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<p>Interações entre plantas medicinais/</p><p>fitoterápicos e medicamentos/</p><p>alimentos</p><p>As ocorrências de interações pelo uso associado de plantas medicinais e fitoterápicos com medicamentos</p><p>e alimentos.</p><p>Profª. Maria Helena Durães Alves Monteiro</p><p>1. Itens iniciais</p><p>Propósito</p><p>Destacar a importância do conhecimento das interações de plantas medicinais e fitoterápicos com</p><p>medicamentos e alimentos, para que seu uso seja racional e orientado nas práticas das diferentes áreas da</p><p>saúde, em especial na atuação profissional do farmacêutico.</p><p>Objetivos</p><p>Definir os tipos de interação de importância farmacológica e clínica relevantes para o estudo de</p><p>plantas medicinais e fitoterápicos.</p><p>Descrever as principais interações de plantas medicinais e fitoterápicos com medicamentos alopáticos.</p><p>Reconhecer as principais interações de alimentos e suplementos alimentares.</p><p>Introdução</p><p>Neste conteúdo, apresentaremos as interações de plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e suplementos,</p><p>relacionando suas definições e características relevantes para a prática dos profissionais da área de saúde.</p><p>Destacaremos os medicamentos fitoterápicos usados para o tratamento de várias doenças, associando os</p><p>efeitos adversos e as interações entre medicamentos e plantas medicinais, alimentos e suplementos</p><p>alimentares.</p><p>Este material pode ser o início de um estudo mais profundo para profissionais de saúde envolvidos na terapia</p><p>e que objetivam maximizar os resultados clínicos, reduzindo os efeitos negativos e tóxicos das plantas e</p><p>evitando interações medicamentosas.</p><p>•</p><p>•</p><p>•</p><p>1. Tipos de interações</p><p>Interações: definições e classificação</p><p>O termo “interação” é muito usado em diversas áreas das ciências farmacêuticas, incluindo a farmacologia, a</p><p>farmacognosia e a fitoterapia. Antes de iniciarmos o uso desse termo no contexto dos medicamentos</p><p>(alopáticos e fitoterápicos), vamos relembrar o que significa interação?</p><p>De forma bem simples, podemos definir interação como a influência recíproca de um elemento sobre</p><p>outro.</p><p>Os efeitos fisiológicos ou farmacológicos de substâncias que entram em contato com nosso organismo,</p><p>independentemente de sua origem ou via de administração, estão sujeitos a sofrer (e gerar) influências,</p><p>diretas ou indiretas, umas sobre as outras. Com essa definição em mente, vamos iniciar nosso estudo sobre as</p><p>interações medicamentosas.</p><p>Os princípios utilizados na identificação das</p><p>interações medicamentosas são os mesmos</p><p>estudados para os xenobióticos, ou seja,</p><p>substâncias químicas estranhas ao organismo</p><p>humano que podem ou não ter efeito nocivo à</p><p>saúde.</p><p>O efeito produzido tem relação com diversos</p><p>fatores, como a quantidade do medicamento, a</p><p>idade e o tempo de exposição do indivíduo, as</p><p>características fisiológicas e as condições de</p><p>adoecimento crônico.</p><p>Assim, as interações de plantas medicinais/</p><p>fitoterápicos com medicamentos, diretamente ou entre si, e ainda dos alimentos/suplementos alimentares com</p><p>medicamentos que apresentem compostos bioativos são de interesse para a prática dos profissionais da área</p><p>de saúde que precisam orientar o usuário de forma correta.</p><p>As possibilidades de interação são inúmeras, incluindo medicamentos, drogas, plantas medicinais,</p><p>fitoterápicos, alimentos, suplementos alimentares e outros ingredientes.</p><p>Atenção</p><p>As interações medicamentosas estão entre as mais investigadas e podem ser definidas como o evento</p><p>clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida</p><p>ou algum agente químico-ambiental, constituindo causa comum de efeitos adversos.</p><p>Os medicamentos, quando administrados em conjunto com outras substâncias, como outros medicamentos,</p><p>substâncias químicas ou do ambiente, alimentos, plantas medicinais e fitoterápicos, podem ter efeitos</p><p>diferentes dos esperados caso fossem usados isoladamente, podendo até mesmo interferir em exames</p><p>laboratoriais.</p><p>Vamos relembrar as definições de medicamento e insumo farmacêutico ativo (IFA), que inclui o fármaco, de</p><p>acordo com a Anvisa.</p><p>É importante lembrar que as plantas utilizadas para fins medicinais podem ser encontradas no mercado</p><p>nacional nas categorias de alimento, suplemento alimentar e droga vegetal (medicinal), enquanto os</p><p>medicamentos fitoterápicos pertencem à categoria regulada nos órgãos oficiais e podem ser encontrados em</p><p>farmácias ou drogarias ou serem elaborados em farmácias magistrais. Dessa forma, é fundamental conhecer a</p><p>espécie vegetal e as formas farmacêuticas disponíveis para indicação e/ou prescrição.</p><p>Agora, vamos conhecer como as interações se classificam e os mecanismos pelos quais atuam no organismo</p><p>humano.</p><p>Tipos de interações e seus mecanismos</p><p>Para estudar as interações entre os xenobióticos, é necessário conhecer os principais tipos e seus</p><p>mecanismos de atuação, pois assim será possível predizer, identificar e evitar seu surgimento no organismo</p><p>quando necessário. A maioria dos mecanismos pode ser categorizada como:</p><p>A maioria dos mecanismos pode ser categorizada como:</p><p>Interações químicas diretas Farmacodinâmicas</p><p>Farmacocinéticas</p><p>Interações químicas diretas</p><p>A formação de dois produtos químicos (substância/complexo químico com outro) pode modificar a ação de um</p><p>deles ou de ambos. De forma geral, as interações químicas diretas requerem a ingestão de ambos os produtos</p><p>químicos num período relativamente curto entre eles.</p><p>Medicamento</p><p>“Produto farmacêutico,</p><p>tecnicamente obtido</p><p>ou elaborado, com</p><p>finalidade profilática,</p><p>curativa, paliativa ou</p><p>para fins de</p><p>diagnóstico” (BRASIL,</p><p>2007, n. p.).</p><p>É uma forma</p><p>farmacêutica</p><p>terminada que</p><p>contém o fármaco,</p><p>geralmente em</p><p>associação com</p><p>adjuvantes</p><p>farmacotécnicos.</p><p>Insumo farmacêutico ativo (IFA)</p><p>“Substância química ativa, fármaco,</p><p>droga ou matéria-prima que tenha</p><p>propriedades farmacológicas com</p><p>finalidade medicamentosa, utilizada</p><p>para diagnóstico, alívio ou tratamento,</p><p>empregada para modificar ou explorar</p><p>sistemas fisiológicos ou estados</p><p>patológicos, em benefício da pessoa na</p><p>qual se administra.” (BRASIL, 2020a, n.</p><p>p.).</p><p>Exemplo</p><p>A ligação da tetraciclina (antibiótico) ao carbonato de cálcio (de alimentos ou suplementos) no intestino</p><p>delgado forma um produto insolúvel que provoca a redução ou a perda da ação terapêutica do</p><p>antibiótico. Outro exemplo é a atuação dos antídotos, que formam complexos e podem alterar</p><p>significativamente a taxa de absorção de outras substâncias químicas pela alteração do pH ou pelo</p><p>tempo de esvaziamento gástrico.</p><p>Interações farmacodinâmicas</p><p>Resultam em mudanças na resposta biológica das duas substâncias (xenobióticos) envolvidas, mas sem</p><p>qualquer alteração na concentração plasmática de qualquer uma delas. Quando os dois xenobióticos possuem</p><p>ação farmacológica semelhante, produzem um efeito aditivo ou sinérgico. Porém, quando dois xenobióticos</p><p>têm efeitos farmacológicos opostos, produzem uma resposta reduzida ou nula.</p><p>A ocorrência e o resultado de uma interação farmacodinâmica dependem dos seguintes fatores sobre as</p><p>substâncias: local (ou locais) de ação, mecanismo da atividade biológica e previsibilidade da obtenção de</p><p>níveis adequados nos sítios de ação. As interações farmacodinâmicas podem ser diretas ou indiretas:</p><p>1</p><p>Interações farmacodinâmicas diretas (IFD)</p><p>Ocorrem no mesmo sítio de ligação, um receptor extracelular ou uma enzima, em que cada</p><p>substância (xenobiótico) exerce o seu efeito farmacológico. Os dois xenobióticos podem produzir um</p><p>efeito fisiológico aditivo ou, no caso de um deles ser um antagonista (que impede a ativação do</p><p>receptor) ou um agonista mais fraco (que ativa o receptor, mas gera uma resposta menos intensa), o</p><p>resultado pode ser a diminuição da resposta ao agonista mais forte.</p><p>2Interações farmacodinâmicas indiretas</p><p>Ocorrem quando dois xenobióticos atuam na mesma via fisiológica desde o receptor ao efetor, mas</p><p>em sítios moleculares de ação diferentes. Ou seja, duas substâncias (xenobióticos) podem afetar</p><p>cada uma o mesmo órgão, mas de formas diferentes, e, quando ingeridas em conjunto, podem</p><p>aumentar significativamente a propensão para o dano de órgãos, mesmo</p><p>eletronicamente em: 24 set. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de</p><p>Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename</p><p>2020. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020b. Consultado eletronicamente em: 24 set. 2021.</p><p>CUSTODIO, J. M.; WU, C.; BENET, L. Z. Predicting drug disposition, absorption, elimination, transporter</p><p>interplay and the role of food on drug absorption. Adv. Drug Deliv. Rev., v. 60, n. 6, p. 717-733, 2008.</p><p>HANSTEN, P. D. Interações de medicamentos importantes e seus mecanismos. In: KATZUNG, B. G.</p><p>Farmacologia básica e clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, p. 932-942.</p><p>KAHRAMAN, C.; ARITULUK, Z.C.; CANKAYA, I.I.T. The clinical importance of herb-drug interactions and</p><p>toxicological risks of plants and herbal products. In: ERKEKOGLU, P.; OGAWA, T. (Eds.). Medical Toxicology.</p><p>[S.l.]: IntechOpen, 2020, não paginado. Consultado na internet em: 13 set. 2021.</p><p>LISBOA, S. M. L. Interações e incompatibilidades medicamentosas. In: GOMES, M. J. V. M.; REIS, A. M. M.</p><p>Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2000, p. 147-163.</p><p>MOURA, M. R. L.; REYES, F. G. R. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev Nutr., v. 15, n. 2, p. 223-238,</p><p>2002.</p><p>OSÓRIO-DE-CASTRO, C. G. S.; TEIXEIRA, C. C. Interações de medicamentos. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER,</p><p>L.; FERREIRA, M. B. C. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 3. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Guanabara Koogan, 2004, p. 63-95.</p><p>QUINN, D. I.; DAY, R. O. Clinically important drug interactions. In: SPEIGHT, T. M.; HOLFORD, N. H. G. (Ed.).</p><p>Avery’s drug treatment. 4. ed. Auckland, NZ: Adis, 1997, p. 301-338.</p><p>STOCKLEY, I. H. Drug interactions. 5. ed. London, UK: Pharmaceutical Press, 1999.