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<p>Elementos de Vistoria</p><p>de Via Permanente</p><p>VALER - EDUCAÇÃO VALE</p><p>Pátio/TraçãoTrilha Técnica: Ferrovia |</p><p>Elementos de Vistoria</p><p>de Via Permanente</p><p>Pátio/TraçãoTrilha Técnica: Ferrovia |</p><p>•• Calixto Pestana – Minas Gerais (MG)</p><p>•• Carlos Fonseca – Vitória (ES)</p><p>•• Edmar Mencher – Vitória (ES)</p><p>•• Eustáquio Andrade (ES)</p><p>•• Joaquim Dutra – São Luís (MA)</p><p>•• Marcos Rangel (MG)</p><p>•• Robson Borges – Vitória (ES)</p><p>•• Sebastião Nobre – Vitória (ES)</p><p>Colaboradores</p><p>Mensagem de direitos autorais:</p><p>É proibida a duplicação ou a reprodução deste material ou de parte dele, sob</p><p>qualquer meio, sem autorização expressa da Vale.</p><p>Este material é destinado exclusivamente para o uso em treinamentos internos.</p><p>M</p><p>en</p><p>sagem</p><p>V</p><p>aler</p><p>Caro Empregado,</p><p>Você está participando da ação de desenvolvimento</p><p>Elementos de Vistoria de Via Permanente de sua Trilha Técnica.</p><p>A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto</p><p>com profissionais técnicos da sua área com o objetivo de</p><p>desenvolver as competências essenciais para o melhor</p><p>desempenho de sua função e o aperfeiçoamento da condução</p><p>de suas atividades diárias.</p><p>Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem</p><p>para o seu desenvolvimento profissional e reforçam os</p><p>valores saúde e segurança, que são indispensáveis para sua</p><p>atuação em conformidade com os padrões de excelência</p><p>exigidos pela Vale.</p><p>Agora é com você. Siga o seu caminho e cresça com a Vale.</p><p>Vamos Trilhar!</p><p>Su</p><p>m</p><p>ário</p><p>Introdução 5</p><p>1. Elementos e Conceitos de Via Permanente 6</p><p>1.1 Definição 7</p><p>1.2 Componentes da Superestrutura 8</p><p>1.3 Componentes da Infraestrutura 17</p><p>2. Manutenção da Via 19</p><p>2.1 Processo de Manutenção da Via Permanente 20</p><p>Anexo 27</p><p>Neste curso, você estudará os elementos e os conceitos que</p><p>possibilitam a utilização da via permanente, tais como:</p><p>•• trilhos;</p><p>•• dormentes;</p><p>•• lastros;</p><p>•• aparelhos de mudança de via (AMVs);</p><p>•• fixações;</p><p>•• obras de infraestrutura.</p><p>Em seguida, conhecerá as atividades de manutenção e os</p><p>componentes que fazem parte da geometria das vias, além</p><p>de conceitos importantes para a segurança e para o bom</p><p>funcionamento delas.</p><p>Bons estudos!</p><p>In</p><p>trodu</p><p>ção</p><p>Inserir Imagem</p><p>Nesta unidade, serão apresentadas as seguintes lições:</p><p>•• 1.1 Definição</p><p>•• 1.2 Componentes da Superestrutura</p><p>•• 1.3 Componentes da Infraestrutura</p><p>Elem</p><p>en</p><p>tos e C</p><p>on</p><p>ceitos</p><p>de V</p><p>ia Perm</p><p>an</p><p>en</p><p>te</p><p>1</p><p>7Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>1.1 Definição</p><p>Via permanente é a estrutura que compõe a linha na qual o trem circula. Ela é formada por</p><p>diversos elementos distribuídos entre a superestrutura e a infraestrutura, cada um com uma</p><p>função específica. Entre esses elementos estão:</p><p>•• trilhos;</p><p>•• dormentes;</p><p>•• lastro;</p><p>•• sublastro;</p><p>•• subleito;</p><p>•• juntas;</p><p>•• aparelhos de mudança de via (AMVs);</p><p>•• fixações;</p><p>•• obras de infraestrutura.