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TUTORIA obesidade

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TUTORIA
OBESIDADE
1- Elucidar os fatores de risco para a obesidade
A causa da obesidade é multifatorial, podendo ser decorrente de fatores genéticos,
neuroendócrinos, dietéticos, psicológicos, culturais, socioeconômicos, dentre outros. Várias
explicações têm sido dadas para o aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade, podendo ser
classificadas em três categorias:
● Aquelas que atribuem esses fatores às mudanças das características genéticas;
● As que atribuem a ocorrência desse fenômeno às condições ambientais;
● E, finalmente, as que acreditam ser as mudanças decorrentes da interação de fatores
genéticos e ambientais.
A obesidade pode ocorrer em qualquer idade e, no Brasil, a quantidade de pessoas que passam
por esta situação está cada vez maior, devido ao consumo excessivo de alimentos calóricos, como
pão, massas, doces, fast food e comidas prontas, além do sedentarismo, o que faz com que a
quantidade de calorias consumidas seja maior do que a quantidade que a pessoa gasta ao longo do
dia.
Além disso, distúrbios hormonais ou problemas emocionais como ansiedade ou nervosismo
também podem aumentar o risco de obesidade e, por isso, estas situações devem ser tratadas logo
que sejam identificadas.
A obesidade infantil também tem sido cada vez mais frequente, pelo excesso de comidas
industrializadas, doces e refrigerante, além de cada vez menos atividades ao ar livre.
INFLUÊNCIA DO AMBIENTE
O ambiente moderno é um potente estímulo para a obesidade. A diminuição dos níveis de
atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores determinantes ambientais mais fortes.
Há um aumento significativo da prevalência da obesidade em diversas populações do mundo, incluindo o
Brasil.
Há três componentes primários no sistema neuroendócrino envolvidos com a obesidade: o
sistema aferente, que envolve a leptina e outros sinais de saciedade e de apetite de curto prazo; a
unidade de processamento do sistema nervoso central; e o sistema eferente, um complexo de apetite,
saciedade, efetores autonômicos e termogênicos, que leva ao estoque energético.
O balanço energético pode ser alterado por aumento do consumo calórico, pela diminuição do
gasto energético ou por ambos.
ESTILO DE VIDA URBANO MODERNO
A maior taxa de aumento da obesidade ocorre em populações com maior grau de pobreza
e menor nível educacional. Pode-se explicar essa associação pela maior palatabilidade e pelo baixo
custo de alimentos de grande densidade energética, e também associado à insegurança alimentar.
Nas últimas décadas, a população está aumentando o consumo de alimentos com alta densidade
calórica, alta palatabilidade, baixo poder sacietógeno e de fácil absorção e digestão. Estas
características favorecem o aumento da ingestão alimentar e, portanto, contribuem para o
desequilíbrio energético. A diminuição do número de refeições realizadas em casa, o aumento
compensatório da alimentação em redes de fast food e o aumento do tamanho das porções “normais”
levam ao aumento do conteúdo calórico de cada refeição.
Mudanças sócio-comportamentais da população também estão implicadas no aumento da
ingestão alimentar e, portanto, no aparecimento da obesidade. A diminuição do número de refeições
realizadas em casa, o aumento compensatório da alimentação em redes de fast food e o aumento
do tamanho das porções “normais” levam ao aumento do conteúdo calórico de cada refeição.
O estilo de vida moderno também favorece o ganho de peso por diversos fatores que
interferem na ingestão alimentar: a necessidade de se realizar refeições em curto espaço de
tempo atrapalha os mecanismos de saciação, e atividades de lazer podem resultar em alterações
comportamentais relacionadas ao hábito alimentar em que o sistema de prazer e recompensa (não
homeostático) se sobrepõe ao sistema regulador homeostático.
Várias fases da vida, podem influenciar o ganho de peso, como a fase intrauterina, o peso
de nascimento, a amamentação, a fase de rebote do peso no período de aumento do peso que
ocorre entre os 5 e 7 anos de idade e a fase puberal. Existem indícios de que, a cada parto
sucessivo, há aumento de cerca de um quilo acima do peso que normalmente aumenta com o incremento
da idade. Ganho de peso excessivo durante a gestação e falta de perda de peso após o parto são
importantes preditores de obesidade em longo prazo.
