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Tema 5 - Interações entre plantas medicinais_fitoterápicos e medicamentos_alimentos

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03/02/2022 20:52 Interações entre plantas medicinais/fitoterápicos e medicamentos/alimentos
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02523/index.html#imprimir 1/52
Interações entre plantas medicinais/�toterápicos e
medicamentos/alimentos
Profª. Maria Helena Durães Alves Monteiro
Descrição
As ocorrências de interações pelo uso associado de plantas medicinais e fitoterápicos com medicamentos
e alimentos.
Propósito
Destacar a importância do conhecimento das interações de plantas medicinais e fitoterápicos com
medicamentos e alimentos, para que seu uso seja racional e orientado nas práticas das diferentes áreas da
saúde, em especial na atuação profissional do farmacêutico.
Objetivos
Módulo 1
Tipos de interações
Definir os tipos de interação de importância farmacológica e clínica relevantes para o estudo de plantas
medicinais e fitoterápicos.
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Módulo 2
Interações com medicamentos alopáticos
Descrever as principais interações de plantas medicinais e fitoterápicos com medicamentos alopáticos.
Módulo 3
Interações de alimentos e suplementos
Reconhecer as principais interações de alimentos e suplementos alimentares.
Neste conteúdo, apresentaremos as interações de plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e
suplementos, relacionando suas definições e características relevantes para a prática dos profissionais
da área de saúde.
Destacaremos os medicamentos fitoterápicos usados para o tratamento de várias doenças,
associando os efeitos adversos e as interações entre medicamentos e plantas medicinais, alimentos e
suplementos alimentares.
Este material pode ser o início de um estudo mais profundo para profissionais de saúde envolvidos na
terapia e que objetivam maximizar os resultados clínicos, reduzindo os efeitos negativos e tóxicos das
plantas e evitando interações medicamentosas.
Introdução
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1 - Tipos de interações
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir os tipos de interação de importância
farmacológica e clínica relevantes para o estudo de plantas medicinais e �toterápicos.
Interações: de�nições e classi�cação
O termo “interação” é muito usado em diversas áreas das ciências farmacêuticas, incluindo a farmacologia,
a farmacognosia e a fitoterapia. Antes de iniciarmos o uso desse termo no contexto dos medicamentos
(alopáticos e fitoterápicos), vamos relembrar o que significa interação?
De forma bem simples, podemos de�nir interação como a in�uência recíproca de um
elemento sobre outro.
Os efeitos fisiológicos ou farmacológicos de substâncias que entram em contato com nosso organismo,
independentemente de sua origem ou via de administração, estão sujeitos a sofrer (e gerar) influências,
diretas ou indiretas, umas sobre as outras. Com essa definição em mente, vamos iniciar nosso estudo sobre
as interações medicamentosas.
Os princípios utilizados na identificação das interações medicamentosas são os mesmos estudados para
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os xenobióticos, ou seja, substâncias químicas estranhas ao organismo humano que podem ou não ter
efeito nocivo à saúde.
O efeito produzido tem relação com diversos fatores, como a quantidade do medicamento, a idade e o
tempo de exposição do indivíduo, as características fisiológicas e as condições de adoecimento crônico.
Assim, as interações de plantas medicinais/fitoterápicos com medicamentos, diretamente ou entre si, e
ainda dos alimentos/suplementos alimentares com medicamentos que apresentem compostos bioativos
são de interesse para a prática dos profissionais da área de saúde que precisam orientar o usuário de forma
correta.
As possibilidades de interação são inúmeras, incluindo medicamentos, drogas, plantas medicinais,
fitoterápicos, alimentos, suplementos alimentares e outros ingredientes.
Atenção
As interações medicamentosas estão entre as mais investigadas e podem ser definidas como o evento
clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou
algum agente químico-ambiental, constituindo causa comum de efeitos adversos.
Os medicamentos, quando administrados em conjunto com outras substâncias, como outros
medicamentos, substâncias químicas ou do ambiente, alimentos, plantas medicinais e fitoterápicos, podem
ter efeitos diferentes dos esperados caso fossem usados isoladamente, podendo até mesmo interferir em
exames laboratoriais.
Vamos relembrar as definições de medicamento e insumo farmacêutico ativo (IFA), que inclui o fármaco, de
acordo com a Anvisa.
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Medicamento
“Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa
ou para fins de diagnóstico” (BRASIL, 2007, n. p.).
É uma forma farmacêutica terminada que contém o fármaco, geralmente em associação com
adjuvantes farmacotécnicos.
Insumo farmacêutico ativo (IFA)
“Substância química ativa, fármaco, droga ou matéria-prima que tenha propriedades farmacológicas
com finalidade medicamentosa, utilizada para diagnóstico, alívio ou tratamento, empregada para
modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, em benefício da pessoa na qual se
administra.” (BRASIL, 2020a, n. p.).
É importante lembrar que as plantas utilizadas para fins medicinais podem ser encontradas no mercado
nacional nas categorias de alimento, suplemento alimentar e droga vegetal (medicinal), enquanto os
medicamentos fitoterápicos pertencem à categoria regulada nos órgãos oficiais e podem ser encontrados
em farmácias ou drogarias ou serem elaborados em farmácias magistrais. Dessa forma, é fundamental
conhecer a espécie vegetal e as formas farmacêuticas disponíveis para indicação e/ou prescrição.
Agora, vamos conhecer como as interações se classificam e os mecanismos pelos quais atuam no
organismo humano.
Tipos de interações e seus mecanismos

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Para estudar as interações entre os xenobióticos, é necessário conhecer os principais tipos e seus
mecanismos de atuação, pois assim será possível predizer, identificar e evitar seu surgimento no organismo
quando necessário. A maioria dos mecanismos pode ser categorizada como:
A maioria dos mecanismos pode ser categorizada como:
Interações químicas diretas
Farmacodinâmicas
Farmacocinéticas
Interações químicas diretas
A formação de dois produtos químicos (substância/complexo químico com outro) pode modificar a ação de
um deles ou de ambos. De forma geral, as interações químicas diretas requerem a ingestão de ambos os
produtos químicos num período relativamente curto entre eles.
Exemplo
A ligação da tetraciclina (antibiótico) ao carbonato de cálcio (de alimentos ou suplementos) no intestino
delgado forma um produto insolúvel que provoca a redução ou a perda da ação terapêutica do antibiótico.
Outro exemplo é a atuação dos antídotos, que formam complexos e podem alterar significativamente a taxa
de absorção de outras substâncias químicas pela alteração do pH ou pelo tempo de esvaziamento gástrico.
Interações farmacodinâmicas
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Resultam em mudanças na resposta biológicadas duas substâncias (xenobióticos) envolvidas, mas sem
qualquer alteração na concentração plasmática de qualquer uma delas. Quando os dois xenobióticos
possuem ação farmacológica semelhante, produzem um efeito aditivo ou sinérgico. Porém, quando dois
xenobióticos têm efeitos farmacológicos opostos, produzem uma resposta reduzida ou nula.
A ocorrência e o resultado de uma interação farmacodinâmica dependem dos seguintes fatores sobre as
substâncias: local (ou locais) de ação, mecanismo da atividade biológica e previsibilidade da obtenção de
níveis adequados nos sítios de ação. As interações farmacodinâmicas podem ser diretas ou indiretas:
Interações farmacodinâmicas diretas (IFD)
Ocorrem no mesmo sítio de ligação, um receptor extracelular ou uma enzima, em que cada substância
(xenobiótico) exerce o seu efeito farmacológico. Os dois xenobióticos podem produzir um efeito
fisiológico aditivo ou, no caso de um deles ser um antagonista ou um agonista mais fraco, o resultado
pode ser a diminuição da resposta ao agonista mais forte.
Interações farmacodinâmicas indiretas
Ocorrem quando dois xenobióticos atuam na mesma via fisiológica desde o receptor ao efetor, mas em
sítios moleculares de ação diferentes. Ou seja, duas substâncias (xenobióticos) podem afetar cada uma o
mesmo órgão, mas de formas diferentes, e, quando ingeridas em conjunto, podem aumentar
significativamente a propensão para o dano de órgãos, mesmo que os efeitos tóxicos não sejam
detectados independentemente.
Antagonista
Que impede a ativação do receptor.
Agonista mais fraco
Que ativa receptores que produzem a resposta desejada, porém mais fraca.
Um exemplo de interação farmacodinâmica indireta seria o consumo concomitante da folha de Ginkgo com
um inibidor da ciclo-oxigenase, como a aspirina. Considerando seu suposto antagonismo de fator de
ativação de plaquetas, ocorreria um aumento da propensão para hemorragias, ou seja, um efeito aditivo da
ação farmacológica.
