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<p>1</p><p>PEDAGOGIA SOCIAL HISTÓRICO E CONCEITO</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>1 - INTRODUÇÃO.............................................................................................4</p><p>2- O PEDAGOGO E A PEDAGOGIA SOCIAL..................................................6</p><p>2.1- O MOVIMENTO DE ESCOLARIZAÇÃO FORMAL.................................18</p><p>2.2- CONTEÚDO DE FORMAÇÃODA PEDAGOGIA SOCIAL EM</p><p>EDUCAÇÃONAO FORMAL.......................................................................................21</p><p>3- CONTRIBUIÇÃO PEDAGOGICO - SOCIAL ALTERNATIVAS .................26</p><p>4 - RECONHECENDO POLITICAS PUBLICAS.............................................29</p><p>BIBIOGRAFIA ................................................................................................32</p><p>2</p><p>NOSSA HISTÓRIA</p><p>A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de</p><p>um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de</p><p>Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz</p><p>de oferecer serviços educacionais em nível superior.</p><p>O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de</p><p>conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a</p><p>participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua</p><p>formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos,</p><p>técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e</p><p>propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras</p><p>normas de comunicação.</p><p>Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de</p><p>forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma</p><p>base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no</p><p>atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma</p><p>das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade</p><p>3</p><p>1 - INTRODUÇÃO</p><p>A pedagogia é a ciência que trata da educação em geral. O pedagogo é um</p><p>conhecedor de todos os aspectos relacionados à formação e ao mundo educativo,</p><p>como as técnicas de aprendizagem, a organização escolar, a elaboração de projetos,</p><p>orientação profissional, programas de apoio, desenvolvimento de material didático,</p><p>entre outras funções.</p><p>O campo de estudo desta disciplina é bem amplo. Assim, o departamento</p><p>de recursos humanos das empresas conta com os princípios pedagógicos (trata-se da</p><p>pedagogia empresarial). Em relação ao esporte, existe a pedagogia esportiva. Quando</p><p>os alunos precisam superar dificuldades no processo de aprendizagem necessitam do</p><p>auxílio de um pedagogo terapêutico. Outros ramos são a psicopedagogia, a pedagogia</p><p>digital e a social.</p><p>Na maioria das sociedades há problemas e desajustes que afetam de maneira muito</p><p>especial os setores mais desfavorecidos. A pobreza extrema, o abandono escolar,</p><p>a violência nas ruas e a falta de expectativa profissional são circunstâncias que têm</p><p>relação direta com os grupos mais humildes. A pedagogia social é precisamente a</p><p>disciplina que tenta corrigir todas as circunstâncias que afetam negativamente os</p><p>grupos mais desprotegidos e, de maneira especial, as crianças.</p><p>A pedagogia social parte de um princípio geral: para que haja uma mudança na</p><p>sociedade é necessário incorporar estratégias educativas que facilitem a transformação</p><p>social. Em outras palavras, não há mudança social sem educação.</p><p>4</p><p>Para os profissionais desta área, o importante é que a educação deve ser entendida</p><p>como uma ferramenta para transformar a sociedade e não como um sistema para</p><p>legitimar as diferenças de classe social. Neste sentido, o modelo formativo proposto</p><p>está baseado em ensinar conteúdos que promovam o desenvolvimento integral do</p><p>aluno.</p><p>Para alcançar este objetivo o aluno deve sentir-se integrado a uma comunidade e os</p><p>recursos didáticos e métodos de aprendizagem devem estar diretamente relacionados</p><p>ao seu contexto social. Na prática, os pedagogos desta corrente tratam de prevenir</p><p>conflitos, corrigir deficiências na socialização dos indivíduos e favorecer a reinserção</p><p>daqueles que sofrem de alguma forma de exclusão social.</p><p>2- O PEDAGOGO E A PEDAGOGIA SOCIAL</p><p>A base teórica científica da Pedagogia Social surge de maneira incipiente nas</p><p>questões sociais assumidas por vários filósofos e educadores, abordados desde o</p><p>mundo Clássico até a metade do século XIX. Filósofos como Platão à Pestalozzi entre</p><p>outros, ajudaram na construção e consolidação da Pedagogia Social através de</p><p>teorias referentes à educação que serviram como base para o posterior</p><p>desenvolvimento científico deste ramo da pedagogia criado pelo teórico Alemão Paul</p><p>Natorp, que teve seus pensamentos fortemente influenciados por tais filósofos.</p><p>Como uma tradição de pensamento e ação, a Pedagogia Social é mais antiga do que</p><p>a terminologia Pedagogia Social, antes estudado na sociologia como Educação</p><p>Social. Os fundadores da tradição fizeram as perguntas certas, embora não</p><p>adotassem o termo. É correto afirmar que desde o princípio, a perspectiva</p><p>pedagógico-social se baseava em tentativas de encontrar soluções educacionais para</p><p>os problemas sociais. (OTTO apud SOUZA NETO et al, 2009)</p><p>Historicamente, a Pedagogia Social baseia-se na crença de que é possível</p><p>decisivamente influenciar circunstâncias sociais por meio da Educação. Assim, a</p><p>Pedagogia Social começa com esforços em confrontar pedagogicamente aflições</p><p>sociais na teoria e na prática. A importância da Educação no desenvolvimento da</p><p>sociedade foi discutida pelos grandes filósofos da antiguidade clássica. Platão e</p><p>Aristóteles, por exemplo, discutiram filosofia social por meio de questões éticas,</p><p>5</p><p>políticas e pedagógicas. Entretanto, eles não deram muita atenção à questão da</p><p>pobreza, da aflição e da ajuda social. As precondições teóricas para o</p><p>desenvolvimento do pensamento e da ação pedagógica social não foram</p><p>amadurecidas até a transição ao período moderno, com o Renascimento, a Reforma</p><p>e mais tarde, o Iluminismo, quando as ideias de progresso social começaram a ser</p><p>associados às atividades da humanidade. Dois tipos de estratégias foram erigidos</p><p>para confrontar problemas sociais e para promover o bem-estar social: Política e</p><p>Pedagogia. (OTTO apud SOUZA NETO et al, 2009, p. 31)</p><p>Sendo assim, muito antes que se manifestasse a tendência da Pedagogia Social</p><p>como uma ciência de teoria e prática próprios, quase todos os educadores e</p><p>pedagogistas da história haviam abordado os problemas referentes à educação e/ou</p><p>sua importância no desenvolvimento da sociedade, sendo a maioria de caráter</p><p>humanitários, filosóficos ou políticos.</p><p>No desenvolvimento histórico da Pedagogia Social, cabe estabelecer uma separação</p><p>entre os precursores ou antecessores na Pedagogia Clássica, desde Platão até</p><p>Pestalozzi, e seus fundadores ou criadores teóricos na Pedagogia Moderna, desde</p><p>Natorp até nossos dias atuais. (LUZURIAGA, 1960)</p><p>Na idade Média, não se produziu uma teoria social autônoma da educação, pois os</p><p>estudos da época estavam centrados na Teologia, a qual subordinava toda a</p><p>atividade educativa á Igreja.</p><p>O Renascimento e a Reforma também não produziram novas teorias sociais da</p><p>educação, tendo sua pedagogia de caráter eminentemente individualista.