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<p>Letícia Couto - Tutoria D.</p><p>Problema 5: Desenvolvimento da Criança.</p><p>Objetivo 1: Compreender a fisiologia do</p><p>crescimento e desenvolvimento incluindo o</p><p>papel do GH:</p><p>- Classificação da infância segundo a</p><p>idade;</p><p>- os marcos de desenvolvimento (motor,</p><p>linguagem, cognição e</p><p>sócio-emocional);</p><p>- caderneta da criança;</p><p>- influência da família no</p><p>desenvolvimento.</p><p>Classificação da Criança:</p><p>● Neonato (0 - 28 dias)</p><p>● Lactente (29 dias a 12 meses)</p><p>● Infante (1 a 3 anos)</p><p>● Pré-escolar (3 anos a 6 anos)</p><p>● Escolar (7 anos a 11 anos)</p><p>● Pré-adolescente (10 a 13 anos)</p><p>● Adolescente (13 aos 18 anos)</p><p>Os principais marcos do desenvolvimento</p><p>neuropsicomotor infantil são: marcos motores,</p><p>marcos na linguagem expressiva, marcos na</p><p>linguagem receptiva e habilidades sociais.</p><p>● Recém-nascido: observa o rosto humano,</p><p>eleva a cabeça em decúbito ventral, reage</p><p>ao som, postura com pernas e braços</p><p>fletidos, cabeça lateralizada, reflexos</p><p>primitivos.</p><p>● 1º mês: sorri, abre mãos, vocalização,</p><p>movimenta os membros.</p><p>● 2 a 3 meses: responde ativamente ao</p><p>contato social, segura objetos, emite sons,</p><p>ri alto, levanta a cabeça e apoia-se nos</p><p>antebraços, de bruços.</p><p>● 4 a 5 meses: busca ativa de objetos, leva</p><p>objetos à boca, localiza o som e rola.</p><p>● 6 a 8 meses: brinca de “esconde-achou”,</p><p>transfere objetos entre as mãos, duplica</p><p>sílabas, senta sem apoio.</p><p>● 9 a 11 meses: imita gestos, pinça,</p><p>palavras incompreensíveis, engatinha,</p><p>anda com apoio.</p><p>● 12 a 14 meses: mostra o que quer e</p><p>executa gestos a pedido, coloca blocos na</p><p>caneca, fala uma palavra e anda sem</p><p>apoio.</p><p>A criança deve atravessar cada estádio segundo</p><p>uma sequência regular, ou seja, os estádios de</p><p>desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a</p><p>criança não for estimulada e motivada no devido</p><p>momento, ela não conseguirá superar o atraso do</p><p>seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento</p><p>infantil se dá à medida que a criança vai</p><p>crescendo e vai se desenvolvendo de acordo</p><p>com os meios onde vive e os estímulos deles</p><p>recebido.</p><p>O crescimento é influenciado por fatores</p><p>intrínsecos e extrínsecos, como a alimentação, a</p><p>saúde, a higiene, a habitação e os cuidados</p><p>gerais com a criança, que podem acelerar ou</p><p>restringir o processo.</p><p>Letícia Couto - Tutoria D.</p><p>O melhor método de acompanhamento do</p><p>crescimento infantil é o registro periódico do</p><p>peso, da estatura e do IMC da criança na</p><p>Caderneta de Saúde da Criança:</p><p>A avaliação do crescimento na rotina de atenção</p><p>à criança visa três aspectos fundamentais:</p><p>1. Detectar precocemente o que está</p><p>afetando o crescimento do paciente para</p><p>inferir e obter a sua recuperação.</p><p>2. Identificar as variações da normalidade,</p><p>tranquilizar a criança e a família, evitando</p><p>possíveis intervenções prejudiciais.</p><p>3. Identificar problemas que não podem ser</p><p>curados, mas minimizados, e prover apoio</p><p>ao paciente e à família ao lidar com as</p><p>dificuldades.</p><p>Objetivo 2: Discutir o papel do GH, onde é</p><p>produzido, sua atuação e sua regulação:</p><p>O GH, produzido na hipófise anterior, exerce sua</p><p>ação sobre o crescimento mediante regulação do</p><p>sistema IGF.</p><p>Os IGFs (IGF-1 e IGF-2) são fatores de</p><p>crescimento produzidos na maioria dos órgãos.