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<p>1</p><p>P RO D U Ç Ã O</p><p>INTEGRADA</p><p>MÓDULO 3</p><p>CULTURA DO MORANGO</p><p>CLEIDE MARIA FERREIRA PINTO</p><p>FAGONI FAYER CALEGARIO</p><p>LARISSA AKEMI IWASSAKI</p><p>MÁRIO EIDI SATO</p><p>HÉLCIO COSTA</p><p>MARIA APARECIDA CASSILHA ZAWADN EAK</p><p>LAÉRCIO ZAMBOLIM</p><p>(EDITOR)</p><p>2</p><p>Autores: Cleide Maria Ferreira Pinto, Fagoni Fayer Calegario,</p><p>Larissa Akemi Iwassaki, Mário Eidi Sato, Hélcio Costa</p><p>Layout: Lucas Kato e Taiane Souza</p><p>Editoração Eletrônica: Malena Stariolo</p><p>Edição de conteúdo e CopyDesk: João Batista Mota</p><p>Diretora</p><p>Silvane Guimarães Silva Gomes</p><p>Campus Universitário, 36570-000, Viçosa/MG</p><p>Telefone: (31) 3899 2858 | Fax: (31) 3899 3352</p><p>Universidade Federal de Viçosa</p><p>Reitora</p><p>Nilda de Fátima Ferreira Soares</p><p>Vice-Reitor</p><p>João Carlos Cardoso Galvão</p><p>3</p><p>Significado dos ícones da apostila</p><p>Para facilitar o seu estudo e a compreensão imediata do conteúdo apresenta-</p><p>do, ao longo de todas as apostilas, você vai encontrar essas pequenas figuras ao</p><p>lado do texto. Elas têm o objetivo de chamar a sua atenção para determinados</p><p>trechos do conteúdo, com uma função específica, como apresentamos a seguir.</p><p>Texto-destaque: são definições, conceitos ou afirmações</p><p>importantes às quais você deve estar atento.</p><p>Glossário: Informações pertinentes ao texto, para situá-lo melhor</p><p>sobre determinado termo, autor, entidade, fato ou época, que você</p><p>pode desconhecer.</p><p>SAIBA MAIS! Se você quiser complementar ou aprofundar o conteúdo</p><p>apresentado na apostila, tem a opção de links na internet, onde pode</p><p>obter vídeos, sites ou artigos relacionados ao tema.</p><p>Quando vir este ícone, você deve refletir sobre os aspectos apontados,</p><p>relacionando-os com a sua prática profissional e cotidiana.</p><p>Ì</p><p>a</p><p>Ñ</p><p>Õ</p><p>4</p><p>5</p><p>34</p><p>51</p><p>Sumário</p><p>Cultivo do morangueiro</p><p>Produção integrada</p><p>manejo de doençaS do morangueiro</p><p>5</p><p>PARTE 1</p><p>CULTIVO DE MORANGUEIRO</p><p>Cleide Maria Ferreira Pinto</p><p>Pesquisadora Embrapa/Epamig Sudeste</p><p>Viçosa, MG</p><p>1. Importância Socioeconômica</p><p>O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.), apreciado nas mais variadas re-</p><p>giões do mundo, é a espécie do grupo das pequenas frutas de maior expressão</p><p>econômica. Apresenta características peculiares que agradam ao consumidor,</p><p>como a coloração vermelha-brilhante-intensa, odor envolvente, textura macia e</p><p>sabor levemente acidificado.</p><p>É fonte de acido ascórbico (vitamina C) e compostos flavonoides. O acido</p><p>ascórbico desempenha importante papel no organismo humano, tanto na for-</p><p>mação do tecido conjuntivo, como no transporte de íons e na proteção celu-</p><p>lar contra radicais livres, ou seja, apresenta propriedades antioxidantes. Mesmo</p><p>congelada, a polpa de morango mantém suas propriedades de excelente fonte</p><p>de compostos fenólicos (polifenóis e antocianinas) com capacidades antioxidan-</p><p>tes.</p><p>No Brasil, a cultura do morangueiro está difundida em regiões</p><p>de clima temperado e subtropical, onde são produzidos frutos</p><p>para consumo in natura e para industrialização. Além da</p><p>importância social e econômica, o morangueiro caracteriza-se</p><p>como cultura de elevado padrão tecnológico, que conta com</p><p>grande participação de agricultores familiares durante todo o</p><p>seu ciclo.</p><p>Minas Gerais é o maior produtor nacional de morango, com mais de 72 mil</p><p>toneladas. A região do Sul de Minas concentra cerca de 95% dessa produção, de-</p><p>corrente das favoráveis características edafoclimáticas. No estado, o cultivo gera</p><p>cerca de 15 mil empregos diretos e 24 mil indiretos, ocupando uma área aproxi-</p><p>mada de 1.790 hectares. Segundo a Centrais de Abastecimento de Minas Gerais</p><p>(Ceasaminas), 98% do morango comercializado nos entrepostos atacadistas das</p><p>Centrais tiveram origem no próprio estado.</p><p>Na agricultura familiar, o morango gera emprego e renda, fixa a mão de obra</p><p>no campo e, se conduzido com qualidade, tem o potencial de projetar positi-</p><p>vamente a imagem dos municípios produtores, resgatando a credibilidade das</p><p>regiões e do próprio produto. A utilização de práticas mais sustentáveis para a</p><p>produção de morango começou a ser discutida e trabalhada a partir da década</p><p>passada, ao observar os sistemas convencionais, que não levavam em conside-</p><p>ração todo o contexto da produção sustentável, como os impactos ambientais,</p><p>01</p><p>Õ</p><p>6</p><p>sociais e econômicos da cultura.</p><p>Em relação à qualidade nutricional, de forma geral, para a maioria dos nu-</p><p>trientes ainda existe um consenso sobre a superioridade dos orgânicos. Esse cul-</p><p>tivo orgânico tende a produzir frutos com maiores teores de compostos fenóli-</p><p>cos (responsáveis por maior proteção ao organismo), maiores teores de antocia-</p><p>ninas, sólidos solúveis, maior conteúdo de massa seca, ácido ascórbico, fenóis</p><p>totais e fibras brutas, quando comparados com o cultivo convencional.</p><p>2. Botânica do Morangueiro</p><p>De acordo com a classificação botânica, o morangueiro pertence à família</p><p>Rosaceae, ao gênero Fragaria e à espécie Fragaria x ananassa Duch. ex Rozier,</p><p>que é um hibrido resultante do cruzamento natural entre as espécies F. chiloensis</p><p>e F. virginiana.</p><p>As plantas de Fragaria x ananassa são herbáceas e atingem de 15</p><p>a 30cm de altura, com hábito de crescimento rasteiro, formando</p><p>touceiras que aumentam de tamanho, à medida que a planta</p><p>envelhece; o sistema radicular é fasciculado e superficial e o</p><p>caule é um rizoma estolhoso, cilíndrico e retorcido, com entrenós</p><p>curtos, em cujas gemas terminais nascem as folhas, estolhos e</p><p>inflorescências.</p><p>A parte da planta que sobressai da terra é denominada coroa, que é formada</p><p>por um agregado de rizomas curtos, onde estão inseridas as folhas em roseta</p><p>com um gomo foliar central, do qual se originam as ramificações. As raízes do</p><p>morangueiro chegam a atingir 50 a 60 cm de profundidade e são constantemen-</p><p>te renovadas. Aproximadamente, 95% dessas raízes localizam-se nos primeiros</p><p>20 cm de solo, porém, a maior parte está nos primeiros 5 cm.</p><p>A folha é constituída, normalmente, de duas estípulas membranáceas am-</p><p>plexicaules (estruturas com forma de escama localizada no caule de muitas plan-</p><p>tas vasculares, junto à bainha das folhas), de um pecíolo longo e, geralmente, de</p><p>três folíolos. A coloração do limbo varia de verde-clara a verde-escura, podendo</p><p>apresentar-se de brilhante a opaco e de densamente piloso a glabro.</p><p>As flores do morangueiro estão agrupadas em inflorescências do tipo cimei-</p><p>ra. Esse tipo de inflorescência tem um eixo primário, dois secundários, quatro</p><p>terciários e oito quartanários. De cada eixo, eleva-se uma flor. O número de in-</p><p>florescências por planta é bastante variável para uma mesma cultivar. As flores</p><p>são, em geral, hermafroditas, mas, em algumas cultivares, podem ser unissexuais</p><p>masculinas ou femininas.</p><p>A parte do morango considerada, por muitos, como semente consti-</p><p>tui os verdadeiros frutos. Também denominados aquênios, eles são diminutos,</p><p>amarelos ou avermelhados, duros e superficiais, contendo uma única semente.</p><p>Após a fecundação, os óvulos convertem-se em aquênios e estimulam o engros-</p><p>samento do receptáculo, que, uma vez transformado em carnoso, constitui um</p><p>pseudofruto ou infrutescência, que recebe o nome de morango. O receptáculo</p><p>floral hipertrofiado é doce, carnoso e suculento, de tamanho e contornos regu-</p><p>lares e uniformes, de polpa firme, de coloração vermelha e rica em material de</p><p>reserva.</p><p>As atuais variedades de morangueiro produzem flores</p><p>exclusivamente hermafroditas, o que permite uma boa</p><p>Õ</p><p>Õ</p><p>7</p><p>polinização e fecundação. Normalmente, o processo de</p><p>polinização ocorre pela intervenção de insetos, como abelhas,</p><p>himenópteros silvestres ou moscas. O vento também pode ser</p><p>considerado como um agente polinizador, uma vez que o pólen</p><p>do morangueiro é de tamanho bem reduzido, podendo ser</p><p>facilmente carreado pelo vento.</p><p>Quando o morangueiro é cultivado em túneis ou casa de vegetação, é re-</p><p>comendável a introdução de colmeias de abelhas ou pupas de insetos sirifíde-</p><p>os, para uma melhor polinização. Muitas vezes, quando não se tem uma boa</p><p>polinização, a formação de frutos fica comprometida, resultando em produtos</p><p>deformados.</p><p>3. Fatores climáticos e época de plantio</p><p>30, suplemento 1, p. 993-998, 2009.</p><p>CAMPOS, R.P; KWIATKOWSKI, A.; CLEMENTE, E. Post-harvest conservation of</p><p>organic strawberries coated with cassava starch and chitosan. 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Journal of Experimental Botany, Oxford, v.62, n.3, p.1103-1118,</p><p>jan.2011.</p><p>34</p><p>PARTE 2</p><p>PRODUÇÃO INTEGRADA</p><p>Fagoni Fayer Calegario1</p><p>Larissa Akemi Iwassaki2</p><p>Mário Eidi Sato3</p><p>Hélcio Costa4</p><p>Maria Aparecida Cassilha Zawadneak5</p><p>1. Introdução</p><p>No mundo de hoje, as pessoas buscam, cada vez mais, saúde e bem-estar. Os</p><p>interesses, que antes moviam o consumo de um alimento perfeito em aparência</p><p>e com preço acessível, atualmente envolvem questões mais profundas. A socie-</p><p>dade passou a se interessar por detalhes das formas de produção primária de ali-</p><p>mentos, certificando-se de que o ambiente, os trabalhadores rurais e os animais</p><p>tenham sido respeitados; questiona quais tipos de insumos foram utilizados;</p><p>conhece razoavelmente o conceito de produção orgânica e preocupa-se com a</p><p>utilização indiscriminada de agrotóxicos, chegando a rejeitar alguns produtos.</p><p>Consequentemente, as cadeias de produção agrícola sofrem</p><p>pressões cada vez maiores por parte de clientes, consumidores,</p><p>governos, comércio internacional e mídia, que passaram a</p><p>discutir conceitos e a exigir qualidade, segurança de alimentos</p><p>(inocuidade) e sustentabilidade.</p><p>No caso do morango, em especial, a pressão na cadeia produtiva ocorre de</p><p>forma mais intensa. Desde 2001, com o início do Programa de Análise de Resí-</p><p>duos de Agrotóxicos em Alimentos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária</p><p>(Anvisa), que divulga anualmente o resultado das análises de produtos frescos,</p><p>o morango aparece como uma das culturas que apresentam os maiores porcen-</p><p>tuais de irregularidades (BARIZON et al., 20 13). A partir de 2002, o porcentual de</p><p>amostras de morango que contém agrotóxicos não registrados e/ou acima do li-</p><p>mite máximo de resíduos (LMR) manteve-se sempre acima de 35% (BARJZON et</p><p>al. , 2013), chegando-se a identificar até seis ingredientes ativos (i.a.) diferentes</p><p>em uma amostra de morango (ANVlSA, 2010).</p><p>Tais constatações reforçam a necessidade de melhoria na formação de</p><p>produtores rurais e no acompanhamento do uso</p><p>de agrotóxicos na agricultura</p><p>brasileira, a fim de garantir as Boas Práticas Agrícolas (BPA) (ANVISA, 2013). Os</p><p>relatórios da Anvisa são amplamente divulgados na mídia e, ao terem contato</p><p>com as matérias jornalísticas, muitos consumidores passaram a declarar que evi-</p><p>tavam o consumo do morango cultivado por meio da produção convencional.</p><p>02</p><p>Õ</p><p>1Engª Agr', D.Sc., Pesq. Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna-SP</p><p>2Engª Agr', M.Sc. Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio, Tecnologista Jr. Instituto</p><p>Nacional de Tecnologia, Rio de Janeiro-RJ</p><p>3Engº Agrº, D.Sc., Pesq. Científico/Prof. Instituto Biológico, Campinas-SP</p><p>4Engº Agrº, D.Sc., Pesq . Incaper - Centro Regional de Desenvolvimento Rural Centro Serrano, Venda Nova</p><p>do lmi-grante-ES</p><p>5Engª Agr', D.Sc., Prof UFPR- Setor de Ciências Biológicas, Curitiba-PR</p><p>35</p><p>As irregularidades encontradas neste produto são de dois tipos:</p><p>- o primeiro refere-se a detecções de agrotóxicos acima do LMR, o que pode</p><p>ser evitado pela adoção de BPA. O produtor pode evitar este tipo de irregularida-</p><p>de seguindo adequadamente as instruções do rótulo e da bula, calibrar pulveri-</p><p>zadores e respeitar períodos de carência dos agrotóxicos.</p><p>- Já o segundo tipo refere-se à detecção de resíduos de produtos não re-</p><p>gistrados para a cultura. Nesse caso, não se trata de negligência nas BPA, mas</p><p>sim de dificuldades em obter agrotóxicos registrados para culturas com menor</p><p>retomo de investimentos no registro dessas substâncias (BARlZON et ai., 2013).</p><p>Culturas desse tipo são conhecidas como minor crops ou culturas com supor-</p><p>te fitossanitário insuficiente (CSFI). Cultivadas em áreas pequenas, os produtores</p><p>de CSFI acabam utilizando agrotóxicos não autorizados, em razão do reduzido</p><p>número de produtos registrados para a cultura (BARlZON et ai., 2013).</p><p>Os resíduos químicos não são os únicos que podem colocar em risco a ino-</p><p>cuidade</p><p>do morango. Mattos e Cantillano (2004) detectaram a presença de colifor-</p><p>mes totais e outras enterobactérias (Salmonella, Shigella, Klebsiella, Enterobacter,</p><p>Proteus, Yersinia) em amostras de morangos cultivados em Pelotas (RS). Esses</p><p>autores alertam para a necessidade de focar os cuidados nas mãos e luvas do</p><p>produtor e nas caixas de colheita. Em amostras de água, também constataram a</p><p>presença de microrganismos. Diante disso, o folder Riscos microbianos na Produ-</p><p>ção Integrada de Morango foi publicado como forma de orientar o produtor para</p><p>os pontos críticos de controle das contaminações microbiológicas: água, mãos,</p><p>luvas, caixas, animais e lonas plásticas (MATTOS; CANTILLANO, 2009).</p><p>É fato que o morango, em virtude das divulgações na mídia sobre conta-</p><p>minações, principalmente por resíduos de agrotóxicos, tomou-se um produto</p><p>estigmatizado. Por outro lado, é notória a tendência atual de os consumidores</p><p>darem preferência a produtos que atendam a protocolos de qualidade e que</p><p>sejam submetidos a mecanismos de rastreabilidade e certificação (EMBRAPA</p><p>UVA E VINHO, 2013). Ainda de acordo com Embrapa Uva e Vinho (2013), esses</p><p>mecanismos demonstram, de forma confiável e provável, que a produção é feita</p><p>em bases sustentáveis e capazes de minimizar ou, mesmo, anular os riscos de</p><p>contaminações físicas, químicas ou biológicas.</p><p>Dentro dessa lógica, exatamente por se tratar de um produto considerado</p><p>perigoso por alguns, mas extremamente atrativo para crianças e adultos, exis-</p><p>tem grandes oportunidades para o produtor de morango que optar por adotar</p><p>tais mecanismos que diferenciarão seu produto, certificando sua produção.</p><p>O morango, especificamente como produto da agricultura</p><p>familiar, gera emprego e renda, fixa a mão de obra no</p><p>campo e, se conduzido com qualidade, tem o potencial de</p><p>projetar positivamente a imagem dos municípios produtores,</p><p>resgatando a credibilidade das regiões e do próprio produto.</p><p>2. Produção integrada como alternativa viável para morangos saudáveis</p><p>Ferramentas, como organização do setor produtivo, boas práticas culturais,</p><p>rastreabilidade e certificação, surgem nesse contexto de Produção Integrada</p><p>como excelentes formas de reagir às pressões, mostrando que existem manei-</p><p>ras de obter um morango completamente saudável. Tais ferramentas ajudam</p><p>a planejar e a comprovar a adequação dos procedimentos adotados em todas</p><p>Õ</p><p>36</p><p>Õ</p><p>as etapas de produção agropecuária. A certificação, em especial, permite apre-</p><p>sentar evidências objetivas dos cuidados e controles utilizados na produção e,</p><p>ainda, identificar o produto final com um selo de qualidade que chega até o</p><p>consumidor.</p><p>O sistema de produção integrada teve origem na década de 1970, na Europa,</p><p>como evolução do manejo integrado de pragas (MIP), que é a utilização de es-</p><p>tratégias com base no monitoramento das pragas de uma cultura, enfatizando,</p><p>prioritariamente, sua prevenção – promoção do equilíbrio da lavoura e do seu</p><p>entorno - , seguido por métodos fisicos e/ou biológicos de controle.</p><p>Em último caso, se os prejuízos com pragas e doenças</p><p>ultrapassarem o nível de dano econômico, a utilização de</p><p>agrotóxicos registrados para a cultura é permitida, desde que</p><p>de forma extremamente disciplinada, sempre registrando</p><p>todos os procedimentos com a finalidade de gerar um histórico</p><p>rastreável.</p><p>Nesse modelo de produção, técnicas de plantio, manejo, colheita e pós-</p><p>-colheita são implementadas de forma otimizada, resultando em produtos de</p><p>maior qualidade e com garantia de inocuidade, ou seja, isenção de perigos físi-</p><p>cos, químicos ou biológicos, que coloquem em risco a saúde ou integridade dos</p><p>consumidores.</p><p>A Produção Integrada Agropecuária (Pl Brasil) é um programa de adesão vo-</p><p>luntária, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento</p><p>(Mapa), que publica protocolos (na forma de Normas Técnicas Específicas), a fim</p><p>de definir requisitos mínimos, nas áreas técnica e ambiental, e também quanto</p><p>às questões trabalhistas. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tec-</p><p>nologia (Inmetro) participa da Pl Brasil organizando e regulamentando o pro-</p><p>cesso de avaliação da conformidade, acreditando as certificadoras que farão a</p><p>avaliação da conformidade, oferecendo a chancela para o selo Brasil Certificado-</p><p>-Agricultura de Qualidade.</p><p>Em 27 de setembro de 2001, o Mapa publicou a Instrução Normativa nº 20,</p><p>contendo as Diretrizes Gerais para Produção Integrada de Frutas (DGPIF) e as</p><p>Normas</p><p>Técnicas Gerais para a Produção Integrada de Frutas (NTGPJF), (BRASIL, 2001).</p><p>No ano seguinte, o Inmetro publicou a Portaria nº 144 (INMETRO, 2002), que es-</p><p>tabelecia o Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC), ou seja, as con-</p><p>dições necessárias para pessoas física e jurídica e organismos de certificação de</p><p>produto (OCP) participarem do processo da Produção Integrada de Frutas (PIF).</p><p>Com a adesão de outras cadeias produtivas, além da fruticultura, aos ideais</p><p>do sistema de produção integrada, a Instrução Normativa nº 27 foi publicada</p><p>pelo Mapa, em 2010 (BRASIL, 2010b), atualizando as diretrizes gerais e alteran-</p><p>do o nome do programa para "Produção Integrada Agropecuária" (PI Brasil). Em</p><p>2011, o lnmetro publicou a revisão dos Requisitos de Avaliação da Conformidade,</p><p>descritos na Portaria nº 443 (INMETRO, 2011).</p><p>Dentre essas alterações, as novas diretrizes estabelecem a formação de co-</p><p>missões nos âmbitos estadual e nacional, além da divisão por cadeia produtiva</p><p>e produto, para assessoramento na elaboração e implantação dos programas e</p><p>projetos da PI Brasil. As Normas Técnicas Específicas (NTE) também passaram a</p><p>"contemplar quantas áreas temáticas forem necessárias por produto ou grupo</p><p>de produtos", e estas "em quantos subitens forem necessários para o atendimen-</p><p>to às especificidades dos produtos ou sistemas em desenvolvimento" (BRASIL,</p><p>37</p><p>2011b), ao invés das 15 áreas temáticas estabelecidas na Instrução Normativa nº</p><p>20, de 27/9/2001 (BRASIL, 2001).</p><p>Já nos Requisitos de Avaliação da Conformidade, a revisão passou a incluir</p><p>temas</p><p>como: tratamento de não conformidade, tratamento de reclamações, ativi-</p><p>dades exercidas por OCP</p><p>estrangeiros, bem como alterou os requisitos do uso</p><p>da "Marca de Conformidade" para o do "Selo de Identificação da Conformidade"</p><p>(INMETRO, 2011 ), ilustrado na Figura I.</p><p>Além das diretrizes, para cada tipo de produto, NTE são publicadas no Diário</p><p>Oficial da União, na forma de Instruções Normativas. As NTE-Produção Integrada</p><p>de Morango (PI Morango) estão publicadas como Instrução Normativa nº 14,</p><p>de 3 de abril de 2008 (BRASIL, 2008), complementada, posteriormente, pela</p><p>Instrução Normativa nº 24, de 4 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010a).</p><p>Nas experiências com a cultura, a Pl Morango tem-se mostrado um excelente</p><p>caminho de conversão da produção convencional para sistemas de produção</p><p>mais sustentáveis, podendo chegar a um equilíbrio tal que não haja necessidade</p><p>de aplicação de agrotóxicos nessa cultura.</p><p>FONTE: INMETRO (2011 )</p><p>No entanto, observa-se que, para que a produção integrada</p><p>seja viabilizada no campo, é necessário que haja capacitação</p><p>contínua dos produtores e técnicos envolvidos. Assim, é</p><p>fundamental haver a interação entre instituições de ensino,</p><p>pesquisa e extensão rural, para a criação e transferência de</p><p>tecnologias.</p><p>Uma forte organização de associações ou cooperativas de produtores e de</p><p>agentes públicos locais também é necessária para promover políticas públicas,</p><p>a fim de que haja incentivo e apoio na adoção das melhores técnicas agronômi-</p><p>cas nas lavouras. O produtor precisa de apoio para ingressar nesses programas,</p><p>que exigem investimento de tempo e dedicação, recursos para adequar a infra-</p><p>estrutura e contratar serviços e, finalmente, aceitar o desafio para a mudança</p><p>de hábito. Outro requisito importante é a presença de um responsável técnico,</p><p>habilitado em PI Morango, a fim de orientar os produtores antes, durante e após</p><p>as avaliações de conformidade ou auditorias realizadas pela certificadora.