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LIVRO INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA

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FARMACOLOGIA
APLICADA
Lucimar Filot da Silva Brum 
 
Interações medicamentosas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Classi� car os tipos e os mecanismos de interações medicamentosas.
  Descrever os principais fatores que podem desencadear interação 
entre fármacos e nutrição enteral.
  Relacionar os mecanismos e os efeitos envolvidos em interações entre 
� toterápicos, suplementos alimentares e medicamentos.
Introdução
Interações medicamentosas constituem alterações de respostas farma-
cológicas, em que os efeitos de um ou mais medicamentos são alterados 
pela administração simultânea de outros fármacos, ou por meio da admi-
nistração concomitante com alimentos, nutrientes ou plantas medicinais.
As alterações de resposta decorrentes de uma interação podem ser 
variadas, dependendo do quadro clínico e do tipo e da dose dos me-
dicamentos que interagem. Em certas situações, as interações resultam 
em efeitos adversos leves e bem toleráveis, ou em pequenas reduções 
de resposta terapêutica. No entanto, há situações em que a interação 
entre medicamentos e até entre um medicamento e uma dada planta 
medicinal pode ocasionar queda drástica de resposta terapêutica, le-
vando à falência da terapia. Nesse sentido, é importante estar atento às 
respostas do paciente diante do uso concomitante de vários fármacos, 
plantas medicinais e nutrientes.
Outro ponto a ser considerado é que, em determinadas situações 
clínicas, a prescrição de dois ou mais medicamentos em um mesmo 
regime terapêutico tem por objetivo a melhoria da eficácia terapêutica 
ou a diminuição de efeitos adversos. Nessas situações, a interação seria 
“desejável”, porque levaria a uma maior eficiência terapêutica. Porém, é 
extremamente importante estar atento ao surgimento de sinais e sinto-
mas que indiquem a perda de efeito farmacológico ou o surgimento de 
efeitos colaterais graves.
Classificação e mecanismos de interações 
medicamentosas
Na prática clínica, um dos fatores que podem alterar a resposta aos fármacos 
é a administração concomitante de outros fármacos, ou uso simultâneo com 
alimentos, suplementos alimentares, plantas medicinais e/ou fi toterápicos.
As interações medicamentosas podem ser classificadas de acordo com os 
mecanismos pelos quais os fármacos interagem: interações físico-químicas ou 
incompatibilidade farmacêutica (em que os medicamentos interagem durante o 
preparo e ocorrem antes mesmo de serem administrados ao paciente), interações 
farmacocinéticas (por meio de alteração do processo de absorção, distribuição, 
metabolismo/biotransformação e excreção) e interações farmacodinâmicas 
(efeitos aditivos, sinérgicos ou antagônicos). Neste capítulo, vamos abordar as 
interações desencadeadas por mecanismos farmacocinéticos e mecanismos 
farmacodinâmicos.
Mecanismos farmacocinéticos 
As interações medicamentosas podem, em algumas situações, alterar os parâ-
metros farmacocinéticos do fármaco, por meio da interferência na absorção, no 
transporte por proteínas plasmáticas, durante os processos de biotransformação/
metabolização e de excreção do fármaco.
Absorção: a absorção gastrointestinal de fármacos pode ser afetada pelo 
uso concomitante de outros fármacos, seja em razão da quelação das moléculas, 
da alteração do pH gástrico ou da alteração da motilidade intestinal.
Considerando que a maioria dos fármacos é absorvida no trato gastrointesti-
nal, as interações fármaco-nutrientes também são muito comuns. A composição 
da dieta e o tipo de alimentação podem alterar a absorção dos medicamentos, 
aumentando, diminuindo ou apenas retardando essa absorção. No caso de uma 
absorção diminuída ou retardada, o resultado é que o fármaco pode não atingir 
os níveis eficazes na corrente sanguínea; no caso de uma absorção aumentada, 
esses níveis podem ser mais elevados do que o desejável, potencializando 
efeitos colaterais. Dependendo do tipo de alimento ingerido, a velocidade de 
esvaziamento gástrico pode variar, afetando a absorção de um fármaco. Outras 
vezes, os nutrientes podem formar complexos com o fármaco, impedindo sua 
absorção. Cálcio, magnésio, ferro e zinco, por exemplo, formam complexos 
com a tetraciclina (um antibiótico).
