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<p>1</p><p>Aulas Complementares</p><p>Prof.ª Dra. Cleize Kohls</p><p>Prof. Me. Luiz Henrique Dutra</p><p>Direito do</p><p>Trabalho</p><p>2</p><p>2ª FASE OAB | TRABALHO | 38º EXAME</p><p>Direito do Trabalho</p><p>Prof.ª Cleize Kohls e Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>SUMÁRIO</p><p>1. Princípios, fontes e aplicação da norma jurídica trabalhista 6</p><p>1.1 Princípios do direito individual do trabalho 6</p><p>1.2 Fontes do Direito do Trabalho 10</p><p>1.3 Aplicação da norma jurídica trabalhista 10</p><p>2. Direito Constitucional do Trabalho 12</p><p>3. Princípios e Competência | Processo do Trabalho 15</p><p>3.1 Princípios 15</p><p>3.2 Organização e Competência da Justiça do Trabalho 17</p><p>4. Das partes e Procuradores 28</p><p>4.1 Capacidade Postulatória 28</p><p>4.2 Litisconsórcio 28</p><p>4.3 Ações Plúrimas 29</p><p>4.4 Das partes e representantes 29</p><p>4.5 Honorários advocatícios 34</p><p>5. Entendendo quando tem reflexos salariais 35</p><p>5.1 Hipóteses de rescisão do contrato com prazo determinado 35</p><p>5.2 Rescisão dos contratos por prazo indeterminado 36</p><p>5.3 Artigos e Súmulas que tratam sobre forma de pagamento de verbas trabalhista</p><p>e seus reflexos 40</p><p>3</p><p>6. Ritos da Justiça do Trabalho 43</p><p>6.1 Rito sumário 43</p><p>6.2 Rito sumaríssimo 43</p><p>6.3 Rito ordinário 46</p><p>7. Sentença e Coisa Julgada 47</p><p>7.1 Sentença 47</p><p>7.2 Coisa Julgada 48</p><p>8. Teoria Geral dos Recursos 49</p><p>8.1 Características dos Recursos Trabalhistas 49</p><p>8.2 Efeito 50</p><p>9. Empregados Especiais 52</p><p>9.1 Bancários (art. 224 à 226 da CLT) 52</p><p>9.2 Telefonistas (art. 227 à 231 da CLT) 54</p><p>9.3 Músicos (Lei nº 3.857/1960 e art. 232 à 233 da CLT) 55</p><p>9.4 Dos operadores cinematográficos (art. 234 à 235 da CLT) 56</p><p>9.5 Dos motoristas profissionais (art. 235-A à 235-H da CLT) 56</p><p>9.6 Dos Jornalistas (art. 302 à 316 da CLT) 60</p><p>9.7 Dos professores (art. 317 à 323 da CLT) 61</p><p>9.8 Do trabalho da mulher (art. 372 à 400 da CLT) 62</p><p>9.9 Do trabalho do Aprendiz (art. 424 à 433 da CLT) 67</p><p>9.10 Do diretor 72</p><p>9.11 Empregado Doméstico 73</p><p>9.12. Empregado Rural (Lei nº 5.889/73) 76</p><p>9.13 Advogado (Lei nº 8.906/94) 77</p><p>9.14. Outras espécies de relação de trabalho 77</p><p>10. FGTS 82</p><p>4</p><p>10.1 Regras para depósito de FGTS 83</p><p>10.2 Da multa dos 40% sobre o FGTS 83</p><p>10.3 Hipóteses de Saque 84</p><p>11. Lei Geral de Proteção de Dados 86</p><p>11.1 Disposições Iniciais 86</p><p>11.2 Do Tratamento dos Dados 90</p><p>11.3 Dos Direitos do Titular 98</p><p>11.4 Dos Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público 101</p><p>11.5 Da transferência internacional de dados 103</p><p>11.6 Dos agentes de Tratamento de Dados Pessoais 105</p><p>11.7 Da segurança e das boas práticas 107</p><p>11.8 Da fiscalização 109</p><p>11.9 Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e do Conselho</p><p>Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade 111</p><p>12. Súmulas e OJ’s que não se aplicam mais 117</p><p>12.1 Súmulas e OJ’s após a Reforma Trabalhista 118</p><p>13. Relação de Trabalho/Terceirização 130</p><p>13.1 Contrato Temporário – Lei nº 6.019/74 131</p><p>14. Medicina e Segurança do Trabalho 135</p><p>14.1 Da inspeção prévia, embargo ou interdição 135</p><p>14.2 Do equipamento de proteção individual 136</p><p>14.3 Das medidas de proteção 136</p><p>14.4 Força Maior 137</p><p>15. Princípios, Fontes e Espécies de Execução 139</p><p>15.1 Princípios 139</p><p>15.2 Fontes 139</p><p>5</p><p>15.3 Espécies de execuções 140</p><p>16. Liquidação 142</p><p>16.1 Liquidação por arbitramento 142</p><p>16.2 Liquidação pelo procedimento comum 142</p><p>17. Recursos Inusitados 144</p><p>17.1 Agravo Interno 144</p><p>17.2 Agravo Regimental 146</p><p>17.3 Recurso Extraordinário 147</p><p>17.4 Embargos Infringentes 152</p><p>17.5 Incidente de Julgamento dos Recursos de Revista e de Embargos Repetitivos</p><p>155</p><p>Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas complementares do curso</p><p>preparatório para a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas.</p><p>Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.</p><p>Bons estudos, Equipe Ceisc.</p><p>Atualizado em maio de 2023.</p><p>6</p><p>1. Princípios, fontes e aplicação da norma jurídica</p><p>trabalhista</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>1.1 Princípios do direito individual do trabalho</p><p>O direito é composto por regras e princípios. Por princípio entende-se tudo aquilo que</p><p>orienta o operador do direito na sua atividade interpretativa. Em alguns casos, o princípio jurídico</p><p>assume as feições da própria regra jurídica ao estabelecer normas de conduta a serem</p><p>observadas pelas pessoas. (CAIRO Jr., 2015, p. 87)</p><p>O Direito Individual do Trabalho tem os seus princípios próprios, dos quais destacamos os</p><p>principais, relacionados nos subcapítulos a seguir.</p><p>1.1.1 Da proteção</p><p>Surge para proteger a parte vulnerável, hipossuficiente, nas relações laborais, típicas</p><p>relações assimétricas. O Estado cria mecanismo limitadores à autonomia privada, na busca de</p><p>um equilíbrio contratual entre os desiguais, o qual é alcançado a partir de três variáveis</p><p>(MARTINEZ, 2012, p. 84-89):</p><p>a) Manutenção da condição mais benéfica (ou inalterabilidade contratual in pejus):</p><p>Somente é possível a alteração do contrato se for uma condição mais benéfica ao empregado –</p><p>ver arts. 468 e 469 da CLT.</p><p>Art. 468 da CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das</p><p>respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,</p><p>direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula</p><p>infringente desta garantia.</p><p>§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o</p><p>respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o</p><p>exercício de função de confiança.</p><p>§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura</p><p>ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que</p><p>não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.</p><p>Art. 469 da CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,</p><p>para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a</p><p>que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.</p><p>7</p><p>§ 1º - Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam</p><p>cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou</p><p>explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.</p><p>§ 2º - É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar</p><p>o empregado.</p><p>§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado</p><p>para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo</p><p>anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a</p><p>25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade,</p><p>enquanto durar essa situação.</p><p>b) Aplicação da fonte jurídica mais benéfica: Havendo previsão de um direito em mais de</p><p>uma fonte, (ex. Acordo Coletivo, Convenção Coletiva, CLT, Sentença Normativa), aplica-se</p><p>aquela que foi mais benéfica.</p><p>Art. 620 da CLT - As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre</p><p>prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.</p><p>c) In Dubio Pró-operário: Na dúvida de interpretação de uma norma jurídica, deve ocorrer</p><p>da maneira que favoreça o empregado.</p><p>1.1.2 Princípio da indisponibilidade de direitos (ou da irrenunciabilidade de direitos)</p><p>A lei presume o vício na manifestação da vontade do empregado quando se manifesta no</p><p>sentido de renunciar determinado direito trabalhista, desde que isso ocorra na formação ou na</p><p>execução do contrato (CAIRO Jr., 2015, p. 92).</p><p>Logo, o empregado não pode dispor de direito trabalhista, sob pena de nulidade do ato.</p><p>(MARTINEZ, 2012, p. 90).</p><p>honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou</p><p>ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de</p><p>outrem;</p><p>k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador</p><p>e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;</p><p>l) prática constante de jogos de azar.</p><p>m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da</p><p>profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.</p><p>Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,</p><p>devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança</p><p>nacional.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver).</p><p>5.2.3 Pedido de demissão</p><p>Ocorre quando o empregado pede a demissão, por vontade própria, ou seja, a iniciativa</p><p>do desligamento parte do funcionário e não do empregador.</p><p>Necessário destacar que o aviso prévio, neste caso, somente será pago se o empregado</p><p>o cumprir, trabalhando durante o período. A recusa no cumprimento do aviso, sem que o</p><p>empregado tenha encontrado novo emprego, permite que o empregador desconte o valor do</p><p>salário do aviso das verbas rescisórias devidas.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional e aviso prévio.</p><p>5.2.4. Rescisão indireta</p><p>Ocorre quando o empregado pede a demissão, mas por culpa do empregador, que</p><p>realizou uma das faltas graves prevista no artigo 483 da CLT:</p><p>Art. 483 da CLT - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida</p><p>indenização quando:</p><p>a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons</p><p>costumes, ou alheios ao contrato;</p><p>b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;</p><p>c) correr perigo manifesto de mal considerável;</p><p>38</p><p>d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;</p><p>e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato</p><p>lesivo da honra e boa fama;</p><p>f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima</p><p>defesa, própria ou de outrem;</p><p>g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar</p><p>sensivelmente a importância dos salários.</p><p>§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,</p><p>quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do</p><p>serviço.</p><p>§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao</p><p>empregado rescindir o contrato de trabalho.</p><p>§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu</p><p>contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não</p><p>no serviço até final decisão do processo.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Os mesmos requisitos que configuram justa causa (legalidade, proporcionalidade,</p><p>imediatidade, non bis in idem), se aplicam para rescisão indireta.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.</p><p>5.2.5. Culpa Recíproca</p><p>Ocorre a culpa recíproca sempre que se verifique, simultaneamente, a prática de ato</p><p>faltoso grave pelo empregado e pelo empregador, devendo ser pronunciada pela justiça do</p><p>trabalho.</p><p>Art. 484 da CLT - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato</p><p>de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de</p><p>culpa exclusiva do empregador, por metade.</p><p>Súmula nº 14 do TST - Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho</p><p>(art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso</p><p>prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>50% das férias proporcionais, 50% do 13º salário proporcional, 50% da multa dos 40% sobre o</p><p>FGTS e 50% aviso prévio.</p><p>5.2.6. Acordo de rescisão</p><p>39</p><p>É o acordo celebrado entre as partes (empregado e empregador), na intenção de por fim</p><p>à relação de emprego. O Art. 484-A da CLT regula tal modalidade de rescisão:</p><p>Art. 484-A da CLT - O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado</p><p>e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:</p><p>I - Por metade:</p><p>a) O aviso prévio, se indenizado; e</p><p>b) A indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no §</p><p>1º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;</p><p>II - Na integralidade, as demais verbas trabalhistas.</p><p>§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da</p><p>conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do</p><p>inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por</p><p>cento) do valor dos depósitos.</p><p>§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o</p><p>ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, 50% da multa dos 40% sobre o FGTS e 50% aviso</p><p>prévio.</p><p>5.2.7. Morte do empregado</p><p>Ocorre quando a morte do empregado determina a extinção do contrato de trabalho em</p><p>decorrência do rompimento do elemento pessoalidade.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional.</p><p>5.2.8. Morte do empregador</p><p>No caso da extinção da empresa, o contrato será, por derradeiro, automaticamente</p><p>rescindido. Neste, são devidas as mesmas verbas rescisórias da demissão sem justa causa.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.</p><p>5.2.9. Fato do príncipe</p><p>40</p><p>Fala-se em factum principis quando a paralisação do serviço for motivada por ato da</p><p>autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que</p><p>impossibilite a continuação da atividade.</p><p>Art. 486 da CLT - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada</p><p>por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou</p><p>resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da</p><p>indenização, que ficará a cargo do governo responsável.</p><p>§ 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o</p><p>tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público apontada como</p><p>responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o</p><p>que entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria.</p><p>§ 2º - Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa</p><p>baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte</p><p>contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação.</p><p>§ 3º - Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á</p><p>por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual</p><p>correrá o feito nos termos previstos no processo comum.</p><p>Veja, de acordo com o referido artigo, ocorrendo rescisão do contrato de trabalho por</p><p>imposição de autoridade pública, a entidade ficará responsável pelo pagamento das verbas</p><p>indenizatórias, que são o aviso prévio e a multa dos 40% do FGTS.</p><p>É devido</p><p>as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.</p><p>5.3 Artigos e Súmulas que tratam sobre forma de pagamento de verbas trabalhista</p><p>e seus reflexos</p><p>Horas extras:</p><p>Art. 59 da CLT - A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em</p><p>número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo</p><p>coletivo de trabalho.</p><p>§1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à</p><p>da hora normal.</p><p>Súmula nº 146 do TST - O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado,</p><p>deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.</p><p>Adicional Noturno do trabalhador urbano:</p><p>41</p><p>Art. 73 da CLT - Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho</p><p>noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá</p><p>um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.</p><p>Hora noturna do trabalhador rural:</p><p>Art. 7º da Lei 5,889/1973 - Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o</p><p>executado entre as vinte e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na</p><p>lavoura, e entre as vinte horas de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade</p><p>pecuária.</p><p>Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento)</p><p>sobre a remuneração normal</p><p>Adicional Noturno do Advogado:</p><p>Art. 20 da Lei 8.906/94 - A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar</p><p>serviço para empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas</p><p>e a de 40 (quarenta) horas semanais.</p><p>§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o</p><p>advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu</p><p>escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com</p><p>transporte, hospedagem e alimentação.</p><p>§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um</p><p>adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo</p><p>contrato escrito.</p><p>§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia</p><p>seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por</p><p>cento.</p><p>Adicional de Insalubridade:</p><p>Art. 192 da CLT - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de</p><p>tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional</p><p>respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento)</p><p>do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.</p><p>Adicional de Periculosidade:</p><p>Art. 193 da CLT - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da</p><p>regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua</p><p>natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição</p><p>permanente do trabalhador a</p><p>I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;</p><p>II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança</p><p>pessoal ou patrimonial.</p><p>§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional</p><p>de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,</p><p>prêmios ou participações nos lucros da empresa.</p><p>42</p><p>Verbas de natureza salarial e não salarial:</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos</p><p>legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação</p><p>do serviço, as gorjetas que receber.</p><p>§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões</p><p>pagas pelo empregador.</p><p>§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-</p><p>alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos</p><p>não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e</p><p>não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.</p><p>Adicional de Transferência:</p><p>Art. 469 da CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,</p><p>para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a</p><p>que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio</p><p>(...)</p><p>§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado</p><p>para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo</p><p>anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a</p><p>25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade,</p><p>enquanto durar essa situação.</p><p>Gorjetas:</p><p>Súmula nº 354 do TST - As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou</p><p>oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não</p><p>servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas</p><p>extras e repouso semanal remunerado.</p><p>43</p><p>6. Ritos da Justiça do Trabalho</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>Na justiça do trabalho temos 3 ritos, a saber:</p><p>* Para todos verem: esquema</p><p>Basicamente, a principal diferença entre eles se dá quanto ao valor da causa, pois no</p><p>sumário são possíveis demandas de até 2 Salários Mínimos, no Sumaríssimo de até 40 Salários</p><p>Mínimos e no Ordinário as demandas que ultrapassam esse valor, ou que por algum outro motivo</p><p>não possam ser processadas pelos outros dois ritos.</p><p>Além deles, há também os procedimentos especiais, para ações específicas, tais como:</p><p>inquérito judicial para apuração de falta grave, ação de consignação em pagamento, ação</p><p>rescisória, ação possessória, entre outras.</p><p>6.1 Rito sumário</p><p>O rito sumário é o procedimento previsto na Lei nº 5584/70, para ações cujo valor da causa</p><p>não exceda dois salários mínimos (art. 2º, §§ 3º e 4º).</p><p>É também conhecido como rito de alçada, e o mais importante é que neste procedimento</p><p>não há possibilidade de recurso, salvo se versar sobre matéria constitucional e embargos de</p><p>declaração.</p><p>6.2 Rito sumaríssimo</p><p>O procedimento sumaríssimo foi introduzido no processo do trabalho pelo advento da Lei</p><p>n. 9.957, de 12-1-2000, que incluiu os arts. 852-A a 852-I na CLT.</p><p>a) Sumário b) Sumaríssimo c) Ordinário</p><p>44</p><p>Segundo o diploma consolidado alterado, os dissídios individuais, cujo valor não exceda</p><p>a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação, serão processados</p><p>pelo rito sumaríssimo (CLT, art. 852-A).</p><p>Muita atenção com a petição inicial pelo rito sumaríssimo, pois a CLT elenca alguns</p><p>requisitos específicos para ela:</p><p>Art. 852-B da CLT. Nas reclamações enquadradas no procedimento</p><p>sumaríssimo:</p><p>I - O pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor</p><p>correspondente.</p><p>II - Não se fará citação por edital, incumbindo ao autor à correta indicação do</p><p>nome e endereço do reclamado.</p><p>Então, não poderá a parte atribuir pedidos sem especificar o valor correspondente (a</p><p>calcular), e tampouco poderá pedir a citação por edital. Isso porque, o § 1º refere que não</p><p>atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no</p><p>arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.</p><p>Ainda, consoante o § 2º, as partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de</p><p>endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local</p><p>anteriormente indicado, na ausência de comunicação.</p><p>E, no inciso III encontramos o prazo de apreciação da reclamação</p><p>feita por esse rito:</p><p>III - A apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze</p><p>dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário,</p><p>de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.</p><p>Outro detalhe importante, quando se trata do o rito sumaríssimo, diz respeito à audiência:</p><p>Art. 852-C da CLT - As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas</p><p>e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto,</p><p>que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.</p><p>Art. 852-D da CLT - O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar</p><p>as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada</p><p>litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas,</p><p>impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial</p><p>valor às regras de experiência comum ou técnica.</p><p>Sempre se iniciará a audiência com o questionamento das partes sobre a possibilidade</p><p>de conciliação, sendo que não sendo obtido acordo passara para a produção das provas.</p><p>45</p><p>Art. 852-E da CLT - Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes</p><p>sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de</p><p>persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da</p><p>audiência.</p><p>Art. 852-F da CLT - Na ata de audiência serão registrados resumidamente os</p><p>atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações</p><p>úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal.</p><p>Art. 852-G da CLT - Serão decididos, de plano, todos os incidentes e</p><p>exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do</p><p>processo. As demais questões serão decididas na sentença.</p><p>Por fim, quanto a audiência nesse rito, é importante ficar atento ao número de</p><p>testemunhas por parte, que será de apenas 2 (duas), e que estas deverão comparecer ao ato</p><p>independentemente de intimação.</p><p>Art. 852-H da CLT - Todas as provas serão produzidas na audiência de</p><p>instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente.</p><p>§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-</p><p>á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo</p><p>absoluta impossibilidade, a critério do juiz.</p><p>§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão</p><p>à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.</p><p>§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente</p><p>convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha</p><p>intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.</p><p>É possível a produção de prova técnica, mas somente quando a prova do fato</p><p>efetivamente exigir, primando-se sempre pela celeridade.</p><p>§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será</p><p>deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto</p><p>da perícia e nomear perito.</p><p>§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo</p><p>comum de cinco dias.</p><p>E, sendo a audiência interrompida (intimação de testemunha ou outro motivo) a solução</p><p>do processo deve se dar no máximo em 30 dias.</p><p>§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo</p><p>dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado</p><p>nos autos pelo juiz da causa.</p><p>46</p><p>Não diferentemente, este rito também traz peculiaridades para a sentença, em especial</p><p>por dispensar o relatório e que a intimação das partes se dará na própria audiência (quando for</p><p>a sentença prolatada neste ato).</p><p>Art. 852-I da CLT - A sentença mencionará os elementos de convicção do</p><p>juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado</p><p>o relatório.</p><p>§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e</p><p>equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.</p><p>§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que</p><p>prolatada.</p><p>NÃO ESQUECER:</p><p>Peculiaridades</p><p>• Audiência Uma;</p><p>• Sentença não precisa de relatório;</p><p>• São ouvidas apenas duas testemunhas por parte;</p><p>• Petição Inicial deve indicar obrigatoriamente o valor de cada pedido na ação;</p><p>• Não se admite a citação por edital.</p><p>6.3 Rito ordinário</p><p>O procedimento ordinário dos dissídios individuais, no processo trabalhista, está regulado,</p><p>de forma esparsa entre o art. 763 e o art. 852, ambos da CLT. As reclamatórias trabalhistas que</p><p>se submetem ao rito ordinário são as de valores que ultrapassem 40 (quarenta) salários-mínimos,</p><p>na data de seu ajuizamento.</p><p>No rito ordinário deve ocorrer obrigatoriamente 2 audiências: de conciliação e de</p><p>instrução.</p><p>47</p><p>7. Sentença e Coisa Julgada</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>7.1 Sentença</p><p>A sentença é marco importantíssimo para o processo, é o momento em que o a pretensão</p><p>posta na petição inicial é julgada PROCEDENTE, IMPROCEDENTE ou PARCIALMENTE</p><p>PROCEDENTE.</p><p>Ela segue uma estrutura que envolve o resumo, a fundamentação e a conclusão. As</p><p>regras sobre o como deve ser elaborada e o que deve conter estão previstas no art. 832 da CLT,</p><p>que assim dispõe:</p><p>Art. 832 da CLT - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo</p><p>do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão</p><p>e a respectiva conclusão.</p><p>§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o</p><p>prazo e as condições para o seu cumprimento.</p><p>§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela</p><p>parte vencida.</p><p>§ 3º As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a</p><p>natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo</p><p>homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo</p><p>recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.</p><p>§ 4º A União será intimada das decisões homologatórias de acordos que</p><p>contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21</p><p>de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos</p><p>tributos que lhe forem devido.</p><p>§ 5º Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à</p><p>discriminação de que trata o § 3º deste artigo.</p><p>§ 6º O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou após a</p><p>elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os</p><p>créditos da União.</p><p>§ 7º O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado,</p><p>dispensar a manifestação da União nas decisões homologatórias de acordos</p><p>em que o montante da parcela indenizatória envolvida ocasionar perda de</p><p>escala decorrente da atuação do órgão jurídico.</p><p>Fique atento ao fato de que a união também é intimada da sentença e de que o acordo</p><p>que for celebrado após o trânsito em julgado da sentença não poderá prejudicar os créditos da</p><p>União.</p><p>48</p><p>Da decisão surpresa</p><p>É vedada a decisão surpresa no processo do trabalho, conforme determina a IN 39, em</p><p>seu parágrafo 4º:</p><p>IN 39 TST, Art. 4° - Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC</p><p>que regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no</p><p>que vedam a decisão surpresa.</p><p>§ 1º Entende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do mérito</p><p>da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou</p><p>embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas</p><p>as partes.</p><p>§ 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do ordenamento jurídico</p><p>nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as</p><p>partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos</p><p>pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais,</p><p>salvo disposição legal expressa em contrário.</p><p>Fique atento ao fato de que a união também é intimada da sentença e de que o acordo</p><p>que for celebrado após o trânsito em julgado da sentença não poderá prejudicar os créditos da</p><p>União.</p><p>7.2 Coisa Julgada</p><p>a) Coisa julgada formal: tanto as sentenças terminativas quanto as definitivas atingem o</p><p>estado de coisa julgada formal, quando há como consequência a preclusão recursal.</p><p>b) Coisa julgada material: resulta da sentença que julga total ou parcialmente a lide.</p><p>Abrange a coisa julgada formal.</p><p>49</p><p>8. Teoria Geral dos Recursos</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>8.1 Características dos Recursos Trabalhistas</p><p>a) Unirrecorribilidade: só é possível um recurso de cada vez.</p><p>Exceção: algumas decisões podem comportar mais de um recurso, como por exemplo, o</p><p>despacho que contém manifesto equívoco no juízo de admissibilidade de recurso, podendo ser</p><p>objeto de agravo de instrumento e embargos de declaração.</p><p>b) Fungibilidade: dúvida sobre o recurso cabível; inexistência de erro grosseiro;</p><p>apresentado no prazo do recurso cabível.</p><p>Súmula nº 421 do TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO.</p><p>DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 DO CPC</p><p>DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. (Atualizada em decorrência do CPC</p><p>de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016</p><p>I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator</p><p>prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte</p><p>pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não,</p><p>modificação do julgado.</p><p>II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre</p><p>ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos</p><p>princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao</p><p>pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo</p><p>de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às</p><p>exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.</p><p>c) Variabilidade: possibilidade de substituição de um recurso por outro dentro do prazo</p><p>legal.</p><p>d) Proibição da reformatio in pejus: não se pode agravar a situação do recorrente.</p><p>Constituem exceção ao princípio da vedação da reformatio in pejus as matérias que o Tribunal</p><p>pode conhecer de ofício, como as matérias de ordem pública.</p><p>50</p><p>8.2 Efeito</p><p>Os recursos no processo do trabalho têm efeito devolutivo, conforme estabelece o art. 899</p><p>da CLT. Existem exceções, como a prevista no art. 14 da Lei 10.192/2001:</p><p>Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão</p><p>efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título,</p><p>permitida a execução provisória até a penhora.</p><p>Art. 14 da Lei 10.192/2001 - O recurso interposto de decisão normativa da</p><p>Justiça do Trabalho terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas</p><p>em despacho do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>a) Extensão do efeito devolutivo: quantidades de matérias veiculadas nos recursos.</p><p>b) Profundidade: qualidade das matérias que são submetidas à apreciação (Vários</p><p>fundamentos na RT ou contestação e o juiz acolhe só um, silenciando os demais). O RO devolve</p><p>todos os fundamentos – art. 1.013 do CPC.</p><p>Art. 1.013 do CPC - A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da</p><p>matéria impugnada.</p><p>§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as</p><p>questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido</p><p>solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.</p><p>§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz</p><p>acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento</p><p>dos demais.</p><p>§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal</p><p>deve decidir desde logo o mérito quando:</p><p>I - Reformar sentença fundada no art. 485.</p><p>II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites</p><p>do pedido ou da causa de pedir.</p><p>III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que</p><p>poderá julgá-lo.</p><p>IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.</p><p>§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição,</p><p>o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem</p><p>determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.</p><p>§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela</p><p>provisória é impugnável na apelação.</p><p>Súmula nº 393 do TST. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM</p><p>PROFUNDIDADE. ART. 515, § 1º, DO CPC (redação alterada pelo Tribunal</p><p>Pleno na sessão realizada em 16.11.2010) - Res. 169/2010, DEJT divulgado</p><p>em 19, 22 e 23.11.2010. O efeito devolutivo em profundidade do recurso</p><p>ordinário, que se extrai do § 1º do art. 515 do CPC, transfere ao Tribunal a</p><p>apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela</p><p>sentença, ainda que não renovados em contrarrazões. Não se aplica, todavia,</p><p>ao caso de pedido não apreciado na sentença, salvo a hipótese contida no §</p><p>3º do art. 515 do CPC.</p><p>51</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Conforme Súmula nº 414 do TST: A tutela provisória concedida na sentença não comporta</p><p>impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso</p><p>ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante</p><p>requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do Tribunal</p><p>recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de</p><p>2015.</p><p>* Para todos verem: esquema</p><p>EFEITO SUSPENSIVO</p><p>Adia os efeitos da decisão</p><p>impugnada</p><p>EFEITO TRANSLATIVO Questões de ordem pública</p><p>EFEITO SUBSTITUTIVO Substitui a decisão</p><p>EFEITO EXTENSIVO</p><p>Em casos de litisconsórcio unitário -</p><p>decisão deve ser uniforme</p><p>EFEITO REGRESSIVO Possibilidade de retratação</p><p>52</p><p>9. Empregados Especiais</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>9.1 Bancários (art. 224 à 226 da CLT)</p><p>A jornada de trabalho do empregado que presta serviços para as instituições financeiras</p><p>bancárias é de seis horas diárias. Por conta disso, a jornada semanal é de 30 horas, confira o</p><p>quadro abaixo:</p><p>Art. 224 - A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e</p><p>Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção</p><p>dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 7.430, de 17.12.1985)</p><p>§ 1º A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre</p><p>sete e vinte e duas horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo</p><p>de quinze minutos para alimentação. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 229, de</p><p>28.2.1967)</p><p>§ 2º As disposições dêste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção,</p><p>gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem outros cargos de</p><p>confiança desde que o valor da gratificação não seja inferior a um têrço do salário do cargo</p><p>efetivo. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 754, de 1969)</p><p>Art. 225 - A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser excepcionalmente</p><p>prorrogada até 8 (oito) horas diárias, não excedendo de 40 (quarenta) horas semanais,</p><p>observados os preceitos gerais sobre a duração do trabalho. (Redação dada pela Lei nº</p><p>6.637, de 8.5.1979)</p><p>Art. 226 - O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também se aplica aos</p><p>empregados de portaria e de limpeza, tais como porteiros, telefonistas de mesa, contínuos</p><p>e serventes, empregados em bancos e casas bancárias. (Redação dada pela Lei nº 3.488,</p><p>de 12.12.1958)</p><p>Parágrafo único - A direção de cada banco organizará a escala de serviço do</p><p>estabelecimento de maneira a haver empregados do quadro da portaria em função, meia</p><p>hora antes e até meia hora após o encerramento dos trabalhos, respeitado o limite de 6</p><p>(seis) horas diárias. (Incluído pela Lei nº 3.488, de 12.12.1958)</p><p>ATENÇÃO:</p><p>O Gerente Geral de Agência não possui controle de jornada (art. 62, II da CLT). Já o Gerente de Agência</p><p>sim, tendo inclusive direito às horas extras excedentes</p><p>a 8ª hora diária (art. 224, §2º da CLT). É o</p><p>entendimento da Súmula 287 do TST:</p><p>53</p><p>Súmula nº 287 do TST - JORNADA DE TRABALHO. GERENTE BANCÁRIO</p><p>A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art. 224,</p><p>§ 2º, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício de</p><p>encargo de gestão, aplicando-se lhe o art. 62 da CLT.</p><p>Por fim, destaca-se o disposto na Súmula 102 do TST, que regula o exercício de cargo de</p><p>confiança do bancário.</p><p>Súmula n. 102 do TST. Bancário. Cargo de confiança.</p><p>I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224,</p><p>§ 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de</p><p>exame mediante recurso de revista ou de embargos.</p><p>II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe</p><p>gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas</p><p>extraordinárias excedentes de seis.</p><p>III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, § 2º, da CLT são</p><p>devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a</p><p>menor da gratificação de 1/3.</p><p>IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8</p><p>(oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava.</p><p>V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce</p><p>cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do art. 224 da CLT.</p><p>VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se</p><p>perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa</p><p>remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias</p><p>além da sexta.</p><p>VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não inferior</p><p>ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não tem direito a</p><p>sétima e oitava hora como extras, mas tão somente às diferenças de gratificação de</p><p>função, se postuladas.</p><p>Temos ainda os chamados BANCÁRIOS POR EQUIPARAÇÃO. As empresas financeiras</p><p>e de processamento de dados que prestam serviços aos bancos também são equiparadas aos</p><p>estabelecimentos bancários, para efeito de fixação da jornada normal de trabalho, conforme</p><p>dispõem as Súmulas n.º 55 e 239 do TST:</p><p>Súmula nº 55 do TST - FINANCEIRAS (mantida)</p><p>As empresas de crédito, financiamento ou investimento, também denominadas</p><p>financeiras, equiparam-se aos estabelecimentos bancários para os efeitos do art. 224 da</p><p>CLT.</p><p>Súmula nº 239 do TST - BANCÁRIO. EMPREGADO DE EMPRESA DE</p><p>PROCESSAMENTO DE DADOS (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 64 e</p><p>126 da SBDI-1)</p><p>É bancário o empregado de empresa de processamento de dados que presta serviço a</p><p>banco integrante do mesmo grupo econômico, exceto quando a empresa de</p><p>processamento de dados presta serviços a banco e a empresas não bancárias do mesmo</p><p>grupo econômico ou a terceiros.</p><p>54</p><p>Já não ocorre o mesmo com os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de</p><p>título e de cooperativas de crédito, conforme explicita a Súmula n. 119 e a OJ n. 379 da SDI-1</p><p>do TST:</p><p>Súmula nº 119 do TST - JORNADA DE TRABALHO (mantida)</p><p>Os empregados de empresas distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários</p><p>não têm direito à jornada especial dos bancários.</p><p>OJ N. 379 SBDI-1 DO TST - EMPREGADO DE COOPERATIVA DE CRÉDITO.</p><p>BANCÁRIO. EQUIPARAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.</p><p>Os empregados de cooperativas de crédito não se equiparam a bancário, para efeito de</p><p>aplicação do art. 224 da CLT, em razão da inexistência de expressa previsão legal,</p><p>considerando, ainda, as diferenças estruturais e operacionais entre as instituições</p><p>financeiras e as cooperativas de crédito. Inteligência das Leis n.os 4.594, de 29.12.1964,</p><p>e 5.764, de 16.12.1971.</p><p>9.2 Telefonistas (art. 227 à 231 da CLT)</p><p>Nas empresas que explorem os serviços de telefonia, telegrafia submarina ou subfluvial,</p><p>da radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos operadores a</p><p>duração máxima de seis horas contínuas de trabalho por dias ou trinta e seis horas semanais.</p><p>EM SÍNTESE:</p><p> Jornada 6 horas diárias e 36 horas semanais;</p><p> Horários variáveis – Jornada máxima de 7 horas diárias;</p><p> Para cada 3 horas de trabalho deve ter um descanso de 20 minutos.</p><p>Art. 227 da CLT - Nas empresas que explorem o serviço de telefonia, telegrafia submarina</p><p>ou subfluvial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia, fica estabelecida para os respectivos</p><p>operadores a duração máxima de seis horas contínuas de trabalho por dia ou 36 (trinta e</p><p>seis) horas semanais.</p><p>§ 1º - Quando, em caso de indeclinável necessidade, forem os operadores obrigados a</p><p>permanecer em serviço além do período normal fixado neste artigo, a empresa pagar-lhes-</p><p>á extraordinariamente o tempo excedente com acréscimo de 50% (cinquenta por cento)</p><p>sobre o seu salário-hora normal.</p><p>§ 2º - O trabalho aos domingos, feriados e dias santos de guarda será considerado</p><p>extraordinário e obedecerá, quanto à sua execução e remuneração, ao que dispuserem</p><p>empregadores e empregados em acordo, ou os respectivos sindicatos em contrato coletivo</p><p>de trabalho.</p><p>Art. 228 da CLT- Os operadores não poderão trabalhar, de modo ininterrupto, na</p><p>transmissão manual, bem como na recepção visual, auditiva, com escrita manual ou</p><p>datilográfica, quando a velocidade for superior a 25 (vinte e cinco) palavras por minuto.</p><p>55</p><p>Art. 230 da CLT - A direção das empresas deverá organizar as turmas de empregados,</p><p>para a execução dos seus serviços, de maneira que prevaleça sempre o revezamento</p><p>entre os que exercem a mesma função, quer em escalas diurnas, quer em noturnas.</p><p>§ 1º - Aos empregados que exerçam a mesma função será permitida, entre si, a troca de</p><p>turmas, desde que isso não importe em prejuízo dos serviços, cujo chefe ou encarregado</p><p>resolverá sobre a oportunidade ou possibilidade dessa medida, dentro das prescrições</p><p>desta Seção.</p><p>§ 2º - As empresas não poderão organizar horários que obriguem os empregados a fazer</p><p>a refeição do almoço antes das 10 (dez) e depois das 13 (treze) horas e a de jantar antes</p><p>das 16 (dezesseis) e depois das 19:30 (dezenove e trinta) horas.</p><p>Art. 231 da CLT - As disposições desta Seção não abrangem o trabalho dos operadores</p><p>de radiotelegrafia embarcados em navios ou aeronaves.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de telefonia o que</p><p>está disposto no artigo 227 e seus parágrafos da CLT.</p><p>Súmula nº 178 do TST - TELEFONISTA. ART. 227, E PARÁGRAFOS, DA CLT.</p><p>APLICABILIDADE</p><p>É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de telefonia o</p><p>disposto no art. 227, e seus parágrafos, da CLT.</p><p>Telefonista com horários variáveis: Fica estabelecida a duração máxima de sete horas</p><p>diárias de trabalho e dezessete horas de folga, deduzindo-se deste tempo vinte minutos</p><p>para descanso, de cada um dos empregados, sempre que se verificar um esforço contínuo</p><p>de mais de três horas.