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<p>MERCADO DE CAPITAIS</p><p>UNIDADE 1 TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS ECONÔMICOS</p><p>O mercado de capitais permite aos agentes interessados (principalmente empresas e Governo) captar recursos dos investidores e distribuir valores imobiliários conforme a dinâmica da própria economia. Isso permite a transferência de recursos monetários entre agentes investidores para os agentes que estão precisando de recursos monetários para diversos fins.</p><p>ECONOMIA POSITIVA E NORMATIVA</p><p>A economia positiva analisa fatos para descrevê-los e assim conseguir responder aos questionamentos sobre o assunto. Mostra como o mundo é. Já a economia normativa, analisa as condições econômicas do momento para levantar uma série de oposições que envolvem juízos de valor. Mostra como o mundo deveria ser.</p><p>LIGAÇÃO DO FLUXO MONETÁRIO DA ECONOMIA COM O MERCADO DE CAPITAIS</p><p>O fluxo monetário depende de moeda para conseguir se manter tanto nos mercados de bens/serviços como no mercado dos fatores da produção. Logo, a eficiente dinâmica dessa “moeda” em grande parte dependerá do mercado de capitais.</p><p>INDICADORES MACROECONÔMICOS RELEVANTES AO MERCADO DE CAPITAIS</p><p>Entre os mais relevantes, tem-se: o Produto Interno Bruto (PIB), índices de inflação (principalmente IPCA e IGP-M), taxa básica de juros (Selic), taxa de câmbio, taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e a taxa referencial (TR).</p><p>PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)</p><p>É a soma das riquezas geradas durante um período por região, a nível Brasil ou Internacional. Medido de várias perspectivas, pelo nível da renda do país, pelos fatores da produção, pelas despesas geradas. O PIB Nominal informa o crescimento em termos correntes durante um período. O PIB Real informa a riqueza real de um período, ou seja, a taxa do PIB Nominal descontando a inflação do período.</p><p>ÍNDICES DE INFLAÇÃO</p><p>A inflação é o índice que mede a perda do poder de compra. No Brasil, os principais medidores estão os índices IPCA, o IGP-M.</p><p>- Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): Indicador com abrangência nacional, divulgado pelo IBGE, utilizado pelo Banco Central como parâmetro para verificação dos objetivos do Regime de Metas de Inflação. A desagregação oficial é a seguinte: alimentação e bebidas (peso de 22,7%), habitação (peso de 16,4%), artigos de residência (peso de 5,7%), vestuário (peso de 5,4%), transportes (peso de 21,4%), saúde e cuidados pessoais (10,6%), despesas pessoais (9,4%), educação (4,8%) e comunicação (3,6%).</p><p>- Índice de Preços do Mercado (IGP-M): Realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é feita por meio da medição de preços dos grandes setores da atividade econômica, registrando a inflação desde matérias-primas, atividade agrícola e industrial até chegar ao índice de preços de consumo final. É feita uma média ponderada da junção de três grandes índices de abrangência nacional: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) – 60%; Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) – 30%; Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) – 10%.</p><p>TAXA DE CÂMBIO</p><p>É o valor relativo da moeda nacional x outras moedas dos países com os quais o Brasil possui relações comerciais. Existem várias cotações de US$ conforme os agentes que atuam nesse mercado, mas a cotação oficial é do Banco Central, conhecida como PTAX.</p><p>INFLUÊNCIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS NA POSIÇÃO CAMBIAL</p><p>Em termos monetários, todas as atividades comerciais e financeiras que o país faz ficam registradas na conta nacional conhecida como Balanço de Pagamentos. O resultado dessas movimentações é o saldo líquido do Balanço de Pagamentos, que alimenta as Reservas Internacionais quando esse saldo líquido for positivo e, quando negativo, vai reduzi-la. Quanto melhor for o posicionamento das Reservas Internacionais, maior estabilidade traz à taxa de câmbio. Entre os fatores mais importantes das oscilações do saldo líquido de divisas, são a Balança Comercial e a movimentação de capitais entrando e saindo do país.</p><p>Política Cambial</p><p>As reservas internacionais é uma ferramenta para aplicações da política cambial dos países. O país pode decidir como interagir com o resto do mundo, executada pelo governo e podendo ser feita por meio de três modelos:</p><p>- TAXA CAMBIAL FLUTUANTE: O país deixa o valor da moeda flutuar conforme as próprias forças do mercado cambial atuantes. Podendo ser feita pelo:</p><p>· Saldo líquido do Balanço de Pagamentos e o posicionamento das reservas Internacionais;</p><p>· Expectativas econômicas da própria dinâmica desse saldo líquido do Balanço de Pagamentos: Essas expectativas possuem fatores internos da própria economia e política nacional e fatores externos do resto do mundo.</p><p>- TAXA CAMBIAL FIXA: Permite ao país segurar choques drásticos vindos das forças do mercado de câmbio, onde, uma taxa fixa é implantada por um prazo determinado para cumprir finalidades específicas. No curto prazo pode dar certo, mas no longo prazo é improvável. Com ou sem fixação de taxas cambiais, no longo prazo as forças do mercado tomam conta das posições cambiais.</p><p>- POLÍTICA CAMBIAL SUJA: Consiste em deixar flutuar a taxa de câmbio entre duas grandes bandas, que possuem um teto máximo, onde a moeda nacional pode se desvalorizar; e um piso mínimo, onde a moeda nacional pode se valorizar. Fora dessa banda, o Banco Central pode intervir no mercado de câmbio, servindo como um amortizador, até deixar as forças do mercado determinarem o percurso do câmbio, mas minimizando o impacto. O apoio para fazer isto são as reservas internacionais, executando intervenções no mercado, por meio de compra e venda de divisas (moeda estrangeira).</p><p>TÓPICO 2 - TAXA BÁSICA DE JUROS – SELIC</p><p>As taxas de juros se estabelece conforme a oferta de emprestar e demanda. Em economias bem estruturadas, a taxa de juros da dívida pública é a taxa básica, pois é a partir dessa taxa é que o risco vai aumentando, logo, aumentando o custo dos juros. No Brasil acontece igual e essa taxa é conhecida como Taxa Básica Selic, onde, determina o custo financeiro dos títulos públicos. O Governo por meio do Banco Central (BACEN), possui a capacidade de nortear a taxa mínima da economia brasileira em função de uma série de fatores macroeconômicos, tais como:</p><p>- Pressões inflacionárias: O BACEN pode aumentar a taxa Selic para restringir o giro monetário e assim reduzir a inflação.