</p><p>A opção pelo uso do selo é feita de acordo com o interesse do produtor. Se</p><p>Õ</p><p>38</p><p>ele constatar que existe demanda de mercado para morangos certificados, pode</p><p>concluir que é economicamente interessante pleitear a certificação e utilizar o</p><p>selo Brasil Certificado -Agricultura de Qualidade, que diferencia o produto. No</p><p>entanto, se o produtor considerar que não é viável buscar a certificação, poderá</p><p>apenas participar dos programas, como forma de obter informações técnicas</p><p>para conduzir a lavoura, empregando conhecimentos e tecnologias mais mo-</p><p>dernos. Nesse caso, ao implantar os procedimentos normativos, certamente ob-</p><p>terá melhorias contínuas na produção.</p><p>Porém, uma vez que o morango da produção integrada não</p><p>é tão conhecido pelos consumidores quanto o da produção</p><p>orgânica, ainda é necessário um trabalho de divulgação das</p><p>vantagens do produto para obter um preço diferenciado por</p><p>morangos da PI Brasil.</p><p>Como atualmente apenas um pequeno grupo de produtores de Atibaia con-</p><p>ta com a certificação, não existe volume de morangos certificados suficiente</p><p>para atender às demandas que surgem, havendo a necessidade de motivar mais</p><p>produtores para adotarem esse sistema de produção.</p><p>Questões como essas foram consideradas numa oficina de alinhamento es-</p><p>tratégico que o Mapa promoveu, em dezembro de 2011, com a participação de</p><p>40 profissionais, de instituições públicas e privadas, envolvidos na Pl Brasil (BRA-</p><p>SIL, 2011b). Esses profissionais chegaram à conclusão que tornar a produção</p><p>integrada reconhecida por suas vantagens, como produto diferenciado, junto</p><p>aos diversos segmentos da sociedade (tanto nacional como internacional), é o</p><p>desafio mais importante, dentre outros 15 identificados (BRASIL, 2011 b ).</p><p>Assim, no Relatório da Oficina (BRASIL, 2011 b), foram elencadas ações re-</p><p>comendadas para cada desafio listado, com os respectivos responsáveis. Essas</p><p>ações estão sendo realizadas, na medida do possível, tanto pelo Mapa, quanto</p><p>pelas outras instituições envolvidas.</p><p>Apesar dos desafios, é importante ressaltar os inúmeros benefícios alcança-</p><p>dos como resultado das ações coletivas da Pl Brasil, que também foram identifi-</p><p>cados e registrados no mesmo relatório (BRASIL, 2011 b ).</p><p>De acordo com Brasil (2011b), dentre os principais benefícios e realizações</p><p>da PI Brasil estão:</p><p>a) melhoria da gestão e planejamento da propriedade, gerando aumento na</p><p>sustentabilidade ambiental, melhoria de condições de trabalho e racionali-</p><p>zação de custos;</p><p>b) integração de equipes, produtores, multiplicadores e agentes dos setores</p><p>público e privado, para construção do pensamento e dos programas;</p><p>c) aumento da segurança jurídica no sistema produtivo;</p><p>d) organização da base produtiva por meio do estímulo ao associativismo e</p><p>ao cooperativismo;</p><p>e) formação de recursos humanos (produtores rurais, responsáveis técnicos,</p><p>auditores e técnicos de campo), gerando equipes e valorizando a extensão</p><p>rural;</p><p>f ) estabelecimento de documentos normativos (diretrizes, normas técnicas</p><p>específicas, requisitos de avaliação da conformidade e outros), possibilitan-</p><p>do sistematização e harmonização do conhecimento;</p><p>g) conquista de mercados exigentes, por meio do incentivo à rastreabilida-</p><p>de, gerando segurança, qualidade, competitividade e visibilidade dos pro-</p><p>dutos brasileiros;</p><p>Õ</p><p>39</p><p>h) fomento e adoção do MIP e das BPA, acarretando melhoria, inclusive, das</p><p>técnicas utilizadas pela produção convencional;</p><p>i) criação de espaços de trabalho para responsáveis técnicos, auditores e ou-</p><p>tros profissionais;</p><p>j) identificação da necessidade de pesquisa e de adaptação da pesquisa dis-</p><p>ponível;</p><p>k) criação de acervo bibliográfico importante, proporcionando a aproxima-</p><p>ção da pesquisa com o setor produtivo e os consumidores.</p><p>Em termos práticos, o produtor que desejar obter a certificação da PI Bra-</p><p>sil para morango deverá, inicialmente, conhecer as NTE-Pl Morango. Essas NTE</p><p>contêm: os requisitos que serão avaliadas tanto na lavoura como no restante da</p><p>propriedade (casa de embalagem, local de armazenamento de agrotóxicos, faci-</p><p>lidades para lavagem de mãos, banheiros, etc.), durante as auditorias. De acordo</p><p>com essas NTE, o acompanhamento de um responsável técnico treinado nos re-</p><p>quisitos específicos é obrigatório, devendo ser realizada, no mínimo, uma visita</p><p>mensal aos locais, nos quais o morango é produzido, embalado e enviado para</p><p>o mercado.</p><p>No processo de certificação, todas as evidências objetivas</p><p>do cumprimento das normas devem ser apresentadas na</p><p>forma de registros e anotações nos cadernos; certificados</p><p>de treinamentos; recibos de entrega de embalagens de</p><p>agrotóxicos vazias e lonas plásticas usadas; listas de presença</p><p>em reuniões; receituários agronômicos; notas fiscais dos</p><p>produtos adquiridos, principalmente agrotóxicos; análises de</p><p>solo, água e plantas; elogios ou reclamações de consumidores,</p><p>dentre outros.</p><p>Assim, o produtor e seu responsável técnico deverão estar o tempo todo</p><p>atentos aos requisitos das normas, buscando evidenciar, de forma objetiva, seu</p><p>cumprimento.</p><p>Uma vez conhecendo as normas e adotando-as com o acompanhamento de</p><p>um responsável técnico habilitado, o produtor deverá entrar em contato com</p><p>uma das certificadoras credenciadas para Pl Morango no Brasil. Por ser uma rela-</p><p>ção comercial, o produtor tem liberdade para escolher a empresa que lhe apre-</p><p>sentar a melhor proposta.</p><p>Vale a pena lembrar que o processo de certificação tem o preço substan-</p><p>cialmente diminuído quando pequenos produtores o contratam em grupo, ao</p><p>invés de fazer contratos individuais. Por essa e outras razões, o fortalecimento de</p><p>associações ou cooperativas, bem como dos vínculos entre seus componentes, é</p><p>extremamente útil para alcançar a obtenção do selo.</p><p>3. Avanços técnicos na produção integrada de morangos</p><p>Os programas oficiais de Pl Morango, financiados pelo Mapa no Brasil, foram</p><p>aprovados no final de 2004 e iniciados em diversas regiões produtoras em 2005.</p><p>Ações em PI Morango foram desenvolvidas nos estados do Espírito Santo, Rio</p><p>Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.</p><p>O Programa de Pl Morango em São Paulo teve início em 2006, antes mes-</p><p>mo da publicação das NTE-Pl</p><p>Morango, que o grupo se mobilizou para elaborar</p><p>Õ</p><p>40</p><p>(CREMONESI; HAMMES; CALEGARIO, 2009; HAMMES; CALEGARIO; CREMONESI,</p><p>2009). Em 2008, por iniciativa da Associação de Produtores de Morango e Hor-</p><p>tifrutigranjeiros de Atibaia, Jarinu e Região, apoiada por recursos financeiros do</p><p>Orçamento Participativo da Prefeitura de Atibaia, uma unidade demonstrativa</p><p>central (UDC) da Pl Morango foi implantada no Parque Duílio Maziero, em Ati-</p><p>baia, SP. Nesse local, ocorreu a primeira validação das NTE- Pl Morango, publica-</p><p>das no mesmo ano (BRASIL, 2008).</p><p>Em 2011, a primeira certificação do Brasil foi obtida por um grupo de seis</p><p>produtores dos municípios de Atibaia e Valinhos (SP), que passaram por audito-</p><p>ria de manutenção da certificação na safra 2013.</p><p>A fim de auxiliar essa validação e buscar alternativas</p><p>tecnológicas, pesquisas foram desenvolvidas na UDC-Pl</p><p>Morango desde a sua implantação. O controle de ácaro-rajada</p><p>(Tetranichus urticae) - considerada uma das principais pragas</p><p>do morangueiro no Brasil -, utilizando estratégias com base</p><p>nos princípios do MIP, foi uma das áreas estudadas.</p><p>Na safra de 2008, foram desenvolvidas pesquisas na UDC-Pl Morango, bus-</p><p>cando fornecer subsídios para o manejo de T. urticae em morangueiro, com-</p><p>parando as estratégias de controles químico e biológico dentre os sistemas de</p><p>produção convencional e integrada de morango, a fim de gerar uma orientação</p><p>prática. Um dos objetivos iniciais era incentivar a utilização dos agentes de con-</p><p>trole biológico e, assim, reduzir o uso de acaricidas (IWASSAKI, 2010).</p><p>Semanalmente, durante toda a safra de 2008, as populações de ácaros fitófa-</p><p>gos (ácaro-rajado) e predadores foram monitoradas por meio de contagem em</p><p>laboratório, para as duas áreas (IWASSAKI et al., 2008). Na área de produção inte-</p><p>grada, com base nos resultados do monitoramento, eram realizadas liberações</p><p>de ácaros predadores da espécie Neoseiulus californicus. Quando essa prática</p><p>não se mostrou suficiente para o controle do ácaro-rajada, foram feitas pulveri-</p><p>zações de acaricida seletivo, com base no trabalho de Sato et al. (2002).</p><p>Na área de produção convencional, o controle foi realizado pelo produtor,</p><p>que, entre junho e setembro, utilizou apenas pulverizações de acaricidas, de</p><p>acordo com um calendário semanal de aplicações (IWASSAKI et al., 2008).</p><p>Na área da Pl Morango, o monitoramento também permitiu observar como</p><p>outros fatores (sanidade das mudas, barreira quebra-vento, condições climáticas,</p><p>etc.) influenciavam na flutuação das populações dos ácaros-praga e predadores</p><p>e, consequentemente, nas tomadas de decisão sobre as estratégias de controle</p><p>integrado (IWASSAKI, 20I0).</p><p>De modo geral, as estratégias de controle integrado de ácaro-rajado foram</p><p>eficientes para manter os níveis de infestação menores na área de produção in-</p><p>tegrada, resultando na redução da frequência de aplicação de acaricidas em seis</p><p>vezes. No período de uma safra, enquanto a população máxima de T.urticae foi</p><p>de 59,9 ácaros por folíolo, na produção convencional esse número foi de 140,9</p><p>ácaros por folíolo, ambos para a cultivar Oso Grande (IWASSAKl, 2010).</p><p>Além da flutuação populacional, realizou-se, também, o monitoramento da</p><p>resistência do ácaro-praga aos acaricidas utilizados. Os resultados indicaram au-</p><p>mento de, pelo menos, 40% da resistência do ácaro T.urticae aos produtos aba-</p><p>mectin e fenpyroximate em um período de, aproximadamente, quatro meses</p><p>entre as avaliações. Já na área de produção integrada, ao contrário, observou-se</p><p>aumento significativo da sensibilidade de T.urticae a abamectin. A porcentagem</p><p>de indivíduos resistentes diminuiu, aproximadamente, 6% para um período de</p><p>igual duração. Para fenpyroximate e propargite, não se observou alteração sig-</p><p>Õ</p><p>41</p><p>Õ</p><p>nificativa na frequência de indivíduos resistentes a esses acaricidas (IWASSAKl,</p><p>2010).</p><p>Ao final da safra, foram calculados a produtividade e os custos das estraté-</p><p>gias de controle integrado. Informações sobre a produtividade das áreas e quan-</p><p>tidade de frutos colhidos também foram comparados, tanto para mesa, quanto</p><p>para indústria. Os valores de preços médios obtidos na venda dos frutos foram</p><p>calculados com base nos registros e recibos mantidos pelos responsáveis pela</p><p>venda.</p><p>As análises referentes às estratégias de controle integrado</p><p>tiveram como base custos de liberação de ácaros predadores e</p><p>de aplicações de acaricidas. O custo dos ácaros predadores foi</p><p>estabelecido com base no preço de venda utilizado em 2008,</p><p>pela empresa PROMIP-Manejo Integrado de Pragas, que foi</p><p>de R$17,50 por 500 ácaros predadores (NeoMIP - Neoseiulus</p><p>californicus).</p><p>No caso de controle químico, os valores dos produtos (Omite 720EC, Ortus</p><p>50SC, Protmax e Vertimec 18EC) tiveram como base pesquisas em lojas de pro-</p><p>dutos agropecuários nos municípios de Atibaia. O produto Protmax é definido</p><p>com uma mistura de óleos vegetais, e é utilizado, segundo o produtor, em con-</p><p>junto com o acaricida Yertimec. O custo da mão de obra para o monitoramento</p><p>de T.urticae, liberação de ácaros predadores e aplicação de acaricidas foi calcu-</p><p>lado com base nos valores obtidos do Instituto de Economia Agrícola (2009),</p><p>estando de acordo com a quantidade máxima permitida de horas trabalhadas</p><p>da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988).</p><p>O tempo gasto para liberação de ácaros predadores e a pulverização foi esti-</p><p>mado com base nos horários registrados durante o acompanhamento das ativi-</p><p>dades na área da PI Morango (30 minutos para cada liberação e 50 minutos para</p><p>preparo de calda, pulverização e organização dos equipamentos - tempo médio</p><p>observado durante o acompanhamento das atividades). Para o monitoramen-</p><p>to, a estimativa utilizada foi de duas horas a cada 0,2 hectare (IWASSAK.l et al.,</p><p>2009a). Foram feitos 33 monitoramentos ao longo da safra. Foi designado ape-</p><p>nas um funcionário para o preparo e aplicações de agrotóxicos nas duas áreas.</p><p>Não foram computados dados de depreciação de equipamentos.</p><p>Apesar de a população de plantas na área de produção convencional ser</p><p>2,67 vezes maior, sua produção total de frutos foi, em quilos, apenas 1,81 vezes</p><p>maior que na área da PI Morango, o que refletiu na produtividade por planta ( 1,4</p><p>7 vezes maior na área de Produção Integrada) (Quadro 1). A quantidade de frutos</p><p>para consumo in natura (tipo mesa e colha-e-pague) representou 68,5% do total</p><p>produzido na PI Morango, enquanto que, na produção convencional, essa fração</p><p>foi de 74,6%. Essa diferença pode ser explicada pela falta de critérios de seleção</p><p>e classificação na produção convencional: os frutos são embalados desde que</p><p>sejam grandes e/ou vermelhos, e vários com defeitos (em qualquer grau) são</p><p>colocados para preencher as cumbucas. Já na Pl Morango, a seleção criteriosa</p><p>prioriza a disposição uniforme dos frutos, para ser mais atrativa ao consumidor.</p><p>42</p><p>Quadro 1 -</p><p>Produção de morango nos sistemas</p><p>convencional e integrado</p><p>Item Produção Convencional PI Morando</p><p>Cultivares Oso Grande e Aleluia Cultivares Oso Grande, Camino Real</p><p>e Camarosa</p><p>Plantas (nº) 25.000 9.358</p><p>Área (ha) 0,39 0,16</p><p>Total de frutos (kg) 12.749,8 7.052,9</p><p>Total de frutos tipo</p><p>mesa (kg) 9.541,8 4.636,0</p><p>Total de frutos tipo</p><p>indústria (kg) 3.235,0 2.220,3</p><p>Total de frutos</p><p>colha-e-pague (kg) - 196,6</p><p>Produtividade (kg/</p><p>planta) 0,51 0,75</p><p>FONTE: Iwassakl (2010).</p><p>NOTA: PI Morango - Produção Integrada de Morango.</p><p>O preço médio para os frutos tipo indústria da Pl Morango foi maior que o</p><p>da produção convencional, ao contrário do que se observa para os frutos tipo</p><p>mesa (Quadro 2). A falta de divulgação fez com que, muitas vezes, os frutos da</p><p>PI Morango fossem vendidos como convencionais. Assim, como os recipientes</p><p>continham um peso maior (média de 2 kg por caixa de morangos da Pl Morango</p><p>e 1,2 kg por caixa de morangos da produção convencional), o preço por quilo</p><p>acabou reduzido (IWASSAKI, 2010).</p><p>Uma alternativa para incrementar a comercialização dos frutos da Pl Moran-</p><p>go foi o evento chamado colha-e-pague, realizado em três datas (6 e 13</p><p>de julho</p><p>e 20 de setembro de 2008), que resultou em um total de 196,6 kg de frutos colhi-</p><p>dos (Quadro 1 ), vendidos ao preço de R$ 10,00 o quilo (Quadro 2). Foi também</p><p>uma forma eficaz de entretenimento de visitantes e turistas, bem como uma ex-</p><p>celente ferramenta de divulgação da PI Morango (CALEGARlO; SALUSTIO, 2009).</p><p>QUADRO 2 - Preços médios obtidos na venda dos frutos dos sistemas</p><p>convencional e integrado, entre os meses de maio e novembro de 2008</p><p>Valor Unitário Produção Convencional PI Morando</p><p>R$/kg (fruta tipo</p><p>mesa)</p><p>3,95</p><p>(variação entre 2,50- 5,40)</p><p>3,63</p><p>(variação entre 1,25 - 6,00)</p><p>R$/kg (fruta tipo</p><p>indústria)</p><p>0,58</p><p>(variação entre 0,50- 0,65)</p><p>1,25</p><p>(variação entre 0,50- 2,00)</p><p>R$/kg (colha-e-</p><p>pague) - 10,00¹</p><p>FONTE: Iwassaki (2010).</p><p>NOTA: PI Morango - Produção Integrada do Morango.</p><p>(¹)Preço exato.</p><p>As estratégias implantadas para controle de ácaro-rajado durante a safra de</p><p>2008 permitiram reduzir de 12 para duas aplicações de agrotóxicos durante uma</p><p>43</p><p>safra, o que, por sua vez, diminuiu os custos com controle químico a quase um</p><p>décimo do valor gasto na produção convencional. Foram gastos R$ 501,00 com</p><p>acaricidas e R$ 64,45 com mão de obra na área de produção convencional, tota-</p><p>lizando R$ 565,45 (Quadro 3). Na área de PI Morango, o valor total foi de R$ 51,85</p><p>(IL do acaricida Omite 720EC mais mão de obra), representando um gasto 10,9</p><p>vezes maior na primeira área (IWASSAKI,2010).</p><p>QUADRO 3 - Planilha de custos das estratégias de controle de</p><p>ácaro-rajado (químico e biológico), em morangueiro, para a safra 2008</p><p>Item Produção Convencional PI Morando</p><p>Vertimec 18EC Ortus 50SC Protmax Omite 720EC NeoMIP</p><p>Controle químico</p><p>Total de aplicações 10 2 5 (com</p><p>Vertimec) 2 -</p><p>Total de acaricidas</p><p>adquirido (L) 2,0 1,0 4,0 1,0 -</p><p>Preço por litro (R$/L) 87,00 67,00 65,00 48 ,00 -</p><p>Custo final de acari-</p><p>cidas (R$) 174,00 67,00 260,00 48,00 -</p><p>Tempo de preparo +</p><p>pulverização (h) 20,5 4,1 ¹ 1,47 -</p><p>³Custo de mão de</p><p>obra (R$/h) 2,62 2,62 2,62 2,62 -</p><p>Custo final de mão de</p><p>obra (R$) 53,71 10,74 ¹ 3,85 -</p><p>Custo do controle</p><p>químico (R$) 565,45 51,85</p><p>Controle biológico</p><p>Monitoramento - - - - 33</p><p>Tempo gasto por</p><p>monitoramento (h) - - - - 1,6</p><p>³Custo de mão de</p><p>obra (R$/h) - - - - 2,62</p><p>Custo de monitora-</p><p>mento (R$) - - - - 138,34</p><p>Frascos adquiridos - - - - 23</p><p>Custo de Neoseíulus</p><p>californícus (R$/frasco) - - - - 17,50</p><p>Custo de N. californi-</p><p>cus (R$) - - - - 402,50</p><p>Liberações de ácaros</p><p>predadores - - - - 5</p><p>Tempo gasto por</p><p>liberação (h) - - - - 0,5</p><p>³Custo de mão de</p><p>obra (R$/h) - - - - 2,62</p><p>Custo final de mão</p><p>de obra de liberações</p><p>(R$)</p><p>- - - - 6,55</p><p>Custo de liberações</p><p>(R$) - - - - 409,05</p><p>44</p><p>Custo do controle</p><p>biológico (R$) - - - 547,39</p><p>Custo final (R$)</p><p>(químico + biológico) 565,45 599,24</p><p>Nota: PI Morango - Produção Integrada de Morango.</p><p>Fonte: Iwassaki. (2010).</p><p>(¹) Tempo de preparo e pulverização (em horas) e custo final de mão de obra (em reais) para a aplicação</p><p>do produto Protmax inclusos nos valores para Vertimec 18EC, por ter sido utilizado em mistura com o</p><p>acaricida. (2) Soma do tempo gasto para preparo e pulverização de calda para área parcial (soma das</p><p>áreas de Oso Grande e Camino Real PI Morango= 0,12 ha, em 30 de julho de 2008) e área total (0 ,16 ha,</p><p>em 18 de agosto de 2008). (3) Calculado com base nos valores para mensalistas, obtidos do Instituto de</p><p>Economia Agrícola (2009) , dividido pela quantidade máxima permitida de horas trabalhadas (BRASIL,</p><p>1988).</p><p>Porém, quando somados ao custo do controle biológico, o valor gasto foi</p><p>maior na área da PI Morango: além dos R$ 51,85 das pulverizações, somam-se R$</p><p>547,39 de gastos nas estratégias de controle biológico (ácaros predadores e mão</p><p>de obra dos monitoramentos e liberações), totalizando R$ 599,24 (custo total</p><p>10% maior na área PI Morango) (Quadro 3) (IWASSAKI, 2010). Esse maior custo,</p><p>no entanto, resultou em duas grandes melhorias: a exposição seis vezes menor</p><p>dos trabalhadores aos agrotóxicos e a produção de alimentos livres de perigos</p><p>químicos (IWASSAKI, 2010).</p><p>Madail et al. (2007) citam que, apesar dos índices de</p><p>rentabilidade muito próximos, de toda a estrutura produtiva</p><p>existente e mercados já conquistados pela produção</p><p>convencional, a produção integrada tem boas perspectivas</p><p>de difusão justamente pelo aumento crescente do número</p><p>de consumidores dispostos a adquirir produtos isentos de</p><p>resíduos químicos.</p><p>Por fim, vale lembrar que os custos relativos ao controle na safra de 2008 não</p><p>são necessariamente válidos para os anos seguintes. Mudas isentas de pragas,</p><p>manutenção de plantas que são fontes alternativas de alimento e refúgio para</p><p>inimigos naturais, por exemplo, podem retardar a entrada ou dispersão do ácaro</p><p>praga, reduzindo os custos de produção (IWASSAKI, 2010).</p><p>De qualquer forma, as decisões quanto às estratégias de controle nas áreas</p><p>de produção integrada são dinâmicas, e concluiu-se que o constante monito-</p><p>ramento foi uma importante ferramenta. A partir daí, desenvolveu-se uma me-</p><p>todologia prática e de baixo custo para monitoramento de T.urticae, a fim de</p><p>facilitar a compreensão dos produtores e incentivá-los a práticas de controle de</p><p>menor risco ao ambiente e ao produto final.</p><p>Com base nos dados do experimento da safra 2008 e observações feitas pe-</p><p>los produtores e parceiros do Projeto de Produção Integrada de Morango de</p><p>São Paulo (PI Morango-SP), foi desenvolvida uma adaptação da metodologia de</p><p>monitoramento realizado em laboratório, testada na UDC-PI Morango durante a</p><p>safra de 2009. Essa adaptação consiste na contagem do número de ácaros ainda</p><p>no campo, no momento da coleta do folíolo, com lupa de aumento de dez vezes.</p><p>De acordo com a quantidade de ácaros T. urticae observada no folíolo (quadro</p><p>4), estacas de bambu coloridas de branco, amarelo ou vermelho são espetadas</p><p>junto à planta amostrada (IWASSAKI et al., 2009).