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DIREITO EMPRESARIAL
Capítulo 1: Atividade Empresarial
1. Objeto do Direito Comercial:
Os empresários são pessoas que combinam certos fatores de produção, estimulados pela possibilidade de ganhar dinheiro. Os empresários apresentam como principal atividade, à articulação de fatores de produção que, são representados pelo capital, a mão de obra, os insumos e a tecnologia. Essa articulação trabalha a reunião desses insumos para que seja viável oferecê-los ao mercado consumidor com preços e qualidade competitivos.
O empresário pode adotar várias medidas de cautela, mas, ainda assim, corre o risco de os consumidores não se interessarem pelos bens ou serviços oferecidos. Nesses casos, todas as expectativas de ganho se frustram e os recursos envolvidos se perdem. Por essa razão, uma grande parte da competência característica de empresários diz respeito à capacidade que os mesmos devem ter de mensurar e atenuar riscos.
O Direito Comercial - ou direito empresarial, mercantil e de negócios, como também é designado - cuida do exercício dessa atividade econômica organizada, que é a empresa.
2. Comércio e Empresa
O comércio gerou e ainda gera muitas novas atividades econômicas, sendo a grande intensificação das trocas pelos comerciantes que despertou na sociedade o interesse de produzir bens de que não necessitam diretamente, mas que podem ser vendidos. Atividade essa que hoje é conhecida como fabril ou industrial.
Ainda no século XIX, Napoleão implementou na França o primeiro Código Comercial, que tinha como objetivo disciplinar as relações comerciais da sociedade francesa. Nesse código, não se encontravam algumas atividades econômicas que, com o tempo, passaram a ganhar muita importância.
De qualquer modo, ultrapassados por completo os condicionantes econômicos, políticos e históricos que ambientaram sua formulação, a teoria dos atos de comércio acabou revelando suas insuficiências para delimitar o objetivo do Direito Comercial.
A insuficiência da teoria dos atos do comércio forçou o surgimento de outro critério identificador do âmbito de incidência do Direito Comercial: a teoria da empresa.
3. Teoria da Empresa
A Teoria da Empresa foi um novo sistema de regulação de atividades econômicas de particulares que surgiu inicialmente na Itália, no ano de 1942. Nessa época, o país estava enfrentando um período de guerras e sofria a influência de idéias fascistas.
O Direito Comercial, em sua terceira etapa evolutiva, deixa então de cuidar de atividades de mercancia para cuidar de atividades empresariais. A relação entre as atividades econômicas compreende a compra e venda de bens móveis ou semoventes, no atacado ou varejo, para revenda ou aluguel, a indústria, os bancos, a logística que envolve o processo, os espetáculos públicos, os seguros e a armação e expedição de navios.
A empresa, de acordo com a ideologia fascista, representa a organização em que se harmonizam as classes em conflito que compõem a sociedade.
A teoria da empresa acabou de desvencilhando das raízes ideológicas fascistas.
As defasagens entre a teoria dos atos de comércio e a realidade disciplinada pelo Direito Comercial e a atualidade do sistema italiano de bipartir o direito privado começam a ser apontadas na doutrina brasileira na década de 60.
Pode-se dizer que o direito brasileiro incorporou nas lições da doutrina, na jurisprudência e em leis esparsas, a teoria da empresa, mesmo antes de sua entrada em vigor do Código Civil de 2002.
4. Conceito de Empresário
De acordo com definição prevista em lei, o empresário é o profissional que exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Destacam-se nessa definição as definições de profissionalismo, atividade econômica organizada e produção ou circulação de bens e serviços:
- Profissionalismo: A noção de exercício profissional é associada a considerações de três ordens, a habitualidade (Não se considera profissional quem realiza tarefas de modo esporádico), a pessoalidade (o empresário, no exercício da atividade empresarial, deve contratar empregados, pois o empregado não é considerado um empresário) e, mais relevante que as demais está, a noção de monopólio das informações, que o empresário detém sobre o produto ou serviço objeto de sua empresa (como profissional, o empresário tem o dever de conhecer todos os aspectos dos bens e serviços por ele oferecidos, bem como o de informar amplamente os consumidores e usuários).
- Atividade: Se o empresário é o exercente profissional de uma atividade econômica organizada, então empresa é uma atividade. A empresa, enquanto atividade, não se confunde com o sujeito do direito que a explora, o empresário.