</p><p>- Redução da atividade econômica e desemprego: O BACEN pode reduzir as taxas de juros para incentivar o giro monetário e ajudar a atividade econômica a se recuperar.</p><p>- Aumento da taxa de juros básica do FED (Federal Reserve) nos Estados Unidos: Se a maior economia do mundo está prevendo pressões inflacionárias no seu país, esse pode aumentar sua taxa básica, logo, todas as economias do mundo deverão ponderar isso em função de sua própria dinâmica. Marcando uma tendência de alta das taxas básicas dos juros na maioria dos países, caso contrário as moedas locais poderiam sofrer uma desvalorização.</p><p>SELIC META E TAXAS DE MERCADO</p><p>- TAXA SELIC META: O Bacen, através do Copom (Comitê de Política Monetária do Bacen), define a cada dois meses a Taxa Selic Meta, por meio de equações algébricas, levando em consideração a comparação entre inflação esperada e a meta de inflação, entre o produto potencial e o real, além de outras variáveis, como o câmbio. Quando esta aumenta e supera a meta de inflação para o ano, o Copom aumenta os juros. Essas ações do Banco Central possuem uma série de impactos na economia real, sobre os quais deve ponderar o custo de oportunidade de suas ações.</p><p>- TAXA DE CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS INTERBANCÁRIOS (CDI): No caso dos bancos comerciais, existe a taxa CDI, que calcula a taxa média das operações entre instituições financeiras, que possuem um nível de risco maior que a Taxa Selic, logo, possuem uma taxa um pouco maior. A taxa CDI fica entre a taxa Selic e a taxa média com que os bancos emprestam seus recursos, isto é, o spread bancário. Quando os bancos estão sem problemas de liquidez, a taxa do CDI médio fica bem próxima à Selic, mas quando o setor bancário começa a apresentar sintomas de iliquidez, essa diferença entre a Selic</p><p>e a CDI aumenta drasticamente.</p><p>CONCEITOS BÁSICOS DE CÁLCULO FINANCEIRO PARA O MERCADO DE CAPITAIS</p><p>TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) E RETORNO DO CAPITAL</p><p>É a taxa que os investidores estão dispostos a aceitar em função do nível de risco e rendimento desejado. É a taxa base referencial para análise do Custo de Oportunidade entre diversas opções de rendimentos financeiros.</p><p>OPERAÇÕES DE CURTO PRAZO, JUROS COMPOSTOS E PONDERAÇÃO</p><p>- A maioria dos Certificados de Depósitos Bancários (CDB) é de curto prazo e o conceito de juros simples é para apurar aplicações de curto prazo mesmo.</p><p>- Grande parte dos valores de investimentos ao redor de mundo vem dos fundos de investimentos, os quais administram planos de investimento de pequenos investidores e de administradores de fundos de aposentados. Sendo que o cálculo financeiro desses rendimentos é feito por meio da metodologia de capitalização composta.</p><p>- Na negociação de títulos de valor, na maioria das vezes é negociada uma carteira de valores que possuem valores e datas de vencimentos diferentes, nesses casos, aplica-se o conceito de ponderação de carteira.</p><p>TÓPICO 3 - ANÁLISE COMPARATIVA DE VALORES MOBILIÁRIOS</p><p>Valores mobiliários são documentos emitidos por entidades públicas ou privadas. Compostos por um conjunto de direitos e deveres aos titulares e que podem ser comprados e vendidos.</p><p>Benchmark financeiro é a dinâmica de análise financeira de várias opções de investimentos a serem comparadas com um referencial de investimento, mensurando os desempenhos conforme um referencial de mercado para a escolha mais correta para seus interesses, riscos ponderados e necessidades de rendimento. Esse acompanhamento comparativo é determinado por meio de índices de desempenho estabelecidos pela própria economia e mercado financeiro:</p><p>- Para produtos de investimentos que buscam acompanhar as taxas de juros vigentes no mercado, um bom benchmark seria o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou a taxa Selic.</p><p>- Para produtos de investimento cuja rentabilidade esteja atrelada a variações da moeda, tais como os fundos cambiais, um bom benchmark seria a taxa de câmbio.</p><p>- Para produtos de investimento que buscam manter o poder de compra do dinheiro em reais, um benchmark seria o IPCA ou IGP-M, já que são índices de preços que registram a evolução dos preços como medida síntese da inflação.</p><p>- Para produtos de investimentos baseados em ações, um possível benchmark é o Ibovespa ou o IBrX, índices formados por ações mais negociadas na Bovespa e que refletem o comportamento do mercado.</p><p>FATORES DA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS</p><p>Um investimento envolve três elementos: liquidez disponível a ser sacrificada; risco do valor mobiliário; e rendimento financeiro, taxa de retorno. Esses geram a base para se estabelecer uma TMA de análise comparativa entre opções de investimentos.</p><p>Liquidez</p><p>Refere-se à quantidade de valor monetário, o capital disponível para o investimento e o tempo em que se deseja recuperar esse capital. Assim, o investidor analisa a capacidade de liquidar o valor mobiliário, a facilidade de vender o mesmo para levantar caixa.</p><p>Níveis de risco</p><p>- RISCO DE MERCADO: Está atrelado ao comportamento do preço do ativo conforme as condições econômicas no mercado. É necessário analisar e identificar fatores que possam vir a oscilar e impactar na dinâmica do valor desse ativo, como: mercado de ações, taxa de câmbio, taxa de juros, derivados futuros dos preços das commodities, entre outros.</p><p>- RISCO DE PAGAMENTO (CRÉDITO): Vincula a possibilidade de não receber o valor no momento do vencimento. Poder ser:</p><p>· Risco de crédito país: Mede o nível de risco que a dívida pública de um país possa ter indícios de inadimplência. Quando a economia dos países está indo muito mal, logo, eles forçam os credores a negociarem suas dívidas e seu risco país dispara. Quanto menor o risco país, menor será sua taxa básica de juros, no caso do Brasil.