</p><p>WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology. Norwegian</p><p>Institute of Public Health. Anatomical Therapeutic Chemical, ATC/DDD Index 2021.</p><p>WILLIAMSON, E. Interações medicamentosas de Stockley: plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos.</p><p>Porto Alegre: Artmed, 2012.</p><p>Interações entre plantas medicinais/fitoterápicos e medicamentos/alimentos</p><p>1. Itens iniciais</p><p>Propósito</p><p>Objetivos</p><p>Introdução</p><p>1. Tipos de interações</p><p>Interações: definições e classificação</p><p>Atenção</p><p>Tipos de interações e seus mecanismos</p><p>Interações químicas diretas</p><p>Farmacodinâmicas</p><p>Farmacocinéticas</p><p>Interações químicas diretas</p><p>Exemplo</p><p>Interações farmacodinâmicas</p><p>Interações farmacodinâmicas diretas (IFD)</p><p>Interações farmacodinâmicas indiretas</p><p>Interações farmacocinéticas</p><p>Atenção</p><p>Importância e ocorrência das interações</p><p>Saiba mais</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe).</p><p>Alho (Allium sativum L.).</p><p>Hortelã (Mentha × piperita).</p><p>Atenção</p><p>Café com o especialista: interações medicamentosas</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Tipos e mecanismo das interações</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Importância e ocorrência das interações</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>2. Interações com medicamentos alopáticos</p><p>Plantas medicinais e fitoterápicos</p><p>Fitoterapia</p><p>Planta medicinal</p><p>Fitoterápicos</p><p>Interações plantas medicinais/fitoterápicos: principais espécies botânicas</p><p>Saiba mais</p><p>Principais espécies botânicas</p><p>Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae)</p><p>Alho (Allium sativum L., Amaryllidaceae)</p><p>Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville., Leguminosae)</p><p>Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae)</p><p>Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC., Rhamnaceae)</p><p>Castanha-da-Índia (Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae)</p><p>Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae)</p><p>Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moench., Asteraceae)</p><p>Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae)</p><p>Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L., Hypericaceae)</p><p>Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek e Maytenus aquifolia Mart., Celastraceae)</p><p>Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e Harpagophytum zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann., Pedaliaceae)</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe, Zingiberaceae)</p><p>Ginkgo (Ginkgo biloba L., Ginkgoaceae)</p><p>Guaraná (Paullinia cupana Kunth., Sapindaceae)</p><p>Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae)</p><p>Maracujá (Passiflora incarnata L., Passifloraceae)</p><p>Sene (Senna alexandrina Mill., Leguminosae)</p><p>Saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small., Arecaceae)</p><p>Soja (Glycine max (L.) Merr., Leguminosae)</p><p>Trevo-vermelho (Trifolium pratense L., Leguminosae)</p><p>Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.), Rubiaceae)</p><p>Valeriana (Valeriana officinalis L., Caprifoliaceae)</p><p>Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe (Zingiberaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/Medicamentos e efeitos das interações</p><p>Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L. (Hypericaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Valeriana (Valeriana officinalis L. (Caprifoliaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Efeito e uso</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Medicamentos fitoterápicos X medicamentos alopáticos: importantes interações medicamentosas</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Plantas medicinais e fitoterápicos: alguns conceitos</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Interações plantas medicinais / fitoterápicos - principais espécies botânicas</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>3. Interações de alimentos e suplementos</p><p>Interações medicamentosas à base de plantas clinicamente relevantes</p><p>Interação medicamento-alimento</p><p>Atenção</p><p>Agrião (Nasturtium officinale W.T. Aiton, Brassicaceae)</p><p>Toranja (suco de grapegruit ou pomelo, Citrus paradisi, Rutaceae)</p><p>Bebidas alcoólicas</p><p>Saiba mais</p><p>Bebidas com cafeína</p><p>Medicamentos fitoterápicos X alimentos e suplementos alimentares: importantes interações medicamentosas</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Interações entre alimentos e suplementos alimentares</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Principais alimentos e suplementos alimentares</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>4. Conclusão</p><p>Considerações finais</p><p>Podcast</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Explore +</p><p>Referências</p><p>que os efeitos tóxicos não</p><p>sejam detectados independentemente.</p><p>Um exemplo de interação farmacodinâmica indireta seria o consumo concomitante da folha de Ginkgo com um</p><p>inibidor da ciclo-oxigenase, como a aspirina. Considerando seu suposto antagonismo de fator de ativação de</p><p>plaquetas, ocorreria um aumento da propensão para hemorragias, ou seja, um efeito aditivo da ação</p><p>farmacológica.</p><p>Se a planta medicinal/o fitoterápico e o medicamento afetam o mesmo receptor ou o mesmo local de ação,</p><p>ocorre uma interação potencializando o seu efeito — o que chamamos de sinergismo. Mas se a sua ação é</p><p>reduzida ou anulada, ocorre o antagonismo. Entenda a seguir:</p><p>Interações farmacocinéticas</p><p>Ocorrem quando uma substância (xenobiótico) afeta a absorção, a distribuição, o metabolismo ou a excreção</p><p>de outra substância, resultando em níveis alterados de uma delas ou dos seus metabólitos. Essas interações</p><p>incluem efeitos causados pelas substâncias químicas nas enzimas metabolizadoras e transportadoras que</p><p>afetam o período da concentração de uma ou de ambas as substâncias químicas no organismo. Normalmente</p><p>ocorrem nos intestinos, no fígado ou nos rins e são classificadas de acordo com o seu local de ação,</p><p>mecanismo de alteração (metabolismo como um todo: absorção, distribuição e excreção), competição para a</p><p>ligação de proteínas e efeito sobre a excreção.</p><p>Os xenobióticos sofrem frequentemente alterações metabólicas por enzimas (as do citocromo P450</p><p>e a UDP-glucuronil-transferase (UGTs), por exemplo) resultando na formação de derivados</p><p>estruturalmente modificados (metabólitos) que podem possuir diferentes atividades farmacológicas</p><p>(maiores ou menores) quando comparados com os do composto parental consumido.</p><p>Um grupo importante de enzimas xenobióticas metabolizadoras são as enzimas citocromo P450 (CYP), uma</p><p>superfamília de hemoproteínas que mediam a biotransformação de compostos endógenos e exógenos no</p><p>fígado, no intestino e em outros locais. Algumas isoenzimas de CYP envolvidas com reações farmacocinéticas</p><p>significativas em humanos na metabolização de xenobióticos são: CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6,</p><p>CYP2E1, CYP3A4, CYP2A6 e CYP2B6.</p><p>Sinergismo</p><p>O sinergismo ocorre nos casos em que duas</p><p>ou mais substâncias (xenobióticos)</p><p>administradas conjuntamente têm o mesmo</p><p>efeito farmacológico. Como exemplo de efeito</p><p>aditivo prejudicial, temos o uso concomitante</p><p>de depressores do sistema nervoso central</p><p>(SNC) e etanol, cujos efeitos vão desde a</p><p>redução das habilidades psicomotoras até o</p><p>coma e óbito.</p><p>Antagonismo</p><p>No antagonismo, a administração</p><p>conjunta de substâncias (xenobióticos)</p><p>pode levar à diminuição do efeito, por</p><p>exemplo, por competição ou bloqueio</p><p>do receptor. Como exemplo temos o</p><p>efeito farmacológico dos</p><p>hipoglicemiantes é reduzido pela</p><p>administração conjunta de</p><p>glicocorticoides. No entanto, o</p><p>antagonismo torna-se benéfico quando</p><p>uma substância é empregada como</p><p>corretiva ou antídoto.</p><p>Toranja</p><p>Transportador codificado com MDR1.</p><p>Uma vez que muitos produtos químicos são substratos para</p><p>as mesmas isoenzimas de CYP, um composto pode inibir a</p><p>atividade da enzima metabolizando outro composto que é</p><p>ingerido concomitantemente. Além disso, a ingestão de uma</p><p>substância horas antes de outra pode induzir à produção de</p><p>mais enzimas ou inibir a síntese normal da enzima, afetando</p><p>a taxa de metabolismo de uma segunda substância</p><p>metabolizada por essa mesma enzima. O suco de toranja</p><p>fornece um exemplo de uma interação associada às</p><p>enzimas CYP, por suprimir o CYP3A4 e alterar a</p><p>concentração dos fármacos metabolizados pela enzima.</p><p>No entanto, é importante lembrar que algumas substâncias</p><p>podem ser metabolizadas no sangue, nos rins, na pele e no</p><p>intestino.</p><p>Atenção</p><p>As interações de fitoterápicos são geralmente do tipo farmacocinéticas que resultam na inibição ou</p><p>indução enzimática.</p><p>Como vimos, além das enzimas metabolizadoras, outros mecanismos afetam significativamente essas</p><p>interações, interferindo na absorção química, distribuição e excreção. A atuação dos transportadores</p><p>transmembrana, que incluem as glicoproteínas P, é um importante mecanismo de interação farmacocinética.</p><p>Dependendo da localização e da atividade, podem ter efeito significativo na concentração de uma substância</p><p>química no seu local de ação.</p><p>Glicoproteínas P</p><p>São codificadas pelo gene MDR1 e são responsáveis pela regulação do fluxo de substâncias que entram</p><p>e saem das células ou desempenham uma variedade de funções.</p><p>O hipérico ou erva-de-são-joão age no</p><p>transportador codificado com MDR1 e na</p><p>enzima CYP3A4, o que pode interferir na ação</p><p>de imunossupressores como a ciclosporina,</p><p>utilizada por pacientes que realizaram</p><p>transplante de órgão, resultando em reduções</p><p>significativas na sua concentração e</p><p>ocasionando a rejeição do órgão.</p><p>Outro exemplo é a interação com os</p><p>contraceptivos orais, que diminuem a sua</p><p>efetividade. Isso ocorre porque a circulação dos</p><p>níveis de estrogênio após a ingestão de</p><p>contraceptivos orais é parcialmente regulada</p><p>por transportadores (codificados com MDR1),</p><p>assim o uso concomitante com a erva-de-são-joão pode ocasionar aumento do efluxo do hormônio, tornando</p><p>os níveis do contraceptivo oral ineficazes.