</p><p>Segundo Luzuriaga (1960, p.11 e 12) “Comenius foi o primeiro a formular, na Idade</p><p>Moderna, uma concepção pedagógico-social de caráter místico humanitário, [...]</p><p>Pestalozzi foi, contudo, o verdadeiro fundador da educação social autônoma”.</p><p>O discurso de Comenius, afirma que a educação se estende igualmente a todos, seja</p><p>qual for a situação social ou posição econômica do indivíduo e que essa educação</p><p>tem que ser dada em comum, pois todos são filhos de Deus. Contudo, Pestalozzi</p><p>é o</p><p>primeiro em conceber a educação como função essencialmente social e humana, não</p><p>como obra de caridade, mas como direito humano e dever da sociedade. É importante</p><p>ressaltar que, tais filósofos tiveram grande contribuição na inclusão da dimensão</p><p>6</p><p>social na educação que, embora de maneira teórica, propiciaram o surgimento no</p><p>final do século XIX, de um trabalho mais científico e direcionado sobre o tema</p><p>Pedagogia Social. Sendo assim, a Pedagogia Social de caráter teórico ou científico,</p><p>começa na Idade Moderna, com publicações de vários autores em diferentes direções</p><p>de pensamento.</p><p>A primeira obra que sistematiza a Pedagogia Social é publicada em 1898. Inspirado</p><p>nas idéias de Platão e Pestalozzi, Paul Natorp, filósofo neokantiano, escreve a obra</p><p>que se intitula “Pedagogia Social. Teoria da Educação e da vontade sobre a base</p><p>da comunidade”. Um dos conceitos básicos defendidos por Natorp é da comunidade</p><p>contrapondo-se ao individualismo, que ele considera origem e causa dos conflitos</p><p>sócio-políticos da Alemanha. Assim, Paul Natorp chega a conclusão de que a</p><p>educação vincula-se a sociedade, não aos indivíduos, e procura elaborar uma teoria</p><p>sobre a educação social, concebendo a Pedagogia Social como saber prático e saber</p><p>teórico.</p><p>Sendo reconhecido como o idealista da Pedagogia Social, Natorp é o criador de uma</p><p>tendência, uma escola, a da Pedagogia Sociológica, parte da Pedagogia Social, como</p><p>uma ciência com múltiplas concepções. Contudo, a Pedagogia Social de Natorp não</p><p>teve uma continuação. Sendo assim, houve várias manifestações da concepção</p><p>social da educação, que podem ser reduzidas as seguintes direções segundo</p><p>Luzuriaga (1960):</p><p>• Idealista: Paul Natorp</p><p>• Naturalista: Paul Bergemann</p><p>• Historicista: Otto Willmann e Paul Barth</p><p>• Nacionalista: Ernst Krieck</p><p>• Sociológica: E. Durkheim e K. Mannheim</p><p>• Sociológica: W. R. Smith e Ch. C. Peters.</p><p>De acordo com Luzuriaga (1960), para o naturalista Bergemann, o fundamento da</p><p>pedagogia encontra-se na Antropologia e Biologia, para ele o indivíduo pensa, sente</p><p>e age em todos os momentos essenciais e de acordo com a sociedade em que</p><p>nasceu.</p><p>7</p><p>Para Otto Willmann e Paul Barth, o estudo não deve limitar-se a ações educativas</p><p>individuais, mas sim, através da história, estendê-las para ações de fenômenos</p><p>coletivos e sociais. Para Ernst Kreieck a Pedagogia nacional-social estrutura-se na</p><p>disciplina racial básica e na formação nacional-popular. Durkheim afirma que a</p><p>sociedade em geral e cada meio social particular são os que determinam o ideal que</p><p>a educação deve realizar e o sociólogo Mannheim dedica seus estudos a problemas</p><p>educacionais, criando relação entre a sociologia e a educação e os inúmeros serviços</p><p>que a sociologia pode prestar à educação.</p><p>Por fim, a sociologia pedagógica norte-americana com Smith e Peters afirma que “a</p><p>sociologia da educação é um ramo da pedagogia mais do que da</p><p>sociologia”. Enquanto teoria e prática, a Pedagogia Social é fundamentada e</p><p>presente em diversos países. O conceito de Pedagogia Social como ciência como foi</p><p>citado acima, surge na Alemanha e torna-se referencial para a área. Com a crise que</p><p>se abateu na Indústria Bélica, na primeira metade do século XX, num contexto</p><p>claramente relacionado com as conseqüências da Revolução Industrial, surge</p><p>progressivamente, segundo Casteleiro apud SOUZA NETO et al (2009, p. 85) “a ideia</p><p>de que é na Educação das pessoas que poderá estar a resposta para os inúmeros</p><p>problemas sociais e humanos”.</p><p>O contexto em que surgiu a Pedagogia Social na Alemanha explica a trajetória da</p><p>área nesse período. Coincide com o crescimento e a consolidação das Ciências</p><p>Sociais, com a racionalização e análise objetiva da vida social. Reflete também os</p><p>efeitos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, com o reconhecimento dos</p><p>movimentos populares que reivindicam liberdade e direitos humanos. (MACHADO</p><p>apud SOUZA NETO et al, 2009, p. 135)</p><p>Com a crise econômica-industrial da Alemanha acentuada no final do século XIX e a</p><p>problemas associados à primeira grande guerra mundial, levam o pedagogo a atender</p><p>à necessidade de intervenção sócio-educacional. Pressionados pela realidade do</p><p>desemprego, delinqüência, ausência de proteção social principalmente de crianças e</p><p>adolescentes devido à perda de familiares na guerra, educadores avançam na</p><p>conceituação da Pedagogia Social ao mesmo tempo em que ampliam as ações</p><p>práticas o qual entendem que o objetivo primordial é de conseguir o bem estar do</p><p>sujeito, desenvolvendo as suas capacidades e vontades.</p><p>8</p><p>Os profissionais da educação buscam reduzir a conflitos políticos contraditoriamente</p><p>de socialistas e comunistas e na Primeira Guerra Mundial marcada pela situação</p><p>social crítica, enfatiza o atendimento aos problemas da sociedade como à infância</p><p>abandonada, grupos de jovens marginalizados, atenção a terceira idade, animação</p><p>sócio-cultural e educação permanente.</p><p>Estabelecendo neste país, uma política de atendimento as necessidades sociais, com</p><p>o objetivo de melhorar a qualidade de vida do povo, com a criação de leis de apoio</p><p>social e assistência a infância e a juventude, apoio as instituições sócio-pedagógicas</p><p>e aos trabalhadores, tais políticas influenciaram outros países se tornando referência</p><p>na área. A Educação Social é fruto das políticas sociais e do contexto específico de</p><p>cada nação, deste modo não existe uma forma única de entendê-la.</p><p>Segundo Esteban (apud, SOUZA NETO et al, 2009), a globalização econômica e a</p><p>mundialização condicionam as ações em nível educativo. Segundo este autor a</p><p>sociedade multimediática transforma o tempo e o espaço da Educação e das</p><p>instituições escolares. Assim, os objetivos da Educação Social correspondem à</p><p>integração e convivência entre os membros de uma comunidade, família ou centro</p><p>escolar. É possível afirmar que o direcionamento da educação, vai de acordo com as</p><p>diferenças de história, cultura e política de cada nação, assim a Pedagogia Social</p><p>pode ser utilizada de modo diferente na prática nos países, respeitando acima de tudo</p><p>as necessidades locais, já que a Pedagogia Social surge como um alicerce aos</p><p>problemas sociais que vêem na educação uma forma de melhorar a qualidade de vida</p><p>dos indivíduos.</p><p>Hoje, a Alemanha é reconhecida como a pátria-mãe da Pedagogia Social, que</p><p>assume diferentes configurações com outros países Europeus como Áustria,</p><p>Espanha, Finlândia, França, Luxemburgo, Grécia, Portugal, Noruega, Rússia, Suécia,</p><p>Suíça e Ucrânia.