</p><p>· Risco de crédito de empresas: Para diminuir o custo financeiro, as grandes empresas emitem papéis de dívida diretamente no mercado de valores, as debêntures. Este risco de crédito mede essa possibilidade de não ser honrado os compromissos.</p><p>· Risco de crédito dos clientes dos bancos comerciais: Se o mercado enxergar que a porcentagem de inadimplência está aumentando, esse índice piora e os papéis financeiros do banco (ações, debêntures, CDI’s etc.) começam a perder valor.</p><p>- RISCO DE LIQUIDEZ: Faz referência ao tempo do investimento e o risco de não conseguir vender, e liquidar (levantar caixa) o valor do título no presente.</p><p>UNIDADE 2 TÓPICO 1 - ECONOMIA E MERCADO FINANCEIRO</p><p>Mercado financeiro corresponde ao conjunto de instituições e instrumentos destinados a oferecer alternativas de aplicações e captações de recursos financeiros. Além de exercer importantes funções de otimizar a utilização dos recursos financeiros, cria condições de liquidez e administração de riscos.</p><p>INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA E SEUS INTERMEDIÁRIOS</p><p>A intermediação financeira ocorre na relação entre os agentes econômicos superavitários e deficitários. Seu objetivo é levantar recursos no mercado financeiro visando a transferência para diversos agentes de mercado.</p><p>Os intermediários financeiros são os prestadores de serviços do mercado financeiro que visam atender às expectativas e necessidades dos agentes econômicos superavitários e deficitários, oferecendo alternativas para a guarda e aplicação de recursos, garantindo o acesso a fontes de financiamentos para viabilizar investimentos e consumo. Assim, reduzindo os custos transacionais, para transformar empréstimos de longo prazo em dívidas a curto prazo e, com isso, proporcionar liquidez e dividir risco. A diferença dos juros cobrados aos deficitários e dos juros pagos aos superavitários é a renda dos intermediários financeiros, conhecida como spread financeiro. Como benefícios da intermediação financeira destaca-se a eficiência operacional, a especialização, a diluição de riscos, ganhos de eficácia e o descasamento de prazos.</p><p>Os intermediários financeiros são fortemente regulamentados. Entre as finalidades dessa regulação, estão: proteger o sistema de pagamentos, ajudar os pequenos depositantes, anular o medo de uma grande agregação do poder econômico e atender às necessidades de crédito de certos setores da economia.</p><p>TÓPICO 2 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: CONCEITOS E FUNÇÕES</p><p>O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos superavitários para os agentes econômicos deficitários. Esse é dividido em quatro grandes mercados:</p><p>- MERCADO MONETÁRIO: Realizada operações de curto prazo, permitindo o controle da liquidez monetária da economia. Negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Tesouro Nacional e destinados à execução da política monetária do governo e aqueles emitidos com o intuito de financiar as necessidades orçamentárias da União, Estados e Municípios;</p><p>- MERCADO DE CRÉDITO: Constituído pelos bancos comerciais e múltiplos. Seu objetivo é suprir as necessidades de recursos de curto e médio prazo dos diversos agentes econômicos, pela concessão de créditos;</p><p>- MERCADO CAMBIAL: Ocorre as operações de compra e venda de moedas estrangeiras. Engloba os agentes econômicos com operações com o exterior, como importadores e exportadores; investidores e instituições financeiras;</p><p>- MERCADO DE CAPITAIS: Fonte de recursos de longo prazo para investimentos. Atua por modalidades de financiamento de longo prazo para capital de giro e capital fixo, além de operações de prazo indeterminado, emissão e subscrição de ações.</p><p>A estrutura do Sistema Financeiro Nacional envolve três grandes subsistemas:</p><p>- Órgãos Normativos: Determinam as regras gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional;</p><p>- Entidades Supervisoras: Atua para cidadãos e o sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos;</p><p>- Operadores Financeiros: Instituições que lidam diretamente com o público no papel de intermediários financeiros.</p><p>Órgãos normativos</p><p>Os órgãos</p><p>normativos do SFN são: O Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).</p><p>- Conselho Monetário Nacional (CMN): Autoridade máxima do SFN, estabelece normas, autorizações e limites para o sistema financeiro. Supervisiona as políticas monetária, cambial, de investimento, de capital estrangeiro, de comércio exterior e fiscal. Dentre suas funções, estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. Vinculados a este conselho estão o Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).</p><p>Além, junto ao Conselho Monetário Nacional funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (COMOC), que tem como objetivo o assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do país.</p><p>Estão previstas, também, Comissões Consultivas que têm por objetivo assessorar o Conselho Monetário Nacional nos assuntos que lhe forem pertinentes. Algumas das comissões consultivas em funcionamento são: Bancária, Mercado de Capitais e Mercados Futuros, Crédito Rural e Crédito Industrial, Política Monetária e Cambial...</p><p>Entidades Supervisoras</p><p>Têm como objetivo a edição de normas para a transferência de recursos dos agentes superavitários para os agentes deficitários, bem como o controle do funcionamento das instituições que realizam a intermediação financeira. Essas entidades são divididas em: Banco Central do Brasil (BACEN) - vinculado ao Mercado Financeiro; Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - vinculado ao Mercado de Capitais; Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) - vinculado ao Mercado de Seguros Privados; Capitalização e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) - vinculado ao Mercado de Previdência Complementar. Essas quatro entidades estão subordinadas a três conselhos normativos: Conselho Monetário Nacional (BACEN e CVM), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).</p><p>- BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN): é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável pelo controle da inflação no país. Atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de preços, e preocupa-se com a estabilidade financeira. É por meio do BACEN que o Estado intervém no Sistema Financeiro Nacional e, indiretamente, na economia. Além, conduz regulação e supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN); a administração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e os serviços do meio circulante.