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<p>INTRODUÇÃO À ECONOMIA POLÍTICA</p><p>Adaptado de:</p><p>BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. “Economia Formal e Economia Política” (Apostila para o curso de economia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, 1970).</p><p>MATIAS-PEREIRA, José. Curso de Economia Política: Foco na Política Macroeconômica e nas Estruturas de Governança. Disponível em Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2015.</p><p>NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2006. (Biblioteca básica de serviço social; v. 1)</p><p>RAMOS FILHO, Carlos Alberto de Moraes; Direito financeiro e econômico. (Coleção esquematizado). Editora Saraiva, 2023. E-book. Disponível em Minha Biblioteca.</p><p>SILVA, Filipe P. Macedo da; SILVA, Daniele Fernandes da; ABEL, Henrique; et al. Economia política. Grupo A. E-book. Disponível em Minha Biblioteca.</p><p>VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 6ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. E-book. Disponível em Minha Biblioteca.</p><p>VESCOVI, Luiz Fernando. “O direito econômico e a economia política: uma interdisciplinaridade necessária” (PERSPECTIVA, Erechim. v.34, n.126, p. 55-72, junho/2010)</p><p>1. O QUE É ECONOMIA? (Vasconcellos e Garcia)</p><p>Etimologicamente, a palavra economia deriva do grego oikonomía (de oikos, casa; nomos, lei). Na acepção original seria a “administração da casa’’ que, posteriormente foi associado à “administração da coisa pública”. Pode-se definir Economia como a Ciência Social que estuda de que maneira a sociedade decide (escolhe) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Portanto, é a Ciência Social que estuda como a sociedade administra recursos produtivos (fatores de produção) escassos.</p><p>1.1. ACEPÇÕES DA PALAVRA “ECONOMIA” (Ramos Filho)</p><p>A palavra “economia”, consoante Paul Singer, possui, pelo menos, três significados:</p><p>- a qualidade de ser estrito ou austero no uso de recursos ou valores. É nesta acepção que o termo é empregado, por exemplo, na seguinte frase: “Comprei tudo na promoção, então fiz uma grande economia”;</p><p>- a característica comum de uma ampla gama de atividades que compõem a “economia” (o domínio econômico) de um país, de uma região, de uma cidade etc. Diz-se geralmente que uma atividade é “econômica” quando pode ser medida em pecúnia, proporcionando a quem a exerce um rendimento em dinheiro.</p><p>- a ciência que tem por objeto a atividade que dá o segundo significado. A Economia (ciência) é a sistematização do conhecimento sobre a economia (atividade), estudando, pois, como a sociedade decide o quê, como e para quem produzir.</p><p>Entendendo o funcionamento da economia (atividade), somos capazes de avaliar se e como o Estado deve intervir ou não no domínio econômico e de compreender os princípios que norteiam as decisões sobre políticas públicas.</p><p>1.2. Questão central da Economia (Vasconcellos e Garcia)</p><p>Como Ciência Social, o estudo da teoria econômica pertence ao campo das Ciências Humanas. Como repousam sobre decisões humanas, as decisões econômicas envolvem juízo de valor, dando origem a diferentes formas de interpretação e, consequentemente, a várias correntes de pensamento econômico. A Ciência Econômica nasce da constatação de que, em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão de obra, terra, capital, matérias-primas, entre outros) são limitados. Por outro lado, os desejos e as necessidades humanas são ilimitados e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e pela contínua elevação do padrão de vida. Independentemente do seu grau de desenvolvimento, nenhum país consegue dispor de todos os recursos dos quais necessita. Tem-se, então, um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas. Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre</p><p>alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade.</p><p>Essa é a questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados, de forma a atender ao máximo às necessidades humanas.</p><p>1.3. Os problemas econômicos fundamentais</p><p>O que e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas.</p><p>Como produzir: a sociedade terá de escolher quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível.</p><p>Para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.</p><p>A Teoria Econômica fornece instrumentos de análise que ajudam a equacionar tais problemas, mostrando os custos e os benefícios associados a cada escolha. Evidentemente, a escolha racional, do ponto de vista econômico, será aquela que apresente a melhor relação custo/benefício.</p><p>O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação.</p><p>1.4. Sistemas econômicos</p><p>Um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um sistema particular de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços. Os elementos básicos de um sistema econômico são:</p><p>- estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia;</p><p>- complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas;</p><p>- conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são a base da organização da sociedade.</p><p>Os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos:</p><p>- sistema capitalista ou economia de mercado: É regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção;</p><p>- sistema socialista ou economia centralizada ou, ainda, economia planificada. Nesse sistema as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados nessas economias de meios de produção, englobando bens de capital, terra, prédios, bancos, matérias-primas.</p><p>Pelo menos até o início do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de concorrência pura (mercado perfeitamente competitivo), em que praticamente não havia a intervenção do Estado na atividade produtiva. Era a filosofia do Liberalismo. A partir de 1930, passaram a predominar os sistemas de economia mista, nos quais ainda prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação complementar do Estado, seja na produção de bens públicos, nas áreas de educação, saúde e saneamento, justiça, defesa nacional etc., seja induzindo investimentos do setor privado, principalmente para setores de infraestrutura, como energia, transportes, comunicações.</p><p>Em economias de mercado, a maioria dos preços dos bens e serviços e dos fatores de produção é determinada predominantemente pelo mecanismo de preços, que atua por meio da oferta e da demanda de bens e serviços e dos fatores de produção. Nas economias centralizadas, essas questões são decididas pelo órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis</p><p>e das necessidades do país. Nesse caso, grande parte dos preços dos bens e serviços, salários, cotas de produção e de recursos é determinada por esse órgão, e não pela oferta e demanda no mercado. Após o fim da chamada “Cortina de Ferro”, ao final dos anos 1980, mesmo as economias ainda guiadas por governos comunistas, como Rússia e China, abriram espaço cada vez mais para a atuação da iniciativa privada, caracterizando o “socialismo de mercado” ou “capitalismo de estado”, com regime político comunista e economia de mercado. Provavelmente apenas Cuba e Coreia do Norte sejam os últimos remanescentes desse tipo de economia completamente centralizada.</p><p>2. O QUE É ECONOMIA POLÍTICA?</p><p>2.1. Conceito de Economia Política (José Paulo Netto e Marcelo Braz)</p><p>A expressão Economia Política, que tem origem no grego politeia e oikonomika, aparece, pela primeira vez, em 1615, quando Antoine Montchrétien (1575-1621) publica a obra Traité de l'Économie Politique [Tratado de Economia Política]. E embora apareça em textos de François Quesnay (1694-1774), James Steuart (1712-1780) e Adam Smith (1723-1790), é apenas nos primeiros anos do século XIX que passa a designar um determinado corpo teórico. Mas isso não significa que a Economia Política só se constituiu e sistematizou como campo teórico na entrada do século XIX – significa apenas que nesses anos ela passou a ser reconhecida como tal.</p><p>Com efeito, ao longo dos séculos XVII e XVIII, desenvolveu-se e acumulou-se o estoque de conhecimentos que haveria de estruturar a Economia Política, resultante da contribuição, nesse decurso temporal, de um largo rol de pensadores. A Economia Política clássica vai de meados do século XVIII aos inícios do século XIX; “começa na Inglaterra, com Petty, e na França, com Boisguillebert” e “termina com [David] Ricardo [1772-1823] na Inglaterra e [Jean-Charles-Leonard Simonde de] Sismondi [1773-1842] na França”. Nos maiores representantes da Economia Política clássica, Adam Smith e David Ricardo, encontram-se duas características centrais da teoria que vinha se elaborando há quase duzentos anos:</p><p>1) A natureza mesma dessa teoria: não se tratava de uma disciplina particular, especializada, que procurava “recortar” da realidade social um “objeto” específico (o “econômico”) e analisá-lo de forma autônoma. Centrando a sua atenção nas questões relativas ao trabalho, valor e ao dinheiro, à Economia Política interessava compreender o conjunto das relações sociais que estava surgindo na crise do Antigo Regime – e naquelas questões “se explicitavam, de forma irrecusável, as transformações em curso na sociedade, a partir da generalização das relações mercantis e de sua extensão ao mundo do trabalho”. Os clássicos da Economia Política não desejavam, com seus estudos, constituir uma disciplina científica entre outras: almejavam compreender o modo de funcionamento da sociedade que estava nascendo das entranhas do mundo feudal; por isso, nas suas mãos, a Economia Política se erguia como fundante de uma teoria social, um elenco articulado de ideias que buscava oferecer uma visão do conjunto da vida social. E mais: os clássicos não se colocavam como “cientistas puros”, mas tinham claros objetivos de intervenção política e social.