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<p>A equipe pedagógica: realidades e</p><p>perspectivas</p><p>Reflexão sobre a lógica multidisciplinar em uma equipe pedagógica, seus principais desafios nas diferentes</p><p>escolas e as possibilidades de seu enfrentamento no processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Profª. Solange Castellano</p><p>1. Itens iniciais</p><p>Propósito</p><p>O relacionamento da lógica multidisciplinar em ações de uma equipe pedagógica com o diálogo necessário</p><p>aos desafios das realidades do/no/com o processo de ensinar-aprender nos cotidianos das diversas escolas.</p><p>Objetivos</p><p>Reconhecer a lógica multidisciplinar como possibilidade em potencial para composição e atuação da</p><p>equipe pedagógica no cotidiano das escolas.</p><p>Identificar a presença dos diferentes profissionais da gestão do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>Discriminar de forma crítica os principais desafios da equipe pedagógica nas realidades das escolas.</p><p>Introdução</p><p>No estudo do cotidiano, em especial o processo de ensino-aprendizagem nas escolas, o conhecimento toma</p><p>lugar de destaque. O conhecimento não se restringe apenas aos saberes historicamente acumulados que</p><p>fazem parte dos currículos escolares e as formas de criação dos saberes são perpassadas por lógicas e</p><p>desafios constantes. Pensando na conexão de ações multidisciplinares para minimizar os desafios</p><p>enfrentados pelos profissionais que atuam em espaços educativos, uma equipe pedagógica multidisciplinar</p><p>pode desenvolver uma reflexão e provocar discussões sobre os fazeres em diferentes escolas.</p><p>Começando com o convite a partir de um dos olhares, com perspectiva emancipatória, desenvolve-se nestes</p><p>módulos a lógica da noção multidisciplinar, a presença da equipe pedagógica, sua composição e os principais</p><p>desafios em diferentes escolas. Pretende-se romper com a escola respaldada no determinismo e dominação</p><p>sociocultural numa forma multidisciplinar para reduzir as dificuldades encontradas nos processos de ensino e</p><p>aprendizagem.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1. A lógica multidisciplinar</p><p>Alguns princípios fundamentais</p><p>O presente módulo apresentará um dos muitos olhares sobre a questão da coerência da lógica multidisciplinar.</p><p>Por que um dos muitos olhares?</p><p>A diversidade de pesquisas e concepções da realidade está</p><p>presente em textos, aulas e práticas cotidianas. Pensar que</p><p>não existe uma verdade única provoca discussões e</p><p>reflexões que nos fazem avançar para novas perspectivas.</p><p>Isso não engessa em uma única maneira de ver o mundo e</p><p>novas ações vão surgindo. Por isso, essa forma de entender</p><p>a lógica disciplinar que vamos expor aqui é apenas a vista</p><p>de um ponto. Porque “cada um lê com os olhos que tem. E</p><p>interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de</p><p>vista é a vista de um ponto” (BOFF, 1997, p. 9).</p><p>Outro aspecto importante é saber de onde estamos vendo para interpretar o que vemos. Michel de Certeau</p><p>(2000) nos lembra que podemos estar vendo de lugares diferentes o mesmo objeto. Assim, a visão do alto</p><p>sobre a lógica multidisciplinar pode estar voltada para uma compreensão apenas de valores econômicos,</p><p>administrativos e políticas implantadas de altos poderes, e a visão de quem está no chão, do cotidiano ao qual</p><p>está inserido, pode compreender o multidisciplinar como especializações integradas e dialogicamente</p><p>integradas no sentido de relações transformadoras da realidade vivida de quem pratica.</p><p>Cada um de nós, possivelmente, já ouviu falar da expressão: multidisciplinar. Agregados a ela vieram também</p><p>os termos: interdisciplinar, pluridisciplinar e transdisciplinar. Antes de desenvolvermos as noções de cada um</p><p>deles e nos determos na ideia de “multidisciplinar”, parece-nos fundamental compreender a dialética existente</p><p>entre esses termos a partir do entendimento de que o conhecimento, ao contrário do que o pensamento</p><p>moderno nos impôs, é construído por diferentes olhares (SANTOS, 2013).</p><p>Quando falamos “pensamento moderno”, não</p><p>nos referimos a algo atual ou que consideramos</p><p>contrário ao que ponderamos como tradicional.</p><p>Além disso, essa forma de entender o</p><p>conhecimento hierarquizou os saberes e os</p><p>dividiu em nossas práticas curriculares,</p><p>profissionais e outros. Sendo assim, a lógica</p><p>multidisciplinar possui alguns princípios que</p><p>precisamos compreender.</p><p>Para tanto, precisamos desfazer o equívoco</p><p>que o pensamento da modernidade nos impôs:</p><p>um pensamento de que existe uma forma única de olhar e refletir sobre a realidade e, ainda, que devemos</p><p>fragmentar a realidade para melhor entendê-la, pensamento este que, algumas vezes, ainda está presente em</p><p>nossas falas, legislações e práticas educativas da/na época presente.</p><p>Cada pessoa traz sua história, suas emoções, seus diferentes saberes acumulados e, com isso, não</p><p>enxerga a mesma coisa nas imagens que provavelmente assiste.</p><p>Ou seja, a ciência moderna tentou, ou ainda tenta, nos fazer</p><p>ver de maneira única os saberes e alternativas existentes no</p><p>mundo, distribuindo os mesmos óculos. No entanto, a</p><p>complexidade da vida que vivemos, ou que carregamos</p><p>conosco, nos apresenta o quão diferentes são os olhares a</p><p>partir do conhecimento tecido em cada um de nós nas</p><p>múltiplas relações com saberes igualmente múltiplos pelos</p><p>quais aprendemos e ensinamos.</p><p>Pensemos a partir desta constatação, que a realidade se</p><p>apresenta não linear e nem única. Portanto, os</p><p>conhecimentos também apresentam o enredamento social e</p><p>cultural sem hierarquia de saberes. Dessa maneira, possibilita abrir múltiplas formas ao ato humano de</p><p>conhecer.</p><p>Nessa mesma direção de reflexão, o ensinar-aprender no cotidiano dos espaços educacionais não pode</p><p>ignorar como se deu a compartimentalização dos diferentes saberes existentes. De uma outra perspectiva,</p><p>parece nítido que não controlamos as demandas da vida real e de uma educação que acontecem no cotidiano</p><p>dos lugares pelos quais passamos.</p><p>Atividade reflexiva</p><p>Levando em consideração o que você já viu até aqui, reflita:</p><p>Você poderia dar um exemplo dessa forma de divisão dos saberes?</p><p>Chave de resposta</p><p>Certamente você lembrou de muitas formas com que o conhecimento foi dividido. Essa forma de</p><p>supremacia do olhar dominante sobre os saberes, colocada pelo pensamento moderno, trouxe também os</p><p>perigos de dividir profissões, dividir espaços específicos para os saberes, tais como laboratório de</p><p>Química, de Física, Biologia etc. Os diferentes conhecimentos existentes e sua hierarquização colocam o</p><p>que vale mais ou menos nesse conjunto social elaborado.</p><p>Entre a teoria e a prática</p><p>Convidamos você a ultrapassar a porta fechada</p><p>para superar as dicotomias entre</p><p>conhecimentos superiores e inferiores,</p><p>conhecimento formal e informal, assim</p><p>entendidos no senso comum (conhecimento</p><p>naturalizado por todos, ou o conhecimento</p><p>dominante).</p><p>Além desse convite, solicitamos que você</p><p>venha a superar as noções do senso comum</p><p>sobre alunos, pais, professores e educadores</p><p>de todos os espaços da vida e, também, os</p><p>registrados em documentos oficiais, para</p><p>darmos início ao caráter de uma outra epistemologia. Epistemologia, segundo Santos (2013), é a forma de</p><p>pensar sobre o que consideramos conhecimento válido. Ou seja, epistemologia é o próprio conhecimento que</p><p>se apresenta dominante.</p><p>E, se você aceitou o convite de transpor essa porta fechada em uma única epistemologia, nós podemos agora</p><p>identificar as diferenças entre o que se considera disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar.</p><p>Conhecimento naturalizado por todos, ou o conhecimento dominante.</p><p>Epistemologia, segundo Santos (2013), é a forma de pensar sobre o que consideramos conhecimento válido.</p><p>Ou seja, epistemologia é o próprio conhecimento que se apresenta dominante.</p><p>Entre a teoria e a prática</p><p>No vídeo a seguir, você verá a diferença entre epistemologia do saber pedagógico e sua prática, indicando</p><p>que são inseparáveis.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>A relação entre disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar</p><p>e transdisciplinar</p><p>Disciplinar</p><p>Esse termo aparece com o acúmulo de saberes historicamente produzidos pelo ser humano. O conhecimento</p><p>foi dividido de tal forma que as especializações começam</p><p>na lógica multidisciplinar.</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.</p><p>Alguns desafios da equipe pedagógica multidisciplinar (parte 1).</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Alguns desafios da equipe pedagógica multidisciplinar (parte 2).</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>A herança utilitária de nossa cultura ocidental é uma marca forte de nosso tempo. A consciência ecológica</p><p>pode nos ensinar a vencer isolamentos, e faz emergir a responsabilidade para com a redefinição do nosso agir</p><p>no aqui e agora de nossas realidades. Nessa perspectiva, o agir de uma equipe pedagógica multidisciplinar</p><p>tem como um de seus desafios:</p><p>A</p><p>Discutir a prática do processo educacional no cotidiano das escolas para garantir ensinamentos de uma</p><p>educação ambiental.</p><p>B</p><p>Selecionar conteúdos adequados para minimizar as dificuldades de aprendizagens ambientais.</p><p>C</p><p>Estabelecer ações com mais convivência entre as pessoas e aprender a cuidar do homem e do mundo no</p><p>cotidiano das escolas para ultrapassar seus muros.</p><p>D</p><p>Ajuda e colaboração com ações no micro ecossistema para atingir o macro ecossistema ambiental.</p><p>E</p><p>Reflorestar as escolas com árvores e plantas para garantir que as florestas sejam preservadas.</p><p>A alternativa C está correta.</p><p>A consciência ecológica é uma esperança de restauração de nossa natureza dialógica com o outro.</p><p>Entendendo esse outro como os humanos e não humanos viventes no planeta. Vale notar que essa</p><p>consciência não está vinculada somente ao ambiente distante das pessoas, mas às pessoas inseridas em</p><p>seu ambiente e vice-versa. Portanto, um dos desafios de uma equipe multidisciplinar está em tornar as</p><p>ações propostas em um projeto político-pedagógico de cuidado, atenção, respeito, consumo consciente e</p><p>um fazer dentro da escola que estimule posturas fora da escola.