</p><p>Na América Latina, a maior referência para a Pedagogia Social é o Uruguai. Um dos</p><p>principais inspiradores do tema no Brasil é Paulo Freire, ainda que ele nunca tenha</p><p>usado o termo em seus inscritos, é referência internacional de teoria e prática.</p><p>Nos países da América Latina, apesar de regulamentada como profissão em alguns</p><p>países como México, Argentina, Chile e Venezuela, a Pedagogia Social ainda é pouco</p><p>conhecida enquanto abordagem teórica e qualificação profissional regular. O Uruguai</p><p>9</p><p>é uma das referências na área. Entretanto, a Pedagogia Social está presente em</p><p>intervenções de diferentes naturezas em toda a América Latina. Dentre tais práticas,</p><p>destacam-se os modelos de Educação popular [...] desenvolvida por Paulo Freire [...].</p><p>(MACHADO apud SOUZA NETO et al, 2009, p. 139 e 140)</p><p>No Brasil, a ciência é nova e pouco conhecida, tendo escassa literatura acadêmica</p><p>de autores nacionais e campo de atuação crescente, porém sem uma</p><p>regulamentação específica como área de atuação. Ressalta-se a importância da</p><p>Pedagogia Social como forma de melhorar a qualidade de vida das pessoas</p><p>enfatizando a educação como um processo permanente e ao longo da vida,</p><p>ratificando a necessidade de se discutir as formas de ensinar e aprender além dos</p><p>limites da escola.</p><p>Desde sua origem em 1930, o curso de pedagogia no Brasil está centrado na atuação</p><p>do pedagogo relacionada</p><p>ao ambiente educacional escolar e regular. Em 1939, 1962</p><p>e 1969 ocorreram as três regulamentações do curso, a qual propiciaram pouca</p><p>flexibilização e inovações nos projetos das instituições formadoras, já que continham</p><p>um currículo mínimo direcionado que era implantado como referência nacional, o qual</p><p>não se permitia grandes mudanças.</p><p>Em 1996, ocorreu a reforma da educação cujo currículo mínimo, foi substituído por</p><p>diretrizes curriculares, possibilitando a diversidade e diversificação de projetos</p><p>educacionais. Na tramitação da nova regulamentação do curso, acentuou-se o debate</p><p>sobre a formação e o trabalho do pedagogo.</p><p>Além de questões conflitantes, como a proposta de fragmentação do trabalho do</p><p>pedagogo, com restrições na formação para a docência, ênfase na gestão e da</p><p>proposta de novos agentes formadores para a docência (Institutos Superiores de</p><p>Educação), são incluídas nas discussões novas demandas de trabalho que propiciam</p><p>atuação em diferentes espaços. (SOUZA NETO; et al, 2009, p. 25)</p><p>Após essa flexibilização na nova regulamentação do curso, pode situar a pedagogia</p><p>como perspectiva de inovação em relação à educação fora da escola, pois apesar de</p><p>ainda não esgotada a discussão sobre as questões prioritárias da educação escolar</p><p>básica e sua precariedade, é de grande relevância debater sobre essas novas</p><p>demandas que se incorporam aos desafios à formação do educador, já que crescem</p><p>10</p><p>as ações e intervenções educativas em meios e organizações diferenciados do</p><p>sistema educacional escolar, como empresas, hospitais e ONGs.</p><p>Nas últimas décadas, no Brasil, constata-se uma crescente atenção à área social. Os</p><p>registros de projetos sócio-educacionais, que se multiplicam continuamente, são uma</p><p>confirmação da diversidade e da diferenciação que atinge tal área. As iniciativas</p><p>transitam entre o setor público e privado, entre assistencialismo e Educação, entre</p><p>profissionalismo e voluntariado. Ressalta-se, entretanto, nessa área, a ausência da</p><p>formação de profissionais com domínios teórico-práticos específicos.</p><p>Contraditoriamente, pode-se afirmar que a Educação Social ainda é desconhecida</p><p>em nosso país (MACHADO apud SOUZA NETO et al, 2009,p. 133 e 134).</p><p>Apesar desta mudança na regulamentação do curso, o qual diversificou o campo de</p><p>atuação do profissional da educação e também da necessidade e crescimento desta</p><p>área da pedagogia, pouco se conhece e é pesquisado sobre o assunto. Poucas</p><p>universidades Brasileiras têm procurado se adequar a essas novas demandas através</p><p>da criação de grupo de estudos e disciplinas. E na prática, pouco se incorporou a</p><p>Pedagogia Social como uma área de conhecimento dedicada à formação docente,</p><p>campo de pesquisa e trabalho profissional, sendo uma área de atuação considerada</p><p>nova.</p><p>A institucionalização da Pedagogia Social no Brasil, como área de formação do</p><p>educador social, educador comunitário, educador popular ou outra denominação que</p><p>se queira usar, deve ter em vista sua formação pedagógica e o compromisso com a</p><p>regulamentação de sua atividade como profissão, com vistas à superação da falta de</p><p>identidade profissional, da precariedade das condições de trabalho e da insegurança</p><p>jurídica em que milhares de homens e de mulheres são obrigados a trabalhar. Não</p><p>menos importantes são a definição do lugar que as organizações não-governamentais</p><p>devem ocupar dentro da política educacional e a criação de um marco normativo que</p><p>regulamente sua atuação na área educacional. (SOUZA NETO; et al, 2009, p. 16)</p><p>Destacam-se na década de 60, os modelos de educação popular com a abordagem</p><p>teórica desenvolvida por Paulo Freire. A pedagogia de Freire difundiu-se e influenciou</p><p>nas campanhas de alfabetização de jovens e adultos principalmente das áreas rurais</p><p>e menos favorecidas da população.</p><p>11</p><p>Esta prática implica, por isto mesmo, em que o acercamento às massas populares se</p><p>faça, não para levar-lhes uma mensagem “salvadora”, em forma de conteúdo a ser</p><p>depositado, mas, para em diálogo com elas, conhecer, não só a objetividade em que</p><p>estão, mas a consciência que tenham desta objetividade; os vários níveis de</p><p>percepção de si mesmos e do mundo em que e com que estão. (FREIRE, 1987, p.</p><p>49)</p><p>Segundo Freire (apud, SOUZA NETO et al, 2009) a educação nas sociedades latino-</p><p>americanas ainda ocorre em um processo vertical. O professor ainda é um ser</p><p>superior que ensina a ignorantes. O educando recebe passivamente os</p><p>conhecimentos tornando-se um depósito do educador. Educa-se para arquivar o que</p><p>se deposita, mas o curioso é que o arquivado é o próprio homem, que perde assim</p><p>seu poder de criar, se faz menos homem, é uma peça. O destino do homem deve ser</p><p>criar e transformar o mundo, sendo o sujeito de sua ação.</p><p>Com uma pedagogia “não autoritária”, a pedagogia do oprimido de Freire, tem como</p><p>objetivo central a “conscientização” como condição para a transformação social.</p><p>Freire afirma que esta conscientização acontece através do diálogo:</p><p>O diálogo é este encontro dos homens, midiatizados pelo mundo, para pronunciá-lo,</p><p>não só esgotando, portanto, na relação eu-tu.</p><p>Por isto, o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se</p><p>solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser</p><p>transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um</p><p>sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca da, ideias a serem</p><p>consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 1897, p. 45)</p><p>Sendo mais específico, pode-se afirmar que Paulo Freire é o representante nacional</p><p>da Pedagogia Social no Brasil e sua obra é reconhecida internacionalmente nesta</p><p>perspectiva.