</p><p>- COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM): Órgão Supervisor do Sistema Financeiro Nacional, tem por finalidade disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Sua atuação abrange três segmentos financeiros do mercado: instituições financeiras, companhias de capital aberto emitentes de títulos mobiliários e investidores. Tem como poder:</p><p>- Examinar livros e documentos; exigir informações e esclarecimentos; requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública; obrigar as companhias abertas a republicar demonstrativos financeiros com correções;</p><p>- Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não equitativas de administrações de companhias abertas e de qualquer participante do mercado; aplicar penalidades previstas;</p><p>- Suspender a negociação de um título ou colocar em recesso a Bolsa de Valores; divulgar informações a fim de orientar os participantes no mercado; suspender ou cancelar registros.</p><p>Operadores Financeiros</p><p>As transferências de recursos financeiros entre poupadores e tomadores processam-se por meio de intermediários, chamados de Instituições Financeiras ou Operadores Financeiros, que podem ser classificados em três grupos:</p><p>- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS: Permite a criação de moeda por meio do recebimento de depósitos à vista. Operam com dinheiro em poder do público mais depósitos à vista em bancos. Representada pelos bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, cooperativas de crédito e bancos cooperativos.</p><p>- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS: Não possuem capacidade de emitir moeda ou meios de pagamento. Operam com ativos não monetários, como ações, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, debêntures... Compõem este grupo:</p><p>- Bancos de investimento: São fornecedores de créditos de médio e longo prazo, oferecendo recursos para investimento em capital de giro ou capital fixo. Captam recursos por meio da emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Recibos de Depósito Bancário (RDBs), repasses de origem interna ou externa, ou pela venda de cotas de fundos de investimentos. São instituições especializadas em underwriting (subscrição pública de ações) e estruturação de financiamentos de projetos.</p><p>- Bancos de desenvolvimento: Proporciona o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazo, de programas e projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social, conforme determinação governamental. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é a instituição responsável pela política de investimento de longo prazo do Governo Federal e conta com duas subsidiárias que formam o chamado Sistema BNDES:</p><p>• Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial): Financia a comercialização de máquinas e equipamentos;</p><p>• BNDESPAR (BNDES Participações): Possibilita a subscrição de valores mobiliários no mercado de capitais brasileiro.</p><p>- SISTEMA DISTRIBUIDOR DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS: Composto pelas instituições que transacionam títulos e valores mobiliários, além de moedas estrangeiras. Dentre as principais instituições, destacam-se:</p><p>- Bolsas de valores: São associações civis, sem fins lucrativos ou sociedades anônimas. Tem por objetivo manter local adequado à realização de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, organizado e fiscalizado pelos seus membros, pela autoridade monetária e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM);</p><p>- Sociedades corretoras: Opera em bolsas de valores, com títulos e valores mobiliários de negociação autorizada, comprando e vendendo títulos e valores mobiliários por conta de terceiros;</p><p>- Sociedades distribuidoras: Têm por objetivo a subscrição, distribuição e/ou intermediação da colocação de títulos de valores mobiliários para venda, distribuição ou negociação, contribuindo para a captação e condução de poupança no mercado de capitais;</p><p>- Agentes autônomos de investimentos: São pessoas físicas credenciadas pelas instituições financeiras intermediadoras (corretoras, distribuidoras, bancos e financeiras) para atuarem na colocação de títulos e valores mobiliários e outros serviços financeiros no mercado, operando em troca do recebimento de uma comissão. São fiscalizados pelo BACEN e pela CVM.</p><p>TÓPICO 3 – MERCADO DE CRÉDITO X DE CAPITAIS</p><p>No mercado de crédito, as instituições financeiras captam recursos dos poupadores e os emprestam aos tomadores, assumindo o risco da operação. No mercado de capitais, os agentes superavitários emprestam seus recursos diretamente aos agentes deficitários. Porém, as operações ocorrem sempre com a intermediação de uma instituição financeira.</p><p>Os investidores, ao emprestarem seus recursos diretamente para as empresas, adquirem títulos chamados de valores mobiliários que representam as condições estabelecidas no negócio.</p><p>Para a abertura de capital, a empresa precisa entrar com o pedido de registro de Companhia Aberta na CVM, que é o órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais brasileiro. Junto a esse pedido, solicita</p><p>uma autorização para realizar venda de ações ao público, conhecida como distribuição pública de ações. A estrutura do mercado pode ser dividida em dois segmentos:</p><p>- Mercado primário de ações: Ocorre a venda de novas ações ao público. Quando a emissão é subscrita totalmente pelos antigos acionistas, embora seja registrada em bolsa, chama-se subscrição particular e é feita diretamente na empresa ou por meio de bolsa de valores. Nessa etapa, ocorre a primeira negociação e o dinheiro da venda vai para a empresa;</p><p>- Mercado secundário de ações: É o lugar onde se transferem títulos entre investidores e/ou instituições.</p><p>A diferença básica entre o mercado primário e o mercado secundário é que o primeiro se caracteriza pelo “encaixe” de recursos na empresa, enquanto o segundo consiste na transação entre compradores e vendedores de ações, não ocorrendo alterações financeiras na empresa.