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<p>JORNALISMO E SOCIEDADE</p><p>AULA 5</p><p>Prof. Guilherme de Carvalho e Prof. Mauri König</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Bem-vindo(a) a mais uma aula de nossa disciplina. Trataremos de</p><p>sociedade e pós-modernidade, que abrange o jornalismo atual, pensando em</p><p>como os jornalistas têm atuado frente às transformações em curso. Sobretudo,</p><p>as mudanças promovidas pela internet e tecnologia. Para isso, abordaremos:</p><p>1. O jornalismo comercial;</p><p>2. Meios alternativos de trabalho;</p><p>3. Tendências de mercado;</p><p>4. O jornalismo na era digital;</p><p>5. As inserções do jornalismo como profissão.</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>O jornalismo é uma atividade sensível às transformações da sociedade.</p><p>No livro Os meios de comunicação como extensões do homem, Mcluhan diz que</p><p>a inserção de qualquer nova tecnologia provoca uma reconfiguração no modo</p><p>como os seres humanos se relacionam entre si e com o mundo à sua volta.</p><p>Precisamos repensar o modo de fazer jornalismo porque as pessoas também</p><p>repensam os hábitos de consumo de informação.</p><p>Isso não significa que tudo muda da noite para o dia. Muito no jornalismo</p><p>é duradouro e pode ser definido por questões estruturais. Por exemplo, o fato de</p><p>que qualquer tipo de jornalismo possui certas especialidades que contribuem</p><p>para fazermos um trabalho com mais qualidade para cada público.</p><p>Nesta aula trataremos das questões relacionadas a esse mercado, para</p><p>ajudá-lo(a) a compreender melhor a área em que está se inserindo e para que</p><p>possa fazer suas escolhas na carreira profissional. Para iniciar o debate, vamos</p><p>refletir sobre uma questão que ajudará a desenvolver as ideias ao longo da aula:</p><p>pense em todas as áreas de atuação do jornalismo e liste aquelas em que você</p><p>se imagina atuando. Será que você conseguiu imaginar todas as possibilidades?</p><p>TEMA 1 – JORNALISMO COMERCIAL</p><p>Liga-se a uma proposta comercial, cuja produção de notícias objetiva a</p><p>venda. Portanto, é tudo aquilo publicado por empresas jornalísticas visando</p><p>obter lucro. Exemplos: Rede Globo, Record, Folha de S. Paulo, CBN, Bandnews.</p><p>3</p><p>Quando falamos em venda, podemos considerar as seguintes formas de</p><p>financiamento do jornalismo comercial:</p><p>• Venda de exemplares em bancas, no caso de impressos;</p><p>• Assinatura do site, impresso ou TV a cabo;</p><p>• Espaço publicitário para anunciantes, classificados;</p><p>• Espaço para publicação de editais;</p><p>• Informes publicitários (releases publicados como notícia);</p><p>• Notícia patrocinada (produzida pelo veículo, mas paga por terceiros);</p><p>• Informes institucionais (com caráter de prestação de serviço);</p><p>• Impostos e subvenções fiscais (pagas pelo Estado; dinheiro público).</p><p>É preciso diferenciar o jornalismo comercial do institucional. Este é</p><p>promovido por instituições que não necessariamente visam lucro, mas contam</p><p>com produção jornalística para promover temas de alguma associação, clube,</p><p>órgão governamental etc., que têm seu próprio veículo de comunicação. A TV</p><p>Câmara e a TV Justiça são exemplos disso.</p><p>Cabe distinguir ainda o jornalismo comercial do empresarial. Este tem</p><p>como objetivo a produção jornalística para atender às demandas de divulgação</p><p>de informações de uma empresa. Pode ser tanto para os funcionários como para</p><p>o público consumidor de serviços e/ou produtos dessa empresa. O objetivo é a</p><p>venda do produto ou serviço por meio do jornalismo.</p><p>Por fim, o jornalismo público – cívico ou cidadão – é aquele cujo interesse</p><p>não é o lucro. Na maior parte dos casos, sustenta-se de recursos do Estado e</p><p>produz conteúdo voltado para debates comunitários geralmente não tratados</p><p>pelo jornalismo comercial, pois não visam necessariamente a audiência. A TV</p><p>Brasil e a TV Cultura são exemplos, assim como a BBC inglesa.</p><p>Em síntese, o jornalismo comercial pode ser mais facilmente identificado</p><p>quando entendemos que a atividade-fim da empresa é o jornalismo, e que seu</p><p>objetivo principal é a obtenção de lucro, pois se trata de uma empresa privada.</p><p>No Brasil, o jornalismo comercial é o que tem maior audiência.</p><p>As empresas de comunicação constituem um grande sistema privado,</p><p>capaz de liderar as principais produções jornalísticas, em quantidade de</p><p>informações e qualidade das produções – sobretudo de equipamentos, recursos</p><p>audiovisuais e conteúdo promocional. Elas são o meio onde está a maior parte</p><p>dos postos de trabalho para jornalistas.