Um maior ganho de peso após a menopausa está relacionado à idade e ao estilo de vida. Em
relação à terapia de reposição hormonal, vários estudos têm demonstrado que, quando comparada ao
placebo, não afeta o peso corporal, podendo até reduzir a gordura central.
Um estudo sobre tabagismo e ganho de peso demonstrou que, em média, os indivíduos que
abandonam o tabagismo ganham de cinco a seis quilogramas. O ganho de peso pode ser atenuado
pela terapia com bupropiona.
O casamento pode influenciar o ganho de peso, principalmente em mulheres. As razões
podem ser redução no gasto energético e aumento na ingesta calórica por alterações nos hábitos
sociais. Interromper a prática de esportes e diminuir o gasto energético diário são mecanismos
influenciadores de ganho de peso, o que pode estar ligado ao início da vida profissional e falta de
tempo.
PAPEL DA GENÉTICA
A obesidade é uma das manifestações descritas em 24 doenças mendelianas, como, por exemplo, a
síndrome de Prader-Willi, e em nove tipos de doenças monogênicas não mendelianas, todas
causando obesidade precoce na infância e que têm sido recentemente descritas.
EFEITO DO ESTRESSE NO APETITE
Não se classifica a obesidade como um transtorno psiquiátrico. Apesar da obviedade da afirmação,
esta se faz necessária, dado que a obesidade foi, por muito tempo, compreendida como uma
manifestação somática de um conflito psicológico subjacente.
Essa visão é, ainda hoje, lamentavelmente compartilhada tanto pela população leiga e mesmo por
boa parte dos profissionais de saúde.
Estudos sobre preconceito com relação à obesidade na infância demonstraram que essas
crianças são avaliadas como preguiçosas, sujas, burras, feias, trapaceiras e mentirosas. Há um
aumento dos sentimentos de inferioridade e do isolamento social entre adultos e crianças obesos.
Sintomas de estresse, tais como ansiedade, depressão, nervosismo e o hábito de se alimentar
quando problemas emocionais estão presentes são comuns em pacientes com sobrepeso ou obesidade,
sugerindo relação entre estresse, compulsão por comida palatável, transtorno de compulsão alimentar
e obesidade.
O estresse pode ser uma consequência da obesidade devido a fatores sociais, à discriminação e,
alternativamente, a causa da obesidade. Descreve-se hiperatividade do eixo hipotálamo
-hipófise-adrenal, que leva a feedback negativo no núcleo paraventricular (inicia produzindo CRH
pelas células neuroendócrinas na eminência média e tem ação de volta do cortisol nos neurônios
CRH com ação pré-sináptica inibitória que leva a redução da produção do CRH e em consequência
reduz a sensação de estresse) levando a produção de endocanabinóides que têm efeito no núcleo
accumbens levando a busca de comida palatável calórica que tem propriedades de recompensa
poderosas no sistema hedônico não homeostático, influenciando o comportamento futuro e levando
a maior acúmulo de gordura visceral.
Artigo do Universidade Federal de Pelotas estudo transversal em uma amostra representativa da
população adulta de Pelotas
Modelo hierárquico das relações entre os fatores de risco para obesidade.
● faixa entre 20 e 40 anos, sendo que as mulheres constituíram 56% da população estudada.
● predomínio de pessoas de cor branca (86%) e casadas (68%)
● situação socioeconômica, aproximadamente um terço da amostra tinha uma renda mensal per
capita de um salário-mínimo ou menos e completou até 4 anos de escolaridade.
● Houve predomínio de pessoas do proletariado não típico (43%), seguido por pequena burguesia
tradicional (19%) e proletariado típico (18%).
● A maior parte da amostra consumia pão e arroz, no mínimo, duasvezes por dia, enquanto que
feijão e carne foram consumidos pelo menos duas vezes por dia por quase metade da amostra.
● Com relação às atividades físicas das pessoas que executam algum trabalho remunerado, mais
da metade não realizava nenhum esforço físico no trabalho. Apenas 32% fizeram algum
exercício físico no lazer durante o último ano.