Se a planta medicinal/o fitoterápico e o medicamento afetam o mesmo receptor ou o mesmo local de ação,
ocorre uma interação potencializando o seu efeito — o que chamamos de sinergismo. Mas se a sua ação é
reduzida ou anulada, ocorre o antagonismo. Entenda a seguir:
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Sinergismo
O sinergismo ocorre nos casos em que duas ou mais substâncias (xenobióticos) administradas
conjuntamente têm o mesmo efeito farmacológico. Como exemplo de efeito aditivo prejudicial, temos
o uso concomitante de depressores do sistema nervoso central (SNC) e etanol, cujos efeitos vão desde
a redução das habilidades psicomotoras até o coma e óbito.
Antagonismo
No antagonismo, a administração conjunta de substâncias (xenobióticos) pode levar à diminuição do
efeito, por exemplo, por competição ou bloqueio do receptor. Como exemplo temos o efeito
farmacológico dos hipoglicemiantes é reduzido pela administração conjunta de glicocorticoides. No
entanto, o antagonismo torna-se benéfico quando uma substância é empregada como corretiva ou
antídoto.
Interações farmacocinéticas
Ocorrem quando uma substância (xenobiótico) afeta a absorção, a distribuição, o metabolismo ou a
excreção de outra substância, resultando em níveis alterados de uma delas ou dos seus metabólitos. Essas
interações incluem efeitos causados pelas substâncias químicas nas enzimas metabolizadoras e
transportadoras que afetam o período da concentração de uma ou de ambas as substâncias químicas no
organismo. Normalmente ocorrem nos intestinos, no fígado ou nos rins e são classificadas de acordo com o
seu local de ação, mecanismo de alteração (metabolismo como um todo: absorção, distribuição e
excreção), competição para a ligação de proteínas e efeito sobre a excreção.
Os xenobióticos sofrem frequentemente alterações metabólicas por enzimas (as do
citocromo P450 e a UDP-glucuronil-transferase (UGTs), por exemplo) resultando na
formação de derivados estruturalmente modificados (metabólitos) que podem
possuir diferentes atividades farmacológicas (maiores ou menores) quando
comparados com os do composto parental consumido.
Um grupo importante de enzimas xenobióticas metabolizadoras são as enzimas citocromo P450 (CYP),
uma superfamília de hemoproteínas que mediam a biotransformação de compostos endógenos e exógenos
no fígado, no intestino e em outros locais. Algumas isoenzimas de CYP envolvidas com reações
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farmacocinéticas significativas em humanos na metabolização de xenobióticos são: CYP1A2, CYP2C9,
CYP2C19, CYP2D6, CYP2E1, CYP3A4, CYP2A6 e CYP2B6.
Toranja
Uma vez que muitos produtos químicos são substratos para as mesmas isoenzimas de CYP, um composto
pode inibir a atividade da enzima metabolizando outro composto que é ingerido concomitantemente. Além
disso, a ingestão de uma substância horas antes de outra pode induzir à produção de mais enzimas ou inibir
a síntese normal da enzima, afetando a taxa de metabolismo de uma segunda substância metabolizada por
essa mesma enzima. O suco de toranja fornece um exemplo de uma interação associada às enzimas CYP,
por suprimir o CYP3A4 e alterar a concentração dos fármacos metabolizados pela enzima.
No entanto, é importante lembrar que algumas substâncias podem ser metabolizadas no sangue, nos rins,
na pele e no intestino.
Atenção
As interações de fitoterápicos são geralmente do tipo farmacocinéticas que resultam na inibição ou indução
enzimática.
Como vimos, além das enzimas metabolizadoras, outros mecanismos afetam significativamente essas
interações, interferindo na absorção química, distribuição e excreção. A atuação dos transportadores
transmembrana, que incluem as glicoproteínas P, é um importante mecanismo de interação
farmacocinética. Dependendo da localização e da atividade, podem ter efeito significativo na concentração
de uma substância química no seu local de ação.
Glicoproteínas P
São codificadas pelo gene MDR1 e são responsáveis pela regulação do fluxo de substâncias que entram e
saem das células ou desempenham uma variedade de funções.
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O hipérico ou erva-de-são-joão age no transportador codificado com MDR1 e na enzima CYP3A4, o que pode
interferir na ação de imunossupressores como a ciclosporina, utilizada por pacientes que realizaram
transplante de órgão, resultando em reduções significativas na sua concentração e ocasionando a rejeição
do órgão.
Outro exemplo é a interação com os contraceptivos orais, que diminuem a sua efetividade. Isso ocorre
porque a circulação dos níveis de estrogênio após a ingestão de contraceptivos orais é parcialmente
regulada por transportadores (codificados com MDR1), assim o uso concomitante com a erva-de-são-joão
pode ocasionar aumento do efluxo do hormônio, tornando os níveis do contraceptivo oral ineficazes.
Transportador codificado com MDR1.
Outro tipo de interação farmacocinética potencial dos xenobióticos é a ligação às proteínas plasmáticas, por
meio da competição por sítios de ligação a proteínas que pode alterar a quantidade de substância não
ligada (ou seja, substância-livre ou outra substância) disponível para exercer o seu efeito farmacológico. O
problema é que a deslocação de um xenobiótico altamente ligado à proteína plasmática por outro composto
pode resultar num aumento da atividade desse composto deslocado. Para investigar a importância clínica, é
necessário avaliar, caso a caso, o potencial de deslocamento de sítios de ligação de proteínas, a extensão e
o local da ligação proteica, e a concentração de cada substância no sangue.
A excreçãorenal ou biliar de xenobióticos e a sua concentração plasmática podem
também ser afetadas por outras substâncias. As alterações na depuração renal de
um xenobiótico podem ocorrer por causa dos efeitos de outra substância sobre o
pH urinário, sobre a secreção ativa de outra substância no túbulo renal. Alguns
ingredientes de suplementos dietéticos inibem a absorção tubular, alteram
mecanismos moleculares importantes para a excreção de outros xenobióticos e
devem ser considerados como potenciais causas de efeitos inesperados.
Importância e ocorrência das interações
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O consumo de plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e suplementos alimentares é bastante comum na
população, uma vez que esses itens podem ser facilmente adquiridos em lojas de produtos naturais,
mercados, feiras livres ou comércio digital. A facilidade de acesso aliada a fatores como falta de informação
sobre cuidados, indicações, posologia e ao mito de que “produtos naturais não fazem mal” contribuem para
a ocorrência de efeitos adversos oriundos de interações indesejadas.
Saiba mais
As características fisiológicas e de hábitos do indivíduo podem favorecer a ocorrência das interações, como
no caso de crianças, gestantes, lactentes e idosos. Fatores relacionados a medicamentos (posologia e
modo de administração, propriedades farmacocinéticas, farmacodinâmicas e terapêuticas) e ao indivíduo
(idade, sexo, características genéticas, condição da saúde) podem causar inúmeras interações. Atenção
especial deve ser dada àqueles que têm alguma doença crônica ou que possuem algum agravo à saúde e
que estejam sob tratamento fazendo uso de medicamentos alopáticos.
O consumo de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos de venda livre aumenta o risco de
interações, podendo comprometer a eficácia terapêutica dos tratamentos. Nesses casos, o
acompanhamento clínico é fundamental e qualquer alteração na prescrição ou posologia dos
medicamentos (alopáticos ou fitoterápicos) deve ser orientada pelo médico.
Entre as interações mais importantes, estão as associadas ao uso combinado de produtos fitoterápicos em
pacientes com doenças crônicas, como as cardiovasculares, neoplasias e doenças renais crônicas. Essa
afirmação é corroborada pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2020) que registra as
doenças cardiovasculares (DCV), o diabetes mellitus e os problemas respiratórios como as principais
doenças e agravos à saúde da população brasileira.
Algumas plantas medicinais afetam a farmacocinética de alguns medicamentos utilizados nas doenças
cardiovasculares, por vários mecanismos de interações. Dentre elas, podemos citar algumas bastante
comuns:
Gengibre (Zingiber officinale Roscoe).
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Alho (Allium sativum L.).
Hortelã (Mentha × piperita).
No caso do tratamento do câncer, os mecanismos farmacocinéticos mais comuns são a inibição mediada
por algumas plantas medicinais ou fitoterápicos e a estimulação de enzimas metabolizadoras de drogas
e/ou proteínas de transporte.
Os pacientes portadores de doença renal crônica apresentam maior risco de desenvolver doenças
cardiovasculares. Por esse motivo, é comum a prescrição associada de antiplaquetários e anticoagulantes
que podem interagir e produzir efeitos sinérgicos ou aditivos, levando a sangramentos ou hemorragias.
Os fitoterápicos são populares entre as mulheres para aliviar os sintomas
relacionados ao ciclo menstrual e à menopausa como cansaço, depressão, dores
nas articulações e insônia.
Em acréscimo a esses grupos, temos os idosos que, na maioria das vezes, são usuários de polifarmácia.