</p><p>4</p><p>No jornalismo comercial há uma série especializações que fazem com que</p><p>se desenvolvam diferentes tipos de jornalismo para atender às demandas do</p><p>público. As empresas têm de pensar em estratégias de produção que</p><p>considerem diferentes perfis profissionais para a elaboração desses conteúdos.</p><p>TEMA 2 – ESPECIALIDADES DO JORNALISMO COMERCIAL</p><p>Veremos agora as características das principais especialidades</p><p>encontradas no jornalismo comercial.</p><p>2.1 Jornalismo político</p><p>Seu objeto de trabalho é composto por políticos ou envolve instituições</p><p>públicas. É o que mais tem abundância de informações e tem grande audiência.</p><p>Em geral, o jornalismo político gera mais notícias do que reportagens, mas boa</p><p>parte das reportagens publicadas no Brasil é proveniente do jornalismo político.</p><p>Assuntos que são notícia:</p><p>• Um ato do presidente da República;</p><p>• Escândalo de desvio de dinheiro público;</p><p>• Aprovação de um projeto de lei;</p><p>• Resultado das eleições;</p><p>• Campanha eleitoral de candidatos;</p><p>• Mudança de um ministro ou secretário.</p><p>2.1.1 Cotidiano do jornalista político</p><p>A rotina passa pelo acompanhamento de sessões em câmaras,</p><p>assembleias legislativas e Congresso Nacional, até o relacionamento cotidiano</p><p>com assessores de imprensa e políticos, leitura de editais e diários oficiais, além</p><p>do acompanhamento do que os outros jornalistas publicam.</p><p>2.1.2 Perfil do jornalista político</p><p>Em geral, são jornalistas mais experientes. Exige o estudo do assunto, da</p><p>história de sua cidade, de seu estado, do país e da geopolítica mundial. É preciso</p><p>ter malícia e jogo de cintura para não ser manipulado por políticos e partidos.</p><p>5</p><p>Saiba mais</p><p>Veja um exemplo de notícia política em:</p><p>.</p><p>2.2 Jornalismo econômico</p><p>Muitas vezes está associado ao jornalismo político, pois a economia</p><p>depende muito de decisões políticas. A diferença é que no jornalismo econômico</p><p>há uma preocupação maior com números e sua “tradução”. Exige especialização</p><p>que inclua a compreensão de dados estatísticos e cálculos, sem deixar de</p><p>abordar como isso afeta a vida das pessoas, empresas e a economia.</p><p>Assuntos que são notícia:</p><p>• Datas comemorativas de compras (Natal, Dia das Crianças etc.);</p><p>• Variação do câmbio e bolsas;</p><p>• Decisões políticas como redução ou aumento de juros;</p><p>• Valor de cesta básica;</p><p>• Variação da produção industrial;</p><p>• Vendas no comércio;</p><p>• Volume da produção agrícola;</p><p>• Transações comerciais entre grandes empresas.</p><p>2.2.1 Cotidiano do jornalista econômico</p><p>Faz parte da rotina acompanhar cotações de bolsas de valores e a</p><p>variação das moedas a partir dos institutos especializados; acompanhar</p><p>decisões políticas que interferem na economia, dados de institutos de pesquisa</p><p>como o Ipea, IBGE, Dieese, índices de inflação, entre outros; e ler editais e</p><p>demonstrativos financeiros de empresas.</p><p>2.2.2 Perfil do jornalista econômico</p><p>Precisa gostar de números e se especializar na área. É um jornalismo</p><p>mais técnico que o político, pois exige compreensão maior de certos termos da</p><p>área, além de boa análise dos dados que torne tudo isso compreensível.</p><p>6</p><p>Saiba mais</p><p>Veja um exemplo de notícia de economia neste link:</p><p>.</p><p>2.3 Jornalismo policial</p><p>Voltado para a cobertura de crimes como assassinatos, roubos, dados da</p><p>violência. Nele é mais comum uma cobertura</p><p>sensacionalista. É um tipo de</p><p>conteúdo que chama a atenção do público mais popular.</p><p>Assuntos que são notícia:</p><p>• Mortes provocadas por assassinato;</p><p>• Grandes roubos, como assaltos a bancos;</p><p>• Variação da quantidade de crimes por períodos;</p><p>• Crimes envolvendo empresas ou políticos corruptos.</p><p>2.3.1 Cotidiano do jornalista policial</p><p>Uma das tarefas mais comuns é a “ronda”, na qual o jornalista acompanha</p><p>o cotidiano de delegacias à espera da prisão de acusados ou alguma ação</p><p>policial. Os delegados e policiais são as principais fontes de informação.</p><p>2.3.2 Perfil do jornalista policial</p><p>Precisa ter senso de justiça e cuidado para não prejulgar alguém, e estar</p><p>sempre preparado para a cobertura de um caso, pois a conclusão de uma</p><p>investigação policial pode se dar a qualquer momento.</p><p>Saiba mais</p><p>Veja este exemplo de notícia policial:</p><p>.</p><p>2.4 Jornalismo de cotidiano</p><p>Fala dos acontecimentos do dia a dia: alguém que realizou algo inusitado,</p><p>um problema do bairro ou algo relacionado à cidade, ou algo a respeito da vida</p><p>de alguém conhecido. São fatos corriqueiros, mas que chamam a atenção.