● Quanto à ocorrência de morbidade, hipertensão arterial foi referida por 22% dos
entrevistados e diabetes por 5%. Trinta e oito por cento das pessoas referiram que sua mãe
era obesa, enquanto que 20% relataram obesidade no pai.
● A prevalência de obesidade na população estudada foi de 21%, enquanto que quase 40% da
amostra apresentou sobrepeso.
● Observou-se uma associação inversa entre obesidade e nível de escolaridade, ou seja, as
pessoas com maior escolaridade foram significativamente menos obesas
● Mulheres que tiveram um filho apresentaram risco de obesidade quase duas vezes maior do que
nulíparas, e este risco chegou a cerca de três naquelas que tiveram três ou mais filhos
● Hipertensos e diabéticos apresentaram um risco 2,6 vezes maior de serem obesos do que
aqueles que não referiram estas patologias. Com relação ao fumo, observou-se maiores
prevalências de obesidade entre não fumantes.
● Pessoas que referiram obesidade da mãe e do pai, apresentaram um risco de obesidade quase
duas vezes maior que aqueles cujos pais não eram.
2- Elencar os principais agravos à saúde decorrente da obesidade
O tecido adiposo é formado pelos tecidos visceral (TAV) e subcutâneo (TAS), os quais, devido à
sua localização, possuem características metabólicas diferentes. O TAV, localizado principalmente na
região abdominal, é mais ativo metabolicamente, promove mais lipólise e liberação de ácidos graxos,
possui mais resistência à insulina e secreta uma maior quantidade de adipocinas pró-inflamatórias
(resistina, angiotensina I, resistina, PAI-1, PCR e IL-6). Por outro lado, o TAS, situado na região
glúteo-femural e abdominal, produz uma maior quantidade de adipocinas pró-inflamatórias, como a
leptina e a acylation stimulating protein (ASP)8.
Pele:
Essa produção excessiva de insulina em consequência da obesidade também causa aumento da
produção de hormônios androgênios pelos ovários.
O excesso de dobras na pele dos obesos gera superaquecimento e maior fricção, o que
predispõe a infecções fúngicas, como candidíase e tinea (impinge), e bacterianas, como furúnculo e
foliculite.
Estiramento da pele ocasionando o surgimento de estrias (víbices), pois as fibras elásticas da
estrutura da pele são quebradas.
● brotoeja
● infecções fúngicas
● acne
Psicológicos:
● Diminuição da autoestima
● Depressão.
Sistema Cardiovascular:
Obesidade grave foi associada a uma quase quatro vezes maior risco de insuficiência cardíaca e
a um risco duas vezes maior para a doença cardíaca coronária e acidente vascular cerebral em
comparação com as taxas para aqueles com um índice de massa corporal normal.
A gordura em torno dos órgãos dentro da cavidade abdominal, conhecida como gordura
abdominal, aumenta o risco de entupimento das artérias, dificultando o desempenho adequado do
coração. Isso ocorre porque o acúmulo de células gordurosas produz substâncias inflamatórias que se
alojam nos vasos sanguíneos. As placas de gordura que se formam obstruem a passagem do sangue, o
que pode causar infartos e derrames.