- Econômica: A atividade empresarial é econômica no sentido de que busca gerar lucro para quem a explora. O lucro pode ser o objetivo da produção ou circulação de bens ou serviços, ou apenas o instrumento para alcançar outras finalidades, ou seja, pode ser o meio ou o fim da atividade econômica.
- Organizada: A empresa é uma atividade organizada no sentido de que nela se encontram articulados, pelo empresário, os quatro fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e tecnologia.
- Produção de bens e serviços: A produção de bens é a fabricação de produtos e mercadorias. A produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços.
- Circulação de bens ou serviços: A atividade de circular bens é a do comércio, que, nada mais é do que uma atividade de intermediação na cadeia de escoamento de mercadorias enquanto circular serviços é intermediar a prestação de serviços.
5. Atividades Econômicas Civis
Atualmente, continuam excluídas da disciplina juscomercialista algumas atividades econômicas. São elas atividades civis, cujos exercentes não podem, por exemplo, requerer a recuperação judicial, nem falir.
São quatro as hipóteses de atividades econômicas civis:
A primeira diz respeito às atividades econômicas civis exploradas por quem não se enquadra no conceito legal de empresário. As demais atividades civis são as dos profissionais intelectuais, dos empresários rurais não registrados na Junta Comercial e a das Cooperativas.
Não se considera empresário o exercente de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que contrate empregados para auxiliá-lo em seu trabalho. Também os outros profissionais liberais e artistas sujeitam-se a essa regra.
A atividade econômica rural é a explorada normalmente fora da cidade. Certas atividades produtivas não são exploradas em meio urbano, por razões de diversas ordens (materiais, culturais, econômicas ou jurídicas).
O exercente de atividade rural conta com um tratamento específico. Se ele requerer sua inscrição no registro das empresas (Junta Comercial), será considerado empresário e submeter-se-á às normas de Direito Comercial. Essa deve ser a opção agronegócio. Caso, porém, não requeira a inscrição neste registro, não se considera empresário e seu regime será o do Direito Civil.
As sociedades por ações serão sempre comerciais, independentemente da atividade que exploram. As cooperativas são sempre sociedades civis, independentemente da atividade que exercem. As cooperativas dedicam-se à atividades semelhantes a dos empresários e costumam a atender aos requisitos legais de caracterização destes como o profissionalismo, a atividade econômica organizada, dentre outro), mas não estão sujeitas à falência e não podem requerer a recuperação judicial.
6. Empresário Individual
O empresário pode ser uma pessoa física (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária). Os sócios de uma sociedade empresária não são empresários e a sociedade por eles constituída e que será a empresária, para todos os efeitos legais.
O empresário individual, em regra, não explora atividade economicamente importante. As atividades economicamente mais representativas são exploradas por sociedades empresárias anônimas ou limitadas.
Quanto às pessoas físicas, o exercício da atividade empresarial pode ser vedado em duas hipóteses diferentes.A primeira diz respeito à proteção da própria pessoa expressa em normas sobre capacidade. Já a segunda, refere-se à proteção de terceiros e se manifesta em proibições ao exercício da empresa.
Para ser um empresário individual, a pessoa deve encontrar-se em pleno gozo de sua capacidade civil.
7. Prepostos do Empresário
Como organizador de uma atividade empresarial, o empresário necessariamente deve contratar mão de obra.
Para efeito do direito das obrigações, esses trabalhadores são chamados prepostos, sendo este é proibido de concorrer com o seu preponente e capazes de responder pelos seus atos de que derivam obrigações do empresário com terceiros. Em termos gerais, os atos dos prepostos praticados no estabelecimento empresarial e relativo à atividade econômica desenvolvidas obrigam o empresário preponente.
De acordo com o Código Comercial, as informações prestadas pelo empregado ou funcionário terceirizado, bem como os compromissos por eles assumidos, atendidos aqueles pressupostos de lugar e objeto, criam obrigações para o empresário.
A diferenciação entre o gerente e o contabilista, além das funções e responsabilidade, esta também referente a facultativa função do gerente e a questão da contabilidade ser obrigatória.
8. Autonomia do Direito Comercial
O Direito Comercial é uma área especializada do conhecimento jurídico. Sua autonomia decorre dos conhecimentos extrajurídicos que professores e advogados devem buscar, quando o elegem como ramo jurídico de atuação. Quem escolhe o Direito comercial como área de estudo ou trabalho, deve estar disposto a contribuir para que o empresário atinja seu objetivo de lucro.
No Brasil a autonomia do Direito Comercial é referida até mesmo na Constituição Federal, que ao listar as matérias da competência legislativa privativa da União, menciona “direito civil” em separado de “comercial”.