</p><p>Veja a seguir a colocação exata de alguns dos elementos que compõem a via:</p><p>Trilhos</p><p>Dormentes</p><p>Fixações</p><p>Lastro</p><p>8Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>1.2 Componentes da</p><p>Superestrutura</p><p>Trilho</p><p>Os trilhos podem ser definidos como peças longas metálicas que têm por função guiar e</p><p>absorver as cargas provenientes do material rodante. Eles são fabricados em aço, carbono ou</p><p>ligas. Apresentam tamanho padrão de 24 metros e são classificados como:</p><p>•• tr-37 kg/m;</p><p>•• tr-45 kg/m;</p><p>•• tr-57 kg/m;</p><p>•• tr-68 kg/m.</p><p>Saiba Mais!</p><p>Os trilhos tr-68 kg/m são os mais comuns nas ferrovias brasileiras.</p><p>Podem ser soldados em estaleiros, atingindo até 240 m, e são</p><p>chamados de trilho Longo soldado (tLs).</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>9Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Componentes do trilho</p><p>Os trilhos podem ser divididos em três estruturas: boleto, alma e patim.</p><p>Boleto</p><p>Alma</p><p>Patim</p><p>Boleto</p><p>É a parte superior do trilho, na qual as rodas das composições ferroviárias se apoiam e</p><p>se movimentam.</p><p>Alma</p><p>É a parte estreita e vertical da seção transversal do trilho localizada entre o boleto e o patim.</p><p>Patim</p><p>É a parte mais longa do trilho, na qual o dormente se apoia e se fixa.</p><p>Nesse elemento deve-se vistoriar:</p><p>•• falhas de descontinuidades (trincas, fraturas);</p><p>•• defeitos superficiais;</p><p>•• corrugação;</p><p>•• patinados;</p><p>•• desgaste;</p><p>•• amassamento.</p><p>Dormentes</p><p>É o elemento da superestrutura ferroviária que recebe e transmite os esforços produzidos</p><p>pelas cargas dos veículos aos lastros. Os dormentes servem de suporte para os trilhos,</p><p>permitindo a sua fixação e mantendo a distância fixa entre eles.</p><p>10Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Tipos de dormentes</p><p>Os dormentes podem ser feitos de:</p><p>•• madeira;</p><p>•• concreto;</p><p>•• aço;</p><p>•• material reciclado.</p><p>No quadro a seguir, você conhecerá algumas vantagens e desvantagens dos dormentes de</p><p>madeira e de aço.</p><p>TIPOS VANTAGENS DESVANTAGENS</p><p>Madeira</p><p>• boa resistência e elasticidade;</p><p>• facilidade de manuseio (carga e descarga);</p><p>• bom isolamento em linhas sinalizadas;</p><p>• menores danos em caso de descarrilamento;</p><p>• facilidade de substituição da fixação.</p><p>• apodrecimento progressivo;</p><p>• queima com facilidade;</p><p>• afrouxamento da fixação;</p><p>• sujeito a escassez.</p><p>Aço</p><p>• material perfeitamente homogêneo;</p><p>• boa resistência aos esforços transversais;</p><p>• facilidade de manuseio e assentamento;</p><p>• longa vida útil.</p><p>• desgaste dos elementos de fixação</p><p>devido à vibração;</p><p>• preço elevado;</p><p>• maior sonoridade;</p><p>• dificuldade de isolamento, por ser</p><p>bom condutor de eletricidade;</p><p>• socaria inicial difícil, graças à sua forma.</p><p>Nesses elementos, é necessário vistoriar:</p><p>•• falhas de descontinuidade sequencial (ausência de dormentes);</p><p>•• defeitos superficiais de trincas;</p><p>•• apodrecimento;</p><p>•• perda da fixação;</p><p>•• desgaste e amassamento;</p><p>•• fissuras e oxidação em aço.</p><p>Lastro</p><p>É o elemento da superestrutura da estrada de ferro localizado entre os dormentes e o</p><p>sublastro. Suas funções principais são:</p><p>•• distribuir adequadamente os esforços resultantes das cargas dos veículos sobre a plataforma;</p><p>•• criar um suporte elástico para atenuar as trepidações causadas pela passagem dos veículos;</p><p>•• impedir que os dormentes se desloquem, quer no sentido longitudinal, quer no transversal;</p><p>•• facilitar a drenagem da superestrutura.