</p><p>A velocidade de crescimento, elevada no primeiro</p><p>ano de vida pós-natal, desacelera gradualmente</p><p>e atinge valores estáveis por volta dos 4 anos de</p><p>idade.</p><p>Um novo período de elevada velocidade de</p><p>ganho estatural ocorre durante a puberdade,</p><p>seguido de nova desaceleração, à medida que a</p><p>maturação óssea se completa e o indivíduo</p><p>atinge sua estatura final.</p><p>O eixo GH-sistema IGF constitui a via final</p><p>mediante a qual a maioria dos fatores que atuam</p><p>no processo de crescimento exercem sua ação.</p><p>● O GH é produzido pelos somatotrofos da</p><p>hipófise anterior.</p><p>● A secreção hipofisária de GH tem controle</p><p>hipotalâmico, exercido pelo GHRH</p><p>(hormônio liberador do GH),</p><p>somatostatina e em menor intensidade</p><p>pela grelina.</p><p>Letícia Couto - Tutoria D.</p><p>● A secreção do GH ocorre em pulsos,</p><p>principalmente no início das fases III e IV</p><p>do sono, com meia-vida de</p><p>aproximadamente 20 minutos.</p><p>● Normalmente, ocorrem 6 a 10 pulsos</p><p>secretórios nas 24 horas, principalmente à</p><p>noite, com concentrações entre os pulsos</p><p>tão baixas quanto 0,04 μg/L.</p><p>● O GHRH e a grelina estimulam a</p><p>secreção de GH atuando mediante</p><p>receptores específicos distintos acoplados</p><p>à proteína G, enquanto a somatostatina</p><p>exerce ação inibitória.</p><p>● Os IGFs são produzidos na maioria dos</p><p>órgãos e dos tecidos do organismo, visto</p><p>que sua secreção ocorre à medida que</p><p>são produzidos, não existindo um órgão</p><p>de armazenamento.</p><p>Fatores estimulantes da produção do gh:</p><p>● jejum;</p><p>● esteróides sexuais (estrogênio e</p><p>testosterona);</p><p>● estresse;</p><p>● exercícios;</p><p>● tiroxina;</p><p>● glucagon;</p><p>● dopamina;</p><p>● hipoglicemia;</p><p>● estágios Ill e IV do sono;</p><p>● agonistas alfa-adrenérgicos.</p><p>Fatores inibitórios do gh:</p><p>● aumento da concentração de glicose;</p><p>● aumento da concentração de ácido graxo</p><p>livre;</p><p>● obesidade o senescência</p><p>(envelhecimento);</p><p>● somatostatina;</p><p>● somatomedinas;</p><p>● hormônio do crescimento;</p><p>● agonistas beta-adrenérgicos o gravidez.</p><p>Ações do GH:</p><p>● Estimula a lipólise;</p><p>● Estimula o sistema imunológico;</p><p>● Estimula o crescimento ósseo;</p><p>● Estimula a produção de IGF's;</p><p>● Estimula as células primárias ósseas;</p><p>● Estimula a síntese proteica;</p><p>● Aumenta a retenção de cálcio e a</p><p>mineralização óssea.</p><p>Objetivo 3: Reconhecer o desvio do</p><p>desenvolvimento e crescimento e os</p><p>principais fatores que podem alterar esse</p><p>padrão normal da criança:</p><p>- Baixa estatura, nanismo e gigantismo;</p><p>- padrão nutricional, desnutrição e seus</p><p>tipos (marasmo e kwashiorkor);</p><p>- obesidade e sobrepeso;</p><p>- distúrbios do desenvolvimento, atraso</p><p>da linguagem e paralisia cerebral.</p><p>Nanismo</p><p>● A maioria das causas de nanismo resulta</p><p>de deficiência generalizada da secreção</p><p>da hipófise anterior (pan-hipopituitarismo]</p><p>durante a infância.</p><p>● Todas as partes físicas do corpo se</p><p>desenvolvem em proporção adequada</p><p>entre si, mas o desenvolvimento está</p><p>muito reduzido, uma criança com 10 anos</p><p>de idade pode apresentar o</p><p>desenvolvimento corporal de uma criança</p><p>com idade de 4 a 5 anos.</p><p>● Uma pessoa portadora de nanismo por</p><p>pan-hipopituitarismo não entra na</p><p>puberdade e não secreta quantidades</p><p>suficientes de hormônios gonadotrópicos</p><p>para desenvolver as funções sexuais</p><p>adultos.