previsão de fim. Quando 
as partes decidem rescindir, fazem a comunicação através do aviso prévio.
Já os contratos determinados possuem o período pré‑determinado, início e fim. É a situação do 
contrato transitório e de experiência.
No caso do transitório, deve‑se levar em conta o caráter da transitoriedade:
• substituição de um emprego: contratar para uma função que terá uma necessidade por um 
período, por exemplo, pintor, pedreiro;
• a empresa é que irá existir por um determinado período, exemplo: eventos como Fórmula 1, 
carnaval etc.
Nesses casos, o contrato será de no máximo dois anos,podendo ser renovado uma vez, por exemplo: 
12 meses/12 meses, 18 meses/6 meses.
Experiência é o período no qual o empregado está conhecendo a empresa e a empresa conhecendo 
o empregado. O período máximo é de 90 dias, podendo ser renovado uma vez. Exemplo: 45/45; 30/60.
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A nova modalidade é o contato intermitente. Ele possui todas as características de contrato: é 
registrado, tem subordinação, recebe pagamento, mas não é contínuo. Ocorre em alternâncias de 
períodos: períodos inativos e períodos ativos.
Esses períodos podem ser em horas, dias, semanas ou meses. O que será levado em consideração é a 
função do empregado e a atividade do empregador.
Vamos imaginar a seguinte situação: você trabalha em um RH, dentre as inúmeras funções do 
departamento existe a necessidade do fechamento das folhas de pagamento e dos recolhimentos 
de encargos.
O fechamento da folha de pagamento e dos encargos é realizado uma vez ao mês. Hipoteticamente, 
no caso de uma grande empresa, esse trabalho demanda cinco dias.
Neste caso, você irá trabalhar para a empresa nestes cinco dias. No restante, você estará inativo. Se 
quiser, pode trabalhar para outra(s) empresa(s), que também deverá(ão) efetuar o seu registro.
Veja que o contrato prevê a livre estipulação. No caso acima, todos os meses, a empresa necessitará 
dos seus serviços no mesmo período, mas podem ocorrer situações em que a necessidade surja em 
períodos em que não há como prever.
Neste caso, o empregador deverá convocar o empregado, com três dias de antecedência. No ato, 
deverá informar qual será a jornada, assim o empregado pode se programar. Recebida a convocação, o 
empregado terá o prazo de um dia útil para responder; caso ele não responda, presume‑se que recusou. 
O empregado tem a liberdade de recusar sem sofrer nenhuma penalidade.
Entretanto, caso tenha aceitado e não compareça por um justo motivo, deverá pagar uma multa de 
50% da remuneração devida.
No caso de pagamento, a forma também é diferente. Ao final de cada período de prestação, irá receber:
• remuneração;
• férias proporcionais com acréscimo de terço;
• décimo‑terceiro salário proporcional;
• repouso semanal remunerado; e
• adicionais legais.
Ou seja, não ficarão resíduos, recebendo todos os direitos de uma vez. O empregador também deverá 
recolher o FGTS.
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No final de 12 meses, o empregado deverá usufruir das férias, não podendo ser convocado pela 
empresa. Mas, lembre‑se, o empregado já recebeu! Caso preste serviços para outras empresas, o período 
de férias, em cada uma delas, poderá ser diferente.
Contrato de estágio
A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, regula a contratação de estudantes de Ensino Médio e Superior.
Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa 
à preparação para o trabalho produtivo de estudantes. O estágio integra o itinerário formativo do 
estudante e faz parte do Projeto Pedagógico do Curso (art. 1º e seu § 1º da Lei 11.788/2008).
O estágio não caracteriza vínculo de emprego de qualquer natureza, desde que observados os 
requisitos legais, não sendo devidos encargos sociais, trabalhistas e previdenciários (art. 3º e 15 da Lei 
nº 11.788/2008).
I – matrícula e frequência regular do educando público‑alvo da lei;
II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a 
Instituição de Ensino; e
III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no termo de 
compromisso (art. 3º, incisos I, II e III da Lei nº 11.788/2008).
Contrato de aprendizagem
O artigo 428 da CLT disciplina que o contrato de aprendizagem deverá ser elaborado por escrito e 
não ultrapassar o período de dois anos. Determina também que o salário não será inferior ao salário 
mínimo. Além disso, a idade do aprendiz deverá figurar no interregno entre 14 e 24 anos, desde que ele 
esteja inscrito em programa de aprendizagem e formação técnico‑profissional.
Para o contrato de aprendizagem ser válido nos termos do parágrafo 1º. do artigo 428, pressupõe‑se 
a anotação, na Carteira de Trabalho e Previdência Social, da matrícula e frequência do aprendiz à escola – 
caso este ainda não tenha concluído o Ensino Fundamental – e a inscrição em programa de aprendizagem 
desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico‑profissional metódica.
O artigo 429 da CLT determina que estabelecimentos de qualquer natureza empreguem e matriculem 
nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente entre 5% (no 
mínimo) e 15% (no máximo) do número de trabalhadores existentes em cada estabelecimento cujas 
funções demandem formação profissional.
Na prática, esse dispositivo se aplica mais à indústria, que oferece muitas funções cujos profissionais 
são treinados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai.
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O Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio – Senac também oferece vários cursos; 
todavia, embora esteja cometendo uma violação legal, o comércio ainda não respeita o percentual de 
contratações mencionado.
4 REMUNERAÇÃO
A remuneração é a contraprestação paga, pelo empregador, ao empregado, pelo trabalho 
desempenhado. Sua previsão está no artigo 457 da CLT.
Ela é composta DE:
• Salário: que é a importância fixa, básica, que nunca pode ser inferior ao salário mínimo.
• Adicionais: 
— horas extras;
— adicional noturno;
— insalubridade;
— periculosidade;
— penosidade.
• Gorjetas.
• Gratificações legais.
• Comissões.
A reforma trabalhista alterou também as seguintes definições:
Mesmos que sejam pagas de forma habitual (constantemente) as importâncias, limitadas a 50% da 
remuneração mensal, a título de:
• Ajuda de custo.
• Auxílio‑alimentação.
• Diárias para viagem.
• Prêmios.
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Não integram a remuneração do empregado significa dizer que não irão incidir para os cálculos das 
horas extras, férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS e verbas rescisórias, além de não incidirem na base de 
cálculo previdenciário.
A definição de gorjeta também foi alterada: além do valor pago espontaneamente pelo cliente, 
considera‑se o valor cobrado pela empresa, a título de serviço ou adicional.
A forma de rateio deverá ser definida por Acordo ou Convenção Coletiva, mas, caso não tenha 
ocorrido, poderá ser definida pelo conjunto de empregados.
Os prêmios podem ser pagos de forma individual ou coletiva, por mérito, e também não irão integrar 
a remuneração.
É importante frisar que a lei também reconhece como salário, além do pagamento em dinheiro, 
outras utilidades como:
• alimentação;
• habitação;
• vestuário;
• além de outras prestações in natura.
Pense na situação de um zelador, de um caseiro, a moradia é considerada parte integrando do 
salário. Eles são obrigados a morar no trabalho.
Os valores referentes à habitação e moradia não podem exceder, respectivamente, 25% e 20% do 
salário contratual.
Algumas empresas, além das obrigações legais, pagam outros benefícios aos empregados. O § 2º 
do artigo 458 afirma que esses valores não serão considerados como salário e, dessa forma, não irão 
integrar a remuneração, são eles:
• Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aosempregados e utilizados no local de 
trabalho, para a prestação do serviço.
• Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores 
relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático.
• Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por 
transporte público.
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• Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro‑saúde.
• Seguros de vida e de acidentes pessoais; previdência privada; o valor correspondente ao vale‑cultura.
4.1 Formatos para o pagamento de salários
Os formatos mais comuns para a realização dos pagamentos são o semanal, o quinzenal ou o mensal. 
O formato escolhido para pagamento pela empresa constará no contrato de trabalho assinado entre 
empregador e empregado, bem como em sua Carteira de Trabalho.
É importante observar que o critério adotado para fixar o salário não se refere ao intervalo com 
o qual se paga o empregado, que pode, por exemplo, ter a base de cálculo em horas (horista) e, no 
entanto, receber mensalmente. Perceba que a base do cálculo é a hora; porém, o pagamento é mensal.
Salário mensal
É a remuneração paga estimado o período de apuração de 30 dias. Registre‑se que o sábado é tido 
como dia útil. O valor do salário apurado no mês deve ser pago até o quinto dia útil do mês seguinte. 
Outro ponto é o fato de que o mês sempre será considerado como tendo 30 dias, independentemente 
se tiver 28, 29 ou 31 dias.
Salário quinzenal
É a remuneração paga considerando o período de 15 dias. Nesse caso, o pagamento deve ser realizado, 
no máximo, até o quinto dia útil da quinzena seguinte.
Salário semanal
É a remuneração paga considerando o período de apuração de uma semana. O pagamento deve ser 
realizado, no máximo, até o quinto dia útil da semana seguinte.
4.2 Valor da hora extra
O artigo 58 da CLT determina que a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer 
atividade privada, não excederá oito horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Contudo, a Constituição Federal fixa o limite de horas semanais trabalhadas em 44 horas. Como dito 
no item salário mensal, o sábado é considerado como dia útil; logo, o cálculo para saber qual a duração 
normal de trabalho deve ser o seguinte: 44 horas/6 dias, que resulta em 7 horas e 20 minutos por dia, ou 
seja, 44/6 = 7,33 horas; logo, 7 horas e 0,33 de uma hora, que corresponde a 60 minutos. 0,33 x 60 = 20. 
Logo, se multiplicarmos 20 minutos por 6 dias, obteremos o total de 120 minutos, que corresponde a 2 
horas. Multiplicando 7 horas por 6 dias, obteremos 42 horas. Dessa forma, 42 + 2 resulta nas 44 horas 
semanais. Dessa forma, o número de horas trabalhadas por dia é 7 horas e 20 minutos, e não como a 
doutrina equivocadamente apregoa, 7 horas e 33 minutos.
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Em relação à jornada de trabalho, a reforma trabalhista trouxe mais algumas previsões.
Havia muita confusão em relação ao tempo despendido entre a casa/trabalho e vice‑versa, 
principalmente quando a empresa fornecia o transporte. Agora o artigo 58, em seu §2º deixe claro que 
somente será considerada jornada de trabalho o período em que o empregado está laborando em seu 
posto de trabalho.
Por exemplo, se você vai trabalhar de transporte fretado, fornecido pela empresa, esse deslocamento 
não será considerado tempo à disposição do empregador.
O artigo 58 A fala ainda do regime de trabalho de tempo parcial. Essa modalidade não pode 
ultrapassar trinta horas semanais. Neste caso, não poderão ser realizadas horas extras.
Caso a jornada seja de até 26 horas semanais, poderão ser realizadas no máximo 6 horas 
extras semanais.
A forma de remuneração dessa modalidade de jornada será proporcional ao número de horas 
laborado, e as horas extras serão acrescidas do percentual de 50%.
Outra mudança importante é que a jornada de trabalho poderá ser objeto de acordo individual de 
trabalho. Empregado e empresa poderão pactuar a jornada que melhor atenda aos interesses de ambos, 
mas dentro do limite constitucional de 220 horas mensais.
Contudo, o pagamento das horas extras será devido, caso não haja compensação dessas horas. 
Essa compensação será fruto de acordo coletivo ou individual. Mas, não ocorrendo a compensação, o 
pagamento do adicional de horas extra, de acordo com a CLT, é de 50%.
4.3 Salários adicionais
Adicional noturno
O parágrafo 2º do artigo 73 da CLT esclarece que é considerado noturno o trabalho executado entre 
as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, sendo que a hora noturna possui a duração de 52 
minutos e 30 segundos.
Além de ter duração menor que a hora normal, a hora noturna deve ter um acréscimo mínimo de 
20% em seu valor.
Adicional de insalubridade
A insalubridade é tratada pela CLT no artigo 189, no qual se considera como atividade ou 
operação insalubre aquela que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponha o 
empregado a agente nocivo à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza 
e da intensidade do agente e do tempo de exposição a seus efeitos.
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O artigo 190 aponta que o Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações 
insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de 
tolerância aos agentes agressivos, os meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado 
a esses agentes.
A partir de uma pré‑classificação, o artigo 192 determina o pagamento de 40%, 20% ou 10% do 
salário mínimo, respectivamente à exposição máxima, média ou mínima do empregado ao agente nocivo.
Adicional de periculosidade
A Consolidação das Leis do Trabalho define no artigo 193 o que entende como atividade ou 
operação perigosa, dispondo ser aquela cuja natureza ou método de trabalho implique o contato 
permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. A CLT determina 
ainda que seja pago ao empregado que trabalha em condições de periculosidade um adicional de 
30% sobre o salário. Contudo, se o empregado tem direito também ao adicional de insalubridade, 
poderá optar entre um ou outro.
4.4 Salário‑maternidade e salário‑família
Salário‑maternidade
O Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS concede o benefício denominado salário‑maternidade 
à mulher gestante por ocasião do parto. Para tanto, exige que a gestante esteja contribuindo com o 
INSS há pelo menos dez meses.
Faz jus a esse benefício qualquer empregada, seja doméstica, trabalhadora avulsa ou que figure em 
regime especial, desde que atendida à condição de figurar como contribuinte há pelo menos dez meses.
Quanto ao valor do benefício, há características inerentes a cada tipo de trabalhadora. Para a 
empregada doméstica, será o valor de seu último salário de contribuição; para a empregada regularmente 
registrada, será o valor de seu salário integral; no caso da trabalhadora avulsa, será o valor correspondente 
ao recebido no último mês trabalhado.
O salário‑maternidade é pago por 120 dias a contar da data do parto. Contudo, pode a empregada 
gestante optar por receber 28 dias antes do parto. Nesse caso, o receberá por mais 91 dias após o parto.
Esse benefício é pago pelo empregador, que é ressarcido no momento em que for efetuar o 
pagamento do formulário Guia da Previdência Social (GPS), ou seja, ele subtrairá do valor devido aquele 
que destinou à empregada gestante.Caso ocorra demissão da gestante no período em que esteja de licença‑maternidade, a empresa 
arcará com o ônus trabalhista da demissão.
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Salário‑família
O salário‑família é devido ao segurado empregado (com exceção do empregado doméstico), em 
conformidade com a portaria interministerial número 568 MPS MF, publicada em 3 de janeiro de 2011.
O valor da cota do salário‑família é pago por filho ou equiparado até 14 anos de idade ou inválido 
de qualquer idade, sem limite de filhos. Quando o pai e a mãe são empregados e segurados, os valores 
são devidos a ambos.
Os valores do salário‑família, a partir de 01/01/2015, são:
Remuneração mensal Valor da quota
Não superior a 725,02 37,18
Superior a 725,02 e igual ou inferior a 1089,72 26,20
Embora o salário‑família seja pago pela Previdência Social, chega ao empregado por intermédio da 
empresa, que efetua o pagamento e subtrai o valor do salário‑família daquele que deve recolher para o INSS.
No caso de trabalhador avulso, o pagamento do salário‑família é realizado pelo sindicato ou órgão 
gestor de mão de obra.
Um ponto relevante é o fato de o salário‑família dever ser pago ao empregado que receba 
auxílio‑doença ou seja aposentado por invalidez ou por idade. Nesses casos, a Previdência realiza o 
pagamento junto com o benefício da aposentadoria ou do auxílio‑doença.
4.5 13º salário
Trata‑se de uma remuneração devida ao empregado por força da Lei nº 4.090/62 e deve ser pago em 
duas parcelas. A primeira, no percentual de 50%, até o dia 30 de novembro, e a segunda, no percentual 
restante, até o dia 20 de dezembro. Os descontos devidos incidirão sobre o valor da segunda parcela.
O empregado pode, no entanto, solicitar a antecipação do pagamento da primeira parcela do 13º 
junto com o valor de suas férias, desde que o faça por escrito e no mês de janeiro.
4.6 Férias
A CLT regula a concessão de férias nos artigos 129 e 130. Neles, faz constar que, após cada período 
de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias. Contudo, a CLT 
assinala que é preciso considerar as faltas que o empregado apresentou no decorrer do ano para estimar 
em dias o período de férias.
Assim, o período de férias a ser concedido figurará como demonstrado a seguir:
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Quadro 6
Período de férias 
a ser concedido
Considerando a quantidade 
de faltas no ano
30 dias Máximo de 5 faltas
24 dias Entre 6 e 14 faltas
18 dias Entre 15 e 23 faltas
12 dias Entre 24 e 32 faltas
Uma vez que a concessão de férias em dias já compensou as faltas ocorridas no ano, o empregador 
não pode descontar do período de férias as faltas do empregado ao serviço, seja qual for o período de 
férias em questão.
Além disso, o empregado que figurar em licença remunerada por mais de 30 dias ou receber 
auxílio‑doença da Previdência Social por 180 dias perde o direito a férias.
O artigo 134 da CLT, que dispõe sobre as férias, foi alterado em seu § 1º. As férias permanecem sendo 
um período de repouso de 30 dias. Esse direito será adquirido após 12 meses de trabalho. A empresa terá 
até 11 meses para conceder o descanso.
Funciona assim: o empregado foi admitido em 1º de junho de 2015. Em 1º de junho de 2016, ele 
completou 12 meses de trabalho, portanto, adquiriu o direito de férias, completou o 1º período.
A empresa deverá conceder as férias até 1º de maio de 2017. Portanto, as férias deverão ser usufruídas 
antes de vencer o 2º período de aquisição (1º de junho de 2017).
Caso isso não ocorra, o 1º período de férias será pago em dobro (artigo 137).
O § 1º mudou a forma de concessão das férias: antes ela não podia ser fracionada, agora pode. Desde 
que haja concordância, as férias poderão ser divididas em:
• um período não inferior a 14 dias;
• os demais não inferiores a 5 dias cada.
Por exemplo, o empregado goza 15 dias de férias seguidos em janeiro.
Em maio, goza mais 7 dias.
Em setembro, goza mais 8 dias.
15+ 7+8= 30 dias.
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As férias não poderão ser concedidas no período de 2 dias que antecede feriado ou dia de 
repouso semanal remunerado. A concessão do período de férias deverá ser comunicada com 30 
dias de antecedência.
 Observação
O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente 
ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social para que seja 
anotada a respectiva concessão (artigo 135, parágrafo 1º, da CLT).
Há momentos, na organização, em que não existe trabalho para todo o quadro de funcionários. 
Contudo, essa é uma fase passageira, o que indica que demitir funcionários por esse motivo seria 
demasiadamente oneroso tanto no aspecto financeiro quanto no aspecto da qualificação, já que seria a 
dispensa de um funcionário treinado.
Nesses casos e em outras situações parecidas, a empresa pode conceder férias coletivas, fato 
esse que está disciplinado no artigo 139 da CLT, nos seguintes termos: poderão ser concedidas 
férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou 
setores da empresa.
Para conceder férias coletivas, o empregador deverá, com antecedência mínima de 15 dias, comunicar 
ao órgão local do Ministério do Trabalho as datas de início e fim das férias.
Se o empregador possuir mais de um estabelecimento, é preciso identificar para quais deles o 
benefício será concedido. Se possuir um único estabelecimento, o empregador deverá identificar quais 
setores serão abrangidos pela medida. Concomitantemente, o empregador deverá comunicar a resolução 
aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional e afixar avisos nos locais de trabalho.
4.7 Remuneração e abono de férias
A Constituição Federal determina no artigo 7º, inciso XVII, que o gozo de férias anuais será remunerada 
com pelo menos um terço a mais do que o salário normal, ou seja, o recebimento das férias corresponde 
ao valor do salário mais um terço do mesmo.
O artigo 143 da CLT faculta a possibilidade do abono de férias, ou seja, permite ao empregado 
converter 1/3 de seu período de férias em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria 
devida. Por exemplo, imagine que o empregado tenha o direito a 30 dias de férias. Com o que o artigo 
aponta, ele poderia propor ao empregador gozar 20 dias em descanso e receber os outros dez dias de 
férias em dinheiro. Para exercer esse direito, o empregado deve fazer uma solicitação por escrito 15 dias 
antes do término do período aquisitivo.
Tomando como exemplo a mesma situação exposta anteriormente, consideremos que o período 
analisado para a aquisição do direito seja o de 9 de janeiro de 2009 a 9 janeiro de 2010. O empregado 
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deverá formular o pedido de receber 1/3 em dinheiro na data de 24 de dezembro de 2009. Se não o fizer, 
ficará a critério do empregador converter ou não o 1/3 em dinheiro.
O pagamento da remuneração das férias e do abono será efetuado até dois dias antes do início do 
respectivo período.
O empregador não poderá deixar acumular dois períodos aquisitivos de férias, pois, se permitir 
que isso ocorra, pagará o valor das férias em dobro, já que o período de férias continuará a ser 
de 30 dias.
4.8 Faltas justificadas
A CLT disciplina as situações em que o empregado poderá faltar ao trabalho, sem quehaja desconto 
do valor de sua remuneração. A quantidade de dias consecutivos de faltas e os motivos que as justificam 
figuram demonstrados no quadro a seguir.
Quadro 7
Justificativa Quantidade de dias consecutivos de falta
Falecimento de cônjuge; ascendente; descendente; irmão ou pessoa que foi 
declarada como sendo sua dependente no ato da contratação. 2
Casamento 3
Nascimento de filho (licença‑paternidade) 5
Doação de sangue comprovada (uma vez por ano) 1
Para cadastramento eleitoral 2
Serviço militar – alistamento e comparecimentos O que necessitar
Servindo como testemunha em processo judicial O que necessitar
Até o presente momento, estudamos os passos existentes desde a abertura da vaga até a contratação 
do empregado. Verificaremos a seguir os pontos a serem considerados em sua demissão.
4.9 Rescisão do Contrato de Trabalho
Como abordado no início deste livro‑texto, o conceito de administração é fazer coisas por meio 
de pessoas com o objetivo de obter o máximo de rentabilidade com o mínimo de custo possível. Dessa 
forma, quando o empregado não produz além do valor que ele custa para a empresa, não há razão para 
mantê‑lo no quadro de funcionários e, dessa forma, opta‑se por demiti‑lo.
Motivos para a rescisão do contrato de trabalho
Pode‑se afirmar que a rescisão do contrato de trabalho, em linhas gerais, ocorre pelos 
seguintes motivos:
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• forma voluntária – quando o pedido parte do próprio empregado;
• rescisão por justa causa;
• rescisão sem justa causa;
• término do contrato quando a contratação deu‑se por tempo determinado.
Antes, porém, de tratarmos de cada caso mencionado, é importante considerar o termo estabilidade. 
A CLT, no artigo 492, define como estável o funcionário que contar com mais de dez anos de serviço na 
mesma empresa. Além disso, o artigo determina que esse funcionário só poderá ser demitido por motivo 
de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente comprovada.
São consideradas faltas graves os motivos elencados no artigo 482 da CLT, os quais serão analisados 
no item sobre rescisão por justa causa.
Aviso prévio
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) esclarece e determina que as partes, empregado e 
empregador, devem realizar uma comunicação prévia de que desejam rescindir o contrato de trabalho 
que mantêm entre si. Para tanto, há um prazo fixo regular para que essa comunicação seja feita.
De acordo com a Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011, o empregado que trabalhe até um ano faz 
jus ao aviso prévio fixo de 30 dias.
Quando trabalhar por período superior a um ano, tem direito o empregado a 3 dias adicionais de 
aviso prévio por cada ano complementar, até um limite de 60 dias adicionais, totalizando um aviso 
prévio máximo de 90 dias.
Melhor explicando, para ter direito ao aviso prévio máximo, ou seja, de 90 dias, o empregado deve 
trabalhar, além do primeiro ano, mais 20 anos, totalizando 21 anos para ter direito ao prazo máximo de 
aviso prévio. Além deste período, de 21 anos, o aviso prévio continua sendo de 90 dias.
 Lembrete
Se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, o horário 
normal de trabalho do empregado durante o prazo do aviso prévio será 
reduzido de duas horas diárias, sem prejuízo do salário integral.
A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes 
ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período em seu tempo de serviço.
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Como exemplo, temos um empregador que não avisou previamente seu empregado que este seria 
demitido, apenas o informou que, a partir do dia seguinte, ele não precisaria mais retornar à empresa, 
pois o contrato de trabalho existente entre eles estava rescindido.
Considere que o empregado tenha trabalhado na empresa por 12 meses. Como o empregador está 
obrigado por força de lei a avisar o empregado previamente sobre a rescisão do contrato, no exemplo 
em questão o empregador terá de indenizar o funcionário e, para efeitos de apuração dos direitos 
trabalhistas, o tempo de empresa será contado como sendo de 13 meses. Esse é o significado para o 
trecho “dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a 
integração desse período no seu tempo de serviço”.
Outro ponto fundamental é quando o empregado pede a rescisão do contrato de trabalho sem avisar 
previamente o empregador. Nesse caso, este tem o direito de descontar‑lhe o salário correspondente ao 
prazo respectivo, nos termos do § 2º. do artigo 487.
Uma vez dado o aviso prévio, a rescisão torna‑se efetiva depois de expirado o respectivo 
prazo. Contudo, se o empregador avisou ao empregado que seria dispensado – podendo sair 
da empresa duas horas antes para procurar outro trabalho durante o período de 30 dias 
– e, posteriormente, reconsiderou a demissão, a lei faculta ao empregado aceitar ou não a 
reconsideração do empregador.
Rescisão
Na rescisão do contrato de trabalho sem justa causa, dispõe o artigo 477 da CLT que é direito do 
empregado que firmou contrato por tempo indeterminado receber do empregador uma indenização, 
que consistirá no valor de um mês de remuneração por ano de serviço efetivo ou por ano e fração igual 
ou superior a seis meses.
Termo de rescisão do contrato de trabalho
A rescisão efetiva do contrato de trabalho dá‑se com o preenchimento do Termo de Rescisão do 
Contrato de Trabalho por parte do empregador e a assinatura do mesmo por parte de ambos. O Termo 
de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) é um documento padronizado e obrigatório nos termos da 
legislação trabalhista atual.
No entanto, se o empregado for demitido antes de completar um ano, não terá direito a essa 
indenização, nos termos do § 1º. do artigo 478 do mesmo diploma legal.
Homologação
O § 1º do artigo 477 da CLT determina que, quando o empregado estiver há mais um ano no serviço, 
a quitação da rescisão somente será válida quando feita com a assistência do respectivo sindicato ou 
perante a autoridade do Ministério do Trabalho.
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Para melhor fixar a determinação referida no parágrafo anterior, atentemos ao que está contido na 
Instrução Normativa nº 3, de 21 de junho de 2002. Essa Instrução Normativa estabelece procedimentos para 
assistência ao empregado na rescisão de contrato de trabalho no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego.
O artigo 5º desse dispositivo legal orienta sobre quais órgãos serão competentes para prestar a 
assistência ao empregado.
Da competência
Art. 5º – São competentes para prestar a assistência ao empregado na 
rescisão do contrato de trabalho:
I – o sindicato profissional da categoria; e
II – a autoridade local do Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 1º Em caso de categoria inorganizada em sindicato, a assistência será 
prestada pela federação respectiva.
§ 2º Na falta das entidades sindicais ou da autoridade prevista no inciso II, 
são competentes:
I – o representante do Ministério Público ou, onde houver, o Defensor Público; e
II – o Juiz de Paz, na falta ou impedimento das autoridades referidas na 
alínea anterior.
Art. 6º – A assistência será prestada, preferencialmente, pela entidade 
sindical, reservando‑se aos órgãos locais do Ministério do Trabalho e 
Emprego o atendimento aos trabalhadores nos seguintes casos:
I – categoria que não tenha representação sindical na localidade;
II – recusa do sindicato na prestaçãoda assistência; e
III – cobrança indevida pelo sindicato para a prestação da assistência.
§ 1º Inexistindo declaração escrita pelo sindicato do motivo da recusa, caberá 
ao empregador ou seu representante legal, no ato da assistência, consignar 
a observância da preferência prevista no caput e os motivos da oposição 
da entidade sindical, no verso das 4 (quatro) vias do Termo de Rescisão de 
Contrato de Trabalho.
§ 2º Constatada a ocorrência da hipótese prevista no inciso III, deverá ser 
comunicada à autoridade competente para as providências cabíveis.
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Art. 7º – No pedido de demissão de empregado estável, nos termos do art. 
500 da CLT, e no pedido de demissão de empregado amparado por garantia 
provisória de emprego, a assistência somente poderá ser prestada pelo 
sindicato profissional ou federação respectiva e, na sua falta, pela autoridade 
do Ministério do Trabalho e Emprego ou da Justiça do Trabalho.
Art. 8º – O Auditor‑Fiscal do Trabalho é a autoridade competente do 
Ministério do Trabalho e Emprego para a prestação da assistência gratuita.
Parágrafo único – É facultado ao Delegado Regional do Trabalho, mediante 
ato próprio, e atendendo às peculiaridades regionais, autorizar a prestação 
da assistência por servidor não integrante da carreira de Auditoria‑Fiscal 
do Trabalho.
Art. 9º – No âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, o empregado 
poderá, excepcionalmente, ser assistido em circunscrição diversa do local da 
prestação dos serviços ou da celebração do contrato de trabalho (INSTRUÇÃO 
NORMATIVA SRT Nº 3, DE 21 DE JUNHO DE 2002).
Acordo entre as partes
O artigo 484 da CLT reconhece a possibilidade de extinção do contrato de trabalho através de acordo. 
Antes, os acordos precisavam da homologação da Justiça do Trabalho para surtir efeito.
Mas, por ser um acordo, há uma diminuição dos direitos, assim dispõe o artigo:
Art. 484‑A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre 
empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas 
trabalhistas:
I – por metade:
a) o aviso prévio, se indenizado; e
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, 
prevista no § 1º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;
II – na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a 
movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço na forma do inciso I‑A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de 
maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
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§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não 
autoriza o ingresso no Programa de Seguro Desemprego (BRASIL, 2017).
Compreendida a importância da homologação, tratemos a seguir do seguro‑desemprego, um direito 
do empregado também assegurado em lei.
Seguro‑desemprego
O empregado, ao ser dispensado sem justa causa, tem o direito a um auxílio em dinheiro 
pago pelo governo, denominado seguro‑desemprego. Esse auxílio ocorre em período de 
tempo limitado.
Dessa forma, na assinatura dos documentos necessários à rescisão do Contrato do Trabalho, 
o empregador entregará ao empregado demitido um formulário próprio para o recebimento do 
seguro‑desemprego, denominado Requerimento do seguro‑desemprego.
Após o formulário estar devidamente preenchido em duas vias, o empregado deverá dirigir‑se a um 
dos locais de entrega (verificar esses locais no site: <http://www3.mte.gov.br/postos/default.asp>), com 
os seguintes documentos:
• requerimento do seguro‑desemprego SD/CD (duas vias);
• cartão do PIS ou cartão do cidadão;
• Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS;
• termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) devidamente quitado;
• documentos de identificação (carteira de identidade, ou certidão de nascimento/certidão 
de casamento, ou carteira de habilitação, ou carteira de identificação do conselho de classe 
(CREA, OAB etc.);
• dois últimos contracheques;
• documento de levantamento dos depósitos do FGTS ou extrato probatório dos depósitos;
• Cadastro de Pessoa Física – CPF.
Prazo para entrega do requerimento do seguro‑desemprego
O prazo para requerer o benefício é de sete a 120 dias corridos, contados a partir da data da demissão.