</p><p>7</p><p>Assuntos que são notícia:</p><p>• Um prêmio da loteria;</p><p>• A mudança no hábito de consumo de uma comunidade;</p><p>• A realização de protestos e greves;</p><p>• Um problema de alagamento;</p><p>• Mudanças no trânsito.</p><p>2.4.1 Cotidiano do jornalista de cotidiano</p><p>Os assuntos normalmente chegam ao jornalista por meio de assessorias</p><p>de imprensa ou denúncias do cidadão, além de redes sociais, sites e e-mails.</p><p>Inclui a divulgação de notícias de serviço.</p><p>2.4.2 Cotidiano do jornalista de cotidiano</p><p>Tem de gostar de pessoas e precisa ter feeling para saber o que rende</p><p>uma boa história que chamará a atenção das pessoas e que vale a pena ser</p><p>contada. A rotina de trabalho é mais surpreendente do que nos outros tipos de</p><p>jornalismo. Também é importante conhecer o funcionamento das instituições.</p><p>Saiba mais</p><p>Confira este exemplo de notícia de cotidiano (reportagem):</p><p>.</p><p>2.5 Jornalismo cultural</p><p>Voltado à cobertura de eventos e manifestações culturais ou artísticas,</p><p>trata-se de um jornalismo mais refinado, geralmente para um público mais crítico.</p><p>O texto geralmente recorre a aspectos literários. Alguns contestam, mas no</p><p>jornalismo cultural também pode ser incluído o jornalismo de entretenimento,</p><p>como as fofocas dos famosos ou informações sobre a programação da televisão.</p><p>Assuntos que são notícia:</p><p>• Exposições, peças de teatro, livros, filmes;</p><p>• Entrevista com um ator ou escritor;</p><p>• Festa que reúne famosos.</p><p>8</p><p>2.5.1 Cotidiano do jornalista cultural</p><p>A maior parte das informações sobre cultura vêm das assessorias de</p><p>imprensa, mas é essencial que o jornalista acompanhe as produções artísticas</p><p>para compreender do que se trata. Conversar com artistas e intelectuais é</p><p>também importante para estabelecer confiança e obter informações.</p><p>2.5.2 Perfil do jornalista cultural</p><p>Este profissional precisa ter senso crítico para as artes. Deve ler, assistir</p><p>filmes, conhecer músicas e bandas. Enfim, é preciso gostar de arte.</p><p>Saiba mais</p><p>Veja este exemplo de notícia cultural (resenha):</p><p>.</p><p>2.6 Jornalismo esportivo</p><p>Aqui destaca-se a cobertura de eventos como jogos de futebol,</p><p>Olimpíadas, cotidiano de clubes, vida de atletas etc. No Brasil, o futebol domina</p><p>cerca de 80% da cobertura jornalística, resultado da preferência dos brasileiros</p><p>pelo esporte.</p><p>Assuntos que são notícia:</p><p>• Partidas de futebol, vôlei, basquete etc.;</p><p>• Negociação de jogadores;</p><p>• Entrevistas com atletas;</p><p>• Feito inédito de um atleta, como a quebra de recorde;</p><p>• Organização de um torneio ou campeonato;</p><p>• Bastidores de um clube ou de uma seleção.</p><p>2.6.1 Cotidiano do jornalista esportivo</p><p>Em geral, os fatos são acessíveis porque os acontecimentos são visíveis,</p><p>caso de uma partida ou disputa. Também é preciso acompanhar o dia a dia de</p><p>um clube, manter relação próxima com atletas, dirigentes e assessores de</p><p>imprensa de clubes para procurar informações de interesse do torcedor.</p><p>9</p><p>2.6.2 Perfil do jornalista esportivo</p><p>Geralmente tem que abrir mão dos finais de semana, já que boa parte das</p><p>atividades é aos sábados e domingos. Em geral, é uma área mais previsível.</p><p>Saiba mais</p><p>Exemplo de notícia esportiva: .</p><p>Há outras especializações, como o jornalismo científico, o internacional,</p><p>de entretenimento, de meio ambiente etc.; mas a especialidade no jornalismo</p><p>não significa que os temas não sejam abordados em diferentes editorias. É</p><p>comum, por exemplo, questões políticas serem publicadas nas sessões de</p><p>jornalismo policial. Ou o jornalismo esportivo trazer questões de economia.</p><p>Tabela 1 – Tipos de jornalismo e características</p><p>Gêneros</p><p>mais</p><p>comuns</p><p>Audiência</p><p>Acesso à</p><p>informação</p><p>Frequência</p><p>de furos</p><p>Variedade</p><p>de</p><p>assuntos</p><p>Temporalidade</p><p>do assunto</p><p>Político</p><p>Notícia,</p><p>reportagem</p><p>e opinião</p><p>Alta Moderado Alta Baixa Quente</p><p>Econômico</p><p>Notícia,</p><p>reportagem</p><p>e opinião</p><p>Moderada Baixo Baixa Moderada Quente</p><p>Policial</p><p>Notícia e</p><p>reportagem</p><p>Alta Baixo Moderada Baixa Quente</p><p>Cotidiano</p><p>Notícia e</p><p>crônica</p><p>Moderada Alto Baixa Alta Morna</p><p>Cultural</p><p>Notícia,</p><p>entrevista,</p><p>resenha e</p><p>crônica</p><p>Baixa Alto Baixa Moderada Fria</p><p>Esportivo</p><p>Notícia e</p><p>comentário</p><p>Alta Alto Baixa Baixa Quente</p><p>TEMA 3 – JORNALISMO ALTERNATIVO</p><p>Se para o jornalismo comercial a notícia é produzida visando lucro, no</p><p>jornalismo alternativo é exatamente o contrário. Ao definir conceitualmente a</p><p>práxis do jornalismo alternativo, Dennis de Oliveira (2009, p. 6) diz que ele:</p><p>perspectiva a reconstrução da esfera pública a partir dos valores da</p><p>igualdade de oportunidades, da equidade, da democracia radical e da</p><p>subordinação dos interesses econômico-privados aos interesses</p><p>coletivos. [...] passa pela abertura dos espaços midiáticos a todos os</p><p>segmentos sociais, rompendo com o cerco da agenda de fontes</p><p>oficiais, pela plena referência na produção das informações no sujeito-</p><p>cidadão e não no sujeito-consumidor.