● Hipertensão
● Insuficiência coronariana (angina, infarto)
● Derrame
● Varizes
● Hemorróidas
Sistema Respiratório:
O mecanismo de respiração está prejudicado, pois o excesso de adiposidade que reveste o
tórax e ocupa o abdome dificulta a ação da musculatura respiratória. A obesidade abdominal não é
apenas um fator estético ou metabólico, mas também um fator mecânico que pode comprometer a
função da musculatura respiratória e consequentemente a função pulmonar. As alterações na função
respiratória mais frequentemente encontradas na obesidade são: redução do volume de reserva
expiratório, capacidade vital, capacidade residual funcional e capacidade pulmonar total. Além do
impacto mecânico, respiratório e cardiovascular, a obesidade também interfere para o estímulo e
controle do sistema nervoso autônomo
● Dispnéia
● Apneia do sono (o acúmulo de gordura na faringe faz com que a pessoa ronque e
● tenha pausas respiratórias enquanto dorme, o que pode levar ao aumento da
● pressão e das chances de derrame)
Articulações:
● Acúmulo de ácido úrico (artrite)
● Artrose, principalmente na coluna e joelhos
Sistema Digestivo:
● Pedra na vesícula (cálculo biliar)
● Gordura no fígado pode levar à cirosse hepática
● Refluxo esofágico
● Tumores de intestino e de vesícula
Sistema Reprodutor:
● Infertilidade e distúrbios de menstruação (mulher) / Impotência sexual (homem)
● Dificuldades durante o parto
● Pressão alta durante a gravidez
● Maior risco de diabetes gestacional
● Câncer de útero
● Câncer de próstata
3- Descrever os tipos, graus e tratamentos de obesidade
Tipos de obesidade:
● Abdominal ou Andróide: é quando a gordura se deposita principalmente no abdômen e na região
da cintura. Esse tipo de obesidade está associada a um grande risco de adquirir doenças
cardiovasculares como colesterol alto, doenças do coração, infarto, diabetes, inflamação e
trombose.
● Periférica ou Ginecóide: mais comum em mulheres, a gordura fica localizada na região das
coxas, quadris e nádegas. Esse tipo de obesidade está associada a insuficiência venosa e
varizes, e osteoartrite nos joelhos, além de aumentar o risco de doenças cardíacas e diabetes.
● Obesidade homogênea : Neste caso, não há uma predominância da gordura em uma área
localizada, pois o excesso de peso está distribuído pelo corpo. Isto pode ser perigoso, pois a
pessoa pode se descuidar por não haver um grande impacto na aparência física, como nos outros
tipos.
Graus de obesidade:
Peso normal: 18.0 a 24,9 kg/m2
Sobrepeso: 25.0 a 29,9 kg/m2
Obesidade grau 1: 30.0 – 34.9 kg/m2;
Obesidade grau 2: 35.0 – 39.9 kg/m2;
Obesidade grau 3 ou obesidade mórbida: igual ou superior 40 kg/m2.
● Primária: quando o consumo de calorias é maior que o gasto energético
● Secundária: quando é resultante de alguma doença
Tratamento da Obesidade
A mudança do estilo de vida, que compreende reeducação alimentar e atividade física, é a base do
tratamento clínico da obesidade. Sem ela, dificilmente se atingirá uma perda de peso necessária para
melhorar a saúde e, muito menos, essa perda será duradoura.
A reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduzimos a ingestão calórica total
e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social,
através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar). Nessa situação, são
amplamente conhecidos grupos de reforço emocional que auxiliam as pessoas na perda de peso.
● Invista nas frutas, legumes e vegetais
● Prefira os alimentos integrais aos refinados
● Evite alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras, encontrados em biscoitos, bolachas e
refeições prontas
● Limite o consumo de bebidas adoçadas, artificiais e pobres em nutrientes, incluindo
refrigerantes e sucos industrializados
● Reduza o número de vezes em que a família vai comer fora, especialmente em restaurantes
de fast food
● Não exagere ao servir as próprias porções
O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do
tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos estão:
● a diminuição do apetite;
● o aumento da ação da insulina;
● a melhora do perfil de gorduras;
● a melhora da sensação de bem-estar e autoestima.
Tratamento Farmacológico
O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar. Em linhas gerais, o tratamento
farmacológico é adjuvante das terapias dirigidas com foco na modificação dos hábitos de vida
relacionados com orientações nutricionais para diminuir o consumo de calorias na alimentação e
exercícios para aumentar o gasto calórico.
Como toda doença crônicao tratamento farmacológico inicia-se na prevenção secundária
para impedir a progressão da doença para um estágio mais grave e prevenir complicações e
deterioração posterior (Tabela 9), e deve ser mantido para evitar a recuperação do peso. Não existe
nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida. O
paciente deve ser abordado individualmente sobre história do peso e dos problemas de saúde dele
advindos e a motivação para agir contra os fatores obesogênicos ambientais.
As mudanças de estilo de vida e as técnicas cognitivo-comportamentais são fundamentais e o
tratamento farmacológico não deve ser usado como tratamento na ausência de outras medidas não
farmacológicas. A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de
complicações associadas.