Valor do seguro‑desemprego
O cálculo do valor do seguro‑desemprego toma como base o salário que o empregado recebia no 
último vínculo empregatício, respeitando a seguinte ordem:
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• se o empregado recebeu três ou mais salários mensais, desde seu último vínculo empregatício, o 
cálculo considerará a média dos salários dos últimos três meses;
• se recebeu somente dois salários daquele vínculo empregatício, a média será apurada com base 
nos dois salários;
• se recebeu somente um salário, este será o valor considerado para fins de apuração.
Para o empregado que recebe salário/hora, por semana ou por quinzena, o valor que figurará no 
requerimento deverá ser o do salário mensal equivalente, conforme demonstrado a seguir:
Quadro 8 – Cálculo do salário mensal
Considerando o valor do (a) Salário mensal será
Hora = z z multiplicado por 220 horas
Dia = z z multiplicado por 20 dias
Semana = z z dividido por 7 e multiplicado por 30 dias
Quinzena = z z multiplicado por 2
Considere que o último salário será obrigatoriamente aquele recebido no mês da dispensa. Esse valor 
estará preenchido no TRCT, no campo Maior Remuneração.
A seguir, demonstra‑se como calcular o valor da parcela do seguro‑desemprego:
Quadro 9
Faixas de Salário Médio Valor da parcela
Até R$ 1.222,77 Multiplica‑se salário médio por 0.8 (80%)
De R$ 1.222,78 até R$ 2.038,15 O que exceder a 1.222,77 multiplica‑se por 0.5 (50%)e soma‑se a 978,22.
Acima de R$ 2.038,15 O valor da parcela será de R$ 1.385,91 invariavelmente.
Salário Mínimo: R$ 788,00
Obs: O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do Salário Mínimo. Esta tabela entrou em 
vigor a partir do dia 11/01/2015.
Esse cálculo é normalmente feito de acordo com o índice de correção do salário mínimo, ou seja, 
toda vez que o salário mínimo for alterado, o quadro anterior também será alterado.
Novas regras seguro desemprego – Lei nº 13.134 de 17/06/2015
O quadro a seguir demonstra as regras para o trabalhador ter direito ao seguro desemprego em cada 
uma das solicitações do benefício.
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Quadro 10
Solicitação do benefício Regras para ter direito ao benefício
1º vez – não houve recebimento do 
benefício nenhuma vez
‑ Ter recebido 12 salários, consecutivos ou não, nos últimos 18 meses 
imediatamente anteriores à data da dispensa, e
‑ Ter Trabalhado 12 meses, consecutivos ou não, nos últimos 36 meses 
imediatamente anteriores à data da dispensa
2ª vez – houve recebimento do 
seguro desemprego apenas uma vez
‑ Ter recebido 9 salários, consecutivos ou não, nos últimos 12 meses 
imediatamente anteriores à data da dispensa, e
‑ Ter Trabalhado 9 meses, consecutivos ou não, nos últimos 36 meses 
imediatamente anteriores à data da dispensa
A partir da terceira vez – houve 
recebimento do seguro desemprego 
duas ou mais vezes
‑Ter recebido 6 salários consecutivos, e
‑ Ter Trabalhado 6 meses, consecutivos ou não, nos últimos 36 meses 
imediatamenteanteriores à data da dispensa
Quantidade de parcelas mensais
O número máximo de parcelas pagas pelo seguro‑desemprego é de cinco, e o número mínimo é de 
três. Para fazer jus a elas, deve‑se respeitar o lapso temporal, conforme demonstrado a seguir.
Quadro 11
Solicitação do benefício Meses trabalhados Quantidade de parcelas
Na primeira vez
No mínimo 12 e no máximo 23 4
No mínimo 24 5
Na segunda vez
No mínimo 9 e no máximo 11 3
No mínimo 12 e no máximo 23 4
No mínimo 24 meses 5
A partir da terceira vez
No mínimo 6 e no máximo 11 3
No mínimo 12 e no máximo 23 4
No mínimo 24 meses 5
As parcelas são pagas contínua ou alternadamente a cada período aquisitivo. Após o empregado ter 
recebido as parcelas do seguro‑desemprego a que fizer jus, para obter o direito de pleitear novamente, 
ele deverá aguardar a carência para o recebimento do benefício. Dessa forma, a partir da data da última 
dispensa que o habilitou para o recebimento, deve‑se contar 16 meses, que é o período que compõe o 
período aquisitivo.
Suspensão do benefício
Descrevemos em tópico anterior que o benefício do seguro‑desemprego pode ser pago de forma 
contínua ou alternada. Aqui, esclarecemos como se dá o recebimento de forma alternada.
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As seguintes situações indicam a suspensão do recebimento do seguro‑desemprego:
• falecimento do segurado;
• admissão do trabalhador em novo emprego;
• início do recebimento de outro benefício da Previdência Social de forma continuada, com exceção 
do auxílio‑acidente e da pensão por morte;
Se a suspensão ocorrer devido ao fato de a pessoa ser admitida em novo emprego, isso fará com que 
ela não receba mais o seguro‑desemprego.
Considere, por exemplo, que ela tinha o direito de receber cinco parcelas e, no ato da nova contratação, 
havia recebido somente três delas. Nesse caso, o trabalhador poderá receber as outras duas parcelas se 
vier a ser novamente dispensado sem justa causa e não tiver permanecido nesse último emprego tempo 
suficiente para habilitar um novo direito aquisitivo nos termos já expostos anteriormente.
É importante registrar que o seguro‑desemprego é pessoal e intransferível, com exceção do 
trabalhador que figurar com grave moléstia, comprovada pela perícia médica do INSS. Nesse caso, outra 
pessoa poderá receber o benefício em seu lugar.
Cancelamento do benefício
O trabalhador perderá direito ao recebimento do seguro‑desemprego se for comprovada falsidade 
na prestação das informações necessárias à habilitação do direito.
Seguro‑desemprego para empregado doméstico
O empregador do trabalhador doméstico não está obrigado a recolher Fundo de Garantia por Tempo 
de Serviço – FGTS. Todavia, se optar por recolher, o empregado doméstico também fará jus ao recebimento 
do seguro‑desemprego, desde que tenha sido demitido sem justa causa. Nessa configuração, o valor do 
benefício será de um salário mínimo.
As condições para fazer jus ao benefício é de que esteja inscrito no FGTS e tenha trabalhado por um 
período mínimo de 15 meses nos últimos 24 meses, contados da dispensa sem justa causa.
É importante que na dispensa do trabalhador doméstico o empregador lhe entregue o formulário 
Requerimento do Seguro‑Desemprego, vendido em papelarias.
Alerta para fraude
Quando o empregado é admitido em novo emprego e pede ao empregador que não o registre até 
que ele receba todas as parcelas do seguro desemprego, ambos estão sujeitos a responderem pelo crime 
de estelionato. Além disso, o empregador será multado.
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Rescisão por justa causa
A justa causa é tratada no artigo 482 da Consolidação das Leis Trabalhistas. Nesse artigo, há 12 
situações que caracterizam a dispensa por justa causa, expostas nas alíneas a até l.
O autor Júlio César Zanluca1 (2004) faz um pormenor das alíneas mencionadas. Explica a justa 
causa como sendo um ato faltoso por parte do empregado que faz desaparecer a confiança e a boa‑fé 
existentes na relação de trabalho.
Zanluca explica que os atos faltosos e relacionados nas alíneas do artigo 482 justificam a rescisão do 
contrato de trabalho por parte do empregador se violarem as obrigações contratuais ou transgredirem 
a conduta pessoal. Imputar justa causa ao empregado sem que haja elementos para tal ensejará a 
propositura de ação indenizatória por danos morais por parte do trabalhador.
A alínea a menciona o ato de improbidade. Zanluca explica que, regra geral, improbidade é toda 
ação ou omissão desonesta do empregado que será caracterizada pelo abuso de confiança, pela fraude 
ou má‑fé, com o objetivo de obter vantagem para si ou para outrem. Como exemplo, menciona o furto, 
a adulteração de documentos da empresa ou próprios.
A alínea b – incontinência de conduta ou mau procedimento – é explicada pelo autor como sendo 
duas justas causas semelhantes, mas não sinônimas. A primeira é gênero da qual a segunda é espécie. 
Assim, incontinência é a inconveniência de hábitos e costumes demonstrados por gestos ou linguagem 
inapropriada do empregado, externados por ofensa ao pudor, pornografia ou obscenidade com relação 
aos colegas ou à empresa. O mau procedimento está diretamente ligado ao comportamento irregular 
do empregado, que pode ser traduzido por atos que ofendam a dignidade das pessoas, de maneira que 
torne impossível a convivência nas instalações da empresa.
De acordo com a Consolidação das Leis de Trabalho, a alínea c é por si autoexplicativa, pois figura na 
própria CLT como sendo negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, 
e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial 
ao serviço.
A alínea d – nessa alínea, a aplicação da rescisão do contrato de trabalho por justa causa é permitida 
em razão da condenação criminal do empregado transitado em julgado, ou seja, sem comportar mais 
recursos e com pena de recolhimento ao cárcere. Uma vez recolhido à prisão, esse empregado não terá 
mais condições de exercer suas funções.
Alínea e – desídia no desempenho das respectivas funções – Zanluca (2004) esclarece que é o 
tipo de falta grave, oriunda da repetição de pequenas faltas leves, que vão se repetindo, repetindo, até 
resultar na dispensa do empregado. Ocorre quando o empregado produz aquém da sua capacidade, 
atrasos frequentes, faltas injustificadas, desinteresse por sua função.
1 Disponível em: <www.guiatrabalhista.com.br/temáticas/ustacausa.htm>. Acesso em: 19 fev. 2011.
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Alínea f – embriaguez habitual ou em serviço – a embriaguez habitual dá‑se quando o empregado 
tornou‑se alcoólatra, seja patológico ou não. Para configurar essa alínea, basta que se apresente 
embriagado ao trabalho ou venha a ficar no decorrer do expediente.
Zanluca (2004) esclarece ainda que a embriaguez não necessariamente dar‑se‑á por álcool, podendo 
ocorrer também por psicotrópicos. Porém, o autor salienta que o estado de embriaguez deverá ser 
comprovado por exame médico pericial. Apesar de caracterizada, os Tribunais Trabalhistas têm entendido 
a embriaguez como doença e, dessa forma, não a têm reconhecido como motivo para justa causa, mas 
sim para encaminhamento para tratamento clínico e psicológico.
Alínea g – violação de segredo da empresa – é a violação de informações da empresa a terceiros, 
causando‑lhe prejuízo ou a possibilidade de ocorrer o prejuízo.
Alínea h – indisciplina ou insubordinação – indisciplina é a desobediência a uma ordem 
genéricaemitida pelo empregador, seja essa verbal ou escrita. Insubordinação é a desobediência a 
uma ordem específica.
Alínea i – abandono de emprego – é caracterizado quando o empregado falta mais de 30 dias ao 
trabalho sem justificar as faltas. O autor explica que existe uma situação que por si só antes de 30 dias 
já caracteriza o abandono ao emprego: o flagrante do empregado trabalhando em outra empresa no 
horário em que deveria estar nas instalações do empregador.
Alínea j – ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa. As 
ofensas físicas caracterizam falta grave quando têm relação com o vínculo empregatício praticado em 
serviço ou contra superiores hierárquicos. A legítima defesa exclui a justa causa.
Alínea k – ato lesivo da honra ou da boa fama. São gestos ou palavras que exponham outras pessoas 
ao desprezo de terceiros ou ainda possam magoar a pessoa em dignidade pessoal.
Zanluca (2004) esclarece que, para aplicar a justa causa sob o argumento da alínea k, devem ser 
observados os hábitos de linguagem no local de trabalho, o estado de origem do empregado, haja 
vista que esse pode ser normal em seu Estado natal. Ainda devem ser observados a forma e o modo 
como as palavras foram pronunciadas, o grau de educação do empregado e outros elementos que se 
fizerem necessários.
Alínea l – as práticas constantes de jogos de azar, que devem ser entendidos como sendo aqueles 
que possibilitam o ganho ou a perda por intermédio da sorte, são caracterizadas como justa causa 
quando o empregado‑jogador tiver a intenção de lucro, ou seja, de ganhar um bem economicamente 
significativo. Essa alínea possui um parágrafo único que determina constituir também justa causa a 
prática, por parte do empregado, de atos atentatórios contra a segurança nacional.
Por último, o autor pondera os elementos que devem nortear a dispensa por justa causa:
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• gravidade – pede‑se que seja observado pelo empregador o bom senso no momento da dosagem 
da pena. Isso porque, havendo excesso na punição, a justa causa será descaracterizada pelo juiz 
trabalhista, ou seja, o dano à organização deve estar evidente;
• atualidade – a sanção deve ser aplicada prontamente ao cometimento da falta. Desse modo, não 
deve transcorrer muito tempo entre a ocorrência da falta e a aplicação da sanção, pois o perdão 
tácito do empregador pode ser considerado;
• imediação – refere‑se à causa e ao efeito, ou seja, à vinculação direta entre a falta e a punição.
Importante registrar que o empregado não pode ser punido mais de uma vez pela mesma transgressão.
 Saiba mais
No site <www.mte.gov.br>, acompanhe informações a respeito de 
legislações e leis trabalhistas.
 Resumo
Nesta unidade, vimos que o recrutamento de pessoal tem por finalidade 
prover as pessoas para seleção, suprindo vagas existentes na organização. 
O recrutamento pode ocorrer a partir de pessoas que já estão na empresa 
ou a partir de pessoas de fora da organização.
Estudamos ainda de forma pormenorizada como a seleção deve ocorrer 
e verificamos o rol de documentos necessários para se proceder com o 
registro do colaborador.
Além disso, foi possível elencar a documentação que deve ser levada 
em consideração e preenchida pela empresa.
Compreendemos também que o contrato de trabalho é o instrumento 
pelo qual se fará constar as condições que regularão a relação entre 
empregado e empregador.
Por fim, estudamos os aspectos inerentes à remuneração e à rescisão do 
contrato de trabalho.
 Exercícios
Questão 1. Conforme a situação retratada na charge a seguir, a demissão de colaboradores, sendo 
colocados para “fora do tabuleiro”, é uma constante nas empresas nos dias de hoje. A administração 
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de recursos humanos consiste em se empreender ações por meio das pessoas com o objetivo de obter 
o máximo de rentabilidade com o mínimo de custo possível. Dessa forma, quando o empregado não 
produz além do valor que ele custa para a empresa, não há razão para mantê‑lo.
Fonte: <http://brokenjeff.blogspot.com>.
Com base na charge e no texto introdutório, analise as afirmativas:
I – A charge parodia uma situação empresarial de desligamento do colaborador em uma empresa, 
por término do contrato quando a contratação deu‑se por tempo determinado.
II – O falecimento do cônjuge; ascendente; descendente; irmão ou pessoa que foi declarada como 
sendo sua dependente no ato da contratação, pela ausência do colaborador ao trabalho, não pode 
motivar a sua demissão.
III – A situação caracterizada se reporta a uma rescisão contratual, por iniciativa da empresa, com 
ou sem justa causa.
Está(ão) correta(s) apenas
A) I.
B) III.
C) II.
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D) I e III.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
Afirmativa I – Incorreta.
Justificativa: a charge parodia uma situação empresarial de desligamento do colaborador em uma 
empresa, porém, não por término do contrato, quando a contratação deu‑se por tempo determinado. É 
flagrante a surpresa pelo desligamento, por parte do colaborador, que tem planos de realizações para o 
alcance do sucesso profissional em andamento. Se fosse por tempo determinado, ele estaria esperando 
o desligamento para esse momento.
Afirmativa II – Incorreta.
Justificativa: a demissão do colaborador pode ser motivada por quaisquer fatos, inclusive o falecimento 
do cônjuge; ascendente; descendente; irmão ou pessoa que foi declarada como sendo sua dependente 
no ato da contratação, pela ausência do colaborador ao trabalho. Esses motivos normalmente não são 
iniciantes de um processo de desligamento, aliás, eles justificam a ausência do colaborador, inclusive 
com o não desconto dos dias em que esteve afastado. O que deve ser salientado é que os fatos narrados 
não motivam um desligamento por justa causa, sendo que o colaborador receberá todos os seus direitos 
trabalhistas. Os fatos podem motivar, mas jamais serão alegados oficialmente, como os causadores do 
desligamento pela empresa.
Afirmativa III – Correta.
Justificativa: os motivos para o desligamento de um colaborador são os seguintes:
• forma voluntária – quando o pedido parte do próprio empregado;
• rescisão por justa causa;
• rescisão sem justa causa;
• por término do contrato, quando a contratação deu‑se por tempo determinado.
Como fica claro que a iniciativa partiu da empresa em desligar o colaborador e que este não esperava 
o desligamento para esse momento, os motivos 1º e 4º estão automaticamente descartados. Restam 
como possibilidades a recisão com ou sem justa causa e por iniciativa da empresa.
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Questão 2. O governo pretende aplicar com mais rigor a lei que diz que o trabalhador desempregado 
que rejeitar uma vaga vai perder o seguro‑desemprego se não justificar a recusa. Para isso, criou um 
sistema que integra dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine), das Superintendências Regionais do 
Trabalho e Emprego (SRTEs), da Caixa Econômica Federal e de entidades de qualificação profissional que 
já vigora em 23 Estados e no DF, e deve englobar todo o país até 2012, segundo o Ministério do Trabalho 
e Emprego2. O ministério prevê que o trabalhador tenha mais chances de receber uma ou mais ofertas 
de trabalho logo que dê entrada no pedido do seguro,com a implantação do “Mais emprego”, um 
sistema informatizado que integra dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine), das Superintendências 
Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs), da Caixa Econômica Federal e de entidades de qualificação 
profissional. Se a vaga oferecida for condizente com a qualificação e o salário anterior do trabalhador e 
ele rejeitá‑la sem justificativa, perderá o direito ao seguro.
Com base no texto e nos estudos realizados, analise as afirmativas:
I – O governo está utilizando a tecnologia da informação para operacionalizar um controle da 
concessão e manutenção do benefício social, mediante o cotejamento da iniciativa de recolocação do 
beneficiário e das oportunidades oferecidas.
II – A não comprovação da realização dos depósitos de FGTS, por parte do ex‑empregador, pode 
impedir a concessão do auxílio do seguro‑desemprego.
III – Para ter direito ao seguro‑desemprego, basta que o empregado comprove que foi demitido por 
iniciativa da empresa e não por demissão voluntária, por sua própria iniciativa.
Está(ão) correta(s) apenas:
A) II e III.
B) III.
C) I.
D) I e II.
E) I, II e III.
Resolução desta questão na plataforma.
2 CAVALINI, R. A. M. Tire dúvidas sobre novidades no seguro‑desemprego. G1, 01/09/2011. Disponível em: 
<http://g1.globo.com>. Acesso em: 25 abr. 2012.
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Unidade III
5 ENCARGOS TRABALHISTAS
Um ponto fundamental nas operações de recursos humanos está no cuidado que se deve ter 
com a apropriação e o recolhimento dos encargos trabalhistas. Para tanto, compreender quais são 
esses encargos trabalhistas, quais são suas alíquotas e como são feitas suas bases de cálculo é de 
suma importância.
Quadro 12
Encargos sociais e trabalhistas (%) (%)
Encargos trabalhistas
13º salário 8,33 %
Férias 11,11 %
Encargos sociais
INSS 20,00 %
SAT/RAT até 3,00 %
Salário-educação 2,50 %
INCRA/SEST/SEBRAE/SENAT 3,30 %
FGTS 8,00 % 
FGTS/Provisão de multa para rescisão 4,00 %
Total previdenciário 40,80 %
Previdenciário s/13º e férias 7,93 %
Soma básico 68,17 %
Conclusão: sobre um salário de mensalista de R$ 1.000,00, uma empresa não optante pelo Simples 
terá um custo mínimo de encargos de R$ 681,80, totalizando o custo total de mão de obra para este 
salário de R$ 1.681,80.
5.1 Fundamentação legal para incidência dos encargos trabalhistas
 Observação
No direito, vige o princípio da legalidade, que disciplina que 
qualquer pessoa, seja jurídica ou física não é obrigado a fazer ou deixar 
de fazer qualquer ato que não seja em virtude de lei. Noutras palavras, 
os encargos trabalhistas estão todos disciplinados em lei, exatamente 
por isso a sua obrigatoriedade.
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A incidência de encargos sobre o montante de 1/3 do valor das férias figura disciplinado na legislação 
identificada a seguir:
• INSS – artigo 28, inciso I, da Lei nº 8.212/91, combinado com o artigo 457, § 1º da CLT:
Art. 28, inciso I, da Lei 8.212/1991 – Entende-se por salário de contribuição:
I – Para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma 
ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, 
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir 
o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos 
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de 
reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo 
à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do 
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença 
normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997 – CLT.)
Art. 457, § 1º da CLT:
§ 1º – Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também 
as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e 
abonos pagos pelo empregador (Consolidação das Leis do Trabalho).
• FGTS – artigo 15 da Lei nº 8.036/90:
Art. 15 – Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados 
a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a 
importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga 
ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as 
parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal 
a que se refere a Lei nº. 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações 
da Lei nº. 4.749, de 12 de agosto de 1965 (Consolidação das Leis do Trabalho).
• IRRF: artigos 3º e 7º da Lei nº 7.713 (1988):
Art. 3º – O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, 
ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei.
§ 1º – Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho 
ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, 
e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os 
acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados 
(Consolidação das Leis do Trabalho).
Da mesma forma, o que determina o recolhimento para as entidades tidas como terceiras, isto é, 
Sebrae, Sesi, Sesc, Senai, Senac, é a Constituição Federal.
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Art. 149 da CF – Compete exclusivamente à União instituir contribuições 
sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que 
alude o dispositivo (Consolidação das Leis do Trabalho).
6 CONSIDERAÇÕES PARA O CÁLCULO DA FOLHA DE PAGAMENTO
Uma vez conhecidos os encargos trabalhistas e a legislação pertinente a eles, mostra-se 
importante relembrar alguns pontos já abordados em itens anteriores tendo por foco a elaboração 
da folha de pagamento.
A Constituição Federal determina no artigo 7º, inciso XIII, que a duração do trabalho normal não 
seja superior a oito horas diárias e a 44 horas semanais. Se for possível compensar horários ou reduzir a 
jornada de trabalho, isso deve ser feito mediante acordo entre empregador e empregado ou convenção 
coletiva de trabalho.
É importante considerar que as oito horas diárias são para realização de trabalho efetivo, nos termos 
do artigo 71, § 2º, da CLT.
Artigo 71 – em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda a 6 
(seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou 
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo ou 
convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 2º – Os intervalos de descanso não serão computados na duração do 
trabalho (Consolidação das Leis do Trabalho).
Algumas categorias profissionais possuem jornadas de trabalho inferiores às oito horas determinadas 
na CLT. Essas jornadas figuram inferiores por convenção coletiva ou até mesmo por determinação legal.
O quadro a seguir, a título de exemplo, menciona algumas categorias que trabalham com jornada 
de trabalho inferior a oito horas.
Quadro 13
Categoria Limite de horas diárias
Bancários 6 horas
Telefonista 6 horas
Operadores cinematográficos 6 horas
Jornalista 5 horas
Médico 4 horas
Radiologista 4 horas
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Desde que os limites de 44 semanais e de 220 horas mensais sejam respeitados, o empregador pode 
compor a jornada de trabalho do empregado de acordo com sua necessidade.
Dessa forma, há empresas que fixam jornadas de trabalho nos mais diversos formatos. Por exemplo, 
12 x 36, ou seja, o empregado trabalha 12 horas e descansa 36 horas. Esse formato é muito comum na 
área da saúde, da segurança, entre outras.
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 e em leis específicas, é facultado às partes, por meio 
de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas 
seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para 
repouso e alimentação.
Ou seja, algo que era comum, principalmente na área da saúde e segurança, agora está regulamentado. 
Mas a jornada e a forma de compensação deverão constar expressamente no contrato de trabalho.
É importante ressaltar algumas mudanças que a reforma trabalhista trouxe. Com certeza, a mais 
importante delas é a possibilidade de negociação, individual, do contrato de trabalho.
Desta forma, o previsto no artigo 71 da CLT, que prevê a concessão de período de repouso entre a 
jornada, agora poderá ser flexibilizado.
O § 5º prevê a diminuição desse período, desde que atenda aos interesses de ambas as partes e em 
decorrência de acordo, que agora pode ser individual.
Mas, caso não haja a concessão do período, as horas devidas em decorrência serão pagas da 
seguinte forma:
Art. 71 [...]
§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada 
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica 
o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com 
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da 
hora normal de trabalho (BRASIL, 2017).
Vejamos, o empregado tem um intervalo de 1 hora para alimentação e descanso, mas acaba somente 
usufruindo de 40 minutos. A empresa pagará o equivalente aos 20 minutos faltantes como hora extra.
Outra mudança importante é a regulamentação do teletrabalho.
O artigo 75-B da CLT considera como teletrabalho “a prestação de serviços preponderantemente fora 
das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação” 
(BRASIL, 2017).
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É o trabalho remoto, aquele realizado em casa, conhecido como home office. Essa modalidade de 
trabalho deverá constar expressamente no contrato de trabalho, assim como a forma de pagamento, 
controle de jornada e as atividades que deverão ser desempenhadas pelo empregado. Além disso, deverá 
constar do contrato a responsabilidade em relação à aquisição, manutenção ou fornecimento dos 
equipamentos, ou seja, quem deverá comprar os equipamentos, como será efetuada a manutenção dos 
mesmos etc. Tudo isso deverá constar no contrato, inclusive a forma de reembolso.
A lei ressalta que as despesas não serão incluídas na remuneração para efeitos de repercussão, mas 
deverão ser apuradas para garantir o devido ressarcimento.
Outro ponto importante a ressaltar em relação a essa modalidade de trabalho é que o fato de o 
empregado comparecer na sede da empresa por qualquer motivo que seja não o equipara com os 
demais colegas que laborem na sede da empresa.
Além dessa modalidade, como já mencionamos anteriormente, existe a possibilidade de contratação 
por prestação de trabalho intermitente. Nessa modalidade, o empregado é contratado para laborar em 
alguns períodos, ficando inativo nos demais.
A diferença importante é: quando ocorrer o pagamento do término do período de labor, ou seja, 
da remuneração, além das verbas comuns: salário, horas extras, adicionais etc., serão incluídos os 
proporcionais de férias, 13º salário, além do recolhimento do FGTS e demais encargos.
A reforma também reconhece a possibilidade de flexibilização da jornada, dentro do limite de 220 
horas mensais.
Assim, para efeito do cálculo da folha de pagamento, é essencial conhecer o conceito legal e a 
duração das modalidades de horas.
• Hora diurna – é aquela trabalhada no período compreendido entre 5h e 22h.
• Hora noturna – divide-se em:
— Trabalho noturno urbano: das 22:00 às 5:00.
— Trabalho noturno rural (na lavoura): das 21:00 às 5:00.
— Trabalho noturno rural (na pecuária): das 20:00 às 4:00.
Deve-se atentar para o fato de que a hora noturna é reduzida em termos de minutos, ou seja, 
considera-se o período de 52min30seg como sendo o de uma hora. 
Além disso, o adicional noturno (ou remuneração adicional) é diferente para cada tipo de trabalho 
noturno (urbano ou rural). Vejamos a seguir o que reza a lei pátria (CLT e artigo 7º da Lei 5.889 e 
artigo 7º, XIV, da CF/1988): “O adicional noturno é um acréscimo à remuneração de quem realiza o 
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trabalho noturno, para que o desgaste devido à troca de horários seja recompensando de alguma 
forma” (BRASIL, 1988).
Portanto, o acréscimo é de no mínimo:
• 20% sobre a hora diurna para o trabalho noturno urbano (conforme o artigo 73 do Decreto Lei 
5452/43).
• 25% sobre a hora diurna para o trabalho noturno rural (conforme o parágrafo único do artigo 7ª 
da Lei 5889/1973).
Contudo, o sindicato dos empregados pode negociar um percentual maior junto ao sindicato patronal.
• Hora extra – é a hora trabalhada excedente ao número de horas fixadas no contrato de trabalho. 
Por exemplo, considere a jornada de um empregado compreendida no período das 8 às 17 horas, 
com uma hora de intervalo para descanso e refeição. Suponha que o empregado entre uma hora 
antes de seu horário normal, ou seja, às 7h. Essa hora excede o horário de entrada em contrato, 
portanto, é considerada como hora extra. A CLT, em seu artigo 59, esclarece que a duração normal 
do trabalho poderá ser prorrogada com horas suplementares sem que se exceda o limite de duas 
horas. Além disso, o artigo também determina que a realização de horas extras esteja fixada em 
acordo escrito entre empregador e empregado.
É importante ressaltar ainda que, agora com a reforma trabalhista, somente serão computados 
como período de trabalho os que efetivamente o empregado estiver trabalhando.
Por exemplo: O empregado trabalha de uniforme, utiliza equipamentos de proteção individual, 
precisa se trocar antes do início da jornada. Ou, em sentido contrário, precisa se trocar antes de ir 
para casa. Esse período não é computado na jornada. Somente será considerado o período em que 
efetivamente esteve no seu posto.
Em outro sentido, o empregado trabalha no setor administrativo, o ponto (controle de jornada) fica 
do outro lado da empresa, esse deslocamento demora cerca de 10 minutos. Esse período de deslocamento 
não é contato como jornada, portanto, não será remunerado como hora extra.
• Valor da hora extra – a Constituição Federal em seu artigo 7º, inciso XVI, determina que a 
remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, seja 50% à normal. Dessa forma, 
em dias normais, a hora extra é acrescida de 50%, e nos domingos e feriados em 100%. Acordos 
coletivos podem fixar remuneração acima dos percentuais já fixados.
Para melhor compreensão, considere o exemplo a seguir:
Um empregado que receba $ 1.000,00 por mês e tenha uma jornada de trabalho de 220 horas. O 
valor da hora trabalhada será de $ 4,54 ($1.000,00/ 220 horas). Sobre o valor da hora de $ 4,54, será 
acrescido 50%, ou seja, $ 4,54 x 1,5 = $ 6,81.
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As variações entre cinco e dez minutos diários não serão computadas como horas extras, em 
conformidade com § 1º do artigo 58 da CLT, ou seja, não serão descontadas nem computadas como 
jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes cinco minutos, 
observado o limite máximo de dez minutos diários.
Como explicado no início, a realização habitual de horas extras deve ser firmada por meio de acordo 
escrito entre empregador e empregado. Dessa forma, para o seu cancelamento, em conformidade 
com a súmula 291 do Tribunal Superior do Trabalho, a supressão, pelos empregados, do serviço extra 
prestado com habitualidade durante pelo menos um ano assegura ao empregado o direito à indenização 
correspondente ao valor de um mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior 
a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas 
suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos doze meses, multiplicada pelo valor da hora extra 
do dia da supressão.
• Hora compensatória ou banco de horas – trata-se da situação em que o empregador concentra 
a realização do trabalho num período da semana e, obrigatoriamente, deverá reduzir a jornada 
de trabalho em outro dia. Nessa situação, o empregador poderá ultrapassar o limite de 8 horas 
diárias; porém, sem ultrapassar o limite de dez horas, além de respeitar o limite de 44 horas semanais 
de trabalho.
Caso haja rescisão contratual na vigência da compensação de horas, as horas que foram realizadas 
devem ser pagas como horas extras, que incidirão como reflexo nas verbas rescisórias.