</p><p>Outro tipo de interação farmacocinética potencial dos xenobióticos é a ligação às proteínas plasmáticas, por</p><p>meio da competição por sítios de ligação a proteínas que pode alterar a quantidade de substância não ligada</p><p>(ou seja, substância-livre ou outra substância) disponível para exercer o seu efeito farmacológico. O problema</p><p>é que a deslocação de um xenobiótico altamente ligado à proteína plasmática por outro composto pode</p><p>resultar num aumento da atividade desse composto deslocado. Para investigar a importância clínica, é</p><p>necessário avaliar, caso a caso, o potencial de deslocamento de sítios de ligação de proteínas, a extensão e o</p><p>local da ligação proteica, e a concentração de cada substância no sangue.</p><p>A excreção renal ou biliar de xenobióticos e a sua concentração plasmática podem também ser</p><p>afetadas por outras substâncias. As alterações na depuração renal de um xenobiótico podem</p><p>ocorrer por causa dos efeitos de outra substância sobre o pH urinário, sobre a secreção ativa de</p><p>outra substância no túbulo renal. Alguns ingredientes de suplementos dietéticos inibem a absorção</p><p>tubular, alteram mecanismos moleculares importantes para a excreção de outros xenobióticos e</p><p>devem ser considerados como potenciais causas de efeitos inesperados.</p><p>Importância e ocorrência das interações</p><p>O consumo de plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e suplementos alimentares é bastante comum na</p><p>população, uma vez que esses itens podem ser facilmente adquiridos em lojas de produtos naturais,</p><p>mercados, feiras livres ou comércio digital. A facilidade de acesso aliada a fatores como falta de informação</p><p>sobre cuidados, indicações, posologia e ao mito de que “produtos naturais não fazem mal” contribuem para a</p><p>ocorrência de efeitos adversos oriundos de interações indesejadas.</p><p>Saiba mais</p><p>As características fisiológicas e de hábitos do indivíduo podem favorecer a ocorrência das interações,</p><p>como no caso de crianças, gestantes, lactentes e idosos. Fatores relacionados a medicamentos</p><p>(posologia e modo de administração, propriedades farmacocinéticas, farmacodinâmicas e terapêuticas)</p><p>e ao indivíduo (idade, sexo, características genéticas, condição da saúde) podem causar inúmeras</p><p>interações. Atenção especial deve ser dada àqueles que têm alguma doença crônica ou que possuem</p><p>algum agravo à saúde e que estejam sob tratamento fazendo uso de medicamentos alopáticos.</p><p>O consumo de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos de venda livre aumenta o risco de interações,</p><p>podendo comprometer a eficácia terapêutica dos tratamentos. Nesses casos, o acompanhamento clínico é</p><p>fundamental e qualquer alteração na prescrição ou posologia dos medicamentos (alopáticos ou fitoterápicos)</p><p>deve ser orientada pelo médico.</p><p>Entre as interações mais importantes, estão as associadas ao uso combinado de produtos fitoterápicos em</p><p>pacientes com doenças crônicas, como as cardiovasculares,</p><p>neoplasias e doenças renais crônicas. Essa</p><p>afirmação é corroborada pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2020) que registra as doenças</p><p>cardiovasculares (DCV), o diabetes mellitus e os problemas respiratórios como as principais doenças e</p><p>agravos à saúde da população brasileira.</p><p>Algumas plantas medicinais afetam a farmacocinética de alguns medicamentos utilizados nas doenças</p><p>cardiovasculares, por vários mecanismos de interações. Dentre elas, podemos citar algumas bastante</p><p>comuns:</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe). Alho (Allium sativum L.).</p><p>Hortelã (Mentha × piperita).</p><p>No caso do tratamento do câncer, os mecanismos farmacocinéticos mais comuns são a inibição mediada por</p><p>algumas plantas medicinais ou fitoterápicos e a estimulação de enzimas metabolizadoras de drogas e/ou</p><p>proteínas de transporte.</p><p>Os pacientes portadores de doença renal crônica apresentam maior risco de desenvolver doenças</p><p>cardiovasculares. Por esse motivo, é comum a prescrição associada de antiplaquetários e anticoagulantes que</p><p>podem interagir e produzir efeitos sinérgicos ou aditivos, levando a sangramentos ou hemorragias.</p><p>Os fitoterápicos são populares entre as mulheres para aliviar os sintomas relacionados ao ciclo</p><p>menstrual e à menopausa como cansaço, depressão, dores nas articulações e insônia.</p><p>Em acréscimo a esses grupos, temos os idosos que, na maioria das vezes, são usuários de polifarmácia. Como</p><p>orientação geral, plantas medicinais e fitoterápicos devem ser evitados pelo risco aumentado de ocorrência</p><p>de interações, efeitos tóxicos e colaterais.</p><p>Atenção</p><p>Como recomendação geral, a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser supervisionada</p><p>pelo profissional médico ou da área de saúde habilitado.</p><p>Café com o especialista: interações medicamentosas</p><p>Neste vídeo, os especialistas João Raphael Leite Castello Branco Maia e Cristiane Paiva Coelho Soares</p><p>conversarão sobre os tipos de interação, suas características, os cuidados e riscos das interações</p><p>medicamentosas.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.</p><p>Tipos e mecanismo das interações</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Importância e ocorrência das interações</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>Sobre interações medicamentosas, assinale a alternativa correta.</p><p>A</p><p>Interação medicamentosa é um evento clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença</p><p>de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico ambiental.</p><p>B</p><p>As interações sempre causam malefícios ao paciente.</p><p>C</p><p>As interações podem ocorrer apenas pelos mecanismos de distribuição, biotransformação e excreção.</p><p>D</p><p>O antagonismo competitivo ocorre em nível de receptores e, portanto, é considerado como uma interação</p><p>farmacocinética.</p><p>E</p><p>Os alimentos não fazem interação com medicamentos.</p><p>A alternativa A está correta.</p><p>São consideradas interações medicamentosas todas as que estabelecem associação entre xenobióticos,</p><p>que incluem fármacos, alimentos, bebidas ou substâncias químico-ambientais.</p><p>Questão 2</p><p>Um usuário, A.M.S, homem, com 56 anos, chega ao posto de saúde do seu bairro com queixa de forte cefaleia</p><p>(dor de cabeça) há dois dias. O médico, ao realizar a anamnese, verifica que ele suspendeu o uso do anti-</p><p>hipertensivo sem conhecimento do clínico e iniciou a ingestão de uma planta medicinal, na forma de chá</p><p>ofertada pelo seu vizinho. A justificativa do paciente foi a de que, pelo custo do medicamento, buscou uma</p><p>opção mais barata e que, por ser natural, acreditava que “só poderia fazer bem”. Sobre a afirmativa do usuário,</p><p>“só poderia fazer bem”, o que um profissional da área de saúde deveria informar?</p><p>A</p><p>O paciente está correto, porque utilizar plantas medicinais não oferece risco à saúde.</p><p>B</p><p>O paciente está incorreto, por ter suspendido sem orientação o medicamento anti-hipertensivo, mas</p><p>realmente plantas medicinais só apresentam benefícios.</p><p>C</p><p>O paciente está correto por substituir o medicamento sem orientação médica.</p><p>D</p><p>O paciente está errado, porque toda alteração no regime de prescrição deve ser orientada pelo médico,</p><p>incluindo o uso de plantas medicinais.</p><p>E</p><p>O paciente está correto, as plantas medicinais podem substituir os medicamentos alopáticos sem</p><p>necessidade de orientação médica.</p><p>A alternativa D está correta.</p><p>O uso de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser orientado por profissional da área de saúde</p><p>capacitado (médicos, cirurgiões-dentistas, farmacêuticos, enfermeiros) em seu campo de atuação</p><p>específico. Assim como os demais medicamentos, para que seu efeito terapêutico seja alcançado, é</p><p>necessário que haja correta indicação, considerando, inclusive, possíveis efeitos adversos e interações.</p><p>2. Interações com medicamentos alopáticos</p><p>Plantas medicinais e fitoterápicos</p><p>Neste módulo, abordaremos algumas interações medicamentosas de plantas medicinais e medicamentos</p><p>fitoterápicos de uso amplo com medicamentos alopáticos de interesse para a prática clínica nas áreas da</p><p>saúde. Para tanto, consideramos o fato de que o uso de plantas medicinais e fitoterápicos traz benefícios e</p><p>riscos; destacamos ainda que todas as substâncias ingeridas pelo indivíduo têm potencial para promover</p><p>interações.</p><p>As interações de plantas/fitoterápicos baseiam-se nos mesmos princípios farmacocinéticos e</p><p>farmacodinâmicos das interações fármaco-fármaco. As interações de importância clínica relevante são as que</p><p>envolvem os efeitos no metabolismo via isoenzimas do citocromo P450, o prejuízo das funções hepática ou</p><p>renal e outros mecanismos.</p><p>Na prática clínica, a polifarmácia é comum. Os pacientes fazem associações dos medicamentos com</p><p>vitaminas, plantas medicinais e alimentos. A popularidade das terapias alternativas, em especial a fitoterapia,</p><p>é um novo desafio para os profissionais de saúde, porque as evidências sobre segurança e eficácia são</p><p>incompletas, complexas e pouco elucidativas. Assim, a verdadeira prevalência de interações medicamentosas</p><p>ainda é desconhecida.</p><p>Antes de seguirmos adiante, vamos recordar alguns conceitos importantes na fitoterapia?</p><p>1</p><p>Fitoterapia</p><p>De acordo com a definição da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, o termo</p><p>“fitoterapia” (do grego phyton, planta, e therapia, tratamento) é a terapêutica caracterizada pelo uso</p><p>de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, incluindo os fitoterápicos, sem a</p><p>utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.</p><p>2Planta medicinal</p><p>Planta medicinal é definida como uma espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos</p><p>terapêuticos. É um produto medicinal acabado e etiquetado, cujos componentes ativos são formados</p><p>por partes aéreas, subterrâneas de plantas ou outro material vegetal, ou ainda por combinações, em</p><p>estado bruto ou em formas de preparações vegetais.</p><p>Esse insumo tem diferentes formas de apresentação: planta fresca, alimentos (incluindo cápsulas de</p><p>acerola, óleo de alho e outros), ervas secas e chás (considerados alimentos), droga vegetal seca,</p><p>tinturas e droga vegetal em pó (disponibilizadas na forma de cápsulas).