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<p>Epistemologia e pesquisa em Psicologia Social</p><p>Prof.ª Renata Casemiro Cavour</p><p>Descrição</p><p>A epistemologia da Psicologia Social, sua contextualização e os</p><p>métodos científicos, ao longo de sua história.</p><p>Propósito</p><p>Reconhecer a epistemologia da Psicologia Social, entendendo como a</p><p>contextualização histórica, filosófica e social influenciou sua teoria e</p><p>metodologia, ao longo dos anos, permite identificar fatores</p><p>fundamentais em intervenções e práticas do psicólogo tanto em grupos</p><p>e comunidades quanto em casos individuais.</p><p>Objetivos</p><p>Módulo 1</p><p>Epistemologia e contextualização da</p><p>Psicologia Social</p><p>Reconhecer a epistemologia da Psicologia Social.</p><p>Módulo 2</p><p>Pesquisa e métodos de investigação em</p><p>Psicologia Social</p><p>Analisar o estilo de pesquisa em Psicologia Social.</p><p>Módulo 3</p><p>A Psicologia Social Psicológica e a</p><p>Sociológica</p><p>Distinguir as duas vertentes em Psicologia Social.</p><p>Introdução</p><p>Neste conteúdo você entrará no universo da Psicologia Social,</p><p>conhecendo a epistemologia deste assunto. Para isso,</p><p>contextualizar as influências da Sociologia, da Filosofia e os</p><p>acontecimentos históricos é de suma importância para entender</p><p>o desenrolar de todo o desenvolvimento da Psicologia Social.</p><p>Ao longo dos anos, o modelo experimental das ciências naturais</p><p>era considerado o estilo padrão de metodologia para que se</p><p>tivesse confiabilidade de ciência. Tanto a Psicologia como a</p><p>Psicologia Social tentaram se enquadrar nesse modelo positivista</p><p>para ganhar mais respaldo do meio científico.</p><p>Com o passar do tempo, esse modelo foi criticado por correntes</p><p>teóricas da Psicologia Social, especialmente por não levar em</p><p>consideração a ação do homem em seu grupo social, nem o</p><p>contexto socio-histórico. Por isso, na década de 1970, teve início</p><p></p><p>a crise da Psicologia Social, que trouxe uma mudança tanto</p><p>teórica quanto metodológica para a disciplina.</p><p>Vamos, então, conhecer um pouco sobre todo esse caminhar da</p><p>Psicologia Social para que, futuramente, você possa entender</p><p>melhor as diversas abordagens e os estudos envolvidos.</p><p>1 - Epistemologia e contextualização da Psicologia Social</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a epistemologia da Psicologia Social.</p><p>Breve histórico da Psicologia Social</p><p>A Psicologia Social é uma disciplina relativamente nova, já que o</p><p>primeiro uso dessa expressão foi em 1908. Porém, muitos de seus</p><p>principais contribuidores fazem parte de outras disciplinas, como</p><p>Sociologia, Antropologia e Filosofia, uma vez que existia uma relativa</p><p>falta de clareza e consenso sobre o seu objeto de estudo. Entre os</p><p>principais nomes precursores, podemos citar:</p><p>Charles Darwin e a teoria da evolução (A Origem das Espécies,</p><p>1859), na qual descreve que o ser humano é o processo final de</p><p>um processo evolucionista de todas as espécies.</p><p>Herbert Spencer em 1870, inspirado pelas ideias de Darwin,</p><p>escreve os Princípios de Psicologia, no qual afirma que nações e</p><p>grupos étnicos deveriam ser classificados de acordo com seu grau</p><p>de desenvolvimento, poder, organização e capacidade de</p><p>adaptação.</p><p>A Psicologia dos Povos, de Wilhelm Wundt, no qual associa a</p><p>mente a um fenômeno histórico, um produto da cultura e da</p><p>linguagem de um povo, que deveria ser explicada de forma</p><p>coletiva, e não individual.</p><p>Em Representações Individuais e Representações Coletivas, de</p><p>Émile Durkheim, 1898, traz a ideia de que sentimentos privados se</p><p>tornam sociais quando ultrapassam a barreira do indivíduo e se</p><p>associam, dando origem à representação de uma sociedade.</p><p>As Leis da Imitação, de Gabriel Tarde, de 1890, que demonstra o</p><p>quanto a vida social tem como estrutura básica a imitação.</p><p>Gustav Le Bon, em 1895, publicou Psicologia das multidões, no</p><p>qual alega que, quando o indivíduo se junta à uma massa, perde</p><p>suas características pessoais e autonomia, e passa a ser regido</p><p>pelas características daquele grupo e do coletivo.</p><p>Em 1908, William McDougall e Edward Ross lançaram seus livros Uma</p><p>introdução à Psicologia Social e Psicologia Social: uma resenha e um</p><p>livro-fonte, respectivamente, os quais marcaram a fundação da</p><p>disciplina. Cabe lembrar que os livros, apesar do título, falavam de</p><p>assuntos completamente diferentes. Enquanto McDougall, psicólogo</p><p>britânico influenciado pelas obras de Darwin, dissertou sobre o conceito</p><p>de instinto, enfatizando as características inatas, Edward Ross,</p><p>psicólogo norte-americano e influenciado pelas obras de Tarde e Le Bon,</p><p>definiu a Psicologia Social como o estudo que padronizava as formas de</p><p>pensamentos, valores, crenças e comportamentos, como, por exemplo,</p><p>a imitação, decorrentes das interações entre os seres daquele grupo.</p><p>McDougall (à esquerda) recebendo os psicólogos refugiados judeus-alemães Kurt Lewin (centro)</p><p>e William Stern (à direita) na Duke University, em meados da década de 1930.</p><p>Morton Prince, inicia em 1921, a publicação do Journal of Abnormal and</p><p>Social Psychology que passa a ser a principal fonte de publicação de</p><p>experimentos em Psicologia Social até 1965.</p><p>Somente em 1924, Floyd H. Allport publica o primeiro manual de</p><p>Psicologia Social, contendo experimentos relacionados a fenômenos</p><p>psicossociais que se contrapõem ao estudo da consciência coletiva e</p><p>considera a Psicologia Social como parte da Psicologia do indivíduo.</p><p>Assim, fica claro que a Psicologia Social deve ter como objeto de estudo</p><p>as influências do comportamento individual em outras pessoas e as</p><p>possíveis reações frente a essas ações.</p><p>Em 1927, inicia-se também os estudos de mensuração</p><p>das atitudes de Thurstone e seus colaboradores. Esses</p><p>estudos, aliados à sofisticação do método</p><p>experimental, darão um status científico à Psicologia</p><p>Social ao longo das décadas seguintes.</p><p>Com a chegada da Segunda Guerra Mundial, há uma mudança de</p><p>concepção de behaviorismo para gestaltismo, trazendo propriedades</p><p>perceptivas e com os principais autores:</p><p>(Kurt Lewin, 1890-1947)</p><p>Muzar Sheriff, que tinha o foco em estudar os fatores que</p><p>determinam a formação e a permanência das normas sociais.</p><p>Kurt Lewin, que direcionava seus estudos para pesquisas sobre</p><p>clima grupal e, diferentemente do colega behaviorista Allport,</p><p>acreditava que o grupo tem dinâmica própria.</p><p>Fritz Heider e suas duas linhas de pesquisa: teorias de atribuição e</p><p>teoria de consistência cognitiva.</p><p>Solomon Arch, que se opõe firmemente às ideias behavioristas e</p><p>aplica princípios gestálticos sobre a percepção e impressão de</p><p>pessoas e sua construção de um todo sobre elas.</p><p>No final dos anos 1950 e no decorrer das duas décadas seguintes,</p><p>houve uma mudança nos interesses de pesquisas, substituindo toda</p><p>linha de pensamento a respeito de mudanças de atitude e processos</p><p>grupais para teorias que tivessem sua base nos processos cognitivos.</p><p>A teoria mais marcante desse período é a Teoria da Dissonância</p><p>Cognitiva de Leon Festinger, que seria uma atitude contrária,</p><p>desconfortável e conflituosa à crença inicial, levando a mudá-la e</p><p>alcançar novamente a congruência.</p><p>Leon Festinger (1919 – 1989)</p><p>Epistemologia em Psicologia Social</p><p>Epistemologia tem sua origem nos termos gregos episteme, que</p><p>significa conhecimento, e logos que significa estudo. Ou seja, estamos</p><p>nos referindo ao estudo do conhecimento ou até mesmo, da teoria da</p><p>ciência, como é mais conhecida.</p><p>Mas o que isso significa, na prática?</p><p>Resposta</p><p>Epistemologia é um conjunto de conhecimentos sobre a origem, a</p><p>natureza, os métodos e os resultados do conhecimento científico, dentro</p><p>de seus aspectos práticos e teóricos.</p><p>O valor da epistemologia se observa quando percebemos a importância</p><p>da cronologia não somente como uma simples passagem de tempo,</p><p>mas como uma forma de compreensão das novas perspectivas na</p><p>discussão do conhecimento, prevista por novos paradigmas ou</p><p>modelos, gerados ou geradores de novos tempos sociais e humanos.</p><p>A Psicologia Social, segundo Farr (2008), foi</p><p>fortemente influenciada pelo contexto em que se</p><p>formou como ciência, surgindo como disciplina</p><p>independente nos Estados Unidos e com raízes na</p><p>Europa.</p><p>As bases europeias estavam principalmente</p><p>relacionadas aos estudos</p><p>de Gabriel Tarde sobre a imitação, a Psicologia das Massas, de Gustave</p><p>Le Bon e principalmente os estudos de Wilhelm Wundt sobre a</p><p>Psicologia dos Povos.