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<p>Universidade de Ribeirão Preto</p><p>Faculdade de Direito ‘’Laudo de Camargo’’</p><p>Direito</p><p>GIULIA M. J. TIERE</p><p>O CONCEITO CRIME PARA O DIREITO PENAL</p><p>RIBEIRÃO PRETO</p><p>2021</p><p>1</p><p>O CONCEITO CRIME PARA O DIREITO PENAL</p><p>RESUMO: O texto a seguir tem o objetivo de introduzir o tema sobre o conceito crime</p><p>para o Direito Penal e também visa demonstrar quais são os elementos que o circulam,</p><p>como condutas, crimes tentados, crimes consumados etc. O texto também visa demonstrar</p><p>como esses conceitos funcionam nos casos concretos e também em casos recentes</p><p>divulgados pela mídia.</p><p>Palavras-chave: Crime; Conduta; Iter Criminis.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Falar sobre o conceito de crime para o Direito Penal é falar sobre algo que pode ser</p><p>encontrado apenas em doutrinas, visto que o Código Penal utilizado no Brasil não traz consigo</p><p>uma definição exata do que é o crime, ou seja, o legislador não define o conceito estritamente</p><p>na lei penal. Embora a lei não traga essa definição, diversos doutrinadores passaram seus anos</p><p>estudando para que esse conceito acontecesse, e, atualmente três conceitos são os mais</p><p>disseminados. São eles: o critério material, o critério formal e o critério analítico.</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>De acordo com o critério material, o crime seria uma ação ou omissão humana que lesa,</p><p>ou expõe a perigo de lesão o bem jurídico fundamental. Nesse critério, o bem jurídico é o</p><p>primordial, como por exemplo: os crimes de homicídio a vida, o furto ao patrimônio etc. Já para</p><p>o critério formal, o crime é tudo aquilo que está previsto em lei, ou seja, para que tal fato seja</p><p>caracterizado como crime, é necessário que ele seja igual ao que está descrito na lei. Entretanto,</p><p>como pode se analisar, esses conceitos são muito rasos e insuficientes para conceituar tudo o</p><p>que envolve o crime. Dessa forma, atualmente, o conceito de crime está sendo analisado através</p><p>do critério analítico. De acordo com Rogério Greco (2019, p.200) “a função do conceito</p><p>analítico é a de analisar todos os elementos ou características que integram o conceito de</p><p>infração penal sem que com isso se queira fragmentá-lo”. Ou seja, analisa o crime de uma forma</p><p>mais abrangente e também com as suas estruturas elementares.</p><p>Como citado anteriormente, o critério analítico também analisa as estruturas do crime,</p><p>que podem ser: bipartidos, tripartidos e quadripartidos. Na definição pelo conceito bipartido, o</p><p>crime possui dois elementos: fato típico e ilicitude. Já o tripartido define que o crime é um fato</p><p>típico, ilícito e também culpável. Por fim, o quadripartido diz que o crime é composto por um</p><p>fato típico, ilícito, culpável e também punível. Embora existam esses vários conceitos e</p><p>definições, atualmente, o critério analítico do crime o define a partir da definição tripartida:</p><p>composto por fato típico, ilícito e culpável. Mas ainda existem doutrinadores que defendem</p><p>outras definições, por exemplo, o professor Munõz Conde acredita que o crime é composto por</p><p>fato típico, antijurídico, culpável e punível. E, para finalizar, com outro exemplo, os</p><p>2</p><p>doutrinadores Rogério Greco e Guilherme Nucci são adeptos da definição tripartida, que é a</p><p>aceita atualmente pelo conceito analítico.</p><p>2.1 Teoria Finalista e as condutas</p><p>Atualmente, se define o crime a partir do conceito tripartido do crime, que o resume em</p><p>três características: fato típico, ilicitude e culpabilidade. O fato típico é o primeiro elemento na</p><p>corrente tripartida. Dentro dele, encontram-se a conduta, o resultado, o nexo causal e a</p><p>tipicidade. No entanto, antigamente, a conduta era analisada através da Teoria da Causalidade.</p><p>Essa teoria basicamente pregava que, para ser caracterizado como crime, bastava que a conduta</p><p>causasse um resultado no mundo externo. Contudo, em contrariedade a Teoria da Causalidade,</p><p>Hans Welzel formulou a Teoria Finalista, que é a utilizada para definir a conduta no fato típico.