</p><p>Questão 2</p><p>Reconhecer a cor de cada pele, as diferenças de gênero, a falta de cuidado e atenção com os portadores de</p><p>deficiência, as diferenças de classe, religião, culturais e sociais provoca violências de várias espécies no</p><p>cotidiano das escolas. Uma equipe pedagógica que se denomina multidisciplinar observa em suas ações as:</p><p>A</p><p>Diferenças culturais e práticas pedagógicas</p><p>B</p><p>Multiculturalismo estrutural</p><p>C</p><p>Multiculturalismo</p><p>D</p><p>Práticas pedagógicas multiculturais</p><p>E</p><p>Diferenças e diversidades pedagógicas</p><p>A alternativa D está correta.</p><p>O multiculturalismo é um dos grandes desafios da equipe pedagógica. Junto a essa discussão, podemos</p><p>perceber o estruturalismo cultural que ele representa em cada uma de suas questões. As práticas</p><p>pedagógicas multiculturais e as estratégias discutidas para refletir em mudanças de comportamento no</p><p>cotidiano das escolas deverão estar presentes nas preocupações da equipe pedagógica multidisciplinar.</p><p>4. Conclusão</p><p>Considerações finais</p><p>Duas posições podem ser aqui colocadas. A primeira é que incorporamos muitos desafios no cotidiano das</p><p>equipes pedagógicas por meio das práticas sociais com as quais convivemos. A segunda está na constatação</p><p>de que existem muitas escolas em realidades diferentes. Assim, também são múltiplas as equipes</p><p>pedagógicas. Ou seja, a dualidade teoria e prática ainda permanece presente também nas equipes</p><p>pedagógicas multidisciplinares.</p><p>A realidade escolar hoje faz com que uma escola, para atingir plenamente seu objetivo, precise de expertise,</p><p>de visões que possam dialogar, para não corrermos o risco de fazer como no desenho acima, o olhar de cima,</p><p>não se trata de superioridade, mas de perceber e atuar.</p><p>Podcast</p><p>Agora, o professor Rodrigo Rainha encerra o tema fazendo um resumo sobre as realidades e</p><p>perspectivas da equipe pedagógica.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para ouvir o áudio.</p><p>Explore +</p><p>Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, assista:</p><p>Ao filme: A onda, de Dennis Gansel, 2008. Tempo do filme: 1h46min. Trechos destacados: 43min37seg.</p><p>(em anexo 1) Tempo para aplicação: - exibição do filme: 50min. Habilidades abordadas no filme:</p><p>responsabilidade, tolerância, ética, reflexão. Habilidades que podem ser desenvolvidas no docente ao</p><p>participar das atividades envolvendo este filme: a responsabilidade na forma de abordar determinados</p><p>conteúdos, recortes que o professor faz ao selecionar o conteúdo do programa da disciplina, analisar o</p><p>que ocasionou a seleção de conteúdos feita.</p><p>Ao filme: O clube do imperador, de Michael Hoffman, 2002. Tempo do filme: 1h49min. Habilidades</p><p>abordadas no filme: princípios, ética, moral. Habilidades que podem ser desenvolvidas no docente ao</p><p>participar das atividades envolvendo este filme: o professor tem a possibilidade de rever seus</p><p>conceitos quanto ao julgamento em sala de aula, tratando seus alunos de forma igualitária, não</p><p>beneficiando alguns e tirando a oportunidade de outros.</p><p>Leia:</p><p>Equipe multidisciplinar: possibilidade de eficiência e qualidade no EaD, de Cleuza Giuliani.</p><p>Lições de aula, de Pierre Bourdieu.</p><p>Referências</p><p>ALVES, N. Decifrando o pergaminho: o cotidiano das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, I.</p><p>B. de; ALVES, N. (Org.). Pesquisa no/do cotidiano das escolas: sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A,</p><p>2001.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>ANTUNES, M. A. Psicologia Escolar e Educacional. Psicologia Escolar e Educacional: 12 (2) Dezembro de 2008.</p><p>BOFF, L. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis: Vozes, 1997.</p><p>BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.</p><p>BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases, de 1971 − Lei 5692/71/Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Brasília, DF,</p><p>1971. Consultado na Internet em: 28 out. 2021.</p><p>BRASIL. Decreto nº 72.846, de 26 de setembro de 1973. Brasília, DF, 1973. Consultado na Internet em: 28 out.</p><p>2021.</p><p>BRASIL. LEI Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF, 1996. Consultado na Internet em: 28 out. 2021.</p><p>CERTEAU, M. de. A Invenção do Cotidiano. As Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2000.</p><p>DARNTON, R. O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa. Rio de Janeiro:</p><p>Graal, 1986.</p><p>GUATTARI, F. Psicanálise e transversalidade: ensaios de análise institucional. Aparecida: Ideias e Letras, 2004.</p><p>GRINSPUN, M. P. Orientação Educacional: conflitos de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo:</p><p>Cortez, 2015.</p><p>KANT, I. Sobre a pedagogia. São Paulo: UNIMEP, 1996.</p><p>LIBANEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos. Revista Educar, Curitiba, UFPR, n. 17, p. 153-176, 2001.</p><p>LIBANEO, J. C. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5. ed. Rio de Janeiro: Alternativa, 2004.</p><p>MEC. Ministério da Educação – Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP nº 3/2005. Brasília, DF.</p><p>Consultado na Internet em: 28 out. 2021.</p><p>OLIVEIRA, I. B. Currículos Praticados, emancipação social e democracia no cotidiano da escola: um relato de</p><p>pesquisa. In: FERRAÇO, PEREZ e OLIVEIRA (Orgs.) Aprendizagens cotidianas com a pesquisa: novas reflexões</p><p>em pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas. Petrópolis: DP&A, 2008, p. 105-120.</p><p>SANTOS, B. de S. Pela mão de Alice – o social e o político na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Leya, 2013.</p><p>A equipe pedagógica: realidades e perspectivas</p><p>1. Itens iniciais</p><p>Propósito</p><p>Objetivos</p><p>Introdução</p><p>1. A lógica multidisciplinar</p><p>Alguns princípios fundamentais</p><p>Atividade reflexiva</p><p>Entre a teoria e a prática</p><p>Entre a teoria e a prática</p><p>Conteúdo interativo</p><p>A relação entre disciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar</p><p>Disciplinar</p><p>Multidisciplinar</p><p>Interdisciplinar</p><p>Exemplo</p><p>Transdisciplinar</p><p>Curiosidade</p><p>Pensando a lógica multidisciplinar nas práticas educativas</p><p>1. Diálogo</p><p>2. Equidade</p><p>3. Diferença</p><p>4. Diversidade</p><p>5. Unidade</p><p>6. Coletividade</p><p>7. Tessitura de novos saberes</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Pensando a lógica multidisciplinar nas práticas educativas</p><p>(parte 1)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Pensando a lógica multidisciplinar nas práticas educativas (parte 2)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>2. A presença e atuação da equipe pedagógica</p><p>Panorama histórico</p><p>Saiba mais</p><p>Uma breve história dos trabalhadores da escola</p><p>Conteúdo interativo</p><p>A orientação educacional no Brasil</p><p>Saiba mais</p><p>Supervisor escolar</p><p>Coordenador pedagógico</p><p>Saiba mais</p><p>Psicopedagogo</p><p>Saiba mais</p><p>Psicólogo escolar</p><p>A presença da equipe pedagógica nas escolas</p><p>A equipe pedagógica e sua composição</p><p>Atenção</p><p>Profissionais que compõem a equipe pedagógica</p><p>O fazer de uma equipe pedagógica</p><p>Atuação da equipe pedagógica em escolas com o projeto político-pedagógico elaborado</p><p>Atuação da equipe pedagógica em escolas sem o projeto político-pedagógico</p><p>Atuação cotidiana de uma equipe pedagógica</p><p>Diretoria pedagógica</p><p>Coordenação de ensino</p><p>Orientação educacional</p><p>Psicopedagogia</p><p>Psicologia</p><p>Resumindo</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>A equipe pedagógica e sua composição (parte 1)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>A equipe pedagógica e sua composição (parte 2)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>3. Principais desafios da equipe pedagógica em diversas escolas</p><p>Para início de conversa</p><p>Atividade reflexiva</p><p>Alguns desafios da equipe pedagógica multidisciplinar</p><p>As crianças ainda devem ir às escolas?</p><p>Ensinar em casa ou “ensino domiciliar”</p><p>Atenção</p><p>Ensino remoto ou EaD</p><p>O conhecimento não “pedagogizado”</p><p>O multiculturalismo e o estruturalismo</p><p>de suas questões</p><p>Definição de multiculturalismo</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Reflorestamento da escola</p><p>Descentralização da gestão</p><p>Atenção</p><p>Dificuldades de aprendizagens</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Alguns desafios da equipe pedagógica multidisciplinar (parte 1).</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Alguns desafios da equipe pedagógica multidisciplinar (parte 2).</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>4. Conclusão</p><p>Considerações finais</p><p>Podcast</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Explore +</p><p>Referências</p><p>a dominar a realidade e se subdividir em disciplinas.</p><p>Um exemplo disso é observarmos as especializações médicas a partir do conhecimento do corpo humano. O</p><p>médico clínico geral vai se especializando em pneumologista, dermatologista, anestesista, ortopedista e em</p><p>outras especializações das especializações que vão surgindo ainda hoje.</p><p>Assim ocorreu também com as práticas de ensinar e aprender nas escolas. Um professor de língua</p><p>portuguesa vai se especializando em gramática, linguística, literatura (que ainda se subdivide em brasileira e</p><p>estrangeira), e por aí vai. A compartimentalização dos saberes foi se intensificando e, algumas vezes, não</p><p>conseguimos pensar de outra forma. Depois, com o tempo e a mudança de formas de valorizar a divisão social</p><p>do trabalho, essa hierarquização das disciplinas tornou evidente aquelas que valem mais ou menos nos</p><p>currículos.</p><p>A disciplinaridade trouxe, ainda, a ideia de que cada um de nós, e todos nós, somos uma gavetinha</p><p>na qual depositamos e guardamos os conhecimentos. Com isso, nessa gaveta esses conhecimentos</p><p>parecem estanques uns dos outros. Assim são montadas as grades curriculares, os horários das</p><p>aulas e toda a dinâmica das práticas pedagógicas ainda hoje em muitas escolas.</p><p>Multidisciplinar</p><p>A noção multidisciplinar, também chamada de pluridisciplinar, aparece com a aproximação de algumas</p><p>justaposições de disciplinas diversas, ainda com suas especificidades mais ou menos próximas das diferentes</p><p>áreas do conhecimento. Ou seja, cada especificidade possui uma autoridade própria e leitura diferente da</p><p>realidade observada, mas aproximando-se da possibilidade de interagir com e nas diferenças observadas.</p><p>Essa flexibilização na forma como compreender as questões, de tentar uma aproximação entre as diferentes</p><p>especificidades, possibilita o reflexo da multifuncionalidade unificadora de cada ação.</p><p>Interdisciplinar</p><p>Essa noção não aparece por acaso. Ela surge a partir de meados do século XX. Nessa época, os movimentos</p><p>que aconteciam em todas as áreas de conhecimento relativos ao número de especialistas e, ainda,</p><p>especificações fragmentadas dos saberes, já não atendiam às necessidades que se apresentavam nos</p><p>diferentes desafios. Ou seja, as abordagens dos campos de saberes diversos ultrapassaram as fronteiras das</p><p>disciplinas e das especialidades buscando respostas inovadoras para assuntos complexos.