• Hora turno – ocorre quando o empregador atua em um segmento que trabalha 24 horas, ou seja, 
turnos matutino, vespertino e noturno. Nesse caso, a Constituição Federal, no inciso XIV do artigo 
7º, determina que a jornada será de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos 
de revezamento, salvo negociação coletiva.
• Hora de sobreaviso – é a hora em que o empregado está fora da organização; porém, 
está na expectativa de ser acionado pelo empregador a qualquer momento. Essa hora 
foi regulamentada pela CLT em seu artigo 244, § 2º, no qual aponta que o sobreaviso se 
caracteriza quando o empregado efetivo permanece em sua própria casa aguardando, a 
qualquer momento, o chamado para o serviço. Cada escala de sobreaviso será, no máximo, 
de 24 horas, e cada hora de sobreaviso será considerada para efeito de remuneração à razão 
de 1/3 do salário normal. Para ilustrar como remunerar a hora de sobreaviso, considere o 
seguinte cálculo: salário $ 1.000,00/220 horas = $ 4,54 por hora. Esse valor é acrescido de 
33,33%; logo, $ 4,54 x 1,3333 = $ 6,05.
• Horas de prontidão – é aquela em que o empregado encontra‐se nas instalações da empresa, aguardando 
ordens. Está regulamentada no artigo 244, § 3º, da CLT, que determina que a escala de prontidão seja, no 
máximo, de doze horas, e que a remuneração seja à razão de 2/3 do salário‐hora normal. Dessa forma, 
tomando o mesmo exemplo utilizado para o cálculo da hora sobreaviso, temos: salário $ 1.000,00/220 
horas = $ 4,54 por hora. Esse valor é acrescido de 66,66%; logo, $ 4,54 x 1,6666 = $ 7,57.
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• Hora descanso – a CLT determina, em seu artigo 66, que entre duas jornadas de trabalho deverá 
haver um período mínimo de 11 horas consecutivas de descanso. Disciplina ainda, no artigo 67, 
que será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, que 
deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte, salvo necessidade imperiosa dos serviços 
do empregado. O quadro a seguir procura ilustrar como se dá o descanso determinado pela CLT 
em seu artigo 71 e parágrafos.
Quadro 14
Período de trabalho Descanso recomendado
Até 4 horas Não há recomendação
De 4 a 6 horas 15 minutos
Acima de 6 horas 1 hora
Entre um dia e o outro 11 horas
Entre uma semana e a outra 24 horas
O quadro ilustrou a regra geral. No entanto, há determinadas funções que por sua natureza 
requerem tratamento diferenciado com relação ao descanso recomendado. O artigo 72 da CLT 
menciona que, em funções como mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), cada período 
de 90 minutos de trabalho consecutivo corresponderá a um repouso de dez minutos não deduzidos 
da duração normal do trabalho. Os Tribunais do Trabalho aplicam esse dispositivo legal para todas as 
funções assemelhadas, como digitador, operadores de call center, dentre outras.
Caso o período de descanso recomendado seja ignorado pelo empregador, as horas trabalhadas 
deverão ser remuneradas como horas extras.
Outro ponto muito importante a ser considerado para o cálculo da folha de pagamento é o tratamento 
dado às faltas e aos atrasos.
O quadro a seguir ilustra as faltas que, ocorrendo mediante a apresentação de comprovante, não 
poderão ser descontadas.
Quadro 15
Tipos de faltas Quantidade em dias
Falecimento do cônjuge, ascendente ou descendente 2 dias consecutivos
Casamento 3 dias consecutivos
Nascimento de filho 5 dias
Doação voluntária de sangue 1 dia por ano
Alistamento eleitoral 2 dias consecutivos
Aborto não criminoso 2 semanas
Exame vestibular – curso superior Todos os dias de prova
Atestado de saúde O período do atestado
Alistamento militar O período necessário
Comparecer em juízo O período necessário
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• Descanso Semanal Remunerado (DSR) – são os dias destinados ao descanso do empregado, 
via de regra, domingo e feriado. Contudo, para ter direito ao recebimento do DSR, o empregado 
deverá cumprir integralmente sua jornada de trabalho. Para melhor compreensão, consideremos 
o artigo 1º da Lei 605, de 5 de janeiro de 1949, que disciplina o direito ao recebimento do período 
de descanso, bem como o artigo que regula o desconto no caso de o empregado não cumprir sua 
jornada de trabalho.
Art. 1º – Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 
vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos 
limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, 
de acordo com a tradição local.
Art. 6º – Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o 
empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo 
integralmente o seu horário de trabalho.
§ 1º São motivos justificados:
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis 
do Trabalho;
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da 
administração do estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, 
não tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu 
casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.
§ 2º – A doença será comprovada mediante atestado de médico da 
instituição de previdência social a que estiver filiado o empregado, e, na 
falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio 
ou da indústria; de médico da empresa ou por ela designado; de médico a 
serviço de repartição federal, estadual ou municipal, incumbida de assuntos 
de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que 
trabalhar, de médico de sua escolha (Redação dada pela Lei nº 2.761, de 26 
de abril de 1956 – Consolidação das Leis do Trabalho).
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O desconto do descanso semanal remunerado não se restringe apenas à ausência do empregado, 
mas também se aplica aos atrasos habituais que caracterizem prejuízo ao bom andamento do trabalho. 
Para ilustrar a explicação, tomemos duas situações hipotéticas como exemplo.
1ª situação – o empregado recebe mensalmente o valor de $ 600,00. Se faltar um dia ao trabalho, 
quanto lhe será descontado? Logo, se faltou ao trabalho, perdeu o direito a receber o valor de um 
domingo. Perdeu, portanto, o correspondente a dois dias, o dia da falta propriamente dita e o domingo 
correspondente ao descanso semanal remunerado. Dessa forma, o cálculo ficaria: $ 600,00/30 = $ 20,00 
por dia. O desconto será de $ 40,00, isto é, $ 20,00 x 2 = $ 40,00.
2ª situação – o empregado recebe mensalmente o valor de $ 800,00. Na primeira semana de 
trabalho, ele atrasa uma hora e, na segunda semana, mais uma hora. Ambos os atrasos não foram 
justificados. Quanto lhe será descontado? Nesse caso, como se trata de horas, o salário deve ser dividido 
pelo número de horas trabalhado mensalmente. Tomemos o limite constitucional para a realização do 
cálculo: $ 800,00/220 horas = $ 3,64 por hora. Perderá, portanto, as duas horas que atrasou mais duas 
horas do domingo. O valor do desconto será de $ 14,55, ou seja, $ 3,64 x 4 horas = $ 14,55.
6.1 Descontos realizados na folha de pagamento
Previdência Social – INSS
Os empregadores, por determinação legal, deverão descontar de seus empregados o valor destinado a 
contribuições previdenciárias e demonstrar o valor do desconto realizado no demonstrativo de pagamento. 
As alíquotas incidentes para desconto dependem do valor do salário do empregado. A tabela a seguir é 
a presente na portaria Interministerial do Ministério da Previdência Social/Ministério da Fazenda – MPS/
MF nº. 333/2010, publicada no Diário Oficial da União – DOU de 30 de junho de 2010, que estabelece os 
salários de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso para o 
pagamento de remuneração. Esta tabela de INSS em vigor permanece inalterada para 2019.
Tabela 1
Salário de contribuição Alíquota
Até R$ 1693,72 8%
De R$ 1693,73 até R$ 2822,90 9%
De R$ 2822,91 até R$ 5645,80 11%
Fonte: Brasil (2015).
Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF
Sobre o valor recebido a título de salário pelo empregado, incide uma alíquota para recolhimento 
do Imposto de Renda. A tabela a seguir ilustra os percentuais e a parcela a deduzir do imposto. Referida 
tabela foi instituída pela Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 1.117/2010. Esta 
tabela de Imposto de Renda em vigor desde 2015 permanece inalterada para 2018 e 2019.
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Tabela 2
Rendimento Alíquotas (%) Dedução
Até R$ 1.903,98 Isento -
De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,50 R$ 142,80
De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 15,00 R$ 354,80
De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,50 R$ 639,13
Acima de R$ 4.664,68 27,50 R$ 826,15
Dedução por dependente: R$ 189,59
A partir 01/04/2015
Fonte: Brasil (2015).
A dedução por dependente será de R$ 189,59.
Vamos compreender o valor do desconto:
Caso 1
Se o empregado recebe R$ 2.000,00 e tem 1 dependente:
• 1º - Deve descontar o valor do INSS, que neste caso, segundo a tabela 1, é de 9%, ou seja, R$ 180,00.
• 2º - Deve descontar também os dependentes, se houver, neste caso R$ 189,59.
Sendo assim:
• 2.000,00 – 180,00 – 189,59 = 1.630,41.
Este será o rendimento tributável, assim pela tabela 2 está isento.
Caso 2
Se o empregado recebe R$ 3.200,00 e tem 1 dependente:
• 1º - Deve descontar o valor do INSS, que neste caso, segundo a tabela 1, é de 11%, ou seja, R$352,00.
• 2º - Deve descontar também os dependentes, se houver, neste caso R$ 189,59.
Sendo assim:
• 3200,00 – 352,00 – 189,59 = 2.658,41
Este será o rendimento tributável, assim, pela tabela 2, está inserido na alíquota 7,5%, 2.658,41 x 
7,5% = 199,38.
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• Desse valor devo subtrair a dedução correspondente à alíquota, que é de 142,80, logo:
199,38 – 142,80 = 56,58 – esse é o valor do IR a ser descontado do empregado.
Contribuição sindical e confederativa
Antes da reforma trabalhista, a contribuição sindical era obrigatória e correspondente ao valor de 
um dia de salário do empregado.
A reforma da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) acabou definitivamente com o imposto 
sindical, mas, tendo em vista que essa era a fonte de renda dos sindicatos e que foi retirada de maneira 
instantânea, vários sindicatos estão entrando com ações judiciais e tiveram decisões favoráveis no 
sentido de manutenção do imposto. Contudo, é importante ressaltar que o Supremo Tribunal federal 
pode reformar essas decisões a qualquer momento.
A forma de instituição da contribuição assistencial vai ser estipulada na época da negociação coletiva, 
e cada sindicato vai institui-la conforme a decisão da categoria e considerando as novas formas de 
contrato de trabalho.
Vale-transporte
Como já explicado anteriormente, é faculdade do empregador descontar o percentual de 6% sobre 
o salário-base do empregado em razão do fornecimento do vale-transporte, excluídos quaisquer outros 
valores adicionais ou vantagens. Além disso, é importante considerar que somente se deve proceder com 
o desconto caso o empregado tenha optado pelo recebimento do benefício em questão.
Pensão alimentícia
Não é um desconto comum. Todavia, ele ocorrerá quando houver uma determinação judicial, ou 
seja, quando o empregado possuir um filho que não mora com ele e a genitora da criança pleitear em 
juízo a pensão alimentícia.
Uma vez julgado procedente o pedido de pensão e não cabendo mais recurso judicial por parte do 
empregado, o juiz determinará que o empregador proceda com o desconto do valor da pensão do salário 
do empregado e repasse para a genitora do filho. A ordem judicial poderá determinar a incidência do 
percentual sobre o valor bruto do salário. Contudo, se determinar que a incidência do percentual seja 
sobre o valor líquido do salário, o cálculo deverá respeitar a fórmula seguinte, conforme explicado por 
Zanluca (2010):
P = {{RT – CP – [(A / 100) x (RT – CP – (D x PDD) – P)] + PD} x (PP / 100)}
Onde:
P: pensão alimentícia;
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RT: rendimentos tributáveis;
CP: contribuição previdenciária;
A: alíquota do imposto de renda que estaria sujeita os rendimentos antes do cálculo da pensão alimentícia;
D: número de dependentes, exceto os beneficiários da pensão;
PDD: parcela a deduzir por dependente;
PD: parcela a deduzir do imposto calculado, de acordo com a tabela progressiva;
PP: percentual da pensão alimentícia.
Valores que compõem a remuneração
Conforme ilustra Zanluca (2010), além do valor convencionado com o empregador, também devem 
ser considerados outros valores na composição da remuneração do empregado. . São eles:
• gorjetas;
• comissões;
• percentagens adicionais;
• gratificações ajustadas;
• diárias para viagem (quando excedentes a 50% do valor do salário);
• abonos e outras denominações que deverão ser analisadas separadamente conforme o 
caso específico.
6.2 Procedimento de integração das horas extras no valor do descanso 
semanal remunerado
A integração do valor recebido a título de remuneração das horas extras no valor do descanso 
semanal remunerado ocorre por imposição legal e entendimento jurisprudencial. No âmbito legal, figura 
a Lei nº 7.415,de 9 de dezembro de 1985. No âmbito jurisprudencial, figura o Enunciado do Tribunal 
Superior do Trabalho (TST) nº 172.
Segue a demonstração da composição do cálculo:
• soma-se as horas extras do mês;
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• divide-se o resultado pelo número de dias úteis do mês;
• multiplica-se o resultado pelo número de domingos e feriados do mês;
• o resultado é multiplicado pelo valor da hora extra atual.
É importante constar que o sábado é considerado dia útil. Logo:
DSR = valor total horas extras do mês (passo 1)
Número de dias úteis
DSR = passo 1 x domingos e feriados do mês (passo 2)
DSR = passo 2 x valor da hora extra atual.
Demonstração do cálculo. Considere os seguintes dados:
• total de horas extras no mês de março com adicional de 50% = 45 horas;
• valor da hora normal R$ 7,50;
• valor da hora extra = R$ 7,50 x 1,50 = R$ 11,25;
• domingos e feriados em março de 2011 = 4
DSR = 45 horas/27 dias úteis = 1,67 horas (passo 1)
DSR = 1,67 horas x 4 domingos = 6,67 horas (passo 2)
DSR = 6,67 horas x R$ 11,25 = R$ 75,00
Como já exposto em tópico anterior, a Constituição Federal, no inciso XVI, do artigo 7º, 
determina que seja acrescido ao valor da hora normal, no mínimo, o percentual de 50%. No 
entanto, na convenção coletiva da categoria a que pertence o empregado pode constar um 
percentual maior.
Além disso, se na jornada do empregado figurar parcela de horas contempladas como sendo horário 
noturno, haverá reflexos no valor do descanso semanal remunerado (DSR).
Por determinação constitucional, inciso IX, do artigo 7º, a remuneração do trabalho noturno deve ser 
superior ao valor da hora do trabalho diurno. Nos termos do artigo 73 da CLT, o percentual que deverá 
incidir no valor da hora normal deverá ser de, no mínimo, 20%.
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Ressalta-se que se deve atentar se na convenção coletiva da categoria do empregado não figura 
acordado um percentual maior.
Demonstração da composição do cálculo:
• total das horas noturnas trabalhadas no mês;
• divisão desse total de horas pelo número de dias úteis;
• multiplica-se o resultado pelo número de domingos e feriados;
• multiplica-se o resultado pelo valor da hora normal;
• o resultado é multiplicado pelo valor do adicional noturno (normalmente 20%).
É importante não esquecer que o sábado é considerado dia útil. Assim:
DSR = total das horas noturnas (passo 1)
 Número dias úteis
DSR = passo 1 x número de domingo e feriados (passo 2)
DSR = passo 2 x valor da hora normal (passo 3)
DSR = passo 3 x 20%
A seguir, uma demonstração do cálculo. Considere os seguintes dados:
• total de horas noturnas no mês de março = 98 horas;
• valor da hora normal R$ 7,50;
• domingos e feriados em março de 2011 = 4;
• percentual do adicional noturno = 20%;
• dias úteis no mês = 27.
DSR = 98 = 3,63 horas (passo 1)
 27
DSR = 3,63 x 4 (domingos e feriados) = 14,52 (passo 2)
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DSR = 14,52 x R$ 7,50 = R$ 108,89
DSR = 108,89 x 20% = R$ 21,78
6.3 Valores que não compõem a remuneração
Nos termos do artigo 457, § 2º, da CLT, as ajudas de custo e as diárias para viagem que não ultrapassem 
a 50% do valor recebido pelo empregado não devem compor sua remuneração. No mesmo sentido, 
figura o Enunciado do Tribunal Superior do Trabalho nº 101, conforme transcrito abaixo:
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os 
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, 
como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais 
e de função e as comissões pagas pelo empregador (Redação dada pela 
Medida Provisória nº 808, de 2017).
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de 
custo, limitadas a cinquenta por cento da remuneração mensal, o auxílio-
alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para 
viagem e os prêmios não integram a remuneração do empregado, não se 
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência 
de encargo trabalhista e previdenciário (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 808, de 2017).
Nesse sentido, mostra-se importante fixar que a ajuda de custo não tem natureza salarial, 
independentemente do valor que seja pago. Ela é uma verba indenizatória paga pelo empregador com 
finalidade específica para cobrir despesas do empregado.
Normalmente ocorre quando o empregado é encaminhado, ou seja, transferido para outra 
localidade diferente da qual foi contratado. Além disso, essa ajuda é paga numa única vez, o que deve 
ser estritamente observado pelo empregador, já que, se ela for paga mês a mês, descaracteriza-se o 
aspecto indenizatório e passa a existir a margem de interpretação da ajuda de custo como parte do 
salário mensal. Dessa forma, o artigo 470 da CLT nos ensina que a ajuda de custo deve constar como 
verba indenizatória, não salarial.
As diárias para viagem, por sua vez, são os valores pagos com regularidade ao empregado 
para que este possa pagar as despesas inerentes a suas viagens de trabalho. Essas despesas 
são os gastos com diárias de hotel, alimentação, transporte, fotocópias etc. No entanto, como 
esclarecido anteriormente, esses valores não devem exceder a 50% do valor do salário recebido 
pelo empregado, porque, se ultrapassarem, passarão a integrar a remuneração do empregado em 
todos os efeitos legais, ou seja, com férias, 13º salário, recolhimento de INSS, recolhimento de FGTS 
e demais encargos.
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Zanluca (2010), em sua obra Manual Básico de Rotinas Trabalhistas, elucida muito bem as duas 
situações, isto é, situação um: diárias que não ultrapassam o percentual de 50% da remuneração 
do empregado, e, situação dois: o valor pago pelo empregador a título de diárias ultrapassa 
referido percentual.
 Saiba mais
É possível obter outros exemplos para o cálculo da folha de pagamento 
no site: <www.professortrabalhista.adv.br/rotina_folha_de_pagamento.htm>. 
Acesso em: 10 out. 2011.
Situação um: um empregado recebe um salário no valor de R$ 1.500,00 e viaja quinzenalmente. Em 
cada viagem, recebe o valor de R$ 250,00. Logo:
• valor da diária = R$ 250,00 x 2 (número de viagens mensal) = R$ 500,00;
• salário = R$ 1.500,00;
• valor a ser considerado para saber se integrará a remuneração será de:
R$ 1.500,00 x 50% = R$ 750,00;
• R$ 500,00 é um valor menor que os R$ 750,00, logo, não integrará a remuneração mensal.
Situação dois: um empregado tem como salário o valor de R$ 1.500,00 e viaja quatro vezes por 
mês. Em cada viagem, recebe o valor de R$ 250,00. Logo:
• valor da diária = R$ 250,00 x 4 (número de viagens mensal) = R$ 1.000,00;
• salário = R$ 1.500,00;
• valor a ser considerado para saber se integrará a remuneração será de:
R$ 1.500,00 x 50% = R$ 750,00;
• R$ 1.000,00 é um valor maior que os R$ 750,00; porém, o valor de R$ 1.000,00 integrará a 
remuneração do empregado.
Caso o empregado seja obrigado a elaborar um relatório para prestação de contas do valor recebido 
a título de diárias para viagem e, nesse relatório, anexar as notas ou cupons fiscais dos valores gastos, 
mesmo o valor das diárias tendo ultrapassado o percentual de 50%, ele não integrará o salário do 
empregado, mesmoque descaracterize a natureza salarial.
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Uma vez compreendido os aspectos que norteiam as verbas de ajuda de custo e diárias para viagem, 
resta compreender se sobre as mesmas incidem INSS, FGTS e IR.
No caso de ajuda de custo, não há qualquer incidência. Já no caso das diárias para viagem, quando 
o percentual for inferior a 50%, também não haverá qualquer incidência. Mas, quando o percentual for 
superior a 50%, não haverá incidência de INSS e FGTS; todavia, para o IR, deverá ser observada a tabela 
do Imposto de Renda. Caso o salário passe a figurar em patamar tributado, haverá recolhimento.
 Lembrete
Lembre-se: não há incidência de INSS e FGTS sobre as verbas de ajuda 
de custo.
6.4 Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT
A Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976, institui o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Esse 
dispositivo legal prioriza a assistência aos trabalhadores de baixa renda, ou seja, aqueles que ganham 
até cinco salários mínimos mensais.
O empregador, para proceder com o cadastramento dos empregados, deve registrar formulário junto 
à Empresa de Correios e Telégrafos, ou acessar o site <www.mte.gov.br> e realizar o cadastramento.
Nesse formulário, deverão constar os seguintes dados:
a) identificação da empresa beneficiária;
b) número de refeições;
c) modalidade dos serviços de alimentação (refeitório próprio, refeições terceirizadas etc.);
d) número de trabalhadores beneficiados por unidade da federação caso o empregador possua filiais 
em mais de um Estado;
e) número de trabalhadores beneficiados por faixas salariais;
f) termo de responsabilidade e assinatura do responsável pela empresa.
Com a apresentação do formulário na Empresa de Correio e Telégrafos ou com o encaminhamento 
do formulário via internet, o empregador fica automaticamente aprovado.
A cópia do formulário mais o comprovante oficial da postagem ou o comprovante de adesão 
encaminhado pela internet são documentos que devem permanecer arquivados na empresa, à disposição 
da fiscalização dos agentes do Ministério do Trabalho.
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Pelo programa de alimentação, o empregador figura como responsável pela qualidade e o teor 
nutritivo das refeições de seus empregados.
O teor nutritivo da alimentação é regulado pela Portaria Interministerial nº 66/2006. A título de 
exemplo do rigor do controle, considere que os cardápios deverão oferecer uma porção de frutas e outra 
de legumes ou de verdura.
A alimentação será fornecida de três formas distintas, à escolha do empregador:
• com serviço próprio;
• distribuir alimentos, inclusive não preparados (cestas básicas);
• conveniar-se com empresas que prestem serviços de alimentação coletiva (essas empresas 
precisam ser credenciadas pelo PAT).
O benefício em questão poderá ser oferecido aos trabalhadores que forem dispensados pela empresa 
e não conseguirem emprego de imediato. A empresa poderá oferecer o benefício a esses empregados 
pelo período de seis meses.
As empreiteiras também podem estender os benefícios aos empregados de subempreiteiras, desde 
que estes estejam trabalhando no mesmo canteiro de obras.
Caso o empregador opte por viabilizar a alimentação com valores, estes não terão natureza salarial, logo, 
não se incorporarão à remuneração do empregado. Não haverá qualquer tributação sobre esses valores.
Embora o programa se destine aos empregados que ganham até cinco salários mínimos, os 
trabalhadores com ganhos acima do limite estipulado por lei também podem ser incluídos no PAT, 
contudo, é necessário que todos os empregados da empresa que ganhem até cinco salários mínimos 
recebam o benefício, independentemente da jornada do trabalho.
O empregador poderá descontar do empregado o limite máximo de 20% do custo direto da refeição. 
Para ilustrar, considere um custo direito de refeição no valor de R$ 6,00. O limite de desconto na 
remuneração do empregado será de R$ 1,20, ou seja, R$ 6,00 x 20% = R$ 1,20.
6.5 Cronograma das obrigações trabalhistas e previdenciárias
O departamento de recursos humanos deve se organizar para cumprir um cronograma de obrigações 
nos âmbitos trabalhista e previdenciário.
Para melhor compreensão dos procedimentos, tomar-se-á como parâmetro para elaboração do 
cronograma o mês de março de 2011.
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Prazo para efetuar o pagamento dos salários
Nos termos do § 1º do artigo 459 da CLT, se o pagamento de salário for estipulado na 
modalidade mensal, ele deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês 
subsequente ao vencido.
Dessa forma, considerando como trabalhado o mês de março de 2011, o pagamento dos 
salários deverá ser realizado na data de 6 de abril de 2011, tendo em mente que o sábado é 
considerado dia útil.
O mesmo raciocínio em relação ao quinto dia útil se aplica para as modalidades de pagamentos 
semanal e quinzenal.
Assim, se o empregador for efetuar os pagamentos de salário na modalidade semanal, considerando 
o mês de março como referência e que o empregado trabalhe de segunda a sexta, deverá atentar para 
as seguintes datas de pagamento:
• semana trabalhada: 1 a 4 de março;
• pagamento do salário: 10 de março – quinta-feira.
• semana trabalhada: 7 a 11 de março;
• pagamento do salário: 17 de março.
• semana trabalhada: de 14 a 18 março;
• pagamento do salário: 24 de março.
A forma como o pagamento será viabilizado também requer cuidados por parte do empregador. 
Considere as seguintes observações:
Se o empregador efetuar os pagamentos mediante depósito na conta corrente dos empregados, os 
valores deverão estar disponíveis para saque já no quinto dia útil. Deve-se atentar para a data fixada 
pela convenção coletiva da categoria do funcionário, que pode ter fixado uma data antes do quinto dia 
útil. Nesse caso, vale a data estipulada pela convenção.
Se o empregador realizar o pagamento por meio de cheque, deverá possibilitar ao empregado certo 
espaço de tempo para que lhe seja possível descontar o cheque no estabelecimento bancário. Caso a 
agência bancária esteja distante do local do trabalho, o empregador deverá providenciar transporte para 
o empregado até lá.
Importante registrar também que o empregado sempre deverá assinar o recibo de pagamento e, em 
se tratando de pessoa analfabeta, deverá constar no recibo sua impressão digital.
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O salário deve estar disponível ao empregado no máximo até o quinto dia útil. 
Todavia, a convenção coletiva pode fixar uma data inferior ao quinto dia útil para 
que o pagamento seja feito. Essa data deve ser respeitada pela empresa.
Prazo para recolher os valores do FGTS e entrega da GFIP
O prazo para recolhimento dos valores do FGTS figura fixado nos termos do artigo 15 da Lei nº 8.036, 
de 11 de maio de 1990:
Art. 15 – Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam 
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária 
vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por cento) da 
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas 
na remuneração as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e a 
gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, 
com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
Dessa forma, tomandoo mês de março de 2011 como referência, os valores inerentes ao FGTS 
deverão ser colhidos na data máxima do dia 7 de abril de 2011.
O empregador tem ainda a obrigação de proceder com a entrega do Guia de Recolhimento do FGTS e de 
Informações à Previdência Social – GFIP. Essa guia deve ser entregue independentemente do recolhimento 
do valor inerente ao FGTS e ao INSS. Nela, serão informados os dados da empresa e dos trabalhadores, os 
fatos geradores das contribuições previdenciárias e os valores devidos ao INSS por parte do empregador e, 
ainda, as remunerações dos trabalhadores, demonstrando o valor a ser recolhido ao FGTS.
A entrega dessa guia ocorrerá também até o dia 7 do mês seguinte. Se no dia 7 não houver expediente 
bancário, a entrega deverá ser antecipada para o dia imediatamente anterior.
 Saiba mais
Para mais informações sobre o FGTS, acesse: <http://www.fgts.gov.br>.
Prazo para entrega do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) respeita o mesmo prazo da GFIP. A 
entrega é feita eletronicamente por meio do Aplicativo do Caged Informatizado (ACI). Para baixar o 
aplicativo, deve-se acessar o site do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM): <www.mte.gov.br>.
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Como estamos considerando o mês de março de 2011 como referência, o arquivo do Caged 
devidamente gravado deverá ser entregue no máximo até o dia 7 de abril de 2011.
Como a entrega é realizada eletronicamente, pode ser feita inclusive durante os finais de semana.
Prazo para entrega da Guia da Previdência Social (GPS)
O Regulamento da Previdência Social, Decreto nº 3.048/99, nos incisos do artigo 225, regula o 
prazo de entrega da GPS. Transcreve-se o referido dispositivo legal no sentido de possibilitar melhor 
compreensão de todo o procedimento inerente à Guia da Previdência Social.
No entanto, deve-se observar que o prazo para entrega da cópia da GPS ao sindicato é até o dia 10 
do mês subsequente, conforme se demonstra a seguir.
Art. 225 – A empresa é também obrigada a:
I – preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a 
todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, 
uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos;
II – lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de 
forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o 
montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os 
totais recolhidos;
III – prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita 
Federal todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse 
dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos 
necessários à fiscalização;
IV – informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social, por 
intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço e Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, 
dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e 
outras informações de interesse daquele Instituto;
V – encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais 
numerosa entre seus empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da Guia 
da Previdência Social relativamente à competência anterior; e
VI – afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente à competência 
anterior, durante o período de um mês, no quadro de horário de que trata o 
art. 74 da Consolidação das Leis do Trabalho.
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Prazo para recolhimento do INSS
O recolhimento das contribuições ao INSS figura regulado pela Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. 
Em seu artigo 30, faz constar que as importâncias devidas à Seguridade Social devem ser recolhidas até 
o dia 20 do mês subsequente, conforme se demonstra a seguir.
Art. 30 – A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras 
importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas:
I – a empresa é obrigada a:
a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores 
avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração;
b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea a deste inciso, a 
contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as 
contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas 
ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores 
avulsos e contribuintes individuais a seu serviço até o dia 20 (vinte) do mês 
subsequente ao da competência.
Considerando o exposto, é possível elaborar de forma prática uma tabela para consultas rápidas.
Quadro 16
Obrigação Data limite
Salários dos mensalistas e quinzena listas Pagamento até o quinto dia útil da semana ou quinzena trabalhada
Salário mensalista Pagamento até o quinto dia útil do mês subsequente
Recolhimento do FGTS Até o dia 7 do mês subsequente
Caged Até o dia 7 do mês subsequente
Remessa da cópia da GPS ao sindicato Até o dia 10 do mês subsequente
Contribuições previdenciárias e retenções Até o dia 20 do mês subsequente
Contribuições previdenciárias de 
empregado doméstico Até o dia 15 do mês subsequente
IRRF Até o último dia útil da segunda dezena do mês subsequente
PIS sobre a folha do pagamento Até o dia 25 do mês subsequente
É muito importante o aluno ter claro que, a reforma trabalhista ainda sofrerá alterações. Dois dias 
depois da sua promulgação, já foi editada uma Medida Provisória nº 808 que fez algumas mudanças.
Existem inúmeras ações no Supremo Tribunal Federal questionando a inconstitucionalidade de vários 
artigos. Mas, o que a reforma trouxe de principal, é a possibilidade do acordo coletivo ou da convenção 
coletiva prevalecer em relação à legislação.
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Acordo coletivo: é aquele firmado entre empresa (empregador) e sindicato dos trabalhadores.
Convenção coletiva: é aquela firmada entre sindicato patronal e sindicato dos trabalhadores.
Vários direitos são ampliados ou modificados através desses instrumentos que possuem força de lei, 
dentro da abrangência da categoria.
A categoria profissional é definida pelo ramo de atividade da empresa, exemplo:
• Indústria Química estabelecida em Palmas-TO, categoria trabalhadores da indústria química de Palmas.
• Banco estabelecido em Ouro Preto, categoria trabalhadores em banco estabelecido em Ouro 
Preto-MG.