Como orientação geral, plantas medicinais e fitoterápicos devem ser evitados pelo risco aumentado de
ocorrência de interações, efeitos tóxicos e colaterais.
Atenção
Como recomendação geral, a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser supervisionada pelo
profissional médico ou da área de saúde habilitado.
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Café com o especialista: interações medicamentosas
Neste vídeo, os especialistas João Raphael Leite Castello Branco Maia e Cristiane Paiva Coelho Soares
conversarão sobre os tipos de interação, suas características, os cuidados e riscos das interações
medicamentosas.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 1
Vem que eu te explico!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?


Questão 1
Sobre interações medicamentosas, assinale a alternativa correta.
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A
Interação medicamentosa é um evento clínico em que os efeitos de um fármaco são
alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico
ambiental.
B As interações sempre causam malefícios ao paciente.
C
As interações podem ocorrer apenas pelos mecanismos de distribuição,
biotransformação e excreção.
D
O antagonismo competitivo ocorre em nível de receptores e, portanto, é considerado
como uma interação farmacocinética.
E Os alimentos não fazem interação com medicamentos.
Parabéns! A alternativa A está correta.
São consideradas interações medicamentosas todas as que estabelecem associação entre
xenobióticos, que incluem fármacos, alimentos, bebidas ou substâncias químico-ambientais.
Questão 2
Um usuário, A.M.S, homem, com 56 anos, chega ao posto de saúde do seu bairro com queixa de forte
cefaleia (dor de cabeça) há dois dias. O médico, ao realizar a anamnese, verifica que ele suspendeu o uso do
anti-hipertensivo sem conhecimento do clínico e iniciou a ingestão de uma planta medicinal, na forma de
chá ofertada pelo seu vizinho. A justificativa do paciente foi a de que, pelo custo do medicamento, buscou
uma opção mais barata e que, por ser natural, acreditava que “só poderia fazer bem”. Sobre a afirmativa do
usuário, “só poderia fazer bem”, o que um profissional da área de saúde deveria informar?
A O paciente está correto, porque utilizar plantas medicinais não oferece risco à saúde.
B
O paciente está incorreto, por ter suspendido sem orientação o medicamento anti-
hipertensivo, mas realmente plantas medicinais só apresentam benefícios.
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2 - Interações com medicamentos alopáticos
C O paciente está correto por substituir o medicamento sem orientação médica.
D
O paciente está errado, porque toda alteração no regime de prescrição deve ser orientada
pelo médico, incluindo o uso de plantas medicinais.
E
O paciente está correto, as plantas medicinais podem substituir os medicamentos
alopáticos sem necessidade de orientação médica.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O uso de plantas medicinais e fitoterápicos deve ser orientado por profissional da área de saúde
capacitado (médicos, cirurgiões-dentistas, farmacêuticos, enfermeiros) em seu campo de
atuação específico. Assim como os demais medicamentos, para que seu efeito terapêutico seja
alcançado, é necessário que haja correta indicação, considerando, inclusive, possíveis efeitos
adversos e interações.
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Ao �nal deste módulo, vocêserá capaz de descrever as principais interações de plantas
medicinais e �toterápicos com medicamentos alopáticos.
Plantas medicinais e �toterápicos
Neste módulo, abordaremos algumas interações medicamentosas de plantas medicinais e medicamentos
fitoterápicos de uso amplo com medicamentos alopáticos de interesse para a prática clínica nas áreas da
saúde. Para tanto, consideramos o fato de que o uso de plantas medicinais e fitoterápicos traz benefícios e
riscos; destacamos ainda que todas as substâncias ingeridas pelo indivíduo têm potencial para promover
interações.
As interações de plantas/fitoterápicos baseiam-se nos mesmos princípios farmacocinéticos e
farmacodinâmicos das interações fármaco-fármaco. As interações de importância clínica relevante são as
que envolvem os efeitos no metabolismo via isoenzimas do citocromo P450, o prejuízo das funções
hepática ou renal e outros mecanismos.
Na prática clínica, a polifarmácia é comum. Os pacientes fazem associações dos medicamentos com
vitaminas, plantas medicinais e alimentos. A popularidade das terapias alternativas, em especial a
fitoterapia, é um novo desafio para os profissionais de saúde, porque as evidências sobre segurança e
eficácia são incompletas, complexas e pouco elucidativas. Assim, a verdadeira prevalência de interações
medicamentosas ainda é desconhecida.
Antes de seguirmos adiante, vamos recordar alguns conceitos importantes na
�toterapia?
Fitoterapia
De acordo com a definição da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, o termo “fitoterapia”
(do grego phyton, planta, e therapia, tratamento) é a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, incluindo os fitoterápicos, sem a utilização de
substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
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Planta medicinal
Planta medicinal é definida como uma espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos
terapêuticos. É um produto medicinal acabado e etiquetado, cujos componentes ativos são formados por
partes aéreas, subterrâneas de plantas ou outro material vegetal, ou ainda por combinações, em estado
bruto ou em formas de preparações vegetais.
Esse insumo tem diferentes formas de apresentação: planta fresca, alimentos (incluindo cápsulas de
acerola, óleo de alho e outros), ervas secas e chás (considerados alimentos), droga vegetal seca, tinturas
e droga vegetal em pó (disponibilizadas na forma de cápsulas).
Fitoterápicos
Fitoterápicos são medicamentos preparados a partir de plantas medicinais, obtidos empregando-se
exclusivamente derivados da droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e outros). Não se
considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas,
sintéticas ou naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais.
Os medicamentos fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, são caracterizados pelo
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua
qualidade.
A eficácia e a segurança de fitoterápicos devem ser validadas mediante
levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentações técnico-
científicas em bibliografia e/ou publicações indexadas e/ou estudos
farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos. A qualidade deve ser
alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acabado, materiais
de embalagem e estudos de estabilidade.
Interações plantas medicinais/�toterápicos: principais espécies
botânicas
O Brasil é considerado um país megabiodiverso, conhecido pelo grande número de espécies vegetais,
incluindo as medicinais, amplamente utilizadas pela população. Muitas vezes, o uso de plantas medicinais
está correlacionado à tradicionalidade e é a principal forma de cuidado em alguns locais.
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O potencial terapêutico da flora brasileira ainda está distante de ser registrado na literatura científica, no
entanto os compêndios farmacopeicos têm fundamental importância como fonte de consulta para
orientação dos profissionais da área de saúde.
Saiba mais
De acordo com os dados oficiais (Sisab/Datasus), em 2017, as atividades e os procedimentos relacionados
a plantas medicinais/fitoterapia foram os mais ofertados no Brasil, representando 49% do total de
atendimentos individuais realizados no nível de Atenção Primária à Saúde.
Atualmente, o SUS oferta doze medicamentos fitoterápicos que fazem parte da Relação Nacional de
Medicamentos (Rename), disponibilizados na forma de medicamentos fitoterápicos industrializados,
fitoterápicos manipulados, drogas vegetais e planta medicinal fresca (ver quadro a seguir).
Segundo o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), os
fitoterápicos mais utilizados na rede pública são: guaco, espinheira-santa e isoflavona-de-soja, indicados
como coadjuvantes no tratamento de problemas respiratórios, gastrite/úlcera e sintomas do climatério,
respectivamente. Mas o mercado brasileiro comercializa diversos medicamentos fitoterápicos, simples
(com apenas uma espécie botânica) e associados (com duas ou mais espécies botânicas). Eles têm
atuação em vários sistemas orgânicos sobretudo para manejo da ansiedade, depressão, insônia e de outros
quadros relacionados (por exemplo, Passiflora sp., Valeriana officinalis, Hypericum perforatum, Piper
methysticum e Melissa officinalis).
Assim, a fim de relacionar as principais espécies botânicas de interesse para abordar as interações
medicamentosas (IM), foram selecionadas plantas que fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais (BRASIL, 2020b), do Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB) e do Formulário
Terapêutico Nacional, cujas informações fazem parte de documentos oficiais.
Essas publicações são do Ministério da Saúde do Brasil e estão disponíveis na internet
para consulta.
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O quadro a seguir mostra como as informações estão organizadas:
Relação Nacional de Medicamentos (Rename) 2020; Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB). 
Extraído de: Brasil, 2020b.
Conforme se observa no quadro anterior, não há informação sobre as interações de algumas plantas. Isso
acontece por vários motivos, além da complexidade dos estudos de investigação e da carência de
pesquisas, alguns dados estão incompletos ou simplesmente não existem, bancos de dados podem estar
desatualizados, entre outros.
É importante lembrar que a utilização de plantas medicinais e/ou fitoterápicos deve
ser acompanhada por profissional da área de saúde, que pode orientar e prescrever
ou indicar os produtos considerando as reais necessidades do usuário e seu quadro
geral de saúde.