</p><p>Õ</p><p>45</p><p>Quadro 4 - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos</p><p>Ácaros por</p><p>folíolo (nº)</p><p>Cor Folíolos infestados</p><p>(%)</p><p>Medida a ser tomada</p><p>1 a 5 Branco Superior a 30% Liberação de ácaros predadores</p><p>6 a 9 Amarelo</p><p>Independe da</p><p>portcentagem</p><p>observada</p><p>Manter sob observação, mas</p><p>sempre comunicar o responsável</p><p>técnico</p><p>10 ou mais Vermelho Superior a 30%</p><p>Comunicar ao responsável técnico,</p><p>para decidir qual acaricida seletivo</p><p>deve ser usado</p><p>A quantidade de estacas de cada cor ao final do monitoramento, em relação</p><p>ao total de pontos amostrados, indica as medidas a serem tomadas (Quadro 4).</p><p>Sugere-se que o monitoramento seja feito pelo menos uma vez por semana.</p><p>Na safra de 2009, foi possível realizar somente cinco monitoramentos (IWA-</p><p>SSAKI et al., 2009b), pois a severa incidência de um problema conhecido como</p><p>vermelhão (KMIT, 20 14; KMIT; MORANDI; CALEGARIO, 2011) forçou a retirada da</p><p>cultura antecipadamente. Em nenhuma das ocasiões monitoradas foram neces-</p><p>sárias medidas de controle.</p><p>Quanto à aplicação prática da metodologia proposta, os técnicos treinados</p><p>declararam que esta é simples e viável, e que sua implementação torna-se mais</p><p>rápida, à medida que o próprio monitor de pragas adquire mais prática (IWAS-</p><p>SAKI et al., 2009b).</p><p>Visando facilitar o treinamento de produtores e técnicos, a equipe da Embra-</p><p>pa Meio Ambiente criou o Jogo do Alerta, uma ferramenta lúdica para auxiliar</p><p>as capacitações. Trata-se de um jogo de tabuleiro (representando uma lavou-</p><p>ra de morango), que tem como principal objetivo treinar o produtor rural para</p><p>proceder ao correto monitoramento de ácaro-rajado, de forma divertida e sem</p><p>necessidade de ir ao campo.</p><p>O jogo simula todas as situações que o produtor pode enfrentar na lavoura,</p><p>premiando as tomadas de decisão corretas, que resultam em ganhos financei-</p><p>ros, representados por cartões com a figura de um saco de dinheiro. Assim fica</p><p>fácil perceber, visualmente, a importância da informação técnica para o aumen-</p><p>to de receita do produtor capacitado.</p><p>Além do MIP, na área de pós-colheita, Lima, Calegario e Sanches (2012) com-</p><p>pararam o padrão de qualidade pós-colheita (aparência,</p><p>características físicas e</p><p>químicas, incidência de podridões e resíduo de morangos produzidos nos siste-</p><p>mas de produção convencional, orgânico e produção integrada.</p><p>Embora a maioria das características analisadas não tenha apresentado dife-</p><p>renças significativas estatisticamente, a aparência dos frutos da produção inte-</p><p>grada, considerada satisfatória para comercialização, manteve-se um dia a mais</p><p>que a dos outros sistemas. Um manuseio pós-colheita criterioso e o empenho</p><p>dos produtores em manter as BPA (e a rastreabilidade dos procedimentos) foram</p><p>características diferenciais em comparação com a produção convencional.</p><p>46</p><p>4. Considerações Finais</p><p>Embora ainda existam aspectos que precisam ser trabalhados, os diversos</p><p>pontos e resultados positivos observados desde o início do programa Pl Moran-</p><p>go são incentivos para o desenvolvimento de trabalhos técnicos e a busca pela</p><p>cooperação dos setores, em vários âmbitos. É satisfatório observar a dissemina-</p><p>ção do programa pelo país e o interesse pelos produtores.</p><p>47</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANVISA. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos</p><p>(PARA): relatório de atividades 2009. Brasília, 2010. 22p.</p><p>ANVISA. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos</p><p>(PARA): relatório de atividades de 2011 e 2012. Brasília, 2013. 44p. Disponível</p><p>em: . Acesso em: 27 dez. 2013.</p><p>BARIZO, R.R.M. et al. Análise das violações encontradas em alimentos nos</p><p>programas nacionais de monitoramento de agrotóxicos. Jaguariúna: Embrapa</p><p>Meio Ambiente, 2013. 18p. (Embrapa Meio Ambiente. Documentos, 92). Dis-</p><p>ponível em: .Acesso em: 27 dez. 2013.</p><p>BRASIL. Constituição, 1988. Constituição: República Federativa do Brasil</p><p>1988. Brasília, 1988. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2010.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Nor-</p><p>mativa nº20, de 27 de setembro de 2001. Aprova as Diretrizes Gerais para a Pro-</p><p>dução Integrada de Frutas - DGPIF e as Normas Técnicas Gerais para a Produção</p><p>Integrada de Frutas - NTGPIF. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil.</p><p>Brasília, 15 out. 2001. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Nor-</p><p>mativa nº14, de 1 de abril de 2008. Aprova as Normas Técnicas Específicas para a</p><p>Produção Integrada de Morango - NTEPI-Morango. Diário Oficial [da] República</p><p>Federativado Brasil, Brasília, 3 abr. 2008. Seção 1, p. 3-5.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Nor-</p><p>mativa nº24, de 4 de agosto de 2010. Altera o subitem 8.1 do Anexo da Instrução</p><p>Normativa MAPA nº14, de 1 de abril de 2008.</p><p>Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 5 ago. 2010a. Seção</p><p>1, p.16.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Nor-</p><p>mativa nº 27, de 30 de agosto de 2010. Estabelece as diretrizes gerais com vistas</p><p>a fixar preceitos e orientações para os programas e projetos que fomentem e</p><p>48</p><p>desenvolvam a Produção Integrada Agropecuária (PI-Brasil), sem prejuízo das</p><p>demais disposições regulamentadoras.</p><p>Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 31 ago. 2010b. Se-</p><p>ção 1. Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2014.</p><p>BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Produção Inte-</p><p>grada Agropecuária - PI Brasil: relatório síntese da oficina de alinhamento estra-</p><p>tégico. Brasília, 2011. 15p.</p><p>CALEGARIO, F.F.; SALUSTIO, P.E.B. Colha e pague como ferramenta de divul-</p><p>gação da Produção Integrada de Morango. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRO-</p><p>DUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS, 11.; SEMINÁRIO SOBRE SISTEMA AGROPECUÁ-</p><p>RIO DE PRODUÇÃO INTEGRADA, 3., 2009, Petrolina.</p><p>Anais ... Produção Integrada: base de sustentabilidade para a agropecuária</p><p>brasileira. Petrolina: Embrapa Semi-Árido: Valexport, 2009. 1 CD-ROM.</p><p>CREMONESI, R.A.; HAMMES, V.S.; CALEGARIO, F.F. Educação ambiental: o</p><p>planejamento como instrumento de organização dos produtores da região de</p><p>Atibaia, Jarinu Morango: tecnologias de produção ambientalmente corretas e</p><p>Valinhos-SP, para a adoção de práticas sustentáveis na produção de morango.</p><p>In: CONGRESSO INTERINSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 3., 2009, Cam-</p><p>pinas.</p><p>Anais ... Campinas: ITAL: IAC; Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2009. 1</p><p>CD- ROM.</p><p>EMBRAPA UVA E VINHO. Planejamento do portfólio de projetos sobre bases</p><p>técnicas para rastreabilidade e certificação de alimentos seguros obtidos em sis-</p><p>temas sustentáveis (portarias 1486/12 e 552/13). Bento Gonçalves, 2013. 49p.</p><p>FADINI, M.A.M. et al. Manejo Integrado das principais pragas do moranguei-</p><p>ro. In: CARVALHO, S.P. de (Coord.). Boletim do morango: cultivo convencional,</p><p>segurança alimentar, cultivo orgânico. 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Estratégias de controle do ácaro rajado (Tetranychus ur-</p><p>ticae Koch): comparação entre sistemas de produção convencional e Produção</p><p>Integrada de Morango (PIMO). In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTE-</p><p>GRADA DE FRUTAS, 11.; SEMINÁRIO SOBRE SISTEMA AGROPECUÁRIO DE PRO-</p><p>DUÇÃO INTEGRADA, 3., 2009, Petrolina.</p><p>Anais ... Produção Integrada: base de sustentabilidade para a agropecuária</p><p>brasileira. Petrolina: Embrapa Semi-Árido: Valexport, 2009a. 1 CD-ROM.</p><p>IWASSAKI, L.A. et al. Monitoramento como ferramenta importante para o</p><p>manejo de ácaro rajado - Tetranychus urticae Koch - em Produção Integrada de</p><p>Morango. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS,</p><p>10.; SEMINÁRIO SOBRE SISTEMA AGROPECUÁRIO DE PRODUÇÃO INTEGRADA, 2.,</p><p>2008, Ouro</p><p>Preto. Anais ... Produção Integrada no Brasil. Viçosa, MG: UFV, 2008.</p><p>1 CD- ROM.</p><p>IWASSAKI, L.A. et al. Proposta de escala de cores para monitoramento de áca-</p><p>ro rajada (Tetranychus urticae Koch) em cultura de morangueiro. In: SEMINÁRIO</p><p>BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS, 11.; SEMINÁRIO SOBRE SIS-</p><p>TEMA AGROPECUÁRIO DE PRODUÇÃO INTEGRADA, 3., 2009, Petrolina.</p><p>Anais ... Produção Integrada: base de sustentabilidade para a agropecuária</p><p>brasileira. Petrolina: Embrapa Semi-Árido: Valexport, 2009b. 1 CD-ROM.</p><p>KMIT, M.C.P. Avaliação da patogenicidade do fungo Pestalotiopsis longisetu-</p><p>la associado a estresses no desenvolvimento do "Vermelhão" em morangueiro.</p><p>2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas)- Pon-</p><p>tifícia Universidade Católica de Campinas.</p><p>KMIT, M.C.P.; MORANDI, M.A.B.; CALEGARIO, F.F. Associação de Pestalotiopsis</p><p>longisetula no desenvolvimento do vermelhão em morangueiro. In: CONGRES-</p><p>SO PAULISTA DE FITOPATOLOGIA, 34., 2011, Campinas. Resumos... 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Embora os principais patógenos da cultura sejam os fungos, exis-</p><p>tem também doenças causadas por bactérias, vírus, nematoides e fitoplasmas.</p><p>Os danos causados pelas doenças podem variar em intensidade, dependen-</p><p>do das condições climáticas, do manejo adotado e das cultivares plantadas. Por</p><p>isso, é essencial conhecer as doenças, as condições favoráveis ao seu desenvol-</p><p>vimento e as medidas de manejo a serem adotadas, visando minimizar os danos,</p><p>a fim de garantir o sucesso da cultura.</p><p>Neste texto, serão abordadas as principais doenças da cultura do moran-</p><p>gueiro e diversas medidas para o seu manejo, com o foco no estado do Espírito</p><p>Santo.</p><p>2. Mofo Cinzento</p><p>O fungo Botrytis cinerea pode infectar pecíolos, folhas, botões florais, pétalas,</p><p>pedúnculos e frutos em qualquer estádio de desenvolvimento. Nos tecidos afe-</p><p>tados, observa-se uma lesão necrótica, sobre a qual se desenvolve uma massa de</p><p>micélio de cor cinza, que corresponde às estruturas do fungo (Figura 1).</p><p>Esta doença pode ocorrer de maneira generalizada nas lavouras em todo o</p><p>Brasil, sendo considerada a principal doença da cultura. Sua maior incidência é</p><p>observada após períodos de dois a três dias de chuvas finas e persistentes, o que</p><p>proporciona alta umidade nas plantas. Essas condições são facilmente encontra-</p><p>das na maioria das áreas produtoras de morango no Brasil, a exemplo da região</p><p>serrana do Espírito Santo. Associado a essas condições climáticas favoráveis,</p><p>outros fatores, como menor espaçamento entre plantas, excesso de adubação</p><p>nitrogenada, uso de irrigação por aspersão e cultivo em campo aberto, contri-</p><p>buem para a maior ocorrência da doença.</p><p>Para o manejo dessa doença, uma prática cultural essencial é a retirada de</p><p>folhas velhas, senescentes (amareladas) e secas e de frutos doentes. Tal medida</p><p>vem sendo adotada como rotina pelos produtores do estado do Espírito Santo.</p><p>Pesquisas conduzidas no Incaper/CRDR-CSERRANO, por seis anos consecutivos</p><p>(de 2004 a 2009), têm demonstrado que o cultivo em túneis reduz significativa-</p><p>03</p><p>52</p><p>mente a incidência da doença nos frutos, seja em campo ou em pós-colheita.</p><p>Esta redução tem chegado a mais de 80%, quando comparado com o cultivo em</p><p>campo aberto.</p><p>Em testes efetuados em condições de laboratório, a maioria das cultivares</p><p>tem se comportado como suscetíveis ao mofo cinzento. Em condições de campo</p><p>e nas áreas experimentais do projeto de produção integrada, tem-se observado</p><p>que a cultivar Camino Real apresenta alta suscetibilidade a esse patógeno. É im-</p><p>portante ressaltar que essa cultivar apresenta uma flor muito grande e que de-</p><p>mora a se abrir, se comparada a outras cultivares. Dessa forma, as pétalas ficam</p><p>mais aderidas entre a superfície dos frutos e o cálice, o que favorece a infecção</p><p>inicial do patógeno nessa parte do fruto.</p><p>Além dessas medidas culturais, o controle químico tem sido a principal me-</p><p>dida para manejo da doença. As pulverizações, muitas vezes, se fazem necessá-</p><p>rias, sobretudo em períodos de chuvas finas e constantes, comuns em diversas</p><p>regiões produtoras do país. No entanto, embora seja uma prática necessária</p><p>para controle da doença, o uso do controle químico é um dos principais proble-</p><p>mas na cultura. Pesquisas realizadas em 2012 e 2013, nos estados de São Paulo,</p><p>Espírito Santo e Minas Gerais, revelaram índices alarmantes de resistência de B.</p><p>cinerea aos fungicidas do grupo químico dos benzimidazóis e dicarboxamidas,</p><p>registrados atualmente para controle da doença na cultura. Os casos mais sérios</p><p>têm sido observados no sul de Minas Gerais, hoje a principal região produtora</p><p>do Brasil. Diante disso, novas estratégias, como o uso de produtos biológicos,</p><p>a exemplo do fungo Clonostachys rosea, vêm sendo testadas em condições de</p><p>campo e têm alcançado níveis desejáveis de controle.</p><p>Convém salientar que, no Brasil, o manejo do mofo cinzento é dificultado</p><p>pela ocorrência de várias floradas durante o ciclo da cultura, diferente de outros</p><p>países, onde ocorrem no máximo três floradas principais.</p><p>Figura 1. Sintomas de mofo cinzento em frutos de morangueiro (A-C); fruto imaturo da Camino</p><p>Real, apresentando sintoma da doença, com o cálice proeminente e pétalas aderidas (D); detalhe</p><p>da esporulação de cor cinza em folha (E) e pecíolo (F)</p><p>3. Antracnose</p><p>A doença conhecida como antracnose tem sido associada aos sintomas cau-</p><p>sados por espécies do gênero Colletotrichum. Na cultura do morangueiro, a in-</p><p>fecção por Colletotrichum pode levar ao aparecimento de diversos sintomas, a</p><p>53</p><p>depender do órgão da planta atacado. Dentre eles, podemos destacar a podri-</p><p>dão do rizoma, que leva à murcha e morte da planta, a flor preta, as podridões</p><p>em frutos e as lesões em folhas. Além disso, o fungo também pode infectar esto-</p><p>lões, causando problemas principalmente em condições de viveiro.</p><p>Pesquisas recentes têm demonstrado que esses sintomas podem ser cau-</p><p>sados por diferentes espécies dentro do complexo C. acutatum e C. gloeos-</p><p>porioides e, ainda, que não há uma correlação entre o sintoma e a espécie de</p><p>Colletotrichum. Assim, é possível encontrar no campo uma planta de moranguei-</p><p>ro apresentando os diversos sintomas, devido à infecção por uma única espécie</p><p>do patógeno.</p><p>Em condições de viveiro, o fungo Colletotrichum</p><p>pode infectar os estolões,</p><p>causando lesões alongadas e deprimidas de cor escura, que podem levar à mor-</p><p>te das mudas. Além disso, o fungo pode alcançar a região do rizoma, devido</p><p>à continuidade da infecção pelo estolão e, posteriormente, causar murcha de</p><p>plantas em áreas de plantio, devido à podridão do rizoma. Nesse caso, ao se fazer</p><p>um corte longitudinal no rizoma, será observada a presença de uma coloração</p><p>marrom-avermelhada de consistência firme.</p><p>A podridão dos frutos pode ser visualizada em qualquer estádio de desen-</p><p>volvimento (Figura 2). Em frutos ainda imaturos, é possível observar a necrose</p><p>e, em alguns casos, a sua deformação. Em frutos já formados, seja no campo</p><p>ou em pós-colheita, observa-se uma lesão necrótica e deprimida, sobre a qual</p><p>ocorre intensa esporulação de cor rósea/alaranjada, imersa em uma mucilagem.</p><p>Infecções também podem ocorrer em inflorescências, onde as flores, estames e</p><p>pistilos apresentam lesões necróticas escuras. Com o avanço da doença, as inflo-</p><p>rescências tornam-se secas e mumificadas, ficando esse conjunto de sintomas</p><p>conhecido como "flor preta".</p><p>Nas folhas, os sintomas se apresentam como manchas necróticas de cor mar-</p><p>rom-escura nos bordos dos folíolos, muitas vezes diagnosticados erroneamente</p><p>como deficiência de boro. Em condições altamente favoráveis à doença, o pató-</p><p>geno pode infectar a região meristemática da planta, levando à morte.</p><p>Normalmente, a antracnose inicia-se em pequenos focos (reboleiras), devi-</p><p>do à disseminação restrita do patógeno, que ocorre por meio de respingos de</p><p>chuva ou irrigação. Por isso, condições de cultivo de campo aberto, associadas</p><p>à irrigação por aspersão ou chuvas, estão correlacionadas com a alta incidên-</p><p>cia da doença. Podem ser observadas perdas totais nas lavouras conduzidas em</p><p>campo aberto, principalmente na região Sudeste, entre os meses de setembro e</p><p>dezembro, devido à presença de chuvas constantes.</p><p>Como esses patógenos são capazes de infectar as plantas durante todo o seu</p><p>ciclo, é necessário que medidas integradas sejam implementadas, a fim de redu-</p><p>zir os danos causados. O monitoramento é essencial para o manejo da doença,</p><p>uma vez que geralmente se inicia em focos dentro da lavoura. Ainda no viveiro,</p><p>é importante a eliminação imediata de mudas infectadas, pois a irrigação por</p><p>aspersão torna o controle extremamente difícil, já que os fungicidas apresentam</p><p>baixa eficiência. O uso de mudas sadias é fator decisivo para evitar a introdução</p><p>da doença em novas áreas, o que demonstra a importância da certificação dos</p><p>viveiros do país. Deve-se atentar para a área selecionada para plantio e insta-</p><p>lação de viveiros, pois o patógeno sobrevive em outros hospedeiros - embora,</p><p>muitas vezes, não cause os sintomas típicos da doença. Além disso, é importan-</p><p>te realizar a rotação de culturas, principalmente em áreas que foram cultivadas</p><p>com morango ou outras culturas hospedeiras de Colletotrichum.</p><p>Muitas cultivares atualmente plantadas no Brasil, como a Camarosa, Oso</p><p>Grande e Milsei-Tudla, são muito suscetíveis à doença. Novas cultivares, como</p><p>Ventana, Camino Real, Aromas, Diamante, Seascape e Albion, também apresen-</p><p>tam alta suscetibilidade, como se observa em trabalhos conduzidos no Espírito</p><p>54</p><p>Santo, em condições de campo e/ou laboratório (Tabela 1). Isso tem dificultado</p><p>o manejo da doença, principalmente em condições de cultivo em campo aberto</p><p>e com irrigação por aspersão.</p><p>O uso de fungicidas tem apresentado baixa eficiência em condições de cam-</p><p>po, tornando necessário o registro de novos produtos, em estudo junto ao Mapa,</p><p>visando atender a uma demanda do setor produtivo.</p><p>Figura 2. Antracnose do morangueiro: frutos apresentando sintomas de podridão, ainda no</p><p>campo (A e B); planta apresentando morte de flores e pedúnculos (C); detalhe de flor com necrose</p><p>(D); lesões em folhas (E); podridão em frutos em pós-colheita, mostrando intensa esporulação (F);</p><p>necrose no rizoma de plantas com sintomas de murcha.</p><p>4. Mancha de Micosferela</p><p>Causada pelo fungo Mycosphaerella fragariae, é considerada a principal</p><p>doença, afetando as folhas do morangueiro. As plantas infectadas apresentam</p><p>folhas com lesões de formato arredondado e diâmetro variável, de coloração</p><p>inicialmente castanho-avermelhada e com centro claro (Figura 3). As lesões po-</p><p>dem coalescer, levando à necrose de boa parte do limbo foliar. Por infectar ba-</p><p>sicamente as folhas das plantas, o patógeno causa problemas em condições de</p><p>viveiro e de cultivo comercial.</p><p>No Espírito Santo, a maior incidência da doença tem sido observada na fase</p><p>inicial da cultura, após o transplantio (março - abril) e no final do cultivo (setem-</p><p>bro - outubro). Em temperaturas mais elevadas, podem ocorrer perdas superio-</p><p>res a 30%, devido à intensa necrose das folhas, principalmente quando se utiliza</p><p>menor espaçamento, irrigação por aspersão e excesso de adubação nitrogena-</p><p>da.</p><p>O uso de cultivares resistentes é a principal medida a ser adotada para mane-</p><p>jo da doença. As cultivares disponíveis para cultivo no Brasil podem apresentar</p><p>variações quanto à resistência a essa doença (Tabela 1). No entanto, em experi-</p><p>mentos conduzidos no Espírito Santo, as cultivares de dias neutros apresenta-</p><p>ram alta severidade da doença, similar ao observado para a cultivar Dover.</p><p>O uso de fungicidas sistêmicos ou protetores à base de cobre deve ser feito</p><p>após o monitoramento da doença, uma vez que a ocorrência do patógeno é</p><p>muito dependente da temperatura e da alta umidade relativa. Na safra de 2007 e</p><p>2008, em virtude do período seco entre os meses de maio e outubro, no Espírito</p><p>55</p><p>Santo, a utilização de fungicidas para o seu manejo foi muito baixa. Na safra de</p><p>2009, porém, a doença ocorreu com maior intensidade em algumas lavouras,</p><p>devido ao maior período de chuvas. No entanto, pelo monitoramento efetuado</p><p>nas lavouras, foram realizadas poucas aplicações para controle da doença.</p><p>O cultivo em túneis, que vem sendo cada vez mais adotado pelos produtores</p><p>no Espírito Santo, é uma boa estratégia, pois limita o desenvolvimento da doen-</p><p>ça, mesmo na época das chuvas. Resultados preliminares de avaliações efetua-</p><p>das no Incaper-CRDR-Centro Serrano têm demonstrado a influência do tipo de</p><p>mulching (branco e/ou preto) sobre o desenvolvimento da doença, com maior</p><p>severidade sendo observada no mulching branco, em condições de campo aber-</p><p>to.