Capítulo 9: Teoria Geral do Direito Societário
1. Conceito de sociedade empresária
Na construção do conceito de sociedade empresária, dois institutos jurídicos servem de alicerces. De um lado, a pessoa jurídica, de outro, a atividade empresarial. Uma primeira aproximação ao conteúdo desse conceito se faz pela idéia de pessoa jurídica empresária, ou seja, que exerce atividade econômica sob a forma de empresa. É uma idéia correta, mas incompleta. Somente algumas espécies de pessoa jurídica que exploram atividade definida pelo direito como de natureza empresarial é que podem ser conceituadas como sociedades empresárias. Além disso, há pessoas jurídicas que são sempre empresárias, qualquer que seja o seu objeto. Um ponto de partida, assim, para a conceituação de sociedade empresária é o da sua localização no quadro geral das pessoas jurídicas.
No direito brasileiro, as pessoas jurídicas são divididas em dois grandes grupos. O das pessoas de direito público: União, Estados etc. e as de direito privado, compreendendo todas as demais. O que diferencia um do outro é o regime jurídico a que se encontram submetidos.
As pessoas de direito jurídico público gozam de uma posição jurídica diferenciada e razão da supremacia dos interesses que o direito encarregou-as de tutelar, enquanto as pessoas de direito jurídico privado estão sujeitas a um regime caracterizado pela isonomia, inexistindo valoração diferenciada dos interesses defendidos por elas. Uma pessoa de direito público se relaciona, assim, de maneira privilegiada com uma pessoa de direito privado. Dentre as pessoas de direito privado estão às estatais (por suas peculiaridades), as fundações, associações e sociedades.
A distinção de sociedade simples e empresária não reside, como se poderia pensar, no intuito lucrativo. Embora seja de essência de qualquer sociedade empresária a persecução de lucros – inexiste pessoa jurídica dessa categoria com fins filantrópico ou pios -, este é um critério insuficiente para destacá-la da sociedade simples. Isto porque também há sociedades não empresárias com escopo lucrativo, tais como as de advogados, as rurais sem registro na Junta etc.
2. Personalização da sociedade empresária
A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõem. Este princípio, de uma importância para o regime dos entes morais, também se aplica à sociedade empresária. Tem ela personalidade jurídica distinta da de seus sócios; são pessoas inconfundíveis, independentes entre si.
Pessoa jurídica é um expediente do direito destinado a simplificar a disciplina de determinadas relações entre os homens em sociedade. Ela não tem existência fora do direito, ou seja, fora dos conceitos tecnológicos partilhados pelos interesses da comunidade jurídica. Tal expediente tem o sentido, bastante preciso, de autorizar determinados sujeitos de direito à prática de atos jurídicos em geral.
O que distingue o sujeito de direito é a personalidade ou ausência dela. Enquanto as pessoas estão autorizadas a praticar todos os atos jurídicos a que não estejam expressamente proibidas, os sujeitos de direito despersonalizados só poderão praticar os atos a que estejam, explicitamente, autorizadas pelo direito.
A personalidade das sociedades empresariais gera três conseqüências:
- Titularidade negociável: A sociedade pode ser representada legalmente por um de seus membros (sócios) em negócio. O eventual sócio que a representou não é parte do negócio jurídico, mais sim da sociedade;
- Titularidade processual: A pessoa jurídica pode demandar ou ser demandada em juízo. A ação referente a negócio da sociedade deve ser endereçada contra a pessoa jurídica e não para os seus sócios ou representantes e tem a capacidade para ser parte processual;
- Responsabilidade patrimonial: A sociedade terá patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de seus sócios, estes, no geral, não responderão pelas obrigações da sociedade.
Estas conseqüências da personalização da sociedade empresária constituem verdadeiros princípios do direito societário, cuja presença se fará notar por toda a exposição desta parte do direito comercial.
3. Classificação das sociedades empresárias ler melhor esta parte
Classificam-se as sociedades empresárias segundo diversos critérios. São três os critérios principais para seis tipos diferentes de sociedade. São tipos de sociedade: a sociedade em nome coletivo (N/C), a sociedade em comandita simples (C/S), a sociedade em comandita por ações (C/A), a sociedade em conta de participação (C/P), a sociedade limitada (Ltda) e a sociedade anônima ou companhia (S/A).