As plantas medicinais e os fitoterápicos se enquadram nos princípios do uso racional de medicamentos,
imprescindível para a saúde integral.
Principais espécies botânicas
As espécies que comentaremos a seguir estão citadas com o nome popular, o nome científico e a família
botânica. As indicações e interações medicamentosas foram pesquisadas no Memento Fitoterápico da
Farmacopeia Brasileira (MFFB).
Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae)
A droga vegetal das folhas da alcachofra, das quais se obtém a infusão e o extrato seco padronizado, é
disponibilizada em cápsulas ou comprimidos. A alcachofra é indicada, para uso interno, como
antidispéptico, antiflatulento, diurético, auxiliar na prevenção da aterosclerose por atuar como coadjuvante
no tratamento de dislipidemia e como auxiliar nos sintomasda síndrome do intestino irritável.
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Alcachofra (Cynara scolymus L., Asteraceae).
Quanto às interações medicamentosas, reduz a eficácia de medicamentos que atuam na coagulação
sanguínea, como ácido acetilsalicílico (aspirina) e anticoagulantes cumarínicos (varfarina). É indutora de
enzimas do citocromo P450 (CYP3A4, CYP2B6 e CYP2D6), podendo interagir diminuindo as concentrações
sanguíneas de fármacos de medicamentos que têm a mesma via metabólica.
Alho (Allium sativum L., Amaryllidaceae)
Alho (Allium sativum L., Amaryllidaceae)
O alho é indicado como coadjuvante no tratamento de problemas respiratórios (bronquite crônica, asma),
sintomas de gripes e resfriados, expectorante, preventivo de alterações vasculares, coadjuvante no
tratamento de hiperlipidemia, hipertensão arterial e auxiliar na prevenção da aterosclerose.
Os fitoterápicos são contraindicados em associação com anticoagulantes orais (heparina, agentes
trombolíticos, antiagregantes plaquetários e anti-inflamatórios não esteroidais) por aumentarem o risco de
hemorragias e com a varfarina. Outras interações ocorrem com antirretrovirais, inibidores da protease,
reduzindo as concentrações séricas dessa classe e aumentando o risco de falhas no tratamento. Além
disso, pode diminuir a efetividade da clorzoxazona por induzir o seu metabolismo.
Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville.,
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Leguminosae)
O barbatimão é indicado como cicatrizante. Em função da presença de taninos nesse fitoterápico, é
recomendado evitar o uso concomitante com sais de prata, bases proteicas e princípios ativos
vasodilatadores.
Barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville., Leguminosae).
Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae)
A camomila é indicada como antiespasmódico, ansiolítico, sedativo leve e anti-inflamatório em afecções da
cavidade oral. As interações descritas incluem a varfarina, as estatinas e os contraceptivos orais.
Camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae).
Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC., Rhamnaceae)
Os fitoterápicos à base de cáscara-sagrada são indicados para tratamento de curto prazo da constipação
intestinal ocasional.
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Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC., Rhamnaceae).
O uso pode causar aceleração do trânsito intestinal, resultando na absorção reduzida de fármacos de via
oral e desequilíbrio eletrolítico, como a hipocalemia (redução do potássio sérico), que pode potencializar os
efeitos de glicosídeos cardiotônicos (digoxina, digitálicos ou estrofantina), fármacos antiarrítmicos
(quinidina), diuréticos tiazídicos, adrenocorticosteroides ou raiz de alcaçuz.
Castanha-da-Índia (Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae)
Indicada para o tratamento da insuficiência venosa e fragilidade capilar. A escina, princípio ativo da
castanha-da-Índia, tem elevada capacidade de ligação às proteínas plasmáticas (90%), podendo interferir na
farmacocinética de outros fármacos. O fitoterápico não deve ser administrado com anticoagulantes orais,
por risco de potencializar o efeito anticoagulante. Há relato de caso de insuficiência renal após
administração concomitante à da escina e do antibiótico gentamicina.
Castanha-da-Índia (Aesculus hippocastanum L., Sapindaceae).
Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae)
É indicada para alívio dos sintomas do climatério, como rubor, fogachos, transpiração excessiva,
palpitações, alterações do humor, ansiedade e depressão. Quanto às interações, podem ter efeito
antagonista sobre imunossupressores (ciclosporina e azatioprina), podendo ocasionar rejeição de órgãos e
tecidos em pacientes transplantados; o mesmo ocorre com o uso de atorvastatina.
Cimicifuga (Actaea racemosa L., Ranunculaceae).
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Além disso, pode ocorrer interação com analgésicos, anestésicos e efeitos aditivos com agentes
gastrointestinais. A cimicifuga deve ser utilizada com cautela se associada a outros agentes hipotensores,
como betabloqueadores (metoprolol ou propranolol) e bloqueadores dos canais de cálcio (diltiazem ou
verapamil).
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moench., Asteraceae)
A equinácea é indicada na prevenção e no tratamento coadjuvante dos sintomas de resfriados. O
fitoterápico deve ser administrado com cautela em associação com fármacos cujo metabolismo é
dependente das enzimas CYP.
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moench., Asteraceae).
Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae)
O equisetum é indicado como diurético. O uso de seus extratos pode inibir a enzima CYP1A2, interferindo
possivelmente em fármacos metabolizados por essa via.
Equisetum (Equisetum arvense L., Equisetaceae).
Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L., Hypericaceae)
Indicado para o tratamento dos estados depressivos leves a moderados. Erva-de-são-joão é um dos
fitoterápicos com maior número de interações medicamentosas reportadas, como ciclosporina,
anticoagulantes cumarínicos, anticoncepcionais orais, teofilina, digoxina, indinavir e, possivelmente, outros
inibidores de protease e transcriptase reversa, alterando seus efeitos pela redução significativa das
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concentrações plasmáticas dos fármacos. O hipérico atua na indução da via metabólica do citocromo P450
e pode reduzir os níveis séricos e a eficácia de medicamentos metabolizados por essa via.
Erva-de-são-joão/Hipérico (Hypericum perforatum L., Hypericaceae).
Há ainda contraindicações como a associação com inibidores da MAO (monoaminoxidase), com outros
antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina (fluoxetina). O uso
concomitante de hipérico em pacientes tratados com inibidores da recaptação da serotonina resultou em
sintomas de excesso de serotonina.
Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek e Maytenus
aquifolia Mart., Celastraceae)
Indicada como antidispéptico, antiácido e protetor da mucosa gástrica. O Memento Fitoterápico informa que
nenhum estudo foi desenvolvido para avaliar a interação de extratos da espécie com medicamentos.
Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek e Maytenus aquifolia Mart., Celastraceae).
No entanto, a espinheira-santa é contraindicada concomitante a bebidas alcoólicas e outros medicamentos.
Ela contém compostos polifenólicos que podem ser precursores de quinonas ou de intermediários
quinonametídeos e do triterpenoide quinonametídeo (pristimerina), que inativam e inibem as isoenzimas do
citocromo P450, alterando o efeito de diversos medicamentos.
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Além disso, a quercetina, o kaempferol e outros compostos fenólicos também provocam alterações pela
modulação da atividade da PgP (fosfoglicolato fosfatase), demostrada em ensaios ex vivo.
Garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens DC. ex Meissn. e
Harpagophytum zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann., Pedaliaceae)
Indicada para alívio de dores articulares moderadas e lombalgia aguda. Estudo reporta não terem sido
observados efeitos induzidos pelo extrato sobre o sistema enzimático do citocromo P450.
Garra-do-diabo (Harpagophytumprocumbens DC. ex Meissn. e Harpagophytum zeyheri Ihlenf. & H. Hartmann., Pedaliaceae).
Gengibre (Zingiber o�cinale Roscoe, Zingiberaceae)
O gengibre é indicado como antiemético, antidispéptico e nos casos de cinetose.
Gengibre (Zingiber officinale Roscoe, Zingiberaceae).
O gengibre atua como agonista da prostaciclina, inibindo a tromboxano-sintetase e afetando o tempo de
sangramento e demais parâmetros imunológicos. No entanto, estudo randomizado duplo-cego sobre os
efeitos de gengibre seco (2g/dia, oralmente durante 14 dias) na função plaquetária não mostrou diferenças
nos tempos de sangramento em pacientes que receberam gengibre ou placebo.
Ginkgo (Ginkgo biloba L., Ginkgoaceae)
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Indicado para vertigem e zumbidos resultantes de distúrbios circulatórios e distúrbios circulatórios
periféricos, como cãibras. É contraindicada a sua associação com anticoagulantes (varfarina),
antiplaquetários (clopidogrel, ácido acetilsalicílico e outros fármacos anti-inflamatórios não esteroides,
AINEs), inibidores da trombina (etexilato de dabigatrana) e/ou agentes trombolíticos pelo aumento do risco
de hemorragias. Há registro de diminuição da efetividade com anticonvulsivantes e os efeitos da insulina
(aumenta a sua depuração); omeprazol (diminuição de nível sérico); talinolol (inibição da glicoproteína-P
intestinal); e antiretrovirais (efavirenz, diminuição plasmática por indução da atividade de CYP3A4). Porém,
para outros, há potencialização do efeito, como dos inibidores da monoaminoxidase, da trazodona (sedação
excessiva) e da papaverina.