</p><p>Figura 3. Plantas de morangueiro apresentando sintomas típicos de mancha de</p><p>micosferela</p><p>5. Mancha de Pestalotiopsis</p><p>Também conhecida como “mancha-da-folha”, é causada pelo fungo Pestalo-</p><p>tiopsis longisetula. Desde 2004, a doença vem ocorrendo com alta severidade em</p><p>lavouras do Espírito Santo, com danos acentuados principalmente em viveiros e</p><p>lavouras após o transplantio. A mancha de pestalotiopsis já foi constatada tam-</p><p>bém em outros estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e</p><p>Paraná. Em condições de campo, a doença ocorre principalmente na fase inicial</p><p>de cultivo, quando as mudas ainda não estão totalmente adaptadas e sofrem</p><p>um pequeno estresse. Os sintomas se caracterizam por lesões de coloração cas-</p><p>tanho-escura, com a formação de pontuações escuras, que correspondem à pre-</p><p>sença de acérvulos no centro das lesões (Figura 4). Em viveiros, a doença infecta</p><p>os estolões e pecíolos das mudas, levando-as, muitas vezes, à morte.</p><p>O manejo da doença envolve, principalmente, o uso da irrigação por goteja-</p><p>mento e de cultivares resistentes (Tabela 1). Com exceção da cultivar Dover, que</p><p>tem se mostrado resistente, todas as cultivares disponíveis no Brasil são susce-</p><p>tíveis à doença, sendo a ‘Sweet Charlie’ a mais ‘suscetível. Em viveiros e na fase</p><p>inicial de cultivo no campo, o uso de fungicidas, muitas vezes, se faz necessário.</p><p>No entanto, o monitoramento é interessante, pois, como a doença se inicia em</p><p>pequenos focos, pode não ser necessária a aplicação em toda a lavoura. Em tes-</p><p>tes em casa de vegetação, verificou-se o efeito do silicato de potássio no contro-</p><p>le da doença.</p><p>56</p><p>Figura 4.</p><p>Lesões de Pestalotiopsis em plantas em viveiro (A); detalhe de folha apresentando</p><p>sintomas (B); detalhe de acérvulos escuros sobre as lesões (C); sintomas em frutos imaturos no</p><p>campo (D), pecíolos (E) e frutos em pós-colheita</p><p>6. Murcha de Verticílio</p><p>Dentre os fungos habitantes do solo, o que tem causado maiores danos à</p><p>cultura é o Verticillium dahliae. Os sintomas iniciais caracterizam-se pela queima</p><p>das bordas das folhas infectadas, progredindo para a murcha total da planta,</p><p>levando à morte (Figura 5). Nessas plantas, quando se faz um corte no rizoma,</p><p>observa-se uma região esbranquiçada muito exposta, enquanto que, no pecíolo</p><p>e nas raízes, observa-se o escurecimento interno dos vasos. Em algumas cultiva-</p><p>res, como Camino Real, a sintomatologia pode ser um pouco diferente, com as</p><p>plantas apresentando subdesenvolvimento, com a formação de folhas peque-</p><p>nas no interior da planta. Esta sintomatologia se assemelha à de plantas ataca-</p><p>das pelo ácaro do enfezamento, o que pode levar a uma diagnose incorreta. Por</p><p>esta razão, visando evitar erros de diagnose, é importante observar a distribui-</p><p>ção da doença na lavoura, pois a murcha geralmente ocorre em reboleiras.</p><p>A doença é favorecida em solos alcalinos, comuns em algumas áreas de cul-</p><p>tivo. No estado do Espírito Santo, em levantamentos efetuados nas áreas produ-</p><p>toras onde havia a presença do patógeno, geralmente o pH do solo estava situ-</p><p>ado na faixa entre 6,7 e 7,0. Outro fator que agrava a doença na cultura é o fato</p><p>de que este patógeno tem uma vasta gama de hospedeiros, incluindo diversas</p><p>plantas que são cultivadas entre um plantio de morango e outro, a exemplo de</p><p>plantas da família das solanáceas. A rotação com tomate, por exemplo, tem agra-</p><p>vado a situação no Espírito Santo, devido à ocorrência da raça 02 deste fungo no</p><p>estado, uma vez que todas as cultivares de tomate são suscetíveis a ela. Isso tem</p><p>contribuído para o aumento da densidade populacional do patógeno no solo.</p><p>Para o manejo da murcha de verticílio, é fundamental a rotação de culturas,</p><p>por, pelo menos, quatro anos. Com a utilização de plantas da família das crucí-</p><p>feras, de modo especial o brócolis, reduz a densidade do patógeno no solo. A</p><p>rotação com brócolis tem reduzido a doença, conforme verificado em trabalhos</p><p>efetuados nos EUA. Pesquisas realizadas pelo Incaper, em condições de casa de</p><p>vegetação, com solo naturalmente infestado, mostraram que as cultivares Cama-</p><p>rosa, Oso Grande, Ventana, Aromas, Diamante, Seascape, Dover e Sweet Charlie</p><p>são suscetíveis ao patógeno, enquanto as cultivares Camino Real e Albion apre-</p><p>57</p><p>sentaram maior resistência à doença. A adubação equilibrada é muito impor-</p><p>tante, já que algumas formas de adubos nitrogenados (amoniacal e/ou nítrica)</p><p>predispõem as plantas à maior infecção do patógeno. Em pequenas reboleiras,</p><p>a solarização e a biofumigação do solo são alternativas de manejo da doença.</p><p>Figura 5. Plantas de morangueiro apresentando sintomas de subcrescimento e murcha, cau-</p><p>sados por Verticillium dahliae (A); detalhe de folha apresentando necrose típica de infecções cau-</p><p>sadas por V. dahliae (B); corte no rizoma mostrando a presença de tecido esbranquiçado e necrose</p><p>(C)</p><p>7. Oídio</p><p>Causado pelo fungo Oidium sp. (Sphaerotheca macularis), o oídio vem ocor-</p><p>rendo em algumas áreas do Brasil, com intensidade variável, principalmente em</p><p>função do uso do cultivo protegido e das cultivares plantadas. No Espírito Santo,</p><p>a doença foi observada pela primeira vez em 2004, em um viveiro de mudas</p><p>cultivado em estufas.</p><p>Um dos sintomas característicos da doença é a presença de um micélio pul-</p><p>verulento de cor branca, na parte inferior das folhas. As folhas infectadas podem</p><p>ficar curvadas para cima, adquirindo um aspecto de “colher” (Figura 6). Em con-</p><p>dições de alta severidade da doença, os frutos também podem ser infectados,</p><p>apresentando intensa pulverulência na superfície e crescimento irregular com</p><p>os aquênios proeminentes. Em algumas lavouras do Espírito Santo, foi obser-</p><p>vada alta intensidade da doença na cultivar Oso Grande, principalmente nos</p><p>períodos de baixa precipitação pluviométrica, como ocorrido em 2015. Já nas</p><p>cultivares Milsei-Tudla, Seascape e Camino Real, a doença pode se manifestar,</p><p>porém, os sintomas observados são apenas lesões marrom-avermelhadas, o que</p><p>dá um aspecto de queima às folhas, associadas a uma escassa pulverulência.</p><p>O manejo deste patógeno envolve, principalmente, o uso de cultivares resis-</p><p>tentes (Tabela 1). Além disso, é importante fazer o monitoramento da doença e</p><p>das condições climáticas, as quais contribuirão para a maior ou menor intensida-</p><p>de da doença. O uso de fungicidas de ação específica para o patógeno deve ser</p><p>realizado somente quando necessário.</p><p>8. Mancha de Dendrofoma</p><p>Essa doença é causada pelo fungo Dendrophoma obscurans (=Phomopsis</p><p>obscurans), que geralmente é observado no campo, na fase inicial (10 a 30 dias)</p><p>e no final do ciclo da cultura, infectando as folhas mais velhas. As lesões se apre-</p><p>sentam com uma coloração vermelho-púrpura que, com a evolução da doença,</p><p>torna-se marrom-escura no centro, circundada por uma região marrom-clara. As</p><p>lesões mais velhas crescem ao longo das nervuras, com um formato de "v", po-</p><p>dendo tomar toda a folha. Sobre as lesões, é possível observar pequenas pontu-</p><p>ações, que correspondem às estruturas do patógeno (Figura 6).</p><p>Não têm sido associados grandes danos a esta doença, que geralmente</p><p>58</p><p>ocorre em baixa intensidade, principalmente em condições de cultivo em cam-</p><p>po aberto. Assim, o manejo cultural, com a retirada das folhas velhas, tem se</p><p>mostrado eficiente, não necessitando do uso de fungicidas específicos.</p><p>9. Mancha Angular do Morangueiro</p><p>Esta doença é causada pela bactéria Xanthomonas fragariae, que infecta as</p><p>folhas do morangueiro, causando lesões delimitadas pelas nervuras, conferindo-</p><p>-lhes o aspecto angular. Sob condições de alta umidade, as quais são favoráveis</p><p>à ocorrência da doença, é possível observar lesões foliares, inicialmente com as-</p><p>pecto encharcado e posteriormente necróticas (Figura 6). Estes sintomas tam-</p><p>bém podem ocorrer no cálice dos frutos.</p><p>A doença vem ocorrendo com alta incidência em algumas áreas do Brasil,</p><p>como verificado em 2006, em diversas lavouras do Sul de Minas Gerais, onde</p><p>ocasionou severas perdas. No Espírito Santo, a doença foi introduzida em 2003,</p><p>a partir de mudas infectadas provenientes de Minas Gerais, sendo erradicada</p><p>das áreas nesse mesmo ano. Porém, foi novamente diagnosticada no estado em</p><p>2006, em uma lavoura no município de Castelo, na região do Forno Grande, em</p><p>mudas provenientes da Argentina.</p><p>Após essa data, em função do trabalho de conscientização dos produtores</p><p>pelo Incaper e da vigilância constante dos órgãos de defesa fitossanitária do Es-</p><p>pírito Santo (IDAF), a doença foi novamente erradicada. No entanto, em novem-</p><p>bro de 2009, a bactéria foi novamente encontrada em diversas lavouras e mudas</p><p>das cultivares Aromas e Albion, oriundas da Argentina, sendo feito o processo de</p><p>erradicação, conforme previsto na Portaria de número 075-R editada pela Secre-</p><p>taria de Agricultura do estado.</p><p>Nos anos subsequentes, a bactéria foi sempre diagnosticada nas lavouras do</p><p>estado e, em 2014, foi constatada sua presença em mudas da Albion, importadas</p><p>da Argentina. A disseminação da bactéria, de uma região para outra, e mesmo</p><p>na própria área de produção, ocorre principalmente por mudas infectadas. Já</p><p>dentro da lavoura, acontece por respingos de chuva e/ou irrigação, bem como</p><p>pelos tratos culturais.</p><p>A utilização de mudas sadias é a principal medida de manejo a ser adotada.</p><p>O cultivo protegido também é indicado e deve-se evitar ao máximo a irrigação</p><p>por aspersão, notadamente em estados onde a doença é endêmica. Todas as</p><p>cultivares atualmente utilizadas no país são suscetíveis à mancha angular. Em</p><p>condições de alta severidade da doença, a aplicação de fungicidas cúpricos não</p><p>apresenta muita eficiência e pode causar fitotoxidez às plantas.</p><p>10. Podridão do Colo</p><p>A</p><p>Em função da grande variabilidade entre as espécies que compõem a base</p><p>genética do morangueiro, Fragaria x ananassa Duch. ex Rozier apresenta uma</p><p>grande amplitude de adaptação. Associada ao desenvolvimento dos modernos</p><p>sistemas de manejo de cultivo, sua produção tornou-se possível tanto nas re-</p><p>giões frias, como nas tropicais e subtropicais, ou seja, em diferentes regiões e</p><p>condições climáticas.</p><p>Para que as cultivares tradicionalmente plantadas manifestem o seu po-</p><p>tencial produtivo, o morangueiro deve ser cultivado sob condições de dias cur-</p><p>tos e temperaturas amenas ou baixas, havendo variações em razão da cultivar.</p><p>Essas condições estimulam o florescimento e, consequentemente, a produção</p><p>de frutos. Por outro lado, sob condições de dias longos e temperaturas elevadas,</p><p>a planta é estimulada ao crescimento vegetativo adequado para a produção de</p><p>mudas.</p><p>A época de plantio, dependendo da região, varia de fevereiro a</p><p>maio, obedecendo à produção de maio até dezembro, no mais</p><p>tardar. No inicio do outono, a temperatura é mais elevada e os dias</p><p>são mais longos, o que favorece o desenvolvimento vegetativo</p><p>inicial do morangueiro. Mas, à medida que o inverno se aproxima,</p><p>os dias tornam-se mais curtos e a temperatura diminui, o que</p><p>estimula o florescimento e a frutificação. Durante o verão, o</p><p>fotoperíodo se alonga, a temperatura aumenta, estimulando a</p><p>produção de estolhos.</p><p>O plantio de morangos, nas regiões Norte e Centro-Oeste de Minas Gerais,</p><p>pode ser realizado entre os meses de abril e maio. É recomendado que se plan-</p><p>tem as mudas assim que ocorrerem quedas sucessivas na temperatura, o que é</p><p>fundamental para um bom estabelecimento das mudas na fase inicial de plantio.</p><p>Para as regiões tradicionais de cultivo do morangueiro no Espírito Santo, reco-</p><p>menda-se que, para áreas situadas em altitudes acima de 750 m, o plantio deva</p><p>ocorrer entre março e abril, e para regiões entre 600 e 750 m, entre abril e maio.</p><p>4.4. Tecnologias para produção de mudas e cultivo comercial</p><p>4.1. Produção de mudas</p><p>A utilização de mudas de alta qualidade genética e sanitária, em local de bai-</p><p>Õ</p><p>8</p><p>xa potencialidade de inóculo de fungos e bactérias que atacam o morangueiro,</p><p>é um dos pré-requisitos essenciais para a obtenção de morangos de qualidade.</p><p>O morangueiro é propagado vegetativamente por meio de estolhos emitidos</p><p>pela planta matriz. É recomendável que as plantas matrizes para a formação de</p><p>viveiros sejam adquiridas de empresas registradas no Ministério da Agricultura,</p><p>Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas, no caso de o agricultor desejar produzir</p><p>a própria muda, deverá tomar alguns cuidados para para não comprometer o</p><p>plantio subsequente.</p><p>Como todas as etapas da produção de morango, a obtenção de mudas deve</p><p>ser bem planejada e, dentro desse planejamento, deverão ser observados al-</p><p>guns aspectos. Dentre eles, as escolhas da cultivar, com a devida antecedência,</p><p>e do local do viveiro; o preparo do solo; o projeto de irrigação; a definição do</p><p>espaçamento entre plantas; a época de plantio e a origem das plantas matrizes,</p><p>além da correção do solo e adubações, controle de plantas invasoras, controle</p><p>fitossanitário e época de transplante das mudas.</p><p>• Micropropagação do morangueiro</p><p>Mudas de alto padrão, em quantidades suficientes para atender à de-</p><p>manda do produtor de morango, em curto espaço de tempo, são oriundas de</p><p>técnicas avançadas de produção. Isso pode ser conseguido com a propagação</p><p>por culturas de tecidos vegetais, ou seja, com a micropropagação. Utilizam-se</p><p>meristemas que são retirados dos estolões, que, por sua vez, minimizam os pro-</p><p>blemas de viroses que a cultura possa apresentar.</p><p>A otimização da multiplicação in vitro permite o desenvolvimento de técni-</p><p>cas para indução do aparecimento de novas características de interesse agronô-</p><p>mico; proporciona a produção de clones livres de patógenos - principalmente</p><p>de viroses que acometem o morangueiro - e eleva a quantidade de matrizes</p><p>colocadas no mercado. Assim, a partir de poucos explantes, é possível produzir</p><p>grande número de mudas para aclimatação e, consequentemente, para a co-</p><p>mercialização.</p><p>• Produção de mudas em viveiros</p><p>As matrizes de morangueiros obtidas pelo processo de cultura de tecidos</p><p>são produzidas em laboratórios e disponibilizadas para os viveiristas. Eles, geral-</p><p>mente, têm apenas a função de produção de mudas, isto é, não são produtores</p><p>de morangos. A aquisição das matrizes no laboratório pelos viveiristas, comu-</p><p>mente nos meses de setembro e de outubro, após as matrizes passarem por um</p><p>processo de aclimatação, permite que sejam plantadas diretamente no viveiro</p><p>(no campo ou em vasos, no caso de cultivo suspenso, sob ambiente protegido).</p><p>O local do viveiro para plantio das plantas matrizes deverá ser,</p><p>de preferência, em áreas virgens ou que estejam em repouso</p><p>e que tenham histórico conhecido. Deve permitir acesso à</p><p>irrigação (a qual deve ser isenta de contaminações), pois o solo</p><p>deve ser mantido úmido, em praticamente todo o período de</p><p>produção das mudas, para seu constante desenvolvimento</p><p>e para facilitar a fixação das raízes das mudas formadas na</p><p>extremidade dos estolhos.</p><p>A área para a instalação do viveiro deverá ser levemente inclinada, bem dre-</p><p>nada, com a estrutura física do solo arenosa ou areno-argilosa para facilitar o de-</p><p>senvolvimento das raízes e o arranquio das mudas na época do transplante para</p><p>área de produção comercial. Deve-se evitar utilizar áreas próximas a plantios</p><p>Õ</p><p>9</p><p>comerciais ou que tenham sido cultivadas recentemente com morango ou hor-</p><p>taliças das solanáceas, que poderão constituir-se em hospedeiros alternativos</p><p>de pragas e doenças. Recomenda-se que seja mantida uma distância mínima de</p><p>500m entre as áreas do viveiro e dos plantios comerciais.</p><p>A área do viveiro deve ser restrita a funcionários que tenham alguma ativida-</p><p>de com a produção das mudas, evitando o trânsito de máquinas e pessoas entre</p><p>as áreas de cultivo e do viveiro. Para atender a esse requisito, a área deve ser</p><p>cercada, com o menor número possível de acessos ao seu interior. É importan-</p><p>te ter cuidado para que, nesse local de entrada, sejam adotadas as medidas de</p><p>controle fitossanitário, como o uso de pedilúvio (caixa rasa na entrada do viveiro,</p><p>contendo produtos fitossanitários, para a lavagem dos calçados dos indivíduos</p><p>ao entrarem na área).</p><p>No campo, após a escolha da área, emprego de todas as técnicas de pre-</p><p>paro do solo (aração, gradagem, correção e fertilização baseadas nas análises</p><p>químicas do solo), as matrizes são plantadas normalmente, em canteiros de 1,80</p><p>m de largura e espaçadas 1,50 m umas das outras. A instalação do viveiro deve</p><p>ocorrer entre agosto e novembro e o cultivo dessas matrizes até os meses de</p><p>março e abril, quando são coletadas as mudas e ofertadas aos produtores de</p><p>morangos para o plantio comercial. Essas mudas são comercializadas com raízes</p><p>nuas e plantadas diretamente nos canteiros, para produção de frutos (produção</p><p>comercial).</p><p>No caso de cultivo suspenso para produção de mudas, as matrizes são plan-</p><p>tadas em vasos sob ambiente protegido. Os estolhos são coletados das matrizes</p><p>e deles retiradas as mudas, que são plantadas em bandejas com substrato. Essas</p><p>mudas permanecem nas bandejas sob ambiente protegido, recebendo todos os</p><p>tratamentos necessários, como desbaste, irrigação, tratamento fitossanitário e</p><p>fertilização, para promover bom enraizamento e, consequentemente, boa for-</p><p>mação.</p><p>Após serem adquiridas pelos produtores, as mudas também são plantadas</p><p>diretamente no campo para a produção de frutos. As mudas produzidas em ban-</p><p>dejas têm a vantagem do substrato que envolve as raízes e que, quando compa-</p><p>radas com as mudas de raízes nuas, apresentam melhor pegamento.</p><p>• Escolha da Cultivar</p><p>A escolha da cultivar é muito relevante no cultivo do morangueiro, chegan-</p><p>do a ser limitante, principalmente por suas exigências em fotoperíodo, núme-</p><p>ro de horas de frio e temperatura, que variam em função da cultivar. Portanto,</p><p>recomenda-se evitar</p><p>podridão do colo pode ser causada por patógenos que infectam a região</p><p>do colo, levando a planta à morte. Na cultura do morangueiro, dois patógenos se</p><p>destacam por causar a doença: Sclerotium rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum.</p><p>A podridão causada por Sclerotium rolfsii foi observada em algumas lavou-</p><p>ras no estado do Espírito Santo, principalmente em solos muito compactados,</p><p>excessivamente cultivados e com baixo teor de matéria orgânica. Nas plantas</p><p>infectadas, observa-se a presença de escleródios pequenos, de formato esférico,</p><p>inicialmente de cor branca e, posteriormente, pardos (Figura 6). Como a incidên-</p><p>cia da doença ainda é baixa, a eliminação das plantas infectadas é a medida a ser</p><p>adotada, juntamente com a rotação de culturas.</p><p>Por outro lado, a morte de plantas devido a infecções do fungo Sclerotinia</p><p>sclerotiorum tem sido comum no Espírito Santo. Em algumas áreas, devido à lo-</p><p>calização da lavoura, cultivo em solos com alta umidade e rotação de cultura</p><p>59</p><p>ineficiente (com espécies hospedeiras do fungo, como feijão, alface e repolho), a</p><p>doença ocasiona perdas elevadas. Nas plantas atacadas, observa-se a formação</p><p>de micélio branco e vigoroso e a presença de grande número de escleródios de</p><p>cor escura (Figura 6). Para seu manejo, recomenda-se a rotação com plantas da</p><p>família das gramíneas e o roguing imediato das plantas infectadas.</p><p>11. Murcha de Fitóftora</p><p>Essa murcha é associada à espécie Phytophthora cactorum, que foi detectada</p><p>no Espírito Santo, em 1999, em mudas da cultivar Camarosa, provenientes de</p><p>São Paulo. Nos últimos cinco anos, sua presença não foi mais diagnosticada no</p><p>estado. O primeiro sintoma da doença é uma rápida murcha da planta, mas, mui-</p><p>tas vezes, após certo tempo, as plantas voltam a emitir novas folhas, seguindo</p><p>nesse processo até a sua morte. O rizoma da planta infectada apresenta uma pe-</p><p>quena descoloração na sua base, de cor avermelhada fosca, mas esses sintomas</p><p>podem ser devido a outros fatores. Assim, é importante encaminhar as amostras</p><p>a um laboratório, para a correta diagnose.</p><p>Os fungos Phytophthora idaei e P. nicotianae foram identificados no Espírito</p><p>Santo, em 2004, nas cultivares Oso Grande e Milsei-Tudla, causando podridão</p><p>de frutos, em campo e em pós-colheita (Figura 6). Geralmente, os sintomas nos</p><p>frutos são observados a partir de setembro, com o início das chuvas. Na safra</p><p>de 2006, a doença ocorreu em um maior número de lavouras, com incidência</p><p>variável entre as cultivares Camarosa, Camino Real, Ventana, Aromas, Diamante</p><p>e Seascape. Em condições de campo, as perdas foram altas, principalmente em</p><p>lavouras com alta umidade, canteiros baixos, solos compactados e drenagem</p><p>deficiente. Em condições de pós-colheita, os danos também têm sido observa-</p><p>dos, principalmente após o excesso de chuva, que antecede a colheita.</p><p>O manejo deve ser feito com a utilização de mudas sadias e o roguing das</p><p>plantas doentes, logo no início da infecção, uma vez que o patógeno sobrevi-</p><p>ve por longos períodos no solo, sendo disseminado para outras áreas, notada-</p><p>mente por implementos agrícolas. O uso de canteiros elevados é essencial para</p><p>reduzir a doença. Todas as cultivares atualmente utilizadas no país apresentam</p><p>suscetibilidade a essa doença. A rotação por longos períodos é outra medida</p><p>importante, principalmente com gramíneas.