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<p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02</p><p>Idade Moderna II</p><p>EsPCEx</p><p>2024</p><p>2</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Sumário</p><p>Apresentação 3</p><p>Introdução 4</p><p>1. Formação de Portugal 11</p><p>2. Enquanto isso na Espanha... 14</p><p>3. Grandes Navegações 16</p><p>3.1- Consequências gerais da Expansão marítimo comercial: implantação do Sistema de Colonização Europeia 25</p><p>4. A chegada dos europeus ao “Novo Mundo” 27</p><p>5. Povos originários: Astecas, Maias e Incas 30</p><p>5.1– Astecas 30</p><p>5.2 – Maias 32</p><p>5.3 – Incas 33</p><p>6. Sistema Colonial Espanhol 35</p><p>6.1 – Estrutura e administração Econômica e do Trabalho 36</p><p>6.1.1 – Formas de exploração do trabalho 37</p><p>6.2 – Estrutura social, política e administrativa do sistema colonial espanhol 39</p><p>6.3 - A Igreja Católica na América Espanhola 41</p><p>7. Colonização da América Inglesa 45</p><p>8. Lista de questões EsPCEx 49</p><p>9. Lista de questões da profe. Alê Lopes 59</p><p>10. Lista de questões para Aprofundamento 65</p><p>12. Gabarito das questões EsPCEx 69</p><p>13. Gabarito das questões Profe. Alê Lopes 69</p><p>14. Gabarito das questões para Aprofundamento 70</p><p>15. Lista de questões EsPCEx - comentadas 70</p><p>16. Lista de questões da profe. Alê Lopes - comentadas 101</p><p>17. Lista de questões para Aprofundamento - comentadas 122</p><p>3</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Apresentação</p><p>Olá queridos alunos e alunas, futuros cadetes</p><p>Que bom saber que você avançou mais uma aula, parabéns! Eu tenho certeza de que seu esforço</p><p>tem sido grande nesses dias. Isso é muito bom porque você está cada vez maior! São das pequenas vitórias</p><p>que é feito o caminho até a realização do sonho: ver seu nome na lista de aprovados !</p><p>Nesta aula continuaremos a estudar o período da Idade Moderna. Nesse momento ocorrera um</p><p>“encontro” entre Europa e América por meio das conquistas territoriais e da formação das colônias na</p><p>América e montagem de protetorados na África. Não esqueça de que a colonização é parte central da</p><p>economia mercantilista.</p><p>Nesse sentido, a principal abordagem da prova de História da EsPCEx é bastante economicista, ou</p><p>seja, os aspectos econômicos DEVEM ser bem estudados. É claro que isso não significa que você só precisa</p><p>estudar economia, porque é nosso dever estudar todo o conteúdo. Sem contar que, para a nova tendência</p><p>da Prep vale pegar o “sentido geral” da história e ir raciocinando de forma histórica, sem grandes</p><p>“decorebas”. A memorização vem com o tempo e se você entender a história, entender mesmo, verá que</p><p>ficará tudo mais fácil.</p><p>Assim, os assuntos da aula são:</p><p> a formação de Portugal (para entendermos o pioneirismo português na expansão</p><p>ultramarina)</p><p> a expansão ultramarina</p><p> a chegada de portugueses e espanhóis à América.</p><p> a singularidade da colonização inglesa na América</p><p>Assim, esta também é nossa 1ª aula sobre História da América. Conheceremos um pouco da</p><p>população que vivia na América antes da chegada dos europeus e, também, a implantação da colonização.</p><p>Quanto à colonização do Brasil é assunto do curso de História Brasileira que veremos em aula específica.</p><p>Combinado?</p><p>Esses assuntos têm incidência constante nas provas. Fique muitooooo esperto e esperta, Ok? Você</p><p>não está no luxo de ficar perdendo NENHUMA questão.</p><p>Não me canso de afirmar: toda questão de história é imperdível! Você precisa estar preparado para</p><p>TUDO! Não esquece:</p><p>“o segrego do sucesso é a constância no objetivo”.</p><p>Como tarefas importantes nessa trajetória de estudos, quero lembrá-lo de fazer seu controle de</p><p>temporalidade. Atente-se para o período que começamos a estudar e em que momento terminaremos na</p><p>aula de hoje. Nesta aula nos aprofundaremos nas experiências dos séculos XV, XVI e XVII.</p><p>Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas! Eu vou te responder bem rapidinho. Ah, não tem</p><p>pergunta boba, ok? Vamos começar? Já sabe: pega seu café e sua ampulheta. Bora!!</p><p>4</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Introdução</p><p>Quero introduzir esta aula chamando sua atenção para qual será o sentido histórico do período que</p><p>vamos estudar: discutir a tese da Europa como “construtora de periferias”. O que isso significa, afinal? Há</p><p>um consenso de que, a partir da Modernidade, a Europa virou o centro do mundo.</p><p>Contudo, podemos nos perguntar, já que estamos em um curso de História: tornou-se o centro do</p><p>mundo ou escreveram a história como se assim o fosse? Você já deve ter ouvido a palavra eurocentrismo:</p><p>atitude das diversas Nações europeias de impor seus valores a outros povos e de se considerarem</p><p>superiores aos grupos humanos originários da África, da Ásia e da América1.</p><p>Esse é um conceito importante para pensarmos os sentidos das histórias que nos contam. De</p><p>qualquer forma, a partir do século XV, por pioneirismo português, houve aumento da circulação de pessoas</p><p>e de mercadorias por extensões mais amplas do mundo. Assim, o encontro entre povos distintos também</p><p>se multiplicou.</p><p>Por exemplo, você aprendeu que os europeus descobriram a América. De fato, quando conhecemos</p><p>algo que não conhecíamos, aquilo é para nós um descobrimento. Contudo, não significa que aquilo que</p><p>descobrimos não existia antes. Ou seja, descobrir não significa criar: a Europa não criou a América.</p><p>Europeus e povos originários se encontraram. Portanto, cabe-nos (nessa brincadeira de estudar história)</p><p>compreender o sentido dessa experiência humana ocorrida em lugar e momento determinados – na</p><p>América, a partir de 1492 (pelo menos na historiografia tradicional).</p><p>Quando você era criança, muito provavelmente, deve ter discutido com a/o profe algo assim: “mas,</p><p>os europeus sabiam ou não que nosso continente existia? Cabral veio de propósito ou sua caravela desviou</p><p>do destino indiano?” Interessante, porém, é um falso problema.</p><p>Para nós isso não importa. O que importa é discutirmos: por que foi, como foi, qual foi o resultado?</p><p>Há muitos pensadores, como Enrique Dussel, que criticam a visão eurocêntrica da história sobre</p><p>essa experiência humana. Por isso, ele escreveu o livro chamado O Encobrimento do Outro – a origem do</p><p>mito da Modernidade. Presta a atenção na palavra: ENCOBRIMENTO.</p><p>Encobrir tem um sentido muito distinto de descobrir, ou mesmo da questão se o continente foi</p><p>descoberto sem querer ou não. Encobrir é esconder, apagar, não se deixar conhecer! Assim, o título do</p><p>livro desse autor, já nos indica sua interpretação sobre o encontro entre europeus e povos originários: um</p><p>se sobrepôs ao outro – nesse caso, os europeus teriam encoberto a existência dos demais povos que viviam</p><p>na América.</p><p>Outro autor é o Todorov. Ele escreve um livro chamado A conquista da América – a questão do Outro.</p><p>Veja que o termo que ele usa no título é CONQUISTA, o que nos coloca frente a um argumento de</p><p>dominação. Quem conquista, comanda!! Além disso ele também fala do Outro, ou seja, o conquistado.</p><p>Para ambos os autores, corroborado por outros tantos, os povos originários foram o encobertos ou</p><p>o conquistados. Essa é, de certa forma, a perspectiva adotada por diversos historiadores</p><p>Para finalizar essa introdução, em qual contexto ocorreu esse encontro? Essa é fácil para você,</p><p>Cadete, que estudou a aula anterior!</p><p>1 SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Editora Contexto, 2009.</p><p>5</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Nela vimos a formação e as características do mercantilismo e, nesse sentido, a necessidade de</p><p>expansão econômica para superar as dificuldades encontradas dentro da Europa. Vamos recordar o</p><p>esqueminha:</p><p>Vimos, também, que o sistema econômico nesse momento se caracterizou por uma série de práticas e</p><p>ideias. Entre as características desse sistema temos:</p><p>Para concretizar e impulsionar a economia mercantilista vimos que o COLONIALISMO foi uma peça</p><p>fundamental. Lembra?</p><p>Para ter superávit comercial foi necessário o colonialismo.</p><p>Para extrair diretamente metais preciosos</p><p>pesquisadores alemães descobriram outra causa</p><p>de dizimação desse povo por contaminação da bactéria salmonella entérica.</p><p>10 Libraru of Congress. Disponível em: . Acesso em 27-03-2019.</p><p>A</p><p>C</p><p>a</p><p>p</p><p>tu</p><p>ra</p><p>d</p><p>e</p><p>T</p><p>e</p><p>n</p><p>o</p><p>c</p><p>h</p><p>ti</p><p>tl</p><p>á</p><p>n</p><p>.</p><p>Ó</p><p>le</p><p>o</p><p>s</p><p>o</p><p>b</p><p>re</p><p>t</p><p>e</p><p>la</p><p>.</p><p>C</p><p>o</p><p>le</p><p>ç</p><p>ã</p><p>o</p><p>J</p><p>a</p><p>y</p><p>L</p><p>. K</p><p>is</p><p>la</p><p>k</p><p>.</p><p>L</p><p>iv</p><p>ra</p><p>ri</p><p>a</p><p>d</p><p>o</p><p>C</p><p>o</p><p>n</p><p>g</p><p>re</p><p>ss</p><p>o</p><p>.</p><p>http://www.loc.gov/exhibits/exploring-the-early-americas/ExplorationsandEncounters/conquestpaintings/Assets/object96_t_725.Jpeg</p><p>http://www.loc.gov/exhibits/exploring-the-early-americas/ExplorationsandEncounters/conquestpaintings/Assets/object96_t_725.Jpeg</p><p>32</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Alguns médicos têm pesquisado a história das doenças e das curas desse momento da</p><p>história. É o caso da médica pesquisadora da Unicamp Cristina Gurgel que lançou seu</p><p>livro Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos. Apesar de ela ter pesquisado</p><p>especificamente o caso da colonização portuguesa, suas conclusões podem ser</p><p>generalizadas para o processo de conquista dos espanhóis sobre outros povos</p><p>originários11.</p><p>5.2 – Maias</p><p>A civilização maia se desenvolveu na Península do Yucatán e se expandiu até onde hoje é a Guatemala.</p><p>O surgimento e o desenvolvimento cultural dos maias estenderam-se aproximadamente de 250 até 900</p><p>d.C. Percebem que foi antes a criação de Tenochtitlán (1325), ou seja, antes da ascensão dos astecas? É</p><p>isso mesmo, Cadetes, os maias se desenvolveram em um período anterior aos astecas. Quando chegou no</p><p>século XV, na expansão do Império Asteca, os maias foram conquistados.</p><p>Diferentemente dos astecas e incas, os maias não se organizavam como Império. Ao contrário, sua</p><p>organização política se assemelhava a uma cidade-estado. Contudo, o centro da vida social era a</p><p>religiosidade e o templo corresponde ao que na Grécia chamaríamos de Acrópole, lembra-se? Por isso,</p><p>alguns historiadores chamam as cidades maias de cidades-templos, ou seja, um conjunto de construções</p><p>destinadas a diferentes atividades sociais (como rituais e comércio) formavam um templo.</p><p>A sociedade maia tinha uma organização social dividida em dois estamentos:</p><p>➢ povo comum, ligado ao trabalho agrário;</p><p>➢ e a casta dominante era formada por governantes, sacerdotes e guerreiros.</p><p>Aos sacerdotes e sábios estudiosos podem ser atribuídas as criações no campo da matemática, da</p><p>escrita, da astronomia, da arquitetura, das pinturas de murais, das cerâmica e ornamentos. Segundo os</p><p>especialistas nos estudos sobre os maias, este povo desenvolveu uma cultura profundamente sofisticada.</p><p>Os maias eram politeístas e seus deuses podiam ter natureza antropomorfa, fitomorfa, zoomorfa e</p><p>astral. Ou seja, na cosmologia maia, a natureza, o espírito e o homem são partes integradas do universo.</p><p>Quando da chegada do colonizador europeu, os maias estavam sendo conquistados pelos astecas.</p><p>Contudo, o legado cultural dos maias foi profundamente assimilado pelos povos que os precederam.</p><p>11 Livro revela papel de doenças (e curas) na formação do país. Jornal da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas.</p><p>Campinas, 11 a 24 de abril de 2011 – ANO XXV – Nº 490. Disponível em Acessado em 26-03-2019.</p><p>33</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>5.3 – Incas</p><p>Antes de tudo, quero ressaltar que os estudos sobre os povos que</p><p>viveram nos Andes ainda são pouco conhecidos, sobretudo, sobre o</p><p>Império Inca, conforme leciona o antropólogo John Murra, professor da</p><p>Cornell University. e qualquer forma, pelo que já conhecemos, vários</p><p>povos se desenvolveram na América do Sul, na região Andina Central.</p><p>12</p><p>Os incas se desenvolveram e se expandiram por praticamente todo</p><p>o Andes, em uma extensão que atravessava os atuais Peru, Equador,</p><p>Bolívia, Chile. São originários do povo quichuá (quéchua ou quécua).</p><p>INCA quer dizer “filho do sol”, assim, Inca era uma designação para</p><p>nomear o imperador.</p><p>Assim como os astecas, o povo inca se organizou como um Império</p><p>centralizado no qual o imperador era considerado um deus na terra. Ele</p><p>também era o chefe militar.</p><p>O auge da civilização inca foi entre os séculos XV e XVI e atingiu uma</p><p>população de cerca de 1 milhão de pessoas. É importante ressaltar que</p><p>o império incaico era multiétnico. No entanto, a centralização era</p><p>recente, à época em que Cuzco foi invadida pelos espanhóis, com 3 ou</p><p>4 gerações de imperadores.</p><p>Os incas não conheciam nem o ferro, nem a roda e nem a escrita.</p><p>Apesar disso tinham uma importante sofisticação urbana com sistema de</p><p>estradas, pontes suspensas e sistema de comunicação ágil. Suas cidades eram muito ricas, especialmente,</p><p>a capital estabelecida em Cuzco (no atual Peru). As áreas mais densamente povoadas estavam no altiplano.</p><p>A sociedade incaica era estamental. No campo, a sociedade era organizada localmente por meio de uma</p><p>extensa família. Cada família cuidava de uma “aldeia” e armazenava o que precisava. O sistema de</p><p>produção era por terraços. Conheciam o cultivo de centenas de espécies de milho. Também produziam</p><p>tabaco e batata. Domesticavam e criavam lhama. A religião dos incas era caracterizada pela adoração de</p><p>vários elementos da natureza, como o sol, a lua, o raio e a terra. O principal centro religioso foi Machu</p><p>Picchu (no atual Peru).</p><p>Com o crescimento da sociedade e da produção, novos arranjos sociais e produtivos se desenvolveram.</p><p>Nesse processo, apareceram as relações de produção baseadas em um tipo de trabalho permanente o qual</p><p>conhecemos como MITA. Cada aldeia, organizada etnicamente, mandava pessoas para trabalharem nas</p><p>“ilhas produtivas”, a uma distância de 2 a 8 dias de distância.</p><p>O trabalho dessas pessoas era uma espécie de imposto a ser paga pela aldeia ao Estado. O modo como</p><p>essas pessoas eram escolhidas, bem como, como mantinham a fidelidade com seu aldeamento original</p><p>ainda é pouco conhecido. O que sabemos é que quanto maior a complexidade do Império, mais multiétnica</p><p>12 ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. São Paulo: Ed. Ática, 2008, p. 21.</p><p>34</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>essas “ilhas produtivas” ficavam. De qualquer maneira, o intercâmbio social era garantido. Há relatos de</p><p>esposas que iam até as ilhas produtivas para visitar seus maridos.</p><p>Além disso, em algumas situações, essa população era chamada aos serviços públicos, em uma espécie</p><p>de servidão coletiva temporária.</p><p>A palavra mita vem de mitmac, que na linguagem quéchua significa COLONO. Então,</p><p>mita era uma espécie de sistema de colonato, diferente da servidão medieval na qual o</p><p>servo estava preso à terra particular de um senhor. Mas, é diferente também da servidão</p><p>coletiva da antiguidade oriental, como no Egito. Algumas vezes, explicava-se mita como</p><p>se fosse um sistema de servidão estatal coletiva. Mas não era bem assim. Veja, o</p><p>indivíduo não trabalhava na terra em que morava; não eram todos os camponeses que</p><p>iam para ilhas produtivas; os que iam mantinham relações com suas aldeias de origem,</p><p>defendendo-as no momento em que se encontravam com outras etnias no seu lugar de</p><p>trabalho. A origem da mita, embora seja um tipo de trabalho, é uma relação tributária de</p><p>dever de um povo com o estado Inca.</p><p>A chegada dos espanhóis, em 1531, 20 anos após Hernán Cortés invadir e destruir a capital asteca, uma</p><p>geração de espanhóis achava que já conhecia os povos originários. Mas, em relação aos povos dos Andes,</p><p>havia um “bocado de boato”. Mesmo assim, Francisco Bizarro e Almagro, no Panamá, receberam</p><p>informações de que havia um rico reino a ser conquistado.</p><p>Assim, começaram a articular uma expedição</p><p>de exploração e conquista em direção ao Pacífico.</p><p>Para aprofundar um pouquinho, a chegada dos espanhóis ocorreu em meio a um cenário de crise</p><p>política motivada por uma disputa sucessória. O imperador Huayana morreu e deixou dois filhos de mães</p><p>distintas – eram Huascar e Atahualpa. Diante dessa crise interna, Huascar acreditava que os espanhóis</p><p>poderiam ser seus aliados para derrotar o meio irmão Atahualpa. Evidentemente, os espanhóis se</p><p>aproveitaram desse cenário.</p><p>Sob o comando do ganancioso Francisco Pizzaro, os espanhóis empreenderam um violento processo</p><p>de dominação. Foram 180 homens e 30 cavalos. Metade morreu no caminho, antes de chegar aos pés dos</p><p>Andes. Mesmo assim, Pizzaro foi vitorioso. Como Cortés, soube se aproveitar das tensões internas já</p><p>existentes para dominar a população. Invadiram Cuzco, a cidade de ouro. Isso desestabilizou toda a</p><p>organização política e administrativa do Império.</p><p>O modelo espanhol de dominação era aproveitar essas tensões internas, capturar o líder e</p><p>fazê-lo reconhecer a autoridade e a legitimidade do poder para o Rei da Espanha e, assim,</p><p>usar a estrutura administrativa e produtiva – já centralizada por uma rede de instituições e</p><p>funções burocráticas - para canalizar para os espanhóis o lucro do domínio.</p><p>Atahualpa foi preso pelos espanhóis. Seus aliados descobriram a aliança de Huascar com os europeus</p><p>e o capturou também. Em 1533, em meio a diversos motins entre diferentes grupos étnicos, Huascar foi</p><p>morto. Na sequência, os espanhóis conspiraram e mataram Atahualpa. Os irmãos estariam mortos e, então,</p><p>em 1535, Pizarro pôde fundar uma nova capital, em Lima – no atual Peru.</p><p>Ainda assim, houve muita resistência. Os incas não se entregaram com a morte dos dois sucessores.</p><p>Foram 40 anos de Guerra, até que em 1571, o último imperador inca foi morto: Tupac Amaru. Cuzco, a</p><p>cidade de outro, caiu! Por fim, em 1572, o último reduto inca, a cidade de Vilcabamba caiu em mãos</p><p>35</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>espanholas. Ainda assim, contam alguns relatos orais de época, alguns bolsões de revolta não deixaram</p><p>espanhóis dominarem em paz.</p><p>Para finalizar, transcrevo um argumento central, do professor da Universidade de Oxford J. H. Elliott</p><p>para explicar como os espanhóis tiveram tanta sorte na conquista de impérios centralizados e fortes como</p><p>os asteca e inca. Ele afirma:</p><p>Foi justamente por serem sociedades centralmente organizadas, altamente dependentes da</p><p>autoridade de um único governante, que os impérios de Montezuma e de Atahualpa caíram com</p><p>relativa facilidade sob a espada dos espanhóis. Territórios de áreas vastas jamais poderiam ter sido</p><p>conquistadas tão rapidamente se já não estivessem sendo dominadas por um poder central com uma</p><p>elaborada máquina para o controle de regiões distantes. Todavia, no México central e no Peru os</p><p>invasores sem esperar se viram herdeiros de um processo de expansão imperial que não cessou com</p><p>sua chegada. O avanço contínuo, na era pós-conquista, do náhuatl e do quíchua, a língua dos mexicas</p><p>e dos incas, sugere a existência nessas regiões de uma dinâmica interno no sentido de um maior grau</p><p>de unificação, que somente podia operar em benefício do conquistador. O império poderia ser uma</p><p>ficção legal conveniente, mas tinha em fatos preexistentes sua justificativa, de uma maneira da qual</p><p>os próprios espanhóis tinham uma consciência apenas uma consciência difusa.13</p><p>6. Sistema Colonial Espanhol</p><p>Na sequência da conquista dos territórios do “novo mundo e dos “índios”, os espanhóis passaram à</p><p>implantação do Sistema de Exploração Colonial. Na prática, tratava-se de implantar as práticas</p><p>mercantilistas na colônia. Para tanto, historiadores afirmam que houve uma transposição dos mecanismos</p><p>políticos-administrativos europeus.</p><p>Veremos que nem sempre deu certo e foi preciso fazer certas adaptações, afinal, ao longo do</p><p>tempo, houve uma série de resistências. Estas não vieram apenas dos grupos sociais submetidos à</p><p>máxima exploração e servidão – como os originários – mas, também, de outros grupos intermediários</p><p>que foram constituindo interesses diversos daqueles da metrópole espanhola, como os filhos de</p><p>espanhóis nascidos na América que se envolviam com diferentes atividades econômicas, os clérigos</p><p>que se aproximavam dos índios, a burocracia estatal, entre outros.</p><p>Além disso, a “sede de ouro” do século XV não se esgotou, mas suas fontes de satisfação sim. No</p><p>século XVII, as minas de prata e ouro se esgotaram deixando apenas um rastro de pobreza, como é o</p><p>caso de Potosí, na Bolívia – uma das principais minas de prata da América espanhola.</p><p>Essa situação mudou o cenário e contribuiu para as crises internas e até mesmo do Sistema de</p><p>Exploração Colonial. Contudo, querido e querida, a desagregação do sistema colonial será assunto das</p><p>aulas de América Latina posteriores.</p><p>Por agora, vamos consolidar seu conhecimento sobre como o Sistema foi implantado. Sigamos!</p><p>13 ELLIOTT J.H. A conquista espanhola e a colonização da América. In: BETHELL, Leslie. América Latina Colonial. Volume 1.São</p><p>Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Brasília: Fundação Alexandre Gusmão, 2018, p. 172</p><p>36</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>6.1 – Estrutura e administração Econômica e do Trabalho</p><p>Os espanhóis concentraram suas atividades coloniais na extração mineral. Ouro e prata, sobretudo,</p><p>no México e no Peru.</p><p>Além disso, no Chile e em uma parte do México, as terras produtivas foram divididas em haciendas</p><p>– grandes propriedades territoriais – doadas pela coroa aos espanhóis. Não necessariamente se praticava</p><p>a monocultura. O trabalho prioritário utilizado foi o dos índios.</p><p>A administração da economia colonial estava organizada sobre duas estruturas, cujo objetivo era</p><p>centralizar a administração e garantir a máxima intervenção e controle da Coroa sobre toda atividade</p><p>econômica:</p><p>❖ CASA DE CONTRATAÇÃO: Era o órgão que centralizava a cobrança e arrecadação de impostos</p><p>sobre todo tipo de circulação no território colonial. Foi isso mesmo que você leu: TODA</p><p>CIRCULAÇÂO: mercadorias, pessoas, informações</p><p>❖ SISTEMA DE PORTO ÚNICO: Era a organização da circulação entre a Colônia e a Metrópole.</p><p>Baseava-se na ideia de que todos os navios sairiam da Espanha apenas do Porto de Cádiz e</p><p>chegariam na Colônia em apenas 3 Portos:</p><p>Vera Cruz • México</p><p>Porto</p><p>Belo • Panamá</p><p>Cartagena • Colômbia</p><p>P</p><p>o</p><p>rt</p><p>o</p><p>d</p><p>e</p><p>C</p><p>á</p><p>d</p><p>iz</p><p>,</p><p>E</p><p>sp</p><p>a</p><p>n</p><p>h</p><p>a</p><p>.</p><p>37</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Observe abaixo a localização dos 3 Portos. As demais informações do mapa, veremos a seguir.</p><p>14</p><p>6.1.1 – Formas de exploração do trabalho</p><p>Nas minas a principal forma de trabalho utilizada para extrair enorme quantidade de metais preciosos</p><p>foi a MITA.</p><p>Mas, Profe, MITA não era um tributo pago em forma de trabalho por uma aldeia étnica? Como assim, mita?</p><p>Pois é caríssimo e caríssima, quando os espanhóis começaram a implantar o sistema de exploração</p><p>colonial, eles utilizaram as estruturas pré-existentes, lembra-se? Assim também foi com o uso da mita. No</p><p>entanto, os colonizadores ressignificaram, adaptaram e mudaram o sentido da mita, afinal, o próprio</p><p>sentido da produção foi alterado – agora, tratava-se de garantir o enriquecimento da Metrópole por meio</p><p>do metalismo.</p><p>Era preciso extrair rapidamente o máximo possível de metais preciosos para atingir os</p><p>objetivos do mercantilismo. Era o metalismo, como já vimos!</p><p>Assim, a mita passou a ser um trabalho compulsório nas minas de ouro e prata,</p><p>principalmente. Trabalho que deveria ser executado até a exaustão final da pessoa: sua morte. Os vínculos</p><p>14 Adaptado de VICENTINO, Claudio; Dorigo, Gianpaolo; VICENTINO, José. Projeto Múltiplo – História. Ensino Médio. São Paulo:</p><p>Ed. Scipione, 2014, p.435.</p><p>38</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna</p><p>II</p><p>sociais com as aldeias de origem foram desestimulados e a quantidade de homens que iam para as minas</p><p>aumentou significativamente. Jovens e crianças iam para as minas, também. O trabalho era de grande</p><p>degradação da saúde humana, pois usavam mercúrio. Eduardo Galeano, no seu livro As veias abertas da</p><p>América Latina, descreve que</p><p>Os índios entravam nas profundidades e, ordinariamente eram retirados mortos ou com cabeças e</p><p>pernas quebradas. Os mitayos retiravam o minério com a ponta de uma barra e o carregavam nas</p><p>costas, por escadas, à luz de uma vela. Fora do socavão, moviam enormes eixos de madeira nos</p><p>engenhos ou fundiam a prata no fogo, depois de moê-la e lavá-la. A mita era uma máquina de triturar</p><p>índio. 15</p><p>Além da MITA, na produção agrícola, predominou a forma de exploração do trabalho chamada</p><p>ENCOMIENDA. A coroa, por meio dos administradores dos Vice-reinados distribuíam as haciendas – ou</p><p>estâncias (grandes propriedades rurais) – aos espanhóis. Estes recebiam o direito de explorar o trabalho</p><p>indígena em troca de catequizá-los, por isso eram chamados de encomienderos – porque encomendava</p><p>aos índios à salvação de suas almas por meio da cristianização. A encomenda constitui-se como uma dupla</p><p>agressão: primeiro por impor um trabalho compulsório na terra e depois porque era uma forma de</p><p>imposição cultural religiosa.</p><p>A escravidão negra africana foi usada em pequena escala nas regiões dominadas pela Espanha, com</p><p>exceção de algumas áreas da América Central como Cuba e Haiti. Isso torna a estrutura da escravidão na</p><p>América Espanhola diferente da América Portuguesa, pois a escravidão negra africana se tornou estrutural</p><p>na Colônia Portuguesa – o Brasil.</p><p>Veja, mita e encomenda não são, em tese, formas de trabalho escravo. Apesar</p><p>disso, submetiam os povos originários ao trabalho forçado. Assim, precisamos</p><p>ter claro, que escravidão é a condição de mercadoria a qual a pessoa é</p><p>submetida, não é apenas uma relação de trabalho. A pessoa se torna</p><p>propriedade quer seja do estado – no caso da escravidão estatal -, quer seja de</p><p>um particular. Por isso, ela poderia ser vendida, comprada, alugada e</p><p>submetida a sevícias corporais ou físicas. No período colonial, a Igreja Católica</p><p>colocava alguns limites morais ao tratamento destinado aos negros e aos</p><p>índios.</p><p>Assim, podemos afirmar que houve, como consequência, uma desagregação das relações sociais que</p><p>existiam antes da implantação do sistema de exploração colonial espanhol. Veja o que os professores</p><p>Stanley e Stein afirmam sobre a herança colonial na América Latina:</p><p>“Ao longo dos primeiros duzentos anos de dominação colonial, os espanhóis desenvolveram um setor</p><p>mineiro que permitiu a manutenção da economia metropolitana e da posição internacional espanhola</p><p>em meio às demais nações da Europa Ocidental. As primeiras descobertas ocorreram no México e no</p><p>Peru. (...) Foi exatamente nessas regiões que os espanhóis abriram as minas e criaram os subsetores</p><p>15 GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Rio de Janeiro: ed. Paz e Terra,1989, p. 52.</p><p>39</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>vinculados aos núcleos mineiros e às grandes propriedades fundiárias dedicadas à lavoura e à</p><p>pecuária. O sucesso da empresa literalmente dizimou a população indígena e destruiu as estruturas</p><p>agrárias anteriores à conquista. A estância, unidade produtora voltada para a pecuária, surgiu das</p><p>ruínas dessas culturas dizimadas pelos espanhóis.” 16</p><p>(Adaptada para EsPCEx)</p><p>Uma observação comparada dos regimes de trabalho adotados nas Américas de colonização ibérica</p><p>permite afirmar corretamente que, entre os séculos XVI e XVIII,</p><p>a) a servidão foi dominante em todo o mundo português, enquanto, no espanhol, a mão de obra</p><p>principal foi assalariada.</p><p>b) a liberdade foi conseguida plenamente pelas populações indígenas da América espanhola e da</p><p>América portuguesa, enquanto a dos escravos africanos jamais o foi.</p><p>c) a escravidão de origem africana, embora presente em várias regiões da América espanhola, esteve</p><p>mais generalizada na América portuguesa.</p><p>d) não houve escravidão africana nos territórios espanhóis, pois estes dispunham de farta oferta de</p><p>mão de obra indígena.</p><p>e) o Brasil forneceu escravos africanos aos territórios espanhóis, que, em contrapartida, traficavam</p><p>escravos indígenas para O Brasil.</p><p>Comentário</p><p>Essa questão vai ficar muito mais clara para você depois da aula sobre colonização portuguesa. Essa</p><p>é uma questão comparativa! A perspectiva comparativista é bastante utilizada nas ciências humanas.</p><p>Então, você também tem que ficar esperto, ok!</p><p>O regime de trabalho predominante na América espanhola foi o trabalho forçado – mita e</p><p>encomenda. Mas, também houve escravidão em pontos específicos, como na América Central.</p><p>Já na colonização portuguesa o regime de trabalho generalizado era a escravidão negra africana, mas</p><p>também a indígena, apesar de ser proibido.</p><p>Gabarito: C</p><p>6.2 – Estrutura social, política e administrativa do sistema colonial</p><p>espanhol</p><p>As estruturas social, política e administrativa estão interligadas. A estruturas social era rigidamente</p><p>hierarquizada. Os espanhóis tinham políticas anti-miscigenação, além de sua mentalidade ser altamente</p><p>segregadora. Havia, inclusive, uma divisão entre os espanhóis nascidos na Europa, os chapetones, e os filhos</p><p>de espanhóis nascidos na América, os crioullos. Estes eram considerados inferiores.</p><p>16 STANLEY, J. S. e STEIN, B. A herança colonial na América Latina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976, p. 29-35.</p><p>40</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Os povos nativos eram juridicamente considerados homens livres, ou seja, as leis proibiam a</p><p>escravização indígena. Evidentemente, eram considerados inferiores, incapazes e ilegítimos para ocupar</p><p>cargos político ou administrativos.</p><p>Assim, a partir da posição na hierarquia social, as</p><p>pessoas ocupavam ou não cargos na estrutura</p><p>produtiva e econômica da colônia. Veja a pirâmide</p><p>que demonstra a importância dos grupos sociais.</p><p>CUIDADO, não se trata de uma pirâmide que</p><p>expressa a proporção numérica de composição da</p><p>sociedade, mas apenas a relação de importância dos</p><p>grupos sociais.</p><p>Do ponto de vista administrativo, a colônia estava</p><p>organizada em Vice-reinados, intendências e câmaras</p><p>municipais ou cabildos e Capitânias Gerais. Havia um órgão</p><p>central para cuidar da Colônia, o Conselho Real e Supremo</p><p>das Índias. Ele nomeava os responsáveis pelos vice-reinos</p><p>➢ Vice-reinados: inicialmente existiam dois, Nova</p><p>Espanha e Peru. Depois foram criados mais dois, Rio da</p><p>Prata e Nova Granada.</p><p>➢ Capitânia-geral: eram áreas estratégicas e militares.</p><p>➢ Intendências: subdivisões administrativas dos Vice-</p><p>Reinos. Os intendentes eram agentes dos Vice-reis,</p><p>uma espécie de representantes deles.</p><p>➢ Cabildos: também eram subdivisões menores para</p><p>atender aos interesses locais, era uma espécie de</p><p>reunião/conselho municipal (na vila) em que diferentes</p><p>figurões se organizavam para planejar e decidir</p><p>assuntos de interesse local. Tinham atribuições de</p><p>segurança pública, judiciária e administrativa.</p><p>Na sequência, observe a correlação entre a divisão</p><p>administrativa da colônia e a ocupação dos cargos por cada um dos grupos sociais:</p><p>41</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Quanto à questão cultural, quero ressaltar um elemento fundamental – e que também diferencia a</p><p>colonização espanhola da portuguesa: a criação das Universidades!</p><p>A Universidade de São Domingos, na República Dominicana, é historicamente a primeira universidade</p><p>das Américas, criada em 1538.</p><p>Depois vieram:</p><p>San Marcos, no Peru (1551);</p><p>México (1553), Bogotá (1662);</p><p>Cuzco (1692), Havana (1728);</p><p>Santiago (1738) no caso em relação ao Brasil, embora já contasse com escolas superiores isoladas</p><p>desde 1808, somente no século 20 é que se constituíram Universidades.</p><p>A criação das Universidades nas colônias espanholas está relacionada com a questão religiosa. Era</p><p>parte das estratégias da Igreja e dos reis cristãos para difundir a fé cristã. Não podemos nos esquecer de</p><p>que o século XVI é o momento das Reformas Religiosas, bem como a Contrarreforma Católica. Nesse</p><p>sentido, Igreja e Monarquia encontram nas colônias um universo de almas a serem convertidas.</p><p>No final do século XVII, a América Espanhola somava doze universidades, todas com os mesmos</p><p>objetivos: domínio da cultura cristã, forte dogmatismo doutrinário, preocupação com a formação</p><p>profissional burocrática e ênfase nas disciplinas humanas.</p><p>6.3 - A Igreja Católica na América Espanhola</p><p>Já no processo de expansão territorial dos reinos ibéricos na África (Madeira, Açores, Ilhas Canárias),</p><p>século XV, a Igreja Católica legitimava as conquistas sobre os povos subjugados. Contudo, a partir de uma</p><p>concepção segundo a qual as populações conquistadas deveriam ser evangelizadas. Nesse sentido, em</p><p>troca da legitimação que o papado conferia às ações dos espanhóis no “além-mar”, os monarcas católicos</p><p>se comprometiam a apoiar, proteger e manter a atividade de evangelização católica, tanto nas feitorias</p><p>(África), quanto nos reinados e colônias (América).</p><p>42</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Nesse contexto, de acordo com estudo organizado pelo professor da Universidade de Londres e</p><p>Oxford, Leslie Bethell17, a “política eclesiástica tronou-se mais um aspecto da política colônia coordenada</p><p>após 1524 pelo Conselho das Índias (...) À Igreja na América fora confiada uma missão prática: apressar a</p><p>submissão e a europeização dos índios e pregar a lealdade à coroa de Castela”18.</p><p>Uma das preocupações da Igreja, que a fez assumir essa função logo no início dos processos de</p><p>colonização, foi o crescimento do protestantismo na Europa. Com efeito, a Igreja Católica se viu diante de</p><p>um grande desafio de evangelização no Novo Mundo, segundo a lógica de que: “uma vez estabelecida a</p><p>autoridade espanhola, as ordens missionárias entraram em cena para evangelizar os povos</p><p>conquistados”19.</p><p>No geral, você deve pensar no seguinte esquema:</p><p>Primeiro: conquista política e militar;</p><p>Segundo: conquista espiritual.</p><p>Importante frisar que, embora imbuídos desse papel favorável aos dominadores, muitos clérigos de</p><p>correntes doutrinárias reformistas apresentavam divergências no trato com os povos originários. Isso</p><p>porque, a influência do humanismo do renascimento contribuiu para construir uma concepção humana</p><p>dos então considerados nativos. A tendência foi conceber os índios como iguais por também serem filhos</p><p>de Deus. Dessa forma, emergiu um choque, um conflito, entre a visão dos principais evangelistas e a</p><p>mentalidade colonialista. Isso porque muitos foram os clérigos que optaram por defender os índios.</p><p>Um dos clérigos mais conhecidos que se oponha à violência do papel dominador, por exemplo, foi</p><p>Bartolomé de Las Casas (1484-1566), um frade dominicano. Bartolomé atuou nas Antilhas, uma das</p><p>primeiras terras conquistadas pelos espanhóis nas Américas. Aqui, pregou a prática da Igreja regular</p><p>(aquela que estava mais voltada às origens do cristianismo) e se posicionou contrário ao modo como o</p><p>sistema colonial começava a se desenvolver, isto é, com violência sobre os índios.</p><p>Além dos dominicanos, como Bartolomé de Las Casas, outras ordens católicas assumiram a missão,</p><p>foram elas:</p><p>• Franciscanos (os primeiros a chegar no México, em 1524, e, depois, no Peru, em 1534);</p><p>• Agostinianos</p><p>• Mercedários</p><p>• Jesuítas (somente a partir de 1568, pois foi uma ordem criada no início do século XVI).</p><p>Por um lado, para essas diversas ordens católicas, o Novo Mundo representava uma Providência</p><p>Divina para a construção do “Reino de Deus” e a restauração da Igreja primitiva (regular). Por outro, para</p><p>a monarquia espanhola, a vantagem de apostar em um modelo de missionários – com frades e clérigos</p><p>mendicantes – era que não havia ameaças de apropriações indevidas dos metais, em regra. Como eram</p><p>correntes doutrinárias que pregavam a devoção e a vida livre de bens materiais, os negócios da coroa não</p><p>17 BETHELL, Leslie (org). América Latina Colonial. São Paulo: Ed. USP. 2018, pp. 521-552.</p><p>18 BETHELL, Leslie (org). Idem, pp. 522-523.</p><p>19 Idem, ibidem. p. 524.</p><p>43</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>estariam ameaçados. Sacou a malandragem dos reis? Duplo aproveitamento dos clérigos. Na verdade,</p><p>triplo, veja só...</p><p>Os católicos que partiram para a América Espanhola também foram importantes para ajudar na</p><p>vida administrativa das terras conquistadas. As dioceses estabelecidas nas cidades influenciavam tanto a</p><p>vida religiosa (importante para o relacionamento com os índios e com a própria disciplinarização dos</p><p>espanhóis), quanto a vida civil. Por meio das dioceses eram feitas indicações dos candidatos a benefícios e</p><p>executava-se boa parte das leis das autoridades políticas. A partir das dioceses – estruturas maiores</p><p>localizadas nas grandes cidades -, organizavam-se as paróquias, as quais mantinham o controle sobre os</p><p>pequenos povoados.</p><p>Dentro desse papel administrativo, em 1576, o papa Gregório XIII autorizou que crioulos pudessem</p><p>ascender ao sacerdócio, principalmente por conhecerem melhor a língua dos indígenas. Ocorreu que,</p><p>somente no século XVIII, foi identificado um número significativo de índios e crioulos em postos religiosos</p><p>nas dioceses e paróquias. Não por menos, o crescimento do trabalho educacional religioso dos jesuítas os</p><p>tornou uma força ameaçadora dos interesses dos colonos espanhóis. A soma da desconfiança dos colonos</p><p>para com os jesuítas, com o crescente ideal da Ilustração de controle do Estado sobre a religião, inaugurou,</p><p>na metade do século XVIII uma forte campanha antijesuítica. Assim, a Espanha, seguindo o exemplo de</p><p>Portugal, expulsou os jesuítas das terras espanholas em 1767.</p><p>A Igreja Católica também influenciou a construção das universidades no século XVI: na Cidade do México;</p><p>em Lima; em Santo Domingo; em Quito; e, em Bogotá. Ou seja, repare que a Igreja foi uma entidade</p><p>fundamental para organizar toda uma sociedade colonial, desde a dominação dos índios, passando por</p><p>assuntos administrativos, até chegar na formação do intelecto que se desenvolveu nas Américas. E tem</p><p>mais, acompanha só.</p><p>Os conventos, como o das carmelitas, também instalados nas principais cidades vinculadas aos</p><p>negócios, encarregaram-se da educação religiosa das mulheres das famílias dos crioulos. Isso porque, boa</p><p>parte da vida dos conventos girava em torno da preparação das mulheres para o casamento. Por sua vez,</p><p>as mulheres índias não eram aceitas como iguais nos conventos.</p><p>Outro ponto importante da atuação da Igreja Católica nas Américas, que contribuiu para consolidá-</p><p>la como instituição preponderante, foi o trabalho da Inquisição. Com destaque a partir do século XVII,</p><p>apesar do trabalho das doutrinas restauracionistas, o setor da Igreja mais vinculado ao papado, passou a</p><p>considerar o misticismo, os crioulos infiéis, os protestantes e os judeus que ousavam a viver em terras</p><p>espanholas, como hereges e pagãos. Toda idolatria dos índios, por exemplo, passou a ser condenada como</p><p>feitiçaria.</p><p>Os trabalhos da Inquisição desembarcaram nas Américas em 1519 e, mais tarde, passaram a</p><p>funcionar como Tribunais (1570, em Lima; 1571, na Cidade do México).</p><p>Embora a maioria dos casos da Inquisição tivessem recaído sobre ingleses, franceses, holandeses,</p><p>belgas e alemães, diante de diferentes formas de terror até então já vividas,</p><p>44</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Os índios se viram efetivamente aterrorizados e obrigados a viver suas vidas numa duplicidade</p><p>esquizofrênica. Exteriormente, tornaram-se cristãos, ao passo que interiormente continuavam</p><p>adeptos de credos religiosos indígenas, cada vez mais desvirtuados e desorganizados.20</p><p>No geral,</p><p>a Inquisição na América espanhola impôs sua autoridade, de fato, contra negros, escravos</p><p>e homens livres que ameaçavam a ordem colonial estabelecida, seja por propagarem religiões tidas por</p><p>“supersticiosas”, seja por pregarem ideias potencialmente revolucionárias.</p><p>Diante desses elementos que chamam a atenção para o papel da Igreja Católica no sistema de</p><p>colonização espanhola, você deve fixar duas relações importantes:</p><p> O papel da Igreja junto aos índios,</p><p> O papel político da Igreja junto ao Estado espanhol (nas terras hispânico-americanas e</p><p>diretamente junto à coroa em Madri).</p><p>(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)</p><p>Sobre as formas de trabalho na América Espanhola, julgue os itens abaixo.</p><p>I. A mita era trabalho compulsório realizado na mineração</p><p>II. A encomienda era trabalho compulsório que dava o direito aos encomienderos de explorar o</p><p>trabalho indígena em troca de catequizá-los</p><p>III. As missões jesuíticas faziam a mediação no comércio escravista indígena.</p><p>IV. A escravidão negra africana predominou na América Central.</p><p>Assinale a alternativa que contenham todos os itens corretos</p><p>a) Todas estão corretas</p><p>b) I, II, IV estão corretas</p><p>c) I, II estão corretas</p><p>d) I, III, IV estão corretas</p><p>e) nenhum dos itens estão corretos.</p><p>Comentários</p><p>Vejamos cada item:</p><p>I. Correto. Era isso mesmo que ocorria. Lembrar de que a mita já existia antes da chegada dos</p><p>Espanhóis, mas era outra lógica porque não era compulsório, era periódico, por sorteio e para</p><p>trabalhar nos terraceamentos.</p><p>II. Correto. Essa prática vem da Europa, era usado, de certa maneira, desde o período da servidão.</p><p>III. Errado. O papel das missões jesuíticas era catequisar e não escravizar.</p><p>20 Idem, pp. 539-540.</p><p>45</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>IV. Correto. A escravidão negra era utilizada na plantation na América Central.</p><p>Gabarito é letra B, porque os itens corretos são I, II, IV.</p><p>Gabarito: B</p><p>7. Colonização da América Inglesa</p><p>Para começar essa seção, quero chamar a atenção para que tenha cuidado com o tempo</p><p>cronológico. Então, se liga nas datas para não ficar perdido e perdida.</p><p>Quando pensamos no sistema mercantilista de exploração colonial, iniciado por Portugal e Espanha</p><p>no século XVI, podemos dizer que, de certa forma, os ingleses saíram atrasados na corrida pelas riquezas</p><p>das Américas. Os portugueses, espanhóis, e até mesmo franceses e holandeses já haviam tomado algumas</p><p>iniciativas.</p><p>Em 1584, por sua vez, a monarquia inglesa inicia a exploração comercial das terras nas Américas, mas</p><p>essa primeira tentativa efetiva de colonização inglesa, entre 1584 e 1587, fracassou. Os índios reagiram à</p><p>tentativa de conquista e inviabilizaram a permanência dos colonizadores.</p><p>Dessa forma, apenas em 1607, com a fundação da colônia de Virgínia a partir do patrocínio de uma</p><p>companhia de comércio, e autorizado pela Coroa Britânica, começou a ser viabilizada a presença inglesa</p><p>na América do Norte.</p><p>O modelo de produção na Virginia foi o conhecido Sistema de Plantation: monocultura produzida</p><p>em grandes propriedades, com mão de obra escrava e voltada para a exportação. Nesse caso, grande parte</p><p>do lucro era transferido para a Coroa. Ou seja, um típico sistema mercantilista de exploração colonial. Veja</p><p>alguns produtos que foram produzidos:</p><p>❖ Tabaco, muito consumido na Europa;</p><p>❖ Corante índigo (anil) para abastecer a nascente manufatura têxtil;</p><p>❖ Algodão, também para abastecer a produção de tecidos;</p><p>❖ Arroz.</p><p>Quero que você saiba que Elizabeth I e, posteriormente, Oliver Cromwell fortaleceram a construção naval</p><p>e o comércio marítimo da Inglaterra. Esses governantes sabiam que bons frutos financeiros podiam ser</p><p>colhidos com o fortalecimento desse tipo de comércio. Nesse sentido, a criação das companhias de</p><p>comércio na Inglaterra, além de demonstrar o apoio do governo a essa atividade, evidenciou a força que</p><p>a burguesia comercial tinha no país britânico.</p><p>Além desse elemento mais específico ligado ao mercantilismo, outros fatores contribuíram para a</p><p>colonização inglesa na América do Norte, ao longo do século XVI. Vejamos:</p><p>Desenvolvimento da burguesia vinculada aos negócios mercantis;</p><p>Perseguição aos puritanos, de modo que parte deles migrou para a América em</p><p>1620; outro grupo de protestante perseguido foi o dos quakers;</p><p>Os cercamentos das terras inglesas provocaram a expulsão de hordas de</p><p>camponeses do campo para os centros urbanos. Com isso, parte da população</p><p>desempregada migrou para a América; outra parte constituiria o proletariado das</p><p>fábricas inglesas, décadas para frente.</p><p>Necessidade de monopolizar o mercado no atlântico norte e, para isso, foi preciso</p><p>confrontar demais potências, como a Holanda;</p><p>46</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Assim, no século XVII, outras regiões foram conquistadas para investimentos na produção agrícola,</p><p>como as colônias da Geórgia, Carolina do Norte e do Sul, Maryland e Delaware. Como nessas colônias o</p><p>investimento era fruto da parceria entre investidores, burguesia comercial e Coroa Inglesa, os territórios</p><p>eram controlados diretamente pela monarquia. Nessa porção do território a principal companhia de</p><p>comércio atuante foi a Companhia de Londres.</p><p>Já os refugiados religiosos (aqueles que fugiam das perseguições religiosas ocorridas na Inglaterra</p><p>e Escócia), que se concentraram ao Nordeste do território, como na cidade de Plymouth, fundada pelos</p><p>puritanos, possuíam mais autonomia. Assim como Plymouth, localizada na colônia de Massachusetts,</p><p>outras também possuíam mais autonomia política. Essas regiões eram pobres e com baixo investimento</p><p>agrícola, muito embora, os colonos atuassem no comércio marítimo. Aqui, predominou o trabalho da</p><p>Companhia de Plymouth.</p><p>Reforço que a condição de “autonomia” em relação à metrópole foi favorecida pelas crises políticas vividas</p><p>na Inglaterra ao longo do século XVII. Muitos historiados falam em uma “negligência salutar” da coroa em</p><p>relação à sua metrópole.</p><p>De toda forma,</p><p>tanto no Sul, quanto</p><p>no Norte, a atividade</p><p>prioritária era a</p><p>exploração agrícola.</p><p>Nesse sentido, o</p><p>comércio triangular</p><p>(América, Europa e</p><p>África) foi praticado</p><p>nas duas regiões, uma</p><p>com mais controle da</p><p>Metrópole, outra, com</p><p>menos.</p><p>Em específico,</p><p>a região norte,</p><p>conhecida como Nova</p><p>Inglaterra,</p><p>comercializava rum a</p><p>partir do melaço</p><p>obtido nas Antilhas.</p><p>Com isso, trocavam por escravos na África e, em seguida, vendiam-nos às colônias do Sul21. Era uma</p><p>forma de burlar as próprias Leis de Navegação da Inglaterra.</p><p>➢ Vamos esquematizar algumas diferenças entre as colônias do Norte e do Sul que se desenvolveram</p><p>ao longo do tempo devido às funções que cada uma teve desde o início de sua instalação:</p><p>21 DAVIDSON, Basil. À descoberta do passado de África. Lisboa: Sá da Costa, 1981.</p><p>47</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Vejamos agora a divisão geográfica do que ficou conhecida como as Treze Colônias inglesas.</p><p>Com a chegada de mais contingente populacional, um novo mercado interno passou a se formar.</p><p>Ao Norte, o trabalho livre passou a ser predominante e, com isso, as relações de consumo aumentaram. A</p><p>atividade manufatureira emergiu e o comércio se diversificou.</p><p>A fiscalização efetiva dos ingleses sobre suas colônias somente passará a ocorrer no século XVIII</p><p>quando, então, Inglaterra já terá superado suas crises e se tornará uma potencial mundial. A pressão da</p><p>Metrópole será um fato que contribuirá para a guerra de independência da 13 Colônias inglesas na América</p><p>do Norte e a fundação dos Estados Unidos da América. Mas, antes de chegarmos à independência dos</p><p>americanos, vejamos mais transformações na Europa.</p><p>Atividade ao Norte</p><p>•Predomínio de colonos perseguidos em razão da religião. Mão de obra dos próprios</p><p>colonos e também de trabalho escravo (negros africanos); Companhias privadas que</p><p>atuavam independentes</p><p>da Coroa.</p><p>Atividade ao Sul</p><p>•Predomínio do sistema de plantation (mão de obra escrava de negros africanos);</p><p>Companhias vinculadas à Metropole.</p><p>48</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx - 2021)</p><p>Alguns historiadores distinguem dois modelos de colonização inglesa adotados na América do Norte.