</p><p>G. Tarde acreditava que os efeitos da sociedade sobre o comportamento</p><p>individual não são os resultados de processos psicológicos</p><p>independentes e situados fora dos indivíduos, mas sim decorrência das</p><p>influências recíprocas entre as consciências em um contexto de</p><p>interações espontâneas.</p><p>Le Bon tem como cerne de seus estudos o reconhecimento da massa</p><p>como uma associação psíquica independente de seus membros e,</p><p>portanto, quando os sujeitos se reúnem para formar uma aglomeração,</p><p>surgem processos psicológicos que não estão presentes nos indivíduos</p><p>isolados. Isso inclui, inclusive, os aspectos negativos dessa</p><p>aglomeração, como a capacidade de transformar qualquer ideia em atos</p><p>de barbárie. É como se estando em multidão, o sujeito perdesse sua</p><p>identidade e mostrasse somente um caráter compartilhado.</p><p>Já o fortalecimento real da Psicologia como disciplina científica,</p><p>independentemente das bases sociológicas e filosóficas, ocorreu em</p><p>meados do século XIX, na Alemanha, e estava muito vinculada ao</p><p>desenvolvimento das ciências naturais.</p><p>Nesse contexto, Wilhelm Wundt deu um passo significativo sobre os</p><p>pressupostos epistemológicos da Psicologia, indo a favor de uma</p><p>Psicologia científica que segue os esquemas das ciências naturais. Ele</p><p>caracterizou a Psicologia como a ciência da mente e reivindicou o uso</p><p>da experimentação como a forma válida de estudar os processos</p><p>mentais de maneira científica.</p><p>Atenção!</p><p>Tempos depois, o próprio Wundt, percebendo as limitações da</p><p>Psicologia experimental para os processos mentais mais complexos,</p><p>resolveu dividir a Psicologia em duas áreas: a Psicologia experimental,</p><p>que teria o seu foco em processos mais básicos e a Völkerpsychologie,</p><p>centrada em processos mentais superiores para os quais a</p><p>compreensão individualista não seria adequada.</p><p>A Völkerpsychologie ou Psicologia dos povos tem como ideia central</p><p>que o desenvolvimento individual depende do contexto mental</p><p>(constituído por linguagem, costumes e crenças) no qual a pessoa está</p><p>inserida. Ou para melhor compreender, a Psicologia experimental estuda</p><p>o comportamento possível de ser observado e quantificado,</p><p>pertencendo às ciências naturais.</p><p>Já a Psicologia dos povos foca a origem da mente pela língua e cultura,</p><p>pertencentes às ciências humanas e sociais. Daqui observamos uma</p><p>dicotomia na identidade da Psicologia como ciência que permanece até</p><p>os dias de hoje. Em alguns contextos observamos um certo debate que</p><p>procura delimitar a Psicologia como uma ciência pertencente à área da</p><p>Saúde, por exemplo, ou à área das Ciências Humanas.</p><p>A origem da Psicologia norte-americana foi extremamente influenciada</p><p>pela Psicologia experimental de Wundt, mas sua duração foi curta,</p><p>devido às teorias evolucionistas e ao desenvolvimento do pragmatismo,</p><p>cuja figura mais marcante foi William James, com sua ideia de que a</p><p>Psicologia deveria ter como objeto a decomposição da consciência em</p><p>seus elementos constituintes.</p><p>Foi também na Alemanha que surgiu a Psicologia da</p><p>Gestalt, como uma alternativa à teoria experimental de</p><p>Wundt, devido às suas bases na fenomenologia, e</p><p>exerceu grande influência no desenvolvimento da</p><p>Psicologia Social.</p><p>Entretanto, a principal linha de influência no desenvolvimento da</p><p>Psicologia Social na etapa inicial foi resultado das teorias</p><p>evolucionistas. Grande parte do comportamento humano passou a ser</p><p>explicada, recorrendo a fatores como instinto ou herança genética,</p><p>apoderando-se da Psicologia Social do início do século até o</p><p>aparecimento do behaviorismo na Psicologia Social introduzido por</p><p>Floyd Allport.</p><p>Psicologia Social no contexto da</p><p>Psicologia</p><p>O marco do surgimento da Psicologia Social como disciplina</p><p>independente e moderna foi a publicação de dois manuais:</p><p>Do sociólogo Edward A. Ross, com o Social Psychology: an outline</p><p>and a source book, que tinha suas bases nas ideias de Gabriel</p><p>Tarde e estuda os fenômenos de imitação, de sugestão e da</p><p>simpatia.</p><p>Do psicólogo Willian McDougall e o An introduction to social</p><p>psychology, que está dentro da tradição evolucionista da</p><p>Psicologia britânica e tem como base a análise das bases</p><p>instintivas do comportamento humano.</p><p>A proposta de McDougall foi bem acolhida pelo contexto da época, pois</p><p>coincidiu com o movimento da eugenia, que visava à melhoria da</p><p>espécie humana mediante a intervenção no processo de seleção.</p><p>Porém, logo as críticas a esse modelo começaram a aparecer, como, por</p><p>exemplo, a validação do termo “instinto” no âmbito da Psicologia, devido</p><p>à variedade de teorias e classificações dos instintos. E em 1924, virou</p><p>alvo principal de John Watson e dos behavioristas, entre eles, Floyd</p><p>Allport.</p><p>Floyd Allport e o behaviorismo na Psicologia Social</p><p>Nos Estados Unidos, surge um novo marco para a Psicologia Social.</p><p>Floyd Allport começa a introduzir o behaviorismo na Psicologia Social a</p><p>partir de seu livro Social Psychology, de 1924, definindo-a como uma</p><p>especialidade da Psicologia dedicada ao estudo do comportamento</p><p>social. Apesar de admitir e considerar a importância do conceito de</p><p>consciência, ele a reduz a um papel secundário no estudo do</p><p>comportamento.</p><p>Delimita o campo da Psicologia Social, relacionando o behaviorismo e o</p><p>individualismo, opondo-se à concepção da Psicologia Social que se</p><p>concentrava no estudo de grupos, justificando que o grupo não pode ser</p><p>considerado uma entidade psicológica independente. Allport acreditava</p><p>que o grupo era somente um aglomerado de indivíduos diferentes que</p><p>reagem uns diante dos outros ou de uma situação comum. E, com isso,</p><p>a Psicologia Social deveria ser entendida como a Psicologia individual,</p><p>levando a uma proposta metodológica objetiva e, assim, uma influência</p><p>decisiva para o rápido desenvolvimento da experimentação Em</p><p>Psicologia Social.</p><p>O apogeu e a queda do positivismo</p><p>Durante as décadas de 1930 e 1940, o desenvolvimento tanto teórico</p><p>quanto metodológico da Psicologia Social foi muito influenciado pelo</p><p>positivismo lógico, que defendia que todo conhecimento, fosse ele</p><p>derivado das ciências naturais ou das ciências sociais, tinha que ter</p><p>como requisito a verificabilidade e deveria se submeter à aplicação</p><p>rigorosa do método hipotético-dedutivo da física.</p><p>Nesse período, também foi gerada a corrente do neobehaviorismo, cujas</p><p>contribuições mais representativas na Psicologia Social foram:</p><p>A teoria da frustração-agressão</p><p>Que dizia que o aparecimento de um comportamento agressivo sempre</p><p>significava a existência de frustração e a frustração sempre levava a</p><p>alguma forma de agressão.</p><p>A teoria da aprendizagem por imitação de</p><p>Miller e Dollard</p><p>Que afirmava que a aprendizagem acontece quando a imitação do</p><p>comportamento é reforçada.</p><p>Nos anos 1950 e 1960, os estudos estavam voltados para a percepção</p><p>social, a influência social e a consistência cognitiva. Um dos estudos</p><p>destacados nessa época é a teoria da dissonância cognitiva, de Leon</p><p>Festinger, que trata da situação em que a pessoa percebe a existência</p><p>de uma contradição entre dois elementos da cognição. A dissonância</p><p>tem um efeito psicológico negativo e, portanto, a pessoa tenderá a</p><p>eliminá-la para restabelecer a congruência.</p><p>A partir dos anos 1970, a queda do positivismo lógico acelerou a crise</p><p>do behaviorismo. O estudo dos processos cognitivos se tornou um dos</p><p>principais temas de interesse para a Psicologia Social. A pesquisa da</p><p>dissonância cognitiva perde espaço para as teorias da atribuição, e esse</p><p>fato foi um importante ponto de interseção entre a Psicologia Social e a</p><p>Psicologia cognitiva, que deu como frutos a consolidação da pesquisa</p><p>sobre cognição social.</p><p>A Psicologia Social no contexto da</p><p>Sociologia</p><p>Como já falamos, dois manuais de Psicologia Social deram origem ao</p><p>termo em 1908. Concomitante ao livro de William McDougall, surgiu o</p><p>manual de Edward A. Ross como um exemplo do processo de</p><p>consolidação</p><p>simultânea da Psicologia Social tanto na Psicologia como</p><p>na Sociologia.</p><p>Ross definia a Psicologia Social como uma especialidade da Sociologia,</p><p>que deveria ignorar as uniformidades no comportamento determinadas</p><p>por fatores biológicos e se concentrar somente nas uniformidades, com</p><p>explicações em causas sociais. Seus principais mecanismos</p><p>explicativos são a invenção, a sugestão e a imitação.</p><p>Entretanto, dos autores que tiveram seus textos publicados no início do</p><p>século XX, devemos destacar aqueles que tiveram formação na Escola</p><p>de Chicago, universidade fundada em 1890, e principal núcleo de</p><p>desenvolvimento das ciências sociais norte-americanas, nas primeiras</p><p>décadas do século XX.