</p><p>Há mais de vinte anos a educação popular na América Latina apresentava, em</p><p>relação à atenção, estrutura social e envolvimento de pessoas em projetos</p><p>educacionais, vários programas de assistência a grupos menos favorecidos da</p><p>população como segundo Garcia – Hidobro (1985) (apud SOUZA NETO et al, 2009,</p><p>p. 140) :</p><p>12</p><p>1- Programas relativos a populações indígenas, nativas referentes a questões de</p><p>língua, multiculturalismo, identidade étnica, resistência à assimilação da cultura</p><p>dominante.</p><p>2- Programas de pesquisa participativa em ação de resgate á cultura e conhecimento</p><p>popular para reapropriação do poder de grupos dominantes (de informação, de</p><p>ideologia), apoiados na coerção e na força.</p><p>3- Programas de participação comunitária, de identificação de programas</p><p>educacionais, envolvendo pais, professores e alunos.</p><p>4- Programas de educação popular relacionados a questão da terra, reforma agrária</p><p>e educação rural.</p><p>5- Programas de formação política por meio de recursos e atividades educacionais –</p><p>alfabetização e necessidades de classes marginalizadas – para organização e</p><p>mobilização na contestação de estruturas sociais e o poder do Estado.</p><p>Esta marcada ênfase assistencialista do início das intervenções realizadas pela</p><p>Educação Popular, cede espaço a reivindicações por parte da população que se</p><p>manifestam pelo delineamento de políticas sociais públicas.</p><p>Dessa forma as intervenções não formais que no início estiveram relacionadas a</p><p>projetos de educação popular desarticulados ou a projetos exclusivamente</p><p>assistencialistas, têm se transformado e passam a incluir discussões sobre políticas</p><p>sociais públicas para os setores específicos. A própria sociedade civil passa a</p><p>participar desse debate, ainda que de maneira restrita, e a assumir responsabilidades</p><p>e práticas. (MACHADO, Pedagogia e a Pedagogia social: educação não-formal,</p><p>2002)</p><p>A educação não-formal no Brasil surge através de ações e intervenções a partir dos</p><p>anos 90, em decorrência das mudanças na economia, sociedade e no mundo de</p><p>trabalho.</p><p>Pode-se afirmar que a Pedagogia Social no Brasil surgiu para suprir a necessidade</p><p>de Brasileiros que vivem em situação de extrema vulnerabilidade e não tem seus</p><p>direitos sociais garantidos de forma digna.</p><p>Este aspecto é uma das conseqüências da</p><p>injusta ordem social vigente que se reflete nas condições precárias de escolarização</p><p>para estas pessoas e no despreparo dos professores para lidarem com as realidades</p><p>13</p><p>sociais dos alunos de classes populares. Além de programas realizados pela</p><p>educação popular, são desenvolvidos com enfoques diferenciados por educadores</p><p>sociais projetos que priorizam atenção às classes menos favorecidas, na questão da</p><p>cidadania, na questão de carências urbanas e rurais e nas situações de vícios e</p><p>dependência de drogas.</p><p>No Brasil, os contornos iniciais da Pedagogia Social circunscrevem o universo</p><p>conhecido como Educação não-formal, as práticas educativas desenvolvidas por</p><p>movimentos sociais, organizações não-governamentais, programas e projetos</p><p>sociais, sejam eles públicos ou privados. Este amplo universo das práticas de</p><p>Educação não-formal congrega intervenções de natureza sociopedagógica nas áreas</p><p>de meio ambiente, saúde, direitos humanos, cidadania, alimentação, trânsito,</p><p>formação profissional, empreendedorismo, artes, cultura, esportes etc., além das</p><p>atividades subsidiárias e complementares à Educação Infantil, Ensino Fundamental,</p><p>Ensino Médio, Ensino Superior (SOUZA NETO; et al, 2009, p. 15 e 16)</p><p>Atualmente Pedagogia Social no Brasil, pode ser considerada com uma ciência nova.</p><p>Sendo pouco pesquisada e de escassa literatura acadêmica em obras publicadas.</p><p>Até pouco tempo a única referência existente era a Associação de Pedagogia Social</p><p>de Base Antroposófica, fundada em 2001 e baseada nos ensinamentos de Rudolf</p><p>Steiner, filósofo religioso.</p><p>Por não ser uma instituição acadêmica, e conseqüentemente não ter um programa</p><p>de ensino, currículo, linhas de pesquisa, proposta de formação ou quadro docente,</p><p>professores pesquisadores Brasileiros uniram esforços com o intuito de resgatar na</p><p>literatura Nacional concepções educacionais sobre a Pedagogia Social.</p><p>Citando obras como de Geraldo Caliman, com o livro “Desafios, Riscos e desvios” de</p><p>1998; Antônio Carlos Gomes da Costa com o livro “A presença da pedagogia – Teoria</p><p>e prática da ação socioeducativa” lançado em 1999, no mesmo ano Maria Stela</p><p>Santos Graciani lançou a obra “A pedagogia Social de rua”, também lançado em 1999</p><p>o livro “Educação não-formal e cultura política” de Maria da Glória Gohn, e mais</p><p>recente, em 2009 o lançamento da obra intitulada “Pedagogia Social”, um livro</p><p>organizado por João Clemente de Souza Neto, Roberto da Silva e Rogério Moura.</p><p>À falta de uma abordagem sistematizada, ou melhor, de um acervo teórico e</p><p>metodológico sistematizado sobre a Educação não-formal no Brasil, que identifique a</p><p>14</p><p>diversidade de práticas, seus fundamentos teóricos e metodológicos, os sujeitos</p><p>envolvidos, o público beneficiário e o impacto que ela tem na Educação em geral [...]</p><p>(SOUZA NETO; et al, 2009, p. 16)</p><p>É relevante afirmar que as obras Brasileiras publicadas sobre Pedagogia Social tanto</p><p>em livros, como artigos tem forte influência de outros países, como Alemanha, Itália,</p><p>Finlândia, Portugal e principalmente da Espanha com citações de vários autores</p><p>espanhóis como Jaime Barnet Trilla, Antoni Petrus, José Maria Quintana Cabanas e</p><p>Paciano Fermoso. As publicações espanholas resgatam questões muito próximas a</p><p>que se busca refletir em debates sobre a pedagogia social no Brasil, como âmbitos</p><p>de intervenção, identidade da formação destes profissionais e suas relações com</p><p>outros profissionais de áreas afins, diferentes esferas na área de atuação do</p><p>pedagogo social, além de debates sobre os desafios para a área no século XXI, tendo</p><p>como base a análise de práticas bem sucedidas e os avanços no campo teórico.</p><p>No campo de pesquisa e formação acadêmica da Pedagogia Social no Brasil:</p><p>[…] destaca-se o esforço do Prof. Dr. Roberto da Silva da Universidade de São Paulo</p><p>em promover congressos, discussões e socialização dos conhecimentos nesta área.</p><p>[...] O Prof. Dr. Roberto da Silva em conjunto com pesquisadores brasileiros e de</p><p>vários países onde a pedagogia social já é uma realidade, elaboram uma proposta da</p><p>Pedagogia Social para cursos de graduação e pós-graduação (lato-sensu) e posterior</p><p>regulamentação da profissão. [...] É preciso lembrar também que a Profa. Dra. Evelcy</p><p>Machado quando atuava na Universidade Tuiuti do Paraná produziu muitos artigos,</p><p>orientava alunos e possibilitava várias discussões a respeito da pedagogia social. [...]</p><p>(PAULA, 2009)</p><p>Observa-se que no Brasil já existem iniciativas por parte de pesquisadores para</p><p>disseminar a Pedagogia Social no país. Porém, esta iniciativa predomina nas regiões</p><p>Sudeste e Sul, tendo a região Norte, nordeste e Centro-Oeste, pouco incorporada</p><p>nesta questão. É relevante ressaltar a importância da Pedagogia Social no Brasil e a</p><p>necessidade de regulamentar em lei a atuação do pedagogo social, para que desta</p><p>forma possibilite a criação de estudos, artigos, debates e pesquisas que enriqueçam</p><p>o campo teórico destes profissionais por todo o país, a fim de melhorar sua atuação</p><p>no campo de trabalho, especificamente na educação sócio-pedagógica.