</p><p>12. Podridão de raiz ou raiz preta</p><p>A podridão da raiz ou raiz preta ocorre de maneira generalizada em mui-</p><p>tas áreas, causada por fatores de origem biótica, associados a vários fungos, ou</p><p>abiótica. Dentre os fungos, podemos citar os gêneros Rhizoctonia, Verticillium,</p><p>Phythopthora, Colletotrichum, Fusarium, Pestalotiopsis e Pythium.</p><p>Os sintomas normalmente se iniciam em pequenas áreas da lavoura (rebo-</p><p>leiras) e são variáveis, em função do fungo associado. Assim, pode ocorrer desde</p><p>um subdesenvolvimento das plantas, devido à clorose e/ou bronzeamento das</p><p>folhas, até a murcha total das plantas. Fatores não associados a patógenos, tais</p><p>como mudas velhas, mudas acondicionadas de forma inadequada ou subme-</p><p>tidas ao transporte a longas distâncias e solos com excesso de umidade, com-</p><p>pactados e mal drenados, também podem ser responsáveis pelos sintomas de</p><p>podridão de raízes. Para o manejo desses patógenos, a rotação de culturas é a</p><p>principal medida a ser adotada. Convém ressaltar que o problema tem sido mí-</p><p>nimo em cultivos feitos com mudas adquiridas de regiões próximas às áreas de</p><p>plantio.</p><p>60</p><p>13. Vermelhidão</p><p>No Espírito Santo, o vermelhão do morango foi detectado a partir de 2003</p><p>e vem aumentando significativamente nos últimos anos. A morte das plantas</p><p>ocorre principalmente na fase inicial de plantio, podendo se agravar no início da</p><p>época de produção, ocasionando grande redução no estande de plantas.</p><p>Plantas afetadas apresentam, inicialmente, um leve avermelhamento das fo-</p><p>lhas mais velhas, acompanhado de uma redução de crescimento. Com o passar</p><p>dos dias, toda a planta fica avermelhada e com folhas necróticas, culminando</p><p>com sua morte (Figura 6). Este problema já foi detectado em outros estados,</p><p>como Minas Gerais, São Paulo, Bahia Brasília e Paraná, com perdas acentuadas</p><p>em diversas lavouras. No entanto, até o momento, são escassas as informações</p><p>para o manejo desta doença.</p><p>Figura 6. Folha com oídio apresentando aspecto de "colher" (A); necrose causada por oídio</p><p>em algumas cultivares (B); sintomas de oídio em frutos (C); folhas apresentando mancha de den-</p><p>drofoma (D) e mancha angular (E); podridão de colo causada por Sclerotium rolfsii (F); frutos infec-</p><p>tados por Sclerotinia sclerotiorum, apresentando intenso micélio branco e escleródios escuros (G);</p><p>podridão de fruto causada por Phytophthora sp. (H); podridão de raiz (I); plantas com sintomas de</p><p>vermelhão (J-L)</p><p>61</p><p>14. Outras podridões em frutos</p><p>O fungo Rhizopus stolonifer causa podridão nos frutos, notadamente em</p><p>pós-colheita. Os frutos infectados rapidamente perdem a consistência, devido</p><p>ao extravasamento do líquido celular. Posteriormente, verifica-se sobre sua su-</p><p>perfície um micélio vigoroso, com esporângios e esporangiósporos escuros (Fi-</p><p>gura 7). A doença ocorre com maior intensidade nos frutos em estádio avançado</p><p>de maturação e que sofreram muita manipulação durante as fases de colheita,</p><p>embalagem e transporte.</p><p>A presença de ferimentos, causados durante o processo de manipulação</p><p>ou por insetos, é importante para a infecção deste fungo. Estudos realizados</p><p>no Incaper mostraram que a doença ocorre com maior intensidade a partir de</p><p>colheitas efetuadas nos meses mais quentes do ano. Nesses períodos, a maior</p><p>ocorrência de chuvas, aliada a altas temperaturas, deixam os frutos mais tenros</p><p>e suscetíveis a ferimentos, o que favorece as infecções de Rhizopus stolonifer. A</p><p>adubação equilibrada com cálcio é muito importante para a redução dos danos</p><p>causados por esse patógeno.</p><p>Outros fungos que ocorrem em frutos de morangueiro são Geotrichum spp.,</p><p>Mucor spp. e Aspergillus niger (Figura 7). Em um levantamento efetuado em 2009</p><p>e 2010, visando identificar os patógenos envolvidos com podridões em pós-</p><p>-colheita no ES, foram identificados os fungos Neofusicocum parvum, N. kwam-</p><p>bonambiense, Pilidium concavum e Calonecrtia (Cylindrocladium), os quais, até</p><p>aquele momento, não haviam sido relatados infectando a cultura no Brasil.</p><p>Para o manejo desses patógenos, é essencial evitar ferimentos durante a</p><p>colheita dos frutos, bem como evitar colhê-los em períodos de sol intenso. Ou-</p><p>tra medida importante é a limpeza e a higienização periódica das embalagens</p><p>de colheita (caixas, cestas, baldes, etc.). Além disso, recomenda-se o cultivo em</p><p>túneis, no qual a presença destes patógenos é mínima, quando comparado ao</p><p>cultivo em condições de campo aberto, como verificado em ensaios de seis anos</p><p>realizados no Incaper.</p><p>A utilização de produtos biológicos à base de Bacillus, atualmente registra-</p><p>dos para a cultura, tem apresentado ótimos resultados. O uso de adubações deve</p><p>ser feito com acompanhamento muito rigoroso, pois o alto nível de nitrogênio,</p><p>observado em análises foliares de amostras de diversas lavouras, contribui para</p><p>uma maior ocorrência destes patógenos em pós-colheita, sobretudo daqueles</p><p>que penetram via ferimento. Como alternativas para manejo de podridões em</p><p>pós-colheita, o uso da quitosana aplicada no campo e em pós-colheita tem apre-</p><p>sentado aumento da vida útil de frutos de morango.</p><p>Figura 7. Podridões em frutos de morango: Rhizopus stolonifer (A); Pilidium concavum (B); Geo-</p><p>trichum candidum (C); Mucor hiemalis (D); Aspergilus niger (E); Neofusicoccum spp. (F)</p><p>62</p><p>15. Nematoides</p><p>Plantas infectadas por nematoides apresentam os sintomas de subdesen-</p><p>volvimento e amarelecimento. No entanto, podem ser ocasionados por outros</p><p>fatores, o que pode levar a diagnósticos incorretos, como ocorreu em algumas</p><p>lavouras no Espírito Santo. Assim, para confirmar a ocorrência de nematoides do</p><p>gênero Meloidogyne, deve-se examinar a presença de galhas no sistema radicu-</p><p>lar das plantas.</p><p>Em 2006, plantas com sintomas de galhas nas raízes foram encontradas em</p><p>lavouras do Sul de Minas e na região de Atibaia (SP). Atualmente, tem-se verifi-</p><p>cado a presença de nematoides das galhas em diversas áreas de Minas Gerais e</p><p>em algumas áreas da Bahia.</p><p>Outros nematoides relatados em morangueiro são Aphelenchoides besseyi,</p><p>A. fragariae (relatado na região do Vale do Cai, no estado do Rio Grande do Sul,</p><p>em 1997) e Pratylenchus sp., que causa lesões nas raízes, podendo facilitar a pe-</p><p>netração de fungos habitantes do solo. Levantamentos acerca da presença de</p><p>nematoides em lavouras de morango no país devem ser encorajados, para ava-</p><p>liar as reais perdas e - o mais importante - evitar a disseminação para novas</p><p>áreas. A frequente importação de mudas nos últimos anos também merece uma</p><p>atenção especial, no sentido de evitar a introdução no país de outras espécies de</p><p>nematoides. A utilização de mudas sadias e a rotação de culturas são as princi-</p><p>pais medidas de manejo. A solarização do solo em pequenas áreas é importante,</p><p>principalmente se associada a adubações verdes.</p><p>16. Viroses</p><p>Os principais vírus já relatados infectando o morangueiro no Brasil estão lis-</p><p>tados na Tabela 2. Muitas vezes, as viroses ocorrem de forma não perceptível,</p><p>sendo os sintomas mais comuns o mosaico nas folhas das plantas. Informações</p><p>a respeito dos danos causados no Brasil são ainda escassas.</p><p>Para o manejo das viroses, recomenda-se a utilização de matrizes indexadas</p><p>para a formação dos viveiros.</p><p>17. Fitoplasmas</p><p>Em 2006, em lavouras localizadas no município de Santa Maria de Jetibá,</p><p>hoje o maior produtor do Espírito Santo, foi constatada a ocorrência de fitoplas-</p><p>ma na cultivar Camino Real. As plantas infectadas, apresentando uma forte filo-</p><p>dia dos aquênios, foram imediatamente erradicadas das lavouras. A identifica-</p><p>ção molecular do fitoplasma permitiu a sua classificação dentro dos grupos 16</p><p>SrI e 16 SrIII. Em 2014, o fitoplasma foi observado em uma lavoura situada em</p><p>Domingos Martins, sendo as plantas rapidamente erradicadas.</p><p>18. Manejo integrados das doenças</p><p>Visando minimizar as perdas causadas pelas doenças que ocorrem nas la-</p><p>vouras, diversas medidas de manejo devem ser adotadas de forma integrada.</p><p>Estas medidas serão discutidas a seguir e encontram-se resumidas na Tabela 2.</p><p>• Cuidados com o material propagativo</p><p>Devem ser obtidas mudas ou matrizes somente com Certificado Fitossanitá-</p><p>rio, uma vez que podem ser responsáveis pela introdução de diversos patóge-</p><p>nos. Recomenda-se muito cuidado com a aquisição de mudas de outros países,</p><p>como Chile e Argentina, pois podem trazer estruturas de resistência (oósporos e</p><p>63</p><p>clamidósporos) de patógenos ainda não presentes no país, como Phytophthora</p><p>fragariae var.fragariae e Fusarium oxysporum f.sp. fragariae. O problema se agra-</p><p>va pelo fato de que mudas doentes, muitas vezes, só apresentam os sintomas</p><p>da doença quando as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento</p><p>do patógeno, como ocorre com os fungos P. cactorum, P. idaei, P. nicotianae e C.</p><p>acutatum e a bactéria Xanthomonas fragariae.</p><p>Por essa razão, o produtor pode adquirir a muda infectada, porém só de-</p><p>tectar o problema após o plantio. Portanto, é fundamental fazer uma seleção</p><p>criteriosa das mudas no viveiro, tomando cuidado especial com a sua localiza-</p><p>ção, evitando solos sujeitos à alta umidade e infestados com fungos habitantes</p><p>do solo e nematoides. A definição dos padrões de tolerância para os diferentes</p><p>patógenos associados às mudas de morangueiro, em nível nacional, está sendo</p><p>feito pelo MAPA, em conjunto com órgãos de defesa dos estados.</p><p>• Rotação de cultura</p><p>Deve ser feita por pelo menos dois anos, principalmente com plantas da fa-</p><p>mília das gramíneas (milho, sorgo e/ou capim). Deve-se evitar a utilização de</p><p>plantas da família das solanáceas, notadamente em regiões onde a murcha de</p><p>verticílio ocorre com maior incidência. É importante atentar para fungos de solo,</p><p>que geralmente ocorrem em pequenas reboleiras na fase inicial, separando es-</p><p>sas áreas para evitar a disseminação para outras partes, especialmente pelos im-</p><p>plementos agrícolas.</p><p>• Adubações com base na análise química do solo</p><p>É desejável, pois, dessa forma, se aplica somente o necessário à cultura, evi-</p><p>tando excesso ou toxidez. Isso é importante principalmente para o nitrogênio,</p><p>que normalmente favorece a ocorrência de doenças foliares e a podridão de fru-</p><p>tos, causadas por Botrytis, Colletotrichum, Geotrichum e Rhizopus. Outro agra-</p><p>vante da adubação é que, normalmente, se faz a mesma recomendação para as</p><p>diferentes cultivares, cuja demanda nutricional é variável. Por exemplo, a cultivar</p><p>Camino Real apresenta menor desenvolvimento vegetativo, enquanto que ‘Ca-</p><p>marosa’ tem um grande desenvol vimento. Portanto, mesma adubação pode re-</p><p>sultar em um excesso de nutrientes na primeira cultivar ou na falta na segunda,</p><p>o que pode predispor à maior ou menor intensidade de determinada doença.</p><p>Os teores de potássio e cálcio também devem ser constantemente monito-</p><p>rados, uma vez que o balanço desses nutrientes é importante na conservação</p><p>pós-colheita dos frutos. A adubação com cálcio deve ter uma atenção especial,</p><p>pois sua presença em níveis adequados contribui para a redução da incidência</p><p>de mofo cinzento, como observado em diversos trabalhos.</p><p>• Uso de matéria orgânica</p><p>A adição de matéria orgânica ao solo é benéfica, pois promove uma melhoria</p><p>nas suas características físico-químicas e biológicas, contribuindo para a redução</p><p>na incidência de patógenos habitantes do solo, notadamente os nematoides.</p><p>• Cuidado no preparo de canteiros</p><p>Deve-se evitar canteiros baixos (menos de 25 cm) e solos compactados e</p><p>muito argilosos, que favorecem o seu encharcamento e predispõem as plantas a</p><p>fungos de solo, especialmente a Phytophthora. Os canteiros devem ser constru-</p><p>ídos para ter sempre uma declividade de 0,2% a 0,3%, para evitar o acúmulo de</p><p>água de chuva que favorece determinados patógenos.</p><p>• Cuidado com a irrigação</p><p>Quando possível, utilizar irrigação por gotejamento. Em caso de irrigação</p><p>64</p><p>por aspersão, usar com menor frequência entre os dias (ajustar turno de rega</p><p>maior). Especial cuidado deve ser tomado nas áreas com histórico de ocorrência</p><p>da flor preta, uma vez que a irrigação por aspersão pode levar a perdas elevadas</p><p>em curtos períodos de tempo (2 a 3 dias), em condições de cultivo em campo</p><p>aberto.</p><p>• Cuidado com a densidade de plantas</p><p>Utilizar um menor número de plantas por lona (2 a 3 fileiras), possibilitando</p><p>maior arejamento e menor incidência de mofo cinzento nos frutos, tanto em</p><p>condições de campo como em pós-colheita. É importante realizar o plantio das</p><p>mudas no sentido diagonal ao longo do canteiro, ou seja, desencontradas umas</p><p>das outras entre as fileiras, principalmente para as cultivares que apresentam</p><p>grande desenvolvimento vegetativo, como a ‘Camarosa’ e ‘Ventana’.</p><p>• Uso do túnel</p><p>O uso do túnel baixo ou alto, ou mesmo o cultivo em ambiente protegido</p><p>(estufa), reduz drasticamente a ocorrência de</p><p>doenças no morangueiro. O uso</p><p>do túnel baixo associado à irrigação por gotejo e à prática de retirada de mate-</p><p>riais doentes das lavouras reduziu drasticamente a necessidade de aplicação de</p><p>fungicidas para controle de doenças no estado do Espírito Santo.</p><p>• Retirada de materiais doentes da lavoura</p><p>A constante limpeza da lavoura, com a retirada das folhas secas, velhas e do-</p><p>entes, bem como dos frutos doentes nos canteiros e carreadores, contribui para</p><p>a redução significativa de frutos doentes na pós-colheita, sendo esta operação</p><p>importante para o cultivo em campo aberto.</p><p>• Uso de cobertura morta nos carreadores</p><p>O material a ser utilizado vai depender da disponibilidade na propriedade</p><p>(acículas de pinus, capim seco, palha de café ou de milho, etc.). Esta cobertura é</p><p>importante, pois, além de manter a umidade do solo entre os canteiros por mais</p><p>tempo, minimiza os respingos de solo contaminado com fungos, como Phyto-</p><p>phthora.</p><p>• Rouguing</p><p>Retirar imediatamente das lavouras as plantas murchas e mortas, particular-</p><p>mente aquelas infectadas por Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium rolfsii, Phyto-</p><p>phthora spp. e Colletotrichum spp. O mesmo procedimento é válido para plantas</p><p>com sintomas de fitoplasma e vírus.</p><p>• Evitar ferimentos nos frutos</p><p>Devem ser evitados, ao máximo, quaisquer ferimentos nos frutos no mo-</p><p>mento da colheita, bem como a colheita de frutos muito maduros para consumo</p><p>in natura. A colheita deve ser realizada preferencialmente no período da manhã</p><p>ou à tarde, sendo os frutos encaminhados, o mais rápido possível, para um local</p><p>arejado e fresco. Cuidados especiais devem ser observados no acondicionamen-</p><p>to dos frutos nos recipientes de colheita no campo.</p><p>É essencial a manutenção da cadeia de frio após a colheita, para assegurar</p><p>a qualidade dos frutos, notadamente quando são direcionados a mercados dis-</p><p>tantes, como o Nordeste do país. É muito importante que, nos pontos de venda,</p><p>como nos supermercados, as embalagens permaneçam em locais refrigerados,</p><p>a fim de reduzir as perdas.</p><p>Porém, um agravante é a condensação nas embalagens, que gera um am-</p><p>biente úmido, favorável à ocorrência de doenças. Deve-se efetuar periodicamen-</p><p>65</p><p>te a higienização dos materiais utilizados na colheita (baldes, caixas plásticas,</p><p>caixas de madeira, etc.), bem como da bancada onde os frutos são colocados</p><p>para posterior acondicionamento nas embalagens definitivas. Cuidados espe-</p><p>ciais devem ser observados no acondicionamento, evitando-se colocar frutos</p><p>amassados, danificados e deformados. É primordial a anotação de todos os da-</p><p>dos na caderneta de pós-colheita, desde o controle da limpeza e sanitização até</p><p>o armazenamento em câmaras e/ou contêineres.</p><p>• Controle químico</p><p>Em caso de necessidade de controle químico, utilizar somente os fungicidas</p><p>cadastrados no estado. O controle só deve ser realizado após o monitoramento</p><p>das doenças no campo e se constatada a real necessidade. O monitoramento e</p><p>uso de produtos registrados constituem uma das premissas básicas da produção</p><p>integrada. Por isso, a importância da caderneta de campo, na qual é registrado</p><p>diariamente o que está sendo feito ao longo de todo o processo de produção.</p><p>No Espírito Santo, desde 2004, tem sido feito o monitoramento dos agro-</p><p>tóxicos para verificar o nível de resíduos nos frutos. O Idaf, órgão de defesa do</p><p>estado, faz o monitoramento nas propriedades, enquanto a secretaria de saúde</p><p>monitora os supermercados, com o programa Para/Anvisa. A utilização de ca-</p><p>lendários prefixados deve ser evitada, pois a doença só ocorre quando existe</p><p>a presença do patógeno, da cultivar suscetível e de condições climáticas favo-</p><p>ráveis. Deve-se atentar para as condições climáticas que prevalecem na região,</p><p>que podem ser consultadas no site do Incaper (www.incaper.es.gov.br). O uso</p><p>da tecnologia de irrigação por gotejamento, a fertirrigação e o cultivo protegido</p><p>em túneis baixos e/ou altos reduzem drasticamente a necessidade de fungicidas</p><p>na maioria das lavouras. Dentro da visão holística da produção integrada, deve-</p><p>-se priorizar o uso de fungicidas de menor impacto ao meio ambiente.</p><p>66</p><p>Tabela 1. Reação de algumas cultivares de morangueiro aos principais patógenos</p><p>observados em condições de campo, no período de 2003 a 2016, e em condições de labora-</p><p>tório e estufa do Incaper - CRDRCSERRANO. 2016</p><p>Cultivares Reação aos patógenos</p><p>Colletotrichum</p><p>acutatum</p><p>Verticillium</p><p>dahliae</p><p>Xanthomonas</p><p>fragariae</p><p>Botrytis</p><p>cinerea</p><p>Mycosphaerella</p><p>fragariae</p><p>Pestalotiopsis</p><p>longisetula</p><p>Oidium</p><p>sp.</p><p>Camarosa S¹ S S S S S S</p><p>Toyonoka AS S S S S S S</p><p>Festival S S S S S S S</p><p>Oso Grande S S S S S S S</p><p>Dover AS S S S AS R S</p><p>Aleluia AS S S S S S S</p><p>Campinas AS S S S S S S</p><p>Milsei-Tudla S S S S MR S MR</p><p>Sweet</p><p>Charlie MR S S AS MR S S</p><p>Ventana S S S S MR S S</p><p>Camino</p><p>Real S MR S AS MR S MR</p><p>Albion S MR S S S S MR</p><p>Aromas S S S S AS S S</p><p>Diamante S S S S AS S S</p><p>Seascape S S S S S S MR</p><p>Portola S S S S S S S</p><p>Monterrey S S S S S S S</p><p>San An-</p><p>dreas S MR S S S S S</p><p>¹AS –Altamente suscetível; S –Suscetível; MR –Moderadamente resistente</p><p>67</p><p>Tabela 2 . Doenças do morangueiro, patógenos, condições favoráveis e</p><p>táticas de manejo</p><p>Doença</p><p>Reação aos patógenos</p><p>Medidas de</p><p>Manejo</p><p>Etiologia Sobrevivência Disseminação Condições</p><p>favoráveis</p><p>Fungos</p><p>Flor preta</p><p>Colletotrichum</p><p>acutatum</p><p>Restos</p><p>culturais;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Respingos</p><p>de chuva e</p><p>irrigação.</p><p>Temperatura 19-</p><p>23ºC;</p><p>Chuvas</p><p>prolongadas</p><p>e excesso de</p><p>irrigação;</p><p>Excesso de</p><p>nitrogênio;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão;</p><p>Cultivo em túneis;</p><p>Cultivares</p><p>resistentes;</p><p>Fungicidas após</p><p>monitoramento.</p><p>Mancha de</p><p>micosferela</p><p>Mycosphaerella</p><p>fragariae Restos</p><p>culturais.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Respingos</p><p>de chuva e</p><p>irrigação;</p><p>Vento.</p><p>Temperatura 22-</p><p>26ºC;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa;</p><p>Excesso de</p><p>nitrogênio.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Cultivares</p><p>resistentes;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Fungicidas após</p><p>monitoramento;</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão.</p><p>Mancha de</p><p>gnomonia Gnomonia</p><p>comari</p><p>Restos</p><p>culturais.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Respingos</p><p>de chuva e</p><p>irrigação.</p><p>Temperatura 20-</p><p>25ºC;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa</p><p>Mudas sadias;</p><p>Cultivares</p><p>resistentes;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Fungicidas após</p><p>monitoramento;</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão.</p><p>Mancha de</p><p>pestalotiopsis</p><p>Pestalotiopsis</p><p>longisetula Restos</p><p>culturais.</p><p>Mudas infecta-</p><p>das;</p><p>Respingos de</p><p>chuva e irriga-</p><p>ção;</p><p>Vento.</p><p>Temperatura 21º</p><p>- 25ºC;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Cultivares resis-</p><p>tentes;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão;</p><p>Evitar estresse nas</p><p>plantas;</p><p>Fungicidas após</p><p>monitoramento.</p><p>Mancha de</p><p>dendrofoma</p><p>Dendrophoma</p><p>obscurans Restos</p><p>culturais.</p><p>Mudas infecta-</p><p>das;</p><p>Respingos de</p><p>chuva e irriga-</p><p>ção.</p><p>Temperatura 24-</p><p>28ºC;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa;</p><p>Excesso de ni-</p><p>trogênio.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Fungicidas após</p><p>monitoramento;</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão.</p><p>68</p><p>Doença</p><p>Patógeno</p><p>Medidas de</p><p>Manejo</p><p>Etiologia Sobrevivência Disseminação Condições</p><p>favoráveis</p><p>Fungos</p><p>Oídio Oidium sp. Restos culturais.