Interações medicamentosas2
Distribuição: os fármacos são transportados na corrente sanguínea por 
meio de ligação às proteínas plasmáticas (ex. albumina). O principal meca-
nismo pelo qual as interações medicamentosas alteram a distribuição dos 
fármacos está relacionado à competição por ligação às proteínas plasmáticas, 
resultando no deslocamento do fármaco da ligação às proteínas, consequen-
temente aumentando a fração livre do fármaco no plasma, e no aumento do 
efeito farmacológico, dessa forma, causando efeitos adversos. Por exemplo, 
o deslocamento da varfarina dos sítios de ligação às proteínas plasmáticas, 
causado pela interação com o ácido acetilsalicílico, pode induzir ao aumento 
do efeito anticoagulante da varfarina com risco de causar sangramentos e/ou 
hemorragias no paciente.
Metabolização: o metabolismo dos fármacos pode ser estimulado ou 
inibido por terapia concomitante. A indução das isoenzimas do citocromo P450 
no fígado pode ser causada por fármacos como fenobarbital, carbamazepina, 
fenitoí na, primidona, rifampicina e erva-de-são-joão. Inibição enzimática 
pode ser causada por cimetidina. Interações que levam à indução enzimática 
geralmente resultam em aumento do metabolismo do fármaco, o que, por 
consequência, pode resultar em falha na terapia. Por outro lado, interações 
envolvendo a inibição enzimática resultam em diminuição do metabolismo e 
maior possibilidade de efeitos tóxicos. 
Excreção: a excreção renal do fármaco ativo também pode ser alterada 
por tratamento concomitante com outros fármacos. Geralmente, interações 
que afetam a excreção envolvem determinados fármacos, ácidos fracos ou 
bases fracas e outros fármacos que afetem o pH urinário.
Mecanismos farmacodinâmicos 
Interações farmacodinâmicas são aquelas em que o efeito de um fármaco 
é alterado pela presença de outro fármaco no sítio de ação. As interações 
podem ser em razão de competição direta pelo receptor, ou interação indireta, 
envolvendo a interferência com mecanismos fi siológicos. 
Quando são administrados simultaneamente medicamentos com efeitos 
farmacológicos semelhantes, pode ocorrer resposta farmacológica aditiva 
ou sinérgica. Os dois fármacos podem ou não atuar no mesmo receptor para 
produzir esse efeito. 
Fármacos que atuam no mesmo receptor ou no mesmo processo costumam 
ter efeito aditivo, como benzodiazepí nicos e barbitú ricos. Os fármacos que 
3Interações medicamentosas
atuam em receptores ou processos sequenciais diferentes podem atuar siner-
gicamente, como nitratos e sildenafila ou sulfonamidas mais trimetoprima.
As interações farmacodinâmicas podem ser divididas: 
a) Aditiva: fármacos que atuam no mesmo receptor ou no mesmo pro-
cesso fisiológico, quando administrados concomitantemente, podem 
apresentar efeito aditivo, como benzodiazepí nicos e barbitú ricos, ambos 
depressores do sistema nervoso central (SNC). 
b) Sinérgica: se dois fármacos apresentam o mesmo efeito farmacológico e 
são administrados simultaneamente, seu efeito pode ser potencializado. 
Por exemplo, o álcool deprime o SNC e, se ingerido de forma moderada 
com doses terapêuticas normais de medicamentos fitoterápicos (por 
exemplo, valeriana), a sonolência pode aumentar. 
c) Antagônicas: quando dois fármacos, ou um fármaco e um nutriente, 
apresentam atividades contrárias um do outro. Por exemplo, a vitamina 
K (que tem efeito na coagulação sanguínea) proveniente de alimentos e/
ou dieta enteral pode interferir no efeito anticoagulantes das cumarinas, 
como a varfarina. Quanto aos alimentos ricos em vitamina K, o grupo 
dos vegetais folhosos verde-escuros contém a maior concentração, como 
espinafre, brócolis e alguns tipos de alface.
