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Trabalho 9

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DIREITOS REAIS E 
DIREITOS DAS OBRIGAÇÕES
Parte A
Direitos reais dizem respeito a garantias patrimoniais, que envolvem imóveis dados como garantia do cumprimento de uma obrigação. Os direitos reais regem as coisas suscetíveis de apreensão pelos homens; ensejam vínculo perpétuo, decorrente dos modos de aquisição da propriedade; o sujeito passivo é a generalidade anônima dos sujeitos (indeterminado); têm como objeto coisa corpórea; são oponíveis erga omnes (contra todos); possuem como fontes os diversos modos de aquisição da propriedade; conferem faculdade de abandono (sujeito que não pode arcar com ônus de manutenção do bem); tutelados pelos interditos proibitórios; são previstos em rol taxativo no novo Código Civil (art. 1225).
Direitos obrigacionais dizem respeito às pessoas. Ela, é a garantia de uma obrigação, que pode ser dada por intermédio de cheque, nota promissória ou algum outro título. Os direitos obrigacionais: tutelam as relações em âmbito econômico; ensejam vínculo transitório apenas entre credor e devedor; o sujeito passivo pode ser determinado ou determinável; têm como objeto uma prestação de dar, fazer ou não fazer; são oponíveis apenas em relações pessoais diretas; possuem como fontes, o contrato, a lei, o ato unilateral e o ato ilícito; não conferem a faculdade de abandono; são tutelados pelos mecanismos e corolários de responsabilidade civil; são previstos em rol esparsos e exemplificativos;
Parte B
Da inexecução das obrigações. Responsabilidade contratual
A obrigação se extingue pelos meios diretos ou indiretos de pagamento, por decadência e por impossibilidade absoluta superveniente. O não-cumprimento da obrigação, quando injustificado, importa em lesão do direito, determinando o ressarcimento do dano causado pelo inadimplente. 
O não-cumprimento da obrigação na forma, modo e tempo estabelecidos pela lei, ou pelo contrato, pode conforme o caso apresentar-se sob a forma de simples atraso (mora) ou de inadimplento total ou parcial.
O inadimplento culposo ou doloso é fonte de responsabilidade, enquanto a inexecução justificada por força maior ou caso fortuito implica a extinção da obrigação, sem o dever de ressarcir as eventuais perdas e danos. É esse o direito geral que domina o direito pátrio, embora admitindo exceções decorrentes de situações especiais em que se agrava ou se atenua o dever jurídico.
A obrigação violada pode ser contratual ou legal, fazendo surgir uma responsabilidade legal, extracontratual, delitual ou aquiliana, no primeiro caso, e contratual no segundo. A distinção se baseia na origem do dever jurídico e tem alcance prático no direito pátrio. Assim é que, no campo contratual há um dever determinado aceito pelas partes e a quebra do contrato implica, por si só, a culpa presumível em virtude do indimplento, enquanto em responsabilidade a responsabilidade legal cabe ao autor provar não apenas o dano e a sua causa, mas ainda a culpa do réu, salvo nos casos em que a própria lei presume a ocorrência da culpa. A capacidade do agente também é definida pela lei. Enquanto para a responsabilidade contratual só se admite como válido o ato de maior ou de menor assistido ou representado, o incapaz responde pelos prejuízos a eu der causa em ato ilícito.
A responsabilidade civil.
A responsabilidade conceitua-se como sendo a obrigação que incumbe a alguém de ressarcir o dano causado a outrem, em virtude da inexecução de um dever jurídico de natureza legal ou contratual que o agente devia conhecer e observar. Os elementos da responsabilidade são normalmente a lesão do direito alheio, em virtude do não-cumprimento do dever jurídico, e a imputabilidade do agente, abrangendo o dolo (vontade de causar o dano) e a culpa (erro, ignorância, imprudência, negligência ou imperícia).
O Código Civil esclarece que o inadimplento importa no pagamento de perdas e danos, mais juros e atualização e honorários de advogados. Distingue, todavia, os contratos que denominam benefícios, nos quais só há obrigação para uma das partes, dos onerosos, com obrigações para ambos os contratantes.
Caso fortuito e força maior
Salvo convenção em contrário ou determinação especifica da lei, o devedor nos responde pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito ou de força maior (art. 393). O caso fortuito e a força maior necessitam, para sua prova, de dois elementos: um objetivo (a inevitabilidade do evento) e outro subjetivo (a ausência de culpa).