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Cultivo</p><p>protegido;</p><p>Vento.</p><p>Temperatura 20-</p><p>30ºC;</p><p>Baixa umidade</p><p>relativa;</p><p>Baixa</p><p>luminosidade;</p><p>Cultivo em túneis.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Fungicidas e/</p><p>ou caldas após</p><p>monitoramento;</p><p>Cultivares</p><p>resistentes.</p><p>Mancha de</p><p>diplocarpon</p><p>Diplocarpon</p><p>earlianum Restos culturais.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Respingos</p><p>de chuva e</p><p>irrigação;</p><p>Vento.</p><p>Temperatura 24-</p><p>28ºC;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa;</p><p>Excesso de</p><p>nitrogênio.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Fungicidas após</p><p>monitoramento;</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão.</p><p>Murcha de</p><p>verticílio</p><p>Verticillium</p><p>dahliae</p><p>Microescleródios;</p><p>Restos culturais</p><p>(contaminados).</p><p>Implementos</p><p>agrícolas;</p><p>Água de</p><p>irrigação e</p><p>chuva;</p><p>Mudas</p><p>infectadas.</p><p>Temperatura 21-</p><p>24ºC;</p><p>pH do solo 6,5</p><p>- 7,0;</p><p>Estresse hídrico;</p><p>Solos com baixo</p><p>teor de matéria</p><p>orgânica.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(> 3 anos) com</p><p>gramíneas (ex.:</p><p>milho);</p><p>Cultivares</p><p>resistentes;</p><p>Solarização e</p><p>biofumigação em</p><p>reboleiras.</p><p>Murcha de</p><p>esclerotinia</p><p>Sclerotinia</p><p>sclerotiorum</p><p>Escleródios;</p><p>Restos culturais;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Água de irriga-</p><p>ção e chuva;</p><p>Implementos</p><p>agrícolas;</p><p>Mudas infecta-</p><p>das.</p><p>Temperatura 16-</p><p>22ºC</p><p>Alta umidade do</p><p>solo;</p><p>Alta densidade de</p><p>plantas;</p><p>Excesso de ni-</p><p>trogênio.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(milho, sorgo);</p><p>Roguing das plantas</p><p>infectadas.</p><p>Murcha de</p><p>esclerócio</p><p>Sclerotium</p><p>rolfsii</p><p>Escleródios;</p><p>Restos culturais;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Água de irriga-</p><p>ção e chuva;</p><p>Implementos</p><p>agrícolas;</p><p>Mudas infecta-</p><p>das.</p><p>Temperatura 20-</p><p>24ºC;</p><p>Alta umidade do</p><p>solo;</p><p>Excesso de ni-</p><p>trogênio;</p><p>Solos muito culti-</p><p>vados.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas;</p><p>Roguing das plantas</p><p>infectadas.</p><p>Murcha de</p><p>fitóftora</p><p>Phytophthora</p><p>cactorum</p><p>Clamidósporos;</p><p>Oósporos;</p><p>Restos culturais.</p><p>Água de irriga-</p><p>ção e chuva;</p><p>Implementos</p><p>agrícolas;</p><p>Mudas infecta-</p><p>das.</p><p>Temperatura 16-</p><p>22ºC;</p><p>Alta umidade do</p><p>solo;</p><p>Solos compacta-</p><p>dos;</p><p>Excesso de ni-</p><p>trogênio;</p><p>Canteiros baixos.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas;</p><p>Canteiros altos e</p><p>com declividade;</p><p>. Roguing das plan-</p><p>tas infectadas;</p><p>Evitar solos muito</p><p>argilosos.</p><p>69</p><p>Doença</p><p>Patógeno</p><p>Medidas de Manejo</p><p>Etiologia Sobrevivência Disseminação Condições</p><p>favoráveis</p><p>Fungos</p><p>Antrac-</p><p>nose do</p><p>rizoma</p><p>Colletotrichum</p><p>fragariae</p><p>Restos culturais;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Temperatura 21-</p><p>27ºC;</p><p>Excesso de</p><p>irrigação;</p><p>Excesso de</p><p>nitrogênio.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas (></p><p>2 anos);</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão;</p><p>Cultivares resistentes.</p><p>Podridão</p><p>das raízes</p><p>Pythium sp.</p><p>Fusarium sp.</p><p>Phytophora sp.</p><p>Rhizoctonia sp.</p><p>Oósporos;</p><p>Clamidósporos;</p><p>Escleródios;</p><p>Restos culturais.</p><p>Água de</p><p>irrigação e</p><p>chuva;</p><p>Implementos</p><p>agrícolas;</p><p>Mudas</p><p>infectadas.</p><p>Temperatura</p><p>variável em</p><p>função do fungo;</p><p>Alta umidade do</p><p>solo;</p><p>Solos</p><p>compactados;</p><p>Excesso de</p><p>nitrogênio;</p><p>Estresse hídrico e</p><p>canteiros baixos.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas (2</p><p>anos);</p><p>Evitar solos muito</p><p>compactados;</p><p>Evitar estresse nas</p><p>mudas no momento</p><p>do transporte.</p><p>FUNGOS EM PÓS-COLHEITA</p><p>Podridão</p><p>dos frutos</p><p>P.nicotianae</p><p>P.idaei</p><p>Botrytis cinerea</p><p>Colletotrichum spp.</p><p>Rhizopus stolonifer</p><p>S. sclerotiorum</p><p>Geotrichum sp</p><p>Pestalotiopsis</p><p>longisetula</p><p>Rhizoctonia sp.</p><p>Mucor sp.</p><p>Gnomonia comari</p><p>Pilidium concavum</p><p>(=Hainesia lythri)</p><p>Neofusiccocum spp.</p><p>Cilyndrocladium</p><p>Leveduras</p><p>Clamidósporos;</p><p>Oósporos;</p><p>Escleródios;</p><p>Restos culturais;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Água de irriga-</p><p>ção e chuva</p><p>(respingos);</p><p>Mudas infecta-</p><p>das.</p><p>Temperatura</p><p>variável em fun-</p><p>ção do fungo;</p><p>Ferimentos nos</p><p>frutos;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa (>90%);</p><p>Excesso de ni-</p><p>trogênio;</p><p>Excesso de plan-</p><p>tas nos canteiros;</p><p>Frutos muito</p><p>maduros;</p><p>Tipo de embala-</p><p>gem;</p><p>Armazenamento</p><p>em locais de altas</p><p>temperaturas.</p><p>Rotação de culturas;</p><p>Adubação equilibrada</p><p>(K, Ca);</p><p>Irrigação por goteja-</p><p>mento;</p><p>Remoção de folhas e</p><p>frutos doentes;</p><p>Limpeza dos canteiros;</p><p>Cobertura morta nos</p><p>carreadores;</p><p>Limpeza diária do</p><p>material utilizado na</p><p>colheita;</p><p>Evitar colher frutos</p><p>muito maduros;</p><p>Resfriamento rápido</p><p>dos frutos;</p><p>Evitar ferimentos nos</p><p>frutos e colher pela</p><p>manhã ou à tardinha;</p><p>Evitar espaçamen-</p><p>tos pequenos entre</p><p>as plantas –maior</p><p>arejamento à cultura;</p><p>Cultivo em túneis;</p><p>Controle biológico.</p><p>70</p><p>Doença</p><p>Patógeno</p><p>Medidas de</p><p>Manejo</p><p>Etiologia Sobrevivência Disseminação Condições</p><p>favoráveis</p><p>BACTÉRIA</p><p>Mancha</p><p>angular</p><p>Xanthomonas</p><p>fragariae Restos culturais.</p><p>Mudas</p><p>infectadas;</p><p>Respingos</p><p>de chuva e</p><p>irrigação.</p><p>Temperatura 18-</p><p>22ºC;</p><p>Alta umidade</p><p>relativa;</p><p>Excesso de</p><p>nitrogênio.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas</p><p>(2 anos);</p><p>Evitar irrigação por</p><p>aspersão;</p><p>Cultivo em túneis.</p><p>FITOPLASMA</p><p>Fitoplasma Grupos:</p><p>16 SrI e 16SrIII</p><p>Mudas;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Cigarrinhas Temperaturas</p><p>mais altas.</p><p>Mudas sadias e</p><p>indexadas;</p><p>Roguing imediato</p><p>das plantas</p><p>infectadas.</p><p>NEMATOIDES</p><p>Nematoides</p><p>Meloidogyne sp.</p><p>Pratylenchus sp.</p><p>Aphelenchoides</p><p>sp.</p><p>Solo;</p><p>Mudas;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Mudas doentes;</p><p>Água de irriga-</p><p>ção e chuva;</p><p>Implementos</p><p>agrícolas.</p><p>Temperatura</p><p>variável em fun-</p><p>ção do nema-</p><p>toide;</p><p>Solos arenosos.</p><p>Mudas sadias;</p><p>Rotação de culturas;</p><p>Uso de plantas</p><p>antagônicas (ex.:</p><p>crotalária, mucuna,</p><p>tagetes);</p><p>Solarização e maté-</p><p>ria orgânica;</p><p>Alqueive;</p><p>Cultivares resis-</p><p>tentes.</p><p>VÍRUS</p><p>Viroses</p><p>Strawberry mild</p><p>yellow edge</p><p>associated virus</p><p>Strawberry mild</p><p>yellow edge virus</p><p>Strawberry crinkle</p><p>virus</p><p>Strawberry mottle</p><p>virus</p><p>Strawberry vein</p><p>banding virus</p><p>Mudas;</p><p>Hospedeiros</p><p>alternativos.</p><p>Mudas infecta-</p><p>das;</p><p>Afídeos</p><p>(pulgões).</p><p>Tempera-</p><p>tura variável em</p><p>função do vírus</p><p>envolvido.</p><p>Mudas sadias e</p><p>indexadas;</p><p>Roguing imediato</p><p>das plantas</p><p>infectadas.</p><p>71</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANTUNES, L. E. C.; FILHO, J. D.; CALEGARIO, F. F.; COSTA, H.; JUNIOR, C. R. Pro-</p><p>dução integrada de morango (PIMo) no Brasil. Informe Agropecuário, Belo Ho-</p><p>rizonte, v. 28, n. 236, p. 34-39, 2007.</p><p>BALBINO, J. M. S.; COSTA, H.; PREZOTTI, L. C.; PUSCHAMANN, R.. Tecnologias</p><p>de produção associadas a produtividade e padrão de qualidade de frutos de mo-</p><p>rangueiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 25, n. 1, p. 58, 2007.</p><p>BALBINO, J. M. da; COSTA, H. Manejo na colheita e em pós-colheita do mo-</p><p>rango. In: BALBINO, J. M. S. (Ed.). Tecnologias para a produção, colheita e pós-</p><p>-colheita do morangueiro. Vitória: Incaper, 2006. p. 69-74.</p><p>BRAHM, R.V.; UENO, B.; OLIVEIRA, R. P. Reação de cultivares de Morangueiro</p><p>ao Oidio sob condições de casa de vegetação. Rev. Bras. Fruticultura, Jabotica-</p><p>bal, v. 27, n. 2, p. 219- 221, 2005.</p><p>CALEGARIO, F,F. Cuidados pré e pós-colheita na produção de morangos e</p><p>sistema Appcc. In: ANTUNES, L. E. 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Reação de cultivares de morangueiro a Pestalotiop-</p><p>sis no estado do Espírito Santo. In: MARTINS, D. S. (Ed.). Anais do VIII Seminário</p><p>Brasileiro de Produção Integrada de Frutas. Vitória: Incaper, 2006. p.189.</p><p>COSTA, H.; VENTURA, J. A. Doenças do morangueiro: Diagnóstico de Manejo.</p><p>In: BALBINO, J. M. S. (Ed.). Tecnologias para Produção, Colheita e Pós-colheita</p><p>de Morangueiro. Vitória: Incaper, 2004. p. 39-56.</p><p>COSTA, H.; VENTURA, J. A. Bacteriose do morangueiro. Vitória-ES: Incaper,</p><p>2004. 4p. (Documentos n.125)</p><p>COSTA, H.; VENTURA, J. A. Podridão do rizoma e dos frutos do morangueiro.</p><p>In: LUZ, E. D. M. N.; BEZERRA, J. L.; SANTOS, A. F.; MATSUOKA, K.(Eds.). Doenças</p><p>causadas por Phytophthora no Brasil. São Paulo: Livraria e Editora Rural, 2001,</p><p>p.479-492.</p><p>COSTA, H.; VENTURA, J. A.; ATHAYDE, M. O. Reação de genótipos de moran-</p><p>gueiro a mancha de micosferela em condições de campo no estado do Espírito</p><p>Santo. 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Na seleção da cultivar,</p><p>é importante considerar também a produtividade, a precocidade, a conserva-</p><p>ção, o sabor, o tamanho do fruto, o destino (consumo in natura ou industrial) e a</p><p>resistência a pragas e doenças.</p><p>As cultivares de morangueiro, segundo a resposta da planta ao fotoperíodo,</p><p>podem ser classificadas naquelas de dia curto, dia neutro e dia longo. As plantas</p><p>das cultivares de dias curtos diferenciam suas gemas florais, quando decresce o</p><p>fotoperíodo e a temperatura abaixa. As plantas das cultivares de dia longo fru-</p><p>tificam em qualquer época do ano, desde que a temperatura para o seu desen-</p><p>volvimento seja de, no mínimo, 10o C. Produzem gemas florais durante o verão,</p><p>em maior quantidade, sob 17 e 15 horas. As plantas dessas cultivares são pouco</p><p>cultivadas no Brasil, pelo fato de suas exigências climáticas serem mais compatí-</p><p>veis com as regiões de clima temperado.</p><p>Atualmente, verifica-se um aumento no cultivo de variedades</p><p>insensíveis ao fotoperíodo ou de dia neutro, isso é, aquelas em Õ</p><p>10</p><p>que as plantas diferenciam suas gemas, sem interferência do</p><p>comprimento do dia. A escolha da cultivar deveser feita em um</p><p>período anterior adequado, que permita adquirir as plantas</p><p>matrizes de fornecedores idôneos e recebê-las na época</p><p>apropriada para a sua multiplicação no viveiro.</p><p>• Cultivares de morango utilizadas atualmente nos cultivos brasileiros</p><p>- Oso Grande – Cultivar de dias curtos e de grande adaptabilidade. Produz</p><p>frutos grandes em alta proporção, firmes, de sabor e de aroma agradáveis, com</p><p>coloração vermelha-brilhante externamente e mais clara internamente. Muito</p><p>utilizada para consumo in natura. Apresenta suscetibilidade à mancha-de-Mi-</p><p>cosferela (Mycosphaerella fragariae) e à murcha-de-Verticillium, no final do ciclo.</p><p>Uma das cultivares mais plantada no Sul de Minas Gerais.</p><p>- Albion – Cultivar de dia neutro. Produz frutos firmes, longos, cônicos e si-</p><p>métricos, com coloração vermelha-intensa, de excelente sabor, utilizados para</p><p>consumo in natura e processamento. Por sua boa produtividade e qualidade</p><p>dos frutos, essa cultivar tem ganhado a preferência dos produtores do Sul de</p><p>Minas Gerais, que, até então, optavam pela cultivar Oso Grande. Produz muitos</p><p>estolhos na época de produção de frutos, o que, consequentemente, aumenta</p><p>a demanda de mão de obra no desbaste. É resistente à murcha-de-Verticillium</p><p>e à podridão-de-Phytophythora, e moderadamente resistente à antracnose do</p><p>rizoma.</p><p>- Camarosa – Cultivar de dias curtos. Produz frutos grandes e firmes, de</p><p>aroma e sabor agradáveis e de coloração avermelhada muito intensa. Em culti-</p><p>vos no durante o outono/inverno e primavera/verão (entressafra), essa cultivar</p><p>mostrou-se produtiva e vigorosa, requerendo atenção especial na adubação ni-</p><p>trogenada. É moderadamente suscetível à mancha-de-Micosferela, resistente a</p><p>oidio (Sphaeroteca macularis) e tolerante a viroses.</p><p>- Milsei-Tudla ou Tudla – Cultivar de dias curtos, precoce e pouco exigente</p><p>em frio. Produz frutos grandes e firmes. No semiárido norte-mineiro, mostrou-se</p><p>uma das mais produtivas. É suscetível à mancha-de-Micosferela, aos fungos de</p><p>solo e ao Colletotrichum acutatum, causador da flor preta.</p><p>- Toyonoka – Produz frutos de excelente sabor, aroma intenso e muito doce,</p><p>porém, muito sensíveis e pouco resistentes à pós-colheita. A frutificação é ir-</p><p>regular, com produção de muitos frutos pequenos no final do ciclo. É suscetível</p><p>à mancha-de-Micosferela e à flor preta.</p><p>- Dover – Cultivar de dia curto. Produz frutos com grande variabilidde</p><p>quanto ao tamanho, com textura muito firme, proporcionando durabilidade e</p><p>resistência ao transporte. Entretanto, por ser pouco saboroso, é rejeitada pelos</p><p>produtores. Em razão da produção concentrada nas primeiras colheitas, alcança</p><p>melhor preço no mercado. Introduzida no Brasil, por ser tolerante ao Colletotri-</p><p>chum acutatum, essa tolerância que não se mostrou tão eficiente nas condições</p><p>ambientais do país.</p><p>- Ventana – Cultivar de dia curto. No Sul de Minas Gerais, seus frutos desta-</p><p>cam-se pelo tamanho, formato e coloração, porém, a produtividade é menor,</p><p>quando comparada às da Oso Grande, Albion, Camarosa, Festival, etc., as mais</p><p>plantadas na região.</p><p>- Camino Real – Cultivar de dia curto. Produz frutos de excelente sabor,</p><p>sendo comercializada para consumo in natura e para indústria. Essa cultivar é</p><p>tolerante/resistente a C. acutatum, Phytophthora cactorum e Verticillium e muito</p><p>11</p><p>suscetível ao mofo-cinzento, causado por Botrytis cinérea</p><p>- Aromas – Cultivar de dia neutro. Produz frutos de tamanho mediano, com</p><p>coloração vermelho-escura e pode ser comercializada para mesa e para indús-</p><p>tria. Tem sido cultivada na entressafra, com boa produtividade nos meses de</p><p>dezembro e janeiro, quando há pouca oferta de morango no mercado.</p><p>- San Andreas – Produz frutos saborosos. No Sul de Minas, tem sido culti-</p><p>vada também no período de entressafra, isto é, o plantio das mudas é realizado</p><p>em julho e o cultivo estende-se até o final do próximo ano.</p><p>- Monterrey – Cultivar de dia neutro, que produz fruto saboroso. Apresenta</p><p>suscetibilidade a oídio e a vermelhão.</p><p>- Portola – Cultivar de dia neutro. Produz fruto similar, em tamanho, ao da</p><p>cultivar Albion, porem com coloração mais clara, mais brilhante e menos toler-</p><p>ante à chuva. Apresenta boa resistência a doenças.</p><p>- Festival – A planta é vigorosa e produz muitos estolhos na época da frutifi-</p><p>cação. Apresenta pedicelos longos e fruto com coloração vermelho-intensa ex-</p><p>ternamente, e mais clara internamente, com forma cônica e cálice grande.</p><p>A cultiva de morango mais utilizada em Minas Gerais é a Oso</p><p>Grande. Todavia, o plantio com a Albion, por produzir frutos</p><p>com tamanho maior e coloração vermelha mais acentuada,</p><p>tem aumentado no estado e conquistado a preferência do</p><p>mercado.</p><p>4.2. Plantio Comercial</p><p>Para esta etapa de produção comercial, após a escolha da cultivar e a</p><p>definição da origem das mudas, também devem ser planejadas a escolha do</p><p>local de plantio, o preparo do solo, o sistema de irrigação, a época de plantio,</p><p>a definição do espaçamento, a correção do solo e as adubações, o controle de</p><p>plantas invasoras e o controle fitossanitário.</p><p>• Escolha do local de plantio e preparo da área</p><p>Em locais expostos a ventos fortes e constantes, antes da instalação da</p><p>lavoura, deve-se realizar o plantio de árvores apropriadas, para servir de quebra-</p><p>vento. O local de cultivo deve ser distante de possíveis fontes de poluição, com</p><p>disponibilidade de água de boa qualidade para a irrigação e a fertirrigação (deve</p><p>ser captada em fontes e/ou cursos d’água livres de possíveis contaminações com</p><p>agentes químicos). Solos degradados e/ou contaminados devem ser recuper-</p><p>ados antes do plantio, com descarte daqueles com alta infestação de plantas</p><p>daninhas de controle difícil, a exemplo da tiririca (Cyperus rotundus).</p><p>A declividade ideal do terreno é de 2% a 3% e aqueles com maiores</p><p>desníveis estão sujeitos à erosão, necessitando da adoção de práticas de con-</p><p>trole. Áreas de baixadas, sujeitas a alagamentos ou a acúmulos excessivos de</p><p>umidade, propiciam o aparecimento de doenças causadas por patógenos de</p><p>solo, de difícil controle. Dependendo da capacidade de drenagem desses solos,</p><p>a produção de morango nessas áreas torna-se inviável. Devem-se evitar áreas</p><p>em que o cultivo anterior tenha sido realizado com tomate, fumo ou batata, bem</p><p>como onde haja a previsão de plantio dessas culturas próximo à área de cultivo</p><p>definitivo do morangueiro. Essas culturas podem ser hospedeiras alternativas de</p><p>pragas e doenças que atacam o morangueiro.</p><p>O preparo da área deve ser iniciado com o planejamento da correção do</p><p>Õ</p><p>12</p><p>solo, da calagem e da adubação. Para tanto, recomenda-se que a análise química</p><p>da amostra para fertilidade do solo seja feita, no mínimo, 120 dias antes do plan-</p><p>tio, e que a correção da acidez seja realizada com antecedência de, pelo menos,</p><p>90 dias. O pH ideal para a cultura do morangueiro é 6,0. A calagem,</p><p>se necessário,</p><p>é feita com calcário dolomítico incorporado ao solo, a uma profundidade de 20</p><p>cm.</p><p>O solo da área para cultivo do morango deve ser arado e gradeado, to-</p><p>mando-se o cuidado de deixar o terreno bem nivelado e destorroado. Os can-</p><p>teiros são preparados com dimensões aproximadas de 1,20 m de largura e altura</p><p>de 0,30 a 0,40 m. O comprimento pode variar de acordo com as características</p><p>da área, não devendo dificultar a movimentação na área durante as operações</p><p>de cultivo e colheita. Em áreas de encostas, principalmente na época chuvosa,</p><p>não se devem fazer canteiros muito compridos, que seriam obstáculos ao escoa-</p><p>mento das águas de chuva, favorecendo a sua destruição.</p><p>• Sistemas de cultivo do morangueiro</p><p>Diante do cenário promissor para o cultivo do morangueiro, é fundamental,</p><p>antes da implantação da cultura, que os produtores avaliem:</p><p>• o tipo de mercado para o qual se destina a produção (se para consumo</p><p>in natura ou para indústria),</p><p>• os processos produtivos utilizados (sistema convencional a campo ou</p><p>sistema protegido, sistema integrado de produção, produção orgânica,</p><p>sistema hidropônico ou semi-hidropônico), e</p><p>• a escolha da cultivar adequada para que o empreendimento tenha</p><p>sucesso.</p><p>No sistema convencional, o cultivo está, geralmente, associado à utilização</p><p>de agrotóxicos o que tem inibido o consumo. Os sistemas de produção inte-</p><p>grada e orgânica apresentam-se como alternativas para a solução do problema,</p><p>ao garantir à população a segurança de consumir um produto com qualidade,</p><p>sanidade e isenta de contaminações. Além disso, proporcionam a melhoria da</p><p>qualidade de vida dos agricultores, que, ao adotarem esse manejo, reduzem os</p><p>custos com a aquisição de agrotóxicos, eliminando o risco da exposição dos tra-</p><p>balhadores e de seus familiares a esses produtos.</p><p>Atualmente, os sistemas de cultivo empregados são o plantio em campo</p><p>aberto (mais de 95% da área cultivada) e o sistema de cultivo protegido. No caso</p><p>do cultivo protegido, tem sido adotado o plantio sob túnel baixo e sob túnel alto</p><p>(com abertura lateral). Os túneis têm como objetivos reduzir o molhamento da</p><p>parte aérea das plantas, vindo da chuva e/ou orvalho, que é responsável pela</p><p>disseminação das doenças foliares, protegendo as plantas de chuvas de granizo,</p><p>geadas e ventos fortes e estimulando aumentos de produtividade, em conse-</p><p>quência do microclima favorável formado.</p><p>A adoção de túnel alto ou baixo vai depender do tipo e da inclinação do</p><p>terreno, bem como da prática de uso de cada agricultor. Os túneis altos são uti-</p><p>lizados por um grande numero de agricultores do sistema orgânico de produção,</p><p>com as vantagens: fácil locomoção no seu interior; proteção de dois canteiros;</p><p>maior resistência; ambiente interno mais arejado que nos túneis baixos; no geral,</p><p>não necessitam de abertura e fechamento diário, como é feito nos túneis baixos.</p><p>A colheita é dificultada nas laterais do canteiro próximas à parede do túnel.</p><p>A lona plástica utilizada nos microtúneis tem a coloração branco-leitosa,</p><p>75 micras de espessura, 2 m de largura e é comercializada em bobinas de 500m.</p><p>Já lona plástica utilizada nos túneis altos é semelhante à dos microtúneis, porém,</p><p>13</p><p>com maior largura.