</p><p>PARTICIPANTES DO MERCADO DE CAPITAIS</p><p>- BOLSA DE VALORES: Instituição de direito civil sem fins lucrativos, sendo seu patrimônio representado por títulos patrimoniais que pertencem às sociedades corretoras. É supervisionada pela Comissão de Valores Mobiliários. Consiste em proporcionar liquidez aos títulos negociados no mercado de capitais, permitindo que as negociações sejam realizadas no menor tempo possível e a um preço justo de mercado, formado pelo consenso de oferta e demanda pelo próprio mercado.</p><p>- SOCIEDADES CORRETORAS DE VALORES MOBILIÁRIOS: São instituições do mercado acionista, operando com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Faz intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias. São constituídas sob a forma de sociedade por ações ou por cotas de responsabilidade limitada. Necessitam de autorização prévia do BACEN para serem constituídas, e sujeitas à fiscalização da Bolsa de Valores, da CVM e do BACEN.</p><p>- SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS DE VALORES MOBILIÁRIOS (DTVM): São instituições auxiliares do sistema financeiro de intermediação de títulos no mercado (ações, debêntures...), colocando-os à venda para o público. Algumas de suas atividades:</p><p>• subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários para revenda;</p><p>• intermediação da colocação de emissão de capital no mercado;</p><p>• operações em bolsas de mercadorias e futuros;</p><p>• operações no mercado aberto, desde que satisfaçam as condições exigidas pelo Banco Central do Brasil (BACEN).</p><p>- AGENTES AUTÔNOMOS DE INVESTIMENTOS: São pessoas físicas credenciadas pelas instituições financeiras intermediadoras (corretoras, distribuidoras, bancos e financeiras) para atuar na colocação de títulos, valores e serviços financeiros junto ao público. Fiscalizados pelo BACEN e pela CVM.</p><p>- FUNDO DE INVESTIMENTO: É uma comunhão de recursos, constituídos sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em carteira de títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais.</p><p>- CLUBES DE INVESTIDORES: O objetivo é dar dinâmica aos investimentos em ações, ampliando a participação dos investidores em bolsas de valores. Todas as operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários são registradas em nome do clube, devendo ser custodiadas em instituição autorizada a prestar este tipo de serviço. Mais restrito do que um Fundo de Investimento.</p><p>- BANCOS DE INVESTIMENTOS: São grandes provedores de crédito de médio e longo prazo para as empresas. Atuam no mercado primário e secundário, em operações de maior escala, por meio de repasse de recursos oficiais de crédito, de recursos captados no exterior, operações de subscrição pública de valores mobiliários (ações e debêntures), lease-back e securitização de recebíveis, além de prestarem serviços de custódia de títulos, administração de carteiras, fianças, avais.</p><p>UNIDADE 3 TÓPICO 1 - TIPOS DE INVESTIMENTO</p><p>CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS PRODUTOS FINANCEIROS</p><p>- RENDA FIXA: Possui os juros distinto antes, podendo ser atrelado de forma prefixada ou pós-fixada, ou às variações das taxas de juros nominais. Tem remuneração e risco mais baixo. Dependendo do investimento também possui uma liquidez maior, como as cadernetas de poupança, os Certificados de Depósito Bancário (CDB), títulos públicos (Tesouro Nacional, Letras do Tesouro) e títulos de crédito, e as Debêntures.</p><p>- RENDA VARIÁVEL: O juro não é prefixado e varia nas condições de mercado. Possuem retornos maiores que os de renda fixa, porém, com riscos maiores e sua liquidez depende do tipo de investimento. São exemplos as ações, o câmbio e o ouro.</p><p>Os investimentos sempre estarão pautados em três pilares: RISCO, RETORNO E LIQUIDEZ.</p><p>Tipos de risco</p><p>Risco de Crédito: É a falta de pagamento de uma contraparte à outra, em alguma operação comercial.</p><p>Risco de Liquidez: É a dificuldade de determinado contrato ser vendido no tempo desejado.</p><p>Risco de Mercado: Variações no mercado (preços, índices, taxas) que impactam negativamente no valor de um investimento.</p><p>PRODUTOS DE RENDA FIXA</p><p>CDB – Certificado de Depósito Bancário</p><p>Também conhecido como depósito a prazo, onde, o banco oferta CDBs para investidores. Estão autorizados a emitir CDBs os bancos comerciais, de investimento, os múltiplos, os de desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal. Há duas possibilidades de receber o valor aplicado acrescido dos juros antes do final do prazo: Possuir liquidez diária ou realizar a venda da sua posição (CDB) no mercado secundário (nesse, pode ocorrer de não haver liquidez imediata para o valor investido, caso seja um valor alto).</p><p>Outra característica dos CDBs é a existência, em alguns casos, de um período de carência, onde, passado esse período, passa a ter liquidez diária. Isso faz com que haja maior previsibilidade e a instituição possa ter mais segurança ao trabalhar com o recurso.</p><p>A remuneração do investindo em um CDB, pode estabelecer uma remuneração fixa (taxa prefixada), ou pode conhecer a remuneração com exatidão apenas no momento do resgate (taxa pós-fixada).</p><p>A Taxa DI é utilizada nos contratos de CDB, pois ela é calculada utilizando-se o custo de captação dos bancos em operações de empréstimo entre si. Por esse motivo ela é importante para a indexação das operações de dívida das instituições financeiras, que é o caso do CDB. Apesar de ser a mais comum, em alguns casos podem ser utilizadas a TR (Taxa Referencial) ou a Taxa Selic.</p><p>LCI – Letras de Crédito Imobiliário</p><p>Pode ser emitida por uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central, além das instituições que emitem títulos de renda fixa (bancos comerciais, múltiplos e Caixa Econômica), as sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo, companhias hipotecárias... Seu objetivo é a captação de recursos para o investimento no setor imobiliário. Deve ser garantida por meio de um lastro, assim, o risco do investimento é reduzido. Em contrapartida, os retornos também são inferiores. Outra característica são os prazos, que não podem ser superiores a seus lastros. Poderá ser liquidado apenas no vencimento ou quando prever no contrato, poderá ter liquidez diária. Podem ter taxas de juros prefixadas ou pós-fixadas. Para referência de remuneração da LCI é utilizada a Taxa DI. As LCIs estão isentas de IR.