Distingue-se caso fortuito da força maior, caracterizando-se o primeiro pela sua imprevisibilidade e a segunda pela sua inevitabilidade, o primeiro como fato humano e a segunda como força natural. Pode haver entre ambos, uma diferença de grau, apresentando-se a força maior com traços de irrestibilidade mais ostensivos que o caso fortuito.
Casos de culpa presumida
Há determinados casos no direito brasileiro, que sendo presumida a culpa, a sua ausência não exonera de responsabilidade, salvo se for feita a prova da ocorrência do caso fortuito ou força maior. 
Responsabilidade objetiva
A lei admite a responsabilidade independente da ocorrência de culpa. Tal responsabilidade pode decorrer de lei em virtude de convenção das partes e pela natureza da atividade (art. 927, parágrafo único).
Podemos afirmar que no direito brasileiro, ao lado da responsabilidade baseada na culpa, temos casos de responsabilidade por culpa presumida nos quais o agente se exonera provando a ausência de culpa, outros em que necessita provar a existência de caso fortuito ou de força maior e outros, enfim, em que nenhum fato pode excluir a sua responsabilidade, que permanece mesmo quando decorre de caso fortuito ou de força maior.
Perdas e danos
Conceitua-se como valor do prejuízo sofrido e do lucro cessante, em virtude da inexecução da obrigação. 
O inadimplemento obriga o contratante ou aquele que não executou as suas obrigações a indenizar a outra parte, repondo-a na situação econômica em que se encontraria se a prestação tivesse sido tempestivamente cumprida.
Antigamente, só se ocorria responsabilidade na lesão do direito exclusivamente patrimonial, não se admitindo a possibilidade de ressarcimento de violação da integridade física, da saúde ou da honra da vitima. Só mais recentemente, com a criação da categoria especial de direitos da personalidade é que surgiu, paralelamente à proteção do direito penal, a do direito civil, visando ressarcir o dano causado, nos termos os mais amplos possíveis, repondo a parte na situação em que se encontraria se lesão não tivesse havido.
Dano patrimonial e moral. Constituição de 1988
O direito moderno ampliou a proteção civil a fim de mandar indenizar não apenas as lesões de caráter material, mas também as violações de direitos da personalidade.
O Código Civil, em seu art. 186, expressamente estabelece a obrigação de indenizar os danos causados a outrem, “ainda que exclusivamente moral”.
A finalidade de indenização do dano moral já é hoje encarada não apenas como uma compensação da vítima, mas também como uma pena privada.
Juros
Os juros surgiram entre os povos da Antiguidade, como compensação pelo uso do capital alheio. A cobrança dos juros, condenada pelos concílios de acordo com a doutrina da Igreja, não foi admitida pela maioria das legislações européias anteriores a Revolução Francesa.
O Estado moderno afirmou, todavia, sua intervenção ampla, tanto no plano econômico como no plano social, só admitindo a cobrança de juros até determinado limite e combatendo a agiotagem e a usura, considerando-as até como figuras típicas de direito penal.
Conceito
O juro é conceituado como rendimento do capital, preço de seu uso, preço locativo ou aluguel do dinheiro etc., cabendo aos economistas o estudo de sua incidência em determinada situação e de suas repercussões na vida do País. 
Espécies 
Os juros podem ser devidos no empréstimo de coisas fungíveis, constituindo certa percentagem do capital mutuado. Denominamos mútuo feneratício o empréstimo com juros, distinguindo-se do mútuo gratuito.
Evolução legislativa
A Constituiçãovigente limitava no seu art. 192 os juros reais a 12% ao ano, que deveriam ser regulamentados por lei complementar. A Emenda Constitucional número 40/2003 deu nova redação a esse artigo e o assunto passou a ser de natureza infraconstitucional. Ocorrendo a mora de uma das partes, estará ela sujeita ao pagamento dos juros moratórios do art. 406 do CC, se outra sanção não for prevista. Além disso, a art. 591 do CC, ao permitir expressamente a capitalização anual, revoga a Lei da Usura (Dec. N. 22.626/33). O legislador não fixou o percentual da taxa de juros no Código Civil de 2002, e as operações que não forem bancárias vinculam-se ao índice utilizado para a mora dos tributos, que funciona como máximo legal. Em relação às instituições financeiras, cabe ao Conselho Monetário Nacional e ao Banco Central a fixação dos limites dos juros.
Sobre os tributos devidos à Fazenda Nacional incide taxa SELIC (Lei n. 9.065/95). O Código de 2002 confirmou o especificado da Súmula 121, que veda a capitalização de juros em período inferior ao anual, ainda que pactuado pelas regras.

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