</p><p>11Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Além disso, sob o lastro, são depositadas as camadas de sublastro e a de subleito, que</p><p>distribuem os pesos e os esforços por todo o conjunto da via permanente.</p><p>Nesse elemento, deve-se vistoriar:</p><p>•• falhas de descontinuidade visual do lastro;</p><p>•• excesso que possa dificultar os trabalhos e a circulação dos trens;</p><p>•• laqueados ou excesso de contaminação do lastro;</p><p>•• água empoçada ao lado da linha etc.</p><p>Importante!</p><p>A maioria dos problemas de contaminação do lastro é oriunda dos</p><p>problemas de drenagem.</p><p>O sublastro é uma camada fina de pedriscos e argila que serve para separar o lastro do subleito</p><p>e funciona como uma espécie de selante para que água recebida do lastro não penetre no</p><p>subleito. Alguns autores consideram o sublastro como elemento da infraestrutura.</p><p>O subleito ou base é o terreno de fundação da superestrutura. É considerado um</p><p>componente da infraestrutura da ferrovia.</p><p>Juntas</p><p>As juntas, também conhecidas como acessórios de ligação, são peças que ligam duas barras</p><p>de trilho. Elas são formadas por:</p><p>•• talas de junção;</p><p>•• parafuso de talas;</p><p>•• arruelas;</p><p>•• porcas.</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>12Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>As juntas podem ser metálicas ou isoladas (isoladas encapsuladas ou isoladas coladas).</p><p>Juntas metálicas</p><p>São mais utilizadas em pátios e na retirada de fraturas nos trilhos antes da soldagem.</p><p>Juntas metálicas</p><p>Juntas isoladas encapsuladas</p><p>São utilizadas para realizar o isolamento elétrico entre duas seções de trilhos e nas divisões</p><p>de circuitos em linhas sinalizadas.</p><p>Juntas isoladas encapsuladas</p><p>13Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Juntas isoladas coladas</p><p>Apresentam as mesmas características das juntas isoladas, mas utilizam</p><p>um adesivo que promove</p><p>uma vedação na junta e faz com que o material rodante e a linha sofram menos impactos.</p><p>Juntas isoladas coladas</p><p>Nesse elemento, deve-se vistoriar:</p><p>•• falhas de trincas nas talas;</p><p>•• ausência de parafusos;</p><p>•• falta de isoladores (juntas isoladas);</p><p>•• problemas de fixação frouxa;</p><p>•• ausência ou acessórios defeituosos;</p><p>•• desnivelamentos e desalinhamentos.</p><p>Aparelho de Mudança de Via</p><p>Os aparelhos de mudança de via (AMVs) são dispositivos, instalados na ferrovia, que</p><p>transferem os veículos ferroviários de uma linha para outra.</p><p>14Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>O AMV é dividido em três regiões: chave ou agulhagem, parte intermediária e cruzamento.</p><p>Via desviada</p><p>Chave</p><p>Agulha</p><p>esquerda</p><p>Agulha</p><p>direita</p><p>Parte intermediária Cruzamento</p><p>Via principal</p><p>Chave ou agulhagem: parte do AMV encarregada de fazer variar a direção dos veículos,</p><p>conduzindo-os pela via principal ou pelo desvio.</p><p>Parte intermediária: é o conjunto formado pelos trilhos intermediários apoiados em placas</p><p>de apoio, que tem por função fazer a ligação entre a chave e o cruzamento.