</p><p>LCA - Letra de Crédito do Agronegócio</p><p>Também precisa que seu valor seja lastreado. Os prazos mínimos são de 90 dias, quando não se tem a atualização do título por meio de índices de preços. Quando houver atualização anual do papel por meio de um índice de preços, esse prazo mínimo é de 12 meses para a aplicação. A LCA pode, como a LCI, ter em seu contrato a possibilidade do resgate diário da aplicação ou na data do seu vencimento. Já as taxas pelas quais os investimentos vão ser remunerados podem ser pré ou pós-fixadas.</p><p>Diferenças entre as LCIs e LCAs</p><p>Destinação; Lastro utilizado para cada operação; Instituições que estão autorizadas a emitir. As LCIs têm um menor número de instituições autorizadas, já as LCAs podem ser emitidas por qualquer instituição</p><p>financeira.</p><p>Debêntures</p><p>É a representação de uma dívida que a empresa emite. É um instrumento corporativo para captação de dinheiro diretamente com investidores, via mercado de capitais, sem a necessidade de recorrer a terceiros (bancos, por exemplo). Quem compra as debêntures são investidores com o objetivo de remuneração, que neste caso é paga diretamente pela empresa que as emitiu. O principal documento legal em uma emissão de debêntures é a escritura de emissão, de onde constam todas as informações relativas ao título de dívida. A oferta ou não de garantias é determinada pela companhia emissora e seus assessores financeiros na estruturação da debênture. As debêntures são classificadas de acordo com as garantias que possuem:</p><p>- DEBÊNTURES COM GARANTIA REAL: Oferece como garantia ativos específicos que ficam vinculados a debênture até que sejam cumpridas todas as obrigações legais pela companhia emissora (vencimento).</p><p>- DEBÊNTURES COM GARANTIAS FLUTUANTES: A garantia são todos os ativos da companhia emissora, porém não há vinculação de ativos específicos para garantir a debênture em questão.</p><p>- DEBÊNTURES QUIROGRAFÁRIAS: Não oferecem nenhum tipo de garantia e não conferem aos debenturistas nenhum privilégio em relação aos ativos da empresa que emite a debênture.</p><p>- DEBÊNTURES SUBORDINADAS: Também sem garantia e que em caso de falência estarão atrás de todas as outras debêntures na ordem de recebimento do valor devido.</p><p>A maioria das debêntures é de renda fixa. Mas há também as chamadas debêntures conversíveis e as permutáveis, que têm um elemento de renda variável associado aos seus contratos.</p><p>- DEBÊNTURES CONVERSÍVEIS: Têm em seus contratos estipulada a troca delas por ações da empresa emissora, com preço preestabelecido, durante um período. Assim, o investidor pode escolher entre continuar com a debênture e receber o que foi acordado no contrato (juros e prazos), ou realizar a conversão das debêntures e passar a ser acionista da empresa.</p><p>- DEBÊNTURES PERMUTÁVEIS: Podem ser trocadas por ações de emissão de outra empresa e são bastante semelhantes às debêntures conversíveis.</p><p>Existe duas maneiras de se lançar debêntures no mercado:</p><p>- OFERTA PÚBLICA: É realizada a produção e distribuição de um “prospecto de distribuição”, onde estão todas as características dessas debêntures ofertadas. Há também a possibilidade de a empresa realizar uma oferta pública com esforços restritos. Neste caso, as regras são mais flexíveis, o que faz com que os custos envolvidos na emissão se tornem mais baratos para a empresa. A distribuição é restrita para um grupo de 75 investidores. Já quem irá investir, não pode ser um grupo maior do que 50 investidores.</p><p>- OFERTA PRIVADA: A empresa emissora seleciona os investidores para os quais será feita a oferta desses títulos e não há oferta dos mesmos para o público. Os custos são menores ainda, não há necessidade de registro da emissão junto à CVM.</p><p>Mesmo a empresa não precisando captar o recurso de um terceiro (como um banco, por exemplo), ela precisará da instituição financeira para fazer a emissão e controle desses títulos.</p><p>Sobre o rendimento, um número pequeno de papéis terá uma taxa prefixada e a grande maioria é negociada com uma taxa pós-fixada, normalmente com vinculação à Taxa DI. Há ainda outra maneira de remuneração atrelando um índice de variação de preços como IGP-M ou IPCA. Remunera os investidores através da variação de preço e de um percentual fixo, ocorre que o montante inicial é reajustado conforme o índice, e o investidor recebe o valor corrigido e a taxa de juros acrescida de acordo com o contrato.</p><p>- DEBÊNTURES INCENTIVADAS: Captar recursos para infraestrutura do país. São emitidas por concessionárias, permissionárias, autorizatárias ou arrendatárias, ou sociedades de propósito específico. O diferencialé um benefício tributário sobre os rendimentos que são pagos aos investidores.</p><p>Títulos Públicos Federais</p><p>Têm a mesma finalidade de captar recursos, porém são emitidos pelo governo e o destino dos recursos é atender às necessidades de recursos do governo. São cinco os títulos negociados hoje pelo Tesouro Nacional, dois deles prefixados e três pós-fixados:</p><p>LTN – Tesouro Prefixado</p><p>Este título oferece ao investidor um retorno nominal predefinido, que será sempre de R$ 1.000,00, no seu vencimento, assim, quanto maior o prazo, menos o investidor terá que dispender na compra para investir na LTN.</p><p>NTN-F - Tesouro Prefixado com Juros Semestrais</p><p>Também tem um valor final de resgate de R$ 1.000,00. A diferença na NTN-F é que há um pagamento de juros semestral equivalente a 10% a.a. A vantagem é que a rentabilidade deste título é paga de forma fracionada, diferente da LTN.</p><p>LFT – Tesouro Selic</p><p>Tem sua rentabilidade atrelada à Taxa Selic acumulada no período de investimento, acrescido ou não de uma taxa de ágio (ou deságio), que pode ser acordada no momento da compra. Se o título está sendo negociado com ágio, a rentabilidade oferecida é inferior à Selic. Já quando o título é negociado com deságio, a rentabilidade oferecida é superior. Sua remuneração exata só será conhecida no momento do vencimento do título. Possui baixa volatilidade do valor de mercado. Indicado para investidores conservadores e para aqueles que não têm certeza de quando precisarão resgatar o título, visto que o Tesouro Nacional recompra, pelo seu valor de mercado, o título mesmo antes do vencimento.