</p><p>Exemplo</p><p>Os problemas ecológicos necessitam que todas as ciências e seus devidos conhecimentos estejam em</p><p>diálogo entre si e com interseção de vários campos para a solução dos desafios. Não cabe somente às</p><p>Ciências da Natureza, mas às Ciências Humanas, às Linguagens e Tecnológicas e aos saberes populares</p><p>conseguir solucionar as questões complexas da “Mãe Terra”.</p><p>A interdisciplinaridade nos coloca de cabeça para baixo em relação ao conhecimento da realidade que se</p><p>apresenta. No seu sentido mais amplo, as relações entre os saberes são interligadas e puxam distintos fios</p><p>das redes de outros saberes existentes e nos possibilitam a tessitura do novo.</p><p>Transdisciplinar</p><p>O multidisciplinar e o interdisciplinar mudaram a forma de pensar o conhecimento depositado em gavetinhas</p><p>variadas como na posição “disciplinar”.</p><p>Curiosidade</p><p>A transversalidade é uma noção desenvolvida por Félix Guatarri (2004). Esse conceito é uma forma de</p><p>atravessar as relações entre as pessoas. Essa noção também foi estendida para o conhecimento.</p><p>Podemos dizer que a ideia de conhecimento arrumado em</p><p>gavetas, de acordo com o lugar social que cada uma é</p><p>pensada e exercida, foi se transformando em novo</p><p>paradigma na contemporaneidade. Assim como na noção</p><p>multidisciplinar, surge para romper as fronteiras e</p><p>possibilitar a liberdade de transitar pelos diferentes</p><p>saberes. O multidisciplinar, o interdisciplinar e o</p><p>transdisciplinar ainda não abandonam a ideia de disciplina.</p><p>No entanto, transitam entre ela sem hierarquizá-la ou</p><p>fragmentá-la. Assim, ao entrelaçar as questões que se</p><p>apresentam na vida real, esses conhecimentos vão se</p><p>transformando.</p><p>Pensando a lógica multidisciplinar nas práticas educativas</p><p>Voltando nosso olhar aos alunos, em diferentes espaços e suas realidades educativas, a lógica multidisciplinar</p><p>constitui, assim, uma alternativa para associação de disciplinas ou especificidades em torno de uma ação ou</p><p>fazeres comuns para enfrentar diferentes desafios.</p><p>Ou seja, as finalidades técnicas de cada profissional ou especialista para resolver problemas ou dificuldades</p><p>que emergem nos seus cotidianos possibilitam concepções particularmente específicas, mas rompem as</p><p>barreiras de considerar os saberes para responder às necessidades e subjetividades nas questões que se</p><p>apresentam.</p><p>Desse modo, em espaços formalizados de</p><p>caráter pedagógico, ao aparecer uma situação</p><p>desafiadora, os especialistas envolvidos na</p><p>discussão do caso se despem do “poder” de</p><p>sua especialização para tornar a ocasião num</p><p>belíssimo momento de estudo e prática de seu</p><p>próprio saber. Podemos inferir que a estreita</p><p>ligação entre os diversos profissionais não</p><p>poderá se envolver em processos de</p><p>dominação. Assim, relacionam todas as</p><p>especificidades com o núcleo comum a</p><p>determinar novos conhecimentos para novas</p><p>práticas com novo agir específico.</p><p>Um dos exemplos clássicos que podemos citar</p><p>são os profissionais que atuam na construção de um edifício. Ao observar a imagem seguinte, podemos</p><p>verificar que são muitos os profissionais envolvidos.</p><p>Cada um com seus saberes técnicos coloca seu conhecimento em pauta desde o projeto do edifício até</p><p>chegar ao morador de cada apartamento. A realidade é apresentada (construir um edifício) e, numa interação</p><p>com os outros saberes específicos (todos os profissionais envolvidos), somados aos saberes da realidade</p><p>apresentada, vai criando ações que trazem junto novas intervenções para tornar bem-sucedidas a construção</p><p>e a venda do prédio.</p><p>Nesse exemplo, todos os saberes são necessários e importantes para a construção do prédio. A realidade do</p><p>projetar, calcular os valores da construção, idealizar a arquitetura, o desenhar, o marketing, o cálculo e</p><p>pesquisa dos materiais, o terreno, o caminhar das vendas, os profissionais que executarão a obra, o tipo de</p><p>alimentação desses profissionais, o direito de todos os profissionais e tantos outros saberes vão interagindo e</p><p>modificando o olhar de cada um para dar continuidade ao agir de cada individual. O desafio de diminuir as</p><p>distâncias entre todos os profissionais durante a construção do prédio e na vida torna possível o término da</p><p>obra. Ou seja, a transdisciplinaridade das relações dos conhecimentos também pode transpassar os</p><p>diferentes saberes e ajudar na relação social dos mesmos. E a multidisciplinaridade se faz presente e</p><p>importante.</p><p>A possibilidade de se ter a ação multidisciplinar, colocada no cotidiano dos espaços pedagógicos,</p><p>dentro de uma lógica e perspectiva de integração dialógica com a realidade que se vive, aponta para</p><p>uma transversalidade que circula entre as várias especificidades do conhecimento. Assim, uma</p><p>atuação multidisciplinar, que transita pelo território do saber com respeito às diferenças, tece</p><p>continuamente caminhos possíveis entre os saberes com e em reciprocidade.</p><p>Com suas especificidades, cada especialista demonstra que nada é completamente isolado ou</p><p>compartimentado. Tudo é relacionado de algum modo com tudo. Portanto, não podemos fragmentar o que</p><p>pode servir de ferramenta para outros conhecimentos.</p><p>O saber e o território multidisciplinar</p><p>Ver, julgar ou agir a partir da realidade e perceber a multiplicidade dos conhecimentos necessários. Pensar na</p><p>e com a complexidade dos procedimentos necessários no espaço e tempo em que nos encontramos</p><p>mergulhados parece ser fundamental para não ignorar o significado dos princípios multidisciplinares.</p><p>Mas quais são esses princípios? É o que veremos a seguir.</p><p>1. Diálogo</p><p>2. Equidade</p><p>3. Diferença</p><p>4. Diversidade</p><p>5. Unidade</p><p>6. Coletividade</p><p>7. Tessitura de novos saberes</p><p>Como uma teia que tece todos os conhecimentos sem distinguir onde começam e onde terminam, o que vale</p><p>mais</p><p>ou o que vale menos, vamos tecendo os saberes com esses princípios tão necessários e de acordo com</p><p>as especificidades de cada um.</p><p>Dito de outra forma, não importa o lugar de cada especificidade do conhecimento, suas nuances e sua</p><p>valorização social no contato com a realidade. Buscamos o enigma do fio condutor de uma incessante</p><p>possibilidade de efetivação solidária por meio das práticas sociais diversas. Afinal, essas são práticas de</p><p>conhecimentos não hierarquizados, mas em constante diálogo com os múltiplos “tempos-espaços” (ALVES,</p><p>2001) sem pretender obrigá-los a ser e a fazer o que lhes cabe por definição, um poder simbólico dos</p><p>saberes.</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.</p><p>Pensando a lógica multidisciplinar nas práticas educativas (parte 1)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Pensando a lógica multidisciplinar nas práticas educativas (parte 2)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>Consideremos o seguinte exemplo lembrado por Darnton (1986): “Um tipo de livro erudito completamente</p><p>diferente, a enciclopédia chinesa imaginada por Jorge Luis Borges e discutida por Michel Foucault em As</p><p>palavras e as coisas. Dividia os animais em: a) pertencentes ao imperador; b) embalsamados; c)</p><p>domesticados; d) leitões; e) sereias; f) fabulosos; g) cães vadios; h) incluídos na presente classificação; i)</p><p>enfurecidos; j) inumeráveis; k) desenhados com um pincel muito fino de pelo de camelo; l) etc.; m) os que</p><p>acabaram de quebrar o vaso da água; n) os que, de uma grande distância, parecem moscas. Este sistema de</p><p>classificação é, argumenta Foucault, por causa da simples impossibilidade de cogitá-lo. Confrontando-nos</p><p>com uma série inconcebível de categorias, expõe a arbitrariedade da maneira como classificamos as coisas”</p><p>(DARNTON, 1986,p. 247-248).</p><p>Posta diante de uma maneira de classificar o conhecimento pela ciência moderna, a lógica multidisciplinar não</p><p>organiza as coisas apenas porque podem se encaixar em um esquema considerado válido. Isso porque:</p><p>A</p><p>O conhecimento não é classificado ou valorizado de forma única. Ele surge de forma dialógica entre teoria e</p><p>prática de saberes múltiplos.</p><p>B</p><p>Ao afirmar que o conhecimento é único e válido, a epistemologia moderna se tornou multidisciplinar.</p><p>C</p><p>O modelo de hierarquização dos saberes é importante e necessário em uma lógica multidisciplinar.</p><p>D</p><p>A lógica multidisciplinar favorece a classificação dos saberes tão necessários para compreender as</p><p>subjetividades presentes nos diferentes olhares.</p><p>E</p><p>Foi necessário classificar e dividir o conhecimento para se chegar até a lógica multidisciplinar.</p><p>A alternativa A está correta.</p><p>A lógica multidisciplinar não se baseia em classificações fechadas do conhecimento e nem os hierarquiza. A</p><p>lógica multidisciplinar considera todos os saberes importantes e necessários e, portanto, o diálogo entre</p><p>teoria e prática é fundamental entre as diferentes classificações historicamente existentes.</p><p>Questão 2</p><p>Para compreender a lógica da organização escolar e sua opção por uma educação com uma concepção</p><p>multidisciplinar que atenda aos diferentes alunos, precisamos compreender as noções de disciplinarização,</p><p>multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Para enfrentar nossos complexos problemas</p><p>sociais, que a todos envolvem, é necessário que nos dediquemos a escutar a todos os interessados com os</p><p>múltiplos conhecimentos que se tecem em situações concretas da vida e busquemos soluções negociadas</p><p>com as múltiplas experiências e vivências envolvidas.</p><p>A afirmação postulada nesta questão se refere ao princípio da noção:</p><p>A</p><p>Disciplinar do conhecimento.</p><p>B</p><p>Multidisciplinar ou pluridisciplinar do conhecimento.</p><p>C</p><p>Interdisciplinar do conhecimento.</p><p>D</p><p>Transdisciplinar do conhecimento.</p><p>E</p><p>Hierarquização dos conhecimentos.</p><p>A alternativa B está correta.</p><p>Um dos princípios da lógica multidisciplinar é a relação entre os múltiplos conhecimentos mediante a</p><p>situações da realidade concreta que se apresenta. Para tanto, isso inclui as especificidades em interação</p><p>dialógica dos múltiplos conhecimentos presentes quando se pretende enfrentar a complexidade da</p><p>situação que surge. Para tanto, as diferentes visões da realidade que cada profissional ou pessoa que a</p><p>enfrenta possui confrontam seus saberes numa aproximação com a intenção de encarar os desafios mais</p><p>ou menos próximos das diferentes áreas do conhecimento.