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<p>MEDICAÇÕES INTRACANAIS</p><p>ALUNOS:</p><p>Ana Luiza Pimentel de Brito - 21016637</p><p>Erick Cristiano André De Lima - 21019208</p><p>Vinicius Eudes Soares De Souza - 21019704</p><p>O QUE É MEDICAÇÃO INTRACANAL?</p><p>A medicação intracanal consiste na aplicação de certas substâncias químicas no interior do canal radicular para eliminação e diminuição de micro-organismos chegando em ramificações onde a instrumentação químico-mecânica, não consegue chegar fisicamente.</p><p>QUAIS SÃO OS</p><p>Extinguir microorganismos que conseguiram sobreviver ao preparo químico-mecânico;</p><p>Eliminar o risco de reinfecção;</p><p>Diminuição da sintomatologia e inflamação dos tecidos perioradicular;</p><p>Dissolução da matéria orgânica;</p><p>Reparação de tecidos;</p><p>OBJETIVOS ?</p><p>CLASSIFICAÇÃO:</p><p>Derivados fenólicos: grupamentos que possuem um ou mais grupamentos hidroxila, ligados ao anel benzênico. Ácido fênico é um bactericida de alto poder. São potentes agentes antimicrobianos e são de contato direto e também por vapor. Apenas o PMCC é utilizado na endodontia atual;</p><p>Aldeídos: são compostos que possuem a molécula o radical funcional carbonila e preenchidos obrigatórios pelo hidrogênio e o outro por um radical alquila ou arila. São potentes antimicrobianos, tanto na pelo contato direto, quanto pela liberação de vapor. Ex: tricresol, formocresol</p><p>Halógenos: são representados pelos compostos que contém cloro ou iodo. O iodoformio é empregado como medicamento intracanal. São agentes antimicrobianos satisfatórios. Corticosteroides: são substâncias derivadas do córtex supra-renal. Atuam sobre o processo inflamatório, inibindo a enzima fosfolipase A2, envolvida na síntese dos derivados do araquidônico. Ex: dexametasona, hidrocortisona</p><p>Antibióticos: são substâncias químicas produzidas por microorganismos ou similares. Os antibióticos não são superiores aos antissépticos comuns.</p><p>HIDRÓXIDO DE CÁLCIO – CA(OH)2</p><p>O hidróxido de cálcio é uma excelente substancia de escolha para medicação intracanal por possuir ação antibacteriana, anti-inflamatória, biocompatibilidade e contribuir no reparo tecidual devido ao seu elevado pH causado pela sua dissociação em íons cálcio e hidroxila.</p><p>Veículos: Uma vez que se encontra na forma de pó, o hidróxido de cálcio deve ser associado a uma outra substância que permita sua veiculação para o interior do sistema de canais radiculares. Idealmente, os veículos devem possibilitar a dissociação iônica do hidróxido de cálcio em íons cálcio e hidroxila, uma vez que suas propriedades são dependentes de tal dissociação. Esta dissociação poderá ocorrer de diferentes formas, grau e intensidade, dependendo de outras substâncias que entrem na composição da pasta.</p><p>VEÍCULOS INERTES: caraterizam-se por serem, na maioria das vezes, biocompatíveis, mas sem influenciar significativamente as propriedades antimicrobianas do hidróxido de cálcio. EX.: água destilada, o soro fisiológico, as soluções anestésicas, a solução de metilcelulose, o óleo de oliva, a glicerina, o polietilenoglicol e o propilenoglicol.</p><p>VEÍCULOS BIOLOGICAMENTE ATIVOS: conferem à pasta efeitos adicionais aos proporcionados pelo hidróxido de cálcio. Ex.: PMCC, a clorexidina e o iodeto de potássio iodetado.</p><p>VEÍCULOS AQUOSOS: propiciam ao hidróxido de cálcio uma dissociação iônica extremamente rápida, permitindo maior difusão e, consequentemente, maior ação por contato dos íons cálcio e hidroxila com os tecidos e microrganismos. EX.: água destilada, o soro fisiológico, as soluções anestésicas e a solução de metilcelulose.</p><p>VEÍCULOS VISCOSOS: embora sejam solúveis em água em qualquer proporção, tornam a dissociação do hidróxido de cálcio mais lenta, provavelmente em razão de seus elevados pesos moleculares. EX.: a glicerina, o polietilenoglicol e o propilenoglicol. (Calen e o Calen PMCC)</p><p>Atividades do Hidróxido de Cálcio</p><p>As pastas de hidróxido de cálcio, quando empregadas como medicamento intracanal, podem desempenhar atividades biológicas, químicas e físicas que possibilitam à substância o exercício de diferentes funções.</p><p>1. Ação anti-inflamatória: Não é comprovado cientificamente, porém esta substância tem apenas um efeito osmótico, que pode reduzir um dos sinais da inflamação, que é o edema.</p><p>2. Ação antimicrobiana: A maioria dos microrganismos patogênicos para o homem não é capaz sobreviver em um meio extremamente alcalino. Como o pH do hidróxido de cálcio é de cerca de 12,8, depreende-se que praticamente todas as espécies bacterianas já isoladas de canais infectados são sensíveis aos seus efeitos, sendo eliminadas em pouco tempo quando em contato direto com esta substância.