</p><p>Art. 229 da CLT - Para os empregados sujeitos a horários variáveis, fica estabelecida a</p><p>duração máxima de 7 (sete) horas diárias de trabalho e 17 (dezessete) horas de folga,</p><p>deduzindo-se deste tempo 20 (vinte) minutos para descanso, de cada um dos</p><p>empregados, sempre que se verificar um esforço contínuo de mais de 3 (três) horas.</p><p>§ 1º - São considerados empregados sujeitos a horários variáveis, além dos operadores,</p><p>cujas funções exijam classificação distinta, os que pertençam a seções de técnica,</p><p>telefones, revisão, expedição, entrega e balcão.</p><p>§ 2º - Quanto à execução e remuneração aos domingos, feriados e dias santos de guarda</p><p>e às prorrogações de expediente, o trabalho dos empregados a que se refere o parágrafo</p><p>anterior será regido pelo que se contém no § 1º do art. 227 desta Seção.</p><p>9.3 Músicos (Lei nº 3.857/1960</p><p>e art. 232 à 233 da CLT)</p><p>Se trabalhar em teatro e congêneres terá jornada de 6 horas diárias.</p><p>Art. 232 da CLT - Será de seis horas a duração de trabalho dos músicos em teatro e</p><p>congêneres.</p><p>Parágrafo único. Toda vez que o trabalho contínuo em espetáculo ultrapassar de seis</p><p>horas, o tempo de duração excedente será pago com um acréscimo de 25 % (vinte e cinco</p><p>por cento) sobre o salário da hora normal.</p><p>Art. 233 da CLT - A duração normal de trabalho dos músicos profissionais poderá ser</p><p>elevada até oito horas diárias, observados os preceitos gerais sobre duração do trabalho.</p><p>56</p><p>9.4 Dos operadores cinematográficos (art. 234 à 235 da CLT)</p><p>A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus ajudantes não</p><p>excederão 6 horas diárias, sendo 5 horas de gravação e 1 hora para ajustes dos equipamentos.</p><p>Art. 234 da CLT - A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus</p><p>ajudantes não excederá de seis horas diárias, assim distribuídas:</p><p>a) 5 (cinco) horas consecutivas de trabalho em cabina, durante o funcionamento</p><p>cinematográfico;</p><p>b) 1 (um) período suplementar, até o máximo de 1 (uma) hora para limpeza, lubrificação</p><p>dos aparelhos de projeção, ou revisão de filmes.</p><p>Art. 235 da CLT- Nos estabelecimentos cujo funcionamento normal seja noturno, será</p><p>facultado aos operadores cinematográficos e seus ajudantes, mediante acordo ou contrato</p><p>coletivo de trabalho e com um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o salário</p><p>da hora normal, executar o trabalho em sessões diurnas extraordinárias e,</p><p>cumulativamente, nas noturnas, desde que isso se verifique até 3 (três) vezes por semana</p><p>e entre as sessões diurnas e as noturnas haja o intervalo de 1 (uma) hora, no mínimo, de</p><p>descanso.</p><p>§ 1º - A duração de trabalho cumulativo a que alude o presente artigo não poderá exceder</p><p>de 10 (dez) horas.</p><p>§ 2º - Em seguida a cada período de trabalho haverá um intervalo de repouso no mínimo</p><p>de 12 (doze) horas.</p><p>9.5 Dos motoristas profissionais (art. 235-A à 235-H da CLT)</p><p>Art. 235-A. Os preceitos especiais desta Seção aplicam-se ao motorista profissional</p><p>empregado:</p><p>I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;</p><p>II - de transporte rodoviário de cargas.</p><p>Art. 235-B. São deveres do motorista profissional empregado:</p><p>I - estar atento às condições de segurança do veículo;</p><p>II - conduzir o veículo com perícia, prudência, zelo e com observância aos princípios de</p><p>direção defensiva;</p><p>III - respeitar a legislação de trânsito e, em especial, as normas relativas ao tempo de</p><p>direção e de descanso controlado e registrado na forma do previsto no art. 67-E da Lei no</p><p>9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro;</p><p>IV - zelar pela carga transportada e pelo veículo;</p><p>V - colocar-se à disposição dos órgãos públicos de fiscalização na via pública;</p><p>VI - (VETADO);</p><p>VII - submeter-se a exames toxicológicos com janela de detecção mínima de 90 (noventa)</p><p>dias e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído pelo</p><p>empregador, com sua ampla ciência, pelo menos uma vez a cada 2 (dois) anos e 6 (seis)</p><p>meses, podendo ser utilizado para esse fim o exame obrigatório previsto na Lei no 9.503,</p><p>de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos</p><p>últimos 60 (sessenta) dias.</p><p>Parágrafo único. A recusa do empregado em submeter-se ao teste ou ao programa de</p><p>controle de uso de droga e de bebida alcoólica previstos no inciso VII será considerada</p><p>infração disciplinar, passível de penalização nos termos da lei.</p><p>57</p><p>Art. 235-C. A jornada diária de trabalho do motorista profissional será de 8 (oito) horas,</p><p>admitindo-se a sua prorrogação por até 2 (duas) horas extraordinárias ou, mediante</p><p>previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 (quatro) horas extraordinárias.</p><p>§ 1º Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista empregado</p><p>estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos para refeição, repouso e</p><p>descanso e o tempo de espera.</p><p>§ 2º Será assegurado ao motorista profissional empregado intervalo mínimo de 1 (uma)</p><p>hora para refeição, podendo esse período coincidir com o tempo de parada obrigatória na</p><p>condução do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código</p><p>de Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista profissional enquadrado no §</p><p>5o do art. 71 desta Consolidação.</p><p>§ 3º Dentro do período de 24 (vinte e quatro) horas, são asseguradas 11 (onze) horas de</p><p>descanso, sendo facultados o seu fracionamento e a coincidência com os períodos de</p><p>parada obrigatória na condução do veículo estabelecida pela Lei no 9.503, de 23 de</p><p>setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, garantidos o mínimo de 8 (oito) horas</p><p>ininterruptas no primeiro período e o gozo do remanescente dentro das 16 (dezesseis)</p><p>horas seguintes ao fim do primeiro período.</p><p>§ 4º Nas viagens de longa distância, assim consideradas aquelas em que o motorista</p><p>profissional empregado permanece fora da base da empresa, matriz ou filial e de sua</p><p>residência por mais de 24 (vinte e quatro) horas, o repouso diário pode ser feito no veículo</p><p>ou em alojamento do empregador, do contratante do transporte, do embarcador ou do</p><p>destinatário ou em outro local que ofereça condições adequadas.</p><p>§ 5º As horas consideradas extraordinárias serão pagas com o acréscimo estabelecido na</p><p>Constituição Federal ou compensadas na forma do § 2o do art. 59 desta Consolidação.</p><p>§ 6º À hora de trabalho noturno aplica-se o disposto no art. 73 desta Consolidação.</p><p>§ 7º (VETADO).</p><p>§ 8º São considerados tempo de espera as horas em que o motorista profissional</p><p>empregado ficar aguardando carga ou descarga do veículo nas dependências do</p><p>embarcador ou do destinatário e o período gasto com a fiscalização da mercadoria</p><p>transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias, não sendo computados como jornada</p><p>de trabalho e nem como horas extraordinárias.</p><p>§ 9º As horas relativas ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30% (trinta</p><p>por cento) do salário-hora normal.</p><p>§ 10. Em nenhuma hipótese, o tempo de espera do motorista empregado prejudicará o</p><p>direito ao recebimento da remuneração correspondente ao salário-base diário.</p><p>§ 11. Quando a espera de que trata o § 8o for superior a 2 (duas) horas ininterruptas e for</p><p>exigida a permanência do motorista empregado junto ao veículo, caso o local ofereça</p><p>condições adequadas, o tempo será considerado como de repouso para os fins do</p><p>intervalo de que tratam os §§ 2º e 3º, sem prejuízo do disposto no § 9º.</p><p>§ 12. Durante o tempo de espera, o motorista poderá realizar movimentações necessárias</p><p>do veículo, as quais não serão consideradas como parte da jornada de trabalho, ficando</p><p>garantido, porém, o gozo do descanso de 8 (oito) horas ininterruptas aludido no § 3º.</p><p>§ 13. Salvo previsão contratual, a jornada de trabalho do motorista empregado não tem</p><p>horário fixo de início, de final ou de intervalos.</p><p>§ 14. O empregado é responsável pela guarda, preservação e exatidão das informações</p><p>contidas nas anotações em diário de bordo, papeleta ou ficha de trabalho externo, ou no</p><p>registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo, ou nos rastreadores ou</p><p>sistemas e meios eletrônicos, instalados nos veículos, normatizados pelo Contran, até que</p><p>o veículo seja entregue à empresa.</p><p>§ 15. Os dados referidos no § 14 poderão ser enviados a distância, a critério do</p><p>empregador, facultando-se a anexação do documento original posteriormente.</p><p>§ 16. Aplicam-se as disposições deste artigo ao ajudante empregado nas operações em</p><p>que acompanhe o motorista.</p><p>§ 17. O disposto no caput deste artigo aplica-se também aos operadores de automotores</p><p>destinados a puxar ou a arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos</p><p>de construção ou pavimentação e aos operadores de tratores, colheitadeiras,</p><p>autopropelidos e demais aparelhos automotores destinados a</p><p>puxar ou a arrastar</p><p>maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas.</p><p>58</p><p>Art. 235-D. Nas viagens de longa distância com duração superior a 7 (sete) dias, o</p><p>repouso semanal será de 24 (vinte e quatro) horas por semana ou fração trabalhada, sem</p><p>prejuízo do intervalo de repouso diário de 11 (onze) horas, totalizando 35 (trinta e cinco)</p><p>horas, usufruído no retorno do motorista à base (matriz ou filial) ou ao seu domicílio, salvo</p><p>se a empresa oferecer condições adequadas para o efetivo gozo do referido repouso</p><p>I – revogado;</p><p>II – revogado;</p><p>III – revogado.</p><p>§ 1º É permitido o fracionamento do repouso semanal em 2 (dois) períodos, sendo um</p><p>destes de, no mínimo, 30 (trinta) horas ininterruptas, a serem cumpridos na mesma</p><p>semana e em continuidade a um período de repouso diário, que deverão ser usufruídos</p><p>no retorno da viagem.</p><p>§ 2º A cumulatividade de descansos semanais em viagens de longa distância de que trata</p><p>o caput fica limitada ao número de 3 (três) descansos consecutivos.</p><p>§ 3º O motorista empregado, em viagem de longa distância, que ficar com o veículo parado</p><p>após o cumprimento da jornada normal ou das horas extraordinárias fica dispensado do</p><p>serviço, exceto se for expressamente autorizada a sua permanência junto ao veículo pelo</p><p>empregador, hipótese em que o tempo será considerado de espera.</p><p>§ 4º Não será considerado como jornada de trabalho, nem ensejará o pagamento de</p><p>qualquer remuneração, o período em que o motorista empregado ou o ajudante ficarem</p><p>espontaneamente no veículo usufruindo dos intervalos de repouso.</p><p>§ 5º Nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas trabalhando no mesmo</p><p>veículo, o tempo de repouso poderá ser feito com o veículo em movimento, assegurado o</p><p>repouso mínimo de 6 (seis) horas consecutivas fora do veículo em alojamento externo ou,</p><p>se na cabine leito, com o veículo estacionado, a cada 72 (setenta e duas) horas.</p><p>§ 6º Em situações excepcionais de inobservância justificada do limite de jornada de que</p><p>trata o art. 235-C, devidamente registradas, e desde que não se comprometa a segurança</p><p>rodoviária, a duração da jornada de trabalho do motorista profissional empregado poderá</p><p>ser elevada pelo tempo necessário até o veículo chegar a um local seguro ou ao seu</p><p>destino.</p><p>§ 7º Nos casos em que o motorista tenha que acompanhar o veículo transportado por</p><p>qualquer meio onde ele siga embarcado e em que o veículo disponha de cabine leito ou a</p><p>embarcação disponha de alojamento para gozo do intervalo de repouso diário previsto no</p><p>§ 3o do art. 235-C, esse tempo será considerado como tempo de descanso.</p><p>§ 8º Para o transporte de cargas vivas, perecíveis e especiais em longa distância ou em</p><p>território estrangeiro poderão ser aplicadas regras conforme a especificidade da operação</p><p>de transporte realizada, cujas condições de trabalho serão fixadas em convenção ou</p><p>acordo coletivo de modo a assegurar as adequadas condições de viagem e entrega ao</p><p>destino final</p><p>Art. 235-E. Para o transporte de passageiros, serão observados os seguintes dispositivos:</p><p>I - é facultado o fracionamento do intervalo de condução do veículo previsto na Lei no</p><p>9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, em períodos de no</p><p>mínimo 5 (cinco) minutos;</p><p>II - será assegurado ao motorista intervalo mínimo de 1 (uma) hora para refeição, podendo</p><p>ser fracionado em 2 (dois) períodos e coincidir com o tempo de parada obrigatória na</p><p>condução do veículo estabelecido pela Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código</p><p>de Trânsito Brasileiro, exceto quando se tratar do motorista profissional enquadrado no §</p><p>5o do art. 71 desta Consolidação;</p><p>III - nos casos em que o empregador adotar 2 (dois) motoristas no curso da mesma</p><p>viagem, o descanso poderá ser feito com o veículo em movimento, respeitando-se os</p><p>horários de jornada de trabalho, assegurado, após 72 (setenta e duas) horas, o repouso</p><p>em alojamento externo ou, se em poltrona correspondente ao serviço de leito, com o</p><p>veículo estacionado.</p><p>§ 1º a 12 (Revogados).</p><p>59</p><p>Art. 235-F. Convenção e acordo coletivo poderão prever jornada especial de 12 (doze)</p><p>horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso para o trabalho do motorista</p><p>profissional empregado em regime de compensação.</p><p>Art. 235-G. É permitida a remuneração do motorista em função da distância percorrida,</p><p>do tempo de viagem ou da natureza e quantidade de produtos transportados, inclusive</p><p>mediante oferta de comissão ou qualquer outro tipo de vantagem, desde que essa</p><p>remuneração ou comissionamento não comprometa a segurança da rodovia e da</p><p>coletividade ou possibilite a violação das normas previstas nesta Lei.</p><p>Art. 235-H. (Revogado).</p><p>EM SÍNTESE:</p><p> Jornada de 8 horas diárias, com prorrogação de 2 horas diárias ou 4 horas (se houver previsão</p><p>no instrumento normativo);</p><p> Não conta tempo de serviço o intervalo para refeição, repouso e descanso e o tempo de espera;</p><p> Tempo de espera é quando o empregado fica aguardando carga ou descarga do veículo;</p><p> As horas do tempo de espera serão indenizadas na importância de 30% do salário hora do</p><p>empregado;</p><p> Salvo previsão contratual, não tem o motorista horário fixo de entrada e saída do serviço.</p><p>A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser elevada até 8 horas diárias</p><p>ou 48 horas semanais, mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato</p><p>coletivo de trabalho, sujeita essa prorrogação à prévia licença da autoridade competente em</p><p>matéria de higiene do trabalho.</p><p>Art. 293 da CLT - A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas no</p><p>subsolo não excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis) semanais.</p><p>Art. 294 da CLT - O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local do</p><p>trabalho e vice-versa será computado para o efeito de pagamento do salário.</p><p>Art. 295 da CLT - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser elevada até</p><p>8 (oito) horas diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais, mediante acordo escrito entre</p><p>empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa prorrogação à</p><p>prévia licença da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho.</p><p>EM SÍNTESE:</p><p> Regra geral: Jornada de 6 horas diárias e 36 horas semanais;</p><p> O deslocamento da boca da mina ao local de trabalho e vice-versa conta tempo de serviço;</p><p> A jornada poderá ser prorrogada para 8 horas diárias, desde que ocorra acréscimo de 25% para</p><p>7ª e 8ª hora;</p><p> Para cada período de 3 horas, terá direito o empregado a um intervalo de 15 minutos;</p><p> Somente pode trabalho com mina de subsolo o maior de 21 anos e menor de 50 anos de idade.</p><p>60</p><p>9.6 Dos Jornalistas (art. 302 à 316 da CLT)</p><p>Jornada de 5 horas diárias, podendo ser aumentada para 7 horas se houver acordo</p><p>escrito.</p><p>Art. 302 da CLT - Os dispositivos da presente Seção se aplicam aos que nas empresas</p><p>jornalísticas prestem serviços como jornalistas, revisores, fotógrafos, ou na ilustração, com</p><p>as exceções nela previstas.</p><p>§ 1º - Entende-se como jornalista o trabalhador intelectual cuja função se estende desde</p><p>a busca de informações até a redação de notícias e artigos e a organização, orientação e</p><p>direção desse trabalho.</p><p>§ 2º - Consideram-se empresas jornalísticas, para os fins desta Seção, aquelas que têm</p><p>a seu cargo a edição de jornais, revistas, boletins e periódicos, ou a distribuição de</p><p>noticiário, e, ainda, a radiodifusão em suas seções destinadas à transmissão de notícias</p><p>e comentários.</p><p>Art. 303 da CLT - A duração normal do trabalho dos empregados compreendidos nesta</p><p>Seção não deverá exceder de 5 (cinco) horas, tanto de dia como à noite.</p><p>Art. 304 da CLT - Poderá a duração normal do trabalho ser elevada a 7 (sete) horas,</p><p>mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de ordenado, correspondente ao</p><p>excesso do tempo de trabalho, em que se fixe um intervalo destinado a repouso</p><p>ou a</p><p>refeição.</p><p>Parágrafo único - Para atender a motivos de força maior, poderá o empregado prestar</p><p>serviços por mais tempo do que aquele permitido nesta Seção. Em tais casos, porém o</p><p>excesso deve ser comunicado à Divisão de Fiscalização do Departamento Nacional do</p><p>Trabalho ou às Delegacias Regionais do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio,</p><p>dentro de 5 (cinco) dias, com a indicação expressa dos seus motivos.</p><p>Art. 305 da CLT - As horas de serviço extraordinário, quer as prestadas em virtude de</p><p>acordo, quer as que derivam das causas previstas no parágrafo único do artigo anterior,</p><p>não poderão ser remuneradas com quantia inferior à que resulta do quociente da divisão</p><p>da importância do salário mensal por 150 (cento e cinqüenta) para os mensalistas, e do</p><p>salário diário por 5 (cinco) para os diaristas, acrescido de, pelo menos, 25% (vinte e cinco</p><p>por cento).</p><p>Art. 306 da CLT - Os dispositivos dos arts. 303, 304 e 305 não se aplicam àqueles que</p><p>exercem as funções de redator-chefe, secretário, subsecretário, chefe e subchefe de</p><p>revisão, chefe de oficina, de ilustração e chefe de portaria.</p><p>Parágrafo único - Não se aplicam, do mesmo modo, os artigos acima referidos aos que se</p><p>ocuparem unicamente em serviços externos.</p><p>Art. 307 da CLT - A cada 6 (seis) dias de trabalho efetivo corresponderá 1 (um) dia de</p><p>descanso obrigatório, que coincidirá com o domingo, salvo acordo escrito em contrário, no</p><p>qual será expressamente estipulado o dia em que se deve verificar o descanso.</p><p>Art. 308 da CLT - Em seguida a cada período diário de trabalho haverá um intervalo</p><p>mínimo de 10 (dez) horas, destinado ao repouso.</p><p>Art. 309 da CLT - Será computado como de trabalho efetivo o tempo em que o empregado</p><p>estiver à disposição do empregador.</p><p>61</p><p>9.7 Dos professores (art. 317 à 323 da CLT)</p><p>EM SÍNTESE:</p><p> Pode o professor trabalhar mais de um turno no mesmo estabelecimento;</p><p> Não tem desconto a ausência de 9 dias por motivo de casamento ou falecimento de</p><p>parente;</p><p> No período de férias escolares é garantido o pagamento integral ao professor.</p><p>Art. 317 da CLT - O exercício remunerado do magistério, em estabelecimentos particulares</p><p>de ensino, exigirá apenas habilitação legal e registro no Ministério da Educação.</p><p>Art. 318 da CLT - O professor poderá lecionar em um mesmo estabelecimento por mais</p><p>de um turno, desde que não ultrapasse a jornada de trabalho semanal estabelecida</p><p>legalmente, assegurado e não computado o intervalo para refeição.</p><p>Art. 318 da CLT - O professor poderá lecionar em um mesmo estabelecimento por mais</p><p>de um turno, desde que não ultrapasse a jornada de trabalho semanal estabelecida</p><p>legalmente, assegurado e não computado o intervalo para refeição.</p><p>Art. 319 da CLT - Aos professores é vedado, aos domingos, a regência de aulas e o</p><p>trabalho em exames.</p><p>Art. 320 da CLT - A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulas</p><p>semanais, na conformidade dos horários.</p><p>§ 1º - O pagamento far-se-á mensalmente, considerando-se para este efeito cada mês</p><p>constituído de quatro semanas e meia.</p><p>§ 2º - Vencido cada mês, será descontada, na remuneração dos professores, a</p><p>importância correspondente ao número de aulas a que tiverem faltado.</p><p>§ 3º - Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo</p><p>de gala ou de luto em consequência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho.</p><p>Art. 321 da CLT - Sempre que o estabelecimento de ensino tiver necessidade de aumentar</p><p>o número de aulas marcado nos horários, remunerará o professor, findo cada mês, com</p><p>uma importância correspondente ao número de aulas excedentes.</p><p>Art. 322 da CLT - No período de exames e no de férias escolares, é assegurado aos</p><p>professores o pagamento, na mesma periodicidade contratual, da remuneração por eles</p><p>percebida, na conformidade dos horários, durante o período de aulas.</p><p>§ 1º - Não se exigirá dos professores, no período de exames, a prestação de mais de 8</p><p>(oito) horas de trabalho diário, salvo mediante o pagamento complementar de cada hora</p><p>excedente pelo preço correspondente ao de uma aula.</p><p>§ 2º No período de férias, não se poderá exigir dos professores outro serviço senão o</p><p>relacionado com a realização de exames.</p><p>§ 3º - Na hipótese de dispensa sem justa causa, ao término do ano letivo ou no curso das</p><p>férias escolares, é assegurado ao professor o pagamento a que se refere o caput deste</p><p>artigo.</p><p>Art. 323 da CLT - Não será permitido o funcionamento do estabelecimento particular de</p><p>ensino que não remunere condignamente os seus professores, ou não lhes pague</p><p>pontualmente a remuneração de cada mês.</p><p>62</p><p>Parágrafo único - Compete ao Ministério da Educação e Saúde fixar os critérios para a</p><p>determinação da condigna remuneração devida aos professores bem como assegurar a</p><p>execução do preceito estabelecido no presente artigo.</p><p>9.8 Do trabalho da mulher (art. 372 à 400 da CLT)</p><p>Art. 389 da CLT - Toda empresa é obrigada:</p><p>I - a prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e</p><p>locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários</p><p>à segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente;</p><p>II - a instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos,</p><p>em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento</p><p>físico;</p><p>III - a instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os</p><p>estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja</p><p>exigida a troca de roupa e outros, a critério da autoridade competente em matéria de</p><p>segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou escaninhos,</p><p>onde possam as empregadas guardar seus pertences;</p><p>IV - a fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção</p><p>individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos,</p><p>do aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho.</p><p>§ 1º - Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais</p><p>de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas</p><p>guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação.</p><p>§ 2º - A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas,</p><p>diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas</p><p>próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou de</p><p>entidades sindicais.</p><p>Art. 390 da CLT - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande</p><p>o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho contínuo, ou 25</p><p>(vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.</p><p>Parágrafo único - Não está compreendida na determinação deste artigo a remoção de</p><p>material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, de carros de mão ou</p><p>quaisquer aparelhos mecânicos.</p><p>Art. 391 da CLT - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da</p><p>mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez.</p><p>Parágrafo único - Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos</p><p>coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por</p><p>motivo de casamento ou de gravidez.</p><p>Art. 391-A da CLT - A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de</p><p>trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à</p><p>empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10</p><p>do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.</p><p>Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao</p><p>qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção.</p><p>Art. 392 da CLT - A empregada gestante tem direito à licença-maternidade</p><p>de 120 (cento</p><p>e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.</p><p>§ 1º A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data</p><p>do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia</p><p>antes do parto e ocorrência deste.</p><p>§ 2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2</p><p>(duas) semanas cada um, mediante atestado médico.</p><p>63</p><p>§ 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias</p><p>previstos neste artigo.</p><p>§ 4º É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais</p><p>direitos:</p><p>I - transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a</p><p>retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho;</p><p>II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo,</p><p>seis consultas médicas e demais exames complementares.</p><p>Art. 392-A da CLT - À empregada que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção</p><p>de criança será concedida licença-maternidade nos termos do art. 392.</p><p>§ 4º A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do termo judicial de</p><p>guarda à adotante ou guardiã.</p><p>§ 5º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a</p><p>apenas um dos adotantes ou guardiães empregado ou empregada.</p><p>Art. 392-B da CLT - Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou</p><p>companheiro empregado o gozo de licença por todo o período da licença-maternidade ou</p><p>pelo tempo restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de falecimento do filho ou</p><p>de seu abandono.</p><p>Art. 392-C da CLT - Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A e 392-B ao</p><p>empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.</p><p>Art. 393 da CLT - Durante o período a que se refere o art. 392, a mulher terá direito ao</p><p>salário integral e, quando variável, calculado de acordo com a média dos 6 (seis) últimos</p><p>meses de trabalho, bem como os direitos e vantagens adquiridos, sendo-lhe ainda</p><p>facultado reverter à função que anteriormente ocupava.</p><p>Art. 394 da CLT - Mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o</p><p>compromisso resultante de qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial</p><p>à gestação.</p><p>Art. 394-A da CLT. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional</p><p>de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de:</p><p>I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;</p><p>II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar</p><p>atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o</p><p>afastamento durante a gestação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN</p><p>5938)</p><p>III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de</p><p>saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante</p><p>a lactação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN 5938)</p><p>§ 1º (VETADO)</p><p>§ 2º Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante,</p><p>efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal,</p><p>por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e</p><p>demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste</p><p>serviço.</p><p>§ 3º Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput</p><p>deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será</p><p>considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos</p><p>termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento.</p><p>Art. 395 da CLT - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico</p><p>oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe</p><p>assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.</p><p>64</p><p>Art. 396 da CLT - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses</p><p>de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos</p><p>especiais, de meia hora cada um.</p><p>§ 1º Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a</p><p>critério da autoridade competente.</p><p>§ 2º Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em</p><p>acordo individual entre a mulher e o empregador.</p><p>Art. 397 da CLT - O SESI, o SESC, a LBA e outras entidades públicas destinadas à</p><p>assistência à infância manterão ou subvencionarão, de acordo com suas possibilidades</p><p>financeiras, escolas maternais e jardins de infância, distribuídos nas zonas de maior</p><p>densidade de trabalhadores, destinados especialmente aos filhos das mulheres</p><p>empregadas</p><p>Art. 399 da CLT - O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio conferirá diploma de</p><p>benemerência aos empregadores que se distinguirem pela organização e manutenção de</p><p>creches e de instituições de proteção aos menores em idade pré-escolar, desde que tais</p><p>serviços se recomendem por sua generosidade e pela eficiência das respectivas</p><p>instalações.</p><p>Art. 400 da CLT - Os locais destinados à guarda dos filhos das operárias durante o período</p><p>da amamentação deverão possuir, no mínimo, um berçário, uma saleta de amamentação,</p><p>uma cozinha dietética e uma instalação sanitária.</p><p>EM SÍNTESE:</p><p> Nas empresas com mais de 30 funcionárias mulheres será devido um local apropriado para deixar</p><p>seus filhos ou convênio com um local próximo.</p><p> Limite de esforço físico de 20 quilos para trabalho contínuo e 25 quilos para eventual, não havendo</p><p>limite se houve um meio que evite o esforço (ex. uma maca para as enfermeiras).</p><p> Não abrange nesta proibição a remoção de material feita por impulsão ou tração de vagonetes</p><p>sobre trilhos, de carros de mão ou quaisquer aparelhos mecânicos (Art. 390, p. único da CLT).</p><p> Quem adota e engravida possui estabilidade, conforme esquema que segue:</p><p> Tanto a gestante quanto a adotante tem licença-maternidade de 120 dias após o nascimento ou</p><p>adoção da criança, salvo se a empresa estiver inscrita no programa empresa cidadã, que esse</p><p>período será de 180 dias.</p><p> A gestante ou lactante não pode trabalhar em local insalubre.</p><p> Se a gestante sofrer um aborto não criminoso, terá direito a licença de 2 semanas.</p><p> Durante o período de amamentação (até o 6 mês da criança) terá direito a dois intervalos extras</p><p>de 30 minutos.</p><p>Gestante</p><p>Da confirmação da gravidez</p><p>até 5 meses após a adoção</p><p>Adotante 5 meses após a adoção</p><p>65</p><p>O art. 7º, XXXIII, da CF/88 estabelece a “proibição de trabalho noturno, perigosos ou</p><p>insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição</p><p>de aprendiz, a partir de 14 anos”.</p><p>Assim, considera-se menor, para fins de trabalho, aquele que tenha idade inferior a 14</p><p>anos, sendo que o menor entre 14 e 16 anos somente pode ser aprendiz, uma vez que a condição</p><p>de empregado só é admitida pelo legislador constituinte aos maiores de 16 anos.</p><p>Art. 402 da CLT - Considera-se menor para os efeitos desta Consolidação o trabalhador</p><p>de quatorze até dezoito anos.</p><p>Parágrafo único - O trabalho do menor reger-se-á pelas disposições do presente Capítulo,</p><p>exceto no serviço em oficinas em que trabalhem exclusivamente pessoas da família do</p><p>menor e esteja este sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado, entretanto, o disposto</p><p>nos arts. 404, 405 e na Seção II.</p><p>Art. 403 da CLT - É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade,</p><p>salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.</p><p>Parágrafo único. O trabalho do menor não poderá ser realizado em locais prejudiciais à</p><p>sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e</p><p>locais que não permitam a frequência à escola.</p><p>O trabalhador menor é aquele</p><p>maior de 16 anos e menor de 18 anos. O menor não pode</p><p>exercer:</p><p> Trabalho noturno;</p><p> Trabalho insalubre;</p><p> Trabalho perigoso;</p><p> Trabalho que prejudique a frequência no colégio;</p><p> Trabalho que prejudique a sua moral.</p><p>Art. 404 da CLT - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado</p><p>este o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco)</p><p>horas.</p><p>Art. 405 da CLT - Ao menor não será permitido o trabalho:</p><p>I - nos locais e serviços perigosos ou insalubres, constantes de quadro para esse fim</p><p>aprovado pelo Diretor Geral do Departamento de Segurança e Higiene do Trabalho;</p><p>II - em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade.</p><p>§ 1º (Revogado pela Lei 10.097, de 2000)</p><p>§ 2º O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia</p><p>autorização do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à</p><p>sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não</p><p>poderá advir prejuízo à sua formação moral.</p><p>§ 3º Considera-se prejudicial à moralidade do menor o trabalho:</p><p>a) prestado de qualquer modo, em teatros de revista, cinemas, boates, cassinos, cabarés,</p><p>dancings e estabelecimentos análogos;</p><p>66</p><p>b) em empresas circenses, em funções de acróbata, saltimbanco, ginasta e outras</p><p>semelhantes;</p><p>c) de produção, composição, entrega ou venda de escritos, impressos, cartazes,</p><p>desenhos, gravuras, pinturas, emblemas, imagens e quaisquer outros objetos que</p><p>possam, a juízo da autoridade competente, prejudicar sua formação moral;</p><p>d) consistente na venda, a varejo, de bebidas alcoólicas.</p><p>Art. 406 da CLT - O Juiz de Menores poderá autorizar ao menor o trabalho a que se</p><p>referem as letras "a" e "b" do § 3º do art. 405:</p><p>I - desde que a representação tenha fim educativo ou a peça de que participe não possa</p><p>ser prejudicial à sua formação moral;</p><p>II - desde que se certifique ser a ocupação do menor indispensável à própria subsistência</p><p>ou à de seus pais, avós ou irmãos e não advir nenhum prejuízo à sua formação moral.</p><p>Art. 407 da CLT - Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo</p><p>menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade,</p><p>poderá ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o</p><p>caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções.</p><p>Parágrafo único - Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas</p><p>pela autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão</p><p>do contrato de trabalho, na forma do art. 483.</p><p>Art. 408 da CLT - Ao responsável legal do menor é facultado pleitear a extinção do contrato</p><p>de trabalho, desde que o serviço possa acarretar para ele prejuízos de ordem física ou</p><p>moral.</p><p>O menor não pode prorrogar a jornada de trabalho salvo:</p><p>a) sejam compensadas as HE;</p><p>b) quando ocorrer força maior.</p><p>Art. 413 da CLT - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:</p><p>I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante</p><p>convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o</p><p>excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro, de modo a ser</p><p>observado o limite máximo de 48 (quarenta e oito) horas semanais ou outra inferior</p><p>legalmente fixada;</p><p>II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com</p><p>acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora normal e</p><p>desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.</p><p>Parágrafo único. Aplica-se à prorrogação do trabalho do menor o disposto no art. 375, no</p><p>parágrafo único do art. 376, no art. 378 e no art. 384 desta Consolidação.</p><p>Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um estabelecimento, as</p><p>horas de trabalho em cada um serão totalizadas.</p><p>Art. 414 da CLT - Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um</p><p>estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.</p><p>Não corre prazo prescricional para o menor;</p><p>67</p><p>Art. 440 da CLT - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de</p><p>prescrição.</p><p>O menor não pode assinar sozinho o termo de rescisão do contrato de trabalho.</p><p>Art. 439 da CLT - É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-</p><p>se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos</p><p>dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo</p><p>recebimento da indenização que lhe for devida.</p><p>9.9 Do trabalho do Aprendiz (art. 424 à 433 da CLT)</p><p>De acordo com o art. 7º, Inciso XXXIII da CF, a idade mínima para o trabalhador é 16</p><p>anos, salvo se na condição de aprendiz, que é de 14 a 24 anos.</p><p>O aprendiz é um empregado especial, uma vez que, além de receber retribuição pelo</p><p>trabalho executado, lhe deve ser proporcionada formação técnico-profissional metódica. Para</p><p>isso, é necessária a matrícula do aprendiz nos programas de aprendizagem, com jornada</p><p>máxima diária de seis horas e pagamento do salário-mínimo hora. (CAIRO Jr., 2015, p. 285).</p><p>ATENÇÃO:</p><p>SEMPRE deverá aparecer o termo TÉCNICO-PROFISSIONAL.</p><p>Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos</p><p>dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a 5%, no mínimo,</p><p>e 15%, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções</p><p>demandem formação profissional (art. 429 da CLT).</p><p>As empresas não poderão ter menos de 5% de aprendizes, sob pena de pagar multa</p><p>administrativa à União, prevista no artigo 434 da CLT.</p><p>68</p><p>EM SÍNTESE:</p><p> O aprendiz pode ter de 14 até 24 anos;</p><p> O prazo máximo do contrato de aprendizagem é de 2 anos, exceto:</p><p>o Pessoa com deficiência, sem limite de prazo;</p><p>o Aprendiz entre 14 e 15, até 4 anos;</p><p> A idade máxima não é aplicada:</p><p>o Pessoa com deficiência;</p><p> A aprendizes inscritos em programas de aprendizagem profissional que envolvam o</p><p>desempenho de atividades vedadas a menores de vinte e um anos de idade, os quais</p><p>poderão ter até vinte e nove anos de idade</p><p> A jornada do aprendiz é de 6 horas diárias;</p><p> O FGTS do aprendiz é na importância de 2% sobre a sua remuneração;</p><p> Para fins de cumprimento da cota de aprendizagem profissional, será contabilizada</p><p>em dobro a contratação de aprendizes, adolescentes ou jovens, que se enquadrem</p><p>nas seguintes hipóteses:</p><p>- Sejam egressos do sistema socioeducativo ou estejam em cumprimento de medidas</p><p>socioeducativas;</p><p>- Estejam em cumprimento de pena no sistema prisional;</p><p>- Integrem famílias que recebam benefícios financeiros de que trata a Lei nº 14.284, de 29</p><p>de dezembro de 2021, e de outros que venham a substituí-los;</p><p>- Estejam em regime de acolhimento institucional;</p><p>- Sejam protegidos no âmbito do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes</p><p>Ameaçados de Morte, instituído pelo art. 109 do Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de</p><p>2018;</p><p>- Sejam egressos do trabalho infantil; ou</p><p>- Sejam pessoas com deficiência.</p><p>Art. 428 da CLT. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado</p><p>por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar</p><p>ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de</p><p>aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu</p><p>desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência</p><p>as tarefas necessárias a essa formação.</p><p>§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação</p><p>Por exemplo, não querer usufruir das suas férias. (Ver art. 9 da CLT):</p><p>Art. 9º da CLT - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de</p><p>desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente</p><p>Consolidação.</p><p>1.1.3 Princípio da indisponibilidade de direitos (ou da irrenunciabilidade de direitos)</p><p>O contrato de trabalho, ordinariamente, é celebrado por tempo indeterminado. Só em</p><p>casos excepcionais admite-se o ajuste de um contrato de trabalho a termo. Por conta dessa</p><p>8</p><p>circunstância, presume-se que a intenção dos contratantes e principalmente do empregado é</p><p>de protrair indefinitivamente, no tempo, a execução do pacto laboral. (CAIRO Jr., 2015, p. 93).</p><p>Exemplos: Súmula n. 32 do TST; Súmula n. 212 do TST; Art, 482, “i” da CLT:</p><p>Súmula nº 32 do TST –ABANDONO DE EMPREGO. Presume-se o abandono de emprego</p><p>se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do</p><p>benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.</p><p>Súmula nº 212 do TST – DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA. O ônus de provar o</p><p>término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o</p><p>despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego</p><p>constitui presunção favorável ao empregado.</p><p>Art. 482 da CLT - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo</p><p>empregador:</p><p>i) abandono de emprego;</p><p>1.1.4 Princípio da primazia da realidade</p><p>A realidade dos fatos prevalece sobre meras cláusulas contratuais ou registros</p><p>documentais, ainda que em sentido contrário. Aplicação a favor ou contra o empregado.</p><p>(MARTINEZ, 2012, p. 98).</p><p>Não importa o que está no papel, mas sim o que de fato realmente aconteceu.</p><p>Exemplos: Súmula n. 338 do TST. Súmula n. 225 do STF.</p><p>Súmula nº 338 do TST – JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA.</p><p>I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da</p><p>jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada</p><p>dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho,</p><p>a qual pode ser elidida por prova em contrário.</p><p>II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento</p><p>normativo, pode ser elidida por prova em contrário.</p><p>III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são</p><p>inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras,</p><p>que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se</p><p>desincumbir.</p><p>SÚMULA 225 DO STF - Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira</p><p>profissional.</p><p>1.1.5 Princípio da não discriminação</p><p>9</p><p>O direito do trabalho não admite qualquer forma de discriminação. Assim, o empregado</p><p>não pode ser discriminado, em razão de cor, raça, credo, idade, sexo ou opinião, tanto no</p><p>momento da sua admissão quanto durante a execução do contrato.</p><p>Exemplos: Art. 442-A da CLT. Art. 461 da CLT.</p><p>Art. 442-A da CLT - Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a</p><p>emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no</p><p>mesmo tipo de atividade.</p><p>Art. 461 da CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao</p><p>mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário,</p><p>sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.</p><p>§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual</p><p>produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo</p><p>de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de</p><p>tempo na função não seja superior a dois anos.</p><p>§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal</p><p>organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou</p><p>de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de</p><p>homologação ou registro em órgão público.</p><p>§ 3º - No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e</p><p>por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.</p><p>§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental</p><p>atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins</p><p>de equiparação salarial.