</p><p>Atenção!</p><p>A Escola de Chicago tinha como premissa fazer ciência para a resolução</p><p>dos problemas sociais, o que acabou criando o clima propício para o</p><p>desenvolvimento da pesquisa sociológica. A principal característica da</p><p>universidade foi a ausência de uma orientação predominante e a</p><p>diversidade tanto teórica quanto metodológica de suas pesquisas.</p><p>Do ponto de vista teórico, os sociólogos formados na instituição tiveram</p><p>grandes influências do pragmatismo de John Dewey e a</p><p>microssociologia de Georg Simmel. Porém, como destaque na influência</p><p>do desenvolvimento em Psicologia Social, temos William I. Thomas e</p><p>George Herbert Mead.</p><p>Thomas contribuiu de duas formas para a Psicologia Social: utilizando</p><p>uma metodologia com diversas fontes de dados e o caráter empírico do</p><p>conceito de atitude, central para a constituição e o desenvolvimento da</p><p>área.</p><p>George Mead foi o autor da Escola de Chicago que mais exerceu</p><p>influência em Psicologia Social. Crítico do individualismo, que era o</p><p>enfoque característico da Psicologia na época, propôs uma mudança</p><p>para que a experiência individual fosse tratada do ponto de vista da</p><p>sociedade.</p><p>Portanto, a ideia era explicar a determinação social do comportamento,</p><p>afastando-se das concepções individualistas das teorias psicológicas,</p><p>colocando ênfase no social, mas sem deixar de destacar a participação</p><p>do indivíduo como agente ativo e não como passivo diante as</p><p>influências do meio.</p><p>Para isso, trouxe o conceito de interacionismo simbólico que visa à</p><p>compreensão do modo como os indivíduos interpretam os objetos e as</p><p>outras pessoas com as quais interagem e como tal processo de</p><p>interpretação conduz o comportamento individual em situações</p><p>específicas.</p><p>Durante as décadas de 1930 e 1940, a dificuldade em</p><p>realizar o estudo do comportamento social de forma</p><p>que este rejeitasse a intervenção da consciência ou</p><p>dos processos mentais superiores em suas ações</p><p>abriu o caminho para que a Psicologia Social fosse</p><p>influenciada pela Escola da Gestalt, que trouxe, como</p><p>seus mais importantes princípios, a teoria de campo e</p><p>os estudos experimentais sobre o comportamento</p><p>grupal de Kurt Lewin.</p><p>Na teoria do campo, Lewin dá importância aos fatores ambientais na</p><p>determinação do comportamento sem renunciar às variáveis de caráter</p><p>cognitivo, como o behaviorismo fazia. O grupo não se definia pela</p><p>proximidade ou semelhança que seus membros poderiam apresentar,</p><p>mas pelas relações de interdependência entre eles. Com relação aos</p><p>experimentos de Lewin, suas contribuições mais conhecidas são no</p><p>campo da dinâmica de grupos, destacando seus estudos sobre os</p><p>processos intragrupais. Além disso, o trabalho de Lewin alcançou</p><p>também o campo da metodologia, sendo fundamental para a Psicologia</p><p>Social como uma ciência experimental. Ele defendeu a adequação do</p><p>método experimental para os estudos dos pequenos grupos e destacou</p><p>a necessidade de desenvolver também técnicas de pesquisa que</p><p>permitissem realizar experimentos reais nos grupos sociais naturais</p><p>existentes, sendo, portanto, um dos primeiros a introduzir o experimento</p><p>de campo em Psicologia. Também teve uma contribuição importante à</p><p>Psicologia Social com o conceito de pesquisa-ação, situando a pesquisa</p><p>dentro do contexto do planejamento e da ação social.</p><p>A Psicologia Social chega às décadas de 1950 e 1960 apresentando um</p><p>crescimento espetacular, consolidando-se como uma disciplina</p><p>diferenciada na Psicologia. A Psicologia Social europeia foi perdendo</p><p>espaço para a Psicologia Social norte-americana. Tanto os psicólogos</p><p>sociais neobehavioristas como os gestaltistas assumiram princípios</p><p>metodológicos da corrente da Psicologia à qual estavam vinculados,</p><p>dando mais ênfase à experimentação e ela se tornou o principal método</p><p>de pesquisa de Psicologia Social Psicológica.</p><p>Entretanto, mesmo que a Psicologia Social Psicológica tenha vivenciado</p><p>maior desenvolvimento, a Psicologia Social não se desligou totalmente</p><p>da Sociologia, que durante a década de 1960 teve tendência aos</p><p>estudos dos processos microssociológicos, que deram origem às</p><p>correntes teóricas psicossociológicas, como as teorias do intercâmbio</p><p>de George Homans, o desenvolvimento do interacionismo simbólico das</p><p>Universidades de Chicago e Iowa, a Sociologia fenomenológica de</p><p>Schutz, o enfoque dramatúrgico de Goffman e a etnometodologia de</p><p>Garfinkel. Essa abordagem deu origem à Psicologia Social Sociológica.</p><p>A crise da Psicologia Social</p><p>Após esse apogeu da Psicologia Social durante a década de 1960, os</p><p>anos 1970 apresentaram um cenário bem diferente. Iniciou-se uma</p><p>grande e importante crise que afetou as bases teóricas, metodológicas</p><p>e epistemológicas da disciplina.</p><p>A crise ocorreu devido a um reflexo das mudanças que</p><p>estavam acontecendo na época, no âmbito da Filosofia</p><p>da ciência, com a diminuição da influência do</p><p>positivismo lógico e a crise do behaviorismo.</p><p>Nessa época, como consequência da crise, surgiram outras propostas</p><p>teóricas e metodológicas, que ao se consolidarem, contribuíram para</p><p>mudar a fisionomia da Psicologia Social. Os psicólogos sociais</p><p>europeus passaram a reivindicar uma identidade própria e diferente da</p><p>Psicologia Social norte-americana, defendendo a realização de</p><p>pesquisas mais relevantes do ponto de vista social.</p><p>Exemplo</p><p>A teoria da identidade de Henri Tajfel, as teorias das representações e</p><p>as minorias ativas de Serge Moscovici e os trabalhos sobre o</p><p>desenvolvimento cognitivo de Willem Doise e seus colaboradores da</p><p>Escola de Genebra foram exemplos dessa mudança de cenário.</p><p>Também surgiu, no mesmo momento, na América Latina, o</p><p>desenvolvimento da Psicologia Social, que procurava maior</p><p>compromisso com a realidade social dos países que a compõem, com</p><p>propostas mais voltadas ao trabalho com comunidades e com a</p><p>mudança social. Nessa área, merecem destaque os aportes da</p><p>Psicologia Social da liberação e da Psicologia Social comunitária, que</p><p>tem como seu maior contribuidor Ignacio Martín-Baró.</p><p>A obra de Baró foi orientada pelo seu compromisso com a mudança</p><p>social necessária devido aos problemas sociais existentes nos países</p><p>latino-americanos, tendo como temas: a aglomeração, o machismo, o</p><p>fatalismo, a saúde mental, a violência e a guerra. Portanto, sua</p><p>contribuição à Psicologia Social está voltada para a construção de uma</p><p>teoria crítica da realidade social, propondo inverter um processo de</p><p>raciocínio hipotético-dedutivo da epistemologia positivista para um</p><p>realismo crítico.</p><p>Baró propõe substituir a concepção universalista alheia à história e</p><p>totalmente individualista da Psicologia Social hegemônica por um</p><p>modelo mais contextual, histórico e mais sociológico, com um</p><p>compromisso com as classes mais marginalizadas, a partir de um viés</p><p>de uma Psicologia Social crítica e libertadora. Para ele, é fundamental</p><p>levarmos em consideração as condições socio-históricas, o que faz com</p><p>que o conhecimento da realidade não possa ser nem universal nem</p><p>atemporal.</p><p>A Psicologia Social comunitária, na América Latina, surgiu por causa da</p><p>necessidade de responder aos enormes problemas sociais que atingiam</p><p>a todos os países da região, buscando, assim, contribuir para melhorias</p><p>nas condições de vida dos grupos mais desfavorecidos.</p><p>A partir desse raciocínio, a Psicologia Social comunitária acredita que os</p><p>problemas que afetam os grupos sociais</p><p>não têm sua origem nas</p><p>características pessoais de seus membros, mas na estrutura social em</p><p>que se situam, e o seu enfoque está em intervir psicossocialmente para</p><p>promover uma mudança na situação desses grupos.</p><p>Pode-se verificar o desenvolvimento mais aprimorado da Psicologia</p><p>Social pós-moderna, na qual se agrupam diversas correntes articuladas</p><p>em torno de um relativismo epistemológico que questiona as bases da</p><p>Psicologia Social tradicional e propõe uma nova forma de entender a</p><p>disciplina. A Psicologia Social pós-moderna traz como suas principais</p><p>objeções:</p><p>A adoção de um enfoque relacional e não representacionalista da</p><p>linguagem.</p><p>A crítica a uma concepção naturalista e à Psicologia Social</p><p>experimental.</p><p>A ênfase na construção social do conhecimento científico.</p><p>A rejeição da crença em critérios universais de validação do</p><p>conhecimento.</p><p>A aceitação de que a ciência não é superior a outras formas de</p><p>conhecimento.