Com relação aos efeitos sinérgicos, também podemos citar exemplosde eventos 
hemorrágicos envolvendo o uso de fármacos anticoagulantes e fitoterápicos com 
efeito anticoagulante em potencial, a saber, alfafa, angélica, semente de anis, arnica, 
aipo, boldo, camomila, castanha-da-índia, dente-de-leão, gengibre, gingko biloba, 
salsa, tamarindo, salgueiro, rábano, urtiga, álamo e sálvia.
Principais fatores desencadeadores de 
interação medicamentosa
Existem determinados grupos de pacientes que apresentam maior risco e 
probabilidade de ocorrência de interações medicamentosas. De modo geral, 
pacientes idosos são muito vulneráveis a interações porque tendem a apresentar 
Interações medicamentosas4
patologias crônicas que requerem uso concomitante de muitos fármacos. Além 
disso, com a idade avançada, há alterações metabólicas que podem propiciar 
interações farmacocinéticas (lembre-se que a metabolização de fármacos pode 
estar reduzida nessa população). 
Outro grupo de risco para interações são todos os pacientes portadores de 
patologias crônicas (como epilepsia, diabetes e hipertensão). De fato, estudos 
têm demonstrado a maior propensão para interações medicamentosas com 
desfechos clínicos adversos em pacientes com insuficiência renal, insuficiência 
hepática, doenças cardíacas e problemas respiratórios (como asma), pacientes 
epilépticos e diabéticos, além de idosos. Também é importante o cuidado em 
pacientes HIV positivos, imunossuprimidos e transplantados. Em relação a 
estes últimos, há dados de literatura mostrando rejeição de transplante hepático 
após o paciente combinar seus imunossupressores (usados no período pós-
-transplante) com uma grande quantidade de chá de Hypericum perforatum 
(erva-de-são-joão). Essas situações também servem de alerta para outro grupo 
de risco: indivíduos adeptos à automedicação e ao uso demasiado de plantas 
medicinais e suplementos alimentares para fins diversos. Muitas vezes, os 
profissionais de saúde desconhecem o uso rotineiro de todas essas substâncias, 
tornando difícil prever ou prevenir interações.
Interações entre fitoterápicos, 
suplementos alimentares e medicamentos: 
mecanismos e efeitos envolvidos
Interações com fármaco e nutrição enteral 
A interação entre fármacos e nutrientes ou alimentos é um tema de interesse 
tanto para os médicos que prescrevem, como para outros profi ssionais da 
área da saúde, incluindo farmacêuticos, enfermeiros e nutricionistas. As 
consequências indesejáveis dessas interações podem ser a deterioração do 
estado nutricional, a redução ou a exacerbação do efeito terapêutico ou o 
aumento da toxicidade do fármaco.
A nutrição enteral, quando possível, deve ser a primeira escolha para a 
implementação do suporte nutricional, pois oferece muitas vantagens sobre 
a nutrição parenteral, pois é mais fisiológica, apresenta menor probabilidade 
de contaminação e tem menor custo econômico. A administração por sondas 
digestivas (enterais) constitui uma via oral alternativa para a administração 
5Interações medicamentosas
de medicamentos em pacientes cuja situação clínica impede a utilização usual 
dessa via, como transtornos de deglutição de ordem neurológica e mecânica. 
No entanto, o uso de sondas digestivas não é isento de problemas, e pode ser 
passível de complicações gastrointestinais, mecânicas, infecciosas, interações 
metabólicas e de interações medicamento-nutrientes. Portanto, em situações 
clínicas em que há a administração simultânea de medicamentos via sonda 
juntamente com a nutrição enteral, os fármacos podem interagir com nutrien-
tes tendo sua absorção reduzida. Muitas dessas interações são clinicamente 
insignificantes ou raras, enquanto outras são previsíveis e podem ter impacto 
considerável no estado clínico do paciente. 
Não há uma regra geral para predizer se ocorrerá interação fármaco-
-nutriente em situações em que há a administração simultânea de medicamen-
tos e nutrição enteral, porém existem determinantes chaves que devem ser 
consideradas, que incluem dados do paciente (como idade, patologia e estado 
nutricional), características da nutrição enteral (como tipo e localização da 
sonda e constituição da formulação enteral) e características dos fármacos 
(como solubilidade e forma farmacêutica).