</p><p>Cruzamento: é constituído pelo jacaré, contratrilhos e seus respectivos trilhos de encosto,</p><p>tem função de guiar convenientemente os veículos ferroviários, possibilitando a passagem</p><p>das rodas para uma e outra direção.</p><p>Atenção!</p><p>Para determinar se um AMV deriva para direita ou para a esquerda,</p><p>o observador sempre deve posicionar-se em frente à entrada do</p><p>AMV e verificar para qual lado está a linha de desvio.</p><p>Nesse elemento, deve-se vistoriar:</p><p>•• falhas de desnivelamento ou desalinhamento;</p><p>•• problemas com falta de dormentes;</p><p>•• falta ou acessórios de fixação soltos;</p><p>•• defeitos superficiais nas pontas das agulhas ou jacarés;</p><p>•• abertura de contratrilhos etc.</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>15Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Importante!</p><p>O item mais importante que deve ser vistoriado num AMV é a</p><p>vedação da ponta da agulha, que deve ser sempre zero, e que leva a</p><p>ocorrências ferroviárias graves.</p><p>Fixações</p><p>As fixações têm como função principal manter o trilho na posição correta, garantindo a</p><p>bitola da via. Elas atuam oferecendo resistência aos deslocamentos longitudinal e horizontal</p><p>dos trilhos, que são provocados pela variação das condições climáticas e pela frenagem das</p><p>composições.</p><p>As fixações permitem a substituição dos trilhos sem afrouxar os embutimentos no dormente</p><p>de madeira. Elas podem ser classificadas como rígidas e elásticas.</p><p>Saiba Mais!</p><p>A bitola corresponde à distância entre as faces internas dos trilhos</p><p>medidas a 16 mm abaixo da face superior de cada trilho.</p><p>Fixações rígidas</p><p>São formadas por pregos e parafusos. Podem soltar, com o tempo, por causa da vibração,</p><p>fazendo com que percam a resistência a esforços longitudinais.</p><p>Fixações rígidas</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>16Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Fixações elásticas</p><p>Atuam mantendo a pressão constante sobre o trilho, sem afrouxar com o tráfego. Há</p><p>diversos modelos, como Pandrol, McKay e Vossloh.</p><p>Fixações elásticas</p><p>17Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>1.3 Componentes da</p><p>Infraestrutura</p><p>Infraestrutura</p><p>A infraestrutura é o conjunto de obras destinadas a formar a plataforma da ferrovia,</p><p>conforme a figura abaixo:</p><p>Valeta</p><p>Off-set esquerdo</p><p>Valeta</p><p>Crista de corte</p><p>Talude de corte</p><p>Sarjeta</p><p>Subleito ou base</p><p>Plataforma</p><p>Crista do aterro</p><p>Saia do aterro</p><p>Off-set direito</p><p>A infraestrutura é constituída pelos seguintes elementos:</p><p>•• cortes;</p><p>•• aterro;</p><p>•• obras de arte correntes (OACs);</p><p>•• obras de arte especiais (OAEs).</p><p>18Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>As OACs são dispositivos destinados a permitir a livre passagem das águas que interceptam</p><p>a ferrovia (bueiros de grota), ou, então, responsáveis por captar e transportar as águas</p><p>precipitadas nos taludes e cortes (bueiros de greide). Basicamente, pode-se dizer que é todo</p><p>o sistema de drenagem.</p><p>As OAEs são as chamadas grandes obras que temos em toda ferrovia, tais como pontes,</p><p>túneis, viadutos, obras de contenção (muros, cortinas atirantadas etc.).</p><p>Importante!