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<p>Helen Cristine Santana Silva RA: 52318127</p><p>Mirela Beatriz Baptista RA: 52319406</p><p>Mirela Stefani Bezerra RA: 52319047</p><p>Matheus Vasconcelos de Araújo RA: 52319061</p><p>Kauan Barbosa RA:51914055</p><p>Relato do caso</p><p>Paciente (Maria das Graças da Silva) com 72 anos, do sexo feminino, com</p><p>antecedentes de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, cardiopatia</p><p>não-especificada, artrose, submetida a gastroplastia com banda gástrica,</p><p>colectomia, em tratamento há uma semana de infecção do trato urinário por</p><p>Escherichia coli com quinolona. Paciente com acesso venoso periférico com solução</p><p>salina Fisiológica para hidratação e Ceftriaxona 1g.</p><p>Queixa principal</p><p>confusão mental, gemente, e queixa de dor abdominal há duas horas.</p><p>Medicações</p><p>Uso habitual de enalapril 20 mg, amlodipino 10 mg, fluoxetina 20 mg pela manhã,</p><p>sinvastatina 100 mg à noite, insulina humana 32 UI pela manhã, metformina 500</p><p>mg, ácido acetilsalicílico 150 mg na hora do almoço e propanolol 40 mg pela manhã.</p><p>Exames complementares</p><p>Exames laboratoriais (hemograma completo, gasometria e lactato arterial, bilirrubina</p><p>total, tempo de tromboplastina parcial ativada/RNI, creatinina e hemocultura),</p><p>Proteína C reativa, exames complementares (radiografia de tórax, urocultura), VHS.</p><p>Sinais vitais</p><p>FC:</p><p>Antes- 95</p><p>Depois- 146</p><p>FR:</p><p>Antes- 18</p><p>Depois-22</p><p>Sat O2:</p><p>Antes- 92</p><p>Depois- 91</p><p>Temperatura: 39.0</p><p>PA:</p><p>Antes: 110/70</p><p>Depois: 90/86</p><p>Observações: paciente taquicardico, hipotensão, descompensado, febril,</p><p>taquipneico.</p><p>Com base no relato do caso da paciente Maria das Graças da Silva, uma mulher de</p><p>72 anos com múltiplas comorbidades, incluindo obesidade, diabetes tipo 2,</p><p>hipertensão, cardiopatia, artrose e histórico cirúrgico significativo (gastroplastia com</p><p>banda gástrica e colectomia), enfrenta uma condição crítica ao relatar dor na ilíaca</p><p>direita seguida por uma rápida deterioração de seus sinais vitais, culminando em</p><p>choque séptico.</p><p>Essa situação clínica complexa destaca a importância da avaliação rápida e precisa</p><p>em pacientes com fatores de risco significativos. A dor localizada na ilíaca direita,</p><p>juntamente com os sintomas iniciais de confusão mental e gemência, sugerem uma</p><p>possível complicação abdominal séria, como apendicite ou peritonite, especialmente</p><p>em um paciente com histórico de colectomia. A rápida evolução para choque séptico</p><p>ressalta a severidade da resposta inflamatória sistêmica desencadeada pela</p><p>infecção.</p><p>Fisiopatologia e imunologia</p><p>A sepse é uma condição complexa caracterizada por uma resposta exagerada do</p><p>organismo a uma infecção, envolvendo a ativação do sistema imunológico e a</p><p>liberação de mediadores inflamatórios. Isso pode levar a complicações graves,</p><p>como trombose microvascular e produção de substâncias vasoativas. Além disso, a</p><p>susceptibilidade genética também pode desempenhar um papel no desenvolvimento</p><p>da sepse. A endotoxina bacteriana é um dos principais contribuintes para os efeitos</p><p>da sepse, desencadeando a ativação do complemento e outros sistemas</p><p>fisiológicos. Para mais informações sobre definição, diagnóstico e tratamento da</p><p>sepse, bem como outras condições relacionadas, como sepse neonatal e choque</p><p>séptico, consulte nossos textos disponíveis.</p><p>Do ponto de vista da imunologia, a sepse resultante de uma ITU pode ser entendida</p><p>da seguinte forma:</p><p>● Invasão bacteriana: A ITU geralmente começa quando bactérias</p><p>patogênicas, como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae ou Enterococcus</p><p>faecalis, invadem o trato urinário, que inclui a uretra, a bexiga e, em casos</p><p>mais graves, os rins. Essas bactérias podem penetrar na uretra ascendendo</p><p>a partir da região perineal ou através da corrente sanguínea.</p><p>● Resposta imune local: Quando as bactérias colonizam o trato urinário, o</p><p>sistema imunológico inicia uma resposta local para combatê-las. Isso envolve</p><p>a ativação de células imunes, como os macrófagos e os neutrófilos, que</p><p>tentam eliminar as bactérias invasoras. No entanto, em alguns casos, as</p><p>bactérias podem resistir a essa resposta imune inicial e se multiplicar,</p><p>levando a uma infecção.</p><p>● Disseminação bacteriana: Se a infecção não for controlada localmente, as</p><p>bactérias podem se espalhar para o sangue, causando bacteremia. A partir</p><p>daí, as bactérias podem se disseminar para outros órgãos e tecidos do corpo,</p><p>desencadeando uma resposta inflamatória sistêmica.