Os profissionais da saúde devem estar atentos quanto às possíveis interações entre os 
medicamentos e os nutrientes, em especial nas condições crônicas, em que se torna 
imprescindível o acompanhamento nutricional do paciente, pois tanto os efeitos 
dos medicamentos podem ser afetados pelos alimentos/nutrientes, ou pelo estado 
nutricional, como também os medicamentos podem afetar o estado nutricional do 
paciente.
Interações entre fitoterápicos, suplementos 
alimentares e medicamentos
A incidência de interações entre fi toterápicos e suplementos alimentares 
com medicamentos convencionais ainda não é completamente conhecida e, 
atualmente, ainda não existe um manual ou órgão que forneça as informações 
confi áveis. 
Além disso, a falta de evidências de interações entre fitoterápicos e medi-
camentos, ou fitoterápicos e nutrientes, pode ser resultante de insuficiência no 
Interações medicamentosas6
número de notificações de interações, pois em muitas situações os profissionais 
de saúde não têm conhecimento de que o paciente esteja fazendo uso de fito-
terápicos, plantas medicinais ou suplementos dietéticos simultaneamente ao 
uso de medicamentos. Em algumas situações, a equipe de saúde não associa o 
agravamento do quadro clínico do paciente, seja por ineficácia terapêutica ou 
surgimento de efeitos colaterais, à interação entre medicamentos e fitoterápicos. 
Um exemplo da diminuição na eficácia de medicamentos pode ser observado 
pela interação entre Hypericum (hipérico, erva-de-são-joão) e ciclosporina 
(imunossupressor), em que o hipérico causa redução dos níveis plasmáticos 
de ciclosporina, em alguns casos resultando na rejeição de transplantes.
Estudos têm demonstrado que o alho (Allium sativum L.) tradicionalmente 
tem sido indicado como coadjuvante no tratamento de bronquite crônica e 
asma, como expectorante e como preventivo de alterações vasculares, como 
coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia, hipertensão arterial leve a mo-
derada e sintomas de gripes e resfriados e, ainda, como auxiliar na prevenção 
da aterosclerose. No entanto, vale ressaltar que existem algumas precauções e 
contraindicações. Por exemplo, recomenda-se: não usar em casos de hemor-
ragia e tratamento com anticoagulantes e anti-hipertensivos, suspender o uso 
do fitoterápico duas semanas antes de intervenções cirúrgicas e não usar em 
pessoas com gastrite, úlcera gastroduodenal, hipotensão arterial e hipoglicemia. 
Pode potencializar os efeitos antitrombóticos de fármacos anti-inflamatórios.
Foi descrita interação medicamentosa potencial entre Allium sativum e 
varfarina. Pacientes que utilizam anticoagulantes orais, como a varfarina, 
poderão apresentar aumento do tempo de sangramento quando forem adminis-
trados medicamentos contendo alho. Efeito semelhante será observado no uso 
dos antiplaquetários. Esse fitoterápico não pode ser utilizado em associação 
com anticoagulantes orais, heparina, agentes trombolíticos, antiagregantes 
plaquetários (como AAS) e anti-inflamatórios não esteroidais, por aumenta-
rem o risco de hemorragias. Também deve se ter cuidado com o uso do alho 
em pacientes diabéticos, pois o alho poderá intensificar o efeito de fármacos 
hipoglicemiantes (insulina e glipizida), causando uma hipoglicemia grave.
Mesmo em situações comprovadas de interações dos fitoterápicos com 
medicamentos ou alimentos, a importância clínica de alguns casos relatados 
não pode ser avaliada com precisão em razão da variação na natureza própria 
da planta e dos produtos produzidos a partir dela. Portanto, o profissional da 
saúde deve avaliar com muito cuidado tais informações, quanto à segurança, 
ou não, de combinações de fitoterápicos ou outros suplementos dietéticos com 
medicamentos convencionais, antes da orientação aos pacientes.
7Interações medicamentosasLeia o Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, documento da Anvisa espe-
cífico para orientar a prescrição de fitoterápicos no Brasil.
https://goo.gl/3SOO9u
1. Interações medicamentosas podem 
interferir no perfil farmacocinético 
do medicamento, podendo afetar 
o padrão de absorção, distribuição, 
metabolização ou excreção. 
