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<p>1www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>E</p><p>S</p><p>Organização Administrativa IV</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA IV</p><p>• Autarquias profissionais</p><p>Há as autarquias corporativas, autarquias de controle ou autarquias profissionais. A</p><p>autarquia profissional é o nome mais utilizado em provas. As autarquias profissionais são os</p><p>conselhos de profissão (CREA, CRN, CRO).</p><p>A OAB é uma exceção, não é uma entidade autárquica. A OAB é um particular que atua</p><p>no poder de polícia de forma excepcional, anômala.</p><p>A Lei n. 9.649 tinha regulamentado que os conselhos profissionais seriam particulares</p><p>que atuam na prestação de serviço público por delegação. O STF estabeleceu que serviço</p><p>público não, o que as entidades fazem é poder de polícia. Na ADI 1717, o STF declarou</p><p>inconstitucional o dispositivo que dava aos conselhos profissionais a qualidade de particu-</p><p>lares, de delegatários de serviço público. A atividade do conselho profissional é a atividade</p><p>de polícia.</p><p>O poder de polícia é o poder que a administração tem de limitar e condicionar o exercício</p><p>de liberdades individuais na busca do interesse público. Para atender ao interesse público, o</p><p>Estado pode criar limites e restrições a direitos e liberdades individuais.</p><p>Os conselhos profissionais limitam o exercício da atividade profissional para evitar preju-</p><p>ízos e garantir o interesse público. Deve ter uma licença do CRN para exercer a atividade de</p><p>médico para garantir que não vai haver nenhum problema.</p><p>Como, a princípio, o poder de polícia não é delegável a particulares, os conselhos pro-</p><p>fissionais ao invés de particulares devem ter natureza jurídica autárquica. São autarquias,</p><p>pessoas jurídicas de direito público e, consequentemente, vai determinar que as entidades</p><p>autárquicas são conselhos de profissão e, como autarquias, vão seguir as regras aplicáveis</p><p>às autarquias.</p><p>As autarquias profissionais:</p><p>Exercem poder de polícia, que é atividade típica de Estado;</p><p>No caso das autarquias profissionais, a atividade típica de Estado é justamente a ativi-</p><p>dade profissional.</p><p>www.grancursosonline.com.br</p><p>2www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>E</p><p>S</p><p>Organização Administrativa IV</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Pode receber orçamento público específico/Parafiscalidade.</p><p>A parafiscalidade é a possibilidade de cobrar tributos, é a transferência da capacidade</p><p>tributária. A competência tributária não pode ser delegada. É o poder que as entidades têm</p><p>de cobrar tributos dos seus associados, dos profissionais vinculados a ela, uma contribuição</p><p>de natureza tributária.</p><p>• Universidades públicas</p><p>São as autarquias educacionais. A universidade pública é uma autarquia em regime espe-</p><p>cial, visto que tem autonomia pedagógica.</p><p>Autonomia pedagógica</p><p>É uma liberdade maior conferida a essas entidades no exercício de sua atividade.</p><p>Podem ser exigidos da universidade resultados, metas, cumprimento de finalidade, mas</p><p>o ente da administração direta não pode interferir nas escolhas pedagógicas, nos critérios</p><p>da pedagogia a serem utilizados, dada a autonomia pedagógica da universidade. Pode-se</p><p>estabelecer parâmetros, mas não se pode interferir individualmente nas regras e critérios</p><p>pedagógicos.</p><p>A autonomia pedagógica é uma das características das universidades federais e a auto-</p><p>nomia cresce em razão da maior liberdade conferida a seus dirigentes, em virtude da forma</p><p>diferenciada de escolha.</p><p>Nas autarquias comuns, como regra, há uma estrutura no sentido de que há a entidade</p><p>da administração pública direta submetida ao controle da administração direta no que tange</p><p>aos aspectos da finalidade.</p><p>Dirigentes</p><p>As entidades da administração direta controlam os entes da administração indireta e uma</p><p>das formas de controle mais intensas é o fato de que o dirigente de uma autarquia ou um</p><p>ente da administração indireta é cargo em comissão livremente nomeado e exonerado pelo</p><p>ministério supervisor.</p><p>5m</p><p>www.grancursosonline.com.br</p><p>3www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>E</p><p>S</p><p>Organização Administrativa IV</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Portanto, o dirigente dificilmente vai se opor a decisões políticas de forma tão intensa.</p><p>Para evitar esse tipo de interferência, a regra é que os dirigentes são nomeados mediante</p><p>uma escolha de eleição. São eleitos pelo corpo docente e discente.