</p><p>3</p><p>Fitoterápicos</p><p>Fitoterápicos são medicamentos preparados a partir de plantas medicinais, obtidos empregando-se</p><p>exclusivamente derivados da droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e outros).</p><p>Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas</p><p>isoladas, sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais.</p><p>Os medicamentos fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, são caracterizados pelo</p><p>conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância</p><p>de sua qualidade.</p><p>A eficácia e a segurança de fitoterápicos devem ser validadas mediante levantamentos</p><p>etnofarmacológicos, de utilização, documentações técnico-científicas em bibliografia</p><p>e/ou</p><p>publicações indexadas e/ou estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A</p><p>qualidade deve ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acabado,</p><p>materiais de embalagem e estudos de estabilidade.</p><p>Interações plantas medicinais/fitoterápicos: principais espécies</p><p>botânicas</p><p>O Brasil é considerado um país megabiodiverso, conhecido pelo grande número de espécies vegetais,</p><p>incluindo as medicinais, amplamente utilizadas pela população. Muitas vezes, o uso de plantas medicinais está</p><p>correlacionado à tradicionalidade e é a principal forma de cuidado em alguns locais.</p><p>O potencial terapêutico da flora brasileira ainda está distante de ser registrado na literatura científica, no</p><p>entanto os compêndios farmacopeicos têm fundamental importância como fonte de consulta para orientação</p><p>dos profissionais da área de saúde.</p><p>Saiba mais</p><p>De acordo com os dados oficiais (Sisab/Datasus), em 2017, as atividades e os procedimentos</p><p>relacionados a plantas medicinais/fitoterapia foram os mais ofertados no Brasil, representando 49% do</p><p>total de atendimentos individuais realizados no nível de Atenção Primária à Saúde.</p><p>Atualmente, o SUS oferta doze medicamentos fitoterápicos que fazem parte da Relação Nacional de</p><p>Medicamentos (Rename), disponibilizados na forma de medicamentos fitoterápicos industrializados,</p><p>fitoterápicos manipulados, drogas vegetais e planta medicinal fresca (ver quadro a seguir).</p><p>Segundo o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da</p><p>Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), os fitoterápicos mais</p><p>utilizados na rede pública são: guaco, espinheira-santa e</p><p>isoflavona-de-soja, indicados como coadjuvantes no</p><p>tratamento de problemas respiratórios, gastrite/úlcera e</p><p>sintomas do climatério, respectivamente. Mas o mercado</p><p>brasileiro comercializa diversos medicamentos fitoterápicos,</p><p>simples (com apenas uma espécie botânica) e associados</p><p>(com duas ou mais espécies botânicas). Eles têm atuação</p><p>em vários sistemas orgânicos sobretudo para manejo da</p><p>ansiedade, depressão, insônia e de outros quadros</p><p>relacionados (por exemplo, Passiflora sp., Valeriana</p><p>officinalis, Hypericum perforatum Piper methysticum e</p><p>Melissa officinalis).</p><p>Assim, a fim de relacionar as principais espécies botânicas de interesse para abordar as interações</p><p>medicamentosas (IM), foram selecionadas plantas que fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos</p><p>Essenciais (BRASIL, 2020b), do Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB) e do Formulário</p><p>Terapêutico Nacional, cujas informações fazem parte de documentos oficiais.</p><p>Essas publicações são do Ministério da Saúde do Brasil e estão disponíveis na internet para</p><p>consulta.</p><p>O quadro a seguir mostra como as informações estão organizadas:</p><p>Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae).</p><p>Alho (Allium sativum L., Amaryllidaceae)</p><p>Relação Nacional de Medicamentos (Rename) 2020; Memento Fitoterápico da</p><p>Farmacopeia Brasileira (MFFB). Extraído de: Brasil, 2020b.</p><p>Conforme se observa no quadro anterior, não há informação sobre as interações de algumas plantas. Isso</p><p>acontece por vários motivos, além da complexidade dos estudos de investigação e da carência de pesquisas,</p><p>alguns dados estão incompletos ou simplesmente não existem, bancos de dados podem estar desatualizados,</p><p>entre outros.</p><p>É importante lembrar que a utilização de plantas medicinais e/ou fitoterápicos deve ser</p><p>acompanhada por profissional da área de saúde, que pode orientar e prescrever ou indicar os</p><p>produtos considerando as reais necessidades do usuário e seu quadro geral de saúde.</p><p>As plantas medicinais e os fitoterápicos se enquadram nos princípios do uso racional de medicamentos,</p><p>imprescindível para a saúde integral.</p><p>Principais espécies botânicas</p><p>As espécies que comentaremos a seguir estão citadas com o nome popular, o nome científico e a família</p><p>botânica. As indicações e interações medicamentosas foram pesquisadas no Memento Fitoterápico da</p><p>Farmacopeia Brasileira (MFFB).</p><p>Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae)</p><p>A droga vegetal das folhas da alcachofra, das quais se obtém a infusão e o extrato seco padronizado, é</p><p>disponibilizada em cápsulas ou comprimidos. A alcachofra é indicada, para uso interno, como antidispéptico,</p><p>antiflatulento, diurético, auxiliar na prevenção da aterosclerose por atuar como coadjuvante no tratamento de</p><p>dislipidemia e como auxiliar nos sintomas da síndrome do intestino irritável.</p><p>Quanto às interações medicamentosas, reduz a eficácia de</p><p>medicamentos que atuam na coagulação sanguínea, como</p><p>ácido acetilsalicílico (aspirina) e anticoagulantes</p><p>cumarínicos (varfarina). É indutora de enzimas do citocromo</p><p>P450 (CYP3A4, CYP2B6 e CYP2D6), podendo interagir</p><p>diminuindo as concentrações sanguíneas de fármacos de</p><p>medicamentos que têm a mesma via metabólica.</p><p>Alho (Allium sativum L.,</p><p>Amaryllidaceae)</p><p>O alho é indicado como coadjuvante no tratamento de</p><p>problemas respiratórios (bronquite crônica, asma), sintomas</p><p>de gripes e resfriados, expectorante, preventivo de</p><p>alterações vasculares, coadjuvante no tratamento de</p><p>hiperlipidemia, hipertensão arterial e auxiliar na prevenção</p><p>da aterosclerose.</p><p>Os fitoterápicos são contraindicados em associação com</p><p>anticoagulantes orais (heparina, agentes trombolíticos,</p><p>antiagregantes plaquetários e anti-inflamatórios não</p><p>esteroidais) por aumentarem o risco de hemorragias e com</p><p>a varfarina. Outras interações ocorrem com antirretrovirais,</p><p>inibidores da protease, reduzindo as concentrações séricas</p><p>dessa classe e aumentando o risco de falhas no tratamento. Além disso, pode diminuir a efetividade da</p><p>clorzoxazona por induzir o seu metabolismo.</p><p>Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville.,</p><p>Leguminosae)</p><p>O barbatimão é indicado como cicatrizante. Em função da presença de taninos nesse fitoterápico, é</p><p>recomendado evitar o uso concomitante com sais de prata, bases proteicas e princípios ativos</p><p>vasodilatadores.</p><p>Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC.,</p><p>Rhamnaceae).</p><p>Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville., Leguminosae).</p><p>Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae)</p><p>A camomila é indicada como antiespasmódico, ansiolítico, sedativo leve e anti-inflamatório em afecções da</p><p>cavidade oral. As interações descritas incluem a varfarina, as estatinas e os contraceptivos orais.</p><p>Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae).</p><p>Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC., Rhamnaceae)</p><p>Os fitoterápicos à base de cáscara-sagrada são indicados para tratamento de curto prazo da constipação</p><p>intestinal ocasional.</p><p>O uso pode causar aceleração do trânsito intestinal,</p><p>resultando na absorção reduzida de fármacos de via oral e</p><p>desequilíbrio eletrolítico, como a hipocalemia (redução do</p><p>potássio sérico), que pode potencializar os efeitos de</p><p>glicosídeos cardiotônicos (digoxina, digitálicos ou</p><p>estrofantina), fármacos antiarrítmicos (quinidina), diuréticos</p><p>tiazídicos, adrenocorticosteroides ou raiz de alcaçuz.</p><p>Castanha-da-Índia (Aesculus</p><p>hippocastanum L., Sapindaceae)</p><p>Indicada para o tratamento da insuficiência venosa e</p><p>fragilidade capilar. A escina, princípio ativo da castanha-da-</p><p>Índia, tem elevada capacidade de ligação às proteínas plasmáticas (90%), podendo interferir na</p><p>farmacocinética de outros fármacos. O fitoterápico não deve ser administrado com anticoagulantes orais, por</p><p>risco de potencializar o efeito anticoagulante. Há relato de caso de insuficiência renal após administração</p><p>concomitante à da escina e do antibiótico gentamicina.</p><p>Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae).</p><p>Castanha-da-Índia (Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae).</p><p>Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae)</p><p>É indicada para alívio dos sintomas do climatério, como rubor, fogachos, transpiração excessiva, palpitações,</p><p>alterações do humor, ansiedade e depressão. Quanto às interações, podem ter efeito antagonista sobre</p><p>imunossupressores (ciclosporina e azatioprina), podendo ocasionar rejeição de órgãos e tecidos em pacientes</p><p>transplantados; o mesmo ocorre com o uso de atorvastatina.</p><p>Além disso, pode ocorrer interação com analgésicos,</p><p>anestésicos e efeitos aditivos com</p><p>agentes</p><p>gastrointestinais. A cimicifuga deve ser utilizada com</p><p>cautela se associada a outros agentes hipotensores, como</p><p>betabloqueadores (metoprolol ou propranolol) e</p><p>bloqueadores dos canais de cálcio (diltiazem ou verapamil).</p><p>Equinácea (Echinacea purpurea (L.)</p><p>Moench., Asteraceae)</p><p>A equinácea é indicada na prevenção e no tratamento</p><p>coadjuvante dos sintomas de resfriados. O fitoterápico deve</p><p>ser administrado com cautela em associação com fármacos cujo metabolismo é dependente das enzimas</p><p>CYP.</p><p>Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moench., Asteraceae).</p><p>Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae)</p><p>O equisetum é indicado como diurético. O uso de seus extratos pode inibir a enzima CYP1A2, interferindo</p><p>possivelmente em fármacos metabolizados por essa via.</p><p>Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L.,</p><p>Hypericaceae).</p><p>Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek e</p><p>Maytenus aquifolia Mart., Celastraceae).</p><p>Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae).</p><p>Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L., Hypericaceae)</p><p>Indicado para o tratamento dos estados depressivos leves a moderados. Erva-de-são-joão é um dos</p><p>fitoterápicos com maior número de interações medicamentosas reportadas, como ciclosporina,</p><p>anticoagulantes cumarínicos, anticoncepcionais orais, teofilina, digoxina, indinavir e, possivelmente, outros</p><p>inibidores de protease e transcriptase reversa, alterando seus efeitos pela redução significativa das</p><p>concentrações plasmáticas dos fármacos. O hipérico atua na indução da via metabólica do citocromo P450 e</p><p>pode reduzir os níveis séricos e a eficácia de medicamentos metabolizados por essa via.</p><p>Há ainda contraindicações como a associação com</p><p>inibidores da MAO (monoaminoxidase), com outros</p><p>antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da</p><p>recaptação da serotonina (fluoxetina). O uso concomitante</p><p>de hipérico em pacientes tratados com inibidores da</p><p>recaptação da serotonina resultou em sintomas de excesso</p><p>de serotonina.</p><p>Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia</p><p>Mart.ex Reissek e Maytenus aquifolia</p><p>Mart., Celastraceae)</p><p>Indicada como antidispéptico, antiácido e protetor da</p><p>mucosa gástrica. O Memento Fitoterápico informa que nenhum estudo foi desenvolvido para avaliar a</p><p>interação de extratos da espécie com medicamentos.</p><p>No entanto, a espinheira-santa é contraindicada</p><p>concomitante a bebidas alcoólicas e outros medicamentos.</p><p>Ela contém compostos polifenólicos que podem ser</p><p>precursores de quinonas ou de intermediários</p><p>quinonametídeos e do triterpenoide quinonametídeo</p><p>(pristimerina), que inativam e inibem as isoenzimas do</p><p>citocromo P450, alterando o efeito de diversos</p><p>medicamentos.</p><p>Além disso, a quercetina, o kaempferol e outros compostos</p><p>fenólicos também provocam alterações pela modulação da</p><p>atividade da PgP (fosfoglicolato fosfatase), demostrada em</p><p>ensaios ex vivo.</p><p>Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e</p><p>Harpagophytum zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann., Pedaliaceae)</p><p>Indicada para alívio de dores articulares moderadas e lombalgia aguda. Estudo reporta não terem sido</p><p>observados efeitos induzidos pelo extrato sobre o sistema enzimático do citocromo P450.</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe, Zingiberaceae).</p><p>Ginkgo (Ginkgo biloba L., Ginkgoaceae)</p><p>Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e Harpagophytum</p><p>zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann., Pedaliaceae).</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe, Zingiberaceae)</p><p>O gengibre é indicado como antiemético, antidispéptico e nos casos de cinetose.</p><p>O gengibre atua como agonista da prostaciclina, inibindo a</p><p>tromboxano-sintetase e afetando o tempo de sangramento</p><p>e demais parâmetros imunológicos. No entanto, estudo</p><p>randomizado duplo-cego sobre os efeitos de gengibre seco</p><p>(2g/dia, oralmente durante 14 dias) na função plaquetária</p><p>não mostrou diferenças nos tempos de sangramento em</p><p>pacientes que receberam gengibre ou placebo.</p><p>Ginkgo (Ginkgo biloba L.,</p><p>Ginkgoaceae)</p><p>Indicado para vertigem e zumbidos resultantes de</p><p>distúrbios circulatórios e distúrbios circulatórios periféricos, como cãibras. É contraindicada a sua associação</p><p>com anticoagulantes (varfarina), antiplaquetários (clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros fármacos anti-</p><p>inflamatórios não esteroides, AINEs), inibidores da trombina (etexilato de dabigatrana) e/ou agentes</p><p>trombolíticos pelo aumento do risco de hemorragias. Há registro de diminuição da efetividade com</p><p>anticonvulsivantes e os efeitos da insulina (aumenta a sua depuração); omeprazol (diminuição de nível sérico);</p><p>talinolol (inibição da glicoproteína-P intestinal); e antiretrovirais (efavirenz, diminuição plasmática por indução</p><p>da atividade de CYP3A4). Porém, para outros, há potencialização do efeito, como dos inibidores da</p><p>monoaminoxidase, da trazodona (sedação excessiva) e da papaverina.</p><p>As interações podem aumentar o risco de efeitos adversos</p><p>de alguns medicamentos, como a nifedipina, inibidores da</p><p>recaptação de serotonina (aparecimento da síndrome</p><p>serotoninérgica), risperidona (priapismo) e papaverina.</p><p>Quando associado à buspirona ou ao Hypericum</p><p>perforatum, provoca mudanças no estado mental; em uso</p><p>concomitante com os diuréticos tiazídicos, causa</p><p>hipertensão arterial.</p><p>Guaraná (Paullinia cupana Kunth.,</p><p>Sapindaceae)</p><p>Indicado para astenia e como psicoestimulante. O fitoterápico produzido a partir de extrato seco das</p><p>sementes de guaraná potencializa a ação de analgésicos e dos anticoagulantes (inibe a agregação plaquetária</p><p>aumentando o risco de sangramento). Pode provocar hipocalcemia e ter o seu efeito potencializado por</p><p>etinilestradiol e cimetidina.</p><p>Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae).</p><p>Maracujá (Passiflora incarnata L., Passifloraceae).</p><p>Guaraná (Paullinia cupana Kunth., Sapindaceae).</p><p>Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae)</p><p>A droga vegetal é obtida a partir do rizoma e disponibilizada em comprimidos.</p><p>Tem indicação para o tratamento sintomático de estágios</p><p>leves a moderados de ansiedade e insônia em curto prazo</p><p>(1-8 semanas de tratamento). O fitoterápico potencializa os</p><p>efeitos de substâncias e fármacos que atuam no sistema</p><p>nervoso central como: álcool, barbitúricos e psicofármacos.</p><p>Há também interações relatadas com alprazolam, cimetidina</p><p>e terazosina.</p><p>Maracujá (Passiflora incarnata L.,</p><p>Passifloraceae)</p><p>As folhas frescas (in natura), como droga vegetal em</p><p>cápsula, extrato fluido ou tintura, têm indicação como</p><p>ansiolítico e sedativo leve. O fitoterápico quando usado em</p><p>associação potencializa os efeitos de barbitúricos</p><p>(pentobarbital e hexobarbital), de anticoagulantes</p><p>(varfarina) e de substâncias inibidoras da monoaminoxidase</p><p>(isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina).</p><p>Sene (Senna alexandrina Mill.,</p><p>Leguminosae)</p><p>A droga vegetal obtida de folhas e frutos, na forma de</p><p>cápsulas, comprimidos ou extratos (padronizados em</p><p>senosídeos), é indicada para constipação intestinal ocasional, por promover o aumento do peristaltismo</p><p>intestinal. O uso concomitante do fitoterápico pode reduzir a absorção de fármacos administrados oralmente,</p><p>como os anticonceptivos orais. Além disso, a hipocalemia decorrente da sua utilização potencializa os efeitos</p><p>de glicosídeos cardiotônicos (digitálicos), de fármacos antiarrítmicos (quinidina), de diuréticos tiazídicos, de</p><p>adrenocorticosteroides ou de raiz de alcaçuz.</p><p>Sene (Senna alexandrina Mill., Leguminosae).</p><p>Saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small.,</p><p>Arecaceae).</p><p>Soja (Glycine max (L.) Merr., Leguminosae)</p><p>Pode ainda exacerbar o desequilíbrio eletrolítico, resultando</p><p>em disfunções cardíacas e neuromusculares e interação</p><p>com a nifedipina, indometacina e outros anti-inflamatórios</p><p>não esteroidais. As antraquinonas presentes podem alterar</p><p>a coloração da urina, resultando em falso positivo para</p><p>urobilinogênio e para dosagem de estrógeno pelo método</p><p>de Kober.</p><p>Saw-palmetto (Serenoa repens (W.</p><p>Bartram) Small., Arecaceae)</p><p>A droga vegetal obtida dos frutos em cápsulas gelatinosas,</p><p>comprimidos ou extratos padronizados (70-95% ácidos graxos livres e ésteres etílicos correspondentes) é</p><p>indicada para o tratamento sintomático da hiperplasia</p><p>prostática benigna.</p><p>O fitoterápico tem efeito antiandrogênico e antiestrogênico,</p><p>podendo apresentar interação com hormônios utilizados na</p><p>terapia de reposição hormonal (TRH).</p><p>O seu uso é contraindicado com anticoagulantes (varfarina,</p><p>clopidogrel e ácido acetilsalicílico).</p><p>Soja (Glycine max (L.) Merr.,</p><p>Leguminosae)</p><p>O extrato padronizado (contendo, no mínimo, 400mg em</p><p>isoflavonas) obtido das sementes em cápsulas é indicado</p><p>como coadjuvante no tratamento do alívio dos sintomas do climatério (vasomotores, ondas de calor e</p><p>sudorese). A soja atua na modulação seletiva de receptores estrogênicos e deve ser evitada a associação com</p><p>contraceptivos e fármacos de ação estrogênica.</p><p>As isoflavonas genisteína e daidzeína podem bloquear a</p><p>tireoide peroxidase, inibindo a síntese de tiroxina e podendo</p><p>levar ao hipotireoidismo se utilizado em tratamentos</p><p>prolongados. É desaconselhado o uso concomitante com</p><p>alguns medicamentos como o tamoxifeno e a levotiroxina,</p><p>por reduzir a absorção no trato digestivo.</p><p>O metabolismo das isoflavonas pode ser alterado por</p><p>substâncias e medicamentos que interferem na microbiota</p><p>intestinal.</p><p>Trevo-vermelho (Trifolium pratense</p><p>L., Leguminosae)</p><p>O extrato bruto padronizado das inflorescências secas, contendo no mínimo 0,5% de isoflavonas (daidzeína,</p><p>genisteína, formononetina e biochanina A), na forma de cápsulas e comprimidos, é indicado para alívio dos</p><p>sintomas da menopausa (principalmente fogachos), mastalgia e síndrome pré-menstrual. O uso da droga bruta</p><p>ou de suas preparações não é recomendado a pacientes tratados com tamoxifeno e outros medicamentos</p><p>antiestrogênicos.</p><p>Trevo-vermelho (Trifolium pratense L., Leguminosae).</p><p>Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.),</p><p>Rubiaceae).</p><p>As isoflavonas inibem as isoenzimas hepáticas CYP1A1,</p><p>CYP1B1 e CYP2CP, podendo ocasionar o aumento dos</p><p>níveis séricos de alguns fármacos. Interagem</p><p>potencialmente com anticoagulantes (heparina e varfarina)</p><p>e antiagregantes plaquetários (aspirina, clopidogrel e</p><p>ticlopidina), por isso é recomendada cautela na sua</p><p>utilização em pacientes susceptíveis a sangramentos ou</p><p>com distúrbios de coagulação.</p><p>Unha-de-gato (Uncaria tomentosa</p><p>(Willd. DC.), Rubiaceae)</p><p>Das cascas são obtidos o decocto (extrato fluido e extrato</p><p>seco) para cápsulas e comprimidos, indicados como anti-</p><p>inflamatório.</p><p>A administração concomitante com substâncias ou</p><p>medicamentos metabolizados pelo citocromo P450</p><p>(varfarina, estrógenos, teofilina e gengibre) deve ser</p><p>realizado com cautela.