Qual das afirmações a seguir 
corresponde à interação em nível 
de excreção renal de fármacos?
a) As alterações do pH urinário 
não interferem no grau 
de ionização de bases e 
ácidos fracos, portanto não 
afetam a excreção renal.
b) O bicarbonato de sódio é 
utilizado para aumentar a 
excreção renal em casos de 
intoxicação por barbitúricos, 
que são fármacos ácidos fracos.
c) A competição de medicamentos 
no túbulo proximal pela 
secreção tubular é usada 
como estratégia farmacológica 
para diminuir o tempo de 
ação dos medicamentos.
d) As interações em nível de 
excreção são precipitadas 
por medicamentos com 
capacidade de inibir ou induzir 
o sistema enzimático.
e) Interações entre contraceptivos 
orais e antibióticos podem 
resultar na diminuição da 
excreção dos contraceptivos.
2. Joana, 47 anos, consulta o médico 
apresentando queixa de tristeza, 
estresse, dificuldade para dormir e 
perda de motivação para o trabalho 
e a vida social. Além disso, informa 
que sente fortes dores na coluna 
e faz uso contínuo de analgésicos 
(tramadol e meperidina). Para o 
controle da hipertensão arterial, 
faz uso de hidroclorotiazida 
e propranolol. A paciente é 
diagnosticada com depressão 
maior. Além de encaminhá-la para 
a psicoterapia, o médico prescreve 
tranilcipromina. Passadas quatro 
semanas, a paciente retorna e 
informa ao médico que não houve 
melhora no quadro depressivo. 
O profissional, então, prescreve 
fluoxetina, antidepressivo da 
classe dos inibidores seletivos 
da recaptação de serotonina, 
que está relacionada a diversas 
interações medicamentosas, tanto 
por mecanismos farmacocinéticos 
quanto por mecanismos 
farmacodinâmicos. Quais interações 
Interações medicamentosas8
https://goo.gl/3SOO9u
podem estar associadas ao uso 
de fluoxetina na paciente?
a) A fluoxetina pode inibir o 
metabolismo hepático e 
causar aumento do efeito 
do propranolol, podendo 
desencadear toxicidade cardíaca.
b) A fluoxetina é um inibidor da 
CYP450 2D6, podendo diminuir 
o metabolismo dos analgésicos 
opioides, tais como tramadol, 
metadona, codeína e oxicodona.
c) O uso concomitante de 
fluoxetina e tramadol pode 
desencadear síndrome 
serotoninérgica, com risco 
de convulsão e coma.
d) A associação da fluoxetina 
com um antidepressivo 
IMAO está contraindicada em 
razão do risco de síndrome 
serotoninérgica fatal.
e) Todas as alternativas estão 
relacionadas a interações 
medicamentosas envolvendo 
o uso de fluoxetina.
3. Quando um fármaco atinge a 
corrente sanguínea, ele se liga 
a proteínas plasmáticas e forma 
um complexo fármaco-receptor 
que é inerte farmacologicamente. 
Somente o fármaco livre 
tem ação farmacológica, e 
a intensidade do efeito é 
dependente da percentagem 
de fármaco livre. Portanto, em 
alguns regimes terapêuticos 
em que há administração de 
dois medicamentos que têm 
alta afinidade pelas proteínas 
plasmáticas, pode ocorrer uma 
interação medicamentosa por 
deslocamento de ligação às 
proteínas plasmáticas. Sobre 
interação medicamentosa 
por deslocamento de ligação 
às proteínas plasmáticas, 
podemos afirmar que:
a) um aumento na taxa de ligação 
de um fármaco a proteínas 
plasmáticas em razão de uma 
interação por deslocamento 
aumentará seu Vd, uma vez que 
o fármaco deslocado se difundirá 
para os tecidos e isso levará a 
uma diminuição na concentração 
total do fármaco no plasma.
b) uma diminuição na taxa de 
ligação de um fármaco a 
proteínas plasmáticas em 
razão de uma interação por 
deslocamento diminuirá seu 
Vd, uma vez que o fármaco 
deslocado se difundirá para 
os tecidos e isso levará a uma 
diminuição na concentração 
total do fármaco no plasma.
c) um aumento na taxa de ligação 
de um fármaco a proteínas 
plasmáticas em razão de uma 
interação por deslocamento 
aumentará seu Vd, uma vez que 
o fármaco deslocado se difundirá 
para os tecidos e isso levará a 
um aumento na concentração 
total do fármaco no plasma.