</p><p>A grande diferenciação entre as duas teorias, é que a de Welzel acredita que a conduta humana</p><p>é algo voluntário, consciente e dirigida para algum fim. Ou seja, o homem tem a capacidade de</p><p>saber as consequências de seus atos, a finalidade deles. Para exemplificar melhor, em seu livro,</p><p>Cezar Roberto Bitencourt (2020, p.284), diz:</p><p>Para Welzel, “ação humana é exercício de atividade final. A ação é, portanto,</p><p>um acontecer ‘final’ e não puramente ‘causal’. A ‘finalidade’ ou o caráter final da</p><p>ação baseia-se em que o homem, graças a seu saber causal, pode prever, dentro de</p><p>certos limites, as consequências possíveis de sua conduta. Em razão de seu saber</p><p>causal prévio pode dirigir os diferentes atos de sua atividade de tal forma que oriente</p><p>o acontecer causal exterior a um fim e assim o determine finalmente”</p><p>Dentro do fato típico encontra-se as condutas do agente. Para a Teoria Finalista, existem</p><p>as formas: dolosa e culposa, comissivo ou omissivo. A conduta dolosa significa quando o agente</p><p>quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Exemplo: em um homicídio, se for provado</p><p>que o agente tinha a intenção de matar outrem, o crime se configura como doloso. Já a conduta</p><p>culposa significa quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou</p><p>imperícia. Exemplo: suponha-se que o agente anda na contramão com o seu veículo, e com essa</p><p>ação acaba atropelando alguém. Se ficar comprovado que o agente não tinha a intenção de ferir</p><p>outrem, configura um crime culposo. É importante que durante o processo as partes fiquem</p><p>bem atentas em comprovar os fatos, pois as penas dos crimes culposos são bem mais brandas</p><p>do que a dos crimes dolosos.</p><p>Nos modos de execução da conduta se tem as condutas comissivas e omissivas. As</p><p>condutas comissivas são praticadas por uma ação positiva, quando o agente faz algo ilícito, uma</p><p>norma proibitiva. Exemplo: a ação de matar alguém, o homicídio. Já os crimes omissivos</p><p>consistem na abstenção do agente, ou seja, quando o agente tinha a obrigatoriedade de fazer</p><p>algo, mas não o fez. Ainda mais longe, dentro da conduta omissiva, existem duas formas: as</p><p>condutas omissivas próprias e as impróprias. As condutas omissivas próprias se baseiam em</p><p>3</p><p>uma omissão, nesse caso, o agente se omite quando sua função é agir. Exemplo: a omissão de</p><p>socorro. Suponha-se que determinado indivíduo atropele outro e, vendo a gravidade da situação</p><p>resolva fugir; essa ação configura uma omissão de socorro, que automaticamente acarreta um</p><p>crime omissivo próprio ou simples, visto que o agente foi omisso quando deveria ter agido.</p><p>Os crimes omissivos impróprios se baseiam em quando o agente deve agir (e tem essa</p><p>responsabilidade) para evitar determinado resultado e não o faz. Nesse caso, o agente possui</p><p>um dever de agir para evitar que determinado resultado aconteça. Rogério Greco (2019) utiliza</p><p>como exemplo um caso hipotético de uma mãe. Suponha-se que a mãe, na tentativa de matar o</p><p>filho, o deixou sem subsistência por dias e dias, até que ele veio a falecer. Essa mãe foi omissiva,</p><p>pois possuía o status de garantidora e ainda assim deixou que o filho morresse por falta de</p><p>nutrientes. Resumindo: a mãe tinha o dever de cuidado e proteção com o seu filho, e poderia</p><p>ter agido para que a morte não viesse a acontecer, entretanto, não o fez.</p><p>Portanto, se analisa que nas condutas comissivas se fala basicamente sobre normas</p><p>proibitivas. Já as condutas omissivas, sejam elas próprias ou impróprias, falam sobre a omissão</p><p>do agente quando sua função era agir.</p><p>2.2 Crimes consumados e crimes tentados</p><p>De acordo com o art. 14, inciso I do Código Penal diz-se o crime “consumado, quando</p><p>nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.” Ou seja, para que o crime seja</p><p>consumado, é necessário que nele tenham ocorrido todos os elementos que estão na sua</p><p>definição legal. Exemplo: nos crimes materiais é necessário que haja um resultado para que o</p><p>crime seja consumado.