</p><p>§ 5º - A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo</p><p>ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma</p><p>contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.</p><p>§ 6º - No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo</p><p>determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do</p><p>empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos</p><p>benefícios do Regime Geral de Previdência Social.</p><p>EM SÍNTESE:</p><p>Princípio da Proteção</p><p> Princípio da aplicação da fonte jurídica mais benéfica.</p><p> Princípio da manutenção da condição mais benéfica.</p><p> In dubio pro operário</p><p>Princípio da Indisponibilidade de direito</p><p>Princípio da Continuidade da Relação de Emprego</p><p>Princípio da Primazia da Realidade</p><p>Princípio da não discriminação</p><p>10</p><p>1.2 Fontes do Direito do Trabalho</p><p>1.2.1 Fontes Autônomas</p><p>Produzidas pelas partes.</p><p>Ex: Acordo coletivo, convenção coletiva, regimento interno, contrato de trabalho, etc.</p><p>1.2.2 Fontes Heterônomas</p><p>Produzidas por terceiros.</p><p>Ex: CF, CLT, Normas Internacionais, sentenças, etc.</p><p>1.3 Aplicação da norma jurídica trabalhista</p><p>Em regra, o direito se aplica para os empregados contratado via regime CLT, não sendo</p><p>aplicado para estatutários. Conforme art. 7 da CLT:</p><p>Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando for em cada caso,</p><p>expressamente determinado em contrário, não se aplicam:</p><p>a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam</p><p>serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas;</p><p>b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo funções</p><p>diretamente ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam empregados em atividades que,</p><p>pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas</p><p>operações, se classifiquem como industriais ou comerciais;</p><p>c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos</p><p>extranumerários em serviço nas próprias repartições;</p><p>d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime próprio de</p><p>proteção ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos.</p><p>f) às atividades de direção e assessoramento nos órgãos, institutos e fundações dos</p><p>partidos, assim definidas em normas internas de organização partidária.</p><p>Na omissão da legislação trabalhista, pode ser resolvido o conflito através de princípios,</p><p>normas gerais de direito, analogia por equidade. Caput do art. 8 da CLT:</p><p>Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições</p><p>legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por</p><p>equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do</p><p>trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre</p><p>de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse</p><p>público.</p><p>11</p><p>O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. (§ 1º do art. 8 da CLT);</p><p>Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do</p><p>Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente</p><p>previstos nem criar obrigações que</p><p>na Carteira de Trabalho</p><p>e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja</p><p>concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob</p><p>orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.</p><p>§ 2º Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário-mínimo hora.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14284.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14284.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art109</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art109</p><p>69</p><p>§ 3º O contrato de aprendizagem profissional não poderá ter duração superior a três anos,</p><p>exceto: (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>I - quando se tratar de pessoa com deficiência, hipótese em que não há limite máximo de</p><p>prazo; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>II - quando o aprendiz for contratado com idade entre quatorze e quinze anos incompletos,</p><p>hipótese em que poderá ter seu contrato firmado pelo prazo de até quatro anos;</p><p>ou (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>III - quando o aprendiz se enquadrar nas situações previstas no § 5º do art. 429, hipótese</p><p>em que poderá ter seu contrato firmado pelo prazo de até quatro anos. (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 4º A formação técnico-profissional a que se refere o caput deste artigo caracteriza-se</p><p>por atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de</p><p>complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.</p><p>§ 5º A idade máxima prevista no caput não se aplica: (Redação dada pela Medida</p><p>Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>I - a pessoas com deficiência, que poderão ser contratadas como aprendizes em qualquer</p><p>idade a partir de quatorze anos; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>II - a aprendizes inscritos em programas de aprendizagem profissional que envolvam o</p><p>desempenho de atividades vedadas a menores de vinte e um anos de idade, os quais</p><p>poderão ter até vinte e nove anos de idade. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de</p><p>2022)</p><p>§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de</p><p>aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências</p><p>relacionadas com a profissionalização.</p><p>§ 7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do</p><p>disposto no § 1o deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência</p><p>à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.</p><p>§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do contrato</p><p>de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em programa de</p><p>aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-</p><p>profissional metódica.</p><p>§ 9º O contrato de aprendizagem profissional poderá ser prorrogado, por meio de aditivo</p><p>contratual e anotação na CTPS, respeitado o prazo máximo de quatro anos, na hipótese</p><p>de continuidade de itinerário formativo, conforme estabelecido em ato do Ministro de</p><p>Estado do Trabalho e Previdência. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 10. Na hipótese prevista no § 9º, a continuidade do itinerário formativo poderá ocorrer</p><p>pelo reconhecimento dos cursos ou de parte de cursos da educação profissional e</p><p>tecnológica de graduação como atividade teórica de curso de aprendizagem</p><p>profissional. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 11. Para fins do disposto no § 10, considera-se o início do itinerário formativo aquele</p><p>que tenha ocorrido a partir de curso ou de parte de curso: (Incluído pela Medida</p><p>Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>I - de educação profissional técnica de nível médio; ou (Incluído pela Medida Provisória</p><p>nº 1.116, de 2022)</p><p>II - de itinerário da formação técnica e profissional do ensino médio. (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 12. Nas hipóteses previstas nos § 9º a § 11, desde que o estabelecimento cumpridor da</p><p>cota de aprendizagem profissional seja mantido, poderá haver alteração: (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>I - da entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica; e (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>II - do programa de aprendizagem profissional. (Incluído pela Medida Provisória nº</p><p>1.116, de 2022)</p><p>Art. 429 da CLT. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e</p><p>matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes</p><p>equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>70</p><p>trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação</p><p>profissional.</p><p>§ 1º-A. O limite fixado neste artigo não se aplica quando o empregador for entidade sem</p><p>fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional.</p><p>§ 1º-B Os estabelecimentos a que se refere o caput poderão destinar o equivalente a até</p><p>10% (dez por cento) de sua cota de aprendizes à formação técnico-profissional metódica</p><p>em áreas relacionadas a práticas de atividades desportivas, à prestação de serviços</p><p>relacionados à infraestrutura, incluindo as atividades de construção, ampliação,</p><p>recuperação e manutenção de instalações esportivas e à organização e promoção de</p><p>eventos esportivos.</p><p>§ 1º As frações de unidade, no cálculo da percentagem de que trata o caput, darão lugar</p><p>à admissão de um aprendiz.</p><p>§ 2º Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão vagas de aprendizes a</p><p>adolescentes usuários do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas</p><p>condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação celebrados entre os</p><p>estabelecimentos e os gestores dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo locais.</p><p>§ 3º Os estabelecimentos de que trata o caput poderão ofertar vagas de aprendizes a</p><p>adolescentes usuários do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - SISNAD</p><p>nas condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação celebrados entre os</p><p>estabelecimentos e os gestores locais responsáveis pela prevenção do uso indevido,</p><p>atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas.</p><p>§ 4º O aprendiz contratado por prazo indeterminado pela empresa ou entidade ao término</p><p>do seu contrato de aprendizagem profissional continuará a ser contabilizado para fins de</p><p>cumprimento da cota de aprendizagem profissional enquanto estiver contratado,</p><p>considerado o período máximo de doze meses para essa contabilização. (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 5º Para fins de cumprimento da cota de aprendizagem profissional, será contabilizada</p><p>em dobro a contratação de aprendizes, adolescentes ou jovens, que se enquadrem nas</p><p>seguintes hipóteses: (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>I - sejam egressos do sistema socioeducativo ou estejam em cumprimento de medidas</p><p>socioeducativas; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>II - estejam em cumprimento de pena no sistema prisional; (Incluído pela Medida Provisória</p><p>nº 1.116, de 2022)</p><p>III - integrem famílias que recebam benefícios financeiros de que trata a Lei nº 14.284, de</p><p>29 de dezembro de 2021, e de outros que venham a substituí-los; (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>IV - estejam em regime de acolhimento institucional; (Incluído pela Medida Provisória nº</p><p>1.116, de 2022)</p><p>V - sejam protegidos no âmbito do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes</p><p>Ameaçados de Morte, instituído pelo art. 109 do Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de</p><p>2018; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>VI - sejam egressos do trabalho infantil; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de</p><p>2022)</p><p>VII - sejam pessoas com deficiência. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>Art. 430 da CLT - Na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem</p><p>cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos estabelecimentos, esta poderá</p><p>ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica,</p><p>a saber:</p><p>I – instituições educacionais que oferecem educação profissional e tecnológica;</p><p>II – entidades sem fins lucrativos, que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e</p><p>à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do</p><p>Adolescente.</p><p>III - entidades de prática desportiva das diversas modalidades filiadas ao Sistema Nacional</p><p>do Desporto e aos Sistemas de Desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos</p><p>Municípios.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14284.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14284.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art109</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art109</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>71</p><p>§ 1º As entidades mencionadas neste artigo deverão contar com estrutura adequada ao</p><p>desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma a manter a qualidade do</p><p>processo de ensino, bem como acompanhar e avaliar os resultados.</p><p>§ 2º Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento,</p><p>será concedido certificado de qualificação profissional.</p><p>§ 3º O Ministério do Trabalho fixará normas para avaliação da competência das entidades</p><p>mencionadas nos incisos II e III deste artigo.</p><p>§ 4º As entidades mencionadas nos incisos II e III deste artigo deverão cadastrar seus</p><p>cursos, turmas e aprendizes matriculados no Ministério do Trabalho.</p><p>§ 5º As entidades mencionadas neste artigo poderão firmar parcerias entre si para o</p><p>desenvolvimento dos programas de aprendizagem, conforme regulamento.</p><p>§ 6º Para fins do disposto nesta Consolidação, as instituições educacionais que oferecem</p><p>educação profissional e tecnológica compreendem: (Incluído pela Medida Provisória nº</p><p>1.116, de 2022)</p><p>I - as instituições de educação profissional e tecnológica públicas dos sistemas de ensino</p><p>federal, estaduais, distrital e municipais; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de</p><p>2022)</p><p>II - as instituições de ensino médio das redes públicas de educação que desenvolvam o</p><p>itinerário de formação técnica e profissional ou o itinerário formativo integrado que</p><p>contenha unidades curriculares, etapas ou módulos de cursos de educação profissional e</p><p>tecnológica, nos termos do disposto no inciso V do caput e do § 3º do art. 36 da Lei nº</p><p>9.394, de 20 de dezembro de 1996; e (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de</p><p>2022)</p><p>III - as instituições educacionais privadas que legalmente ofertem: (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>a) cursos técnicos de nível médio; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>b) itinerário de formação técnica e profissional do ensino médio; ou (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>c) cursos de educação profissional tecnológica de graduação. (Incluído pela Medida</p><p>Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>Art. 431. A contratação do aprendiz poderá ser efetivada: (Redação dada pela Medida</p><p>Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>I - de forma direta pelo estabelecimento que se obrigue ao cumprimento da cota de</p><p>aprendizagem profissional; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>II - de forma indireta: (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>a) pelas entidades a que se referem os incisos II e III do caput do art. 430; (Incluído</p><p>pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>b) por entidades sem fins lucrativos não abrangidas pelo disposto na alínea “a”, entre</p><p>outras, de: (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>1. assistência social; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>2. cultura; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>3. educação; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>4. saúde; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>5. segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>6. proteção do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>7. ciência e tecnologia; (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>8. promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído</p><p>pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>9. desporto; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>10. atividades religiosas; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>c) por microempresas ou empresas de pequeno porte. (Incluído pela Medida Provisória</p><p>nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 1º Aos candidatos rejeitados pela seleção profissional será oferecida, tanto quanto</p><p>possível, orientação profissional para ingresso em atividade mais adequada às qualidades</p><p>e às aptidões demonstradas. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art36v.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art36%C2%A73..</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art36%C2%A73..</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>72</p><p>§ 2º Para fins do disposto na alínea “a” do inciso II do caput, as atividades práticas do</p><p>contrato de aprendizagem profissional poderão ser executadas nessas entidades ou nos</p><p>estabelecimentos cumpridores da cota de aprendizagem profissional, a que se refere o</p><p>inciso I do caput, e não gerará vínculo empregatício com esses</p><p>estabelecimentos. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 3º Para fins do disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso II do caput, as atividades práticas</p><p>do contrato de aprendizagem profissional serão executadas nessas entidades ou</p><p>empresas e não gerará vínculo empregatício com os estabelecimentos cumpridores da</p><p>cota de aprendizagem profissional, a que se refere o inciso I do caput. (Incluído pela</p><p>Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 4º Nas hipóteses previstas neste artigo, os aprendizes deverão estar matriculados nos</p><p>cursos de aprendizagem profissional das entidades a que se refere o art. 430. (Incluído</p><p>pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>§ 5º Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Previdência poderá regulamentar as</p><p>condições e as hipóteses para a contratação de forma indireta prevista neste</p><p>artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>Art. 432 da CLT - A duração do trabalho do aprendiz não excederá de seis horas diárias,</p><p>sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada.</p><p>§ 1o O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes</p><p>que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas</p><p>destinadas à aprendizagem teórica.</p><p>§ 3º O limite previsto neste artigo poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes</p><p>que já tiverem completado o ensino médio. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116,</p><p>de 2022)</p><p>§ 4º O tempo de deslocamento do aprendiz entre as entidades a que se refere o art. 430</p><p>e o estabelecimento onde se realizará a aprendizagem profissional não será computado</p><p>na jornada diária. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.116, de 2022)</p><p>Art. 433 da CLT - O contrato de aprendizagem extinguir-se-á no seu termo ou quando o</p><p>aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos, ressalvada a hipótese prevista no § 5o do art.</p><p>428 desta Consolidação, ou ainda antecipadamente nas seguintes hipóteses:</p><p>I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com</p><p>deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e</p><p>de apoio necessário ao desempenho de suas atividades;</p><p>II – falta disciplinar grave;</p><p>III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou</p><p>IV – a pedido do aprendiz.</p><p>Parágrafo único. Revogado.</p><p>§ 2º Não se aplica o disposto nos arts. 479 e 480 desta Consolidação às hipóteses de</p><p>extinção do contrato mencionadas neste artigo.</p><p>9.10 Do diretor</p><p>Não há impedimento legal para que o empregado seja eleito diretor de sociedade</p><p>anônima, conforme se depreende da leitura da Lei n. 6.404/76. Se isso ocorrer, o contrato de</p><p>trabalho ficará suspenso, com a cessação temporária da prestação de serviços subordinados,</p><p>bem como a obrigação do empregador pagar salário.</p><p>Com efeito, há evidente incompatibilidade entre a figura do diretor e a do empregado. Uma</p><p>única pessoa não pode desempenhar, simultaneamente, as funções inerentes ao cargo de</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Mpv/mpv1116.htm#art28</p><p>73</p><p>diretor, que é um órgão representativo da sociedade anônima, e as funções exercidas pelo</p><p>empregado.</p><p>Entretanto, a Lei n. 8.036/90, art. 16, faculta às empresas equipararem seus diretores não</p><p>empregados aos demais trabalhadores para efeito de recolhimento do FGTS. O término do</p><p>mandato do diretor que não seja reconduzido possibilita a movimentação da conta vinculada do</p><p>Trabalhador respectivo.</p><p>O TST tem entendimento pacificado em relação a essa matéria, por meio da Súmula nº</p><p>269:</p><p>SUMULA 269 DO TST: DIRETOR ELEITO. CÔMPUTO DO PERÍODO COMO TEMPO DE</p><p>SERVIÇO - O empregado eleito para ocupar cargo</p><p>de diretor tem o respectivo contrato de</p><p>trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço desse período, salvo se</p><p>permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego</p><p>Art. 62 da CLT - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:</p><p>II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se</p><p>equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou</p><p>filial.</p><p>9.11 Empregado Doméstico</p><p>É aquela pessoa que presta serviço à pessoa ou família, no âmbito de sua residência, ao</p><p>qual seu serviço não gere lucros financeiros aos seus empregadores. São exemplos de</p><p>trabalhadores domésticos: o caseiro, a enfermeira (no âmbito residencial), a babá e o motorista</p><p>particular.</p><p>a) Caracterização</p><p>*Para todos verem: esquema abaixo</p><p>b) Empregado Doméstico x Diarista</p><p>*Para todos verem: esquema abaixo</p><p>Finalidade não</p><p>lucrativa.</p><p>Continuidade da</p><p>prestação de</p><p>serviços.</p><p>Prestação de</p><p>serviços em favor</p><p>de uma família</p><p>74</p><p>c) Principais Direitos</p><p> Anotação na CTPS;</p><p> Vedação de descontos com alimentação, vestuário, higiene ou moradia (o empregado</p><p>normal pode ter esse desconto);</p><p> Salário-mínimo;</p><p> Jornada de Trabalho de 8h diárias e 44 semanais;</p><p> Horas Extras com adicional de 50%;</p><p> Adicional noturno;</p><p> Irredutibilidade salarial;</p><p> Repouso semanal remunerado;</p><p> Aviso prévio;</p><p> 13º salário;</p><p> Licença maternidade de 120 dias;</p><p> Salário maternidade pago diretamente pelo INSS;</p><p> Licença paternidade de 5 dias;</p><p> Férias de 30 dias corridos acrescidos de 1/3;</p><p> FGTS (art. 34 da LC nº 150);</p><p> Seguro-desemprego;</p><p> Estabilidade da gestante;</p><p> Benefícios previdenciários, inclusive aposentadoria;</p><p> As férias podem ser fracionadas em até 2 períodos, sendo um com no mínimo de 14 dias</p><p>corridos, conforme art. 17, §2º da Lei complementar n. 150).</p><p>d) Principais diferenças entre empregado doméstico e trabalhador normal</p><p>Empregada</p><p>Doméstica</p><p>Continuidade</p><p>Trabalho contínuo por</p><p>mais de dois dias gera</p><p>vínculo empregatício.</p><p>Diarista</p><p>Eventualidade</p><p>Trabalho eventual até</p><p>dois dias seguidos</p><p>não gera vínculo.</p><p>75</p><p>Lei complementar 150/2015</p><p>Art. 1º - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma</p><p>contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à</p><p>família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o</p><p>disposto nesta Lei.</p><p>Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para</p><p>desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da</p><p>Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481, de 12 de junho</p><p>de 2008.</p><p>Art. 3º - Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não</p><p>exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais.</p><p>§ 1º O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será proporcional a</p><p>sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo integral.</p><p>§ 2º A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poderá ser</p><p>acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora diária,</p><p>mediante acordo escrito entre empregador e empregado, aplicando-se-lhe, ainda, o</p><p>disposto nos §§ 2º e 3º do art. 2º, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias.</p><p>Art. 10 - É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário</p><p>de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de</p><p>descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.</p><p>§ 1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange</p><p>os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados,</p><p>e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno,</p><p>quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 da Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e o art. 9o</p><p>da Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949.</p><p>Art. 11 - Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando</p><p>serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no</p><p>período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o</p><p>art. 2o.</p><p>§ 1º O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será condicionado</p><p>à prévia existência de acordo escrito entre as partes.</p><p>§ 2º A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por</p><p>cento) superior ao valor do salário-hora normal.</p><p>§ 3º O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido em acréscimo</p><p>no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado.</p><p>Art. 12 - É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por</p><p>qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.</p><p>Art. 13. - É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período</p><p>de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio</p><p>acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.</p><p>§ 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser</p><p>desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma)</p><p>hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.</p><p>§ 2º Em caso de modificação do intervalo, na forma do § 1o, é obrigatória a sua anotação</p><p>no registro diário de horário, vedada sua pré-anotação.</p><p>Art. 22. O empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros e dois</p><p>décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado,</p><p>destinada ao pagamento da indenização compensatória da perda do emprego, sem justa</p><p>causa ou por culpa do empregador, não se aplicando ao empregado doméstico o disposto</p><p>nos§§ 1o a 3o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.</p><p>76</p><p>§ 1º Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato de</p><p>trabalho por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado</p><p>doméstico, os valores previstos no caput serão movimentados pelo empregador.</p><p>§ 2º Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previstos no caput será</p><p>movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo</p><p>empregador.</p><p>§ 3º Os valores previstos no caput serão depositados na conta vinculada do empregado,</p><p>em variação distinta daquela em que se encontrarem os valores oriundos dos depósitos</p><p>de que trata o inciso IV do art. 34 desta Lei, e somente poderão ser movimentados por</p><p>ocasião da rescisão contratual.</p><p>§ 4º À importância monetária de que trata o caput, aplicam-se as disposições da Lei no</p><p>8.036, de 11 de maio de 1990, e da Lei no 8.844, de 20 de janeiro de 1994, inclusive</p><p>quanto a sujeição passiva e equiparações, prazo de recolhimento, administração,</p><p>fiscalização, lançamento, consulta, cobrança, garantias, processo administrativo de</p><p>determinação e exigência de créditos tributários federais.</p><p>9.12. Empregado Rural (Lei nº 5.889/73)</p><p>O empregado rural com a CF/88 passou a ter equiparação de direito com os empregados</p><p>urbanos, inclusive no que se refere a prescrição.</p><p>SÚMULA 196 DO STF - Ainda que exerça atividade rural, o empregado de empresa</p><p>industrial ou comercial é classificado de acordo com a categoria do empregador.</p><p>Peculiaridades:</p><p>a) Aviso-Prévio: O empregado rural quando notificado pelo empregador do aviso-prévio</p><p>tem direito a redução de 1 dia por semana para buscar novo emprego.</p><p>b) Intervalo Intrajornada: Será dado de acordo com os usos e costumes da região, não</p><p>sendo, porém inferior a uma hora no caso de jornada superior a 6 horas diárias.</p><p>c) Trabalho noturno: Trabalho noturno do empregado rural difere nos seguintes quesitos</p><p>do trabalhador urbano:</p><p>*Para todos verem: esquema</p><p>HORA NOTURNA DO</p><p>TRABALHADOR</p><p>RURAL</p><p>Lavoura Entre 21h e 5h</p><p>Pecuária Entre 20h e 4h</p><p>77</p><p>** Para ambos conta-se hora cheia (60min).</p><p>d) Salário utilidade: há possibilidade de pagamento do salário com utilidades, respeitando</p><p>o seguinte: 20% para moradia e 25% para alimentação.</p><p>9.13 Advogado (Lei nº 8.906/94)</p><p>Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para</p><p>empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40</p><p>(quarenta) horas semanais. (Redação dada pela Lei nº 14.365, de 2022)</p><p>§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o</p><p>advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu</p><p>escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com</p><p>transporte, hospedagem e alimentação.</p><p>§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um</p><p>adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo</p><p>contrato escrito.</p><p>§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia</p><p>seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por</p><p>cento.</p><p>Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os</p><p>honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados.</p><p>Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de</p><p>sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma</p><p>estabelecida em acordo.</p><p>OJ n. 403 da SDI-1 do TST - ADVOGADO EMPREGADO. CONTRATAÇÃO ANTERIOR</p><p>A LEI Nº 8.906, de 04.07.1994. JORNADA DE TRABALHO MANTIDA COM O ADVENTO</p><p>DA LEI. DEDICAÇÃO EXCLUSIVA. CARACTERIZAÇÃO.</p><p>O advogado empregado contratado para jornada de 40 horas semanais, antes da edição</p><p>da Lei nº 8.906, de 04.07.1994, está sujeito ao regime de dedicação exclusiva disposto no</p><p>art. 20 da referida lei, pelo que não tem direito à jornada de 20 horas semanais ou 4 diárias.</p><p>9.14. Outras espécies de relação de trabalho</p><p>9.14.1 Estágio</p><p>a) Conceito</p><p>O estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho</p><p>que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o</p><p>ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio,</p><p>de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da</p><p>educação de jovens e adultos (CAIRO Jr., 2015).</p><p>A relação, nesse caso, é triangular, com a participação da empresa, do órgão público ou</p><p>do profissional liberal, denominada de parte concedente; do estudante e da instituição de ensino,</p><p>78</p><p>mediante ajuste de termo de compromisso. Existe, ainda, a figura dos agentes de integração (Ex.</p><p>CIEE), que podem ser públicos ou privados, e atuam com o propósito de intermediar a inserção</p><p>dos estudantes nos estágios oferecidos pelas partes concedentes. (CAIRO Jr., 2015, p. 161).</p><p>*Para todos verem: esquema</p><p>b) Requisitos de validade</p><p>O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, desde que observados os</p><p>seguintes requisitos:</p><p>REQUISITOS DE VALIDADE:</p><p> Matrícula e frequência regular do educando no curso;</p><p> Celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio</p><p>e a instituição de ensino;</p><p> Compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no</p><p>termo de compromisso;</p><p> Acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por</p><p>supervisor da parte concedente, comprovado por meios de visto e relatórios obrigatórios.</p><p>c) Principais obrigações</p><p>Estudante</p><p>Parte</p><p>concedente</p><p>Instituição</p><p>de Ensino</p><p>79</p><p>Listam-se as principais obrigações e restrições instituídas pela Lei n. 11. 788/2008,</p><p>principalmente para a parte concedente (CAIRO Jr., 2015, P. 160):</p><p> Limitação do número de estagiários por estabelecimento, salvo no caso de estudantes de</p><p>nível superior e de nível profissional: de 1 a 5 empregados – 1 estagiário | de 6 a 10</p><p>empregados – até 2 estagiários | de 11 a 25 empregados – até 5 estagiários;</p><p> Prazo máximo de dois anos, salvo quando se tratar de estagiário portador de</p><p>necessidades especiais;</p><p> Reserva de 10% das vagas de estágio para estudantes portadores de necessidades</p><p>especiais;</p><p> Obrigações especificas para a parte concedente, como por exemplo: a indicação de</p><p>empregado de seu quadro pessoal, com formação ou experiência profissional na área de</p><p>conhecimento desenvolvida no curso do estágio, para orientar e supervisionar até 10</p><p>estagiários simultaneamente, e o envio à instituição de ensino, com periodicidade mínima</p><p>de 6 meses, de relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.</p><p>9.14.2 Trabalho Voluntário</p><p>A Lei n. 9.608/98 disciplina o exercício do trabalho voluntário, conceituando-o no artigo 1º:</p><p>Art. 1º - Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não</p><p>remunerada, prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer</p><p>natureza, ou à instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos</p><p>cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência</p><p>social, inclusive mutualidade.</p><p>Trata-se de contrato formal efetivado por instrumento escrito, denominado pela lei de</p><p>termo de adesão, entre a entidade e o prestador de serviço voluntário, com o registro do objeto</p><p>e as condições de seu exercício. A entidade que se beneficia do serviço voluntário fica obrigada</p><p>a ressarcir o trabalhador pelas despesas necessárias à sua consecução, desde que haja</p><p>comprovação do desembolso respectivo. (CAIRO Jr., 2015, p. 169).</p><p>ATENÇÃO:</p><p>O trabalho voluntário é admitido em entidades privadas, desde que não possuem fins lucrativos</p><p>e tenham objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência</p><p>social, inclusive mutualidade.</p><p>80</p><p>9.14.3 Autônomo</p><p>A prestação de serviços autônomos é aquela que é executada por conta e risco da pessoa</p><p>do trabalhador, ou simplesmente trabalho por conta própria. Representa uma das espécies do</p><p>gênero relação de trabalho lato sensu, da qual faz parte, também, as relações derivadas do</p><p>contrato de empreitada, do contrato de representação comercial, da prestação de serviços dos</p><p>profissionais liberais, como advogados, médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos, desde que</p><p>não haja subordinação. (CAIRO Jr., 2015, p. 148)</p><p>Para Sérgio Pinto Martins (2005, P. 186), trabalhador autônomo é “a pessoa física que</p><p>presta serviços habitualmente por conta própria a uma ou mais de uma pessoa, assumindo os</p><p>riscos de sua atividade econômica”.</p><p>SINTETIZANDO: Existe ausência de subordinação jurídica para o trabalhador autônomo.</p><p>Art. 442-B da CLT - A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades</p><p>legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de</p><p>empregado prevista no art. 3o desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>9.14.4 Eventual</p><p>Como já exposto, a não-eventualidade na prestação de serviços constitui elemento</p><p>caracterizador da relação empregatícia. Se o empresário necessita por em marcha uma atividade</p><p>eventual, qual seja, que não tenha caráter de permanência, no que se refere ao objeto do seu</p><p>empreendimento e necessita de trabalhadores para executar as tarefas ligadas a essa atividade,</p><p>não haverá relação empregatícia, mas sim uma outra, de relação de trabalho, e os trabalhadores</p><p>serão denominados eventuais. Ex.: Um empresário necessita realizar obras de construção civil</p><p>para uma reforma. Se essa atividade não for objeto do seu contrato social, a prestação de</p><p>serviços daí decorrente será do tipo eventual.</p><p>9.14.5 Avulso</p><p>Trabalhador avulso é aquele que presta serviços para terceiros, por intermédio de uma</p><p>terceira pessoa.</p><p>81</p><p>Maurício Godinho Delgado (2011, p. 338),</p><p>afirma que o trabalhador avulso se assemelha</p><p>ao trabalhador eventual “que oferta sua força de trabalho, por curtos períodos de tempo, a</p><p>distintos tomadores, sem se fixar especificamente a qualquer deles”, com a particularidade de</p><p>que, no primeiro caso, existe uma entidade que faz a intermediação de mão-de-obra.</p><p>O art. 7º, XXXIV da CF, garante “igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo</p><p>empregatício permanente e o trabalhador avulso”.</p><p>De acordo com os arts. 643, § 3º da CLT e 652, V da CLT, a Justiça do Trabalho é</p><p>competente para julgar as ações dos trabalhadores avulsos.</p><p>Art. 643 da CLT - Os dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores</p><p>bem como de trabalhadores avulsos e seus tomadores de serviços, em atividades</p><p>reguladas na legislação social, serão dirimidos pela Justiça do Trabalho, de acordo com o</p><p>presente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho.</p><p>§ 3º - A Justiça do Trabalho é competente, ainda, para processar e julgar as ações entre</p><p>trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão-de-Obra -</p><p>OGMO decorrentes da relação de trabalho.</p><p>Art. 652 da CLT - Compete às Juntas de Conciliação e Julgamento:</p><p>V - as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor</p><p>de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho.</p><p>82</p><p>10. FGTS</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi instituído pela Lei n. 5.108/66, como</p><p>regime alternativo ao sistema da estabilidade decenal assegurado pelo CLT.</p><p>A CF/88 tornou obrigatório o regime do FGTS, eliminando do ordenamento jurídico o</p><p>sistema de estabilidade após 10 anos de serviço.</p><p>Art. 7º da CF - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem</p><p>à melhoria de sua condição social;</p><p>III – Fundo de garantia por tempo de serviços.</p><p>O FGTS é um fundo formado por depósitos mensais em uma conta vinculada aberta em</p><p>nome do empregado e tem como objetivo principal propiciar auxílio financeiro ao trabalhador</p><p>durante o período que permanecer desempregado. É, também, uma forma de inibir o empregador</p><p>de despedir o empregado sem que tenha havida a prática de ato faltoso, pois, nesse caso, terá</p><p>que arcar com o pagamento de um acréscimo de 40% sobre o total dos depósitos efetuados na</p><p>conta vinculada do trabalhador. (CAIRO Jr., 2015, p. 787).</p><p>O valor do FGTS é de 8% sobre a remuneração do empregado e no caso do empregado</p><p>aprendiz é no valor de 2%.</p><p>Súmula nº 63 do TST - FUNDO DE GARANTIA (mantida). A contribuição para o Fundo de</p><p>Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado,</p><p>inclusive horas extras e adicionais eventuais.</p><p>Súmula nº 305 do TST - FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA</p><p>SOBRE O AVISO PRÉVIO (mantida)</p><p>O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a</p><p>contribuição para o FGTS.</p><p>OJ. n. 232 da SDI-1 do TST - FGTS. INCIDÊNCIA. EMPREGADO TRANSFERIDO PARA</p><p>O EXTERIOR. REMUNERAÇÃO (inserida em 20.06.2001). O FGTS incide sobre todas as</p><p>parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude de prestação de serviços</p><p>no exterior.</p><p>Previsão: Lei nº 8.036/90 e Art. 7º, III da CF/88</p><p>83</p><p>EM SÍNTESE:</p><p>Quem tem direito:</p><p> Empregados</p><p> Avulsos</p><p> Aprendizes</p><p> Empregado Doméstico</p><p>10.1 Regras para depósito de FGTS</p><p>Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a</p><p>depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância</p><p>correspondente a oito por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada</p><p>trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os art. 457 e art. 458 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, e a</p><p>Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. (Redação dada</p><p>pela Medida Provisória nº 1,107, de 2022) (Produção de efeitos)</p><p>§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou</p><p>de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos</p><p>Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir</p><p>trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial,</p><p>encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra,</p><p>independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha</p><p>obrigar-se.</p><p>§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a</p><p>locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os</p><p>servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.</p><p>§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que</p><p>vier a ser prevista em lei.</p><p>§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja</p><p>deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho</p><p>de que trata o art. 16.</p><p>§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento</p><p>para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.</p><p>§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no §</p><p>9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.</p><p>§ 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo</p><p>reduzida para dois por cento.</p><p>10.2 Da multa dos 40% sobre o FGTS</p><p>Quando é do empregador a iniciativa de extinguir o contrato de trabalho sem opor qualquer</p><p>motivo, fenômeno também denominado de despedida sem justa causa, deverá arcar com o</p><p>pagamento de uma quantia equivalente a 40% do saldo existente na conta vinculada do seu</p><p>84</p><p>empregado. Apesar de ser devido ao empregado quando da extinção do pacto laboral, ainda</p><p>assim dever ser depositado em sua conta vinculada, para saque posterior juntamente com o</p><p>saldo disponível. (CAIRO Jr., 2015, p. 795)</p><p>Essa multa vai de encontro com a aplicação do princípio da continuidade da relação do</p><p>emprego e da finalidade do FGTS em substituir o sistema de estabilidade decimal anteriormente</p><p>existente, visando dificultar a extinção do pacto laboral sem justo motivo, e é regulamentada pelo</p><p>art. 18 da Lei 8.036/90:</p><p>Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este</p><p>obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos</p><p>depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não</p><p>houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.</p><p>§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na</p><p>conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do</p><p>montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do</p><p>contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.</p><p>§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela</p><p>Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.</p><p>§ 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar da documentação</p><p>comprobatória do recolhimento dos valores devidos a título de rescisão do contrato de</p><p>trabalho, observado o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador,</p><p>exclusivamente, quanto aos valores discriminados.</p><p>OJ n. 42. da SBDI-1 do TST. FGTS. MULTA DE 40%</p><p>I - É devida a multa do FGTS sobre os saques corrigidos monetariamente ocorridos na</p><p>vigência do contrato de trabalho. Art. 18, § 1º, da Lei nº 8.036/90 e art. 9º, § 1º, do Decreto</p><p>nº 99.684/90.</p><p>II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta</p><p>vinculada na data do efetivo</p><p>pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a</p><p>projeção do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal.</p><p>10.3 Hipóteses de Saque</p><p>As hipóteses de saques estão previstas no art. 20 e seguintes, da mesma Lei, ao qual</p><p>destacamos as seguintes situações:</p><p> Despedida sem justa causa;</p><p> Despedida indireta;</p><p> Extinção da empresa;</p><p> Aposentadoria do INSS;</p><p> Desastre natural com autorização do governo;</p><p>85</p><p> Aquisição de moradia;</p><p> Conta inativa por mais de 3 anos;</p><p> HIV ou câncer;</p><p> Avulso, sem trabalhar por 90 dias;</p><p> Idade superior a 70 anos;</p><p> Extinção normal do contrato a termo;</p><p> Falecimento do empregado;</p><p> Portador de deficiência para aquisição órtese ou prótese para promoção de acessibilidade</p><p>e de inclusão social;</p><p> No mês de aniversário.</p><p>86</p><p>11. Lei Geral de Proteção de Dados</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018</p><p>11.1 Disposições Iniciais</p><p>Embora muitas pessoas tenham o pensamento que a regulamentação de dados no Brasil</p><p>somente teve início com a Lei Geral de Proteção de Dados, importante destacar que esse não é</p><p>um tema novo na Legislação.