</p><p>Por consequência desse movimento, o desenvolvimento das correntes</p><p>da Psicologia Social Sociológica, que antes era marginalizada pelo</p><p>positivismo lógico, passa a trazer novas ideias para o enriquecimento do</p><p>interacionismo simbólico.</p><p>A Psicologia Social pós-moderna</p><p>Neste vídeo, a especialista reflete sobre a crise da Psicologia Social,</p><p>destacando o relativismo epistemológico que questiona as bases da</p><p>Psicologia Social tradicional e propõe uma nova forma de entender a</p><p>Psicologia Social pós-moderna.</p><p></p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Martín-Baró alega que o papel do psicólogo na sociedade deve ser</p><p>extremamente ativo, como um agente de mudança. Assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Estar consciente do que acontece com o ambiente histórico-social</p><p>é fundamental para saber fazer o psicológico.</p><p>Questão 2</p><p>Observe as afirmativas a seguir, inspiradas na Psicologia Social de</p><p>orientação positivista.</p><p>I. Propõe-se a descrever os processos observáveis dos encontros</p><p>sociais.</p><p>II. Seus objetivos estão voltados para a procura de formas</p><p>adequadas de ajustamento de comportamentos individuais ao</p><p>contexto social.</p><p>III. O social é entendido apenas como a relação entre pessoas, e</p><p>não como um conjunto de produções humanas que constroem a</p><p>realidade social e, ao mesmo tempo, o indivíduo.</p><p>A</p><p>A Psicologia não tem uma especificidade como área</p><p>de conhecimento científico e prático.</p><p>B</p><p>O trabalho do psicólogo deve buscar a alienação</p><p>das pessoas e grupos, para que isso os ajude a</p><p>chegar a um saber crítico sobre si próprios e sobre a</p><p>realidade.</p><p>C</p><p>A conscientização constitui-se no horizonte</p><p>primordial do “que fazer” psicológico.</p><p>D</p><p>O psicólogo deve transformar sua prática</p><p>profissional, despojando-a de pressupostos teóricos</p><p>adaptacionistas e de suas formas de intervenção a</p><p>partir de posições de passividade.</p><p>E</p><p>O psicólogo deve ficar despreocupado com as</p><p>consequências históricas concretas que sua</p><p>atividade esteja produzindo.</p><p>IV. É uma Psicologia Social comprometida com a transformação</p><p>das condições de desigualdade e injustiça social.</p><p>Pode-se afirmar que</p><p>Parabéns! A alternativa B está correta.</p><p>A Psicologia Social Psicológica propõe que os encontros sociais</p><p>devem ser processos observáveis. Como foco principal se tem o</p><p>comportamento do indivíduo em meio social e o social é passivo</p><p>perante a ação do indivíduo.</p><p>2 - Pesquisa e métodos de investigação em Psicologia Social</p><p>A apenas I e III estão corretas.</p><p>B apenas I, II e III estão corretas.</p><p>C apenas a I e a IV estão corretas.</p><p>D apenas a I está correta.</p><p>E apenas II, III e IV estão corretas.</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o estilo de pesquisa em Psicologia Social.</p><p>A pesquisa em Psicologia Social</p><p>Já está claro para você que a Psicologia Social estuda a relação do</p><p>indivíduo e seu meio social, ou seja, o sujeito sendo agente ativo em seu</p><p>meio e sofrendo os impactos que o meio pode causar em seus</p><p>comportamentos, cognições e emoções.</p><p>Para isso, a Psicologia Social tem uma gama enorme de assuntos a</p><p>serem estudados e analisados, utilizando diferentes tipos de</p><p>abordagens metodológicas, visto que o objeto de estudo pode orientar a</p><p>melhor metodologia a ser aplicada.</p><p>Mas nem sempre a história foi essa. Segundo Tittoni e Jacques (2013),</p><p>até o século XVIII, a definição do ser científico era tornar o</p><p>conhecimento o mais objetivo possível, trazendo a ideia de que o</p><p>conhecimento científico detinha o poder de construir uma verdade sobre</p><p>a “vida real”. Essa concepção positivista da ciência se impôs no âmbito</p><p>das Ciências Sociais durante as primeiras décadas do século XX,</p><p>induzindo a ideia de que existia um método único científico, ao qual</p><p>todas as ciências deveriam se ajustar.</p><p>Essa concepção da ciência, presente nos momentos</p><p>iniciais da Psicologia, propôs que os processos</p><p>psicológicos fossem passíveis de experimentação,</p><p>objetivação e generalização e, assim, seriam</p><p>qualificados como científicos.</p><p>A Psicologia Social em seus primórdios teve como sua base a</p><p>Psicologia norte-americana, que tinha o seu forte na experimentação,</p><p>tanto na concepção do objeto quanto nas estratégias metodológicas</p><p>para abordagem dos processos sociais. O objetivo era entender de</p><p>forma lógica como os objetos estudados influenciam ou são</p><p>influenciados pelos comportamentos das pessoas.</p><p>Após esse período, teve início um tempo de crítica ao modelo de ciência</p><p>predominante na época, definindo a pesquisa como algo maior do que o</p><p>senso comum, um recurso que possui vários métodos de produzir</p><p>conhecimento e história de suas legitimações.</p><p>Na Europa do final dos anos 1960, começam a surgir as críticas mais</p><p>incisivas à Psicologia Social norte-americana, denunciando seu caráter</p><p>ideológico. Nos países da América Latina, que tinham sua base toda</p><p>inserida nos ensinamentos da Psicologia Social norte-americana, a</p><p>crítica estava associada à distância dos estudos à realidade social.</p><p>Mais especificamente após a década de 1970,</p><p>instaura-se a crise em Psicologia Social, dada</p><p>justamente pelo questionamento da hegemonia da</p><p>forma de conceber a ciência, tanto no objeto quanto</p><p>nos objetivos e estratégias metodológicas.</p><p>Um dos pressupostos de pesquisa era o de mostrar que não existia essa</p><p>neutralidade afirmada pelo experimentalismo e demonstrar o quanto o</p><p>sujeito é um agente ativo de conhecimento. Essa visão de mundo e de</p><p>homem como produto e produtor da história vai de encontro à ideia de</p><p>gerar um conhecimento neutro, que o outro não interfira na existência.</p><p>Pesquisador e pesquisado se</p><p>definem por relações sociais que</p><p>tanto podem ser reprodutoras como</p><p>podem ser transformadoras das</p><p>condições sociais onde ambos se</p><p>inserem; dessa forma, conscientes</p><p>ou não, sempre a pesquisa implica</p><p>em intervenção, ação de um sobre</p><p>os outros.</p><p>(LANE, 1985, p. 18)</p><p>A Psicologia Social, portanto, passa a trazer também como objeto de</p><p>estudo, os cenários históricos, sociais, econômicos e culturais dos</p><p>sujeitos examinados.</p><p>Para simplificar o entendimento, podemos dividir em três principais</p><p>caminhos para entender o comportamento humano no contexto da</p><p>Psicologia Social:</p><p>1. Observar o comportamento em seu ambiente natural.</p><p>2. Criar situações artificiais e monitorar o comportamento diante de</p><p>tarefas definidas para essas situações.</p><p>3. Fazer questionamentos aos sujeitos sobre suas percepções, os</p><p>comportamentos, pensamentos e as experiências acerca de algo</p><p>de sua história pregressa, atual ou futura.</p><p>A Psicologia Social passa a ter a concepção de ciência que propõe</p><p>complexidade, pluralidade teórico-metodológica, a interseção de</p><p>diferentes áreas do conhecimento, a prática interdisciplinar e uma</p><p>preocupação ética com os laços sociais e políticos.</p><p>Algumas observações ao fazer a</p><p>pesquisa</p><p>De acordo com Günther (2011), podemos estudar os fenômenos sociais</p><p>a partir do referencial teórico e com métodos de diferentes áreas do</p><p>conhecimento.</p><p>A pesquisa começa com um palpite ou uma hipótese que o pesquisador</p><p>queira testar e, a partir dela, o pesquisador tem que</p><p>coletar os dados</p><p>para submeter sua hipótese a teste. Quanto mais detalhada e específica</p><p>for a hipótese, maior a chance de ter sucesso nos resultados.</p><p>Todos os passos de uma pesquisa precisam estar claramente expostos,</p><p>como, por exemplo, a descrição dos participantes para saber como</p><p>foram recrutados e quais são seus aspectos; a descrição bem definida</p><p>dos instrumentos utilizados e dos procedimentos para que outros</p><p>pesquisadores possam replicá-la.</p><p>A análise de dados deve ser clara e explícita. Caso a escolha seja por</p><p>métodos quantitativos, o detalhamento deve estar no procedimento</p><p>estatístico escolhido. Se a escolha for por procedimentos qualitativos, a</p><p>explicitação e a documentação de procedimentos analíticos são</p><p>indispensáveis.</p><p>A escolha de uma abordagem quantitativa ou qualitativa está muito</p><p>relacionada com o objeto da pesquisa e não necessariamente são</p><p>mutuamente excludentes.</p><p>Os procedimentos quantitativos tendem a ser mais dedutivos e</p><p>confirmatórios, partindo de uma teoria. Geralmente, utiliza-se</p><p>questionários com perguntas fechadas, e a escala Likert de avaliação.</p><p>Não se utiliza somente os métodos observacionais, mas sempre se</p><p>realiza a coleta de dados de maneira sistemática e de forma que seja</p><p>possível analisá-los estatisticamente, como modo de avaliar se esses</p><p>dados e os resultados são fidedignos ou foram encontrados ao acaso.