- Classificação quanto a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais
Dividem-se em: Sociedade limitada – em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais o direito contempla um só tipo de sociedade desta categoria, que é a sociedade em nome coletivo (N/C); 
Sociedade mista – em que uma parte dos sócios tem responsabilidade ilimitada e outra parte tem responsabilidade limitada. São desta categoria as seguintes sociedades: em comandita simples (C/S), cujo sócio comanditado responde ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto o sócio comanditado responde limitadamente; e a sociedade em comandita por ações (C/A), em que os sócios diretores têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais e os demais acionistas respondem limitadamente; e
Sociedade limitada – em que todos os sócios respondem de forma limitada por suas obrigações sociais. São desta categoria a sociedade limitada (Ltda) e a anônima (S/A).
- Classificação quanto ao seu regime de constituição e dissolução
Segundo este critério tem-se: Sociedade contratual – cujo ato constitutivo e regulamentar é o contrato social. Para a dissolução desse tipo de sociedade não basta a vontade majoritária dos sócios, reconhecendo a jurisprudência o direito de os sócios, mesmo minoritários, manterem a sociedade, contra a vontade da maioria, além disso, há causas específicas de dissolução desta categoria de sociedades, com a morte ou a expulsão do sócio. São sociedades contratuais: em nome coletivo (N/C), em comandita simples (C/S) e limitada (Ltda.);e
Sociedades institucionais – cujo ato regulamentar é o estatuto social. Estas sociedades podem ser dissolvidas por vontade da maioria societária e há causas dissolutórias que lhes são exclusivas como a intervenção e liquidação extrajudicial. São institucionais a sociedade anônima (S/A) e a sociedade em comandita por ações (C/A).
A sociedade contratual, pois, tem sua constituição e dissolução regida pelo Código Civil de 2002, ao passo que a sociedade institucional rege-se, neste ponto, pelas normas específicas da Lei n. 6.404/76.
- Classificação quanto às condições de alienação da participação societária
Sociedade de pessoas – em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranho no quadro associativo.
Sociedade de capital – em relação às quais vige o princípio da livre circulabilidade da participação societária.
Toda sociedade surge da conjugação desses dois elementos, ambos imprescindíveis. As sociedades institucionais são sempre “de capital”, enquanto as contratuais podem ser “de pessoas ”ou “de capital”. Assim, na sociedade anônima (S/A) e em comandita por ações (C/A), os acionistas não têm o direito de impedir o ingresso de terceiro não sócio na sociedade, assegurando o princípio da livre-circulação das ações (LSA, art. 36). Nestas sociedades, as ações são sempre penhoráveis por dívida de sócio e a morte não autoriza a dissolução parcial, seja pedido dos sobre viventes ou dos sucessores.
Nas sociedades em nome coletivo (N/C) e comandita simples (C/S), a cessão das quotas sociais depende da anuência dos demais sócios (CC, art. 1.003), regra que lhe confere, neste tópico, perfil personalístico. Suas quotas sociais são, assim, impenhoráveis. Em relação às conseqüências da morte de sócio, a sociedade em nome coletivo é “de pessoa”, mas o contrato social poderá atribuir-lhe o perfil diverso se assegurar aos sucessores o ingresso na sociedade (CC, art. 1.028, I); e a sociedade em comandita simples ostenta natureza diversa segundo a espécie de sócio falecido: é “de pessoas” , em caso de morte de comanditado, e “de capital”, se falecido um comanditário – sendo que, neste último caso, o contrato social pode alterar a natureza da C/S, prevendo a liquidação das quotas (CC, art. 10050).
Na sociedade limitada (Ltda.), o contrato social definirá a existência, ou não, e extensão do direito de veto ao ingresso de novos sócios. Poderá, também, dispor sobre as conseqüências do falecimento do sócio. Pode, portanto, o contrato social atribuir-lhe a natureza personalística ou capitalística. Caso, seja omisso, a cessão de quotas a terceiros estranhos à sociedade limitada é “de pessoal”, a menos que o contrato social lhe confira natureza capitalista.
4. Sociedade irregular
A sociedade empresária deve ser registrada na Junta Comercial. O seu ato constitutivo (contrato social ou estatuto) é que será objeto de registro. O registro deve ser anterior ao início das atividades sociais. A sociedade se registro é chamada, na doutrina, de sociedade irregular, ou “de fato”. 
No Código Civil de 2002, a sociedade empresária irregular ou “de fato” é disciplinada sob a designação de “sociedade em comum”. Não se trata de novo tipo societário, mas de uma situação em que a sociedade empresária ou simples pode eventualmente se encontrar: a de irregularidade caracterizada pela exploração de negócios sem o prévio registro exigido na lei.