</p><p>Assim a proteção de dados é voltada apenas para a personalidade das pessoas naturais,</p><p>não sendo aplicado a proteção de dados de pessoas jurídicas. E, o tema da personalidade da</p><p>pessoa natural é explicado no Código Civil em seus artigos 11ª ao 21ª.</p><p>As normas gerais contidas na LGPD são de interesse nacional e devem ser</p><p>observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Nesse sentido, temos a aplicação</p><p>da lei de maneira harmônica em todos os entes da federação brasileira.</p><p>11.1.1 Dos Princípios e Fundamentos</p><p>A disciplina da proteção de dados pessoais nos termos do art. 2 da LGPD tem como</p><p>princípios e fundamentos:</p><p>I – o respeito a privacidade</p><p>A constituição em seu art. 5, X, não fala em privacidade, mas sim intimidade, vida privada,</p><p>honra e imagem das pessoas.</p><p>II - a autodeterminação informativa;</p><p>III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;</p><p>IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;</p><p>87</p><p>Nos termos do art. 5, X da CF “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a</p><p>imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente</p><p>de sua violação”.</p><p>V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;</p><p>VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e</p><p>A livre iniciativa e a livre concorrência, além de serem princípios da LGDP também são</p><p>considerados princípios da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1, IV da CF.</p><p>VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o</p><p>exercício da cidadania pelas pessoas naturais.</p><p>11.1.2 Da aplicação da LGPD</p><p>Conforme disposto no art. 3 a LGPD aplica-se a qualquer operação de tratamento</p><p>realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,</p><p>independentemente do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados,</p><p>desde que:</p><p>I - a operação de tratamento seja realizada no território nacional;</p><p>Excetua-se do disposto no inciso I o tratamento de dados provenientes de fora do território</p><p>nacional e que não sejam objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes de</p><p>tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional de dados com outro país que não</p><p>o dê proveniência, desde que o país de proveniência proporcione grau de proteção de dados</p><p>pessoais adequado ao previsto nesta Lei.</p><p>Consideram-se coletados no território nacional os dados pessoais cujo titular nele se</p><p>encontre no momento da coleta.</p><p>II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de bens ou</p><p>serviços ou o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional; ou</p><p>III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no território nacional.</p><p>Antes de entrar no disposto do art. 4 da LGPD, que indica quando não se aplica tratamento</p><p>de dados, importante esclarecer os conceitos de pessoas físicas e jurídicas previsto no</p><p>ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>88</p><p>As pessoas jurídicas encontram-se regulamentadas no art. 40 ao 52 do Código Civil.</p><p>Assim, tanto a pessoa física como a pessoa jurídica possuem direitos e obrigações</p><p>previstas no ordenamento jurídico. E, quanto a pessoas jurídicas, a legislação ainda estabelece</p><p>os diferentes tipos e formas de constituição.</p><p>Já o art. 4º informa que a LGPD não se aplica ao tratamento de dados pessoais:</p><p>I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente particulares e não econômicos;</p><p>II - realizado para fins exclusivamente:</p><p>a) jornalístico e artísticos; ou</p><p>b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 desta Lei;</p><p>III - realizado para fins exclusivos de:</p><p>a) segurança pública;</p><p>b) defesa nacional;</p><p>c) segurança do Estado; ou</p><p>d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou</p><p>OBSERVAÇÕES:</p><p>O tratamento de dados pessoais previsto no item III será regido por legislação específica, que</p><p>deverá prever medidas proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse</p><p>público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de proteção e os direitos do</p><p>titular previstos nesta Lei.</p><p>É vedado o tratamento dos dados a que se refere o item III do caput deste artigo por pessoa de</p><p>direito privado, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que</p><p>serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que deverão observar limitações.</p><p>A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou recomendações referentes às exceções</p><p>previstas no item III do caput e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impacto à</p><p>proteção de dados pessoais.</p><p>Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco de dados de que trata o item</p><p>III poderá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que possua capital</p><p>integralmente constituído pelo poder público.</p><p>IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam objeto de comunicação,</p><p>uso compartilhado de dados com agentes de tratamento brasileiros ou objeto de</p><p>transferência internacional de dados com outro país que não o de proveniência, desde que</p><p>o país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pessoais adequado ao</p><p>previsto na LGPD.</p><p>89</p><p>11.1.3 Novos conceitos</p><p>O art. 5 da LGPD traz alguns conceitos importantes para o entendimento da matéria</p><p>relativa a proteção de dados:</p><p>I - Dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;</p><p>II - Dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa,</p><p>opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou</p><p>político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando</p><p>vinculado a uma pessoa natural;</p><p>III - Dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando</p><p>a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento;</p><p>IV - Banco de Dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em</p><p>vários locais, em suporte eletrônico ou físico;</p><p>V - Titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de</p><p>tratamento;</p><p>VI - Controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem</p><p>competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;</p><p>VII - Operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o</p><p>tratamento de dados pessoais em nome do controlador;</p><p>VIII - Encarregado: pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de</p><p>comunicação entre o controlador,</p><p>os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de</p><p>Proteção de Dados (ANPD);</p><p>IX - Agentes de tratamento: o controlador e o operador;</p><p>X - Tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a</p><p>coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão,</p><p>distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou</p><p>controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração;</p><p>XI - Anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis no momento do</p><p>tratamento, por meio dos quais um dado perde a possibilidade de associação, direta ou</p><p>indireta, a um indivíduo;</p><p>XII - Consentimento: manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular</p><p>concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada;</p><p>XIII - Bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação de tratamento, mediante</p><p>guarda do dado pessoal ou do banco de dados;</p><p>XIV - Eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados armazenados em banco de</p><p>dados, independentemente do procedimento empregado;</p><p>XV - Transferência Internacional de Dados: transferência de dados pessoais para país</p><p>estrangeiro ou organismo internacional do qual o país seja membro;</p><p>XVI - Uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, transferência internacional,</p><p>interconexão de dados pessoais ou tratamento compartilhado de bancos de dados</p><p>pessoais por órgãos e entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,</p><p>ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização específica, para uma</p><p>ou mais modalidades de tratamento permitidas por esses entes públicos, ou entre entes</p><p>privados;</p><p>XVII - Relatório de impacto à proteção de dados pessoais: documentação do controlador</p><p>que contém a descrição dos processos de tratamento de dados pessoais que podem gerar</p><p>riscos às liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas</p><p>e mecanismos de mitigação de risco;</p><p>XVIII - Órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta</p><p>ou pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis</p><p>brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em seu</p><p>90</p><p>objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de caráter histórico, científico,</p><p>tecnológico ou estatístico; e</p><p>XIX - Autoridade Nacional: órgão da administração pública responsável por zelar,</p><p>implementar e fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo o território nacional.</p><p>11.2 Do Tratamento dos Dados</p><p>11.2.1 Princípios e hipóteses de realização</p><p>As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os seguintes</p><p>princípios, nos termos do art. 6 da LGPD:</p><p>I - Finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e</p><p>informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível</p><p>com essas finalidades;</p><p>II - Adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de</p><p>acordo com o contexto do tratamento;</p><p>III - Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas</p><p>finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em</p><p>relação às finalidades do tratamento de dados;</p><p>IV - Livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e</p><p>a duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;</p><p>V - Qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e</p><p>atualização dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade</p><p>de seu tratamento;</p><p>VI - Transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente</p><p>acessíveis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento,</p><p>observados os segredos comercial e industrial;</p><p>VII - Segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os</p><p>dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de</p><p>destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;</p><p>VIII - Prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do</p><p>tratamento de dados pessoais;</p><p>IX - Não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins</p><p>discriminatórios ilícitos ou abusivos;</p><p>X - Responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de</p><p>medidas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de</p><p>proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.</p><p>11.2.2 Das hipóteses de tratamento de dados</p><p>O tratamento de dados pessoais conforme disposto no art. 7 da LGPD somente poderá</p><p>ser realizado nas seguintes hipóteses:</p><p>I - Mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;</p><p>91</p><p>O controlador que obteve o consentimento do titular que necessitar comunicar ou</p><p>compartilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consentimento específico</p><p>do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta</p><p>Lei.</p><p>Levando em consideração as mudanças estabelecidas com o GDPR tem-se que as</p><p>condições de consentimento foram reforçadas e as empresas não podem mais usar termos e</p><p>condições longos e ilegíveis, cheios de legalistas. O pedido de consentimento deve ser dado de</p><p>uma forma inteligível e de fácil acesso, com o propósito de processamento de dados anexado a</p><p>esse consentimento. O consentimento deve ser claro e distinguível de outros assuntos e ser</p><p>fornecido de uma forma inteligível e de fácil acesso, usando linguagem clara e objetiva. Deve ser</p><p>tão fácil retirar o consentimento quando dar. (TEIXEIRA; ARMELIN. 2020, pg. 56)</p><p>II - Para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;</p><p>O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a finalidade, a</p><p>boa-fé e o interesse público que justificaram sua disponibilização.</p><p>O cumprimento de uma obrigação legal ou regulatória consiste no controlador poder tratar</p><p>dados pessoais, mesmo sem o consentimento do titular, quando tiver que cumprir alguma</p><p>determinação legal ou regulamentação. Pode-se citar, por exemplo, o caso de um empregador</p><p>que necessite informar os dados do seu empregado para fins da seguridade social ou mesmo</p><p>em casos de fiscalização do Ministério do Trabalho. O empregador não precisará de</p><p>consentimento do seu empregado para tratar dados pessoais de seus empregados. Nesse caso,</p><p>porém, quando da contratação de seu funcionário o empregador terá que informá-lo dentro de</p><p>quais possibilidades seus dados poderão tratados. (TEIXEIRA; ARMELIN. 2020, pg. 56-57)</p><p>III - Pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados</p><p>necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou</p><p>respaldadas em contratos, convênios ou instrumentos congêneres;</p><p>O inciso III possibilita que a Administração Pública trate dados, mas delimita esse</p><p>tratamento a utilização do mesmo para a consecução de políticas públicas previstas em lei ou</p><p>regulamentos. A realidade é que o Poder Público é um dos grandes agentes de tratamento de</p><p>dados e isso se deve ao fato de que visa o bem coletivo, demandando a coleta de dados pessoais</p><p>92</p><p>para a consecução de políticas públicas, o que justifica a ausência de consentimento para esse</p><p>fim. (TEIXEIRA; ARMELIN. 2020, pg. 57)</p><p>IV - Para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível,</p><p>a anonimização1 dos dados pessoais;</p><p>Uma empresa poderá utilizar-se da base legal prevista no inciso IV quando, por exemplo,</p><p>tratar dados pessoais para efetuar a entrega de uma mercadoria, já que está um contrato. Ou,</p><p>para consultar o CEP de um cliente visando o cálculo de frete, por ser um procedimento</p><p>preliminar relacionado a um contrato, a pedido do titular de dados.</p><p>(TEIXEIRA; ARMELIN. 2020,</p><p>pg. 57)</p><p>V - Quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares</p><p>relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;</p><p>VI - Para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral,</p><p>esse último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);</p><p>VII - Para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;</p><p>Nesse inciso, temos uma flexibilização do princípio da privacidade face ao princípio da</p><p>preservação da vida.</p><p>VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais</p><p>de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;</p><p>Esse inciso complementar o anterior, porém sendo específica para uma situação de tutela</p><p>de saúde do titular dos dados.</p><p>IX - Quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de</p><p>terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que</p><p>exijam a proteção dos dados pessoais; ou</p><p>X - Para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.</p><p>11.2.3 Do consentimento e acesso aos dados pelo titular</p><p>O fornecimento de consentimento pelo titular deverá ser fornecido por escrito ou por outro</p><p>meio que demonstre a manifestação de vontade do titular.</p><p>1 Dado relativo a titular que não possa ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e</p><p>disponíveis na ocasião de seu tratamento;</p><p>93</p><p>Deve existir um consentimento para cada fim específico ao qual poderá ser realizado o</p><p>tratamento de dados, sendo que essa regra, também irá valer, para a revogação do</p><p>consentimento.</p><p>Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse deverá constar de cláusula</p><p>destacada das demais cláusulas contratuais. Importante frisar que cabe ao controlador o ônus</p><p>da prova de que o consentimento foi obtido em conformidade com o disposto na LGPD.</p><p>É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício de consentimento. O</p><p>consentimento deverá referir-se a finalidades determinadas, e as autorizações genéricas para o</p><p>tratamento de dados pessoais serão nulas.</p><p>O consentimento pode ser revogado a qualquer momento mediante manifestação</p><p>expressa do titular, por procedimento gratuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados</p><p>sob amparo do consentimento anteriormente manifestado enquanto não houver requerimento de</p><p>eliminação.</p><p>Em caso de alteração de informação referida nos incisos I, II, III ou V do art. 9º desta</p><p>LGPD, o controlador deverá informar ao titular, com destaque de forma específica do teor das</p><p>alterações, podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, revogá-lo caso</p><p>discorde da alteração.</p><p>11.2.4 Do consentimento e acesso aos dados pelo titular da informação</p><p>Nos termos do art. 9 da LGPD, o titular tem direito ao acesso facilitado às informações</p><p>sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibilizadas de forma clara, adequada e</p><p>ostensiva acerca de, entre outras características previstas em regulamentação para o</p><p>atendimento do princípio do livre acesso:</p><p>I - finalidade específica do tratamento;</p><p>II - forma e duração do tratamento, observados os segredos comercial e industrial;</p><p>III - identificação do controlador;</p><p>IV - informações de contato do controlador;</p><p>V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo controlador e a finalidade;</p><p>VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; e</p><p>VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos contidos no art. 18 da LGPD.</p><p>94</p><p>Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse será considerado nulo caso as</p><p>informações fornecidas ao titular tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido</p><p>apresentadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.</p><p>Já na situação em que o consentimento é requerido, se houver mudanças da finalidade</p><p>para o tratamento de dados pessoais não compatíveis com o consentimento original, o</p><p>controlador deverá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalidade, podendo o</p><p>titular revogar o consentimento, caso discorde das alterações.</p><p>Quando o tratamento de dados pessoais for condição para o fornecimento de produto ou</p><p>de serviço ou para o exercício de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato</p><p>e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados no art. 18 da LGPD.</p><p>11.2.5 Do legítimo interesse</p><p>O legítimo interesse do controlador previsto no art. 10 da LGPD somente poderá</p><p>fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legítimas, consideradas a partir de</p><p>situações concretas, que incluem, mas não se limitam a:</p><p>I - apoio e promoção de atividades do controlador; e</p><p>II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus direitos ou prestação de</p><p>serviços que o beneficiem, respeitadas as legítimas expectativas dele e os direitos e</p><p>liberdades fundamentais, nos termos da LGPD.</p><p>Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do controlador, somente os dados</p><p>pessoais estritamente necessários para a finalidade pretendida poderão ser tratados.</p><p>O controlador deverá adotar medidas para garantir a transparência do tratamento de</p><p>dados baseado em seu legítimo interesse.</p><p>A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador relatório de impacto à proteção de</p><p>dados pessoais, quando o tratamento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados</p><p>os segredos comercial e industrial.</p><p>Assim, temos que o legítimo interesse foi instituído como uma possibilidade de tratamento</p><p>de dados, para cumprir a ideia que a LPGD trará ao país desenvolvimento econômico e</p><p>tecnológico.</p><p>11.2.6 Do tratamento de dados pessoais sensíveis</p><p>95</p><p>O tratamento de dados pessoais sensíveis previsto no art. 15 da LGPD somente poderá</p><p>ocorrer nas seguintes hipóteses:</p><p>I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada,</p><p>para finalidades específicas;</p><p>II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável</p><p>para:</p><p>a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;</p><p>b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração</p><p>pública, de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos;</p><p>c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a</p><p>anonimização dos dados pessoais sensíveis;</p><p>d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo</p><p>e arbitral, este último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de</p><p>Arbitragem);</p><p>e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;</p><p>f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde,</p><p>serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou</p><p>g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação</p><p>e autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos</p><p>mencionados no art. 9º da LGPD e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades</p><p>fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.</p><p>Aplica-se as regras acima mencionadas a qualquer tratamento de dados pessoais que</p><p>revele dados pessoais sensíveis e que possa causar dano ao titular, ressalvado o disposto em</p><p>legislação específica.</p><p>Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do inciso II2 do art. 15 da LGPD,</p><p>pelos órgãos e pelas entidades públicas, será dada publicidade à referida dispensa de</p><p>consentimento, nos termos do inciso I do caput do art. 23 da LGPD.</p><p>A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais sensíveis entre controladores</p><p>com objetivo de obter vantagem econômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação</p><p>por parte da autoridade nacional,</p><p>ouvidos os órgãos setoriais do Poder Público, no âmbito de</p><p>suas competências.</p><p>É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre controladores de dados pessoais</p><p>sensíveis referentes à saúde com objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses</p><p>relativas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica e de assistência à saúde,</p><p>2 II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável para:</p><p>a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;</p><p>b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública, de políticas públicas</p><p>previstas em leis ou regulamentos;</p><p>96</p><p>desde que observado o § 5º do art. 11 da LGPD, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e</p><p>terapia, em benefício dos interesses dos titulares de dados, e para permitir:</p><p>I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou</p><p>II - as transações financeiras e administrativas resultantes do uso e da prestação dos</p><p>serviços de que trata este parágrafo.</p><p>11.2.7 Dos dados aninimizados</p><p>Os dados anonimizados previstos no art. 12 da LGPD, não serão considerados dados</p><p>pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anonimização ao qual foram</p><p>submetidos for revertido, utilizando exclusivamente meios próprios, ou quando, com esforços</p><p>razoáveis, puder ser revertido.</p><p>A determinação do que seja razoável deve levar em consideração fatores objetivos, tais</p><p>como custo e tempo necessários para reverter o processo de anonimização, de acordo com as</p><p>tecnologias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.</p><p>Poderão ser igualmente considerados como dados pessoais, para os fins desta Lei,</p><p>aqueles utilizados para formação do perfil comportamental de determinada pessoa natural, se</p><p>identificada.</p><p>A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técnicas utilizados em processos de</p><p>anonimização e realizar verificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de</p><p>Proteção de Dados Pessoais.</p><p>11.2.8 Do tratamento de dados para estudos em saúde pública</p><p>Conforme art. 13 da LGPD, na realização de estudos em saúde pública, os órgãos de</p><p>pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que serão tratados exclusivamente</p><p>dentro do órgão e estritamente para a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos</p><p>em ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança previstas em regulamento</p><p>específico e que incluam, sempre que possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados,</p><p>bem como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e pesquisas.</p><p>A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do estudo ou da pesquisa de que</p><p>trata o caput deste artigo em nenhuma hipótese poderá revelar dados pessoais.</p><p>97</p><p>O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da informação, não permitida,</p><p>em circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.</p><p>O acesso aos dados será objeto de regulamentação por parte da autoridade nacional e</p><p>das autoridades da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.</p><p>Ainda, deve-se considerar que a pseudonimização é o tratamento por meio do qual um</p><p>dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de</p><p>informação adicional mantida separadamente pelo controlador em ambiente controlado e seguro.</p><p>11.2.9 Do tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes</p><p>O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado em</p><p>seu melhor interesse, nos termos do art. 14 da LGPD.</p><p>No Brasil, existem vários dispositivos de proteção à criança e adolescente, como por</p><p>exemplo o art. 227 da CF-88 e o Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p>O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento</p><p>específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.</p><p>Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento de um dos seus</p><p>pais quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utilizados uma</p><p>única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso poderão ser</p><p>repassados a terceiro sem o consentimento do responsável pela criança.</p><p>Os controladores não deverão condicionar a participação de crianças e adolescentes em</p><p>jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações pessoais além</p><p>das estritamente necessárias à atividade.</p><p>O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o consentimento</p><p>foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecnologias disponíveis.</p><p>As informações sobre o tratamento de dados de crianças e adolescentes deverão ser</p><p>fornecidas de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras,</p><p>perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais</p><p>quando adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável</p><p>legal e adequada ao entendimento da criança.</p><p>11.2.10 Do término do tratamento de dados</p><p>98</p><p>Nos ermos do art. 15 da LGPD, o término do tratamento de dados pessoais ocorrerá nas</p><p>seguintes hipóteses:</p><p>I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os dados deixaram de ser</p><p>necessários ou pertinentes ao alcance da finalidade específica almejada;</p><p>II - fim do período de tratamento;</p><p>III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito de revogação do</p><p>consentimento conforme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse</p><p>público; ou</p><p>IV - determinação da autoridade nacional, quando houver violação ao disposto nesta Lei.</p><p>Já nos termos do art. 16 da LGPD, os dados pessoais serão eliminados após o término</p><p>de seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação</p><p>para as seguintes finalidades:</p><p>I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;</p><p>II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos</p><p>dados pessoais;</p><p>III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisitos de tratamento de dados</p><p>dispostos nesta Lei; ou</p><p>IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por terceiro, e desde que</p><p>anonimizados os dados.</p><p>11.3 Dos Direitos do Titular</p><p>Nos termos do art. 17 da LGPD, toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de</p><p>seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liberdade, de intimidade e de</p><p>privacidade, nos termos da LGPD.</p><p>Se observa, na análise do artigo, a preocupação do legislador em deixar claro, que</p><p>independentemente do local onde se encontram os dados e está sendo realizado seu tratamento,</p><p>o titular das informações é a pessoa natural, visto se tratar de seu direito de personalidade.</p><p>Conforme o art. 18 da LGPD, o titular dos dados pessoais tem direito a obter do</p><p>controlador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante</p><p>requisição:</p><p>I - confirmação da existência de tratamento;</p><p>II - acesso aos dados;</p><p>III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;</p><p>IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou</p><p>tratados em desconformidade com o disposto da LGPD;</p><p>99</p><p>V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição</p><p>expressa, de acordo com a regulamentação da autoridade nacional, observados os</p><p>segredos comercial e industrial;</p><p>VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consentimento do titular, exceto nas</p><p>hipóteses previstas no art. 16 da LGPD;</p><p>VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou</p><p>uso compartilhado de dados;</p><p>VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as</p><p>consequências da negativa;</p><p>IX -</p><p>revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º da LGPD.</p><p>O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em relação aos seus dados contra</p><p>o controlador perante a autoridade nacional.</p><p>O titular pode opor-se a tratamento realizado com fundamento em uma das hipóteses de</p><p>dispensa de consentimento, em caso de descumprimento ao disposto da LGPD.</p><p>Os direitos previstos no art. 18 da LGPD serão exercidos mediante requerimento expresso</p><p>do titular ou de representante legalmente constituído, a agente de tratamento.</p><p>Em caso de impossibilidade de adoção imediata da providência de que trata o § 3º do art.</p><p>18 da LGPD, o controlador enviará ao titular resposta, em que poderá:</p><p>I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indicar, sempre que possível,</p><p>o agente; ou</p><p>II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a adoção imediata da providência.</p><p>O requerimento referido no § 3º do art. 18 da LGPD será atendido sem custos para o</p><p>titular, nos prazos e nos termos previstos em regulamento.</p><p>O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos agentes de tratamento com os</p><p>quais tenha realizado uso compartilhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou</p><p>o bloqueio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto nos casos em que esta</p><p>comunicação seja comprovadamente impossível ou implique esforço desproporcional.</p><p>A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso V do art. 18 da LGPD não</p><p>inclui dados que já tenham sido anonimizados pelo controlador.</p><p>A confirmação de existência ou o acesso a dados pessoais serão providenciados,</p><p>mediante requisição do titular:</p><p>I - em formato simplificado, imediatamente; ou</p><p>II - por meio de declaração clara e completa, que indique a origem dos dados, a</p><p>inexistência de registro, os critérios utilizados e a finalidade do tratamento, observados os</p><p>segredos comercial e industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da</p><p>data do requerimento do titular.</p><p>100</p><p>Os dados pessoais serão armazenados em formato que favoreça o exercício do direito de</p><p>acesso.</p><p>As informações e os dados poderão ser fornecidos, a critério do titular:</p><p>I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou</p><p>II - sob forma impressa.</p><p>Quando o tratamento tiver origem no consentimento do titular ou em contrato, o titular</p><p>poderá solicitar cópia eletrônica integral de seus dados pessoais, observados os segredos</p><p>comercial e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, em formato que</p><p>permita a sua utilização subsequente, inclusive em outras operações de tratamento.</p><p>A autoridade nacional poderá dispor de forma diferenciada acerca dos prazos previstos</p><p>nos incisos I e II do do artigo 19 da LGPD para os setores específicos.</p><p>O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de decisões tomadas unicamente com</p><p>base em tratamento automatizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as</p><p>decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de consumo e de crédito ou os</p><p>aspectos de sua personalidade.</p><p>O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, informações claras e adequadas</p><p>a respeito dos critérios e dos procedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados</p><p>os segredos comercial e industrial.</p><p>Em caso de não oferecimento de informações de que trata o § 1º do art. 20 da LGPD</p><p>baseado na observância de segredo comercial e industrial, a autoridade nacional poderá realizar</p><p>auditoria para verificação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado de dados</p><p>pessoais.</p><p>Os dados pessoais referentes ao exercício regular de direitos pelo titular não podem ser</p><p>utilizados em seu prejuízo.</p><p>Nos termos do art. 22 da LGPD, a defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de</p><p>dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na forma do disposto na</p><p>legislação pertinente, acerca dos instrumentos de tutela individual e coletiva.</p><p>Ou seja, conforme acima exposto por Leonardi, algumas irregularidades são pensadas de</p><p>maneira econômica pelas empresas, visto que no Brasil, tal decisão gera lucro, face a maioria</p><p>101</p><p>das ações judiciais serem de cunho individuais, não alcançando assim, a totalidade de pessoas</p><p>lesadas.</p><p>11.4 Dos Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público</p><p>De acordo com o art. 23 da LGPD, o tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas</p><p>de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de</p><p>2011 (Lei de Acesso à Informação), deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade</p><p>pública, na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as competências legais</p><p>ou cumprir as atribuições legais do serviço público, desde que:</p><p>I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o</p><p>tratamento de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a</p><p>previsão legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução</p><p>dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios</p><p>eletrônicos;</p><p>II - seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados</p><p>pessoais, nos termos do art. 39 desta Lei; e</p><p>A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de publicidade das operações de</p><p>tratamento.</p><p>O disposto na LGPD não dispensa as pessoas jurídicas mencionadas no caput do art. 23</p><p>de instituir as autoridades de que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de</p><p>Acesso à Informação).</p><p>Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do titular perante o Poder Público</p><p>observarão o disposto em legislação específica, em especial as disposições constantes da Lei</p><p>nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data), da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de</p><p>1999 (Lei Geral do Processo Administrativo), e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011</p><p>(Lei de Acesso à Informação).</p><p>Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter privado, por delegação do Poder</p><p>Público, terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste</p><p>artigo, nos termos da LGPD.</p><p>Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso aos dados por meio eletrônico</p><p>para a administração pública, tendo em vista as finalidades de que trata o caput do art. 23 da</p><p>LGPD.</p><p>102</p><p>O art. 24 da LGPD menciona que as empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição</p><p>Federal, terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas de direito privado</p><p>particulares, nos termos da LGPD.</p><p>As empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando estiverem</p><p>operacionalizando políticas públicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento</p><p>dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público.</p><p>Os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso</p><p>compartilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à</p><p>descentralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo</p><p>público em geral.</p><p>Conforme disposto no art. 26 da LGPD, o uso compartilhado de dados pessoais pelo</p><p>Poder Público deve atender a finalidades específicas de execução de políticas públicas e</p><p>atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas, respeitados os princípios de proteção</p><p>de dados pessoais elencados no art. 6º da LGPD.</p><p>É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais constantes de</p><p>bases de dados a que tenha acesso, exceto:</p><p>I - em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência,</p><p>exclusivamente para esse fim específico e determinado, observado o disposto na Lei nº</p><p>12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação);</p><p>II - (VETADO);</p><p>III - nos casos</p><p>em que os dados forem acessíveis publicamente, observadas as</p><p>disposições desta Lei.</p><p>IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respaldada em contratos,</p><p>convênios ou instrumentos congêneres; ou</p><p>V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusivamente a prevenção de</p><p>fraudes e irregularidades, ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do titular</p><p>dos dados, desde que vedado o tratamento para outras finalidades.</p><p>A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais de pessoa jurídica de direito</p><p>público a pessoa de direito privado será informado à autoridade nacional e dependerá de</p><p>consentimento do titular, exceto:</p><p>I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas na LGPD;</p><p>II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada publicidade nos termos</p><p>do inciso I do caput do art. 23 da LGPD; ou</p><p>III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 da LGPD.</p><p>103</p><p>A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer momento, aos órgãos e às entidades</p><p>do poder público a realização de operações de tratamento de dados pessoais, informações</p><p>específicas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tratamento realizado e</p><p>poderá emitir parecer técnico complementar para garantir o cumprimento da LGPD.</p><p>A autoridade nacional poderá estabelecer normas complementares para as atividades de</p><p>comunicação e de uso compartilhado de dados pessoais.</p><p>11.4.1 Da Responsabilidade</p><p>Quando houver infração a esta Lei em decorrência do tratamento de dados pessoais por</p><p>órgãos públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer</p><p>cessar a violação.</p><p>A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Poder Público a publicação de</p><p>relatórios de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas</p><p>práticas para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.</p><p>11.5 Da transferência internacional de dados</p><p>Conforme disposto no art. 33 da LGPD, a transferência internacional de dados pessoais</p><p>somente é permitida nos seguintes casos:</p><p>I - para países ou organismos internacionais que proporcionem grau de proteção de dados</p><p>pessoais adequado ao previsto na LGPD;</p><p>As pessoas jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº</p><p>12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), no âmbito de suas</p><p>competências legais, e responsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão requerer à</p><p>autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país ou</p><p>organismo internacional.</p><p>II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de cumprimento dos princípios,</p><p>dos direitos do titular e do regime de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:</p><p>a) cláusulas contratuais específicas para determinada transferência;</p><p>b) cláusulas-padrão contratuais;</p><p>c) normas corporativas globais;</p><p>104</p><p>d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emitidos;</p><p>III - quando a transferência for necessária para a cooperação jurídica internacional entre</p><p>órgãos públicos de inteligência, de investigação e de persecução, de acordo com os</p><p>instrumentos de direito internacional;</p><p>IV - quando a transferência for necessária para a proteção da vida ou da incolumidade</p><p>física do titular ou de terceiro;</p><p>V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;</p><p>VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido em acordo de cooperação</p><p>internacional;</p><p>VII - quando a transferência for necessária para a execução de política pública ou</p><p>atribuição legal do serviço público, sendo dada publicidade nos termos do inciso I do caput</p><p>do art. 23 da LGPD.</p><p>VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento específico e em destaque para</p><p>a transferência, com informação prévia sobre o caráter internacional da operação,</p><p>distinguindo claramente esta de outras finalidades; ou</p><p>IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º</p><p>desta Lei.</p><p>O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do organismo internacional</p><p>mencionado no inciso I do caput do art. 33 da LGPD será avaliado pela autoridade nacional, que</p><p>levará em consideração:</p><p>I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de destino ou no organismo</p><p>internacional;</p><p>II - a natureza dos dados;</p><p>III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados pessoais e direitos dos</p><p>titulares previstos nesta Lei;</p><p>IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regulamento;</p><p>V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o respeito aos direitos de</p><p>proteção de dados pessoais; e</p><p>VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.</p><p>A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contratuais, bem como a verificação de</p><p>cláusulas contratuais específicas para uma determinada transferência, normas corporativas</p><p>globais ou selos, certificados e códigos de conduta, será realizada pela autoridade nacional.</p><p>Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de normas corporativas globais</p><p>submetidas à aprovação da autoridade nacional, poderão ser requeridas informações</p><p>suplementares ou realizadas diligências de verificação quanto às operações de tratamento,</p><p>quando necessário.</p><p>A autoridade nacional poderá designar organismos de certificação para a realização do</p><p>previsto no caput deste artigo, que permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em</p><p>regulamento.</p><p>Os atos realizados por organismo de certificação poderão ser revistos pela autoridade</p><p>nacional e, caso em desconformidade com a LGPD submetidos a revisão ou anulados.</p><p>105</p><p>As garantias suficientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos direitos</p><p>do titular referidas no caput deste artigo serão também analisadas de acordo com as medidas</p><p>técnicas e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto nos §§ 1º e 2º do</p><p>art. 46 da LGPD.</p><p>11.6 Dos agentes de Tratamento de Dados Pessoais</p><p>11.6.1 Do controlador e operador</p><p>O controlador e o operador devem manter registro das operações de tratamento de dados</p><p>pessoais que realizarem, especialmente quando baseado no legítimo interesse.</p><p>A autoridade nacional poderá determinar ao controlador que elabore relatório de impacto</p><p>à proteção de dados pessoais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de</p><p>tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os segredos comercial e industrial.