Normalmente, a abrangência do sindicato é municipal, mas existem casos que a abrangência é 
estadual ou nacional, como é o caso dos trabalhadores aeroviários.
Podemos entender que agora será uma fase na qual os sindicatos dos trabalhadores que 
possuírem maior capacidade de organização irão garantir cláusulas mais benéficas, que irão 
prevalecer sobre o legislado.
 Resumo
Nesta unidade, estudamos os encargos que incidem sobre a folha de 
pagamento e observamos o quadro demonstrativo desses encargos.
Foi possível perceber ainda a existência de legislações específicas 
para cada um dos tributos, sendo que alguns deles estão amparados na 
própria Constituição Federal, como os referentes ao Sebrae, Sesi, Sesc, 
Senai e Senac.
Vimos também os fatores que impactam no cálculo da folha de 
pagamento, como os tipos de faltas que não podem ser descontadas do 
salário do empregado e a elaboração dos cálculos inerentes aos descontos 
passíveis de serem realizados na folha de pagamento.
Observamos que o Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) foicriado com o objetivo de atender ao empregado de baixa renda, ou seja, 
aqueles que ganham até cinco salários mínimos.
Por fim, verificamos os prazos para recolhimento de tributos como 
FGTS, INSS e IRRF.
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 Exercícios
Questão 1. A empresa Jura´s Sistemas e Softwares Ltda. atende clientes localizados em todo 
o território nacional. Fornece pacotes de sistemas de uso geral como ERP – Enterprise Resources 
Planning e CRM – Customer Relationship Management. Além dessas soluções, já prontas, desenvolve 
Sistemas de Informação Operacionais, Gerenciais e de Apoio a Decisões Empresariais customizados, 
visando atender às necessidades específicas dos seus clientes. Para tanto, conta com uma equipe de 
analistas de negócios que viaja pelo Brasil, atendendo aos clientes e demonstrando as soluções de 
tecnologia de informação oferecidas pela empresa e também implantando os sistemas negociados. Os 
profissionais viajam semanalmente (4 vezes ao mês). Os analistas contam com um valor fixo de diárias 
de R$ 800,00, além dos seus salários fixos de R$ 8.000,00. A título de cálculo de salário-base para o 
IR – Imposto de Renda, existe a dúvida sobre quanto dos valores das diárias devem ser incorporados 
no seu salário. Os valores dos salários-base dos analistas de negócios da empresa, para fins de IR, 
devem ser de:
A) R$ 12.000,00.
B) R$ 8.000,00.
C) R$ 11.200,00.
D) R$ 9.600,00.
E) R$ 8.800,00.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
Alternativa A – Incorreta.
O valor de R$ 12.000,00 apresentado equivale ao valor de salário fixo dos analistas de negócios, com 
o acréscimo de mais 50% dos próprios salários, o que não tem nenhuma correlação com o valor das 
diárias, que totalizam R$ 3.200,00 por mês.
Alternativa B – Correta.
As diárias são os valores pagos com regularidade ao empregado para que possa pagar as despesas 
inerentes à sua viagem a trabalho, como diárias de hotéis, alimentação, transporte, cópias. Não devem 
exceder a 50% do valor do salário recebido pelo empregado, porque, se ultrapassar, passará a integrar 
a remuneração em todos os efeitos legais, ou seja, férias, 13º, recolhimento de INSS, recolhimento de 
FGTS, recolhimento de IR e demais encargos. No caso:
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Salário fixo = R$ 8.000,00
50% do salário fixo = R$ 4.000,00
Valor mensal das diárias = R$ 3.200,00
Ou seja, o valor mensal das diárias não excede 50% do salário fixo. Logo, não deve ser incorporado 
ao salário para a definição do salário-base.
Alternativa C – Incorreta.
O valor de R$ 11.200,00 apresentado equivale ao valor de salário fixo dos analistas de negócios, 
acrescido do valor mensal das diárias pagas, ou seja, R$ 3.200,00. Porém, o valor das diárias não deve 
ser incorporado aos salários dos analistas, por não superar os 50% desses valores.
Alternativa D – Incorreta.
O valor de R$ 9.600,00 apresentado equivale ao valor de salário fixo dos analistas de negócios, 
acrescido do valor equivalente a 50% do valor mensal das diárias pagas, ou seja, R$ 1.600,00. Porém, o 
valor das diárias não deve ser incorporado aos salários, total ou parcialmente.
Alternativa E – Incorreta.
O valor de R$ 8.800,00 apresentado equivale ao valor de salário fixo dos analistas de negócios, 
acrescido do valor semanal das diárias pagas, ou seja, R$ 800,00. Porém, o valor das diárias não deve ser 
incorporado aos salários, total ou parcialmente.
Questão 2. O Sr. Domingos, um antigo colaborador da empresa, muito zeloso com seus vencimentos, 
trabalhou 38 horas extras neste mês. Ao receber seu holerite, resolveu conferir os cálculos e ficou 
em dúvida quanto ao valor do Descanso Semanal Remunerado (DSR), no que se refere ao valor a ser 
integrado na verba de DSR em virtude das horas extras trabalhadas.
Os dados apontados no mês foram:
• total de horas extras trabalhadas no mês: 38 horas;
• adicional de hora extra: 50%;
• valor percebido por hora normal trabalhada: R$ 12,00;
• quantidade de domingos e feriados no mês: 4 dias;
• quantidade de dias úteis no mês: 26.
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Você, como responsável pela Divisão de Recursos Humanos da empresa, refez os cálculos do valor a 
ser integrado no DSR, com base nas horas extras trabalhadas, e concluiu que o valor é:
A) R$ 26,28.
B) R$ 0,00. Não há acréscimos no DSR.
C) R$ 91,20.
D) R$ 105,12.
E) R$ 70,08.
Resolução desta questão na plataforma.
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7 ASPECTOS IMPORTANTES NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
O mundo organizacional é vasto em termos sistemas e subsistemas. São muitas as ferramentas que 
temos à disposição para executar o trabalho e melhorar o desempenho no dia a dia.
Entretanto, a principal engrenagem das organizações, sem dúvida, é o homem. Sem ele, nada 
faria sentido, já que as máquinas não pensam, não trabalham sozinhas e muito menos planejam. O 
componente humano faz (e muita) diferença nas empresas.
Cada vez mais, as organizações se preocupam com seu grupo de pessoas e em selecionar, desenvolver 
e reter talentos.
A seguir, citaremos aspectos importantes do mundo organizacional.
7.1 Conceitos de organização – por que organizar?
A função da organização da administração é reunir efetivamente recursos físicos e humanos para 
suprir as metas estabelecidas na empresa, o que, inicialmente, parece simples; porém, quando nos 
aprofundarmos em subsistemas, percebemos a função primordial de organizar atividades e designá‑las 
especificamente para cada pessoa.
A organização baseia‑se principalmente no objetivo de atingir metas, o que, por sua vez, atende uma 
necessidade vinda do mercado e oriunda de clientes.
Consequentemente, o planejamento faz‑se importante, como citam Montana e Charnov (2010, p. 171):
(...) não deve haver dúvida de que o planejamento é a primeira função da 
administração e de que é necessário organizá‑lo. Se não tivermos objetivos, 
não teremos motivo para organizar.
Diretrizes para organizar
A seguir, algumas diretrizes do início de um processo de organização:
‑ Quando iniciamos o processo de organização, ele irá impactar sobre pessoas, além da estrutura. 
Mudanças de estratégia, organização, metodologia ou política impactarão diretamente no setor a ser 
estruturado, assim, devemos ter o cuidado de envolver todas as pessoas nesse processo, para que o 
impacto seja menos sentido e todos se sintam parte importante da mudança. Por exemplo: digamos 
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que uma rotina de seleção seja: triagem – análise de currículo – dinâmica de grupo – entrevista por 
competência – elaboração de parecer – encaminhamento para o gestor da área.
Porém, uma nova estratégia de seleção é definida e configura‑se uma nova rotina de seleção: triagem 
– testes on‑line – entrevista coletiva – elaboração de parecer – encaminhamento para o gestor da área.
Veja, aluno, é possível notar com a nova estratégia que algumas fases do processo mudaram. Testes 
on‑line foram incluídos e dinâmicas de grupo, excluídas.
Se os analistas de RH responsáveis pelo processo de seleção não foram consultados na escolha da 
nova metodologia, certamente surgirão críticas e certa resistência ao novo modelo.
Outra diretriza ser seguida é a busca por estruturas simples, o que evita o sobrecarregamento de 
áreas, principalmente no que corresponde a fluxos contínuos e intermináveis de pessoas envolvidas 
numa operação. Por exemplo, há empresas cujos processos de aprovação de uma vaga começam com o 
requisitante, nesse caso, um supervisor financeiro, que passa para seu gerente a solicitação, que por sua 
vez o transfere para sua secretária, que o envia para um gerente de área. Este repassa a solicitação para 
o superintendente, que a transmite ao gerente de RH para que este a aprove.
Em suma, a vaga que era urgente levou cerca de dez dias para ser aprovada e chegar ao RH.
O ideal é que o processo de aprovação de vagas tenha poucos envolvidos, o que vale para qualquer 
processo que a empresa resolva implantar. Além disso, as áreas devem ser estruturadas de acordo com 
a necessidade de trabalho, ou seja, é importante evitar pessoas demais na organização. Também é 
fundamental descrever o cargo de cada função, pois isso aperfeiçoa o tempo e direciona melhor o 
trabalho dos envolvidos.
É importante ainda evitar o duplo comando, isto é, ter pessoas que se reportam a dois, três gerentes 
ao mesmo tempo. Isso cria um ambiente confuso e gera a perda de tempo na organização dos processos. 
Por exemplo: ter apenas uma secretária para realizar atividades para o setor de marketing e o setor 
comercial é ter um nível intenso de solicitações, já que as agendas dessas áreas são muito movimentadas.
Conforme Montana e Charnov (2010, p. 174) sugerem:
[...] mantenha a estrutura enxuta e simples; encaixe as pessoas da melhor 
maneira possível na estrutura ideal; faça com que as pessoas se reportem a 
um único chefe, e redija a definição do trabalho a ser executado (a descrição 
de cargo).
Departamentalização
Dentro das estruturas organizacionais, a departamentalização é uma forma de agrupar pessoas, 
cargos e unidades de trabalho para compreender as áreas e para que as mesmas sejam direcionadas 
mais facilmente para o cumprimento das metas. Conforme salienta Montana e Charnov (2010, p. 177):
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As principais formas de departamentalização ocorrem por função, processo, 
produto, mercado, divisão, cliente, área geográfica e ainda por matriz. Em 
muitas organizações utiliza‑se uma combinação dessas formas.
Vejamos a seguir essas estruturas organizacionais:
Estrutura funcional: agrupam‑se as pessoas de acordo com a função que exercem. Por exemplo:
Presidente
MarketingOperações Finanças
Figura 9
Estrutura por processo: geralmente mais utilizada em fábricas.
Exemplo:
Presidente
Tratamento da 
matéria‑primaProjeto‑padrão
Pintura e 
acabamento
Figura 10
Estrutura por produto: divisão que ocorre quando há a necessidade de agrupar pessoas por 
conhecimento especializado.
Exemplo:
Vice-presidente de 
marketing
Carros grandesCarros de luxo Carros pequenos
Figura 11
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Estrutura por mercado: esse tipo de organização se faz necessária quando é preciso demonstrar a 
estrutura por tipos de mercado, facilitando o entendimento do cliente.
Exemplo:
Presidente
GovernoAssistência à saúde Educação
Figura 12
Estrutura por cliente: clientes com contas expressivas na empresa são utilizados como parâmetros 
de divisão.
Exemplo:
Gerente de conta de 
clientes especiais
Grupo VotorantimEditora Saraiva Fundação Getúlio Vargas
Figura 13
Estrutura por área geográfica: empresas com diversas filiais no país dividem suas estruturas por 
áreas.
Exemplo:
Vice-presidente
Região CentralRegião Nordeste Região Oeste
Figura 14
Estrutura por combinação: combinação de fatores.
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Exemplo:
Gerente da região 
Centro‑Oeste
Gerente da região do 
Distrito Federal
Gerente da 
região Sul
Diretor de governoDiretor de assistência à saúde Diretor de educação
Presidente
Vice‑presidente de 
marketing
Vice‑presidente de 
operações
Vice‑presidente de 
finanças
Figura 15
Outros avanços podem ser vistos nas estruturas organizacionais, como a organização por equipe, 
na qual são reunidas pessoas de departamentos diversos em equipes interfuncionais. Esse tipo de 
organização ajuda na identificação dos processos e, numa situação emergencial, é facilmente possível 
identificar o responsável pela emergência ao olhar a estrutura.
Exemplo:
Gerente de 
divisão
Atribuições da equipe
Gerente de 
marketing
Gerente 
de operações Gerente financeiro
Grupo de 
desenvolvimento 
de produtos
Força‑tarefa de 
responsabilidade 
social
Figura 16
Conforme visto, os sistemas de organização são diversos e a escolha por um deles depende 
da utilização que for mais conveniente e da necessidade e posicionamento de cada empresa 
no mercado.
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 Lembrete
Atualmente, mesmo nas empresas mais conservadoras e burocráticas, 
o contato com o presidente da organização tem sido cada vez mais 
incentivado para que a missão e a cultura organizacional sejam 
transmitidas com mais facilidade.
Habilidades em comunicação e a eficácia da administração
A comunicação é um fator primordial nas empresas. De acordo com o pensamento de Montana e 
Charnov (2010, p. 310):
A comunicação eficaz é absolutamente essencial para o sucesso gerencial 
e organizacional. Se um gerente não conseguir se comunicar com seus 
subordinados, as funções gerenciais terão pouco sucesso.
Assim, a comunicação não deve simplesmente existir, deve ser eficaz na transmissão real do que quer 
se tratar.
Imagine, aluno, um subordinado que não compreende normas e regras da empresa ou que ainda 
não entende a atividade que deve realizar! Desse modo, o modelo básico de comunicação consiste em 
diversas etapas:
Mensagem – é o conteúdo de algo que desejamos transmitir. Ela pode ser verbal, escrita ou visual.
A transmissão de uma informação é feita pelo ser humano a partir da utilização de seus sentidos. Desse 
modo, deve‑se ter o cuidado especial de observar a maneira como a outra pessoa recebe nossa mensagem.
Conforme reforça Montana e Chernov (2010, p. 313):
Qualquer estímulo pode ser usado para enviar uma mensagem. Os sentidos 
da audição e da visão normalmente são as principais vias de comunicação 
no contexto do trabalho. Olfato, paladar e tato também podem ser usados 
para transmitir mensagens e, em certas condições específicas, podem ser o 
método mais apropriado para comunicar uma mensagem.
Codificação – é maneira como formulamos o conteúdo de uma mensagem, e a emissão é a seleção 
do canal pelo qual iremos transmiti‑la.
Qual a melhor maneira de comunicar algo? Por e‑mail? Memorando? O ideal para se transmitir algo 
é conhecer o público que receberá a mensagem.
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Filtragem – é a interpretação dos interlocutores com base em algum sentimento prévio e ocorre 
no emissor e no receptor da mensagem. Por exemplo: se recebemos uma mensagem de alguém que 
não gostamos, tendemos a compreender ou interpretar o conteúdo com base no que sentimos por essa 
pessoa. Imagine, isso, aluno, no dia a dia de uma empresa? Se o gerente não gosta de um subordinado, 
ele até poderá se comunicar com este de forma clara, porém,essa comunicação estará permeada de 
sentimentos que podem gerar dupla interpretação.
Ruído – é algo externo que se interpõe entre o receptor e o emissor de uma mensagem. Por 
exemplo: você está falando com um colega de trabalho e toca um alarme, ambos têm a comunicação 
comprometida.
Decodificação – é a compreensão da mensagem pelo receptor. Não é propriamente o entendimento 
completo da mensagem, visto que a filtragem e o ruído já podem ter alterado o conteúdo do que se 
deseja de fato transmitir.
Feedback – corresponde à informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua mensagem. 
Serve para avaliar se a sua mensagem foi captada pelo receptor. Exemplo: se você está no ambiente 
de trabalho passando uma orientação para seu estagiário, mas o semblante deste indica que ele não 
está compreendendo a mensagem, isso fará com que você mude seu modo de explicar o assunto. Esse 
é o feedback.
Barreiras ao sucesso da comunicação empresarial
Existem muitas barreiras que impedem a boa comunicação empresarial.
Vejamos as principais:
• sobrecarga da mensagem – quando enviamos diversas mensagens quase que simultaneamente 
para um receptor, há uma distorção no entendimento das mesmas. Nas empresas, devemos limitar 
o número de mensagens enviadas de uma única vez para que não haja sobrecarga;
• complexidade da mensagem – mensagens complexas são difíceis de serem compreendidas, 
assim, devemos adotar a simplicidade como premissa para o envio de mensagens claras e objetivas.
Há, ainda, os mecanismos pessoais de distorção, a saber:
• desatenção – é o estado de atenção flutuante e se manifesta, por exemplo, quando lemos algo até 
o fim, mas não nos atentamos realmente para o que estava escrito no documento. Por exemplo, 
você já teve a experiência de assistir a um filme e, quando alguém lhe pergunta alguma coisa 
simples sobre ele, você não consegue responder?
• avaliação precipitada – esse mecanismo, muito comum nas empresas, surge quando 
completamos uma mensagem antes de ela ser completamente apresentada; entretanto, ele pode 
gerar distorções, pois nem sempre o final da mensagem é aquele que pensávamos que era.
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Melhorando a comunicação empresarial
Para melhorar a comunicação empresarial, devemos:
• enviar mensagens claras e objetivas;
• usar palavras adequadas a quem transmitimos uma mensagem;
• pedir ao receptor da mensagem que a repita e, assim, verificar o quanto foi compreendido por ele;
• falar devagar, pois isso ajuda na compreensão;
• escutar as pessoas e ficar atento ao que não é dito verbalmente, ou seja, ao que é transmitido por 
meio de gestos.
Essas são algumas ações que colaborarão para uma comunicação mais eficaz na empresa.
 Lembrete
Geralmente, uma comunicação pouco eficaz tem origem na sobrecarga 
de informações, com o interlocutor exercendo forte pressão para obter 
respostas a prazos curtos, o que, consequentemente, leva a distorções na 
mensagem.
 Saiba mais
O livro indicado a seguir aborda a comunicação empresarial de 
forma eficiente, buscando alinhar a comunicação com a estratégia 
da empresa.
TEIXEIRA, L. Comunicação na empresa. São Paulo: FGV, 2007.
Ética
A ética, em todos os países, deve ser vista como a mola‑mestra na linha de atuação da área de RH. 
Deve estruturar toda a linha de atuação da área de RH, pois lidamos com pessoas que nos confiam sua 
vida profissional e, muitas vezes, também a pessoal. Romper com a ética seria romper a tênue linha 
entre confiança e desconfiança.
Chiavenato (1997) nos propõe um código de ética para a área de RH. Esse código é baseado nos 
seguintes preceitos:
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Dignificar o ser humano
A administração participativa envolve as pessoas como sujeitos ativos, criativos e regentes da própria 
história, o que os torna verdadeiramente colaboradores da empresa.
Isso reforça não somente a força física e a reprodução de ideias já previamente concebidas, mas 
incentiva a concepção de novas ideias e a participação ativa no dia a dia da organização, o que 
estabelece um elo fundamental entre colaboradores e empresa no intuito de preservar a sobrevivência 
organizacional. Assim, supera‑se a descartabilidade dos trabalhadores, o que infelizmente impera nas 
organizações hoje.
Alunos, na prática, isso significa respeitar as individualidades, incluindo‑as num processo 
contínuo de melhorias no qual as opiniões são ouvidas e os colaboradores se sentem parte ativa 
do processo de construção da empresa. Um exemplo disso se dá quando um gestor possui um 
problema e pede a opinião dos trabalhadores para solucionar a situação de maneira efetiva. Aqui, 
o trabalhador se sentirá valorizado e, assim, ajudará a construir um ambiente corporativo mais 
produtivo e saudável.
Tornar estratégica a administração de recursos humanos
A administração de RH precisa romper seu tradicional papel de mera fornecedora de serviços e partir 
para uma postura estratégica, atuando como um setor de consultoria interna, que facilita os processos, 
auxilia as demais áreas da empresa e fornece rumos e possíveis caminhos para compartilhar ideias e 
responsabilidades.
Aluno, você que atua no RH, ou mesmo no ambiente organizacional de qualquer outra área, 
provavelmente já deve ter ouvido falar sobre o RH como um departamento que atua somente com 
seleção, folha de pagamento e benefícios, correto?
A mudança de patamar do RH é o caminho para esse setor se estabelecer como uma área importante 
na organização e deixar de ser somente o “organizador de festas” da empresa.
Compartilhar a administração com os gerentes e suas equipes
Para alguns profissionais de RH, compartilhar a administração com os gerentes e suas equipes pode 
ser difícil. Entretanto, essa postura se faz imprescindível, pois, no cenário organizacional contemporâneo, 
não podemos mais adotar uma postura centralizadora. É necessário compartilhar, dividir, delegar e 
romper o monopólio que ainda impera na área de RH. Não é preciso que se tema perder o lugar, pois um 
bom profissional será cada vez mais solicitado e não cairá no ostracismo.
Aluno, esse é um movimento natural e inevitável do RH, como dissemos anteriormente, em 
direção à parceria com as demais áreas da empresa. Se o RH de sua empresa ainda não atua dessa 
forma, muito em breve isso irá acontecer, ou estará sujeito a sucumbir enquanto área participante 
da organização.
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Mudar e inovar incessantemente
O processo de mudanças no cenário organizacional deve ser visto como algo positivo, que promoverá 
o crescimento. Tentar manter o status quo é “ir contra as tendências atuais”.
As informações estão cada vez mais acessíveis atualmente. Há 20 anos, não tínhamos a internet 
como ela é hoje, quando basta apontarmos um tema que teremos vasta bibliografia para pesquisar 
on‑line. Além disso, anteriormente as empresas praticamente não se comunicavam, ou seja, cada uma 
permanecia num mundo à parte, sem quaisquer trocas de informações.
Contudo, hoje, a troca de dados é praticamente obrigatória. As principais práticas são inovadas a 
cada dia e ignorar esses fatos é correr um alto risco de ficar para trás.
Dignificar e elevar o trabalho
A prática da cultura democrática e participativa deve ser disseminada a partir do incentivo à 
formação de equipes autônomas. A não imposição de regras e a permissão para que os trabalhadores 
as compreendam e assumam seu cumprimento como sua responsabilidade ajuda a tentareliminar a 
prática das punições e penalidades, o que estimula o estabelecimento de um ambiente de incentivo e 
colaboração.
Se uma regra for construída pelo grupo, ela é muito mais fácil de ser seguida do que quando ela é 
imposta, correto? O mundo organizacional não foge dessa premissa. É claro que as empresas de grande 
porte possuem regras claras quando há novos colaboradores, entretanto, o conceito principal é que 
algumas dessas regras podem ser flexíveis e adaptáveis a cada necessidade.
Promover a felicidade e buscar a satisfação
Promover a felicidade e buscar a satisfação é promover a criação e a manutenção de um clima 
organizacional positivo que permita a plena integração dos trabalhadores à empresa, rompendo a 
relação entre trabalho e sofrimento e estabelecendo a relação entre trabalho e prazer.
Essa é uma equação difícil de se conseguir, concorda, aluno? Mas deve ser meta dos recursos 
humanos fazer com que as pessoas trabalhem satisfeitas e felizes.
A integração das pessoas no dia a dia já é um excelente começo. Quando um colaborador é mal 
recebido por seus colegas no primeiro dia de trabalho, a probabilidade de ele ter problemas nesse 
emprego aumenta sensivelmente.
Respeitar a individualidade de cada pessoa e sua realização pessoal
Nas empresas, é importante criar um ambiente que respeite as individualidades e que rompa 
com a homogeneização reinante em muitas organizações, que tentam enquadrar as pessoas às suas 
demandas sem compreender que cada uma delas possui suas necessidades. Esse respeito pode ser 
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efetivado por ações como o estabelecimento de jornadas de trabalho flexíveis, planos de benefícios 
flexíveis, entre outros.
Este é um dos principais desafios propostos por Chiavenato dentro da ética em RH: reconhecer e 
respeitar as individualidades. Digo reconhecer, aluno, porque a maioria das pessoas não consegue ao 
menos reconhecer o diferente para, então, respeitá‑lo.
Mudar o cenário que marca o diferente como não sendo algo bom é difícil; porém, isso deve ser feito 
no dia a dia.
Enriquecer continuamente o capital humano
Enriquecer continuamente o capital humano é desenvolver estratégias de valorização do capital 
intelectual e de incentivo à gestão do conhecimento e do desenvolvimento humano.
Aluno, devemos esperar somente que a empresa invista em seus colaboradores?
Pergunta difícil e polêmica, mas a reflexão deve ser feita.
Um dos papéis da empresa é justamente o de investir em seus profissionais, atualizando‑os e 
qualificando‑os para que um melhor desempenho seja obtido. No entanto, pensar que devemos sempre 
trabalhar para nosso aperfeiçoamento é um fator inerente a cada um. Não se deve ficar apenas esperando 
a iniciativa empresarial.
Preparar o futuro e criar o destino
O futuro não deve ser algo a ser temido, mas sim esperado de forma dinâmica, com o estabelecimento 
de estratégias de atuação e uma preparação que anteveja as mudanças.
Esse conceito está muito próximo do que já mencionados anteriormente, ou seja, devemos nos 
preparar para o futuro sem esperar que apenas a empresa invista nele.
Focalizar o essencial e buscar sinergia
O foco da empresa deve ser nas pessoas e na integração entre atividades e áreas, com uma atuação 
sinérgica e holística, assim, impõe‑se o principal objetivo da área de RH, que é justamente desenvolver 
pessoas.
Varella (1998) apresenta alguns pontos interessantes a serem analisados em relação à ética nas 
organizações:
• desenvolver um ambiente produtivo e também prazeroso, primando pela qualidade dos 
relacionamentos nos mais diversos níveis hierárquicos;
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• dispensar tratamento digno e respeitoso às pessoas e às suas ideias, pois, se as empresas demandam 
iniciativa e autonomia, os colaboradores precisam sentir na prática que têm liberdade para se 
expressar;
• respeitar as características pessoais e a individualidade, evitando situações de constrangimento;
• estabelecer um clima de transparência e lealdade nas negociações entre a empresa e os 
trabalhadores, criando, assim, um espaço aberto de discussão para que as expectativas de cada 
um possam ser evidenciadas;
• oferecer igual oportunidade a todos os candidatos, sem discriminação;
• selecionar pessoas também pela possibilidade de adequação aos valores organizacionais;
• criar um sistema de avaliação de desempenho que permita um processo transparente e objetivo, 
possibilitando, assim, um crescimento profissional e pessoal;
• propiciar um processo de demissão digno e com apoio, lembrando sempre que, apesar 
de aquela pessoa não estar mais a serviço da empresa, ela é um ser humano e merece 
respeito;
• oferecer remuneração justa e adequada à realidade do mercado;
• garantir segurança e saúde no ambiente de trabalho;
• evitar o conflito entre interesses individuais e organizacionais;
• estimular a responsabilidade social;
• permitir, e não censurar, a participação dos trabalhadores em associações de classe e sindicatos;
• respeitar a liberdade política e religiosa dos trabalhadores;
• estimular a comunicação plena entre empresa e trabalhadores;
• proibir a prática de assédio moral no ambiente de trabalho;
• não permitir ou manter vínculo com empresa que faça uso do trabalho infantil;
• manter um ambiente de preservação de informações confidenciais da empresa;
• coibir qualquer tipo de discriminação.
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 Observação
Líderes éticos se baseiam na ideia de honrar o discurso como preceito 
para adquirir a confiança de seus colaboradores e, ao mesmo tempo, 
transmitir a eles otimismo e resiliência.
Muitas empresas chegam a desenvolver um código de ética próprio, respeitando os valores, normas 
e procedimentos internos e, acima de tudo, primando pela qualidade de vida no trabalho e pelo respeito 
ético ao ser humano. Nesse assunto, a área de recursos humanos desempenha um papel estratégico, 
pois auxilia na elaboração e no acompanhamento desse processo.
Uma empresa ética, aluno, primordialmente, faz com que seu colaborador sinta orgulho de fazer 
parte de seu quadro de funcionários.
 Saiba mais
Código de honra e O diabo veste Prada são filmes sensacionais sobre 
ética, postura e liderança organizacional. Assista!
7.2 Clima organizacional
O clima é único em cada organização e tem um forte impacto em como as pessoas se sentem e se 
comportam no andamento de seu trabalho cotidiano. Isso extrapola o âmbito da própria organização, 
haja vista que afeta a vida do ser humano como um todo, já que o homem moderno passa mais tempo em 
seu ambiente de trabalho do que em sua própria casa. Um ambiente sadio e prazeroso se faz necessário 
para o desenvolvimento produtivo das atividades laborais.
O conceito de clima organizacional está relacionado ao ambiente interno que permeia os membros 
da organização e está intimamente ligado ao grau de motivação de seus trabalhadores. O clima de 
uma organização torna‑se favorável quando proporciona satisfação das necessidades pessoais dos 
participantes, e se torna desfavorável quando gera a frustração de tais necessidades. Portanto, o 
clima organizacional influencia no estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado.
Por exemplo, você, aluno, recentemente contratado por uma empresa na qual não se ouve um “bom 
dia” e na qual se mostre impossível permear o mau humor, com certeza você se sentirá menos motivado 
e esse “clima” influenciará em sua produtividade, não é mesmo?
Ao adentrarmosno aspecto motivacional, relaciona‑se automaticamente a qualidade de vida no 
trabalho e o bem‑estar na empresa com o volume de produção diária de cada colaborador.
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Seguem duas definições de clima organizacional:
• é a atmosfera do ambiente de trabalho. Refere‑se a uma complexa rede de expectativas e 
percepções individuais e de grupo, permeada por referências estratégicas, organizacionais e por 
componentes estruturais do contexto do trabalho que orientam e determinam o comportamento 
de seus integrantes, criando um ambiente com características próprias.
• é também o indicador de satisfação dos membros de uma empresa em relação a diferentes 
aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, como políticas de RH, modelo de 
gestão, processo de comunicação, valorização profissional e identificação com a empresa.
Clima organizacional refere‑se ainda a crenças. É um meio para se avaliar até que ponto estão sendo 
atendidas as expectativas das pessoas sobre como se deve trabalhar em dada organização.
E é algo absolutamente perceptível, pois, ao entrarmos numa empresa em que percebemos que 
as pessoas não estão trabalhando com satisfação, o “clima” ali não se apresenta tranquilo, raramente 
alguém sorri, concorda, aluno?
Avaliações de clima organizacional podem ser úteis para identificar a baixa motivação dos trabalhadores 
e suas causas, como insatisfação com a remuneração, oportunidade de progresso inadequado, canais de 
comunicação bloqueados, práticas distorcidas de promoção ou metas pouco claras.
Assim, as ações que sejam dirigidas para essas fontes de insatisfação tenderão a melhorar a motivação, 
o que deverá resultar em um melhor desempenho.
Geralmente, a pesquisa de satisfação é feita sem a identificação do usuário, a fim de garantir a 
eficácia das respostas.
Com a pesquisa feita em mãos, a empresa deverá agir efetivamente e providenciar as medidas necessárias 
para que o clima organizacional seja melhorado. Ter os resultados e não agir poderá piorar ainda mais a situação.