</p><p>Já os métodos qualitativos tendem a ser mais intuitivos e exploratórios.</p><p>Tenta-se coletar dados a partir de observações, registros de</p><p>comportamentos e outros materiais como documentos, diários, filmes e</p><p>gravações. Seus questionários tendem a utilizar perguntas abertas com</p><p>um roteiro semiestruturado, permitindo que o sujeito investigado</p><p>também consiga conduzir o rumo da investigação e dar mais explicação</p><p>e/ou informação sobre o fenômeno estudado. A análise desses dados</p><p>costuma ser mais interpretativa, usando-se de técnicas de análise do</p><p>discurso e de análise do conteúdo.</p><p>Outro aspecto que pode chamar atenção em alguns tipos de pesquisa</p><p>são as variáveis. Podemos verificar dois tipos:</p><p>Variável independente</p><p>Com a qual o pesquisador altera algum ponto da pesquisa para provocar</p><p>consequências em outra variável.</p><p>Variável dependente</p><p>Que é afetada diretamente pela variável independente.</p><p>Geralmente, a hipótese é baseada no fato de que a variável dependente</p><p>sofrerá influência da variável independente.</p><p>A análise de conteúdo e pesquisa-</p><p>ação</p><p>Vamos conhecer alguns métodos de investigação utilizados em</p><p>Psicologia Social.</p><p>Análise de conteúdo</p><p>As características da análise de conteúdo são:</p><p>Descrever e organizar o conteúdo de comunicações escritas ou</p><p>verbais, podendo ser utilizados materiais visuais (filme, vídeo,</p><p>desenhos), materiais impressos (jornais, revistas, livros) e</p><p>registros verbais (entrevistas e questionários).</p><p>Os sujeitos não são necessariamente as pessoas propriamente</p><p>ditas, mas sim o material que foi produzido por elas.</p><p>O procedimento consiste na análise do conteúdo dos artigos.</p><p>O instrumento pode ser um programa que sistematize e analise o</p><p>material coletado.</p><p>Veja a seguir suas vantagens e desvantagens.</p><p>Suas vantagens são:</p><p>Avaliar grandes quantidades de dados, podendo utilizar</p><p>dados brutos recolhidos no momento do estudo.</p><p>Utiliza procedimentos mais robustos e bem</p><p>documentados, a partir dos quais o pesquisador</p><p>estabelece como selecionar, organizar em unidades e</p><p>categorizar os dados brutos de pesquisa.</p><p>Tem a oportunidade de desenvolver dados históricos,</p><p>tendo como fontes entrevistas já realizadas, alguns</p><p>experimentos, dados observados e levantamentos</p><p>passados que estão condicionados ao presente.</p><p>Permite uma nova compreensão histórica/cultural por</p><p>meio da análise de texto.</p><p>Suas desvantagens são:</p><p>Os problemas de codificação na análise de conteúdo</p><p>dificultam a generalização.</p><p>Dificuldade de fazer uma única conclusão sobre os</p><p>estudos, pois a mesma variável pode ser utilizada de</p><p>forma diferente por diferentes pesquisadores.</p><p>Esse tipo de estudo, geralmente, está sujeito a algum</p><p>nível de interpretação subjetiva e, com isso, a confiança e</p><p>a validade estabelecida em seus resultados pode ser</p><p>afetada.</p><p>A demora na codificação manual de grandes volumes de</p><p>texto.</p><p>Pesquisa-ação</p><p>As características da pesquisa-ação são:</p><p>Fundamenta-se no materialismo histórico, tendo a hermenêutica</p><p>dialética como sua principal ferramenta de análise.</p><p>O foco do pesquisador é de solucionar algo por meio de uma ação</p><p>ou um comportamento e, com isso, ele ser o seu objeto de estudo.</p><p>Tanto o pesquisador quanto o grupo pesquisado interagem de</p><p>modo participativo, desenvolvendo as ideias propostas no plano</p><p>de pesquisa. O que pode resultar em alguma transformação</p><p>comportamental do grupo envolvido e a possibilidade de solução</p><p>para o objeto de estudo em questão.</p><p>Diversos ajustes podem acontecer de forma progressiva dentro</p><p>dos planejamentos de pesquisa, caso necessário, para que seja</p><p>fortalecido o problema da pesquisa com ação.</p><p>Essa metodologia também tem como objetivos potencialmente</p><p>alcançáveis coletar os dados sobre o problema avaliado,</p><p>desenvolver conhecimentos teóricos e comparar as teorias sobre</p><p>o tema, e, finalmente, descrever os processos vivenciados em</p><p>pesquisa e as suas variáveis, de modo a produzir resultados</p><p>práticos sobre os problemas pertinentes à pesquisa.</p><p>O ambiente da pesquisa é o local natural em que as práticas</p><p>acontecem.</p><p>Veja a seguir suas vantagens e desvantagens.</p><p>Suas vantagens são:</p><p>É focada em mudança.</p><p>Na pesquisa-ação, a metodologia de pesquisa deve ter</p><p>sempre um olhar com relação à prática, de modo que não</p><p>se deixe de avaliar o que mudou, por não dispor de um</p><p>bom instrumento de medição ou de dados necessários.</p><p>Os cenários onde acontecem esse tipo de metodologia</p><p>não são manipulados como ocorre com a tradicional</p><p>pesquisa científica experimental. Assim, a pesquisa-ação</p><p>está mais dentro dos moldes intervencionistas.</p><p>A pesquisa-ação traz como forma de problematização o</p><p>apontamento sobre a quem cabe o problema. Esse é um</p><p>olhar crítico da Psicologia Social.</p><p>Suas desvantagens são:</p><p>A relação dos experimentos com grupo de controle, que</p><p>geralmente não se beneficiam das práticas de melhoria</p><p>prevista na pesquisa e acabam sendo desvantajosos para</p><p>eles.</p><p>Muitas vezes, não acontece o real empenho dos</p><p>participantes em fazer algumas atividades e, até mesmo,</p><p>alguns sacrifícios pessoais, principalmente com relação a</p><p>tempo e esforço, para melhorar sua prática.</p><p>O fato de ser socialmente crítico nem sempre é bem</p><p>aceito na instituição em que a pesquisa é aplicada.</p><p>Experimentos, levantamento de</p><p>dados e estudos de campo</p><p>Vamos observar mais alguns métodos de investigação apontados por</p><p>Rodrigues, Assmar e Jablosnski (2005):</p><p>Experimento</p><p>O experimento pode ser de campo e de laboratório. Vamos ver cada um</p><p>deles, bem como suas vantagens e desvantagens.</p><p>Acontece a observação do fenômeno e é permitida a</p><p>manipulação da variável independente, que o pesquisador teria</p><p>interesse em verificar seu efeito em uma situação natural.</p><p>As suas vantagens são:</p><p>Analisar o fenômeno em estudo tal como ele ocorre no</p><p>ambiente natural.</p><p>Permite o estudo mais detalhado do objeto de estudo.</p><p>Possibilita a descoberta da importância de variáveis que</p><p>poderiam estar sendo negligenciadas pelo pesquisador, e</p><p>justamente pelo experimento ocorrer no ambiente natural</p><p>do fenômeno, pode vir à tona a sua relevância.</p><p>As suas desvantagens são:</p><p>Dificuldade em obter cooperação.</p><p>O experimentador é limitado em testar as variáveis que</p><p>julga serem importantes devido às restrições inerentes ao</p><p>De campo </p><p>ambiente natural.</p><p>Apreensão quanto a uma possível avaliação que os sujeitos</p><p>da experiência possam exibir.</p><p>O pesquisador cria uma situação com as condições exatas que</p><p>pretende ter e na qual ele controla e manipula outras variáveis.</p><p>Permite o estabelecimento de relações causais entre variáveis.</p><p>Permite o controle de variáveis capazes de se associarem à</p><p>variável independente gerando a possibilidade de atribuições</p><p>errôneas.</p><p>Cria o realismo experimental, ou seja, a situação é</p><p>realista para o sujeito da experiência e para que ele se sinta</p><p>envolvido e seja atingido o impacto desejado.</p><p>O pesquisador tem a possibilidade de controlar possíveis</p><p>diferenças iniciais dos participantes que são incluídos nos</p><p>diferentes grupos experimentais.</p><p>As suas vantagens são:</p><p>Possibilidade que oferece o controle de variáveis estranhas</p><p>e manipulações das variáveis de interesse do pesquisador.</p><p>A variável independente se apresenta de forma mais pura</p><p>possível, sem outras que são controladas pelo</p><p>pesquisador.</p><p>Criação de uma ordem temporal das variáveis</p><p>As suas desvantagens são:</p><p>A artificialidade faz com que a variável independente perca</p><p>parte de suas forças, quando comparada com a situação</p><p>da vida real.</p><p>Levantamento de dados</p><p>Possui um número elevado de pessoas que simbolizam uma amostra do</p><p>universo pesquisado. Os dados são coletados por meio de</p><p>questionários no ato da pesquisa ou para serem enviados</p><p>posteriormente.</p><p>Passo a passo da pesquisa de levantamento:</p><p>1. Determinação dos objetos gerais</p><p>2. Determinação dos objetivos específicos e possível formulação de</p><p>hipóteses</p><p>De laboratório </p><p>3. Escolha da amostra</p><p>4. Criação de um instrumento para coletar os dados da pesquisa</p><p>5. Trabalho de campo (coleta de dados)</p><p>�. Codificação dos dados</p><p>7. Análise dos dados</p><p>�. Relatório final</p><p>Veja a seguir suas vantagens e desvantagens.