</p><p>Qual conjunto de colônias inglesas assemelhava-se ao modelo de colonização português no Brasil –</p><p>produção agrícola dedicada à exportação e realizada em grandes propriedades rurais?</p><p>A) Não houve semelhança.</p><p>B) O conjunto de colônias do Pacífico.</p><p>C) O conjunto de colônias do Norte.</p><p>D) O conjunto de colônias do Sul.</p><p>E) O conjunto de colônias do Centro-Sul.</p><p>Comentários:</p><p>Outra questão interessante que exigiu do candidato uma comparação entre os sistemas de</p><p>colonização inglesa e portuguesa.</p><p>Para tanto seria preciso lembra-se de que o sistema de colonização inglesa teve dois modelos:</p><p>Colônia de Exploração: voltada para produção de mercadorias típicas de exportação.</p><p>MONOCULTURA. Foco: Mercado externo. Assim, predomínio da grande propriedade rural:</p><p>LATIFÚNDIO! Predominou no Sul.</p><p>Colônia de povoamento é o exato oposto da colônia de exploração: produção voltada para o mercado</p><p>interno. PLURICULTURA. Assim, predomínio da pequena propriedade familiar. Predominou no Norte.</p><p>Quanto ao sistema de colonização que predominou no Brasil, temos o sistema de PLANTATION =</p><p>Latifúndio, exportador, monocultor e com uso de mão de obra escrava.</p><p>Assim, obedecendo ao comando da questão, precisamos comparar a Colônia Portuguesa com a</p><p>Inglesa, e chegamos à conclusão de que são as colônias do SUL.</p><p>Gabarito: D</p><p>Bem, querida e querido aluno, chegamos ao final do Período Moderno no Bloco de História Geral.</p><p>Nas próximas aulas veremos a crise do Antigo regime e a transição para o Período Contemporâneo.</p><p>Faça seu controle de temporalidade!! Faça todos os exercícios. ESTUDE os comentários das</p><p>questões. Cada uma delas é comentada com o apreço pelo detalhe da explicação, para fazer você aprender</p><p>não apenas a resposta certa, mas também como realizar a questão. Fiz com cuidado e carinho. Aproveite</p><p>bem!</p><p>E se pintar dúvida, deixe-as no Fórum de Dúvidas. Nos vemos na próxima aula!</p><p>Um beijo, um abraço apertado e um suspiro dobrado, de amor sem fim!</p><p>Alê</p><p>49</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>8. Lista de questões EsPCEx</p><p>(EsPCEx 2019)</p><p>Muitos europeus acreditavam que, em direção ao sul, o mar seria habitado por monstros e estaria sempre</p><p>em chamas. Se arriscassem cruzar o oceano Atlântico, à época conhecido como mar Tenebroso, iriam se</p><p>deparar com o fim do mundo.</p><p>Mesmo assim, os portugueses se lançaram às Grandes Navegações, no final do século XV.</p><p>Considerando:</p><p>I. A Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos;</p><p>II. A Criação da Companhia das Índias Ocidentais;</p><p>III. A existência de um poder centralizador e de um Estado unificado;</p><p>IV. A descoberta da imensa mina de prata em Potosí pelos lusitanos;</p><p>V. A invenção da bússola pelos portugueses na Escola de Sagres.</p><p>Assinale abaixo a alternativa que apresenta as causas que levaram à Expansão Marítima Portuguesa.</p><p>a) I e II</p><p>b) I e III</p><p>c) I, II e III</p><p>d) III e IV</p><p>e) IV e V</p><p>(EsPCEx 2016)</p><p>Em 1578, dom Sebastião, rei de Portugal, morre na batalha de Alcácer-Quibir. Sem descendentes, o trono</p><p>foi entregue a seu tio dom Henrique, que viria a falecer dois anos depois, sem deixar herdeiro. Depois de</p><p>acirrada disputa, a Coroa portuguesa acabou nas mãos de Filipe II, rei espanhol, dando início à chamada</p><p>União Ibérica. Com esta união, um tradicional inimigo da Espanha torna-se inimigo de Portugal. Das opções</p><p>abaixo, assinale aquele que se tornou inimigo de Portugal.</p><p>a) Holanda</p><p>b) Alemanha</p><p>c) Itália</p><p>d) Inglaterra</p><p>e) EUA</p><p>(EsPCEx 2016 / adaptada)</p><p>As relações entre a metrópole e a colônia foram regidas pelo chamado pacto colonial, sendo este aspecto</p><p>uma das principais características do estabelecimento de um sistema de exploração mercantil</p><p>implementado pelas nações europeias com relação à América. Com relação ao pacto colonial:</p><p>a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados.</p><p>b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à subsistência da colônia.</p><p>c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole não tivesse condições de produzir.</p><p>d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse às necessidades da metrópole.</p><p>e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados pela colônia, desde de que a matéria – prima</p><p>fosse adquirida da metrópole.</p><p>50</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx 2015)</p><p>Leia as afirmações abaixo referentes à colonização das Américas e assinale a única alternativa correta.</p><p>I – Os primeiros colonos tinham diversas origens e condições sociais: degredados, mulheres para serem</p><p>leiloadas como esposas, órfãos, camponeses sem terra, grupos religiosos fugidos da perseguição de que</p><p>eram vítimas na Europa.</p><p>II – O modelo de colonização consistia em conceder a um colono o direito de escravizar certo número de</p><p>indígenas para fazê-los trabalhar na exploração de ouro, na agricultura ou em serviços domésticos.</p><p>III – Houve preferência, desde cedo, à produção agrícola de larga aceitação na Europa, como o fumo, o</p><p>algodão e o anil, em grandes propriedades monocultoras e com utilização de mão de obra escrava.</p><p>IV – Era ideia entre boa parte dos colonos a visão de Calvino, para quem o ócio é pecado e enriquecer</p><p>trabalhando é indício de que o indivíduo seria salvo.</p><p>V – Nos primeiros contatos, os astecas pensaram que os colonizadores eram deuses e os presentearam com</p><p>ouro.</p><p>VI – Os colonos viam o trabalho como coisa para etnias consideradas inferiores.</p><p>Pode-se afirmar que</p><p>a) I, III e V referem-se à colonização inglesa na América do Norte.</p><p>b) II caracteriza a colonização portuguesa na América do Sul e as de números IV e VI, a colonização inglesa</p><p>na América do Norte.</p><p>c) I caracteriza a diversidade de colonos que chegaram às 13 Colônias após o desembarque do navio</p><p>Mayflower; a de número III, a colonização portuguesa no extremo sul do Brasil; e a de número V descreve</p><p>a forma como foram recebidos os colonizadores espanhóis ao chegar ao Peru.</p><p>d) II foi adotada pelos espanhóis nas Américas; a de número III era uma forma comum de produção nas</p><p>colônias do Sul dos Estados Unidos; e a de número VI era a visão de boa parte dos colonizadores que</p><p>chegaram ao Brasil a partir do Século XVI.</p><p>e) I descreve claramente a variedade de colonos portugueses que aportaram no Brasil; a de número IV era</p><p>a visão da maior parte dos colonizadores espanhóis nas Américas; e a de número V caracteriza a forma</p><p>como foram recebidos os ingleses nas Antilhas.</p><p>(EsPCEx 2015)</p><p>As viagens mercantis e os descobrimentos de rotas marítimas e de terras além-mar ocorridas no que</p><p>conhecemos por expansão europeia, mudou o mundo conhecido até então.</p><p>Foram etapas na conquista dos novos caminhos, rotas e descobrimentos os seguintes eventos:</p><p>1. Bartolomeu Dias atingiu a extremidade sul do continente africano, nomeando-a de Cabo das Tormentas.</p><p>2. Fernão de Magalhães, português, deu início à primeira viagem ao redor da Terra.</p><p>3. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.</p><p>4. Conquista de Ceuta pelos portugueses.</p><p>5. Cristóvão Colombo descobriu o que julgou ser o caminho para as Índias, mas na verdade havia aportado</p><p>em terras desconhecidas.</p><p>A sequência cronológica correta dos fatos listados é</p><p>a) 1, 2, 3, 4 e 5.</p><p>b) 3, 5, 4, 1 e 2.</p><p>c) 5, 2, 1, 4 e 3.</p><p>d) 2, 4, 1, 5 e 3.</p><p>e) 4, 1, 5, 3 e 2.</p><p>51</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx 2012)</p><p>As Grandes Navegações iniciaram transformações significativas no cenário mundial.</p><p>Leia atentamente os itens abaixo:</p><p>I. O Oceano Atlântico passou a ser mais importante que o Mar Mediterrâneo;</p><p>II. A peste negra, com a qual os europeus se contaminaram, era até então</p><p>desconhecida na Europa;</p><p>III. Houve a ascensão econômica das cidades italianas e o declínio das cidades banhadas pelo Mar do Norte;</p><p>IV. Os europeus ergueram vastos impérios coloniais e se apropriaram da riqueza dos povos africanos,</p><p>asiáticos e americanos;</p><p>V. A propagação da fé cristã.</p><p>Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas desse período.</p><p>a) I, III e V</p><p>b) II, III e V</p><p>c) I, IV e V</p><p>d) II, III e IV</p><p>e) I, II e IV</p><p>(EsPCEx 2011)</p><p>“Se por um lado o mundo medieval se encerrou em meio à crise, por outro, com o início da expansão</p><p>marítima e o declínio do feudalismo, afirmou-se uma nova tendência: o capitalismo comercial.”</p><p>(VICENTINO, 2007)</p><p>Sobre capitalismo comercial, tendência econômica adotada por alguns Estados Nacionais Europeus da</p><p>Idade Moderna, pode-se afirmar que</p><p>a) provocou o êxodo urbano, especialmente na Inglaterra.</p><p>b) subordinou, definitivamente, a economia urbana aos interesses agrários.</p><p>c) forçou o surgimento de legislação destinada a organizar e proteger o trabalhador rural.</p><p>d) monopolizou, já no século XV, nas mãos de empresários, as atividades produtivas urbanas, fazendo</p><p>desaparecer o artesanato, praticado em oficinas.</p><p>e) evoluiu para uma crescente separação entre capital e trabalho.</p><p>(EsPCEx 2011)</p><p>As grandes navegações produziram o expansionismo do século XV e contribuíram para acelerar a transição</p><p>do feudalismo/capitalismo.</p><p>Provocaram mudanças no comércio europeu, tais como:</p><p>a) deslocamento do eixo econômico do Atlântico para o Pacífico; ascensão econômica das repúblicas</p><p>italianas paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas; acúmulo de capitais nas mãos da</p><p>realeza.</p><p>b) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos italianos; declínio econômico das</p><p>potências mercantis atlânticas; intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa.</p><p>c) empobrecimento da burguesia europeia; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o</p><p>Atlântico; ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio das potências mercantis</p><p>atlânticas.</p><p>d) intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa, o que determinou a chamada “revolução</p><p>dos preços do Século XVI”; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; acúmulo</p><p>de capitais nas mãos da burguesia europeia, em consequência da abundância de metais que afluiu para a</p><p>Europa.</p><p>e) ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio econômico de países como</p><p>Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda; incorporação das áreas do continente americano e do litoral</p><p>52</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>africano às rotas já tradicionais de comércio Europa – Ásia; acumulação de capitais nas mãos da nobreza e</p><p>realeza europeias.</p><p>(EsPCEx 2011)</p><p>Durante o mercantilismo, todos os produtos que chegavam à colônia ou saíam dela tinham que passar pela</p><p>metrópole, caracterizando assim</p><p>a) o pacto colonial.</p><p>b) os Atos de Navegação.</p><p>c) a corveia.</p><p>d) o liberalismo econômico.</p><p>e) a balança comercial favorável.</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Durante a colonização inglesa na América, as colônias do norte tiveram uma flexibilização política ao</p><p>monopólio, pois, durante algum tempo, permitiram o comércio entre as colônias e com as Antilhas</p><p>francesas e espanholas, além de a metrópole não reprimir o contrabando. Tal fato sucedeu-se devido a</p><p>estas colônias</p><p>a) terem como características o trabalho livre e a grande propriedade.</p><p>b) estarem localizadas em área de clima temperado, que não favorecia o cultivo da cana-de-açúcar, tabaco</p><p>e algodão, por isto não produziam produtos tropicais que interessavam à Inglaterra.</p><p>c) terem sido formadas por pessoas da nobreza parasitária, que desejavam manter o “status quo”.</p><p>d) serem de origem holandesa, colônia fundada por Giovanni Caboto, italiano radicado em Amsterdã.</p><p>e) estarem numa posição geográfica próxima às Antilhas; além disso, a Inglaterra encontrava-se em guerra</p><p>com a França e por isso sofriam com a escassez de mão de obra especializada.</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Um conjunto de forças e motivos econômicos, políticos e culturais impulsionou a expansão comercial e</p><p>marítima europeia a partir do século XV, o que resultou, entre outras coisas, no domínio da África, da Ásia</p><p>e da América. (Extraído SILVA, 1996)</p><p>O fato que marcou o início da expansão marítima portuguesa foi o (a)</p><p>a) contorno do Cabo da Boa Esperança em 1488.</p><p>b) conquista de Ceuta em 1415.</p><p>c) chegada em Calicute, Índia, em 1498.</p><p>d) ascensão ao trono português de uma nova dinastia, a de Avis, em 1385.</p><p>e) descobrimento do Brasil em 1500.</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Uma das práticas mercantilistas europeias implicava na proibição de se exportar certas matérias- primas</p><p>que poderiam favorecer o crescimento industrial em outros países, a fim de evitar possíveis concorrências.</p><p>Tal prática ficou conhecida por</p><p>a) balança comercial favorável.</p><p>b) intervencionismo estatal.</p><p>c) metalismo.</p><p>d) colbertismo.</p><p>e) protecionismo.</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>53</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Leia atentamente os itens abaixo.</p><p>I. O grande motivo da ida de ingleses para a América do Norte foram as perseguições religiosas e políticas.</p><p>II. Ao contrário do que ocorreu na América espanhola e na América portuguesa, a Coroa inglesa foi a grande</p><p>articuladora da colonização na América do Norte.</p><p>III. Ao longo do Século XVI, os franceses estiveram na América, mas não como uma atitude sistemática e</p><p>coerente da Coroa. Eram, na maioria das vezes, os corsários e uns poucos indivíduos que atuavam.</p><p>IV. A mita era um sistema de divisão da produção agrícola entre os donos das “haciendas” (fazendas) e os</p><p>“miteiros” (arrendatários), adotado pelos espanhóis para colonizar a América.</p><p>V. Para operar seu imenso comércio mundial, os holandeses criaram grandes empresas mercantis e de</p><p>navegação, como a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.</p><p>Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas da Colonização</p><p>Europeia na América.</p><p>a) I, II e III</p><p>b) I, III e V</p><p>c) II, IV e V</p><p>d) II, III e IV</p><p>e) I, III e IV</p><p>(EsPCEx/2007/4000000513)</p><p>Quanto à colonização realizada nos Estados Unidos da América do Norte, ela foi dividida em colônias do</p><p>norte e do sul. Predominantemente nas colônias do norte, essa ocupação se diferenciou da ocorrida no sul,</p><p>onde o clima favorecia a cultura de produtos tropicais de grande valor na Europa, como o tabaco e o</p><p>algodão.</p><p>A colonização, no norte, foi realizada predominantemente por</p><p>a) franceses.</p><p>b) ingleses.</p><p>c) portugueses</p><p>d) espanhóis.</p><p>e) holandeses.</p><p>(EsPCEx/2007/4000000521)</p><p>Na Europa do Século XV, Portugal destacou-se pelo pioneirismo com que se lançou à expansão marítimo-</p><p>comercial, dentre outras razões, em virtude da(o)</p><p>a) associação entre o Estado português e empresas privadas, formando a Companhia das Índias Ocidentais.</p><p>b) experiência náutica dos portugueses, fruto dos estudos e experiências acontecidas na Escola de Sagres.</p><p>c) apoio inglês que forneceu tripulação e navios para a empreitada lusitana.</p><p>d) associação com a Espanha, pois o rei espanhol também era rei de Portugal, no final do século XV.</p><p>e) necessidade da busca de ouro e metais preciosos para financiar as cruzadas.</p><p>(EsPCEx/2007/4000000525)</p><p>No Século XV, as potências européias viram-se forçadas a buscar rotas marítimas para o Oriente, pois</p><p>a)os turcos otomanos passaram a controlar as terras a leste do Mediterrâneo.</p><p>b) o Tratado de Tordesilhas impedia a navegação portuguesa ao sul de Cabo Verde.</p><p>c) os ingleses impediam a passagem pelo estreito de Gibraltar.</p><p>d) as águas agitadas do Cabo da Boa Esperança impediam os navios de contornar a costa africana.</p><p>e) espanhóis e portugueses não se entendiam quanto à navegação no Mar Mediterrâneo.</p><p>54</p><p>Prof.</p><p>Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/2006/4000000389)</p><p>"Sobre esses cordeiros dóceis [...] os espanhóis se arremessaram no mesmo instante em que os</p><p>conheceram; e como lobos, como leões e tigres [...] não fazem ali senão despedaçar, matar[...] destruir esse</p><p>povo por estranhas crueldades [...] de tal sorte que, de três milhões de almas que havia na Ilha Espanhola</p><p>e que nós vimos, não há hoje de seus habitantes naturais nem duzentas pessoas [...]. A causa, pela qual os</p><p>espanhóis destruíram tal infinidade de almas, foi unicamente não terem como último senão o ouro, para</p><p>enriquecer em pouco tempo ".</p><p>(LAS CASAS, Frei Bartolomeu de. O Paraíso Destruído. Porto Alegre: L&PM, 1984. p.27)</p><p>Diante da apresentação de dados, podemos afirmar que algumas vezes os espanhóis conseguiram subjugar</p><p>e aniquilar milhões de índios em função do (a):</p><p>a) emprego de animais selvagens contra povos dóceis e religiosos, que identificavam nos animais "deuses"</p><p>que não podiam ser combatidos.</p><p>b) enorme poder das armas de fogo; fator surpresa pelo emprego de cavalos, desconhecidos dos nativos;</p><p>e mitos religiosos que previam a volta de "deuses", identificado com os espanhóis.</p><p>c) misticismo religioso que existia entre os povos pré-colombianos e os proibia de reagir militarmente contra</p><p>qualquer ação bélica de além-mar.</p><p>d) poderio naval dos conquistadores que bombardeavam com seus navios fortificações dos povos</p><p>americanos.</p><p>e) aliança entre os conquistadores espanhóis e os povos de nações indígenas na selva amazônicas, inimigos</p><p>tradicionais dos habitantes do restante da América Espanhola.</p><p>(EsPCEx/2005/4000000210)</p><p>“A busca de novas mercadorias provocou o aparecimento das especiarias, que vinham das Índias. Os</p><p>mercadores organizavam caravanas e as transportavam até Constantinopla...onde eram apanhadas pelos</p><p>navegantes italianos... que as distribuíam no mercado europeu.” (FROTA, Guilherme de Andréa. Panorama</p><p>da História do Brasil-Rio de Janeiro: Detalhes, 1987.) Um acontecimento ocorrido na metade do século</p><p>XV praticamente interrompeu o intercâmbio comercial da Europa com o Oriente, forçando a busca de</p><p>uma nova rota comercial com as Índias. Esse fato foi o (a)</p><p>A) estabelecimento dos turcos em Constantinopla, transformada em sua capital, provocando a ruína do</p><p>comércio mediterrâneo.</p><p>B) conquista de Jerusalém pelo sultão Saladino, interrompendo as rotas terrestres que das Índias de</p><p>mandavam à Constantinopla.</p><p>C) domínio muçulmano da Sicília, da Córsega e da Sardenha, bloqueando o Mediterrâneo à navegação e ao</p><p>comércio europeu.</p><p>D) peste negra, que assolou a Europa e praticamente extinguiu a classe dos mercadores, privando o</p><p>mercado europeu do comércio com o Oriente.</p><p>E) aliança entre gregos e egípcios, que passou a dominar o Mediterrâneo, impedindo o comércio de</p><p>genoveses e venezianos com Constantinopla.</p><p>(EsPCEx/2005/4000000212)</p><p>Durante os séculos XVI e XVII, a Inglaterra foi sacudida por lutas entre diferentes facções religiosas oriundas</p><p>da Reforma Protestante. Ao mesmo tempo, a agricultura e a pecuária destinavam-se ao mercado,</p><p>resultando em uma concentração de rendas e propriedades. Desse modo, os pequenos proprietários não</p><p>tinham alternativas de sobrevivência.</p><p>Assim, a emigração para as terras do Novo Mundo foi a saída encontrada por algumas daquelas facções</p><p>religiosas, que fundaram núcleos populacionais que deram origem as Treze Colônias da América do Norte.</p><p>55</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Com o tempo, os colonos norte-americanos passaram a atuar no mercado externo criando o chamado</p><p>comércio triangular. Esse comércio articulava as Colônias inglesas das Antilhas</p><p>A) (produtoras de açúcar e melaço), as Colônias espanholas da América do Sul (produtoras de gado) e a</p><p>Ásia (produtora de cereais e chá).</p><p>B) (fornecedoras de escravos), a África (fornecedora de peles e manufaturados, principalmente a cachaça)</p><p>e o Brasil (produtor de açúcar, metais e pedras preciosas).</p><p>C) (produtoras de manufaturados, principalmente tecidos), a Inglaterra (fornecedora de máquinas e</p><p>equipamentos agrícolas) e a África (fornecedora de escravos).</p><p>D) (produtoras de açúcar, metais e pedras preciosas), o Brasil (produtor de açúcar e gado) e a África</p><p>( produtora de cereais, madeira, peles, peixe seco e manufaturados, principalmente o rum).</p><p>E) (produtoras de açúcar e melaço), a África (fornecedora de escravos) e a América do Norte (produtora de</p><p>cereais, madeira, peles, peixe seco e manufaturados, principalmente o rum).</p><p>(EsPCEx/2005/4000000215)</p><p>Em tempos de globalização, antigas regiões americanas, africanas e asiáticas que sofreram dominação</p><p>europeia buscam distanciar-se desse passado colonialista. Um exemplo é a cidade de Bombaim, na Índia,</p><p>que mudou seu nome recentemente para Mumbay, em homenagem a uma deusa local. Sobre a expansão</p><p>marítima europeia, é correto afirmar que regiões na Índia e</p><p>a) nas Filipinas foram dominadas pela Espanha.</p><p>b) na China foram dominadas por Portugal.</p><p>c) na Pérsia foram dominadas pela Holanda.</p><p>d) na Indonésia foram dominadas pela Inglaterra.</p><p>e) no Japão foram dominadas pela França.</p><p>(EsPCEx/2004/4000039621)</p><p>Observando o mapa abaixo, podemos afirmar que ele ilustra a (o):</p><p>a) primeira viagem de circunavegação realizada por Fernão de Magalhães.</p><p>b) descoberta do Oceano Pacífico por Vasco Nuñes Balboa.</p><p>c) ciclo ocidental das Grandes Navegações.</p><p>d) ciclo oriental das Grandes Navegações.</p><p>e) ciclo das viagens para a busca da passagem do Noroeste.</p><p>56</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/2004/4000039623)</p><p>O texto abaixo refere-se à colonização inglesa na América.</p><p>"Famílias inteiras se estabeleceram em grande número no norte e centro da colônia, organizando seu modo</p><p>de vida em comunidades religiosas baseadas na pequena propriedade, na manufatura, na pecuária e na</p><p>pequena lavoura policultora. A maioria dos produtos agrícolas coloniais eram semelhantes aos da Europa,</p><p>por isso não interessava à metrópole comercializar com as colônias do Centro e do Norte. Isso deu maior</p><p>independência aos colonos para estabelecerem um comércio interno próprio.</p><p>A mão-de-obra era essencialmente familiar, mas em algumas propriedades também existiam trabalhadores</p><p>contratados na Europa. Seus contratos estabeleciam que, para pagar as despesas de viagem da Europa à</p><p>América, os trabalhadores deveriam permanecer nas propriedades de cinco a sete anos; era uma espécie</p><p>de servidão temporária. Após obter a liberdade, eles partiam em busca de suas próprias terras, geralmente</p><p>para o Oeste".</p><p>(MORAES, José Geraldo Vinci de. Caminhos das Civilizações - História Integrada: Geral e Brasil, São Paulo:</p><p>Atual, 1998. p. 237.)</p><p>A esse tipo de processo de colonização autônomo em relação à metrópole damos o nome de</p><p>a) Modo de produção asiático.</p><p>b) Colônias de exploração.</p><p>c) Servidão temporária.</p><p>d) Modo de produção feudal.</p><p>e) Colônias de povoamento.</p><p>(EsPCEx/2004/4000039624)</p><p>"A colonização espanhola se baseou fundamentalmente na extração de ouro e prata no México, no Peru e</p><p>na atual Bolívia. Nessas regiões, as atividades agrícolas e pecuárias eram apenas subsidiárias, mas no Caribe,</p><p>em certas regiões da América Central (realizadas nas haciendas) e na bacia do Prata (organizadas nas</p><p>estâncias), elas foram muito importantes. As riquezas minerais da América deram à Espanha muito poder,</p><p>tornando-a um dos países mais fortes da Europa no século XVI.</p><p>A mão-de-obra utilizada na América espanhola teve uma característica muito especial. Ela se baseou</p><p>principalmente na exploração do trabalho compulsório do indígena. O trabalho escravo de negros africanos</p><p>foi mais utilizado nas Antilhas e em regiões das atuais Colômbia e Venezuela."</p><p>(Moraes, José Geraldo Vinci de. Caminhos das Civilizações - História Integrada: Geral e Brasil, São Paulo:</p><p>Atual, 1998. pg 176.)</p><p>Dentre as formas de exploração do trabalho na América Latina, temos a mita que pode</p><p>ser caracterizada</p><p>por (pela)</p><p>A) uma prática de escravizar os índios capturados nas chamadas "Guerras Justas" travadas entre os colonos</p><p>espanhóis e os silvícolas que atacavam seus engenhos de açúcar.</p><p>B) uma espécie de concessão dada pela Coroa espanhola a uma pessoa para explorar e distribuir o trabalho</p><p>indígena, a qual, em troca, deveria catequizar os índios.</p><p>C) uma forma de trabalho que procurava recrutar e distribuir a mão-de-obra indígena de acordo com as</p><p>necessidades da produção, das cidades e da administração colonial.</p><p>D) aquisição de mão-de-obra de índios capturados por bandeirantes nas missões jesuítas das regiões do</p><p>Tape, Guairá e Itatim.</p><p>E) uma prática, em que alguns indígenas eram escolhidos por sorteio, em suas comunidades, para realizar</p><p>trabalho forçado nas minas e nas propriedades.</p><p>57</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/2003/4000039568)</p><p>No século XV e início do século XVI, os europeus lançaram-se por mares e oceanos para eles desconhecidos,</p><p>em embarcações pequenas e frágeis. Nessas viagens, conheceram e dominaram imensos territórios e</p><p>centenas de povos em três continentes: África, Ásia e América.</p><p>Os portugueses foram pioneiros nesse processo de expansão. Esse pioneirismo deveu-se principalmente</p><p>ao fato de Portugal</p><p>a) ter-se constituído no primeiro Estado Nacional Moderno da Europa.</p><p>b) ter recebido grandes somas de dinheiro dos países árabes, que o dominavam.</p><p>c) ter aceitado as idéias de Colombo, iniciando o Ciclo Ocidental das Grandes Navegações.</p><p>d) ter-se tornado o Estado mais rico da Europa, após a descoberta do Brasil.</p><p>e) ter contado com amplo apoio dos reis católicos de Leão e Castela.</p><p>(EsPCEx/2003/4000039576)</p><p>Alisando-se alguns dos sistemas coloniais implantados na América, pode-se afirmar que</p><p>a) as treze colônias inglesas da América do Norte foram classificadas em colônias de exploração, ao</p><p>norte de Maryland, e colônias de povoamento, ao sul da Pensilvânia.</p><p>b) a administração real espanhola, por meio do Conselho das Índias, dividiu as possessões americanas</p><p>em 5 vice-reinos e 3 capitanias gerais.</p><p>c) a França obteve grandes territórios no Novo Mundo, vindo a possuir, no século XVIII, a maior</p><p>extensão de terras na América, depois da Inglaterra.</p><p>d) a França, a Holanda e a Inglaterra buscaram estabelecer colônias em áreas sob controle português,</p><p>obtendo sucesso permanente nesse intento.</p><p>e) um traço comum aos sistemas coloniais espanhol, francês e inglês foi o emprego do latifúndio</p><p>monocultor e escravista em algumas de suas colônias.</p><p>(EsPCEx/2002/4000039522)</p><p>O chamado “ciclo das grandes navegações” dos séculos XV, XVI e XVII foi um marco tão importante na</p><p>história da humanidade que suas conquistas só são comparadas à chegada do homem à Lua. Durante estas</p><p>façanhas, que praticamente deram início à Idade Moderna, potências europeias, como Portugal, Espanha,</p><p>França, Inglaterra e Holanda, tomaram posse de novas terras graças à coragem de grandes navegadores.</p><p>Dentre as afirmações abaixo, relacionadas com a expansão marítima europeia, a única correta é:</p><p>A) Juntamente com Portugal, a Inglaterra lançou-se à descoberta de novas terras durante o início do século</p><p>XV, vindo a descobrir o Canadá.</p><p>B) A França foi um dos primeiros países a contestar o Tratado de Tordesilhas, o qual dividia o mundo entre</p><p>Portugal e Espanha.</p><p>C) Enquanto os holandeses colonizaram algumas ilhas das Antilhas, os franceses se limitaram a invadir</p><p>territórios portugueses no Brasil.</p><p>D) Os espanhóis conquistaram a maioria das terras da América, porém não tomaram posse de nenhum</p><p>território na América do Norte.</p><p>E) Quando os espanhóis lançaram-se às grandes navegações, a Espanha não se encontrava totalmente livre</p><p>dos invasores otomanos.</p><p>(EsPCEx/2002/4000039529)</p><p>Leia com atenção o texto a seguir:</p><p>“A presença inglesa na América do Norte data de 1585, quando sir Walter Raleigh fundou Virgínia. Porém,</p><p>a efetiva ocupação do território ocorreu nas primeiras décadas do século XVII.</p><p>58</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Os ingleses fundaram na costa atlântica, dos séculos XVII a XVIII, três grupos de colônias: as do Norte ou</p><p>Nova Inglaterra (New Hampshire, Massachussets, Connecticut e Rhode Island), colônias do Centro (Nova</p><p>Iorque, Pensilvânia, Nova Jérsei e Delaware) e as do Sul (Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do</p><p>Sul e Geórgia).”</p><p>FONTE: KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos. São Paulo: Atual, 2000. Pág. 348.</p><p>A citação acima demonstra como as Treze Colônias Inglesas da América do Norte estavam divididas em três</p><p>grupos básicos. Tal divisão deveu-se à diversidade político-administrativa e às diferenças sócio-econômicas,</p><p>entre outros fatores. Sobre esta colonização é possível afirmar que:</p><p>A) as colônias do Sul, por terem um clima mais quente e úmido, foram utilizadas exclusivamente para se</p><p>construir um novo lar, constituindo-se em colônias de povoamento.</p><p>B) as regiões do Centro foram utilizadas como colônias de exploração, uma vez que as suas condições</p><p>geográficas favoreciam a implantação de uma economia do tipo plantation.</p><p>C) nas regiões Norte e Centro a colonização foi efetuada, principalmente, por pessoas refugiadas de</p><p>conflitos político-religiosos, que criaram comunidades preocupadas com sua própria subsistência.</p><p>D) o Sul caracterizou-se por possuir uma colonização baseada no predomínio da pequena propriedade</p><p>monocultora e escravista, destinada à exportação, constituindo-se em colônias de exploração.</p><p>E) a região Norte caracterizou-se por constituir-se na principal área das colônias de exploração, tendo como</p><p>principais produtos de exportação para a Metrópole o algodão e o rum.</p><p>(EsPCEx/2000/4000039334)</p><p>O sistema administrativo colonial espanhol possuía grandes semelhanças com o sistema português na</p><p>América Latina. No Brasil Colonial, as câmaras municipais receberam o nome de "câmaras dos homens-</p><p>bons". As instituições semelhantes, na América Colonial Espanhola, receberam o nome</p><p>a) "ayuntamientos".</p><p>b) "alcaidarias".</p><p>c) "audiências".</p><p>d) "addantados".</p><p>e) "intendencias"</p><p>(EsPCEx/1996/4000038800)</p><p>Portugal foi o primeiro país europeu a iniciar a expansão ultramarina. Este fato ocorreu pela convergência</p><p>de diversos fatores que favoreceram o reino português. Entre eles podemos citar a(s)</p><p>a)pesquisas e estudos da Escola de Sagres e o fim da União Ibérica, o qual permitiu a Portugal realizar seus</p><p>projetos de navegação.</p><p>b) viagens realizadas por D. Henrique, “O Navegador”, as quais, junto à evolução da cartografia e aparelhos</p><p>de navegação, permitiram conhecimentos suficientes para a exploração marítima.</p><p>c) centralização do poder e a grande vantagem comercial devido ao excesso de metais preciosos em</p><p>Portugal, o que permitiu grandes lucros nas trocas de especiarias.</p><p>d) situação de paz e ordem interna além das vantagens comerciais alcançadas com as várias vitórias na</p><p>Guerra dos Trinta Anos.</p><p>e) privilegiada posição geográfica, centralização do poder e aperfeiçoamento náutico.</p><p>59</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/1999/4000039218)</p><p>A vastidão do Império Colonial Espanhol na América tornou necessária a divisão do imenso território</p><p>em Vice-Reinos e Capitanias Gerais. Os quatro Vice-Reinos da América Espanhola eram:</p><p>a) Chile, Nova Espanha (México), Cuba e Venezuela.</p><p>b) Nova Espanha (México), Peru, Rio da Prata e Nova Granada.</p><p>c) Peru, Nova Espanha (México), Cuba e Flórida.</p><p>d) Guatemala, Cuba, Chile e Venezuela.</p><p>e) Nova Espanha (México), Peru, Nova Granada e Chile.</p><p>9. Lista de questões da profe. Alê Lopes</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Os mercadores portugueses foram beneficiados por alianças e acordos de interesse mútuo estabelecidos</p><p>com a Coroa Portuguesa. Por meio de decretos, leis e incentivos às pessoas que atuavam no comércio.</p><p>AZEVEDO, G e SERIACOPI. História – Série Brasil.; Ed. Ática.</p><p>Essa</p><p>relação entre a Coroa e a burguesia mercantil</p><p>a) Se consolidou entre 1383 e 1385, com a Revolução de Avis, na qual os comerciantes colocaram no trono</p><p>Dom João I.</p><p>b) Produziu a conquista de Ceuta, já em 1385, sob o comando de Dom João I, Mestre de Avis.</p><p>c) Garantiu a construção da maior escola náutica do século XIV, a Escola de sagres.</p><p>d) Possibilitou a conquista de Gibraltar, em 1415, retirando o controle do comércio das mãos dos</p><p>muçulmanos.</p><p>e) Garantiu a expansão marítimo-comercial tão acelerada que ninguém conseguiu competir com Portugal,</p><p>no século XVI.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Entre os séculos XIII e XV, os genoveses e venezianos monopolizam o comércio de produtos chegados à</p><p>Europa pelo Mediterrâneo e, em 1453, Constantinopla foi tomada pelos Turcos Otomanos. Considerando</p><p>a ação desse grupo, a principal consequência econômica, para os europeus foi</p><p>a) Sair em busca de novas rotas comerciais primeiramente pelo mar do norte da Europa.</p><p>b) Carência econômica, que só foi resolvida com a as Cruzadas.</p><p>c) Dificuldade de comércio de especiarias com o Oriente devido aos bloqueios impostos.</p><p>d) Falta de metais precisos, já que os Turcos fecharam os portos do Norte da África que fornecia esse metal</p><p>para o continente europeu.</p><p>e) Um grande conflito militar entre europeus e muçulmanos pelo controle da rota da seda.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Na Era Moderna, teve início o Período das Grandes Navegações – termo usado para designar o ciclo de</p><p>viagens marítimas de longa distância realizadas pelos europeus – principalmente portugueses e espanhóis</p><p>-, que expandiram os limites do mundo conhecido, até então, pelas sociedades brasileiras.</p><p>São causas desse projeto expansionista:</p><p>I – Necessidade de novos mercados</p><p>II – Propagação da fé católica e protestante</p><p>III – Ambição material e econômica</p><p>60</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>IV – Falta de metais preciosos</p><p>V – Falta de conhecimento sobre outros povos</p><p>Estão incorretos</p><p>a) I, III, IV</p><p>b) II, III, V</p><p>c) I, II, IV</p><p>d) II, V</p><p>e) II, III</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>São motivos do pioneirismo português, exceto:</p><p>a) Centralização administrativa</p><p>b) Interesses socioeconômicos</p><p>c) Périplo Africano</p><p>d)Posição Geográfica favorável</p><p>e) Ausência de Guerras e equilíbrio de interesses</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Enquanto a navegação marítima portuguesa se desenvolvia, no início do século XV, e, consequentemente,</p><p>o comércio se ampliava em novas direções, os espanhóis</p><p>a) Estavam envolvidos com Colombo e seu Projeto de circum-navegação para chegar às Índias.</p><p>b) Ainda estavam divididos em dois reinos distintos e lutavam pela reconquista da Península Ibérica que</p><p>permanecia controlada por mouros.</p><p>c) Celebravam a união dos reinos de Aragão e Castela a partir de várias negociações com os mouros</p><p>muçulmanos que ocupavam a Península Ibérica.</p><p>d) Desenvolviam seu projeto de contorno à África em direção às Índias a fim de garantir abertura de novas</p><p>rotas comerciais.</p><p>e) Organizava a centralização da administração e do exército para conquistar a América.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>O feito de Colombo levou o governo de Portugal e o da Espanha a se envolverem em uma disputa a respeito</p><p>de qual dos dois países teria primazia sobre as “novas terras”. Como não chegavam a um acordo, os reis de</p><p>Portugal e Espanha pediram ao Papa Alexandre VI que servisse de juiz de disputa. Em 1494, assinaram o</p><p>Tratado de Tordesilhas.</p><p>AZEVEDO, G e SERIACOPI. História – Série Brasil.; Ed. Ática, p. 149</p><p>O Tratado de Tordesilhas foi precedido por</p><p>a) Acordo de Cabo Verde-Açores</p><p>b)Tratado de Aliança Comércio e Amizade.</p><p>c) Tratado de Lisboa</p><p>d) Bula Inter Coetera</p><p>e) Segundo Tratado de Utrecht</p><p>61</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Em meados do século XVI, Portugal mantinha mais de cinquenta fortes e feitorias na rota entre a África e o</p><p>Japão. Os portugueses dominaram a maior parte do comércio ao longo do Índico por quase um século,</p><p>transportando chás, sedas, pedras preciosas e africanos escravizados.</p><p>Aos poucos, Portugal perdeu o controle do comércio com as Índias. Para esse declínio contribuiu</p><p>a) A resistência muçulmana à presença portuguesa no Oriente e a União Ibérica</p><p>b) A crise dos preços e o avanço da importância do navegação inglesa.</p><p>c) A invasão da Holandesa às feitorias na África.</p><p>d) Às invasões francesas na colônia portuguesa na América.</p><p>e) Os conflitos entre Portugal e Espanha pelas minas de Potosí.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>A conquista do Império Inca deu-se a partir de 1531, por Francisco Pizarro. Em 1533, Pizarro conseguiu</p><p>invadir a capital inca, desestabilizando todo o império. O Império Inca, chegou a ter uma população de 20</p><p>milhões de habitantes.</p><p>Sobre os aspectos econômicos dos povos incas, pode-se citar</p><p>a) Eram produtores agrícolas, ceramistas e metalúrgicos.</p><p>b) Eram seminômades e coletores.</p><p>c) Desenvolveram monocultura e comércio.</p><p>d) Eram grandes agricultores, mas não sabiam talhar minérios.</p><p>e) Comercializavam sal, ouro, peles e tecidos.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Foi na primeira metade do século XVII que, de modo efetivo, teve início a colonização inglesa da América</p><p>do Norte. Ao longo do século XVII foram fundadas 13 colônias. Esse empreendimento ocorreu em um</p><p>contexto histórico mais amplo ligado a elementos específicos da Inglaterra, como:</p><p>a)Ameaça dos interesses comerciais ingleses em virtude do avanço de espanhóis e portugueses,</p><p>cercamentos</p><p>b)Criação de companhias de comércio e perseguição aos protestantes</p><p>c)Fim da dinastia dos Tudor e Guerra contra a França pelo territórios do atual Canadá</p><p>d)Cercamentos, perseguição aos protestantes</p><p>e)Cercamentos e interesses comerciais na produção de algodão para a indústria têxtil.</p><p>62</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Ao longo dos séculos XVII e XVIII se formaram as chamadas 13 colônias inglesas, na América do Norte.</p><p>Historiadores as dividem em 2 blocos: Colônias do Sul e do Centro-Norte.</p><p>Associe a Coluna I com a Coluna II, de modo a caracterizar corretamente cada um dos blocos de Colônia</p><p>COLUNA I</p><p>I - Colônias do Sul</p><p>II – Colônias do Centro-Norte.</p><p>COLUNA II</p><p>( ) Colônia de povoamento</p><p>( ) Colônia de exploração</p><p>( ) Latifúndio monocultor e exportador</p><p>( ) Onde fica a Colônia da Geórgia</p><p>( ) Onde fica o Povoado de Jamestown, Virginia.</p><p>( ) Administrado por Assembleias populares</p><p>A ordem correta da associação é:</p><p>a)I, II, I, II, I, II</p><p>b)I, II, II, II, I, I</p><p>c)II, I, I, I, II, I</p><p>d)II, I, II, I, I, I</p><p>e)II, I, I, I, II, II</p><p>(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)</p><p>As expedições marítimas portuguesas rumo ao Sul começaram no século XV, com a tomada de Ceuta e das</p><p>Ilhas de Madeira e dos Açores. (AZEVEDO e SERIACOPI, 2005, p.148)</p><p>O próximo grande obstáculo para prosseguir no seu projeto do Périplo Africano era</p><p>a) Atravessar o Cabo da Boa Esperança</p><p>b) Cruzar o Cabo das Tormentas</p><p>c) Dobrar o Cabo Bojador</p><p>d) Atingir o Cabo do Congo</p><p>e) Alcançar o Cabo de Melinde</p><p>(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)</p><p>A colonização espanhola na América é um modelo de exploração corretamente identificado na alternativa</p><p>a) É um sistema de portos únicos da Europa e monopólio na América</p><p>b) Foi baseado apenas na produção em latifúndio monocultor, escravista e exportador</p><p>c) Se organizou exclusivamente por meio de feitorias e sesmarias com economia voltada para mercado</p><p>interno</p><p>d) Foi implementada por meio de contratos de estanco</p><p>e) Foi baseado na divisão do território em engenhos</p><p>63</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora</p><p>foi necessário o colonialismo.</p><p>Para exportar gêneros tropicais também foi necessário o colonialismo.</p><p>Os reinos europeus que dominaram territórios e os transformaram em colônias tinham um</p><p>mercado cativo e um baratíssimo fornecedor de matérias-primas e de produtos tropicais (sucesso</p><p>na Europa). Vendiam tudo muito mais caro para suas colônias que, por sua vez, não podiam fazer</p><p>comércio se não com suas metrópoles. Isso gerava enorme superávit para metrópole. Conhecemos</p><p>essa relação de comércio exclusivo entre colônia e metrópole pelo termo exclusivo metropolitano</p><p>ou pacto colonial.</p><p>Portugal e Espanha foram pioneiros nesse sistema.</p><p>Vamos revisar, rapidinho, pontos importantes da Aula 01:</p><p>Protecionismo: Para fazer a balança comercial se tornar superavitária, o Estado deveria proteger o mercado</p><p>interno impedindo, ou pelo menos dificultando, a entrada descontrolada de mercadorias dos países concorrentes</p><p>Metalismo: A prática de acumular metais preciosos dentro das fronteiras do Estado Nacional.</p><p>Balança Comercial Favorável: Para acumular riqueza era necessário exportar mais que importar, gerando</p><p>superávit</p><p>6</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx – 2006 - 4000000383)</p><p>A livre interpretação da Bíblia levou o movimento reformista a tomar diferentes tendências na</p><p>Europa. No movimento reformista surgiu uma doutrina, valores eram úteis à burguesia nascente, pois</p><p>admitia o lucro ou a acumulação de capital, a prática da usura e o trabalho no comércio. Esses valores</p><p>eram admitidos, prioritariamente, pelos</p><p>A) Luteranos</p><p>B) Calvinistas</p><p>C) Anabatistas</p><p>D) Anglicanos</p><p>E) Batistas</p><p>Comentários</p><p>O século XVI foi um momento de ruptura para a religião cristã. Durante essa época inúmeras ações</p><p>do Papado foram contestadas pelos fiéis e uma cisão se criou na Europa entre os que condenavam</p><p>as condutas do Alto Clero e os que defendiam. Dessa disputa surgem as Reformas Protestantes, que</p><p>tem como dois de seus principais líderes, Martinho Lutero e João Calvino. Sobre as reformas:</p><p>a) Incorreto. Os luteranos acreditam na salvação pela fé, não necessariamente abordando a questão</p><p>da acumulação de capital e o trabalho no comércio, como abordaram os seguidores de João Calvino</p><p>na França.</p><p>b) Correto. A Reforma Calvinista foi baseada na Teoria da Predestinação. O pensamento de João</p><p>Calvino era que ou os homens nasciam predestinados a serem salvos por Deus ou nasciam</p><p>condenados à danação eterna. A forma como os homens descobriam, então, se estavam</p><p>predestinados ou não, era por meio da busca por sinais da salvação e por testes de salvação. Nesse</p><p>contexto, era enxergado como um desses sinais a acumulação de riquezas e o trabalho árduo. Isso</p><p>favoreceu o fortalecimento da classe burguesa em ascensão na Europa.</p><p>c) Incorreto. O caráter econômico não era uma das principais pautas discutidas pelos anabatistas.</p><p>Para eles o único batismo válido é o feito após a tomada da consciência, portanto durante a vida</p><p>adulta, diferente de outras doutrinas protestantes. Além disso, eles defendem a Bíblia, mais</p><p>especificamente o Novo Testamento, como a única fonte válida para uma verdadeira vida cristã e</p><p>acreditavam que deveria se fazer uma separação de Estado e Igreja.</p><p>d) Incorreto. A Igreja Anglicana foi formada por três motivos: o rei inglês Henrique VIII gostaria de</p><p>diminuir a influência do Papado na Inglaterra, queria confiscar os bens da Igreja em prol da realeza e</p><p>o monarca queria se casar novamente, anulando o anterior, porém a Igreja Católica condenava o</p><p>divórcio. Isso motivou o governante a romper com o Catolicismo.</p><p>e) Incorreto. Os batistas assim como os luteranos acreditam na salvação pela fé, assim o trabalho e o</p><p>acúmulo de riquezas não necessariamente era uma prática associada a esse movimento.</p><p>Gabarito: B</p><p>7</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx – 2006 - 4000000382)</p><p>No século XVI, o papa Paulo IV investiu contra as obras científicas. Com a função de selecionar os</p><p>livros que os cristãos poderiam ler ou não, estabeleceu o (a):</p><p>A) Instituição da Religião Cristã.</p><p>B) Exercício espiritual.</p><p>C) Ato de Supremacia.</p><p>D) Congregação do Índex.</p><p>E) Tribunal do Santo Ofício.</p><p>Comentários</p><p>Nessa época, em meio às Reformas religiosas, a Igreja Católica a fim de não perder mais seguidores</p><p>para os correntes protestantes compilou uma lista de livros que poderiam ser lidos ou não pelos fiéis.</p><p>Ela foi estabelecida(o) pela(o):</p><p>a) Incorreto. A Instituição da Religião Cristã foi a principal obra escrita por João Calvino, não sendo</p><p>criada, portanto, pelo Papado de Paulo IV.</p><p>b) Incorreto. O exercício espiritual foi uma prática empregada por Inácio de Loyola, fundador da</p><p>Companhia de Jesus no século XV. Ela consiste em um modo de analisar a consciência, meditar, orar</p><p>e contemplar o desenvolvimento espiritual. Não foi um livro cristão e sim uma ordem religiosa.</p><p>c) Incorreto. O Ato de Supremacia foi uma lei aprovada pelo Parlamento Britânico em que dizia que</p><p>o rei era o chefe supremo da Igreja Cristã na Inglaterra.</p><p>d) Correto. A Congregação do Índex foi uma lista de livros feita pela Igreja Católica em que dizia se</p><p>eles eram proibidos ou não para a leitura dos fiéis cristãos.</p><p>e) Incorreto. O Tribunal do Santo Ofício foi uma instituição criada pela Igreja, não um livro.</p><p>Gabarito: D</p><p>(EsPCEx – 2006 - 4000000379)</p><p>A justificativa do poder ilimitado dos reis propiciou o surgimento de obras. Um importante teórico,</p><p>Thomas Hobbes, escreveu em seu ensaio, Leviatã, que: Antes de surgir o Estado, os homens eram</p><p>livres e iguais, mas viviam em uma situação de guerra permanente de todos contra todos. Era o</p><p>Estado da natureza, no qual não havia governo. O homem era como "um lobo para o homem". A obra</p><p>citada foi justificativa para o poder</p><p>A) democrático</p><p>B) absolutista</p><p>C) liberal</p><p>D) socialista utópico</p><p>E) do despotismo esclarecido</p><p>Comentários</p><p>Thomas Hobbes assim como Jean Bodin e Jacques Bossuet eram defensores desse pensamento.</p><p>Todos eles foram pensadores do Período Moderno e aliados das suas respectivas monarquias</p><p>nacionais. Portanto, o tipo de poder defendido por eles é o:</p><p>8</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>a) Incorreto. O poder democrático existe desde a Antiguidade, com os atenienses, porém ele só foi</p><p>se popularizou e se ressignificou a partir do século XVIII.</p><p>b) Correto. Thomas Hobbes era um apoiador do Regime Absolutista. Visto a incapacidade dos homens</p><p>de dialogarem entre si, sem provocar guerra, ele acreditava que os reis eram enviados de Deus para</p><p>trazer a paz, a proteção e a ordem na terra.</p><p>c) Incorreto. O poder liberal só apareceria a partir do século XVIII quando surge o conceito iluminista</p><p>de liberalismo. A partir da Revolução Industrial, com o fortalecimento do sistema capitalista, o poder</p><p>liberal se consolida.</p><p>d) Incorreto. O socialismo utópico é posterior a vida de Thomas Hobbes. Ele foi fundamentado no</p><p>século XIX, quando o pensador citado no enunciado é do século XVI-XVII.</p><p>e) Incorreto. O Despotismo Esclarecido era o contrário do que Hobbes defendia. Enquanto o</p><p>pensador defendia um direito divino e soberano dos monarcas, o Despotismo Esclarecido defendia</p><p>uma maior separação da religião e do Estado. Era uma ruptura com o pensamento de poder existente</p><p>durante boa parte da Idade Moderna e que passou a ser questionado com o surgimento do</p><p>Iluminismo.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx – 2006 - 4000000378)</p><p>Dentre os diversos processos de centralização do poder pelos reis na Europa ocidental, destaca-se o</p><p>da França. O fato que a consolidou foi:</p><p>A) A vitória francesa na Guerra dos Cem Anos.</p><p>B) A tomada de Flandres pelos franceses.</p><p>C) A execução de Joana D 'Arc.</p><p>D) A imposição da Magna Carta.</p><p>E) Como Jacqueries.</p><p>Comentários</p><p>O caso francês é o mais emblemático pois se tornou a monarquia mais centralizada da Europa durante</p><p>a Modernidade. O grande marco para o início</p><p>Alê Lopes)</p><p>Alguns historiadores distinguem os modelos de exploração do trabalho na colonização espanhola e na</p><p>colonização portuguesa. Qual o tipo de trabalho que foi exclusivo na américa espanhola?</p><p>a) trabalho escravo.</p><p>b) regime de servidão.</p><p>c) encomienda.</p><p>d) assalariamento.</p><p>e) cabildos.</p><p>(Estratégia Militares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A formação de Portugal, entre os séculos XI e XIV, está relacionada a dois processos: por um lado, a</p><p>reconquista de territórios dos mouros, as Guerras de Reconquistas; por outro, uma disputa entre os</p><p>próprios reinos cristãos. Nesse contexto, a Revolução de Avis, importante evento que consolidou a</p><p>formação de Portugal</p><p>a) foi liderada por D. João I, rei de Castela; recebeu apoio dos franceses.