</p><p>● O pigmeu africano e o anão de</p><p>Lévi-Lorain, possuem a secreção do</p><p>hormônio do crescimento normal ou</p><p>elevada, mas são incapazes,</p><p>hereditariamente, de produzir</p><p>somatomedina C, que é a etapa-chave</p><p>para a promoção do crescimento pelo</p><p>hormônio do crescimento.</p><p>Gigantismo</p><p>● As células acidofilicas produtoras do</p><p>hormônio do crescimento da hipófise</p><p>ficam excessivamente ativas e, às vezes,</p><p>até mesmo tumores acidofilicos ocorrem</p><p>na glândula. Como consequência, são</p><p>produzidas grandes quantidades de</p><p>hormônio do crescimento.</p><p>● Todos os tecidos do corpo crescem</p><p>rapidamente, inclusive os ossos. Se a</p><p>condição ocorrer antes da adolescência,</p><p>antes que a fusão das epífises dos ossos</p><p>longos ocorra, o tamanho aumenta, de</p><p>Letícia Couto - Tutoria D.</p><p>modo que a pessoa se torna um gigante,</p><p>com até 2,43 metros de altura.</p><p>● Em geral, desenvolvem diabetes, pois</p><p>apresentam hiperglicemia, e as células</p><p>beta das ilhotas de Langerhans no</p><p>pâncreas costumam degenerar porque se</p><p>tornam hiperativas.</p><p>Acromegalia</p><p>● Diferentemente do gigantismo, na</p><p>acromegalia, um tumor acidofilico ocorre</p><p>depois da adolescência, ou seja, depois</p><p>da fusão das epífises dos ossos longos, o</p><p>paciente não pode crescer mais, mas os</p><p>ossos ficam mais espessos e os tecidos</p><p>moles continuam a crescer.</p><p>● O aumento é, especialmente, acentuado</p><p>nos ossos das mãos e dos pés e nos</p><p>ossos membranosos, incluindo o crânio, o</p><p>nariz, as bossas na testa, os sulcos supra</p><p>orbitários, a maxila inferior e as porções</p><p>das vértebras, porque seu crescimento</p><p>não cessa na adolescência.</p><p>Baixa estatura</p><p>A Baixa Estatura Idiopática é definida como uma</p><p>estatura menor que menos dois desvios padrões</p><p>para a idade cronológica, peso e comprimento ao</p><p>nascer maior que menos dois desvios padrões</p><p>para a idade gestacional, ausência de patologia</p><p>pediátrica crônica, ausência de patologia</p><p>endócrina, proporções</p><p>corporais normais, ingesta</p><p>alimentar adequada, ausência de alterações</p><p>psicossociais e velocidade de crescimento</p><p>normal.</p><p>A baixa estatura patológica se subdivide em</p><p>proporcional e desproporcional.</p><p>● Patológica desproporcional: inclui o</p><p>raquitismo e as displasias ósseas,</p><p>valorizando a importância da avaliação</p><p>das proporções corporais.</p><p>● Patológica proporcional: subdivide-se em</p><p>de origem pré-natal e de origem pós-natal.</p><p>● A de origem pré-natal: inclui o Retardo de</p><p>Crescimento Intrauterino (RCIU), as</p><p>síndromes dismórficas e as</p><p>cromossomopatias como síndrome de</p><p>Turner, Down, Russel-Silver, Noonan,</p><p>entre outras.</p><p>● A de origem pós-natal inclui as patologias</p><p>dos diversos sistemas do nosso</p><p>organismo (cardíaco, gastrointestinal,</p><p>renal, pulmonar etc), psicossocial,</p><p>nutricional e as endocrinopatias.</p><p>Baixa Estatura Familiar (BEF): existe um padrão</p><p>genético de baixa estatura, velocidade de</p><p>crescimento normal e idade óssea compatível</p><p>com a idade estatural, com prognóstico final de</p><p>estatura compatível com o padrão familiar.</p><p>Retardo Constitucional do Crescimento e</p><p>Puberdade (RCCP): o padrão familiar de estatura</p><p>não é baixo, a idade óssea está atrasada, o ritmo</p><p>de crescimento é normal e, em função da</p><p>maturação óssea lenta, o prognóstico final de</p><p>estatura, pela puberdade tardia, é adequado e</p><p>compatível com o padrão familiar.