</p><p>Suas vantagens são:</p><p>Obtenção de informações que jamais seriam obtidas por</p><p>outros métodos de pesquisa social.</p><p>Permite o estudo de grandes áreas.</p><p>Suas desvantagens são:</p><p>São demoradas e dispendiosas.</p><p>Requerem cooperação das pessoas entrevistadas e</p><p>treinamento adequado de entrevistadores para não causar</p><p>distorções nos dados coletados.</p><p>Cuidado na construção de instrumentos de coleta de dados</p><p>e verificação da honestidade dos entrevistados.</p><p>Precaução especial na eliminação de possíveis</p><p>tendenciosidades dos entrevistadores e dos efeitos que</p><p>certas características podem desempenhar.</p><p>Estudo de campo</p><p>Permite ao pesquisador um olhar aprofundado sobre o tema em</p><p>questão. O estudo é realizado em local predefinido, em que ocorre o</p><p>fenômeno psicossocial no qual acontece o objeto de estudo. O</p><p>pesquisador observa o fenômeno ou coleta os dados sobre o objeto de</p><p>estudo de uma forma mais esmiuçada, mas ele não pode intervir sobre</p><p>o que está acontecendo. Veja a seguir suas vantagens e desvantagens.</p><p>Vantagens </p><p>Desvantagens </p><p>Vantagens </p><p>As suas vantagens são:</p><p>Ser conduzido no ambiente natural em que acontece o</p><p>fenômeno estudado.</p><p>Permite o estudo mais detalhado do objeto de estudo.</p><p>Possibilita a descoberta da importância de variáveis que</p><p>poderiam estar sendo negligenciadas pelo pesquisador, e</p><p>justamente pelo experimento ocorrer no ambiente natural</p><p>do fenômeno, pode vir à tona a sua relevância.</p><p>As suas desvantagens são:</p><p>Dificuldade em obter a colaboração dos responsáveis pelos</p><p>locais em que o estudo de campo será conduzido.</p><p>Dificuldade em evitar explicações alternativas por não ter</p><p>controle da variável independente e de possíveis</p><p>influências de uma variável desconhecida que pode ser a</p><p>responsável pela composição do grupo estudado.</p><p>Metodologias de pesquisa na</p><p>Psicologia Social</p><p>Neste vídeo, a especialista compara diferentes metodologias de</p><p>pesquisa usadas na Psicologia Social, destacando as suas</p><p>características, vantagens e desvantagens.</p><p>Desvantagens </p><p></p><p>A ética</p><p>Princípios éticos dos psicólogos para a realização de pesquisas,</p><p>segundo a American Psychological Association (2010):</p><p>Os psicólogos devem buscar promover a exatidão, a honestidade e</p><p>a veracidade na ciência, no ensino e na prática da Psicologia.</p><p>Os psicólogos devem ter como prioridade o respeito à dignidade e</p><p>ao valor das pessoas, os direitos individuais da privacidade,</p><p>confidencialidade e autodeterminação.</p><p>Quando os psicólogos vão realizar uma pesquisa pessoalmente,</p><p>via transmissão eletrônica ou outras formas de comunicação,</p><p>devem obter o consentimento informado da pessoa.</p><p>Para obter o consentimento informado, os psicólogos devem</p><p>informar aos participantes a respeito da finalidade da pesquisa,</p><p>tempo de duração esperado e procedimentos; o direito de se</p><p>recusar a participar e de se retirar da pesquisa quando já iniciada;</p><p>as consequências previstas de se recusar ou se retirar; os fatores</p><p>razoavelmente previsíveis que podem influenciar a decisão de</p><p>participar ou não, como riscos potenciais, desconfortos ou efeitos</p><p>adversos; quaisquer benefícios potenciais da pesquisa; limites de</p><p>confidencialidade; incentivos para participar; e do contato para</p><p>perguntar a respeito da pesquisa e dos direitos dos participantes.</p><p>Os psicólogos são os principais responsáveis e devem tomar as</p><p>devidas precauções para proteger a informação confidencial</p><p>obtida ou guardada em qualquer tipo de mídia.</p><p>A técnica do engano se refere a induzir o participante ao erro sobre</p><p>a verdadeira finalidade do estudo ou do que está acontecendo. Os</p><p>psicólogos não podem realizar uma pesquisa que envolva o</p><p>engano, a menos que comprovem que a técnica do engano é</p><p>justificada pelo potencial significativo do estudo com relação à</p><p>ciência, educação ou valor agregado e que as alternativas efetivas</p><p>que não envolvam o engano não sejam viáveis.</p><p>Os psicólogos devem deixar claro aos participantes qualquer tipo</p><p>de dúvida sobre os enganos, que eles fazem parte do projeto e da</p><p>realização de um experimento, assim que possível.</p><p>Os psicólogos devem fornecer uma forma de acesso imediato</p><p>para que os participantes possam obter informações a respeito da</p><p>origem, dos resultados e das conclusões da pesquisa e para</p><p>poderem saber quais são os passos para corrigir quaisquer</p><p>equívocos ocorridos, dos quais os psicólogos tenham</p><p>conhecimento.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Qual é o método de pesquisa em Psicologia Social que permite a</p><p>indagação dos efeitos da variável independente sobre a</p><p>dependente, com maior garantia de controle de variáveis externas?</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A Psicologia Social é uma disciplina que possui múltiplos métodos</p><p>de avaliação. A escolha do método tem a ver com o tipo de</p><p>pesquisa que gostaria de realizar, quais resultados gostaria de</p><p>levantar, qual a vertente que irá seguir. O experimento de laboratório</p><p>permite a investigação dos efeitos da VI sobre a VD, controlando a</p><p>interferência de ruídos que possam ser causados por variáveis</p><p>estranhas ao estudo.</p><p>Questão 2</p><p>A Psicologia Social possui uma multiplicidade de métodos de</p><p>pesquisa possíveis de serem aplicados em seus estudos. A partir</p><p>A Análise do conteúdo.</p><p>B Pesquisa-ação.</p><p>C Experimento de campo.</p><p>D Experimento de laboratório.</p><p>E Estudo de campo.</p><p>disso, assinale a alternativa correta:</p><p>Parabéns! A alternativa D está correta.</p><p>A característica mais marcante da pesquisa-ação é o envolvimento</p><p>das pessoas analisadas no estudo, bem como o resultado do</p><p>estudo pode influenciar e modificar diretamente o</p><p>ambiente/cotidiano dessas pessoas.</p><p>A</p><p>Une-se com o pressuposto da neutralidade do</p><p>conhecimento ou apoia um conhecimento que não</p><p>interfira na realidade do outro.</p><p>B</p><p>A abordagem qualitativa é a única possibilidade. A</p><p>pesquisa quantitativa não é um recurso aplicado em</p><p>Psicologia Social.</p><p>C</p><p>A pesquisa-ação, por sua objetividade, possibilita</p><p>conhecer os diferentes fenômenos psicossociais.</p><p>D</p><p>Um ponto característico da pesquisa-ação é o</p><p>envolvimento da população pesquisada nas</p><p>diferentes etapas do desenvolvimento da</p><p>investigação.</p><p>E</p><p>A pesquisa-ação é o único modelo de pesquisa</p><p>aceitável em Psicologia Social.</p><p>3 - A Psicologia Social Psicológica e a Sociológica</p><p>Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir as duas vertentes em Psicologia Social.</p><p>Diferenciação da Psicologia Social no</p><p>contexto da Psicologia</p><p>Como vimos, nas primeiras décadas do século XX, os Estados Unidos</p><p>foram os protagonistas da ascensão do behaviorismo, foco principal da</p><p>Psicologia verdadeiramente científica e que deveria</p><p>estudar e explicar</p><p>apenas o comportamento humano e dispensava a importância de</p><p>aspectos mentais, cognitivos e emocionais.</p><p>A partir desse olhar, os psicólogos sociais progressivamente</p><p>abandonam os instintos humanos como uma explicação dos</p><p>comportamentos sociais e utilizam a experimentação com foco no</p><p>indivíduo como metodologia e teoria para a Psicologia Social, adotando</p><p>um viés muito mais próximo de uma ciência natural do que de uma</p><p>ciência social.</p><p>Floyd Allport, considerado um dos mais famosos</p><p>psicólogos sociais behavioristas da época, não</p><p>apoiava o estudo da consciência coletiva pela</p><p>Psicologia Social, por não acreditar na força da mente</p><p>grupal, e valorizava que o foco deveria ser o indivíduo.</p><p>Com esse raciocínio, a Psicologia Social não fazia parte da Sociologia, e</p><p>sim da Psicologia, devendo, portanto, dedicar-se ao estudo das</p><p>influências do comportamento que uma pessoa causa em sua</p><p>sociedade e quais reações a sociedade teria em relação a tais</p><p>influências. Com isso, a obra de Allport define os limites do que seria</p><p>conhecido como Psicologia Social Psicológica, que tem um olhar de</p><p>uma disciplina objetiva e de base experimental.</p><p>Com a Segunda Guerra Mundial, muitos psicólogos sociais foram</p><p>procurados com intuito de ajudar na resolução dos problemas sociais</p><p>provocados pela guerra e esses estudos deram ênfase à Psicologia</p><p>Social Psicológica no período que vai da década de 1930 à década de</p><p>1950. Novas demandas foram geradas pelos problemas sociais</p><p>causados pela Segunda Guerra Mundial.