</p><p>b) foi liderada por D. Manuel, mestre de Avis; recebeu apoio dos ingleses.</p><p>c) foi liderada por D. Pedro I, mestre de Algarve; recebeu apoio dos franceses.</p><p>d) foi liderada por D. João, mestre de Avis; recebeu apoio dos ingleses.</p><p>e) foi liderada por D. Afonso III, de Portugal; não recebeu apoio estrangeiro.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>Os africanos eram transformados em objeto de dominação e sujeitos a leis, regulamentos e normas</p><p>subordinadoras. A justificativa que legitimava esse processo era fornecida por um conjunto de ideologias</p><p>imperialistas que predicavam a superioridade e o direito de dominação dos europeus e a superioridade e a</p><p>naturalidade de da subordinação e da exploração dos africanos.</p><p>Visentini, Paulo Fagundes. História da África e dos Africanos. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2020.</p><p>De um modo geral, o fundamento dessas ideias era constituído</p><p>a) Pela percepção da superioridade tecnológica e do desenvolvimento político, econômico e cultural do</p><p>capitalismo europeu já maduro em contraposição à inferioridade africana.</p><p>b) Pela noção de que os europeus eram os primeiros habitantes da terra e, por isso, a vanguarda da</p><p>Humanidade.</p><p>c) Exclusivamente pela noção de raça selvagem que precisava seguir o modelo evoluído dos europeus.</p><p>d) Pela ideia de espaço vital, que justificava a expansão territorial do povo europeu nos continentes africano</p><p>e asiático.</p><p>e) De direitos e deveres decorrentes da forma eurocêntrica de dominação.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A origem dessa estrutura administrativa remonta ao período medieval espanhol, sendo que “cada vila tinha</p><p>seu próprio conselho (...) uma corporação que regulava a vida dos habitantes e fiscalizava as propriedades</p><p>públicas – as terras comunais, florestas e pastagens e as galerias de rua com suas tendas de comércio – de</p><p>onde derivada grande parte de sua renda”. (BETHELL, Leslie. História da América Latina - volume 1, América</p><p>latina colonial. 2.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998. Adaptado)</p><p>O texto faz referência a uma certa estrutura organizacional em determinado tempo e espaço, sendo possível</p><p>afirmar que</p><p>a) as organizações em questão passaram a ganhar força com as gestões regionais implementadas pelos</p><p>Vice-Reis espanhóis.</p><p>64</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>b) em função da proximidade com o povo, tais os espaços político-administrativos conhecidos como</p><p>Cabildos não contavam com representações das oligarquias dos criollos.</p><p>c) enquanto embriões das Assembleias Legislativas Estaduais, o caráter consultivo reforçava a principal</p><p>atividades dos desses Conselhos, legislar.</p><p>d) o arranjo governamental para o exercício da dominação colonial era de participação exclusiva dos</p><p>chapetones.</p><p>e) eram formados por habitantes de destaque da cidade ou do vilarejo, personalidades que possuíam</p><p>poderes administrativos e jurídicos.</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A cidade foi finalmente libertada quando os homens do Chile de Almagro regressaram da sua expedição,</p><p>em 1537, e obrigaram Manco Inca a recuar. Almagro entrou, então, na cidade exausta, e prendeu os irmãos</p><p>Pizarro, pondo-se, em seguido a caminho de Lima, para defrontar Francisco. Os antigos parceiros não</p><p>conseguiram resolver suas diferenças, e o Peru, que caíra nas mãos dos Espanhóis devido a um conflito</p><p>mortífero entre os Incas, foi assolado por outra guerra civil.</p><p>Matthew Restall. História da América Latina. Lisboa: Edições70, 2012, p. 40.</p><p>Sobre o processo de conquista da América pelos Espanhóis, o texto aponta dois conflitos cujo sentido está</p><p>corretamente descrito em:</p><p>a) Os conflitos entre os povos indígenas e os europeus levaram a um rápido extermínio cultural dos</p><p>primeiros.</p><p>b) A conquista do México foi pacífica e marcada por acordos, diferentemente da conquista do Peru marcada</p><p>por guerras civis, inclusive entre grupos de colonizadores espanhóis distintos.</p><p>c) A conquista da América foi marcada por diferentes violências contra os indígenas, como a violência,</p><p>militar, religiosa e biológica enquanto os espanhóis se mantiveram coesos no processo de colonização.</p><p>d) A conquista da América foi marcada por conflitos internos tanto entre os povos originários quanto entre</p><p>espanhóis de modo a enfraquecer, respectivamente a capacidade de resistência e a de conquista.</p><p>e) Frente ao projeto colonizador europeu os povos maias, incas e astecas mantiveram-se coesos e aplicaram</p><p>medidas de negociação que, anos depois, foi substituído por processos de resistência armada.</p><p>- (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A avaliação histórica do fenômeno da escravidão na África é difícil de ser feita devido à carência e, em alguns</p><p>casos, total ausência de fontes primárias e, sobretudo, do caráter parcial das fontes – escrita, muitas vezes,</p><p>pelos próprios escravocratas não africanos ou seus representantes ou africanos.</p><p>José Rivair Macedo. História da África. São Paulo. Ed. Contexto, 2018, p. 100.</p><p>Apesar das dificuldades sobre a construção da história da escravidão na África, há consensos históricos</p><p>explicativos como:</p><p>a) As formas de escravidão existentes na África foi a mesma que fora dela, idêntica à que existente na Roma</p><p>antiga.</p><p>b) Os africanos escravizaram africanos independentemente dos interesses extra africanos, em diferentes</p><p>momentos da história.</p><p>c) O tráfico de escravos decorria de uma relação de interesses comerciais de mercadores de outros</p><p>continentes e de interesses comerciais africanas, de lideranças estatais, chefes locais ou chefes de linhagem.</p><p>d) A explicação da existência da escravidão na África deve ser buscada em fatores de ordem moral e étnica.</p><p>e) A escravidão passou a ser integrada nas relações comerciais apenas no século XVI, por feitores</p><p>portugueses.</p><p>65</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>10. Lista de questões para Aprofundamento</p><p>(UFRR/2006)</p><p>O A chegada dos europeus ao chamado Mundo Novo no século XV marcou o início de profundas</p><p>transformações sociais, políticas e econômicas no encontro com as civilizações indígenas. Estes contatos</p><p>foram decisivos para a formação das colônias e, posteriormente, para a criação dos estados americanos.</p><p>Assim sendo, seria correto afirmar que:</p><p>a) Vasco da Gama, acidentalmente, chegou à península de Yucatán, México, com sua frota no dia 14 de</p><p>novembro de 1503.</p><p>b) Américo Vespúcio ancorou as naus Maria, Nina, Pinta na ilha caribenha conhecida como Trinidad e</p><p>Tobago no dia 26 de novembro de 1512.</p><p>c) O genovês Cristóvão Colombo, a serviço da coroa espanhola, aportou a sua frota na ilha de Guanahani</p><p>no dia 12 de outubro de 1492.</p><p>d) Ponce de Leon, sob ordens diretas da coroa espanhola, arrasou, em 1587, a nação dos índios Maia na</p><p>batalha que ficou conhecida como Guerra das Antilhas.</p><p>e) Nenhuma destas afirmações está correta, porque todas dizem respeito a outros evento históricos.</p><p>(UEA – 2016 / Segunda Fase)</p><p>E o capitão-mor foi em terra e mostrou-lhes muitas mercadorias, para saber se havia naquela terra alguma</p><p>daquelas coisas – e as mercadorias eram canela, e cravo, e aljôfar , e ouro, e assim outras coisas – e eles</p><p>não entenderam naquelas mercadorias nada, como homens</p><p>que nunca as viram.</p><p>(Álvaro Velho. “Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama”. In: Alberto da Costa e Silva (org.). Imagens</p><p>da África, 2012.)</p><p>aljôfar: pérola miúda e irregular.</p><p>Álvaro Velho descreve o contato dos portugueses com populações das costas da África, durante a viagem</p><p>para as Índias, em 1498. A partir dessa descrição, é correto concluir que</p><p>(A) os navegadores procuravam comprar produtos desconhecidos na Europa.</p><p>(B) as navegações perseguiam objetivos comerciais bem definidos.</p><p>(C) as viagens ultramarinas empobreceram o pequeno reino de Portugal.</p><p>(D) os aventureiros pretendiam adquirir mercadorias por meio do domínio militar.</p><p>(E) as populações africanas desconheciam as atividades comerciais.</p><p>(UEA – 2014)</p><p>Sem a Igreja, o destino dos índios teria sido muito diverso. Penso na possibilidade que o batismo lhes</p><p>oferecia de fazer parte, pela virtude da consagração, de uma ordem e de uma Igreja. Pela fé católica, os</p><p>índios, em situação de orfandade, rompidos os laços com suas antigas culturas, mortos tanto os seus deuses</p><p>quanto as suas cidades, encontraram um lugar no mundo. Esta possibilidade de pertencer a uma ordem</p><p>viva, ainda que na base da pirâmide social, foi desapiedamente negada aos nativos, pelos protestantes da</p><p>Nova Inglaterra. A diferença das colônias saxônicas é radical. A Nova Espanha conheceu muitos horrores,</p><p>mas pelo menos ignorou o mais grave de todos: negar um lugar social aos homens que a compunham.</p><p>(Octavio Paz. O labirinto da solidão, 1984. Adaptado.)</p><p>O texto compara a colonização espanhola do México (Nova Espanha) com a colonização inglesa do Norte</p><p>dos atuais Estados Unidos (Nova Inglaterra),</p><p>(A) argumentando que os espanhóis, ao contrário dos saxões, impediram a exploração econômica dos</p><p>indígenas.</p><p>(B) mostrando ser impossível a aproximação entre uma e outra porque os saxões instalaram-se em regiões</p><p>desabitadas.</p><p>66</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(C) demonstrando as suas semelhanças e oposições ao processo de colonização portuguesa da América do</p><p>Sul.</p><p>(D) aludindo aos fatores de ordem cultural, como crenças religiosas, mentalidades, que estariam na base</p><p>da ocupação europeia das novas terras.</p><p>(E) acentuando o projeto civilizatório dos espanhóis em oposição à mentalidade econômica e antirreligiosa</p><p>dos ingleses.</p><p>(UNIVESP/2019)</p><p>Os historiadores são unânimes em afirmar que Portugal foi o país pioneiro nas Grandes Navegações</p><p>europeias entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Esse pioneirismo se deveu,</p><p>principalmente,</p><p>A) à fragmentação do poder real, às disputas comerciais com a Inglaterra, ocorridas ao longo do século XIII,</p><p>e à proximidade geográfica entre Portugal e Índia.</p><p>B) à centralização monárquica, realizada em Portugal entre os séculos XII e XIV, à posição geográfica</p><p>privilegiada e ao aperfeiçoamento das técnicas de navegação a partir do século XV.</p><p>C) à adoção do liberalismo econômico, a partir do século XVI, ao fluxo de metais preciosos das colônias para</p><p>Portugal e ao investimento estatal na armação de navios mercantes no século XVII.</p><p>D) ao tráfico de escravos, cujo fluxo constante ligava África e Europa desde o século XI, e aos investimentos</p><p>da burguesia comercial, fortalecida pelos lucros do açúcar produzido no Brasil.</p><p>E) ao desenvolvimento da bússola, do astrolábio e do quadrante, invenções de cientistas portugueses</p><p>abrigados na Escola de Sagres, pioneira no desenvolvimento de técnicas e instrumentos de navegação no</p><p>século XIX.</p><p>(URCA 2020)</p><p>A respeito do processo de colonização da América Latina considere as afirmações.</p><p>I. A América Latina foi a primeira colônia da Europa moderna, já que historicamente foi a primeira “periferia”</p><p>antes da África e da Ásia, considerando os estudos que possibilitam uma reflexão sobre o eurocentrismo.</p><p>II. O movimento colonizador ultrapassou os propósitos iniciais e alcançou os aspectos culturais, políticos,</p><p>religiosos e econômicos em relação a vida dos povos nativos, colonizando todos os aspectos da vida desses</p><p>povos.</p><p>III. Como resultado desse processo de colonização da vida na América Latina se constitui posteriormente:</p><p>uma ‘raça’ mestiça, uma cultura sincrética, um Estado colonial e uma economia capitalista dependente e</p><p>periférica.</p><p>Entre estas afirmações estão corretas:</p><p>A) Apenas I.</p><p>B) Apenas II.</p><p>C) Apenas I e III.</p><p>D) Apenas II e III.</p><p>E) I, II e III.</p><p>(UDESC 2018)</p><p>Ao observamos mapas ou relatos de viajantes dos séculos XV e XVI, é comum encontrarmos referências a</p><p>seres fantásticos, descritos, muitas vezes, como monstros sem olhos ou nariz, com uma perna ou com corpo</p><p>desproporcional. A existência destes seres na África, Ásia e América foram relatados por diversos</p><p>navegadores da época.</p><p>Tais relatos são considerados indicativos do(a):</p><p>67</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>A) intenção explícita dos cartógrafos que, ao fazerem os mapas, desenhavam seres monstruosos para</p><p>desencorajar novos exploradores.</p><p>B) movimento iluminista, que se estabelecia especialmente a partir do contato com novos povos e</p><p>sociedades.</p><p>C) visão de mundo da sociedade europeia da época, que ainda não era pautada pela observação científica</p><p>e analítica da natureza e da cultura.</p><p>D) influência da mitologia céltica, cujo legado pode ser fortemente observado nos vitrais que</p><p>ornamentavam as igrejas e catedrais ao longo de toda a baixa Idade Média.</p><p>E) versão evolucionista, que demarcava a especificidade da civilização europeia em relação à americana ou</p><p>à africana.</p><p>(UDESC 2012)</p><p>“O século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência. Os relatos de viagem que</p><p>surgiram neste período, portanto, estão impregnados pela mudança na forma de ver e de descrever o</p><p>mundo. [...] O imaginário europeu quinhentista caracterizava-se pelo ‘fantástico’, pelo ‘maravilhoso’, pelo</p><p>‘prodigioso’, pelo ‘monstruoso’, etc. Esse imaginário aplicava-se ao remoto, ao distante, ao longínquo...</p><p>Quanto maior o afastamento da Europa civilizada, maior também o ‘maravilhoso’! [...] O imaginário europeu</p><p>foi transplantado para o novo mundo. Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África,</p><p>também passaram a existir na América.”</p><p>STEIGLEDER, Carlos Geovane. Staden, Thevet e Léry. Olhares europeus sobre os índios e sua religiosidade.</p><p>São Luís/MA: EDUFMA, 2010, p. 23-50.</p><p>Analise as proposições considerando o contexto histórico e as questões a ele referentes, abordadas no</p><p>excerto:</p><p>I. Os viajantes europeus do século XVI destacavam, em seus relatos, a produção de um olhar eurocêntrico</p><p>sobre os continentes africano, asiático e americano.</p><p>II. O contexto abordado pelo autor refere-se à Idade Média. Os escritores medievais – em sua maioria</p><p>pertencentes à Igreja Católica – escreviam histórias fantásticas sobre os lugares do mundo, para além da</p><p>Europa. Esses lugares e os personagens que neles habitavam quase sempre eram caracterizados com</p><p>elementos do inferno, demônios e outros monstros fantásticos.</p><p>III. Ao escrever que “o século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência”, o autor</p><p>do excerto refere-se ao fato de que a ideia de uma geografia fantástica marcada por mapas ilustrados de</p><p>monstros marinhos e abismos que informavam o “fim do mundo” passaria, aos poucos, a ser substituída</p><p>por uma geografia marcada pela observação e experiência de diferentes viajantes que se lançaram aos</p><p>mares, no contexto da expansão marítima europeia.</p><p>IV. Ao escrever que “Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África, também passaram a</p><p>existir na América”, o autor do excerto refere-se ao fato de que as viagens no contexto da expansão</p><p>marítima europeia acabaram também fortalecendo as relações culturais nos diferentes continentes, haja</p><p>vista que os viajantes não apenas levavam nativos americanos para a Europa, mas também traziam asiáticos</p><p>e africanos para o Brasil.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a)</p><p>Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.</p><p>e) Todas as afirmativas são verdadeiras.</p><p>68</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(UDESC 2007)</p><p>Assinale a alternativa incorreta , em relação às razões que tornaram Portugal pioneiro no processo de</p><p>expansão marítima.</p><p>a) O Estado português se consolidou em 1385, gerando certa estabilidade política.</p><p>b) Desde o século XIII Portugal mantinha relações comerciais com a região de Flandres (atual Bélgica e parte</p><p>da Holanda), e com a cidade de Gênova, relações essas que enriqueceram a burguesia mercantil.</p><p>c) Com a Revolução de Avis, ocorrida em 1492, Portugal tornou-se Estado unificado, incentivando a</p><p>navegação.</p><p>d) No início do século XV Portugal tornou-se o centro dos estudos de navegação, com o estímulo do infante</p><p>dom Henrique, o Navegador, o qual reuniu um grupo de cientistas como astrônomos, cartógrafos e pilotos,</p><p>possibilitando a criação da chamada Escola de Sagres.</p><p>e) Lisboa era a principal cidade no processo de expansão marítima, e se configurava como ponto de</p><p>encontro de marinheiros que vinham de toda parte e traziam experiências em relação ao mar.</p><p>(UDESC 2006)</p><p>“Tudo isto é mais danoso nesta terra que em qualquer outra; os que vêm a ensinar dão mau exemplo e, em</p><p>sua maior parte, não têm intenções de ficar muito tempo nesta terra, procurando enriquecer de qualquer</p><p>maneira para voltar à Espanha.”</p><p>(Citado em BRUIT, Héctor. Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos. São Paulo: Iluminuras;</p><p>Unicamp, 1995, p. 197.)</p><p>Esse trecho, de uma crônica sobre o que ocorria nos anos iniciais da conquista da América pelos espanhóis,</p><p>denuncia a forma como os conquistadores e padres se relacionavam com a nova terra e seus habitantes.</p><p>A partir do enunciado acima, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) A terra, posse até então dos grupos indígenas, passou exclusivamente para as mãos da Igreja Católica e,</p><p>por intermédio dos jesuítas, foi dividida em Missões Guaraníticas.</p><p>b) A América, continente conhecido pelos europeus no final do século XV (descoberta em 1492, por</p><p>Cristóvão Colombo), era habitada por centenas de grupos populacionais com diferentes línguas, etnias,</p><p>costumes e formas de organização política; a maioria desses grupos, em menos de cem anos após a</p><p>conquista da América, estava sobrepujada ao poder econômico, político e religioso dos conquistadores</p><p>espanhóis e portugueses.</p><p>c) A conquista da América representou a possibilidade de enriquecimento rápido, à custa do trabalho dos</p><p>nativos que nela habitavam, e dos metais que nela eram abundantes.</p><p>d) Não somente os conquistadores, mas alguns padres usurparam de todas as maneiras os primeiros</p><p>habitantes do novo mundo.</p><p>e) Alguns padres procuraram denunciar as atrocidades cometidas pelos conquistadores, nos anos iniciais</p><p>da conquista da América.</p><p>(UNITAU 2015)</p><p>O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha, foi um acordo mediado pelo Papa, que</p><p>dividiu o mundo em duas áreas de influência a partir de um meridiano a 370 léguas a oeste da Ilha de Cabo</p><p>Verde. As terras a leste dessa linha ficariam sob domínio português, enquanto as do oeste ficariam sob</p><p>jurisdição espanhola.</p><p>Assinale a afirmativa CORRETA sobre a recepção desse acordo pelos demais povos europeus.</p><p>a) Franceses, ingleses e holandeses rebelaram-se contra o monopólio exercido por Portugal e Espanha</p><p>sobre as novas terras descobertas.</p><p>69</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>b) O Tratado de Tordesilhas foi desrespeitado pela rainha Vitória, da Inglaterra, que justificou sua atitude</p><p>afirmando que não conhecida a cláusula do “Testamento de Adão”, que teria dividido o mundo entre</p><p>Portugal e Espanha.</p><p>c) A Inglaterra não aceitou o Tratado e invadiu as novas terras, fundando as Treze Colônias da América.</p><p>d) O Tratado de Tordesilhas não pôde ser contestado, devido à sua ratificação pelo Papa, que oficializou sua</p><p>validade.</p><p>e) O único povo que contestou o Tratado de Tordesilhas foi o inglês, devido à sua soberania no Oceano</p><p>Atlântico e à sua aliança com Portugal.</p><p>12. Gabarito das questões EsPCEx</p><p>1. B</p><p>2. A</p><p>3. C</p><p>4. D</p><p>5. E</p><p>6. C</p><p>7. E</p><p>8. D</p><p>9. A</p><p>10. B</p><p>11. B</p><p>12. E</p><p>13. B</p><p>14. B</p><p>15. B</p><p>16. A</p><p>17. B</p><p>18. A</p><p>19. E</p><p>20. B</p><p>21. D</p><p>22. E</p><p>23. E</p><p>24. A</p><p>25. E</p><p>26. B</p><p>27. C</p><p>28. A</p><p>29. E</p><p>30. B</p><p>13. Gabarito das questões Profe. Alê Lopes</p><p>31. A</p><p>32. C</p><p>33. D</p><p>34. C</p><p>35. B</p><p>36. D</p><p>37. A</p><p>38. A</p><p>39. D</p><p>40. E</p><p>41. C</p><p>42. A</p><p>43. C</p><p>44. D</p><p>45. A</p><p>46. E</p><p>47. D</p><p>48. C</p><p>70</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>14. Gabarito das questões para Aprofundamento</p><p>49. C</p><p>50. B</p><p>51. D</p><p>52. B</p><p>53. E</p><p>54. C</p><p>55. C</p><p>56. C</p><p>57. A</p><p>58. A</p><p>15. Lista de questões EsPCEx - comentadas</p><p>(EsPCEx 2019)</p><p>Muitos europeus acreditavam que, em direção ao sul, o mar seria habitado por monstros e estaria sempre</p><p>em chamas. Se arriscassem cruzar o oceano Atlântico, à época conhecido como mar Tenebroso, iriam se</p><p>deparar com o fim do mundo.</p><p>Mesmo assim, os portugueses se lançaram às Grandes Navegações, no final do século XV.</p><p>Considerando:</p><p>I. A Tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos;</p><p>II. A Criação da Companhia das Índias Ocidentais;</p><p>III. A existência de um poder centralizador e de um Estado unificado;</p><p>IV. A descoberta da imensa mina de prata em Potosí pelos lusitanos;</p><p>V. A invenção da bússola pelos portugueses na Escola de Sagres.</p><p>Assinale abaixo a alternativa que apresenta as causas que levaram à Expansão Marítima Portuguesa.</p><p>a) I e II</p><p>b) I e III</p><p>c) I, II e III</p><p>d) III e IV</p><p>e) IV e V</p><p>Comentários</p><p>Boa questão para iniciarmos nossa bateria de exercícios, pois ela está focada nas “causas” de um processo</p><p>histórico. Nesse sentido, vamos analisar cada item e, mentalmente, perguntar: isso foi causa/contribuiu</p><p>diretamente para impulsionar as navegações?</p><p>I - No ano de 1453, os turcos otomanos tomaram Constantinopla acabando com o Império Bizantino, dando</p><p>início a Idade Moderna. Com isso, a rota de acesso ao Mar Negro pela Europa, por meio da qual se chegava</p><p>à Índia foi fechada. Surgiu a necessidade de uma nova rota marítima a qual resultou nas Grandes</p><p>Navegações de forma pioneira pelos países da Península Ibérica, nomeadamente Portugal. Vale lembrar</p><p>que, após a tomada de Constantinopla, houve a migração de estudiosos que viviam em Constantinopla para</p><p>a Península Itálica, onde fica Gênova. E qual o nome de um italiano, de Gênova, que ajudou nesse</p><p>pioneirismo, mas não na missão portuguesa e sim na espanhola? Cristóvão Colombo. Ou seja, “a Tomada</p><p>de Constantinopla pelos turcos otomanos” faz parte das causas para as grandes navegações.</p><p>II – A Companhia das Índias Ocidentais é de origem holandesa e foi fundada no século XVII, ou seja, após</p><p>as Grandes Navegações da segunda metade do século XV. Portanto, aqui não temos uma “causa”.</p><p>III – Lembre-se de que Portugal foi o primeiro Estado Moderno a surgiu na Europa, no ano de 1139 com a</p><p>dinastia de Borgonha, 1139-1385, por meio de uma aliança entre rei e a burguesia e a centralização do</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>Highlight</p><p>71</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>poder político. Assim, a existência de um Estado forte permitiu uma parceria entre poder político e</p><p>comerciantes para explorarem novas rotas comerciais. Além disso, quero que você guarde a importância</p><p>da Dinastia de Avis. Vamos lembrar um trecho da aula:</p><p>“Dom João de Avis e seus aliados venceram o rei de Castela e os setores internos da nobreza e, com isso,</p><p>iniciou-se a Dinastia de Avis (1385 -1580) – que só teve fim com o processo de União Ibérica (foi o momento</p><p>em que as coroas de Portugal e Espanha se unificaram). Esse período é marcado por:</p><p>• Subordinação</p><p>da nobreza feudal aos reis;</p><p>• Centralização do poder político da monarquia;</p><p>• Período de ampla expansão marítimo comercial. É nesse contexto que ocorre a “descoberta</p><p>do novo mundo”, ou – conforme o que falamos na introdução – o encontro com o Outro.</p><p>Veja que, já no século XIV, Portugal se transformou na Monarquia centralizada mais moderna da Europa</p><p>(no sentido histórico e conceitual da Modernidade – que já discutimos na aula anterior). Uma Monarquia</p><p>apoiada em um forte e dinâmico setor mercantil e financeiro, com um espírito empreendedor. Essa</p><p>arquitetura política foi decisiva para a organização das grandes navegações portuguesas.”</p><p>Diante disso, o que se afirma no item III é “causa” para as grandes navegações portuguesas.</p><p>Atenção: não seja bisonho!!! Repare que os itens I e III estão corretos e o II está errado. Com isso, já seria</p><p>possível marcamos o gabarito e avançar, ganhar tempo em Matemática, por exemplo. Agora, como</p><p>estamos estudando, vamos ver os demais itens.</p><p>IV – de forma bem objetiva: dois erros nessa afirmação. 1 – não foram os Portugueses que descobriram as</p><p>minas de Potosí no Peru de antigamente (atualmente é uma região da Bolívia), mas os espanhóis. 2 – outra</p><p>coisa, isso foi uma consequência das grandes navegações e não causa.</p><p>V – e agora? Quem inventou a bússola? Vimos que para Gabaritar a questão, não precisaríamos saber essa</p><p>informação. Às vezes, a prova vai testar seu psicológico com esse tipo de pergunta. Mas não se abale!</p><p>Engatilhe seus conhecimentos e dê a volta por cima. Repare: de acordo com Aristóteles, a existência de</p><p>pedras com capacidade de atrair metais foi descoberta por Tales de Mileto, no século VII a. C. No século I,</p><p>os chineses inventaram a bússola, utilizando como matéria-prima uma colher que apontava para o Sul.</p><p>Novecentos anos mais tarde essa colher foi substituída por uma folha de ferro e foi chamada de peixe-que-</p><p>aponta-o-sul. Em 1302, o marinheiro italiano Flávio Gioia aperfeiçoou a bússola, colocando a agulha sobre</p><p>um cartão com o desenho de uma rosa-dos-ventos, o que facilitou a orientação. Por sinal, do italiano</p><p>“bussola” que significa “caixa pequena”. Foi em 1417 que intelectuais pertencentes à Escola de Sagres</p><p>(agora sim, portuguesa), pioneira na tecnologia marítima, desenvolveram o modelo de bússola que</p><p>conhecemos hoje: protegida por uma tampa de vidro que impedia a interferência de outros metais. Ou</p><p>seja, não dá para atribuir a invenção aos portugueses, foi uma soma de conhecimentos.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx 2016)</p><p>Em 1578, dom Sebastião, rei de Portugal, morre na batalha de Alcácer-Quibir. Sem descendentes, o trono</p><p>foi entregue a seu tio dom Henrique, que viria a falecer dois anos depois, sem deixar herdeiro. Depois de</p><p>acirrada disputa, a Coroa portuguesa acabou nas mãos de Filipe II, rei espanhol, dando início à chamada</p><p>União Ibérica. Com esta união, um tradicional inimigo da Espanha torna-se inimigo de Portugal. Das opções</p><p>abaixo, assinale aquele que se tornou inimigo de Portugal.</p><p>a) Holanda</p><p>b) Alemanha</p><p>c) Itália</p><p>72</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>d) Inglaterra</p><p>e) EUA</p><p>Comentários</p><p>Complicada essa história de arranjar inimigos por “arrastamento”, não? Pois é, mas na época de dos reis e</p><p>das monarquias os conflitos militares apareciam, em boa parte, por conta das relações familiares. Não por</p><p>menos, o “casamento” era uma arma diplomática. Bem, e nesse caso, o que ocorreu? Vamos descartar as</p><p>alternativas que passam longe do gabarito: Alemanha, Itália e EUA. Este último principalmente, pois ainda</p><p>não existia. Itália e Alemanha estavam distantes do centro de poder Península Ibérica e não havia disputa</p><p>comercial e econômica com essas nações. Restaram Holanda e Inglaterra.</p><p>Bem, a Espanha tinha uma desavença com os holandeses por conta dos territórios dos Países Baixos,</p><p>situação que levou à Guerra dos 80 anos. A Inglaterra entrou nessa briga ao lado dos holandeses, ou seja,</p><p>tornou-se uma inimiga indireta da União Ibérica. Por isso, o Gabarito é Holanda.</p><p>Gabarito: A</p><p>(EsPCEx 2016 / adaptada)</p><p>As relações entre a metrópole e a colônia foram regidas pelo chamado pacto colonial, sendo este aspecto</p><p>uma das principais características do estabelecimento de um sistema de exploração mercantil</p><p>implementado pelas nações europeias com relação à América. Com relação ao pacto colonial:</p><p>a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados.</p><p>b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à subsistência da colônia.</p><p>c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole não tivesse condições de produzir.</p><p>d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse às necessidades da metrópole.</p><p>e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados pela colônia, desde de que a matéria – prima</p><p>fosse adquirida da metrópole.</p><p>Comentários</p><p>a) falso, pois as colônias tinham que comprar produtos das metrópoles.</p><p>b) errado, pois os produtos eram utilizados para o comercio com o objetivo de gerar caixa para as</p><p>monarquias, as metrópoles.</p><p>c) Perfeito. Os reinos europeus que dominaram territórios e os transformaram em colônias tinham um</p><p>mercado cativo e um baratíssimo fornecedor de matérias-primas e de produtos tropicais (sucesso na</p><p>Europa). Vendiam tudo muito mais caro para suas colônias que, por sua vez, não podiam fazer comércio se</p><p>não com suas metrópoles. Isso gerava enorme superávit para metrópole. Conhecemos essa relação de</p><p>comércio exclusivo entre colônia e metrópole pelo termo exclusivo metropolitano ou pacto colonial.</p><p>d) errado, pois essa sistemática fugia à lógica do pacto colonial.</p><p>e) essa não era uma exigência, até porque impraticável, já que a matéria-prima saia das colônias.</p><p>Gabarito: C</p><p>(EsPCEx 2015)</p><p>Leia as afirmações abaixo referentes à colonização das Américas e assinale a única alternativa correta.</p><p>I – Os primeiros colonos tinham diversas origens e condições sociais: degredados, mulheres para serem</p><p>leiloadas como esposas, órfãos, camponeses sem terra, grupos religiosos fugidos da perseguição de que</p><p>eram vítimas na Europa.</p><p>II – O modelo de colonização consistia em conceder a um colono o direito de escravizar certo número de</p><p>indígenas para fazê-los trabalhar na exploração de ouro, na agricultura ou em serviços domésticos.</p><p>73</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>III – Houve preferência, desde cedo, à produção agrícola de larga aceitação na Europa, como o fumo, o</p><p>algodão e o anil, em grandes propriedades monocultoras e com utilização de mão de obra escrava.</p><p>IV – Era ideia entre boa parte dos colonos a visão de Calvino, para quem o ócio é pecado e enriquecer</p><p>trabalhando é indício de que o indivíduo seria salvo.</p><p>V – Nos primeiros contatos, os astecas pensaram que os colonizadores eram deuses e os presentearam com</p><p>ouro.</p><p>VI – Os colonos viam o trabalho como coisa para etnias consideradas inferiores.</p><p>Pode-se afirmar que</p><p>a) I, III e V referem-se à colonização inglesa na América do Norte.</p><p>b) II caracteriza a colonização portuguesa na América do Sul e as de números IV e VI, a colonização inglesa</p><p>na América do Norte.</p><p>c) I caracteriza a diversidade de colonos que chegaram às 13 Colônias após o desembarque do navio</p><p>Mayflower; a de número III, a colonização portuguesa no extremo sul do Brasil; e a de número V descreve</p><p>a forma como foram recebidos os colonizadores espanhóis ao chegar ao Peru.</p><p>d) II foi adotada pelos espanhóis nas Américas; a de número III era uma forma comum de produção nas</p><p>colônias do Sul dos Estados Unidos; e a de número VI era a visão de boa parte dos colonizadores que</p><p>chegaram ao Brasil a partir do Século XVI.</p><p>e) I descreve claramente a variedade de colonos portugueses que aportaram no Brasil; a de número IV era</p><p>a visão da maior parte dos colonizadores espanhóis nas Américas; e a de número V caracteriza a forma</p><p>como foram recebidos os ingleses nas Antilhas.</p><p>Comentários</p><p>A questão remete às diversas manifestações e formas de colonização que</p><p>ocorreram na América entre os</p><p>séculos XVI e XIX. É top e uma das mais árduas! A base da sua preparação tem que ser esse tipo de questão,</p><p>questão 2015.</p><p>Vamos analisar cada item e verificar a qual colonização ele se refere:</p><p>I – Colonização inglesa.</p><p>II- Colonização espanhola.Descreve hacienda, encomienda e mita, porém é preciso um alerta: aqui o</p><p>examinador utilizou o conceito de “escravidão” para se referir ao trabalho compulsório na exploração das</p><p>riquezas dos indígenas pelos colonos europeus. Contudo, o mais correto é não considerar o trabalho</p><p>compulsório dos indígenas como escravidão, pois os sistema de conomienda e de mita possuia um formato</p><p>diferenciado da escravidão dos africanos e afrodescendentes. Um diferença importante é que, nos sitema</p><p>de encomienda e mita, o indígena não é propriedade de um colonizador, embora o trabalho seja</p><p>compulsório (forçado). Já a escravidão tem como princiapal característica a posse (proriedade) de uma</p><p>dominador sobre outra pessoa, o escravizado.</p><p>III – Colonização Inglesa, no Sul.</p><p>IV – Colonização Inglesa, no Norte.</p><p>V – Colonização espanhola.</p><p>VI – Colonização espanhola e portuguesa.</p><p>Agora, com essas definições, podemos analisar cada alternativa</p><p>a) errado, pois o contato com os astecas ocorreu por meio da colonização espanhola, na parte conhecida</p><p>como América Espanhola, sem relação com a colonização inglesa na América do Norte</p><p>b) falso, pois a assertiva II, “O modelo de colonização consistia em conceder a um colono o direito de</p><p>escravizar certo número de indígenas para fazê-los trabalhar na exploração de ouro, na agricultura ou em</p><p>serviços domésticos”, diz respeito à colonização espanhola na América.</p><p>74</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>c) a primeira parte está correta, sobre o iten I; o item V está equivocado porque os Astecas são do México;</p><p>o seguinte trecho da assertiva III, “houve preferência, desde cedo, à produção agrícola de larga aceitação</p><p>na Europa, como o fumo, o algodão e o anil, em grandes propriedades monocultoras e com utilização de</p><p>mão de obra escrava”, faz referência à colonização inglesa no Sul dos EUA e não à colonização do Brasil.</p><p>d) é o nosso Gabarito.</p><p>e) todas as relações sugeridas estão erradas. O item I faz referências aos colonos que chegaram na região</p><p>das 13 colônias na América do Norte e não no Brasil; IV não está relacionado aos colonizadores espanhóis,</p><p>mas aos europeus da religião calvinista (protestante) que chegaram na América do Norte, os espanhóis</p><p>eram cristãos; o contato com os astecas foi com os espanhóis e não com os ingleses.</p><p>Gabarito: D (melhor gabarito, mas caberia recurso)</p><p>(EsPCEx 2015)</p><p>As viagens mercantis e os descobrimentos de rotas marítimas e de terras além-mar ocorridas no que</p><p>conhecemos por expansão europeia, mudou o mundo conhecido até então.</p><p>Foram etapas na conquista dos novos caminhos, rotas e descobrimentos os seguintes eventos:</p><p>1. Bartolomeu Dias atingiu a extremidade sul do continente africano, nomeando-a de Cabo das Tormentas.</p><p>2. Fernão de Magalhães, português, deu início à primeira viagem ao redor da Terra.</p><p>3. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.</p><p>4. Conquista de Ceuta pelos portugueses.</p><p>5. Cristóvão Colombo descobriu o que julgou ser o caminho para as Índias, mas na verdade havia aportado</p><p>em terras desconhecidas.</p><p>A sequência cronológica correta dos fatos listados é</p><p>a) 1, 2, 3, 4 e 5.</p><p>b) 3, 5, 4, 1 e 2.</p><p>c) 5, 2, 1, 4 e 3.</p><p>d) 2, 4, 1, 5 e 3.</p><p>e) 4, 1, 5, 3 e 2.</p><p>Comentários</p><p>A questão remete às Grandes Navegações que ocorreram nos séculos XV e XVI e é do tipo “decoreba”.</p><p>Vamos lembrar de um esquema da aula e acrescentar mais algumas informações:</p><p>75</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>- Tomada de Ceuta, em 1415.</p><p>- Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança em 1488.</p><p>- Colombo chegou na América em 1492. Em 1492 os reis espanhóis cederam 3 caravelas para Colombo. Em</p><p>12 de Outubro daquele ano, Colombo chegou às ilhas das Bahamas e acreditou que era as Índias. Passou</p><p>por Cuba, República Dominicana e Haiti. Morreu achando isso. A circum-navegação foi completada entre</p><p>1519 e 1522 por Fernão de Magalhães e Sebastião d’el Cano.</p><p>- Cabral chegou ao Brasil em 1500. Sem muitos comentários, essa data aprendemos desde que nos</p><p>entendemos por brasileiros.</p><p>Para fechar, vamos reforçar o mapa:</p><p>76</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx 2012)</p><p>As Grandes Navegações iniciaram transformações significativas no cenário mundial.</p><p>Leia atentamente os itens abaixo:</p><p>I. O Oceano Atlântico passou a ser mais importante que o Mar Mediterrâneo;</p><p>II. A peste negra, com a qual os europeus se contaminaram, era até então desconhecida na Europa;</p><p>III. Houve a ascensão econômica das cidades italianas e o declínio das cidades banhadas pelo Mar do Norte;</p><p>IV. Os europeus ergueram vastos impérios coloniais e se apropriaram da riqueza dos povos africanos,</p><p>asiáticos e americanos;</p><p>V. A propagação da fé cristã.</p><p>Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas desse período.</p><p>a) I, III e V</p><p>b) II, III e V</p><p>c) I, IV e V</p><p>d) II, III e IV</p><p>e) I, II e IV</p><p>Comentários</p><p>A expressão “grandes navegações” se refere ao movimento iniciado por Portugal e seguido por outros</p><p>países da Europa Ocidental. Trata-se de um evento do século XV. Pretendia obter um novo caminho para</p><p>as Índias, mas acabou por criar novas rotas de comércio e estabelecer novas áreas de exploração na África</p><p>e América (item III). Nesse sentido, o Atlântico superou o Mediterrâneo em importância, promovendo o</p><p>declínio das cidades italianas (item I). Juntamente, a fé católica foi levada para os povos originários, os</p><p>77</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>índios. O objetivo da Igreja Católica, diferentemente da relação com os mulçumanos e das religiões</p><p>africanas, era converter os índios, considerados seres “puros” (item V).</p><p>II – a peste é do século XIV.</p><p>III – falso, pois as Grandes Navegações foram atividades comerciais que não previam o estabelecimento de</p><p>negócios nas cidades italianas. A Península Itálica, do ponto de vista do comércio, foi um centro comercial</p><p>até a tomada de Constantinopla em 1453.</p><p>Gabarito: C</p><p>(EsPCEx 2011)</p><p>“Se por um lado o mundo medieval se encerrou em meio à crise, por outro, com o início da expansão</p><p>marítima e o declínio do feudalismo, afirmou-se uma nova tendência: o capitalismo comercial.”</p><p>(VICENTINO, 2007)</p><p>Sobre capitalismo comercial, tendência econômica adotada por alguns Estados Nacionais Europeus da</p><p>Idade Moderna, pode-se afirmar que</p><p>a) provocou o êxodo urbano, especialmente na Inglaterra.</p><p>b) subordinou, definitivamente, a economia urbana aos interesses agrários.</p><p>c) forçou o surgimento de legislação destinada a organizar e proteger o trabalhador rural.</p><p>d) monopolizou, já no século XV, nas mãos de empresários, as atividades produtivas urbanas, fazendo</p><p>desaparecer o artesanato, praticado em oficinas.</p><p>e) evoluiu para uma crescente separação entre capital e trabalho.</p><p>Comentários</p><p>a) falso, pois o comércio passou a ser uma atividade essencialmente urbana. Então, não houve o êxodo</p><p>urbano. As cidades passaram a atrair pessoas.</p><p>b) não, passou a existir uma rivalidade entre interesses agrários e interesses comerciais, a ponto de os</p><p>comerciantes influenciarem decisões políticas e econômicas em “pé de igualdade” com os proprietários de</p><p>terra.</p><p>c) falso, do ponto de vista histórico, estamos longe de quaisquer direitos sociais aos camponeses ou</p><p>trabalhadores rurais. Só no século XX.</p><p>d) no século XV as corporações de ofício não somem, pelo contrário elas são profissionalizadas e se</p><p>ampliam. Apenas mais adiante, com as primeiras fábricas, com as novas tecnologias – principalmente com</p><p>a produção têxtil - é que o ofício do artesão irá diminuir.</p><p>e) certo. Atenção: assertiva difícil, pois demanda</p><p>um conhecimento histórico mais profundo. O que é a</p><p>separação entre capital e trabalho? É quando o trabalhador, a pessoa/indivíduo que está na linha de</p><p>produção não mais controla o seu trabalho. Explico: o artesão controlava sua matéria prima, suas técnicas,</p><p>o trabalho em si, o resultado do seu trabalho, o seu lucro, suas finanças, ou seja, era dono de seu negócio.</p><p>Conforme a sociedade moderna foi caminhando para a Revolução Industrial, a figura do trabalha</p><p>assalariado, portanto, do trabalhador contratado passou a dominar em detrimento das corporações de</p><p>ofício do artesão. Nesse novo contexto, mais proletário, o indivíduo que era dono do seu negócio, de seu</p><p>capital e de seu trabalho, não é mais. Assim, durante a época moderna, para muitos historiadores, na época</p><p>do “capitalismo comercial”, o Estado deu grande impulso para essa separação - ou perda de controle pleno</p><p>de seu trabalho -, pois contou com o apoio da burguesia mercantil. Ambos, Estado e burguesia mercantil</p><p>se fortaleceram e transformaram a sociedade rumo ao processo de industrialização. Apenas no final desse</p><p>período, no século XVIII, com a Revolução Industrial, podemos considerar que houve a separação definitiva</p><p>entre capital e trabalho, pois as figuras sociais do “patrão” (o dono do capital) e do “trabalhador” (apenas</p><p>78</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>do no de seu trabalho, mas sem grandes controles sobre o resultado, o lucro, já que a produção não</p><p>pertence a ele).</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx 2011)</p><p>As grandes navegações produziram o expansionismo do século XV e contribuíram para acelerar a transição</p><p>do feudalismo/capitalismo.</p><p>Provocaram mudanças no comércio europeu, tais como:</p><p>a) deslocamento do eixo econômico do Atlântico para o Pacífico; ascensão econômica das repúblicas</p><p>italianas paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas; acúmulo de capitais nas mãos da</p><p>realeza.</p><p>b) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos italianos; declínio econômico das</p><p>potências mercantis atlânticas; intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa.</p><p>c) empobrecimento da burguesia europeia; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o</p><p>Atlântico; ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio das potências mercantis</p><p>atlânticas.</p><p>d) intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa, o que determinou a chamada “revolução</p><p>dos preços do Século XVI”; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; acúmulo</p><p>de capitais nas mãos da burguesia europeia, em consequência da abundância de metais que afluiu para a</p><p>Europa.</p><p>e) ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio econômico de países como</p><p>Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda; incorporação das áreas do continente americano e do litoral</p><p>africano às rotas já tradicionais de comércio Europa – Ásia; acumulação de capitais nas mãos da nobreza e</p><p>realeza europeias.</p><p>Comentários</p><p>Boa questão para treinarmos a identificação de erros em meio a afirmações verdadeira. É como se</p><p>tivéssemos que desarmar minas.</p><p>a) a única afirmação correta é o acúmulo de capitais (dinheiro, riqueza) nas mãos da realeza, pois foi da</p><p>natureza da exploração colonial o enriquecimento das monarquias, das metrópoles. Já o deslocamento de</p><p>eixo comercial não ocorreu, o Atlântico passou a ser a grande novidade em termos de rotas comerciais. O</p><p>novo mundo estava sendo descoberto. Da mesma forma, as potências mercantis do atlântico, Espanha,</p><p>Portugal, Inglaterra, estavam em crescimento econômico.</p><p>b) de fato, os italianos perderam espaço, mas a bomba é que está errado afirmar que a potências mercantis</p><p>do atlântico entraram em declínio. Por sinal, se essa informação estivesse correta, não faria sentido o que</p><p>se afirma em seguida “intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa”, informação correta</p><p>essa última.</p><p>c) a burguesia europeia não empobreceu, pelo contrário começou a ficar cada vez mais rica. Agora sim,</p><p>sobre o deslocamento do eixo econômico a informação está correta: do Mediterrâneo para o Atlântico.</p><p>Também está errado afirmar que as repúblicas italianas estavam em ascensão econômica.</p><p>d) Opa, tudo certo por aqui, caminho seguro.</p><p>e) já está errada a afirmação sobre a ascensão das repúblicas italianas. Sobre as demais afirmações, a</p><p>segunda está certa e a terceira também. Veja, se as coroas, as realezas, enriqueciam com a exploração de</p><p>riquezas das colônias, a nobreza (setor que se sustentava a partir da corte) também aproveitava a situação.</p><p>Logo, é correto dizer que a nobreza se beneficiou da exploração comercial.</p><p>Gabarito: D</p><p>79</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx 2011)</p><p>Durante o mercantilismo, todos os produtos que chegavam à colônia ou saíam dela tinham que passar pela</p><p>metrópole, caracterizando assim</p><p>a) o pacto colonial.</p><p>b) os Atos de Navegação.</p><p>c) a corveia.</p><p>d) o liberalismo econômico.</p><p>e) a balança comercial favorável.</p><p>Comentários</p><p>Questão direto ao ponto, conceitual. Segundo o professor Fernando Novais , o sistema de exploração</p><p>colonial foi uma peça fundamental do Mercantilismo. Os reinos europeus que dominaram territórios e os</p><p>transformaram em colônias tinham um mercado cativo e um baratíssimo fornecedor de matérias-primas e</p><p>de produtos tropicais (sucesso na Europa). Vendiam tudo muito mais caro para suas colônias que, por sua</p><p>vez, não podiam fazer comércio se não com suas metrópoles. Isso gerava enorme superávit para</p><p>metrópole. Conhecemos essa relação de comércio exclusivo entre colônia e metrópole pelo termo</p><p>exclusivo metropolitano ou pacto colonial.</p><p>b) os Atos de Navegação foram uma série de leis aprovadas em 1651, na Inglaterra, que tornavam o uso de</p><p>navios estrangeiros (qualquer um que possuísse bandeira diferente da Inglesa) proibido para todo o</p><p>comércio entre o Reino Unido e suas colônias pelo mundo.</p><p>c) a corveia foi uma forma de impostos cobrado aos servos durante o feudalismo.</p><p>d) o liberalismo econômico é um pensamento político-filosófico e uma prática elaborados a partir do século</p><p>XVIII, quando as ideias de liberdade e de combate às arbitrariedades do Estado absolutista ganharam força.</p><p>A reflexão inicial era permitir que as forças do Estado não intervissem nas práticas comerciais, algo</p><p>característico da fase mercantilista. Após a Revolução Industrial essa perspectiva liberal irá ganhar força.</p><p>e) balança comercial favorável pode ser considerado um dos aspectos do mercantilismo, seja porque as</p><p>medidas protecionistas fortaleciam as receitas internas, seja porque a entrada de riquezas das colônias nas</p><p>metrópoles favorecia positivamente o orçamento de um Estado europeu. Contudo, não é uma</p><p>característica essencial da relação mercantil conhecida como pacto colonial.</p><p>Gabarito: A</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Durante a colonização inglesa na América, as colônias do norte tiveram uma flexibilização política ao</p><p>monopólio, pois, durante algum tempo, permitiram o comércio entre as colônias e com as Antilhas</p><p>francesas e espanholas, além de a metrópole não reprimir o contrabando. Tal fato sucedeu-se devido a</p><p>estas colônias</p><p>a) terem como características o trabalho livre e a grande propriedade.</p><p>b) estarem localizadas em área de clima temperado, que não favorecia o cultivo da cana-de-açúcar, tabaco</p><p>e algodão, por isto não produziam produtos tropicais que interessavam à Inglaterra.</p><p>c) terem sido formadas por pessoas da nobreza parasitária, que desejavam manter o “status quo”.</p><p>d) serem de origem holandesa, colônia fundada por Giovanni Caboto, italiano radicado em Amsterdã.</p><p>e) estarem numa posição geográfica próxima às Antilhas; além disso, a Inglaterra encontrava-se em guerra</p><p>com a França e por isso sofriam com a escassez de mão de obra especializada.</p><p>Comentários</p><p>a) de fato, nas colônias do Norte o trabalho livre predominou, mas não em grandes propriedades, em</p><p>pequenas.</p><p>80</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>b) Devido às características descritas nesta alternativa, as colônias do norte foram governadas em um</p><p>regime chamado “negligência salutar”, em que a flexibilidade da metrópole permitia o desenvolvimento</p><p>dessas colônias e, consequentemente, dava vantagens à Inglaterra. Assim, as colônias do norte foram</p><p>beneficiadas com a política de “negligência salutar”, desenvolvendo-se de forma mais autônoma. Ou seja,</p><p>não havia interesse econômico imediato para a Inglaterra.</p><p>c) falso, pois, dificilmente, a nobreza se aventurava a assumir a linha de frente da exploração das colônias.