</p><p>10</p><p>A percepção do jornalismo alternativo como oposição está muito</p><p>associada à realidade latino-americana, na qual as contradições sociais são</p><p>mais evidentes. Num sentido mais amplo, podemos considerar como alternativo</p><p>todo o jornalismo que não visa lucro, mas não apenas isso. Ele se legitima pela</p><p>“apresentação de novas possibilidades de ambiências” (Oliveira, 2009, p. 7).</p><p>Propõe uma forma de percepção da realidade diferenciada do jornalismo</p><p>comercial.</p><p>O jornalismo voltado a sindicatos, ONGs, comunidades e movimentos</p><p>sociais se enquadra nesta perspectiva, mas a simples oposição não garantiria a</p><p>legitimidade das informações. É preciso tornar público o que é omitido pela</p><p>mídia.</p><p>Isso inclui não somente a seleção de temas que serão transformados em</p><p>notícia, mas também a maneira de narrar os fatos. As fontes de informação são</p><p>aquelas que não foram consultadas pelos veículos comerciais, por exemplo.</p><p>Veja uma tabela com as diferenças entre jornalismo comercial e alternativo:</p><p>Tabela 2 – Jornalismo comercial versus alternativo</p><p>Comercial Alternativo</p><p>Temas Comuns Alternativos</p><p>Audiência Massiva Segmentada</p><p>Financiamento Anúncios comerciais Fundações e financiamento coletivo</p><p>Fontes Oficiais Oficiosas</p><p>Objetivo(s) Lucro Mudanças de comportamento</p><p>Profissionais Remunerados Algumas vezes remunerados</p><p>Produção Prioriza quantidade Prioriza qualidade</p><p>Proprietários Empresários Coletivo de jornalistas</p><p>Ativistas de movimentos sociais agora produzem seu próprio</p><p>conteúdo. É</p><p>a singularidade jornalística que o diferencia daquele feito por meios alternativos.</p><p>Não podemos confundir jornalismo com ativismo. Nem todo veículo que produz</p><p>conteúdo popular é alternativo, e o jornalismo só é alternativo quando estabelece</p><p>relações com a cultura popular, a partir de uma perspectiva crítica da sociedade.</p><p>Temas comuns do jornalismo alternativo:</p><p>• Direitos humanos;</p><p>• Questões ambienteis;</p><p>• Direitos de minorias;</p><p>• Política;</p><p>• Cultura.</p><p>11</p><p>As iniciativas disponíveis na internet são fruto de um tipo de jornalismo</p><p>que, no Brasil, se relaciona com a imprensa sindical do fim do século XIX, a</p><p>imprensa partidária da primeira metade do século XX e, mais recentemente,</p><p>revistas como Realidade e Caros Amigos, o jornal Brasil de Fato, entre outros.</p><p>Ganhou força com a potencialização da abrangência dos veículos, a</p><p>segmentação dos conteúdos e a redução dos custos (de produção e difusão).</p><p>Nívea Bona (2017, p. 209) diz que “o jornalismo alternativo também tentava dar</p><p>pluralidade ao que era, e ainda é, uma ditadura: a concentração dos veículos de</p><p>comunicação em pouquíssimas mãos”.</p><p>3.1 Atividade prática</p><p>Acesse o site dos veículos listados a seguir para compreender melhor o</p><p>que é jornalismo alternativo. Depois, procure em um site de jornalismo comercial</p><p>uma notícia sobre o mesmo assunto. Compare ambos, procurando identificar as</p><p>fontes de informação e as diferenças no texto e na abordagem.</p><p>• Agência Pública: ;</p><p>• Envolverde: ;</p><p>• Jornalistas Livres: ;</p><p>• Vice: ;</p><p>• Brasil de Fato: ;</p><p>• Repórter Brasil: ;</p><p>• Mídia Ninja: ;</p><p>• Carta Maior: .</p><p>O jornalismo alternativo enfrenta dois principais problemas:</p><p>1. Dificuldade de se consolidar e ter condições de concorrer com o</p><p>jornalismo comercial. Iniciativas têm conseguido espaço significativo, mas</p><p>ainda muito atrás da capacidade de comunicação do jornalismo</p><p>comercial. Tal dificuldade decorre da ausência de uma estratégia que</p><p>garanta sustentação financeira a estes veículos, que acabam sucumbindo</p><p>diante da falta de dinheiro.</p><p>2. Desvinculação de interesses políticos, de modo que esse tipo de</p><p>jornalismo se consolide não como um jornalismo a serviço de determinado</p><p>grupo político, mas que consiga atuar de maneira crítica e independente.