</p><p>NTN-B – Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais</p><p>Oferece uma taxa de juros previamente definida, e somada a essa taxa a variação do IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, ou seja, é um título que está atrelado à inflação. A taxa de juros predefinida para o pagamento dos cupons é de 6% a.a. Neste caso, há o pagamento dos cupons ao longo do período e, ao final, o resgate do principal, atualizado pelo IPCA. O título é interessante para quem quer manter o poder de compra do dinheiro ao longo dos anos e a rentabilidade real do investimento será dada pela taxa negociada na compra do título. Seu valor de mercado varia conforme oferta e demanda, o que significa que a remuneração oferecida no momento da compra irá variar.</p><p>Tesouro IPCA + (NTN-B Principal)</p><p>Esse título é quase idêntico ao NTN-B, com a diferença de que não há pagamento de juros semestralmente, sendo o valor do investimento a ser resgatado no seu vencimento negociado no momento da compra pelo investidor. O valor final resgatado pelo investidor será a taxa negociada acrescida da inflação (IPCA) do período transcorrido entre a compra e o resgate do título. Neste caso, apesar de o investidor não saber qual será o valor final do seu investimento, ele saberá que vai ser o percentual pactuado acima da inflação do período, o que faz com que ele receba uma remuneração e mantenha o poder aquisitivo do dinheiro investido.</p><p>PRODUTOS DE RENDA VARIÁVEL</p><p>Ações</p><p>No Brasil, quem é responsável por esse mercado é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). A empresa só recebe dinheiro quando emite ações e as vende pela primeira vez ao mercado. E esse processo conhecido como IPO – Initial Public Offering – trata das ofertas públicas iniciais, é quando a empresa vende ao mercado suas ações. Após esse momento, são investidores negociando com outros investidores. Este é conhecido como Mercado Secundário. As ações são divididas entre:</p><p>- Ações Ordinárias (ON): O acionista tem direito a voto nas assembleias de acionistas e voz ativa.</p><p>- Ações Preferenciais (PN): Os acionistas têm preferência no recebimento de dividendos e não tem direito a voto nas assembleias.</p><p>As ações têm códigos, por exemplo: VALE3, BVMF3, ITUB4, BBDC4 etc. No caso da Bolsa Brasileira, quando as ações têm 3 no final, representam Ações Ordinárias; quando o número final é 4, representam Ações Preferenciais. Além de outros que diferenciam.</p><p>Para comprar ações o investidor buscará uma instituição autorizada a operar em bolsa de valores. Esses intermediários receberão as “ordens” do investidor para comprar ou vender ações e então realizarão essas ordens com a bolsa tendo a responsabilidade de criar essa ponte entre Mercado</p><p>e Investidor.</p><p>Mercado de derivativos</p><p>Um derivativo é um ativo ou instrumento financeiro, cujo preço deriva de um ativo ou instrumento financeiro de referência ou subjacente. Os derivativos têm características básicas, por exemplo: não precisam de um dispêndio de capital inicial para investimento, ou esse gasto pode ser bem inferior a realizar um investimento no ativo principal referente àquele derivativo; ele será liquidado em data futura; e o valor desse derivativo vai se alterar em resposta às mudanças de mercado que influenciam aquele derivativo. Os derivativos são amplamente utilizados pelos investidores para eles se protegerem de eventuais riscos de oscilações de preços, taxas de juros e variações cambiais, por exemplo. São utilizados com três diferentes propósitos:</p><p>- HEDGE (PROTEÇÃO): Protege do risco de mudanças futuras nas variáveis de mercado;</p><p>- ARBITRADORES: Os investidores negociam os derivativos em mercados distintos, encontram distorções de preços entre mercados e se favorecem disso para obter lucros, comprando derivativos no mercado “A” e vendendo no Mercado “B”.</p><p>- ESPECULADORES: Buscam o lucro com posições que acham favoráveis, que imaginam que vão obter ganhos.</p><p>Esse mercado se divide em quatro: Mercado de Futuros, Mercado a Termo, Operação com Opções e Contratos de Swaps.</p><p>- CONTRATOS FUTUROS E A TERMO: Semelhantes, são compromissos de compra/ou venda de determinado ativo em data futura, por um preço acordado. Utilizado para produtores e compradores que desejam se proteger das variações de preços. A principal diferença deles é a existência de um ajuste diário dos contratos futuros, ou seja, quando são negociados contratos futuros, a parte que naquele dia teve uma variação desfavorável precisará pagar as variações do valor do contrato diariamente.</p><p>- OPÇÕES: São contratos que dão direitos a quem investe nelas. Existem dois tipos:</p><p>- Opções de compra: Dão direito ao investidor de ter a opção de comprar os ativos negociados naquela opção;</p><p>- Opções de venda: Dão o direito ao investidor de vender os ativos negociados naquele contrato de opções.</p><p>- SWAPS: São trocas de rentabilidades entre indicadores diferentes. O investidor e a instituição financeira negociam a troca da rentabilidade de um investimento pela de outro indicador, por exemplo, variação do dólar e CDI. E como isso funciona? O investidor faz um contrato de Swap com a instituição financeira, atrelando variações de dois índices, ou seja, há uma troca de riscos entre dois índices e, desta forma, o investidor está se protegendo de eventuais variações (cambiais, taxa de juros etc.).</p><p>TÓPICO 2 - CAPM – CAPITAL ASSET PRICING MODEL</p><p>Observa os investimentos e avalia-os. Busca uma resposta de como componentes básicos (risco e retorno) devem ser relacionados e mensurados na avaliação do ativo. Também é possível encontrar a taxa de retorno buscada pelos investidores.</p><p>Das hipóteses levantadas para o modelo as mais importantes são:</p><p>• Eficiência informativa do mercado, que atinge igualmente a todos os investidores;</p><p>• Taxas, impostos ou qualquer outra restrição para os investimentos não existem;</p><p>• Investidores, que têm a mesma percepção com relação a desempenho dos ativos;</p><p>• Existência de uma taxa de juros de mercado livre de risco.