</p><p>2) O modo como seus autores mais significativos trataram as principais categorias e instituições econômicas (dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada etc.): eles as entenderam como categorias e instituições naturais que, uma vez descobertas pela razão humana e instauradas na vida social, permaneceriam eternas e invariáveis na sua estrutura fundamental. Esse entendimento, os clássicos deviam-no à inspiração das concepções próprias do jurisnaturalismo moderno, extremamente influente na Europa Ocidental dos séculos XVII e XVIII e que marcou vigorosamente a teoria política liberal (ou liberalismo clássico), cujo grande representante foi o inglês John Locke (1632-1704). Essa característica, assim como a anterior, é indicativa do compromisso sociopolítico da Economia Política clássica – sabe-se que o liberalismo clássico constituiu uma arma ideológica da luta burguesa contra o Estado absolutista e contra as instituições do Antigo Regime. Nos seus teóricos mais importantes (e, de novo, deve-se lembrar aqui Smith e Ricardo), ela condensou os interesses da burguesia revolucionária, que se confrontava com os beneficiários da feudalidade (a nobreza fundiária e a Igreja). Naqueles teóricos, as influências jusnaturalistas e liberais não são um acaso, mas sinalizam que suas realizações intelectuais inserem-se no quadro maior da Ilustração que configura um importante capítulo do processo pelo qual a burguesia avança para a construção do seu domínio de classe, que assinalou, em face da feudalidade, um gigantesco progresso histórico. Em resumidas contas, a Economia Política clássica expressou o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o Antigo Regime.</p><p>2.2. Definições atuais de Economia Política</p><p>“é a ciência que estuda as relações sociais de produção, circulação e distribuição de bens materiais, definindo as leis que regem tais relações.” (Paulo Sandroni)</p><p>“no sentido mais amplo, é a ciência das leis que regem a produção e a troca dos meios materiais de subsistência na sociedade humana” (Engels)</p><p>“o objeto da Economia Política é a atividade econômica, ou seja, a produção e a distribuição dos bens com os quais os homens satisfazem suas necessidades individuais ou coletivas; essa produção e distribuição constituem o processo econômico, e o “objetivo da Economia Política […] é estudar as leis sociais que regulam o processo econômico”. Em suma, “a Economia Política é a ciência das leis sociais da atividade econômica” (Oskar Lange).</p><p>A expressão “economia política” é empregada na atualidade, em geral, para tratar de estudos interdisciplinares relacionados à economia, sociologia, direito e ciências políticas, para compreender como as instituições e os aspectos políticos impactam no comportamento dos mercados. No campo da ciência política, a expressão se orienta para as teorias liberais e marxistas, que enfocam as relações entre a economia e o poder político dentro dos Estados. Por sua vez, a economia política internacional, como um ramo da economia, preocupa-se em estudar como o comércio, as finanças internacionais e as políticas estatais refletem o intercâmbio internacional e a política monetária e fiscal.</p><p>A economia política pode ser vista hoje como uma ciência social que busca realizar uma análise científica social do capitalismo. Registre-se que a política e a economia estão interligadas e interagem de forma constante, razão pela qual a ciência econômica necessita investigar os dois campos temáticos em conjunto. A economia política clássica, desde Adam Smith, é entendida como um ramo da economia que elaborou uma análise integrada de economia e política. É por isso que os clássicos se apoiam no liberalismo político, que caracteriza até a atualidade o discurso em política e economia. Os neoclássicos foram os herdeiros dos clássicos no final do século XIX e se converteram na teoria econômica dominante, que busca separar a economia da análise política.</p><p>Existem distintas visões da economia política, motivadas pelas divergências dos estudiosos do tema sobre a eficiência ou não do governo e do mercado. Para os marxistas, por exemplo, tanto o mercado como o governo não são capazes de atender aos interesses dos trabalhadores, que representam a maioria da população. Na percepção dos teóricos vinculados à economia do welfare state, o governo é eficiente, mas o mercado é ineficiente.</p>

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