Deve-se estabelecer o grau de obesidade estando indicado o tratamento medicamentoso quando:
1) IMC maior ou igual a 30 kg/m2 ; ou
2) IMC maior ou igual a 25 ou 27 kg/m² na presença de comorbidades (dependendo do
medicamento); Além de
3) Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. A história prévia de falência com
tentativa com dieta com restrição calórica é suficiente
MEDICAMENTOS APROVADOS NO BRASIL
Existem, atualmente, três medicamentos aprovados para tratamento da obesidade no Brasil:
sibutramina, orlistate e liraglutida 3,0 mg.
● A sibutramina bloqueia a recaptação de noradrenalina (NE) e de serotonina (SE) e leva a
redução da ingestão alimentar. A sibutramina mostrou-se mais eficaz que o placebo em
promover perda de peso, embora não existam evidências para determinar o perfil do
risco-benefício da sibutramina além de dois anos de uso. A sibutramina pode levar a uma
pequena elevação média de 3-5 mmHg na pressão arterial diastólica e de 2 a 4 bpm na
freqüência cardíaca, efeitos que devem ser cuidadosamente monitorados. Pacientes diabéticos
tipo 2 em uso de metformina e sibutramina 15 mg tiveram pequenas reduções da glicose,
hemoglobina glicada e triglicerídeos e pequenos aumentos do colesterol HDL em relação aos
participantes que receberam placebo, e nenhum efeito sobre o colesterol total e o colesterol
LDL.
● O orlistate é um análogo da lipstatina inibidor de lipases gastrintestinais (GI) que se liga no
sítio ativo da enzima através de ligação covalente, fazendo com que cerca de um terço dos
triglicérides ingeridos permanecem não digeridos e não sejam absorvidos pelo intestino, sendo
eliminados nas fezes. O orlistate não possui atividade sistêmica, tendo absorção desprezível.
Seu uso está associado a reduções significativas da pressão arterial que são ainda maiores em
hipertensos, além de reduções da insulinemia e da glicemia.
● A liraglutida é um agonista do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) que compartilha 97%
de homologia com o GLP-1 nativo, sendo a meia-vida de circulação do GLP-1 aumentada de 1-2
minutos para 13 horas e na dose de 3,0 mg, tem uma ação hipotalâmica em neurônios envolvidos
no balanço energético, em centros ligados a prazer e recompensa e uma ação menor na
velocidade de esvaziamento gástrico.
4- Entender os principais distúrbios alimentares
Anorexia
A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar e psicológico caracterizado pelo medo intenso de
ganhar peso, além de distorção da imagem corporal, o que leva a alguns comportamentos, como evitar
comer, prática de atividade física excessiva e provocação do vômito, por exemplo.
principais sinais e sintomas da anorexia estão:
● Magreza extrema;
● Perda e fraqueza muscular;
● Fragilidade do cabelo e das unhas;
● Crescimento de pelos muito finos pelo corpo;
● Alteração no ciclo menstrual;
● Prisão de ventre;
● Cansaço excessivo.
Além disso, as pessoas anorexia podem apresentar outras condições, como anemia leve, baixa
temperatura corporal e baixa pressão sanguínea, além de ter maior chance de desenvolver
problemas de fertilidade, alterações ósseas, como osteopenia e osteoporose, danos cerebrais e
problemas cardíacos.
A anorexia ainda não tem uma causa definida, no entanto é mais comum em mulheres e
surge durante a adolescência, quando as cobranças com o novo formato do corpo aumentam.
Alguns estudos demonstraram a relação da genética e de alterações no funcionamento do cérebro, no
desenvolvimento dos sintomas desse transtorno alimentar.
Este distúrbio atinge principalmente mulheres, e pode estar relacionada a fatores como:
● Pressão da família e de amigos para perder peso;
● Ansiedade;
● Depressão.
Pessoas que tenham sofrido algum tipo de abuso ou que são muito cobrados pela sociedade em relação
ao corpo, como modelos, têm maiores chances de desenvolver anorexia.