</p><p>Talvez o mais importante da via permanente, que deve ser foco</p><p>de qualquer vistoria ou inspeção de via, sejam as falhas nos</p><p>equipamentos de drenagem. Essas falhas ocasionam muitos dos</p><p>problemas de superestrutura, como, por exemplo, a formação de</p><p>laqueados que desencadeiam vários problemas na superestrutura</p><p>da via férrea.</p><p>Relembrando!</p><p>Nesta unidade você estudou os elementos e conceitos de via</p><p>permanente. Pode-se destacar:</p><p>• os componentes da superestrutura;</p><p>• os componentes da infraestrutura.</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>Inserir Imagem</p><p>M</p><p>an</p><p>u</p><p>ten</p><p>ção d</p><p>a V</p><p>ia</p><p>Nesta unidade, será apresentada a seguinte lição:</p><p>•• 2.1 Processo de Manutenção da Via Permanente</p><p>2</p><p>20Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>2.1 Processo de</p><p>Manutenção da Via</p><p>Permanente</p><p>A manutenção da via permanente consiste no conjunto de trabalhos que visam a cuidar de</p><p>sua geometria, com total ou parcial aplicação e substituição maciça de material.</p><p>O processo de manutenção da via é feito com o objetivo de mantê-la dentro dos parâmetros</p><p>de tolerância, garantindo total segurança no tráfego dos trens.</p><p>Ela deve ser feita quando ocorrerem os seguintes problemas:</p><p>•• alta incidência de desgaste de trilhos e fixações;</p><p>•• apodrecimento de dormentes de madeira;</p><p>•• contaminação do lastro;</p><p>•• perda de geometria como flambagem de linha (ganchos), devido aos esforços de tração</p><p>e desnivelamentos.</p><p>A manutenção da via permanente deve englobar os seguintes serviços:</p><p>•• Remoção de barreiras.</p><p>•• Recomposição da plataforma.</p><p>•• Limpeza dos dispositivos de drenagem:</p><p>•• valetas;</p><p>•• canaletas;</p><p>•• bueiros;</p><p>•• drenos;</p><p>•• valetas de proteção.</p><p>21Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Atenção!</p><p>Os serviços de infraestrutura necessitam de execução nos meses</p><p>que antecedem às chuvas e após ocorrências de queda de barreiras.</p><p>Tarefas de Manutenção da Via Permanente</p><p>Manutenção da geometria da via e dos AMVs</p><p>•• Nivelamentos transversal e longitudinal</p><p>•• Alinhamento</p><p>•• Bitola</p><p>Manutenção dos materiais e acessórios</p><p>•• Trilhos</p><p>•• Dormentes</p><p>•• Fixações</p><p>•• Ligações (juntas)</p><p>•• AMVs</p><p>•• Lastro</p><p>•• Passagem em nível (Pn)</p><p>Manutenção dos marcos de referência</p><p>•• Locação</p><p>•• Alinhamento</p><p>•• Nivelamento</p><p>Renovação da via</p><p>A renovação da via permanente corresponde a um conjunto de trabalhos corretivos,</p><p>periódicos e programados, realizados em sua superestrutura e em sua geometria, total ou</p><p>parcialmente. Os trabalhos envolvem a aplicação e a substituição maciça de material.</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>22Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Renovação total</p><p>É o tipo de renovação no qual é preciso que os elementos sejam substituídos, devido ao</p><p>estágio de desgaste, fadiga ou envelhecimento dos materiais.</p><p>Renovação parcial</p><p>É o tipo de renovação em que somente uma parte dos materiais é substituída ou uma parte</p><p>da geometria da via é revista.</p><p>Tipos de Falhas nos Componentes</p><p>Fraturas de trilhos</p><p>São trincas parciais ou totais dos trilhos causadas por fadiga, variações acentuadas de</p><p>temperatura, defeito de fabricação ou acidentes.</p><p>Podem ser classificadas em:</p><p>•• longitudinais;</p><p>•• verticais.