</p><p>Mecanismos de Atividade Antimicrobiana</p><p>A atividade antimicrobiana do hidróxido de cálcio está relacionada à liberação de íons hidroxila, oriundos de sua dissociação em ambiente aquoso. Seu efeito letal dá se pelos seguintes mecanismos:</p><p>Perda da integridade da membrana citoplasmática bacteriana: resulta na destruição de fosfolípios, componentes estruturais da membrana.</p><p>Inativação enzimática: A alcalinização promovida pelo hidróxido de cálcio induz a desnaturação de enzimas por quebra de ligações iônicas, que mantêm sua estrutura terciária.</p><p>Dano ao DNA: os íons hidroxila reagem com o DNA bacteriano, levando à cisão das fitas, acarretando a perda de genes e induzindo mutações.</p><p>LIMITAÇÕES DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO</p><p>Vários estudos têm confirmado que o hidróxido de cálcio realmente exerce um efeito letal sobre microrganismos. Contudo, este efeito apenas foi observado quando a substância era colocada em contato direto com microrganismos, situação em que a concentração de íons hidroxila é máxima, atingindo níveis incompatíveis com a sobrevivência microbiana.</p><p>Entretanto, estudos utilizando o teste de difusão em ágar demonstraram que pastas de hidróxido de cálcio em veículos inertes (como água destilada ou glicerina) foram ineficazes em inibir o crescimento de várias espécies bacterianas anaeróbias estritas e facultativas.</p><p>Resistência Microbiana ao Hidróxido de Cálcio</p><p>Além do fato de ser inativado pela dentina ou outros componentes teciduais, um outro fator ajuda a explicar a ineficácia do hidróxido de cálcio em alguns casos. Tem sido demonstrado que alguns microrganismos são mais resistentes aos seus efeitos alcalinos. Isto se deve à utilização de mecanismos sofisticados por alguns microrganismos que lhes permitem regular e manter o pH intracitoplasmático a níveis compatíveis com sua sobrevivência.</p><p>Alguns destes microrganismos resistentes ao hidróxido de cálcio, como E. faecalis e C. albicans, frequentemente são encontrados em casos de fracasso da terapia endodôntica.</p><p>Desinfecção do Canal pelo Hidróxido de Cálcio</p><p>O tempo necessário para o hidróxido de cálcio promover uma desinfecção adequada do canal radicular é ainda desconhecido.</p><p>Alguns estudos mostram resultados eficazes com uma semana e outros com quatro semanas.</p><p>O hidróxido de cálcio, como medicação intracanal a curto prazo, parece funcionar principalmente como uma barreira física, impedindo a percolação apical de fluidos teciduais, negando, assim, o suprimento de substrato para microrganismos residuais que sobreviveram ao preparo químico-mecânico. Esta barreira física também limita o espaço para a multiplicação destes microrganismos remanescentes entre as sessões de tratamento.</p><p>INDICAÇÕES E EMPREGO</p><p>DE MEDICAMENTOS</p><p>BIOPULPECTOMIA: O uso de medicamentos em biopulpectomias, procedimento endodôntico realizado em dentes com polpa vital. A infecção, geralmente restrita à polpa coronária, pode ser eliminada com irrigação de NaOCl, permitindo que o canal radicular seja tratado em ambiente asséptico. Caso o tratamento não seja concluído na mesma sessão, é recomendado o uso de medicamentos intracanais para prevenir contaminação.</p><p>Os medicamentos sugeridos incluem soluções de corticosteroides/antibióticos, como Otosporin ou Decadron colírio, ou pastas de hidróxido de cálcio. Essas medicações ajudam a reduzir inflamações e dores pós-operatórias. O Otosporin combina hidrocortisona com antibióticos (polimixina B e neomicina), enquanto o Decadron colírio contém dexametasona,</p><p>um corticosteroide mais potente, junto com sulfato de neomicina.</p><p>O uso de soluções de corticosteroide/antibiótico (como Otosporin ou Decadron colírio) em casos onde o canal radicular não foi completamente instrumentado. Essas soluções são indicadas em duas situações:</p><p>1. Quando apenas a polpa coronária foi removida e o canal não foi instrumentado. Nesse caso, o medicamento é aplicado na câmara pulpar com uma mecha de algodão.</p><p>2. Quando uma instrumentação parcial do canal, o medicamento é inserido e bombeado para a região apical com um instrumento fino.</p><p>Esses medicamentos também podem ser aplicados em casos de sobreinstrumentação, periodontite apical aguda de origem traumática ou química, mas sem infecção. A aplicação é facilitada pelo uso de tubetes de anestésicos e seringas especiais.