</p><p>Os membros da autarquia vão fazer a indicação dos dirigentes. Na lista tríplice quem</p><p>nomeia é o Ministério Supervisor. Depois de nomeado o dirigente da universidade, ele cumpre</p><p>um mandato fixo, que varia de acordo com as entidades. O mandato fixo gera uma garantia</p><p>de que não pode ser exonerado livremente. Se for exonerado fora do prazo de mandato, é</p><p>gerada a nulidade do ato de exoneração. O cargo pode ser perdido por processo administra-</p><p>tivo, ação judicial, mas não é exonerável ad nutum.</p><p>Essa independência gera mais autonomia para a entidade autárquica, tem-se uma segu-</p><p>rança maior no mandato e, dessa forma, consegue tomar decisões mais pautadas na ativi-</p><p>dade da autarquia do que no medo de perder o cargo. Isso gera mais independência e auto-</p><p>nomia para a entidade autárquica.</p><p>• Agências reguladoras</p><p>São autarquias em regime especial. Não atuam no exercício da atividade típica de Estado.</p><p>Foram criadas para regular a prestação de serviço nas mãos dos particulares.</p><p>Na década de 90, primordialmente, começou-se a atuar de forma a fazer a privatização de</p><p>determinado serviço. Então, essa privatização se deu dentro de um contexto de implantação</p><p>do neoliberalismo no Brasil em que se buscou abrir o mercado e enxugar a máquina estatal.</p><p>A lógica era que se precisava transferir determinados serviços a particulares, deixando</p><p>nas mãos do Estado somente os serviços realmente essenciais. Os serviços como transporte</p><p>público, energia elétrica, telefonia, que até então eram prestados pelo Estado, começaram a</p><p>ser transferidos a particulares.</p><p>Quando o Estado presta um serviço público, a única coisa que busca é o interesse público.</p><p>O particular, quando presta um serviço público, a finalidade é o lucro.</p><p>No momento que o Estado transfere a particulares a prestação de serviço com a finali-</p><p>dade de obtenção de lucro começa a sentir a necessidade de fiscalizar a atividade. Por isso,</p><p>quando o Estado começou a transferir aos particulares a prestação do serviço público foi um</p><p>momento de criação das agências.</p><p>10m</p><p>15m</p><p>www.grancursosonline.com.br</p><p>4www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>E</p><p>S</p><p>Organização Administrativa IV</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Foram criadas autarquias, pessoas de direito público, com a finalidade não de prestar</p><p>serviço, mas de regulamentar e normatizar a prestação de serviço de interesse público nas</p><p>mãos dos particulares.</p><p>Ex.: Energia Elétrica: ENEL; Viação civil: ANAC; Transporte terrestre: NTT.</p><p>Todos os serviços de interesse social, mesmo que não sejam serviços públicos, podem</p><p>ser regulados por uma agência. É uma entidade autárquica criada com o intuito de fazer a</p><p>regulamentação na prestação de serviços públicos nas mãos do particular. Se o serviço é um</p><p>serviço de interesse social, vai ser executado pelo particular e regulado pela agência.</p><p>Atua na regulação das atividades dos particulares</p><p>As agências são criadas nesse contexto para regular, normatizar a prestação de serviços</p><p>de atividades de interesse público nas mãos de particulares.</p><p>Poder normativo</p><p>O ato normativo das agências reguladoras é a resolução, como resolução da ANAC,</p><p>ANATEL e ANEEL. São atos normativos expedidos pela agência reguladora com o intuito de</p><p>regular e normatizar a prestação dos serviços de interesse público nas mãos dos particulares.</p><p>Os atos normativos da agência reguladora vão ser expedidos para fiscalizar, normatizar</p><p>e regular a atividade pública. O poder</p><p>normativo da agência se limita ao prestador do serviço,</p><p>não pode ser expedido diretamente para o usuário.</p><p>O usuário é um particular, não é obrigado a fazer nada, senão em virtude de lei. O pres-</p><p>tador do serviço, no momento em que atua na prestação de serviço público, submete-se às</p><p>regras a serem utilizadas na execução do serviço público, que são implementadas pelas</p><p>normas das agências.</p><p>Ex.: É obediente à resolução da ANAC a pessoa que presta o serviço de aviação civil.</p><p>A regulação é necessária para que as regras sejam respeitadas. Vai dispor se pode ou</p><p>não cobrar mala, deve-se ser respeitado um espaço mínimo, por exemplo. Tudo isso está</p><p>dentro da estrutura de regulação do serviço que está sendo executado.</p><p>20m</p><p>www.grancursosonline.com.br</p><p>5www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>Organização Administrativa IV</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Ex.: A ANEEL tinha uma regulamentação que estabelecia que até 24h sem energia elé-</p><p>trica o particular não poderia pedir indenização. Essa norma extrapola os limites do poder</p><p>normativo da agência reguladora. É uma norma que limita e atua no direito de um particular,</p><p>usuário do serviço.