</p><p>Valeriana (Valeriana officinalis L.,</p><p>Caprifoliaceae)</p><p>A droga vegetal, os extratos (hidroetanólico 40-70% v/v ou aquosos) e a tintura obtidos das raízes secas, na</p><p>forma de cápsulas ou comprimidos, é indicada como sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de</p><p>distúrbios do sono associados à ansiedade. O fitoterápico pode potencializar o efeito de outros depressores</p><p>do sistema nervoso central (SNC), barbitúricos, anestésicos ou benzodiazepínicos, tiopental. Deve-se evitar o</p><p>uso associado à ingestão de bebidas alcoólicas pela possível exacerbação dos efeitos sedativos.</p><p>Valeriana (Valeriana officinalis L., Caprifoliaceae).</p><p>Veja, agora, um resumo das principais interações em espécies de plantas medicinais e fitoterápicos</p><p>amplamente utilizados pela população citados nas bases de dados indexadas, extraído do Memento</p><p>Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB):</p><p>Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Bulbo (in natura, tintura, alcoolatura, extrato</p><p>fluido e cápsulas com o óleo).</p><p>Efeito e uso</p><p>Propriedades anti-hipertensivas,</p><p>antitrombóticas, fibrinolíticas, antimicrobianas,</p><p>antidiabéticas e hipolipemiantes.</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))</p><p>- Anticoagulante: pode levar ao aumento do efeito de anticoagulação da varfarina e aumentar o risco</p><p>de sangramento.</p><p>- Antirretrovirais (lopinavir, ritonavir, saquinavir, sulfato de atazanavir): pode reduzir a concentração</p><p>plasmática dos inibidores de protease, aumentar o risco de resistência antirretroviral e causar</p><p>ineficiência do tratamento.</p><p>* Evitar o uso concomitante de alho na alimentação e monitorar os sintomas de toxicidade pelos</p><p>inibidores de protease, ajustando a dose conforme necessário.</p><p>- Hipoglicemiantes (metformina, clorpropamida): pode ocorrer maior redução no nível de glicose no</p><p>sangue.</p><p>- Paracetamol (acetaminofeno): pode alterar algumas variáveis farmacocinéticas do paracetamol.</p><p>- Glicosídeos cardíacos e drogas antiarrítmicas: pode aumentar a arritmia relacionada à hipocalemia.</p><p>- Antidiabéticos: por causa dos efeitos de redução da glicose, os pacientes diabéticos devem ter</p><p>cuidado ao combinar com um agente antidiabético.</p><p>Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Raiz seca em pó (cápsulas e comprimidos</p><p>contendo extrato etanólico seco).</p><p>Efeito e uso</p><p>É usado como imunoestimulante e no</p><p>tratamento de infecções do trato respiratório</p><p>superior.</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))</p><p>- Esteroides anabolizantes, amiodarona (antiarrítmico), metotrexato (agente quimioterápico-</p><p>imunossupressor), cetoconazol (antifúngico) e paracetamol: há risco de hepatotoxicidade pelo uso</p><p>concomitante.</p><p>- Imunossupressores: pode diminuir os efeitos dos imunossupressores.</p><p>- Midazolam (benzodiazepínico): pode aumentar a biodisponibilidade oral do midazolam.</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe (Zingiberaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Rizomas (droga vegetal, extrato fluido e seco,</p><p>tintura, cápsulas ou comprimidos).</p><p>Efeito e uso</p><p>Reduz náuseas e vômitos induzidos pela</p><p>gravidez, quimioterapia e íleo pós-operatório.</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Gengibre (Zingiber officinale Roscoe (Zingiberaceae))</p><p>- AINEs: pode reduzir a agregação plaquetária e aumentar a tendência ao sangramento.</p><p>- Nifedipino: pode potencializar os efeitos antiplaquetários.</p><p>- Metronidazol: pode aumentar a biodisponibilidade.</p><p>- Glibenclamida (hipoglicemiante): pode reduzir o nível de glicose no sangue.</p><p>Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Folhas (extrato seco padronizado das folhas</p><p>secas, cápsula e comprimido revestido).</p><p>Efeito e uso</p><p>É usado para melhorar as funções cognitivas,</p><p>distúrbios cerebrovasculares e vertigem.</p><p>Fármacos/Medicamentos e efeitos das interações</p><p>Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))</p><p>- Fenobarbital: reduz a potência terapêutica do fenobarbital.</p><p>- Ibuprofeno: pode causar sangramento intracerebral fatal.</p><p>- Anticoagulantes (varfarina) e antiplaquetários (aspirina): pode causar inibição aditiva na agregação</p><p>plaquetária.</p><p>- Antidepressivo (trazodona): os flavonoides aumentam a produção de 1-(m-clorofenil)-piperazina</p><p>(mCPP), um metabólito ativo da trazodona. Flavonoides e mCPP podem induzir o aumento da</p><p>atividade GABAérgica.</p><p>- Diurético tiazídico (não especificado): aumenta a pressão arterial.</p><p>- Nicardipina (bloqueador dos canais de cálcio): diminui a atividade hipotensiva de medicamentos.</p><p>- Nifedipina, diltiazem (bloqueadores dos canais de cálcio) e talinolol (β-bloqueador): pode aumentar</p><p>a atividade anti-hipertensiva resultante de alta biodisponibilidade.</p><p>- Ciclosporina: diminui a biodisponibilidade do medicamento.</p><p>- Midazolam (benzodiazepínico): diminui a biodisponibilidade do medicamento.</p><p>- Propranolol (β-bloqueador): diminui as concentrações plasmáticas de propranolol.</p><p>- Teofilina: diminui a eficácia com Ginkgo.</p><p>- Omeprazol (inibidor da bomba de prótons): pode induzir o metabolismo e reduzir o efeito do</p><p>omeprazol.</p><p>- Tolbutamida (hipoglicemiante): pode aumentar ou diminuir o efeito hipoglicêmico.</p><p>- Amicacina (aminoglicosídeo): pode aumentar a ototoxicidade da amicacina.</p><p>- Cafeína: pode causar efeitos estimulantes aditivos.</p><p>Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L. (Hypericaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Planta inteira com parte aérea florida (extrato</p><p>seco, tintura, cápsulas e comprimidos).</p><p>Efeito e uso</p><p>É usado para tratar depressão, transtorno</p><p>afetivo sazonal,</p><p>ansiedade e insônia,</p><p>especialmente relacionados à menopausa.</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L. (Hypericaceae))</p><p>- Gliclazida (um medicamento antidiabético): aumenta a depuração aparente da gliclazida.</p><p>- Carbamazepina, fenitoína e fenobarbital (antiepilépticos): a interação clinicamente significativa é</p><p>improvável, mas deve ser usado com cuidado com medicamentos antiepilépticos.</p><p>- Alprazolam, midazolam, triazolam e quazepam (benzodiazepínicos): uma vez que o composto</p><p>principal hiperforina induz a enzima CYP3A4, a biodisponibilidade pode diminuir.</p><p>- Indinavir (inibidor de protease) e nevirapina (transcriptase reversa não nucleosídica): pode diminuir</p><p>os efeitos de medicamentos antirretrovirais e levar à resistência aos medicamentos.</p><p>- Ciclosporina e tacrolimus (imunossupressores): pode diminuir os níveis sanguíneos e levar à rejeição</p><p>aguda de órgãos em pacientes transplantados.</p><p>- Varfarina e fenprocumon (anticoagulantes): pode causar redução moderada nos efeitos</p><p>anticoagulantes dos medicamentos.</p><p>- Sinvastatina e atorvastatina (agentes anti-hiperlipidêmicos): pode aumentar o nível sérico de</p><p>colesterol total.</p><p>- Nifedipina, verapamil (bloqueadores dos canais de cálcio) e talinolol (bloqueador β-adrenérgico):</p><p>pode diminuir a biodisponibilidade de medicamentos.</p><p>- Contraceptivos orais: está associado ao aumento do metabolismo de etinilestradiol, noretindrona e</p><p>cetodesogestrel. Pode causar sangramento e gravidez indesejada.</p><p>- Carbamazepina (antiepiléptica): deve ser considerada uma interação leve entre a carbamazepina e</p><p>Hypericum.</p><p>- Sertralina, nefazodona (inibidores seletivos da recaptação da serotonina): podem ocorrer os</p><p>sintomas da síndrome serotoninérgica central.</p><p>Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Raízes (droga vegetal, extratos padronizados,</p><p>cápsulas e comprimidos).</p><p>Efeito e uso</p><p>Laxante.</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))</p><p>- Corticosteroides e diuréticos depletores de potássio: pode levar à hipocalemia, se causar perda</p><p>excessiva de água e potássio, teoricamente.</p><p>- Glicosídeos digitálicos: há risco de toxicidade digitálica em razão do efeito hipocalêmico da planta,</p><p>teoricamente.</p><p>Valeriana (Valeriana officinalis L. (Caprifoliaceae))</p><p>Planta medicinal/fitoterápico</p><p>Droga vegetal, extratos, tintura, cápsulas ou</p><p>comprimidos.</p><p>Efeito e uso</p><p>É usado para estresse e insônia como sedativo</p><p>e ansiolítico.</p><p>Fármacos/medicamentos e efeitos das interações</p><p>Valeriana (Valeriana officinalis L. (Caprifoliaceae))</p><p>- Barbitúricos: ocorre sedação excessiva. O componente ativo ácido valerênico parece ter efeito</p><p>aditivo ao fenobarbital.</p><p>- Outros depressores do sistema nervoso central, como benzodiazepínicos e opioides: há</p><p>possibilidade de efeitos sedativos aditivos.</p><p>- Cafeína: há possibilidade de efeito reverso da ação sedativa da valeriana.</p><p>Medicamentos fitoterápicos X medicamentos alopáticos: importantes</p><p>interações medicamentosas</p><p>Neste vídeo, o especialista falará sobre as interações mais importantes entre medicamentos alopáticos e</p><p>fitoterápicos.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.</p><p>Plantas medicinais e fitoterápicos: alguns conceitos</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Interações plantas medicinais / fitoterápicos - principais espécies</p><p>botânicas</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>O Ministério da Saúde do Brasil, em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publica</p><p>periodicamente documentos de atualização sobre os insumos farmacêuticos e medicamentos, nos quais se</p><p>incluem as plantas medicinais e os fitoterápicos. Sobre esses documentos, assinale a alternativa incorreta.</p><p>A</p><p>A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais é uma publicação com a lista de medicamentos para</p><p>combater as doenças mais comuns que atingem a população brasileira; nela constam doze espécies de</p><p>plantas medicinais.</p><p>B</p><p>O Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB) relaciona todos os insumos empregados na</p><p>elaboração de fitoterápicos, cujas monografias estão de acordo com a edição vigente da Farmacopeia</p><p>Brasileira, e traz informações relevantes incluindo os dados sobre interações conhecidas em que constam 28</p><p>espécies de plantas medicinais.</p><p>C</p><p>O Formulário Terapêutico Nacional contém informações científicas, isentas de conflitos de interesse e com</p><p>base em evidências, sobre os fármacos constantes da Rename, visando subsidiar profissionais de saúde para</p><p>a prescrição, a dispensação e o uso dos medicamentos indispensáveis às doenças prevalentes.