d) uma diminuição na taxa de 
ligação de um fármaco a 
proteínas plasmáticas em 
razão de uma interação por 
deslocamento aumentará seu 
Vd, uma vez que o fármaco 
deslocado se difundirá para 
os tecidos e isso levará a um 
aumento na concentração 
total do fármaco no plasma.
e) uma diminuição na taxa de 
ligação de um fármaco a 
9Interações medicamentosas
proteínas plasmáticas em 
razão de uma interação por 
deslocamento aumentará seu 
Vd, uma vez que o fármaco 
deslocado se difundirá para 
os tecidos e isso levará a uma 
diminuição na concentração 
total do fármaco no plasma.
4. José, 73 anos, apresenta um 
quadro infeccioso e inicia o uso de 
antibiótico tetraciclina. Dois dias 
após o início do uso do antibiótico, 
o paciente se queixa de dor no 
estômago e, então, Dona Glória, 
a vizinha, o aconselha a tomar o 
antibiótico com um copo de leite. 
Qual o mecanismo de interação 
entre o antibiótico e o leite?
a) O leite, rico em íons cálcio, irá 
aumentar a biodisponibilidade 
e melhorar a eficácia 
terapêutica do antibiótico.
b) Os íons cálcio presentes no leite 
irão alcalinizar a urina e diminuir a 
excreção do antibiótico na urina.
c) Íons cálcio presentes no leite 
irão competir com as moléculas 
de tetraciclinas pela ligação 
às proteínas plasmáticas, 
interferindo na distribuição 
do fármaco pelo organismo.
d) O leite, rico em íons cálcio, irá 
aumentar a absorção e diminuir 
a excreção do antibiótico.
e) O leite, rico em íons cálcio, irá 
diminuir a biodisponibilidade 
e diminuir a eficácia 
terapêutica do antibiótico.
5. O resveratrol é um polifenol 
presente nas uvas e nos vinhos, e 
tem sido utilizado em razão de suas 
propriedades antienvelhecimento. 
Também é conhecido pelas suas 
propriedades antioxidantes e 
antiplaquetárias, que sugerem 
potencial efeito benéfico em 
doenças cardiovasculares, 
incluindo aterosclerose. Com 
base nas propriedades acima 
descritas, qual medicamento 
apresenta probabilidade de 
interação com resveratrol?
a) Fluoxetina.
b) Propranolol.
c) Ácido acetilsalicílico.
d) Sinvastatina.
e) Digoxina.
ALTERNATIVE MEDICINE FOUNDATION. 2010. Disponível em: <www.amfoundation.
org/>. Acesso em: 15 dez. 2017. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento de fitoterápicos: farmaco-
peia brasileira. Brasília, DF: ANVISA, 2016. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.
br/documents/33832/2909630/Memento+Fitoterapico/a80ec477-bb36-4ae0-b1d2-
e2461217e06b>. Acesso em: 15 dez. 2017.
Leituras recomendadas
Interações medicamentosas10
http://portal.anvisa.gov/
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégi-
cos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa 
de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília, DF: Ministério 
da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e 
fitoterápicos. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.
CORRER, C. J.; OTUKI, M. F. (Org.). A prática farmacêutica na farmácia comunitária. Porto 
Alegre: Artmed, 2013. 
NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. 
Infarma, Brasília, DF, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007. Disponível em: <http://www.cff.org.
br/sistemas/geral/revista/pdf/10/infa09.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
SILVA, L. D.; LISBOA, C. D. Consequências da interação entre nutrição enteral e fármacos 
administrados por sondas: uma revisão integrativa. Cogitare Enfermagem, Curitiba, 
v. 16, n. 1, p. 134-140, 2011. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/
view/21124/13950>. Acesso em: 15 dez. 2017.
UNITED STATES. National Centerfor Complementary and Alternative Medicine 
(NCCAM). 2017. Disponível em: <www.nccam.nih.gov/>. Acesso em: 15 dez. 2017.
WILLIAMSON, E.; DRIVER S.; BAXTER, K. Interações medicamentosas de Stockley. Porto 
Alegre: Artmed, 2012.
11Interações medicamentosas
http://www.cff.org/
http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/
http://www.nccam.nih.gov/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
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