</p><p>Os trabalhos de Fritz Heider foram responsáveis pelas bases</p><p>conceituais de duas linhas de pesquisa que dominaram as décadas</p><p>subsequentes: os fundamentos das teorias de atribuição, em 1944 e</p><p>1958, e o princípio do equilíbrio cognitivo, em 1946, que seria a base</p><p>das teorias da consistência cognitiva, defendendo que as pessoas</p><p>mantêm emoções e cognições consistentes sobre um mesmo objeto ou</p><p>pessoa, obtendo uma situação de equilíbrio. Porém, quando esse</p><p>equilíbrio se desfaz, dá-se início a uma situação de tensão e à busca</p><p>para restabelecê-lo, a partir da mudança de algum dos elementos da</p><p>situação.</p><p>Em 1946, tivemos a atuação de Solomon Asch, que se colocava em</p><p>oposição aos psicólogos sociais que defendiam a bandeira do</p><p>behaviorismo, passando a dar ênfase aos princípios gestaltistas no</p><p>campo da percepção de pessoas, um marco que até hoje é uma das</p><p>principais áreas de estudo que abarca a Psicologia Social Psicológica.</p><p>De acordo com Asch, quando temos uma impressão</p><p>sobre uma pessoa ou objeto, criamos um todo</p><p>estruturado e organizado sobre ela, uma impressão</p><p>que difere do somatório de todas as partes de suas</p><p>características pessoais.</p><p>As duas décadas seguintes do pós-guerra foram cruciais para a</p><p>produção de pesquisas inovadoras e mais sofisticadas</p><p>metodologicamente, organizadas pelos psicólogos sociais psicológicos,</p><p>com bases solidamente estabelecidas, que redirecionaram o surgimento</p><p>de novas formas de pensar sobre pesquisa e teorização.</p><p>Um dos focos do período pós-guerra foi o interesse pela pesquisa</p><p>experimental sobre mudanças de atitudes, sendo o tema central da</p><p>vertente psicológica da Psicologia Social durante os anos de 1960 e</p><p>ocupando o maior espaço nos livros-texto da época. No final dos anos</p><p>de 1960 e 1970, houve uma decadência na produção de pesquisas com</p><p>essa temática, dando espaço para as teorias de base cognitiva.</p><p>Atenção!</p><p>A teoria da dissonância cognitiva de Festinger deu margem para o</p><p>desdobramento, nas décadas seguintes, de um volume considerável de</p><p>pesquisas experimentais destinadas a testar seus pressupostos. Apesar</p><p>de ter sido também alvo de críticas, ela foi a principal responsável pelo</p><p>desenvolvimento da Psicologia Social Psicológica nas décadas</p><p>seguintes (RODRIGUES; ASSMAR; JABLONSKI, 2005).</p><p>Nos anos de 1970 e 1980, houve um redirecionamento dos interesses</p><p>para as teorias da atribuição. Essas teorias representam também o</p><p>desenvolvimento do cognitivismo, que tem como essência os processos</p><p>cognitivos sendo responsáveis pelo processamento da informação</p><p>social, e essa perspectiva se tornou dominante dos anos 1980 até os</p><p>dias atuais na Psicologia Social Psicológica.</p><p>A crise em Psicologia Social</p><p>A Psicologia Social Psicológica tinha encontrado seu auge do período</p><p>pós-guerra até o final dos anos 1960, visto que diversas teorias e</p><p>experimentos foram realizados.</p><p>Porém, no início dos anos 1970, houve uma mudança no foco de</p><p>pesquisa, que deixa de lado toda a linha de raciocínio criada sobre</p><p>comunidade e estudo de grupo e a substitui pela investigação de</p><p>fenômenos e pelo olhar sobre processos de natureza cognitiva.</p><p>Dá-se início a um período mais sombrio na história conhecido com a</p><p>Crise da Psicologia Social, no qual se tem muitos questionamentos a</p><p>respeito das bases conceitual e metodológica da Psicologia Social</p><p>Psicológica predominante, que tinha como o objetivo central a pesquisa</p><p>pelas leis universais capazes de explicar o comportamento social,</p><p>desconsiderando o papel que as estruturas sociais e os sistemas</p><p>culturais exercem sobre o sujeito. Esses questionamentos se</p><p>direcionavam, principalmente, com relação à relevância social, já que</p><p>essa vertente utilizava uma linguagem neutra e distante dos problemas</p><p>sociais reais, além da falta de comprometimento ético e excessiva</p><p>fragmentação dos modelos teóricos.</p><p>Martín-Baró (1942 – 1989)</p><p>A América Latina também vivencia esse movimento de oposição à</p><p>Psicologia Social Psicológica ao final dos anos 1970, com o intuito de ir</p><p>em busca de uma Psicologia Social mais voltada aos problemas</p><p>políticos e sociais que estavam passando, como a arbitrariedade dos</p><p>regimes militares e a grande desigualdade social do continente.</p><p>Um destaque dessa fase na América Latina é Martín-Baró, que defendia</p><p>a teorização em Psicologia Social contextualizada na história da região,</p><p>marcada por problemas e conflitos vivenciados pelo povo latino-</p><p>americano.</p><p>Diferenciação da Psicologia Social no</p><p>contexto da Sociologia</p><p>Como vimos, a Psicologia Social Sociológica teve como sua principal</p><p>vertente o interacionismo simbólico, com base nas obras de Charles</p><p>Cooley e George Mead. Este último, apesar de ter recebido várias</p><p>críticas, exerceu forte influência no desenvolvimento de duas diferentes</p><p>correntes teóricas: a Escola de Chicago e a Escola de Iowa. Veja mais</p><p>sobre elas a seguir.</p><p>Na Escola de Chicago, Herbert Blumer resgatou a expressão</p><p>“interacionismo simbólico de Mead”, trazendo uma visão mais</p><p>sociológica da Psicologia Social, e tinha como pressupostos:</p><p>A interpretação pessoal do mundo, dando um significado</p><p>próprio.</p><p>O comportamento entendido como uma construção</p><p>criativa oriunda da interpretação da situação e das pessoas</p><p>que nela se encontram.</p><p>A compreensão da conduta humana como imprevisível,</p><p>porque os significados e as ações dependem de cada</p><p>situação, enquanto a interpretação das situações e a</p><p>Escola de Chicago </p><p>construção do comportamento são processos que ocorrem</p><p>durante a interação social.</p><p>A Escola de Chicago deu valor a um ecletismo metodológico,</p><p>fazendo um mix de abordagens, tanto quantitativas como</p><p>qualitativas, para estudar com mais eficácia a realidade social de</p><p>Chicago e cientificamente tentar resolver os problemas sociais</p><p>da cidade nos anos de 1930 e 1940, como, por exemplo, o</p><p>aumento da imigração, da criminalidade e da violência.</p><p>A Escola de Iowa destacou-se pelo interacionismo simbólico nos</p><p>anos 1960, que tinha Manford Kuhn como seu principal</p><p>representante. Apesar de defender o uso dos mesmos métodos</p><p>de pesquisa das ciências naturais, Kuhn pressupunha que a</p><p>estrutura social era um fator importante para definir o self e a</p><p>sociedade.</p><p>Desse modo, as interações sociais eram limitadas a respeito dos</p><p>julgamentos que as pessoas faziam sobre si e sobre os outros,</p><p>bem como o significado das situações que viviam, e isso era</p><p>causado devido aos níveis de expectativas da sociedade geradas</p><p>com relação ao desempenho dos papéis sociais.</p><p>O interacionismo simbólico passou a ser norteador</p><p>das</p><p>pesquisas e tinha como principal método a observação</p><p>participante em conjunto com o uso de entrevistas. Esse tipo de</p><p>orientação levou os psicólogos sociais, adeptos da corrente</p><p>sociológica, a dar prosseguimento às suas pesquisas com temas</p><p>como processos de socialização, interação face a face (diferente</p><p>dos experimentos laboratoriais), e a dar início a uma temática do</p><p>que seria a formação e o desenvolvimento da Psicologia Social,</p><p>com tópicos como identidade, comportamento desviante e</p><p>comportamento coletivo.</p><p>Outras vertentes teóricas foram desenvolvidas com o tempo, como a</p><p>escola dramatúrgica de Goffman (1985) e a teoria da identidade de</p><p>Stryker (1980), que deram importância em colocar em um patamar</p><p>diferenciado a Psicologia Social Sociológica que, por muito tempo, vivia</p><p>às sombras da Psicologia Social Psicológica, dominante no cenário</p><p>acadêmico da Psicologia.</p><p>Escola de Iowa </p><p>A Psicologia Social Sociológica</p><p>Neste vídeo, a especialista reflete sobre as principais características e</p><p>objetivos da Psicologia Social Sociológica, destacando a importância do</p><p>interacionismo simbólico e metodologias de pesquisa derivadas.</p><p>A Crise da Psicologia Social no Brasil</p><p>A Psicologia Social no Brasil começou mais tardiamente. Os primeiros</p><p>indícios foram na década de 1930, com algumas publicações em</p><p>relação à análise de questões psicossociais. Mas foi em 1962 que a</p><p>Psicologia Social foi institucionalizada, após a criação do Parecer de</p><p>número 403/62 do Conselho Federal de Psicologia, que obrigava a</p><p>entrada da Psicologia Social no currículo mínimo para os cursos de</p><p>Psicologia.</p><p>Até os anos 1970, o Brasil, assim como a maioria do mundo, sofria</p><p>grandes influências da Psicologia Social Psicológica de origem norte-</p><p>americana, que tem o brasileiro Aroldo Rodrigues como seu maior</p><p>representante e o livro Psicologia Social sua principal obra, com sua</p><p>primeira edição publicada em 1972. Rodrigues também estava à frente</p><p>do desenvolvimento da linha de pesquisa em Psicologia Social</p><p>Psicológica e dos diversos artigos sobre o assunto publicados na</p><p>época. O autor também se opunha às novas vertentes que estavam</p><p>surgindo na Psicologia Social brasileira dos anos 1970 e 1980,</p><p>demonstrando que essas correntes tinham intenções unicamente</p><p>políticas e não tinham preocupação com a teoria ou metodologia.