Verificamos, portanto, a importância do clima organizacional para a satisfação dos trabalhadores e 
a consequente melhora no desempenho dos resultados.
 Observação
Um dos fatores que mais surgem em pesquisas de clima organizacional é o 
estresse, normalmente ligado à sobrecarga e ao conflito de funções no trabalho.
Administração do capital intelectual
O novo contexto estrutural e cultural em que vivemos demanda que os gestores assumam novas 
responsabilidades. Uma das principais é a gestão do capital intelectual da empresa.
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A gestão do capital intelectual, também denominada de inteligência competitiva, é uma ferramenta 
imprescindível nas organizações de alto desempenho. Podemos até mesmo afirmar que se trata de um 
novo paradigma organizacional do século XXI. Estudiosos afirmam que administrar, planejar, auditar, 
contabilizar, organizar, gerenciar e controlar corresponderá apenas a uma pequena parcela do valor 
real das empresas, talvez uns 20%. Realizar apenas essas atividades levará as empresas a um rápido e 
vertiginoso fracasso.
Alguns fatores fortalecem esses argumentos:
• a drástica redução, em todo o mundo, na quantidade e na qualidade do emprego formal;
• a flexibilização das jornadas de trabalho;
• a intensificação dos trabalhos realizados em casa;
• a sociedade dos serviços assumindo cada vez mais relevância no Produto Interno Bruto (PIB) dos países;
• a intensificação da competitividade como estratégia de sobrevivência para as empresas;
• a renovação constante dos produtos e serviços como dado decisivo para o sucesso organizacional;
• aprendizado contínuo e treinamentos concebidos como recursos estratégicos para os processos 
de mudanças;
• visão compartilhada, alinhada aos valores e princípios da organização, e criação de uma sólida 
cultura organizacional serão elementos decisivos para a competitividade organizacional;
• escassez dos talentos humanos, que serão cada vez mais disputados pelo mercado de trabalho.
Reter pessoas é um dos grandes desafios para o RH. Com o crescimento acelerado do Brasil em 
diversos setores, podemos observar um movimento bastante incomum ao longo dos últimos três anos: 
a ausência de profissionais qualificados no mercado.
Por exemplo, no setor de engenharia civil, as faculdades não formam profissionais suficientes a 
cada ano, o que faz com que a necessidade do mercado seja ainda maior. Ou, ainda, se há profissionais 
formados, a experiência destes não é vasta, pois geralmente eles são recém‑formados.
Na área tecnológica, temos o mesmo movimento de falta de pessoas para determinadas funções. 
Uma das prováveis soluções para esse problema é a retenção de talentos, desde a base, quando são 
selecionados como estagiários, até sua efetivação e desenvolvimento profissional.
Uma prova de que isso já começa a ocorrer é o grande número de programas de estágio e 
trainee lançados anualmente. No início dos anos 2000, a quantidade de programas como esses 
aumentava em torno de 10%. De 2008 até o momento, temos tido aumentos na ordem de 25% 
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a 30%, o que significa que as empresas têm se importado cada vez mais cedo com a seleção e a 
retenção desses profissionais.
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Algumas empresas estão tão preocupadas com a ausência de mão de 
obra qualificada que suas ações são voltadas à conquista de estudantes já 
a partir do primeiro ano de graduação, oferecendo cursos de férias e de 
qualificação profissional.
Responsabilidade social
Temos observado nas últimas décadas uma crescente preocupação da sociedade com o meio 
ambiente e sua preservação. Naturalmente, as empresas estão envolvidas nesse contexto, pois são parte 
ativa na fabricação de produtos que podem poluir a natureza.
É de interesse direto da empresa melhorar a vidas das pessoas e, consequentemente, da comunidade 
em que está instalada.
A imagem de uma empresa com responsabilidade social alavanca as vendas. Hoje, há até mesmo 
selos que certificam empresas que atuam com material reciclado, que são contra o trabalho infantil, que 
são cidadãs ou que colaboram com programas educacionais nas comunidades.
Financeiramente, ter responsabilidade social também é algo lucrativo, pois a tributação de impostos 
poderá ser diminuída em função das ações comunitárias.
De acordo com Montana e Charnov (2010, p. 40), a responsabilidade social:
[...] pode ser boa para os acionistas (ações sociais), já que tais medidas obterão 
aprovação pública, levarão a empresa a ser vista pelos analistas financeiros como 
menos exposta à crítica social e produzirão um aumento no preço de ações.
Veja, aluno, que os benefícios são diversos para a organização e, consequentemente, para a 
comunidade. Porém, eles atingem principalmente o colaborador que atua nessa empresa.
Você não gostaria de atuar numa empresa que tivesse forte responsabilidade social e que toda 
sociedade reconhecesse isso?
Uma empresa com responsabilidade social marcante faz com que seus funcionários sintam orgulho 
disso, o que atua diretamente nos valores de cada um.
As ações sociais podem ocorrer de diversas formas, ou seja, podem ser doações de produtos, reciclagem de 
materiais e resíduos, reflorestamento, manutenção de hospitais e creches, auxílios na educação, entre outras.
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 Observação
Cada vez mais jovens que participam de programas trainee e estágios 
buscam participar de processos seletivos em empresas que possuem 
reconhecida responsabilidade social.
Qualidade de vida
Qualidade de vida é um método criado para medir o grau de satisfação de uma pessoa em relação a 
sua vida, a suas escolhas, relacionamento social etc. Ela mede o estado físico e emocional de cada um.
Nas empresas, o reflexo da qualidade de vida é imediato, o que a transforma numa ferramenta de 
gestão de processos.
Os processos de qualidade de vida têm sido desenvolvidos em determinados aspectos, conforme 
reforça Albuquerque e França (1997):
• saúde – visa ao aumento da expectativa de vida do trabalhador a partir do controle de peso e de 
exames periódicos, ou seja, a doença não é tratada como causa já estabelecida.
• ergonomia – verifica se o espaço físico de trabalho é adequado, se há luminosidade suficiente, se o 
trabalho repetitivo tem pausas adequadas, se os móveis são adequados para o exercício do trabalho etc.
• psicologia – cuida efetivamente da saúde mental do trabalhador, de satisfação em relação aos 
afazeres diários e da exposição excessiva ao estresse.
• condição de trabalho – envolve a jornada de trabalho, a carga horária e a exposição a materiais perigosos.
• oportunidades de crescimento – aspecto ligado à carreira, mede a satisfação e a expectativa do 
trabalhador em relação à sua função e verifica quais são as possibilidades de crescimento.
Esse conjunto de fatores visa ao equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional.
Reflita, aluno, sobre esse conjunto de situações apresentadas: é fácil implantar um projeto de 
qualidade de vida na empresa?
Convencer os empregadores da importância de implantar projetos assim é difícil. Em muitas 
circunstâncias, o investimento é alto e as empresas mais tradicionais pensam somente no lucro e na mão 
de obra barata, ou seja, apresentam poucas oportunidades de investimento na carreira e em pessoas.
Numa pesquisa realizada em 2011 pela Stress Management Association, ficou apontado que o Brasil 
é um dos países onde mais se trabalha no mundo – o país tem uma média de 54 horas semanais de 
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trabalho, sendo que a média mundial é de 41 horas semanais. Nessa pesquisa, o Brasil ficou atrás apenas 
dos Estados Unidos, da China e da Alemanha, com médias poucos superiores (FABICHAK, 2010).
Os sintomas perceptíveis que indicam excesso de trabalho são:
• exaustão emocional: o trabalhador não consegue se recuperar de um dia para outro, fica exaurido 
de energia;
• despersonalização: o trabalhador fica distante do mundo, suas reações são frias e sem 
empolgação;
• diminuição da realização pessoal: há o desinteresse por tudo que o cerca, nada o motiva mais.
Esses são sintomas claros e que, se não tratados, podem levar a diagnósticos mais sérios de depressão.
Diante desse quadro de estresse e da quantidade de horas trabalhadas pelos nossos empregados no 
Brasil, percebemos a dificuldade de impor um plano de qualidade de vida.
Mas isso não diminui a importância da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). Ações de conscientização 
do trabalhador para que cuide de sua saúde são importantes nesse momento. Por exemplo, preocupadas 
com a QVT, algumas organizações montaram academias na empresa; porém, ao verificar que a frequência 
era pequena, questionaram os trabalhadores a respeito da pouca utilização e obtiveram como resposta 
que não havia o interesse por uma academia, mas talvez por algum outro benefício a ser usado fora da 
empresa.
Veja que, nos programas de QVT, é de grande importância conscientizar o profissional a 
cuidar de sua saúde, entretanto, é igualmente importante procurar saber o que é qualidade de 
vida para ele.
Criar programas para cuidar da saúde dos trabalhadores é uma função também da área de recursos 
humanos, pois isso ajuda os colaboradores a controlar o estresse.
Fornecer orientações sobre como realizar caminhadas e como dormir de forma satisfatória e, 
ainda, ajudá‑lo a desenvolver melhor o planejamento de suas atividades são algumas das sugestões de 
programa que o RH deve propor.
Assim, conseguiremos um denominador comum para estabelecer planos eficazes em prol da saúde 
de todos.
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Um dos grandes desafios do RH é ajudar os colaboradores a entender 
seus limites.
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Cultura organizacional
Um ambiente em constante mutação e com alterações mais rápidas e significativas como vimos nos 
dias de hoje exige uma empresa com capacidade de adaptação crescente.
Em face desse processo, é fundamental que as companhias sejam estimuladas a manter um clima de 
constante ajuste e transformação, no qual o comportamento humano assuma grande relevância. Além 
disso, as empresas devem ser flexíveis e resilientes, estando sempre abertas a novas ideias e percepções 
e desenvolvendo intensamente a criatividade e as inovações, de maneira a ampliar a capacidade e 
agilidade de resposta às alterações do ambiente.
A cultura organizacional e seus valores são fundamentais para promover a interação entre o ambiente 
externo e as estratégias da organização, de forma a se constituírem como facilitadores do processo de 
adaptação às mudanças.
Aluno, a forma como se transmitem regras e normas, e a maneira de funcionar da empresa se 
tornam fundamentais para a sobrevivência da estratégia organizacional.
Imagine como seria começar a trabalhar numa empresa na qual as informações são desencontradas 
e mudam a cada instante sem aviso de quais são as novas regras em vigor?
Cultura organizacional, aluno, pode ser compreendida como resultado da interação dinâmica entre 
estratégia, estrutura, sistemas, trabalhos, pessoas e liderança gerencial.
Para desenvolver culturas de alto desempenho, os gestores, constantemente, devem analisar os 
pontos fortes e fracos da cultura organizacional, além de focar a atenção nos valores de alto desempenho.
O foco calcado nesses valores é um aspecto crítico do planejamento e da implementação da 
transformação organizacional.
Portanto, a área de RH deve compreender a cultura organizacional para que possa ajudar os gestores 
a transmitirem os valores da empresa.
Na prática, aluno, isso significa esclarecer a todas as áreas que o RH atende a regras e normas da 
empresa e que, a partir delas, define seus limites e ações.
Administração de resultados, avaliação e feedback
Uma das atividades mais importantes no contexto organizacional é avaliar o pessoal e dar feedback, 
sendo que as avaliações são construídas de acordo com a cultura organizacional e as metas são 
estabelecidas pela empresa.
Mas, antes de avaliarmos propriamente pessoas, a empresa necessita construir quatro componentes 
importantes, de acordo com Montana e Charnov (2010). São eles:
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• definição de metas;
• atribuição de responsabilidades;
• desenvolvimento de padrões de desempenho;
• avaliação de desempenho.
Esses quatro componentes interagem ciclicamente entre si:
Definir metas
Avaliar o desempenho
Atribuir responsabilidades
Desenvolver padrões 
de desempenho
Figura 17
Como exemplo, aluno, imagine que seu gerente definiu uma meta, atribuiu a responsabilidade 
de qual equipe faria o trabalho, desenvolveu padrões de desempenho e, por último, avaliou 
seu trabalho.
As pessoas são avaliadas constantemente nas organizações, no entanto, formalmente, uma avaliaçãode performance de seu trabalho ocorre a cada seis meses, em média.
Avaliam‑se profissionais com o intuito de:
• rever questões salariais;
• rever a posição de possíveis promoções ou demissões;
• dar feedback sobre a qualidade do trabalho do colaborador;
• compreender os pontos fortes e a serem melhorados do candidato.
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Existem diversos métodos de avaliação. A seguir, listaremos os principais deles:
• avaliação por competência: apresenta uma competência e enumera de quatro a cinco fatores 
de desempenho;
Competência Escala Gráfica
Trabalho em equipe ( )Supera expectativas
( )
Atende expectativas
( )
Atende parcialmente
( )
Não atende
• autoavaliação: o colaborador se autoavalia e elenca seus pontos positivos e o que ele entende 
que precisa melhorar. Esse estilo de avaliar é muito utilizado desde que os parâmetros, sempre 
fornecidos pela empresa, sejam claros;
• avaliação 360°: é uma avaliação muito interessante, mas deve ser conduzida por profissionais 
que dominam a ferramenta. Nesse contexto, todos avaliam todos.
Superiores
Pares
Colaboradores
Figura 18
A avaliação 360º é um processo contínuo de feedbacks emitidos em relação aos pontos positivos e a 
serem melhorados de cada profissional.
Os gerentes avaliam sua equipe que, por sua vez, avalia seus pares (colaboradores) e estes avaliam 
o gerente.
Citamos ainda a necessidade de a avaliação 360º ser conduzida por um profissional experiente, para 
que as pessoas se sintam realmente à vontade para avaliar, principalmente quando acontece o feedback 
do gerente.
• Avaliação por objetivo: estilo de avaliar em que superior e subordinado traçam metas a curto e 
médio prazos para serem cumpridas.
Para a realização de todos os tipos de avaliação, o cuidado a ser tomado deve ser grande, 
já que essa ferramenta deve ser utilizada para ajudar nos processos de desenvolvimento, pois, 
quando mal aplicada, ela pode trazer consequências graves como a desmotivação e a ausência de 
comprometimento.
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Uma vez feita a avaliação, deve‑se colocar em prática os pontos discutidos sobre os avaliados e dar 
subsídios para que possam de fato se desenvolver.
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As empresas aplicam cada vez mais avaliações de desempenho. 
Geralmente, as avaliações se dão a cada seis meses e estão ligadas ao 
desempenho e à promoção de carreiras.
Criatividade nas organizações
O tema criatividade atualmente está em evidência. Pede‑se muito que as empresas desenvolvam 
talentos e que estes possam quebrar paradigmas de metodologias utilizadas há muitas décadas e 
adaptar‑se a um mercado cada vez mais exigente.
Segundo Chiavenato (2008, p. 323):
A criatividade desenvolve novas soluções para os problemas percebidos e 
fornece matéria‑prima para a inovação. E a inovação significa o resultado 
prático da criatividade.
Você acredita, aluno, que as empresas estão preparadas para introduzir esse processo criativo em 
todas as suas áreas?
Atualmente algumas áreas têm essa capacidade, outras ainda preferem utilizar empresas terceirizadas 
que possam desenvolver e inovar seus produtos e serviços.
Na maioria das empresas, excesso de regras, métodos rígidos e culturas organizacionais engessadas 
bloqueiam a criatividade e a inovação.
Gerentes autocráticos também têm sua parcela de colaboração nisso, pois deixam seus subordinados 
inseguros e inibidos ao apresentar propostas de mudanças.
Chiavenato (2008, p. 329) comenta:
A criatividade não é apenas questão de talento ou de oportunidade. Nem de 
conseguir ideias loucas. A inibição e o medo de errar e de cometer enganos 
impedem que se assumam os riscos da criatividade [...]
Algumas técnicas podem colaborar para que o processo criativo se manifeste. Uma delas é o 
brainstorming (tempestade de ideias), processo no qual um tema é dado e as pessoas simplesmente 
dizem sua opinião ou solução para o ponto em questão sem se limitar e sem fazer uma elaboração mais 
aprofundada. Essa técnica deixa os participantes relaxados e mais à vontade.
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Definido o tema ou o assunto, pede‑se que os presentes expressem todas as ideias que lhes vierem 
espontaneamente à cabeça, mesmo que estas possam parecer ridículas ou estranhas.
Não se deve criticar nenhuma ideia apresentada. Qualquer julgamento ou avaliação deve ser 
totalmente suspenso durante a sessão. Todas as ideias verbalizadas devem ser escritas em um flip‑chart 
ou quadro negro e expostas, a fim de estimular outras ideias. O importante é gerar uma quantidade 
considerável de ideias, deixando a qualidade momentaneamente de lado.
Terminada a sessão de verbalização, todas as ideias escritas e expostas devem ser repassadas e 
analisadas para que a seleção de ideias mais pertinentes ou adequadas à solução da situação ou do 
problema seja feita. Nesse momento, passa a predominar a qualidade das ideias apresentadas. A seguir, 
faz‑se a seleção final da melhor ou mais adequada ideia apresentada.
Aluno, esse é um instrumento que pode ser utilizado em diversas ações. Experimente a ferramenta 
brainstorming na realização de um trabalho acadêmico ou até mesmo em alguma situação de sua vida 
pessoal. Funciona!
Para que o processo criativo ocorra, o ambiente organizacional deve ser de tolerância ao erro, de 
encorajamento às pessoas e de liberdade para a apresentação de novas ideias.
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A criatividade é um dos fatores mais importantes avaliados em processos 
seletivos. As empresas buscam profissionais que consigam realmente 
“pensar fora do quadrado”.
Mudança organizacional
Falar de mudança hoje em dia parece algo redundante. Vivemos um processo contínuo de intermitentes 
alterações nas metodologias em busca sempre do modo mais adequado, eficiente e rentável de atender 
as necessidades de clientes e acionistas.
Chiavenato (2008, p. 5) afirma que:
O cenário mundial se caracteriza hoje por fortes e impactantes mudanças 
que influenciam a vida dos países, das organizações, das empresas e, 
principalmente, das pessoas.
A estaticidade nas empresas corresponde, hoje, à obsolescência e a ser ultrapassado pela 
concorrência.
Aluno, reflita e responda: qual é a melhor maneira de uma empresa (ou até mesmo a que você 
trabalha) se manter no mercado? Resposta difícil! Porém, se pensarmos que o mundo todo hoje está 
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atrás de qualidade nos produtos e no atendimento, de produtividade compatível com a necessidade do 
mercado e de competitividade, talvez seja possível encontrar um caminho para essa resposta.
Assim, a primeira palavra interessante que surge nesse contexto é paradigma.
Para Chiavenato (2008, p. 8), “um paradigma é um conjunto de regras que define fronteiras entre o 
que é certo e errado, entre o verdadeiro e o falso, entre o que se deve fazer e o que não se deve fazer”, 
sendo que tudo isso deve estar de acordo com a cultura de cada empresa.
Os paradigmas são uma forma de pensar que limita a abertura de horizontes e o reconhecimento 
de novas metodologias a partir de um agir sempre do mesmo modo. Eles influenciam pessoas, 
comportamentos e, principalmente, as atitudes frente a novas situações.
Como ocorre com pessoas, o paradigma também está presente na empresa, mantido justamente 
pelas pessoas que ali se encontram.
Mas tudo o que foi criadopode ser alterado, não é mesmo, aluno? Então podemos compreender que, 
para quebrar um paradigma, devemos mudar, correto?
Nas empresas, mudar significa refazer a missão organizacional, a visão de mundo e o futuro, o que 
envolve seus negócios e as pessoas.
Essas mudanças podem ocorrer em duas esferas:
• externa: condições culturais, tecnológicas, governamentais, ecológicas, ambientais e sociais 
podem influenciar diretamente nos paradigmas estabelecidos pela empresa e praticamente 
obrigá‑la a uma readaptação. Por exemplo, se uma empresa norte‑americana se instala no Brasil, 
por mais que ela traga toda sua cultura estrangeira, em alguns momentos ela terá de se adaptar 
às necessidades culturais, tecnológicas etc. do brasileiro;
• interna: fatores como mudança de direção, aquisição de novas tecnologias e aplicação de novos 
métodos podem gerar desconforto inicial, contudo, demandam uma quebra do antigo paradigma 
em direção a uma nova posição. Por exemplo, se você trabalha com um gerente há sete anos e, 
de repente, ele é demitido e um novo assume sua posição, provavelmente os métodos de trabalho 
passarão a ser diferentes.
Para Chiavenato (2008, p. 19), “é necessário que as empresas administrem as mudanças de maneira 
positiva e proativa e não simplesmente de maneira reativa e negativa”.
Veja a figura a seguir:
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Agente de 
mudança
Mudanças no 
ambiente
Mudanças na 
estrutura
Mudanças na 
tecnologia
Mudanças nas 
pessoas
Novos objetivos, 
estratégias, planos 
e ações, produtos e 
serviços
Redesenho estrutural
Descentralização 
Novo fluxo trabalho
Redesenho do fluxo 
de trabalho
Novos equipamentos
Novos conhecimentos, 
habilidades, atitudes, 
expectativas
Desempenho 
organizacional 
melhorado
Figura 19
Assim, observamos os fatos que ocorrem interna ou externamente e as consequentes mudanças na organização.
É importante salientar que, se a empresa não consegue realizar esse processo de mudança, ela tende 
gradativamente a perder mercado e tem grandes possibilidades de sucumbir.
É possível ter dois estilos para lidar com a mudança nas empresas:
• mudança reativa: ocorre depois que algum problema se instalou e, mediante a situação, a 
empresa se adapta;
• mudança proativa: antecipa‑se ao provável problema e realiza a mudança no intuito de que o 
problema não se instale.
Por exemplo: a empresa IBM, fabricante de computadores, há 20 anos era líder em vendas de 
máquinas de escrever. Se os diretores da IBM não tivessem se antecipado à tecnologia do computador, 
provavelmente ela não estaria no mercado atualmente.
Observe a imagem a seguir:
Problema ou 
desafio
Ocorre apenas 
depois que 
se verificou a 
existência de um 
problema
Antecipa‑se à 
existência do 
problema e 
procura evitá‑lo
Mudança reativa Mudança proativa
Figura 20
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 Saiba mais
O livro indicado a seguir retrata a cultura organizacional desde os 
tempos em que as organizações concebiam os trabalhadores como 
peças de uma engrenagem até a transmissão da cultura nos tempos 
atuais.
DIAS, R. Cultura organizacional. Campinas: Alínea, 2003.
Aluno, uma pergunta: qual das duas empresas tem maior possibilidade de continuar no mercado? 
A que reage mais rapidamente, antecipando‑se aos fatos, ou a que deixa o problema se instalar para 
depois tentar mudar?
Naturalmente, a empresa que busca se adaptar mais rapidamente à nova ordem mundial da 
globalização!
 Observação
A cultura organizacional é transmitida inicialmente pelo fundador 
da empresa. No entanto, no decorrer dos anos, com a chegada de novos 
colaboradores, ela pode se transformar. Somente mudamos a cultura de 
uma empresa quando mudamos as pessoas que nela atuam.
7.3 A mulher no mercado de trabalho
São inegáveis as transformações ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas, com o 
intenso e nefasto processo de reestruturação produtiva, a desregulamentação das leis trabalhistas e a 
precarização laboral, para citarmos apenas algumas.
O processo de globalização econômica acentua ainda mais a situação. Mas o que viria mesmo a ser 
globalização?
Segundo Bauman (1999), a globalização é um destino sem volta, um processo irreversível que 
impacta o cotidiano de todas as pessoas. Tanto divide quanto une. Ela é a “nova desordem mundial”.
Uma das consequências mais visíveis do processo de globalização é o incentivo indireto à manutenção 
de uma postura individualista que, por sua vez, enfraquece questões sociais de vital importância para 
o ser humano, como o trabalho.
Nesse cenário, gostaríamos de nos deter num assunto polêmico: o trabalho feminino no contexto 
de um mundo globalizado.
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É perceptível o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho nas últimas décadas. 
Mas será isso fruto do processo de emancipação feminina ou necessidade de incremento (na verdade, 
sustento!) da renda familiar? Essa é uma questão controvertida, concorda, aluno?
Na maioria dos lares da classe trabalhadora brasileira, a mulher ingressa no mercado de trabalho não 
mais para complementar a renda familiar, mas sim para manter essa renda. Em alguns casos, o salário 
da mulher não é algo a mais, é tudo o que a família tem para sobreviver.
Não podemos negar que o grande incremento da participação feminina no mercado de trabalho 
contribui para seu processo de emancipação numa sociedade tão marcada por elementos patriarcais 
como a brasileira.
Segundo pesquisas realizadas sobre o assunto, a participação feminina no mercado aumentou de 3 
milhões para 23 milhões no período entre 1940 e 1990, principalmente no setor de serviços – em áreas 
como educação, saúde, serviços domésticos e atividades comunitárias.
Entretanto, esse crescimento da participação feminina não acarretou, na prática, direitos (não 
estamos nos referindo à legislação trabalhista) iguais aos do homem. Para exemplificar, podemos 
mencionar alguns pontos de extrema relevância, como o fato de o salário pago a uma trabalhadora ser 
inferior ao pago a um trabalhador em função similar.
Outro ponto a ser observado é a participação cada vez mais crescente das mulheres em 
trabalhos de tempo parcial e, por conseguinte, precários. Essa situação, muitas vezes, é apresentada 
como benéfica, e é justificada pela “necessidade” de a mulher cuidar do lar. Entretanto, essa 
justificativa só agrava a realidade feminina dentro da dupla jornada de trabalho – na empresa e 
no lar.
É inegável o crescimento da participação feminina no mercado de trabalho nas últimas 
duas décadas, fato que pode ser observado em países europeus e latinos, incluindo o Brasil. No 
entanto, se houve aumento da quantidade de trabalho formal e informal, a qualidade desse 
trabalho caiu!
Especialmente para a trabalhadora, a queda da qualidade do trabalho se manifesta no acentuado 
processo de precarização, evidenciado, por exemplo, no trabalho em tempo parcial (muitas vezes 
implicando poucos direitos trabalhistas) e na intensa diferenciação salarial entre os sexos.
Não é possível afirmar que a precarização laboral ocorreu somente para o trabalho feminino, pois 
esse processo atingiu todos os trabalhadores. No entanto, no contexto do mundo do trabalho feminino, 
esse processo se apresenta de modo mais grave.
A inserção feminina no mundo do trabalho vem crescendo cada vez mais. Mas o grande impasse é 
fazer com que esse número também cresça em qualidade. Esse crescimentopoderia se dar a partir da 
implementação de políticas salariais igualitárias, jornadas de trabalho mais adequadas e, principalmente, 
eliminação da divisão sexual do trabalho.
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 Observação
Muitas empresas investem em escolas de formação dentro da própria 
organização para que as mães possam ficar mais próximas de seus filhos.
7.4 Trabalho infantil
Vamos abordar agora outro aspecto importante no mundo organizacional: o trabalho infantil.
Antes, vamos à definição da Constituição Federal, art. 227:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, 
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá‑los a 
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão (Constituição Federal de 1988).
Na Antiguidade, o trabalho do menor era desenvolvido no ambiente doméstico e voltado, 
principalmente, para atividades artesanais e com fins de aprendizagem. Já na Idade Média, as corporações 
submetiam os jovens ao ensinamento dos mestres, que realizavam atividades produtivas com fins 
didáticos e ofereciam‑lhes preparação profissional e moral.
Com a Revolução Industrial, a situação começou a se agravar, pois o jovem se encontrava 
totalmente desprotegido, ou seja, sem leis trabalhistas que resguardassem suas atividades laborais. O 
menor passou a ter sua mão de obra utilizada em grande escala, principalmente no âmbito industrial, 
sem levar em consideração sua condição especial, tampouco sendo respeitada uma jornada adequada 
de trabalho diário.
Com o agravamento da situação, ainda no período industrial, várias mobilizações despertaram o 
interesse em criar condições mais adequadas de trabalho ao menor. No Brasil, a Constituição Federal, a 
Consolidação das Leis do Trabalho e o Estatuto da Criança e do Adolescente preveem normas específicas 
para o trabalho de crianças e adolescentes, sendo terminantemente proibido o trabalho do menor em 
condições que coloquem em risco seu desenvolvimento mental e físico e que inviabilizem sua integração 
ao convívio social e seu acesso à educação.
Os tipos de proteção especial ao trabalho de que o menor dispõe são quatro, a saber:
• segurança: não é permitida sua exposição a situações de risco de acidente de trabalho;
• proteção cultural: permite e viabiliza condições à educação, possibilitando ao menor um nível 
adequado de instrução;
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• proteção fisiológica: permite seu desenvolvimento físico dentro dos padrões considerados 
normais, sem o inconveniente de atividades insalubres e penosas;
• proteção moral: não exposição a ambientes prejudiciais à moralidade do jovem.
Vale ressaltar que, para efeitos trabalhistas, é considerado menor aquele com idade entre 14 e 24 anos.
A Constituição assegura o direito do menor à profissionalização não somente no âmbito da 
aprendizagem profissional, mas também como forma de recuperação do menor infrator e como 
assistência às famílias de baixa renda.
No Brasil, existem três tipos de trabalho do menor protegidos pela legislação:
• menor empregado: é o menor de 18 anos que presta serviços subordinados, remunerados e 
contínuos. Ele possui todos os direitos trabalhistas previstos na CLT e pode assinar recibos de 
pagamentos, contudo, não pode assinar e se responsabilizar pela quitação final do contrato. 
Caso tenha até 18 anos, é necessária a autorização de um responsável legal para a assinatura 
do contrato de trabalho. O menor empregado possui jornada de trabalho igual à de um 
adulto, o tempo para sua frequência escolar deve ser preservado e seu salário deverá ser 
acordado entre as partes envolvidas, sendo que deve ser respeitado o salário mínimo regional 
integral. A duração das férias do menor respeita as mesmas regras do trabalhador maior de 
idade; porém, o menor tem o direito de que suas férias trabalhistas coincidam com suas 
férias escolares;
• menor aprendiz: é considerado aprendiz o jovem com idade entre 14 e 24 anos de idade que 
esteja participando de ensino metódico sobre um ofício ou profissão em instituições educacionais 
com essa finalidade (exemplos: Senai, Senac, entre outras). O contrato do menor aprendiz deverá 
ser anotado e registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social, pois ele possui direitos 
trabalhistas e previdenciários. Ele recebe um salário mínimo hora, sendo que esse valor pode vir 
a ser superior caso seja favorável ao menor. Seu contrato de trabalho não poderá ter duração 
superior a dois anos e sua jornada de trabalho máxima é de seis horas diárias. Essa jornada pode 
chegar a ser de oito horas diárias se for computado o tempo para a aprendizagem teórica e caso 
o menor tenha concluído o Ensino Fundamental. As empresas são obrigadas a contratar menores 
aprendizes na quantidade de 5% a 15% do total de trabalhadores da empresa com função que 
demande formação profissional (excluída a formação em curso técnico e superior e os cargos 
de direção, gerência ou de confiança). As atividades a serem exercidas pelo menor devem ser 
explicitamente especificadas no programa de aprendizagem;
• menor assistido: menores entre 12 e 18 anos de idade, frequentando a escola e que trabalhem 
quatro horas diárias, sem vínculo com a Previdência Social. Eles recebem, no mínimo, meio 
salário mínimo mensal e possuem anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social. Esse 
programa é voltado para jovens assistidos por uma instituição social e encaminhados à empresa 
por essa instituição.