</p><p>● Resposta inflamatória sistêmica: A presença de bactérias e seus</p><p>componentes, como lipopolissacarídeos (LPS), na corrente sanguínea</p><p>desencadeia uma resposta inflamatória generalizada. Isso inclui a liberação</p><p>de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α),</p><p>interleucina-1 (IL-1) e interleucina-6 (IL-6), bem como outras moléculas</p><p>pró-inflamatórias. Essas substâncias ativam uma cascata de eventos que</p><p>resultam em vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, coagulação</p><p>intravascular disseminada (CID) e disfunção de múltiplos órgãos.</p><p>● Sepse: Quando a resposta inflamatória sistêmica não é controlada, ocorre a</p><p>síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS), que pode progredir para</p><p>sepse. Na sepse, há disfunção orgânica grave devido à resposta inflamatória</p><p>descontrolada, colocando o paciente em risco de choque séptico e falência</p><p>de múltiplos órgãos.</p><p>Portanto, a infecção do trato urinário pode desencadear sepse através de uma</p><p>combinação de invasão bacteriana, resposta imune local, disseminação bacteriana</p><p>e resposta inflamatória sistêmica desregulada. O reconhecimento precoce e o</p><p>tratamento adequado da ITU são fundamentais para prevenir complicações graves,</p><p>como a sepse.</p><p>Terapia:</p><p>A terapia com antibióticos pode influenciar o sistema imunológico de várias</p><p>maneiras. Primeiro, os antibióticos podem ajudar a reduzir a carga de patógenos no</p><p>corpo, permitindo que o sistema imunológico trabalhe de forma mais eficaz contra</p><p>os invasores restantes. No entanto, o uso prolongado ou indiscriminado de</p><p>antibióticos pode perturbar a microbiota normal do corpo, afetando negativamente o</p><p>sistema imunológico e aumentando o risco de infecções oportunistas. Além disso,</p><p>alguns antibióticos podem ter efeitos imunomoduladores diretos, afetando a função</p><p>de certas células do sistema imunológico. Em resumo, a relação entre antibióticos e</p><p>sistema imunológico é complexa e pode variar dependendo do contexto clínico e do</p><p>tipo de antibiótico utilizado.</p><p>O tratamento da sepse geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e inclui:</p><p>● Antibióticos: Administração rápida de antibióticos de amplo espectro para</p><p>combater a infecção bacteriana subjacente. A escolha do antibiótico pode ser</p><p>ajustada posteriormente com base nos resultados dos testes de</p><p>sensibilidade.</p><p>● Suporte hemodinâmico: Isso pode incluir administração de fluidos</p><p>intravenosos e medicamentos para estabilizar a pressão arterial, como</p><p>vasopressores.</p><p>● Suporte respiratório: Se necessário, pode ser necessária ventilação</p><p>mecânica para garantir uma oxigenação adequada.</p><p>● Monitoramento intensivo: Os sinais vitais e os parâmetros laboratoriais são</p><p>monitorados de perto para avaliar a resposta ao tratamento e detectar</p><p>complicações.</p><p>● Controle da fonte de infecção: Identificação e tratamento da fonte</p><p>subjacente da infecção, como drenagem de abscessos ou remoção de</p><p>dispositivos médicos infectados.</p><p>● Terapia de suporte: Isso pode incluir terapia de reposição renal para</p><p>insuficiência renal, tratamento de coagulação descontrolada e suporte</p><p>nutricional.</p><p>Resultados Exames Complementares</p><p>Microrganismo detectado – Escherichia coli - potencial produtor de carbapenemases</p><p>Tempo de detecção 20h 40min</p><p>Teste de Suscetibilidade aos Antimicrobianos:</p><p>Aztreonam………………………...…………………….. R</p><p>Amoxicilina/ácido clavulânico …………………………. R</p><p>Cefepima ………………………………………………... R</p><p>Ceftazidima………………..……………………………...R</p><p>Ceftriaxona………………………...…………………..….R</p><p>Amicacina………………………………………………....S</p><p>Gentamicina…………………………………………….....R</p><p>Ampicilina…………………………….…………………..R</p><p>Imipenem………………………………………………….R</p><p>Meropenem………………………………………………..R</p><p>Ertapenem………………………………………………....R</p><p>S=sensível, I=Sensível aumentando exposição, R=resistente</p><p>Urocultura</p><p>Microrganismo detectado – Escherichia</p><p>coli</p><p>potencial produtor de carbapenemases</p><p>Contagem: superior 105UFC/mL</p><p>Teste de Suscetibilidade aos Antimicrobianos:</p><p>Aztreonam………………………...…………………….. R</p><p>Amoxicilina/ácido clavulânico …………………………. R</p><p>Cefepima ………………………………………………... R</p><p>Ceftazidima………………..……………………………...R</p><p>Ceftriaxona………………………...…………………..….R</p><p>Amicacina………………………………………………....S</p><p>Gentamicina…………………………………………….....R</p><p>Ampicilina…………………………….…………………..R</p><p>Imipenem………………………………………………….R</p><p>Meropenem………………………………………………..R</p><p>Ertapenem………………………………………………....R</p><p>S=sensível, I=Sensível aumentando exposição, R=resistente</p><p>Gasometria Arterial</p><p>Lactato</p><p>Bilirrubinas</p><p>Hemograma</p><p>Creatinina</p><p>Proteina C Reativa</p><p>VHS</p><p>TTPA/RNI</p><p>RNI</p><p>Resultado…………………………… 2 Valores de</p><p>Referência (0,8 a 1,20)</p><p>Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA)</p><p>Resultado…………………………… 40 segundos Valores de</p><p>Referência (23,7 a 33,8) segundos)</p><p>Raio X de tórax</p><p>Sem alterações</p>