</p><p>A lógica do poder normativo é criar regras que obrigam o prestador do serviço de aviação</p><p>civil, de energia elétrica, de telefonia e assim por diante.</p><p>A ANATEL estabelece que não é possível cobrar franquia mínima do serviço de telefonia</p><p>fixa ou móvel. Isso é permitido fazer, estão sendo estabelecidas regras para o serviço de</p><p>telefonia.</p><p>Teoricamente, a agência reguladora tem legitimidade para definir as regras a serem utili-</p><p>zadas pelo prestador do serviço na execução da atividade.</p><p>Teoria da captura</p><p>É uma teoria criada pela doutrina que é utilizada todas as vezes que se verifica que a</p><p>agência reguladora foi capturada pelo mercado. Em outras palavras, essa agência começa</p><p>a editar normas muito mais voltadas a proteger o lucro da empresa prestadora de serviço do</p><p>que o usuário, pois começa a se comover com as demandas das empresas concessionárias</p><p>deixando o usuário em segundo plano.</p><p>Ex.: Quando a ANAC permitiu a cobrança de mala despachada por meio de uma resolução.</p><p>A princípio, no que diz respeito à pessoa atingida, pode. Atinge o usuário, mas é uma</p><p>norma voltada para o prestador de serviço de aviação civil, ou seja, é uma norma que esta-</p><p>belece a possibilidade ou não de cobrança de mala. Essa norma está eivada por ilegalidade</p><p>em razão da teoria da captura.</p><p>Quando a ANAC emite uma resolução permitindo a cobrança de mala é uma resolução</p><p>que procura atender as demandas das empresas prestadoras do serviço de aviação civil,</p><p>deixando de lado os interesses do usuário.</p><p>O fato é que a norma continua vigorando, considerada legítima a atuação normativa da</p><p>agência ao estabelecer regras na prestação do serviço de aviação civil permitindo a cobrança</p><p>da bagagem separada da cobrança da passagem aérea do usuário, do particular.</p><p>Dirigentes</p><p>É dada uma maior independência a essas entidades em razão das garantias conferidas</p><p>aos seus dirigentes.</p><p>Os dirigentes dessa entidade autárquica não são nomeados por meio de simples ato do</p><p>ministério supervisor. Nessa agência reguladora, também não se tratam dirigentes comis-</p><p>sionados, não é cargo em comissão de livre nomeação e livre exoneração pelo ministério</p><p>supervisor.</p><p>25m</p><p>www.grancursosonline.com.br</p><p>6www.grancursosonline.com.br</p><p>Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>TA</p><p>ÇÕ</p><p>E</p><p>S</p><p>Organização Administrativa IV</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>A Lei das Agências, Lei n. 9.986/2000, é a lei federal que trata das agências reguladoras</p><p>em âmbito genérico da União. Cada agência reguladora tem a sua lei específica, a lei que</p><p>cria a entidade autárquica. As autarquias são criadas por lei.</p><p>A Lei n. 9.986/2000 dispõe que os dirigentes da agência reguladora são nomeados pelo</p><p>Presidente da República com aprovação do Senado Federal.</p><p>Em uma agência reguladora estadual, por simetria, a nomeação seria por ato do gover-</p><p>nador com aprovação da Assembleia.</p><p>No âmbito federal, o dirigente é nomeado pelo presidente da República com aprovação</p><p>do Senado e, esse dirigente, depois de nomeado, também vai cumprir um mandato fixo. Na</p><p>Lei n. 9.986/2000, o mandato fixo é de cinco anos. Isso não impede que leis específicas das</p><p>agências prevejam mandatos com prazos um pouco diversos.</p><p>Dentro do prazo de mandato, só pode perder o cargo se tiver cometido alguma infra-</p><p>ção ou se renunciar. É possível perder o cargo: mediante processo administrativo em que</p><p>se assegure o contraditório e ampla defesa, por meio de sentença judicial com trânsito em</p><p>julgado, se tiver cometido alguma das infrações regulamentadas na lei e por renúncia do</p><p>exercício da função. Na prática, se tiver cometido alguma das infrações, também deve ser</p><p>instaurado processo administrativo.</p><p>A garantia dada ao dirigente gera a ele mais poder de atuar de acordo com as suas con-</p><p>vicções e no interesse da agência, e menos com interferências políticas. Isso acaba refle-</p><p>tindo em uma maior independência para essa agência reguladora. Há uma independência</p><p>maior do que uma autarquia comum, cujo dirigente tem preocupação de ser demitido a qual-</p><p>quer momento.</p><p>30m</p><p>��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos de acordo com a aula pre-</p><p>parada e ministrada pelo professor Matheus Vianna de Carvalho.</p><p>A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo</p><p>ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-</p><p>siva deste material.</p><p>www.grancursosonline.com.br</p>