</p><p>Em contrapartida a esse grupo que considerava a Psicologia Social</p><p>Psicológica como vertente única, em 1970 outro grupo de psicólogos</p><p>sociais estava mais voltado ativamente ao movimento de ruptura com o</p><p>modelo tradicional, que aconteceu na América Latina, principalmente</p><p></p><p>devido ao sistema autoritário político e à falta de contextualização da</p><p>realidade na visão dos tradicionalistas.</p><p>Atenção!</p><p>Dois nomes de psicólogos sociais brasileiros se destacaram nessa</p><p>mudança de mentalidade: Silvia Lane e Wanderley Codo, que lançaram o</p><p>livro Psicologia Social: o homem em movimento, em 1984. Essa obra foi</p><p>um marco para que outros manuais brasileiros fossem criados, em um</p><p>viés mais crítico. Nesse período, dois eventos foram importantes e</p><p>influenciaram bastante a Psicologia Social Sociológica: congressos da</p><p>Sociedade Interamericana de Psicologia e o I Encontro Brasileiro de</p><p>Psicologia Social, que reforçavam ativamente as críticas à vertente</p><p>tradicional.</p><p>Além dos encontros citados, um marco para a Psicologia Social no</p><p>Brasil foi a fundação, em 10 de julho de 1980, na UERJ, da Associação</p><p>Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), que tinha como visão a</p><p>redefinição do campo da Psicologia Social, bem como a ideia de que o</p><p>ser humano é um produto histórico-social e agente sobre a sociedade</p><p>em que vive.</p><p>Com isso, a ABRAPSO ficou sendo a principal incentivadora dos</p><p>questionamentos a respeito da importação dos modelos norte-</p><p>americanos para o Brasil e como eles não estavam associados aos</p><p>problemas sociais locais, o que tirava a sua relevância e abria espaço</p><p>para uma Psicologia Social com um viés mais voltado à realidade social</p><p>e a sua busca para transformar o conhecimento científico em práxis.</p><p>Silvia Lane estava à frente, na maior parte do tempo, desse movimento</p><p>contra o modelo norte-americano, discordando de Rodrigues em ao</p><p>menos dois aspectos:</p><p>1. Aroldo acreditava que a Psicologia Social era uma ciência básica,</p><p>já Lane abraçava a ideia de que a ciência básica e a sua aplicação</p><p>deveriam ser vistas como uma só e inseparáveis.</p><p>2. Rodrigues não concordava que a Psicologia deveria ter aspectos</p><p>políticos, mantendo-se neutra cientificamente e com a liberdade</p><p>acadêmica, já Silvia via que a Psicologia Social deveria ter como o</p><p>foco a transformação da realidade social, defendendo o aspecto</p><p>crítico e com viés político da disciplina.</p><p>Por fim, no que tange à breve história da Psicologia Social brasileira,</p><p>outro aspecto importante é o desenvolvimento dos cursos de pós-</p><p>graduação stricto‑sensu na área, na década de 1980.</p><p>A partir desses cursos, foram estruturadas diversas linhas de pesquisa</p><p>na área de Psicologia Social, com uma multiplicidade de paradigmas e</p><p>tendências, e novamente, um aumento na produção científica brasileira</p><p>em Psicologia Social.</p><p>Falta pouco para atingir seus objetivos.</p><p>Vamos praticar alguns conceitos?</p><p>Questão 1</p><p>Que fato(s) estimulou(ram) a chamada “Crise da Psicologia Social”,</p><p>na segunda metade do século XX?</p><p>I. Falta de mercado de trabalho para os psicólogos sociais.</p><p>II. Relevância social da área.</p><p>III. Baixa autoestima dos psicólogos.</p><p>IV. Perda de confiança nas abordagens clínicas.</p><p>V. Não aplicabilidade do conhecimento produzido.</p><p>Estão corretas as afirmativas:</p><p>Parabéns! A alternativa C está correta.</p><p>Alguns pontos levaram à Crise da Psicologia Social nos anos 1970,</p><p>um deles foi a relevância social da área, pois não avaliavam o cunho</p><p>social dos fenômenos. Os psicólogos criticavam que os estudos</p><p>A IV e V apenas.</p><p>B I, II e III apenas.</p><p>C II e V apenas.</p><p>D Apenas V.</p><p>E I, IV e V apenas.</p><p>não tinham aplicabilidade na realidade social, pois não levavam em</p><p>conta os aspectos sociais, só se concentravam no aspecto</p><p>individual.</p><p>Questão 2</p><p>Como uma forma de classificar a Psicologia Social no</p><p>desenvolvimento histórico, foram criadas duas vertentes para a</p><p>Psicologia Social: a sociológica e a psicológica. O objetivo dessa</p><p>classificação é</p><p>Parabéns! A alternativa E está correta.</p><p>A epistemologia das duas vertentes da Psicologia Social está</p><p>diretamente relacionada com as influências da Sociologia e da</p><p>A</p><p>separar a contaminação que a Sociologia produziu</p><p>em parte da Psicologia Social e valorizar a vocação</p><p>psicológica da Psicologia Social moderna.</p><p>B</p><p>estabelecer um critério que permita ao leitor</p><p>especializado reconhecer uma Psicologia que sabe</p><p>equacionar os problemas relativos aos indivíduos</p><p>em situação social.</p><p>C</p><p>na realidade, trata-se apenas de um recurso</p><p>histórico para classificar a Psicologia produzida</p><p>antes de 1930 nos EUA, que precede a Psicologia</p><p>Social cognitivista.</p><p>D</p><p>a diferenciação entre George Mead e a</p><p>Völkerpsychologie de Wundt.</p><p>E</p><p>estabelecer critérios que permitam compreender a</p><p>influência da Sociologia e da Psicologia na produção</p><p>da Psicologia Social, principalmente a partir do</p><p>conhecimento desenvolvido após a Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>Psicologia Clínica na Psicologia Social.</p><p>Considerações �nais</p><p>Neste conteúdo sobre a epistemologia e a pesquisa em Psicologia</p><p>Social, conseguimos perceber o quão é importante entender os</p><p>caminhos percorridos pela Psicologia Social durante sua história e</p><p>percebermos as linhas de raciocínio que temos hoje.</p><p>Suas duas principais vertentes, a Psicologia Social Psicológica e a</p><p>Psicologia Social Sociológica nos levam para olhares diferentes dentro</p><p>da mesma disciplina, sendo a primeira, os estudos sobre a relação entre</p><p>indivíduo e sociedade, utilizando como unidade de análise o indivíduo,</p><p>nos seus aspectos cognitivos ou comportamentais; e a segunda, os</p><p>estudos adotando o coletivo, o social, como unidade de análise.</p><p>Em torno dessas questões que entravam em discordância, junto à</p><p>interdependência</p><p>entre teoria e prática, à relevância da contextualização</p><p>dos dados e da participação dos atores sociais, assim como da relação</p><p>da pesquisa científica com os problemas ético-políticos e sociais, foi</p><p>gestada a crise teórica da Psicologia Social, que teve profundas</p><p>consequências no conteúdo e na prática primeiro na Europa e depois no</p><p>contexto da América Latina. A crise da Psicologia Social veio juntar-se,</p><p>em nosso continente, ao elemento político, em virtude das ditaduras</p><p>militares, com a opressão social decorrente delas. Portanto, a partir</p><p>desse momento de crise, duas vertentes de pensamento da Psicologia</p><p>Social foram criadas: a Psicologia Social Psicológica, que trazia todo o</p><p>olhar positivista e das correntes da Psicologia Clínica, e a Psicologia</p><p>Social Sociológica, que trazia influência das correntes sociológicas e da</p><p>visão do ser humano como agente do meio social em que vive.</p><p>Podcast</p><p>Neste podcast, a especialista discutirá as bases epistemológicas da</p><p>Psicologia Social na atualidade, apresentando as diferenças entre a</p><p></p><p>Psicologia Social Psicológica e a Psicologia Social Sociológica,</p><p>destacando origens, objetivos e metodologias de pesquisa de cada</p><p>vertente.</p><p>Explore +</p><p>Pesquise e saiba mais sobre os assuntos estudados neste conteúdo, no</p><p>livro Psicologia Social – Perspectivas psicológicas e sociológicas, de</p><p>José Luis Álvaro e Alicia Garrido, 2006.</p><p>Conheça um clássico da Psicologia Social Psicológica na visão de</p><p>autores que são referência na área: Psicologia Social, de Aroldo</p><p>Rodrigues, Eveline Assmar e Bernardo Jablonski, 2005.</p><p>Conheça um clássico da Psicologia Social Sociológica na visão de dois</p><p>autores: Silvia Lane e Wanderley Codo, Psicologia Social: Homem em</p><p>movimento.</p><p>Referências</p><p>ALVARO, J. L.; GARRIDO, A. Psicologia Social – Perspectivas</p><p>psicológicas e sociológicas. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.</p><p>AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. Ethical Principles of</p><p>Psychologists and Code of Condute. Consultado na Internet em: 10 abr.</p><p>2022.</p><p>FARR, R. M. As raízes da psicologia social moderna. 8. ed. Petrópolis,</p><p>RJ: Vozes, 2008.</p><p>FONSECA, T. M. G. Epistemologia. In: Psicologia Social Contemporânea</p><p>(livro-texto). STREY, M. N. N et al. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.</p>

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