</p><p>15</p><p>Ainda há um caminho a ser percorrido para a consolidação da Pedagogia Social como</p><p>ciência no Brasil, objetivando solidificar e legalizar a atuação deste profissional,</p><p>ampliando as vagas em nível de pós-graduação em Pedagogia Social com a oferta</p><p>de cursos de especialização, criação de linhas de pesquisa e a abertura de concursos</p><p>públicos para educadores sociais.</p><p>2.1 - O MOVIMENTO DA ESCOLARIZAÇÃO FORMAL</p><p>“A sociedade na qual não podem nascer e fomentarem-se as utopias é uma</p><p>sociedade na qual a esperança histórica se vê reduzida à limitada aspiração que</p><p>consiste em manter o que se tem. Em poucas palavras, uma sociedade sem utopia é</p><p>uma sociedade sem esperança.</p><p>Várias já foram as tentativas governamentais em suprir as necessidades coletivas</p><p>através de iniciativas educacionais. Há um plausível reconhecimento popular nas</p><p>frentes sociais quanto ao próprio desenvolvimento educacional nacional.</p><p>A pesquisa em seu processo atenta desde a fundação do modelo escolar</p><p>fragmentado remetendo ao sistema industrial das fábricas. Enquanto a mão de obra</p><p>era explorada as crianças dos e das trabalhadoras necessitavam de cuidado.</p><p>Estrategicamente donos de indústrias fundam escolas objetivando formatar</p><p>trabalhadores com eficiência. Enquanto isso, as pessoas exploradas articulavam se</p><p>em melhorias imediatas.</p><p>Por isso, em quase todas as partes, os empresários mantiveram igrejas, capelas e</p><p>escolas dominicais, tanto para fomentar a educação moral no sentido mais habitual</p><p>do termo como para inculcar a obediência. Trabalho e educação começam a se tornar</p><p>aliados na tarefa de preparar os novos membros desse modelo civilizatório que</p><p>transformou o trabalhador em seu próprio feitor.</p><p>Diversas tendências e reflexões foram produzidas no cenário nacional e latino-</p><p>americano para melhor articular a eficiência efetiva da escola. A luta pela</p><p>popularização do acesso à escola garantido é ainda contemporânea, diante do</p><p>analfabetismo no Brasil. “Se ao longo dos séculos XVII e XVIII afirmou-se a ideia de</p><p>16</p><p>educabilidade da infância, os séculos XVIII e XIX iriam voltar-se para a relação</p><p>educação e civilização.</p><p>Atualmente é um fato social que, para um reconhecimento profissional é necessário</p><p>comprovação de formação em instituições com credibilidade. Formulo a hipótese de</p><p>que existe uma disputa entre projetos sociais e educacionais contraditórios,</p><p>resultando, daí, estratégias de combate à exclusão e promotoras de inclusão,</p><p>encarnadas em concepções e práticas de educação social, como resposta às</p><p>demandas de políticas sociais públicas provenientes das populações de crianças e</p><p>jovens em situação de vulnerabilidade.</p><p>Em entrevista, Selma G. Pimenta , comprometida com pesquisa a respeito da</p><p>formação docente, aponta que um dos caminhos para</p><p>uma educação coesa com a</p><p>realidade está diretamente ligado com a universidade e sua estrutura de formação.</p><p>Ela defende que é essencial o contato, desde o princípio da formação do educador</p><p>licenciado ou em formações alternativas, com o conteúdo conceitual relacionado a</p><p>realidades aplicadas.</p><p>A escola concentra um grande potencial em relação ao contato que promove entre</p><p>seus agentes. As formas de reconhecer-se e relacionar-se com os outros desde cedo</p><p>são gradativamente aperfeiçoadas de forma natural e coletiva. Destaque as</p><p>instituições que, via de regra públicas, permanecem marcadas por contexto de</p><p>vulnerabilidade e violência. Nesse sentido, a potencialidade emerge à fragilidade –</p><p>geralmente mantendo os indivíduos sociais na estima da desvalorização e</p><p>desvantagem em ascender socialmente, salvo exceções. “Assim, dadas às novas</p><p>exigências do mercado de trabalho e à diferença de qualidade entre a educação</p><p>pública e privada, percebe-se que os jovens piores situados na escala de distribuição</p><p>de riquezas estão mais vulneráveis.</p><p>O documentário La educación prohibida faz alusão de forma pedagógica e didática,</p><p>entre outros, para a responsabilidade dos e das educadoras em serem agentes</p><p>facilitadores no processo do conhecimento e de descobertas. Depoimentos de</p><p>profissionais das ciências sociais e humanas revelam que a aprendizagem é fato em</p><p>desenvolvimento e a escola pode auxiliar ou silenciar os indivíduos através de sua</p><p>metodologia e postura. No âmbito cognitivo, a nossa herança biológica não é muito</p><p>diferente da de outros primatas. A única diferença fundamental é que nós seres</p><p>17</p><p>humanos nos identificamos com outros membros da nossa espécie mais</p><p>profundamente do que outros primatas. Essa identificação é o processo por meio do</p><p>qual a criança humana entende que as outras pessoas são seres iguais a ela mesma,</p><p>e por isso, tenta entender coisas do ponto de vista dessas outras pessoas.</p><p>Sendo a competitividade quem motiva e direciona o horizonte do indivíduo em</p><p>formação, cristaliza-se a possibilidade de pessoas com novas identificações e</p><p>afinidades no que diz respeito ao que é coletivo. Somos educados e educadas para</p><p>adquirir bens pessoais, com constituição civil que garante direitos na propriedade</p><p>privada mais aplicados do que os direitos humanos. Com base nesses valores do</p><p>mundo ‘adulto’- faixa etária em que as pessoas são consideradas mais rentáveis e</p><p>mais consumistas - identificamos que a dinâmica escolar se adequa à proposta do</p><p>mercado. Dificilmente nos desvincularemos deste, mas carregamos conosco as</p><p>impressões compatíveis ao desenvolvimento de todo período formador inicial, como</p><p>marca de personalidade e cultura. Neste sentido, elaboramos de modo adjunto à</p><p>proposta da Pedagogia Social uma suspeita ao sistema escolar, não só enquanto</p><p>instituição, mas de caráter centralizador</p><p>2.2 - CONTEÚDO DE FORMAÇÃO DA PEDAGOGIA SOCIAL</p><p>EM EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL</p><p>É comum falar em educação e logo pensar na educação escolar. Porém nesta</p><p>perspectiva se observa apenas uma parte da realidade. O espaço formal da escola</p><p>não é o único lugar em que ocorre o aprendizado e a sistematização pedagógica. As</p><p>outras educações, chamadas de educação não-formais ou informais, são áreas do</p><p>conhecimento ainda em construção e podem ser consideradas uma nova</p><p>possibilidade de desenvolvimento educativo fora dos muros da escola.</p><p>Diferenciando a educação formal escolar da educação informal e não-formal pode-se</p><p>dizer que a educação formal é aquela que está presente no ensino escolar</p><p>institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado, e a</p><p>informal como aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula conhecimentos ao</p><p>longo da vida, através de experiência diária em casa, no trabalho e no lazer.</p><p>A educação formal tem objetivos claros e específicos e é representada principalmente</p><p>pelas escolas e universidades. Ela depende de uma diretriz educacional centralizada</p><p>18</p><p>como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível</p><p>nacional, com órgãos fiscalizadores dos ministérios da educação.</p><p>A educação não-formal define-se como qualquer tentativa educacional organizada e</p><p>sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de</p><p>ensino. A educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos</p><p>burocrática. Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente</p><p>seguir um sistema seqüencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração</p><p>variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem.</p><p>Para Petrus (apud SOUZA NETO et al, 2009) “A educação é global, é social e se dá</p><p>ao longo de toda a vida. O objetivo da educação é capacitar o indivíduo para viver em</p><p>sociedade e comunicar-se[...]”.</p><p>Pode-se afirmar que a educação não-formal visa contribuir para a formação integral</p><p>da pessoa, envolvendo o crescimento pessoal, a conscientização da cidadania e a</p><p>possibilidade da inserção na sociedade, que tem o modo de ensinar voltado aos</p><p>interesses dos educandos, respeitando a sua cultura, sua história e seu meio social.</p><p>A educação não-formal reconhece a pessoa como um ser que pensa, age, sente e</p><p>traz consigo uma cultura que precisa ser respeitada para que ele possa crescer e se</p><p>desenvolver, pois a cultura faz parte da identidade do ser humano e os valores são</p><p>imprescindíveis em sua formação [...]. Além do bem-estar que as atividades da</p><p>Educação não-formal proporcionam aos seus educandos, têm como objetivo chegar</p><p>a toda a família, além de contribuir para a formação do indivíduo e oferecer condições</p><p>de se inserir no mercado de trabalho. A educação não-formal forma o indivíduo para</p><p>a vida, retirando-os das ruas, das drogas, dos furtos e roubos, da prostituição e do</p><p>próprio ócio e, ainda, resgata a autoestima, munindo-o de condições para desenvolver</p><p>sentimentos de autovalorização. (CARO apud SOUZA NETO et al, 2009,p. 152) .</p><p>Assim, a educação não-formal poderá desenvolver nos indivíduos segundo Gohn</p><p>(2006, p. 30)</p><p>• Consciência e organização de como agir em grupos coletivos;</p><p>• A construção e reconstrução de concepção (ões) de mundo e sobre o mundo;</p><p>• Contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;</p><p>19</p><p>• Forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacita para entrar</p><p>no mercado de trabalho);</p><p>• Quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes a educação</p><p>não-formal resgata o sentimento de valorização de si próprio (o que a mídia e os</p><p>manuais de auto-ajuda denominam, simplificadamente como auto-estima); ou seja,</p><p>dá condições aos indivíduos para desenvolverem sentimentos de autovalorização, de</p><p>rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem para ser</p><p>reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro de suas diferenças</p><p>(raciais, étnicas, religiosas, culturais, etc.);</p><p>• Os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os indivíduos aprendem</p><p>a ler e interpretar o mundo que os cerca.</p><p>Neste sentido, a educação não-formal vem com objetivos educacionais diferentes da</p><p>educação formal. A educação escolar tem como meta tornar o indivíduo um ser</p><p>preparado para o mercado de trabalho, enquanto na educação não-formal auxilia o</p><p>indivíduo para a vida. Assim, o trabalho realizado na educação não-formal é</p><p>desenvolvido através da Pedagogia Social, que se caracteriza como ciência por ter</p><p>teoria e prática específicas das quais se diferenciam da atuação pedagógica escolar.</p><p>Esta ciência caracteriza-se por possuir condições de desenvolvimento intelectual</p><p>direcionados, através de pesquisas científicas, estrutura acadêmica e social com</p><p>associações visando o crescimento da área, publicações especializadas e título</p><p>profissional. Pode ser reconhecida em países como Alemanha, fundadora da</p><p>Pedagogia Social, Portugal, Espanha, Itália, Uruguai dentre outras nações em que tal</p><p>atuação</p><p>específica da pedagogia se solidificou. Para Machado apud SOUZA NETO</p><p>et al (2009, p. 138) o profissional da Pedagogia Social “Em geral, representa a figura</p><p>única e polivalente do educador que articula prevenção primária e secundária e além</p><p>de recuperação dos indivíduos com dificuldades, a atenção sócio-cultural”.</p><p>Dessa forma, a Pedagogia Social é entendida como ciência pedagógica da</p><p>inadaptação social [...] da educação para a paz, da educação cívica e política, sobre</p><p>ação educativa nos serviços sociais, da marginalização social e dos meios de</p><p>comunicação social. Defende-se uma educação para a democracia, a liberdade e a</p><p>igualdade. Envolve-se família, igreja, estado, governo, magistratura, exército,</p><p>associações culturais, sindicatos, rádios, televisão e demais meios de comunicação,</p><p>20</p><p>como partes da realidade social, responsáveis pela educação social de seus</p><p>participantes, o que permite que seja interpretada como uma interação entre</p><p>Sociologia e Pedagogia. (MACHADO apud SOUZA NETO et al, 2009, p. 138)</p><p>Nos países da América Latina, entre os quais o Brasil, em que a Pedagogia social</p><p>ainda é uma ciência nova sendo praticamente desconhecida enquanto abordagem</p><p>teórica e qualificação profissional regular, está presente em intervenções de diversos</p><p>locais não escolares de diferentes naturezas, como hospitais, empresas e ONGs.</p><p>Com pouco suporte teórico específico, as experiências nesta área sócio-educacional</p><p>estão se construindo e consolidando através da ação prática, da educação escolar e</p><p>de aportes teóricos de diferentes áreas como da Pedagogia, da Sociologia, da</p><p>Psicologia, da Assistência Social e do Direito.</p><p>Atualmente a Pedagogia é considerada uma ciência transdisciplinar.</p><p>A educação não-formal é compreendida como um campo, não em oposição à</p><p>Educação Formal, mas complementar à crise da educação escolar. Quando</p><p>observamos sua trajetória prática, constatamos que ela deriva e transita por várias e</p><p>diferentes ações e áreas de conhecimento. No aprofundamento desta área, nos</p><p>deparamos com diversas ciências que colaboram na construção desse conhecimento</p><p>e que buscam por uma proposta de mudança social. Aqui, podemos citar a Sociologia,</p><p>a Psicologia e o Direito, entre outros. (CARO apud SOUZA NETO et al, 2009,p.</p><p>152)</p><p>Apesar das intervenções sócio-educacionais estarem ocorrendo em diferentes</p><p>espaços formais e não-formais da educação, a expansão e consolidação da</p><p>Pedagogia Social acontece na Educação não-formal. Tal espaço está presente na</p><p>LDB de 1996, (Lei nº 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) logo</p><p>no 1º e 2º artigos, em que ampliam a concepção de educação incluindo novos</p><p>agentes, espaços educativos e a sua finalidade de intervenção na prevenção e</p><p>qualidade de vida.</p><p>A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida</p><p>familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e</p><p>pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas</p><p>manifestações culturais. (Art. 1º da LDB)</p><p>21</p><p>A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade</p><p>e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno</p><p>desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua</p><p>qualificação para o trabalho. (Art. 2º da LBD)</p><p>Vale ressaltar que tanto a Constituição Federal de 1988 quanto a LDB de 1996 prioriza</p><p>a educação escolar, reduzindo o conceito inicial de educação a “ensino” (art. 206) e</p><p>“Educação Escolar” (§1º do Artigo 1º), limitando sua oferta à suposta capacidade de</p><p>financiamento do Estado Brasileiro. Dando direcionamento do trabalho pedagógico</p><p>apenas para a educação escolar formal de ensino, não havendo uma lei que</p><p>regularize de fato a profissão de pedagogo social, levando o profissional desta área</p><p>a não ter subsídios legislativos e conseqüentemente poucos apoios Governamentais.