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<p>É notória a expressividade que o Direito Internacional adquire na atualidade. E</p><p>isto, em grande medida, deve-se à quantificação das relações humanas e</p><p>materiais que transcendem as fronteiras físicas dos Estados, moldadas pelo forte</p><p>desenvolvimento experimentado pela humanidade nos aparatos de ciência e</p><p>tecnologia, informação, comunicação e transportes, o que nos torna cada vez</p><p>espaços de poder alcançáveis. Talvez, neste atual contexto histórico, o mais</p><p>efetivo dos desafios resida em adequar o Direito Internacional às demandas</p><p>oriundas dos Estados que têm seu modelo constitutivo alicerçado no século XVI</p><p>e cujas forças intrínsecas extrapolam as delimitações espaciais e soberanas de</p><p>poder. Afinal, há uma interdependência que também nos identifica como seres</p><p>humanos, ávidos por direitos que nos contemporizem como iguais em um mundo</p><p>cada vez mais local. É com esta breve introdução que convido você à reflexão</p><p>proposta neste Livro, o qual abordará o Direito Internacional Público, sua</p><p>conceituação, suas fontes normativas e seus sujeitos, passando pelas</p><p>controvérsias internacionais e pelos mecanismos de responsabilização</p><p>internacional dos Estados.</p><p>O Direito Internacional Público (DIP), ramo do Direito que nasce com a própria</p><p>formação do Estado lá na Idade Média, mas que adquire relevância com a</p><p>formação dos Estados Modernos Europeus a partir do século XV e o seu</p><p>expansionismo ultramarino. Ademais, é um dos ramos do Direito que mais tem</p><p>sofrido transformações nos últimos anos, haja vista a interdependência global</p><p>experimentada no século XX, fruto dos avanços científicos e tecnológicos, da</p><p>celeridade dos meios de comunicações, transportes e informações, e do</p><p>considerável fluxo dos negócios internacionais. Assim, o DIP cuida de regular as</p><p>relações que envolvem os Estados entre si, ou os Estados com outros atores</p><p>internacionais. Fundamental é lembrar que os Estados constituem o elemento</p><p>central da sociedade internacional e que está se apresenta complexa, exigindo</p><p>assim um Direito em constante desenvolvimento e capaz de reger, de forma</p><p>equilibrada e pacífica, as relações humanas, políticas, jurídicas, econômicas,</p><p>culturais, religiosas e sociais. Para tanto, identificaremos seus elementos</p><p>característicos, visando compreender a relação entre Direito Internacional e</p><p>Direito Interno e, também, conhecer os princípios basilares que regem o DIP e</p><p>como se dá sua aplicabilidade no cenário jurídico internacional. A expressão</p><p>direito internacional (international law) surge com Jeremias Bentham, em 1780,</p><p>utilizada em oposição a national law ou a municipal law. Ela foi traduzida para o</p><p>francês e demais línguas latinas como direito internacional. (ACCIOLY, 2009).</p><p>cteriza</p><p>pelo conjunto de normas que regulam as diversas relações existentes entre os</p><p>múltiplos atores que compõem a sociedade internacional. O Direito Internacional</p><p>é a parte do Direito que cuida (busca disciplinar) das relações internacionais</p><p>existentes entre países ou entre pessoas de nacionalidades diferentes.</p><p>O Direito Internacional tem profunda relação com a área das Relações</p><p>Internacionais, de que constitui um instrumento. É por meio do Direito</p><p>Internacional que as relações internacionais entre os Estados acontecem com</p><p>maior segurança, e as relações privadas de caráter internacional são facilitadas.</p><p>O Direito Internacional divide-se em duas áreas de estudo, a saber: a pública e</p><p>a privada. O Direito Internacional Público (DIP) trata dos interesses</p><p>internacionais públicos, regulando os direitos e deveres internacionais dos</p><p>Estados, dos organismos internacionais e dos indivíduos perante os Estados. O</p>