</p><p>12</p><p>TEMA 4 – JORNALISMO NA ERA DIGITAL</p><p>As pessoas nunca tiveram tanto acesso à informação como agora. A</p><p>internet muda a maneira como as pessoas consomem informação, o que obriga</p><p>o jornalismo a se reorganizar. Algumas mudanças perceptíveis foram:</p><p>• Novos perfis profissionais;</p><p>• Novas questões trabalhistas;</p><p>• Novas narrativas;</p><p>• Fim das barreiras temporais e geográficas dos conteúdos;</p><p>• Nova exigência cidadã global;</p><p>• Novas formas de relacionamento decorrentes das tecnologias.</p><p>Com o acesso facilitado à informação e divulgação de conteúdo, alguns</p><p>acreditam que o jornalismo profissional perdeu importância. É preciso diferenciar</p><p>a produção amadora daquela realizada por profissionais. Os jornalistas, além de</p><p>capacitados para a atividade, dedicam seu tempo na apuração dos fatos, têm</p><p>domínio da técnica e conhecem os efeitos de uma informação.</p><p>Ao contrário dos amadores, estabelecem uma relação profissional com os</p><p>fatos. E apesar de qualquer pessoa poder difundir conteúdos pela internet, os</p><p>jornalistas ainda têm um papel socialmente legitimado e institucionalizado para</p><p>construir a realidade social como realidade pública e socialmente relevante.</p><p>Saiba mais</p><p>No Guarujá, litoral de São Paulo, uma mulher foi linchada e morta após</p><p>ser confundida com outra pessoa suspeita de matar uma criança num ritual de</p><p>magia negra. A comunidade se equivocou depois que o blog aparentemente</p><p>jornalístico “Guarujá alerta” divulgou a foto de uma mulher que se parecia com</p><p>ela. A notícia era falsa. Fabiane Maria de Jesus era inocente. Leia em:</p><p>.</p><p>O aumento de sites jornalísticos contrasta com a queda no faturamento</p><p>de veículos tradicionais. Os internautas têm substituído mídias convencionais –</p><p>televisão, rádio e impresso – para consumir conteúdos via internet.</p><p>Saiba mais</p><p>Segundo levantamento do site Poder360, com dados do Instituto</p><p>Verificador de Circulação (IVC), os 11 principais jornais brasileiros tiveram</p><p>13</p><p>redução na circulação média diária de 520 mil exemplares de 2015 a 2017. Mas</p><p>o acervo de seguidores de alguns jornais diários no Facebook em 2017 era este:</p><p>Folha: 5.954.066; Globo: 5.574.463; Estado: 3.711.606; Zero Hora: 2.572.606;</p><p>Valor Econômico: 982.096.</p><p>Nos Estados Unidos, a internet assumiu o primeiro lugar em faturamento.</p><p>“Em 2013, os investimentos em publicidade digital no país foram de US$ 42,8</p><p>bilhões, contra US$ 40,1 bilhões na televisão. O anúncio é um marco histórico,</p><p>e deve acelerar ainda mais o processo de erosão do faturamento dos meios de</p><p>comunicação tradicionais em todo o mundo” (Anderáos, 2014).</p><p>Ramonet (2012) fala de uma crise de identidade do jornalismo, resultado</p><p>do enfraquecimento de empresas de comunicação que detêm monopólios em</p><p>decorrência da crise do modelo de negócio do jornalismo. Principalmente porque</p><p>agora a difusão de informações não é mais privilégio exclusivo a jornalistas, está</p><p>disponível para qualquer pessoa com acesso à internet, segundo descrito pelo</p><p>conceito de prosumers (produtores + consumidores).</p><p>Os jornalistas estão mais “vigiados”. Um erro repercute rápido nas redes</p><p>sociais. O público tem mais acesso a informações e pode comparar conteúdos</p><p>publicados, sem falar de que quem vivenciou determinado fato pode desmentir</p><p>o jornalista na internet. Uma das saídas é tornar o público colaborador,</p><p>estabelecendo contato para receber sugestões de pauta, informações</p><p>adicionais, correções, entre outras ações que ajudam a aprimorar o trabalho.</p><p>Curiosidade</p><p>Assista a este vídeo e saiba mais sobre o novo público:</p><p>.</p><p>A exigência de uma produção em ritmo acelerado frente à concorrência –</p><p>aliada ao enxugamento das redações promovido pelas empresas que veem seu</p><p>negócio em crise, à precarização das condições de trabalho e aos novos hábitos</p><p>dos internautas – reduz a possibilidade de investigação e apuração dos fatos. O</p><p>resultado são coberturas superficiais, erros de informação e reprodução de</p><p>pautas já publicadas por outros veículos ou completamente irrelevantes.</p><p>O desafio do jornalismo comercial é encontrar um novo modelo de negócio</p><p>que substitua o modo tradicional de faturamento e que assegure a sustentação</p><p>financeira das empresas. Algumas tentativas demonstram que a saída está não</p><p>14</p><p>mais na publicação de conteúdo, mas na interação com pessoas que podem</p><p>contribuir para a produção de um jornalismo mais voltado ao interesse público.</p><p>Dica de filme</p><p>Underground, história do criador do WikiLeaks, Julian Assange, que</p><p>conseguiu informações sigilosas do serviço secreto dos EUA sobre a morte de</p><p>inocentes na Guerra do Golfo e divulgou para o mundo.