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ASPECTOS FISIOLÓGICO DA OBESIDADE - 
	 A obesidade é um distúrbio no sistema de controle do peso corporal caracterizado por acúmulo excessivo de gordura. Está associada a problemas de saúde e ao risco aumentado de mortalidade, sendo considerada um fenômeno complexo que envolve muito mais do que o aumento do peso. É o acúmulo de tecido adiposo, que desempenha diversas funções ainda não plenamente compreendidas no organismo. Tal acúmulo de gordura acarreta tanto o aumento do volume corporal como uma exacerbação das funções do tecido em questão, o que configura o principal fator responsável pelas desordens fisiológicas decorrentes da obesidade. No tocante as desordens fisiológicas desencadeadas pela obesidade, aquelas que acometem o sistema endócrino-metabólico (obesidade mórbida, diabetes mellitus tipo 2), bem como as que agridem o sistema cardiovascular (acidente vascular encefálico – AVE – e infarto agudo do miocárdio – IAM), são as mais conhecidas. 
	No entanto, as alterações fisiológicas promovidas pelo excesso de adipócitos vão além dos distúrbios metabólicos e cardiovasculares e acometem outros sistemas, como o nervoso, o cardiorrespiratório, o imunológico etc. Com diversas outras alterações relacionando-se ao excesso de gordura e seus biomarcadores, como osteoartrite, distúrbios do humor e do sono, alterações menstruais e, inclusive, alguns tipos de câncer. Por tantos motivos, a importância da obesidade aumentou bastante nas últimas décadas, levando a OMS agir diante da gravidade pois os danos causados à saúde e o número de óbitos relacionados ao excesso de gordura já ultrapassam os relativos à desnutrição. 
	A obesidade depende de causas intrínsecas e extrínsecas. As intrínsecas se referem ao balanço energético desregulado, por características fisiológicas ou comportamentais que predispõem o organismo a armazenar energia em excesso. Como os genes têm grande influência nas funções cerebrais e no comportamento é evidente que a herança genética desempenha papel importante na regulação do peso corpóreo. A genética sozinha, entretanto, não é capaz de explicar o fenômeno da obesidade, há fatores externos que interagem com os genes para facilitar o ganho de peso: a ingestão de alimentos altamente calóricos, de paladar agradável, baixos níveis de atividade física e a presença de tecido adiposo termogenicamente ativo. 
	Por exemplo, pessoas magras têm tecido adiposo ativo em maior quantidade do que as obesas. Comer exageradamente aumenta a energia gasta em repouso, aquela que o organismo consome para se manter em funcionamento em repouso absoluto. Esse tipo de energia varia de uma pessoa para outra: organismos econômicos ganham peso com mais facilidade, enquanto os perdulários que desperdiçam energia mesmo sem se mexer têm mais dificuldade em engordar. 
	Vários estudos demonstraram que a resposta metabólica ao ganho de peso varia entre as pessoas mesmo que o balanço energético seja idêntico. Camundongos alimentados com o mesmo número de calorias diárias já apresentam pesos desiguais depois de poucas semanas. Há mecanismos individuais para resistir ao ganho excessivo e à perda de peso, mas eles podem ser subvertidos na presença de balanços energéticos positivos ou negativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Esse trabalho apresentou um resumo sobre os aspectos da fisiologia da obesidade. A obesidade é uma doença em ascensão, principalmente onde o estilo de vida sedentário é cada vez maior e mais atrativo devido ao maior acesso da população a alimentos processados, associados à falta de tempo para preparar alimentos saudáveis e praticar atividade física regularmente. A obesidade por ser uma doença multifatorial, possui vários fatores intrínsecos em sua etiologia, como por exemplo, fatores sociais, genéticos, econômicos e comportamentais. 
	As doenças associadas à obesidade são de extrema importância e se tornam cada vez mais preocupantes em termos de saúde pública. Atualmente existem várias estratégias terapêuticas para o controle da obesidade, como tratamentos farmacológicos, psicológicos e cirúrgicos. Tais tratamentos, geralmente caminham juntos como uma terapia multidisciplinar para reverter a obesidade. Fica claro que a obesidade é um assunto que deve ser cada vez mais abordado na área da saúde, devido ao crescimento na prevalência, consequente aumento dos gastos públicos com saúde, gastos com os tratamentos das comorbidades associadas. Além disso, o tratamento e a reversão da obesidade proporcionam melhora considerável na qualidade de vida, bem como o risco de desenvolvimento de comorbidades e diminuição da expectativa de vida. Tal abordagem merece atenção de diversas áreas, como social, nutricional, psicológica, farmacêutica, médica e áreas afins.
REFERÊNCIAS
BVS. MANUAL DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM SOBREPESO E OBESIDADE NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE; 2022; Ministério da Saúde – Brasília/DF; Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_pessoas_sobrepeso_obesidade.pdf. Acesso em: 24/04/2024.
BVS. Obesidade e qualidade de vida: revisão da literatura. Tavares, Telma Braga; Nunes, Simone Machado; Santos, Mariana de Oliveira. 
Rev. méd. Minas Gerais ; 20(3) jul.-set. 2010. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-564342. Acesso em: 26/04/2024.

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