</p><p>No caso de homicídio, é preciso que a vítima venha a falecer para que</p><p>o crime seja consumado, ou seja, o resultado morte é preciso para que a consumação se torne</p><p>realidade. Nos crimes formais, o resultado não interfere na consumação. Um exemplo prático</p><p>seria o crime de sequestro. Nesse caso, o sequestro foi feito objetivando ter o dinheiro do</p><p>resgate. Mesmo que os agentes não tenham recebido o dinheiro, a partir do momento em que a</p><p>vítima foi sequestrada, o crime foi consumado. Ou seja, nos crimes formais, basta pôr a conduta</p><p>em ação para o crime se consumar. Por fim, pode-se utilizar como exemplo também os crimes</p><p>de mera conduta. Neles, não se prevê um resultado, o crime é consumado quando a ação do</p><p>agente é feita, não se importando com qualquer resultado. O crime de violação de domicílio</p><p>exemplifica bem os crimes de mera conduta, pois é necessário apenas que o agente entre na</p><p>casa de outrem sem permissão, para que o crime se consuma.</p><p>O inciso II do mesmo artigo traz um conteúdo sobre os crimes tentados, diz-se o crime</p><p>“tentando, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade</p><p>do agente”. Ou seja, os crimes tentados são aqueles em que o agente não conseguiu terminar</p><p>4</p><p>sua ação por várias circunstâncias. Os crimes tentados se resumem em três elementos: início da</p><p>execução, não consumação e circunstâncias alheias. Suponha-se que determinado indivíduo</p><p>compre uma arma e dispare um tiro contra alguém, essa ação caracteriza o início da execução.</p><p>Em seguida, alguém empurra o agente e ele erra o tiro, fazendo com que a vítima saia ilesa.</p><p>Essa segunda ação caracteriza a não consumação e também a não consumação por</p><p>circunstâncias alheias, visto que era vontade do agente ferir outrem, no entanto, ele foi impedido</p><p>por alguém, evitando assim, a consumação.</p><p>A grande diferença entre os crimes de consumação e de tentativa, é que nos crimes</p><p>consumados o fato realmente chegou ao seu resultado, e, nos crimes de tentativa, o crime não</p><p>chegou ao seu resultado devido as circunstâncias alheias que impediram a consumação do</p><p>crime. A consequência disso são as penas aplicadas. Ainda no art. 14, o parágrafo único discorre</p><p>sobre a pena da tentativa: “salvo em disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena</p><p>correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”. Ou seja, além das</p><p>diferenças iniciais, a pena para os crimes tentados é mais branda.</p><p>O iter criminis é um fator muito importante quando se fala de crime, Cezar Roberto</p><p>Bitencourt (2020, p. 1181) define como:</p><p>Como em todo ato humano voluntário, no crime a ideia antecede a ação. É</p><p>no pensamento do homem que se inicia o movimento delituoso, e a sua primeira fase</p><p>é a ideação e a resolução criminosa. Há um caminho que o crime percorre, desde o</p><p>momento em que germina, como ideia, no espírito do agente, até aquele em que se</p><p>consuma no ato final. A esse itinerário percorrido pelo crime, desde o momento da</p><p>concepção até aquele em que ocorre a consumação, chama-se iter criminis.</p><p>O iter criminis, citado anteriormente pelo doutrinador, se compõe pelas fases de</p><p>cogitação, preparação, execução, consumação e exaurimento. A cogitação não constitui crime</p><p>pois é uma fase em que o criminoso em potencial apenas está elaborando em suas ideias. Logo</p><p>em seguida, se tem a preparação, onde o agente começa a se preparar para o crime, como</p><p>comprando uma arma, por exemplo. Na execução, se tem o início de toda a prática criminal, e</p><p>ela pode acontecer de duas formas. Na primeira forma, o agente consegue consumar o crime,</p><p>ou seja, chegou a resultado previsto. No entanto, na segunda forma não é necessário que o crime</p><p>se consume, que é o caso dos crimes tentados. O iter criminis dos crimes tentados param na</p><p>fase de execução, pois o crime foi impedido por circunstâncias alheias à vontade do criminoso.</p><p>Entretanto, houve dolo, pois a vontade do agente era obter um resultado, mas foi impedido</p><p>devido a algo. Por fim, é importante ressaltar que os crimes culposos não possuem iter criminis,</p><p>pois não há vontade.</p><p>5</p><p>2.3 Caso do menino Henry</p><p>Recentemente, foi a mídia o caso de Henry Borel Medeiros, um garoto de 4 anos que</p><p>veio a falecer no dia 8 de março deste ano. O menino foi encontrado morto no apartamento de</p><p>sua mãe e seu cônjuge, Dr. Jairinho.