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De forma geral, algumas proibições existem em relação ao contrato de trabalho com menores de 
idade, a saber:
• é proibido o trabalho no horário noturno, compreendido entre as 22h e as 5h;
• o menor não pode rescindir seu contrato, devendo a rescisão ser efetuada na presença de seus 
pais ou de seu representante legal. O menor pode firmar recibos de pagamentos;
• não poderá ter seu contrato rescindido quando estiver afastado do trabalho para prestar serviço 
militar. Mesmo que não receba pagamento, seu FGTS deverá ser depositado mensalmente;
• tem o direito de fazer coincidir suas férias no trabalho com as férias escolares.
Esses dados são apenas para breve informação, porém, é importante que o profissional de RH os tenha.
Agora, aluno, uma pergunta importante: você acredita que no Brasil ainda exista trabalho infantil 
não legalizado?
De acordo com o IBGE, cerca de 5 milhões de brasileiros entre 5 e 17 anos de idade trabalham no 
Brasil. Esse é um número alarmante e absurdo, mas que infelizmente faz parte da realidade brasileira.
Muitas empresas atualmente só assinam parcerias com outras mediante memorando que retifica 
que ambas não possuem trabalhadores em regime de trabalho escravo e/ou infantil.
Foram criados também selos como o ABrinq (empresa amiga da criança), entre outros, como forma 
clara de combate ao trabalho infantil.
O governo trabalha ainda com bolsas de estudo na tentativa de manter as crianças na escola, porém, 
a evasão é muito significativa.
 Observação
Para muitas empresas instaladas no Brasil (geralmente multinacionais), 
um dos principais requisitos ao se buscar parceiros para a prestação de 
serviços é que esses parceiros tenham uma política transparente contra o 
trabalho infantil.
7.5 Planejamento de pessoal
ConceitoPlanejamento de pessoal é um processo no qual se decide sobre a demanda de recursos humanos 
necessária para o alcance dos objetivos da organização. Nesse planejamento, leva‑se em consideração 
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determinado período de tempo, ou seja, faz‑se o planejamento da quantidade e do tipo (capacitação, 
qualificação) de pessoas das quais a empresa precisará num período específico.
Trata‑se de um levantamento quantitativo e qualitativo que nem sempre é feito somente pela 
área de recursos humanos, mas que deve contar com o envolvimento desta, visto que ela proverá a 
organização desses recursos.
Em resumo, aluno, o planejamento de pessoal deve considerar os ciclos da empresa, a sazonalidade 
de períodos que a organização necessita contratar e desenvolver pessoas e, por meio das ferramentas 
de RH, colocar isso em prática.
A importância do planejamento de pessoal
Atualmente as empresas enfrentam mercados cada vez mais exigentes. O nível de competitividade 
aumenta de forma considerável e as empresas precisam no dia a dia inovar em seus produtos e serviços 
para que não fiquem à margem do mercado.
Empresas muito tradicionais têm perdido cada vez mais espaço e seus serviços cada vez menos 
atendem a necessidade de seus clientes que, por sua vez, estão mais exigentes na escolha de seus 
produtos e serviços.
Nesse cenário, agir de forma estratégica é necessário, unindo forças de todos (RH e demais áreas) 
para que a organização busque excelência e criatividade nos serviços prestados.
O planejamento de pessoal deve caminhar junto com as estratégias de negócio da empresa, 
integrando assim o departamento de RH com as demais áreas da organização.
Montana e Charnov (2010, p. 117) ressaltam que “planejamento envolve escolher um destino, avaliar 
rotas alternativas e determinar o curso específico para alcançar o destino escolhido”.
Sendo assim, para garantir o pleno desenvolvimento organizacional, é fundamental que o 
planejamento de pessoal conte com o compromisso e envolvimento de todos os gestores, pois é 
necessário que estes tenham segurança de que os cargos necessários sejam preenchidos por pessoas 
qualificadas e na quantidade adequada.
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Figura 21
Dessa forma, aluno, o planejamento de pessoal é realizado em cada área, com a diretriz do gestor 
correspondente e o apoio do setor de recursos humanos.
Prática do planejamento de pessoal no dia a dia
O aluno, neste momento, pode estar se questionando: será que o planejamento de pessoal é algo 
distante das rotinas de RH? Se faz parte da estratégia, não é melhor ser realizado somente por gerentes 
e diretores?
A resposta é não. O planejamento de pessoal faz, sim, parte da nossa rotina, são ações que devemos 
tomar para facilitar nossos processos, beneficiando de forma direta a empresa para a qual prestamos 
serviços.
Vejamos um exemplo: uma indústria que trabalha com chocolate tem um produto de grande 
sazonalidade. Nas épocas de Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, o chocolate tem um aumento 
significativo de vendas, no entanto, em outros períodos, a saída desse produto é menor.
Se você, aluno, é um analista de RH nessa empresa e trabalha com seleção, quais ações você tomaria 
nos meses que antecedessem os períodos de aumento de vendas?
Se você respondeu que planejaria ações, está correto!
Além disso, como profissional de RH, você não falaria com os gestores de produção para saber sobre 
a demanda do ano vigente?
É dessa forma que o planejamento de pessoas pode ajudar no dia a dia da companhia. Tanto gestores 
como a área de RH planejando ações que irão ajudar na estratégia geral da empresa.
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Assim, esse é o grande desafio da área: planejar com consciência e estratégia.
Figura 22
Vejamos alguns modelos de planejamento de pessoal, segundo Chiavenato (1997, p. 180):
• modelo baseado na procura estimada do produto ou serviço: baseia‑se na maior ou menor 
busca pelo produto ou serviço, levando em consideração as variações que ocorrem em fatores 
como tecnologia, produtividade, disponibilidade externa e interna de recursos financeiros e 
disponibilidade de trabalhadores existentes na organização. Assim, quando ocorrem melhorias 
na produtividade em decorrência de alterações tecnológicas, essas provavelmente alterarão a 
demanda de pessoal, que diminuirá. Entretanto, o acréscimo na produtividade poderá ocasionar a 
diminuição do preço do produto ou serviço, provocando aumento de vendas, o que, por sua vez, 
demandará maior produção e necessidade de pessoal. Vale ressaltar que esse modelo não leva em 
consideração imprevistos como concorrência, greves, carência de matéria‑prima. Ele se baseia na 
previsão e extrapolação do histórico de vendas e está voltado para o nível operacional.
• modelo baseado em segmento de cargos: utilizado por empresas de grande porte, também foca 
no nível operacional. Escolhe‑se um fator (estratégico, cujas variações afetem proporcionalmente 
a necessidade de pessoal) para cada segmento da empresa, estabelecendo‑se níveis históricos 
(com base no passado e no futuro) para cada um dos fatores estratégicos. Determinam‑se os 
níveis históricos para cada área da empresa, projetam‑se os níveis futuros de necessidade de 
mão de obra para cada área e correlaciona‑se com a projeção dos níveis históricos (passado e 
futuro) do fator estratégico que lhe corresponde. Algumas empresas optam por calcular suas 
necessidades totais de pessoal baseando‑se em projeções que se relacionam apenas com alguns 
segmentos de cargos da força de trabalho, as quais apresentam variações.
• modelo de substituição de postos-chave ou planos de sucessão: também conhecido 
como organograma de carreira, constitui‑se em um modelo hipotético sobre “quem substituirá 
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quem” caso haja vacância do posto de trabalho. Os critérios para as substituições devem 
ser explícitos e transparentes, evitando preferências ou protecionismos e baseando‑se num 
critério fidedigno e justo.
• modelo baseado no fluxo de pessoal: baseia‑se no fluxo de pessoas para dentro, para fora e 
por meio da organização, ou seja, admissão, demissão, transferência interna e promoção. Esse 
modelo permite uma rápida predição da necessidade de pessoas. Geralmente, ele é utilizado por 
organizações conservadoras, estáveis e sem planos de expandir sua atuação.
• modelo de planejamento integrado: trata‑se do modelo mais abrangente, pois leva em 
consideração os seguintes fatores: planejamento do volume de produção, alteração na 
produtividade provocada por mudanças tecnológicas na organização, comportamento dos 
clientes e condições de oferta e procura no mercado e planejamento de carreiras na organização. 
Também acompanha a entrada e a saída de pessoas e sua evolução na empresa.
Diante do exposto, fica evidente a necessidade de participação e envolvimento da área 
de recursos humanos no planejamento de pessoal, pois o RH será responsável por auxiliar 
os gestores no processo de provisão de pessoal, recrutando, selecionando e integrando‑o à 
organização. Dessa forma, o trabalho integrado entre gestores de linha e recursos humanos é 
indispensável.
Planejamento de pessoal e plano de carreira
O planejamento de pessoal, conforme visto, é um trabalho que o RH, junto com as demais áreas, 
realiza para determinar os ciclos e momentosoportunos de entrada de novos colaboradores na empresa.
Mas o RH não se limita somente a recrutar e selecionar pessoas. No RH estratégico, a utilidade do 
planejamento vai além, pois, depois de o colaborador ser contratado, faz‑se necessário desenvolvê‑lo na 
organização, com planos de treinamento e desenvolvimento atrelados a um plano de carreira.
Montana e Charnov (2010, p. 202) afirmam que:
A abrangência do planejamento de recursos humanos vai desde o plano de 
carreira ou desenho de cargos até o recrutamento, avaliação e projeto e 
implementação de sistemas de premiação.
Diferentemente de um sistema de administração de pessoal, o RH estratégico tem no colaborador 
um potencial a ser desenvolvido na organização, a partir de um sistema linear e com etapas 
consecutivas.
É importante reforçar mais uma vez que esse trabalho é realizado em parceria com a área de 
negócios, sendo que o gestor tem o papel de um líder que ajudará no desenvolvimento de pessoas, 
pois esse desenvolvimento precisa estar sempre alinhado à estratégia de negócios da organização.
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8 NOVA VISÃO DOS SISTEMAS: RH TRANSFORMADO EM CENTRO DE LUCRO
Se você questionar, aluno, uma pessoa que tenha aproximadamente 40 anos de idade sobre como 
era a área de recursos humanos quando ela iniciou sua carreira, provavelmente ela descreverá:
• a área que fazia a gestão de benefícios (vale‑transporte, refeição, assistência médica etc.);
• a área responsável pelo pagamento dos funcionários;
• a área que realizava a manutenção de cadastros e o controle dos exames periódicos dos colaboradores.
Essas possíveis respostas do entrevistado não estão erradas, pois há cerca de 15/20 anos as funções 
administrativas eram de responsabilidade do RH.
Ainda hoje, podemos observar pessoas que dizem: “o pessoal do RH serve para organizar festas” ou 
“para cuidar das pessoas quando ficam doentes”, dentre outras.
De fato, medir os resultados gerados pelo RH pode ser algo bastante subjetivo, visto que hoje a área 
não tem mais a concepção de “área administrativa” somente.
É um desafio estabelecer, mensurar e avaliar indicadores que demonstrem a contribuição dessa área 
para o negócio da empresa. É óbvio que nem tudo pode ser quantificável, pois trabalhamos com o ser 
humano, ou seja, temos naturalmente o aspecto subjetivo em destaque.
Alguns indicadores já são monitorados, como índices de absenteísmo e turnover, as horas de 
treinamento oferecidas pela empresa, a quantidade de pessoas aprovadas no processo de recrutamento 
e seleção, e novos indicadores começam a ser acompanhados, como, por exemplo, a eficiência dos 
processos de comunicação com os trabalhadores, o valor agregado em relação ao custo gerado em 
programas e projetos, a imagem da empresa, o índice de clima organizacional, entre outros.
Conforme expõe Chiavenato (2008, p. 273):
[...] a empresa precisa considerar todos os seus recursos organizacionais, o 
arsenal de competências essenciais e a arquitetura organizacional adotada, 
bem como a cultura e os sistemas de valores para alcançar um conjunto 
harmonioso que permita vantagem competitiva.
Para que esses índices todos possam se transformar em vantagem competitiva, a área de recursos 
humanos deve ser tratada como estratégica.
8.1 Como a área de RH pode se transformar em centro de lucro?
Conforme visto, criar indicadores é fundamental na atual estrutura e, além disso, o RH agrega valor 
às pessoas e, consequentemente, à organização.
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Ao realizar um bom processo de recrutamento e seleção, adaptar o novo colaborador à nova 
cultura organizacional, inseri‑lo em treinamentos técnicos e comportamentais e trabalhar para 
que o clima organizacional seja o melhor possível na empresa são alguns fatores com os quais a 
área de RH pode colaborar para que os funcionários produzam mais.
Mas, para que a área de RH possa se transformar efetivamente num centro de lucro, faz‑se 
necessário o alinhamento com as estratégias da empresa. Assim, o RH atuará na consolidação 
e na transmissão da cultura empresarial para todos os funcionários da organização e passará 
de um simples coadjuvante na organização à ator efetivo como consultor interno das áreas 
de negócio.
O papel da consultoria interna
A principal função de um consultor interno é se aproximar das áreas de negócio da 
empresa, atuando de forma estratégica e ajudando o gestor a identificar problemas, criar 
fluxos melhores de trabalho e identificar as melhores práticas para selecionar e reter pessoas 
na empresa.
Aluno, o consultor interno é, portanto, um verdadeiro parceiro da área, pois ajuda inclusive o gestor 
a controlar o fluxo de pessoas, identificar os pontos de melhorias nos funcionários e verificar quais estão 
prontos para eventuais promoções.
Para isso, deve‑se capacitar o RH para que seus colaboradores tenham acesso às melhores práticas 
do mercado, aos conhecimentos de gestão de mudanças e a uma capacidade de análise e diagnóstico 
das áreas.
Dessa forma, aluno, esta talvez seja uma das dificuldades de se implantar a consultoria interna de 
RH: o investimento que deve ser feito em pessoas. Não basta apenas informar o gestor de que ele deve 
ser parceiro do RH, faz‑se necessário capacitá‑lo para tal função.
Além desse papel de consultor interno e dentre outras ações que ajudarão na gestão dos profissionais 
de cada área na empresa, o RH possui outras atividades que poderão ser implantadas:
• estratégias para gerar planos de carreiras;
• sistemas de avaliação de desempenho;
• planos de participação em resultados.
Mensuração de resultados no RH
Mensurar os resultados de ações como treinamento, avaliação de desempenho, planos de carreiras, 
entre outras, é o maior desafio do RH, principalmente pela subjetividade das respostas encontradas. 
Por exemplo, como podemos estabelecer quanto um colaborador assimilou da cultura organizacional? 
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Como mensurar o sucesso de um processo de recrutamento e seleção? Como saber o nível da satisfação 
de um clima organizacional?
Essas são dúvidas que o Balanced Scorecard pode nos responder.
 Observação
Generalista é a nomenclatura do novo cargo criado para suprir a 
necessidade de interação entre RH e gestores de área. Esse profissional atua 
como consultor interno, numa posição estratégica de RH.
8.2 O Balanced Scorecard (BSC) em recursos humanos
Uma das ferramentas utilizadas contemporaneamente e que se vale sobremaneira dos recursos e das 
habilidades do departamento de recursos humanos é o Balanced Scorecard (BSC).
Esse sistema, utilizado por grande parte das empresas organizadas, não somente estabelece 
metas em níveis estratégicos e táticos, mas também define metas e objetivos nos níveis operacionais, 
acompanhando e mensurando os resultados reais alcançados.
Inicialmente, em 1997, Kaplan e Norton criaram o índice em questão como principal balizador 
indicador financeiro e contábil. Com o desenvolvimento da ferramenta, os autores perceberam que uma 
empresa não deveria ser medida somente através dos números, mas sim por meio de uma representação 
equilibrada entre indicadores financeiros e operacionais propriamente ditos, incluindo, naturalmente, 
pessoas.
A partir de então, o BSC considerou fatores em equilíbrio com diferentes perspectivas. Vejamos quais 
são elas:
• perspectiva financeira: trata efetivamente dos indicadores financeiros da organização, ou seja, 
dos investimentos, dos lucros e do potencial monetárioda companhia;
• perspectiva do cliente: trata dos indicadores de mercado, baseados na satisfação efetiva do 
cliente, para o qual o atendimento é traduzido em qualidade;
• perspectiva dos processos internos: trata dos indicadores que avaliam o desempenho dos 
processos internos e a maneira pela qual a empresa se relaciona com o mercado, buscando 
melhorias para atender aos objetivos dos acionistas;
• perspectiva de aprendizado e crescimento: permite o cruzamento das perspectivas anteriores, 
indicando necessidades diversas que abrangem, por exemplo, o investimento efetivo em pessoas, 
em tecnologia e em processos. Essas perspectivas anteriores são o que deu certo e o que era 
preciso melhorar.
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Dessa forma:
Financeiro
Para ter sucesso 
financeiramente, como nós 
devemos aparecer para os 
nossos investidores?
Visão e 
estratégia
Cliente
Para alcançar nossa visão, 
como devemos ser 
vistos pelos clientes?
Processos internos 
do negócio
Para satisfazer os clientes, 
em quais processos devemos 
nos sobressair?
Aprendizado e crescimento
Para alcançar nossa visão, 
como sustentar a habilidade 
de mudar e progredir?
Figura 23 – As quatro perspectivas do BSC
Sobretudo, o BSC mensura e cria indicadores financeiros e não financeiros. É exatamente nos 
indicadores não financeiros que residem os resultados das ações de RH, demonstrando valores como:
• índices de satisfação de fornecedores;
• índices de imagem corporativa no mercado externo;
• índices de desenvolvimento de responsabilidade social;
• índices de satisfação de colaboradores internos;
• índices de aquisição e gerenciamento de conhecimento;
• índices de satisfação de acionistas etc.
Com esses valores mensurados, a empresa terá um raio‑x efetivo do grau de satisfação dos funcionários, 
o que, a partir da adaptação e melhoria dos processos internos, refletirá automaticamente na perspectiva 
financeira e na dos clientes. Isso contribuirá para a estratégia da organização como um todo.
Prática do BSC no RH
Aluno, a área de recursos humanos, além das contribuições acima citadas, tem um papel fundamental 
nas organizações atualmente: o de preparar os funcionários para as mudanças exigidas pelo mercado. 
Para isso, o RH atua nos paradigmas e adapta a cultura organizacional de acordo com cada necessidade.
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Na prática, portanto, o BSC trará índices diversos (como os citados anteriormente) e o RH, juntamente 
com os líderes das demais áreas, irá estruturar processos que venham de encontro com a estratégia 
estabelecida pela empresa.
O RH deve ainda conscientizar de fato os gestores sobre seu papel e sobre a influência que devem 
exercer sobre seus liderados, demonstrando que cada colaborador não deve ser somente de um 
empregado, mas um participante ativo nos processos da empresa.
Com os índices do BSC em mãos, o setor de RH poderá ainda desenvolver estratégias para:
• a retenção de talentos;
• o desenvolvimento de pessoas;
• melhorias no clima organizacional;
• ajustes nos processos internos.
Mesmo com todos os indicadores estabelecidos, o RH não deve deixar de se questionar 
frequentemente sobre:
• Seu papel está alinhado com a estratégia da empresa?
• Em que medida suas ações vêm contribuindo para o sucesso da organização?
• Que ações poderiam ser realizadas a fim de contribuir cada vez mais para o aprimoramento da 
organização?
• O RH é visto como um parceiro tanto pela organização como pelos trabalhadores?
De posse dessas respostas, acreditamos que o RH terá como realinhar suas estratégias de ação e 
contribuir de forma eficaz e eficiente para o sucesso organizacional. O setor será realmente parceiro das 
demais áreas e visto como um centro de lucro que agrega valor à organização.
Levantamento de necessidades, implantação e acompanhamento dos programas 
elaborados pelo RH
Realizar o levantamento de necessidades, implantar e acompanhar programas e/ou projetos 
elaborados pela área de recursos humanos torna‑se uma atividade estratégica para que essa área 
consiga contribuir de forma positiva e enriquecedora para o cenário organizacional.
É preciso que se tenham bem definidas e explícitas as características culturais e as competências 
necessárias para a adequação das práticas de RH às necessidades do negócio da empresa, pois somente 
de posse dessas informações o RH poderá agregar real valor aos objetivos da organização.
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Os programas elaborados, implantados e acompanhados pelo RH devem possuir íntima relação com 
o cotidiano das pessoas no ambiente de trabalho, primando pela qualidade de vida, higiene, segurança 
e saúde. Ao criar um ambiente motivador, promove‑se o aperfeiçoamento dos relacionamentos e 
desenvolve‑se um espírito de responsabilidade social.
O RH também precisa desenvolver normas e políticas internas que visam ao bom andamento 
do dia a dia na organização. É um equívoco pensar que criar normas e políticas seja uma forma de 
burocratizar e impedir o espírito criativo e inovador do ser humano. A existência de normas e políticas 
auxilia no acompanhamento e na manutenção da ordem, pois não podemos nos esquecer de que o 
ambiente organizacional é formado por diferentes pessoas, que possuem diferentes comportamentos 
e pensamentos. Portanto, se cada um resolver agir da forma que julgar mais apropriada, sem nenhuma 
referência, o caos se instalará em pouquíssimo tempo. Além disso, a inexistência de políticas bem 
definidas e claras pode gerar um ambiente de “politicagem” e muita desconfiança.
Assim, a criação de normas e políticas visa à sobrevivência, ao desenvolvimento e à perpetuação da 
organização.
Geralmente, a organização estabelece uma hierarquização de acordo com a seguinte ordem:
1 – valores organizacionais;
2 – políticas de organização;
3 – diretrizes;
4 – procedimentos operacionais.
Com base nesses elementos, a organização detecta a necessidade, elabora e acompanha os programas e projetos.
Segundo Marcondes e Silva (2002), os principais fatores que influenciam a formação de políticas 
de recursos humanos são os aspectos transitórios, a cultura, o tipo de negócio, o ambiente social e os 
fatores políticos externos.
Alguns procedimentos do RH merecem políticas claras, como:
• treinamento;
• remuneração;
• carreiras;
• administração de pessoal;
• relações sindicais;
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• benefícios sociais;
• transferência de pessoal;
• planejamento de recursos humanos;
• recrutamento e seleção;
• comunicação (empregados, comunidade e sociedade em geral).
O estabelecimento de políticas de RH permite à área mais liberdade de atuação, o que possibilita 
sua ação em nível mais estratégico, já que poderá delegar aos gestores as atividades mais cotidianas de 
gestão de pessoas.
Entretanto, a criação de políticas e programas de RH deve fazer parte de um todo integrado, 
contribuindo, assim, para que o RH seja, de fato e cada vez mais, um centro de lucro.
8.3 Formação de grupos de trabalho em equipe
Qual é o principal diferencial competitivo de uma organização, aluno? O produto? A tecnologia? 
A infraestrutura? Nenhum desses! As pessoas ainda são o principal diferencial de uma empresa, 
principalmente quando trabalham em equipe.
Uma das principais característicasdo ser humano é viver agrupado e, dessa forma, ele realiza a 
maioria de suas atividades, diverte‑se, trabalha, passa por momentos de alegria e crescimento, tristeza 
e evolução de seus ciclos vitais.
Entre os seres humanos, a tendência ao agrupamento é marcante. Essa tendência pode ser percebida 
nas famílias, nas turmas de colégio, nos clubes, nas reuniões sociais, no ambiente de trabalho; enfim, em 
toda a sociedade.
Os grupos apresentam objetivos explícitos, que envolvem sua temática central, e objetivos 
implícitos, que são percebidos apenas mediante uma convivência mínima entre eles. Os motivos 
comuns são os que levam seus componentes a se reunir por laços, havendo, porém, outros não 
menos importantes que perpassam cada componente de forma mais profunda e diferenciada. A 
partir disso, formam‑se os desejos de liderança inibidos, de autoexpressão, de projeção social, entre 
outros. Há também quem se utiliza do grupo com o objetivo de descarregar tensões ou de obter a 
evasão de seus sonhos.
Dessa forma, o grupo constitui‑se como mediador entre a realidade do indivíduo e as dinâmicas 
macrossociais, ou seja, é o mediador da relação entre indivíduo particular e a totalidade social a que este 
se vincula, entre a universalidade da sociedade e a particularidade do indivíduo. Assim, o grupo possui 
um papel de construir e reconstruir individualidades coletivas.
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Caracterização de grupo
Existe um grupo quando duas ou mais pessoas possuem:
• certa interdependência: elas precisam uma da outra;
• certa unidade que pode ser reconhecida: por exemplo, fazer parte de uma mesma empresa;
• um sistema de interação: interagem entre si, complementando‑se, como ocorre entre membros 
de um mesmo setor.
As características de um grupo podem ser verificadas quando os participantes:
• possuem uma razão comum;
• desenvolvem papéis;
• desenvolvem simpatias, apatias e antipatias;
• desenvolvem normas e valores;
• elaboram componentes normativos que passam a exercer ação uns sobre os outros;
• formam uma estrutura organizacional.
Cada grupo adquire sua própria personalidade por meio dessas características, portanto, cada grupo 
possuirá sua personalidade, sua forma de agir enquanto unidade.
A interação é um complexo de ações e reações que compreende os meios pelos quais os indivíduos 
relacionam‑se uns com os outros, levando a efeito tarefas de desenvolvimento, manutenção, crescimento 
e coesão do grupo.
A interação pode ser verificada entre:
Pessoa _______________ Pessoa
Pessoa _______________ Grupo
Grupo _______________ Grupo
Essa interação gera influência entre os membros, podendo ela ser positiva, negativa e neutra.
Os meios pelos quais os membros influem uns sobre os outros são pela linguagem, os símbolos, os 
gestos e a postura.
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Na estrutura dos grupos, podemos observar a forma como estabelecem suas normas de funcionamento 
do grupo, as relações entre os membros e desses com a liderança, os padrões aprovados de conduta, os 
sistemas de recompensa e punições e os sistemas de comunicação. A estrutura passa a ser a origem das 
leis que governam o grupo.
A coesão está ligada ao modo como esse grupo se une, já que a união é um processo que fortalece 
o grupo. A coesão do grupo depende do status, das dimensões, da homogeneidade, da comunicação, do 
isolamento, das práticas de supervisão, das ameaças de agressão (pressão externa) e do sucesso.
As normas são fundamentais. Elas são regras implícitas e explícitas compostas pelo próprio grupo. 
No estabelecimento das normas de conduta, os grupos passam a influir nas atitudes individuais, 
padronizando o comportamento dos membros para certo grau de conformidade.
A motivação é o conjunto de metas que levam o grupo a agir. Elas podem ser entendidas como 
certos impulsos para certos tipos de comportamentos que satisfaçam as necessidades, os desejos e as 
aspirações. As metas do grupo orientam suas atividades para certa direção.
O grupo ainda pode ser:
• formal:
— é reconhecido e aprovado pela organização e pode ser formado para realizar uma tarefa 
específica (por exemplo: área de contas a pagar);
— o líder do grupo formal segue as normas da empresa e, geralmente, foi eleito por ela para ser 
o responsável pelo grupo. É ele quem distribui as tarefas e premia e pune seus seguidores;
— a comunicação do grupo formal é feita pelos canais estabelecidos pela empresa.
• informal:
— é formado por pessoas que se unem por objetivos em comum, por necessidade e por 
identificação de personalidade e que podem ou não atuar no mesmo setor. O líder do grupo 
informal é alguém eleito pelo próprio grupo;
— a comunicação também se dá por meios informais, muitas vezes por boatos a respeito das 
situações do dia a dia;
— as regras são determinadas pelo próprio grupo, que inclui ou exclui novos participantes.
No relacionamento entre os membros de uma equipe de trabalho, devem ser priorizados os seguintes 
elementos:
• as habilidades interpessoais;
• a educação e a cortesia;
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• a ética;
• a cooperação;
• a profundidade de relacionamento;
• a responsabilidade, o envolvimento e o comprometimento;
• os valores da empresa.
Tais elementos podem ser trabalhados pelo RH, no entanto, eles precisam ser cultivados no dia a dia 
das organizações tanto pelos líderes quanto por toda a equipe.
Por que trabalhar em equipe?
Segundo Chiavenato (2008, p. 148):
O trabalho em equipe traz enormes vantagens às organizações e às pessoas. 
Para as organizações, as equipes podem romper as tradicionais barreiras 
interdepartamentais e facilitar o funcionamento da estrutura funcional, 
melhorando a coordenação e a integração. Para as pessoas, as equipes 
trazem mais envolvimento social e emocional, mais participação nas 
decisões, maior penetração nos assuntos da empresa, maior compromisso e, 
consequentemente, maior motivação.
O histórico pessoal e profissional e as competências de cada um quando se relacionam de forma 
harmoniosa na equipe de uma empresa só tendem a melhorar.
Algumas informações são fundamentais para o bom andamento de um trabalho em equipe, a saber:
• definir a missão da empresa, sua cultura organizacional e as metas e objetivos de toda equipe. 
Além disso, é preciso transmitir as regras com clareza para que todos possam compreender e 
caminhar na mesma direção;
• reconhecer e respeitar a individualidade de cada membro da equipe, pois cada um é diferente, 
tem uma história de vida e tem determinados valores e objetivos. Reconhecer e respeitar é algo 
fundamental;
• existe conflito mesmo dentro de uma equipe harmoniosa. Ele faz parte do dia a dia de qualquer 
grupo. Saber lidar com o conflito e, principalmente, saber utilizá‑lo como algo construtivo é o 
desafio principal;
• evidenciar quais são as regras do jogo e os papéis que cada um assumirá no grupo. Isso gera 
tranquilidade e objetividade para alcançar as metas;
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• reconhecer o esforço e o resultado da equipe, pois isso premia quem atingiu a meta e tende a 
motivar quem não a alcançou.
Para alcançar a maturidade, um grupo necessita deixar os aspectos pessoais em segundo plano, 
assim, agindo de forma cooperativa, o individual dará lugar ao coletivo.
Montana e Charnov (2010, p. 296) explicamque:
A substituição da competição individual pela cooperação indica que o grupo 
atingiu o estágio de maturidade. A identidade do grupo se consolidou, e os 
membros estão trabalhando com o máximo de eficiência e eficácia.
Qual a importância de se conhecer os grupos?
A função do RH nesse contexto é entender os papéis exercidos no grupo e o estágio em que este se encontra.
O estágio ideal é quando o objetivo do grupo se torna único e as regras e a forma de atuação de 
seus componentes estão estabelecidas. Para alcançar esse estágio, é importante reforçar dois aspectos: 
os objetivos do grupo e os objetivos da organização.
Os objetivos do grupo são expressos pela individualidade de cada componente. A seguir, alguns 
desses objetivos:
• melhorias na política salarial;
• benefícios mais atrativos;
• segurança no trabalho;
• qualidade de vida;
• carreira;
• comissões, bonificações e premiações;
• satisfação no trabalho;
• clima organizacional;
• respeito etc.
Em contraponto, temos os objetivos da organização:
• permanecer no mercado;
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• aumentar a produtividade;
• obter lucro;
• obter soluções criativas;
• obter novos desafios;
• melhorar a imagem no mercado etc.
É fundamental que esses objetivos estejam alinhados, para que o conflito entre trabalhadores e 
empresa seja minimizado.
Ainda, o RH poderá ajudar a definir os padrões de comportamento aceitos pela organização, assim 
como estabelecer as metas a serem atingidas.
Ao chegar a um nível de maturidade satisfatória, o grupo poderá contribuir de forma eficiente 
para a organização, assumindo projetos mais complexos e lidando com os problemas de modo 
mais efetivo.
 Observação
O investimento das empresas em programas de diversidade tem 
incentivado os profissionais a lidar com características diferentes e 
promovido a inclusão social e o trabalho em grupo de forma mais eficaz.