</p><p>• Preparo e Plantio das mudas</p><p>No campo comercial, o plantio das mudas de morangueiro é realizado, geral-</p><p>mente, entre fevereiro e abril, havendo variações, quando o objetivo é produzir</p><p>na entressafra. São utilizadas mudas de raízes nuas ou enraizadas em substrato,</p><p>comercializadas em bandejas de plástico ou de isopor. Mudas de raízes nuas ai-</p><p>nda são adquiridas por produtores, em razão do custo mais baixo e do maior</p><p>número de fornecedores. Uma desvantagem de muda com raiz nua é a menor</p><p>percentagem de pegamento, quando comparado à de mudas enraizadas em</p><p>substrato de bandejas.</p><p>Antes de se proceder ao plantio das mudas, deve adotar a sua apropri-</p><p>ada seleção e classificação por tamanho, com descarte daquelas malformadas</p><p>ou que apresentem um sistema radicular pouco desenvolvido. Em seguida, reti-</p><p>ram-se folhas velhas, permanecendo duas ou três folhas novas; classifica-se por</p><p>tamanho, visando ao plantio de mudas de mesmo porte em canteiros comuns.</p><p>Mudas pequenas podem apresentar baixa produtividade, dependendo da ép-</p><p>oca de plantio, que pode ser variável entre regiões. Com o início do período de</p><p>temperaturas baixas, promotora do estimulo da floração do morangueiro, caso</p><p>o desenvolvimento vegetativo não seja adequado, mudas pequenas não estão</p><p>aptas a sustentar a produção.</p><p>Após o preparo da mudas, o agricultor deve mantê-las em local som-</p><p>breado até o plantio, que deve ser feito, de preferência, no mesmo dia.</p><p>Experiências de técnicos e agricultores apontam o plantio com</p><p>utilização de três fileiras por canteiros de 1,20 m de largura.</p><p>O espaçamento dentro das fileiras depende da cultivar e das</p><p>adubações, podendo ser aumentado com o planejamento da</p><p>produção. Outra opção é a redução da largura do canteiro para</p><p>0,70 m, com duas fileiras de plantas espaçadas entre si com 35</p><p>x 35 cm, a 40 cm entre plantas.</p><p>O plantio deve ser feito, preferencialmente, em dias nublados ou nas horas</p><p>mais frescas do dia, condições nas quais as mudas sofrem menos e a percenta-</p><p>gem de sobrevivência e maior. Na colocação nas covas, estas mudas devem en-</p><p>terradas até a região do colo, evitando-se cobrir o broto com solo, por razões</p><p>sanitárias e para impedir o desenvolvimento das plantas.</p><p>• Manejo da cultura no campo</p><p>1. Mulching (cobertura dos canteiros com plástico)</p><p>No cultivo do morangueiro, é indispensável a adoção da cobertura do can-</p><p>teiro para não permitir o contato dos frutos com o solo. A cobertura tem como</p><p>objetivos evitar que os frutos se sujem e reduzir os danos físicos por esse contato</p><p>e a infecção por patógenos.</p><p>A utilização de mulching (cobertura com lona plástica) é o procedimento</p><p>mais comum, com predominância daquela de cor preta e espessura de 25 mi-</p><p>cras, que pode ser adquirida em bobinas de 1,60 x 500m. A lona é colocada entre</p><p>25 e 30 dias após o transplante das mudas para o canteiro: é presa em uma das</p><p>extremidades e esticada por uma pessoa, sendo perfurada na posição da muda</p><p>e arranjada adequadamente por outro operário. Depois de colocada sobre os</p><p>canteiros, a lona deve ser fixada nas suas laterais e na outra extremidade com</p><p>pedaços de taquara de bambu.</p><p>A lona de dupla face branca e preta tem despertado a atenção dos produ-</p><p>Õ</p><p>14</p><p>tores. A face branca voltada para cima, após ser colocada sobre os canteiros, re-</p><p>flete a radiação solar, redundando em ganho de produção. Entretanto, o alto</p><p>custo, quando comparado ao da lona preta, é uma desvantagem.</p><p>Mulching de material vegetal, como a maravalha, acícula de pinheiro e</p><p>casca de arroz, apesar do baixo custo, propicia o aumento de frutos podres e</p><p>danificados, em decorrência do ataque de microrganismos e insetos, que são</p><p>favorecidos por esse tipo de cobertura.</p><p>2. Irrigação do morangueiro</p><p>A irrigação é uma prática cultural indispensável para que a lavoura de mo-</p><p>rangueiro atinja altos níveis de produtividade, com frutos de qualidade. É uma</p><p>pratica que deve ser monitorada, uma vez que o déficit e/ou excesso de água</p><p>aplicada pode propiciar condições desfavoráveis ao desenvolvimento das plan-</p><p>tas e levar à queda na produtividade, alem de aumentar os custos com energia</p><p>de bombeamento e fertilizantes ao se trabalhar com baixa eficiência de irrigação</p><p>e fertirrigação. Os períodos críticos de necessidade hídrica ocorrem logo após o</p><p>transplante das mudas, na formação de botões, floração e frutificação.</p><p>No Brasil, até a década de 1980, a quase totalidade das lavouras de mo-</p><p>rangueiro era irrigada por aspersão. Atualmente, esse método de irrigação só</p><p>é utilizado após o plantio, para garantir o pegamento das mudas (por favorecer</p><p>maior contato das raízes com o solo) e contribuir para a redução da temperatura</p><p>do solo, o que traz benefícios para o transplante. Alem de favorecer o acúmulo</p><p>de água sobre as folhas e frutos, a irrigação por aspersão também</p><p>tem como</p><p>fator limitante a perda de água superficial, em razão da cobertura dos canteiros</p><p>com lona plástica.</p><p>Nos últimos anos, a substituição do sistema de irrigação por</p><p>aspersão pelo sistema de irrigação localizada ou irrigação por</p><p>gotejamento (no qual a água chega à superfície do solo por</p><p>emissores chamados de gotejadores), ocorreu em virtude da</p><p>maior eficiência no uso da água e no manejo de doenças, já</p><p>que evita a presença de umidade nas folhas - fator que desfa-</p><p>vorece o desenvolvimento de fungos e bactérias.</p><p>O sistema de irrigação por gotejamento permite melhor automação, irriga-</p><p>ções com turnos de regas menores, redução no consumo de energia elétrica e</p><p>uso da fertirrigação. A irrigação por gotejamento permite que se mantenha o</p><p>solo úmido e com boa aeração por período ininterrupto, mantendo-o sempre</p><p>próximo à capacidade de campo na zona radicular. Dessa forma, os nutrientes</p><p>mantêm-se solubilizados, permitindo que o morangueiro atinja altos rendimen-</p><p>tos, com o mínimo consumo de água. Isso interfere também na melhoria do pa-</p><p>drão de qualidade dos frutos e do tamanho, exigidos para a exportação.</p><p>O sistema de fertirrigação por gotejamento deve ser instalado logo em se-</p><p>guida ao plantio. Recomenda-se também a instalação de aspersores, para ga-</p><p>rantir o fornecimento de água nos primeiros dias, após o plantio e estimular o</p><p>pegamento das mudas.</p><p>A qualidade da água é um dos princípios básicos de boas práticas de</p><p>produção para auxiliar na redução ou eliminação de riscos de contaminação mi-</p><p>crobiana. É importante frisar que, quando em contato com os produtos agríco-</p><p>las, seja na irrigação, seja nas etapas de pós-colheita, sua qualidade determina o</p><p>potencial de contaminação desses produtos.</p><p>Para o manejo da quantidade de água para a cultura, recomenda-se o moni-</p><p>toramento com o uso de tensiômetros distribuídos em, pelo menos, seis pontos</p><p>por hectare de cultivo, cuja disposição deve ser especificada, de acordo com ori-</p><p>Õ</p><p>15</p><p>entações técnicas.</p><p>3. Desbaste</p><p>Nos primeiros 30 dias após o plantio, é recomendável o desbaste de flores e</p><p>frutos. Essa prática cultural tem custo alto com mão de obra, porém, é de grande</p><p>importância para estimular o crescimento e a boa formação da estrutura da</p><p>planta, e plantas bemformadas apresentam ganhos na produção.</p><p>4. Controle de pragas e doenças</p><p>A escolha inadequada da variedade para as condições climáticas do local</p><p>de cultivo; a má qualidade da muda; preparo do solo, plantio e tratos culturais</p><p>inadequados; escassez ou excesso de umidade; focos de inóculo e ausência de</p><p>condições para desenvolvimento de inimigos naturais são fatores que favore-</p><p>cem a ocorrência de pragas e doenças.</p><p>Os prejuízos causados pelas pragas do morangueiro ocorrem pela destru-</p><p>ição de partes da planta, ataque ao fruto e transmissão de viroses, as quais po-</p><p>dem reduzir o ciclo e a produção da planta. O controle químico é dificultado pelo</p><p>fato de as colheitas serem realizadas diariamente. Os ácaros, as principais pragas,</p><p>atacam folhas e frutos quando ainda verdes. Os pulgões, além da injúrias diretas</p><p>causadas pela alimentação, provocam danos maiores associados à transmissão</p><p>de viroses. Em lavouras irrigadas por aspersão, as populações de pulgões ten-</p><p>dem a ser reduzidas e são, por consequência, mais facilmente controladas. Out-</p><p>ras pragas do morangueiro são as formigas cortadeiras e lava-pés, bem como a</p><p>lagarta-rosca.</p><p>A cultura do morangueiro é afetada pelas doenças, principal-</p><p>mente as fúngicas. Além da antracnose - que tem causado</p><p>vários danos aos morangais, tornando-os inviáveis para a co-</p><p>mercialização, quando não são tomadas medidas de controle</p><p>-, a mancha angular, murcha de Verticillium, podridão do colo e</p><p>do rizoma causadas por Phythophtora e mofo cinzento também</p><p>podem afetar a cultura.</p><p>Cultivos em condições ambientais favoráveis à disseminação dessas doenças</p><p>fazem com que haja necessidade de controle periódico, quase sempre realizado</p><p>por meio de pulverizações de defensivos agrícolas.</p><p>Os túneis, associados à irrigação por gotejamento, evitam o molhamento da</p><p>parte aérea da planta, o que inibe a ocorrência e a disseminação de doenças</p><p>nas folhas, flores e frutos, principalmente da flor-preta (Colletotrichum acutatum</p><p>Simmonds), que somente foi controlada mediante a utilização de ambos os</p><p>sistemas.</p><p>Cabe aos técnicos e produtores racionalizar o uso de defensivos, adotando</p><p>medidas alternativas de redução, uma vez que o morango é um dos frutos que</p><p>apresenta grandes níveis de resíduos desses produtos.</p><p>Manter a biodiversidade redunda na redução do nível populacional das pra-</p><p>gas. Para isso, sugere-se a rotação de cultura, o manejo da vegetação do entorno</p><p>das áreas cultivadas para atender às necessidades de organismos benéficos, o</p><p>fornecimento de recursos suplementares (estruturas artificiais para nidificação,</p><p>alimentação extra e presa alternativas) para os organismos benéficos, a implan-</p><p>tação de corredores ecológicos que conduzam organismos benéficos das matas</p><p>ou de áreas cultivadas e a manutenção de faixas de vegetação, cujas flores aten-</p><p>dam às exigências dos organismos benéficos.</p><p>5. Rotação de cultura</p><p>Õ</p><p>16</p><p>A rotação de cultura, sistema no qual espécies diferentes são cultivadas em</p><p>sucessões retidas, numa mesma sequência definida, na mesma área, é prática</p><p>importante na produção agrícola. Se adotada e conduzida de modo adequado</p><p>e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características</p><p>físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no controle de plantas daninhas,</p><p>doenças e pragas; repõe a MO; protege o solo contra o impacto das chuvas e</p><p>da irradiação solar direta. Isso, por sua vez, reduz os índices de erosão; aumenta</p><p>a retenção no solo; recupera solos degradados; diminui a perda de nutrientes,</p><p>como o N; aumenta a vida microbiana do solo, proporcionando a diminuição</p><p>da incidência de insetos-pragas e de doenças, promovendo a ciclagem de nu-</p><p>trientes de camadas mais profundas para depósitos nas camadas superficiais,</p><p>quando utilizadas espécies agrícolas com sistemas radiculares diferentes.</p><p>6. Nutrição</p><p>O fornecimento, no momento certo, de níveis adequados de macronutrien-</p><p>tes (N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn) ao morangueiro</p><p>é indispensável para a manutenção do equilíbrio entre o desenvolvimento veg-</p><p>etativo e a frutificação da planta, bem como para a redução da suscetibilidade</p><p>ao ataque de doenças e pragas, de forma que obtenham produções de elevada</p><p>qualidade. As quantidades de nutrientes exportados pela cultura dependem da</p><p>produção obtida, que varia em função da cultivar e da época de cultivo. A escas-</p><p>sez de quaisquer desses macros ou micronutrientes compromete o potencial</p><p>produtivo da cultura.</p><p>Nos picos de produção, principalmente em lavouras com alta produtividade,</p><p>podem surgir sintomas de deficiência de nutrientes nas folhas, por causa do car-</p><p>reamento deles para os frutos. Os principais nutrientes, sua influência sobre a</p><p>fitossanidade, a produção e aqualidade de morango são mencionados a seguir.</p><p>a) Nitrogênio (N): Sua falta acarreta plantas mal desenvolvidas e, conse-</p><p>quentemente, menor produção de frutos; já o seu excesso, que aumenta de ma-</p><p>neira drástica o vigor das plantas, reduz a indução floral, atrasa a floração, reduz</p><p>a qualidade dos frutos em relação ao conteúdo de açúcares, textura, coloração,</p><p>deformações e favorece o mofo-cizento, a antracnose-do-rizoma e o ácaro-raja-</p><p>do. Sintoma de deficiência de N em morangueiro é o desenvolvimento de colo-</p><p>ração vermelha, a partir das margens internas dos folíolos.</p><p>b) Fósforo (P): Por ser um componente do trifosfato de adenosina (ATP), par-</p><p>ticipa de inúmeras reações bioquímicas, destacando-se aquelas que estimulam</p><p>o desenvolvimento radicular e a floração. O excesso de P pode provocar diminu-</p><p>ição na absorção de alguns micronutrientes, como o ferro (Fe), e o zinco (Zn).</p><p>Desenvolvimento de coloração azulada, em pequenas nervuras, que posterior-</p><p>mente atinge toda a superfície da folha, é um dos sintomas</p><p>de deficiência de P.</p><p>c) Potássio (K): Favorece o tamanho, a textura e as características organolép-</p><p>ticas do morango (sabor, aroma, açúcares e vitamina C). Baixos teores de potás-</p><p>sio estão associados ao aumento da incidência dos fungos Verticillium, Pythium,</p><p>Phytophthora e Rhizoctonia. O excesso de K, porém, diminui a absorção de Mg</p><p>e de Ca, esse último em menor proporção. Um dos sintomas de deficiência de</p><p>K em morangueiro é o desenvolvimento de púrpuro-avermelhada, a partir das</p><p>margens externas dos folíolos, a qual evolui, envolvendo de um terço à metade</p><p>da superfície dos folíolos, formando um triângulo esverdeado, que tem como</p><p>centro a nervura central.</p><p>d) Cálcio (Ca): A deficiência desse nutriente resulta na redução de produtivi-</p><p>dade e em deterioração da qualidade do morango (baixa capacidade de conser-</p><p>vação, baixo teor de açúcares e acidez). Na deficiência de Ca, os ápices das folhas,</p><p>em início de desenvolvimento, apresentam-se de coloração castanha e, com o</p><p>desenvolvimento delas, tornam-se necróticos, originando folíolos de tamanho</p><p>17</p><p>menor que o normal.</p><p>e) Magnésio (Mg): Desempenha papel de alto valor na síntese da clorofila</p><p>e favorece a coloração vermelha do morango. Na deficiência de Mg, entre as</p><p>nervuras dos folíolos, desenvolve-se uma coloração púrpuro-avermelhada. No</p><p>início, apenas nas margens dos folíolos e, posteriormente, somente as nervuras</p><p>centrais e áreas bem próximas a elas apresentam coloração normal.</p><p>f) Enxofre (S): É um componente essencial de aminoácidos, como cistina,</p><p>metionina e cisteína. Sua deficiência limita o crescimento da planta. Os sinto-</p><p>mas de deficiência de S são clorose e otamanho desigual entre folíolos, de uma</p><p>mesma folha, aparecendo uma coloração escura nas margens externas destes.</p><p>g) Boro (B): Tem participação relevante na divisão celular e formação de no-</p><p>vas células, bem como no metabolismo dos ácidos nucleicos (DNA e RNA). Os</p><p>sintomas de deficiência de B em folhas jovens são semelhantes àqueles provo-</p><p>cados pela falta de Ca, constando de deformações e necroses nas bordas. Há</p><p>redução na produção de pólen, o que resulta em morangos pequenos e defor-</p><p>mados. Na deficiência de B, o crescimento das raízes fica comprometido e, por</p><p>consequência, também a absorção de outros nutrientes do solo. O excesso de B</p><p>causa amarelecimento e endurecimento do morango, além de necrose marginal</p><p>das folhas. Sintomas progressivos aparecem nas folhas em início de desenvolvi-</p><p>mento: necrose nas pontas, folíolos retorcidos e cloróticos; presença de frutos</p><p>deformados.</p><p>h) Zinco (Zn): O zinco é um componente metálico ou um cofator funcional,</p><p>estrutural ou regulatório de enzimas. Na sua deficiência, ocorre redução signifi-</p><p>cativa na síntese proteica, acompanhada de acúmulo de aminoácidos livres. É</p><p>comum observar sintomas de deficiência de Zn em campo onde esse nutriente</p><p>foi aplicado. A deficiência acontece pelo excesso de P, que pode afetar a absor-</p><p>ção de micronutrientes metálicos. Sintomas de deficiência de Zn são o encurta-</p><p>mento de internódio e a diminuição no tamanho das folhas.</p><p>i) Ferro (Fe): Na deficiência de Fe, as concentrações de clorofila, carotenoi-</p><p>des, ferredoxina e ribossomos diminuem e as de ácidos orgânicos e aminoáci-</p><p>dos livres aumentam. Havendo menos ferredoxina, a célula perde o principal</p><p>fornecedor de elétrons, acarretando acúmulo de compostos oxidados. Os sin-</p><p>tomas de deficiência são cloroses internervais, permanecendo as nervuras mais</p><p>internas com coloração verde intensa.</p><p>j) Manganês (Mn): Sob deficiência de Mn, eleva-se a atividade de AIAoxi-</p><p>dase, enzima associada à degradação de auxinas. Assim, em tal situação, consta-</p><p>ta-se uma diminuição da concentração hormonal responsável pelo crescimento</p><p>vegetal. Apesar de indicações de deficiências nutricionais, na prática, o mais co-</p><p>mum é a toxidez promovida pelo Mn em solos ácidos. Normalmente, o excesso</p><p>de Mn induz à deficiência de Ca e Fe, ao diminuir a translocação de Ca e ao com-</p><p>petir em nível celular com o Fe, o que é evitado pela elevação do pH pela cala-</p><p>gem. Na deficiência, os sintomas são folíolos de folhas, recém-formadas, foscos e</p><p>verdes-amarelados, com nervuras escuras e margens apresentando pontuações</p><p>púrpuras.</p><p>• Calagem e adubações de solo, foliar e fertirrigação</p><p>O conhecimento da absorção de nutrientes pela planta ao longo do ciclo</p><p>possibilita determinar o requerimento em diferentes épocas do desenvolvim-</p><p>ento, a fim de permitir que os nutrientes sejam fornecidos no momento certo e</p><p>a planta expresse toda a sua potencialidade. Qualquer recomendação de apli-</p><p>cação de corretivos ou de adubação, inependentemente do sistema de cultivo,</p><p>deve ser feita com base em análise química do solo, na qual se tem as informa-</p><p>ções da quantidade de nutrientes que o solo oferece e se essa quantidade é ou</p><p>não o necessário para a cultura.</p><p>18</p><p>A aplicação de calcário (calagem) tem como objetivos aumentar o pH de</p><p>solos ácidos e fornecer Ca e Mg para as plantas. Em solos com pH ácido (em</p><p>geral, abaixo de 5,5), as plantas não se desenvolvem adequadamente pelo efeito</p><p>tóxico do alumínio (Al3+), pela baixa disponibilidade de alguns nutrientes (Ca,</p><p>Mg e P, principalmente) e pelo excesso de alguns micronutrientes, como Mn e</p><p>Fe, que podem causar toxidez.</p><p>A ausência ou a prática inadequada da calagem, sem levar em</p><p>consideração o que o solo realmente necessita, pode impedir a</p><p>resposta da cultura às adubações. Para que esse fornecimento</p><p>de Ca e Mg seja correto, calcula-se a necessidade de calagem</p><p>(NC), usando-se saturação por bases de 80% (V = 80%) e teor</p><p>mínimo de Mg de 9 mmol/dm3. Devem-se observar, ainda, os</p><p>valores de Mg na análise de solo, cuidando para que não ocorra</p><p>desequilíbrio entre Mg e Ca, ao escolher o tipo de calcário (do-</p><p>lomitico, magnesiano ou calcítico).</p><p>A adubação orgânica é fundamental para a cultura do morangueiro, pois</p><p>proporciona maior produção comercial de frutos. Além de seus efeitos sobre as</p><p>características físicas (maior retenção de umidade e arejamento) e biológicas</p><p>do solo (ativação da microflora com a adição de carbono orgânico), pode for-</p><p>necer quantidades adequadas de K e intermediárias de N. A recomendação de</p><p>adubação mineral para São Paulo, em função da análise de solo, encontra-se no</p><p>Quadro 1.</p><p>QUADRO 1 - Recomendação de adubação nitrogenada, fosfatada e</p><p>potássica para a cultura do morangueiro, no estado de São Paulo, em função</p><p>dos resultados da analise do solo</p><p>Nitrogênio</p><p>(Kg/ha)</p><p>P resina (mg/dm3) K+ trocável (mmolc/dm3)</p><p>0-10 11-25 25-60 >60 0-0,7 0,8-1,5 1,6-3,0 1,6-3,0</p><p>P2O5 (kg/ha) K2O (kg/ha)</p><p>40 900 600 450 300 400 300 200 100</p><p>Fonte: Raij et al. (1996)</p><p>Para a adubação de cobertura, recomendam-se 180 kg/ha de N e 90 kg/ha de</p><p>K2O. Como na produção orgânica são liberadas poucas fontes de K para a aduba-</p><p>ção de cobertura, muitos produtores não realizam essa prática. Isso porque, até</p><p>mesmo o uso do sulfato de potássio, está condicionado à liberação da certifica-</p><p>dora ou do órgão regulador, em função dos níveis contidos na análise do solo.</p><p>Em Minas Gerais, a recomendação da adubação fosfatada é feita com</p><p>base nos parâmetros de P-remanescente (P-rem) ou porcentagem de argila no</p><p>solo. A recomendação de adubação nitrogenada, fosfatada e potássica, em fun-</p><p>ção do resultado da análise de solo, está nos Quadros 2 e 3. As principais fontes</p><p>de nutrientes, por sua vez, podem ser conferidas no Quadro 4.</p><p>Entre as duas formas de recomendação de adubação, observa-se maior</p><p>variação apenas para os valores de P a ser fornecidos, carecendo de maiores</p><p>pesquisas para definir a melhor forma de cálculo. De maneira geral, no campo,</p><p>observa-se que a recomendação para São Paulo tem resultado em melhor</p><p>performance, muitas vezes não havendo necessidade de complementação via</p><p>fertirrigação.