</p><p>O que foi intrigante no caso é que nos primeiros depoimentos, a mãe e o padrasto</p><p>relataram que o garoto havia morrido devido a uma lesão, ao cair da cama. Entretanto, o laudo</p><p>do IML mostrou uma versão totalmente diferente, visto que a causa da morte foi uma</p><p>hemorragia interna e uma laceração no fígado causada por uma ação contundente. Ou seja, foi</p><p>totalmente descartado que a morte teria sido causada pela queda.</p><p>Os últimos acontecimentos do caso revelaram prints de conversas entre a mãe e a babá,</p><p>onde ficou claro que a mãe estava totalmente ciente sobre as agressões que Henry vinha</p><p>sofrendo por parte do padrasto. Mesmo sabendo do que acontecia entre o padrasto e o menino,</p><p>Monique, mãe de Henry, não tomou nenhuma atitude.</p><p>Analisando o caso, que ainda está em fase de inquérito policial, pode-se chegar na</p><p>conclusão de que Monique agiu de forma omissa perante a situação. Os crimes omissivos são</p><p>crimes onde o tipo penal narra uma omissão. No caso de Henry, a mãe cometeu um crime</p><p>omissivo impróprio, pois deveria ter agido para que o resultado não acontecesse. Nesses crimes,</p><p>a pessoa tem a responsabilidade de agir. Monique gozava do status de garantidora, e por isso</p><p>pode ser considerada como omissa. O §2º do art. 13 diz: “A omissão é penalmente relevante</p><p>quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incube a quem: a)</p><p>tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a</p><p>responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da</p><p>ocorrência do resultado”. Presume-se que Monique, em seu papel de mãe, deveria cumprir com</p><p>a obrigação de cuidado e proteção com seu filho. Sabendo das agressões, ela poderia ter agido</p><p>para evitar que o trágico acontecesse, entretanto, como não cumpriu com as suas obrigações, o</p><p>pior aconteceu. Portanto, ela foi omissa pois poderia ter agido para evitar o resultado, que foi a</p><p>morte de Henry.</p><p>2.4 Crimes omissivos impróprios no caso concreto</p><p>A jurisprudência a seguir mostra um caso em que teve crime de omissão imprópria por</p><p>parte de uma irmã, pois ela deixava que seu marido abusasse sexualmente de suas irmãs</p><p>menores de idade, e não fazia nada para evitar o resultado. A jurisprudência relata que ela estava</p><p>ciente das atitudes do marido, dentro de sua própria casa, e não agiu quando deveria. Mesmo</p><p>que ela não se enquadre na alínea “a” art. 13, §2, do CP, a irmã mais velha assumiu os riscos</p><p>ao trazer suas irmãs mais novas em sua casa, ainda mais sabendo do que acontecia. Como não</p><p>6</p><p>agiu quando deveria e não denunciou o agressor, ela pode ser culpada por crime de omissão</p><p>imprópria. A ementa da jurisprudência diz:</p><p>HABEAS CORPUS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. OMISSÃO IMPRÓPRIA.</p><p>IRMÃ DAS VÍTIMAS. ALEGAÇÃO DE ATIPICIDADE. AUSÊNCIA DO DEVER</p><p>LEGAL DE AGIR.</p><p>TESE NÃO ACOLHIDA. POSSÍVEL ASSUNÇÃO DO PAPEL DE</p><p>GARANTIDOR.</p><p>INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. INVIABILIDADE.</p><p>ILEGALIDADE NÃO VERIFICADA. WRIT NÃO CONHECIDO.</p><p>1. Os crimes omissos impróprios, nas lições de Guilherme de Souza Nucci, são</p><p>aqueles que "(...) envolvem um não fazer, que implica a falta do dever legal de agir,</p><p>contribuindo, pois, para causar o resultado. Não têm tipos específicos, gerando uma</p><p>tipicidade por extensão. Para que alguém responda por um delito omissivo impróprio</p><p>é preciso que tenha o dever de agir, imposto por lei, deixando de atuar, dolosa ou</p><p>culposamente, auxiliando na produção do resultado." (Nucci, Guilherme de Souza.</p><p>Código Penal Comentado. 19.ed. Rio de Janeiro: Forrense, 2019, p. 140).</p><p>2. Muito embora uma</p><p>irmã mais velha não possa ser enquadrada na alínea "a" do art.