</p><p>É importante lembrar que a classificação usada para diferenciar a educação escolar</p><p>da educação não-escolar como formal e não-formal respectivamente, é ligada a</p><p>questões relacionadas ao ambiente de trabalho, público-alvo, objetivos sócio-</p><p>pedagógicos e principalmente a essa falta de suporte legislativo da educação fora da</p><p>escola, havendo uma crescente mobilização dos profissionais e pesquisadores da</p><p>área em levar esta educação social para o âmbito formal de ensino.</p><p>Tendo em vista que o artigo 205 da Constituição Federal de 1988 afirma que:</p><p>A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e</p><p>incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno</p><p>desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua</p><p>qualificação para o trabalho (Art. 205)</p><p>A Constituição Federal valida todo e qualquer tipo de educação que visa o pleno</p><p>desenvolvimento intelectual, moral e social do indivíduo e não distingue em seu</p><p>discurso a educação escolar da não-escolar. O ensino não-formal é um campo que</p><p>não se opõe a educação formal, e sim complementa a crise da educação escolar.</p><p>Esta nova forma de ensinar tem ainda um enorme potencial a ser explorado,</p><p>principalmente no que diz respeito à sua capacidade de motivar o aluno para o</p><p>aprendizado, valorizando as suas experiências anteriores, de desenvolver sua</p><p>criatividade, pensamento crítico e, sobretudo despertar no indivíduo a vontade de</p><p>mudar e melhorar a sua realidade e do mundo em que vive.</p><p>22</p><p>3 - CONTRIBUIÇÕES PEDAGÓGICO-SOCIAIS</p><p>ALTERNATIVAS</p><p>A Pedagogia Social, como área do saber, objetiva colaborar no sentido de humanizar</p><p>e direcionar o sujeito em suas necessidades e particularidades mais diversas a</p><p>oportunidades de desenvolvimento pleno. Mantemo-nos em moldes industriais que</p><p>reduzem seres a números e, dessa forma, paulatinamente, formatamos através de</p><p>séries, conteúdos e notas o ser adulto. “A organização e as concepções de Pedagogia</p><p>Social, da mesma forma que a nomenclatura profissional, mostram-se distintas em</p><p>diferentes países.</p><p>A escola formal como denominamos anteriormente contempla em sua filosofia uma</p><p>perspectiva de formação cidadã e socioeducativa. Contudo, necessita de contato e</p><p>parceria com a constituição familiar e/ou responsável pelo sujeito em</p><p>desenvolvimento. Através de redes alternativas, principalmente nos níveis sociais</p><p>marginalizados e excluídos, constatamos complementos aos déficits e limitações nas</p><p>instituições escolares. Já é consenso que o ser desenvolve-se melhor e mais</p><p>saudável quando estende sua aprendizagem a redes que incorporam diferentes</p><p>ênfases de suas necessidades. Por exemplo, materiais lúdicos e didáticos na sala de</p><p>aula; oficinas de produção coletiva; visitas e observações em espaços culturais e que</p><p>priorizam a sustentabilidade do planeta, entre outros.</p><p>As discussões iniciais da Pedagogia Social no Brasil dirigiram as reflexões e análises</p><p>para intervenções fora da escola em processos não formais. Estabeleceu-se</p><p>inicialmente uma pedagogia da negação: o não escolar, o não formal. A própria</p><p>relatividade histórica e política forçam um repensar desses conceitos, isto porque o</p><p>não formal pode passar a ser formal dependendo do contexto, e, mais, pode ser</p><p>formal em um país e não o ser em outro. A educação à distância e a educação de</p><p>jovens e adultos em diferentes países são exemplos dessa relatividade histórica e</p><p>política que perpassa as intervenções sócio educacionais da Pedagogia Social. Além</p><p>dos programas de educação não formal que priorizam atenção às classes menos</p><p>favorecidas, na questão da cidadania, na questão de carências urbanas e rurais e nas</p><p>situações de vícios e dependência de drogas, incluem-se, também, nas intervenções</p><p>23</p><p>sócio educacionais, a questão cultural, questões ecológicas e ambientais, do trânsito,</p><p>dentre outras.</p><p>De forma concreta e articulada programas de iniciativa e responsabilidade</p><p>governamental, como o ‘Mais Educação’16 , e recentemente o ‘Mais Cultura’17</p><p>propõem</p><p>verbas e recursos públicos destinados principalmente à comunidade pobre</p><p>e periférica sugerindo o contra turno de atividades. O ‘Mais Educação’ instituído em</p><p>2007 sugere o desenvolvimento na escola de atividades relacionadas à educação</p><p>ambiental, ao esporte, à cultura e ao lazer.</p><p>O debate da Educação Integral ganha sentido, portanto, nas possibilidades, que estão</p><p>sendo e que serão construídas, de reinvenção da prática educativa escolar no sentido</p><p>de seu desenclausuramento, de seu reencontro com a vida, do desenrijecimento de</p><p>seus tempos, da interlocução entre os campos do conhecimento em função da</p><p>compreensão e da inserção qualificada no mundo.</p><p>A partir da perspectiva de uma escola aberta para a comunidade, acontece um</p><p>movimento de proporcionar espaços comuns de interação a alunos e comunidade.</p><p>Reforça-se a ideia de que os indivíduos necessitam do contato com a coletividade e</p><p>diversidade em sua própria cultura para (re) conhecer aspectos comuns a sua própria</p><p>identidade.</p><p>Diante do mundo [pós] moderno, refletimos que no período de infância crescem as</p><p>responsabilidades infantis conforme crescem a de seus responsáveis. As projeções,</p><p>quando advindas de um ambiente social de nível médio ou alto, vislumbram a</p><p>excelência no histórico escolar com perspectivas profissionais que gerem conforto e</p><p>renda. Por outro lado, na classe menos favorecida e necessitada o contra turno –</p><p>quando não ligado ao trabalho infantil -, busca redes de apoio para estar com as</p><p>crianças no tempo de trabalho dos responsáveis. Essa diversidade nos níveis</p><p>econômicos deixa evidentes as probabilidades acentuadas da manutenção e do</p><p>acesso ao monopólio de riquezas. Tais desigualdades podem servir como fatores</p><p>essenciais nas considerações de formação de cada ser e diversas micro-sociedades.</p><p>A ampliação gradativa da ‘jornada’ escolar corresponde a uma alternativa social</p><p>pensada a partir de produções acadêmicas que consideram as dificuldades</p><p>experimentadas no próprio cenário social. Essa longitude da base receptiva aos que</p><p>24</p><p>propõem e os diversos níveis de comprometimento com o ser enquanto único</p><p>embaçam nossa visão perante a efetividade e benevolência da proposta.</p><p>4 - RECONHECENDO POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>Se é imperativo ter consciência do caráter construtivo e evolutivo das políticas</p><p>públicas, não se deve fazer dessa questão da localização das mesmas o único</p><p>desafio da pesquisa, como se tende a fazer com frequência, quando se começa um</p><p>estudo de um domínio da ação pública.</p><p>A institucionalidade da organização moderna – pós-moderna pode ser elucidada com</p><p>os critérios científicos, por exemplo. Necessitamos de comprovação por órgãos</p><p>reconhecidos oficiais para selecionar informações que provêm de inúmeras fontes e</p><p>argumentações com o objetivo de absorvê-las como verídicas.