</p><p>Isso ficava a cargo dos comerciantes e de funcionários do rei. Agora, no caso específico das colônias inglesas</p><p>do Norte, na verdade nordeste, as quais são referidas no enunciado, a maioria dos colonos eram pessoas</p><p>religiosas, perseguidas na Inglaterra. Os refugiados religiosos, que se concentraram ao Nordeste do</p><p>território norte-americano, como na cidade de Plymouth, fundada pelos puritanos, possuíam certa</p><p>autonomia. Assim como Plymouth, localizada na colônia de Massachusetts, outras também possuíam mais</p><p>autonomia política. Essas regiões eram pobres e com baixo investimento agrícola, muito embora, os</p><p>colonos atuassem no comércio marítimo. Aqui, predominou o trabalho da Companhia de Plymouth. Sob</p><p>essa condição, o comércio com as Antilhas foi aprimorado.</p><p>d) essa alternativa é tipo “exame psicotécnico”, pois o enunciado deixa claro que se tratavam das colônias</p><p>britânicas na América do Norte, assim, os colonos que fundaram diversas cidades e vilas eram ingleses.</p><p>e) falso, pois, geograficamente estavam distantes.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Um conjunto de forças e motivos econômicos, políticos e culturais impulsionou a expansão comercial e</p><p>marítima europeia a partir do século XV, o que resultou, entre outras coisas, no domínio da África, da Ásia</p><p>e da América. (Extraído SILVA, 1996)</p><p>O fato que marcou o início da expansão marítima portuguesa foi o (a)</p><p>a) contorno do Cabo da Boa Esperança em 1488.</p><p>b) conquista de Ceuta em 1415.</p><p>c) chegada em Calicute, Índia, em 1498.</p><p>d) ascensão ao trono português de uma nova dinastia, a de Avis, em 1385.</p><p>e) descobrimento do Brasil em 1500.</p><p>Comentários</p><p>81</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>A questão exige um conhecimento factual, mas é polêmica. O início das Grandes Navegações, em busca de</p><p>rotas comerciais, começou pelos pontos mais próximos à Península Ibérica, no caso, as regiões da África.</p><p>Dessa forma, já podemos descartar a alternativa E e C. A alternativa A está errada porque antes de chegar</p><p>ao extremo Sul da África, Cabo da Boa Esperança, outros pontos foram conquistados.</p><p>Já a D tem certo sentido porque Dom João de Avis e seus aliados venceram o rei de Castela e os setores</p><p>internos da nobreza e, com isso, iniciou-se a Dinastia de Avis (1385 -1580) – que só teve fim com o processo</p><p>de União Ibérica (foi o momento em que as coroas de Portugal e Espanha se unificaram). Esse período é</p><p>marcado por:</p><p>• Subordinação da nobreza feudal aos reis;</p><p>• Centralização do poder político da monarquia;</p><p>• Período de ampla expansão marítimo comercial. É nesse contexto que ocorre a “descoberta</p><p>do novo mundo”, ou – conforme o que falamos na introdução – o encontro com o Outro.</p><p>Agora, como a questão pede um “fato” e não um processo histórico caberia uma boa suspeita sobre a</p><p>alternativa D. Diferentemente da alternativa B, que crava um fato que marca a primeira ação ultramarina</p><p>dos portugueses, em 1415. Por isso, vamos ficar com a B. OK?</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Uma das práticas mercantilistas europeias implicava na proibição de se exportar certas matérias- primas</p><p>que poderiam favorecer o crescimento industrial em outros países, a fim de evitar possíveis concorrências.</p><p>Tal prática ficou conhecida por</p><p>a) balança comercial favorável.</p><p>b) intervencionismo estatal.</p><p>c) metalismo.</p><p>d) colbertismo.</p><p>e) protecionismo.</p><p>Comentários</p><p>O mercantilismo constituiu-se como um conjunto de práticas que visavam obter e reter metais preciosos,</p><p>entendidos como a base da riqueza de uma nação. Segundo a ideia do “mercado inelástico”, segundo a</p><p>qual a quantidade de metais no mundo era fixa, acreditava-se que, para uma nação enriquecer outra teria</p><p>que empobrecer, aumentando a rivalidade entre as nações. O protecionismo visava garantir o controle</p><p>sobre mercados e atividades econômicas lucrativas. A ideia de protecionismo vem de “proteção”. Por isso,</p><p>a alternativa E é o nosso Gabarito.</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx 2010)</p><p>Leia atentamente os itens abaixo.</p><p>I. O grande motivo da ida de ingleses para a América do Norte foram as perseguições religiosas e políticas.</p><p>II. Ao contrário do que ocorreu na América espanhola e na América portuguesa, a Coroa inglesa foi a grande</p><p>articuladora da colonização na América do Norte.</p><p>III. Ao longo do Século XVI, os franceses estiveram na América, mas não como uma atitude sistemática e</p><p>coerente da Coroa. Eram, na maioria das vezes, os corsários e uns poucos indivíduos que atuavam.</p><p>82</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>IV. A mita era um sistema de divisão da produção agrícola entre os donos das “haciendas” (fazendas) e os</p><p>“miteiros” (arrendatários), adotado pelos espanhóis para colonizar a América.</p><p>V. Para operar seu imenso comércio mundial, os holandeses criaram grandes empresas mercantis e de</p><p>navegação, como a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.</p><p>Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas da Colonização</p><p>Europeia na América.</p><p>a) I, II e III</p><p>b) I, III e V</p><p>c) II, IV e V</p><p>d) II, III e IV</p><p>e) I, III e IV</p><p>Comentários</p><p>Os primeiros grupos de ingleses se deslocaram para as colônias do sul, de exploração, porém a maioria</p><p>daqueles que colonizaram a América fugiram da Inglaterra devido à Revolução Puritana e à perseguição</p><p>religiosa. Estes se instalaram nas colônias do nordeste do território. Nesse sentido, o item I está correto.</p><p>Em contraste com o primeiro item, o II está errado, pois se as pessoas foram para a América para fugir da</p><p>perseguição religiosa, a qual era respaldada pela Coroa, não seria a monarquia a responsável por articular</p><p>o povoamento. Além disso, no século XVII a Inglaterra passava por disputas internas que não a permitiram</p><p>direcionar esforços para a exploração do novo mundo. Veja, ficamos entre a B e a E.</p><p>O processo de colonização francesa na América se desenvolveu efetivamente no século XVII,</p><p>principalmente durante a regência de Richelieu. Antes disso, os corsários (piratas) franceses agiam como</p><p>mercenários e saqueavam os empreendimentos alheios. Item III correto.</p><p>A mita foi uma forma de trabalho, que representou o grande processo de exploração de povos indígenas,</p><p>principalmente nas regiões mineradoras da América Espanhola. Por isso, não foi na atividade agrícola. A</p><p>mita passou a ser um trabalho compulsório nas minas de ouro e prata. Na produção agrícola, predominou</p><p>a forma de exploração do trabalho chamada ENCOMIENDA. A coroa, por meio dos administradores dos</p><p>Vice-reinados distribuíam as haciendas – ou estâncias (grandes propriedades rurais) – aos espanhóis. Estes</p><p>recebiam o direito de explorar o trabalho indígena em troca de catequizá-los, por isso eram chamados de</p><p>encomienderos – porque encomendava aos índios à salvação de suas almas por meio da cristianização. A</p><p>encomenda constitui-se como uma dupla agressão: primeiro por impor um trabalho compulsório na terra</p><p>e depois porque era uma forma de imposição cultural religiosa. Diante disso, o item IV está errado.</p><p>V – Correto. Empresários holandeses fundaram duas grandes empresas de navegação e comércio, uma</p><p>para a América e outra preocupada com o comércio oriental. Lembre-se de que os holandeses ocuparam</p><p>o território brasileiro durante o século XVII e colonizaram ilhas na</p><p>América central.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx/2007/4000000513)</p><p>Quanto à colonização realizada nos Estados Unidos da América do Norte, ela foi dividida em colônias do</p><p>norte e do sul. Predominantemente nas colônias do norte, essa ocupação se diferenciou da ocorrida no sul,</p><p>onde o clima favorecia a cultura de produtos tropicais de grande valor na Europa, como o tabaco e o</p><p>algodão.</p><p>A colonização, no norte, foi realizada predominantemente por</p><p>a) franceses.</p><p>b) ingleses.</p><p>c) portugueses</p><p>d) espanhóis.</p><p>e) holandeses.</p><p>83</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Comentários</p><p>A colonização da América do Norte pelos europeus teve suas primeiras tentativas ainda no século XVI, mas</p><p>fracassaram. Somente a partir do século XVII foi que a região se tornou um destino mais frequente para</p><p>colonos europeus, sistematizando sua ocupação. Então, ali foram fundadas as chamadas Treze Colônias,</p><p>que mais tarde, no século XVIII, dariam origem aos Estados Unidos da América, ao conquistar sua</p><p>independência. Ainda assim, como destacou o enunciado, as Treze Colônias podem ser classificadas em</p><p>dois tipos distintos de colonização. Aquelas mais ao norte foram fundadas de forma mais autônoma em</p><p>relação à metrópole e se caracterizaram pela predominância de pequenas e médias propriedades rurais,</p><p>comércio, manufatura e trabalho livre. Por seu turno, as colônias mais a sul estavam mais vinculadas ao</p><p>controle metropolitano e lá predominava uma economia rural, agroexportadora e com uso de escravizados</p><p>importados da África. Agora que lembramos algumas características importantes da colonização da</p><p>América do Norte, vejamos qual povo europeu se destacou nesse processo:</p><p>a) Incorreta. Os franceses realmente chegaram a estabelecer algumas colônias no América do Norte, ainda</p><p>no século XVI, onde hoje está localizado o Canadá. Porém, eles não eram os colonos predominantes na</p><p>região, isto é, aqueles mais presentes.</p><p>b) Correta! Os ingleses foram os que colonizaram a maior parte da América do Norte, tanto as colônias no</p><p>norte quanto no sul da região, sobretudo a partir do século XVII. Neste contexto, a Inglaterra passava por</p><p>grandes turbulências sociais e políticas, como a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa. Vale destacar</p><p>também a perseguição religiosa perpetrada tanto pela Dinastia Stuart quanto por Oliver Cromwell, que</p><p>provocou a fuga de muitos protestantes dissidentes para a América. Ainda, os cercamentos das terras</p><p>comunais intensificavam a concentração de terras e muitos camponeses despossuídos viram como</p><p>alternativa migrar para as colônias britânicas para tentar uma nova vida. Já no século XVIII, apesar dos</p><p>conflitos religiosos e políticos terem se amenizado, a Revolução Industrial e o desenvolvimento capitalista</p><p>agravaram a desigualdade social, o que continuou incentivando muitos ingleses pobres a migrar para a</p><p>América do Norte.</p><p>c) Incorreta. Os portugueses foram responsáveis pela colonização das terras do atual Brasil, na América do</p><p>Sul, a partir de 1500.</p><p>d) Incorreta. A colonização espanhola na América teve início no final do século XV, porém se concentrou</p><p>em regiões ao sul dos atuais Estados Unidos, na América Central e América do Sul. Vale destacar que</p><p>teoricamente, a América do Norte pertencia a Espanha, segundo o Tratado de Tordesilhas (1494). Porém,</p><p>o tratado fora firmado apenas entre Portugal e Espanha. As demais nações europeias o ignoravam. Assim,</p><p>até o século XVII, os espanhóis até tinham algumas colônias no sul dos Estados Unidos, mas como não</p><p>encontraram nada valioso nelas mantinham-se mais preocupados com seus domínios no México e no Peru,</p><p>nos quais haviam minas de ouro e prata. Por isso, não foi difícil para os ingleses irem gradativamente</p><p>tomando controle das terras norte-americanas, inclusive empreendendo uma guerra naval contra os</p><p>espanhóis, pagando até corsários para ataca-los.</p><p>e) Incorreta. De fato, os holandeses ocuparam a região de Nova York entre 1609 e 1674, quando ela foi</p><p>tomada pelos ingleses. Todavia, percebe-se que os holandeses não eram os colonos predominantes na</p><p>região, mas sim os britânicos.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx/2007/4000000521)</p><p>Na Europa do Século XV, Portugal destacou-se pelo pioneirismo com que se lançou à expansão marítimo-</p><p>comercial, dentre outras razões, em virtude da(o)</p><p>a) associação entre o Estado português e empresas privadas, formando a Companhia das Índias Ocidentais.</p><p>b) experiência náutica dos portugueses, fruto dos estudos e experiências acontecidas na Escola de Sagres.</p><p>84</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>c) apoio inglês que forneceu tripulação e navios para a empreitada lusitana.</p><p>d) associação com a Espanha, pois o rei espanhol também era rei de Portugal, no final do século XV.</p><p>e) necessidade da busca de ouro e metais preciosos para financiar as cruzadas.</p><p>Comentários</p><p>Atenção ao período e local abordados: século XV em Portugal. O tema são as grandes navegações</p><p>europeias, mais especificamente o pioneirismo português nesse processo. É importante lembrar que as</p><p>explorações marítimas europeias foram motivadas pela busca de novas rotas comerciais e mercados. Isso</p><p>porque desde meados da Idade Média, a Europa vivenciava o renascimento comercial e urbano, que</p><p>deslocava o eixo econômico do continente do campo para a cidade, isto é, da agricultura para o comércio.</p><p>Um dos fatores vitais para a expansão comercial dos reinos europeus era o contato com o Oriente,</p><p>desencadeado pelas Cruzadas. No entanto, esse contato e comércio era realizado predominantemente</p><p>pelo mar Mediterrâneo, disputados por italianos, bizantinos e muçulmanos. Sobrava pouco espaço para</p><p>outros europeus tentarem fazer seus negócios por ali. Assim, Portugal foi o primeiro a se lançar na busca</p><p>por novas rotas marítimas que podiam levar até o Oriente. Sua primeira posta foi na circunavegação da</p><p>África, iniciada em cerca de 1415 e completada em 1498. Sabendo desse contexto, vejamos em virtude de</p><p>que Portugal foi pioneiro dessa empreitada:</p><p>a) Incorreta. De fato, o pioneirismo português teve como um deus principais fatores a aliança estratégica</p><p>entre a burguesia mercantil e a Coroa portuguesa. Porém, essa aliança não deu origem a Companhia das</p><p>Índias Ocidentais (nome das companhias inglesa e holandesa), mas sim a outras quatro companhias</p><p>semelhantes: Companhia Geral do Comércio do Brasil, Companhia do Comércio do Maranhão, Companhia</p><p>Geral do Comércio do Grão-Pará e do Maranhão e Companhia Geral do Comércio de Pernambuco e</p><p>Paraíba. Vale destacar que nenhuma delas foi fundada no século XV, somente nos séculos XVII e XVIII.</p><p>b) Correta! A Escola de Sagres foi uma escola náutica criada a mando do príncipe português D. Henrique,</p><p>no Algarve, em Portugal, no século XV. O objetivo da instituição era a formação de navegadores à serviço</p><p>da Coroa portuguesa, oferecendo aulas e acervos relacionados à cartografia, geografia e astronomia. Foi</p><p>graças a esse acúmulo de conhecimento nessas áreas, que os portugueses puderam aperfeiçoar suas</p><p>embarcações e se aventurar no Atlântico antes de qualquer outra nação europeia.</p><p>c) Incorreta. No século XV, a Inglaterra ainda não era uma potência marítima. Inclusive, quando os</p><p>portugueses deram início às suas expedições marítimas na costa africana, os ingleses ainda estavam</p><p>ocupados na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) contra os franceses. O conflito deixou a Inglaterra em uma</p><p>situação econômica precária, além de uma crise política que desencadeou uma guerra civil interna logo</p><p>após a derrota para os franceses, a Guerra das Duas Rosas (1455-1487). A Inglaterra só daria os primeiros</p><p>passos no aperfeiçoamento de sua marinha durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603) e durante o</p><p>governo de Oliver Cromwell (1653-1658). Todavia, é apenas no século XVIII que a Inglaterra se torna uma</p><p>potência mundial e a marinha britânica vira a maior e mais poderosa do mundo.</p><p>d) Incorreta. Portugal e Espanha eram rivais desde o início das grandes navegações. Além</p><p>disso, a unificação</p><p>entre as Coroas portuguesas e espanholas, chamada de União Ibérica, só ocorreu entre 1580 e 1640, mais</p><p>de um século depois que os portugueses foram pioneiros na expansão marítima.</p><p>e) Incorreta. A última Cruzada ocorreu em 1270, no século XIII, muito antes de qualquer europeu ousar se</p><p>aventurar no Oceano Atlântico. Contudo, realmente, a busca por ouro e metais preciosos foi uma das</p><p>principais motivações para o início da expansão marítima europeia, pois a economia mercantilista em</p><p>desenvolvimento tinha como base da riqueza esses metais.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx/2007/4000000525)</p><p>85</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>No Século XV, as potências européias viram-se forçadas a buscar rotas marítimas para o Oriente, pois</p><p>a)os turcos otomanos passaram a controlar as terras a leste do Mediterrâneo.</p><p>b) o Tratado de Tordesilhas impedia a navegação portuguesa ao sul de Cabo Verde.</p><p>c) os ingleses impediam a passagem pelo estreito de Gibraltar.</p><p>d) as águas agitadas do Cabo da Boa Esperança impediam os navios de contornar a costa africana.</p><p>e) espanhóis e portugueses não se entendiam quanto à navegação no Mar Mediterrâneo.</p><p>Comentários</p><p>O enunciado nos informa claramente o tempo, o espaço e o tema da questão, que são: século XV, Europa</p><p>e expansão marítima europeia. Nesse sentido, é importante lembrar que no final da Idade Média, a Europa</p><p>vivenciava a crise do feudalismo, a revitalização das cidades, o renascimento cultural, a revolução científica</p><p>e seu eixo econômico se deslocava da agricultura para o comércio. Com as Cruzadas, os europeus</p><p>restabeleceram o contato comercial com o Oriente, de onde importavam produtos raros e tidos como</p><p>luxuosos na Europa. No entanto, uma série de fatores criou a necessidade de buscar por novas rotas até o</p><p>Oriente e até por novos territórios nos quais poderiam haver mercados ainda inexplorados. Os portugueses</p><p>foram pioneiros nessa empreitada, no início do século XV, ao se aventurarem na circunavegação do</p><p>continente africano para encontrar uma nova rota até a Índia. No final do mesmo século, os espanhóis</p><p>também apostariam na exploração do Oceano Atlântico, mas navegando rumo à oeste, crendo que</p><p>chegariam à Índia dando a volta ao mundo. Entretanto, encontraram a América, em 1492. Franceses,</p><p>holandeses e ingleses também se lançariam às grandes navegações a partir do século XVI. Agora que nos</p><p>familiarizamos com o contexto abordado, vejamos por que as potências europeias da época se viram</p><p>forçadas a buscar rotas marítimas para o Oriente:</p><p>a) Correta! Durante a Idade Média, o acesso e controle sobre as rotas pelas quais o comércio com o Oriente</p><p>era realizado estavam nas mãos de povos específicos, sobretudo os italianos, os bizantinos e os</p><p>muçulmanos. Dessa forma, os demais reinos europeus ficavam em desvantagem. A situação ficou ainda</p><p>mais desfavorável para as nações europeias quando, em 1453, os turco-otomanos conquistaram</p><p>Constantinopla, subjugando o Império Bizantino, cujas terras abrigavam alguns dos portos mais</p><p>importantes para o comércio marítimo no Mediterrâneo. Por isso, os europeus, um após o outro, deram</p><p>início a explorações marítimas para encontrar novas rotas para o Oriente.</p><p>b) Incorreta. O Tratado de Tordesilhas foi assinado entre Portugal e Espanha, em 1494. O acordo não</p><p>impedia os portugueses de navegar ao sul de Cabo Verde. Na verdade, este arquipélago servia para medir</p><p>a fronteira entre as possessões coloniais espanholas e portuguesas na América. Segundo o tratado, essa</p><p>fronteira seria determinada por uma linha vertical imaginária traça a 370 léguas a oeste de Cabo Verde.</p><p>Tudo a leste dessa linha era da Coroa portuguesa e tudo a oeste dela era da Espanha.</p><p>c) Incorreta. O Estreito de Gibraltar é a região marítima que separa a Península Ibérica, na Europa, da África.</p><p>O local é a porta de entrada para o Mar Mediterrâneo, para quem chega pelo oceano Atlântico. A Inglaterra</p><p>não controlava a região, mas sim Portugal e Espanha.</p><p>d) Incorreta. O Cabo da Boa Esperança fica na costa na extremidade sul da África. De fato, o mar naquela</p><p>região é bem agitado e dificultava bastante a navegação da época. No entanto, não impediu que os</p><p>portugueses conseguissem contornar a costa africana para chegar à Índia. O navegador português</p><p>Bartolomeu Dias foi o primeiro a contornar o cabo, em 1488. Dez anos depois, em 1498, o português Vasco</p><p>da Gama finalmente chegou à Índia.</p><p>e) Incorreta. Realmente, havia uma rivalidade entre espanhóis e portugueses desde a formação dos dois</p><p>reinos. No entanto, eles não eram o maior obstáculo um do outro para navegar no Mediterrâneo naquela</p><p>época, mas sim italianos bizantinos e, principalmente, os muçulmanos que dominavam várias rotas e portos</p><p>naquela região.</p><p>Gabarito: A</p><p>86</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/2006/4000000389)</p><p>"Sobre esses cordeiros dóceis [...] os espanhóis se arremessaram no mesmo instante em que os</p><p>conheceram; e como lobos, como leões e tigres [...] não fazem ali senão despedaçar, matar[...] destruir esse</p><p>povo por estranhas crueldades [...] de tal sorte que, de três milhões de almas que havia na Ilha Espanhola</p><p>e que nós vimos, não há hoje de seus habitantes naturais nem duzentas pessoas [...]. A causa, pela qual os</p><p>espanhóis destruíram tal infinidade de almas, foi unicamente não terem como último senão o ouro, para</p><p>enriquecer em pouco tempo ".</p><p>(LAS CASAS, Frei Bartolomeu de. O Paraíso Destruído. Porto Alegre: L&PM, 1984. p.27)</p><p>Diante da apresentação de dados, podemos afirmar que algumas vezes os espanhóis conseguiram subjugar</p><p>e aniquilar milhões de índios em função do (a):</p><p>a) emprego de animais selvagens contra povos dóceis e religiosos, que identificavam nos animais "deuses"</p><p>que não podiam ser combatidos.</p><p>b) enorme poder das armas de fogo; fator surpresa pelo emprego de cavalos, desconhecidos dos nativos;</p><p>e mitos religiosos que previam a volta de "deuses", identificado com os espanhóis.</p><p>c) misticismo religioso que existia entre os povos pré-colombianos e os proibia de reagir militarmente contra</p><p>qualquer ação bélica de além-mar.</p><p>d) poderio naval dos conquistadores que bombardeavam com seus navios fortificações dos povos</p><p>americanos.</p><p>e) aliança entre os conquistadores espanhóis e os povos de nações indígenas na selva amazônicas, inimigos</p><p>tradicionais dos habitantes do restante da América Espanhola.</p><p>Comentários</p><p>Antes de tudo, note que o tema da questão é a conquista da América pelos espanhóis, mais</p><p>especificamente da Ilha Hispaniola. Trata-se da ilha onde estão localizados os atuais Haiti e República</p><p>Dominicana, na América Central. Essa foi uma das primeiras ilhas às quais chegou Cristóvão Colombo à</p><p>serviço da Coroa espanhola, em 1492. É importante lembrar que as motivações que levavam os europeus</p><p>às explorações marítimas e colonização de novos continentes foram: a expansão comercial e a busca por</p><p>novos mercados; procura por metais preciosos, a base da riqueza na economia mercantilista; conversão de</p><p>novos fieis para o catolicismo, em vista das perdas geradas pelas reformas protestantes. À serviço das</p><p>Coroas ou não, a maioria dos exploradores e colonizadores estava em busca de grandes aventuras,</p><p>descobertas científicas ou enriquecimento fácil. Tendo em vista essas considerações, não é de se</p><p>surpreender que o contato entre espanhóis e indígenas tenha se desdobrado em violentos massacres. Com</p><p>isso em mente, vejamos em função de que os espanhóis conseguiram subjugar e aniquilar milhões de</p><p>indígenas:</p><p>a) Incorreta. Os espanhóis não utilizavam animais selvagens nas lutas contra os nativos, apenas aqueles por</p><p>eles domesticados, como os cavalos.</p><p>b) Correta! Quando chegaram na América, os espanhóis já utilizavam armas de fogo, corrente entre os</p><p>europeus desde pelo menos o século XIV. Enquanto isso, os indígenas usavam armas mais rudimentares,</p><p>como flechas, lanças, espadas, etc. O cavalo também era algo desconhecido pelos nativos e as primeiras</p><p>visões de homens montados nessas criaturas assustou muitos deles. Por fim, de fato, em algumas partes</p><p>dos espanhóis foram confundidos com deuses que eram objeto de profecias que previam seu retorno que</p><p>marcaria o início de uma nova era. Todos esses fatores contribuíram para enfraquecer a resistência</p><p>indígena contra os espanhóis.</p><p>c) Incorreta. Não havia nenhuma crença religiosa que impedia os nativos de reagir militarmente contra</p><p>invasores vindos do oceano.</p><p>d) Incorreta. O poderio naval espanhol não fez tanta diferença na conquista, uma vez que as maiores</p><p>civilizações indígenas na América Central estavam sediadas no interior do continente, longe da costa.</p><p>87</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>e) Incorreta. Os indígenas na Amazônia não eram inimigos dos demais povos da América espanhola, muitos</p><p>dos quais eles nem devem ter tido sequer contato. Lembre-se que a América espanhola era imensa,</p><p>abarcando territórios desde o México até o Chile. De fato, a estratégia de “dividir para conquistar”, aliando-</p><p>se a alguns povos para subjugar outros, era muito utilizada pelos espanhóis. Porém, só funcionava a nível</p><p>regional. Por exemplo, na conquista sobre os Astecas, no México, os espanhóis fizeram alianças com povos</p><p>que habitavam aquela região e que estavam insatisfeitos com o domínio asteca. Não fazia sentido, os</p><p>espanhóis buscarem uma aliança com povos na Amazônia para enfrentar os astecas, no México, entende?</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx/2005/4000000210)</p><p>“A busca de novas mercadorias provocou o aparecimento das especiarias, que vinham das Índias. Os</p><p>mercadores organizavam caravanas e as transportavam até Constantinopla...onde eram apanhadas pelos</p><p>navegantes italianos... que as distribuíam no mercado europeu.” (FROTA, Guilherme de Andréa. Panorama</p><p>da História do Brasil-Rio de Janeiro: Detalhes, 1987.) Um acontecimento ocorrido na metade do século</p><p>XV praticamente interrompeu o intercâmbio comercial da Europa com o Oriente, forçando a busca de</p><p>uma nova rota comercial com as Índias. Esse fato foi o (a)</p><p>A) estabelecimento dos turcos em Constantinopla, transformada em sua capital, provocando a ruína do</p><p>comércio mediterrâneo.</p><p>B) conquista de Jerusalém pelo sultão Saladino, interrompendo as rotas terrestres que das Índias de</p><p>mandavam à Constantinopla.</p><p>C) domínio muçulmano da Sicília, da Córsega e da Sardenha, bloqueando o Mediterrâneo à navegação e ao</p><p>comércio europeu.</p><p>D) peste negra, que assolou a Europa e praticamente extinguiu a classe dos mercadores, privando o</p><p>mercado europeu do comércio com o Oriente.</p><p>E) aliança entre gregos e egípcios, que passou a dominar o Mediterrâneo, impedindo o comércio de</p><p>genoveses e venezianos com Constantinopla.</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, repare no período destacado pelo enunciado: meados do século XV, ou seja, por volta</p><p>de 1450, mais ou menos. Nesse momento, a Europa passava pela Baixa Idade Média (s. XIV-XV). Lembremos</p><p>alguns processos que marcaram esse contexto, assim como as grandes navegações: renascimento</p><p>comercial e urbano, renascimento cultural, formação das monarquias nacionais, peste negra, declínio do</p><p>Império Bizantino, a Reconquista da Península Ibérica, entre outros. Nesse contexto de crise do feudalismo,</p><p>é importante não esquecer que o eixo econômico da Europa se deslocou do campo para a cidade, da</p><p>agricultura para o comércio, pois a economia se tornou mercantilista. Assim, para manter uma balança</p><p>comercial favorável e superar os reinos vizinhos, era preciso buscar por novos mercados. Até então, o</p><p>Oriente Médio e a Ásia eram a fonte de vários produtos muito requisitados no mercado europeu. O</p><p>Mediterrâneo era o meio mais rápido e lucrativo para importar esses produtos. Todavia, o monopólio sobre</p><p>as rotas marítimas na região era muito disputado entre europeus, bizantinos e árabes. Ainda, entre os</p><p>europeus, os italianos levavam a melhor, apesar de espanhóis, portugueses e normandos e franceses</p><p>também terem tentado tomar algum entreposto para si. Inclusive, diante da grande competividade pelas</p><p>rotas mediterrâneas, os portugueses deram início às navegações na costa africana em busca de novas rotas</p><p>para o Oriente, enquanto os espanhóis apostaram navegar para o oeste, até que encontraram a América.</p><p>Com isso em mente, vejamos qual acontecimento específico teria tido um grande peso nesse processo:</p><p>a) Correta! Constantinopla era a capital do Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente. Este estava</p><p>localizado em uma posição muito estratégica para o comércio intercontinental entre Europa, Ásia e África,</p><p>controlando portos importantes do Mar Mediterrâneo. Por outro lado, os bizantinos faziam fronteira com</p><p>os califados muçulmanos no Oriente Médio, os quais vinham expandindo seus domínios desde o século VII.</p><p>88</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Dessa forma, em 1453, finalmente Constantinopla foi tomada pelos turco-otomanos e, com isso, o Império</p><p>Bizantino encontrou seu fim. Além disso, o comércio mediterrâneo se tornou muito mais difícil para</p><p>qualquer europeu cristão, uma vez que os muçulmanos passaram a dominar praticamente todos os portos</p><p>mediterrâneos no Oriente Médio e na África.</p><p>b) Incorreta. Saladino viveu entre 1138 e 1193, no século XII. Ele foi Sultão do Egito e da Síria, combatendo</p><p>algumas das expedições cristãs realizadas durante as Cruzadas, durante a Idade Média Central. Portanto,</p><p>note que ele viveu cerca de três séculos antes do período apontado pelo enunciado.</p><p>c) Incorreta. De fato, os muçulmanos invadiram essas ilhas italianas em vários momentos durante a Idade</p><p>Média. Contudo, só conseguiram manter controle sobre elas por pouco tempo. Com as invasões</p><p>normandas no século XI e as pretensões dos francos e de alguns reinos italianos sobre as ilhas, os árabes</p><p>se limitaram a fazer saques sazonais ou estabelecer fortes em um território reduzido de algumas delas,</p><p>como em Córsega. De qualquer forma, mesmo sendo um obstáculo frequente, os eventuais e curtos</p><p>domínios muçulmanos sobre essas ilhas não foram suficientes para bloquear o comércio mediterrâneo</p><p>para os europeus.</p><p>d) Incorreta. A peste negra realmente assolou a Europa, mais especificamente entre 1348 e 1352, ceifando</p><p>milhões de vidas, sobre nas cidades mais mercantis e portuárias, por onde a doença se difundiu pelo</p><p>continente. Porém, a peste não extinguiu a classe dos mercadores, nem impediu o comércio europeu com</p><p>o Oriente.</p><p>e) Incorreta. Não houve aliança entre gregos e egípcios nesse contexto.</p><p>Gabarito: A</p><p>(EsPCEx/2005/4000000212)</p><p>Durante os séculos XVI e XVII, a Inglaterra foi sacudida por lutas entre diferentes facções religiosas oriundas</p><p>da Reforma Protestante. Ao mesmo tempo, a agricultura e a pecuária destinavam-se ao mercado,</p><p>resultando em uma concentração de rendas e propriedades. Desse modo, os pequenos proprietários não</p><p>tinham alternativas de sobrevivência.</p><p>Assim, a emigração para as terras do Novo Mundo foi a saída encontrada por algumas daquelas facções</p><p>religiosas, que fundaram núcleos populacionais que deram origem as Treze Colônias da América do Norte.</p><p>Com o tempo, os colonos norte-americanos passaram a atuar no mercado externo criando o chamado</p><p>comércio triangular. Esse comércio articulava as Colônias inglesas das Antilhas</p><p>A) (produtoras de açúcar e melaço), as Colônias espanholas da América do Sul (produtoras de gado) e a</p><p>Ásia (produtora de cereais e chá).</p><p>B) (fornecedoras de escravos), a África (fornecedora de peles e manufaturados, principalmente a cachaça)</p><p>e o Brasil (produtor de açúcar, metais e pedras preciosas).</p><p>C) (produtoras de manufaturados, principalmente tecidos), a Inglaterra (fornecedora de máquinas e</p><p>equipamentos agrícolas) e a África (fornecedora de escravos).</p><p>D) (produtoras de açúcar, metais e pedras preciosas), o Brasil (produtor de açúcar e gado) e a África</p><p>( produtora de cereais, madeira, peles, peixe seco e manufaturados, principalmente o rum).</p><p>E) (produtoras de açúcar</p><p>desse momento foi:</p><p>a) Correto. A Guerra dos Cem Anos foi um marco muito importante para a consolidação da Monarquia</p><p>Francesa e Inglesa. Após esse conflito, os dois países ascenderam como potências econômicas.</p><p>b) Incorreto. A tomada de Flandres fez parte das disputas políticas travadas entre a Inglaterra e a</p><p>França na Guerra dos Cem Anos.</p><p>c) Incorreto. Joana D’Arc foi considerada uma heroína francesa pelos seus feitos justamente na</p><p>Guerra dos Cem Anos.</p><p>d) Incorreto. A Magna Carta foi criada pelo Conselho dos Lordes no século XII, limitando o poder dos</p><p>reis ingleses a partir daquela data. Mas não foi um fato que envolvia o processo de centralização</p><p>política na França.</p><p>e) Incorreto. A Jacqueries foi uma revolta popular feita por camponeses franceses contra a nobreza</p><p>do reinado. Ela aconteceu durante a Guerra dos Cem Anos.</p><p>Gabarito: A</p><p>9</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx – 2005 - 4000000208)</p><p>Durante quase três séculos, a Europa viveu sob o regime absolutista, que possuía uma série de</p><p>características particulares. A respeito do Absolutismo e seus antecedentes, é correto afirmar que</p><p>A) a Espanha foi pioneira ao realizar a centralização monárquica, sob o reinado de Carlos V, unindo</p><p>as coroas de Castela e Aragão.</p><p>B) Portugal foi pioneiro na expansão colonial com a descoberta da América, em 1492, por Cristóvão</p><p>Colombo.</p><p>C) Guerra dos Condottieri permitiu que os Estados italianos fossem unificados brevemente durante</p><p>o papado de Júlio II.</p><p>D) a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) favoreceu o fortalecimento da monarquia francesa.</p><p>E) a Guerra das Duas Rosas (1455-1485) provocou o enfraquecimento da monarquia inglesa</p><p>Comentários</p><p>No que diz respeito à organização do poder, passou-se a predominar no Período Moderno um único</p><p>centro de poder geral nos espaços territoriais dos reinos (Reino Franco, Reino de Leão, Castela e</p><p>Aragão, por exemplo). Isso atrelado às crises do século XIV (fome, peste, guerra) e as somadas</p><p>reconfigurações das forças que disputavam e compartilhavam o poder (nobreza, reis, clero), levaram</p><p>a novas formas institucionais da administração do poder político, rumo à centralização (absolutismo).</p><p>Assim, a respeito dos antecedentes para a formação do Absolutismo:</p><p>a) Incorreto. O país pioneiro da centralização política na Europa foi Portugal, que desde a formação</p><p>do seu Estado no século XII possuiu governantes centralizadores.</p><p>b) Incorreto. Portugal junto com a Espanha foram pioneiras nas expansões marítimas-coloniais.</p><p>Porém Cristóvão Colombo foi um navegante italiano, responsável pela primeira expedição à América</p><p>a mando da Coroa de Castela e Aragão e não dos portugueses. Portugal só alcançaria a América em</p><p>1500.</p><p>c) Incorreto. As cidades italianas só seriam unificadas durante o século XIX. A Guerra de Condottiere</p><p>ocorreu no início da Idade Moderna e não tinha como intuito unificar a região.</p><p>d) Correto. A necessidade de formação de exércitos para o confronto e a constituição de impostos</p><p>para custear a guerra estimulou o desenvolvimento da estrutura administrativa do Estado Francês.</p><p>Nesses termos, foram criados impostos que recaíram sobre os camponeses (a Talha) e outros, sobre</p><p>a burguesia.</p><p>e) Incorreto. Ao final da Guerra das Duas Rosas, os Tudors ascenderam ao poder e seus sucessores</p><p>delinearam a centralização do poder na Inglaterra, fazendo a monarquia do país se fortalecer, ao</p><p>contrário do que a alternativa comentou.</p><p>Gabarito: D</p><p>(EsPCEx – 2004 - 4000039622)</p><p>O Mercantilismo europeu fundamentou-se, de maneira geral, em dois princípios:</p><p>A) inversão dos excedentes nas colônias e livre cambismo.</p><p>B) bulionismo e livre comércio.</p><p>C) colbertismo e capitalismo manufatureiro.</p><p>10</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>D) liberdade comercial e de produção.</p><p>E) metalismo e balança comercial favorável.</p><p>Comentários</p><p>O Mercantilismo foi o Sistema Econômico predominante no período da Modernidade, ou seja, foi o</p><p>conjunto de ideias e de práticas (uma doutrina) que conduziram a economia dos Estados Modernos</p><p>Absolutistas. Essas práticas não foram universalistas, ou seja, elas variaram de país para país a</p><p>depender do seu contexto interno e das oportunidades relacionadas com o domínio das rotas</p><p>econômicas, especialmente, as marítimas. Contudo, os modelos locais tinham em comum o fato de</p><p>o Estado intervir fortemente na economia, em parceria com setores mercantis.</p><p>Diante disso, os dois principais princípios dele são:</p><p>a) incorreto. Não existia um livre cambismo no sistema econômico mercantilista.</p><p>b) Incorreto. O Bulionismo é uma das bases do mercantilismo, porém o livre comércio não.</p><p>c) Incorreto. O Colbertismo, também conhecido como industrialismo, baseava-se no fortalecimento</p><p>da produção manufatureira. Não sendo o princípio do mercantilismo clássico que conhecemos.</p><p>d) Incorreto. Não havia liberdade comercial e de produção. Existia o que chamamos de monopólio</p><p>comercial. Ele foi muito empregado nas colônias e suas metrópoles.</p><p>e) Correto. Nessa época acreditava-se que um Estado forte deveria possuir muitas riquezas e metais</p><p>preciosos. Portanto, o metalismo e a busca pelo ouro era fundamental no sistema mercantilista. Além</p><p>disso, a balança comercial favorável era outro dos fundamentos dessa economia. Um país não poderia</p><p>importar mais do que exporta. Esses dois princípios deram sustentação ao mercantilismo durante</p><p>toda a Idade Moderna.</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx – 2007 - 4000000520)</p><p>Na Europa, a justificativa para o poder soberano dos reis propiciou o aparecimento de inúmeras obras</p><p>literárias que se dividiram em duas grandes correntes: a Teoria do Direito Divino dos Reis e a Teoria</p><p>do Contrato Social. (BERUTTI, 2004, p. 161, modificado)</p><p>A Teoria do Direito Divino dos Reis afirmava que</p><p>A) o chefe do Governo atuava apenas como senhor feudal.</p><p>B) ser chefe de Estado dependia exclusivamente do parlamento.</p><p>C) os súditos não deviam obediência ao rei.</p><p>D) o imperador era apenas o chefe do Poder Executivo.</p><p>E) quem era contra o rei era contra Deus.</p><p>Comentários</p><p>A Teoria do Direito Divino foi o pensamento predominante durante a Idade Moderna. Era com base</p><p>nessa teoria que os reis sustentavam seus governos e seu poder sobre seus súditos. Sobre ele:</p><p>a) Incorreto. O Chefe do Estado, não do Governo, de acordo com a Teoria do Direito Divino era um</p><p>enviado de Deus à terra para governar os homens.</p><p>b) Incorreto. Na teoria Divina para ser Chefe de Estado bastava ter sangue real para ser o governante,</p><p>não tendo que se submeter ao Parlamento.</p><p>11</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>c) Incorreto. Os súditos deviam lealdade irrestrita ao rei, visto que ele era um enviado de Deus à terra.</p><p>d) Incorreto. O imperador era também líder religioso e judicial dos Estados Monárquicos Absolutistas.</p><p>e) Correto. De acordo com essa teoria, todos contrários aos governantes eram contrários também a</p><p>Deus.</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx – 2007 - 4000000522)</p><p>Durante o renascimento cultural na Europa, surgiu um grupo de pessoas conhecidas como mecenas.</p><p>Tal grupo</p><p>A) perambulava pelos burgos pregando a palavra de Deus.</p><p>B) pregava uma nova ordem política e social.</p><p>C) patrocinava e protegia os artistas.</p><p>D) defendia os interesses dos operários industriais. E constituía-se na camada mais pobre da</p><p>sociedade europeia.</p><p>Comentários</p><p>O Renascimento Cultural ocorreu durante o começo das Grandes Navegações na Europa. Nesse</p><p>momento, como o nome já diz, houve uma renovação dos valores culturais europeus visto o novo</p><p>período que se iniciava. Com relação a isso, os mecenas eram:</p><p>a) Incorreto. Os mecenas não têm relação com questões religiosas.</p><p>b) Incorreto. Eles pregavam a valorização da arte e da cultura.</p><p>c) Correto. O termo é inspirado na Antiguidade Romana e o termo tem relação com a valorização e</p><p>proteção de artistas.</p><p>d) Incorreto. Os mecenas são de uma época anterior ao</p><p>e melaço), a África (fornecedora de escravos) e a América do Norte (produtora de</p><p>cereais, madeira, peles, peixe seco e manufaturados, principalmente o rum).</p><p>Comentários</p><p>Veja, o enunciado já deu conta de contextualizar o básico sobre o século XVII, período no qual a colonização</p><p>inglesa na América começou a vingar. Entretanto, diferente das colonizações espanhola e portuguesa, na</p><p>América inglesa a Coroa não era tão presente em todas as colônias, apenas naquelas estabelecidas no sul</p><p>do Estados Unidos e no Caribe, onde predominava o sistema agroexportador baseado na plantation</p><p>escravista. Por seu turno, as colônias estabelecidas no norte dos atuais EUA, foram fundadas de forma</p><p>89</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>autônoma por colonos ingleses que fugiam das perseguições religiosas e políticas perpetradas pelos Stuart</p><p>e por Cromwell, ou da miséria gerada pelos cercamentos e concentração de terras. Por consequência, nas</p><p>colônias do norte, predominou as pequenas e médias propriedades agrícolas, o comércio e formas de</p><p>trabalho livre – apesar de haver escravidão de indígenas e negros. Agora que lembramos algumas das</p><p>principais características da colonização inglesa, vejamos o que o comércio triangular articulava na</p><p>economia colonial britânica:</p><p>a) Incorreta. As colônias britânicas não faziam comércio com colônias espanholas. Em primeiro lugar, o</p><p>pacto colonial impedia que uma colônia comercializasse diretamente com qualquer um que não sua própria</p><p>metrópole. Em segundo, Inglaterra e Espanha eram inimigas declaradas no século XVII. Em terceiro, os</p><p>britânicos só participaram mais do comércio com a Ásia a partir do século XVIII.</p><p>b) Incorreta. As colônias inglesas nas Antilhas (um arquipélago no Caribe) não eram fornecedoras de</p><p>escravizados, mas sim importavam cativos da África para emprega-los na produção de açúcar e melaço,</p><p>nas plantations. Ainda, não havia comércio direto entre as colônias britânicas e o Brasil, uma colônia</p><p>portuguesa à época, pelo motivo que destaquei na alternativa anterior.</p><p>c) Incorreta. As Antilhas britânicas não produziam manufaturados. Sua economia era voltada para produção</p><p>agroexportadora.</p><p>d) Incorreta. Novamente, a citação ao Brasil torna a alternativa inválida. Além disso, as Antilhas britânicas</p><p>não mineravam metais preciosos, nem na África se produzia manufaturados.</p><p>e) Correta! As Antilhas britânicas se destacavam na produção do açúcar e seus derivados, como melaço.</p><p>Como já destaquei, no arquipélago predominava a grande propriedade rural voltada para exportação, com</p><p>uso de mão de obra escravizada importada da África. Agora, lembra que mencionei que os colonos das</p><p>colônias do norte da América do Norte eram mais dedicados ao comércio? Então, esses colonos mantinham</p><p>o comércio externo entre seu território (onde se desenvolveu também a manufatura), as colônias do sul</p><p>(que produziam algodão e cereais), aquelas estabelecidas nas Antilhas e as feitorias britânicas construídas</p><p>na África Ocidental e na África do Sul, onde era adquiriam os cativos. Então, perceba como esse comércio</p><p>se desenvolve a partir das relações mercantis entre América do Norte, Caribe e África.</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx/2005/4000000215)</p><p>Em tempos de globalização, antigas regiões americanas, africanas e asiáticas que sofreram dominação</p><p>europeia buscam distanciar-se desse passado colonialista. Um exemplo é a cidade de Bombaim, na Índia,</p><p>que mudou seu nome recentemente para Mumbay, em homenagem a uma deusa local. Sobre a expansão</p><p>marítima europeia, é correto afirmar que regiões na Índia e</p><p>a) nas Filipinas foram dominadas pela Espanha.</p><p>b) na China foram dominadas por Portugal.</p><p>c) na Pérsia foram dominadas pela Holanda.</p><p>d) na Indonésia foram dominadas pela Inglaterra.</p><p>e) no Japão foram dominadas pela França.</p><p>Comentários</p><p>O enunciado dessa questão é um pouco confuso, pois começa abordando processos históricos mais</p><p>recentes, como a globalização e a descolonização da África e da Ásia, mas termina perguntando sobre a</p><p>expansão marítima europeia iniciada no século XV. De qualquer forma, o tema real da questão são os</p><p>desdobramentos desta expansão no continente asiático. Nesse sentido, é importante lembrar que no final</p><p>da Idade Média, a Europa vivenciava a crise do feudalismo, a revitalização das cidades e seu eixo econômico</p><p>se deslocava da agricultura para o comércio. Com as Cruzadas, os europeus restabeleceram o contato</p><p>comercial com o Oriente, de onde importavam produtos raros e tidos como luxuosos na Europa. No</p><p>90</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>entanto, o acesso e controle sobre as rotas pelas quais esse comércio era realizados estavam nas mãos de</p><p>povos específicos, sobretudo os italianos, os bizantinos e os muçulmanos. Dessa forma, os demais reinos</p><p>europeus ficavam em desvantagem. Por isso, vários deles, um após o outro, deram início a explorações</p><p>marítimas para encontrar novas rotas para o Oriente. Sabendo disso, vejamos o que é correto afirmar sobre</p><p>as regiões da Índia e outras citadas pelas alternativas:</p><p>a) Incorreta. De fato, entre os séculos XVI e XIX, as Filipinas foram colônia da Espanha, mas não a Índia.</p><p>b) Correta! Portugal foi o reino pioneiro na expansão marítima europeia. No início do século XV, bem antes</p><p>da queda de Constantinopla para os turcos em 1453, os portugueses já navegavam pela costa ocidental</p><p>africana, acreditando que encontrariam novas rotas lucrativas. Em 1498, Vasco da Gama finalmente chegou</p><p>à Índia, após uma série de expedições portuguesas que contornaram a costa do continente africano. Alguns</p><p>anos depois, os portugueses já teriam estabelecido um Estado colonial na costa sul da Índia. Por sua vez,</p><p>em 1556, os portugueses estabeleceram uma pequena colônia em Macau, na China. Eles pagavam tributos</p><p>ao império chinês para ocupar o território, que tinha grande importância do comércio marítimo entre</p><p>Malaca, Goa e Japão, onde os lusos tinham outros entrepostos comerciais.</p><p>c) Incorreta. Os holandeses realmente tiveram territórios coloniais na Índia, mas não na Pérsia.</p><p>d) Incorreta. Os ingleses tiveram possessões coloniais na Índia, mas não na Indonésia.</p><p>e) Incorreta. A França não teve colônias na Índia, nem no Japão.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx/2004/4000039621)</p><p>Observando o mapa abaixo, podemos afirmar que ele ilustra a (o):</p><p>a) primeira viagem de circunavegação realizada por Fernão de Magalhães.</p><p>b) descoberta do Oceano Pacífico por Vasco Nuñes Balboa.</p><p>c) ciclo ocidental das Grandes Navegações.</p><p>d) ciclo oriental das Grandes Navegações.</p><p>e) ciclo das viagens para a busca da passagem do Noroeste.</p><p>Comentários</p><p>A primeira coisa que você deve fazer é ler atentamente o mapa exposto. Repare que ele marca as viagens</p><p>dos principais navegadores portugueses que participaram das explorações marítimas iniciadas no século</p><p>XV: Bartolomeu Dias, primeiro europeu a contornar o Cabo da Boa Esperança, em 1488; Vasco da Gama,</p><p>primeiro europeu a chegar à Índia através da circunavegação da África, em 1498; e Pedro Álvares Cabral,</p><p>navegador português responsável por encontrar o Brasil, em 1500. Note como, no mapa, o trajeto</p><p>percorrido por esses navegadores é ilustrado por linhas que partem de Portugal. Curiosamente, todas elas</p><p>têm como destino final a Índia. É importante lembrar que as explorações marítimas europeias foram</p><p>91</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>motivadas pela busca de novas rotas comerciais e mercados. Isso porque desde meados da Idade Média, a</p><p>Europa vivenciava o renascimento comercial e urbano, que deslocava o eixo econômico do continente do</p><p>campo para a cidade, isto é, da agricultura para o comércio. Um dos fatores vitais para a expansão</p><p>comercial dos reinos europeus era o contato com o Oriente, desencadeado pelas Cruzadas. No entanto,</p><p>esse contato e comércio era realizado predominantemente pelo mar Mediterrâneo, disputado por</p><p>italianos, bizantinos e muçulmanos. Sobrava pouco espaço</p><p>para outros europeus tentarem fazer seus</p><p>negócios por ali. Assim, Portugal foi o primeiro a se lançar na busca por novas rotas marítimas que podiam</p><p>levar até o Oriente. Com isso em mente, vejamos o que o mapa ilustra:</p><p>a) Incorreta. Fernão de Magalhães foi um navegador português conhecido por ter sido o primeiro europeu</p><p>a dar a volta ao mundo, entre 1519 e 1522. Magalhães estava a serviço da Coroa espanhola. Entretanto,</p><p>sua viagem não está representada no mapa.</p><p>b) Incorreta. De fato, o espanhol Balboa foi o primeiro europeu a avistar o Oceano Pacífico, porém sua</p><p>viagem não está representada no mapa.</p><p>c) Incorreta. Note que as viagens representadas tem como principal destino territórios no oriente.</p><p>d) Correta! Como destaquei acima, as viagens representadas no mapa têm em comum terem como destino</p><p>territórios no oriente, sobretudo a Índia.