</p><p>Desnutrição</p><p>A desnutrição pode originar-se de forma:</p><p>● Primária: baixo nível socioeconômico</p><p>(pobreza, privação nutricional, más</p><p>condições ambientais levando a infecções</p><p>e hospitalizações frequentes, baixo nível</p><p>educacional e cultural, negligência, falta</p><p>de amamentação, privação afetiva). Neste</p><p>caso, a correção da dieta bastará para</p><p>que se obtenha a cura.</p><p>● Secundária: apesar de haver oferta</p><p>existem outros fatores que impedem a</p><p>ingestão e absorção dos alimentos</p><p>(má-absorção, estenose do piloro, ou</p><p>aumentam a sua necessidade)</p><p>hipertireoidismo. Sua evolução estará na</p><p>dependência da doença que a ocasionou.</p><p>● Mista: situação em que os dois</p><p>mecanismos estão envolvidos.</p><p>Letícia Couto - Tutoria D.</p><p>Marasmo: consequência da alimentação pobre</p><p>em carboidratos e gordura, e não causa retenção</p><p>de líquidos e inchaço no corpo.</p><p>Kwashiorkor: caracterizado pela ingestão</p><p>inadequada de proteínas, na presença de</p><p>consumo calórico adequado, causando inchaço</p><p>no corpo.</p><p>Marasmo-Kwashiorkor: a origem pode ser de</p><p>um marasmo que entrou em déficit proteico ou</p><p>um Kwashiorkor que passou a sofrer déficit</p><p>energético. Estão presentes: retardo da estatura,</p><p>do desenvolvimento neuro psicomotor e queda</p><p>da resistência imunológica.</p><p>Obesidade e sobrepeso</p><p>● Obesidade central: associada ao</p><p>surgimento de doenças metabólicas.</p><p>● Obesidade periférica ou ginecóide: danos</p><p>mais estéticos.</p><p>Distúrbios do desenvolvimento: atraso da</p><p>linguagem e paralisia cerebral.</p><p>Paralisia cerebral</p><p>A paralisia cerebral não é uma doença e sim um</p><p>conjunto de sintomas resultantes de</p><p>malformações cerebrais ou danos às partes do</p><p>cérebro que controlam os movimentos</p><p>musculares (áreas motoras).</p><p>Ela resulta de malformações cerebrais que</p><p>ocorrem antes do nascimento durante a época</p><p>em que o cérebro está se desenvolvendo, ou de</p><p>danos cerebrais que ocorrem antes, durante ou</p><p>logo após o nascimento.</p><p>Há uma grande variação nas formas como ela se</p><p>apresenta, estando diretamente relacionadas à</p><p>extensão do dano neurológico: lesões mais</p><p>extensas do cérebro tendem a causar quadros</p><p>mais graves.</p><p>As alterações da parte motora incluem:</p><p>● problemas na marcha (como paralisia das</p><p>pernas);</p><p>● hemiplegia (fraqueza em um dos lados do</p><p>corpo, alterações do tônus muscular</p><p>espasticidade caracterizada por rigidez</p><p>dos músculos);</p><p>● distonia (contração involuntária dos</p><p>membros).</p><p>As alterações cognitivas incluem:</p><p>● problemas na fala, no comportamento, na</p><p>interação social e no raciocínio. Os</p><p>pacientes também podem apresentar</p><p>convulsões.</p><p>Causas:</p><p>● Esses problemas incluem a falta de</p><p>oxigênio durante o parto, infecções e</p><p>lesões cerebrais.</p><p>● Infecções como a rubéola, toxoplasmose,</p><p>infecção pelo vírus Zika ou infecção por</p><p>citomegalovírus durante a gestação.</p><p>● Concentrações elevadas de bilirrubina no</p><p>sangue podem dar origem a uma forma</p><p>de lesão cerebral denominada</p><p>Kernicterus, que pode causar paralisia</p><p>cerebral.</p><p>● Durante os primeiros dois anos de vida,</p><p>doenças graves, como a inflamação dos</p><p>tecidos que revestem o cérebro</p><p>(meningite), infecção grave na corrente</p><p>sanguínea (sepse), lesões e desidratação</p><p>grave podem causar lesões cerebrais e</p><p>resultar em paralisia cerebral.</p>

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