8.4 Recursos humanos estratégico
Vamos tratar agora da importância da formação de parcerias entre a área de recursos humanos e as 
demais áreas de uma organização.
Como já sabemos, a formação de parcerias no cenário organizacional é um ponto crucial para o 
pleno desenvolvimento da empresa e de seus trabalhadores.
Por que isso ocorre? Exatamente porque a formação de parcerias se tornou um elemento de 
sobrevivência nesse competitivo mercado global. Para sobreviver, as empresas devem fazer, e fazem, 
parcerias importantes, podendo essas se formar com fornecedores, clientes, credores, entre outros. 
Entretanto, a formação de parcerias deve ocorrer tanto no ambiente externo quanto no ambiente 
interno da organização.
A formação de parcerias no ambiente interno da empresa só ocorre de fato quando há um clima 
de integração, ou seja, quando as pessoas compreendem que o trabalho em grupo é mais importante e 
proporciona melhores resultados do que o trabalho individualizado.
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Se a empresa em que você trabalha modernizar o prédio no qual fica o escritório, atualizar as 
tecnologias, mudar o organograma, entre outras alterações, as pessoas perceberão naturalmente. Mas 
provavelmente continuarão a fazer o mesmo trabalho de antes da mudança!
Assim, a mudança não deve ocorrer apenas exteriormente, mas deve se dar na mente das 
pessoas, e os gestores terão papel fundamental na preparação dos colaboradores para esse 
processo, já que o foco passa a ser outro, ou seja, o importante agora não é o trabalho físico e 
concreto, mas sim o psicológico.
As mudanças podem ocorrer em diversos níveis, como em um evento diário e de pouco impacto ou 
em eventos que geram ansiedade e preocupação.
Vejamos no gráfico a seguir:
Elevado
Baixo
As mudanças causam uma forte pressão sobre as pessoas, causando‑lhes 
grande preocupação, aflição e ansiedade.
As mudanças são levemente percebidas pelas pessoas. As pessoas 
convivem rotineiramente com as mudanças quase sem as perceber.
As mudanças são percebidas pelas pessoas. As pessoas convivem com as 
mudanças, mas algo as deixa preocupadas e ansiosas.
As mudanças são imperceptíveis às pessoas. As pessoas convivem 
inconscientemente com as mudanças quase sem as perceber.
Limiar de sensibilidade das pessoas
Figura 24 – As mudanças e o limiar de sensibilidade das pessoas
Entretanto, para que um grupo funcione de forma eficaz e eficiente, é preciso que haja 
uma transformação profunda na esfera individual, uma verdadeira mudança de valores. Outros 
elementos também são importantes para o pleno crescimento de parcerias eficazes, como o 
desenvolvimento de habilidades sociais e interpessoais, um sistema de comunicação/informação 
eficiente, entre outros.
Estabelecer um clima de integração e cooperação não é uma tarefa fácil, porém, ela é importante e 
é atribuída à área de RH.
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Resistência à mudança
Pessoas que sempre trabalharam de uma única forma ao longo de sua vida profissional, quando se 
deparam com algo diferente, tendem a optar, num primeiro instante, para o conservadorismo, para a 
tradição em que já estão inseridas.
De acordo com Chiavenato (2008, p. 293):
Para que a mudança seja dinamizada, é necessário que exista um ambiente 
psicológico propício, uma cultura organizacional adequada, um estímulo 
individual e grupal para a melhoria e para a excelência.
Cada pessoa pode reagir de uma forma em relação à mudança, podendo aceitá‑la positivamente 
(proativamente e com iniciativa frente à alteração) ou negativamente (as pessoas se defendem das 
mudanças).
Podemos ter três tipos de resistência à mudança:
• aspectos lógicos: interesses pessoais para que não haja a perda de condições conquistadas;
• aspectos psicológicos: medo do desconhecido, não compreensão da mudança, falta de confiança 
em si mesmo ou nos outros e desejo por manter o mesmo status;
• aspectos sociológicos: interesses políticos, oposição de valores, interesses não demonstrados etc.
Como contornar a resistência à mudança
Algumas estratégias poderão ser utilizadas para contornar o quadro, tais como nos apresenta 
Chiavenato (apud KOTTER e SCHLESINGER, 2008, p. 288):
• educação e comunicação: preparar o processo de mudança com antecedência, não permitindo 
que as pessoas sejam surpreendidas. O processo deve ser apresentado com calma e de forma clara, 
se possível com recursos audiovisuais;
• participação e envolvimento: envolver todos no processo de mudança, com atenção especial às 
pessoas mais resistentes;
• facilitação e apoio: ajudar aqueles com mais dificuldades de se ajustar ao processo de 
mudança. O programa pode ter aconselhamento, treinamento técnico, planos de carreira, 
aprimoramento etc.;
• negociação e acordo: indicados quando os colaboradores possuem um sentimento grande de 
perda. Aqui, uma compensação financeira pode ajudá‑los;
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• manipulação: utilizada em casos extremos, envolve os profissionais mais resistentes a partir 
da tentativa de passar‑lhes informações confidenciais com o objetivo de envolvê‑los mais no 
processo. Essa estratégia tem a função de manipular as pessoas;
• coerção: maneira extremada de ameaça implícita ou explícita, como a perda do cargo ou de uma 
promoção.
No quadro a seguir, podemos observar as estratégias e suas vantagens e desvantagens:
Quadro 17
Abordagem Vantagens DesvantagensEducação + comunicação Pessoas ajudarão no processo de mudança
Consome tempo e envolvem 
muitas pessoas
Participação + envolvimento Comprometimento maior das pessoas
Consome tempo, risco das pessoas 
agirem de acordo com suas ideias
Facilitação + apoio Melhor abordagem a pessoas com muitas dificuldades Tempo e custo alto
Negociação + acordo Melhor maneira de evitar resistências
Custo alto, risco de muitas pessoas 
buscarem acordo
Manipulação Solução rápida Risco futuro de as pessoas se sentirem manipuladas
Coerção Solução rápida Risco de deixar pessoas magoadas e irritadas
Fonte: adaptado por Chiavenato apud Kotter e Schlesinger, 2008, p. 304.
Este talvez seja o principal desafio da área de RH: conduzir as pessoas para o processo de mudança.
Em grupos, podemos encontrar a situação de competição ou a situação de cooperação. Verifique o 
quadro a seguir:
Quadro 18 – Situação cooperativa e situação competitiva
Situação cooperativa Situação competitiva
Comportamento focado na realização do grupo Comportamento focado na realização pessoal
O indivíduo age de forma aberta O indivíduo atua de maneira secreta
Existe uma clara compreensão das necessidades que são 
apresentadas
Não há uma clara compreensão das necessidades, que 
ficam camufladas
O comportamento é previsível e flexível, mas não é 
utilizado para “apanhar o outro”
Predomínio da impulsividade, utilizando‑se de 
estratégias confusas, e o elemento surpresa é utilizado 
como uma arma;
Argumentos lógicos são utilizados para defender os 
pontos de vista ou para encontrar soluções para os 
problemas
São usados argumentos ilógicos e irracionais
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Para a formação de parcerias no ambiente de trabalho, devemos estimular a cooperação. Dessa 
forma, o departamento de recursos humanos deve ser visto na organização como parceiro e atuar 
próximo ao negócio de cada área da empresa.
Para o RH ser estratégico, além de estabelecer parcerias com os demais setores da empresa, ele 
deverá:
• entender do negócio de cada área;
• preocupar‑se com as atualidades do mercado e o impacto nas pessoas;
• preocupar‑se em capacitar pessoas;
• estar totalmente integrado às estratégias da empresa;
• considerar as áreas como clientes;
• considerar a cultura da empresa, adaptando as necessidades de cada área a ela;
• buscar alinhamento entre todas as áreas da empresa.
 Saiba mais
Filmes infantis que ressaltam a importância do trabalho em equipe: 
Fugas das Galinhas, Vida de Inseto, Monstros S.A., A Era do Gelo.
O papel do RH na prática
Para que uma área de recursos humanos se torne estratégica, há a necessidade de mudança de 
mentalidade organizacional, aluno. Não se muda da noite para o dia, é necessário um trabalho constante, 
sem desânimo frente aos obstáculos que virão.
A principal questão é a mudança de postura das pessoas, ou seja, a mudança efetiva de paradigma.
Se sua empresa está no processo de passagem de um RH mais conservador para um RH mais 
estratégico, a orientação é para que os profissionais estejam abertos à mudança, que deverá 
ter consequências para a organização. No entanto, certamente um modelo mais moderno será 
implantado.
O papel do RH deverá ser, portanto, o de se aproximar das áreas e passar a entender cada uma como 
um cliente de fato.
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8.5 Quando usar parceiros em recursos humanos
Aluno, atualmente a área de RH das empresas está cada vez mais reduzida. Podemos observar esse 
fenômeno nas grandes organizações, ou seja, empresas que antes possuíam quadros expressivos de 
profissionais estão cada vez mais “enxugando” sua folha de pagamento.
Essa tendência tem sido observada desde que o RH passou de um simples administrador de pessoas 
para um órgão mais estratégico, um parceiro das áreas de negócio.
Hoje em dia, é interessante manter algumas áreas ditas estratégicas. Contudo, para outras áreas, a 
solução para se obter o melhor custo beneficio é ter parceiros que realizem o trabalho.
Vamos tratar aqui de dois modelos de parceria:
• Terceirização: é muito utilizada em situações em que o custo e o risco de se manter profissionais 
contratados são maiores. Exemplos:
— folha de pagamento: dependendo do tamanho e da logística da empresa, é mais fácil terceirizar 
o sistema operacional de uma folha de pagamento. Hoje temos empresas que realizam, além 
da terceirização, suporte aos funcionários para qualquer dúvida que ele venha a ter;
— medicina do trabalho: ter um médico para realizar somente exames de contratação ou 
periódicos é mais caro que do terceirizar a função, ainda mais se a empresa possuir filiais em 
todo o Brasil.
• Consultoria: falávamos de estratégia no RH. A empresa tem mantido parceiros em diversas áreas 
para necessidades que, internamente, ficariam onerosas demais ou, ainda, desviariam profissionais 
de suas atividades para realizar outras que demandariam muito tempo. Nesse contexto, a 
consultoria tem ganhado mercado, atuando de forma objetiva frente à necessidade específica de 
cada cliente. Exemplos:
— recrutamento e seleção: em corporações de grande porte, muitas vezes substituir um 
profissional não é tarefa fácil, ainda mais quando seu cargo é de diretoria. Desse modo, nem 
sempre as empresas têm acesso às ferramentas para encontrar um substituto para o cargo 
vago. Assim, contratar uma consultoria especializada, que detém todo o arsenal para cumprir 
a demanda solicitada e que manterá sigilo do cargo, é uma solução mais rápida, mesmo que 
mais cara. Com a consultoria, o processo ganhará agilidade;
— treinamento: utilizam‑se muitas consultorias nos treinamentos, principalmente nos que são 
realizados no formato de educação a distância, realidade cada vez mais presente no país.
O processo de terceirização ou de contratação de consultorias depende muito do momento e da 
situação de cada empresa. As organizações podem optar por terceirizar todo o processo de seleção, 
parte dele ou, ainda, pedir ajuda somente para um trabalho pontual.
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A atuação dessas consultorias especializadas surgem pela necessidade efetiva de as empresas não 
perderem o foco em seu negócio.
Uma indústria não tem como principal produto o recrutamento e seleção, assim, ela poderá 
terceirizar o setor, para não ter que se preocupar internamente com ele, ou somente terceirizar a parte 
mais operacional e deixar a parte estratégica internamente.
Vejamos, a seguir, um quadro comparativo com os prós e os contras da terceirização para as empresas:
Quadro 19 – Os prós e os contras da terceirização
Prós Contras
Foco no negócio O terceirizado não tem vínculo emocional com a empresa
Se o contrato for bem elaborado, há uma 
diminuição de custos
Se o contrato for mal elaborado, há um 
aumento de custos
Concentração em atividades fim Exposição do sigilo da empresa
Contratação de empresa especializada Dificuldade de encontrar parceiro especializado
Como esclarecido, as consultorias surgirão para aplacar uma necessidade com a qual as empresas 
não conseguem lidar.
No processo de contratação, para que a relação empregatícia seja saudável e eficaz, é decisão da 
organização avaliar o parceiro ideal, ou seja, o colaborador que tem uma filosofia de trabalho próxima 
à da empresa.
Por fim, diante do desenvolvimento complexo da área de recursos humanos, mais um elemento se 
mostra de fundamental importância: a motivação – sentimento que a organização deverá alimentartodos os dias em seus colaboradores.
Motivação
A motivação é um processo de estímulo ao indivíduo para que uma determinada meta seja atingida. 
Está extremamente ligada à produção, isto é, uma pessoa motivada tende a produzir mais, pois, de 
alguma forma, ela encontra satisfação na atividade que realiza.
Além do aumento de produção, um funcionário satisfeito tem seu número de faltas consideravelmente 
diminuído e pouca propensão a ficar doente.
Por outro lado, se um profissional não tem suas necessidades satisfeitas, seu desempenho será prejudicado.
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Vejamos o comparativo:
Motivo
(tensão)
Comportamento
(atividade)
Necessidade humana
(redução da tensão)
Figura 25 – O processo de motivação
Hitt, Miller e Colella (2007, p. 164) definem motivação como:
Forças oriundas do interior de uma pessoa, que são responsáveis em parte 
do direcionamento pela intensidade e pela persistência intencionais dos 
esforços da pessoa, orientados para o alcance de objetivos específicos que 
não dependam de capacidades nem de demandas externas.
Abordar o tópico motivação sem citar Maslow (1954) e sua teoria da hierarquia das necessidades 
é praticamente impossível. (Fonte: http://www.ucg.br/site_docente/adm/katia_macedo/pdf/Artigo‑Hist 
Relacoes%20.pdf)
Assim, de acordo com a teoria em questão, o que nos motiva a buscar algo é um conjunto de 
necessidades insatisfeitas, como estudar para alcançar melhores posições na empresa, satisfazendo, 
dessa forma, uma ambição.
São cinco as necessidades primordiais: sobrevivência, proteção ou segurança, ato de pertencer, 
estima e, finalmente, autorrealização.
Quanto mais nos tornamos conscientes das necessidades, mais ascendemos para outra num grau 
mais evolutivo. Por exemplo, tente estudar com fome ou com sono. Você conseguirá fazê‑lo por 
determinado período, mas logo a necessidade fisiológica se acentuará e, se não for satisfeita, não haverá 
concentração para o estudo. Portanto, a primeira necessidade demanda a satisfação fisiológica do corpo, 
a segunda reflete o quanto nos sentimos seguros num ambiente, sem qualquer ameaça de ferimentos, e 
a terceira necessidade se refere ao grupo, ou seja, ao desejo de ser aceito e pertencer, enquanto a quarta 
é a motivação do indivíduo em contribuir com um trabalho de forma satisfatória, tendo no final uma 
recompensa.
Por último, há a autorrealização, que está ligada à realização pessoal, ao sentimento de crescimento 
e de conquista, é o nível mais elevado da pirâmide de Maslow.
Dessa forma, aluno, a teoria de Maslow (1954) pode ser percebida como uma pirâmide, ou seja, com 
as primeiras necessidades básicas satisfeitas, busca‑se a satisfação de necessidades mais elevadas.
Hitt, Miller e Colella (2007, p. 165) expõem que “(...) a teoria da hierarquia de necessidades 
supostamente se aplica de modo semelhante a todas as pessoas normais e saudáveis”.
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O que realmente motiva alguém?
A motivação está intimamente ligada ao momento de vida de cada um. Se você acabou de se casar, 
tem dívidas a pagar, sua esposa está grávida e seu carro está sob financiamento, o que te motivaria? 
Talvez fosse um excelente momento para receber um bom salário mensal.
Mas, se você tem 50 anos ou mais e uma vida financeira já estabilizada, a motivação frente a um 
desemprego repentino talvez seja um trabalho autônomo, um negócio próprio no qual você possa fazer 
sua própria rotina.
No caso de você ainda ser um estagiário que mora com seus pais e recebe uma bolsa direcionada 
a pagar sua faculdade, o que lhe serviria de motivação? Provavelmente uma empresa que lhe permita 
aprender e seguir uma bela carreira profissional.
Dessa forma, a partir dos exemplos citados, é possível notar que a motivação é situacional. Portanto, 
os profissionais de recursos humanos devem conceber cada pessoa como única e, a partir disso, 
compreender o que de fato motiva cada colaborador.
Assim, qual seria a utilidade da teoria de Maslow?
Essa teoria contribui justamente para que seja possível perceber em que estágio da pirâmide a 
insatisfação do profissional se encaixa.
Como pode ser exigido um bom desempenho dos profissionais que atuam na produção se eles não 
têm condições básicas de alimentação, por exemplo?
Logo, a colaboração de Maslow para compreender o processo motivacional se dá nesse sentido, 
sendo que sua teoria serviu ainda de base para que outras pudessem ser desenvolvidas.
Diversidade nas organizações
De acordo com Hitt, Miller e Colella (2007, p. 34):
Diversidade pode ser definida como uma característica de um grupo de 
pessoas que sugere diferenças entre essas pessoas no que diz respeito a 
qualquer dimensão relevante.
As organizações têm promovido cada vez mais programas de incentivo à diversidade.
Na prática, podemos compreender a diversidade nas organizações a partir da contratação de 
pessoas de diferentes crenças religiosas, culturas, raças, sexo etc., o que proporciona um ambiente de 
trabalho inclusivo, evita a discriminação e reforça o senso de justiça. Essa configuração gera, portanto, 
funcionários mais motivados, o que torna o desempenho da empresa relevante e gera mais lucros para 
os acionistas.
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Hitt, Miller e Colella (2007, p. 41) comentam que:
Os resultados mostraram que a diversidade em termos de áreas funcionais, 
histórico educacional, redes de relacionamentos sociais/profissionais e 
títulos universitários, em várias organizações, pode ter um impacto positivo 
sobre resultados dos indicadores financeiros da empresa [...]
Além disso, aluno, uma empresa reconhecida como forte no quesito diversidade atrai mais candidatos, 
pois sua imagem é bem vista na sociedade.
É comum surgirem obstáculos em relação à diversidade na organização. Assim, o primeiro passo 
para evitar problemas é envolver os líderes no programa de diversidade. Além disso, a comunicação no 
âmbito desse programa deve ser clara e objetiva e utilizar os principais canais da empresa.
A ação de inclusão no programa de diversidade deve estar ligada ao planejamento estratégico da 
empresa e ter a colaboração e aval dos principais líderes.
O RH, por sua vez, deve trabalhar para que a diversidade passe a ser um valor organizacional com 
os anos, e não apenas mais um programa. Para que isso aconteça, envolver os funcionários é essencial: 
promover grupos de discussão, palestras e cursos ajuda nesse contexto.
8.6 O papel essencial do gestor de recursos humanos
De acordo com Gasparetto (2004), supervisionar, chefiar, coordenar, gerir ou gerenciar é parte 
de um processo mais amplo chamado administrar. Dessa maneira, administrar e, principalmente, 
liderar, é a ação de dirigir e integrar esforços de um grupo de trabalho para a consecução de 
objetivos da organização.
Administrar não é uma técnica, mas uma atitude na qual se exige trabalhar com pessoas e gostar de 
trabalhar com elas. Exige ajudá‑las, encorajá‑las e orientá‑las, dando‑lhes atenção.
Gasparetto (2004) afirma que a principal função do gestor é administrar e não simplesmente 
executar, pois ele coordena recursos e pessoas de modo a atingir os objetivos organizacionais.
O gestor é remunerado, principalmente, para administrar, e é nessa atividade que seus esforços devem 
estar concentrados. Mas muitas vezes ele também tem importantes responsabilidades de execução.
Assim, o papel do gestor é treinar seus subordinados no sentido de resolverem seus próprios 
problemas de execução.Por outro lado, ele mesmo também executa algumas atividades, e isso é muito 
produtivo quando não se esquece de sua responsabilidade de gestor para apenas executar.
O gestor acompanha todas essas atividades, sendo que esta é sua função de administrador. O mais 
essencial para o verdadeiro líder é que ele seja capaz de entusiasmar, incitar e inspirar as pessoas a 
confiarem em si mesmas, dando o máximo na busca dos objetivos do grupo.
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Contudo, tal realidade geralmente ocasiona um confronto de paradigmas, uma vez que o modelo de 
pensamento está em constante mudança no mundo atual.
Veja, aluno, o gestor, além de executar suas tarefas, tem como uma das maiores contribuições que 
ele pode dar à sua empresa o fato de administrar bem.
Assim, pode‑se dizer que administrar é dirigir recursos visando alcançar os objetivos da organização 
e, ao mesmo tempo, proporcionar satisfação àqueles que executam o trabalho e àqueles que obtêm 
o produto ou serviço oferecido. É o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar tanto os 
objetivos da empresa quanto de seus membros.
Já executar é obter resultados por meio de seu próprio esforço; administrar é obter resultados 
coordenando o trabalho de outras pessoas (GASPARETTO, 2004).
O administrador tem três áreas nas quais suas competências são exigidas: técnica, de relações humanas 
e na área administrativa. A intensidade de utilização das competências técnica e administrativa varia de 
acordo com o nível hierárquico do administrador. A competência de relações humanas é utilizada com 
a mesma intensidade, independente do nível hierárquico do administrador.
Gil (2001, p. 22) afirma que as organizações e empresas em geral têm evoluído para se tornarem 
capazes de promover a gestão de pessoas com excelência. Para tanto, os líderes do setor organizacional 
devem estar preparados para enfrentar uma série de transações, tais como:
• da ação operacional para a estratégica;
• do caráter administrativo para o consultivo;
• do reativo para o preventivo;
• do policiamento para a parceria;
• da preservação cultural para a mudança cultural;
• da estrutura hierárquica para a estrutura enxuta;
• do foco na atividade para o foco nas soluções;
• do foco interno para o foco no consumidor;
• da ênfase na função para a ênfase no negócio;
• do planejamento de curto prazo para o de longo prazo;
• da ênfase nos procedimentos para a ênfase nos resultados;
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• do isolamento para o benchmarking;
• da rotina operacional para a consultoria;
• da busca da eficiência interna para a eficácia organizacional;
• da administração de pessoal para a gestão de talentos;
• da ênfase no controle para a ênfase na liberdade.
Assim, Gil (2001, p. 35) afirma que há um novo modelo de execução para os gestores, que implica:
• atender aos usuários internos e externos;
• manter‑se aberto para as novas tecnologias administrativas;
• proporcionar empregados capacitados e motivados à organização;
• preocupar‑se com a qualidade de vida no trabalho;
• agregar valor aos empregados, à empresa e aos clientes;
• atuar como agente de mudança;
• reconhecer as pessoas como parceiras da organização;
• proporcionar competitividade à organização;
• manter um comportamento ético e socialmente responsável.
Gil (2001, p. 38) ainda delimita algumas competências requeridas ao consultor interno para gestão 
de pessoas, tais como:
• ser um agente de mudanças;
• estar comprometido com os resultados;
• estar inteirado da situação da organização;
• mostrar racionalidade e isenção;
• ter um bom nível de cultura geral;
• conhecer sua área de atuação;
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• agregar conhecimentos;
• ter facilidade de diálogo e relacionamento;
• estabelecer uma relação de confiança;
• ter perfil negociador;
• colocar ênfase nas pessoas;
• ter comportamento ético;
• ter perfil inovador;
• ter disposição para assumir riscos;
• ter senioridade e equilíbrio;
• ter pensamento estratégico;
• saber compartilhar responsabilidade;
• perceber e lidar com sentimentos;
• propor ações que possam ir à raiz do problema;
• saber lidar com resistências.
Ainda de acordo com Gil (2001, p. 42), o profissional de RH desempenha papeis fundamentais e 
constantes, como está descrito a seguir:
• comunicador;
• selecionador;
• treinador;
• avaliador de desempenho;
• analista de cargos;
• motivador;
• líder;
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• negociador;
• gestor de qualidade;
• coach.
Quadro 20 – 10 diferenças entre um gestor e um líder
O gestor O líder
Administra Inova
Imita Cria
Mantém Desenvolve
Aceita realidade Investiga‑a
Enfatiza os sistemas e a estrutura Tem obsessão pelas pessoas
Tem uma visão de curto prazo Tem uma perspectiva de longo prazo
Pergunta como e quando Pergunta o que e por quê
Concentra‑se no resultado imediato Tem os olhos postos no futuro
Aceita o status quo Desafia‑o regularmente
Faz as coisas bem Faz as coisas certas
Fonte: Gil (2001).
Aluno, de acordo com Gil (2001, p. 45), um bom líder faz assim:
• age de modo que os colaboradores sob o seu comando gostem de fazer o que ele pretende;
• consegue que todos os colaboradores o queiram sempre ajudar e se sintam realizados com isso;
• não tem subordinados, mas seguidores. Não dá ordens, mas garante que todos façam o que ele 
deseja;
• consegue que as pessoas acreditem que falar no interesse delas ou dele é a mesma coisa;
• transmite segurança e autoconfiança. Inspira lealdade e é um confidente por excelência. As 
pessoas sentem‑se à vontade para lhe dizer a verdade;
• transmite um sentido ético elevado, toma decisões justas e não protege ninguém. As suas decisões, 
mesmo as impopulares, são transparentes;
• dá o exemplo. A sua atuação é um símbolo para os colaboradores;
• não tem a pretensão de ser infalível, mas raramente comete erros graves;
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• faz com que as pessoas sigam o mesmo rumo da empresa, garantindo que este é transparente, 
justo e claro;
• como tem a consciência de que não consegue fazer tudo sozinho, nunca comanda pelo medo. As 
pessoas seguem‑no porque acreditam na sua visão;
É justamente desse modo que o líder‑gestor conseguirá chegar cada vez mais perto e conquistar a 
confiança do seu colaborador, fazendo‑o evoluir e crescer dentro da organização.
As diferenças entre supervisão e liderança
De acordo com Ladew (2002, p. 152), é preciso saber ser um líder antes de poder ser um supervisor 
bem‑sucedido. Ele enumera as qualidades de uma liderança efetiva:
• líderes inspiram confiança;
• um líder sabe como seguir;
• líderes fazem contato.
Além disso, Ladew (2002, p.161) também oferece dicas de como demonstrar sinais de liderança:
1. Seja um advogado para as pessoas que se reportam a você.
2. Seja justo e imparcial, sem ser um “camarada”.
3. Crie um ótimo ambiente de trabalho.
4. Forneça estabilidade durante períodos de mudança.
5. Você precisa ter coragem.
Num segundo momento, Ladew (2002, p. 167) afirma que três conceitos da Física podem ser aplicados 
pelos líderes no local de trabalho:• Energia potencial = novas ideias
“Eu estou disposto a tentar coisas novas.”
• Energia cinética = ideias em movimento
“Vamos trabalhar juntos para fazer isso acontecer.”
• Inércia = resistência a mudanças
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“Eu já vi isso antes.”
Ainda segundo Ladew (2002, p.), há certos tipos de pessoas que podem ter potencial para dar uma 
nova energia a um projeto:
1. O funcionário quieto que sempre consegue fazer seu serviço – faça perguntas e o instigue a falar.
2. O funcionário raivoso que reclama o tempo todo – deixe‑o verbalizar e canalize a raiva.
3. Os funcionários do status quo, que não “querem virar a mesa” – encoraje‑os e faça com que 
assumam riscos por suas opiniões e posições.
Ladew (2002, p. 173) termina dizendo que, para ser um líder desde o início, vale a pena priorizar os 
seguintes itens:
• faça‑se conhecido;
• não tente mudar tudo de uma só vez;
• revise o arquivo pessoal de todas as pessoas que se reportam a você;
• identifique as pessoas que fazem as coisas funcionarem;
• convoque uma reunião com toda a sua equipe;
• ignore rumores e fofocas;
• seja otimista e positivo;
• saiba o que sua gerência quer de você;
• defina metas altas para você e seu grupo.
Afinal, também de acordo com o autor (2002, p.180), um bom supervisor é alguém que:
• não perde a cabeça quando as coisas dão errado;
• faz as coisas;
• consegue admitir erros e corrigi‑los;
• é claro sobre o que quer dos outros;
• sempre sabe o que está acontecendo;
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• é otimista e positivo;
• tem visão;
• elogia livremente e especificamente;
• é organizado;
• protege sua equipe de interferências;
• deixa os membros de sua equipe saberem como eles estão indo;
• dá um bom exemplo pessoal;
• envolve os outros no processo de tomada de decisões;
• regularmente elogia e recompensa as pessoas que trabalham com ele;
• cumpre as regras justamente;
• não reclama e dá continuidade ao trabalho;
• nunca é parcial;
• consegue delegar autoridade e tarefas a outras pessoas;
• tem uma aparência limpa e elegante;
• não fala “de cima” nem “de baixo” com ninguém;
• tem coragem;
• apoia os supervisores e nunca faz comentários negativos sobre aqueles para quem 
trabalha;
• não usa a autoridade inadequadamente;
• certifica‑se de que sua equipe está bem treinada para o trabalho;
• comunica‑se sempre e muito;
• não se esquiva de suas responsabilidades nem transfere a culpa para os outros;
• evita generalidades quando assume uma tarefa; orienta‑se pelos objetivos e é específico.
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A essência da liderança
Veja, aluno, Hunter (2006) afirma que um líder, na maioria das vezes, sabe como seguir: parte de 
sua tarefa tem sido, e continua a ser, trabalhar com pessoas para descobrir e resolver problemas, mas, 
se os líderes terão acesso ao conhecimento e pensamento criativo que eles precisam para solucionar 
problemas, dependerá do grau em que as pessoas confiam neles. A confiança e o valor depositados 
modulam o acesso do líder ao conhecimento e à cooperação.
Ainda de acordo com Hunter (2006), o verdadeiro líder permite que os liderados se tornem 
independentes a ponto de serem gestores de si mesmos.
Para que os funcionários confiem em uma pessoa como líder, segundo Hunter (2006, p. 88), ela deve 
procurar seguir os seguintes passos:
• ser transparente;
• expressar seus sentimentos;
• falar a verdade;
• mostrar consistência;
• preservar confidências;
• ser justo e imparcial, sem ser um “camarada”.
Liderar é, acima de tudo, fazer com que a equipe tenha uma clara visão do futuro e desafiá‑la 
para chegar até ela. É enxergar possibilidades que outras pessoas não veem, sintonizando e integrando 
pensamentos, ideias e emoções em prol de um objetivo comum (HUNTER, 2006).
Lacombe (2003) afirma que é preciso saber ser um líder antes de poder ser um gestor 
bem‑sucedido. Um bom gestor é aquele que consegue exercer e desenvolver suas competências 
de liderança nos mínimos detalhes, dando seguimento a um foco e cumprindo os objetivos da 
organização.
Segundo Lacombe (2003, p. 233), o gestor age como líder quando:
• não perde a cabeça quando as coisas dão errado;
• consegue admitir erros e corrigi‑los;
• é claro sobre o que quer dos outros;
• é otimista e positivo;
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• tem visão;
• é organizado;
• protege sua equipe de interferências;
• dá um bom exemplo pessoal;
• envolve os outros no processo de tomada de decisões;
• regularmente elogia e recompensa as pessoas que trabalham com ele;
• cumpre as regras justamente;
• consegue delegar autoridade e tarefas a outras pessoas;
• certifica‑se de que sua equipe está bem treinada para o trabalho;
• comunica‑se sempre e muito;
• não usa a autoridade inadequadamente;
• não se esquiva de suas responsabilidades nem transfere a culpa para os outros;
• evita generalidades ao assumir uma tarefa; orientando‑se pelos objetivos.