O tratamento para anorexia nervosa geralmente inclui terapia para melhorar o comportamento em
relação à alimentação e à aceitação do corpo, podendo haver necessidade de tomar medicamentos
contra a ansiedade e depressão, indicados pelo psiquiatra.
Além disso, é importante procurar orientação de um nutricionista para que seja possível recomendar o
uso de suplementos alimentares que ajudem a suprir a falta de nutrientes no organismo e indicar a
realização de uma alimentação adequada, prevenindo complicações.
Durante o tratamento, é muito importante que a família esteja presente para apoiar a pessoa e
entender os problemas que ela enfrenta na anorexia. O tratamento dessa doença pode ser longo,
podendo durar meses ou anos, e é comum haver recaídas em que a preocupação extrema com o peso
volta a se apresentar.
Complicações:
● Cardiovasculares, como bradicardia, hipotensão, prolapso da válvula mitral e arritmia;
● Dermatológicos, como pele seca, alopecia, crescimento de pelos finos no corpo e coceira;
● Gastrointestinais, como prisão de ventre, hepatite, disfagia, atraso no esvaziamento
gástrico e pancreatite;
● Endócrino e metabólicos, como amenorreia, infertilidade, osteoporose, hipoglicemia e
diabetes insipidus;
● Neurológicos, como atrofia cerebral.
Bulimia
A bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por consumo excessivo de alimentos em um curto
período de tempo e preocupação excessiva com o aumento de peso, o que leva ao surgimento de
comportamentos compensatórios após as refeições para evitar o ganho de peso, como por exemplo
vômitos forçados, uso de laxantes ou prática excessiva de atividade física.
A maioria dos casos de bulimia acontece em mulheres jovens e, além da preocupação excessiva com o
ganho de peso, a pessoa pode também ter anorexia nervosa, transtorno de boderline e transtorno
depressivo maior, por exemplo.
A bulimia é uma transtorno que impacta diretamente na qualidade de vida da pessoa e da família, já
que gera angústia e preocupação em função do seu comportamento. Por isso, é importante que ao ser
percebido qualquer sinal indicativo de bulimia, a pessoa receba apoio dos familiares e seja
acompanhada por um nutricionista e psicólogo com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida e
evitar os sintomas relacionados com a bulimia.
Sintomas de bulimia
Os sintomas de bulimia podem ser físicos, psicológicos e comportamentais, sendo o principal a
compulsão alimentar seguida de comportamentos compensatórios devido ao medo de engordar, como ir
frequentemente ao banheiro durante e após as refeições, além de induzir o vômito. Outros sinais e
sintomas que podem ser indicativos de bulimia são:
● Usar regularmente laxantes, diuréticos ou inibidores do apetite;
● Praticar excessivamente exercício físico após comer em excesso;
● Comer grandes quantidades de alimentos escondido;
● Sentimentos de angústia e de culpa após comer em excesso;
● Inflamações frequentes na garganta;
● Aparecimento recorrente de cáries dentárias;
● Dentes desgastados;
● Calosidade no dorso da mão;
● Dores abdominais e inflamações no sistema gastrointestinal frequentemente;
● Menstruação irregular.
Além disso, é possível também que a pessoa apresente sinais e sintomas de desidratação e
desnutrição, que acontece como consequência dos hábitos relacionados como transtorno, além de
depressão, irritabilidade, ansiedade, baixa autoestima e necessidade excessiva do controle de
calorias.
Principais causas
A bulimia não tem uma causa definida, no entanto muitas vezes a sua ocorrência está relacionada com o
culto ao corpo, o que pode ser influenciado diretamente pela mídia ou pelo comportamento da família e
de amigos próximos, por exemplo.
Por causa disso, muitas vezes a pessoa interpreta que o corpo que possuem não é o ideal e passam a
"culpabilizá-lo" pela sua infelicidade, assim, evitam o máximo o ganho de peso. Para isso, normalmente
comem o que desejam, mas logo em seguida, devido ao sentimento de culpa, acabam por eliminar para
que não exista ganho de peso.
Complicações:
● Refluxo e feridas no estômago;
● Desidratação;
● Inchaço nas bochechas;
● Deterioração dos dentes;
● Prisão de ventre crônica;
● Ausência de menstruação ou alteração do ciclo menstrual;
● Depressão e mudanças de humor;
● Insônia;
● Desidratação;
● Inflamação intestinal.