</p><p>4.1 Fake News</p><p>O ambiente digital também trouxe problemas sérios para a sociedade e</p><p>que exigem uma atuação mais responsável do jornalismo. A disseminação de</p><p>informações falsas, as chamadas fake news são um dos problemas atuais que</p><p>tornam ainda mais relevante a atividade jornalística.</p><p>Uma definição possível para o termo é descrita por Carvalho (2019, p.</p><p>23): “As fake news, desse modo, são conteúdos com formato que imitam</p><p>notícias tradicionais e que são propagados sobretudo em ambientes digitais,</p><p>tendo como objeto histórias falsas/inventadas”. O conceito, no entanto, como</p><p>reconhece a pesquisadora, é contraditório, uma vez que a notícia, produzida</p><p>por jornalistas,</p><p>não comporta aspectos que não sejam verdadeiros ou deve</p><p>se opor aos propósitos de manipulação da realidade.</p><p>Ao trabalhar com os fatos, pressupõe a busca pela verdade. Do</p><p>contrário, não pode ser chamado de notícia. Assim, notícia falsa não existe.</p><p>Porém, o termo popularizou-se e passou a ser aplicado para identificar não</p><p>apenas conteúdos produzidos seguindo uma estética noticiosa, conforme os</p><p>preceitos do jornalismo, mas também para boatos, comentários,</p><p>declarações, entre outros conteúdos que passaram a circular em diferentes</p><p>plataformas.</p><p>A definição popular de fake news passou, recentemente, por uma</p><p>transformação. O termo fake news é agora comumente aplicado</p><p>para histórias enganosas, espalhadas de forma maliciosa por</p><p>fontes que se fingem legítimas1. (TORRES et al., apud MENESES,</p><p>2018, p. 49)</p><p>Assim, devemos diferenciar o erro, a distorção ou o equívoco</p><p>informativo a qual todos estão sujeitos, incluindo os jornalistas, da ação</p><p>deliberada e consciente de manipulação de dados para construção de</p><p>conteúdos com informações falsas cujo objetivo é provocar uma mudança de</p><p>pensamento ou reforçar determinadas posições com vistas a atender a</p><p>file:///C:/Users/92004190/Downloads/REVISADA%20-%20rota-pdf_fake%20news%20-%20Carvalho-Fort2021%20(1).docx%23_bookmark0</p><p>15</p><p>interesses particulares.</p><p>É possível apontar algumas características comuns nas chamadas</p><p>fake news. Em geral, podem ser identificadas pela capacidade de</p><p>persuasão, que faz com que pessoas sintam a necessidade de compartilhar</p><p>o conteúdo sem desconfiar da veracidade do que é apresentado. Isso ocorre</p><p>porque o conteúdo tenta parecer um relato verdadeiro.</p><p>As estratégias mais comuns envolvem:</p><p>• uso de informações falsas associadas a informações</p><p>verdadeiras e comprováveis;</p><p>• estabelecimento de relações lógicas de raciocínio, que</p><p>levam a conclusões possíveis;</p><p>• linguagem formal, sem erros ortográficos;</p><p>• uso de pressuposições que reforçam a verdade sobre</p><p>dados e outras informações que estariam públicas;</p><p>• nos casos de vídeos ou áudios, percebe-se a clareza do</p><p>texto e, também, alguma qualidade técnica na produção;</p><p>• citação de nomes de profissionais reconhecidos ou com</p><p>suposta autoridade no assunto, associados a declarações</p><p>contundentes;</p><p>• deslocamento espaço temporal de personagens ou</p><p>acontecimentos verdadeiros, mas utilizados em</p><p>contextos diferentes;</p><p>• manipulação de imagens, incluídos títulos de jornais</p><p>em conteúdos falsos ou pessoas em fotos.</p><p>Estas estratégias buscam transmitir credibilidade para quem acessa</p><p>os conteúdos provocando o chamado “efeito de real”. É o que move pessoas</p><p>a acreditarem e a compartilharem os conteúdos sem questionarem a</p><p>veracidade do que está sendo divulgado.</p><p>No âmbito da comunicação, observa-se a preocupação dos jornais</p><p>brasileiros para o combate à fake news por meio de iniciativas chamadas de</p><p>fact checking (checagem de fatos). Várias delas surgiram nos últimos anos</p><p>para realizar a apuração de informações, visando fomentar a credibilidade do</p><p>trabalho jornalístico e atender a uma demanda pública por verificação de</p><p>certos boatos.</p><p>16</p><p>TEMA 5 – DIFERENTES INSERÇÕES DO JORNALISMO COMO PROFISSÃO</p><p>Os jornalistas estão sendo obrigados a se adaptar a novas ferramentas</p><p>de comunicação, redes sociais e tecnologias. Com a internet, jornalistas mais</p><p>experientes perderam valor para a redação. É o resultado da mudança na fonte</p><p>de armazenamento de informações. No lugar do jornalista entra a Google, que</p><p>permite que a maior parte do trabalho jornalístico seja realizado online.</p><p>Mas não só os “cabelos brancos” estão ficando mais raros nas redações.