</p><p>Quando ocorre uma fratura longitudinal, a linha será imediatamente interditada. Nesse caso,</p><p>não é permitido o uso de talas de segurança com sargentos.</p><p>No caso das fraturas verticais, quando regulamentadas pela engenharia de via, podem ser</p><p>usadas as talas de segurança com sargentos, caso seja necessária uma complementação da</p><p>passagem do trem, obedecendo à velocidade de 10 km/h.</p><p>Componentes da Geometria da Via</p><p>Os componentes da geometria da via são os elementos de planta que compõem o traçado</p><p>da ferrovia e fazem</p><p>parte das características geométricas que adaptam o trem às diferentes</p><p>superfícies do terreno. Eles podem ser classificados como:</p><p>•• tangente;</p><p>•• curvas;</p><p>•• superelevação;</p><p>•• raio;</p><p>•• tolerância;</p><p>•• empeno.</p><p>23Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Tangente</p><p>Tangentes são segmentos de reta que unem duas curvas em sequência, fazendo a tangência</p><p>em projeção horizontal.</p><p>C1</p><p>C2 C3</p><p>T1</p><p>T2</p><p>Onde:</p><p>•• t1 une a curva C1 à C2;</p><p>•• t2 une a curva C2 à C3.</p><p>Curvas</p><p>Curva circular</p><p>As curvas circulares, também conhecidas como raio constante, podem apresentar mesmo</p><p>sentido ou sentidos contrários.</p><p>Na figura mostrada anteriormente, as curvas C1 e C2 são exemplos de curvas de mesmo</p><p>sentido. Já as curvas C2 e C3, por exemplo, são curvas de sentidos contrários.</p><p>Curva de transição</p><p>A curva de transição proporciona suavidade de inscrição dos trens que saem de uma</p><p>tangente (raio infinito) e entram em uma curva circular. A ligação entre esses dois pontos se</p><p>dará por meio da curva de transição, que, saindo do ponto de raio infinito, gradualmente</p><p>irá decrescer ao ponto em que o raio virá a ser constante. Nesse ponto, é marcado o início</p><p>da curva circular. Portanto, a seção entre a tangente (reta) e a curva de raio constante é</p><p>chamada de curva de transição, também podendo ser chamada de espiral da curva.</p><p>Sem a curva de transição, o trem que saísse da tangente, encontrando a curva circular,</p><p>sofreria modificações imediatas e perigosas em seu movimento, nos planos vertical e</p><p>horizontal. Veja como seriam essas modificações:</p><p>•• No plano vertical, o trem passaria de uma via em nível para uma via com superelevação.</p><p>•• No plano horizontal, o trem passaria da tangente para uma curva horizontal, em que a</p><p>força centrífuga atuaria.</p><p>24Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Superelevação</p><p>A superelevação é conseguida por meio da elevação dos trilhos externos da curva, em um</p><p>valor definido em função do seu raio e da velocidade máxima dos trens naquela curva.</p><p>A figura a seguir mostra como acontece a inclinação de uma linha durante uma curva</p><p>horizontal. Os dois trilhos estão no nível quando passam pela tangente e, por isso,</p><p>apresentam superelevação zero (s = 0).</p><p>Tangente reta</p><p>s2</p><p>s2</p><p>s1</p><p>s=0</p><p>Tangente</p><p>Curva de</p><p>transição Tangente</p><p>Curva circular</p><p>Curva de</p><p>transição</p><p>As inclinações ocorrem, de forma gradativa, na curva transição (s = s1), entre a tangente e a circular.</p><p>Na curva circular, a inclinação é constante e igual a s2.</p><p>A superelevação tem como função:</p><p>•• distribuir melhor as cargas nos dois trilhos;</p><p>•• diminuir os defeitos superficiais e o desgaste dos trilhos e dos materiais rodantes;</p><p>•• compensar o efeito de força centrífuga, parcialmente ou totalmente, diminuindo</p><p>suas consequências;</p><p>•• dar mais conforto aos passageiros.