O direito reserva uma sanção específica para a sociedade empresária que opera sem registro na Junta Comercial. Pelo art. 990 do CC, os sócios da sociedade sem registro responderão sempre ilimitadamente pelas obrigações sociais, sendo ineficaz eventual cláusula limitativa desta responsabilidade de contrato social. Os sócios que se apresentaram como representantes da sociedade terão responsabilidade direta e os demais, subsidiária, mas todos assumem responsabilidade sem limite pelas obrigações contraídas em nome da sociedade.
5. Desconsideração da pessoa jurídica
A autonomia patrimonial da pessoa jurídica, princípio que distingue de seus integrantes como sujeito autônomo de direito e obrigações, pode dar ensejo à realização de fraudes.
Pressuposto inafastável da despersonalização episódica da pessoa jurídica, no entanto é a ocorrência da fraude por meio da separação patrimonial. Não é suficiente a simples insolvência do ente coletivo, hipótese em que, não tendo havido fraude na utilização da separação patrimonial, as regras de limitação da responsabilidade dos sócios terão ampla vigência. A desconsideração é instrumento de coibição do mau uso da pessoa jurídica; pressupõe, portanto o mau uso. O credor da sociedade que pretende a sua desconsideração deverá fazer prova da fraude perpetrada, caso contrário suportará o dano da insolvência da devedora. Se a autonomia, não há fundamento para a sua desconsideração.
O pressuposto da desconsideração, já se viu, é a ocorrência de fraude perpetrada com uso da autonomia patrimonial da pessoa jurídica. Esta, que é a formulação mais corrente da teoria, dá, pois relevo à presença de elemento subjetivo.
Na lei, a desconsideração da personalidade jurídica é mencionada nos arts. 28 do Código de Defesa do Consumidor, 18 da Lei Antitruste (LIOE), 4º da legislação protetora do meio ambiente (Lei n. 9.605/98) e 50 do Código Civil de 2002 (dispositivo, aliás, inspirado na formação objetivista de Comparato).
Capítulo 13. Sociedade Limitada
1. Legislação Aplicável
A sociedade limitada é o tipo societário de maior presença na economia brasileira e representa, hoje, mais de 90% das sociedades empresárias registradas nas Juntas comerciais. Isso ocorre devido a dois fatores principais: limitação da responsabilidade dos sócios, os quais podem limitar as perdas em caso de insucesso da empresa; e contratualidade, que possibilita uma margem maior para negociações entre os sócios.
Sendo esta disciplinada no Código Civil de 2002, o qual, devido à imensa gama de questões jurídicas pertinentes ao assunto, torna-se insuficiente para tratar de todas estas. Assim, outras disposições se aplicam a este tipo societário, podendo, por exemplo, usar de regras de outros tipos de sociedade. No entanto, o diploma legal de regência supletiva da limitada pode ser a lei das sociedades anônimas (LSA), sendo que para tal os sócios necessitam contratar nesse sentido.
Tem-se então, que se o contrato social da limitada é omisso ou define a disciplina das sociedades simples como seu regime jurídico, aplicam-se os artigos do CC referentes a esse tipo de sociedade, sempre que a matéria não estiver disciplinada nos artigos que tratam da legislação aplicável às sociedades limitadas, do mesmo código. Se, porém, estiver estipulado no contrato social, que o regime adotado será o das sociedades anônimas, nas matérias não reguladas pelos artigos específicos das sociedades limitadas, aplicam-se as normas da LSA.
Caberá ao juiz a escolha de aplicar a LSA, por sua abrangência e superioridade, quando o Código Civil for lacunoso, mesmo que o regime de regência da sociedade seja o das sociedades simples.
2. Responsabilidades dos sócios
A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade limitada, está sujeita a limites. O limite da responsabilidade dos sócios na sociedade limitada é o total do capital social subscrito não integralizado, que contempla o montante de recursos que os sócios se comprometem a entregar para formação da sociedade e cujo pagamento não foi totalmente efetivo. Os credores só poderão responsabilizar os sócios, em caso se insucesso da empresa, até certo montante.
Em suma, os sócios não têm nenhuma responsabilidade pelas obrigações sociais se o capital estiver totalmente integralizado; isto estabelecido no contrato social. O limite imposto assim ocorre para que os bens produzidos pelas empresas não tenham seu preço elevado e possuam competitividade no comércio internacional. A regra da limitação da responsabilidade dos sócios deste tipo de sociedade comporta algumas exceções, dadas pelo próprio código civil e pela Justiça do Trabalho. 