</p><p>Õ</p><p>19</p><p>QUADRO 2 - Recomendação de adubação nitrogenada, fosfatada e</p><p>potássica para a cultura do morangueiro em Minas Gerais, em função dos</p><p>resultados da análise do solo (extrator Mehlich 1)</p><p>Nitrogênio</p><p>(Kg/ha)</p><p>P (mg/dm3) K (mmolc/dm3)</p><p>Baixa</p><p>Média Boa Muito</p><p>Boa Baixa Média Boa Muito</p><p>Boa</p><p>P2O5 (kg/ha) K2O (kg/ha)</p><p>220 400 300 200 100 350 250 150 80</p><p>Fonte: Nannetti e Souza (1999).</p><p>QUADRO 3 - Classes de interpretação da fertilidade do solo para P e K em</p><p>Minas Gerais (extrator Mehlich 1)</p><p>P-rem</p><p>(mg/L)</p><p>Classes de fertilidade para fósforo (mg/dm3)</p><p>Muito</p><p>Baixo Baixo Médio Bom Muito</p><p>Bom</p><p>0-4 9,0</p><p>4-0 12,5</p><p>10-19 17,5</p><p>19-30 24,0</p><p>30-44 33,0</p><p>44-60 45,0</p><p>Nota: P-rem – Fósforo remanescente (concentração de P da solução de equilíbrio após agitar</p><p>durante 1 h a terra fina seca ao ar (TFSA) com solução de CaCl2 10 mmol/L, contendo 60 mg/L</p><p>de P na relação 1:10)</p><p>Fonte: Alvarez V. et al. (1999)</p><p>QUADRO 4 - Classe de interpretação da fertilidade do solo para P</p><p>disponível (extrator Mehlich 1) de acordo com o teor de argila ou com o</p><p>valor de P-rem</p><p>Argila</p><p>(%)</p><p>Classes de fertilidade para fósforo (mg/dm3)</p><p>Muito</p><p>Baixo Baixo Médio Bom Muito</p><p>Bom</p><p>600-100 48</p><p>35-60 72</p><p>15-35 120</p><p>0-15 180</p><p>Nota: P-rem – Fósforo remanescente</p><p>Fonte: Alvarez V. et al. (1999).</p><p>20</p><p>Pelo acompanhamento dos resultados de análises foliares de lavouras</p><p>do Sul de Minas, nos últimos anos, nota-se que a quase totalidade apresenta</p><p>deficiências graves de Ca e Mg - mesmo com os resultados das análises de</p><p>solo indicando valores adequados. Considerando-se o longo ciclo da cultura</p><p>(produção de frutos em 9 a 10 meses) e as cultivares, é recomendável realizar uma</p><p>diagnose dos teores de nutrientes nas folhas como auxiliar para um programa</p><p>de adubação em cobertura. É recomendável, para as condições de São Paulo,</p><p>amostrar em 30 plantas, da terceira ou quarta folha recém-desenvolvida (no</p><p>início do florescimento), sem pecíolo.</p><p>A fertirrigação, ou seja, o uso de fertilizantes solúveis dissolvidos na água de</p><p>irrigação pode complementar a adubação convencional de plantio feita no solo,</p><p>em varias culturas, principalmente nas hortaliças.</p><p>QUADRO 5 – Faixas adequadas de teores de macro e micronutrientes em</p><p>folhas de morangueiro</p><p>Nutrientes Teores</p><p>Macronutrientes (g/kg)</p><p>N 15-25</p><p>P 2-4</p><p>K 20-40</p><p>Ca 10-25</p><p>Mg 6-10</p><p>S 1-5</p><p>Micronutrientes (mg/kg)</p><p>B 35-100</p><p>Cu 5-20</p><p>Fe 50-300</p><p>Mn 30-300</p><p>Mo 0,5-1,0</p><p>Zn 20-50</p><p>Fonte: Raij et al. (1996)</p><p>5. Produção integrada de morangueiro</p><p>Vários fatores têm levado a cultura do morango a adquirir uma imagem</p><p>negativa perante o publico consumidor, principalmente pela utilização incorreta</p><p>de agrotóxicos pelos produtores. Por falta de informação ou má orientação, eles</p><p>utilizam erroneamente aqueles produtos registrados – e/ou não registrados -</p><p>para a cultura, com superdosagens, em muitos casos.</p><p>No contexto da Produção Integrada, ferramentas como organização</p><p>do setor produtivo, boas práticas agrícolas (BPA), rastreabilidade e certificação</p><p>surgem mostrando que há possibilidade de produção de morango</p><p>21</p><p>completamente saudável. No que diz respeito às BPA, dentre as outras práticas</p><p>culturais, é obrigatório prestar atenção à aplicação de agrotóxicos. Ela deve</p><p>ser realizada a partir de critérios técnicos, com o monitoramento de pragas e</p><p>doenças, de acordo com as recomendações de controle para a cultura, com</p><p>base na Grade de Agrotóxicos, com produtos registrados para uso na cultura do</p><p>morangueiro e seu respectivo período de carência.</p><p>É proibida a utilização de produtos não registrados para a</p><p>cultura e colheita de frutos, dentro do período de carência</p><p>apropriado. Os frutos de morango devem ser amostrados pe-</p><p>riodicamente para a realização de análise multirresíduo de</p><p>agrotóxicos, com a finalidade de monitoramento das aplica-</p><p>ções de produtos fitossanitários e de medidas de correção, se</p><p>necessário.</p><p>A certificação, em especial, permite apresentar evidências dos cuidados e</p><p>controles utilizados na produção e, ainda, identificar o produto final com um</p><p>selo de qualidade que chega até o consumidor.</p><p>A Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) é um programa de adesão</p><p>voluntária coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.</p><p>A partir de uma base de produção dita convencional, as primeiras ações devem</p><p>ser relativas à mobilização e difusão da filosofia da PI. A partir daí, os produtores,</p><p>por livre adesão, iniciam o processo de implementação do sistema, com base</p><p>nas BPAs.</p><p>O conjunto de informações, contidas nas Normas Técnicas Especificas (NTE)</p><p>- Produção Integrada de Morango (PI Morango), está reunido na Instrução</p><p>Normativa nº 24, publicada no Diário Oficial da União, de 4 de agosto de 2010.</p><p>A partir dela, os produtores podem iniciar um processo de auditoria, que, com</p><p>base nas normas, concederão ou não a certificação ao produtor, permitindo a</p><p>comercialização dos seus produtos com o Selo da Produção Integrada de Frutos.</p><p>A opção pelo selo é feita de acordo com o interesse do produtor. Se ele</p><p>constatar que existe demanda de mercado para morangos certificados, pode-</p><p>se concluir que é economicamente interessante pleitear a certificação e utilizar</p><p>o selo Brasil Certificado - Agricultura de Qualidade. No entanto, se o produtor</p><p>considerar que não é viável buscar a certificação, pode apenas participar dos</p><p>programas, como forma de obter informações técnicas para conduzir a lavoura,</p><p>empregando conhecimentos e tecnologias mais modernas.</p><p>6. Produção orgânica de morangueiro</p><p>Na agricultura orgânica, não é permitido o uso de substâncias que coloquem</p><p>em risco a saúde humana e o meio ambiente, como fertilizantes sintéticos</p><p>solúveis, agrotóxicos e transgênicos. A produção orgânica de morangos é</p><p>uma alternativa viável para o desenvolvimento e adaptação de tecnologias às</p><p>condições sociais, econômicas e ecológicas de cada região.</p><p>Em Minas Gerais, tem sido observada a melhoria da qualidade</p><p>de vida dos agricultores, que, ao adotarem esse tipo de mane-</p><p>jo, reduzem o custo com a aquisição de agrotóxicos, eliminam</p><p>o risco da exposição dos trabalhadores e a de seus familiares</p><p>a esses agrotóxicos. Além disso, isentam a contaminação dos</p><p>frutos e do ambiente dos resíduos químicos, resultando em</p><p>benefícios para toda a sociedade.</p><p>Õ</p><p>Õ</p><p>22</p><p>No manejo do cultivo do morango no sistema orgânico, além da escolha</p><p>da área, do local de cultivo e do preparo do solo, devem ser realizadas</p><p>práticas culturais (tratamento do solo com adubos verdes, pousio e adição de</p><p>microrganismos benéficos eficientes - EM) em áreas com cultivos anteriores</p><p>de morango, pelo fato de ter ocorrido infestação do solo por microrganismos</p><p>patogênicos.</p><p>6.1. Preparo do solo</p><p>O solo da área deve ser arado e gradeado. Uma nova gradagem deve ser</p><p>realizada, após a incorporação da adubação verde, 30 dias antes do plantio</p><p>das mudas do morangueiro. Em seguida, os canteiros são preparados com</p><p>dimensões aproximadas de 1,20 m de largura e de 0,30 a 0,40 m de altura, com</p><p>comprimento variável, de acordo com as características da área.</p><p>6.2. Escolha da cultivar</p><p>A cultivar de morango mais utilizado em sistema orgânico é a Oso Grande,</p><p>que é também uma das mais cultivadas no sistema convencional em Minas</p><p>Gerais. Todavia, os plantios com a cultivar Albion, por produzir frutos com</p><p>tamanho maior, coloração vermelha mais acentuada e, por isso, conquistar a</p><p>preferência do mercado, têm aumentado no estado.</p><p>6.3. Análise de solo</p><p>Assim como no cultivo convencional, a análise de solo é indispensável para</p><p>a adequada correção e fertilização do solo para o plantio do morangueiro em</p><p>cultivo orgânico. Com a indicação dos níveis de nutrientes no solo, é possível</p><p>calcular as quantidades de fertilizantes orgânicos que devem ser fornecidos,</p><p>em função das exigências do morangueiro. Deve-se levar em consideração que</p><p>a disponibilidade de nutrientes nas fontes orgânicas geralmente é menor, e a</p><p>assimilação deles pelas plantas é mais lenta.</p><p>No</p><p>cultivo orgânico, normalmente utiliza-se maior quantidade</p><p>de adubo orgânico, pelo uso de adubação verde anterior ao</p><p>plantio do morangueiro (por exemplo: milho, milheto, crota-</p><p>lárias ou mix), acrescida da utilização de compostos orgânicos</p><p>humidificados e estercos de curral e de galinha (esses últimos</p><p>bem curtidos e adicionados ao solo com antecedência mínima</p><p>de 60 dias), sempre com autorização dos órgãos de certifica-</p><p>ção.</p><p>As principais fontes de nutrientes e adubos orgânicos utilizados pelos</p><p>produtores orgânicos no Sul de Minas Gerais estão no Quadro 6. Não há</p><p>necessidade de adubação foliar do morangueiro orgânico quando os teores no</p><p>solo estiverem adequados e equilibrados. São utilizados biofertilizantes ou água</p><p>de cal, quando o fruto estiver com sementes salientes ou com a película muito</p><p>fina, lembrando sempre que a utilização de insumos deve obedecer à legislação</p><p>da produção orgânica.</p><p>Õ</p><p>23</p><p>QUADRO 6. Principais fontes de nutrientes e adubos orgânicos utilizados</p><p>pelos produtores para produção orgânica no Sul de Minas</p><p>Fonte Principais componentes</p><p>Calcário dolomitico, magnesiano</p><p>ou calcitico Ca e Mg</p><p>Cal agrícola Ca</p><p>Composto orgânico (VisaFertil,</p><p>Provaso, Gentifertil, etc)</p><p>Composto orgânico humifica-</p><p>do, macro e micronutrientes</p><p>Torta de mamona N, K2O</p><p>Termofosfato P2O5, Ca</p><p>Estercos de animais (bovinos e</p><p>avícolas) C, macro e micronutrientes</p><p>Bokashi Microrganismos benéficos</p><p>EM4 (Embiotic) Microrganismos benéficos</p><p>Farinha de osso P2O5, Ca</p><p>Cinzas de casca de café ou madeira K2O</p><p>Sulfato de potássio K2O</p><p>Adubos verdes (crotalarias, milho,</p><p>milheto) K2O</p><p>Fosfato reativo P2O5, Ca</p><p>Pó de rocha ou silicato de Ca e Mg Si, Ca, Mg</p><p>6.4. Adubação verde</p><p>A adubação verde consiste no plantio de espécies capazes de reciclar os</p><p>nutrientes, para tornar o solo mais fértil e produtivo. Nessa adubação, as raízes</p><p>extraem nutrientes das camadas mais profundas do solo, trazendo-os para a</p><p>superfície e formando uma camada superficial, com altos índices de matéria</p><p>orgânica (MO), que, por sua vez, contribuem para a conservação do solo,</p><p>retenção de água e redução da erosão do solo.</p><p>Seus objetivos são melhorar as características do solo, protegê-lo da erosão</p><p>e de exposição a altas temperaturas. Recomenda-se utilizar aveia (60 a 80 kg de</p><p>sementes/ha) ou azavém (25 a 30 kg de sementes/ha) no inverno. Posteriormente,</p><p>planta-se milho (30 kg de sementes/ha) ou milheto (15 kg de sementes/ha), no</p><p>fim da primavera-verão. O milho ou milheto devem ser incorporado ao solo, no</p><p>florescimento.</p><p>A incorporação da massa verde de qualquer leguminosa (ervilhaca, crotalaria)</p><p>deve ser feita antes do florescimento. Tem sido usada também mistura de</p><p>leguminosas com gramíneas. As leguminosas irão promover a fixação biológica</p><p>do nitrogênio (N), presente na atmosfera, para o solo, que é um dos elementos</p><p>essenciais e necessários, em grandes quantidades, para o desenvolvimento das</p><p>plantas. As gramíneas, por sua vez, irão fornecer um aporte considerável de massa</p><p>vegetal, que aumenta consideravelmente a MO do solo. Após a incorporação</p><p>das culturas, deve ser feita a adubação orgânica.</p><p>24</p><p>6.5. Plantio</p><p>O plantio das mudas de morangueiro é realizado, geralmente, entre fever-</p><p>eiro e abril, havendo variações, quando o objetivo é produzir na entressafra. São</p><p>utilizadas mudas de raízes nuas ou enraizadas em substrato, comercializadas em</p><p>bandejas de plástico ou de isopor alertando que muda com raiz nua apresenta</p><p>menor percentagem de pegamento quando comparado a de mudas enraizadas</p><p>em substrato em bandejas.</p><p>6.6. Fertirrigação</p><p>O sistema de fertirrigação por gotejamento deve ser instalado logo em se-</p><p>guida ao plantio. Recomenda-se também a instalação de aspersores, para ga-</p><p>rantir o fornecimento de água nos primeiros dias após o plantio e estimular o</p><p>pegamento das mudas.</p><p>No morangueiro orgânico, muitas vezes a fertirrigação é feita com a utiliza-</p><p>ção de biofertilizantes preparados pelos próprios produtores, a partir de receitas</p><p>disponíveis na literatura. Para corrigir uma eventual deficiência de Ca no solo</p><p>ou problemas de acidez por algum erro de calagem, pode utilizar água de cal</p><p>hidratada:</p><p>normalmente, à proporção de um saco de cal para 200 L de água, homog-</p><p>eniza e utiliza-se a produção de 20 a 50 L da mistura em 1.500 m2.</p><p>6.7. Mulching</p><p>A utilização de mulching é indispensável no cultivo orgânico, assim como no</p><p>convencional.</p><p>6.8. Túneis altos e microtúneis (túneis baixos)</p><p>Os túneis, no cultivo orgânico do morangueiro, à semelhança do conven-</p><p>cional e no sistema de produção integrada, têm como objetivos reduzir o mol-</p><p>hamento da parte aérea das plantas (vindo da chuva e/ou orvalho, responsável</p><p>pela disseminação das doenças foliares), proteger as plantas de chuvas de grani-</p><p>zo, geadas e ventos fortes e estimular aumentos de produtividade em conse-</p><p>quência do microclima favorável.</p><p>6.9. Desbaste</p><p>Nos primeiros 30 dias após o plantio, é recomendável também o desbaste de</p><p>flores e frutos, com o objetivo de estimular o crescimento e a boa formação da</p><p>estrutura da planta.</p><p>6.10. Rotação de cultura</p><p>A exploração equilibrada do solo, por meio da rotação de culturas, é muito</p><p>importante nos cultivos agrícolas e um dos fatores fundamentais na agricultura</p><p>orgânica.</p><p>6.11. Manejo fitossanitário</p><p>Manter a biodiversidade, assim como recomendado para o cultivo conven-</p><p>cional, é fundamental para a redução do nível populacional das pragas.</p><p>As práticas que visam à redução de inóculo são imprescindíveis no controle</p><p>de doenças do morango, principalmente no cultivo orgânico. A retirada de plan-</p><p>tas ou parte delas, atacadas por patógenos, reduz as fontes de inóculo, o que</p><p>consequenteente potencializa os efeitos dos produtos biológicos utilizados no</p><p>25</p><p>controle. O manejo do mofo-cinzento (Botrytis cinerea), com o agente de bio-</p><p>controle Clonostachys, é eficiente somente quando se realiza a limpeza da cul-</p><p>tura pela eliminação contínua de folhas e frutos doentes.</p><p>7. Produção De Morangueiro No Sistema Hidropônico E Semi-Hidropônico</p><p>As limitações fitossanitárias do solo promoveram o desenvolvimento e a</p><p>adoção de técnicas de cultivo sem solo, ou hidroponia, em regiões tradicionais</p><p>de produção de hortaliças, e inclusive para o morango.</p><p>O cultivo de morangueiros em sistemas hidropônicos abre</p><p>algumas possibilidades para combinar ambientes protegidos</p><p>com a eliminação do uso de produtos destinados à desinfecção</p><p>do solo. Nesse sistema, não há revolvimento de solo e perigo</p><p>de contaminação ambiental, já que é fechado, havendo refluxo</p><p>do excesso de solução nutritiva.</p><p>Essa produção mais limpa vai ser refletida em melhor qualidade de vida para</p><p>o produtor, produto mais saudável e de qualidade para a população, regulari-</p><p>zando e aumentando o período de safra, assim como potencializando as pos-</p><p>sibilidades de exportação do morango. O sistema hidropônico conduzido em</p><p>substrato é conhecido no país como semi-hidropônico.</p><p>8. Colheita, Conservação Pós-Colheita E Processamento</p><p>A colheita é uma das operações mais delicadas e importantes do cultivo do</p><p>morangueiro. Inicia-se geralmente, aos 60 dias após o plantio das mudas e é</p><p>realizada de forma contínua, duas a três vezes por semana, estendendo-se por</p><p>quatro a cinco meses, de acordo com o início do período das chuvas, que influ-</p><p>encia diretamente na qualidade da produção e na produtividade da cultura.</p><p>Os frutos devem ser colhidos com 75% da superfície vermelha, quando des-</p><p>tinados ao consumo in natura, ou totalmente vermelhos, quando destinados a</p><p>indústria. Frutos colhidos ainda verdes terão alta acidez, adstringência e ausên-</p><p>cia de aroma, não amadurecendo após a colheita. Em ambos os casos, o produto</p><p>chega ao mercado com baixo valor comercial.</p><p>O manejo pós-colheita consiste nos procedimentos de seleção, classifi-</p><p>cação, embalagem, armazenamento e transporte dos frutos, devendo permitir</p><p>adequadas comercialização e utilização, com as características específicas exigi-</p><p>das pelo consumidor final. A comercialização in natura é feita em caixas de pa-</p><p>pelão, contendo embalagens plásticas menores, cujas dimensões vão depender</p><p>de uma sinalização do mercado. Atualmente, o mais comum tem sido o uso de</p><p>quatro embalagens plásticas transparentes (cumbucas) por caixa de papelão,</p><p>perfazendo um peso líquido mínimo de 1,5 kg.</p><p>Além do aspecto nutricional, na pós-colheita de morangos, são obser-</p><p>vadas perda de massa fresca, firmeza, acidez titulável, pectinas, açúcares, sólidos</p><p>solúveis e cor, os quais auxiliam na avaliação da qualidade dos frutos, em função</p><p>do método de conservação utilizado. Os frutos perdem o valor comercial, quan-</p><p>do a perda de massa é superior a 6%. A manutenção do teor de sólidos solúveis</p><p>durante o armazenamento é importante, pois esta é uma característica de inter-</p><p>esse comercial, especialmente in natura, já que o consumidor prefere frutos mais</p><p>Õ</p><p>26</p><p>doces. Os principais ácidos presentes nos frutos são cítricos e málico, os quais</p><p>podem afetar diretamente o sabor, o pH celular e antocianinas - pigmentos que</p><p>conferem cor vermelha aos morangos.</p><p>Por sua elevada perecibilidade, morangos têm vida útil curta,</p><p>o que limita sua comercialização, principalmente a longa</p><p>distância. A perda, ocasionada pela alta taxa respiratória e pela</p><p>suscetibilidade dos frutos ao desenvolvimento de agentes</p><p>patogênicos, pode atingir até 40%. O principal método para</p><p>minimizar esse efeito é o armazenamento refrigerado em</p><p>temperaturas entre 0ºC e 1ºC. Temperatura de 0 ºC, associada</p><p>às atmosferas com 12% a 20% de CO2, tem sido recomendada</p><p>como condição ideal para o armazenamento de morango.</p><p>A utilização de baixas temperaturas é essencial no pré-resfriamento, arma-</p><p>zenamento, transporte em longas distâncias e comercialização de morangos.</p><p>Entretanto, para o armazenamento prolongado, somente a redução da tempera-</p><p>tura não é suficiente para manter a qualidade das frutas.São necessárias ainda</p><p>outras técnicas que visem prolongar a vida útil dos frutos. A atmosfera modi-</p><p>ficada é uma alternativa à conservação do morango. Com essa técnica, modifica-</p><p>se o ambiente de armazenamento dos frutos pelo revestimento ou embalagem</p><p>por filme plástico, permitindo que as concentrações de CO2 e O2, provenientes</p><p>ou utilizadas pela respiração do próprio produto, aumentem e diminuam, re-</p><p>spectivamente. Essa alteração da composição gasosa interfere no metabolismo</p><p>celular, o que pode proporcionar respostas fisiológicas favoráveis à conservação</p><p>e aumentar a vida pós-colheita.</p><p>Usualmente, o morango é embalado em pequenas bandejas de PET, com</p><p>capacidade de 200 a 500g, revestidas com PVC - pouco eficiente na modificação</p><p>atmosférica. A atmosfera também pode ser modificada pela utilização de reves-</p><p>timentos comestíveis ou biodegradáveis. Os revestimentos produzidos a partir</p><p>de biopolímeros, como a fécula de mandioca e quitosana, têm inúmeras vanta-</p><p>gens: são biodegradáveis, têm boas propriedades mecânicas e de barreira aos</p><p>gases, podem melhorar a aparência, tornando os frutos mais atrativos, e podem</p><p>também preservar as propriedades sensoriais e nutricionais dos alimentos.</p><p>9. Processamento</p><p>O processamento do morango é uma alternativa para seu armazenamen-</p><p>to por longo período pós-colheita. Dessa forma, assegura-se o suprimento de</p><p>matéria-prima às indústrias de alimentos, com consequente fornecimento uni-</p><p>forme de alimentos durante todo o ano. O morango pode ser conservado con-</p><p>gelado por métodos químicos ou pelo uso do calor, para posterior utilização na</p><p>produção de sorvete, caldas, tortas, pavês, bolos, etc. Pode ser minimamente</p><p>processado ou transformado em polpa, para posterior utilização.</p><p>Õ</p><p>27</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABU-ZAHRA, T.R; AL-ISMAIL, K.; SHATAT, F. Effect of organic and conventional</p><p>systems on fruit quality of strawberry (Fragaria x ananassa Duch) grown under</p><p>plastic house conditions in the Jordan Valley. Acta Horticulturae, Leuven, n.741,</p><p>p.159-171, 2007.</p><p>ALVAREZ V, V.H. et al. Interpretação dos resultados das analises de solos. In:</p><p>RIBEIRO, A.C.; GUIMARAES, P.T.G.; ALVAREZ V.; V.H. [Ed.]. Recomendação para</p><p>o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5 aproximação. 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