</p><p>Raio</p><p>O raio da curva, quando reduzido, se torna o princípio pelo qual se define a restrição da</p><p>velocidade de circulação dos trens.</p><p>A resistência imposta pela linha ao deslocamento do material rodante é inversamente</p><p>proporcional ao raio da curva. Dessa maneira, os raios pequenos ocasionam grande</p><p>resistência ou restrição à circulação.</p><p>O desgaste dos frisos das rodas e dos trilhos externos da curva também é inversamente</p><p>proporcional ao raio da curva. Sendo assim, raios menores ocasionam ângulos de ataque,</p><p>gerando, por consequência, mais desgaste no material.</p><p>25Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Conclui-se que o raio reduzido prejudica e restringe a ferrovia. Porém, a realização de obras</p><p>para a construção de raios grandes custa muito caro.</p><p>Saiba Mais!</p><p>Equipamentos modernos, como o carro controle, fazem a medição</p><p>quase dinâmica da linha.</p><p>Tolerância</p><p>Corresponde ao valor limite aceito para a fuga da linha da sua posição ideal de projeto.</p><p>Ela é fixada, para cada parâmetro, de acordo com o tamanho permitido para os distúrbios</p><p>causados nos movimentos dos trens, devido à fuga da via de sua posição ideal.</p><p>Você pode considerar como estáticos os valores adotados para as tolerâncias de via</p><p>permanente, pois os processos e as ferramentas utilizados para medir um defeito não</p><p>conseguem quantificar uma distorção geométrica incrementada pelo peso e pela velocidade</p><p>do material rodante.</p><p>medição do nivelamento- laqueado</p><p>Vazio do laqueado</p><p>Valor medidoBase</p><p>Medição do nivelamento-laqueado</p><p>A figura acima ilustra que não foi encontrado qualquer defeito no dormente central da via,</p><p>embora haja um “vazio” devido a um laqueado.</p><p>A figura seguinte mostra que o trilho e o dormente central cederão até que o dormente</p><p>encontre apoio no lastro, graças ao carregamento da roda.</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>26Elementos de Vistoria de Via Permanente</p><p>Por isso, é possível verificar que a mesma medição, feita durante o carregamento, encontrará</p><p>um desnivelamento na linha.</p><p>Empeno</p><p>Ocorre quando há a combinação da diferença do nivelamento longitudinal entre dois trilhos</p><p>na mesma seção transversal.</p><p>Relembrando!</p><p>Nesta unidade você estudou o processo de manutenção da via</p><p>permanente. Pode-se destacar:</p><p>• as tarefas de manutenção da via permanente;</p><p>• a renovação da via;</p><p>• os tipos de falhas nos componentes;</p><p>• os componentes da geometria da via.</p><p>Atenção!</p><p>Importante!</p><p>Saiba Mais!</p><p>Recordando!</p><p>0-126-122</p><p>Inserir Imagem</p><p>A</p><p>n</p><p>exo</p><p>3</p><p>28Aparelho de Manutenção de Via</p><p>Tabela dos principais parâmetros e tolerâncias utilizados em velocidades baixas:</p><p>Velocidade</p><p>(km/h)</p><p>Classe da</p><p>linha</p><p>Bitola</p><p>(mm)</p><p>Variação para</p><p>dormente</p><p>Alinhamento</p><p>(mm)</p><p>Nivelamento</p><p>(mm)</p><p>Superelevação</p><p>(mm)</p><p>Empeno</p><p>(twist)</p><p>Dormentes</p><p>estragados %</p><p>- + Corda</p><p>= 20 m</p><p>Corda</p><p>= 19m</p><p>EFVM (Estrada</p><p>de Ferro Vitória</p><p>a Minas)</p><p>65 Classe 6 -5 30 14 8 15 14</p><p>Ruim</p>