</p><p>O relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados coletados, a metodologia</p><p>utilizada para a coleta e para a garantia da segurança das informações e a análise do controlador</p><p>com relação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco adotados.</p><p>A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de interoperabilidade para fins de</p><p>portabilidade, livre acesso aos dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos</p><p>registros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.</p><p>11.6.2 Do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais</p><p>O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais.</p><p>A identidade e as informações de contato do encarregado deverão ser divulgadas</p><p>publicamente, de forma clara e objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.</p><p>As atividades do encarregado consistem em:</p><p>I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar esclarecimentos e adotar</p><p>providências;</p><p>II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar providências;</p><p>III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das práticas a serem</p><p>tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e</p><p>IV - executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou estabelecidas em</p><p>normas complementares.</p><p>106</p><p>A autoridade nacional poderá estabelecer normas complementares sobre a definição e as</p><p>atribuições do</p><p>encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação,</p><p>conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de tratamento de dados.</p><p>11.6.3 Da Responsabilidade e do Ressarcimento de Danos</p><p>O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de</p><p>dados pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à</p><p>legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.</p><p>A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos dados:</p><p>I - o operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento quando</p><p>descumprir as obrigações da legislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido</p><p>as instruções lícitas do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao</p><p>controlador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;</p><p>II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no tratamento do qual</p><p>decorreram danos ao titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de</p><p>exclusão previstos no art. 43 da LGPD.</p><p>O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova a favor do titular dos dados</p><p>quando, a seu juízo, for verossímil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de</p><p>prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessivamente onerosa.</p><p>Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regresso contra os demais</p><p>responsáveis, na medida de sua participação no evento danoso.</p><p>Nos termos do art. 43 da LGPD, os agentes de tratamento só não serão responsabilizados</p><p>quando provarem:</p><p>I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído;</p><p>II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído,</p><p>não houve violação à legislação de proteção de dados; ou</p><p>III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiro.</p><p>107</p><p>O tratamento de dados pessoais será irregular quando deixar de observar a legislação ou</p><p>quando não fornecer a segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias</p><p>relevantes, entre as quais:</p><p>I - o modo pelo qual é realizado;</p><p>II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;</p><p>III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à época em que foi realizado.</p><p>Responde pelos danos decorrentes da violação da segurança dos dados o controlador ou</p><p>o operador que, ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 da LGPD, der</p><p>causa ao dano.</p><p>As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito das relações de consumo</p><p>permanecem sujeitas às regras de responsabilidade previstas na legislação pertinente.</p><p>11.7 Da segurança e das boas práticas</p><p>11.7.1 Da segurança e do sigilo de dados</p><p>Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e</p><p>administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações</p><p>acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de</p><p>tratamento inadequado ou ilícito.</p><p>A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técnicos mínimos para tornar aplicável</p><p>o disposto no caput deste artigo, considerados a natureza das informações tratadas, as</p><p>características específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, especialmente no caso</p><p>de dados pessoais sensíveis, assim como os princípios previstos no caput do art. 6º da LGPD.</p><p>Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha em uma das fases do</p><p>tratamento obriga-se a garantir a segurança da informação prevista na LGPD em relação aos</p><p>dados pessoais, mesmo após o seu término.</p><p>O controlador deverá comunicar à autoridade nacional e ao titular a ocorrência de</p><p>incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares.</p><p>108</p><p>A comunicação será feita em prazo razoável, conforme definido pela autoridade nacional,</p><p>e deverá mencionar, no mínimo:</p><p>I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;</p><p>II - as informações sobre os titulares envolvidos;</p><p>III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos</p><p>dados, observados os segredos comercial e industrial;</p><p>IV - os riscos relacionados ao incidente;</p><p>V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter sido imediata; e</p><p>VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do</p><p>prejuízo.</p><p>A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente e poderá, caso necessário para</p><p>a salvaguarda dos direitos dos titulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais</p><p>como:</p><p>I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e</p><p>II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.</p><p>No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual comprovação de que foram</p><p>adotadas medidas técnicas adequadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no</p><p>âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados a acessá-los.</p><p>Os sistemas utilizados para o tratamento de dados pessoais devem ser estruturados de</p><p>forma a atender aos requisitos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e</p><p>aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamentares.</p><p>11.7.2 Das Boas Práticas e da Governança</p><p>Nos termos do art. 50 da LGPD, os controladores e operadores, no âmbito de suas</p><p>competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente ou por meio de associações,</p><p>poderão formular regras de boas práticas e de governança que estabeleçam as condições de</p><p>organização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclamações e petições</p><p>de titulares, as normas de segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para os</p><p>diversos envolvidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de supervisão</p><p>e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais.</p><p>Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o operador levarão em</p><p>consideração, em relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a</p><p>109</p><p>probabilidade e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de dados do</p><p>titular.</p><p>Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII do caput do art. 6º da LGPD,</p><p>o controlador, observados a estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a</p><p>sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para os titulares dos</p><p>dados, poderá:</p><p>Art. 50 da Lei 13.709</p><p>I - implementar programa de governança em privacidade que, no mínimo:</p><p>a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar processos e políticas internas</p><p>que assegurem o cumprimento, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas</p><p>à proteção de dados pessoais;</p><p>b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que estejam sob seu controle,</p><p>independentemente do modo como se realizou sua coleta;</p><p>c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas operações, bem como à</p><p>sensibilidade dos dados tratados;</p><p>d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em processo de avaliação</p><p>sistemática de impactos e riscos à privacidade;</p><p>e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o titular, por meio de atuação</p><p>transparente e que assegure mecanismos de participação do titular;</p><p>f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e estabeleça e aplique mecanismos</p><p>de supervisão internos e externos;</p><p>g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e</p><p>h) seja atualizado constantemente com base em informações obtidas a partir de</p><p>monitoramento contínuo e avaliações periódicas;</p><p>II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança em privacidade quando</p><p>apropriado e, em especial, a pedido da autoridade nacional ou de outra entidade</p><p>responsável por promover o cumprimento de boas</p><p>práticas ou códigos de conduta, os</p><p>quais, de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.</p><p>As regras de boas práticas e de governança deverão ser publicadas e atualizadas</p><p>periodicamente e poderão ser reconhecidas e divulgadas pela autoridade nacional.</p><p>A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões técnicos que facilitem o controle</p><p>pelos titulares dos seus dados pessoais.</p><p>11.8 Da fiscalização</p><p>11.8.1 Das sanções administrativas</p><p>Conforme previsão no art. 52 da LGPD, os agentes de tratamento de dados, em razão</p><p>das infrações cometidas às normas previstas na LGPD, ficam sujeitos às seguintes sanções</p><p>administrativas aplicáveis pela autoridade nacional:</p><p>110</p><p>Art. 52 da Lei 13.709</p><p>I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas;</p><p>II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da pessoa jurídica de direito</p><p>privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos,</p><p>limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;</p><p>III - multa diária, observado o limite total a que se refere o inciso II;</p><p>IV - publicização da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência;</p><p>V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização;</p><p>VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;</p><p>VII - (VETADO);</p><p>VIII - (VETADO);</p><p>IX - (VETADO).</p><p>X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração</p><p>pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até a regularização</p><p>da atividade de tratamento pelo controlador;</p><p>XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que se refere</p><p>a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período;</p><p>XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de</p><p>dados.</p><p>As sanções serão aplicadas após procedimento administrativo que possibilite a</p><p>oportunidade da ampla defesa, de forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as</p><p>peculiaridades do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios:</p><p>I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais afetados;</p><p>II - a boa-fé do infrator;</p><p>III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;</p><p>IV - a condição econômica do infrator;</p><p>V - a reincidência;</p><p>VI - o grau do dano;</p><p>VII - a cooperação do infrator;</p><p>VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e procedimentos internos capazes</p><p>de minimizar o dano, voltados ao tratamento seguro e adequado de dados, em</p><p>consonância com o disposto no inciso II do § 2º do art. 48 da LGPD;</p><p>IX - a adoção de política de boas práticas e governança;</p><p>X - a pronta adoção de medidas corretivas; e</p><p>XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção.</p><p>A autoridade nacional definirá, por meio de regulamento próprio sobre sanções</p><p>administrativas a infrações a LGPD, que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias</p><p>que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa.</p><p>As metodologias a que se refere o caput deste artigo devem ser previamente publicadas,</p><p>para ciência dos agentes de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e</p><p>dosimetrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão conter</p><p>fundamentação detalhada de todos os seus elementos, demonstrando a observância dos</p><p>critérios previstos na LGPD.</p><p>111</p><p>O regulamento de sanções e metodologias correspondentes deve estabelecer as</p><p>circunstâncias e as condições para a adoção de multa simples ou diária.</p><p>O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações a esta Lei deve observar a</p><p>gravidade da falta e a extensão do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade</p><p>nacional. A intimação da sanção de multa diária deverá conter, no mínimo, a descrição da</p><p>obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor</p><p>da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.</p><p>11.9 Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e do Conselho Nacional</p><p>de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade</p><p>11.9.1 Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)</p><p>O artigo 55-A da LGPD criou, sem aumento de despesa, a Autoridade Nacional de</p><p>Proteção de Dados (ANPD), órgão da administração pública federal, integrante da Presidência</p><p>da República.</p><p>A natureza jurídica da ANPD é transitória e poderá ser transformada pelo Poder Executivo</p><p>em entidade da administração pública federal indireta, submetida a regime autárquico especial e</p><p>vinculada à Presidência da República.</p><p>O provimento dos cargos e das funções necessários à criação e à atuação da ANPD está</p><p>condicionado à expressa autorização física e financeira na lei orçamentária anual e à permissão</p><p>na lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>Já o art. 55-B da LGDP assegura autonomia técnica e decisória à ANPD.</p><p>A ANPD é composta de:</p><p>I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção;</p><p>II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;</p><p>III - Corregedoria;</p><p>IV - Ouvidoria;</p><p>V - órgão de assessoramento jurídico próprio; e</p><p>VI - unidades administrativas e unidades especializadas necessárias à aplicação do</p><p>disposto nesta Lei.</p><p>O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 (cinco) diretores, incluído o Diretor-</p><p>Presidente.</p><p>112</p><p>Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhidos pelo Presidente da</p><p>República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’</p><p>do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do Grupo-Direção</p><p>e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5.</p><p>Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre brasileiros que tenham</p><p>reputação ilibada, nível superior de educação e elevado conceito no campo de especialidade dos</p><p>cargos para os quais serão nomeados.</p><p>O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 (quatro) anos.</p><p>Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor nomeados serão de 2 (dois),</p><p>de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de</p><p>nomeação.</p><p>Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de membro do Conselho Diretor,</p><p>o prazo remanescente será completado pelo sucessor.</p><p>Os membros do Conselho Diretor somente perderão seus cargos em virtude de renúncia,</p><p>condenação judicial transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de processo</p><p>administrativo disciplinar.</p><p>Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da</p><p>Presidência da República instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por</p><p>comissão especial constituída por servidores públicos federais estáveis.</p><p>Compete ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, somente</p><p>quando assim recomendado pela comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o</p><p>julgamento.</p><p>A estrutura regimental da ANPD, será atribuição de ato do Presidente da República, já o</p><p>regimento será de atribuição do Conselho Diretor. Até a data de entrada em vigor de sua</p><p>estrutura regimental, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil da</p><p>Presidência da República para o exercício de suas atividades.</p><p>Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD serão remanejados de outros</p><p>órgãos e entidades do Poder Executivo federal. Os ocupantes dos cargos em comissão e das</p><p>funções de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e nomeados ou</p><p>designados pelo Diretor-Presidente.</p><p>Compete à ANPD:</p><p>113</p><p>I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legislação;</p><p>II - zelar pela observância</p><p>dos segredos comercial e industrial, observada a proteção de</p><p>dados pessoais e do sigilo das informações quando protegido por lei ou quando a quebra</p><p>do sigilo violar os fundamentos do art. 2º desta Lei;</p><p>III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da</p><p>Privacidade;</p><p>IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados realizado em</p><p>descumprimento à legislação, mediante processo administrativo que assegure o</p><p>contraditório, a ampla defesa e o direito de recurso;</p><p>V - apreciar petições de titular contra controlador após comprovada pelo titular a</p><p>apresentação de reclamação ao controlador não solucionada no prazo estabelecido em</p><p>regulamentação;</p><p>VI - promover na população o conhecimento das normas e das políticas públicas sobre</p><p>proteção de dados pessoais e das medidas de segurança;</p><p>VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e internacionais de proteção</p><p>de dados pessoais e privacidade;</p><p>VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos que facilitem o exercício de</p><p>controle dos titulares sobre seus dados pessoais, os quais deverão levar em consideração</p><p>as especificidades das atividades e o porte dos responsáveis;</p><p>IX - promover ações de cooperação com autoridades de proteção de dados pessoais de</p><p>outros países, de natureza internacional ou transnacional;</p><p>X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tratamento de dados pessoais,</p><p>respeitados os segredos comercial e industrial;</p><p>XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder público que realizem operações</p><p>de tratamento de dados pessoais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados</p><p>e os demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir parecer</p><p>técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei;</p><p>XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas atividades;</p><p>XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de dados pessoais e</p><p>privacidade, bem como sobre relatórios de impacto à proteção de dados pessoais para os</p><p>casos em que o tratamento representar alto risco à garantia dos princípios gerais de</p><p>proteção de dados pessoais previstos nesta Lei;</p><p>XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias de interesse relevante e</p><p>prestar contas sobre suas atividades e planejamento;</p><p>XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de gestão a que se refere o</p><p>inciso XII do caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas e despesas;</p><p>XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âmbito da atividade de</p><p>fiscalização de que trata o inciso IV e com a devida observância do disposto no inciso II</p><p>do caput deste artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de</p><p>tratamento, incluído o poder público;</p><p>XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agentes de tratamento para</p><p>eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos</p><p>administrativos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de</p><p>1942;</p><p>XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplificados e diferenciados, inclusive</p><p>quanto aos prazos, para que microempresas e empresas de pequeno porte, bem como</p><p>iniciativas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem startups</p><p>ou empresas de inovação, possam adequar-se a esta Lei;</p><p>XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetuado de maneira simples,</p><p>clara, acessível e adequada ao seu entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741,</p><p>de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso);</p><p>XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, sobre a interpretação</p><p>desta Lei, as suas competências e os casos omissos;</p><p>XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações penais das quais tiver</p><p>conhecimento;</p><p>114</p><p>XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumprimento do disposto nesta Lei</p><p>por órgãos e entidades da administração pública federal;</p><p>XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas para exercer suas</p><p>competências em setores específicos de atividades econômicas e governamentais</p><p>sujeitas à regulação; e</p><p>XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por meio eletrônico, para o</p><p>registro de reclamações sobre o tratamento de dados pessoais em desconformidade com</p><p>esta Lei.</p><p>Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de dados pessoais por agente de</p><p>tratamento privado, sejam eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência</p><p>de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os direitos dos titulares</p><p>previstos no art. 170 da Constituição Federal.</p><p>Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem ser precedidos de consulta e</p><p>audiência públicas, bem como de análises de impacto regulatório.</p><p>A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela regulação de setores</p><p>específicos da atividade econômica e governamental devem coordenar suas atividades, nas</p><p>correspondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas atribuições</p><p>com a maior eficiência e promover o adequado funcionamento dos setores regulados, conforme</p><p>legislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei.</p><p>A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, inclusive por meio de cooperação</p><p>técnica, com órgãos e entidades da administração pública responsáveis pela regulação de</p><p>setores específicos da atividade econômica e governamental, a fim de facilitar as competências</p><p>regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.</p><p>No exercício das competências de que trata o caput do art. 55-J, a autoridade competente</p><p>deverá zelar pela preservação do segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos</p><p>da lei.</p><p>As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V do caput do artigo 55-J da LGPD</p><p>poderá ser analisado de forma agregada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão</p><p>ser adotadas de forma padronizada.</p><p>A aplicação das sanções previstas na LGPD compete exclusivamente à ANPD, e suas</p><p>competências prevalecerão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as</p><p>competências correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.</p><p>A ANPD articulará sua atuação com outros órgãos e entidades com competências</p><p>sancionatórias e normativas afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão central</p><p>115</p><p>de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e diretrizes para a sua</p><p>implementação.</p><p>Nos termos do art. 55-L da LGPD, constituem receitas da ANPD:</p><p>I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os créditos especiais, os</p><p>créditos adicionais, as transferências e os repasses que lhe forem conferidos;</p><p>II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;</p><p>III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua</p><p>propriedade;</p><p>IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro das receitas previstas neste</p><p>artigo;</p><p>V - (VETADO);</p><p>VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou contratos celebrados com</p><p>entidades, organismos ou empresas, públicos ou privados, nacionais ou internacionais;</p><p>VII - o produto da venda de publicações, material técnico, dados e informações, inclusive</p><p>para fins de licitação pública.</p><p>11.9.2 Do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade</p><p>Nos termos do art. 58-A da LGPD, o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais</p><p>e da Privacidade será composto de 23 (vinte</p><p>e três) representantes, titulares e suplentes, dos</p><p>seguintes órgãos:</p><p>I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal;</p><p>II - 1 (um) do Senado Federal;</p><p>III - 1 (um) da Câmara dos Deputados;</p><p>IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;</p><p>V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público;</p><p>VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil;</p><p>VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação relacionada a proteção de dados</p><p>pessoais;</p><p>VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inovação;</p><p>IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das categorias econômicas do</p><p>setor produtivo;</p><p>X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial relacionado à área de</p><p>tratamento de dados pessoais; e</p><p>XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.</p><p>Os representantes serão designados por ato do Presidente da República, permitida a</p><p>delegação.</p><p>Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e VI do caput do art. 58-A da</p><p>LGPD e seus suplentes serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades da</p><p>administração pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)</p><p>116</p><p>Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e XI do caput do art. 58-A da</p><p>LGPD e seus suplentes:</p><p>I - serão indicados na forma de regulamento;</p><p>II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no Brasil;</p><p>III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.</p><p>A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade</p><p>será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.</p><p>Nos termos do art. 58-B da LGPD, compete ao Conselho Nacional de Proteção de Dados</p><p>Pessoais e da Privacidade:</p><p>I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a elaboração da Política</p><p>Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade e para a atuação da ANPD;</p><p>II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das ações da Política Nacional de</p><p>Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;</p><p>III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;</p><p>IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas sobre a proteção de dados</p><p>pessoais e da privacidade; e</p><p>V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade à</p><p>população.</p><p>117</p><p>12. Súmulas e OJ’s que não se aplicam mais</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.dutra</p><p>ANTES REFORMA TRABALHISTA PÓS-REFORMA TRABALHISTA</p><p>Súmula nº 6, I, II e X do TST Art. 461 da CLT</p><p>Súmula nº 51 do TST Art. 611-A, VI da CLT</p><p>Súmula nº 85, IV, V, e VI do TST Art. 59-A da CLT</p><p>Súmula nº 90 do TST Art. 58, §2º da CLT</p><p>Súmula nº 101 do TST Art. 457, §2º da CLT</p><p>Súmula nº 114 do TST Art. 11-A da CLT</p><p>Súmula nº 115 do TST Art. 457, §1º da CLT</p><p>Súmula nº 127 do TST Art. 461, §2º da CLT</p><p>Súmula nº 202 do TST Art. 611-A, VI da CLT</p><p>Súmula nº 203 do TST Art. 457, §1º da CLT</p><p>Súmula nº 219 do TST Art. 791-A da CLT</p><p>Súmula nº 226 do TST Art. 457, §1º da CLT</p><p>Súmula nº 241 do TST Art. 457, §2º da CLT</p><p>Súmula nº 241 do TST Art. 458, §5º da CLT</p><p>Súmula nº 253 do TST Art. 457, §1º da CLT</p><p>Súmula nº 338, I do TST Art. 74, §2º da CLT</p><p>Súmula nº 372, I do TST Art. 468 da CLT</p><p>Súmula nº 377 do TST Art. 843 da CLT</p><p>Súmula nº 429 do TST Art. 58, §2º da CLT</p><p>Súmula nº 437, I, II e III do TST Art. 71 da CLT</p><p>Súmula nº 444 do TST Art. 59-A da CLT</p><p>Súmula nº 450 do TST Jurisprudência do STF</p><p>OJ nº 270 SBDI I</p><p>Art. 477-B da CLT</p><p>OJ nº 356 SBDI I Art. 477-B da CLT</p><p>118</p><p>OJ nº 388 SBDI I Art. 59-A da CLT</p><p>OJ nº 418 SBDI I</p><p>Art. 461, §§2º e 3º da CLT</p><p>12.1 Súmulas e OJ’s após a Reforma Trabalhista</p><p>Reforma nº 01</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 6 do TST</p><p>EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item VI alterada) – Res.</p><p>198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015</p><p>I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal</p><p>organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se,</p><p>apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da</p><p>administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da</p><p>autoridade competente. (ex-Súmula nº 06 – alterada pela Res. 104/2000, DJ 20.12.2000)</p><p>II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de</p><p>serviço na função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e</p><p>DJ 15.10.1982)</p><p>X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em</p><p>princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente,</p><p>pertençam à mesma região metropolitana. (ex-OJ da SBDI-1 nº 252 - inserida em</p><p>13.03.2002)</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 461 da CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no</p><p>mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou</p><p>idade.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma</p><p>perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a</p><p>quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de</p><p>2017)</p><p>§2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de</p><p>carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários,</p><p>dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de</p><p>2017)</p><p>§3º No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por</p><p>apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de</p><p>2017)</p><p>§4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão</p><p>competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. (Incluído pela Lei nº</p><p>5.798, de 31.8.1972)</p><p>§5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando</p><p>vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em</p><p>ação judicial própria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento</p><p>das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento)</p><p>do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 02</p><p>119</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 51 do TST</p><p>NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO.</p><p>ART. 468 DA CLT (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 163 da SBDI-1) - Res.</p><p>129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005</p><p>I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas</p><p>anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do</p><p>regulamento. (ex-Súmula nº 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973)</p><p>II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por</p><p>um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-OJ nº 163 da</p><p>SBDI-1 - inserida em 26.03.1999)</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 611-A da CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência</p><p>sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>VI - regulamento empresarial;</p><p>Reforma</p><p>nº 03</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 85 do TST</p><p>COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em</p><p>01, 02 e 03.06.2016</p><p>IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de</p><p>jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão</p><p>ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação,</p><p>deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da</p><p>SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)</p><p>V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na</p><p>modalidade “banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.</p><p>VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que</p><p>estipulado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da</p><p>autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 59-A da CLT - Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado</p><p>às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de</p><p>trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas</p><p>ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e</p><p>alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste</p><p>artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo</p><p>descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações</p><p>de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta</p><p>Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Reforma nº 04</p><p>Antes da Reforma</p><p>120</p><p>Súmula nº 90 do TST</p><p>HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as Súmulas nºs 324 e 325 e</p><p>as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e 236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e</p><p>25.04.2005</p><p>I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o</p><p>local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o</p><p>seu retorno é computável na jornada de trabalho. (ex-Súmula nº 90 - RA 80/1978, DJ</p><p>10.11.1978)</p><p>II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e</p><p>os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas "in</p><p>itinere". (ex-OJ nº 50 da SBDI-1 - inserida em 01.02.1995)</p><p>III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in</p><p>itinere". (ex-Súmula nº 324 – Res. 16/1993, DJ 21.12.1993)</p><p>IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da</p><p>empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo</p><p>transporte público. (ex-Súmula nº 325 – Res. 17/1993, DJ 21.12.1993)</p><p>V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o</p><p>tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve</p><p>incidir o adicional respectivo. (ex-OJ nº 236 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 58 da CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade</p><p>privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente</p><p>outro limite.</p><p>§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação</p><p>do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte,</p><p>inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por</p><p>não ser tempo à disposição do empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>(Vigência)</p><p>Reforma nº 05</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 101 do TST</p><p>DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 292 da</p><p>SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005</p><p>Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem</p><p>que excedam a 50% (cinqüenta por cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem</p><p>as viagens. (primeira parte - ex-Súmula nº 101 - RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda</p><p>parte - ex-OJ nº 292 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos</p><p>legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação</p><p>do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)</p><p>§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-</p><p>alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos</p><p>não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e</p><p>não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>121</p><p>Reforma nº 06</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 114 do TST</p><p>PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003</p><p>É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 11-A da CLT - Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo</p><p>de dois anos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>§1º A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de</p><p>cumprir determinação judicial no curso da execução. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>(Vigência)</p><p>§2º A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em</p><p>qualquer grau de jurisdição. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Reforma nº 07</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 115 do TST</p><p>HORAS EXTRAS. GRATIFICAÇÕES SEMESTRAIS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ</p><p>19, 20 e 21.11.2003</p><p>O valor das horas extras habituais integra a remuneração do trabalhador para o cálculo</p><p>das gratificações semestrais.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário</p><p>devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação</p><p>dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)</p><p>§1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 08</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 127 do TST</p><p>QUADRO DE CARREIRA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003</p><p>Quadro de pessoal organizado em carreira, aprovado pelo órgão competente, excluída a</p><p>hipótese de equiparação salarial, não obsta reclamação fundada em preterição,</p><p>enquadramento ou reclassificação.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>122</p><p>Art. 461 da CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao</p><p>mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário,</p><p>sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467,</p><p>de 2017)</p><p>§2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal</p><p>organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou</p><p>de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de</p><p>homologação ou registro em órgão público. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 09</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 202 do TST</p><p>GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003</p><p>Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço outorgada pelo empregador e outra da mesma</p><p>natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa, o empregado tem direito a receber,</p><p>exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 611-A da CLT - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre</p><p>outros,</p><p>dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>VI - regulamento empresarial; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 10</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 203 do TST</p><p>GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. NATUREZA SALARIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e</p><p>21.11.2003</p><p>A gratificação por tempo de serviço integra o salário para todos os efeitos legais.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário</p><p>devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação</p><p>dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)</p><p>§1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 11</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 219 do TST</p><p>HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a redação do item I e acrescidos</p><p>os itens IV a VI em decorrência do CPC de 2015) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17,</p><p>18 e 21.03.2016</p><p>123</p><p>I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não</p><p>decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a)</p><p>estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário</p><p>inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe</p><p>permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º,</p><p>da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I).</p><p>II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória</p><p>no processo trabalhista.</p><p>III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure</p><p>como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.</p><p>IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a</p><p>responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-</p><p>se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90).</p><p>V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical,</p><p>excetuados os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios</p><p>são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da</p><p>condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o</p><p>valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º).</p><p>VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais</p><p>específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 791-A da CLT - Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência,</p><p>fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da</p><p>liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado</p><p>da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver</p><p>assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a</p><p>compensação entre os honorários. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo,</p><p>créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição</p><p>suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em</p><p>julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de</p><p>recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do</p><p>beneficiário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vide ADIN 5766)</p><p>§5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 12</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 226 do TST</p><p>BANCÁRIO. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO. INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS</p><p>(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003</p><p>A gratificação por tempo de serviço integra o cálculo das horas extras.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>124</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário</p><p>devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação</p><p>dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)</p><p>§1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 13</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 241 do TST</p><p>SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e</p><p>21.11.2003</p><p>O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,</p><p>integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos</p><p>legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação</p><p>do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)</p><p>§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-</p><p>alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos</p><p>não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e</p><p>não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 14</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 241 do TST</p><p>SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e</p><p>21.11.2003</p><p>O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,</p><p>integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 458 da CLT - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos</p><p>os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que</p><p>a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado.</p><p>Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.</p><p>(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)</p><p>§ 5º O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou</p><p>não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos</p><p>ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo</p><p>quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o</p><p>salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do</p><p>previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído</p><p>pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>125</p><p>Reforma nº 15</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 253 do TST</p><p>GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL. REPERCUSSÕES (nova redação) - Res. 121/2003, DJ</p><p>19, 20 e 21.11.2003</p><p>A gratificação semestral não repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso</p><p>prévio, ainda que indenizados. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na indenização</p><p>por antigüidade e na</p><p>gratificação natalina.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 457 da CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos</p><p>legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação</p><p>do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953)</p><p>§1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões</p><p>pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 16</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 372 do TST</p><p>GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES (conversão das</p><p>Orientações Jurisprudenciais nos 45 e 303 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e</p><p>25.04.2005</p><p>I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o</p><p>empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a</p><p>gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. (ex-OJ nº 45 da SBDI-1</p><p>- inserida em 25.11.1996)</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 468 da CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das</p><p>respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem,</p><p>direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula</p><p>infringente desta garantia.</p><p>§1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o</p><p>respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o</p><p>exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§2º A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura</p><p>ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que</p><p>não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.</p><p>(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 17</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 377 do TST</p><p>PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res.</p><p>146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008</p><p>126</p><p>Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno</p><p>empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência</p><p>do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de</p><p>2006.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 843 da CLT - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o</p><p>reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos</p><p>casos de Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados</p><p>poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. (Redação dada pela Lei nº</p><p>6.667, de 3.7.1979)</p><p>§1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto</p><p>que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.</p><p>§2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for</p><p>possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro</p><p>empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.</p><p>§3º O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte</p><p>reclamada. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 18</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 429 do TST</p><p>TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A</p><p>PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO.</p><p>Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do</p><p>trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 58 da CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá</p><p>de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.</p><p>§2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e</p><p>para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não</p><p>será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. (Redação dada pela Lei nº</p><p>13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Reforma nº 19</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 437 do TST</p><p>INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO</p><p>ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e</p><p>381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012</p><p>I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo</p><p>intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica</p><p>o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com</p><p>acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho</p><p>(art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de</p><p>remuneração.</p><p>127</p><p>II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a</p><p>supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene,</p><p>saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e</p><p>art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.</p><p>III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação</p><p>introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido</p><p>pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação,</p><p>repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 71 da CLT - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é</p><p>obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no</p><p>mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não</p><p>poderá exceder de 2 (duas) horas.</p><p>§1º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo</p><p>de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.</p><p>§2º Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.</p><p>§3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do</p><p>Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de</p><p>Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências</p><p>concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não</p><p>estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.</p><p>§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para</p><p>repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza</p><p>indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento)</p><p>sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº</p><p>13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>§ 5º O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele</p><p>estabelecido no § 1o poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da</p><p>primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em</p><p>convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das</p><p>condições especiais de trabalho a que são submetidos estritamente os motoristas,</p><p>cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços de operação de veículos</p><p>rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, mantida a</p><p>remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de cada viagem.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)</p><p>Reforma nº 20</p><p>Antes da Reforma</p><p>Súmula nº 444 do TST</p><p>JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36.</p><p>VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - republicada em</p><p>decorrência do despacho proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado</p><p>em 26.11.2012</p><p>É valida,</p><p>em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de</p><p>descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de</p><p>trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos</p><p>feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente</p><p>ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art6</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13103.htm#art4</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm#art1</p><p>128</p><p>Art. 59-A da CLT - Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado</p><p>às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de</p><p>trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas</p><p>ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e</p><p>alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste</p><p>artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo</p><p>descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações</p><p>de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta</p><p>Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Reforma nº 21</p><p>Antes da Reforma</p><p>OJ nº 270 SBDI I - PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA.</p><p>TRANSAÇÃO EXTRAJUDICIAL. PARCELAS ORIUNDAS DO EXTINTO CONTRATO DE</p><p>TRABALHO. EFEITOS (inserida em 27.09.2002)</p><p>A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho ante a adesão do</p><p>empregado a plano de demissão voluntária implica quitação exclusivamente das parcelas</p><p>e valores constantes do recibo.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 477-B da CLT - Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa</p><p>individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de</p><p>trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação</p><p>empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes. (Incluído pela Lei</p><p>nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 22</p><p>Antes da Reforma</p><p>OJ nº 356 SBDI I - PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV).</p><p>CRÉDITOS TRABALHISTAS RECONHECIDOS EM JUÍZO. COMPENSAÇÃO.</p><p>IMPOSSIBILIDADE (DJ 14.03.2008)</p><p>Os créditos tipicamente trabalhistas reconhecidos em juízo não são suscetíveis de</p><p>compensação com a indenização paga em decorrência de adesão do trabalhador a</p><p>Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PDV).</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 477-B da CLT - Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa</p><p>individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de</p><p>trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação</p><p>empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes. (Incluído pela Lei</p><p>nº 13.467, de 2017)</p><p>Reforma nº 23</p><p>Antes da Reforma</p><p>129</p><p>OJ nº 388 SBDI I - JORNADA 12X36. JORNADA MISTA QUE COMPREENDA A</p><p>TOTALIDADE DO PERÍODO NOTURNO. ADICIONAL NOTURNO. DEVIDO. (DEJT</p><p>divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)</p><p>O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que</p><p>compreenda a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às</p><p>horas trabalhadas após as 5 horas da manhã.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 59-A da CLT - Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado</p><p>às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de</p><p>trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas</p><p>ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e</p><p>alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste</p><p>artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo</p><p>descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações</p><p>de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta</p><p>Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)</p><p>Reforma nº 24</p><p>Antes da Reforma</p><p>OJ nº 418 SBDI I - EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS.</p><p>APROVAÇÃO POR INSTRUMENTO COLETIVO. AUSÊNCIA DE ALTERNÂNCIA DE</p><p>CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE E MERECIMENTO. (DEJT divulgado</p><p>em 12, 13 e 16.04.2012)</p><p>Não constitui óbice à equiparação salarial a existência de plano de cargos e salários que,</p><p>referendado por norma coletiva, prevê critério de promoção apenas por merecimento ou</p><p>antiguidade, não atendendo, portanto, o requisito de alternância dos critérios, previsto no</p><p>art. 461, § 2º, da CLT.</p><p>Pós Reforma Trabalhista</p><p>Art. 461 da CLT - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao</p><p>mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário,</p><p>sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467,</p><p>de 2017)</p><p>§2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal</p><p>organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou</p><p>de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de</p><p>homologação ou registro em órgão público. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>§3º No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por</p><p>antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.</p><p>(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>130</p><p>13. Relação de Trabalho/Terceirização</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>A terceirização ocorre quando uma empresa contrata outra para prestar determinado tipo</p><p>de serviço, sem prazo determinado ou qualquer motivo que justifique a contratação.</p><p>A terceirização foi regulamente recentemente com a atualização da Lei 6.019/74, dentre</p><p>ao qual trouxe as seguintes novidades sobre a terceirização. Vejamos o art. 4º-A e seguintes:</p><p>Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela</p><p>contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal,</p><p>à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade</p><p>econômica compatível com a sua execução.</p><p>§ 1º - A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado</p><p>por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.</p><p>§ 2º - Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das</p><p>empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa</p><p>contratante.</p><p>Art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a</p><p>terceiros:</p><p>I - Prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);</p><p>II - Registro na Junta Comercial;</p><p>III - Capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes</p><p>parâmetros:</p><p>a) Empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais).</p><p>b) Empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00</p><p>(vinte e cinco mil reais).</p><p>c) Empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$</p><p>45.000,00 (quarenta e cinco mil reais).</p><p>d) Empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$</p><p>100.000,00 (cem mil reais); e</p><p>nos colegiados</p><p>dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto</p><p>de discussão e deliberação.</p><p>Art. 11 - Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um</p><p>representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto</p><p>com os empregadores.</p><p>15</p><p>3. Princípios e Competência | Processo do Trabalho</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>3.1 Princípios</p><p>O direito processual do trabalho possui princípios próprios que irão regular todas as regras</p><p>que tratam deste ramo do direito, ao qual citamos os seguintes:</p><p>a) Jus postulandi: Significa que, na Justiça do Trabalho, as partes (tanto reclamante como</p><p>reclamada) podem litigar pessoalmente, sem patrocínio de advogados. O art. 133 da CF/88 não</p><p>revogou a CLT. O TST já se pronunciou sobre o assunto, firmando esse entendimento. Localiza-</p><p>se na CLT, arts. 791, 839, a, 840 e 846.</p><p>Mas fique atento, pois de acordo com a Súmula n. 425 do TST, o Jus Postulandi se</p><p>restringe as Varas do Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho, não abrangendo as instâncias</p><p>extraordinárias:</p><p>Súmula n. 425 do TST. Jus Postulandi na Justiça do Trabalho. Alcance.</p><p>O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do</p><p>Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação</p><p>cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do</p><p>Trabalho.</p><p>b) Ultrapetição da sentença OU Extrapetição: Esse princípio se relaciona ao fato de que,</p><p>em alguns casos, e exatamente porque admite o jus postulandi, a sentença trabalhista pode</p><p>conceder além do pedido. Um exemplo disso é o empregado que reclama verbas rescisórias que</p><p>decorrem de uma relação de emprego e que não é reconhecida pelo empregador. Nesse caso,</p><p>reconhecida por sentença a relação de emprego, o juiz pode condenar a empresa, de ofício, a</p><p>anotar a CTPS do empregado; ainda que não tenha sido pedida a dobra das verbas salariais</p><p>incontroversas, o juiz poderá determiná-la na sentença, ante o comando imperativo do art. 467</p><p>da CLT. Ver também os arts. 484 e 496 da CLT.</p><p>c) Oralidade: prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade pressupõe</p><p>outro princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto do juiz com as partes e com</p><p>as provas. As impressões colhidas pelo juiz no contato direto com as partes, provas e fatos são</p><p>elementos decisivos no julgamento. Localiza-se na CLT, art. 840, § 2º, 846, 848 e 850.</p><p>16</p><p>d) Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas: Impõe pesados encargos</p><p>ao empregador que protela pagamento de verbas salariais incontroversas. O art. 467 da CLT</p><p>manda pagar acrescidas de cinquenta por cento as verbas salariais incontroversas.</p><p>e) Irrecorribilidade das interlocutórias: visa impedir, tanto quanto possível, interrupções da</p><p>marcha processual; motivadas por recursos opostos pelas partes das decisões do juiz. A matéria</p><p>fica imune à preclusão, sendo apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da celeridade</p><p>processual. Localiza-se na CLT: arts. 799, § 2º e 893, § 1º.</p><p>f) Celeridade: Significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, juízes,</p><p>auxiliares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a que se chegue</p><p>rapidamente ao deslinde da controvérsia com o menor dispêndio de atos, energia e custo e com</p><p>o maior grau de justiça e de segurança na entrega da prestação jurisdicional. Localiza-se na CLT,</p><p>arts. 765, 768 (nos casos de falência) e 843 a 852.</p><p>g) Igualdade ou Isonomia – todos são iguais perante a lei. Porém, o sistema estabelece</p><p>exceções, a exemplo das prerrogativas da Fazenda Pública e MP (prazos diferenciados), além</p><p>da dispensa de custas para carentes e do duplo grau obrigatório para as condenações de</p><p>pessoas jurídicas de direito público.</p><p>h) Contraditório e ampla defesa – art. 5º, LV CF. aos litigantes, em processo judicial ou</p><p>administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com</p><p>os meios e recursos a ela inerentes;</p><p>i) Imparcialidade do juiz - ou seja, sem tendências que possam macular o processo.</p><p>Lembrar que imparcialidade não se confunde com neutralidade.</p><p>j) Motivação das decisões – princípio que serve como uma garantia contra o arbítrio dos</p><p>juízes, já que precisa justificar suas decisões.</p><p>k) Devido processo legal – trata-se de princípio base, pois nele se sustentam todos os</p><p>demais princípios do processo do trabalho. Dele extraem-se os princípios do Juiz e promotor</p><p>natural, proibição de tribunais de exceção, duplo grau de jurisdição, entre outros.</p><p>l) Princípio da razoável duração do processo - princípio que serve como uma garantia</p><p>contra o arbítrio dos juízes, já que precisa justificar suas decisões.</p><p>m) Princípio dispositivo/ inércia da jurisdição - livre iniciativa da parte que se sentir lesada.</p><p>n) Princípio Inquisitivo ou impulso oficial – o processo começa por iniciativa da parte, mas</p><p>se desenvolve por impulso oficial. Ex: Execução de ofício.</p><p>17</p><p>o) Princípio da instrumentalidade – O processo é instrumento para alcançar o direito</p><p>material.</p><p>p) Princípio da impugnação específica – O réu/reclamada precisa se manifestar</p><p>precisamente sobre os fatos, caso contrário há presunção de veracidade dos fatos não</p><p>impugnados.</p><p>q) Princípio da eventualidade – as partes devem utilizar todas as matérias de defesa ou</p><p>interesse no momento próprio.</p><p>r) Princípio da preclusão – a nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade, sob</p><p>pena de preclusão (art. 795 CLT).</p><p>s) Princípio da economia processual – busca evitar o dispêndio desnecessário de tempo</p><p>e de dinheiro. Aproveitamento dos atos processuais.</p><p>t) Princípio da proteção processual – busca-se compensar as desigualdades reais</p><p>existentes com uma desigualdade jurídica. Ex: depósito recursal só para reclamada.</p><p>u) Princípio da busca da verdade real - art. 765 CLT: Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do</p><p>Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das</p><p>causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.</p><p>3.2 Organização e Competência da Justiça do Trabalho</p><p>3.2.1 Órgãos que compõem a Justiça do Trabalho (art. 111 da CF)</p><p>a) O Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>É composto pelo Tribunal Pleno, Órgão especial, Seção Especializadas em Dissídios</p><p>Coletivos, Seção Especializada em Dissídios Individuais e Turmas.</p><p>b) Os Tribunais Regionais do Trabalho;</p><p>c) Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho);</p><p>d) Na CLT e nos Regimentos internos estão definidas as competências internas dos</p><p>Tribunais,</p><p>e) Juiz de Direito – localidades onde não haja vara do trabalho - art.112 da CF: A lei criará</p><p>varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-</p><p>la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.</p><p>18</p><p>A grande maioria das ações terá início nas Varas do Trabalho. Nelas temos a figura do</p><p>juiz do trabalho. São exemplos de ações que são ajuizadas na Vara do Trabalho: Reclamação</p><p>Trabalhista, Inquérito Judicial para apuração de falta grave, Ação de Consignação em</p><p>Pagamento.</p><p>Na CLT encontramos a competência da Vara do Trabalho:</p><p>Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)</p><p>a) conciliar e julgar:</p><p>I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;</p><p>II - os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão</p><p>do contrato individual de trabalho;</p><p>III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja</p><p>operário ou artífice;</p><p>IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;</p><p>Art. 653 - Compete, ainda, às Juntas de Conciliação e Julgamento:</p><p>a) requisitar às autoridades competentes a realização das diligências necessárias</p><p>e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos</p><p>e cinquenta mil reais).</p><p>Art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de serviços a que</p><p>se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de qualquer</p><p>uma das atividades da contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as</p><p>mesmas condições:</p><p>I - Relativas a:</p><p>a) Alimentação garantida aos empregados da contratante, quando oferecida em</p><p>refeitórios.</p><p>b) Direito de utilizar os serviços de transporte.</p><p>c) Atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da contratante ou local</p><p>por ela designado.</p><p>d) Treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o exigir.</p><p>II - Sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho e de</p><p>instalações adequadas à prestação do serviço.</p><p>131</p><p>§1º Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem, que os</p><p>empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da</p><p>contratante, além de outros direitos não previstos neste artigo.</p><p>§ 2º Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da contratada em número</p><p>igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante, esta poderá</p><p>disponibilizar aos empregados da contratada os serviços de alimentação e atendimento</p><p>ambulatorial em outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas</p><p>a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes.</p><p>Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de</p><p>prestação de serviços relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade</p><p>principal.</p><p>§ 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas</p><p>daquelas que foram objeto do contrato com a empresa prestadora de serviços.</p><p>§ 2º Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa</p><p>contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes.</p><p>§ 3º É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e</p><p>salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou</p><p>local previamente convencionado em contrato.</p><p>§ 4º A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços</p><p>o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus</p><p>empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado.</p><p>§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas</p><p>referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das</p><p>contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de</p><p>julho de 1991.</p><p>Art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:</p><p>I - Qualificação das partes.</p><p>II - Especificação do serviço a ser prestado.</p><p>III - Prazo para realização do serviço, quando for o caso.</p><p>IV - Valor.</p><p>Art. 5º-C. Não pode figurar como contratada, nos termos do art. 4º-A desta Lei, a pessoa</p><p>jurídica cujos titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses, prestado serviços à</p><p>contratante na qualidade de empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto</p><p>se os referidos titulares ou sócios forem aposentados.</p><p>Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta mesma</p><p>empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do</p><p>decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado.</p><p>13.1 Contrato Temporário – Lei nº 6.019/74</p><p>Já o trabalhador temporário é aquele contratado para prestar serviço a uma empresa que</p><p>possui uma demanda extraordinária de serviço e tem uma redução temporária de funcionários,</p><p>através de uma empresa específica de trabalho temporário, por um tempo determinado.</p><p>Art. 1º As relações de trabalho na empresa de trabalho temporário, na empresa de</p><p>prestação de serviços e nas respectivas tomadoras de serviço e contratante regem-se por</p><p>esta Lei.</p><p>132</p><p>Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma</p><p>empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de</p><p>serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente</p><p>ou à demanda complementar de serviços.</p><p>§ 1° É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores</p><p>em greve, salvo nos casos previstos em lei.</p><p>§ 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores</p><p>imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente,</p><p>periódica ou sazonal.</p><p>Art. 3º - É reconhecida a atividade da empresa de trabalho temporário que passa a integrar</p><p>o plano básico do enquadramento sindical a que se refere o art. 577, da Consolidação da</p><p>Leis do Trabalho.</p><p>Art. 4º Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada no</p><p>Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição de</p><p>outras empresas temporariamente.</p><p>Art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada</p><p>que celebra contrato de prestação de trabalho temporário com a empresa definida no art.</p><p>4o desta Lei.</p><p>Art. 6º São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário</p><p>no Ministério do Trabalho:</p><p>I - Prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da</p><p>Fazenda;</p><p>II - Prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;</p><p>III - Prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).</p><p>Parágrafo único. (Revogado).</p><p>Art. 7º - A empresa de trabalho temporário que estiver funcionando na data da vigência</p><p>desta Lei terá o prazo de noventa dias para o atendimento das exigências contidas no</p><p>artigo anterior.</p><p>Parágrafo único. A empresa infratora do presente artigo poderá ter o seu funcionamento</p><p>suspenso, por ato do Diretor Geral do Departamento Nacional de Mão-de-Obra, cabendo</p><p>recurso ao Ministro de Estado, no prazo de dez dias, a contar da publicação do ato no</p><p>Diário Oficial da União.</p><p>Art. 8º - A empresa de trabalho temporário é obrigada a fornecer ao Departamento</p><p>Nacional de Mão-de-Obra, quando solicitada, os elementos de informação julgados</p><p>necessários ao estudo do mercado de trabalho.</p><p>Art. 9º- O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de</p><p>serviços será por escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no</p><p>estabelecimento da tomadora de serviços e conterá:</p><p>I - Qualificação das partes;</p><p>II - Motivo justificador da demanda de trabalho temporário;</p><p>III - Prazo da prestação de serviços;</p><p>IV - Valor da prestação de serviços;</p><p>V - Disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local</p><p>de realização do trabalho.</p><p>§ 1º É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança,</p><p>higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas</p><p>dependências ou em local por ela designado.</p><p>§ 2º A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo</p><p>atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente</p><p>nas dependências da contratante, ou local por ela designado.</p><p>§ 3º O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de</p><p>atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.</p><p>Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo</p><p>de emprego entre ela e os trabalhadores contratados</p><p>pelas empresas de trabalho</p><p>temporário.</p><p>§ 1º O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá</p><p>exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.</p><p>133</p><p>§ 2º O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do</p><p>prazo estabelecido no § 1º deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições</p><p>que o ensejaram.</p><p>§ 3º (VETADO).</p><p>§ 4º Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de serviços, o</p><p>contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da Consolidação das Leis</p><p>do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943.</p><p>§ 5º O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1o e 2o deste artigo</p><p>somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo</p><p>contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior.</p><p>§ 6º A contratação anterior ao prazo previsto no § 5o deste artigo caracteriza vínculo</p><p>empregatício com a tomadora.</p><p>§ 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes</p><p>ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições</p><p>previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.</p><p>Art. 11 - O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada</p><p>um dos assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será,</p><p>obrigatoriamente, escrito e dele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos</p><p>aos trabalhadores por esta Lei.</p><p>Parágrafo único. Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo a</p><p>contratação do trabalhador pela empresa tomadora ou cliente ao fim do prazo em que</p><p>tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário</p><p>Art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos:</p><p>a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da</p><p>empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese,</p><p>a percepção do salário mínimo regional;</p><p>b) jornada de oito horas, remuneradas as horas extraordinárias não excedentes de duas,</p><p>com acréscimo de 20% (vinte por cento);</p><p>c) férias proporcionais, nos termos do artigo 25 da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de</p><p>1966;</p><p>d) repouso semanal remunerado;</p><p>e) adicional por trabalho noturno;</p><p>f) indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato,</p><p>correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido;</p><p>g) seguro contra acidente do trabalho;</p><p>h) proteção previdenciária nos termos do disposto na Lei Orgânica da Previdência Social,</p><p>com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973 (art. 5º, item III,</p><p>letra "c" do Decreto nº 72.771, de 6 de setembro de 1973).</p><p>§ 1º - Registrar-se-á na Carteira de Trabalho e Previdência Social do trabalhador sua</p><p>condição de temporário.</p><p>§ 2º - A empresa tomadora ou cliente é obrigada a comunicar à empresa de trabalho</p><p>temporário a ocorrência de todo acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua</p><p>disposição, considerando-se local de trabalho, para efeito da legislação específica, tanto</p><p>aquele onde se efetua a prestação do trabalho, quanto a sede da empresa de trabalho</p><p>temporário.</p><p>Art. 13 - Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os</p><p>atos e circunstâncias mencionados nos artigos 482 e 483, da Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho, ocorrentes entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário ou entre</p><p>aquele e a empresa cliente onde estiver prestando serviço.</p><p>Art. 14 - As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecer às empresas</p><p>tomadoras ou clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situação com o</p><p>Instituto Nacional de Previdência Social.</p><p>Art. 15 - A Fiscalização do Trabalho poderá exigir da empresa tomadora ou cliente a</p><p>apresentação do contrato firmado com a empresa de trabalho temporário, e, desta última</p><p>o contrato firmado com o trabalhador, bem como a comprovação do respectivo</p><p>recolhimento das contribuições previdenciárias.</p><p>Art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou</p><p>cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias,</p><p>134</p><p>no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em</p><p>referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei.</p><p>Art. 17 - É defeso às empresas de prestação de serviço temporário a contratação de</p><p>estrangeiros com visto provisório de permanência no País.</p><p>Art. 18 - É vedado à empresa do trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer</p><p>importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos</p><p>em Lei.</p><p>Parágrafo único. A infração deste artigo importa no cancelamento do registro para</p><p>funcionamento da empresa de trabalho temporário, sem prejuízo das sanções</p><p>administrativas e penais cabíveis.</p><p>Art. 19 - Competirá à Justiça do Trabalho dirimir os litígios entre as empresas de serviço</p><p>temporário e seus trabalhadores.</p><p>Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao</p><p>pagamento de multa.</p><p>Parágrafo único. A fiscalização, a autuação e o processo de imposição das multas reger-</p><p>se-ão pelo Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-</p><p>Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943.</p><p>Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às empresas de vigilância e transporte de</p><p>valores, permanecendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação</p><p>especial, e subsidiariamente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada</p><p>pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.</p><p>135</p><p>14. Medicina e Segurança do Trabalho</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>A segurança do trabalhador é um dever do empregador, desdobrando em quatro deveres</p><p>específicos:</p><p>► Organização racional do trabalho;</p><p>► Higiene e segurança dos locais de trabalho;</p><p>► Preservação de acidentes;</p><p>► Reparação de sinistro ou incapacidades</p><p>Prevê a Constituição Federal:</p><p>Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à</p><p>melhoria de sua condição social:</p><p>XXII – Redução dos riscos inerente ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e</p><p>segurança;</p><p>XXIII – Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na</p><p>forma da lei;</p><p>XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a</p><p>indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.</p><p>14.1 Da inspeção prévia, embargo ou interdição</p><p>Art. 160 da CLT - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia</p><p>inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente</p><p>em matéria de segurança e medicina do trabalho.</p><p>§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas</p><p>instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar,</p><p>prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.</p><p>§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do</p><p>Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.</p><p>Art. 161 da CLT - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço</p><p>competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar</p><p>estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando</p><p>na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão</p><p>ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.</p><p>§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas</p><p>determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.</p><p>§ 2º -</p><p>A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da</p><p>Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por</p><p>entidade sindical.</p><p>136</p><p>§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no</p><p>prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de</p><p>segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.</p><p>§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após</p><p>determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do</p><p>estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou</p><p>o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.</p><p>§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico</p><p>do serviço competente, poderá levantar a interdição.</p><p>§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os</p><p>empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.</p><p>14.2 Do equipamento de proteção individual</p><p>O EPI deve ser adequado ao risco, estar em perfeito estado de conservação e</p><p>funcionamento, bem como ter certificado de aprovação no Ministério do Trabalho.</p><p>A regulamentação dos EPIs encontra-se na NR-6 da Portaria do Ministério do Trabalho n.</p><p>3.214/78, segundo o qual se considera equipamento de proteção individual todo dispositivo ou</p><p>produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis</p><p>de ameaçar a segurança e saúde no trabalho.</p><p>Art. 166 da CLT - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,</p><p>equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de</p><p>conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam</p><p>completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.</p><p>Art. 167 da CLT - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado</p><p>com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.</p><p>Súmula nº 289 do TST. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO</p><p>APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003</p><p>O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do</p><p>pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à</p><p>diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do</p><p>equipamento pelo empregado.</p><p>14.3 Das medidas de proteção</p><p>A NR-7 da Portaria do Ministério do Trabalho n. 3.214/78, que estabelece a</p><p>obrigatoriedade dos empregadores elaborarem e implementarem um Programa de Controle</p><p>Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde</p><p>do conjunto de seus trabalhadores.</p><p>137</p><p>O PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos</p><p>agravos à saúde relacionados ao trabalho.</p><p>Art. 168 da CLT - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições</p><p>estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo</p><p>Ministério do Trabalho:</p><p>I - a admissão;</p><p>II - na demissão;</p><p>III - periodicamente.</p><p>§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão</p><p>exigíveis exames:</p><p>a) por ocasião da demissão;</p><p>b) complementares.</p><p>§ 2º - Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para</p><p>apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva</p><p>exercer.</p><p>§ 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tempo</p><p>de exposição, a periodicidade dos exames médicos.</p><p>§ 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de</p><p>primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade.</p><p>§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será</p><p>comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica.</p><p>§ 6º Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admissão e por ocasião do</p><p>desligamento, quando se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à</p><p>contraprova em caso de resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos</p><p>respectivos exames.</p><p>§ 7º Para os fins do disposto no § 6o, será obrigatório exame toxicológico com janela de</p><p>detecção mínima de 90 (noventa) dias, específico para substâncias psicoativas que</p><p>causem dependência ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção,</p><p>podendo ser utilizado para essa finalidade o exame toxicológico previsto na Lei no 9.503,</p><p>de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos</p><p>últimos 60 (sessenta) dias.</p><p>Competência para apreciar e julgar questões relacionadas ao meio ambiente do trabalho.</p><p>Súmula n. 736 do STF - Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como</p><p>causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e</p><p>saúde dos trabalhadores.</p><p>14.4 Força Maior</p><p>Art. 501 da CLT - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação</p><p>à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou</p><p>indiretamente.</p><p>§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.</p><p>§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for</p><p>suscetível de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa</p><p>não se aplicam as restrições desta Lei referentes ao disposto neste Capítulo.</p><p>Art. 502 da CLT - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa,</p><p>ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este,</p><p>quando despedido, uma indenização na forma seguinte:</p><p>I - Sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478:</p><p>138</p><p>II - Não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem</p><p>justa causa.</p><p>III - Havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei,</p><p>reduzida igualmente à metade.</p><p>Art. 503 da CLT - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados,</p><p>a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários</p><p>de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento),</p><p>respeitado, em qualquer caso, o salário-mínimo da região.</p><p>Parágrafo único - Cessados os efeitos decorrentes do motivo de força maior, é garantido</p><p>o restabelecimento dos salários reduzidos.</p><p>Art. 504 da CLT - Comprovada a falsa alegação do motivo de força maior, é garantida a</p><p>reintegração aos empregados estáveis, e aos não-estáveis o complemento da indenização</p><p>já percebida, assegurado a ambos o pagamento da remuneração atrasada.</p><p>139</p><p>15. Princípios, Fontes e Espécies de Execução</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>15.1 Princípios</p><p>a) EFETIVIDADE: O direito material reconhecido em um título judicial ou extrajudicial</p><p>deverá ser realizado, implementado e efetivado;</p><p>b) MEIO MENOS GRAVOSO PARA O DEVEDOR: Quando o credor puder promover a</p><p>execução por vários meios, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o</p><p>devedor.</p><p>c) IMPULSO OFICIAL: Juiz do trabalho ou tribunal competente deverá promover ex officio</p><p>a execução trabalhista – mesmo na inércia da parte ou qualquer interessado;</p><p>d) PATRIMONIALIDADE: Devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações,</p><p>com todos os seus bens presente e futuros, salvo restrições estabelecidas em lei.</p><p>15.2 Fontes</p><p>Importante salientar que a execução trabalhista altera a ordem de aplicação subsidiária</p><p>da normativa processual.</p><p>Enquanto que no processo de conhecimento se aplicam as disposições</p><p>do CPC naquilo que não for incompatível com o processo do trabalho, na execução a aplicação</p><p>subsidiária é das normas da Lei de Execuções Fiscais, restando o CPC em última posição.</p><p>Sendo assim será observada a seguinte ordem:</p><p>• CLT – na omissão desta aplica-se:</p><p>• Lei nº 6.830/80 – na omissão desta aplica-se:</p><p>• CPC</p><p>Tipos de atos: de acertamento; de constrição e de alienação</p><p>a) Atos de Acertamento: são todos aqueles praticados com a finalidade de dar liquidez à</p><p>sentença que transitou em julgado. A liquidação pode ser realizada por meio de simples cálculo,</p><p>por arbitramento e por artigos de liquidação.</p><p>140</p><p>b) Atos de Constrição: Atos de constrição são os praticados para compelir o devedor ao</p><p>cumprimento da obrigação determinada pela coisa julgada.</p><p>c) Atos de Alienação: Atos de alienação são atos praticados para tornar efetiva a</p><p>expropriação do patrimônio do devedor e, assim, com o resultado dessa alienação, satisfazer a</p><p>obrigação.