</p><p>Mesmo o ensino que compreende o Ser em sua subjetividade, seleciona conteúdos</p><p>e respectivas fontes, filtrando informações compatíveis à historicidade e/ou</p><p>credibilidade. Ao selecionar conteúdos, recusam-se outros, e uma avaliação de</p><p>critérios se dá apenas visível na práxis, já nas relações cidadãs e coletivas.</p><p>Uma das crises recentes em relação a manifestos e posições políticas nacionais</p><p>traduzem de forma prática, antes de racionalizada, as angústias mais emergentes e</p><p>opressoras sobre a massa. Neste sentido, a representatividade pública encontra-se</p><p>no caos, sem credibilidade e uniformidade. Essa democratização plural desperta para</p><p>reflexão sobre as organizações como tais e, no âmbito educacional, sobre as</p><p>provocações e maturação necessárias para indivíduos críticos e esclarecidos. Em</p><p>uma das fontes de pesquisa, os autores falam sobre o que é caracterizado como uma</p><p>política pública. Destacam que uma análise das políticas públicas não é restrita a</p><p>esferas políticas (diversas), mas, sim, trata-se de interrogar sobre o funcionamento</p><p>da democracia referindo-se a reintegração do cidadão. Por sua vez, as políticas</p><p>públicas servem como uma sistematização consolidada socialmente para estabelecer</p><p>elementos de organização entre poder e atores sociais da sociedade civil.</p><p>Principalmente para articular posições dos setores marginalizados em relação às</p><p>mobilizações sociais efetivando e ampliando direitos gestados nas lutas das minorias.</p><p>A noção de controle social vincula-se, tradicionalmente, a recursos materiais e</p><p>25</p><p>simbólicos de que uma sociedade dispõe para assegurar a estabilidade social de seus</p><p>membros mediante um conjunto de princípios e regras estabelecidas em contrato</p><p>social: a Constituição Federal.</p><p>O objetivo em enfatizar as políticas públicas diante da preocupação com a formação</p><p>integral do ser humano é efetivamente encontrar respaldo na representatividade</p><p>política institucionalizada como gestor imparcial sobre categorias e privilégios, mas,</p><p>também, que considere e sustente a aplicabilidade dos direitos humanos e, dessa</p><p>forma, educacionais.</p><p>Constatamos projetos atuais como iniciativas do poder público em sanar problemas</p><p>gerados desde a formação de educadores e educadoras até problemas de base</p><p>estrutural. Porém, direcionamos o assunto para a importância de uma avaliação de</p><p>caráter social enquanto corresponsáveis pelo bom desempenho na dinâmica política,</p><p>econômica, cultural e lazer.</p><p>A ‘crítica’ eleita como uma avaliação especializada em diferentes áreas, como por</p><p>exemplo, a arte, é muitas vezes cruel ou seleta. Abstrai uma opinião ao sub-</p><p>julgamento do que virá a ser de domínio público. Essa prática especifica é trazida</p><p>para aludir a nossa prática em permitir que a opinião individual cidadã, contudo,</p><p>coletiva em uma organização grupal, seja em primeira instância decidida e</p><p>direcionada por uma pessoa eleita.</p><p>Somos seres políticos e politizados e não somos formados e formados para essa</p><p>condição. As políticas públicas, estanciadas e gestadas com grande peso de</p><p>interesses particulares remetem a não sustentação da diversidade e democracia em</p><p>que o ser humano pode desenvolver-se e/ou intencionar ações.</p><p>Essa dialética entre poder e educação provém do exercício de analisar a obra sem</p><p>utilizar os óculos de alguém. Significa pensar a educação como uma política</p><p>organizacional de sobrevivência e manutenção da espécie. Sobretudo, é necessário</p><p>perceber que indivíduos contemporâneos já nascem na web carentes de definir o</p><p>próprio jeito de relacionar-se e sustentar estas relações na vida real.</p><p>Portanto, emergem novamente as iniciativas alternativas e redes comprometidas com</p><p>a vida, tanto institucionais quanto as provenientes de movimentos públicos, em que</p><p>26</p><p>se exijam posturas e respaldo a sua própria humanidade dentro do que se faz a cena</p><p>política.</p><p>A manutenção avaliativa cidadã corresponde ao compromisso cidadão. A intervenção</p><p>pedagógica social pretende estender a sua sustentabilidade conceitual, no que diz</p><p>respeito à educação, ao domínio e à integralidade da própria proposta pedagógica. A</p><p>partir disso, surge o movimento de diminuir a distancia entre quem reflete; quem</p><p>direciona; quem executa e quem é atingido pelas providências de caráter social.</p><p>Cotidianamente as diferentes profissões executam suas tarefas sem necessitar</p><p>sistematizá-las. Esse movimento acontece, pois a vida é capaz de sustentar-se</p><p>mesmo no caos. A tentativa em organizar, selecionar, politizar nossas ações diz</p><p>respeito à identificação da espécie com outros tantos que vivem dotados de pouca</p><p>dignidade perante a sociedade.</p><p>A motivação coletiva para que esse empenho se concretize positivamente e não</p><p>abusivamente na vida das pessoas é justamente por crer que o gozo da vida pode</p><p>ser pleno independente das cativações de cada um e cada uma.</p><p>A centralidade da educação é reconhecida tanto por teóricos e analistas de</p><p>tendências liberais quanto por aqueles que são críticos do atual modelo de</p><p>globalização econômica. Entretanto, essa centralidade da educação não pode ser</p><p>entendida em um sentido único.</p><p>Os que defendem o atual modelo econômico-social</p><p>veem a educação e a produção do conhecimento como chaves na geração de mais</p><p>riqueza e do crescimento econômico; enquanto os críticos propõem a educação de</p><p>qualidade para a maioria marginalizada dos países do Terceiro Mundo como uma das</p><p>lutas mais importantes para a superação da pobreza e da exclusão social.</p><p>A Pedagogia Social aponta para a simplificação se tratando dos conceitos e para um</p><p>comprometimento se tratando da formação. Através da educação reproduzimos</p><p>cultura, mas também construímos vidas saudáveis e valorizadas.</p><p>27</p><p>BIBLIOGRAFIA:</p><p>HTTPS://CONCEITOS.COM</p><p>AUTOR: EDITORIAL CONCEITOS. PUBLICADO: 20/12/2016DISPONÍVEL EM:</p><p>HTTPS://CONCEITOS.COM/PEDAGOGIA-SOCIAL/</p><p>SAO PAULO, BRASIL.</p><p>PORTAL DA EDUCAÇÃO :REFERÊNCIAS BRASIL. Portaria Interministerial nº. 17,</p><p>de 24 de abril de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 abril. 2007.</p><p>Referências BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,</p><p>2001. CASTILLO, José M. A utopia sequestrada. Concilium, n. 308 , p. 33-41, 2004.</p><p>COSTA, Marisa Vorraber. A escola tem futuro?. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Lamparina,</p><p>2007. DOCUMENTÁRIO, La educacíon prohibida. A sinopse do filme é apresentada</p><p>no site que o contém: sinopse do documentário dsiponível em . Acesso em 11/09/13 às 21h</p><p>30min. MACHADO, Evelcy Monteiro. Pedagogia social no Brasil: Políticas, teorias e</p><p>práticas em construção. Disponível em . Acesso em 11/09/13 às 22h. MOLL,</p><p>Jaqueline. Educação Integral na perspectiva da reinvenção da escola: elementos para</p><p>o debate brasileiro. (Boletim agosto/2008); Disponível em</p><p>http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/173859Edu_int.pdf. Acesso em 03/09/13</p><p>às 17h35. MULLER, Pierre; SUREL, Yves. A análise das políticas públicas. Pelotas:</p><p>Educat, 2002. PEDRINI, Dalila Maria; ADAMS, Telmo; SILVA, Vini Rabassa da.</p><p>Controle social de políticas públicas: caminhos, descobertas e desafios. São Paulo:</p><p>Paulus, Pelotas: EDUCAT, [s.l.]: Cáritas Brasileira, 2007.</p>

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