</p><p>2. A presença e atuação da equipe pedagógica</p><p>Panorama histórico</p><p>As transformações na economia, nas tecnologias e em toda realidade atual na qual estamos inseridos</p><p>inaugurou uma escola com múltiplas modificações em sua estrutura organizacional. Ou seja, as novas formas</p><p>de organização do trabalho e a abrangência do ensinar e aprender passaram a um gerenciamento</p><p>multidisciplinar de diferentes profissionais na busca da melhoria da ação educativa e da qualidade do trabalho</p><p>pedagógico no cotidiano.</p><p>A partir dessa premissa e da compreensão dos movimentos da lógica multidisciplinar, passamos a articular em</p><p>cada escola a presença de uma equipe pedagógica. Essa equipe, na perspectiva de trabalhos especializados</p><p>voltados para a produção de conhecimentos, passou a atender às diferentes realidades das escolas e</p><p>espaços educacionais existentes. Com sua presença e atuação, dependendo do nível das exigências que</p><p>continuamente são impostas ao sistema educacional, a busca da democratização do ensino e aprendizagem</p><p>com qualidade pode ser possível, e não apenas uma utopia.</p><p>Para pensar a presença e atuação da equipe pedagógica nas escolas, convidamos você a identificar em sua</p><p>trajetória escolar e responder às seguintes questões:</p><p>Quantos profissionais diferentes existiram ao nosso redor nas escolas que frequentamos?</p><p>Que trabalho esses profissionais desenvolviam nos cotidianos das escolas?</p><p>Qual é a importância desse trabalho para os alunos?</p><p>Se você já identificou os profissionais que passaram por sua vida escolar e pensou nas respostas de cada uma</p><p>dessas perguntas, agora podemos continuar nosso estudo.</p><p>Saiba mais</p><p>O desencadeamento das discussões da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nos anos 1970 e</p><p>1990 fez surgir a chamada equipe técnico-administrativa. Embora na história da educação no Brasil essa</p><p>equipe sempre tenha existido, sua evidência legal aparece com força nas legislações desse período.</p><p>Essa equipe era composta inicialmente de: diretora, diretora-adjunta, secretária, agente de pessoal,</p><p>coordenadora de turno, orientador educacional e supervisora educacional.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Uma breve história dos trabalhadores da escola</p><p>No vídeo a seguir, acompanhe a história dos trabalhadores da escola longo do tempo até nossos dias.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>A partir da LDB 5692/71, lei criada para a educação brasileira no período da ditadura, dois profissionais se</p><p>destacaram nas escolas: o orientador educacional e o supervisor educacional. Ambos aparecem para garantir</p><p>o desenvolvimento da política educacional adotada. E as políticas de educação adotadas posteriormente</p><p>também modificaram o quadro dessa equipe pedagógica (art. 10).</p><p>Vejamos algumas trajetórias:</p><p>A orientação educacional no Brasil</p><p>A particularização da atuação dos orientadores educacionais continua a ser questionada ainda hoje.</p><p>No Brasil, de acordo com a pesquisadora Míriam Paúra Grinspun (2015, p. 26), “a Orientação Educacional teve,</p><p>em sua implantação, grande influência da orientação americana, em especial o counselling (aconselhamento)</p><p>e da orientação educacional francesa”. Essa influência, que percorreu legislações anteriores a Lei 5692/71, já</p><p>determinava o exercício desse profissional sempre voltado para assistência ao educando, individual ou em</p><p>grupo; e direcionamento para uma orientação vocacional, mas sempre psicologizando a educação ou servindo</p><p>de controle dos indivíduos nas escolas, só modificando para uma</p><p>atuação sócio-histórica no final dos anos</p><p>1980/1990.</p><p>A obrigatoriedade desse profissional nas escolas só se deu</p><p>com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases, nº 5.692,</p><p>de 1971, em seu Art. 10, incluindo o aconselhamento</p><p>vocacional em cooperação com professores, família e</p><p>comunidade. Em 26 de setembro de 1973, foi homologado o</p><p>Decreto nº 72.846, que regulamenta a profissão do</p><p>orientador, em vigor até os dias de hoje. Em seu Art. 1º,</p><p>encontramos o objeto da Orientação Educacional: a</p><p>assistência ao educando – esta que pode ser feita</p><p>individualmente ou em grupo, nas escolas de Ensino</p><p>Fundamental e Médio, “visando ao desenvolvimento integral</p><p>e harmonioso de sua personalidade, ordenando e</p><p>integrando os elementos que exercem influência em sua</p><p>formação e preparando-o para o exercício da cidadania”</p><p>(BRASIL, 1973).</p><p>Saiba mais</p><p>A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, trouxe, em seu</p><p>Art. 1º, uma consideração notável sobre olhar o aluno como ser social, recaindo na instância do</p><p>“emocional”, como já comentado no início deste módulo (BRASIL, 1996). Essa ênfase da lei não garantiu a</p><p>presença da Orientação Educacional nas escolas porque retirou a obrigatoriedade desse profissional nas</p><p>escolas.</p><p>Em 13 de dezembro de 2005, o Parecer CNE/CP nº 3 instituiu diretrizes curriculares nacionais para o curso de</p><p>Pedagogia. Essas diretrizes geraram dúvidas entre os profissionais da área quanto à habilitação para a</p><p>Orientação Educacional, visto que o Art. 4º estabelece que o curso de licenciatura em Pedagogia destina-se à</p><p>formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do</p><p>Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de</p><p>serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (BRASIL,</p><p>2006). Assim, o curso de Orientação Educacional e Supervisão Escolar passaram para nível de pós-</p><p>graduação. No entanto, as demandas das escolas para ajudar nos desafios diários fizeram intensificar a busca</p><p>por esses profissionais.</p><p>Essa ideia foi amplamente contestada por muitos pesquisadores da área educacional. José Carlos Libâneo</p><p>(2001, p. 4) foi um desses estudiosos. Ele afirma que o “curso de Pedagogia como formação de professores, a</p><p>meu ver, é muito simplista e reducionista, é, digamos, uma ideia de senso comum”. Esse pesquisador também</p><p>lembra da amplitude da Pedagogia. Ou seja, para ele, além de se ocupar com a formação escolar de crianças e</p><p>todos os seus processos educativos, a Pedagogia tem um significado mais abrangente e globalizante. Isso</p><p>porque trata-se de um conhecimento sobre os desafios educacionais histórico-sociais e dialogicamente traça</p><p>orientações da ação educativa.</p><p>Algumas escolas continuaram a contratação do</p><p>orientador educacional. Uma curiosidade é que,</p><p>às vezes, os professores o chamavam de</p><p>“profissional das dinâmicas de grupo” ou como</p><p>aqueles responsáveis pela “Orientação</p><p>Profissional” nas escolas. Essas afirmações</p><p>eximiam a comunidade escolar dessas funções</p><p>que eram de todos.</p><p>Mudando o contexto político do País e das</p><p>pesquisas educacionais, esse profissional</p><p>recebeu muitas críticas. Repensando sua</p><p>prática nas associações profissionais, nas pesquisas divulgadas em encontros, congressos e seminários,</p><p>passou de um olhar voltado para um trabalho individualizado, no aspecto específico da aprendizagem,</p><p>tentando eliminar as “dificuldades” e o fracasso escolar, para uma visão coletiva e histórico-socioafetiva. No</p><p>entanto, passou-se a exigir da orientação educacional uma formação voltada para práticas também</p><p>psicocognitivas.</p><p>Nesse momento, surge um outro profissional dentro das escolas: o psicopedagogo. Assim, passaram</p><p>a exigir que o orientador educacional, para exercer suas funções, tivesse como formação desejável a</p><p>especialização em psicopedagogia. Novamente, aparece uma tendência de “psicologizar” a função.</p><p>Supervisor escolar</p><p>A função do supervisor escolar, nos anos 1970, estava implícita no próprio nome de “supervisor”.</p><p>“Supervisionar” se as ordens emanadas das instâncias superiores das secretarias de educação eram</p><p>cumpridas e desenvolvidas pelos professores nas salas de aula. Os planejamentos de ensino e os de sala de</p><p>aula eram rigorosamente passados por esse profissional. O controle era realizado por meio de planejamentos</p><p>anuais, mensais, semanais e diários. Uma verdadeira forma de fabricação de planos e controle constante</p><p>deles.</p><p>Não existia uma legislação, como aconteceu com a Orientação Educacional nos anos 1970, que colocava a</p><p>obrigatoriedade desses profissionais nas escolas. No entanto, esses profissionais exerciam um lugar</p><p>importante nas escolas.</p><p>Nessa época, muitas divisões foram deflagradas e lutas travadas tentando incluir sua obrigação nas</p><p>equipes das escolas. Também se tornava difícil um planejamento coletivo e dialogado entre os pares</p><p>porque esse não era o objetivo desse período.</p><p>Os planejamentos se limitavam a transcrever o que vinha das secretarias de educação. Até assistir às</p><p>aulas dos professores com os devidos planejamentos da aula para verificar se estes estavam</p><p>acontecendo de fato fazia parte dessa função supervisora.</p><p>Aos poucos, com as discussões e mudança da estrutura política do País, da discussão especialista e</p><p>generalista, esse profissional também foi se organizando em associação profissional, questionando sua</p><p>própria atuação e se somando às lutas dos diferentes profissionais das escolas. Também passou a valorizar o</p><p>trabalho coletivo e participativo.</p><p>Segundo Libâneo (2004), não se tratava mais de um profissional com uma atuação de supervisão no sentido</p><p>de controle, mas um apoio pedagógico aliado às ações do orientador educacional e dos professores para</p><p>diminuir as fragilidades do ensinar-aprender e democratizar os conhecimentos historicamente acumulados.</p><p>Afinal, o objetivo maior das escolas passou a ser a formação científica e cultural dos alunos visando prepará-</p><p>los profissionalmente, culturalmente e de forma cidadã para exercer seu papel social em seu cotidiano.</p><p>Coordenador pedagógico</p><p>Nos anos 1980 e 1990, aparece com força a função de coordenador pedagógico.</p><p>A partir das modificações que ocorriam no cenário político-econômico-social e educacional brasileiro, o</p><p>coordenador pedagógico ou professor pedagógico aparece como uma possibilidade de unir orientação</p><p>educacional e supervisão escolar em uma função generalista do processo pedagógico. Ele surge, em especial,</p><p>nas escolas públicas e em algumas escolas particulares.</p><p>•</p><p>•</p><p>Saiba mais</p><p>Ainda hoje, essa função existe, numa concepção progressista, como forma de gestão do processo</p><p>pedagógico nas escolas. Ela passou a conviver com situações adversas para acompanhar todo o</p><p>processo didático-pedagógico. No entanto, algumas escolas seguiram incluindo em seus quadros</p><p>profissionais qualificados nas funções específicas de orientador educacional e supervisor para dar conta</p><p>do cenário educacional atual ligando escola-comunidade-família e sociedade na participação dos</p><p>membros da equipe escolar.