</p><p>CASOS EM QUE O CANAL NÃO FOI TOTALMENTE INSTRUMENTADO</p><p>CASOS EM QUE O CANAL FOI TOTALMENTE INSTRUMENTADO</p><p>Quando não há infecção, o hidróxido de cálcio pode ser associado a veículos inertes, sendo recomendada a pasta de hidróxido de cálcio com iodofórmio e glicerina (pasta HG), aplicada com espirais de Lentulo. A pasta deve preencher completamente o canal, entrando em contato com as paredes dentinárias e tecidos perirradiculares, sem extravasar, e sua correta aplicação deve ser verificada radiograficamente.</p><p>Essa pasta serve como obturação provisória, evitando a contaminação do canal por infiltração salivar até que a obturação definitiva seja realizada. O hidróxido de cálcio é a primeira escolha de medicamento intracanal nesses casos e pode permanecer no canal por 7 a 30 dias.</p><p>NECROPULPECTOMIA E RETRATAMENTO: Ouso de medicamentos intracanais em casos de necropulpectomia e retratamento, após o preparo químico-mecânico de canais infectados, como nos casos de necrose pulpar. O objetivo é maximizar a eliminação de microrganismos. Para garantir a eficácia do tratamento, é necessário remover a smear layer (camada de resíduos), pois isso desobstrui o acesso às ramificações e túbulos dentinários, permitindo melhor penetração e atuação do medicamento intracanal.</p><p>CASOS EM QUE O CANAL FOI TOTALMENTE INSTRUMENTADO</p><p>Procedimento a ser seguido após a instrumentação completa do canal radicular. Primeiro, o canal é irrigado com EDTA a 17% por 3 minutos, seguido de agitação com um instrumento apropriado. Em seguida, o EDTA é removido com irrigação de NaOCl a 2,5%, e o canal é seco para a aplicação da pasta HPG.</p><p>A pasta HPG é preparada misturando volumes iguais de PMCC e glicerina, adicionando hidróxido de cálcio e iodofórmio (3:1) até obter uma consistência cremosa. O iodofórmio pode ser substituído por óxido de zinco ou sulfato de bário em casos de alergias ou para evitar descoloração em dentes anteriores. Alternativamente, pode-se usar a pasta LC, que contém hidróxido de cálcio e carbonato de bismuto. Em canais amplos, o agente radiopacificador pode ser suprimido.</p><p>Após a aplicação, uma radiografia é realizada para verificar o preenchimento adequado do canal. A pasta deve preencher o canal de forma homogênea e permanecer por pelo menos 7 dias. Como alternativa, a pasta HCHX pode ser utilizada, feita com hidróxido de cálcio e gluconato de clorexidina, com óxido de zinco ou sulfato de bário como radiopacificador.</p><p>CASOS EM QUE O CANAL NÃO FOI TOTALMENTE INSTRUMENTADO</p><p>Em casos onde o canal radicular não foi totalmente instrumentado. Para a aplicação, uma mecha de algodão seca e esterilizada é umedecida com NaOCl a 2,5% e colocada na câmara pulpar, deixando um espaço de 3 a 5 mm para o material selador temporário.</p><p>O NaOCl é utilizado quando a instrumentação do canal é parcial ou inexistente, pois ajuda na desinfecção parcial do conteúdo infectado e serve como uma barreira química contra a recontaminação por microrganismos da saliva, que podem entrar na câmara pulpar através do selador temporário. Nos casos de instrumentação parcial, não é necessário secar completamente o canal após a irrigação; basta aspirar o excesso de hipoclorito antes de aplicar a mecha umedecida na câmara pulpar.</p><p>SELAMENTO CORONÁRIO</p><p>O selamento coronário na endodontia é o preenchimento da cavidade de acesso e parte da cavidade pulpar com um material selador temporário, utilizado entre as sessões de tratamento e após sua conclusão. O objetivo principal do material selador temporário é evitar a entrada de saliva e microrganismos no canal radicular, prevenindo infecções e garantindo a eficácia dos medicamentos intracanais.</p><p>Para ser eficaz, o material deve apresentar estabilidade dimensional, boa adesividade às estruturas dentárias e elevada resistência mecânica. Fatores como preparo inadequado da cavidade, má adaptação do material e resíduos podem comprometer o selamento, que é influenciado pela forma e profundidade da cavidade. A profundidade ideal para o material selador é de 3 a 5 mm.</p><p>Os materiais mais comuns usados para o selamento coronário são os cimentos à base de óxido de zinco/eugenol (encontrados em forma pó/líquido) e os materiais “prontos para uso”, como Cavit e Coltosol, que endurecem por hidratação. Os materiais prontos para uso oferecem melhor capacidade de selamento, mas têm menor tempo de presa e maior resistência à compressão em comparação com os cimentos à base de óxido de zinco/eugenol.</p><p>Obrigado!</p>