</p><p>e) Incorreta. A Passagem do Noroeste é o nome dado a via marítima composta por uma sequência de</p><p>estreitos no norte da América, acima do Círculo Polar Ártico. Essa passagem permite a ligação entre o</p><p>estreito de Davis e o estreito de Bering, conectando o oceano Atlântico e o oceano Pacífico. Ela foi</p><p>descoberta pelos europeus em 1588, em uma viagem do governador das Filipinas, uma colônia espanhola</p><p>à época. De qualquer forma, repare que essa viagem não está representada no mapa, uma vez que ela faz</p><p>parte do ciclo ocidental das grandes navegações.</p><p>Gabarito: D</p><p>(EsPCEx/2004/4000039623)</p><p>O texto abaixo refere-se à colonização inglesa na América.</p><p>"Famílias inteiras se estabeleceram em grande número no norte e centro da colônia, organizando seu modo</p><p>de vida em comunidades religiosas baseadas na pequena propriedade, na manufatura, na pecuária e na</p><p>pequena lavoura policultora. A maioria dos produtos agrícolas coloniais eram semelhantes aos da Europa,</p><p>por isso não interessava à metrópole comercializar com as colônias do Centro e do Norte. Isso deu maior</p><p>independência aos colonos para estabelecerem um comércio interno próprio.</p><p>A mão-de-obra era essencialmente familiar, mas em algumas propriedades também existiam trabalhadores</p><p>contratados na Europa. Seus contratos estabeleciam que, para pagar as despesas de viagem da Europa à</p><p>América, os trabalhadores deveriam permanecer nas propriedades de cinco a sete anos; era uma espécie</p><p>de servidão temporária. Após obter a liberdade, eles partiam em busca de suas próprias terras, geralmente</p><p>para o Oeste".</p><p>(MORAES, José Geraldo Vinci de. Caminhos das Civilizações - História Integrada: Geral e Brasil, São Paulo:</p><p>Atual, 1998. p. 237.)</p><p>A esse tipo de processo de colonização autônomo em relação à metrópole damos o nome de</p><p>a) Modo de produção asiático.</p><p>b) Colônias de exploração.</p><p>c) Servidão temporária.</p><p>d) Modo de produção feudal.</p><p>e) Colônias de povoamento.</p><p>Comentários</p><p>92</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>O tema da questão é a colonização inglesa na América do Norte, iniciada no final do século XVI. Por uma</p><p>série de questões internas, a Inglaterra foi a última das grandes potências da Europa moderna a se lançar</p><p>nas explorações marítimas e na colonização de novos continentes. Isso ocorreu com mais intensidade</p><p>somente a partir do século XVII. Nesse período os conflitos religiosos, as revoluções inglesas e o movimento</p><p>dos cercamentos produziram uma massa de exilados políticos, protestantes dissidentes e camponeses</p><p>despossuídos que foram buscar novas oportunidades na América do Norte. Lá, as colônias mais ao sul</p><p>mantinham-se como zona privilegiada nas intervenções da Coroa britânica e das companhias de comércio</p><p>inglesas. Nessa área predominava a grande propriedade monocultura e escravista, voltada para a</p><p>exportação. Ou seja, não era um dos lugares mais atrativos para os grupos que fugiam da Inglaterra. Por</p><p>isso, eles se concentraram nas colônias no centro e no norte da América do Norte, onde puderam fundar</p><p>comunidades mais de acordo com suas próprias convicções políticas, religiosas e econômicas, como o texto</p><p>descreveu bem. Sabendo disso, vejamos que nome se dá a este último tipo de colonização:</p><p>a) Incorreta. O sistema colonial desenvolvido nas Américas pelos europeus não era similar aos modos de</p><p>produção asiáticos contemporâneos.</p><p>b) Incorreta. As colônias de exploração são aquelas nas quais o objetivo maior é explorar todas as</p><p>potencialidades econômicas na região, de modo a satisfazer interesses mercantilistas. As colônias do Sul</p><p>da América do Norte se enquadram nesse tipo de colonização, uma vez que lá predominava uma economia</p><p>agroexportadora.</p><p>c) Incorreta. Servidão temporária foi apenas uma expressão utilizada pelo autor do texto para caracterizar</p><p>as relações de trabalho entre colonos proprietários e aqueles de recente imigração que trabalhavam para</p><p>eles.</p><p>d) Incorreta. O modo de produção feudal entrou em declínio na Baixa Idade Média (séculos XIV e XV). E</p><p>mesmo antes existiu somente na Europa. Na América, os modos de produção desenvolvidos pela</p><p>colonização europeia estavam inseridos em uma lógica mercantilista.</p><p>e) Correta! Chamamos de colônias de povoamento aquelas nas quais o objetivo principal é justamente</p><p>povoar, não explorar. Mas não se confunda, isso não quer dizer que as colônias de povoamento não</p><p>estavam inseridas na economia mercantilista do período. Estavam, mas não cumpriam o papel de</p><p>produtoras ou extratoras de matérias-primas. Por outro lado, as colônias do Centro e do Norte da América</p><p>do Norte se destacaram pela predominância de pequenas e médias propriedades policultoras, com uso de</p><p>mão de obra familiar, voltada para atendimento do mercado interno. Entretanto, parte dos colonos dessa</p><p>região também se dedicou à manufatura e ao comércio entre as colônias britânicas na América e na África.</p><p>Economicamente, as colônias do Centro e do Norte desempenhavam um papel muito similar ao da própria</p><p>metrópole.</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx/2004/4000039624)</p><p>"A colonização espanhola se baseou fundamentalmente na extração de ouro e prata no México, no Peru e</p><p>na atual Bolívia. Nessas regiões, as atividades agrícolas e pecuárias eram apenas subsidiárias, mas no Caribe,</p><p>em certas regiões da América Central (realizadas nas haciendas) e na bacia do Prata (organizadas nas</p><p>estâncias), elas foram muito importantes. As riquezas minerais da América deram à Espanha muito poder,</p><p>tornando-a um dos países mais fortes da Europa no século XVI.</p><p>A mão-de-obra utilizada na América espanhola teve uma característica muito especial. Ela se baseou</p><p>principalmente na exploração do trabalho compulsório do indígena. O trabalho escravo de negros africanos</p><p>foi mais utilizado nas Antilhas e em regiões das atuais Colômbia e Venezuela."</p><p>(Moraes, José Geraldo Vinci de. Caminhos das Civilizações - História Integrada: Geral e Brasil, São Paulo:</p><p>Atual, 1998. pg 176.)</p><p>93</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Dentre as formas de exploração do trabalho na América Latina, temos a mita que pode ser caracterizada</p><p>por (pela)</p><p>A) uma prática de escravizar os índios capturados nas chamadas "Guerras Justas" travadas entre os colonos</p><p>espanhóis e os silvícolas que atacavam seus engenhos de açúcar.</p><p>B) uma espécie de concessão dada pela Coroa espanhola a uma pessoa para explorar e distribuir o trabalho</p><p>indígena, a qual, em troca, deveria catequizar os índios.</p><p>C) uma forma de trabalho que procurava recrutar e distribuir a mão-de-obra indígena de acordo com as</p><p>necessidades da produção, das cidades e da administração colonial.</p><p>D) aquisição de mão-de-obra de índios capturados por bandeirantes nas missões jesuítas das regiões do</p><p>Tape, Guairá e Itatim.</p><p>E) uma prática, em que alguns indígenas eram escolhidos por sorteio, em suas comunidades, para realizar</p><p>trabalho forçado nas minas e nas propriedades.</p><p>Comentários</p><p>O texto faz uma descrição resumida sobre o funcionamento do sistema colonial na América espanhola, que</p><p>correspondia a todos os territórios ao sul dos Estados Unidos da América, com exceção do Brasil, Jamaica,</p><p>Guiana, Haiti e algumas ilhas nas Antilhas. Esse vasto território tinha uma grande diversidade étnica e</p><p>econômica. Como o texto bem descreve, havia lugares mais dedicados à mineração (Peru, Bolívia e México)</p><p>e outro mais vinculados à agropecuária (Caribe, bacia do Prata e Amazônia). Todavia, o enunciado direciona</p><p>a questão para as relações de trabalho firmadas nesse processo de colonização espanhol. A mão de obra</p><p>predominante na maior parte da América espanhola foram os indígenas. E para realizar isso, os espanhóis</p><p>decidiram adaptar regimes de trabalho já existentes entre os nativos. Com isso em mente, vejamos como</p><p>pode ser caracterizada a mita, um desses regimes adaptados pelos espanhóis para explorar a mão de obra</p><p>indígena:</p><p>a) Incorreta. Essa era a escravidão regular. É importante lembrar que a escravidão de indígenas era proibida</p><p>pelas Coroas ibéricas e condenada pela Igreja Católica. No entanto, no caso de “guerra justa” era permitido</p><p>escravizar os nativos. Uma vez escravizados, tornavam-se propriedade privada de um colono, assim como</p><p>os africanos importados no Brasil, ou nas colônias espanholas no Caribe, na Venezuela e Colômbia.</p><p>b) Incorreta. Isso se trata da encomienda, que só foram instituídas até 1542. Esse regime foi extinto devido</p><p>às críticas de religiosos e autoridades reais.</p><p>c) Incorreta. Isso se trata do repartimiento, que substituiu a encomienda a partir de 1542. O repartimiento</p><p>era uma adaptação colonial da mita.</p><p>d) Incorreta. A Coroa espanhola e a Igreja condenavam a ação escravizadora dos bandeirantes, cuja maioria</p><p>eram colonos portugueses que invadiam os territórios coloniais espanhóis na fronteira com a América</p><p>portuguesa.</p><p>e) Correta! Com o crescimento da sociedade e da produção, novos arranjos sociais e produtivos se</p><p>desenvolveram. Nesse processo, apareceram as relações de produção baseadas em um tipo de trabalho</p><p>permanente o qual conhecemos como MITA. Cada aldeia, organizada etnicamente, mandava pessoas para</p><p>trabalharem nas “ilhas produtivas”, a uma distância de 2 a 8 dias de distância. O trabalho dessas pessoas</p><p>era uma espécie de imposto a ser paga pela aldeia ao Estado. Além disso, em algumas situações, essa</p><p>população era chamada aos serviços públicos, em uma espécie de servidão coletiva temporária. A mita já</p><p>existia no império inca, funcionando como uma espécie de colonato, que pode ser explicada como um</p><p>sistema de servidão estatal coletiva com muitas particularidades, como o fato de nem todos os aldeões</p><p>trabalharem na mita e o sujeito escolhido ter que trabalhar longe do lugar onde mora.</p><p>Gabarito: E</p><p>94</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/2003/4000039568)</p><p>No século XV e início do século XVI, os europeus lançaram-se por mares e oceanos para eles desconhecidos,</p><p>em embarcações pequenas e frágeis. Nessas viagens, conheceram e dominaram imensos territórios e</p><p>centenas de povos em três continentes: África, Ásia e América.</p><p>Os portugueses foram pioneiros nesse processo de expansão. Esse pioneirismo deveu-se principalmente</p><p>ao fato de Portugal</p><p>a) ter-se constituído no primeiro Estado Nacional Moderno da Europa.</p><p>b) ter recebido grandes somas de dinheiro dos países árabes, que o dominavam.</p><p>c) ter aceitado as idéias de Colombo, iniciando o Ciclo Ocidental das Grandes Navegações.</p><p>d) ter-se tornado o Estado mais rico da Europa, após a descoberta do Brasil.</p><p>e) ter contado com amplo apoio dos reis católicos de Leão e Castela.</p><p>Comentários</p><p>Atenção ao período e local abordados: séculos XV e XVI em Portugal. O tema são as grandes navegações</p><p>europeias, mais especificamente o pioneirismo português nesse processo. É importante lembrar que as</p><p>explorações marítimas europeias foram motivadas pela busca de novas rotas comerciais e mercados. Isso</p><p>porque desde meados da Idade Média, a Europa vivenciava o renascimento comercial e urbano, que</p><p>deslocava o eixo econômico do continente do campo para a cidade, isto é, da agricultura para o comércio.</p><p>Um dos fatores vitais para a expansão comercial dos reinos europeus era o contato com o Oriente,</p><p>desencadeado pelas Cruzadas. No entanto, esse contato e comércio era realizado predominantemente</p><p>pelo mar Mediterrâneo, disputado por italianos, bizantinos e muçulmanos. Sobrava pouco espaço para</p><p>outros europeus tentarem fazer seus negócios por ali. Assim, Portugal foi o primeiro a se lançar na busca</p><p>por novas rotas marítimas que podiam levar até o Oriente. Sua primeira aposta foi na circunavegação da</p><p>África, iniciada em cerca de 1415 e completada em 1498. Sabendo desse contexto, vejamos quais fatores</p><p>favoreceram o pioneirismo do reino português:</p><p>a) Correta! De fato, um dos principais fatores que contribuiu para o pioneirismo português nas grandes</p><p>navegações foi o fato de Portugal ter sido a primeira nação europeia por passar por uma centralização</p><p>monárquica que consolidou o absolutismo no país. Essa centralização envolveu a aliança entre a Dinastia</p><p>de Avis e a burguesia mercantil portuguesa, o que permitiu não só que Portugal desfrutasse de um período</p><p>de relativa paz e ordem interna, mas também ocorresse sem maores impedimentos a capitalização de</p><p>recursos para serem investidos na exploração marítima em busca de novos mercados e rotas comerciais.</p><p>b) Incorreta. Portugal não era dominado por países árabes durante as grandes navegações. Inclusive, o</p><p>reino de Portugal foi fundado a partir da vitória portuguesa sobre cinco reinos islâmicos na Península</p><p>Ibérica, em 1139. Entretanto, a herança cultural deixada pelos muçulmanos que ocuparam a península por</p><p>cerca de 500 anos foi importantíssima para o desenvolvimento científico de portugueses e espanhóis,</p><p>sobretudo nas áreas de astronomia e matemática, essenciais na navegação e na engenharia naútica.</p><p>c) Incorreta. Foram os reis espanhóis, Isabel e Fernando, que aceitaram as ideias de Colombo e o</p><p>contrataram para navegar para o oeste, em 1492, com o objetivo de encontrar uma nova rota para a Índia.</p><p>Porém, Colombo acabou encontrando a América.</p><p>d) Incorreta. A descoberta do Brasil só ocorreu após o início das grandes navegações. Quando os</p><p>portugueses que aportaram pela primeira vez, em 1500, eles já vinham fazendo explorações marítimas</p><p>pelo oceano Atlântico desde pelo menos 1415, sobretudo na costa da África.</p><p>e) Incorreta. A Coroa portuguesa era rival dos reis espanhóis, no contexto das grandes navegações.</p><p>Inclusive, a monarquia espanhola tentou anexar Portugal a seu território até 1479, quando foi assinado o</p><p>Tratado de Alcáçovas, que pôs fim à guerra de sucessão do reino de Castela.</p><p>Gabarito: A</p><p>95</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx/2003/4000039576)</p><p>Analisando-se alguns dos sistemas coloniais implantados na América, pode-se afirmar que</p><p>a) as treze colônias inglesas da América do Norte foram classificadas em colônias de exploração, ao norte</p><p>de Maryland, e colônias de povoamento, ao sul da Pensilvânia.</p><p>b) a administração real espanhola, por meio do Conselho das Índias, dividiu as possessões americanas em</p><p>5 vice-reinos e 3 capitanias gerais.</p><p>c) a França obteve grandes territórios no Novo Mundo, vindo a possuir, no século XVIII, a maior extensão</p><p>de terras na América, depois da Inglaterra.</p><p>d) a França, a Holanda e a Inglaterra buscaram estabelecer colônias em áreas sob controle português,</p><p>obtendo sucesso permanente nesse intento.</p><p>e) um traço comum aos sistemas coloniais espanhol, francês e inglês foi o emprego do latifúndio</p><p>monocultor e escravista em algumas de suas colônias.</p><p>Comentários</p><p>Como o enunciado deixa evidente, o tema da questão são os sistemas coloniais europeus na América. É</p><p>importante lembrar que as grandes navegações foram desencadeadas pela necessidade de expansão</p><p>comercial dos europeus. Desde a Baixa Idade Média, a Europa vinha vivenciando um renascimento</p><p>comercial e urbano que resultou no deslocamento de seu eixo econômico da agricultura para o comércio,</p><p>do campo para a cidade. Com isso, os reinos europeus</p><p>começaram a competir entre si pelo acesso e</p><p>controle a rotas comerciais no continente e fora dele, principalmente aquelas que mantinham contato com</p><p>os mercados orientais. Porém, em 1453, os turco-otomano conquistaram o Império Bizantino, dificultando</p><p>ainda mais o uso das rotas mediterrâneas no comércio com o Oriente. Então, começando pelos</p><p>portugueses, os europeus deram início à explorações marítimas pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico</p><p>em busca de um novo acesso ao Oriente, mas acabaram encontrando territórios ainda desconhecidos pelo</p><p>“Velho Mundo” e que poderiam ser tão ou mais rentáveis que os produtos trazidos das “Índias”. As nações</p><p>europeias mais promissoras na empresa colonial entre os séculos XV e XVII foram Portugal, Espanha,</p><p>França, Holanda e Inglaterra. Cada uma delas, desenvolveu seu próprio sistema colonial, apesar de haver</p><p>algumas semelhanças entre eles, como o emprego do latifúndio monocultor e escravista em algumas de</p><p>suas colônias (gabarito e). Com isso em mente, vejamos qual é a alternativa correta.</p><p>a) Incorreta. Na verdade, tratava-se do contrário. As colônias britânicas no norte se desenvolveram como</p><p>colônias de povoamento, enquanto as do sul prosperaram como colônias de exploração.</p><p>b) Errado, pois as possessões espanholas foram divididas em quatro grandes vice-reinados: Nova Espanha</p><p>(MEX), Nova Granada (COL/EC), Peru (PERU/BOL) e Rio da Prata (PAR/URU/ARG). Paralelamente, houve a</p><p>instalação de outras quatro capitanias-gerais: Cuba, Guatemala, Chile e Venezuela.</p><p>c) falso, pois a Espanha ganhava dos franceses em possessão territorial.</p><p>d) Incorreta. De fato, franceses e holandeses buscaram estabelecer colônias em áreas sob controle</p><p>português, mas não obtiveram sucesso permanente nesse intento. Os franceses fundaram a França</p><p>Antártica entre 1555 e 1565, no Rio de Janeiro, e a França Equinocial entre 1612 e 1615, no Maranhão. Em</p><p>ambos os casos, foram expulsos pelos portugueses. Por seu turno, os holandeses invadiram Salvador em</p><p>1624, mas foram repelidos. Então, em 1630 invadiram e conquistaram Pernambuco. Os holandeses</p><p>mantiveram controle sobre a região e estenderam seus domínios pelo Nordeste, até o Maranhão. Contudo,</p><p>a partir dos anos 1640 os colonos portugueses começaram a se rebelar contra o domínio holandês,</p><p>enquanto a Coroa portuguesa tentava negociar a devolução do Nordeste. Em 1652, os holandeses foram</p><p>definitivamente expulsos do Brasil. Por último, os ingleses nunca buscaram estabelecer colônias na América</p><p>portuguesa, mas a Coroa britânica chegou a colaborar com piratas e corsários que saqueavam a região.</p><p>O gabarito oficial da questão é a letra “e”, conforme comentários introdutórios.</p><p>96</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Gabarito: E.</p><p>(EsPCEx/2002/4000039522)</p><p>O chamado “ciclo das grandes navegações” dos séculos XV, XVI e XVII foi um marco tão importante na</p><p>história da humanidade que suas conquistas só são comparadas à chegada do homem à Lua. Durante estas</p><p>façanhas, que praticamente deram início à Idade Moderna, potências europeias, como Portugal, Espanha,</p><p>França, Inglaterra e Holanda, tomaram posse de novas terras graças à coragem de grandes navegadores.</p><p>Dentre as afirmações abaixo, relacionadas com a expansão marítima europeia, a única correta é:</p><p>A) Juntamente com Portugal, a Inglaterra lançou-se à descoberta de novas terras durante o início do século</p><p>XV, vindo a descobrir o Canadá.</p><p>B) A França foi um dos primeiros países a contestar o Tratado de Tordesilhas, o qual dividia o mundo entre</p><p>Portugal e Espanha.</p><p>C) Enquanto os holandeses colonizaram algumas ilhas das Antilhas, os franceses se limitaram a invadir</p><p>territórios portugueses no Brasil.</p><p>D) Os espanhóis conquistaram a maioria das terras da América, porém não tomaram posse de nenhum</p><p>território na América do Norte.</p><p>E) Quando os espanhóis lançaram-se às grandes navegações, a Espanha não se encontrava totalmente livre</p><p>dos invasores otomanos.</p><p>Comentários</p><p>Como o enunciado deixa evidente, o tema da questão são as grandes navegações europeias que levaram</p><p>ao contato e colonização da América. É importante lembrar que esse processo foi desencadeado pela</p><p>necessidade de expansão comercial dos europeus. Desde a Baixa Idade Média, a Europa vinha vivenciando</p><p>um renascimento comercial e urbano que resultou no deslocamento de seu eixo econômico da agricultura</p><p>para o comércio, do campo para a cidade. Com isso, os reinos europeus começaram a competir entre si</p><p>pelo acesso e controle a rotas comerciais no continente e fora dele, principalmente aquelas que mantinham</p><p>contato com os mercados orientais. Porém, em 1453, os turco-otomano conquistaram o Império Bizantino,</p><p>dificultando ainda mais o uso das rotas mediterrâneas no comércio com o Oriente. Então, começando pelos</p><p>portugueses, os europeus deram início à explorações marítimas pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico</p><p>em busca de um novo acesso ao Oriente, mas acabaram encontrando territórios ainda desconhecidos pelo</p><p>“Velho Mundo” e que poderiam ser tão ou mais rentáveis que os produtos trazidos das “Índias”. Como o</p><p>enunciado já destacou, as nações europeias mais promissoras na empresa colonial entre os séculos XV e</p><p>XVII foram Portugal, Espanha, França, Holanda e Inglaterra. Com isso em mente, vejamos qual é a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) Incorreta. No século XV, a Inglaterra ainda não era uma potência marítima. Inclusive, quando os</p><p>portugueses deram início às suas expedições marítimas na costa africana, os ingleses ainda estavam</p><p>ocupados na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) contra os franceses. O conflito deixou a Inglaterra em uma</p><p>situação econômica precária, além de uma crise política que desencadeou uma guerra civil interna logo</p><p>após a derrota para os franceses, a Guerra das Duas Rosas (1455-1487). A Inglaterra só daria os primeiros</p><p>passos no aperfeiçoamento de sua marinha durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603) e durante o</p><p>governo de Oliver Cromwell (1653-1658). Todavia, é apenas no século XVIII que a Inglaterra se torna uma</p><p>potência mundial e a marinha britânica vira a maior e mais poderosa do mundo.</p><p>b) Correta! Portugal e Espanha foram os primeiros países europeus a chegar na América e dar início à sua</p><p>colonização. Os espanhóis chegaram na América Central pela primeira vez em 1492, enquanto os</p><p>portugueses aportaram no Brasil em 1500. Nesse meio tempo, sem saber, mas já imaginando a existência</p><p>de mais terras à oeste da Europa e da África, as Coroas portuguesa espanhola deram início a negociações</p><p>mediadas pelo papa, para tratar das fronteiras entre suas futuras terras. O Tratado de Tordesilhas foi</p><p>assinado em 1494 e determinava que uma linha vertical imaginária traçada 370 léguas à oeste de Cabo</p><p>97</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Verde marcaria a fronteira entre as Américas espanhola e portuguesa. Contudo, outras nações europeias</p><p>não reagiram bem ao acordo, pois foram completamente excluídas dele. A França foi a primeira delas a</p><p>contestar o tratado. O rei francês Francisco I (1494-1547) ficou famoso pela frase “Quero ver a cláusula do</p><p>testamento de Adão que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha e me excluiu da partilha do mundo”. A</p><p>monarquia francesa apoiou corsários franceses a firmar alianças com os povos Tupinambás para</p><p>contrabandear o pau-brasil na América portuguesa. Inclusive, entre 1555 e 1565, os franceses invadiram a</p><p>Baía de Guanabara no Rio de Janeiro, e fundaram uma colônia chamada França Antártica. Mais tarde, entre</p><p>1612 e 1615, criaram uma colônia no Maranhão, batizando-a como França Equinocial. Em ambos os casos,</p><p>eles acabaram expulsos pelos portugueses. Os franceses também invadiram e fundaram colônias em</p><p>territórios supostamente espanhóis na América, como o Haiti e a Louisiana, além do Canadá.</p><p>c) Incorreta. Como disse acima, os franceses também tomaram os territórios do atual Haiti e da Louisiana,</p><p>entre os séculos XVI e XVII, na época pertencentes a Espanha. Naquele período,</p><p>eles também fundaram</p><p>colônias no Canadá, território disputado com ingleses.</p><p>d) Incorreta. Os atuais estados norte-americanos da Flórida, Louisiana, Texas, Califórnia e Novo México</p><p>pertenceram à Espanha no período colonial.</p><p>e) Incorreta. A Espanha nunca foi invadida pelos otomanos, mas sim por outros grupos muçulmanos do</p><p>norte da África, que ocuparam parte de seu território e nele fundaram reinos islâmicos, entre os séculos</p><p>VII e XV. O mais famoso deles foi o de Al Andaluz. Entretanto, em janeiro 1492, os espanhóis derrotaram e</p><p>expulsaram os últimos muçulmanos residentes na Península Ibérica, em Granada. As grandes navegações</p><p>espanholas teriam início em agosto daquele mesmo ano, portanto, depois que os islâmicos já tinham sido</p><p>expulsos.</p><p>Gabarito: B</p><p>(EsPCEx/2002/4000039529)</p><p>Leia com atenção o texto a seguir:</p><p>“A presença inglesa na América do Norte data de 1585, quando sir Walter Raleigh fundou Virgínia. Porém,</p><p>a efetiva ocupação do território ocorreu nas primeiras décadas do século XVII.</p><p>Os ingleses fundaram na costa atlântica, dos séculos XVII a XVIII, três grupos de colônias: as do Norte ou</p><p>Nova Inglaterra (New Hampshire, Massachussets, Connecticut e Rhode Island), colônias do Centro (Nova</p><p>Iorque, Pensilvânia, Nova Jérsei e Delaware) e as do Sul (Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do</p><p>Sul e Geórgia).”</p><p>FONTE: KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos. São Paulo: Atual, 2000. Pág. 348.</p><p>A citação acima demonstra como as Treze Colônias Inglesas da América do Norte estavam divididas em três</p><p>grupos básicos. Tal divisão deveu-se à diversidade político-administrativa e às diferenças sócio-econômicas,</p><p>entre outros fatores. Sobre esta colonização é possível afirmar que:</p><p>A) as colônias do Sul, por terem um clima mais quente e úmido, foram utilizadas exclusivamente para se</p><p>construir um novo lar, constituindo-se em colônias de povoamento.</p><p>B) as regiões do Centro foram utilizadas como colônias de exploração, uma vez que as suas condições</p><p>geográficas favoreciam a implantação de uma economia do tipo plantation.</p><p>C) nas regiões Norte e Centro a colonização foi efetuada, principalmente, por pessoas refugiadas de</p><p>conflitos político-religiosos, que criaram comunidades preocupadas com sua própria subsistência.</p><p>D) o Sul caracterizou-se por possuir uma colonização baseada no predomínio da pequena propriedade</p><p>monocultora e escravista, destinada à exportação, constituindo-se em colônias de exploração.</p><p>E) a região Norte caracterizou-se por constituir-se na principal área das colônias de exploração, tendo como</p><p>principais produtos de exportação para a Metrópole o algodão e o rum.</p><p>Comentários</p><p>98</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>A Inglaterra foi o último dos países europeus a se aventurar nas grandes navegações e na colonização da</p><p>América. Enquanto portugueses e espanhóis “queimaram a largada” ainda no século XV, seguidos por</p><p>franceses e holandeses ao longo do século XVI, os ingleses estiveram ocupados em guerras e crises internas.</p><p>Entre 1337 e 1453, a Inglaterra enfrentou a França na Guerra dos Cem Anos, da qual saiu derrotada e falida.</p><p>Dois anos depois, eclodiu uma guerra civil entre as principais casas nobres britânicas pela posse do trono,</p><p>a Guerra das Duas Rosas (1455-1487). A Inglaterra só daria os primeiros passos no aperfeiçoamento de sua</p><p>marinha durante o reinado de Elizabeth I (1558-1603) e durante o governo de Oliver Cromwell (1653-1658).</p><p>É nesse período que são os acontecimentos abordados pelo texto da questão. Sabendo disso, vejamos o</p><p>que é possível afirmar sobre a colonização britânica da América do Norte:</p><p>a) Incorreta. As Colônias do Sul eram aquelas que mais sofriam interferência da metrópole britânica e das</p><p>companhias de comércio inglesas. Sua fundação e desenvolvimento se deu a partir da instalação de uma</p><p>economia agroexportadora, fundamentada no grande latifúndio rural (plantation), com uso predominante</p><p>de mão de obra escravizada. Nesse sentido, essas colônias se esquadrariam mais na definição de colônia</p><p>de exploração.</p><p>b) Incorreta. As Colônias do Centro, assim como as do Norte foram fundadas de forma mais autônoma,</p><p>sem tanta interferência da Coroa britânica ou das companhias de comércio inglesas. Por isso, nelas</p><p>predominaram as pequenas e médias propriedades rurais voltadas para o mercado interno, além do</p><p>comércio e da manufatura. Apesar de também haver emprego de escravizados, nessas regiões eram mais</p><p>comuns formas de trabalho livre. Dessa forma, essas colônias se enquadram mais na definição de colônia</p><p>de povoamento.</p><p>c) Correta! É durante o século XVII que mais colônias britânicas foram fundadas na América Norte, algumas</p><p>com mais ou menos influência direta da Coroa. Vale destacar que no século XVII, a Inglaterra voltou a</p><p>vivenciar uma grave crise política. A dinastia Stuart se destacou por promover perseguições religiosas e</p><p>tentar instaurar o absolutismo. Por conta disso, eclodiu a Revolução Puritana entre 1642 e 1651, que</p><p>destituiu a monarquia e instalou a República Puritana até 1659, quando a dinastia Stuart foi restaurada. As</p><p>turbulências políticas e religiosas se somavam ao movimento dos cercamentos que aumentava a</p><p>concentração fundiária. Dessa forma, uma massa de refugiados políticos, protestantes dissidentes e</p><p>camponeses despossuídos buscaram novas oportunidades de vida na América do Norte nesse período. Eles</p><p>fundaram as colônias do Centro e do Norte que, como falei, contava com menos interferências</p><p>metropolitanas.</p><p>d) Incorreta. O único erro dessa alternativa está em afirmar que predominava a pequena propriedade,</p><p>quando na verdade prevalecia a grande propriedade monocultora e escravista nas colônias do Sul.</p><p>e) Incorreta. Na realidade, o Sul que se constituiu como principal área de colônias de exploração. Além</p><p>disso, o principal produto da região era o algodão, exportado para a Inglaterra. Por sua vez, o rum era</p><p>manufaturado nas colônias do Norte, que utilizavam o açúcar produzido das colônias britânicas no Caribe.</p><p>Gabarito: C</p><p>(EsPCEx/2000/4000039334)</p><p>O sistema administrativo colonial espanhol possuía grandes semelhanças com o sistema português na</p><p>América Latina. No Brasil Colonial, as câmaras municipais receberam o nome de "câmaras dos homens-</p><p>bons". As instituições semelhantes, na América Colonial Espanhola, receberam o nome</p><p>a) "ayuntamientos".</p><p>b) "alcaidarias".</p><p>c) "audiências".</p><p>d) "addantados".</p><p>e) "intendencias"</p><p>99</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Comentários</p><p>O tema geral da questão é a estrutura administrativa do sistema colonial espanhol, que funcionou entre os</p><p>séculos XV e XIX, na América. A América espanhola estava organizada em Vice-reinados, intendências e</p><p>câmaras municipais e Capitânias Gerais. Havia um órgão central para cuidar da Colônia, o Conselho Real e</p><p>Supremo das Índias. Ele nomeava os responsáveis pelos vice-reinos. Em geral, apenas os chapetones</p><p>(espanhóis nascidos na Europa) podiam ser nomeados como vice-reis, capitães-gerais e para os cargos nas</p><p>intendências. Os criollos (espanhóis nascidos na colônia) só podiam ocupar cargos nas câmaras municipais.</p><p>Estas são o tema específico da questão. Como seu nome sugere, tratava-se do órgão que constituía a</p><p>municipalidade, isto é, o governo local. Era composta por um grupo de vereadores e um alcaide (presidente</p><p>da câmara ou prefeito) escolhidos entre a elite criolla de cada região. Sabendo disso, vejamos como eram</p><p>chamadas as câmaras municipais da América Colonial Espanhola:</p><p>a) Correta! “Ayuntamiento” pode ser traduzido literalmente como “ajuntamento”, mas trata-se justamente</p><p>das câmaras municipais da América Colonial Espanhola. Também podiam ser chamadas de “cabildo”.</p><p>b) Incorreta. “Alcaidaria” não era um órgão, mas sim a própria condição ou função do alcaide, que</p><p>correspondia a um presidênte da câmara municipal, ou prefeito.</p><p>c) Incorreta. As Audiências eram órgãos jurídicos e administrativos ocupados por chapetones.</p><p>d) Incorreta. Não existiam órgãos administrativos na América espanhola com esse nome.</p><p>e) Incorreta. As intendências eram subdivisões administrativas dos Vice-reinos e só podiam ser ocupadas</p><p>por chapetones.</p><p>Gabarito: A</p><p>(EsPCEx/1996/4000038800)</p><p>Portugal foi o primeiro país europeu a iniciar a expansão ultramarina. Este fato ocorreu pela convergência</p><p>de diversos fatores que favoreceram o reino português. Entre eles podemos citar a(s)</p><p>a)pesquisas e estudos da Escola de Sagres e o fim da União Ibérica, o qual permitiu a Portugal realizar seus</p><p>projetos de navegação.</p><p>b) viagens realizadas por D. Henrique, “O Navegador”, as quais, junto à evolução da cartografia e aparelhos</p><p>de navegação, permitiram conhecimentos suficientes para a exploração marítima.</p><p>c) centralização do poder e a grande vantagem comercial devido ao excesso de metais preciosos em</p><p>Portugal, o que permitiu grandes lucros nas trocas de especiarias.</p><p>d) situação de paz e ordem interna além das vantagens comerciais alcançadas com as várias vitórias na</p><p>Guerra dos Trinta Anos.</p><p>e) privilegiada posição geográfica, centralização do poder e aperfeiçoamento náutico.</p><p>Comentários</p><p>Atenção ao período e local abordados: século XV em Portugal. O tema são as grandes navegações</p><p>europeias, mais especificamente o pioneirismo português nesse processo. É importante lembrar que as</p><p>explorações marítimas europeias foram motivadas pela busca de novas rotas comerciais e mercados. Isso</p><p>porque desde meados da Idade Média, a Europa vivenciava o renascimento comercial e urbano, que</p><p>deslocava o eixo econômico do continente do campo para a cidade, isto é, da agricultura para o comércio.</p><p>Um dos fatores vitais para a expansão comercial dos reinos europeus era o contato com o Oriente,</p><p>desencadeado pelas Cruzadas. No entanto, esse contato e comércio era realizado predominantemente</p><p>pelo mar Mediterrâneo, disputado por italianos, bizantinos e muçulmanos. Sobrava pouco espaço para</p><p>outros europeus tentarem fazer seus negócios por ali. Assim, Portugal foi o primeiro a se lançar na busca</p><p>por novas rotas marítimas que podiam levar até o Oriente. Sua primeira aposta foi na circunavegação da</p><p>100</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>África, iniciada em cerca de 1415 e completada em 1498. Sabendo desse contexto, vejamos quais fatores</p><p>favoreceram o pioneirismo do reino português:</p><p>a) Incorreta. Realmente, a Escola de Sagres foi uma importante escola náutica criada a mando do infante</p><p>português D. Henrique, no Algarve, em Portugal, no século XV. O objetivo da instituição era a formação de</p><p>navegadores à serviço da Coroa portuguesa, oferecendo aulas e acervos relacionados à cartografia,</p><p>geografia e astronomia. Foi graças a esse acúmulo de conhecimento nessas áreas, que os portugueses</p><p>puderam aperfeiçoar suas embarcações e se aventurar no Atlântico antes de qualquer outra nação</p><p>europeia. Todavia, a União Ibérica só surgiu quase dois séculos depois dos portugueses terem dado início</p><p>as grandes navegações. Chamamos de União Ibérica a unificação entre as Coroas espanhola e portuguesa,</p><p>ocorrida entre 1580 e 1640.</p><p>b) Incorreta. D. Henrique, o mesmo fundador da Escola de Sagres, foi uma figura vital nas grandes</p><p>navegações realizadas por Portugal. A ideia de conquistar Ceuta, realizada em 1415 e marco inicial das</p><p>explorações marítimas de Portugal, foi ideia desse nobre português. Entretanto, o erro da alternativa reside</p><p>em inverter causa e consequência. As navegações realizar por D. Henrique fizeram parte da exploração</p><p>marítima, isto é, só foram possíveis graças à evolução da cartografia e dos aparelhos de navegação, os quais</p><p>continuaram evoluindo durante e após suas viagens.</p><p>c) Incorreta. De fato, um dos principais fatores que contribuiu para o pioneirismo português nas grandes</p><p>navegações foi o fato de Portugal ter sido a primeira nação europeia por passar por uma centralização</p><p>monárquica que consolidou o absolutismo no país. Essa centralização envolveu a aliança entre a Dinastia</p><p>de Avis e a burguesia mercantil portuguesa, o que permitiu a capitalização de recursos para serem</p><p>investidos na exploração marítima em busca de novos mercados e rotas comerciais. Porém, não havia</p><p>excesso de metais preciosos em Portugal naquele período. Os portugueses só ganharam destaque da</p><p>aquisição de ouro e diamante a partir do final do século XVII, com a descoberta de metais preciosos na</p><p>região de Minas Gerais, na América portuguesa.</p><p>d) Incorreta. É verdade que Portugal vivia um momento de paz e ordem interna em vista da bem sucedida</p><p>centralização monárquica realizada pela Dinastia de Avis, ocorrida no final do século XIV. Isso contribuiu</p><p>para promoção das explorações marítimas no século XV. Todavia, a Guerra dos Trinta Anos, conflito entre</p><p>países europeus protestantes e católicos, só ocorreu entre 1618 e 1648, no século XVII. Ou seja, cerca de</p><p>dois séculos depois do início das grandes navegações.</p><p>e) Correta! Portugal está localizado no extremo oeste da Península Ibérica que, por sua vez, encontra-se na</p><p>costa atlântica da Europa, muito próxima ao norte do continente africano. Trata-se de uma posição</p><p>privilegiada para quem parte da Europa para o oceano Atlântico. Igualmente, como já comentei, a</p><p>centralização monárquica consolidada no final do século XIV, em Portugal, propiciou relativa paz e ordem</p><p>interna que permitiram a capitalização de recursos e a melhor organização dos esforços para a exploração</p><p>marítima. Enfim, mas não menos importante, também já havia destacado a importância do</p><p>aperfeiçoamento náutico dos portugueses, sobretudo a partir da fundação da Escola de Sagres, no século</p><p>XV.</p><p>Gabarito: E</p><p>(EsPCEx/1999/4000039218)</p><p>A vastidão do Império Colonial Espanhol na América tornou necessária a divisão do imenso território</p><p>em Vice-Reinos e Capitanias Gerais. Os quatro Vice-Reinos da América Espanhola eram:</p><p>a) Chile, Nova Espanha (México), Cuba e Venezuela.</p><p>b) Nova Espanha (México), Peru, Rio da Prata e Nova Granada.</p><p>c) Peru, Nova Espanha (México), Cuba e Flórida.</p><p>d) Guatemala, Cuba, Chile e Venezuela.</p><p>101</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>e) Nova Espanha (México), Peru, Nova Granada e Chile.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é a estrutura administrativa do sistema colonial espanhol, que funcionou entre os</p><p>séculos XV e XIX, na América. Lembre-se que a América espanhola correspondia a todo o território ao sul</p><p>dos Estados Unidos, com exceção do Brasil. Diante dessa vastião, foi necessário implantar uma engenhosa</p><p>administração de modo a garantir os interesses da metrópole. A colônia estava organizada em Vice-</p><p>reinados, intendências e câmaras municipais (ou cabildos) e Capitânias Gerais. Havia um órgão central para</p><p>cuidar da Colônia, o Conselho Real e Supremo das Índias. Ele nomeava os responsáveis pelos vice-reinos.</p><p>Em geral, apenas os chapetones (espanhóis nascidos na Europa) podiam ser nomeados como vice-reis,</p><p>capitães-gerais e para os cargos nas intendências. Os criollos (espanhóis nascidos na colônia) só podiam</p><p>ocupar cargos nas câmaras municipais. Com isso em mente, vejamos quais era os quatro vice-reinos da</p><p>América Espanhola:</p><p>a) Incorreta. O Chile, Cuba e Venezuela não eram vice-reinos. Na verdade, o atual território chileno</p><p>integrava o vice-reino do Peru, mas em 1798 foi feito Capitânia Geral do Chile, por sua distância em relação</p><p>aos centros políticos e econômicos. Por sua vez, Cuba fazia parte do vice-reino de Nova Espanha, mas em</p><p>1777 foi tornada Capitânia Geral de Cuba, desfrutando de maior autonomia administrativa. Por último, a</p><p>Venezuela fez parte do vice-reino do Peru até a criação do vice-reino de Granada em 1717, que integrou</p><p>seu território. Todavia, em 1776, assim como Cuba, Venezuela foi tornada uma Capitânia Geral.</p><p>b) Correta! O Vice-Reino de Nova Espanha, sediado no México, foi fundado em 1521, logo após a conquista</p><p>espanhola sobre o Império Asteca. Pouco depois, com a conquista espanhola sobre o Império</p><p>Inca, foi</p><p>criado o Vice-Reino do Peru. Cerca de dois séculos depois, em 1717, foi criado o Vice-Reino de Nova</p><p>Granada, responsável pela parte sul da América Central e do noroeste da América do Sul. Enfim, em 1776,</p><p>foi fundado o Vice-Reino do Rio da Prata, que administrava a maior parte da Bacia do Rio da Prata,</p><p>integrando territórios do Paraguai, Argentina e Uruguai.</p><p>c) Incorreta. Já vimos que Cuba não era um vice-reino. A Flórida, que hoje é um estado dos EUA, também</p><p>não era um vice-reino, mas fazia parte do Vice-Reino da Nova Espanha. Entretanto, a região fora apenas</p><p>escassamente povoada pelos espanhóis, que só tinham interesse nela por sua localização estratégica e</p><p>como fonte de matérias-primas básicas. Além disso, em 1763, a Espanha cedeu o território da Flórida a</p><p>Inglaterra, para conseguir Cuba de volta, que havia sido tomada pelos britâncios um ano antes.</p><p>d) Incorreta. Já vimos que Cuba, Chile e Venezuela não eram vice-reinos. A Guatemala também não era,</p><p>mas sim uma capitânia geral dependente do Vice-Reino da Nova Espanha.</p><p>e) Incorreta. Já vimos que o Chile não era um vice-reino.</p><p>Gabarito: B</p><p>16. Lista de questões da profe. Alê Lopes - comentadas</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Os mercadores portugueses foram beneficiados por alianças e acordos de interesse mútuo estabelecidos</p><p>com a Coroa Portuguesa. Por meio de decretos, leis e incentivos às pessoas que atuavam no comércio.</p><p>AZEVEDO, G e SERIACOPI. História – Série Brasil.; Ed. Ática.</p><p>Essa relação entre a Coroa e a burguesia mercantil</p><p>a) Se consolidou entre 1383 e 1385, com a Revolução de Avis, na qual os comerciantes colocaram no trono</p><p>Dom João I.</p><p>b) Produziu a conquista de Ceuta, já em 1385, sob o comando de Dom João I, Mestre de Avis.</p><p>c) Garantiu a construção da maior escola náutica do século XIV, a Escola de sagres.</p><p>102</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>d) Possibilitou a conquista de Gibraltar, em 1415, retirando o controle do comércio das mãos dos</p><p>muçulmanos.</p><p>e) Garantiu a expansão marítimo-comercial tão acelerada que ninguém conseguiu competir com Portugal,</p><p>no século XVI.</p><p>Comentários</p><p>A questão trata da consolidação do Estado absolutista em Portugal, o que se iniciou a partir de 1385. Nesse</p><p>sentido, é interessante lembrar que em várias nações Europas onde o absolutismo se consolidou, incluindo</p><p>Portugal, a centralização do poder na figura do rei dependeu de uma aliança com setores da burguesia.</p><p>Isso porque a nobreza feudal e o clero, em muitos casos, rivalizavam com os monarcas pela concentração</p><p>de poder político e religioso. Por outro lado, a burguesia, composta principalmente por comerciantes e</p><p>banqueiros, tinha que lidar com vários obstáculos econômicos colocados pela fragmentação econômica e</p><p>política dos reinos europeus e com a perseguição da Igreja sobre algumas de suas atividades, como a usura.</p><p>Por essas razões, em muitos lugares, reis e burgueses se aliaram para realizar seus objetivos. De um lado,</p><p>os monarcas unificavam a economia (moedas, tributos, pesos e medidas) e, de outro, burgueses</p><p>emprestavam dinheiro e investiam capitais para que os reis pudessem formar exércitos permanentes e</p><p>racionalizassem a administração de seus governos. Lembre-se que nessa época, as nações europeias</p><p>também competiam pelo controle de rotas comerciais e de pontos de distribuição de mercadorias.</p><p>Evidentemente, esse empreendimento demandava uma grande monta de recursos e uma coordenação</p><p>arrojada para implementá-lo, concorda? Isso justificava a necessidade da centralização política na</p><p>Monarquia e uma série de práticas econômicas que, posteriormente, foram sistematizadas como</p><p>MERCANTILISMO. É nesse contexto que se insere a relação entre a Coroa portuguesa e a burguesia</p><p>mercantil, abordada pela questão. Então, vejamos as alternativas:</p><p>a) Correta! A Revolução de Avis (1383-1385) foi um conflito entre dois herdeiros do trono lusitano, um</p><p>bastardo português do último rei, João Mestre de Avis, e a rainha de Castela, também princesa de Portugal.</p><p>O primeiro era apoiado pela burguesia mercantil, enquanto a segunda contava com o suporte da nobreza</p><p>e do clero portugueses. Com a vitória de João, ele foi coroado rei dando início a Dinastia de Avis. Coroado</p><p>sob o nome de João I, o novo rei deu início a uma série de medidas para consolidar o absolutismo em seu</p><p>reinado, com o apoio de setores da burguesia aos quais, em troca, concedia privilégios, cargos, títulos e</p><p>monopólios comerciais.</p><p>b) Incorreta. A conquista de Ceuta, cidade islâmica no Norte da África, ocorreu em 1415. Apesar de</p><p>realmente ter sido liderada por D. João I, a vitoriosa expedição não foi resultado exclusivo da relação entre</p><p>a Coroa e a burguesia. Na realidade, naquela altura da história, o monarca já conseguira estabilizar a política</p><p>interna do reino. Portugal vivia um período de paz interna. Contudo, Portugal vivia um período de crise</p><p>econômica. O reino encarava a falta de produtos agrícolas, mão de obra e sua moeda se encontrava</p><p>desvalorizada. Por isso, D. João I começou a buscar alternativas para a crise econômica. Uma das ideias foi</p><p>a de expandir o reino para o Mediterrâneo, não para a Europa. Com isso e influenciado por seus filhos, o</p><p>monarca começou a construir uma enorme armada a fim de conquistar a praça de Ceuta. A expansão</p><p>marítima canalizava o espírito guerreiro da nobreza e ajudava a manter a concórdia dentro das fronteiras.</p><p>Os nobres também viam na expansão uma oportunidade para aumentar suas possessões e títulos. O clero,</p><p>imaginava conquistar mais almas. O povo em geral, acreditava que poderia ter mais demanda por trabalho.</p><p>Por fim, a burguesia enxergava vantagens comerciais devido à posição estratégica de Ceuta. Portanto, essa</p><p>conquista contou com o apoio do conjunto da sociedade portuguesa, não só dos burgueses.</p><p>c) Incorreta. A Escola de Sagres, fundada no século XV, foi iniciativa do infante D. Henrique, com o objetivo</p><p>de oferecer formação a navegadores portugueses e estrangeiros que estavam a serviço do infante,</p><p>provendo conhecimentos de cartografia, geografia e astronomia.</p><p>103</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>d) Incorreta. O Estreito de Gibraltar foi tomado pelos portugueses na mesma ocasião que conquistaram</p><p>Ceuta. Portanto, não foi resultado exclusivo da relação entre Coroa e burguesia mercantil, mas da</p><p>mobilização do conjunto da sociedade portuguesa.</p><p>e) Incorreta. De fato, a relação entre Coroa e burguesia mercantil foi um dos elementos indispensáveis para</p><p>a expansão marítima acelerada de Portugal. No entanto, a Espanha também conseguiu tal proeza e se</p><p>tornou no principal competidor dos portugueses no século XVI.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Entre os séculos XIII e XV, os genoveses e venezianos monopolizam o comércio de produtos chegados à</p><p>Europa pelo Mediterrâneo e, em 1453, Constantinopla foi tomada pelos Turcos Otomanos. Considerando</p><p>a ação desse grupo, a principal consequência econômica, para os europeus foi</p><p>a) Sair em busca de novas rotas comerciais primeiramente pelo mar do norte da Europa.</p><p>b) Carência econômica, que só foi resolvida com a as Cruzadas.</p><p>c) Dificuldade de comércio de especiarias com o Oriente devido aos bloqueios impostos.</p><p>d) Falta de metais precisos, já que os Turcos fecharam os portos do Norte da África que fornecia esse metal</p><p>para o continente europeu.</p><p>e) Um grande conflito militar entre europeus e muçulmanos pelo controle da rota da seda.</p><p>Comentários</p><p>Repare que o tema da questão são as disputas em torno do controle das rotas comerciais marítimas, no</p><p>final da Idade Média e início da Idade Moderna. Nesse período, a economia das nações europeias</p><p>gradativamente mudava seu eixo econômico para o comércio, no qual via a solução para a maioria de seus</p><p>problemas. Para ter sucesso nesse ramo, era necessário melhorar e aumentar as rotas comerciais, chegar</p><p>e controlar à fonte de distribuição de mercadoria. Todavia,</p><p>as rotas no mar Mediterrâneo que ligavam a</p><p>Europa aos mercados orientais (principais fontes de produtos luxuosos) eram controladas pelos italianos e</p><p>pelos turco-otomanos. Sabendo desse contexto, vamos analisar qual alternativa apresenta a principal</p><p>consequência econômica do monopólio italiano e turco-otomano do Mediterrâneo para os Europeus:</p><p>a) Incorreta. Realmente, a busca por novas rotas comerciais marítimas foi a principal consequência dessa</p><p>conjuntura econômica. No entanto, essa busca não foi feita no mar do Norte da Europa, mas sim no Oceano</p><p>Atlântico, navegando-se pela Costa da África e para o oeste, onde encontraram a América.</p><p>b) Incorreta. Na verdade, o monopólio italiano do Mediterrâneo e a conquista de Constantinopla pelos</p><p>turco-otomanos foram consequências das Cruzadas e não o contrário.</p><p>c) Correta! Justamente, como as principais rotas conhecidas até então que ligavam a Europa aos mercados</p><p>do oriente, ricos em especiarias, eram controladas por italianos e turco-otomanos, as demais nações</p><p>europeias tinham dificuldades em participar desse comércio.