</p><p>Os próprios jornalistas estão em menor número nas empresas, e a explicação é</p><p>simples. Com as tecnologias atuais e a internet, é possível produzir mais em</p><p>menos tempo. Tudo isso significa redução de custos, que faz com que empresas</p><p>reduzam a quantidade de jornalistas necessários para dar conta do recado.</p><p>Curiosidade</p><p>Está em desenvolvimento uma ferramenta de computador que usa</p><p>algoritmos para escrever notícias automaticamente. Significa que o próprio</p><p>computador já é capaz de escrever algo sem a necessidade de um ser humano:</p><p>.</p><p>Ao mesmo tempo em que a internet provoca inúmeras mudanças no</p><p>mercado e desenha um cenário de crise, há uma série de iniciativas que estão</p><p>surgindo e se desenvolvendo na internet, transformando-se em possibilidades</p><p>de carreira.</p><p>Curiosidade</p><p>Você já ouviu falar no “InteratoresUP!”? Ele tem uma série de exemplos</p><p>de iniciativas de jornalistas que estão inventando novas ferramentas ou dando</p><p>nova roupagem para a profissão: .</p><p>Hoje o jornalista tem a possibilidade de trabalhar nas redações em rádio,</p><p>televisão, impresso e internet. Em alguns casos, as empresas de comunicação</p><p>acabam atuando de maneira a convergir plataformas, o que faz com que o</p><p>jornalista tenha de entender não só de televisão ou de rádio, mas também o</p><p>funcionamento da internet, das redes sociais e de como geri-las.</p><p>No livro Jornalismo na sociedade, Nívea Bona (2017) aponta algumas</p><p>possibilidades de inserção do jornalista no mercado de trabalho. Veja quais são:</p><p>17</p><p>• Agências de notícias: para quem gosta de cobrir passeatas, guerras,</p><p>terremotos, ataques terroristas. É preciso estar disposto a trabalhar em</p><p>horários alternativos e ter fluência em pelo menos uma língua estrangeira.</p><p>• Correspondente internacional: precisa ter fluência na língua do país em</p><p>que trabalha, bem como conhecer a cultura e costumes locais. Tem de</p><p>estar atento ao que os veículos de comunicação do país estão veiculando.</p><p>• Clipping: para entrar “de mansinho” no mercado. Muitos profissionais</p><p>estão se dando bem montando empresas voltadas à produção de gráficos</p><p>para avaliar a imagem de seus clientes nos veículos de comunicação.</p><p>• Pauteiro: geralmente são jornalistas mais experientes, que já cobriram</p><p>assuntos variados. Ele faz a pré-apuração para facilitar o trabalho do</p><p>repórter, levantando dados e agendando entrevistas, por exemplo.</p><p>• Repórter: é a função mais glamorosa do jornalismo. É ele quem vai atrás</p><p>da notícia (também pode receber um brieffing do pauteiro).</p><p>• Editor: exige experiência. Decide o que irá ou não ser veiculado em sua</p><p>editoria, revisa o texto dos repórteres, derruba uma matéria, faz a</p><p>organização de como o conteúdo será apresentado ao público. Também</p><p>atua como gatekeeper, decidindo quais pautas serão produzidas ou não.</p><p>• Repórter fotográfico: em veículos menores, além de fotografar, também</p><p>produz o texto (ao menos um relatório para um repórter redigir depois).</p><p>• Repórter cinematográfico: capta as imagens para cobrir o off do repórter</p><p>de TV. Também há uma variação dessa atividade chamada de vídeo-</p><p>repórter, responsável por produzir a matéria toda (texto e imagens).</p><p>• Âncora ou apresentador: o primeiro tem mais liberdade para emitir</p><p>opinião sobre os assuntos veiculados. Em geral, sabem todas as notícias</p><p>que irão ao ar, editam as chamadas e organizam o espelho com o editor.</p><p>Muitas vezes eles próprios são os editores.</p><p>• Editor de conteúdo: presente nas mídias de internet, decide os pontos a</p><p>serem enfatizados, os hiperlinks a serem usados.</p><p>• Criadores de conteúdo: trabalham para as mídias sociais, produzem</p><p>pequenos vídeos informacionais sobre o bussines core (negócio central)</p><p>da empresa, instituição ou organização.</p><p>• Curadores de notícias: selecionam notícias por interesse ou assunto que</p><p>devem ser lidas por determinados públicos e colocam esses textos e</p><p>informações em um veículo específico ou entregam a clientes.</p><p>18</p><p>• Mediatraining: normalmente é o relações-públicas que faz o treinamento</p><p>para empresas, com grandes líderes e políticos em geral. Mas o jornalista</p><p>tem uma sensibilidade a mais: por ter trabalhado</p><p>em relações, tem</p><p>propriedade para preparar esse pessoal.</p><p>• Assessor de imprensa: sua missão é encontrar notícias da organização</p><p>e sugeri-las à imprensa como pauta.</p><p>O trabalho do jornalista não termina na publicação de uma notícia. Ele</p><p>precisa divulgar nas redes sociais, provocar o debate, gerir um post, monitorar a</p><p>interatividade e responder quando necessário, porque a notícia não termina na</p><p>sua primeira publicação. Na verdade, na internet, ela nunca tem fim.