Ainda segundo Lacombe (2003), uma das diferenças existentes entre o líder e o gestor é a fonte de 
poder, que indica de onde emana o poder atribuído ou conquistado pelo líder e pelo gestor. Ela se divide 
em poder do cargo e poder pessoal.
• poder do cargo: é o poder tradicional, que é uma fonte externa e significa o poder de recompensar 
ou de punir.
• poder pessoal: ao contrário, é uma fonte interna de poder, sendo basicamente uma ferramenta 
utilizada pelo líder.
Quadro 21 – Poder x Autoridade
Poder Autoridade
Forçar ou coagir a pessoa a fazer algo que você 
quer que ela faça, mesmo que ela não queira fazer.
Levar a pessoa a fazer, de boa vontade, 
algo que você quer que ela faça.
Fonte: Lacombe (2003).
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O poder é dado ou tomado, vendido ou comprado; a autoridade, não. Para a organização, o ideal é 
que o gestor tenha tanto o poder quanto a autoridade (LACOMBE, 2003).
Aluno, as empresas têm buscado reconstruir certos paradigmas do passado, tendo como objetivo 
instituir novas metas e funções para a gestão.
Quadro 22 – Confronto de paradigmas na gestão
Paradigma tradicional Paradigma atual
O gestor antigamente... O gestor hoje...
Os gestores planejam, são a cabeça. Os 
trabalhadores executam.
Todos têm cabeça: sugerem, decidem, 
participam.
Um bom gestor deve ser, antes de tudo, um 
bom técnico.
Deve desenvolver também habilidades 
comportamentais e ter visão generalista.
Deve resolver problemas. Deve aproveitar oportunidades.
O RH gerencia os recursos humanos. Cada gestor é parte responsável e intrínseca aos recursos humanos.
Intuição não vale muito, o que vale mesmo é 
a lógica, o racional.
Intuição e lógica são valiosas e se 
complementam.
Centraliza tudo e estabelece conflitos. Descentraliza e estabelece espírito de equipe. O grupo vence.
Fonte: Lacombe (2003).
É importante lembrar que o gestor, além de executar suas tarefas, tem como uma das maiores 
contribuições que pode dar à sua empresa o fato de administrar bem.
Pode‑se constatar a necessidade de mudança de postura do gestor a partir de uma comparação 
prática, de acordo com Hunter (2006, p. 90):
Velho paradigma
Presidente
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Gerentes intermediários
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Gestores
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Empregados (associados)
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Cliente
Nesse modelo, os empregados são as pessoas mais próximas dos clientes, quer dizer, o presidente pode 
até conhecê‑los pessoalmente, mas o mais importante é o produto que é vendido, o que está na “caixa” 
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quando o cliente abre. E a última pessoa que tocou na caixa foi o trabalhador (empregado). Isso o faz mais 
próximo do cliente. Dessa maneira, os executivos se sentem muito sozinhos no topo, mas todos os outros 
também estão sozinhos, porque cada um está tratando de executar o seu trabalho (HUNTER, 2006).
Nesse tipo de organização, todos estão olhando para cima, para o chefe, e se mantêm longe do 
cliente.
Novo paradigma
Cliente
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Empregados (associados)
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Gestores
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Gerentes intermediários
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Vice‑presidentes
‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑
Presidente
Aluno, em um sistema como esse, cujo foco é servir o cliente, de acordo com Hunter (2006), haveria 
uma organização em que os empregados estivessem na linha de frente, servindo os clientes e garantindo 
que suas verdadeiras necessidades estivessem sendo satisfeitas.
Além disso, o gestor da linha de frente começaria a ver os empregados como clientes e se dedicaria a 
identificar e preencher suas necessidades e assim por diante, pirâmide abaixo. Isso é um novo paradigma, 
reconhecendo que o papel do gestor como líder não é impor regras e dar ordens à camada seguinte, e 
sim servir (HUNTER, 2006).
Administrando bem o tempo para gerir a carreira
Segundo Barbosa (2005), administrar o tempo é uma das dificuldades sentidas por muitos 
coordenadores. Hoje, trabalha‑se 15 a 20% a mais do que há alguns anos, porque as empresas estão 
muito mais exigentes no que diz respeito à quantidade e à qualidade dos resultados imediatos.
A solução encontrada por muitos funcionários é trabalhar mais, dedicar mais tempo à organização 
e, consequentemente, arcar com os prejuízos evidentes na vida pessoal, uma vez que resta muito pouco 
tempo para a família, o lazer e para cuidados com a saúde. Entretanto, existem diversas maneiras de 
otimizar o tempo a fim de que ele seja suficiente para realizar todas as tarefas necessárias.
Antes de começar a administrar o tempo na organização, deve‑se reavaliar a maneira como se está 
usando o tempo pessoal, bem como o quanto ainda se acha que a carreira dentro da empresa ocupa o 
lugar das primeiras prioridades.
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Desse modo, estabelecendo o que se deseja realmente e percebendo o que mais importa, é possível 
começar a controlar o tempo, conquistando autonomia e não sendo mais escravo das horas compactas 
(BARBOSA, 2005).
O dilema do uso do tempo
Aluno, as limitações do tempo são, na verdade, muito mais uma consequência da má utilização do 
tempo disponível do que o resultado de exigências de ordem profissional, familiar ou social e, por isso, 
a solução não é comprimir ainda mais o dia com atividades, mas conseguir fazer o que é importante.
Na verdade, a maioria não o utiliza de maneira correta. Não delega atividades, não programa seu dia 
a dia, não decide, não estabelece prioridades para a realização de suas atividades e, principalmente, tem 
o hábito desagradável do “amanhã eu faço”, que nunca é corrigido (BARBOSA, 2005).
Os líderes são pessoas bem‑sucedidas na administração do tempo, pois conseguem o máximo de 
benefícios com um mínimo de investimento de tempo. Eles estão cientes de que o tempo é o principal 
triunfo que têm e, como tal, deve ser usado, e não gasto, com o máximo de critério.
A estruturação do tempo – aplicação no dia a dia
Segundo Barbosa (2005), há diversos papéis que uma pessoa precisa exercer ao longo de sua rotina. Por esse 
motivo, ela deve saber organizar seu tempo de modo a otimizá‑lo da melhor forma. A seguir, alguns exemplos:
• Papel profissional: refere‑se ao tempo dedicado às atividades relacionadas à sua imagem ou 
atuação profissional. Pode ser dividido em:
— efetivo: atividade principal desenvolvida numa empresa ou organização;
— paralelo: outras atividades que representam compromissos de cunho profissional, com ou sem 
rendimentos.
• Papel conjugal: envolve o tempo destinado em caráter exclusivo a alguém que lhe seja significativo 
afetivamente, como marido ou esposa, noivo ou noiva, namorado ou namorada.
• Papel familiar: diz respeito aos compromissos com pais, filhos e parentes.
• Papel social: tempo utilizado para a manutenção do círculo de relacionamento com amigos, 
colegas e outras pessoas de suas relações pessoais.
• Papel educacional: tempo investido em cursos formais, regulares ou não, leituras, palestras, 
cursos virtuais e quaisquer outras atividades voltadas para o autodesenvolvimento.
• Papel recreacional: tempo que se utiliza para o lazer ou recreação pessoal. São aquelas atividades 
que trazem satisfação.
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É válido lembrar que administrar o tempo é administrar a própria vida. É um habito que pode ser 
adquirido não apenas lendo um livro, assistindo a um vídeo ou participando de um treinamento, e sim 
com determinação e praticando o tempo todo.
Três segredos na administração do tempo do coordenador
Para Barbosa (2005), o primeiro grande segredo para se realizar essa tarefa de forma mais organizada 
é a lista mestra. Diariamente, deve‑se escrever uma lista de tudo que se precisa e quer realizar; pois, ao 
fazer isso, a pessoa não precisará se lembrar de tantas coisas.
Sugere‑se usar uma folha de papel grande, em que se escreva tudo e depois se possa riscar as 
tarefas cumpridas. Caso alguns itens não tenham sido finalizados, deve‑se consolidar as páginas da lista, 
transferindo as tarefas inacabadas das páginas velhas para as novas.
Durante o dia, devem‑se verificar os itens da lista mestra para determinar quais obrigações são mais 
importantes e definir em qual tarefa é preciso trabalhar a seguir.
Se há alguma tarefa que levará mais tempo para ser realizada, deve‑se definir um bloco de tempo 
ininterrupto na agenda. Este é outro ponto importante, pois a lista mestra não pode fazer tudo e, por 
isso, é necessário o uso de uma agenda. Ela é destinada a ajudar a controlar o trabalho diário, e não os 
compromissos dos próximos meses, sendo esta uma tarefa da agenda (BARBOSA, 2005).
O segundo grande segredo é distinguir as coisas urgentes das importantes. Uma vez que se sabe 
que não se conseguirá fazer tudo, o objetivo é realizar as tarefas principais e fazê‑las dentro do prazo. 
Dessa maneira, pode‑se fazer a seguinte distinção:
• tarefa importante e urgente: precisa ser feita imediatamente, num prazo limitado, e tem alto 
grau de importância por influenciar muito os resultados. Está à frente de quaisquer outras tarefas 
e não é mais possível um adiamento.
• tarefa importante e não urgente: tem grande contribuição para os resultados, mas é possível 
realizá‑la agora ou mais tarde, por possuir prazo muito longo ou ilimitado. Pode ser adiada 
indefinidamente, como acontece na maioria das vezes.
• tarefa urgente e não importante:reclama ação imediata, com prazo limitado, mas contribui 
pouco ou nada para os resultados.
• tarefa não urgente e não importante: não precisa ser feita imediatamente, por não possuir 
prazo limitado, assim como também não possui grau de importância, por contribuir pouco ou 
nada para os resultados.
Por fim, as pessoas se esquecem de que administrar o tempo é uma das ações mais importantes que 
se pode fazer para melhorar a qualidade de vida. Além de constante e estável, o tempo é irreversível, 
porque não se pode tê‑lo de volta, e também inelástico, por não se poder “esticá‑lo” ou “guardá‑lo”. 
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Assim, o terceiro grande segredo é dizer não à procrastinação, isto é, não deixar para amanhã o que 
se pode fazer hoje (BARBOSA, 2005).
Prazos e horários
Prazos e horários ajudam o ser humano a ser mais criativo e terminar as tarefas a tempo. Quando 
se estabelece e se cumpre uma disciplina de prazos e horários para todas as atividades, a dúvida é 
substituída pela certeza. Atividades sem datas ou horários marcados são meras intenções, sem qualquer 
comprometimento.
Dessa maneira, é importante comprometer‑se com prazos, uma vez que o tempo perdido é para 
sempre, aluno.
A importância de se estabelecer prazos e horários na realização de determinadas obrigações se dá na 
visualização de metas e compromissos, pois sem esse comprometimento não há realizações.
Além disso, os prazos garantem economia de esforços, pois se devem planejar as atividades com 
antecedência, pensando‑se nas várias etapas de sua realização, levando a uma redução no seu tempo 
de execução (BARBOSA, 2005).
Como liderar reuniões na gestão de recursos humanos
Aluno, um dos papéis fundamentais do coordenador é realizar reuniões a fim de observar e organizar 
o trabalho que está sendo realizado por seus subordinados, além de sugerir mudanças e levantar possíveis 
problemas que possam ocorrer ao longo da realização de um projeto.
As reuniões podem ser consideradas um dos principais meios de comunicação entre o coordenador 
e sua equipe, mas, por outro lado, também podem ser um dos principais desperdiçadores de tempo.
A atenção para alguns pontos colabora para que as reuniões atinjam seus objetivos, tornando‑se um 
importante instrumento para troca de informações, solução de problemas e implementação de decisões, 
por meio de um trabalho cooperativo de equipe.
Forsyth (2001, p. 41) afirma que o bom desempenho na direção de uma reunião depende muito da 
postura do coordenador. O modo como ele conduz os participantes pode assegurar que:
• a reunião focalize melhor seus objetivos;
• a discussão seja mais construtiva;
• uma avaliação completa se realize de modo a evitar as decisões precipitadas;
• todos os ângulos do argumento ou do caso sejam considerados e avaliados;
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• os procedimentos se mantenham sob o ponto de vista dos negócios e gerem menos discussões 
inúteis, mesmo ao lidar com os pontos controversos.
Quem estiver na liderança deve, de acordo com Forsyth (2001, p. 50):
• impor respeito àqueles que participam;
• vir preparado, isto é, com toda a documentação relevante lida e com qualquer outra providência 
necessária tomada para se capacitar e assumir o lugar – e ele deve buscar também encorajar 
os outros a fazerem o mesmo, porque o bom preparo traz contribuições mais bem pensadas e 
sucintas para a reunião;
• cumprir o horário;
• assegurar que todos os assuntos administrativos tenham sido cumpridos apropriadamente;
• dar início no tom certo e conduzir suavemente dentro da agenda;
• fazer a apresentação das pessoas, se necessário; e, portanto, saber o nome de todos os presentes 
– plaquetas sobre a mesa com o nome das pessoas podem ajudar a todos durante certas reuniões;
• controlar as discussões e fazê‑lo tendo em vista as diferentes personalidades que possam estar 
presentes;
• encorajar contribuições quando apropriado ou necessário;
• fazer perguntas para clarear questões quando necessário; é importante limpar de imediato 
qualquer coisa menos clara para poupar tempo e discussões – se a reunião prosseguir com algo mal 
interpretado, poderá se transformar numa confusão e será mais demorado chegar a uma conclusão;
• assegurar que todos tenham se pronunciado;
• atuar para manter a reunião dentro do assunto;
• escutar; se o dirigente perder algum ponto, então, as chances de a reunião prosseguir suavemente 
serão remotas e poderão se deteriorar em argumentos de “mas você disse que”;
• observar o relógio, lembrar os outros de fazerem o mesmo e gerenciar a pressão do tempo;
• sumarizar claramente a discussão, sucintamente, a intervalos regulares;
• proporcionar a palavra final, sumarizando ou levando o assunto a uma conclusão, inclusive 
qualquer detalhe administrativo final, tal como estabelecer a data para a próxima ação ou para o 
próximo encontro;
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• providenciar qualquer ação de acompanhamento, especialmente quando houver uma série de 
reuniões, de modo a evitar que as pessoas prometam alguma coisa numa delas e depois voltem, 
na próxima, sem terem feito nada do prometido.
Ainda segundo Forsyth (2001, p. 54), a reunião funciona melhor quando começa de forma que:
• seja positiva;
• torne claro o seu propósito e o seu procedimento;
• estabeleça a autoridade do líder e o seu direito de estar no comando;
• crie a atmosfera certa;
• gere interesse e entusiasmo pelo que está por vir;
• seja imediatamente percebida como reunião de negócios.
Para assegurar discussões adequadas e representativas, e para confirmar que as decisões 
subsequentes sejam tomadas com base em todos os fatos e informações apropriados, é necessário 
instigar a discussão.
Aluno, às vezes, pode haver razões específicas para que os participantes se retraiam, por 
exemplo, recearem algum tipo de rejeição, por sentirem pressão de pessoas mais antigas ou 
mais influentes, não estarem preparados, por terem uma compreensão incompleta do que se 
passou anteriormente ou até mesmo por se sentirem desencorajados a fazer contribuições. Um 
bom dirigente solicitará pontos de vista, e fará isso de forma a instigar comentários livres e 
bem considerados.
Técnicas de questionamento
• perguntas abertas;
• perguntas fechadas.
Seis modos de fomentar o fornecimento de informações:
• Perguntas gerais: são feitas para a reunião como um todo e deixadas para quem quiser 
respondê‑las. São úteis para iniciar a discussão.
• Perguntas gerais dirigidas: também são feitas a todos na reunião. Diferentemente da pergunta 
geral descrita anteriormente, contudo, faz‑se a mesma pergunta uma segunda vez diretamente a 
uma pessoa específica; ou, depois de uma pausa para superar qualquer tipo de resposta, se pode 
utilizar uma pergunta aberta, tal como “Bom, o que pensamos sobre isso? ... David?”
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• Perguntas diretas a um indivíduo: não são feitas primeiro para todos, e são úteis para obter a 
reação individual e checar o grau de compreensão.
• Perguntas retóricas: não precisam de resposta. Podem servir como forma de destacar um ponto 
ou instigar para que todos pensem, e o líder sempre poderá dar uma resposta se assim o desejar.
• Perguntas redirecionadas: aqui uma pergunta dirigida ao líder é redirecionada aos participantes da reunião, 
seja como uma pergunta geral,seja como uma pergunta direta: “Boa pergunta. O que o grupo pensa?”.
• Perguntas de desenvolvimento: são as que realmente fazem a discussão progredir. Elas se 
apoiam na resposta de uma questão anterior e ocorrem durante toda a reunião: “Bom, David 
pensa que isso tomará muito tempo. Haverá outro problema?”.
Induzir a discussão é tão importante quanto o controle. É a única forma de garantir que a reunião 
esteja bem balanceada e que levante todos os pontos de vista.
É importante, dentro das reuniões, que se tenha concentração para estabelecer regras sobre 
interrupções, além de organizar intervalos em reuniões longas. A concentração é vital e, naturalmente, 
precisa ser focalizada nas coisas certas dentro da reunião. O dirigente deve promover o pensamento 
criativo e a predisposição, mantendo a mente aberta para assegurar que as repentinas reações negativas 
não se transformem na ordem do dia.
Ainda de acordo com Forsyth (2001, p. 60), o coordenador deve, portanto:
• estimular ativamente o pensamento criativo, dizendo claramente que isso faz parte da reunião, 
advertindo contra quem instantaneamente rejeitar ideias sem primeiro levá‑las em consideração;
• contribuir pessoalmente com novas ideias ou agitar a discussão para novas direções ou para 
rumos não usuais;
• considerar novos enfoques e dar‑lhes uma chance;
• almejar a resolução de problemas, e não apenas trilhar os caminhos já conhecidos.
“Um dos testes de liderança é a habilidade de reconhecer um problema antes que ele se torne uma 
emergência” (GLASGOW, A).
Algumas atividades para desenvolver o sentido de liderança em recursos humanos
Aluno, no brinquedo, a criança opera com significados desligados dos objetos e das ações aos quais 
estão habitualmente vinculados; entretanto, uma contradição muito interessante surge, uma vez que, 
no brinquedo, ela inclui, também, ações reais e objetos reais. Isso caracteriza a natureza de transição da 
atividade do brinquedo: é um estágio entre as restrições puramente situacionais da primeira infância e 
o pensamento adulto, que pode ser totalmente desvinculado de situações reais.
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Uma vez entendido o efeito que os brinquedos têm sobre as crianças em seu processo, pode‑se 
fazer uma analogia com o efeito de outros instrumentos nos adultos, diferenciando‑se, é claro, o grau 
de consciência de um adulto e o de uma criança. O uso de dinâmicas nos processos de formação de 
coordenadores em grupos visa proporcionar momentos educativos que possibilitem ao grupo vivenciar 
situações inovadoras em todos os níveis.
Ao confrontar comportamentos, hábitos, valores e conhecimentos, espera‑se que os participantes 
sejam levados a uma avaliação e reelaboração individual evolutiva, podendo assim potencializar o 
grupo no aprimoramento da subjetividade e no próprio processo de construção do conhecimento e 
da prática social.
As dinâmicas não devem ser aplicadas apenas para criar um modelo novo ou diferente de 
trabalhar. No papel do desenvolvimento da liderança, devem ser realizadas quando se busca 
estabelecer uma filosofia formativa que se pretende imprimir na ação em recursos humanos 
sempre que se descobre, entre as pessoas envolvidas no processo, um estado de espírito 
predisposto a aceitar a inovação como resposta à necessidade e ao desejo de se conhecer melhor 
e de criarem o novo.
Na preparação de uma dinâmica, alguns princípios devem ser levados em conta:
• quais são as características do grupo: número de participantes, faixa etária, sexo, nível de 
integração etc.;
• as condições operacionais: carga horária disponível, espaço físico, equipamentos e materiais de 
que se pode dispor;
• ter consciência do conteúdo da atividade, ou seja, o eixo temático que se pretende 
desenvolver, as etapas que vão percorrer nesse desenvolvimento e os objetivos existentes 
para cada uma delas;
• é fundamental que o facilitador da dinâmica já tenha vivenciado ou mesmo vivencie as dinâmicas 
antes de aplicá‑las. A insegurança e os comandos confusos geram dinâmicas confusas;
• após a aplicação de cada dinâmica, é preciso tempo para que os participantes socializem as 
emoções, os sentimentos, as dificuldades e as descobertas. Não cabe ao facilitador expressar 
nenhum juízo de valor;
• as dinâmicas só devem ser usadas quando houver uma proposta, uma concepção de educação 
que acredite na produção do conhecimento como um processo lento e gradativo alcançado pela 
vivência. Um processo que busque um mundo de relações mais solidárias, uma sociedade de 
experiências autênticas e alternativas;
• ao facilitador cabe ainda o papel de acompanhar a realização da dinâmica, explicá‑la e propiciar 
o momento de reflexão do grupo, auxiliando na sistematização dessa vivência.
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Devem‑se considerar três momentos específicos na estrutura do planejamento da dinâmica:
a) introdução: momento para a apresentação, a motivação e a integração. É aconselhável que sejam 
utilizadas dinâmicas rápidas, de curta duração.
b) desenvolvimento: quando será proposto o tema principal da atividade. Devem ser 
utilizadas dinâmicas que facilitem a reflexão e o aprofundamento, que são, geralmente, 
mais demoradas.
c) conclusão: o momento da síntese final, dos encaminhamentos, da avaliação. Essas dinâmicas 
permitem atitudes avaliativas de encaminhamento, funcionando como um feedback aos 
participantes.
Aluno, a seguir serão apresentados alguns nomes de tipos diversificados de dinâmicas direcionadas 
ao desenvolvimento da liderança, com suas respectivas referências e objetivos.
1. Tomada de decisões
Objetivo: propiciar uma reflexão sobre as formas de tomada de decisão.
Referência: GONÇALVES, A. M.; PERPÉTUO, S. C. Dinâmica de grupos: na formação de lideranças. 9. 
ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 76.
2. Eu sou alguém
Objetivo: perceber seus valores pessoais, perceber a si mesmo como um ser único e diferente dos 
demais.
Referência: GONÇALVES, A. M.; PERPÉTUO, S. C. Dinâmica de grupos: na formação de lideranças. 
9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 92.
3. Qualidade do líder democrático
Objetivo: conscientizar os membros do grupo sobre as qualidades que são básicas de um líder democrático.
Referência: FRITZEN, S. J. Exercícios práticos de dinâmica de grupo. 12. ed., v. 1. Petrópolis: Vozes, 
1989, p. 43.
4. Dizem que sou louco
Objetivo: perceber a particularidade das pessoas e respeitar suas escolhas, além de incentivar e 
estimular as pessoas com as quais convivemos, mantendo a crítica construtiva, aceitando‑a também; 
contribuir para o crescimento das pessoas do nosso convívio; exercitar o sentimento de compreensão, 
aceitação e troca de experiências; refletir sobre o valor do encorajamento; aproveitar as diferenças 
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pessoais como forma de “somar” e melhorar a produtividade das equipes e não como desculpa para a 
desunião e competição.
Referência: SIMIONATO, R. B. Dinâmicas de grupo para treinamento motivacional. Campinas: 
Papirus, 2004, p. 35.
5. Bola em círculo
Objetivo: refletir sobre a importância do feedback positivo de trabalho e nos grupos sociais; 
incentivar os membros de uma equipe a utilizarem entre si o reforço positivo, que desemboca em 
motivação e ganhos nas tarefas do cotidiano; discutir sobre os prejuízos consequentes à criação de 
estigmas preconceituosos; estimular a conscientização das pessoas no que se refere à responsabilização 
de cada uma delas no auxílio à construção e à manutenção da autoestimapositiva dos componentes de 
suas equipes de trabalho, bem como de seus grupos sociais.
Referência: SIMIONATO, R. B. Dinâmicas de grupo para treinamento motivacional. Campinas: 
Papirus, 2004, p. 39.
6. Os índios
Objetivo: trabalhar a cooperação de equipe e liderança, a competitividade e a responsabilidade de 
cada pessoa dentro de um determinado grupo, tanto para a obtenção de resultados finais positivos 
como para o favorecimento de coesão e da união em equipes; aproximar pessoas e desenvolver a 
responsabilidade nas relações interpessoais; desenvolver a habilidade de olhar por vários ângulos para 
um mesmo fato ou problema.
Referência: SIMIONATO, R. B. Dinâmicas de grupo para treinamento motivacional. Campinas: 
Papirus, 2004, p. 43.
7. Colar de letras
Objetivo: discutir o papel do líder em se tratando de organizar e harmonizar equipes de trabalho; 
refletir sobre a aceitação e o respeito do grupo às lideranças.
Referência: SIMIONATO, R. B. Dinâmicas de grupo para treinamento motivacional. Campinas: 
Papirus, 2004, p. 51.
8.7 A função de treinamento e desenvolvimento nas organizações
Aluno, o início da ideia de treinamento é baseado em Adam Smith, Henry Ford e Frederick Winslow 
Taylor a respeito do “homem perfeito para a vaga perfeita”; portanto, era um tipo de adaptação do 
homem, como uma peça à engrenagem da empresa. Os treinadores eram engenheiros sabedores de 
uma melhor forma de economia de tempo e dinheiro para que as “peças” pudessem ser adaptadas. O 
conceito de desenvolvimento também sempre existiu na humanidade e, modernamente, é impossível 
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dissociá‑lo do conceito de treinamento. Ele engloba a ideia de progresso, crescimento, enfim, de ir além 
da posição em que se encontra (TACHIZAWA, 2001).
Ao longo dos anos, esses engenheiros foram se especializando, até chegar aos chamados 
especialistas em treinamento e desenvolvimento de carreiras. Com a evolução da sociedade e de 
sua complexidade, a demanda por esses profissionais aumentou, assim como a maneira de tratar as 
pessoas e as carreiras, mudando o conceito de “pessoa certa para vaga certa” para “vaga certa para a 
pessoa certa” (BOOG, 1994)
A preocupação atual de empresas e indústrias se dá nas relações pessoais que os sujeitos são capazes 
de desenvolver não apenas se fixando em suas habilidades técnicas e profissionais. Quando se fala em 
desenvolvimento atrelado ao treinamento, a ideia é a de preparação dos sujeitos para ocupar cargos que 
exigem cada vez mais complexidade de pensamento e agilidade, numa visão de “futuro” para quem se 
planeja tal escalada, seja no âmbito pessoal ou dentro de uma empresa (TACHIZAWA, 2001).
Existe um forte apelo mercadológico para a implementação de programas educativos que possam 
atuar nas qualidades competitivas a fim de que uma empresa alcance estabilidade e nela permaneça. Os 
motivos da falta de estabilidade são pressões como insatisfação do cliente, má qualidade do produto ou 
do serviço, custos elevados da produção, corte de despesas em momentos de crise. Consciente disso, o 
T&D deve procurar fazer emergir maturidade, criatividade e iniciativa adequadas nos funcionários para 
que tenham uma postura positiva em relação à mudança.
Segundo Tachizawa (2001), o T&D alia as mudanças de comportamento, de filosofias ou mesmo as 
mudanças estruturais da empresa, de forma que os novos conhecimentos possam ser compartilhados 
com todos os funcionários e uma cultura organizacional seja continuada.
Treinamento: papel, conceito e objetivos
Conceito
A palavra treinamento apresenta muitos significados, entre eles ser um meio para desenvolver 
conhecimentos, atitudes e habilidades que englobam a força de trabalho dentro dos cargos particulares. 
É uma nivelação intelectual por meio da educação geral que visa a um adequado desempenho no cargo 
(TACHIZAWA, 2001).
O treinamento é um processo educacional, institucionalizado ou não, que visa adaptar o indivíduo 
para a realização de uma tarefa específica ou para a execução de determinada função, em determinada 
organização. Seus objetivos são restritos e imediatos, visando oferecer à pessoa os elementos essenciais 
para o exercício de um presente cargo, tal como a instrução de operações técnicas e mecânicas. Ele pode 
ser ministrado nas organizações ou nas consultorias especializadas em treinamento, e é realizado em 
curto prazo.
Nas empresas, é geralmente delegado ao chefe imediato do funcionário com o qual ele está 
trabalhando, ou mesmo a um colega de trabalho que tenha bastante conhecimento para passar adiante. 
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O treinamento obedece a um programa preestabelecido e atende a uma ação sistemática, a fim de que 
o indivíduo se adapte rapidamente ao trabalho. Além disso, ele pode ser aplicado a todos os setores e 
níveis de uma organização. Não necessariamente a atração e seleção de profissionais para uma empresa 
estabelecem um uníssono entre os conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) do sujeito escolhido, 
bem como do cargo propriamente dito (TACHIZAWA, 2001).
Ao se realizar um treinamento, pressupõe‑se sempre a troca entre instrutor e aprendiz. O aprendiz é a 
pessoa situada em qualquer nível hierárquico da organização que necessita aprender ou eventualmente 
melhorar seus conhecimentos sobre alguma atividade ou trabalho. Já o instrutor é também uma pessoa 
situada em qualquer nível hierárquico da organização, mas é especializada ou experiente em determinada 
atividade ou trabalho e transmite seus conhecimentos, de maneira organizada, ao aprendiz.
Esse trabalho é realizado, geralmente, em equipe. Além disso, o treinamento pressupõe uma relação 
de instrução e aprendizagem. Se, por um lado, a instrução é o ensino organizado de certa tarefa ou 
atividade, a aprendizagem é a incorporação daquilo que foi instruído ao comportamento do indivíduo. 
Portanto, aprender é modificar o comportamento em direção àquilo que foi instruído.
É fundamental, num treinamento, ter claro o que se vai ensinar, diagnosticar a necessidade de 
alguém aprendê‑lo, dispor as situações de ensino e verificar os resultados. Para que esse esquema 
seja efetuado, a organização deve definir as atribuições e competências mínimas do profissional para o 
cargo desejado, como tarefas as quais a pessoa terá que cumprir, atitudes esperadas e conhecimentos 
para o exercício da função.
Faz‑se importante salientar que o treinamento visa à assimilação da cultura empresarial a curto 
prazo por parte dos integrantes da organização. São repassados ou reciclados certos conhecimentos, 
habilidades ou atitudes, visando ao melhoramento e otimização do trabalho. Ele é relevante ao 
autoconhecimento e se revela como um estado contínuo de mudança.
Tachizawa (2001) sugere que o treinamento modifique o estado e o conhecimento individual em 
favor de um conjunto, nivelando os profissionais em relação às exigências do cargo que ocupam.
Papel
No sentido usado em administração organizacional, o treinamento envolve a transmissão 
de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, 
da tarefa (simples e complexa) e do ambiente, além do desenvolvimento de habilidades. Ele visa 
aumentar o conhecimento, a prática e a conduta requeridos pela organização em relação ao 
sujeito, ajudando também a empresa a alcançar seus objetivos. Assim, o treinamento capacita 
uma equipe a reduzir ou eliminar a diferença entre o atual desempenho e os objetivos e realizações 
propostas pelo ambiente empresarial, atingindo o mais economicamente possível os objetivos 
dessa (TACHIZAWA, 2001).
Dessa maneira, entende‑se que o

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