</p><p>d) Incorreta. Os turcos não fecharam todos os portos da África para a Europa. Inclusive, Portugal acabou</p><p>estabelecendo entrepostos em portos africanos importantes onde havia reinos próximos que praticavam</p><p>a extração de ouro, como na região da Costa da Mina.</p><p>e) Incorreta. Na verdade, as Cruzadas consistiram em vários conflitos pelo controle dessa rota. Portanto,</p><p>como disse na letra “b”, o monopólio italiano do Mediterrâneo e a conquista de Constantinopla pelos turco-</p><p>otomanos foram resultados disso, não o contrário.</p><p>Gabarito: C</p><p>104</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Na Era Moderna, teve início o Período das Grandes Navegações – termo usado para designar o ciclo de</p><p>viagens marítimas de longa distância realizadas pelos europeus – principalmente portugueses e espanhóis</p><p>-, que expandiram os limites do mundo conhecido, até então, pelas sociedades brasileiras.</p><p>São causas desse projeto expansionista:</p><p>I – Necessidade de novos mercados</p><p>II – Propagação da fé católica e protestante</p><p>III – Ambição material e econômica</p><p>IV – Falta de metais preciosos</p><p>V – Falta de conhecimento sobre outros povos</p><p>Estão incorretos</p><p>a) I, III, IV</p><p>b) II, III, V</p><p>c) I, II, IV</p><p>d) II, V</p><p>e) II, III</p><p>Comentários</p><p>Veja, a questão faz referência ao início das grandes navegações, ou seja, estamos falando dos séculos XV e</p><p>XVI, momento em que Portugal e Espanha passaram a explorar mais rotas marítimas no Oceano Atlântico.</p><p>Lembre-se que nessa mesma época, o eixo econômico da Europa havia se tornado o comércio e as</p><p>atividades mercantis. Por isso, as nações europeias competiam pelo acesso e controle de rotas comerciais</p><p>e pontos de distribuição de mercadorias. Ao mesmo tempo, a base da medida da riqueza deixou de ser</p><p>somente a terra, mas passou a incluir os metais preciosos (ouro e prata). Na verdade, esses metais se</p><p>tornaram até mais importantes que a terra, pois esta passou a ter seu valor traduzido em dinheiro, que por</p><p>sua vez tinha seu valor baseado nos metais. Além disso, o cristianismo enfrentava contestações de vários</p><p>lados e, a partir do século XVI, vários movimentos protestantes romperam com a Igreja Católica para</p><p>inaugurar novas vertentes do cristianismo. Por último, lembre-se que nessa época também ocorreu a</p><p>formação das monarquias absolutistas na Europa, o que garantiu a centralização do poder e o</p><p>fortalecimento do Estado. Com essas informações básicas, vamos avaliar quais proposições não podem ser</p><p>consideradas causas do projeto expansionista europeu:</p><p>I – Verdadeira. Perceba que a questão econômica da Modernidade está relacionada com o</p><p>comércio. Nesse sentido, a solução para os problemas econômicos da Europa passava por melhorar e</p><p>aumentar as rotas comerciais, chegar e controlar à fonte de distribuição de mercadorias. Além disso, era</p><p>necessário ter para quem vender, isto é, um mercado consumidor. Por isso, o objetivo principal é achar</p><p>novos territórios que possam fornecer matérias-primas e mercadorias para que a metrópole possa</p><p>beneficiar e comercializar com o resto do mundo, inclusive para o próprio fornecedor. Inicialmente, os</p><p>europeus estavam preocupados em fundar entrepostos comerciais, isto é, apenas algumas feitorias e</p><p>fortalezas em cidades costeiras para fazer trocas com os povos encontrados. Porém, com o tempo eles</p><p>observaram que teriam vantagens colonizando e instalando uma estrutura de produção de certas matérias-</p><p>primas. Além disso, encontraram ouro em alguns lugares. De uma forma ou de outra, a preocupação girava</p><p>em torno de garantir o monopólio sobre o comércio e a circulação de mercadorias.</p><p>II – Falsa! No início da expansão marítima europeia, apenas a Igreja Católica estava interessada</p><p>em propagar sua fé para os novos territórios descobertos. O principal motivo eram exatamente as</p><p>Reformas Protestantes lhes roubavam cada vez mais fiéis e até mesmo reinos inteiros, nos casos em que</p><p>os monarcas se convertiam às novas vertentes do cristianismo. Os protestantes só se empenharam em</p><p>propagar sua fé para os outros continentes a partir do século XVII, quando Holanda e Inglaterra passaram</p><p>a participar mais ativamente da expansão marítima.</p><p>105</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>III – Verdadeira, pelas mesmas razões que a I. Vale mencionar que todas as camadas da</p><p>sociedade europeia se encantavam com a expansão marítima. As monarquias e os nobres achavam que</p><p>aumentariam suas posses e títulos; o clero sonhava com a conversão de mais almas; os burgueses viam</p><p>oportunidades para lucros exorbitantes; o povo em geral acreditava que o Novo Mundo podia proporcionar</p><p>aventuras fantásticas e oportunidade de enriquecimento. De uma forma ou de outra, a ambição material</p><p>e econômica eram a base de sustentação para todos essas metas.</p><p>IV – Verdadeira. À medida que a valorização dos metais preciosos aumentava na economia</p><p>europeia, mais difícil era encontrá-lo. Até porque as reservas naturais e ouro e prata na Europa nunca foram</p><p>tão numerosas quanto em outros continentes. Assim, a escassez desses metais motivou os europeus a</p><p>investir na expansão marítima. Se não encontrassem novas jazidas, pelo menos podiam encontrar novas</p><p>rotas e fontes de matérias-primas e mercadorias que por meio do comércio poderia dar acesso a mais ouro</p><p>e prata.</p><p>V – Falsa. Os europeus conheciam outros povos. Árabes, africanos e asiáticos tinham contato</p><p>com a Europa em diferentes intensidades com o passar o do tempo. Portanto, conhecer ou não a existência</p><p>de outros povos não foi um motivador para a expansão. Na verdade, podemos até dizer que os europeus</p><p>esperavam encontrar novos grupos humanos, que pudessem se tornar fornecedores ou consumidores de</p><p>mercadorias, ou seja, que pudessem ser novos mercados.</p><p>Portanto, a alternativa correta é letra “d”.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>São motivos do pioneirismo português, exceto:</p><p>a) Centralização administrativa</p><p>b) Interesses socioeconômicos</p><p>c) Périplo Africano</p><p>d)Posição Geográfica favorável</p><p>e) Ausência de Guerras e equilíbrio de interesses</p><p>Comentários</p><p>Em primeiro lugar, repare que a questão é sobre as grandes navegações empreendidas pelos europeus a</p><p>partir do século XV. Mais especificamente, o enunciado aborda o pioneirismo português essa empreitada.</p><p>Em outras palavras, as razões que explicam por que os portugueses foram os primeiros a investir na</p><p>expansão marítima. Mas preste atenção! A questão quer saber qual das alternativas não indica um dos</p><p>motivos para o pioneirismo lusitano. Então, vejamos:</p><p>a) Correta. Portugal foi o primeiro reino a consolidar uma monarquia absolutista. Isso ocorreu em</p><p>decorrência da Revolução de Avis, entre 1383 e 1385, resultou na coroação de D. João I. Este rei conseguiu</p><p>estabilizar as tensões internas da sociedade portuguesa e implementar medidas de centralização.</p><p>Ele</p><p>contava especialmente com o apoio da burguesia. Além disso, foi esse monarca que teve a ideia de dar</p><p>início a expansão, começando por Ceuta, uma cidade islâmica no norte da África. Isso garantiu que todas</p><p>as camadas da sociedade lusitana apoiassem a monarquia, pois viam vantagens na expansão. Dessa forma,</p><p>sem a centralização administrativa, não seria possível organizar tropas, navios e a própria economia de</p><p>modo a possibilitar o deslocamento e a conquista de novos pontos estratégicos no mercado internacional,</p><p>fora da Europa.</p><p>b) Correta. Como disse acima, todas as camadas da sociedade portuguesa tinham interesses na expansão,</p><p>muitos dos quais eram econômicos. A burguesia via oportunidade de alcançar novos mercados e</p><p>mercadorias; a nobreza acreditava que aumentaria suas posses; e o povo pensava que teriam trabalho</p><p>garantido. Lembre-se que nessa época o eixo da economia europeia era o comércio, portanto controlar</p><p>106</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>rotas comerciais e pontos de distribuição de mercadoria eram vistos como soluções para os problemas</p><p>econômicos de um reino.</p><p>c) Incorreta! O Périplo Africano foi a estratégia usada pelos portugueses para executar a circunavegação</p><p>do continente africano. Assim, acreditavam que teriam acesso à Índica, principal fornecedor de especiarias</p><p>e outros produtos valorizados na Europa, o que de fato ocorreu. Portanto, veja bem, o Périplo não foi um</p><p>motivo para o início da expansão, foi o plano usado para materializá-la.</p><p>d) Correta. Para além das razões econômicas, sociais e políticas, é evidente que a posição estratégica de</p><p>Portugal na beira do Atlântico lhe deu vantagem na largada para a exploração de novas rotas e mercados</p><p>em outros mares e oceanos.</p><p>e) Correta. Quando D. João I deu início a expansão marítima portuguesa organizando a expedição à Ceuta</p><p>em 1415, Portugal já vivia um período de paz a anos. O último conflito interno vivido pelo reino foi a</p><p>Revolução de Avis (1383-1385), 30 anos antes. Naquele ponto, o absolutismo monárquico estava</p><p>consolidado e encontrara um ponto de equilíbrio entre os diferentes setores da sociedade portuguesa.</p><p>Inclusive, diante da crise financeira, a expansão se mostrou uma forma de manter esse equilíbrio, pois,</p><p>como eu disse antes, todas as camadas da sociedade tinham interesses na exploração e conquista de novas</p><p>rotas e entrepostos comerciais.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Enquanto a navegação marítima portuguesa se desenvolvia, no início do século XV, e, consequentemente,</p><p>o comércio se ampliava em novas direções, os espanhóis</p><p>a) Estavam envolvidos com Colombo e seu Projeto de circum-navegação para chegar às Índias.</p><p>b) Ainda estavam divididos em dois reinos distintos e lutavam pela reconquista da Península Ibérica que</p><p>permanecia controlada por mouros.</p><p>c) Celebravam a união dos reinos de Aragão e Castela a partir de várias negociações com os mouros</p><p>muçulmanos que ocupavam a Península Ibérica.</p><p>d) Desenvolviam seu projeto de contorno à África em direção às Índias a fim de garantir abertura de novas</p><p>rotas comerciais.</p><p>e) Organizava a centralização da administração e do exército para conquistar a América.</p><p>Comentários</p><p>O tema da questão é o início das grandes navegações empreendidas pelos europeus. O tempo citado</p><p>pelo próprio enunciado é o início do século XV. Com isso, questiona-se o que os espanhóis estavam</p><p>fazendo enquanto os portugueses já estavam explorando a costa africana. Lembre-se que a expansão</p><p>marítima portuguesa foi oficialmente iniciada com a conquista de Ceuta, em 1415. Recorde-se também</p><p>que não existia Espanha nessa época, mas em seu lugar havia diferentes reinos independentes que só</p><p>se unificaram sob o nome de Espanha em 1469, com o casamento de Fernando de Aragão e Isabel de</p><p>Castela. Tanto a monarquia portuguesa quanto a espanhola foram formadas em meio à Reconquista,</p><p>nome dado às guerras entre cristãos e muçulmanos na Baixa Idade Média. Com isso em mente, vejamos:</p><p>a) Incorreta. O envolvimento com Colombo e o plano da circum-navegação do mundo para chegar às</p><p>Índias só se deu em 1492, ou seja, no final do século XV, não no início.</p><p>b) Correta! Como disse no comentário, a Península Ibérica estava imersa em guerras entre cristãos e</p><p>muçulmanos naquele período. Esses conflitos foram elemento integrante da consolidação das</p><p>monarquias espanhola e portuguesa. Portugal se tornou independente do reino cristão de Leão após</p><p>seu sucesso na expulsão dos mouros de seus territórios e a aclamação de Afonso Henrique como rei,</p><p>após sua liderança na batalha de Ourique, em 1139, no século XII. Observe que os portugueses já eram</p><p>107</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>um reino unificado muito antes dos espanhóis. Estes continuaram guerreando entre si e com os mouros</p><p>até o século XV, quando os reinos católicos de Aragão e Castela se unificaram como Espanha, por meio</p><p>do casamento de seu rei e rainha, respectivamente. Ainda assim, apenas em 1492, eles conseguiram</p><p>expulsar os muçulmanos definitivamente da península, no mesmo ano em que decidiram investir no</p><p>plano de Colombo.</p><p>c) Incorreta. Aragão e Castela só se unificaram no final do século XV, em 1492. Além disso, essa união</p><p>foi feita justamente para combater os mouros, não para negociar com eles.</p><p>d) Incorreta. Esse projeto era dos portugueses, não dos espanhóis. Estes, por sua vez, apostaram em</p><p>navegar rumo a Oeste acreditando que dariam a volta ao mundo, chegando às Índias.</p><p>e) Incorreta. Isso só ocorreu no século XVI, alguns depois dos espanhóis terem mais noção do que era o</p><p>continente americano, sua geografia e os povos que nele habitavam. Por exemplo, a conquista do</p><p>México só se consolidou em 1521 e a do Império Inca em 1533.</p><p>Gabarito: B</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>O feito de Colombo levou o governo de Portugal e o da Espanha a se envolverem em uma disputa a respeito</p><p>de qual dos dois países teria primazia sobre as “novas terras”. Como não chegavam a um acordo, os reis de</p><p>Portugal e Espanha pediram ao Papa Alexandre VI que servisse de juiz de disputa. Em 1494, assinaram o</p><p>Tratado de Tordesilhas.</p><p>AZEVEDO, G e SERIACOPI. História – Série Brasil.; Ed. Ática, p. 149</p><p>O Tratado de Tordesilhas foi precedido por</p><p>a) Acordo de Cabo Verde-Açores</p><p>b)Tratado de Aliança Comércio e Amizade.</p><p>c) Tratado de Lisboa</p><p>d) Bula Inter Coetera</p><p>e) Segundo Tratado de Utrecht</p><p>Comentários</p><p>No texto destacado podemos identificar elementos importantes para nos localizar. O tema são as</p><p>grandes navegações, mais especificamente os acordos entre Espanha e Portugal sobre a posse dos novos</p><p>territórios descobertos. Os autores falam da assinatura do Tratado de Tordesilhas pelas duas</p><p>monarquias, em 1494. Contudo, houve um acordo anterior, em 1493, mediado pelo Papa Alexandre IV.</p><p>A questão pede o nome deste tratado anterior. Então vejamos:</p><p>a) Incorreta. Não existiu um acordo com esse nome. Na verdade, as ilhas de Cabo Verde e Açores foram</p><p>usadas como ponto de referência para delimitar os limites entre as possessões espanholas e</p><p>portuguesas nos tratados assinados pelas duas monarquias ibéricas. Por exemplo, o Tratado de</p><p>Tordesilhas definia que seria traçada uma linha imaginária de norte a sul a 370 léguas de Cabo Verde ou</p><p>de Açores, que estavam mais ou menos na mesma longitude, um mais ao norte outro mais a sul, no</p><p>Atlântico. Tudo a oeste dessa linha imaginária seria da Espanha e tudo a leste seria de Portugal.</p><p>b) Incorreta. Esse tratado foi assinado entre Portugal e Inglaterra, em 1810 e garantiu privilégios</p><p>alfandegários aos produtos ingleses importados nos territórios portugueses, inclusive e principalmente</p><p>no Brasil. Nessa época, a Corte portuguesa estava sediada no Rio de Janeiro, pois fugira de Portugal em</p><p>decorrência das invasões napoleônicas. Os ingleses aceitaram escoltar e apoiar os portugueses</p><p>conquanto os portos do Brasil fossem abertos. Em seguida, exigiram mais</p><p>vantagens econômicas no</p><p>mercado luso-brasileiro, o que resultou no acordo de 1810.</p><p>108</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>c) Incorreta. O Tratado de Lisboa foi assinado em 2007 e começou a vigorar a partir de 2009. Esse</p><p>documento consistia em um acordo entre os países-membros da União Europeia com a pretensão de</p><p>reformar ou alterar determinadas características legislativas do bloco. Entre seus principais pontos</p><p>podemos citar: o fortalecimento do Parlamento Europeu; o aumento do poder político dos cidadãos</p><p>com nacionalidade reconhecida; concessão maiores poderes de decisão ao bloco em relação às</p><p>unidades nacionais; criação do cargo de Presidente Europeu, que na verdade, é apenas uma liderança</p><p>do Parlamento eleito para presidir as sessões e garantir o funcionamento da instituição em questão.</p><p>d) Correta! Em 4 de maio de 1493, por meio de um documento chamado Bula Inter Coetera, o papa</p><p>estabeleceu que as terras que viriam a ser chamadas de América seriam divididas entre os reis de</p><p>Portugal e Espanha com seus limites demarcados por uma linha imaginária (meridiano) situado a 100</p><p>léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Tudo que ficasse a oeste desse meridiano era território espanhol,</p><p>enquanto o que estava a leste seria possessão portuguesa. Com isso, a Espanha ficava com direito a</p><p>colonizar e explorar as terras já encontradas e aquelas a encontrar na América. Por sua vez, Portugal</p><p>ficaria com o continente africano. Evidentemente que o monarca lusitano não ficou contente e buscou</p><p>estabelecer um acordo diretamente com a Coroa espanhola. O resultado foi o Tratado de Tordesilhas,</p><p>de 1494, com as características que expliquei na alternativa “a”.</p><p>e) Incorreta. O segundo Tratado de Utrecht foi assinado em 1715, por Portugal e Espanha. Seu objetivo</p><p>era acordar os limites entre os territórios espanhóis e portugueses na região que hoje fica Rio Grande</p><p>do Sul e o Uruguai. A Espanha devolvia a Portugal a Colônia do Sacramento, no Rio da Prata. Por sua vez,</p><p>a Coroa portuguesa cedia aos espanhóis os municípios de Albuquerque e Puebla de Sanabria.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Em meados do século XVI, Portugal mantinha mais de cinquenta fortes e feitorias na rota entre a África e o</p><p>Japão. Os portugueses dominaram a maior parte do comércio ao longo do Índico por quase um século,</p><p>transportando chás, sedas, pedras preciosas e africanos escravizados.</p><p>Aos poucos, Portugal perdeu o controle do comércio com as Índias. Para esse declínio contribuiu</p><p>a) A resistência muçulmana à presença portuguesa no Oriente e a União Ibérica</p><p>b) A crise dos preços e o avanço da importância do navegação inglesa.</p><p>c) A invasão da Holandesa às feitorias na África.</p><p>d) Às invasões francesas na colônia portuguesa na América.</p><p>e) Os conflitos entre Portugal e Espanha pelas minas de Potosí.</p><p>Comentários</p><p>Vejamos, a questão aborda as grandes navegações europeias, com enfoque na experiência portuguesa</p><p>no século XVI. Como o enunciado disse, nesse período Portugal estabeleceu várias feitorias e fortes na</p><p>rota entre a África e o Japão. Essas edificações serviram de entrepostos comerciais, isto é, pontos onde</p><p>os portugueses podiam armazenar e comercializar mercadorias e escravizados com os povos nativos.</p><p>Na verdade, à princípio esse era objetivo deles na expansão marítima, não colonizar extensamente os</p><p>territórios encontrados. Isso porque o eixo econômico da Europa passou a ser o comércio e as disputas</p><p>entre as nações europeias se davam em torno do controle das rotas e pontos de distribuição de</p><p>mercadorias para monopolizar o máximo possível o comércio internacional. Contudo, em pouco tempo,</p><p>outras nações se equiparam aos portugueses na expansão marítima ainda no século XVI, especialmente</p><p>a Espanha. Com isso em mente, vejamos as alternativas que melhor indicam as causas do declínio</p><p>português no controle do comércio com as Índias:</p><p>109</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>a) Correta! A Índia, como você sabe, está localizada no sudoeste asiático, na fronteira com o Oriente</p><p>Médio onde os califados islâmicos se expandiam desde a Idade Média. Eles chegaram a conquistar parte</p><p>do território indiano e representavam uma grande ameaça aos interesses europeus na região. Por outro</p><p>lado, em 1580, Portugal passava por uma crise de sucessão ao trono. O rei havia falecido sem deixar</p><p>herdeiros. O próximo da linha de sucesso era ninguém menos de Filipe II, rei da Espanha, que</p><p>rapidamente agiu para assegurar seu direito e unificou as duas coroas formando a União Ibérica. Dessa</p><p>forma, todos os territórios portugueses na Europa e nos demais continentes passaram a ser dos</p><p>espanhóis. Essa unificação durou até 1640, quando os portugueses recuperaram sua independência. No</p><p>entanto, saíram muito prejudicados. Nesse meio tempo a confusão entre administração portuguesa e</p><p>espanhola dificultou o controle dos territórios. Além disso, a Holanda invadiu possessões portuguesas</p><p>na América e na África, porque já estava em guerra contra a Espanha quando esta incorporou Portugal,</p><p>fazendo deste inimigo dos holandeses por extensão.</p><p>b) Incorreta. De fato, o alto custo das navegações contribuiu para o declínio português do comércio com</p><p>a Índia. Contudo, no século XVI não houve um avanço da navegação inglesa ao ponto de disputar a rota</p><p>das Índias com os portugueses. Nesse período a rainha Elizabeth I investiu na contratação de corsários,</p><p>mas concentrava suas atividades no Atlântico Norte, disputando com holandeses e espanhóis,</p><p>principalmente. Somente após as revoluções inglesas do século XVII, a marinha inglesa assumiria as</p><p>grandes proporções que lhe garantiriam não só o controle do comércio com a Índia, mas também a</p><p>edificação do maior Império colonial do mundo.</p><p>c) Incorreta. Realmente, a invasão Holandesa de portos portugueses na África contribuiu para o declínio</p><p>do comércio com a Índia. No entanto, esse fator era decorrente da União Ibérica. Se esta unificação com</p><p>a Espanha não tivesse ocorrido, é bem possível que portugueses e holandeses continuassem tendo</p><p>relações comerciais amistosas, como antes. Todavia, vale destacar que mais impactante para a crise</p><p>colonial portuguesa do século XVI foi a invasão holandesa do Nordeste brasileiro, principal colônia</p><p>portuguesa.</p><p>d) Incorreta. No século XVI, a única tentativa de invasão francesa de territórios portugueses foi no Rio</p><p>de Janeiro, na América portuguesa, entre 1555 e 1570. Contudo, isso não afetava diretamente o</p><p>controle de Portugal sobre o comércio com a Índia.</p><p>e) Incorreta. Na verdade, Portugal e Espanha não disputaram o controle das minas em si, mas sim das</p><p>colônias estabelecidas em volta do delta do Rio da Praia, por onde a prata de Potosí era escoada para</p><p>ser transportada para a Europa. Logo, controlar essa região era controlar a circulação de uma grande</p><p>quantidade do metal. Entretanto, as disputas entre as duas nações sobre esse território só ocorreram</p><p>depois do fim da União Ibérica, nos anos 1640, sobretudo ao longo do século XVIII.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>A conquista do Império Inca deu-se a partir de 1531, por Francisco Pizarro. Em 1533, Pizarro conseguiu</p><p>invadir a capital inca, desestabilizando todo o império. O Império Inca, chegou a ter uma população de 20</p><p>milhões de habitantes.</p><p>Sobre os aspectos econômicos dos povos incas, pode-se citar</p><p>a) Eram produtores agrícolas, ceramistas e metalúrgicos.</p><p>b) Eram seminômades e coletores.</p><p>c) Desenvolveram monocultura e comércio.</p><p>d) Eram grandes agricultores, mas não sabiam talhar minérios.</p><p>e) Comercializavam sal, ouro, peles e tecidos.</p><p>110</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Comentários</p><p>A civilização inca se desenvolveu por quase toda a região dos Andes que hoje corresponde a partes do</p><p>Peru, do Equador, da Bolívia e do norte do Chile. Alcançou seu maior esplendor por volta do século XIV.</p><p>Os incas eram</p><p>aparecimento das Indústrias na Europa.</p><p>Gabarito: C</p><p>1 – Formação de Portugal</p><p>Desde meados do século XIII, comerciantes e marinheiros</p><p>portugueses faziam frequentes viagens a outras regiões da Europa:</p><p>levavam para a Inglaterra e a França, por exemplo, produtos como</p><p>azeite, vinho, couro e frutas secas. Ao retornarem, traziam para a</p><p>terra natal móveis de madeira, armas de ferro e tecidos, entre</p><p>outros artigos</p><p>(AZEVEDO, G. SERIACOPI, R. 2006. p. 146)</p><p>Na aula passada tomamos contato com a história da centralização política e da formação das</p><p>monarquias absolutistas de alguns reinos europeus, como Inglaterra, França e Espanha.</p><p>No que se refere à região da Península Ibérica, o contexto desse processo foi o da Guerra de</p><p>Reconquista, iniciada no século XI, dos territórios que estavam ocupados pelos muçulmanos desde o século</p><p>12</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>VIII. Nesse tempo todo, cristãos e muçulmanos viveram entre “tapas e beijos”, ou seja, alternaram</p><p>momentos de luta e paz – quando conseguiam realizar algum intercâmbio cultural.</p><p>Além disso, a origem de Portugal é um exemplo clássico de relações de vassalagem. Em 1066, um nobre</p><p>francês, Henrique de Borgonha participou da Guerra de Reconquista e, por sua fidelidade e serviços, o rei</p><p>do reino católico de Leão, Dom Afonso VI, lhe concedeu um pedaço de terra e a mão de sua filha D. Teresa,</p><p>de Castela. Era o Condado Portucalense!!</p><p>Desse casamento, nasceram 4 filhos, entre eles 1</p><p>jovem que lutou pela autonomia e independência de Portugal.</p><p>Era Dom Afonso Henriques (olha o nome dele, uma junção do</p><p>nome do avô rei de Leão e de seu pai D. Henrique de</p><p>Borgonha), que fundou Portugal em 1139, após inúmeros</p><p>conflitos familiares. Assim, iniciou-se a Dinastia de Borgonha</p><p>(1139 – 1383).</p><p>Durante os governos da Dinastia de Borgonha houve</p><p>continuidade da guerra contra os muçulmanos e tentativas de</p><p>expansão do território.</p><p>A monarquia e sua corte souberam manter a</p><p>sociedade portuguesa sobre controle. Na medida em que a nobreza guerreira ia vencendo os muçulmanos,</p><p>era-lhe concedido terras, porém sem a posse definitiva dela, o que a tornava esse grupo social sempre</p><p>dependente da monarquia.</p><p>De um modo geral, a economia era agrária, mas o contato com os árabes, especialmente, em</p><p>momentos de paz relativa, possibilitou o desenvolvimento de práticas de comércio e navegação.</p><p>Desenvolveram também a atividade pesqueira. Quem nunca comeu a sardinha feita à moda portuguesa?</p><p>Os caras pescavam até baleia!!</p><p>Esse setor mercantil se fortaleceu muito com a crise do século XIV, uma vez que Portugal</p><p>transformou-se em escala da rota comercial que ligava o mediterrâneo ao norte da</p><p>Europa.</p><p>Contudo, esse desenvolvimento teve um obstáculo de natureza política. Em</p><p>1383, o rei Fernando I morreu sem deixar herdeiros homens. Sua filha era casada com o rei de Castela, por</p><p>isso, parte da nobreza agrária queria entregar o trono português para o genro de D. Fernando. Mas,</p><p>comerciantes, banqueiros e setores populares cristãos se revoltaram. Nesse momento, lançaram mão da</p><p>existência e do poder de cavaleiro-cristão do irmão “bastardo” de D. Fernando - Dom João, Mestre da</p><p>Ordem dos Cavaleiros de Avis.</p><p>Dom João de Avis e seus aliados venceram o rei de Castela e os setores internos da nobreza e, com</p><p>isso, iniciou-se a Dinastia de Avis (1385 -1580) – que só teve fim com o processo de União Ibérica (foi o</p><p>momento em que as coroas de Portugal e Espanha se unificaram). Esse período é marcado por:</p><p>• Subordinação da nobreza feudal aos reis;</p><p>• Centralização do poder político da monarquia;</p><p>• Período de ampla expansão marítimo comercial. É nesse contexto que ocorre a “descoberta</p><p>do novo mundo”, ou – conforme o que falamos na introdução – o encontro com o Outro.</p><p>Veja que, já no século XIV, Portugal se transformou na Monarquia centralizada mais moderna da</p><p>Europa (no sentido histórico e conceitual da Modernidade – que já discutimos na aula anterior). Uma</p><p>Monarquia apoiada em um forte e dinâmico setor mercantil e financeiro, com um espírito empreendedor.</p><p>13</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Essa arquitetura política foi decisiva para a organização das grandes navegações portuguesas. Em 1415,</p><p>por exemplo, dom João I invadiu Ceuta, um importante entreposto comercial, para retirar dos mulçumanos</p><p>o controle do comércio. Foi com esta empreitada que a expansão ultramarina portuguesa deu uma guinada</p><p>histórica.</p><p>Outra reflexão que quero chamar a atenção é para a relação entre Portugal e Espanha. Veja que,</p><p>por duas vezes os reinos espanhóis, em contexto de crise de sucessão, tentaram reunificar o território</p><p>português aos seus territórios, anota:</p><p>✓ Na primeira situação, houve a Independência (1139) e o início da Dinastia de Borgonha.</p><p>✓ Na segunda, houve a importante Revolução de Avis (1385) e o início da Dinastia de Avis. E</p><p>essa dinastia só acabou porque, finalmente, os espanhóis conseguiram unificar as duas</p><p>coroas, em 1580.</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Fundado como condado em 1066, Portugal tornou-se soberano em 1139 pelas mãos de Dom Afonso</p><p>Henriques. Assim começava a dinastia dos Borgonha que governou o reino por mais de 200 anos.</p><p>Nesse período podemos destacar o reinado de Dom Dinis, marcado por</p><p>a) Definição das fronteiras atuais e organização interna do reino.</p><p>b) Conflitos com muçulmanos, que acabaram dominando parte do reino.</p><p>c) Perseguição aos judeus, que passaram a se converter ao cristianismo para manter seus negócios</p><p>no comércio.</p><p>d) Centralização do poder e expansão marítimo-comercial.</p><p>e) Desenvolvimento das técnicas de navegação e fortalecimento da economia pesqueira.</p><p>Comentários</p><p>Vejamos, o tema da questão é a formação das monarquias nacionais na Europa, mais especificamente</p><p>da monarquia portuguesa cuja formação teve início em 1139, como diz o enunciado. Durante as</p><p>guerras de Reconquista contra os islâmicos, na Península Ibérica, formaram-se inicialmente alguns</p><p>reinos católicos no norte dessa região. As terras iam sendo reconquistadas dos árabes no avanço</p><p>cristão e iam sendo transformadas em condados. Assim, surgiu o condado de Portucale ou</p><p>Portucalense, que fazia parte do reino de Leão. D. Henrique de Borgonha (1066-1112) foi nomeado</p><p>para administrar Portucale e trabalhou pela autonomia do condado. No entanto, quem realizou esse</p><p>objetivo foi seu filho. D. Afonso Henriques (1109-1185), quando declarou a independência da região</p><p>e tornou-se o primeiro soberano do reino de Portugal, em 1139. Assim, fundou-se a Dinastia dos</p><p>Borgonha. Todavia, a questão direciona seu comando para o reinado de D. Dinis (1261-1325), iniciado</p><p>em 1279. Vamos às alternativas para avaliar qual delas aponta as principais características de seu</p><p>reinado:</p><p>Correta! D. Dinis foi o responsável por conquistar terras o suficiente para que Portugal tivesse as</p><p>fronteiras que tem hoje. Além disso, ele se dedicou a aprimorar a organização interna do reino,</p><p>concedendo vários privilégios a nobreza para garantir seu apoio.</p><p>Incorreta. Os mulçumanos já haviam sido expulsos dos territórios portugueses desde 1139.</p><p>Incorreta. A perseguição aos judeus era uma prática recorrente em vários reinos da Europa, inclusive</p><p>na Península Ibérica. Contudo, essa prática só se tornou mais intensa na região a partir do século XVI</p><p>com a publicação do Édito de Toledo, em 1449, na Espanha, que definia vários critérios para impedir</p><p>pessoas com ascendência judaica, islâmica e pagã não pudessem ocupar determinados cargos e</p><p>títulos. Em Portugal, isso também foi adotado no mesmo século, como Estatutos da Limpeza de</p><p>14</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Sangue. Esses critérios também discriminavam aqueles que desempenhavam ou cujos ancestrais</p><p>desempenharam trabalhos mecânicos (manuais). De qualquer forma, isso ocorreu depois do governo</p><p>de D. Dinis.</p><p>Incorreta. A centralização do poder na figura do rei</p><p>governados por um imperador considerado um deus, o filho do Sol. Para governar, ele</p><p>contava com chefes militares, governadores de províncias, sacerdotes e muitos funcionários. Agora,</p><p>vejamos os aspectos econômicos dessa civilização:</p><p>a) Correta! A economia dos incas baseava-se no cultivo de milho, batata e tabaco. Eles desenvolveram</p><p>a tecelagem, a cerâmica, a metalurgia do bronze e do cobre; sabiam trabalhar metais preciosos, como</p><p>o ouro e a prata; e utilizavam a lhama, a alpaca e a vicunha como animais de carga. Construíram palácios,</p><p>templos, estradas pavimentadas, aquedutos e canais de irrigação. Não desenvolveram um sistema de</p><p>escrita, mas registravam números e acontecimentos por meio dos quipos (um sistema de nós).</p><p>b) Incorreta. Os incas integravam uma civilização sedentária (fixa) e com uma economia bastante</p><p>diversificada, como disse na alternativa anterior.</p><p>c) Incorreta. Monocultura é quando determinada economia agrícola produz apenas um gênero. Como</p><p>vimos na explicação da alternativa “a”, os incas cultivavam milho, batata e tabaco. Portanto, não eram</p><p>monocultores.</p><p>d) Incorreta. De fato, eram grandes agricultores, mas eles também conheciam o manuseio de metais e</p><p>minérios.</p><p>e) Incorreta. Eles não comercializavam sal.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Foi na primeira metade do século XVII que, de modo efetivo, teve início a colonização inglesa da América</p><p>do Norte. Ao longo do século XVII foram fundadas 13 colônias. Esse empreendimento ocorreu em um</p><p>contexto histórico mais amplo ligado a elementos específicos da Inglaterra, como:</p><p>a)Ameaça dos interesses comerciais ingleses em virtude do avanço de espanhóis e portugueses,</p><p>cercamentos</p><p>b)Criação de companhias de comércio e perseguição aos protestantes</p><p>c)Fim da dinastia dos Tudor e Guerra contra a França pelo territórios do atual Canadá</p><p>d)Cercamentos, perseguição aos protestantes</p><p>e)Cercamentos e interesses comerciais na produção de algodão para a indústria têxtil.</p><p>Comentários</p><p>Atente-se para o período apontado pela questão: século XVII. O tema é o início da colonização inglesa</p><p>da América do Norte. Lembra-se o que estava acontecendo na Inglaterra nesse momento? A Revolução</p><p>Puritana (1642-1651), a Commonwealth (República Puritana, 1649-1660) e a Revolução Gloriosa (1688-</p><p>1689). Com base nisso, vejamos a quais elementos específicos do contexto inglês a fundação de suas</p><p>colônias estava ligada:</p><p>a) Incorreta. Na verdade, a fundação das colônias tinha ligação com a ameaça dos interesses comerciais</p><p>ingleses em virtude do avanço dos espanhóis, holandeses e franceses que também tentaram colonizar</p><p>a América do Norte.</p><p>b) Incorreta. A perseguição aos protestantes realmente repercutiu na fundação por esses exilados de</p><p>novas colônias na América do Norte, como as colônias de Plymouth e de Massachusetts. No entanto, a</p><p>111</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>criação de companhias de comércio tinha o objetivo completamente relacionado ao monopólio do</p><p>comércio entre a Inglaterra e suas colônias, não há elementos específicos da Inglaterra. Inclusive, esse</p><p>tipo de companhia era comum nas relações coloniais de várias nações europeias com suas possessões</p><p>além-mar.</p><p>c) Incorreta. Realmente, o fim da Dinastia dos Tudor repercutiu nas colônias, pois a Dinastia Stuart que</p><p>veio depois perseguiu muitos protestantes que buscaram refúgio na América. Por outro lado, a Guerra</p><p>contra a França pelo atual Canadá não estava relacionada com elementos específicos da Inglaterra, uma</p><p>vez que disputas por territórios coloniais eram muito frequentes entre várias nações.</p><p>d) Correta! Já comentei sobre as consequências da perseguição aos protestantes, que de fato repercutiu</p><p>na colonização da América do Norte. Quanto aos cercamentos, esta era uma prática que consistia em</p><p>grandes proprietários cercar terras comunais para transformá-las em plantações monocultoras ou pasto</p><p>para criação de ovelhas. Com isso, expulsava-se uma grande quantidade de camponeses desses espaços,</p><p>gerando uma grande massa de despossuídos sem trabalho nem terras que migrava e lotava as cidades.</p><p>Por isso, muitos deles procuraram melhores condições de vida. Outros foram incentivados ou mesmo</p><p>exilados pelo governo inglês e enviados para a América.</p><p>e) Incorreta. A parte do cercamentos está certa, como já vimos. Porém, o interesse na produção de</p><p>algodão para a indústria têxtil não era algo específico da Inglaterra. Outras nações europeias, como</p><p>Portugal, tentaram instalar plantações de algodão para o mesmo objetivo, inclusive com a intenção de</p><p>vender o produto para a Inglaterra.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Militares/2021/Inédita/Profe. Alê Lopes)</p><p>Ao longo dos séculos XVII e XVIII se formaram as chamadas 13 colônias inglesas, na América do Norte.</p><p>Historiadores as dividem em 2 blocos: Colônias do Sul e do Centro-Norte.</p><p>Associe a Coluna I com a Coluna II, de modo a caracterizar corretamente cada um dos blocos de Colônia</p><p>COLUNA I</p><p>I - Colônias do Sul</p><p>II – Colônias do Centro-Norte.</p><p>COLUNA II</p><p>( ) Colônia de povoamento</p><p>( ) Colônia de exploração</p><p>( ) Latifúndio monocultor e exportador</p><p>( ) Onde fica a Colônia da Geórgia</p><p>( ) Onde fica o Povoado de Jamestown,</p><p>Virginia.</p><p>( ) Administrado por Assembleias populares</p><p>112</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>A ordem correta da associação é:</p><p>a)I, II, I, II, I, II</p><p>b)I, II, II, II, I, I</p><p>c)II, I, I, I, II, I</p><p>d)II, I, II, I, I, I</p><p>e)II, I, I, I, II, II</p><p>Comentários</p><p>A colonização inglesa na América do Norte foi bem heterogênea. Nem todas as colônias fundadas ali</p><p>foram de iniciativa da Coroa britânica, nem contavam com seu controle total. As colônias de Plymouth</p><p>e de Massachusetts, por exemplo, foram fundadas por refugiados protestantes que fugiam das</p><p>perseguições impetradas por Jaime I. Por outro lado, a colônia da Virgínia foi fundada por iniciativa da</p><p>monarquia que concedeu o monopólio de sua exploração e administração a uma companhia de</p><p>comércio. Em geral, as mais parecidas com as duas primeiras se dedicavam a subsistência, apesar de</p><p>participarem do transporte de mercadorias com as colônias do sul. Aquelas mais parecidas com a da</p><p>Virginia eram inteiramente dedicadas ao latifúndio monocultor e exportador. Com isso em mente,</p><p>vamos ligar os blocos apresentados:</p><p>A ordem correta seria, de cima para baixo: II; I; I; I; I; II.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “e”.</p><p>Gabarito: E</p><p>(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)</p><p>As expedições marítimas portuguesas rumo ao Sul começaram no século XV, com a tomada de Ceuta e das</p><p>Ilhas de Madeira e dos Açores. (AZEVEDO e SERIACOPI, 2005, p.148)</p><p>O próximo grande obstáculo para prosseguir no seu projeto do Périplo Africano era</p><p>a) Atravessar o Cabo da Boa Esperança</p><p>b) Cruzar o Cabo das Tormentas</p><p>c) Dobrar o Cabo Bojador</p><p>d) Atingir o Cabo do Congo</p><p>e) Alcançar o Cabo de Melinde</p><p>Comentários</p><p>Para responder esta questão vamos colocar os pontos das viagens marítimas em linha cronológica: 1434 -</p><p>Cabo do Bojador; 1482/1485 – Cabo do Congo; 1487-Cabo da Boa Esperança; 1499-Melinde. E Cabo da</p><p>Tormentas, profe? Calma! O Cabo das Tormentas é o mesmo que o Cabo da Boa Esperança. Ocorreu que,</p><p>quando Bartolomeu Dias dobrou a extremidade do continente africano, em função das dificuldades de</p><p>navegação, ele chamou de Cabo das Tormentas. Porém, o rei D. Joao II mudou o nome para Cabo da Boa</p><p>Esperança.</p><p>a) errado, pois antes foram atingidos o Cabo do Congo e, antes deste, o Cabo do Bojador.</p><p>b) errado, pois aqui temos o sinônimo de Cabo da Boa Esperança.</p><p>c) é o nosso gabarito, conforme cronologia acima.</p><p>d) falso, pois antes foi atingido o Cabo do Bojador.</p><p>e) falso, pois Melinde só foi atingido após os portugueses dobrem a costa africana no Cabo da Boa</p><p>Esperança.</p><p>113</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)</p><p>A colonização espanhola na América é um modelo de exploração corretamente identificado na alternativa</p><p>a) É um sistema de portos únicos da Europa e monopólio na América</p><p>b) Foi baseado apenas na produção em latifúndio monocultor, escravista e exportador</p><p>c) Se organizou exclusivamente por meio de feitorias e sesmarias com economia voltada para mercado</p><p>interno</p><p>d) Foi implementada por meio de contratos de estanco</p><p>e) Foi baseado na divisão do território em engenhos</p><p>Comentário</p><p>a) Correto. O sistema de exploração comercial de exclusividade da Metrópole se dá por meio de 2</p><p>portos, o Porto de Cadiz e o Porto de Sevilha, localizados na Espanha. Tudo que entrava e saia</p><p>passa por lá. Na América eram 3 portos: Porto de Vera Cruz (México), Porto de Cartagena</p><p>(Colômbia) e Porto Belo (Panamá).</p><p>b) Errado. A colonização espanhola explorou muito a mineração de ouro e prata.</p><p>c) Errado. Feitorias e sesmarias foi uma forma de exploração desenvolvida por Portugal no Brasil</p><p>e na África.</p><p>d) Errado. Contratos de estanco foram realizados pela Coroa Portuguesa com os exploradores de</p><p>pau-brasil no litoral do Brasil, sobretudo no Período Pré-Colonial.</p><p>e) Errado. Os engenhos são grandes áreas produtoras (latifúndios) de algum produto primário para</p><p>exportação. Foram a marca da produção de açúcar, nas colônias da América Portuguesa e de</p><p>algodão nas colônias da América Inglesa, na América do Norte.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Militares/2020/professora Alê Lopes)</p><p>Alguns historiadores distinguem os modelos de exploração do trabalho na colonização espanhola e na</p><p>colonização portuguesa. Qual o tipo de trabalho que foi exclusivo na américa espanhola?</p><p>a) trabalho escravo.</p><p>b) regime de servidão.</p><p>c) encomienda.</p><p>d) assalariamento.</p><p>e) cabildos.</p><p>Comentários</p><p>a) falso, pois o trabalho escravo existiu nas duas colônias.</p><p>b) falso, pois o regime de servidão foi o que predominou no feudalismo.</p><p>c) correto, é o nosso gabarito. A coroa, por meio dos administradores dos Vice-reinados distribuía as</p><p>haciendas – ou estâncias (grandes propriedades rurais) – aos espanhóis. Estes recebiam o direito de</p><p>explorar o trabalho indígena em troca de catequizá-los, por isso eram chamados de encomienderos –</p><p>porque encomendava aos índios à salvação de suas almas por meio da cristianização. A encomenda</p><p>constitui-se como uma dupla agressão: primeiro por impor um trabalho compulsório na terra e depois</p><p>porque era uma forma de imposição cultural religiosa.</p><p>d) falso, pois assalariamento é quando trabalhadores livres recebem salários em contrapartida ao serviço</p><p>realizado. Era um tipo de trabalho residual nas colônias, que ganhou força conforme os respectivos</p><p>mercados internos foram se desenvolvendo. De toda forma, trabalhadores livres que recebiam algum tipo</p><p>de salário foi comum nos dois processos de colonização, muito embora de foram bem residual.</p><p>114</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>e) falso, pois cabildos eram órgãos da administração regional da américa espanhola, espécies de câmaras</p><p>municipais.</p><p>Gabarito: C</p><p>(Estratégia Militares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A formação de Portugal, entre os séculos XI e XIV, está relacionada a dois processos: por um lado, a</p><p>reconquista de territórios dos mouros, as Guerras de Reconquistas; por outro, uma disputa entre os</p><p>próprios reinos cristãos. Nesse contexto, a Revolução de Avis, importante evento que consolidou a</p><p>formação de Portugal</p><p>a) foi liderada por D. João I, rei de Castela; recebeu apoio dos franceses.</p><p>b) foi liderada por D. Manuel, mestre de Avis; recebeu apoio dos ingleses.</p><p>c) foi liderada por D. Pedro I, mestre de Algarve; recebeu apoio dos franceses.</p><p>d) foi liderada por D. João, mestre de Avis; recebeu apoio dos ingleses.</p><p>e) foi liderada por D. Afonso III, de Portugal; não recebeu apoio estrangeiro.</p><p>Comentários</p><p>Vamos iniciar por uma revisão mais geral da disputa dos territórios entre cristãos e mouros.</p><p>Nesse sentido, sobre as Guerras de Reconquista, de forma sintética, guarde o seguinte:</p><p>foram batalhas em que cristãos da Península Ibérica travaram contra os mouros - muçulmanos do norte</p><p>da África que invadiram a Península no século VIII.</p><p>À medida que os mouros eram expulsos da Península Ibérica, os reinos cristãos foram sendo</p><p>reconstruídos. Dá uma conferida no mapa com as setas indicando esse processo de reconquista:</p><p>Portugal, então, surgiu a partir de uma porção de terra do Reino de Leão, dá uma conferida:</p><p>115</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Em uma fase mais avançada da Reconquista, a situação ficou a seguinte:</p><p>A faixa amarela mais ao sul ficou sob domínio dos mouros, Reino Mouro de Granada.</p><p>Agora, e a disputa dentre os reinos cristãos? Vamos conferir, também em mapa, um panorama</p><p>até o final do século XIII.</p><p>Veja só, em 1143, o Reino de Leão reconheceu a independência do Condado Portucalense,</p><p>dando origem a Portugal. Já em 1179 o Papa reconheceu o novo status de Reino dos portugueses.</p><p>Contudo, o Reino de Castela travava constantes disputas territoriais com os portugueses.</p><p>116</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Bem, no final do século XIV, já então com Portugal formado, ocorreu uma crise de sucessão do trono,</p><p>uma crise dinástica. O rei D. Fernando I, filho do rei anterior D. Pedro I (rei de Portugal entre 1357 e</p><p>1367), morreu em 1383. D. Fernando I não tinha filho para assumir o trono. Sua filha, a Princesa Beatriz,</p><p>estava casada com o rei de Castela, D. João I, um casamento arranjado para colocar fim às disputas</p><p>territoriais entre portugueses e castelhanos (Reino de Castela).</p><p>Qual era o impasse, profe?</p><p>Na ausência de um herdeiro do sexo masculino, seria preciso esperar que Princesa Beatriz e D. João I</p><p>tivessem um filho homem e que este completasse 14 anos para, então, tornar-se rei. Eitâ!!</p><p>Assim, logo que D. Fernando I morreu, um Governo Regencial foi instaurado e liderado pela esposa de</p><p>D. Fernando I, a rainha Leonor Teles. Qual foi o problema, gente? A rainha foi pedir ajuda para D. João</p><p>I, de Castela, para governar. Os portugueses, então, motivados pelo histórico de disputas entre Portugal</p><p>e Castela, já se ligaram: “os castelhanos vão querer nos dominar e perderemos a nossa soberania!!! Sem</p><p>chance!!”.</p><p>Diante disso, os portugueses iniciaram uma conspiração liderada por João, Mestre de Avis. João era</p><p>irmão de D. Fernando I, ou seja, tinha uma certa linhagem na realeza. Então, saca só a crise:</p><p>D. João I, de Castela, invadiu Portugal e tomou Lisboa, mas teve que recuar depois que a peste</p><p>negra matou muitos de seus soldados. O embate militar se tornou mais complexo, quando os franceses</p><p>entraram para dar suporte aos castelhanos e os ingleses aos portugueses liderados por João, mestre de</p><p>Avis.</p><p>O ponto alto do conflito foi a Batalha de e Aljubarrota (agosto de 1385, 100 Km ao norte de</p><p>Lisboa), vitória para os portugueses.</p><p>Porugueses que</p><p>defendiam a manutenção</p><p>da soberania em relação a</p><p>Castela. Apoio a João,</p><p>mestre de Avis.</p><p>Nucleo duro da nobreza da</p><p>nobreza que defendia D. João I</p><p>de Castela como sucessor do</p><p>trono de Portugal.</p><p>117</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Dom João, mestre de Avis, foi coroado rei de Portugal em 1385. Repare, enquanto rei, de João, mestre</p><p>de Avis, ele passou para Joao I, rei de Portugal entre 1385 e 1433. Não confunda com o rei de Castela.</p><p>A dinastia de Avis durou até 1580.</p><p>Diante disso, vamos às alternativas:</p><p>a) falso, pois D. João I foi quem tentou invadir Portugal, sendo causa da Revolução de Avis. Sobre o</p><p>apoio dos franceses está certo.</p><p>b) falso, pois D. Manuel não é parte dessa disputa.</p><p>c) falsa. Primeiro porque D. Pedro I foi rei antes de D. Fernando I. Depois porque Algarve era uma região</p><p>mais ao sul de Portugal, que foi retomada dos mouros em meados do século XIII.</p><p>d) é o nosso gabarito.</p><p>e)</p><p>falso, pois D. Afonso III não fez parte da disputa, foi rei em meados do século XIII.</p><p>Gabarito: D</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>Os africanos eram transformados em objeto de dominação e sujeitos a leis, regulamentos e normas</p><p>subordinadoras. A justificativa que legitimava esse processo era fornecida por um conjunto de ideologias</p><p>imperialistas que predicavam a superioridade e o direito de dominação dos europeus e a superioridade e a</p><p>naturalidade de da subordinação e da exploração dos africanos.</p><p>Visentini, Paulo Fagundes. História da África e dos Africanos. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2020.</p><p>De um modo geral, o fundamento dessas ideias era constituído</p><p>a) Pela percepção da superioridade tecnológica e do desenvolvimento político, econômico e cultural do</p><p>capitalismo europeu já maduro em contraposição à inferioridade africana.</p><p>b) Pela noção de que os europeus eram os primeiros habitantes da terra e, por isso, a vanguarda da</p><p>Humanidade.</p><p>c) Exclusivamente pela noção de raça selvagem que precisava seguir o modelo evoluído dos europeus.</p><p>d) Pela ideia de espaço vital, que justificava a expansão territorial do povo europeu nos continentes africano</p><p>e asiático.</p><p>e) De direitos e deveres decorrentes da forma eurocêntrica de dominação.