</p><p>O quadro abaixo apresenta a concepção sócio-histórica de um coordenador pedagógico com suas devidas</p><p>funções no contexto escolar.</p><p>Psicopedagogo</p><p>O psicopedagogo não aparece por acaso nas escolas. A partir de muitos casos na década de 1970 de</p><p>diagnósticos médicos de dificuldades de aprendizagem atribuídas a uma disfunção cerebral mínima (DCM), o</p><p>Brasil passou a valorizar esse profissional como aquele que poderá resolver mais esse desafio.</p><p>No entanto, seguindo os modelos de intervenção médica, o</p><p>psicopedagogo passou a virar moda mais no final dos anos</p><p>1980-1990. Esses profissionais, em consultórios, com ajuda</p><p>de psicólogos, passavam a atender alunos com tais</p><p>dificuldades tentando dar uma resposta às famílias e</p><p>escolas.</p><p>Essa intervenção se propagou nesse período, servindo para</p><p>camuflar problemas sociopedagógicos (BOSSA, 2000, p.</p><p>48-49). Ou seja, houve muitas controvérsias no</p><p>aparecimento desse profissional. Intencionalmente ou não,</p><p>tal profissional</p><p>também aparece como uma tentativa ao</p><p>retorno de atendimentos individualizados dos alunos sem a</p><p>concepção sócio-histórica tão forte na época.</p><p>Precisamente de acordo com as pesquisas cognitivas e, ainda, de acordo com o professor argentino Jorge</p><p>Visca (apud BOSSA, 2000, p. 21), a psicopedagogia foi inicialmente uma ação auxiliada por médicos e</p><p>psicólogos tornando-se mais independente posteriormente. Seus conhecimentos foram se aprimorando e</p><p>passaram a ter como objeto de estudo o processo de aprendizagem, formulando diagnósticos de intervenção</p><p>e de recursos para corrigir o que foi detectado ou prevenir situações nas aprendizagens escolares de alunos</p><p>com dificuldades diagnosticadas por médicos e outros profissionais.</p><p>Saiba mais</p><p>Antigamente, o curso de psicopedagogia clínica e institucional acontecia em nível de pós-graduação lato</p><p>sensu. Atualmente, a inserção nesta área também tem sido oferecida em outras etapas da formação em</p><p>Instituições do Ensino Superior. Também existe a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), que</p><p>orienta o caminhar desses profissionais por meio de textos e pesquisas divulgadas em encontros e</p><p>congressos da área. Além disso, outras instituições como sindicatos que atuam na regulamentação da</p><p>profissão. E, assim, o psicopedagogo foi se consolidando junto à equipe escolar e se tornando</p><p>fundamental, seja em atendimento em clínicas ou nas instituições.</p><p>Psicólogo escolar</p><p>Embora a relação da Psicologia com a educação não pertença somente ao século vinte, a partir da década de</p><p>1930 ela se consolida no Brasil. Sua intervenção ainda clínica e sobre o trabalho de organização do trabalho</p><p>em diferentes empresas é considerada tradicional. Nas instituições escolares, possuía a tônica de serviços de</p><p>orientação infantil e tinha também a finalidade de, além de atender a crianças com dificuldades de</p><p>aprendizagem, a orientação profissional, além, é claro, de outras ações educacionais, no campo do trabalho.</p><p>Simultaneamente, os cursos superiores de</p><p>Psicologia se entrelaçavam com os cursos de</p><p>Filosofia e Pedagogia e passavam a ter a</p><p>denominação de psicologia educacional.</p><p>Nos anos 1960, com a regulamentação da</p><p>profissão de psicólogo e o estabelecimento de</p><p>cursos específicos para sua formação, abriu-se</p><p>o campo da Psicologia nas escolas e em</p><p>clínicas. Apesar do estreitamento da Psicologia</p><p>com o campo educacional, os profissionais</p><p>formados em Psicologia nesse período</p><p>preferiam a psicologia clínica atuando em</p><p>consultórios ou na parte relacional de organização do trabalho.</p><p>Ou seja, o conhecimento psicológico foi aliado à Pedagogia e à prática dos educadores. Muitos psicólogos em</p><p>sua atuação como psicólogo escolar adotavam um modelo cada vez mais clínico-terapêutico e, assim,</p><p>adotavam uma forma de agir mais na dimensão individual do educando, para atingir de forma terapêutica os</p><p>problemas de aprendizagem ou outros distúrbios.</p><p>Embora os psicólogos escolares não tenham sido reconhecidos pelas leis educacionais (LDB) como</p><p>profissionais importantes na ação própria da educação, sua prática sempre foi refletida e pautada na</p><p>instituição escolar, atendendo às demandas da realidade do cotidiano escolar.</p><p>Se observarmos as histórias das instituições escolares no Brasil, podemos sinalizar interesses entrelaçados</p><p>entre psicologia, educação e sociedade. Com controvérsias ou não, a compreensão do processo educacional</p><p>como um direito democrático torna a psicologia escolar, segundo Antunes (2008, p. 475), um campo de</p><p>“compromisso que define e determina as perspectivas que estão postas para essa área de conhecimento para</p><p>uma escola que atende a todos, independentemente de sua classe social”. Nesse sentido, a psicologia escolar</p><p>evoluiu consideravelmente no Brasil.</p><p>A presença da equipe pedagógica nas escolas</p><p>A primeira coisa que devemos registrar é que a força mobilizadora do que se considera pedagógico reflete</p><p>sobre a presença da equipe pedagógica. Assim, mais uma vez deixamos claro que, dependendo da concepção</p><p>de educação que esteja registrada no projeto político-pedagógico oficial e o praticado, a equipe pedagógica</p><p>terá uma composição. Ou seja, essa discussão é imprescindível para o entendimento de que essa equipe não</p><p>está dissociada da totalidade do contexto educacional em que se está mergulhado para atender às</p><p>necessidades da realidade do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>No contexto atual da educação brasileira, com as variadas</p><p>tendências de objetivos e políticas de controle do currículo,</p><p>a composição da própria equipe pedagógica parece</p><p>determinada ou generalizada sem preocupação com a</p><p>pluralidade de saberes integrados para desconstruir o</p><p>colonialismo da educação no cotidiano das escolas para</p><p>uma justiça cognitiva.</p><p>Por meio dessas considerações abordadas, um trabalho</p><p>coletivo integrado e preocupado em valorizar os diferentes</p><p>saberes em busca da justiça cognitiva contrapõe-se à</p><p>“verdade absoluta”, apresentando quem deve compor o quadro “hierárquico” da escola.</p><p>Atividade reflexiva</p><p>Diante dos conflitos biopsicossociais que acirram a luta da organização da gestão pedagógica presente no</p><p>cotidiano das escolas, reflita: Afinal, o que é, quem é e o que faz uma equipe pedagógica?</p><p>Chave de resposta</p><p>Para responder a essa questão com tantas indagações, podemos inferir que todo o trabalho nos cotidianos</p><p>das escolas não é e nunca foi solitário. A necessidade de parcerias e os diálogos entre os diferentes</p><p>profissionais sempre existiram. As reflexões sobre o que acontecia no cotidiano sempre existiram de forma</p><p>não oficial. Isso porque, para dar conta dos múltiplos desafios das escolas, em sua tarefa mister de ensinar</p><p>e aprender, os profissionais sempre dialogaram de forma criativa em busca da eficácia e enfrentamento</p><p>das provocações diárias das salas de aula.</p><p>Quando as escolas passaram a pensar de forma dialética os comportamentos e evidenciar as divergências</p><p>entre os vários membros do grupo que trabalhavam na escola, passou-se a reorganizar o trabalho pedagógico</p><p>delas. Isso se tornou possível com a necessidade de se juntar diversos profissionais qualificados ao grupo de</p><p>professores igualmente compromissados com a educação para todos. Com encontros entre docentes e a</p><p>equipe técnico-pedagógica, formada inicialmente por pedagogos (Orientação Educacional/supervisores) e,</p><p>depois, com coordenadores pedagógicos, psicopedagogos e psicólogos, passou-se a gerir as ações</p><p>pedagógicas a partir de uma equipe multidisciplinar.</p><p>Essa equipe pedagógica, exercendo um papel</p><p>de liderança, passou a ser responsável pela</p><p>coordenação das ações didático-</p><p>psicopedagógicas das práticas cotidianas do</p><p>trabalho escolar. Ou seja, a equipe pedagógica</p><p>coordena e ajuda a escola a desempenhar</p><p>melhor o seu processo de ensino-</p><p>aprendizagem oferecido e que atenda de fato</p><p>aos alunos e às necessidades detectadas.</p><p>Ela atende aos pais e profissionais da escola</p><p>orientando para um melhor aproveitamento das</p><p>atividades escolares e organiza, por meio de</p><p>um trabalho multidisciplinar, participativo e democrático, as diversas reuniões e encontros com as ações</p><p>necessárias para atender à realidade de cada unidade escolar e a todos que a frequentam.</p><p>A equipe pedagógica e sua composição</p><p>A equipe pedagógica possui a perspectiva de acreditar que a consolidação do trabalho do pedagogo possui</p><p>uma ordem intelectual, mas não o situa em ordem de superioridade, pois sua ação sempre deve ser objeto de</p><p>reflexão, visto que pode possuir lacunas graves em sua formação e pode se tornar mero executor de ações</p><p>pensadas por outros, alheios aos espaços decisórios e de produção do conhecimento do cotidiano escolar.</p><p>Atenção</p><p>É importante ressaltar que, ao nos referirmos às práticas da equipe pedagógica, incluímos a dinamização</p><p>a partir da necessidade de cada realidade educativa ou do grupo. E, para tanto, realizar encontros,</p><p>seminários, reuniões, momentos de formação e avaliações constantes ajuda na consciência de um</p><p>trabalho educacional que se consolida a partir e em função da prática cotidiana dos professores e</p><p>alunos.</p><p>Profissionais que compõem a equipe pedagógica</p><p>A equipe pedagógica é composta por:</p><p>Diretora pedagógica;</p><p>Coordenadora de ensino;</p><p>Orientadora educacional;</p><p>Psicopedagoga;</p><p>Psicóloga.</p><p>Algumas escolas colocam ou colocavam o coordenador de turno e o coordenador de disciplina como parte da</p><p>equipe pedagógica.</p><p>Esses profissionais, em sua maioria, foram extintos a partir das pesquisas sobre gestão escolar ou mesmo</p><p>com as discussões da educação para a autonomia dos alunos.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Cada um desses profissionais e todos eles se mobilizam e movimentam aqueles que trabalham nas escolas no</p><p>sentido de responder:</p><p>Quem somos?</p><p>O que fazemos?</p><p>Com quem fazemos?</p><p>O que pretendemos?</p><p>Coordenador de turno</p><p>Coordenador de turno é ou era o profissional que administra(va) os horários dos professores e turmas</p><p>em cada turno das escolas. Mas muitos também faziam um papel disciplinar dos alunos. E o coordenador</p><p>disciplinar passou também a ser considerado apenas um inspetor de alunos. Este tinha a função de</p><p>verificar rigorosamente se o aluno estava agindo conforme as determinações do estabelecimento.