Nas hipóteses de caráter excepcional,os sócios responderão subsidiária, mas ilimitadamente, pelas obrigações da sociedade, não sendo uma hipótese excepcional das previstas, o sócio não poderá ser atingido por obrigação da sociedade, além do limite legal do capital não integrado.
3. Deliberações dos sócios
No contato cotidiano com os negócios e demais sócios, os sócios tomam varias deliberações referentes ao desenvolvimento da sociedade, dispersando-se neste sentido, qualquer formalidade.
Entretanto, em relações a determinadas matérias de maior importância para o funcionamento da sociedade, a lei prevê algumas formalidades. São elas: designação e destituição de administradores, assim como a remuneração dos mesmos; votação das contas anuais dos administradores; modificação do contrato social; operações societárias, dissolução e liquidação da sociedade e expulsão de minoritário. Se pretenderem tratar de qualquer dessas matérias, os sócios devem reunir-se em assembléia e cumprir exigências relativas ao quorum deliberativo legalmente previsto para validade da decisão que tomarem.
4. Administração
Designadas em contrato social ou em ato separado, cabe a uma ou mais pessoas, sócias ou não, administrar a sociedade. É necessária a autorização expressa em contrato social, para ser administrada por não sócio. O mandato pode ser por prazo determinado ou indeterminado.
Os administradores devem, anualmente, prestar contas aos sócios em assembléia. Junto com as contas, apresentarão aos sócios os balanços patrimonial e de resultados que a sociedade limitada, nas condições de empresária, é obrigada a levantar. No caso de divida ativa, de natureza tributaria ou não tributaria, os administradores respondem por inadimplemento da sociedade limitada.
5. Conselho fiscal
O contrato social pode prever a instalação e funcionamento do conselho fiscal na limitada, porém este órgão só se justifica nas sociedades em que houver numero significativo de sócios afastados do cotidiano da empresa.
Os membros do conselho fiscal serão escolhidos em assembléia geral pelo voto da maioria dos sócios presentes. 
O fiscal pode exercer suas individualmente, mas responde por abuso dos poderes de que está investido. O conselho poderá escolher um contabilista, cuja remuneração será aprovada pelos sócios para auxiliar o fiscal em sua tarefa.
6. As duas limitadas
Existem dois subtipos de sociedade limitada, a partir da vigência das inovações do Código Reale. Um diz respeito às sociedades limitadas sujeitas ao regime de regência supletiva das sociedades simples; o outro às limitadas sujeitas ao regime de regência supletiva das sociedades anônima.
À primeira é dada o nome de limitadas de vínculo instável e à segunda o nome de limitadas de regime instável. Isso em razão do direito de retirada imotivada das sociedades sem prazo. As sociedades limitadas sujeitas á regência supletiva das sociedades simples estabelecem entre os sócios um vínculo instável com maior facilidade.
Nas sociedades do subtipo I, a dissolução cabe em cinco casos: morte de sócios; liquidação de quotas a pedido de credor de sócio; retirada motivada; expulsão de sócio. Na sociedade limitada do subtipo II só é cabível a dissolução parcial em duas hipóteses: retirada motivada e expulsão.
Além destas diferenças entre as duas espécies de limitada, existem três outras no nos sentidos de desempate, destinação do resultado e vinculação a atos estranhos ao objeto social.
7. Sociedades limitadas de grande porte
A sociedade empresária é classificada como “de grande porte” quando possui ativo total superior a R$ 240.000.000,00, ou receita bruta anual acima de 300.000.000,00. Neste caso a sociedade limitada submete-se às mesmas regras que a lei fixa para a sociedade anônima. 
A sociedade anônima de grande porte fica obrigada a escriturar seus livros mercantis seguindo o regime de competência, não podendo mais usar o regime de caixa. Ao término do exercício, a sociedade limitada de grande porte deve levantar as mesmas demonstrações financeiras a que se obrigam as companhias fechadas em geral. Caso o patrimônio líquido da sociedade limitada de grande porte for pelo menos de R$ 2.000.000.000,00, fica obrigada a levantar a demonstração de fluxo de caixa.
Nenhuma outra exigência se estende às sociedades limitadas de grande porte, em razão de sua classificação nessa categoria. A exemplo do regime jurídico aplicável à generalidade das sociedades limitadas, as demonstrações contábeis são documentos internos, destinados exclusivamente aos sócios.

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