</p><p>13, §2, do CP, pois o mero parentesco não torna penalmente responsável um irmão</p><p>para com o outro, caso caracterizada situação fática de assunção da figura do</p><p>"garantidor" pela irmã, nos termos previstos nas duas alíneas seguintes do referido</p><p>artigo ("b" e "c"), não há falar em atipicidade de sua conduta. Hipótese em que a</p><p>acusada omitiu-se quanto aos abusos sexuais em tese praticados pelo seu marido na</p><p>residência do casal contra suas suas irmãs menores durante anos. Assunção de</p><p>responsabilidade ao levar as crianças para sua casa sem a companhia da genitora e</p><p>criação de riscos ao não denunciar o agressor, mesmo ciente de suas condutas, bem</p><p>como ao continuar deixando as meninas sozinhas em casa.</p><p>3. "Estando apta a denúncia, não há que se falar em ausência de justa causa para a</p><p>ação penal segundo a tese de inexigibilidade de conduta diversa, face a necessidade</p><p>de sua demonstração ao longo da instrução processual." (HC 284.620/BA, Rel.</p><p>Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 9/8/2016, DJe</p><p>23/8/2016).</p><p>4. Writ não conhecido.</p><p>(HC 603.195/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em</p><p>06/10/2020, DJe 16/10/2020)</p><p>3 CONCLUSÃO</p><p>O conceito de crime para o Direito Penal durante vários anos ficou sem possuir uma boa</p><p>definição, uma definição que suprisse todas as suas necessidades. Porém, com muito estudo,</p><p>vários doutrinadores trouxeram à tona o conceito analítico do crime. Esse conceito é o mais</p><p>utilizado atualmente para definir o conceito de crime para o Direito Penal, pois abrange todos</p><p>os elementos e características que o integram.</p><p>Por fim, essa forma de analisar o crime é muito necessária, pois o crime é um conceito</p><p>muito complexo, não pode ser analisado como apenas uma parte, mas sim como um todo, com</p><p>todos os seus elementos e características.</p><p>7</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALBUQUERQUE, Humberto. Saiba a diferença entre crime tentado e consumado. 2019.</p><p>Disponível em: https://noticias.cers.com.br/noticia/saiba-a-diferenca-entre-crime-tentado-e-</p><p>consumado/. Acesso em: 23 abr. 2021.</p><p>BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 26. ed. São Paulo:</p><p>Saraiva, 2020. Disponível em:</p><p>file:///C:/Users/giuli/Documents/Unaerp/3%C2%BA%20semestre/Direito%20Penal%20I/Livr</p><p>os/Tratado%20de%20Direito%20Penal%201%20by%20Cezar%20Roberto%20Bitencourt%2</p><p>0(z-lib.org).pdf. Acesso em: 23 abr. 2021.</p><p>BRAGA, Leonora Priscilla Mollás . Teorias do Crime: Análise e Reflexões. 2018. 68 p.</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso em Pós Graduação Lato Sensu (Pós Graduação em Direito</p><p>Penal). Faculdade de Direito Damásio de Jesus, São Paulo: 2018. Disponível em</p><p>. Acesso em: 23</p><p>abr. 2021</p><p>BRASIL. Decreto-Lei nº 2848, de 07 de dezembro de 1940. CÓDIGO PENAL.. Decreto-Lei</p><p>Nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Rio de Janeiro , 31 dez. 1940. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 23 abr.</p><p>2021</p><p>BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus nº 2020/0195684-0. Relator: Ministro</p><p>Ribeiro Dantas. Habeas Corpus Nº 603.195. 16 out. 2020. Disponível em:</p><p>https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202001956840&dt_pu</p><p>blicacao=16/10/2020. Acesso em: 23 abr. 2021.</p><p>CAROLINO, Anderson Zeferino dos Santos. As fases do iter criminis. 2017. Disponível em:</p><p>https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/as-fases-do-iter-criminis/. Acesso em: 23</p><p>abr. 2021.</p><p>GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. 21. ed. Niterói: Impetus, 2019. 1008 p.</p><p>QUEIROZ, Diego Lima. Crime consumado e crime tentado. 2016. Disponível em:</p><p>https://jus.com.br/artigos/48082/crime-consumado-e-crime-</p><p>tentado#:~:text=No%20crime%20subjetivamente%20consumado%20a,justifica%20a%20dim</p><p>inui%C3%A7%C3%A3o%20da%20pena.. Acesso em: 23 abr. 2021.</p><p>ROMANO, Rogério Tadeu. O instituto da tentativa. 2014. Disponível em:</p><p>https://jus.com.br/artigos/32529/o-instituto-da-</p><p>tentativa#:~:text=Sabe%2Dse%2C%20pois%2C%20que,alheias%20%C3%A0%20vontade%</p><p>20do%20agente.&text=S%C3%A3o%20elementos%20da%20tentativa%3A%20a,independen</p><p>tes%20da%20vontade%20do%20agente.. Acesso em: 23 abr. 2021.</p><p>SANTOS, Eduardo José Fernandes dos. Conceitos de crime: formal, material e analítico. 2017.</p><p>Disponível em: https://jus.com.br/artigos/58994/conceitos-de-crime-formal-material-e-</p><p>analitico. Acesso em: 23 abr. 2021.</p>