</p><p>15.3 Espécies de execuções</p><p>a) Provisória: durante algum recurso pendente na fase de conhecimento, até a penhora.</p><p>Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão</p><p>efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título,</p><p>permitida a execução provisória até a penhora.</p><p>Permite a apresentação e julgamento dos embargos à execução e realizar os atos que</p><p>têm função preparatória.</p><p>Os autos principais sobem à Instância Superior com o recurso admitido no efeito</p><p>devolutivo.</p><p>Após a penhora ou o julgamento dos embargos, os autos deverão ser sobrestados até o</p><p>retorno da execução definitiva.</p><p>b) Definitiva:</p><p>Art. 876 da CLT - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha</p><p>havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos;</p><p>os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do</p><p>Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de</p><p>Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.</p><p>Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições</p><p>sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da</p><p>Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da</p><p>condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que</p><p>homologar</p><p>Sentença irrecorrível, transitada em julgado.</p><p>Objetivo: fazer com que a obrigação decorrente da sentença judicial seja satisfeita pelo</p><p>devedor, integralmente, utilizando-se as medidas coercitivas previstas em lei.</p><p>141</p><p>Cita-se o executado para que pague em 48 ou garanta a execução sob pena de penhora.</p><p>Art. 880 CLT:</p><p>Art. 880 da CLT - Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal</p><p>mandará expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a</p><p>decisão ou o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas</p><p>ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições</p><p>sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou</p><p>garanta a execução, sob pena de penhora.</p><p>§ 1º O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o termo</p><p>de acordo não cumprido.</p><p>§ 2º A citação será feita pelos oficiais de diligência.</p><p>§ 3º Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta</p><p>e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no</p><p>jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5</p><p>(cinco) dias.</p><p>Depreende-se a necessidade da expedição de nova citação ao executado.</p><p>O mandado de citação deverá conter a decisão exequenda ou o termo de acordo não</p><p>cumprido e será feita por Oficial de Justiça.</p><p>Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e oito) horas,</p><p>não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste,</p><p>afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5 (cinco) dias.</p><p>Nesse sentido é de se observar que não se aplica o procedimento do artigo 513 CPC com</p><p>a intimação da parte para pagamento sob pena de multa.</p><p>Isso porque a CLT não é omissão quanto à disciplina da execução nesse tópico.</p><p>O artigo 889 determinou de forma expressa que os trâmites e incidentes do processo da</p><p>execução são aplicáveis, naquilo em que não contravierem ao dispostona CLT, os preceitos que</p><p>regem o processo dos executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda</p><p>Pública Federal.</p><p>142</p><p>16. Liquidação</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>16.1 Liquidação por arbitramento</p><p>Pessoas ou coisas, com o objetivo da apuração do montante devido relativo à obrigação</p><p>pecuniária a ser adimplida pelo devedor, ou, em determinadas situações, para a regular</p><p>individualização do objeto da condenação.</p><p>A liquidação por arbitramento ocorre quando é determinada pela sentença ou</p><p>convencionada pelas partes, ou, ainda, quando exigir a natureza do objeto da liquidação (art.</p><p>509, I, CPC).</p><p>Exemplo: reconhecimento do vínculo empregatício, sem a fixação da evolução salarial. O</p><p>juiz poderá determinar a apuração da evolução salarial, por arbitramento, em função do que</p><p>dispõe o art. 460 da CLT.</p><p>Compreende a realização de exame ou vistoria pericial de pessoas ou coisas, com o</p><p>objetivo da apuração do montante devido relativo à obrigação pecuniária a ser adimplida pelo</p><p>devedor, ou, em determinadas situações, para a regular individualização do objeto da</p><p>condenação.</p><p>No caso de arbitramento, o juiz nomeará o perito, fixando o prazo para a entrega do laudo</p><p>(art. 510, CPC).</p><p>No prazo de 15 dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito, caberá</p><p>às partes a indicação de assistentes e formulação de quesitos (art. 465, § 1º, I e II, CPC).</p><p>A sentença de arbitramento é irrecorrível de imediato. Será objeto de eventual</p><p>discordância, na fase de execução, após a garantia do juízo, por meio da impugnação à sentença</p><p>de liquidação (art. 884, § 3º, CLT).</p><p>16.2 Liquidação pelo procedimento comum</p><p>A liquidação pelo procedimento comum (“por artigos de liquidação”) é aquela feita em</p><p>petição articulada, onde cada fato a ser provado deverá ser colocado em um artigo, visando à</p><p>individualização do objeto e à fixação do valor da condenação.</p><p>143</p><p>Será efetuada a liquidação pelo procedimento comum quando, para determinar o valor da</p><p>condenação, houver a necessidade de alegar e provar fato novo (art. 509, II, CPC).</p><p>Como exemplo, tem-se a hipótese em que a sentença menciona hora extra, contudo, não</p><p>menciona o horário ou o número. Haverá a necessidade da prova do fato novo: o horário de</p><p>trabalho e o respectivo número diário ou semanal de horas extras.</p><p>144</p><p>17. Recursos Inusitados</p><p>Prof.ª Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>17.1 Agravo Interno</p><p>A CLT não trata sobre as hipóteses de cabimento do agravo interno, mas podemos</p><p>encontrar disposições no CPC e nos Regimentos Internos dos Tribunais.</p><p>No CPC, art. 1.021, consta que contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno</p><p>para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do</p><p>regimento interno do tribunal.</p><p>Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos</p><p>da decisão agravada.</p><p>O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o</p><p>recurso, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão</p><p>colegiado, com inclusão em pauta.</p><p>É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para</p><p>julgar improcedente o agravo interno.</p><p>Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em</p><p>votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar</p><p>ao agravado uma multa fixada entre</p><p>um e cinco por cento do valor atualizado da causa.</p><p>Também previsto no Regimento Interno do TST.</p><p>Art. 265. Cabe agravo interno contra decisão dos Presidentes do Tribunal e das Turmas,</p><p>do Vice-Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou de relator, nos termos</p><p>da legislação processual, no prazo de 8 (oito) dias úteis, pela parte que se considerar</p><p>prejudicada.</p><p>145</p><p>17.1.1 Modelo de Agravo Interno</p><p>Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator ... da ... Turma do Egrégio</p><p>Tribunal Regional do Trabalho da ... Região</p><p>Processo nº ...</p><p>NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe,</p><p>em que contende com NOME DO AGRAVADO, já qualificado nos autos, vem à</p><p>presença de Vossa Excelência, por seu advogado abaixo assinado, interpor</p><p>AGRAVO DE INTERNO, com fundamento no art. 1.021 do CPC ao Tribunal</p><p>Regional do Trabalho da ...Região.</p><p>Presentes os pressupostos de admissibilidade, requer o recebimento do</p><p>presente Recurso, com a retração deste juízo. Caso não seja esse o entendimento,</p><p>requer a intimação da parte adversa para apresentar resposta, querendo, e após,</p><p>remessa ao colegiado do TRT.</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local... data...</p><p>Advogado ... OAB ...</p><p>146</p><p>EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIÃO</p><p>PROCESSO DE ORIGEM:</p><p>RECORRENTE:</p><p>RECORRIDO:</p><p>OBEJTO:</p><p>Eminentes julgadores,</p><p>Admissibilidade/ Cabimento</p><p>Mencionar estar diante de decisão do relator e estar presente os pressupostos</p><p>de admissibilidade.</p><p>RAZÕES DE REFORMA</p><p>Fatos e fundamentos e pedido.</p><p>PEDIDOS</p><p>Diante o exposto requer o conhecimento e provimento do presente recurso para</p><p>determinar o recebimento e processamento do recurso.</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local ... data...</p><p>Advogado...OAB ...</p><p>17.2 Agravo Regimental</p><p>O agravo regimental não está previsto no art. 893 da CLT, encontrando previsão no art.</p><p>709, §1º da CLT e na Lei 5. 584/70.</p><p>147</p><p>Ele é um recurso previsto nos regimentos internos e, conforme OJ 412 da SBDI-1, não</p><p>cabe de decisão colegiada.</p><p>17.3 Recurso Extraordinário</p><p>O STF, além de ser um tribunal constitucional e político, é um tribunal que busca à</p><p>preservação e supremacia da Constituição.</p><p>O Recurso Extraordinário é um recurso cuja finalidade é, precisamente, a manutenção da</p><p>supremacia constitucional.</p><p>As hipóteses de cabimento estão expressadas no art. 102, III e alíneas:</p><p>III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última</p><p>instância, quando a decisão recorrida:</p><p>a) contrariar dispositivo desta Constituição;</p><p>b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;</p><p>c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.</p><p>d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.</p><p>PRAZO: 15 dias (art. 1.003, § 5º, CPC).</p><p>Não precisa de depósito recursal:</p><p>Tese de repercussão geral (Tema 679): “Surge incompatível com a Constituição Federal</p><p>exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que</p><p>não recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei nº 8.177/1991 e, por</p><p>arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa nº 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho”.</p><p>OBSERVAÇÕES:</p><p>Súmula nº 279: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.</p><p>A peça de interposição será dirigida ao presidente do tribunal recorrido (Tribunal Superior</p><p>do Trabalho).</p><p>Conforme o CPC:</p><p>148</p><p>Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na</p><p>Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do</p><p>tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:</p><p>I - A exposição do fato e do direito.</p><p>II - A demonstração do cabimento do recurso interposto.</p><p>III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.</p><p>O STF poderá desconsiderar certos vícios considerados leves nos recursos.</p><p>3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar</p><p>vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute</p><p>grave.</p><p>§ 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas</p><p>repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça</p><p>receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal</p><p>constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica</p><p>ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até</p><p>ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.</p><p>Será possível efeito suspensivo (isto é, obter o resultado do recurso, ao evitarse que a</p><p>decisão recorrida produza efeitos) requerendo-se tanto ao tribunal a quo como ao STF, a</p><p>depender do momento.</p><p>§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso</p><p>especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:</p><p>I – Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão</p><p>de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame</p><p>prevento para julgá-lo.</p><p>II - Ao relator, se já distribuído o recurso.</p><p>III – Ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido</p><p>entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim</p><p>como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.</p><p>Recebida a petição de recurso no Tribunal a quo, o recorrido será intimado para</p><p>apresentar contrarrazões, no mesmo prazo para a interposição do recurso. O Presidente ou Vice</p><p>do Tribunal a quo terá poderes para negar seguimento a recurso, nas hipóteses das alíneas a e</p><p>b do inciso I. Desta decisão cabe agravo.</p><p>Caso o Presidente ou Vice note que a decisão recorrida contraria entendimento do STF,</p><p>fará o processo voltar ao órgão julgador (turma ou câmara). Desta decisão cabe agravo interno.</p><p>II – Encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o</p><p>acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior</p><p>Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de</p><p>recursos repetitivos.</p><p>149</p><p>Poderá, finalmente, sobrestar o recurso. Desta decisão também cabe agravo.</p><p>III – Sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não</p><p>decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se</p><p>trate de matéria constitucional ou infraconstitucional.</p><p>Finalmente, o Presidente ou Vice despachará o recurso nas seguintes situações:</p><p>IV – Selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou</p><p>infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036.</p><p>V – Realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal</p><p>Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que o recurso ainda não tenha sido</p><p>submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos, o</p><p>recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia.</p><p>c) O tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.</p><p>§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo</p><p>ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042.</p><p>§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos</p><p>termos do art. 1.021.</p><p>Na petição de razões, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral, ou seja,</p><p>porque o julgamento daquele recurso é importante não só para as partes, mas também para a</p><p>sociedade, com base em argumentos jurídicos, econômicos, políticos ou sociais.</p><p>A decisão que</p><p>não conhece recurso no que toca à repercussão geral é irrecorrível.</p><p>A repercussão geral é um dos requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário que</p><p>tem por objetivo restringir o acesso ao STF, restringindo-o analisar casos de flagrante cunho</p><p>constitucional e que tenham a relevância econômica, jurídica e social.</p><p>Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso</p><p>extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral,</p><p>nos termos deste artigo.</p><p>§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões</p><p>relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os</p><p>interesses subjetivos do processo.</p><p>§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação</p><p>exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem</p><p>negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre</p><p>matéria idêntica.</p><p>§ 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de</p><p>1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu</p><p>preso e os pedidos de habeas corpus.</p><p>§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada</p><p>no diário oficial e valerá como acórdão.</p><p>150</p><p>17.3.1 Modelo de Recurso Extraordinário</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO TRIBUNAL</p><p>SUPERIOR DO TRABALHO</p><p>Processo nº ...</p><p>RECORRENTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu</p><p>procurador, nos autos que lhe foi proposta por RECORRIDO, vem, à presença de</p><p>Vossa Excelência, interpor</p><p>RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fundamento no art. 102, III, a, da CF/88, pelas</p><p>razões que passa a expor.</p><p>Requer o processamento do apelo com a regular intimação da parte contrária e a</p><p>remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal.</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado... OAB...</p><p>151</p><p>SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL</p><p>Recorrente: ...</p><p>Recorrido: ...</p><p>Razões do Recurso Extraordinário</p><p>Eminentes Julgadores,</p><p>ADMISSIBILIDADE/CABIMENTO (prequestionamento, esgotamento das vias</p><p>recursais, tempestividade, competência, legitimidade, repercussão geral)</p><p>RAZÕES DE REFORMA: DA VIOLAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO</p><p>fatos e fundamentos e pedido.</p><p>PEDIDOS</p><p>Diante do exposto, o presente recurso deverá ser conhecido e provido para</p><p>reconhecer a ofensa à Constituição Federal, e reformar a decisão para...</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local...Data ...</p><p>Advogado .... OAB ...</p><p>152</p><p>17.4 Embargos Infringentes</p><p>Os embargos infringentes são de competência da SDC – Seção Especializada em</p><p>Dissídios Coletivos.</p><p>Cabe de decisão não unânime proferida em dissídio coletivo de competência originária do</p><p>TST, como nos casos que as empresas exercem atividades extrapolam a jurisdição de um TRT.</p><p>Previsão: Art. 894, I, a, da CLT e no art. 262 do RITST.</p><p>Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:</p><p>I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar</p><p>conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior</p><p>do Trabalho, nos casos previstos em lei;</p><p>Art. 262. Cabem embargos infringentes das decisões não unânimes proferidas pela Seção</p><p>Especializada em Dissídios Coletivos, no prazo de 8 (oito) dias úteis, contados da</p><p>publicação do acórdão no Órgão Oficial, nos processos de Dissídios Coletivos de</p><p>competência originária do Tribunal.</p><p>Art. 263. Registrado o protocolo na petição a ser encaminhada à Secretaria do órgão</p><p>julgador competente, esta juntará o recurso aos autos respectivos e abrirá vista à parte</p><p>contrária, para impugnação, no prazo legal. Transcorrido o prazo, o processo será</p><p>remetido à unidade competente, para ser imediatamente distribuído.</p><p>Art. 264. Não atendidas as exigências legais relativas ao cabimento dos embargos</p><p>infringentes, o relator denegará seguimento ao recurso, facultada à parte a interposição</p><p>de agravo interno.</p><p>153</p><p>17.4.1 Modelo de Embargos Infringentes</p><p>EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO RELATOR</p><p>SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS</p><p>TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO</p><p>Processo nº ...</p><p>RECORRENTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu</p><p>procurador, nos autos que lhe foi proposta por RECORRIDO, vem, à presença de</p><p>Vossa Excelência, interpor</p><p>EMBRAGOS INFRINGENTES, com fundamento no art. 894, I, a, da CLT, pelas razões</p><p>que passa a expor.</p><p>Requer o processamento do recurso com a regular intimação da parte contrária e</p><p>remessa dos autos.</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local... e data...</p><p>Advogado... OAB...</p><p>154</p><p>À SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS</p><p>Recorrente: ...</p><p>Recorrido: ...</p><p>Razões de Recurso</p><p>Eminentes Julgadores,</p><p>ADMISSIBILIDADE/CABIMENTO</p><p>DOS MOTIVOS DE REFORMA</p><p>Fatos e fundamentos e pedido.</p><p>PEDIDOS</p><p>Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do recurso para reformar a</p><p>decisão.</p><p>Nestes termos, pede deferimento.</p><p>Local...Data ...</p><p>Advogado .... OAB ...</p><p>155</p><p>17.5 Incidente de Julgamento dos Recursos de Revista e de Embargos Repetitivos</p><p>Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica</p><p>questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios</p><p>Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros,</p><p>mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada,</p><p>considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre</p><p>os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal.</p><p>§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores,</p><p>afetará um ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção</p><p>Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos</p><p>repetitivos.</p><p>§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para</p><p>julgamento sob o rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos demais</p><p>Presidentes de Turma ou de Seção Especializada, que poderão afetar outros processos</p><p>sobre a questão para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global</p><p>da questão.</p><p>§ 3o O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos em casos idênticos</p><p>aos afetados como recursos repetitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal</p><p>Superior do Trabalho.</p><p>§ 4o Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos</p><p>representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do</p><p>Trabalho, ficando suspensos os demais recursos de revista até o pronunciamento</p><p>definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>§ 5o O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão dos</p><p>recursos de revista ou de embargos que tenham como objeto controvérsia idêntica à do</p><p>recurso afetado como repetitivo.</p><p>§ 6o O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da Seção</p><p>Especializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor.</p><p>§ 7o O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, informações a</p><p>respeito da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias.</p><p>§ 8o O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com interesse</p><p>na controvérsia, inclusive como assistente simples, na forma da Lei nº 5.869, de 11 de</p><p>janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).</p><p>§ 9o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 7o deste</p><p>artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias.</p><p>§ 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos</p><p>demais Ministros, o processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou no</p><p>Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos.</p><p>§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de revista</p><p>sobrestados na origem:</p><p>I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a</p><p>orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou</p><p>II - serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão</p><p>recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria.</p><p>§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente</p><p>pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso de revista.</p><p>§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também</p><p>contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o</p><p>conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional.</p><p>§ 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho</p><p>será aplicado o procedimento previsto no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de</p><p>1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho</p><p>selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao</p><p>Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da</p><p>156</p><p>Corte, na forma do § 1o do art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código</p><p>de Processo Civil).</p><p>§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais</p><p>do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do Tribunal para que</p><p>suspendam os processos idênticos aos selecionados como recursos representativos da</p><p>controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento</p><p>definitivo.</p><p>§ 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se</p><p>demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo</p><p>julgado sob o rito dos recursos repetitivos.</p><p>§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando</p><p>se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a</p><p>segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o</p><p>Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado.</p><p>IN 38 do TST - Regulamenta o procedimento do Incidente de Julgamento dos Recursos</p><p>de Revista e de Embargos à SbDI-1 repetitivos.</p><p>Art. 1° As normas do Código de Processo Civil relativas ao julgamento dos recursos</p><p>extraordinário e especial repetitivos aplicam-se, no que couber, ao recurso de revista e ao</p><p>recurso de embargos repetitivos (CLT, artigos 894, II e 896 da CLT).</p><p>Art. 2° Havendo multiplicidade de recursos de revista ou de embargos para a Subseção</p><p>de Dissídios Individuais I (SbDI-1) fundados em idêntica questão de direito, a questão</p><p>poderá ser afetada a essa Subseção ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples</p><p>de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que a compõem,</p><p>considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre</p><p>os Ministros dessa Subseção ou das Turmas do Tribunal.</p><p>§ 1º O requerimento fundamentado de um dos Ministros da Subseção de Dissídios</p><p>Individuais I de afetação da questão a ser julgada em incidente de recursos repetitivos</p><p>deverá indicar um ou mais recursos de revista ou de embargos representativos da</p><p>controvérsia e ser formulado por escrito diretamente ao Presidente da SbDI-1 ou,</p><p>oralmente, em questão preliminar suscitada quando do julgamento de processo incluído</p><p>na pauta de julgamentos da Subseção.</p><p>§ 2º De forma concorrente, quando a Turma do Tribunal Superior do Trabalho entender</p><p>necessária a adoção do procedimento de julgamento de recursos de revista repetitivos,</p><p>seu Presidente deverá submeter ao Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I a</p><p>proposta de afetação do recurso de revista, para os efeitos dos artigos 896-B e 896-C da</p><p>CLT.</p><p>§ 3º O Presidente da Subseção submeterá a proposta de afetação ao colegiado, se</p><p>formulada por escrito, no prazo máximo de 30 dias de seu recebimento, ou de imediato,</p><p>se suscitada em questão preliminar, quando do julgamento de determinado processo pela</p><p>SbDI-1, após o que: I – acolhida a proposta, por maioria simples, o colegiado também</p><p>decidirá se a questão será analisada pela própria SbDI-1 ou pelo Tribunal Pleno; II –</p><p>acolhida a proposta, a desistência da ação ou do recurso não impede a análise da questão</p><p>objeto de julgamento de recursos repetitivos; III – na hipótese do inciso I, o processo será</p><p>distribuído a um relator e a um revisor do órgão jurisdicional correspondente, para sua</p><p>tramitação nos termos do artigo 896-C da CLT; IV – rejeitada a proposta, se for o caso, os</p><p>autos serão devolvidos ao órgão julgador respectivo, para que o julgamento do recurso</p><p>prossiga regularmente.</p><p>§ 4º Não será admitida sustentação oral versando, de forma específica, sobre a proposta</p><p>de afetação.</p><p>§ 5º A critério do Presidente da Subseção, as propostas de afetação formuladas por escrito</p><p>por um dos Ministros da Subseção de Dissídios Individuais I ou pelo Presidente de Turma</p><p>do Tribunal Superior do Trabalho poderão ser apreciadas pela SbDI-1 por meio eletrônico,</p><p>nos termos e para os efeitos do § 3º, I, deste artigo, do que serão as partes cientificadas</p><p>pelo Diário da Justiça.</p><p>157</p><p>§ 6º Caso surja alguma divergência entre os integrantes do colegiado durante o julgamento</p><p>eletrônico, este ficará imediatamente suspenso, devendo a proposta de afetação ser</p><p>apreciada em sessão presencial.</p><p>Art. 3º O Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I que afetar processo para</p><p>julgamento sob o rito dos recursos repetitivos devera? expedir comunicação aos demais</p><p>Presidentes de Turma, que poderão afetar outros processos sobre a questão para</p><p>julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão.</p><p>Art. 4º Somente poderão ser afetados recursos representativos da controvérsia que sejam</p><p>admissíveis e que, a critério do relator do incidente de julgamento dos recursos repetitivos,</p><p>contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.</p><p>Parágrafo único. O relator desse incidente não fica vinculado às propostas de afetação de</p><p>que trata o artigo anterior, podendo recusá-las por desatenderem aos requisitos previstos</p><p>no caput deste artigo e, ainda, selecionar outros recursos representativos da controvérsia.</p><p>Art. 5º Selecionados os recursos, o relator, na Subseção Especializada em Dissídios</p><p>Individuais ou no Tribunal Pleno, constatada a presença do pressuposto do caput do art.</p><p>896-C da CLT, proferirá decisão de afetação, sempre fundamentada, na qual: I –</p><p>identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento; II – poderá determinar</p><p>a suspensão dos recursos de revista ou de embargos de que trata o § 5º do artigo 896-C</p><p>da CLT; III – poderá solicitar aos Tribunais Regionais do Trabalho informações a respeito</p><p>da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias, e requisitar aos</p><p>Presidentes ou Vice-Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho a remessa de até</p><p>dois recursos de revista representativos da controvérsia; IV –</p><p>concederá o prazo de 15</p><p>(quinze) dias para a manifestação escrita das pessoas, órgãos ou entidades interessados</p><p>na controvérsia, que poderão ser admitidos como amici curiae. V – Informará aos demais</p><p>Ministros sobre a decisão de afetação; VI – poderá conceder vista ao Ministério Público e</p><p>às partes, nos termos e para os efeitos do § 9º do artigo 896-C da CLT</p><p>Art. 6º O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho, com cópia da decisão de afetação, para que suspendam os</p><p>recursos de revista interpostos em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos</p><p>e ainda não encaminhados a este Tribunal, bem como os recursos ordinários interpostos</p><p>contra as sentenças proferidas em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos,</p><p>até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>Art. 7º Caberá ainda ao Presidente do Tribunal de origem, caso receba a requisição de</p><p>que trata o inciso III do artigo 5º desta Instrução Normativa, admitir até dois recursos</p><p>representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do</p><p>Trabalho.</p><p>Art. 8º Se, após receber os recursos de revista selecionados pelo Presidente ou Vice-</p><p>Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, não se proceder à sua afetação, o relator,</p><p>no Tribunal Superior do Trabalho, comunicará o fato ao Presidente ou Vice-Presidente que</p><p>os houver enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão referida no artigo 896-</p><p>C, § 4º, da CLT.</p><p>Art. 9º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser</p><p>proferida pelo respectivo relator. § 1º A parte poderá requerer o prosseguimento de seu</p><p>processo se demonstrar a intempestividade do recurso nele interposto ou a existência de</p><p>distinção entre a questão de direito a ser decidida no seu processo e aquela a ser julgada</p><p>sob o rito dos recursos repetitivos. § 2º O requerimento a que se refere o § 1º será dirigido:</p><p>I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau; II – ao relator, se o processo</p><p>sobrestado estiver no tribunal de origem; III – ao relator do acórdão recorrido, se for</p><p>sobrestado recurso de revista no tribunal de origem; IV – ao relator, no Tribunal Superior</p><p>do Trabalho, do recurso de revista ou de embargos cujo processamento houver sido</p><p>sobrestado. § 3º A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento, no prazo de cinco</p><p>dias</p><p>§ 4º Reconhecida a distinção no caso: I – dos incisos I, II e IV do § 2º, o próprio juiz ou</p><p>relator dará prosseguimento ao processo; II – do inciso III do § 2º, o relator comunicará a</p><p>decisão ao presidente ou ao vice-presidente que houver determinado o sobrestamento,</p><p>para que este dê normal prosseguimento ao processo.</p><p>§ 5º A decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 1º é irrecorrível de imediato,</p><p>nos termos do artigo 893, § 1º, da CLT.</p><p>158</p><p>Art. 10. Para instruir o procedimento, pode o relator fixar data para, em audiência pública,</p><p>ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, sempre que</p><p>entender necessário o esclarecimento de questões ou circunstâncias de fato subjacentes</p><p>à controvérsia objeto do incidente de recursos repetitivos. § 1º O relator poderá também</p><p>admitir, tanto na audiência pública quanto no curso do procedimento, a manifestação,</p><p>como amici curiae, de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia,</p><p>considerando a relevância da matéria e assegurando o contraditório e a isonomia de</p><p>tratamento. § 2º A manifestação de que trata o § 1º somente será admitida até a inclusão</p><p>do processo em pauta.</p><p>Art. 11. Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de um ano e terão preferência</p><p>sobre os demais feitos. § 1º Na hipótese de não ocorrer o julgamento no prazo de um ano</p><p>a contar da publicação da decisão de que trata o artigo 5º desta Instrução Normativa,</p><p>cessam automaticamente, em todo o território nacional, a afetação e a suspensão dos</p><p>processos, que retomarão seu curso normal. § 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, é</p><p>permitida, nos termos e para os efeitos do artigo 2º desta Instrução Normativa e do artigo</p><p>896-C da CLT, a formulação de outra proposta de afetação de processos representativos</p><p>da controvérsia para instauração e julgamento de recursos repetitivos para ser apreciada</p><p>e decidida pela SbDI-1 deste Tribunal.</p><p>Art. 12. O conteúdo do acórdão paradigma abrangerá a análise de todos os fundamentos</p><p>da tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários. Parágrafo único. É vedado ao órgão</p><p>colegiado decidir, para os fins do artigo 896-C da CLT, questão não delimitada na decisão</p><p>de afetação.</p><p>Art. 13. Decidido o recurso representativo da controvérsia, os órgãos jurisdicionais</p><p>respectivos declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica</p><p>controvérsia ou os decidirão, aplicando a tese firmada. Parágrafo único. Quando os</p><p>recursos requisitados do Tribunal Regional do Trabalho contiverem outras questões além</p><p>daquela que é objeto da afetação, caberá ao órgão jurisdicional competente, em acórdão</p><p>específico para cada processo, decidir esta em primeiro lugar e depois as demais.</p><p>Art. 14. Publicado o acórdão paradigma: I – o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal</p><p>de origem negará seguimento aos recursos de revista sobrestados na origem, se o</p><p>acórdão recorrido coincidir com a orientação do Tribunal Superior do Trabalho; II – o órgão</p><p>que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência</p><p>originária ou o recurso anteriormente julgado, na hipótese de o acórdão recorrido contrariar</p><p>a orientação do Tribunal Superior do Trabalho; III – os processos porventura suspensos</p><p>em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação</p><p>da tese firmada pelo Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>Art. 15. Para fundamentar a decisão de manutenção do entendimento, o órgão que proferiu</p><p>o acórdão recorrido deverá demonstrar a existência de distinção, por se tratar de caso</p><p>particularizado por hipótese fática distinta ou questão jurídica não examinada, a impor</p><p>solução diversa. § 1º Na hipótese de que trata o caput deste artigo, o recurso de revista</p><p>será submetido a novo exame de sua admissibilidade pelo Presidente ou Vice-Presidente</p><p>do Tribunal Regional, retomando o processo o seu curso normal. § 2º Realizado o juízo</p><p>de retratação, com alteração do acórdão divergente, o Tribunal de origem, se for o caso,</p><p>decidirá as demais questões ainda não decididas, cujo enfrentamento se tornou</p><p>necessário em decorrência da alteração. § 3º Quando for alterado o acórdão divergente</p><p>na forma do § 1º e o recurso anteriormente interposto versar sobre outras questões, o</p><p>Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal Regional, independentemente de ratificação do</p><p>recurso, procederá a novo juízo de admissibilidade, retomando o processo o seu curso</p><p>normal.</p><p>Art. 16. A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de</p><p>proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso</p><p>representativo da controvérsia. § 1º Se a desistência ocorrer antes de oferecida a defesa,</p><p>a parte, se for o caso, ficará dispensada do pagamento de custas e de honorários de</p><p>advogado. § 2º A desistência apresentada nos termos do caput deste artigo independe de</p><p>consentimento do reclamado, ainda que apresentada contestação.</p><p>Art. 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando</p><p>se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a</p><p>159</p><p>segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o</p><p>Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado.</p><p>Art. 18. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também</p><p>contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o</p><p>conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional.</p><p>Art. 19. Aos recursos extraordinários</p><p>interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho</p><p>será aplicado o procedimento previsto no Código de Processo Civil para o julgamento dos</p><p>recursos extraordinários repetitivos, cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do</p><p>Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-</p><p>los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo</p><p>da Corte, na forma ali prevista.</p><p>Art. 20. Quando o julgamento dos embargos à SbDI-1 envolver relevante questão de</p><p>direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos mas a</p><p>respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre as</p><p>turmas ou os demais órgãos fracionários do Tribunal Superior do Trabalho, poderá a SbDI-</p><p>1, por iniciativa de um de seus membros e após a aprovação da maioria de seus</p><p>integrantes, afetar o seu julgamento ao Tribunal Pleno. Parágrafo único. Aplica-se a este</p><p>incidente, no que couber, o que esta Instrução Normativa dispõe sobre o incidente de</p><p>julgamento de recursos repetitivos.</p><p>Art. 21. O Tribunal Superior do Trabalho deverá manter e dar publicidade às questões de</p><p>direito objeto dos recursos repetitivos já julgados, pendentes de julgamento ou já</p><p>reputadas sem relevância, bem como daquelas objeto das decisões proferidas por sua</p><p>composição plenária, nos termos do § 13 do artigo 896 da CLT e do artigo 20 desta</p><p>Instrução Normativa. Parágrafo único. As decisões, organizadas por questão jurídica</p><p>julgada, serão divulgadas, preferencialmente, na rede mundial de computadores e</p><p>constarão do Banco Nacional de Jurisprudência Uniformizadora – BANJUR, instituído pelo</p><p>artigo 7º da Instrução Normativa nº 37/2015, aprovada pela Resolução nº 195, de</p><p>02.03.2015, do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>IN 40 DO TST - Dispõe sobre o cabimento de agravo de instrumento em caso de</p><p>admissibilidade parcial de recurso de revista no Tribunal Regional do Trabalho e dá outras</p><p>providências</p><p>Art. 1° Admitido apenas parcialmente o recurso de revista, constitui ônus da parte</p><p>impugnar, mediante agravo de instrumento, o capítulo denegatório da decisão, sob pena</p><p>de preclusão.</p><p>§ 1º Se houver omissão no juízo de admissibilidade do recurso de revista quanto a um ou</p><p>mais temas, é ônus da parte interpor embargos de declaração para o órgão prolator da</p><p>decisão embargada supri-la (CPC, art. 1024, § 2º), sob pena de preclusão.</p><p>§ 2º Incorre em nulidade a decisão regional que se abstiver de exercer controle de</p><p>admissibilidade sobre qualquer tema objeto de recurso de revista, não obstante interpostos</p><p>embargos de declaração (CF/88, art. 93, inciso IX e § 1º do art. 489 do CPC de 2015).</p><p>§ 3º No caso do parágrafo anterior, sem prejuízo da nulidade, a recusa do Presidente do</p><p>Tribunal Regional do Trabalho a emitir juízo de admissibilidade sobre qualquer tema</p><p>equivale à decisão denegatória. É ônus da parte, assim, após a intimação da decisão dos</p><p>embargos de declaração, impugná-la mediante agravo de instrumento (CLT, art. 896, §</p><p>12), sob pena de preclusão.</p><p>§ 4º Faculta-se ao Ministro Relator, por decisão irrecorrível (CLT, art. 896, § 5º, por</p><p>analogia), determinar a restituição do agravo de instrumento ao Presidente do Tribunal</p><p>Regional do Trabalho de origem para que complemente o juízo de admissibilidade, desde</p><p>que interpostos embargos de declaração.</p><p>Art. 2° Após a vigência do Código de Processo Civil de 2015, subsiste o Incidente de</p><p>Uniformização de Jurisprudência da CLT (art. 896, §§ 3º, 4º, 5º e 6º), observado o</p><p>procedimento previsto no regimento interno do Tribunal Regional do Trabalho.</p><p>160</p><p>1. Princípios, fontes e aplicação da norma jurídica trabalhista</p><p>1.1 Princípios do direito individual do trabalho</p><p>1.2 Fontes do Direito do Trabalho</p><p>1.3 Aplicação da norma jurídica trabalhista</p><p>2. Direito Constitucional do Trabalho</p><p>3. Princípios e Competência | Processo do Trabalho</p><p>3.1 Princípios</p><p>3.2 Organização e Competência da Justiça do Trabalho</p><p>4. Das partes e Procuradores</p><p>4.1 Capacidade Postulatória</p><p>4.2 Litisconsórcio</p><p>4.3 Ações Plúrimas</p><p>4.4 Das partes e representantes</p><p>4.5 Honorários advocatícios</p><p>5. Entendendo quando tem reflexos salariais</p><p>5.1 Hipóteses de rescisão do contrato com prazo determinado</p><p>5.2 Rescisão dos contratos por prazo indeterminado</p><p>5.3 Artigos e Súmulas que tratam sobre forma de pagamento de verbas trabalhista e seus reflexos</p><p>6. Ritos da Justiça do Trabalho</p><p>6.1 Rito sumário</p><p>6.2 Rito sumaríssimo</p><p>6.3 Rito ordinário</p><p>7. Sentença e Coisa Julgada</p><p>7.1 Sentença</p><p>7.2 Coisa Julgada</p><p>8. Teoria Geral dos Recursos</p><p>8.1 Características dos Recursos Trabalhistas</p><p>8.2 Efeito</p><p>9. Empregados Especiais</p><p>9.1 Bancários (art. 224 à 226 da CLT)</p><p>9.2 Telefonistas (art. 227 à 231 da CLT)</p><p>9.3 Músicos (Lei nº 3.857/1960 e art. 232 à 233 da CLT)</p><p>9.4 Dos operadores cinematográficos (art. 234 à 235 da CLT)</p><p>9.5 Dos motoristas profissionais (art. 235-A à 235-H da CLT)</p><p>9.6 Dos Jornalistas (art. 302 à 316 da CLT)</p><p>9.7 Dos professores (art. 317 à 323 da CLT)</p><p>9.8 Do trabalho da mulher (art. 372 à 400 da CLT)</p><p>9.9 Do trabalho do Aprendiz (art. 424 à 433 da CLT)</p><p>9.10 Do diretor</p><p>9.11 Empregado Doméstico</p><p>9.12. Empregado Rural (Lei nº 5.889/73)</p><p>9.13 Advogado (Lei nº 8.906/94)</p><p>9.14. Outras espécies de relação de trabalho</p><p>10. FGTS</p><p>10.1 Regras para depósito de FGTS</p><p>10.2 Da multa dos 40% sobre o FGTS</p><p>10.3 Hipóteses de Saque</p><p>11. Lei Geral de Proteção de Dados</p><p>11.1 Disposições Iniciais</p><p>11.2 Do Tratamento dos Dados</p><p>11.3 Dos Direitos do Titular</p><p>11.4 Dos Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público</p><p>11.5 Da transferência internacional de dados</p><p>11.6 Dos agentes de Tratamento de Dados Pessoais</p><p>11.7 Da segurança e das boas práticas</p><p>11.8 Da fiscalização</p><p>11.9 Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade</p><p>12. Súmulas e OJ’s que não se aplicam mais</p><p>12.1 Súmulas e OJ’s após a Reforma Trabalhista</p><p>13. Relação de Trabalho/Terceirização</p><p>13.1 Contrato Temporário – Lei nº 6.019/74</p><p>14. Medicina e Segurança do Trabalho</p><p>14.1 Da inspeção prévia, embargo ou interdição</p><p>14.2 Do equipamento de proteção individual</p><p>14.3 Das medidas de proteção</p><p>14.4 Força Maior</p><p>15. Princípios, Fontes e Espécies de Execução</p><p>15.1 Princípios</p><p>15.2 Fontes</p><p>15.3 Espécies de execuções</p><p>16. Liquidação</p><p>16.1 Liquidação por arbitramento</p><p>16.2 Liquidação pelo procedimento comum</p><p>17. Recursos Inusitados</p><p>17.1 Agravo Interno</p><p>17.2 Agravo Regimental</p><p>17.3 Recurso Extraordinário</p><p>17.4 Embargos Infringentes</p><p>17.5 Incidente de Julgamento dos Recursos de Revista e de Embargos Repetitivos</p><p>ao</p><p>esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, representando contra aquelas que não</p><p>atenderem a tais requisições;</p><p>b) realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho ou pelo Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>c) julgar as suspeições arguidas contra os seus membros;</p><p>d) julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;</p><p>e) expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas;</p><p>f) exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições que</p><p>decorram da sua jurisdição.