Compulsão alimentar
A compulsão alimentar é considerada um distúrbio alimentar caracterizado pela ingestão exagerada
de alimentos. Essa ingestão ocorre mesmo sem a presença de fome ou necessidade física do
alimento. Em geral, a pessoa compulsiva perde o controle sobre o que está ingerindo e em qual
quantidade. Dessa forma, come alimentos em grandes quantidades em um curto espaço de tempo.
Quando o sujeito passa a se alimentar com maior frequência do que o necessário, mesmo não
sentindo fome, um sinal vermelho deve ser aceso. Ele pode ser um compulsivo alimentar e alguns
sinais podem ser observados:
● A pessoa come mais rápido do que o normal;
● Passa a comer quando não está com fome;
● Continua comendo mesmo quando já está saciado e após ter ingerido quantidades maiores
que o necessário;
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/compulsao-alimentar-quando-buscar-ajuda/
● Come sozinha ou escondida das outras pessoas;
● Fica mais introvertida;
● Pode apresentar problemas afetivos e vício em jogos de azar e bingos;
● Sente-se triste ou culpada por comer demais.
Pessoas com compulsão alimentar têm maior risco de desenvolver:
● Obesidade;
● Cálculo renal quando a pessoa consome muito cálcio;
● Diminuição da capacidade respiratória; apnéia do sono
● Doenças como a diabetes tipo 2, hipertensão e níveis de colesterol alto;
● Gastrite; hérnia de hiato;
● Infertilidade;
● Insuficiência cardíaca e problemas vasculares;
● Outros distúrbios alimentares como a bulimia ou anorexia;
● Transtornos psicológicos como depressão e o transtorno obsessivo compulsivo
TARE
O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE) é um distúrbio caracterizado por persistentes
perturbações alimentares que levam a um aporte nutricional e energético insuficientes.
A evitação ou a restrição alimentar em alguns indivíduos podem se basear em características como a
qualidade do alimento, sensibilidade extrema a aparência, cor, odor, textura, temperatura ou paladar.
Esse comportamento foi descrito como “ingestão restritiva”, “ingestão seletiva”, “ingestão exigente”,
“ingestão perseverante”, “recusa crônica de alimento” e “neofobia alimentar”.
Pica
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/transtornos-ali
mentares/pica#:~:text=A%20pica%20%C3%A9%20um%20transtorno,digestivo%20ou%20intoxica%C
3%A7%C3%A3o%20por%20chumbo.
Ortorexia
https://www.tuasaude.com/ortorexia/
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/conheca-a-obesidade/
https://www.vittude.com/blog/gastrite/
https://www.vittude.com/blog/anorexia-nervosa/
https://www.vittude.com/blog/13-sintomas-de-depressao/
https://www.vittude.com/blog/toc-transtorno-obsessivo-compulsivo-sinais-sintomas-e-tratamentos/
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/transtornos-alimentares/pica#:~:text=A%20pica%20%C3%A9%20um%20transtorno,digestivo%20ou%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por%20chumbo
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/transtornos-alimentares/pica#:~:text=A%20pica%20%C3%A9%20um%20transtorno,digestivo%20ou%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por%20chumbo
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/transtornos-alimentares/pica#:~:text=A%20pica%20%C3%A9%20um%20transtorno,digestivo%20ou%20intoxica%C3%A7%C3%A3o%20por%20chumbo
https://www.tuasaude.com/ortorexia/
Vigorexia
https://www.tuasaude.com/vigorexia/
Diabulimia
https://www.tuasaude.com/diabulimia/
Drunkorexia
https://www.minhavida.com.br/saude/materias/12134-drunkorexia-saiba-mais-sobre-esse-transtorno
-alimentar
5- Conhecer as parâmetros antropométricas e o IMC
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
A medida de massa corporal mais tradicional é o peso isolado ou peso ajustado para a altura. Mais
recentemente, tem-se notado que a distribuição de gordura é mais preditiva de saúde. A combinação
de massa corporal e distribuição de gordura é, provavelmente, a melhor opção para preencher a
necessidade de avaliação clínica. Deve-se notar, a princípio, que não há avaliação perfeita para
sobrepeso e obesidade, que pode variar de acordo com fatores étnicos e genéticos.