Ginkgo (Ginkgo biloba L., Ginkgoaceae)
As interações podem aumentar o risco de efeitos adversos de alguns medicamentos, como a nifedipina,
inibidores da recaptação de serotonina (aparecimento da síndrome serotoninérgica), risperidona (priapismo)
e papaverina. Quando associado à buspirona ou ao Hypericum perforatum, provoca mudanças no estado
mental; em uso concomitante com os diuréticos tiazídicos, causa hipertensão arterial.
Guaraná (Paullinia cupana Kunth., Sapindaceae)
Indicado para astenia e como psicoestimulante. O fitoterápico produzido a partir de extrato seco das
sementes de guaraná potencializa a ação de analgésicos e dos anticoagulantes (inibe a agregação
plaquetária aumentando o risco de sangramento). Pode provocar hipocalcemia e ter o seu efeito
potencializado por etinilestradiol e cimetidina.
Guaraná (Paullinia cupana Kunth., Sapindaceae).
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Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae)
A droga vegetal é obtida a partir do rizoma e disponibilizada em comprimidos.
Kava-kava (Piper methysticum G. Forst., Piperaceae).
Tem indicação para o tratamento sintomático de estágios leves a moderados de ansiedade e insônia em
curto prazo (1-8 semanas de tratamento). O fitoterápico potencializa os efeitos de substâncias e fármacos
que atuam no sistema nervoso central como: álcool, barbitúricos e psicofármacos. Há também interações
relatadas com alprazolam, cimetidina e terazosina.
Maracujá (Passi�ora incarnata L., Passi�oraceae)
Maracujá (Passiflora incarnata L., Passifloraceae).
As folhas frescas (in natura), como droga vegetal em cápsula, extrato fluido ou tintura, têm indicação como
ansiolítico e sedativo leve. O fitoterápico quando usado em associação potencializa os efeitos de
barbitúricos (pentobarbital e hexobarbital), de anticoagulantes (varfarina) e de substâncias inibidoras da
monoaminoxidase (isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina).
Sene (Senna alexandrina Mill., Leguminosae)
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A droga vegetal obtida de folhas e frutos, na forma de cápsulas, comprimidos ou extratos (padronizados em
senosídeos), é indicada para constipação intestinal ocasional, por promover o aumento do peristaltismo
intestinal. O uso concomitante do fitoterápico pode reduzir a absorção de fármacos administrados
oralmente, como os anticonceptivos orais. Além disso, a hipocalemia decorrente da sua utilização
potencializa os efeitos de glicosídeos cardiotônicos (digitálicos), de fármacos antiarrítmicos (quinidina), de
diuréticos tiazídicos, de adrenocorticosteroides ou de raiz de alcaçuz.
Sene (Senna alexandrina Mill., Leguminosae).
Pode ainda exacerbar o desequilíbrio eletrolítico, resultando em disfunções cardíacas e neuromusculares e
interação com a nifedipina, indometacina e outros anti-inflamatórios não esteroidais. As antraquinonas
presentes podem alterar a coloração da urina, resultando em falso positivo para urobilinogênio e para
dosagem de estrógeno pelo método de Kober.
Saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small., Arecaceae)
A droga vegetal obtida dos frutos em cápsulas gelatinosas, comprimidos ou extratos padronizados (70-95%
ácidos graxos livres e ésteres etílicos correspondentes) é indicada para o tratamento sintomático da
hiperplasia prostática benigna.
Saw-palmetto (Serenoa repens (W. Bartram) Small., Arecaceae).
O fitoterápico tem efeito antiandrogênico e antiestrogênico, podendo apresentar interação com hormônios
utilizados na terapia de reposição hormonal (TRH).
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p p ç ( )
O seu uso é contraindicado com anticoagulantes (varfarina, clopidogrel e ácido acetilsalicílico).
Soja (Glycine max (L.) Merr., Leguminosae)
O extrato padronizado (contendo, no mínimo, 400mg em isoflavonas) obtido das sementes em cápsulas é
indicado como coadjuvante no tratamento do alívio dos sintomas do climatério (vasomotores, ondas de
calor e sudorese). A soja atua na modulação seletiva de receptores estrogênicos e deve ser evitada a
associação com contraceptivos e fármacos de ação estrogênica.
Soja (Glycine max (L.) Merr., Leguminosae)
As isoflavonas genisteína e daidzeína podem bloquear a tireoide peroxidase, inibindo a síntese de tiroxina e
podendo levar ao hipotireoidismo se utilizado em tratamentos prolongados. É desaconselhado o uso
concomitante com alguns medicamentos como o tamoxifeno e a levotiroxina, por reduzir a absorção no
trato digestivo.
O metabolismo das isoflavonas pode ser alterado por substâncias e medicamentos que interferem na
microbiota intestinal.
Trevo-vermelho (Trifolium pratense L., Leguminosae)
O extrato bruto padronizado das inflorescências secas, contendo no mínimo 0,5% de isoflavonas (daidzeína,
genisteína, formononetina e biochanina A), na forma de cápsulas e comprimidos, é indicado para alívio dos
sintomas da menopausa (principalmente fogachos), mastalgia e síndrome pré-menstrual. O uso da droga
bruta ou de suas preparações não é recomendado a pacientes tratados com tamoxifeno e outros
medicamentos antiestrogênicos.
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Trevo-vermelho (Trifolium pratense L., Leguminosae).
As isoflavonas inibem as isoenzimas hepáticas CYP1A1, CYP1B1 e CYP2CP, podendo ocasionar o aumento
dos níveis séricos de alguns fármacos. Interagem potencialmente com anticoagulantes (heparina e
varfarina) e antiagregantes plaquetários (aspirina, clopidogrel e ticlopidina), por isso é recomendada cautela
na sua utilização em pacientes susceptíveis a sangramentos ou com distúrbios de coagulação.
Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.), Rubiaceae)
Unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. DC.), Rubiaceae).
Das cascas são obtidos o decocto (extratofluido e extrato seco) para cápsulas e comprimidos, indicados
como anti-inflamatório.
A administração concomitante com substâncias ou medicamentos metabolizados pelo citocromo P450
(varfarina, estrógenos, teofilina e gengibre) deve ser realizado com cautela.
Valeriana (Valeriana o�cinalis L., Caprifoliaceae)
A droga vegetal, os extratos (hidroetanólico 40-70% v/v ou aquosos) e a tintura obtidos das raízes secas, na
forma de cápsulas ou comprimidos, é indicada como sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de
distúrbios do sono associados à ansiedade. O fitoterápico pode potencializar o efeito de outros depressores
do sistema nervoso central (SNC), barbitúricos, anestésicos ou benzodiazepínicos, tiopental. Deve-se evitar
o uso associado à ingestão de bebidas alcoólicas pela possível exacerbação dos efeitos sedativos.
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Valeriana (Valeriana officinalis L., Caprifoliaceae).
Veja, agora, um resumo das principais interações em espécies de plantas medicinais e fitoterápicos
amplamente utilizados pela população citados nas bases de dados indexadas, extraído do Memento
Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB):
Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Bulbo (in natura, tintura, alcoolatura, extrato fluido e cápsulas com o óleo).
Efeito e uso
Propriedades anti-hipertensivas, antitrombóticas, fibrinolíticas, antimicrobianas, antidiabéticas e
hipolipemiantes.
Alho (Allium sativum L. (Amaryllidaceae))
- Anticoagulante: pode levar ao aumento do efeito de anticoagulação da varfarina e aumentar o risco
de sangramento. 
- Antirretrovirais (lopinavir, ritonavir, saquinavir, sulfato de atazanavir): pode reduzir a concentração
plasmática dos inibidores de protease, aumentar o risco de resistência antirretroviral e causar
ineficiência do tratamento.
* Evitar o uso concomitante de alho na alimentação e monitorar os sintomas de toxicidade pelos
inibidores de protease, ajustando a dose conforme necessário.
- Hipoglicemiantes (metformina, clorpropamida): pode ocorrer maior redução no nível de glicose no
sangue. 
- Paracetamol (acetaminofeno): pode alterar algumas variáveis farmacocinéticas do paracetamol. 
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
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- Glicosídeos cardíacos e drogas antiarrítmicas: pode aumentar a arritmia relacionada à
hipocalemia. 
- Antidiabéticos: por causa dos efeitos de redução da glicose, os pacientes diabéticos devem ter
cuidado ao combinar com um agente antidiabético.