</p><p>Essa reflexão coletiva sobre a prática de cada um contribuirá para o aprimoramento do letivo da escola que</p><p>caberá fazer as sínteses provisórias e socializar os avanços realizados. Assim, as diferenças de cada</p><p>profissional e a diversidade de cada pessoa vai para a tessitura coletiva da identidade de cada um. Cada</p><p>experiência será situada no contexto e formação de cada profissional.</p><p>Assim, uma nova concepção do trabalho pedagógico resulta em ações únicas para atender cada realidade</p><p>educacional do universo escolar. Essa equipe tem como ponto de partida e ponto de chegada a realidade de</p><p>dentro e fora da própria equipe pedagógica ou da escola. E, ainda, coletivamente, ela possibilita, reconhece e</p><p>explicita a ecologia de saberes (SANTOS, 2006) mais próxima da coerência vivida sem desvalorizar a</p><p>pluralidade de saberes no mundo. Ou seja, uma equipe que valoriza todos os conhecimentos, e não somente</p><p>os autorizados a serem desenvolvidos nas diferentes propostas curriculares. Saberes que também são</p><p>emanados da comunidade escolar.</p><p>Essa equipe, de uma forma integrada,</p><p>possibilita que a multiplicidade de</p><p>conhecimentos existentes seja trabalhada com</p><p>justiça. Faz emergir constantemente novos</p><p>saberes sem valorizar mais um do que o outro.</p><p>E isso começa a partir da própria equipe. Afinal,</p><p>a primeira ruptura epistemológica trata-se da</p><p>oposição radical entre ciência e senso comum.</p><p>E, ao romper com essa dualidade no cotidiano</p><p>das escolas, poderá nos levar à segunda</p><p>ruptura epistemológica que Boaventura de</p><p>Sousa Santos nos lembra: o movimento</p><p>ecologicamente dos saberes.</p><p>É pensar que existe um conjunto de saberes que partem de diferentes práticas sociais de</p><p>conhecimento e seus impactos noutras práticas de saberes diversos, desenhados não somente pela</p><p>hegemonia científica do norte colonial, patriarcal e capitalista (SANTOS, 2013). Desse modo, as</p><p>práticas dessa equipe não são neutras e muito menos as determinações da existência de redes de</p><p>conhecimentos e subjetividades que atuam no mundo da educação.</p><p>Dessa forma, essa equipe comprometida com a realidade educacional e mais próxima do diagnóstico da</p><p>escola fará a mediação das mudanças necessárias voltadas para cada situação que a desafia. Enveredar pelo</p><p>caminho dos porquês para colocar em prática o pesquisador do cotidiano que está em cada membro da</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>equipe em busca da democratização e, assim, a busca da justiça dos conhecimentos escolares para todos/</p><p>todas/todxs. Tudo por meio da cooperação, interações e das negociações no cotidiano da equipe pedagógica.</p><p>O fazer de uma equipe pedagógica</p><p>O fazer da equipe pedagógica tem como objetivo responder às exigências diagnosticadas na realidade. Os</p><p>esforços por meio do movimento de:</p><p>Esse caminho dialógico faz renascer uma prática que possa contribuir significativamente com o trabalho</p><p>educativo transformador a partir da realidade das escolas. Para tanto, essa equipe, de forma multidisciplinar,</p><p>deverá ter como foco o projeto político-pedagógico da escola e o atendimento da comunidade escolar em</p><p>suas necessidades. A equipe vai priorizar sua ação na direção do trabalho individual e coletivo ao tratar dos</p><p>desafios do ensino-aprendizagem.</p><p>Agora, veremos dois tipos de atuação dessa equipe: uma em escolas com o projeto político-pedagógico já</p><p>confeccionado e devidamente registrado e outra situação em que a equipe terá que planejar esse projeto com</p><p>toda a comunidade escolar.</p><p>A seguir, falaremos mais dessas duas realidades:</p><p>Atuação da equipe pedagógica em escolas com o projeto</p><p>político-pedagógico elaborado</p><p>No início do ano letivo, de posse do projeto político-pedagógico da</p><p>instituição e atendendo à disponibilidade de cada grupo de professores,</p><p>a equipe pedagógica disponibiliza o diagnóstico dos alunos e</p><p>comunidade escolar, por meio de encontros com todos os profissionais</p><p>que atuam na escola, pais e entorno por meio das associações</p><p>comunitárias existentes. Assim, essa equipe traçará seus planos de ação</p><p>e ajudará a comunidade escolar a elaborar as estratégias para se</p><p>conseguir atingir os objetivos e metas elaboradas pela instituição.</p><p>Atuação da equipe pedagógica em escolas sem o projeto</p><p>político-pedagógico</p><p>A equipe pedagógica deverá elaborar, acompanhar e avaliar, de forma</p><p>coletiva e participativa, com a comunidade educativa, o projeto político-</p><p>pedagógico da escola. O PPP deve ser constantemente revisitado e</p><p>reestruturado de maneira coletiva. Neste sentido é um processo cíclico,</p><p>possibilitando o desenvolvimento da instituição com práticas e ações a</p><p>partir do apontamento de seu diagnóstico e metas traçadas, montando</p><p>estratégias de ação que atendam à realidade, acompanhando o seu</p><p>desenvolvimento e avaliando anualmente seus resultados.</p><p>Atuação cotidiana de uma equipe pedagógica</p><p>Por meio das trocas constantes, entre os seus pares e, ainda, partindo das críticas de cada um, surge uma</p><p>atuação necessária para considerar os múltiplos olhares desses profissionais que compõem a tessitura do</p><p>trabalho educacional participativo e democrático de cada unidade escolar. Assim, os diferentes profissionais</p><p>com múltiplas concepções acadêmicas vão lendo o mundo que os cerca e passam a se comprometer com</p><p>uma educação democrática. Passam a tecer uma equipe que se dedica a pensar o aluno, sua realidade, sua</p><p>comunidade dentro e fora das escolas, que reflete sobre as práticas escolares, que planeja sua atuação de</p><p>forma participativa e coletivamente, que promove ações significativas para conseguir os objetivos propostos</p><p>na instituição em que trabalha.</p><p>A partir do entendimento de que a escola, ao cumprir seu</p><p>papel, consegue com eficiência transmitir os conhecimentos</p><p>necessários para facilitar ao aluno sua compreensão do</p><p>mundo, com a perspectiva de transformá-lo, a equipe</p><p>pedagógica assume uma função política ultrapassando os</p><p>limites da escola e se envolve com a comunidade.</p><p>Ou seja, o papel que uma equipe pedagógica desenvolve é</p><p>de uma pesquisa no cotidiano do seu trabalho para</p><p>contribuir como educadores compromissados com a</p><p>transformação social.</p><p>Assim, a abrangência multidisciplinar da equipe pedagógica</p><p>vai desenhando o fazer de cada especificidade profissional.</p><p>Vejamos algumas dessas abrangências:</p><p>Diretoria pedagógica</p><p>Atuar individualmente e coletivamente junto aos pais;</p><p>Promover a articulação entre teoria e prática definindo estratégias da ação;</p><p>Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem decorrente duma atividade de formação;</p><p>Planejar participativamente;</p><p>Promover ações com projetos;</p><p>Promover ações desenvolvidas com a equipe pedagógica;</p><p>Atuar na supervisão de estágios;</p><p>Promover ações com metodologias de acordo com o projeto pedagógico da escola;</p><p>Usar e propiciar os diferentes usos das ferramentas tecnológicas.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Coordenação de ensino</p><p>Atuar individualmente e coletivamente junto aos pais;</p><p>Promover a articulação entre teoria e prática definindo estratégias da ação;</p><p>Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem decorrente duma atividade</p><p>de formação;</p><p>Atuar individualmente junto aos alunos;</p><p>Planejar participativamente;</p><p>Promover ações com projetos;</p><p>Promover ações desenvolvidas com a equipe pedagógica;</p><p>Promover oficinas;</p><p>Intervir em situações de sala de aula;</p><p>Realizar encaminhamentos dos alunos;</p><p>Supervisionar estágios;</p><p>Pesquisar, analisar e estabelecer ações a partir das histórias e narrativas dos alunos, pais e</p><p>professores;</p><p>Coordenar, acompanhar e participar dos conselhos de classe;</p><p>Promover ações com metodologias de acordo com o projeto pedagógico da escola;</p><p>Usar e propiciar os diferentes usos das ferramentas tecnológicas.</p><p>Orientação educacional</p><p>Atuar individualmente e coletivamente junto aos pais;</p><p>Promover a articulação entre teoria e prática definindo;</p><p>Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem decorrente duma atividade de formação;</p><p>Atuar individualmente junto aos alunos;</p><p>Planejar participativamente;</p><p>Promover ações com projetos;</p><p>Promover ações desenvolvidas com a equipe pedagógica;</p><p>Promover oficinas;</p><p>Intervir em situações de sala de aula;</p><p>Realizar de encaminhamentos dos alunos;</p><p>Coordenar a orientação profissional dos estudantes;</p><p>Supervisionar estágios;</p><p>Emitir pareceres;</p><p>Acompanhar os alunos encaminhados por diferentes motivos;</p><p>Pesquisar, analisar e estabelecer ações a partir das histórias e narrativas dos alunos, pais e</p><p>professores;</p><p>Coordenar, acompanhar e participar dos conselhos de classe;</p><p>Promover ações com metodologias de acordo com o projeto pedagógico da escola;</p><p>Usar e propiciar os diferentes usos das ferramentas tecnológicas.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Psicopedagogia</p><p>Atuar individualmente e coletivamente junto aos pais;</p><p>Promover a articulação entre teoria e prática definindo;</p><p>Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem decorrente duma atividade de formação;</p><p>Atuar individualmente junto aos alunos;</p><p>Planejar participativamente;</p><p>Promover ações com projetos;</p><p>Promover ações desenvolvidas com a equipe pedagógica;</p><p>Promover oficinas;</p><p>Intervir em situações de sala de aula;</p><p>Realizar de encaminhamentos dos alunos;</p><p>Coordenar a orientação profissional dos estudantes;</p><p>Supervisionar estágios;</p><p>Emitir pareceres;</p><p>Acompanhar os alunos encaminhados por diferentes motivos;</p><p>Pesquisar, analisar e estabelecer ações a partir das histórias e narrativas dos alunos, pais e</p><p>professores;</p><p>Coordenar, acompanhar e participar dos conselhos de classe;</p><p>Promover ações com metodologias de acordo com o projeto pedagógico da escola;</p><p>Usar e propiciar os diferentes usos das ferramentas tecnológicas.