</p><p>No caso da assessoria, que apresenta hoje um mercado de trabalho em</p><p>expansão, se refere ao trabalho de comunicação desenvolvido também em</p><p>diferentes plataformas e que incluem atividades que vão além da produção de</p><p>notícias, mas que incluem o relacionamento com a imprensa, a produção de</p><p>conteúdos como vídeos, áudios e textos institucionais, a organização de eventos</p><p>como entrevistas coletivas, reuniões com imprensa, entre outras atividades nas</p><p>quais os jornalistas também constroem longas e sustentáveis carreiras.</p><p>O mais importante é ampliar o máximo possível o domínio teórico e técnico</p><p>de diferentes áreas para a atuação de modo que você esteja preparado(a) para</p><p>atuar em qualquer uma delas. Mas é fundamental que o jornalista atual domine</p><p>muito bem as ferramentas da internet e os equipamentos utilizados para</p><p>transmissão de informações. Esse será o futuro do jornalismo.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>O jornalismo é uma atividade profissional em constante adaptação. O futuro</p><p>jornalista precisa estar atento às transformações tecnológicas, mudanças nos</p><p>hábitos de consumo e a forma como as pessoas se relacionam a partir dessas</p><p>mudanças. Apesar disso, há questões que ainda permanecem imutáveis na</p><p>profissão. Entre elas, a responsabilidade com as informações.</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Agora vamos aplicar o conhecimento por meio de um exercício. Produza</p><p>uma notícia com base na sua realidade. Pode ser algo relacionado ao bairro onde</p><p>mora, o local onde trabalha ou que frequenta. Pense em um assunto que pode</p><p>19</p><p>interessar as pessoas em um desses círculos de contato. Depois, procure extrair</p><p>informações da própria internet e redija, incluindo título e uma imagem.</p><p>Publique em algum perfil seu numa rede social e compartilhe com os</p><p>amigos. Pode ser em formato de texto ou vídeo. Em caso de texto, não ultrapasse</p><p>os 500 caracteres, e, em caso de vídeo, não extrapole 1 minuto. Procure dar uma</p><p>cara de notícia para sua postagem. Vamos ver a repercussão?</p><p>FINALIZANDO</p><p>Você pôde notar que existem vários desafios para quem pretende seguir</p><p>na profissão. O principal é saber se adaptar às mudanças, sem deixar de lado a</p><p>qualidade da produção. Esses são requisitos fundamentais para garantir</p><p>credibilidade, e esta é a palavra-chave para qualquer jornalista.</p><p>Nesta aula vimos os diferentes tipos de jornalismo e as especialidades da</p><p>profissão. Falamos também de áreas de atuação geralmente pouco citadas, mas</p><p>nas quais existem grandes possibilidades. É o caso do jornalismo alternativo e de</p><p>tudo o que a internet propicia como espaço de produção e difusão de informações.</p><p>Nunca se teve tantas possibilidades como agora, diante das facilidades que</p><p>a internet e as tecnologias proporcionam e que contribuem para a aceleração das</p><p>trocas de informação entre pessoas. O jeito é acompanhar essas transformações,</p><p>sempre de olho no aperfeiçoamento para além de questões tecnológicas. É</p><p>preciso ter repertório, isto é, o jornalista precisa conhecer realidades,</p><p>presenciando-as, e não apenas ouvindo ou lendo sobre elas.</p><p>20</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AMARAL, M. Jornalismo popular. São Paulo: Contexto, 2006.</p><p>ANDERÁOS, R. Internet supera TV em faturamento publicitário nos EUA.</p><p>Observatório da Imprensa, 15 abr. 2014, ed. 794. Disponível em:</p><p>.</p><p>Acesso em: 14 fev. 2019.</p><p>BONA, N. C. Jornalismo na sociedade. Curitiba: InterSaberes, 2017.</p><p>CALDAS, S. Jornalismo econômico. São Paulo: Contexto, 2012.</p><p>COELHO, P. Jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2015.</p><p>F/RADAR. Pesquisa. 11. ed. Datafolha: 2012.</p><p>KUCINSKI, B. Jornalistas e revolucionários: nos tempos da imprensa</p><p>alternativa. São Paulo: Página Aberta, 1991.</p><p>MARTINS, F. Jornalismo político. São Paulo: Contexto, 2013.</p><p>MEIO e mensagem. Netflix pode investir em jornalismo. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 14 fev. 2019.</p><p>OLIVEIRA, D. Conceitos de jornalismo popular e alternativo. In: Curso de difusão</p><p>cultural em jornalismo popular e alternativo. Revista Ater jor, 2009. Disponível</p><p>em: . Acesso em: 14 fev.</p><p>2019.</p><p>PENA, F. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2013.</p><p>PIZA, D.. São Paulo: Contexto, 2013.</p><p>RAMONET, I. A explosão do jornalismo: das mídias de massa a massa de</p><p>mídias. São Paulo: Publisher Brasil, 2012.</p>

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