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))
Planta medicinal/�toterápico
Raiz seca em pó (cápsulas e comprimidos contendo extrato etanólico seco).
Efeito e uso
É usado como imunoestimulante e no tratamento de infecções do trato respiratório superior.
Equinácea (Echinacea purpurea (L.) Moen (Asteraceae))
- Esteroides anabolizantes, amiodarona (antiarrítmico), metotrexato (agente quimioterápico-
imunossupressor), cetoconazol (antifúngico) e paracetamol: há risco de hepatotoxicidade pelo uso
concomitante. 
- Imunossupressores: pode diminuir os efeitos dos imunossupressores. 
- Midazolam (benzodiazepínico): pode aumentar a biodisponibilidade oral do midazolam.
Gengibre (Zingiber o�cinale Roscoe (Zingiberaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Rizomas (droga vegetal, extrato fluido e seco, tintura, cápsulas ou comprimidos).
Efeito e uso
Reduz náuseas e vômitos induzidos pela gravidez, quimioterapia e íleo pós-operatório.
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
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Gengibre (Zingiber officinale Roscoe (Zingiberaceae))
- AINEs: pode reduzir a agregação plaquetária e aumentar a tendência ao sangramento. 
- Nifedipino: pode potencializar os efeitos antiplaquetários. 
- Metronidazol: pode aumentar a biodisponibilidade. 
- Glibenclamida (hipoglicemiante): pode reduzir o nível de glicose no sangue.
Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Folhas (extrato seco padronizado das folhas secas, cápsula e comprimido revestido).
Efeito e uso
É usado para melhorar as funções cognitivas, distúrbios cerebrovasculares e vertigem.
Ginkgo (Ginkgo biloba L. (Ginkgoaceae))
- Fenobarbital: reduz a potência terapêutica do fenobarbital. 
- Ibuprofeno: pode causar sangramento intracerebral fatal. 
- Anticoagulantes (varfarina) e antiplaquetários (aspirina): pode causar inibição aditiva na agregação
plaquetária. 
- Antidepressivo (trazodona): os flavonoides aumentam a produção de 1-(m-clorofenil)-piperazina
(mCPP), um metabólito ativo da trazodona. Flavonoides e mCPP podem induzir o aumento da
atividade GABAérgica. 
- Diurético tiazídico (não especificado): aumenta a pressão arterial. 
- Nicardipina (bloqueador dos canais de cálcio): diminui a atividade hipotensiva de medicamentos. 
- Nifedipina, diltiazem (bloqueadores dos canais de cálcio) e talinolol (β-bloqueador): pode
aumentar a atividade anti-hipertensiva resultante de alta biodisponibilidade. 
- Ciclosporina: diminui a biodisponibilidade do medicamento. 
- Midazolam (benzodiazepínico): diminui a biodisponibilidade do medicamento. 
- Propranolol (β-bloqueador): diminui as concentrações plasmáticas de propranolol. 
- Teofilina: diminui a eficácia com Ginkgo. 
- Omeprazol (inibidor da bomba de prótons): pode induzir o metabolismo e reduzir o efeito do
omeprazol. 
Fármacos/Medicamentos e efeitos das interações 
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- Tolbutamida (hipoglicemiante): pode aumentar ou diminuir o efeito hipoglicêmico. 
- Amicacina (aminoglicosídeo): pode aumentar a ototoxicidade da amicacina. 
- Cafeína: pode causar efeitos estimulantes aditivos.
Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L. (Hypericaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Planta inteira com parte aérea florida (extrato seco, tintura, cápsulas e comprimidos).
Efeito e uso
É usado para tratar depressão, transtorno afetivo sazonal, ansiedade e insônia, especialmente relacionados
à menopausa.
Erva-de-são-joão/hipérico (Hypericum perforatum L. (Hypericaceae))
- Gliclazida (um medicamento antidiabético): aumenta a depuração aparente da gliclazida. 
- Carbamazepina, fenitoína e fenobarbital (antiepilépticos): a interação clinicamente significativa é
improvável, mas deve ser usado com cuidado com medicamentos antiepilépticos. 
- Alprazolam, midazolam, triazolam e quazepam (benzodiazepínicos): uma vez que o composto
principal hiperforina induz a enzima CYP3A4, a biodisponibilidade pode diminuir. 
- Indinavir (inibidor de protease) e nevirapina (transcriptase reversa não nucleosídica): pode
diminuir os efeitos de medicamentos antirretrovirais e levar à resistência aos medicamentos. 
- Ciclosporina e tacrolimus (imunossupressores): pode diminuir os níveis sanguíneos e levar à
rejeição aguda de órgãos em pacientes transplantados. 
- Varfarina e fenprocumon (anticoagulantes): pode causar redução moderada nos efeitos
anticoagulantes dos medicamentos. 
- Sinvastatina e atorvastatina (agentes anti-hiperlipidêmicos): pode aumentar o nível sérico de
colesterol total. 
- Nifedipina, verapamil (bloqueadores dos canais de cálcio) e talinolol (bloqueador β-adrenérgico):
pode diminuir a biodisponibilidade de medicamentos. 
- Contraceptivos orais: está associado ao aumento do metabolismo de etinilestradiol, noretindrona e
cetodesogestrel. Pode causar sangramento e gravidezindesejada. 
- Carbamazepina (antiepiléptica): deve ser considerada uma interação leve entre a carbamazepina e
Hypericum. 
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
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- Sertralina, nefazodona (inibidores seletivos da recaptação da serotonina): podem ocorrer os
sintomas da síndrome serotoninérgica central.
Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))
Planta medicinal/�toterápico
Raízes (droga vegetal, extratos padronizados, cápsulas e comprimidos).
Efeito e uso
Laxante.
Sene (Senna alexandrina Mill (Leguminosae))
- Corticosteroides e diuréticos depletores de potássio: pode levar à hipocalemia, se causar perda
excessiva de água e potássio, teoricamente. 
- Glicosídeos digitálicos: há risco de toxicidade digitálica em razão do efeito hipocalêmico da planta,
teoricamente.
Valeriana (Valeriana o�cinalis L. (Caprifoliaceae))
Planta medicinal/�toterápico
Droga vegetal, extratos, tintura, cápsulas ou comprimidos.
Efeito e uso
É usado para estresse e insônia como sedativo e ansiolítico.
Valeriana (Valeriana officinalis L. (Caprifoliaceae))
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
Fármacos/medicamentos e efeitos das interações 
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- Barbitúricos: ocorre sedação excessiva. O componente ativo ácido valerênico parece ter efeito
aditivo ao fenobarbital. 
- Outros depressores do sistema nervoso central, como benzodiazepínicos e opioides: há
possibilidade de efeitos sedativos aditivos. 
- Cafeína: há possibilidade de efeito reverso da ação sedativa da valeriana.
Medicamentos �toterápicos X medicamentos alopáticos:
importantes interações medicamentosas
Neste vídeo, o especialista falará sobre as interações mais importantes entre medicamentos alopáticos e
fitoterápicos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 2
Vem que eu te explico!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O Ministério da Saúde do Brasil, em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
publica periodicamente documentos de atualização sobre os insumos farmacêuticos e medicamentos, nos
quais se incluem as plantas medicinais e os fitoterápicos. Sobre esses documentos, assinale a alternativa
incorreta.
A
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais é uma publicação com a lista de
medicamentos para combater as doenças mais comuns que atingem a população
brasileira; nela constam doze espécies de plantas medicinais.
B
O Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira (MFFB) relaciona todos os insumos
empregados na elaboração de fitoterápicos, cujas monografias estão de acordo com a
edição vigente da Farmacopeia Brasileira, e traz informações relevantes incluindo os
dados sobre interações conhecidas em que constam 28 espécies de plantas medicinais.
C
O Formulário Terapêutico Nacional contém informações científicas, isentas de conflitos
de interesse e com base em evidências, sobre os fármacos constantes da Rename,
visando subsidiar profissionais de saúde para a prescrição, a dispensação e o uso dos
medicamentos indispensáveis às doenças prevalentes.
D
Na Rename são relacionados todos os insumos empregados na elaboração de
fitoterápicos, cujas monografias estão de acordo com a edição vigente da Farmacopeia
Brasileira. Contém as informações relevantes, incluindo os dados sobre interações
conhecidas em que constam 28 espécies de plantas medicinais.
E
O Formulário Terapêutico Nacional contém informações científicas, isentas de conflitos de
interesse e com base em evidências, sobre os fármacos constantes da Rename, incluindo
detalhadamente as informações conhecidas sobre as interações medicamentosas.
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detalhadamente as informações conhecidas sobre as interações medicamentosas.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A Rename é uma relação de medicamentos de interesse do Sistema Único de Saúde, cuja seleção
de medicamentos se baseia no perfil epidemiológico dos estados brasileiros, a fim de atender às
necessidades terapêuticas essenciais.