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Psicologia</p><p>Atuar individualmente e coletivamente junto aos pais;</p><p>Promover a articulação entre teoria e prática definindo estratégias da ação;</p><p>Acompanhar o processo de ensino e aprendizagem decorrente duma atividade de formação;</p><p>Atuar individualmente junto aos alunos;</p><p>Planejar participativamente;</p><p>Promover ações com projetos;</p><p>Promover ações desenvolvidas com a equipe pedagógica;</p><p>Promover oficinas;</p><p>Intervir em situações de sala de aula;</p><p>Realizar encaminhamentos dos alunos;</p><p>Coordenar a orientação profissional dos estudantes;</p><p>Supervisionar estágios;</p><p>Emitir pareceres;</p><p>Acompanhar os alunos encaminhados por diferentes motivos;</p><p>Pesquisar, analisar e estabelecer ações a partir das histórias e narrativas dos alunos, pais e</p><p>professores;</p><p>Coordenar, acompanhar e participar dos conselhos de classe;</p><p>Promover ações com metodologias de acordo com o projeto pedagógico da escola;</p><p>Usar e propiciar os diferentes usos das ferramentas tecnológicas</p><p>Resumindo</p><p>Essas considerações a respeito da equipe pedagógica com enfoque multidisciplinar e algumas de suas</p><p>práticas na atuação cotidiana das escolas estão relacionadas às condições ideais de uma escola que</p><p>atende à educação como direito de todos. No entanto, os desafios da realidade educacional no Brasil</p><p>nos convidam a refletir sobre as escolas que estão no contexto brasileiro e os seus principais desafios. A</p><p>efetiva atuação de uma equipe pedagógica vai depender do ponto de vista e a vista de um ponto a partir</p><p>das reais necessidades diagnosticadas no/do/com o cenário atual.</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.</p><p>A equipe pedagógica e sua composição (parte 1)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>A equipe pedagógica e sua composição (parte 2)</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>A relação entre educação e trabalho nunca recebeu a atenção devida dos educadores que viam como função</p><p>social da escola a formação geral, humanista, completamente desligada de qualquer preocupação prática,</p><p>instrumental, econômica e sócio-histórica com o contexto vivido. Assim, sem qualquer vínculo com uma</p><p>atuação multidisciplinar, o trabalho pedagógico era determinado por somente alguns poucos profissionais nas</p><p>escolas. Dessa forma, as novas formas de organização do trabalho para atender às demandas educacionais</p><p>geraram:</p><p>A</p><p>Uma procura por diferentes especializações para compor uma equipe pedagógica multidisciplinar.</p><p>B</p><p>Uma análise da formação docente intensificando o trabalho coletivo.</p><p>C</p><p>A presença de uma equipe pedagógica com orientador educacional, coordenador pedagógico, psicopedagogo</p><p>e professores.</p><p>D</p><p>A organização de uma equipe pedagógica centralizadora de ações do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>E</p><p>A preocupação com uma gestão mais democrática na articulação dos diferentes profissionais envolvidos no</p><p>processo de ensinar e aprender no cotidiano das equipes pedagógicas.</p><p>A alternativa E está correta.</p><p>Entender a composição e atuação de uma equipe pedagógica necessita igualmente perceber que tipo de</p><p>gestão está se configurando para se forjar uma equipe pedagógica multidisciplinar. Assim, uma equipe</p><p>pedagógica com enfoque multidisciplinar está relacionada ao trabalho coletivo, a valorização dos diferentes</p><p>profissionais e a atuações inovadoras a partir das reais necessidades diagnosticadas.</p><p>Questão 2</p><p>Uma equipe pedagógica multidisciplinar geralmente é formada por diferentes profissionais. Marque a opção</p><p>que é fundamental em sua ação cotidiana nas escolas:</p><p>A</p><p>Observar a história dos diferentes profissionais da equipe pedagógica para definir sua atuação.</p><p>B</p><p>Observar as ações do processo pedagógico que envolve o planejamento e desenvolvimento de práticas de</p><p>avaliação constante</p><p>C</p><p>Observar as referências teórico-práticas que podem auxiliar as decisões didático-pedagógicas.</p><p>D</p><p>Observar as diferentes realidades escolares para, dentro do possível, organizar os profissionais necessários</p><p>para a composição e atuação de uma equipe pedagógica</p><p>E</p><p>Observar os recursos disponibilizados na escola que podem ajudar na organização de eventos com a</p><p>presença e atuação da equipe pedagógica.</p><p>A alternativa D está correta.</p><p>No contexto brasileiro, as realidades das escolas são múltiplas e complexas. Os desafios nos convidam a</p><p>refletir sobre as escolas reais, e não somente as ideais. Portanto, a efetiva composição de uma equipe</p><p>pedagógica multidisciplinar vai depender da realidade da escola, e não somente dos profissionais</p><p>necessários.</p><p>3. Principais desafios da equipe pedagógica em diversas escolas</p><p>Para início de conversa</p><p>A pluralidade que se faz presente na vida cotidiana foi tecida social e historicamente. Para manter a coerência</p><p>nas múltiplas ações de uma equipe pedagógica multidisciplinar, necessitamos identificar e analisar alguns dos</p><p>desafios que a sociedade reserva no cotidiano de seu projeto educacional.</p><p>Apresentamos aqui algumas reflexões que nos têm acompanhado por meio dos muitos referenciais teórico-</p><p>metodológico-epistemológicos usados e das práticas cotidianas dessas equipes em diferentes escolas.</p><p>Assim, as primeiras indagações que podemos fazer são:</p><p>De que escola estamos falando?</p><p>A que equipe pedagógica estamos nos referindo?</p><p>Infelizmente, algumas escolas ainda são oriundas de dívidas históricas que permanecem até hoje. Sendo</p><p>assim, a organização de uma gestão e a composição de uma equipe escolar pode ser diferenciada no</p><p>pluralismo cultural das escolas de nosso país. Ou seja, são plurais os contextos das escolas, são múltiplas as</p><p>equipes pedagógicas e, em alguns casos, a comunidade escolar só é formada de professores, alunos e alguns</p><p>familiares.</p><p>Não há uma equipe escolar igual em todas as escolas. E algumas são compostas no que é possível</p><p>em cada realidade.</p><p>As imagens que se apresentam no texto podem ilustrar a concretude de nosso “olhar” sobre as realidades das</p><p>escolas e da equipe pedagógica multidisciplinar composta em cada realidade.</p><p>•</p><p>•</p><p>Além da constatação de que existem várias escolas e, com elas, diferentes equipes pedagógicas. Alguns</p><p>desafios também estão relacionados à globalização da economia, às informações de maneira rápida e virtual,</p><p>ao multiculturalismo, à interdisciplinaridade etc. Mas, hoje, esses desafios foram se ampliando e chegamos ao</p><p>racismo estrutural; ao feminicídio; à evasão escolar se ampliando; às múltiplas formas de ser família; aos</p><p>desafios da Internet; às falsas informações disseminadas (fake news) provocando a instabilidade do que é</p><p>falso ou verdadeiro; aos problemas ecológicos; à pandemia; à reformulação do trabalho; às guerras virtuais;</p><p>aos refugiados; à desestabilização da democracia em diferentes partes do mundo; aos diferentes tipos de</p><p>violências; ao acesso ao mundo digital, ao analfabetismo em diferentes instâncias; à solidão etc.</p><p>Nesse contexto, a educação escolar, ao lidar com o</p><p>conhecimento e a comunidade escolar, encontra-se em um</p><p>labirinto que necessita atualizar a discussão de sua prática</p><p>pedagógica.</p><p>A compreensão do papel das escolas também se torna</p><p>desafio na contemporaneidade. Afinal, essa escola da qual</p><p>nos referimos não é mais entendida como transmissão de</p><p>conteúdos prontos, mas sim a de formação de pessoas</p><p>cidadãs autônomas e capazes de entender a realidade em</p><p>que vivem.</p><p>Observarmos a ação pedagógica como um ato eminentemente humano torna-se fundamental em</p><p>cada uma dessas escolas. E, sendo humano, é possível acertar ou errar em suas práticas a partir do</p><p>que a humanidade tem acesso, vivencia ou (re)constrói.</p><p>Nesse modo de entender as práticas cotidianas da equipe escolar, podemos dizer que o espaço-tempo</p><p>escolar possui processos de organização que dominam o seu cotidiano que necessitarão refletir as ações dos</p><p>profissionais envolvidos para novas práticas.</p><p>Atividade reflexiva</p><p>Levando em consideração o que viu até aqui e suas vivências, reflita e liste três dificuldades que você acredita</p><p>que uma equipe pedagógica pode enfrentar.</p><p>Chave de resposta</p><p>A prática de uma equipe pedagógica está relacionada intimamente ao cotidiano do ambiente escolar. As</p><p>diferentes instituições de ensino possuem características sociais, identidades e culturas próprias, que</p><p>criam demandas específicas para sua realidade. Neste sentido, uma equipe pedagógica deve atuar em</p><p>demandas de ordem pedagógica, material, institucional e financeira específica. Por exemplo, a equipe de</p><p>uma escola pode lidar com problemas com repasse de orçamento, enquanto outra, na mesma região, pode</p><p>ter de atuar na mobilização dos estudante. Ou seja, cada caso é singular e demanda ações próprias.</p><p>Alguns desafios da equipe pedagógica multidisciplinar</p><p>As crianças ainda devem ir às escolas?</p><p>Uma das múltiplas respostas a essa pergunta está relacionada à discussão que ultimamente toma o cenário</p><p>brasileiro:</p><p>Ensinar em casa ou “ensino domiciliar”</p><p>O grande filosofo Immanuel Kant (1996), na sua reflexão sobre a educação, evidencia que devemos enviar as</p><p>crianças para a escola sem a intenção de aprender algo, mas para essas crianças permanecerem tranquilas</p><p>obedecendo o sentar e observar pontualmente o que lhes ordenam (p. 16). Ou seja, se considerarmos a escola</p><p>atual como a instituição que se preocupa com a formalização de se manter a disciplina das crianças que vivem</p><p>no “caos” da violência e tantos outros problemas sociais, isso denota um papel da escola de educar para a</p><p>“civilização” das pessoas. Porém, essa forma de pensar kantiana abre outras questões humanistas e éticas da</p><p>disciplinarização. Desse modo, a equipe escolar terá como possível grande desafio o eixo dos corpos</p><p>presentes na escola e o eixo dos saberes a serem ensinados.</p><p>Além disso, muitos pais acreditam dar conta de</p><p>ensinar os filhos a partir de suas concepções</p><p>do que consideram saberes necessários para o</p><p>desenvolvimento das crianças de hoje. Surge,</p><p>então, uma vigilância dos corpos não mais</p><p>somente pela escola, mas também pelos</p><p>familiares.</p><p>Para entendermos o ensino domiciliar, como</p><p>vem sendo chamado no Brasil, no qual as</p><p>famílias optam por ensinar seus filhos em casa,</p><p>precisamos também entender o que as famílias</p><p>desejam para seus filhos. Esse ensino ganha força atualmente, no entanto, essa concepção gera também</p><p>muita polêmica, porque em muitos depoimentos de pais, eles dizem, em especial os pais com escolarização</p><p>de nível superior, querer poupar seus filhos de ameaças de violência, bullying, assédio ou não concordarem</p><p>com o que as escolas desenvolvem em seus currículos. Essa questão chegou aos tribunais e não se</p><p>consolidou no Brasil.</p><p>Ensino domiciliar</p><p>Conhecido no exterior como homeschooling.</p><p>É importante perceber que não vivemos isolados e as equipes pedagógicas necessitam discutir a prática do</p><p>processo educacional no cotidiano das escolas para garantir ensinamentos que vão além dos conteúdos e que</p><p>também se baseiam na convivência entre as pessoas. Esses ensinamentos perpassam por todos os níveis e</p><p>ajudam na colaboração, e não somente na competição individual que o mercado sugere para se ser bem-</p><p>sucedido.