</p><p>Comentários:</p><p>Questão que aborda tema clássico: a dominação europeia na África no século XIX. O texto do enunciado</p><p>informa que ideologias imperialistas defendiam a superioridade dos europeus e, portanto, seu direito à</p><p>dominação. Assim, lembramos existiram ideologias filantrópicas, racistas, utilitarista, darwinistas-sociais.</p><p>De todo forma, e apesar das diferenças entre seus argumentos, elas partem de um fundamento comum.</p><p>A missão colocada pelo comando é justamente o de encontrar esse fundamento comum das ideologias</p><p>imperialistas.</p><p>Vamos analisar as alternativas:</p><p>a) Gabarito. Havia uma percepção de superioridade e isso vinha do modelo desenvolvido naquele</p><p>momento: o capitalismo que se expressava concretamente em um modelo de sociedade de ampla</p><p>tecnologia. Essa era a utopia do século XIX: a ciência e a técnica que faz a sociedade evoluir, ou</p><p>ainda, que tem na marca da evolução máxima a tecnologia.</p><p>118</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>b) Errado. O fundamento não tinha a ver com quem surgiu primeiro, mas quem chegou primeiro ao</p><p>topo da escala evolutiva.</p><p>c) Errado. O fundamento não é a raça e a percepção de superioridade. A raça aparece como ideia</p><p>que explica o fundamento. Exemplo: os europeus são evoluídos tecnologicamente porque</p><p>pertencem à raça superior.</p><p>d) Errado. O espaço vital está no fundamento do nazismo.</p><p>e) Errado. Direitos e deveres são decorrentes da dominação e não seu fundamento.</p><p>Gabarito: A</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A origem dessa estrutura administrativa remonta ao período medieval espanhol, sendo que “cada vila tinha</p><p>seu próprio conselho (...) uma corporação que regulava a vida dos habitantes e fiscalizava as propriedades</p><p>públicas – as terras comunais, florestas e pastagens e as galerias de rua com suas tendas de comércio – de</p><p>onde derivada grande parte de sua renda”. (BETHELL, Leslie. História da América Latina - volume 1, América</p><p>latina colonial. 2.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998. Adaptado)</p><p>O texto faz referência a uma certa estrutura organizacional em determinado tempo e espaço, sendo possível</p><p>afirmar que</p><p>a) as organizações em questão passaram a ganhar força com as gestões regionais implementadas pelos</p><p>Vice-Reis espanhóis.</p><p>b) em função da proximidade com o povo, tais os espaços político-administrativos conhecidos como</p><p>Cabildos não contavam com representações das oligarquias dos criollos.</p><p>c) enquanto embriões das Assembleias Legislativas Estaduais, o caráter consultivo reforçava a principal</p><p>atividades dos desses Conselhos, legislar.</p><p>d) o arranjo governamental para o exercício da dominação colonial era de participação exclusiva dos</p><p>chapetones.</p><p>e) eram formados por habitantes de destaque da cidade ou do vilarejo, personalidades que possuíam</p><p>poderes administrativos e jurídicos.</p><p>Comentários</p><p>A primeira tarefa nesta questão é descobri do que ela está falando? Olha só, gente: “remonta ao período</p><p>medieval espanhol”, logo, é sobre acontecimentos históricos posteriores à Idade Média, do</p><p>renascimento comercial em diante. Veja, também, que o título do livro fala da América Latina. Nesse</p><p>sentido, possivelmente é cobrado um conteúdo da América espanhola, de aspectos da colonização</p><p>espanhola, em particular, um órgão da estrutura administrativa colonial, os Cabildos: Esse tipo de</p><p>análise preliminar é muito importante para provas, pois é comum, pelo menos uma questão, que irá</p><p>deixar você em dúvidas de que tempo e espaço ela está falando. Aqui não peguei tão pesado, mas o</p><p>espírito é esse. Sacou? Vamos ver o que dizem as alternativas.</p><p>a) Opa, Vice-reinado é algo da estrutura político-administrativa da América espanhola. Ok, faz sentido</p><p>com o enunciado. Porém, a afirmação é falsa, pois as intervenções dos Vice-Reis e de corregedores da</p><p>Coroa passaram a centralizar o poder e a diminuir a presença efetiva dos das organizações regionais</p><p>construídas pelos sujeitos que estavam organizando o dia a dia da colônia. E quais eram os sujeitos da</p><p>colonização espanhola, Alê? Boa.... Vamos lá:</p><p>A estrutura social era rigidamente hierarquizada. Os espanhóis tinham políticas antimiscigenação, além</p><p>de sua mentalidade ser altamente segregacionista. Havia, inclusive, uma divisão entre os espanhóis</p><p>nascidos na Europa, os chapetones, e os filhos de espanhóis nascidos na América, os criollos. Estes eram</p><p>considerados inferiores.</p><p>119</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Os povos nativos eram juridicamente considerados homens livres, ou seja, as leis proibiam a</p><p>escravização indígena. Evidentemente, eram considerados inferiores, incapazes e ilegítimos para ocupar</p><p>cargos políticos ou administrativos.</p><p>Assim, a partir da posição na hierarquia social, as pessoas</p><p>ocupavam ou não cargos na estrutura produtiva e</p><p>econômica da colônia. Veja a pirâmide que demonstra a</p><p>importância dos grupos sociais. CUIDADO, não se trata de</p><p>uma pirâmide que expressa a proporção numérica de</p><p>composição da sociedade, mas apenas a relação de</p><p>importância dos grupos sociais.</p><p>E não esqueça de que Vice-reinados: inicialmente existiam dois, Nova Espanha e Peru. Depois foram</p><p>criados mais dois, Rio da Prata e Nova Granada.</p><p>b) falso, pois essas oligarquias sempre estiveram à frente dos Cabildos, sendo que, com a diminuição da</p><p>força desses Conselhos, a representação nesses espaços de audiências e poucas deliberações (século</p><p>XVIII em diante) ficou a cargo das elites.</p><p>c) dois problemas aqui, os Cabildos possuíam funções para além de legislar, também executavam</p><p>atividades administrativas e judiciarias. Além disso, eles eram mais próximos a um embrião de Câmaras</p><p>Municipais e não de Assembleias Legislativas. Para saber diferenciar essa questão, você precisa saber</p><p>que Câmaras Municipais atendem aos interesses locais e Assembleias Legislativa a interesses regionais,</p><p>de um Estado, por exemplo. Veja só:</p><p>Outro termo para Cabildos é ayuntamientos (prefeitura), o que demonstra as diversas funções que</p><p>efetivavam.</p><p>d) falso, pois os criollos participavam mais dos Cabildos e os Chapetones dos cargos mais altos, com na</p><p>ilustração acima.</p><p>e) é o nosso gabarito, pois expressa um elemento que compõe a definição de Cabildo.</p><p>Gabarito: E</p><p>120</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A cidade foi finalmente libertada quando os homens do Chile de Almagro regressaram da sua expedição,</p><p>em 1537, e obrigaram Manco Inca a recuar. Almagro entrou, então, na cidade exausta, e prendeu os irmãos</p><p>Pizarro, pondo-se, em seguido a caminho de Lima, para defrontar Francisco. Os antigos parceiros não</p><p>conseguiram resolver</p><p>suas diferenças, e o Peru, que caíra nas mãos dos Espanhóis devido a um conflito</p><p>mortífero entre os Incas, foi assolado por outra guerra civil.</p><p>Matthew Restall. História da América Latina. Lisboa: Edições70, 2012, p. 40.</p><p>Sobre o processo de conquista da América pelos Espanhóis, o texto aponta dois conflitos cujo sentido está</p><p>corretamente descrito em:</p><p>a) Os conflitos entre os povos indígenas e os europeus levaram a um rápido extermínio cultural dos</p><p>primeiros.</p><p>b) A conquista do México foi pacífica e marcada por acordos, diferentemente da conquista do Peru marcada</p><p>por guerras civis, inclusive entre grupos de colonizadores espanhóis distintos.</p><p>c) A conquista da América foi marcada por diferentes violências contra os indígenas, como a violência,</p><p>militar, religiosa e biológica enquanto os espanhóis se mantiveram coesos no processo de colonização.</p><p>d) A conquista da América foi marcada por conflitos internos tanto entre os povos originários quanto entre</p><p>espanhóis de modo a enfraquecer, respectivamente a capacidade de resistência e a de conquista.</p><p>e) Frente ao projeto colonizador europeu os povos maias, incas e astecas mantiveram-se coesos e aplicaram</p><p>medidas de negociação que, anos depois, foi substituído por processos de resistência armada.</p><p>Comentário:</p><p>Pessoal, fiquem espertinhos, pois a história da América Latina tem sido bastante, ok.</p><p>Vamos direto para análise das alternativas e eu desenvolvo o tema 😊</p><p>a) A violência cultural é uma característica das relações entre portugueses e povos pré-</p><p>colombianos. O melhor exemplo foi a conquista de Tenochtitlan, por Hérnan Cortez. Depois de</p><p>muita resistência, ele destruiu a cidade e reconstruiu outra, com símbolos culturais espanhóis,</p><p>como construir Igrejas Católicas sobre os templos astecas.</p><p>b) A conquista do Império Asteca, assim como do Império Inca, teve por objeto saquear os metais</p><p>preciosos. Os conquistadores usaram todo tipo de recurso para tanto. A tentativa de negociar,</p><p>buscar falsos acordos para facilitar a tomada das capitais dos Impérios foi feito tanto por Cortes</p><p>no atual México, como por Pizarro, no atual Peru. Mas, veja, foi uma tática para diminuir e</p><p>enfraquecer a resistência indígena. Nada há de pacífico, nessa história.</p><p>c) O erro da alternativa está em dizer que os espanhóis se mantiveram coesos. Na verdade, nas</p><p>primeiras décadas do século XVI foi uma grande disputa entre espanhóis que lideravam</p><p>expedições de conquista. Cada um deles estava atrás de uma área onde pudessem extrair</p><p>riquezas e poder. Algumas dessas expedições e seus atos foram condenados pela Monarquia de</p><p>Carlos V. O principal exemplo da desunião ocorreu na conquista do Peru, mais precisamente de</p><p>Cuzco, quando Francisco Pizzaro, e seus irmãos, enfrentaram Diego Almagro e seus homens.</p><p>Essa divisão, até hoje, não foi muito repertoriado nos vestibulares. Mas como sempre há</p><p>inovações e um “novo ponto a ser abordado, fiquem ligados nessas disputas entre espanhóis.</p><p>d) Gabarito. É isso mesmo. As divisões internas entre conquistados e conquistadores ocorreram e,</p><p>de certa forma, interferiram na dinâmica dessa história. A divisão entre os povos pré-</p><p>colombianos é super importante e foi usado pelos Espanhóis. É importante ter em mente que</p><p>esses povos eram diversos e tanto o Império Asteca como o Inca eram formados por inúmeras</p><p>etnias. Os astecas, inclusive, eram mais guerreiros e violentos, por isso, tinham muito inimigos</p><p>dominados. Cortez percebeu isso e foi arregimentando muitos inimigos dos astecas a ponto de</p><p>organizar um grande exército. Há historiadores que dizem que ele foi tão perspicaz que foi</p><p>identificado como um libertador. Do lado oposto, astecas, incas, chibchas (na região da atual</p><p>Colômbia) não perceberam essa divisão em tempo suficiente para usar como ponto de</p><p>121</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>resistência. O historiador do texto da questão fala que os reis Montezuma e Atahualpa</p><p>subestimaram os espanhóis.</p><p>e) O erro da alternativa é mencionar coesão entre esses povos. Como já falamos aqui, não foi isso</p><p>que ocorreu. Mas é verdade que usaram tentativas de acordo. Os reis e as dinastias dominantes</p><p>do Império Inca ficaram nessa tática muito tempo. Os espanhóis da família Pizarro tinham uma</p><p>estratégia de criar um “governo fantoche” com algum da dinastia legítima. Foi uma desses</p><p>supostos reis fracos, Manco Inca, que depois de ser colaboracionista, fugiu com uma parte de</p><p>seu povo sofrido para as florestas impenetráveis a fim de fundar um estado independente</p><p>neoinca. Ali nasceu a maior resistência indígena da história desses povos de origem Inca. Depois</p><p>da morte de Manco veio Tupac Amaru que passou a desenvolver a resistência indígena, inclusive</p><p>cultural: negou o cristianismo, retomou e fortaleceu a língua, os rituais sagrados e a organização</p><p>militar. Espanhóis lutaram até acabar com a conhecida Vilcabamba.</p><p>Gabarito: D</p><p>- (Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)</p><p>A avaliação histórica do fenômeno da escravidão na África é difícil de ser feita devido à carência e, em alguns</p><p>casos, total ausência de fontes primárias e, sobretudo, do caráter parcial das fontes – escrita, muitas vezes,</p><p>pelos próprios escravocratas não africanos ou seus representantes ou africanos.</p><p>José Rivair Macedo. História da África. São Paulo. Ed. Contexto, 2018, p. 100.</p><p>Apesar das dificuldades sobre a construção da história da escravidão na África, há consensos históricos</p><p>explicativos como:</p><p>a) As formas de escravidão existentes na África foi a mesma que fora dela, idêntica à que existente na Roma</p><p>antiga.</p><p>b) Os africanos escravizaram africanos independentemente dos interesses extra africanos, em diferentes</p><p>momentos da história.</p><p>c) O tráfico de escravos decorria de uma relação de interesses comerciais de mercadores de outros</p><p>continentes e de interesses comerciais africanas, de lideranças estatais, chefes locais ou chefes de linhagem.</p><p>d) A explicação da existência da escravidão na África deve ser buscada em fatores de ordem moral e étnica.</p><p>e) A escravidão passou a ser integrada nas relações comerciais apenas no século XVI, por feitores</p><p>portugueses.</p><p>Comentário:</p><p>Esse tema sobre as explicações causais e as especificidades da escravidão africana tem sido cada vez mais</p><p>repertoriado. Isso porque vivemos um momento de ampliação das pesquisas ligas à África e ao povo</p><p>africano e suas relações com os povos dos demais governantes. Além disso, sabemos, que a História e</p><p>Cultura Afro-Brasileira e Africana é assunto obrigatório no Ensino Médio.</p><p>Veja que o comando pede uma causa explicativa comum que contribua para a compreensão sobra a história</p><p>da escravidão NA África. Não é escravidão no Brasil ou qualquer outro lugar, mas sim, naquele continente.</p><p>Vamos à análise das alternativas:</p><p>a) A alternativa é exagerada. Sim, a escravidão na África, a exemplo da escravidão antiga praticada em</p><p>Roma, se deu, em grande medida por guerra, mas falar em idêntica é retirar especificidades locais. Sabemos</p><p>que em Roma a escravidão estava ligada a uma política expansionista e a um sentimento xenófobo de</p><p>superioridade dos romanos latinos em relação aos povos conquistados. Já na África há o que se chama de</p><p>“escravidão de linhagem”: sua finalidade não era a exploração econômica em larga escala e a perda de</p><p>liberdade não era completa, uma vez que eram integrados ao grupo social dos vencedores.</p><p>b) Errado. Primeiro gostaria de deixar claro que é errado falar que “africanos” escravizam “africanos” no</p><p>sentido de “eles mesmos se escravizavam”. Esse sentimento africanidade, como identidade e</p><p>122</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>pertencimento, só surge no século XX, no contexto da descolonização. Então, as guerras locais, as disputas</p><p>dentro do continente entre chefes de etnias diferentes, por território, por poder, por interesses</p><p>econômicos era uma realidade e a escravização dos povos submetidos era o que chamamos de</p><p>“escravidão”. Contudo, é verdade que, houve contato</p><p>da África com povos “extra africanos”, como é o caso</p><p>dos árabes que conquistaram e islamizaram o norte da África; ou os fenícios que fundaram cidades-estados</p><p>na África do Mediterrâneo. Então, essas dinâmicas interferiram em motivos para aprofundar as relações</p><p>de escravidão.</p><p>c) Gabarito. Veja que uma alternativa que podemos usar para a explicar a rota de escravos tanto a partir</p><p>do século VIII quando mercadores árabes-muçulmanos e afro muçulmanos passaram a comercializar em</p><p>larga escala cativos trazidos do interior do continente, que seriam enviados para Arábia, Síria, Palestina e,</p><p>até mesmo, para Índia e China. Foram usados em trabalho agrícola, artesanais e serviços domésticos. Veja</p><p>que essa situação antecipa a grande diáspora negra que ocorreu, mais tarde, a partir do século XVI, agora</p><p>em direção à América de modo a constitui o comércio transatlântico de escravos. Assim, a alternativa está</p><p>correta.</p><p>d) Erradíssimo. Segundo diversos autores, a escravidão tem uma motivação econômica ou disputas</p><p>militares. Não é possível entender relações causais sobre fenômenos com a escravidão observando</p><p>aspectos morais. Isso é especialmente verdadeiro se lembrarmos de que a negação da escravidão só passa</p><p>a fazer parte de uma “consciência ética” na segunda metade do século XX.</p><p>e) Errado, como já falamos, desde o século VIII há uma rota de escravizados da África subsaariana.</p><p>Gabarito: C</p><p>17. Lista de questões para Aprofundamento - comentadas</p><p>(UFRR/2006)</p><p>O A chegada dos europeus ao chamado Mundo Novo no século XV marcou o início de profundas</p><p>transformações sociais, políticas e econômicas no encontro com as civilizações indígenas. Estes contatos</p><p>foram decisivos para a formação das colônias e, posteriormente, para a criação dos estados americanos.</p><p>Assim sendo, seria correto afirmar que:</p><p>a) Vasco da Gama, acidentalmente, chegou à península de Yucatán, México, com sua frota no dia 14 de</p><p>novembro de 1503.</p><p>b) Américo Vespúcio ancorou as naus Maria, Nina, Pinta na ilha caribenha conhecida como Trinidad e</p><p>Tobago no dia 26 de novembro de 1512.</p><p>c) O genovês Cristóvão Colombo, a serviço da coroa espanhola, aportou a sua frota na ilha de Guanahani</p><p>no dia 12 de outubro de 1492.</p><p>d) Ponce de Leon, sob ordens diretas da coroa espanhola, arrasou, em 1587, a nação dos índios Maia na</p><p>batalha que ficou conhecida como Guerra das Antilhas.</p><p>e) Nenhuma destas afirmações está correta, porque todas dizem respeito a outros evento históricos.</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma questão com um enunciado bem genérico, mas com respostas muito específicas. Sendo assim,</p><p>vamos olhar diretamente as alternativas, ver o que está correto, corrigir os erros e identificar o gabarito:</p><p>A) Incorreta. Vasco da Gama comandou a expedição marítima que saiu de Portugal (Lisboa) em 8 de julho</p><p>de 1497, contornou o continente africano, até chegar nas Índias. Após viajarem cerca de 20 mil quilômetros</p><p>durante meses, eles chegaram nas Índias em 18 de maio de 1498. Permaneceram cerca de 5 meses lá,</p><p>retornando em outubro de 1498 e chegando em Lisboa em agosto de 1499. Assim, o monopólio comercial</p><p>que até então era das cidades italianas de Gênova e Veneza, começa a mudar. Em 1502, Vasco da Gama</p><p>123</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>volta às Índias com 20 embarcações. Chegando lá eles lutam e, por fim, fazem aliança com os reis de Cochim</p><p>e Cananor. Além disso, estabelecem feitorias e entrepostos comerciais na África e na Índias. Quando</p><p>retorna a Portugal (1503), os navios vêm carregados de especiarias, joias e tecidos.</p><p>B) Incorreta. Américo Vespúcio foi um mercador, navegador e cartógrafo italiano de grande importância</p><p>para os descobrimentos, pois escrevia cartas a seus superiores descrevendo os lugares por onde passava.</p><p>Em sua homenagem, as terras descobertas do Novo Mundo receberam o nome de América. Américo</p><p>nasceu em 1451 e morreu em 1512, portanto, a alternativa está errada. As naus em questão estão</p><p>associadas à viagem de Cristóvão Colombo rumo às Índias em 1492, na qual foi “descoberta” a América.</p><p>C) Correta. Cristóvão de Colombo foi um navegador e explorador italiano, responsável por liderar a frota</p><p>que alcançou o continente americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de</p><p>Espanha, no chamado descobrimento da América. Colombo desembarcou na ilha de San Salvador</p><p>(chamada de Guanahani pelos nativos).</p><p>D) Incorreta. Ponce de Leon morreu em 1521. Além disso, o surgimento e o desenvolvimento cultural dos</p><p>maias estenderam-se aproximadamente de 250 até 900 d.C., ou seja, antes a criação de Tenochtitlán</p><p>(1325). Isso porque os maias se desenvolveram em um período anterior aos astecas. Quando chegou no</p><p>século XV, na expansão do Império Asteca, os maias foram conquistados.</p><p>E) Incorreta. A c) está correta</p><p>Gabarito: C</p><p>(UEA – 2016 / Segunda Fase)</p><p>E o capitão-mor foi em terra e mostrou-lhes muitas mercadorias, para saber se havia naquela terra alguma</p><p>daquelas coisas – e as mercadorias eram canela, e cravo, e aljôfar , e ouro, e assim outras coisas – e eles</p><p>não entenderam naquelas mercadorias nada, como homens que nunca as viram.</p><p>(Álvaro Velho. “Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama”. In: Alberto da Costa e Silva (org.). Imagens</p><p>da África, 2012.)</p><p>aljôfar: pérola miúda e irregular.</p><p>Álvaro Velho descreve o contato dos portugueses com populações das costas da África, durante a viagem</p><p>para as Índias, em 1498. A partir dessa descrição, é correto concluir que</p><p>(A) os navegadores procuravam comprar produtos desconhecidos na Europa.</p><p>(B) as navegações perseguiam objetivos comerciais bem definidos.</p><p>(C) as viagens ultramarinas empobreceram o pequeno reino de Portugal.</p><p>(D) os aventureiros pretendiam adquirir mercadorias por meio do domínio militar.</p><p>(E) as populações africanas desconheciam as atividades comerciais.</p><p>Comentários:</p><p>Devido a formação precoce da monarquia portuguesa no séc. XII, o país foi um dos primeiros a se</p><p>aventurar em expedições marítimas rumo a novos horizontes e a fazer contatos comerciais com o extremo</p><p>oriente, sem ter que passar pelo caminho das cidades italianas, que dominavam o fluxo de mercadorias no</p><p>Mediterrâneo. Portugal inspirados pelo processo de Reconquista da Península Ibérica, onde os reis</p><p>católicos expulsaram os Mouros que ali viviam, queria expandir seus domínios para outros regiões para</p><p>além do pequeno território concedido pelo rei de Castela a família de Borgonha.</p><p>Assim o Reino invadiu e dominou pequenas ilhas a territórios nas proximidades da África, e</p><p>posteriormente foi avançando, até formar colônias e conseguir, se tornar o primeiro país a chegar as Índias</p><p>contornando o continente africano. Os portugueses, nos lugares que passavam durante o caminho iam</p><p>verificando se naquelas regiões possuíam produtos semelhantes ao que era comercializado no Oriente, e</p><p>acabaram se enriquecendo com as matérias primas obtidas nesses espaços.</p><p>124</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Portanto, passando as questões, elas estão:</p><p>A) Incorreta. Os portugueses queriam comercializar produtos já conhecidos na Europa. Porém eles eram</p><p>considerados artigos de luxo, devido à dificuldade de adentrarem no território europeu, graças ao</p><p>monopólio das cidades italianas sobre essas mercadorias.</p><p>B) Correta. Os portugueses sabiam bem o que queriam, e quando se estabeleciam em um território, era</p><p>para verificar se aqueles produtos existiam na costa africana.</p><p>C) Incorreta. Ao contrário, as expedições marítimas tornaram Portugal em uma potência durante os</p><p>próximos séculos até um pouco antes do advento da Revolução Industrial, no século XVIII.</p><p>D) Incorreta. Em muitos lugares onde os aventureiros lusitanos passaram foi praticado as trocas comerciais</p><p>por meio do escambo.</p><p>E) Incorreta. As populações africanas (a mais antiga de toda a Humanidade), já praticava atividades</p><p>comerciais desde a Antiguidade.</p><p>Gabarito: B</p><p>(UEA – 2014)</p><p>Sem a Igreja, o destino dos índios teria</p><p>sido muito diverso. Penso na possibilidade que o batismo lhes</p><p>oferecia de fazer parte, pela virtude da consagração, de uma ordem e de uma Igreja. Pela fé católica, os</p><p>índios, em situação de orfandade, rompidos os laços com suas antigas culturas, mortos tanto os seus deuses</p><p>quanto as suas cidades, encontraram um lugar no mundo. Esta possibilidade de pertencer a uma ordem</p><p>viva, ainda que na base da pirâmide social, foi desapiedamente negada aos nativos, pelos protestantes da</p><p>Nova Inglaterra. A diferença das colônias saxônicas é radical. A Nova Espanha conheceu muitos horrores,</p><p>mas pelo menos ignorou o mais grave de todos: negar um lugar social aos homens que a compunham.</p><p>(Octavio Paz. O labirinto da solidão, 1984. Adaptado.)</p><p>O texto compara a colonização espanhola do México (Nova Espanha) com a colonização inglesa do Norte</p><p>dos atuais Estados Unidos (Nova Inglaterra),</p><p>(A) argumentando que os espanhóis, ao contrário dos saxões, impediram a exploração econômica dos</p><p>indígenas.</p><p>(B) mostrando ser impossível a aproximação entre uma e outra porque os saxões instalaram-se em regiões</p><p>desabitadas.</p><p>(C) demonstrando as suas semelhanças e oposições ao processo de colonização portuguesa da América do</p><p>Sul.</p><p>(D) aludindo aos fatores de ordem cultural, como crenças religiosas, mentalidades, que estariam na base</p><p>da ocupação europeia das novas terras.</p><p>(E) acentuando o projeto civilizatório dos espanhóis em oposição à mentalidade econômica e antirreligiosa</p><p>dos ingleses.</p><p>Comentários:</p><p>A questão faz comparação das formas como ocorreram a colonização na América. As relações que se deram</p><p>nas colônias portuguesas, foram diferentes da espanhola, inglesa, holandesa e francesa. No caso do texto,</p><p>ele analisou a castelhana e a anglo-saxônica. O autor percebeu diferenças em diversos fatores, que iam</p><p>desde aspectos culturais, a religiosos, políticos e de mentalidades.</p><p>Visto isso, olhando as alternativas, vejamos qual está certa:</p><p>A) Incorreto. A colonização espanhola, assim como a saxã, explorou economicamente os grupos indígenas.</p><p>B) Incorreto. A aproximação entre as duas colônias se deu, independente de ocuparem espaços físicos</p><p>diferentes. Além disso, o local onde os saxões se estabeleceram era habitada por populações indígenas, e</p><p>não desabitada como a alternativa aponta.</p><p>125</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>C) Incorreto. Em nenhuma parte do excerto é mencionado a colonização portuguesa.</p><p>D) Correto. Como o exposto nos comentários.</p><p>E) Incorreto. Os ingleses assim como os espanhóis possuíam uma mentalidade bastante religiosa também,</p><p>porém diferente dos espanhóis, eles eram de maioria Protestante, e não católicos.</p><p>Gabarito: D</p><p>(UNIVESP/2019)</p><p>Os historiadores são unânimes em afirmar que Portugal foi o país pioneiro nas Grandes Navegações</p><p>europeias entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Esse pioneirismo se deveu,</p><p>principalmente,</p><p>A) à fragmentação do poder real, às disputas comerciais com a Inglaterra, ocorridas ao longo do século XIII,</p><p>e à proximidade geográfica entre Portugal e Índia.</p><p>B) à centralização monárquica, realizada em Portugal entre os séculos XII e XIV, à posição geográfica</p><p>privilegiada e ao aperfeiçoamento das técnicas de navegação a partir do século XV.</p><p>C) à adoção do liberalismo econômico, a partir do século XVI, ao fluxo de metais preciosos das colônias para</p><p>Portugal e ao investimento estatal na armação de navios mercantes no século XVII.</p><p>D) ao tráfico de escravos, cujo fluxo constante ligava África e Europa desde o século XI, e aos investimentos</p><p>da burguesia comercial, fortalecida pelos lucros do açúcar produzido no Brasil.</p><p>E) ao desenvolvimento da bússola, do astrolábio e do quadrante, invenções de cientistas portugueses</p><p>abrigados na Escola de Sagres, pioneira no desenvolvimento de técnicas e instrumentos de navegação no</p><p>século XIX.</p><p>Comentários</p><p>Questão sobre pioneirismo português nas Grandes Navegações, um clássico. Olha que legal, estudamos</p><p>exatamente esse tema na aula. Assim, vamos retomar um esqueminha bem bacana sobre esse fenômeno:</p><p>126</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Com isso, já sabemos que o gabarito é letra B). Vamos ver o que está errado nas demais:</p><p>A) Um dos motivos que explicam o pioneirismo português é justamente a centralização monárquica.</p><p>C) O sistema adotado por Portugal nesse momento era o Mercantilismo, não o Liberalismo. Na realidade,</p><p>o liberalismo econômico ainda não existia nem como ideia.</p><p>D) O tráfico de escravos surgiu com a colonização das novas terras, portanto, após as navegações.</p><p>E) A Escola de Sagres foi importante para as navegações portuguesas, no entanto há todo um conjunto de</p><p>fatores que possibilitaram o pioneirismo e não devem ser ignorados. Ademais, a alternativa apresenta</p><p>informações incorretas acerca da origem desses instrumentos de navegação.</p><p>Gabarito: B</p><p>(URCA 2020)</p><p>A respeito do processo de colonização da América Latina considere as afirmações.</p><p>I. A América Latina foi a primeira colônia da Europa moderna, já que historicamente foi a primeira “periferia”</p><p>antes da África e da Ásia, considerando os estudos que possibilitam uma reflexão sobre o eurocentrismo.</p><p>II. O movimento colonizador ultrapassou os propósitos iniciais e alcançou os aspectos culturais, políticos,</p><p>religiosos e econômicos em relação a vida dos povos nativos, colonizando todos os aspectos da vida desses</p><p>povos.</p><p>III. Como resultado desse processo de colonização da vida na América Latina se constitui posteriormente:</p><p>uma ‘raça’ mestiça, uma cultura sincrética, um Estado colonial e uma economia capitalista dependente e</p><p>periférica.</p><p>Entre estas afirmações estão corretas:</p><p>A) Apenas I.</p><p>B) Apenas II.</p><p>• Estímulo</p><p>governamental</p><p>• Espírito</p><p>cruzadístico -</p><p>conquistar os</p><p>infiéis</p><p>• Interesse do</p><p>grupo mercantil</p><p>em ampliar sua</p><p>área de atuação</p><p>comercial.</p><p>•No século XV, essa</p><p>posição geográfica se</p><p>soma ao fato de</p><p>Portugal não estar</p><p>envolvido em nenhuma</p><p>guerra - enquanto os</p><p>reinos espanhóis, e</p><p>mesmo França e</p><p>Inglaterra, sim.</p><p>Posição</p><p>geográfica</p><p>estratégica,</p><p>voltada para</p><p>Mar Atlântico</p><p>Equilíbrio de</p><p>interesses</p><p>entre as</p><p>classes sociais</p><p>Administração</p><p>centralizada -</p><p>Monarquia.</p><p>Pretensão de</p><p>expansão</p><p>religiosa</p><p>127</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>C) Apenas I e III.</p><p>D) Apenas II e III.</p><p>E) I, II e III.</p><p>Comentários:</p><p>A colonização da América foi um processo que durou cerca de três séculos, onde europeus e povos</p><p>ameríndios entraram em contato pela primeira vez, e constituíram uma relação de submissão e dominação</p><p>das sociedades europeias com relação aos povos nativos americanos.</p><p>Dessa forma, vejamos as características apontadas nas afirmações sobre o processo de colonização da</p><p>América Latina:</p><p>I. Correto. Diferente da África e da Ásia, que já eram áreas conhecidas pelos europeus, a colonização</p><p>exercida nas colônias latino-americanas foram as primeiras empregadas da forma como foi, com o centro</p><p>sendo a Metrópole, e a periferia sendo a Colônia. O sistema colonial desenvolvido na Modernidade, nos</p><p>territórios americanos, foi algo muito diferente de qualquer outro sistema adotado pelas potencias</p><p>europeias no resto do mundo até aquele momento.</p><p>II. Correto. Os propósitos comerciais se tornaram propósitos dominadores, fazendo com que as populações</p><p>estabelecidas nesses espaços fossem convertidas a forças para a cultura, religião e costumes europeus.</p><p>III. Correto. Os latinos são uma mistura dos povos originários com os descendentes europeus. Esses deram</p><p>origens a elite local colonial, na América Espanhola, e aos grupos Bandeirantes na América Portuguesa.</p><p>Todos eles eram submissos ao Estados coloniais até o começo da degradação do sistema colonial.</p><p>Assim, a resposta correta é a letra E.</p><p>Gabarito: E</p><p>(UDESC 2018)</p><p>Ao observamos mapas ou relatos de viajantes dos séculos XV e XVI, é comum encontrarmos referências a</p><p>seres fantásticos,</p><p>descritos, muitas vezes, como monstros sem olhos ou nariz, com uma perna ou com corpo</p><p>desproporcional. A existência destes seres na África, Ásia e América foram relatados por diversos</p><p>navegadores da época.</p><p>Tais relatos são considerados indicativos do(a):</p><p>A) intenção explícita dos cartógrafos que, ao fazerem os mapas, desenhavam seres monstruosos para</p><p>desencorajar novos exploradores.</p><p>B) movimento iluminista, que se estabelecia especialmente a partir do contato com novos povos e</p><p>sociedades.</p><p>C) visão de mundo da sociedade europeia da época, que ainda não era pautada pela observação científica</p><p>e analítica da natureza e da cultura.</p><p>D) influência da mitologia céltica, cujo legado pode ser fortemente observado nos vitrais que</p><p>ornamentavam as igrejas e catedrais ao longo de toda a baixa Idade Média.</p><p>E) versão evolucionista, que demarcava a especificidade da civilização europeia em relação à americana ou</p><p>à africana.</p><p>Comentários</p><p>As letras B e E se referem a pensamentos ainda não desenvolvidos no período histórico abordado pela</p><p>questão. O iluminismo é do século XVIII e o evolucionismo do século XIX. A letra D também faz uma</p><p>associação descabida, pois a influência céltica não está presente nos vitrais e no estilo geral das catedrais</p><p>da Idade Média. Nestas predominou o estilo gótico.</p><p>128</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>A letra A sugere que os cartógrafos, isto é, profissionais que deviam elaborar mapas com a finalidade de</p><p>orientar, de fato, os navegantes, tinha propósitos de afastar navegantes. Veja que isso é uma contradição</p><p>com o ofício da cartografia.</p><p>Por fim, a letra C é a alternativa mais recheada de sentido, pois ela reflete o estágio do desenvolvimento</p><p>da ciência naquele período de expansão ultramarina. O imaginário dos navegantes ainda era muito próximo</p><p>ao mundo medieval.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UDESC 2012)</p><p>“O século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência. Os relatos de viagem que</p><p>surgiram neste período, portanto, estão impregnados pela mudança na forma de ver e de descrever o</p><p>mundo. [...] O imaginário europeu quinhentista caracterizava-se pelo ‘fantástico’, pelo ‘maravilhoso’, pelo</p><p>‘prodigioso’, pelo ‘monstruoso’, etc. Esse imaginário aplicava-se ao remoto, ao distante, ao longínquo...</p><p>Quanto maior o afastamento da Europa civilizada, maior também o ‘maravilhoso’! [...] O imaginário europeu</p><p>foi transplantado para o novo mundo. Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África,</p><p>também passaram a existir na América.”</p><p>STEIGLEDER, Carlos Geovane. Staden, Thevet e Léry. Olhares europeus sobre os índios e sua religiosidade.</p><p>São Luís/MA: EDUFMA, 2010, p. 23-50.</p><p>Analise as proposições considerando o contexto histórico e as questões a ele referentes, abordadas no</p><p>excerto:</p><p>I. Os viajantes europeus do século XVI destacavam, em seus relatos, a produção de um olhar eurocêntrico</p><p>sobre os continentes africano, asiático e americano.</p><p>II. O contexto abordado pelo autor refere-se à Idade Média. Os escritores medievais – em sua maioria</p><p>pertencentes à Igreja Católica – escreviam histórias fantásticas sobre os lugares do mundo, para além da</p><p>Europa. Esses lugares e os personagens que neles habitavam quase sempre eram caracterizados com</p><p>elementos do inferno, demônios e outros monstros fantásticos.</p><p>III. Ao escrever que “o século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência”, o autor</p><p>do excerto refere-se ao fato de que a ideia de uma geografia fantástica marcada por mapas ilustrados de</p><p>monstros marinhos e abismos que informavam o “fim do mundo” passaria, aos poucos, a ser substituída</p><p>por uma geografia marcada pela observação e experiência de diferentes viajantes que se lançaram aos</p><p>mares, no contexto da expansão marítima europeia.</p><p>IV. Ao escrever que “Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África, também passaram a</p><p>existir na América”, o autor do excerto refere-se ao fato de que as viagens no contexto da expansão</p><p>marítima europeia acabaram também fortalecendo as relações culturais nos diferentes continentes, haja</p><p>vista que os viajantes não apenas levavam nativos americanos para a Europa, mas também traziam asiáticos</p><p>e africanos para o Brasil.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.</p><p>b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.</p><p>c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.</p><p>d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.</p><p>e) Todas as afirmativas são verdadeiras.</p><p>Comentários</p><p>O texto disserta sobre uma das características sobre o processo de transformações na mentalidade</p><p>europeia no início da Idade Moderna. Se você lembrar, nessa época estava ocorrendo o renascimento</p><p>cultural e as reformas protestantes, duas coisas relacionadas com a expansão comercial e urbana que os</p><p>europeus vivenciavam. O contato com outras culturas foi decisivo para gerar essas transformações. Num</p><p>129</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>primeiro momento, o contato com muçulmanos e asiáticos, via Mar Mediterrâneo e Oriente Médio, foi</p><p>motor dessas mudanças. Com o aperfeiçoamento da navegação e a necessidade de encontrar novas rotas</p><p>para os mercados do leste, os ibéricos se lançam ao Oceano Atlântico desencadeando uma nova série de</p><p>encontros de culturas, muitas vezes violentos, mas que continuou contribuindo para a mudança de uma</p><p>mentalidade marcada pelo cristianismo e permeada de mitos diversos para outra forma de pensar,</p><p>estruturada na experiência, na observação e na análise crítica. Contudo, não pense que essa mudança foi</p><p>imediata e contrastante. Na verdade, era comum uma mesma pessoa buscar a comprovação experimental</p><p>de certos fenômenos e crer em determinados mitos e lendas sobre regiões longínquas. O próprio Cristóvão</p><p>Colombo era uma pessoa mesclava as duas formas de pensar daquela época.</p><p>Ademais, a hipótese da esfericidade da Terra gerava a necessidade de comprovação da suposição. Assim,</p><p>a circum-navegação é tipicamente um projeto renascentista. Contudo, ao encontrar novas culturas, os</p><p>pensadores daquela época hierarquizaram-nas. O humanista investiu-se de legitimidade para conquistar o</p><p>mundo e espalhar o modo de vida europeu como aquele a ser seguido por todos. Essa forma de ver o</p><p>mundo está bem expressa nos textos da tradição que na literatura chamamos de “quinhentismo”, repleta</p><p>de sermões de clérigos e diários de viajantes que iam para os territórios “além-mar” e ficam deslumbrados</p><p>e aterrorizados pelas diferenças gritantes entre eles e os demais povos. Com isso em mente, vejamos:</p><p>I. Verdadeira! Eurocentrismo é como chamamos a tendência intelectual que coloca a Europa</p><p>como o ápice do desenvolvimento humano e modelo de evolução para os demais povos. Esse</p><p>tipo de pensamento fica evidente em obras e textos que sempre buscam comparar fenômenos</p><p>de outros continentes com acontecimentos europeus. Ou quando as referências teóricas para</p><p>a análise são todos autores europeus mesmo quando o objeto de estudo é de outro continente.</p><p>No caso dos viajantes do século XVI isso era gritante, pois apesar de nem todos escreverem</p><p>tratados científicos sobre os novos territórios, todos interpretavam as novas sociedades e</p><p>culturas encontradas com as lentes europeias, colocando-se a si mesmos como o auge do</p><p>progresso humano.</p><p>II. Falsa. Na verdade, o texto se refere à Idade Moderna. De fato, essa tradição medieval, fantástica</p><p>e cristão persistiu durante a modernidade, mas esta era caracterizada pelo convívio e</p><p>sobreposição dessa mentalidade medieval com os desdobramentos do renascimento cultural e</p><p>da revolução científica.</p><p>III. Verdadeira! Os mapas talvez sejam as fontes mais ilustrativas para reparar nesse convívio entre</p><p>a mentalidade medieval e a moderna (renascentista) e a gradativa sobreposição da segunda</p><p>sobre a primeira. Nessas fontes, podemos ver como figuras mitológicas e fantásticas eram</p><p>representadas na cartografia e foram sendo</p><p>removidas à medida que o método científico se</p><p>consolidava.</p><p>IV. Falsa. Não houve um fortalecimento das relações culturais entre os povos, na verdade houve</p><p>uma tensão cada vez mais nessas relações, pois tratava-se de uma relação de conquista.</p><p>Inicialmente os europeus buscavam fazer apenas comercial, mas em pouco tempo procuravam</p><p>instalar colônias e povoar gradativamente os diversos territórios, impondo sua hegemonia</p><p>cultural. Além disso, a alternativa erra ao afirmar que asiáticos vieram para o Brasil nesse</p><p>período. A migração de asiáticos para cá só começou a acontecer a partir do século XIX, com</p><p>mais intensidade no XX.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra “c”.</p><p>Gabarito: C</p><p>130</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(UDESC 2007)</p><p>Assinale a alternativa incorreta , em relação às razões que tornaram Portugal pioneiro no processo de</p><p>expansão marítima.</p><p>a) O Estado português se consolidou em 1385, gerando certa estabilidade política.</p><p>b) Desde o século XIII Portugal mantinha relações comerciais com a região de Flandres (atual Bélgica e parte</p><p>da Holanda), e com a cidade de Gênova, relações essas que enriqueceram a burguesia mercantil.</p><p>c) Com a Revolução de Avis, ocorrida em 1492, Portugal tornou-se Estado unificado, incentivando a</p><p>navegação.</p><p>d) No início do século XV Portugal tornou-se o centro dos estudos de navegação, com o estímulo do infante</p><p>dom Henrique, o Navegador, o qual reuniu um grupo de cientistas como astrônomos, cartógrafos e pilotos,</p><p>possibilitando a criação da chamada Escola de Sagres.</p><p>e) Lisboa era a principal cidade no processo de expansão marítima, e se configurava como ponto de</p><p>encontro de marinheiros que vinham de toda parte e traziam experiências em relação ao mar.</p><p>Comentários</p><p>ATENÇÃO! Nessa questão você deve assinalar a alternativa errada! Antes de avaliar as opções, vamos</p><p>contextualizar um pouco o pioneirismo português nas grandes navegações. Como sabemos, a expansão</p><p>marítimo-comercial europeia era uma necessidade para alavancar a economia estagnada da Europa.</p><p>Genoveses e Venezianos detinham o monopólio do comércio com o Oriente por meio do controle dos</p><p>portos de Constantinopla, Alexandria, Túnis e Trípoli. Isso lhes garantia a supremacia nas rotas comerciais</p><p>marítimas no Mediterrâneo. Portanto, era necessário romper com este controle das cidades italianas, e</p><p>posteriormente, dos turcos-otomanos, sobre as rotas marítimo-comerciais e chegar direto às fontes das</p><p>especiarias. A situação ficou um pouco mais difícil quando os turcos-otomanos dominaram Constantinopla.</p><p>Antes disso, inclusive, o Império Otomano já havia se expandido até os Balcãs. No século XVI, avançaram</p><p>até o leste do Mediterrâneo. Além disso, conquistaram as terras do Oriente Médio Árabe. Com isso</p><p>puderam controlar importantes “rotas das especiarias” e, posteriormente, ampliado e criado outras.</p><p>Conhecemos essas rotas de longa distância como rotas eurasianas. Por isso tudo, para os europeus ibéricos,</p><p>a solução seria lançarem-se ao Oceano em um grande empreendimento de expansão marítimo-comercial.</p><p>O novo caminho passava por dominar o Oceano Atlântico! Foram os comerciantes portugueses que</p><p>iniciaram esse empreendimento. O fato de serem um reino precocemente centralizado ajudou muito.</p><p>Uma série de motivos deu mais oportunidades aos portugueses de serem pioneiros nessa expansão.</p><p>Entre eles: sua posição geográfica estratégica, voltada para o Oceano Atlântico; havia interesse de grupos</p><p>mercantis em ampliar sua área de atuação comercial; como já mencionado, Portugal era um reino</p><p>centralizado e absolutista desde o século XIV; e a pretensão de expansão religiosa, deriva da Guerra de</p><p>Reconquista, isto é, como Portugal foi um reino de unificou em oposição aos muçulmanos e vitória sobre</p><p>estes, a motivação religiosa continuava sendo importante para legitimar a monarquia. Ainda, uma quarta</p><p>razão que explica parcialmente o pioneirismo português é o fato de a Península Ibérica ter sido ocupada</p><p>por fenícios, na antiguidade, e pelos muçulmanos, durante a Idade Média. Os primeiros foram exímios</p><p>navegadores e chegaram a monopolizar o comércio no Mar Mediterrâneo. Os segundos desenvolveram a</p><p>matemática, a geometria e a astronomia, áreas essenciais para o aperfeiçoamento da navegação. Portanto,</p><p>mesmo que tenha o reino cristão de Portugal tenha prevalecido, muito do conhecimento e da cultura dos</p><p>demais povos que lá viveram anteriormente foi preservado, seja na cultura popular, seja nas bibliotecas e</p><p>acervos públicos e particulares. Agora vejamos:</p><p>a) Correta! O ano de 1385 é marcado pela vitória da Revolução de Avis, um acontecimento que</p><p>influenciou na consolidação da monarquia portuguesa. Esse fato correu ainda durante a Baixa Idade</p><p>Média, no final do século XIV. Na verdade, antes deste acontecimento, o primeiro rei português,</p><p>Afonso Henrique, foi coroado por vencer os muçulmanos em Ourique, em 1139. Ele fundou a</p><p>dinastia de Borgonha. Contudo, em 1383 seu descendente e rei naquele momento, D. Fernando,</p><p>131</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>morreu sem deixar herdeiros do gênero masculino. Sua filha mais velha era casada com o rei de</p><p>Castela, reino que viria a fazer parte da formação da Espanha alguns anos mais tarde. Ela, então,</p><p>reivindicou o trono português, contando com apoio da nobreza e do clero lusitanos. Entretanto, D.</p><p>João, mestre da Ordem de Avis, descendente bastardo da dinastia de Borgonha, também</p><p>reivindicou a coroa e foi apoiado pela nascente burguesia mercantil mais enriquecida. A disputa</p><p>entre os dois pretendentes à coroa portuguesa desencadeou um conflito armado, a Revolução de</p><p>Avis. Como o próprio nome dado ao ocorrido deixa transparecer, o vencedor foi o mestre da Ordem</p><p>de Avis, que foi coroado como D. João I em 1385, consolidando o Estado centralizado em Portugal.</p><p>A aliança com a burguesia garantiu certa estabilidade política e financeira para a Coroa,</p><p>possibilitando os investimentos nas grandes navegações.</p><p>b) Correta! Por sua localização estratégica no Estreito de Gibraltar, Portugal era um ponto de</p><p>passagem importante para o comércio marítimo entre o Mar no Norte e o Mar Mediterrâneo.</p><p>Flanders e Gênova eram os maiores centros comerciais dessas regiões, respectivamente.</p><p>c) Incorreta. Como vimos a Revolução de Avis se deu entre 1383 e 1385.</p><p>d) Correta! As inovações náuticas dos portugueses são resultado da criação dessa escola e de outras</p><p>no Reino.</p><p>e) Correta! A justificativa da letra “b” serve para esta alternativa também. Só acrescentaria que, após</p><p>a expansão marítima que abriu rotas para África, Ásia e América, via oceano Atlântico, a Península</p><p>Ibéria e Lisboa, principalmente, tornaram-se a capital comercial dessa expansão até meados do</p><p>século XVI.</p><p>Gabarito: C</p><p>(UDESC 2006)</p><p>“Tudo isto é mais danoso nesta terra que em qualquer outra; os que vêm a ensinar dão mau exemplo e, em</p><p>sua maior parte, não têm intenções de ficar muito tempo nesta terra, procurando enriquecer de qualquer</p><p>maneira para voltar à Espanha.”</p><p>(Citado em BRUIT, Héctor. Bartolomé de Las Casas e a simulação dos vencidos. São Paulo: Iluminuras;</p><p>Unicamp, 1995, p. 197.)</p><p>Esse trecho, de uma crônica sobre o que ocorria nos anos iniciais da conquista da América pelos espanhóis,</p><p>denuncia a forma como os conquistadores e padres se relacionavam com a nova terra e seus habitantes.</p><p>A partir do enunciado acima, assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) A terra, posse até então dos grupos indígenas, passou exclusivamente para as mãos da Igreja Católica e,</p><p>por intermédio dos jesuítas, foi dividida em Missões Guaraníticas.</p><p>b) A América, continente conhecido pelos europeus no final do século XV (descoberta em 1492, por</p><p>Cristóvão Colombo), era habitada por centenas de grupos populacionais com diferentes línguas, etnias,</p><p>costumes e formas de organização política; a maioria desses grupos, em menos de cem anos após a</p><p>conquista da América, estava sobrepujada ao poder econômico, político</p><p>e religioso dos conquistadores</p><p>espanhóis e portugueses.</p><p>c) A conquista da América representou a possibilidade de enriquecimento rápido, à custa do trabalho dos</p><p>nativos que nela habitavam, e dos metais que nela eram abundantes.</p><p>d) Não somente os conquistadores, mas alguns padres usurparam de todas as maneiras os primeiros</p><p>habitantes do novo mundo.</p><p>e) Alguns padres procuraram denunciar as atrocidades cometidas pelos conquistadores, nos anos iniciais</p><p>da conquista da América.</p><p>132</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Comentários</p><p>ATENÇÃO! Nessa questão você deve assinalar a alternativa errada! Antes de avaliar as opções, vamos</p><p>contextualizar um pouco os primeiros anos dos espanhóis na América.</p><p>Como os demais europeus que chegaram à América nos séculos XV e XVI, os espanhóis tinham uma</p><p>visão eurocêntrica sobre tudo que encontraram aqui. Em outras palavras, eles viam a si mesmo, a sua</p><p>sociedade e cultura, como mais desenvolvidos que os povos recém-conhecidos, que eram considerados</p><p>primitivos pelos conquistadores. Seu maior interesse no novo território era a implantação do</p><p>mercantilismo, principalmente o metalismo (extração de metais preciosos), mas também foram</p><p>implantadas haciendas (latifúndio agroexportador) em algumas regiões. A mão-de-obra mais utilizada foi a</p><p>de indígenas escravizados.