IMC (ÍNDICE DE MASSA CORPORAL)
O IMC (calculado através da divisão do peso em kg pela altura em metros elevada ao quadrado, kg/m²)
é o cálculo mais usado para avaliação da adiposidade corporal. O IMC é um bom indicador, mas não
totalmente correlacionado com a gordura corporal. É simples, prático, sem custo. Pode haver
diferenças na composição corporal em função do sexo, idade, etnia, no cálculo de indivíduos
sedentários quando comparados a atletas, na presença de perda de estatura em idosos devido a cifose,
em edemaciados, etc. O IMC não distingue massa gordurosa de massa magra, podendo ser menos
preciso em indivíduos mais idosos, em decorrência da perda de massa magra e diminuição do peso, e
superestimado em indivíduos musculosos. O IMC não reflete a distribuição da gordura corporal. Como
veremos adiante, a medida da distribuição de gordura é importante na avaliação de sobrepeso e
obesidade porque a gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco potencial para a doença,
independentemente da gordura corporal total. Indivíduos com o mesmo IMC podem ter diferentes
níveis de massa gordurosa visceral. A distribuição de gordura abdominal é claramente influenciada pelo
https://www.tuasaude.com/vigorexia/
https://www.tuasaude.com/diabulimia/
https://www.minhavida.com.br/saude/materias/12134-drunkorexia-saiba-mais-sobre-esse-transtorno-alimentar
https://www.minhavida.com.br/saude/materias/12134-drunkorexia-saiba-mais-sobre-esse-transtorno-alimentar
sexo: para algum acúmulo de gordura corporal, o homem tem, em média, o dobro da quantidade de
gordura abdominal em relação à mulher antes da menopausa. Além disso, o IMC não é indicador do
mesmo grau de gordura em populações diversas, particularmente por causa das diferentes proporções
corporais.
Na população brasileira, tem-se utilizado a tabela proposta pela OMS para classificação de sobrepeso
e obesidade (Tabela 4) e seu uso apresenta as mesmas limitações constatadas na literatura.
Apresenta, no entanto, semelhante correlação com as comorbidades. Portanto, o ideal é que o IMC
seja usado em conjunto com outros métodos de determinação de gordura corporal.
A combinação de IMC com medidas da distribuição de gordura pode ajudar a resolver alguns
problemas do uso do IMC isolado. O ponto de corte para adultos baseia-se na associação entre IMC e
doenças crônicas ou mortalidade. A classificação adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
apresentada na Tabela 4, baseia-se em padrões internacionais desenvolvidos para pessoas adultas
descendentes de europeus.
Convenciona-se chamar de sobrepeso o IMC de 25 a 29,9 kg/m² e obesidade o IMC maior ou
igual a 30 kg/m² e de excesso de peso o IMC maior ou igual a 25 kg/m² (incluindo a obesidade). Os
pontos de corte de <16 kg/m2 (baixo peso grave), 16,0-16,9 (baixo peso moderado), 17,0-18,4 (baixo
peso leve) também fazemparte da classificação internacional, mas não estão detalhados na Tabela 4.
Para países da Ásia os pontos de corte adotados são: menos do que 18,5 kg/m2 para baixo peso,
18,5-22,9 para peso normal com risco aceitável, embora crescente; 23-27,5 para maior risco (o
correspondente a sobrepeso); e >27,5 para alto risco.
Existem gráficos de IMC padronizados para faixa etária pediátrica, uma vez que em crianças,
além da variação do peso, o IMC também varia com a altura e com a idade, não sendo adequada a sua
aplicação direta. O diagnóstico e tratamento do sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes são
considerados em capítulo à parte destas diretrizes.
Crianças com síndrome de Down têm taxas de obesidade mais elevadas, devido a uma variedade
de mecanismos fisiológicos e tendências de comportamento. Os médicos da atenção primária devem
aprender a avaliar apropriadamente essas crianças para identificar

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