</p><p>D</p><p>Na Rename são relacionados todos os insumos empregados na elaboração de fitoterápicos, cujas</p><p>monografias estão de acordo com a edição vigente da Farmacopeia Brasileira. Contém as informações</p><p>relevantes, incluindo os dados sobre interações conhecidas em que constam 28 espécies de plantas</p><p>medicinais.</p><p>E</p><p>O Formulário Terapêutico Nacional contém informações científicas, isentas de conflitos de interesse e com</p><p>base em evidências, sobre os fármacos constantes da Rename, incluindo detalhadamente as informações</p><p>conhecidas sobre as interações medicamentosas.</p><p>A alternativa D está correta.</p><p>A Rename é uma relação de medicamentos de interesse do Sistema Único de Saúde, cuja seleção de</p><p>medicamentos se baseia no perfil epidemiológico dos estados brasileiros, a fim de atender às necessidades</p><p>terapêuticas essenciais.</p><p>Questão 2</p><p>Sobre as espécies botânicas de interesse para aplicação como medicinais e/ou fitoterápicos, marque a</p><p>alternativa correta.</p><p>A</p><p>A Rename relaciona doze espécies e, para todas, há informação sobre potenciais interações.</p><p>B</p><p>As espécies botânicas que fazem parte do MFFB obrigatoriamente constam do Rename.</p><p>C</p><p>A soja, a babosa, a camomila e a calêndula são muito utilizadas pela população e têm suas interações</p><p>descritas.</p><p>D</p><p>A alcachofra, a camomila, a babosa e a unha-de-gato constam no MFFB e na Rename.</p><p>E</p><p>A soja, a alcachofra, a espinheira-santa e a valeriana são muito utilizadas pela população e têm suas</p><p>interações descritas.</p><p>A alternativa E está correta.</p><p>Do total de espécies botânicas que fazem parte dos documentos Rename e MFFB, apenas sete aparecem</p><p>em ambos (alcachofra, cáscara-sagrada, espinheira-santa, garra-do-diabo, guaco, soja e unha-de-gato).</p><p>Dessas espécies, apenas o guaco não tem as interações descritas.</p><p>3. Interações de alimentos e suplementos</p><p>Interações medicamentosas à base de plantas</p><p>clinicamente relevantes</p><p>A capacidade de alguns alimentos de reduzir ou aumentar a absorção de várias vitaminas e minerais é</p><p>conhecida há anos. Quase metade da população usa regularmente alguns produtos à base de plantas como</p><p>suplemento dietético, junto com suplementos vitamínicos e minerais. O uso desses produtos aumentou</p><p>significativamente nas últimas duas décadas e várias interações medicamentosas à base de plantas</p><p>clinicamente relevantes foram identificadas no período.</p><p>É provável que os mecanismos subjacentes a muitas dessas interações possam afetar a absorção, a</p><p>distribuição, o metabolismo e a excreção de micronutrientes, portanto, é imprescindível considerar os fatores</p><p>que podem afetar negativamente o resultado das interações dos componentes de alimentos/plantas com</p><p>micronutrientes. Veja um resumo dessas interações no quadro a seguir.</p><p>Componentes da planta Micronutriente(s) Mecanismos de efeito e interação</p><p>Polifenóis de plantas (PPs)</p><p>(catequinas do chá, floretina,</p><p>quercetina)</p><p>Ferro</p><p>Reduzem a absorção por meio de</p><p>complexação.</p><p>Folato, ascorbato</p><p>Reduzem a absorção por meio da</p><p>inibição do transportador de</p><p>captação.</p><p>Silimarinas Ferro</p><p>Reduz a absorção por meio da</p><p>complexação.</p><p>Ácido fítico</p><p>Cálcio, ferro,</p><p>zinco</p><p>Reduz a absorção por meio da</p><p>complexação.</p><p>Hyperforin Vitamina D3</p><p>Aumenta a depuração do plasma por</p><p>meio da indução do</p><p>metabolismo do</p><p>CYP3A4.</p><p>Adaptado de Kharaman, Arituluk e Cankaya, 2021.</p><p>Com base em pesquisas realizadas em bases de dados indexadas (como o Birene e o PubMed), cada alimento</p><p>ou suplemento foi relacionado à nomenclatura botânica completa (nome científico e família), às principais</p><p>interações e advertências. Veja o quadro a seguir.</p><p>Alimento/</p><p>suplemento</p><p>alimentar</p><p>Forma de</p><p>apresentação Interações e advertências</p><p>Açafrão</p><p>Curcuma longa L.</p><p>(Zingiberaceae)</p><p>Partes das flores</p><p>(estigma e pó seco)</p><p>Interage com a enzima CYP2C9.</p><p>Tem alto teor de oxalatos.</p><p>Evitar o uso em caso de doença renal.</p><p>Alcaçuz</p><p>Glycyrrhiza glabra</p><p>L. (Fabaceae)</p><p>Chá (raiz</p><p>desidratada)</p><p>A glicirrizina aumenta as concentrações</p><p>plasmáticas e potencializa os efeitos</p><p>farmacológicos de costicosteroides</p><p>(prednilosona, hidrocortisona, dexametasona).</p><p>Pode interagir com a noretisterona resultando</p><p>no aumento da retenção de líquidos e da</p><p>pressão arterial.</p><p>Anti-hipertensivos: os efeitos dos</p><p>mineraisocorticoides (retenção de sódio e</p><p>água e hipocalemia) das plantas reduzem a</p><p>eficácia dos medicamentos usados para baixar</p><p>a pressão arterial. O efeito hipocalêmico da</p><p>planta pode aumentar o efeito dos diuréticos</p><p>de alça e tiazídicos.</p><p>Alfafa</p><p>Medicago sativa L.</p><p>(Fabaceae)</p><p>Produtos de</p><p>sementes</p><p>Pode causar doenças autoimunes (LES,</p><p>esclerose múltipla, artrite reumatoide),</p><p>fotossensibilidade, efeitos semelhantes aos do</p><p>estrogênio e efeito hipoglicêmico. Pode causar</p><p>doenças autoimunes (LES, esclerose múltipla,</p><p>artrite reumatoide), fotossensibilidade, efeitos</p><p>semelhantes ao estrogênio e hipoglicêmico.</p><p>Alho</p><p>Allium sativum L.</p><p>(Amaryllidaceae)</p><p>Alho fresco, pó</p><p>seco (> 7g/dia), em</p><p>doses maiores do</p><p>que a ingestão</p><p>alimentar normal</p><p>Pode interagir com anticoagulantes, anti-</p><p>hipertensivos, anti-hiperlipidêmicos e</p><p>hidroclorotiazida.</p><p>Aveia (farelo)</p><p>Avena sativa L.</p><p>(Poaceae)</p><p>Grão seco</p><p>(flocos ou farelo)</p><p>Estatinas e sinvastatina: diminuem o efeito da</p><p>sinvastatina.</p><p>Monitorar perfil lipídico e considerar ajuste de</p><p>dose. Verificar sinais e sintomas específicos.</p><p>Canela</p><p>Cinnamomum</p><p>cassia (L.) J.Presl</p><p>(Lauraceae)</p><p>Extrato de canela</p><p>Doses altas ou tomadas com o estômago vazio</p><p>podem causar toxicidade hepática. Testes</p><p>indicam função hepática elevada.</p><p>Pode ter efeito hipoglicêmico e piorar as</p><p>condições do fígado.</p><p>Chá preto</p><p>Camellia sinensis</p><p>(L.) Kuntze</p><p>(Theaceae)</p><p>Chá (dose alta ></p><p>600mg/dia ou</p><p>2,25-4,5L/dia)</p><p>Pode causar problemas no fígado e interagir</p><p>com nadolol (beta-bloqueador) e diuréticos.</p><p>Espirulina</p><p>Produto que</p><p>contém algas</p><p>verde-azuladas</p><p>Pode aumentar o risco de sangramento e</p><p>interagir com imunossupressores,</p><p>antiplaquetários, anticoagulantes, AINEs e</p><p>outras ervas que reduzem a coagulação do</p><p>sangue (ginseng, alho, ginkgo).</p><p>Feno-grego</p><p>Trigonella foenum-</p><p>graecum [Habl.]</p><p>Desc. (Fabaceae)</p><p>Sementes de feno-</p><p>grego inteiras e em</p><p>pó (> 5g)</p><p>Pode ter efeitos hipoglicêmicos e semelhantes</p><p>ao estrogênio.</p><p>Alimento/</p><p>suplemento</p><p>alimentar</p><p>Forma de</p><p>apresentação Interações e advertências</p><p>Gengibre</p><p>Zingiber officinale</p><p>Roscoe</p><p>(Zingiberaceae)</p><p>Raiz seca, extrato</p><p>líquido,</p><p>Dose > 10 g/dia</p><p>Pode interagir com anticoagulantes.</p><p>Ginseng</p><p>Raiz</p><p>Panax ginseng C.A.</p><p>Mey. (Araliaceae)</p><p>Extratos bruto e</p><p>padronizado (altas</p><p>doses) em</p><p>preparações</p><p>combinadas</p><p>Pode ter efeito hipoglicemiante e causar</p><p>hipertensão, bem como interagir com</p><p>anticoagulantes e AINEs.</p><p>Juntamente com a cafeína, tem possíveis</p><p>efeitos estimulantes aditivos.</p><p>Graviola</p><p>Annona muricata L.</p><p>(Annonaceae)</p><p>Chá das folhas</p><p>Apresentam potente efeito hipoglicemiante e</p><p>hipotensor.</p><p>Melão amargo</p><p>Momordica</p><p>charantia L.</p><p>(Curcubitaceae)</p><p>Chá de melão</p><p>amargo, semente</p><p>de melão amargo</p><p>em alta dose</p><p>Pode ter efeito hipoglicemiante, interage com</p><p>substâncias hipoglicemiantes.</p><p>Noni</p><p>Morinda citrifolia L.</p><p>(Rubiaceae)</p><p>Suco de Noni, dose</p><p>> 400mL</p><p>Pode causar toxicidade hepática e contém alto</p><p>teor de potássio.</p><p>Romã</p><p>Punica granatum L.</p><p>(Lythraceae)</p><p>Suco de romã,</p><p>extrato de romã</p><p>Pode interagir com anticoagulantes.</p><p>Adaptado de Kharaman, Arituluk e Cankaya, 2021.</p><p>A evidência do uso desses alimentos/suplementos é baseada em estudos limitados e principalmente em</p><p>achados pré-clínicos. É importante informar os profissionais de saúde e pacientes sobre os suplementos</p><p>dietéticos mais populares, para que as decisões sejam baseadas na maximização dos benefícios e na</p><p>minimização dos riscos.</p><p>Interação medicamento-alimento</p><p>O uso concomitante de medicamentos com alimentos e suplementos alimentares pode ter implicações clínicas</p><p>importantes, contudo muitas dessas combinações não produzem interações ou resultam em interações sem</p><p>importância clínica.</p><p>No cotidiano, alguns medicamentos são preferencialmente administrados junto com alimentos para</p><p>diminuir o efeito irritante sobre o estômago e essa associação pode aumentar a absorção do</p><p>fármaco. Nesses casos, a administração deve ser feita com estômago vazio, ou seja, uma hora antes</p><p>ou duas horas depois das refeições.</p><p>Há ainda as preferências alimentares incorporadas na forma de hábitos. Dietas com elevado teor de proteínas</p><p>e ingestão crônica de álcool (etanol), por exemplo, podem aumentar a biotransformação de fármacos. Por</p><p>outro lado, o maior consumo de carboidratos, dietas vegetarianas, ingestão aguda de etanol, consumo de</p><p>xantinas (café, alguns chás, cacau/chocolate), ácido ascórbico e tocoferol podem diminuir a biotransformação.</p><p>Agrião.</p><p>As proteínas e os carboidratos acidificam a urina, aumentando o tempo de eliminação de fármacos ácidos,</p><p>como barbitúricos e sulfonamidas, e podem provocar aumento do efeito farmacológico.</p><p>Em dietas pobres em proteínas, como as vegetarianas, o consumo de leite e derivados alcalinizam a urina,</p><p>favorecendo a reabsorção de fármacos alcalinos, prolongando sua meia-vida no organismo e aumentando a</p><p>excreção de fármacos ácidos.</p><p>Atenção</p><p>Da mesma forma, os fármacos podem modificar o metabolismo de nutrientes e, em alguns casos, alterar</p><p>o estado de nutrição. Por exemplo, o metotrexato e a ciclosporina lesam a mucosa intestinal, diminuindo</p><p>a absorção de cálcio. Os antiácidos, os laxativos e os antimicrobianos podem causar a perda de</p><p>nutrientes.