Questão 2
Sobre as espécies botânicas de interesse para aplicação como medicinais e/ou fitoterápicos, marque a
alternativa correta.
A
A Rename relaciona doze espécies e, para todas, há informação sobre potenciais
interações.
B As espécies botânicas que fazem parte do MFFB obrigatoriamente constam do Rename.
C
A soja, a babosa, a camomila e a calêndula são muito utilizadas pela população e têm
suas interações descritas.
D A alcachofra, a camomila, a babosa e a unha-de-gato constam no MFFB e na Rename.
E
A soja, a alcachofra, a espinheira-santa e a valeriana são muito utilizadas pela população e
têm suas interações descritas.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Do total de espécies botânicas que fazem parte dos documentos Rename e MFFB, apenas sete
aparecem em ambos (alcachofra, cáscara-sagrada, espinheira-santa, garra-do-diabo, guaco, soja e
unha-de-gato). Dessas espécies, apenas o guaco não tem as interações descritas.
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3 - Interações de alimentos e suplementos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as principais interações de alimentos e
suplementos alimentares.
Interações medicamentosas à base de plantas
clinicamente relevantes
A capacidade de alguns alimentos de reduzir ou aumentar a absorção de várias vitaminas e minerais é
conhecida há anos. Quase metade da população usa regularmente alguns produtos à base de plantas como
suplemento dietético, junto com suplementos vitamínicos e minerais. O uso desses produtos aumentou
significativamente nas últimas duas décadas e várias interações medicamentosas à base de plantas
clinicamente relevantes foram identificadas no período.
É provável que os mecanismos subjacentes a muitas dessas interações possam afetar a absorção, a
distribuição, o metabolismo e a excreção de micronutrientes, portanto, é imprescindível considerar os
fatores que podem afetar negativamente o resultado das interações dos componentes de alimentos/plantas
com micronutrientes. Veja um resumo dessas interações no quadro a seguir.
Componentes da planta Micronutriente(s) Mecanismos de efeito e interação
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Componentes da planta Micronutriente(s) Mecanismos de efeito e interação
Polifenóis de plantas (PPs)
(catequinas do chá, floretina,
quercetina)
Ferro
Reduzem a absorção por meio de
complexação.
Folato, ascorbato
Reduzem a absorção por meio da
inibição do transportador de
captação.
Silimarinas Ferro
Reduz a absorção por meio da
complexação.
Ácido fítico Cálcio, ferro, zinco
Reduz a absorção por meio da
complexação.
Hyperforin Vitamina D3
Aumenta a depuração do plasma
por meio da indução do
metabolismo do CYP3A4.
Adaptado de Kharaman, Arituluk e Cankaya, 2021.
Com base em pesquisas realizadas em bases de dados indexadas (como o Birene e o PubMed), cada
alimento ou suplemento foi relacionado à nomenclatura botânica completa (nome científico e família), às
principais interações e advertências.Veja o quadro a seguir.
Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e advertências
Açafrão 
Curcuma longa L.
(Zingiberaceae)
Partes das flores
(estigma e pó
seco)
Interage com a enzima CYP2C9. 
Tem alto teor de oxalatos. 
Evitar o uso em caso de doença renal.
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Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e advertências
Alcaçuz 
Glycyrrhiza glabra L.
(Fabaceae)
Chá (raiz
desidratada)
A glicirrizina aumenta as concentrações
plasmáticas e potencializa os efeitos
farmacológicos de costicosteroides
(prednilosona, hidrocortisona, dexametasona).
Pode interagir com a noretisterona resultando no
aumento da retenção de líquidos e da pressão
arterial. 
Anti-hipertensivos: os efeitos dos
mineraisocorticoides (retenção de sódio e água
e hipocalemia) das plantas reduzem a eficácia
dos medicamentos usados para baixar a
pressão arterial. O efeito hipocalêmico da planta
pode aumentar o efeito dos diuréticos de alça e
tiazídicos.
Alfafa 
Medicago sativa L.
(Fabaceae)
Produtos de
sementes
Pode causar doenças autoimunes (LES,
esclerose múltipla, artrite reumatoide),
fotossensibilidade, efeitos semelhantes aos do
estrogênio e efeito hipoglicêmico. Pode causar
doenças autoimunes (LES, esclerose múltipla,
artrite reumatoide), fotossensibilidade, efeitos
semelhantes ao estrogênio e hipoglicêmico.
Alho 
Allium sativum L.
(Amaryllidaceae)
Alho fresco, pó
seco (> 7g/dia), em
doses maiores do
que a ingestão
alimentar normal
Pode interagir com anticoagulantes, anti-
hipertensivos, anti-hiperlipidêmicos e
hidroclorotiazida.
Aveia (farelo) 
Avena sativa L.
(Poaceae)
Grão seco 
(flocos ou farelo)
Estatinas e sinvastatina: diminuem o efeito da
sinvastatina. 
Monitorar perfil lipídico e considerar ajuste de
dose. Verificar sinais e sintomas específicos.
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Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e advertências
Canela
Cinnamomum cassia
(L.) J.Presl
(Lauraceae)
Extrato de canela
Doses altas ou tomadas com o estômago vazio
podem causar toxicidade hepática. Testes
indicam função hepática elevada. 
Pode ter efeito hipoglicêmico e piorar as
condições do fígado.
Chá preto 
Camellia sinensis (L.)
Kuntze (Theaceae)
Chá (dose alta >
600mg/dia ou 2,25-
4,5L/dia)
Pode causar problemas no fígado e interagir
com nadolol (beta-bloqueador) e diuréticos.
Espirulina
Produto que
contém algas
verde-azuladas
Pode aumentar o risco de sangramento e
interagir com imunossupressores,
antiplaquetários, anticoagulantes, AINEs e
outras ervas que reduzem a coagulação do
sangue (ginseng, alho, ginkgo).
Feno-grego 
Trigonella foenum-
graecum [Habl.] Desc.
(Fabaceae)
Sementes de feno-
grego inteiras e em
pó (> 5g)
Pode ter efeitos hipoglicêmicos e semelhantes
ao estrogênio.
Gengibre 
Zingiber officinale
Roscoe
(Zingiberaceae)
Raiz seca, extrato
líquido, 
Dose > 10 g/dia
Pode interagir com anticoagulantes.
Ginseng 
Raiz 
Panax ginseng C.A.
Mey. (Araliaceae)
Extratos bruto e
padronizado (altas
doses) em
preparações
combinadas
Pode ter efeito hipoglicemiante e causar
hipertensão, bem como interagir com
anticoagulantes e AINEs. 
Juntamente com a cafeína, tem possíveis
efeitos estimulantes aditivos.
Graviola 
Annona muricata L.
(Annonaceae)
Chá das folhas
Apresentam potente efeito hipoglicemiante e
hipotensor.
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Alimento/suplemento
alimentar
Forma de
apresentação
Interações e advertências
Melão amargo 
Momordica charantia
L. (Curcubitaceae)
Chá de melão
amargo, semente
de melão amargo
em alta dose
Pode ter efeito hipoglicemiante, interage com
substâncias hipoglicemiantes.
Noni 
Morinda citrifolia L.
(Rubiaceae)
Suco de Noni, dose
> 400mL
Pode causar toxicidade hepática e contém alto
teor de potássio.
Romã 
Punica granatum L.
(Lythraceae)
Suco de romã,
extrato de romã
Pode interagir com anticoagulantes.
Adaptado de Kharaman, Arituluk e Cankaya, 2021.
A evidência do uso desses alimentos/suplementos é baseada em estudos limitados e principalmente em
achados pré-clínicos. É importante informar os profissionais de saúde e pacientes sobre os suplementos
dietéticos mais populares, para que as decisões sejam baseadas na maximização dos benefícios e na
minimização dos riscos.
Interação medicamento-alimento
O uso concomitante de medicamentos com alimentos e suplementos alimentares pode ter implicações
clínicas importantes, contudo muitas dessas combinações não produzem interações ou resultam em
interações sem importância clínica.
No cotidiano, alguns medicamentos são preferencialmente administrados junto
com alimentos para diminuir o efeito irritante sobre o estômago e essa associação
pode aumentar a absorção do fármaco. Nesses casos, a administração deve ser
feita com estômago vazio, ou seja, uma hora antes ou duas horas depois das
refeições.
Há ainda as preferências alimentares incorporadas na forma de hábitos. Dietas com elevado teor de
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proteínas e ingestão crônica de álcool (etanol), por exemplo, podem aumentar a biotransformação de
fármacos. Por outro lado, o maior consumo de carboidratos, dietas vegetarianas, ingestão aguda de etanol,
consumo de xantinas (café, alguns chás, cacau/chocolate), ácido ascórbico e tocoferol podem diminuir a
biotransformação.