</p><p>Essas hipóteses possibilitam importantes conclusões sobre o processo de avaliação de ativos, não são restritivas e têm como objetivo descrever melhor um modelo financeiro.</p><p>Algumas informações importantes a se salientar são a influência do índice beta no modelo. Um índice beta 0 indica que o segmento é estável. Se o índice for um, indica que o segmento tem um retorno que acompanha a média da bolsa. Setores mais dinâmicos têm beta maior que um, representando maiores riscos. Outro fator importante é a própria aversão ao risco do investidor: quanto maior for essa aversão, maior será a sua resistência em trocar um investimento seguro. Por fim, as implicações do imposto de renda devem ser atentadas, pois a taxa mínima de atratividade e a taxa de desconto devem ser consideradas líquidas de imposto de renda.</p><p>TÓPICO 3 - TRIBUTAÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO</p><p>LCIs e LCAs</p><p>Não possuem tributação de imposto de renda para as pessoas físicas. Já para a pessoa jurídica têm a aplicação do imposto de renda conforme o prazo da aplicação. A base para o cálculo do imposto é a renda auferida com a aplicação, ou seja, é a diferença do valor pago pelo investimento e do valor resgatado ao final do prazo, e a tributação ocorre na fonte. A responsabilidade pelo recolhimento desse imposto fica a cargo da instituição que emitiu o título.</p><p>CDBs</p><p>Seu rendimento bruto é tributado de acordo com o tempo de aplicação que pode ser diferente do vencimento contratado no título. A responsabilidade do recolhimento é do emissor do título. E como as LCIs e LCAs, o imposto é recolhido sobre a renda da aplicação. Além do imposto de renda, os investidores podem ter outras taxações ao optarem por resgatar o título nos primeiros 30 dias contados da data da aplicação. Para investimentos resgatados a partir de 30 dias o IOF é zero. Já durante os 30 dias a cobrança de IOF é regressiva conforme o número de dias transcorridos entre a aplicação e o resgate. A tabela seguinte apresenta a alíquota de IOF durante os 30 dias.</p><p>Debêntures</p><p>Por terem o pagamento de juros periódico, contam com um esquema de recolhimento de imposto sobre os pagamentos de juros periódicos de acordo com a tabela. As debêntures incentivadas têm um tratamento diferente com relação ao imposto de renda. Para investidores pessoa física e não residentes, têm alíquota zero sobre os rendimentos. Para pessoa jurídica é aplicada a alíquota de 15%.</p><p>Títulos Públicos</p><p>Não contam com isenção e o imposto é aplicado sobre os rendimentos conforme a tabela. De forma semelhante ao CDB, os investidores que resgatarem seus títulos num período inferior a 30 dias de aplicação estão sujeitos ao IOF, conforme ilustrado a seguir:</p><p>Além dessas regras, os títulos públicos têm uma particularidade: para investidores não residentes e fundos de investimento exclusivos para não residentes (mínimo de 98% dos recursos aplicados em títulos públicos federais), o imposto tem alíquota zero e na liquidação das operações de câmbio, que tem finalidade de ingresso de recursos para aplicação em títulos públicos, também o IOF tem alíquota zero.</p><p>Ações</p><p>As alíquotas só serão aplicadas no momento em que existirem ganhos, de 15% sobre o ganho líquido. Além do valor de compra (no caso de ganho pela venda da ação), o investidor pode considerar também a taxa de corretagem para cálculo do lucro obtido. Há também uma cobrança de 0,005% sobre o valor da operação, valor este que é retido na fonte. Essa é a regra básica para operações fechadas de compra e venda em dias distintos. Quando existirem operações no mesmo dia, a regra de compra e venda é diferente. Para essas operações, chamadas de Day-trade, a alíquota é de 20% e é cobrado 1% sobre o valor da operação (imposto de renda retido na fonte).</p><p>Outra característica dos impostos sobre as ações é que para investidores pessoa física há isenção de imposto de renda para ganhos inferiores a R$ 20.000,00. É importante salientar que este valor não é por operação e sim por valor total de movimentação financeira por pessoa física. Caso o valor for superior, é aplicada alíquota de 15% sobre o total de movimentação. Já nas operações Day-trade essa regra não se aplica, não havendo isenção nessas operações. O recolhimento do imposto é de responsabilidade do investidor, sendo ele responsável por calcular o imposto devido e realizar o pagamento do mesmo por meio de um Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF). Este deve ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao mês no qual o investidor realizou os ganhos. O valor retido na fonte deve ser deduzido do valor do cálculo do imposto pelo investidor.</p><p>Dividendos</p><p>Estão isentos de imposto de renda, pois, como eles são pagos a partir do lucro líquido da empresa, já houve incidência de imposto de renda nesse valor (pagos pela companhia). E os juros sobre capital</p><p>próprio têm incidência de imposto de renda a uma alíquota de 15%, tributados na fonte e, portanto, o valor que o acionista receberá já será o valor sem o imposto.</p><p>Os derivativos têm incidência de IOF, imposto de renda e, em alguns casos, também PIS e COFINS, quando forem empresas financeiras. O IOF é cobrado independentemente da realização de lucros com a operação. É recolhido normalmente pela instituição financeira e o valor incide sobre a emissão, transmissão, pagamento ou resgate do título negociado.</p><p>Já o imposto de renda segue a regra igual ao mercado de ações: 15% sobre os ganhos auferidos com as operações, neste caso de derivativos, e 0,005% retidos na fonte. E no caso de operações Day-trade, alíquota de 20% com 1% retido na fonte. A exceção são as operações de Swap, onde a tributação segue a tabela utilizada pelos investimentos em renda fixa e o imposto é calculado com base no tempo de aplicação sobre o valor do ganho auferido.</p><p>No caso dos Swaps, o responsável pelo recolhimento é a instituição na qual foi contratada a operação e o imposto de renda é retido na fonte, diferente dos outros tipos de investimentos em derivativos onde o investidor é o responsável por apurar seu imposto devido.</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p>

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