</p><p>Nesses e em outros casos, um suplemento dietético pode ser necessário para restabelecer as condições</p><p>normais de nutrição do paciente. Elementos como zinco, magnésio, ácido ascórbico e riboflavina têm grande</p><p>relevância na biotransformação hepática de fármacos. O zinco, por exemplo, é um elemento básico para a</p><p>atividade de enzimas específicas do processo de biotransformação.</p><p>A seguir, vamos detalhar mais quatro espécies de interesse (citadas pelo nome popular, nome científico e</p><p>família botânica) com as respectivas interações que se somam ao quadro anterior.</p><p>Agrião (Nasturtium officinale W.T. Aiton, Brassicaceae)</p><p>O agrião contém componentes que inibem o CYP2E1 que</p><p>intermedeia a ativação de pró-carcinógenos. Em um estudo</p><p>sobre a possível interação do agrião, foi demonstrado que</p><p>50g da planta inibem o metabolismo da substância da</p><p>clorzoxazona pela isoenzima CYP2E1, aumentando a sua</p><p>exposição em 1,5 vezes. Também para o paracetamol foi</p><p>demonstrado que o agrião inibe o metabolismo oxidativo</p><p>pelo CYP2E1. Assim, é esperado que o agrião também iniba</p><p>o metabolismo de outros de seus substratos, tais como</p><p>halotano, isoflurano e etanol.</p><p>Toranja (suco de grapegruit ou</p><p>pomelo, Citrus paradisi, Rutaceae)</p><p>Toranja.</p><p>O suco de toranja (suco fresco ou processado, geleias, fruta in natura) pode aumentar a biodisponibilidade de</p><p>várias drogas (como a felodipina) por inibição do CYP3A4 intestinal.</p><p>Por conseguinte, é de se esperar a interação</p><p>causada por qualquer forma de consumo de</p><p>toranjas. Após a suspensão do consumo do</p><p>suco dessa fruta, foi observado que em uma</p><p>semana, no máximo, o estado inicial em relação</p><p>à biodisponibilidade dos xenobióticos é</p><p>alcançado novamente. Entre os medicamentos</p><p>para os quais foram descritas as interações</p><p>com a toranja, os que incluem diminuição dos</p><p>efeitos terapêuticos são: hipocolesterolêmicos</p><p>(sinvastatina), anti-hipertensivos (nifedipina),</p><p>ansiolíticos (buspirona), anti-histamínicos</p><p>(fexofenadina),</p><p>entre outros.</p><p>Bebidas alcoólicas</p><p>O álcool é decomposto pela enzima</p><p>mitocondrial aldeído desidrogenase 2 (ALDH2), que participa da metabolização, total ou parcial, de diversos</p><p>medicamentos, cuja ingestão concomitante pode aumentar o risco de ocorrência de efeitos adversos, como</p><p>os medicamentos antirretrovirais.</p><p>Essas interações farmacocinéticas diretas entre o consumo ocasional e moderado de álcool e os</p><p>medicamentos são menos frequentes. Em geral, os estudos sobre as interações consideram o</p><p>consumo crônico da bebida.</p><p>Medicamentos como certas cefalosporinas podem inibir a ALDH2. O consumo simultâneo desses</p><p>medicamentos com álcool causa uma acumulação de acetaldeído tóxico, levando à manifestação de sintomas</p><p>como rubor, dor de cabeça, taquicardia e náuseas.</p><p>A administração simultânea de álcool e ácido acetilsalicílico (AAS) provoca um prolongamento do tempo de</p><p>sangramento, que pode aumentar a perda de sangue gastrointestinal. Além disso, a ingestão simultânea de</p><p>aspirina com álcool numa refeição pode resultar em maior absorção de álcool se comparada a uma situação</p><p>similar sem aspirina.</p><p>O álcool tem um efeito depressivo sobre o sistema nervoso central (SNC) e, se associado com outros</p><p>medicamentos depressores ou sedativos, pode levar a um aumento da sedação. Além disso, o uso</p><p>concomitante com as sulfonilureias pode acentuar a hipoglicemia; com a metformina, pode aumentar o risco</p><p>de acidose láctica.</p><p>Saiba mais</p><p>O consumo crônico de álcool provoca aumento de várias isoenzimas do citocromo P450 no fígado, em</p><p>especial, a CYP2E1, responsável pela formação de metabólitos tóxicos de alguns medicamentos</p><p>(paracetamol, halotano).</p><p>O consumo de álcool com medicamentos está associado ao aumento de reações adversas, mesmo nas doses</p><p>terapêuticas. Assim, o consumo crônico de álcool associado à dose terapêutica elevada de paracetamol pode</p><p>ocasionar danos hepáticos agudos, favorecidos também pela nutrição insuficiente ou por baixas reservas de</p><p>glutationa.</p><p>Bebidas com cafeína</p><p>As bebidas contendo cafeína incluem café, chá preto, guaraná e bebidas à base de cola, bem como várias</p><p>"bebidas energéticas". A cafeína é degradada por meio da CYP1A2, podendo interferir no metabolismo de</p><p>outros substratos, como a clozapina e a teofilina. Logo, pacientes tratados com clozapina devem ser</p><p>aconselhados a evitar o consumo de bebidas com cafeína. Além disso, existem medicamentos, tais como os</p><p>contraceptivos orais, que aumentam a concentração sérica da cafeína e, assim, são capazes de induzir</p><p>insônia, taquicardia e tremor.</p><p>Medicamentos fitoterápicos X alimentos e suplementos alimentares:</p><p>importantes interações medicamentosas</p><p>Neste vídeo, o especialista Magno Maciel Magalhães apresentará importantes interações entre plantas</p><p>medicinais e fitoterápicos com alimentos e suplementos alimentares.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Vem que eu te explico!</p><p>Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.</p><p>Interações entre alimentos e suplementos alimentares</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Principais alimentos e suplementos alimentares</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.</p><p>Verificando o aprendizado</p><p>Questão 1</p><p>Um adolescente de 18 anos, diabético e usando hipoglicemiante, iniciou recentemente uma mudança nos seus</p><p>hábitos alimentares para perda de peso. Como é um usuário frequente das redes sociais, selecionou dali uma</p><p>dieta com altos níveis de proteína. Sobre possíveis interações entre essa dieta e o medicamento em uso,</p><p>assinale a alternativa incorreta.</p><p>A</p><p>As dietas ricas em proteínas podem aumentar a biotransformação de fármacos.</p><p>B</p><p>As dietas ricas em carboidratos podem diminuir a biotransformação de fármacos.</p><p>C</p><p>As dietas ricas em proteínas podem diminuir a biotransformação de fármacos.</p><p>D</p><p>As proteínas e os carboidratos acidificam a urina, aumentando o tempo de eliminação de fármacos ácidos.</p><p>E</p><p>As proteínas e os carboidratos acidificam a urina e podem aumentar o efeito farmacológico dos fármacos</p><p>ácidos.</p><p>A alternativa A está correta.</p><p>As dietas ricas em proteínas aumentam a biotransformação de fármacos e devem ser orientadas pelo</p><p>médico e pelo nutricionista.</p><p>Questão 2</p><p>Uma pessoa, ao tomar um lanche no final da tarde, pediu um chá preto com canela. A partir do que estudamos</p><p>neste módulo, quais seriam os efeitos possíveis das interações desses dois ingredientes?</p><p>A</p><p>Ambas as espécies têm efeito protetor sobre o fígado.</p><p>B</p><p>O chá preto tem efeito hipoglicemiante e a canela pode interagir com diuréticos.</p><p>C</p><p>A canela tem efeito hipoglicemiante e o chá preto pode interagir com medicamento beta-bloqueador.</p><p>D</p><p>O chá preto e a canela podem interagir com diuréticos.</p><p>E</p><p>Ambas as espécies têm efeito hipoglicemiante.</p><p>A alternativa C está correta.</p><p>O chá preto pode interagir com o nadolol, um beta-bloqueador, além de diurético. Já a canela tem efeito</p><p>hipoglicêmico. Ambos podem causar alterações hepáticas.</p><p>4. Conclusão</p><p>Considerações finais</p><p>A redução do risco de ocorrência de interações envolve algumas condutas que os profissionais da área de</p><p>saúde devem adotar ao selecionar e monitorar os esquemas terapêuticos, a saber: identificação das</p><p>características do paciente, conhecimento dos mecanismos de ação farmacológica dos medicamentos em</p><p>uso, avaliação das opções e ajustes terapêuticos quando não houver possibilidade de substituir ou suspender</p><p>um deles.</p><p>Plantas medicinais e fitoterápicos devem ser administrados com precaução, principalmente para os casos</p><p>livres de prescrição e quando usados concomitantemente com certos tipos de alimentos, agentes químicos</p><p>não medicinais, álcool e tabaco.</p><p>Muitas interações não apresentam consequências graves e outras que são perigosas em potência ocorrem</p><p>apenas em pequena proporção de pacientes. Entretanto, pessoas com múltiplas doenças, disfunção renal ou</p><p>hepática e que usam muitos medicamentos são mais suscetíveis, como a população idosa frequentemente</p><p>com perfil de polifarmácia.</p><p>Os profissionais de saúde devem estar sempre atentos ao melhor regime terapêutico, com base nas</p><p>informações científicas disponíveis sobre as interações entre plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e</p><p>suplementos.</p><p>Podcast</p><p>Neste podcast, o especialista Magno Maciel Magalhães apresentará os principais pontos abordados no</p><p>conteúdo.</p><p>Conteúdo interativo</p><p>Acesse a versão digital para ouvir o áudio.</p><p>Explore +</p><p>Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:</p><p>Visite o site da Fitobula, Fitoterapia Clínica e Soluções.</p><p>Consulte o Formulário de fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 2. ed., 2021, disponível no site da</p><p>Anvisa.</p><p>Referências</p><p>CENTRO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. BIREME. Descritores</p><p>em Ciência da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Consultado na internet em: 24 set. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos e definições. 21 set. 2020a.</p><p>Consultado na internet em: 24 set. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento fitoterápico da Farmacopeia</p><p>Brasileira. Brasília, DF: Anvisa, 2016.</p><p>•</p><p>•</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC nº 16, de 2 de março de</p><p>2007. Aprova Regulamento Técnico para Medicamentos Genéricos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília,</p><p>DF, n. 43, 5 mar. 2007.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de</p><p>Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional: Rename 2010. 2. ed.</p><p>Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Consultado na internet em: 24 set.</p><p>2021.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de</p><p>Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos. Brasília, DF: Ministério da</p><p>Saúde, 2006. (Série B. Textos Básicos de Saúde) Consultado</p>

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