</p><p>Art. 659 - Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes forem</p><p>conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições:</p><p>I - presidir às audiências das Juntas;</p><p>II - executar as suas próprias decisões, as proferidas pela Junta e aquelas cuja execução</p><p>lhes for deprecada;</p><p>III - dar posse aos vogais nomeados para a Junta, ao Secretário e aos demais funcionários</p><p>da Secretaria;</p><p>IV - convocar os suplentes dos vogais, no impedimento destes;</p><p>V - representar ao Presidente do Tribunal Regional da respectiva jurisdição, no caso de</p><p>falta de qualquer vogal a 3 (três) reuniões consecutivas, sem motivo justificado, para os</p><p>fins do art. 727;</p><p>VI - despachar os recursos interpostos pelas partes, fundamentando a decisão recorrida</p><p>antes da remessa ao Tribunal Regional, ou submetendo-os à decisão da Junta, no caso</p><p>do art. 894;</p><p>VII - assinar as folhas de pagamento dos membros e funcionários da Junta;</p><p>VlIl - apresentar ao Presidente do Tribunal Regional, até 15 de fevereiro de cada ano, o</p><p>relatório dos trabalhos do ano anterior;</p><p>IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas</p><p>que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469</p><p>desta Consolidação.</p><p>X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas</p><p>que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo</p><p>empregador.</p><p>19</p><p>3.2.1.1 TRT</p><p>Os Tribunais Regionais serão competentes para processar e julgar as ações de</p><p>competência originárias, a exemplo da ação rescisória. E, também terá competência recursal.</p><p>São recursos que são direcionados para o TRT: recurso ordinário e agravo de petição.</p><p>Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,</p><p>recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da</p><p>República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de setenta anos de idade, sendo:</p><p>I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e</p><p>membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,</p><p>observado o disposto no art. 94;</p><p>II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento,</p><p>alternadamente.</p><p>§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização</p><p>de audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da</p><p>respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.</p><p>§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente,</p><p>constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à</p><p>justiça em todas as fases do processo.</p><p>Art. 678 - Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete:</p><p>I - ao Tribunal Pleno, especialmente:</p><p>a) processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;</p><p>b) processar e julgar originariamente:</p><p>1) as revisões de sentenças normativas;</p><p>2) a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;</p><p>3) os mandados de segurança;</p><p>4) as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas Juntas de Conciliação e</p><p>Julgamento;</p><p>c) processar e julgar em última instância:</p><p>1) os recursos das multas impostas pelas Turmas;</p><p>2) as ações rescisórias das decisões das Juntas de Conciliação e Julgamento, dos juízes</p><p>de direito investidos na jurisdição trabalhista, das Turmas e de seus próprios acórdãos;</p><p>3) os conflitos de jurisdição entre as suas Turmas, os juízes de direito investidos na</p><p>jurisdição trabalhista, as Juntas de Conciliação e Julgamento, ou entre aqueles e estas;</p><p>d) julgar em única ou última instâncias:</p><p>1) os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos seus serviços</p><p>auxiliares e respectivos servidores;</p><p>2) as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou de qualquer de seus</p><p>membros, assim como dos juízes de primeira instância e de seus funcionários.</p><p>II - às Turmas:</p><p>a) julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, alínea a;</p><p>b) julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões denegatórias de</p><p>recursos de sua alçada;</p><p>c) impor multas e demais penalidades relativas e atos de sua competência jurisdicional, e</p><p>julgar os recursos interpostos das decisões das Juntas dos juízes de direito que as</p><p>impuserem.</p><p>Parágrafo único. Das decisões das Turmas não caberá recurso para o Tribunal Pleno,</p><p>exceto no caso do item I, alínea "c", inciso 1, deste artigo.</p><p>20</p><p>3.2.1.2 TST</p><p>O TST também possui competência para processar e julgar ações de competência</p><p>originárias, a exemplo da ação rescisória. E, os recursos de revista e de embargos ao TST, são</p><p>por ele analisados.</p><p>Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de vinte e sete Ministros,</p><p>escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade,</p><p>de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República</p><p>após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:</p><p>I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e</p><p>membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,</p><p>observado o disposto no art. 94;</p><p>II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura</p><p>da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.</p><p>§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:</p><p>I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,</p><p>cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e</p><p>promoção na carreira;</p><p>II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a</p><p>supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho</p><p>de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito</p><p>vinculante.</p><p>§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a</p><p>reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas</p><p>decisões.</p><p>3.2.1.3 TST</p><p>Após saber como é composta a Justiça do Trabalho, necessário se faz analisar quais as</p><p>demandas que poderão ser apreciadas nessa justiça, e, para tanto, o art. 114 da CF nos dá as</p><p>diretrizes necessárias.</p><p>D</p><p>e</p><p>s</p><p>ig</p><p>n</p><p>a</p><p>ç</p><p>ã</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>C</p><p>o</p><p>m</p><p>p</p><p>e</p><p>tê</p><p>n</p><p>c</p><p>ia Em razão do</p><p>TERRITÓRIO</p><p>Em razão da</p><p>MATÉRIA</p><p>21</p><p>Art. 114 da CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:</p><p>I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo</p><p>e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e</p><p>dos Municípios;</p><p>II as ações que envolvam exercício do direito de greve;</p><p>III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e</p><p>trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;</p><p>IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado</p><p>envolver matéria sujeita à sua jurisdição;</p><p>V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o</p><p>disposto no art. 102, I,</p><p>o;</p><p>VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de</p><p>trabalho;</p><p>VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos</p><p>órgãos de fiscalização das relações de trabalho;</p><p>VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus</p><p>acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;</p><p>IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.</p><p>3.2.2 Competência Material</p><p>Inicialmente, atente que a Justiça do Trabalho é competente para dirimir as questões</p><p>relativa à relação de trabalho e não somente a relação de emprego.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Diferença entre relação de emprego e relação de trabalho. A primeira é espécie, enquanto a</p><p>segunda é gênero. A segunda inclui qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa executa obra</p><p>ou serviço à outra (trabalho autônomo, eventual, avulso, estágio, etc).</p><p>D</p><p>e</p><p>s</p><p>ig</p><p>n</p><p>a</p><p>ç</p><p>ã</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>C</p><p>o</p><p>m</p><p>p</p><p>e</p><p>tê</p><p>n</p><p>c</p><p>ia Em razão da</p><p>MATÉRIA</p><p>Definida em razão da lide descrita</p><p>na petição inicial. Competência</p><p>para julgar ações oriundas das</p><p>relações de trabalho (gênero).</p><p>Em razão do</p><p>TERRITÓRIO</p><p>Em regra, é o local da prestação</p><p>de serviço ou da contratação.</p><p>22</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Justiça do trabalho é incompetente para: ações acidentárias (previdenciárias) decorrentes do</p><p>acidente de trabalho; e ações envolvendo servidores públicos estatutários. E para processar e julgar</p><p>ações decorrentes de cobranças de honorários advocatícios (súmula 363 do STJ: Compete à Justiça</p><p>estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente).</p><p>É competente para processar e julgar ações que envolvem exercício de direito de greve,</p><p>inclusive ações possessórias, a teor da Súmula Vinculante 23 do STF:</p><p>Súmula Vinculante 23 STF</p><p>A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em</p><p>decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.</p><p>É competente também para processar e julgar ações sobre representação sindical. Nessa</p><p>situação enquadram-se disputas de base territorial de representação de categoria.</p><p>Incluem-se ainda os Habeas Corpus, Habeas Datas e Mandado de Segurança, quando o</p><p>ato questionado envolver a matéria sujeita à sua jurisdição.</p><p>Ações de indenização por dano moral ou patrimonial também se incluem na competência</p><p>da Justiça do Trabalho.</p><p>Súmula nº 392 do TST</p><p>DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA</p><p>DO TRABALHO (redação alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015)</p><p>- Res. 200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015</p><p>Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é</p><p>competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material,</p><p>decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e</p><p>doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do</p><p>trabalhador falecido.</p><p>Súmula Vinculante 22 do STF</p><p>A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por</p><p>danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por</p><p>empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de</p><p>mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.</p><p>Súmula 368 do TST</p><p>DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA.</p><p>RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO</p><p>GERADOR (aglutinada a parte final da Orientação Jurisprudencial nº 363 da SBDI-I à</p><p>redação do item II e incluídos os itens IV, V e VI em sessão do Tribunal Pleno realizada</p><p>23</p><p>em 26.06.2017) - Res. 219/2017, republicada em razão de erro material – DEJT divulgado</p><p>em 12, 13 e 14.07.2017</p><p>I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições</p><p>fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições</p><p>previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos</p><p>valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº</p><p>141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998).</p><p>II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições</p><p>previdenciárias e fiscais, resultantes de crédito do empregado oriundo de condenação</p><p>judicial. A culpa do empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias, contudo,</p><p>não exime a responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto de renda</p><p>devido e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte. (ex-OJ nº 363</p><p>da SBDI-1, parte final)</p><p>III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do empregado, no caso de</p><p>ações trabalhistas, devem ser calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, §</p><p>4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991, aplicando-se as</p><p>alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-</p><p>OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).</p><p>IV - Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos</p><p>trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços prestados até</p><p>4.3.2009, inclusive, o efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do</p><p>dia dois do mês seguinte ao da liquidação (art. 276, “caput”, do Decreto nº 3.048/1999).</p><p>Eficácia não retroativa da alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº</p><p>449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, que deu nova redação ao art.</p><p>43 da Lei nº 8.212/91.</p><p>V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se fato gerador das contribuições</p><p>previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em</p><p>juízo a data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não</p><p>recolhidas a partir da prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados</p><p>os créditos previdenciários, aplica-se multa a partir do exaurimento do prazo de citação</p><p>para pagamento, se descumprida a obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, §</p><p>2º, da Lei nº 9.430/96).</p><p>VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido acumuladamente</p><p>deve ser calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de</p><p>tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram</p><p>os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao</p><p>mês do recebimento ou crédito, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988,</p><p>com a redação conferida pela Lei nº 13.149/2015, observado o procedimento previsto nas</p><p>Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil.</p><p>Súmula nº 454 do TST</p><p>COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO.</p><p>CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO</p><p>(SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, “A”, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (conversão</p><p>da Orientação Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21,</p><p>22 e 23.05.2014</p><p>Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro</p><p>de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social</p><p>(arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios</p><p>relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22</p><p>da Lei nº 8.212/1991).</p><p>OJ 376 SDI-I</p><p>CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O</p><p>TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O</p><p>VALOR HOMOLOGADO. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) É devida a</p><p>contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o</p><p>trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as</p><p>24</p><p>parcelas de natureza salarial e indenizatória</p><p>deferidas na decisão condenatória e as</p><p>parcelas objeto do acordo.</p><p>OJ 398 SDI-I</p><p>CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO SEM</p><p>RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.</p><p>RECOLHIMENTO DA ALÍQUOTA DE 20% A CARGO DO TOMADOR E 11% A CARGO</p><p>DO PRESTADOR DE SERVIÇOS. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010)</p><p>Nos acordos homologados em juízo em que não haja o reconhecimento de vínculo</p><p>empregatício, é devido o recolhimento da contribuição previdenciária, mediante a alíquota</p><p>de 20% a cargo do tomador de serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na</p><p>qualidade de contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o teto de</p><p>contribuição. Inteligência do § 4º do art. 30 e do inciso III do art. 22, todos da Lei n.º 8.212,</p><p>de 24.07.1991.</p><p>Súmula nº 401 do TST</p><p>AÇÃO RESCISÓRIA. DESCONTOS LEGAIS. FASE DE EXECUÇÃO. SENTENÇA</p><p>EXEQÜENDA OMISSA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À COISA JULGADA (conversão da</p><p>Orientação Jurisprudencial nº 81 da SBDI-2) - Res. 137/2005 – DJ 22, 23 e 24.08.2005</p><p>Os descontos previdenciários e fiscais devem ser efetuados pelo juízo executório, ainda</p><p>que a sentença exequenda tenha sido omissa sobre a questão, dado o caráter de ordem</p><p>pública ostentado pela norma que os disciplina. A ofensa à coisa julgada somente poderá</p><p>ser caracterizada na hipótese de o título exequendo, expressamente, afastar a dedução</p><p>dos valores a título de imposto de renda e de contribuição previdenciária. (ex-OJ nº 81 da</p><p>SBDI-2 - inserida exequendo, expressamente, afastar a dedução dos valores a título de</p><p>imposto de renda e de contribuição previdenciária.</p><p>Ainda: A ação que tenha por finalidade a indenização pelo não fornecimento de guias para</p><p>encaminhar seguro-desemprego também é de competência da Justiça do Trabalho, conforme</p><p>Súmula 389, I, TST:</p><p>Súmula nº 389 do TST</p><p>SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À</p><p>INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações</p><p>Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005</p><p>I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e</p><p>empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-</p><p>desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)</p><p>II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do</p><p>seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida</p><p>em 08.11.2000)</p><p>E, assim também é para o caso de cadastramento no PIS, consoante Súmula 300 TST:</p><p>Súmula nº 300 do TST</p><p>COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS (mantida) -</p><p>Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003</p><p>Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em</p><p>face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social</p><p>(PIS).</p><p>25</p><p>Por fim, não esqueça que a justiça do trabalho não tem competência criminal.</p><p>Súmula 62 do STJ</p><p>Compete a justiça estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de</p><p>trabalho e previdência social, atribuído a empresa privada.</p><p>3.2.3 Conflitos de Competência</p><p>O conflito de competência se dá quando houver dois tribunais ou juízes dizendo-se</p><p>competentes ou incompetentes para apreciar determinada demanda.</p><p>Para a análise deste tema é indispensável a análise dos seguintes dispositivos da</p><p>Constituição Federal e da CLT:</p><p>Art. 803 da CLT</p><p>Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre:</p><p>a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na administração da</p><p>Justiça do Trabalho.</p><p>b) Tribunais Regionais do Trabalho.</p><p>c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária.</p><p>d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>Assim, podemos ter conflitos de:</p><p>Art. 808 da CLT</p><p>Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão resolvidos:</p><p>a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou entre</p><p>uma e outras, nas respectivas regiões;</p><p>Vara do Trabalho Vara do Trabalho</p><p>TRT TRT</p><p>Vara do Trabalho TRT</p><p>TST STJ</p><p>26</p><p>b) pela Câmara de Justiça do Trabalho, os suscitados entre Tribunais Regionais, ou entre</p><p>Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais Regionais diferentes;</p><p>c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre as Câmaras de Justiça do Trabalho e de</p><p>Previdência Social;</p><p>d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da Justiça do</p><p>Trabalho e as da Justiça Ordinária.</p><p>Na Constituição Federal:</p><p>Art. 105 da CF</p><p>Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102,</p><p>I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a</p><p>tribunais diversos;</p><p>Também é importante observar que:</p><p>Art. 102 da CF</p><p>Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais,</p><p>entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;</p><p>Súmula n. 420 do TST</p><p>COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE</p><p>IDÊNTICA REGIÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº</p><p>115 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005</p><p>Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do</p><p>Trabalho a ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)</p><p>Assim, para a solução do conflito de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,</p><p>devemos observar:</p><p>a) Os TRTs são competentes para resolver os casos de conflito de competência entre</p><p>Varas do Trabalho da mesma região.</p><p>b) O TST é competente nos casos de conflito de competência entre TRTs; entre Varas do</p><p>Trabalho de regiões diversas; e entre TRT e Vara do Trabalho a ele não vinculada.</p><p>VT (mesma região) VT (mesma região) TRT</p><p>TRT TRT TST</p><p>27</p><p>c) o STJ resolverá os casos de conflito de competência entre TRT e TJ, TRT e TRF; entre</p><p>juiz do trabalho e juiz de direito não investido na jurisdição trabalhista (juiz estadual ou juiz</p><p>federal); entre juiz do trabalho e TJ OU TRF; entre juiz estadual ou federal e TRT.</p><p>d) o STF resolverá o conflito entre o TST e qualquer tribunal.</p><p>VT (região X) VT (outra região Y) TST</p><p>TRT VT (outra região) TST</p><p>TRT TJ STJ</p><p>TRT TRF STJ</p><p>VT TJ STJ</p><p>TST TJ STF</p><p>28</p><p>4. Das partes e Procuradores</p><p>Prof.ª Ma. Cleize Kohls</p><p>@prof.cleizekohls</p><p>* Para todos verem: esquema</p><p>4.1 Capacidade Postulatória</p><p>Diferente do Processo Civil, no Processo do Trabalho, nos termos do artigo 791 e 839,</p><p>“a”, da CLT, o empregado e o empregador também tem capacidade postulatória, isto é, podem</p><p>demandar na Justiça do Trabalho, princípio do jus postulandi.</p><p>* Para todos verem: esquema</p><p>4.2 Litisconsórcio</p><p>Quando duas ou mais pessoas figuram no polo ativo e/ou no polo passivo da lide.</p><p>Lembrar das regras de litisconsórcio previstas no CPC:</p><p>a) Litisconsórcio necessário: Art. 114 CPC</p><p>- Por disposição de lei.</p><p>- Em razão da natureza da relação jurídica controvertida a eficácia da sentença depende</p><p>da citação de todos que devam ser litisconsortes.</p><p>Polo</p><p>ativo</p><p>Polo</p><p>passivo</p><p>CAPACIDADE DE</p><p>SER PARTE</p><p>Aptidão de ser titular de</p><p>direitos e deveres.</p><p>CAPACIDADE</p><p>PROCESSUAL</p><p>Aptidão para a prática de</p><p>atos processuais sem a</p><p>necessidade de assistência</p><p>ou representação.</p><p>29</p><p>b) Litisconsórcio unitário: art. 116 CPC</p><p>- Quando o juiz precisar decidir de modo uniforme para todos os litisconsortes.</p><p>c) Número excessivo de litisconsortes: poderá o juiz limitar o litisconsórcio facultativo</p><p>quando o número de litigantes comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa e o</p><p>cumprimento da sentença.</p><p>Na CLT encontramos que: Os Juízos</p><p>e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na</p><p>direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer</p><p>diligência necessária ao esclarecimento delas (Art. 765).</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Quanto ao prazo em dobro para procuradores distintos, pois no processo do Trabalho não se</p><p>aplica: OJ 310 SDI-I LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM</p><p>DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973.</p><p>INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015)</p><p>– Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Inaplicável ao processo do trabalho</p><p>a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973),</p><p>em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.</p><p>4.3 Ações Plúrimas</p><p>Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas</p><p>num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento (Art. 842</p><p>CLT).</p><p>4.4 Das partes e representantes</p><p>a) Representação x assistência: A representação ocorre para os absolutamente</p><p>incapazes (art. 3º do CC), já a assistência para os relativamente incapazes (art. 4º do CC).</p><p>30</p><p>Art. 793 da CLT - A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita</p><p>por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da</p><p>Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou</p><p>curador nomeado em juízo.</p><p>b) Pessoas jurídicas (CPC, art. 75, VIII): Terão representantes designados nos estatutos</p><p>ou, se não designado, por seus diretores.</p><p>c) Pessoas jurídicas de direito público:</p><p>* Para todos verem: esquema</p><p>Autarquia não pode ser representada pelos procuradores dos Estados ou Municípios.</p><p>OJ 318. AUTARQUIA. FUNDAÇÃO PÚBLICA. LEGITIMIDADE PARA</p><p>RECORRER. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. (Incluído o item II e</p><p>alterada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 220/2017, DEJT divulgado</p><p>em 21, 22 e 25.09.2017</p><p>I - Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em nome</p><p>das autarquias e das fundações públicas.</p><p>II – Os procuradores estaduais e municipais podem representar as</p><p>respectivas autarquias e fundações públicas em juízo somente se designados</p><p>pela lei da respectiva unidade da federação (art. 75, IV, do CPC de 2015) ou</p><p>se investidos de instrumento de mandato válido.</p><p>a) Sucessão das partes no Processo do Trabalho: acontece quando há a extinção da</p><p>pessoa natural (morte), que será pelo espólio; ou sucessão de empresas quando há transferência</p><p>para outra empresa ou alteração na sua estrutura jurídica (art. 10 e 448 da CLT).</p><p>PJ de Direito Público Representante</p><p>União/ Estados/DF Procuradores</p><p>Municipios Prefeitos e Procuradores</p><p>Autarquias e Fundações Procuradores</p><p>31</p><p>b) Substituição processual: possibilidade de alguém estar em juízo postulando em nome</p><p>alheio. Sindicato: art. 8º, III, CF e OJ 121 do TST.</p><p>c) Responsabilidade Solidária e Subsidiária Sucessão de empregadores:</p><p>transferência de titularidade de empresa ou estabelecimento.</p><p>Grupo econômico: caso de responsabilidade solidária, devendo ser incluídas no polo</p><p>passivo (abrindo-se tópico para fundamentação na peça), e é definido pelo art. 2º, §2º da CLT:</p><p>Art. 2º da CLT - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,</p><p>que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige</p><p>a prestação pessoal de serviço.</p><p>§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,</p><p>personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou</p><p>administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua</p><p>autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente</p><p>pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.</p><p>Súmula nº 129 do TST - CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO</p><p>ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003] A</p><p>prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico,</p><p>durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais</p><p>de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.</p><p>Terceirização: situação em que a empresa prestadora do serviço realiza determinado</p><p>serviço para a empresa tomadora (incluir no polo passivo: responsabilidade subsidiária, se for</p><p>lícita; responsabilidade solidária, se for ilícita).</p><p>Empreitada e subempreitada: necessidade de inclusão no polo passivo.</p><p>Art. 455 da CLT - Nos contratos de subempreitada responderá o</p><p>subempreiteiro pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que</p><p>celebrar, cabendo, todavia, aos empregados, o direito de reclamação contra</p><p>o empreiteiro principal pelo inadimplemento daquelas obrigações por parte</p><p>do primeiro.</p><p>Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica ressalvada, nos termos da lei</p><p>civil, ação regressiva contra o subempreiteiro e a retenção de importâncias a</p><p>este devidas, para a garantia das obrigações previstas neste artigo.</p><p>OJ 191 SDI-I: CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE</p><p>CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE. (nova redação) - Res.</p><p>175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 Diante da inexistência de</p><p>previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre</p><p>o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou</p><p>32</p><p>subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo</p><p>sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.</p><p>Massa falida: Indicar, na qualificação, o nome do administrador judicial e o endereço. Art.</p><p>75, V CPC.</p><p>Advogado: A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser</p><p>efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado</p><p>interessado, com anuência da parte representada (art. 791, §3).</p><p>Ademais a súmula nº 436 estabelece como será a representação processual da União,</p><p>Estados, Municípios e Distrito Federal:</p><p>Súmula nº 436 do TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR</p><p>DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS</p><p>AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO</p><p>DE MANDATO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 52 da SBDI-I e</p><p>inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e</p><p>27.09.2012</p><p>I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e</p><p>fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente,</p><p>por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de</p><p>mandato e de comprovação do ato de nomeação.</p><p>II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos</p><p>declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do</p><p>número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.</p><p>Já a Súmula nº 395 estabelece regras sobre mandato e substabelecimento, sendo</p><p>importante lembrar que o advogado atua por instrumento de mandato (procuração), sendo que</p><p>pode substabelecer (com ou sem reserva) os poderes que lhe foram outorgados.</p><p>Súmula nº 395 do TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO.</p><p>CONDIÇÕES DE VALIDADE (nova redação dos itens I e II e acrescido o item</p><p>V em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24,</p><p>25 e 26.08.2016</p><p>I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém</p><p>cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da</p><p>demanda (§ 4º do art. 105 do CPC de 2015). (ex -OJ nº 312 da SBDI-1 – DJ</p><p>11.08.2003)</p><p>II – Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada,</p><p>o mandato só tem validade se anexado ao processo o respectivo instrumento</p><p>no aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003)</p><p>III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja,</p><p>no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos,</p><p>do Código Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997).</p><p>33</p><p>IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento</p><p>é anterior à outorga passada</p><p>ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 -</p><p>DJ 09.12.2003)</p><p>V – Verificada a irregularidade de representação nas hipóteses dos itens II e</p><p>IV, deve o juiz suspender o processo e designar prazo razoável para que seja</p><p>sanado o vício, ainda que em instância recursal (art. 76 do CPC de 2015).</p><p>ATENÇÃO:</p><p>Art. 104 do CPC: para evitar decadência, prescrição ou ato urgente: ato condicional (prazo 15</p><p>dias, prorrogável por mais 15). Não se aplica fase recursal.</p><p>Cuidado se a questão versar sobre a juntada de procuração na fase recursal, pois para</p><p>tanto deve-se observar o que determina a súmula nº 383 do TST:</p><p>RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC</p><p>DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de</p><p>2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016</p><p>I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos</p><p>autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter</p><p>excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,</p><p>independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante</p><p>despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e</p><p>não se conhece do recurso.</p><p>II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal,</p><p>em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o</p><p>órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco)</p><p>dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não</p><p>conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará</p><p>o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido</p><p>(art. 76, § 2º, do CPC de 2015).</p><p>Assim:</p><p>* Para todos verem: esquema</p><p>NÃO PODE</p><p>Recurso por advogado sem</p><p>procuração na fase recursal.</p><p>PODE Se for mandato tácito.</p><p>EXCEÇÃO (art. 104 do CPC)</p><p>15 DIAS prorrogáveis por igual</p><p>período.</p><p>34</p><p>São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.</p><p>4.5 Honorários advocatícios</p><p>Até a entrada em vigor da Lei 13.467/17 os honorários não derivavam da mera</p><p>sucumbência, pois a Súmula nº 219 do TST estabelecia que eram requisitos: estar assistido por</p><p>advogado do sindicato e receber salário não superior ao dobro do mínimo legal.</p><p>Atualmente o tema é disciplinado pelo artigo 791-A da CLT, que dispõe que o advogado,</p><p>ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o</p><p>mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar</p><p>da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,</p><p>sobre o valor atualizado da causa.</p><p>Ademais, o parágrafo 1º refere que os honorários são devidos também nas ações contra</p><p>a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de</p><p>sua categoria. E, conforme § 2º, ao fixar os honorários, o juízo observará:</p><p>I - o grau de zelo do profissional;</p><p>II - o lugar de prestação do serviço;</p><p>III - a natureza e a importância da causa;</p><p>IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.</p><p>Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência</p><p>recíproca, vedada a compensação entre os honorários.</p><p>Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que</p><p>em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua</p><p>sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser</p><p>executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,</p><p>o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou</p><p>a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.</p><p>Vide ADI 5766 STF: declara-se inconstitucional a cobrança de honorários do beneficiário da</p><p>gratuidade da justiça, para pagamento com eventuais créditos daquele processo ou em outro.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>O STF declarou inconstitucional o pagamento por quem tem JG.</p><p>ATENÇÃO:</p><p>35</p><p>5. Entendendo quando tem reflexos salariais</p><p>Prof. Luiz Henrique Dutra</p><p>@prof.luiz.henrique</p><p>5.1 Hipóteses de rescisão do contrato com prazo determinado</p><p>5.1.1 Rescisão antecipada pelo empregador</p><p>Art. 479 da CLT - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem</p><p>justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e</p><p>por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.</p><p>Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte</p><p>variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da</p><p>indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e multa do art. 479</p><p>da CLT.</p><p>5.1.2 Rescisão antecipada pelo empregado</p><p>Art. 480 da CLT - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do</p><p>contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos</p><p>prejuízos que desse fato lhe resultarem.</p><p>§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado</p><p>em idênticas condições.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, e multa do art. 480 da CLT (se houver prejuízo</p><p>comprovado).</p><p>5.1.3 Rescisão em razão do término do contrato de trabalho</p><p>Trata-se da extinção natural do contrato de trabalho formado por prazo determinado, na</p><p>data pré-acordada. São devidas as seguintes verbas: Saldo de salário, 13º proporcional, férias</p><p>vencidas acrescidas de 1/3 (se houver), férias proporcionais acrescidas de 1/3 e liberação do</p><p>FGTS (sem a multa de 40%).</p><p>36</p><p>5.1.4 Outras formas de rescisão</p><p>a) Rescisão antecipada em decorrência de prática de justa causa: Implica na rescisão</p><p>imediata do contrato;</p><p>b) Rescisão antecipada por justa causa do empregador: O empregador comete falta</p><p>grave;</p><p>c) Rescisão antecipada por culpa recíproca: Ambas as partes são culpadas pela</p><p>rescisão do contrato.</p><p>d) Rescisão por acordo.</p><p>Nessas situações as regras são as mesmas do contrato por prazo indeterminado,</p><p>conforme será estudado no seguinte tópico.</p><p>5.2 Rescisão dos contratos por prazo indeterminado</p><p>5.2.1 Sem justa causa</p><p>Como já abordado, no direito do trabalho impera o princípio da continuidade da relação</p><p>de emprego. Neste sentido, a modalidade mais comum da extinção do contrato de trabalho é a</p><p>demissão sem justa causa, ou seja, quando o término do contrato se dá por iniciativa do</p><p>empregador sem um justo motivo.</p><p>É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),</p><p>férias proporcionais, 13º salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.</p><p>5.2.2 Justa causa</p><p>Ocorre quando o empregado comete uma das faltas previstas no artigo 482 da CLT:</p><p>Art. 482 da CLT - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo</p><p>empregador:</p><p>a) ato de improbidade;</p><p>b) incontinência de conduta ou mau procedimento;</p><p>c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e</p><p>quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for</p><p>prejudicial ao serviço;</p><p>37</p><p>d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido</p><p>suspensão da execução da pena;</p><p>e) desídia no desempenho das respectivas funções;</p><p>f) embriaguez habitual ou em serviço;</p><p>g) violação de segredo da empresa;</p><p>h) ato de indisciplina ou de insubordinação;</p><p>i) abandono de emprego;</p><p>j) ato lesivo da</p>interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho será aplicado o procedimento previsto no Código de Processo Civil para o julgamento dos recursos extraordinários repetitivos, cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá- los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte, na forma ali prevista. Art. 20. Quando o julgamento dos embargos à SbDI-1 envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos mas a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre as turmas ou os demais órgãos fracionários do Tribunal Superior do Trabalho, poderá a SbDI- 1, por iniciativa de um de seus membros e após a aprovação da maioria de seus integrantes, afetar o seu julgamento ao Tribunal Pleno. Parágrafo único. Aplica-se a este incidente, no que couber, o que esta Instrução Normativa dispõe sobre o incidente de julgamento de recursos repetitivos. Art. 21. O Tribunal Superior do Trabalho deverá manter e dar publicidade às questões de direito objeto dos recursos repetitivos já julgados, pendentes de julgamento ou já reputadas sem relevância, bem como daquelas objeto das decisões proferidas por sua composição plenária, nos termos do § 13 do artigo 896 da CLT e do artigo 20 desta Instrução Normativa. Parágrafo único. As decisões, organizadas por questão jurídica julgada, serão divulgadas, preferencialmente, na rede mundial de computadores e constarão do Banco Nacional de Jurisprudência Uniformizadora – BANJUR, instituído pelo artigo 7º da Instrução Normativa nº 37/2015, aprovada pela Resolução nº 195, de 02.03.2015, do Tribunal Superior do Trabalho. IN 40 DO TST - Dispõe sobre o cabimento de agravo de instrumento em caso de admissibilidade parcial de recurso de revista no Tribunal Regional do Trabalho e dá outras providências Art. 1° Admitido apenas parcialmente o recurso de revista, constitui ônus da parte impugnar, mediante agravo de instrumento, o capítulo denegatório da decisão, sob pena de preclusão. § 1º Se houver omissão no juízo de admissibilidade do recurso de revista quanto a um ou mais temas, é ônus da parte interpor embargos de declaração para o órgão prolator da decisão embargada supri-la (CPC, art. 1024, § 2º), sob pena de preclusão. § 2º Incorre em nulidade a decisão regional que se abstiver de exercer controle de admissibilidade sobre qualquer tema objeto de recurso de revista, não obstante interpostos embargos de declaração (CF/88, art. 93, inciso IX e § 1º do art. 489 do CPC de 2015). § 3º No caso do parágrafo anterior, sem prejuízo da nulidade, a recusa do Presidente do Tribunal Regional do Trabalho a emitir juízo de admissibilidade sobre qualquer tema equivale à decisão denegatória. É ônus da parte, assim, após a intimação da decisão dos embargos de declaração, impugná-la mediante agravo de instrumento (CLT, art. 896, § 12), sob pena de preclusão. § 4º Faculta-se ao Ministro Relator, por decisão irrecorrível (CLT, art. 896, § 5º, por analogia), determinar a restituição do agravo de instrumento ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho de origem para que complemente o juízo de admissibilidade, desde que interpostos embargos de declaração. Art. 2° Após a vigência do Código de Processo Civil de 2015, subsiste o Incidente de Uniformização de Jurisprudência da CLT (art. 896, §§ 3º, 4º, 5º e 6º), observado o procedimento previsto no regimento interno do Tribunal Regional do Trabalho. 160 1. Princípios, fontes e aplicação da norma jurídica trabalhista 1.1 Princípios do direito individual do trabalho 1.2 Fontes do Direito do Trabalho 1.3 Aplicação da norma jurídica trabalhista 2. Direito Constitucional do Trabalho 3. Princípios e Competência | Processo do Trabalho 3.1 Princípios 3.2 Organização e Competência da Justiça do Trabalho 4. Das partes e Procuradores 4.1 Capacidade Postulatória 4.2 Litisconsórcio 4.3 Ações Plúrimas 4.4 Das partes e representantes 4.5 Honorários advocatícios 5. Entendendo quando tem reflexos salariais 5.1 Hipóteses de rescisão do contrato com prazo determinado 5.2 Rescisão dos contratos por prazo indeterminado 5.3 Artigos e Súmulas que tratam sobre forma de pagamento de verbas trabalhista e seus reflexos 6. Ritos da Justiça do Trabalho 6.1 Rito sumário 6.2 Rito sumaríssimo 6.3 Rito ordinário 7. Sentença e Coisa Julgada 7.1 Sentença 7.2 Coisa Julgada 8. Teoria Geral dos Recursos 8.1 Características dos Recursos Trabalhistas 8.2 Efeito 9. Empregados Especiais 9.1 Bancários (art. 224 à 226 da CLT) 9.2 Telefonistas (art. 227 à 231 da CLT) 9.3 Músicos (Lei nº 3.857/1960 e art. 232 à 233 da CLT) 9.4 Dos operadores cinematográficos (art. 234 à 235 da CLT) 9.5 Dos motoristas profissionais (art. 235-A à 235-H da CLT) 9.6 Dos Jornalistas (art. 302 à 316 da CLT) 9.7 Dos professores (art. 317 à 323 da CLT) 9.8 Do trabalho da mulher (art. 372 à 400 da CLT) 9.9 Do trabalho do Aprendiz (art. 424 à 433 da CLT) 9.10 Do diretor 9.11 Empregado Doméstico 9.12. Empregado Rural (Lei nº 5.889/73) 9.13 Advogado (Lei nº 8.906/94) 9.14. Outras espécies de relação de trabalho 10. FGTS 10.1 Regras para depósito de FGTS 10.2 Da multa dos 40% sobre o FGTS 10.3 Hipóteses de Saque 11. Lei Geral de Proteção de Dados 11.1 Disposições Iniciais 11.2 Do Tratamento dos Dados 11.3 Dos Direitos do Titular 11.4 Dos Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público 11.5 Da transferência internacional de dados 11.6 Dos agentes de Tratamento de Dados Pessoais 11.7 Da segurança e das boas práticas 11.8 Da fiscalização 11.9 Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade 12. Súmulas e OJ’s que não se aplicam mais 12.1 Súmulas e OJ’s após a Reforma Trabalhista 13. Relação de Trabalho/Terceirização 13.1 Contrato Temporário – Lei nº 6.019/74 14. Medicina e Segurança do Trabalho 14.1 Da inspeção prévia, embargo ou interdição 14.2 Do equipamento de proteção individual 14.3 Das medidas de proteção 14.4 Força Maior 15. Princípios, Fontes e Espécies de Execução 15.1 Princípios 15.2 Fontes 15.3 Espécies de execuções 16. Liquidação 16.1 Liquidação por arbitramento 16.2 Liquidação pelo procedimento comum 17. Recursos Inusitados 17.1 Agravo Interno 17.2 Agravo Regimental 17.3 Recurso Extraordinário 17.4 Embargos Infringentes 17.5 Incidente de Julgamento dos Recursos de Revista e de Embargos Repetitivos