As proteínas e os carboidratos acidificam a urina, aumentando o tempo de eliminação de fármacos ácidos,
como barbitúricos e sulfonamidas, e podem provocar aumento do efeito farmacológico.
Em dietas pobres em proteínas, como as vegetarianas, o consumo de leite e derivados alcalinizam a urina,
favorecendo a reabsorção de fármacos alcalinos, prolongando sua meia-vida no organismo e aumentando a
excreção de fármacos ácidos.
Atenção
Da mesma forma, os fármacos podem modificar o metabolismo de nutrientes e, em alguns casos, alterar o
estado de nutrição. Por exemplo, o metotrexato e a ciclosporina lesam a mucosa intestinal, diminuindo a
absorção de cálcio. Os antiácidos, os laxativos e os antimicrobianos podem causar a perda de nutrientes.
Nesses e em outros casos, um suplemento dietético pode ser necessário para restabelecer as condições
normais de nutrição do paciente. Elementos como zinco, magnésio, ácido ascórbico e riboflavina têm
grande relevância na biotransformação hepática de fármacos. O zinco, por exemplo, é um elemento básico
para a atividade de enzimas específicas do processo de biotransformação.
A seguir, vamos detalhar mais quatro espécies de interesse (citadas pelo nome popular, nome científico e
família botânica) com as respectivas interações que se somam ao quadro anterior.
Agrião (Nasturtium o�cinale W.T. Aiton, Brassicaceae)
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Agrião.
O agrião contém componentes que inibem o CYP2E1 que intermedeia a ativação de pró-carcinógenos. Em
um estudo sobre a possível interação do agrião, foi demonstrado que 50g da planta inibem o metabolismo
da substância da clorzoxazona pela isoenzima CYP2E1, aumentando a sua exposição em 1,5 vezes.
Também para o paracetamol foi demonstrado que o agrião inibe o metabolismo oxidativo pelo CYP2E1.
Assim, é esperado que o agrião também iniba o metabolismo de outros deseus substratos, tais como
halotano, isoflurano e etanol.
Toranja (suco de grapegruit ou pomelo, Citrus paradisi, Rutaceae)
O suco de toranja (suco fresco ou processado, geleias, fruta in natura) pode aumentar a biodisponibilidade
de várias drogas (como a felodipina) por inibição do CYP3A4 intestinal.
Por conseguinte, é de se esperar a interação causada por qualquer forma de consumo de toranjas. Após a
suspensão do consumo do suco dessa fruta, foi observado que em uma semana, no máximo, o estado
inicial em relação à biodisponibilidade dos xenobióticos é alcançado novamente. Entre os medicamentos
para os quais foram descritas as interações com a toranja, os que incluem diminuição dos efeitos
terapêuticos são: hipocolesterolêmicos (sinvastatina), anti-hipertensivos (nifedipina), ansiolíticos
(buspirona), anti-histamínicos (fexofenadina), entre outros.
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Toranja.
Bebidas alcoólicas
O álcool é decomposto pela enzima mitocondrial aldeído desidrogenase 2 (ALDH2), que participa da
metabolização, total ou parcial, de diversos medicamentos, cuja ingestão concomitante pode aumentar o
risco de ocorrência de efeitos adversos, como os medicamentos antirretrovirais.
Essas interações farmacocinéticas diretas entre o consumo ocasional e moderado
de álcool e os medicamentos são menos frequentes. Em geral, os estudos sobre as
interações consideram o consumo crônico da bebida.
Medicamentos como certas cefalosporinas podem inibir a ALDH2. O consumo simultâneo desses
medicamentos com álcool causa uma acumulação de acetaldeído tóxico, levando à manifestação de
sintomas como rubor, dor de cabeça, taquicardia e náuseas.
A administração simultânea de álcool e ácido acetilsalicílico (AAS) provoca um prolongamento do tempo de
sangramento, que pode aumentar a perda de sangue gastrointestinal. Além disso, a ingestão simultânea de
aspirina com álcool numa refeição pode resultar em maior absorção de álcool se comparada a uma
situação similar sem aspirina.
O álcool tem um efeito depressivo sobre o sistema nervoso central (SNC) e, se associado com outros
medicamentos depressores ou sedativos, pode levar a um aumento da sedação. Além disso, o uso
concomitante com as sulfonilureias pode acentuar a hipoglicemia; com a metformina, pode aumentar o
risco de acidose láctica.
Saiba mais
O consumo crônico de álcool provoca aumento de várias isoenzimas do citocromo P450 no fígado, em
especial, a CYP2E1, responsável pela formação de metabólitos tóxicos de alguns medicamentos
(paracetamol, halotano).
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O consumo de álcool com medicamentos está associado ao aumento de reações adversas, mesmo nas
doses terapêuticas. Assim, o consumo crônico de álcool associado à dose terapêutica elevada de
paracetamol pode ocasionar danos hepáticos agudos, favorecidos também pela nutrição insuficiente ou por
baixas reservas de glutationa.
Bebidas com cafeína
As bebidas contendo cafeína incluem café, chá preto, guaraná e bebidas à base de cola, bem como várias
"bebidas energéticas". A cafeína é degradada por meio da CYP1A2, podendo interferir no metabolismo de
outros substratos, como a clozapina e a teofilina. Logo, pacientes tratados com clozapina devem ser
aconselhados a evitar o consumo de bebidas com cafeína. Além disso, existem medicamentos, tais como
os contraceptivos orais, que aumentam a concentração sérica da cafeína e, assim, são capazes de induzir
insônia, taquicardia e tremor.
Medicamentos �toterápicos X alimentos e suplementos
alimentares: importantes interações medicamentosas
Neste vídeo, o especialista Magno Maciel Magalhães apresentará importantes interações entre plantas
medicinais e fitoterápicos com alimentos e suplementos alimentares.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
MÓDULO 3
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um adolescente de 18 anos, diabético e usando hipoglicemiante, iniciou recentemente uma mudança nos
seus hábitos alimentares para perda de peso. Como é um usuário frequente das redes sociais, selecionou
dali uma dieta com altos níveis de proteína. Sobre possíveis interações entre essa dieta e o medicamento
em uso, assinale a alternativa incorreta.
A As dietas ricas em proteínas podem aumentar a biotransformação de fármacos.
B As dietas ricas em carboidratos podem diminuir a biotransformação de fármacos.
C As dietas ricas em proteínas podem diminuir a biotransformação de fármacos.
D
As proteínas e os carboidratos acidificam a urina, aumentando o tempo de eliminação de
fármacos ácidos.
E
As proteínas e os carboidratos acidificam a urina e podem aumentar o efeito
farmacológico dos fármacos ácidos.
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Considerações �nais
A redução do risco de ocorrência de interações envolve algumas condutas que os profissionais da área de
saúde devem adotar ao selecionar e monitorar os esquemas terapêuticos, a saber: identificação das
características do paciente, conhecimento dos mecanismos de ação farmacológica dos medicamentos em
Parabéns! A alternativa A está correta.
As dietas ricas em proteínas aumentam a biotransformação de fármacos e devem ser orientadas
pelo médico e pelo nutricionista.
Questão 2
Uma pessoa, ao tomar um lanche no final da tarde, pediu um chá preto com canela. A partir do que
estudamos neste módulo, quais seriam os efeitos possíveis das interações desses dois ingredientes?
A Ambas as espécies têm efeito protetor sobre o fígado.
B O chá preto tem efeito hipoglicemiante e a canela pode interagir com diuréticos.
C
A canela tem efeito hipoglicemiante e o chá preto pode interagir com medicamento beta-
bloqueador.
D O chá preto e a canela podem interagir com diuréticos.
E Ambas as espécies têm efeito hipoglicemiante.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O chá preto pode interagir com o nadolol, um beta-bloqueador, além de diurético. Já a canela tem
efeito hipoglicêmico. Ambos podem causar alterações hepáticas.
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uso, avaliação das opções e ajustes terapêuticos quando não houver possibilidade de substituir ou
suspender um deles.
Plantas medicinais e fitoterápicos devem ser administrados com precaução, principalmente para os casos
livres de prescrição e quando usados concomitantemente com certos tipos de alimentos, agentes químicos
não medicinais, álcool e tabaco.
Muitas interações não apresentam consequências graves e outras que são perigosas em potência ocorrem
apenas em pequena proporção de pacientes. Entretanto, pessoas com múltiplas doenças, disfunção renal
ou hepática e que usam muitos medicamentos são mais suscetíveis, como a população idosa
frequentemente com perfil de polifarmácia.
Os profissionais de saúde devem estar sempre atentos ao melhor regime terapêutico, com base nas
informações científicas disponíveis sobre as interações entre plantas medicinais, fitoterápicos, alimentos e
suplementos.
Podcast
Neste podcast, o especialista Magno Maciel Magalhães apresentará os principais pontos abordados no
conteúdo.

Referências
CENTRO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. BIREME.
Descritores

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