</p><p>Atenção</p><p>Aprender a lidar com os diferentes em todo e qualquer lugar, e não somente no espaço escolar, é papel</p><p>da equipe pedagógica multidisciplinar, para fortalecer a concepção de que o espaço-tempo escolar é</p><p>comunitário e necessário.</p><p>Ensino remoto ou EaD</p><p>Outro desafio das equipes pedagógicas multidisciplinares é a antecipação da força que o ensino remoto</p><p>apresenta na realidade atual.</p><p>A tecnologia digital tem possibilitado muitas modalidades de ensino. Há algum tempo esse universo permite a</p><p>veiculação e acesso a textos, cursos e outras possibilidades do ensinar-aprender. Toda a sofisticação</p><p>tecnológica eletrônica de ensino se intensificou durante a pandemia. Toda a comunidade escolar teve que se</p><p>adaptar e aprender a estreitar o futuro e alargar o presente (SANTOS, 2013). As aulas sem alunos presenciais</p><p>em diferentes níveis de ensino tornaram-se um grande processo de estudo das equipes pedagógicas das</p><p>escolas. De alguma forma, essas equipes estiveram “entrelugares” investigando o modo de constituir um novo</p><p>que foi antecipado pela necessidade de distanciamento físico e social.</p><p>Temos como primeiros resultados das ações propostas para essa modalidade de intervenção os seguintes</p><p>exemplos:</p><p>Reformular os planejamentos e as formas de ensinar.</p><p>A não presença dos alunos nas aulas virtuais.</p><p>As orientações aos familiares sobre as tarefas escolares.</p><p>A intervenção nos bullyings cibernéticos.</p><p>Todos querendo falar ao mesmo tempo.</p><p>Os microfones e câmeras ligados observando a rotina familiar.</p><p>As brigas entre irmãos presentes no mesmo espaço.</p><p>A falta de conexão com a Internet e tantos outros</p><p>Ao mesmo tempo que assimilamos esses desafios, a equipe pedagógica também experimentava, virtualmente,</p><p>esses movimentos entre os pares. Ou seja, não se tratava apenas de desafios entre alunos-professores e</p><p>familiares, mas da própria equipe pedagógica.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>Os dispositivos pedagógicos do ensino remoto, uma expressão que se refere aos modos nos quais a</p><p>Internet atua na relação ensino-aprendizagem das pessoas, vieram para ficar e ainda desafiarão</p><p>muito mais depois dos isolamentos físicos e sociais impostos. No entanto, estamos vivendo um</p><p>processo</p><p>híbrido e os desafios continuarão.</p><p>O conhecimento não “pedagogizado”</p><p>Ao considerar que fora das escolas também se tem e se tece variados conhecimentos, a escola não pode ser</p><p>considerada a única que detém os saberes da humanidade. Desse modo, é preciso reconhecer que alguns são</p><p>aprendidos e ensinados fora da escola e em qualquer idade iremos aprender e ensinar como a imagem que</p><p>ilustra as crianças em casa ensinando a utilizar aplicativos de jogos no celular.</p><p>As brincadeiras dos mais velhos observadas pelos mais</p><p>novos, a criança que está nos sinais de trânsito vendendo</p><p>algo, tudo isso é conhecimento aprendido e ensinado.</p><p>No entanto, não são “pedagogizados” ou levados em conta</p><p>no espaço escolar.</p><p>Desse modo, esses “Currículos Praticados” (OLIVEIRA,</p><p>2008) fora das escolas necessitam ser categorizados pela</p><p>equipe pedagógica e estabelecer ações inclusivas, a fim de</p><p>propiciar uma educação mais de acordo com a realidade dos alunos. Ou seja, valorizá-los sem, contudo,</p><p>torná-los conteúdos formalizados.</p><p>Nas três imagens a seguir, podemos verificar conhecidas situações que nos ajudam a entender que o</p><p>aprender e ensinar em espaços não formais não acontecem somente com os alunos que estão em espaços</p><p>organizados pedagogicamente. Isso acontece simultaneamente com toda a equipe pedagógica.</p><p>O multiculturalismo e o estruturalismo de suas questões</p><p>E, assim, essa equipe consciente de seu compromisso em valorizar os diferentes conhecimentos de seus</p><p>membros poderá discutir e solucionar questões desafiadoras nas escolas.</p><p>Os processos educativos, nos dias de hoje, que estejam desvinculados do contexto de experiências das</p><p>questões culturais da sociedade estão profundamente equivocados. No entanto, as equipes pedagógicas</p><p>parecem ter que ficar atentas ao que a comunidade escolar compreende como consciência dos processos de</p><p>cruzamento de culturas e a desnaturalização da visão de negação e silenciamento de injustiças sociais</p><p>históricas que estão dentro das escolas. Ou seja, exercitar a tomada de consciência da formação de</p><p>identidades culturais que respeitem as diferenças e as diversidades.</p><p>Mas isso não é fácil! Por isso, assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre o multiculturalismo.</p><p>Definição de multiculturalismo</p><p>A seguir, veja a exposição do conceito e sua aplicação no ambiente da escola e como profissionais o</p><p>transformam.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>É importante ver como as diferentes linguagens e expressões culturais estão presentes e são produzidas ou</p><p>estruturadas nas escolas. Perceber e discutir para agir em relação às relações das questões étnico-raciais, de</p><p>gênero, sociais, necessidades especiais, religiosas e tantas outras diferenças.</p><p>As relações entre as culturas e o cotidiano escolar parecem ainda ser um grande desafio. Isso não quer dizer</p><p>que se almeje impor uma verdade absoluta sobre o assunto. Ou seja, a semente de discussões a partir do que</p><p>se apresenta na realidade das escolas. Cabe à equipe pedagógica, de forma multidisciplinar, elucidar</p><p>discussões, estudos e pesquisas que abordem o fazer pensar sobre a impossibilidade de separar nossa vida e</p><p>as mazelas estruturais de culturas dominantes.</p><p>Reflorestamento da escola</p><p>As questões da educação ambiental já constituem uma discussão que está no cotidiano das escolas. Não é de</p><p>hoje que as equipes pedagógicas auxiliam no processo pedagógico observando as ações ambientais nos</p><p>projetos políticos pedagógicos. No entanto, essa questão ainda é um desafio. Isso porque, em um contexto</p><p>global que ainda não possui políticas públicas de preservação ambiental distanciadas do consumo exagerado,</p><p>do agronegócio e da pirataria dos bens naturais, fica impossível veicular de fato uma ação educativa na</p><p>formação de uma consciência ambiental. Portanto, a banalização das queimadas, da morte de animais das</p><p>florestas, do comércio ilegal da terra e da madeira que entra em nossa casa diariamente faz “virtualizar” ou</p><p>“naturalizar” a realidade. As escolas acabam teorizando as questões ambientais e necessitando “reflorestar”</p><p>os espaços e as pessoas em formação.</p><p>Nesse sentido, “reflorestar” as escolas significa identificar os problemas ambientais no cotidiano,</p><p>produzir pequenas ações concretas e abrir as discussões fazendo relação entre o local e o global.</p><p>Desnaturalizando as questões ambientais e trazendo ações possíveis para uma consciência</p><p>ambiental.</p><p>Para tanto, as representações sociais presentes</p><p>nas escolas serão reveladas e o que se pensa</p><p>aparecerá mais visível. Dessa forma, a equipe</p><p>pedagógica poderá agir recorrendo a</p><p>representações que formarão no aqui e agora</p><p>pessoas mais atuantes no (re)florestamento do</p><p>mundo em chamas. E, ainda, ajudará para</p><p>romper um pouco com a desconstrução da</p><p>banalização das questões ambientais nos</p><p>ambientes escolares, confrontando-a com as</p><p>legislações ambientais vigentes. Ou mudando a</p><p>nossa concepção de lutar para a preservação</p><p>ambiental.</p><p>Descentralização da gestão</p><p>A centralização de decisões, a importância dada às determinações das instituições educacionais em</p><p>detrimento de uma gestão descentralizada das ações e práticas sem competições internas, também é um</p><p>desafio na noção de multidisciplinaridade.</p><p>Atenção</p><p>Não faz parte de uma equipe na qual se exerce uma gestão centralizadora a preocupação com uma</p><p>reflexão coletiva de seus profissionais sobre as práticas cotidianas. E, se a realiza, parece não ser</p><p>compatível a distribuição equitativa de atribuições.</p><p>As contribuições de cada um dos profissionais necessitam ser partilhadas com todos, para que realmente a</p><p>abordagem, com suas especificidades, possa trazer subsídios para a ajuda necessária nas múltiplas situações.</p><p>Do contrário, os participantes da equipe pedagógica deixam a concepção multidisciplinar participativa para</p><p>uma dimensão autoritária e hierárquica.</p><p>Portanto, essa preocupação de descentralizar a gestão para que os conhecimentos avancem sem</p><p>polarizações ou hierarquias será eminentemente um grande desafio de uma equipe pedagógica</p><p>multidisciplinar.</p><p>Dificuldades de aprendizagens</p><p>Pensar uma equipe multidisciplinar leva-nos necessariamente a pensar as dificuldades de aprendizagens</p><p>apresentadas pelos alunos e as indicadas pela comunidade educativa. Toda a comunidade escolar e a equipe</p><p>pedagógica se vê desafiada a responder com precisão as demandas visibilizadas e a organização das práticas</p><p>escolares a partir dessas indicações e dos resultados observados do processo de ensino-aprendizagem.</p><p>As expectativas durante o percurso do processo pedagógico provocam discursos variados em torno das</p><p>dificuldades das aprendizagens nas escolas. Assim, uma equipe multidisciplinar terá que estar atenta aos</p><p>processos da aprendizagem no cotidiano das escolas, e não somente a cada exame ou prova aplicada.</p><p>Desse modo, podemos destacar algumas das muitas</p><p>nuances que impedem o aprendizado dos alunos. Veja a</p><p>aseguir:</p><p>a avaliação;</p><p>as críticas aos alunos com déficit de atenção;</p><p>a dinâmica adotada na sala de aula;</p><p>o abandono das famílias no processo de auxílio ao ensinar-</p><p>aprender;</p><p>as dificuldades físicas e emocionais de cada aluno;</p><p>a violência sofrida;</p><p>as condições das escolas.</p><p>Nesse sentido, abandonar a ideia de que a dificuldade de aprendizagem é só do aluno e analisar o processo</p><p>que limitou as expectativas da instituição é papel da equipe pedagógica multidisciplinar. Afinal, as novas</p><p>perspectivas teórico-metodológicas apresentam que nossas aprendizagens se dão também em tempos e</p><p>modos diferentes.</p><p>Cabe à equipe pedagógica multidisciplinar avaliar cada caso e agir de acordo com a especificidade.</p><p>A busca do desejo de aprender a aprender de todos para conseguir superar a dificuldade de aprendizagem a</p><p>partir de uma atitude pesquisadora do processo das ações escolares é a sua grande tarefa. A partir dos</p><p>resultados da pesquisa e sua análise, a equipe realizará relatórios e possíveis encaminhamentos aos peritos</p><p>para as intervenções. Enfim, o acompanhamento desses e de outros desafios, suas imbricações, deverá ser</p><p>objeto de estudo da equipe pedagógica</p>

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