</p><p>Apesar de terem chegado ao continente americano em 1492, as batalhas mais decisivas para a</p><p>conquista dos territórios espanhóis na América ocorreram entre 1519 e 1521, no México, e entre 1532 e</p><p>1572, nos Andes. Apesar do processo de conquista ter sido longo, a historiografia costuma afirmar que as</p><p>décadas iniciais do processo de colonização são cruciais para o desenrolar da história. Nos primeiros 50</p><p>anos o saldo foi de dizimação: pesquisas demográficas apontam que os Espanhóis destruíram metade da</p><p>população originária, constituindo um dos momentos mais violentos da história da humanidade</p><p>(proporcionalmente ao quantitativo populacional em relação à tecnologia bélica existente). Para dar conta</p><p>da forma como os espanhóis tratavam os povos originários, por eles chamados de índios, uma das principais</p><p>fontes primárias são os escritos do frei espanhol Bartolomeu de las Casas, como o trecho destacado pela</p><p>questão. Nesse contexto, podemos destacar 5 formas de violência utilizadas pelos europeus para</p><p>estabelecerem a dominação sobre os povos originários: violência cultural (impor religião, língua, costumes,</p><p>mudança de local de moradia); violência das armas (uso de pólvora, armas de aço, cavalos); violência das</p><p>doenças contagiosas (sarampo, tifo, tétano, coqueluche, varíola); estímulo das violências entre os povos</p><p>indígenas; violência da escravidão e do trabalho forçado. Com isso em mente, vejamos:</p><p>a) Incorreta. A terra não passou exclusivamente para as mãos da Igreja Católica. Uma parte sim, mas</p><p>outra foi distribuída entre os colonos. Mesmo algumas comunidades indígenas tiveram porções de</p><p>terras reservadas para si, apesar de serem obrigadas a serem deslocadas para mais per to dos locais</p><p>onde seriam forçados a trabalhar.</p><p>b) Correta! Está de acordo com o comentário.</p><p>c) Correta! Muitos exploradores vinham com a intenção de enriquecer rapidamente e retornar</p><p>triunfantes para a Espanha, como Las Casas denuncia em seu texto. Inclusive, era comum os</p><p>proprietários das grandes mineradoras ou das haciendas nem mesmo viverem nelas, preferindo</p><p>morar na Espanha, ou mais próximos dos centros administrativos das colônias. Nesses casos,</p><p>deixavam seus empreendimentos sob a supervisão de um administrador. Essa prática era conhecida</p><p>como absenteísmo. Era mais comum no sul dos Estados Unidos. Em algumas regiões do Brasil</p><p>também era possível encontrar esse fenômeno.</p><p>d) Correta! A relação do clero com os indígenas era complexa e heterogênea. Las Casas é um exemplo</p><p>de uma parte do clero que defendiam uma colonização e conversão mais pacíficas e didáticas. Isso</p><p>não quer dizer que castigos físicos e trabalho compulsório não estivessem envolvidos. Contudo, os</p><p>colonos leigos frequentemente se importavam unicamente com quanto conseguiriam lucrar e nem</p><p>mesmo evangelizavam seus escravizados. Por outro lado, não faltam exemplos de padres e clérigos</p><p>cruéis, que acreditavam apenas na conversão pelo medo e pela submissão, como o jesuíta Manuel</p><p>da Nóbrega, primeiro de sua ordem a pisar no Brasil, em 1548.</p><p>e) Correta. A justificativa da “d” serve para esta.</p><p>Gabarito: A</p><p>133</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(UNITAU 2015)</p><p>O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha, foi um acordo mediado pelo Papa, que</p><p>dividiu o mundo em duas áreas de influência a partir de um meridiano a 370 léguas a oeste da Ilha de Cabo</p><p>Verde. As terras a leste dessa linha ficariam sob domínio português, enquanto as do oeste ficariam sob</p><p>jurisdição espanhola.</p><p>Assinale a afirmativa CORRETA sobre a recepção desse acordo pelos demais povos europeus.</p><p>a) Franceses, ingleses e holandeses rebelaram-se contra o monopólio exercido por Portugal e Espanha</p><p>sobre as novas terras descobertas.</p><p>b) O Tratado de Tordesilhas foi desrespeitado pela rainha Vitória, da Inglaterra, que justificou sua atitude</p><p>afirmando que não conhecida a cláusula do “Testamento de Adão”, que teria dividido o mundo entre</p><p>Portugal e Espanha.</p><p>c) A Inglaterra não aceitou o Tratado e invadiu as novas terras, fundando as Treze Colônias da América.</p><p>d) O Tratado de Tordesilhas não pôde ser contestado, devido à sua ratificação pelo Papa, que oficializou sua</p><p>validade.</p><p>e) O único povo que contestou o Tratado de Tordesilhas foi o inglês, devido à sua soberania no Oceano</p><p>Atlântico e à sua aliança com Portugal.</p><p>Comentários</p><p>Antes de mais nada vamos rever um mapa que ilustra os limites acordados entre Portugal e Espanha pelo</p><p>Tratado de Tordesilhas. Abaixo você pode ver tanto o limite acordado na Bula Intercoetera como no</p><p>referido tratado, definido posteriormente:</p><p>Esse tratado foi o resultado de um acordo internacional de tomada de posso de território estabelecido</p><p>entre os dois países mais importantes na expansão marítimo-comercial. Pelo significado e pela natureza</p><p>política desse Tratado, ele tem uma importância história enorme para a história da mundialização da</p><p>economia e das relações que os países Europeus precisaram realizar ao longo do desenvolvimento</p><p>econômico rumo ao capitalismo. De fato, ele é a prova histórica da implantação do Sistema Colonial na</p><p>América.</p><p>134</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Imediatamente após o retorno de Colombo, os reis espanhóis resolveram propor um tratado de divisão e</p><p>posse do “Novo Mundo” entre eles e Portugal. O mediador do conflito foi a Igreja Católica! Essa informação</p><p>também nos ajuda a lembrar o espírito cruzadístico da expansão marítimo-comercial. Assim, o papa</p><p>Alexandre VI, em 1493, por meio de uma Bula (documento oficial da Igreja), estabeleceu exatamente o que</p><p>os espanhóis queriam. No mapa acima, você pode ver que era um acordo que não garantia nada a Portugal.</p><p>Por isso, os reis portugueses recusaram e pediram uma revisão das distâncias estabelecidas que haviam</p><p>sido estabelecidas pela Bula Intercoetera. Depois de muitos debates, chegou-se ao acordo representado</p><p>pelo Tratado de Tordesilhas. Agora, vamos às alternativas:</p><p>a) Correta! As demais nações europeias não se contentaram com o Tratado de Tordesilhas, pois não</p><p>foram contemplados nele. A França chegou a atacar colônias portuguesas ainda no século XVI,</p><p>poucos anos depois do tratado ter sido firmado. Inclusive, onde hoje é o Rio de Janeiro, os franceses</p><p>tomaram o território dos portugueses fundando uma colônia batiza de França Antártica, entre 1555</p><p>e 1570. O governo britânico, por outro lado, não se envolveu diretamente na expansão marítima</p><p>nos primeiros séculos de colonização. A Coroa inglesa costumava financiar piratas e corsários para</p><p>saquear colônias alheias. As Treze Colônias, fundadas por</p><p>ingleses na América do Norte, era fruto</p><p>de empreendimentos particulares ou da fuga coletiva de cristãos protestantes em busca de</p><p>liberdade religiosa. Por fim, os holandeses talvez tenham sido os que mais desrespeitaram</p><p>abertamente o Tratado de Tordesilhas. A Holanda era uma província da Espanha até o final do</p><p>século XVI, quando iniciou uma guerra de independência. A guerra se arrastou até o século seguinte,</p><p>contudo, como os holandeses migraram sua capital mais para o nordeste, puderam formar seu</p><p>reino independente e os combates com os espanhóis se dava com mais frequência no mar, com</p><p>ambos atacando as colônias uns dos outros, buscando conquistá-las para si.</p><p>b) Incorreta. A rainha Vitória governo no século XIX, muito tempo depois do contexto aqui tratado.</p><p>c) Incorreta. Não foi exatamente a Inglaterra, isto é, a Coroa inglesa, que tomou a iniciativa e a</p><p>coordenação da colonização do território que se tornou as Treze Colônias, na América do Norte.</p><p>Elas foram iniciativa, em parte, de companhias privadas de comércio e, em parte, de cristãos</p><p>protestantes ingleses que fugiam do Reino Unido em busca de liberdade religiosa. A Coroa só</p><p>buscou interferir mais nas colônias americanas a partir dos séculos XVII e XVIII.</p><p>d) Incorreta. A autoridade papal já não suficiente para garantir o respeito de todas as nações europeias</p><p>a um tratado como esse, pois nem todas elas continuavam católicas após a onda de reformas</p><p>protestantes. Países como Inglaterra e Holanda haviam rompido com a Igreja Católica, portanto não</p><p>respeitavam as decisões do Papa. A Coroa francesa, por sua vez, apesar de católica tinha vários</p><p>atritos com o papado, devido às ambições absolutistas de seus monarcas.</p><p>e) Incorreta, uma vez que a “a” estando certa, a “e” se torna automaticamente inválida.</p><p>Gabarito: A</p><p>só ocorreu a partir de 1385, após a Revolução de</p><p>Avis. Este episódio foi um conflito entre dois herdeiros do trono lusitano, um bastardo português do</p><p>último rei, João Mestre de Avis, e a rainha de Castela, também princesa de Portugal. Com a vitória de</p><p>João, ele foi coroado rei dando início a Dinastia de Avis. Ele deu início a uma série de medidas para</p><p>consolidar o absolutismo em seu reinado. Além disso, a expansão marítima só se iniciou mais tarde,</p><p>no século XV.</p><p>Incorreta. Isso se deu apenas no século XV, quando o infante D. Henrique fundou a vila de Sagres, no</p><p>Algarve, para servir como local de assistência a todos os navegadores que por ali passassem. Lá, teria</p><p>sido fundada uma escola náutica, com o objetivo de oferecer formação a navegadores portugueses e</p><p>estrangeiros que estavam a serviço do infante, provendo conhecimentos de cartografia, geografia e</p><p>astronomia.</p><p>Gabarito: A</p><p>2. Enquanto isso na Espanha...</p><p>Enquanto a expansão marítimo-comercial de Portugal se desenvolvia e, consequentemente</p><p>ganhava amplitude, os espanhóis lutavam contra os muçulmanos que ocupavam a Península Ibérica, nas</p><p>Guerras de Reconquista. Assim, podemos afirmar que a formação da monarquia espanhola, bem como seu</p><p>processo de expansão comercial, esteve relacionada com essa Guerra (dúvidas, volte na aula anterior).</p><p>Além disso, os arranjos entre os nobres dos reinos de Leão e Castela foram fundamentais para o sucesso</p><p>tanto da vitória contra islâmicos quanto para a formação de uma Monarquia Unificada e Centralizada.</p><p>Nesse sentido, lembro você de que, em 1469, o casamento de Fernando (do reino de Aragão) com</p><p>Isabel (do reino de Leão e Castela) uniu três reinos. Em seguida, em 1492, esse reinado reconquistou o sul</p><p>da Espanha e expulsou definitivamente os árabes da Península Ibérica.</p><p>Observe os mapas:</p><p>15</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>2</p><p>Agora que vimos os aspectos centrais dos reinos ibéricos, vamos nos debruçar sobre o processo da</p><p>expansão marítimo comercial para, enfim, chegarmos ao esperado encontro entre o “Eu e o Outro” no</p><p>“Novo Mundo”.</p><p>Importante: guerra dos 80 anos entre Espanha e Holanda</p><p>No ano de 1578, durante a batalha contra os mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o rei</p><p>português dom Sebastião desapareceu. Com isso, foi iniciada uma crise sucessória do trono português, pois</p><p>não havia herdeiro. Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a</p><p>assumir a vaga deixada na nação vizinha. Para alcançar o poder, além de se valer do fator parental, Felipe</p><p>II chegou a ameaçar os portugueses com seus exércitos para que exercesse tal direito. Resultado, o</p><p>espanhol assume o trono de Portugal, mantém o da Espanha e funda a União Ibérica. No Tratado de Tomar,</p><p>assinado em 1581, Filipe II assegurou que os navios portugueses controlassem o comércio com a colônia,</p><p>a manutenção das autoridades lusitanas no espaço colonial brasileiro e o respeito das leis e costumes</p><p>brasileiros.</p><p>Com a junção das coroas, as nações inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço colonial</p><p>lusitano uma forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no tempo em que a União Ibérica foi vigente,</p><p>ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o Brasil. Veremos essas invasões ao Brasil na próxima</p><p>aula. De toda forma, dentre os inimigos da Espanha que passaram a ser inimigos de Portugal, a Holanda se</p><p>destacou. E de onde vem essa rivalidade?</p><p>No início do século XVI, o imperador Carlos V (pai de Felipe II), também primeiro rei da Casa</p><p>Habsburgo do território hoje corresponde à Espanha, obteve a conquista dos Países Baixos, onde fica a</p><p>Holanda. Sob Felipe II, a perseguição aos protestantes foi dura e a disputa pelas regiões comerciais do norte</p><p>dos Países Baixos, também. Bem, diante dessa dominação espanhola sobre a Holanda, vejamos o</p><p>desenrolar de alguns acontecimentos:</p><p>1566: duque de Alba, passou a governar os Países Baixos, após ser enviado para lá para reprimir</p><p>uma revolta protestante (religião calvinista).</p><p>1568: o governador da província da Holanda, Guilherme I de Orange-Nassau, tentou depor sem</p><p>sucesso o duque de Alba. Apesar de Guilherme de Nassau ter conseguido fugir, dois de seus apoiadores –</p><p>o conde de Egmont e o conde de Horne – foram presos e decapitados a mando do duque de Alba, que</p><p>também ordenou a cobrança novos impostos. Pronto: início da Revolta Holandesa.</p><p>1581: sete províncias do norte da Holanda, comandadas por Guilherme I de Orange-Nassau,</p><p>unificaram-se por meio da União de Utrecht e se tornaram independentes da Espanha. A Inglaterra manda</p><p>reforços militares para os holandeses.</p><p>1584: Guilherme de Nassau é assassinado e seu filho Maurício de Nassau assume a liderança.</p><p>Desfecho: a paz permanente só ocorreria em 1648, quando por meio dos Tratados de Vestfália, a</p><p>Espanha teve que reconhecer oficialmente a independência dos Países Baixos e, por tabela, da Holanda.</p><p>2 ARRUDA, José Jobson de. Atlas Histórico Básico. São Paulo, Ed. Ática, 2008. P. 18</p><p>16</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>3. Grandes Navegações</p><p>As viagens pelo oceano Atlântico, que receberam na historiografia a denominação</p><p>de expansão marítima europeia, tiveram como pano de fundo, desse modo, o</p><p>estímulo governamental, somando ao interesse do grupo mercantil [burgueses</p><p>comerciais] em ampliar sua área de atuação comercial, além da pretensa expansão</p><p>religiosa (“fé cristã”). Os nobres também se envolveram nas expedições,</p><p>interessados em conquistas e novos domínios. O evento considerado o marco inicial</p><p>dessa expansão foi a tomada de Ceuta pelos portugueses, em 1415.</p><p>(VICENTINO, DORIGO, VICENTINO. 2011, Parte 2, p. 303)</p><p>As Grandes Navegações são assunto longo e interessante. Esse termo é usado para designar um</p><p>ciclo de viagens marítimas de longuíssimas distâncias realizadas, sobretudo, por portugueses e espanhóis.</p><p>Contudo, nessa aula, vamos focar nos aspectos mais cobrados na sua prova, especialmente, as navegações</p><p>portuguesas e espanholas.</p><p>Como sabemos, a expansão marítimo-comercial europeia era uma necessidade para alavancar a</p><p>economia estagnada da Europa. Genoveses e Venezianos detinham o monopólio do comércio com o</p><p>Oriente por meio do controle dos portos de Constantinopla, Alexandria, Túnis e Trípoli. Isso lhes garantia a</p><p>supremacia nas rotas comerciais marítimas no Mediterrâneo.</p><p>Portanto, era necessário romper com este controle das cidades italianas, e posteriormente, dos</p><p>turcos-otomanos, sobre as rotas marítimo-comerciais e chegar direto às fontes das especiarias.</p><p>A situação ficou um pouco mais difícil quando os turcos-otomanos dominaram Constantinopla.</p><p>Antes disso, inclusive, o Império Otomano já havia se expandido até os Balcãs. No século XVI, avançaram</p><p>até o leste do Mediterrâneo. Além disso, conquistaram as terras do Oriente Médio Árabe. Com isso</p><p>puderam controlar importantes “rotas das especiarias” e, posteriormente, ampliado e criado outras.</p><p>Conhecemos essas rotas de longa distância como rotas eurasianas.</p><p>Por isso tudo, para os europeus ibéricos, a solução seria lançarem-se ao Oceano em um grande</p><p>empreendimento de expansão marítimo-comercial. O novo caminho passava por dominar o Oceano</p><p>Atlântico! Foram os comerciantes portugueses que iniciaram esse empreendimento. O fato de serem um</p><p>reino precocemente centralizado ajudou muito.</p><p>Veja abaixo as esquematizações sobre os principais pontos para o impulso das navegações. Anota,</p><p>fotografa, tatua na mente!!!!</p><p>17</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>“A partir de 1413, com o início das grandes viagens marítimas, a Cartografia</p><p>ressurge como meio de garantir a segurança dos viajantes e de representação</p><p>das novas descobertas. Foi muito importante nessa época a "Escola de</p><p>Sagres", em Portugal, onde eram treinados os pilotos e cosmógrafos.</p><p>Os navegantes costumavam carregar consigo anotações, nas quais eram</p><p>registradas os</p><p>rumos (direções) e as distâncias entre os portos visitados. Também eram feitos</p><p>desenhos, cujo objetivo provável era facilitar a navegação, sem preocupação com sistemas de</p><p>projeções. Essas anotações receberam o nome de Portulanos ou Cartas Portulanos e buscavam</p><p>representar a costa dos continentes e, em especial, o mar Mediterrâneo.</p><p>Durante muitos séculos, os mapas foram um privilégio da elite. Apenas reis, nobres, alto clero,</p><p>grandes navegadores e armadores de expedições marítimas, tinham acesso a esse tipo de</p><p>informação. Somente a partir da invenção da imprensa, na segunda metade do século XV, os</p><p>mapas puderam ser mais amplamente utilizados.</p><p>Em 1570 surgia o primeiro grande Atlas mundial,</p><p>confeccionado por Ortelius (1527-1598), o</p><p>"Theatrum Orbis Terrarum", originalmente escrito</p><p>em latim, teve várias edições e mais de 7000 (sete</p><p>mil) cópias impressas em diferentes idiomas.</p><p>Tratava-se de um conjunto precioso de mapas,</p><p>produzidos pelos mais importantes cartógrafos da</p><p>época, incluindo Mercator, que em 1569 produziu</p><p>o primeiro mapa-mundo com projeção cilíndrica.</p><p>Foi Mercator (1512-1594) quem primeiro utilizou a palavra Atlas para nomear uma coleção de</p><p>mapas. Mas sua maior contribuição foi o sistema de projeção, que recebeu seu nome e até hoje</p><p>é largamente empregado. A "Projeção Cilíndrica de Mercator" surgiu com o objetivo de facilitar</p><p>a navegação, oferecendo uma representação do mundo em que uma linha reta na carta</p><p>18</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>correspondesse a uma reta de igual rumo no oceano. Tratava-se, portanto, de uma carta</p><p>orientada.”</p><p>"Americae Sive Novi Orbis" - Ortelius, 1595. Tradução: América ou Novo Mundo. Este mapa</p><p>apareceu em todas as edições do Theatrum Orbis Terrarum e revela a influência do mapa de</p><p>Mercator de 1569. FONTE: Atlas Escolar na Internet – IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e</p><p>Estatística3</p><p>MOTIVOS QUE EXPLICAM O PIONEIRISMO PORTUGUÊS:</p><p>Observe a cronologia da expansão portuguesa e, em seguida estude o Mapa. Ao longo do século</p><p>XV, Portugal foi aperfeiçoando suas técnicas de navegação e avançando sobre o Atlântico sempre</p><p>contornando o Continente Africano – isso ficou conhecido como Périplo Africano.</p><p>3 Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/historia-da-cartografia/a-era-dos-descobrimentos-sec-xv-a-</p><p>xviii.html . Acesso em 21-03-2019.</p><p>•Estímulo</p><p>governamental</p><p>•Espírito</p><p>cruzadístico -</p><p>conquistar os</p><p>infiéis</p><p>•Interesse do</p><p>grupo mercantil</p><p>em ampliar sua</p><p>área de atuação</p><p>comercial.</p><p>•No século XV, essa</p><p>posição geográfica se</p><p>soma ao fato de</p><p>Portugal não estar</p><p>envolvido em</p><p>nenhuma guerra -</p><p>enquanto os reinos</p><p>espanhóis, e mesmo</p><p>França e Inglaterra,</p><p>sim.</p><p>Posição</p><p>geográfica</p><p>estratégica,</p><p>voltada para</p><p>Mar Atlântico</p><p>Equilíbrio de</p><p>interesses</p><p>entre as</p><p>classes sociais</p><p>Administração</p><p>centralizada -</p><p>Monarquia.</p><p>Pretensão de</p><p>expansão</p><p>religiosa</p><p>19</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>(EsPCEx - 2007– 4000000525)</p><p>No Século XV, as potências europeias viram-se forçadas a buscar rotas marítimas para o Oriente, pois</p><p>A) os turcos otomanos passaram a controlar as terras a leste do Mediterrâneo.</p><p>B) o Tratado de Tordesilhas impedia a navegação portuguesa ao sul de Cabo Verde.</p><p>C) os ingleses impediam a passagem pelo estreito de Gibraltar.</p><p>D) as águas agitadas do Cabo da Boa Esperança impediam os navios de contornar a costa africana.</p><p>E) espanhóis e portugueses não se entendiam quanto à navegação no Mar Mediterrâneo.</p><p>Comentários</p><p>Veja, essa alternativa aborda a passagem da Idade Média para a Moderna. Um dos acontecimentos</p><p>históricos que possibilitaram a busca por novas rotas marítimas para o Oriente foi:</p><p>a) Correto. O Império Turco-Otomano vinha se expandindo ao final da Idade Média e a conquista de</p><p>Constantinopla fez com que o comércio mediterrânico fosse monopolizado por eles. A tomada da</p><p>cidade milenar deu início à Era Moderna.</p><p>b) Incorreto. O Tratado de Tordesilhas foi um acordo firmado entre Portugal e Espanha mediado pelo</p><p>Papa de Roma, em que as duas Monarquias dividiram as terras “descobertas” tanto a Oeste da Europa</p><p>quanto a Leste da Costa Africana. No caso, a Navegação Portuguesa não foi impedida de atuar ao Sul</p><p>de Cabo Verde, essa era uma região de domínio português pelo tratado.</p><p>c) Incorreto. O Estreito de Gibraltar foi dominado durante boa parte da Idade Média pelos Mouros,</p><p>de origem muçulmana, e durante o século XV foi reconquistado pelo exército castelhano, não</p><p>possuindo ocupação inglesa.</p><p>d) Incorreto. Em 1488 o navegador português Bartolomeu Dias foi o primeiro a passar pela região</p><p>conhecida como Cabo das Tormentas ou Cabo da Boa Esperança.</p><p>e) Incorreto. Ambos os países não investiam no comércio mediterrânico e foram os pioneiros nas</p><p>Grandes Navegações a fim de encontrarem novas rotas comerciais para o Oriente.</p><p>Gabarito: A</p><p>(EsPCEx – 2007 - 4000000521)</p><p>Na Europa do Século XV, Portugal destacou-se pelo pioneirismo com que se lançou à expansão</p><p>marítimo-comercial, dentre outras razões, em virtude da(o)</p><p>A) associação entre o Estado português e empresas privadas, formando a Companhia das Índias</p><p>Ocidentais.</p><p>B) experiência náutica dos portugueses, fruto dos estudos e experiências acontecidas na Escola de</p><p>Sagres.</p><p>C) apoio inglês que forneceu tripulação e navios para a empreitada lusitana.</p><p>20</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>D) associação com a Espanha, pois o rei espanhol também era rei de Portugal, no final do século XV.</p><p>E) necessidade da busca de ouro e metais preciosos para financiar as cruzadas.</p><p>Comentários</p><p>O Estado Português desde muito cedo foi centralizado. Sua formação se deu em meio a guerra de</p><p>Reconquista da Península Ibérica, entre os cristãos e os muçulmanos. Dessa vitória o condado</p><p>portucalense se separou da Espanha e se centralizou ainda no século XII. Além disso, sua posição</p><p>geográfica e a enorme interação com os mouros possibilitaram aos portugueses expandir seus</p><p>negócios marítimos. Diante disso, a alternativa correta é:</p><p>a) Incorreto. A Companhia das Índias Ocidentais era uma empresa privada holandesa. Portanto, não</p><p>foi formada pelo Estado Português.</p><p>b) Correto. A Escola de Sagres foi um importante local de estudos sobre as navegações e que</p><p>impulsionou a expansão marítima portuguesa no século XV.</p><p>c) Incorreto. Os ingleses nessa época passavam por uma guerra contra a França e não estavam</p><p>preocupados com as expansões marítimas-comerciais dos vizinhos Portugal e Espanha rumo às Índias.</p><p>d) Incorreto. A união entre as duas monarquias só ocorreria ao final do século XVI e não no anterior.</p><p>Já as Cruzadas foi um movimento ocorrido na Idade Média e não possui relação com a busca por ouro</p><p>e metais preciosos vistos na Idade Moderna.</p><p>Gabarito: B</p><p>Nesse caminho os portugueses iam estabelecendo entrepostos comerciais, as chamadas feitorias.</p><p>Além disso, começaram a participar, incentivar e financiar a escravização de africanos.</p><p>Perceba pela análise da cronologia e do mapa que o sonho português se realizou: em 1498</p><p>descobriram um novo caminho para o Oriente! Ebaaa, viu, quem sonha e insiste alcança! Isso é um livro</p><p>digital, mas um dia, aconteceu mesmo.</p><p>Dizem que todos, na Europa, ficaram muito felizes. Os mercadores porque ganharam 60 vezes o</p><p>valor do que investiram; o rei porque estava se tornando imperador de um verdadeiro Império português;</p><p>a população porque estava alimentada de um sentimento de otimismo com a grandeza do seu rei e do seu</p><p>reino.</p><p>Esse otimismo todo foi o combustível para que Dom Manuel preparasse a maior esquadra de todos</p><p>os tempos – eram 13 navios, 1500 pessoas, sendo muitos padres, marinheiros, estudiosos e pesquisadores,</p><p>soldados. Muita comida, cruz e armas.</p><p>Publicamente o destino era as Índias. O comandante era Pedro Álvares Cabral. Contudo, em 22 de</p><p>abril de 1500 chegaram ao Brasil. Passearam por aqui e em 02 de</p><p>maio retomaram seu caminho até as</p><p>Índias. Claro que Cabral deixou uns representantes e mandou um navegador levar uma carta ao rei</p><p>confirmando a existência de terras que, diga-se de passagem, já pertenciam a Portugal, desde a assinatura</p><p>do Tratado de Tordesilhas de 1494 (segura que já vou explicar isso). É assim que nós brasileiros entramos</p><p>para a história do mundo, ou ... a história que os europeus contam sobre o mundo conquistado por eles!</p><p>21</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Já os espanhóis, envolvidos com a Guerra de Reconquista, acabaram se rendendo aos planos de</p><p>CIRCUM-NAVEGAÇÃO, de Cristóvão Colombo. A ideia do navegador genovês era atingir as Índias</p><p>contornando o globo terrestre, baseado na concepção de esfericidade da Terra – é, meus caros, Colombo</p><p>não era um terraplanista! Brincadeiras à parte, Colombo convenceu os reis espanhóis de que era</p><p>possível encontrar uma rota diferente daquela realizada pelos portugueses (périplo africano). Além disso,</p><p>acreditava que a conquista de “novos mundos” era fundamental para a expansão da fé cristã. Era o espírito</p><p>cruzadístico que ainda guiava a cosmovisão do homem renascentista que precisava provar a Tese da</p><p>Esfericidade da Terra.</p><p>Assim, em 1492 os reis espanhóis cederam 3 caravelas para Colombo. Em 12 de Outubro daquele</p><p>ano, Colombo chegou às ilhas das Bahamas e acreditou que era as Índias. Passou por Cuba, República</p><p>Dominicana e Haiti. Morreu achando isso. A circum-navegação foi completada entre 1519 e 1521 por</p><p>Fernão de Magalhães e Sebastião d’el Cano.</p><p>1415</p><p>•Tomada de Ceuta - África</p><p>1419</p><p>•Tomada da Ilha de</p><p>Madeira</p><p>1431</p><p>•Tomada da Ilha de Açores</p><p>e Cabo Verde</p><p>1488</p><p>•Bartolemeu passa o Cabo</p><p>da Boa Esperança, Sul da</p><p>África</p><p>1498</p><p>•Vasco da Gama chega a</p><p>Calicute, na Índia</p><p>1500</p><p>•Pedro Álvares Cabral</p><p>chega ao Brasil</p><p>22</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>4</p><p>Imediatamente após o retorno de Colombo, os reis espanhóis resolveram propor um tratado de</p><p>divisão e posse do “Novo Mundo” entre eles e Portugal. O mediador do conflito seria a ONU, opssss,</p><p>brincadeirinha . A Instituição “universal” era qual, mesmo? A Igreja Católica! Essa informação também</p><p>nos ajuda a lembrar o espírito cruzadístico da expansão marítimo-comercial.</p><p>Assim, o papa Alexandre VI, em 1494, por meio de uma Bula (documento oficial da Igreja),</p><p>estabeleceu exatamente o que os espanhóis queriam. Abaixo, no mapa, você pode ver que era um acordo</p><p>que não garantia nada a Portugal.</p><p>Por isso, os reis portugueses recusaram e pediram uma revisão das distâncias estabelecidas que</p><p>haviam sido estabelecidas pela Bula Intercoetera. Depois de muitos debates, chegou-se a um acordo de</p><p>partilha chamado...: vai, Cadete, responde que você sabe:</p><p>TRATADO DE TORDESILHAS, Profe!!!!</p><p>Muito bem, é isso mesmo, meu querido e querida! Esse tratado, que a gente não esquece nunca o</p><p>nome, foi o resultado de um acordo internacional de tomada de posso de território estabelecido entre os</p><p>dois países mais importantes na expansão marítimo-comercial. Pelo significado e pela natureza política</p><p>4 ARRUDA, José Jobson de. Atlas Histórico Básico. São Paulo, Ed. Ática, 2008, p. 19.</p><p>23</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>desse Tratado, ele tem uma importância história enorme para a história da mundialização da economia e</p><p>das relações que os países Europeus precisaram realizar ao longo do desenvolvimento econômico rumo ao</p><p>capitalismo. De fato, ele é a prova histórica da implantação do Sistema Colonial na América.</p><p>5</p><p>Mas, profe, como pode isso? Essas mudanças econômicas, o comércio, a expansão</p><p>marítima, a acumulação e o surgimento dessa burguesia comercial? "Amarra"</p><p>essas ideias para mim, afinal por qual motivo houve a expansão? Excelentes</p><p>reflexões e, calma, você irá pegar a ideia exatamente agora. Presta atenção no</p><p>bizu, segundo Gislane Azevedo e Reinaldo Seriacopi, repare no meu grifo:</p><p>Durante a Idade Média, o comércio entre a Ásia e a Europa era intermediado principalmente pelos</p><p>árabes. Eles adquiriam mercadorias no Oriente e as levavam até entrepostos comerciais instalados</p><p>em áreas próximas ao mar Negro ou na parte mais oriental do Mediterrâneo. Comerciantes europeus</p><p>- principalmente venezianos e genoveses - deslocavam-se até esses entrepostos, abasteciam-se</p><p>dessas mercadorias e as revendiam nas feiras e cidades da Europa. Entre asir da Ásia e chegar à</p><p>Europa, os preços desses produtos chegavam a aumentar mais de 4 mil por cento. Assim, a mesma</p><p>quantidade e pimenta, comprada por cerca de 3 ducados na Índia, era revendida no Cairo por 68</p><p>ducados, e quando chegava às cidades da Europa estava cotada em quase 140 ducados. Os</p><p>comerciantes europeus sabiam que poderiam ter lucros maiores caso dispensassem os intermediários</p><p>e adquirissem as mercadorias diretamente de seus produtores, nas Índias.</p><p>5 VICENTINO, Claudio; Dorigo, Gianpaolo; VICENTINO, José. Projeto Múltiplo – História. Ensino Médio. São Paulo: Ed. Scipione,</p><p>2014, p. 311.</p><p>24</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>BINGO, né? Agora repare nesta imagem ara você ficar com isso na cabeça e não esquecer de todo</p><p>esse processo histórico que vimos até aqui!!</p><p>Burguês, comerciante e burguesa, de Ferdinand Sére e Aug Racinet. Século XIX.</p><p>(EsPCEx 2022)</p><p>A participação portuguesa no comércio europeu ganhou impulso no início do século XV, no contexto</p><p>das grandes navegações que se iniciaram nesse período. A primeira ação imperialista dos</p><p>portugueses, a partir da qual os súditos do rei Dom João I sentiram-se seguros para iniciar seu avanço</p><p>por “mares nunca dantes navegados” foi</p><p>a) o descobrimento do Brasil.</p><p>b) a ultrapassagem do Cabo da Boa Esperança.</p><p>c) a chegada a Calcutá, nas Índias.</p><p>d) a descoberta da América.</p><p>e) a tomada de Ceuta.</p><p>Comentários</p><p>Essa é uma questão de memorização sobre a cronologia das grandes navegações e a sequência</p><p>correta de conquistas. Veja que a questão indica que devemos encontrar a primeira ação de conquista</p><p>das grandes navegações. Entre as alternativas só tem uma possível: Ceuta, em 1415. Assim, gabarito</p><p>é alternativa E.</p><p>Vejamos os erros das demais alternativas:</p><p>b) Errado. A ultrapassagem do Cabo da Boa Esperança ocorreu em 1488.</p><p>25</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>c) Errado. A chegada a Calcutá foi em 1498.</p><p>d) Errado. A descoberta da América ocorreu em 1492, e foi a Espanha por meio do navegador</p><p>Cristóvão Colombo que chegou à América Central. Quanto à Portugal, chegou na América do Sul, em</p><p>1500.</p><p>e) Errado. Gabarito. Portugal chega em Ceuta em 1415.</p><p>Gabarito: E</p><p>3.1- Consequências gerais da Expansão marítimo comercial:</p><p>implantação do Sistema de Colonização Europeia</p><p>Em termos do processo histórico geral que estamos discutindo – ou seja, a Europa como centro do</p><p>Mundo – podemos afirmar que a expansão marítimo-comercial foi o início da mundialização da economia.</p><p>Essa fase da mundialização esteve baseada no sistema geral de colonização europeia.</p><p>Aqui se faz necessário diferenciarmos o sistema de colonização da atividade de exploração</p><p>comercial que já vinha sendo feita por europeus, desde o século XV. Segundo o professor Fernando Novais6,</p><p>Portugal estabeleceu feitorias nas regiões conquistadas nas regiões da África e Ásia. Estas se inserem na</p><p>circulação de mercadorias. Já a empresa colonial, ou o sistema colonial, é mais complexo, pois, envolve</p><p>povoamento europeu, organização de uma economia complementar para bastecer a metrópole e até</p><p>mesmo para a colônia. Além disso, promove a produção de mercadoria. De qualquer forma, feitorias e</p><p>colônias são complementares no processo de expansão econômica.</p><p>Esse cenário, estruturado dessa forma concentrada e com forte intervenção das Monarquias</p><p>Centralizadas (algumas absolutistas) teve como consequência a aceleração da acumulação de capitais, ou</p><p>simplesmente,</p><p>gerou superlucros!</p><p>6 O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. 19.ed. Rio de Janeiro:</p><p>Bertrand Brasil, 1990.</p><p>26</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>Alguns historiadores afirmam que esses superlucros criaram condições para o desenvolvimento da</p><p>Revolução Industrial e do capitalismo, no século XVIII. Não por menos, o professor Vicentino afirma que a</p><p>" Idade Moderna é o período em que se estuda como foi que a Europa criou, ao longo dos séculos</p><p>seguintes, e sob sua liderança, uma economia mundial".</p><p>(Estratégia Militares/2021/professora Alê Lopes)</p><p>A cruzada emerge, pois, como o ponto de chegada de um lento processo que conduz a Igreja, no</p><p>Ocidente, da não violência, predominante até o século IV, ao uso sacralizado e meritório das armas.</p><p>É essa dimensão sacralizadora que permite entender a cruzada como uma guerra santa, a qual</p><p>tangencia certos aspectos que a assemelham com a jihad islâmica.</p><p>A Igreja católica, tal como descrita acima, foi importante em qual episódio ocorrido entre os séculos</p><p>XV e XVI?</p><p>a)Mudança do eixo marítimo econômico do Atlântico para o mediterrâneo</p><p>b)Derrota dos muçulmanos e libertação de Jerusalém</p><p>c)Conquista da América pelos Espanhóis e Portugueses</p><p>d)Controle total das rotas da seda.</p><p>e)Conquista das Índias por Cristóvão Colombo</p><p>Comentários</p><p>a) Errado. Não tem relação com o enunciado da questão e, além disso, o mudança de eixo econômico</p><p>se deu no sentido Mediterrâneo-Atlântico.</p><p>b) Errado. Isso ocorreu durante as cruzadas da Idade Média. O comando pede uma relação da Igreja</p><p>com processo do século XV e XVI.</p><p>c)Gabarito. O apoio da Igreja ao Projeto das Grandes Navegações e à conquista no Novo mundo, na</p><p>América, foi fundamental para legitimar o processo. Não podemos esquecer de que o Tratado de</p><p>Tordesilhas, que dividiu a exploração da América entre Espanhóis e Portugueses, foi idealizado pela</p><p>Igreja. O objetivo era levar a fé cristã aos povos sem fé, na visão europeia.</p><p>d) Errado. As rotas da seda, que saiam da Ásia e chegavam à Europa, eram controladas por diferentes</p><p>povos asiáticos, inclusive, muçulmanos.</p><p>e) Errado. Colombo nunca chegou às Índias.</p><p>Gabarito: C</p><p>27</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>4. A chegada dos europeus ao “Novo Mundo”</p><p>“O colonialismo teve formas, conteúdos e consequências diversas, conforme as exigências de</p><p>expansão dos países europeus do mundo. (...) Podemos distinguir um primeiro período em que o</p><p>colonialismo é determinado pela expansão do comércio no mundo. Vai até meados do século</p><p>XVII.”</p><p>BOBBIO, N. et al. Dicionário de Política</p><p>As expressões “novo mundo” e “povos pré-colombianos”, usadas para falar do atual continente</p><p>americano e dos povos que nele viviam antes da chegada dos Europeus, constituem, uma visão</p><p>eurocêntrica sobre a história, como falamos na introdução dessa aula. É difícil encontrar uma designação</p><p>desse território e desses povos que não esteja, de alguma maneira, submetida a lógica do processo de</p><p>dominação a que foram submetidos. Assim, pelo menos para os povos que habitavam esse continente, é</p><p>melhor nos referirmos a eles com a expressão “povos originários” – ou seja, já estavam aqui originalmente,</p><p>antes da chegada dos europeus.</p><p>O encontro entre os povos originários e os europeus não pode ser contado como um processo nem</p><p>homogêneo e nem imediato. Tratou-se de um longo processo de aproximação, interação, dominação,</p><p>resistência e, finalmente, síntese. Sim, querido e querida, a síntese somos nós: latino-americanos e a nossa</p><p>cultura.</p><p>Ah, mas Profe, tem os EUA, né, que não são latinos. E com eles, como rolou?</p><p>Você está certo em dizer que os povos que hoje formam os EUA não são latinos, pelo menos os que</p><p>nascem lá. Quero lhe dizer que o processo de colonização daquela parte do continente americano é</p><p>bastante diferente do que foi em relação ao sistema de exploração colonial que estou explicando nessa</p><p>aula. Na aula específica sobre EUA vamos falar da formação desse país desde a colonização e, então,</p><p>teremos condições de estabelecer as devidas comparações, pode ser? Então, se liga, essa aula é sobre o</p><p>sistema de exploração colonial implementado na região que se convencionou chamar de América Latina,</p><p>sobretudo, naquela dominada pela Espanha.</p><p>Não podemos esquecer que as Grandes Navegações ocorreram no contexto histórico do</p><p>renascimento. Dessa forma, se por um lado, na Europa, o renascimento representou a racionalização da</p><p>economia, do poder e da arte e da ciência a partir do antropocentrismo, por outro lado, no “novo mundo”,</p><p>sentiu-se os impactos dessa mentalidade dominadora.</p><p>A hipótese da esfericidade da Terra gerava a necessidade de comprovação da suposição. Assim, a</p><p>circum-navegação é tipicamente um projeto renascentista. Contudo, ao encontrar novas culturas, os</p><p>pensadores daquela época hierarquizaram-nas. O humanista investiu-se de legitimidade para conquistar o</p><p>mundo e espalhar o modo de vida europeu como aquele a ser seguido por todos. Por exemplo, Hernán</p><p>Cortés, entre 1519 e 1521, lutou contra os Astecas, matou seu imperador – Montezuma – saqueou a</p><p>cidade, destruiu-a e construiu outra sobre ela, com Igrejas cristãs, palácios com arcos góticos, fontes,</p><p>estátuas românicas.... A historiadora Janice Theodoro da Silva afirma:</p><p>A América – destruída e reconstruída a partir do padrão europeu – transformava-se em um lugar de</p><p>comprovação da superioridade da cultura europeia. Era necessário construir uma igreja em cima de</p><p>uma pirâmide indígena. Não podia ser do outro lado. Os descobridores, ao realizar sua obra de</p><p>colonização construindo igrejas e outras edificações necessárias à conquista, e os artistas, pintando</p><p>ou esculpindo na Europa, consideravam a existência de um único padrão de beleza, uma única religião</p><p>verdadeira, uma cultura superior a todas as outras. Descobridores e artistas olhavam o mundo de um</p><p>único ponto de vista e a partir dele destruíam e construíam (...) O resultado desse grande esforço</p><p>28</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>renascentista, dessa “plenitude”, foi suporem possuir domínio sobre a vida e a morte das populações</p><p>que consideravam bárbaras. A América conheceu a expressão mais violenta desse sonho de</p><p>dominação”7</p><p>Sobre esse encontro entre os povos originários e os europeus, um dos pensadores brasileiros mais</p><p>importantes, Sérgio Buarque de Holanda, afirmou: “O confronto de duas humanidades diversas, tão</p><p>heterogêneas, (...) que não deixa de impor-se entre elas uma intolerância mortal.”</p><p>Outro professor especialista nesse assunto, Jorge Luís Ferreira, afirma logo no início do seu texto:</p><p>No início do século XVI, duas civilizações com experiências históricas e culturais completamente</p><p>diferentes encontraram-se nas terras americanas. Os homens vindos da Europa, sequiosos de</p><p>prestígio e de riqueza, logo se depararam com as civilizações do Novo Mundo. As populações</p><p>americanas, por sua vez, surpresas com a chegada de homens tão estranhos, inicialmente não</p><p>souberam distinguir se os estrangeiros eram realmente homens ou se se tratava da chegada de</p><p>deuses. O olhar conquistador e aventureiro dos europeus cruzou com o olhar de estupor e de receio</p><p>dos habitantes da América. O resultado dificilmente poderia ser outro: ocorreu nesta época o maior</p><p>genocídio de que se tem conhecimento na História8.</p><p>Apesar do processo de conquista ter sido longo, a historiografia costuma afirmar que as décadas iniciais do</p><p>processo de colonização são cruciais para o desenrolar da história. Nos primeiros 50 anos o saldo foi de</p><p>dizimação: pesquisas demográficas apontam que os Espanhóis destruíram metade da população originária,</p><p>constituindo um dos momentos mais violentos da história da humanidade (proporcionalmente ao</p><p>quantitativo populacional em relação à tecnologia bélica existente).</p><p>Para dar conta da forma</p><p>como os espanhóis tratavam os povos originários, por eles chamados de</p><p>índios, uma das principais fontes primárias são os escritos do frei espanhol Bartolomeu de Las Casas. Ele</p><p>escreveu em 1552:</p><p>Os espanhóis entraram nas vilas, burgos e aldeias, não poupando nem as crianças e nem os homens</p><p>velhos, nem as mulheres grandes e parturientes e lhes abriam o ventre e as faziam em pedaços como</p><p>se estivessem golpeando cordeiros fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de uma só</p><p>golpe de espada, fenderia e abriria um homem pela metade, ou quem, mais habilmente e mais</p><p>destramente, de uma só golpe lhe cortaria a cabeça, ou ainda sobre quem abriria as entranhas de um</p><p>homem a um só golpe. Arrancavam os filhos dos seios da sua mãe e lhes esfregavam a cabeça contra</p><p>os rochedos enquanto que os outros os lançavam a água rindo e caçoando [...] Faziam certas forças</p><p>longas e baixas, de modo que os pés tocavam quase a terra, um para cada treze, em honra e</p><p>reverência de Nosso Senhor e de seus doze Apóstolos (como diziam) e deitando-lhes fogo, queimavam</p><p>7 SILVA, Janice T. da. Descobrimentos e Renascimento. São Paulo: Editora Contexto, 1991, p. 56-58.</p><p>8 FERREIRA, Jorge Luiz. Conquista e colonização da América Espanhol. São Paulo: Ática, 1992, p. 07.</p><p>29</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>vivos todos os que ali estavam presos. Outros a quem quiseram deixar vivos, cortaram-lhes as duas</p><p>mãos e assim os deixavam.”9</p><p>O professor Gilberto Cotrim, sistematiza 5 formas de violência utilizadas pelos europeus para</p><p>estabelecerem a dominação sobre os povos originários:</p><p>Enfim, querido aluno e aluna, esse é o sentido geral do encontro entre europeus e índios, marcado pela</p><p>violência. Nesta aula, como podemos perceber, estamos focando na chamada América Espanhola, ou</p><p>ainda, a parte da América que foi conquistada e dominada por espanhóis. Nas aulas de História do Brasil,</p><p>falaremos sobre nosso país.</p><p>Chegou a hora de nos debruçarmos um pouco sobre quem eram os povos originários. Veja, o capítulo 6 é</p><p>um aprofundamento importante para você conhecer ter uma noção cultural do nosso continente antes</p><p>da chegada dos europeus e do estabelecimento do sistema colonial.</p><p>Vamos em frente, Cadetes!</p><p>9 LAS CASAS, Bartolomeu de. O Paraíso destruído: brevíssima relação da destruição das Índias. Porto Alegre: Editora L&PM, 1984,</p><p>p. 32.</p><p>Violência Cultural: impor religião cristã, língua, costumes, mudança de local de moradia</p><p>Violência das armas: o uso de pólvora, armas de aço, cavalo</p><p>Violência das doenças contagiosas: sarampo, tifo, tétano, coqueluche, varíola</p><p>Estímulo das violências entre os povos originários: faziam "falsas alianças" e depois dominavam todos</p><p>os povos.</p><p>Violência da escravidão e do trabalho forçado: o deslocamento forçado para trabalharem como escravos, em</p><p>regimes de exaustão e, com discurso de trocas de trabalho por salvação da alma.</p><p>30</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>5. Povos originários: Astecas, Maias e Incas</p><p>Na América hispânica, a conquista espanhola significou a dizimação de boa</p><p>parte dos povos nativos e a desintegração da cultura daqueles que foram</p><p>dominados. Os conquistadores manifestaram uma severa intolerância em</p><p>relação aos diferentes modos de viver e de ver o mundo das populações pré-</p><p>colombianas.</p><p>(VICENTINO, DORIGO, VICENTINO. 2011, Parte 2, p. 428)</p><p>Querida e querido aluno, os dados sobre a população originária são bastantes difíceis de calcular,</p><p>por isso, paleontólogos, antropólogos e arqueólogos estabelecem estimativas a partir de estudos dos</p><p>vestígios que resistiram ao processo de colonização.</p><p>A população que vivia no continente americano era bastante grande, entre 80 e 100 milhões. Só</p><p>para vocês terem ideia da proporção, a população espanhola e portuguesa juntas não somavam 11 milhões</p><p>de pessoas. Estima-se que existiam cerca de 3 mil nações indígenas. Portanto, a palavra – chave para</p><p>caracterizar esses povos é DIVERSIDADE.</p><p>O antropólogo Júlio César Melatti explica que há 3 tipos de diversidades:</p><p>➢ Biológica, que se apresentam fenotipicamente, como altura e olhos.</p><p>➢ Linguística, que se manifesta nas línguas (ou famílias de línguas) como jês, tupi-guarani, guarani karib,</p><p>arauak, bakairi, tapuya, aymará, quéchua, nahuatl, as línguas mayas (que são algumas centenas),</p><p>mapuche ou mapaudungun</p><p>➢ Costumes, que se manifestam na forma de organização política, nos rituais religiosos e seus deuses,</p><p>nos artefatos, formas de casamento, formas de produzir e consumir. Ou seja, em todo o amplo</p><p>universo cultural.</p><p>Apesar da enorme diversidade encontrada nesse território, a historiografia costuma centrar suas</p><p>análises sobre 3 civilizações centrais, a saber: Astecas, Maias e Incas.</p><p>Os maias e astecas formaram o que os historiadores chamam de Mesoamérica – uma região de terra</p><p>continental que vai da América do Norte até a América Central, antes de chegar aos Andes (veja mais sobre</p><p>a Mesoamérica no Dicionário Conceitual). Já os incas, ocuparam a região Andina Central.</p><p>5.1– Astecas</p><p>Os astecas são parte de uma grande etnia chamada mexica, por isso, mexicanos. Desenvolveram-se por</p><p>volta do século XII, na região da Mesoamérica. No século XIV, fundaram a grande capital Tenochtitlán (atual</p><p>cidade do México).</p><p>Eles constituíam um povo guerreiro. Seu rei era seu principal guerreiro. Depois da fundação da capital,</p><p>eles estabeleceram alianças com povos vizinhos, sobretudo, os povos das cidades de Texecoco e Tacoplan.</p><p>Era uma espécie de tríplice aliança para assuntos militares e comerciais. Contudo, com o tempo, os astecas</p><p>conseguiram se impor sobre esses outros povos. Uma das práticas era a cobrança de taxas e a punição</p><p>anual, quando muitas pessoas eram sacrificadas. Isso fez com que a grandiosidade dos astecas estivesse</p><p>assentada sobre o uso da força. O que despertava muitos inimigos externos.</p><p>Assim, a sociedade asteca era rígida pela hierarquia militar, mas não era estamental. Logo, um bom</p><p>guerreiro, principalmente, aquele que fazia prisioneiros, podia ascender na hierarquia social e política. A</p><p>marca dessa divisão estava nos cargos que as pessoas ocupavam e nas suas vestimentas. Um homem</p><p>comum (trabalhador, a massa social) não poderia imitar um rei, sua esposa um sacerdote ou uma elite de</p><p>31</p><p>Prof. Alê Lopes</p><p>AULA 02 – Idade Moderna II</p><p>guerreiros. Bem diferente de hoje em dia, né, pessoal. Já viu quanta gente fica imitando os vestidos das</p><p>primeiras damas ou dos membros da realeza britânica. Hoje em dia, basta ter o dinheiro para ficar igual a</p><p>princesa. Mas entre os astecas isso era proibido!</p><p>Economicamente, os astecas desenvolviam a agricultura e o comércio. Plantava-se milho, cacau,</p><p>algodão, tomate, tabaco. A posse da terra era coletiva, bem como os tributos a serem pagos sobre a ela.</p><p>Apesar disso, a cidade era muito rica em templos, mercados, jardins e ruas.</p><p>Com uma riqueza acumulada e materiais disponíveis conseguiram construir grandes templos.</p><p>Desenvolveram, portanto, uma importante arquitetura e engenharia. Além disso, se destacaram na</p><p>astronomia e no desenvolvimento de uma escrita simplificada.</p><p>A desagregação do povo asteca</p><p>começou com a chegada dos Espanhóis.</p><p>Entre 1519 e 1521, os espanhóis liderados</p><p>por Hernán Cortés mataram o Imperador</p><p>Asteca, Montezuma, saquearam e</p><p>destruíram Tenochtitlán.</p><p>10</p><p>Sobre a ex-capital asteca construiu-se</p><p>uma cidade no modelo europeu, a Cidade</p><p>do México. É importante dizer que os</p><p>europeus foram ajudados por cerca de 25</p><p>mil pessoas que pertenciam aos povos</p><p>conquistados pelos astecas.</p><p>Com os recentes trabalhos de escavação, hoje é possível observar a cidade asteca abaixo da atual Cidade</p><p>do México. Essas imagens representam a literalidade de quando uma civilização se sobrepõe a outra.</p><p>Além das armas, os europeus trouxeram muitas doenças. A mais conhecida foi a varíola que dizimou</p><p>metade da população da capital asteca. Recentemente,</p>

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